o jornaleiro 004

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Campo Limpo Paulista DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Polêmica na cidade Política 7 Após um ano interditado, o Teatro Municipal recebe verba do Estado para ser reformado. Faccamp 4 Depois de ser proibido, comércio ambulante volta a dar opção de alimentação para os alunos. Projeto de Lei 571, aprovado pela Câmara dos Vereadores, aumenta o número de cargos comissionados e seus salários em até 124%, causando revolta na população. Entenda. Página 7 Em 2014, o maior artista de nossa região comple- taria 100 anos. Conheça a vida e a obra de Tao Sigulda. Página 2 CULTURA COTIDIANO População de Campo Limpo Paulista aponta vários problemas e ques- tiona: Nossa cidade está abandonada? Página 8 ESPORTE Skatistas da região sofrem com falta de incentivo e vivem do improviso para praticarem seu esporte favorito. Página 6 Ano II * Edição 4 * Março de 2014 Entrevista 3 A repórter da Rede Record, Lívia Zuccaro, conversa com O Jornaleiro e conta sobre os desafios de ser jornalista em uma grande emissora de TV. FACCAMP Para ajudar a comuni- dade, Núcleo Jurídico da Faccamp trabalha em conjunto com alunos do curso de Direito. Página 5 IMAGEM: THALLES MATHEUS, TERCEIRO SEMESTRE - JORNALISMO IMAGEM: THALLES MATHEUS, TERCEIRO SEMESTRE - JORNALISMO

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Page 1: O Jornaleiro 004

Campo Limpo Paulista DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Polêmica na cidade

Política 7Após um ano interditado, o Teatro Municipal recebe verba do Estado para ser reformado.

Faccamp 4Depois de ser proibido, comércio ambulante volta a dar opção de alimentação para os alunos.

Projeto de Lei 571, aprovado pela Câmara dos Vereadores, aumenta o número de cargos comissionados e seus salários em até 124%, causando revolta na população. Entenda. Página 7

Em 2014, o maior artista de nossa região comple-taria 100 anos. Conheça a vida e a obra de Tao Sigulda. Página 2

CULTURACOTIDIANOPopulação de Campo Limpo Paulista aponta vários problemas e ques-tiona: Nossa cidade está abandonada?Página 8

ESPORTESkatistas da região sofrem com falta de incentivo e vivem do improviso para praticarem seu esporte favorito.Página 6

Ano II * Edição 4 * Março de 2014

Entrevista 3A repórter da Rede Record, Lívia Zuccaro, conversa com

O Jornaleiro e conta sobre os desafios de ser jornalista em uma grande emissora de TV.

FACCAMPPara ajudar a comuni-dade, Núcleo Jurídico da Faccamp trabalha em conjunto com alunos do curso de Direito.Página 5

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2Cultura

Nascido em Riga na Letônia em 4 de Abril de 1914, Harijs Tao Steinbrecher, estudou Ar-

quitetura, Artes e testemunhou a se- gunda Grande Guerra com uma câmera em mãos exercendo a função de jorna- lista. Chegou no Brasil em 1960, morou no Figueira Branca (divisa entre Cam-po Limpo Pta e Jarinu) até sua morte em 2006. Em Abril comemora-se o centenário de nascimento do artista, arquiteto, jornalista e filósofo. Ainda menino, Tao adorava passar os fins de semana na casa de campo da família, na pequena cidade de Si- gulda. Então, em ho- menagem à cidade de que tanto gostava adotou o nome artístico de Tao Sigulda. As habilidades artísticas o fizeram ser bolsista na Escola de Artes em Mu-nique, na Alemanha, onde estudou to-das as técnicas possíveis. Ele acreditava na necessidade de aprender técnicas, pois quanto mais técnicas, maiores são as possibilidades de criação. Tao chegou ser amigo de classe de Pablo Picasso.Durante a segunda Guerra Mundial, foi recrutado pelo Governo de Hitler e se alistou, como sua filosofia era contra a matança, Tao pediu para ser cinegrafis-

ta. Filmar era para ele um hobby até en-tão, e assim pode registrar as cenas que testemunhou durante o período bélico. Durante seu trabalho na guerra, o carro que dividia com outros dois jornalistas passou sobre uma mina e explodiu, Tao fraturou as costelas, perfurou a costas e teve traumatismo craniano. Só no Pós- Guerra pôde voltar a se dedicar às artes. Após uma exposição em Nápolis, onde o artista vendera todas as obras ex-postas, Tao e sua esposa, Tama, resol-

veram viajar por vários países e escolheriam o mais bonito para morar. Quando o navio atra-cou em Salvador para escala, Tama nos relata

com brilho nos olhos. “Era lindo”. O jovem casal desembarcou em Santos e foram para a cidade de São Paulo. Nem chegaram a viajar para os outros países, escolheram o Brasil. E foi no bairro do Figueira Branca, lugar indicado por um amigo médico, que se instalaram, ali, Tao construiu o Centro Cultural que leva seu nome para expor suas obras. Os jovens artistas começaram então a procurá-lo e Tao tornou-se mestre de desenho, pintura e escultura e usou seu espaço para mostrar as artes de seus alu-nos ao lado de renomados artistas. Con-ta-nos, Tama Sigulda, que as mostras de artes do espaço possibilitaram a ascen-são da carreira de vários jovens artistas.Tao deixou um grande legado, entre as suas obras mais importantes está o afresco, as luminárias e os vitrais da Igreja do Preciosissímo Sangue de Cristo no Rio de Janeiro, para a ocasião, vários artistas foram indicados pelo Vaticano, entre eles Salvador Dali e Chagal, mas o naturalizado brasileiro foi o eleito. Suas obras são enigmáticas, cheias

de simbolismos e críticas, dizia que a “Fantasia é melhor que a sabedo-ria, porque a sabedoria tem limite, a fantasia não”. Atrelando técnica à fantasia, Tao explorava várias possibi-lidades. Um Mês antes de sua morte, declara para sua esposa: “Se eu fosse fazer tudo o que está na minha mente, eu precisaria viver mais cem anos”.

Serviço: Para quem quiser conhecer mais sobre a obra de Tao, o Centro Cultural fica na Estrada do Mirante, Campo Limpo. O local abre aos sábados, domingos e feriados, das 11h às 18h. Mais infor-mações pelo telefone (11) 4038-7658

100 anos de Tao SiguldaPAULO DU’SANTUS, TERCEIRO SEMESTRE - JORNALISMO

Tama Sigulda, esposa de Tao, fala detalhes da vida e obra do artista

Tao Sigulda completaria um século de vida

em 2014

Órgão Laboratorial do curso de Comunicação Social da Faculdade Campo Limpo Paulista (Faccamp), produzido pelos alunos de Comunicação Social de 2014.

Diretora: Profª. Patrícia Gentil PassosVice-Diretor: Prof. Nelson Gentil

Coordenadora do curso: Profª Leni Pontinha

Editor Chefe: Prof. Felipe Schadt - MTB 64231 Diagramação: Gabriel Patez, TERCEIRO SEMESTRE - JORNALISMO

Produção: Equipe do O Jornaleiro

Março de 2014Tiragem: 1.500 exemplares

Rua Guatemala, 167 - Jardim América - Campo Limpo Paulista-SP - CEP: 13231-230 - www.faccamp.br - www.comuniquetres.com.br - www.facebook.com/ojornaleiro

EXPEDIENTE:

Ano II * Edição 4 * Março de 2014

HOMENAGEM:Há dez anos atrás, a Faccamp eternizou Tao Sigulda em uma série de homenagens pelos seus 90 anos de vida. Na ocasião, o próprio artista parti- cipou das homenagens feitas pelos alunos com exposições de suas obras pela faculdade

IMAGENS: CENTRO CULTURAL TAO SIGULDA/ARQUIVO

Tama relata a vida e obra de Tao SiguldaCOMPANHEIRA

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3entrevista

DANIEL SÉRGIO, QUINTO SEMESTRE - JORNALISMO

A Televisão brasileira sempre criou verdadeiros ícones, principal-mente no jornalismo. Mas, nos

últimos anos, a beleza plástica, sobretudo das mulheres começou a ser destacada nas bancadas telejornalísticas. Nomes como Patrícia Poeta, Fátima Bernardes, Márcia Peltier, Ana Paula Padrão, sem-pre serão lembradas e citadas como re-ferência (e competência) no jornalismo da televisão no Brasil, porém, na região, ou melhor no telejornalismo regional, também temos as nossas “musas”, entre elas, para orgulho dos jundiaienses, e em particular da comunidade Faculdade Campo Limpo Paulista, Lívia Zuccaro, atualmente apresentadora e repórter da Record/Campinas.Confira a entrevista especial que reali-zamos com ela, que também teve rápida passagem como professora da área de co-municação da faculdade.

O Jornaleiro: Como foi o seu início no jornalismo? Lívia Zucaro: “Foi aos 15 anos, quando comecei uma oficina de jornalismo no Divino Salvador, co-légio onde estudava. Aos 18 comecei a trabalhar na Rádio Difusora e fazia a ronda. Fui sendo promovida até que gos-taram da minha voz e a partir daí tudo começou”.

Qual foi a principal dificuldade que você enfrentou quando começou como repórter? “No caso da TV, foi entender como casar as palavras com

“A dificuldade no interior é trabalhar muito e ganhar pouco.” (Lívia Zuccaro)

Ano II * Edição 4 * Março de 2014

Musa da televisão? Não. Jornalista!

o texto. Isso demorou um pouco para se encaixar na minha cabeça. Li mui-tos livros sobre isso, inclusive da Vera Paternostro, para entender como eu podia valorizar as imagens. Até que aprendi, na “marra”, porque já estava no ar e não podia errar”.

Qual foi o jornalista (repórter ou apresentador) que serviu de base e inspiração, para seu iní-cio de carreira? “Sempre gostei da Renata Vasconcelos. Mas na Record, pensava sempre na Adriana Reid. Costumava olhar repórteres que me prendiam a atenção para formar uma figura. Lorena Coutinho, da Record, é muito boa. Hoje, consigo ser eu mesma, mas me moldei olhando as outras. Isso na figura, já no texto adoro Carlos Dornelles, que também trabalha aqui”.

O que é mais difícil: Trabalhar em Jundiaí, Campinas ou nas grandes ca-pitais? “Nas grandes capitais, com cer-teza. O crime é muito pior, assim como a cobrança. Sabemos que os veículos locais fazem o funcionário trabalhar mais do que deve e não pagam. Mas a pressão sobre o funcionário não se iguala a uma emissora na capital. Aqui, a matéria não é matéria se não tiver os números extremamente corretos e não ter a audiência que precisa. Outra coi-sa: aqui, as fontes mentem muito mais e as pessoas têm mais medo. Os crimes

são mais brutos e temos que nos pre-parar psicologicamente pra tudo isso”.

Qual as principais dificuldades do trabalho dos jornalistas na região de Jundiaí nos dias de hoje? “Acho que falta estrutura, mas também falta por um mo-tivo: os empresários de Jundiaí não estão acostumados a investir em propaganda nos canais locais de comunicação”.

E quando investem, as diretorias não repassam. “A dificuldade do interior é trabalhar muito e ganhar pouco. Sapatear pra conseguir algo. Uma gran-de parcela dos jornalistas se desespera nessa hora e decide parar. Vai trabalhar como bancário ou vai para outra área. No começo da carreira, quem não tem pai que ajuda financeiramente (o meu me ajudou, mas é bem pão duro, então sofri bastante) não consegui sobrevi-ver. Se estiver no começo da carreira e quiser seguir em frente no interior, tem que ter mais de um emprego. E colar na tia rica (risos) quando quiser sair no final de semana”.

Com esta onda de manifestações e protestos (às vezes violentos). Como fica, em sua opinião, o trabalho dos jornalistas? Você acha que a liberda-de de imprensa está sendo desrespei-tada? “Claro! Eu odeio manifestações! E quando digo isso tenho certeza que alguém vai ler e querer me bater, de novo. Em Campinas quase fui atingi-da por uma bomba, sai com o micro-fone sem a canopla e mesmo assim, adolescentes que em sua maioria não sabiam o que estavam protestando me ameaçavam de morte. Em ou-tra cidade, acertaram uma pedra na minha cabeça porque eu filmei um mercado que tinha sido saqueado. Eles queriam falar dos 20 centavos e eu queria mostrar a verdade do que estava acontecendo (além dos 20 cen-tavos). Mas não conseguia. Tive que sair de cabeça baixa com uma multi-dão me ofendendo. E a polícia não fez nada. Fiz minha matéria e falei tudo o

que aconteceu, inclusive que fui atin-gida por uma pedra. Critiquei o tra-balho da polícia. Mas sabia que não tinha conseguido fazer o meu traba-lho, porque fui impedida de mostrar o que estava acontecendo. Acho que com a morte do cinegrafista da Rede Bandeirantes, ficou claro o cenário das manifestações para os jornalis-tas. Ninguém mostrou isso até o cara morrer. Agora, todos sabem: Os ma-nifestantes nos tratam como inimi-gos. Acham que somos comprados e pior, se alguém ganha dinheiro com essa “compra” não e o repórter que está na cobertura”

Lívia Zuccaro é jorna- lista, formada pelo Mackenzie São Paulo e especializada pela PUC Campinas. Começou no rádio em 2005, apresentando o Jornal Difusora e depois foi convidada para trabalhar na televisão. Apresentou pro-gramas de entretenimento e saúde nas afiliadas na TV Bandeirantes e Cultura. Parale-lamente desenvolveu trabalhos com locuções comerciais e foi repórter da TV Honda do Bra-sil. Também fez parte do corpo docente da Faculdade de Jorna- lismo de Campo Limpo Paulis-ta, Faccamp. Desde 2011 dedi-ca-se a TVB Record Campinas como repórter e apresentadora. (fonte: site pessoal da jornalista)

Lívia Zuccaro encarando as câmeras para gravação de uma matéria para RecordEM AÇÃO

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4faccamp

Quem não gosta de fazer um lanchinho no intervalo da faculdade? Um espetinho,

um salgado, um hot dog, ou até mes-mo um açaí bem incrementado nas noites de calor? Pois é. E é da venda desses alimentos que algumas pes-soas tiram a maior parte de sua renda.No primeiro semestre de 2013 os comerciantes foram retirados das ruas próximas a Faccamp - fato ocor-reu por conta de que muitos deles não tinham o alvará que permite a venda em locais públicos, sendo as-sim foram afastados até que regulari-zassem a situação. Segundo os comerciantes, a Pre-feitura de Campo Limpo Paulista solicitou que eles tomassem as providencias necessárias para a emissão do alvará, que incluía pa-gamento de taxas para protocolo, exames médicos, avaliação da vigilância sanitária entre ou- tros. Foram liberados sete carros, sendo de tipos de comida difer-entes (nessa ordem sorteada ante-riormente pela própria prefeitura): milho, hot dog, açaí, salgados, crepe, lanches e espetinhos, para que não haja concorrência direta entre eles. Todas essas opções de alimentação agradam aos alunos e a própria faculdade. Conversamos com a di-retora da Faccamp, Patrícia Gentil Passos, que nos disse que, mesmo a faculdade não estando envolvida com o caso do afastamento e volta do comércio nas portas da insti- tuição, ela é a favor, já que muitos comerciantes são pais de alunos que pagam as mensalidades dos filhos com a renda obtida por meio das ven-das, sem falar do preço que faz com que consigamos pagar por algo gos-toso sem ter que gastar muito e sem

se afastar das salas de aula. “Além de ajudar na renda de muitas famílias, é possível encontrar produtos de ótima qualidade”, disse Patrícia Gentil.Dos alunos entrevistados to-dos estão de acordo com o co- mércio próximo à faculdade, já que as cantinas, muitas vezes, não su-portam a quantidade de alunos que querem uma alimentação rápida e barata. Ainda faltam algumas coisas para que tudo fique em seu devido lugar, mas por enquanto os alunos podem ficar tranquilos que o comé-rcio continua aberto para eles

Volta do comércio às ruas da Faccamp

JHULLY BAPTISTA, TERCEIRO SEMESTRE - JORNALISMO

Com alvará em mãos, comerciantes que haviam sido retirados no primeiro semestre de 2013 voltam para as portas da faculdade

Após problemas com documentações, comerciantes voltam às ruas da FaccampLIBERADO

Ano II * Edição 4 * Março de 2014

IMAGEM: THALLES MATHEUS, TERCEIRO SEMESTRE - JORNALISMO

Page 5: O Jornaleiro 004

5faccamp

O que antes a população não encontrava, a Faculdade Campo Limpo Paulista

(Faccamp) disponibiliza: o suporte jurídico a todos os moradores ca-rentes de Campo Limpo Paulista. Resolver seus problemas nunca se tornou tão fácil e prático, pois a solução está próxima de todos com a consultoria gratuita, em que profissionais acompanham os casos e ajudam pessoas de baixa renda a encontrar soluções judi-ciais. O Núcleo é um projeto dife-renciado dos demais, suas regras

também são impostas pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). O Escritório de Assistência Jurídica (EAJUR) tem a finalidade de pro-porcionar aos alunos do curso de direito da faculdade a realização de atividades práticas ligadas à advo-cacia. A atuação dos profissionais mostra diversos casos que tiveram soluções e mudou muitos cami-nhos. “São histórias que ajudamos a resolver isso muda os valores de nossas vidas também”, disse a Dra. Lúcia Crivelaro, uma das professo-ras responsáveis pelo projeto.

Núcleo Jurídico da FaccampNATHALIA GOBI, TERCEIRO SEMESTRE - PUBLICIDADE E PROPAGANDA

O Escritório de Prática Jurídica da Faccamp tem a função de prestar serviços gratuitos à comunidade

O atendimento semanal acontece às terças e quintas-feiras, das 14h às 17h30, pavimento térreo, pré-dio III da faculdade, localizada na Rua Guatemala,167, bairro Jardim América. O Núcleo tem sua atua-ção há aproximadamente 12 anos com atendimento de cinco a oito pessoas por dia, na área civil, cri-minal e tributaria com parceria do Conselho Tutelar. A assesso-ria é feita somente para os moradores carentes da cidade. Para moradores das demais cidades são fornecido orien-tações jurídicas necessárias, sem prestação de uma ação judicial.As atividades são feitas por alunos estagiários com o auxílio de duas professoras orientadoras e advoga-das responsáveis, Dra. Lúcia Sirlene Crivelaro Fidelis e Dra. Renata Helana Paganoto Moura. Além de prestar orientações preventivas e extrajudiciais à população carente, o aluno tem também a oportuni-dade, quando for o caso, de propor ações judiciais juntamente com os professores orientadores. A visão é ampliar e aprofundar a formação

do aluno mediante a realização de tarefas que desenvolvam o senso crítico e a percepção social e que permitam ampliar seu conheci-mento além da esfera acadêmica, sendo este aluno avaliado ao final de cada semestre. Para a atuação na área é feita uma seleção entre os professores responsáveis pelo nú-cleo, por meio do qual se avalia a nota do aluno na faculdade. Além

dessa avaliação, o alu-no presta uma prova e uma entrevista com os professores orien-tadores. A vaga é ocu-pada por aqueles que

melhor se destacarem. Atualmente são dez estagiários, cinco, às terças e cinco, às quintas que exercem a função aproximadamente por dois anos, passando pela experiência. Regularmente são alunos matri-culados a partir do 4º ano ou 6º semestre do curso de Direito con-forme processo seletivo interno. O núcleo além de disponibilizar para pessoas carentes da região tem como função ensinar o aluno a atuar profissionalmente. “A deman-da só tem crescido!” afirma Dra. Renata Helena Paganoto Moura

Ano II * Edição 4 * Março de 2014

O Núcleo tem sua atuação há

aproximadamente 12 anos

O Núcleo Jurídico da Faccamp atende famílias carentes de Campo Limpo PaulistaPARA A COMUNIDADE

IMAGEM: THALLES MATHEUS, TERCEIRO SEMESTRE - JORNALISMO

Page 6: O Jornaleiro 004

Skate na região pede por incentivo das Prefeituras

CLAUDIA SANTOS, TERCEIRO SEMESTRE - JORNALISMO

Skatistas utilizam das ruas e do improviso para praticarem seu esporte favorito

6Esporte

Ano II * Edição 4 * Março de 2014

Velocidade, equilíbrio e diver-são: o skate é um estilo de vida, assim garante quem pratica o

esporte. Porém, por não ser um espor-te tão visado quanto o futebol, o skate acaba ficando diversas vezes em segun-do plano nas cidades de Campo Limpo Paulista, Franco da Rocha, Jundiaí e Várzea Paulista, não tendo apoio da Prefeitura de cada cidade.Em Campo Limpo Paulista, a pis-ta de skate é localizada no Centro Esportivo da cidade. A maioria dos esportistas utiliza a pista para prati-car a modalidade Skate Street, o qual atrai muitas pessoas de outras cidades por conta do estilo praticado. “O skate aqui é muito forte, muitos vêm pra cá porque gostam do estilo e das pistas, mas aqui não tem apoio da Prefeitura”, disse Fernando Nascimento (23), que pratica o esporte há 10 anos. Nesse esporte existem várias modalidades, dentre elas Street, Freestyle e High Jump. Levando essas modalidades em conta, há falta de novos itens para que os skatistas possam praticar todas as modalidades. “O esporte evolui, logo as pistas deveriam evoluir também, porém, as melhorias na pista foram os skatistas que fi-zeram”. E afirma: “temos a pista há anos e nunca foi reformada”, relatou Fernando Nascimento. A mesma crítica faz Gabriel Bueno (19) quando perguntado sobre quais são as maiores dificuldades para praticar o esporte em Várzea Paulista. “Pistas? Nós skatistas de Várzea Paulista andamos na rua!”, disse. Gabriel Bueno ainda completou que muitos dos atletas poderiam ter futuro no esporte, mas a fal-ta de manutenção nas pistas pode acabar por atrasar o sonho dos skatistas. “Muitos

atletas têm futuro no esporte e não têm lu-gar para praticar e evoluir”.Em Jundiaí, o problema se repete: pistas mal feitas e sem manutenção. A pista localizada na Vila Rami está abandonada. Nem mesmo os skatis-tas querem utilizar a pista por con-ta de estar em mal estado e facilitar quedas aos atletas. “Outra pista que temos na cidade (se é que podemos chamar de pista), são os restos de um parquinho reaproveitado pra fazer uns obstáculos impossíveis de andar”,

relatou Paulo Gomes Júnior (26). No Centro Esportivo José Brenna, mais conhecido como Sororoca, há mais uma pista de skate, sendo essa que passou por uma reforma e teve sua

estética totalmente modificada, difi-cultando a pratica do esporte para ini-ciantes. “Na minha visão, há um des-caso e um despreparo por parte dos diversos governantes e dos secretários que passaram e dos que ainda estão na administração municipal. Falta vonta-de, coragem e ouvir os skatistas”, disse Paulo Gomes Júnior.

Por outro lado, Silmara Ciampone, Secretária Adjunta de Esportes do Município de Franco da Rocha diz que esteve recentemente no departa-mento de obras analisando a possibi-lidade de construção de uma pista de skate na cidade, como um projeto do Prefeito Kiko para o skate nos próxi-mos anos.  Silmara ainda classifica o skate como um importante esporte.

“Importante esporte que por anos fi-cou sem apoio” afirmou. As demais prefeituras não responderam até o fe-chamento desta matéria.Cada vez mais, o skate no Brasil é valorizado, porém, há muito ainda o quê melhorar. “O Brasil está mudando quanto ao skate, mas não tanto. Até dá para viver de skate se você fizer suas ‘correrias’ direito, mas é difícil”, falou Weslley Silva (25), praticante do es-porte há 8 anos. Um skatista Chileno que preferiu não se identificar, esta-va praticando o esporte nas pistas de Campo Limpo Paulista e afirmou: “Aqui no Brasil é mais organizado”.O skate perde seu espaço em muitos locais, mas mesmo assim, o número de praticantes desse esporte só cresce. Esse pequeno instrumento traz momentos únicos aos atletas que voam em quatro pequenas rodas, mas ao ver de outras pessoas, são apenas pessoas perdendo seu tempo. E você, concorda que o skate é dispensável, ou apoia os skatistas?

Imagem

Pistas de skate da região não estão devidamente apropriadas para a

prática do esporte.

IMAGENS: THALLES MATHEUS, TERCEIRO SEMESTRE - JORNALISMO

Cada vez mais, o skate no Brasil

é valorizado

Mesmo com a falta de incentivo, skatistas não desistem do esporte

IMPROVISO

Page 7: O Jornaleiro 004

7POLÍTICA

No dia 30 de Janeiro deste ano, o Prefeito de Campo Limpo Paulista, Sr. José Roberto de

Assis, criou o Projeto de Lei Comple-mentar Nº 571, o que gerou diversos comentários. Este projeto altera três leis criadas em administrações anteriores, dando a elas outras providências. Algu-mas providências são o aumento de sa-lários de alguns funcionários próximos ao prefeito e a criação de novos cargos comissionados, que são cargos ocupa-dos por indicações, ou seja, cargos para os quais aqueles que ocupam as vagas não precisam prestar concurso público.Segundo o próprio site da Prefeitura, a lei foi aprovada com seis votos a favor,

e apenas três contra, sendo criados qua-tro novos cargos: Diretor de Convênios; Assessor Jurídico; Diretor de Recursos Humanos; Diretor de Contabilidades e Orçamentos. Na própria lei 571 consta que são 13 vagas para Assessor Jurídico. Segundo informações internas da Prefeitu-ra, estas vagas foram preenchidas com pes-soas que trabalham e outras que já traba- lhavam na administração pública.No site também consta duas vezes “em compensação, são cortados 303 cargos em comissão (67 deles imediatamente).”

Desta forma, subentende-se que já existiam funcionários ocupando estes cargos. Porém, de acordo com o Vereador Leandro Bizetto, um dos que votaram contra a lei 571, os 303

cargos realmente exis-tiam, porém, não eram ocupados, não ger-ando, desse jeito, ne- nhum tipo de economia para os cofres públicos. Com esta lei os comis-sionados receberam um

aumento que varia entre 40% e 124%, enquanto os professores receberam apenas 5% de reajuste salarial.A equipe do O Jornaleiro buscou contato com o vereador Geada e a vereadora Maria Paranhos sobre seus posicionamentos a respeito do as-sunto, já que foram favoráveis ao pro-jeto. Até o final desta edição, não houve respostas por parte dos vereadores. Conversamos com o contador David DeLira, (46) um dos ativistas contra a corrupção em Campo Limpo Pau-lista, que nos relatou sua visão sobre o projeto. “A ânsia do prefeito em apro-var o Projeto 571, convocando duas sessões extraordinárias, conota logo de início, algo errado”, disse o ativista.

Mais médicosEsse mesmo projeto (571) também pautava pela contratação de mais

Os comissionados receberam um

aumento que varia entre 40% e 124%

Projeto 571 gera polêmicaOBERDAN MENDONÇA, TERCEIRO SEMESTRE - JORNALISMO

Na terceira tentativa, com seis votos a favor, projeto que previa aumento de cargos comissionados e de seus salários é aprovado

Manifestantes cobram por transparência por parte da Prefeitura em frente ao Paço

Ano II * Edição 4 * Março de 2014

médicos e o aumento de salário dos mesmos em 171%, passando de R$2000, para R$5.437,80 so-mando adicionais de assiduidade e insalubridade, com dezesseis horas por semana. Rogério Borges (Bor-jão), Adalberto Joventino da Silva (Betinho) e Leandro Bizetto, vere-adores que votaram contra o projeto, pediram em emenda de “número 1” que a situação dos médicos fosse vo-tada separadamente do aumento de cargos comissionados. Em um vídeo publicado na página oficial do vere-ador Borjão no facebook, ele diz que “Sou a favor do aumento do número de médicos e dos seus salários” e com-pleta “Colocar o problema dos médi-cos junto com os cargos comissionados vira um pacote para ele [Prefeito] resolver um problema político dele”.

ManifestaçõesA aprovação do projeto foi o estopim para que grupos de oposição ao go- verno e ativistas políticos agendassem uma manifestação em frente a prefeitu-ra no dia 18 de fevereiro, onde o foco foi, além de revindicar o projeto 571, melhorias na saúde, transparência com a população, melhorias no transporte entre outros motivos. O ato reuniu cerca de 120 pessoas que aproveitaram para participar da sessão ordinária na Câmara dos Vereadores

PROTESTO

IMAGEM: THALLES MATHEUS, TERCEIRO SEMESTRE - JORNALISMO

Interditado desde fevereiro de 2013, o Teatro Ayrton Senna em Campo

Limpo Paulista, após um ano de espera e processos burocráticos, recebeu do Governo Estadual o valor de 270 mil reais que será destinado à sua reforma. Conhecido na cidade por sediar eventos culturais promovidos por escolas e de-mais instituições, o teatro foi vistoriado no mês de fevereiro de 2013, no período de comoção nacional pelo incêndio da boate Kiss em Santa Maria. A tragédia no Rio Grande do Sul alertou a Adminis-

tração Publicada de Campo Limpo Paulis-ta e fez com que a Defesa Civil impedisse o funcionamento do teatro, sob as alegações dos laudos os quais revelam a precariedade do espaço. Rachaduras na estrutura, pol- tronas quebradas, encanamentos vazando e falhas na rede elétrica são pontos destaca-dos nestes documentos.Neste ano, a prefeitura recebeu a notícia de que a verba para o investimento será disponibilizada. O acontecimento se dá pelo projeto levado e apresentando ao Pa-lácio dos Bandeirantes no Morumbi, em

São Paulo por representantes da cidade juntamente ao Prefeito José Roberto de Assis, que trata principalmente sobre as dificuldades de orçamento que a prefeitu-ra enfrenta. A justificativa para a impossi-bilidade de a prefeitura realizar a reforma por sua própria conta é ligada ao fato de que houve grandes investimentos para a construção do Hospital de Clínicas.Durante o novo período de espera, o tea-tro continuará com o cartaz de “Estabe- lecimento Interditado”, enquanto ma-teriais em desuso foram colocados no

hall de entrada, conforme é possível enxergar pelas grades do portão princi-pal. Memos com previsão de início das obras para o segundo semestre de 2014, reabertura não tem data

Prefeitura recebe verba Estadual de R$270 mil para reforma do Teatro Ayrton SennaTIAGO PINHEIRO, TERCEIRO SEMESTRE - PUBLICIDADE E PROPAGANDA

Teatro ficou mais de um ano fechado

IMAGEM: THALLES MATHEUS, TERCEIRO SEMESTRE - JORNALISMO

Page 8: O Jornaleiro 004

Nossa cidade está abandonada?MIRELA MARAIA , TERCEIRO SEMESTRE - PUBLICIDADE E PROPAGANDA

8cotidiano

Ano II * Edição 4 * Março de 2014

IMAGEM: Reprodução/poressaspaginas.com

Charge do jornaleiro:SILVIO ROMÃO, TERCEIRO SEMESTRE - RÁDIO E TV

Enquanto os professores ganham 5% de aumento...

O Jornaleiro foi às ruas ou-vir a população de Cam-po Limpo Paulista, dentre

todos os ouvidos, os principais re-latos de problemas enfrentados na cidade atualmente são: falta de ma-nutenção e limpeza dos bairros, falta de médicos e remédios e o conges-tionamento que, no horário de pico, faz o trânsito tornar-se caótico.

Falta de manutenção nos bairros

Valdeir Furquim (36) mora em Campo Limpo Paulista há 15 anos e destaca. “Esse ano o ca-minhão de lixo não está passan-do regularmente.” Em resposta,

Moradores de Campo Limpo Paulista apontam vários pontos falhos na cidade

Mauricio Santos, assessor de im-prensa da prefeitura, explica que a manutenção e limpeza dos bair-ros ficam prejudicados essa época do ano por causa da temporada de chuvas e que a atual adminis-tração está em negociações com a secretaria de relações do trabalho. “Os funcionários que atuavam nos serviços de manutenção exer-ciam “trabalho escravo”, explica Mauricio que ainda afirma, “o serviço de coleta de lixo está nor-malizado, e que alguns problemas pontuais ocorrem pelo fato de a mão de obra dessa categoria apre-sentar forte rotatividade na em-presa concessionária”.

Falta de médicos e remédios

O aposentado Emilio Lucio dos Santos (68) se queixa da falta de remédios no posto de saúde, en-quanto uma moradora que vive há 9 anos na cidade e prefere não se identificar, completa, “a saúde está precária, não há médicos.” Quanto aos remédios, o assessor afirma que a farmácia municipal está funcio-nando normalmente. “A eventual falta de remédios ocorre por causa da logística para distribuição”, diz o mesmo que também comentou a delicada situação da saúde públi-ca. “A Câmara Municipal aprovou projeto do Executivo criando 160 novas vagas para médicos”.

Congestionamento

Quanto à questão do trânsito, a qual se encontra um tanto quanto caó-tica na cidade, Mauricio comenta alguns projetos de melhorias, como a criação do viaduto que ligará os dois lados da rodovia Edgard Maxi-mo Zambotto, a implantação de se-máforos e a duplicação da Avenida Alfried Krupp, obras cujos valores foram estimados em R$1,5 milhão, já liberados pelo governo do estado.Todavia, a população deve conti-nuar em alerta, para que se cum-pram os projetos e se façam valer todos os direitos de cada cidadão, para que assim se construa uma cidade cada vez melhor

O acúmulo de lixo na cidade e o mato que não é cortado deixam população indignada.

Trânsito intenso na Rua Francisco Miguel - Centro da cidade

SILVIO ROMÃO, TERCEIRO SEMESTRE - RÁDIO E TV

Tirinha

IMAGENS: THALLES MATHEUS, TERCEIRO SEMESTRE - JORNALISMO

ABANDONO?