nota da direção nacional do pco sobre a venezuela

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1 Nota da Direção Nacional do PCO Todos contra o golpe imperialista na Venezuela Contra o golpismo da direita, contra a política de colaboração de classes, unificar a classe trabalhadora e a juventude com um programa de luta por suas reivindicações e por um governo dos trabalhadores O PCO (Partido da Causa Operária) considera os recentes acontecimentos na Venezuela como fatos de extrema gravidade para as massas trabalhadoras do Brasil, de todo o continente e do mundo. A direita apoiada e financiada pelo imperialismo tem avançado contra os governos nacionalistas por meio de mecanismos extra-parlamentares devido ao seu próprio colapso eleitoral. A extrema direita promoveu mobilizações estudantis com o objetivo de desestabilizar o governo nacionalista burguês de Nicolás Maduro. Seu propósito declarado é criar as condições para a sua derrubada, nos mesmos moldes do recente golpe de estado da Ucrânia promovido pelo imperialismo. As hordas fascistas têm sido usadas como tropa de choque em movimentações similares que têm se intensificado em vários países. O monopólios imperialistas têm visto os lucros caírem em todos os setores por causa do aprofundamento da crise capitalista. Por esse motivo, tentam avançar sobre as condições de vida das massas e sobre as economias nacionais, principalmente dos países atrasados e oprimidos. As mobilizações golpistas têm sido a norma da direita latino-

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Page 1: Nota da Direção Nacional do PCO sobre a Venezuela

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Nota da Direção Nacional do PCO

Todos contra o golpe imperialista na Venezuela Contra o golpismo da direita, contra a política de colaboração de classes, unificar a classe trabalhadora e a juventude com um programa de luta por suas reivindicações e por um governo dos trabalhadores O PCO (Partido da Causa Operária) considera os recentes acontecimentos na Venezuela como fatos de extrema gravidade para as massas trabalhadoras do Brasil, de todo o continente e do mundo. A direita apoiada e financiada pelo imperialismo tem avançado contra os governos nacionalistas por meio de mecanismos extra-parlamentares devido ao seu próprio colapso eleitoral.

A extrema direita promoveu mobilizações estudantis com o objetivo de desestabilizar o governo nacionalista burguês de Nicolás Maduro. Seu propósito declarado é criar as condições para a sua derrubada, nos mesmos moldes do recente golpe de estado da Ucrânia promovido pelo imperialismo. As hordas fascistas têm sido usadas como tropa de choque em movimentações similares que têm se intensificado em vários países.

O monopólios imperialistas têm visto os lucros caírem em todos os setores por causa do aprofundamento da crise capitalista. Por esse motivo, tentam avançar sobre as condições de vida das massas e sobre as economias nacionais, principalmente dos países atrasados e oprimidos.

As mobilizações golpistas têm sido a norma da direita latino-

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americana nos últimos quatro anos. Tiveram sucesso em Honduras e no Paraguai, por meio de golpes de estado brancos, mas foram derrotados na Bolívia, Equador e principalmente na Venezuela. A tentativa fracassada do golpe militar de 2002 contra Hugo Chávez provocou o descalabro eleitoral da direita, do qual nunca mais voltou a se recuperar. A derrota nas últimas eleições presidenciais, realizadas em abril do ano passado, por uma margem relativamente pequena, deu alento à possibilidade de provocar uma divisão na base do chavismo. A nova vitória dos candidatos chavistas nas recentes eleições municipais mostrou que o nacionalismo burguês pode ter se enfraquecido, mas a direita está muito mais fraca. O mesmo tem acontecido em toda a América Latina e em escala mundial. Por esse motivo, estão se intensificando as movimentações golpistas, agora usando como principal instrumento a farsa das “massas nas ruas” instrumentalizadas pela ultra-direita.

As manobras do imperialismo, pela escala em que estão se desenvolvendo, lembram os anos de 1950 a 1970, quando os golpes militares organizados pelo imperialismo tornou-se a norma como forma de acentuar a dominação dos países oprimidos.

Uma parte da esquerda pequeno-burguesa tem se posicionado reiteradamente no campo da direita, chegando a apoiar o golpe de estado no Egito, a pedir armas ao imperialismo para os mercenários sírios e agora apoiar os nazi-fascistas ucranianos. O colapso ideológico e político dessa esquerda é gritante. É preciso repudiar energicamente esta política pró-imperialista dentro do movimento da classe trabalhadora, do povo e da juventude.

Os revolucionários proletários têm o dever de organizar a classe operária de maneira independente de todos os setores da burguesia, tanto de direita como de esquerda. No entanto, nunca devem posicionar-se no mesmo campo da

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direita imperialista e fascista. O imperialismo, que impulsiona o fascismo, é o principal inimigo dos trabalhadores, enquanto o nacionalismo burguês lhe serve como um espantalho com o objetivo de conter o ascenso popular, oscilando entre medidas progressistas para manter o seu apoio de massas e a capitulação diante da ofensiva imperialista. Os golpes dirigidos contra o nacionalismo burguês, por mais moderado e conciliador que este seja com o imperialismo, são acima de tudo dirigidos contra os povos oprimidos e, em primeiro lugar, a classe operária.

O PCO condena a política dos governos burgueses de desarmar os trabalhadores. Essa política, que acontece devido ao medo das massas e à confiança na democracia burguesa, é suicida, como o têm demonstrado todos os golpes.

O fascismo somente pode ser derrotado nas ruas e por meio da força da classe operária em movimento.

São Paulo, 26 de fevereiro de 2014

Comitê Central Nacional do Partido da Causa Operária