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9 PARTE I FATORES CONDICIONANTES DO DESENVOLVIMENTO Promover o desenvolvimento de um município de forma sustentável, participativo e inclusivo – objetivos fundamentais do Plano Diretor – está condicionado a fatores físico-ambientais, urbanísticos, econômico-sociais e institucionais, que podem se mostrar favoráveis ou não. Conhecer e avaliar esses fatores ajuda na compreensão da realidade do município e identificar as tendências de desenvolvimento, definir diretrizes e propostas e construir um novo modelo de desenvolvimento sustentável capaz de compatibilizar geração de emprego e renda, igualdade social e respeito ao meio ambiente, mediante processos participativos com o fortalecimento da gestão social. Em se tratando do município de Castelo do Piauí, a leitura da cidade apresentou um diagnóstico mediante o qual foi possível identificar a realidade e desenhar sob olhares diversos um novo cenário para o futuro da cidade. 1 FATORES FÍSICO-AMBIENTAIS As propriedades físicas e ambientais do município de Castelo do Piauí apresentam-se favoráveis a agricultura e a pecuária, devido ao relevo plano e suavemente ondulado que forma a área do território. As limitações agrícolas decorrentes da baixa fertilidade e acidez elevada dos solos exigem a prática do manejo, através da utilização de corretivos e adubos químicos e orgânicos, que permite eliminá-las e reintroduzir esses solos ao processo produtivo de culturas de interesse econômico para o município, aumentando a produtividade das culturas e a renda dos produtores e, simultaneamente, com melhores condições de cultivo, contribuir para minimizar as queimadas e o avanço das frentes de desmatamento da floresta nativa. As técnicas de manejo, além de reduzir os impactos negativos ambientais, oferecem algumas vantagens econômicas e financeiras, como: 109

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PARTE I

FATORES CONDICIONANTES DO DESENVOLVIMENTO

Promover o desenvolvimento de um município de forma sustentável,

participativo e inclusivo – objetivos fundamentais do Plano Diretor – está

condicionado a fatores físico-ambientais, urbanísticos, econômico-sociais e

institucionais, que podem se mostrar favoráveis ou não.

Conhecer e avaliar esses fatores ajuda na compreensão da realidade do

município e identificar as tendências de desenvolvimento, definir diretrizes e

propostas e construir um novo modelo de desenvolvimento sustentável capaz

de compatibilizar geração de emprego e renda, igualdade social e respeito ao

meio ambiente, mediante processos participativos com o fortalecimento da

gestão social.

Em se tratando do município de Castelo do Piauí, a leitura da cidade

apresentou um diagnóstico mediante o qual foi possível identificar a realidade e

desenhar sob olhares diversos um novo cenário para o futuro da cidade.

1 FATORES FÍSICO-AMBIENTAIS

As propriedades físicas e ambientais do município de Castelo do Piauí

apresentam-se favoráveis a agricultura e a pecuária, devido ao relevo plano e

suavemente ondulado que forma a área do território.

As limitações agrícolas decorrentes da baixa fertilidade e acidez elevada

dos solos exigem a prática do manejo, através da utilização de corretivos e

adubos químicos e orgânicos, que permite eliminá-las e reintroduzir esses

solos ao processo produtivo de culturas de interesse econômico para o

município, aumentando a produtividade das culturas e a renda dos produtores

e, simultaneamente, com melhores condições de cultivo, contribuir para

minimizar as queimadas e o avanço das frentes de desmatamento da floresta

nativa.

As técnicas de manejo, além de reduzir os impactos negativos

ambientais, oferecem algumas vantagens econômicas e financeiras, como:

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investimento inicial reduzido, produção imediata a partir do início da extração

do produto florestal e outros produtos madeireiros (mel, frutos e ervas)

advindos da mata nativa, proporcionando fonte de renda alternativa para o

produtor rural e a garantia de continuidade de ocupação da mão de obra, que

sobrevive diretamente da atividade florestal, como lenhadores e

transportadores.

O município de Castelo do Piauí compreende as seguintes classes de

solos, numa ordem de extensão territorial caracterizada por Latossolos

Amarelos, Solos litólicos, Areias Quartizosas e Podzólicos Vermelho Amarelo.

Devido a determinados tipos desses solos apresentarem baixa fertilidade

e acidez, recomenda-se que se realize um adequado manejo agrícola,

aplicando corretivos e adubação química e orgânica, pois, dessa forma, áreas

de terra serão transformadas em potencialidades de exploração agrícola e

pecuária. Ressalta-se, que o relevo do município contribui para a ocorrência de

áreas de expansão agrícola e pecuária, em virtude de sua formação plana e

com suaves ondulações.

Diante das queimadas e do avanço da atividade agrícola ao longo dos

recursos hídricos, degradando a vegetação protetora das margens e deixando

apenas fragmentos de floresta nativa e pequenos arbustos isolados, a proposta

a ser recomendada refere-se à implementação de um plano de recuperação

dessas áreas impactadas, acompanhado de uma ampla campanha de

conscientização junto à população em relação à necessidade da preservação

permanente desses recursos naturais.

Em relação ao clima é semelhante ao dos outros municípios do

Território, com variações de temperaturas entre 23⁰C (mínimas) a 35⁰C

(máximas), semi-úmido e quente, com uma altitude de 240 m acima do nível do

mar. No município ocorre uma precipitação pluviométrica média anual de 1.600

mm definida no Regime Equatorial Continental, com isoietas anuais variando

entre 800 mm a 1.600 mm, sendo o trimestre de janeiro, fevereiro e março

como o mais chuvoso.

A questão ambiental revela-se de importância estratégica para o

desenvolvimento sustentável de qualquer região, pois, resulta da interface

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entre o suporte físico e as atividades socioeconômicas, bem como das ações

políticas necessárias para seu controle ou minimização. Lamentavelmente,

esta interação costuma ocorrer gerando degradação ambiental: poluição do ar

e da água, desmatamento, cortes de terra que, por sua vez, ocasionam erosão,

deslizamentos, assoreamento dos cursos d’água, etc. Assim, um dos maiores

desafios da promoção do desenvolvimento de uma região é assegurar a

sustentabilidade ambiental desse desenvolvimento

No município de Castelo do Piauí, para que o desenvolvimento da

cidade possa andar lado a lado com o Meio Ambiente, algumas medidas

mitigadoras devem ser adotadas de forma emergencial, mormente por tratar-se

de um município com grande potencial turístico que, se bem explorado,

constituirá fonte geradora de emprego e renda. Porém, esse potencial ainda se

mantém bastante subutilizado. O Pico dos Andrés e a Pedra do Castelo estão

em processo de degradação, sendo necessária a criação de um Plano Turístico

Municipal que enfoque bem as belezas naturais existentes, com métodos de

proteção, programação de visitação, formas de publicidade e divulgação.

É fundamental a presença de um turismólogo, profissional de nível

superior que conhece, analisa e estuda o turismo em sua totalidade. Das

possíveis atribuições desse técnico, podem ser mencionadas dentre outras:

� Elaborar políticas de turismo municipais articuladas com as políticas

estaduais, regionais, nacionais e, até mesmo, internacionais.

� Elaborar o planejamento do espaço turístico;

� Analisar e elaborar planos para o desenvolvimento do turismo de forma

consciente, baseados em fatores sociais, culturais, ambientais e econômicos

presentes em cada região;

� Elaborar e coordenar trabalhos técnicos, estudos, pesquisas e projetos

em diferentes áreas do turismo;

� Coordenar e orientar trabalhos de seleção e classificação de locais e

áreas vocacionadas para o turismo;

� Coordenar áreas e atividades de lazer para o público em geral;

� Coordenar e orientar projetos de treinamento e/ou aperfeiçoamento de

pessoal, em nível técnico ou de prestação de serviços, além de planejar e

organizar eventos e viagens.

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Por haver grande quantidade de inscrições rupestres no Pico dos Andrés

e na Pedra do Castelo, torna-se necessária a presença de um

Arqueólogo especializado em pesquisas e estudos sobre antigas civilizações.

Os vestígios encontrados nas formações rochosas, em pedaços de cerâmica,

obras de arte e vários outros objetos permitem decifrar o modo de vida e

datação, para fundamentar a passagem de extintas civilizações no território.

Os sítios de pinturas e gravuras rupestres representam um patrimônio de

valor histórico incontestável, resultantes da atividade humana e, portanto, da

experiência, do cotidiano, da sensibilidade e das crenças de civilizações que

habitaram a região. Estes monumentos retratam uma época de forma singular,

única, não permitindo a restauração da estética, nem da história, sob pena de

perder a autencidade. Por isso, o trabalho de conservação além de complexo

deve basear-se nesse reconhecimento e ser realizado por especialista, pois,

somente a ele compete propor e efetuar a intervenção mais apropriada.

A criação da Secretaria Municipal de Turismo, Meio Ambiente e

Recursos Hídricos e o Departamento do Patrimônio Histórico e Cultural

vinculado à Secretaria de Educação e Cultura é uma proposta que visa não só

estruturar melhor as ações de desenvolvimento do turismo sustentável no

município, mas também estabelecendo uma agenda com o objetivo de cuidar e

preservar de maneira efetiva do acervo histórico, natural e cultural,

desvinculando essas atividades específicas que, atualmente, são de

responsabilidade da Secretaria Municipal de Infraestrutura.

Uma Política Ambiental deve ser criada, amparada na legislação

ambiental, para que a prefeitura tenha condições de elaborar um plano

ambiental amplo, com objetivos e metas bem definidas no sentido de evitar a

ocorrência de impactos como as queimadas, os desmatamentos e o lixo,

empregando instrumentos reguladores específicos para punir eventuais

transgressores da legislação ambiental, no âmbito do território municipal.

Em relação ao lixão da cidade, recomenda-se que este seja desativado

o mais rápido possível e sua área recuperada com vegetação nativa da região.

O novo local deve se adequar aos parâmetros da legislação ambiental, como a

distância dos corpos hídricos e dos centros populacionais, devendo o mesmo

funcionar sob a forma de aterro sanitário baseado na Lei nº 12.305, de 02 de

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agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Na cidade

deve ser implantado um centro de coleta seletiva, que possibilite a redução do

volume de lixo a ser destinado ao aterro e, desse modo, contribuir para o

aumento da sua vida útil que é, em media, de 30 anos. Além disso, deve haver

uma regularidade na coleta do lixo da cidade.

Em referência á drenagem urbana, a cidade deve receber um sistema

que dê vazão a toda a água pluvial e servida, evitando que o acúmulo propicie

um ambiente favorável à proliferação de vetores de doenças.

Para o Rio Cais deve ser elaborado um projeto objetivando a reposição

de sua mata ciliar, despoluição de suas águas e desassoreamento do seu leito,

além da conscientização ambiental, pois todos os problemas ambientais

encontrados nesse rio são causados pela ação do homem.

A educação ambiental deve ser tratada como carro chefe, para que

todas as ações em relação ao meio ambiente sejam concretizadas com êxito.

Ela deve ter como objetivo a disseminação do conhecimento sobre o

meio ambiente, a fim de ajudar à sua preservação e utilização sustentável dos

recursos. Representa um procedimento criado a partir do crescente interesse

do homem sobre a questão ambiental, devido às grandes catástrofes naturais

que têm assolado o mundo nas últimas décadas.

No Brasil, em particular, a educação ambiental assume uma perspectiva

mais abrangente, não se restringindo à proteção e o uso sustentável dos

recursos naturais, mas incorporando fortemente a proposta de construir

sociedades sustentáveis.

A educação ambiental tornou-se lei em 27 de Abril de 1999. A Lei n°

9.795 – Lei da Educação Ambiental, em seu Art. 2° afirma: "A educação

ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional,

devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades

do processo educativo, em caráter formal e não-formal”. Desse modo, a

educação ambiental tenta conscientizar a todos de que o ser humano é parte

do meio ambiente. Ela tenta modificar a visão antropocêntrica, que faz com que

o homem se sinta como o centro de tudo, esquecendo a importância da

natureza da qual é parte integrante.

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É bom lembrar, que o homem para sobreviver em sociedade aprende a

conviver e conhecer o seu ambiente. No início da civilização, o homem

aprendeu com o uso do fogo e de outros instrumentos para modificar o

ambiente. Devido aos avanços tecnológicos às vezes o homem parece

esquecer a sua permanente dependência da natureza.

Considerando a importância do tema é fundamental priorizar

determinadas ações através da criação de programas específicos, em razão

das potencialidades naturais e do patrimônio constituído pelos sítios

arqueológicos, de acordo com as sugestões abaixo:

1. Programa de Desenvolvimento Institucional

• Elaboração de leis ambientais municipais;

• Criação e instalação da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Turismo e

Recursos Hídricos;

• Implantação de um Sistema Municipal de Informação Ambiental;

• Implantação do Fundo Municipal do Meio Ambiente.

2. Programa de Preservação dos Corpos d’Água

• Mapeamento dos rios, riachos, olhos d’água, açudes e lagoas;

• Demarcação das áreas de preservação;

• Monitoramento e divulgação da qualidade das águas;

• Fiscalização dos desmatamentos de matas ciliares;

• Controle continuado do uso de agrotóxicos.

3. Programa de preservação das áreas verdes

• Zoneamento ambiental urbano e rural;

• Criação e implantação de áreas ambientais;

• Restauração de áreas degradadas;

• Criação do Parque Ambiental Pico dos Andrés e do Parque Ambiental do

Cânion do Rio São Miguel;

• Monitoramento contínuo da área do Cânion do Rio São Miguel, da área do

Pico dos Andrés e do Parque Municipal da Pedra do Castelo.

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4. Programa de Educação Ambiental

• Elaboração de Política de Educação Ambiental;

• Capacitação de agentes ambientais;

• Fortalecimento de parcerias com empresas e instituições;

• Inclusão da disciplina educação ambiental no ensino formal;

• Campanhas educativas contínuas;

• Divulgação da legislação ambiental.

5. Programa do Turismo Ecológico

• Mapeamento completo das áreas através do zoneamento;

• Elaboração de um Plano Municipal de Turismo;

• Elaboração de um Plano de Visitação;

• Elaboração de um Plano de Mídia para os atrativos naturais;

• Estabelecimento de parcerias com universidades para realização de estudo

de áreas de interesse do patrimônio histórico, paisagístico, natural e

cultural;

• Campanhas de Divulgação;

• Fiscalização das áreas de preservação arqueológicas.

Recomenda-se, afinal, que o espaço urbano seja melhor aproveitado

com arborização e preservação do meio ambiente, pois, com isso, haverá

diminuição da sensação térmica, provocada pelas altas temperaturas; melhora

do clima e, consequentemente, melhor qualidade do ar.

O compromisso de participar desse processo de transformação da

realidade urbana é relevante, pois, a sociedade, Iniciativa privada e o poder

público agindo e provendo os meios necessários para que todos sejam

beneficiados, é o caminho mais rápido para a concretização das mudanças.

2 FATORES URBANÍSTICOS

A evolução urbana de Castelo do Piauí se deu a partir de ocupações

dispersas no entorno de uma capela construída ainda no século XVIII,

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posteriormente substituída por uma nova construção, a Igreja matriz, localizada

atualmente no centro histórico da cidade.

Na década de 80 se registra o maior crescimento urbano, com uma

ocupação representada por 27,90% em relação ao total existente atualmente.

Posterior a década de 90 houve uma desaceleração, apresentando um índice

de crescimento menor de 25,16%. Na década seguinte, de 2000 ate os dias

atuais, verifica-se a continuidade dessa desaceleração no crescimento,

representada por 23,60%. O total da ocupação urbana atualmente é de

39,10%, ficando 21,11% de áreas sem ocupação e 39,79% de áreas ocupadas

por áreas verdes, praças, ruas e passeios.

A zona urbana apresenta gabarito horizontal e com media densidade

ocupacional. Da totalidade das edificações, 98,68% são térreas, 1,23% são

compostas por térreo e primeiro pavimento e 0,09% possuem mais de dois

pavimentos.

Na cidade existem áreas para o lazer, cultura e esporte, mas não

possuem estrutura adequada para a prática de tais atividades. Há uma

carência muito grande de mobiliário urbano, de arborização e paisagismo

urbano. O rio Cais e seu entorno, deve ser, além de áreas de preservação

permanente, estruturadas com a criação de um parque linear, favorecendo o

paisagismo urbano e principalmente ao meio ambiente. O parque serve para o

lazer contemplativo, visitação turística, práticas esportivas e locais para

eventos culturais e científicos.

A zona urbana de Castelo do Piauí tem uso predominantemente

residencial com 82,08% de ocupação. Em seguida o uso comercial com

9,39%, o uso misto (comercial e residencial) com 6,31%, o uso Institucional

com 1,68%, e outros usos com 0,50%, ficando o uso industrial com um índice

de baixa representatividade, ou seja, de 0,04%.

Os usos comercial, misto e institucional estão concentrados às margens

das vias de circulação mais intensa, tirando proveito da localização mais visível

e do fluxo mais intenso. Observando o mapa de tipologia da zona urbana de

Castelo do Piauí, percebe-se um padrão construtivo bom se comparado aos

municípios do Piauí, com edificações bem conservadas e com grande número

de construções em tijolo maciço, correspondendo a 61,21% e alvenaria (tijolo

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com furos) representada por 36,60%. Ainda têm representatividade as

construções em taipa representadas por 2,19% do total.

Antes de promover o crescimento rumo à periferia, convém ocupar

melhor os espaços vazios das áreas urbanas que já possuem melhor

infraestrutura. Imóveis desocupados e situados na chamada “cidade formal”,

geralmente se beneficiam da infraestrutura urbana, como esgoto, água, luz,

pavimentação de vias, entre outros, custeados pelo poder público e, portanto,

pela sociedade. Quanto maior a área urbana, maior é o custo de implantação e

manutenção destas redes e vias. Mantê-los subutilizados representa um alto

custo social, acarretando ônus à administração pública e prejuízos à

coletividade. Exercer a função social da propriedade não é nada além do que

proporcionar o seu uso adequado.

É preciso criar mecanismos que incentivem a dinâmica urbana e

aprimorem atividades produtivas e fontes de trabalho, ocupação e renda

existentes no município, tirando partido das potencialidades locais, com a

devida assessoria técnica, cursos sobre ecologia e outros especializados para

capacitação da população local.

A área urbana de Castelo do Piauí é cortada por uma Rodovia Estadual

(PI – 115), pelo rio Cais e pela linha férrea. A infraestrutura viária foi se

desenvolvendo de forma ordenada, mas sem uma macroestrutura viária que

possibilite a integração entre os bairros. Os bairros criados mais afastados do

centro, em forma de parcelamentos clandestinos, auxiliam no

comprometimento do sistema viário municipal. Grandes partes das vias ainda

não possuem pavimentação. No entanto, as principais são asfaltadas, contudo,

encontram-se atualmente em mal estado de conservação devido ao transito

inadequado de transportes pesados.

Para melhorar a situação se faz necessário uma ligação direta entre a

PI-115 que adentra a zona urbana, passando pela divisão dos bairros

Transmissores, Centro, Piçarra e Mutirão até o encontro da Av. Dirceu

Arcoverde do outro lado da cidade. Outra via proposta, é a “via Parque”

representada no Mapa de Intervenção que margeia a APP – Área de

Preservação Permanente criada no entorno do rio Cais. Através dessa via, é

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possível manter a ligação da cidade com os bairros, no sentido norte-sul e um

aproveitamento maior da área reservada ao parque linear.

Com a proposta de construção do parque a cidade receberá alguns

benefícios, como o seu embelezamento, a valorização do rio Cais, a

preservação do ambiente, além de representar mais um equipamento de lazer

para a população.

Em relação à frota de veículos motorizados existentes no município, há

que se prever um estudo de hierarquização de vias e estruturação física, pois a

tendência é aumentar cada vez mais essa frota e, com isso, provocar

dificuldades no tráfego de veículos, em um futuro não muito distante.

A área do município como um todo possui vias pavimentadas, mas a

grande maioria encontra-se sem pavimentação, tornando o tráfego ainda mais

difícil no período de chuvas.

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O sistema de transporte intermunicipal ainda não está conta com uma

estação de passageiros apropriada, com estrutura física adequada para

embarque e desembarque. Entretanto, há um projeto que deverá ser

implantado brevemente, o que facilitará bastante para a população.

A falta de sinalização constitui um grave problema para o tráfego de

veículos que circulam na cidade e para a população, pois Castelo do Piauí por

ser uma cidade turística, precisa orientar os seus visitantes e a própria

população residente. Nas ruas, a sinalização é inadequada quanto à disposição

e modo de fixação. As vias de acesso aos pontos turísticos não são

sinalizadas, necessitando um estudo sobre o trânsito local e promover gestão

junto ao Departamento Estadual de Transito visando solucionar esse impasse.

Por outro lado, os passeios das vias urbanas são precários, apresentam

diferenças de nível, não possuem rampas de acesso e, na grande maioria, sem

pavimentação adequada, contrariando, assim, as normas de acessibilidade da

ABNT. Obviamente trata-se de questões de solução difícil e cara, mas que

podem muito bem serem evitadas daqui por diante nas áreas expansão e por

ocasiões de eventuais reformas, nas edificações e quadras já consolidadas.

A zona urbana apresenta boa cobertura da rede de energia elétrica, com

100% das edificações beneficiadas. Porem, a energia elétrica é de má

qualidade em todo o município, principalmente nos períodos chuvosos quando

ocorrem frequentes quedas e oscilações.

No abastecimento d’água, apesar da cobertura de 100%, a cidade passa

por alguns desafios. Os bairros mais altos sofrem com as constantes faltas de

água e está havendo bastantes vazamentos nas tubulações antigas das

principais vias da cidade. Tanto o abastecimento de energia quanto o de água

merecem atenção dobrada para que o serviço seja realizado de modo a

satisfazer a população.

A quantidade de telefones públicos, assim como em outros municípios,

observa-se cada vez mais a redução do número de aparelhos instalados e as

condições físicas precárias, não oferecendo os serviços esperados pela

população local e turística. Embora o uso da telefonia móvel em grande escala

seja uma realidade, a população de baixo poder aquisitivo ainda usa bastante o

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20

orelhão, necessitando, portanto, de uma ação efetiva do poder público

municipal junto ao órgão competente, para solucionar esse problema.

Na zona urbana de Castelo do Piauí não existe rede coletora de esgotos

sanitários, e a contaminação se torna inevitável. Os aquíferos subterrâneos e o

rio Cais estão sendo poluídos, aumentando gradativamente o grau de

contaminação e a capacidade de propagação de vários tipos de doenças.

No tocante à limpeza urbana, a mesma é realizada constantemente,

mantendo a cidade limpa. Já o destino do lixo é um lixão situado dentro do

perímetro mínimo de afastamento da zona urbana e as margens da PI-115.

Propõe-se a criação de usina de reciclagem e estação de compostagem para o

aproveitamento máximo dos resíduos e adequação a Lei Federal 12.305/10,

regulamentada pelo Decreto 7.404/10, que instituiu a Política Nacional de

Resíduos Sólidos.

2.1 MACROZONEAMENTO MUNICIPAL

O ordenamento municipal compreende a totalidade do espaço do

município e não somente a zona urbana, uma vez que o desenvolvimento da

cidade depende da área rural, pois o crescimento da primeira ocorre em

direção à segunda.

A primeira grande divisão do território municipal de Castelo do Piauí se

faz entre a Zona Urbana, dentro do perímetro urbano, e a Zona Rural

delimitada entre o perímetro urbano e o limite municipal. A Zona urbana se

subdivide através de zoneamento urbano específico e a zona rural através do

macrozoneamento municipal determinando espaços de acordo com seu

interesse geral e suas finalidades específicas.

O macrozoneamento é um instrumento necessário à elaboração do

Plano Diretor Participativo, mediante o qual o território é dividido em

compartimentos levando em conta o diagnostico das condições físicas,

ambientais, econômicas e sociais do município, visando à integração e a

complementaridade entre o campo e a cidade, assim como a democracia do

acesso à terra urbana e a rural, em localizações adequadas ao

desenvolvimento humano e apropriadas às condições ambientais.

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É através do Macrozoneamento que é estabelecido a localização da

zona urbana em relação ao município e as áreas com características

especificas dentro da zona rural.

Para o município de Castelo do Piauí propõe-se a seguinte divisão:

• ZURB (ZONA URBANA)

• ZONA DE EXPANSÃO URBANA

• ZUR (ZONA DE USO RESTRITO)

• ZUE (ZONAS DE USO ESPECIAL)

• ZUAP (ZONA DE USO AGROPECUÁRIO)

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2.1.1 ZURB (ZONA URBANA)

Compreende a área já comprometida com a ocupação e a expansão

urbana delimitada pelo perímetro urbano.

2.1.2 ZONA DE EXPANSÃO URBANA

São áreas inseridas dentro do perímetro urbano, passiveis de

parcelamento do solo, mas que enquanto encontram-se não parceladas, e não

foram indicadas como de parcelamento prioritário, não deve ser incidido sobre

elas o IPTU.

2.1.3 ZUR (ZONA DE USO RESTRITO)

Compreende Áreas de Preservação Permanente e de remanescentes

florestais, onde seu uso deve estar voltado à preservação e conservação

ambiental.

2.1.4 ZUE (ZONAS DE USO ESPECIAL)

São áreas com existência de inscrições rupestres ou áreas de interesse

paisagístico e cultural. São aquelas que por suas características naturais ou

por exigências de planos, projetos ou programas específicos, requeiram

tratamento especial para sua intervenção, podendo ser descontínuas e estar

distribuídas por todo o Município, e que são controladas por meio de legislação

e normas especificas, emanadas dos diferentes níveis de governo. Em Castelo

do Piauí estas áreas são consideradas como pontos turísticos.

2.1.5 ZUAP (ZONAS DE USO AGROPECUÁRIO)

São unidades territoriais de aproveitamento tradicional dos recursos

naturais, no interior da qual é admitida a manutenção de pastagens e áreas

agrícolas ou atividades humanas similares, desde que sejam compatíveis com

as características físicas bióticas e antrópicas da ZUAP.

2.2 ZONEAMENTO URBANO

O zoneamento urbano consiste em subdividir a área delimitada pelo

perímetro urbano em zonas com parâmetros diferenciados de uso e ocupação

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do solo, especialmente com relação aos índices urbanísticos. O zoneamento

busca alcançar esses objetivos através do controle de dois elementos

principais: o uso e o porte (ou tamanho) dos lotes e das edificações. Com isso,

espera-se que os resultados, através de intervenções individuais, estejam de

acordo com os objetivos do município que incluem proporcionalidade entre a

ocupação e a infraestrutura, necessidade de proteção de áreas frágeis e de

interesse cultural, harmonia do ponto de vista volumétrico, etc.

Para minimização dos conflitos de uso do solo, optou-se pela

metodologia de limitações pelo sistema viário combinada com a metodologia

tradicional de limitações por zonas (onde usos e atividades são divididos em

categorias – residencial, comercial, industrial, etc. e cada zona possui diretrizes

quanto à possibilidade ou não de abrigar cada uma delas, por entender ser a

cidade de pequeno porte, mas que necessita separar usos incompatíveis,

resolvendo conflitos de vizinhança já existentes.

As limitações pelo sistema viário classificam os usos e atividades em

categorias, e definem, para estas, níveis de incomodidade usando a seguinte

lógica:

- Vias arteriais e coletoras são mais tolerantes à incomodidade;

- Vias locais são menos tolerantes à incomodidade.

Nessa repartição, incentiva-se o uso misto em todas as zonas, e ao

mesmo tempo é possível evitar que usos muito incompatíveis instalem-se lado

a lado, com um bom nível de resolução se comparado ao das zonas, com

estudos de impacto de vizinhança.

Desta forma, Castelo do Piauí se estrutura a partir das seguintes zonas:

• Zona Urbana Consolidada (ZUC)

• Zona Urbana em Consolidação (ZUEC)

• Zona de Interesse Paisagístico (ZIP)

• Zona de Interesse Cultural (ZIC)

• Zona de Ocupação Prioritária (ZOP)

• Zona de Ocupação Controlada (ZOC)

• Zona Especial de Interesse Social (ZEIS)

• Área de Preservação Ambiental (APA)

123

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24

• Área de Preservação Permanente (APP)

2.2.1 Zonas de Uso

2.2.1.1 Zona Urbana Consolidada (ZUC)

Parcela do território caracterizada por apresentar maior densidade

populacional, melhor infraestrutura, por possuir concentração maior dos

equipamentos urbanos públicos do Município, baixa qualidade ambiental,

necessidade de requalificação e por apresentar atividades econômicas

124

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25

intensas concentradas em corredores próximos às vias principais do sistema

viário.

Objetivos

• Induzir e ordenar a ocupação de imóveis não utilizados ou

subutilizados;

• Reorganizar e requalificar urbanística e ambientalmente a malha

viária existente;

• Orientar a convivência adequada de usos e atividades diferentes;

• Melhorar a infraestrutura existente e implantar infraestrutura de

saneamento;

• Ampliar espaços verdes e de lazer, preferencialmente de uso publico;

• Introduzir novas dinâmicas urbanas;

• Garantir a proteção e preservação do patrimônio ambiental e cultural.

2.2.1.2 Zona Urbana em Consolidação (ZUEC)

Parcela do território municipal caracterizada por possuir densidade

populacional média a baixa, com capacidade de adensamento, predominância

de uso residencial, carência de equipamentos públicos, infraestrutura

parcialmente instalada, sistema viário descontinuo e baixa capacidade de

tráfego, grandes quantidades de vazios urbanos e potencial ambiental

reduzido, com necessidade de implementação de medidas de recuperação e

preservação ambiental.

Objetivos

• Melhorar a integração entre os bairros;

• Incentivar a ocupação de vazios urbanos;

• Implantar novos usos e atividades;

• Orientar os usos e atividades existentes a fim de evitar conflitos;

• Incentivar o sistema de circulação de pedestre;

• Orientar políticas, planos, projetos e ações de qualificação do

espaço e de implementação de infraestrutura;

125

Page 18: N01 diretrizes i

26

• Incentivar a criação de um sistema de áreas verdes públicas;

• Requalificar a paisagem garantindo a proteção e preservação do

patrimônio ambiental e cultural.

2.2.1.3 Zona de Interesse Paisagístico (ZIP)

Destina-se a regular área de interesse especifico de proteção do

patrimônio paisagístico, tendo como características: existência áreas com

elevado valor paisagístico, carência de infraestrutura e equipamentos públicos,

sistema viário característico da ocupação tradicional e condições ambientais

favoráveis com necessidade de medidas de proteção. Em Castelo do Piauí

tem-se as margens do rio Cais, paralela a APP, como representante desta

zona.

Objetivos

• Preservar, revitalizar e conservar o patrimônio paisagístico e ambiental;

• Implantar infraestrutura adequada;

• Implantar equipamentos públicos e espaços de lazer;

• Incentivar a criação de corredores culturais.

2.2.1.4 Zona de Interesse Cultural (ZIC)

Destina-se a regular área de interesse especifico de proteção do

patrimônio cultural, tendo como características: existência de edificações e

ambientes de valor histórico, carência de infraestrutura e equipamentos

públicos, sistema viário característico da ocupação tradicional e condições

ambientais favoráveis com necessidade de medidas de proteção. Em Castelo

do Piauí tem-se principalmente o entorno da Igreja Matriz, com edificações

características da colonização da cidade.

Objetivos

• Preservar, revitalizar e conservar o patrimônio histórico e cultural;

• Promover a identidade cultural;

• Incentivar o uso residencial e comercial controlado;

126

Page 19: N01 diretrizes i

27

• Implantar infraestrutura adequada;

• Incentivar a criação de corredores culturais.

2.2.1.5 Zona de Ocupação Prioritária (ZOP)

Parcela não consolidada do território municipal, destinada ao

adensamento e à urbanização, visto que esta é a área urbana mais propícia a

ocupação futura devido à ausência de barreiras físicas naturais e à

proximidade de acesso à estrutura urbana consolidada.

Objetivos

• Qualificar urbanística e ambientalmente a futura malha viária;

• Fazer ocupação do território, seguindo projeto de planejamento urbano

a ser executado pela prefeitura e elaborado por equipe técnica

habilitada, segundo diretrizes do Plano Diretor Participativo;

• Dar continuidade ao tecido urbano existente, dimensionando vias de

acordo com o estudo de hierarquização de vias.

2.2.1.5 Zona de Ocupação Controlada (ZOC)

Parcela não consolidada do território municipal, destinada ao controle

de ocupação e a restrição da expansão urbana, devido à proximidade de

barreiras físicas naturais e dos objetivos de expansão da futura malha urbana.

Esta zona é caracterizada pela inexistência de malha viária e equipamentos

urbanos, mas com possível ocupação em função da pressão dos vetores de

crescimento da cidade.

Objetivos

• Compatibilizar e adequar o uso e ocupação em função das limitações

ambientais, garantindo a ocupação de baixa densidade;

• Conter a expansão urbana;

• Evitar ocupações desordenadas;

• Criar áreas de proteção ambiental.

127

Page 20: N01 diretrizes i

28

2.2.1.6 Zona Especial de Interesse Social (ZEIS)

Parcela não consolidada do território municipal destinada

prioritariamente à regularização fundiária, urbanização e à produção de

Habitação de Interesse Social (HIS) para famílias com renda igual ou inferior a

3 (três) salários mínimos.

Objetivos

• Viabilizar para a população de menor renda o acesso à terra urbanizada

e a habitação digna e sustentável;

• Implementar políticas e programas de investimento e subsídios,

promovendo e viabilizando o acesso à habitação voltada à população de

menor renda;

• Qualificar urbanística e ambientalmente a futura malha viária;

• Infraestruturar e colocar em funcionamento serviços básicos.

• Eliminar situações de risco;

• Qualificação ambiental.

2.2.1.7 Área de Preservação Ambiental (APA)

Parcela do território municipal, de domínio público ou privado, destinada

à preservação dos recursos ambientais (fauna, flora, solo e recursos hídricos).

A área de proteção ambiental pode apenas ter uso sustentável, ou seja, seu

acesso, ocupação e exploração devem ser controladas para não prejudicar o

ecossistema da área. Porém, cabe aos órgãos governamentais a fiscalização

da ocupação e exploração destas áreas.

Objetivos

• Garantir a proteção dos ecossistemas e suas diversidades biológicas;

• Disciplinar a ocupação do solo;

• Possibilitar o uso sustentável dos recursos naturais (solo, água e

vegetação);

128

Page 21: N01 diretrizes i

29

• Incentivar o turismo ecológico implantando a infraestrutura necessária,

para se constituir em mais uma fonte geradora de emprego e renda

além de dinamizar a economia municipal.

2.2.1.8 Área de Preservação Permanente (APP)

Parcela do território municipal de domínio público ou privado, cobertas

ou não por vegetação nativa, que têm como função preservar os recursos

hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico

de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem estar das populações

humanas. Como exemplo de APP está às áreas de mananciais, as encostas

com mais de 45 graus de declividade e as matas ciliares. Essas áreas são

protegidas pela Lei Federal nº 4.771/65.

Qualquer intervenção em APP deve requerer autorização do DEPRN.

Caso contrário, será considerado crime ambiental, conforme dispõe a Lei

Federal nº 9.605/98.

Objetivos

• Garantir a biodiversidade da flora e da fauna;

• Proteção de ambientes naturais;

• Contribuir para regular o clima, abastecer os mananciais de água e

proporcionar qualidade de vida às populações humanas.

• Proteger as encostas e a vegetação em seu entorno, servindo para

drenagem natural das águas pluviais;

• Conciliar a preservação com atividades de lazer ecológico e

contemplativo.

2.2.2 Índices Urbanisticos

Os índices, urbanísticos constituem os instrumentos normativos

determinantes dos modelos de assentamento urbano, em função da densidade

populacional e da área edificada desejável para determinada zona ou área. Os

parâmetros indutores para a ocupação de um lote são, dentre outros:

129

Page 22: N01 diretrizes i

30

• Testada mínima e área mínima do lote;

• Recuos mínimos da edificação em relação ao alinhamento predial

(recuo frontal) e da edificação em relação às divisas do lote (recuo

lateral e de fundos);

• Taxa de ocupação do lote pela edificação;

130

Page 23: N01 diretrizes i

31

• Índice (ou coeficiente de aproveitamento da edificação);

• Taxa de permeabilidade do lote;

131

Page 24: N01 diretrizes i

32

O quadro abaixo apresenta os parâmetros urbanísticos dispostos passa

cada zona em Castelo do Piauí. Z

ON

AS

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MÍN

IMO

/

TE

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A M

INIM

A (

m²/

m)

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M²)

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IMA

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P (

%)

ZUC 300/10

Frontal:4,00

Lateral :1,50

Fundos: 2,00

70 4 10

ZUEC 300/10

Frontal:4,00

Lateral :1,50

Fundos: 2,00

70 4 10

ZOP 300/10

Frontal:4,00

Lateral :1,50

Fundos: 2,00

60 3 10

ZOC 420/15

Frontal:4,00

Lateral :1,50

Fundos: 2,50

50 2 20

ZEIS 180/9

Frontal:4,00

Lateral 01:1,50

Lateral 02: zero

Fundos: 2,00

75 2 15

2.3 HIERARQUIA VIÁRIA

A estrutura viária de Castelo do Piauí é composta por vias classificadas

de acordo com a função que as mesmas desenvolvem na distribuição do

trafego no espaço urbano, sendo:

• Rodovias - têm por objetivo interligar Castelo do Piauí aos demais

municípios, sendo a mesma composta pela PI-115, PI-221, PI-216 e a PI-407.

• Vias arteriais - são vias que completam e interconectam as demais vias

que compõem a rede viária principal, devendo atender a mobilidade do tráfego.

132

Page 25: N01 diretrizes i

33

São caracterizadas por intersecções em nível. As vias arteriais devem ter

dimensões mínima de 27m, sendo:

- Calçada: 3,00m (três metros) de cada lado;

- Faixa de rolamento: 7,00m (sete metros de cada lado);

- Canteiro central: 3,00m (três metros);

- Estacionamento: 2,00 (dois metros) de cada lado.

Planta Esquemática Via Arterial

Corte Esquemático Via Arterial

• Vias coletoras – são vias destinadas a coletar e distribuir o trânsito que

tenha necessidade de entrar ou sair das vias estruturais ou arteriais,

possibilitando o trânsito dentro das regiões da cidade. As vias coletoras devem

ter dimensão mínima de 18,00 metros, sendo:

- Calçada: 3,00m (três metros) de cada lado;

- Faixa de rolamento: 7,00m (sete metros);

- Estacionamento: 2,50 (dois metros e meio de cada lado);

133

Page 26: N01 diretrizes i

34

Planta Esquemática Via Coletora

Corte Esquemático Via Coletora

• Vias locais – são vias que se destinam a servir diretamente os lotes

urbanos, permitindo uma baixa velocidade de percurso. São caracterizadas por

intersecções em nível não semaforizadas, destinada apenas ao acesso local

ou a áreas restritas. As vias locais devem ter dimensão mínima de 13,00

metros, sendo:

- Calçada: 3,00m (três metros) de cada lado;

- Faixa de rolamento: 7,00m (sete metros);

• Ciclovias – são vias destinadas somente ao uso de ciclistas, podendo estar

situadas em faixas de outras ou vias exclusivas. As ciclovias deverão ter

dimensões mínima de 3,00 metros, devendo as mesmas serem

134

Page 27: N01 diretrizes i

35

bidimensionais. As ciclovias serão implantadas, mediante elaboração de

projeto especifico nos locais abaixo descritos:

- canteiro central das vias estruturais e arteriais;

- em vias que se fizerem pertinentes.

• Calçadas – as calçadas deverão obrigatoriamente atender aos requisitos

abaixo mencionados:

- fica expressamente proibida a existência de obstáculos físicos (degraus,

muretas, etc.) nas calçadas do município;

- em todas as esquinas deverá haver rebaixamento de meio-fio conforme

normas estabelecidas pela NBR9050/2004 ou norma posterior que lhe altere.

3 FATORES INSTITUCIONAIS

A representatividade política e institucional do município está formada

pelos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, instalados na sede municipal

e funcionando de forma harmônica e independente.

Em referencia a estrutura organizacional do poder executivo, uma

reavaliação da atual estrutura é necessária, pois, apresenta falhas operacionais

devido a sua inadequação. No intuito de melhor definir competências e

proporcionar um eficiente desempenho funcional, propõe-se a criação das

seguintes unidades organizacionais: Secretaria do Turismo, Meio Ambiente

e Recursos Hídricos, com desmembrando de suas atividades próprias, que

atualmente são executadas pela Secretaria de Infraestrutura; Unidade de

Arrecadação de Tributos - UMA, com atribuições para planejar, acompanhar

e controlar a arrecadação dos tributos municipais e, com isso, incrementar as

receitas próprias do município e a Central de Compras e Patrimônio (material

permanente, de consumo e outros), tendo por objetivo planejar as compras

conforme as necessidades; reduzir custos e desperdícios com aquisições

desnecessárias; rapidez no atendimento; convergência de todas as compras

para adequar à disponibilidade orçamentária de cada unidade organizacional,

135

Page 28: N01 diretrizes i

36

como também melhor direcionar as licitações e manter o controle dos bens

patrimoniais.

Também, em face do patrimônio histórico, natural, paisagístico e cultural

que dispõe o município, mormente no que tange ao acervo arqueológico e do

centro histórico, há a necessidade de ser criado um Departamento Histórico e

Cultural destinado a cuidar das questões relacionadas ao acervo patrimonial

natural e cultural do município, subordinado à Secretaria Municipal da

Educação.

Por outro lado, essa adequação requer a capacitação de servidores, no

sentido de prepará-los para a implantação das mudanças sugeridas neste

documento, realizando também intervenções na estrutura física utilizada pela

prefeitura municipal, visando adaptá-la e torná-la mais funcional.

A forma recomendada de gestão é a participativa e descentralizada, que

inclusive está sendo posta em prática pelo gestor e que considerada-se como

aspecto positivo da administração municipal, que só contribui para melhorar o

desempenho da máquina administrativa, tornando-a mais célere e eficiente. A

continuidade dessa forma democrática de gestão permite ao gestor aplicar

melhor os recursos, atendendo as demandas mais urgentes, e a população

prestigiada como partícipe da construção de seu próprio destino.

No caso da elaboração do orçamento de forma participativa, (Governo e

Sociedade), ou de qualquer outro instrumento de gestão a ser elaborado, ajuda

administrar melhor a cidade, levando em conta que as necessidades de cada

bairro ou povoado são discutidas e pactuadas com a população.

Na dimensão político-institucional, o estreitamento das relações entre o

poder público e as organizações formais deve acontecer de forma que essas

organizações sintam-se fortalecidas e prestigiadas, para lutar em defesa de

direitos; participar de debates e discussões de temas importantes através dos

espaços institucionalizados, como fóruns, conferências, audiências públicas e

outras formas de participação, agindo sempre na busca do interesse coletivo.

No tocante ao ordenamento do espaço urbano, os instrumentos

reguladores são peças importantes na efetivação das mudanças da realidade

econômica e social do município, fazendo com que esse espaço cresça de

forma organizada. Destacam-se como mais importantes: a Lei do Perímetro

136

Page 29: N01 diretrizes i

37

Urbano, o Código Tributário, o Código de Obras e de Posturas, a Lei do Uso e

Ocupação do Solo, a Lei do Parcelamento do Solo e a Lei do Meio Ambiente,

além de outros que podem ser criados ou revistos de acordo com a

necessidade e a Lei do Plano Diretor.

Não dispor desses instrumentos dificulta a execução das ações

propostas, inclusive em relação à tributação, como é o caso do IPTU que

somente é possível com a criação e/ou manutenção atualizada do Cadastro

Imobiliário. Este instrumento contribui de maneira decisiva para a justa

cobrança do IPTU e para o aumento da capacidade tributária, além de

funcionar como regulador da expansão ordenada do espaço urbano.

Assim, a implementação da reforma urbana de Castelo do Piauí

depende inicialmente da reorganização da prefeitura e capacitação de sua

equipe interna, além de uma gestão participativa mais abrangente. O plano

deve, acima de tudo, tornar-se ação de governo, acompanhado

permanentemente pela sociedade, pois, a sua eficácia dependerá

fundamentalmente da atitude e do compromisso da administração local.

4 FATORES ECONÔMICO-SOCIAIS

A área territorial do município de Castelo do Piauí é de 2.035,18 Km²,

com um contingente populacional de 18.338 habitantes segundo o censo do

IBGE/2010 e uma densidade demográfica de 9,01hab./km². Com relação à

distribuição populacional, há evidência de uma predominância da população

urbana representada por 11.479 habitantes, enquanto a população rural é de

6.858 habitantes. Trata-se de um município com forte tendência para

agropecuária, apesar de uma atividade comercial intensa e uma aparente

expansão do setor industrial. O acervo arqueológico, compreendendo os

diversos sítios existentes no território, e os recursos hídricos naturais são

atrativos turísticos que se revelam como atividade de expressão econômica a

ser explorada, podendo agregar o artesanato como fonte de ocupação e renda

adicional para a população, em função dessa realidade turística,

137

Page 30: N01 diretrizes i

38

A tendência agrícola do município, entretanto, deve ser estimulada

através de incentivos tecnológicos e financeiros, recomendando-se o acesso

ao crédito, a distribuição de sementes geneticamente melhoradas, a

implementação de culturas diversificadas, a instalação de agroindústrias

voltadas para o melhor aproveitamento dos produtos agropecuários,

especialmente com relação ao caju e a cana de açúcar que já se destacam na

região pela produção da cajuína e da cachaça.

A atração de investimentos, para beneficiar produtos gerados pela

agricultura com agregação de valor, tornará esses produtos de qualidade e

competitivos, e, como conseqüência, causará impactos positivos no

desempenho das atividades produtivas dos outros setores da economia local.

Dessa forma, ensejará a ocorrência de crescimento econômico e de

oportunidades de trabalho e renda.

Também é importante procurar instituir mecanismos que propiciem a

abertura de espaços para a economia solidária, pois ela assegura uma melhor

distribuição da produção e comercialização de forma associativa, tendo como

característica a autogestão. Esse mecanismo tem apresentado excelentes

resultados, envolvendo a agricultura familiar como eixo aglutinador das ações

estratégicas, que tem contribuído para complementar a renda dos produtores e

melhorar a qualidade de vida. Para tanto, tornam-se necessários incentivos

como o crédito, capacitação, apoio técnico, uso de modernas tecnologias,

dentre outros. Tal iniciativa é de competência do poder público, que tem o

dever de fomentar o desenvolvimento e, desse modo, proporcionar o aumento

da produção e produtividade.

O desenvolvimento do município deve ser integrado, para alterar em

diferentes aspectos a vida em comunidade, transformando a riqueza em

qualidade de vida para as pessoas. Dessa forma, o crescimento urbano, o

fomento da atividade agropecuária, do comércio, da indústria, do turismo e dos

serviços, aliado à formação educacional/escolar e profissional dos jovens

resulta no desenvolvimento local que se desenha.

Assim, para que isso ocorra em Castelo do Piauí, é necessária a

aplicação de planos e projetos que envolvam os munícipes, as lideranças

138

Page 31: N01 diretrizes i

39

comunitárias, os empresários dos diversos setores da atividade produtiva, o

poder público e financeiro do município.

Entre os principais produtos da pauta de exportação do Piauí, três tiveram

ocorrências identificadas no município: Pó cerífero (destinado à produção de

cera de carnaúba tipo exportação), castanha de caju e mel. Esses produtos

têm fortes perspectivas dentro da expansão do agronegócio piauiense.

Dentre as ações a serem desenvolvidas, visando o aprimoramento e a

dinamização das atividades produtivas no município, referenciam-se as cadeias

produtivas extrativas dos carnaubais, do setor apícola, da cajucultura e dos

produtos florestais. O extrativismo da carnaubeira é uma atividade

desenvolvida por grupos de baixa renda que, em época de entressafra

agrícola, possibilita às famílias rurais a obtenção de recursos monetários, os

quais proporcionam a manutenção desses grupos populacionais no campo.

No que concerne a necessidade de utilização dos recursos florestais, no

município pelos setores afins, torna-se consensual que se proceda com base

em Planos de Manejo Florestal Sustentado, com o objetivo de explorar

racionalmente esses recursos, sem degradar a fauna, a flora e o meio

ambiente, operacionalizando de conformidade à legislação do órgão ambiental.

O município conta com oito assentamentos onde residem cerca de 280

famílias e se constituem em forte potencial para o desenvolvimento da

produção local. Para tanto, devem ser adotadas políticas e projetos que

tenham como objetivo a inserção dos resultados das atividades desenvolvidas

pelas famílias nos assentamentos, no mercado local. Por outro lado, é

importante que as mesmas produzam, não só para o próprio consumo, mas

que coloque o excedente além das fronteiras dos assentamentos, no mercado

local e/ou da região.

O Contingente populacional no campo é relativamente grande (37,4%),

indicando que boa parcela vive de atividades características de subsistência.

Assim, o município deve se preparar para utilizar melhor os seus recursos

humanos: educando-os, capacitando profissionalmente os jovens, preparando-

os para o mercado de trabalho e adotar práticas que contribuam para a

redução do êxodo.

139

Page 32: N01 diretrizes i

40

Os setores agropecuário, industrial e do turismo, segundo as leituras

realizadas, são aqueles que merecem maior atenção, tendo em vista as

potencialidades identificadas. Desse modo, devem ser consideradas as

seguintes propostas:

• Setor Primário

- Desenvolver um programa/política de apoio técnico e financeiro para o

pequeno produtor rural, visando a ampliação da área e da produção da cana de

açúcar, no modo de compra/venda garantida, envolvendo diretamente nessa

cadeia produtiva as indústrias de aguardente local, fornecedores de

equipamentos e de produtos agrícolas. Justifica-se a importância dessa cultura

para o desenvolvimento do município, pelo fato da mesma contar com fatores

alavancadores tais como:

a) Aptidão do solo.

b) Técnica de produção e variedades adaptadas.

c) Demanda no mercado local pelas indústrias de aguardentes e outros

derivados.

d) Disponibilidade de mão de obra.

A Avicultura, a suinocultura, a caprinocultura, a ovinocultura e a

apicultura foram identificadas como atividades rurais potenciais do ponto de

vista econômico de mercado. Assim, é importante que seja alcançado

(envolvido) um maior número de produtores e/ou intensificar a produção

daqueles que já desenvolvem essas atividades criatórias. Dessa forma a

Secretaria Municipal de Agricultura juntamente com a futura Secretaria

Municipal de Turismo, Meio Ambiente e Recursos Hídricos, devem promover,

conjuntamente, eventos que demonstre a importância econômica das

atividades pecuárias atendendo a realidade turística local, e que requer o

envolvimento da Associação dos Criadores Locais, Criadores/Produtores,

Banco do Brasil, comerciantes, EMBRAPA, EMATER, Banco do Nordeste,

SENAR, SEBRAE, dentre outros, além de:

a) Desenvolver políticas locais que incorpore um maior número de

produtores nos programas do PRONAF, notadamente os jovens diretamente no

PRONAF Jovem.

140

Page 33: N01 diretrizes i

41

b) Incrementar a cadeia produtiva da ovinocaprinocultura no município e

região, com a adoção de novas tecnologias tendo em vista:

- Melhoria da genética do rebanho

- Garantia de assistência técnica ao produtor

- Incentivo ao consumo de carne e derivados

- Incentivo ao cooperativismo e ao associativismo dos produtores

- Incentivo ao abatimento local de animais, com o aproveitamento da

pele.

c) Incentivar a produção de caju anão precoce com o aproveitamento do

pseudofruto e da castanha, capacitando os agricultores e técnicos para o

cultivo dessa variedade e incentivando a implantação de novas tecnologias,

para agregação de valor ao pseudofruto e à castanha.

d) Considerando a importância econômica da cana de açúcar para o

mercado local, onde as industriais de aguardente e de produtos derivados da

cana se encontram historicamente e economicamente identificadas com o

município, é importante o desenvolvimento de políticas que levem ao aumento

de áreas plantadas, incorporando dentro da cadeia produtiva os pequenos

agricultores, com programas de compras garantidas pelas indústrias locais,

podendo, inclusive, com apoio da Secretária Municipal de Agricultura,

estabelecer o sistema de garantias públicas, com vistas à implantação de

sistemas irrigados para o pequeno produtor.

e) Incentivar a produção de rapadura, agregando valor ao produto,

inclusive, com sabor de frutas locais.

f) Criar o Conselho de Desenvolvimento Fundiário, estabelecendo uma

parceria entre o INCRA e o INTERPI, para resolver casos de desapropriação e

facilitar o acesso ao crédito nas áreas de assentamentos.

g) Intensificar a instalação de colméias para a produção de mel no

território do município, com emprego de tecnologias de instalação e de manejo

que incremente a produção e a qualidade do mel.

h) Incentivar o uso do mel na merenda escolar.

i) Estimular a criação de associações de produtores, cooperativas, com

vistas à captação de recursos para a produção, eletrificação rural,

abastecimento d’água e outros.

141

Page 34: N01 diretrizes i

42

j) Incentivar a implantação de técnica de melhoramento da colheita da

palha e da qualidade do pó da carnaúba, de modo que favoreça a mitigação da

pobreza rural. Nesse sentido, a utilização da estrutura de um “Secador Solar”

para a secagem de palhas induz a redução de custos e maior rendimento, com

qualidade do pó, além do uso da “derriçadeira”, equipamento destinado a

extração do pó cerífero com ampla oportunidade de melhorias.

k) Desenvolver atividades e políticas, junto aos órgãos financiadores da

produção pecuária (bovino-caprinos/caprinos/ovinos/suínos e aves), com vistas

ao apoio do financiamento, objetivando a aquisição de reprodutores e matrizes

melhoradas para criadores familiares, acompanhado da implantação de um

plano de melhoria nutricional e sanitária.

l) Incentivar as feiras regionais de pequenos criadores familiares.

m) Promover campanhas de controle de verminose de pequenos

animais e campanhas de vacinações das principais zoonoses.

n) Promover linha de ação de assistência técnica pública baseada na

agroecologia e buscar parcerias com entidades governamentais e não

governamentais para ampliar a assistência técnica, levando-a de forma gratuita

e de boa qualidade a todo município.

o) Promover, juntamente com a Universidade Federal do Piauí ou outra

entidade de apoio a educação, a implantação de uma escola de técnicas

agrícolas para a educação formal e técnica dos agricultores, procurando

adaptar o seu conteúdo programático à realidade da região do município de

Castelo do Piauí.

p) Antes que haja a implantação de uma unidade de ensino voltada para

a formação acadêmica na área da agropecuária, deverão ser realizados cursos

técnicos em agricultura, apicultura, ovinocaprinocultura, bovinocultura e

piscicultura direcionadas aos produtores jovens do município de Castelo do

Piauí e dos municípios em seu entorno. As técnicas ensinadas devem levar em

consideração, também, as possibilidades de aproveitamento integral dos

produtos agropecuários e de seus subprodutos.

q) Estabelecer políticas de projetos de irrigação para agricultores

familiares que vivem nas proximidades dos rios, açudes e outros recursos

hídricos, possibilitando o emprego da água na produção agropecuária.

142

Page 35: N01 diretrizes i

43

• Setor Secundário

- Desenvolver atividades e políticas, em parceria com o Banco do

Brasil/Banco do Nordeste/SEBRAE/AIP e outros órgãos ligados a indústria,

comércio, turismo e serviços, com objetivo de atrair investimentos internos e

externos.

- Incentivar junto aos órgãos de financiamento da produção a criação de

linhas de crédito, com taxas de juros diferenciadas, visando atrair empresários

para implantar indústrias no município: metalúrgicas, polpas de frutas, sucos,

móveis, aguardente de cana, beneficiamento de grãos (arroz e milho),

produção de cera de carnaúba, cajuína, rapadura e outras.

- Criar e implantar programas de capacitação em parceria com o

Governo do Estado e Federal, tendo em vista a qualificação profissional para o

emprego na indústria.

• Setor Terciário

- O setor terciário compreendendo as atividades de comércio, prestação

de serviços e turismo, tem como diretrizes e propostas aquelas que são

importantes e que abrangem diferentes áreas do município, propiciando

condições para uma maior dinamização das atividades componentes deste

setor. Assim, recomenda-se:

a) Melhorar a infraestrutura inclusive de trafego, ressaltando a rua

paralela a avenida Antonino Freire, implantando cobertura asfáltica e definindo

o acesso a essa avenida com sentido único, do norte ao sul.

b) Sinalizar as ruas do centro inclusive com semáforos nos cruzamento

de algumas ruas com a Avenida Antonino Freire.

c) Colocar coletores públicos de lixo nas avenidas e ruas do centro da

cidade, o que poderá ser feito com a participação das empresas locais, com

publicidades nas vasilhas coletoras. Tudo isso proporciona um melhor

ordenamento urbano, refletindo no comércio, serviços e na atividade turística.

No que se refere aos recursos hídricos, à preservação torna-se

fundamental, pois, representa a garantia de uma contínua exploração

sustentável. Em razão disso, e levando em conta a expansão do município e a

143

Page 36: N01 diretrizes i

44

má utilização desses recursos, como a falta de planejamento de longo prazo

poderá comprometer esse manancial hídrico subterrâneo e superficial, que

depende de uma grande recarga para se manter em condições favoráveis para

atender a crescente demanda. Com a perspectiva de crescimento da cidade de

Castelo do Piauí, propõe-se a elaboração de um plano de abastecimento local,

no qual seja incluída a construção de uma adutora, com captação d’água do rio

Poti, com vistas ao atendimento atual e futuro da demanda de água potável da

sede do município, com a possibilidade de atender também, a demanda do

vizinho município de Juazeiro do Piauí, através de uma interligação da rede.

Considerar ainda a política de barragens a ser implementada na região,

inclusive no leito do rio Poti, pelo Governo do Estado do Piauí, objetivando

dotar o município com reserva suficiente de águas superficiais.

Em referência aos serviços e ao turismo, a proposição é infraestruturar a

cidade com hotéis melhor equipados e restaurantes, a fim de poder oferecer

conforto aos visitantes, como também servir de opção para o lazer dos

munícipes que procuram quebrar a rotina nos finais de semana freqüentando

esses espaços.

Com esse propósito, de implantar na cidade uma infraestrutura adequada

capaz de oferecer serviços de melhor qualidade e com condições também de

ser um atrativo para o lazer, a incorporação de tecnologia a mais simples que

seja requer um nível mínimo de instrução e cultura. A carência de mão-de-obra

qualificada pode representar um grande obstáculo para o que se propõe,

requerendo, neste caso, a realização de treinamentos para qualificar pessoas

nos serviços demandados pelos visitantes, seja na culinária ou na hotelaria.

Recomenda-se, neste caso, que se formem parcerias entre o poder público e o

setor privado visando alcançar bons resultados.

Constatou-se, entretanto, que a área social é a que mais apresenta

melhorias para a população principalmente em termos de qualidade de vida,

cabendo enfatizar a presença de programas do governo federal, como o Bolsa

Família que se destaca pela contribuição na redução da pobreza. Diante disso,

é recomendável a ampliação da cobertura de programas socais como este,

para beneficiar um maior número de pessoas tanto na zona urbana como na

zona rural.

144

Page 37: N01 diretrizes i

45

Também, o município tem investido na assistência social através de

ações efetivas e com repercussão positiva junto à população. Devido à

abrangência e a forma integrada de como as ações municipais são executadas

beneficiam as diversas faixas etárias da população, o que caracteriza a justeza

do seu alcance social.

A melhoria dos indicadores sociais tem muito haver com a presença dos

programas sociais e da gestão participativa, que contribui de forma relevante

para a redução das distâncias econômicas, sociais e culturais que permeiam o

tecido social, pois é através do processo participativo que se define melhor o

destino dos recursos, para atender as demandas mais urgentes da população.

Constatou-se que essa forma de gestão tem contribuído para uma maior

descentralização das ações, facilitando sobremaneira a execução das políticas

públicas principalmente nas áreas da educação, saúde, agricultura, esportes e

infraestrutura. A gestão participativa e descentralizada leva a população para o

alcance de sua satisfação social, necessitando, porém, de uma reavaliação na

estrutura organizacional, bem como da qualificação do corpo funcional da

Prefeitura.

Na dimensão educação, a prioridade deve ser os investimentos

direcionados para a erradicação do analfabetismo e a manutenção e ampliação

dos estabelecimentos de ensino, garantindo ensino de qualidade e gratuito nos

níveis do ensino infantil, fundamental e médio.

Sugere-se que seja universalizado o acesso ao aprendizado à distância

do ensino técnico profissionalizante como opções a mais no que concerne a

qualificação e capacitação de profissionais para competir no mercado de

trabalho, fazendo parte desse contexto a inclusão digital e social.

Outro aspecto importante é a oferta do transporte escolar aos alunos,

requisito essencial e obrigatório para estimular e melhorar a freqüência,

principalmente dos que vivem na zona rural. Garantir esse transporte significa

dar dignidade e elevar a auto-estima dos alunos que não possuem condições

de locomover-se para frequentar à escola.

No tocante a saúde, ainda requer grandes investimentos para atender a

grande demanda, e pelo fato do município ser considerado pólo de referência

no atendimento de pequena e média complexidade. A estrutura física hospitalar

145

Page 38: N01 diretrizes i

46

na zona urbana como também na zona rural deve ser melhorada, pois, o grau

de dependência é bastante elevado em relação ao município de Teresina.

Torna-se, assim, imperiosa a ampliação da rede municipal de saúde com

equipamentos e profissionais da área para atender melhor à população.

Procedimentos de média e grande complexidade devem ser implantados no

Hospital Regional de Castelo, dando condições às pessoas de realizar exames,

tratamentos e internações, evitando o incômodo deslocamento para outros

centros urbanos principalmente o de Teresina.

A infraestrutura é outro fator prioritário para atrair investimentos,

requerendo do poder público municipal melhorias nas áreas de habitação para

a redução do déficit habitacional, através do Plano local de Habitação de

Interesse Social, utilizando recursos federais, assim como a construção e

manutenção de estradas vicinais, da ampliação da rede de energia e do

saneamento básico, com referencia especial para o tratamento do lixo, da

comunicação através da telefonia móvel, visando, dessa forma, estruturar o

município e promover o seu desenvolvimento e crescimento.

Com referência a estrutura fundiária verificou-se a predominância de

latinfúndios, ou seja, grandes propriedades em mãos de poucos proprietários.

Esse aspecto revela a carência do acesso a terra pelos produtores rurais, que

produzem a base de arredamento, parceria ou aluguel, devendo o poder

público se fazer presente para promover esse acesso.

No tocante ao uso e ocupação do solo, é fundamental que seja feita a

regularização quanto ao uso e ocupação, como por exemplo, glebas, imóveis

ou lotes urbanos vazios ou subutilizados, especialmente aqueles beneficiados

com serviços e infra-estrutura. A posição atual, de certa forma, não atende a

função social da propriedade e da cidade, sendo necessária a aplicação de

instrumentos reguladores no sentido de que o desenvolvimento urbano seja

feito através de uma política de ordenamento territorial bem definida. A partir da

função social da propriedade e da cidade é que se valoriza o homem,

incentivando a sua participação e concedendo-lhe oportunidades de acesso a

terra urbanizada e regularizada, para que possa suprir as suas necessidades

vitais mínimas inclusive a moradia digna.

146

Page 39: N01 diretrizes i

47

Em relação à capacidade financeira, como a maioria dos municípios

piauienses, os investimentos públicos em Castelo do Piauí estão atrelados a

repasses constitucionais do Tesouro Nacional, convênios e outras receitas,

representados por transferências oriundas do Fundo de Participação dos

Municípios – FPM, do Fundo para o Desenvolvimento da Educação

Fundamental – FUNDEB, de convênios e de outras receitas, caracterizando

assim uma forte dependência financeira dos recursos da União.

O novo cenário que se desenha para o município é o fortalecimento dos

setores econômicos, ressaltando a agropecuária associada à instalação da

agroindústria, o comércio e serviços e a exploração do turismo. Com isso,

haverá maior geração de emprego e renda e incremento de mais receitas que,

somada às transferências constitucionais da União, ensejará maior folga

financeira para realizar os investimentos para atender as demandas sociais

mais urgentes.

As propostas apresentadas neste Plano Diretor Participativo do

município de Castelo do Piauí, através de ações, deverão ser realizadas ao

longo de dez anos, competindo ao gestor avaliar e priorizar cada uma delas de

acordo com a capacidade financeira e o interesse do município. Por outro lado,

o acompanhamento e o controle das despesas são de grande importância para

o equilíbrio das contas públicas, a fim de que os recursos orçados possam

prover com suficiência as despesas e, consequentemente, possibilitar a

materialização das ações indispensáveis ao crescimento ordenado do espaço

urbano municipal e às necessidades e demandas da população.

Ressalta-se, que essas ações referem-se a temas prioritários de interesse

social e econômico para o município, exigindo empenho dos atores envolvidos

e o emprego de instrumentos reguladores.

147

Page 40: N01 diretrizes i

48

PARTE II

SÍNTESE DOS TEMAS PRIORITÁRIOS

Esta parte do relatório procura referir-se aos temas considerados

prioritários, dado o interesse social e econômico para o município, e ao

emprego pertinente de instrumentos reguladores, conforme disposto no quadro

abaixo.

TEMAS PRIORITÁRIOS EVIDÊNCIAS INSTRUMENTOS

Saneamento Básico

Insuficiente

As águas servidas e

pluviais escoam a céu

aberto, não existindo rede

de saneamento básico.

O lixo coletado é

depositado e/ou queimado

em um lixão a céu aberto

e próximo ao perímetro

urbano, sem proteção e

tratamento adequado; Não

há seleção e usina de

reciclagem de lixo; não há

coletores de lixo e

campanhas educativas.

� Código de obras e

postura.

� Cadastroimobiliário.

� Provimento dos

serviços.

� Implantação da

rede de esgotamento

sanitário e da E.T.E.

� Uso da coleta

seletiva.

� Construção de um

aterro sanitário.

� Criação ou revisão

da Lei Ambiental.

� Programas de

educaçãoambiental.

Terrenos vazios em

áreas urbanas

Mapa de cheios e vazios

identifica espaços urbanos

subutilizados e não

ocupados.

� Cadastroimobiliário.

� Delimitação do

perímetrourbano.

� IPTU progressivo

no tempo.

� Lei de

148

Page 41: N01 diretrizes i

49

Desapropriação

com pagamentos

em títulos.

� Direito de

preempção.

� parcelamento,

edificação ou

utilização

compulsórios;

� IPTU Progressivo

no tempo e

desapropriação

com pagamento em

títulos;

� outorga onerosa do

direito de construir;

� operações urbanas

consorciadas

� consórcio

imobiliário.

� transferência do

direito de construir;

� estudo de impacto

de vizinhança;

� estudo de impacto

ambiental;

� áreas especiais de

interesse social;

Habitação

Existencia de casas em

situações precárias,

ausência de infraestrutura

básica, de bons serviços

� Código de obra e

postura.

� Zona especial de

interesse social

149

Page 42: N01 diretrizes i

50

urbanos e regularização

dos terrenos não titulados.

(ZEIS).

� Usucapião.

� Programas de

melhorias e

construções

habitacionais.

� Titulação de

aforamentos e

regulação fundiária.

Entraves à mobilidade.

Grande número de vias

sem pavimentação e em

situações precárias,

principalmente no período

chuvoso.

� Investimento em

infraestrutura,

pavimentação e

manutenção de vias.

Meio ambiente,

patrimônio histórico e

cultural.

Destinação final do lixo

inadequada, tanto na zona

urbana como rural e falta

de saneamento básico

adequado (zona urbana).

Caça ilegal, uso de

práticas agrícolas

prejudiciais ao solo,

desmatamento sem

controle;

Ausência de infraestrutura

e de pessoal qualificado

ao turismo local;

Pinturas rupestrese centro

histórico ameaçado de

� Códigoflorestal.

� Lei de incentivo à

preservação.

� Zoneamento

(urbano e rural).

� Códigoambiental.

� Código de obras e

posturas.

� Lei de incentivo à

preservação do

patrimônio histórico e

cultural.

� Lei de N° 9.985, de

18 de Julho de 2000,

que institui o Sistema

150

Page 43: N01 diretrizes i

51

degradação.

Nacional de Unidades

de Conservação da

Natureza.

� Lei N° 6.938/81 que

dispõe sobre a Politica

Nacional do Meio

Ambiente, Leis

Ambientais Federais e

Conselho Nacional do

Meio Ambiente.

� Lei Federal Nº

11.445/07 que

estabelece diretrizes

nacionais para o

saneamento básico.

� Criação de APA’s

(Áreas de

Preservação

Ambiental).

� Criação de RPPN’s

(Reserva Particular do

Patrimônio Natural).

Desestruturação

Institucional

A estrutura organizacional

da administração

municipal requer:

descentralização e melhor

organização, além de

adequações jurídico-

normativas ao novo

� Cursos de

capacitação para os

servidores municipais.

� Reformular a atual

estrutura

organizacional

adequando-a ao

151

Page 44: N01 diretrizes i

52

modelo de gestão

participativa; revisão e/ou

criação dos instrumentos

tributários e de indução ao

desenvolvimento

sustentável e instituição

de mecanismos que

permitam a integração das

ações de planejamento

propostos pelo Plano

Diretor.

modelo de gestão

participativa, prevista

pelo Plano Diretor.

� Instituir

instrumentos

reguladores

necessários a

implementação do

Plano Diretor como:

-Cadastro imobiliário.

-Código de obras e

postura.

-Código tributário.

-Lei do perímetro

urbano.

-Lei do meio ambiente.

-Código de postura.

-Direito de preempção.

-Direito de superfície.

-Utilização,

parcelamento ou

edificações

compulsórias.

-IPTU progressivo.

-Outorga onerosa do

direito de construir.

-Operações urbanas

consorciadas.

-Zoneamento,

municipal, ambiental e

urbano.

-Desapropriação.

152

Page 45: N01 diretrizes i

53

-Zonas especiais de

interesse social.

-Usucapião.

-Regularização

fundiária.

-Estudo de impacto de

vizinhança.

-Projetos setoriais que

fomentam o

desenvolvimento das

atividades conômicas

e sociais

(agropecuária,

turismo, saúde,

educação e

infraestrutura).

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