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MOTIVOS ESTRATÉGICOS, FATORES E VANTAGENS QUE CONDUZEM AS EMPRESAS À LOGÍSTICA REVERSA: UM ESTUDO DE CASO Charles Rui (UCS) [email protected] Flávia Camargo Bernardi (UCS) [email protected] Jefferson Marçal da Rocha (UNIPAMPA) [email protected] Maria Emília Camargo (UCS) [email protected] Esta pesquisa identificou quais os motivos, fatores e vantagens da adoção da logística reversa, numa análise comparativa entre uma empresa que adota este procedimento e as que não possuem esta prática. Foi realizada uma pesquisa exploratóriia com aplicação de questionário semi-estruturado em empresas do setor metal mecânico da serra gaúcha. No questionário utilizado ressaltaram-se os motivos que conduzem as empresas a praticarem a logística reversa de pós- venda. Os resultados indicam que os motivos estratégicos mais valorizados pelos entrevistados foram o aumento da competitividade e recuperação de ativos, produtos reciclados com qualidade, canal de distribuição reverso de pós-consumo e os fatores logísticos de distribuição dos bens. Palavras-chaves: Logística reversa. Ciclo Produtivo. Reciclagem XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente. São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.

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MOTIVOS ESTRATÉGICOS, FATORES E

VANTAGENS QUE CONDUZEM AS

EMPRESAS À LOGÍSTICA REVERSA:

UM ESTUDO DE CASO

Charles Rui (UCS)

[email protected]

Flávia Camargo Bernardi (UCS)

[email protected]

Jefferson Marçal da Rocha (UNIPAMPA)

[email protected]

Maria Emília Camargo (UCS)

[email protected]

Esta pesquisa identificou quais os motivos, fatores e vantagens da

adoção da logística reversa, numa análise comparativa entre uma

empresa que adota este procedimento e as que não possuem esta

prática. Foi realizada uma pesquisa exploratóriia com aplicação de

questionário semi-estruturado em empresas do setor metal mecânico

da serra gaúcha. No questionário utilizado ressaltaram-se os motivos

que conduzem as empresas a praticarem a logística reversa de pós-

venda. Os resultados indicam que os motivos estratégicos mais

valorizados pelos entrevistados foram o aumento da competitividade e

recuperação de ativos, produtos reciclados com qualidade, canal de

distribuição reverso de pós-consumo e os fatores logísticos de

distribuição dos bens.

Palavras-chaves: Logística reversa. Ciclo Produtivo. Reciclagem

XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente.

São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.

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1. Introdução

No atual sistema econômico, onde as empresas competem com organizações de todas as

partes do mundo são necessárias ações para tornar os produtos mais baratos, competitivos e

principalmente menos impactantes aos recursos naturais.

Como meio para minimizar estes impactos, destaca-se como oportunidade a logística reversa,

que segundo Leite (2003) trata-se de uma área da logística que planeja, opera e controla o

fluxo de informações, do retorno dos bens de pós-venda e de pós-consumo ao ciclo de

negócios ou ao ciclo produtivo, por meio de canais de distribuição reversos.

A logística de fluxos de retorno, ou também conhecida como reversa, visa a eficiente

execução da recuperação de produtos. Tem como propósitos a redução, a disposição e o

gerenciamento de resíduos tóxicos e não-tóxicos (GOMES; RIBEIRO, 2004, p.140).

Termos como canais reversos ou fluxos reversos têm sido usados desde os anos 1970. Estes

termos, em princípio, têm sido mais usados em operações ligadas a reciclagem de materiais e

gerenciamento ambiental, sendo menos associados aos objetivos de redução de custo e

aumento de valor econômico (BRITO; DEKKER, 2003).

A partir desta contextualização, a pesquisa objetivou investigar motivos, fatores, vantagens e

benefícios para a empresa fabricante de materiais de fricção, que realiza logística reversa e

também as percepções de funcionários de outras organizações de Caxias do Sul, RS, Brasil.

Foi feito uma pesquisa exploratória (estudo de caso) com aplicação de questionário semi-

estruturado usando a escala Likert. Aplicou-se este questionário aos funcionários da empresa

de materiais de fricção e para outras companhias da cidade. Para elaboração do questionário

foram utilizados os motivos ou fatores que conduzem as empresas a praticarem a logística

reversa de pós-venda detalhados pelos autores.

O artigo esta dividido nos seguintes tópicos: uma revisão sobre o tema logística reversa;

fatores de influência na organização dos canais de logística reversa; apoio ao ciclo de vida na

fase de desenvolvimento do produto e recuperação de produtos reversos. Também será

abordada a metodologia empregada, seguido pelos resultados e as considerações finais.

2. Logística reversa como um diferencial competitivo

2.1 A logística reversa

Com o aumento dos custos em função de práticas que buscam amenizar os impactos aos

recursos naturais, a logística reversa pode ser um meio para auxiliar a minimizar estes

impactos. Conforme Gökçen e Demirel (2008), a logística reversa surgiu devido ao aumento

crescente da preocupação com o meio ambiente, o esgotamento dos recursos naturais,

especialmente os problemas de resíduos inadequados depositados nas áreas de aterros,

levando desta forma, muitas prefeituras a estabelecerem regras para o destino dos produtos.

Ainda para estes autores, a logística reversa se constitui, portanto em um o conjunto de

atividades, que começa a partir do ponto de consumo para transformar os produtos usados em

reutilizáveis no mercado. Com isso a logística reversa pode melhorar a competência das

empresas, o nível de serviço ao cliente e reduzir os custos de produção.

Para Saen (2009), a logística reversa é o envio dos produtos após o uso do consumidor para a

fonte de origem. Em especial, o fabricante que recolhe os produtos usados a partir dos clientes

e, em seguida, vende a clientes como novos, após remanufaturá-los. A logística reversa incide

principalmente sobre a forma de como aceitar a devolução dos produtos usados, e recuperá-

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los de forma eficiente e econômica. Pires (2004) e Saen (2009) destacam que muitas empresas

já perceberam que o tema pode ser convertido de um grande problema, para uma fonte de

vantagem competitiva, principalmente no que ser refere à imagem institucional.

A logística reversa normalmente é usada por fabricantes de bebidas que tem que gerenciar

todo o retorno de embalagens (garrafas) dos pontos-de-venda até seus centros de distribuição.

Desta forma, utilizam centros coletores de carga. A indústria de latas de alumínio é notável

em seu grande aproveitamento de matéria-prima reciclada, tendo desenvolvido meios

inovadores na coleta de latas descartadas (FIGUEIREDO et al., 2003, p. 475).

Segundo Leite (2003), ao se praticar a logística reversa as empresas agregam valor de diversas

naturezas: econômico, ecológico, legal, logístico, de imagem corporativa, entre outros. Ao

agregar valor ecológico, insere-se na teoria do capitalismo natural, proposta por Hawken,

Lovins e Lovins (2002), que vêem a possibilidade de um novo sistema industrial alicerçado

em uma nova mentalidade e escala de valores.

2.2 Motivos e fatores de influência na organização dos canais de logística reversa

A reintegração ao ciclo produtivo, conforme Leite (2003) depende de fatores econômicos,

tecnológicos e logísticos, das necessidades ecológicas e dos requisitos legislativos. O

resultado de pesquisas em diversos setores industriais brasileiros, sintetiza a relação de

dependência entre os fatores e os níveis de organização e dinamismo dos canais de

distribuição reversos.

O quadro 1 representa para Leite (2003), os fatores que influenciam a implementação da

logística reversa de pós-consumo, pois representa as definições dos modelos essenciais,

necessários e os modificadores. O autor faz uma relação entre fatores de remuneração,

qualidade, econômico, mercado, tecnológicos, logísticos, ecológicos e legislativos.

Fatores Definição

Condições

essenciais de

organização e

implementação

Remuneração das

etapas reversas

Lucratividade obtida ao longo de cada fase reversa deve permitir

satisfazer os interesses econômicos dos diversos agentes, com

custos agregados que permitam preço de venda dos reciclados

inferior ou compatíveis com as matérias-primas utilizadas.

Qualidade dos

materiais reciclados

A reintegração ao ciclo produtivo deve permitir produtos com

conteúdos de reciclados economicamente aceitáveis e rendimentos

industriais compatíveis nos processos.

Escala econômica

de atividade

As quantidades de reciclados devem ser suficientes e apresentar

constância no tempo, de modo que garantam atividades em escala

econômica e empresarial.

Mercado de

produtos reciclados

É necessário que haja mercado para os produtos fabricados com os

materiais reciclados, o que refletirá nas demandas de reciclados.

Fatores

necessários para

a organização de

um canal

reverso de pós

consumo

Fatores econômicos

São entendidos como as condições que permitem a realização das

economias necessárias à reintegração das matérias-primas

secundárias ao ciclo produtivo.

Fatores

tecnológicos

É necessário que a tecnologia esteja disponível para o tratamento

econômico dos resíduos no seu descarte, em sua captação como

pós-consumo, na desmontagem, na separação dos diversos

materiais constituintes, na reciclagem propriamente dita e outros.

Fatores para a

organização de

pós-consumo

Fatores logísticos

Dizem respeito às condições de organização, localização e sistemas

de transporte entre os diversos elos da cadeia de distribuição

reversa.

Fatores

modificadores

da organização

Ecológicos

São denominados fatores ecológicos das condições de um reverse

supply chain aqueles que são motivados pela sensibilidade

ecológica de qualquer agente: governo, sociedade ou empresas.

4

de um canal de

distribuição

reverso

Legislativos

São os modificadores por intervenção governamental visando à

regulamentação, à promoção, à educação e ao incentivo à melhoria

do retorno dos produtos ao ciclo produtivo e outros.

Fonte: adaptado Leite (2003)

Quadro 1 - Fatores de influência na implementação da logística reversa de pós-consumo

Segundo Figueiredo et al. (2003), os motivos críticos que influenciam a eficiência do processo

de logística reversa são os bons controles de entrada, processos padronizados e mapeados,

redução de tempo de resposta de ciclo, sistemas de informação acurados, a medição do

desempenho dos fornecedores, rede logística planejada, relações colaborativas entre clientes e

fornecedores.

No que se refere aos fatores legislativos, Bowersox e Closs (2001) afirmam que as

necessidades de logística reversa decorrem do crescente número de leis. Estas proíbem o

descarte discriminado e incentivam a reciclagem de recipientes de bebidas e materiais”.

2.3. Recuperação de produtos reversos e a logística de pós-venda

Segundo Pires (2004), a gestão de produtos após o término de suas vidas úteis tem sido um

tema relativamente complexo, como tem sido o caso das baterias, pneus, automóveis,

equipamentos eletrônicos e outros.

O conserto, a reutilização, o aperfeiçoamento, a refabricação e a reciclagem são as cinco

principais maneiras de fazer com que as qualidades do bom material e do bom trabalho

continuem passando para outros usuários e usos. O conserto, que funciona melhor quando o

produto é projetado para facilitá-lo, restitui os bens defeituosos ao serviço satisfatório do

mesmo proprietário. A reutilização os transfere a um novo usuário ou a uma nova existência

com outros fins. (HAWKEN, LOVINS E LOVINS, 2002, p.72).

De acordo com Gomes e Ribeiro (2004), os processos de recuperação de produtos e materiais

englobam a limpeza e reparos, remanufatura e retrabalho de produtos entre outros. Já de

acordo com Figueiredo et al. (2003), as atividades que serão realizadas com o material reverso

dependem do tipo de material e do motivo pelo qual elas entram no sistema. Os materiais

podem ser divididos em dois grandes grupos: produtos e embalagens.

Leite (2003) destaca que num sistema de take back os objetivos de retorno de produtos na

empresa são relacionados a data de expiração do prazo de validade de produto, o superestoque

de produtos nos canais de distribuição e os produtos que precisam ser retornados (recall) por

razões de segurança e saúde.

A logística reversa de pós-venda está relacionada à comercialização e retorno abordados por

Cooper e Lambert (2000). Já para Stock e Lambert (2001), a logística reversa é uma das mais

importantes áreas do gerenciamento de materiais que uma empresa frequentemente ignora ou

considera de menor importância.

3. Metodologia

Este trabalho pode ser classificado como uma pesquisa exploratória (estudo de caso) do tipo

quantitativa, realizada por meio de um roteiro de entrevista semi-estruturado. Para Gil (2002),

a pesquisa exploratória tem por objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema,

com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. Segundo Yin (2008), o estudo de

caso é uma investigação empírica que investiga um fenômeno contemporâneo em seu

contexto real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão

claramente definidos.

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Foram elaboradas questões com o objetivo de avaliar o ambiente de logística reversa que as

empresas estavam inseridas. Foi utilizada uma escala Likert com pontuação (1) discordo

totalmente, (2) discordo, (3) neutro, (4) concordo, (5) concordo totalmente e (6) não se aplica,

considerando as seguintes questões:

a) Com a prática de logística reversa a empresa era socialmente responsável;

b) Se a empresa obteve diferencial competitivo ao desenvolver a reciclagem de produtos

usados;

c) Se os clientes estavam mais satisfeitos com a empresa devido à pratica de recolhimento de

produtos usados;

d) Se a logística reversa afetava significativamente o trabalho dos envolvidos;

e) Com a prática de recolhimento de produtos usados no mercado afetava o processo de

trabalho dos funcionários;

f) A imagem da empresa destacava-se no mercado por desenvolver esta prática;

g) A empresa destacava-se no seu segmento por realizar a logística reversa.

O segundo bloco de questões foi elaborado com base nos motivos e fatores que conduzem as

empresas a praticarem a logística reversa de pós-venda abordados por Leite (2003) e

Figueiredo et al. (2003). Nestas questões foi utilizada uma escala Likert com 3 opções de

escolha:

a) Motivos estratégicos que levam as empresas a operarem com logística reversa (aumento de

competitividade, respeito à legislação, revalorização econômica e recuperação de ativos);

b) Condições essenciais para que o fluxo reverso se estabeleça (remuneração, e qualidade,

escala econômica de atividade e mercado para os produtos com conteúdo de reciclados);

c) Fatores necessários para a organização de um canal de distribuição (econômicos,

tecnológicos e logísticos);

d) Fatores modificadores que podem influenciar as empresas a praticarem a logística reversa

(ecológicos e legislativos);

Também foram elaboradas questões abertas com o objetivo de fazer o levantamento das

vantagens para a empresa, os benefícios para os clientes e a sociedade com a prática de

logística reversa pós-venda. Para a análise destas informações, optou-se pela análise de

conteúdo, que segundo Marconi e Lakatos (1996) apresentam como finalidade descrever

sistematicamente, o conteúdo das comunicações.

A pesquisa foi aplicada aos funcionários de áreas específicas da empresa Alfa e outras

empresas da região de Caxias do Sul, entre os meses de agosto a outubro de 2009. Antes da

realização das entrevistas, o roteiro passou por um pré-teste. Marconi e Lakatos (2001, p.165)

descrevem que o procedimento mais adequado para validar o instrumento de pesquisa é o

teste-preliminar ou o pré-teste, que “consiste em testar os instrumentos da pesquisa sobre uma

pequena parte da população „universo‟ ou da amostra, antes de ser aplicado definitivamente, a

fim de evitar que a pesquisa chegue a um resultado falso”.

A empresa Alfa é de capital nacional, com mais de 20 anos, de médio porte. Atua no

segmento de materiais de fricção no mercado interno e exporta para os cinco continentes. Tem

mais de 200 funcionários e possui faturamento anual na ordem de 50 milhões de reais. Em

2008 destinou mais de 30% de seus produtos à exportação. Já as demais empresas que

responderam ao questionário são da região de Caxias do Sul e atuam nos segmentos de

serviços e indústrias.

6

4. Resultados da pesquisa

Esta pesquisa procurou entender quais são os motivos estratégicos, fatores necessários para

que ocorra a logística reversa, as vantagens para a empresa, os benefícios para os clientes e a

sociedade.

4.1. Motivos estratégicos e fatores necessários para que ocorra a logística reversa

As questões desta seção têm como objetivo identificar quais são as dimensões mais relevantes

para os públicos entrevistados (Alfa e outras empresas de segmentos distintos). Os resultados

podem demonstrar quais são os atributos que a sociedade percebe como significativos.

Os funcionários foram questionados se já conheciam o termo “logística reversa” e, foi

observado que na empresa Alfa, 21 % desconheciam e 79% tinham conhecimento. Já nas

demais empresas, 59% dos pesquisados desconheciam o termo “logística reversa” e 41%

possuíam conhecimento. O desconhecimento sobre o termo “logística reversa” pode ser

justificado, através das questões abertas, pois os respondentes indicaram que conheciam o

termo como “reciclagem de embalagens”.

Na figura 1 procurou-se explorar quais eram as percepções dos funcionários da empresa Alfa,

quanto à prática de logística reversa:

a) 53,57% dos respondentes concordaram que a empresa ao recolher produtos usados tornava-

se “socialmente responsável”. A visão dos funcionários em concordar que a empresa torna-

se socialmente responsável também é explicada por Dias e Teodósio (2006), que

consideram que apesar das poucas iniciativas de coleta seletiva, a reciclagem tem forte

apelo nas dimensões ecológicas e econômicas, além do seu papel social.

b) 53,57% concordaram que as empresas obtinham algum “diferencial competitivo”, ou

vantagem em relação ao segmento de mercado em que atuavam ao desenvolver a prática de

reciclagem de produtos usados. Segundo Leite (2003), ações relacionadas à preservação

ambiental com visão contributiva do marketing social e ambiental, certamente serão

recompensadas com salutares retornos de imagem diferenciada como vantagem

competitiva.

c) 42,86% concordaram que os clientes poderiam estar mais satisfeitos com a empresa devido

à prática de recolhimento de produtos usados. Para Vieira et al. (2005), a adição de valor

para o cliente pode se materializar via proteção ao meio ambiente que demonstra a

consciência ambiental da empresa, já que sua base consiste em atividades de marketing que

se destinam a atender aos desejos, por parte dos clientes, de proteção ao ambiente natural.

7

Figura 1 - Análise do Ambiente de Logística Reversa na empresa Alfa

As questões da empresa Alfa, também foram aplicadas para os funcionários das outras

empresas. Na figura 2 percebe-se que a maioria dos entrevistados concordou que a prática de

logística reversa destacava a imagem e tornava a empresa socialmente responsável.

0.00%

5.00%

10.00%

15.00%

20.00%

25.00%

30.00%

35.00%

40.00%

45.00%

50.00%

socialmente responsável

diferencial competitivo

clientes mais satisfeitos

prática afeta o meu trabalhoClientes mais fiéis a marca

destaque da imagem da

empresa

destaque no segmento de

atuação

Discordo totalmente Discordo Neutro Concordo Concordo totalmente Não se aplica

Figura 2 - Análise do Ambiente de Logística Reversa pela visão das outras empresas

Os funcionários de ambas as empresas foram questionados sobre os motivos estratégicos que

levam as empresas a realizar a prática de logística reversa, conforme quadro 2.

Aproximadamente 53,6% dos funcionários da empresa Alfa, consideram como muito

importante o aumento de competitividade. O principal motivo estratégico para Alfa está

relacionado ao “aumento de competitividade” e para as outras empresas a “revalorização

econômica”. Segundo Porter (1998) a essência da formulação estratégica está relacionada

com a competição. Além disso, a luta por participação do mercado demonstra que a

competição não se manifesta através dos concorrentes, mas tem suas raízes na economia e

existem forças competitivas que vão bem além do que esteja representando unicamente pelos

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concorrentes. A revalorização econômica destacada pelas outras empresas é lembrada por

Leite (2003), pelas quais, as quantidades de reciclados devem ser suficientes e apresentar

constância no tempo, de modo que garantam atividades em escala econômica e empresarial.

Motivos Empresa Pouco

Importante (%) Importante (%)

Muito Importante

(%)

Aumento de competitividade Alfa 0 35.71 53,57

Outras 21,3 66 14,9

Respeito à legislação Alfa 7,14 42,86 46,43

Outras 8,5 57,4 36,2

Revalorização econômica Alfa 3,57 46,43 46,43

Outras 12,8 70,2 19,1

Recuperação de ativos Alfa 14,29 50,0 28,57

Outras 2,1 53,2 46,8

Fonte: os autores (2009)

Quadro 2 - Índice dos motivos estratégicos para as empresas operarem com logística reversa

Os funcionários da Alfa foram questionados sobre quais eram as condições essenciais para

que o fluxo de logística reversa acontecesse, e o fator que se destacou como muito importante

foi a qualidade com 64,3%. Já como importante foi “o mercado para os produtos com

conteúdo de reciclados” (75%).

Percebeu-se que a Alfa considerou a dimensão “qualidade” como muito importante, e, isto é

significativo, pois o produto reciclado provoca grande impacto de qualidade no produto final,

visto que é responsável por ajudar na propriedade de resistência mecânica do material de

fricção. Também foi considerada como muito importante, a dimensão “escala econômica de

atividade”, pois o uso de material de reciclo é responsável por influenciar na redução do custo

do produto. Já as outras empresas, deram maior relevância para a dimensão “mercado”,

diferente da Alfa, que considerou como importante.

As mesmas questões foram aplicadas para as demais empresas pesquisadas e os resultados

demonstraram que os pesquisados consideram escala econômica (70,21%) e remuneração

(65,96%) como mais importantes.

Os funcionários da Alfa foram questionados sobre os fatores necessários para a organização

de um canal de distribuição reverso de pós-consumo. Os fatores destacados como muito

importantes foram: os logísticos (57,1%), seguidos pelos econômicos e tecnológicos, ambos

com 42,9%. Os demais funcionários questionados da Alfa consideraram como importantes os

fatores tecnológicos (50%), econômicos (46,4%) e logísticos (35,7%) respectivamente. Os

funcionários das demais empresas destacaram como muito importantes os fatores econômicos

(63,83%), tecnológicos (61,70%) e logísticos (57,45%). Como importantes os fatores

logísticos (36,71%), tecnológicos (31,91%) e econômicos (23,40%).

Os pesquisados da Alfa destacaram o fator “logístico” como muito importante, pois a empresa

trata estas matérias-primas como essenciais. A falta pode provocar a perda de produtividade e

atrasos de entrega de alguns produtos para os clientes. A tecnologia empregada para o

material reciclado é um diferencial competitivo porque desenvolveu um processo específico

que denomina como wave process que além de proporcionar qualidade para o cliente

contribui para a preservação do meio ambiente.

A empresa optou no uso de matéria-prima reciclada por três motivos: a questão ambiental,

9

pois o cliente normalmente descarta o material de fricção após o uso; a qualidade empregada

no processamento do material “wave process” que permite dar ao usuário final maior

resistência mecânica e durabilidade; e a redução de custos com matérias-primas. Calomarde

(2000) destaca que a reparação, recondicionamento e reutilização são estratégias que se

baseiam na idéia de recuperar o produto na etapa final do ciclo de vida. O produto reciclado

será viável se existir demanda que justifique a sua realização.

Já segundo Ballou (1993), é geralmente mais barato usar matéria-prima virgem do que

material reciclado, pelo pouco desenvolvimento de canais de retorno, que ainda são menos

eficientes do que os canais de distribuição de produtos. Isto deve mudar, pois (1) o público em

geral está ficando mais consciente do desperdício, (2) a quantidade de resíduo sólido tem

aumentado e (3) a matéria-prima original está ficando mais cara e menos abundante.

Na questão sobre os fatores modificadores que podem influenciar na prática de logística

reversa, de acordo com o quadro 3, os funcionários da Alfa consideraram os fatores

legislativos como muito importantes, e as demais empresas os fatores ecológicos.

Fatores Pouco Importante (%) Importante (%) Muito Importante (%)

Fatores ecológicos Alfa 14,3 46,4 28,6

Outras empresas 4,26 40,43 57,45

Fatores

Legislativos

Alfa 17,9 46,4 35,7

Outras empresas 10,64 42,55 46,81

Fonte: os autores (2009)

Quadro 3 - Fatores modificadores que podem influenciar na prática de logística reversa.

Os fatores modificadores nos canais reversos são identificados através da intervenção

governamental que alteram as condições naturais de equilíbrio do mercado, visando melhorar

a oferta de quantidades de pós-consumo disponíveis e recicladas, regular o destino final dos

resíduos ou as condições de mercado dos produtos confeccionados com materiais secundários,

entre outras possibilidades, propiciando a implantação da logística reversa nas empresas do

setor (LEITE, 2003, p.152).

Referente ao melhor destino para os produtos reversos destacados pelos funcionários da Alfa

foi o retorno para o ciclo produtivo com 75% e 25% para reciclagem. Na demais empresas

destacaram-se 47% reciclagem e 43% retorno ao ciclo produtivo. Para Stock e Lambert

(2001), muitos materiais podem ser reciclados ou reutilizados, resultando em receitas e lucros.

Czinkota e Ronkainen (2008) explicam que a logística reversa ganhou maior importância

devido às preocupações ambientais e ao desenvolvimento de sistemas de distribuição reversa.

Tais sistemas são essenciais para garantir que a empresa não apenas entregue o produto ao

mercado, mas também possa recuperá-lo do mercado para subseqüente utilização, reciclagem

ou descarte.

4.2. Vantagens para a empresa e os benefícios para os clientes e a sociedade

A última parte da pesquisa era composta de questões abertas que tinham como objetivo

verificar quais eram as dimensões que, na opinião dos entrevistados, eram mais significativas

quanto às vantagens para a empresa, os benefícios para os clientes e a sociedade com a prática

de logística reversa. Foi realizada uma análise de conteúdo e os dados foram transcritos para o

Software Excel, e foi realizada a compilação dos dados.

Referente às “vantagens” mais significativas para a prática de logística reversa da “empresa

Alfa”, conforme figura 3, destacaram-se as dimensões: redução do custo do produto (27,94%)

10

e diferencial competitivo (19,12%). As dimensões tratadas como outros foram:

desenvolvimento de tecnologia ecológico, marketing, redução do lixo, preservação do meio

ambiente, qualidade, relacionamento com órgãos ambientais, lucratividade e durabilidade.

Os custos competitivos segundo Ghemawat e Rivkin (2000), é o ponto de partida para a

análise estratégica da vantagem competitiva. Uma posição de baixo custo é a chave para o

valor agregado e a vantagem competitiva. Para Gonçalves e Marins (2006), do ponto de vista

financeiro, existe o custo relacionado ao gerenciamento do fluxo reverso, que se soma aos

custos de compra de matéria-prima, de armazenagem, transporte e estocagem e de produção,

já tradicionalmente considerados na Logística.

Figura 3 - As principais vantagens obtidas pela empresa segundo funcionários da Alfa.

Referente às “vantagens” mais significativas para a prática de logística reversa para as outras

“empresas”, conforme figura 4, destacam-se as dimensões: redução do custo do produto

(17,54%) e consciência ecológica (12,28%). As dimensões tratadas como outros foram:

organização do processo produtivo, aumento do custo para o cliente, fortalecimento da marca,

ética, aumento da vida útil de aterros, fidelização, melhoria das margens e redução dos

impactos ambientais. Percebe-se que em ambas, os pesquisados (Alfa e outras empresas) a

incidência da “redução de custos” como principal dimensão.

17.54%

12.28%

8.77%

7.02%

5.26%

5.26%

3.51%3.51%

3.51%

3.51%

3.51%

3.51%

14.04%

redução do custo do

produto

consciência ecológica

destinação correta do

produto

valorização do cliente

atendimento à legislação

vantagem competitiva

preservação do MA

redução custo embalagensestratégia de marketing

diferencial competitivo

sustentabilidade

trabalho social

responsabilidade social

acompanhamento total do

ciclo de vida

Outros

Figura 4 - As principais vantagens obtidas pela empresa segundo as outras empresas

11

Referente aos “benefícios” mais significativos para os “clientes” da empresa Alfa, conforme

figura 5, destacam-se as dimensões: redução do custo do produto (23,40%), redução do

passivo ambiental (19,15%) e materiais ecológicos (17,02%). As dimensões tratadas como

outros foram: segurança, atendimento à legislação, sustentabilidade, qualidade, fidelização e

produto resistente. A redução do passivo ambiental destacado pelos funcionários da Alfa

deve-se ao fato que os clientes são monitorados pelos órgãos ambientais competentes de cada

região do país, quanto ao destino dos produtos após o uso. A empresa além de fazer seu papel

social também faz um auxílio aos clientes em tratar estes produtos de forma responsável.

Figura 5 - Os principais benefícios para os clientes segundo funcionários da alfa.

Referente aos “benefícios” mais significativos para os “clientes” das outras empresas,

conforme figura 6, destacam-se as dimensões: redução do custo do produto (26,19%) e

redução do passivo ambiental (11,90%). As dimensões tratadas como outros foram:

relacionamento pós-compra, fidelização, segurança, publicidade, sustentabilidade, qualidade

de vida, geração de oportunidades.

Figura 6 - Os principais benefícios para os clientes segundo outras empresas

Avaliando-se os benefícios para os clientes, os pesquisados trataram como principal dimensão

a “redução do custo do produto”, isto é válido, pois a empresa Alfa tem custos reduzidos na

linha de produtos que utiliza matéria-prima reversa.

12

Referente aos “benefícios” mais significativos para a “sociedade” os funcionários da empresa

Alfa, conforme figura 7, destacaram as dimensões: preservação do meio ambiente (28,57%),

diminuição da poluição (24,49%), menor uso dos recursos naturais (16,33%). As dimensões

tratadas como outros foram: empregos, investimento em outros materiais, redução do custo de

produtos, redução de lixo e ganhos imensuráveis. Uma dimensão importante lembrada pelos

funcionários foi a geração de empregos.

A dimensão “aumento da vida útil dos aterros” foi lembrada porque quanto maior o número

de produtos reciclados menos será necessário o uso de aterros industriais.

Figura 7 - Os principais benefícios para a sociedade segundo funcionários da alfa

Referente aos “benefícios” mais significativos para a “sociedade” os funcionários das outras

empresas destacaram, conforme figura 8, as dimensões: diminuição da poluição e preservação

do meio ambiente ambas com 13,04%, e reaproveitamento de materiais e redução do lixo

ambos com 10,87%. As dimensões tratadas como outros foram: segurança, produtos

conforme legislação, redução do custo do produto, posicionamento estratégico e menor

impacto ambiental.

Figura 8 - Os principais benefícios para a sociedade segundo outras empresas

5. Considerações Finais

Esta pesquisa permitiu identificar os motivos e fatores para a empresa que realiza logística

13

reversa, e também as percepções dos funcionários de outras empresas de Caxias do Sul, assim

como, as vantagens e benefícios para os clientes e a sociedade. Percebe-se que existem

algumas diferenças entre as respostas da empresas que participaram das entrevistas.

Nos motivos estratégicos que levam as empresas a realizarem logística reversa destacaram-se

como muito importantes, para Alfa, o aumento de competitividade, seguido por respeito à

legislação e revalorização econômica, com mesmo grau de importância, e por fim, a

recuperação dos ativos. Para as demais empresas consideraram como importantes a

revalorização econômica, aumento de competitividade, respeito à legislação e recuperação de

ativos.

Para os fatores modificadores que podem influenciar na prática de logística reversa

destacaram-se para a empresa Alfa como importantes os fatores ecológicos e após os

legislativos. Já para as outras empresas consideraram como muito importantes também os

fatores ecológicos e os legislativos.

Nas questões abertas demonstraram quais eram as percepções dos funcionários da empresa

Alfa quanto à logística reversa. As vantagens e benefícios percebidos demonstraram alguns

dos motivos estratégicos que levam as empresas a realizarem esta prática como a redução do

custo dos produtos abordados por Gemawat e Rivkin (2000), a diferenciação competitiva por

Porter (1998), o atendimento a legislação e a fidelização dos clientes abordados por Leite

(2003) e a consciência ecológica destacada por Hawken, Lovins e Lovins (2002). As

dimensões que foram lembradas são essenciais para a sustentabilidade, assim como, a

competitividade das empresas.

Algumas dimensões importantes foram lembradas na pesquisa como: a influência da logística

reversa sobre o trabalho das pessoas, o recolhimento de produtos que torna os clientes mais

fiéis à marca e a prática de logística reversa fortalecendo a imagem da empresa no mercado.

Leite (2003) afirma que conforme pesquisas recentes, as empresas líderes em seus setores já

apresentam posicionamento de acréscimo de valor a seus produtos e suas imagens por meio

da logística reversa.

Nos benefícios para a sociedade foram destacadas a dimensões preservação do meio ambiente

e a diminuição da poluição. Estas dimensões demonstram a preocupação dos entrevistados em

lembrar que a logística reversa beneficia o meio ambiente evitando a poluição, reduzindo

custos para os consumidores, aumento da vida útil dos aterros industriais, a responsabilidade

social quanto à geração de empregos e acima de tudo a qualidade de vida. Outros fatores

destacados na pesquisa foram: o desconhecimento dos pesquisados sobre o temo logística

reversa e a associação daqueles que conheciam a reciclagem de embalagens.

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