monografia. lourdes bunga

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FACULDADE DE GESTÃO E CIÊNCIAS ECONÓMICAS CONTRIBUTO DO SECTOR DE EDUCAÇÃO NA REDUÇÃO DO NÍVEL DE DESEMPREGO NO MUNICÍPIO DE VIANA, NOS ANOS DE 2008 A 2012 ESTUDO DE CASO: SECÇÃO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE VIANA LOURDES ISABEL AFONSO BUNGA 1

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Page 1: Monografia. lourdes bunga

FACULDADE DE GESTÃO E CIÊNCIAS ECONÓMICAS

CONTRIBUTO DO SECTOR DE EDUCAÇÃO NA REDUÇÃO DO

NÍVEL DE DESEMPREGO NO MUNICÍPIO DE VIANA, NOS

ANOS DE 2008 A 2012

ESTUDO DE CASO: SECÇÃO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE VIANA

LOURDES ISABEL AFONSO BUNGA

LUANDA, JANEIRO DE 2013

1

Page 2: Monografia. lourdes bunga

CONTRIBUTO DO SECTOR DE EDUCAÇÃO NA REDUÇÃO DO

NÍVEL DE DESEMPREGO NO MUNICÍPIO DE VIANA, NOS

ANOS DE 2008 A 2012

ESTUDO DE CASO: SECÇÃO MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO DE VIANA

LOURDES ISABEL AFONSO BUNGA

LUANDA, JANEIRO DE 2013

2

Trabalho de Fim do Curso apresentado à

Faculdade de Gestão e Ciências

Económicas como requisito para a

obtenção do grau de Licenciatura em

Gestão Empresarial, orientado pelo

Professor Licenciado Manuel do

Nascimento Júnior

Page 3: Monografia. lourdes bunga

CONTRIBUTO DO SECTOR DA EDUCAÇÃO NA REDUÇÃO DO

NÍVEL DE DESEMPREGO NO MUNICÍPIO DE VIANA, NOS

ANOS DE 2008 A 2012

LOURDES ISABEL AFONSO BUNGA

Júri

Presidente____________________________________________ Instituição______________

Aprovado (a) com a nota___________ Assinatura___________________________________

1º Vogal_______________________________________________Instituição_____________

Aprovado (a) com a nota____________ Assinatura__________________________________

2º Vogal______________________________________________Instituição______________

Aprovado (a) com a nota____________ Assinatura__________________________________

LUANDA, JANEIRO DE 2013

3

Page 4: Monografia. lourdes bunga

DEDICATÓRIA

Afeiçoadamente dedico este trabalho aos meus pais, Miguel Paulo Bunga e Isabel

Pedro Afonso.

AGRADECIMENTOS

4

Page 5: Monografia. lourdes bunga

Primeiramente, agradeço profundamente a Deus por me dar força e fólego de vida, aos

meus familiares que concederam alguns momentos de suas vidas sem os quais esta

Monografia simplesmente não existiria, especialmente ao meu pai que esteve sempre presente

nos momentos em que mais precisava.

Aos colegas de curso, colegas que trabalharam duro, debaixo de sol e chuva, para a

realização de pesquisas e trabalhos de campo que se somaram aos dados desta monografia.

Agradeço profundamente a cada funcionário e pesquisador que torna possível a realização e

divulgação da Pesquisa de Desemprego e Mercado de Trabalho em Angola, bem como

àqueles que nos receberam pacientemente nos treinamentos e nas horas de dúvidas com os

dados. Agradeço à toda a equipe de professores e funcionários da UTANGA, um lugar

especial que me fez e faz acreditar na Ciência.

A cada colega e professor do Curso de Gestão, sem os quais, jamais teria dado os

primeiros passos na difícil tarefa de conhecer, em especial, aos professores, Manuel do

Nascimento Júnior (Orientador) e Agostinho Alberto (Coorientador), por desmistificar a

ciência e o saber, por mostrar quão humana, falível e bela pode ser a cadeira de Trabalho e

Mercado de Trabalho. Ao meu Director Felix Kamulengo que sempre me incentivou para a

continuidade das investigações, sempre impecável e implacável nas críticas e ensinamentos

que tanto contribuíram para a minha Monografia, em seus comentários e vi discussões sempre

preciosas. Agradeço de coração a este Director que é um gênio com os dados sobre o Mercado

de Trabalho no Sector da Educação, especificamente no Município Viana.

Aos meus amigos e companheiros de luta, João Nkosi, Amélia Pereira Fernandes,

Cláudia Cristina Romão Da Costa, Maria Do Céu Francisco, que considero o grande presente

que a vida acadêmica me deu. Agradeço por estarem perto quando a coragem me faltou e

quando imaginei que não pudesse mais continuar.

Finalmente, a todas pessoas que directas ou indirectamente contribuíram para o

desenvolvimento deste trabalho.

5

Page 6: Monografia. lourdes bunga

Utilizando as mais inovadoras tecnologias existentes para a elaboração de um manual, e

colocando o máximo cuidado para evitar erros, a Candidata apela à compreensão dos

leitores no caso de as mesmas ocorrerem. (Lourdes Bunga)

RESUMO

6

Page 7: Monografia. lourdes bunga

O presente trabalho que tem como Objectivo Geral descrever o Contributo do Sector

da Educação na Redução do Nível de Desemprego no Município de Viana, começa a mostrar

que o Desemprego é um dos problemas que afecta o Município e que a função do Mercado de

trabalho não é mais aquela que se limita na resolução dos problemas de contratação dos

empregados, no oferecimento de postos de trabalho com melhores condições, mas o controlo

dos funcionários. Deste modo, o Mercado de Trabalho, assume a maior tarefa em aspectos

ligados à contratação de funcionários, isto é, o Recrutamento e Selecção dos Candidatos em

Sectores tanto Públicos como Privados.

O trabalho apresentado tem como título, “Contributo do Sector da Educação na

Redução do Nível de Desemprego no Município de Viana, nos anos de 2008 a 2012 - Estudo

de Caso: Secção Municipal da Educação de Viana” constatou que, embora são recrutados

alguns indivíduos, ainda há muitas pessoas com formação Pedagógica fora deste Mercado de

Trabalho, outros já enquadrados no Sector (Educação), mas que ainda não foram guiados para

os postos de trabalhos (Escolas).

Deste modo, é-nos conveniente dizer que, as técnicas ou as formas de recrutamento e

selecção no Sector Educacional são eficazes, pois este Mercado consegue enquadrar muitos

indivíduos para a área da docência e da administração.

Constatamos ainda que apesar de serem aplicadas as técnicas de recrutamento e

selecção dos Recursos Humanos (Professores e Funcionários Administrativos) no Ministério é

necessário ainda que se façam algumas melhorias para que as pessoas olhem para esta

Instituição como um órgão que ajuda na melhoria das condições de vida da sociedade.

Palavras-chave: Desemprego, Mercado e as Políticas implementadas pelo Ministério

da Educação

ABSTRACT

7

Page 8: Monografia. lourdes bunga

SIGLÁRIO

8

Page 9: Monografia. lourdes bunga

MPL Movimento Popular de Libertação de Angola

UNITA União Nacional de Independência Total de Angola

UNICEF Fundo das Nações Unidas para a Infância

UTANGA Universidade Técnica de Angola

UCAN Universidade Católica de Angola de Angola

OECED Organização de Cooperação e Desenvolvimento

Económicos

PEA População Economicamente Activa

INE Instituto Nacional de Estatística

BIT Bureau Internacional do Trabalho

CLT Consolidações da Leis Trabalhistas

ANGOP Agência Angola Press

MICS Multiple Indicator Cluster Survey

IPVCD Inquérito Prioritária das Condições de Vida de

Domicílios

IDRALF Inquérito Sobre as Despesas dos Agregados Familiares em

Luanda

SEF Serviços de Estrangeiros e Fronteiras

SMEV Secção Municipal de Educação de Viana

DPEL Direcção Provincial de Educação de Luanda

SUMÁRIO

9

Page 10: Monografia. lourdes bunga

DEDICATÓRIA-----------------------------------------------------------------------------------------IV

AGRADECIMENTOS----------------------------------------------------------------------------------V

RESUMO-------------------------------------------------------------------------------------------------VI

ABSTRACT---------------------------------------------------------------------------------------------VII

ABREVIATURAS-------------------------------------------------------------------------------------VIII

INTRODUÇÃO------------------------------------------------------------------------------------------10

Objectivos-------------------------------------------------------------------------------------------------14

Geral-------------------------------------------------------------------------------------------------------14

Específicos------------------------------------------------------------------------------------------------14

Problema da pesquisa------------------------------------------------------------------------------------15

Hipóteses--------------------------------------------------------------------------------------------------16

Delimitação da pesquisa---------------------------------------------------------------------------------17

Justificativa-----------------------------------------------------------------------------------------------18

RELEVÂNCIA ECONÓMICA E SOCIAL DA PESQUISA--------------------------------------

19

CAPÍTULO I- REFERENCIAL TEÓRICO----------------------------------------------------------

20

1 O DESEMPREGO E O MERCADO DE TRABALHO EM ANGOLA-------------- -22

1.1 O desemprego---------------------------------------------------------------------------------20

1.1.1 Definição do desemprego. Principais obstáculos--------------------------------------21

1.1.2 Tipos de desemprego----------------------------------------------------------------------23

1.1.3 O desemprego e os desempregados------------------------------------------------------25

1.1.4 Medição do desemprego-------------------------------------------------------------------26

1.1.5 Causa do desemprego----------------------------------------------------------------------28

1.1.6 Taxas de desemprego em Luanda--------------------------------------------------------34

1.1.7 Taxa de desemprego por sexo e por idade----------------------------------------------34

1.2 Mercado de trabalho e crise da sociedade-------------------------------------------------35

1.2.1 As causas históricas das crises e a sua identificação----------------------------------35

1.2.2 Génese do termo trabalho-----------------------------------------------------------------37

1.2.3 Emprego e trabalho------------------------------------------------------------------------38

1.2.4 A importância da flexibilidade do desemprego----------------------------------------44

10

Page 11: Monografia. lourdes bunga

1.2.5 Referência da actividade da população e as estatísticas de trabalho-----------------45

1.2.6 As limitações das estatísticas de trabalho-----------------------------------------------48

1.2.7 Noção de desemprego segundo o Bureau Internacional do Trabalho---------------48

1.2.8 Um Mercado de Trabalho Dualista e Uma Baixa Qualidade de Oferta-------------48

1.3 O novo Sistema de Educação---------------------------------------------------------------48

CAPITULO II-PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS -------------------------------50

2.1 Tipo de pesquisa------------------------------------------------------------------------------50

2.2 Universo------------------------------------------------------------ ---------------------------50

2.2.1 Amostra--------------------------------------------------------------------------------------50

2.2.2 Critério de amostragem--------------------------------------------------------------------50

2.3 Variáveis---------------------------------------------------------------------------------------50

2.3.1 Variável dependente-----------------------------------------------------------------------50

2.3.2 Variável independente---------------------------------------------------------------------50

3 INSTITUIÇÃO DE REALIZAÇÃO DA ACTIVIDADE---------------------------------51

3.1 Histórico da empresa-------------------------------------------------------------------------52

3.1.1 Filosofia da empresa-----------------------------------------------------------------------52

3.1.2 Visão-----------------------------------------------------------------------------------------51

3.1.3 Missão---------------------------------------------------------------------------------------52

3.1.4 Valores---------------------------------------------------------------------------------------52

BIBLIOGRAFIA----------------------------------------------------------------------------------53

ANEXOS---------------------------------------------------------------------------------------55-58

11

Page 12: Monografia. lourdes bunga

INTRODUÇÃO

O presente trabalho intitulado “Contributo do Sector da Educação na Redução do

Nível de Desemprego no Município de Viana, nos anos de 2008 a 2012 - Estudo de Caso

Secção Municipal da Educação de Viana” vem deste modo abordar os conceitos de

Desemprego, e Mercado de Trabalho, bem como analisar o Contributo do Sector da

Educação, na Redução do Nível de Desemprego.

O Município de Viana, enfrenta o Desemprego a um nível muito elevado. Tudo isto

acontece devido as dimensões pessoais, comunitárias e sociais. As suas consequências

psicológicas, familiares são profundas, intensas e dramáticas. Por isso nos dirigimos à

abordagem técnico-económico do Desemprego, como mero problema económico, no qual a

ciência económica tem interpretações racionais e soluções eficientes. É assim que deste ponto

de vista se pode defender que o Desemprego não passa de um desequilíbrio no Mercado de

Trabalho, caracterizado por um excesso de procura por parte dos trabalhadores, e diminuição

da oferta de trabalho por parte dos empregadores. Quando este mercado estiver em equilíbrio

a oferta de trabalho tende a igualar a procura de trabalhadores nas empresas.

Assim, se o Mercado de Trabalho estiver a funcionar normalmente haverá pouco

Desemprego, ou será reduzido a níveis pouco significativo. Então a questão da determinação

das Causas do Desemprego centra no conhecimento das razões de desequilíbrio no Mercado

de Trabalho.

Em Angola a guerra deve claramente ser considerada como choque externo que trouxe

consequências dramáticas e objectivas sobre o Desemprego. Analisando o Mercado de

Trabalho angolano, seria importante ter em conta os aspectos relativos a uma economia

dualista. Esta é caracterizada por uma economia formal que recobre justamente uma parte

minoritária da população economicamente activa, um número de abandono escolar que

provoca uma pressão no Mercado de Trabalho, principalmente da mão-de-obra não

qualificada. Com a proclamação da independência de Angola pelo MPLA (Movimento

Popular de Libertação de Angola) os objectivos imediatos do novo regime prima,

principalmente no campo da Educação e no alto índice de analfabetismo existente na

sociedade angolana, uma das primeiras medidas implementadas a nível nacional foi o

combate ao analfabetismo. Indicadores do Ministério da Educação publicados na Revista

Novembro apontam que cerca de 85% da população angolana era analfabeta e mesmo entre os

12

Page 13: Monografia. lourdes bunga

analfabetos muito poucos possuíam qualquer qualificação e só uma maioria não significativa

possuía formação profissional. A problemática da Educação, Emprego e Desemprego mexe

com o país porque envolve toda a sociedade.

Este trabalho é importante para os estudantes porque, ajudará no aprofundamento dos

conhecimentos sobre o Desemprego e o Mercado de Trabalho em Angola, bem como o

Contributo do Sector Municipal da Educação de Viana, na Redução do Nível de Desemprego,

nos anos 2008 à 2012. É um tema que permite ter um entendimento geral das Políticas

implementadas pelo Sector Municipal da Educação de Viana para reduzir o Desemprego e

também, entender melhor as maneiras de como essas Políticas são implementadas. Sua

importância é também abrangente nas entidades empregadoras, pois são estes órgãos que

recrutam os trabalhadores. Uma das particularidades do Mercado de Trabalho encontra-se

precisamente no acréscimo do grau de participação da população na actividade económica. Se

atendermos ao modo como evoluíram as principais categorias sectoriais do emprego,

constatamos que o sector de serviço educacional contribui para a criação líquida de empregos,

funcionando assim como impeditivo de um Desemprego maior.

Segundo Birou (1982), o Desemprego é a suspensão forçada de trabalho dos operários

ou dos salariados, quer por não encontrarem ocupação quer por terem sido despedidos da

empresa em que trabalham. O autor destaca vários tipos de Desempregos, entre os quais se

estudaram os tipos de Desempregos voluntários, friccional, involuntário, cíclico, sazonal,

tecnológico e por fim o Desemprego oculto.

Objectivos

Segundo Carvalho (2009) os objectivos definem as linhas de prossecutiva a

desenvolver que proporcione valor acrescentado a situação de partida. Nesta ordem de ideia,

formulamos o s seguintes objectivos:

Objectivo Geral:

Descrever o Contributo do Sector de Educação, na Redução do Nível de

Desemprego no Município de Viana

Objectivos Específicos:

Abordar os conceitos de Desemprego e Mercado de Trabalho

Identificar os factores que levam o Município de Viana ao nível de

Desemprego elevado;

13

Page 14: Monografia. lourdes bunga

Caracterizar a problemática do Desemprego no Município de Viana, nos anos

2008 à 2012

Descrever as Políticas que o Ministério da Educação implementa no sentido de

reduzir o nível de Desemprego no Município de Viana

Problema da Pesquisa

O Desemprego é um fenómeno que se verifica em Angola, visto que acarreta

consequências muito graves como os problemas económicos e sociais. Referindo exactamente

ao Sector de Educação, são muito os indivíduos com uma formação Pedagógica e que não são

enquadrados no Ministério. Neste contexto, tem-se o seguinte problema:

Como as políticas implementadas pelo Ministério da Educação podem

influenciar na Redução do Nível de Desemprego no Município de Viana?

Hipóteses

Segundo Boaventura (2004), a elaboração das hipóteses serve como um guia na tarefa

de investigação e auxilia na compreensão e elaboração dos resultados e conclusões da

pesquisa. Nesta ordem de ideias do autor, tem-se como hipóteses o seguinte:

a) Com a implementação de políticas governamentais, isto é o aumento de mais Escolas

no Município, proporcionaria mais empregos, e porém a redução do Desemprego

b) Estabelecimentos de políticas educacionais susceptíveis de elevar a escolarização e

qualificação dos indivíduos na Sociedade.

Delimitação da Pesquisa

Este estudo delimitou-se a analisar o Contributo do Sector de Educação, na Redução

do Nível de Desemprego no Município de Viana, bem como a análise da importância do

estudo do Desemprego e o Mercado de Trabalho em Angola, nomeadamente nos anos de

2008 à 2012.

Justificativa

A escolha deste tema é de extrema importância pois, tem a ver com a situação que se

verifica actualmente. São muitos os indivíduos formados e que não conseguem um

enquadramento no Mercado de Trabalho, principalmente no Sector da Educação.

14

Page 15: Monografia. lourdes bunga

A importância deste trabalho para a sociedade é de transmitir o conhecimento sobre

Desemprego e o Mercado de Trabalho. A formulação destas estratégias não é uma prática que

deve ser orientada ao mercado, mas também um exercício direcionado aos empregadores que

deve ser feito por meio de análises, interpretações e avaliações das necessidades dos

indivíduos em obter emprego.

O que mais interessou no referido estudo é a extrema importância na gestão e no

desenvolvimento das estruturas que compõem as sociedades. O Desemprego num

determinado país, especificamente em Angola é bastante relevante pois, provoca vários

problemas no seio das famílias.

Pertinência

Este trabalho é importante para os estudantes e para todos aqueles que fazem da leitura

uma fonte de enriquecimento do intelecto pois, ajudará a aprofundar seus conhecimentos

sobre o Desemprego e Mercado de Trabalho em Angola. É um tema que permite ter um

entendimento geral das Causas do Desemprego e das políticas para a sua Redução. Sua

importância é também extensiva nas Entidades empregadoras, pois são estes órgãos que

adquirem e/ou recrutam os trabalhadores. Visto que o mercado angolano está em crescimento,

com a entrada de novos concorrentes; é de interesse estudá-lo para saber melhor as políticas

que se podem aplicar, no sentido de Reduzir o Nível de Desemprego no Município (Viana).

Relevância Económica e Social da Pesquisa

O tema abordado tem grande relevância para a sociedade pois, o emprego e

desemprego são fenómenos muito verificados actualmente. A caracterização e análise sobre

essa crise mundial, emergem como principais factores do presente texto. Pretende-se por sua

vez, que as notas que se seguem possam dar continuidade ao trabalho.

O agravamento do desemprego, está fortemente relacionado com as crescentes

dificuldades que a economia angolana atravessa. É objectivo do presente texto reflectir sobre

as políticas que o governo implementa para a redução desse grave problema (desemprego).

Uma das particularidades do mercado de trabalho encontra-se precisamente no

acréscimo do grau de participação da população na actividade económica. Se atendermos ao

modo como evoluíram as principais categorias sectoriais do emprego, constatamos que o

15

Page 16: Monografia. lourdes bunga

sector dos serviços contribui para a criação líquida de empregos, funcionando assim como

impeditivo de um desemprego maior.

Neste contexto, nos é conveniente dizer que com a evolução e/ ou criação substancial

de mais postos de trabalhos haverá a estabilização das famílias bem como da economia pois,

através dos rendimentos de cada trabalhador o governo consegue arrecadar mais fundos para

responder a todas preocupações que a sociedade apresenta, proporcionando assim o

crescimento e desenvolvimento do país.

O presente trabalho vai abordar dois capítulos. O primeiro capítulo tratará do

referencial teórico do Contributo do Sector da Educação na Redução do Nível de Desemprego

no Município de Viana, nos anos de 2008 a 2012, focalizando todo arsenal de conceitos que

formalizam o tema em questão, protagonizado por vários autores.

O segundo capítulo abordará as questões ligadas aos Procedimentos Metodológicos

analisados nos mais variados campos, de conformidade com o enquadramento lógico do

trabalho, em que a População será composta por 139 Escolas do Município de Viana e, terá

como amostra apenas 3 Escolas do mesmo Município. A Instituição que nos vão fornecer as

informações referentes as Escolas em estudo será a Secção Municipal da Educação de Viana.

Esta Instituição encontra-se localizada em Viana-Vila, próximo da Casa da Juventude,

propriamente no recinto da Escola do 1º Ciclo do Ensino Secundário nº 5002.

16

Page 17: Monografia. lourdes bunga

CAPITULO I: REFERENCIAL TEÓRICO DO CONTRIBUTO DO

SECTOR DA EDUCAÇÃO NA REDUÇÃO DO NÍVEL DE

DESEMPREGO NO MUNICÍPIO DE VIANA, NOS ANOS DE 2008

A 2012

Não existem estatísticas directas do Emprego e do Desemprego. Uma reflexão sobre o

Mercado de Trabalho baseada em variáveis correlacionadas e do comportamento de variáveis

explicativas como o Produto Interno Bruto, os níveis de utilização da capacidade produtiva

instalada e na análise dos acontecimentos mais relevantes. O estudo do Emprego deve

começar pela verificação dos dados sobre a população e o seu comportamento ao longo dos

anos.

1.1 O Desemprego

O Desemprego é a suspensão forçada de trabalho dos operários ou dos salários, quer

por não encontrarem ocupação quer por terem sido despedidos da empresa em que

trabalhavam (BIROU,1982).

Um estudo económico e sociológico do desemprego não deve limitar-se a analisar as

causas e a procurar a razão por que ele afecta um ou outro sector, mas deve considerar as suas

várias consequências na vida dos trabalhadores e na economia do país, ver como atinge os

trabalhadores, segundo a idade, o sexo, a qualificação profissional, a nacionalidade, bem

como a situação familiar.

A percentagem global de população activa desempregada num país, as estruturas

afectadas, a duração de desemprego de cada desempregado, são índices da vida económica de

uma nação. A luta contra o desemprego faz-se por uma política do pleno emprego que se opõe

por vezes a outros objectivos económicos globais. Sendo o desemprego um fenómeno crónico

na maioria dos países, o governo remedeia o problema com paliativos; fundo de ajuda aos

desempregados, seguro de emprego.

17

Page 18: Monografia. lourdes bunga

1.2 Definição de Desemprego. Principais obstáculos

Segundo Da Rocha (2012), é difícil encontrar um fenómeno mais complexo do que o

desemprego, justamente devido as suas dimensões pessoais, comunitárias e sociais1. As suas

consequências psicológicas, familiares e culturais são profundas, intensas e dramáticas. Por

isso é que dirigem à abordagem técnico-económica do desemprego, recusando se muitos

analistas a considerar o desemprego como mero problema económico, para qual a ciência

económica tem interpretações racionais e soluções eficientes. E é assim que deste ponto de

vista se pode defender que o desemprego não passa de um desequilíbrio no mercado de

trabalho, nomeadamente um excesso de oferta por parte dos trabalhadores. Quando este

mercado estiver em equilíbrio a oferta de trabalho tem de igualizar a procura de trabalhadores

das empresa e a um determinado percurso.

Assim, se o mercado de trabalho estiver a funcionar normalmente não há desemprego.

Então a questão da determinação das causas do desemprego centra-se no conhecimento das

razões de desequilíbrio no mercado de trabalho. Quanto aos aspectos que afectam a definição

de emprego, o mesmo autor salienta que estes são vários em relação a delimitação desta

variável; a mesma é abrangente deste modo, consideramos os seguintes aspectos que podem

ajudar no entendimento deste fenómeno. O emprego deve ser considerado pelo número de

horas que a população deseja trabalhar em actividade remunerada. Há vários aspectos que nos

ajudam na análise do emprego2:

A idade, que determina que se leve em atenção a estrutura etária da população activa,

de maneira a separar o desemprego jovem, do desemprego adulto e do desemprego

dos mais velhos: normalmente o desemprego jovem é mais elevado do que o global e

o último apresenta sempre uma tendência de crescimento;

O sexo, a taxa de emprego feminina é via de regra inferior à masculina e em alguns

países mais baixa do que a taxa de emprego global; em Angola, ‘a população

1Cf. Manuel Alves da Rocha. Os limites do Crescimento Económico em Angola. Emprego, Produtividade e Crescimento Económico, pg.1812 Idem

18

Page 19: Monografia. lourdes bunga

empregada estimada para Luanda situa-se em redor de 688.900 pessoas, das quais

37% ligadas a actividades formais. A população feminina corresponde a 48,6% do

total e concentra-se maioritariamente no sector informal com 63,5% dos postos de

trabalho. Em contrapartida o sector formal é dominado pelos homens com 67%

desempregos. Esta distribuição é de uma segmentação clara do mercado de trabalho

através do feminismo do sector informal;

As qualificações, afectam directamente a produtividade económica e podem registar-

se aumentos na taxa global de desemprego, regressões nos ganhos de produtividade,

sendo para tal suficiente que as profissões indiferenciadas proliferem, como é o caso

de Angola;

A organização do trabalho, em particular com os que intersectam com a paralisação

temporária das empresas por falta de matéria-prima e de utilidade como água, gerando

emprego parcial e, genericamente, dos centros de decisão política e administrativa, são

os que mais passam por estes problemas;

A Fiscalidade, relacionados com a penalização do trabalho suplementar e com a

escassez de incentivos fiscais às iniciativas empresariais dos desempregados; uma

carga fiscal anormal sobre os rendimentos do trabalho informaliza de imediato o

emprego e faz surgir a questão do custo de oportunidade do lazer;

Conjunturas, as consequências da guerra trouxeram certas situações de redução de

pessoal com aspectos referentes a desemprego de muitas categorias profissionais como

o caso de despedimento do pessoal do projecto Kapanda, Gamek após a ocupação do

canteiro de obras de construção da barragem de Kapanda em1992. Outros casos

similares para assinalarem são os dos trabalhadores dos petróleos na zona de

exploração do Soyo, com os ataques de tropas da UNITA nesta área; como da

ocupação das zonas diamantíferas das Lunda.

19

Page 20: Monografia. lourdes bunga

1.3 Tipos de Desemprego

O Desemprego decorre dum desequilíbrio no Mercado de Trabalho. O primeiro

elemento a considerar é do domínio dos ciclos económicos3. A economia moderna é

permanentemente perturbada por choques, uns de pequena dimensão relacionadas com os

processos de adaptação económica, outros porém, de maior envergadura e de natureza

recessiva. Em Angola a guerra deve claramente ser considerada como choque externo que tem

tido consequências dramáticas e objectivas sobre desemprego. Neste contexto, são

enumerados os tipos de desempregos4:

O Desemprego Voluntário

É o único Desemprego que se considera possível. Essa decisão pode, de facto ocorrer,

nomeadamente quando não se encontra o tipo de trabalho ou de remuneração que se pensa

como suficiente para compensar o esforço. Admitido como possível pela teria neoclássica;

com base nos postulados da racionalidade dos agentes e do equilíbrio dos mercados só pode

acontecer se alguém entender que ao preço de mercado é-lhe preferível não trabalhar;

O Desemprego Friccional

É um Desemprego de tipo temporário e relacionado com uma situação especial do

mercado de trabalho. Este mercado está obviamente, em desequilíbrio, mas a economia tem

empregos para oferecer, existem trabalhadores dispostos a aceitar o tipo de trabalho oferecido

pelo preço que estiver determinado. Este desemprego combate-se pela reavaliação dos níveis

de subsídio de desemprego e do salário mínimo, pela melhoria da informação sobre o

mercado de trabalho, a melhoria dos sistemas de circulação das pessoas e, no geral, de todas

as medidas que aumentam a flexibilidade deste mercado;

O Desemprego Involuntário

3 Manuel Alves da Rocha. Os Limites do Crescimento Económico em Angola: Tipos de Desempregos, pg. 184 4 Cf. Manuel Alves da Rocha. Os Limites de Crescimento Económico em Angola: Tipos de Desemprego, pg.184

20

Page 21: Monografia. lourdes bunga

O Desemprego Involuntário corresponde a uma situação de carência efectiva de

empregos oferecidos pela actividade económica. Ainda que as pessoas queiram trabalhar ao

salário de mercado, existe uma falta de postos de trabalho. De qualquer modo a questão do

desemprego é quase que inevitavelmente antecedida de interrogações sobre a identificação e

contagem dos desempregados. Quem são eles? Quantos são? São todos na verdade

desempregados ou ao contrário foram verdadeiramente todos recenseados? Perguntas sem

resposta definitiva: o debate é tanto política, estatística económica e sociológica;

O Desemprego Cíclico

É o Desemprego que surge devido a depressão da actividade económica em regime

liberal do Mercado de Trabalho;

O Desemprego Sazonal

É o Desemprego ligado a actividades que só ocupam uma parte do ano e à

impossibilidade de empregar os trabalhadores noutras actividades;

O Desemprego Tecnológico

Surge devido ao despedimento de trabalhador provocado pelo progresso das técnicas

(automatização);

O Desemprego Oculto

Não é um Desemprego real, mas um mau emprego. Não consiste, com efeito, numa

suspensão de trabalho, mas no facto de trabalhadores estarem colocados em sectores onde já

existem demasiadas pessoas para as actividades a realizar: cada um encontra-se assim

desempregado.

O Desemprego oculto manifesta-se sobretudo no sector agrícola (pequenas unidades

familiares não produtivas) e no sector terciário (multiplicação dos funcionários, dos

empregados, dos pequenos retalhistas, dos revendedores). É devido a condições estruturais

21

Page 22: Monografia. lourdes bunga

das economias subdesenvolvidas e ao seu dualismo interno. Neste tipo de economia há um

subemprego permanente com uma reserva de capital insuficiente relativamente à força de

trabalho disponível. Qualifica-se por vezes de desemprego oculto o facto de haver um

excedente de mão-de-obra no mercado de trabalho, na medida em que este fenómeno provoca

uma oferta de força de trabalho abundante e a salários baixos: os trabalhadores mal pagos

reduzirão o seu esforço produtivo, e esta força de trabalho não será assim totalmente utilizada.

Para provocar o desenvolvimento económico é, portanto, indispensável construir uma

rede coerente do conjunto de produtos e de receitas em função dos recursos e das

disponibilidades globais internas e em função das interdependências com os outros países.

Mas, para obter este resultado, ao mesmo tempo que uma justa distribuição do rendimento

nacional e uma melhoria dos níveis de vida do povo, é necessário instaurar estruturas e

instituições sociais, políticas e económicas adaptadas.

1.4 O Desemprego e os Desempregados

O Desemprego tem sido sempre um objecto embaraçoso para a sociologia do trabalho.

Será pelo facto de sua grande proximidade com o objecto social tudo diferente, a pobreza,

pelo seu afastamento do mundo da produção, pela dificuldade em arrumar os desempregados

numa destas categorias comummente estabelecidas.

O Desemprego é o inverso do trabalho, mas o desempregado é um activo mesmo sem

usufruir de emprego, ele é contabilizado no que se denomina população activa. Para se ter

uma noção dos desempregados é preciso em princípio estudar todas as pessoas que

ultrapassam uma idade específica que ao longo do período de referência, estiveram sem

trabalho, disponíveis para trabalhar e a procura de um trabalho. Antes destas resoluções

evocadas, primeiro existe uma definição internacional de emprego e do desemprego adoptada

pelo BIT5 em 1954 que estipula. O Desempregado como todo o indivíduo que preencha as três

condições de referência:

Estar sem emprego, quer dizer não ter efectuado nenhum trabalho remunerado;

Estar disponível, salvo doença benigna;

5 Bureau Internacional do Trabalho22

Page 23: Monografia. lourdes bunga

Procurar um emprego, quer dizer ter efectuado um ou vários actos de candidatura

durante a semana de referência. Assim para permitir um acompanhamento

internacional do emprego, do desemprego, o Bureau Internacional du Travail (BIT)

emitiu recomendações que apoiam a definição da actividade sobre critérios precisos.

Cada país aplica estas regras, porém em função da especificidade da sua organização

social, das suas instituições e dos seus instrumentos.

1.5 Medição do Desemprego

A Medição do Desemprego de uma economia pode parecer simples, mas de facto

embora não seja fácil distinguir uma pessoa com um emprego integral de outra que não tem

trabalho algum, é muito mais difícil uma pessoa desempregada de outra que está fora de

trabalho.

Entrada e saída da força de trabalho são na verdade, movimentos muito comuns. Mais

de um terço da dos desempregados entrou recentemente na força de trabalho, esta incluem

jovens em busca do primeiro emprego, como universitários que acabam de deixar a faculdade.

Incluem também, em maior número de trabalhadores mais velhos que deixaram a força de

trabalho e voltam agora a procurar emprego. Mas ainda nem todo o desemprego acaba quando

aquele que está em busca de emprego o encontra o que leva uma metade de todos os períodos

de desemprego terminar logo que o desempregado sai da força de trabalho.

Como as pessoas entram e saem da força de trabalho com tanta frequência, é difícil

interpretar as estatísticas de desemprego. Por um lado, alguns dos que são considerados

desempregados podem não estar tentando com muito afinco encontrar um emprego. Podem

chamar a si próprio de desempregados para terem direitos a um dos vários programas do

Governo que dão assistência financeira ao desempregado. Seria mais realista considerar que

algumas dessas pessoas estão fora da força de trabalho. Estas pessoas podem ter tentado

encontrar um emprego mas desistiram depois de uma busca mal sucedida. Estas pessoas,

chamadas de trabalhadores desalentados6, não aparecem nas estatísticas do desemprego,

mesmo sendo trabalhadores sem emprego. Trabalhadores desalentados são pessoas que

6 São pessoas que buscam emprego, mas desistem por uma causa mal sucedida.23

Page 24: Monografia. lourdes bunga

gostariam de trabalhar, mas desistiram de buscar emprego. Qual a duração da falta de trabalho

dos desempregados?

Uma questão importante na avaliação da gravidade do problema do desemprego é de

saber se o desemprego é tipicamente uma questão de curto prazo ou de longo prazo, se o

desemprego for de curto prazo podemos concluir que não é uma questão muito importante. Os

trabalhadores podem precisar de algumas semanas para encontrar a ocupação que melhor

atende as suas habilidades e preferências. Contudo, se o desemprego for duradouro, podemos

concluir que é um problema importante. Trabalhadores desempregados por longo período

estão mais sujeitos a dificuldades económicas e psicológicas.

Como a duração do desemprego pode afectar a avaliação a respeito da gravidade do

problema? Os especialistas dedicaram muita energia ao estudo dos dados relativos à duração

dos períodos do desemprego. Nesse esforço, eles revelaram um resultado importante, subtil e

aparentemente contraditório; a maior parte dos períodos do desemprego observado a qualquer

época dada é de longo prazo: imaginemos que visitamos semanalmente, durante um ano, a

Repartição Municipal da Educação de Viana que cuida do desemprego neste município no

sentido de pesquisar os quadros subaproveitados, três deles são as mesmas pessoas ao longo

do ano e o quarto é uma pessoa diferente a cada semana. Com base nesta experiência você

diria que o desemprego é tipicamente, uma situação de curto prazo ou de longo.

Alguns cálculos simples ajudam a responder o exemplo apresentado, encontrou-se um

total de 56 pessoas desempregadas; 53 delas ficam desempregadas numa semana, e 3 estão

desempregadas o ano inteiro. No entanto 53/56, ou 95% dos períodos do desemprego é de

uma semana, o que significa que a maioria dos períodos de desemprego é de curta duração.

Agora vejamos, o desemprego total. As 3 pessoas desempregadas durante um ano. Portanto, a

maior parte dos desempregados observados a qualquer tempo dado é de longo prazo.

1.6 Causas do Desemprego

Vimos como o governo afere o Desemprego os problemas que ocorrem na

interpretação dos indicadores de desemprego e o que os especialistas observam em relação à

duração do desemprego. Você já deve ter uma boa ideia do que seja o desemprego. Contudo,

24

Page 25: Monografia. lourdes bunga

ainda não explicamos porquê que a economia regista desemprego. Na maior parte dos

mercados da economia os preços se ajustam para conduzir as quantidades oferecidas e

demandada ao equilíbrio. Num mercado de trabalho ideal, os salários deveriam ajustar-se para

igualar a quantidade de trabalho demandada7.

O economista Pochmann (2001), baseado numa leitura marxiana a respeito do

funcionamento do capitalismo, parte do conceito de População Economicamente Activa para

construir uma conceituação abrangente sobre o desemprego. O mesmo autor disse ainda que

toda nação possui um grupo de pessoas capazes e em condições de participar do conjunto das

actividades de produção social. Este grupo é chamado nos estudos sobre mercado de trabalho

das Populações Economicamente Activa (PEA). Embora a PEA expresse o potencial de

produção social de uma nação, somente uma parte dela é que acaba sendo realmente

envolvida diretamente nas actividades de produção, de acordo com as necessidades e

exigências do processo de acumulação do capital. A parte da PEA não utilizada no processo

produtivo é que se chama de desempregados. Nas palavras do próprio POCHMAN (2001,

pg.78)

Segundo Santos (2000) até o século XVIII o termo Desemprego simplesmente não

existia. Podia se encontrar, na Europa, referências aos pobres, mendigos ou indigentes,

quando se queria designar aqueles homens incapazes de garantir a sua sobrevivência, mas não

havia ainda a noção de Desemprego.

No século seguinte, com o desenvolvimento das relacções capitalistas de produção e,

consequentemente, com a consolidação do trabalho assalariado, surgem as primeiras noções

do que se poderia chamar de Desemprego, uma situação que representasse toda privação

involuntária e passageira de trabalho ocasionada por qualquer motivo como doença, acidente,

falta de trabalho, feriados (COMT, 1995).

A primeira fase do Desemprego nasce, portanto, no século XIX juntamente com o

conjunto de transformações que se consolidou com o surgimento do capitalismo industrial. O

desemprego surge, inicialmente, pela impossibilidade de ingresso ou pela expulsão (devido às

7 Cf. Manuel Alves da Rocha. Os Limites do Crescimento Económico em Angola: A formação do Salário e o Desemprego, 2012, pg.189

25

Page 26: Monografia. lourdes bunga

transformações nos meios de produção), dos trabalhadores, do sector secundário que se

formava.

De um lado, o trabalho de ofício era dizimado pelas transformações ocorridas nos

meios de produção, engrossando as fileiras daqueles que precisavam vender sua força de

trabalho para sobreviver, de outro, havia um processo de expulsão e atração dos

trabalhadores.

O desempregado era o homem sem trabalho, era aquele que não conseguia vender sua

força de trabalho, se tornando incapaz de suprir suas necessidades ou as de sua família, não

estando muito distante, portanto, da situação de indigência.

Obviamente, a realidade não se parece com esta ideal. Há sempre alguns trabalhadores

sem emprego, mesmo quando a economia em geral está em boa situação. Em outras palavras, a

taxa de desemprego nunca caí para zero; em vez disso, ela oscila em torno da taxa natural do

desemprego.

Para entender esta taxa natural, existem 4 razões pelas quais os mercados de trabalho

do mundo real se afastam do ideal do pleno emprego:

Legislação do salário mínimo

Sindicatos

Salários de eficiência

Busca de emprego

1.6.1 Legislação do Salário Mínimo

Começaremos vendo como o desemprego se dá em decorrência das leis relativas ao

salário mínimo. 1- Embora o salário mínimo não seja a principal razão do desemprego que se

verifica nas economias avançadas, ela tem um impacto importante sobre alguns grupos com

taxas de desemprego especialmente elevadas. Mas ainda, a análise do salário mínimo é um

começo natural porquê pode ser usada para entender algumas das razões mais comuns para o

desemprego. Quando a legislação força o salário a se manter acima do nível do equilíbrio entre

a oferta e a procura, ela aumenta a quantidade de trabalho oferecida e reduz a quantidade

26

Page 27: Monografia. lourdes bunga

formada em comparação com o nível de equilíbrio. Há mais trabalhadores dispostos a trabalhar

do que emprego a disposição, alguns trabalhadores ficam sem postos de tr

Deste modo, é importante observar porque a legislação do salário mínimo não é a

razão principal do desemprego: a maior parte dos trabalhadores ganham acima do nível

mínimo. A legislação do salário mínimo é com mais frequência compulsiva no caso dos

trabalhadores menos qualificados e menos experientes, como os adolescentes.

Se o salário for mantido acima do nível de equilíbrio, por qualquer razão, o resultado é o

desemprego. A legislação do salário mínimo é uma das causas ou razões pelas quais os

salários são demasiados altos.

1.6.2 Sindicato

É uma associação de trabalhadores que negoceia com os empregadores para a

obtenção de melhores salários, bem como condições de vida. Um sindicato é um grupo de

membros, agem em conjunto na esperança de assim exercer seu poder do mercado. Há

trabalhadores que discutem seus salários, benefícios e condições de trabalho com seus

empregadores individualmente. Já os trabalhadores sindicalizados o fazem em conjunto, o que

origina a Negociação Colectiva.

Por Negociação Colectiva8, entende-se o processo pelo qual Sindicatos e empresas

chegam a um acordo quanto as condições do emprego.

Quando um Sindicato negoceia com uma empresa, pede salários mais altos, melhores

condições de vida e maiores benefícios em relação as empresas que oferece na ausência do

sindicato. Se o sindicato e a empresa não chegarem a um acordo, o sindicato pode organizar

uma greve. E, como a greve provoca a diminuição da produção das vendas e dos lucros, uma

empresa que se depara com uma ameaça de greve; esta empresa estará mais propensa a pagar

salários mais altos em relacção aos que pagaria em outras situações. De acordo com algumas

investigações, verificou-se que as listas que estudam os impactos dos sindicatos enumeram

8 A Negociação Colectiva, ajuda a dar soluções de conflitos, no qual os tomadores de serviços singulares ou colectivamente apresentados, e os trabalhadores na figura do respectivo Sindicato por meio do entendimento directo, buscam superar divergência de interesses, materializando eventual avença em um instrumento de natureza contractual normativa. Cf. Jean Claude Javillier e Roger Blanpain. Direito do Trabalho Comunitário, 1995.

27

Page 28: Monografia. lourdes bunga

que os trabalhadores sindicalizados ganham de 10% a 20% mais do que os não sindicalizados.

Os não sindicalizados, podem reagir a uma situação de duas maneiras:

Alguns permanecem desempregados e esperam por uma chamada e ganhar o salário

mais alto do que os sindicalizados. No entanto, quando os sindicatos aumentam as

remunerações em parte da economia, a oferta de mão-de-obra, diminui os salários dos

trabalhadores não sindicalizados, em outros termos, os trabalhadores sindicalizados usufruem

dos benefícios da negociação colectiva, enquanto os trabalhadores não sindicalizados sofrem

alguns custos.

1.6.3 Teoria dos Salários de Eficiência

A razão pela qual as economias registam algum desemprego é dada pela teoria salários

de eficiência. De acordo com este paradigma, as empresas operam eficientemente, se pagarem

salários altos, mesmo quando há muitos trabalhadores no mercado. Por este motivo, o

desemprego se da através da teoria dos salários de eficiência; é semelhante ao causado pela

legislação do salário mínimo e pelos sindicatos. Em todo caso, o desemprego é a

consequência de salários superiores ao nível que equilibra a oferta e a procura de trabalho,

mas há diferença. A legislação do salário mínimo e os sindicatos impedem as empresas de

reduzir os salários na presença de um excesso de trabalhadores.

A teoria dos salários de eficiência afirma que em alguns casos as restrições às

empresas são desnecessárias porque elas podem ser beneficiadas da manutenção dos salários

acima do nível de equilíbrio.

Porque é que as empresas desejariam manter os salários altos? De certa maneira esta

decisão parece estranha, pois os salários constituem uma boa parcela dos custos da empresa.

Geralmente, espera-se que as empresas maximizem os seus lucros, portanto os salários tão

baixos quanto possível. A nova revelação da teoria dos salários de eficiência é de que o

pagamento de salários altos pode ser lucrativo porque eles aumentariam a eficiência dos

trabalhadores da empresa.

28

Page 29: Monografia. lourdes bunga

Há várias tipologias de salários de eficiência. Cada um sugere o seu tipo uma análise

diferente, razão pela qual as empresas preferem pagar salários altos. Vejamos quatro deles:

a) Saúde do trabalhador

A primeira e mais simples teoria dos salários de eficiência é a que destaca a relacção

entre os salários e a saúde do trabalhador. Trabalhadores mais bem pagos ingerem uma dieta

mais nutritiva, e trabalhadores melhor alimentados são mais saudáveis e mais produtivos.

Uma empresa pode considerar mais lucrativo pagar salários e ter trabalhadores menos

saudáveis e improdutivos.

Estes tipos de teoria de salários de eficiência não são relevantes para empresas de

países ricos. Nestes países, os salários de equilíbrio para a maioria dos trabalhadores estão

acima do que seria necessário para ter uma dieta adequada. As empresas não estão

preocupadas com o facto de que o pagamento do salário de equilíbrio possa colocar a saúde

de seus funcionários em risco.

Este tipo de trabalho de eficiência é mais relevante para empresas de países menos

desenvolvidos onde a alimentação inadequada é um problema mais comum. O desemprego é

alto nas cidades de muitos países pobres da África, por exemplo. Nestes países, as empresas

podem ter receio de que um corte dos salários possa, de facto, influir adversamente sobre a

saúde e a produtividade de seus funcionários.

b) Rotatividade do trabalhador

Uma segunda tipologia de Teoria do Salários de Eficiência é o que relaciona os

salários com a rotatividade dos trabalhadores. Os trabalhadores saem do emprego por uma

série de motivos- empregar-se em outras empresas, mudar-se para outras regiões, sair da força

de trabalho, etc. A frequência com que se fazem depende de todo o conjunto de incentivos

com que se deparam, incluindo os benefícios de sair ou de continuar na empresa. Quanto mais

uma empresa paga seus trabalhadores, menos eles decidem abandonar o emprego. Assim, uma

empresa pode reduzir a rotatividade de seus funcionários pagando-lhes um salário maior.

29

Page 30: Monografia. lourdes bunga

Porquê as empresas se preocupam com a rotatividade? A razão é que a contratação e o

treinamento de novos funcionários têm custos altos para a empresa. Mas ainda, depois de

treinados, os trabalhadores recém-contratados não são tão produtivos quanto aos trabalhadores

experientes. Empresas com alta rotatividade têm tendência de registar custos de produção

mais altos. As empresas podem considerar mais lucrativo pagar salários superiores ao nível de

equilíbrio a fim de reduzir a rotatividade dos trabalhadores

c) Esforço do trabalhador

Uma terceira tipologia de Salário de Eficiência destaca a relação entre salário e esforço

do trabalhador. Em muitos empregos, os trabalhadores têm certo arbítrio sobre a intensidade

de seu trabalho. Em consequência, as Empresas monitoram os esforços de seus trabalhadores,

aqueles que forem pagos fugindo às suas responsabilidades são demitidos. Mas nem todos os

relapsos são detectados imediatamente porque o monitoramento dos funcionários é caro e

imperfeito. Uma empresa pode contornar este problema pagando salários superiores ao nível

de equilíbrio. Salários mais altos tornam o trabalhador ansioso para manter o emprego e,

portanto lhes dão um incentivo a envidar os maiores esforços.

Na variante do esforço do trabalhador de teoria dos salários de eficiência, o

desemprego desempenha um papel semelhante. Se o salário estivesse no nível que equilibra a

oferta e a procura, os trabalhadores teriam menos motivação para trabalhar arduamente num

emprego que lhe pagasse o mesmo. Portanto, as empresas aumentam o salário acima do nível

de equilíbrio, provocando o desemprego e dando um incentivo aos trabalhadores para que

estes não fujam às suas responsabilidades.

d) Qualidade do trabalhador

O quarto e final tipo de Teoria dos Salários de Eficiência destacam a relacção entre os

salários e a qualidade do trabalhador. Quando uma empresa contrata novos trabalhadores, não

pode avaliar perfeitamente a qualidade dos candidatos. Ao pagar um salário alto, a empresa

atrai um conjunto mais qualificado de candidatos a seus postos de trabalho. Assim, se a

30

Page 31: Monografia. lourdes bunga

empresa se deparar com um excesso de mão-de-obra, pode parecer lucrativo o salário

oferecido.

1.6.4 Busca de emprego

Uma quarta razão pela qual as economias sempre registam algum desemprego, além

da legislação do salário mínimo, dos sindicatos e dos salários de eficiência, é a busca de

trabalho9. Por busca de trabalho, entende-se o processo de combinar trabalhadores com

empregos adequados. Se todos os trabalhadores e todos os empregos fossem aptos para todos

os empregos, a busca de trabalho não seria um problema. Trabalhadores demitidos,

encontrariam novos empregos com facilidade e, adequados as suas capacidades.

O Desemprego decorrente da busca de trabalho, é em um sentido importante, diferente

do Desemprego que resulta da legislação do salário mínimo, dos sindicatos e dos salários de

eficiência. Nestes três casos, o salário está acima do nível de equilíbrio, de modo que a

quantidade de trabalho oferecido excede a quantidade de trabalho procurada; os trabalhadores

estão desempregados porque estão esperando a abertura de postos de trabalho. Já a busca de

emprego não decorre de uma falha do salário em equilíbrio de mão-de-obra. Quando a busca

de trabalho é a explicação do desemprego, o que ocorre é que os trabalhadores estão

procurando os postos de trabalho mais adequados para eles. Assim, a busca de trabalho é o

processo de combinar trabalhadores com empregos adequados.

1.7 Taxas de Desemprego em Luanda

O Desemprego constitui, com efeito um importante indicador dos desequilíbrios

existentes no mercado de trabalho, na medida em que ele exprime os desajustamentos entre a

oferta e a demanda. A título comparativo, esta taxa bruta de desemprego10 foi estimada a 23,3

% cuja 20,2% para os homens e 24,9% para as mulheres (vide Emprego e Desemprego em

9 Na busca de trabalho, fala-se também da inevitalidade do desemprego temporário, das políticas públicas e a busca de emprego e do seguro desemprego. 10 Cf. Baptista Lukombo. Desemprego e Crise Social em Luanda, pag.21,

31

Page 32: Monografia. lourdes bunga

Luanda 1992). Ele correspondia a 32,3%, sendo mais elevado no sector informal de 4 %

comparado ao do sector formal. A taxa de desemprego entre as mulheres era de 35,6% mais

alta que a dos homens (IPVCD). O perfil da Taxa de Desemprego apresenta profundas

disparidades segundo os grupos considerados da população. Ele varia fortemente entre os

grupos de idades, e apresentam os valores elevados nos grupos de idades dos 10 aos 19 anos.

Os valores são indicativos do nível de abandono escolar existente na capital; ao

mesmo acrescenta- se o estado de pobreza das famílias que afecta esta camada da população

relativamente jovem a esta situação de inatividade. Habitualmente, a taxa de desemprego de

jovens de 18 anos deveria ser inferior a de outras faixas etárias. Isto não é o caso, em

consequência de dificuldades conjunturais económicas e sociais que o país atravessa e que

levam muitos jovens a procura de um emprego com vista sobreviver; tendo em conta o facto

do acesso as escolas seja limitado e o jovem é considerado como uma força de trabalho capaz

de produzir um rendimento.

1.8 Taxa de Desemprego por Sexo e por Idade

As taxas de Desemprego são superiores por mulheres em todas as faixas de idade de

18 aos 20 anos. As taxas de desemprego decrescem à partir de 25 anos, o que correspondente

em relação dos dados do inquérito Emprego e Desemprego. Eles representam portanto para as

mulheres um ligeiro aumento do grupo dos 40-44 anos.

As taxas de Desemprego entre a s pessoas de 10 a 19 anos são superiores àqueles de

20-29 anos. Esta informação vai de encontro com a dos dados do inquérito emprego e elas

correspondem no seu valor mínimo na população da faixa de 30 a 49 anos. Embora a taxa de

ocupação do sexo masculino seja predominante 88,9%, a taxa de mulheres é de 65,5 %, sejam

2 a 3 mulheres declaram trabalhar de uma maneira remunerada ou recompensada. Segundo o

inquérito MICS (Multiple Indicator Cluster Survey); Inquérito por indicadores múltiplos por

amostragem) realizado pelo INE11 e financiado pelo UNICEF12 com um tamanho de amostra

de 4337 lares nas zonas urbanas e rurais cujo 7360 pessoas responderam ao questionário) as

taxas de desemprego manifestam-se a volta de 25 % nas mulheres por uma segmentação do

mercado de emprego representado pelo género com mais mulheres no sector informal que

11 Ver Siglário12 Idem

32

Page 33: Monografia. lourdes bunga

homens no meio urbano. O que pode explicar se pelo baixo nível de instrução e a facilidade

de acesso ao sector informal.

1.9 O Mercado de Trabalho e a Crise da Sociedade

Os trabalhadores não devem ser considerados como meros factores de produção. A

economia serve como um método para organizar a sociedade cujo objectivo é de ajudar as

pessoas enquanto consumidores e enquanto trabalhadores. Por este facto, preocupa-se com a

qualidade e a quantidade de emprego, que a taxa de desemprego é uma preocupação social

central e que o Mercado de Trabalho é uma constante fonte de controvérsia, confrontação

social e actividade política.

Ao longo do último século tem havido batalhas renhidas entre o trabalho e o capital

sobre o salário, condições de trabalho e direito de organização. Hoje, as mulheres e as

minorias lutam por melhores empregos e remunerações.

1.10 As causas históricas das crises e a sua identificação

Referindo-nos ao propósito do padre Imbamba13, “Que Angola esteja a atravessar uma

longa e profunda crise cultural é uma verdade que qualquer observador comum pode

descobrir sem grandes exercícios mentais”. Perante uma situação desta natureza, as pessoas

podem assumir várias atitudes: uns podem optar pela técnica da avestruz, isto é, iludir-se de

resolver o problema, escondendo, pura e simplesmente, a cabeça, ou seja, fechar os olhos à

realidade pungente sem se preocuparem com as consequências: outros podem escolher o

conformismo ou a resignação passiva, habituando-se a conviver tranquila e pacificamente

com a podridão cultural, sem uma capacidade crítica, construtiva e inovadora; outros ainda

podem cair no ango-pessimismo, em que tudo está perdido, porque encalhados num beco sem

saída e por conseguinte, não há mais nada a fazer senão deixar-se arrastar pela onda fatalista

da história para o futuro incerto, à deriva; outros há enfim que, não caindo nem na fatalidade

dos ango-pessimistas nem na ingenuidade dos ango-realismo-crítico em que, com grande

responsabilidade, coragem e espírito criativo, diagnosticam, analisam e avaliam a cultura

adoentada e propõem novos remédios, novos projectos, preparando, desta feita, um futuro

13 IMBAMBA, J. M. Uma nova cultura para mulheres e homens novos, Paulinas, UCAN, Luanda, pag. 10733

Page 34: Monografia. lourdes bunga

melhor e seguro para todos, sem porém, evadirem-se da situação concreta que se impõe e a

todos interpretam.

Para o Presidente José Eduardo dos Santos, “ As causas da estagnação provêm em

boa parte do actual sistema de direcção da economia da centralização excessiva e da

burocratização subsequente da desorganização e da má gestão de empresas, da indisciplina e

da corrupção galopante da pilhagem da propriedade social”14. As causas desta situação

lamentável são várias. Sintetizamo-las da seguinte forma:

1- Uma guerra civil devastadora;

2- Uma carência dramática de mão-de-obra qualificada;

3- A decisão governamental de criar uma economia dirigida, planificada a nível

central e subordinada a uma agenda militar;

4- Uma gestão económica deficiente, acompanhada de reformas parciais e de

políticas económicas distorcivas;

5- Elevados níveis de corrupção e

6- A crescente dependência de um único produto (petróleo) para a obtenção de

divisas e receitas governamentais, estas últimas utilizadas para financiar (na maior

parte dos casos) despesas não produtivas. Todas estas causas somadas conduziram

a economia angolana a um colapso nunca visto antes o ponto 2 pode ser

relativizada. Ao longo de trinta e sete anos de independência Angola formou

muitos quadros em diversos domínios; muitos não conseguem empregos e

colocações devidos a algumas considerações partidárias ou convicções políticas,

aliadas ao clientelismo vigente.

Segundo Da Rocha (2012), “A crise angolana apresenta neste momento especificidade

que diferenciam e lhe conferem características peculiares no contexto africano”. É uma crise

global cujos contornos se apresentam como segue.

É antes de mais uma crise de regime político. Manifesta se em especial

circunstância de quem é poder (governo), nem quem ambiciona ser (oposição)

ter propostas concretas para além de se estar preocupado com a situação.

14 Discurso pronunciado pelo Presidente da República aquando do lançamento do Programa SEF, reproduzido pela ANGOP, e citado por BEAUDET, pag50, 1992

34

Page 35: Monografia. lourdes bunga

Prevalece quase sempre, o imediato e urgente sobre o importante e o decisivo,

parecendo que o futuro voltou as costas ao presente;

O segundo sintoma da crise é a crise de valores. Faltam referências sólidas que

transmitam confiança e possam servir de base a um mimetismo social que

contribua para se referenciar aos actores sociais e que possam servir de base a

um mimetismo social.

Na falta destes códigos socialmente assumidos ou pelo menos no seu reconhecimento,

todo comportamento é justificado e justificável;

Finalmente a crise económica, a que é mais sentida no quotidiano dos

cidadãos. Uma crise económica simultaneamente causa e efeito da crise global

e que se manifesta violenta sobre as condições sociais de vida da população.

1.11 Génese do termo Trabalho

Do latim tripalium15: instrumento de tortura. Acção do homem que, pela intervenção

de todo o seu ser e graças à sua capacidade de antecipação racional, domina a natureza para

fazer servir os seus fins e de modo a permitir a sua própria realização (BIROU, 1982).

Nenhuma definição de Trabalho é satisfatória, uma vez que ela implica uma

concepção do homem e do seu lugar no mundo e não conseguiria reunir todos os sufrágios.

Eis algumas definições que completam a que foi dada acima.

O trabalho humano consiste em criar utilidade. O trabalho é acção inteligente do

homem sobre a matéria. O trabalho é o que, aos olhos de um economista, distingue o homem

dos animais; aprender a trabalhar, tal é o nosso fim na terra.

Friefmann (1996), melhorando a definição, bastante deficiente de Marx (O Capital),

considera o trabalho como o «conjunto das acções que o homem, com um fim prático,

utilizando o seu cérebro, as suas mãos, utensílios e máquinas, exerce sobre a matéria acções

que, por seu lado, agem sobre o homem, modificando-o».

15Cf. Alain Birou. Dicionário de Ciências Sociais: Trabalho, pg.40835

Page 36: Monografia. lourdes bunga

Do ponto de vista económico, o trabalho é considerado como um esforço humano

aplicado à produção da riqueza. Com este propósito, dentro de um sistema capitalista, ele

constitui o factor de um binómio, sendo o outro o capital. Através do trabalho, o homem luta

contra a escassez de bens para satisfazer necessidades. Todo o trabalho busca alguma

utilidade: «o trabalho é a única fonte de riqueza das nações16»

Do ponto de vista social, o trabalho é considerado mais sob o aspecto em que diz

respeito aos homens que o efectuam do que sob o ângulo em que aumentam a riqueza dos que

o dirigem. As condições sociais do trabalho dependem do sistema económico, do grau de

desenvolvimento das forças produtivas, do grau de organização dos trabalhadores, da

legislação e da regulamentação do Estado (Direito do Trabalho).

1.12 Emprego e Trabalho

Actualmente, o termo emprego, está associado à ideia de ocupação, ou até mesmo é

comum se entender emprego e trabalho como sinónimos. Na verdade, ao admitir que a

categoria trabalho assume formas históricas distintas, o mesmo cuidado teórico deve ser

adoptado com a noção de emprego. O que se tentará demonstrar, então é como se deu o

processo de construção de uma forma de organização do trabalho e do emprego que ficou

conhecida como o Emprego Fordista17.

Deste modo, o trabalho assume formas históricas distintas, o que se fará agora é

demonstrar como o trabalho, ao assumir a forma de Emprego Fordista, assume, na história, a

sua forma emprego. A relação de emprego, como qualquer relação humana, assume, também,

formas locais e históricas distintas. Neste estudo, o emprego é entendido como uma relação

social complexa, fundada e permeada por relações de poder. Nem sempre muito claras, mas

que definem e diferenciam as posições e papéis que os homens ocupam e exercem no espaço

social. Segundo a literatura da Sociologia do Trabalho, o emprego fordista representa um

período nunca visto antes na história do capitalismo de um certo equilíbrio nas relações de

poder que fundam a oposição entre capital e trabalho e que, consequentemente, permeiam as

relações de emprego.

16 Citação de Adam Smith, o Pai da Economia17 Por emprego fordista entende-se---------------------------------------------------------------

36

Page 37: Monografia. lourdes bunga

Assim, a noção de emprego fordista tratada aqui, além de se realizar como existência

empírica, se apresenta, também, como um conceito ideal de emprego, além de ser a forma

histórica que torna hegemónica a relacção de emprego no mundo capitalista. O trabalho, além

de ter vários significados históricos tem também várias formas diferentes de organização.

O emprego é, neste sentido, apenas mais uma destas formas históricas assumidas pelo

trabalho. Todo emprego é trabalho, mas nem todo trabalho é emprego. O trabalho pode ser

livre, em regime de servidão, escravo, para pura subsistência, pode ser colecta e cultivo livre

da terra, pode ser a caça, pode ser produção do intelecto, pode ser trabalho assalariado e pode

ser emprego. É somente quando as forças produtivas se desenvolvem a ponto de tornar

possível a superação das relacções de servidão abrindo caminho para o surgimento do

trabalho assalariado livre, que se pode falar em surgimento das relações de emprego.

Assim, um primeiro ponto para se admitir a existência de uma relação de emprego é o

surgimento do trabalho livre. Um outro ponto a ser levado em conta para se falar em uma

relação de emprego é a existência de uma relação de reciprocidade que implique em uma

contrapartida, que é oferecida ao trabalhador quando ele oferece a sua força de trabalho para

outro. Baseando-se no Capitalismo, uma determinada classe de homens se encontra

desprovida de todos instrumentos de trabalho, restando-lhe apenas a sua força física e

intelectual, sua capacidade de trabalho. Estes homens são, então, obrigados a transformar sua

força de trabalho em uma mercadoria, colocando-a a venda.

O trabalho é, então, comprado por uma outra classe, o capitalista, que paga ao

trabalhador alguma remuneração em troca da realização da mercadoria trabalho na produção

de outras mercadorias para o capitalista. O salário é então a contrapartida oferecida pelo

capitalista para que o trabalhador utilize a sua força de trabalho na produção de mercadorias.

É com o surgimento do capitalismo que a história vê o trabalho assumir a forma hegemónica

do trabalho assalariado, ou dito de outra forma, a construção desta forma histórica assumida

pelo trabalho, o trabalho assalariado, é que aparece como a relação social decisiva, que torna

possível a produção da mais-valia e, com isso, o surgimento e desenvolvimento do

capitalismo.

37

Page 38: Monografia. lourdes bunga

Entender o conceito de emprego levando em conta a condição do trabalho livre e a

existência de um acordo mútuo que implique no pagamento de uma contrapartida ao

trabalhador por parte daquele (o capitalista) que se apropria do seu trabalho, permite

identificar, no surgimento do trabalho assalariado dos primórdios do capitalismo, o início

também das relacções de emprego. Mas deve-se tomar cuidado e não generalizar esta

conclusão. Mesmo que se admita que o emprego é uma forma de organização do trabalho

que surge com o capitalismo, ele, também, não pode ser confundido com o trabalho

assalariado.

Todo emprego é um trabalho assalariado, no entanto, nem todo trabalho assalariado é

emprego. Isto porque o emprego também é uma forma histórica, um tipo de organização

assumida pelo trabalho assalariado. A relação de emprego surge na história quando o trabalho

assume uma forma histórica que supõe uma recompensa financeira, que se define enquanto

uma relação de troca garantida por um contrato (Santos, 2000). O trabalho pode ser qualquer

actividade de transformação da natureza, mas não implica sempre em remuneração, já o

emprego implica em remuneração, mas não é só isso, ter um emprego não significa somente

uma forma de conseguir uma renda, mas sim, estar socialmente incluído (CASTEL, 1998).

O emprego não é qualquer tipo de assalariamento, é, antes de tudo, um suporte

privilegiado de inscrição na estrutura social. Um trabalho assalariado só é emprego, portanto,

se está definido por este contrato social. Os vários relatos históricos mostram como foi

complicada a implementação do trabalho livre assalariado no início do capitalismo. As

relações de trabalho eram extremamente precárias, a exploração do trabalho chegava ao limite

da exaustão física ou da própria vida do trabalhador e não havia ainda um aparato

institucional legal capaz de regulamentar e garantir o cumprimento dos acordos de trabalho,

tanto por parte do capitalista quanto por parte do trabalhador.

Assim que o Estado acaba aparecendo como elemento crucial no desenvolvimento e

consolidação das relações capitalistas de produção, ao actuar decisivamente como um dos

elementos centrais para a construção da legislação trabalhista angolana, que será o primeiro

aparato institucional legal capaz de garantir o cumprimento dos acordos entre empregados e

empregadores. A luta de classes e o Estado, como mediador desta luta, são, então, elementos

38

Page 39: Monografia. lourdes bunga

centrais para o surgimento e consolidação do contrato que funda e torna hegemónica a relação

de emprego.

É óbvio, no entanto, que estas transformações não ocorrem da noite para o dia. As

primeiras leis trabalhistas não sairiam do papel, o processo mesmo de implementação,

aplicação e reformulação das leis do trabalho18 se dá através de verdadeiras batalhas travadas

pela classe trabalhadora. O Estado aparece então como o mediador desta luta de classes, a

aceitação e incorporação das reivindicações dos trabalhadores passava a ser, também,

condição indispensável para a conservação, reprodução e sobrevivência.

A construção gradativa de uma legislação trabalhista, fruto da reivindicação e da

organização da classe trabalhadora, bem como do papel mediador e regulador assumido pelo

Estado levará à consolidação de uma relacção de emprego cada vez mais garantida por um

aparato legal sustentado e legitimado pelo Estado. O trabalho assalariado vai, aos poucos,

deixando a condição de insegurança essencial dos primórdios do capitalismo para se

transformar em garantia de segurança pautada no Direito do Trabalho19. O contrato, aos

poucos, se consolida e a relação de emprego propriamente dita vai se tornando hegemónica. O

auge da consolidação desta relação de contrato que caracteriza a relação de emprego se dá

somente no século XX, mas precisamente no período histórico que os estudiosos do trabalho

chamam de o Pacto Social Fordista.

No pacto social que se instaura no fordismo, o contrato de emprego tem a sua

legitimidade mediada e garantida por um tipo específico de Estado, o Estado Social-

democrata, uma forma política de estado capitalista que proporciona, através de uma rígida

regulação das relacções de trabalho um equilíbrio jamais visto na história, na relacção capital

x trabalho.

Uma relação salarial comporta um modo de remuneração da força de trabalho, o

salário que comanda amplamente o modo de consumo e o modo de vida dos operários e das

famílias, uma forma da disciplina do trabalho que regulamenta o ritmo da produção, e o

quadro legal que estrutura a relação de trabalho, isto é, o contrato de trabalho e as disposições

que o cercam. Ter-se-á reconhecido que acabamos de destacar essas características a partir

18 Considera-se que a lei do trabalho se aplica ao trabalho prestado no âmbito das empresas públicas, mistas privadas, cooperativas e de organizações sociais não integradas na estrutura da Administração pública 19 O Direito do Trabalho pode ser entendido como o conjunto de normas jurídicas que regulam as relações entre empregados e empregadores.

39

Page 40: Monografia. lourdes bunga

dos critérios propostos pela escola da regulação par a definir a relação salarial fordista

(CASTEL, 1998, p.414).

O emprego se torna hegemónico, portanto, quando as relações fordista de produção se

consolidam o trabalho assalariado, assume a forma de um contrato social garantido pelo

Estado de Bem Estar Social.

A noção de emprego, neste período vai além de uma mera situação de ocupação, ela é

um status o trabalhador vende sua força de trabalho, derrama quanto for preciso o seu suor,

entrega toda sua saúde, seus sonhos e sua vida em um contrato de trabalho e em troca,

garantidos por este contrato, que ele receba todo um conjunto de direitos e benefícios, para si

e/ou para seus familiares, além de passar a desfrutar de um status de uma cidadania típica do

capitalismo, uma cidadania cujo valor se estabelece a partir de uma inserção, mesmo que

mínima, no consumo.

É claro que, quando se fala em emprego fordista, se pensa logo no trabalho realizado

dentro da fábrica, dentro da industria, mas o fordismo vai além de um modo de gestão ou

gerenciamento do trabalho na indústria, o fordismo passa a ser um modo de vida que se

alastra pelas diversas instâncias da realidade social e, por isso, se alastra também pelas

diversas formas de trabalho nos diversos setores da economia, seja na indústria, no comércio,

na agricultura, na prestação de serviços, no emprego público etc. O contrato de trabalho

fordista se torna hegemónico e o emprego, o trabalho com carteira assinada, o trabalho formal

são os vários nomes dados para esta forma específica assumida pelo trabalho assalariado no

capitalismo.

Como no fordismo a forma histórica hegemónica assumida pelo trabalho é a forma

emprego, no imaginário social isso tem consequências profundas, já que se passa a tratar os

assuntos trabalho e emprego como sinónimos. O Desemprego que é a negação do emprego

passa a significar, no ideário social, a negação do trabalho, o não trabalho.

Assim, aquele que não tem emprego é tomado por uma gama de sentimentos de medo

e insegurança, aliados a um desprestígio social que caracteriza os homens que não têm como

garantir sua sobrevivência ou de sua família.

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Page 41: Monografia. lourdes bunga

Hoje, com o processo de desmantelamento do pacto social fordista e diante do quadro

geral de desconstrução e desregulamentação das leis trabalhistas que culminaram com a

consolidação do emprego fordista, o emprego, enquanto conceito, enquanto categoria

explicativa das relações de trabalho, parece sofrer um processo de desconstrução. A ideia de

emprego, simbolizando um contrato específico que garante deveres e direitos específicos por

parte dos contratantes e contratados parece estar sofrendo um completo processo de

esvaziamento. É preciso entender que os interesses específicos atendem esta tentativa de

construção de uma nova concepção de emprego que não simbolize necessariamente a

existência de direitos dos trabalhadores assegurados por um contrato mediado e garantido

pelo Estado.

Observa-se, portanto, a retomada de uma noção de emprego que remonta os

primórdios do capitalismo, uma noção de emprego que diz respeito a um tipo de ocupação

que implica um acordo entre empregado e empregador, mas que carece de todo um conjunto

de aparatos institucionais, que através da mediação do Estado, possam garantir o

cumprimento deste acordo.

A desconstrução do conceito e do tipo de emprego, concretamente falando, na sua

forma fordista faz parte de todo este processo de desregulamentação, flexibilização e

consequente precarização das relacções de trabalho que as práticas do capitalismo flexível

vem implementando em todo mundo como uma forma de garantir e ampliar a exploração do

trabalho.

Assim, neste estudo, admite-se que apesar de o emprego assumir diversas formas e

significados históricos distintos, dependendo dos interesses e disputas de poder que estão em

jogo, necessita de um elemento fundamental para existir enquanto relação social hegemónica,

o contrato. É este contrato que possibilita a existência de uma relação de venda e compra de

força de trabalho e é este contrato que permite a própria consolidação e reprodução desta

relação.

41

Page 42: Monografia. lourdes bunga

1.13 Importância da flexibilidade do Mercado de Trabalho

Ao falarmos em flexibilidade, inicialmente é necessário reflectir se somos capazes de

mudar nossos planos ou mesmo de deixar de fazer uma tarefa quando as circunstâncias assim

exigirem.

A flexibilidade é a capacidade de nos adaptar e conseguir trabalhar de forma eficaz

nas mais distintas situações e com grupos de pessoas diferentes. Trata-se de uma qualidade

que possibilita que a pessoa entenda e saiba valorizar as diferenças entre pontos de vista

diversos, adaptando seu próprio enfoque a um determinado cenário quando necessário. Ser

flexível é aceitar a realidade sem criar barreiras. É acolher as mudanças e responsabilidades

que o seu papel venha a solicitar para que se mantenha sempre competitivo e actualizado. É

estar disposto a, até mesmo, mudar suas próprias idéias muitas vezes ou seu enfoque perante

uma nova situação e/ou informação ou uma evidência oposta, compreendendo as perspectivas

e ideias provenientes de outras pessoas. É também saber gerenciar as situações e

colaboradores de forma que, em muitas ocasiões, você consiga refletir com discernimento e

agir com profissionalismo e competência, aplicando procedimentos que se adaptem a uma

determinada realidade para alcançar objetivos e metas globais da Organização.

Toda mudança de hábito e atitude exige um esforço gradual e constante. Por isso, se

você deseja aumentar seu grau de flexibilidade, terá que empreender um determinado nível de

esforço grande, médio ou pequeno -, uma vez que nem todos nascem com a habilidade de se

adaptar ao comportamento de outra pessoa. Esta é uma tarefa que se torna ainda mais

importante e urgente para aqueles que ocupam posições de liderança, pois é fundamental

saber tomar as decisões corretas em situações que na maioria das vezes apresentam facetas e

matizes diversas, envolvendo o cumprimento de resultados e prazos estabelecidos pela

Organização em que se trabalha.

È fundamental saber adequar planos, objectivos ou projectos à realidade que se

apresenta em determinados momentos do nosso dia-a-dia, lembrando que são pessoas que

conseguem realizar mudanças na Organização, sempre visando a melhoria de desempenho e,

consequentemente, melhores resultados. É muito óbvio que não estou sugerindo que cada um

saia por aí atirando de qualquer jeito para todos os lados ou fazendo coisas acontecerem sem

que haja também uma atitude de trabalho que envolva a atuação de uma equipe participativa.

42

Page 43: Monografia. lourdes bunga

Muitas vezes, a necessidade de refletir em meio a complexidade do nosso dia-a-dia

poderá nos levar a fazer consultas aos nossos superiores e mesmo a nossos pares sobre idéias

e percepções para que a decisão seja a mais adequada aos factos que se apresentam.

O mundo actual, com suas constantes transformações, faz com que as mudanças

ocorram com alta frequência. Este aspecto vem fazendo com que a flexibilidade seja

considerada uma das competências imprescindíveis para a admissão de profissionais em

determinados níveis de uma Organização, especialmente para cargos que lidam com situações

de certa complexidade. Esta busca acirrada das empresas por profissionais com esta

qualificação se torna ainda mais contundente se observarmos a necessidade de se obter bons

resultados em curto prazo e de manter as pessoas motivadas em suas actividades.

É uma actitude e habilidade de pessoas que possuem discernimento e responsabilidade

e aprimoram seu processo de decisão à medida que o tempo passa. Profissionais que, na

grande maioria das vezes, têm como ponto de partida a pré-disposição de compreender e

valorizar diferentes pontos de vista de outras pessoas, sendo donas de uma aguçada

percepção, o mais próxima possível da realidade/contexto onde actuam.

1.2.5 Referências da Actividade da População e as suas Estatísticas de Trabalho

A observação em referência é uma séria de chamada de atenção não só no que

antecede mas também pela fiabilidade do conteúdo do inquérito sobre o emprego e o

desemprego na cidade de Luanda. Estas observações servem-nos em fim de tipo prevenção

tendo em conta que esta seja a conjuntura particular na maneira de tratar as fontes. Em

convergência com o ponto em referência sobre as considerações e aspectos críticos

formulados sobre as fontes utilizadas. Assim, a análise da demografia da actividade, a

definição e a duração da actividade da população procedem historicamente da necessidade

pelos utilizadores desta fonte produtiva em localizar as reservas de mão-de-obra em função de

seu grau de mobilização actual ou potencial, na actividade económica.

Passe-se assim por círculos sucessivos, da população total em três divisões:

A população em idade de trabalhar;

43

Page 44: Monografia. lourdes bunga

A população em idade de trabalhar comprometida na actividade económica;

A população comprometida na actividade económica e efectivamente ocupada.

Convém por isso considerar as três referências da noção de população activa a idade

de trabalhar, a actividade económica antes de abordar a definição institucional actual da

população activa. A população activa reagrupa as pessoas que são realmente mobilizadas na

actividade de mercado e as que desejam de estarem disponíveis, podem ser consideradas

como imediatamente mobilizados.

As estatísticas de trabalho encontram-se fundamentalmente no centro de numerosas

controvérsias, sobretudo nos países em desenvolvimento. Na origem destes, existe o facto de

que as medidas estatísticas exigem critérios precisos enquanto as situações concretas são

complexas e imprecisas, e que por vezes elas evoluem mais depressa do que os instrumentos

considerados para apreendê-los. Elas resultam igualmente em muitos destes países em uma

falta séria de informações precisas sobre certas franjas da população. Esta descrição válida

também na situação concreta e específica de Angola, está agravada por um estado de guerra

conforme referenciamos bastante, desmembrou o país em ‘arquipélagos.

De facto um Estado constituído por um território com duas administrações; as

populações submetidas quer seja a um, por vezes ao outro poder como susceptíveis de passar

segundo as circunstancias sob controlo de uma outra das autoridades das duas organizações

políticas e militares.

O caso angolano merece enfim de uma precaução e cautela na manipulação e

tratamento dos dados estatísticos fornecidos independentemente das fontes; porque estes não

são neutros relativamente aos aspectos que estão em jogo e aos objectivos preconizados pelas

partes em conflito. A fronteira entre o emprego, o Desemprego e a inatividade é por vez muito

difícil de se perceber. A Produtividade do Trabalho20 é muitas vezes extremamente fraca.

O verdadeiro critério de emprego deveria ser o de um salário suficiente para assegurar

a sobrevivência do indivíduo e de sua família. Os inquéritos conduzidos nos países em

20 A Produtividade do Trabalho é a decorrência da eficiência (CHIAVENATO, 2004, pg. 14). Eficiência significa a utilização adequada dos recursos empresariais. Produzir com eficiência significa utilizar os métodos e procedimentos de trabalho, executar corretamente a tarefa, aplicar da melhor maneira os resultados da empresa.

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Page 45: Monografia. lourdes bunga

desenvolvimento para avaliar o emprego fornecem números na maior parte das vezes pouco

representativos da realidade, assim como as definições sobre as quais elas assentam são

criticáveis. As situações delicadas entre o emprego e o subemprego são mal medidas. Deste

modo, é muito difícil obter estatísticas significativas de emprego e subemprego. Os laços

entre estes conceitos, população activa, emprego, desemprego, logicamente são simples;

contudo eles dão lugar a uma série de medidas; as implicações e sobreposições relativamente

complexam que é preciso esclarecer previamente.

1.13 As Limitações das Estatísticas de Trabalho

O Desemprego dos mercados de trabalho tem sido avaliado convencionalmente com

base na taxa de desemprego. Mas a relevância e utilidade de taxa de desemprego para este

propósito difere entre países e ao longo do tempo. Tal como é definida e medida

habitualmente, a taxa de desemprego é mais baixa em muitos países em desenvolvimento do

que em países da OCDE. Isso não significa que os mercados de trabalho sejam eficientes

nesses países em desenvolvimento.

O Desemprego definido como a completa falta de trabalho, é apenas uma manifestação

do problema de emprego que estes países enfrentam. O conceito de desemprego não é sempre

significativo nos países em vias de desenvolvimento por diversas razões. Em primeiro lugar, a

maior parte dos países em desenvolvimento não tem programas de redução do desemprego,

deixando os que se encontram sem emprego formal envolverem-se em actividades do sector

informal par sobreviverem. Frequentemente, este trabalho não os emprega a tempo inteiro ou

gera rendimento suficiente para uma vida digna. Em segundo lugar, um vasto número de

pessoas trabalha por conta própria.

Quando estes trabalhadores enfrentam períodos sem trabalho, tendem a não procurar

emprego formal mas, em vez disso, a desenvolver actividades alternativas por conta própria,

apesar destas poderem gerar um rendimento mais baixo do que o das actividades habituais.

Em terceiro lugar, o trabalho em comunidades rurais é muitas vezes organizado de acordo

com arranjos tradicionais, com o trabalho disponível distribuído entre todos os trabalhadores,

mas com os custos de baixar o seu tempo médio.

45

Page 46: Monografia. lourdes bunga

Deste modo, o problema nos países em desenvolvimento é muitas vezes resumido

como sube67prego- uma falta parcial de trabalho, baixo salário e subutilização de

qualificações, ou produtividade baixa, em vez do Desemprego (BIT, 1998).

1.14 Noção de Emprego Segundo o Bureau Internacional do Trabalho

A noção de emprego segundo o BIT, inclui no emprego pessoas que não se

consideram espontaneamente como activas, ocupadas notoriamente os estudantes que fazem

“pequenos trabalhos” os militares do contingente os quais se considera como se eles tivessem

um emprego fixo e que são remunerados. Esta definição não compreende senão em relação

aos seus objectivos medir a população activa mobilizada para a produção. O outro objectivo,

que é de estimar a população efectivamente ocupada, pois leva o BIT a completar esta

primeira definição por uma categoria distinta que activa as pessoas no subemprego. A

definição de emprego torna necessário tomar em conta o grau de compromisso na actividade.

O subemprego existe quando o emprego de uma pessoa é incapaz em relação as normas

determinadas a um outro emprego possível, tendo em conta a qualificação profissional do

interessado.

1.15 Um Mercado de Emprego Dualista e Com Baixa Qualidade de Oferta

Analisando o Mercado de Trabalho em Angola, seria importante ter em conta os

aspectos relativos a uma economia dualista. Esta é caracterizada por uma economia formal

que recobre justamente uma parte minoritária da população economicamente activa, um

número de abandono escolar que provoca uma pressão no mercado de trabalho,

principalmente na mão-de-obra não qualificada. Uma comparação das estatísticas de trabalho

com as séries anteriores coloca em evidência um nítido decréscimo de trabalho em relação a

estrutura de ocupação existente. Por outro lado a procura de uma força de trabalho qualificada

permanece superior a oferta.

Assim a falta de um pessoal qualificado constitui uma das deficiências do mercado de

trabalho formal. A conjuntura actual com as previsões de expansão da economia nacional

num futuro imediato não apresenta grandes expectativas de enquadramento da forca de

46

Page 47: Monografia. lourdes bunga

trabalho excedentária na economia formal. É de prever um fluxo ainda maciço para a

economia informal e a redução consecutiva dos níveis de remuneração.

1.16 O Novo Sistema de Educação e Ensino

No que se refere a Educação e Ensino, Vieira (2007) referencia que, o Governo da

República de Angola compreende este sector como factor essencial para o desenvolvimento

do país e um mecanismo para a elevação do nível de vida das pessoas, por isso preocupou-se

em criar um novo sistema de educação e ensino que não igualasse os signos da política

educativa colonial.

É de salientar que, com o êxodo de boa parte dos técnicos portugueses que

asseguravam a estrutura administrativa em Angola, as novas autoridades foram obrigadas a

dar soluções as várias situações que foram surgindo, como foi o caso do confisco de algumas

instituições de ensino ligadas às igrejas onde estas realizavam, para além das actividades

religiosas, a educação missionária, ficando assim muitas igrejas com dificuldades para

prosseguirem a tarefa da educação.

Segundo Henderson (1980: 398) «Na maioria das estações missionárias, os centros de

ensino eram usados para as aulas de instrução primária, do ensino secundário e ainda para os

programas de educação religiosa. Por conseguinte, o confisco daqueles edifícios e instalações

negou às missões e às igrejas não só a oportunidade de administrarem as escolas, como

também tornou impossível a divulgação de uma série de outros programas» em termos

políticos, a nacionalização do ensino tinha como objectivos imediatos fazer do sistema de

educação um instrumento do Estado e substituir todo aparelho de educação e ensino,

promovendo no seio da sociedade angolana uma educação virada para o povo e uma forma de

se implementar a escola para todos, uma vez que as autoridades coloniais não a tinham

implementado devido a sua política de exclusão e discriminação da maioria dos angolanos.

Falando da questão da nacionalização do Ensino e das Instituições Educativas, esta

política tinha também como objectivo monopolizar todo o ensino vigente e estabelecer novos

princípios, alguns dos quais definidos na 3ª Reunião Plenária do Comité Central do MPLA,

realizada em Luanda de 23 a 29 de Outubro de 1976 e cujas resoluções acerca da Educação e

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Page 48: Monografia. lourdes bunga

Cultura definiam que «a escola deve ser uma base forte onde se forje o Homem Novo» e

considerava que «estudar deve ser um dever revolucionário. Nesta lógica de pensamentos, o

Ministério da Educação definia:

Esta política é marcada essencialmente pelos princípios de igualdade de oportunidades

no acesso à escola e à continuação de estudos; da gratuidade, no seu sentido mais amplo- nem

o estudante nem o agregado familiar pegavam quaisquer despesas com a Educação e no

Ensino obrigatório nem o material didáctico era pago e a laicidade do Ensino, esses princípios

são consubstanciados no sistema de Educação e Ensino.

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Page 49: Monografia. lourdes bunga

CAPITULOII: PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

2.1 Tipo de pesquisa

Dada complexidade e abrangência do tema em desenvolvimento, achou- se

conveniente utilizar o tipo de Pesquisa Exploratória. A Pesquisa Exploratória21 é usada

quando se pretende realizar um estudo preliminar do objectivo da pesquisa que será realizada,

ou seja, familiarizar-se com o fenómeno que está sendo investigado, de modo que a pesquisa

subsequente possa ser concebida com maior compreensão e precisão.

A Pesquisa Exploratória pode ser realizada através de diversas técnicas, geralmente

com uma pequena amostra, permitindo com que o pesquisador defina o seu problema de

pesquisa e formule suas hipóteses com mais precisão.

Como meio de colecta de dados utilizou-se as Fontes Bibliográficas e Documentais.

Para Gil (2008), a Pesquisa Documental é semelhante a Pesquisa Bibliográfica. A principal

diferença está na natureza das fontes. Na Pesquisa Bibliográfica os assuntos abordados

recebem contribuições de diversos autores, enquanto na Pesquisa Documental os materiais

utilizados geralmente não recebem ainda nenhum tratamento analítico (por exemplo,

documentos conservados em arquivos de órgãos públicos e privados: cartas pessoais,

fotografias filmes, gravações, diários, memorando, ofícios, actas de reuniões, boletins, etc.).

O trabalho foi iniciado com um levantamento Documental do tema a desenvolver para

a elaboração de procedimentos teóricos, abordando uma pesquisa aplicada para solução de

problemas específicos.

A Pesquisa Bibliográfica, ou Fonte Secundária abrange toda bibliográfica já tornada

pública em relação ao tema em estudo, desde as publicações avulsas, boletins, jornais,

revistas, livros, monografias, teses, materiais cartográficos, etc. (MARCONI & LAKATOS

2008, p. 37).

A Pesquisa Bibliográfica foi utilizada para dar esclarecimento teórico sobre os

conceitos do Desemprego e o Mercado de Trabalho, e a Pesquisa Documental foi utilizada

para dar mais esclarecimentos sobre o Contributo do Sector de Educação na Redução do

Nível de Desemprego no Município de Viana, nos anos de 2008 à 2012, adoptado por vários

elementos que nos forneceram dados referentes ao tema em questão.

21 Cf. BOAVENTURA (2004, pg.15)49

Page 50: Monografia. lourdes bunga

2.2 População

Segundo Almeida & Freire (2003), a População é o conjunto de indivíduos, casos ou

observações onde se quer estudar um fenómeno. Nesta senda, a população em estudo será

composta por cento e trinta e nove (139) Escolas do Município de Viana.

2.2.1 Amostra

A amostra será sustentada por apenas quatro (4) Escolas do Município de Viana.

2.2.2 Critério de Amostragem

Por Critério de Amostragem, entende-se o conjunto de técnicas que o pesquisador

utiliza no sentido de obter informações de carácter relevante para a pesquisa. Assim, o

Critério de Amostragem que será utilizado nesta pesquisa é do tipo Probabilístico Aleatório

Simples. A Amostragem Probabilística Aleatória Simples, de acordo com o autor Constant

(2006, pg. 31), ajuda o pesquisador a escolher cada elemento da população, pois cada

elemento pode ter uma determinada chance de ser selecionado ou escolhido.

2.3 Variáveis

Para Lakatos e Marconi (2001), uma Variável pode ser considerada como uma

classificação ou medida, ou seja, um conceito operacional que apresenta valores possíveis de

mensuração; é uma propriedade à qual se atribui valor susceptível de alteração em caso

específico e em situações particulares que ocorrem ao longo de uma pesquisa; como os

elementos que são abordados com muita abrangência numa determinada pesquisa. Assim,

tem-se as seguintes variáveis:

2.3.1 Variável Dependente: é o elemento que será analisado e explicado em

consequência da influência que sofre de outras variáveis, ou seja, é o factor que varia à

medida que o pesquisador modifica a variável independente deste modo, a variável

dependente desta pesquisa é o Desemprego.

2.3.2 Variável Independente: pode ser explicada como o valor ou factor, considerado

como efeito em determinadas hipóteses. Nesta senda, a variável independente desta pesquisa

50

Page 51: Monografia. lourdes bunga

são as Políticas implementadas pelo Governo. As Políticas implementadas pelo Governo são

as construções de mais Escolas, no sentido de reduzir de uma maneira significativa o nível de

Desemprego, bem como a abertura de Concursos Públicos.

2.4 Técnicas utilizadas na Recolha de Dados

Para a recolha de dados utilizaram-se as seguintes técnicas:

Entrevista

Questionário

Entrevista: representa um dos instrumentos básicos para a Colecta de Dados. É uma

conversa oral entre duas ou mais pessoas das quais uma delas é o entrevistador e as demais

são os entrevistados, seu objectivo é a obtenção de informações importantes para

compreender as perspectivas e experiências das pessoas entrevistadas (MARCONI &

LAKATOS 2008, p. 278).

Para a realização da pesquisa optou-se pela utilização de entrevistas estruturada, com

um roteiro de perguntas previamente estabelecidas. Foram entrevistados dose (12)

trabalhadores da Secção Municipal de Educação de Viana.

De acordo com Marconi & Lakatos (2008), o questionário é um instrumento de

Colecta de Dados constituído por uma série ordenada de perguntas, e deve ser respondido por

escrito e sem a presença do pesquisador. As perguntas abertas no questionário também são

chamadas livres ou não-limitadas, pois permitem ao informante responder livremente, usando

linguagem própria, e emitir opiniões. As vantagens do questionário são as seguintes:

Economia de tempo, viagens, obtêm-se as respostas mais rápido e com mais precisão,

bem como a obtenção de grandes informações ou de dados importantes para a pesquisa. O

questionário foi elaborado como estratégia da pesquisa de forma exploratória com o objectivo

de obter informações sobre o número de indivíduos enquadrados no Sector de Educação, nos

anos de 2008 à 2012.

2.5 Técnica para análise dos resultados

Análise do resultado representa a aplicação lógica Dedutiva e Indutiva do processo de

investigação. Os dados são importantes não por si mesmo, mas em proporcionar respostas a

investigação. No que toca a Análise dos Resultados utilizou-se o método de Análise do

Conteúdo que é um conjunto de técnicas de pesquisas cujo objectivo é a busca do sentido ou

51

Page 52: Monografia. lourdes bunga

dos sentidos de um Documento. Existem três momentos cronológicos básicos na organização

da Análise do Conteúdo a saber:

a) Especificação dos objectivos da pesquisa e a formulação dos resultados.

b) Definição operacional dos conceitos teóricos apoiados na investigação.

c) Selecção dos documentos a analisar.

2.5 Instituição de Realização da Actividade

A instituição de realização da actividade e/ou da pesquisa é a Secção Municipal da

Educação de Viana.

2.5.1 Historial da Instituição

A Secção Municipal da Educação de Viana é uma Organização, cujo objectivo

primordial é de prestar serviços ao pessoal quadro do Ministério da Educação, (trabalhadores

do mesmo Município) no sentido destes resolverem os problemas relacionados com os atrasos

de salários, as diligências às escolas que servem como postos de trabalhos, a recepção dos

documentos dos trabalhadores para a actualização de categorias, em fim a Secção presta estes

serviços e não só.

Está localizada no Município de Viana, Vila Sede. Comporta dose (12) funcionários,

entre os quais:

1 Chefe de Secção, 1 Chefe dos Recursos Humanos, 2 Técnicos dos Recursos

Humanos, 2 Secretárias, 1 Chefe das Finanças, 3 Técnicos das Finanças e 2 Seguranças.

2.5.2 Filosofia da Instituição

A Filosofia da empresa é a diligência do pessoal quadro do Ministério em cada área de

serviço, bem como dar resposta a crescente demanda existente no Município, em termos de

preocupações dos funcionários, tanto Professores como os Administrativos.

52

Page 53: Monografia. lourdes bunga

2.5.3 Visão

A visão da Secção Municipal da Educação de Viana e/ou do Ministério da Educação,

consiste em aspectos que lhe permitam ser reconhecidos como uma Organização actual e

inovadora que pela contribuição dos seus serviços melhoram o desenvolvimento dos

indivíduos, em termos da redução do maior número de desempregados do Município (Viana),

o que leva também ao crescimento das estruturas macroeconómicas, bem como da melhoria

das condições de vida da população.

2.5.4 Missão

A missão da Secção Municipal de Educação de Viana e/ou do Ministério da Educação

é de enquadrar os indivíduos no Sector para que se reduzam de maneira significativa as

preocupações que assolam o maior número da população, no caso a população vianense, bem

como orientá-las, de modo a que essas possam responder com as exigências da sociedade, o

melhor do Mercado de Trabalho Educacional

2.5.5 Valores

Para maior reflexão sobre as relações sociais, económicas e culturais que acompanham

todo o desenvolvimento, os valores da Secção Municipal da Educação de Viana e/ou do

Ministério da Educação enumeram-se nos seguintes Princípios:

Ajuda para a solução dos problemas sociais do Município e/ou do país,

principalmente pela redução do maior número de desempregados do país;

Promoção dos valores democráticos, da igualdade e do desenvolvimento social.

53

Page 54: Monografia. lourdes bunga

2.6 Apresentação e Discussão dos Resultados

Apresentação dos dados quanto aos requisitos exigidos aos candidatos a emprego no

Sector de Educação

De acordo com o inquérito feito, chegou-se a conclusão de que para o enquadramento

dos candidatos no Sector educacional, é necessário que se tenha tanto o nível Médio como o

nível Superior pois, as respostas referentes ao nível Médio foram assinadas em 8 inquéritos, o

que representa 66,67% e, as respostas referentes ao ensino Superior foram assinaladas por 3

funcionários, o que representa 25%, finalmente para as respostas assinaladas ao nível Base,

obtivemos 1 resultados, o que representa uma percentagem ínfima de 8,33% dos resultados

obtidos, conforme a tabela seguinte:

Tabela 1: Requisitos Exigidos aos candidatos a emprego

Níveis Respostas Percentagem

Básico 1 8,33%

Médio 8 66,67%

Superior 3 25%

Total 12 100%

Fonte: Adaptadas as respostas do questionário

54

Page 55: Monografia. lourdes bunga

Gráfico 1: Requisitos Exigidos aos candidatos a emprego

8.33%

66.67%

25.00%

BaseMédioSuperior

Fonte: Fonte: Adaptadas as respostas do questionário

Caracterização dos Entrevistados

a) Quanto ao número de funcionários

A Secção Municipal de Educação de Viana dispõe de 12 funcionários, dos quais 2

são Chefes e 10 trabalham em conjunto com os esses Chefes. Em termos percentuais,

16,67% corresponde aos Chefes, e 83,33% corresponde aos demais funcionários já

descritos. A tabela abaixo, vem com o propósito de descrever tais informações.

55

Page 56: Monografia. lourdes bunga

Tabela 2: Descrição da identificação do perfil dos entrevistados por cargo, Formação,

Antiguidade, Faixa Etária, Função e o Nível de Escolaridade

Nº de

Funcioná

rios/

Cargos

Cargos Formação Antiguidade Faixa

Etária

Função Nível de

Escolarid

ade

1 Chefe de

Secção

Licenciatura em

Ciências de Educação 25 Anos

45 aos

55 nos

Dirigir e

Controlar

Superior

1

Chefe dos

Recursos

Humanos

Licenciatura em

Gestão dos Recursos

Humanos

15 Anos

30 à

40

Anos

Coordenar

e Planear Superior

2

Técnicos dos

RH

Licenciatura em

Engenharia e

Informática 10 Anos

30 aos

35

Anos Controlar Superior

2 Secretárias

Licenciatura em

Economia e Gestão

8 Anos 25 aos

30

Anos

Receber o

expediente

e Organizar Superior

1 Chefe das

Finanças

Licenciatura em

Contabilidade e

Finanças

30 Anos

50 aos

55

Anos

Controlar

as Finanças Superior

3 Técnicos das

finanças

Ensino Médio em

Contabilidade

17 Anos

40 aos

50

Anos

Ordenar e

Controlar

as Folhas

de Salários

Médio

2

Segurança 1º ciclo

10 Anos

45 aos

60

Anos

Controlar e

Supervision

ar o recinto

da

Instituição

Base

Fonte: Inquérito feito na Secção Municipal de Educação de Viana

56

Page 57: Monografia. lourdes bunga

b) Quanto ao tipo de serviço

Tabela 3: Lista de trabalhadores por tipos de serviço, nos anos de 2010 à 2012

Fonte: Inquérito feito na Secção Municipal de Educação de Viana

c) Quanto a estrutura

A Secção Municipal de Educação de Viana está dividida em Gabinetes e Áreas de

serviços, conforme a tabela seguinte:

Tabela4: Lista de Funcionários por Gabinetes e Áreas de Serviços

Gabinetes e Áreas de Serviços Nº de Funcionários

Gabinete do Chefe de Secção 1

Área dos Recursos Humanos 4

Área Financeira 3

Secretaria 2

Área de Segurança 2

Fonte: Inquérito feito na Secção Municipal de Educação de Viana

Quanto as relações entre os funcionários

Com base no inquérito feito, apuraram-se resultados referentes as relações entre os

funcionários, em que os entrevistados disseram ou afirmaram que as relações entre os colegas

tem sido feita da melhor maneira possível, razão pela qual, estas respostas nos levam a fazer

cálculos percentuais. Assim, em termos percentuais, as relações entre os funcionários têm

uma percentagem maior em termos de boas relações, o que representa 56%, quanto as

relações razoáveis representam-se em 26% finalmente, em termos de más relações a

percentagem é de 18%.

57

Anos Chefe Técnicos Secretárias Financeiros Seguranças

2008 a

2012 1 5 2 2 2

Page 58: Monografia. lourdes bunga

a) Relações entre os funcionários em termos de respostas assinaladas em boa

Em termos de boas relações, quanto as relações entre os funcionários da Secção

Municipal de Educação e os Directores das Escolas, representam-se em 42%, o que não

representa harmonia entre esses funcionários pois, está percentagem encontra-se abaixo dos

50%. No que se refere as relações entre a Secção Municipal de Educação com os Professores,

foi achada uma percentagem de 21%, o que também não devia ser. Este percentual nos leva a

entender que em termos de relações entre estes funcionários do Sector (Educação) não é boa.

Por fim, quantos as relações entre os funcionários, ou seja, Professores, Directores das

Escolas, bem como os trabalhadores da Secção Municipal de Educação de Viana com a

entidade empregadora, no caso o Ministério de Educação, representa-se em 37%, o que nos

leva a entender que estas relações são razoáveis. O gráfico seguinte, vai ilustrar tais relações:

Gráfico 2: Relações entre os funcionários quanto a resposta assinaladas em BOA

Relação entre empregador e empregado

Relação entre os Funcionário da Secção com os Professores

Relação entre os Funcionário da Secção e Directores de Escolas

0% 10% 20% 30% 40% 50%

37%

21%

42%

Fonte: Adaptado conforme as respostas do questionário

58

Page 59: Monografia. lourdes bunga

b) Relação entre os funcionários em termos de respostas assinaladas em

razoável

Em termos de relações razoáveis, as relações entre a Secção Municipal de Educação

com os Directores das Escolas, Professores e com o Ministério de Educação que é a entidade

empregadora essas relações representam cada uma das relações, um percentual de 33,33%,

conforme o gráfico asseguir:

Gráfico 3: Relações entre os funcionários quanto as respostas razoável

Relação entre empregador e empregado

Relação entre os Funcionário da Secção com os Professores

Relação entre os Funcionário da Secção e Directores de Escolas

33.33%

33.33%

33.33%

Fonte: Adaptado conforme as respostas do questionário

c) Relação entre os funcionários em termos de má

Em termos de más relações, quanto as relações entre os Directores das Escolas com a

Secção Municipal de Educação, representam um percentual de 17%, o que nos leva a entender

que estas relações são aceitáveis no nosso entender, pois aquilo que é mau para o Instituição

está em menor percentagem. Quanto as relações entre a Secção Municipal e os Professores,

em termos de má, representam 83% o que é crítico para uma Instituição que tem como

propósito o desenvolvimento da sociedade, e em termos da relação entre os empregados e os

empregadores, está avaliado em 33%.

59

Page 60: Monografia. lourdes bunga

Gráfico 4: Relações entre os funcionários quanto as respostas assinaladas em razoável

Relação entre empregador e empregado

Relação entre os Funcionário da Secção com os Professores

Relação entre os Funcionário da Secção e Directores de Escolas

33%

83%

17%

Fonte: Adaptado conforme as respostas do questionário

d) Relações de boa, razoável e má

Fazendo uma menção daquilo que são as relações entre os funcionários do Sector

educacional, tanto em termos de boa, razoável ou má, é verificado que as boas relações

representam 56%, o que significa que o Sector tem no mínimo uma ligação boa em termos de

trabalhos, ou seja em termos de harmonia entre os funcionários. Aquando das relações

regulares é dada em 26%, representando uma preocupação menor no Sector. Finalizando, as

relações más representam 18%, o que é uma percentagem ínfima de preocupação quanto as

relações entre os funcionários.

60

Page 61: Monografia. lourdes bunga

Gráfico 5: Relações entre os funcionários, conforme as respostas assinaladas em boa, razoável

e má

BOA

REGULAR

MA

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%

0.558823529411765

0.264705882352943

0.176470588235294

Fonte: Adaptado aos gráficos referentes as relações boa, razoável e má entre os

funcionários

Quanto a selecção dos candidatos a emprego no Sector de Educação

No que se refere ao modo como tem sido feita a selecção dos candidatos, estes são

enquadrados por meio de seus conhecimentos, habilidades e competências, pois estas

respostas foram assinaladas em nove (9) inquéritos, o que representa 75% das respostas dadas

aos questionários, e os 25% restantes correspondem a resposta que se refere a média acima de

13 valores. As outras respostas como, por via do conhecimento e por amizade não foram

assinaladas em nenhum inquérito, no entanto não constituem requisitos para a selecção dos

candidatos a emprego no Sector da Educação. A seguinte tabela vai mostra tais informações:

61

Page 62: Monografia. lourdes bunga

Tabela 5: Selecção dos Candidatos

Selecção dos Candidatos

Percentual Exigências Nº de respostas

Conhecimento, Habilidade e

competências

9

75%

Mádia acima de 13 valores 3 25%

Total 12 100%

Fonte: Adaptadas as respostas do questionário

Em gráfico tem-se:

Gráfico 6: Selecção dos Candidatos

75%

25%

Conhecimentos, Habilidade e Competências

Média acima de 13 valores

Fonte: Adaptadas as respostas do questionário

62

Page 63: Monografia. lourdes bunga

Quanto aos requisitos necessários que o Ministério de Educação exige no acto de

contratação de seus candidatos

No que toca aos requisitos exigidos para que um indivíduo seje contratado, se não

apuradas ao Ministério, foram dadas as respostas como: Habilitações Literárias, Exame de

Aptidão e o Conhecimento.

Quanto as habilidades dos funcionários das Escolas do Município de Viana

No que toca as habilidades dos funcionários, apurou-se resultados de que as

habilidades dos funcionários estão num nível Alto, o que proporciona o aprendizado dos

alunos, para que os mesmos possam enfrentar as situações ou os problemas da sociedade.

Quanto as exigências que o Ministério de Educação faz no acto de selecção do pessoal a

emprego

No que toca a este ponto, foram apurados resultados de que as médias finais do curso,

seja este técnico ou não são as exigências que o Ministério de Educação faz no acto de

selecção do pessoal a emprego.

Quanto as principais causas do subaproveitamento dos quadros no Sector Educacional

Neste ponto, foram apurados resultados de que a incompatibilidade de objectivos, bem

como a falta de alguns princípios pedagógicos por parte dos funcionários, isto é por parte de

alguns professores está na base deste subaproveitamento. Isto justifica-se devido a entrada de

algumas pessoas no Sector sem que tenham uma formação pedagógica.

Quanto aos factores essências para que um funcionário seja considerado como bom

Para que um funcionário seja considerado como bom, foram apurados resultados de

que as habilidades, as capacidades e a pro-actividade são os factores essências para que o

trabalhador seja avaliado como bom.

63

Page 64: Monografia. lourdes bunga

Quanto aos mecanismos que as Escolas utilizam para manter firmes, se não motivados

os seus trabalhadores

Quanto aos mecanismos que as Escolas utilizam para manter firmes, se não motivados

os seus trabalhadores, foi assinalada a resposta como a Avaliação de Desempenho e a Criação

de Incentivos.

Quanto ao género mais enquadrado no Sector de Educação

Consoante o inquérito feito, obtivemos a resposta de que o género mais enquadrado no

Sector de Educação é o género Masculino. Para este ponto, pensamos que o Ministério de

Educação não está agindo da melhor forma, pois a formação dos indivíduos não depende do

género, mas daquilo que são as habilidades e competências de cada um, no entanto, o

Ministério deve mesmo enquadrar os indivíduos consoante os seus conhecimentos, e não o

género. A tabela as seguir, vai ilustrar tais informações:

Tabela 6- Género mais enquadrado no Sector de Educação, nos anos de 2008 a 2012

Género Nº total de Professores e

Pessoal Administrativo

Percentagem

Masculino 2800 73%

Feminino 1033 27%

Total 3833 100%

Fonte: Adaptadas as respostas obtidas na entrevista com o Chefe de Secção

64

Page 65: Monografia. lourdes bunga

Gráfico 7: Género mais enquadrado no Sector de Educação, nos anos de 2008 a 2012

73%

27%

Masculino Feminino

Fonte: Adaptadas as respostas obtidas na entrevista com o Chefe de Secção

Quanto ao número de Escolas, Pessoal Administrativo e Professores do Município de

Viana, nos anos de 2008 à 2012

De acordo com o inquérito feito na Instituição Secção Municipal de Educação de

Viana, apuraram-se dados referentes a estes elementos, ou seja dados referentes ao número de

Escolas, Professores, bem como o número do Pessoal Administrativo existente no Município,

nos anos acima citados. Analisou-se ainda que durante este período de cinco anos, aumentou-

se de maneira significativa o número tanto de Professores, Escolas e até mesmo o número do

Pessoal Administrativo. A tabela abaixo, vai demonstrar esses dados:

Tabela 7: Comportamento do número de Escolas, Professores e do Pessoal

Administrativo ao longo dos anos de 2008 à 2012

ELEMENTOS

ANOS Nº de Escolas Nº de Pessoal

Administrativo

Nºde

Professores

Total de Professores +

Pessoal

Administrativo

2008 135 601 2452 3053

65

Page 66: Monografia. lourdes bunga

2009 135 675 2719 3394

2010 136 734 2838 3572

2011 136 738 2926 3664

2012 139 888 2945 3833

Fonte: Adaptado conforme o inquérito e/ou os dados fornecidos pela Secção Municipal de

Educação de Viana

Interpretação dos dados referentes aos funcionários enquadrados no Sector Educacional

Com base a tabela 4, analisou-se que, no ano de 2008 o número de Escolas era descrito

em 135, o Pessoal Administrativo era de 601 e o número de Professores era de 2452. Já no

ano de 2009, embora não se tinha construído mais Escolas, isto é o número de Escolas do

Município manteve em 135, o número do Pessoal Administrativo e de Professores aumentou

em 675 e 2719 respectivamente; o que representa um aumento de 74 funcionários

Administrativos e 267 Professores, significando assim que o Ministério de Educação mesmo

sem a política de construção de mais Escolas nestes anos, conseguiu a partir das Escolas já

existentes, diminuir um número considerável de 341 indivíduos antes desempregados.

No que se referem os anos de 2010 e 2011, aqui já houve o aumento de todos

elementos, isto é o crescimento do número de Escolas, Professores, bem como o Pessoal

Administrativo. Com o aumento de mais uma Escola, houve uma pequena diminuição do

número de desempregados, avaliados em 361 trabalhadores. Para o ano de 2010, o número do

Pessoal Administrativo registou um diferencial de 59, o que totalizou 734 funcionários.

Quanto aos Professores, houve um aumento de 119 funcionários, o que totaliza 2838

elementos. Para o ano de 2011, registou-se um aumento de apenas 4 funcionários

Administrativos, o que não foi bem-sucedido visto que são muito os indivíduos que queiram

entrar neste Mercado de Trabalho para exercer estas funções. Os 4 elementos, fizeram com

que o número do Pessoal Administrativo do ano de 2010 à 2011, aumentasse apenas em 738.

Quanto aos Professores, do ano de 2010 à 2011, este número registou um aumento de 88

elementos, o que totalizou 2926 trabalhadores docentes.

66

Page 67: Monografia. lourdes bunga

Para o ano de 2012, o Município de Viana registou a abertura de mais 3 Escolas, bem

como mais um concurso público para os trabalhadores docentes e administrativos. Aqui o

número de Escolas aumentou para 139. Neste ano (2012), foram enquadrados 150

funcionários administrativos, o que aumentou para 888 do número de trabalhadores existente

actualmente no Município, registou-se também o aumento de apenas 19 Professores o que fez

com que o número de funcionários docentes fosse avaliado em 2945.

Em suma, o Município de Viana, no que se refere ao Sector de Educação, tem

actualmente 888 funcionários Administrativos, 139 Escolas e 2945 Professores, o que faz com

que os registos dos funcionários das Escolas sejam avaliados em 3833 elementos.

Os gráficos as seguir, vão demonstrar tais registos:

Gráfico 8: Relações entre o aumento do número de Escolas, Professores e funcionários

Administrativos no Município de Viana

2008 2009 2010 2011 20120

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

135 135 136 136 139

601 675 734 738 888

24522719 2838 2926 2945

Nº de Escolas

Nº do Pessoal Administrativo

Nº de Professores

Fonte: Mapas de registo dos funcionários da Secção Municipal de Educação de Viana

67

Page 68: Monografia. lourdes bunga

Gráfico 9: Relação entre o número total do Pessoal Administrativo e de Professores

2008 2009 2010 2011 20120

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

30533394

3572 36643833

Nº total do Pessoal Admin-istrativo e Professores

Fonte: Adaptado a tabela 4, conforme os dados fornecidos pela SMEV

Gráfico 10: Diferença entre o número de Escolas, Pessoal Administrativo/ Diferença entre o

número de Escolas e os Professores

2008 2009 2010 2011 20120

500

1000

1500

2000

2500

3000

135 135 136 136 139

466 540 598 602749

2317

25842702 2790 2806

Nº de EscolasDiferença entre o Nº de es-colas e o pessola Administra-tivoDiferença entre o nº de Esco-las e o nº de Professores

Fonte: Mapas de registo dos funcionários da Secção Municipal de Educação de Viana

68

Page 69: Monografia. lourdes bunga

Gráfico 11: Redução do Desemprego com base ao aumento do número de Pessoal

Administrativo e de Professores

2008 2009 2010 2011 2012

-4500

-4000

-3500

-3000

-2500

-2000

-1500

-1000

-500

0

Total de pessoal Adminis-trativo e Professores

Fonte: Mapas de registo dos funcionários da Secção Municipal de Educação de Viana

Equação Linear da Redução do Desemprego, com base ao inquérito feito na SMEV

RDES=−(NPA+NPR )

Onde: RDES = Redução do Desemprego;

NPA = Número do Pessoal Administrativo e

NPR = Número de Professores

Tabela 8: Crescimento dos Elementos

Anos

Crescimentos dos Elementos em função dos anos

Nº de EscolasNº de Pessoal

Administrativo Nº de Professores

2009 - 2008 0 74 267

2010 -2009 1 59 119

2011 -2010 0 4 88

2012 -2011 3 150 19Fonte: Adaptado ao crescimento dos elementos, com base a diferença entre os anos.

Gráfico 12: Crescimento dos Elementos69

Page 70: Monografia. lourdes bunga

2009 - 2008 2010 -2009 2011 -2010 2012 -20110 1 0 3

7459

4

150

267

119

88

19

Nº de Escolas Nº de Pessoal Administrativo

Fonte: Adaptado ao crescimento dos elementos, com base a diferença entre os anos

CONSIDERAÇÕES FINAIS

70

Page 71: Monografia. lourdes bunga

Diante do exposto, poucas considerações precisam ser feitas. Retomando a pergunta

central que conduz esta pesquisa pudemos verificar, após a recuperação teórica e empírica dos

conceitos de Desemprego e Mercado de Trabalho, como o processo de precarização das

relações de trabalho, ocorrido nas últimas décadas, desempregados e aumento de postos de

trabalho (emprego) a uma mesma condição, a condição de um contrato de emprego protegido

e de longa duração.

Esta constatação nos permitiu unir teórica e empiricamente estas duas categorias

(Desempregados e Mercado de Trabalho Educacional) em um único conceito (Contributo),

reduzindo-os na única frase “Contributo do Sector de Educação na Redução do Nível de

Desemprego no Município de Viana”, que exerce uma função essencial dentro desta fase do

contexto actual sobre os empregos. Neste sentido, após a construção teórico-conceitual da

noção emprego, a partir de uma releitura do conceito de Mercado de Trabalho, pudemos

considerar, a partir da pesquisa científica, como a precarização se constitui como elemento de

homogeneização entre as pessoas que sofrem por causa da falta de enquadramento no

Mercado de Trabalho; o que os leva a enfrentar situações difíceis.

Os desempregados, constituem um segmento, quando se considera a precarização

como uma forma de trabalho e de vida condicionada pela inserção dos Mercados de Trabalho.

Entre os 12 funcionários entrevistados havia comentários de que se a sociedade atravessa este

fenómeno do Desemprego em alto nível, é por motivos da falta de bom censo entre as

pessoas, ou mesmo entre os governantes, pois muitas destas conhecem pessoas que são

desempregadas, autônomas, desalentadas. No entanto, estas histórias de vida distintas acabam

tendo uma convergência em comum, um ponto no qual todas estas heterogeneidades se

encontram e se tornam homogêneas.

Cada uma das entrevistas foi marcada por lágrimas, frustrações, medo, angústia,

desespero, desalento, sonho, um emaranhado de sentimento que marca a trajetória daqueles

que têm familiares, amigos ou pessoas próximas de si e que são desempregadas. A procura

por um emprego e a crença na possibilidade de realização da própria vida através deste

emprego, presente na fala dos entrevistados, mostra como o trabalho, assumindo a sua forma

emprego ainda assume um papel central em nossa sociedade, servindo ainda como um

definidor de práticas e condutas entre os homens.

71

Page 72: Monografia. lourdes bunga

O presente trabalho buscou identificar os efeitos do Contributo do Sector de Educação

na Redução do Nível de Desemprego no Município de Viana nos anos de 2008 a 2012. Ao

longo da investigação abordámos os conceitos de Desemprego, desde os aspectos que nos

levam a análise do Desemprego, medição, causas, tipos, as razões pelas quais os Mercados de

Trabalho do mundo real se afastam do ideal do pleno emprego, até aos aspectos que tem a ver

com a Metodologia utilizada ao longo da pesquisa.

Através da pesquisa Exploratória com a finalidade Dedutiva e Indutiva, fez-se

levantamentos de dados ou informações relevantes e obteve-se resultados sobre a Instituição

pesquisada.

No entanto, o Município de Viana, no que se refere ao Sector de Educação, tem

actualmente 139 Escolas e 3833 funcionários Docentes e Administrativos, enquadrados nos

anos que se referiram ao longo dos conteúdos deste manual, o que nos levou a entender que o

Ministério de Educação tem ajudado de maneira significativa na Redução do Nível de

Desemprego no Município, através das políticas implementadas, políticas estas que são as

construções de mais Escolas, e a abertura de mais Concursos públicos de Admissão de

Pessoal quadro no Sector de Educação.

72

Page 73: Monografia. lourdes bunga

SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES

Sugestões

Sugere-se que a Instituição, ou seja o Ministério de Educação valorize mais os

Recursos Humanos e aproveite melhor os quadros com formação Pedagógica presentes no

Município.

Recomendações

Recomendamos que a Secção Municipal de Educação de Viana, em nome do

Ministério de Educação atenda melhor aos pedidos dos trabalhadores do Município, ou seja se

preocupe mais com as condições de trabalho dos funcionários para que estes tenham um

ambiente de trabalho sadio.

No que se referem as Escolas, que se tenha também mais condições de trabalho,

salários que estejam de acordo com o nível académico e com a função que cada funcionário

exerce.

Quanto ao enquadramento dos candidatos, que sejam visíveis as maneiras de como

tem sido selecionado o Pessoal.

73

Page 74: Monografia. lourdes bunga

BIBLIOGRAFIA

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75

Page 76: Monografia. lourdes bunga

ANEXOS

ANEXO 1 Questionário Secção Municipal da Educação de Viana

Objectivo do questionário: Obter informações sobre o número de indivíduos enquadrados

no Sector da Educação, propriamente no Município de Viana, nos anos de 2008 à 2012.

ENTREVISTADO

Função: -----------------------------------------------------------------------

Formação:

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

-----------------------

Anos de Serviço-------------------------------------------------------------

Faixa Etária-------------------------------------------------------------------

1. Qual é o nível académico exigido aos candidatos a emprego no Sector da Educação?

a) Nível Base ( )

b) Nível Médio ( )

c) Nível Superior ( )

2. Como tem sido a selecção dos candidatos a emprego neste Sector?

a) Por via do conhecimento ( )

b) Por uma média acima de 13 valores ( )

c) Por amizade ( )

d) Por meio de habilidades e competências ( )

3. Como tem sido a relação entre os empregadores e os empregados?

a) Boa ( )

b) Má ( )

c) Razoável ( )

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Page 77: Monografia. lourdes bunga

4. Quais são os requisitos necessários que o Ministério da Educação exige no acto da

contratação de seus candidatos?

a) Responsabilidade ( )

b) Conhecimento ( )

c) Boa aparência ( )

d) Compatibilidade com a função que se pretenda exercer ( )

5. Como avalia as habilidades dos funcionários das escolas neste Município( Viana)?

a) Muito baixo ( )

b) Baixo ( )

c) Alto ( )

d) Muito alto ( )

6. Que exigências a Direcção Provincial de Educação de Luanda faz no acto da selecção

do pessoal a emprego?

a) As médias finais do curso, seja este técnico ou não ( )

b) A qualidade dos Certificados de Habilitações ( )

c) Outras exigências ( )

7. Quais são as principais causas do subaproveitamento dos quadros neste sector?

a) Salários baixos ( )

b) Incompatibilidade de objectivos ( )

c) Falta de princípios pedagógicos ( )

d) Outros factores ( )

8. Qual é a relação que existe entre os funcionários da Secção Municipal da Educação de

Viana , com os professores e os Directores das Escolas?

a) Boa ( )

b) Má ( )

c) Razoável ( )

77

Page 78: Monografia. lourdes bunga

9. Que factores são essenciais para que um funcionário seja considerado como bom

trabalhador?

a) Habilidade

b) Capacidade e criatividade

c) Pro-actividade

d) Conhecimentos

10. Qual é o número de quadros da Educação existente no Município de Viana?

a) 100.000 ( )

b) Menos de 100.000 ( )

c) Mais de 100.000 ( )

11. Qual é o número de candidatos enquadrados, nos anos de 2008, 2010 e 2012?

a) 12.000 ( )

b) Menos de 12.000 ( )

c) Mais de 12.000 ( )

12. Sendo a motivação um dos factores que faz com que a rotatividade de trabalhadores

seja baixa, quais são os mecanismos que as Escolas utilizam para manter firmes, se

não motivados os seus trabalhadores?

a) Avaliação de Desempenho ( )

b) Criação de incentivos ( )

c) Melhoria do ambiente de trabalho ( )

d) Aumento de salários ( )

e) Bom sistema de comunicação ( )

f) Equilíbrio entre os objectivos ( )

13. Quais são os principais obstáculos que o pessoal da área de Recursos Humanos tem

ultrapassado no acto do Recrutamento e Selecção do pessoal candidato a emprego

neste Sector?

R:_________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

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Page 79: Monografia. lourdes bunga

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________

14. Que papel desempenha a Secção Municipal da Educação de Viana, no acto de

enquadramento do pessoal candidato a emprego, bem como na resolução dos

problemas que afectam os trabalhadores já enquadrados?

R:_________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

15- Qual é o género mais enquadrado no Sector?

a) Masculino ( )

b) Feminino ( )

16- Nome da Instituição------------------------------------------------------------------------------------

Missão--------------------------------------------------------------------------------------------------------

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Visão----------------------------------------------------------------------------------------------------------

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Valores--------------------------------------------------------------------------------------------------------

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

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Page 80: Monografia. lourdes bunga

Principais

serviços-------------------------------------------------------------------------------------------------------

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

-------------------------------------------------------------------------------

Localização da

Instituição----------------------------------------------------------------------------------------------------

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

----------------------------------------------------------------------------------------------Número de

Funcionários-----

17- Qual é o número de funcionários Administrativos, bem como de professores no existente

no Município?

R:--------------------------------------------------------------------------------------------------------------

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

18- Que papéis desempenham os pais, ou seja Encarregados de Educação no aprendizado dos

alunos?

R:_________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

19- Como tem sido a relação dos professores com os demais funcionários das Escolas, como

os Aauxiliares de Limpeza, Secretários, Directores e os Seguranças?

a) Boa ( )

b) Má ( )

c) Razoável ( )

20- Como tem sido as relações interpessoais no seu local de trabalho?

a) Boa ( )

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Page 81: Monografia. lourdes bunga

b) Má ( )

c) Razoável ( )

21- De acordo com as perguntas acima expostas preencha a tabela seguinte, que tem por o

objectivo de se saber qual é o número de Escolas, Professores, bem como o número do

Pessoal Administrativo no que concerne a Secção Municipal de Educação de Viana, nos anos

abaixo:

ANOS 2008 2009 2010 2011 2012

Nº de Escolas 135 135 136 136 139

Nº de Pessoal

Administrativo 601 675 734 738 888

Nº de

Professores 2452 2719 2838 2926 2945

22- Acha que o Ministério de Educação tem ajudado na redução do nível de Desemprego

no Município de Viana? De que maneira?

R:______________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

a) Qual é a percentagem em termos de ajuda do Ministério, na redução do nível de

Desemprego no Município? Em que se baseou-se o calculo dessa percentagem?

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R:___________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

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