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Maria de Lourdes M. Camar go 1 NUTRIÇÃO E AIDS Nutti.Maria de Lourdes M. Camargo

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NUTRIÇÃO E AIDSNutti.Maria de Lourdes M. Camargo

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AIDS / Conceitos Básicos

• AIDS = doença que se manifesta após infecção pelo vírus HIV= Síndrome da Imunodeficiência Adquirida

• VÍRUS HIV = Human Immunodeficiency Vírus

• Síndrome =conjunto de sinais e sintomas que, em conjunto caracterizam uma doença

• Adquirida = não é congênita, causada por um fator externo

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Como tudo começou ...• 1981 - a AIDS é descrita pela primeira vez como

nova doença, nos Estados Unidos• outubro de 1980 / maio de 1981 - cinco casos de

pneumonia por Pneumocistis carinii em jovens homossexuais masculinos em Los Angeles (Mansur et al, 1985).

• 26 casos de sarcoma de Kaposi diagnosticados na Califórnia e New York (Peterman et al, 1985).

• Despertado um interesse sobre a ocorrência dessas doenças em jovens saudáveis.

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Como tudo começou ...• O quadro inicial, exclusivamente presente em

homossexuais masculinos• Sugestão de uma doença transmissível • Possível ligação entre a nova patologia e as

práticas sexuais. • Outros casos ocorrem em populações diversas como

receptores de sangue e derivados e entre mulheres e crianças

• Fins de 1982 e início de 1983 - Evidências sobre uma possível etiologia infecciosa, agente transmitido– pelo contato sexual – através do sangue

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Como tudo começou ...• Vínculo inicial da doença com a homossexualidade

masculina induziu a um erro de avaliação sobre as possíveis formas de transmissão

• Centros para o Controle e Prevenção de Doenças (CDC) passaram a utilizar a expressão “grupos de risco” para designar o conjunto de pessoas “mais expostas à infecção”.

• Casos de aids notificado em usuários de drogas injetáveis (CDC, 1982) e hemofílicos (Davis et al, 1983; Poon et al, 1983).

• O primeiro caso de aids associado à transfusão sangüínea foi diagnosticado (DeVita, 1988).

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depois se disseminou...• 1982 = um retrovírus

seria o provável agente etiológico (Essex, 1982).

• 1983 = esse vírus passou a ser denominado de HIV, o vírus da imunodeficiência humana.

• A partir de 1985= o teste para detecção de anticorpos séricos anti-HIV se torna disponível.

• Pela sua distribuição no planeta, a Aids passa a ser considerada uma

PANDEMIA

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Mapa da AIDS

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e agora ...?!

• Atualmente = comportamento de risco

• Novas terapias e tratamentos

• Medo e preconceito:– DOENÇA DE

HOMOSSEXUAIS– DOENÇA DE

MARGINAIS– DOENÇA “DO OUTRO”

(Brasil)

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O vírus HIV• O vírus HIV

– Retrovírus– Envelopado – Duas moléculas de

RNA– Enzima

Transcriptase reversa

– RNA DNA

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Células-alvo do vírus HIV

• Proteína viral – afinidades com proteínas da membrana celular das células-alvo

• Proteínas do “envelope” do HIV = afinidade com proteína CD4 de algumas células humanas– Linfócitos T– macrófagos

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Células-alvo do vírus HIV

• Linfócitos T (memória imunológica)• Macrófagos ( fagocitose ) = reservatórios de HIV• Outras células ( CD4 )

– Monócitos ( 40 %)– Linfócitos B ( produção de anticorpos)– Nódulos linfáticos de:

• Timo• Pele• Encéfalo• Medula óssea• Intestinos

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Ciclo de replicação do HIV na célula humana

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Ciclo de replicação do HIV na célula humana

• 1.     ligação de glicoproteínas virais (gp 120) ao receptor específico da superfície celular, principalmente CD4;

• 2.     fusão do envelope do vírus com a membrana da célula hospedeira;

• 3.     liberação do  material genético e enzimas do vírus  para o citoplasma da célula hospedeira;

• 4.     transcrição do RNA viral em DNA complementar, dependente da enzima transcriptase reversa;

• 5. transporte do DNA complementar para o núcleo da célula, onde pode haver integração no genoma celular (provírus), dependente da enzima integrar-se, ou permanecer isoladamente em forma circular

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Ciclo de replicação do HIV na célula humana

• 6.     o provírus produz RNA, mensageiro viral, que se dirige para o citoplasma da célula;

• 7.     proteínas virais são produzidas e quebradas em subunidades por meio da ação da enzima protease do HIV;

• 8.     as proteínas virais produzidas regulam a síntese de novos genomas virais e formam a estrutura externa de outros vírus que serão liberados pela célula hospedeira;

• 9.     o vírion recém formado é liberado para o meio circundante da célula hospedeira, podendo permanecer no fluído extracelular ou infectar novas células.

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Ciclo de replicação do HIV na célula humana

• A interferência em qualquer um desses passos do ciclo vital do vírus impediria a multiplicação e/ou a liberação de novos vírus.

• Atualmente estão disponíveis comercialmente drogas que interferem em duas fases deste ciclo: a fase 4 (inibidores da transcriptase reversa) e a fase 7 (inibidores da protease).

• Estudos promissores sugerem que, em um futuro próximo, drogas que interferem no processo de ligação e fusão do HIV com a superfície celular (fases 1 e 2) serão adicionadas ao arsenal terapêutico.

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Riscos e Proteção

• O vírus da aids pode entrar no organismo por uma destas três vias:

• Injeções intravenosas, intercambio de seringas infectadas por toxicômanos ou qualquer outra pessoa.

• Relação sexual sem proteção, em um casal infectado ( uma relação pode ser suficiente)

• No nascimento, transmissão do vírus em um recém nascido de uma mãe soropositiva, antes, durante ou depois do parto

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Assim NÃO se transmiteApertos de mão, abraços ou toques

                         Beijos

Em reuniões com amigos

Por comida preparada por alguém com HIV Em roupa de cama     Beber um cafezinho ou uma cerveja em um bar

                    Dinheiro ou moedas

Duchas ou chuveiros Em piscinas ou academias

          Assentos sanitáriosEm hospitais ou visitas do médico

Ao abrir portas

Em locais de trabalho Na escola Em contatos cotidianos

                                                  Por picadas de

insetos            Bebedouros                              Em salas de espetáculos

          Doando sangueCompartilhando talheres  Em transportes públicos coletivos ou  taxis

             Telefones públicos

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Sinais e sintomas inespecíficos

• Sudorese noturna• com ou sem febre • verificar se há infecção oportunista

• Fadiga • principalmente no final da tarde• após exercícios físicos• progressiva, debilitante

• Emagrecimento • um dos mais comuns sintomas - 95 a 100% dos casos• geralmente associado à anorexia e/ou diarréia

• Sangramenteos mínimos• petéquias, equimoses, epistaxes.

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Evolução clínica do HIV

• A infecção pelo HIV pode ser dividida em quatro fases críticas:

1. Infecção aguda

2. Fase assintomática ( latência clínica)

3. Fase sintomática inicial ou precoce

4. AIDS

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Infecção aguda• Infecção primária

– Ocorre em 50 a 90 % dos casos– Pouco diagnosticado = baixa suspeição– Tempo entre exposição e sintomas = 5 a 30 dias

• História natural– Viremia elevada– Resposta imune intensa– Pico de viremia = diminuição acentuada dos linfócitos

T CD4– Aumento de linfócitos TCD8 circulante = resposta

citotóxica potente, antes do aparecimento de anticorpos neutralizantes.

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Infecção aguda / sintomas• Sintomas surgem no pico de viremia e da atividade

imunológica

• Manifestações clínicas : – quadro “gripal”: Febre, adenopatias ,faringite

– mialgia, artralgia, ulcerações muco-cutâneas

– cefaléia, fotofobia, Hepatoesplenomegalia

– Perda de peso, náuseas, vômitos

– Candidíase oral, neuropatia periférica, meningoencefalia

– Persistência por + de 14 dias = evolução mais rápida para AIDS

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Latência clínica: fase assintomática

• Estabilização da viremia• Queda na contagem de linfócitos T CD4, de 30 a

90 células/ano= velocidade de replicação viral e progressão para aids.

• Avaliação do risco de infecção pelo HIV = aconselhamento para realizar o teste anti-HIV

• Tratamento adequado de outras DST – facilitam a contaminação e evolução da doença

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Latência clínica: fase assintomática

• Exames laboratoriais – melhor diagnóstico e prognóstico– Hemograma completto

– Níveis bioquímicos ( funções heáticas e renais)

– Sorologia para sífilis, hepatite, toxoplasmose , citomegalovírus e herpes

– Radiografia do tórax

– Ppd (derivado proteico purificado)

– Perfil imunológico e carga viral

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Fase sintomática inicial• Presença ou não de sinais inespecíficos• Intensidade variável• Processos oportunistas menos graves – pele e

mucosas• Sinais inespecíficos:

– Sudorese noturna com ou sem febre (infecção oportunista?)

– Fadiga frequente, progressiva, debilitante– Emagrecimento / anorexia / diarréia– Petéquias, equimoses, epistaxes

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Fase sintomática inicial

• Processos oportunistas mais comuns nessa fase:– Candidíase oral e vaginal ( Candida sp)– Leucoplasia pilosa oral – espessamento epitelial

benigno ( vírus Epstein-Barr)– Gengivite – dor, perda de tecidos moles periodontais,

exposição e seqüestro ósseo– Úlceras aftosas – aftas extensas = incômodo , anorexia,

debilitação– Diarréia – salmonelas, shigellas, giárdia, Entamoeba

histolytica, adenovirus, rotaviris

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Fase sintomática inicial

• Processos oportunistas mais comuns nessa fase:– Sinusopatias – Streptopcocus pneumoniae, S. aureos,

dentre outros

– Febre, cefaléia, drenagem mucopurulenta nasal

– Herpes simples recorrente

– Herpes-zoster – dor radicular, maculopápulas dolorosas, vesículas infectantes, disseminação cutânea extensa,

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AIDS

• Alteração imunitária do hospedeiro

• Doenças oportunistas, de origem infecciosas e neoplasias

• Doenças por microorganismos usualmente não patogênicos

• Virus, bactérias, fungos e neoplasias

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AIDS

• Agentes oportunistas mais comuns:• Vírus – Citomegalovírus, Herpes simples.

Leucoencefalopatias• Bactérias – Micobactérias ( tuberculoses),

pneumonia ( S. pneumoniae) .Salmoneloses• Fungos – Pneumocistose, Candidíase,

Histoplasmose• Protozoários – Toxoplasmose, Criptoporidiose,

Isosporíase

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Sistemas orgânicos afetados pelas

infecções oportunistas – Sistema pulmonar : pneumonia resistente à

medicação ( fungos e bactérias) , tuberculose.• Dispnéia, hipoxemia, dores torácicas

– Sistema nervoso central : abscessos cerebrais

(toxoplasma / protozoário) , meningite, encefalite

( bactérias ) tumores.• Confusão mental, perda da memória, distúrbios da locomoção,

incontinência urinária

• “demência da AIDS” – Invasão do SNC pelo HIV– Depressão, psicose, delírios, demência

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Sistemas orgânicos afetados pelas

infecções oportunistas• Sistemas orgânicos afetados pelas

infecções oportunistas– Sistema digestório – diarréias crônicas, síndrome de

má absorção ( bactérias, protozoários, vírus )• Diarréia, perda de peso, dores abdominais, febre, sudorese

noturna

• Fígado – hepatite B e C

• Enteropatia da AIDS – diarréia crônica ( mesmo sem patógenos)

– Atrofia das vilosidades intestinais

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Sistemas orgânicos afetados pelas

infecções oportunistas• Sistemas orgânicos afetados pelas

infecções oportunistas– Pele e mucosas

• Sarcoma de Kaposi ( câncer de pele) – gânglios, vísceras, mucosas

– Pulmões, intestinos, fígado e baço

» hemorragias fatais

– obstrução intestinal

• Infecções por fungos – candidíase oral e vaginal

» Placas esbranquiçadas nas mucosas

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Sistemas orgânicos afetados pelas

infecções oportunistas– Visão

• Citamegalovírus • Inflamação na retina • Cegueira

– Sistema urinário • insuficiência renal aguda

– drogas nefrotóxicas – sepse

• Nefropatia associada ao HIV – insuficiência renal progressiva

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Alterações nutricionais nos pacientes com hiv

PASSADO PRESENTEPerda de peso > 10 % do usual

Variação de peso (ganho/perda)

Perda de massa corpórea Alteração na distribuição de gordura ( lipodistrofia)

Efeitos adversos independentes

Resistência à insulina

Hiperlipidemias Dislipidemias

Sinais de pior prognóstico Bom prognóstico

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Etiologia da depleção nutricional na infecção pelo HIV

DESNUTRIÇÃO E PERDA DE PESO

INFECÇÃO INTESTINAL

DIARRÉIA, MABSORÇÃO

>ASSIMILAÇÃO ALIMENTAR

HIPOALBUMINEMIA

INFECÇÃO SISTÊMICA

HIPERMETABOLISMO, FEBRE, CATABOLISMO

NECESSIDADES NUTRICIONAIS AUMENTADAS

INGESTÃO ALIMENTAR REDUZIDA

DISFUNÇÃO NEUROLÓGICA

MASTIGAÇÃO E DEGLUTIÇÃO PREJUDICADAS

INFECÇÃO ORAL E ESOFÁGICA

ANOREXIA, NÁUSEA, VÔMITOS

MEDICAÇÃO, INFECÇÃO, NEOPLASIA

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ESTÁGIO CD4CARACTERÍSTICAS

PRECOCE

Acima de 500 células/mm3

Aumento do gasto energético

INTERMEDIÁRIO

Entre 200 e 500 células/mm3

Deficiências nutricionais vitamínico-minerais, ingestão alimentar flutuante, infecções

TARDIO

Abaixo de 200 células/mm3

Risco de perda de peso severa, desnutrição e fadiga crônica,enteropatias e infecções agudas, sindrome consumptiva

Estágios da AIDS/ Nutrição ( Melchior et al, 1993)

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Avaliação nutricional em portadores de HIV

• ANAMNESE ALIMENTAR- Classificação do risco de desnutrição- Perfil clínico do paciente

Recordatório 24 h / frequencia alimentar

- Intervenção nutricional/perda de MCM

• ÍNDICES ANTROPOMÉTRICOS- Peso / altura / IMC- Bioimpedância- Pregas cutâneas

Prega cutânea do Biceps(PCT) Circunferência do braço ( CB)

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Avaliação nutricional em portadores de HIV

• ÍNDICES BIOLÓGICOS- Proteínas plasmáticas

AlbuminaTransferrinaProteínas totais

- Imunocompetência ( CD4) - Hemograma completo- Eletrólitos

Potássio

- Prova da função renal Uréia e creatinina

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Classificação da desnutrição de acordo com a perda de peso ( PU

= peso usual)

Perda de peso Estado nutricional

< ou = a 5% do PU

Entre 5% e 10 % do PU

Entre 10 % e 20 % do PU

Menor que 20 % do PU

Sem desnutrição

Desnutrição moderada

Desnutrição intermediária

Desnutrição severa

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Objetivos do tratamento dietoterápico

- Preservar massa magra- Evitar desnutrição - Recuperar estado nutricional- Fornecer quantidades adequadas de

nutrientes- Reduzir complicações das infecções

oportunistas e efeitos colaterais das drogas- Promover melhor qualidade de vida

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Características da dieta

- Equação de Harris Benedict: ( fator de injúria = 1,3 a 1,7)

- 2200 a 2800 calorias- Pacientes assintomáticos : 25 a 30 kcal/kg de peso

atual/dia

- Proteínas : 0,8 a 1,2 g/kg de peso adequado/dia

- Lipídios : normais esteatorréia : usar TCM+ óleos de peixes

- Carboidratos : 50 a 60 % do VET

- Vitaminas: suplementação quando necessária

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Orientações gerais

• Consumir pequenas quantidades de alimentos frequente//• Alimentos que possam ser ingeridos sem talheres ( indivíduos

debilitados)• Aumentar o VET

- enriquecer alimentos com leite, queijos, gelatinas, mel- Adicionar óleo vegetal às preparações salgadas- Nos sucos e sopas, substituir a água pelo leite- Em casos de intolerância ao leite, usar leite de soja com

mel e óleo vegetal- Intolerância à gordura : consumir alimentos ricos em

carboidratos e proteínas, usar leite desnatado, carnes magras, peixes, ovos cozidos, cereais.

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Conduta nutricional em situações comuns nos pacientes com AIDS

- Perda de peso- Diarréia - Náuseas e vômitos- Afecções na boca e esôfago- Inapetência / anorexia- Afecções neurológicas- Nefropatia associada à AIDS- Segurança Alimentar

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Perda de pesoanorexia/empachamento

• Fracionar a alimentação em pequenas refeições por dia.• Insistir que coma mesmo que não esteja com fome.• Escolher os alimentos mais aceitos e toleradosEnriquecer os pratos com alimentos energéticos e

protéicos:– leite em pó nas sopas, purês ou iogurtes,– queijo ralado no macarrão, arroz e purês,– gema de ovo nas sopas, – azeite ou óleo nas saladas.

• Usar mel, geléias, pães, bolos e bolachas.

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Diarréia • Beber muito líquido: água, refrescos de frutas

coados, sopas, caldos e canjas. • Evitar bebidas com cafeína (café e

chocolate.• Fazer refeições menores e lanches ao longo

do dia. • Usar arroz branco, macarrão, purê de batata

sem leite, bolachas tipo cream cracker ,torradas, pão branco, fubá, polvilho, farinha de arroz, mandioca cozida, limonada e água de coco.

• Evitar alimentos gordurosos fritos ou com grandes quantidades de manteiga, margarina ou óleo.

• Comer carnes magras, peixes e aves sem pele, grelhados ou cozidos.

• Evitar os alimentos ricos em fibras, como: verduras cruas, cascas e bagaços de frutas, pão e arroz ntegrais,do feijão , utilizar o caldo.

• Evitar o leite e iogurte. • Em casos de gases, evitar ; Refrigerantes e

alimentos como feijão, repolho, couve, doces e açúcar em excesso devem ser evitados.

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Náuseas e vômitos• Comer 3 a 4 bolachas tipo cream

cracker antes de se levantar.

• Comer : bolachas, torradas, biscoito de sal e comidas suaves como arroz, purês, saladas de frutass e sorvetes.

• Pequena s e frequentes refeições durante o dia. Estômago vazio aumenta as náuseas.

• Beber líquidos uma hora antes ou após as refeições. Nos intervalos, em pequenas quantidades.

• Evitar frituras, alimentos muito gordurosos ou muito doces.

• com seu nutricionista sobre suas refeições.

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Alterações na boca e dificuldade para engolir

• Algumas doenças da boca e da garganta tornam o ato de mastigar e engolir difícil e doloroso.

• Evitar alimentos ácidos e azedos, como algumas frutas e sucos.

• Evitar alimentos duros e secos, como pães e biscoitos, ou molhe-os na sopa ou leite.

• Preferir alimentos macios. Faça purês, amasse a comida com o garfo ou bata no liquidificador.

• Comer carne moída ou desfiada

• Se não estiver com diarréia, adicione cremes, leite, manteiga ou óleo.

• Batata, cará, inhame• Evitar sabores muito fortes

(muito azedos, muito salgados, muito doce ou picante)

• Optar por receitas frias, como gelatinas e pudins.

• Usar canudos para sugar os alimentos líquidos.

• Evitar comidas muito quentes. Preferir a temperatura ambiente.

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Febre

• Toda febre causa perda de água e de sais minerais (sódio e potássio).

• Beber líquidos com frequência.

• Podem ser bebidas quentes ou frias, salgadas (sopas) ou doces (sucos).

• A falta de apetite é uma das consequências da febre, mas é importante assegurar as energias do corpo.

• sobremesas doces, iogurtes, chás frios, sucos e vitaminas.

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Interação droga/nutriente

• Os efeitos secundários dos medicamentos variam de pessoa para pessoa.

• Alguns medicamentos devem ser ingeridos junto às refeições e outros, não.

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Tratamento

• 1) Inibidores da transcriptase reversa: são drogas que inibem a replicação do HIV, bloqueando a ação da enzima transcriptase reversa que age convertendo o RNA viral em DNA proviral.

• 2) Inibidores da Protease: estas drogas agem no último estágio da formação do HIV, impedindo a ação da enzima protease que é fundamental para a clivagem das cadeias protéicas produzidas pela célula infectada em proteínas virais estruturais e enzimas que formarão novas partículas infectantes do HIV.

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Medicamentos e efeitos

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Medicamentos que devem er tomados em jejum

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Medicamentos que devem ser tomados com alimentos

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Segurança alimentar

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ESTRELAS DO MAR

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