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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP COLOCAR O NOME DO ALUNO CASAMENTO REQUISITOS DE VALIDADE DE MATRIMÔNIO

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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP

COLOCAR O NOME DO ALUNO

CASAMENTO REQUISITOS DE VALIDADE DE MATRIMÔNIO

SÃO PAULO / SP

COLOCAR O ANO

COLOCAR O NOME DO ALUNO

CASAMENTO REQUISITOS DE VALIDADE DE MATRIMÔNIO

Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção do título de graduação do Curso de Bacharel em Direito apresentado a Universidade Paulista – UNIP.

Orientador Prof: Dra. Fernanda Orsi Baltruna Doretto.

SÃO PAULO

COLOCAR O ANO

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FICHA CATALOGRÁFICA

COLOCAR O SOBRE NOME,COLOCAR O NOME. Casamento Requisitos De Validade De Matrimônio. Universidade Paulista - Biblioteca Universidade Paulista, UNIP / revisada e atualizada pelso bibliotecários Alice Horiuchi e Bruna Orgler Schiavi - 2016.

52 p.

1. Introdução; 2. Revisão Bibliográfica. 2.1. Conceito de Família; 2.2. Conceito de Casamento; 2.2.1. Celebração do Casamento; 2.2.2. Formalidades, Características e Aspectos Gerais do Casamento; 2.3. Natureza Jurídica; 2.4. Casamento como Ato Informal; 2.5. Habilitação para Casamento; 2.6. Impedimentos Matrimoniais; 2.6. 2.6.1. Impedimento de Consaguinidade; 2.6.2. Impedimento de Afinidade; 2.6.3. Impedimento por Adoção; 2.6.4. Impedimento de Vínculo; 2.6.5. Impedimento de Crime; 2.7. Das Causas Suspensivas; 2.7.1. Oposição dos Impedimentos e das Causas Suspensivas; 2.8.1.3. Casamento Nulidade e Anulabilidade; 2.8. Requisitos da Validade.; 2.8.1.1. Nulidade Absoluta e Relativa; 2.8.1.2. Nulidade do Casamento Aspectos Gerais; 2.8.1.3. Casamento Nulidade e Anulabilidade; 2.8.1.4. Alegamento da Nulidade Absoluta; 2.8.1.5. Prescritibilidade do Ato Nulo; 2.9. Casamento Civil Entre Pessoas do Mesmo Sexo; 3. Metodologia da Pesquisa. 4 Considerações Finais; Referências.

COLOCAR O NOME DO ALUNO

CASAMENTO REQUISITOS DE VALIDADE DE MATRIMÔNIO

Trabalho de conclusão de curso para obtenção do título de graduação do Curso de Direito apresentado a Universidade Paulista – UNIP.

Aprovado em:

BANCA EXAMINADORA

_______________________/__/___

Prof. Dra. Dra. Fernanda Orsi Baltruna DorettoUniversidade Paulista – UNIP

_______________________/__/___

Prof. Nome do Professor

Universidade Paulista – UNIP

_______________________/__/___

Prof. Nome do Professor

Universidade Paulista - UNIP

DEDICATÓRIA

Dedico em especial este trabalho a Deus primeiramente e a meus familiares e

amigos, meu eterno agradecimento.

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pela oportunidade, aos meus familiares pelo apoio

e contribuição para o desenvolvimento pessoal e profissional ao longo desta jornada.

RESUMO

É sabido que o processo de casamento é algo que requer de consentimento e

envolvimento para que o mesmo ocorra entre as partes interessadas, bem como do

acompanhamento e atendimento aos requisitos dos nubentes atendendo assim os

princípios estabelecidos pelo Código Civil. Além disso, observa-se também que com

o passar dos anos o casamento passou a sofrer uma evolução, permitindo assim

outras formas de união não somente de pessoas de sexo diferente, mas sim do

mesmo sexo. Diante deste contexto a proposta deste estudo é avaliar os principais

aspectos no que refere-se ao casamento. Para melhor compreensão será destacado

o conceito de casamento, suas características, levando em consideração a própria

natureza jurídica e a questão de formalidade. Também será apresentado como

ocorreu a evolução do casamento, a habilitação para casamento, os efeitos da

nulidade e anulabilidade, os impedimentos matrimoniais, as oposições e as causas

suspensivas e o casamento entre pessoas do mesmo sexo, considerado algo novo e

bem discutido nos dias atuais. O trabalho será desenvolvido com base na pesquisa

bibliográfica que tratam do tema, mesmo porque atualmente existem quatro formas

de casamento no civil, o religioso, diligência e o de união estável levando em

consideração os requisitos proposto também pela Resolução 175/2013. É válido

ressaltar que este assegura o Direito das Famílias, demonstrando-se ainda

preocupação pelo casamento retratando a família matrimonializada, estabelecendo

requisitos essenciais para celebração, direitos e deveres dos cônjuges, além-claro

da separação, nulidade e das questões patrimoniais, como é o caso dos regimes de

bens e da dissolução do vínculo conjugal.

Palavras Chaves: Casamento, Natureza Jurídica, Impedimento para Casamento.

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Diferenças Entre Casamento Nulo e Anulável...................................39

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

CC Código Civil

CF Constituição Federal

CP Código Processual

STF Supremo Tribunal Federal

SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO................................................................................................. 9

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................................................................... 11

2.1. Origens das Famílias................................................................................... 11

2.2. Conceito de Casamento.............................................................................. 12

2.2.1. Celebração do Casamento....................................................................... 15

2.2.2. Formalidades, Características e Aspectos Gerais do Casamento.......... 17

2.3. Natureza Jurídica....................................................................................... 19

2.4. Casamento Como Ato Formal................................................................... 21

2.5. Habilitação para Casamento..................................................................... 24

2.6. Impedimentos Matrimoniais........................................................................ 27

2.6.1. Impedimento de Consaguinidade............................................................. 28

2.6.2. Impedimento de Afinidade....................................................................... 28

2.6.3. Impedimento de Adoção.......................................................................... 28

2.6.4. Impedimento de Vínculo........................................................................... 29

2.6.5. Impedimento de Crime............................................................................. 29

2.7. Das Causas Suspensivas........................................................................... 29

2.7.1. Oposição dos Impedimentos e das Causas Suspensivas...................... 31

2.8. Requisitos da Validade............................................................................... 32

2.8.1.1. Nulidade Absoluta e Relativa................................................................ 35

2.8.1.2. Nulidade do Casamento Aspectos Gerais ............................................ 38

2.8.1.3. Casamento Nulidade e Anulabilidade................................................... 39

2.8.1.4. Alegamento da Nulidade Absoluta....................................................... 40

2.8.1.5. Prescritibilidade do Ato Nulo................................................................ 40

2.9. Casamento Civil Entre Pessoas do Mesmo Sexo...................................... 41

3. Metodologia da Pesquisa............................................................................... 45

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................... 46

REFERÊNCIAS.................................................................................................. 48

1. INTRODUÇÃO

O Direito da família brasileiro tornou-se com base no Direito Romano,

influenciado pelo Direito Grego. A palavra família vem do latim, que significa escravo

doméstico. Ela surgiu durante a Idade Média com objetivo de instituir relações

exclusivamente para direito canônico, sendo o casamento religioso o único

conhecido (GONÇALVES, 2010).

Neste sentido a autoridade máxima era configurada pelo pai, sendo designado

como “pater” da família, pois este era o homem e o chefe de casa, responsável por

tomar decisões e tomar conta de toda família, sem precisar de qualquer auxílio da

esposa, pois naquela época esta também não tinha posição dentro da família, mas

tinha sim obrigações com filhos e deveres conjugais.

Embora no início o modelo de família possuísse uma sociedade conservadora,

onde predominavam-se assim família matrimonial, somente aquela advinda do

casamento este também não era permitindo qualquer outro tipo de composição

familiar.

Com o passar dos anos o casamento em si sofreu uma transformações, até

mesmo porque boas partes das mulheres acabaram ocupando posições e cargos de

liderança, assumindo assim seu papel na sociedade passando a ter as mesmas

responsabilidades e direitos do pai dentro da família, ou seja, alcançando os

mesmos direitos do marido.

Outro ganho foi com certeza constatada a partir da introdução da Resolução nº

175, datada de 14 de maio de 2013, o qual se dispõe sobre a habilitação de

celebração do casamento civil, ou de conversão de união estável em casamento,

entre pessoas do mesmo sexo.

Com as transformações das sociedades, surgiram diversas mudanças

influenciadas pela própria posição social atual entre os cônjuges, além-claro da

própria pressão econômica, dos conflitos sociais e até mesmo dos requisitos de

machismo presenciados anteriormente o que contribui também para o número de

dissoluções do casamento. Diante deste cenário surge também outros tipos de

uniões sem casamento, o que embora já era existente, porém nunca reconhecido e

aceito, passou a ser reconhecidas assim pela sociedade e pela legislação, como

será destacado ao longo deste estudo.

9

Atualmente existem quatro formas de casamento, o religioso, civil, diligência e a

união estável. Estas modificações contribuíram para um novo modelo de família, o

qual será melhor destacado e observado ao longo deste estudo. Para melhor clareza

será levado em consideração os principais aspectos presentes em cada uma das

modalidades aqui apresentadas, avaliar as características e diferenças que cada

uma representa a própria questão da nulidade estabelecida de acordo com o Código

Civil, quais são os requisitos necessários frente ao Registro Civil, sua natureza

jurídica conhecendo também as necessidades de formalidades.

O trabalho inicia-se pelo conceito do casamento, avaliando diferentes autores,

as formalidades do casamento, os aspectos gerais, os impedimentos matrimoniais,

as oposições das causas suspensivas entre outros fatores e aspectos que tratam do

tema, a fim de conhecer melhor seus aspectos, diferenças, mudanças e principais

ocorrências vivenciadas ao longo destes anos.

O estudo será desenvolvido com base na pesquisa bibliográfica tendo como

função principal conhecer o tema específico do casamento, levando em

considerações as contribuições de Gonçalves (2010) e Maria Berenice Dias (2015)

que trata do direito da família.

10

2. DESENVOLVIMENTO

2.1. Origens da Família

Maria Berenice Dias (2015) explica que acasalamento sempre existiu entre os

seres vivos seja em decorrência do instituto de perpetuação da espécie, uma vez

que todos têm como instituto a solidão, pois parece que as pessoas somente

passam a ser felizes a partir do momento que a mesma começa a amar.

Mesmo a vida sendo aos pares, considerado um fato natural, em que os

indivíduos se unem através de uma química biológica a família por sua vez é um

agrupamento informal de formação espontânea como destacado por Maria Berenice

Dias (2015) possui uma:

[...] estruturação que se da através do direito. No dize de Giselda Hironka, não importa a posição que o individuo ocupa na família ou qual a espécie de grupamento familiar a que ele pertence, o que importa e pertencer ao seu âmago, e estar naquele idealizado lugar, e estar naquele idealizado lugar onde é possível integrar sentimentos, esperanças, valores e se sentir, por isso o caminho da realização de seu projeto de felicidade (DIAS, 2015, p. 26).

Como a lei é um fato que procura congelar a realidade, possuindo um viés

conservador, esta realidade também vem sendo modificada com o passar dos anos,

pois necessariamente ela acaba sendo refletida na lei, por isto a família

juridicamente regulada nunca consegue corresponder à família natural (DIAS, 2015).

Além disso, a mesma preexiste ao Estado estando este assim acima do direito.

Neste sentindo a família é considerado como uma família natural que tem o ao

Estado o direito, sendo, portanto, uma construção cultural, que dispõe de

estruturação psíquica no qual todos ocupam um lugar, possuindo sua função (DIAS,

2015).

A autora explica ainda que quando se trata de lugar em relação à questão da

família isto envolve também a colocação do pai, da mãe, dos filhos, ou seja, um

lugar dentro da estrutura familiar que cada pessoa ocupa, possuindo assim seu

respectivo valor. Esta estrutura família significa um lugar de afeto e respeito para

instituição familiar (DIAS, 2015).

11

Portanto, com base neste sentido nota-se que a organização da sociedade

ocorre em torno da estrutura familiar, sendo necessário assim ocorrer

intervencionismo estatal, o que levou a instituição do casamento, pois nada mais é

do que convenção social para organizar os vínculos interpessoais (DIAS, 2015).

Com base neste contexto a família e com o passar dos anos esta foi

evoluindo-se sofrendo grandes transformações ao longo dos séculos, podendo ser

observado também pelas transformações presenciadas entre o Código Civil de 1916

e o advento do Código Civil de 2002 (SILVA, 2016).

Gonçalves (2014) explica assim as principais diferenças no Código Civil de

1916 e as leis posteriores, vigentes no século passado, tinha como objetivo regular

as famílias constituídas de forma única pelo casamento, um modelo patriarcal e

hierarquizado, ao passo que o moderno tinha apenas um enfoque pelo qual é

identificada estabelecida por novos elementos os quais compõem assim as famílias

e suas relações, tendo como base os vínculos afetivos que norteiam a sua

formação.

Gonçalves (2014) destaca ainda que a família é uma realidade:

[...] sociológica e constitui a base do Estado, o núcleo fundamental em que repousa toda a organização social; sem sombra de dúvidas trata-se de instituição necessária e sagrada para desenvolvimento da sociedade como um todo, instituição esta merecedora de ampla proteção do Estado. (GONÇALVES, 2014, p. 1).

Portanto, com base nestas transformações o Código Civil buscou também

adequar e atualizar-se tanto no aspectos essenciais do direito da família, como

instituir assim princípios baseado na própria Constituição Federal de 1988,

garantindo assim nossos direitos, preservando valores e estruturas anteriores, com a

devida incorporação frente as mudanças legislativas ocorridas por meio da

legislação esparsa (DIAS, 2015).

Portanto, o Direito Civil moderno apresenta como regras gerais, uma definição

considerada restrita para as famílias sendo que as pessoas unidas por relação

conjugal ou de parentesco, pois a sociedade somente admitia-se uma família desde

que esta fosse constituída pelo patrimônio, pois a lei tratava apenas do casamento

por meio das relações de filiações e o parentesco, no entanto, com a mutuação da

família, o que é dever do Estado, dever jurídico constitucional este implementou

12

mudanças e medidas necessárias para a constituição e desenvolvimento das

mesmas, o que ao longo da história humana também reconheceu assim as relações

extra matrimoniais como será destacado ao longo deste contexto (GONÇALVES,

2014).

Dentro destas modificações as relações extra matrimoniais passou a admitir o

casamento entre pessoas do mesmo sexo, embora seja ainda um tema omisso a lei,

além de ser bastante discutido pela doutrina e jurisprudência, em função da própria

existência na sociedade (GONÇALVES, 2014).

Portanto, com base nas relações aqui destacada surge o casamento como

será destacado no tópico a seguir.

2.2. Conceito De Casamento

O casamento é base da família caracterizada como eixo principal da sociedade

trazendo o pilar para todo um sistema social, moral e cultura do País. Neste sentido

o casamento ocorre por meio da união do homem e da mulher, devendo haver assim

um companheirismo e amor de ambos de modo que tenha assim uma vida comum.

Para isto deve-se ainda compartilhar os mesmos propósitos e destinos em buscas

de seus ideais (BEVILÁCQUA, 1954).

O próprio Código Civil destaca que o conceito de casamento visa assim

regular também a vida em sua sociedade, neste contexto, Maria Berenice Dias

(2016) através de publicação sobre Novos Contornos de Direito de Família destaca

em seu artigo que:

[...] A lei anterior, que datava do ano de 1916, reconhecia uma única forma de constituição da família e outorga juridicidade somente ao relacionamento decorrente do casamento. Quase um século depois, o Código Civil atual, em vigor desde 2003, sujeita-se ainda à influência do cristianismo, que tem o casamento como um sacramento e com a finalidade única de perpetuação da espécie (DIAS, 2016, p. 1).

Além disso, ausente qualquer definição ou tentativa de conceituação no que se

relaciona a família ou casamento, limitando-se a lei para estabelecer requisitos para

sua celebração, elencando assim seus direitos, deveres dos cônjuges e prever

sequelas patrimoniais decorrentes da dissolução do vínculo conjugal (DIAS, 2016).

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Embora seja possível o divórcio familiar é função do legislador atuar com foco

em manter a indissolubilidade da família ao vínculo matrimonial resistindo assim

sacralizar as novas uniões, pois a tentativa de manutenção da família fez a lei

tornar-se indispensável para identificação do culpado pela separação, o qual não

pode intentar assim a ação para o fim do casamento (DIAS, 2016).

A limitação do valor dos alimentos e a possibilidade de perda do nome,

condicionada à vontade do cônjuge inocente passam a ser assim penalidades que

atingem quem deixou de amar e quer sair do casamento. O casamento é um

contrato bilateral e solene, pelo qual o homem e a mulher se unem

indissoluvelmente, legitimando-se assim por ele suas relações sexuais (DINIZ,

2010).

O casamento estabelece ainda a comunhão, a vida e o interesse dos

envolvidos comprometendo-se assim a criar e educar a prole que ambos nascer.

Portanto, é válido destacar que o casamento é um vínculo jurídico entre homem

pessoas independente do sexo, tendo como função estabelecer o auxílio mútuo

material e espiritual, de modo que não ocorra uma integração fisiopsíquica para

constituição de uma família legítima (DIAS, 2106).

Silvio Rodrigues (2000) também explica que o casamento é um contrato de

direito de família tendo como finalidade promover a união do homem e da mulher,

com base na conformidade estabelecida pelo próprio Código Civil, ou seja, de

acordo com a lei, a fim de regular assim as relações sexuais, cuidando da prole

comum, prestando assim mútua assistência.

O casamento é um contrato solene pelo qual duas pessoas do sexo diferente e

capazes dispostos em lei, que se unem com objetivo de conviver toda a existência, a

título da indissolubilidade de vínculo, suas relações sexuais, por meio das

imposições legais e comprometendo a criar-se e educar a prole de ambos

nascermos (RODRIGUES, 2000).

A própria Resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) nº 175/ 2013

explica que no uso de suas atribuições constitucionais e regimentais considera-se a

decisão do plenário frente ao Conselho Nacional da Justiça, com base nos

julgamentos presentes no Ato Normativo nº 0002626-65.2013.2.00.0000 na 169ª

Sessão Ordinária, realizada em 14 de maio de 2013, considerando que o Supremo

14

Tribunal Federal nos acórdãos prolatadas em julgamento da ADPF 132/RJ e da ADI

4277/DF, reconhece a inconstitucionalidades de distinção de tratamento legal às

uniões estáveis constituídas por pessoas mesmo sexo.

Ainda sob a resolução Resolução 175/2013, considerando que o Supremo

Tribunal de Justiça em julgamento do RESP. 1.183.378/R, decidiu também inexistir

óbices legais com relação a celebração de casamento entre pessoas do mesmo

sexo, considerando assim a competência do Conselho Nacional de Justiça, prevista

no art. 103-B, da Constituição Federal de 1988.

O próprio jurista José Lopes de Oliveira (2003) explica que o casamento visa

assim estabelecer de forma íntima a comunhão da vida material e espiritual,

estabelecendo a prole por meio da educação sob-regime de bens. Entre outras

palavras o casamento é uma sociedade contratada por um homem e uma mulher

para colocar a sanção da lei e a união sexual dela resultante.

Para melhor clareza no tópico a seguir será destacada a celebração do

casamento, como a mesma se define, levando em consideração os atos e

exigências para que o mesmo aconteça.

2.2.1. Celebração do Casamento

Com relação à celebração do casamento na visão de Pontes Miranda (2001)

este se define como:

[...] segundo requisito essencial para a existência do casamento, há duas espécies distintas: a irrealização do ato ou a celebração por pessoa que não tenha nenhuma parcela de iurisdicto, e a efetuação por autoridade incompetente. Na primeira espécie, a ausência do pressuposto afeta a existência própria do matrimônio. Na segunda, pode ser o caso previsto no art. 208, relativo à nulidade do contrato matrimonial, sanável depois de dois anos. Se um homem conduz uma mulher perante alguém, que não é autoridade para casar, simula o casamento e, depois, convive ou não convive com ela, esse fato, com significação jurídica possível, não pode ser equiparado a matrimônio. É inexistente, como casamento (MIRANDA, 2001, p. 316).

Para isto devem ser habilitados os nubentes petecionar a autoridade

competente requerendo dia, hora e local de seu acontecimento, no caso da própria

celebração do casamento. Normalmente ocorre nas sedes de cartório o qual se

15

realiza assim o processo de habilitação dos mesmos. Este deve ser realizado de

portas abertas, mas é consenso da doutrina, não sendo a publicidade formalidade

essencial (MIRANDA, 2001).

O casamento não admite-se ainda que ocorra em prédios de apartamentos,

mesmo que seja feito com portas abertas, pois pode ocorrer à entrada de pessoas

indiscriminada de pessoas o que por sua vez acabaria gerando empecilho à

publicidade do ato (MIRANDA, 2001).

Gonçalves (2014) explica que o fato de oposição com relação ao ato do

casamento este pode ter como objetivo impedir assim, tais circunstâncias,

manifestando-se assim oposição de algum impedimento, pela ausência de um dos

elementos essenciais, que é a celebração na forma de lei, que tem com

consequência a inexistência do ato.

Com relação ao horário, este pode ser realizado tanto no período de dia como

a noite, podendo ser conciliado com ambas às partes, o que não pode ocorrer na

celebração do casamento e que pode gerar inexistência que é com relação à

celebração em momento ou local que impeça de algum interessado oferecer

impugnações. É indispensável também destacar assim a presença também das

testemunhas, sendo no mínimo duas, podendo ser alterado para quatro pessoas,

caso uma das testemunhas seja considerada como analfabeta ou não possuir a

possibilidade de escrever (GONÇALVES, 2014).

A própria Constituição Federal de 1988, em seu artigo 98, destaca que para

realizar o casamento os juízes de pazes, cargos de provimento eletivo, devem atuar

com base na lei da organização judiciária estadual regulamentada e referida a

autoridade. A Lei 12.342/94 também explica em seu contexto, que estes juízes,

possuem caráter temporário, é composto por cidadão eleito por voto direto, secreto,

possuindo ainda mandato de quatro anos, devendo este serem remunerado através

dos cofres públicos.

Portanto, os juízes das pazes têm como função a verificação sobre a

competência, verificação dos ofícios ou face de impugnação apresentada, avaliar

todo processo de habilitação de casamento, celebrar casamentos civis, devendo

ainda exercer atribuições conciliatórias e outras, sem caráter jurisdicional

(MIRANDA, 2011).

16

No caso do casamento, deve ocorrer também o comparecimento dos nubentes

devendo ocorrer de forma simultânea, pois a vontade deve ser expressa através da

autoridade competente, também definida como princípio da atualidade do mútuo

consenso. A celebração do casamento deve obedecer a formalidades essenciais (ad

slemmitatem), que, se ausentes, tornará assim o ato inexistente (GONÇALVES,

2011).

É comum ainda destacar por meio do juiz de paz se ambos aceitam um ao

outro, se persistem no propósito de se casar. Com base no art. 1535 do Código Civil,

a resposta deve ser pessoal e oral, admitindo-se, porém o casamento de um surdo,

perguntas e respostas escritas e no caso de uma pessoa muda, também são aceitas

através do sinal do “sim”.

Com relação ao cancelamento do ato do casamento, o Código Civil destaca

também no art. 1538 três hipóteses de suspensão da celebração:

[...] I) recusa pelos noivos da solene afirmação da sua vontade; II) declaração pelos noivos que esta sua vontade não é livre e espontânea; III) manifestação de arrependimento pelos noivos. Caso ocorra alguma das situações elencadas, não será possível a retratação dos nubentes no mesmo dia. Se, apesar disso, a cerimônia prosseguir e o ato for concluído e registrado, o casamento será inexistente por faltar o elemento consentimento. O objetivo da lei é resguardar a vontade e proteger a interferência de qualquer dos nubentes (CÓDIGO CIVIL, Art. 1538).

Portanto, a celebração do casamento poderá ser interrompida caso os pais,

tutores ou curadores revoguem assim autorização concedida para casamento,

respectivamente dos filhos, sejam eles tutelados e curatelados, bem como se houver

solenidade ou algum impedimento legal cuja existência se mostre plausível ante a

idoneidade do oponente, bem como a seriedade da arguição e ou robustez de prova

ou informação (GONÇALVES, 2014).

No tópico a seguir serão destacadas suas formalidades.

2.2.2. Formalidades, Características e Aspectos Gerais do Casamento

Com relação à celebração e aspectos gerais do casamento é válido afirmar

que o casamento é regulamentado pela Lei dos Registros Públicos (6015/73), sendo

que esta tem como finalidade dar publicidade ao ato de lavratura daquele não

17

compõe a substância do casamento, visto que este é o livro assinado após a

celebração e aperfeiçoado, porém se o mesmo não for assinado este significa que o

casamento não existiu.

E importante lembrar que o casamento civil foi instituído no Brasil a partir de 24

de janeiro de 1890, com o Decreto nº 181, que instituiu a República reconhecendo o

casamento civil, cuja celebração será gratuita, mesmo porque quem ditava as regras

naquela época era a Igreja Católica o que de certa forma acabava exercendo

bastante influência em toda sociedade. A partir daí, o processo foi se alterando ao

longo destes anos, o que neste caso poderia sim estar tratando do chamado Código

Canônico, que tratava das normas de Concílio de Trento (GONÇALVES, 2014).

Com relação ao registro, portanto, este passou a servir como prova de que o

ato foi celebrado e não como requisito frente ao reconhecimento e existência da

validade do casamento. Atualmente existem quatro formas de casamento, o

religioso, civil, diligência e o de união estável. O casamento religioso possui efeitos

civis, estritamente religiosa, caracterizado como um contrato de matrimônio

(GONÇALVES, 2014).

Portanto, a escolha quanto ao tipo de casamento deve ser avaliado por

ambas as partes, com base na análise do regime de bens, que deve ser orientado

entre as partes, pois existem assim muitas diferenças, devendo assim avaliar qual

enquadra-se mais ao seu perfil, mesmo porque para todas as ações tanto no

religioso como no civil, se faz necessário o pagamento de taxas, como já destacado

neste estudo bem como as custas de cartório o que atualmente este nem sempre se

é gratuito a não ser que seja comprovado falta de condições financeiras junto ao

Estado (GONÇALVES, 2014).

Por se tratar de religião, Gonçalves (2014), explica que cada religião possui

certas peculiaridades, ritos de celebração, porém o Direito trata esta questão como

uma forma peculiar e ao mesmo tempo didática:

[...] nenhuma seita religiosa pode exigir que o Estado só aceite como válido o casamento celebrado conforme as suas prescrições, assim como o Estado, por seu turno, não tem o direito de impor que os contraentes se casem segundo as prescrições da religião que professam. Entre muitos povos, todavia, prevalece ainda o princípio de que a autoridade religiosa é a única competente para regular as formalidades e a celebração do casamento, e decidir sobre sua

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validade, limitando-se a legislação temporal a definir-lhe os efeitos puramente civis (GONÇALVES, 2014, p. 78).

O casamento religioso para ser caracterizado no Direito deve ser realizado

como necessidade de habilitação civil, posterior à celebração religiosa, mesmo

porque no casamento religioso fica condicionada a habilitação ao Registro Civil das

Pessoas Naturais (RODRIGUES, 2000).

Neste sentindo o casamento é uma formalidade exigida, não deixando de ser

um ato matrimonial e algo estritamente técnico, legalista, além disso, o mesmo é

regido por normas cogentes de ordem pública os quais para serem concretizados

devem ser previamente atendidos todos os requisitos, como destacado. Entre outras

colocações, é válido afirmar que se o mesmo ocorrer sem as exigências da lei, este

será invalido e inexistente juridicamente, independente dos laços afetivos

apresentados pelos envolvidos, como no caso do que tenha levado assim aos

nubentes ao matrimônio (RODRIGUES, 2000).

Para melhor clareza no tópico a seguir será destacada sua natureza jurídica no

que tange os aspectos gerais do casamento.

2.3. Natureza Jurídica

Com relação à natureza jurídica Rodrigues (2000) define-a como uma

existência de uma polêmica, pois trata-se de um contrato ou instituição. Nesta

concepção contratualista, o casamento é um contrato civil realizado entre as partes

devendo ser aperfeiçoado por meio do consentimento dos nubentes de forma

recíproca.

O casamento é uma instituição social, refletindo assim uma situação jurídica

que surge por meio da vontade dos nubentes, das normas, bem como dos efeitos e

formas que devem ser preestabelecido baseado tanto na própria Lei. Com relação à

doutrina eclética esta é mista, pois ela une elementos volitivos para elemento

institucional, tornando-se assim o casamento como um ato complexo (GONÇALVES,

2014).

Entre outras palavras é válido afirmar que o casamento é um contrato

concomitantemente realizado por meio da formação e instituição que é definido

como um conteúdo, portanto, ele é mais do que um contrato, interligado a uma série

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de variedades e definições os quais ocorrem naturalmente em conjunto com a

própria diversidade para conceituação (RODRIGUES, 2000).

Ela se divide ainda em teoria contratualista, institucionalista e eclética. A teoria

contratualista refere-se ao casamento como contrato resultado de acordo de vontade

entre homem e mulher, já a teoria institucionalista refere-se ao casamento como

organização social pré-estabelecida a aderem os nubentes. No caso da teoria

eclética esta por sua vez refere-se a um ato jurídico bastante complexo, uma vez

que envolve contrato mais o ingresso em instituição social, sujeito às regras de

ordem pública, caracterizada assim como teoria dominante (PEREIRA, 2009).

Lafayette explica com base no conceito de Pereira (2009) que o casamento

assume uma feição de um complexo, de natureza institucional, o qual depende da

manifestação livre da vontade dos nubentes, tornando-se completa por meio da

celebração, que é um ato privativo de representante do Estado.

Diniz (2010) explica que o casamento é um contrato que pode-se assim:

[...] equipará-lo a uma venda e compra, colocando em plano secundário seus nobres fins. Deveras, difere o casamento, profundamente, do contrato em sua constituição, modo de ser, alcance de seus efeitos e duração. Logo, o casamento é um estado matrimonial, cujas relações são reguladas por norma jurídica. (DINIZ, 2010, p. 38-39).

Portanto, o casamento é um ato complexo, uma instituição de conteúdos

estabelecida entre as partes envolvidas. O casamento apresenta também a limitação

de valores dos alimentos e da possibilidade de perda do nome, condicionado a

vontade do cônjuge devendo ser definido no momento do registro civil

(GONÇALVES, 2014).

A Constituição Federal de 1988 alargou-se também que o conceito da família

integrando-os as relações monoparentais, de um pai com seus filhos, esse

redimensionamento foi calcado através da realidade que se impôs, afastando assim

a ideia da família e o pressuposto do casamento, portanto, ela deixou de ser exigida

a necessidade de existência de um par, consequentemente se subtrai a finalidade

da proliferação.

A Carta Magna emprestou juridicamente o relacionamento existente fora do

casamento, chamando-a como entidade familiar a união estável entre homem e

20

mulher, conservadorismo dos juízes, embora seja difícil fazer assim sua inserção no

âmbito do Direito das Famílias (CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988).

Neste sentido o Desembargador do Tribunal da Justiça de Paraíba explica que

o casamento é bem mais que um contrato, além de ser caracterizado como um ato

jurídico, que produz efeitos sociais, pessoais e patrimoniais, ele também é uma

instituição que não se pode reduzir a um simples contrato. Um ato jurídico solene,

estabelecido com base na lei, com atuação de pessoas de sexo distinta, tendo como

finalidade estabelecer a comunhão plena da vida e a união em regime de bens

(GONÇALVES, 2014).

O Código Civil 2002, também explica em seu contexto com base nos artigos

1511, que o casamento envolve obrigações patrimoniais, obrigações pessoais e

sociais, de ordem moral, como deveres de fidelidade recíproca, realizado em vida

comum, mútua e de assistência, sustento, guarda a educação dos filhos,

estabelecendo assim respeito entre as pessoas de comunhão de suas vidas, sendo

que para os Romanos este era denominado como “honor matrimonii”. Neste

sentindo não se tem como considerar o casamento um contrato.

Portanto, com base nos fatos aqui destacados, é importante observar que o

casamento não se restringe a sociedade conjugal, pois ela é parte contratual regida

por escolha do regime de bens (comunhão universal, participação final nos aquestos

e separação total de bens), no qual ela vai bem mais além, tanto que a separação

judicial tem o fim da sociedade conjugal, porém não o do casamento (OLIVEIRA,

2003).

No tópico a seguir se destaca o casamento como ato formal para melhor

compreensão do tema em questão.

2.4. Casamento Como Ato Formal

O ato do matrimônio é cercado de rituais estabelecido com base nas normas

de ordem pública, normas cogentes, pois trata-se de negócio jurídico solene que

todas as exigibilidades serão necessárias para garantir a seriedade e publicidade do

ato (DIAS, 2015).

21

Maria Berenice Dias (2015), destaca ainda em sua teoria, que o casamento

civil não é considerado tão solene:

Embora o casamento civil não seja tão solene quanto os rituais eclesiásticos, as formalidades exigidas são suficientes para enfatizar a relevância social do ato. Seja, no entanto, casamento civil ou religioso com efeitos civis, reveste-se da necessária solenidade por constituir o ato da vida civil a que a ordem jurídica atribui maior importância, sendo o ponto de partida para constituição da família. Todos os sistemas jurídicos impõem a observância de formalidades, com maiores ou menores minúcias, com a finalidade de destacar a relevância especial das bodas (DIAS, 2015, p. 97).

A celebração sem o atendimento dos rigores da lei torna-se assim inexistente o

ato, salvo para casos excepcionais, como no caso da união estável em casamento.

Mário (2009) explica que o ato de celebrar um casamento deve exigir ainda a

presença do Estado, pois sua participação não é apenas por caráter publicitário,

mas sim integrativo, ou seja, uma condição de eficácia, porém ela não chega a ter

validade jurídica se não cumprir as exigibilidades das leis, se não for oficializado por

autoridade competente.

A união estável não é uma entidade familiar reconhecida pelo Estado, pois ela

não conseguiu atender assim suas formalidades, porém ela possui os mesmos

efeitos do casamento, como no caso de ocorrer separação, ou ainda o direito da

herança, pensão entre outros. Neste caso ela passa a rigor estabelecer os mesmos

critérios, exceto com relação aos bens declarados (SILVA, 2016).

Tanto os casamentos com a união estaveis possuem suas particularidades que

não cabe aqui aprofundar-se, porém, ao longo do trabalho em determinados

momentos, se faz necessário citá-las, a fim de saber e conhecer as reais diferenças

entre elas. Burgees (1960) explica que a transformação da família é uma instituição

de companheirismo, porém para o Estado ela reconhece como a união estável como

uma unidade familiar que estabelece parâmetros para família monoparental, o que

se demonstra crescente a ideia de família realizada por meio do companheirismo.

Esta família é formada também com base no afeto, o casamento é definido

como:

Nesta perspectiva é o novo casal e, portanto, o casamento na verdadeira acepção da palavra, que funda a família e não, como na lógica institucional, a família através da “conveniência” ou do “interesse” que impõe aos mais novos o casamento. Como afirma Burgess, no modelo institucional as preocupações patrimoniais e econômicas sobrelevam todas as outras. Com o assalariamento,

22

possível também para um número mais significativo de pessoas através da industrialização, tende a difundir-se o “companheirismo” como nova forma de encarar a família e o casamento (BURGEES, 1960, p. 61).

A família é fundada por meio do casamento, realizado por livre escolha, pela

formação do homem e da mulher, pela escolha dos cônjuges, instaurando-se assim

o ato da democracia, por meio da validação do Estado, tendo como princípio o

funcionamento de modo a atuar para o bem estar das famílias, do casal e na

consequência desta união, que refere-se assim aos filhos também (BURGEES,

1960).

No tópico a seguir destaca-se os requisitos necessários para habilitação do

casamento.

2.5. Habilitação para Casamento

O casamento é uma responsabilidade que originou-se assim frente à

importância da sociedade, por se tratar de um contrato solene de ordenamento

jurídico, sendo necessário ocorrer à celebração quando este é preenchido através

dos requisitos previstos em lei. Este por sua vez, tem como finalidade tornar célere o

procedimento de habilitação para o casamento, editado através da Lei. 12.133/09

determinando hipóteses de remessa do procedimento frente ao magistrado e

comparecimento pessoal das partes interessadas.

O novo Código Civil cuida também da habilitação 1525 a 1532 repetindo em

linhas gerais o procedimento previsto nos artigos 180 a 182 do atual Código e nos

artigos 67 e 69 estabelecido pela Lei 6015/77 (Registros Públicos) mantidos os

requisitos básicos para formulação de requerimento para as partes, instruindo assim

documentos pessoais e declaração de duas testemunhas, publicação de editais por

15 dias (prazo este denominado para oposição de impedimentos e causas

suspensivas) audiência com Ministério Publico, bem como a homologação para o

juiz e expedição do certificado de habilitação com eficácia de 90 dias.

O casamento em razão de suas responsabilidades e de sua importância para

sociedade é um procedimento para habilitação frente ao casamento que continua

sendo objeto de críticas. Ele deve ser realizado pessoalmente perante o Oficial de

23

Registro Civil e pelo fato de determinar que todos os procedimentos habilitatórios

sejam remetidos ao “Parquet” como explica Gonçalves (2010).

Para que o casamento seja devidamente celebrado e não ocorram assim

impedimentos matrimoniais entre os nubentes deve ser realizada também a análise

de inexistência de impedimentos para o casamento, sendo que a mesma é

precedida por meio da habilitação para casamento, realizado perante Oficial de

Registros Civil de residência de um dos nubentes, destacado no Código Civil, com

base no Art. 1526.

Para isto as partes interessadas deverão requerer sua habilitação para

casamento preenchendo requisitos, apresentação de documentos exigidos por lei

civil, com base no art. 67, conforme Lei 6015/1973.

O Código Civil, baseado na Lei 10406/02, com base no artigo 1525, trata-se

por sua vez o requerimento de habilitação para casamento firmado, como se

destaca:

Art. 1.525. O requerimento de habilitação para o casamento será firmado por ambos os nubentes, de próprio punho, ou, a seu pedido, por procurador, e deve ser instruído com os seguintes documentos: I - certidão de nascimento ou documento equivalente;II - autorização por escrito das pessoas sob cuja dependência legal estiverem, ou ato judicial que a supra;III - declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não, que atestem conhecê-los e afirmem não existir impedimento que os iniba de casar;IV - declaração do estado civil, do domicílio e da residência atual dos contraentes e de seus pais, se forem conhecidos;V - certidão de óbito do cônjuge falecido, de sentença declaratória de nulidade ou de anulação de casamento, transitada em julgado, ou do registro da sentença de divórcio (LEI 10406/02, Art. 1525).

Faz-se necessário também a prova de idade, pois no início o casamento era

admitido somente entre homens e mulheres maiores de 16 anos de acordo com art.

1517 do Código Civil, porém com a introdução da Resolução 175/2013, este também

passou a admitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo, não sendo admitido

ainda no religioso. Caso a pessoa possua também mais de 60 anos de idade existe

a limitação quanto ao regime de bens dos nubentes, devendo nesse caso ser

adotado por meio do regime de separação obrigatória, estabelecido com base no art.

1641 do referido Código.

24

Para comprovação de prova da idade dos nubentes este se faz por meio da

certidão de nascimento. Caso o nubente tenha menos de 18 anos de idade este

deverá conter provas de anuência de seus pais ou tutor, também sendo admitida

nestes casos a prova de emancipação (GONÇALVES, 2010).

Se em algum caso acima não houver as requeridas provas ou ausência dos

pais, deverá ser realizado um registro sem o necessário competente alvará judicial

de suprimento de consentimento. Em relação ao incapaz, sob tutela, este também

requer da autorização, ficando assim ao sujeito sua autorização do curado, porém

caso o curado de um incapaz negar, injustamente, o requerido consentimento,

dever-se-á providenciar o suprimento judicial dessa denegação com explica o autor

Gonçalves (2010).

O requerimento de habilitação para o casamento será firmado por ambos os

nubentes com base em registro e assinaturas de próprio punho, a seu pedido, por

procurador, conforme estabelecido no Registro Civil de Pessoas Naturais. Com

relação ao memorial, requerimento dos nubentes solicitando a expedição do

certificado para habilitação e ao atestado testemunhal de que não há também

impedimento ao casamento, estes são gerados pela própria serventia, mediante

comparecimento pessoal dos noivos ou procurador bem como de seus

representantes (GONÇALVES, 2010).

É importante ressaltar também sobre a necessidade de testemunhas legais

durante o ato na celebração do casamento, porém nada impede de que a

documentação seja preparada e encaminhada para ao Oficial de registro, o qual

requer de reconhecimento da firma daqueles que não estiverem presentes

(GONÇALVES, 2010).

O procedimento para habilitação de casamento é um tramite que deve ser

oficializado e registrado dentro da Lei com base no Oficial de Registro Civil que tem

como função verificar os nubentes, de modo que sejam estes capazes para casar,

se possuem determinados impedimentos que não seja autorizado os mesmos, ou

ainda se existe alguma causa que impeçam que o mesmo ocorra (GONÇALVES,

2010).

Após esta consulta, é realizada habilitação para casamento publicado em

editais, denominados proclamas, tendo como finalidade torná-la pública frente à -

25

pretensão dos nubentes, desta forma este permite-se a arguição de impedimento e

causas suspensivas por parte de terceiros (GONÇALVES, 2010).

Na visão de Sílvio Rodrigues (2009) as funções preventivas frente à repressiva

ação de procedimento para habilitação de casamento é delineada, clara e objetiva,

como destaca o autor:

O Estado assume, em face da pessoa que quer casar-se, duas atitudes. A primeira é uma atitude preventiva, manifestada no processo de habilitação, em que, demonstrada a existência do empecilho dirimente, proíbe-se a realização do matrimônio. A segunda é uma atitude repressiva, que tem lugar quando, a despeito da existência de um impedimento dirimente, efetua-se o casamento. Nessa hipótese, o Estado reage contra o ato infringente do mandamento legal para fulminá-lo de nulidade (RODRIGUES, 2003 apud GONÇALVES, 2010, p.42).

Diante dos fatos aqui relatados, é fundamental destacar que o procedimento

para habilitação matrimonial tem como função verificar a existência das situações

para que possam assim macular o pretenso casamento (GONÇALVES, 2010).

Maria Helena Diniz (2014) explica que os termos de ensinamentos in Código do

Processo Civil anotado, frente ao processo da habilitação para casamento exige-se

declaração de duas testemunhas, parentes ou estranhas, que atestem assim

conhecer os noivos, firmando-se entre eles qualquer impedimento matrimonial.

Além disso, a autora ressalta também em sua obra, que o objetivo de evitar

casamento de pessoas já casadas, mister se faz, pelo nubente, em caso de viuvez,

divórcio ou anulação de casamento, realizado por meio de que se comprove tal

estado (DINIZ, 2010).

Poderá requer durante a habilitação de casamento dos nubentes o desejo de

acrescentar ao seu sobrenome do outro, com base no artigo 1565, do Código Civil

Brasileiro, após atuação do pedido de documento, realizado através do Oficial de

Registro Civil. Após estas ações se tornam assim obrigatório a publicação em

registro oficial, para imprensa local, devendo o edital de proclamas ser afixado em

durante 15 dias, conforme disposto no Código Civil, com base no art. 1527.

É valido afirmar que é aberto exceção quanto a obrigatoriedade de publicação

frente aos programas em caso de urgência, como em grave enfermidade, viagem

inadiável, podendo assim o juiz após ouvida do Ministério Público dispensar tal

26

publicação. Porém, é papel do Oficial Registro Civil, esclarecer os nubentes a

respeito dos fatos que podem ocasionar a invalidade do casamento (CÓDIGO CIVIL,

art. 1528).

Após o decorrido prazo do edital de proclamas do Oficial Registro Civil dever

certificar-se frente aos autos, a regularidade de todos os papéis e documentos,

antes da remessa ao Ministério Público, dando o devido parecer favorável

encaminhando ao juiz, que deverá homologar o processo de habilitação caso

entenda ser realizado todas as formalidades (CÓDIGO CIVIL, art. 1526).

Os nubentes poderão também antes de celebar o casamento, estipular seus

bens, o que lhes aprouver, conforme Código Civil Brasileiro, art. 1639. Diante dos

atos aqui demonstrados a habilitaçao do casamento será de 90 (noventa) dias,

contado da data em que foi extraído o certificado.

No entanto, para maior clareza no tópico a seguir se destaca os impedimentos

matrimoniais, a fim de tornar-se mais claro o referido contexto.

2.6. Impedimentos Matrimoniais

Segundo Carlos Tributtati (2009) com relação ao seu artigo publicado no

Direito da Família, com relação aos impedimentos matrimoniais pode se destacar:

Condições positivas ou negativas, de fato ou de direito, físicas ou jurídicas, expressamente especificadas pela lei, que permanente ou temporariamente, proíbem o casamento ou um determinado casamento. A causa suspensiva é um fato que suspende o processo de celebração do casamento a ser realizado, se argüida antes das núpcias (TRIBUTTATI, 2009, p. 1).

Para melhor clareza neste tópico dividiremos as características dos

impedimentos, das causas suspensivas como será demonstrado a seguir. No

Código Civil de 1916, com relação aos impedimentos relativos ao casamento, estes

se referia aos dirimentes públicas, privadas ou relativas e os impedientes. Os dois

últimos impedimentos eram de caracterizados de menor gravidade, elencados em

incisos específicos com base no artigo 183, do referido Código.

Além disso, os mesmos eram estabelecidos com base no interesse do

particular, ou de um dos nubentes, e apenas poderiam anular assim o casamento e

determinar certas punições civis aos cônjuges (DINIZ, 2004).

27

Atualmente, de acordo com artigo 1521 do Código Civil não podem casar:

I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil; II – os afins em linha reta;III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante; IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive; V - o adotado com o filho do adotante; VI - as pessoas casadas; VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte (CÓDIGO CIVIL, artigo, 1521).

A seguir se destaca as principais causas de impedimentos.

2.6.1. Impedimento de Consaguinidade

De acordo com CC, artigo 1521, não podem casar os que encontram-se com

impedimento de consaguinidade:

I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil; II - os afins em linha reta;III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;

2.6.2. Impedimento de Afinidade

Com base no CC, art. 1521, não podem casar, os afins em linha reta, ou ainda

com base no CC art. 1595, pois cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes

do outro pelo vínculo da afinidade estabelecidos, parentescos por afinidade o qual

se limita aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos dos cônjuge ou

companheiro. Já com relação ao parágrafo 2º esse define-se em linha reta, a

afinidade, mas não extingue-se assim a dissolução do casamento da união estável.

2.6.3. Impedimento de Adoção

Com relação ao impedimento de adoção não podem casar segundo artigo

1521 do CC:

28

I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil; II - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante; V - o adotado com o filho do adotante (CÓDIGO CIVIL, art, 1521).

2.6.4. Impedimento de Vínculo

Com base no artigo 1521, do CC, não podem casar as pessoas casadas,

portanto, estas se caracterizam como impedimentos de vínculos.

2.6.5. Impedimento de Crime

Com relação ao impedimento de crime, segundo CC, art. 1521, não podem

casar, o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de

homicídio contra seu consorte, como estabelecido.

2.7. Das Causas Suspensivas

Com advento do Código Civil de 2002 houve mudanças significativas entre elas

a exclusão dos impedimentos dirimentes privados ou relativos, no que toca os

demais impedimentos, pois estes foram denominados por meio do Código de

“causas suspensivas” com base no artigo, 1523, o qual não coincidem plenamente.

Além disso, ao prever-se, tais causas, Diniz (2014) explica que o legislador não

buscou impedir o matrimônio, e sim aconselhar, recomendar para que fosse evitado

casamentos nos casos por ele ali previstos. Esta denominação foi dada com base

nas discussões previstas o qual impõem que o casamento se realize somente

depois de tomada certas providências.

Estas causas suspensivas obstam também a celebração do casamento e

podem deixar de ser aplicadas por ordem judicial, e mesmo no caso de violadas, os

quais jamais poderão constituir assim as causas para invalidade do matrimônio. Em

consequência se infringir qualquer uma das causas previstas no art. 1523 do Código

Civil esta refere-se a imposição do regime de separação obrigatória de bens. Com

base no texto descrito em parágrafo único, do referido Código, destaca-se também

com base no incisos I, III e IV1 os seguintes termos, os quais os requerentes poderão 1 Código Civil, art. 1.523: Não devem casar: I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros; II - viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da

29

requerer o juiz a não aplicação da restrição no que toca a imposição do regime de

bens se por estes for comprovada a inexistência de prejuízo.

Com relação a oposição das causas suspensivas esta dever ser realizada com

prazo de quinze dias a contar da publicação dos editais, de modo que o efeito de

suspender o casamento, devendo este ser eficaz. Embora o regime de bens da

separação lhes seja aplicado, bem como a hipoteca legal dos seus imóveis (DINIZ,

2014).

Com relação as causas suspensivas estas se baseiam no Código Civil,

conforme artigo 1523, como se destaca:

I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros; II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal; III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal; IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas. Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo (CODIGO CIVIL, Artigo 1523).

Existe oposição quanto ao casamento entre pais e filhos que sejam de origem

natural ou civil, afim de em linha reta, do adotante com que for o cônjuge adotado e

vice e versa, de irmãos, unilaterais, bilaterais, colaterais e até de terceiro grau

(DINIZ, 2004).

Com relação as pessoas casadas não é permitido também segundo legislação

brasileira a bigamia ou poligamia, e do cônjuge sobrevivente com o condenado por

homicídio consumado ou tentando contra o ser consorte (MAGALHÃES, 2002).viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal; III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal; IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas. Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo.

30

Magalhães (2002) explica que as causas suspensivas não se tratam de

impedimentos, porém de situações em que há suspensão da celebração do

casamento em função de o mesmo não apresentar impedimento, o casamento

efetuado com uma causa de suspensão o qual não será nulo, nem anulável, porém

ela é imposta ao infrator como uma obrigatoriedade do regime de separação de

bens desde que seja constatado uma das causas suspensivas relatadas

anteriormente.

A causa suspensiva poder ser arguida por qualquer um dos parentes em linha

reta de um dos nubentes, consanguíneos ou afins, pelos colaterais em segundo

grau, sejam também consanguíneos ou afins. Deve-se ainda atender aos princípio

da igualdade entre homem e mulher, devendo o legislador o exercício dos direitos

conjugais a ambos os cônjuges sem distinção (MAGALHÃES, 2002).

É importante destacar também que cabe a eles o planejamento familiar, a

fidelidade, a devida assistência, bem como o respeito e a consideração mútua, a fim

de obter assim a guarda e educação para sustento da prole e da vida em comum no

lar conjugal, tendo como possibilidade ausentar-se do lar para atender encargos

públicos exercendo assim sua profissão em interesse particular relevante como

destaca Magalhães (2002) em sua bibliografia.

No tópico a seguir será destacada a oposição dos impedimentos às causas

suspensivas.

2.7.1. Oposição dos Impedimentos e das Causas Suspensivas

Com relação ao conceito de oposição primeiramente é válido destacar que

trata-se de um ato praticado por pessoas legitimadas, antes da realização do

casamento, levando-se assim ao conhecimento dos oficiais perante processo de

habilitação, ou do juiz que celebra a solenidade, bem como a existência de um dos

impedimentos ou de uma das causas suspensivas prevista nos artigos 1521 e 1523

do Código Civil, entre pessoas que pretendem convolar núpcias.

Para limitações destacam-se segundo Magalhães (2002):

Pessoais: impedimentos podem ser arguidos, no caso ex officio, pelas

pessoas arroladas com base no CC, art. 1522. Ou ainda, nas causas

31

suspensivas que podem ser opostas pelas pessoas com base no art.

1524, CC.

Formais: quanto à oportunidade, que trata dos impedimentos do art.

1521, do CC, podem ser arguidos até a celebração do casamento, e as

causas suspensivas do art. 1523 dentro do prazo de 15 dias (art. 1527,

CC), no que tange a publicação dos proclamas. Quanto ao oponente que

não poderá ficar no anonimato, deverá ser capaz (art. 1522, CC) o qual

deverá assim alegar o impedimento por escrito, provando-o com

observância do CC, segundo art. 1529 que tem como objetivo provar

caso oposição de causa suspensiva, o seu grau de parentesco com o

nubente. E por último, quanto ao oficial de Registro Civil que receberá a

declaração, verificando desde que se apresentam os requisitos legais,

dará ciência aos nubentes (art, 1530, CC), que assim remeterá os autos

ao juízo com base na Lei 6015/73, art. 67).

Com relação aos efeitos Magalhães (2002) explica que ocorre impossibilidade a

obtenção do certificado de habilitação, ou adiar o casamento. Já com relação às

sanções, poderá sofrer ações civis ou criminais, com base no CC, art. 1530,

movidas pelos nubentes. Deverá ainda reparar o dano moral, ou patrimonial, como

ressalta o autor, pois trata-se de uma conduta dolosa ou culposa.

2.8. Requisitos de Validade

Com relação aos requisitos e validade do casamento este requer o

preenchimento de certas condições necessárias como destaca Diniz (2014):

a-) condições necessárias a sua existência jurídica: sexo dos nubentes,

consentimento dos nubentes; celebração por autoridade competente;

b-) condições necessárias à sua validade: com relação as condições esta se

divide em dois grupos o primeiro refere-se as condições naturais de aptidão física e

intelectual e o segundo das condições de ordem moral e social.

De acordo com CC, art. 1521 a validade dos requisitos deve envolver:

Art. 104 . A validade do negócio jurídico requer:I - agente capaz;

32

II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III - forma prescrita ou não defesa em lei.Aplicando de maneira específica as regras deste artigo ao casamento, tem-se que são requisitos de validade do casamento:a) quanto ao agente: que os nubentes tenham atingido idade núbil,

bem como que sejam respeitadas as regras relativas à legitimação, reguladas pelos impedimentos matrimoniais (art. 1521 , CC)

No entanto, algumas observações se fazem necessárias como, as condições

naturais de aptidão físicas intelectuais referem-se à puberdade que seria idade

mínima de 18 e 16 anos para homem e mulheres, apenas em caso de gravidez ou

imposição de cumprimento de pena; ou seja, seria consumar o fato e a sanidade

baseado no art. 219, inciso III do CC, autorizando assim a anulação do casamento

se um dos cônjuges ignorava, antes das núpcias, defeito físico caracterizado como

irremediável ou moléstia grave transmissível ocasionada pelo parceiro.

Já com relação intelectual, este refere-se à capacidade natural,

consentimento íntegro, devendo haver coação ou erro que poderá ser anulável. Com

relação às condições de ordem moral e social, este refere-se ao grau de parentesco

e existência de matrimônio válido. Já referente às condições necessárias a sua

regularidade este se baseia na celebração ou posição eventual dos nubentes

(DINIZ, 2014).

A própria lei Maior, com base no art. 226, explica que a família é à base da

sociedade, motivo pelo qual não há de negar a importância do casamento, ato

originário da família matrimonial. Além disso, com relação ao casamento este pode

ser caracterizado como um ato jurídico realizado entre as partes como explica

Gomes (2012).

Neste sentido Diniz (2004) destaca também que os requisitos para existência

do casamento é a diversidade de sexo entre os nubentes, a celebração deve ocorrer

por autoridade competente, de modo que haja assim manifestação da vontade.

Para existência do casamento é necessário também a cumulação dos três

requisitos, o qual deve ser válido, uma vez que exige-se assim a presença dos

requisitos gerais dos dispostos no artigo 104 do CC, que trata da validade do

negócio jurídico em geral, atendendo quanto a forma e quanto a manifestação.

Quanto a forma este refere-se que o casamento deve respeitar as exigências da

modalidade que se adotar, com relação a manifestação de vontade, este deve ser

33

realizado por livre inconteste correspondendo ainda ao exato interesse do nubente,

como explica Gomes (2012).

Gomes (2012) explica ainda em seu artigo que com relação aos expostos

acima, o casamento é existente e válido passando para ter eficácia jurídica,

consequentemente, de modo produzir todos os efeitos do artigo 1565, CC.

No tópico a seguir será destacado as causas que envolve a questão da

nulidade e a anulabilidade.

2.8.1. Causas de Nulidade e Anulabilidade

Com relação à nulidade e anulabilidade este é um negócio ou ato considerado

jurídico ou defeituoso chamado de inválido, sendo que sua invalidade pode ser

ocorrida de duas formas através da nulidade ou da anulabilidade, dependendo da

possibilidade do defeito ser consertável ou não. A nulidade é conhecida como

absoluta, um defeito insanável (GOMES, 2012).

Neste caso, Diniz (2004) explica que existe três situações, como se destacam

abaixo:

Negócio celebrado com incapaz;

Ato simulado;

Qualquer ato proibido onde a lei não diga qual é a sanção;

A anulabilidade é denominada como nulidade relativa, ocorrendo assim três

casos, quando ocorre o negócio de forma relativamente capaz, ou ainda quando se

pratica um negócio com um dos 6 defeitos que envolvem a questão de erro, dolo,

perigo, lesão, coação e fraude contra credores, ou ainda para os casos em que a lei

é expressamente indicar como anulável (DINIZ, 2014).

Com relação ao prazo geral para solicitar anulação (ato anulável) este ocorre

através após três anos, de acordo com artigo 178 do CCB, porém tal prazo somente

é utilizado em falta de prazo especial (o prazo para anular casamento com erro,

como, é de três anos). Portanto, ele deve ser previamente conciliado e conversado

entre as partes (DINIZ, 2014).

2.8.1.1. Nulidade Absoluta e Relativa

34

O ato de nulidade absoluta e relativa contém normas próprias que se tornam

uma especialização da teoria geral da nulidade, não sendo assim prudente adotar no

âmbito matrimonial, o que na íntegra deve atender os princípios e critérios, como se

destaca Nunes (2010):

[...] 1. o ato nulo é insuprível, insuscetível de ratificação ( NCC, 168, § único), não havendo no direito matrimonial do atual CC, nulidade sanável. Vide art. 208 do CC/1916; No CC, o casamento celebrado por autoridade incompetente passou à condição de anulável(CC, arts. 1.550, VI e 1.560, II ); Se se tratar de casamento anulável pode ser confirmado, tacitamente, pelo decurso do tempo, se não for requerido por pessoas interessadas em sua anulação no prazo previsto em lei ( CC, 1.516); A nulidade relativa do negócio jurídico não pode ser decretada de ofício pelo juiz (CC, 177 ), sendo que a absoluta é decretada de ofício (CC, 168, § único ). Entretanto, a nulidade absoluta ou relativa do casamento, em hipótese alguma, será decidida de ofício pelo magistrado. Tanto o matrimônio nulo como o anulável requerem, para sua invalidação, pronunciamento judicial em ação ordinária (NCC, art. 1.549; 1.559 1a. parte E 1.563); A nulidade relativa do ato jurídico somente pode ser alegada pelos prejudicados com o ato ou seus representante (CC , 177), ao passo que, quanto aos casamentos anuláveis admite-se que terceiros promovam a ação ( CC/2002, art.1.552, II e III ); As ações de anulação de casamento ( CC/2002, 1.550 ) estão sujeitas a um prazo decadencial que, no Atual Código Civil varia de 180 dias a 4 anos (CC, 1.560); As de ações de nulidade ( CC/2002, 1.548 ) poderão ser propostas a qualquer tempo ( CC/2002, 1.560, I a IV e §§ 1º e 2º ), não sujeitas a prazo decadencial ou prescricional.

O ato anulável, portanto, pode convalidar-se através de decurso de tempo, ou

ainda da vítima cumprir de bom grado o que obrigou de forma ciente o defeito

(equivalente ao perdão), ou no caso da confirmação do negócio, nada mais é do que

ratificar negócio feito, ciente do defeito (NUNES, 2010).

Um ato anulável pode convalidar-se através de discurso de tempo, a vítima

cumprir de bom grado o que obrigou-se, desde que esta seja ciente do defeito

(equivale a um perdão), ou ainda a confirmação do negócio, que nada mais é do que

ratificar o referido negócio, devendo este ser ciente do defeito (NUNES, 2010).

No caso de nulidade absoluta segundo Código Civil, o ato se torna nulo

quando:

O código Civil no Artigo 166 diz:É nulo o negócio jurídico quando:I — celebrado por pessoa absolutamente incapaz;II — for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;III — o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;IV — não revestir a forma prescrita em lei;V — for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;VI — tiver por objetivo fraudar lei imperativa;

35

VIl — a lei taxativamente o declarar nulo, o proibir-lhe a prática, sem cominar sanção (CÓDIGO CIVIL, Art. 166).

O ato nulo também é assegurado com base no artigo 167 do CC, como se

destaca “nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou” neste

sentindo compreende-se que atos simulados se tornam nulos efetivando-se assim

as hipóteses de nulidade absoluta do negócio jurídico.

Diniz (2015) explica que a nulidade absoluta é um termo que vem do latim

nullitas, o qual não possui valor algum, não produz efeito algum, nem juízo nem fora,

porque tal ato, em verdade nunca existiu. O ato nulo produz nulidade absoluta de

pleno direito, ele é destituído de qualquer valor, existindo assim juridicamente. Ele

não produz efeito jurídico, pois não possui todos elementos essenciais, como

destacado nas características do casamento.

Nesta condição ele não pode ser ratificado, uma vez qualquer uma das partes

interessadas deverá declarar de ofício. Portanto, o ato nulo não produz efeito em

tempo algum, porque tal ato nunca existiu. Nulo na verdade, é qualquer tipo de algo

que por determinado motivo faltou a requisitos, impondo-se assim a lei (DINIZ,

2014).

Para casos de nulidade absoluta este se divide em três aspectos como ato

celebrado (pessoalmente) por pessoa absolutamente incapaz, ato cujo objeto é

ilícito, quando o motivo determinante for considerado ilícito como explica Diniz

(2015):

Ato celebrado (pessoalmente) por pessoa absolutamente incapaz: os

incapazes se relacionam com base no artigo 3º do Código Civil, os quais são

proibidos para praticar pessoalmente atos jurídicos, devem ser assistidos por

responsáveis ou tutor. Qualquer negócio celebrado diretamente pelos

menores de 16 anos, como no caso de portadores de enfermidades ou

deficiência mental desde que não tenham necessário discernimento para a

prática dos negócios jurídicos ou pelas pessoas que não puderam exprimir

vontade, mesmo que temporariamente;

Ato cujo objeto é ilícito (inderteminável): este ocorre quando o negócio jurídico

inclui objeto ilícito considerado impossível ou indeterminável, ou seja,

considerado nulo. Para melhor compreensão destacam-se também as

36

palavras do Nelson Antônio Daiha (1998) objeto ilícito é aquele que proibi a

lei, entre exemplos, destacamos comprovação de vínculo de empregado por

apontador de “jogo do bicho”, como ressalta o autor, podendo ser classificado

como contravenção penal o objeto sendo impossível o reconhecimento de

vínculo empregatício, pois trata-se de ilicitude do objeto de contrato. No caso

de objeto impossível, este é uma to impossível de realizar-se, não havendo

negócio jurídico que haja um objeto, portanto, o ato é nulo, exemplo dar a

volta na terra em 2 horas. Objeto indeterminável, este por sua vez deixa de

ser fundamentado legalmente quando o negócio jurídico é indentificável,

sendo necessário que objeto seja detectável para o negócio tornar-se válido;

Quando o motivo é determinante, comum a ambas as partes for ilícito: neste

caso refere-se às partes que combinam um ato jurídico tendo como finalidade

de obter algo ilícito. Um exemplo, destacado pelo autor Diniz (2011) é a

compra e venda de um prostíbulo, pois sua finalidade é ilícita de

conhecimento de ambas as partes, sendo um motivo determinante o que

torna-se assim o negócio nulo;

Ato não revestido da forma prescrita em lei: refere-se ao artigo 130 do Código

Civil o qual declara assim a invalidade do ato deixando de revestir a forma

especial determinada em lei. Neste caso o ato despreza a forma prescrita em

lei, o melhor exemplo de título não revestido da forma própria é a escritura de

venda e compra por instrumento particular;

Ato em que tenha sido preterida alguma solenidade que a lei considera-se

essencial para sua validade: neste caso a lei impõe-se de certas solenidades

para validade do ato jurídico, não bastante de sua forma prescrita em lei,

sendo necessária assim a solenidade julgada essencial a sua validade. A

solenidade de forma respeitando a solenidade imposta pela lei, como

exemplo, testamento público lavrado sem a presença de testemunhas, que é

exigida por meio do Código Civil, com base no artigo 1864;

Ato Que Tiver Por Objetivo de Fraudar Lei Imperativa: neste caso ocorre

quando objeto do negócio jurídico for fraudar dispositivo expresso por lei, a

nulidade ocorre;

37

Ato declarado nulo de modo taxativo realizado pela própria lei: este destaca-

se, como base no artigo 548, a tornando-se nula a doação dos bens sem

reserva a parte. Nula quando exceder o que o doador no momento de

liberalidade poderia dispor de testamento, ou ainda nulo o casamento

contraído;

Ato que Estiver Revestido de Simulação: refere-se ao uso de fingimento, usar

de artifício baseado no Código Civil o qual descreve assim a causa da

nulidade, determinado pelo artigo 167, sendo nulo o negócio jurídico

simulado, o qual substituirá o que se dissimulou, sendo válido que na

substância toda forma. Existem várias formas de simulação, como se

aparentam conferir ou transmitir direitas as pessoas diversas daquelas que

realmente se conferem, ou ainda, se uma pessoa simular a venda de imóvel

este realiza a transferência do bem a ela, tornando-se inválida.

No tópico a seguir destacam-se a nulidade do casamento em seus aspectos

gerais.

2.8.1.2. Nulidade do Casamento Aspectos Gerais

Em atenção ao CC (2002) com base nos arts. 1548 e 1549 a nulidade é

sanção imposta realizada através de infrações graves, em que existe a

preponderância do interesse público. Para que seja caracterizado como hipótese do

casamento nulo, deve-se ainda ser “contraído por enfermo mental sem o necessário

discernimento”.

Em observância ainda ao CC (2002) o casamento celebrado por autoridade

incompetente poderá ser caracterizado como nulo, visto que a nulidade é sanção

imposta e infrações graves, existindo a preponderância do interesse, sendo assim

caracterizado como anulável.

Com relação à ação declaratório de Nulidade (casamento nulo), é um

procedimento ordinário, não intervindo em curador incumbido para defender ao

vínculo como destacado no CC (2002, art. 1549).

Legitimidade, qualquer interessado de interesse econômico ou moral, desde

que atenda os interesses sociais, antes de ser iniciada a ação, poderá requerer

38

separação de corpos (ação cautelar preparatória), facultado a qualquer dos cônjuges

o requerimento de “alimentos provisionais nos termos da lei processual” (CP

852/854).

No tópico a seguir será destacado o casamento nulidade e anulabilidade a fim

de conhecer suas principais diferenças.

2.8.1.3. Casamento Nulidade e Anulabilidade

Outro ponto a ser destacado é a questão de nulidade baseado nos termos do

CC, com base nos artigos 1550, 1556 e 1558. Existem duas categorias de nulidade

absoluta e relativa, que tratam dos atos do negócio jurídicos como nulos ou

anuláveis. Porém, é importante destacar que em lei um ato de negócio jurídico

perfeito produz efeitos desejados pelas partes (NUNES, 2010).

Para melhor clareza a tabela 1 destaca um breve contexto sobre os principais

aspectos e características do negócio jurídico inválido:

Tabela 1 – Diferenças Entre Casamento Nulo e Anulável

NULO ANULÁVELViola norma de interesse público / coletividade

Viola Norma de interesse particular

Pode ser reconhecido de ofício pelo Juiz, mesmo que ninguém tenha suscitado a nulidade.

Não pode ser reconhecido de ofício pelo Juiz.

Pode ser alegada por qualquer pessoa interessada.

Somente pode ser alegada pela pessoas prejudicada.

Não pode ser convalidado. Pode ser convalidado.Imprescindível. Podendo sua nulidade ser arguida a qualquer tempo.

A invalidade deve ser arguida dentro do prazo.

Ação é declaratória. A ação é descontitutiva.Adaptado de Nunes (2010, p. 65).

Ao contrário das manifestações de vontade este vem de pessoa

absolutamente incapaz, se tiver objeto ilícito ou não, obedecendo assim às formas

prescritas em lei, não gerando os efeitos desejados entre as partes por não serem

válido, o ato é nulo. Porém, se a manifestação de vontade origina-se através de uma

pessoa incapaz ou manifeste que o ato tenha sido enganado por fraude o ato é

anulável (NUNES, 2010).

39

Para melhor compreensão a seguir se destaca as características de nulidade

absoluta.

2.8.1.4. Alegamento da Nulidade Absoluta

Com base no artigo 168 do Código Civil a nulidadde absoluta é assegurado

pelas pessoas.

a) por qualquer interresado;b) pelo Ministério Público;c) pelo juiz.Qualquer interessado pode levar ao conhecimento do juiz a existência de ato jurídico nulo e em qualquer ocasião, o Ministério Publico também. Quando o juiz toma conhecimento, e desde que provada a nulidade absoluta, ele apenas declara a ineficácia. Enfim, o juiz, tomando conhecimento do caso de nulidade, tem a obrigação de declará-la, o parágrafo único do artigo 168 do Código Civil declara:As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz,quando conhecer do negócio jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda que a requerimento das partes. O juiz deve declarar-la ineficaz, não sendo permitido revalidar ou sanar o ato. Se as partes desejarem a validade do negócio, terão de praticá-lo novamente, com todas as condições de validade (CÓDIGO CIVIL, 168).

2.8.1.5. Prescritibilidade do Ato Nulo

Com relação ao tópico destacado se tornam imprescritíveis a nulidade por

qualquer tempo desde que seja estabelecido dentro do Código Civil.

2.81.6. Ratificação do Ato Nulo

Tornam-se insanáveis a partir das invalidades e irratificáveis tanto da

confirmação deles, como no caso nunca, desde agora, ou ainda de modo algum

(DINIZ, 2014).

Para melhor clareza no tópico a seguir destaca-se condições para efeito do

casamento nulo e anulável.

2.9. Casamento Civil Entre Pessoas do Mesmo Sexo

Para melhor clareza sobre este conceito o texto inicia-se com a publicação

ADPF nº 132/RJ e da ADI nº 4277/DF, a seguir:

40

STJ: Direito de família – Casamento civil entre pessoas do mesmo sexo (homoafetivo) – Interpretação dos arts. 1.514, 1.521, 1.523, 1.535 e 1.565 do Código Civil de 2002 – Inexistência de vedação expressa a que se habilitem para o casamento pessoas do mesmo sexo – Vedação implícita constitucionalmente inaceitável – Orientação principiológica conferida pelo STF no julgamento da ADPF n. 132⁄RJ e da ADI n. 4.277⁄DF.Posted: 07 Feb 2012 11:38 AM PSTEMENTA DIREITO DE FAMÍLIA. CASAMENTO CIVIL ENTRE PESSOAS DO MESMO SEXO (HOMOAFETIVO). INTERPRETAÇÃO DOS ARTS. 1.514, 1.521, 1.523, 1.535 e 1.565 DO CÓDIGO CIVIL DE 2002. INEXISTÊNCIA DE VEDAÇÃO EXPRESSA A QUE SE HABILITEM PARA O CASAMENTO PESSOAS DO MESMO SEXO. VEDAÇÃO IMPLÍCITA CONSTITUCIONALMENTE INACEITÁVEL. ORIENTAÇÃO PRINCIPIOLÓGICA CONFERIDA PELO STF NO JULGAMENTO DA ADPF N. 132⁄RJ E DA ADI N. 4.277⁄DF.

Com a criação da Constituição Federal tendo como guardião o Direito

Infraconstitucional, frente ao estado do Direito Privado, não é possível a

constitucionalização do Direito Civil pelo STJ, pois este não lhe é conferido a uma lei

de interpretação. Desta forma a ADPF Nº 132/RJ e da ADP Nº 4277/DF tem como

objetivo conferir assim junto ao art. 1723 do Código Civil resguardar-se frente à

própria Constituição Federal de modo que seja excluído o reconhecimento de união

contínua pública e duradoura entre pessoas do mesmo sexo.

Porém, com a evolução da sociedade inaugurou-se uma nova fase junto com

a Constituição Federal de 1988, estabelecido com base no direito de família e

consequente do casamento, baseado na adoção de um explícito poliformismo

familiar em que arranjos multifacetados. Diante dos fatos, este permitiu que ocorre

assim o casamento de pessoas do mesmo sexo, dentro dos Cartórios de Registros

Civil, podendo ainda recorrer ou deixar de converter em casamento a união estável

homo afetiva, como estabelece a Resolução 175 de 14 de maio de 2013, sendo

aprovado durante a sessão 169 da Sessão Plenária do Conselho Nacional de

Justiça.

Esta resolução é considerada de grande importância, pois não havia no

âmbito das corregedorias dos tribunais da Justiça uniformidade de interpretação e

de entendimento sobre a possibilidade do casamento entre pessoas do mesmo

sexo, bem como da conversão da união estável entre casais homo afetivos em

casamentos, sendo reconhecidos por alguns estados outros não, porém com esta

mudança este ato tornou-se mais prático (AZEVEDO, 2012).

41

Além disso, caso algum cartório não cumpra a Resolução estabelecida pela

CNJ, o casal interessado poderá levar o caso para conhecimento de um juiz

corregedor competente de modo que este determine o cumprimento da medida,

podendo ainda ser aberto processo administrativo contra autoridade que se negar a

celebrar ou converter a união estável homo afetiva em casamento (AZEVEDO,

2012).

Estas mudanças nos fazem pensar que devem existir razões para que as

regras morais não sejam inteiramente conforme as regras jurídicas, pois elas estão

sujeitas a condições de segurança e presunções das técnicas de prova com as

quais o juízo moral não se embaraça muito (PERELMAN, 2005).

Além disso, é muito difícil ocorrer à constatação do direito da sociedade do

qual é órgão o Estado, devendo assim defender-se do obsceno repugnante, mas o

conceito do obsceno, imoral contrário aos bons costumes considerado incondicional

ao local e a época, mesmo porque inúmeras atitudes hoje em dia são repudiadas. É

importante, lembrar que o Estado existe também para auxiliar os indivíduos na

realização dos respectivos projetos pessoais de vida, os quais traduzem o livre e

pleno desenvolvimento da personalidade (AZEVEDO, 2012).

O homossexualismo vem ganhando espaço no mundo jurídico, porém no

Brasil eles são discriminados com base na Carta Magna de 1988, pois o mesmo

coíbe assim tal conduta. Este ato era considerado como uma doença mental e foi

excluída desse rol desde 15 de dezembro de 1973 por decisão da American

Psychiatric Association, por outro lado desde 1991 a Anistia Internacional considera-

se assim este como um ato de violação frente aos direitos humanos em função da

proibilição da homossexualidade (AZEVEDO, 2012).

Alguns países como Dinamarca, Holanda, Noruega, Suécia e algumas

cidades dos Estados Unidos da América do Norte já definiram sua aceitação pelo

poder público da relação homossexual. Porém, no Brasil o histórico apresenta que o

primeiro registro civil de pessoas do mesmo sexo ocorreu somente em 17 de junho

de 2003, segundo a Associação da Parada do Orgulho GBLT. Neste sentindo se

considerado a cerimônia de casamento religioso, porém em um levantamento

histórico identificou-se ainda outros casos, como o de Mott, que também conseguiu

realizar sua união em 1988, com Marcelo Cerqueira. Mais tarde também em 1994,

42

também houve uma cerimônia simbólica ministrada pelo ex-seminarista católico

Eugênio Ibipiano dos Santos, o casamento com Adauto Belarmino (AZEVEDO,

2012).

É importante destacar também a própria mídia brasileira demonstrou

interesse na divulgação da cerimônia de casamento entre dois homens, que ocorreu

em 10 de abril de 2008, mesmo porque os direitos homossexuais encontram-se

assim amparados pela Constituição Federal de 1988, tendo como objetivo

fundamental a promoção do bem de todos sem preconceito doe sexo (art. 3º, IV),

bem como a discriminação (art. 5º, caput) por qualquer natureza.

Ao longo destes anos, nota-se, porém que o casamento sofreu bastantes

transformações, conquistando assim o direito que resultam em grandes discussões

e até mesmo conflitos. Portanto, a família pode ser definida como sendo núcleo

fundamental da existência do ser humano nasce, cresce e se desenvolve tendo

como elementos a ostentabilidade, a estabilidade e a afetividade (AZEVEDO, 2012).

Dentro destas classificações da família encontramos a família de fato,

estabelecida com base na luz do art. 226 § 3° da Constituição Federal de 1988,

ancorada também por meio da possibilidade de reconhecimento da união homo

afetiva como uma família, o qual cabe assim consignar que a união estável deve

visar para alguns a conversão num casamento.

O casamento, segundo definição clássica vem a ser uma união de direito

entre um homem e uma mulher que tem como intenção a formação de uma

comunhão de vida íntima com vontade de permanência sendo um instituto objeto de

profundas divergências, as quais têm início com a apuração da natureza jurídica. É

importante lembrar que a doutrina pátria identifica assim três correntes, a saber

como se destaca, segundo Código Civil:

a- contratualista, para a qual o casamento é um contrato especial do direito de família, visto que se configura num negócio jurídico bilateral, solene e especial do Direito de Família, sendo esta a corrente majoritária e amparada no art. 1.535, CC. Todavia, a crítica contrária é que o casamento não é contrato porque os efeitos não são regulamentados pelos nubentes, mas sim pela lei;b- institucionalista, para a qual o casamento é uma instituição social derivada de um ato jurídico em sentido estrito diante da inteligência. C - clética ou mista, para a qual o casamento consiste na reunião dos fundamentos da corrente contratualista com a institucionalista, posto que venha a ser um contrato na formação e uma instituição social, ou

43

ato jurídico em sentido estrito, no seu conteúdo (CÓDIGO CIVIL, art. 185).

É importante destacar que as pessoas que tem opção sexual por pessoas do

mesmo sexo, antes de tudo, são pessoas, não devendo assim sofrer qualquer tipo

de discriminação. Portanto, as pessoas com opção homossexual não devem ter

suas relações avaliadas apenas no campo do direito obrigacional, mas sim no

Direito da Família, com aceitação do respectivo casamento, já que não se unem, em

regra, exclusivamente por feições econômicas, mas sim pelo afeto, pela emoção e

pelo sentimento, considerado, portanto, o sentimento mais importante (AZEVEDO

2012).

3. METODOLOGIA DA PESQUISA

A metodologia deste estudo inicialmente foi desenvolvida com base no material

coletado, definida como pesquisa bibliográfica os quais foram obtidas a partir de

livros, teses, teorias e outros artigos disponíveis nesta área, afim de,

compreendermos melhor sobre o assunto, bem como analisar diferentes pensadores

44

nas áreas relacionados com Direito da Família e os requisitos necessários para

casamento e a validade do matrimônio.

Para melhor clareza deste estudo será realizado uma análise sobre principais

conceitos que tratam sobre o tema iniciando-se por uma revisão histórica baseado

no conceito da instituição das famílias, o casamento e sua finalidade, utilizando-se

da análise da pesquisa bibliográfica. Este método segundo Lakatos e Marconi (2001)

é definido como uma forma de verificar um problema o qual esta sendo estudado,

seja elas por meio de tentativas (conjecturas, hipóteses, teorias e outros)

favorecendo assim na análise de erros estudado com base na análise e no resultado

da pesquisa de outros autores.

Portanto, a pesquisa bibliográfica permite com que o aluno tenha maior

familiarização com o tema, podendo assim comparar diferentes conceitos, analisar

dados históricos e acompanhar as mudanças ocorridas e presenciadas nos últimos

anos (GIL, 2010).

Desta forma o estudo em si torna-se uma contribuição, pois permite maior

clareza, favorecendo assim para o desenvolvimento de novas pesquisas, analisando

os critérios, as alterações previstas na lei vigente, podendo ser um material de

referência para outros estudantes da área de Direito.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Observou-se durante a revisão bibliográfica que o casamento ao longo destes

anos vem sofrendo grandes transformações em toda sociedade embora diferente de

países para países, pois no início o mesmo somente era realizado entre pessoas de

45

sexo diferente, visto que se ocorresse com pessoas do mesmo sexo estes eram

considerados como deficiência mental.

Para que o casamento religioso seja definido junto ao Direito este deve ser

realizado entre homens e mulheres, com respectiva habilitação civil, para posterior

celebração religiosa, não sendo, porém admitido neste caso pessoas do mesmo

sexo pela igreja.

Porém com a introdução da Resolução 175/2013 este passou a admitir também

o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Além disso, para que o mesmo ocorra

se faz a prova de idade entre homens e mulheres maiores de 16 anos estabelecidos

com base no art. 1517 do Código Civil.

É importante, ressaltar também que a família sempre teve seu papel relevante

na sociedade, pois desde a Antiga Roma este já era uma instituição criada com a

finalidade constituir família, sendo o pai figura principal caracterizada como “pater”. A

família era, portanto, uma unidade econômica, religiosa, política e jurisdicional, o

qual o Direito romano fez com sofresse algumas transformações, até mesmo porque

a mulher passou cada vez mais a ocupar seu papel na sociedade, o que fez com

que o pai perdesse assim a figura de “pater” sobre a esposa e os filhos.

Embora no Brasil o Direito da Família passasse a seguir seus próprios rumos,

por um bom tempo esta também sofreu influencia da própria igreja católica, sendo

que somente em 1858, Diogo Vasconcelos ministro da Justiça na época apresentou

um projeto de casamento civil regulamentando-o. O casamento na verdade é um ato

complexo, um contrato em sua formação sendo necessário que os nubentes

apresentem seus documentos exigidos pelo artigo 1525 e incisos do Código Civil

Brasileiro, para que o Oficial de Registro Civil proceda assim o Processo de

Habilitação para o mesmo.

Já com relação ao impedimento matrimonial este ocorre por meio da ausência

de requisito ou a existência de qualidade que a própria lei articulou-se, entre as

condições que invalidam ou proíbem o casamento, elencado nos artigos 1521 a

1523 do Código Civil, destacando em seu contexto qualquer impedimento tanto com

relação à nulidade e anulabilidade passando assim a serem institutos que invalidam

assim o casamento.

Neste sentido o Estado também tem seu papel e dever de proteção das

famílias, pois nele se concentra a base da organização social, mesmo porque o

46

conceito de família é considerado abrangente sendo indiscutível, porém com o

casamento civil este passou a se configurar através também do direito matrimonial.

Atualmente existem quatros formas de casamento o civil, o religioso, diligência

e o de união estável estabelecido com base no Código Civil que busca assim

estabelecer seus princípios, disposto também na Resolução nº 175/2013 que trata

da habilitação da celebração do casamento civil ou de conversão de união estável

em casamento, entre pessoas do mesmo sexo.

Sem dúvida alguma esta resolução trouxe novas mudanças para toda uma

sociedade o que de certa forma passou a admitir o casamento em cartórios de

registros civis por pessoas do mesmo sexo, considerado um grande marco para

nossa história. Entre outras palavras, é válido lembrar que o casamento é mais de

uma convivência conjugal, ela ultrapassa o íntimo atingindo o social, o pessoal e até

mesmo o patrimonial, tendo um efeito considerável jurídico, uma vez que ela envolve

também regime de bem o que cabe assim aos casais sua livre escolha. Os regimes

de bens servem para regular assim as relações econômicas dos cônjuges entre si e

para com os terceiros, sendo que cada regime cada uma possui determinadas

particularidades.

Neste sentido como sugestão para trabalhos futuros fica proposto o

desenvolvimento de estudos baseado no tipo de regime que envolve o casamento,

devendo ser aprofundado e discutido, além disso, este estudo serve de referência

para outros estudantes de direito que pretendem atuar assim na área do Direito da

Família.

Portanto, o casamento é uma instituição social que para que o mesmo ocorra

se faz necessária apresentação dos documentos necessários, atendendo assim os

pré-requisitos apresentados, mas antes de tudo que exista assim carinho, respeito e

amor, pois este é mais do que um contrato, de modo que ele alcance cada vez mais

seus efeitos e tenha plena duração, pois o casamento é um estado matrimonial

regulada pelas normas jurídicas.

REFERÊNCIAS

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47

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BRASIL. ADPF 132/RJ. Publicado em: 2015. Disponível em: <http://www.gontijo-familia.adv.br/direito-de-familia-casamento-civil-entre-pessoas-do-mesmo-sexo> Acesso em: 14 Agosto, 2016.

BEVILÁCQUA, C. Direito De Família. 7. ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1943. ______. Código civil comentado. 10. ed. São Paulo: Francisco Alves, 1954.

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