monografia - filosofia no ensino medio - filosofia e o conhecimento

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“A Filosofia no Ensino Médio ?” Marcelo Galdino _______________________________________________________________________________ _________ 1 1

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Resultado Final________

Monografia elaborada por Marcelo Galdino de

Melo, matricula nº 951130102, apresentada e avaliada

em dezembro de 1997, pela banca examinadora

constituida dos seguintes educadores:

____________________________________________Profª Maria Helena Barcellos Café (Orientadora).

___________________________________________Prof.: Pedro Adalberto Gomes Neto.

____________________________________________Profª.: Maria Eliane.

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Dedicatória

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Agradecimentos

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Sumario__________________________________________________

Introdução...........................................................................07

# Capitulo I-Filosofia e Conhecimento.................................................13

# Capitulo II-Filosofia e Transformação...............................................21

Considerações Finais..........................................................28

Referencias Biliograficas...................................................32

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Introdução:

O ser humano cria a sociedade ao mesmo tempo em que esta o cria!

O homem recebe, durante toda a sua vida, a influência dos agentes externos de

natureza física e social. Estes por sua vez, atuam sobre o seu organismo e sobre

o seu espírito, estimulando suas capacidades e aptidões, promovendo o seu

desenvolvimento físico e mental. Das influências que o homem recebe do

mundo exterior, as mais amplas e profundas são, sem dúvida, as de natureza

social. Diante destes fatos, o homem é um ser eminentemente social, de modo

que cabe à sociedade um papel decisivo no processo de sua formação.

Independentemente de sua natureza social, o homem não se reduz,

porém, a um simples produto da sociedade. Porque, não é a sociabilidade que

lhe comunica a humanidade, embora esta necessite, para realizar-se

integralmente, da vida em sociedade. Apesar dessa dependência do meio social,

existe no ser humano alguma coisa de característico e irredutível. Há na

personalidade humana um núcleo que não é modelado pela sociedade. Este

núcleo constitui o elemento original e livre do pensamento humano. É graças

a este elemento (núcleo) que o homem busca o saber, conhece, progride, cria,

‘filosofa”, transformando o meio em que vive. Desta maneira, podemos

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GRANJA FREE WAY, 03/01/-1,
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proclamar que, o ser humano é, ao mesmo tempo, um ser individual, social e

pessoal. A natureza, a sociedade e o próprio espírito, colocaram cada qual no

seu âmbito de ação, para formar a sua realidade total.

Diante desses caracteres do composto humano, é que resulta a

complexibilidade do seu processo educativo.

“Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”. (FREIRE, 1987 p. 68)

Esta relação homem e sociedade é o fenômeno da educação.

Educação é portanto uma prática da vida humana. Este encontro acontece,

desde os primeiros tempos, em todos os grupos sociais, independente do

momento histórico. A educação é uma maneira pela qual a humanidade se

constrói, isto é, onde a educação vai invadindo o mundo, transformando-o pela

cultura e o homem vai se fazendo homem. Porém, a educação, enquanto

“ensino formal sistematizado”, se faz tardiamente na história. Somente a partir

do século XIX que surge, mais solidificado, os “sistemas de ensino”,

propriamente dito.

Hoje, no Brasil, depois de vários anos de ensino, vê-se nas escolas

um sistema de “decorebas”, onde considera-se como ensino a transmissão de

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conteúdos prontos e acabados, a semelhança dos programas “enlatados da

televisão”. A instituição de ensino, chamada escola e não uma empresa

educacional, não pode mais ser considerada como uma simples máquina de

alfabetização (um local de aprendizagem de senso comum - “decorebas”) e

muito menos de trampolim de vestibular. Sua função não deve restringir-se à

modesta tarefa de ensinar a ler, escrever, contar, decorar, fichar...

O problema da escola, no panorama complexo da vida social

moderna, é mais amplo e profundo, pois deve ser um ensino de pensamento

crítico, voltado a formação ética e ao desenvolvimento da autonomia

intelectual, necessários ao exercício da cidadania. Suas responsabilidades atuais

são bem maiores, pois o estabelecimento de ensino além de instrumento físico,

intelectual e moral, cabe-lhe a missão de promover a integração harmoniosa do

educando no seio da comunidade, fornecendo-lhes todos os elementos para que

se possa tornar fator de progresso individual e social (provocando uma ruptura

entre o saber crítico e o de senso comum).

Aqui, talvez, seria o pior momento, o mais difícil de ser trabalhado.

O mundo de hoje, preso no caos moderno, interroga esta ação, muito

preocupado proclamando: ‘mas como tornaremos tal atitude concreta?’

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A nova Lei de Diretrizes e Bases, traz a possibilidade do ensino de

filosofia no ensino médio. Várias questões se colocam com esta abertura:

como, quem, porque, para que? Não é este o problema enfocado neste

trabalho, porém, a partir da experiência de estágio em filosofia, na Escola Téc.

Federal de Goiás, buscamos uma linha de reflexão entre a juventude e suas

possibilidades do encontro com a filosofia, no seu conhecer, e no transformar.

Assim, em nosso primeiro capitulo, apresentamos a idéia de conhecimento

segundo Platão. Já no segundo, mostramos a filosofia como transformação.

Tudo isto, enfatizando o problema presente neste trabalho, de que a filosofia é

um conhecimento, e uma reflexão, rompendo com o senso comum.

Nós, ao iniciarmos nossa monografia, sabíamos que tal

transformação (ruptura) não seria fácil. Isso porque não é possível promover

uma mudança profunda nos estabelecimentos de ensino, sem que se promova

ao mesmo tempo, em sincronia, uma mudança social, que proponha novos

ideais pessoais e comunitários ( tendo por base a razão), com uma nova

maneira de ver a realidade e a história e que valorize, de forma diferente e

criativa, a educação do povo e a cultura e crença popular.

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Com isto, devemos ter uma concepção de educação voltada ao

desenvolvimento global de todas as dimensões da pessoa, e em nosso caso, de

forma especial, da necessidade de desenvolver as dimensões de área

humanistíca. Mas para que todo este movimento? Tudo isto para que se utilize

e fortaleça a filosofia, segundo a nova LDB, de moda a contribuir para a

transformação do ensino.

O papel da Filosofia e de ajudar e formar pessoas com pensamento

crítico, organizado, criativo, que saibam distinguir argumentos, fundamentar

posições e tomar decisões... habilidades necessárias ao mundo moderno. Não se

trata somente de aprender conteúdos tecnológicos já elaborados, mas

desenvolver a capacidade de compreendê-los, critica-los e de produzir ciência

(ruptura com o senso comum). Trata-se de manejar estruturas de pensamento e

resolver problemas (vivência na escola de que “ninguém pensa”), formando as

condições básicas para o pensar em todos campos, inclusive o tecnológico.

Neste sentido, tudo o que favoreça a possibilidade de uma educação filosófica,

contribui para construir as defesas da paz no espírito do homem.

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Capitulo I

Filosofia: Conhecimento

No livro VII da República, Platão nos mostra um mito de força

surpreendente, mito no qual se representa simbolicamente a situação do homem

na sua relação com a busca do saber (Filosofia, o conhecer) e, ao mesmo

tempo, a estrutura da realidade.

Este “texto” é chave para a leitura de uma Filosofia, voltada ao

conhecimento e transformação. O conteúdo do Mito da Caverna reduz-se, no

essencial, ao seguinte:

“Imaginemos uma caverna subterrânea onde, desde a infância, geração após geração, seres humanos estão aprisionados. Suas pernas e seus pescoços estão algemados de tal modo que são forçados a permanecer sempre no mesmo lugar e a olhar apenas para a frente, não podendo girar a cabeça nem para trás nem para os lados. A entrada da caverna permite que alguma luz exterior ali penetre, de modo que se possa, na semi-obscuridade, enxergar o que se passa no interior.

A luz que ali entra provém de uma imensa e alta fogueira externa. Entre ela os prisioneiros - no exterior, portanto - há um caminho ascendente ao longo do qual foi erguida uma mureta, como se fosse a parte reonteira de um palco de marionetes. Ao longo dessa mureta-palco, homens transportam estatuetas de todo tipo, com figuras de seres humanos, animais e todas as coisas.

Por causa da luz da fogueira e da posição ocupada por ela, os prisioneiros enxergam na parede do fundo da caverna as sombras das estatuetas transportadas, mas sem poderem ver as próprias estatuetas, nem os homens que as transportam.

Como jamais viram outra coisa, os prisioneiros imaginam que as sombras vistas são as próprias coisas. Ou seja, não podem saber que são sombras, nem podem saber que são imagens (estatuetas de coisas), nem

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que há outros seres humanos reais fora da caverna. Também não podem saber que enxergam porque há a fogueira e a luz no exterior e imaginam que toda a luminosidade possível é a que reina na caverna.

Que aconteceria, indaga Platão, se alguém libertasse os prisioneiros? Que faria um prisioneiro libertado? Em primeiro lugar, olharia toda a caverna, veria os outros seres humanos, a mureta, as estatuetas e a fogueira. Embora dolorido pelos anos de imobilidade, começaria a caminhar, dirigindo-se à entrada da caverna e, deparando com o caminho ascendente, nele adentraria.

Num primeiro momento, ficaria completamente cego, pois a fogueira na verdade é a luz do sol e ele ficaria inteiramente ofuscado por ela. Depois, acostumando-se com a claridade, veria os homens que transportam as estatuetas e, prosseguindo no caminho, enxergaria as próprias coisas, descobrindo que, durante toda sua vida, não vira senão sombras de imagens (as sombras das estatuetas projetadas no fundo da caverna) e que somente agora está contemplando a própria realidade.

Libertado e conhecedor do mundo, o prisioneiro regressaria à caverna, ficaria desnorteado pela escuridão, contaria aos outros o que viu e tentaria lilbertá-los.

Que lhe aconteceria nesse retorno? Os demais prisioneiros zombariam dele, não acreditariam em suas palavras e, se não conseguissem silenciá-lo com suas caçoadas, tentariam fazê-lo espancando-o e, se mesmo assim, ele teimasse em afirmar o que viu e os convidasse a sair da caverna, certamente acabariam por matá-lo. Mas, quem sabe, alguns poderiam ouvi-lo e, contra a vontade dos demais, também decidissem sair da caverna rumo à realidade.” (CHAÚI, 1995 p.40)

O que simboliza este mito? A caverna é o mundo sensível, com as

suas sombras que são as coisas. O mundo exterior é o mundo verdadeiro, o

mundo inteligível das idéias, ao contrário do seu “mundinho”, fechado e

escuro, e só a partir da busca o sentiria irreal e desprezível. As coisas

simbolizam as idéias. O sol, a idéia do Bem. Assim pode representar-se, de um

modo gráfico, seguindo as instruções do próprio Platão, a estrutura da realidade

a que se refere o mundo da caverna.

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Este esquema dos dois mundos, têm um valor fundamental quando

se trabalha com a juventude. Mostrar a elas as grandes regiões do real, e o seu

conhecimento possível, narrado por Platão: o mundo sensível (das coisas, a

realidade aparente - “dóxa”, a opinião) e o mundo inteligível (o das idéias, a

realidade verdadeira - “episteme”, verdadeiro conhecimento), que simbolizam

os dois extremos de uma reta ascendente.

Desta maneira, não é difícil de entender que o ponto de partida da

Filosofia é a confiança no pensamento ou melhor, no homem como um ser

racional, capaz de conhecer-se a si mesmo como um ser racional e, portanto

conhecer as coisas e ser capaz de reflexão. O filósofo para Platão é aquele que

aspora o conhecimento daquilo que é; a idéia (Eidos). A curiosidade vulgar não

faz um filósofo. O filósofo é aquele que ama a visão da verdade, que a partir de

um longo e doloroso aprendizado, experiencia a orthótes (correção) do olhar, a

adequação entre o ver e o que é visto, entre o pensamento e o pensado: as

idéias, sob a intuição do Bem.

A partir desta introdução, da passagem da escuridão para a luz ou

da ignorância para a verdade, no mito da caverna, vimos que esse saber

filosófico é também conhecido como metafísico, ou seja, como busca da

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identidade ou do princípio primeiro de todo ser e pensar, isto é, é preciso

superar as aparências, os aspectos acidentais, para se captar o que é essencial ao

ser.

Isto, nos coloca em foco o problema do conhecimento. Podemos

considerar que a teoria do conhecimento em Platão fundamenta-se no dualismo

metafísico entre mundo sensível e mundo inteligível a partir do qual surge o

dualismo epistemológico entre a dóxa e a episteme. A partir deste dualismo

metafísico e epistemológico, podemos enumerar algumas idéias chaves

defendidas por Platão no âmbito de sua teoria do conhecimento, tais como: há

conhecimento sem que exista algo de permanente e estável que constitua o

objeto desse conhecimento; o mundo sensível opõe-se ao mundo inteligível não

como mero nada (Parmênides), mas como “o outro” do “mesmo” que são as

idéias; só existe ciência (episteme) do mundo inteligível onde se encontram as

idéias eternas. O mundo sensível em sua pluralidade e movimento, é objeto de

opinião (Dóxa); e que existem formas (eidos) inteligíveis e transcendentes

detentoras do verdadeiro ser das coisas sensíveis; meras cópias imperfeitas das

formas inteligíveis que existem em-si e por-si.

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Portanto, para Platão, o conhecimento consiste numa reflexão e não

se esgotaria nas impressões sensíveis. Platão tenta estabelecer uma diferença

radical entre conhecimento e percepção. A rigor, podemos estabelecer que

Platão refutaria três teses fundamentais sustentadas pelos sofistas que, se

afirmadas, conduziriam-nos para um subjetivismo e relativismo que

impediriam a objetividade do conhecimento. Estas teses são: o conhecimento é

a percepção; o homem é a medida de todas as coisas; tudo se encontra em fluxo

permanente1.

Mas vejamos como Platão formularia sua refutação das Três teses

apresentadas acima. Em relação à primeira tese que afirma que o

“conhecimento é a percepção”, Platão afirmaria que nada pode ser chamado de

conhecimento, se deriva dos sentidos. Estes nos oferecem em mundo múltiplo

em constante devir, que somente poderá ser objeto de “dóxa”. Ao contrário, o

verdadeiro conhecimento exige algo de estável e permanente, que somente

poderá ser alcançado pela razão.

Ao criticar a identidade sofística entre conhecimento e percepção,

1 Platão trata da refutação destas teses no dialógo do Teeteto.

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Platão esclarece que percebemos “através” dos olhos ou dos ouvidos, ou de

qualquer outro sentido, ao invés de “com” eles. Ou seja, meu olho não sabe que

vê, o meu ouvido não sabe que ouve, a consciência destas percepções está

situada numa instância (alma) superior, que unifica o diverso das sensações.

Para Platão não existiria nenhum órgão sensorial que me faça perceber a

existência ou a não-existência, a semelhança e a não-semelhança, o mesmo e o

outro, etc. Percebemos o “duro” e o “macio” pelo tato, mas é o espírito (alma)

que julga que existem e que são contrários.

A tese de que “o homem é a medida de todas as coisas” é refutada,

por Platão, na medida em que a verdade não é relativa ao ponto de vista de

cada observador. Caso contrário, não seria possível constituir a filosofia como

discurso universal e necessário, válido para todos os homens e que não seja um

mero produto de uma convenção, mas que seja fundado nas essências eternas

que são as idéias.

Se aceitássemos a tese de que “o homem é a medida de todas as

coisas” não poderíamos decidir entre a verdade ou a falsidade de um juízo.

Platão, ao contrário, quer estabelecer um critério seguro para separar o

conhecimento da opinião. Quer estabelecer a possibilidade de determinar, de

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apontar o discurso falso, o erro, na medida em que o “não-ser” não se confunde

com o mero nada, mas é pensável e exprimível como o “outro” ser.

Ora, sabemos que através de sua “teoria das idéias”, Platão tenta

equacionar o “problema dos universais”2: como explicar a presença em nós das

idéias que nos apresentam as coisas sob estado de universalidade, enquanto elas

existem em estado de individualidade? Ou seja, como se realiza a passagem do

individual, do múltiplo, daquilo que está em constante fluxo e é dado pelas

minhas sensações, ao universal apresentado pelas idéias? Podemos dizer que a

resposta a estas questões ao longo da história da filosofia define duas grandes

vertentes: os sensualistas e os inatistas. Platão coloca-se ao lado dos inatistas no

que se refere à origem das idéias. Ou seja, reconhece uma diferença essencial

entre idéia e sensação. Nega que a origem das idéias seja o dado sensível, e

afirma a existência das idéias inatas que independem da experiência.

Os sensualistas afirmam que as idéias vem dos sentidos,

reduzindo-as à pura sensação ou complexo de sensações. Ou seja, não haveria

uma diferença qualitativa entre a idéia a imagem sensível da coisa. Enfim, os

“sensualistas” identificariam conhecimento com percepção.

2 Somente na Idade Média, receberá esta conotação

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A doutrina do fluxo universal, Platão contrapõe uma doutrina que

afirma a existência de idéias eternas. Ora, se tudo muda não poderia afirmar

nada, pois, ao fazê-lo, nem eu, nem o objeto seríamos os mesmos. Contudo,

para Platão isso ocorre com o objetos sensíveis, mas não as idéias imutáveis e

eternas. Platão aceitaria a tese de Heráclito que afirma que o mundo sensível

não pode ser objeto de conhecimento, mas não identificaria este mundo com o

puro nada com faz Parmênides. Com Parmênides, Platão afirma que o

verdadeiro ser é intemporal, imutável e transcendente. E clara a preocupação

platônica de salvar a objetividade do conhecimento, mostrando a incoerência

das teses relativistas e subjetivistas defendidas pelos sofistas.

Capitulo IIFilosofia: Transformação

A juventude de hoje está acostumada a ser vista pelos adultos como

um “incômodo”. E, com certeza, isso não deixa de ser verdade. O adolescente

passa por uma verdadeira revolução em sua vida: é um ser humano em

movimento, seu corpo se transforma, suas idéias se transformam, seus

sentimentos se transformam... Muitos dos que são mais velhos já estão

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acomodados na vida, e não desejam, na maioria das vezes, mudanças que

perturbem sua situação. É por este motivo que o jovem incomoda. Ele

representa o novo, que traz em si o antigo do mundo “pronto” em que ele nasce

lutando contra o velho que já passou por esse processo de ser o novo. O jovem

é a força do movimento, reagindo contra toda a acomodação e, portanto,

“incomoda” os acomodados, que se esquecem de que já passavam por isso.

Mesmo na instituição de ensino, o jovem vê um pouco desta

realidade, sente na própria pele esta situação. Mas, com esta retomada, da

Filosofia seja diferente, porque com ela o jovem se sinta à vontade. Creio em

um novo modo de se trabalhar este conteúdo de Filosofia, neste sentido de

questionar, refletir... Dentro deste panorama, apliquei esta analogia com os

jovens do estágio curricular. A Filosofia é uma jovem de quase 2700 anos de

idade. Desde que surgiu na Grécia, no século VII a.C., a Filosofia pode ser

vista e caracterizada como uma situação de incômodo, de inconformismo.

Somente para completar, ela apareceu porque alguns dos primeiros filósofos,

estavam insatisfeitos com as explicações sobre a realidade que existiam na

época.

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Eles se sentiam espantados diante da complexidade do mundo, e

queriam fugir das explicações simplistas que eram dadas. A Filosofia surgiu

como uma interrogação constante sobre a realidade, e um descontentamento

com as respostas oferecidas. Isto fez e continua fazendo dela uma eterna

revolução, um grandioso movimento de construção do saber. É bom lembrar

que a Filosofia não é a sabedoria, mas um movimento em sua direção, sempre

uma busca, isto é “um eterno vir-a-ser”. E, como nunca deixou de ser uma

busca, a filosofia não envelheceu: continua hoje tão jovem quanto era em sua

remota origem.

Se a juventude é vista pelos acomodados como um “incômodo” o

mesmo acontece com a Filosofia. Um bom exemplo, no século V a.C.,

Socrátes, já idoso, foi condenado à morte pelo tribunal popular de Atenas.

Diziam que ele não acreditava nos deuses da cidade e corrompia a juventude;

mas verdade ele incomodava demais aqueles que se sentiam confortáveis em

sua situação. Ao longo de sua história, a Filosofia segue sendo esse incômodo,

causando desconforto em todos, mas também possibilitando a emergência de

novos saberes, de novas perspectivas e possibilidades.

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O Ensino de Filosofia não surgirá como uma esperança, ou uma

“ferramenta” que resolva a situação de incômodo. O que ela pode fazer é deixar

todos ainda mais incomodados. Mas ajudará todos, em especial a juventude, a

perceber que o incômodo não é ruim, ao contrário, é o inconformismo que

move o mundo, permite que cada um construa sua vida buscando seus próprios

caminhos.

Desta maneira, a primeira idéia que surge quando no ensino de

Filosofia tentamos definir a filosofia é a de buscar uma razão histórica para sua

existência. E como não temos a intenção de defini-la, preferimos admitir a

Filosofia como “ato de filosofar” e, com base nisso, compreender o homem

como um ser situado numa época que se sente perplexo com a realidade vivida

e começa a se interrogar sobre tal realidade, buscando uma razão fundamental

para tudo o que existe.

O melhor meio de se aproximar da Filosofia é fazer perguntas. Só

que não são perguntas/questões. São perguntas/problemas. São perguntas de

caráter reflexivo, ou seja, o pensamento dentro de uma ação humana que

permite uma tomada de atitude dos homens diante dos acontecimentos da vida.

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Reflexão vem da expressão latina reflectere, que significa “um

inclinar-se novamente”. Ou seja, um repensar detidamente, prestar atenção,

analisar com cuidado e interrogar-se sempre sobre as opiniões, as impressões,

os conhecimentos técnicos-científicos e o próprio sentido da Filosofia.

É difícil precisar o instante exato em que se inicia a atividade

filosófica na história, ou quando as perguntas/problemas começam a ser feitas

pelas pessoas em suas épocas. Precisaríamos saber para isto em que momento o

homem começou a questionar-se sobre si mesmo, sobre os outros homens,

sobre o mundo em que vive. Em suma, teríamos de determinar quando e por

que o homem começou a pensar mais seriamente, mais profundamente sobre

determinados fenômenos que perturbavam sua existência. É claro que muitas

explicações foram criadas para os fenômenos naturais que incomodavam os

seres humanos; mas, em certos momentos, alguns começam a duvidar dessas

explicações.

A partir da dúvida, o ato de filosofar ganha proporção importantes,

pois, percebendo as contradições existentes nas diversas explicações dos

acontecimentos do mundo, o homem passou a questioná-las, a pô-las em xeque,

e a buscar respostas mais coerentes, mais concretas para suas interrogações.

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A primeira experiência com o “ato de filosofar” de que temos

conhecimento deu-se na Grécia Antiga. Com o nascimento da pólis, as

cidades-Estado gregas passam a expandir poder político, econômico e cultural

para outras civilizações, o que permitiu o desenvolvimento de aspectos

importantes da cultura, das formas de governo, da participação popular,

influenciando o desenvolvimento intelectual e permitindo que surgissem os

problemas reais sobre a existência do cosmo (os gregos chamavam o mundo de

cosmos, que significa ordem, beleza, harmonia em oposição ao caos, a

desordem de quando ainda não havia sido criado o mundo). É aí que aparece a

figura do filósofo, ou seja, um “amante da sabedoria”, alguém cujo objetivo é

chegar à sabedoria é filha da cidade”.

O filósofo procura desvendar o saber. Não um saber pronto e

acabado, mas um saber que experiencia o não saber, que faz o movimento da

ignorância ao saber. Aquele que busca conhecer alguma coisa, que está sempre

à procura de respostas e da constante superação dessas respostas, pois, sempre

que chegamos a uma resposta, ela nos desperta para inúmeras outras perguntas.

Por isso, definimos anteriormente a pergunta filosófica como pergunta-

problema.

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O ato de filosofar começou a surtir eleito naquelas comunidades

primitivas que freqüentemente recorriam a mitos para explicar os fenômenos

não compreendidos. O mito, em geral, era - e é até hoje - uma explicação que

utiliza elementos simbólicos e sobrenaturais para entender o mundo e dar

sentido à vida humana, respondendo satisfatoriamente à curiosidade das

pessoas. Muitos acreditavam e acreditam em certas explicações mitológicas

sem fundamentação lógica de um saber racional e sem colocar em dúvida

aspectos dessas crença. O mito não coloca em dúvida suas explicações: são

verdades absolutas a serem cegamente seguidas; já a Filosofia caracteriza-se

por sempre buscar algo mais, por não se contentar com a primeira explicação

disponível.

A Filosofia nasceu e nasce da aspiração de estar em toda parte e em

qualquer circunstância. É como o ar que respiramos e que nos coloca diante de

questões que exigem “atitudes” para tomar certas decisões que preencham

nossas aspirações. É por isso que a filosofia ainda não teve fim, e

provavelmente jamais terá, embora, em muitos momentos da história, filósofos

tenham tido a pretensão de ter alcançado a sabedoria, isto é, o fim da própria

atividade filosófica. Mas suas idéias foram logo questionadas, e sua pretensão

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ruiu, seguindo a Filosofia seu caminho de busca de um saber cada vez mais

aprimorado.

Considerações Finais

Vivemos num mundo onde as maravilhas da tecnologia misturam-

se cada vez mais com os horrores da miséria absoluta. Sondas e naves nos

enviam informações detalhadas dos mais longínquos planetas do sistema solar,

um telescópio em órbita da Terra é capaz de nos mostrar os instantes seguintes

à própria criação do Universo tal como o conhecemos, aviões cruzam os ares a

velocidades inimagináveis, a medicina faz progressos que, a cada dia,

aumentam as expectativas do tempo de vida das pessoas. Ao mesmo tempo,

somos assolados pelo vírus da AIDS, que mata milhões de pessoas e para qual

não conseguimos encontrar uma vacina; doenças há muito erradicadas, como a

dengue, a febre amarela, o cólera, que vicejam apenas em condições de miséria,

matam milhares de pessoas nas regiões mais pobres do planeta, sem que se

consiga fazer nada. Isso para não falar da fome, e das fotos chocantes que

jornais e revistas estampam com freqüência pedida pelo sensacionalismo. Será

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que o homem, quanto mais produz conhecimento e ganha domínio sobre a

natureza, mais perde o controle sobre sua própria vida? Como teríamos

chegado a esta situação?

Talvez possa responder a estas questões, mas a maior intenção é,

em conjunto com a comunidade, dar estas respostas. Seja com a Filosofia como

conteúdo ou como disciplina, pois nosso maior ideal está em mostrar que

depende de nossas escolhas e de nossas ações o que faremos de nossas vidas e

do mundo em que vivemos. Se vivermos com marginais da política, não

assumindo nossas responsabilidades pelas decisões de cunho mais amplo,

acabaremos por viver um mundo que não queremos e uma vida que não

escolhemos. Mas, se resolvermos agir como sujeitos de nossa vida e de nosso

mundo, podemos pintar os quadros que nossa criatividade permitir.

Toda esta reação e resultado de um inconformismo que vivemos no

mundo de hoje, e aqui com este espaço na nova LDB, sentimo-nos impelidos a

mudar esse quadro, a colocar mais cores, delinear novos traços. Está faltando

um toque do pincel de Van Gogh, de cores primárias e vibrantes. Com isso,

queremos definir de antemão que consideramos a Filosofia uma arte e,

portanto, pensamos o filósofo como um artista. Identificamo-mos com a

definição de arte esboçada por Van Gogh em junho de 1879: “ A arte é o

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homem acrescentado à natureza, à realidade, à verdade, mas com um

significado, com uma concepção, com um caráter, que o artista ressalta e aos

quais dá expressão, resgata, distingue, liberta, ilumina.” Cada filósofo, lidando

com os problemas de seu tempo, cria um quadro conceitual através do qual

olhamos a realidade. A realidade é pintada, construída, fabricada, produzida,

forjada. O filósofo é o artista que “registra a passagem do homem no mundo”,

no dizer de Merleau-Ponty em seu Elogio à filosofia. Ressaltando o

demasiado humano, o filósofo resgata a essência distinguindo-a das aparências.

Mantendo-nos ainda na analogia da atividade filosófica com a do pintor,

podemos dizer que os conceitos são as cores que o filósofo utiliza para pintar o

quadro da realidade. Cada quadro é uma janela através da qual contemplamos o

real.

Porém, a Filosofia não tem uma “receita mágica” para resolver os

problemas da vida de ninguém, mas pode ser um instrumento interessante para

entendermos melhor as situações pelas quais passamos, possibilitando que

façamos escolhas mais bem pensadas. Esta monografia pretende ser um ponto

inicial nesta busca, e de mãos dadas começar a andar com a juventude pelos

caminhos da Filosofia.

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Aqui ficam as minhas noite em claro, quer por estudo ou por

orações, bem como estes três últimos anos de estudos filosóficos voltados a

uma objetivo concreto, um projeto de valorização, o pensamento, isto é,

promover um pensar-maêutico. Assim finalizo com uma mensagem e um

incentivo para toda a juventude:

Daqui para a frente, vocês certamente poderão encontrar

muitas outras companhias, filosóficas ou não, que ajudem vocês a

serem sempre jovens, incomodando-se com o mundo e consigo

mesmo, construindo uma vida criativa e comunitário, voltado a

cidadania.

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“A Filosofia no Ensino Médio ?” Marcelo Galdino________________________________________________________________________________________

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