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MINAS FAZ CIÊNCIADiretora de redação: Vanessa Fagundes Editor-chefe: Maurício Guilherme Silva Jr.Redação: Alessandra Ribeiro, Lorena Tárcia, Luana Cruz, Luiza Lages, Mariana Alencar, Maurício Guilherme Silva Jr.,Tuany Alves, Vanessa Fagundes, Verônica Soares.Editoração: Fatine OliveiraMontagem e impressão: Coan Indústria Gráfica.Tiragem: 25.000 exemplaresCapa: Fatine Oliveira

Redação - Av. José Cândido da Silveira, 1500, Bairro Horto - CEP 31.035-536Belo Horizonte - MG - BrasilTelefone: +55 (31) 3280-2105Fax: +55 (31) 3227-3864E-mail: [email protected]

Site: www.minasfazciencia.com.brInfantil: www.minasfazciencia.com.br/infantil Facebook: www.facebook.com/minasfazcienciaTwitter: @minasfazcienciaInstagram: @minasfazciencia

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAISGovernador: Romeu Zema

SECRETARIA DE ESTADO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

Fundação de Amparo à Pesquisado Estado de Minas Gerais

Presidente: Evaldo Ferreira VilelaDiretor de Ciência, Tecnologia e Inovação: Paulo Sérgio Lacerda BeirãoDiretor de Planejamento, Gestão e Finanças: Thiago Bernardo Borges

Conselho CuradorPresidente: João dos Reis Canela Membros: Eva Burger, Luiz Roberto Guimarães Guilherme, Marcone Jamilson Freitas Souza, Michele Abreu Arroyo, Nilda de Fátima Ferreira Soares, Onofre Alves Batista Júnior, Sandra Regina Goulart Almeida, Valentino Rizziioli, Victor Lobato Garizo Becho

Para receber gratuitamente a revista MINAS FAZ CIÊNCIA, envie seus dados (nome, profissão, instituição/empresa, endereço completo, telefone, e e-mail) para o e-mail: [email protected] ou para o endereço: FAPEMIG / Revista MINAS FAZ CIÊNCIA - Av. José Cândido da Silveira, 1500, Bairro Horto - Belo Horizonte/MG - Brasil - CEP 31.035-536

AO

LE

ITO

R

EXPEDIENTE

REDES SOCIAIS

Será? Mas por quê? Como? Onde? Quando? Com quem? E de que

forma, exatamente? Ahnnnnnnnnnnn?!?!?!?!?!?!?! Não sei, não,

viu?! Estão certos disso?!

Nussa! Que tanto de interrogação, né? Aconteceu algo? Ou somos

nós, simplesmente, no dia a dia, com aquele tantão de “dúvidas

duvidosas duvidosíssimas” sobre tudo?! Confesse, vai! Apos-

to que você também adora buscar respostas àquele ziguilhão de

indagações sobre o mundo, a água, o raio, o bicho, a pessoa, a

estrela cadente...

Pois a gente é assim, mesmo! Não há como viver, afinal, sem a

divertida e atrevida “curiosidade”, nossa amiga cheeeeeeeeeeia de

energia – e que nunca desiste de nos fazer cócegas na mente.

Aliás, por conta dela é que os cientistas também se tornaram tão

perguntadores! Já percebeu que eles estão sempre interessados

em questionar, descobrir, compreender, experimentar e analisar

um montão de coisas?

Sim! Todos os dias, são as dúvidas – sementinhas espalhadas

ao vento pela astuta curiosidade – que os instigam a levantar da

cama, para, com muita, muita vontade, partir em busca do desbra-

vamento de cavernas, correntezas e labirintos da vida!

Ah! Antes de terminar, lá vai a última (e saborosa) pergunta: que

tal, agora, ler todas as páginas de MINAS FAZ CIÊNCIA e – assim

como os cientistas – preparar um oceano de perguntas sobre cada

um destes incríveis assuntos?

(No mais, não se esqueça: em sua cartola da imaginação, moram mi-

lhões de interrogações, sempre prontas a voar pelos céus do tempo!)

Vanessa Fagundes e Maurício Guilherme Silva Jr.

(Amigos e jornalistas, eles guardam mil perguntas no bolso.)

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SUMÁRIO

Seres na palma mão

Funciona assim

O jardim e seus mistérios

Guerreiros da saúde

Nesta horta, tudo nasce

Sob os véus do eclipse

Arte, amiga da ciência

Cidade esperta

Escola ecológica

Que preguiça enooooorme!

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Baile das cores Bem-vindo ao

museu... fechado!

Heroicos focinhos

Mais parque, menos celular

Livro, site, filme & gameTchau,

dentinho!

Com lápis ou caneta hidrocor, que tal ligar os ponti-nhos entre os números das páginas? Quando você ter-minar, aparecerá a imagem de um bicho bem esperto, que, além de ser nosso amigão, consegue salvar vidas com seu superfaro!

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6 MINAS FAZ CIÊNCIA • ESPECIAL 2019

CIÊNCIA ABERTA

“Ajudar as pessoas com minhas descobertas e descobrir doenças.”

Larissa Pinheiro Alves dos Santos, 11 anos

“Investigar as coisas. Quero descobrir, em um bicho morto, quantas patas ele tem e o que ele está sentindo.”

Miguel Valentim, 4 anos

“Para descobrir novas experiências e aprender mais.”

Francisco Baeta Scalioni, 8 anos

“Ensinar às pessoas que Deus não existe. Sem ofensa, claro.”

André Cunha, 11 anos

“Fazer robôs e próteses para ajudar as pessoas.”

Lucas Santos Rocha, 8 anos

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MINAS FAZ CIÊNCIA • ESPECIAL 2019 7

“Poder inventar um soro que faz voltar ao tempo que eu quiser. E, se eu não gostasse muito de alguma hora do meu dia, eu beberia o soro e voltaria só quando

tudo estivesse bom. Com o soro, eu também poderia vi-ver mais. O tempo passa, mas eu viveria de novo.”

Beatriz de Melo Glória, 7 anos

“Quero ser cientista porque sou nerd e minha matéria preferida é Ciências. Quero ser cientista

para ter respostas das coisas que ainda não enten-do, tipo doenças e destruição do meio ambiente, para descobrir formas de ajudar e facilitar a vida das pes-soas – mas não com coisas bobas.”

João Gabriel Pertence, 9 anos

“Saber por que as formigas carregam folhas tão grandes e são pequeninhas.”

Melissa Sofia dos Anjos, 8 anos

“Para pesquisar as coisas e saber de tudo. Iria pesquisar como a terra

foi feita e construir um robô para fazer tudo o que eu pedir, como bichos, e tipo uma pantera-robô. Também iria

dar agulhas às pessoas e descobrir o que tem dentro do corpo, para,

“Para ser médica dos animais.”

Cecilia Baeta Scalioni, 5 anos

depois, conseguir fazer outra pessoa. Iria usar lupas para descobrir todos os

mistérios. E ter um laboratório gigantesco, para fazer Yakult. Também iria conseguir vá-rias fórmulas mágicas, para conseguir fazer as coisas.”

Artur Emanuel Neves Oliveira Roldan, 6 anos

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MUNDO INVISÍVEL

Lava uma mão, lava a outra...

Alessandra Ribeiro

Cuidar da higiene é fundamental para evitar doenças

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MINAS FAZ CIÊNCIA • ESPECIAL 2019 9

Aposto que já ouviu a música aí do título, escrita por um artista de quem gosto muito, o Arnaldo Antunes. Tam-bém quero apresentar três crianças: meu filho, Kenzo, que acaba de completar sete anos; ele tem a mesma idade do João Gabriel, nosso vizinho. Os dois ainda estudam na mesma escola. Para completar o trio, tem a Fernanda, de 10 anos, neta de outra moradora de nosso condomínio.

Sempre que ela vem aqui, todos brincam juntos. É uma festa! Às vezes, o Kenzo, o João e a Fernanda ficam tão envolvidos, divertindo-se lá fora, que nem percebem quando estão com fome. Mas é só chamá-los para o lanche e eles vêm correndo! Antes que se esqueçam, eu sempre aviso: lavem as mãos!

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Experimento!Dia desses, resolvi mostrar por que esse hábito é tão

importante, especialmente na hora das refeições. Com a orientação da professora Elisabeth Neumann, do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais, a UFMG, trouxe para casa o material necessário a uma experiência: mostrar os microorganismos – princi-palmente, bactérias e fungos – presentes nas mãozinhas deles, antes e depois de serem lavadas.

Primeiro, eles tocaram, com os dedos, um objeto usa-do no laboratório, para observar a multiplicação dessas criaturas minúsculas: a Placa de Petri. O material foi es-terilizado; isso quer dizer que passou por um processo, a altas temperaturas, para, antes do experimento, eliminar todos os microorganismos.

Depois, as crianças lavaram as mãos com sabonete lí-quido e usaram papel toalha para secá-las. Então, tocaram outras placas, marcadas com o nome de cada uma e sepa-radas (“antes” e “depois da limpeza”). As amostras foram mantidas em temperatura ambiente, até o dia seguinte, e, depois, devolvidas ao laboratório. Lá, a professora Elisa-beth as deixou, de um dia a outro, numa estufa, para que os microorganismos coletados pudessem se multiplicar, a ponto de serem vistos, sem nem precisar de microscópio.

O nome é uma homenagem ao alemão Julius Richard Petrus, cientista que estudava bactérias, lá pelos anos 1800, e inventou a tal placa. Ela é transparente, mais ou menos do tamanho de um pires, e pode ser feita de vidro ou plástico. No fundo, há uma camada bem fina de ágar, substância feita com algas, que parece uma gelatina incolor.

Alessandra Ribeiro

Kenzo, Fernanda e João Gabriel: quantos microorganismos cabem na palma da mão?

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E aí?!Os resultados são impressionantes! Nas placas, é

possível ver centenas de pontinhos brancos. Cada um deles é um conjunto de microorganismos, e, como cada criança tem sua própria microbiota, essas colônias as-sumem formas diferentes. Algumas são maiores, outras menores, e podem ter formas e cores diferentes. Isso indica que os micro-organismos são, mesmo, muito diversos.

Se você quiser conferir como a Fernanda, o João e o Kenzo participaram dessa experiência, é só acessar o site www.minasfazciencia/infantil. Você também poderá ver como as mãos de cada um estão povoadas de mi-croorganismos e como essa quantidade diminui depois da lavagem das mãos.

Bactérias do bem

Cada parte de nosso corpo que fica exposta ao ambiente tem uma microbiota diferente, ou seja, um conjunto de microorganismos, como fungos e bactérias. “A mão, além de ter sua própria microbiota, pode transportar pode transportar, bons e ruins, de um lugar a outro, de uma pessoa a outra, com grande facilidade”, explica a professora Elisabeth Neumann. Lavar as mãos, então, evita a transmissão, entre as pessoas, de bactérias, fungos e, até mesmo, de vírus – como o da gripe.

Ao mesmo tempo, é importante preservar a microbiota própria das mãos, aque se desenvolve em cada pessoa, ao longo da vida. “Nossa saúde depende dessa mi-crobiota. Se a eliminamos das superfícies corporais, agentes causadores de doenças alcançam e invadem mais facilmente as células, para causar problemas”, alerta a professora.

Por isso, ela recomenda lavar as mãos, mas sem excessos. O uso exagerado de gel antisséptico, ou de sabonete antibacteriano, não é recomendado, justamente para não matar a microbiota “do bem”.

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COMO FUNCIONA?

Patinhas poderosasLagartixas são famosas pela extraordinária capacidade de escalar paredes e ficar dependuradas, de cabeça para baixo, até em superfícies escorregadias, como o vidro. Muita gente pensa que elas têm ventosas ou algum líquido grudento nas patinhas. Não é verdade! Cerdas microscópicas permitem que esses répteis realizem a “adesão a seco”, por meio da chamada força de Van der, pela qual materiais se atraem. Tais impressionantes habilidades inspira-ram invenções como a fita adesiva que imita as propriedades dos dedos do bichinho para se colar e descolar de superfícies.

Lorena Tárcia

Patinetes e bicicletas compartilhadasAs ruas das capitais estão repletas de bicicletas e patinetes para que as pes-soas se locomovam livremente, pagando, apenas, por tempo de uso. Mas de que maneira as baterias são recarregadas, e os roubos, evitados? Para começar, os veículos só podem ser alugados a partir dos celulares cadastrados e ligados a um cartão de crédito. Como todos possuem GPS integrado, a localização de cada um acontece em tempo real. Para manter os equipamentos em dia, existe uma equipe formada por três perfis de colaboradores: os chamados “guardiões”; os rebalanceadores; e os mecânicos. Os primeiros verificam o estado das bicicletas e patinetes, nos locais adequados. Os rebalanceadores agrupam os veículos em locais estratégicos – ou seja: se, às 18h, uma estação de metrô fica mais lotada, mais bicicletas são levadas até lá. Por fim, os mecânicos fazem – ali, mesmo – reparos necessários. Para evitar roubos, as peças dos veículos são exclusivas, e não podem ser usadas em outros modelos.

Engarrafamentos mapeadosVocê já deve ter visto os motoristas usarem a aplicati-

vos que mostram como está o trânsito na cidade, e como evitar congestionamentos. Sim, mas como é que os apps re-

cebem estas informações? Quando os usuários de telefones ati-vam ferramentas com localização GPS, o telefone envia bits de dados, anonimamente. Assim, sabe-se a velocidade com que seus carros se movem. Os dados de todos os veículos na es-trada são combinados e enviados de volta, por meio daquelas linhas coloridas nas camadas de tráfego, que aparecem nos mapas. Com a aquisição do Waze, em 2013, o Google adi-cionou um elemento humano a seus cálculos de tráfego. Os motoristas usam o aplicativo Waze para relatar incidentes de trânsito, como acidentes, veículos com problemas mecâni-cos, desacelerações ou até radares de velocidade.

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VERSAL

Ciência no jardim

Lorena Tárcia

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Já parou para observar quantas coisas interes-santes acontecem no jardim de uma casa? Quais as partes de uma planta? Que animais vivem no quintal? O que tem debaixo da terra?

Aproveite para aprender, colorir e encontrar as várias espécies de animais escondidos na imagem!

Formigueiro

Frutas

Borboletas

Tronco

Flor Caule Sapo

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Folhas

Minhoca

Joaninha

CentopeiaFormiga

Libélula

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SER HUMANO

Mariana Alencar

Com a ajuda das vacinas, nosso potente sistema de defesa previne doenças e

combate invasores indesejados

Guardião do corpo

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Você sabia que, dentro de nosso corpo, existe um exército forte e preparado, que ajuda, e muito, a saúde? Esses soldados são os chamados anticorpos, e sua produção está associada ao sistema imunológico. Não entendeu nada do que estou falando? Tudo bem, pois vou explicar tudinho!

No corpo, há células, tecidos, órgãos e moléculas responsá-veis por nos proteger de invasores que podem transmitir enfer-midades. Esse conjunto é conhecido como sistema imunológico.

Um dos órgãos mais importantes de tal sistema é a nossa pele. Ela funciona como uma grande barreira, e impede os invaso-res de entrar. Alguns pelos do corpo – como os do nariz – também exercem essa função.

Outro componente do sistema protetor são as lá-grimas. Elas fazem a limpeza dos olhos e impedem que sejam infectados. O mesmo acontece com a saliva, que barra os vírus que invadem nosso corpo pela boca, e com o suor, que ajuda a limpar a pele.

Protetores microscópicos Nascemos com a maior parte desses elementos, mas

há outros tantos protetores devem ser adquiridos ao lon-go da vida. Quando contraímos doença causada por vírus ou bactérias, por exemplo, as células do sistema imuno-lógico produzem moléculas que combatem os invasores indesejáveis.

As células deste sistema são divididas em dois gru-pos: os macrófagos e os linfócitos. O primeiro grupo corresponde àquelas que percebem a chegada do inva-sor no organismo.

Os macrófagos são, portanto, uma espécie de “se-gurança”, que atuam dentro do corpo. Eles células estão presentes no sangue, onde têm a função de captar e “di-gerir” os invasores.

Já os linfócitos podem ser de três tipos: Linfócitos B, Linfócitos T auxiliadores ou Linfócitos T matadores. Os do primeiro tipo produzem os chamados anticorpos, mo-

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léculas capazes de derrotar os organismos que causam problemas de saúde.

Os Linfócitos T auxiliares recebem as informações do macrófago e comandam a defesa do organismo. Já os matadores, como o próprio nome diz, destroem as célu-las infectadas.

À medida que o sistema imunológico age, a gente se torna mais resistente e imune às doenças causadas pelos invasores. Isso porque o número de anticorpos no organismo aumenta a cada vez que passamos por doen-ças causadas por vírus, como a gripe, ou bactérias, como aquela dor de garganta chatinha.

Então, quer dizer que, para sermos saudáveis, pre-cisamos ficar doentes? Não! É aí que entram as vacinas!

Como é que é?A função da vacina é estimular o corpo a produzir anticorpos, sem

que a gente precise ficar doente. Elas têm o papel de ensinar nossa estru-tura de defesa, o tal do “sistema imunológico”, a reconhecer pequenos bichos (os vírus e as bactérias) que afetam a saúde das pessoas.

Segundo Jorge Andrade Pinto, médico e professor da faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, a UFMG, as vacinas podem ser compostas por partes pequeninas desses organismos causa-dores das doenças. Ou hão de ser feitas desses próprios bichinhos, mas numa versão boazinha, que não causa problema para a gente!

Uma vez aplicadas, as vacinas estimulam o corpo a produzir anticor-pos, que atuam como soldados protetores do organismo. Dessa forma, ao contrairmos vírus ou bactérias, ficamos protegidos, pois os anticor-pos já sabem exatamente o que fazer para derrotar os intrusos causado-res de doenças.

Algumas pessoas têm medo de tomar vacinas – seja pela dor, seja por acreditarem que ficarão doentes –, por elas serem formadas pelos bichinhos que causam doenças. O mé-dico Jorge Andrade Pinto garante que não precisamos ter medo! “As vacinas são muito seguras e bastante testa-das. Vários estudos mostram que elas não causam as doen-ças que previnem”, comenta.

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VIDA SAUDÁVEL

Plantadores de vida

Maurício Guilherme Silva Jr.

Ao cultivar nossa própria horta, a gente se diverte, cuida da saúde

e acaricia a natureza

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“Quanto mais colorida a comida, mais saudá-vel a alimentação”. Que frase doida e legal, não é mesmo?! Quer dizer que, além de nos deliciarmos com sabores e cheirinhos, é preciso reparar no “arco-íris” do prato?

Sim! Afinal, esses mil tons diferentes revelam que, para além de carne, feijão e arroz, você tam-bém tem se deliciado, por exemplo, com legumes e verduras. E o que essas plantinhas têm de bom? Um tantão de nutrientes fundamentais à saúde de nosso corpo.

Ops! Por falar nisso, acabo de ter uma ideia muito, muito sensacional! Para deixar a comidinha diária cada vez mais colorida, que tal construirmos – no quintal de casa, ou num cantinho ensolarado do apartamento – uma horta, repleta de plantinhas verdes, roxas e vermelhas e alaranjadas etc.?

Natureza amigaGostou da ideia?! Além de deixar a casa

bonita, com vasos coloridos e beeeeeem ale-gres, criar uma horta orgânica é fazer cafuné na natureza! KKKKKK! Essa foi boa, né?!

Mas é verdade: ao cultivar salsinha, man-jericão, pimenta, cebolinha, hortelã, orégano ou cenourinha, a gente, ao mesmo tempo, acaricia a terra – onde a vida nasce – e se diverte à beça! Além, é claro, de fazer com que o prato de comida fique cada vez mais bonito e saudável.

Para construir hortas orgânicas, basta que se empolgar com esta fascinante ativida-de – que, convenhamos, é, também, bastante prazerosa! No mais, a dedicação diária nem precisa ser tão grande assim, pois as planti-nhas precisam, apenas, de lugares arejados, e com moderados beijos do Sol.

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Xô, doença!Em relação à saúde, sabe o que é

ótimo? Ao plantar nossa própria horta, não precisamos usar agrotóxicos e ou-tras tantas substâncias ruins ao corpo. Além disso, podemos dar um tempo em alimentos processados ou indus-trializados, que, infelizmente, contêm muitas substâncias químicas.

Legumes, verduras, ervas, fo-lhas e frutos orgânicos, ao contrário, revelam-se muito nutritivos, pois se compõem de carboidratos (açúcares e amido), proteínas, gorduras, minerais (ferro, fósforo e cálcio), vitaminas (A, B, C, E e K) e – claro! – água.

Mãos à terra!Siga as dicas abaixo para criar (e cultivar) sua própria horta, em vasos feitos de... garrafa PET!

1. Compre mudas ou semen-tes de manjericão, alecrim, hortelã, orégano, salsa etc.

2. Lave bem uma garrafa PET, de 2 litros, va-zia e com tampa.

3. Junto a um adulto, corte uma janelinha na “barriga” da garrafa.

4. Com a garrafa na horizontal, po-nha terra e adubo na janelinha aber-ta por você.

5. Plante a muda ou jogue as semen-tes, com muito cuidado.

6. Faça a primeira rega, com água limpa e fresquinha.

7. Mantenha seus vasos de garrafa PET em lugar bem arejado e iluminado.

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FÍSICA

Na manhã do dia 29 de maio de 1919, o céu de Sobral, no Ceará, estava coberto por nuvens. A torcida era tanta, porém, que o tempo nublado foi embora e o Sol apareceu! Ali, várias pessoas observavam o astro, quando, por pouco mais de cin-co minutos, o dia “virou noite”. Aconteceu um eclipse solar total. A Lua, devagarinho, passou à frente do Astro-rei, até tampá-lo completamente. Depois, continuou sua trajetória, e as luzes reapareceram – brilhantes, como sempre!

Ano a ano, ocorrem de dois a cinco eclipses solares. Só que apenas em alguns deles a Lua cobre totalmente o Sol. Além disso, o fenômeno só pode ser visto de algumas partes do mundo. No caso de Sobral, uma descoberta científica tor-nou tão importante o eclipse visto há cem anos, na pequena cidade do Nordeste brasileiro.

Há cem anos, astrônomos ingleses observaram o céu brasileiro para comprovar a Teoria da

Relatividade Geral, de Albert Einstein

Luiza Lages

Sobral

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Em 1915, o físico Albert Einstein (1879-1955) apresentou a Teoria da Relatividade Geral. Ele criou uma nova explicação para a gravidade. Suas ideias eram tão diferentes de tudo o que se pensava na época, que precisavam ser compro-vadas. Dentre outras coisas, Einstein disse que, quando um feixe de luz passa perto de um obje-to bem grande, como o Sol, ele sofre um desvio. Sim! A luz faz uma curva.

Grandeza responsável por definir o peso de um corpo. É a força da natureza – vertical e para baixo – que nos mantém unidos à Terra.

Será que esse desvio acontece, mesmo? Um grupo de astrônomos ingleses encarou a missão! E se di-vidiu em duas expedições: uns viaja-ram para a Ilha do Príncipe, na costa da África; outros, para o Brasil – nos dois locais, era possível ver o eclip-se total do Sol. Os estudiosos leva-ram telescópios, câmeras e outros equipamentos. Em Sobral, tiraram fotos de estrelas que apareciam bem próximas ao Sol, durante o eclipse. Voltaram algumas semanas depois e fizeram mais registros do céu, e das mesmas estrelas. Na África, os astrô-nomos não tiveram a mesma sorte... O tempo estava muito nublado.

Enquanto cientistas (e curiosos) de todo o mundo esperavam ansio-sos, os astrônomos voltaram para a Inglaterra, onde estudaram e compa-raram as fotos e o material produzido nas viagens. Em novembro de 1919, veio a resposta. Os resultados mos-traram que as medidas feitas pelos físicos comprovavam a Teoria da Relatividade Geral. A notícia circu-lou o Planeta! As teorias de Einstein passaram a ser usadas para explicar diversos fenômenos do Universo, e mudaram a ciência.

Ahn?!? ?

?

!

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CIÊNCIA DIVERTIDA

Aprender conceitos científicos parece algo bem difícil, né?! Dúvidas sobre como “O que faz o céu azul” ou “Por que só vemos certos planetas em determinada época do ano?” deixam a gente com um verdadei-ro nó na cabeça! Legal é saber que com materiais do dia a dia e um pouquinho de imaginação podemos aprender muito sobre o mundo a nossa volta. E tudo com muita diversão! Que tal conhecer atividades que tornam isso possível?!

Ciência em mil tons

Tuany Alves

Experimentos fáceis de fazer que nos ajudam

Querida TerraJá pensou em aprender sobre como a Terra

é formada, e, de quebra, fazer um lindo chaveiro? Na oficina “Viagem ao centro da Terra”, oferecida no Museu das Minas e do Metal (MM Gerdau), em Belo Horizonte, isso é possível.

Na atividade, monitores e professores ex-plicam como o Planeta se formou e, depois, a criançada constrói um chaveiro no formato da Terra. Feito de massinha de biscuit, material en-contrado em lojas de artesanatos, o objeto pode ser feito nas escolas e em casa.

Outra maneira de conhecer melhor os mine-rais é participar da oficina “Pigmentos minerais”, também oferecida pelo MM Guerdau. Nela, você aprende do que são feitas as rochas, além de descobrir como fazer tinta com elas! Natural e com diversos tons, a coloração precisa, apenas, de pedras decompostas e trituradas – qualquer pedacinho de barro amassado! –, água e cola. Superfácil de fazer, não é, mesmo?

Segundo David Bruno, analista em Educação do Museu, a tinta tem textura e cores diferentes das tra-dicionais. “A maioria puxa para os tons terrosos, e varia no amarelo. Porém, nas regiões centrais de Mi-nas Gerais, também é possível encontrar o cinza ou o branco”, conta.

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Modo de fazer

❀ Ponha água até a metade dos copos.

✿ Acrescente 40 gotas do corante alimentício azul em um copo, e, do vermelho, no outro. Misture!

❀ Pegue uma flor e corte um pouco o caule (só um pouco!).

✿ Chame um adulto, e, com o estilete, divida, com muito cuidado, a parte final do caule (aproximadamen-te, 10 cm) em duas partes.

❀ Ponha a flor na água com corante, de modo que me-tade do caule fique num copo e a outra metade, no outro.

✿ Aguarde. As pétalas começam a ganhar cor de acordo como líquido em que cada parte do caule está mergulhada.

Flor arco-íris! Vamos fazer uma?

Ingredientes

✿ Flores brancas ou bem claras❀ Água✿ 2 copos❀ Tesoura✿ Estilete (mas só com a ajuda de um adulto!)❀ 2 colheres ✿ Corante alimentício em duas 2 cores (tons escuros, como azul e vermelho, são melhores)

Galáxias Sim, o universo é cheio de pla-

netas! Já parou para pensar em como as características de cada um viriam a

interferir em quem, por acaso, morasse ne-les? Vênus, por exemplo, é muuuuito quente! Que

criatura conseguiria viver lá?Ao pensar nisso, o Espaço do Conhecimento

UFMG montou a atividade “Vida fora da terra”. Na oficina, professores e monitores revelam as caracte-rísticas dos planetas, justamente, para que as crian-ças possam desenhar as formas de vida que sobre-viveriam em cada um deles.

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ESPECIAL

Espertas e igualitárias

Mariana Alencar

Com a tecnologia como grande aliada, cidades inteligentes buscam garantir

qualidade de vida à população

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Imagine uma cidade onde todos os habi-tantes têm boas condições de vida, a natureza é preservada, o trânsito flui e as pessoas com deficiência usufruem de bons serviços de aces-sibilidade. Agora, pense que o mesmo centro urbano conte com tecnologias criadas para que todas as coisas ótimas fiquem ainda melhores! Parece bom demais para ser verdade, né?

Apesar de aparentemente distantes da realidade, tais incríveis lugares já existem. Trata-se das chamadas cidades inteligentes (ou smart cities). Silvio Mota, arquiteto e professor da PUC Minas, conta que elas são locais onde os governantes usam tecnologias

e sistemas de informação para entender as de-mandas das pessoas.

“Ali, o uso da tecnologia busca melhorar os planejamentos e garantir bem-estar à po-pulação. A cidade inteligente deve ter, como meta, a qualidade de vida, que engloba a con-dição social e a distribuição igualitária de re-cursos”, conta o professor.

Numa cidade inteligente, portanto, usam--se ferramentas tecnológicas, por exemplo, para definir o melhor lugar para construção de uma escola. Ou para ajudar os governantes a criar sistemas de coleta de lixo, diminuição da poluição e melhoria do trânsito!

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A cidade do futuroAo pensarmos na tecnologia por vir, imaginamos carros voadores, multitelas e natureza devastada? As cidades

inteligentes caminham na direção oposta!

Palavra-chave? Sustentabilidade!

A tecnologia se mescla à qualidade de vida.

A gestão da cidade conta com participação efetiva da população, no que se refere ao

planejamento de melhorias.

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Estruturas adaptadas garantem acessibilidade

às pessoas com deficiência.Na cidade perfeita, a natureza

ganha espaço. Praças, parques, hortas urbanas são

elementos essenciais.

Há mais opções de transporte público, como bicicletas.

A população faz coleta seletiva do lixo, o que facilita a reciclagem.

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Um por todos...Uma coisa bem importante a destacar é que as cidades inteligen-

tes não funcionam sozinhas! Para que a tecnologia possa auxiliar a construção de lugares mais legais, é preciso de apoio da população. Ou seja: cada um de nós precisa ajudar!

“É muito importante que a população participe, pois a qualidade de vida proporcionada neste tipo de cidade deve ser para todos. Por isso, as tecnologias também precisam permitir que as pessoas parti-cipem da gestão da cidade, por meio de plataformas que as façam ter voz e ver o que acontece”, comenta Silvio Mota.

O arquiteto explica, ainda, a necessidade de os governantes, a po-pulação e as empresas prestarem atenção em três pontos principais: o planejamento baseado nos dados coletados por meio de tecnologias; a busca constante por qualidade de vida (social, ambiental e econômi-ca); e, claro, a participação dos moradores.

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Na prática Coleta de lixo, wi-fi liberado em todas as áreas, reaproveitamento

de água, meios de transportes coletivos, praças e jardins públicos, es-colas e hospitais de alta qualidade. Eis alguns dos elementos de uma cidade inteligente – ou do futuro.

No Brasil, elas também já existem! Em Belo Horizonte, por exem-plo, a população pode avisar à prefeitura sobre problemas na rua, por meio de aplicativo no celular. Já em Santos, no interior de São Paulo, há grande preocupação com o meio ambiente. O município tem várias alternativas de transporte público e incentiva a coleta de lixo reciclável.

Fora do Brasil, a cidade que se destaca por adotar opções in-teligentes é Barcelona, na Espanha. Segundo Silvio Mota, a cidade espanhola é praticamente uma cidade inteligente ideal e um modelo a ser seguido.

Lá, existe, por exemplo, um programa de monitoramento ambien-tal formado por sensores de poluição, ruídos e iluminação. Por meio dessas ferramentas, é possível monitorar, em tempo real, as condições ambientais. Ao ter acesso a essas informações, a prefeitura pode tomar decisões para deixar a cidade mais limpa.

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ARQUITETURA

Educação sustentável

Tuany Alves

Arquiteta propõe uso de elementos naturais para construção coletiva de escolas

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Materiais naturais, como água, terra e pedra, são fáceis de en-contrar. Mas você sabia que há muitas e muitas possibilidades de uso para tais elementos, afora a invenção de mil brincadeiras? Que tal, a partir deles, construir, por exemplo, uma escola? Já pensou?!

Esta é a superideia da arquiteta Júlia Dias da Mota! Em seu trabalho final de curso, na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Minas Gerais, a UFMG, ela propôs o uso dessas matérias-primas na construção de espaços educacionais destinados a comunidades da República do Chade, no Centro-Nor-te da África. Esse trabalho foi premiado na competição internacio-nal ReSchool, em janeiro de 2019.

Chamada de “arquitetura vernácula”, a técnica recorre a ele-mentos da natureza como base ao desenvolvimento de habitações. Antigo, o método tem se tornado popular, ao permitir a construção de ambientes baratos e amigos do meio ambiente. Segundo Sofia Araújo Lima Bessa, orientadora do estudo, os exemplos “vivos”, construídos há séculos e ainda de pé e muito bem conservados, comprovam a eficiência do procedimento.

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Como fazer?Há muitas maneiras de recorrer à terra,

por exemplo, como material de construção. Júlia Mota explica que, para usar tal material, é preciso, primeiramente, estudar o que há nele, como forma de saber quais elementos devem ser adicionados à mistura, para garantir esta-bilidade e eficiência.

No entanto, esse é o passo mais com-plicado. Segundo a arquiteta, a técnica de construção é tão fácil que pode ser ensinada a crianças e adultos. “A ideia é que a comunida-de construa a escola. A atividade coletiva forta-lece laços, além de permitir que as pessoas se identifiquem com o espaço”, destaca.

Bem bolado!Achou bem “diferentona” a escola proposta

pela Júlia? Pois a ideia vai além! Para que os es-paços construídos também possam se adaptar a outros usos, ela tomou certos cuidados durante o planejamento. Que o digam as salas de aula, feitas com mesas que agrupam até quatro alunos, que podem ser usadas feito macas, como nas enfer-marias, no caso de epidemias nas comunidades.

Além disso, cada sala conta, no mínimo, com duas portas, o que permite a divisão em ambientes e o uso de captadores de vento, que funcionam como ares condicionados naturais. “O acesso à internet e à eletricidade foram resolvidos com pla-cas solares fotovoltaicas, sistema que capta ener-gia solar”, completa Júlia.

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CORES E AFINS

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Era uma vez... as cores!

Mariana Alencar

Hoje, conhecemos tonalidades de diversos nomes, tipos e características, mas as coisas nem sempre foram assim

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Você já tentou imaginar como seria o mundo se não existissem as cores? Acho que tudo ficaria muito sem graça e estranho, pois elas estão em tudo que a gente vê, não é verdade? Hoje, existem colorações de todos os tipos, mas nem sempre foi assim. Há um tempão, certas tonalidades não tinham sido inventadas, enquanto outras não tinham nome. Por isso, pareciam não existir.

Hoje, tudo mudou. As cores têm nome! E os pigmentos que dão origem a elas são facilmente elaborados. Isso porque as pes-soas perceberam que, ao misturar determinados tons, é possível obter outros tantos.

Na chamada “teoria das cores”, existem três matizes primárias: vermelho, amarelo e azul. Todas as outras podem ser produzidas a partir delas. Se misturarmos o azul ao amarelo, por exemplo, teremos... o verde! Já o amarelo e o vermelho compõem o laranja – que, por sua vez, se misturado ao verde, resulta no marrom!

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A descobertaAs primeiras cores identificadas pelos seres humanos vieram da natureza. O

azul, por exemplo, tem origem em um pigmento chamado ultramarinho, comum a uma pedra semipreciosa chamada lápis-lazúli.

Já o vermelho surgiu da hematita, pigmento encontrado nas ferrugens, mas que, com o tempo, acabou fora de moda. Os seres humanos, afinal, buscavam versões mais vibrantes da cor. Foi então que um novo tom avermelhado passou a ser produzido, a partir de um pequeno inseto, o cochonilha.

A cor roxa deriva de duas espécies de moluscos, encontrados no mar Me-diterrâneo, que produziam a substância que, exposta ao sol, ficava roxa! Com o tempo, o cientista William Henry Perkin, conseguiu, por engano, recriá-la em la-boratório. À época, ele tentava desenvolver um elemento capaz de curar doenças como a malária. Em função de um erro, inventou uma lama roxa, sintética, que, por muito tempo, serviu para colorir tecidos e outros produtos.

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Sentimento tem cor?É muito comum a gente associar tonalidades a afetos e sen-

sações. Ao pensarmos em algo verde, por exemplo, logo nos lem-bramos da natureza. Ao lembrarmos do branco, vem à mente a ideia de paz. Que tal saber mais sobre os significados das cores?

VerdeBoa parte das hortaliças que comemos – alface, brócolis, rúcula, couve, acelga – são verdes. Por isso, a cor é, normalmente, associada à saúde. Com ela, também colorimos as florestas, as plan-tas e todas as copas de árvores, o que a transforma na tonalidade do amor à natureza, da consciência ambiental e da esperança!

AmareloPor ser a cor do ouro, é frequentemente associada à riqueza e ao otimismo. O amarelo indica, tam-bém, a tonalidade do sol. Por isso, é comum que a gente a use para representar algo alegre e cheio de energia. Ela também está em algumas flores, o que a torna símbolo da primavera.

VermelhoMais antiga tonalidade batizada pelo homem, é, para muitos, a primeira a ser identificada pelos bebês. Os significados e sensações da cor variam muito. O vermelho pode representar o amor, mas, também, indicar ódio e timidez. (Quem aí já ficou vermelho de vergonha?). A associação acontece por se tratar da cor de nosso sangue!

AzulNormalmente, a cor está associada a sentimen-tos bons, pois o azul dá vida ao céu e ao mar. Ela também nos remete à ideia de calma e se-renidade. Nas tradições antigas, simbolizava o universo feminino.

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MUSEUS

Por dentro dos museus

Verônica Soares da Costa

Quando as portas se fecham, os espaços de exposições permanecem

vivos – mas não como no cinema!

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É bastante provável que você já tenha as-sistido ao filme Uma noite no museu. Na his-tória, depois que o lugar se fecha à visitação, dinossauros, estátuas e peças do acervo ga-nham vida e arrumam confusões com o guar-da noturno contratado para protegê-las. Na vida real, o que acontece em tais ambientes quando não há visitantes? Por que nem sem-pre a gente pode entrar em todas as salas e espaços dos museus?

Para responder a essas perguntas, con-versamos com a professora Ana Audebert, do Departamento de Museologia da Universidade Federal de Ouro Preto, a Ufop. Ela nos expli-cou que, de modo geral, quando não há visi-tação, os profissionais do museu têm muito trabalho, e a equipe se organiza em reuniões e planejamentos.

“Na maioria deles, a segunda-feira é o dia em que tudo está fechado ao público. Os pro-fissionais, porém, seguem a rotina de trabalho. É um dia para ajustes e manutenção de salas, vitrines e outros ambientes, que não são de acesso público, como as reservas técnicas, os laboratórios e gabinetes”, conta a professora.

Sim, os museus são divididos em espa-ços de acesso público ou restrito. Por isso, não podemos entrar em todas as salas: “Isso ocorre em nome da própria segurança dos vi-sitantes. E para garantir espaços de trabalho adequados a quem está nos bastidores, rea-lizando tarefas como a seleção dos acervos”.

Longa norte-americano de comé-dia e fantasia, lançado em 2006 e estrelado por Ben Stiller, conta a história de Larry Daley, um pai divorciado que consegue um emprego como guarda-noturno no Museu de História Natural de Nova Iorque. Durante a noite, ele descobre que o acervo ganha vida devido a um artefato mágico egípcio.

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BastidoresAs peças e os objetos dos museus com-

põem seu acervo, e aquelas que ficam em ex-posição são escolhidas segundo dois critérios principais: estado de conservação (se está com boa integridade física) e relação com o tema trabalhado pela instituição.

De modo geral, há três tipos de exposição (leia mais à página 42), mas todas são mon-tadas após longo processo de estudo e plane-jamento, iniciado com a escolha do assunto ou tema. “Depois disso, define-se o público potencial e, a partir daí, os discursos mais

adequados. Escolhemos núcleos expositivos, peças e objetos de acordo com o que o museu quer contar, e sobre como quer fazer isso, de forma mais crítica ou lúdica, por exemplo”, conta Ana.

Para tomar essas decisões, as equipes estudam muito, além de desenvolver as le-gendas explicativas, os textos de apoio e as estratégias de mediação, que são ações edu-cativas, de divulgação, cartazes, catálogos e outros itens: “Às vezes, fazemos pequenas lembranças ou souvenirs que o público pode comprar e levar consigo”.

Divulgação

No Espaço do Conhecimento UFMG, por exemplo, o Well Luiz, assistente de ações edu-cativas, trabalha com uma equipe de bolsistas, estudan-tes de graduação, para desen-volver atividades e oficinas que compõem a programação de fim de semana: “Nas ações educativas, lidamos mais com gente do que com acervo. Nosso trabalho é de formação e de observação das dinâmi-cas de visitação”.

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MuseologiaMuseus são espaços multidisciplinares, onde atuam

profissionais com formações diversas. Dentre eles, há aque-le formado em Museologia. “A museóloga ou o museólogo estuda quatro anos. Em Minas Gerais, o curso de graduação em Museologia é oferecido pela Ufop e pela UFMG”, conta a professora.

Para que museus?“Quando preservamos nos-

so passado, criamos condições para entender nosso presente, lutar e sonhar por um futuro me-lhor, com condições de justiça e igualdade. Esse ‘nós’, nossa fa-mília, nossos amigos, nossa es-cola, nosso bairro, nossa cidade, nosso País. Todos temos direito a voz, representação e igualdade de direitos. Os museus devem ser espaços democráticos, para todas as vozes e histórias. E so-mos nós que ajudamos a cons-truí-los”, destaca a professora Ana.

Tipos de mostraEm museus tradicionais, existem três ti-pos principais de exposições. Confira!

De longa duração: montadas para transmitir o discurso oficial da instituição, relacionado a sua temática e missão.

Temporárias: relacionadas a tema ou assunto mais específico – geralmente, atual –, que pode partir de demanda da própria instituição, da co-munidade ou mesmo de edital ou chamada pú-blica para curadorias externas. O tempo varia, em média, de um a dois meses.

Itinerantes: são aquelas que saem do mu-seu e vão para escolas, centros comunitá-rios, praças, postos de saúde ou quais-quer espaços nos quais a temática seja relevante.

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BICHOS

Luana Cruz

Com muita determinação, cães farejadores participam de tarefas

de busca e salvamento junto a bombeiros e policiais

Focinho de herói

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Cachorros são leais amigos do homem. Além disso, podem se tornar grandes heróis! Nos últimos anos, cães treinados para salvamentos ganharam destaque em Minas Gerais, por causa de sua par-ticipação em missões de busca em duas tragédias muito tristes: os rompimentos das barragens de minério em Mariana (2015), e Brumadinho (2019).

Não é de hoje que os bichanos atuam como farejadores junto ao Corpo de Bombeiros e à Polí-cia Militar. Eles ajudam a encontrar pessoas desa-parecidas em matas, ou em escombros de prédios desabados. Também auxiliam operações contra o tráfico de drogas, ao cheirar cantinhos e indicar se há materiais suspeitos.

Como é a rotina desses espertos animais? Por que cães são escolhidos para essas tarefas? Busca-mos as respostas com o tenente Lucas Costa, co-mandante do Pelotão de Busca e Salvamento com Cães do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais. Segundo ele, os cachorros chegam à corporação por meio de doações de canis, cidadãos comuns e militares que desejam ceder animais às missões.

“Conseguimos escolher, na ninhada, os filhotes com características para busca e salvamento. O cão precisa ser determinado, além de interagir bem com as pessoas. Ele não pode desistir fácil, nem ter medo de barulho. Depois de testes, se confirmadas tais ha-bilidades, nós o selecionamos”, explica Lucas.

TrabalhadoresO ser humano precisa treinar bem o cão, ao in-

dicar o que deseja que ele fareje. Cachorros adoram ser úteis, pois é o que fazem na matilha, em habitat natural. Participar das missões é uma terapia para eles, e, por isso, amam trabalhar! Gostam tanto que adoecem muito raramente. Devido ao bem-estar das atividades, acabam imunes a problemas de saúde. Além disso, são atléticos: nem muito magros, nem obesos, pois a gordura interfere no faro. Desenvol-vem, ainda, boa capacidade cardiorrespiratória, por caminhar e farejar em longas distâncias.

É preciso, no entanto, limitar o trabalho de nossos amigos caninos, deixando-os repousar. Em operações de resgate, os bombeiros fazem pausas para alimentá-los e hidratá-los. No caso do rom-pimento da barragem de Brumadinho, os cães de Minas Gerais precisaram, até mesmo, ser retirados do trabalho, após meses de buscas, devido ao ris-co de contaminação por metais pesados, presentes nos rejeitos de minério. Animais de outros estados substituíram-nos na missão.

Divulgação

Cães ajudam bombeiros em buscas e outros salvamentos

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Dia a diaLucas Costa explica que os

cães da corporação passam por treinamentos com duração de até dois anos. A rotina começa quan-do ainda são bebês, e abandonam o peito das mamães, com cerca de 60 dias de vida. “No caso dos cães de busca, direcionamos o treino à procura de pessoas vivas e/ou de corpos. Não há raça espe-cífica para a atividade, mas temos preferências por espécies de pas-toreio, que se adaptam melhor ao trabalho”, explica.

Os bombeiros do Estado têm dois canis: um em Belo Horizon-te; outro, em Uberaba. Os cães treinam diariamente, segundo a necessidade. “A atividade deve ser prazerosa, para manter o ani-mal motivado. Ao percebermos que ele está cansado, encerra-mos. Se chegar à exaustão, fica-rá desmotivado para o próximo treino”, esclarece Lucas.

Os animais treinam em ma-tas, áreas com amontoados de terra, para simular busca de so-terramento, além de escombros (restos de demolição e obras) que imitam o ambiente de desaba-mento de prédios. Aprendem os comandos mais comuns – alguns dos quais emitidos em inglês (“Sit!”) – e outros tantos, mais específicos. Alimentados com ra-ções nutritivas, têm acompanha-mento veterinário rigoroso, com vacinação em dia e ingestão de remédios preventivos.

Além da parte física, o laço afetivo do cachorro com seu treinador é muito importante, na visão de Lucas Costa: “O militar que treina o cão permanece com ele pelo resto da vida. Ele par-ticipa das atividades operativas do cachorro, e o conhece muito bem, além de ter vínculo de con-fiança. A relação é tão estreita que apelidamos a dupla de ‘bi-nômio’, como se fossem um só”.

Labrador, pastor alemão e pastor-belga Malinois são as raças comuns no Cor-po de Bombeiros de Minas Gerais.

Na Matemática, um binômio é uma expressão algébrica for-mada por duas partes “insepa-ráveis”. Por exemplo: “x + y” ou “3x + 3y”.

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TECNOLOGIA

Que tal desligar o celular e brincar com

os amigos na pracinha?Alessandra Ribeiro

DiversãoOFF-LINE

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Quanto tempo por dia você passa na frente do tablet ou do tele-fone celular? Costuma ver vídeos quase na hora de dormir? E durante quantas horas joga videogame ou vê televisão? Pode ser que alguém já tenha, até mesmo, instalado um daqueles aplicativos para controlar o tempo de diversão nesses aparelhos todos, né?! Parece chatice, mas, quem fez isso está preocupado com sua saúde.

Cientistas de várias partes do mundo já começaram a estudar os efeitos de passar muito tempo em frente às telas. Eles descobriram que isso pode causar vários problemas, na infância, na adolescência e na vida adulta. Com a ajuda da médica e professora Liubiana Arantes, que trabalha na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, a UFMG, e na Sociedade Brasileira de Pediatria, vamos falar sobre alguns dos riscos de se ficar conectado por muito tempo, todos os dias.

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Vamos ficar de olho?

Vício em tecnologia: estudo sobre o comportamento das pessoas que usam smartphones mostrou que os brasilei-ros conferem, 78 vezes por dia, se che-gou alguma mensagem nova. Os jovens de 18 a 24 anos podem fazer isso mais de cem vezes por dia.

Transtorno de ansiedade: ter um frio-zinho na barriga, um dia antes daquela prova difícil, é normal. Mas, quando a preocupação ou o medo são muito grandes, a ponto de paralisar a pessoa, está na hora de procurar ajuda de um médico ou de um psicólogo.

Insônia: quando a pessoa não consegue dormir ou acorda várias vezes durante a noite. Isso acontece porque a luz das telas atrapalha a liberação da serotonina, substância produzida pelo nosso cére-bro, quando fica escuro, para nos ajudar a pegar no sono.

Obesidade: é quando a pessoa fica aci-ma do peso, com excesso de gordura no corpo. Quem passa muito tempo ocupa-do com aparelhos eletrônicos costuma se movimentar menos e acaba ganhando aqueles quilinhos indesejáveis para a saúde.

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#FicaadicaA partir dos cinco anos de idade, crian-ças e adolescentes devem se exercitar pelo menos 60 minutos por dia. Vale correr, pular corda, ficar no parquinho, andar de bicicleta, nadar, dançar, soltar pipa, brincar de pega-pega ou escon-de-esconde, jogar bola ou peteca, an-dar de skate, patins ou patinete!

Prefira atividades ao ar livre: no fim de semana, convide seus pais para passear no parque ou em uma pra-ça. Não se esqueçam de levar água e de passar protetor solar.

Não use aparelhos eletrônicos durante as refeições. Prestar atenção no que estamos comendo ajuda a não exage-rar na comida.

O tempo máximo em frente às telas, para crianças com mais de cinco anos, é de duas horas. Se você tem um irmãozinho com me-nos de dois anos, ele não deve brincar com tablets e celulares.

Quando for usar a internet, aproveite para conversar com pessoas da família que es-tão longe e descubra atividades educati-vas, com a ajuda de seus pais. Não deixe de contar a eles se algum colega da escola falar coisas que te incomodam ou se algum adulto pedir para mandar fotos suas.

Leia muitos livros, gibis e, claro, a revista MINAS FAZ CIÊNCIA!

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DICAS

Ciência maluca

Universidade das CriançasPor que sentimos dor? Por que os morcegos só enxergam à noite? Você pode encontrar respostas a essas e a outras tantas perguntas no site Universidade das Crianças (www.universidadedascriancas.org). Projeto mineiro criado por artistas e cientistas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a ideia é responder, por meio de textos e vídeos animados, às zilhares de dúvidas dos pequenos e pequenas.

A patinha feiaA história do patinho feio todo mundo já conhe-ce. Mas e as aventuras da patinha feia? Assim como no conto clássico, o cientista e escritor Ângelo Machado aborda a péssima prática do bullyng. A narrativa do autor belo-horizontino mostra que o diferente não é ruim, e, sim, dife-rente. Para saber como a protagonista dribla os valentões, só lendo o livro!

Tuany Alves

Um livro, um site, um filme e um game para aprender, sonhar e se divertir

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VacinaxQue tal proteger o corpo humano de doenças e, de que-bra, aprender como a vacina funciona? Eis a ideia do game brasileiro Vacinax, disponível para sistema Android. Criado por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em São Paulo, o jogo permite que as pessoas controlem um linfócito T (célula de defesa do organismo), que se locomove no corpo humano, como em um labirinto, para identificar e destruir células infectadas.

Uma dobra no tempoE se seu pai fosse um cientista que descobriu um novo planeta, mas sumiu do nada? Esta é a vida de Meg Murry e de seu irmãozinho, Charles Wallace. Tudo muda, porém, quando eles recebem a visita das três misteriosas viajantes astrais, conhecidas como Sra. Whatsit (O que é isso), Sra. Who (Quem) e Mrs. Which (Qual), e descobrem que o pai “usou” um conceito conhecido como tesseract para ‘dobrar o tempo’ e viajar ao planeta que abriga todo o mal do universo. Os irmãos e um colega de classe de Meg – Calvin O’Keefe – partem numa aventura para encontrá-lo. Baseado no livro de mesmo nome, o filme combina ideias de Einstein e a Física do som, com muita fantasia.

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FADA DOS DENTES

Janela, janelinha

Vanessa Fagundes

Doação de dentes de leite ajuda em pesquisas e na formação de profissionais

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É o modo como são conhecidos os dentes decíduos, os primeiros que nascem nas crianças. São, geral-mente, 20 dentes de leite – 10 no alto e 10 na parte inferior da boca.

Cada criança percebe de um jeito. Pode ser na hora do almoço, quando escova os dentes ou, até, quando a língua, sem querer, dá uma cutucada ali. Aquele denti-nho, antes pronto para qualquer mordida, agora parece mole... Se você tem entre seis e sete anos, deve estar passando por isso. Geralmente, é nessa idade que os primeiros dentes de leite caem, para dar lugar aos per-manentes, aqueles que nos acompanharão por toda a vida adulta.

Às vezes, as mães guardam o dentinho como lem-brança; noutras ocasiões, ele vai mesmo para a lata de lixo. Esse destino, porém, pode ser diferente. Algumas universidades recebem caninos, molares etc., como doação. Sim! Nos bancos de dentes, eles são usados para melhorar o ensino e as pesquisas, enriquecendo a formação de futuros profissionais da área.

Grande ajudaUm exemplo é o Banco de Dentes da Universida-

de Federal de Juiz de Fora (UFJF), que, desde 2005, recebe dentes de leite e dentes permanentes. “Eles, os dentinhos, são muito importantes para nós. Portanto, é interessante doá-los, pois ajudarão os pesquisado-res na busca de cura a diversas doenças”, diz Antônio Márcio Resende do Carmo, professor do Departamento de Clínica Odontológica e coordenador do Banco de Dentes da UFJF.

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Às vezes, quando o dente fica mole, bate aquela insegurança: será que vai doer quando cair? Na verdade, a maioria das crianças nem percebe quando ele se solta. “Quando o dente cai, toda a raiz já foi absorvida. Ele vai ficando molinho, molinho, até se soltar. Basta deixar seguir o curso natural”, orienta Maria Angélica Castelo Branco Oliveira, ortodontista e odontopediatra.

O tempo para o novo dente crescer varia: em média, leva de seis a oito meses, mas alguns demoram quase um ano para chegar ao tamanho certo. Lá pelos 12 anos, a criança já tem a dentadura prati-camente completa (ficam faltando os sisos, que nascem, em média, aos 18 anos).

Você já tem alguma “janelinha” na boca? Então pode exibi-la sem receio! “A janelinha é um momento das crianças: todas passam por isso. A maioria delas tem até orgulho da janelinha, deste momen-to de troca dentária”, diz Maria Angélica.

Além de empregados em pesquisas que melhoram a qualidade dos materiais usados por dentistas, os dentes servem ao desenvolvimento de novos procedimen-tos ortodônticos e a estudos envolvendo células-tronco a partir do tecido que está dentro deles, chamado de polpa dentária. “Qualquer pessoa que possua dentes em casa, tanto permanentes quanto os de leite, podem contribuir com o Banco. Todo dente pode ser doado, mesmo aqueles restaura-dos ou com cáries”, diz o professor.

Para a doação, os dentes que acaba-ram de cair devem ser lavados com água e sabão. Depois, basta guardá-los em potes com soro fisiológico. Eles também podem ser enviados pelos correios. Nesse caso, devem estar secos e envoltos em gaze, para melhor proteção. É necessária a assinatura de um Termo de Doação pelo responsável. Para mais informações, visite as páginas dos Bancos de Dentes de algumas univer-sidades mineiras!

Alguns bancos de dentes em Minas Gerais que aceitam doações:

Banco de Dentes da Faculdade de Odontologia da Uni-versidade Federal de Juiz de Fora: http://www.ufjf.br/odontologia/diversos/banco-de-dentes-humanos/

Banco de Dentes da Faculdade de Odontologia da Uni-versidade Federal de Minas Gerais: https://www.odon-to.ufmg.br/biobanco-de-dentes-humanos/

Banco de Dentes Humanos do Departamento de Odon-tologia da PUC Minas: http://www1.pucminas.br/ban-codedentes/index_padrao.php

Sorrisorenovado

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PALEONTOLOGIA

Megadescoberta!

Alessandra Ribeiro

Cientistas encontram ossadas de espécie extinta de preguiça... gigante

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Antes de qualquer coisa, permita que eu faça um esclarecimento: se você achou que o assunto de nossa conversa seria aquela di-ficuldade imensa de sair da cama, principal-mente às segundas-feiras, não é nada disso!

Eu quero falar sobre importante descober-ta, anunciada no início de 2019, por pesquisa-dores do Museu de Ciências Naturais da PUC Minas – aliás, se ainda não visitou o espaço, vale a pena conhecer! #Ficaadica!

Depois de 20 anos de pesquisas, a equipe de cientistas liderada pelo professor e paleon-tólogo Cástor Cartelle Guerra descobriu uma espécie extinta de preguiça-gigante, encontra-da nos territórios de Minas Gerais e da Bahia, há, pelo menos, 20 mil anos.

“A preguiça atual é do tamanho de um macaco. Agora, imagine um tamanduá multi-plicado por cinco. As preguiças gigantes pe-savam mais de uma tonelada, eram herbívoras, pacíficas e desfilavam pelos nossos campos”, explica Cástor.

Muito bem-humorado, o professor é um espanhol que se mudou para o Brasil ainda jo-vem, aos 19 anos. Hoje, com mais de 80, ele trabalha como curador das coleções de Arque-ologia e Paleontologia do Museu da PUC Mi-nas. Isso quer dizer que realiza a seleção das peças em exposição – o “acervo” – naquele espaço.

A Arqueologia é a ciência que estuda costumes e culturas dos povos antigos, a partir de mate-riais que restaram de suas vidas, descobertos por meio de coletas e escavações. Já a Paleontolo-gia investiga as formas de vida existentes no passado, a partir de seus fósseis.

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Pulão! O professor me contou que o achado da pre-

guiça-gigante foi mais ou menos como ganhar na loteria. E ele não falava de dinheiro, que era curto como “cobertor de pobre”, mas da sorte dos pesquisadores ao encontrar cerca de 200 fósseis (materiais petrificados) em cavernas – dentre eles, dois crânios de preguiças, de um macho e uma fêmea.

“É muito raro encontrar um esqueleto inteiro num local. Você não sabe se pula, se dá cam-balhota, se solta foguete!”, conta o pesquisador.

A nova espécie ganhou o nome Glossothe-rium phoenesis. A primeira palavra já é adotada pelos cientistas para identificar preguiças gigan-tes; a segunda diferencia a nova espécie desco-berta, e foi escolhida para homenagear a equipe do Museu da PUC, que ajudou na recuperação do local após um incêndio, em 2013, que des-truiu parte do acervo. A palavra phoenesis faz referência à ave fênix que, na mitologia grega, ressurge das próprias cinzas.

Cástor Cartelle/PUC Minas

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É o novo cara.

Mais um peso pesado!

Bem-vindo, Oganésson!

Com licença, senhor Hidrogênio. Esse é meu

primeiro dia aqui...

Bom, você é um elemento pesado, feito em laboratório. Qual o

seu ano de descoberta?

2015. Ganhei meu nome em 2016.

Ótimo! Você se senta na mesa 118!

O trabalho é intenso. Muitos de nós estamos aqui há 150 anos!

Fica tranquilo! O importante é se conhecer bem.

Nosso papel é dar informações sobre nós mesmos!

Isso, senhora. Minha massa

atômica é 294u.

Trim!Trim!

Um ofício químicoRoteiro: Luiza Lages | Ilustrações: Fatine Oliveira

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MUDOU-SEDESCONHECIDORECUSADOFALECIDOAUSENTENÃO PROCURADOEND. INSUFICIENTECEPNÃO EXISTE Nº INDICADOINFORMAÇÃO ESCRITA PELOPORTEIRO OU SÍNDICO

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