mariana matoso - modelo comunitario de gestão de Água, 1 março 2013

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MODELO COMUNITÁRIO DE GESTÃO DE ÁGUA: Evolução das Associações dos Comités de Água e seus (in)sucessos Mariana Matoso PhD Candidate Luanda 28 Fev. 2013 © Fotos por: Lucamba Capembe/DW

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Page 1: Mariana Matoso - Modelo Comunitario de Gestão de Água, 1 março 2013

MODELO COMUNITÁRIO DE GESTÃO DE ÁGUA: Evolução das Associações dos Comités de Água e seus (in)sucessos

Mariana MatosoPhD Candidate

Luanda 28 Fev. 2013© Fotos por: Lucamba Capembe/DW

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1. O PROJECTO

Objectivos:

Documentar a história e evolução das ACAs; Diagnosticar o estado currente das ACAs e avaliar o impacto deste modelo ao nível de involvimento comunitário; Analisar de que forma o modelo de gestão comunitária de água está a ser replicado e se expandindo por Luanda; Avaliar o modelo de sustentabilidade económica das ACAs.

Metodologia:

Recolhimento de informação secundária (relatórios, legislação, artigos científicos, jornais, outra doucmentação)

Entrevistas semi-abertas: Associações (x7)

Questionários: Zeladores dos chafariz (x7), Consumidores nos chafarizes (x22)

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2. A EQUIPA

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3. BREVE HISTÓRIA DAS ACAS

1992: EPAL e DW entram em negociações para a construção e gestão comunitária de chafarizes;

1999: com elaboração do LUPP ( Programa de Luta Contra a Porbreza de Luanda) a DW começa a desenvolver um modelo de gestão comunitário para os chafarizes - ampla discussão e cooperação com a EPAL

Dezembro 2002: fundação da primeira Associação dos Comités de Água: Associação dos Comités de Água para o Progresso Comunitário

(Ngola Kiluanje) Porquê gestão comunitária?

“Antes do LUPP já havia chafarizes, mas estes eram geridos pela administração local e isto implicava que interesses pessoais entrassem em jogo (uns pagavam mais por água que outros, o chafariz nem sempre

estava aberto, quando havia uma avaria passavam-se meses sem que fosse concertada...).

Com a ACA o objectivo foi o de promover a boa gestão do chafariz fazendo –o através da promoção do associativismo na comunidade”

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5. SITUAÇÃO ACTUAL

Em 2013 há... 17 Associações Comunitárias de Água

Zelador (1 ou 2)

Chafariz #1

DIRECÇÃO (PR, Sec., Tes, Vogal)

Zelador (1 ou 2)

Chafariz #2

Zelador (1 ou 2)

Chafariz #3

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6. CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS ACAS ENTREVISTADAS

Nome da Associação

Ano Origem

Bairro NrHab.

Nr. Chaf. Regul.Interno

Conta Bancária

Estatuto Legal

ACAPC 2002 Ngola Kiluanje 250,000 37 (13) * (2004)

Esperança Viva Nascente 2008 Augusto

Ngula 237,350 40 (33) (2012)

Fonte da Vida 2008 Combustível 17,000 10 (10) (2013)

Comunitária 4 de Abril 2008 Com. Bula 57,000 15 (1)** (2013)

Moradores de Gestão Comunitária

2010 Moxico No data 5

Renascer 2012 11 Nov (Sec 9/10) 18,000 20

Comunitária Água é Vida 2012 11 Nov

(Sec 10/11) 12,000 12 (1)

* 1 do 37 chafariz es foi construído com próprios fundos – Março 2013 lançamento de mais 3** Operacional mas pertence à Comissão de Moradores

Chafarizes construídos com

fundos Euripeus, Dfid ou UNICEF

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74

25 21 30 30 20 12

83

25 13 22 20 23 12

ACAPC Esp. Viva Nasc.

Fonte da Vida

Com. 4 Abril

Mor. Ges. Com.

Renascer Água é Vida

Membros

Ano Origem 2013

Diminuição no nr. de membros:a) perca de interesse de participação nas actividades da associação; b) questão da não remuneração dos postos de direcção; c) saída de membros para outros ramos de actividades for-profit d) existência de conflitos internose) Pagamento de cotas

25%

25%

13%

6%

6%

19%

6%

Actividades

Workshops

C. Sensibilização

C. Limpeza

C. Vacinação

Educação Civico-eleitoral

Outras actividades menos mencionadas:

Venda de águaApoio à formação

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6. MODELOS DE GESTÃO

Modelo LUPP/DWModelo

LUPP/DWAL

Fundo Manutenção

ACA

30%

25% (incentivo)

ACA

EPAL

Zelador

25%

10 %

10%Chafariz

2 Zeladores

AL

Fundo Manutenção

ACA

75% (1as quatro semanas do mês)

25% (última semana do mês)

ACA

EPAL

Zelador

Modelo não contempla manutenção

EPAL acha que ACA já fica com muita %

EPAL acha que AL não tem pq receberChafariz

1 Zelador

Modelo EPAL

Modelo EPAL

Cotas (100-500kz/mês)Membros da direcção e zeladores

Cotas (100-500kz/mês)Membros da direcção e zeladores

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Modelo Associativismo (LUPP)

Modelo Comercial(EPAL)

EPAL 23,520 Kz (30%) 58,800 Kz (75%)Autoridade Local 7,840 Kz (10%) -ACA 7,840 Kz (10%) -Fundo Manutenção do Chafariz

19,600 Kz (25%) -

Zelador 19,600 Kz (25%) 19,600 (25%)Cotas (22 mem/300kz) - 6,600 KzTotal 78,400 kz 85,000 Kz

7. HIPÓTESE – CENÁRIO IDEAL (ÁGUA CORRE TODOS OS DIAS DO MÊS)

Mês de Fevereiro 2013 (28 dias) = 2.800 Kz por dia (DW)

Variáveis a considerar: -A água não corre todos os dias;-Nos dias em que corre a quantidade difere;- Nem sempre corre na última semana do mês (e assim o zelador não recebe) - Nem todos os membros pagam as cotas

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8. IMPACTO DE AMBOS OS MODELOS

Modelo de Associativismo (LUPP/DW)

Modelo ComercialEPAL

Todas as entidades recebem uma contribuição

A ACA tem capacidade para pagar a manutenção do chafarizA ACA tem capacidade para reinvestir os lucros da água em projectos para o desenvolvimento da comunidadeDesenvolve o sentimento comunitário e de associativismo entre os residentes

Não contempla uma pequena remuneração para os membros da direcção - desistência

EPAL fica com a maioria dos fundos

EPAL também não garante a manutenção dos chafarizes – continua a ser responsabilidade da ACA

EPAL também não garante a manutenção dos chafarizes –

EPAL não garante o pagamento do subsídio/incentivo ao zeladorACA não tem qualquer lucro da venda de água – não pode reinvestir na comunidade

EPAL consegue maior lucro para possivelmente investir na extensão da rede

SUSTENTABILIDADE FUTURA?

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9. O QUE DIZEM OS CONSUMIDORES?

Tempo de espera:Augusto Ngangula 4-5 h /diaCombustíves 2 h /diaCom. Bula 2 – 3hrs /diaMoxico 1 – 2hrs /dia

Nr de bidons por dia:Augusto Ngangula 12 por pessoaCombustíves 12 por pessoaCom. Bula 8 por pessoa Moxico 19 por pessoa

Maiores problemas:

“Ainda se espera, mas paga-se menos do que antes e distância é menor”

Tanque » 50kz o bidãoChafariz » 5kz o bidão

90% consumidores não conhece a ACA

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10. PERFIL DO ZELADOR DO CHAFARIZ

Comuna Idade Profissão Tempo como zelador

Subsídio(mês)

Estimativa de venda

Problemas

Kikolo 35 Doméstica 4 anos 6,600 kz 108 Não tem sombra

Sambizanga 23 Comerciante 3 anos 3,750 kz 500 Falta de compreensão consumidor e esgoto danificado

Viana II 19 Estudante 2 anos Sáb e Dom. 200 Falta pressão de água

Hoji-ya-Henda 25 Estudante 9 meses 25% receitas

- -

Outras conclusões:

Dos 7 zeladores entrevistados apenas 1 era homem

Razões dadas para se tornarem zeladores: “ Para ajudar o povo”“ Para ter que comer”“ Porque gosto de conviver com as pessoas”“ Porque não havia mais ninguém”“ Para trabalhar mais de perto com a comunidade”

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11. CONCLUSÕES PRELIMINARES

Modelo de Abastecimento de Água ComunitárioModelo de Abastecimento de Água Comunitário

Infra-estruturaInfra-estrutura Estratégia de recuperação de custos

Estratégia de recuperação de custos

AssociativismoAssociativismo

As pessoas agora têm uma estrutura de abastecimento de água mais próxima

MAS ... -É ainda pouco eficiente- Pressão é pouca- Rupturas nas condutas é constante- Morosidade no esforço da EPAL para resolver questões técnicas

Com o modelo LUPP/DW a ACAPC conseguiu ter fundos para não só reparar os fontanários, como, 10 anos depois, construir outros. Tb investiu em infra-estruturas sociais (creche).

MAS ... Novo modelo usado está a sufocar as ACAs, pois reduziu a sua capacidade de angariação e reciclagem de fundos Modelo põe em causa:Sustentabilidade da ACACapacidade de man. chafarizes

Aumentou o involvimento comunitário

Promoveu cidadania ao nível local

Promoveu espírito de entreajuda

Mas...Corre-se o risco das ACAs se esvaziarem, por falta de motivação dos seus membros.

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OBRIGADA!OBRIGADA!