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Manual para a Preparação de Gás de Aterro Sanitário para Projetos de Energia na América Latina e Caribe Banco Mundial

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Page 1: Manual Preparacao de Gas Aterro Banco Mundial

Manual para a Preparação de Gás de Aterro Sanitário para Projetos de

Energia na América Latina e Caribe

Banco Mundial

Page 2: Manual Preparacao de Gas Aterro Banco Mundial

ÍNDICE LISTA DE FIGURAS ........................................................................... LISTA DE QUADROS ......................................................................... LISTA DE BOXES.............................. ............................................... APÊNDICES ......................................................... ........................... RECONHECIMENTOS.............................................. ............................ SIGLAS E ABREVIATURAS.................................................................. UNIDADES DE MEDIDA, EQUIVALÊNCIAS AOS EUA E FATORES DE CONVERSÃO PREFÁCIO.. EXONERAÇÃO DE RESPONSABILIDADE SUMÁRIO EXECUTIVO.................. .................................................... 1.0 Introdução ao Manual ........................................................................ 1.1 Parte I – Compreensão do Recurso LFG e as Aplicações Potenciais................. 1.2 Parte II - Compreensão das Regulamentações Pertinentes, dos Mercados de Energia e o Financiamento Internacional de Carbono........................................ 1.3 Parte III – Avaliação e Desenvolvimento do LFG para Projetos de Energia........ 1.4 Resultados Esperados.......................................................................... 1.5 Antecedentes.................................................................................... PARTE 1 – COMPREENSÃO DO RECURSO LFG E AS APLICAÇÕES POTENCIAIS....................................................................................... 2.0 Gás de Aterro Sanitário – Compreendendo o Recurso ................................. 2.1 LFG Geração e Fatores da Geração........................................................ 2.2 O Modelo Scholl-Canyon. ................................................... ............. 2.3 LFG Composição ........................................................................... 2.4 Impactos Potenciais do LFG............................................................... 2.5 Benefícios Potenciais do LFG.............................................................. 2.6 Sistema de Coleta do LFG.................................................................. 2.7 Funcionamento do Sistema de Coleta do LFG.......................................... 2.8 AS Melhores Práticas de Gestão para o Funcionamento dos Projetos de LFG Para Maximizar o Potencial de Recuperação de Energia.........................................

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ÍNDICE 3.0 Tecnologias para Utilização do Gás de Aterro Sanitário ............................. 3.1 Aplicações para o Combustível de Grau Baixo.......................................... 3.2 Aplicações para o Combustível de Grau Médio ........................................ 3.3 Aplicações para o Combustível de Grau Alto........................................... 3.4 Processamento do LFG...................................................................... 3.5 Fatores para Seleção da Utilização........................................................ PARTE 2 – COMPREENSÃO DAS REGULAMENTAÇÕES PERTINENTES, DOS MERCADOS DE ENERGIA E O FINANCIAMENTO INTERNACIONAL DE CARBONO......................................................................................... 4.0 Políticas, Legislação, Regulamentação, e Mercados de Energia..................... 4.1 Antecedentes.................................................................................. 4.2 Designações Energia Elétrica Verde, Adequação de GHG e Reduções Aceleradas dos Impostos......................................................................... 4.3 Legislação .................................................................................... 4.4 Mercados para Eletricidade.............. ................................................ 5.0 Políticas, Legislação, Regulamentação Ambiental e para Gestão de Resíduos Sólidos.............................................................................................. 5.1 Órgão Reguladores e Requisitos para Aprovações...................................... 5.2 Propriedade do Aterro Sanitário........................................................... 5.3 Desenho do Aterro e Padrões e requisitos para Operação............................. 5.4 Políticas, Legislação, Regulamentação sobre a Qualidade do Ar............... .... 5.5 Políticas, Legislação, Regulamentação sobre a Qualidade da Água........... ..... 5.6 LFG Projetos como Parte de um Sistema Integrado de Gestão de Resíduos Sólidos........................................................................................ ...... 6.0 Financiamento Internacional de Carbono................................................ 6.1 O Protocolo de Quioto e o Mercado de Carbono....................................... 6.2 O Ciclo do Projeto MDL.................................................................... 6.2.1 Entidades Participantes.......................... ........................................ 6.2.2 Procedimentos do Ciclo de Atividades dos Projetos MDL ........................ 6.3 O Conceito de Adicionamento e os Cálculos da Redução na Emissão ............. 6.4 Processos de Validação/Verificação....................................................... 6.5 LFG Projetos de Utilização e Questões Importantes de Validação/Verificação ..

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ÍNDICE 6.6 Desenvolvimento do Mercado de Carbono ............................................. 6.7 Abordagens para Contratos de Venda de Carbono .................................... 6.8 Questões de Riscos no Financiamento de Carbono .................................. PART 3 – AVALIANDO E DESENVOLVENDO PROJETOS LFGTE ............. 7.0 Fatores de Risco Relacionados aos Aspectos Ambientais, Financeiros e de Manejo de Recursos ...................................................................................... 7.1 Riscos de Disponibilidade de LFG....................................................... 7.2 Riscos da Tecnologia LFG................................................................ 7.3 Riscos da Regulamentação e Aprovação ............................................... 7.4 Fatores de Risco de Mercado/Receita................................................... 8.0 Estudos de Pré-Investimento.............................................................. 8.1 Pré-Viabilidade Técnica ................................................................... 8.2 Acesso a Mercado e Arranjos para Eletricidade/Queima de Gás, Estrutura de Preços e Contrato ............................................................................... 8.3 Cálculos Econômicos para o Projeto.................................................... 8.4 Estrutura do Projeto (Parceiros e Papéis) e Plano de Negócio Preliminar .................................................................. 8.4.1 Direitos ao Recurso LFG Combustível .............................................. 8.4.2 Estratégias para Parcerias .............................................................. 8.4.3 Plano de Negócio Preliminar........................................................... 8.5 Escopo do Estudo de Avaliação de Impacto Social e Ambiental ................... 8.6 Montagem da Equipe do Projeto ........................................................ 8.7 Resumo das Abordagens de Desenvolvimento......................................... 8.8 Lições Aprendidas dos Casos de Estudo das Etapas de Pré-Investimento......... 9.0 Desenvolvimento do Projeto ............................................................. 9.1 Finalizar Arranjos para Parcerias e Plano de Negócio.............................. 9.2 Realizar Avaliação Final do Projeto .................................................... 9.3 Negociar Contrato de Venda de Energia Elétrica e Assegurar Incentivos ...... . 9.4 Assegurar Autorizações e Aprovações ..............................................…. 9.5 Contrato de Engenharia, Licitação e Construção, e de Serviços O&M ...........

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ÍNDICE

9.6 Implementar Projeto e Iniciar a Operação Comercial ............................... 9.7 Monitorar e Avaliar o Desempenho do Contrato e os Impactos do Projeto ..... 9.8 Lições Aprendidas com as Etapas de Desenvolvimento Detalhado dos Estudos de Caso ............................................................................................... Materiais de Referência ........................................................................

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LISTA DE FIGURAS Página

Seguinte FIGURA 2.1 CARACTERIZAÇÃO PRELIMINAR DO ATERRO LFG FIGURA 2.2 EXEMPLO DE CURVAS DE GERAÇÃO DO LFG FIGURA 2.3 ETAPAS TÍPICAS DE PRODUÇÃO DO LFG FIGURA 2.4 CUSTO VERSUS EFICIÊNCIA DE RECUPERAÇÃO FIGURA 2.5 DETALHE TÍPICO DE UM DRENO VERTICAL PARA EXTRAÇÃO DO LFG FIGURA 2.6 DETALHE TÍPICO DE UMA VALA HORIZONTAL DE COLETA DO LFG FIGURA 3.1 OPÇÕES PARA UTILIZAÇÃO DO LFG FIGURA 6.1a FLOWCHART OF CDM PROJECT ACTIVITY CYCLE – ETAPA DE PRÉ-INVESTIMENTO FIGURA 6.1b FLUXOGRAMA DO CICLO DE ATIVIDADES PARA PROJETOS CDM – ETAPA DE IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO FIGURA 8.1a FLUXOGRAMA DO CICLO DE ATIVIDADES PARA PROJETOS LFG – ETAPA DE PRÉ-INVESTIMENTO FIGURA 8.1b FLUXOGRAMA DO CICLO DE ATIVIDADES PARA PROJETOS LFG – ETAPA DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO FIGURA 8.1c FLUXOGRAMA DO CICLO DE ATIVIDADES PARA PROJETOS LFG– ETAPA DE IMPLEMENTAÇÃO, COMISSIONAMENTO E FUNCIONAMENTO DO PROJETO FIGURA 8.2 PACOTE DE GERAÇÃO DE LFG FIGURA 8.3 ETAPA DE PRÉ-INVESTIMENTO DA UTILIZAÇÃO POTENCIAL DO LFG FIGURA 8.4 MONTAGEM DA EQUIPE DO PROJETO

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LISTA DE QUADROS Página

Seguinte QUADRO 2.1 QUESTÕES COMUNS SOBRE O SISTEMA DE COLETA DE LFG E RECUPERAÇÃO DO COMBUSTÍVEL QUADRO 3.1 TECNOLOGIAS PARA UTILIZAÇÃO DO LFG E VARIAÇÕES DO FLUXO TÍPICO/ELETRICIDADE QUADRO 4.1 LISTA DE VERIFICAÇÕES PARA AS POLÍTICAS, LEGISLÇÃO, REGULAMENTAÇÃO E MERCADOS APLICÁVEIS DE ENERGIA QUADRO 4.2 PREÇOS DE ENERGIA PAGOS PELOS DISTRIBUIDORES PARA OS GERADORES DE ELETRICIDADE NO BRASIL QUADRO 5.1 LISTA DE VERIFICAÇÕES PARA AS POLÍTICAS, LEGISLÇÃO, REGULAMENTAÇÃO AMBIENTAIS E DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS APLICÁVEIS QUADRO 8.1 DADOS DO ATERRO CANDIDATO – PROJETO POTENCIAL DE DESENVOLVIMENTO DO LFG QUADRO 8.2 QUADRO DOS DADOS DE INSUMO PARA ATERRO CANDIDATO - PROJETO POTENCIAL DE DESENVOLVIMENTO DO LFG QUADRO 8.3 LISTA DE VERIFICAÇÕES E PROJEÇÕES PRELIMINARES DE CUSTO DO SISTEMA DE COLETA DO LFT EM ATERROS CANDIDATOS QUADRO 8.4 LISTA DE VERIFICAÇÕES E PROJEÇÕES PRELIMINARES DE CUSTO DO SISTEMA DE UTLIZAÇÃO DO LFG EM ATERROS CANDIDATOS QUADRO 8.5 OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO E VARIAÇÕES SOBRE A APLICABILIDADE QUADRO 8.6 AVALIAÇÃO CUSTO/RECEITA – ETAPA DE PRÉ-VIABILIDADE

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LISTA DE QUADROS Página

Seguinte QUADRO 8.7 COMPARAÇÃO DA ETAPA DE PRÉ-VIABILIDADE DOS ESTUDOS DE CASO QUADRO 9.1 COMPARAÇÃO DA ETAPA DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DOS CASOS DE ESTUDO

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LISTA DE BOXES Página

BOX 1 IMPORTÂNCIA DA MODELAGEM DA GERAÇÃO DE LFG & AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DO RECURSO COMBUSTÍVEL BOX 2 IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DO CONDENSADO NO DESEMPENHO DO SISTEMA DE COLETA DE LFG BOX 3 APLICAÇÃO DA TECNOLOGIA DOS MOTORES A PISTÃO BOX 4 ACESSO A, E CONFIRMAÇÃO DOS ÁGIOS NO PREÇO DA ELETRICIDADE ‘VERDE’ BOX 5 IMPORTÂNCIA DA AUTORIZAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DO PROJETO BOX 6 PROPRIEDADE DO CRÉDITO DA REDUÇÃO NA EMISSÃO BOX 7 IMPLICAÇÕES DOS CRÉDIDOS DA REDUÇÃO NA EMISSÃO PARA A VIABILIDADE DOS PROJETOS LFGTE BOX 8 IMPORTÂNCIA DA REVISÃO COM A DEVIDA DILIGÊNCIA DO POTENCIAL DO RECURSO LFG BOX 9 NEGOTIATING ENERGY SALES CONTRACT CONDITIONS BOX 10 ESTUDOS DE PRÉ-VIABILIDADE PARA UM PROJETO DEMONSTRATIVO NO MÉXICO BOX 11 IMPORTÂNCIA DA DISPONIBILIDADE DE PEÇAS E DA MANUTENÇÃO REGULAR BOX 12 SELEÇÃO DA ABORDAGEM DE DESENVOLVIMENTO BOX 13 RETSCREEN INTERNACIONAL BOX 14 PARCEIROS MÚLTIPLOS E COMPLEXIDADE PARA O FINANCIAMENTO DO PROJETO BOX 15 IMPORTÂNCIA DE ACORDOS CONTRATUAIS E ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS CLARAS E CONCISAS

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APÊNDICES APÊNDICE A COMPONENTES DO SISTEMA DE COLETA DE GÁS DE

ATERRO SANITÁRIO APÊNDICE B DOCUMENTO CRITÉRIOS PARA CERTIFICAÇÃOCCD-003 APÊNDICE C ESBOÇOS PARA OS PRINCIPAIS TERMOS DE ACORDO

PARA OS CONTRATOS NECESSÁRIOS PARA EXECUTAR PROJETOS DE GESTÃO DE LFG

OS ESTUDOS DE CASOS SEGUINTES RELATIVOS AO GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA ENERGIAS SÃO PUBLICADOS EM EDIÇÃO SEPARADA ANEXO A NOVA GERAR, ESTUDO DE CASO DO BRASIL ANEXO B MONTERREY, ESTUDO DE CASO DO MÉXICO ANEXO C eTHEKWINI, ESTUDO DE CASO DA ÁFRICA DO SUL (3 ATERROS) ANEXO D WATERLOO, ESTUDO DE CASO DO CANADÁ ANEXO E ESTUDO DE CASO CHILENO (4 ATERROS) ANEXO F ESTUDO DE CASO DA LATVIA (2 ATERROS) ANEXO G ESTUDO DE CASO DA POLÔNIA (4 ATERROS) ANNEX H ISTAMBUL, ESTUDO DE CASO DA TURQUIA

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RECONHECIMENTOS O Manual foi preparado por Conestoga Rovers & Associates (Waterloo, Ontario, Canadá) em nome do Banco Mundial como um elemento importante nos seus programas de apoio ao desenvolvimento de sistemas de manejo de lixo moderno e sustentável na LAC e no Caribe. O apoio financeiro foi dado através dos fundos fiduciários canadenses através da Agência Canadense de Desenvolvimento Internacional (CIDA) e pelo Programa de Assistência de Gestão do Setor Ambiental (ESMAP). O ESMAP auxilia o desenvolvimento, teste e divulgação das abordagem de gestão do LFG. Um componente do recurso ESMAP foi alocado para a preparação desse Manual e dos casos de estudo associados das experiências com os sistemas de Gestão do Gás de Aterro Sanitário (LFG) e Gás de Aterro Sanitário em Energia (LFGTE) na LAC e em cidades selecionadas em outras regiões. Horacio Terraza foi o Gerente do Trabalho do Banco Mundial para o projeto, auxiliado por Andrea Semaan, Gloria Leiva e Erica Felix. Kulsum Ahmed forneceu apoio e visão para desenvolver o conceito original e os quadros de referência para o desenvolvimento do Manual. Mr. Carl Bartone forneceu o seu incentivo, visão e comentários para desenvolver o Manual de uma maneira que o torna uma ferramenta útil para incentivar e apoiar o desenvolvimento de projeto LFG e LFGTE na LAC e no Caribe. Sandra Greiner, Franck Lecocq, e Johann Heister forneceram comentários e visões valiosas para o Manual a partir da perspectiva do Fundo Protótipo de Carbono. Uma série de estudos de caso foi escrita para o Banco Mundial para apoiar e fornecer exemplos de projetos representativos dos projetos LFG e LFGTE. Visão e apoio valioso foi dado pelos autores dos estudos de caso incluindo: Dr. Robert Eden of The Barclay Centre (Turquia); Mr. J.H. Penido Monteiro (Brasil); Mr. Quentin Hurt e Mia Antoni of Ecoserv (África do Sul); Dr. Hans Willumsen da LFG Consultant (Latvia e Polônia); Frederick Mosher e Meagan Wheeler da Conestoga Rovers & Associates (Canadá); Avila Rueda (México), e Dr. Sebastian Valdes (Chile). O manual se beneficiou enormemente dos insumos recebidos numa sessão de uma grande oficina realizada em Monterey, México. A presença e a participação ativa dos participantes na oficina são apreciadas e qualquer comentário feito no esboço do Manual foi incorporado no documento final.

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SIGLAS E ABREVIATURAS AE Entidades Solicitantes CDM Mecanismo de Desenvolvimento Limpo CER Reduções Certificadas na emissão CH4 Metano CIDA Agência Canadense de Desenvolvimento Internacional CO2 Dióxido de Carbono COP/MOP Conferência das Partes /Reunião das Partes DOE Entidades Operacionais Nomeadas DNA Autoridade Nacional Nomeada EB Diretoria Executiva eCO2 Dióxido de carbono equivalente (essa é a moeda para a discussão das

reduções na emissão de GHG) EIT Economias em Transição ELECTROBRAS Empresa de energia elétrica do governo brasileiro, composta por

um consórcio de grandes geradores de eletricidade ERs Reduções na Emissão (nem sempre GHGs) ERU'S Unidades da redução na emissão ERPA Acordo de compra das reduções nas emissões ESMAP Programa de Assistência de Gestão do Setor Ambiental GHG Gás de Efeito Estufa (observar que existem diversos, mas os equivalentes

ao dióxido de carbono são a moeda corrente usada para avaliação) GWP Potencial de Aquecimento Global H2S Hidróxido de Enxofre Handbook Manual para a Preparação de Gás de Aterro para Projetos de Energia HCA Acordo com o País Anfitrião IC&I Industrial, comercial e institucional (categoria dos tipos de lixo) IPP Produtores independentes de energia elétrica IRR Taxa Interna de Retorno IPCC Painel Internacional sobre a Mudança do Clima

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SIGLAS E ABREVIATURAS JI Implementação conjunta k Constante usada na modelagem de LFG kWh Kilowatt hora LAC América Latina e o Caribe LBT Tecnologia de biodigestor em Aterro Sanitário LDC País em desenvolvimento tardio LFG Gás de Aterro Sanitário LFGTE Gás de Aterro Sanitário para Energia MSW Resíduo Sólido Municipal MW Megawatt NGO Organização Não-Governamental O2 Oxigênio O&M Operação e Manutenção PCF Fundo Protótipo de Carbono PDR Relatório Preliminar de Desenho PP Participantes do projeto ppb Partes por bilhão (usado para definir as concentrações de gás e líquido) ppm Partes por milhão (usado para definir as concentrações de gás e líquido) PROINFA Programa para incentivar fontes alternativas de energia elétrica o Brasil PVM Protocolo de validação preliminar ROI Returno sobre o Investimento SP Subprojeto UNFCCC Convenção Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima U.S. EPA Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos

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UNIDADES DE MEDIDAS, EQUIVALÊNCIAS AOS EUA E FATORES DE CONVERSÃO

Unidade de Medida Conversão em equivalente dos EUA 1 milímetro (mm) 0.039 polegada (in) 1 metro (m) 3.281 pés (ft) 1 m3/hora (m3/h) 0.589 ft3/minuto (cfm) 1 hectare (ha) 2,471 acres 1 tonelada 1.102 tonelada curta 0 grau Celsius (°C) 32 graus Fahrenheit (°F) 1 mega watt (MW) 3.412.141,635 Btu/hora

Observação: Todos os montantes monetários mencionados no texto estão expressos em dólares dos Estados Unidos (US$), exceto se de outra forma especificamente mencionado.

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PREFÁCIO Esse Manual foi desenvolvido para o Banco Mundial facilitar o desenvolvimento da gestão do gás de aterro sanitário (LFG) e gás de aterro sanitário para projetos de energia (LFGTE) na América Latina e Caribe (LAC). O Banco Mundial e o ESMAP embarcaram num projeto para incentivar as iniciativas de gestão do LFG na região da LAC para possibilitar aos interessados reconhecer a demanda potencial para os investimentos em LFG e o fornecimento correspondente de energia elétrica e das reduções na emissão de carbono. Há um potencial emergente para os projetos de gestão do LFG para criar iniciativas que melhorarão o desenho e o funcionamento dos aterros sanitários, além de um benefício adicional que forneceria uma fonte de energia “verde” para a vizinhança do aterro. O projeto do Banco Mundial /ESMAP, no geral, focaliza o lada da equação da gestão do LFG, nomeadamente: • documentação das experiências existentes na LAC em cidades selecionados alhures; • avaliar os obstáculos atuais para aumentar a captura e queima ou utilização do LFG • identificação das condições mínimas e os arranjos institucionais preferidos para os projetos de gestão e utilização de LFG bem sucedidos; • desenvolvimento de atividades de divulgação para incentivar essa atividade não convencional ambientalmente sólida • contribuir com a implementação de uma abordagem regional visando a redução das emissões de metano e para desenvolver as oportunidades de comercialização do carbono. A iniciativa do Banco Mundial no geral tem uma abordagem por etapas. A primeira etapa visa auxiliar os países clientes da LAC a compreender melhor as melhores práticas, os modelos de negócios e os arranjos para o desenvolvimento de fontes de energia não-convencionais nos grandes aterros sanitários da região da LAC através dos sistemas de recuperação e utilização do LFG. Espera-se que esse Manual seja utilizado por aqueles que são proprietários, operam, realizam trabalho de engenharia e regulam os locais de aterro sanitário na LAC como mapa da via para a avaliação de projetos candidatos e para iniciar o desenvolvimento de projetos de gestão do LFG. O Manual tem a intenção de ser um guia prático que usa informações de referência e uma série de ferramentas instrutivas para educar, orientar e estabelecer uma base para a tomada de decisões, avaliação técnica de viabilidade, avaliação econômica e de mercado sobre todos os aspectos necessários para o desenvolvimento bem sucedido de projetos de gestão do LFG. Embora esse Manual seja voltado para a região da LAC, os princípios podem ser aplicados a qualquer região do globo com ajustes de alguns parâmetros para levar em consideração as diferenças climáticas e geográficas bem como os fatores econômicos e as influências locais.

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EXONERAÇÃO DE RESPONSABILIDADE © XXXX The International Bank for Reconstruction and Development / The World Bank 1818 H Street, NW Washington, DC 20433 Telefone 202-473-1000 Internet www.worldbank.org E-mail [email protected] Todos os direitos reservados. Os dados, as interpretações e conclusões aqui expressas são as do(s) autor(es) e não refletem necessariamente a visão da Diretoria Executiva do Banco Mundial ou dos governos que ela representa. O Banco Mundial não garante a exatidão dos dados incluídos nesse trabalho. As linhas de fronteiras, cores, denominações e outras informações apresentadas em qualquer mapa desse trabalho não implicam em juízo de qualquer espécie pelo Banco Mundial em relação à situação legal de qualquer território ou o endosso ou aceitação de tais fronteiras. DIREITOS E AUTORIZAÇÕES

O material nesse trabalho está sob direito autoral. Copiar ou transmitir partes de ou todo o trabalho sem a devida autorização poderá ser violação da lei aplicável. O Banco Mundial incentiva a divulgação do seu trabalho e, normalmente, concede rapidamente a autorização. Para autorização para fotocópias ou re-imprimir qualquer parte desse trabalho, favor enviar solicitação com informação completa para Copyright Clearance Center, Inc., 222 Rosewood Drive, Danvers, MA 01923, USA, telefone 978-750-8400, fax 978-750-4470, www.copyright.com. Todas as questões sobre direitos e licenças, incluindo os direitos subsidiaries, devem ser dirigidas para Office of the Publisher, World Bank, 1818 H Street NW, Washington, DC 20433, USA, fax 202- 522-2422, e-mail [email protected].

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SUMÁRIO EXECUTIVO A região da América Latina e Caribe (LAC) é altamente urbanizada; em média, 75 por cento de seus 500 milhões de habitantes vivem em cidade, principalmente nas grandes cidades, o que leva a concentração de resíduos sólidos e aos problemas correspondentes de manejo desses resíduos. Muitas cidades da LAC ainda jogam os seus resíduos sólidos em locais abertos criando problemas com a contaminação da superfície e do lençol freático por chorume e com a emissão de gás de aterro sanitário (LFG) para a atmosfera. O LFG é composto, aproximadamente, em 50 por cento de metano e 50 por cento de dióxido de carbono e é, portanto, considerado um gás de efeito estufa (GHG) poderoso. As cidades mais importantes e prósperas na LAC começaram a melhorar a prática da disposição dos resíduos sólidos e introduziram aterros sanitários. Não obstante a tendência a aterros sanitários na LAC, somente poucas cidades no Chile e no Brasil coletam ativamente o GHG e utilizam o valor energético inerente ao GHG ou estão planejando fazê-lo (com apoio do Fundo Global do Meio-Ambiente-GEF), como em Monterrey, no México, e em Maldonado, no Uruguai. Em contraste com esse uso benéfico limitado do GHG, a experiência na América do Norte e na Europa é a existência de várias centenas de projetos de gestão de gás de aterro sanitário (LFG) e de gás de aterro sanitário para energia (LFGTE) e outros muitos surgindo nessa linha a cada ano. Assim, há uma significativa oportunidade para aumentar a recuperação de LFG e a utilização de aterros sanitários na LAC, desde que existam as condições de mercado apropriadas. A receita gerada por projetos de gerenciamento de LFG pode proporcionar um grande incentivo para melhorar o desenho e operação dos aterros sanitários e fazer avançar o sistema de gerenciamento de lixo em cidades da LAC. A gestão do LFG poderia ser realizada e colocada em prática com êxito na maior parte dos aterros sanitários na LAC e no Caribe. O custo de capital para a coleta e infraestrutura de utilização do LFG, e o início dos mercados de carbono e de energia renovável tornam o desenvolvimento desses projetos mais aplicável a aterros sanitários grandes e profundos (geralmente maiores do que 1 milhão de toneladas de lixo com uma profundidade de mais de 15 metros). No entanto, cada projeto potencial de gestão do LFG deveria ser avaliado com base nas condições locais, incluindo as condições no aterro sanitário, a oportunidade de vender créditos de carbono, o preço da energia, os créditos tributários disponíveis e os incentivos verdes disponíveis. Os projetos de manejo de LFG menores se tornam muito mais viáveis à medida que o valor das CERs e dos produtos de energia aumenta. Na Europa, a cobrança da energia pode apoiar projetos instalados de menos de 0,5 MW e menos de 1 milhão de toneladas de lixo. É necessário que um projeto de LFGTE possa ser interligado a uma grade de energia urbana ou a uma rede de distribuição de gás ou esteja perto de um usuário final adequado de energia. No caso das condições da LAC, isto possibilitaria as mais promissoras aplicações para as cidades grandes e de tamanho médio. Na LAC, existem atualmente 117 cidades com uma população maior do que 500 mil pessoas. Juntas, essas cidades perfazem uma população total de 225 milhões de habitantes e uma taxa de geração de lixo em torno de 74 milhões de toneladas de resíduos sólidos por ano. Presumindo que a metade dessas cidades preenchesse os critérios gerais para projetos de LFGTE viáveis, há o potencial de gerar o equivalente a mais de 800 MW de energia elétrica. Esta estimativa presume uma taxa estável de geração de lixo e 35 por cento de eficiência na conversão para energia, ambas são premissas conservadoramente baixas para a LAC.

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De igual e possivelmente maior importância é o potencial para atingir reduções da emissão anual de mais de 40.000.000 de toneladas equivalentes de dióxido de carbono (eCo2) por ano. À medida que o mercado internacional de carbono evolui, o incentivo para gerar reduções na emissão através da captura e uso do LFG será elevado nas cidades da LAC. Há benefícios potenciais na redução das emissões associadas à redução na emissão de LFG na atmosfera, mas também benefícios adicionais da redução da emissão podem ser obtidos por meio do deslocamento do uso do combustível fóssil se o LFG for utilizado por seu valor energético inerente. Atualmente, o mercado internacional de carbono está em seus primórdios e ainda há incerteza sobre o valor futuro das reduções de emissão geradas por projetos de gestão de LFG. No entanto, as projeções atuais do valor das reduções na emissão de parte dos aterros sanitários da LAC poderiam exceder a USD$100 milhões por ano. A composição do lixo é o fator mais importante na determinação do potencial de geração de LFG a partir de um aterro sanitário. O volume potencial de LFG depende da quantidade e do tipo de conteúdo orgânico dentro da massa do lixo (Environment Canadá, 1996) já que a decomposição de resíduos orgânicos é a fonte de todo o LFG produzido. Outros fatores chaves que influenciam a taxa de produção de LFG incluem: teor de umidade, conteúdo de nutriente, conteúdo de bactéria, nível de pH; temperatura; e as características de desenho e funcionamento do local no aterro sanitário. As avaliações da geração do LFG são baseadas numa variedade de técnicas de modelagem de LFG e em programas de teste de produção no campo. A modelagem do LFG é dependente do insumo modelo incluindo dados de insumo como as quantidades anuais de resíduos no local, despejo estimado de resíduos, composição do resíduo, teor de umidade e clima. Os dados do teste de bombeamento de LFG podem ser usados em conjunto com a modelagem de LFG para demonstrar as atuais qualidade e quantidade de LFG bem como para apoiar projeções futuras do recurso. Todas as instalações de utilização do LFG requerem um sistema de coleta do gás eficazmente projetado e operado que proporcione um fornecimento de combustível confiável. Os principais objetivos para o efetivo controle do LFG são compatíveis com os objetivos de utilização do gás. Embora a ênfase nos vários objetivos possa variar com base em condições específicas da obra e da localização, os objetivos coletivos para esses dois sistemas são: * proteger contra emissões de mau cheiro; * proteger contra impactos de migração de gás através dos solos nativos para prédios e para os serviços; * impedir quaisquer agudas preocupações localizadas sobre qualidade do ar associadas às emissões de LFG; * reduzir emissões de GHG à atmosfera; e * otimizar a recuperação de LFG para uso como combustível ou produto de energia. Ambos os sistemas de coleta e utilização de LFG deveriam ser capazes de cuidar do teor de alta umidade inerente ao LFG, o que tipicamente pode causar sérias questões operacionais que podem limitar a capacidade de extrair e/ou usar o LFG eficazmente. Dependendo da aplicação, o LFG bruto pode requerer algum grau de processamento de gás antes de ser utilizado para atender a essas preocupações.

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A extração e a utilização do LFG requerem diligência permanente através de toda a vida útil de um projeto por causa da natureza heterogênea do resíduo que produz o LFG e das características mutantes do LFG com o tempo. Portanto, os projetos de gestão de LFG são, de alguma forma, mais sensíveis do que os típicos projetos de infraestrutura e precisam ser operados e gerenciados com cuidado. A recuperação do recurso combustível é, na maioria dos casos, uma atividade secundária numa grande área de manejo de resíduo. A compreensão deste fator é crítica para o êxito de um projeto. É crítico para o sucesso da indústria de gerenciamento de LFG que as operações e a interação com as atividades de gerenciamento de resíduo para cada obra em potencial sejam consideradas como cruciais ao desempenho eficaz e bem sucedido dos sistemas. Ao se determinar a viabilidade de um projeto, não é só importante considerar as opções técnicas para o projeto, mas também analisar os mercados potenciais e a legislação relacionada para assegurar que o projeto seja economicamente viável. O Manual proporciona um sumário dos materiais de referência pertinentes que são, então, usados como a base para a integração dos modelos comerciais e financeiros com os dados de insumo apropriados e a informação específica para projetos de gestão de LFG. Os governos podem influenciar significativamente a gestão do LFG e o desenvolvimento de projeto de LFGTE por meio do uso da estrutura tributária que encoraje a inovação e o desenvolvimento de projeto. O acesso competitivo ao mercado e aos consumidores de energia é um fator adicional, particularmente para se ter um projeto de LFGTE bem sucedido. Alguns países na LAC, como a Argentina, têm um mercado de energia muito competitivo com privatização em andamento. A oportunidade para os consumidores escolherem energia verde, e os incentivos monetários para comprar esta energia, se soma aos incentivos financeiros que podem ajudar a tornar financeiramente viáveis os projetos de LFGTE. O Protocolo de Quioto estabeleceu a racionalidade e os objetivos pretendidos para uma estratégia na redução global das emissões. Ao se avaliar um projeto potencial de gestão de LFG é crucial que se esteja consciente de todos os regulamentos atuais e pendentes do setor energético e ambiental que potencialmente poderiam afetar a viabilidade do projeto. Questões proeminentes no desenvolvimento da política de resíduos sólidos incluem: * redução de resíduos; * maximização da reutilização de resíduo e reciclagem; * incentivo à deposição e ao tratamento de resíduos ambientalmente saudáveis; e * extensão de serviços de lixo. Os mercados internacionais de carbono ainda estão em desenvolvimento e em evolução. O valor futuro das reduções de emissão gerado pela gestão do LFG é especulativo. No entanto, com o desenvolvimento do ciclo de projeto do CDM (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo) na UNFCCC (Convenção Quadro da ONU sobre Mudança do Clima), pode haver formas para obter valor de projetos de gestão de LFG como um incentivo para melhorar o desenho e o funcionamento de aterro sanitário. Como um benefício adicional, o desenvolvimento deste mercado poderia suplementar também os projetos de LFGTE para torna-los mais viáveis financeiramente.

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Os projetos de gestão de LFG são parte de uma política integrada e sustentável de manejo do lixo e atuam para reduzir as emissões de GHG a partir do aterro sanitário. Ao introduzir um mecanismo de incentivo financeiro no sistema de manejo do lixo, ele pode ajudar no melhoramento do desempenho global do sistema. Ainda que uma estratégia agressiva para recuperação e utilização do LFG se justifique, o êxito dependerá em se ter uma boa capacitação local no manejo do lixo urbano juntamente com estruturas de política nacional eficazes de energia não-convencional e de manejo ambiental, e para o comércio de carbono. Normalmente, espera-se que os projetos de gestão de LFG operem além de vinte anos para permitir a viabilidade financeira do projeto. Cada projeto precisa ser analisado separadamente para determinar as circunstancias particulares da obra do projeto potencial. A expansão e a manutenção do campo do dreno e do bombeamento para coletar o gás é uma responsabilidade permanente que precisa ser claramente definida para proteger e garantir os fluxos de receita. Uma compreensão de como a obra do aterro sanitário é construída e operada é também necessária para determinar a natureza, o escopo e os custos de um sistema para coletar LFG como fonte de combustível. Este fator algumas vezes não recebe a atenção e prioridade que merece. Simplesmente dito, é necessário compreender quanto LFG provavelmente está sendo gerado, mas também é importante compreender as condições físicas no aterro para determinar a capacidade de coletar eficazmente o combustível de LFG para uma longa vida útil do projeto. O principal elemento do custo de capital de um projeto de LFGTE proposto é o equipamento e as instalações para usar o LFG como um recurso de energia. Como ilustração, o Manual usará, como um exemplo, a conversão do LFG em energia elétrica para venda à rede de energia respectiva. Ao utilizar toda a informação proporcionada no Manual, uma equipe de projeto para um projeto potencial num local candidato deveria ser equipada com informação e conhecimento de referência para avaliar o potencial de um projeto de gestão de LFG. Qualquer avaliação econômica realizada deveria ser baseada em análises de um ciclo de vida completo para o local candidato e para o projeto potencial. O manual proporciona a informação observada acima num formato que visa a proporcionar um documento de referencia adaptado ao usuário para auxiliar uma equipe de projeto de local especifico que esteja contemplando o desenvolvimento de um projeto de gerenciamento de LFG na LAC. O Banco Mundial e os autores do manual tentaram tornar este documento uma ferramenta de referencia de ampla base para proporcionar algumas necessidades de fundo e informação para auxiliar os empreendedores, agências, governos e outros no estabelecimento de avaliações e desenvolvimento de projetos de gerenciamento de LFG. O uso deste manual não visa a tomar o lugar ou assumir a responsabilidade de uma revisão com a devida diligencia do local especifico e do plano de negócio para um projeto candidato.

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Introdução ao Manual O uso bem sucedido deste Manual depende da provisão de uma base de informação em todos os aspectos dos sistemas de gestão e de utilização de LFG para aterros sanitários e uma forte compreensão comercial-financeira desses projetos específicos aos mercados da LAC. Para alcançar esses objetivos, o Manual foi organizado e apresentado em três partes distintas, cada qual composta de numerosas seções. A Seção 1 proporciona uma introdução ao formato global do Manual e uma breve descrição das Seções que compreendem Parte I, Parte II e Parte III. Proporciona também à equipe prospectiva um resumo da informação esperada, necessária para levar o projeto à Fase de Execução do Contrato. 1.1 Parte I – Compreensão do Recurso LFG e das Aplicações

Potenciais A Parte 1 é formada de seções que permitem ao leitor obter uma compreensão técnica do recurso LFG e do uso potencial do combustível e está organizada para proporcionar uma compreensão básica tanto do recurso de LFG como de todos os elementos. A Parte 1 visa ser amplamente aplicável em todos os projetos potenciais dentro da LAC. A extensão dos materiais discutidos será, se necessário, bastante ampla e haverá algum presumido pré-conhecimento para usuários do Manual. Materiais de referencia que proporcionam referência mais detalhada em relação a tópicos individuais apresentados no Manual serão identificados para os leitores que possam requerer informação adicional em relação a materiais subjetivos específicos. A Parte 1 do Manual compreende as seguintes duas Seções: Seção 2: Gás de Aterro Sanitário – Compreensão do Recurso; e Seção 3: Tecnologias de Utilização do Gás de Aterro Sanitário. 1.2 Parte II – Compreensão dos Regulamentos Pertinentes, dos Mercados de

Energia e do Financiamento Internacional do Carbono. A Parte II trata das políticas de energia e do meio-ambiente, os regulamentos e os atuais mercados de energia. Ela também proporciona uma visão das políticas que ajudam a mitigar os problemas ambientais e sociais resultantes das praticas de manejo de resíduo sólido existentes e para implementar sistemas que minimizam as questões potenciais futuras. A legislação para o gerenciamento de resíduo sólido precisa equilibrar a proteção e conservação com controles excessivos que inibem o desenvolvimento econômico. Esta parte também examina mecanismos do Protocolo de Quioto para o desenvolvimento dos mercados de carbono que poderiam beneficiar paises da LAC. A Parte II compreende as seguintes Seções:

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Seção 4: Políticas de Energia, Legislação, Regulação e Mercados; Seção 5: Políticas Ambientais, Legislação e Regulação; e Seção 6: Financiamento Internacional do Carbono. 1.3 Parte III – Avaliação e Desenvolvimento de LFG para Projetos de Energia Depois da revisão e assimilação dos materiais fornecidos nas Parte I & II, espera-se que o leitor terá uma apreciação de todos os fatores e insumos que precisarão ser considerados para o desenvolvimento de uma avaliação de viabilidade de um projeto especifico e um caso comercial para um projeto de gestão de LFG. A formação apresentada nas Partes I e II não visa a ser especifica a um local ou país, mas enfoca a preparação do leitor com a compreensão e fundamento pertinentes para permitir que um projeto seja avaliado. Espera-se que o Manual será usado por todos os setores da indústria e possa ser usado por membros individuais da equipe do projeto com áreas de interesse e experiência diferentes para ajudar a identificar questões chaves que precisam ser consideradas em cada projeto. A Parte III do Manual apresenta os enfoques possíveis e a informação necessária para a avaliação de projetos de gestão de LFG nas obras de aterro sanitário, além de proporcionar orientação especifica para a avaliação e para o desenvolvimento de um projeto especifico na LAC. Os estudos de pré-investimento que constituem coletivamente o estudo de viabilidade e a avaliação de mercado para um projeto prospectivo são apresentados em detalhes. Depois de completar as atividades e estudos como descritos no Manual, a viabilidade de um projeto potencial e sua estrutura comercial básica podem ser estabelecidas, sujeitas a verificação da informação e as presunções que possam ter sido usadas para a analise. Um projeto que tenha preenchido os requisitos seguiria então para a etapa do desenvolvimento detalhado. Essencialmente, esta fase usará a informação que tenha sido reunida e a desenvolverá como base para a execução de contrato para todos os diversos acordos que serão necessários para realizar um projeto especifico. A Parte III compreende as seguintes seções: Seção 7: Fatores de Risco Relacionados aos Aspectos Ambientais, Financeiros e de Gestão de Recurso dos Projetos de Manejo de LFG; Seção 8: Estudos de Pré-investimento; e Seção 9: Desenvolvimento de Projeto. 1.4 Resultados Esperados Depois de completar a abrangência do trabalho apresentado neste Manual, espera-se que o leitor estará numa posição de ser capaz de:

• compreender as características do recurso, culminando especificamente numa projeção da quantidade-qualidade da geração de LFG no decorrer do tempo;

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• desenvolver uma compreensão das políticas especificas de energia da jurisdição e avaliar suas implicações para o projeto e o valor de mercado dos produtos de energia aplicáveis;

• desenvolver uma compreensão de quaisquer políticas ou regulamentações ambientais que possam constituir restrições ao projeto;

• realizar uma avaliação de valor de mercado e analises de sensibilidade para as varias opções que utilizam o LFG a partir da obra especifica;

• desenvolver um design conceitual para a captura do LFG e sistema de destruição ou utilização para o enfoque preferido para a obra especifica;

• desenvolver estimativas preliminares de capital e custo operacional para construir, operar e manter o sistema proposto;

• identificar e avaliar todas as autorizações e aprovações que possam ser necessárias para construir e operar a instalação proposta;

• desenvolver um cronograma preliminar de projeto; • desenvolver uma estrutura de negócio e plano financeiro para implementar o

projeto potencial; • identificar todos os outros critérios e restrições que possam existir para um

projeto especifico; e • compreender os princípios dos direitos condicionais ao LFG na obra especifica

para permitir que o projeto prossiga à etapa seguinte. Espera-se que o leitor e a organização representada possam precisar obter apoio e experiência em varias áreas necessárias para assumir a gestão do LFG, particularmente projetos de LFGTE. No entanto, o Manual deveria ser uma ferramenta inestimável para auxiliar na identificação de áreas de apoio que sejam necessárias e para o enquadramento do escopo dos serviços ou da natureza de quaisquer parceiros que possam ser necessários para avaliar a viabilidade de um projeto prospectivo na LAC. 1.5 Antecedentes A região da LAC é altamente urbanizada com 75 por cento de seus 500 milhões habitantes, em média, morando em cidades, principalmente cidades grandes, levando assim à concentração de resíduos sólidos e correspondentes problemas de manejo dos resíduos. Muitas cidades da LAC jogam os resíduos sólidos do munícipio (MSW- Municipal Solid Waste) em lixões abertos, criando problemas de contaminação por chorume da superfície e do lençol freático, e a liberação de LFG para a atmosfera, incluindo volumes significativos de metano, um poderoso GHG. As cidades mais importantes e prósperas na LAC começaram a melhorar as práticas de disposição dos resíduos sólidos e introduziram aterros sanitários. Não obstante a tendência na LAC por aterros melhorados, somente algumas poucas cidades na LAC coletam ativamente o LFG e utilizam o valor energético inerente ao LFG ou estão planejando faze-lo (com apoio do GEF) como em Monterrey, México, e Maldonado, Uruguai. Em contraste com esse uso benéfico limitado do LFG na LAC, a experiência na América do Norte e Europa é de que existem varias centenas de usinas de LFG visando a recuperação e utilização de energia ou queima como manejo do LFG, além de muitas mais usinas estarem surgindo a cada ano. Assim, há uma oportunidade significativa para aumentar a utilização e recuperação de LFG nos aterros na região da LAC, desde que existam as condições de mercado apropriadas, ou que possam ser desenvolvida.

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A coleta e a utilização de LFG viável é normalmente limitada a grandes e profundos aterros (por exemplo, acima de 1 milhão de toneladas de resíduos instaladas com uma profundidade de mais de 15 metros), no entanto as condições para cada obra precisam ser analisadas individualmente em relação à venda potencial de créditos de carbono, fixação de preço de energia, créditos tributários e outros incentivos ^verdes^ que possam estar disponíveis. Para projetos de LFGTE, é também necessário que exista o potencial para ligar o projeto de LFG a uma rede de energia urbana ou rede de distribuição, ou esteja perto de algum usuário final de energia (a construção de um gasoduto com esse objetivo especial é, normalmente, limitada a 3 km). No caso da LAC, isto limitaria aplicações promissoras de LFGTE às cidades grandes e intermediarias. Na LAC, há atualmente 117 cidades com população superior a 500 mil habitantes, com um total de 225 milhões de habitantes e atualmente gerando cerca de 74 milhões de toneladas por ano de resíduos sólidos que é depositado em locais identificáveis. Presumindo que metade dessas cidades preenchesse os critérios gerais acima para projetos de LFGTE viáveis, há o potencial de gerar o equivalente a mais de 800 MW de energia elétrica (presumindo condição estável e eficiência de conversão de 35 por cento). De igual ou possivelmente maior importância é o potencial para atingir reduções anuais nas emissões de mais de 40.000.000 de toneladas de equivalente dióxido de carbono (eCO 2) anuais. À medida que o mercado de carbono evolui, o incentivo para gerar créditos de redução na emissão a partir da captura e do uso de LFG será elevado nas cidades da LAC. Não haveria somente os benefícios pela redução do GHG por meio da redução das emissões de metano para a atmosfera, e para projetos de LFGTE também pela substituição de combustível fóssil que seria utilizado, de outra forma, para objetivos de energia. O mercado internacional de carbono potencial na LAC, a partir da exploração de LFG, poderia exceder substancialmente a US$100 milhões por ano. Enquanto se justifica uma estratégia agressiva para a recuperação e utilização de LFG na região, o êxito dependerá de se ter boa capacitação local para o manejo de resíduos urbanos juntamente com as estruturas de política nacional eficazes para gerenciamento ambiental e de energia não convencional, e para o comercio de carbono. Uma série de estudos de caso de LFGTE está sendo oferecida como Anexos ao Manual. Esses estudos de caso preparados independentemente serão usados para ajudar a ilustrar conceitos, restrições e metodologias que possam ter sido usadas com êxito para desenvolver projetos de LFGTE ao redor do mundo. O desenvolvimento de LFG como recurso se baseia pesadamente na operação e manutenção do projeto para alcançar sucesso. A extração e a destruição ou a utilização de LFG requerem diligência por causa da natureza heterogênea do resíduo que produz o LFG e pelas características mutantes do LFG no decorrer do tempo. Portanto, projetos de gestão de LFG são de alguma forma mais sensíveis do que os típicos projetos de infraestrutura e precisam ser operados e gerenciados cuidadosamente. A recuperação do recurso combustível é, na maioria dos casos, uma atividade secundária numa grande área de manejo de resíduos. A compreensão deste fator é crucial para o êxito de um projeto. É crucial para o sucesso da indústria de gestão do LFG que a fase de operações dos projetos e a interação com as atividades de manejo do lixo para cada local proposto sejam consideradas como crucial para o desempenho dos sistemas.

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PARTE 1 – COMPREENDENDO O RECURSO DO GÁS DE ATERRO SANITARIO E AS APLICAÇÕES POTENCIAIS

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Gás de Aterro – Compreendendo o Recurso

2.1 Geração de LFG e Fatores de Geração O LFG é gerado como resultado de processos físicos, químicos e microbiológicos que ocorrem dentro do material refugado. Os processos microbiológicos governam o processo de geração do gás dada a natureza orgânica da maior parte dos resíduos (Christensen, 1989). Esses processos são sensíveis ao meio-ambiente e, portanto, há numerosas condições naturais e antrópicas que afetarão a população microbiológica e, dessa forma, a taxa de produção do LFG. Estudos de curto prazo feitos em aterros de tamanho grande, usando dados de testes de produção de LFG, indicam uma amplitude de produção de LFG entre 0,05 e 0,40 m3 de LFG por quilograma de resíduo instalado colocado num aterro (Ham,1989). A massa de resíduo é responsável por tanto os materiais sólidos (75-80% da massa) quanto a umidade (20-25% da massa). Esta porcentagem é uma função do conteúdo orgânico do resíduo que é colocado no aterro. Esta quantidade de valores de produção de LFG pode à primeira vista não parecer grande. No entanto, usando a população base na LAC e o valor de combustível do LFG, a quantidade anual do combustível de LFG é equivalente a dezenas de milhões de metros cúbicos de gás natural cada ano. O típico gás natural apropriado a gasoduto tem aproximadamente o dobro do valor de aquecimento ou conteúdo de combustível de um LFG típico. A composição de resíduo é o fator mais importante na avaliação do potencial de geração de LFG de um local. O volume potencial máximo de LFG é dependente da quantidade e do tipo de conteúdo orgânico dentro da massa de lixo (Environment Canadá, 1996) uma vez que os resíduos orgânicos em decomposição são a fonte de todo o LFG produzido. Outros fatores que influenciam a taxa de produção de LFG incluem teor de umidade; conteúdo dos nutrientes; conteúdo de bactéria; nível de pH; temperatura; e os planos de operação e projeto específicos ao local. Os resíduos produzidos na LAC têm tipicamente teor de umidade e material orgânico mais alto do que a maioria dos resíduos norte-americano ou europeu e, portanto, se esperaria que gerassem LFG a taxas mais altas ou equivalentes. A umidade é o fator limitante primordial na taxa de decomposição de resíduo (McBean et al., 1995; Reinhart, 1996). As condições de umidade dentro do aterro são uma função de muitos fatores. Aterros são tipicamente construídos e

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enchidos em padrão de camada seqüencial. Este fator é importante na compreensão de como a umidade se move para dentro e através do resíduo. O efeito de camada tende a resultar em características de fluxo substancialmente diferentes para o movimento de chorume e infiltração de água no aterro. O controle do teor de umidade e de outros fatores que influenciam a população microbiológica que produz o LFG pode ter um grande impacto na porcentagem do LFG total potencial que é produzido, e a taxa em que é produzido. É possível controlar de alguma forma a taxa de produção de LFG por meio de sistemas de manejo de lixo. Aterros sanitários convencionais, como praticado na América do Norte nas décadas de 1970 e 1980 são referidos geralmente como ‘tumbas secas’ porque o enfoque assumido em seu projeto foi minimizar a água que contata o resíduo com o intuito de minimizar incursões do chorume resultante para dentro do lençol freático. No entanto, esta prática também limita a taxa de atividade anaeróbica dentro do lixo. A tendência atual é no sentido de sistemas de Tecnologia de Biodigestor de Aterro Sanitário (LBT-Landfill Bioreactor Technology), que aumentam o volume de água em contato com o lixo, para rapidamente estabilizar os resíduos. Esta técnica pode produzir grandes taxas iniciais de geração de LFG ao mesmo tempo em que diminui agudamente a sua taxa de geração depois de alguns anos. Para o objetivo de uma caracterização de local inicial, a produção de LFG pode ser simplificada como uma função do tamanho e idade do volume de resíduo, tipo de resíduo e conteúdo de umidade. O volume dos gases de estufa liberados é diretamente proporcional ao potencial de geração de LFG. É também relevante a outros impactos potenciais como queixas de mau cheiro e situações de perigo. Em geral, quanto mais gás for produzido, é mais alta a probabilidade de que questões de saúde, segurança e incômodo odorífero serão levantadas, e igualmente importante, que exista utilização de LFG economicamente viável. A figura 2.1 proporciona um método de caracterização de um local com base em seu potencial de produção de LFG. O primeiro passo é determinar o fator de ajuste na tonelagem com base na composição de resíduo. Este fator de correção dá conta da proporção de resíduos inertes no aterro, que não produzirão LFG, e a proporção de resíduos industriais, comerciais, /institucionais (ICI) no aterro que produzirão menos LFG do que resíduos domésticos típicos. O fator de ajuste é determinado a partir do diagrama triangular mostrado na Figura 2.1 com base na proporção de tipos de resíduo que existam ou serão aceitos no aterro. A capacidade de aterro é multiplicada pelo fator de ajuste de tonelagem para determinar a capacidade de local ajustada.

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Figura 2.1

CARACTERIZAÇÃO PRELIMINAR DO LFG LOCAL MAUAL DE PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO

PARA PROJETOS DE ENERGIA BANCO MUNDIAL

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O aterro é então classificado como seco ou molhado. Um aterro seco terá uma decomposição mais lenta do que um aterro molhado e, daí, a taxa de produção de LFG será mais baixa, e o tempo de produção será mais longo. Alguns dos fatores que influenciam o teor de umidade de um aterro incluem a precipitação e a temperatura no local, tipo de cobertura de aterro, condição de cobertura (isto é, lombada, integridade), tipo de sistema de coleta de chorume, e tipo de base de aterro ou alinhamento natural. A classificação do local como seco ou úmido é principalmente uma função da quantidade de precipitação que se infiltra na massa de lixo. Um enfoque conservador para classificar um local como molhado ou seco se baseia na média anual das precipitações. Um aterro em que uma porção significativa do resíduo esta localizada dentro de um monte de lençol freático/chorume deveria ser considerado também um local molhado. Para discussão geral dentro deste Manual, locais situados em áreas com menos de 500 mm/ano serão classificados como locais relativamente secos, mais de 500 mas menos do que 1000 mm/ano como locais relativamente molhados, e locais situados em áreas com mais de 1000 mm/ano como locais molhados. A maioria dos aterros da LAC é considerada local relativamente molhado ou molhados. Discussão mais aprofundada sobre a importância deste aspecto relacionado aos locais da LAC será proporcionada com o debate sobre modelagem e as designações de parâmetro aplicáveis. A capacidade de local ajustada está localizada no eixo esquerdo da tabela de aterro molhado ou seco. Isto enfoca o efeito que o tamanho do local (pequeno, médio, grande) tem na produção de gás. O status atual do enchimento do local está situado no eixo de baixo. Isto é definido como a porcentagem com que o local é preenchido ou o número de anos desde o fechamento do local. Isso enfoca a idade do local. A produção de LFG é determinada pela interseção da capacidade do local ajustada e a condição atual de preenchimento. A produção de LFG é categorizada como “alta”, “media” ou “baixa”. Cada categoria é delineada por números que indicam um nível crescente de severidade dentro da categoria. A produção máxima de LFG ocorre tipicamente dentro de dois anos de fechamento do local se o local tiver tido um cronograma de enchimento anual bastante uniforme. É importante considerar o potencial de produção futura de LFG na avaliação e planejamento da necessidade de controles de LFG. A figura 2.1 demonstra que a produção de LFG de um local aumenta a medida em que ele é preenchido e, daí, lentamente declina depois do fechamento do local. Outros assuntos relacionados à produção de LFG, que são de preocupação, incluem o perigo de migração da sub superfície de LFG e o impacto de LFG sobre a qualidade do ar. Os fatores primários que influenciam a distância com que o gás migra desde os resíduos até os solos adjacentes são a permeabilidade do solo adjacente ao aterro e o tipo de cobertura de superfície de terra ao redor do aterro. Geralmente, maior a permeabilidade do solo adjacente ao aterro, maior a distancia de migração possível. O conteúdo de água do solo tem um efeito importante em sua permeabilidade com respeito ao fluxo de LFG. À medida

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que o conteúdo de água aumenta, a transmissibilidade efetiva de solo ou resíduo para o fluxo de gás diminui. Alem disso, o tipo de cobertura de superfície terrestre afeta a ventilação do LFG que pode escapar para a atmosfera. Superfícies terrestres congeladas ou pavimentadas limitam a ventilação de gás para a atmosfera e, portanto, aumentam a distancia de migração potencial. Um alinhamento do aterro pode reduzir grandemente o potencial para a migração de sub superfície. A presença de solos heterogêneos ao redor do local ou esgotos e outro serviço de utilidade enterrado aumentara a distancia de migração potencial ao longo desses corredores. O LFG pode migrar uma distancia significativa a partir do aterro em esgotos ou leito de esgoto. A avaliação do potencial para migração sub superfície a partir de um local deve considerar esses fatores. Os determinantes primários de impactos de qualidade de ar são a quantidade de LFG emitida para a atmosfera, a concentração de compostos gasosos no LFG, a proximidade do receptor do aterro e as condições meteorológicas. 2.2 O Modelo Scholl-Canyon Modelos matemáticos são uma ferramenta útil e econômica para avaliar o potencial de geração de LFG no local. Os resultados do modelo podem ser usados para avaliar o potencial para migração/emissões de LFG perigosas, e para avaliar a viabilidade do projeto de gestão do LFG. Há numerosos modelos disponíveis para calcular a produção de LFG. Todos esses modelos podem ser usados para desenvolver uma curva de geração de LFG que prediz a geração de gás por algum tempo. A produção de gás total e a taxa em que os gases são gerados podem variar um pouco com os diferentes modelos, mas o parâmetro de insumo mais importante que é comum a todos os modelos é a quantidade do resíduo presumido passível de decomposição. Os outros parâmetros de insumo podem variar dependendo do modelo usado e são influenciados por numerosas variáveis, incluindo os fatores que influenciam a geração de LFG e as incertezas nas informações disponíveis sobre o local, bem como o manejo da extração de LFG que afeta a geração de LFG ao induzir qualquer infiltração de ar. Outro fator importante é a quantidade de tempo presumida entre a colocação do lixo e o começo da decomposição anaeróbica ou fase metanogênica dentro da massa do lixo. (Augenstein, 1991). A natureza heterogênea e a variável tempo em todos os aterros dão uma dificuldade inerente para a coleta de dados acurados de um local sem um grande gasto no custo corrente. Qualquer modelo de produção é bom somente na medida dos dados de insumo e freqüentemente há presunções muito amplas necessárias com respeito a estimar quantidades e tipos de lixo. Portanto, é apropriado usar um modelo simples que empregue parâmetros menos numerosos que podem ser designados mais razoavelmente segundo as condições especificas do local. O êxito previsível de qualquer modelo é dependente na maior parte no grau de certeza necessário, na confiabilidade dos dados de insumo, na experiência do individuo analisando os dados, e no grau de semelhança entre o local em questão e outros locais que possam ter sido modelados com sucesso. (Zison, 1990).

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Todos os modelos usados para determinar a taxa estimada de produção de LFG do local deveriam estar sujeitos a uma completa análise da sensibilidade para determinar uma gama de resultados potenciais e para analisar quais parâmetros têm influência maior nos valores de produção de LFG. A identificação de parâmetros sensíveis pode levar à coleta de dados dirigidos e ao melhoramento futuro de previsões de produção de LFG. Dada a natureza heterogênea das condições dentro do aterro e as limitações típicas nos dados de insumo que, com maior freqüência, estão disponíveis para um local candidato, recomenda-se que uma gama de valores e uma avaliação de sensibilidade possam ser estabelecidas para a avaliação de geração de LFG. Usando os limites superiores e inferiores de uma geração de LFG versus o perfil de tempo, baseado nas condições prováveis dentro do aterro, é possível designar valores e insumos de projeto que são adequados para uso na avaliação do potencial para um local e quaisquer fatores de risco que possam ser aplicáveis. Modelos cinéticos de primeira ordem são usados freqüentemente para avaliar a produção de metano durante a vida de um aterro. Esses modelos são adaptados para aterros específicos por numerosas presunções sobre condições no aterro. O modelo empírico mais amplamente aceito, de primeira ordem, da decomposição e usado pela indústria e por agências reguladoras, inclusive a EPA norte-americana, é o relativamente simples e objetivo Modelo Scholl Canyon. Este modelo está baseado na premissa de que há uma fração constante de material biodegradável no aterro por unidade de tempo. A equação de primeira ordem é dada abaixo: QCH4i = k * Lo * mi * e -kt [1] QCH4i = metano produzido no ano i a partir da seção i do resíduo k = constante da geração de metano Lo = potencial da geração de metano mi = massa de resíduo despejada no ano i ti = anos após o fechamento. É pratica típica presumir que o LFG gerado consiste de 50 por cento de metano e 50 por cento de dióxido de carbono para que o LFG total produzido seja igual a duas vezes a quantidade de metano calculado a partir da Equação “1”. A Equação “1” é a base para o Modelo de Emissões de LFG (LandGEM) do U.S. EPA, que está disponível a partir do sítio da Internet da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (U.S. EPA) (http://www.epa.gov/ttn/atw/landfill/landflpg.html). O Modelo Scholl Canyon prediz a produção de LFG durante algum tempo como uma função da constante de geração de LFG (k), do potencial de geração de metano (L0) e dos registros históricos de despejo de lixo e das projeções do resíduo futuro num aterro. A U.S. EPA designa valores pré-estabelecidos para cada um desses parâmetros para uma avaliação preliminar conservadora do aterro. No entanto, esses parâmetros de insumo precisam ser selecionados com conhecimento das condições de aterro especificas e da localização geográfica. Na LAC, as diferenças no conteúdo orgânico do lixo, a presença de umidade,

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ou o grau ao qual o resíduo é compactado variarão e, na maioria dos casos, aumentará o potencial para a geração de LFG em relação ao lixo tipicamente encontrado na América do Norte e na Europa. Este modelo foi selecionado para uso neste Manual não porque seja o único modelo disponível, ou mesmo o melhor modelo disponível. No entanto, o Modelo Scholl Canyon: é adequado para o objetivo pretendido; é o modelo mais comumente empregado e aceito nas Américas do Norte e do Sul; e tem a melhor base de dados disponível na LAC. O Modelo Scholl Canyon é também simples de se compreender e aplicar e é, geralmente, aceito por aquelas agências e instituições financeiras que estão interessadas em apoiar esses tipos de projetos na América do Norte e na LAC.

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BOX 1: IMPORTÂNCIA DA MODELAGEM DA GERAÇÃO DE LFG E DA AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE RECURSO LFG COMBUSTIVEL Há dois principais aspectos para a avaliação de LFG. Primeiro, é preciso calcular quanto LFG está sendo produzido num aterro. Segundo, mas muito mais importante, é necessário avaliar que proporção do LFG pode ser razoável e confiável obtida durante a longa vida de um projeto (>20 anos). Por exemplo, o estudo de caso brasileiro abrange dois aterros, o velho lixão aberto de Marambaia e o novo Aterro Sanitário de Adrianópolis. O aterro de Marambaia deixou de receber lixo em janeiro de 2003 e tem um total de aproximadamente 2 milhões de toneladas instaladas. O aterro Adrianópolis começou o funcionamento em fevereiro de 2003 e deve fechar em 2022. A foto a seguir proporciona uma vista aérea das áreas de despejo de aterro existentes e novas.

A modelagem foi realizada em ambos os aterros para avaliar o volume de LFG que cada um deve gerar usando o Modelo Scholl Canyon. Os volumes de despejo de resíduo foram baseados em dados históricos do aterro de Marambaia e os valores projetados para o aterro de Adrianópolis. Os resultados da modelagem indicam que é possível coletar LFG no aterro de Marambaia, mas como seria de esperar, a geração de LFG está atualmente em seu pico e começando um declínio progressivo. O Adrianópolis acabou de abrir e, embora tenha potencial de recuperação de longo prazo, ainda não esta gerando quantidades significativas de LFG para serem coletadas e utilizadas. Estes e todos os outros estudos de caso reforçam consistentemente os benefícios da identificação antecipada e compromisso com o desenvolvimento dos sistemas de controle de LFG. Caso se espere até que um aterro feche para se decidir desenvolver o recurso, pode ser tarde demais. Deveria ser observado também que pode ser possível coordenar o uso e a transferência de equipamento e sistemas entre 2 aterros sob o controle do mesmo dono. À medida que o LFG em um dos aterros esteja progressivamente diminuindo e o outro aumentando, talvez seja possível coordenar o uso e transferência de

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alguns dos recursos e instalações, presumindo que os arranjos contratuais para o controle de LFG permitam este tipo de coordenação. A figura 2.2 ilustra a curva de geração de LFG produzida usando o Modelo Scholl Canyon com os valores pré-estabelecidos da EPA norte-americana (k=0,05, Lo=170 m 3 de metano por tonelada de resíduo) para um aterro com uma taxa de enchimento constante de 500.000 toneladas por ano durante 25 anos (de 1990 a 2015). A figura 2.2 será usada neste Manual como um exemplo ilustrativo para os vários princípios, modelos de planilha e outra informação que estão sendo proporcionados para auxiliar o leitor na compreensão e aplicação dos princípios sendo destacados. O gráfico mostra duas curvas, a quantidade total teórica de LFG produzida e o LFG coletado presumindo uma eficiência de sistema de coleta típica de 75 por cento. Uma avaliação da geração de LFG cuja premissa é que 75 por cento do combustível possa ser coletado não é irracional, mas seria considerada relativamente agressiva. Uma porcentagem de recuperação de 50 por cento do combustível é considerada conservadora e prontamente atingível, presumindo-se que tanto a caracterização do lixo como o exercício de modelagem estejam baseados em dados e premissas razoáveis. A constante taxa de geração de metano (k) representa a taxa de decomposição biológica de primeira ordem à qual o metano é gerado depois a colocação do resíduo. Esta constante é influenciada pelo teor de umidade, pela disponibilidade de nutrientes, pelo pH e pela temperatura. Como mencionado anteriormente, o teor de umidade dentro de um aterro é um dos parâmetros mais importantes que afetam a taxa de geração de gás. A umidade serve como um meio para transportar nutrientes e bactérias. O teor de umidade dentro de um aterro é influenciado primariamente pela infiltração da precipitação através da cobertura do aterro. Outros fatores que afetam o teor de umidade no aterro e a taxa de geração de gás incluem o teor de umidade inicial do resíduo; a quantidade e o tipo da cobertura diária usada no aterro; a permeabilidade e o tempo de colocação da cobertura final; o tipo do alinhamento de base; o sistema de coleta do chorume; e a profundidade do lixo no aterro. Típicos valores k variam de 0.02 para aterros secos a 0,07 para aterros molhados. O valor pré-estabelecido usado pela EPA dos EUA para aterros com mais do que 25 polegadas (625 mm) de precipitação por ano é de 0,05 (EPA dos EUA, 1994). Este valor se considera que produza uma estimativa razoável de geração de metano em certas regiões geográficas e sob certas condições de aterro.

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Figura 2.2

EXEMPLO DE CURVAS DE GERAÇÃO DO LFG MANUAL PARA A PREPAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁRIO

PARA PROJETO DE ENERGIA Banco Mundial

A tabela a seguir apresenta variações sugeridas e as designações de parâmetros recomendadas para a taxa constante. Campos de Valores para K Sugeridos Correspondentes à Precipitação Anual

Precipitação Anual Campo dos Valores k Relativament

e Inerte Moderadamente Degradável

Altamente Degradável

<250 mm 0.01 0.02 0.03 >250 to <500 mm 0.01 0,03 O,o5 >500 to <1000 mm 0,02 0,05 0.08

>1000 mm 0,02 0,06 0,09 O potencial de geração de metano (Lo) representa a produção total de metano (m3 de metano por tonelada de lixo). O valor de Lo é dependente da composição do resíduo e, em particular, da fração de matéria orgânica presente. O valor de Lo é estimado com base no conteúdo de carbono do resíduo, na fração de carbono biodegradável e num fator de conversão estequiométrico. Valores típicos para este parâmetro variam de 125 m 3 de tonelada/metano de resíduo a 310 m 3 de tonelada/metano de resíduo. A maior compactação do resíduo não tem efeito direto no parâmetro de Lo. No entanto, a compactação e a densidade do lixo tem um efeito direto na massa de lixo num dado volume e, portanto, no potencial de quantidade de LFG que pode ser

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produzido durante algum tempo bem como nas características de desempenho dos sistemas que serão necessários para coletar o LFG. Tem havido também a percepção de que à medida que aumentam e melhoram os programas de reciclagem e de compostagem, mais material orgânico, como resíduo de alimentos e papel, pode ser desviado do aterro, reduzindo a quantidade de LFG produzida. No entanto, as iniciativas de reciclagem tem tido mais êxito até o momento na remoção de materiais inorgânicos do fluxo do resíduo, tanto nos paises desenvolvidos como nos países em desenvolvimento. Como conseqüência, a pratica típica não tem visto que o valor de Lo aplicável diminua significativamente. A EPA norte-americana usa um valor pré-estabelecido Lo de 170 m3 de metano/ tonelada de resíduo. (EPA dos EUA, 1994). O usuário do modelo pode aumentar ou diminuir o Lo para refletir o conhecimento especifico da caracterização do lixo com conteúdos maior ou menor de lixo orgânico. A quantidade (em toneladas) de lixo típico aterrado num ano particular é representada por “m” na equação do Modelo Scholl Canyon. Em aterros em que haja bons dados indicando que há uma significativa porção do lixo que é inerte (não irá se decompor), como entulhos de construção ou de demolição, este parâmetro poderia ser reduzido para representar somente a quantidade do lixo que não é inerte. Contudo, em muitos casos há dados insuficientes para se determinar o percentual do lixo que é inerte. Só é recomendado que o parâmetro Lo seja reduzido ou a quantidade de lixo contribuinte seja reduzida se houver dados claros e concisos quantificando o fluxo de lixo inerte ou relativamente inerte. Como observado anteriormente, o parâmetro Lo já esta bem reduzido desde o valor teórico que refletiria os resíduo orgânico puro em reconhecimento do fato de que há umidade e materiais inorgânicos que compõem alguma parte de qualquer fluxo de lixo. Uma redução especifica deveria ser feita somente se houver uma porção prontamente identificável do lixo que seja diferente do lixo típico recebido na maior parte dos aterros de resíduos sólidos misto convencional. A designação pré-estabelecida para o Lo já reconhece que há uma mistura de resíduos orgânicos que podem ser decompostos e de resíduos inorgânicos sendo depositados num aterro típico. Se houver bons dados em relação às quantidades e tipos de resíduos, pode ser possível refinar a avaliação de modelagem usando o seguinte como designações de parâmetros diretrizes para o fator de Lo. Seria necessário tornar a avaliação de geração de LFG global uma soma das curvas geradas para os vários tipos de resíduo.

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Valores Lo Sugeridos para o Conteúdo do Lixo Orgânico

Categorização do Lixo Valor Mínimo para Lo

Valor Máximo para Lo

Lixo Relativamente Inerte 5 25 Lixo Moderadamente Degradável

140 200

Lixo Altamente Degradável

225 300

2.3 Composição do LFG A qualidade do LFG depende do sistema microbiológico, do substrato (resíduo) sendo decomposto, e das variáveis especificas do aterro como acesso a oxigênio para o aterro e o teor de umidade (Ham, 1989). O LFG é tipicamente descrito como consistindo de aproximadamente 50 por cento de metano e 50 por cento de dióxido de carbono com menos de 1 por cento de outros componentes gasosos, inclusive sulfetos de hidrogênio (H2S) e mercaptanos. Há quatro fases de produção de LFG que ocorrem durante a vida de um aterro. Farquhar e Rovers predisseram a geração de gás num aterro para lixo municipal típico na década de 1970. Um gráfico das fases de geração de LFG pode ser visto na Figura 2.3. A duração de cada uma dessas fases é dependente de numerosos fatores incluindo o tipo de resíduo, teor de umidade, conteúdo dos nutrientes, conteúdo de bactéria e nível de pH. Algumas diretrizes gerais em relação à duração do ciclo de decomposição para as varias categorias de resíduo são proporcionadas na tabela seguinte. Observe que esta é uma diretriz geral apenas. A extrema heterogeneidade do lixo num aterro típico, juntamente com o meio-ambiente num aterro especifico, tem uma influencia significativa neste fator de tal forma que não pode ser mostrada simplesmente num base genérica.

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FASES CONDIÇÃO PERÍODO - TÍPICO I AERÓBICA HORAS A 1 SEMANA

II ANÓXICA 1 A 6 MESES

III ANAERÓBICA, METANOGÊNICA,

INSTÁVEL 3 MESES A 3 ANOS

IV ANAERÓBICA, METANOGÊNICA, ESTÁVEL

8 A 40 ANOS

V ANAERÓBICA, METANOGÊNICA, DECLINANTE

1 A 40+ ANOS

TOTAL 10 A 80+ ANOS

Figura 2.3 FASES TÍPICAS DE PRODUÇÃO DO LFG

MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO PARA PROJETOS DE ENERGIA

BANCO MUNDIAL FONTE: FARQUHAR AND ROVERS, 1973, AS MODIFIED BY REES, 1980, AND AUGENSTEIN & PACEY, 1991.

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Semi-Vidas dos Subprodutos da Biodegradação Categoria de Lixo Semi-Vida Mínima Semi-Vida Máxima Rapidamente Degradável (alimentos & restos de jardinagem etc.)

½ ano 1 ½ anos

Moderadamente Degradável (papel etc.)

5 anos 25 anos

Decomposição Pobre (algumas partes dos entulhos de construção e demolição, etc.)

10 anos 50 anos

A primeira fase, decomposição aeróbica, ocorre imediatamente depois do lixo ter sido colocado, enquanto o oxigênio esta presente dentro do refugo. A decomposição aeróbica produz dióxido de carbono, água e calor. O próximo estágio é a fase anóxica, não metanogênica em que compostos ácidos e gás hidrogênio são formados e enquanto há continuada produção de dióxido de carbono. A terceira fase é a instável fase metanogenicida. Durante esta fase, a produção de dióxido de carbono começa a declinar porque a decomposição do lixo se move desde a decomposição aeróbica para a decomposição anaeróbica. A decomposição anaeróbica produz calor e água, mas, diferentemente, da decomposição aeróbica, também produz metano. Durante a quarta fase, o metano é gerado numa forma entre 40 e 70 por cento do volume total (McBean, 1995). Tipicamente, o lixo na maior parte dos aterros atingirá a fase metanogênica estabelecida dentro de menos de 2 anos depois que o lixo tenha sido depositado. Dependendo da profundidade das cargas do lixo, e do teor de umidade do resíduo, a fase metanogênica pode ser alcançada tão rapidamente quanto seis meses após a colocação. O LFG pode ser produzido num aterro durante numerosas décadas com emissões mantendo-se em níveis declinantes durante ate 100 anos desde a data de depósito. Isto pode ser visto na Figura 2.2, que será usada para discussão no Manual como uma representação típica de um aterro de tamanho moderado na LAC. 2.4 Impactos Potenciais do LFG A taxa de emissão de LFG que se converte em problema com as autoridades reguladoras e com os donos de propriedade vizinhos se relaciona com o numero de parâmetros físicos incluindo a localização do aterro; a topografia vizinha; usuários de terra adjacentes; as condições meteorológicas ambientes; e as características do aterro que causam impactos na geração e na coleta (Mosher, 1996). São geralmente os constituintes de traço, o sulfato de hidrogênio (H2H) e os mercaptanos os compostos primários associados às emissões com mau cheiro dos aterros. Esses compostos tipicamente constituem menos de 1 por cento de LFG, mas o mau cheiro é específico dos compostos e pode ser detectado em concentrações químicas específicas até o mínimo de 0,001 a 0,005 partes por

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milhão (ppm). O nível em que esses químicos podem ser prejudiciais à saúde humana varia, mas são tipicamente ordens de magnitude maiores do que as referenciadas. Isso significa que detectar o odor não é necessariamente uma indicação de uma preocupação com a saúde, mas pode ser um incômodo real e uma condição adversa em relação à qualidade de vida na área do aterro. O odor resultante da emissão do LFG opera num princípio de limite. Assim, se a quantidade de LFG exceder o nível de limite de condições particulares no aterro, haverá odor relacionado à produção de LFG. A seguinte analogia pode ser usada para melhor se compreender o conceito de um limite de odor. Deixemos o volume de uma xícara representar a quantidade total de LFG que pode ser emitida antes de se atingir o limite do odor. O tamanho desta “xícara” para cada aterro é determinado por numerosos fatores, incluindo a localização do aterro, a topografia vizinha e as condições meteorológicas e ambientais. Deixemos a água derramada dentro da xícara representar a emissão do LFG sem tratamento. A xícara pode estar “cheia até a borda” e ainda não derramar líquido algum. No entanto, se a capacidade da xícara for excedida, mesmo por uma gota, vai haver fluxo excessivo e o líquido se derramará. Portanto, a quantidade de água na xícara pode variar com a capacidade da xícara, desde que o limite de volume não seja excedido. Este conceito é análogo para emissões odoríferas de LFF. Para se assegurar que o odor incômodo não seja uma preocupação, a quantidade de LFG emitida precisaria ser menor do que o limite de odor no aterro, para dadas condições meteorológicas e outras. Portanto, na situação em que o odor de LFG é uma preocupação de destaque, é menos importante quanto LFG é coletado em comparação com quanto LFG é emitido do aterro (Mosher, 1996), e se ou não essa quantidade de LFG emitida exceda o limite do aterro. Este assunto é um pouco complicado pelo fato de que o limite não é um número fixo. Ele varia dependendo de condições meteorológicas sensíveis ao tempo e da distância de separação entre o aterro e os receptadores do odor (por ex., moradores). O componente mais importante do LFG, a partir da maioria das perspectivas, é o metano, que constitui aproximadamente 50 por cento do volume de LFG produzido. O metano é um perigo potencial por ser combustível e explosivo em concentrações entre 5 e 15 por cento no ar. O LFG pode migrar abaixo a superfície do chão nas zonas não saturadas, especialmente durante os meses de inverno e primavera quando o chão está congelado ou saturado com umidade na superfície. O LFG pode então se acumular em estruturas fechadas causando um perigo potencial. O metano não tem odor e é, portanto, impossível de ser detectado sem instrumentação apropriada. O metano emitido de aterros pode ser identificado também como um contribuinte significativo às emissões de gás de efeito estufa (GHG), que contribuem para o aquecimento global. Num horizonte de tempo de 100 anos, em comparação com o dióxido de carbono, o metano é considerado 21 vezes mais eficiente em isolar o calor dentro da atmosfera (IPCC, 1995). Este valor está atualmente sob revisão e poderia ser potencialmente revisado para cima no futuro, aumentando ainda mais o incentivo para projetos de gerenciamento de LFG. O metano gerado de resíduo sólido e de água servida, por meio da decomposição anaeróbica, representa cerca de 20 por cento das emissões de metano induzidas pelo homem (IPCC, 1999). As emissões de LFG à atmosfera

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podem ser reduzidas por meio das medidas de redução de resíduo tradicionais, como reciclagem e formação de composto. As emissões podem também ser reduzidas pela captura e queima do LFG numa alta temperatura, convertendo a fração de metano do gás em dióxido de carbono e vapor d’água que é menos prejudicial. 2.5 Benefícios de LFG Potenciais Embora haja vários pontos negativos que possam surgir da presença do LFG, há numerosos benefícios associados ao manejo adequado do LFG, e seu uso potencial como fonte de energia. Os projetos de gestão de LFG que coletam e queimam o LFG tem o potencial de gerar receita por meio da venda e transferência de créditos de redução na emissão, o que proporciona um incentivo e meios para melhorar o desenho e a operação do aterro e para desenvolver um sistema global de manejo de lixo melhor. O LFG contém aproximadamente 50 por cento de metano e pode ser considerado um combustível de valor baixo/médio. Este recurso aproveitado em numerosas aplicações, incluindo uso de combustível direto em aquecimento, geração elétrica e subprodutos químicos comerciais. Além da mitigação da migração de LFF e das preocupações com o odor, a utilização de LFG pode também gerar receitas com a venda da “energia verde” e de outros produtos de LFG que podem diminuir os custos de operação e manutenção de aterro e proporcionar incentivo para melhorar o desenho e operação de aterro. As reduções de emissão representam os objetivos globais e nacionais para melhorar a qualidade do ar global. Os pagamentos de Créditos de Emissão (Créditos de GHG) e da eletricidade da Energia Verde são dois dos mecanismos chaves que estão sendo propostos para ajudar a atingir o objetivo de “Reduções de Emissão”. A venda desses créditos pode ser usada para melhorar a parte econômica de um projeto potencial. Há terminologia diferenciada usada para se referir às reduções de emissão como ERs, CERs e créditos de GHC. Esses termos se referem essencialmente ao mesmo item, que é melhor definido como a quantidade de reduções de emissão convertida e presente na unidade comum de toneladas equivalentes de reduções de emissão de dióxido de carbono. Para o equilíbrio do Manual, o termo CER será usado e a unidade de definição será sempre equivalente a toneladas de dióxido de carbono. A designação de CER presume que as reduções de emissão tenham sido certificadas para corresponder um grupo específico de padrões e requisitos. Pode haver outras agências ou órgãos certificadores que possam usar acrônimos diferentes, mas os princípios e a base subjacentes para o reconhecimento e quantificação permanecerão sempre os mesmos. Antes que qualquer projeto de gerenciamento de LFG possa ser lançado, as emissões de LFG e os resultantes CERs precisam ser cuidadosamente avaliados e os mercados potenciais explorados. Isto é discutido em muito mais detalhe nas seções posteriores. 2.6 Sistema de Coleta de LFG

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Há numerosos materiais de referência e informação com respeito aos meios e métodos bem sucedidos para colecionar e queimar o LFG que estão geralmente além do escopo deste Manual. NO entanto, uma compreensão básica da natureza e da operação dos sistemas de coleta de LFG é necessária para se compreender os elementos fundamentais de um projeto de gestão do LFG e os fatores de riscos inerentes ao manejo do recurso de LFG. Para se verem as questões de interconexão e interdependência, oferece-se uma breve relação dos elementos de um sistema de coleta. Um sistema de coleta de LFG típico engloba os seguintes componentes:

• campo de coleta de LFG (drenos e valas); • tubulação de coleta (laterais, subcabeçotes, cabeçotes etc.); • sistema de encerramento e despejo condensado; • sistema de ventilação e acessórios relacionadas; e • queima de LFG.

O gerenciamento de LFG pode ser atingido por meio do uso desses componentes e há potencial, por meio do desenvolvimento do mercado de carbono internacional, para este tipo de sistema gerar receita por meio da criação de créditos de redução de emissão de GHG. A receita proporcionada por um sistema desses cria um incentivo para melhor desenho e manejo do aterro e uma contribuição no sentido de melhora do sistema global de manejo do lixo. O apêndice A proporciona numerosas figuras para revisão e referência dos vários componentes de um típico sistema de coleta e queima de LFG. UCampo de Coleta de LFG Uma rede de drenos verticais de extração de LFG e /ou de camadas horizontais de coleta de LFG é instalada no aterro para coletar LFG. O princípio operacional básico é bastante simples, aplicar um aspirador para extrair os gases da massa de resíduo o mais próximo possível à taxa em que o gás está sendo gerado dentro da área de influência do dreno ou da camada da forma mais prática. O objetivo-alvo idealizado é estabelecer um gradiente neutro de pressão/vácuo continuamente por cima de toda a superfície do aterro. É importante reconhecer que a condição ideal não pode não pode ser alcançada a um custo razoável e, portanto, é importante equilibrar o custo-benefício de instalar drenos adicionais numa grade mais apertada de drenos juntamente com um sistema de tampa complementar versus o valor inerente na recuperação de combustível. O aumento de custo para extrair o LFG até aproximadamente 75 por cento do LFG sendo gerado é considerado relativamente linear em natureza. No entanto, para alcançar eficiências de recuperação muito altas, talvez seja necessário empregar uma grade muito apertada de drenos/valas de extração e/ou um sistema de cobertura sintética, que resultaria importantes aumentos de custo de capital relativamente ao ganho de recuperação de LFG. A figura 2.4 ilustra a relação entre a eficiência do sistema de recuperação de LFG e o custo relativo.

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Drenos verticais são instalados tipicamente num aterro depois que as operações de enchimento tenham sido completadas. A figura 2.5 mostra a construção de um típico dreno de extração de LFG vertical A figura 2.6 mostra a construção de uma típica vala de extração de LFG horizontal. A utilização de drenos de extração de LFG verticais tem as seguintes vantagens:

Figura 2.4 CUSTO VERSUS EFICIÊNCIA DE RECUPERAÇÃO

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Figura 2.5 DETALHE TÍPICO DE UM DRENO VERTICAL DE EXTRAÇÃO DO LFG

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CORTE CAMADA DE COLETA HORIZONTAL TÍPICA

FORA DE ESCALA

Figura 2.6 DETALHE DA VALA DE COLETA HORIZONTAL TÍPICA DE LFG

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• melhor controle aéreo das emissões de gás; • o campo de drenos pode ser expandido para refletir as modificadas

condições de aterro; e • a coleta de condensação pode ser minimizada.

Para maximizar a eficiência de coleta, os drenos devem ser colocados em consideração à profundidade e idade do resíduo e à geometria física do aterro. Se houver uma preocupação em relação à migração da subsuperfície de LFG, os drenos colocados nos limites exteriores do resíduo deveriam estar agrupados mais perto para agir como um sistema de controle de migração. Algumas das regras gerais para a instalação de drenos de extração verticais são: • mínimo de 3 a 6 m de profundidade de aterro a ser mantido acima das perfurações do dreno de extração para minimizar o ar que entra no sistema de coleta de LFG: • as perfurações da profundidade para superfície deveriam ser aumentadas perto das encostas do aterro; e • a capacidade de instalar drenos ao longo da imersão (4.1) é limitada com o equipamento de perfuração convencional. Essas condições podem não ser absolutamente idênticas em cada aterro, mas elas servem como uma boa diretriz para assegurar o funcionamento apropriado do sistema de coleta de LFG e minimizar a intrusão de ar na queima da usina de LFGTE. As camadas horizontais de coleta de LFG são tipicamente usadas para coletar gás enquanto o aterro ainda estiver em atividade. Depois da colocação e compactação de uma carga de lixo, tubos de coleta perfurados são instalados e daí cobertos com outra camada de resíduo. Isto permite que o LFG seja coletado desde o resíduo diretamente abaixo de uma área onde preenchimento ativo esteja ocorrendo. Ainda que esta técnica possa controlar as emissões de LFG em áreas do aterro ativas, as camadas de coleta horizontais não são geralmente adequadas para o controle do gás localizado. Em geral, os princípios operacionais para drenos verticais e camadas horizontais são os mesmos. Os dois tipos de coletores deveriam ser equipados com seções de telescópio de tubulação não perfurada para permitir acomodação de refugo, que ocorre com o tempo. Descobriu-se que de 10 a 15 polegadas de vácuo de coluna de água na cabeça do dreno ou vala representam um compromisso razoável entre as zonas de maximização de influência e minimização da intrusão de ar no refugo, ao mesmo tempo do uso de equipamento econômico de extração de LFG. O raio da zona de influência com este vácuo varia de menos de 20 m a mais de 100 m, dependendo da heterogeneidade do resíduo e outras características relacionadas. Um sistema de coleta de LFG deveria ser usado juntamente com boas práticas de gerenciamento de chorume. O ajuntamento de chorume dentro do refugo pode impactar dramaticamente a taxa de recuperação de LFG porque o líquido nos drenos de extração e valas de coleta restringe eficazmente sua capacidade de coletar e entregar o LFG. Em aterros extremamente úmidos, a recuperação

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de combustível de LFG eficaz pode cair a menos de 50 por cento da quantidade estimada de LFG que esteja disponível. Os custos para instalar drenos verticais podem variar dramaticamente como uma função de custos locais para materiais como agregados, tubo e reboco; disponibilidade de empreiteiro; tipos de capacidades de equipamento disponíveis; e as características específicas do desenho do dreno. Por exemplo, o custo unitário para instalar um dreno até 30 metros de profundidade numa massa de resíduo típico é mais alto do que para uma profundidade de apenas 20 metros. Similarmente, os ciclos de reposição/conserto para os drenos de LFG podem variar substancialmente com base nas condições e desenho específicos do aterro. Algumas variações típicas para instalações de LFG são:

Variação Geral dos Custos no Dreno Vertical Descrição Variação Baixa Variação Alta Comentários

(US$/metro vertical) (US$/metro vertical)

Drenos com diâmetros entre 100 a 150 mm (<15 metros de profundidade)

$150

$250

Drenos com diâmetros entre 100 a 150 mm (>15 metros mas inferior a 30 metros em extensão

$200

$350

Drenos com 900 mm de diâmetro (qualquer profundidade)

>$500

Esses drenos não são recomendados como custo efetivo. A Rejeição ao avanço de um furo calibrado no lixo não é evento incomum que pode resultar em aumento no custo de drenos fundos

UTubulação de Coleta de LFG Uma rede de tubulação é construída para ligar o campo de coleta de LFG à queima de LFG ou usina de LFGTE. Um típico sistema de coleta de LFG inclui o seguinte:

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• diâmetro pequeno (mínimo de 100 mm), laterais curtas conectando com os drenos/camadas;

• sub cabeçotes que conectam as laterais; e • cabeçotes conectando os sub cabeçotes à usina de extração.

Há vários padrões de rede de tubulação de LFG projetados para facilitar a drenagem de líquidos e minimizar o comprimento da tubulação requerido para o sistema de coleta. Duas das mais comuns composições são a espinha de peixe e o cabeçote de anel. O arranjo espinha de peixe tem um único cabeçote principal com sub cabeçotes e cabeçotes que saem dele. Este é o mais eficiente uso da tubulação, e pode ser projetado para minimizar a quantidade de condensação, que se acumula no sistema de coleta de LFG, por meio da disposição em encosta da maior parte dos tubos em direção aos drenos de LFG. Um cabeçote de anel no aterro pode ser usado quando não houver terra disponível para a construção de um sistema de cabeçote fora do limite do resíduo. Cabeçotes de anel fora do aterro reduzem parte dos problemas associados com a colocação de tubos no refugo. Cabeçotes de anel devem ser equipados com válvulas para permitir o isolamento de partes do aterro, e portos de monitoramento para monitorar a qualidade e a quantidade de gás. Sistemas de cabeçote duplo têm sido utilizados em alguns aterros grandes e profundos que têm uma longa vida ativa de aterro para segregar o gás rico em metano a partir de porções mais profundas do aterro desde o gás coletado de perto da superfície que pode ser diluído via intrusão de ar. Há numerosos critérios/restrições de desenho relacionados às instalações de tubos para especificar como encostas de mínimo e máximo; remoção da umidade condensada; estresses de diferenciais e assentamentos totais; e estresses de carga morta e viva. Os custos relativos dos sistemas de tubulação para coletar e transportar o LFG à instalação podem variar substancialmente com base em condições de local específica e a base de desenho aplicável. Por exemplo, sistemas de tubulação acima do grau são menos caros de construir e são usados freqüentemente para sistemas temporários ou consertos no curto prazo mas também têm sido usados com êxito para sistemas de plena escala a longo prazo. Há vantagens e desvantagens nos dois enfoques, o acima e o abaixo da superfície, para a instalação dos sistemas de tubulação de conexão. Os custos de diâmetro pequeno acima da tubulação de grau podem ser menos que $30/metro, mas tubulação enterrada de diâmetro maior pode custar até $200/metro ou mais. O custo é altamente influenciado por fatores como: • a natureza do desenho (por exemplo, acima ou abaixo do grau); • a necessidade de remover e mudar de lugar qualquer resíduo; • a necessidade de acrescentar áreas de enchimento ou grau da tampa e áreas perimetrais; • a extensão e números das armadilhas de remoção de condensação; • o custo do petróleo e produtos associados; e • a disponibilidade e custos para empreiteiros adequados.

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As características específicas de um aterro terão muitas implicações diretas para as opções de desenho e custos relacionados de sistemas de tubulação. Como tais, é altamente recomendado que esses custos sejam revisados cuidadosamente numa base de projeto específico. É também importante observar que a tubulação de polietileno de alta densidade (HDPE) é altamente recomendada para a maior parte da tubulação de LFG, além do seu preço ser, em grande parte, controlado pelo custo relativo do petróleo e da proximidade a instalações de fabricação de tubos adequadas. Sistema de Ventilação e Acessórios Relacionados O sistema de ventilação deveria ter a capacidade para manejar 100 por cento da taxa estimada de produção do LF no período de pico, além de alguma capacidade extra para controlar a migração. Algum nível de redundância de defesa é normalmente recomendado para todos os sistemas de ventilação que fornecem combustível para um sistema de utilização de LFG que gera receitas. Dependendo do tamanho e idade de um aterro, uma abordagem por etapas na construção da usina de controle de LFG é, freqüentemente, benéfica caso os incrementos graduais na produção de LFG forem antecipados. Os custos dos sistemas de ventilação são uma função de vários fatores e podem somente ser designados com base em requisitos específicos para o sistema como um todo. Alguns dos principais fatores que afetam a seleção dos ventiladores são: • variação do fluxo de LFG que se propõe ser coletado; • desenho de sistema de tubulação e critérios de perda de cabeça; • vácuo de cabeça de dreno disponível; • comprimento do sistema de tubulação; e • demanda de pressão por qualquer sistema de queima ou utilização sendo fornecido com o LFG. Como uma diretriz simples, o custo de um sistema de ventilação para uma aplicação de queima pode variar de $25.000 a $50.000 por 1000 m3/hora de LFG. Se a aplicação final é uma instalação de utilização, a variação de custo para o sistema de ventilação pode aumentar por um fator desde 2 a 5, ou mais, dependendo dos requerimentos de fornecimento de combustível. Sistema coleta de condensado O LFG é extremamente molhado e, portanto, produz muito condensado dentro dos drenos e tubulação de coleta de LFF. É importante que todos os canos sejam projetados com o mínimo de encostas para que o condensado não permaneça dentro dos tubos, mas flua no sentido de um dreno ou fossa próximo. Drenagem imprópria do condensado pode levar a bloqueios na tubulação que podem estragar grandes partes do sistema de coleta do LFG limitando a quantidade de LFG que pode ser coletada. Um separador de fossa e/ou umidade pode remover condensado. Num mínimo, uma fossa deve ser construída no sistema de tubulação para drenar condensado e prevenir inundação de canos. Separadores de umidade

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removem gotículas de líquido do LFG que flui, portanto reduzindo os efeitos contrários que o condensado corrosivo possa ter no equipamento de lidar com o LFG. A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DE CONDENSADO PARA O DESEMPENHO DO SISTEMA DE COLETA DE LFG Um dos mais comuns problemas operacionais para os sistemas de coleta de LFG é o bloqueio líquido na tubulação ou drenos, que tem o potencial de aleijar a operação do sistema. O bloqueio das laterais ou subcabeçotes geralmente resulta de um acúmulo de condensado. Os sistemas de remoção de condensado deveriam ser instalados para coletar e remover o condensado de LFG dos sistemas de tubulação. Os problemas de bloqueio causados por tubulação de tamanho inadequado ou tubulação projetada com uma encosta inadequada podem efetivamente terminar a coleta de LFG desde a seção afetada de um aterro. Outra razão para o acúmulo de condensado é a instalação desigual ou diferenciada do resíduo que pode causar um afundamento ou ponto baixo nos sistemas de tubulação que podem então se encher com condensado. É por esta razão que os sistemas de coleta de LFG deveriam ser projetados com muita capacidade de excesso e consideração específica no desenho para identificação e avaliação das questões de assentamento. Uma demonstração das conseqüências catastróficas potenciais que o manejo não efetivo de condensado podem ter é o projeto de LFGTE Kemerburgaz na Turquia. Durante a fase de início e de comissionamento, descobriu-se inicialmente que dois terços dos drenos de extração do LFG não tinha pressão de sucção, o que significou que não houve LFG suficiente para abastecer as máquinas que estavam sendo utilizadas. Por sorte esta condição foi remediada depois de uma semana quando se descobriu que uma seção da tubulação tinha sido instalada de forma que o condensado estava sendo coletado e bloqueando o cano, impedindo a extração de LFG de uma significativa parte do aterro. O projeto de LFGT em Cracóvia, Polônia, tem experimentado dificuldades com a inundação de suas valas de coleta de LFG horizontais por causa do acúmulo de chorume dentro da massa de resíduo. No futuro, eles estão planejando usar só os drenos de extração de LFG verticais para combater este problema. O projeto de LFGTE em Olsztyn, Polônia, tem experimentado níveis tão elevados de chorume que todas as perfurações de drenos de extração de LFG verticais estão bloqueadas e os drenos foram declarados disfuncionais. No Aterro Waterloo, no Canadá, a quantidade de LFG recuperada não tem aumentado para corresponder com a quantidade de drenos que estão colocadas no momento. As condições neste aterro servem para reforçar a importância da compreensão do aterro e sua operação da mesma forma que as condições físicas dentro do aterro. O aterro se descobriu ser muito úmido, prejudicando a capacidade de obter gás que está sendo gerado em algumas partes do aterro. Sistemas para atender à presença de condensado e rastrear as impurezas de gás no LFG podem requerer lavadores e outros sistemas de

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tratamento semelhantes ao equipamento mostrado na figura anexa de uma porção da sala de tratamento de gás no Aterro Waterloo.

A importância e os benefícios associados com o gerenciamento de condensado efetivo para desempenho dos sistemas de gerenciamento de LFG, tanto a curto como no longo prazo, não podem ser suficientemente declarados. Este é um item crítico para o êxito de todos os projetos de gerenciamento de LFG que nem sempre recebe a consideração merecida. Uma vez separado do LFG, o condensado precisa ser despejado numa maneira saudável do ponto de vista ambiental. O condensado é geralmente mais concentrado do que o chorume e pode ser considerado um resíduo de líquido prejudicial em algumas jurisdições. UQueima de LFG O LFG coletado de um aterro precisa ser despejado de uma forma saudável sob o ponto de vista ambiental como um sinalizador de tambor embutido e/ou sistema de utilização. Um sinalizador de LFG pode ser usado como backup para o sistema de utilização no caso de quedas prolongadas para eventos de operação e manutenção programadas ou não. A necessidade de um sinalizador de backup e redundância de equipamento é opcional dependendo da confiabilidade dos sistemas globais e da sensibilidade a perda em curto prazo da extração de LFG e capacidade de controle. A queima de alta temperatura de LFG resulta na conversão de componentes de metano do LFG a dióxido de carbono e água. Da mesma forma, esta combustão de alta temperatura assegura que os componentes de traço no LFG são largamente destruídos. A maioria dos sistemas de utilização de LFG proporciona eficiências de destruição iguais ou melhores do que as obtidas nas queimas em tambor blindado. Da mesma forma que a maioria dos outros componentes do sistema, o custo dos sistemas de queima é uma função do desenho global do sistema de gestão

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do LFG e dos requisitos de desempenho que são esperados para a queima. Há dois desenhos de queima básicos, a queima de tambor blindado discutida acima e a queima de gás de lixo que simplesmente acende o metano sem quaisquer controles de combustão extensivos. Este segundo tipo de queima está em uso comum em muitas jurisdições, mas não tem sido o foco deste Manual, primordialmente porque seu uso não é considerado aceitável, caso haja qualquer intenção de qualificar para os CERs. Para dar uma simples diretriz de custo, uma queima de gás de resíduo de combustão de 1000 m3/hora de LFG custaria na faixa de $50.000 e $100.000 dependendo dos controles periféricos e dos apetrechos de segurança requeridos. Para comparação relativa, um tambor blindado com uma capacidade semelhante tem uma variação de custo duas vezes a da queima de gás de resíduo. Alguns componentes como os sistemas refratários ou de controle podem variar substancialmente de preço dependendo dos requisitos de desempenho. 2.7 Operação do Sistema de Coleta de LFG A coleta e a utilização ativas de LFG são altamente efetivas para mitigação de impactos de LFG no aterro e fora dele bem como para redução de emissões de GHG para a atmosfera. O potencial de captura de LFG é altamente dependente de fatores relacionados a desenho de aterro como:

• Configuração do aterro (profundidade do resíduo, área do aterro, profundidade da mesa de água);

• desenho de sistema de alinhamento; • desenho de sistema de cobertura; • adição de umidade/recirculação de chorume; e • restrições operacionais.

A configuração do aterro tem um grande impacto no potencial de coleta do LFG de um aterro. Aterros que são preenchidos acima do nível natural tendem a ter maiores áreas de superfície, desta forma aumentando as chances de emissões de LFG. Os aterros enchidos abaixo do grau têm uma maior tendência a migração de LFG fora do aterro por meio de solos próximos. Um sistema de solo de baixa permeabilidade ou de alinhamento sintético combinado com um sistema de coleta de chorume é benéfico no controle tanto da migração como do acúmulo de chorume dentro do refugo. O objetivo primário de um alinhamento de baixa permeabilidade é mitigar os impactos de lençol freático potenciais permitindo a recuperação de chorume desde o fundo do refugo mas é também recomendado para o controle da migração de LFG. A permeabilidade do sistema de cobertura final é um fator importante no gerenciamento de LFG e desempenho de sistema. As coberturas de baixa permeabilidade minimizam a ventilação de LFG para a atmosfera, a intrusão de ar para dentro do resíduo, bem como a infiltração de umidade. Uma cobertura de baixa permeabilidade pode ajudar a melhorar o desempenho e áreas de influência para drenos de extração verticais muito pequenos. No entanto, se o

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sistema de cobertura é muito apertado e permite muito pouca infiltração, pode retrasar ou diminuir a taxa de decomposição na porção superior do aterro que talvez não seja o conteúdo de umidade ótimo para encorajar a decomposição. Esses dois fatores competidores devem ser considerados na avaliação de geração de LFG. A adição de umidade/estabilização de resíduo rápida é a tendência atual na recuperação de LFG, de outro modo referido como sistemas de tecnologia de biodigestor de aterro (LBT-landfill bioreactor technology). Este processo aumenta a quantidade de água em contato com o resíduo, para estabilizar rapidamente os resíduos, aumentando significativamente as quantidades iniciais de LFG produzidas com taxa de geração agudamente diminuída após a colocação do resíduo. Esta taxa de produção de LFG inicial aumentada poderia ser benéfica a alguns projetos de utilização de LFG pois poderia fornecer usinas maiores, mais eficientes. Este enfoque poderia encurtar o período de pagamento do projeto, afetando adversamente sua viabilidade financeira a menos que uma serie de células fosse desenvolvida e fosse utilizada operando em seqüência. Esta estabilização rápida poderia também potencialmente aumentar a migração e emissões de LFG e, portanto, é melhor aplicada em aterros com adequada capacidade de coleta de LFG bem como o alinhamento e a cobertura final como elementos de desenho. A estabilização rápida precisa ser criticamente avaliada durante os estágios de desenho do aterro conceituais e preliminares. Num mínimo, as seguintes questões têm que ser consideradas:

• taxas maiores de produção de LFG num período de tempo menor; • capacidade de manejo e coleta de LFG aumentada; • exigência de capacidade maior de destruição (queima e/ou utilização); • assentamento aumentado do aterro sanitário; • maior teor de umidade no gás, gerando volumes maiores de

condensado; • aumento no volume de chorume dentro do aterro; • capacidade do sistema de coleta do chorume; e • efeito na característica do chorume.

As operações diárias têm uma influência importante no potencial de recuperação de LFG. A utilização de cobertura diária permeável, como areia, resultará em taxas mais altas de infiltração de umidade, portanto levando a maior conteúdo de umidade no lixo e maior taxa de produção de LFG. A seqüência e o método de preenchimento do lixo afeta grandemente o tipo de campo de coleta selecionado. As camadas horizontais de coleta de LFG são usadas melhor em aterros com carregamentos relativamente rasos em áreas grandes. Para aterros que usam cobertura diária de baixa permeabilidade, a disposição em camadas/estratificação de um aterro é ampliada. Isso pode criar condições de água empoleirada que pode aumentar os custos de coleta de LFG bem como as taxas de produção de LFG em algumas áreas do aterro. Alguma consideração especial precisa ser feita por causa de questões associadas com a coleta de condensado, remoção e despejo a partir de

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sistemas de tubulação e drenos instalados no aterro e também o condensado coletado e removido na instalação de utilização de LFG. É também crítico compreender as implicações da acomodação e da acomodação diferenciada do resíduo. A quantidade média de acomodação de um aterro depende primordialmente do desenho específico e das características operacionais do aterro. A acomodação total que pode ser esperada de um aterro pode variar de 20 a 40 por cento da profundidade total do resíduo, após a sua colocação e compactação iniciais. Em termos simples, um aterro de 30 metros de profundidade poderia experimentar total acomodação de 6 a 12 metros quando da conclusão do processo. A taxa de acomodação está em seu pico quando o aterro estiver ainda recebendo resíduo ativamente. Tanto a acomodação relacionada a carga como a acomodação relacionada a decomposição estão tipicamente em seu pico durante a vida útil do aterro. Mais importante do que a acomodação total é a acomodação diferenciada. A acomodação em áreas localizadas pode ser muito maior e muito mais rápida do que a média dependendo do material aterrado, da quantidade de compactação que recebe e de outros fatores como intrusão de ar ou a infiltração de água da superfície. Características como drenos verticais de gás podem ser áreas de problemas localizadas se não forem levadas em consideração durante tanto a fase de desenho como uma consideração importante na fase de operações e manutenção de qualquer projeto. 2.8 Melhores Práticas de Gerenciamento para Operações de LFG Projetos para Maximizar o Potencial de Recuperação de Energia A otimização da coleta de LFG está diretamente relacionada à maximização do potencial de utilização, à realização dos benefícios econômicos da venda de energia de LFG e à redução das emissões de GHG. É preciso sempre ser compreendido que a operação de aterro em si é o objetivo primário das atividades do aterro e de todos os outros sistemas ou atividades de apoio, sejam benéficas ou não, precisa permanecer subserviente a esta atividade. Uma área de problema que tem sido observado através da história dos projetos de gerenciamento de LFG é a operação imprópria de um sistema de coleta de LFG para apoiar um sistema de utilização que pode causar riscos de incêndios de aterro e redução da quantidade de combustível que são tanto perigosos quanto contra-produtivos para ambos os sistemas. A compreensão das ligações e interações entre esses dois sistemas é importante para desenvolver e manter um projeto viável através de todo o termo de um contrato de 20 anos ou mais, o que pode ser crítico para uma usina de LFGTE. UCAMPO DE COLETA DE LFG Um sistema de recuperação de LFG bem desenhado, construído e operado pode coletar 75 por cento ou mais do LFG produzido num aterro. É importante para um sistema de coleta ser projetado e operado para igualar o potencial de geração de LFG em mutação do aterro sem retirada a menos ou a mais do campo de coleta. Além da taxa de geração de LFG em modificação durante a vida do aterro, a taxa de geração de LFG efetiva também varia em curto prazo como uma função de fatores como: condições meteorológicas; acomodação diferenciada; eficiências de equipamento; e condições de sistema de cobertura.

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O campo de coleta precisa ser ajustado para equiparar a efetiva taxa de geração. um pouco durante a vida do aterro. O campo de coleta de LFG precisa ser monitorado e ajustado periodicamente para otimizar a eficácia do sistema de coleta. O ajuste dos controles de válvula para reduzir ou aumentar os fluxos de LFG de áreas de baixa ou alta produção do aterro é requerido para maximizar a coleta de LFG sem retirar demais desde essas áreas do aterro que podem ser suscetíveis á intrusão de ar. Um princípio que é freqüentemente mal compreendido ou ignorado, mesmo por aqueles que trabalham na indústria de LFG, é que a base operacional para um dreno ou vala individual precisa ser baseada somente na qualidade do LFG naquele dreno ou vala individual. A operação de um dreno ou vala com base em taxas de recuperação demarcadas ou produções de desempenho esperadas é contraproducente. A intrusão de ar para dentro do aterro precisa ser minimizada por ter um impacto negativo na decomposição natural do resíduo. Dentro de poucos meses após a colocação, o lixo depositado alcançou tipicamente uma fase estável de decomposição anaeróbica (sem oxigênio). A essa altura, a introdução de oxigênio retornará este meio-ambiente para condições aeróbicas, com o resultado de reduzir a geração de metano e um declínio associado na recuperação de combustível potencial, maior taxas localizadas de acomodação diferenciada, temperaturas maiores de sub superfície no resíduo, e potencialmente maiores problemas de odor. Esta condição pode também levar a incêndios de aterros e aumenta o potencial para a disseminação de quaisquer incêndios iniciados. A monitoração em campo em cada um dos pontos de coleta (cabeças de dreno/camadas) deveria incluir:

• vácuo; • pressão diferencial; • temperatura; • composição de LFG (metano e conteúdo de 02); e • posição da válvula.

O monitoramento de cada ponto de coleta deveria começar com a medição do vácuo/pressão para evitar interferência com a atividade de extração da amostra de LFG. Os dados essenciais do monitoramento para coletar são o vácuo, a composição de LFG e a posição de válvula. O que se segue indica as leituras sob condições de operação ideais para maximizar a recuperação de energia em cada ponto de coleta:

• Vácuo de no máximo 20 polegadas de WC; • metano 45 a 55 por cento por volume; • 02 menos do que 2 por cento por volume.

A tabela 2.1 apresenta uma simples ferramenta de diagnóstico para destacar alguns problemas comuns na operação das instalações de coleta e utilização de LFG e suas prováveis soluções.

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Quadro 2.1 – Questões Comuns do Sistema de Coleta do LFG e de Recuperação do Combustível

Diagnóstico Resultados potenciais Solução recomendada O2 > 2 por cento v/v • Diluição do combustível

LFG, portanto com redução na recuperação de energia • Taxas de acomodação diferenciada aumentada • Temperaturas da sub-superfície altas • Problemas com odor • Incêndios no Aterro Sanitário

• Ajuste das válvulas e re-equilíbrio baseado na qualidade do gás • Verificar a cabeça do dreno para indicações de tensão na acomodação diferenciada migração das emissões

CH4 < 45 por cento v/v

• Como acima

• Ajuste das válvulas e re-equilíbrio baseado na qualidade do gás • Verificar a cabeça do dreno para indicações de tensão na acomodação diferenciada

CH4 > 55 por cento v/v

• Teor de energia aumentado por unidade de LFG recuperado • Problema de odor • Tensão na vegetação • Emissões e migração aumentadas

• Ajuste das válvulas e re-equilíbrio baseado na qualidade do gás • Caso a qualidade e a quantidade de gás forem indicativo de gás adicional na área, acrescentar drenos ao sistema

Vácuo > 20 " WC com taxas de fluxo relativas altas

• Intrusão potencial de ar • Taxas de acomodação diferenciada aumentadas • Incêndios no Aterro • Problema de odor

• Ajuste das válvulas e re-equilíbrio baseado na qualidade do gás • Caso a qualidade e a quantidade de gás forem indicativo de gás adicional na área, acrescentar drenos ao sistema

Vácuo < 10 " WC com taxas de fluxo relativas baixas

• Bloqueio/quebra da tubulação de extração • Questões do condensado • Problema de odor • Tensão na vegetação Emissões e migração aumentadas

• Verificar a cabeça do dreno para indicações de tensão na acomodação diferenciada • Identificar e cuidar da tubulação bloqueada

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Como parte do programa regular de monitoramento as válvulas da cabeça do dreno deveriam ser ajustadas para maximizar a eficácia. Esse ajuste deve ser realizado na revisão dos dados históricos de desempenho e dentro do contexto geral de funcionamento de campo. Por exemplo, qualquer variação grande dos dados históricos nas leituras de vácuo pode indicar defeitos com a tubulação coletora de LFG, tais como quebras ou inundações devido a acomodação excessiva. Por essa razão, todos os dados coletados devem ser vistos como um todo. Num aterro fechado o potencial de geração de LFG está diminuindo com o tempo, portanto algumas áreas do aterro podem requerer coleta de LFG reduzida para equiparar esta geração diminuída. Em aterros ativos o potencial de geração de LFG aumenta até alguns poucos anos depois do fechamento. Portanto, o desenho de sistema de coleta de LFG em aterros ativos precisa permitir a expansão progressiva para acomodar a maior geração de LFG. UUSINA DE COLETA DE LFG A operação apropriada e a manutenção regular da usina de coleta de LFG (incluindo a coleta de condensados, ventilador(es), equipamento associado e de sinalização) aumentam a eficiência do sistema de coleta e maximiza a vida do equipamento. Inspeção regular deveria ser realizada na usina de coleta de LFG para registrar o fluxo de gás, a temperatura de chama, as concentrações de combustível e oxigênio do LFG, temperaturas suportáveis, vezes de funcionamento do motor e quaisquer outros parâmetros críticos. Só pessoal familiarizado com a operação do sistema de coleta de LFG deveria realizar a correção de irregularidades ou ajuste da operação do sistema. Procedimentos menores de manutenção, como engraxamento dos rolamentos, troca de correias e calibragem dos detectores, podem ser realizados num ciclo mensal. Grande fechamento do sistema e reforma de equipamento devem ser realizados anualmente, segundo as recomendações do fabricante do equipamento. UQUESTÕES DE INTERCONECÇÃO E INTERFERÊNCIA NO SISTEMA A coleta ativa de LFG precisa estar ligada a outros sistemas ativos no aterro, como operações de aterramento ativos, coleta de chorume, alinhamento de linha e sistemas de cobertura finais. O desenho final do aterro precisa levar em consideração todos os sistemas numa maneira progressiva para assegurar a interconexão de sistemas e a expansão potencial de aterro progressiva. Algumas das questões de interconexão e/ou interferência com a coleta de LFG ativa incluem:

• A conexão do sistema de coleta de LFG ao sistema de coleta de chorume. A quantidade e qualidade de LFG coletáveis a partir do sistema de chorume podem ser significativas. Uma válvula precisa ser instalada no ponto de conexão para permitir ajuste de fluxo e pressão

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aplicados sobre o sistema de coleta de chorume. O risco desta conexão é que se vácuo excessivo for aplicado o oxigênio pode ser puxado para dentro dos sistemas de coleta de LFG e de chorume.. A intrusão de oxigênio para dentro de ambos esses sistemas pode ser um perigo tanto de segurança quanto de operação.

• As operações de aterramento em andamento podem resultar em intrusão de ar no sistema de coleta de LFG bem como no aterro em si. Em aterros ativos, precisa-se tomar cuidado para proteger/cobrir os tubos de coleta de LFG com cobertura adequada de resíduo/ínterim antes da ativação pra minimizar a intrusão de ar. A intrusão de ar excessiva diluirá o LFG coletado, reduzindo seu conteúdo de energia, e pode causar incêndios de aterro. Em locais abertos outro risco é equipamento pesado danificar tubulação subterrânea exposta ou mal enterrada.

• A expansão progressiva do campo de coleta de LFG é benéfica ao aumentar a capacidade de coleta de LFG mas pode interferir com o alinhamento existente e sistemas de cobertura finais. Após a expansão do campo de coleta de LFG (instalação de drenos/valas e laterais associadas), qualquer interrupção da cobertura final precisa ser reconstruída até sua condição original.

Geralmente é sempre importante lembrar que um sistema de gerenciamento de LFG é uma operação suplementar ao negócio central de aterramento no aterro candidato. Este fator precisa sempre ser considerado quando olhando a instalação e operação de sistemas de coleta de LFG em áreas de um aterro que ainda estão recebendo materiais de resíduo e cobertura.

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Tecnologias de Utilização de Gás de Aterro Todas as instalações de utilização de LFG requererem um sistema de coleta de LFGT que é otimizado para maximizar a recuperação do LFG sem causar intrusão de ar. A coleta e queima de LFG, por si mesmas, são uma maneira eficaz de gestão do LFG ao reduzir os problemas de mau cheiro e de migração. Além disso, a queima de LFG num sinalizador de tambor embutido efetivamente converte o metano em LFG a dióxido de carbono, efetivamente reduzindo seu potencial de GHC. As implicações deste fato, em concerto com o desenvolvimento de um mercado de carbono internacional, são discutidas em maior detalhe na Seção 6. A queima de LFG, no entanto, não recupera nada da energia de LFG. Esta seção discute numerosas tecnologias disponíveis para recuperar parte da energia da LFG e potencialmente proporcionar uma fonte suplementar de receita ao aterro por meio da venda de produtos de LFG relacionados. Um efetivo sistema de coleta, associado a uma instalação de utilização de LFG, protegeria também contra o mau cheiro e outras emissões, mas como subproduto da recuperação de combustível em vez de objetivo primário. Num sistema de coleta de LFG efetivamente projetado e operado, esses dois grupos de objetivos podem ser feitos plenamente compatíveis. No entanto, o LFG é um gás molhado com concentrações variáveis de numerosos gases de traço, que precisam ser considerados no desenho de um sistema de utilização de LFG. O alto conteúdo de umidade do LFG garante a presença da umidade no sistema de coleta, o que pode causar problemas relacionados à remoção de condensado/interferência com a capacidade de coletar o LFG por meio do sistema de tubulação. Além disso, alguns dos gases de traço presentes em combinação com a umidade podem causar corrosão do equipamento. Outras restrições operacionais, tais como os perigos à saúde, o perigo de explosão pela presença de LFG em espaços confinados, impedem a utilização do LFG para o funcionamento de aparelhos domésticos. A emissão de poluentes à atmosfera por meio de emissões de ar também requer consideração ao se selecionar o tipo de instalação de utilização a se desenvolver. Dependendo da aplicação, o LFG bruto pode requerer algum nível de processamento de gás antes de ser utilizado para reduzir essas preocupações. O LFG pode ser classificado em três categorias, com base no nível de pré-tratamento/processamento antes da utilização. Elas são: Combustível de LFG de baixo teor – A utilização de LFG como combustível de baixo teor tipicamente requer processamento mínimo, envolvendo câmara(s) de remoção de condensado como parte do sistema de coleta do LFG e potes de decantação da umidade para reduzir a quantidade de umidade na corrente de gás.

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Combustível de teor médio – Aparelhos de tratamento de gás adicionais são usados para extrair mais umidade (com contaminantes) e matéria particulada mais fina. O processo envolve tipicamente a compressão e a refrigeração do LFG e/ou tratamento químico ou purificação para remover umidade adicional e os compostos gasosos como mercaptanos, compostos de enxofre, silício e compostos orgânicos voláteis. Combustível de alto teor – A utilização do LFG como combustível de alto teor envolve extenso pré-tratamento do gás para separar o dióxido de carbono e outros importantes gases constituintes do metano e para remover impurezas inclusive mercaptanos, compostos de enxofre, sulfato de hidrogênio e compostos orgânicos voláteis, e compressão de gás para desidratar o gás. O combustível de baixo e médio teor produzido a partir do LFG tem um valor de aquecimento de aproximadamente l6,8 MJ/m3; Este valor de aquecimento é grosseiramente metade do valor de aquecimento do gás natural. O LFG que tenha sido processado mais e tratado para produzir combustível de alto teor possui um valor de aquecimento mais alto (37,3 MJ/m3) do que o combustível de baixo e médio teor, e pode ser substituído diretamente por gás natural nas aplicações de tubulação (CRA, 1996). A figura 3.1 proporciona um instrumento visual para ajudar na compreensão da discussão seguinte sobre as várias aplicações para os três graduações de combustível que pode ser produzido a partir do LFG bruto. Ela também ilustra o maior grau de processamento que é requerido para transformar o LFG de um combustível de baixo teor numa fonte de combustível mais refinada.

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Figura 3.1 Opções de Uso do LFG

Manual para a Preparação de Gás de Aterro Sanitário para Projeto de Energia

Banco Mundial

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3.1 Aplicações do Combustível de Baixo Teor UAquecimento O LFG pode ser usado com tratamento mínimo para alimentar uma fornalha no aterro ou fora dela, secagem em estufa, ou uma caldeira. Devido ao valor de aquecimento relativamente baixo, tal equipamento precisa ser desenhado para operar com o combustível de LFG. O usuário final precisa ter uma demanda constante e adequada pelo combustível e estar dentro de estreita proximidade do aterro. O gás é transportado tipicamente a uma instalação vizinha por meio de uma tubulação apropriada. É necessário desenhar a tubulação de suprimento para evitar o acúmulo de condensado dentro dos tubos resultante em possível bloqueio. O LFG bruto pode também ser usado para pequenos projetos pilotos ou de demonstração, como aquecimento de uma estufa no aterro. Embora o uso direto do LFG faça sentido intuitivo, é preciso que um usuário adequado já exista em estreita proximidade do aterro. Um “usuário adequado” significa uma aplicação que possua um perfil de usuário de carregamento de base, o que demonstra uma demanda de combustível adequada e continuada o ano todo excedendo a oferta disponível no aterro. Requer também o uso de equipamento que queime o combustível com tempo de retenção e temperatura adequado para assegurar eficiência apropriada de destruição dos numerosos componentes gasosos no LFG. Os critérios para determinar a viabilidade e adequação deste tipo de projeto são discutidos mais a fundo posteriormente nesta seção. Os custos para desenvolver e implementar uma utilização de aquecimento de baixo teor são mínimas se estiver bem próxima do aterro. Haverá alguns custos para a tubulação para entregar o combustível de LFG no local desejado. Este custo é uma função da quantidade de combustível a ser entregue e as distâncias envolvidas. Um problema prático com a transmissão de combustível de baixo teor é a necessidade de remoção de umidade suplementar para assegurar que não existam questões de transmissão de combustível com queda de condensado e bloqueio de tubulação. Os requerimentos de entrega de combustível podem envolver algum processamento de gás limitado ou possivelmente uma elevação da pressão de abastecimento para os sistemas de aquecimento. Podem existir também custos de atualização no transporte do gás combustível para fornecer o LFG ao sistema. É tipicamente recomendado que qualquer sistema de aquecimento que use o LFG também seja alimentado por outra forma de abastecimento de combustível durante quaisquer períodos em que o LFG esteja, por qualquer razão, indisponível. UCaldeira/Turbina de Vapor O LFG de baixo teor pode também ser usado como combustível para caldeiras para produzir vapor para aquecimento ou geração de eletricidade. Este método de utilização requer tratamento mínimo porque o LFG potencialmente

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danificador não entra em contato com quaisquer peças em movimento em virtude dos gases estarem contidos dentro de tubos de caldeira, que são mais fortes. O vapor produzido pela caldeira poderia ser usado para aquecimento de espaço, aquecimento de processo ou eletricidade via turbina de vapor. No entanto, a tecnologia de turbina de vapor requer equipamento adicional como os condensadores, as torres de resfriamento, o tratamento de água e as bombas de abastecimento da caldeira. Esta tecnologia tem aplicação potencial em aterros grandes e com uma capacidade potencial de geração elétrica de mais de 10 MW. (CRA, 1996). Em relação à discussão de outras aplicações de aquecimento observadas acima, o uso do LFG como abastecimento de combustível para um sistema de caldeira/turbina de vapor requer preparação mínima adicional exceto para o sistema de abastecimento de combustível para as unidades e quaisquer modificações do sistema de caldeira necessárias para usar o combustível de menor teor calorífico. UMicro-turbinas As micro-turbinas podem usar gás de LFG de baixo teor com uma capacidade de aquecimento tão baixa como 350 Btu/scfm. Elas podem tipicamente proporcionar até 75 kW de energia elétrica e 85 kW de calor para aplicações combinadas de calor e energia. Os sistemas de micro-turbinas contêm um compressor, um recuperador, um combustor, uma turbina e um gerador magnético permanente, mas requerem um espaço muito pequeno para operação (Capstone, 2002). A capacidade menor dessas unidades as torna mais adequadas em aterros mais velhos, menores ou remotos com baixas taxas de produção de LFG (Environment Canadá, 2002). Até esta data, as micro-turbinas não se têm provado a opção mais efetiva de custo para os projetos de LFG de maior tamanho e que geralmente são considerados aplicáveis para a LAC e o Caribe. Elas são adaptáveis a pequenas instalações e podem se tornar muito mais apropriadas para instalações remotas e pequenas, caso o valor da energia elétrica ou CERs continuar a aumentar os valores da receita que sejam aplicáveis na Europa. Uma exceção a isto pode ser as aplicações específicas no Caribe onde os custos da energia elétrica já estão chegando aos da Europa. Com valores de receita líquida acima de $0.,08 kW/h, os projetos de pequena escala com micro-turbina ou motores a pistão podem se tornar viáveis. 3.2 Aplicações de Combustível de Teor Médio UAquecimento O combustível de teor médio tem uma variação mais ampla de aplicações como combustível do que o de baixo teor por causa da redução dos constituintes de corrosão. Ele pode ser usado em caldeiras industriais, secadoras, estufas ou fornalhas a gás. Os custos incorridos em conseqüência

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do processamento do gás podem ser compensados por uma redução dos custos de operação e manutenção, e uma vida mais longa do equipamento de aquecimento. Como no caso do combustível de baixo teor, é necessário ter um mercado próximo para o qual possa ser vendido o combustível produzido. À medida que um projeto entra na categoria de combustível melhorado, os custos suplementares que precisam equilibrados na avaliação econômica são os seguintes: • Condensadores e resfriadores; • Esfregadores e filtros; • Sistemas de reaquecimento; • Sistemas melhorados de ventilador/compressor para compensar as perdas de calor; e • Toda tubulação associada, válvulas, instrumentação e controles. Os custos desses sistemas variarão como uma função das condições de entrega especificadas para o LFG. Um sistema de processamento de gás pode variar em valor de $100.000 a $200.000, ou mais, por 1000 m3/h de LFG. À medida que os sistemas aumentam de tamanho pode haver algumas economias de escala que seriam esperadas. Um dos itens mais importantes de custo associados ao processamento de gás não são as implicações de custo de capital, mas, ao invés, os componentes do custo de operação e manutenção. Os sistemas de processamento de gás podem ser um dos subsistemas de mão de obra mais intensivo de uma instalação de LFGTE e os custos de maior energia parasita e outros elementos descartáveis precisam ser incluídos na avaliação econômica nos estudos de viabilidade numa base específica para o aterro e para o projeto. UMotores a Pistão a Gás Motores a pistão que usam LFG de teor médio como combustível são prontamente disponíveis e podem ser obtidas como unidades modulares ou dentro de um completo pacote de gerador paralelo. Estão disponíveis em vários tamanhos com produções elétricas variando de menos de 0,5 MW a mais de 3,0 MW por unidade. Elas têm um custo de capital comparativamente baixo por kW e uma maior eficiência do que a maior parte de turbinas a gás e a natureza modular dos sistemas de motores a pistão proporciona flexibilidade para maior expansão do que pode ser requerido devido à natureza incerta da produção de LFG futura. Essas unidades podem ser acrescentadas em estágios incrementáveis menores do que as turbinas a gás. As desvantagens desta tecnologia incluem maiores custos de manutenção do que para as turbinas a gás e uma exigência de pessoal de manutenção especializado. Os gases de exaustão podem conter alguns produtos de combustão incompleta e há um alto consumo de óleo lubrificante, o que inclui a necessidade de provisão de despejo do óleo usado. A maior parte dos motores a pistão que foram adaptadas para aplicações de LFG e provadas em uso em numerosos aterros é produzida nos Estados Unidos e na Europa. Os custos básicos desses itens de equipamento são

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geralmente bem conhecidos e bem definidos. O custo de capital desses grupos de geradores está na faixa entre $600.000 e $800.000 por MW de capacidade geradora dependendo do tamanho da instalação e da máquina específica que sejam escolhidas para a aplicação. Tenha cuidado ao usar estes custos porque eles tipicamente só representam entre 40 a 60% do custo de instalação total para gerar a energia elétrica e os custos do sistema de coleta de LFG também são adicionais a este custo. Observe que encargos de importação e quaisquer taxas relacionadas podem ser um item significativo e precisam sempre ser incluídos em qualquer avaliação econômica como um item de custo específico. O tempo que pode levar para importar qualquer equipamento precisa também ser um item chave no desenvolvimento de qualquer cronograma de projeto. A necessidade e extensão de quaisquer peças de reposição recomendadas precisam também ser discutidas especificamente e avaliadas cm base na disponibilidade dessas peças no país específico, da mesma forma que o tempo que possa ser requerido para importar as peças. Uma consideração específica é que um estoque de peças de reposição muito mais extenso pode ser recomendado do que possa ser necessário em qualquer dessas outras jurisdições. UTurbinas a Gás As turbinas a gás são disponíveis como sistemas modulares e empacotados. As turbinas a gás podem ter alguma aplicação para aterros com taxas de produção de LFG maiores, mais estáveis. As turbinas a gás são geralmente maiores do que os motores a pistão com produção de energia elétrica variando de l MW a 8 MW para cada unidade. As turbinas a gás também oferecem flexibilidade de expansão modular para atender a mudanças na produção de LFG. No entanto, os estágios incrementais são maiores do que os dos motores a pistão. As turbinas a gás geralmente têm um custo de capital maior associado à instalação inicial com eficiências de conversão de energia um pouco menores em comparação com motores a pistão. No entanto, elas geralmente oferecem características de emissão de exaustão superiores, custos de operação e manutenção reduzidos e maior flexibilidade operacional (capacidade de manter eficiência razoável apesar de flutuações no fluxo e características do LFG) do que os motores a pistão. Além disso, as turbinas a gás também oferecem a flexibilidade para proceder diretamente à opção de ciclo combinado (como descrito abaixo) no futuro, se a produção de LFG permitir. Essas características positivas das turbinas a gás têm sido avaliadas por operadores nos Estados Unidos e, em poucos casos, se tem descoberto que compensa o custo de capital menor e a maior eficiência de conversão de energia dos motores a pistão. Há poucas turbinas a gás que têm sido adaptadas com sucesso para aplicações de LFG. No entanto, o pacote de compressão que precisa preceder a turbina é a peça de equipamento mais sensível para a confiabilidade eficiente no longo prazo da instalação. Tipicamente, são os requerimentos para o estágio de compressão que regerão o nível de processamento de LFG que será necessário para assegurar custos razoáveis de operação e manutenção para a instalação.

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Dado o número relativamente limitado de aplicações das turbinas que se espera para a LAC e no Caribe, é altamente recomendado que se obtenha uma lista de preços específica para aterros grandes no estágio de pré-investimento para assegurar que esta opção de tecnologia receba uma avaliação justa. USistemas de Ciclo Combinado O ciclo combinado usa tanto turbina(s) a gás como turbina(s) a vapor para produzir eletricidade. Este processo produz uma melhora significativa na eficiência da conversão elétrica em até mais de 40 por cento e pode ser realizado pela recuperação e utilização de lixo de alta qualidade a partir de turbinas a gás numa caldeira de aquecimento de resíduo. O calor do lixo é então usado para produzir vapor para a turbina a vapor. O uso de calor do lixo a partir de turbina(s) a gás reduz o volume de LFG requerido para a caldeira. As usinas de ciclo combinado são geralmente custo efetivas somente no caso de produção maior do que l0 MW. Os custos de uma instalação de ciclo combinado num aterro grande adequado têm um custo de capital menor por capacidade de MW instalada de produção de energia elétrica por causa do ganho significativo de eficiência na conversão de energia que pode ser alcançado. Pelo fato de que este tecnologia seria aplicável só em aterros grandes, não é recomendado que quaisquer custos genéricos sejam usados. Para esses aterros grandes pode haver mérito significativo na busca de componentes de equipamento usados para otimizar a economia global da instalação. Por exemplo, a grande instalação de utilização de LFG em Toronto, Canadá, no Aterro do Vale Keele, instalou com sucesso uma instalação de turbina a vapor usando uma combinação de equipamento novo e usado. O custo de capital desta instalação é menos do que $500.000 por MW de capacidade de geração elétrica. 3.3 Aplicações do Combustível de Alto Teor UGás de Qualidade de Gasoduto A utilização de LFG de alta qualidade para produzir gás de qualidade de gasoduto tem sido feita em diversos aterros nos Estados Unidos e na Europa. O componente de metano do LFG refinado é geralmente usado como substituto direto do gás natural. O gás de qualidade de gasoduto é fornecido sob pressão à concessionária local ou diretamente ao(s) consumidor(es). Portanto, os mercados para este tipo de produto são as usinas de gás natural próximas ou os usuários industriais. A produção de gás de qualidade de gasoduto envolve a remoção do dióxido de carbono e de outros gases presentes no LFG, resultando em gás que é aproximadamente 98 por cento de metano em volume. O primeiro processo de utilização de LFG desenvolvido foi a melhora do LFG para gás de alto teor de Btu por “GSF” em Palos Verdes, Califórnia, em 1975. A receita proveniente das vendas de produto de gás não cobriu os altos custos de capital e operacionais deste sistema e não se desenvolveu bem como se esperava originalmente. Em

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1972, as instalações de melhoria do LFG na América do Norte incluíam Houston, Texas (recolocada desde Palos Verdes); Calumet City, Illinois; Cincinatti, Ohio; Freshkills, Nova York; e Pompano Beach, Flórida. O melhoramento do LFG está sendo praticado também em outras localidades incluindo Wellington, Nova Zelândia. Os custos de capital para desenvolver um abastecimento de gás do tipo de gasoduto de LFG são governados pelos padrões de qualidade de gás que precisam ser alcançados. Este enfoque precisa sempre ser desenvolvido num aterro específico e numa base de projeto específico e não é apropriado sugerir variações de custo gerais e mesadas. Há freqüentemente alguns requerimentos conflitantes associados aos direitos de franquia para distribuir gás natural que podem apresentar dificuldades de cronograma e aprovação para um projeto de LFGTE. O LFG precisa ser abastecido diretamente a um importante usuário de combustível que não seja uma rede de distribuição ou, alternativamente, à principal empresa de energia concorda em aceitar o LFG melhorado numa base de qualidade especificada. UVenda Comercial de Dióxido de Carbono A produção de dióxido de carbono resulta da separação do LFG em seus principais componentes que são considerados subprodutos da produção do combustível de alto Btu derivado do LFG. O dióxido de carbono pode ser removido do LFG pela absorção de superfície (crivos moleculares), separação por membrana ou um sistema de tratamento de solvente. Exemplos de solventes incluem as isoproponolaminas-(MDEA), as alcanolaminas (MEA-DEA e DGA), carbonato de potássio quente, carbonato de propileno e selexol. Todos esses sistemas utilizam solventes líquidos que têm afinidades individuais com o dióxido de carbono e o sulfato de hidrogênio e, em alguns casos, com a água, mas mostram mínima afinidade com o metano. Isso permite que o metano seja separado de outros gases para produzir gás de qualidade de gasoduto. Embora seja tecnicamente viável, não existem instalações conhecidas ou planejadas para vender dióxido de carbono derivado do LFG. O maior uso de dióxido de carbono é no processamento de alimentos e nas indústrias de bebidas. O uso de dióxido de carbono a partir do LFG para este fim tem aplicações tanto perceptivas como restritivas que tenderiam a limitar o acesso a este mercado. UProdução de Produtos Químicos Metano e dióxido de carbono, os principais componentes do LFG, podem ser usados como ração para certos produtos químicos como metanol, fertilizantes e células de combustível. Esses são processos de proprietário disponíveis para produzir metanol a partir de LFG. O metanol pode ser usado como combustível alternativo ou aditivo de combustível para máquinas a gasolina e diesel, e como um agente embranquecedor alternativo para a indústria de polpa e papel. Os altos custos de capital, os mercados limitados para produtos e a complexidade do processo tornam esta opção uma alternativa menos desejada. A estocagem de gás comprimido e o uso subseqüente são também

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tecnicamente viáveis embora as atuais condições de mercado não os tornem economicamente viáveis no presente. UCélulas Combustíveis As células combustíveis são uma nova tecnologia que converte diretamente hidrogênio em energia. O uso de LFG para células de combustível requereria o uso de um processador de combustível de alto teor, incluindo um transformador de energia de célula combustível, e uma torre de resfriamento para tratamento de calor do lixo. Uma usina de geração de energia baseada em célula combustível seria construída usando numerosas células combustíveis individuais. Isto tornaria o sistema aumentável, permitindo a sua expansão para coincidir com o recurso de combustível. Atualmente, o preço de células de combustível é muito mais elevado do que outra tecnologia de utilização de LFG porque as células de combustível requeridas não são produzidas em quantidades comerciais. À medida que aumenta o número de células produzidas, espera-se que o preço caia, aumentando a viabilidade econômica de um projeto de utilização baseado em célula combustível. UCombustível para Veículo O LFG comprimido (CNG) e o LFG liquefeito (LNG), produzidos por meio de processos proprietários, têm sido usados como combustível para veículos como parte de um projeto de demonstração no aterro Puente Hills na Califórnia. Para utilizar o gás, ele precisa primeiro ser tratado para a remoção de impurezas e o aumento de seu valor de combustível antes de ser comprimido. As vantagens desta aplicação incluem uma redução no consumo de combustível fóssil e na poluição de ozônio local. No entanto, há custos significativos associados à adaptação de veículos para aceitar este tipo de combustível e o custo de construção dos postos de combustível. (Pappas, 2002) Estas tecnologias são geralmente de natureza proprietária e a definição de custo para um projeto específico é necessária para avaliar a aplicação desta tecnologia num aterro. 3.4 Processamento do LFG Para empregar a maioria das tecnologias de utilização de LFG descritas acima, o LFG precisa ser processado, pelo menos até certo ponto. A forma primária de tratamento do LFG é para remover alguma porção do vapor d’água do LFG saturado. A redução do teor de umidade do LFG e do número de compostos gasosos e “particulados” diminui a natureza corrosiva do LFG, o que corta os custos de manutenção para o equipamento de utilização. A produção de combustível de alto teor também requer a separação da porção de metano do LFG a partir de outros gases que não têm nenhum valor calorífico. Da mesma forma que com algumas das aplicações de combustível de alto teor, as tecnologias seguintes são geralmente de natureza proprietária e a definição de

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custo para um projeto específico é necessária para avaliar a aplicação dessas tecnologias num aterro. URemoção de Umidade A degradação de lixo orgânico é um processo exotérmico e, portanto, o LFG é quente e essencialmente saturado com vapor d’água. O teor alto de umidade, em combinação com dióxido de carbono, sulfato de hidrogênio e VOCs, cria um gás potencialmente corrosivo. As técnicas de redução de umidade que podem ser aplicadas incluem separadores de umidade, eliminadores de neblina, esfriamento direto, compressão seguida de esfriamento, absorção e adsorção. Alguns separadores de umidade funcionam girando gás através de um grande cilindro, diminuindo a velocidade do gás e permitindo a umidade na forma de gotículas ser coletada nas paredes do cilindro. A maioria dos eliminadores, ou filtros coalescentes, é tipicamente usada em conjunto com um separador de umidade. Para coletar gotículas pequenas demais para terem sido interceptadas pelo separador. Estes são tipicamente construídos de uma tela de arame através da qual passa o LFG. A maioria dos eliminadores também intercepta matéria infiltrada nas gotículas de água. O esfriamento e a compressão do gás diminuem a capacidade de o LFG guardar água. Este processo é geralmente atingido por meio do uso de trocadores de calor ar/ar ou ar/líquido. A compressão depois do esfriamento serve para desidratar mais o ar. No entanto, ela também aumenta a temperatura do gás, que precisa ser considerado com a utilização final do gás. A absorção usa um líquido com uma alta afinidade com a água. O LFG a ser absorvido é ou introduzido no fundo de uma coluna de meio absorvente ou o meio é borrifado na corrente de LFG. A água é removida do gás por meio de um processo de reações físicas e químicas com o meio absorvente. O êxito deste processo depende do meio absorvente específico e das características do LFG. As técnicas de absorção usam um material sólido granulado que tem uma afinidade com água. Neste processo, a água “gruda” no material granulado à medida que o gás passar. Exemplos destes meios incluem gel de sílica, alumina e silicatos conhecidos como crivos moleculares. Esta técnica é algumas vezes usada em conjunto com a absorção em sistemas, tais como torres empacotadas, colunas de pratos, torres de aspersão e purificadores de gás Venturri. Com o tempo, a contaminação da mídia especializada empregada nesses sistemas causa eficiência reduzida e se requer a substituição. URemoção de Particulado As partículas sólidas transportadas dentro da corrente de LFG precisam ser removidas em aplicações para uso de combustível de alto e médio teor para evitar danos aos sistemas de ventilação e aos outros componentes do equipamento. A maioria da matéria particulada fina está embutida através das gotículas de umidade no gás. Portanto, a remoção de umidade serve o objetivo

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duplo de também remover a matéria particulada. Filtros particulados também podem ser usados para reduzir o conteúdo particulado do gás, mas esses filtros requerem um alto nível de manutenção e precisam ser limpos com freqüência e/ou substituídos. URemoção de Compostos Gasosos Os compostos gasosos normalmente removidos do LFG são compostos de enxofre, compostos orgânicos não-metano (NMOCs) e compostos orgânicos voláteis (VOCs). Estes podem ser removidos por meio do uso de carbono granulado ativado (GAC), de solventes seletivos ou da esponja de ferro. O GAC é a ferramenta mais usada comumente para lidar com o tratamento de hidrocarbonetos e VOC. Uma desvantagem significativa da utilização de GAC para as aplicações de purificação do LFG é sua alta afinidade com a umidade. Isto pode ser mitigado pela implementação de um bom processo de remoção da umidade antes de se usar o GAC. Processos de solvente seletivos usam vários solventes para seletivamente adsorver os compostos gasosos. Processos de esponja de ferro podem ser usados para remover sulfato de hidrogênio do LFG. O sistema usa óxido de ferro hidratado apoiado em lascas de madeira para reagir e produzir sulfeto de ferro. UExtração do Dióxido de Carbono O dióxido de carbono não tem valor calórico algum e cria um líquido corrosivo quando combinado com vapor d’água. Ao usar métodos de extração, adsorção e de separação de membrana, o dióxido de carbono pode ser removido do LFG, aumentando o valor calorífico do gás e coletando o dióxido de carbono para outros fins. Alguma tecnologia proprietária existe para remover o dióxido de carbono usando um solvente, baixas temperaturas e pressão alta. Alguns processos usam estágios múltiplos de crivos moleculares para adsorver o dióxido de carbono. Além disso, membranas que são permeáveis apenas para a fração de dióxido de carbono do LFG podem ser usadas para separar as importantes frações de LFG. Todas essas tecnologias são caras e tendem a limitar sua aplicação a projetos de LFGTE a menos que haja um valor de mercado muito alto para os produtos combustíveis. 3.5 Fatores de Seleção de Utilização Como observado acima, várias tecnologias existem para a utilização de LFG. A alternativa que é adequada melhor para um aterro específico é dependente de numerosos fatores, incluindo: • disponibilidade projetada de LFG; • presença e localização de mercados adequados; • preço de mercado para produtos fim; • fatores ambientais e reguladores; e • custos de capital e operacionais das opções de utilização de sistema, incluindo custos/questões de processamento e transporte.

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A viabilidade de um projeto de LFGTE é largamente influenciada pelo grau em que o LFG é processado e isto, em parte, é uma função do cálculo econômico da aplicação específica. UFatores de Seleção para Geração de Energia Elétrica Vários fatores precisam ser avaliados ao se considerar a geração de eletricidade com LFG, não importa se a tecnologia envolve micro-turbinas, motores a pistão, turbinas a gás, ciclo combinado ou turbinas a vapor. A eficiência da conversão elétrica, que é uma indicação de que porção do valor de energia do LFG pode ser convertida em energia elétrica, varia com cada tecnologia. A eficiência pode ser descrita em termos de “taxa de calor” (Btu/kWh) líquida da usina ou eficiência bruta do equipamento. Esta eficiência é igual ao valor de energia total no LFG coletado dividida pelo valor de energia da energia fornecida à grade. A energia líquida fornecida à grade é igual à produção total, menos quaisquer perdas parasíticas de usina. Essas perdas parasíticas incluem a energia gasta nos compressores de gás, bombas de água encamisadas, bombas de óleo lubrificante, pás de radiador, pás de gerador, transformador de estação e outros auxiliares de estação. Outros fatores importantes que precisam ser considerados ao se decidir se utilizar ou não o LFG para a geração elétrica incluem disponibilidade, custo de instalação, custos de operação e manutenção e emissões, todos os quais são específicos ao aterro. A disponibilidade é o verdadeiro tempo de geração de energia dividido pelas horas disponíveis anualmente. Isto é principalmente uma medida de confiabilidade de equipamento de geração de energia e o abastecimento do combustível à instalação. Custo/kW instalado descreve o custo por Kw instalado de uma dada tecnologia. Os custos de operação e manutenção incluem toda mão-de-obra e materiais usados para produzir energia e são expressos como $/kWh para a operação de equipamento. Os encargos de manutenção cobrem consertos grandes e pequenos. As emissões dos exaustores de uma chama de LFG ou de uma parte do equipamento de geração precisam ser controladas para ficar dentro dos limites aceitáveis fixados pelas agências governamentais. As emissões preocupantes incluem óxidos de nitrogênio, dióxido de carbono, monóxido de carbono, hidrocarbonetos não metano, compostos orgânicos voláteis (VOCs) e produtos de combustão incompleta. A tabela 3.1 apresenta as típicas variações de fluxo requeridas para tornar viável a implementação das seguintes tecnologias de geração de energia. Ela também mostra as típicas variações de energia associadas a várias tecnologias de LFG e taxas de fluxo. Quadro 3.1 – Tecnologias de Utilização do LFG e as Variações Típicas de Fluxo/Eletricidade Tecnologia

Variação Típica de Fluxo

Tamanho Preferido da Usina

Eficiência da Conversão Elétrica (líquida para a

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grade sem recuperação do calor do lixo)

Micro-turbinas < 100 cfm

< 100 kW 25-30%

Motores a pistão

>150 to 5,000 cfm

0.5 to 12 MW 32-40%

Turbinas a gás

>4,000 to 20,000 cfm 3 to 18 MW 26-32%

Turbinas a vapor

>6,000 to>25,000 cfm

10 to 50 MW

24-29%

Sistemas de Ciclo Combinado

>5,000 to>25,000

>10 MW 38-45%

Fonte: Environment Canadá, 1996. BOX 3: APLICAÇÃO DA TECNOLOGIA DE MOTORES A PISTÃO Uma das tecnologias de utilização de LFG mais comuns para projetos de LFGTE pequenos a relativamente grandes é a dos motores a pistão. Este tipo de tecnologia é bem adequado para projetos de 0,5 MW a 12 MW ou mais que é o tamanho da maioria dos aterros potenciais na LAC. Os motores a pistão são menores em tamanho do que as turbinas e podem acrescentar um incremento menor de capacidade com um custo de capital menor à medida que o desenvolvimento do projeto de LFGTE progrida para espelhar a produção do LFG no aterro. A tecnologia dos motores a pistão é confiável e os custos para operação e manutenção das máquinas caíram significativamente desde sua adaptação inicial para uso com o combustível de LFG durante as décadas de l980 e l990. O projeto de LFGTE em Waterloo tem tido uma disponibilidade de mais de 98 por cento desde que entrou em linha em 1999. Isto é largamente atribuído a um cronograma de manutenção cuidadoso desenvolvido pelos fabricantes dos motores a pistão que é monitorado por um operador, em tempo integral, com familiaridade com todos os aspectos das características de operações e desempenho da máquina. O quadro seguinte proporciona um exemplo de um motor a pistão Jenbacher que tem sido usada para gerar energia elétrica no aterro de Istambul, na Turquia. Observe também que uma foto das máquinas Caterpillar usadas no Aterro de Waterloo é apresentada na capa do Manual.

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Dos oito estudos de caso proporcionados como anexos ao Manual, sete usam ou planejam usar motores a pistão para produzir eletricidade, o que serve para ilustrar a importância desta tecnologia para o desenvolvimento de projetos de LFGTYE na LAC e no Caribe. Alguns dos projetos de LFGTE na Látvia e na Polônia são sistemas combinados de calor e energia (CPH) que usam o calor do lixo gerado pelas máquinas para aquecer os prédios no aterro e fornecem calor a um sistema de aquecimento do distrito. Uma análise do custo de ciclo de vida/receita que inclui uma avaliação realista da disponibilidade de usina em linha para a localização geográfica específica deveria considerar o seguinte: acesso ao conhecimento técnico requerido, acesso às peças de substituição requeridas, e o escopo e extensão de peças de reposição mantidas na instalação. O tempo de produção perdido pode mudar rápida e dramaticamente a viabilidade econômica de um projeto. UFatores de Seleção de Usuário Final de Combustível Direto O uso do LFG para aplicações de uso de combustível diretas é essencialmente viável para todas as variações de tamanho de projetos desde que haja uma igualdade entre o perfil de geração de LFG e as necessidades de um usuário prospectivo que esteja localizado relativamente perto (>10 km) de um aterro candidato. Esta opção é fácil de avaliar e pode ser muito atraente se houver uma igualdade de mercado-recurso. Infelizmente, há tipicamente só poucos aterros que estão localizados em estreita proximidade de um consumidor de combustível adequado. Os fatores a considerar na determinação da adequação de um usuário final incluem:

• localização do consumidor para determinar o comprimento e localização de um gasoduto;

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• requerimentos de energia do usuário em termos de quantidade e qualidade; perfil de uso de energia diário e sazonal do mercado prospectivo;

• tratamento e emissão de gás; custos associados ao tratamento de gás, gasoduto e conversão de equipamento para utilizar LFG;

• custos de manutenção e operação; e custo de combustíveis alternativos. Cada um desses itens precisa ser avaliado para as condições específicas ao projeto de aterro potencial para determinar a viabilidade técnica e financeira do projeto. Geralmente, o usuário final precisa consumir grandes volumes de energia numa base anual e ser localizado bem próximo ao aterro para atingir um retorno adequado ao investimento para o desenvolvimento desse tipo de projeto LFGTE. Os usuários finais com grandes oscilações diárias e/ou sazonais na demanda de combustível são menos desejáveis uma vez que o LFG é produzido no aterro numa taxa relativamente constante e há pouco volume para estocar o gás dentro do aterro.

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PARTE 2 – COMPREENSÃO DAS REGULAMENTAÇÕES PERTINENTES, DOS MERCADOS DE ENERGIA E DO FINANCIAMENTO INTERNACIONAL DO CARBONO.

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A Gestão do LFG e as Políticas, Legislação, Regulamentação e Mercados de Energia As políticas sobre energia e a legislação relacionada controlam a capacidade de Mercado para os produtos da gestão do LFG, tais como as reduções das emissões ou a energia. Os mercados de energia atuais estão no processo de desenvolverem políticas relacionadas à redução das emissões que são aplicáveis diretamente aos projetos LFGTE e os custos exigidos para a produção de diversos produtos da energia para leva-los para o mercado. Historicamente, os valores “normais” dados ao combustível LFG não foram adequados para incentivar o desenvolvimento dos projetos LFGTE na LAC. Uma das condições de mudança que pode oferecer apoio fiscal a qualquer projeto de gestão do LFG, incluindo os projetos LFGTE, é o valor suplementar potencial como o “crédito pela redução de emissões“ e como são tratadas as políticas e a legislação sobre energia na LAC. Um crédito pela redução de emissões é definido como uma tonelada de gases do efeito estufa expressa em equivalentes de dióxido de carbono, o quais de outra forma teriam sido lançados na atmosfera a partir de uma cenário de referência estabelecido no local. Como as emissões podem ser compostas de uma combinação de gases (por ex., metano e dióxido de carbono), as toneladas dos gases individuais estão expressas como equivalentes ao dióxido de carbono (eCO2) em termos de potencial do alerta global. Isso é feito pela multiplicação das toneladas de gases individuais por coeficientes técnicos baseados em princípios científicos que refletem no impacto do aquecimento global. Por exemplo, uma tonelada de metano é igual a 21 toneladas de dióxido de carbono (exemplo: 1 tonelada de metano = 21 toneladas de eCO2). Os créditos da redução de emissões devem ser reais, quantificáveis, adicionais, verificáveis e únicos. Alguns dos métodos atuais para a comprovação desses critérios são apresentados e discutidos mais detalhadamente na Seção 6. Esses créditos podem ser tanto criados diretamente como resultado da substituição do combustível. Por exemplo, a substituição do combustível pode ser gás natural como carvão.

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Embora os coeficientes técnicos a serem utilizados no cálculo dos créditos de redução das emissões tenham sido estabelecidos e sejam revisados periodicamente, o valor econômico dos CERs ainda não foi totalmente estabelecido. Ainda que as transações envolvendo a compra e a venda dos créditos da redução de emissões tenham ocorrido nos mercados internacionais, os preços de mercado ainda não foram estabelecidos para um grande número de compradores e vendedores. Uma parte significativa do problema existe porque a maioria das transações comerciais envolveu “ações voluntárias iniciais” em oposição à fiscalização nos cortes que exigem atividade significativa. A medida em que se aproxima a data de ratificação do Protocolo de Quioto, espera-se que, no médio prazo, haja um número significativo de transações ocorrendo resultando em valor para os créditos da redução de emissões se firme rapidamente . Espera-se que o valor econômico de um CER aumente se e quando a legislação local exigir cortes e que sejam feitas as opções menos onerosas nas reduções de emissões. Os projetos LFGTE são considerados menos onerosos do que diversas outras opções para a redução nas emissões e, conseqüentemente, considera-se que os projetos LFGTE serão rapidamente comprados pelas principais corporações internacionais como forma de obterem os créditos da redução de emissões menos onerosos para os seus CERs requeridos. Uma razão importante para que o LFGTE seja uma das oportunidades menos onerosas na redução de emissões é que a combustão do LFG transforma o metano em dióxido de carbono. Desse modo, os créditos da redução de emissões são um resultado natural da coleta e queima ou da utilização do LFG, porque a medida em que ocorre a combustão do metano, as emissões equivalentes em dióxido de carbono são diminuídas. A adição do valor econômico aos créditos da redução de emissões nos projetos de gestão do LFG fornece: um incentivo positivo para a melhoria no desenho e funcionamento dos aterros sanitários; uma influência positiva para a melhoria geral no sistema de gestão do lixo; e contribuiria potencialmente para a viabilidade do financiamento de um projeto LFGTE que resultaria em projetos desenvolvidos que de outra forma não seriam considerados viáveis financeiramente. Para os CERs dos projetos de LFG serem reconhecidos e possam ser vendidos dependerá das regulamentações locais para os aterros sanitários exijam especificamente a coleta e o tratamento do LFG. Por exemplo, se as regulamentações dos aterros sanitários numa jurisdição específica exija a diminuição das emissões (por ex., por razões de saúde ou pelo cheiro) através de medidas prescritas tais como o uso de sistemas de coleta e de combustão do LFG, o local e qualquer redução associada às emissões possam ser passíveis de serem “regulamentadas” e, desse modo, estarem impedidas de serem reconhecidas como CERs. Conseqüentemente, a redação de qualquer legislação é um fator chave a ser considerado quando da análise de um projeto de gestão de LFG potencial. O resultado líquido é que é muito importante estabelecer se as regulamentações do aterro sanitário exige redução

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específica das emissões na atmosfera, já que isso influenciará a possibilidade das reduções das emissões de serem certificadas e vendidas. Dito simplesmente, a indústria do aterro sanitário poderia seguir, bem como deveria ser regida, por qualquer exigência regulatória aplicável à saúde e segurança ou que possam ser aplicadas a todas as fontes de emissões de gases na atmosfera dentro de um país. Contudo, as regulamentações específicas que identificam a indústria da gestão do lixo aplicam um padrão mais alto do que aqueles aplicáveis às indústrias e aos governos em geral possam injustamente remover os CERS LFG como um ativo ou mercadoria disponível. A medida em que o controle futuro das emissões dos Gases do Efeito Estufa-GHG se desenvolva e se torne mais rígido, as oportunidades de gerar CERS serão reduzidas. A “janela de oportunidade” atual para projetos de gestão do LFG é resultado do fosso, na maior parte do mundo, entre a conscientização global de que as emissões dos GHG devem ser controladas (como ilustrado no Protocolo de Quioto) e a situação atual da legislação sobre o controle das emissões. Dada a importâncias das questões levantadas acima, essa seção do Manual analisa os elementos de políticas, legislação, regulamentação e mercados na medida em que influenciam o potencial dos projetos LFGTE. Os elementos a serem considerados incluirão como as alterações nas políticas, legislação e regulamentações podem ser desenvolvidas ou modificadas para incentivar projetos LFGTE. O setor de energia da LAC, primordialmente da Venezuela e do México, é um exportador de recursos energéticos, sobretudo o petróleo, e espera-se que isso continue durante os próximos 25 anos. Com relação à eletricidade, a fonte predominante é a energia hidroelétrica. As projeções (03 de maio) para a América Latina da Agência Internacional de Energia-AIE sugerem que a demanda por energia na região duplicará entre 2000 e 2020 e, conseqüentemente, haverá uma demanda intensa de eletricidade prevista para o futuro. Isso parece criar um incentivo para os projetos de gestão do LFGTE que inclui o funcionamento de LFGTE na LAC. 4.1 Antecedentes A legislação existente em um país da LAC influenciará enormemente o desenvolvimento potencial de um projeto de LFGTE ao influenciar a oportunidade de investimento e o retorno econômico para os investidores no desenvolvimento de projeto. Em vários países da LAC, as políticas, a legislação e as regulamentações do mercado de energia estão nos seus primórdios, além de estarem sujeitas à alterações. Portanto, essa seção discute esses tópicos com o intuito de fornecer orientação sobre como as regulamentações podem ser alteradas/melhoradas com orientação para incentivar o desenvolvimento de projeto LFGTE, os quais podem ter uma influência positiva tanto sobre o setor de energia como sobre todo o sistema integrado de manejo do lixo. Os países na LAC estão adaptando as suas estruturas jurídicas e institucionais para incentivar o desenvolvimento sustentável com o intuito de reverterem as tendências de degradação ambiental. Do mesmo modo, os governos estão na busca de eficiência maior na produção de eletricidade através do aumento da

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competitividade (por ex., privatização), além da busca de capitais de fontes não governamentais. Conseqüentemente, a legislação ambiental e as instituições nacionais estão sendo fortalecidas em resposta à demanda internacional por proteção contra uma deterioração ambiental ainda maior. Tal legislação, contudo, enfrenta uma variedade de desafios que incluem questões jurisdicionais entre as autoridades federais e estaduais. O desenvolvimento de políticas, legislação, taxação e regulamentação para o mercado de energia que reflete de maneira positiva sobre as políticas de LFGTE incentivarão esses projetos e influenciarão na sua viabilidade financeira. As regulamentações do setor energético diferem entre os países, não sendo, portanto, viável a revisão de todas as políticas para a LAC. Além disso, a maioria dos países está, com poucas exceções, ainda iniciando o estabelecimento de regulamentações que focalizam o setor energético e, desse modo, encontra-se atualmente em flutuação. Assim, em vez de focalizar-se sobre regulamentações específicas sobre energia, o Manual adota uma “abordagem de lista de verificações". O Quadro 4.1 foi estruturado para delinear o tipo de questão regulatória ou de política que possa ser encontrada, a premissa para esse tipo de regulamentação ou de política, além de um exemplo do tipo de regulamentação ou de política potencial atualmente em vigor. O Quadro 4.1 tem uma coluna adicional que permite às pessoas considerarem um local específico para usar o quadro como uma planilha onde possam anotar informações que se aplicam especificamente ao local de interesse.

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Quadro 4.1 LISTA DE VERIFICAÇÕES PARA POLÍTICAS APLICÁVEIS, REGULAMENTAÇÕES

E MERCADOS MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁIOS PARA

PROJETOS DE ENERGIA Banco Mundial

Tópicos Regulatórios ou de Política Premissa para aplicação de

Questões Regulatórias ou de Políticas para LFG –para- Projetos de Energia

Preocupações Especiais Projeto Potencial - Insumos Específicos

Energia Elétrica

1 Autoridade Reguladora para a geração de energia elétrica para a localização de projeto candidato ou local

• É crucial identificar o nível de governo e a hierarquia da autoridade para a geração de energia elétrica (por ex., federal, estadual, regional ou outra) • Está a administração da regulamentação sob o mesmo nível de autoridade governamental (por ex., algumas jurisdições podem passar a administração de uma regulamentação para um nível diferente de governo ou para uma empresa ou corporação controlada pelo governo)?

• O Artigo 27 da Constituição do México prevê direitos exclusivos ao estado para a geração de energia elétrica. Para outros geradores, a eletricidade gerada deve ser para uso próprio. • O selo verde pode ser obrigatório através de iniciativa governamental (ECP 79 no Canadá) que permite a identificação de geradores certificados de “energia verde”

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• Existem mecanismos legislativos que crie demanda para a geração alternativa de eletricidade?

2

Autoridade Reguladora para a distribuição de energia elétrica para localização de projeto candidato ou de local

• É crucial identificar o nível de governo e a hierarquia da autoridade para a geração de energia elétrica (por ex., federal, estadual, regional ou outra). Observar que isso pode ser ou não a mesma regula-mentação ou autoridade como observado acima para a geração. • Está a administração da regulamentação sob o mesmo nível de autoridade governa-mental (por ex., algumas jurisdições podem passar a administração de uma regula-mentação para um nível diferente de governo ou para uma empresa ou corporação controlada pelo governo)? • Quem é responsável pela construção e manutenção das linhas de transmissão para conectar o aterro sanitário à rede? • Qual é a atual estrutura de distribuição do mercado (desregulamentação, empresa estatal, etc.)?

• Situações de monopólio podem dificultar/impossibilitar a transmissão de eletricidade. Negociações para taxas de derivação são possíveis no Brasil.

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Quadro 4.1 LISTA DE VERIFICAÇÕES PARA POLÍTICAS APLICÁVEIS, REGULAMENTAÇÕES

E MERCADOS MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁIOS PARA

PROJETOS DE ENERGIA Banco Mundial

Tópicos Regulatórios ou de Política

Premissa para aplicação de Questões Regulatórias ou de Políticas para LFG –para- Projetos de Energia

Preocupações Especiais Projeto Potencial - Insumos Específicos

3 Autoridade para Emitir Contratos para os Produtores Independentes de Energia Elétrica (IPPs)

•A regulamentação permite aos produtores independentes de energia elétrica ter acesso à rede de distribuição e ao mercado? • São os produtores independentes de energia elétrica bem vindos ou tolerados num país ou região específica?

•O Mercado de eletricidade desregulado na Argentina dá o mecanismo para os IPP venderem para o sistema elétrico. •No México, o Artigo 27 dá ap estado direitos exclusivos para a geração, transmissão e distribuição ao serviço público. A Comissão Reguladora de Energia é a entidade que fornece as autorizações exigidas para os investidores do setor privado instalarem ou importarem energia elétrica.

4

Estabelecimento de Preços para Energia Elétrica no Atacado gerada pelos IPP’s

•Quem estabelece os preços para a energia elétrica? •Como muda o preço da energia elétrica no decorrer do tempo? •Existem limites de tempo para contratos que podem prejudicar os preços se ocorrerem atrasos

•O contrato de Getlini's (Latvia) prescreveu como resultado de atrasos no projeto, causando problemas significativos.

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no projeto?

5 Livre Acesso da Energia Elétrica e Cobranças pelo Acesso

•É permitido o “livre acesso” (uso das linhas de transmissão para transporte de eletricidade gerada)? •Caso positivo, quem regula isso? •Quem estabelece o preço para o acesso à grade de transmissão distribuição, e o livre acesso às mesmas? •Existem quaisquer tarifas associadas com a geração privada e acesso para a venda de eletricidade? •Quem é responsável pelo desenho do sistema interligado?

Caso exista uma situação de monopólio, os custos de transmissão podem ser substantivos.

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Quadro 4.1 LISTA DE VERIFICAÇÕES PARA POLÍTICAS APLICÁVEIS, REGULAMENTAÇÕES

E MERCADOS MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁIOS PARA

PROJETOS DE ENERGIA Banco Mundial

Tópicos Regulatórios ou de Política Premissa para aplicação de

Questões Regulatórias ou de Políticas para LFG –para- Projetos de Energia

Preocupações Especiais Projeto Potencial - Insumos Específicos

6

Autorizações e Aprovações • Autorização para Construção •Autorização para emissões na atmosfera • Autorizações para funcionamento

• Quem as emite? • Quais são os prazos e custos associados com essa questão?

•Tipicamente, isso é uma questão controlada pelo governo

7

Reduções na Emissão

•As liberações de carbono são reguladas e por isso não podem ser vendidas? Existem quaisquer regulamentações ou políticas relacionadas com a existência de liberação do carbono? •As regulamentações impõem quaisquer restrições sobre a propriedade, transferência ou validação das reduções na emissão?

•As regulamentações obrigando que a coleta do LFG seja exigida afetaria o valor do crédito de carbono • Os projetos poderiam não representar o conceito de “adicionamento” sob essas regulamentações

8

Categoria Energia Elétrica Verde ou Energia Renovável

•Está o conceito de energia renovável ou energia verde embutido em quaisquer políticas ou regulamentações? •A identificação como “energia

•Em alguns casos, o preço da energia verde inclui a transferência dos créditos pelas reduções na emissões para as concessionárias de energia

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verde” permitiria aumento de preço? •Existem quaisquer requisitos ou políticas específicas para a certificação embutida em quaisquer políticas ou regulamentações de energia? •A lei designa automaticamente os créditos pela energia renovável aos geradores ou às concessionárias ou diretamente aos consumidores?

8

Contratos de Venda de Energia Elétrica •Existe qualquer contrato padrão de venda de energia elétrica que sejam aplicáveis ao projeto potencial? •Existe adicional de tarifa sobre o preço da eletricidade?

•Pode existir potencial para alterar a estrutura de preços da eletricidade com o estabelecimento de um sistema de eletricidade desregulado (e.g. no México)

9

Testes nas Emissões •Há algum teste específico embutido em quaisquer políticas ou regulamentações sobre energia? Isso podem ser um item caro e afetar a etapa de financiamento de qualquer projeto em desenvolvimento? Referir-se também ao Quadro 5.1 para as questões de regulamentação ou política ambiental. •Caem os custos para os testes e a certificação de uma fonte de energia como verde sobre a agência certificadora (ou governo) ou sobre o produtor de eletricidade?

•A situação normal é que os custos para os testes e certificação caiam sobre a entidade geradora

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10

Regulamentações ou Políticas Pendentes •É crucial saber se existem qualquer regulamentação ou política pendente nas áreas pertinentes aos projetos LFG para Energia devido às implicações diretas associadas com o fluxo da receita e de propriedade das reduções na emissão que possa ser gerada por um projeto.

•Podem existir questões relacionadas com a propriedade do lixo? e.g., é o município no qual o lixo foi gerado ou é a entidade na qual está localizada o aterro sanitário. A solução dessa questão é muito importante.

11 Impostos e Taxas •Imposto federal, estadual ou municipal se aplica ao projeto? •O imposto sobre importação ou outra taxa relacionada se aplica aos projetos de energia renovável?

12 Tratamento Tributário /Incentivos/Créditos •Aplica-se qualquer isenção tributária aos projetos e para as tecnologias de geração de eletricidade mais limpa? •Quais são os impostos aplicáveis e as taxas de depreciação para esse tipo de projeto?

•A disponibilidade de créditos fiscais nos EUA foi o iniciador primordial para que os projetos LFGTE fossem executados. • No Canadá, existem créditos fiscais R&D disponíveis

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Quadro 4.1 LISTA DE VERIFICAÇÕES PARA POLÍTICAS APLICÁVEIS, REGULAMENTAÇÕES E MERCADOS.

MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁIOS PARA PROJETOS DE ENERGIA Banco Mundial

Tópicos Regulatórios ou de

Política Premissa para aplicação de Questões Regulatórias ou de Políticas para LFG –para- Projetos de Energia

Preocupações Especiais Projeto Potencial - Insumos Específicos

Há potencial para influenciar a promulgação da legislação? •Existem incentives fiscais para o trabalho de R&D para a geração de energia elétrica verde?

13 Projetos de Energia Sustentável •Há legislação que apóie as iniciativas para se desenvolver projetos de energia renovável?

14 Aprovações e Cobranças pela Interligação

•As aprovações e cobranças pela interligação podem ser um item significativo com relação ao custo e cronograma para se desenvolver um projeto potencial. Quais sãos os requisitos e custos para se obter esse acesso ao mercado? •Quais são os requisitos ou restrições técnicas para se ligar à rede (voltagem, corrente, etc.)?

Uso Direto do combustível

(Gasoduto ou como Combustível)

15 A Autoridade Reguladora sobre

o transmissão e venda do combustível gás natural para a localização de um projeto proposto ou local candidato

• É crucial identificar o nível hierárquico de autoridade governamental sobre a geração de energia elétrica (e.g. federal, provincial, regional ou outro) •Está a administração da regulamentação sob o mesmo nível de autoridade governamental (e.g. algumas jurisdições podem passar a administração de um órgão regulador para um nível diferente de governo ou para uma empresa estatal de eletricidade). •Existem quaisquer outros mecanismos legisladores em vigor para criar demanda para a geração

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alternativa de eletricidade? 16 Autoridade para Emitir

Contratos Para os Produtores Independentes de Combustível

•A regulamentação permite aos produtores independentes de combustível ter acesso aos dutos de distribuição e aos mercados? •São os produtores independentes de combustível bem vindos ou tolerados numa região ou num país específico? •Quais são as limitações de franquia para o transporte de LFG por um gasoduto aplicáveis?

•Em alguns locais, os estipêndios de franquia prevêem (além do dono da franquia) o transporte de gases “fabricados”. O LFG pode ser considerado um gás fabricado.

17 Acesso ao Mercado •Quais obrigações existem para uma concessionária importante de gás natural para aceitar uma fonte renovável de energia a partir de combustível? •Como e quem estabelece o preço pelo combustível ou isso depende de negociação? •Pode o consumidor direto escolher utilizar o LFG ou existem restrições ao acesso?

18 Qualidade do Combustível •Quais são as exigências de qualidade do gás para se ter acesso ao duto de distribuição? •Quem estabelece e aprova os critérios de qualidade?

19 Autorizações e Aprovações •Quem as emite? •Quais são os prazos e custos associados a essa questão?

20 Reduções na Emissão •Existem quaisquer regulamentações ou políticas relacionadas com a existência de carbono “liberado” (valor de crédito de carbono por ‘combustíveis de carbono não queimados’) para o uso direto de combustível? •São colocadas quaisquer restrições sobre propriedade, transferência ou validação da emissão por qualquer regulamentação?

•Reconhecimento de um crédito “liberado” para combustíveis não queimados é permitido no Canadá

Quadro 4.1 LISTA DE VERIFICAÇÕES PARA POLÍTICAS APLICÁVEIS, REGULAMENTAÇÕES E MERCADOS

MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁIOS PARA PROJETOS DE ENERGIA Banco Mundial

Page 91: Manual Preparacao de Gas Aterro Banco Mundial

Tópicos Regulatórios ou de Política Premissa para aplicação de Questões Regulatórias ou de Políticas para LFG –para- Projetos de Energia

Preocupações Especiais Projeto Potencial - Insumos Específicos

21 Contato de Venda de Combustível •Existe qualquer contrato padrão de venda de combustível que seja aplicável ao projeto em potencial? •Os adicionais sobre a tarifa para os consumidores existem?

22 Regulamentações ou Políticas Pendentes

• É crucial saber se existem regulamentações ou políticas pendentes nas áreas pertinentes aos projetos LFG para Energia. Podem haver implicações diretas associadas com os fluxos de receita da redução nas emissões e sobre a propriedade de quaisquer reduções na emissão geradas por um projeto.

23 Impostos e Taxas •Aplica-se aos projetos imposto federal ou estadual sobre vendas?

24 Tratamento Tributário, Incentivos e Créditos

•Aplicam-se quaisquer incentives ou créditos fiscais na qualificação de projetos e para tecnologias para queima mais limpa de combustível biogás? •Quais os impostos e taxas de depreciação aplicáveis para esse tipo de projeto? •Existem incentives fiscais para trabalho de R&D relacionados aos projetos de energia renovável?

25 Projetos de Energia Sustentável •Há legislação que apóie as iniciativas de desenvolvimento de projetos de energia sustentável?

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Quadro 4.1 LISTA DE VERIFICAÇÕES PARA POLÍTICAS APLICÁVEIS, REGULAMENTAÇÕES

E MERCADOS MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁIOS PARA

PROJETOS DE ENERGIA Banco Mundial

Tópicos Regulatórios ou de Política Premissa para aplicação de Questões

Regulatórias ou de Políticas para LFG –para- Projetos de Energia

Preocupações Especiais Projeto Potencial - Insumos Específicos

21 Contratos de Venda de Combustível •Existe qualquer contrato padrão de venda de combustível que seja aplicável ao projeto em potencial? •Existe ágio na tarifa cobrada aos consumidores?

22 Regulamentações ou Políticas Pendentes

• É crucial saber se existem regulamentações ou políticas pendentes nas áreas pertinentes aos projetos LFG-para-Energia. Podem haver implicações diretas associadas com a receita pela redução nas emissões e à propriedade de qualquer redução nas emissões geradas por um projeto.

23 Impostos e Taxas • Aplica-se aos projetos imposto federal ou estadual sobre vendas?

24 Tratamento Tributário, Incentivos e Créditos

•Aplica-se qualquer incentivo ou crédito fiscal aos projetos qualificados e para tecnologias para queima mais limpa do biogás? •Quais são os impostos e as taxas de depreciação aplicáveis a esse tipo de projeto? •Existe incentivo fiscal para o trabalho de R&D para projetos de energia renovável?

Page 94: Manual Preparacao de Gas Aterro Banco Mundial

25 Projetos Sustentáveis de Energia •Há legislação de suporte para as iniciativas de desenvolvimento de projetos sustentáveis de energia?

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Page 96: Manual Preparacao de Gas Aterro Banco Mundial

Quadro 4.1 LISTA DE VERIFICAÇÕES PARA POLÍTICAS APLICÁVEIS, REGULAMENTAÇÕES

E MERCADOS MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁIOS PARA

PROJETOS DE ENERGIA Banco Mundial

Tópicos Regulatórios ou de Política Premissa para aplicação de Questões

Regulatórias ou de Políticas para LFG –para- Projetos de Energia

Preocupações Especiais Projeto Potencial - Insumos Específicos

Outras Questões de Mercado, 1 Restrições sobre a propriedade de

projetos •Existem limitações sobre quem retém a propriedade dos projetos?

•A legislação mexicana tem atualmente restrições sobre a propriedade

2 Requisitos da representação no país do MDL

•O Protocolo de Quioto estipula que a representação no país do MDL participe em qualquer transferência internacional de créditos pela redução nas emissões. •Que níveis de taxas estão envolvidos? •Quais as aprovações exigidas?

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Quadro 4.1 LISTA DE VERIFICAÇÕES PARA POLÍTICAS APLICÁVEIS, REGULAMENTAÇÕES E MERCADOS

MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁIOS PARA PROJETOS DE ENERGIA Banco Mundial

Tópicos Regulatórios ou de Política Premissa para aplicação de Questões

Regulatórias ou de Políticas para LFG –para- Projetos de Energia

Preocupações Especiais Projeto Potencial - Insumos Específicos

Outras Questões de Mercado 1 Restrições sobre a propriedade nos

projetos •Existem limitações sobre quem pode reter a propriedade do projeto?

•Atualmente, a legislação mexicana tem restrições.

2 Requisitos do escritório no país relacionados com MDL

•O Protocolo de Quioto estipula que o escritório no país relacionado com MDL participe em qualquer transferência internacional de créditos pela redução na emissão. •Quais são os níveis das taxas envolvidas? •Quais as aprovações que são exigidas?

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4.2 Denominações de Energia Verde, Adequação de GHG e Reduções Aceleradas de Impostos. A legislação nacional para se estabelecer a adequação dos mercados de GHG está em elaboração em diversos países, incluindo o Reino Unido, a Dinamarca, a Holanda, Canadá, França, Austrália e Nova Zelândia. Por exemplo, o Canadá aprovou uma legislação recentemente intitulada ECP-79 que pretende melhorar o potencial dos investimentos em projetos de eletricidade renovável de baixo impacto, incluindo projetos LFG. A legislação especifica os tipos de projetos que terão autorização para utilizar o a certificação Ecólogo, com a qual pretende-se permitir que a energia seja denominada “verde” e, assim, ser comercializada a um preço mais alto para os consumidores. Uma cópia da ECP-79 é fornecida como documento de referência no Apêndice B, sendo a legislação discutida mais detalhadamente na Seção 5.2. O reconhecimento da energia gerada pelo LFG como “verde” pode dar a oportunidade para se cobrar dos consumidores um preço maior, assumindo-se que haja desejo e capacidade de pagamento pelas tarifas aumentadas pelos consumidores. Uma estratégia bem diferente está sendo usada no Brasil onde os distribuidores de energia elétrica de fontes alternativas estão negociando preços diferenciados. Especificamente, os preços normativos estão listados no Quadro 4.2, além de demonstrarem os preços relativos para a eletricidade produzida através da utilização de mecanismos de geração diferentes. Isso é uma estratégia alternativa (ao apoio no desejo dos consumidores em pagar) para incentivar mecanismos específicos de geração de eletricidade. Quadro 4.2 – Preços de Energia Pagos pelos Distribuidores aos Geradores de Eletricidade no Brasil Mecanismo de Geração US $/MWh Preço Relativo para as

Hidroelétricas (usina grande)

Hidroelétrica (usina grande)

25.4 1.00

Carvão 26.3 1.04 Usina hidroelétrica pequena

27.8 1.09

Biomassa 31.5 1.24 Eólica 39.3 1.55 Solar 92.6 3.65 O governo federal no Brasil criou o PRONFA, o qual foi estruturado para incentivar a geração de energia verde. Dentro desse programa, a ELETROBRAS, um consórcio de grandes geradoras no Brasil, garante a compra da eletricidade produzida por pequenos produtores verdes por um prazo de até 15 anos. Além disso, as taxas de interligação com a rede elétrica estão sendo reduzidas para a energia verde que inclui os projetos LFGTE para aproximadamente 50% do valor cobrado pelas formas tradicionais de energia. Essas medidas são

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positivas, mas o preço oferecido aos projetos LFG, os quais seriam provavelmente tratados como projetos de Biomassa. O preço da receita especificado no Quadro 4.2 é por si só inadequado para incentivar projetos LFG sem alguma outra forma suplementação de receita tais como os CERs. Com a desregulamentação futura, é provável que a estrutura observada acima seja alterada. 4.3 Legislação A legislação que permite melhorias econômicas pode ser extremamente importantes para o aprimoramento do ambiente para incentivar o desenvolvimento de projetos LFGTE. Os governos podem influenciar significativamente o desenvolvimento do projeto ao desenvolverem uma estrutura tributária que incentive a inovação e o desenvolvimento de projeto. Como exemplo específico, a existência de uma estrutura tributária favorável foi a gênese para a indústria LFG na Califórnia. Muito da estrutura tributária foi iniciada com a redução acelerada de impostos como forma de auxiliar na maturação da indústria da utilização de LFG. Exemplos da legislação e regulamentações atuais que regem LFG como recurso energético potencial estão revistas nas seções que se seguem. A chave para a legislação na medida em que impacta nas instalações LFGTE é se ela incentiva ou não o desenvolvimento. Existem alterações profundas nas atuais regulamentações governamentais nos setores elétricos através de atos como a privatização e aumento da concorrência em muitos países. De interesse para essa seção está em como as regulamentações são alteradas e/ou se existe o potencial para influenciar a legislação, para melhorar as oportunidades para as instalações LFGTE. As seções seguintes revisam a situação atual e as alterações em andamento, além de resumir o que significa em termos de potencial de ajustes na legislação para melhorar as oportunidades para os projetos LFGTE. Assegurar o acesso aos sistemas de transmissão de energia elétrica ou “livre acesso”, é essencial para a viabilidade do projeto. Se o proprietário do sistema de transmissão mantiver ou tiver um monopólio existiriam problemas sérios para se assegurar o acesso ao sistema de transmissão e, assim, essa é uma questão de importância fundamental para se avaliar a viabilidade de um projeto LFG. UA LEGISLAÇÃO NO BRASIL E AS IMPLICAÇÕES PARA OS PROJETOS LFGTE O Brasil tem um potencial energético enorme e uma demanda crescente de eletricidade. As reservas de combustível fóssil do Brasil são relativamente pequenas, mas as fontes hidroelétricas são numerosas, além de existir um potencial enorme relacionado à energia solar e da biomassa. Entretanto, até o presente, somente duas fontes de energia, nomeadamente a hidroelétrica e a baseada no petróleo, foram extensivamente utilizadas no desenvolvimento de energia elétrica no Brasil, com aproximadamente 90 por cento dela originada nas usinas hidroelétricas. A combinação de demanda crescente, falta de capacidade para expansão nos setores tradicionais, além dos obstáculos

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financeiros, sócio-econômicos e ambientais, tudo indica que o fornecimento futuro de energia no Brasil dependerá cada vez mais nas fontes alternativas de energia, o que é bom auguro para as instalações LFGTE se as políticas para energia e a legislação correlata permitir que esses novos projetos de energia ‘verde’ com preços de mercado o que incentivará o seu desenvolvimento. Dada a situação acima, uma série de questões são muito relevantes para o potencial de utilização dos projetos LFGTE:

1) O setor elétrico brasileiro passa atualmente por um processo de reestruturação com modificações profundas nos seus aspectos institucionais, financeiros e regulatórios. As mudanças envolvem a privatização da maioria das distribuidoras controladas pelos estados ou pelo governo federal, a criação da "Agencia Nacional de Energia" e a criação do "Operador Nacional do Sistema Elétrico", bem como a reestruturação da ELECTROBRAS.

2) As tarefas do governo federal do Brasil agora estão focalizadas primordialmente na formulação de novas políticas para o setor elétrico e na mudança das regulamentações que regem as suas atividades. A descentralização do setor e a introdução da livre concorrência relacionada à geração e comercialização de eletricidade facilitaram os investimentos do setor privado, a redução dos custos bem como um aumento geral nas eficiências dentro do sistema. O “nascimento” desse mercado aberto baseia-se na criação do "Mercado Atacadista de Energia" (ou MAE), um ambiente onde as transações comerciais de eletricidade não estão cobertas por contratos bilaterais entre geradores e distribuidores de eletricidades, mas as entidades são livres para negociar com quer que seja.

3) As ramificações dessas mudanças na estratégia de mercado, de um mercado controlado pelo estado e monopolista para um mercado aberto e de livre concorrência encontram-se no momento em fase de transição. Até 2001, todos os contratos relativos à geração e distribuição de eletricidade tinham que ser cumpridos totalmente, incluindo as previsões de demanda e de crescimento quando da assinatura desses contratos. Nesse sistema, a eletricidade era vendida por atacado, incluindo os custos da eletricidade em si, a geração e a distribuição, e os preços foram totalmente regulamentados pelo Ministério das Minas e Energias. Em cima disso, os distribuidores de eletricidade só poderiam comprar de um produtor. A partir de 2002, os incrementos de demanda adicional tinham que ser negociados livremente de acordo com as regras estipuladas pelo MME. Com essa nova estrutura, o preço foi segmentado em três componentes: a própria eletricidade (custo por Mwh para compra), geração (custo per MWh para gerar) e o preço da transmissão/distribuição. Os distribuidores podiam, agora, comprar de qualquer produtor. A partir de 2003, os contratos terão os seus montantes de eletricidade livremente negociados e comercializados aumentados gradualmente em 25 por cento ao ano. Pretende-se que o mercado seja totalmente aberto à livre concorrência em 2006. Isso é um bom auguro para o potencial dos projetos LFGTE já que os geradores terão um mercado livre para assinar acordos com os distribuidores.

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O preço para utilização das linhas de eletricidade no Brasil depende da quantidade de energia a ser produzida, a qualidade (confiabilidade) e a fonte. Desse modo, é negociável o preço que é pago para "transportar" a eletricidade dentro do corredor de transmissão. Um exemplo da estrutura de preço é US$0,50 + 25 por cento de ICMS/kW/mes. Conseqüentemente, para uma instalação de 1 MW, o custo do livre acesso para distribuir a eletricidade utilizando-se o sistema de transmissão disponível seria de aproximadamente US$625/mes. Essa estrutura de preço totaliza somente US$0,08 centavos/kWh pela taxa de derivação.

4) O preço de varejo atual da eletricidade no Brasil é de US$18,62/MWh para o nordeste. Deve-se observar que esse valor representa um desafio muito significativo para a viabilidade das instalações LFGTE devido ao seu baixo preço. A LEGISLAÇÃO NO MÉXICO O crescimento econômico da economia mexicana durante a última década resultou numa média anual de crescimento de 5,2 por cento na demanda anual por eletricidade. A capacidade total instalada no México em 1999 era de 35.000 MW e a demanda futura estimada num crescimento de 5,8 por cento ao ano até 2010. O acesso à eletricidade no país é alto com 95 por cento dos mexicanos conectados ao sistema elétrico. As Regulamentações do Setor Elétrico no México O Artigo 27 da Constituição do México dá direitos exclusivos ao estado pela geração, transmissão e distribuição da energia elétrica para uso público. Até 1992, a “Comision Federal de Electricidad (CFE) e a Compania de Luz y Therza del Centro (CLFC)” controladas pelo estado eram os únicos agentes no setor elétrico. Essa situação alterou-se em 1992 quando a “Ley del Servicio Publico de Energia Electrica” (a Lei do Setor Elétrico) foi modificada para permitir a participação de investidores do setor privado na geração de eletricidade. Desde então, o setor privado pode: i) gerar eletricidade para o seu consumo próprio; por ex., para co-geração para pequenas indústrias; ii) gerar energia como produtores independentes de energia para venda exclusiva à CFE; iii) gerar energia para emergências no caso de falha no sistema público; e iv) importar energia para o consumo próprio. A “Comision Reguladora de Energia (CRE)” [Comissão Reguladora de Energia-CRE], criada em 1995, é uma entidade que dá as Autorizações exigidas ao investidor do setor privado para instalar ou importar energia elétrica. Foi acordado nas negociações que SIMEPRODESO solicitaria e receberia da CRE a autorização para co-geração de eletricidade e a manter essa autorização durante toda a implementação do projeto.

O Futuro do Setor Elétrico do México e o Impacto sobre as Oportunidades do LF-para-Energia Os investimentos enormes exigidos para apoiar o crescimento do setor elétrico não podem mais ser financiados só pelas empresas estatais no México e, por isso, há uma pressão crescente para re-estruturar e abrir o setor elétrico aos investidores do setor

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privado. Estima-se que, além de trazer para o setor elétrico o capital exigido, a re-estruturação do setor incentivaria a eficiência e a concorrência no mercado de energia elétrica, o qual deveria beneficiar os consumidores. As alterações propostas pela administração em final de mandato, as quais o Congresso decidiu adiar para consideração futura, estão dirigidas para o desmembramento vertical e horizontal das empresas existentes (CFE e CLFC), com a subseqüente criação de várias empresas de geração e distribuição, além de uma empresa de transmissão nacional. Seria criado um mercado nacional de energia elétrica, ao qual todos os agentes qualificados deveriam ter acesso. Uma das preocupações relativas a viabilidade dos projeto LFGTE é a regulamentação existente sobre a geração de energia elétrica no México que restringe a geração de eletricidade para uso próprio. As regulamentações sobre venda de energia elétrica no México são muito rígidas, mas o governo federal está incentivando a geração de energia elétrica para uso próprio (por ex., uma prefeitura poderia usar a energia elétrica dentro do próprio município para iluminação pública). Esse tipo de utilização é aceitável dentro das regulamentações existentes e é benéfica na medida em que evita os custos de varejo na compra de eletricidade. A economia pode ser significativa como demonstrado no exemplo abaixo. No México, a CFE compra a eletricidade de geradores independentes pelos preços seguintes: Do carvão: 45 $/Mwh Do óleo diesel: 50 $/Mwh De geotécnica: 55 $/Mwh De fontes combinadas: 30 $/Mwh Entretanto, os governos municipais estão comprando eletricidade para iluminação pública a 120 $/Mwh, significando que o custo evitado é substantivo. Observa-se que a lei do setor elétrico mexicano atual exige que um comprador de no mínimo 80 por cento da energia elétrica tem que estar disponível e os 20 por cento restantes que podem ser vendidos para a CFE. É também relevante indicar ser esperado que a venda direta para a indústria será permitida em breve através das regulamentações governamentais. O acesso ao sistema de distribuição da CFE pode ser feito a um custo de $1 a $1,5/MWh. A única instalação de utilização do LFG atualmente em funcionamento no México está em Monterrey onde foi desenvolvida uma parceria entre o setor público e o setor privado num aterro sanitário, funcionando em Salinas Victoria. Permanece ainda uma questão sobre a experiência técnica e institucional específica para a identificação, desenho e implementação de projetos de coleta e de utilização do LFG no México. Exemplo de Legislação Inovadora no Canadá Uma importante dimensão adicional para incentivar é a legislação que apóia o potencial para projetos LFGTE. Por exemplo, no Canadá o Programa de Escolha Ambiental (Environmental Choice Program, ou ECP-79) especifica os critérios aplicáveis, os requisitos de verificação e a autoridade subseqüente

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para rotular a eletricidade qualificada com o EcoLogo da ECP. A ECP mantém protocolos de verificação que definem claramente a terminologia e os critérios de limites associados que permitem a eletricidade pela ‘queima do biogás’, significando que a eletricidade gerada de um sistema em que os biogases são coletados para a combustão e conversão em eletricidade (por ex., aterros sanitários, estação de tratamento de esgotos e usinas de processamento anaeróbico de lixo orgânico). Para satisfazer as exigências da ECP-79, a eletricidade pela queima do biogás deve ser gerada de tal forma que o total das emissões atmosféricas de monóxido de carbono, de matéria particulada, óxidos de nitrogênio, óxidos de enxofre não excedam a uma quantidade específica (para maiores detalhes, ver Documentos dos Critérios para Certificação do Programa de Escolha Ambiental (Environmental Choice Program Certification Criteria Document, CCD-003) de 9 de janeiro de 2003. Essa lei é também um exemplo claro da importância da apropriação do CER com relação aos projetos LFGTE. Isso é discutido na Seção 5 juntamente com as questões sobre a propriedade do recurso. Os créditos de equivalência ou de deslocamento podem ser um item significativo como uma função do tipo de geração de energia que é deslocada (por ex., usinas termoelétricas a carvão). Existe interesse considerável em se desenvolver um crédito tributário ao consumidor pela compra de energia elétrica de fontes como a eólica, solar ou biomassa. Isso representaria um sistema de crédito tributário de investimento mais amplo para a pesquisa e o desenvolvimento de energia verde e poderia ser muito importante para incentivar oportunidades de geração alternativa de energia. Uma falta de demanda perceptível do consumidor é considerada como a razão pela qual os produtos da energia verde não são desenvolvidos e usados como alternativas para os combustíveis fósseis no Canadá. Para criar aquela demanda, existe o potencial para se introduzir o crédito tributário ao consumidor. Os créditos tributários para pesquisa e desenvolvimento de tecnologias para energia verde poderiam auxiliar também a prover incentivos suplementares, estando atualmente o governo levando em consideração essa questão. BOX 4: ACESSO A E CONFIRMAÇÃO DOS PREMIOS NO PREÇO DA ENERGIA “VERDE” O investidor independente do Projeto LFGTE de Waterloo, Toromont Energy, teve grandes dificuldades na obtenção de um contrato para a venda de energia elétrica. O contrato para desenhar, construir, apropriar e operar uma instalação para utilização do LFG foi adjudicado em 1995, mas a Toromont não assinou o contrato até 1999 devido a essas dificuldades de acesso ao mercado. O atraso de vários anos na assinatura inicial pode ter sido fatal para o projeto se o aterro sanitário estiver se aproximando do encerramento do aterro. A foto a seguir dá uma visão aérea da usina LFGTE em Istambul, na Turquia. A subestação elétrica e as linhas aéreas para ligar a usina podem ser vistas tanto na frente como no fundo da unidade.

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O fluxo de receita associado à venda de energia elétrica precisaria vir da Ontário Hydro, já que, essencialmente, era um monopólio. Inicialmente, a Ontário Hydro demonstrou pouco interesse no projeto porque as suas políticas não incentivavam projetos de geração de energia fora da empresa. Baixos valores foram designados para a energia elétrica no atacado tornando-a economicamente inviável para o desenvolvimento de nova capacidade geradora nas pequenas usinas do setor privado. Uma mudança no governo provincial na metade da década de 1990 trouxe o desmembramento da Ontário Hydro, numa antecipação da transição de um mercado de energia elétrica regulado para um mercado aberto ou desregulado. Na preparação para a concorrência, a nova empresa provincial de eletricidade, OPG, começou investindo em projetos de energia renovável a fim de poderem ofertar ao consumidor “energia verde” num mercado aberto. Além disso, o governo provincial estabeleceu um programa piloto de comercialização da redução nas emissões que criou um incentivo adicional para a OPG na forma de créditos pela redução nas emissões (ERC) e permitiu que a Toromont vendesse a energia gerada por eles com um ágio sobre a “energia verde”, tornando financeiramente viável o projeto. É essencial que o acesso ao Mercado para os produtos energéticos dos projetos LFGTE torne-se disponível, seja acesso geral ou acesso específico para projetos qualificados de energia renovável. Mais ainda, esse acesso deve ser em índices que tornem os projetos economicamente viáveis e/ou flexível o suficiente para permitir receita suplementar a ser realizada pelos benefícios da redução nas emissões de um projeto. 4.4 Mercados para a Eletricidade Acesso competitivo ao Mercado de energia e consumidores é um fator importante para se ter um projeto LFGTE bem sucedido. Alguns países na LAC, tais como a Argentina, têm um mercado de energia extremamente competitivo com a atual privatização. A oportunidade para os consumidores escolherem pela energia verde, além dos incentivos financeiros para a compra

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dessa energia, é adicionada os incentivos financeiros produzidos pelos projetos LFGTE. Algumas Considerações de Mercado Aplicáveis: • Os sistemas LFG funcionam normalmente com carga estável. Situações de pico não é viável normalmente com o LFG. • Os mercados de energia num sistema descentralizado e fortemente competitivo tal como na Argentina podem ser muito complexos. O acesso simplificado para pequenos projetos qualificados de “energia verde” seria um ativo importante, de forma ideal com contratos padronizados que são simples de serem negociados e finalizados. • Considerar a adoção de certificação Ecologo, ou o seu equivalente, para os projetos existentes e novos em termos de ‘eletricidade verde’. • O acesso ao mercado para a venda de energia elétrica é com freqüência controlado por uma empresa local de eletricidade. A venda da energia elétrica está sujeita às políticas da empresa. Em algumas regiões, a compra de energia elétrica de geradores independentes foi congelada ou diminuída devido a um superávit de energia ou a uma falta de interessa na aceitação de pequenos geradores independentes. Algumas considerações especiais para os pequenos geradores ‘verdes’ independentes facilitariam os projetos LFGTE em diversas áreas da LAC. • É muito importante que a confiança do investidor/empresário seja aprimorada em relação à qualificação de projetos de energia ‘verde’. Incerteza sobre os mercados e regulamentações futuras é um dos maiores empecilhos ao desenvolvimento de projetos se a legislação não for indutiva ou não seja clara. Considerações sobre o Acesso ao Mercado no Brasil incluem: • Há o reconhecimento de pequenas instalações (<30 MW) que provavelmente poderia englobar a maioria das instalações de LFGTE. Esse reconhecimento é uma medida positiva que deveria ser considerada em todas as jurisdições dentro da LAC. • Há um desconto mínimo de 50 por cento nas taxas cobradas pelo acesso e uso das redes de transmissão e de distribuição. Essa é uma consideração crucial e deveria ser considerada para todas as jurisdições dentro da LAC. • A utilização dos recursos como definido pela Conta de Consumo de Combustível (Fuel Consumption Account - FCA) tem sido incentivada no Brasil. Esse é um subsídio especial do governo federal relacionado às iniciativas de geração de energia que utilizam combustível fóssil, particularmente o diesel. Devido às preocupações ambientais relativas à produção dos GHGs e para incentivar a utilização de fontes de energia renováveis e sustentáveis, o Brasil ampliou os subsídios para as iniciativas que substituem a utilização de tais combustíveis fósseis por fontes de energia renováveis tais como o LFG. Essa é uma medida positiva que deveria ser considerada por todas as jurisdições dentro da LAC. • Os Produtores Independentes de Energia podem vender livremente a eletricidade por eles produzida. A legislação no Brasil garante o acesso à principal rede de distribuição. Esse é um marco importante, com o objetivo de tornar fluida a transição de um mercado de energia elétrica regulado que

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operava com tarifas fixadas para um mercado desregulado (por ex., com as tarifas sendo negociadas livremente entre os geradores e distribuidores) com a Lei no. 964, de 27 de março de 1998, aprovada pelo Congresso brasileiro). Essa lei definiu os “contratos iniciais” entre os geradores e os distribuidores e estabeleceu as fundações para a transição de mercado que se baseia no ditos “contratos iniciais”. A transição se inicia pela desregulamentação das tarifas em 25 por cento ao ano a partir de 2002 até o seu final em 2006. Quaisquer montantes excedentes de energia elétrica, que tenha sido estabelecido previamente num contrato inicial, podem ser negociados entre os geradores e os distribuidores, com base na lei mencionada acima. Outras Questões sobre o Acesso ao Mercado • O potencial de um auto-seguro pode ser um ativo para a indústria do LFGTE. Parece certo que na maioria dos mercados, a receita suplementar e os benefícios associados com as reduções nas emissões do GHG seriam necessários para incentivar o desenvolvimento de projetos. A incerteza no mercado sobre a validação e a existência de reduções das emissões certificadas (CERs) é um empecilho para o desenvolvimento do mercado. Algum tipo de fundo ou reserva interna de créditos de carbono, os quais seriam destinados para compensar quaisquer reduções nos resultados esperados de um projeto em relação aos créditos de carbono que possam ser causados por algum evento inesperado, auxiliaria na redução dos riscos do projeto e incentivariam outros desenvolvimentos. • Os níveis tarifários para a energia elétrica têm sido relativamente baixos devido a uma estrutura de preços fixada pelos governos. A habilidade de se conseguir aumento tarifário é incerta devido ao início de mercados livres de energia elétrica tais como existirão no Brasil.

5

Políticas, Legislação e Regulamentação Ambientais e de Manejo de Lixo.

É de suma importância para os governos na LAC delinearem as políticas e os procedimentos que auxiliem mitigar os problemas ambientais e sociais resultantes das práticas de manejo de resíduos sólidos existentes e implementarem um sistema que minimize o potencial dos problemas futuros. O planejamento do manejo de resíduos sólidos é crucial para LAC proteger a saúde da população e do meio ambiente, para especificar as medidas de incentivo para a preservação e recuperação de recursos e para estabelecer políticas governamentais integradas para o manejo de resíduos sólidos. Atualmente, existem bem poucas regulamentações que especificam as exigências em detalhes para o controle e combustão do LFG. Caso essas

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regulamentação desenvolvam, como resultado da pressão interna ou externa em limitar as emissões dos GHG, haverá valor econômico para os CERs, já que não mais serão considerados como ‘voluntários’. O incentivo financeiro potencial atual para os projetos de manejo do LFG para a venda de CERS resulta do fosso entre o reconhecimento global de que as emissões dos GHG devem ser controladas (por ex., o Protocolo de Quioto) e a situação atual das regulamentações que controlam as emissões de GHG em todos os aspectos das respectivas atividades industriais e comerciais em todos os países desenvolvidos e nos países em desenvolvimento. É essencial que os legisladores compreendam que a legislação que especificamente vise as emissões na atmosfera do setor de manejo de resíduos em vez das emissões na atmosfera em nível nacional para todos os setores da indústria/comércio pode negar o potencial para o valor do CER. A legislação visada seria, na realidade, contraproducente em relação ao objetivo de se incentivar projetos de manejo do LFG na LAC e em outras regiões tanto nos países desenvolvidos como aqueles em desenvolvimento. O setor de manejo de resíduos pode aceitar e se adequar aos padrões que sejam totalmente protetores da saúde e da segurança e deveria ser regido por todas as regulamentações relativas às emissões na atmosfera que sejam aplicáveis para as indústrias e governos na jurisdição aplicável. O Protocolo de Quioto clama pela criação de créditos pela redução dos GHG somente nos casos onde a ação for voluntária. Portanto, ao se acessar o potencial de um projeto de manejo de LFG é essencial que haja consciência de todas as regulamentações ambientais existentes e futuras que podem afetar potencialmente a viabilidade do projeto como uma ação voluntária. O desenvolvimento de regulamentações ambientais mais rígidas poderia eliminar o potencial para a criação e venda dos créditos pela redução nas emissões de GHG caso não sejam consideradas cuidadosamente. O Quadro 5.1 está estruturado de forma semelhante ao Quadro 4.1 e delineia os tópicos regulatórios ou de políticas potenciais, uma discussão sobre a aplicação das questões regulatórias e de políticas relacionadas aos projetos de manejo do LFG, além de um exemplo de tal regulamentação ou de políticas. Além disso, há uma Quarta coluna para permitir às pessoas que estejam avaliando o projeto em potencial utilizarem o quadro como uma planilha.

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QUADRO 5.1 LISTA DE VERIFICAÇÕES APLICÁVEIS NAS POLÍTICAS, LEGISLAÇÃO E REGULAMENTAÇÕES AMBIENTAIS E PARA O MANEJO DE LIXO

MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO PARA PROJETOS DE ENERGIA BANCO MUNDIAL

Questão Regulatória ou de

Política Discussão & Premissa para aplicação nas Questões Regulatórias ou de Políticas para os Projetos LFG para Energia

Preocupações Especiais Insumos Específicos para o Projeto em Potencial

Manejo de Lixo 1 Autoridade Regulatória sobre o

Manejo de Lixo para a localização de um projeto proposto ou local candidato

•Quais os níveis de governo têm jurisdição sobre o manejo de resíduos sólidos?

Brasil •A exigência de uma avaliação ambiental e da licença de funcionamento está sob controle nacional •A aprovação das instalações é controlada por regulamentações estaduais Argentina •O Pacto Federal sobre o Meio Ambiente (COFEMA) define as regulamentações •Regras municipais e estaduais específicas têm o suporte das regulamentações nacionais.

2 Autorizações e Aprovações •Quem as emite? •Quais são os prazos e os custos para se obter as mesmas?

Canadá •Autorizações regulamentadas provincialmente EUA •EPA dos EUA, a subseção D delineia os controles do aterro sanitário e os governos estaduais emitem as autorizações. Brasil

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•Regulamentações nacionais •Aprovações e autorizações emitidas pelo órgão estadual de meio-ambiente •Leva aproximadamente 4 meses Argentina •Sistemas Provinciais de Saúde (SIPROSA) criados pela Lei 5.652, de 26 de setembro de 1984.

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QUADRO 5.1 LISTA DE VERIFICAÇÕES APLICÁVEIS NAS POLÍTICAS, LEGISLAÇÃO E REGULAMENTAÇÕES AMBIENTAIS E PARA O MANEJO DE LIXO

MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO PARA PROJETOS DE ENERGIA BANCO MUNDIAL

Questão Regulatória ou de

Política Discussão & Premissa para aplicação nas Questões Regulatórias ou de Políticas para os Projetos LFG para Energia

Preocupações Especiais Insumos Específicos para o Projeto em Potencial

3 Exigência de Consulta Pública • É exigida consulta pública ou envolvimento relacionado para satisfazer o processo de revisão ambiental? Se for, as implicações de tempo e custos precisam ser identificadas.

Canadá •Autorizações são regulamentadas provincialmente

4 Propriedade do Local do Aterro Sanitário

•A quem pertence o local em perspectiva e, portanto, o recurso LFG?

Brasil •Pode ser o município gerador ou o município onde o aterro sanitário estiver localizado

5 Padrões e Requisitos de Desenho e Funcionamento dos Aterros Sanitários

•Quais são os requisitos de desenho para os aterros sanitários que possam influenciar as características da geração e do recurso LFG? •Por exemplo, a natureza do sistema de cobertura afeta tanto a taxa de geração de gás como influencia a capacidade para capturar efetivamente o LFG. •Interferirá o projeto de utilização do LFG com a recuperação do local do aterro sanitário e o seu uso final pretendido?

Brasil •Exigência de EIA Resolução do CONAMA No. 001 de 23 de janeiro de 1986 Argentina •Lei 5652, 26 de setembro de 1984 •Lei 7076, 26 de setembro de 2000

6 Exigências para Despejo de Lixo

•Existem obstáculos sobre o tipo de lixo que pode ir para o aterro sanitário, tais como específicos materiais orgânicos e inorgânicos?

Brasil •Órgão estadual do meio ambiente regs. Argentina •Lei 7076, 26 de setembro de 2000

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QUADRO 5.1 LISTA DE VERIFICAÇÕES APLICÁVEIS NAS POLÍTICAS, LEGISLAÇÃO E REGULAMENTAÇÕES AMBIENTAIS E PARA O MANEJO DE LIXO

MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO PARA PROJETOS DE ENERGIA BANCO MUNDIAL

Questão Regulatória ou de

Política Discussão & Premissa para aplicação nas Questões Regulatórias ou de Políticas para os Projetos LFG para Energia

Preocupações Especiais Insumos Específicos para o Projeto em Potencial

7 Regulamentações ou Políticas Pendentes

•Existem alterações legislativas ou de políticas previstas que mudem drasticamente a composição do lixo vindouro? Esse item pode ser crucial em relação à valorização de qualquer redução potencial nas emissões para o projeto em potencial.

Qualidade di Ar 7 Teste das Emissões •Existem quaisquer exigências para testes

específicos para emissão em quaisquer regulamentações ambientais? •Qual a freqüência de amostragem exigida? •Quais são os métodos e as condições de amostragem exigidas para serem usadas nos testes de impacto sobre o ar?

Brasil •CONAMA resolução No. 005, 5 de junho de 1989 •Lei No. 6938, 31 de agosto de 1981 •IBAMA fiscaliza •Cada estado tem regulamentação específica sob o guarda-chuva PRONAR Ex. Estado de São Paulo (CETESB) usa a resolução No. 003 do CONAMA de 28 de julho de 1990 •A freqüência é baseada no estado

8 Autorizações e Aprovações para o Ar

•Identificar quais, se houverem, as autorizações e aprovações que possam ser exigidas. •Identificar os critérios de descarga aplicáveis. •Qual o nível exigido de pré-tratamento do LFG, se houver, para satisfazer as regulamentações aplicáveis?

Brasil •Regulamentações e aprovações estaduais baseadas nos padrões do PRONAR (reg. nacional.)

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•Identificar quaisquer exigências de monitoramento e de apresentação de relatórios após o comissionamento.

•Critérios de descarga Resolução No. 008 de 6 de dez. de 1990 e regulamentações do Órgão Estadual do Meio Ambiente •As Diretrizes para Aterros Sanitários da EU exige que os operadores controlem o acúmulo e a migração do LFG bem como para queimar ou utilizar o LFG

Qualidade da Água 9 Autoridade Regulatória sobre a

Água e os Cursos d’Água •Os projetos de LFG geram condensados, o qual é semelhante ao chorume, mas com altas concentrações de alguns VOCs. Quais as restrições que regem o manejo e o depósito do condensado e se existem quaisquer aprovações associadas com esse item.

10 Manejo de Águas Pluviais e Planos de Terraplanagem do Aterro

•A natureza do manejo das águas pluviais e dos planos de terraplanagem podem ter influências significativas sobre a disposição do sistema de coleta do LFG e a natureza de quaisquer controles de condensados. Pode haver emissões de autorizações que deveriam ser tratadas para as águas pluviais e a terraplanagem.

Argentina •Lei 7076, de 26 de setembro de 2000

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5.1 Agências Reguladoras e Requisitos para Aprovação É importante compreender qual agência ou agências reguladoras com jurisdição sobre o local. Em alguns casos, como no Brasil, o aterro pode pertencer e ser operado em nível municipal, ainda que a legislação estadual ou nacional reja as autorizações e as aprovações para os aterros. É importante ter consciência de todas as autoridades reguladoras que possam ter legislação que afete o funcionamento do aterro e poderia potencialmente afetar o sucesso de qualquer projeto de manejo de LFG em consideração. É importante também estar ciente de todas as autorizações e aprovações exigidas para o aterro, além de quem é que as emite e em que nível de governo (o qual empresa do setor privado). Também deve ser conhecido o prazo exigido para se obter as autorizações e as aprovações. Os projetos de manejo do LFG são sensíveis aos prazos devido ao declínio que ocorre nas taxas de geração do LFG seguido pelo fechamento do aterro. Os resíduos orgânicos representam na LAC uma porção significativa do fluxo de refugos (mais do que na América do Norte, por exemplo) e que esses resíduos degradam normalmente de forma relativamente rápida com alta produção de LFG. Desse modo, o sistema de recuperação do LFG precisar estar pronto rapidamente para se assegurar a coleta da maioria dos biogases gerados. BOX 5: A IMPORTÂNCIA DA AUTORIZAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS As autorizações e aprovações são obstáculos esperados dentro do cronograma do projeto e para a viabilidade do projeto como um todo. O estudo de caso da África do Sul é um exemplo excelente das implicações potenciais relativas às autorizações e às aprovações. A exigência mais importante para o projeto em execução no município de eThekwini, na África do Sul, é a avaliação do impacto ambiental (EIA). Essa avaliação é exigida pela legislação nacional da África do Sul, mas é administrada em nível provincial pelo Departamento de Agricultura e Questões Ambientais de KwaZulu Natal. Inicialmente, obrigatória pela Lei de Preservação Ambiental, agora é exigida pela Lei Nacional de Gestão Ambiental, o processo de avaliação de impacto exige uma extensa consulta entre os interessados e ao público, bem como avaliação técnica antes de ser revisto pelas autoridades relevantes. As tarefas exigidas para esse processo específico são extensas como delineadas a seguir: • Indicação de um especialista ambiental independente para realizar a consulta pública e gerenciar os estudos especializados; • Entregar uma solicitação de projeto ao Departamento KwaZulu Natal; • Desenvolver um relatório inicial e um plano de estudo para a consulta pública a ser aprovado pela autoridade relevante; • Consultar os interessados, as autoridades e as partes interessadas de forma intensa em relação ao empreendimento, além de formular e definir os estudos especializados necessários exigidos; • Entregar às autoridades um relatório do escopo e um plano de estudo de avaliação;

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• Realizar os estudos especializados necessários e formular um relatório de avaliação do impacto ambiental a ser entregue às autoridades; • Receber um registro da decisão seja autorizando ou negando os planos de desenvolvimento com base no relatório de impacto; e • Passar pelo processo de apelação onde qualquer das partes envolvidas possa apelar da decisão das autoridades. A Equipe do Projeto subestimou a extensão e o rigor das exigências do EIA no cronograma original do projeto. No presente, espera-se que os aspectos de engenharia do projeto não consigam ser iniciados até junho de 2004. Esses tipos de atrasos podem aumentar os riscos e a probabilidade de sucesso para um projeto LFGTE. Também não é freqüente que um empreendedor do setor privado estará desejoso ou capaz de desenvolver um projeto do tamanho e tipo desejados durante um período prolongado de revisão a menos que exista um incentivo de lucro incomum. Obter autorizações e aprovações pode ser um item significativo dentro do cronograma crucial de um projeto em potencial. Como o tempo é um elemento importante na viabilidade e na avaliação econômica de um projeto, isso pode, às vezes, ser um item “realize ou pare” para um projeto potencial e deve ser considerado como elemento importante em qualquer avaliação de projeto. A consulta pública pode ser exigida como parte do processo para a obtenção das autorizações e aprovações para um projeto de manejo de LFG. É importante identificar esse requisito devido o tempo e os custos envolvidos na realização de um processo de consulta pública. 5.2 Propriedade dos Recursos Determinar a propriedade do aterro sanitário e subseqüentemente o recurso LFG é de importância crucial na avaliação de um projeto de manejo do LFG em potencial. Isso tem implicações para os contratos de venda do recurso LFG e quaisquer CERs potenciais gerados pelo projeto. Titulação clara do recurso LFG e de qualquer redução nas emissões associada deve ser identificada e rastreada durante o processo desde a sua identificação até uma condição eventual de CER. Não deve haver de forma alguma políticas, em nível federal ou estadual, que impliquem ou restrinjam a propriedade das reduções nas emissões.

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BOX 6: PROPRIEDADE DO CRÉDITO PELA REDUÇÃO NA EMISSÃO É importante que a propriedade de quaisquer créditos pela redução nas emissões seja designada claramente e que não haja incerteza pairando sobre a validade dos créditos. No caso do Aterro Sanitário de Waterloo no Canadá, todos os direitos relativos a quaisquer reduções nas emissões associadas com a geração de energia elétrica foram transferidos com a venda da energia para a concessionária. A empresa obteve e manteve uma certificação EcoLogo como fornecedor de energia verde. Nesse arranjo contratual particular, o comprador não solicitou ou exigiu quantificação e certificação específica para as reduções nas emissões. Na maioria dos projetos futuros, isso será uma exigência. Um exemplo de sistema grande de combustão em tambor fechado que está atualmente em funcionamento no Aterro Sanitário de Keele Valley, perto de Toronto no Canadá é apresentado na foto a seguir.Esse sistema de queima tem a capacidade de, anualmente, realizar a combustão do equivalente a mais de 2.000.000 de toneladas de eCO2.

A validação e a certificação das reduções nas emissões têm implicações muito importantes. É essencial assegurar que as regulamentações não tenham o efeito de uma expropriação dos créditos pela redução nas emissões. Em outras palavras, a energia renovável certificada será vendida, na maioria dos casos, para as concessionárias para distribuição aos consumidores ou diretamente para os consumidores industriais. As empresas concessionárias e os consumidores industriais negociarão os preços de compra da eletricidade, mas podem ou não pagar um ágio para adquirirem os créditos relativos à redução nas emissões se eles forem automaticamente associados com a eletricidade para manter a certificação. Se isso acontecer, o direito do gerador de vender independentemente os CERs terá sido perdido e o gerador será, desse modo, privado desse valor econômico suplementar. 5.3 Desenho do Aterro Sanitário e os Padrões e Requisitos para Funcionamento É crucial ter uma compreensão clara do desenho atual e futuro e dos padrões de funcionamento para o aterro sanitário porque os mesmos podem ter de diversas maneiras um efeito negativo sobre um projeto potencial de manejo do LFG. A legislação regendo as operações diárias do aterro sanitário tem a capacidade para afetar a geração de LFG no caso de haver exigências para a construção ou funcionamento do aterro sanitário. Por exemplo, poderia haver uma exigência para a utilização de uma cobertura diária de baixa permeabilidade que impediria a capacidade

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de coletar o LFG. Poderá haver também impedimentos para a utilização de técnicas tais como a adição de umidade ao lixo como é utilizada nos aterros sanitários biodigestores para aumentar a taxa inicial de geração do LFG. Além disso, a legislação que influencie no tipo de lixo a ser permitido no aterro pode ter efeitos negativos sobre o projeto de manejo do LFG caso haja ênfase na remoção de material orgânico do fluxo de resíduos. Isso porque o LFG é gerado pela fração orgânica do lixo em decomposição. As projeções futuras para o preenchimento do aterro são um componente significativo para as projeções de geração do LFG e, desse modo, estão diretamente ligadas ao valor desse recurso e à justificativa econômica necessária para apoiar o projeto. É importante não somente ter uma boa compreensão das regulamentações e políticas atuais regendo o desenho e o funcionamento do aterro, mas também ter consciência da legislação futura que poderia afetar a viabilidade de um projeto de manejo do LFG. A vida útil normal desses projetos (10 a 20+ anos), particularmente dos projetos LFGTE, torna-os vulneráveis à introdução de leis futuras especialmente em relação ao estabelecimento de reduções nas emissões de GHG voluntárias. 5.4 Políticas, Legislação e Regulamentações sobre a Qualidade do Ar Na maioria das jurisdições dentro da LAC, as políticas e regulamentações sobre a qualidade do ar estão ainda em seus primórdios e ainda estão sendo desenvolvidas. Um princípio importante que parece estar faltando ou ter sido ignorado em relação aos projetos LFG é que é o total líquido das emissões antes e depois de um projeto que deveria ser considerado na avaliação dos méritos de um projeto específico ou de um local candidato. Por exemplo, houve alguns conflitos em se atingir as metas de redução na emissão em algumas jurisdições na América do Norte como resultado da combustão de produtos que não o metano (por exemplo, compostos orgânicos voláteis, NOx e SOx). É recomendado que o impacto e os benefícios líquidos de todas as reduções nas emissões sejam considerados de forma conjunta na avaliação dos méritos e dos benefícios de um projeto em perspectiva. Com a maioria do manejo do LFG há um benefício dramático nos CERs. Há também um benefício significativo em reduzir as emissões de compostos orgânicos voláteis, na medida em que tanto são contribuintes para o efeito estufa como emissões de gases tóxicos. Normalmente, há um pequeno aumento nas emissões de NOx e SOx nos projetos de manejo do LFG, mas a qualidade geral do ar beneficia-se muito mais do que as implicações desses aumentos menores. 5.5 As Políticas, Legislação e Regulamentações sobre a Qualidade da Água Um dos fatores mais importantes que sempre precisam ser reconhecidos nos projetos de manejo do LFG é que eles estão associados com um local de aterro sanitário. Isso significa que o desempenho de alguns dos aspectos do desenho, do funcionamento e da manutenção do aterro sanitário além do próprio manejo do LFG pode ser relevante para o desempenho estável de longo prazo de um sistema LFG. Os sistemas do gás LFG geram condensados como líquido residual que precisa ser coletado e depositado. As quantidades são normalmente pequenas em relação aos volumes do chorume que é gerado em um aterro. Cuidados devem ser tomados pra não se impor quaisquer restrições sobre o manejo do condensado e o seu depósito que teriam um custo proibitivo. O condensado deve ser tratado de forma semelhante ao chorume gerado no aterro sanitário.

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5.6 Projetos de Manejo do LFG como Parte de um Sistema Integrado de Manejo de Lixo Em diversos países na LAC ainda estão desenvolvendo políticas, regulamentações e sistema de manejo de lixo. O manejo ambientalmente correto dos resíduos sólidos deveriam ir eventualmente além do depósito simples do lixo numa instalação aprovada e deveria tentar modificar o fluxo geral do processo numa tentativa de se cobrar pela produção não-sustentável de lixo e de padrões de consumo não preservacionistas. O conceito e uma abordagem integrada do ciclo de vida no manejo de lixo apresenta uma oportunidade única de se coordenar e reconciliar o desenvolvimento de um sistema sustentável de manejo de lixo que integra e trata todas as considerações ambientais de uma forma pró-ativa e não como reação. Existem inúmeras ferramentas e programas disponíveis para ajudar no planejamento e nas políticas de um sistema integrado de manejo do lixo, tais como o CD-ROM Guia de Planejamento do Banco Mundial, “Guia para o Planejamento Estratégico para o Manejo de Resíduos Sólidos”. Os projetos de manejo do LFG são parte de um sistema integrado de manejo de lixo e têm um grande potencial para tornarem tanto um incentivo para a melhoras como para prover recursos financeiros adicionais que podem diretamente provocar melhorias no sistema geral de manejo de lixo. Existem alguns elementos fundamentais importantes para o desenvolvimento de uma abordagem fundamentada para o manejo integrado de lixo que são discutidos a seguir. URedução do Lixo Reduzir a quantidade e a natureza do lixo que estiver sendo gerado é fundamental para um plano bem sucedido. A redução do lixo só pode ser verdadeiramente bem sucedida se toda a sociedade adotar e aceitar os princípios básicos do programa. A natureza dos produtos que são produzidos, como são manejados, embalados e transportados deve ser considerada. O consumidor ou usuário final seja a indústria, governo ou a população em geral devem todos modificar a práticas atuais para se atingir uma meta otimizada de redução do lixo. UMaximizar a Reutilização e a Reciclagem do Lixo É importante fazer uma alteração fundamental na abordagem e no manejo do nosso “lixo”. O primeiro conceito que é importante é que, na prática, os materiais precisa ser removido do fluxo do lixo através de recuperação ou reutilização programada de materiais ou através da reciclagem dos materiais. Para se fazer isso, é necessário desenvolver toda uma infra-estrutura e mercados para manejar, processar, vender e utilizar os materiais recuperados. Todos os aspectos dessa sub indústria precisam ser desenvolvidos em conjunto. Não é producente ou útil recuperar materiais para os quais não houver mercados ou demanda. Cada material específico que poderia cair nesta categoria terá obstáculos econômicos e práticos diferentes. O tamanho do mercado aplicável e a quantidade de materiais recuperáveis ou reutilizáveis afetarão a viabilidade de qualquer programa. Espera-se que o movimento em direção ao objetivo ideal seja realizado passo a passo através dos fluxos de vários produtos. É também provável que dada a massa crítica de considerações, alguns materiais e alguma quantidade residual de lixo serão sempre gerados e precisarão ser depositados ou tratados.

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UDepósito e Tratamento do Lixo Residual Como observado acima, haverá lixo residual que necessitará ser manejado e processado. Os projetos de manejo do LFG são completamente compatíveis com o movimento progressivo da política de manejo de lixo integrada e sustentável. Reconhecer que uma grande parte do LFG que será gerado nos próximos 20 anos é resultado do que já é depositado nos aterros sanitários valida a premissa de que os projeto de gestão do LFG deveria ser um elemento chave em qualquer estratégia. Embora seja importante coletar o LFG, ela é uma atividade secundária além do despejo do lixo no aterro. Daí, existe a necessidade de integrar o sistema de coleta de gás com as atividades do aterro. Reconhecer também que, independentemente das metas e objetivos ideais para uma abordagem de manejo integrado do lixo, a mudança para esse tipo de sistema será progressiva e não instantânea, os benefícios dos projetos de gestão do LFG podem se concretizar num futuro previsível. A introdução de um mecanismo de incentivo financeiro pode ajudar na melhoria geral do desempenho do sistema e auxiliar no apoio financeiro para o desenvolvimento de uma abordagem do tipo sistema integrado. USustentação A auto-sustentação da gestão de resíduos sólidos deve ser baseada em instrumentos e incentivos econômicos adequados com implementação viável e sustentável a curto e médio prazo. Será necessário prover apoio financeiro para incentivar as prefeituras atingir a auto-sustentação econômica dos sistemas municipais de coleta de lixo através da criação e implementação de mecanismos de coleta e de taxação compatível com a capacidade de pagamento da população. Os governos precisam alcançar um desenvolvimento sustentável que seja baseado no uso ecologicamente eficiente dos recursos naturais, sociais e econômicos e integrar os fatores ambientais, sociais e econômicos. UOutras Considerações Aplicáveis Na LAC, o conceito e a estrutura de um sistema integrado de manejo do lixo representa os ideais para o desenvolvimento de políticas. No curto prazo, um dos primeiros passos é assegurar que os serviços de coleta e despejo de lixo estejam disponíveis em todos os respectivos países e regiões. É também necessário assegurar que o lixo seja depositado em locais que foram selecionados pelas suas características naturais de proteção e preparados considerando-se as práticas e os controles atuais de desenho de aterros sanitários. As respectivas populações precisam integrar-se aos conceitos do manejo de resíduos sólidos no seu dia a dia, tornando-as parte da solução.

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6 O Financiamento Internacional do Seqüestro de

Carbono 6.1 O Protocolo de Quioto e o Mercado de Carbono O Protocolo de Quioto foi assinado em 1997, após a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC) em 1992. O Protocolo estabeleceu metas para a redução nas emissões dos gases do efeito estufa (GHG) para os países desenvolvidos e para os países em transição, os ditos países do Anexo B, um programa de comercialização das emissões dos gases do efeito estufa, além da necessidade de encontros futuros para o estabelecimento de penalidades pela falha em atingir as metas bem como regras e regulamentações do novo programa de comercialização das emissões (Markarenko, 2002). Os países não inscritos no Anexo B, incluindo todos os países na região da LAC, não têm compromisso quantitativo sob o Protocolo. No geral, o Protocolo de Quioto afirma que as emissões de seis GHGs nos países do Anexo B devem estar, entre 2008 e 2012, 5,2 por cento abaixo dos seus níveis de 1990. Além das atividades nacionais, o Protocolo permite aos países adequarem os seus comprometimentos através de três ‘mecanismos de flexibilidade’: • Comercialização Internacional das Emissões (ET) – comercialização de Autorizações para emissão entre países industrializados. • Implementação Conjunta (JI) – criação de compensação pela emissão resultante de projetos implementados nos países industrializados. • Mecanismo do Desenvolvimento Limpo (CDM) – créditos de compensação pela emissão resultante de projetos em países não incluídos no Anexo B. Uma vez creditadas, as compensações passam a ser denominadas de Reduções Certificadas de Emissões (CERs). Os mercados globais de carbono começaram a formar como resultado do reconhecimento crescente que o futuro incluirá sistema(s) ambiental(is) global com restrição ao carbono e, desse modo, instituições políticas e econômicas precisam modificar e/ou reduzir a sua dependência nos combustíveis fósseis. Desde o início do Protocolo de Quioto, diversos fundos internacionais de carbono foram criados para auxiliar no desenvolvimento de projetos que reduzam as emissões antrópicas de carbono. O Protocolo de Quioto reflete esses obstáculos e age para incentivar os governos, as corporações e agências internacionais afetadas a tomarem medidas antes das possíveis medidas reguladoras (Pronove, 2002). O Protocolo resulta no que é normalmente referido como um sistema "cap and trade ("cobrir e comercializar”) onde aos países comprometidos é dado um nível no qual eles precisam “cobrir” as suas emissões. Estima-se que, à medida em que esses países estabeleçam requisitos reguladores sobre as suas empresas nacionais para alcançar as metas de redução na emissão, a pressão reguladora sobre as empresas privadas para atingirem os níveis internos criará

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uma demanda pelos créditos compensatórios pelo seqüestro das emissões de carbono onde for presumidamente menos oneroso. Um exemplo de alguns dos diversos fundos de carbono estabelecidos em função do Protocolo de Quioto inclue três fundos estabelecidos pelo Banco Mundial, o Fundo Protótipo de Carbono (PCF, prototypecarbonfund.org), o Fundo de Carbono para o Desenvolvimento Comunitário (CDCF, communitycarbonfund.org), e o Fundo BioCarbono (biocarbonfund.org). As Nações Unidas e o Instituto Conselho da Terra implementaram o Programa Mercado de Carbono da UNCTAD/Earth Council Institute Geneva (ECIG) (r0.unctad.org/ghg/). Além disso, o governo da Holanda criou o Carboncredits.nl (carboncredits.nl), enquanto que o Reino Unido criou o “The Carbon Trust (O Carbono Fiduciário) (www.thecarbontrust.co.uk) para atuarem como grupo capitalista de risco financiando tecnologia britânica de redução de carbono . Nos Estados Unidos, o Intercâmbio Climático de Chicago (CCX) (www.chicagoclimatex.com) está sendo desenvolvido como um mercado auto-regulador, multinacional e pluri-setorial para as reduções nas emissões do GHG. Cada fundo de carbono ou compradores potenciais de CER focaliza em objetivos de algum modo diferentes e cada um tem requisitos qualificativos diferentes para os tipos de projetos que são elegíveis a financiamento. Esses fundos e compradores têm também procedimentos diferentes para o estabelecimento de qual projeto se qualifica e a forma com a qual as emissões são calculadas, revisadas e certificadas. Contudo, cada um desses fundos se apóia na ativação do Protocolo de Quioto e nos critérios de processamento do CDM e JI para tornar “real” as reduções atingidas nas emissões. O CDM do Protocolo, o qual permite a criação, emissão e venda de CERs para projetos realizados nos países em desenvolvimento, aumenta o incentivo financeiro para os órgãos ou empresas interessadas na busca da transferência de tecnologias limpas. A adição da venda de CER para o fluxo financeiro do projeto podem aumentar as taxas de retorno interno financeiras (IRR) para um projeto. Isso é particularmente verdadeiro para os projetos dos resíduos sólidos relacionados com a coleta e destruição ou utilização do LFG. Num horizonte de 100 anos, em comparação com o dióxido de carbono, o metano tem um potencial de aquecimento global (GWP) 21 vezes mais eficiente em manter o calor dentro da atmosfera. Assim, a destruição do metano gera substantivamente mais redução nas emissões, por volume de gás, do que o dióxido de carbono. Recentemente, foram realizados estudos que sugerem que o GWP do metano deveria ser aumentado de 21 para 23 (UNFCCC Terceiro Relatório de Avaliação), mas isso ainda tem que ter aceitação mundial. Caso isso ocorra, serviria somente para aprimorar a economia dos projetos de gestão do LFG. Na media, o aumento IRR para os projetos de resíduos sólidos envolvendo a destruição/utilização do metano é superior a cinco por cento (Fernandez-Asin, 2002).

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BOX 7: AS IMPLICAÇÕES DOS CRÉDITOS PELA REDUÇÃO NAS EMISSÕES PARA A VIABILIDADE DOS PROJETOS LFGTE O advento do Mercado de carbono está incentivando uma revisão nas propostas de projetos na LAC e no Caribe. O mercado de carbono ainda se encontra nos seus primórdios e atualmente é difícil de prever qual será a forma que o mercado tomará. O que é certo é que a receita suplementar com a venda da redução nas emissões fará com que os projetos de gestão do LFG sejam muito mais atraentes para se desenvolvam os locais candidatos a aterro sanitário que, de outra forma, não seriam provido nos sistemas de controle do LFG ou que teriam sistemas de controle muito reduzidos. Não é possível superenfatizar a importância da consideração sobre as reduções nas emissões para a viabilidade de um projeto LFG. Por exemplo, o projeto LFGTE de eThekwini na África do Sul está sob consideração desde 1995, mas o projeto foi catalisado com a intervenção do Fundo Protótipo de Carbono (PCF), do Banco Mundial, e da Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável. O projeto engloba três aterros sanitários e um total combinado de aproximadamente 12,5 milhões de toneladas de lixo. Antes do envolvimento do PCF no projeto, a coleta e a destruição do LFG nos aterros eram muito limitadas dadas as restrições orçamentárias. A introdução de recursos da venda da redução nas emissões permitirá uma expansão da infra-estrutura de coleta do LFG existente no aterro e permitirá o investimento em projeto LFGTE. O projeto ainda está na fase de desenvolvimento devido, em grande parte, a um extenso processo de aprovações ambientais discutido na BOX 5, mas a análise econômica inicial demonstra que a receita com a venda dos CERs auxiliaria a recuperar os custos de capital para desenvolvimento ainda maior do sistema de coleta do LFG. Suplementaria também os custos de produção de energia de modo que ela poderia ser vendida por 90 por cento da taxa atual oferecida ao Departamento de Eletricidade pela única empresa de energia da África do Sul que utiliza e produz primordialmente energia gerada do carvão. Testemunhos semelhantes em relação à necessidade de consideração sobre as reduções nas emissões podem ser feitos para os estudos de casos europeu, canadense e mexicano. Todos os estudos de casos bem sucedidos utilizaram e alavancaram benefícios ambientais associados com a redução nas emissões para viabilizar e obter o apoio público e regulatório necessário para o desenvolvimento de projetos. Outras entidades do Anexo B, mesmo aquelas fora do guarda-chuva de Quioto, podem estar interessadas na compra dos créditos pelas emissões. Por exemplo, a legislação estadual em alguns estados dos Estados Unidos exige que as usinas elétricas limitem as suas emissões de dióxido de carbono e permite a compra de créditos externos pelas emissões para atingirem essa exigência (por ex., Oregon). Empresas individualmente podem também estar interessadas em investir em tais projetos foram do guarda-chuva de Quioto, em termos de boas relações públicas, mesmo se não houver exigência reguladora que os obrigue. Os requisitos detalhados podem variar dependendo do regime jurídico sob o qual o comprador queira as compensações pela emissão sejam validadas. Contudo, os conceitos e os componentes centrais de qualquer projeto de financiamento de carbono

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são provavelmente muito semelhantes. O material a seguir baseia-se nos requisitos par o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) do Protocolo de Quioto e são considerados como típicos nas atividades de financiamento de carbono e dos créditos atuais pela emissão de carbono. 6.2 O Ciclo do Projeto MDL Para se criar CERs, todos os projetos MDL precisam seguir um procedimento especificado (o Ciclo de Projeto MDL) delineado pela UNFCCC em seu sítio na internet (www.unfccc.int). A seção a seguir descreve resumidamente esse procedimento. A Figura 6.1 fornece uma ferramenta visual para ilustrar esse processo. As partes interessadas nos detalhes do Ciclo do Projeto MDL devem procurar o sítio na internet da UNFCCC.

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MARCO Figura 6.1a

FLUXOGRAMA DO CICLO DE ATIVIDADE DO PROJETO LFG ETAPA DE PRÉ-INVESTIMENTO

MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PRA PROJETOS DE ENRGIA

BANCO MUNDIAL

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Marco Figura 6.1b

FLUXOGRAMA DO CICLO DE ATIVIDADE PROJETO LFG ETAPA DE IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO

MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DO GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA PROJETOS DE ENERGIA

BANCO MUNDIAL

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6.2.1 Entidades Participantes O Ciclo do Projeto MDL requer o envolvimento de várias entidades diferentes. O que se segue delineia os nomes e as funções das diversas entidades participantes no ciclo MDL. Conferência das Partes/Reunião das Partes (COP/MOP) – Esse órgão tem autoridade sobre o MDL, além de fornecer orientações. O COP/MOP tem a decisão final sobre todas as recomendações feitas pelo EB relativas aos padrões DOEs e de credenciamento. O COP/MOP é também responsável pela revisão dos relatórios anuais da EB e pela distribuição regional tanto dos projetos DOEs como MDLs. Além disso, o COP/MOP deve auxiliar no arranjo dos recursos MDL. UDiretoria Executiva (EB) U – A Diretoria Executiva é composta por dez membros, cinco representando cada Grupo Regional da ONU, dois representando os países do Anexo B (países comprometidos com as metas de redução nas emissões no Protocolo de Quioto) dois representando os países não incluídos no Anexo B (países que não se comprometeram com as metas de redução nas emissões no Protocolo de Quioto) e um representando pequenos estados insulares em desenvolvimento. A EB é totalmente responsável ante a COP/MOP com relação aos procedimentos, credenciamento de DOEs e pela distribuição regional de projetos e dos DOEs credenciados. Além disso, a EB publica informações como parte do MDL e age como guarda registro para os projetos MDL. UParticipantes do Projeto (PP) U – Entidades do setor privado e/ou do setor público interessadas em participar no processo MDL estão obrigadas a assegurar que o projeto seja consistente com a documentação apresentada. São responsáveis pela escolha de uma DOE credenciada para validar e verificar as atividades dos seus projetos como parte do ciclo do projeto MDL. Ao registrar o projeto, um PP assinará um documento indicando os métodos de comunicação a serem utilizados com a EB e as alocações dos CERs. UEntidade Operacional Nomeada (DOE) U – Essas entidades são responsabilizáveis perante o COP/MOP através da EB e devem satisfazer os procedimentos estabelecidos pela EB. São selecionadas pelo PP, certificadas pela EB e são responsáveis pela validação do projeto MDL proposto e pela verificação e certificação das redução nas emissões antrópicas dos GHG. São responsáveis pela apresentação de qualquer possível conflito de interesses surgidos com um projeto MDL bem como pela manutenção de um registro para cada projeto pelo qual tenham realizado a validação, verificação e certificação. UEntidade Solicitante (AE) U– Essa entidade tem a autorização para apresentar novas metodologias a serem revisadas pela EB. Isso é permitido pela presunção de que a a equipe de avaliação do MDL tenha sido nomeada pela EB para a AE e que a AE mantenha a documentação da nova metodologia apresentada à EB. UAutoridade Nacional Nomeada (DNA) U – Todos os PP devem selecionar uma DNA para o processo MDL (o escritório MDL). A Secretaria MDL anuncia publicamente essa autoridade. O PP é obrigado a obter evidência por escrito

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da DNA de que a atividade do projeto apresentado ao processo MDL é voluntária e é consistente com o desenvolvimento sustentável no país anfitrião. USecretaria do MDL U – A Secretaria é responsável pelo provimento dos serviços técnicos e de secretariado para a EB bem como para outros sub-comitês MDL. Isso inclui a divulgação da informação apresentada à EB, tais como os documentos do desenho do projeto ou a descrição da metodologia aprovada através do sítio na internet da EB, além de manter um registro desses documentos durante todo a vida do projeto. Identifica também projetos promissores, fornece orientação e incentiva projetos para investidores externos. 6.2.2 Procedimentos do Ciclo de Atividades dos Projetos MDL O procedimento a ser seguido ao solicitar um projeto MDL está sendo continuamente refinado à medida que as modalidades do Protocolo de Quioto evoluem; entretanto, a premissa básica para cada marco tem sido definida e é apresentada abaixo. Ver a Figura 6.1 para um esboço visual dos marcos que incorporam o Ciclo dos Projetos MDL na forma de um flluxograma. Desenho- Uma atividade do projeto é proposta ao se entregar um Documento de Desenho do Projeto (CDM-PDD) ao DOE. O CDM-PDD inclui uma descrição geral do projeto, uma descrição da metodologia básica, a duração do projeto/período de crédito, a metodologia e o plano de monitoramento, cálculo das emissões de GHG, impactos ambientais e comentários dos interessados. O formato para CDM-PDD está delineado no Anexo B da Decisão 17/CP.7 (cdm.unfccc.int/Reference/Documents/cdmmp). Além disso, é exigido do PP obter evidência por escrito do país Anfitrião, através da DNA, que o projeto é uma ação voluntária. Caso a atividade do projeto proposto utilizar uma base de referência ou metodologia de monitoramento que não tenha sido previamente aprovada pela EB, então esta metodologia deve ser apresentada à EB através do DOE ou AE ao ser preenchida a documentação relevante para a sua inclusão no CDM-PDD. UNova MetodologiaU - O processo de avaliação de uma nova metodologia leva aproximadamente quatro meses. A metodologia proposta é encaminhada tanto para a EB como para o comitê de metodologia. Além disso, a metodologia fica à disposição do público para a sua revisão. O comitê de metodologia seleciona dois especialistas para avaliarem a metodologia proposta e apresentarem recomendações para a EB. O comitê de metodologia revisa essas recomendações e formula a sua própria recomendação que então é levada em consideração pela EB. A EB aprova ou rejeita a nova metodologia. UValidação U – O DOE avalia independentemente a atividade do projeto com base no CDM-PDD em relação aos requisitos do CDM. Esses requisitos incluem evidência escrita do país Anfitrião que o empreendimento voluntário do projeto além de todas as regulamentações do país anfitrião ou outro órgão regulador com jurisdição sobre o local da atividade do projeto CDM. É também exigido que o país anfitrião seja um país não incluído no Anexo B. O PP deve incluir os seus CDM-PDD e documentação de apoio, prova de que foi solicitado os comentários dos interessados locais em relação à atividade do projeto, ter sido

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analisado o impacto ambiental do projeto inclusive os impactos além fronteira e que os ERs resultantes do projeto sejam adicionais, dentro dos limites do projeto, e podem ser razoavelmente atribuídos à atividade do projeto. Deve também ser confirmado que as metodologias usadas para monitorar os Ers é uma metodologia previamente aprovada pela EB ou que tenha sido apresentada à EB para revisão e aprovação da nova metodologia. O DOE é responsável também, como parte do processo de validação, pela solicitação e recebimento dos comentários das Partes, interessados e organizações não-governamentais (ONGs) credenciados na UNFCCC. URegistroU – A atividade do projeto é apresentada para registro quando o DOE determinar que o projeto tenha sido considerado como válido. Essa validação é enviada para a EB através da apresentação de um relatório de validação, uma solicitação de registro e da taxa de registro, a menos que uma das Partes ou três membros da EB requeira uma revisão. Caso a revisão for requerida, deve ser tratada dentro de duas reuniões do COP/MOP (aproximadamente seis meses). UVerificaçãoU – O DOE monitorará periodicamente a atividade do projeto para verificar as reduções nas emissões alcançadas pelo projeto. Isso poderá incluir visitas ao local, uma revisão dos registros de desempenho, entrevistas com os participantes do projeto e interessados locais, coleta de mensurações, manutenção das práticas estabelecidas, além de testes de exatidão do equipamento de monitoramento para assegurar a validade das reduções nas emissões e das metodologias usadas para calcula-las. Os resultados da verificação serão disponibilizados tanto para o público em geral como para a EB no formato de um relatório de verificação. UCertificação U - O DOE emite um relatório escrito, baseado em seu relatório de verificação, que a atividade do projeto atingiu uma certa quantidade de ERs durante um período de tempo especificado. Este documento é disponibilizado para os PP, Partes, EB e para o público. Esse relatório constitui também uma solicitação para a emissão dos CERs. UEmissãoU – A emissão dos CERs será considerada final depois de 15 dias, a não ser que uma das Parte dos PP ou, pelo menos, três membros da EB solicitem uma revisão, Se for solicitada uma revisão, ela deverá ser realizada dentro de 30 dias após a sua solicitação e a decisão deverá ser conhecida pelos PP e pelo público. Sob instruções da EB, o administrador de registro de MDL emitirá a quantidade de CERs especificada na conta pendente da EB no registro de MDL. O número de CERs exigido para cobrir os custos das despesas e auxiliar atingir os custos de adaptação serão lançados nas contas de gestão de MDL apropriadas. O saldo dos CERs será lançado nas contas do PP de acordo com a sua solicitação. 6.3 O Conceito de Adicionamento e os Cálculos da Redução nas Emissões A definição de MDL do conceito de adicionamento como expressado pela Decisão 17/CP.7, #43 da UNFCCC é:

"Uma atividade de projeto MDL A é adicional se as emissões antrópicas dos gases de efeito estufa por fontes sejam reduzidos abaixo daquelas existentes na ausência da atividade de projeto MDL registrada."

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O Protocolo de Quioto expressa, no Artigo 12.C, que "as reduções nas emissões resultantes de cada atividade do projeto sejam certificadas pelas entidades operacionais... com base em.… reduções nas emissões que sejam adicionais a qualquer emissão que ocorra na ausência da atividade de projeto certificada ". Esse conceito tem o significado da diferença entre “atividade normal” e a atividade de projeto proposta. Esse conceito de adicionamento como aplicado na gestão do LFG tem dois aspectos: as reduções nas emissões através da combustão do LFG e as reduções nas emissões associadas como a utilização do combustível LFG para compensar a utilização de outros combustíveis. As reduções adicionais nas emissões (ERs) pode ser calculada como a diferença positiva entre as emissões de referência ou as emissões resultantes do funcionamento no cenário normal, e as emissões resultantes após a realização do projeto proposto. Esse conceito fornece a necessidade de se estabelecer um cenário de emissões de referência que ocorreria se o projeto não fosse realizado, além do monitoramento cuidadoso das emissões durante a atividade do projeto e para verificar as ERs resultantes do projeto. Como afirmada na seção anterior, a metodologia utilizada para estabelecer o cenário de referência e as reduções nas emissões resultantes da atividade do projeto devem ser aprovadas pela EB antes do registro do projeto na Secretaria de MDL. 6.4 Processos de Validação/Verificação O Documento de Desenho do Projeto (PDD) descreve em detalhes a atividade do projeto a ser empreendido pelos participantes do projeto. A informação a ser incluída nesse documento está listada no Anexo B da Decisão 17/CP.7 da UNFCCC, Modalidades e procedimentos para um mecanismo de desenvolvimento limpo como definido pelo Artigo 12 do Protocolo de Quioto (disponível no endereço cdm.unfccc.int/Reference/Documents/cdmmp). A validação é uma avaliação independente realizada por uma DOE da atividade do projeto com base no PDD em relação à exigências do MDL como listadas na Decisão 17/CP.7 da UNFCCC. Os critérios para validação estão listados na Decisão 17/CP.7, #37. da UNFCCC. Esse passo é crucial porque a validação da atividade do projeto, e as metodologias subseqüentes de monitoramento, é um pré-requisito para o registro da atividade do projeto junto ao MDL. Esclarecimentos adicionais sobre as exigências para a validadção a ser verificada pela DOE estão delineadas no Relatório UNFCCC sobre a Oitava Reunião da Diretoria Executiva, Apêndice 3, Esclarecimentos sobre os Requisitos de Validação a serem Verificados pela Entidade Operacional Nomeada. A CDM EB avalia e nomeia tanto os órgãos jurídicos nacionais como as organizações internacionais capazes de validar as atividades de projeto MDL potenciais com as DOEs. Essa nomeação é feita provisoriamente, ficando pendente a confirmação do COP/MOP. Uma vez validado e registrado o projeto com o MDL, precisa-se então ser verificado que os procedimentos de monitoramento estabelecidos no PDD são seguidos de forma exata e os dados coletados desses procedimentos são

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exatos. Os dados reais coletados devem também ter uma referência cruzada pelas premissas feitas para calcular as ERs estimadas resultantes da atividade do projeto para testar a exatidão e para ajustar qualquer premissa que tenha se demonstrado incorreta. Esse processo é realizado pelas DOEs e acontece periodicamente durante a vida do projeto. O processo de verificação está concluído com a elaboração de um relatório de verificação, no qual a DOE certifica por escrito que a atividade do projeto resultou na redução das emissões de GHG antrópicas durante o período discreto sob o qual a atividade do projeto tenha sido realizada. 6.5 Projetos de Uso do LFG e Questões Importantes da Validação /Verificação A validação e a verificação dos CERS gerados como resultado de projetos de gestão do LFG estão preocupados primordialmente com a avaliação da base de referência do projeto, da adicionalidade e das questões de mensuração e monitoramento. O manejo do LFG tem uma vantagem bastante significativa sobre muitos projetos ou atividades que podem gerar reduções nas emissões por serem rapidamente e facilmente verificáveis usando dados registrados reais tanto para os fluxos medidos como pela caracterização do combustível LFG que estiver sendo utilizado. Haverá também dados registrados demonstrando o desempenho do equipamento que usa o combustível. Isso essencialmente significa que o processo de verificação é simples e utiliza instrumentação de leitura direta como cálculos diretos para apresentar as reduções nas emissões associadas com a combustão do LFG. O potencial para calcular qualquer CERs suplementares potenciais para compensação ou o reconhecimento da troca também é da mesma forma simples e direto, o qual se baseia nos dados registrados. Ainda que a verificação seja simples, como observado acima, para os projetos de gestão do LFG, o processo de validação precisa ainda satisfazer todos os requisitos para alcançar o CER ou o reconhecimento de situação semelhante. Para estabelecer a base de referência e o adicionamento das reduções nas emissões para cada projeto potencial, é crucial a compreensão do recurso LFG. É importante que as partes interessadas na realização de um projeto de redução nas emissões avalie cuidadosamente o local proposto para o aterro sanitário e compreenda as sensibilidades do local e como isso afetará o sucesso final do projeto. Com relação às emissões de metano, preocupações de segurança e social devem ser analisadas além dos benefícios potenciais do projeto avaliado a partir dessa perspectiva. É também importante considerar como o projeto de gestão do LFG afetará as operações de preenchimento do aterro, já que esse é o objetivo primordial da existência do aterro sanitário. O Modelo Scholl Canyon, explicado na Seção 2.2, pode ser usado para desenvolver estimativas de produção do metano durante a vida útil do aterro sanitário como apresentado na Seção 8.0. O metano produzido pelo aterro sanitário desde o início das atividades do aterro sanitário até quando não houver mais LFG suficiente a ser coletado seria proposto como representando a “atividade normal” ou condição de referência para um projeto potencial de redução nas emissões. A condição de referência do projeto para se calcular a redução na emissão poderá ser influenciada por medidas de controle de LFG pré-existentes no aterro sanitário ou pelos requisitos para qualquer autorização

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de funcionamento que poderá ser relacionado especificamente ao controle do LFG. Ao se criar e oferecer os créditos num mercado internacional é importante compreender que existem diversos fatores que deveriam ser levados em conta ao se estabelecer o preço de qualquer crédito ofertado. Existem diversas necessidades de informações que podem aparecer ao se estabelecer a validade das reduções nas emissões. Estimativas iniciais para o estudo de base, como parte do estudo de viabilidade do projeto, avaliam um período de 10 a 14 semanas e um custo de cerca de US $25.000 a US $50.000, além de prosseguir por todo o Ciclo MDL totalizaria aproximadamente em US $150.000 a US $250.000. Nos projetos onde houver diversas partes contribuindo com o projeto (por ex,, lixo é produzido em um município enquanto que o aterro está localizado em outro), é importante estabelecer a propriedade inequívoca dos créditos, já que representam um bem vendável. Outras preocupações com o estabelecimento das reduções nas emissões que influem o processo de validação são a situação de evolução do processo do ciclo MDL e o desenvolvimento dos critérios de regulamentação no país anfitrião. Em resumo, a gestão do LFG deve ser direta para a verificação. O aspecto mais crítico é a validação das reduções qualificada nas emissões. Devem ser tratadas com base em local e jurisdição específica. 6.6 O Desenvolvimento do Mercado de Carbono É complicado o desenvolvimento do mercado de carbono e da terminologia associada à redução nas emissões de carbono. Antes que as partes interessadas na realização da compra das reduções potenciais de GHG, ou da sua venda, seria útil compreender que o “mercado” encontra-se atualmente em fase de transição e está evoluindo a cada Conferência das Partes (COP) realizada anualmente que procura esclarecer os termos, as condições e as metodologias exigidas para se implementar o Protocolo de Quioto. Como tal, o valor “real” dessas reduções nas emissões ainda é bastante especulativo em sua natureza, ainda que alguma quantia em dinheiro e alguns direitos tenham sido trocados de mão. A maioria dos “negócios” realizados foi aqueles com atividade voluntária inicial. Mercados preliminares de experiência para os créditos de carbono e as fontes de informações para informações mais detalhadas são os seguintes: • Fundo Protótipo de Carbono, prototypecarbonfund.org; • Fundo de Carbono para o Desenvolvimento Comunitário, communitycarbonfund.org; • O Fundo BioCarbono, biocarbonfund.org; • The UNCTAD/Earth Council Institute Geneva (ECIG) Programa Mercado de Carbono,r0.unctad.org/ghg/; • Carboncredits.nl, carboncredits.nl;

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• Fundo Fiduciário de Carbono, www.thecarbontrust.co.uk; e • The Chicago Climate Exchange (CCX), www.chicagoclimatex.com. 6.7 Abordagens para a Contratação de Venda de Carbono O refinamento da documentação jurídica pertinente à venda e transferência de créditos de carbono está em constante alteração com as reuniões subseqüentes da Conferência das Partes (COP), com cada reunião servindo para esclarecer ainda mais os detalhes do Protocolo de Quioto. Os instrumentos legais usados no estabelecimento de uma atividade do projeto variarão dependendo se o projeto estiver recebendo financiamento através de um fundo de carbono ou se participa diretamente em um ciclo de projeto MDL ou JI. Contratos são exigidos para se estabelecer acordos entre todas as partes participando no projeto. Como parte de engajamento em qualquer tipo de atividade de comercialização de carbono, os contratos precisam ser estabelecidos entre: • todas as partes envolvidas na realização do projeto de redução nas emissões; • o fundo de carbono ou qualquer outra entidade provendo recursos para financiar o projeto e os participantes do projeto; • a DOE selecionada para avaliar, validar e verificar as reduções nas emissões produzidas pelo projeto e pelos participantes do projeto; e • a entidade financiadora do MDL e os participantes do projeto (quando do registro do financiamento). Os detalhes desses acordos deveriam ser estabelecidos nos contratos do projeto como discutido na seção 9.0 deste Manual. O FPC do Banco Mundial é uma fonte potencial de financiamento dos projetos que aderem aos critérios de projetos MDL. Já implementou uma série de cinco contratos como parte do processo de projeto. Esses contratos são discutidos abaixo como um exemplo da documentação de um sistema de contrato do fundo de carbono. Os diversos fundos de carbono, além de outras fontes de financiamento, terão objetivos e conteúdos similares, mas com documentação diferenciada associada aos mesmos. Os cinco documentos legais atualmente usados pelo FPC em suas transações de compra das reduções nas emissões são: • Carta de Endosso do Projeto ou de Não Objeção (LoE); • Carta de Intenção (LoI); • Carta de Aprovação (LoA); • Acordo de Compra das Reduções na Emissão (ERPA); e

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• Acordo com o País Anfitrião (HCA) – observar que isso só é exigido para os projetos de Implementação Conjunta (JI). A LoE é escrita pelo país anfitrião do projeto (País Anfitrião) para o Banco Mundial que atua como Curador para o FPC (Curador). A LoE é um endosso unilateral do País Anfitrião do Projeto e normalmente é procurado pelo FPC quando um projeto potencialmente viável é identificado. O propósito da LoE é minimizar o risco para o FPC que um País Anfitrião possa mais tarde determinar que o projeto não está alinhado com os seus critérios de sustentação e (ou por outras razões) se recusar a emitir uma LoA. Nos casos em que o LoA já tiver sido dada or estiver disponível num curto espaço de tempo, O Curador pode dispensar a exigência de uma LoE. A LoI é o primeiro documento escrito assinado entre a Entidade do Projeto e o Curador. A LoI é primordialmente uma carta de exclusividade que fornece ao FPC os direitos exclusivos para negociar as condições de compra das reduções nas emissões da Entidade do Projeto. Se a Entidade do Projeto retirar-se unilateralmente das negociações, a LoI exigirá que ele pague uma quantia para cobrir os custos de preparação do projeto. A LoA é uma carta formal do País Anfitrião em que ele concede a aprovação formal do projeto dentro dos propósitos do Artigo 12 do Protocolo de Quioto. Umas exigência mais importantes da LoA é a confirmação de que o projeto contribui para o desenvolvimento sustentável do País Anfitrião. A LoA é exigida pelo Protocolo de Quioto e é, desse modo, essencial para a aceitação do projeto pelo UNFCCC. O ERPA é o principal documento legal que rege a compra e a venda das reduções nas emissões pelo FPC. A entidade do projeto concorda, através do ERPA, em vender todos os direitos, títulos e interesses sobre todas, ou sobre uma porção especificada, das reduções dos gases de efeito estufa gerados pelo projeto. O conjunto de direitos, títulos e interesses é definido como as “Reduções nas Emissões”(ou Ers). O Curador concorda em pagar o preço de compra especificado na entrega do relatório de verificação que verifica o número das reduções nas emissões dos gases de efeito estufa produzido. Além das provisões de compra e venda importantes sob o ERPA, existe uma série de seções descrevendo as diversas obrigações, representações e garantias bem como as condições precedentes ao desembolso dos recursos que cobrem atividades tais como a implementação bem sucedida do projeto, além do gerenciamento dos riscos identificados do projeto. O HCA é exigido somente para os projetos JI e é acordado entre o País Anfitrião e o Curador. No HCA, o País Anfitrião concorda em transferir um montante de unidades de redução na emissão (ERUs) equivalente à quantidade de ERs gerados pelo projeto para as contas dos participantes do projeto FPC. Observar que a transferência real não está programada para ocorrer até o início do primeiro período de compromisso do Protocolo de Quioto. 6.8 As Questões de Riscos no Financiamento de Carbono

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Existem diversos fatores de risco relacionados à gestão dos projetos LFG e no financiamento de carbono. Esses fatores de risco podem tanto focalizar o gerador dos créditos de redução nas emissões como o comprador dos créditos. Algumas fontes potenciais de risco podem incluir: • questões de tempo tanto para a obtenção dos contratos e para a validação das reduções nas emissões; • prazo de contratos insuficientes para o projeto tornar-se econômico; • valor da redução na emissão no tempo; • responsabilidades potenciais pelos projetos que não atingem o número de reduções nas emissões; • dependência da “situação voluntária” do projeto na legislação do país anfitrião; e • exatidão científica na seleção, monitoramento e controle do projeto. A prioridade do comprador de CERs será essencialmente a de conseguir o custo menos oneroso para os créditos das emissões a serem comprados. É preferido que se dê ênfase sobre o mínimo de complexidade na transação. A lista a seguir fornece alguma consideração para os compradores (e para a compreensão dos vendedores) para minimizar os riscos potenciais do financiamento de carbono como a seguir: • pacotes de créditos para facilitar a negociação dos acordos; • garantias do vendedor asseguram a validade das reduções; • risco de crédito baixo e risco de desempenho baixo da contra-partida; • demanda maior por transações simples em vez de investimentos. É muito importante que o vendedor cria um pacote de venda efetivo; e • a propriedade das reduções precisa ser claramente estabelecida no contrato. A quantificação, o monitoramento e a verificação têm que ser feita por terceiros. A prioridade do vendedor de CERs, por outro lado, desejará o preço mais alto possível pelos créditos das emissões a serem compradas. Algumas considerações sobre uma oferta auxiliarão a minimizar os riscos e aprimorar o esforço mercadológico potencial das reduções nas emissões incluem: • quantidade e preço; • o ano em que a atividade foi realizada; • o ano em que a redução foi gerada; • a localização e o método de redução;

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• o ano base para medir a mudança incremental; e • responsabilidade aceita pelo vendedor. Ainda que a discussão precedente apresente um esboço resumido da questão do financiamento internacional de carbono, e o ciclo de atividades de projetos MDL UNFCCC, uma coleção mais abrangente de materiais de referências está disponível no sítio da Internet UNFCCC CDM www.unfccc.int/cdm. Pessoas potencialmente interessadas em desenvolver um projeto deveriam consultar esse sítio na Internet para obterem informações detalhadas relacionadas ao processo do MDL, às atualizações que possam ocorrer, os requisitos da documentação e gabaritos apropriados.

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PARTE 3 – AVALIANDO E DESENVOLVENDO PROJETOS DE GESTÃO DO LFG

7 Os Fatores de Risco Relacionados aos Aspectos Ambientais, Financeiros e de Manejo de Recursos dos Projetos de Gestão do LFG. O desenvolvimento crescente dos projetos LFGTE na América do Norte e na Europa durante a última década aumentou a confiança do investidor nos projetos LFGTE. Contudo, a recuperação de energia do LFG ainda não é tida como uma indústria madura e, com freqüência, funciona nas margens da viabilidade econômica e do conhecimento de engenharia com os incentivos não econômicos dirigindo alguns projetos. Portanto, os riscos associados aos projetos LFGTE devem ser bem compreendidos e apresentados, já que esses fatores levarão aos empreendedores, usuário final e/ou financiador a vê-los como projetos de alto risco. No contexto do Manual, o risco é usado para se referir a todos os aspectos que não possam ser razoavelmente conhecidos antes do início do projeto e tornar todos os compromissos financeiros e de tempo exigidos para a execução de um projeto LFGTE. Isso inclui os riscos e as incertezas que estão relacionados a: • taxa de geração e disponibilidade do LFG; • tecnologia usada para coletar e utilizar o LFG; e • a(s) fonte(s) potencial(is) de receita do projeto. A tecnologia LFGTE está comprovada e tem potencial real para os locais nos quais a geração, o Mercado, a legislação e as condições de investimento são indutoras para o desenvolvimento de um local específico para o LFG. Entretanto, as regulamentações e as políticas relacionadas com a utilização do LFG ainda estão em fase de desenvolvimento na LAC, ainda que essas políticas e regulamentações tenham o potencial para serem moldadas a favor do desenvolvimento de tais projetos, a situação atual de incerteza deles representa um risco e uma preocupação para empreendedores potenciais e para as instituições de financiamento. Com o desenvolvimento potencial futuro de um mercado internacional de carbono, há também uma oportunidade para aprimorar mais o retorno so investimento em projetos LFGTE para aumentar a probabilidade de que se tornem uma realidade na LAC. 7.1 Riscos da Disponibilidade do LFG Os mecanismos para a geração do LFG e os fatores que afetam a quantidade e a taxa de geração final do LFG são discutidos na Seção 2.0. Uma diminuição na quantidade do LFG disponível causará impacto sério no sucesso de qualquer projeto de gestão do LFG que se apóie nele como fonte direta ou

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indireta de receita. Existem três áreas onde podem existir riscos de disponibilidade do LFG: a quantidade de lixo que possa estar disponível para a produção do combustível LFG; as características do lixo que produz o combustível LFG; e o ambiente local que controla o processo de decomposição anaeróbica que produz o combustível LFG. A primeira área de risco é a quantidade real de lixo disponível. O risco é introduzido caso haja incerteza sobre a quantidade de lixo já no local ou se houver dúvidas relacionadas às quantidades futuras de lixo a ser aceito e depositado em um local candidato. A segunda fonte de risco é a incerteza sobre o percentual do lixo que é orgânico, sendo ambos presentes no aterro sanitário proposto e o fluxo futuro de lixo e, assim, contribuir para o recurso futuro do combustível LFG. No Modelo Scholl Canyon, uma gama de valores de Lo representa essa incerteza. A terceira fonte de risco é a incerteza sobre as condições sob as quais o lixo está em decomposição. Isso está representado no Modelo Scholl Canyon por uma gama de valores k, baseados nas condições do local. Alguns dos riscos ou algumas das incertezas podem ser mitigadas com os dados do teste de bombeamento em conjunção com o modelo LFG para demonstrar a qualidade e as quantidades atuais auxiliando a refinar os insumos parâmetros para o modelo. Entretanto, isso não mitiga todos os riscos já que os testes de bombeamento podem somente indicar os recursos para o período de realização do teste de campo, não podendo fornecer indicação alguma sobre o recurso de gás futuro. Tipicamente, para se obter o financiamento para um projeto de utilização, uma empresa privada exigirá um nível de segurança razoável em que os modelos de taxa de produção e coleta de LFG sejam representativos das condições reais. O risco de disponibilidade pode ser reduzido e gerenciado através de diversas formas: • aplicando um multiplicador conservador (baixo) à curva de recuperação do LFG modelada como proteção contra qualquer queda do combustível LFG disponível; • construindo e operando um sistema de coleta do LFG durante um período mínimo acordado para verificar a presença e a quantidade do recurso LFG; • executando o empreendimento em Etapas para minimizar os riscos de capital associados com superdimensionamento do sistema de utilização do LFG, o qual é o componente mais caro de um projeto; e • utilizando qualquer ou todas as opções acima em algum tipo de combinação. Quantificar esse fator de risco ou qualquer dos demais é difícil e não há uma resposta ou formula simples que possa ser utilizada. O princípio básico que quanto maior for o percentual de recuperação do LFG assumido, maior serão os riscos inerentes do projeto. Isso é evidente em si, mas não é fácil quantificar e precisa ser feito baseado especificamente no projeto. BOX 8: A IMPORTÂNCIA DE UMA REVISÃO DO POTENCIAL DO RECURSO LFG COM A DILIGÊNCIA DEVIDA

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Um teste de bombeamento do recurso de LFG potencial pode auxiliar na redução de algumas incertezas ao se estimar a quantidade de LFG disponível no local e isso pode dar alguma confiança adicional aos parceiros financiadores do projeto. O estudo de caso do Aterro Sanitário de Kemerburgaz na Turquia dá um exemplo claro do porque a análise do recurso LFG, incluindo o teste de bombeamento, deveria ser responsabilidade das partes que tenham interesse nos resultados para prover incentivo para se concluir e interpretar apropriadamente os resultados do teste. Neste local, o teste de bombeamento parecia indicar que havia suficiente LFG disponível no local para fazer gerar 4 a 6 MW de eletricidade. O teste de bombeamento foi realizado por um empreiteiro sem experiência com a natureza e a importância do teste de bombeamento e sem qualquer interesse próprio ou responsabilidade associada com os resultados do teste. Subseqüentemente ao teste de campo, a primeira etapa da usina foi construída com a capacidade para gerar 4 MW de eletricidade. Até o presente, o local não foi capaz de suportar a primeira etapa de desenvolvimento do LFGTE. Nesse ponto, não está claro se existiram questões relativas ao recurso LFG ou questões sobre o desempenho do sistema que foram as causas da queda do combustível. Esse exemplo de estudo de caso reforça a premissa de que o fator mais crítico para qualquer projeto LFGTE é saber e compreender tanto o local como o combustível em termos práticos, além de assegurar que há flexibilidade no desenho e nas estimativas de desempenho da instalação. Há grande risco financeiro se o combustível LFG for avaliado de forma inapropriada. As partes com experiência comprovada em projetos LFG deveriam realizar a avaliação que seria, então, cuidadosamente revisada pelas partes com interesse no sucesso do contrato. O quadro subseqüente reforça e ilustra alguns dos elementos mais importantes do monitoramento do recurso LFG para assegurar que há uma compreensão sólida do combustível potencial e que a uma alta confiabilidade no suprimento do combustível pode ser mantida.

7.2 Riscos da Tecnologia LFG Uma outra fonte de risco com projeto LFGTE é o equipamento utilizado para coletar e gerir o LFG e o seu funcionamento. As tecnologias para coletar e utilizar o combustível LFG são, em geral, bem desenvolvidas e confiáveis. Não é a tecnologia ou o equipamento que colocam o projeto em risco, mas sim, as condições específicas do aterro que podem limitar a aplicação e/ou a eficácia das tecnologias já comprovadas. Todo o LFG que estiver sendo gerado dentro do lixo não pode ser coletado. Um sistema coletor de LFG bem desenhado e operado pode coletar

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normalmente 75 por cento ou mais da quantidade total de LFG que é gerado. Na subseção anterior, foi observado que a quantidade de LFG gerada é só estimativa, e ela só é boa na medida em que os dados disponíveis e a aplicação da avaliação do modelo do LFG também o forem. Os riscos adicionais associados à taxa de coleta de LFG estão associados com O&M dos sistemas coletores de LFG. O funcionamento e a manutenção fraca ou inapropriada (O&M) poderá resultar na deterioração do sistema coletor de LFG e na redução da quantidade e qualidade do LFG. Isso pode causar impacto significativo na economia de utilização e pode ser uma preocupação considerável para o proprietário da usina de utilização. A compreensão da responsabilidade e das obrigações de todas as partes é essencial. Um aterro sanitário funciona sob condições dinâmicas e é essencial que o programa O&M seja pró-ativo e capaz de se adaptar e mudar no decorrer do tempo. Haverá, por necessidade, um programa em andamento para reparação, substituição e expansão para cuidar das condições alteradas num aterro sanitário em evolução. Existem implicações potencialmente sérias (por ex., incêndios no aterro sanitário) relacionadas com o funcionamento inapropriado do sistema de recuperação do gás ou de exagero no sistema. Super bombeamento de um dreno de LFG pode ter sérias implicações de segurança, mas pode também afetar negativamente o suprimento de combustível através da diluição e redução da quantidade disponível de LFG e, desse modo, reduzir o valor calorífico (o ideal é que o LFG coletado contenha metano com, aproximadamente, 50 por cento do volume). Deve-se recordar sempre que um sistema de extração de LFG bem desenhado e operado pode ter uma ampla variação na taxa de coleta entre os drenos dada a extrema heterogeneidade da massa de lixo. Para contrabalançar os riscos, é importante que todo projeto utilize a abordagem de análise do custo do ciclo de vida com avaliação de sensibilidade para todas as áreas de incerteza encontradas na análise. Os contratos poderão estipular taxas de coleta de LFG mínimas e/ou garantias com penalidades para o não cumprimento, mas isso normalmente é inaceitável para os donos do aterro sanitário e coloca um risco financeiro indevido para o proprietário do aterro. Os riscos podem ser mitigados satisfatoriamente ao se assegurar os níveis de esforços, organogramas e procedimentos associados com as atividades de O&M. A adoção de uma política oficial tal como a implementação de um sistema de manejo ambiental tipo ISSO-14000 no aterro pode aumentar a segurança. Expandir e manter um dreno coletor de LFG no campo para coletar gás é uma responsabilidade que precisa ser definida claramente para proteger e assegurar os fluxos de receitas para qualquer projeto LFGTE. A maioria dos projetos LFGTE tem uma vida útil potencial acima de 20 anos e ao se preservar esse ativo de longo prazo pode auxiliar em assegurar a viabilidade/oportunidade financeira para gerar um retorno apropriado para o investimento. O LFG é um gás úmido e potencialmente corrosivo que poderá exigir algum nível de pré-tratamento antes da sua utilização. Esse item é primordialmente uma questão financeira que se relaciona com o custo da vida útil de um projeto

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e não é um risco de tecnologia já que as tecnologias normalmente são bem desenvolvidas e testadas. Uma outra área de risco é o potencial de conflito entre o aterro sanitário em funcionamento e o sistema coletor e de utilização do LFG. Na maioria dos casos, os melhores locais para os projetos de gestão de LFG são aqueles que usam o LFG de um aterro em atividade. Para ter esse trabalho, o desenho e o funcionamento do sistema LFG não pode intervir com o propósito primordial do aterro, o despejo de lixo. Isso inclui a resolução de conflitos entre o funcionamento e os sistemas (i.e., sistema coletor de chorume) no aterro em atividade. Em ambos casos, ter pessoal operacional bem treinado que compreende a natureza do recurso LFG, além as operações básicas do aterro sanitário, pode mitigar o risco. 7.3 RISCO DE REGULAMENTAÇÃO E APROVAÇÃO A implementação futura das regulamentações que exijam a coleta do LFG poderá prover um obstáculo para o desenvolvimento de vários projetos de gestão do LFG porque a criação de crédito pela redução na emissão só pode ser alcançada através de ação voluntária. Portanto, os legisladores devem estar conscientes de todas as implicações potenciais da legislação criada para cuidar da coleta e utilização do LFG. A coordenação das autorizações e aprovações para aterros sanitários em atividade que permaneça operacional concorrentemente ao projeto de gestão do LFG é essencial para a viabilidade do projeto. Quaisquer conflitos entre os requisitos e os objetivos de cada operação precisam ser solucionados e acordados através da integração e cooperação apropriada de modo que a viabilidade do projeto não seja afetada. O prazo necessário para se obter as autorizações e aprovações é também um risco. Os projetos de gestão do LFG são sensíveis ao tempo devido ao forte declínio que ocorre nas taxas de geração do LFF após o encerramento do aterro e, especialmente nas regiões da LAC onde o conteúdo orgânico do lixo e as taxas de decomposição são mais altos do que na América do Norte e na Europa. 7.4 Os Fatores de Risco Mercado/Receita A natureza marginal da maioria dos projetos de gestão do LFG, particularmente os projetos LFGTE, significa que freqüentemente eles baseiam-se em mais de uma fonte de receita para torna-los viáveis.. Diversos aspectos desses fluxos de receitas são externos ao projeto, mas podem ter um impacto importante sobre a economia do projeto. Esses fatores incluem a incerteza em relação ao preço futuro da eletricidade ou do suprimento de combustível. Há também o risco que ocorre com a incerteza relacionada com o valor futuro das reduções nas emissões. A competitividade dos projetos LFGTE dependerá do preço de Mercado das fontes de energia concorrentes. O cálculo econômico do LFG é normalmente atado ao preço do combustível fóssil, exceto se existirem incentivos de custo e

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de preços. Num mercado aberto, os consumidores provavelmente descontarão as vendas de LFG devido aos riscos percebidos com a utilização de fonte não convencional de combustível. Segue-se que, num mercado aberto, os projetos LFG serão provavelmente mais viáveis financeiramente nos países com custos de energia mais altos. O número de partes reivindicando propriedade do LFG poderá, algumas vezes, complicar a utilização do LFG como um recurso e o acesso a receita suplementar associada com os CERs. As questões de propriedade e de direitos dependem da natureza da indústria do lixo nas jurisdições específicas na LAC. A Seção 4.0 delineia em detalhes algumas das implicações que as mudanças no mercado de energia podem ter sobre os projetos LFGTE. A seção 5.0 delineia em detalhes algumas das implicações que as mudanças nas regulamentações governamentais podem ter sobre os projetos de gestão do LFG. A seção 6.0 delineia o desenvolvimento atual do mercado de financiamento de carbono. Em todos os casos, é importante reconhecer as fontes potenciais de risco para o projeto de modo que eles possam ser calculados e gerenciados corretamente. Como parte da avaliação econômica do projeto, uma análise de sensibilidade deveria ser realizada para quantificar o impacto que as mudanças nos diversos fluxos de receita possam ter sobre o projeto. O modo mais simples e mais efetivo para eliminar o risco de mercado é simplesmente através de negociação e execução de contratos de longo prazo para a venda de energia e CERs que dão suporte a um ROI adequado para permitir o prosseguimento de um projeto proposto. É freqüentemente possível conseguir garantias de desempenho e disponibilidade para compensar qualquer risco de desempenho do equipamento. Pode ser possível obter seguro para os projetos contra moedas e para alguns dos riscos de mercado. Idealmente, a estrutura de regulamentação em diversos países na LAC poderia implementar políticas e regulamentações que poderiam auxiliar assegurar que os valores da energia para os projetos de “energia verde” fossem, de algum modo, protegidos; pelo menos, para os projetos negociados e executados com base nas receitas suplementares. BOX 9: NEGOCIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DO CONTRATO DE VENDA DE ENERGIA A obtenção garantida de ágio para a energia “verde” pode ser algo difícil de se fazer, particularmente enquanto as empresas de energia estiverem somente começando a considerar seriamente a energia elétrica gerada de fontes renováveis. Uma vez construída a usina, a equipe do projeto LFGTE está em desvantagem nas negociações, particularmente nos mercados de energia regulamentados. O projeto LFGTE de Getlini fornece um exemplo dessas dificuldades. A equipe do projeto LFGTE de Getlini LFGTE em Riga, Latvia, determinou que a atividade mais lucrativa para a usina era a produção de eletricidade para ser vendida à rede. Inicialmente, foi negociado um contrato de dois anos com a empresa de energia elétrica. Esse contrato incluía um ágio no peço para a energia “verde”que aumentou o preço de venda da eletricidade de $40

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USD/MWh para $52 USD/MWh. Entretanto, alguns atrasos ocorreram no projeto e o contrato terminou, exigindo novas negociações. Desta vez, a empresa de eletricidade decidiu em não oferecer um ágio no preço da energia elétrica produzida no aterro. As negociações estão atualmente em andamento para esse projeto, mas o ágio de 30% na receita com as vendas da energia elétrica tem óbvias implicações diretas e graves para a viabilidade financeira do projeto. A foto a seguir é a vista da entrada da usina de LFGTE no Aterro Sanitário de Keele em Toronto, Canadá. Essa é uma usina geradora de 35 MW que está em funcionamento por quase dez anos, com vida útil de, pelo menos, outros 15 anos e que foi construída com um custo de capital de aproximadamente $500.000 (US$) por MW de capacidade geradora instalada.

Desde a construção da usina LFGTE de Getlini, o governo da Látvia criou lei que obriga as empresas de eletricidade a comprarem energia elétrica produzida de fonts renováveis com ágio estabelecido. Sob a nova legislação, leva-se normalmente de 2 a 3 meses para se negociar e aprovar um contrato. Infelizmente, essa lei não é retroativa e, portanto, não auxiliam nas negociações de energia elétrica em Getlini.

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Estudo de Pré-investimento As seções 8 e 9 estão desenhadas para usar as informações genéricas e o material de suporte, fornecidos na Parte 1 e Parte 2 do Manual, para ilustrar como levar um projeto proposto através das diversas etapas necessárias para se avaliar e executar um projeto de gestão de LFG bem sucedido. A Figura 8.1 apresenta um fluxograma das diversas etapas nessas duas seções para auxiliar com texto as explicações fornecidas. Desenvolver projetos candidates é um exercício complexo, mas os benefícios potenciais são ambientalmente significativos e podem ser economicamente significativos se certas condições de mercado e valores para produtos energéticos existirem. O desenvolvimento de um projeto de gestão do LFG pode prover incentivo para melhorar o desenho e o funcionamento geral do aterro sanitário através de suporte financeiro para o sistema de manejo do lixo, além da redução nas emissões de GHG. Na seção 8, o Manual tentará dar ao leitor a capacidade para avaliar se um projeto proposto pode ser ou não potencialmente viável. Espera-se que seja necessário ter uma “abordagem de equipe” para avaliar completamente a etapa de pré-investimento para um projeto de gestão do LFG proposto, mas espera-se que um usuário do Manual possa realizar uma primeira seleção da probabilidade de um projeto proposto vir a ser desenvolvido. O Manual deve prover também a base para o leitor formular e perguntar corretamente as questões para avaliar a viabilidade de um projeto proposto nas áreas que possam estar fora da experiência e especialidade do leitor. Reconhece-se que a experiência e os conjuntos de habilidades requeridos para avaliar completamente um projeto exigirá provavelmente uma abordagem de equipe. O Manual pode ser usado para formular a base para a montagem de uma equipe de projeto que tenha a experiência e os recursos requisitados para seguir adiante com o projeto. Existem alguns princípios e questões muito básicas que precisam ser sempre questionadas e cuidadas na etapa de pré-investimento que leve a um projeto de gestão do LFG bem sucedido. No final da etapa de pré-investimento, o que se segue deve ser compreendido e quantificado claramente:

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OBSERVAÇÃO: EXISTEM MARCOS E REQUISITOS ESPECÍFICOS NO PROCESSO MDL QUE PRECISAM SER COORDENADOS JUNTO COM O DESENVOLVIMENTO GERAL DO PROJETO.

Figura 8.1a FLUXOGRAMA DO CICLO DE ATIVIDADE DO PROJETO LFG

ETAPA DE PRÉ-INVESTIMENTO MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DO GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA PROJETOS DE ENERGIA

BANCO MUNDAL

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Figura 8.1B FLUXOGRAMA DO CICLO DE ATIVIDADE DO PROJETO LFG

ETAPA DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DO GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA PROJETOS DE ENERGIA

BANCO MUNDAL

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Figura 8.1C

FLUXOGRAMA DO CICLO DE ATIVIDADE DO PROJETO LFG ETAPA DE IMPLEMENTAÇÃO, COMISSIONAMENTO E OPERAÇÃO DO PROJETO

MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DO GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA PROJETOS DE ENERGIA BANCO MUNDAL

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(i) O recurso LFG precisa ser estimado e as análises de sensibilidade concluídas para as quantidades de gás presente e futura que podem ser geradas e recuperáveis no aterro proposto. Isso inclui a quantificação de quaisquer riscos ou incertezas que possam afetar as quantidades de gás recuperáveis; (ii) Os mercados para os produtos energético e os benefícios da redução na emissão precisam ser conhecidos e quantificados juntamente com uma compreensão clara da propriedade e controle do LFG e de quaisquer CERs potenciais; (iii) A equipe do projeto precisa ser estabelecida com a compreensão total das áreas de responsabilidade e responsabilização; (iv) O desenho conceitual precisa estar concluído num nível que permita adequar as estimativas de custo tanto para o capital como para os custos operacionais para apoiarem as negociações para os fluxos de financiamento e de receita; e (v) Precisa haver uma compreensão de como o projeto de gestão do LFG integrará a instalação de manejo do lixo em geral e do sistema que gera o recurso LFG, incluindo uma compreensão clara de quaisquer regulamentações, aprovações ou políticas que possam afetar o projeto proposto. Os princípios e os objetivos básicos deveriam ser revisados no final da etapa de Pré-Investimento para assegurar que estejam totalmente tratados antes de se seguir para a etapa de desenvolvimento detalhado do projeto. BOX 10: ESTUDOS DE PRÉ-VIABILIDADE DE UM PROJETO DEMONSTRATIVO NO MÉXICO Existem diversas condições que deveriam ser vistas ao se considerar um projeto LFGTE potencial. Nos casos em que existam vários locais que têm o potencial para o seu desenvolvimento, existem questões importantes que necessitam ser analisadas para se escolher o melhor local ou locais para investir. Como um aterro é construído e operado é importante para a compreensão do desenvolvimento potencial de um local proposto. A foto a seguir é um local enorme em Salvador, Brasil que tem células grandes concluídas e áreas novas em desenvolvimento. Um aterro que ainda estiver aberto recebendo lixo pode auxiliar a dar segurança da sustentação do recurso LFG como combustível.

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O Banco Mundial realizou um estudo de pré-viabilidade para selecionar um local candidato para abrigar um projeto demonstrativo de LFGTE no México. O estudo original analisou 33 aterros para satisfazer os critérios iniciais: acima de 500.000 habitantes; precipitação mínima de 200 mm; e uma temperatura média anual entre 15°C e 30°C. Os 33 aterros iniciais foram avaliados em relação a compatibilidade técnica, financeira e institucional para um projeto LFGTE. Essa avaliação incluiu: • Questões técnicas em nível regional e municipal; • As condições econômicas; e • As considerações financeiras, sociais, políticas e jurídicas. Isso levou a uma lista curta de sete municípios com um total de dez aterros sanitários, aos quais foram enviados questionários solicitando informações técnicas, institucionais e sociais sobre os aterros. Os usos finais para o LFG que foram considerados incluíram: • Geração de energia elétrica para ser vendida à CFE (a ser utilizada na rede) ou para o município; • Fornecimento direto de LFG para as indústrias próximas; • Fornecimento de metano comprimido para uso doméstico através de gasoduto industrial; e

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• Purificação do LFG a ser usado como gás metano a ser utilizado como combustível para veículos Análise financeira, técnica e de acesso ao mercado dessas opções levou à conclusão que a melhor opção era pela venda da eletricidade para o município anfitrião. As considerações sociais incluíram um estudo comparado do número de varredores de rua no local e a distância até as residências, além da postura das autoridades e sindicatos locais. Quando se concluiu as comparações, o Aterro Sanitário de Salinas Victoria em Monterrey, México, foi selecionado como o local para o projeto demonstrativo. Após a seleção desse local, foi realizado um estudo detalhado de viabilidade técnica e financeira, refinando ainda mais as informações anteriores, antes do compromisso final do projeto e o início da construção. 8.1 Pré-viabilidade Técnica Para avaliar a viabilidade de qualquer projeto é importante, primeiro, compreender a natureza e as características específicas do combustível que se tornará a base do projeto. Para os projetos de LFG, o combustível é, na realidade, um subproduto do sistema de manejo do lixo que coloca matéria org6ancia no aterro. O reconhecimento desse fator é crucial para a compreensão dos elos que o projeto proposto precisa ter com o sistema de manejo do lixo que gera o combustível. Isso significa também que algum conhecimento e compreensão prévios do sistema de manejo do lixo geral são um pré-requisito para o desenvolvimento de uma unidade de gestão do LFG bem sucedida no local proposto e no gerenciamento dos riscos econômicos do projeto. É importante para todos os participantes do projeto estarem conscientes da natureza do recurso do LFG e do sistema de manejo do lixo, mesmo nos casos onde outras partes possam reter a responsabilidade pelo suprimento do combustível LFG. Um recurso LFG não deveria ser visto simplesmente como um outro serviço tal como o fornecimento do combustível de gás natural. É importante para todos os participantes compreenderem esse fator ao se determinar os riscos/vantagens respectivos de um projeto proposto. O Quadro 8.1 apresenta um quadro geral do sistema de manejo do lixo que deve ser preenchido até onde seja prático, como base para o desenvolvimento das estimativas iniciais da geração do LFG e para avaliar os limites de certeza na estimativa de geração. Os objetivos primordiais no preenchimento do Quadro 8.1 são obter a melhor base possível para a estimativa da massa de matéria orgânica que estaria disponível no aterro proposto para a geração do LFG e para obter uma compreensão básica das condições gerais do local para auxiliar na estimativa de recuperação do LFG. Esse exercício para compreender o combustível é aplicável para todos os projetos propostos, incluindo a responsabilidade pela coleta de suprimento do combustível LFG. Nesse ultimo caso, a diligência devida in se ter a compreensão do recurso do combustível ainda é necessária para a revisão e negociação dos prazos e das condições para qualquer arranjo contratual entre as partes.

QUADRO 8.1

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PLANILHA DE DADOS DO LOCAL CANDIDATO – DESENVOLVIMENTO DE PROJETO POTENCIAL DE LFG

MANUAL PARA A PREPAÇÃO DE GÁS DE ATERRO PARA PROJETOS DE ENERGIA BANCO MUNDIAL

Nome do Aterro: Localização do Aterro:

Nessa etapa do processo, os estudos de pré-viabilidade técnica serão um estudo e uma inspeção total do local sem a exigência de pesquisas intrusivas. Em muitos casos, poderá ser difícil obter todas as informações sugeridas no Quadro 8.1. Isso não impede a avaliação de ser concluída, mas afetará a abordagem no desenvolvimento da análise de sensibilidade da geração e recuperação esperada do LFG. Queiram referir-se à Seção 2 para uma revisão das equações modelos e das diretrizes para a seleção dos parâmetros de insumos apropriados adequáveis ao local específico em avaliação. Utilizando toda a informação agrupada no Quadro 8.1 é possível, então, designar os parâmetros modelos e gerar uma estimativa inicial da geração de gás. Uma análise de sensibilidade do potencial de geração de gás deveria, então, ser elaborada usando-se uma gama de parâmetros de insumos conservadores que deveria estar baseada no conhecimento específico do local. Além disso, a geometria (por. ex., profundidade ou lixo e área de aterro) e a meteorologia (precipitação e condições de temperatura) específicas para o

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local serão utilizadas para auxiliar o desenvolvimento da análise de sensibilidade da geração de gás. Um dos fatores que merece atenção especial no caso da avaliação da geração de LFG é a estimativa futura. O LFG é gerado pelo lixo que já tenha sido depositado no aterro, mas é também uma função do lixo que está projetado a ser depositado no aterro nos anos vindouros. A estimativa de geração de gás leva em consideração esses elementos, mas há necessidade de uma revisão secundária das projeções das quantidades futuras de lixo para se ver como as alterações no insumo lixo no aterro pode afetar um projeto potencial. Assim, é necessário aplicar um fator de eficiência ou de coleta nas estimativas de geração do LFG apontadas acima para designar uma quantidade recuperável de LFG. Essencialmente, esse fator reconhece que nem todo o LFG que estiver sendo gerado pode ser coletado. Como discutido na seção 2.6, existem compensações econômicas entre o custo da coleta e a eficiência da coleta. Um sistema coletor de gás bem desenhado pode coletar normalmente 75 por cento ou mais da quantidade total de gás que é gerado. O nível de certeza e o risco financeiro inerente podem ser gerenciados efetivamente, assumindo-se que os parâmetros de insumo apropriados são designados para a modelagem, além de haver uma compreensão sólida dos sistemas de manejo de lixo específicos para o local. Para facilitar o processo de seleção inicial, uma planilha modelo simples foi fornecida para auxiliar na etapa de avaliação inicial do recurso. Essa planilha baseia-se no Modelo Scholl Canyon escrito na seção 2.2. O Quadro 8.2 é um quadro de dados de insumo que pode ser usada para elaborar a informação sobre a quantidade de lixo a ser usada na modelagem da geração do. O quadro exige estimativas das quantidades de lixo expressa em toneladas métricas para cada um dos anos em que o aterro estiver em funcionamento e para as projeções futuras de depósito de lixo. Para alguns locais, isso pode ser um simples exercício, mas para outros que têm dados limitados, isso poderá exigir algum esforço e premissas para desenvolver o campo de insumos necessário. Para esses locais com pouco ou nenhum dado, a estimativa da quantidade de lixo pode ser difícil. Normalmente, sabe-se o ano em que o aterro foi inaugurado, mas freqüentemente as quantidades anuais de lixo depositado não estão disponíveis sobre parte ou toda a história do local. Assumindo-se que há um plano de aterro válido e limites definidos par o despejo do lixo, poderá ser possível estimar o volume de lixo no local com base nos dados históricos e atuais para a determinação do volume de ar que fica no aterro. Então, é necessário converter esse volume em densidade aproximada do lixo baseado numa compreensão dos equipamentos e das práticas de aterro utilizadas.

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QUADRO 8.2 QUADRO DOS DADOS DE INSUMO DE UM LOCAL CANDIDATO – DESENVOLVIMENTO DE PROJETO POTENCIAL DE LFG

MANUAL PARA A PREPAÇÃO DE GÁS DE ATERRO PARA PROJETOS DE ENERGIA BANCO MUNDIAL

Parâmetros Modelos Taxa de produção de gás de aterro sanitário, k = 0.05 year-1 Produção potencial de CH4, Lo = 170 Produção potencial de Gás, Lo = 340 m3/tonnes Período antes do início da produção de gás, lag = 1 years Ano de abertura do aterro sanitário 1990 Ano de encerramento do aterro sanitário 2015 Número de anos de produção após encerramento do aterro sanitário 50 Metano (em volume) 50% Fator de ajuste para quantidade de lixo inerte 0% Fator de recuperação assumido 70% Preencha SOMENTE as células sombreadas. Dados do Gás Densidade do CH4 (STP 0.72 kg/m3 Densidade do CO2 (STP 1.97 kg/m3 Valor Energético 18.63 MJ/m3

500 Btu/ft3

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As densidades do lixo num aterro sanitário pode variar de menos de 500kg /m3 a mais de 1000 kg/ m3 e devem ser designadas com base no conhecimento das condições específicas do local, incluindo a geometria do aterro. Com freqüência, é uma boa prática a verificação cruzada da quantidade estimada em relação as estimativas industriais de geração de lixo per capita para a área geográfica onde estiver localizado o aterro. O fator de risco das projeções das quantidades de LFG gerado depende da confiança sobre a massa de lixo depositada. Designar as quantidades disponíveis e projetadas de lixo é um passo crucial já que são essas quantidades que representam o potencial do recurso. Qualquer análise de sensibilidade deveria ser desenvolvida com o conhecimento da gama potencial de matéria orgânica a ser decomposta dentro do aterro proposto. Caso haja uma parte do aterro, o qual é sabido conter lixo não orgânico e, portanto, não decomposto (não contribui na geração de gás tal como entulho de tijolo ou concreto), pode-se aplicar um fator de redução nas quantidades de lixo que é usada como insumo no Quadro 8.2 para o percentual de lixo inorgânico presente. Só é recomendado fazer uma redução direta para o lixo inorgânico se existirem registros que documentem essas quantidades. Deve-se reconhecer que o exercício de modelagem aplicado é empírico por natureza. Se designado corretamente, os parâmetros modelo têm a intenção de reconhecer que somente uma parte da quantidade total de lixo é orgânica. O parâmetro Lo leva esse fator em consideração. O parâmetro Lo normalmente está na faixa de 170 m3/ton de lixo, assumindo-se um conteúdo médio de umidade de 25 por cento. De fato, esse é um valor médio devido o lixo inorgânico que não se decompõe não geraria gás LFG e uma tonelada de matéria orgânica que possa ser totalmente decomposta teria um Lo aproximando-se a 400 m3/ton. É importante que qualquer análise de pré-viabilidade para um projeto em perspectiva dê muita atenção para a avaliação do recurso LFG. Todos os cálculos subseqüentes, as quantidades retiradas e as projeções financeiras basear-se-ão nessa estimativa e, por isso, merece uma atenção e compreensão estrita. Após a conclusão do quadro da quantidade de insumo, a modelagem da geração de LFG pode utilizar, assim, os dados para gerar as curvas de geração de gás específicas para o local. O Quadro 8.2 utiliza os dados compilados e calcula as taxas anuais de geração de LFG para cada ano da vida útil de geração do local proposto. A Figura 8.2 apresenta os dados de geração do LFG num formato de gráfico para facilitar a interpretação e auxiliar no dimensionamento da instalação de coleta e de utilização do LFG. A Figura 8.2 apresenta uma análise de sensibilidade potencial para a geração de LFG que pode, assim, ser usada para designar os parâmetros de desenho do projeto e das metas de coleta de LFG. A FigurA 8.3 utiliza as curves produzidas na Figura 8.2 e designa uma quantidade potencialmente recuperável de LFG num número que demonstra também o fluxo aproximado de LFG típico necessário para a geração de energia elétrica (em incrementos de 1 MW).

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Figura 8.2

GRÁFICO DA GERAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁRIO MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA PROJETOS DE ENERGIA

BANCO MUNDIAL

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A seleção de uma constante k e um parâmetro Lo específico para o local para a modelagem em computador requer alguma compreensão das características do local e do lixo. No exemplo específico dado, assumiu-se o seguinte: • os valores para k de 0.04 e 0.06 foram utilizados já que o local presumidamente encontra-se em clima quente com mais de 30 polegadas anuais de precipitação; • a quantidade de lixo anual foi estabelecida em 500.000 tons./ano. Assumiu-se para os propósitos desse exemplo que não há informação caracterizando especificamente o lixo disponível que permitiria ajustar-se essa quantidade. A variação para Lo foi fixada entre 150 a 190 m3/ton de lixo, dado que o lixo é suposto como uma mistura típica de resíduos sólidos municipais, industriais, comerciais e institucional não danosos; e • uma analise de sensibilidade deveria usar tanto os valores menores como maiores para Lo e k no desenvolvimento de uma análise da geração potencial de LFG. A curva LFG gerada será usada como base para todas as discussões posteriores relativas às etapas de pré-viabilidade e de desenvolvimento detalhada. As curvas usadas na Figura 8.3 para a análise subseqüente são baseadas nos fluxos médios de gás da análise de sensibilidade e uma taxa de recuperação do LFG assumida de 75 por cento. Usando-se a curva de geração de LFG, é necessário agora designar a base do desenho para um sistema coletor de LFG. Normalmente, uma taxa de fluxo máximo de segurança é para o dimensionamento preliminar de um sistema coletor de LFG. É boa prática usar o pico de geração de LFG, na parte superior da curva, para dimensionar esses elementos do desenho. O elemento sistema coletor é uma pequena parte do custo total de um sistema completo. Entretanto, é também um fator limitante para a capacidade de um sistema de utilização. É extremamente recomendado que o sistema coletor seja dimensionado para a quantidade máxima de gás que potencialmente poderia ser coletado com base nas análises de modelagem. Os custos da tubulação de maior diâmetro é um elemento relativamente menor dos custos, mas poderia ser um estorvo no desenvolvimento futuro se for sub-dimensionado. O outro fator dominante no desenvolvimento tanto do desenho conceitual como do custo de um sistema coletor é dirigido pela área de depósito de lixo ou as pegadas do aterro. É necessário saber também a profundidade do lixo para se estabelecer a densidade apropriado do drenos de extração ou das camadas para a extração do LFG neste aterro. Regras gerais para o desenho conceitual de um sistema LFG incluem: • permitir um sistema de anel ao redor da célula de despejo; • estabelecer o dreno inicial em 60-75 m sobre o centro. Na etapa de pré-viabilidade, pode-se simplesmente usar a área disponível para depósito de lixo, dividida pela área de influência presumida para cada dreno; • curvas positivas de toda a tubulação para permitir que o condensado gerado pelo LFG drene da tubulação para impedir que o líquido bloqueie o fluxo de LFG na tubulação;

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•vácuo aplicado disponível para dreno individual de gás ou para as camadas não deveria exceder a 20 polegadas de coluna d’água; e • os sistemas de tubulação deveriam ser selecionados para fluxo alto, velocidade baixa e minimizar as perdas por atrito no sistema.

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QUADRO 8.3 LISTA DE VERIFICAÇÕES E PROJEÇÕES DE CUSTOS

SISTEMA DE COLETA DE LFG EM ATERROS CANDIDATOS MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA PROJETOS DE ENERGIA

Banco Mundial Item A B.

Descrição. Desenvolvimento e Administração do Projeto 1 Gerente/administração do Projeto 2 Estudos e Avaliações de Pré-Investimento 3 Desenvolvimento do Projeto e Revisão com Devida Diligência s 4 CER ou Aplicação de Custo/Taxa Equivalentes 5 Autorizações e Aprovações 6 Mobilização e Início do Projeto 7 Títulos 8 Seguros 9 Plano de Saúde e Segurança Sistema de Coleta de LFG 1 Perfuração e Instalação do Dreno 2 Escavação e Valas 3 Dreno Vertical de Extração de LFG Conexões e Câmaras Well Head c/w valve, orifício, tubos, acessórios, Perfuração c/ cobertura abóboda 4 Escavação de Valas Horizontais p/ Extração de LFG 5 Válvula chambers (c/w tubulação e acessórios) 6 a) Cabeçalho c/w 450mm dia. tubos, acessórios, válvulas b) Cabeçalho c/w 400mm dia. tubos, acessórios, válvulas c) Cabeçalho c/w 350mm dia. tubos, acessórios, válvulas d) Cabeçalho c/w 300mm dia. tubos, acessórios, válvulas e) Cabeçalho c/w 250mm dia. tubos, acessórios, válvulas f) Cabeçalho c/w 200mm dia. tubos, acessórios, válvulas 7 a) Sub-cabeçalho c/w 200mm dia. tubos, acessórios, válvulas b) Sub-cabeçalho c/w 150mm dia. tubos, acessórios, válvulas c) Sub-cabeçalho c/w 100mm dia. tubos, acessórios, válvulas 8 Limpeza da tubulação e câmaras 9 Tubulação lateral para valas c/w 150mm dia. tubos, acessórios, válvulas Tubulação lateral para valas c/w 100mm dia. tubos, acessórios, válvulas 10 Câmara de captura do condensado 11 Condensate forcemains 12 Galerias e cruzamentos 13 Buried airline and fittings

Unidade L.S L.S L.S L.S L.S L.S L.S L.S L.S L.S M m3

EA.

l.m. EA

l.m. l.m. l.m. l.m. EA. l.m. l.m. l.m. l.m.

Quantidade Preço Unitário ($US) Sub-total

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QUADRO 8.3 LISTA DE VERIFICAÇÕES E PROJEÇÕES DE CUSTOS

SISTEMA DE COLETA DE LFG EM ATERROS CANDIDATOS MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA PROJETOS DE

ENERGIA Banco Mundial

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gerar múltiplos de mega watts (MW) equivalentes de energia elétrica. Usando o exemplo fornecido, segue-se que uma instalação de 7 MW poderia ser totalmente usada por período de 20 ou mais anos sem risco significativo algum de disponibilidade de combustível para suprir essa instalação. Uma afirmação semelhante poderia ser feita para uma instalação de até 9 MW caso não existam reduções significativas nas quantidades futuras de lixo recebido pelo aterro. Entretanto, para a instalação de 7 MW acima, há algum risco de que o aterro sanitário não possa ser capaz de suprir o combustível LFG adequado para todo o período de 20 anos de contrato se houver qualquer alteração significativa na programação futura do lixo depositado no aterro. Essas questões e as sensibilidades associadas ao risco são mais evidentes a medida em que aumenta o tamanho da unidade. Na etapa de pré-investimento, o uso desse tipo de abordagem de seleção pode auxiliar assegurar uma decisão do tipo “prosseguir” ou “terminar. Por exemplo, caso o cálculo econômico de uma instalação de 7 MW oferecer um ROI adequável ao interesse da equipe empreendedora pelo seu prosseguimento, o estudo de pré-investimento pode ser concluído com uma abordagem por etapas que reconheça a condição de referência base e que os benefícios adicionais e o aprimoramento maior no custo econômico geral possa ser alcançado por um projeto maior. Caso a instalação de 7 MW seja economicamente viável, a decisão “prosseguir” ou “não prosseguir” para um local proposto já terá sido tomada. Contudo, se o cálculo econômico indicar que uma instalação mínima de 9 MW ou maior seja requerida para que um projeto proposto seja viável, será necessário, assim, esforço adicional para avaliar os riscos de alcançar a capacidade mínima do projeto. O nível do esforço e a necessidade de dados e informações específicas do local antes da decisão sobre o prosseguimento ou não seja tomada. É importante que os critérios de investimentos estejam claros e os obstáculos conhecidos e estabelecidos para se usar de modo efetivo a avaliação de pré-viabilidade. O Quadro 8.4 provê um esboço para os elementos operacionais chaves de um sistema de utilização do LFG. Usando esse formato, uma estimativa preliminar do custo de capital pode ser desenvolvida para o tamanho da instalação em consideração. As análises das sensibilidades (por ex., usinas de 4,5 e 6 MW) para compreender os cálculos econômicos relativos de cada opção. Os princípios utilizados a serem aplicados a uma usina geradora de energia elétrica serão aplicados também para outros usos finais do combustível LFG. Algumas considerações adicionais ou distintas para um projeto de uso direto do combustível são: • perfil do uso do combustível nos mercados. Isso significa uma compreensão do perfil de uso do combustível por hora, dia, semana, mês e ano; • acesso aos mercados através de gasodutos existentes e novos; • requisitos de entrega do combustível, incluindo pressão, qualidade do gás, além do teor de umidade; e • prazo dos acordos para a venda do combustível LFG. Os contratos necessitarão tratar das garantias para a compra de quantidades mínimas de LFG definidas e quaisquer implicações relacionadas à diminuição ou o não fornecimento do combustível LFG.

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Utilizando-se toda a informação discutida acima e nesse Manual, a equipe do projeto de um projeto potencial em um local proposto deveria ser equipada com informações e conhecimento para permitir-lhe começar estabelecer a estrutura para uma oferta e uso do recurso LFG.

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QUADRO 8.4 LISTA DE VERIFICAÇÕES E PROJEÇÕES DE CUSTOS

SISTEMA DE COLETA DE LFG EM ATERROS CANDIDATOS MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA PROJETOS DE

ENERGIA Banco Mundial

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QUADRO 8.4 LISTA DE VERIFICAÇÕES E PROJEÇÕES DE CUSTOS

SISTEMA DE COLETA DE LFG EM ATERROS CANDIDATOS MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA PROJETOS DE

ENERGIA Banco Mundial

O último elemento, potencialmente o mais crucial, dos insumos técnicos para os estudos de pré-investimento é o subsídio necessário para o funcionamento e manutenção tanto do sistema coletor como de utilização. Qualquer avaliação econômica deveria basear-se numa análise completa dos custos da vida útil para qualquer aterro proposto ou projeto potencial. Embora seja difícil elaborar orçamento dos custos operacionais sem o conhecimento específico do sistema candidato e da tecnologia selecionada, o Quadro 8.5 fornece algumas diretrizes preliminaries que podem ser utilizadas na etapa de pré-investimento.

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Quadro 8.5 –Custos Operacionais e de Manutenção e Variações de Aplicação

Descrição Aplicação Variação Anual de

Custo Comentários

Coleta e Queima de LFG Custo Base

Todos os locais >10 hectares >50 hectares

$30,000 to $40,000 Adicionar $1500 a $2500 por hectare, p/ cada hectare adicional na área de disposição Adicionar $1000 to $2000 por hectare, p/ cada hectare adicional na área de disposição

Assume-se que o sistema de coleta ativo existe Somente aplicável como uma regra preliminar básica e deve ser revisada na etapa de detalhamento do projeto E.g., um aterro típico de 30 hectare teria um custo O&M anual variando entre $75,000 a $115,000 E.g., um aterro típico de 75 hectare teria um custo O&M anual variando entre $105,000 to $190,000

Utilização do LFG <1 MW

>1MW, < 3MW > 5 >10 MW

NA $0.012 to $0.015/kWh $0.011 to $0.014/kWh $0.009 to $0.012/kWh

Tipicamente, esses aterros não são viáveis para utilização caso tenham que pagar pelo custo de coleta do LFG Poderia ser considerado caso o custo ativo da coleta de gás não for incluído E.g., uma instalação típica de 2 MW teria um custo anual de O&M variando entre $210,000 a $260,000 E.g., uma instalação típica de 6 MW teria um custo anual de O&M variando entre $580,000 to $735,000 E.g., uma instalação típica de 12 MW teria um custo anual de O&M variando entre $950,000 to $1,260,000

Os dados acima dão alguma orientação relacionada aos custos O&M para uma usina. Os custos para uma usina de combustível direto precisam ser desenvolvidos caso a caso, mas alguns princípios básicos se aplicam. Os

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custos fornecidos nessa serão não incluíram provisão alguma para os custos administrativos que serão discutidos no contexto das condições específicas de mercado. É importante que qualquer projeto na LAC ou no Caribe considere o tempo e os custos dos impostos e taxas sobre importação para todas as peças sobressalentes e de reposição de equipamento tanto nas etapas de viabilidade como na avaliação detalhada. Não é simplesmente o custo dos itens que é crucial, mas o efeito do tempo perdido sobre o fluxo de receita para o projeto. A natureza e o tamanho de qualquer inventário de peças sobressalentes deveriam ter uma relação inversa para facilitar o recebimento das peças sobressalentes e dos serviços necessários para a realização das atividades de manutenção regular ou de emergência. 8.2 Acesso de Mercado e Arranjos para Compensação, Preços e Estrutura Contratual para a Energia/Gás As seções anteriores focalizaram a compreensão do recurso LFG e os custos para coleta-lo e utiliza-lo. A segunda área de dados chaves de insumos necessários para realizar uma análise preliminar é compreensão total das condições específicas de mercado aplicáveis ao local e ao país no qual ele está localizado. As Seções 3 e 4 delinearam as tecnologias es questões do Mercado de energia que precisam se consideradas. Esses princípios utilizados para desenvolver o componente custo para as opções de uso, as quais juntamente com o Mercado/receitas que possam estar potencialmente disponíveis para o projeto, permitirão a revisão de pré-investimento ser concluída. É necessário identificar todos os requisitos legais e técnicos aplicáveis ao projeto proposto. Do mesmo modo, as condições do local e de mercado poderão eliminar claramente algumas das opções de uso do combustível e focalizar a equipe empreendedora em uma ou duas tecnologias possíveis ou clientes. O acesso ao mercado é a primeira questão chave desse aspecto da revisão de pré-investimento. A seção 4 forneceu um esboço das considerações sobre as regulamentações e as políticas relacionadas com a venda direta do LFG ou relacionadas aos produtos energéticos. Normalmente, um projeto LFGTE não suportaria os custos de uma extensa infra-estrutura de transporte e fornecimento de energia ou de produtos combustíveis, exceto para distancias relativamente curtas ou para instalações localizadas nas imediações do local do aterro. Isso torna a maioria desses projetos potenciais dependentes da infra-estrutura já existente. Freqüentemente, a região geográfica e/ou política onde o local proposto estiver localizado poderá ter regras e limitações muito específicas com relação à venda, acesso e/ou distribuição de produtos energéticos. Os projetos LFGTE são considerados normalmente pequenos projetos do ponto de vista de energia, mas muitas instalações e burocracias são muito protetoras da sua gestão e do controle do mercado, com interesse limitado nas exceções para as suas regras e políticas atuais. Isso tanto é um problema como uma oportunidade para os projetos LFGTE. Nas áreas onde existam obstáculos de regulamentação ou de custos proibitivos para acessar os geradores ou fornecedores não-concessionários, esses tipos de projetos deveriam ser tratado separadamente como uma categoria separada de geradores.

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Para dar prosseguimento à avaliação de pré-investimento é necessário agora designar todos os campos do insumo receitas e qualquer outro subsídio de custo menor para um projeto proposto. As receitas deveriam ter a forma de um valor esperado para qualquer CER ($ por tonelada de eCO2) gerado por um projeto proposto, além da receita líquida do produto combustível advinda das ligações, tarifas ou outras taxas relacionadas. É recomendado que a análise de sensibilidade seja realizada usando tanto as estimativas esperadas e mais conservadoras (pessimistas) das vendas líquidas de energia e de CER. 8.3 Cálculo Econômico do Projeto Todos os dados e custos de Mercado precisar ser colocados em um modelo planilha simples para determinar se o projeto pode ou não ser viável e identificar os limites nos quais o projeto poderia ser desenvolvido. O Quadro 8.6 fornece um modelo de planilha inicial como uma ferramenta de seleção na revisão de pré-investimento. (Observar que uma cópia eletrônica das planilhas de insumo mais importantes, incluindo o Quadro 8.6, é fornecida num disco de computador no final do Manual). No Quadro 8.6 foi incluído com todos os dados de insumo necessários na parte superior da planilha, além de células de insumo sombreadas para facilitar a entrada dos insumos de um projeto proposto. Uma série de parâmetros pré-estabelecidos também foi sugerida com uma explicação do insumo fornecidos no disco de computador. Ao se mover o cursor sobre a célula de insumo revela-se essas explicações, além dos insumos sugeridos. Os valores fornecidos nas células de insumo são usados para calcular os diversos fluxos de caixa mostrados no canto esquerdo do quadro. Esses valores são projetados assumindo-se um prazo de 20 anos para o projeto e são utilizados para avaliar a viabilidade econômica preliminar do projeto. As questões de custo e das áreas de preocupação podem ser bem diferentes nos países desenvolvidos e nos países em desenvolvimento. O Manual tem tentado consistentemente enfatizar a importância da compreensão das questões específicas do local e da geografia relacionadas tanto com o desenho como com a construção de uma usina, bem como com o seu funcionamento e manutenção através do serviço ativo prorrogado. A necessidade de capacitações para tanto operar como para dar manutenção a um sistema coletor de LFG e/ou um sistema LFGTE é extensa. Para os projetos na LAC e no Caribe, deveria haver grande ênfase nos aspectos do funcionamento e da manutenção de um projeto. Essa consideração pode afetar as decisões relativas à tecnologia preferida que seja a mais apropriada para um local específico num determinado município, estado ou país. Por exemplo, a instalação de uma usina geradora de eletricidade num local que tenha quedas freqüentes e prolongadas de energia poderá tornar um projeto não econômico, exceto se a venda de energia for adequada para contrabalançar o tempo perdido.

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Quadro 8.6

AVALIAÇÃO DE CUSTO / RECEITA – ETAPA DE PRÉ-INVESTIMENTO MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DO GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA PROJETOS DE EVERGIA

Banco Mundial

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Um outro exemplo poderia ser o grau de automação e controle da usina desenhada. Nos países em desenvolvimento, pode ser mais custo efetivo construir uma redundância adicional para partes chaves do sistema que possa não ser assegurado nos países desenvolvidos. Dito simplesmente, assegurar que as condições e obstáculos específicos estejam identificados e considerados na avaliação de viabilidade aplicável a um local proposto. Os parágrafos seguintes fornecem um esboço resumido dos valores de insumo e como são usados na avaliação econômica. Custo de Capital O custo de capital refere-se aos custos calculados com o uso do Quadro 8.3 e do Quadro 8.4 para os sistemas de coleta e de utilização do LFG, respectivamente. Custo Operacional Anual Os custos operacionais anuais para os sistemas de coleta e de utilização de LFG foram discutidos na seção anterior. O custo operacional anual para o sistema de utilização de LFG depende do tipo de tecnologia escolhida para utilizar o LFG e a quantidade de processamento de LFG requerida para operar o sistema. Tanto nos sistemas de coleta como de utilização há um equilíbrio entre o custo de capital do sistema e o custo operacional anual. Esse equilíbrio é determinado de certo modo pelo tamanho do projeto e pelas tecnologias específicas que estejam sendo usadas. O subsídio administrativo refere-se ao custo administrativo de apoio necessário para manter a usina e monitorar os aspectos do projeto relacionados ao comércio. BOX 11: A IMPORTÂNCIA DA DISPONIBILIDADE DE PEÇAS E DA MANUTENÇÃO REGULAR A instalação para a utilização do LFG de Gdansk na Polônia é uma usina combinada de aquecimento e energia elétrica (CHP). Os dois motores/geradores LFG Wola são produzidos na Polônia, e a sua construção e o seu funcionamento são relativamente muito simples. Há, portanto, facilidade para se conseguir peças sobressalentes e serviços para a unidade se comparada com outras três usinas CHP de LFG apresentadas no estudo de caso da Polônia. A manutenção dos motores fabricados na Alemanha, em especial, na usina de Krakow tem sido onerosa e demorada porque exige serviço que venha da Alemanha. A disponibilidade para a usina de Gdansk é dada abaixo.

Ano Horas de Funcionamento Disponibilidade 1999 7406 84.5% 2000 7006 80.0% 2001 7705 88.0% 2002 8380 95.7%

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Observar que a disponibilidade dos motores aumentou significativamente em 2002. Isto foi o resultado da introdução de um acordo de serviço com uma empresa local de motores que incluiu o fornecimento de peças sobressalentes, tendo sido diminuído o tempo de entrega. Esse exemplo seve para reforças a ênfase na atenção aos contratos de funcionamento e de manutenção para as instalações na LAC e no Caribe. O reconhecimento das implicações da perda de receita pela redução na disponibilidade da usina de 95% ou mais para 90% ou menos pode ser uma consideração to tipo “fazer ou quebrar” para o projeto. Custo de Financiamento Anual Os insumos seguintes descrevem o ambiente de investimento no qual o projeto está sendo considerado. O período de financiamento pode ser ajustado para avaliar a janela econômica na qual o projeta esteja funcionando. Esses parâmetros de insumos são combinados para se calcular o valor do “Financiamento”. A taxa de inflação deve ser designada com base nas tendências econômicas nacionais históricas e projetada para a localização do projeto proposto. A venda de energia elétrica, de combustível direto, de CER e de royalties garantidos é determinada através da negociação com a empresa concessionária devida e entre os participantes do projeto. A relação entre esses insumos e a viabilidade econômica geral do projeto é discutida em mais detalhes na Seção 9.0. As análises da sensibilidade deveriam ser realizadas para avaliar a variação do preço e dos “pontos de equilíbrio” num composto do fluxo de receita que tornem o projeto potencialmente atraente economicamente. Premissas A seção seguinte delineia as premissas que precisam existir para avaliara a viabilidade do projeto. O valor do LFG para aquecimento é normalmente 50% do metano em voluma ou de aproximadamente 500 BTU/ft3, mas pode alterar dependendo das condições de funcionamento do sistema de coleta do LFG. Os CERs ou créditos GHG têm atualmente valor especulativo e de curta duração, mas que espera-se que tenham um valor de longo prazo crescente no futuro numa economia restritiva ao carbono. A receita líquida da energia elétrica é determinada como a diferença entre os custos de geração de eletricidade e o preço pelo qual a energia elétrica possa ser razoavelmente vendida para uma empresa concessionária sem os custos de ligação e de livre acesso para acessarem a rede elétrica. A Seção 8.2 esboça resumidamente os limites mínimos na variação de preço necessários para viabilizar projetos LFGTE de vários tamanhos. O insumo para uma suplementação com gás natural para os projetos que ganhariam algum benefício com o aumento do combustível LFG durante os períodos de pico que gerariam receita maior para os geradores ou durante a etapa declinante de geração do LFG para otimizar o uso do equipamento e maximizar a receita de longo prazo potencial.

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A eficiência do sistema de recuperação expressa o percentual razoável da produção teórica total de LFG que pode ser recuperada para o propósito de sua utilização. Uma eficiência pré-estabelecida de 75 por cento foi utilizada, mas pode ser modificada com base no conhecimento das condições específicas do local. Premissas da Produção de Energia Elétrica Essa seção delineia premissas feitas sobre o equipamento usado no intuito de se usar o LFG. Essa planilha foi desenhada focalizando sobre a geração direta de aquecimento e eletricidade como usos principais para o LFG. Uma análise financeira semelhante deveria ser realizada para os projetos que considerem o uso de uma outra tecnologia de utilização do LFG. O potencial de demanda e o potencial de geração dos diversos equipamentos de geração de eletricidade propostos deveriam ser um insumo. A maioria dos projetos para a geração de energia elétrica utilizará tecnologia de motores recíprocos. O uso e a aplicação do modelo planilha é idêntico à outras tecnologias para a geração de eletricidade, mas exigirão a entrada dos valores parâmetros de insumos relacionados à tecnologia específica e os valores pré-estabelecidos podem variar de forma muito substantiva. O fator de redução parasita de energia elétrica, a eficiência da conversão energética e o fluxo requerido de LFG ou a suplementação de gás para cada motor ou turbina avaliada deveria ser fornecido pelo fabricante do motor com base nas projeções de LFG compiladas previamente e transferidas para a planilha. A disponibilidade em tempo real do equipamento gerador de eletricidade variará de certo modo no decorrer do tempo como uma função da idade do equipamento bem como dos protocolos de funcionamento e de manutenção seguidos. A manutenção do equipamento é um fator crucial na manutenção da eficiência da conversão de energia no momento, ou próximo a ele, de pico. O número de motores disponível no local normalmente irá variar para refletir o perfil da curva de produção de LFG resultante da utilização dos insumos no Quadro 8.2, e explicados na Figura 8.3. Como uma função dos valor dos produtos energéticos, o equipamento de geração de eletricidade normalmente precisará ser usado por 10 ou mais anos para que a sua aquisição e funcionamento forneçam retorno financeiro aceitável para os investidores. Nenhuma tentativa foi feita na revisão dos cálculos econômicos de pré-investimento para designar um ROI e IRR estimados. Existem diversas variáveis que permanecer por serem definidas nesta etapa e o propósito dessa primeira etapa da revisão dos cálculos econômicos de pré-investimento é avaliar o fluxo de caixa básico para o projeto e dar alguma apreciação aos cálculos econômicos do projeto para as negociações e discussões com os diversos parceiros, autoridades reguladores, empreiteiros e proprietários do local que precisarão ser realizadas para o desenvolvimento detalhado do projeto. Deveria estar bem claro, nesse nível de pré-investimento, qual o preço básico de Mercado e os fluxos de receitas que seriam necessários para tornar o projeto viável. Em alguns casos, doações e outras fontes de recursos de suporte podem ser encontradas para os projetos qualificados que satisfizeram os critérios específicos de seleção. Pode também haver a necessidade de uma discussão aberta com os parceiros financiadores potenciais, os quais exigirão um grau de informação identificada para iniciar as negociações preliminares.

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Seguindo o fluxograma, dado como Figura 8.1a, a equipe de projeto para um projeto proposto deveria ter avaliado o interesse na solicitação do MDL ou outra forma de financiamento que possa ter requisitos de aplicação e verificação. Essas solicitações e avaliações suplementares basear-se-ão em todas as mesmas informações e dados adquiridos durante a avaliação de pré-investimento e deveriam ser buscadas concomitantemente ao desenvolvimento geral do projeto, caso o acesso a essa fonte de financiamento seja procurada para o projeto. Nesta fase da etapa de pré-investimento, o participante majoritário ou proponente deveria ter, também, uma idéia razoável relacionada com os cálculos econômicos e os valores gatilhos da receita necessários para incentivar um projeto passar para a etapa do desenvolvimento detalhado. O participante majoritário ou proponente deveria ter identificado, também, os recursos e os arranjos de parcerias que seriam necessários para formar uma equipe com todas as habilidades exigidas e os recursos necessários para o desenvolvimento do projeto. A natureza e a composição da equipe de projeto precisará sempre de ser nomeada com base em projeto específico. 8.4 Estrutura do Projeto (Parceiros e Papéis) e o Plano de Negócios Preliminar Existem tantas estratégias diferentes de contratação e execução que poderiam ser desenvolvidas e aplicadas nos projetos de gestão do LFG como aquelas existentes para todos os outros projetos de infra-estrutura ou projetos relacionados com a mesma. Contudo, os aspectos específicos dos projetos de gestão do LFG podem ter riscos ou requisitos de especialidades atípicos que podem não estar disponíveis in todas as regiões da LAC. Cada uma das diversas áreas, bem como cada um dos tipos de arranjos contratuais e de negócios, será discutido com a sua aplicação tanto nos projetos grandes como nos pequenos projetos. 8.4.1 Direitos sobre o Recurso LFG Combustível Assume-se que a revisão de pré-investimento tenha indicado que há o potencial de um projeto financeiramente viável, dependendo da validação detalhada dos insumos e das premissas que tiverem sido feitas. Um dos primeiros aspectos de um projeto que precisa ser confirmado para torna-lo viável é os direitos sobre o LFG e as condições ou critérios sob os quais esses direitos são dados ou transferidos. Quanto mais próximo o elo que o proprietário do recurso LFG tiver com o projeto, maior a probabilidade do projeto se tornar viável. O proprietário do local do aterro sanitário e do recurso LFG combustível tem a perspectiva mais simples e mais fácil para o desenvolvimento de um projeto de LFG. Contudo, com freqüência o proprietário do local do aterro é uma entidade pública com pouca ou nenhuma capacidade para agir como um empreendedor do recurso LFG. A especialização e os recursos para desenvolver um projeto de gestão do LFG, particularmente um projeto LFGTE, estão além da capacidade, especialização e experiência de uma empresa de manejo de resíduos municipal ou estadual. Essa é uma das razões primordiais pela qual os projetos potenciais permanecem, ainda, sem desenvolvimento. Em muitas jurisdições na LAC, o reconhecimento do valor potencial inerente das reduções nas

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emissões de GHG pode fazer do cálculo econômico para uso do recurso LFG uma realidade futura. Uma das principais exigências para as reduções nas emissões de GHG para darem um insumo benéfico a esses projetos é a titulação clara e a validação dos CERs. A maneira específica na qual um projeto é desenvolvido e como são validadas e transferidas as reduções nas emissões são cruciais para o sucesso de um projeto. É também importante para o Proprietário do recurso LFG combustível compreender que a maneira na qual o sistema de manejo do lixo é desenvolvido e operado tem uma relação direta sobre a viabilidade de um projeto. O despejo atual dos resíduos sólidos num aterro sanitário assegura a presença futura do recurso LFG e protege o seu valor inerente. O aspecto risco-retorno de um projeto de gestão de LFG é uma função da natureza do envolvimento do Proprietário do local e do recurso combustível. Por exemplo, o Proprietário poderia escolher dar simplesmente o acesso ao LFG em troca de royalty do projeto. Diversas questões precisam ser respondidas e contratualmente solucionadas. • Qual é o ponto de entrega do combustível LFG? • Quem opera e mantém o sistema de coleta do LFG e como/ou por quem os custos associados são pagos? • Quais as garantias ou obrigações que existem para a entrega do combustível LFG? As questões tais como as quantidades mínimas de compra ou entrega de combustível precisam ser identificadas e tratadas. • A quem pertence os CERs e quem é contratualmente responsável pela validação dos CERs? A forma mais simples de envolvimento para o Proprietário é permitir o acesso ao combustível por um preço pré-acordado e sob condições específicas. A venda do combustível LFG pode basear-se nas informações sobre a taxa de fluxo e a qualidade do gás que é coletada e registrada de forma contínua e paga através de cronograma de pagamento pré-acordado.Nessa forma de contrato, a formula e as estruturas de preço deveriam ser mantidas o mais simples possível. Alguns esquemas de pagamento muito envolventes com fatores de ajustes extensos foram usados, mas não são recomendados, exceto em condições especiais. Essencialmente, deveria ser usada a base de mensuração mais simples e mais transparente. Os esquemas de royalties que são contingentes a fatores além do controle das partes são desencorajados. Ainda que a venda direta do recurso combustível para um empreendedor pareça ser bem simples, ela tem algumas desvantagens: • o custo do royalty é uma obrigação inerente ao projeto que pode inibir os arranjos de financiamento e fazer com que seja mais difícil para o projeto iniciar; e • o compromisso com a eficiência e o desempenho do sistema de coleta de LFG não está sob o controle direto do projeto e poderá levar a conflitos e litígios futuros de funcionamento e desempenho.

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Num arranjo de certa forma modificado, o Proprietário do Local pode tornar-se parte da equipe de projeto, beneficiando-se do projeto de alguma maneira pré-acordada como uma função do desempenho geral do projeto LFGTE. Nesse caso, o financiamento é muito mais fácil normalmente de se obter, e os riscos no projeto são distribuídos entre os membros da equipe de projeto. Independentemente do envolvimento direto do Proprietário do recurso LFG no projeto, é especialmente obrigatório que essa questão seja identificada e resolvida antes que mais trabalho ou investimento no projeto proposto seja realizado. 8.4.2 Estratégia de Parcerias A abordagem mais eficiente e de maior custo efetivo para realizar qualquer projeto ou empreendimento é utilizar o menor grupo de participantes que coletivamente tenha os recursos técnicos, financeiros necessários, e de acesso ao mercado e gerenciamento do projeto para construir e operar com sucesso uma usina durante o período de vida útil do recurso LFG combustível recuperável. Com freqüência, o compartilhamento e a diminuição dos riscos podem ter também um peso sobre o número e as características dos participantes no projeto. Os projetos LFGTE, no que se refere aos projetos do setor de energia, normalmente seriam considerados como projetos pequenos. Os custos de capital para os projetos, incluindo tanto o sistema de coleta e o sistema de utilização variam de menos de $1.000.000 (US$) até um máximo de $20.000.000 para os locais de maior potencial. Como uma regra geral, o custo do componente de utilização representará normalmente 70 por cento ou mais do custo total do projeto. Uma das características mais atrativas dos projetos LFGTE é o benefício da redução na emissão relativamente grande que é alcançado por esses projetos de recuperação de energia pequenos ou médios. Independentemente do tamanho modesto que o projeto possa ter, os requisitos para o desenvolvimento do projeto e os requisitos de especialização dessemelhantes para esses projetos podem exigir uma série de arranjos contratuais diferentes e/ou arranjos de consórcios, além do vários contratos que possam ser necessários para se ter acesso aos mercados de energia aplicáveis. Em todos os casos, o grau do risco inerente é equilibrado pelo retorno potencial. Por exemplo, a venda do LFG como combustível pode suscitar pouco ou nenhum risco, mas pode reduzir a probabilidade do prosseguimento do projeto. Embora os projetos sejam de tamanho modesto do ponto de vista do custo de capital, existem múltiplas partes e diversas estratégias de contração que poderiam ser usadas com base nos obstáculos específicos do projeto e das condições locais de mercado. Para qualquer projeto LFGTE, o que se segue esboça os arranjos e estratégias contratuais possíveis para a implementação de um projeto juntamente com as considerações e obstáculos mais importantes. Observar que alguns dos arranjos contratuais observados abaixo não são necessariamente mutuamente exclusivos e poderiam ser utilizados em combinações diferentes para se adequar às condições específicas do local.

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UO Proprietário como Empreendedor A forma mais simples de implementação seria quando o proprietário do local ou do recurso escolhe permanecer como o único acionista do projeto. Nesse caso, são exigidos os acordos seguintes: • um acordo para a validação dos CERs com a definição clara sobre o título das reduções nas emissões; • um acordo para a venda de produto energético específico a partir do uso do recurso LFG. Isso incluiria quaisquer opções de utilização e de tecnologias disponíveis. No caso da venda de energia elétrica ou venda direta de combustível, poderá haver a necessidade de acordos múltiplos tanto para a venda dos produtos energéticos como para os acordos de acesso ao sistema de distribuição para se fazer chegar a energia elétrica até o consumidor. Poderá haver acordos de cessão para se ganhar o direito ao acesso ao mercado, etc.; • um acordo para o desenho e construção da usina. Existem estratégias de contratação/implementação distintas que poderiam ser empregadas tanto para o sistema de coleta como do equipamento de utilização que incluem os Contratos Construir/Apropriar/Operar, contratos de gerenciamento de projetos “chaves na mão”, contratos para desenho, etc.; e • um acordo ou acordos para o funcionamento e a manutenção das diversas instalações. Isso poderia incluir os arranjos do tipo arrendamento que minimizaria a demanda inicial por capital para construir e comissionar a instalação. A abordagem do Proprietário como Empreendedor tem o custo geral mais baixo para o empreendimento devido a estrutura mais simples de propriedade. Entretanto, nessa abordagem todos os riscos financeiros do projeto são do Proprietário do Local, alguns deles podem estar for a da especialização, experiência e mandato, especialmente se o Proprietário for um município ou algum outro órgão governamental. Embora essa abordagem seja mais simples contratualmente, ela essencialmente estabelece o Proprietário como empresa concessionária. Em várias jurisdições, poderá haver limitações relacionadas à franquias impedindo que o Proprietário forneça combustível para vários partes, exceto se o(s) usuário(s) do combustível estiver(em) localizada nas adjacências imediatas do aterro sanitário com uma linha comum de propriedade coloca o Proprietário. Nos casos em que isso for uma opção, deveria ser explorada e, quase certamente, terá o melhor retorno sobre o investimento com o risco menor se houver mercado adequado disponível e preparado para executar acordos de longo prazo para o uso do combustível. Isso presume que o perfil de utilização do combustível seja compatível com a geração de LFG no Aterro e que o Mercado esteja sempre disponível para receber o LFG. UVenda de LFG para Empreendedor pelo Proprietário do Aterro Sanitário A outra forma mais simples de implementação seria quando o proprietário do local ou do recurso escolhe vender o LFG que é coletado para um

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empreendedor. Nesse caso, não haveria arranjos de parceria ou de consórcios. Todos os Acordos apontados anteriormente seriam ainda exigidos e um outro contrato seria requerido para a venda do LFG e de todos os direitos associados ao Empreendedor. O Empreendedor poderá ter acesso a terra arrendada para desenvolver o projeto sob as condições de um acordo. Essa abordagem põe um ônus alto sobre o empreendedor para conseguir financiamento para o projeto e tornará o projeto como de alto risco exigindo um retorno geral maior sobre o investimento antes que o projeto possa prosseguir. A venda de LFG para o Empreendedor será vista como um custo direto do projeto, exceto se garantias sejam dadas com relação ao fornecimento do combustível LFG (qualidade e quantidade), o projeto poderá estar fadado a ser considerado de alto risco por qualquer parceiro financiador ou investidor em perspectiva. UVenda dos Direitos do LFG pelo Proprietário do Aterro Sanitário ao Empreendedor A venda dos direitos do LFG para um empreendedor é semelhante ao arranjo anterior com a diferença real somente sendo que o empreendedor possa ter responsabilidades e custos adicionais para instalar e gerir alguma parte ou todo o sistema de coleta. Essa abordagem tem a vantagem de que uma das partes seja responsável por todos os aspectos dos sistemas de gestão e de utilização do LFG. Uma desvantagem adicional é que o empreendedor do LFG torne-se envolvido muito mais diretamente numa série de aspectos operacionais do desenvolvimento e funcionamento do aterro sanitário, o qual poderá, às vezes, gerar conflitos e litígios se não forem tratados nos arranjos contratuais do projeto. UArranjo para Parceria Público/Privada sobre a Propriedade do Aterro Sanitário ou Consórcio com o Empreendedor Um arranjo de parceria entre os setores público e privado é, de alguma forma, mais complexa do ponto de vista contratual do que as opções anteriores, mas o riscos do projeto estão melhor distribuídos com a especialização específica e os recursos para acessar e gerenciar os seus riscos respectivos. Em todas as abordagens anteriores, a situação e a condição de operação do aterro sanitário permanecem como elementos cruciais na revisão de pré-investimento, independentemente de qual das partes retenha a responsabilidade pela coleta e gestão do recurso LFG. Normalmente, o melhor recurso LFG estará associado com os aterros sanitários que ainda estão em operação e recebendo lixo. A compreensão das implicações e das interações entre as atividades de despejo de lixo e aquelas associadas com a coleta e utilização efetiva do recurso LFG ainda é fundamental para a compreensão do cálculo econômico, riscos e retorno do projeto. 8.4.3 Plano Preliminar de Negócio No final da etapa de pré-investimento, é necessário documentar os resultados das avaliações técnicas e econômicas num esboço de um plano de negócio que inclua: • uma descrição do tamanho e escopo básico do projeto proposto;

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• a avaliação preliminar do recurso LFG combustível documentando qualquer informação confirmatória de acompanhamento requerida ou pesquisas que possam ser necessárias antes da conclusão com a devida diligência da etapa e prosseguir para a etapa de desenvolvimento detalhado do projeto; • a avaliação preliminar de mercado e da abordagem preferida para utilizar o recurso LFG; • um desenho conceitual em nível adequado de detalhamento para permitir estimativas preliminares de custo; • um plano de implementação, incluindo a identificação da estratégia preferida para contratar e utilizar o recurso LFG; • uma revisão dos custos de capital e operacionais da tecnologia e do desenho conceitual preferidos; • uma análise econômica e financeira da opção preferida; e • a identificação da abordagem de financiamento para realizar o projeto; e • qualquer outra informação específica do local ou do projeto necessária para obter a aprovação de manejo ou quaisquer outras aprovações necessárias para se prosseguir para a próxima etapa do projeto. O esboço geral do Manual foi desenvolvido de forma que possa ser usado como uma descrição preliminar e um índice de matérias dos principais elementos do plano de negócio em apoio ao projeto. As diversas ferramentas e quadros fornecidos podem ser usados como planilhas para se colocar as informações básicas necessárias para concluir o plano de negócio preliminar. 8.5 Escopo do Estudo de Avaliação do Impacto Ambiental e Social Os impactos associados com o LFG são em grande parte dependentes do caminho pelo qual o LFG é exposto aos seres humanos ou introduzido no meio ambiente. A geração e a presença do LFG pode resultar numa variedade de impactos adversos, incluindo a emissão de gases de efeito estufa, de segurança e de danos à saúde e efeitos perturbadores como mau cheiro. Os benefícios primordiais da recuperação de LFG são o controle dos impactos adversos potenciais e a redução da responsabilidade do proprietário do local. O controle e a utilização de LFG beneficia o público ao reduzir e remover efetivamente os impactos negativos do LFG. Além disso, o retorno econômico da utilização do LFG coletado pode dissipara alguns dos custos de funcionamento e manutenção dos aterros sanitários, além de poder ser utilizado para melhorar outros aspectos do sistema de manejo do lixo. O desenvolvimento de um programa de utilização abrangente do LFG beneficiará a comunidade local de diversas maneiras importantes. Esses benefícios incluem ma variedade de fatores econômicos, de empregos, ambientais, de saúde e de estética. A construção de instalações para a coleta e o processamento de LFG será realizada utilizando-se a mão de obra local, criando oportunidades de emprego para a população local. Alguns desses

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benefícios são de longo prazo, 20 anos ou mais de funcionamento e manutenção das instalações. Essas funções representam também os níveis de educação e treinamento para capacitar a mão de obra local para operar e manter o equipamento e as instalações. Como o sucesso do projeto de utilização de LFG depende da produção de produtos vendáveis (i.e., eletricidade), a extração de LFG será otimizada e monitorada ativamente para assegurar a utilização máxima, além de reduzir os riscos para a segurança e para a saúde da exposição ao LFG não coletado. Espera-se que a produção de energia elétrica através do projeto de utilização torne-se popular entre a população local, além de que as sessões informativas sejam parte integrante do projeto proposto. Para se ter os benefícios totais do projeto de utilização, é importante que todos aqueles diretamente afetados pelo projeto sejam completamente informados sobre o projeto em realização e os seus benefícios ambientais e comunitários. Um plano de envolvimento da população deve ser elaborado para estabelecer como a população será envolvida no projeto e como permitir um fórum para discussão que inclua a todos aqueles que serão afetados. A inclusão dos grupos vulneráveis é de especial importância no desenvolvimento desse plano. Uma vez conhecidas as preocupações dos grupos afetados pelos gestores do projeto de utilização, considerações devem ser feitas para tratar dessa preocupações e para mitigar qualquer impacto negativo para a população afetada. Os catadores de lixo são um grupo de preocupação específica já que são prevalentes nas regiões menos prósperas da América Latina e dependem do aterro sanitário como fonte de receita direta. Nas áreas onde os catadores de lixo vivem diretamente sobre a massa de lixo e acendem fogo sobre a massa para cozinhar ou recuperar materiais do lixo, eles arriscam a ter danos devido a presença de LFG potencialmente inflamável e/ou explosivo. Um exemplo de mitigação desse risco é algumas cidades na LAC que tiveram sucesso na organização dos catadores de lixo de tal forma que eles podem recuperar os materiais do lixo antes dele ser depositado no aterro sanitário (Johannessen, 1999). Uma outra consideração que precisa ser feita quando o aterro sanitário é aberto ao público é a da segurança. Os drenos de extração no sistema de coleta do LFG seriam visíveis e acessíveis a qualquer um na massa de lixo. Uma outra consideração que deve ser feita quando o aterro sanitário for aberto ao público é a de segurança. No interesse de preservação de um sistema de coleta de LFG bem mantido e em funcionamento, a proteção de indivíduos presentes sobre a massa de lixo e a manutenção de uma relação congruente entre os proprietários da instalação de utilização e os catadores de lixo, é importante que as bocas dos drenos sejam seguras contra vandalismos e invasões. Considerações devem ser feitas com relação ao desenho escolhido da boca de dreno e os equipamentos de cobertura e de fechamento a ser empregado, caso seja uma questão em potencial no aterro. Uma redução nas emissões globais de metano de 15 a 20 por cento estabilizaria o metano na atmosfera nos níveis atuais (Thorneloe and Peer, 1990). A utilização de LFG na produção de energia substitui a carga de combustível fóssil usado na produção de quantidades equivalentes de energia.

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O LFG é relativamente um combustível de “queima limpa” se comparado a outros combustíveis. Qualquer grupo empreendendo uma atividade de utilização do LFG contribuiria de forma concreta e significativa nos esforços de redução global dos gases de efeito estufa, bem como na redução nos impactos ao meio ambiente local. A participação em tal projeto indicaria que o(s) grupo(s) envolvido(s) no projeto estaria confirmando a importância da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima e do Protocolo de Quioto através da redução nas emissões do gás de efeito estufa. Os benefícios econômicos diretos podem incluir apoio futuro das agências de desenvolvimento ou de empresas do setor privado, além da reputação de estar sendo consciente social e ambientalmente. 8.6 Criação da Equipe do Projeto Um dos aspectos cruciais inferidos em todo o Manual é que um projeto bem sucedido requer a criação e a coordenação de uma equipe do projeto que tenha todas as capacitações e especializações requeridas junto com o conhecimento geográfico e de mercado específico de um local proposto. A Figura 8.4 apresenta uma visão geral de todos os elementos necessários requeridos para avaliar, desenhar, executar e operar um projeto LFGTE bem sucedido com a exceção possível que alguns poucos projetos possam escolher não buscar um processo formal de certificação de CER no lugar de algum outro tipo de processo de certificação de “energia verde”. Embora todas as funções observadas sejam requeridas para todos os projetos, espera-se que empresas individuais ou os seus representantes possam ter papéis múltiplos que reflitam a sua especialização e o tamanho do projeto específico. Como observado anteriormente, é preferível manter tão pequena a equipe do projeto quanto seja prático. Esses conceitos não são mutuamente excludentes, mas colocam um desafio para o desenvolvimento de qualquer projeto. A importância da montagem de uma equipe que possa satisfazer todas as exigências não pode ser super enfatizada. Uma revisão dos estudos de caso auxiliará ainda mais a reforçar a necessidade de se montar uma equipe de projeto equilibrada com o menor número de participantes que tenham especializações e recursos para tornar realidade o projeto.

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Figura 8.4

MONTAGEM DA EQUIPE DO PROJETO MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA PROJETOS DE ENERGIA

BANCO MUNDIAL

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Ao se montar uma equipe do projeto, o proponente principal ou empreendedor precisa avaliar os seus próprios recursos e identificar quais os aspectos que podem ser realizados com os seus próprios meios e quais os aspectos que precisam ser adicionados com outros participantes. Precisa haver uma compreensão clara das metas e objetivos do projeto e do investimento antes que a equipe do projeto seja montada. Os papéis mais importantes da equipe que precisam estar em equilíbrio e quais precisam ser tratados satisfatoriamente antes de um plano de desenvolvimento do projeto possa seguir adiante são: • Gerenciamento do Projeto – É necessário uma boa compreensão geral do negócio e das metas financeiras juntamente com, pelo menos, uma apreciação de todos os elementos técnicos de um projeto bem sucedido. • Especialização em Recurso LFG – Todas as projeções econômicas, requisitos financeiros, arranjos de acesso ao mercado, etc, dependerão fortemente na habilidade para: designar a quantidade de LFG que está disponível; obter o combustível LFG que está disponível; para o fornecimento contínuo de LFG durante todo o período de qualquer acordo que tenha sido negociado. Toda a equipe do projeto precisa ter confiança nessas projeções e desejar basear o sucesso do projeto na especialização dos membros dessa equipe. • Especialização na Utilização do LFG – A habilidade em utilizar o combustível LFG é um pré-requisito necessário para um projeto bem sucedido. Essa especialização está, em geral, disponível através dos principais fabricantes de equipamentos, dos fornecedores e dos consultores da indústria e, de certa maneira, as garantias de desempenho nessa área são mais fáceis de serem obtidas. • Especialização Financeira – A habilidade para avaliar e gerir os aspectos financeiros do projeto e compreender os aspectos de risco desse tipo de projeto é essencial para as decisões chave relacionadas à aprovação para prosseguir com um projeto baseado nos valores de mercado negociados para os produtos energéticos e para os CERs. • Especialização em Acesso ao Mercado – A habilidade para manter contratos de longo prazo para a venda dos produtos energéticos e os CERs gerados por um projeto LFGTE é fundamental para o sucesso e para a gestão dos riscos de um projeto. 8.7 Resumo das Abordagens de Desenvolvimento O objetivo do Manual é fornecer uma documentação de base e para o desenvolvimento de projeto de gestão de LFG, voltada para o usuário, que possa auxiliar a facilitar, na medida do possível em um só documento, abordagem e orientações pra auxiliar e incentivar o desenvolvimento de projetos de gestão de LFG em toda a LAC. Os projetos que são o assunto do Manual variam em valores de menos de $5 milhões a mais de $20 milhões em custo de capital. Em relação aos projetos típicos de recuperação/utilização de energia, os tamanhos dos projetos não são exageradamente grandes.

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Entretanto, da perspectiva dos projetos candidatos à redução nas emissões, a indústria de gestão de LFG representa uma das maiores áreas de potencial para a redução nas emissões com um dos menores custos por tonelada equivalente de reduções do dióxido de carbono. Dado isso, a importância relativa da indústria do LFG para o objetivo global de redução na emissão de GHG como expressa no Protocolo de Quioto é inegável. Esse benefício da redução na emissão é alcançado mais simplesmente através do incentivo e apoio ao desenvolvimento de projetos de gestão do LFG que podem conseguir ganhos reais e significativos agora e no futuro. Existem diversas abordagens de desenvolvimento que poderiam ser consideradas ou que poderiam ser modificadas para refletir as preferências ou condições específicas do projeto. Abordagem de Desenvolvimento A – Consórcio entre o Proprietário do Local/Consumidor de CER com Programa de Implementação Desenho/Execução Esse tipo de abordagem poderia ser bem sucedido para iniciar um projeto de coleta e queima de FLG para gerar CERs, mas não tem sido bem sucedido normalmente para se iniciar projetos LFGTE na América do Norte ou na LAC. Normalmente, o negócio primordial dos Proprietários do Aterro é o funcionamento dos sistemas de manejo do lixo. O negócio das instalações LFGTE requer conjuntos de habilidades e especializações diferentes daqueles normalmente disponíveis para o funcionamento de um sistema de manejo de lixo. Como resultado, os projetos podem tender a ficaram parados na etapa de pré-investimento e, independentemente da economia potencialmente atraente, e podem nunca ser desenvolvidos. Uma boa abordagem que reduziria os riscos e melhoraria a probabilidade de um projeto LFGTE bem sucedido seria desenvolver parte do recurso de LFG com o valor do CER no local proposto. Esse tipo de abordagem presumiria que a receita dos CERs seria adequada para apoiar a instalação do sistema de recuperação do LFG para combustão em cilindro blindado. Só isso fornece um incentivo para melhorar o desenho e o funcionamento do aterro sanitário. Somente exigiria um desenvolvimento parcial do local para demonstrar a credibilidade e a confiabilidade do recurso LFG combustível. Isso permitiria ao Proprietário do Local a solicitar ofertas tangíveis dos empreendedores para utilizar o recurso energético LFG. Abordagem de Desenvolvimento B – Programa de Implementação Empreendedor Construção-Propriedade-Operação num Arranjo de Parceria Público/Privada A maioria dos projetos LFGTE é iniciada e dirigida por um proponente do setor privado. Uma revisão dos papéis chave da equipe para o desenvolvimento de projetos LFGTE listados na Seção 8.6 ilustra o fato de que o negócio das instalações de LFGTE exige um conjunto de habilidades e especializações diferentes daquelas normalmente disponíveis para o funcionamento do sistema de manejo de lixo. Torna-se claro que um proponente líder do setor privado normalmente é mais propenso a desenvolver um projeto bem sucedido.

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No mínimo, será exigido de um Proprietário do Local de ser um participante ativo no projeto geral, a partir do ponto de vista da cooperação com o funcionamento ativo do aterro sanitário e com o funcionamento dos sistemas de coleta de LFG. De forma ideal, o Proprietário do Local deveria ver um retorno por qualquer direito do LFG transferido como uma parte do retorno de um projeto bem sucedido do que uma tarifa direta para o combustível. Isso permitirá o compartilhamento de alguns riscos entre todos os participantes do projeto. BOX 12: SELEÇÃO DA ABORDAGEM DE DESENVOLVIMENTO Existe uma série de abordagens de desenvolvimento que pode ser bem sucedida para os projetos LFGTE. A Administração Regional de Waterloo (RMOW) revisou todas as opções disponíveis e fez a sua escolha, a seleção de um empreendedor independente para o projeto LFGTE de Waterloo. A RMOW instalou e operava um sistema de coleta e queima de LFG durante vários anos antes de iniciar um projeto LFGTE. A quantidade real de LFG e a qualidade dos dados do sistema de coleta ativo foram usadas para realizar a análise econômica do projeto LFGTE. A RMOW decidiu não ser o operador proprietário, primordialmente devido a falta de especialização em seu quadro funcional, além do fato de que esse tipo de projeto de capital não tenha sido aceito como dentro do mandado geral da RMOW. Ao contrário, uma solicitação de propostas ao setor privado solicitando ofertas para desenvolver um projeto de LFGTE no aterro usando recursos comprovado. O empreendedor privado que apresentou a proposta ganhadora para o projeto foi a Toromont Energy Inc.(Toromont), uma subsidiária da Toromont Industries Ltd., e o fornecedor dos motores a pistão para LFG CaterpillarTM em Ontário, Canadá. A Toromont decidiu-se por usar motores a pistão para gerar eletricidade a partir do LFG para vender à empresa provincial concessionária de energia elétrica. Um terceiro sócio era a Ontario Hydro, o monopólio provincial de eletricidade cuja participação foi requerida para permitir a venda da eletricidade gerada pelo projeto para a rede elétrica. O contrato entre a Toromont e a RMOW garante que a instalação para a utilização de LFG deve estar em funcionamento 90 por cento do tempo que a RMOW esteja fornecendo LFG para a instalação. Caso essa garantia não seja satisfeita, é exigido que a Toromont pague à TMOW uma quantia equivalente aos royalties que resultariam se a usina estive funcionando em 90% da sua disponibilidade. Não foi exigida da RMOW garantia alguma para a Toromont; assim, a RMOW estava protegida contra todos os riscos associados a uma usina LFGTE. A usina de Toromont ultrapassou substantivamente o fator disponibilidade para cada de operação quase sem nenhuma parada sem programação. De fato, quase todas as paradas não programadas foram resultantes dos problemas com a rede da Ontario Hydro e não pelo funcionamento da usina. A foto a seguir dá uma visão da instalação de coleta de LFG e da tubulação para a usina LFGTE no Aterro Sanitário de Waterloo no Canadá.

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Deveria ser também observado que os fatores motivadores finais que tornaram o projeto uma realidade foram que a Ontario Hydro forneceu um fluxo aprimorado de receitas para a energia elétrica gerada pela usina, enquanto ela recebia a transferência de qualquer consideração sobre redução nas emissões que eventualmente poderia agregar a partir da geração de energia elétrica usando o LFG como combustível. 8.8 Lições Aprendidas para a Etapa de Pré-Investimento com os Estudos de Caso As lições aprendidas com os oito estudos de caso servem para reforçar a aplicação e uso de diversas ferramentas e informações que coletivamente formam o Manual até esse ponto. O Quadro 8.7 resume as exigências aplicáveis à etapa de pré-investimento e fornece um resumo das experiências dos casos de estudo. Deveria ser observado que os projetos dos casos de estudo se encontram atualmente em etapas de desenvolvimento variadas. Os projetos na África do Sul e no Brasil encontram-se atualmente na metade da etapa de pré-investimento, enquanto que no projeto LFGTE em Liepaja, Latvia, a construção foi parada porque uma equipe grande de participantes do projeto que tinham exigências complexas para a aprovação dos recursos. O resto dos projetos concluiu a etapa do desenvolvimento detalhado e estão na etapa operacional com a usina concluída/comissionada. O projeto LFGTE de Waterloo está em funcionamento desde 1999, enquanto que os projetos chilenos concluíram a sua fase de operação e não mais se encontram em serviço.

QUADRO 8.7A COMPARAÇÃO DAS ETAPAS DE PRÉ-INVESTIMENTO E DESENVOLVIMENTO DE

PROJETOS NO ESTUDO DE CASO

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MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA PROJETOS DE ENERGIA

Banco Mundial

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QUADRO 8.7A COMPARAÇÃO DAS ETAPAS DE PRÉ-INVESTIMENTO E DESENVOLVIMENTO DE

PROJETOS NO ESTUDO DE CASO MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA PROJETOS DE

ENERGIA Banco Mundial

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QUADRO 8.7A COMPARAÇÃO DAS ETAPAS DE PRÉ-INVESTIMENTO E DESENVOLVIMENTO DE

PROJETOS NO ESTUDO DE CASO MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA PROJETOS DE

ENERGIA Banco Mundial

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QUADRO 8.7B COMPARAÇÃO DAS ETAPAS DE PRÉ-VIABILIDADE NO ESTUDO DE CASO – PROJETOS

DESENVOLVIDOS MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA PROJETOS DE

ENERGIA Banco Mundial

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QUADRO 8.7B COMPARAÇÃO DAS ETAPAS DE PRÉ-VIABILIDADE NO ESTUDO DE

CASO – PROJETOS DESENVOLVIDOS MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA

PROJETOS DE ENERGIA Banco Mundial

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QUADRO 8.7B COMPARAÇÃO DAS ETAPAS DE PRÉ-VIABILIDADE NO ESTUDO DE

CASO – PROJETOS DESENVOLVIDOS MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA

PROJETOS DE ENERGIA Banco Mundial

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QUADRO 8.7B

COMPARAÇÃO DAS ETAPAS DE PRÉ-VIABILIDADE NO ESTUDO DE CASO – PROJETOS DESENVOLVIDOS

MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA PROJETOS DE ENERGIA

Banco Mundial

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QUADRO 8.7B COMPARAÇÃO DAS ETAPAS DE PRÉ-VIABILIDADE NO ESTUDO DE

CASO – PROJETOS DESENVOLVIDOS MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA

PROJETOS DE ENERGIA Banco Mundial

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QUADRO 8.7B COMPARAÇÃO DAS ETAPAS DE PRÉ-VIABILIDADE NO ESTUDO DE

CASO – PROJETOS DESENVOLVIDOS MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DE GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA

PROJETOS DE ENERGIA Banco Mundial

Os estudos de caso servem para reforçar consistentemente a importância de se seguir os pontos mais importantes colocados em toda a Seção 8 do Manual, incluindo: i. avaliar cuidadosamente o recurso LFG; ii. assegurar mercados para os produtos energéticos e os CER's; iii. estabelecer uma estrutura de projeto sólida e estrutura de contratação; iv. cuidar dos requisitos de autorizações, políticas e das regulamentações; e v. compreensão e incorporação dos requisitos de funcionamento e manutenção como elementos chave no sucesso de um projeto.

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Esta seção do Manual presume que o plano de negócio preliminar tenha sido terminado e que a equipe do projeto tenha negociado ou tenha obtido os direitos ao recurso de LFG por um período definido. Um período definido, tipicamente variando de 90 dias a seis meses, será então usado para realizar quaisquer avaliações ou revisões de diligência devidas finais, executar os acordos ou contratos necessários e obter quaisquer aprovações que possam ser requeridas antes que seja iniciada a fase de implementação do projeto. Neste estágio do projeto, a equipe começará a incorrer em gastos significativos para refinar e desenvolver o projeto. Tipicamente, os contratos condicionais relativos ao recurso de LFG que possam ser ligados a eventos e marcos específicos, precisam ser executados antes de um dono/empreiteiro potencial possa fazer os compromissos significativos de tempo e custo para levar o projeto adiante. Primeiro, os direitos finais ao LFG e as condições sob as quais eles devem ser recebidos precisam ser estabelecidas num acordo executado (presumindo-se que este não é um projeto de um só dono). Provavelmente, haverá eventos destacados ou condições específicas identificadas neste acordo que precisam ser concluídos ou o contrato poderia ser frustrado. Os tipos de termos/condições incluiriam: • a verificação de quaisquer presunções ou condições chaves relacionadas com o recurso de LFG por meio dos programas de avaliação de campo que tenham sido identificados, juntamente com quaisquer outros critérios de metas que tenham sido estabelecidos; • finalização dos acordos de acesso a mercado e vendas para produtos de energia e CERs; • finalização de quaisquer acordos sobre royalty ou receita aplicáveis ao projeto; • acordo final com relação a todas as responsabilidades de operações e manutenção para os sistemas tanto de coleta quanto de utilização de LFG; • quaisquer aprovações de financiamento requeridas; e • quaisquer Autorizações e aprovações regulamentadoras. Com o contrato condicional primário agora em vigor, a equipe do projeto pode então proceder ao desenvolvimento do desenho detalhado e seguir adiante com o projeto. Entre 5 a 10 por cento do custo global do projeto será gasto antes que possa começar a implementação física do projeto prospectivo. 9.2 Realização da Avaliação Final do Projeto Para a maioria dos projetos de gestão do LFG, os cálculos econômicos do projeto incluem a consideração do valor das CERs. É necessário que quaisquer aplicações ou documentação de apoio para assegurar que quaisquer futuras reduções de emissões geradas de um projeto candidato obtenham plena aprovação e o valor associado seja preparado e apresentado ao mesmo tempo. Isto provavelmente requererá informação gerada numa revisão de

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diligência devida para apoiar o processo de aprovação. Haverá também a necessidade de aprovação de projeções de custo e acordos com terceiros pela agência ou organização que concede os CERs para validá-los. Essas projeções de custo precisam ser incorporadas em todas as estimativas para tanto o capital inicial quanto os gastos operacionais anuais. Os custos podem variar de $25.000 a $50.000 para a avaliação inicial e de $15.000 a $25.000 para as verificações anuais subseqüentes. Dependendo do tamanho relativo do projeto e da sensibilidade dos cálculos econômicos do projeto para a disponibilidade de combustível, a revisão, com a diligência devida do projeto LFG, pode ser bastante simples ou pode envolver um programa de campo extenso. Se os cálculos econômicos do projeto forem marginais, há mais sensibilidade para a capacidade da usina e sistemas globais. Em virtude de os aterros serem grandes e muito heterogêneos, precisa-se de cuidado na extrapolação de quaisquer dados de campo de uma parte de um aterro a outra. A produção de LFG e a caracterização de gás representativa de um aterro não serão realmente conhecidas até que o sistema de coleta seja instalado e se torne funcional. Por isso, recomenda-se que um projeto seja colocado em prática e construído com tanto flexibilidade quanto redundância para assegurar que o sistema possa ser operado economicamente. É freqüentemente mais fácil e menos arriscado colocar em funcionamento parte do equipamento das instalações até que a fase inicial do projeto tenha sido completada e comissionada. Para revisar este princípio, considere novamente o exemplo apresentado na figura 8.2. Usando a curva de gás recuperável projetada, parece haver LFG adequado disponível para apoiar uma instalação de geração de energia elétrica de 11 MW em carregamento total durante mais de 15 anos. Numa capacidade de geração de l0 MW, a modelagem indica que a instalação poderia funcionar em plena carga durante mais de 20 anos. No entanto, se olharmos à curva inferior na figura 8.3 que foi gerada presumindo uma quantidade reduzida futura de resíduo sendo despejada no aterro candidato, podemos ver que a quantidade de LFG que poderia ser coletada e utilizada apoiaria plenamente apenas uma instalação menor de 7 MW para um termo pleno de 20 anos. O nível e a extensão da avaliação de diligência devida neste projeto deveriam depender de quão crítica a consideração de tamanho é para a economia do projeto viável. Se o projeto fosse marginal à capacidade de 7 MW, seria necessário realizar a confirmação extensiva para mitigar os riscos do projeto. O enfoque seria compreender e avaliar os riscos da futura corrente de resíduos sólidos. É aparente, ao se olharem as projeções, que há relativamente pouco ou nenhum risco de recurso de combustível no curto prazo. Portanto, o tempo e os recursos na fase de diligência devida seriam gastos melhor na compreensão do sistema de gestão dos resíduos sólidos que fornece os resíduos orgânicos ao aterro e quaisquer riscos de que os futuros volumes e características de resíduo não venham a mudar numa forma prejudicial ao projeto. No exemplo apresentado na figura 8.3, estamos usando um aterro em ativa expansão como exemplo. Se fôssemos considerar o desenvolvimento de um projeto de gestão de LFG num aterro fechado ou que estivesse fechando no futuro relativamente próximo, os esforços de sensibilidade e diligência devida teriam que colocar uma ênfase mais alta na geração corrente de LFG e nas características de recuperação. Esse enfoque básico requer e enfatiza uma

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compreensão dos sistemas de gestão de resíduo ao invés de simplesmente as condições correntes no aterro. Os dados de insumos usados nas figuras 8.1 e 8.2 deveriam ser revisados se quaisquer dados de refinamento forem obtidos a esta altura. É também recomendado que uma série de testes de sensibilidade seja feita usando premissas diferentes com respeito às quantidades de resíduo disponíveis e ao tempo de colocação. Isto permite o desenvolvimento de um “envelope” de geração de LFG que mostrará os casos teóricos de “melhor” e “pior” para volumes de geração de LFG. A revisão de diligência devida do recurso potencial pode variar de $20.000 a mais de $100.000 se um teste de bombeamento de campo for considerado necessário. Os custos variarão como função da base de dados e da informação existentes que podem se tornar disponíveis com respeito a tanto ao aterro quanto ao sistema de gestão de resíduo que fornece o resíduo ao aterro. Após a re-confirmação da avaliação do recurso LFG, então é necessário seguir adiante com os desenhos dos respectivos sistemas de coleta e utilização para refinar os insumos de custo aos modelos econômicos. Isso envolve essencialmente a finalização do desenho do sistema de coleta. Requer-se uma pesquisa topográfica detalhada do aterro candidato. Os específicos vendedores de equipamento e fornecedores importantes precisam ser estabelecidos e obtida uma cotação com base no desenho. O nível de refinamento e finalização requerido no desenho é uma função das margens e valores de mercado esperados para os produtos de energia e CERs. Tipicamente, os custos de capital e de operação precisam ser elevados a mais ou menos 10 por cento. As tabelas 8.3 e 8.4 podem ser expandidas e refinadas para incluir a informação de custo detalhado necessária para completar o capital e insumos de custo operacionais para a fase de desenvolvimento do projeto detalhado. Os cálculos econômicos da fase de pré-investimento foram apresentados na tabela 8.6. A esta altura, os insumos para este planilha podem ser refinados e ajustados para refletir a informação obtida na revisão de diligência devida. Se os cálculos econômicos do projeto forem firmes, pode não haver necessidade alguma de refinar o modelo além do apresentado. No entanto, se os cálculos econômicos do projeto forem marginais e o financiamento for difícil de obter, um enfoque de modelagem dos cálculos econômicos mais complexos talvez seja requerido. Há várias ferramentas disponíveis para fazer este tipo de análise. Um deles está destacado no Box 13. BOX 13: RETSCREEN INTERNACIONAL Uma das ferramentas de modelagem de projeto de gestão de LFG disponível é o RetScreen Internacional, um software integrado e padronizado de análise de projeto de energia renovável desenvolvido pelo Departamento Canadense de Recursos Naturais. O RetScreen está atualmente sendo reformulado para acrescentar um modelo de avaliação de biogás/LFG. Este módulo estará disponível no website do RetScreen ( HTUwww.retscreen.net UTH) no início de 2004. Uma imagem de tela do modelo é mostrada na figura seguinte.

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Este módulo proporciona um projeto econômico inicial e pode ser usado para proporcionar refinamentos à avaliação do ROI e do IRR. Adicionalmente, os benefícios e implicações da recuperação do calor de resíduo e outros aumentos aos sistemas globais podem ser revistos. Tipicamente um projeto de gestão de LFG é considerado um benefício ambiental e social significativo. Este tipo de projeto, eficazmente gerenciado e operado, pode tanto melhorar a qualidade de vida, saúde e segurança dos cidadãos local quanto abrir mais empregos para a operação e manutenção da instalação. As agências de financiamento específico ou de apoio podem requerer prestação de contas particular e outras atividades, como reuniões públicas e sessões de informação, para qualificar para apoio de financiamento. Os programas locais, nacionais e internacionais específicos que possam ser aplicáveis deveriam ser revisados e, quando requerido, os requerimentos aplicáveis deveriam ser cumpridos. Em geral, os projetos de LFGTE podem ser positivos para mudança social e ambiental e deveriam ser utilizados por seu valor positivo de relações públicas e os benefícios sociais associados às respectivas comunidades nas quais eles seriam localizados. 9.3 Negociar Contrato de Vendas de Energia e Garantir Incentivos Com todo o trabalho da diligência devida e de verificação terminados, todos os contratos finais para a venda de produtos de energia precisam ser concluídos e executados. Há numerosos enfoques e formatos para os contratos que poderiam ser adequados a este objetivo. Em algumas jurisdições, pode haver contratos modelos básicos padronizados já vigentes para o uso tencionado para vendas de energia e contratos de vendas de energia. Um princípio importante e freqüentemente ignorado para qualquer contrato é que ‘mais simples é sempre melhor’, desde o ponto de vista da compreensão das partes e para a implementação e aplicação do princípio de acordo do contrato. Infelizmente, a natureza dos arranjos de contrato, muitas vezes com múltiplas partes envolvidas e com variados objetivos/expectativas para o projeto, torna os acordos freqüentemente mais complexos do que desejáveis. Os fatores complicadores para os projetos de LFGTE incluem a natureza dos participantes típicos com suas formações e atividades comerciais, em geral, amplamente variadas. Com freqüência, precisam ser negociados acordos múltiplos que são contingentes (condicionais) a outros acordos negociados e que podem não estar totalmente sob controle das partes envolvidas. Adicionalmente, contratos podem ser condicionais ao término bem sucedido de certos eventos ou marcos tais como Autorizações e aprovações ambientais ou de energia chaves ou outros acordos com terceiros que poderiam incluir acordos ou facilidades de acesso. Os estudos de acesso a mercado realizados no estágio de pré-investimento podem custar na faixa de $10.000 a $30.000. A dotação de custo total para negociar e finalizar acordos de acesso a mercado pode variar grandemente como uma função dos regulamentos de mercado e de sua complexidade. As dotações de custo totais para este item podem ser de $50.000 a $100.000 ou mais para acordos complexos em instalações grandes. Projetos menores teriam dificuldade em custear esses gastos e espera-se que acordos padronizados possam eventualmente ser desenvolvidos baseados em modelos usados em outros países/jurisdições.

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BOX 14: PARCEIROS MÚLTIPLOS E A COMPLEXIDADE DE FINANCIAMENTO DO PROJETO O projeto de LPTGE em Liepaja, Látvia, está sendo financiado por uma combinação de doações e empréstimos de um total de sete instituições diferentes. O financiamento é em geral dirigido a um componente particular do projeto, como a usina de LFGTE ou o campo de coleta de LFG. Para o projeto se qualificar para o financiamento ou doação, há processos de aprovação particulares, únicos a cada instituição, que precisam ser seguidos. O maior contribuinte ao projeto é uma doação do Instrumento para Políticas Estruturais para Pré-Acesso (ISPA – Instrument for Structural Policies for Pré-Acession) da União Européia (EU). O financiamento da ISPA é dirigido para a usina de aquecimento e energia combinados (CHP) que está sendo construída para utilizar o LFG. Para obter o financiamento, um representante do ISPA colocado no Ministério do Meio Ambiente da Látvia precisa aprovar os documentos. O empreiteiro selecionado para o projeto precisa receber aprovação tanto do representante do ISPA como do Ministério da Fazenda antes de ser enviado à Delegação da EU em Riga para aprovação. Um relatório de aprovação precisa também ser escrito. O rascunho e daí o contrato final com os empreiteiros precisam então ser aprovados por meio das seguintes medidas. Para este projeto este processo levou um total de oito meses antes que qualquer trabalho pudesse começar. O longo processo de aprovação para o ISPA, bem como os outros seis doadores, tem tornado muito difícil criar e manter cronogramas de construção, e para assegurar que a fase de construção do projeto possa ser coordenada sem atrasos custosos. Isto tem levado a paralisações com respeito a certas questões técnicas, legais e de mercado necessárias para sustentar um projeto. Atualmente, o projeto ainda não foi implementado. Tipicamente, quanto mais doadores contribuem ao projeto de LFGET, mais aprovações precisam ser obtidas para receber o financiamento. Isto é, particularmente, problemático quando existem prolongados processos de aprovação e diferentes procedimentos de aplicação. Quaisquer demoras que interferem com o cronograma do projeto de LFGTE são arriscados por causa da sensitividade ao tempo da geração de LFG. Além disso, os atrasos de construção podem aumentar com freqüência de forma significativa os custos do projeto. Geralmente, quanto mais simples a equipe de projeto e os arranjos financeiros forem, mais fácil será implementar suavemente o projeto. É muito difícil obter apoio do setor privado para um projeto que é sujeito a tantas restrições além do controle dos participantes do projeto. Os fluxos de receita podem advir de mais de uma fonte, às vezes muito mais fontes dependendo do valor do produto e da venda de CERs. Se, como é o caso mais freqüentemente, a economia do projeto não funciona sem múltiplos fluxos de receita, a complexidade da fase de desenvolvimento do projeto pode aumentar substantivamente. Parceiros financeiros olham fluxos de receita e mercados “novos e em desenvolvimento” como um risco maior, particularmente

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para projetos que têm um período de retorno relativamente longo para o investimento de capital inicial. No entanto, mesmo tendo sido dado o acima, os significativos benefícios ambientais, sociais e práticos associados aos projetos de gestão de LFG ainda podem ser atraentes aos investidores que sabem e compreendem os atuais mercados de energia e ambientais e acreditam na natureza dos mercados de energia em evolução. A base dos contratos para um típico projeto de gestão de LFG requer tipicamente os tipos de acordos enumerados abaixo. Uma linguagem específica para contratos adequada para uso em toda a LAC está além do escopo do Manual. No entanto, se oferece no Apêndice C uma breve relação dos termos sugeridos que deveriam fazer parte de cada um desses tipos de contrato. Acordo para a Venda do LFG incluindo Todos os Direitos ao Gás Presume-se que a propriedade e controle dos direitos ao LFG sejam claramente definidos e controlados. O arranjo de compartilhamento de receita precisa estar claro e sem ambigüidade ou caso contrário poderia agir como um empecilho ao prosseguimento do projeto. Um arranjo em que os direitos ao LFG e quaisquer CERs sejam pagos com base nos retornos líquidos a partir do projeto é o mais provável a encorajar um projeto a prosseguir. Este acordo pode ser condicional, mas precisa estar vigente para dar a um proponente ou empreiteiro a capacidade de negociar acordos subseqüentes. Acordo para Venda de CERs Um acordo para vender ou transferir CERs deveria ser um termo de um acordo para o produto de energia primário ou ele poderia ser separado e vendido como produto a outras partes. Para projetos de LFGTE, este fluxo de receita é com freqüência o fator que tornará um projeto de gestão de LFG viável e precisa ser negociado concomitantemente com qualquer acordo para produto de energia primário e ou executado concorrentemente ou vinculado condicionalmente. Pode haver um fator complicador percebido dado que o processo de certificação está evoluindo e as reduções de emissão não são certificadas como “reais” até depois que o projeto seja implementado e os resultados de desempenho tenham sido documentados por um revisor de terceira parte aprovado. Acordo para Venda de Produto de Energia Primário O proponente ou empreiteiro precisa negociar os termos de venda dos produtos de energia primários provenientes da instalação de LFGTE. Esta negociação poderia ser simples se houver acordos de forma padronizados vigentes e se o preço líquido do produto de energia sob o corrente “negócio como de costume” possa satisfazer ou exceder o esperado ROI do investidor ou empreiteiro. No entanto, para a maioria dos projetos candidatos, a atração do combustível de LFG como um combustível “verde”,pode ser necessária para obter um valor de combustível robustecido que é necessário para tornar o projeto economicamente viável. Esse requerimento “verde” pode tirar a maioria dos projetos de LFGTE dos contratos padronizados e os levar a termos e

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condições negociados. É também crítico negociar o prazo relativo dos fluxos de receita e as condições sob as quais os produtos de energia precisam ser abastecidos. A natureza de quaisquer garantias de suprimento e desempenho é fator crítico para a economia e viabilidade do projeto. Financiamento, Doação e Outros Acordos Pode haver uma série de outros acordos que precisam ser negociados e executados concorrentemente com os citados acima. Por exemplo, um projeto de LFGTE pode requerer um acordo separado para acesso de ganho a um sistema ou rede para a venda e/ou transmissão dos produtos de energia. Acordos precisam ser condicionais com a execução da doação ou arranjos financeiros. Em todos os casos as ligações entre esses vários acordos precisam ser compreendidas e vistas como fatores dentro da fase de desenvolvimento do projeto numa base de aterro específico. 9.4 Assegurar Autorizações e Aprovações O processo de obter as Autorizações e aprovações necessárias pode ser demorado e crítico para o cronograma global de desenvolvimento e implementação do projeto. Os requisitos e passos de autorização deveriam ser incorporados como itens específicos dentro do plano de desenho e fornecidos para o desenvolvimento do projeto. A natureza e extensão das Autorizações e aprovações serão uma função da localização/jurisdição do aterro específico e do tipo/tamanho específico do projeto de LFGTE que esteja sendo proposto. Este processo pode levar de poucas semanas a um ano dependendo dos requisitos específicos. É sempre fortemente recomendado que o empreiteiro ou proponente se reúna com as autoridades/agências de aprovação para revisar o escopo e momento de apresentação dos documentos requeridos e obter insumos necessários para o desenvolvimento do desenho. As áreas chaves específicas a projetos de LFGTE são as seguintes: Autorizações e Aprovações Ambientais • UAutorizações para a Gestão de Resíduos ou Aterro Sanitário U: É preciso enfrentar quaisquer modificações ou revisões nas autorizações para os sistemas de gestão de resíduo que prescrevam, limitem ou de outra forma afetem a colocação e gestão dos resíduos que geram o LFG. Este é um item particularmente importante uma vez que será o futuro enchimento de resíduo que controlará o tamanho do recurso futuro e a capacidade do proponente ou empreiteiro para prontamente acessar e utilizar o recurso eficazmente. Algumas jurisdições podem requerer reuniões públicas e a circulação de resumos do plano proposto aos acionistas e aos donos de propriedades adjacentes. • UAutorização de Teste de Qualidade do Ar e Emissões U: é preciso obter qualquer autorização referente à qualidade do ar requerida para o equipamento usado na instalação de LFGTE. A avaliação e autorização de ruído podem às vezes se tornar uma consideração chave.

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• UAutorizações de Despejo de Resíduo Líquido e Condensado U: É preciso obter qualquer autorização requerida para a disposição de condensados, óleos ou outros produtos líquidos residuais da instalação de LFGTE. UAutorizações e Aprovações de Planejamento e Relativos à Construção U• Aprovações de Zoneamento e Planejamento U: Pode existe um requerimento a obter aprovação para o uso específico de terreno industrial para a instalação de LFGTE. Algumas jurisdições podem requerer reuniões públicas e a circulação de esboços do plano proposto entre os acionistas e os proprietários adjacentes. • UVárias Autorizações e Aprovações para Construções U: Essas autorizações podem variar grandemente com base nos requerimentos específicos para aterro e a jurisdição. Embora essas autorizações normalmente sejam obtidas facilmente, o tempo e o custo para obtê-las devem ser considerados no planejamento de desenvolvimento para o projeto. Pode haver código de edificações específico e os padrões de segurança aplicáveis ao uso de gases de combustível que deveriam ser especificamente revistos e resolvidos no desenvolvimento do desenho. UAutorizações e Aprovações Relacionadas à Interconexão • Pode haver autorizações e aprovações específicas necessárias do sistema de conexão para levar os produtos de energia a seus mercados prospectivos. No caso de geração e venda de energia elétrica, os custos e requerimentos de interconexão podem s tornar um item significativo no caminho crítico para o desenvolvimento de projeto e merece enfoque particular durante a fase de desenvolvimento de projeto. O proponente/empreiteiro precisará manter comunicações estreitas com as autoridades de aprovação durante seu processo de revisão para assegurar que quaisquer questões ou considerações sejam abordadas e incorporadas no desenvolvimento de desenho. Isso ajudará a assegurar que o comissionamento e início da instalação possam prosseguir numa forma ajustada ao tempo como se destaca no cronograma de projeto global. Este tipo de projeto pode cair fora da típica base de referência para muitas dos órgãos revisores. Nesse caso, a natureza de quaisquer requerimentos ou obrigações pode em geral ser negociada para o melhor interesse de todas as partes se um bom plano de comunicações for desenvolvido e implementado com as várias agências e acionistas. O custo de Autorizações e aprovações pode variar grandemente dependendo da localização e dos requerimentos específicos do aterro. Não é possível estabelecer uma soma genérica para Autorizações e aprovações. Os custos incluiriam as taxas de pedido de autorização e aprovação juntamente com o tempo e recursos necessários para desenvolver documentação técnica de apoio para os pedidos. Um montante de 1 a 2% do custo de capital do projeto poderia ser um ponto de começo para estimativas preliminares para essas somas. Isto precisa ser refinado no local do aterro e jurisdição específicos. Algumas Autorizações e aprovações podem exigir um processo de consulta pública. Dependendo do escopo do processo, este custo poderia ser

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negligenciável ou chegar até $50.000 ou mais, dependendo dos requerimentos específicos. Se houver importantes aprovações de zoneamento e planejamento associadas à localização e construção de um projeto, esses custos deveriam ser ainda mais elevados. 9.5 Contrato de Engenharia, Licitação e Construção, e Serviços de O&M As estratégias de desenho e construção podem variar dependendo da composição da Equipe de Projeto e dos recursos de que ela possa dispor. Cada equipe de projeto requererá uma equipe de desenho nomeada para o projeto na Fase de Pré-Investimento. O desenvolvimento do desenho precisará avançar concomitantemente com a fase de desenvolvimento detalhada do projeto. Presume-se que um bom desenho conceitual tenha sido desenvolvido e estabelecido na Fase de Pré-Investimento. Neste estágio de desenvolvimento, o desenho detalhado está sendo preparado para a fase de construção e implementação bem como a documentação de apoio necessária para preparar e apresentar quaisquer pedidos de aprovação e autorização requeridas. Esses documentos de desenho precisam estar preparados para todos os projetos irrespectivamente da estratégia de construção/implementação que possa ser empregada. Tipicamente esses pedidos requererão um completo pacote de desenho e especificações detalhadas de materiais/equipamento que definam o escopo das obras numa maneira apropriada a construir. A natureza dos aspectos finais do desenho é alimentada por dois fatores básicos: os requisitos de autorização e aprovação; e a estratégia de contratação/implementação. A discussão para a fase de trabalho descrita abaixo inclui uma visão geral de seus objetivos e tarefas. Quaisquer considerações e/ou restrições de desenho que possam afetar o cronograma de trabalho ou orçamento estão também apresentadas. Todos os critérios de desenho chaves e qualquer revisão de desenho alternativa serão estabelecidos e aprovados pela Equipe de Projeto numa base permanente através da fase de desenho do projeto para assegurar que o cronograma do projeto possa ser otimizado. O desenvolvimento de desenho é geralmente considerado como um processo de quatro estágios: Pré-desenho/Desenho Conceitual; Desenho Preliminar; Desenho Intermediário; e Desenho Final. UFASE DE PRÉ-DESENHO/ DESENHO CONCEITUAL Essas atividades terão sido completadas na Fase de Pré-Investimento como detalhado na Seção 8 do Manual. Um desenho conceitual completo de coleta, prédios, serviços e sistemas de utilização de LFG deveria ser usado como base do desenho em escala total. UFASE DE ENGENHARIA PRELIMINAR

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O objetivo primário da fase de engenharia preliminar deste projeto será estender e desenvolver o desenho conceitual. Quaisquer restrições específicas ao projeto e aos critérios de desenho que devem reger o projeto deveriam já ter sido identificados e plenamente definidos. Antes da preparação de quaisquer propostas de desenho, certas atividades de aquisição de dados seriam completadas como um componente do desenho preliminar para aumentar a informação que estava disponível para realizar o desenho conceitual. A informação tipicamente precisa incluir: • completar uma pesquisa detalhada do aterro existente para aumentar e completar a identificação de suas características, dos serviços públicos, sistemas de drenagem e estruturas in loco que possam impactar os requisitos de projeto; • realizar uma avaliação geotécnica confirmadora como pode ser requerido: e • revisar e avaliar a prática atual e de desenvolvimento de projeto de aterro sendo usada no local. Todas as atividades de aquisição de dados, critérios de desenho e restrições completadas deveriam ser resumidos num Relatório de Desenho Preliminar (PDR-Preliminary Design Report). O PDR, incluindo os planos esquemáticos, as alternativas viáveis e os desenhos, deveria estar preparado para confirmar a direção e o escopo da fase engenharia de desenvolvimento que serão realizados. A apresentação do PDR deveria incluir, mas não estar limitada a: • uma apresentação detalhada, além das premissas, para todos os elementos específicos requeridos para demonstrar como o desenho proposto irá satisfazer os objetivos de projeto globais: • uma descrição detalhada dos componentes propostos no desenho para demonstrar o conhecimento da relação, compatibilidade e desempenho dos componentes; • um sumário das alternativas do desenho com respeito aos requerimentos dos regulamentos e diretrizes aplicáveis do Ministério do Meio-Ambiente e Energia e outras agências reguladoras que requerem notificação e insumo para o projeto; • detalhes dos critérios do equipamento e do desenho de instrumentação que serão usados no processo de seleção de equipamento final; • uma seção que descreva a informação das condições existentes e as atividades de aquisição de dados de campo que foram realizadas e, se requerido, identificação de quaisquer dados extras para serem obtidos durante as Atividades da Fase de Engenharia e Desenvolvimento; • um cronograma de construção preliminar será preparado e apresentado. Equipamento importante ou itens a serem fornecidos que possam ter prazos prolongados de entrega serão identificados para as subseqüentes fases de desenho. Este item é crítico em qualquer enfoque rumo à otimização da fase de construção futura;

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• preparação de todos os desenhos das condições existentes completados em 100 por cento, pois eles serão como a base de muitos desenhos subseqüentes; • um resumo e uma tabela de conteúdos para o pacote de desenho esperado que compreenderá o desenho final. Alguns desenhos adicionais para os desenhos alternativos preferidos, a serem fornecidos, incluiriam tipicamente os planos de aterro, as seções típicas e os detalhes juntamente com o fluxograma do processo; e • uma estimativa de custo atualizada num nível adequado de detalhamento que incorpore todas as avaliações e trabalhos de pesquisa realizados até a data. Cada estágio de desenho subseqüente deveria ser uma extensão ao PDR para completar progressivamente detalhes para satisfazer requerimentos de critérios de desenho. UFASE DE DESENHO INTERMEDIÁRIO A fase de Desenho Intermediário é a fase primária de desenvolvimento de desenho na qual o conceito de desenho aprovado é estendido e cada um dos elementos individualmente identificados, selecionados e coordenados num pacote funcional. O objetivo primário desta fase é, portanto, simplesmente declarado para continuar o desenvolvimento do desenho preliminar. Não há oportunidade alguma para revisar o conceito de desenho, mas, ao invés, esta fase inclui extensa revisão e verificação do conceito de desenho. Durante a Fase de Desenho Intermediário, será tipicamente preparada a documentação de desenho que incluirá a seguinte informação: • uma tabela de conteúdos ampliada com a lista de desenhos que comece a dar nomes de desenho específicos e proporcione ao cliente uma compreensão do escopo e conteúdo do eventual pacote de desenho final; e • um grupo parcial de desenhos incluindo:

1) Condições Existentes, 2) Plano de Aterro (95 por cento), 3) Plano/Perfis para todas as características principais, 4) Detalhes Típicos, 5) Desenhos de Layout de Instalação, 6) Importantes Desenhos de Equipamento e 7) Diagramas de Processo e Instrumentação.

Observação: Geralmente os desenhos e detalhes proporcionados estarão completos exceto para as notas adicionais e as referências cruzadas dos desenhos ainda não concluídos. O pacote de desenho é tipicamente considerado adequado para apresentação como documentação de apoio a quaisquer pacotes de pedido de autorização e

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aprovação que possam ser requeridos para o projeto de LFGTE específico.

• literatura de produto e especificação do fabricante para os ítens críticos ou chaves; • uma lista de materiais detalhada será preparada; • um relatório de desenho pode ser requerido para apoiar quaisquer pedidos de autorização. Informação de apoio que confirme que os materiais selecionados satisfazem os critérios de desenho estabelecidos seria proporcionada como parte do relatório; • um cronograma de construção resumido e atualizado que proporcione datas chaves e a seqüência da construção. Quaisquer itens chaves ou entregas de equipamento que sejam críticos serão especificamente identificados no cronograma de projeto; • um resumo de rascunho da inspeção de construção proposta e dos programas de teste de materiais que serão requeridos (p. ex., teste estrutural, de gradação de solo, de compactação, teste de pressão etc.); • cópias rascunho de pedidos de autorização requeridos identificados durante a Fase de Desenho Preliminar e requerimentos de tempo para as aprovações; e • um resumo rascunho de um Plano de O&M completo com dotações de custo atualizadas. UFASE DE DESENHO FINAL A preparação do desenho final será realizada depois do término das atividades da Fase de Desenho Intermediário e revisão de quaisquer comentários ou modificações associados à revisão de pedidos de documentos de agência/autoridade. Este estágio do projeto pode incluir, mas não ser limitado a: • completar um relatório de desenho final; • completar um grupo de desenhos que estão prontos para construção; • completar os arranjos de licitação para o equipamento e materiais para construção • finalizar um relatório de desenho final que inclua todos os cálculos de desenho e informação de seleção de equipamento e materiais etc.; • proporcionar um cronograma de construção atualizado; • proporcionar um cronograma para as projeções do custo de capital para auxiliar na gestão /controle do orçamento. Estimativa de custo atualizado será preparada, somente se for requerido devido a quaisquer mudanças de escopo;

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• proporcionar um programa de garantia de qualidade de construção que detalhará quaisquer elementos e requerimentos para o programa de controle de inspeção/qualidade para demonstrar que o desenho está sendo implementado de acordo com sua intenção; • obter todas as aprovações reguladoras necessárias; e • preparação e apresentação do Plano de O&M completo. Os passos e a seqüência detalhados para todas as fases de desenho antes do desenho final são idênticos para todos os modos de entrega do projeto. No estágio de desenho final, o modo de entrega para construir e comissionar a instalação precisa ser selecionado ou haveria alguma redundância e gasto desperdiçado na documentação e nas áreas de desenvolvimento de contrato. BOX 15: IMPORTÂNCIA DE ACORDOS CONTRATUAIS CLAROS E CONCISOS E ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS O desenvolvimento do Projeto de LFG de Kemerburgaz na Turquia teve lugar num período de dez anos começando em 1992. A usina foi finalmente comissionada em novembro de 2002. O empreiteiro do projeto de LFG foi um consórcio consistindo do empreiteiro local para a reabilitação do aterro e duas empresas inglesas, uma especializada em sistemas de extração de LFG e a outra em equipamento de utilização de LFG. Os consultores do projeto foram uma firma local, que contratou uma companhia alemã, como sub-empreiteiro para assessorar em questões relacionadas a LFG. O desenho conceitual e a especificação do projeto foram preparados como um rascunho por uma empresa norte-americana muito antes de ter começado a detalhada avaliação do aterro. Isso significou que estava faltando um grande número de detalhes e de informação específica do aterro. Tudo foi traduzido para o turco e, depois, de volta ao inglês. O desenho e a especificação foram subseqüentemente usados por um empreiteiro local e por um consultor local, com algum dos insumos dados por um consultor alemão sub contratado. Isto causou confusão, questões de interpretação e muitos atrasos na implementação do projeto porque houve má comunicação e má compreensão entre os vários parceiros de projeto e partes no projeto. A preparação de acordos claros e concisos e da documentação técnica é essencial para um projeto bem sucedido independentemente do número de partes envolvidas e a duração da fase de desenvolvimento do projeto. Este estudo de caso também serve para reforçar que deveria haver claras linhas de prestação de contas do desempenho do projeto e que, onde prático, o mínimo número de partes que tenham a requerida experiência será o enfoque mais eficiente e eficaz em termos de custo para desenhar e implementar o projeto. Os passos e a seqüência detalhados para todas as fases de desenho antes do desenho final são idênticos para todos os modos de entrega do projeto. No entanto, há numerosos modos de entrega que se pode selecionar para

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completar o projeto. Cada modelo de entrega difere em seu enfoque, contratos e custo, ao mesmo tempo em que ainda completa o trabalho. Um modo de entrega será selecionado para se adequar ao projeto e aos participantes do projeto e aos investidores. Um breve resumo dos enfoques opcionais de entrega do projeto e das características inerentes de cada um é proporcionado abaixo. Método de Entrega do Projeto Proprietário Convencional/Engenheiro/ Empreiteiro (Conventional Owner/Engineer/Contractor) Neste enfoque. O dono do recurso de LFG inclui uma equipe de engenharia/desenho familiarizada com todos os aspectos do recurso de LFG para desenhar a instalação de utilização de LFG e a infra-estrutura de coleta do LFG. Uma vez que o Proprietário tenha aprovado um desenho para a instalação proposta, a equipe de engenharia/desenho então prepara os documentos do contrato num pacote para propostas de empreiteiros interessados. Os empreiteiros potenciais preparam as propostas para o projeto de construção, preparam contratos com os sub-empreiteiros como requerido e, uma vez adjudicados, empreendem a construção com sub-empreiteiros apropriados segundo o pacote de desenho especificado. Tipicamente, a equipe de engenharia/desenho também monitora o progresso da construção, a qualidade, os pagamentos e o desempenho em benefício do dono. Fatores positivos que influenciam a seleção deste método de entrega de projeto incluem: • este é o método mais amplamente usado que é compreendido com todas as partes entendendo seu papel e os riscos potenciais sendo assumidos; • na maioria dos casos a proposta mais baixa de empreiteiros interessados constrói instalação; e • o proprietário tem completo controle sobre os elementos do desenho e as características específicas para a instalação. Potenciais desvantagens e as preocupações para se utilizar este método de entrega de projeto incluem: • o método de entrega de projeto é um pouco demorado enquanto as atividades de projeto são realizadas num enfoque de acordo com o passo à medida que as atividades de desenho são completadas antes da construção; • o proprietário aceita responsabilidade pelo desenho conforme especificado na documentação de construção com aumentos potenciais em pretensões de empreiteiro em relação a questões de desenho/e de construção; • há potencial para relacionamentos de trabalho adversários entre o proprietário, a equipe de engenharia/desenho e empreiteiros; e • uma vez que o empreiteiro use um enfoque de custo mínimo para completar o projeto, tempo de supervisão potencialmente significativo pode ser

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requerido pelo proprietário ou pela equipe de engenharia/desenho para gerenciar o desempenho e qualidade do projeto. UMétodo de Entrega de Projeto Desenho ConstruçãoU (Design-Build) O método de entrega de projeto desenho construção tem crescido em popularidade nos últimos anos. Para um projeto desenho construção, o dono do recurso de LFG contrata uma única entidade para desenhar e construir o projeto. Tipicamente, um empreiteiro associado com uma firma ou firmas de engenharia que têm equipe de engenharia contratada proporcionam este tipo de método de entrega. Também tem se tornado comum onde as firmas de engenharia oferecem serviços de desenho embutido por ter ou um empreiteiro contratado ou pessoal de construção/contratação na casa. Um contrato de desenho embutido de reviravolta vai um passo à frente por meio da seleção, aquisição e instalação de móveis, equipamento e treinamento que dão ao dono uma instalação completa que está pronta para ocupação e operação. Fatores positivos que influenciam a escolha deste método de entrega de projeto incluem: • tipicamente o custo do projeto está garantido e os tempos de iniciação do projeto diminuídos em comparação com o sistema tradicional de desenho-proposta-embutidos; • um dono lida com uma única entidade para todas as questões de desenho e construção que também reduzem o potencial para pretensões de extras; e • há potencial para porções de financiamento pela equipe de desenho embutido. Potenciais desvantagens e as preocupações com a utilização do método de entrega de projeto de desenho embutido incluem: • há potencialmente menos verificações e compensações entre o empreiteiro e a equipe de desenho com o potencial de adversidade técnica para o dono do recurso de LFG; • é crítico para tanto o projetista quanto o empreiteiro compreender os conceitos de processo e desenho por detrás dos recursos de LFG para obter desempenho de projeto ótimo com este método de entrega de projeto; • o dono aceita menos controle da intenção de desenho do projeto com menos documentos de desenho completos disponíveis para informação. Isto pode ser mitigado com claros requerimentos de intenção, desempenho e requisitos de comunicação do projeto antes do início dele; • há potencial para menor número de propostas competitivas dada a falta de especialista de firmas em todos os aspectos do recurso de utilização de LFG e de experiência de contratação; e

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• pode haver dificuldade em proporcionar serviços de desenho embutido a proprietários do recurso de LFG no setor público com barreira regulamentadora para este tipo de método de entrega de projeto. UMétodo de Entrega de Projeto de Desenho-Construção-OperaçãoU (Design-Built-Operate) O método de entrega de projeto de desenho-construção-operação é semelhante à discussão acima do método de desenho-construção de reviravolta por estender a responsabilidade da equipe de desenho e construção para operar a instalação de utilização de LFG. Essencialmente, o dono do recurso de LFG supera em fontes como um grupo de serviços o desenho, a construção e a operação da instalação proposta. Os fatores que influenciam a escolha do projeto de entrega incluem: • o dono lida com uma entidade contratual para custos de capital e operação e atividades de manutenção para tipicamente uma corrente de receita de termo fixo com termos de operação renováveis; • há uma redução no risco para o dono por ter garantias de desempenho com uma entidade que desenha, constrói e operar a instalação de utilização; e • o proprietário transfere o risco de falhas operacionais à equipe de desenho-construção-operação. Potenciais desvantagens e as preocupações para o uso desse método de entrega incluem: • a disponibilidade de firmas com experiência e pessoal para gerenciar o recurso de LFG talvez não proporcione o custo mais competitivo; e • o proprietário tem influência e controle reduzidos do recurso de LFG durante a vida do contrato. UMétodo de Entrega de Projeto Construção-Propriedade-Operação U(Built-Own-Operate) Uma variação do método de projeto de desenho-construção-operação acima é onde o dono faz contrato com entidades capazes de construir, possuir e operar um projeto de utilização de projeto. Essencialmente, isso é igual a vender o LFG ao que der proposta mais elevada e conceder certos direitos de acesso e ocupação a porções do aterro candidato durante o termo do acordo. Fatores positivos que influenciam a escolha do projeto de entrega incluem: • o dono tem um enfoque de risco reduzido para gerenciar o recurso de LOFG; e • este dono não está compromissado com custos de capital e operação associados com a instalação. Há também variações e modificações em relação ao acima que poderiam ser usadas para adaptação a condições específicas de projeto. Os contratos de

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desempenho e incentivo poderiam ser desenvolvidos. Enfoques de compra total ou arrendamento para comprar poderiam ser desenvolvidos. Esse tipo de enfoque poderia ser utilizado quando um dono de aterro possa estar interessado no direito futuro de adquirir a propriedade de uma instalação algum tempo durante o termo do contrato. Há também diferentes formas em que possa ocorrer a propriedade de uma instalação. A instalação poderia ser possuída e operada por uma corporação ou empreendimento conjunto de mais de uma corporação. Um projeto também poderia instalar uma única companhia limitada que tenha um ou mais acionistas que controlem a corporação. Embora haja muitas variações em relação ao acima, os métodos de entrega discutidos são capazes de satisfazer os requisitos para estabelecer e operar um projeto de LFGTE viável para se adequar aos requerimentos de aterro específico em aterros através da LAC. 9.6 Implementação do Projeto e Iniciação da Operação Comercial A seção anterior proporcionou um esboço geral do processo de desenvolvimento de desenho global para instalações de LFGTE. Os passos chaves seguintes são aplicáveis a todos os projetos de LFGTE independentemente do modo de entrega ou natureza da propriedade projetada. Tarefas de gestão de construção específicas são subdivididas em duas áreas importantes de atividade: administração da construção e supervisão da construção. Os itens importantes que serão realizados em cada uma dessas áreas são: UAdministração da Construção • estabelecer e administrar todos os contratos com sub-empreiteiros e fornecedores; • acompanhamento de tarefas e cronogramas de construção; • medição, cálculo e registro de quantidades e preparação de certificados de pagamento de progresso; • revisão de quaisquer modificações no escopo e, onde requerido, negociar solicitações de mudança de pedido; • inter-relacionamento com quaisquer autoridades regulamentadoras como requerido; • assegurar que termos e condições de permissão sejam satisfeitos e encarados: • assegurar a revisão de todos os desenhos de oficina e relações de dados de materiais completados por equipe de desenho apropriada; • auxiliar no desenvolvimento de ferramentas de treinamento e coordenação de treinamento de equipe;

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• organizar e administrar a fase de comissionamento completa com a resolução de qualquer documentação de garantia que seja requerida; e • proporcionar toda informação de pagamento para o término do projeto tanto substancial quanto final. USupervisão da Construção • supervisionar todas as atividades de construção de campo; • revisão do trabalho de sub-empreiteiros para assegurar cumprimento do desenho tencionado; • arranjar teste de materiais e equipamento e rever os resultados; • coordenar e participar de reuniões de progresso de construção regularmente marcada, incluindo a preparação e distribuição de atas e agendas de reunião; • medição e registro das instalações existentes para preparação de Desenhos de Registro; • proporcionar todo o layout de construção; e • coordenar inspeção e teste de QA/QC de todos materiais e sistemas requeridos. UComissionamento e Início de Instalação/Fase de Operações Na melhor forma, uma entidade designada reterá toda a responsabilidade pelo comissionamento, treinamento e operações iniciais do sistema de coleta e da instalação de utilização com auxílio do dono do recurso. Comissionamento específico e início de instalação e atividades de operação para a instalação de utilização incluem o seguinte: • comissionamento pré-inicial, verificações elétricas e mecânicas da coleta de LFG e equipamento de utilização; • operação pré-inicial do campo de coleta de LFG; • instalar, equilibrar e otimizar campo de poço no aterro; • instalar e equilibrar ventiladores de gás e qualquer equipamento de processamento de gás; • instalar e estabilizar equipamento de utilização (p. ex., máquina/geradores); • comissão/teste de sistemas e controles de interconexão de instalação; • questões de solução de problemas e instrumentação, calibragem ou programação; • completar treinamento de operador;

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• completar verificações e autorizar início de operações regulares; e • finalizar manuais de O&M e desenhos como registrados dentro de seis meses do início do sistema. UOperação Regular Pós-Comissionamento • periodicamente monitorar e equilibrar campo de poço de LFG (recomendar um mínimo de uma vez cada dois meses); • operar o sistema global e o equipamento de monitoração dentro dos critérios específicos; • manter e prestar serviço nas máquinas de acordo com os requisitos do fabricante; e • regularmente avaliar a qualidade do gás para consideração do intervalo do processamento de gás e manutenção de máquina URelações Públicas e Comunicações • manter boas relações públicas (corte de fita, visitas públicos, release para a imprensa). 9.7 Monitorar e Avaliar Desempenho de Contrato e Impactos de Projeto Um dos itens que precisam ser enfatizados através deste Manual é a natureza de um recurso de combustível de LFG. A coleta de LFG, enquanto pode ser tanto confiável e relativamente continuada através do tempo, só será assim se houver apropriado cuidado e atenção do operador tanto nas operações dos sistemas quanto na extensão de modificação/progressiva do sistema de coleta de LFG durante a vida do projeto. O recurso de LFG nunca deveria ser pensado, nem tratado, como um recurso estático ou passivo. Isso coloca ênfase adicional na compreensão da operação dinâmica do aterro e dos planos de manutenção que serão requeridos para assegurar operação efetiva e desempenho global dos sistemas de LFGTE. UPLANO DE OPERAÇÕES E MANUTENÇÃO Um Plano de O&M detalhado que proporcione um documento favorável ao usuário para operar de forma eficaz e eficazmente em termos dos custos e manter a instalação é um pré-requisito para um projeto bem sucedido. Tem se descoberto com freqüência que típicos planos de O&M preparados pelo Empreiteiro muitas vezes acusam a falta de certa informação básica para tornar o documento acessível ao usuário. Um esboço da documentação de O&M é o seguinte: • Volume 1 – Documento Sumário Este volume proporciona o seguinte:

- visão geral da instalação;

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- critérios regentes; - descrição em linguagem simples das operações das instalações; - atividades de manutenção regulares e tempos de ciclo; - protocolos/procedimentos de segurança e saúde; - condições de alarme e medidas de resposta; - nome e contato de todos os fornecedores e dos recursos de apoio

técnico; e - visão geral do escopo, conteúdo e organização de apêndices técnicos

que continuam em volumes subseqüentes; • Volumes 2-4 – Documentação Técnica

A documentação técnica para a instalação, para os materiais e equipamento é organizada num formato consistente com a organização de formato Máster para especificações de construção. Para projetos grandes isto pode significar três ou quatro volumes grandes mas o formato organizacional é essencialmente o mesmo. O Volume 2 incluiria tipicamente os “desenhos como registrados” e as obras do aterro e documentação de serviços. O Volume 3 incluiria informação mecânica, de tubulação, válvulas e informação relacionada e o Volume 4 incluiria a informação elétrica, de instrumentação e documentação de controles.

UProgramas de Desempenho e Monitoramento de Obediência Há programas de monitoramento separados requeridos para as operações em andamento de tanto o sistema de coleta de LFG quanto os sistemas de utilização de LFG bem como o programa de monitoramento de obediência para as instalações. Cada um desses programas precisará ser estabelecido e integrado ao programa de monitoramento global para os sistemas de gestão de LFG. O item mais crítico é a natureza dinâmica do aterro e campo de coleta que mudarão continuamente com o tempo. O sistema de coleta de LFG terá que ser continuamente mantido, consertado e expandido com base nos resultados dos programas de monitoramento. Alguns dos elementos chaves que precisarão ser incluídos nesses programas são: • parâmetros operacionais (vácuo, qualidade e temperatura de gás) para cada um dos poços de gás individuais ou trincheiras e para o sistema geral: • inspeção e monitoramento do aterro particularmente com respeito a quaisquer questões de acordo diferencial: • fluxos e volumes de gás para poços/trincheiras individuais e os vários ramos que compreendem o sistema global: • quantidades de combustíveis de LFG utilizadas e observadas por algum tempo; • parâmetros operacionais do sistema ventilador; • caracterização e quantidades de condensado e outro resíduo líquido; e

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• parâmetros operacionais do sistema de utilização de LFG incluindo monitoração de emissões como requerido. Sempre haverá programas de monitoramento de aterro específico que precisam ser desenvolvidos e incorporam todos os acima e quaisquer requerimentos específicos de autorização ou aprovação. A consideração mais importante na monitoração de sistemas de gestão do LFG é lembrar que o aterro é dinâmico e continuamente em mudança requerendo atenção pró-ativa a todos os componentes e sistemas de apoio. 9.8 Lições Aprendidas de Fases de Desenvolvimento Detalhadas de Estudos de Caso Todos menos três projetos representados em oito estudos de casos avançaram além da fase de pré-viabilidade de desenvolvimento de projeto. A tabela 9.1 resume algumas das lições aprendidas através do desenvolvimento de projetos e o que se segue reforça, resumidamente, alguns dos itens chaves aprendidos de estudos de caso. UProjeto de LFGTE Waterloo (Canadá) Este projeto tem sido operacional durante aproximadamente cinco anos e está funcionando bem e é o único estudo de caso que seria caracterizado como estando num modo operacional de estado relativamente firme. Há duas lições chaves aprendidas deste projeto. Primeiro, levou mais de seis anos para negociar e finalizar um contrato para levar a mercado e vender energia elétrica da instalação. Isto serve para reforçar a necessidade de estabelecer acesso a mercado como uma área importante para enfrentar e prevenir de se tornar um impedimento a desenvolver projetos de LFGTE na LAC. Segundo, este aterro está sendo operado com clara separação de responsabilidades entre a coleta de LFG e as funções de utilização de LFG. Este enfoque pode ser feito para trabalhar se tanto o dono quanto o empreiteiro tem áreas claras e contratualmente bem definidas de responsabilidade. O custo para coletar o LFG deste aterro é de aproximadamente $300.000 (US$) por MW de capacidade de geração de eletricidade. Este custo é variável e sujeito a condições de aterro específico e à configuração do aterro. O custo da usina de Waterloo no Canadá é de menos de l,5 milhões (US$) por MW instalado de capacidade de geração e incorpora numerosos sistemas para facilitar a expansão do sistema futuro. O projeto não recebeu nenhum financiamento de doação ou outro apoio financeiro e tem sido um sucesso financeiro para os participantes numa receita de base para energia elétrica de aproximadamente $0,045/kWh (US$). Mais informações relativas às projeções do custo de capital e as alocações dos recursos são fornecidas no estudo de caso, incluído como um Anexo a este Manual. UPro jetos de LFGTE El Molle, Lo Errazuris, Le Panto e La Feria (Chile) Os estudos de caso chilenos foram os únicos estudos de caso que apresentaram um exemplo do uso direto de LFG como combustível. Em um caso o LFG foi processado, misturado com gás de petróleo e encanado para a cidade de Santiago. Em outro caso, o LFG foi utilizado por uma grande

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indústria agrícola próxima. Um terceiro projeto queimou o LFG inicialmente e depois posteriormente o bombeou para uso a uma empresa de gás local. Esses projetos ajudam a demonstrar que a solução preferida pode assumir muitas formas e a fase de pré-investimento deveria ser implementada com isto em foco. UProjeto de LFGTE de Getlini (Látvia) Há dois projetos de LFGTE sendo desenvolvidos na Látvia: o projeto Getlini e o projeto Leipaja. O projeto Leipaja foi paralisado antes da construção por causa dos requerimentos de aprovação diferentes do grande número de investidores.

Page 219: Manual Preparacao de Gas Aterro Banco Mundial

QUADRO 9.1 COMPARAÇÃO DAS ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DE PROJETO DO

ESTUDO DE CASO MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DO GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA

PROJETOS DE ENERGIA Banco Mundial

Item Waterloo Canadá

Istambul Turquia

Dados do Aterro: REFERIR-SE AOS QUADROS 8.7a e 8.7b PARA TODOS OS DADOS BÁSICOS DOS LOCAIS.

Etapa de Desenvolvimento do Projeto Finalizar arranjos de parcerias e plano de negócio

• Toromont teve o risco primário do fornecimento de LFG sem cláusula de penalização ou garantia de fornecimento de LFG • Toromont é responsável por todos os aspectos da instalação de utilização do LFG • RMOW manteve toda a responsabilidade pelo funcionamento do aterro sanitário e pela coleta do LFG • Os créditos foram transferidos para a Ontario Hydro pela redução potencial na emissão

• Projeto licitado pela Prefeitura de Istambul que montou um comitê de trabalho do projeto dentro do departamento de obras públicas • A Prefeitura manteve a propriedade do aterro sanitário • Empreiteiro, Yapisal-Soiltec- Organics, selecionado de uma lista curta de candidates baseado no preço, responsável pelo fornecimento de financiamento, “chaves a mão” pelo fornecimento e comissionamento da instalação e negociação para conexão com a malha de distribuição • Consultores locais, Bimtas, nomeado pela Prefeitura para supervisionar as obras • Consultores especialistas sub-contratados, IGA Ingenieurgesellschaft Abfall mbH de Stuttgart, contratados para dar assistência durante as etapas de desenho e construção.

Realizar a avaliação final do projeto

• RMOW não poderia garantir as quantidades de LFG devido os riscos • Os registros de cinco anos de funcionamento mitigaram os riscos da Toromont • uso de tecnologias comprovadas para a utilização do LFG auxiliou a conseguir aprovação em relação às regulamentações

• As garantias do empreiteiro de funcionar os motores por dois foi retirada durante as negociações do contrato porque foram consideradas como alto risco e poderiam custar muito para a Prefeitura sendo parte do contrato

Negociar os contratos de venda de energia e assegurar os incentivos

• Ontario Hydro negociou e executou um contrato para compra de “energia verde” com um ágio sobre o preço (aproximadamente $0.015 acima do preço de compra por atacado) por um período de 5 anos após o início do funcionamento da usina. • Além dos 5 anos, o preço será aquele de mercado à época.

• Nenhuma taxa especial para a eletricidade da usina. O produtor teve que encontrar clientes e vender a eletricidade por um preço negociado. • Nenhuma consideração foi dada para ERCs dada a condição da Turquia de país não-membro da UE.

Assegurar autorizações e aprovações A certificação EcoLogo foi obtida e mantida durante o período de monitoramento e

• Acordo de Compra de Energia Elétrica (PPA) negociado individualmente com o cliente.

Page 220: Manual Preparacao de Gas Aterro Banco Mundial

de pagamento de uma taxa anual. • C de A do Ar exigido para o funcionamento dos motores LFG. • Testes anuais exigidos para manter a certificação da usina. • Programa de testes da emissão realizado para avaliar e confirmar os níveis de emissão do motor.

• Atrasos foram resultados dos riscos percebidos para um novo projeto. • O contrato de energia negociado por um período mínimo de 10 anos dadas as incertezas sobre a viabilidade e confiabilidade do fornecimento de LFG agora que o aterro sanitário foi fechado • Tedas, companhia de eletricidade, recusou pagar pela eletricidade gerada antes do comissionamento formal da usina.

Page 221: Manual Preparacao de Gas Aterro Banco Mundial

QUADRO 9.1

COMPARAÇÃO DAS ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DE PROJETO DO ESTUDO DE CASO

MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DO GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA PROJETOS DE ENERGIA

Banco Mundial Item Waterloo

Canadá Istambul Turquia

Contrato para os serviços de engenharia, licitação e construção e O&M

• Toromont terceirizou a maior parte dos desenhos e das obras de construção e operação para empreiteiros qualificados. Todo o comissionamento, funcionamento e manutenção com recursos próprios. • Esforço significativo para negociar e finalizar as exigências para a interconexão que deveriam ser satisfeitas para ligar os grupos de geradores à malha elétrica.

• O empreiteiro, Yapisal-Soiltec- Organics, foi selecionado a partir de uma lista curta de cinco empreiteiros. A seleção ocorreu durante uma reunião aberta dos empreiteiros da lista curta que puderam apresentar proposta para o fornecimento do menor preço para o projeto, resultando em economia de quase $ 8,5 milhões USD. • Os documentos de licitação e contratação foram revistos por especialista qualificado antes de se lançar o edital para o projeto

Implementar o projeto e iniciar a operação comercial

• O comissionamento e o início de funcionamento da usina foi um processo tranqüilo com um mínimo de dificuldades. • O sistema de coleta e queira do LFG já funciona há mais de 5 anos antes do início do funcionamento do sistema LFGTE. • A disponibilidade em tempo real tem sido muito alta (>98%) e a maior parte do tempo indisponível foi organizado para as atividades de manutenção ou desligamento da malha elétrica que inicialmente foram causadas por motivos externos não relacionados com a usina. • Desenvolvimento da usina por etapas. Inicialmente, 4 motores em linha. Um quinto motor foi adicionado em 2003. Espera-se adicionar o sexto em 2005

• A usina de LFG a ser construída em duas etapas: Etapa 1 4MW e Etapa 2, 2 MW • Existiram atrasos para importar o equipamento para o país já que não se enquadra em nenhuma categoria específica de importação e, portanto, exigiu muita discussão e avaliação para determinar o imposto a ser cobrado. • A substituição prefeito de Istambul provocou uma parada nas obras e atrasos demorados no pagamento ao empreiteiro.

Monitorar e avaliar o desempenho do contrato e os impactos do projeto

• Altos níveis de água/chorume no aterro sanitário limitaram na recuperação e eficiência de alguns drenos de extração de LFG.

• Em retrospectiva, o teste da deveria ter sido realizado sob a supervisão do empreendedor da usina de LFG. • O contrato dos consultores para a supervisão (Bimtas) deveria ter sido amarrado ao sucesso do projeto em termos do restante do tempo e do orçamento. A ausência dessas amarras permitiu uma relação de adversários entre o empreiteiro e o consultor, incentivando a busca de culpas pelo consultor, o que atrasou o projeto.

QUADRO 9.1

Page 222: Manual Preparacao de Gas Aterro Banco Mundial

COMPARAÇÃO DAS ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DE PROJETO DO ESTUDO DE CASO

MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DO GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA PROJETOS DE ENERGIA

Banco Mundial Item Santiago

Chile Valparasio (El Molle) Errázuris Le Panto La Feria Dados do Aterro: REFERIR-SE AOS QUADROS 8.7P

aP e 8.7b PARA

TODOS OS DADOS BÁSICO DO LOCAL.

Etapa de Desenvolvimento do Projeto Finalizar os arranjos de parcerias e o plano de negócio

• O LFG extraído entre 1986 e 1998 pela empresa de gás local GASVALPO (Valparaiso); • O Aterro Sanitário de Lo Errázuris (Santiago) foi explorado pela empresa de gás local (GASCO) entre 1984 e 1994, quando o aterro sanitário encerrou as suas atividades

Realizar a avaliação final do projeto • Nenhuma informação disponível quando da publicação deste

Negociar o contrato de venda da energia elétrica e assegurar os incentivos

• Nenhuma informação disponível quando da publicação deste.

Assegurar autorizações e aprovações • Nenhuma informação disponível quando da publicação deste.

Contrato de engenharia, licitação e construção e serviços de O&M

• Nenhuma informação disponível quando da publicação deste.

Implementar o projeto e iniciar a operação comercial • Quando em funcionamento, o aterro sanitário de Lo Errázuris (Santiago) gerava 4,5 milhões de m3 de LFG. O LFG (30% do total) foi misturado ao gás natural e levado para a cidade, fornecendo entre 18 e 20% da demanda total de gás da Cidade de Santiago. • O aterro sanitário de Le Panto era uma instalação grande, mas totalmente fora de controle. Recebia resíduos sólidos de 21 municípios ao redor de Santiago, recebendo uma média de 4.000 toneladas/dia de resíduos sólidos. O aterro sanitário foi fechado em 2002. O LFG gerado no aterro sanitário foi usado por uma agro-indústria vizinha. • O aterro sanitário de La Feria landfill funcionou de abril de 1977 até agosto de 1984. Subseqüente a julho de 1982, o LFG gerado no aterro foi enviado para a companhia de gás local (GASCO). Antes daquela data, o LFG era simplesmente queimado. O aterro foi fechado no final da década de 1980. Em 1993, um projeto de recuperação do Aterro foi iniciado juntamente com a Universidade de Valparaiso. O programa foi concluído em 1997 e constituiu-se no reflorestamento do Aterro.

Monitorar e avaliar o desempenho do contrato e os impactos do projeto

• Nenhuma informação disponível quando da publicação deste.

Page 223: Manual Preparacao de Gas Aterro Banco Mundial

QUADRO 9.1 COMPARAÇÃO DAS ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DE PROJETO DO

ESTUDO DE CASO MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DO GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA

PROJETOS DE ENERGIA Banco Mundial

Item Latvia Getlini (aterro

sanitário velho) Getlini (células de energia)

Liepaja (aterro sanitário velho)

Liepaia (células de energia)

Dados do Aterro: REFERIR-SE AOS QUADROS 8.7P

aP e 8.7b PARA TODOS OS

DADOS BÁSICOS DO LOCAL.

Etapa de Desenvolvimento do Projeto

• A construção de Liepaja a ser iniciada em setembro de 2003

Finalizar os arranjos de parcerias e o plano de negócio

• A finalização da aprovação do empreiteiro ISPA resultou em atraso no início das etapas de detalhamento do desenho e da construção (Liepaja).

Realizar a avaliação final do projeto

• Nenhuma informação disponível quando da publicação deste

Negociar o contrato de venda da energia elétrica e assegurar os incentivos

• Atraso na construção causou o cancelamento do contrato de energia a preços de eletricidade “verde”, reduzindo substantivamente as receitas do projeto (Getlini).

Assegurar autorizações e aprovações

• As autorizações e aprovações exigidas foram obtidas de 11 grupos ou órgãos diferentes, resultando num processo lento e prolongado (tanto para Getlini como para Liepaja).

Contrato de engenharia, licitação e construção e serviços de O&M

• Nenhuma informação disponível quando da publicação deste

Implementar o projeto e iniciar a operação comercial

• Nenhuma informação disponível quando da publicação deste

Monitorar e avaliar o desempenho do contrato e os impactos do projeto

• Fluxos variáveis de LFG foram extraídos durante os primeiros 8 meses de funcionamento para se ganhar compreensão das características de geração de gás do aterro e para otimizar o funcionamento do sistema (Getlini). • Estimativas de produção do LFG foram muito altas, resultando na produção não adequada de energia elétrica.

Page 224: Manual Preparacao de Gas Aterro Banco Mundial

QUADRO 9.1 COMPARAÇÃO DAS ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DE PROJETO DO

ESTUDO DE CASO MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DO GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA

PROJETOS DE ENERGIA Banco Mundial

Item Polônia Torum Gdansk Cracóvia Olsztyn Dados do Aterro: REFERIR-SE AOS QUADROS 8.7P

aP e 8.7b

PARA TODOS OS DADOS BÁSICOS DO LOCAL.

Etapa de Desenvolvimento do Projeto Finalizar os arranjos de parcerias e o plano de negócio

• A usina de LFG de Torun pertence e é operada pela Biogaz Investor Co., a qual tem acionistas do município, MPO, empresa de eletricidade, empresa de aquecimento e um empreiteiro privado. • As usinas de Gdansk e Krakow LFG pertencem e são operadas pelo MPO. • A usina de LFG de Olsztyn é do sistema BOO da Legajny Renewable Energy Generation SP.z.o.o, a qual pertence a dois investidores dinamarqueses: ESCO (75%) e o Fundo de Capital de Investimento para a Europa Central e Oriental [Capital Investment Fund for Central and Eastern Europe (25%)]. • Olsztyn – Legajny Renewable Energy Generation Sp.z.o.o. arrenda o terreno da usina CHP, o contrato para venda de eletricidade é com a Zaklad Elektroenergetyczny w Olsztynie S.A., o contrato de venda de calor é com a Gosp. Orgrodnicze "Legajny"”Sp. z.o.o. •Para Gdansk e Cracóvia, não existem royalties porque o dono do aterro sanitário é também o proprietário da usina • Não são pagos os royalties para o proprietário do aterro sanitário em Torun. • O acordo de royalty para Olsztyn em confidência.

Realizar a avaliação final do projeto • Nenhuma informação disponível quando da publicação deste. Negociar o contrato de venda da energia elétrica e assegurar os incentivos

• Os preços reais para os contratos de eletricidade e calor são confidenciais. • Todos os contratos de venda de energia foram negociados e assinados antes de se iniciar o desenho da usina. • O projeto de Gdansk não conseguiu assegurar um projeto de longo prazo, assim o contrato é negociado para períodos de duração menor (~4 anos).

Assegurar autorizações e aprovações • Torun – a construção exigiu autorizações e aprovações de 11 departamentos diferentes, demorando de maio de 1994 a dezembro de 1995. • A autorização para a construção do edifício de utilização de Olsztyn foi dada pela Prefeitura e prosseguiu-se com a construção. Foi, então, descoberto que o País tem jurisdição sobre certos aspectos do projeto o que levou o País a mover uma ação contra o empreiteiro. O projeto foi paralisado durante 1,5 anos antes da solução fosse alcançada.

Contrato de engenharia, licitação e construção, e serviços de O&M

• Torun e Gdansk têm um ano de garantia dos empreiteiros. Cracóvia tem uma garantia de dois anos. Além disso, existem penalizações para atrasos nas obras de construção ou na fraca eficiência das operações.

Page 225: Manual Preparacao de Gas Aterro Banco Mundial

QUADRO 9.1 COMPARAÇÃO DAS ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DE PROJETO DO

ESTUDO DE CASO MANUAL PARA A PREPARAÇÃO DO GÁS DE ATERRO SANITÁRIO PARA

PROJETOS DE ENERGIA Banco Mundial

Item Polônia Implementar o projeto e iniciar a operação comercial

• A usina de Torun foi comissionada em setembro de 1997, a de Gdansk em setembro de 1998, a de Cracóvia em maio de 1998, e a Olsztyn em março de 1999. • Todos os quarto aterros usaram a abordagem de desenvolvimento por etapas. Torun – 40 drenos instalados em 1997, 12 outros em 2002 Gdansk – 39 drenos instalados em 1998, 10 outros em 2002 Cracóvia – 41 drenos instalados em 1998,10 outros em 2002, 32 drenos adicionais estão planejados para 2004 Oltsztyn - 40 drenos instalados em 1997 • Os drenos estão coletando LFG com alto teor de CH4, mas a quantidade é muito baixa: Torun (2,3 m3 LFG/ton de resíduos/ano), Gdansk (1.9 m3 LFG/ton de resíduos/ano), Cracóvia (2.2 m3 LFG/ton de resíduos/ano), Oltszyn (1.8 m3 LFG/ton de resíduos/ano) • Todas as quarto usinas vendem eletricidade para a malha elétrica, Olsztyn alimenta uma usina de aquecimento para estufas adjacentes, Torun vende o calor do lixo, Cracóvia e Gdansk usam o calor do lixo para os edifícios do aterro.

Monitorar e avaliar o desempenho do contrato e os impactos do projeto

• Oltszyn tem enfrentado problemas sérios com o sistema de coleta do LFG devido à inundação de diversos drenos de extração que reduziu a quantidade de LFG disponível para a usina de aquecimento. • A tubulação horizontal de coleta de LFG em Cracóvia parece estar bloqueada com condensado e não mais coletam efetivamente o LFG. Como resultado, o operador do aterro decidiu instalar somente drenos verticais no futuro. • As horas de funcionamento em Gdansk aumentaram significativamente em 2002 devido à assinatura do acordo de serviços com uma empresa de motores e pelo estoque de peças de reposição na proximidade para reduzir o tempo de paradas. Antes daquela data, a disponibilidade em tempo real era menor do que o esperado e resultou numa perda de receita em relação às projeções. • Todas as quatro usinas medem diversos parâmetros para monitorar funcionamento das usinas e todos funcionaram bem. • A experiência do projeto dita que usar um fornecedor local para o equipamento e peças de reposição diminui o tempo exigido para se obter as peças e realizar os reparos.

Page 226: Manual Preparacao de Gas Aterro Banco Mundial

O projeto Getlini foi comissionado nos últimos dois anos, mas enfrentou dificuldades de acesso ao mercado e aos seus preços bem como dificuldades técnicas na coleta de LFG devido ao nível alto de chorume dentro do aterro. Este projeto no estudo de caso serve para reforçar uma série de elementos importantes, incluindo: • assegurar que haja um mercado seguro a longo termo para produtos de energia e CERs; e • assegurar que o sistema de coleta é projetado e construído com a capacidade para extrair continuamente e abastecer de forma confiável o combustível de LFG. O custo de orçamento real para a usina de Getlini, em Riga, é de menos de 1,5 milhão (US$) por MW instalados de capacidade geradora. O capital total e o custo de desenvolvimento para o sistema de gestão de resíduo neste aterro incluíram a usina de LFGTE, a doação de GEF e outros fundos de apoio de forma que fica difícil identificar plenamente a usina de LFGTE e os custos de campo de coleta. Mais informação relativa aos desembolsos de custo de capital e alocações de financiamento é proporcionada no estudo de caso oferecido como um Anexo a este Manual. UProjeto de LFGTE de Monterrey (México) Este projeto tinha sido recentemente comissionado e seria caracterizado como estando na fase inicial e de otimização. O projeto tem tido bom apoio para ganhar tanto acesso a mercado de energia elétrica quanto um preço razoável para a eletricidade vendida. Este estudo de caso ilustra que projetos de LFGTE bem sucedidos podem ser desenvolvidos e operados na LAC e no Caribe se houver um plano comercial bem desenvolvido e cooperação entre os vários de governo, indústria, finanças e setor de recurso. O custo para desenvolver o projeto é considerado alto, mas a estrutura de receita global é adequada para apoiar um retorno adequado do investimento para os empreiteiros. Espera-se que valor futuro das CERs aumente mais o valor do projeto. O custo de coleta do LFG deste aterro é de aproximadamente $325.000 (US$) por MW de capacidade geradora elétrica. Este custo é variável e sujeito a condições específicas do aterro e à configuração do aterro. O custo de orçamento real para a usina de 7 MW e todos os estudos associados foi de $13.250.000 (US$) ou aproximadamente 1,9 milhão (US$) por MW instalado de capacidade geradora. Este capital total e o custo de desenvolvimento incluíram GEF de aproximadamente $6.000.000 (US$). Mais informação relativa aos desembolsos de custo de capital e alocações de financiamento é proporcionada no estudo de caso incluído como um Anexo a este Manual. UProjetos de LFGTE de Torun, Gdansk, Cracóvia e Olsztyn (Polônia) O projeto de Torun foi comissionado em 1997. O projeto de LFGT de Gdansk foi comissionado em 1998. O projeto de LFGTE da Cracóvia foi comissionado

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com um motor em 1998. Um segundo motor foi acrescentado em 1999 e, daí, um terceiro motor em 2002. O projeto da usina de caldeira de LFGTE de Olsztyn foi comissionado em 1999. Estes são em geral pequenos projetos de LFGTE que têm empregado enfoques de parceria variáveis incluindo a parceria entre o setor público e o setor privado e a propriedade e a operação pelo proprietário/operador do aterro. Dois dos projetos têm também dependido de investimento e equipamento de firmas fora da Polônia. Problemas foram encontrados na determinação da extensão total da informação para solicitações e aprovações. Num caso, permissão para começar a construção foi dada por uma autoridade fora de sua jurisdição, provocando protesto tanto do público quanto das autoridades. O outro problema que assolou todos os quatro aterros é a limitada recuperação de combustível do sistema de coleta de LFG, provavelmente como resultado de problemas de bloqueio de condensado. Em muitos casos, partes dos sistemas de coleta de LFG são inundados e não coletam mais eficientemente o LFG, se ainda coletam. As usinas de geração elétrica nos aterros da Polônia são todas de menos de l MW em capacidade geradora por aterro. O custo real dessas usinas variou de menos de $1,5 a mais de 2,2 milhões (US$) por MW instalado de capacidade geradora. Mais informação relativa aos desembolsos de custo de capital e dotações de financiamento é dada no estudo de caso proporcionado como um Anexo a este Manual. UO projeto de LFGTE de Kemerburgaz (Turquia) O projeto de LFGTE de Kemerburgaz, perto de Istambul, Turquia, saiu de um projeto de reabilitação que resultou de um catastrófico deslizamento de resíduo. A usina de LFGTE foi comissionada no final de 2002. A Turquia tem um preço relativamente alto para a energia tanto industrial quanto doméstica em aproximadamente $0,09 USD/kWh, tornando um LFGTE um projeto promissor. Embora todos os custos de capital e de operação não foram proporcionados, projeta-se que esta instalação teria um retorno adequado de investimento para encorajar os empreiteiros com um retorno razoável ao dono/operador do aterro. O projeto incorreu em vários problemas durante seu desenvolvimento. Este foi o resultado de especificação pobremente escrita e de diferenças de interpretação de cruzamento cultural. Além disso, a falta de um claro líder de projeto levou a muita confusão de papel que inicialmente paralisou a construção. Houve também questões de conflito de interesse, que se apresentaram e aumentaram o custo do projeto global que foram resolvidos subseqüentemente, e a instalação está agora em operação. Resumo do Estudo de Caso Em resumo, os estudos de caso consistentemente reforçam a necessidade de compreender o recurso de LFG e sua aplicação específica de aterro. Desde uma perspectiva técnica, a tecnologia para utilizar o LFG é geralmente bem

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desenvolvida. Os assuntos técnicos foram muito focalizados no sentido da confiabilidade do abastecimento de combustível, com condensado e gestão de líquido sendo o assunto dominante neste respeito. A partir de um ponto de vista comercial e administrativo, os assuntos chaves foram associados primariamente com acesso a mercados de energia, preço de mercado para produtos de energia, organização e coordenação de equipe de projeto; e a extensão e implicações de permissões e aprovações.

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MATERIAIS DE REFERÊNCIA SEÇÃO 1 Johannessen, Lars Mikkel, "Guidance Note on Recuperation of Landfill Gas from Municipal Solid Waste Landfills", Working Paper Series #4, Urban Development Division, World Bank, Washington, DC, 1999. Johannessen, Lars Mikkel and Gabriela Boyer, "Observations of Solid Waste Landfills in Developing Countries: Africa, Asia, and Latin America", Working Paper Series #3, Urban Development Division, World Bank, Washington, DC, 1999. Landfill Gas and Composting: A Potential GEF Strategy for LCR, prepared for the

World Bank's Latin America and Caribbean Region Office (LCR) by K. Ahmed and C. Bartone, March 2001. Estimates taken from Prototype Carbon Fund: Annual Report 2002, World Bank, Washington, DC, 2002. SEÇÃO 2 Augenstein, D., and J Pacey, "Landfill Methane Models" 14th Annual Landfill Gas Symposium Proceedings, Research Triangle Park, 1991. Ed. SWANA. Triangle Research Park. 1991. III-87 – III-111. Canada's Greenhouse Gas Inventory 1990-2000 Greenhouse Gas Division, Environment Canada, June 2002 http://www.ec.gc.ca/pdb/ghg/1990_00_report/appa6_e.cfm#scroll Christensen, Thomas H., and Peter Kjeldsen, "Basic Biochemical Processes in landfills" in Sanitary Landfilling : Process, Technology and Environmental Impact ed. Thomas H. Chistensen, Raffaello Cossu, and Rainer Stegmann (Academic Press, New York, 1989) p.29 Conestoga-Rovers & Associates (for Waste Treatment Division, Hazardous Waste Branch), Guidance Document for Landfill Gas Management, (Environment Canada, Ottawa, 1996) CRA, "Design and Operation of Non-Hazardous Solid Waste Landfills to Optimize the Generation and Recovery of Landfill Gas and Energy", report to Environment-Canada, Canada, Ottawa, Ontario, January 2000.

Emission Factor Documentation for AP-42 Section 2.4 Municipal Solid Waste Landfills (Revised) Office of Air Quality Planning and Standards Office of Air and Radiation U.S. Environmental Pretection Agency Research Triangle Park, North Carolina, 2771 August 1997 Ham, Robert K., and Morton A. Barlaz, "Measurement and Prediction of Landfill Gas Quality and Quantity" in Sanitary Landfilling : Process, Technology and Environmental Impact ed. Thomas H. Chistensen, Raffaello Cossu, and Rainer Stegmann (Academic Press, New York, 1989) p.155-158

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APPENDIX A

LANDFILL GAS COLLECTION SYSTEM COMPONENTS

LISTA DAS FIGURAS DO APÊNDICE A

FIGURA A-1 LAYOUT TÍPICO DE VALA HORIZONTAL DE COLETA FIGURA A-2 COLLECTION HEADER PIPING (ON-SITE) FIGURA A-3 COLLECTION HEADER PIPING (OFF-SITE) FIGURE A-4 CLAY SIDEWALL CROSSING FIGURA A-5 SINGLE AND DUAL HEADER CROSS-SECTIONS FIGURA A-6 CÂMARA DE CAPTURA DE CONDENSADO FIGURA A-7 DESENHO ESQUEMÁTICO TÍPICO DO PROCESSO DE COLETA DE GÁS E DO SISTEMA DE QUEIMA FIGURA A-8 TERRRENO TÍPICO DA USINA DE CONTROLE DO LFG FIGURA A-9 COLETA MODULAR DO LFG E ESTAÇÃO PARA QUEIMA FIGURA A-10 CILINDRO DE COLETA DE CONDENSADO FIGURA A-11 LANDFILL GAS CANDLE FLARE FIGURA A-12 FLARE BLINDADA DO GÁS DE ATERRO SANITÁRIO FIGURA A-13a CONTROLES PASSIVOS PARA MIGRAÇÃO DO LFG FIGURA A-13b CONTROLES PASSIVOS PARA MIGRAÇÃO DO LFG FIGURA A-14 LAYOUT DO SISTEMA DE EXTRAÇÃO ATIVA DO PERÍMETRO

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APÊNDICE B

EXEMPLO DE LEGISLAÇÃO – LEGISLAÇÃO ECP-79 DO CANADÁ

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Programa de Escolha Ambiental DOCUMENTO DE CRITÉRIOS DE CERTIFICAÇÃO

CCD-003 Produto: Eletricidade – Renovável Baixo-Impacto Preâmbulo O Programa de Escolha Ambiental da Canada Environment (ECP) tem o prazer de publicar o seguinte documento de critérios de certificação nacional Eletricidade – Renovável Baixo – Impacto. O programa de Escolha Ambiental é projetado para apoiar um continuado esforço para melhorar e/ou manter a qualidade ambiental reduzindo o consumo de energia e materiais e minimizando os impactos da poluição gerada pela produção, uso e disposição de bens e serviços disponíveis aos canadenses. Com base na revisão da informação do ciclo de vida disponível atualmente da produção, uso e estágios de disposição, os requerimentos de categoria de produto produzirão um benefício ambiental por meio de:

(a) o deslocamento de combustíveis não renováveis por fontes de combustível mais sustentáveis;

(b) a redução de emissões de ar que contribuem ao aquecimento global, fumaça, chuva ácida e poluição de partícula levada pelo ar;

(c) a redução de resíduos sólidos provenientes de tanto a mineração quanto a extração de fontes de combustíveis não renováveis e a disposição de emissões de metal tóxicas e resíduos nucleares; e

(d) a redução de impactos em ecossistemas aquáticos, aéreos e terrestres das atividades de geração elétrica.

A revisão do ciclo de vida é um processo continuado. À medida que a informação e a tecnologia mudam, os requisitos de categoria de produto serão revisados e possivelmente emendados. A Canada Environment antecipa que os geradores e os mercadores de eletricidade que se ajustam a este documento de critérios entrarão com pedido junto ao Programa de Escolha Ambiental para verificação e autoridade subseqüente para rotular os produtos qualificadores com o EcoLogoM do Programa de Escolha Ambiental. O ECP mantém protocolos de verificação que definem claramente a terminologia e os limites de critérios associados a este documento de critérios. Notificação Neste documento, qualquer referência a um padrão ou diretriz se refere a sua última edição. O Programa de Escolha Ambiental (ECP) se reserva o direito a aceitar os dados de teste equivalentes para os métodos de teste especificados neste documento.

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Notificação de Intenção Com respeito aos desenvolvimentos futuros dos sistemas reguladores relacionados à mudança de clima, os equipamentos relativos à disposição dos benefícios ambientais (Seção 13) serão revisados num espaço de dois a três anos possivelmente mudados para refletir novas políticas e/ou requerimentos reguladores que possam surgir. Interpretação

1. Neste grupo de requerimentos, por favor observe as seguintes definições:

“Eletricidade de uso alternativo” significa eletricidade gerada da instalação de um processo suplementar e/ou equipamento para alterar e/ou acrescentar aos processos de uma operação existente para gerar eletricidade a partir de uma fonte de energia renovável. A operação existente precisa não ter sido originalmente projetada ou tencionada para geração de eletricidade, nem ter tido quaisquer processos instalados à época do comissionamento que teria facilitado a geração elétrica. Exemplos de fontes de geração de eletricidade de uso alternativo incluem, entre outros, diques de controle de irrigação, veios d’água com fechaduras e calor de resíduo capturado de um processo industrial ou comercial que é alimentado por fontes renováveis de energia. Embora certos tipos de eletricidade alimentada por biogás (p. ex., a captura e combustão de gás de aterro) sejam também formas de eletricidade de uso alternativo, a eletricidade alimentada por biogás é definida como uma categoria separada por este documento de critérios; “Biogás” significa produtos gasosos (primordialmente metano e dióxido de carbono) produzidos pela decomposição anaeróbica de resíduos orgânicos. Instalações produtoras de biogás incluem entre outros aterros sanitários, usinas de tratamento de esgoto e instalações de processamento de resíduo orgânico e de digestão anaeróbica; “Eletricidade gerada por biogás” significa eletricidade gerada a partir de um sistema em que biogases são capturados para combustão e conversão em eletricidade; “Eletricidade gerada por biomassa” significa eletricidade gerada por meio da combustão de biomassa limpa como é definido pela ECP: “Distância no canal de desvio” significa aquela área no curso d’água entre o ponto inicial em que a água foi desviada para dentro das turbinas ou outros meios mecânicos para a geração de eletricidade propulsionada por água e o canal de esgotamento; “CITES” significa a Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies em Perigo de Fauna e Flora Selvagens (CITES Secretariat, 15, chemin des Anémones, CH_1219 Châtelaine-Genève, Suisse. Tel. (+4122) 979 9139/40, fax (+4122) 797 3417);

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“Biomassa limpa” significa materiais orgânicos como enumerados abaixo que, em nenhum estágio em seu ciclo de vida, foram tratados com substâncias orgânicas ou/e inorgânicas para se modificar, proteger ou suplementar as propriedades físicas dos materiais (incluindo, entre outros, produtos de controle de peste químicos sintéticos, fungicidas, preservativos de madeira, tintas, vernizes ou outras coberturas de superfície, compostos halogenados e/ou compostos contendo metais pesados). Tipos específicos reconhecidos de biomassa limpa neste documento de critérios incluem:

(a) resíduos de madeira e agrícolas que sólidos e provenientes da colheita e processamento de plantações agrícolas ou produtos de floresta que possam de outra forma serem enviados ao aterro e/ou incinerados;

(b) lavouras dedicadas de energia; (c) combustíveis líquidos derivados da biomassa como definidos nos itens

(a) e (b), incluindo entre outros etanol, bio-diesel e metanol; e (d) material de fonte organicamente limpa que foi separado de resíduo

sólido municipal (MSW – municipal solid waste) e subseqüentemente processado (p. ex., peletização, gasificação) para servir como combustível de combustão. Biomassa limpa não inclui materiais para os quais outros métodos de diversão sejam uma alternativa viável (p. ex., correção de solo, aplicações de terra agrícola, aplicações em horticulturas) nem os subprodutos tratados de processos manufaturadores (p. ex., madeira compensada tratada, madeiras pintadas, madeira tratada a pressão)

“CO” significa monóxido de carbono e deveria ser medido usando a freqüência de teste, condições e métodos especificados no Apêndice 1 deste documento de critérios; “Tecnologia térmica solar concentrada” significa um sistema que concentra o calor do sol por meio de coletores e usa o calor coletado para alimentar um sistema gerador para produzir eletricidade; “Lavouras dedicadas de energia” significa aquelas lavouras não para alimentos plantadas especificamente por seu valor de combustível e, no caso deste documento de critérios, para a geração de eletricidade. Essas fontes incluem, entre outros, plantações de madeira de ciclo curto (tais como choupos) e plantações de energia herbácea (como grama de troca); “Lama da remoção de tinta” significa material sólido filtrado de água servida a partir do processo usado para remover tinta e outros materiais indesejáveis de papel residual impresso; “Desvio” significa a construção de obras para desviar água para um canal, túnel, “penstock” ou conduíto semelhante para abastecer água para objetivos de geração de eletricidade; “Branqueamento elementar por cloro” significa o processo químico de purificação e branqueamento da polpa, especificamente por meio do uso de cloro em sua forma gasosa, elementar (Cl2);

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“Habitat de peixe” significa os locais de inseminação e áreas de migração, criatório e abastecimento de comida das quais os peixes dependem direta ou indiretamente para realizar seus processos de vida; “Passagem para peixes” significa migração de peixe tanto corrente acima como corrente abaixo que pode assegurada com o uso de métodos naturais e/ou feitos pelo homem; “Gerador” significa uma entidade que produz eletricidade; “Gás de efeito estufa” significa um gás que tido como contribuinte ao aquecimento global e inclui, entre outros, dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O); “Compensação de habitat” significa a substituição de habitat que tenha sido sujeito a alteração, perturbação ou destruição prejudicial por habitat recém-criado ou melhorando a capacidade produtiva de algum outro habitat natural; “Alteração, interrupção ou destruição prejudicial” significa, com respeito ao habitat de peixe, qualquer mudança do habitat de peixe que reduz ou elimina sua capacidade produtiva em relação a um ou mais processos de vida de peixe; “Lagoa mestre” significa, em geral, o corpo d’água imediatamente a jusante da tomada de água das instalações de geração de eletricidade. As lagoas mestres podem ser naturais ou feitas pelo homem (terras inundadas e/ou corpos d’água criados como resultado da construção da estação geradora e/ou associada às estruturas de desvio) ou uma combinação de ambos. As lagoas mestres podem servir para um ou mais propósitos incluindo, mas sem limitar-se a: (i) fornecimento das características hidráulicas apropriadas, tais como submersão para a tomada d’água; (ii) aumentar a disponibilidade da entrada disponível para a instalação de geração; e (iii) armazenar água para descarga subseqüente através da instalação de geração. As lagoas mestres podem incluir também alterações causadas pelo desvio de parte de um através de um canal o ou tubulação d’água; “Fluxo da correnteza” significa o volume de água fluindo num curso d’água; “ISO” significa Organização Internacional para a Padronização; “Operador” significa uma entidade que recebe eletricidade de um gerador, possivelmente combinando eletricidade de várias fontes e comercializa e/ou vende a eletricidade. Observar que, em alguns casos, os operadores podem ser também geradores; “MW” significa mega watt ou 106 watts, além de uma unidade de energia elétrica;

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“MWh” significa mega watt – hora, sendo uma unidade de energia elétrica igual a um mega watt de energia elétrica produzida, consumida ou em fluxo durante um período de uma hora; “Produto de energia elétrica de múltiplas fontes” significa uma combinação de energia elétrica que é ofertada aos operadores, composta pela eletricidade de mais de uma fonte e/ou gerador em que as fonts e/ou geradores podem ser certificados ou não dentro desse documento de critérios; “NOX” significa óxidos de nitrogênio e deveria ser medido usando-se a freqüência, condições e métodos de testes especificados no Apêndice desse documento de critérios; “Eletricidade nula” significa a eletricidade distribuída na malha que não tem atributo ambiental algum associado. Quando os atributos ambientais forem separados da eletricidade – renovável e de baixo impacto, a eletricidade torna-se “null”. A eletricidade que não satisfaça os requisitos especificados nesses documentos de critérios também é considerada como sendo “null”; “Emissões operacionais na atmosfera” significa a quantidade de emissões na atmosfera de uma substância especifica ou compostos que são lançados como resultado da geração de eletricidade; “PCDDs and PCDFs” significa dibenzo-para-dioxinas policloradas e dibenzo-furanas policloradas, sendo uma família de compostos orgânicos policlorados formados como vestígios poluentes ou subprodutos de processos industriais. Isso inclui poluentes tóxicos indesejáveis gerados quando o cloro é usado no branqueamento da polpa de Madeira e quando Madeira impregnada com sal é queimada; “PM” significa material particulada, incluindo material particulada menor ou igual a 10 mícron em tamanho e deveria ser medida usando a freqüência e os métodos especificados no Apêndice 1 deste documento de critérios; “Tecnologia fotovoltaica (PV)” significa uma célula, painel, conjunto ou campo que converte diretamente a energia solar em eletricidade; “Renovável” significa reabastecido através de processos naturais ou através de práticas de manejo sustentável de modo que um recurso não seja esgotada pelo atual nível de consumo; “Ribeirinho” significa a terra e o habitat encontrado ao longo das margens de cursos d’água, rios e lagos; “Madeira impregnada de sal” significa madeira e resíduos florestais que foram impregnadas com uma alta concentração de sal (NaCl) pela exposição prolongada à maresia ou pela imersão em água salgada (normalmente, com o intuito de transporte); “Energia solar” significa a eletricidade gerada pela conversão da energia e/ou calor da luz solar em eletricidade, incluindo entre outras a tecnologia fotovoltaica e as tecnologias que concentram a energia térmica do sol;

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“Práticas seguras de manejo ambiental” significa aquelas práticas e metas usadas para o manejo de produtos florestais e/ou agrícolas com um sistema de manejo ambiental sólido, definido na seção das definições desse documento de critérios, que tenham os objetivos de manter os valores ambientais no eco-sistema vizinho. Essas práticas deve cuidar, no mínimo, inter alia: (a) seleção das espécies; (b) estrutura, temperatura e fertilidade do solo; (c) teores da composição, taxas de compactação e de preservação do solo; (d) controle da erosão; (e) distância do transporte desde o local de coleta até o local de combustão/geração; (f) práticas e técnicas de silvicultura; (g) práticas de coleta incluindo técnicas, índices e minimização de resíduos; (h) regeneração de lavouras; (i) construção e manutenção de estrada/trilha; (j) proteção da biodiversidade, animais selvagens e raros, espécies ameaçadas ou em perigo de extinção; (k) qualidade e quantidade de água; (l) preservação das nascentes; e (m) uso prévio da terra. “Sistema seguro de manejo ambiental” significa um sistema, incluindo entre outros a série de padrões ISO 14000, usadas no manejo de produtos florestais e/ou agrícolas que incorpore práticas seguras de manejo ambiental. Os elementos do sistema devem incluir, no mínimo: (a) elementos de planejamento tais como: a identificação dos recursos florestais e/ou agrícolas, identificação dos aspectos ambientais, avaliação de impactos ambientais, identificação da legislação e requisitos regulatórios ambientais, definição e comprometimento com as políticas, objetivos e metas ambientais; (b) elementos operacionais tais como: definição dos papéis e designação de responsabilidades; fornecimento treinamento de pessoal adequado; comunicação de aspectos e de políticas ambientais internamente e externamente; implementação de um programa de manejo ambiental baseado em aspectos e impactos ambientais definidos; documentação de todas as políticas, metas e procedimentos; revisão periódica e, se necessário, revisão do sistema; realização de consultas públicas e/ou atividades de extensão; e o estabelecimento de prontidão e plano de ação para emergências ambientais; e (c) elementos para monitoramento e mensuração tais como: monitoramento e mensuração de aspectos mais importantes do sistema; avaliação e mitigação dos aspectos ambientais negativos; correção das não-adequações ao sistema de manejo; realização de revisões internas; e realização de auditoria por terceiros; “SOX” significa óxidos de enxofre e deveriam ser medidos através da freqüência, condições e métodos de testes especificados no Apêndice 1 desse documento de critérios; “Espécies designadas como em perigo ou ameaçadas” significa qualquer espécie que esteja listada como “em perigo” ou “ameaçada” por catálogos

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reconhecidos de tais espécies. No Canadá, a lista pré-estabelecida deverá ser aquela da Comissão Federal sobre a Situação da Vida Selvagem Ameaçada no Canadá (i.e. COSEWIC), ou lista federal, provincial, territorial, estadual e/ou local (e.g. Comissão Federal sobre a Situação da Vida Selvagem em Risco em Ontário, Canadá; i.e., COSSARO) que substitui a anterior, onde as designações são mais estritas; “Canal de esgotamento” significa o ponto no qual a água é liberada para o seu leito abaixo da estação geradora após passar pelas turbinas ou outros meios mecânicos para a produção de energia hidroelétrica; “TEQ” significa equivalente tóxico e é determinado pela multiplicação do nível de concentração medido de um dado congênere pelo I-TEF apropriado. Ao se converter os níveis de concentração medidos para uma base comum, as quantidades de TEQ podem ser somadas para dar uma quantidade representativa única. Para os propósitos desse documento de critérios, TEQs são determinadas para 2,3,7,8-TCDD e 2,3,7,8-TCDF. Os sete congêneres para os quais 2,3,7,8-TCDD TEQs deverão ser determinados são 2,3,7,8-TCDD; 1,2,3,7,8- P5CDD; 1,2,3,4,7,8-H6CDD; 1,2,3,6,7,8-H6CDD; 1,2,3,7,8,9-H6CDD; 1,2,3,4,6,7,8-H7CDD; e OCDD. Os dez congêneres para os quais 2,3,7,8-TCDF TEQs deverão ser determinados são 2,3,7,8-TCDF; 1,2,3,7,8-P5CDF; 2,3,4,7,8-P5CDF; 1,2,3,4,7,8-H6CDF; 1,2,3,6,7,8-H6CDF; 2,3,4,6,7,8-H6CDF; 1,2,3,7,8,9-H6CDF; 1,2,3,4,6,7,8-H7CDF; 1,2,3,4,7,8,9-H7CDF; and OCDF. “Eletricidade Tipo I” significa a eletricidade certificada ECP de uma usina geradora que iniciou o funcionamento (e.g., geração de eletricidade) antes de 01 de janeiro de 1991; “Eletricidade Tipo II” significa a eletricidade certificada ECP de uma usina geradora que iniciou o funcionamento entre 01 de janeiro de 1991 e 31 de março de 2001, inclusive. Os aumentos incrementais na eletricidade gerada como resultado de melhorias na usina (incluindo entre outras melhoras na eficiência) ou como resultado de expansões da usina (incluindo entre outras, novas turbinas ou conjuntos) são elegíveis para a designação de Tipo II. Em tais casos, a media anual de capacidade geradora antes das atualizações e/ou das melhoras fornecerão a linha de referência básica sobre a qual se calculará a quantidade de eletricidade Tipo II gerada. As instalações que foram completamente paradas em qualquer período e re-energizadas entre 01 de janeiro de 1991 e 31 de março de 2001, inclusive, são também elegíveis pra a designação de Tipo II. As usinas que foram completamente paradas somente para obterem a designação Tipo II não receberão essa designação, exceto se satisfeitas as condições seguintes: (a) a vida útil da usina era menos de dois antes da sua parada; e (b) mais de 75% do justo valor de Mercado da atividade após a re-energização for derivada dos equipamentos novos instalados e das alterações resultantes da re-energização; “Eletricidade do Tipo III” significa eletricidade certificada ECP da usina geradora que iniciou a geração de eletricidade em 1 de abril de 2001 ou após essa data.

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Os aumentos incrementais resultantes na eletricidade gerada de atualizações da usina (incluindo entre outras melhorias de eficiência) ou das expansões da usina (incluindo entre outros a novas turbinas ou conjuntos) são elegíveis para a designação do Tipo III. Em tais casos, a capacidade geradora média anual antes das atualizações e/ou melhorias fornecerão a base de referência na qual se calculará a quantidade de eletricidade Tipo III gerada. As usinas que foram paradas totalmente em qualquer período e re-energizadas em 1 de abril de 2001 ou após essa data também são elegíveis para a designação Tipo III. As usinas que foram paradas e re-energizada somente para obter a designação Tipo III não receberão essa designação, exceto se forem satisfeitas as condições seguintes: (a) a vida útil da usina era menos de dois antes da sua parada; e (b) mais de 75% do justo valor de Mercado da atividade após a re-energização for derivada dos equipamentos novos instalados e das alterações resultantes da re-energização; “Usuário” significa entre outros qualquer indivíduo, domicílio, estabelecimento comercial ou industrial ou instituição que compra eletricidade ou de um gerador ou de um operador; “Eletricidade gerada pela água” significa a eletricidade gerada de um sistema ou tecnologia que usa um método mecânico para capturar e converter o potencial energético da água em eletricidade; “Qualidade da água” significa as características da água, incluindo especificamente a quantidade de oxigênio dissolvido, pH, fósforo total, turbidêz, transparência e clorofila, além de qualquer item que seja crucial ou único para a área de funcionamento; “Eletricidade gerada pelo vento” significa a eletricidade gerada por uma turbina eólica que converte a energia cinética do vento em eletricidade; “turbina eólica” significa um sistema que usa pás ou hélices ligadas um eixo para a captura da energia cinética do vento. O vento empurra as pás ou hélices e faz girar o eixo. O eixo move, direta ou indiretamente uma série de engrenagens, o gerador para produzir eletricidade; “resíduos madeireiros e agrícolas” significa uma forma de biomassa limpa e inclui, entre outras: (a) resíduos de serrarias (e.g. resíduos de subprodutos associados com o processamento de material florestal tais como casca, pó de serra, lascas, tocos, esmalte, branqueadores), (b) resíduos de toras (e.g. material residual deixado na floresta após a derrubada, tais como tocos, raízes, lascas e entulho), (c) resíduos de lavoura (e.g. materiais não necessários para a re-incorporação ao solo tais como galhos, palhas, sabugos, vagens e plantas secas de cereais colhidos), e (d) entulhos não tratados de construção ou demolição. Definição de Categoria

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2. Essa categoria compreende a eletricidade de fontes renováveis que são capazes de causar impactos relativamente baixos sobre o meio ambiente e produzir benefícios potenciais que incluam, entre outros, baixa emissão líquida de gás de efeito estufa, recursos não-renováveis limitados ou sem esgotamento, emissões reduzidas de outros poluentes, além dos impactos reduzidos sobre os ecossistemas e espécies aquáticas, ribeirinhas e terrestres. Tecnologias de geração especialmente reconhecidos nesse documento de critérios incluem: (a) eletricidade de uso alternativo; (b) eletricidade gerada com biogás; (c) eletricidade gerada com biomassa; (d) eletricidade fotovoltaica; (e) eletricidade gerada com água; e (f) eletricidade gerada pela água. Requisitos Gerais 3. Para satisfazer os requisitos desse documento de Critérios, a eletricidade – renovável de baixo impacto precisa: (a) satisfazer ou exceder todos os padrões governamentais, de segurança e desempenho industrial aplicáveis; e (b) ser gerada de tal forma que todos os passos do processo, incluindo a disposição dos resíduos sólidos que surjam daí satisfaçam atos governamentais, portarias e regulamentações incluindo as usinas localizadas no Canadá, Lei da Pesca e Lei de Proteção Ambiental do Canadá de 1999, (CEPA, 1999). Requisitos Específicos do Produto 4. Para satisfazer os requisitos desse documento de Critérios, a eletricidade – renovável de baixo impacto precisa: (a) estar acompanhada por evidência de que consulta apropriada com comunidades e interessadas tenham sido realizadas, as questões relativas foram razoavelmente cuidadas e, quando aplicável, a mitigação razoável dos impactos negativos que foram tratadas; (b) estar acompanhada por evidência que antes ou conflito de terra, perda de biodiversidade e de panorama, valores recreativos e culturas foram tratados durante o planejamento e desenvolvimento do projeto; (c) estar acompanhada por evidência de que o projeto não resultará na degradação ou perda irreparável/não-mitigável dos valores antepassados, culturais, recreativos e/ou turísticos; (d) ser gerada de maneira que seja confiável e prática (e.g. não nas fases de pesquisa e desenvolvimento, mas realmente gerando eletricidade); (e) ser gerada somente na proporção do combustível de insumo de calor atribuído a fontes renováveis elegíveis para ser designada como certificada ECP; (f) ser gerada de maneira que nenhum impacto adverso seja criado para qualquer espécie designada como em perigo ou ameaçada; e (g) satisfazer os critérios e as definições desse documento de critérios que são aplicáveis à tecnologia de geração empregada.

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5. Para satisfazer os requisitos desse documento de critérios, a eletricidade de uso alternativo deve ser gerada de tal maneira que todas os critérios e definições de certificação aplicáveis contidas nesse documento sejam satisfeitas. Os impactos ambientais da operação existente e o processo de uso alternativo serão revisados e alocados caso a caso. 6. Para satisfazer os requisitos desse documento de critérios, a eletricidade gerada com biogás precisa ser gerada de tal maneira que o total de pontos de carga avaliados para as emissões operacionais de monóxido de carbono (CO), matéria particulada de monóxido de carbono (PM), óxidos de nitrogênio(NOX medido como NO2) e óxidos de enxofre (SOX medido como SO2), como determinado no Apêndice 2, lançadas na atmosfera não exceda 6. Nos casos em que o biogás é usado como substituto parcial na usina geradora que está designada para utilizar primordialmente combustível não-renovável, os cálculo dos pontos de carga serão baseados somente naqueles valores das emissões operacionais lançadas na atmosfera que possam ser alocados para a combustão do biogás. 7. Para satisfazer os requisitos desse documento de critérios, a eletricidade gerada com biomassa precisa ser gerada de tal maneira que: (a) o total de pontos de carga avaliados para as emissões operacionais de monóxido de carbono (CO), matéria particulada de monóxido de carbono (PM), óxidos de nitrogênio(NOX medido como NO2) e óxidos de enxofre (SOX medido como SO2), como determinado no Apêndice 2, lançadas na atmosfera não exceda 6; Nos casos em que o biogás é usado como substituto parcial na usina geradora que está designada para utilizar primordialmente combustível não-renovável, os cálculo dos pontos de carga serão baseados somente naqueles valores das emissões operacionais lançadas na atmosfera que possam ser alocados para a combustão de biomassa limpa. (b) se gerados a partir de resíduos madeireiros e/ou agrícolas, e nos casos em que o gerador e a fonte de resíduos sejam do mesmo proprietário; i) uso somente de resíduos madeireiros e/ou agrícolas que foram retirados de operações que implementaram um sistema seguro de manejo ambiental e aderiram a práticas seguras de manejo ambiental, ii) assegurar que a taxa de colheita não exceda os níveis que possam ser sustentáveis, e iii) não usar os resíduos das espécies que estejam listadas nos Apêndices CITES; (c) caso seja gerada de fontes combustíveis de biomassa limpa contendo madeira impregnada de sal, lama ou líquidos residuais de polpas das fábricas que usam o branqueamento elementar por cloro, a usina não deverá emitir as dioxinas e/ou furanas policloradas em excesso ao que se segue, o que for mais baixo: i) 100 pg I-TEQ/m3; ou ii) os limites para os novos aquecedores de polpa e papel consumindo madeira impregnada de sal na forma especificada pelos Padrões Ampliados para Dioxinas e Furanas do Canadá (Conselho Canadense de Ministros do Meio Ambiente); e (d) se gerada a partir de lavouras dedicadas para energia:

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i) uso somente de lavouras dedicas para energia que tenham sido fonte das operações que implmentaram um sistema seguro de manajo ambiental e aderiram à práticas seguras de manajo ambiental, e ii) assegurar que a taxa de colheita não exceda os níveis que possam ser sustentáveis. 8. Para satisfazer os requisitos desse documento de critérios, a eletricidade gerada com energia solar dever ser gerada de tal maneira que arranjos adequados (i.e., reservas financeiras) tenham sido feitas para a disposição apropriada ou reciclagem de todos os resíduos sólidos resultantes da geração da eletricidade, incluindo a disposição de equipamento ou máquinas usadas no próprio processo de geração que contenha níveis mensuráveis de cádmio. 9. Para satisfazer os requisitos desse documento de critérios, a eletricidade gerada com a água dever ser gerada de tal maneira que a usina geradora: (a) opere em adequação com todas as licenças e requisitos regulatórios e/ou outras autorizações pertinentes relacionadas com a pesca (incluindo as instalações localizadas no Canadá, a Lei da Pesca), independentemente de anistia ou variações que possam ser concedidas ou autorizadas; (b) opere em adequação com todas as licenças e requisitos regulatórios e/ou outras autorizações pertinentes relacionadas com o nível e o fluxo da água, independentemente de anistia ou variações que possam ser concedidas ou autorizadas; (c) não funcione sob qualquer autorização com prazos e condições que permitam alteração, separação ou destruição prejudicial do habitat dos peixes, exceto: i) tal alteração, separação ou destruição prejudicial não esteja afetando o fator limitante da capacidade produtiva, ii) perda do habitat afetado seja compensada com a criação de habitat semelhante, tenha capacidade de suportar o mesmo estoque no local de desenvolvimento ou próximo a ele dentro da mesma unidade ecológica de tal forma que o habitat criado substitua a capacidade produtiva, dentro de um fator de segurança aprovado. Para as instalações localizadas no Canadá, essas autorizações condicionantes incluem aquelas emitidas sob a Seção 35(2) da Lei da Pesca (Fisheries Act), do Ministério da Pesca e dos Oceanos ou sob as regulamentações feitas pelo Governador no Conselho sob a Lei da Pesca. (d) dentro dos limites práticos e sujeitos à orientação e aprovação regulatória, assegurar que o funcionamento da usina está coordenado como outras instalações de controle da água que influencie os níveis e/ou fluxos da água e que estejam funcionando no mesmo curso d’água par mitigar os impactos e proteger as espécies endógenas e o habitat do qual dependem; (e) no máximo, provoque uma saída de água da lagoa mestre na mesma quantidade recebida num período de 48 horas; Nos casos onde esse critério especial não possa ser satisfeito, o ECP considerará ainda assim a certificação se o solicitante apresentar evidência indicando que esses componentes hidrológicos e ecológicos importantes para a sustentação das nascentes na vizinhança sejam mantidos. No mínimo, essa evidência precisa incluir as avaliações de impacto ambiental e a documentação relativa a um processo formal de consulta pública.

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Nos casos em que as condições acima possam ser satisfeitas, o solicitante pode obter em solicitar um Processo de Revisão da Eletricidade com múltiplos interessados e o público para demonstrar impactos ambientais adversos iguais ou menores. (f) funcione de tal maneira que os fluxos de água reduzido num canal de desvio que é vertedouro e chegue à vazante das barragens de desvio e/ou diques não sejam prejudiciais para as espécies aquáticas endógenas e ribeirinhas; (g) funcione de tal maneira que os fluxos de água de entrada flua abaixo do canal de esgotamento sejam adequados para suportar as espécies aquáticas endógenas e ribeirinhas dentro das variações pré-projeto; (h) funcione de tal maneira que a qualidade da água numa lagoa mestre:, num canal de desvio chegue à vazante de qualquer barragem ou dique de desvio permaneça comparável à qualidade da água pré-projeto em corpos inalterados de água ou cursos d’água dentro das nascentes locais; (i) funcione de tal maneira que qualquer alteração na temperatura da água causada pela instalação na lagoa mestre ou em distâncias à vazante do canal de esgotamento ou na vazante de qualquer barragem ou dique de desvio não sejam prejudiciais para as espécies aquáticas endógenas; (j) onde a estruturas feitas pelo homem é colocada entre o curso d’água onde não existam barreiras naturais dê passagem para os peixes quando for necessário manter o padrão de migração pré-existente para os cardumes de peixes tanto a jusante com a vazante; e (k) fornece quaisquer medidas (incluindo inter alia bandejas de lixo, estruturas de tomada super dimensionadas desenhadas para diminuir a velocidade da tomada, sons subaquáticos, redes de pesca) necessárias para minimizar a mortalidade dos peixes que ocorreria através de ocupação e do arrastão. 10. Para satisfazer os requisitos desse documento de critérios, a eletricidade gerada com energia eólica deve ser gerada de tal maneira que: (a) a unidade geradora e as suas estruturas não são prejudiciais para as aves endógenas ou migratórias; (b) a unidade geradora e as suas estruturas não estão localizadas numa área que seja protegida para as espécies de aves designadas como em perigo ou ameaçadas; (c) as atividades de construção ou o funcionamento ordinário das turbinas não causam erosão excessiva no solo tais como assoreamento de drenos, correntes d’água, lagoas ou lagos que seriam prejudiciais para as espécies aquáticas ou ribeirinhas e/ou aumente a erosão das encostas abruptas, planaltos ou acesso à rodovias; e (d) solo escavado é substituído e a vegetação arrancada replantada após a construção ou terraplanagem onde isso possa ser feito sem interferir com o funcionamento ou a manutenção da unidade eólica. 11. Para satisfazer os requisitos desse documento de critérios, os operadores de eletricidade devem ser capazes de demonstrar satisfatoriamente ao Programa de Escolha Ambiental (Environmental Choice Program) que uma parte do seu produto de energia de múltiplas fontes está em conformidade com esse documento de critério e incorpora, no mínimo, 50% de Eletricidade do Tipo II e/ou Eletricidade do Tipo III e no máximo 50% de Eletricidade do Tipo I. Verificação

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12. A eletricidade certificada ECP deve ser gerada por instalações que sejam também certificadas e, assim, satisfaçam os requisitos gerais e específicos de tecnologia desse documento de critérios. Quando essa eletricidade certificada for vendida, o vendedor deve disponibilizar, quando solicitado, as fontes de geração e/ou o Tipo ou mistura de Tipos de eletricidade a venda. 13. Para um produto de eletricidade que satisfaça os requisitos desse documento de critérios, os direitos a todos os benefícios ambientais que possam estar associados com o equilíbrio da mesma quantidade de energia nula da malha têm que ser: (a) transferidos para o cliente como parte do produto de eletricidade em qualquer transação; ou (b) retirados pelo operador ou vendedor da eletricidade certificada de tal modo que os benefícios ambientais não possam mais ser transferidos, vendidos ou doados. O produto de eletricidade adequado a esse documento de critérios deve originar de instalações geradoras funcionando em adequação a esse documento de critérios e não pode englobar a eletricidade de instalações geradoras planejadas. Através de um processo de verificação e auditoria, as medidas de reconciliação serão implementadas para assegurar que os níveis das vendas do produto de eletricidade adequados não excedam os níveis de produção/fornecimento. 14. Para verificar uma reivindicação que um produto satisfaz os critérios listados nesse documento, o Programa de Escolha Ambiental exigirá acesso, como é sua prática normal, aos registros de controle da qualidade e de produção relevantes e o direito de acesso às instalações de produção sem necessidade de se fazer anunciar. É responsabilidade do solicitante fornecer informação suficiente para permitir a verificação da reivindicação de que a instalação este em conformidade com os documentos de critérios. Toda a documentação produzida no contexto da avaliação ambiental da instalação, em especial, para a qual a certificação tenha sido solicitada é deverá estar disponível ao ECP. 15. A adequação às seções 3(b), 9(a) e 9(b) deverão ser atestadas por uma declaração assinada pelo Chefe Executivo ou autoridade equivalente do emissor. A adequação com as seções 9(a) e 9(b) deverão ser confirmadas também por evidência adicional, incluindo inter alia a correspondência do representante autorizado de cada órgão governamental aplicável que tenha emitido uma licença e/ou autorização de funcionamento para a instalação. O Programa de Escolha Ambiental deverá ser informado imediatamente, por escrito, pelo licenciado de qualquer não adequação que possa ocorrer durante o prazo da licença. Na ocorrência de qualquer não adequação, a licença poderá ser suspensa ou retirada como for estipulado no acordo de licenciamento. No caso de litígio relacionado com a suspensão ou retirada da licença, o acordo de licenciamento prevê a arbitragem. Condições para o Uso do EcoLogo

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16. Onde a adequação com esse documento de critérios for estabelecida sob o Programa de Escolha Ambiental, o EcoLogo poderá aparecer em associação com um produto, sujeito às condições seguintes: (a) Somente aqueles componentes de um produto de múltiplas fontes que tenha satisfeito totalmente todos os critérios de certificação e licenciamento ECP pertinentes terão a permissão para portar o EcoLogo; e (b) Uma declaração dos critérios deve aparecer junto com o EcoLogo sempre que o EcoLogo for usado em associação com eletricidade durante as vendas e transações relacionadas. A declaração de critério deve aparecer também junto com o Ecólogo em outras atividades e materiais promocionais. Embora a redação exata usada na declaração de critério seja deixada à discrição do licenciado, a própria declaração deveria fornecer esclarecimento em relação ao porquê do licenciamento do produto. A declaração precisa não desfigurar o produto nem a razão pela qual recebera a certificação, e precisa conter as seguintes informações, pelo menos: i) para geradores, a identificação da quantidade de eletricidade certificada ECP gerada e/ou comercializada em unidades quantitativas (e.g. kWh ou MWh); ii) para os operadores, a identificação da quantidade de eletricidade certificada ECP recebida dos geradores e/ou fornecida aos consumidores como percentual dos produtos de energia elétrica de múltiplas fontes maiores ou em unidades quantitativas (e.g. kWh ou MWh); e iii) pra os consumidores, a identificação da quantidade de eletricidade certificada ECP comprada/usada como percentual dos produtos de energia elétrica de múltiplas fontes maiores ou em unidades quantitativas (e.g. kWh ou MWh). 17. Todas as licenças devem se adequar ao “Guia para Uso Apropriado do EcoLogo (Guide to Proper Use of the EcoLogoM ) do Programa de Escolha Ambiental relativo ao formato e uso do EcoLogo. 18. Qualquer publicidade acompanhante deve estar em conformidade com os requisitos relevantes estipulados nesse documento de Critérios, no acordo de licenciamento e no Guia para Uso Apropriado do EcoLogo (Guide to Proper Use of the EcoLogoM ) do Programa de Escolha Ambiental. Para cópias desse documento de critérios ou para maiores informações sobre o Programa de Escolha Ambiental, favor entrar em contato com: TerraChoice Environmental Services Inc., 1280 Old Innes Road, Suite 400, Ottawa, Ontario, K1B 5M7 Telephone: (613) 247-1900, Facsimile: (613) 247-2228, Email: [email protected]