man proc reg comercial

193
Direcção Geral dos Registos e do Notariado (DL 76-A/2006, de 29 de Março)

Upload: dalila-alves

Post on 02-Jul-2015

186 views

Category:

Documents


5 download

TRANSCRIPT

Direco Geral dos Registos e do Notariado

(DL 76-A/2006, de 29 de Maro)

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

2

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

Abreviaturas

CRCom Cdigo do Registo Comercial RERN Regulamento emolumentar dos Registos e do Notariado CSCom Cdigo das Sociedades Comerciais CPA Cdigo do Procedimento Administrativo CPCiv - Cdigo do Processo Civil CIS Cdigo do Imposto de Selo CIMT Cdigo do Imposto Municipal Sobre as Transmisses Onerosas de Imveis Cd.Coop. - Cdigo Cooperativo RJPADLEC - Regime Jurdico dos Procedimentos Administrativos de Dissoluo e de Liquidao de Entidades Comerciais CIRE - Cdigo da Insolvncia e Recuperao de Empresas

3

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

4

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

ndiceDIRECO GERAL DOS REGISTOS E DO NOTARIADO ............................................. 1 1. 2. 2.1. 2.1.1. INTRODUO............................................................................................................................ 11 PROCESSO DE REGISTO ........................................................................................................ 13 COMPETNCIA PARA O REGISTO .............................................................................................. 13 COMPETNCIA FUNCIONAL ...................................................................................................... 13

Competncia prpria dos oficiais de registo Elenco dos actos:.......................................................... 13 Competncia delegada........................................................................................................................... 15 2.1.2. 2.2. 2.2.1. COMPETNCIA TERRITORIAL .................................................................................................... 16 FORMAS DE REGISTO ................................................................................................................. 21 REGISTO POR TRANSCRIO - ESPECIALIDADES ...................................................................... 25

Principais distines entre o registo por transcrio e o registo por depsito ....................................... 22 Factos sujeitos a registo por transcrio (enumerao) ......................................................................... 25 Instncia e Apresentao ....................................................................................................................... 30 a. b. c. d. a. b. a. b. a. b. c. d. e. f. Formas de apresentao do registo................................................................................................. 30 Rejeio da apresentao ............................................................................................................... 31 Anotao de documentos ............................................................................................................... 32 Omisso de anotao de apresentao ........................................................................................... 33 Legitimidade .................................................................................................................................. 34 Representao ................................................................................................................................ 35 Prazo para a feitura do registo........................................................................................................ 36 Princpio da legalidade................................................................................................................... 37 Recusa do registo por transcrio................................................................................................... 38 Provisoriedade por dvidas............................................................................................................ 40 Obrigaes fiscais .......................................................................................................................... 41 Suprimento das deficincias no registo por transcrio ................................................................. 43 Desistncia ..................................................................................................................................... 47 Provisoriedade por natureza ........................................................................................................... 485

Legitimidade e Representao no registo por transcrio ..................................................................... 34

Feitura do registo por transcrio .......................................................................................................... 36

Qualificao do pedido de registo por transcrio ................................................................................ 38

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

g.

Notificaes respeitantes qualificao ........................................................................................ 52 REGISTO POR DEPSITO - ESPECIALIDADES ............................................................................. 55

2.2.2.

Factos sujeitos a registo depsito .......................................................................................................... 56 Instncia e Pedido.................................................................................................................................. 59 Rejeio do pedido ................................................................................................................................ 59 Cumprimento de obrigaes fiscais ...................................................................................................... 61 Legitimidade e representao ................................................................................................................ 62 a. b. Legitimidade .................................................................................................................................. 62 Representao ................................................................................................................................ 62 REGISTO DE FACTOS RELATIVOS A QUOTAS E PARTES SOCIAIS, DIREITOS SOBRE AS MESMAS E

2.2.3.

RESPECTIVOS TITULARES ....................................................................................................................... 63

Novo regime do registo das quotas ....................................................................................................... 63 Factos relativos a quotas e respectivos titulares .................................................................................... 64 Promoo do registo de factos relativos a quotas e respectivos titulares .............................................. 66 Deveres da sociedade na promoo dos registos relativos a quotas e respectivos titulares .................. 68 a. b. c. d. e. f. Observar a prioridade na promoo dos registos ........................................................................... 69 Verificar a sucesso de registos ..................................................................................................... 70 Aferir da legalidade dos factos....................................................................................................... 70 Obrigao de verificao do cumprimento de obrigaes fiscais .................................................. 71 Dever de proceder ao arquivamento dos documentos.................................................................... 71 Dever de facultar o acesso e fornecer cpias dos documentos arquivados..................................... 72

Responsabilidade civil da sociedade ..................................................................................................... 73 Eficcia dos factos relativos a quotas.................................................................................................... 73 Registo por depsito dos factos relativos a quotas, direitos sobre as mesmas e respectivos titulares na conservatria ......................................................................................................................................... 74 Pedido de registo ................................................................................................................................... 74 Legitimidade para o pedido de registo de factos relativos a participaes sociais e respectivos titulares ............................................................................................................................................................... 75 a. b. c. Regra geral ..................................................................................................................................... 75 Registo de aces e outras providncias cautelares ....................................................................... 75 Promoo do registo nos termos do art. 29. A .............................................................................. 76

Representao em sede de pedido de registo de factos relativos a participaes sociais e respectivos titulares .................................................................................................................................................. 85 Incidncia dos princpios registais no registo por depsito de actos relativos a quotas e partes sociais866

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

2.3. 2.3.1. 2.3.2.

OBRIGATORIEDADE DO REGISTO ............................................................................................. 89 FACTOS SUJEITOS A REGISTO OBRIGATRIO E PRAZO PARA A SUA REALIZAO .................... 90 CONSEQUNCIAS DO INCUMPRIMENTO DA OBRIGAO DE REGISTAR .................................... 96

Regime transitrio dos prazos para registo obrigatrio......................................................................... 95 Competncia para a instruo e deciso do processo ............................................................................ 99 Destino da receita das coimas ............................................................................................................. 100 2.3.3. 2.4. 2.4.1. 2.4.2. FISCALIZAO DO CUMPRIMENTO DA OBRIGAO DE REGISTAR ......................................... 101 PUBLICAES........................................................................................................................... 103 FACTOS SUJEITOS A PUBLICAO OBRIGATRIA ................................................................... 104 MODO DE REALIZAO DAS PUBLICAES ............................................................................ 109

Actos de registo sujeitos a publicao obrigatria: ............................................................................. 104 Orientaes vinculativas em matria de realizao das publicaes de actos de registo .................... 111 Orientaes vinculativas em matria de realizao das publicaes de actos societrios no sujeitos a registo .................................................................................................................................................. 114 Anotao da publicao ao registo ...................................................................................................... 114 2.4.3. 2.4.4. 2.5. 2.6. 2.6.1. a. b. PUBLICAES NO JORNAL OFICIAL DA COMUNIDADE EUROPEIA ......................................... 115 TAXA DE PUBLICAO ........................................................................................................... 115 COMUNICAES AO RNPC..................................................................................................... 117 PUBLICIDADE E MEIOS DE PROVA ........................................................................................... 119 CERTIDES ............................................................................................................................. 120

Competncia........................................................................................................................................ 120 Competncia territorial................................................................................................................. 120 Competncia funcional ................................................................................................................ 121

Legitimidade para o pedido................................................................................................................. 122 Pedido.................................................................................................................................................. 122 Contedo ............................................................................................................................................. 124 Prazo de execuo ............................................................................................................................... 125 Prazo de validade ................................................................................................................................ 125 Revalidao ......................................................................................................................................... 125 Recusa de emisso de certides........................................................................................................... 125 2.6.2. 2.6.3. 2.6.4. 2.7. CERTIDO PERMANENTE ........................................................................................................ 128 INFORMAES E CPIAS NO CERTIFICADAS......................................................................... 128 EMOLUMENTOS ...................................................................................................................... 129 PROCESSO SIMPLIFICADO DE JUSTIFICAO......................................................................... 1317

Casos de gratuitidade das certides..................................................................................................... 130

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

2.7.1. 2.7.2. 2.8. 2.8.1.

MBITO OBJECTIVO DO PROCEDIMENTO ................................................................................ 131 TRAMITAO ......................................................................................................................... 132 PROCESSO DE IMPUGNAO DAS DECISES EM MATRIA DE QUALIFICAO DOS REGISTOS 133 RECURSO HIERRQUICO ......................................................................................................... 133

Direito subsidirio ............................................................................................................................... 133 Admissibilidade do recurso - decises recorrveis .............................................................................. 134 Legitimidade........................................................................................................................................ 135 Representao...................................................................................................................................... 135 Forma de interposio ......................................................................................................................... 136 Prazos .................................................................................................................................................. 136 Emolumentos....................................................................................................................................... 136 Tramitao subsequente ...................................................................................................................... 137 Efeitos da interposio de recurso hierrquico.................................................................................... 138 Deciso do recurso hierrquico ........................................................................................................... 138 Registos dependentes .......................................................................................................................... 139 2.8.2. IMPUGNAO JUDICIAL .......................................................................................................... 140 Representao...................................................................................................................................... 140 Prazo.................................................................................................................................................... 140 Competncia........................................................................................................................................ 141 Emolumentos....................................................................................................................................... 141 Impugnao judicial subsequente a recurso hierrquico ..................................................................... 142 Recurso da sentena ............................................................................................................................ 142 Comunicaes oficiosas ...................................................................................................................... 143 Efeitos da impugnao ........................................................................................................................ 143 2.8.3. 2.8.4. 2.9. 3. QUADRO COMPARATIVO ........................................................................................................ 144 ESQUEMA DA IMPUGNAO DAS DECISES EM MATRIA DE QUALIFICAO DOS REGISTOS 146 REGIME EMOLUMENTAR ......................................................................................................... 147 PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS DE DISSOLUO E LIQUIDAO DE

ENTIDADES COMERCIAIS .......................................................................................................... 157 3.1. 3.1.1.8

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DE DISSOLUO ............................................................ 157 MBITO DE APLICAO ......................................................................................................... 157

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

mbito subjectivo ............................................................................................................................... 157 mbito objectivo................................................................................................................................. 158 3.1.2. INSTNCIA E OFICIOSIDADE ................................................................................................... 159 Incio voluntrio do procedimento ...................................................................................................... 159 Incio oficioso do procedimento.......................................................................................................... 160 3.1.3. 3.1.4. TRAMITAO POSTERIOR ....................................................................................................... 161 NOTIFICAO E PARTICIPAO DA ENTIDADE E DOS INTERESSADOS .................................... 162

mbito subjectivo da notificao........................................................................................................ 162 Forma da notificao ........................................................................................................................... 163 Contedo da notificao...................................................................................................................... 164 3.1.5. 3.1.6. 3.2. 3.2.1. DECISO DO PROCEDIMENTO E DILIGNCIAS POSTERIORES: REGISTO E COMUNICAES EMOLUMENTOS E OUTROS ENCARGOS ................................................................................... 168 PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DE LIQUIDAO ............................................................ 169 MBITO DE APLICAO ......................................................................................................... 169 Liquidao regulada pelos regimes substantivos aplicveis s entidades comerciais e por Liquidao judicial:....................................................................................................................... 170 INSTNCIA E OFICIOSIDADE ................................................................................................... 170OBRIGATRIAS..................................................................................................................................... 166

disposies voluntrias:....................................................................................................................... 169 3.2.2.

Incio voluntrio do procedimento ...................................................................................................... 170 Incio oficioso do procedimento.......................................................................................................... 172 3.2.3. 3.2.4. TRAMITAO POSTERIOR ....................................................................................................... 174 NOMEAO E DESTITUIO DE LIQUIDATRIOS.................................................................... 175

Nomeao dos liquidatrios ................................................................................................................ 175 Destituio dos liquidatrios ............................................................................................................... 177 3.2.5. 3.2.6. 3.2.7. 3.2.8. 3.3. 3.3.1. 3.3.2. 3.3.3. OPERAES DE LIQUIDAO ................................................................................................. 177 REGIME ESPECIAL DE LIQUIDAO OFICIOSA ........................................................................ 180 DECISO DO PROCEDIMENTO E DILIGNCIAS POSTERIORES: REGISTO E COMUNICAES . EMOLUMENTOS E OUTROS ENCARGOS ................................................................................. 182 PROCEDIMENTO ESPECIAL DE EXTINO IMEDIATA ............................................................ 185 PRESSUPOSTOS DE APLICAO.............................................................................................. 185 INSTNCIA .............................................................................................................................. 186 DECISO DO PROCEDIMENTO E DILIGNCIAS POSTERIORES: REGISTO E COMUNICAES

OBRIGATRIAS..................................................................................................................................... 181

OBRIGATRIAS..................................................................................................................................... 187 9

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

3.3.4. 3.3.5.

EMOLUMENTOS E OUTROS ENCARGOS ................................................................................... 188 DISPOSIES TRANSITRIAS .................................................................................................. 189

Regra geral .......................................................................................................................................... 189 Aplicao do novo regime aos procedimentos tramitados ao abrigo do Decreto-Lei n. 235/2001, de 30 de Agosto............................................................................................................................................. 189 Aplicao do novo regime aos processos judiciais pendentes ao abrigo do Decreto-Lei n. 235/2001, de 30 de Agosto................................................................................................................................... 190 4. ANEXO 1: MINUTAS ANOTADAS DE TTULOS PARA REGISTO DE FACTOS

SUJEITOS A REGISTO COMERCIAL. ....................................................................................... 193

10

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

Introduo

As medidas de simplificao administrativa adoptadas pelo DL 76-A/2006, de 29-03, preconizam significativas alteraes ao direito societrio, ao mesmo tempo que determinam profundas modificaes ao sistema de registo comercial vigente. Por um lado, em matria de direito substantivo, foi eliminada a necessidade de titulao dos actos relativos a entidades sujeitas a registo por escritura pblica, com excepo das situaes em que se opere a transmisso da titularidade sobre imveis bens imveis, ao mesmo tempo que se agilizaram procedimentos, modificando o regime de determinados actos, como sejam a fuso e a ciso das sociedades. Por outro lado, em matria de registo comercial, para alm da eliminao da sujeio a este de alguns actos (como, por exemplo, a autorizao para que se mantenha na firma social o nome do scio que se retire ou falea, ou a deliberao de aprovao do projecto de fuso e ciso), operou-se uma modificao profunda do sistema registral, criando uma nova forma de registo - o registo por depsito - com um regime totalmente distinto, no s ao nvel da sua execuo como da prpria incidncia dos princpios registais, do registo como at agora o conhecamos e que passou a denominar-se registo por transcrio. Em face da magnitude da reforma que o referido DL 76-A/2006 introduz, entendeu-se haver necessidade de promover uma formao to abrangente quanto possvel, entre quem assegura o funcionamento do registo comercial, e de elaborar um manual de procedimentos, que servisse de elemento de apoio quela formao e estabelecesse as bases para a criao de um instrumento de trabalho, contendo elementos mnimos de informao, facilitadores da tarefa de aplicar, no dia a dia, as alteraes legislativas operadas. Este manual de procedimentos , assim, mais do que uma obra acabada, um ponto de partida, muito incipiente, no s por no ter, ainda, apoio na prtica da aplicao da reforma, que apenas entrar em vigor em 30 de Junho de 2006, mas tambm pelo pouco tempo disponvel para a sua realizao.

11

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

Nesta medida, o presente manual tem o despretensioso objectivo de fazer uma primeira abordagem temtica do registo comercial, sob o ponto de vista prtico, permanecendo, todavia, aberto s contribuies que emanem da prtica e do debate de ideias a que as recentes alteraes legislativas necessariamente daro lugar.

12

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

1. Processo de Registo

1.1.

Competncia para o registo

1.1.1. Competncia funcional

O Decreto-Lei n. 76.-A/2006, de 29 de Maro, introduziu um elenco de novas competncias aos oficiais do registo comercial, sem prejuzo das atribuies que cabem ao conservador (ou ao seu substituto legal), que, nos termos do n. 1 artigo 55.-A do CRCom, , em regra, o funcionrio competente para o registo. Assim, nos artigos 55.-A, 71. n. 5 e 76. n. 3, do CRCom, e no artigo 38. do Decreto-Lei n. 76.-A/2006, so identificados todos os actos de registo, e no s, que podem ser efectuados pelos oficiais, por competncia prpria. Alm destes, cabe ainda aos oficiais a prtica dos actos que lhes forem delegados pelo conservador.

Competncia prpria dos oficiais de registo Elenco dos actos:

1. Artigo 55.-A, n. 2 alnea a) - Respeitantes a sociedades comerciais (artigo 3. CRCom) Designao e cessao de funes dos rgos de administrao e de

fiscalizao, e do secretrio; Mudana de sede da sociedade e transferncia da mesma para o

estrangeiro; Designao e cessao de funes, anterior ao encerramento da liquidao,

dos liquidatrios das sociedades, bem como dos actos de modificao dos poderes legais ou contratuais dos liquidatrios;

13

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

2. Artigo 55.-A, n. 2 alnea b) Respeitante a cooperativas (artigo 4. CRCom) Nomeao e cessao de funes de directores, representantes e

liquidatrios; 3. Artigo 55.-A, n. 2 alnea c) Respeitante a empresas pblicas (artigo 5. CRCom) Designao e cessao de funes dos membros dos rgos de

administrao e de fiscalizao, e dos liquidatrios; 4. Artigo 55.-A, n. 2 alnea d) Respeitante a agrupamentos

complementares de empresas (artigo 6. CRCom) A nomeao e exonerao de administradores e gerentes;

5. Artigo 55.-A, n. 2 alnea e) - Respeitantes a agrupamentos europeus de interesse econmico (artigo 7. CRCom) Designao e cessao de funes dos gerentes, e dos liquidatrios;

6. Artigo 55.-A, n. 2 alnea f) - Respeitantes ao estabelecimento individual de responsabilidade limitada (artigo 8. CRCom) Constituio por acto entre vivos de usufruto e de penhor sobre o

estabelecimento; Designao e cessao de funes do liquidatrio, quando no seja o

respectivo titular; 7. Artigo 55.-A, n. 2 alnea g) - As alteraes ao contrato ou aos estatutos. 8. Artigo 55.-A, n. 2 alnea h) - Os registos por depsito (artigo 53. -A, n. 4 CRCom) (elencados na seco sobre o registo por depsito). 9. Artigo 55.-A, n. 3 CRCom Extractao de actos de registo; 10. Artigo 71., n. 5 CRCom Anotao das publicaes na ficha de registo;

14

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

11. Artigo 76. n. 3 CRCom Emisso e confirmao do contedo de certides e de fotocpias no certificadas de registos, de documentos e de despachos, bem como de certides negativas; 12. Artigo 38. do Decreto-Lei n. 76.-A/2006 Reconhecimentos de todas as espcies, termos de autenticao, tradues e certificados de traduo.

Competncia delegada

Artigo 55.-A, n. 2 alnea i) CRCom Os actos de registo para os quais o conservador lhes tenha delegado competncia.

Esta delegao no abrange, por exemplo, a sustentao ou reparao de deciso de qualificao, em sede de recurso hierrquico, e a deciso de promover o registo de actos relativos a participaes sociais e respectivos titulares, no caso de ter havido oposio da sociedade, estabelecida no artigo 29.-A do CRCom, que so actos de competncia exclusiva do conservador ou do seu substituto legal.

A consequncia da falta de competncia funcional a nulidade do registo efectuado, nos termos do n. 1 do artigo 22. CRCom.

Apesar do crescente nmero de competncias prprias atribudas aos oficiais de registo, mantm-se, como no podia deixar de ser, inalterados o Decreto-Lei n. 519.-F2/79, de 29 de Dezembro, e o Regulamento dos Servios dos Registos e do Notariado, aprovado pelo Decreto n. 55/80, de 8 de Outubro, no que respeita atribuio ao conservador da direco da conservatria, e subordinao hierrquica dos ajudantes e escriturrios de cada conservatria ao respectivo conservador.

15

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

Nesta medida, porque aos ajudantes e escriturrios cumpre executar em geral, e no limite da sua competncia que actualmente vasta , os servios que lhe forem distribudos pelo conservador, a este compete definir quem, na conservatria, efectua que tarefas.

1.1.2. Competncia territorial

O decreto-lei n. 76-A/2006, de 29 de Maro, veio eliminar a competncia territorial no registo comercial, a partir de 1 de Janeiro de 2007. Esta eliminao encontra sustentao na informatizao de todo o registo comercial, caso em que ser possvel requerer junto de qualquer conservatria, independentemente da rea territorial, o registo de qualquer facto, sobre qualquer entidade sujeita a registo comercial. No entanto, atendendo a que nem todas as conservatrias do registo comercial esto j informatizadas, e mesmo as que esto, no tm todas as sociedades e restantes entidades matriculadas extractadas para suporte informtico, foi estipulado um regime transitrio, a vigorar at 31 de Dezembro de 2006, que prev regras de competncia territorial. Assim, at 31 de Dezembro de 2006, vigoram as seguintes regras, estabelecidas nos artigos 43. a 52. do Decreto-Lei n. 76-A/2006, de 29 de Maro: O registo juridicamente inexistente se feito em conservatria

territorialmente incompetente n. 1 do artigo 44. Decreto-Lei n. 76A/2006, de 29 de Maro; As disposies transitrias respeitantes determinao da competncia territorial so os artigos 45., 46., 47., e 48 do Decreto-lei n. 76-A/2006, de 29 de Maro, cuja redaco corresponde dos ora revogados (pela alnea c)16

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

do artigo 61. do mesmo diploma) artigos 24. (competncia relativa aos comerciantes individuais e aos estabelecimentos individuais de responsabilidade limitada), 25. (competncia relativa a pessoas colectivas), 25.-A (competncia para o registo da fuso) e 26. (competncia relativa s representaes), do Cdigo do Registo Comercial; A conservatria competente para o registo da alterao do contrato quando haja mudana de sede, ou para o registo da mudana do estabelecimento do comerciante, para localidade pertencente rea de outra conservatria, a conservatria de origem (ou seja, a conservatria em que a entidade comercial est registada) artigo 49. Decreto-Lei n. 76-A/2006, de 29 de Maro; O registo por transcrio deve ser recusado quando a conservatria for territorialmente incompetente, e a recusa com esse fundamento no d lugar abertura de matrcula - n.s 1 e 2 do artigo 50. Decreto-Lei n. 76-A/2006, de 29 de Maro; So registados por averbamento s inscries a que respeitam, a mudana de estabelecimento principal do comerciante individual, e a deslocao da sede da pessoa colectiva ou do estabelecimento individual de responsabilidade limitada, dentro da rea de competncia territorial da conservatria - n.s 1 e 2 do artigo 51. Decreto-Lei n. 76-A/2006, de 29 de Maro;

A eliminao da competncia territorial tambm vai interferir na competncia das conservatrias para a emisso de certides, de actos de registo, e de documentos e despachos, bem como de certides negativas. Assim, tambm no que lhes respeita, foi estipulado um regime transitrio, nos n.s 1 e 2 do artigo 52., do Decreto-lei n. 76-A/2006, de 29 de Maro, a vigorar at 31 de Dezembro de 2006, que, a propsito da matria especfica das certides, adiante se descrever.

17

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

A partir de 1 de Janeiro de 2007, entrar em vigor a nova redaco do artigo 28. do Decreto-Lei n. 87/2001, de 17 de Maro - Lei Orgnica da Direco-Geral dos Registos e do Notariado , anteriormente alterado pelo Decreto-Lei n. 178.A/2005, de 28 de Outubro, dada pelo artigo 33. do Decreto-lei n. 76-A/2006, de 29 de Maro:

Artigo 28. Conservatrias do registo comercial 1 - s conservatrias do registo comercial compete a publicitao da situao jurdica dos comerciantes individuais, sociedades comerciais, sociedades civis sob forma comercial, estabelecimentos individuais de responsabilidade limitada, cooperativas, empresas pblicas, agrupamentos complementares de empresas, agrupamentos europeus de interesse econmico, bem como de outras pessoas singulares e colectivas sujeitas por lei a registo comercial, tendo em vista a segurana do comrcio jurdico. 2 Os actos relativos aos sujeitos mencionados no nmero anterior podem ser efectuados e os respectivos meios de prova obtidos em qualquer conservatria do registo comercial, independentemente da sua localizao geogrfica. 3 A competncia para a prtica dos actos referidos no numero anterior pode ser atribuda a qualquer conservatria de registos, atravs de despacho do director-geral dos Registos e do Notariado. 4 - Compete ainda s mesmas conservatrias a publicitao da situao jurdica dos navios, at publicao de nova legislao sobre a matria.

Em resumo:

18

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

- A partir de 1 de Janeiro de 2007, so competentes para a prtica de quaisquer actos sujeitos a registo comercial: Qualquer conservatria do registo comercial, independentemente da sua localizao geogrfica; Qualquer conservatria, designada em despacho do senhor director-geral dos Registos e do Notariado. Em virtude das alteraes s regras de competncia territorial, foi necessrio estabelecer em que conservatria ficariam arquivados todos os documentos referentes aos actos submetidos a registo, uma vez que, a partir de 1 de Janeiro de 2007, qualquer conservatria pode praticar aqueles actos. Assim, o n. 1 do artigo 57. do CRCom, na redaco introduzida pelo Decretolei n. 76-A/2006, de 29 de Maro, e que entra em vigor em 30 de Junho de 2006, estabelece que a pasta de cada entidade sujeita a registo (onde so arquivados todos os documentos respeitantes aos actos submetidos a registo) guardada na conservatria situada no concelho da respectiva sede. Por outro lado, j a partir de 30 de Junho de 2006, qualquer conservatria competente para a emisso e confirmao de certides e de cpias no certificadas de registos, nos termos do n. 1 do artigo 76. CRCom. Quanto emisso de certides negativas de registos e de certides de documentos e de despachos, esta feita pela conservatria competente para o registo, nos termos do n. 2 artigo 76. CRCom, na redaco introduzida pelo Decreto-lei n. 76-A/2006, de 29 de Maro, e que entra em vigor em 30 de Junho de 2006.

Tambm a partir de 30 de Junho de 2006, com a entrada em vigor de alteraes introduzidas ao CRCom, pelo Decreto-lei n. 76-A/2006, de 29 de Maro: Quando seja requerido o registo de alterao de sede para localidade pertencente a outro concelho, a conservatria remete oficiosamente a respectiva

19

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

pasta conservatria situada nesse concelho, e de tal facto notifica a entidade em causa n. 1 do artigo 27. CRCom; A transferncia de sede de sociedade annima europeia para outro Estado membro da Unio Europeia, registada oficiosamente, e a matrcula na conservatria nacional cancelada, aps comunicao do registo definitivo naquele Estado da transferncia de sede n. 2 artigo 27. CRCom;

20

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

1.2.

Formas de registo

O Cdigo do Registo Comercial, aps as alteraes introduzidas pelo Decreto-lei n. 76-A/2006, de 29 de Maro, passou a prever duas formas distintas de registo, com caractersticas, contedos e efeitos muito diferentes, ainda que permanea intocado o artigo 1. do CRCom.

Artigo 1. Fins do registo 1 O registo comercial destina-se a dar publicidade situao jurdica dos comerciantes individuais, das sociedades comerciais, das sociedades civis sob forma comercial e dos estabelecimentos individuais de responsabilidade limitada, tendo em vista a segurana do comrcio jurdico. 2 O registo das cooperativas, das empresas pblicas, dos agrupamentos complementares de empresas e dos agrupamentos europeus de interesse econmico, bem como de outras pessoas singulares e colectivas por lei a ele sujeitas, rege-se pelas disposies do presente Cdigo, salvo expressa disposio de lei em contrrio.

Assim, surgem, no artigo 53.-A CRCom, o registo por transcrio, que consiste na extractao dos elementos que definem a situao jurdica das entidades sujeitas a registo constantes dos documentos apresentados (n. 2) e o registo por depsito, que consiste no mero arquivamento dos documentos que titulam factos sujeitos a registo (n. 3).

Sumariamente, podem indicar-se as seguintes caractersticas de cada um dos tipos de registo:

21

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

Principais distines entre o registo por transcrio e o registo por depsito

Espcies de registo DEFINIO

REGISTO POR TRANSCRIOExtractao dos elementos que definem a situao jurdica das entidades sujeitas a registo constantes dos documentos apresentados n. 2 artigo 53.-A CRCom Compreende a matrcula das entidades sujeitas a registo, bem como as inscries, averbamentos e anotaes n. 1 do artigo 55. CRCom. Constitui presuno de que existe a situao jurdica, nos precisos termos em que definida n. 1 artigo 11. CRCom.

REGISTO POR DEPSITOMero arquivamento dos documentos que titulam factos sujeitos a registo n. 3 artigo 53.-A CRCom.

CONTEDO

Abrange os documentos arquivados e a respectiva meno na ficha de registo n. 2 do artigo 55. CRCom.

PRESUNO DERIVADA DO REGISTO

O registo por depsito de factos respeitantes a participaes sociais e respectivos titulares constitui presuno de que existe a situao jurdica, nos precisos termos em que definida n. 2 artigo 11. CRCom. No tem

QUALIFICAO

A viabilidade do pedido de registo a efectuar por transcrio deve ser apreciada em face das disposies legais aplicveis, dos documentos apresentados e dos registos anteriores, verificando-se em especial a legitimidade dos interessados, a regularidade formal dos ttulos, e a validade dos actos titulados nos documentos apresentados a registo - artigo 47. CRCom. 10 dias, pela ordem de anotao ou da sua dependncia n. 1 do art. 54. CRCom; 1 dia til, se for requerida urgncia - n. 2 do art. 54. CRCom.

PRAZO

A meno na ficha do registo por depsito efectuada no prprio dia em que for pedido n. 3 do artigo 54. CRCom.

DATA DO REGISTO

A data do registo a da apresentao ou, se desta no depender, a data em que tiver lugar n. 4 do artigo 55. CRCom.

A data do registo por depsito a do respectivo pedido n. 5 do artigo 55. CRCom.

22

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

COMPETNCIA

O registo efectuado por conservador ou oficial de registo (ajudante e escriturrio) n. 1 e 2 do artigo 55.-A CRCom.

A meno do depsito na ficha efectuada por conservador ou oficial de registo (ajudante e escriturrio), ou pelo prprio requerente, quando o pedido seja efectuado por via electrnica nos termos de portaria do Ministro da Justia n. 1, 2 e 4 do artigo 55.-A CRCom. Se o requerimento no respeitar o modelo aprovado, quando tal for exigvel (uma vez que existe a possibilidade de pedido verbal) alnea a) n. 1 artigo 46. CRCom; Se no forem pagas as quantias que se mostrem devidas alnea b) n. 1 artigo 46. CRCom; Se a entidade objecto de registo no tiver nmero de identificao de pessoa colectiva alnea c) n. 1 artigo 46. CRCom; Se o requerente no tiver legitimidade para requerer o registo alnea a) n. 2 artigo 46. CRCom; Quando no se mostre efectuado o primeiro registo da entidade, nos termos previstos no artigo 61. alnea b) n. 2 artigo 46. CRCom; Quando o facto no estiver sujeito a registo alnea c) n. 2 artigo 46. CRCom.

CAUSAS DE REJEIO

Se o requerimento no respeitar o modelo aprovado, quando tal for exigvel (uma vez que existe a possibilidade de pedido verbal) alnea a) n. 1 artigo 46. CRCom; Se no forem pagas as quantias que se mostrem devidas alnea b) n. 1 artigo 46. CRCom; Se a entidade objecto de registo no tiver nmero de identificao de pessoa colectiva alnea c) n. 1 artigo 46. CRCom.

PRINCPIO DA PRIORIDADE

No se aplica.

O registo efectuado em primeiro lugar prevalece sobre os que se lhes seguirem, relativamente s mesmas quotas ou partes sociais, segundo a ordem do respectivo pedido artigo 12. CRCom. O pedido de depsito no est sujeito a anotao de apresentao artigo 45. n. 6 CRCom. No h arquivamento de documentos na conservatria, no registo de factos respeitantes a participaes sociais e respectivos titulares de quotas; Os documentos que instruam registo por depsito tm que estar sempre redigidos em lngua portuguesa n. 2 artigo 32. CRCom.

APRESENTAO

Est sujeita a anotao de apresentao, por ordem dos respectivos pedidos n. 2 do artigo 45. CRCom. Os documentos que servem de base ao registo por transcrio, so obrigatoriamente arquivados n. 1 artigo 58., CRCom; Podem estar redigidos em ingls, francs ou espanhol, desde que o funcionrio domine a lngua e dispense a traduo n. 2 do artigo 32. CRCom.

DOCUMENTOS

OBRIGAES FISCAIS

O funcionrio tem que verificar se esto pagos ou assegurados os direitos do fisco em factos sujeitos a encargos de natureza fiscal n. 1 artigo 51. CRCom.

O cumprimento das obrigaes fiscais no est sujeito verificao por parte do funcionrio competente para fazer a meno de depsito.

23

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

24

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

1.2.1. Registo por transcrio - especialidades

Factos sujeitos a registo por transcrio (enumerao)

1.

Todos os factos sujeitos a registo relativos a comerciantes individuais artigo 2. CRCom: O incio, alterao e cessao da actividade do comerciante individual; As modificaes do seu estado civil e regime de bens; A mudana de estabelecimento principal.

2. Factos relativos a sociedades comerciais n. 1 artigo 3. CRCom: A constituio; A designao e cessao de funes, por qualquer causa que no seja o decurso do tempo, dos membros dos rgos de administrao e de fiscalizao das sociedades, bem como do secretrio da sociedade; A mudana da sede da sociedade e a transferncia de sede para o estrangeiro; A verificao das condies de que depende a constituio de uma sociedade annima europeia gestora de participaes sociais; A prorrogao, fuso, ciso, transformao e dissoluo das sociedades, bem como o aumento, reduo ou reintegrao do capital social e qualquer outra alterao ao contrato de sociedade; A designao e cessao de funes, anterior ao encerramento da liquidao, dos liquidatrios das sociedades, bem como os actos de modificao dos poderes legais ou contratuais dos liquidatrios; O encerramento da liquidao ou o regresso actividade da sociedade.25

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

3. Factos relativos a sociedades annimas europeias n. 2 artigo 3. CRCom: A constituio; As alteraes aos respectivos estatutos; A transformao em sociedades annimas de direito interno; A dissoluo; O encerramento da liquidao ou o regresso actividade da sociedade; Os restantes factos referentes a sociedades annimas que, por lei, estejam sujeitos a registo.

4. Todos os factos sujeitos a registo relativos a cooperativas artigo 4. CRCom: A constituio; A nomeao e cessao de funes, por qualquer causa que no seja o decurso do tempo, de directores, representantes e liquidatrios; A prorrogao, transformao, fuso, ciso e qualquer outra alterao dos estatutos; A dissoluo e encerramento da liquidao.

5. Factos relativos a empresas pblicas artigo 5. CRCom: A constituio da empresa pblica; A designao e cessao de funes, por qualquer causa que no seja o decurso do tempo, dos membros dos rgos de administrao e de fiscalizao; 26

O agrupamento, fuso, ciso e qualquer outra alterao dos estatutos;

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

A extino das empresas pblicas, a designao e cessao de funes, anterior ao encerramento da liquidao, dos liquidatrios, bem como o encerramento da liquidao.

6. Factos relativos a agrupamentos complementares de empresas artigo 6. CRCom: O contrato de agrupamento; A nomeao e exonerao de administradores e gerentes; A entrada, exonerao e excluso de membros do agrupamento; As modificaes do contrato; A dissoluo e encerramento da liquidao do agrupamento.

7. Factos relativos a agrupamentos europeus de interesse econmico artigo 7. CRCom: O contrato de agrupamento; A cesso, total ou parcial, de participao de membro do agrupamento; A clusula que exonere um novo membro do pagamento das dvidas contradas antes da sua entrada; A designao e cessao de funes, por qualquer causa que no seja o decurso do tempo, dos gerentes do agrupamento; A entrada, exonerao e excluso de membros do agrupamento; As alteraes do contrato de agrupamento; A dissoluo; A designao e cessao de funes, anterior ao encerramento da liquidao, dos liquidatrios; O encerramento da liquidao.

27

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

8. Factos relativos a estabelecimentos individuais de responsabilidade limitada artigo 8. CRCom: A constituio; O aumento e reduo do capital do estabelecimento; A transmisso do estabelecimento por acto entre vivos e a sua locao; A constituio por acto entre vivos de usufruto e de penhor sobre o estabelecimento; As alteraes do acto constitutivo; A entrada em liquidao e o encerramento da liquidao do estabelecimento; A designao e a cessao de funes, anterior ao termo da liquidao, do liquidatrio do estabelecimento, quando no seja o respectivo titular.

9. Todas as aces e decises judiciais sujeitas a registo, desde que respeitem a factos que devam ser registados por transcrio artigo 9. CRCom. So sempre registados por transcrio: As aces de interdio do comerciante individual e de levantamento desta alnea a); As aces de declarao de nulidade ou anulao dos contratos de sociedade, de agrupamento complementar de empresas e de agrupamento europeu de interesse econmico registados alnea c); As aces de declarao de nulidade ou anulao dos actos de constituio de cooperativas e de estabelecimentos individuais de responsabilidade limitada alnea d); As sentenas de declarao de insolvncia de comerciantes individuais, de sociedades comerciais, de sociedades civis sob forma comercial, de cooperativas,28

de

agrupamentos

complementares

de

empresas,

de

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

agrupamentos europeus de interesse econmico e de estabelecimentos individuais de responsabilidade limitada, e as de indeferimento do respectivo pedido, nos casos de designao prvia de administrador judicial provisrio, bem como o trnsito em julgado das referidas sentenas alnea i); As sentenas, com trnsito em julgado, de inabilitao e de inibio de comerciantes individuais para o exerccio do comrcio e de determinados cargos, bem como as decises de nomeao e de destituio do curador do inabilitado alnea j); Os despachos de nomeao e de destituio do administrador judicial e do administrador judicial provisrio da insolvncia, de atribuio ao devedor da administrao da massa insolvente, assim como de proibio da prtica de certos actos sem o consentimento do administrador da insolvncia e os despachos que ponham termo a essa administrao alnea l); Os despachos, com trnsito em julgado, de exonerao do passivo restante de comerciantes individuais, assim como os despachos inicial e de cessao antecipada do respectivo procedimento e de revogao dessa exonerao alnea m); As decises judiciais de encerramento do processo de insolvncia alnea n); As decises judiciais de confirmao do fim do perodo de fiscalizao incidente sobre a execuo de plano de insolvncia alnea o).

10. A criao, a alterao e o encerramento de representaes permanentes de sociedades, cooperativas, agrupamentos complementares de empresas e agrupamentos europeus de interesse econmico com sede em Portugal ou no estrangeiro, bem como a designao, poderes e cessao de funes dos respectivos representantes artigo 10. do CRCom;

11. Todos os factos que no estejam sujeitos por lei especial ao registo por depsito.

29

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

Instncia e Apresentao

O registo efectua-se a pedido dos interessados, salvo nos casos de oficiosidade n. 1 do artigo 28. CRCom.

a. Formas de apresentao do registo

As formas de apresentao de documentos para registo esto estabelecidas no n. 1 do artigo 45. CRCom:

APRESENTAO DE DOCUMENTOS:Pessoalmente, por escrito ou verbalmente a regulamentar por portaria do Ministro da Justia os casos em que o pedido de registo pode ser verbal Artigo 28. n. 2 CRCom. No caso dos pedidos deverem ser apresentados de forma escrita, os modelos de requerimento so aprovados por despacho do director-geral dos Registos e do Notariado Artigo 28. n. 3 CRCom

Por correioPor telecpia remetida pelo notrio, nos termos do artigo 28.-A CRCom

Por via electrnica a regulamentar por portaria do Ministro da Justia

30

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

b. Rejeio da apresentao

A apresentao deve ser rejeitada nos seguintes casos: Se o requerimento no respeitar o modelo aprovado, quando tal for exigvel alnea a) n. 1 artigo 46. CRCom; Se no forem pagas as quantias que se mostrem devidas alnea b) n. 1 artigo 46. CRCom; Se a entidade objecto de registo no tiver nmero de identificao de pessoa colectiva - alnea c) n. 1 artigo 46. CRCom. Neste caso, se a entidade j estiver registada, deve a conservatria comunicar tal facto ao Registo Nacional de Pessoas Colectivas, para que este proceda, no prprio dia, inscrio da entidade no ficheiro central de pessoas colectivas n. 3 artigo 46. CRCom.

Atendendo a que a rejeio da apresentao equivale a impedir o ingresso do facto no registo, tendo, por isso, consequncias prticas semelhantes recusa do registo, o funcionrio deve lavrar um despacho justificativo da rejeio, e notificar o requerente, o qual pode recorrer hierarquicamente ou impugnar judicialmente essa deciso.

31

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

c. Anotao de documentos

1. Os documentos apresentados pessoalmente so anotados pela ordem de entrega dos pedidos n. 2 artigo 45. CRCom;

2. Os documentos apresentados por telecpia so anotados pela ordem de recepo dos pedidos n. 3 artigo 45. CRCom: Imediatamente aps a ltima apresentao pessoal do dia, quando recebidos entre as 0 e as 16h; Imediatamente antes da primeira apresentao pessoal do dia seguinte, quando recebidos entre as 16 e as 24h.

3. Os documentos apresentados pelo correio so anotados com a observao de correspondncia no dia de recepo e imediatamente aps a ltima apresentao pessoal ou por telecpia n. 4 artigo 45. CRCom;

4. A ordem de anotao dos documentos apresentados por via electrnica ser fixada pela portaria do Ministro da Justia que regulamentar a apresentao por via electrnica n. 5 artigo 45. CRCom;

32

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

d. Omisso de anotao de apresentao

Quando, relativamente a pedidos que constem da mesma requisio, tenha sido omitida alguma apresentao, esta deve ser anotada no dia em que se verifique a omisso, fazendo-se referncia a esta e ao dia a que respeita, nos termos do artigo 45.-A CRCom. Naturalmente, este artigo deve interpretar-se extensivamente, aplicando-se tambm aos casos em que a anotao da apresentao de todos os pedidos da mesma requisio foi, por lapso, omitida.

A anotao da apresentao em falta deve tambm ter lugar quando, nos termos do artigo 66., tenha sido dada apenas uma apresentao para o pedido de registo de vrios factos, e se verifique que, em virtude da qualificao dos actos no ser idntica, os mesmos no podem ser cumulados numa nica inscrio n. 5 artigo 66. CRCom.

No entanto, tal j no deve ocorrer quando se verifique que a omisso de anotao de apresentao respeita a um pedido de registo que tenha que ingressar por transcrio, mas que tenha sido requerido por depsito, uma vez que a omisso em causa no constitui lapso da conservatria. Na verdade, o registo por depsito no est sujeito a qualquer qualificao, sendo o seu pedido da inteira responsabilidade da entidade sujeita a registo. Como adiante se desenvolver, uma vez requerido o registo, o funcionrio competente para lavrar a meno do depsito no pode analisar os documentos apresentados, nem sequer para determinar o tipo de registo que deve ser efectuado.

33

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

Legitimidade e Representao no registo por transcrio

a. LegitimidadeO artigo 29. estabelece as regras da legitimidade para requerer o registo: 1) O registo do incio, alterao e cessao de actividade do comerciante individual, a mudana da sua residncia e de estabelecimento principal, pode ser requerido apenas pelo prprio n. 2 artigo 29. do CRCom; 2) As modificaes do estado civil e regime de bens do comerciante individual, podem ser requeridos pelo prprio, ou qualquer pessoa que nele tenha interesse n. 1 artigo 29. do CRCom; 3) Factos respeitantes a pessoas colectivas sujeitas a registo comercial, podem ser requeridos, em regra, pelas seus representantes, ou qualquer pessoa que nele tenha interesse n. 1 artigo 29. do CRCom; 4) Registo provisrio do contrato de sociedade annima com apelo a subscrio pblica de aces, apenas pode ser requerido pelos respectivos promotores n. 3 artigo 29. do CRCom; 5) Registo de aces propostas pelo Ministrio Pblico, bem como das respectivas decises finais, apenas pode ser requerido pelo Ministrio Pblico n. 4 artigo 29. do CRCom;

34

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

b. Representao

Representam no pedido, quem tem legitimidade para requerer o registo, as seguintes pessoas: Quem tenha poderes de representao para intervir no respectivo ttulo alnea a) do n. 1 artigo 30. CRCom; Mandatrio com procurao bastante alnea b) do n. 1 artigo 30. CRCom; Advogados e solicitadores alnea c) do n. 1 artigo 30. CRCom.

A representao abrange n. 2 e 3 artigo 30. CRCom: O pedido; O requerimento de urgncia; A faculdade de impugnar a deciso de qualificao do registo, nos termos do artigo 101. CRCom, sem prejuzo da necessidade da impugnao judicial ser assegurada por mandatrio com poderes especiais para o efeito ou com poderes forenses gerais.

O representante solidariamente responsvel pelo pagamento dos encargos a que haja lugar pelo pedido de registo n. 2 artigo 30. CRCom.

35

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

Feitura do registo por transcrio

a. Prazo para a feitura do registo

O prazo geral para a feitura do registo por transcrio est estabelecido no n. 1 do art. 54. CRCom, e de 10 dias, pela ordem de anotao ou da sua dependncia.

Caso seja requerida urgncia, este prazo reduzido para 1 dia til, nos termos do n. 2 do mesmo artigo, e o funcionrio procede feitura do registo sem subordinao ordem da anotao, mas sem prejuzo da dependncia dos actos. Nos termos da nova redaco do n. 2 do artigo 54., desde que o emolumento da urgncia, estabelecido no n. 10 do artigo 22. do RERN, seja pago, o funcionrio no pode indeferir aquele pedido. Da resulta a desnecessidade do apresentante fundamentar o pedido de urgncia, j que o funcionrio no vai ter que produzir qualquer despacho justificativo do deferimento ou indeferimento do pedido de urgncia.

Emolumentos Artigo 22. n. 10 do RERN: Pela urgncia na feitura de cada registo devido o valor do emolumento correspondente ao acto. Ou seja, quando o registo seja lavrado com urgncia, o emolumento total do acto duplica.

36

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

b. Princpio da legalidade

Artigo 47. CRCom - A viabilidade do pedido de registo a efectuar por transcrio deve ser apreciada em face das disposies legais aplicveis, dos documentos apresentados e dos registos anteriores, verificando-se especialmente a legitimidade dos interessados, a regularidade formal dos ttulos e a validade dos actos neles contidos.

Actualmente, o princpio da legalidade tem apenas incidncia no registo por transcrio, ainda que, no que respeita ao registo de factos respeitantes a participaes sociais e seus titulares, o Cdigo das Sociedades Comerciais tambm o consagre, mas a garantir pela sociedade, como adiante se explicar. Assim, no registo por transcrio que h um verdadeiro controle por parte do Estado, na pessoa do funcionrio, que tem o dever de impedir que, em prejuzo da segurana jurdica, se publicitem factos que violem, tanto os requisitos registrais, como a lei substantiva. Por isso, apenas o registo por transcrio pode ser recusado, ou lavrado provisoriamente, por dvidas ou por natureza, caso se verifique que o mesmo no perfaz as condies necessrias para ingressar de forma definitiva no registo, e produzir na plenitude os seus efeitos.

37

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

Qualificao do pedido de registo por transcrio

a. Recusa do registo por transcrio

O registo por transcrio deve ser recusado nos seguintes casos: Quando for manifesto que o facto no est titulado nos documentos apresentados alnea b) n. 1 art. 48. do CRCom; Quando se verifique que o facto constante do documento j est registado ou no est sujeito a registo alnea c) n. 1 art. 48. do CRCom; Quando for manifesta a nulidade do facto alnea d) n. 1 art. 48. do CRCom; Quando o registo j tiver sido efectuado por dvidas e estas no se mostrem removidas alnea e) n. 1 art. 48. do CRCom; Quando, tendo a apresentao sido efectuada por telecpia, no derem entrada na conservatria, nos 5 dias teis imediatos ao da apresentao, as fotocpias e documentos necessrios ao registo alnea g) n. 1 art. 48. do CRCom; Quando, no sendo nenhum dos motivos de recusa atrs apontados, por falta de elementos ou pela natureza do acto, no puder ser feito como provisrio por dvidas n. 2 art. 48. do CRCom.

O registo por transcrio s pode ser recusado por uma das causas previstas neste artigo, exceptuando o motivo de recusa que se prende com a falta de competncia territorial para a feitura do registo, que estava previsto na alnea a) deste artigo, agora revogada. Assim, no n. 1 do art. 50. do Decreto-lei n. 76-A/2006, de 29 de Maro, foi consignado que deve tambm ser recusado o registo quando a conservatria for38

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

territorialmente incompetente. Esta disposio vigora apenas at 31 de Dezembro de 2006, j que em 1 de Janeiro de 2007 entram em vigor as disposies relativas eliminao da competncia territorial. Desaparece tambm como causa de recusa a falta de pagamento do preparo, que passou a ser causa de rejeio da apresentao.

Emolumentos Artigo 22. n. 12 do RERN: Pela recusa, devido o emolumento no montante de 30. No entanto, uma vez que o registo pode vir a ser lavrado na sequncia de procedncia de recurso hierrquico ou de impugnao judicial, a circular R.P. n. 61, na parte que respeita a instrues sobre a contabilidade, estabelece que a conta no deve ser confirmada enquanto no decorrer o prazo para a impugnao da deciso. Ou seja, s aps aquele prazo, sem que tenha sido impugnada a deciso, ou, tendo havido impugnao, na sequncia da deciso de improcedncia da mesma, pode a conta ser efectuada, e proceder-se restituio do excesso de preparo.

39

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

b. Provisoriedade por dvidas

Artigo 49. Registo provisrio por dvidas O registo por transcrio deve ser efectuado provisoriamente por dvidas quando existam deficincias que, no sendo fundamento de recusa, nem tendo sido sanadas nos termos previstos no artigo 52., obstem ao registo do acto tal como pedido.

As dvidas opostas ao registo derivam, no de incertezas do funcionrio que efectua o registo quanto aos factos que so submetidos sua apreciao, mas de deficincias do prprio processo registral, que inquinem o facto de modo a que este no possa ingressar definitivamente no registo.1

O registo provisrio por dvidas tem o prazo de validade de seis meses n. 3 do art. 18. CRCom;

O registo provisrio por dvidas cancelado com base em declarao do respectivo titular, devendo a assinatura do declarante ser reconhecida presencialmente, se no for feita na presena do funcionrio da conservatria competente para o registo n.s 1 e 2 do art. 44. CRCom;

No caso de existirem registos dependentes de registo provisrio por dvidas, para o cancelamento deste necessrio tambm o consentimento dos titulares daqueles, prestado por declarao com assinatura reconhecida

1

Conforme explica o Conselho Tcnico da Direco Geral dos Registos e do Notariado, no parecer proferido no P. 11/84-RP.3, a propsito deste artigo, com a sua anterior redaco, Para o conservador as dvidas so certezas por onde se resolve uma das vias da no admissibilidade. Ao lavrar o registo provisrio por dvidas,, o conservador deve ter a certeza de que existe motivo que, no sendo fundamento de recusa, obste ao registo do acto tal como pedido. No tem dvidas, ope-nas. A dvida no existe na mente do julgador, mas to somente no fecho tabular do registo, que feito sob condio suspensiva at que seja preenchido o requisito em falta ou desfeita a contradio existente.

40

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

presencialmente, se no for feita na presena do funcionrio da conservatria competente para o registo n. 3 do art. 44. CRCom; Enquanto o registo provisrio por dvidas no for convertido, no se efectuam as publicaes, bem como as comunicaes ao RNPC, a que houvesse lugar se o registo tivesse sido lavrado de forma definitiva.

c. Obrigaes fiscais

Nenhum acto sujeitos a encargos de natureza fiscal pode ser definitivamente registado sem que se mostrem pagos ou assegurados os direitos do fisco n. 1 art. 51. CRCom; No est sujeita apreciao do funcionrio competente para o registo a correco da liquidao de encargos fiscais feita nas reparties de finanas n. 2 art. 51. CRCom; Presume-se assegurado o pagamento dos direitos correspondentes a qualquer transmisso desde que tenham decorrido os prazos de caducidade da liquidao ou e prescrio previstos nas leis fiscais - n. 3 art. 51. CRCom.

O artigo 51. CRCom s se aplica ao registo por transcrio. Desde logo, a expresso definitivamente registado pressupe qualificao, e a possibilidade do registo poder ser lavrado de outra forma que no definitiva. Ora, os registos por depsito, como frente se referir, no esto sujeitos qualificao do funcionrio, nem podem ser efectuados provisoriamente, ou recusados. Por outro lado, afastaram-se presunes que estavam directamente relacionadas com actos de registo que actualmente ingressam por depsito, como as relacionadas com o imposto sobre doaes e sucesses, e imposto de selo sobre transmisses gratuitas.

41

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

Estando o acto sujeito ao pagamento de imposto de selo, deve o funcionrio confirmar a meno desse pagamento no documento que o titula, conforme dispe o n. 4 do artigo 23. do CIS, ou, no constando no documento a referida meno, proceder cobrana do respectivo imposto, uma vez que os conservadores so sujeitos passivos do imposto de selo, nos termos da alnea a) do n. 1 do artigo 2. do CIS. Neste caso, dever o funcionrio que proceder liquidao do selo, fazer a meno do seu pagamento no documento que titule o acto a ele sujeito. No que respeita ao selo do n. 26 da Tabela Geral do Imposto de Selo apenas os notrios, conservadores e oficiais de registo podem proceder liquidao do mesmo.

42

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

d. Suprimento transcrio

das

deficincias

no

registo

por

O suprimento de deficincias um procedimento obrigatrio e inicia-se com a anlise dos documentos apresentados, e consultando os documentos j existentes na conservatria, ou por acesso directo informao constante de bases de dados das entidades ou servios da Administrao Pblica, nos termos do n. 1 do art. 52. CRCom. Caso tal no seja possvel (por exemplo, porque a base de dados consultada no contm a informao necessria, ou porque o documento em falta no emitido por entidades ou servios da Administrao Pblica), a conservatria notifica o apresentante por qualquer meio idneo (por exemplo, via e-mail, com recibo de leitura) para que, no prazo de 5 dias, proceda ao suprimento da deficincia n. 2 art. 52. CRCom.

Se o apresentante no proceder ao suprimento de deficincias, nos termos do ponto anterior, e a deficincia em causa respeitar omisso de documentos a emitir por entidades ou servios da Administrao Pblica, e no puder ser suprimida nos termos do n. 1 do art. 52. CRCom, a conservatria deve solicitar esses documentos directamente s entidades ou servios da Administrao Pblica. A conservatria reembolsada pelo apresentante das quantias que tenha pago a essas entidades pelos documentos em causa n. 3 e n. 4 do art. 52. CRCom.

O suprimento de deficincias estava j previsto no Cdigo do Registo Comercial, antes das alteraes introduzidas pelo Decreto-lei n. 76.-A/2006, de 29 de Maro, com o objectivo de prestar um servio mais completo e perfeito. Agora foi-se mais longe na actuao da conservatria, atendendo a que a informatizao dos servios da Administrao, e a crescente informao contida nas bases de dados respectivas, vo permitir cada vez mais evitar a juno de

43

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

documentao, e obrigar os servios da administrao a interagir, obtendo-se internamente a documentao para aperfeioar o processo registral.

Assim, devem ser observados os seguintes aspectos no actual suprimento de deficincias:

Por uma questo de transparncia da actuao da administrao, a necessidade do suprimento de deficincias deve ser consignada em despacho;

A solicitao de documentos nos termos do n. 3 do art. 52., apenas ocorre esgotado o mecanismo do n. 2;

A lei estabelece que o apresentante tem 5 dias para juntar o documento em falta, aps ser notificado. Decorrido esse prazo sem que o interessado nada faa, a conservatria solicita entidade ou servio da administrao pblica o documento em falta. No prevendo a lei qualquer prazo para a conservatria aguardar a remessa do documento pela entidade a que foi solicitado, e atendendo a que estamos a tratar com a Administrao Pblica, parece-nos razovel aplicar o prazo geral estabelecido no artigo 71. do Cdigo do Procedimento Administrativo, de 10 dias, para a emisso desses documentos;

Daqui resulta que o registo ser quase com certeza lanado fora da ordem de anotao no livro dirio. uma excepo que teremos que aceitar, salvaguardando necessariamente os registos por transcrio, dependentes ou incompatveis.

Emolumento do suprimento de deficincias Artigo 22. n. 15 do RERN: Pelo suprimento de deficincias previsto no artigo 52. CRCom, devido o emolumento de 35 Euros.

44

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

Na cobrana de emolumentos no suprimento de deficincias, h que ter em ateno que:

O suprimento de deficincias com recurso a documentos que o interessado apresente, ou que existam na conservatria, bem como por consulta base de dados (ou seja, nos termos do n. 1 do art. 52. CRCom), no deve dar lugar ao pagamento do emolumento previsto no n. 15 do art. 22. do RERN, uma vez que no se verifica ali nenhum procedimento, mas uma diligncia normal na actividade registral, que, excepo da consulta base de dados, j estava prevista na redaco anterior do n. 1 do art. 52., e sem qualquer custo para o apresentante. O facto de agora estar previsto tambm o acesso base de dados das entidades e servios da Administrao Pblica, apenas uma actualizao do conceito do arquivo disposio da conservatria;

Deixa de existir apresentao complementar para suprimento de deficincias, pelo que no h lugar cobrana do emolumento previsto no n. 3 do art. 20. da Portaria n. 996/98, de 25 de Novembro, que , assim, tacitamente revogado;

O pagamento do emolumento estabelecido no n. 15 do art. 22. do RERN, bem como as despesas com documentos efectuadas ao abrigo do n. 3 do art. 52. CRCom, deve ser solicitado ao apresentante aps a feitura do registo, devendo para o efeito o mesmo ser notificado, juntamente com o despacho em que se determinou a necessidade de suprimir deficincias, e com a cpia do comprovativo das despesas;

O processo de suprimento de deficincias destina-se a evitar que o registo seja lavrado provisoriamente por dvidas. Por isso, aquando da verificao da

45

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

necessidade do suprimento de deficincias, o funcionrio deve solicitar ao apresentante, ao abrigo do n. 2 do art. 52., todos os documentos necessrios ao suprimento das dvidas. No entanto, se, em face dos documentos juntos, se verificar a necessidade de solicitar novos documentos, o funcionrio deve fazlo. Parece-nos que o emolumento estabelecido no n. 15 do art. 22. do RERN deve ser cobrado uma nica vez (sem prejuzo do pagamento de todas as despesas que sejam efectivamente feitas com os documentos obtidos nos termos do n. 3 do art. 52. CRCom).

46

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

e. Desistncia

Artigo 53. Desistncia A apresentao de pedido de desistncia de um registo e dos que dele dependam s pode ser aceite em caso de deficincia que motive recusa ou se for junto documento comprovativo da extino do facto desde que o pedido de desistncia seja apresentado antes da assinatura do registo.

Em primeiro lugar, importa reforar que a desistncia s possvel no registo por transcrio. Isto por duas ordens de razo: Apenas no registo por transcrio pode o funcionrio apreciar se se verifica alguma das condies que permite a desistncia; Uma vez que o registo por depsito vir a ser feito, tendencialmente, de forma directa e imediata pelo interessado, electronicamente, a feitura do registo vai ser simultneo ao pedido do mesmo, pelo que, materialmente, ser impossvel cumprir o outro requisito para o deferimento do pedido de desistncia, que o mesmo ser apresentado antes da assinatura do registo.

Mantm-se, na desistncia, as exigncias j referidas na redaco anterior do art. 53. CRCom, explicitando-se, por exigncias do sistema informtico, que o pedido de desistncia seja apresentado antes da assinatura do registo. A razo pela qual o pedido de desistncia no registo comercial no livre, como acontece no registo predial, prende-se com o facto do registo da generalidade dos factos a ele sujeitos ser obrigatrio.

47

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

f. Provisoriedade por natureza

Actualmente, os factos registados provisoriamente por natureza so os seguintes:

1) Constituio de sociedades antes de titulado o contrato; 2) Constituio de sociedades dependente de alguma autorizao especial, antes da concesso desta; 3) Constituio provisria de sociedades annimas com apelo a subscrio pblica de aces; 4) Declarao de insolvncia ou de indeferimento do respectivo pedido, antes do trnsito em julgado da sentena; 5) Negcio jurdico anulvel, ou ineficaz por falta de consentimento, antes de sanado o vcio, ou caducado o direito de o arguir; 6) Negcio celebrado por gestor ou por procurador sem poderes suficientes, antes da ratificao; 7) Aces judiciais; 8) As inscries dependentes de qualquer registo provisrio ou que com eles sejam incompatveis; 9) As inscries que, em reclamao contra a reforma de livros e fichas, se alega terem sido omitidas; 10) As inscries efectuadas na pendncia de recurso hierrquico ou impugnao judicial da recusa do registo ou enquanto no decorrer o prazo para a sua interposio. Desaparecem do artigo 64. todos os factos respeitantes a participaes sociais e respectivos titulares, uma vez que estes ingressam sempre de forma definitiva.

48

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

As inscries provisrias por natureza tm diferentes prazos de vigncia, podendo concorrer diversas causas de provisoriedade. No caso de uma mesma inscrio ser provisria por diferentes causas, a inscrio caduca quando decorrer o primeiro prazo de caducidade.

INSCRIES PROVISRIAS POR NATUREZA Inscries provisrias por natureza Artigo 64. CRComConstituio de sociedades antes de titulado o contrato alnea a) n. 1 (efectuado com base no projecto completo do contrato n. 2 art. 35.) Constituio de sociedades dependente de 1 ano - n. 1 art. 65. CRCom 1 ano - n. 1 art. 65. CRCom

Prazo de vigncia

Observaes sobre Converso/ cancelamento/ caducidade Converso: em face do contrato de sociedade n. 3 art. 35.

alguma autorizao especial, antes da concesso desta alnea b) n. 1 Constituio provisria de sociedades annimas com apelo a subscrio pblica de aces alnea c) n. 1 (efectuado com base no projecto completo do contrato, com reconhecimento das assinaturas de todos os interessados, no documento comprovativo da liberao das aces por eles subscritas e, quando necessrio, da autorizao para a subscrio pblica ou emisso de aces n. 4 art. 35.) Declarao de insolvncia ou de indeferimento do respectivo pedido, antes do trnsito em julgado da sentena alnea e) n. 1

1 ano - n. 1 art. 65. CRCom

Converso: Artigo 283. CSCom.

3 anos, renovvel por perodos de igual durao, mediante prova da subsistncia da causa da provisoriedade - n. 2 do art. 65. CRCom

Converso: em face da respectiva sentena, transitada em julgado n. 5 art. 69.

49

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

Negcio jurdico anulvel, ou ineficaz por falta de consentimento, antes de sanado o vcio, ou caducado o direito de o arguir alnea i) n. 1

3 anos, renovvel por perodos de igual durao, mediante prova da subsistncia da causa da provisoriedade - n. 2 do art. 65. CRCom

Negcio celebrado por gestor ou por procurador sem poderes suficientes, antes da ratificao alnea j) n. 1 Aces judiciais (que respeitem a factos que devam ingressar no registo por transcrio) alnea n) n. 1 (efectuado com base em certido de teor do articulado ou em duplicado deste com nota de entrada na secretaria judicial art. 43.)

6 meses - n. 3 art. 18. CRCom

No caducam com o decurso do tempo - n. 3 do art. 65. CRCom

Cancelamento: Registo cancelado com base em certido da deciso transitada em julgado que absolva o ru do pedido, ou da instncia, a julgue extinta ou a declare interrompida n. 4 art. 44.; Converso: A deciso final averbada inscrio alnea b) n. 2 art. 69.; A converso em definitiva da inscrio de aco que julgue modificado ou extinto um facto registado (por transcrio), ou se declare nulo ou anulado um registo (novamente, apenas por transcrio), determina o correspondente averbamento oficioso de alterao ou cancelamento n. 4 art. 69..

As inscries dependentes de qualquer registo provisrio ou que com eles sejam incompatveis alnea b) n. 2; So tambm lavradas nestes termos as inscries lavradas na pendncia de processo de rectificao n. 3 art. 87.. Que, em reclamao contra a reforma de livros e fichas, se alega terem sido omitidas alnea c) n. 2 Ver art. 96.n. 2.

O mesmo da inscrio de que dependam, ou com a qual colidam - n. 4 do art. 65. CRCom

Converso oficiosa: quando a inscrio de que depende for convertida, ou quando a inscrio com a qual colide for cancelada, ou caducar n. 4 art. 65.. Caducidade: quando a inscrio de que depende caducar, ou cancelada, ou quando a inscrio com a qual colide for convertida n. 4 art. 65..

3 anos, renovvel por perodos de igual durao, mediante prova da subsistncia do processo de reforma n. 2 do art. 65. CRCom

Converso: em face da deciso transitada em julgado, que julgue procedente a reclamao; Cancelamento: em face da deciso transitada em julgado, que julgue improcedente a reclamao.

50

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

Efectuadas na pendncia de recurso hierrquico ou impugnao judicial da recusa do registo (recusa de efectuar o registo conforme requerido) ou enquanto no decorrer o prazo para a sua interposio alnea d) n. 2 Ver art.s 101. e seguintes.

3 anos, renovvel por perodos de igual durao, mediante prova da subsistncia do processo de impugnao da deciso - n. 4 do art. 65. CRCom

Converso: se for julgado procedente o recurso hierrquico ou a impugnao judicial, convertem-se as inscries dependentes, e se for julgado improcedente o recurso hierrquico ou a impugnao judicial, convertem-se as inscries incompatveis art. 112.. Caducidade: se for julgado improcedente o recurso hierrquico ou a impugnao judicial, anota-se a caducidade das inscries dependentes, e se for julgado procedente o recurso hierrquico ou a impugnao judicial, convertem-se as inscries dependentes art. 112..

51

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

g. Notificaes respeitantes qualificao

Nos termos da actual redaco do n. 1 do art. 50. do CRCom, os despachos de recusa e de provisoriedade por dvidas so sempre notificados aos interessados, nos cinco dias seguintes qualificao do registo.

Quanto qualificao dos registos como provisrios por natureza, deve a mesma ser tambm notificada, em todos os casos, de acordo com o disposto no n. 2 do art. 52. CRCom, exceptuando os seguintes: Constituio de sociedades antes de titulado o contrato - alnea a) do n. 1 art. 64. CRCom; Constituio provisria de sociedades annimas com apelo a subscrio pblica de aces - alnea c) do n. 1 art. 64. CRCom; Aces judiciais - alnea n) do n. 1 art. 64. CRCom;

Estas inscries so necessariamente requeridas como provisrias, pelo que, sendo as mesmas lavradas como requeridas, no se v razo para informar o apresentante.

Apesar da lei no o prever expressamente, parece-nos que tambm de lavrar despacho nos casos de provisoriedade por natureza em todos os casos em que a mesma deve ser notificada. Na realidade, tirando os casos em que, pela prpria natureza do acto, o interessado sabe que o registo vai ser qualificado como provisrio, em todos os outros pode haver mais que um factor que conduza quela qualificao, e disso mesmo deve o interessado ser informado. Por exemplo, no caso da provisoriedade por natureza nos termos da alnea b) do n. 2 do artigo 64. CRCom, o interessado tem o direito de saber de que inscrio depende a sua, ou com qual a mesma incompatvel (j que podem existir vrias inscries provisrias anteriores); no caso da provisoriedade por natureza nos termos da alnea b) do n. 1 do artigo52

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

64. CRCom, o interessado deve ser informado sobre qual a licena que est em falta; no caso da provisoriedade por natureza nos termos da alnea i) do n. 1 do artigo 64. CRCom, informar qual a causa de anulabilidade.

S em face da informao completa sobre qual o motivo concreto da provisoriedade, e no a simples remessa para uma alnea do artigo 64. CRCom, est o interessado em condies de proceder, querendo, impugnao da deciso.

53

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

54

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

1.2.2. Registo por depsito - especialidades

O registo por depsito assenta na responsabilizao da entidade sujeita a registo comercial, produzindo o efeito de mera notcia, sem prejuzo da oponibilidade a terceiros. Assim, o registo por depsito (exceptuando o depsito de factos respeitantes a participaes sociais e respectivos titulares, cujo regime especfico adiante se descrever) no est sujeito a qualquer qualificao, no competindo ao funcionrio que recebe o pedido ou que faz a meno do depsito na ficha verificar a regularidade formal dos ttulos e a validade dos actos titulados nos documentos apresentados. No registo por depsito, compete conservatria certificar-se que o pedido no deve ser rejeitado, por ocorrer alguma das causas de rejeio previstas no CRCom. Deste modo, a entidade sujeita a registo detm, quase em absoluto, a legitimidade para requerer o registo por depsito, ficando responsvel pela validade dos factos a que est a dar publicidade. Esta circunstncia decorre do facto de, com excepo das aces e providncias judiciais, ser, em primeira linha, entidade a que respeita o registo que interessa que o mesmo seja efectuado, para que o acto em causa possa produzir plenamente os seus efeitos. Por outro lado, o Cdigo das Sociedades Comerciais responsabiliza directamente a sociedade e seus representantes pelos danos que causem pela preterio dos seus deveres legais, em que se inclui o de registar. Quanto ao registo de factos respeitantes a participaes sociais e respectivos titulares, encontra-se especificamente regulada a responsabilidade da sociedade, como em breve se demonstrar. Quanto aos restantes actos sujeitos a registo, esta responsabilidade decorre da aplicao das regras gerais dos artigos 71. e seguintes do CSCom, bem como do artigo 169. do mesmo diploma, onde consta que a sociedade responde pelos prejuzos causados a terceiros no caso de existirem desconformidades entre o teor dos actos praticados, o teor do registo e o teor das publicaes, quando neles sejam culpados gerentes, administradores, liquidatrios ou representantes.

55

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

Factos sujeitos a registo depsito

Nos termos do n. 4 do art. 53.-A do CRCom, esto sujeitos a registo por depsito: 1) Deliberao da assembleia geral, nos casos em que a lei a exige, para

aquisio de bens pela sociedade - alnea a); 2) A unificao, diviso e transmisso de quotas de sociedades por quotas, bem

como de partes sociais de scios comanditrios de sociedades em comandita simples - alnea a) ; 3) A promessa de alienao ou de onerao de partes de capital de sociedades

em nome colectivo e de sociedades em comandita simples e de quotas de sociedades por quotas, bem como os pactos de preferncia, se tiver sido convencionado atribuir-lhes eficcia real, e a obrigao de preferncia a que, em disposio de ltima vontade, o testador tenha atribudo igual eficcia - alnea a); 4) A transmisso de partes sociais de sociedades em nome colectivo, de partes

sociais de scios comanditados de sociedades em comandita simples, a constituio de direitos reais de gozo ou de garantia sobre elas e a sua transmisso, modificao e extino, bem como a penhora dos direitos aos lucros e quota de liquidao - alnea a); 5) A transmisso de partes sociais de sociedades em nome colectivo, de partes

sociais de scios comanditados de sociedades em comandita simples, a constituio de direitos reais de gozo ou de garantia sobre elas e a sua transmisso, modificao e extino, bem como a penhora dos direitos aos lucros e quota de liquidao - alnea a); 6) A constituio e a transmisso de usufruto, o penhor, arresto, arrolamento e

penhora de quotas ou direitos sobre elas e ainda quaisquer outros actos ou providncias que afectem a sua livre disposio - alnea a);56

Direco Geral dos Registos e do Notariado

Manual de Procedimentos de Registo Comercial

7)

A exonerao e excluso de scios de sociedades em nome colectivo e de

sociedades em comandita, bem como a extino de parte social por falecimento do scio e a admisso de novos scios de responsabilidade ilimitada - alnea a); 8) A amortizao de quotas e a excluso e exonerao de scios de sociedades

por quotas alnea a); 9) A deliberao de amortizao, converso e remisso de aces alnea a);

10) A prestao de contas das sociedades annimas, por quotas e em comandita por aces, bem como das sociedades em nome colectivo e em comandita simples quando houver lugar a depsito, e de contas consolidadas de sociedades obrigadas a prest-las alnea a); 11) O projecto de fuso e de ciso de sociedades, bem como a deliberao de

reduo do capital social da sociedade alnea a); 12) O projecto de constituio de uma sociedade annima europeia por meio de fuso, o projecto de constituio de uma sociedade annima europeia por meio de transformao de sociedade annima de direito interno e o projecto de constituio de uma sociedade annima europeia gestora de participaes sociais alnea a); 13) A deliberao de manuteno do domnio total de uma sociedade por outra, em relao de grupo, bem como o termo dessa situao alnea a); 14) O contrato de subordinao, suas modificaes e seu termo alnea a); 15) A emisso de warrants autnomos sobre valores mobilirios prprios comercializada atravs de oferta particular por entidade que