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Luiz Carlos Vasconcelos Política Cultural A crítica da Crítica Caras do Reclame o

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Luiz Carlos Vasconcelos Política Cultural

• A crítica da Crítica Caras do Reclame

o

E spetá cu lo s em cartaz

Do O u tro Lado d o M o rro Existe um Sonho

de Sérgio Pires direção de Edu Silva

com a Cia. Pic & Nic Núcleo 2sábados, domingos e feriados às 16h - de 6/01 a 26/02

Centro Culturai São Paulo - Sala Jardel Filho Rua Vergueiro 1000 - Tel.: 3277.3611

A Barraca do Nosorcom o Teatro dos Quintotexto e direção de Soraya Saide terças e quartas às 19h30 - de 9/01 a 21/02 Centro Cultural São Paulo - Sala Adoniran Barbosa Rua Vergueiro 1000 - Tel.: 3277.3611 r. 250

Tio V â n iade Tchekovdireção de Celso Frateschicom o Agora Núcleo de Investigação Teatralde quinta a sáb. às 21 h e dom. às 19h - a partir de 12/01 ÁgoraRua Rui Barbosa 672 - Tel.: 284.0290

R e tá b u lo da A v a re z a , L u xúria e M o r te

texto e direção de Rodolfo Garcia Vázquez com Os Satyros

sextas e sábados às 21 h e domingos às 20h a partir de 19/01

Espaço dos Satyros Praça Roosevelt 214 - Tel.: 258.6345

DESTAQUES

E n trev ista Política CulturalLuiz Carlos Vasconcelos fa la de sua história e seu processo criativo. 4

Panorama atual e esclarecimentos sobre o papel da Cooperativa. 10

A crítica da CríticaSilvana Garcia discute trajetória e propósito da Crítica Cultural. 8

Mobilização trabalhistaTexto sobre o movimento Caras do Reclame. 12

AJ- A. ebulição continua. Que em 2001 continuemos tendo ânimo ex­

tra para lutarmos por melhores condições de trabalho e proporcionar espetáculos emocionantes como o deflagrado na Câmara Municipal de São Paulo por ocasião da entrega de projetos de lei de fomento ao Teatro e Cinema paulistanos. Marcado ainda pelo surgimento de outros movimentos e organizações que corajosamente começam a dissecar nossa postura, bem como a desafiar nossas falidas políticas culturais, 2000 já entrou para a história. Estamos apenas no começo, há muito o que rever e sanear, mas já não somos os mesmos. E, à frente, uma dignidade que iremos em breve recuperar. Todos são necessários, se quisermos conquistar e sermos parte de uma sociedade que ainda hoje não se convence de que o que fazemos é uma profissão. Rica, difícil e essencial. Feliz 2001!

Camarim é uma publicação da Cooperativa Paulista de Teatro - Ano III “ Número 17 - Janeiro/Fevereiro de 2001

Conselho Editorial: Débora Dubois e Luiz Amorim. Edição: Zernesto Pessoa (MTb 19.868/SP). Reportagem: André Corrêa. Diagramação: Ricardo Lucas e Vania Melo. Fotolito: Soft Press. Impressão: Type Laser. Colaboraram nesta edição: Antoune Nakhle, César Vieira, Débora Dubois, Luciana Azevedo, Luiz Amorim, Maricene Cregorut, Martha Macruz de Sá, Silvana Garcia e Vicente Cândido. Ilustração de capa: Orlando Pedroso. Tiragem: 3500 exemplares. Distribuição gratuita.

Correspondência para a Camarim deverá ser enviada aos cuidados da Redação, incluindo remetente e telefone para contato. Material de divulgação deverá incluir release e fotos. A publicação estará sujeita à disponibilidade de espaço e obedecerá à ordem de entrega do material.

Cooperativa Paulista de Teatro - R. Treze de Maio 240 - Bela Vista - CEP 01327-000 - São Paulo - SP. (11) 258.7457 [email protected]

ENTREVISTA / LUIZ CARLOS VASCONCELOS

S em pre fui um co n tad o r de h ist ó r ia s"

Diretor ou ator? Está aí uma questão que Luiz Carlos Vasconcelos não tem muita pressa em responder. Diretor do aclamado espetáculo Vau da Sarapalha, Luiz vem participando, como ator, de filmes que figuram entre os mais respeitados e aplaudidos dos últimos anos, como O Primeiro Dia, de Walter Salles, e Eu, Tu, Eles, de Andrucha Waddington. Confira os principais trechos da entrevista do ator/diretor à Camarim.

Camarim: Luiz, conta pra gente um pouco de sua história. Qual foi sua primeira experiência em teatro?Luiz Carlos Vasconce­los: Nasci em Umbuzei­ro, uma pequena cidade nos Cariris Velhos da Paraíba, fronteira com Pernam buco. Nessa cidade passavam muitos circos e eu, ainda muito pequeno, conheci o teatro através do circo.Na segunda parte dos espetáculos circenses, os artistas apresentavam um m elodram a e quando vi aquilo senti que era o que eu queria fazer. Passei a incluir essa prática nas minhas brincadeiras no grupo escolar. Começo a inventar melodramas. Eu costumo dizer que meu primeiro dia em teatro aconteceu aos 7 anos, quando eu declamo um poema no grupo escolar, numa festa do dia do soldado. Stanislavski dizia que quando um ator sentir o chão faltar debaixo dos pés, ele

deve voltar a seu primeiro dia em teatro. Quando li isso, descobri que esse foi o meu primeiro dia. Bom... então eu era uma criança do interior que tinha a cultura popular muito próxima. As feiras de Umbuzeiro eram fascinantes. Era uma aventura acordar no sábado de manhã e percorrer a feira com os atores e os cantadores de cordel. Quando fui para João Pessoa, aos 13 anos, esse universo popular era muito forte. Como transeunte, encontrava os palhaços de rua e percebia que eles tinham uma técnica profunda por trás de sua

arte. Sempre fui muito atento a isso. Nessa época, declam ei no colégio um poema enorme de Castro Alves cham ado Ó rjão na Sepultura. Transformei o poema num monólogo. Em seguida, um amigo meu escreveu outro m onólogo que eu apresentava nas festas do colégio. E por aí fui. Passei a fazer teatro amador a partir de 71 com o MOCA, Movimen­to de Cultura Artística. Como sou muito curi­oso, todo curso que aparecia eu fazia, todo livro que caía na minha

mão eu pegava e quando viajava trazia livros. Ou seja, era um autodidata que não aceitava o teatro que se fazia em João Pessoa com o sendo definitivo. Queria saber o que já tinha sido feito no resto do país e no mundo em teatro. A minha curiosidade em buscar essas respostas é que foi

fazendo minha formação. Quando chegou a hora de fazer faculdade, não havia curso de teatro. Acabei resolvendo cursar letras. Pensei que poderia me ajudar a fazer análise de texto. No começo foi horrível, mas a partir do momento em que comecei a estudar Teoria da Literatura ficou gostoso. Entrava o lado criativo e artístico e me foi muito importante.

C: E a fundação da Escola Piolim? Como aconteceu?LCV: Quando estava acabando o terceiro c ien tífico , convidei alguns atores para montarmos uma peça chamada O Aborto, de G ilberto Bastos. O espetáculo ganhou o Festival Estadual e foi representar o Estado da Paraíba no Festival Re­gional N acional do antigo SNT (Serviço Nacional de Teatro), hoje FUNARTE, em Salvador, na Bahia. Também ganhamos esse festival e, com o dinheiro do prêm io, resolvem os im plantar, clan d es­tinamente, uma sala de artes num colégio abandonado. Reformamos o prédio e fundamos a Escola Piolim, em 27 de março de 1977. Ensinávamos crianças de 11 ,12 anos, que faziam teatro social, não peças infantis. Compramos uma arquibancada de um circo e roubamos um palco de uma festa de Iem anjá, que havia sido abandonado na praia. Criamos o Teatro de Arena ao Ar Livre da Escola Piolim, que passou a ser o primeiro espaço alternativo da cidade. Passamos por várias dificuldades mas, mesmo assim, tudo não parava de crescer. Começamos a preparar espetáculos ao ar livre com o intuito de nos aproximarmos da comunidade. Foi assim que apareceu a idéia do palhaço Xuxu. Durante 3, 4 anos, todos os sábados, às 3 da tarde, eu me dirigia para a comunidade e me apresentava. Durante 7 anos vivi a Escola Piolim em tempo integral. Passado esse tempo resolvi vir para o

Rio. Hoje, quem dirige a escola é um ator do Vau da Sarapalha, Nanego de Lira.

C: Como é a experiência de acumular as funções de ator e diretor?LCV: Eu nunca tive muito clara essa coisa de ator e diretor. Desde muito pequeno, e até hoje, eu me vejo como um contador de histórias. Ainda na infância eu inventava histórias em capítulos. Já havia essa ação. E aí está o diretor e o ator. O contador de histórias é a fusão das duas coisas. Um palhaço é a fusão das duas coisas. Ele é o

atuante, ele define o texto e ele é o diretor de si mesmo. Depois de fundarmos a Piolim, o diretor cresceu porque eu tinha uma função de liderança. O ator começou a ficar quieto, passou a ser alimentado apenas pelo trabalho do

Xuxu, que eu faço há 23 anos. Assim, começo a ir fundo na coisa do diretor. Eu só voltei a trabalhar como ator, afora o Xuxu, com 41 anos, em 95, fazendo o Lampião no filme O Baile Perfumado.

C: Eugênio Barba teve uma importância funda­mental na sua carreira. De que forma aconteceu sua aproximação com o trabalho dele?LCV: Quando Barba veio pela primeira vez ao Brasil, em 86, eu assisti uma palestra sua no Rio e percebi que tinha que escutar mais esse cara. Ele falava de sonoridades que eu já vinha pesquisando há m uito tem po. A grande contribuição dele, para mim, é que ele, como estudioso, como pensador, propõe uma síntese que eu nunca vira antes. A síntese de todos os grandes mestres do século 20. É através de Barba que eu vou realmente entender o Stanislavski e suas ações físicas. Eu conheci o discurso de Barba, mas quem realmente estava no núcleo do seu pensamento era Grotowski. Barba trabalhou com ele durante três anos apenas anotando coisas. Esse discurso atualizou meus estudos. Consegui

" B a r b a m e a r m o u

TECNICAMENTE PARA EU FAZER MINHA PRÓPRIA

PESQUISA, NÃO PARA FAZER O TEATRO QUE ELE FA Z."

ir e ficar na Dinamarca duas vezes em dois anos fazendo treinamento de ator. É na volta disso que eu vou fazer Sarapalha. Barba me armou tecnicam ente para eu fazer minha própria pesquisa, não para fazer o teatro que ele faz.

C: Que processo de trabalho você usou na criação de Vau da Sarapalha?LCV: Quando começamos Sarapalha, eu não tinha uma única imagem do espetáculo. Eu não trabalho assim. Não consigo elaborar uma encenação e ir lá e fazer. Eu preciso ver o ator. A questão é: por onde eu sou capaz de levar o ator para que ele me dê o que ele não sabe o que tem nele? Quando ele me dá isso, al eu consigo uma cena. E no primeiro dia de treinamento com os atores da Sarapalha eu vi que tínhamos um bom material para o espetáculo. Já no primeiro dia. Quando começamos a perceber que chegava a hora de entrar com o texto, fomos para o conto e ele estava lá. Também trabalhei com pesquisas sonoras que eu desenvolvo desde 77. A música nasceu das ações dos atores. A própria natureza dos personagens criou o som que eles produzem. Eu consegui chegar a isso porque um dia eu disse: sou contra sonoplasta apertando play-back. Estamos há 9 anos com o espetáculo. Um dia eu subi para agradecer umas coisas no final da peça e os diretores do Baile Perfumado disseram: taí nosso Lampião. Fui fazer o filme. Algum tempo depois, Walter Salles foi para João Pessoa ver Sarapalha atrás de atores para Central do Brasil. O elenco todo fez o filme e, quando ele me conheceu, disse que estava preparando um outro filme, chamado O Primeiro Dia, e que pensara em mim para o papel do João. Ou seja, Sarapalha passou a nos dar muitos trabalhos extras.

tenho dado pelo Brasil, conheci atores maravilhosos e pretendo levar adiante um projeto que deve ser iniciado no começo do próximo ano. Pretendo reunir os atores da Piolim com os atores dessas oficinas para haver uma troca. Quando faço uma oficina, vejo que ali já tem um espetáculo. Ele tem apenas que ser revelado através do processo de atiçar o ator. Fazer com que ele salte na área desconhecida de sua zona escura e, depois, reproduzir esse material. Eu tenho feito isso durante toda a década de 90, nas oficinas. Tenho vivido um exercício de direção que poucos diretores podem viver montando peças regulares. Minha idéia é reunir alguns desse atores e trabalharmos juntos por 3 meses. Tenho alguns temas para desenvolver, mas isso só será utilizado após a produção das ações que podemos chamar de essenciais desses atores. $

por André Corrêa (colaborou Débora Dubois)

C: Quais são seus projetos atuais?LCV: Tenho me interessado muito pela produção criativa do ator por um veio que não seja racional, ou seja, como levá-lo a um estado criativo, inflamado, e que ele produza aquilo que não sabe que é capaz de produzir. Tenho conseguido coisas incríveis por aí. Através de muitas oficinas que

FOMENTO À CULTURA

A r tista s ocupam C â m a ra M u n icipa l

A Câmara Municipal foi palco, em várias opor­tunidades nestes últimos tempos, de espetáculos que mereceram mais vaias do que aplausos dos paulistanos. Mas no dia 6 de dezembro o Palácio Anchieta foi ocupado por artistas que entoaram cantos e declamaram textos que arrancaram aplau­sos, inclusive dos vereadores presentes.

O motivo da “invasão“ de mais de 400 ato­res, diretores, cenógrafos e produtores foi a apre­sentação dos projetos de minha autoria que vi­sam beneficiar dois segmentos artísticos: Teatro e Cinema.

O Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo consiste na criação de um fundo com recursos advindos do orçamento da pasta de Cultura, o qual viabilizará projetos teatrais contínuos com compromissos sociais, como ingressos mais baratos e apresentações na periferia. O projeto visa restabelecer a função social da arte, do teatro, com o compromisso de modificar o atual quadro e assegurar direitos constitucionais, como o acesso à produção cultural para todos os cidadãos.

Vários artistas destacaram, na tribuna da Câmara, a importância da mobilização em tomo do projeto, debatido e escrito conjuntamente com a classe teatral, através de entidades e movimentos como o Arte contra a Barbárie. No plenário, importantes nomes do teatro paulistano.

Na oportunidade, foi apresentado ainda o projeto que cria a São Paulo Filmes, que visa increm entar e estim ular a produção cinematográfica na capital paulista.

Como os projetos irão tramitar na Câmara?

Os projetos de lei que visam instituir o Pro­grama Municipal de Fomento ao Teatro para o

Município de São Paulo (PL 416/00), a criação da São Paulo Distribuidora de Filmes (PL 414/00), e Gestão Democrática do Ensino Municipal (415/00), apresentados no último dia 06 na Câmara Municipal de São Paulo, passam agora a tramitar nas seguintes Comissões daquela casa de leis: Constituição e Justiça, Administração Pública, Educação Cultura e Esportes e, finalmente, Fi­nanças.

A tramitação nas comissões consiste na d istribu ição do p ro jeto de lei a um dos vereadores integrante da comissão para que o mesmo elabore um parecer, que pode ser favorável ou contrário ao projeto.

Este parecer é submetido à apreciação dos demais membros da comissão, que deverão votar, a favor ou contrariamente, ao parecer elaborado pelo relator. Assim que terminar a tramitação em uma comissão, o projeto é imediatamente distribuído à comissão seguinte, que adotará o mesmo procedimento.

Após a tramitação em todas as comissões e sendo o projeto de lei por elas aprovado, será o mesmo remetido à apreciação do plenário, que deverá aprová-lo em duas discussões.

Após aprovação do plenário, será o projeto remetido ao Prefeito Municipal, que poderá sancionar ou vetar (total ou parcialmente) a propositura.

Sendo sancionado, o projeto transforma-se em lei. Sendo vetado, o projeto retoma à Câmara Municipal, onde o veto aposto pelo Prefeito pode ser derrubado em votação realizada pelo plenário

por Vicente Cândido da SilvaVereador

í7 ]

A CRITICA DA CRITICA

Q uem p r e c isa d a C r ít ic a ?O principal modelo de crítica que nos

legaram os anos 60-70 sustentava-se na convicção

de que ao crítico competia, mais do que expressar

um juízo sobre determinado espetáculo, abrir para

o espectador um horizonte de compreensão da

obra, situando-a em sua tradição específica (o

momento histórico de sua produção,

seu lugar no conjunto das obras

do autor, suas possíveis relações

e referências, inclusive

ideológicas). O ponto de partida era

principalm ente o

texto e, então,

reconstituía-se a

passagem da literatura

dramática ao palco,

avaliando-se as opções

cênicas do diretor. Era uma

crítica que se sentia compelida a

acompanhar as radicais alterações da

forma-teatro que se processavam

naquelas épocas e que, portanto,

responsabilizava-se por tomar pela mão o

espectador e guiá-lo pelos meandros da linguagem cada vez mais híbrida, complexa, de difícil

decifração, do espetáculo. Uma crítica de natureza

ensaística e, por todas suas características, injetada de alto teor de substância pedagógica. (Ler as

coletâneas de críticas de Bernard Dort ou Botho

Strauss, ou Décio de Almeida Prado, para citar

um exemplo nosso irrefutável, eqüivale a um curso de história e estética do Teatro)

À dimensão da tarefa correspondia o

prestígio do crítico , conquistado pelo

reconhecimento de seu notório saber teatral,

cultivado pela experiência e pelo envolvimento

com o meio produtivo. O leitor conhecia o

pensamento do crítico, identificava nele um parti pris, situava-o em relação às peças em

cartaz, e, principalmente, aderia ou

não ao seu pensam ento, a

depender do grau de

identificação que

reconhecia em rela­

ção ao profissional.

Idealm ente, esse

conjunto pressupunha

a existência de um diálogo

entre artistas, crítico e

público.

Hoje, evidentemente, com algumas poucas exceções, esse crítico

não existe mais. Estamos assistindo à

paulatina extinção da crítica especializada

e dissemina-se o entendimento de que qualquer

um pode ser crítico eventual, bastando para tanto

sustentar uma opinião (às vezes no limite ético de um produtor julgar a produção de um outro). O

vigor e a ousadia intelectuais parecem suficientes

para substituir a experiência e o conhecimento. A

isso corresponde o entendimento de que o espetáculo existe por si mesmo, único na

diversidade, e que, portanto, pode ser visto e

analisado - lido, no jargão mais contemporâneo -

como obra independente. Logo, não há mais o

dever de “explicar a obra” - mesmo porque a

obra hoje é produto entregue sem remorsos ao

poder imaginativo e capacidade de preenchimento semântico do espectador.

A essa perda de im portância teórica

corresponde uma perda de espaço físico nas

edições impressas dos jornais e revistas. Como há

muito as críticas já não acompanham as estréias,

as reportagens que fazem a crônica dos bastidores

da produção acabam cumprindo o papel de

“orientação” do espectador. Depois delas, já em linguagem cifrada - ainda que suficiente para certo

segmento do público -, vem o sistema de signos indicativos (estrelas e bonequinhos), que

destacam aqueles espetáculos que o veículo

recomenda. Como poucos são os escolhidos, os

produtores ressentem-se de falta de atenção e

reclamam da crítica. Porém, nem sempre porque

se interessam pela opinião do crítico ,

reconhecendo nela sabedoria e esclarecimento,

mas porque entendem que é responsabilidade da

crítica levar público ao teatro. Ou, colocado de outro modo, no quadro de indigência financeira,

no qual a maioria das produções se encontra, a

citação pela crítica pode ser a única forma de tomar pública a presença daquele espetáculo em

cartaz. A rigor, é este o principal arreio que atrela

a produção à crítica. Que vale menos por sua

substância própria - lembro sempre que há

exceções - mas, principalmente, porque tem atrás

de si o poder de penetração - que é também

poder de favorecimento - da grande imprensa.

Deixando de lado essa questão, que aqui não nos concerne - embora não resista à tentação de

sugerir que também essa idéia deva ser revista

porque já não corresponde mais à realidade - e

para não ter de enfrentar jogo de birra e vaidade

(de ambos os lados, diga-se de passagem), seria

conveniente focar o caráter mais geral, menos

tópico, da questão da crítica na atualidade.

Diante desse quadro, ainda que mal traçado,

podemos indagar: com quais meios alternativos

podemos contar para oferecer ao espectador

elem entos crítico s que o aproxim em do

espetáculo? Ou, ampliando a questão: quem deve

(ou como) ocupar o lugar do critico-pedagogo?

Por outro lado, fazendo ecoar as palavras do veterano crítico espanhol José Monleón* , e

pensando a sociedade como um complexo, a

desimportância da crítica de arte não estará

proporcionalmente vinculada à deficiência do

exercício crítico, em todos os outros planos, do

conjunto social? Consequentem ente, cabe perguntar: e o nosso exercício de pensamento

crítico, a quantas andamos?

Em suma, talvez caiba aqui refletir, na

admissão de que os tempos e nós somos outros,

se ainda faz sentido lamentar o que foi talvez

irremediavelmente perdido e, antes que se percam também discernimento e vontade, preparar no­

vas formas de intervenção, em relação aos públicos e também ao meio, para que respirem,

desobstruídos, os canais que promovem (deveriam

promover) a circulação entre produção e reflexão

crítica. $por Silvana Garcia

pesquisadora, diamaturgista e professora de teatro na EAD

Esta reflexão recupera em parte segmentos da exposição de abertura da mesa sobre Teatro do seminário A Critica da Critica, promovido em outubro, no Centro Cultural São Paulo, pela APCA - Associação Paulista de Críticos de Arte.

* Intervenção no Taller Nacional de Critica Teatral, publicada em nümero especial revista Gestus (Escuela Nacional de Arte Dramático dei Instituto Colombiano de Cultura, 1995).

p o l ít ic a c u l t u r a l

O que a C ooperativa pode FAZER POR MIM?

Esta é a pergunta mais freqüente que se faz em nossa entidade. Em dezembro último estive no Rio de Janeiro, participando do RioCooperativo, o maior evento mundial sobre Cooperativas, o que me fez refletir um pouco mais sobre quem somos nós. Vejamos: somos uma Cooperativa. Dela todos os sócios são donos e ao mesmo tempo, respeitando a individualidade, ninguém é totalmente dono. Como a Cooperativa é de cada um de nós e de todos nós ao mesmo tempo, gostaria então que pensássemos juntos sobre a resposta adequada à pergunta acima. Todos sabemos, ou descobrimos na hora em que necessitamos, das possibilidades da Cooperativa como nossa representante jurídica, política e administrativa. Somos hoje 250 Núcleos: alguns consolidados como Grupos, com sua história, linguagem própria, repertório, etc.; outros que se reuniram para produzir seu espetáculo sob o princípio básico do cooperativismo que é a ajuda mútua; outros ainda que se associaram por um interesse im ediato, quer seja contratação, viabilização ou regularização de sua situação

trabalhista... Tudo conforme o nosso estatuto e a Lei 5 7 6 4 , de 1 9 7 1 , que regulam enta as cooperativas. Então quando perguntamos: o que a Cooperativa pode fazer por mim?, encontramos a resposta em uma outra pergunta: o que eu posso jazer pela Cooperativa? Nós, que entramos para esta sociedade por livre vontade, somos a Cooperativa. Quando um sócio colabora, coopera, trabalha para a melhoria da entidade, todos se beneficiam.

E o que é ser sócio? É ter consciência dos seus direitos e dos seus deveres. D ividir responsabilidades; tomar parte nas Assembléias; trazer propostas de interesse da Cooperativa (atenção: não confundir apenas com seu inter­esse particular ou de seu Grupo); votar para o Conselho Administrativo e Fiscal e acompanhar as decisões destes. Preste atenção aqui: você sabe que se a Diretoria da Cooperativa assumir dívidas você responderá solidariamente por elas? Uma má administração será de responsabilidade de todos! Você é dono e portanto é também responsável! A diretoria é formada por sócios,

não por profissionais ou “donos”, e é sempre eleita em legítimo processo democrático. Cada sócio tem que ter consciência de quem elege ou permite que se eleja.

A diretoria tem o dever político de valorizar e zelar pelo nome da Cooperativa perante a sociedade, órgãos públicos e entidades privadas. Tem também o dever de zelar pela Administração. A escalação de pessoas idôneas e os rumos administrativos, tributários e jurídicos corretos têm que ser sempre meta principal.

As cooperativas são constituídas para prestar serviços aos seus associados, viabilizar aquilo que os sócios esperam dela. Nós esperamos da nossa Cooperativa, no mínimo, que ela siga a nossa constituição, o nosso estatuto. Por isso ela celebra contratos; emite notas; faz prestação de contas; efetiva os pagamentos; faz os repasses dos Núcleos ou dos trabalhos individuais; administra as contas de cada um dos cooperados para efeito de rendimentos e impostos (somos hoje 1250!). As leis tributárias no Brasil às vezes se voltam con­tra os nossos interesses, e é preciso estar sempre atento. Sempre. Temos que matar um leão por dia. E ainda conforme a Lei 5764, temos que manter neutralidade política e indiscriminação, lembrando sempre que cooperativa não é sinônimo de sindicato.

Atualmente estamos tentando viabilizar

para os cooperados convênio-saúde mais em conta do que os ex isten tes no m ercado. Mantemos alguns convênios com dentistas, bares, restaurantes, etc... Temos uma assessoria jurídica que atende e orienta os cooperados; nossa sala de ensaio tem sido bastante utilizada pelos grupos; realizamos com o Agora o evento Ágora Livre; a revista, Camarim, feita totalmente às nossas próprias custas, está com tiragem de 4 .000 exemplares, entregues gratuitamente; no último semestre foram realizadas duas Oficinas: Francisco Medeiros e Maria Thaís. As Assembléias Gerais são realizadas ordinariamente uma vez por ano, mas antes de convocar Assembléias Extraordinárias, estamos tentando um canal de participação do cooperado, que é um Conselho de Grupos (por enquanto com uma participação menor do que a desejável). Além disso, estamos sem pre à d isp osição dos cooperados e procuramos deixar todos sempre satisfeitos. Não é fácil.

Se você, cooperado, quiser fazer jus à sua sociedade, deve cooperar. Apareça! Para criticar e também para trabalhar! Para reclamar e também para propor! Para receber e também para pagar! Para usar a Cooperativa e também para se deixar ser usado como instrumento de construção. $

por Luiz AmorimPresidente da Cooperativa

MOBILIZAÇAO TRABALHISTA

C a r a s d o R e c l a m e SOLTANDO A VOZ

Após anos de silêncio ouvindo a galga de que os atores não são unidos no que diz respeito aos seus interesses, nasce o Movimento Caras do Reclame, formado por atores profissionais que lutam por melhores condições de trabalho e remuneração justa e ética nas relações com o mercado publicitário e meios de comunicação.

O mercado publicitário nacional movimenta milhões de dólares por ano na produção e veiculação de filmes e vem conquistando prêmios de grande respeitabilidade dentro e fora do País, tendo sido considerado o 3o maior do mundo, segundo publicações especializadas. Segundo o Movimento Caras do Reclame, esse mesmo mercado desvaloriza, cada vez mais, uma de suas principais figuras: o ator profissional. Artistas, em sua maioria com formação reconhecida e uma carreira notória alicerçada no teatro, eles alegam que os colegas da área vêm sendo desrespeitados desde o momento em que participam de um teste de seleção de filmes publicitários recebendo, quando muito, o valor de R$ 10 correspondente a um cachê simbólico, conhecido jocosamente pela classe artística como “vale-coxinha” - quando deveriam receber R$ 65, valor decidido em dissídio coletivo junto à Delegacia Regional do Trabalho (DRT). Um dos membros da comissão do Movimento dispara ainda que, muitas vezes, somente alguns atores recebem o tal cachê-teste, mediante códigos secretos, senhas e pantomimas encenadas pelas produtoras de elenco durante os testes.

As reivindicações do Caras do Reclame, de acordo com o que determina a lei, passam por adoção de um contrato padrão, jornada de trabalho baseada na CLT, pagamentos de horas/ diárias extras de trabalho, fixação de um piso mínimo de cachês para a veiculação de filmes em todos os níveis (mundial, nacional, regional e lo­cal), entre tantas outras.

Muitas matérias foram publicadas pela grande imprensa tentando expressar com exatidão os reais objetivos do Movimento Caras do Reclame,que deseja, na prática, conquistar o que já lhe é garantido legalmente. Tornou-se público nessas matérias a falta de conhecimento da legislação e das condições às quais a maioria dos atores é submetida nesse mercado. De acordo com o Caras do Reclame, o ator geralmente não opina na definição do cachê de um filme; este é estipulado pela produtora e a ele resta a opção: pegar ou largar, com raríssimas exceções de negociação,

em sua m aioria abertas aos atores de popularidade nacional.

O Movimento Caras do Reclame tem recebido inúm eros apoios via e-m ail, telegram as e telefonemas de atores de todo o país, além de declarações favoráveis de profissionais e entidades representativas de vários setores da produção publicitária e de programas de televisão. Já conta com uma adesão de cerca de 100 atores, número que vem crescendo dia-a- dia. Até agora, o apoio mais expressivo é o da

Escola de Formação do Ator Carmina Domus,coordenada pelo diretor teatral Ivan Feijó, que gentilmente tem cedido uma de suas salas para as reuniões semanais do Movimento.

A tendência natural do Movimento Caras do Reclame é tornar-se uma associação de atores profissionais que represente e defenda os direitos e interesses dos atores que trabalham em publicidade e nos meios de comunicação, já que a Lei 9.610/98, que protege os direitos conexos (de imagens) dos intérpretes permite a criação de uma associação com os poderes de representação de classe.

Atualmente, o Caras do Reclame prepara o lançamento nacional para 2001 de uma cartilha sobre os direitos e deveres do ator profissional, o Manual do Reclame, que reunirá uma seleção de Perguntas e Respostas sobre os problemas mais elementares e freqüentes enfrentados pelos atores nas relações com o mercado publicitário e um Glossário contendo toda a legislação que protege os direitos do ator. Ainda no prim eiro sem estre do próximo ano acontecerá o Fórum Nacional de Debates, onde serão convidados representantes de todas as instâncias de produção de um filme publicitário, com as seguintes mesas: Sindicato dos Atores e Técnicos em Diversões e Espetáculos (SATED) e Delegacia Regional do Trabalho (DRT); Agências de Publicidade e Diretores de Marketing de Empresas; Produtoras de Filmes Publicitários; Agências de Atores e Produtores de Elenco independentes, e demais

sindicatos voltados à classe artística.

Fica claro que movimentos como o Caras do Reclame, assim como o Arte Contra a Barbárie,surgem de uma insatisfação calada há muito e de um desejo do ator de assumir seu real papel de formador de opinião e transformador da cultura de um povo. O fato é que a inquietação está presente e os objetivos definidos.

Sempre bem-humorada, a comissão do Movimento arrisca fazer previsões para 2001: “Será o ano em que faremos contato...com aqueles que desconhecem a via crucis pela qual passamos- no caso, as agências de publicidade e até seus clientes”. Sem dúvida, a virada do milênio antevê m uitas m udanças no pensam ento e no comportamento artístico-cultural. $

por Antoune Nakhle

A comissão do Movimento Caras do Reclame éconstituída por Amazyles de Almeida, Augusto Marin, Daniel Faleiros, Eduardo Semerjian, Eliete Cigarini, Flãvio Faustinoni, Francisco Gaspar, Hugo Coelho, ítala Morahddei, Otávio Martins e Vicente Latorre. As reuniões do acontecem todas as segundas-feiras, às 19h30, na Escola de Formação do Ator Carmina Domus, à rua Jacurici 81, Itaim, travessa da Rua Mário Ferraz e paralela à Av. Cidade Jardim. Telefone 3845.6999 r. 241, e-mail: [email protected] .

carasdo ireclame

SERVIÇOS

Sua c a rte ira de assoc iado dá d ire ito a d e sco n tos e p ro m o çõ e s nos loca is e serv iços re la c io n a d o s na pá g in a ao lado . Se você a inda não tem a sua, e n tre em c o n ta to conosco . N ovos c o n vê n io s c o n tin u a m sendo firm a d o s .

O convênio para Plano de Saúde para cooperados en contra-se em fase fina i de defin ição do fornecedor. O cadastro con tin ua sendo fe ito em nossa sede, onde poderão ser obtidos m aiores de ta lh es .

í ASSESSORIA JURÍDICATodas as 3as e 5as das 14h às 17h, com a Dra. Martha Macruz de Sá. Para cooperados

e-mail: [email protected]

Não deixe de v is itar nosso site. Lá você poderá encontrar in form ações dos núcleos e seus espetáculos, lista com pleta de associados, edição v irtua l da revista C am arim , fórum de discussões e links especiais.

Os grupos que não enviaram material para o site da Cooperativa devem fazê-lo pelo e-mail show@ show.art.br (deverão constar histórico, repertório, dados para contato e fotos).

Envie seu e-mail para nosso cadastro: cadastro@ cooperativ?^teatro .com .br

CONVÊNIO ODONTOLÓGICO

Dra. Adriana Pêcego M. Romano Dra. Emília Mioko Yokote Dra. Maria Lúcia Rocha de Morais R. Capote Valente 747 - Pinheiros Tel.: 3081.0484

Dra. Andréa Cristina Aroni Christofoletti Todas as especialidadesAv. Vital Brasil Filho 404 / sobreloja - São Caetano Tel.: 4226.3696 / 4229.5872

Dr. Edson Y. Assakawa - prótese e estética R. Miguel Rodrigues 237 - Pinheiros Tel.: 3097.0109 / 9777.2639

Dr. Eduardo Ruiz PesseAv. São Gualter 433 - A lto de PinheirosTel.: 3022.4800 / 3022. 3549

Dr. Flávio Barreto Paiva - clínica geral/endodontia Dra. Milene Lisboa M erlo -c lín ica geral Outros: periodontia, prótese, ortodontia e cirurgia. Rua Frei Caneca 33 / cj. 62 - Consolação Tel.: 214.4366 / Fax.: 258.9007 - [email protected]

Dra. Regina Cudek - clínica geralAv. Angélica 1814 / cj. 805 - HigienópolisTel.: 3662.1285 / 3661.9375

Instituto Bibancos de Odontologia Dr. Fábio Bibancos - todas as especialidades Rua Maurício Francisco Klabin 401 -V I . Mariana Tel.: 570.5453 / 572.1959 / 573.2288 - [email protected]

Procedimentos:• Telefonar com antecedência para marcar consulta;• Informar sobre forma de pagamento;• Não esquecer a carteira de associado.

Convênio entre a Cooperativa e o SIMPRO- Sindicato dos Professores de São Paulo perm ite divulgação de peças de cooperados no rote iro de tea tro do Jornal do Professor, d is tribuído a 20 m il filiados, mediante desconto de 50% aos sócios do sindicato. M ateria l para a Cooperativa, aos cuidados de Fatão.

DESCONTOSAulas e CursosAntonio Carlos Martins Lima Carlos Zimbher20% e isenção de taxa de matrícula em aulas de violão e expressão vocal20% em criação e/ou gravação de trilhas sonoras Tel.: 3722.0082 / 3721.5408

Tato Ficher - 30% em aulas de canto e piano Tel.: 259.6782 / 3120.3056

ColchõesMaster Colchões - descontos e prazos especiais Solteiro, casal e sob medida - todas as marcas. Tel.: 3683.3541

EstúdiosArtium Estúdios - 20% em todos os serviços Áudio, fotografia e aulas de artes plásticas e música. Tel.: 3277.1291 / 1551 www.artium.com.br - [email protected]

DVD Digital Cooperativa de Comunicação 15% na confecção de Vídeo Book R. Bernardino de Campos 541 - Campo Belo Telefax: 542.2716 - dvddigital@ originet.com,br

Oficina mecânicaAuto Mecânica Cabrera Centro Automotivo R. Amazonas 259 - Centro - São Caetano Tel.: 4224.4828

RestaurantesCantina d'Amico Piolim - 30%R. Augusta 311Tel.: 255.4587 / 256.9356

Galpão da PizzaR. Dr. Augusto de Miranda 1156 • Tel.: 262.4767

Pompéia

Máfia Siciliana Bar e Cantina - 25% nas refeições R. Martins Francisco 261 -S ta . Cecília Tel.: 3663.4058

NOTICIAS

( a o s c o o p e r a d o s )• Em d e ze m b ro fo i im p la n ta d o em nossos c o m p u ta d o re s um n o vo p ro g ra m a o n d e to d a s as tra n s a çõ e s são re g is tra d a s d ire ta m e n te na c o n ta do c o o p e ra d o , d im in u in d o a m a rg e m de e rro na p re s ta çã o de con tas . A c o n tr ib u iç ã o de to d o s é im p re s c in d ív e l, já que esses dados só p o d e rã o ser g e ra d o s a p a r t ir das in fo rm a ç õ e s t ra n s m it id a s p e lo c o o p e ra d o s . Toda a m o v im e n ta çã o em cada co n ta e s ta rá sem pre a tu a liz a d a para que no f in a l do exe rc íc io possam ser e n v ia d o s o in fo rm e de re n d im e n to s e a p a r t ic ip a ç ã o de cada um na s o c ie d a d e , d im e n s io n a n d o assim sua p ro d u çã o . Um rec ibo de p a g a m e n to em to d a s as transações fa c ili ta rá o c o n tro le dos tra b a lh o s dos c o o p e ra d o s .

• É muito im portante manter a adm inistração inform ada sobre quaisquer alterações dos dados registrados na C o o p e ra tiva - endereço , te le fo n e , e -m a il, co n ta c o rre n te b ancá ria e m ane ira de re ce b im e n to (transferência on-line, DOC, cheque, depósito em outros bancos). O ideal, para s im plificar o traba lho , é posicionar os funcionários sobre o rateio dos repasses já na retirada da Fatura de Serviços.

• Esclarecimentos sobre a im plantação da cobrança bancária: 1o) Com um volum e m aior de transações, localizar cada créd ito sem a devida identificação tornou-se d ifíc il, pois com valores de traba lhos seme­lhantes havia a probabilidade de repasses indevidos. Agora, pelo número do boleto, o crédito é id e n tifi­cado ao início de cada expediente. 2o) Acordo com o Banco do Brasil perm ite o pagam ento via disquete, ou seja, uma única listagem é entregue ao banco, que a processa. Houve muitos problemas com depósitos e does (fa lta de com unicação com o banco, linha sobrecarregada, prob lem as com o provedor, stress tecnológico), que esperamos de agora em d iante atenuar.

Cursos de FériasIn iciação - Celso Frateschi - de 15 a 24/01 - 2as, 3a5 e 4as das 19h às 23h - R$ 150D ireção - Roberto Lage - de 15 a 20/01 - 2a a 6a das 14h às 18h - R$ 150Signo Gestual - Roberto Lage e Paulo Barcelos - de 22 a 27/01 - 2a a 6a das 14h às 18h - R$ 150Construção do P ersonagem - Roberto Lage - de 29/01 a 3/02 - 2a a 6a das 14h às 18h - R$ 150Os Verbos da Filosofia - George Barcat - de 22/01 a 21 /02 - 2as e 4 as das 19h30 às 22h - R$ 50

Cursos RegularesIn terpre tação e M o n ta g e m - Celso Frateschi - de 7/03 a 27/06 - 4asdas 19h às 23h - R$ 130/mêsConstrução do Personagem - Roberto Lage - de 5/03 a 25/06 - 2as das 19h às 23h - R$ 130/mêsSigno Gestual - Roberto Lage e Paulo Barcelos - de 6/03 a 26/06 - 3“ das 19h às 23h - R$ 130/mêsIn iciação - Daniela Carmona - de 10 /02 a 24/05 - 5as das 14h às 17h - R$ 100/mêsIn iciação - Nádia de Lion - de 3/03 a 30/06 - sábados das 14h às 18h - R$ 130/mêsTeatro para Crianças-Talles Vicicius e Elaine Batista -4 /0 2 a 16/12 - domingos das 10h às 13h - R$ 90/mês

Á g o ra CDTRua Rui Barbosa 672 - Bela Vista - Tel.: (11) 28 4 .0 2

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AGO R A - PROGR A M ACÃO 2001

CJEHSEES

ERRAMOS------------------------------------------------------------------- .

• Em nossa edição passada (16 ) o nome da atriz e diretora Myrian M uniz foi g ra fado in corretam ente em capa, índice e na en trevista à página 4( " Profundamente humana essa profissão", de André Corrêa). Nossas desculpas...

• Também na edição passada ocorreram erros gramaticais em dois trechos da reportagem A arte de interpretar sem ser visto, de André Corrêa. 0 correto é: O trabalho do ator na manipulação de bonecos ou objetos está ligado a um teatro onde o inanimado é o personagem central. (1o parágrafo) e Para ele, "o ator- manipulador tem que interpretar como se ele mesmo estivesse em cena, transferindo para o boneco toda a carga dramática que usaria como um ator de carne e osso." (3o parágrafo).

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ATENÇÃO COOPERADONão deixe de fazer sua prestação de contas de cada

nota emitida por seus trabalhos.

Compareça à Cooperativa!

ramINDÚSTRIA • CULTURA • CIDADANIA

dirceu .. amadiow w w . i r a m . c o m . b r

Se o seu grupo está em cartaz, não deixe de enviar material para a Camarim,

induindo releasee foto. A publicação

obedecerá ao prazo de validade de cada edição e à ordem de

recebimento do material.

17 )

Contribuição previdenciária a cargo de tom adores de serviços de cooperativas Lei N° 9876 /99

A lei acima determinou que tomadores de serviços passassem a recolher, a títu lo de contribuição ao INSS, 15% sobre o valor bruto de faturas, recibos ou notas fiscais emitidas por cooperativas, o que pode inviabilizar em m u itos casos a c o n tra ta çã o de nossa C oope ra tiva . O Poder J u d ic iá r io tem dec la rado a inconstitucionalidade desta cobrança, que decorre, em apertada síntese, das seguintes circunstâncias:1) A contribuição exigida dos contratantes de cooperativas não foi instituída por Lei Complementar como

determinam os artigos 154, III, e 195, § 4o da Constituição da República;2) A contribuição incide sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, o que não

corresponde à base de cálculo prevista pela Constituição Federal, tal seja, incidência sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pago à pessoa física que preste serviços para empresa;

3) A Cooperativa foi tratada pela Lei N° 9876/99 como intermediária entre o tomador de serviços e o cooperado, evidenciando-se um equívoco, pois o contrato é celebrado diretamente com a pessoa jurídica Cooperativa;

4) A Cooperativa é expressamente tratada como empresa pela Lei N° 8212/91 (alterada pela Lei N° 9876/99). Se for considerada empresa, a Lei N° 9876/99, ao criar a contribuição ora comentada, instituiu tratamento desigual entre contribuintes equivalentes, pois será mais vantajoso para os tomadores contratarem serviços de empresas comuns e não de cooperativas. Há, pois, evidente agressão ao artigo 150, II, da Constituição da República, que trata das limitações de tributação das pessoas jurídicas de direito público.

Como conseqüência do reconhecimento da inconstitucionalidade da contribuição previdenciária criada pela Lei N° 9876/99, o Poder Judiciário tem liberado os tomadores de serviços de recolherem, aos cofres públicos, 15% do valor bruto das notas fiscais ou faturas emitidas por cooperativas, razão pela qual devem as pessoas jurídicas contratantes também se insurgirem formalmente, isto é, por meio de ação judicial, contra a mencionada exigência.

Martha Macruz de SáAdvogada da C ooperativa ^

SEGUNDAS ROSAS FEIRASProjeto que visa apresentar processos de criação, leituras dramáticas e ensaios abertos para produtores, empresários e público. Os interessados devem entrar em contato com Marcelo Roverso na Casa das Rosas, à Av. Paulista 37, às 2asa partir das 17h ou pelos (11) 251.5271,

^ [email protected] ou [email protected]._________________

V ESPAÇO DOS SATYROS , \

Inaugurado em dezembro o novo teatro multiuso da companhia Os Satyros, com palco e platéia removíveis, capacidade para 100 espectadores e café-teatro para exposições e apresentações

jnusicais. Espaço dos Satyros - Praça Roosevelt 214, (11) 258.6345. J

C ooperativap a u l is t a

DE7EATRQ

Diretoria: Presidente - Luiz Am orim ; Secretário - Neto de O liveira; Segundo Secretário - A lexandre R oit; Tesoureiro - José Eduardo Petean; Segunda Tesoureira - D ébora Dubois; Vogal - C ris tian i Zonzini. Conselho Fiscal: Hugo Possolo, Sérgio Santiago e Beto Andreatta. Suplentes do Conselho Fiscal: L udano D raetta , Flávio Faustinon i e Luis A ndré C herubini.

No Front: A dm in istradora-Maricene Gregorut; AuxiliarAdm inistrativo- Dener Nery da Silva; Auxiliares de Escritório -A n d ré Araújo e Ricardo Pereira Barroso; Relações Públicas-Fátima Ribeiro; Recepcionista-Luana Kavanji; Faxineira - Maria das Montanhas; C ontabilidade-Âncora Assessoria Contábil.

l.JiLPOVíttÚ p lijd |Jcií‘ci P ÍÍílio MclTfjçfé

Plínio Marcos de cada dia nos dai hoje:

a tua bílis a tua ironia a suave poesia a mordaz sagacidade a tua ternura pela cidade.

Plínio Marcos de cada dia - repórter, cronista, poeta - nos dai hoje:

o espelho que mostreo Dorian Gray que em nós habitavírus, verme que palpitaem cada ação emais ainda em cada omissão.

Plínio Marcos de cada dia- cantor do porão, da cela, da esquina e da favela - nos dai hoje: purgando pus e dor, palhaço da vida e do amor nos dai hoje:- Autor maldito do Brasil - província - Autor bendito do Brasil - Universo - nos dai hoje:o pão quente do teu verso!

Mato» ¥lát

Amém!

pelos. Teatro Popular,

C ésar Vieiracompanheiros do ■, União e Olho Vivo ’

C o o p e r a t iv ap a u l is t a

DE7EATROGRUPOS QUE FAZEM O TEATRO ACONTECER)

A LlRICO CIA. PAULISTA CIA. DO ACASO FÁBRICA CÊNICA nudeodeatores.brA PALAVRA E 0 GESTO CIA DO DIVINO FÁBRICA CIA. DE TEATRO OLHAR IMAGINÁRIOABACIRCO CIA. DO FEIJÃO FARANDOLA TROUPE OMSTRABACORDES CELESTINOS CIA. DO LATÃO FIM DOS CONFINS ÓPERA SECAACROBÁTICO FRATELLI CIA. DOS CONTRÁRIOS FINA AÇÃO CIA. DE ARTE OS CHARLES E CIA.ANDALUZ- TEATRO DE ANIMAÇÃO CIA. DOS INSIGTHS FRACTONS OS DOISARARAMA CIA. DOS LOBOS FOLIAS DRAMÁTICAS OS EXTRADIVÁRIOSARS Teatro CIA. DOS SETE GIOCONDA CRIAÇÃO TEATRAL OS HERMENEUTASA SANTA PALAVRA CIA. ELEVADOR DE TEATRO PANORÂMICO GIRA CIA. TEATRAL OS PESSOASAS MENINAS DO CONTO CIA. FALBALÁ GIRASONHOS OS SATYROSATELIÊ TEATRO CIA.FRATERNAL DE ARTES E MALAS ARTES GRUPO ABAPORU PARCERIA.COM.BRATMOSFERA MÁGICA CIA. LETRAS EM CENA GRUPO A JACA EST PARLAPATÔES, PATIFES E PASPALHÕESAVES DE ARRIBAÇÃO CIA. DRAMÁTICA GRUPO ÁGORA DE ATORES PERSONABAMBU DE VEZ CIA. LIVRE GRUPO ARLEQUINS DO TEATRO PESSOAL DO FAROESTEBALANGANDAÇA CIA. CIA. LÚDICA GRUPO AS GRAÇAS PIA FRAUSBALEIA AZUL CIA. MARIA BONITA GRUPO ASFALTO SELVAGEM PIC E NICBARRACÃO TEATRO CIA. MULUNGO GRUPO BARATA ALBINA PIMENTAS ATÔNITOSBENDITA TROUPE CIA. ONÍRICA DA ARTE GRUPO CÃO DE TEATRO PINUS PLOFTBICICLETAS VOADORAS CIA. PAULICEA GRUPO CIRCO BRANCO PROJETO CENAS E LETRASBONECOS URBANOS CIA. PAULISTA DE TEATRO GRUPO ClRCULO DE COMEDIANTES PROJETO NÚCLEO OCABOTO VERMELHO CIA. PAULISTA DE PANTOMINA GRUPO DE TEATRO BENDITOS E MALDITOS RAMA-KRVACADERNO COR DE ROSA CIA. PANTURRILHA DE TEATRO GRUPO DE TEATRO ESTAÇÃO CIÊNCIA RAY LUARCAIXA DE FUXICO CIA. PATÉTICA GRUPO DE TEATRO FILHOS DE PRÓSPEROS RENATA JESIONCAIXA DE IMAGENS CIA. PAVANELLI GRUPO DE TEATRO X ROLETA RUSSACALIBAN CIA. PIC E NIC 2 GRUPO ESTRANGEIRO SAIA JUSTACAIXA PRETA CIA. POMPA CÔMICA GRUPO FORÇA TAREFA SHERAZADECANTOS E ATOS CIA. PRAZENTEIRA DE TEATRO GRUPO JÁ SOBREVENTOCENTRO DE ARTES CÊNICAS DO TUCA CIA. RASO DA CATARINA GRUPO LÉ COM CRÉ STÚDIO ARTE VIVACIDADE MUDA CIA. S. JORGE DE VARIEDADES GRUPO MANIFESTA DE ARTE CÔMICA STULTlFERAS NAVISCHIQUITITAS CIA. SOLITÁRIA GRUPO MANGARA SUCO DE LÓTUSCIA A CASA DO SOL CIA. STROMBOLI GRUPO MOMA TEATRO BALAGANCIA ALÉM TEMPO CIA. TATALIS GRUPO 0 CACHORRO DA CACILDA TEATRO CARTELCIAANIOSVOADORES DECIRCO-TEATRO CIA. TEATRAL ARTE & VIDA GRUPO PASÁRGADA TEATRO DIADOKAICIA. ARTHUR ARNALDO CIA. TEATRAL ARTEIROS GRUPO TEATRAL CÊNICOS E CÍNICOS TEAmOAQUfimO-NÚOH) DO GRUPO TEKTONSCIA. ARTICULARTE DE TEATRO CIA. TEATRAL TERRA BRASILEIRA GRUPO TEATRO DE RISCO TEATRO DEMAMULENGO MESTRE VALDECKCIA.ATURARTE CIA. TEATRO DE PAPEL GRUPO TEMPO TEATRO DO MITOCIA. AUTO FALANTE CIA. TEIA DE REPERTÓRIO IMA CIA. TEATRAL TEATRO DOS QUINTOCIA. BANDO CIA. TRIPTAL DECISUS IMAGO TEATRO GRAFITTIQA BRASILEIRA DEMYSTÉRIOSENOVIDADES CIA.TRUKS-TEATRO DE BONECOS IRMÃOS NICOLAU te atr o In t im oCIA. BURLANTIM CIA. VANDEN RIZZO DE TEATRO KAPAFICUS TEATRO POR UM TRIZCIA. CAFÉ POESIA CIA. VIRAMUNDO KYO TEATRO 4GAR0UPASCIA. CARICATURAS CIA. ZAGREU DE TEATRO LADRÕES DE METÁFORA TEATRO SEM NOMECIA. CASCA DE ARROZ CINCOINCENA LA MamaNina TEATRO VENTO FORTECIA. CÊNICA NAU DE ÍCAROS CIRANDAR LA MlNIMA TEATRO VIAJANTECIA.CEMITÉRIO DE AUTOMÓVEIS CIRCO E CIA. LE PLAT DU JOUR TEATRO VIVOCIA. CIRCENSE VARIETE ETECETERA CIRCODÉLICO LINHAS AÉREAS TEATRO XCIA. DA MALUQUINHA CIRCO MlNIMO LUARNOAR TEATRO DO INCÊNDIOCIA. DE TEATRO FURUNFUNFUN CLIPS E CLOPS LUX IN TENEBRIS THE SOLITARY GOATSCIA. CIRCO NAVEGADOR COAN E CIA. LUZ E RIBALTA TRAGÉDIA POUCA É BOCAGECIA. CLÁSSICA CONFRARIA DA CRIAÇÃO MÃE CORAGEM TRAQUEJOS E ALENTOSCIA. COISA E TRECO CONFRARIA DE PEQUENAS MENTIRAS MARZIPAN TRECOS E CACARECOSCIA. CONCEIÇÃO ACIOLI CONFRARIA DE TEATRO NIHIL MEGAMINI TREINADORES DA ALEGRIACIA CORES VIVAS CONTANDO FLORES METAMORFACES TREINART "IN COMPANY'CIA. DA GINA COROPOSTA NA CIA. DO SOL TRIMITRACO TEATRO E COM PANH IACIA. DA TRIBO DELlRIO URBANO NATT - NÚCLEO DE ARTE DOS TÉCNICOS DE TEATRO TRIO PIRATINYCIA DAS ARTES DESESPERADA NT2AM TROUPE DE ATMOSFERA NÔMADECIA DE ARTE OSTENSIVA DRAGÃO 7 NÚCLEO ABACARÔ TRUPE TRUZCIA. DE ROCOCÓZ DRAMARAMA NÚCLEO AANGATU TRUPE VERMELHACIA. DE TEATRO ERA UMA VEZ DUO MARC E FERRAN NÚCLEO ÁGORA VAGALUM TUM-TUMCIA. DE TEATRO FABRICA SAO PAULO DUO TEATRAL NÚCLEO BARTOLOMEU VILA SÉSAMOCIA. DE TEATRO KOLONDRIA ESCOLA LIVRE DE TEATRO NÚCLEO DE P. LATINO AMERICANA WLAPCIA DE TEATRO ÓPERA NA MALA ESCRITÓRIO FANTASIA NÚCLEO DO CASTELO XPTOCIA DE TEATRO MEVITEVENDO EUREKA NÚCLEO ELENKO ZIRKUSCIA DETEATRO OS VENDEDORES DE MÁSCARAS EUGENIOSLÁVIA CIA. DE TEATRO NÚCLEO IMPRENSACIA. DE TEATRO PANDORGA ENCENAÇÃO NÚCLEO "OS LUZlADAS"CIA. DELIRIUM TREMENS EXPRESSO ART NÚCLEO SÃO PAULO DE TÉCNICOS