lorena m nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · tabela 1 - características...

82
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE EDIFICAÇÕES E AMBIENTAL SORÇÃO AO POTÁSSIO DE DIFERENTES MATERIAIS SUBMETIDOS À APLICAÇÃO DE VINHAÇA LORENA MOREIRA NICOCHELLI PROFª. DRª. ELIANA BEATRIZ NUNES RONDON LIMA CUIABÁ-MT FEVEREIRO – 2011

Upload: dotuyen

Post on 19-Jan-2019

218 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E

TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE

EDIFICAÇÕES E AMBIENTAL

SORÇÃO AO POTÁSSIO DE DIFERENTES MATERIAIS SUBMETIDOS À APLICAÇÃO DE VINHAÇA

LORENA MOREIRA NICOCHELLI

PROFª. DRª. ELIANA BEATRIZ NUNES RONDON

LIMA

CUIABÁ-MT

FEVEREIRO – 2011

Page 2: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E

TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE

EDIFICAÇÕES E AMBIENTAL

SORÇÃO AO POTÁSSIO DE DIFERENTES MATERIAIS SUBMETIDOS À APLICAÇÃO DE VINHAÇA

LORENA MOREIRA NICOCHELLI

Dissertação apresentada junto ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Edificações e Ambiental da Universidade Federal de Mato Grosso, como requisito para obtenção do título de Mestre.

PROFª. DRª. ELIANA BEATRIZ NUNES RONDON LIMA

CUIABÁ-MT

FEVEREIRO – 2011

Page 3: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

Dados Internacionais de Catalogação na Fonte

N633s Nicochelli, Lorena Moreira.

Sorção ao potássio de diferentes materiais submetidos à aplicação de vinhaça / Lorena Moreira Nicochelli. -- 2011.

v, 69 f. : il. (algumas color.) ; 30 cm. Orientadora: Eliana Beatriz Nunes Rondon Lima. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Mato Grosso,

Faculdade de Arquitetura, Engenharia e Tecnologia, Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Edificações e Ambiental, Cuiabá, 2011.

Inclui bibliografia. 1. Potássio - Vinhaça. 2. Vinhaça – Resíduo agroindustrial. 3.

Vinhaça – Fertirrigação. 4. Isotermas de sorção. 5. Ensaio de batelada - Potássio. I. Título.

Ficha Catalográfica elaborada pelo Bibliotecário Jordan Antonio de Souza - CRB1/2099

Permitida a reprodução parcial ou total desde que citada a fonte

Page 4: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto
Page 5: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

DEDICATÓRIA

Ao meu avô Belmiro (in memorian) e avó Hilda (in memorian) pelo grande exemplo de sabedoria, amor e compaixão. E a Deus dedico não somente esta dissertação, mas toda minha vida em louvor do seu nome.

Page 6: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

AGRADECIMENTOS A realização deste trabalho em muito se deve à colaboração e apoio de diversas

pessoas, às quais transmito os mais sinceros agradecimentos:

- À Deus, pela graça, cuidado, força e por todo aprendizado.

- Aos meus pais, Ângelo e Neide, pelo amor, paciência e pelo esforço sem medidas

no auxílio para conclusão dos meus estudos. Sou muito grata.

- À minha irmã Carol, minha amiga e meu maior exemplo de bondade.

- À toda minha família, pelo incentivo ao estudo.

- À minha orientadora Eliana Beatriz Nunes Rondon Lima pelo comprometimento e

boa vontade em ajudar.

- À minha coorientadora Rejane Nascentes por todo apoio, dedicação e esforço

incondicional no desenvolvimento do trabalho. Obrigada pela paciência!

- Aos membros da Banca, pela valiosa colaboração e pela atenciosa e dedicada

leitura deste trabalho.

- Às minhas amigas Alyne, Dani, Ju, Karla, Layse, Nisa e Samantha pela torcida,

pelos bons momentos e por tornarem a vida mais divertida.

- Ao Carlos Eduardo, pelo apoio, paciência e esforço. Em todo momento sempre

disposto a me ajudar. Obrigada!

- Engenheiro Agrônomo José Alexandre e Adelson pela ajuda nos trabalhos de

campo.

- Aos técnicos do Laboratório de Físico-Química do Departamento de Engenharia

Sanitária e Ambiental da UFMT, Jonas e Sr. Belmiro por toda orientação e ajuda.

- Aos professores e técnicos do Laboratório de Física do Solo, da Faculdade de

Agronomia e Medicina Veterinária da UFMT.

- À professora Fernanda Santiago Chaves Soares da UFV, pela grande contribuição

ao trabalho.

- A CAPES, pela concessão da bolsa de estudos.

- A todos, o meu mais sincero muito obrigada.

Page 7: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS ............................................................................................ I

LISTA DE FIGURAS ........................................................................................... II

LISTA DE SÍMBOLOS ....................................................................................... III

RESUMO ............................................................................................................. IV

ABSTRACT ........................................................................................................... V

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 1

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................... 3

2.1 HISTÓRICO DA PRODUÇÃO DE ÁLCOOL NO BRASIL ............................... 3 2.2 VINHAÇA ......................................................................................................... 4 2.2.1 Vinhaça no solo ............................................................................................... 7 2.2.2 Aspectos ambientais da utilização da vinhaça na fertirrigação........................ 9 2.3 SORÇÃO ..........................................................................................................12 2.3.1 Isotermas de sorção .......................................................................................15 2.3.1.1 Isoterma linear.............................................................................................16 2.3.1.2 Isoterma de Freundlich ................................................................................17 2.3.1.3 Isoterma de Langmuir..................................................................................19 2.4 FATOR DE RETARDAMENTO.......................................................................21 2.5 ENSAIO DE LABORATÓRIO .........................................................................23 2.5.1 Ensaio de batelada .........................................................................................23 2.6 TRANSPORTE DO POTÁSSIO NO SOLO ......................................................24

3 MATERIAL E MÉTODOS ...............................................................................26

3.1 ÁREA DE ESTUDO .........................................................................................26 3.2 MATERIAL ......................................................................................................27 3.2.1 Amostras de materiais ....................................................................................27 3.2.2 Vinhaça ..........................................................................................................28 3.3 METODOLOGIA .............................................................................................29 3.3.1 Caracterização dos materiais .........................................................................30 3.3.1.1 Caracterização geotécnica ...........................................................................30 3.3.1.1.1 Análise granulométrica e classificação textural .........................................30 3.3.1.1.2 Limites de Atterberg .................................................................................31 3.3.1.1.3 Massa específica dos sólidos ....................................................................31 3.3.1.1.4 Compactação ............................................................................................31 3.3.1.2 Caracterização química................................................................................31 3.3.2 Caracterização da vinhaça .............................................................................32 3.3.3 Ensaio de Sorção – Ensaio de batelada ..........................................................32

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................35

Page 8: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

4.1 CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA .............................................................35 4.2 CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA .....................................................................37 4.3 VINHAÇA ........................................................................................................39 4.4 ENSAIO DE SORÇÃO – ENSAIO DE BATELADA ........................................40

5. CONCLUSÕES .................................................................................................52

6. SUGESTÕES.....................................................................................................54

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................55

7.1 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CITADAS ..............................................55 7.2 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CONSULTADAS ..................................68

Page 9: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

I

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto ........................................................................................... 8 Tabela 2 - CTC e superfície específica dos principais argilo-minerais e frações silte e argila ....................................................................................................... 14 Tabela 3 - Análise granulométrica das amostras 1, 2 e 3. .................................... 35 Tabela 4 - Limites de Atterberg para a A2 .......................................................... 36 Tabela 5 - Valores de massa específica, peso específico máximo, umidade ótima e porosidade ......................................................................................................... 37 Tabela 6 - Caracterização química das amostras estudadas ................................. 38 Tabela 7 - Características físico-químicas da vinhaça ......................................... 39 Tabela 8 - Parâmetros de Freundlich e Langmuir para a A1, A2 e A3 ................ 41 Tabela 9 - Fator de retardamento para A1, A2 e A3............................................ 49

Page 10: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

II

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Fluxograma simplificado de produtos, subprodutos e resíduos (valores médios) a partir da industrialização de 1 t de cana-de-açúcar. ............................... 5 Figura 2 – Estimativa da produção de vinhaça ao longo de onze safras, com base na produção nacional de etanol ........................................................................... 6 Figura 3 - Isoterma Linear ................................................................................. 17 Figura 4 - Isoterma de Freudlich: (a) sorção como função da concentração; (b) gráfico ln-ln usado para determinação de parâmetros ......................................... 18 Figura 5 - Isoterma de Langmuir: (a) sorção em função da concentração; (b) gráfico usado para determinação de parâmetros.................................................. 20 Figura 6 - Localização dos pontos de coleta de material ..................................... 28 Figura 7 - Local de coleta da vinhaça ................................................................. 29 Figura 8 - Fluxograma das etapas metodológicas adotadas ................................. 30 Figura 9 - Agitação das amostras a 100 rpm ....................................................... 33 Figura 10 - Detalhe da amostra 3, razão 1:50, antes e após a centrifugação......... 34 Figura 11 - Curvas granulométricas das amostras A1, A2 e A3. ......................... 36 Figura 12 - Isotermas de sorção (modelo de Freundlich) para a A1, razão 1:4 .... 42 Figura 13 - Isotermas de sorção (modelo de Freundlich) para a A1, razão 1:50. . 42 Figura 14 - Isotermas de sorção (modelo de Langmuir) para a A1, razão 1:4 ...... 43 Figura 15 - Isotermas de sorção (modelo de Langmuir) para a A1, razão 1:50 .... 43 Figura 16 - Isotermas de sorção (modelo de Freundlich) para a A2, razão 1:4. ... 44 Figura 17 - Isotermas de sorção (modelo de Freundlich) para a A2, razão 1:50. 44 Figura 18 - Isotermas de sorção (modelo de Langmuir) para a A2, razão 1:4. ..... 45 Figura 19 - Isotermas de sorção (modelo de Langmuir) para a A2, razão 1:50. ... 45 Figura 20 - Isotermas de sorção (modelo de Freundlich) para a A3, razão 1:4. ... 46 Figura 21 - Isotermas de sorção (modelo de Freundlich) para a A3, razão 1:50. . 46 Figura 22 - Isotermas de sorção (modelo de Langmuir) para a A3, razão 1:4 ...... 47 Figura 23 - Isotermas de sorção (modelo de Langmuir) para a A3, razão 1:50 .... 47

Page 11: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

III

LISTA DE SÍMBOLOS

b - constante de Langmuir que representa a taxa de sorção (ml/mg)

C- concentração do soluto em solução (mg/L)

Ce- concentração de equilíbrio (mg/L)

C0 - concentração inicial do soluto (mg/L)

CTC - capacidade de troca catiônica do solo (meq M -1)

DBO - demanda bioquímica de oxigênio (mg/L)

DQO - demanda química de oxigênio (mg/L)

Eh - potencial de oxidação

Kd - coeficiente de distribuição

Kf - coeficiente de sorção (isoterma de Freundlich)

LL - limite de liquidez

LP - limite de Plasticidade

n - porosidade

Rd - fator de retardamento

S - concentração sorvida da espécie química expressa como massa de soluto

sorvido por massa de solo (mg/g)

Sm - capacidade de sorção máxima da superfície sólida (mg/g)

V - volume do soluto

- constante empírica (isoterma de Freundlich)

s - Massa específica dos sólidos (g/cm³)

USCS – Unified Soil Classification System

Page 12: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

IV

RESUMO

NICOCHELLI, L. M. Sorção ao potássio de diferentes materiais submetidos à aplicação de vinhaça. Cuiabá – MT, 2011. 81 p. Dissertação (mestrado) – Faculdade de Arquitetura Engenharia e Tecnologia, Universidade Federal de Mato Grosso.

No processo de produção do etanol, a vinhaça é um subproduto gerado em grande escala, com média de aproximadamente treze litros de vinhaça por litro de álcool destilado. Esse volume gerado representa um problema que se refere ao acondicionamento e nos processos de tratamento deste efluente, que, no passado era lançado in natura nos corpos d’água, e, atualmente passa a ser lançado no solo, na maioria das vezes por fertirrigação. Tendo em vista os altos teores de nutrientes contidos na vinhaça, como cálcio, magnésio e principalmente o potássio e o alto teor de matéria orgânica, sua disposição no solo deve ser estudada, devido ao risco de contaminação das águas subsuperficiais que a lixiviação desses elementos poderá acarretar. Neste contexto, foram realizados ensaios de sorção (ensaio de batelada), com vistas a avaliar o efeito de diferentes fatores como a variação da razão solo: solução e da variação do tempo de contato entre o solo e a solução para entender a mobilidade do potássio em amostras de solo, sedimento e material de empréstimo. Utilizaram-se os modelos de Freundlich e Langmuir para ajustar os dados de laboratório. Os resultados mostraram que a quantidade de potássio sorvida nas três amostras foi maior para a menor razão estudada. Verificou-se que o estabelecimento do equilíbrio químico no processo de sorção do K+ dependeu do tempo de contato entre o solo e a solução, tendo ocorrido para o maior intervalo de tempo entre os tempos estudados. Dentre as amostras, na amostra de material de empréstimo, com maior percentual de argila e maior CTC, o K+ foi mais sorvido.

Palavras-chave: Ensaio de batelada, isoterma, resíduo agroindustrial

Page 13: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

V

ABSTRACT NICOCHELLI, L. M. Potassium sorption of different materials under the application of vinasse. Cuiabá – MT, 2011. 81 p. Dissertação (mestrado) – Faculdade de Arquitetura Engenharia e Tecnologia, Universidade Federal de Mato Grosso. In the process of producing ethanol, vinasse is a by-product generated in large scale, on average, at a rate of about 13 liters of vinasse per liter of distilled alcohol. This volume of generation represents a problem in handling and treatment processes of this wastewater, which, was previously dumped in water bodies, began to be dumped into the soil, mostly by fertigation. Owing to the high levels of nutrients, especially potassium and high content of organic matter, the disposal of vinasse in soil needs further studies, because there may be leaching of several of these elements, which evidence the potential for contamination to soil and water resources in general. In this context, sorption tests were performed (Batch test), which allowed assessment of the effect of different factors such as variation of the soil to solution ratio and the variation of contact time between soil and solution to evaluate the mobility of potassium in three different samples. The isotherms were fitted to Langmuir and Freundlich models and the results showed that in the tests of soil to solution ratio 1:50, in all samples, the sorption was greater than ratio 1:4. The ideal contact time for establishment of equilibrium conditions was 24 hours, because there was greater sorption with that time in all samples. Among the samples, the Sample 2, with higher percentage of clay and higher CEC, demonstrated the highest sorption of potassium. The Sample 3 showed a similar behavior to Sample 2, but differed in trials with 1:50 ratio, which may be related to a lower percentage of clay, and consequently less available sites for sorption. A lowest was observed in Sample 1, this can be attributed to its acidic character and the high percentage of sand in its composition.

Keywords: Batch test, isotherm, agricultural residue

Page 14: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

1

1 INTRODUÇÃO

No processo de produção do etanol, a vinhaça é um subproduto gerado em

grande escala, em média, à razão de 10 a 15 litros de vinhaça por litro de álcool

destilado (CRUZ et al., 2008). É um resíduo de natureza ácida, que atinge altas

temperaturas ao sair do destilador, e caracterizado por apresentar elevados índices de

matéria orgânica. A grande geração representa um problema no acondicionamento e

nos processos de tratamento deste efluente.

A literatura é unânime ao afirmar que o destino final da vinhaça, até meados

da década de 70, eram os corpos d’água, causando grande poluição e mortandade de

peixes. Essa forma de disposição se intensificou ainda mais a partir da criação do

PROÁLCOOL, pelo incremento na produção do álcool e consequente aumento do

volume de vinhaça.

Diante disso, as indústrias buscaram novas alternativas de disposição, e a

vinhaça, antes lançada in natura nos corpos d’água, passou a ser lançada no solo, na

maioria das vezes por fertirrigação, significando uma forma de disposição de baixo

custo, por não requerer grandes investimentos e uso de tecnologia, e ainda aproveitar

o potencial de fertilização do solo. No entanto, essa medida tem sido um paliativo,

frente à dimensão do problema da disposição dos grandes volumes de vinhaça.

Entre os benefícios da fertirrigação com vinhaça, estão a melhoria das

propriedades físicas, químicas e biológicas do solo e o aumento da produtividade da

cana. No entanto, alguns autores, como Segato (2006) e Orlando Filho et al. (1983)

afirmam que doses acima da recomendação podem trazer prejuízos ao meio

ambiente, podendo haver acúmulo de contaminantes e/ou percolação, com risco de

contaminação dos mananciais subterrâneos e possibilidade de salinização.

Page 15: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

2

Tendo em vista os altos teores de nutrientes, como potássio, cálcio e magnésio e,

principalmente de matéria orgânica, a disposição da vinhaça no solo como

fertilizante, quando aplicada em grandes quantidades, não deve ultrapassar a

capacidade de retenção de água do solo (VIEIRA, 1986), uma vez que pode ocorrer a

lixiviação de vários desses elementos, principalmente do potássio, presente em

grande quantidade nesse resíduo, com a possibilidade de alcançar as águas

subsuperficiais. Além disso, uma carga excessiva de nutrientes pode comprometer a

qualidade da cana-de-açúcar, como conseqüência da sua aplicação prolongada no

solo, evidenciado em alguns estudos realizados (GONÇALVES et al., 2000).

Em virtude do crescente uso da vinhaça como fonte de nutrientes é objetivo

do presente trabalho avaliar a mobilidade do potássio em amostras de solo,

sedimento e material de empréstimo da região de Jaciara – MT. Os objetivos

específicos são caracterizar as amostras de material dos pontos de vista geotécnico e

químico, caracterização química da vinhaça, realizar em laboratório os ensaios de

sorção utilizando a metodologia do Ensaio de Batelada e, finalmente, obter as

isotermas de sorção do potássio.

Em outras regiões há estudos semelhantes sendo aplicados, mas no Estado de

Mato Grosso ainda não, portanto, é um estudo pioneiro, importante no ponto de vista

ambiental, e também no ponto de vista econômico, quando a lixiviação do potássio

significa perda de nutrientes na cultura de cana-de-açúcar.

Page 16: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

3

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 HISTÓRICO DA PRODUÇÃO DE ÁLCOOL NO BRASIL

No início da década de 30, no Brasil, houve uma oferta excessiva de açúcar,

causando instabilidade no mercado e risco para o setor açucareiro. Isso despertou o

surgimento de uma política para defesa do setor. O primeiro instrumento criado foi o

Decreto nº 19.117 de 1931, assinado pelo presidente Getúlio Vargas em que

determinou a adição de 5% de álcool na gasolina importada. Essa mistura foi o

incentivo principal para a garantia da permanência do álcool no mercado.

Houve, também, a criação do Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA), em

1933, que estimulou a produção de álcool, equilibrando o mercado ao encaminhar

para as destilarias excedentes de açúcar e matéria-prima.

Na década de 70, com o cenário já diferente da década de 30, conseqüência

da forte atuação da Petrobrás na produção de toda gasolina consumida no mercado

interno, surgiram dúvidas a respeito da mistura gasolina e álcool. No entanto, isso

não se tratava apenas de uma preocupação com a questão qualitativa da mistura, mas

da estabilidade da economia açucareira.

De acordo com Dias et al. (2002), a indústria alcooleira sofreu fortes

transformações, resultando na ampliação da produção a partir da década de 70, com

expressivo aumento no período de 1977 a 1987, em que a produção passou de 500

milhões de litros para 12 bilhões.

O grande aumento na produção ocorreu devido à crise do petróleo, em 1973,

com a ameaça de elevação do preço dos barris de petróleo. Em 1975, o governo

federal propôs a criação do Programa Nacional do Álcool (PROÁLCOOL), instituído

Page 17: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

4

pelo Decreto n 76.593, de 14/11/1975, que tinha como objetivo atender as

necessidades do mercado interno e externo de combustíveis, por meio da substituição

de parte da gasolina utilizada por álcool hidratado, como parte de um conjunto de

providências adotado pelo Governo Federal para reduzir o impacto da elevação dos

preços do petróleo nas décadas de 1970 e 1980 (CORAZZA, 1999). Esse estímulo à

produção de álcool como combustível alternativo à gasolina deu novo impulso à

agroindústria canavieira no país.

Com a institucionalização do PROÁLCOOL a atividade sucroalcooleira no

Brasil expandiu, concentrando-se principalmente no Estado de São Paulo, que já

ocupava o lugar de maior produtor nacional de cana-de-açúcar, mesmo antes do

programa. De acordo com Szmrecsányi (1994), a ampliação dos canaviais acarretou

a intensificação de pelo menos dois grandes problemas ambientais: a degradação de

ecossistemas e poluição atmosférica causada pelas queimadas, e a poluição de cursos

d’água e águas subterrâneas devido à aplicação excessiva da vinhaça in natura.

A vinhaça, subproduto da fabricação de etanol a partir da destilação do caldo

fermentado da cana-de-açúcar, mesmo quando ainda não era gerada nos grandes

volumes atuais já causava preocupação quanto aos seus impactos sobre a qualidade

dos recursos naturais, pois seu destino final eram os corpos d’água superficiais. Com

a implementação do PROÁLCOOL e conseqüente aumento no volume deste resíduo,

se agravaram os problemas de destinação deste resíduo.

2.2 VINHAÇA

A vinhaça, também conhecida como vinhoto, restilo ou calda de destilaria, é o

principal resíduo proveniente da fabricação do álcool da cana-de-açúcar, isso porque,

a produção desse efluente nas destilarias tem um volume considerável. Conforme

CRUZ et al. (2008), a estimativa de geração é de 10 a 15 litros de vinhaça por litro

de álcool produzido, dependendo das condições tecnológicas da destilaria. Dois

fluxogramas de produção de álcool em destilaria estão ilustrados na Figura 1, uma

anexa a uma usina de açúcar, demonstrando as quantidades geradas de vinhaça e

demais subprodutos do processo industrial.

Page 18: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

5

Importante a observação de que a destilaria autônoma é muito mais

impactante, pois o volume de geração de vinhaça é muito maior, o que significa

dizer, que usinas com destilaria anexa, isto é, usinas com atividades associadas,

podem minimizar os impactos ambientais decorrentes da geração de vinhaça, como é

o caso da Usina Pantanal de Açúcar e Álcool.

Figura 1 - Fluxograma simplificado de produtos, subprodutos e resíduos (valores

médios) a partir da industrialização de 1 t de cana-de-açúcar. (Fonte: Modificado de

ORLANDO FILHO et al., 1983).

Conforme a União da Indústria da Cana-de-Açúcar – UNICA (2010) os

resultados da safra 2009/2010, encerrada recentemente, elevaram de 7,155 milhões

para 7,906 milhões de hectares de plantação, com estimativa da produção de açúcar

para a safra de 2010/2011 de 34,09 milhões de toneladas, aumento de 19,1% em

relação aos 28,63 milhões de toneladas produzidas na safra 2009/2010. A produção

de etanol, por sua vez, deverá atingir 27,39 bilhões de litros, crescendo 15,6% sobre

os 23,70 bilhões de litros da safra anterior.

Em Mato Grosso, a área destinada à cultura de cana-de-açúcar na safra de

2009/2010 foi de 281,5 mil hectares. Dados da safra de 2008/2009 até o período de

Page 19: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

6

30/08/2009 indicaram que o Estado produziu 478.424 toneladas de açúcar e cerca de

952 mil litros de etanol.

Com base em dados da UNICA (2010) sobre a produção de álcool no Brasil,

e considerando a geração mínima de vinhaça de 10 litros por litro de álcool, a

estimativa é que a produção deste resíduo alcançou o patamar de 274 bilhões de

litros em 2010. Na Figura 2 apresenta-se uma estimativa da geração desse efluente,

ao longo de onze safras.

Para o Estado de Mato Grosso, com base na produção de etanol, que foi de,

aproximadamente, 952 milhões de litros para a safra de 2008/2009 (UNICA, 2009), a

estimativa de geração de vinhaça foi de 9,5 bilhões de litros, 34,5% do volume

gerado no Brasil para esta safra.

Figura 2 – Estimativa da produção de vinhaça ao longo de onze safras, com base na

produção nacional de etanol (Fonte: UNICA).

A vinhaça é um líquido de cor parda clara, que escurece em razão da

oxidação. Apresenta baixos valores de pH, que geralmente variam de 3,7 a 4,5, e é

corrosivo devido ao ácido sulfúrico livre utilizado nas dornas de fermentação.

Page 20: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

7

Ludovice (1997) caracteriza a vinhaça como um efluente composto de 93%

de água e 7% de sólidos, desses, aproximadamente 75% são matéria orgânica, o que

justifica os altos índices de demanda bioquímica de oxigênio (DBO), cujos valores

variam entre 20.000 e 35.000 mg/L. Entre os minerais presentes em quantidade

significativa se encontra o potássio, além de teores apreciáveis de Ca, Mg e S, e

outros minerais em menor quantidade (SILVA et al. ,2007).

Segundo Glória; Orlando Filho (1984) apud Prezotto (2009)1, a composição

química da vinhaça pode variar em função de diversos fatores, como natureza e

composição da matéria-prima, método de fermentação e substâncias acrescentadas

nos processos (aditivos, produtos químicos, ácidos, antibióticos e nutrientes), raça da

levedura, tipos de aparelhos usados na destilação e qualidade da água. Quando se

trata de natureza e composição da matéria-prima, Rossetto (1987) ressalta que a

riqueza nutricional se relaciona com a origem do mosto. Quando a vinhaça se origina

a partir do mosto de melaço, as concentrações de matéria orgânica, potássio, cálcio e

magnésio são muito maiores do que quando o mosto é de caldo de cana, caso das

destilarias autônomas. Os elementos contidos na vinhaça conforme o tipo de mosto,

estão na Tabela 1.

2.2.1 Vinhaça no solo

O alto teor de potássio encontrado na vinhaça e os demais nutrientes (Tabela

1) são responsáveis pela sua utilização na fertirrigação da cultura de cana-de-açúcar.

Isso porque, segundo Rossetto et al. (2008), a cultura da cana-de-açúcar extrai e

acumula grandes quantidades de potássio, consistindo num consumo de luxo.

1 GLÓRIA, N. A., ORLANDO FILHO, J. Aplicação de vinhaça: um resumo e discussões sobre o que foi pesquisado. Álcool e Açúcar, v. 4, n. 15, 1984 apud PREZOTTO, P. Biodegradação do carbono orgânico, mineralização do nitrogênio e alterações químicas em solos tratados com vinhaça. 2009. 67 f. Dissertação (Mestrado em Agricultura Tropical e Subtropical) – Instituto Agronômico, Campinas – SP, 2009.

Page 21: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

8

Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

Parâmetro Melaço Caldo Misto

pH 4,2 – 5,0 3,7 – 4,6 4,4 – 4,6

Temperatura 80 – 100 80 - 100 80 – 100

DBO (mg/L O2) (1) 25.000 6.000 – 16.500 19.800

DQO (mg/L O2) (2) 65.000 15.000 – 33.000 45.000

Sólidos totais (mg/L) 81.500 23.700 52.700

Sólidos voláteis

(mg/L)

60.000 20.000 40.000

Sólidos fixos (mg/L) 21.500 3.700 12.700

Nitrogênio (mg/L N) 450 – 1.610 150 - 700 480 – 710

Fósforo (mg/L P2O5) 100 – 290 10 - 210 9 – 200

Potássio (mg/L K2O) 3.740 – 7.830 1.200 – 2.100 3.340 – 4.600

Cálcio (mg/L CaO) 450 – 5.180 130 – 1.540 1.330 – 4.570

Magnésio (mg/L

MgO)

420 – 1.520 200 - 490 580.700

Sulfato (mg/L SO42+) 6.400 600 - 760 3.700 – 3.730

Carbono (mg/L C) 11.200 – 22.900 5.700 – 13.400 8.700 – 12.100

Relação C/N 16 – 16.27 19.7 – 21.07 16.4 – 16.43

Matéria Orgânica

(mg/L)

63.400 19.500 3.800

Subst. Redutoras

(mg/L)

9.500 7.900 8.300

Fonte: PRADA et al. (1998) (1) DBO=Demanda Bioquímica de oxigênio, (2) DQO=Demanda

química de oxigênio.

Segundo Marques (2006), a vinhaça no solo age como fertilizante, pois é rica

em matéria orgânica e minerais. Contribui para melhorar as propriedades físicas,

químicas e biológicas do solo, aumentar a microflora do solo, facilitar a

Page 22: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

9

mineralização do nitrogênio, melhorar as condições gerais de fertilidade do solo e o

poder de retenção de água e, ainda, aumentar a produtividade da cana.

Como efeito da aplicação da vinhaça, a capacidade de troca catiônica (CTC)

do solo aumenta por meio da adição de grande quantidade de matéria orgânica

contida no efluente, que confere ao solo uma elevação da quantidade de cargas

negativas, diminuindo a lixiviação de cátions (ORLANDO FILHO et al.,1983).

No entanto, de acordo com Segato (2006), a aplicação de altas doses de

vinhaça podem tornar o solo alcalino, não disponibilizando nutrientes fundamentais

às plantas. Esse autor afirma ainda que doses acima da recomendação podem reduzir

a aeração do solo e desequilíbrio de nutrientes. Em condições favoráveis de oxi-

redução, pode haver acúmulo de nitrato no solo e/ou sua lixiviação podendo

contaminar os mananciais subterrâneos.

Orlando Filho et al. (1983) destacam a necessidade de cuidados na aplicação

da vinhaça para evitar a salinização do solo, já que o alto teor de potássio contido no

efluente induz o aumento na condutividade elétrica do solo. Goudar (2006) afirma

que, para longos períodos de irrigação em solos com capacidade de drenagem

limitada, poderá ocorrer uma considerável acumulação de sais, bem como alterações

nas propriedades físico-químicas e biológicas do solo, além de desequilíbrio iônico.

2.2.2 Aspectos ambientais da utilização da vinhaça na fertirrigação

Cruz et al. (1991) afirmam que o destino principal da vinhaça até a década de

1970, eram os corpos d’água, ocasionando interferências no sistema aquático e a

morte de seus organismos. Essa forma de disposição final do efluente se intensificou

ainda mais a partir da criação do PROÁLCOOL em 1975, com o incremento na

produção do álcool e consequente aumento do volume de vinhaça. Surgiram

preocupações a respeito do impacto causado no meio ambiente, e foram expedidos

instrumentos legais a fim de evitar a poluição dos corpos d’água.

Em 1967, o Decreto Lei nº 303, do governo Jânio Quadros, proibiu a

disposição de vinhaça in natura nos rios, lagos e baixios. Em 1976, o governo de São

Paulo expediu a Lei Estadual nº 997 e o Decreto nº 8468 que instituiu o Sistema de

Prevenção e Controle da Poluição do Meio Ambiente. Em novembro de 1978, a

Page 23: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

10

portaria nº 323 do Ministério do Interior (MINTER), obrigou as indústrias a optarem

por outras formas de descarte e em março de 1979 a Portaria nº 53 do MINTER

proibiu a aplicação de resíduos in natura na agricultura, alimentação de animais e

corpos d’água. Em 1986 a resolução CONAMA n 01 tornou obrigatórios a

Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA)

para novas indústrias instaladas ou qualquer ampliação efetuada nas já existentes.

A vinhaça passou, então, a ser lançada no solo, na maioria das vezes por

fertirrigação. Essa nova alternativa representou uma forma de disposição de baixo

custo, pois não requeria grandes investimentos e uso de tecnologia, e ainda seria

possível o aproveitamento do potencial de fertilização do solo, além do não

lançamento nos corpos d’água. Essa medida consiste em um paliativo, frente à

dimensão do problema da disposição dos grandes volumes de vinhaça (Pinto, 2000).

Em virtude dos elevados níveis de matéria orgânica e nutrientes,

principalmente de potássio, quase toda destilaria brasileira tem adotado a utilização

da vinhaça na fertirrigação de lavouras de cana-de-açúcar, conforme afirmam Silva

et al. (2007).

Alguns autores destacam o potencial poluidor da vinhaça tanto no solo como

nas águas superficiais e subterrâneas.

Segundo Freire; Cortez (2000) a vinhaça tem um poder poluente cerca de cem

vezes maior que o esgoto doméstico. As alterações nas propriedades do solo e nas

características físicas, químicas e biológicas das águas subterrâneas e também

superficiais pela aplicação da vinhaça são mais acentuadas nos casos de adição em

grandes quantidades. Szmrecsányi (1994) alerta que o uso excessivo da vinhaça pode

comprometer o meio ambiente, a rentabilidade agrícola e a produção de açúcar e

álcool.

Hassuda (1990) afirma que a vinhaça pode contaminar as águas superficiais e

subterrâneas com altas concentrações de amônia, alumínio, ferro, manganês, cloreto

e matéria orgânica, e os cátions magnésio, sódio, potássio e cálcio, com destaque

para o potássio, encontrado em altas concentrações nos estudos conduzidos pelo

autor, podendo interferir nos padrões de potabilidade. Da mesma forma, Manhães et

al. (2003) em um estudo com Cambissolo argiloso, Neossolo Quartzarênico e Gley

Humico, constataram acúmulo de nutrientes, principalmente potássio, em níveis

Page 24: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

11

elevados, inclusive em profundidades, entre 40 e 60 cm. Os autores atribuíram essa

lixiviação aos efeitos da precipitação, que pode ter como consequência, a

contaminação do lençol freático e a manifestação de reflexos negativos para o solo e

culturas. Wilkie et al. (2000) detectaram a presença de metais pesados como cromo,

cobre, níquel e zinco em níveis significativos pela aplicação da vinhaça e alertaram

para uma possível contaminação do solo com esses elementos.

Madejón et al. (2001) e Lyra et al. (2003) sugeriram uma possível elevação

na concentração de sais no solo e risco de salinização com a aplicação de vinhaça ao

longo dos anos. Para isso, consideraram a taxa de absorção de potássio pela planta, a

alta concentração de potássio no efluente e à baixa condutividade elétrica observada

no lençol freático, significando reduzida lixiviação. Rossetto (2008) afirma ocorrer

saturação por cátions, principalmente de potássio, na capacidade de troca catiônica

dos solos, após aplicação contínua da vinhaça, mesmo que em baixas dosagens,

podendo atingir as águas subterrâneas. A lixiviação do potássio para a subsuperfície não seria um problema ambiental, uma vez que o potássio não é poluente de águas. O problema é que a alta concentração de potássio favorece a formação de pares iônicos, que, com carga neutra são lixiviados. O par iônico formado entre o (K)+ e o (NO3)- é especialmente preocupante do ponto de vista ambiental, porque o nitrato, sim, é grande poluente de águas (PREZZOTTO, 2009, p. 22).

RIDESA (1994) apud Lyra et al. (2003)2 estudou a capacidade de diminuição

da demanda bioquímica de oxigênio (DBO) pelo solo fertirrigado com vinhaça. Essa

capacidade se torna muito maior pela presença de cobertura vegetal.

Silva et al. (2007) afirmam que os diferentes tipos de solo e de vinhaça

contribuem para que haja grande variação nos resultados dos estudos que relacionam

vinhaça e poluição de águas subterrâneas por nitrato.

Devido à complexidade do assunto e à grande variação nos resultados dos

estudos realizados, existe o consenso de que a aplicação de vinhaça deve ser feita

com base em um critério definido e de acordo com a capacidade do solo em trocar e

reter íons, e, também, na eficiência de absorção de nutrientes pelas plantas, dada a

riqueza nutricional da vinhaça. 2 RIDESA – REDE INTERINSTITUCIONAL PARA O DESENVOLVIMENTO SUCROALCOOLEIRO. Aspectos ambientais da aplicação da vinhaça no solo. São Paulo: UFSCar, 1994. 67p apud LYRA, M. R. C. C., ROLIM, M. M., SILVA, J. A. A. da. Topossequência de solos fertigados com vinhaça: contribuição para a qualidade das águas do lençol freático. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v.7, n.3, p.525-532, 2003.

Page 25: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

12

Conforme Orlando Filho et al. (1983), é necessário conhecer a composição

química da vinhaça a ser utilizada na fertirrigação, tendo em vista a dosagem de

nutrientes, que é definida com base no teor de potássio e na análise química do solo.

Em 2006, o Estado de São Paulo, definiu por meio da Portaria P 4.231, da

Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB), critérios e

procedimentos para aplicação de doses de vinhaça em função da saturação de

potássio no cálculo da capacidade de troca catiônica (CTC). Pela norma, a aplicação

de vinhaça só pode ser realizada se o teor de K disponível no solo for menor do que

5% de sua capacidade de troca de cátions. Entretanto, na maioria dos estados

brasileiros, não existem critérios para utilização da vinhaça como fertilizante,

podendo ocorrer situações de áreas com elevada saturação de potássio, que conforme

Bebé et al. (2009) poderá desbalancear outros nutrientes na planta, comprometendo

além da produção e qualidade da cana-de-açúcar, também o solo com possíveis

problemas de salinização.

Como instrumento para uma nova fase de gestão de solos contaminados,

surgiu a Resolução n°420, de 28 de dezembro de 2009, do Conselho Nacional de

Meio Ambiente (CONAMA), que dispõe sobre os critérios e valores orientadores da

qualidade do solo quanto à presença de substâncias químicas e estabelece diretrizes

para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas substâncias em

decorrência de atividades antrópicas.

Assim, essa norma consiste em uma ferramenta importante para prevenção de

uma possível contaminação do solo e das águas superficiais e subterrâneas, tendo em

vista que o destino final desse efluente tem sido, na quase totalidade das vezes, o

descarte in natura no meio ambiente.

2.3 SORÇÃO

O acúmulo de íons ou moléculas no solo é conseqüência dos fenômenos

físico-químicos de interação solo – soluto originados pelo transporte de substâncias.

Esse processo de migração e retenção é influenciado por diversos fatores

relacionados ao fluido percolante, como: a concentração das substâncias e a presença

de outras na solução, e ao próprio solo; o tipo de solo, a mineralogia, a capacidade de

troca catiônica, as espécies de cátions adsorvidos, a velocidade de percolação e o teor

Page 26: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

13

de matéria orgânica. Além disso, as condições hidrogeológicas, a temperatura, o pH

e o Eh do meio também são fatores intervenientes (COSTA, 2002).

Entre os processos de natureza química, a sorção/dessorção, juntamente com

a precipitação/dissolução são os que tem maior importância na transferência de

substâncias entre as fases líquida e sólida. A retenção de compostos orgânicos por

adsorvatos como o solo e a matéria orgânica nele contida é denominada sorção. O

termo sorção refere-se ao fenômeno de transferência de massa no qual moléculas

presentes numa fase aquosa aderem-se à fase sólida, retardando a migração

(MARTINS, 2006). De acordo com Boscov (1997), a sorção incluiria os processos

de adsorção, absorção, sorção química e troca iônica.

A adsorção consiste na adesão superficial da substância à matriz sólida, como

matéria orgânica ou partículas de solo. Ocorre geralmente por atração elétrica entre

íons e as cargas elétricas da superfície sólida, como forças de atração e repulsão,

interações dipolo-dipolo, forças de van der Waals e pontes de hidrogênio, ou por

ação de forças químicas. É um processo que pode ser reversível ou parcialmente

irreversível, que interfere no transporte de substâncias (CORREIA et al., 2007). O

processo contrário à sorção é denominado dessorção, em que a molécula é liberada

para a solução do solo, promovendo novo equilíbrio na solução (FÜHR et al., 1998).

A absorção ocorre quando o soluto sofre difusão no interior das partículas

quando estas são porosas; o soluto é sorvido para o interior das partículas (BOSCOV,

1997). A adsorção química ou quimissorção ocorre com a formação de ligações

químicas. Nesse caso, o adsorvato forma uma camada sobre a superfície do

adsorvente, e as moléculas não são consideradas livres para mover-se de um local da

superfície para outro.

Quando as espécies iônicas trocam as suas posições, o processo é chamado de

troca iônica, importante no transporte de substâncias. Conforme Mestrinho (1997)

apud Nascentes (2006)3, como as argilas apresentam maior capacidade de troca

iônica, quanto maior o teor de argila da zona não saturada, maior será a capacidade

de retenção, principalmente de cátions. Os ânions, ao contrário, podem atravessar

3 MESTRINHO, S.S.P. 1997. Investigações na zona não saturada, Impactos Ambientais e Águas Subterrâneas no Brasil - Rio de Janeiro, 1997 apud NASCENTES, R. Estudo da mobilidade de metais pesados em um solo residual compactado. 2006. 181 f. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa - MG, 2006

Page 27: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

14

essas camadas argilosas com maior facilidade. A adsorção em solos ocorre

principalmente nos argilominerais em virtude do desbalanceamento elétrico e da

grande superfície específica. Geralmente, a superfície das partículas de argila é

carregada negativamente, e tende a atrair cátions. Os cátions de maior valência são

adsorvidos preferencialmente, e cátions de menor raio hidratado tendem a substituir

os de maior raio. Assim como os minerais de argila, os oxi-hidróxidos de ferro e

alumínio e as substâncias orgânicas (húmus), que são colóides eletronegativos, são

capazes de fixar e trocar cátions.

Mota; Oliveira (1999) afirmam que os solos com predominância de caulinita

possuem menor capacidade de troca catiônica, isto é, maior capacidade de troca de

ânions, exatamente o contrário do que ocorre em solos com predominância de

montmorilonita. Valores atribuídos à capacidade de troca catiônica dos principais

argilominerais e das frações silte e areia dos solos, bem como a sua superfície

específica, estão apresentados na Tabela 2, conforme Bohn et al. (1979).

Tabela 2 - CTC e superfície específica dos principais argilo-minerais e frações silte e argila

Mineral ou partícula Superfície específica m²/g CTC cmolc/ kg

Caulinita 10 – 20 3 – 15

Ilita 70 – 120 10 – 40

Clorita 79 – 150 10 – 40

Vermiculita 300 – 500 100 – 150

Esmectita 700 - 800 60 – 150

Silte < 1 Muito pequena

Areia fina < 0,1 Muito pequena

Areia grossa < 0,01 Muito pequena

Fonte: BOHN et. al, 2006.

Conforme Sharma; Reddy (2004), as trocas iônicas mais comuns de ocorrer

naturalmente no solo, em ordem decrescente, são as seguintes:

• Cátions: Ca2+

, Mg2+

, Na+

e K+;

• Ânions: SO4

2-, Cl

-, PO

4

3- e NO

3

-.

Page 28: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

15

Pignatello (1989) afirma que a sorção está muito mais relacionada com o teor

de matéria orgânica presente nos solos do que com qualquer outro fator, porém em

solos com pequena percentagem de matéria orgânica (inferior a 10%), as superfícies

minerais transformam-se nos sítios preferenciais, ou até mesmo dominantes da

sorção. No entanto, Sparks (2003) e Costa (2002) ressaltam a grande contribuição da

matéria orgânica presente no solo nos processos de sorção, mesmo quando presente

em pequena quantidade. Costa (2002) ressalta ainda, que mesmo em solos arenosos,

que geralmente apresentam teor de matéria orgânica inferior a 1%, esta exerce

influência significativa nas reações químicas que ocorrem no solo.

De acordo com Shaw (1992) a adsorção de uma substância em solução

sempre envolve competição entre soluto e solvente, ou entre as substâncias presentes

na solução pelos sítios de adsorção. Essa competição pode ocasionar diminuição da

taxa de adsorção da espécie.

Os processos de sorção são muito importantes no controle da qualidade da

água, sendo utilizados no tratamento tradicional da água de abastecimento, conforme

Northcott et al. (2010). Queiroz (2002) também ressalta a importância dos

fenômenos de sorção para a remediação de áreas contaminadas já que a atenuação

dos picos de concentração dificulta ou até mesmo impede o avanço de plumas de

contaminação.

A extensão da sorção de um dado soluto é frequentemente estimada por uma

função de distribuição conhecida como isoterma de sorção, que expressa a relação

entre a concentração adsorvida e a concentração de equilíbrio. Esses valores são

obtidos em laboratório a partir de ensaios de batelada (NASCENTES, 2006).

2.3.1 Isotermas de sorção As isotermas de sorção são curvas representativas da partição do soluto entre

as fases líquida e sólida, em equilíbrio, para diferentes concentrações de soluto

(REDDI et al., 2000 apud SOUZA, 2009) 4.

4 REDDI, L.N.; INYANG, H.I. 2000. Geoenvironmental Engineering – Principles and Aplications. Marcel Dekker. 494p apud SOUZA, R. F. C. de. Migração de poluentes inorgânicos em Liners compostos. 2009. 124 p. Dissertação (Mestrado em Geotecnia) - Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo, São Carlos – SP, 2009.

Page 29: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

16

Equações teóricas são usualmente empregadas para ajustar as isotermas

obtidas experimentalmente. (REDDI et al., 2000). Podem ser lineares ou não

lineares, como as isotermas de Freundlich e de Langmuir.

2.3.1.1 Isoterma linear

É a situação mais simples, em que o processo de sorção é modelado como

linear (Figura 3) e reversível. Nesse caso, a massa de soluto adsorvida por massa de

solo é proporcional à concentração de equilíbrio do soluto na solução e a inclinação

da reta ajustada corresponde ao coeficiente de distribuição constante, Kd,

O Kd é um dos parâmetros mais importantes, usado para estimar o potencial

de migração de contaminantes presentes em soluções líquidas em contato com

sólidos (USEPA, 1999).

A isoterma para comportamento linear é descrita pela Equação 1:

CKS d (1)

sendo:

S - quantidade de massa de soluto adsorvido por massa de solo (M/M);

C - concentração de equilíbrio da solução (M/L³);

Kd - coeficiente de distribuição (M-1L³)

Page 30: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

17

Figura 3 - Isoterma Linear (Fonte: SOUZA, 2009).

Essa relação é considerada uma aproximação razoável para baixas

concentrações de contaminantes (ROWE et al., 1995) como, por exemplo, os

encontrados no chorume gerado em áreas de disposição de lixo municipal

(NASCENTES, 2003).

Na prática, muitas vezes, as concentrações de solutos são relativamente

elevadas, de modo que as isotermas de sorção não representam a relação massa de

soluto adsorvida por massa de solo versus concentração de equilíbrio. Nesses casos,

a relação entre a variação na concentração adsorvida pela partícula sólida e a

variação na concentração de equilíbrio da espécie química é representada pelo

coeficiente de partição, Kp. Shackelford (1993) apud Souza (2009) 5 afirma que o

coeficiente Kp depende da concentração de equilíbrio e seu valor corresponde à

tangente à isoterma para um dado valor de concentração de equilíbrio, C.

2.3.1.2 Isoterma de Freundlich

A equação que descreve a isoterma de Freundlich é dada pela Equação 2.

5 SHACKELFORD, C. D. Contaminant transport. In Geotechnical Practice for Waste Disposal, Daniel, D. E. Ed. London, Chapman and Hall, p. 33-65, 1993 apud SOUZA, R. F. C. de. Migração de poluentes inorgânicos em Liners compostos. 2009. 124 p. Dissertação (Mestrado em Geotecnia) - Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo, São Carlos – SP, 2009.

Page 31: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

18

CKS f (2)

sendo:

Kf – coeficiente de distribuição;

- desvio de linearidade.

Para =1, a Equação 2 recai na relação linear para a sorção, representada pela

Equação 1.

A Equação 2 pode ser reescrita conforme a Equação 3.

ClnKlnSln f (3)

Colocando em um gráfico os valores ln S versus. ln C, como mostrado na

Figura 4, é possível determinar os parâmetros Kf e .

Figura 4 - Isoterma de Freudlich: (a) sorção como função da concentração; (b)

gráfico ln-ln usado para determinação de parâmetros

Conforme Rowe et al. (1995), a isoterma de Freundlich é um modelo

empírico alternativo que, muitas vezes, fornece melhor descrição quantitativa da

sorção.

Cabe ressaltar que o modelo de Freundlich supõe sorção ilimitada quando

>1, isto é, o solo nunca é saturado para atingir sua capacidade de retenção

Page 32: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

19

(Yamamura, 2009), pois o número de sítios de adsorção é muito maior do que a

quantidade de moléculas de soluto, e a isoterma não exibe um patamar de

concentração máxima. Se <1, tende a cair.

2.3.1.3 Isoterma de Langmuir

A isoterma de Langmuir é representada pela Equação 4.

Cb1CbSS m

(4)

sendo:

Sm – capacidade de sorção do solo em relação à substância de interesse (M/M);

b - parâmetro que representa a taxa cinética constante de saída e entrada de

constituintes nos sítios de adsorção ou taxa de sorção (L³/M);

C - a concentração de equilíbrio do soluto (M/L).

Ao plotar os resultados do ensaio de batelada na forma 1/S vs. 1/C (Figura 5),

conforme a Equação 5, é possível determinar os parâmetros Sm e b (ROWE et al.,

1995).

CSb

1S1

S1

mm

(5)

Page 33: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

20

Figura 5 - Isoterma de Langmuir: (a) sorção em função da concentração; (b) gráfico

usado para determinação de parâmetros

.

As constantes dos modelos de isotermas apresentados variam com o solo, o

soluto e com as condições ambientais (NASCENTES, 2003). Como essas constantes

são determinadas experimentalmente em laboratório, esses valores só se aplicam nas

condições de ensaio que, de maneira geral, não representam o que ocorre no campo.

De acordo com Yong et al. (1992) apud Nascentes (2003)6, as isotermas devem ser

usadas apenas como uma representação qualitativa da situação de campo, tendo-se o

cuidado de identificar a curva que melhor ajuste os resultados obtidos dos ensaios.

Na teoria de Langmuir tem-se a hipótese de que a sorção se restringe a uma

única camada de moléculas da substância sobre a superfície das partículas sólidas, a

sorção aumenta linearmente com o aumento da concentração de soluto e aproxima-se

de um valor constante devido ao limitado número de sítios de sorção (Gonçalves,

2006). Neste modelo, a relação entre a concentração da substância sorvida e a

concentração de equilíbrio da mesma na solução é baseada no equilíbrio estabelecido

entre as velocidades de sorção e de dessorção.

6 YONG, R. N, MOHAMED, A. M. O., WARKETIN, B. P. Principles of contaminant transport in soils. Amsterdam: Elsevier Science Publisher B. V. 327 p., 1992 apud NASCENTES, R. Coeficiente de dispersão hidrodinâmica e fator de retardamento de metais pesados em solo residual compactado. 2003. 117p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa – MG, 2003.

Page 34: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

21

2.4 FATOR DE RETARDAMENTO

Nos processos de sorção, alguns solutos em percolação no solo, passam como se

movendo mais lentamente do que o líquido que os transporta. Esse efeito é

denominado retardamento (FETTER, 1993). O fator de retardamento, Rd,

adimensional, representa a razão entre a velocidade do fluido e a velocidade de

transporte para o centro de massa de um soluto reativo (FREEZE et al., 1979 apud

NASCENTES, 2006)7. Este fator representa ainda uma medida da capacidade de

atenuação de um dado solo em relação a determinadas espécies químicas.

Para soluto não reativo, o valor de Rd é igual à unidade e, portanto, o soluto é

transportado com a mesma velocidade de percolação do solvente. Se o valor de Rd é

maior do que a unidade é porque se trata de um soluto reativo, isto é, é transportado a

uma velocidade menor do que a do solvente.

O valor de Rd é determinado em laboratório, a partir de ensaios de batelada ou de

ensaios em coluna, utilizando-se a Equação 6 para seu cálculo.

pdd

d K1CS1R

(6)

sendo:

d a massa específica do solo seco (M/L³);

é o teor de umidade volumétrico;

CS é o coeficiente de partição, Kp, obtido pelo uso da Equação 6 e calculado

com base na relação

7 FREEZE, R.A. & CHERRY, J.A. 1979. Groundwater. Prentice Hall, Inc. U.S. 604 p. apud NASCENTES, R. Estudo da mobilidade de metais pesados em um solo residual compactado. 2006. 181 f. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa – MG, 2006.

Page 35: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

22

No caso de reações de equilíbrio de sorção instantâneas, lineares e reversíveis,

CS é constante e iguala-se a Kd, e o fator de retardamento pode ser obtido pela

Equação 7.

dd

d K1R

(7)

Para as isotermas de Langmuir e de Freundlich, os valores de CS são obtidos

empregando-se as Equações 8 e 9, respectivamente,

2m

)Cb1(bS

CS

(8)

1f CK

CS (9)

de modo que, na teoria de Langmuir, a Equação 10 permite estimar Rd

2md

d )Cb1(bS

1R

(10)

e é a Equação 11 na teoria de Freundlich

1f

dd CK1R

(11)

Os valores de Rd para os três materiais serão calculados considerando o solo

compactado no Proctor normal, e assumindo o solo saturado, Ө será a porosidade.

Page 36: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

23

2.5 ENSAIO DE LABORATÓRIO

2.5.1 Ensaio de batelada

O ensaio de batelada ou equilíbrio em lote tem por objetivo determinar a

relação entre a massa de soluto adsorvida, normalizada em relação à massa de solo, e

a concentração de equilíbrio, para diferentes valores de concentração (NASCENTES,

2006).

Inicialmente, um determinado volume (Vl) do soluto de interesse com

concentração conhecida (C0) e uma dada massa de solo seco (ms) são adicionados

em um frasco de reação e agitados por um período de tempo que pode variar de horas

a dias, até que a mistura atinja um valor de equilíbrio. Posteriormente, a amostra é

centrifugada para a separação das fases. O líquido sobrenadante é analisado para

determinar a concentração de equilíbrio (C). A massa de soluto adsorvida,

normalizada em relação à massa de solo (ms) é determinada a partir da Equação 12

(SHACKELFORD, 1998 apud NASCENTES, 2006)8.

s

l0

mVCCS

(12)

O processo é repetido, à mesma temperatura, para vários valores de

concentração inicial do soluto, considerando as várias possibilidades de ocorrência

em campo. Os pares de pontos (C, S) são colocados em um gráfico C versus S

(isoterma de sorção), aos quais é possível ajustar um modelo, por exemplo, de

Langmuir e de Freundlich (NASCENTES, 2006).

8 SHACKELFORD, C.D.; ROWE, R.K. 1998. Contaminant transport modeling. In: Congress on Environmental Geotechnics. Proceedings. Lisboa. p. 939-956 apud NASCENTES, R. Estudo da mobilidade de metais pesados em um solo residual compactado. 2006. 181 f. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa – MG, 2006.

Page 37: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

24

2.6 TRANSPORTE DO POTÁSSIO NO SOLO

O potássio no solo existe em três formas: não disponível; lentamente

disponível e disponível. O potássio não disponível está fortemente retido na estrutura

dos minerais das rochas e é liberado, muito lentamente, à medida que os minerais são

intemperizados. O potássio lentamente disponível é aquele fixado ou retido entre as

lâminas de certas argilas do solo. O potássio prontamente disponível é formado pelo

potássio encontrado na solução do solo mais aquele adsorvido, em forma trocável,

pela matéria orgânica e pela argila do solo (POTAFOS, 1998).

As plantas conseguem absorver o potássio contido na solução e nos sítios de

troca da matéria coloidal do solo. Curi et al., (2005) afirmam que nos solos da grande

maioria das regiões tropicais do Brasil, os colóides são formados predominantemente

por matéria orgânica, caulinita e óxidos de ferro e alumínio, permitindo que o

potássio encontrado na forma trocável represente a porção mais importante

disponível às plantas. Nachtigall; Van Raij (2005) salientam que o potássio solúvel

ou trocável pode estar incluído entre os principais constituintes da salinidade do solo.

O potássio contido no solo pode ser lixiviado, adsorvido pelo solo ou

absorvido pela planta. Sparks; Huang (1985) destacam os fatores que interferem no

movimento do potássio no solo, que são: a condutividade hidráulica, o pH do solo, o

método e a taxa de aplicação do potássio durante a adubação, a umidade do solo e a

absorção pela planta.

Solos com maiores quantidades de argila e teor de matéria orgânica são mais

aptos em adsorver o cátion potássio, em virtude da predominância de cargas

superficiais negativas. Esses fatores influenciam fortemente o processo de lixiviação

e, consequentemente, os parâmetros de qualidade da água dos mananciais

subterrâneos. Nos solos arenosos, ou com baixa capacidade de troca catiônica, o

efeito residual da aplicação de potássio pela adubação tende a ser menor devido à

maior facilidade de perdas do K+ por lixiviação, ocorrendo também em solos ácidos,

pela competição entre esse íon e H+ pelos sítios de adsorção.

Lelis Neto (2008) afirma que a bibliografia acerca dos efeitos da vinhaça no

solo e na água subterrânea é limitada, com resultados variados em razão da

diversidade de solos. No entanto, nos artigos pesquisados, a conclusão comum com

Page 38: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

25

relação ao transporte do potássio no solo é que, em se tratando de solos argilosos, o

íon é retido com maior eficiência, do que em solos arenosos.

Lelis Neto (2008), trabalhando com o Latossolo Vermelho, textura arenosa, e

com Nitossolo observou que as concentrações de potássio variaram nos solos. O

autor verificou que o íon potássio solo argiloso teve maior interação com a fração

sólida que no solo arenoso, pois neste último houve carreamento de potássio para a

profundidade.

Brito et al., (2005) pesquisaram os teores de potássio em três solos,

Espodossolo Cárbico Órtico de textura arenosa, Nitossolo Háplico Eutrófico típico,

textura argilosa e Argissolo Amarelo Distrófico fragipânico, textura média/ argilosa,

após aplicação da vinhaça. Os resultados mostraram que doses crescentes de vinhaça

aumentaram a concentração de K trocável, em especial nas camadas mais

superficiais do Argissolo estudado. Assim também ocorreu com o Nitossolo, que

mesmo com a maior dose de aplicação de vinhaça, o solo teve alto teor de potássio

nos horizontes superficiais, não detectando variação nos teores de K+ nos horizontes

mais profundos.

Sweeney; Graetz (1991) descobriram que a aplicação de vinhaça,

independentemente da sua a quantidade, aumentou o pH do solo, juntamente com o

aumento no solo de K, Ca, Mg e Na.

Santos et al. (2006), ao pesquisarem a adsorção de cloreto e potássio em solos

tropicais, caulinita e laterita, concluiram que o material caulinítico adsorveu uma

quantidade maior de potássio do que a amostra de solo laterítico, fato esse explicado

pela maior capacidade de troca catiônica e pela predominância de cargas superficiais

negativas do material caulinítico.

Segundo Paula et al. (1999) os elevados teores de potássio no solo podem

incorporar na solução e serem lixiviados, atingindo camadas mais profundas, além

de, juntamente com o sódio, influenciar no aumento da condutividade elétrica do

extrato de saturação do solo (BRITO et al., 2005).

Page 39: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

26

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 ÁREA DE ESTUDO

O trabalho de campo foi realizado na Usina Pantanal de Açúcar e Álcool

Ltda., localizada no município de Jaciara, apresentada no mapa em anexo. Possui

uma área plantada de 15217,71 hectares e área total de 18328,75 hectares. Está

situada nas coordenadas 15°55’30” S e 55°13’34” W, rodovia BR 364, Km 289,1.

A região pertence à grande Bacia Hidrográfica do Prata e está inserida na

Depressão Rio Paraguai, calha do São Lourenço.

A pedologia da região, de acordo com o Mapa de Solos do Estado de Mato

Grosso (2001), é composta predominantemente por solos do tipo Latossolos

Vermelho Escuros de textura argilosa a muito argilosa, Latossolos Vermelhos

Amarelos com textura argilosa, Latossolos Vermelho Amarelos de textura média,

Areias Quartzosas, Areias Quartzosas Hidromóficas, Plintossolos, Plintossolos

Concrecionários e solos Gleis.

A formação geológica da região é caracterizada por coberturas não dobradas

do Fanerozóico, sub-bacia ocidental da Bacia do Paraná. As rochas que compõem o

substrato dessa região estão representadas principalmente pelas Formações Furnas,

Ponta Grossa e Cachoeirinha (PINHO, 1984).

Conforme Santos (2006), a vegetação é constituída por formações Savânicas

dos tipos Arborizada; Florestada; Parque e Gramineo-Lenhosa e formações Florestais

do tipo Estacional Semidecidual; Hidrófila e de Galeria.

Page 40: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

27

O clima é tropical quente e sub-úmido, com 4 meses de seca, de maio a

agosto, temperatura média anual de 26 °C e precipitação média anual de 1.750 mm,

com intensidade máxima em dezembro, janeiro e fevereiro.

3.2 MATERIAL

3.2.1 Amostras de materiais

Foram coletadas três amostras da Usina Pantanal, e em cada local foram

escolhidos cinco pontos aleatórios e retirados os 10 cm superficiais. Posteriormente,

as amostras coletadas de cada classe de material foram homogeneizadas.

O primeiro ponto foi a coleta de amostras de sedimento dentro de um dos

tanques de armazenamento de vinhaça e água de lavagem (A1). O segundo ponto foi

a coleta de material de empréstimo na passarela entre as lagoas, isto é, na parte

superior de um dos taludes entre as lagoas (A2). E o terceiro ponto foi a coleta de

solo no horizonte superficial do solo agricultável, rente à plantação de cana-de-

açúcar, onde há anualmente aplicação de vinhaça para a fertirrigação (A3). A coleta

das amostras foi realizada no dia 25 de março de 2010, que depois de secas ao ar,

foram destorroadas e passadas em peneira nº 10 (2,0 mm). O mapa esquemático com

a localização dos pontos de coleta dos materiais e da vinhaça está apresentado na

Figura 6.

Page 41: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

28

Figura 6 - Localização dos pontos de coleta de material

As três amostras foram submetidas a ensaios de caracterização geotécnica e

análises químicas.

3.2.2 Vinhaça

A vinhaça foi coletada no dia 22 de junho de 2010, em um tanque de vinhaça

pura, na saída dos destiladores, com temperatura de 75 ºC, como apresentado na

Figura 7. A amostra foi submetida a ensaios de caracterização físico-química.

Page 42: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

29

Figura 7 - Local de coleta da vinhaça

3.3 METODOLOGIA

Para o desenvolvimento deste trabalho, as etapas metodológicas adotadas

estão apresentadas na Figura 8.

A etapa inicial consistiu em trabalhos de campo, para coleta das amostras de

material e da vinhaça que foram utilizados nos ensaios de sorção. As amostras de

material foram submetidas aos ensaios de caracterização geotécnica e química, e

foram realizadas análises físico-químicas para caracterização da vinhaça.

Tendo sido caracterizados os materiais, realizaram-se os ensaios de batelada.

Page 43: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

30

Coleta das amostras em

campo

Vinhaça

Solo

Caracterização físico-química

Caracterização geotécnica, química e mineralógica

Ensaio de batelada

Determinação do comportamento do potássio

Verificação da interferência da razão solo: solução e do

tempo de equilíbrio na sorção

Análise dos resultados Conclusão

Figura 8 - Fluxograma das etapas metodológicas adotadas

3.3.1 Caracterização dos materiais

3.3.1.1 Caracterização geotécnica

3.3.1.1.1 Análise granulométrica e classificação textural

A análise granulométrica das amostras foi realizada em duas fases,

peneiramento e sedimentação pelo método do densímetro e dispersão com solução de

hidróxido de sódio (NaOH), para demonstração do tamanho das partículas e

proporção em que elas se encontram na curva granulométrica, conforme metodologia

normalizada pela ABNT/NBR 7181/82.

A classificação textural foi de acordo com o Sistema Unificado de

Classificação de Solos (USCS), descrito pela norma D2487 da American Society for

Testing Materials (ASTM, 1993)

Page 44: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

31

3.3.1.1.2 Limites de Atterberg

O limite de liquidez das amostras foi encontrado utilizando-se o método de

Casagrande, normatizado pela NBR 6459/84.

A execução dos ensaios para encontrar o limite de plasticidade seguiu

procedimentos da NBR 7180/84.

3.3.1.1.3 Massa específica dos sólidos

A massa específica dos sólidos foi determinada utilizando-se a metodologia

descrita na norma NBR 6508/84.

3.3.1.1.4 Compactação Os solos foram submetidos a ensaios de compactação, Proctor Normal,

conforme NBR7182/86.

3.3.1.2 Caracterização química

A determinação dos atributos foi realizada conforme EMBRAPA (1997),

cujas metodologias analíticas se resumem no seguinte:

a) pH em água – em água na proporção de 1:2,5 (solo: água);

b) pH (CaCl2) – em solução de cloreto de cálcio 0,01 M, na proporção de 1:2,5

(solo: CaCl2);

c) P e K – extraídos com solução de HCl 0,05 N e H2SO4 0,025 N (Mehlich);

d) Ca, Mg e Al – extraídos com solução de cloreto de potássio 1 N;

e) H – extraído com solução de acetato de cálcio a pH=7;

f) Matéria orgânica – oxidação com bicromato de potássio e determinação

colorimétrica.

Page 45: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

32

3.3.2 Caracterização da vinhaça

As metodologias utilizadas para análise da vinhaça foram as propostas pelo

Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater e se resumem no

que segue:

a) pH – método eletrométrico - Método 4500 B /2005 - 21ª Edição;

b) Sólidos totais fixos e voláteis – método gravimétrico- Método 2540 B /2005 - 21ª

Edição;

c) Nitrato - Espectrofotometria UV-vis - Método 4500 E /2005 - 21ª Edição;

d) Nitrogênio Amoniacal – titulometria - Método 4500 B /2005 - 21ª Edição;

e) Demanda Bioquímica de Oxigênio – titulometria - Método 5210 B /1998 - 20ª

Edição;

f) Demanda Química de Oxigênio – método do refluxo fechado - Método 5220

D/2005 - 21ª Edição;

g) Potássio – Fotometria de chama - Método 3500 D /1992 - 18ª Edição;

h) Carbono orgânico – titulometria potenciométrica – Método 5310 B/2005 - 21ª

Edição;

i) Cálcio – Espectrofotometria de absorção atômica Método 3500 D /1992 - 18ª

Edição;

j) Magnésio – Espectrofotometria de absorção atômica - Método 3111 B /2005 -

21ª Edição;

k) Sulfeto – Titulometria - Método 4500 F /2005 - 21ª Edição;

l) Fósforo total - Espectrofotometria UV-vis - Método 4500 C /1998 - 20ª Edição.

3.3.3 Ensaio de Sorção – Ensaio de batelada

Os ensaios de sorção tiveram por base nas recomendações da Enviromental

Protection Agency (EPA, 1992) e tiveram por objetivo determinar a relação entre a

massa de soluto adsorvida, normalizada em relação à massa de solo, e a concentração

de equilíbrio, para diferentes valores de concentração da solução (NASCENTES,

2003).

Page 46: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

33

A proposta adotada neste trabalho foi avaliar a sorção do potássio nas

amostras de material coletadas e considerar os efeitos da variação da razão solo:

solução e da variação do tempo de contato entre o solo e a solução.

Para cada material, foram realizados ensaios com duas razões solo: solução,

1:4 e 1:50. Para os ensaios com razão 1:4, a quantidade utilizada de solo seco foi de

7 gramas, e o volume de solução de 28 mL, e para a razão 1:50 a massa de solo foi

de 0,7 g e o volume de solução de 35 mL.

Os ensaios foram realizados com 10 concentrações diferentes para o potássio.

A primeira solução era a vinhaça bruta com teor de 1500 mg/L de potássio, a partir

desse valor a amostra foi diluída.

Para cada solução foram realizadas três repetições e um branco. O branco

continha apenas a solução, sem adição dos materiais, e que, também, foi colocado

para agitar, para verificar a quantidade do íon potássio que ficou aderido ao frasco. A

EPA recomenda uma diferença menor do que 3% entre a concentração inicial da

solução e a concentração final do frasco branco.

Utilizaram-se tubos de centrífuga com tampa, com capacidade de 50 mL, que

foram agitados por 6 e 24 horas, em um agitador horizontal, na rotação de 100 rpm,

sob temperatura ambiente (Figura 9), no laboratório de Física do Solo da Faculdade

de Agronomia e Medicina Veterinária da UFMT.

Figura 9 - Agitação das amostras a 100 rpm

Page 47: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

34

Decorrido o tempo de agitação, a etapa posterior foi a centrifugação das

amostras em centrífuga a 3000 rpm por 10 minutos, do laboratório de Físico-Química

do Departamento de Engenharia Sanitária. Na Figura 10 são mostrados detalhes das

amostras durante os ensaios.

Figura 10 - Detalhe da amostra 3, razão 1:50, antes e após a centrifugação

Após a centrifugação, o sobrenadante foi filtrado a vácuo, acondicionado em

frasco plástico e mantido resfriado até a leitura do potássio em fotometria de chama.

As isotermas de Freundlich e Langmuir foram ajustadas aos dados obtidos

por meio dos ensaios. A concentração de po tássio adsorvido foi calculad a

por meio da Equação 12. Os parâmetros de Freundlich e Langmuir foram

determinados usando as Equações 2 e 4, respectivamente.

Page 48: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

35

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA

Os resultados da análise granulométrica e as curvas granulométricas dos

materiais estão apresentados na Tabela 3 e na Figura 11, respectivamente.

A classificação textural da A2 é areia argilosa, e as amostras A1 e A3 são SP

- areia mal graduada.

Os valores encontrados por meio dos ensaios de caracterização demonstram

que os materiais estudados são arenosos, como indicam as curvas granulométricas,

em que a maior porcentagem de grãos situa-se entre os diâmetros 0,06 mm e 2 mm

Tabela 3 - Análise granulométrica das amostras 1, 2 e 3. Granulometria Argila

(%) Silte (%)

Areia Fina (%)

Areia Grossa

(%) A1 7,59 1,35 85,6 5,46

A2 28,08 2,38 65 4,54

A3 17,48 1,39 74,4 6,73 A1: sedimento da lagoa; A2: material de empréstimo; A3: horizonte superficial de solo agricultável

Page 49: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

36

Figura 11 - Curvas granulométricas das amostras A1, A2 e A3.

Nos ensaios dos limites de consistência, como as Amostras A1 e A3 possuem

grande porcentagem de areia, não foi possível a realização dos procedimentos para

determinação dos limites de liquidez e plasticidade, isto é, são considerados não

plásticos. Para a A2, os valores encontrados estão apresentados na Tabela 4.

Tabela 4 - Limites de Atterberg para a A2 Limites de Atterberg

Limite de liquidez

(%)

Limite de plasticidade

(%)

20,30 13,73

A massa específica dos sólidos, peso específico máximo, umidade ótima e

porosidade para as três amostras estão na Tabela 5.

Page 50: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

37

Tabela 5 - Valores de massa específica, peso específico máximo, umidade ótima e porosidade

Amostras

Massa

específica dos

sólidos

s (g/cm³)

Peso

Específico

máximo

(g/cm³)

Umidade

ótima

(%)

Porosidade

A1 2,624 1,69 12,8 0,2740

A2 2,558 1,88 12,8 0,2666

A3 2,551 1,85 12,5 0,3563

s – massa específica dos sólidos A1: sedimento da lagoa; A2: material de empréstimo; A3: horizonte superficial de solo agricultável

4.2 CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA

Os resultados da caracterização química dos três materiais estão descritos na Tabela 6.

Os três materiais têm característica ácida, especialmente a A1, coletada na

lagoa de armazenamento de vinhaça, isso porque possui maior saturação por

alumínio, fator que representa a acidez trocável do solo. Como conseqüência, os

valores de cálcio, magnésio e potássio foram mais baixos, pois a maioria das cargas

elétricas da CTC estão ocupadas pelo alumínio e não pelas bases.

A A2 teve maior CTC, principalmente por ser menos arenosa, isto é, possui

maior quantidade de argila, com predominância de carga negativa na superfície de

suas partículas, favorecendo a troca de cátions. Fator importante na retenção do

potássio (K+), que se apresenta em maior quantidade nessa amostra. Também

apresentou quantidades significativas dos elementos cálcio, magnésio, e hidrogênio,

além do potássio – principais nutrientes do solo -, e, consequentemente, maior valor

de soma de bases.

Com relação ao teor de matéria orgânica, a A1 teve o maior teor.

Page 51: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

38

Tabela 6 - Caracterização química das amostras estudadas

A1: sedimento da lagoa; A2: material de empréstimo; A3: horizonte superficial de solo agricultável P e K em mg/dm3, Ca+Mg, Ca, Mg, Al e H em cmolc/dm3 e matéria orgânica em g/dm³ S – soma de bases em cmolc/dm3 CTC – capacidade de troca catiônica em cmolc/dm³ V – Saturação por bases Sat. Al: m%=Al+(Al+S)x100

Amostras pH P K

Ca+Mg

Ca

Mg

Al

H

Mat.

Org.

(S)

CTC

(V)

%

Relações

Saturação

(%) por:

Sat.

Al

água CaCl2 Ca/Mg Ca/K Mg/K Ca Mg K H

A1 4,0 3,7 51,7 8 1,0 0,8 0,2 0,9 2,3 21,3 1,0 4,2 24,3 3,0 36,1 12,0 17,8 5,9 0,5 53,8 47,5

A2 5,9 5,2 1,7 40 3,0 2,3 0,7 0,0 2,3 8,7 3,1 5,4 57,2 3,4 21,6 6,4 41,4 12,2 1,9 42,8 0,0

A3 5,9 5,2 5,6 26 2,0 1,5 0,5 0,0 1,9 12,8 2,1 4,0 51,9 3,0 22,2 7,4 37,7 12,5 1,7 48,1 0,0

Page 52: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

39

4.3 VINHAÇA

As características físico-químicas (Tabela 7) da vinhaça estudada é

semelhante às características obtidas por Pinto (2000), Lyra et al. (2003) e Brito et

al. (2007), pois apresentou baixo pH e elevados valores de DBO e DQO, em razão

do alto teor de matéria orgânica. Shenbagavalli; Mahimairaja (2009) ressaltam a

acidez do efluente, pH <4,0, e os altos níveis de sais solúveis, principalmente o

potássio, nitrogênio e fósforo.

Comumente presentes na vinhaça, apenas variando suas quantidades

conforme a origem do mosto, o cálcio, o magnésio e o potássio foram detectados em

níveis consideráveis, com destaque para o potássio.

Tabela 7 - Características físico-químicas da vinhaça Parâmetros Valores

pH a 25º C 3,6

Sólidos Totais (mg/L) 57152,0

Sólidos Totais Fixos (mg/L) 38604,0

Sólidos Totais Voláteis (mg/L) 18548,0

Nitrato (mg/L) 0,1

Nitrogênio Amoniacal (mg/L) 252,0

DBO (mg/L) 19591,2

DQO (mg/L) 55680,0

Potássio (mg/L) 1500,0

Carbono Orgânico (g/L) 8,1

Cálcio (mg/L) 140,0

Magnésio (mg/L) 110,0

Sulfeto (mg/L) 42,6

Fósforo Total (mg/L) 34,4

Page 53: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

40

4.4 ENSAIO DE SORÇÃO – ENSAIO DE BATELADA

As isotermas de sorção de Freundlich e Langmuir, para a A1, A2 e A3

encontram-se nas Figuras 12 a 23. Os parâmetros de Feundlich e Langmuir são

descritos na Tabela 8.

As isotermas de Freundlich e de Langmuir ajustaram bem os resultados dos

ensaios realizados nas três amostras de solo para os valores de concentração

escolhidos, conforme indicam os valores de R² nas isotermas apresentadas nas

Figuras 12 a 23. No entanto, no modelo de Langmuir, de maneira geral, todos os

pontos finais estão fora das isotermas (Figuras 14, 15, 18, 19, 22 e 23). Pode ser que

a saturação ocorresse em uma maior concentração, e Langmuir já está forçando a

uma constante. Nesse caso, Freundlich teria melhor ajuste.

Os valores de R² para o modelo de Freundlich, razão 1:4, variaram de 0,9522

a 0,9844, e razão 1:50, 0,9147 a 0,9822. Para Langmuir, R², razão 1:4, variou de

0,8433 a 0,992, e 1:50, de 0,929 a 0,9919.

Para as três amostras, em todos os ensaios realizados com tempo de contato

de 24 horas houve maior sorção do potássio. O tempo de 24 horas, intervalo

comumente utilizado, foi adequado para o estabelecimento das condições de

equilíbrio e está de acordo com recomendações da EPA (1992), sendo o tempo de 6

horas insuficiente para estabelecer o equilíbrio. Esta norma sugere que o tempo de

equilíbrio deve ser o mínimo necessário para estabelecer uma taxa de variação da

concentração do soluto em solução, igual ou menor que 5%.

Santos (2006), trabalhando com sorção de potássio em material caulinítico,

nos tempos de 1, 24, 48 e 72 horas, observou que o tempo de estabilização do K+ foi

de 24 horas. Mellis; Rodella (2008) afirmam que na maioria dos trabalhos de

adsorção em solos tropicais publicados, constata-se que se tem utilizado o tempo de

agitação de 24 horas, entre eles Dias et al. (2001), Silveira; Alleoni (2003),

Casagrande et al. (2004), Mellis et al. (2004), Soares (2004), Alleoni, et al. (2005) e

Vega et al. (2006).

O estudo realizado com o intervalo de agitação de 6 horas serviu para

verificar se os ensaios nos solos com baixo teor de argila poderiam atingir o

equilíbrio de sorção em um intervalo de tempo menor do que 24 horas, o que não se

observou.

Page 54: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

41

Na variação da razão solo:solução, foi observado que os ensaios com razão

1:50 tiveram maior sorção que os ensaios com razão 1:4, pois uma menor razão

proporciona maior área superficial e mais sítios disponíveis (Du et al., 2004),

possibilitando maior troca (sorção) entre as partículas de solo e o potássio. O mesmo

comportamento foi observado por Du et al. (2004), ao avaliarem a sorção do potássio

com as razões 1:20, 1:10 e 1:4, trabalhando com solos argilosos, em que a quantidade

sorvida diminuiu com o aumento da razão solo:solução. Chang et al. (2002)

pesquisando a adsorção de Cu2+ em solo laterítico com razões variando de 0,1 a 2

g/mL, também concluíram que a quantidade adsorvida diminuiu com o aumento da

razão solo:solução.

Tabela 8 - Parâmetros de Freundlich e Langmuir para a A1, A2 e A3

Amostras de Material

Razão solo:solução

Tempo de

contato (h)

Parâmetros de Freundlich

Parâmetros de Langmuir

KF Sm

(mg/g) b

(ml/mg)

A1

1:4

24 0,4519 0,011013 0,3746 0,0019 6 0,7457 0,000682 0,5495 0,0003

1:50

24 0,5804 0,096607 13,5318 0,0007 6 0,4425 0,202402 7,1124 0,0017

A2

1:4

24 0,5127 0,024012 0,9856 0,0029 6 0,7545 0,002052 0,7113 0,0010

1:50

24 0,5684 0,200649 12,2249 0,0033 6 0,5823 0,157867 17,4216 0,0010

A3

1:4

24 0,6237 0,011625 1,0148 0,0031 6 0,4461 0,018849 0,5075 0,0033

1:50

24 0,3393 0,879502 0,4787 0,0103 6 0,1888 1,352156 5,7737 0,0068

A1: sedimento da lagoa; A2: material de empréstimo; A3: horizonte superficial de solo agricultável

Page 55: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

42

Figura 12 - Isotermas de sorção (modelo de Freundlich) para a A1, razão 1:4

Figura 13 - Isotermas de sorção (modelo de Freundlich) para a A1, razão 1:50.

Page 56: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

43

Figura 14 - Isotermas de sorção (modelo de Langmuir) para a A1, razão 1:4

Figura 15 - Isotermas de sorção (modelo de Langmuir) para a A1, razão 1:50

Page 57: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

44

Figura 16 - Isotermas de sorção (modelo de Freundlich) para a A2, razão 1:4.

Figura 17 - Isotermas de sorção (modelo de Freundlich) para a A2, razão 1:50.

Page 58: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

45

Figura 18 - Isotermas de sorção (modelo de Langmuir) para a A2, razão 1:4.

Figura 19 - Isotermas de sorção (modelo de Langmuir) para a A2, razão 1:50.

Page 59: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

46

Figura 20 - Isotermas de sorção (modelo de Freundlich) para a A3, razão 1:4.

Figura 21 - Isotermas de sorção (modelo de Freundlich) para a A3, razão 1:50.

Page 60: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

47

Figura 22 - Isotermas de sorção (modelo de Langmuir) para a A3, razão 1:4

Figura 23 - Isotermas de sorção (modelo de Langmuir) para a A3, razão 1:50

Page 61: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

48

Constatou-se que os menores valores de sorção foram encontrados nos

ensaios com a A1, tanto nas razões 1:4 e 1:50 como nos tempos de 24 e 6 horas. O

valor de pH em CaCl2 encontrado foi 3,7, o mais baixo entre as amostras estudadas.

A característica ácida da amostra pode ter influenciado no processo de sorção, pois

as soluções ácidas tendem a dificultar mais as trocas catiônicas do que as soluções

alcalinas, pois há competição entre cátions e o H+ nos sítios de sorção.

A baixa sorção para a A1 também pode se relacionar com o elevado

percentual de areia em sua composição, acima de 90%. O mesmo foi observado por

Lelis Neto (2008), que trabalhou com o Latossolo Vermelho, fase arenosa, e o

Nitossolo, e verificou que o íon potássio apresentou no solo argiloso maior interação

com a fração sólida que no solo arenoso, pois houve um carreamento de potássio

para a profundidade no solo arenoso.

Ainda, de acordo com Santos et al. (2006), que pesquisaram a adsorção de

cloreto e potássio em solos tropicais, caulinita e laterita, concluíram que o material

caulinítico adsorveu uma quantidade maior de potássio do que a amostra de solo

laterítico, fato esse explicado pela maior capacidade de troca catiônica e pela

predominância de cargas superficiais negativas do material caulinítico.

Foi observado que a A2 proporcionou a maior sorção entre as amostras. Isso

pode ser atribuído ao percentual de argila, em torno de 30%, o maior entre as

amostras. Conforme Mestrinho (1997) apud Nascentes (2006)9, como as argilas

apresentam maior capacidade de troca iônica, consequentemente, maior será a

sorção, principalmente de cátions. A A2 é também a amostra com maior valor de

CTC, principalmente por possui maior quantidade de argila, que tem carga negativa

na superfície de suas partículas, favorecendo a troca de cátions. Fator importante na

retenção do cátion potássio (K+), que se apresenta em maior quantidade nesta

amostra.

Bueno et al. (2009), pesquisando o impacto causado pela adição de vinhaça

nas propriedades de dois solos, um de textura arenosa e outro de textura argilosa

(Vertissolo), concluíram que o Vertissolo tem maior capacidade de retenção da

9 MESTRINHO, S.S.P. 1997. Investigações na zona não saturada, Impactos Ambientais e Águas Subterrâneas no Brasil - Rio de Janeiro, 1997 apud NASCENTES, R. Estudo da mobilidade de metais pesados em um solo residual compactado. 2006. 181 f. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa - MG, 2006

Page 62: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

49

concentração salina introduzida pela aplicação da vinhaça, por seu alto teor de argila.

Os autores ainda afirmam que o aumento na salinidade pode afetar algumas

propriedades biológicas e bioquímicas dos solos.

A A3 apresentou comportamento semelhante à A2, diferindo nos ensaios com

razão 1:50, com S = 10 mg/g para 24 horas e S = 6 mg/g para 6 horas. Isso pode ser

relacionado à menor porcentagem de argila, 17,5%, e consequentemente menos sítios

disponíveis para sorção.

Goudar (2006) avaliando a dinâmica do potássio em um Vertissolo irrigado

com vinhaça, concluiu que houve acúmulo de K no solo, percentual que aumentou

com a profundidade em todos os solos, e segundo o autor isso é devido

principalmente ao elevado teor de K na vinhaça e a lixiviação durante a irrigação. O

autor afirma que em geral, o k trocável aumentou em profundidade na maioria dos

solos e seguiu o padrão de distribuição de argila com a profundidade. Os valores

relativamente mais elevados de k na subsuperficie podem ser relacionados com o

efeito da lixiviação. Constatou maior adsorção do potássio em solos irrigados com

vinhaça do que no solo não irrigado, e dentre os solos irrigados, maior adsorção nos

solos com mais de 20 anos de irrigação e menor adsorção no solo com 5 a 10 anos de

irrigação. Bhat (1994), investigando o efeito da vinhaça nas propriedades do solo,

também verificou aumento nos teores de potássio com a profundidade.

Os valores de fator de retardamento (Rd) estão apresentados na Tabela 9.

Tabela 9 - Fator de retardamento para A1, A2 e A3 Fator de retardamento Rd

Amostras de

Material

Modelo de Freundlich Modelo de Langmuir 1:4 1:50 1:4 1:50

24 horas

6 horas

24 horas

6 horas

24 horas

6 horas

24 horas

6 horas

A1 2 1,8 7,3 6,0 1,7 1,8 4,0 3,3 A2 4,3 3,5 47,6 42,5 3,6 3,2 26,4 29,0 A3 3,0 2,4 25,3 19,2 2,3 2,2 16,3 10,8

A1: sedimento da lagoa; A2: material de empréstimo; A3: horizonte superficial de solo agricultável

Os valores Rd para a A1, razão 1:4, foram mais próximos à unidade. Isso

indica baixa interação entre solo e soluto ou forte deslocamento proporcionado por

outros cátions (principalmente o potássio) adicionados ao solo com a vinhaça,

Page 63: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

50

possibilitando mais rápida lixiviação dos cátions. Este fato confirma a menor sorção

da A1, conforme apresentado nas isotermas.

À medida que diminuiu a razão solo:solução, houve aumento dos valores de

Rd em todas as amostras, significando uma maior interação entre a solução e a fração

sólida, pois os sítios de sorção estão mais disponíveis. Este fato segue a tendência

dos valores de sorção, em que foram observados maiores valores de sorção de

potássio para os ensaios com razão solo:solução 1:50.

Ainda conforme a tendência apresentada pelas isotermas, com relação ao

tempo de contato, os maiores valores de Rd foram encontrados para os ensaios com

tempo de 24 horas, confirmando os valores apresentados nas isotermas.

Gariglio (2008), trabalhando com Latossolo Vermelho Distrófico, Latossolo

Vermelho Eutroférrico e Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico verificou grande

mobilidade de potássio, cálcio e magnésio. Os maiores valores para os fatores de

retardamento, indicativos de uma maior retenção de íons, foram observados no

Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico, devido ao maior conteúdo de matéria

orgânica e alto teor de argila neste solo. Os menores fatores de retardamento foram

encontrados para o Latossolo Vermelho Eutroférrico, caracterizando baixa interação

solo-soluto e lixiviação dos cátions, atribuída ao potássio em excesso, que passou a

deslocar as bases do complexo de troca. O autor afirma ainda, que na prática, pode

ser interpretado como uma tendência de contaminação de águas subterrâneas, caso a

aplicação de vinhaça ocorra de forma exagerada e contínua.

Maiores valores dos fatores de retardamento foram obtidos para a A2, tanto

na razão 1:4 como na razão 1:50, pelos modelos de Freundlich e Langmuir. Isto é

coerente com o maior teor de argila presente na composição desta amostra, conforme

Tabela 3, resultando em uma maior retenção do cátion potássio. O maior valor de

CTC para esta amostra também contribui para obtenção de maiores valores de Rd.

Ferreira et. al (2006), avaliaram a mobilidade de íons, dentre eles o potássio,

em solos aluvial eutrófico, argissolo vermelho amarelo e latossolo vermelho-

amarelo. Concluíram que a interação dos íons presentes na solução, com a fase sólida

do solo, foi maior para o latossolo seguida do argissolo e aluvial, e relacionaram os

resultados com os teores de argila, presente em maior quantidade no latossolo.

Page 64: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

51

Valores semelhantes do fator de retardamento na razão 1:4 entre os modelos

de Freundlich e Langmuir pode ser atribuído ao comportamento da isoterma de

Freundlich, pelo que ε é menor que 1, e a isoterma tende a cair. Por as concentrações

serem baixas, as duas curvas, nesta razão, apresentam comportamento semelhante.

Page 65: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

52

5. CONCLUSÕES

De acordo com o estudo realizado, concluiu-se que nessas condições o

processo de sorção é dependente do tempo de contato entre o solo e a solução, para

tanto, a melhor sorção para todas as amostras, tanto com razão 1:4, como com razão

1:50, ocorreu com 24 horas. Foi observado que o tempo de 6 horas é insuficiente

para estabelecer o equilíbrio, mesmo em amostras com baixo teor de argila.

Constatou-se também que a variação da razão solo:solução produz efeitos na

quantidade sorvida, de fato, a menor razão solo:solução, 1:50, proporcionou maiores

valores de sorção para o potássio.

Os modelos de Freundlich e Langmuir proporcionaram um bom ajuste para as

isotermas, com valores de R², em geral acima de 0,9.

O íon potássio teve maior sorção com a amostra com maior percentual de

argila e maior CTC, apresentando maiores valores de sorção para a A2. A A3

apresentou comportamento semelhante ao da A2, diferindo apenas nos ensaios com

razão 1:50, o que pode ser relacionado com o menor percentual de argila em sua

composição. A A1, com pH ácido e composição predominantemente arenosa,

apresentou, dentre as amostras, os menores valores de sorção do potássio.

O fator de retardamento seguiu a tendência apresentada nas isotermas.

Maiores valores de Rd foram encontrados para os ensaios com razão 1:50.

Comparando-se o tempo de contato, o tempo de 24 horas proporcionou melhores

condições para estabelecimento do processo de sorção, pois, para este tempo temos

maiores valores de sorção do potássio em todas as amostras.

Ainda com relação ao fator de retardamento, maiores valores de Rd foram

obtidos para a A2, fato que confirma a maior sorção do potássio na A2. A A3

Page 66: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

53

apresentou valores de Rd um pouco menores que a A2, seguindo assim a tendência

das isotermas. Menores Rd para a A1, que apresentou menor interação entre a fração

sólida e o íon potássio.

Os baixos valores de Rd obtidos para A1 em todos os ensaios realizados

indicam que a mobilidade do potássio é elevada no solo abaixo dos tanques de

armazenamento de vinhaça da usina em questão (A2), podendo o potássio estar

alcançando o lençol freático do local.

Page 67: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

54

6. SUGESTÕES

Na Usina Pantanal de Açúcar e Álcool, a vinhaça é de mosto misto. Seria

interessante, que os trabalhos futuros fizessem comparações com vinhaça de

outras destilarias, especialmente as destilarias com mosto de melaço, em que

as concentrações dos elementos na vinhaça são muito elevadas,

principalmente, DBO, DQO, sólidos, matéria orgânica, potássio e nitrogênio.

Realizar ensaios de condutividade hidráulica

A metodologia adotada favorece o contato entre solo e solução, podendo

apresentar resultados que se referem a um valor máximo de sorção. É

conveniente a realização de ensaios de coluna, pois representam melhor as

condições de campo.

Page 68: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

55

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 7.1 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CITADAS

AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION (APHA), American Water Works

Association (AWWA) and Water Environment Federation (WEF). Standard

methods for the examination of water and wastewater. 18. ed. Washington:

APHA, 1992.

AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION (APHA), American Water Works

Association (AWWA) and Water Environment Federation (WEF). Standard

methods for the examination of water and wastewater. 20. ed. Washington:

APHA, 1998.

AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION (APHA), American Water Works

Association (AWWA) and Water Environment Federation (WEF). Standard

methods for the examination of water and wastewater. 21. ed. Washington:

APHA, 2005.

AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS, ASTM D 2487.

Standard Classification of Soils for Engineering Purposes. West Conshohocken,

1993. ALLEONI, L. R.F.; IGLESIAS, C.S.M.; MELLO, S.C.; CAMARGO, O.A.;

CASAGRANDE, J.C.; LAVORENTI, N.A. Atributos do solo relacionados à

adsorção de cádmio e cobre em solos tropicais. Acta Scientarum Agronomica,

Maringá, v.27, n.4, p.729-737, 2005.

Page 69: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

56

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7181 – Solo -

Análise granulométrica. Rio de Janeiro. 1984 a, 13 p.

______. NBR 6459 - Solo: Determinação do limite de liquidez. Rio de Janeiro. 1984

b, 6 p.

______. NBR 6508 - Solo: Determinação da massa específica aparente. Rio de

Janeiro. 1984 b, 8 p.

______. NBR 7180 - Solo: Determinação do limite de plasticidade. Rio de Janeiro.

1984 c, 3 p.

______. NBR 7182 - Solo: Ensaio de compactação. Rio de Janeiro. 1986, 10 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA PESQUISA DA POTASSA E DO

FOSTATO. Manual Internacional de fertilidade do solo. Tradução: Alfredo Scheid

Lopes, 2 ed., Piracicaba:m Potafos, 1998. 177 p.

BEBÉ, F. V., ROLIM, M. M., PEDROSA, E. M. R., SILVA, G. B., OLIVEIRA, V.

S. Avaliação de solos sob diferentes períodos de aplicação com vinhaça. Revista

Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v. 13, n. 6,

Nov/Dez 2009. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1415-

43662009000600017&script=sci_arttext. Acesso em: maio de 2010. BHAT, S. N., 1994. Investigation of effect of lagoon spentwash on soil

properties. Dissertação (Mestrado em Ciência do Solo e Química Agrícola) –

Universidade de Ciências Agrícolas, Dharwad. 1994.

BOHN, H.C., MCNEAL, B. C., O´CONNOER, G. A. Soil Chemistry. New York.

John Wiley. 329 p., 1979.

BOSCOV, M. E. G. Contribuição ao Projeto de Sistemas de Contenção de

Resíduos Perigosos Utilizando Solos Lateríticos. 1997. 259 p. Tese (Doutorado em

Engenharia Civil) - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo - São Paulo,

1997.

Page 70: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

57

BRASIL. Decreto-lei nº 303, de 23 de fevereiro de 1967. Cria o Conselho Nacional

de Contrôle da Poluição Ambiental e dá outras providências. Disponível em: <

http://www6.senado.gov.br/legislacao/ListaPublicacoes.action?id=191702>. Acesso

em: abril 2010.

BRASIL. Ministério do Estado do Interior. Portaria/GM n° 323, de 29 de novembro

de 1978. Disponível em: < http://faolex.fao.org/docs/pdf/bra14330.pdf >. Acesso em:

abril 2010.

BRASIL. Ministério do Estado do Interior. Portaria n° 53, de 01 de março de 1979.

Disponível em: <http://www.jundiai.sp.gov.br/pmjsite/portal.nsf/3b723606f1deab 82

03256b0400507209/ef8fa9ba7bf9c14183257185005c202d?OpenDocument>.Acesso

em: abril 2010.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Resolução do Conselho Nacional do Meio

Ambiente - CONAMA Nº 001, de 23 de janeiro de 1986. Disponível em: <

http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res86/res0186.html >. Acesso em: abril

2010.

BRITO, F. L., ROLIM, M. M., PEDROSA, E. M. R. Teores de potássio e sódio no

lixiviado e em solos após a aplicação de vinhaça. Revista Brasileira de Engenharia

Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v.9 (Suplemento), p.52-56, 2005.

Disponível em:http://www.agriambi.com.br/revista/suplemento/index_arquivos/PDF

/052.pdf?script=sci_pdf%C0%03d=S141543662005000400003&lng=en&nrm=iso&t

lng=pt. Acesso em: maio de 2010.

BUENO, P. C., RUBÍ, J. A. M., GIMÉNEZ, R. G., BALLESTA, R. J. Impacts

caused by the addition of wine vinasse on some chemical and mineralogical

properties of a Luvisol and a Vertisol in La Mancha (Central Spain). Journal Soil

Sediments, v. 9, p. 121-128, 2009.

Page 71: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

58

CASAGRANDE, J.C.; JORDÃO, C.B.; ALLEONI, L.R.F; CAMARGO, O.A.

Copper desorption in a variable eletrical charge soil. Scientia Agricola, Piracicaba,

v.61, n.2, p. 196-202, 2004.

CHANG, T. W., WANG, M. K., LIN, C. Adsorption of copper in the different

sorbent/water ratios of soil systems. Water, Air, and Soil Pollution. v. 138, p. 199-

209, 2002.

CLAESSEN, M. E. C. (Org.). Manual de métodos de análises de solo. 2.ed. rev.

atual. Rio de Janeiro: Embrapa-CNPS, 1997. 212p.

CORAZZA, R. I. Reflexões sobre o papel das políticas ambientais e de ciência e

tecnologia na modelagem de opções produtivas ‘mais limpas´ numa perspectiva

evolucionista: um estudo sobre o problema da disposição da vinhaça. In: III Encontro

Nacional da Sociedade Brasileira de Economia Ecológica, 1999. Anais. Recife.

CORREIA, F., MERCANTE, F., FABRÍCIO, A., CAMPOS, T., VARGAS JR. E.,

LANGENBACH, T. Adsorção de atrazina em solo tropical sob plantio direto e

convencional. Pesticidas: Revista Ecotoxicologia e Meio Ambiente, Curitiba, v. 17,

p. 37-46, jan./dez. 2007. Disponível em: http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php

/pesticidas/article/view/10663/7105. Acesso em: maio de 2010.

COSTA, P. Avaliação em laboratório de parâmetros de transporte do chorume

no Aterro Sanitário de Sauípe/Ba. 2002. 190 p. Dissertação (Mestrado em

Engenharia Civil) - Departamento de Engenharia Civil, Pontifícia Universidade

Católica do Rio de Janeiro. – Rio de Janeiro, 2002.

CRUZ, J. I., PORTUGAL, R. S., LUCENDO, M. C. H., ELIS, V. R., FACHIN, S. J.

S., USTRA, A. T., BORGES, W. R. Detecção de contaminação de solo por vinhaça

através de análise de dados de eletrorresistividade. Revista Brasileira de Geofísica,

v.26, n.4, 2008.

Page 72: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

59

CRUZ, R. L., RIGHETTO, A. M., NOGUEIRA, M. A. Experimental investigation

of soil and groundwater impacts caused by vinasse disposal. Water Science and

Technology, v. 24, n. 11, p. 77-85, 1991.

CURI, N., KÄMPF, N., MARQUES, J. J. Mineralogia e formas de potássio em solos

brasileiros. In: YAMADA, T., ROBERTS, T. L. Potássio na Agricultura Brasileira.

Anais do II Simpósio sobre Potássio na Agricultura Brasileira. São Paulo, 2005. 841

p. DIAS, N. M. P.; ALLEONI, L. R. F., CASAGRANDE, J. C., CAMARGO, O. A.

Adsorção de cádmio em dois Latossolos ácricos e um Nitossolo. Revista Brasileira

de Ciência do Solo, v.25, p.297-304, Viçosa, 2001.

DIAS, G. L. da S., BARROS, J. R. M. de, BARROS, A. L. M. de. Agroindústria

canavieira no Brasil: Evolução, desenvolvimento e desafios. In: MORAES, M. A.

F. D. de, SHIKIDA, P. F. A. (orgs). São Paulo: Atlas, 2002.

DU, Y. J., HAYASHI, S., XU, Y. F. Some factors controlling the adsorption of

potassium ions on clayey soils. Applied Clay Science, v. 27, p. 209-213, 2004.

FERREIRA, P. A., GARCIA, G. O., MATOS, A. T., RUIZ, H. A., BORGES

JUNIOR, J. C. F. Transporte no solo de solutos presentes na água residuária de café

conilon. Acta Scientiarum. Agronomy, V. 28, N. 1, p. 29-35, 2006.

FETTER, C.W. 1993. Contaminant Hydrogeology. Macmillan Publishing

Company, U.S. 458p.

FREIRE, W. J., CORTEZ, L. A. B. Vinhaça de cana-de-açúcar. Guaíba:

Agropecuária, 2000. 203p.

FÜHR, F; OPHOFF, H.; BURAUEL, P.; WANNER, U.; HAIDER, K. Modification

of the definition of bound residues. In: FÜHR, F; OPHOFF, H. Pesticide bound

residues in soil. Weinheim: Wiley-VCH, 1998. p. 175-176.

Page 73: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

60

GARIGLIO, H. A. A. Alterações físicas e químicas e mobilidade de solutos em

solos submetidos à aplicação de vinhaça proveniente da fabricação de álcool

carburante. 2008. 86 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola) –

Universidade Federal de Viçosa – Viçosa, MG, 2008.

GONÇALVES, A. D. M. A., MIRANDA, J. H., ROSSI, P., SABADIN, J. F. G.,

KAMOGAWA, M. Y. Temperature effect in potassium and nitrate ions in soil

transport. Revista Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v.28, n.3, p.438-447, jul./set.

2008. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/eagri/v28n3/a05v28n3.pdf. Acesso

em: junho de 2010.

GONÇALVES, C. R. Remoção de manganês e recuperação de urânio presentes

em águas ácidas de mina. 2006. 87f. Dissertação (Mestrado em Ciência e

Tecnologia das Radiações, Minerais e Materiais) – Comissão Nacional de Energia

Nuclear. Belo Horizonte – MG.

GOUDAR, M. S. Pottassium dynamics in spentwash irrigated Vertisol. 2006. 104

p. Dissertação (Mestrado em Ciência do Solo e Química Agrícola) – Universidade de

Ciências Agrícolas, Dharwad. 2006.

HASSUDA, S., REBOUÇAS, A. C., CUNHA, R. C. A. Aspectos qualitativos da

infiltração da vinhaça de cana no Aqüifero Bauru. Revista do Instituto Geológico,

São Paulo, v. 11, n. 2, jul./dez./1990.

JUNQUEIRA, C. de A. R., JUNIOR, V. E. M., LOSSARDO, L. F., FELICIO, B. da

C., JUNIOR, O. M., FOSCHINI, R. C., MENDES, R. M., LORANDI, R.

Identificação do potencial de contaminação de aqüíferos livres por vinhaça na bacia

do Ribeirão do Pântano, Descalvado (SP), Brasil. Revista Brasileira de

Geociências, v. 39, n. 3, p. 507-518, 2009.

LELIS NETO, J. A. Monitoramento dos componentes químicos da vinhaça

aplicados em diferentes tipos de solo. 2008. 89 p. Dissertação (Mestrado em

Page 74: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

61

Agronomia) – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – Universidade de

São Paulo. São Paulo, SP, 2008. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/

disponiveis/11/11143/tde-10022009-135650/. Acesso em: maio de 2010.

LUDOVICE, M. T. F. Estudo do efeito poluente da vinhaça infiltrada em canal

condutor de terra sobre o lençol freático. 1997. 143 f. Dissertação (Mestrado em

Engenharia Civil) – Faculdade de Engenharia Civil, Universidade Estadual de

Campinas, Campinas – SP, 1997. Disponível em: http://libdigi.unicamp.br/

document/?code=vtls0001245 59&fd=y. Acesso em: maio de 2010.

LYRA, M. R. C. C., ROLIM, M. M., SILVA, J. A. A. da. Topossequência de solos

fertigados com vinhaça: contribuição para a qualidade das águas do lençol freático.

Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v.7,

n.3, p.525-532, 2003. Disponível em:

http://www.scielo.br/pdf/rbeaa/v7n3/v7n3a20.pdf. Acesso em: maio de 2010.

MADEJÓN, E., LOPEZ, R., MURILLO, J. M., CABRERA, F. Agricultural use of

three (sugar-beet) vinasse composts: effect on crops and chemical properties of a

Cambisol soil in the Guadalquivir river valley (SW Spain). Agriculture, Ecosystems

and Environment, v. 84, n.1, p.55-65, 2001.

MANHÃES, M. S. Acúmulo de potássio em solos de áreas canavieiras fertirrigadas

no norte fluminense. Revista Agronomia, Rio de Janeiro, v.37, n.1, p.64-68, 2003.

Disponível em: http://www.ia.ufrrj.br/revista/artigos/2003-1/22_44.pdf. Acesso em:

maio de 2010.

MATO GROSSO. Secretaria de Estado de Planejamento e Coordenação Geral –

SEPLAN. Mapa de Solos do Estado de Mato Grosso. 1ª edição, 2001. Disponível

em:<http://www.zsee.seplan.mt.gov.br/mapaspdf/A001%20%20Mapa%20de%20Sol

os%20do%20Estado%20de%20Mato%20Grosso.pdf>.

MARQUES, M. O. Aspectos técnicos e legais da produção, transporte e aplicação de

vinhaça. In: SEGATO, S. V., PINTO, A. de S., JENDIROBA, E., NÓBREGA, J. C.

Page 75: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

62

M. (Orgs). Atualização em produção de cana-de-açúcar. Piracicaba: CP 2, 2006.

p. 369-375.

MARTINS, E. de L. Previsão da lixiviação de pesticidas usados na cultura de

algodão no estado de Mato Grosso. 2006. 83 f. Dissertação (Mestrado em

Agricultura Tropical) – Universidade Federal Mato Grosso – Cuiabá, MT. MELLIS, E.V.; CRUZ, M.C.P.; CASAGRANDE, J.C. Nickel adsoption by soils in

relation to pH, organic matter and iron oxides. Scientia Agricola, Piracicaba, v. 61,

n. 2, p. 190- 195, 2004.

MELLIS, E. V.; RODELLA, A. A. Influência do tempo de agitação na adsorção de

Cd, Cu, Ni e Zn em latossolo tratado com lodo de esgoto. Revista Bragantia, v. 67,

n. 4, p 977-982, Campinas, 2008.

MOTA, F. O. B., OLIVEIRA, J. B. Mineralogia de solos com excesso de sódio no

estado do Ceará. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.23, p. 799-806, 1999.

NACHTIGALL, G. R., VAN RAIJ, B. Análise e interpretação do potássio no solo.

In: YAMADA, T., ROBERTS, T. L. Potássio na Agricultura Brasileira. Anais do II

Simpósio sobre Potássio na Agricultura Brasileira. São Paulo, 2005. 841 p.

NASCENTES, R. Coeficiente de dispersão hidrodinâmica e fator de

retardamento de metais pesados em solo residual compactado. 2003. 117p.

Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) - Universidade Federal de Viçosa,

Viçosa – MG.

NASCENTES, R. Estudo da mobilidade de metais pesados em um solo residual

compactado. 2006. 181 f. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) – Universidade

Federal de Viçosa – Viçosa, MG.

NORTHCOTT, K. A., BACUS, J., TAYA, N., KOMATSU, Y., PERERA, J. M.,

STEVENS, G. W. Synthesis and characterization of hydrophobic zeolite for the

Page 76: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

63

treatment of hydrocarbon contaminated ground water. Journal of Hazardous

Materials, v. 183, p. 434-440, 2010.

ORLANDO FILHO, J., SILVA, G. M. de A., LEME, E. J. de A. Utilização agrícola

dos resíduos da agroindústria canavieira. In: ORLANDO FILHO, J. (org.). Nutrição

e adubação da cana-de-açúcar no Brasil. Piracicaba: Planalsucar, 1983. p. 229-

264.

PAULA, M. B.; HOLANDA, F. S. R.; MESQUITA, H. A.; CARVALHO, V. D. Uso

da vinhaça no abacaxizeiro em solo de baixo potencial de produção. Pesquisa

Agropecuária Brasileira, v.7, p.1217-1222, 1999.

PIGNATELLO, J. J. Sorption dynamics of organic compounds in soils and

sediments; SSSA Special Publication, n. 22, New Haven, Connecticut, p. 45-80,

1989. Disponível em: http://journalseek.net/cgi-bin/journalseek/journalsearch

.cgi?field=issn&query=0081-1904. Acesso em: maio de 2010.

PINHO, M. A. de S. B. Cadastramento de informações geológicas do estado de Mato

Grosso. Cuiabá: Companhia Matogrossense de Mineração, 1984. 117 p.

PINTO, C. P. Exergetic Analysis of Anaerobic Digestion of Stillage: Case Study in

Brazil. In: International Conference on Efficiency, Cost Optimisation,

Simulation and Environmental Aspect of Energy and Process Systems, 2000,

Enschede-Holanda. Proceedings of the International Conference on Efficiency, Cost

Optimisation, Simulation and Environmental Aspect of Energy and Process Systems,

2000.

PRADA, S. M., GUEKEZIAN, M., SUÁREZ-LHA, M. E. V. Metodologia analítica

para a determinação de sulfato em vinhoto. Química Nova, v. 21, n.3, p. 249-252,

1998.

Page 77: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

64

PREZOTTO, P. Biodegradação do carbono orgânico, mineralização do

nitrogênio e alterações químicas em solos tratados com vinhaça. 2009. 67 f.

Dissertação (Mestrado em Agricultura Tropical e Subtropical) – Instituto

Agronômico, Campinas – SP.

QUEIROZ, P. I. B. Um método numérico para análise de adensamento e

transporte de contaminantes no solo. 2002. 166 f. Tese (Doutorado em Engenharia

Aeronáutica e Mecânica) - Instituto Tecnológico de Aeronáutica - São José dos

Campos, SP, 2002. Disponível em: http://www.bd.bibl.ita.br/tesesdigitais/

lista_resumo.php?num_tese=000480568. Acesso em: junho de 2010.

ROSSETTO, A. J. Utilização agronômica dos subprodutos e resíduos da indústria

açucareira e alcooleira. In: Paranhos, S.B. (ed.). Cana-de-açúcar: cultivo e

utilização. Campinas: Fundação Cargill, 1987. v.2.

ROSSETTO, R., DIAS, F. L. F., VITTI, A. C. Fertilidade do solo, nutrição e

adubação. In: DINARDO-MIRANDA, L. L., VASCONCELOS, A. C. M. de,

LANDELL, M. G. de A. (eds). Cana-de-açúcar. Campinas, Instituto Agronômico,

p. 221-228, 2008.

ROWE, R. K., QUIGLEY, R. M., BOOKER, J.R.. Clayey Barrier Systems for Waste

Disposal Facilities. E&FN Spon, London. 390 p. 1995.

SANTOS, L. V. dos, POLIVANOV, H., ALAMINO, R. de C. J., SILVA, V. H. G.

da. Adsorção de cloreto e potássio em solos tropicais. Anuário do Instituto de

Geociências – UFRJ, Rio de Janeiro, v. 29, p. 101-121, 2006. Disponível em:

http://www.anuario.igeo.ufrj.br/anuario_2006_2/anuario_2006_v29_2_101_121.pdf.

Acesso em: junho de 2010.

SANTOS, V. S. dos, OLIVEIRA, O. J. de, MOREIRA, M. A. A., LORANDI, R.

Análise e espacialização das perdas médias de solo por erosão hídrica laminar na

bacia hidrográfica do Tenente Amaral em Jaciara, Mato Grosso, Brasil. Anais 1º

Page 78: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

65

Simpósio de Geotecnologias no Pantanal, Embrapa Informática Agropecuária/INPE,

p.247-256, Campo Grande, MS, nov. 2006.

SARTAJ, M, FERNANDES, L. Adsorption of boron from landfill leachate by peat

and the effect of environmental factors. Journal of Environmental Engineering

and Science, v. 4, n. 1, p. 19-28, 2005.

SÃO PAULO. CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental.

Norma Técnica P 4.231 - Vinhaça - Critérios e procedimentos para aplicação no solo

agrícola – dez, 2006. Disponível em:

<http://www.cetesb.sp.gov.br/Tecnologia/camaras/P4_231.pdf>. Acesso em: abril

2010.

SÃO PAULO. Decreto nº 8468, de 8 de setembro de 1976. Aprova o Regulamento

da Lei n. 997, de 31 de maio de 1976, que dispõe sobre a prevenção e o controle da

poluição do meio ambiente Disponível em:

<http://www.cetesb.sp.gov.br/Servicos/licenciamento/postos/legislacao/Decreto_Esta

dual_8468_76.pdf>. Acesso em: abril 2010.

SÃO PAULO. Lei Estadual nº 997, de 31 de maio de 1976. Dispõe sobre o controle

da poluição do meio ambiente. Disponível em:

<http://www.cetesb.sp.gov.br/Institucional/documentos/lei_997_1976.pdf>. Acesso

em: abril 2010.

SÃO PAULO. Lei Estadual nº 6.134, de 02 de junho de 1988. Dispõe sobre a

preservação dos depósitos naturais de águas subterrâneas do Estado de São Paulo, e

dá outras providências. Disponível em:

<http://www.cetesb.sp.gov.br/licenciamentoo/legislacao/estadual/leis/1988_Lei_Est_

6134.pdf>. Acesso em: abril 2010.

Page 79: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

66

SEGATO, S. V., PINTO, A. de S., JENDIROBA, E., NÓBREGA, J. C. M. de.

Atualização em produção de cana-de-açúcar. Piracicaba: ESALQ/USP, 2006. 415

p.

SHARMA, H. D., REDDY, K. R. Geoenvironmental Engineering. New Jersey –

EUA: John Willey & Sons, 2004.

SHAW, D.J. 1992. Introduction to Colloid and Surface Chemistry, 4ª ed.

Butterworth-Heinemann Ltd. Great Britain.

SHENBAGAVALLI, S., MAHIMAIRAJA, S. Agricultural use of distillery

spentwash and its environmental impact. Pollution research, v.28, n.3, p. 367-382,

2009.

SILVA, M. A. S., GRIEBELER, N. P., BORGES, L. C. Uso de vinhaça e impactos

nas propriedades do solo e lençol freático. Revista Brasileira de Engenharia

Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v. 11, n.1, p. 108–114, 2007. SILVEIRA, M. L. A., ALLEONI, L. R. F. Copper adsorption in tropical Oxisols.

Brazilian Archives of Biology and Technology, Curitiba, v. 46, p. 529-536, 2003.

SOARES, M.R. Coeficiente de distribuição (KD) de metais pesados em solos do

Estado de São Paulo. 2004. 202p. Tese (Doutorado) - Escola Superior de

Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2004.

SOUZA, R. F. C. de. Migração de poluentes inorgânicos em Liners compostos.

2009. 124 p. Dissertação (Mestrado em Geotecnia) - Escola de Engenharia de São

Carlos - Universidade de São Paulo, São Carlos – SP. Disponível em:

http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18132/tde-23032010-101309/. Acesso

em: junho de 2010.

SPARKS, D.L. Environmental Soil Chemistry. Academic Press, San Diego, 2003,

352 p.

Page 80: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

67

SPARKS, D.L.; HUANG, P.M. Physical chemistry of soil potassium. In: MUNSON,

R.D. (Ed.). Potassium in agriculture. Madison: American Society of Agronomy,

1985. p.201-276 SWEENEY, D. W. AND GRAETZ, D. A., 1991, Application of distillery waste

anaerobic digester effluent to Augustine grass. Agriculture Ecosystems and

Environment, v. 33, p. 341-351.

SZMRECSÁNYI, T. Tecnologia e degradação ambiental: o caso da

agroindústria canavieira no Estado de São Paulo. São Paulo: Informações

econômicas, 1994, v. 24, n. 10, p. 73-78.

UNICA - União dos Produtores de Cana-de-Açúcar. Disponível em:

<http://www.unica.com.br/dadosCotacao/estatistica>. Acesso em: Abril de 2010.

USEPA - United States Environmental Protection Agency. Batch -type procedures

for estimating soil adsorption of chemicals. 1992, EPA/530/SW-87/006-F. 101p.

USEPA – United States Environmental Protection Agency. Understanding

Variation in Partition Coefficient, Kd, Values: The Kd model, methods of

measurement, and application of chemical reaction codes. Washington, 1999,

EPA 402-R-99-004A, v. 1. 212 p.

USEPA – United States Environmental Protection Agency. Understanding

Variation in Partition Coefficient, Kd, Values: Review of geochemistry and

available Kd values for Cadmium, Cesium, Chromium, Lead, Plutonium,

Padon, Strontium, Throrium, Tritium (3H), and Uranium. Washington,, 1999, v.

4

Page 81: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

68

VEGA, F. A., COVELO, E. F., ANDRADE, M. L. Competitive sorption and

desorption of heavy metals in mine soils: Influence of mine soil characteristics.

Journal of Colloid and Interface Science, New York, v. 298, p. 582-592, 2006.

VIEIRA, D. B. Fertirrigação sistemática da cana-de-açúcar com vinhaça. Álcool e

Açúcar, São Paulo, mai/jun., 1986.

WILKIE, A. C., RIEDESEL, K. J., OWENS, J. M. Stillage characterization and

anaerobic treatment of ethanol stillage from conventional and cellulosic feedstocks.

Biomass and Bioenergy, v.19, n. 2, p.63-102, 2000.

YAMAMURA, A. P. G. Aplicação de nanotecnologia no meio ambiente:

biossorvente magnético na remoção de urânio. 2009. 124p. Dissertação (Mestrado

em Tecnologia Nuclear) – Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares. São Paulo

– SP.

7.2 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CONSULTADAS

FERREIRA, J. C. V. Mato Grosso e seus municípios. Secretaria de Estado de

Educação, Cuiabá, 2001, 660 p.

JESUS, S. C. Difusão de zinco em camada compactada de solo residual de

gnaisse. 2004. 90 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Universidade

Federal de Viçosa. Viçosa - MG, 2004.

LAESPIGA, M. A. M. Transporte de solutos em barreiras de material argiloso

compactado (CCL) e geocomposto bentonítico (GCL): fluxos diretos, acoplados

e comportamento membrana. 2008. 218 p. Tese (Doutorado em Geotecnia) –

Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo, São Carlos – SP.

Page 82: Lorena M Nicochelli200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/36.pdf · Tabela 1 - Características quali-quantitativas da vinhaça procedente de mostos de melaço, caldo e misto

69

LIMOUSIN, G., GAUDET, J.-P., CHARLET, L., SZENKNECT, S., BARTHÈS, V.,

KRIMISSA, M. Sorption isotherms: A review on physical bases, modeling and

measurement. Applied Geochemistry, v. 22, p. 249-275, 2006.

PIACENTE, F. J. Agroindústria canavieira e o sistema de gestão ambiental: o

caso das usinas localizadas nas bacias hidrográficas dos rios Piracicaba,

Capivari e Jundiaí. 2005. 181 f. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento

Econômico) – Instituto de Economia, UNICAMP, Campinas – SP, 2005.

RITTER, E., LEITE, A. E. de B., MACHADO, V. de F. Avaliação da capacidade de

mitigação da argila Orgânica presente na fundação e nas valas de contenção Lateral

para o chorume gerado no aterro metropolitano de Gramacho – Rio de Janeiro. Anais

do 21º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, João Pessoa – PB,

2001.

ZUQUETTE, L. V., SILVA JR., E. M., GARCIA, A. Aspectos de sorção para os

materiais inconsolidados da região de São Carlos (SP), Brasil. Revista Escola de

Minas, v. 61, n. 2, p. 219-230, 2008.