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1 GRAZIELA ESTEVES MAGALHÃES BOMBEAMENTO DE ÁGUA UTILIZANDO SISTEMA FOTOVOLTAICO AUTÔNOMO: um estudo de caso Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Engenharia de Edificações e Ambiental da Universidade Federal de Mato Grosso, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre. Área de concentração: Tecnologia Ambiental Orientador: Prof. Dr. Bismarck Castillo Carvalho Co-Orientador: Prof. Dr. Evandro A. Soares da Silva Cuiabá-MT Maio, 2016

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1

GRAZIELA ESTEVES MAGALHÃES

BOMBEAMENTO DE ÁGUA UTILIZANDO SISTEMA FOTOVOLTAICO

AUTÔNOMO: um estudo de caso

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Engenharia de Edificações e

Ambiental da Universidade Federal de Mato

Grosso, como requisito parcial para obtenção

do título de Mestre.

Área de concentração:

Tecnologia Ambiental

Orientador:

Prof. Dr. Bismarck Castillo Carvalho

Co-Orientador:

Prof. Dr. Evandro A. Soares da Silva

Cuiabá-MT

Maio, 2016

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DEDICATÓRIA

À minha família pela compreensão de minha ausência e longos períodos de estudos, ao

meu esposo Joselito pelo apoio e auxílio, ao meu filho amado João Pedro, que mesmo com as

dificuldades enfrentadas está tornando-se um homem forte e decidido, e à minha estilosa filha

Esther, sempre ao meu lado incentivando.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Universidade Federal de Matogrosso - UFMT pela oportunidade desta

capacitação através do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Edificações e Ambiental

– PPEGGEA.

Agradeço aos Mestres Doutores que, com paciência e otimismo, adubaram e

semearam o conhecimento e a pesquisa em terreno que certamente dará bons frutos.

Agradeço aos Membros da Banca que trouxeram orientações valiosas e que

possibilitaram a conclusão do trabalho.

Agradeço ao orientador Prof. Dr. Bismarck Castillo Carvalho e co-orientador Prof. Dr.

Evandro A. Soares da Silva pela confiança e apoio.

Agradeço a Direção e Coordenação da Escola Técnica Estadual de Educação

Profissional e Tecnologia – Sinop/MT por ceder equipamentos e permitir que participasse dos

eventos científicos necessários para a qualificação desta pós-graduação.

Agradeço ao corpo de Professores do PPGEEA que nos acompanhou durante esses dois

anos, cobrando qualidade e comprometimento com a pesquisa na busca do nosso crescimento

profissional, ao proporcionar-nos desbravar o nosso limitado horizonte, alargando nossa visão

com provocações para o pensar e o descobrir, conduzindo-nos até aqui.

Agradeço a minha família, que suportou firme a ausência da mãe e esposa, incentivando-

me a continuar mesmo quando todas as dificuldades levavam-me a pensar em desistir.

Agradeço a minha mãe, irmãos e sobrinhas, pelo apoio e adaptação que fizeram na rotina

diária, com um levar e buscar em rodoviária, aeroporto e faculdade e a felicidade que sentem

por este feito.

Agradeço aos colegas do mestrado que, mesmo em meio às diferenças, compartilharam

experiências, vivências e descobertas além de animarem a caminhada.

Agradeço aos amigos que colaboraram com incentivo moral e material no decorrer da

pós-graduação.

O meu muito obrigado a todos que colaboram para o desenvolvimento deste trabalho.

Por fim, agradeço especialmente a Deus, a quem recorri inúmeras vezes para que me

inspirasse a superar todos os desafios propostos por esta pós-graduação há muito almejada.

Obrigada Deus pela determinação que me destes para realizar este projeto de vida e pela

coragem para enfrentar as dificuldades interpostas.

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“A menos que modifiquemos a nossa maneira de pensar, não seremos capazes de

resolver os problemas causados pela forma como nos acostumamos a ver o mundo”.

Albert Einstein

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RESUMO

MAGALHÃES, G. E. Bombeamento de Água Utilizando Sistema Fotovoltaico Autônomo:

um estudo de caso. Cuiabá-MT, 2016. 104 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia de

Edificações e Ambiental) – Faculdade de Arquitetura, Engenharia e Tecnologia (FAET),

Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Edificações e Ambiental – Universidade

Federal de Mato Grosso. (PPGEEA- UFMT), Cuiabá/MT, 2016.

Na região do município de Sinop-MT é comum o uso de motobombas centrífugas CA de

pequena potência para elevar a água de cisternas ou de poços tubulares de pequena

profundidade para reservatório localizado, normalmente, cerca de três metros do solo, na altura

dos telhados das edificações, para suprir as necessidades diárias de consumo de água dos

usuários. Este trabalho objetiva a implantação de um sistema de bombeamento fotovoltaico

autônomo utilizando motobomba de pequena potência de corrente contínua, acoplada

diretamente ao painel fotovoltaico. Esta alternativa tem por objetivo reduzir a dependência do

consumidor da companhia de abastecimento de água e da concessionária de energia elétrica,

em situações de falta de abastecimento de água ou suprimento de energia elétrica. Convém

expor que o abastecimento de água do município em estudo é feito por bombeamento direto, de

poços artesianos espalhados pelos bairros do município, sem uso de reservatório de água. O

método escolhido para avaliar o sistema de bombeamento proposto foi experimental, através

de estudo de caso. O sistema de bombeamento fotovoltaico autônomo implementado utiliza

água subterrânea de um poço tubular de pequena profundidade, caseiro, para atender a

necessidade de consumo da edificação, habitada por uma família composta de quatro pessoas.

O dimensionamento do sistema considera os valores médios de radiação da região e o consumo

diário de água para uma autonomia de três dias. Determina-se a altura manométrica, a

capacidade do reservatório de água superior de acordo com o consumo diário, monitora-se a

tensão gerada pelos painéis fotovoltaicos, corrente e a potência consumida pela motobomba. O

sistema implantado deve atender as necessidades do usuário, proporcionar economia de energia

elétrica e autonomia da concessionária de energia elétrica e de abastecimento de água.

Palavras-chave: Energia, Fotovoltaica, Bombeamento.

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ABSTRACT

MAGALHÃES, G. E. Water Pumping Using an Autonomous Photovoltaic System: A Case

Study. Cuiabá-MT, 2016. 104 p. Dissertation (Masters in Buildings and Environmental

Engineering) - Faculty of Architecture, Engineering and Technology (FAET), Graduate

Program in Environmental Engineering and Buildings - Federal University of Mato Grosso.

(PPGEEA-UFMT), Cuiabá / MT, 2016.

In Sinop-MT municipality region is common to use CA centrifugal motor pumps of low power

to raise water cisterns or wells of small depth to reservoir located usually about three meters

above the ground, the height of the roofs of buildings, to meet the daily needs of water

consumption of users. This work aims at the establishment of an autonomous photovoltaic

pumping system using pump of low power DC coupled directly to the PV panel. This alternative

aims to reduce dependence on the consumer of the water supply company and electric utility in

situations of lack of water or electricity supply. It should expose the municipal water supply

study is done by direct pumping of artesian wells scattered throughout the city's neighborhoods,

using no water tank. The method chosen to evaluate the proposed pumping system was

experimental, through case study. The stand-alone photovoltaic pumping system implemented

uses underground water from a tube well in shallow, home to meet the consumption needs of

the building, inhabited by a family composed of four people. The system design considers the

average values of radiation of the region and the daily consumption of water for a series of three

days. Determine the head height, the capacity of the upper water reservoir according to the daily

consumption, the voltage generated is monitored by the photovoltaic panels, current and power

consumed by the pump. The implanted system must meet user needs, provide economy of

electric power and autonomy of the electric utility and water supply.

Keywords: Energy, Photovoltaic, Pumping

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Evolução da capacidade instalada de PV - 2000-2014 ............................................ 25

Figura 2 – Distribuição PV Instalado no mundo por habitantes .............................................. 26

Figura 3 - Diagrama de blocos dos tipos de bombas hidráulicas ............................................. 29

Figura 4 - Bomba Vibratória (Sapo) ......................................................................................... 30

Figura 5 - Campo de aplicação de bombas ............................................................................... 30

Figura 6 - Bomba Centrífuga Submersas ................................................................................. 31

Figura 7 - Bomba Centrífuga de Superfície ............................................................................. 31

Figura 8 – Diagrama de sistema fotovoltaico em função da carga utilizada ............................ 33

Figura 9 - Sistema conectado à rede ......................................................................................... 34

Figura 10 – Exemplo de sistema híbrido. ................................................................................. 35

Figura 11 - Diagrama do sistema fotovoltaico de abastecimento de água ............................... 38

Figura 12 - Configurações de sistemas de bombeamento fotovoltaico mais utilizadas ........... 38

Figura 13 - Bombeamento direto .............................................................................................. 39

Figura 14 - Bombeamento fotovoltaico indireto ...................................................................... 39

Figura 15 – Órbita da terra em torno do Sol, com seu eixo N-S inclinado de um ângulo de

23,5º, indicando as estações do ano. ................................................................... 40

Figura 16 - Órbita da terra em torno do Sol, com seu eixo N-S inclinado de um ângulo de

23,45º ..................................................................................................................... 41

Figura 17 – Potencial anual médio de energia solar para o período de 10 anos ....................... 42

Figura 18 – Ilustração dos ângulos θz, α, γs, representando a posição dosol em relação ao

plano horizontal ..................................................................................................... 42

Figura 19 - Estrutura básica de uma célula fotovoltaica de silício destacando: (1) região tipo n;

(2) região tipo p, (3)zona de carga espacial, onde se formou a junção pn e o campo

elétrico; (4) geração de par elétron-lacuna; (5) filme antirreflexo; (6) contatos

metálicos. ............................................................................................................... 44

Figura 20 - Gráfico de desempenho de painéis da Solar Innova .............................................. 45

Figura 21 - Influência da temperatura na célula fotovoltaica curva I- V (radiação de

1000Wm²) .............................................................................................................. 46

Figura 22 - Curvas características para um módulo standart com 36 células ........................... 47

Figura 23 - Curva característica I-V e curva de potência P-V para um módulo de potência

nominal de 100Wp ................................................................................................. 48

Figura 24 - Definição de fator de forma ................................................................................... 48

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Figura 25 - Ferramenta para perfuração ................................................................................... 51

Figura 26 - Utilizando a ferramenta que fabrica o poço ........................................................... 51

Figura 27 – Parâmetros característicos obtidos com a vazão máxima ..................................... 52

Figura 28 – Diagrama de blocos do Sistema fotovoltaico de bombeamento adotado .............. 54

Figura 29 – Insolação radiação solar global diária média mensal (Mj/m²) no território nacional

............................................................................................................................. 55

Figura 30 – Painel fotovoltaico SP70 da Siemens .................................................................... 57

Figura 31 – Bomba Shurflo modelo 9325 ................................................................................ 59

Figura 32 – Dimensões do reservatório de 2500 Litros ........................................................... 60

Figura 33 – Detalhes construtivos do sistema de bombeamento .............................................. 64

Figura 34 - Detalhe isométrico do sistema de bombeamento ................................................... 65

Figura 35 – Montagem dos equipamentos do experimento ...................................................... 69

Figura 36 – Caixa d’agua sobre estrutura de madeira .............................................................. 70

Figura 37 - O poço com o cabo de alimentação de energia, mangueira flexível de ½” e corda

de segurança ........................................................................................................ 71

Figura 38 - Chave boia ............................................................................................................. 72

Figura 39 - Dimensões e módulo de instalação do módulo ...................................................... 73

Figura 40 – Painel solar instalado sobre a lage da sacada ........................................................ 73

Figura 41 - Estação meteorológica e o sensor de temperatura ambiente.................................. 74

Figura 42 – Sensor de temperatura DS1820 ............................................................................. 74

Figura 43 - Hidrômetro com sensor .......................................................................................... 75

Figura 44 - Quadro com equipamentos de medições. .............................................................. 75

Figura 45 - Placa de aquisição de dados ................................................................................... 76

Figura 46 – Potência consumida pela carga em 01-03-2016 .................................................... 80

Figura 47 – Simulação do painel SP70 no PSIM physical mode utility................................... 82

Figura 48 – Gráfico da tensão em função do tempo no dia 01-03-2016 .................................. 83

Figura 49 - Gráfico da tensão em função do tempo no dia 02-03-2016 ................................... 83

Figura 50 - Gráfico da tensão em função do tempo no dia 03-03-2016 ................................... 84

Figura 51 - Gráfico da tensão em função do tempo no dia 04-03-2016 ................................... 84

Figura 52 - Gráfico da vazão acumulada a cada 15minutos em função do tempo no dia 01-03-

2016 ..................................................................................................................... 85

Figura 53 - Gráfico da vazão acumulada a cada 15minutos em função do tempo no dia 02-03-

2016 ..................................................................................................................... 86

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Figura 54 - Gráfico da vazão acumulada a cada 15minutos em função do tempo no dia 03-03-

2016 ..................................................................................................................... 86

Figura 55 - Gráfico da vazão acumulada a cada 15minutos em função do tempo no dia 04-03-

2016 ..................................................................................................................... 86

Figura 56 - Gráfico da temperatura no painel FV em função da hora do dia 01-03-2016 ....... 87

Figura 57 - Gráfico da Temperatura no painel FV em função da hora do dia 02-03-2016 ...... 87

Figura 58 - Gráfico da temperatura no painel FV em função da hora do dia 03-03-2016 ....... 88

Figura 59 - Gráfico da temperatura no painel FV em função da hora do dia 04-03-2016 ....... 88

Figura 60 – Gráfico da Potência consumida em função da Vazão no dia 01-03-2016 ............ 89

Figura 61 – Gráfico da Potência consumida em função da Vazão no dia 02-03-2016 ............ 89

Figura 62 – Gráfico da Potência consumida em função da Vazão no dia 03-03-2016 ............ 89

Figura 63 - Gráfico da Potência consumida em função da Vazão no dia 04-03-2016 ............. 90

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LISTA DE ABREVIATURAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica

CA Corrente alternada

CC Corrente contínua

CRESESB Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sérgio de Salvo Brito

DEC Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora

DNPM Departamento nacional de Produção Mineral

EPIA European Photovoltaic Industry Association (Associação Europeia da Indústria

Fotovoltaica)

FEC Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora

FF Fator de Forma

GND Ground (Terra)

HSP Hora de Sol Pleno

IEC International Eletrotechnical Comission

Imp Corrente de Potência Máxima

Isc Corrente de Curto-circuito

LPT Luz para Todos

MIGDI Microssistema Isolado de Geração e Distribuição de Energia Elétrica

MME Ministério de Minas e Energia

MPP Ponto de Máxima Potência

MVM Multivapor metálico

NBR Norma Brasileira

NOCT Normal Operation Cell Temperature

Pm Potência Máxima

PRODEEM Programa de Desenvolvimento Energético de Estados e Municípios

PROINFA Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia

PVC Polyvinyl chloride (Policloreto de polivinila)

SBFV Sistemas de Bombeamento Fotovoltaico

SF Sistema Fotovoltaico

SFCR Sistema Fotovoltaicos Conectados à Rede

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SFH Sistema Fotovoltaico Híbrido

SFI Sistema Fotovoltaico Isolados ou Autônomo

SIGFI Sistema Individual de Geração de Energia Elétrica com Fonte Intermitente

SUNDATA Programa da CRESCESB para cálculo da irradiação solar diária média mensal

em qualquer ponto do território do Brasil

SWERA Solar and Wind Energy Resource Assessment

UFMT Universidade Federal de Mato Grosso

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LISTA DE SÍMBOLOS E MEDIDAS

A Área útil do modulo [m²]

Cd Consume diário [l/d]

CR Capacidade total do reservatório [l]

d Diâmetro interno da tubulação [mm]

DT Comprimento total da tubulação [m]

E𝑐 Energia consumida [Wh]

E𝑑 Energia disponível [W ]

H2 Nível dinâmico [m]

H3 Submersão [m]

HT Altura manométrica total [m]

ƞb Eficiência da motobomba [ ]

ƞg Eficiência do Sistema [ ]

Ƞ𝑝 Eficiência do painel [ ]

PC Potência consumida [W]

PNOM Potência nominal do arranjo fotovoltaico [Wp]

Ppainel Potência do painel [Wp]

P População que ocupará a edificação [und]

PCT Perdas de carga [m.c.a]

Ph Potência hidráulica do Sistema [W]

𝑄𝐷𝐼𝐴 Vazão diária [m³/dia]

q Consume por pessoa [l/d]

Q Vazão [m³/h]

Qr Capacidade de reposição do poço [l/s]

R𝑠 Irradiação solar global [W𝑚−2]

R𝒕 Irradiação total [W]

t Tempo [h]

Ta Temperatura ambiente [°C]

V Tensão [V]

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 17

1.1 Justificativa ............................................................................................................. 20

1.2 Objetivo Geral ........................................................................................................ 22

1.3 Objetivos Específicos .............................................................................................. 22

1.4 Estrutura do trabalho ............................................................................................ 23

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 24

2.1 Panorama da energia fotovoltaica ........................................................................ 24

2.2 Sistema de bombeamento ...................................................................................... 27

2.3 Máquinas hidráulicas ............................................................................................. 27

2.3.1 Máquinas motrizes ................................................................................................. 27

2.3.2 Máquinas mistas ..................................................................................................... 28

2.3.3 Máquinas geratrizes ou operatrizes ...................................................................... 28

2.4 Sistemas fotovoltaicos ............................................................................................. 31

2.4.1 Sistemas Fotovoltaicos Isolados ou Autônomos – SFI ........................................ 32

2.4.2 Sistemas Fotovoltaicos Conectados à Rede – SFCR............................................ 33

2.4.3 Sistemas Fotovoltaicos Híbridos – SFH ................................................................ 34

2.5 História do bombeamento fotovoltaico ................................................................. 35

2.6 Sistema de bombeamento fotovoltaico ................................................................. 36

2.7 Componentes do sistema fotovoltaico de bombeamento direto utilizando bomba

de deslocamento positivo submersa ...................................................................... 39

2.7.1 Fonte de energia: o Sol ........................................................................................... 40

2.7.2 Módulos Fotovoltaicos ........................................................................................... 43

2.7.3 Reservatório de água .............................................................................................. 49

2.7.4 Fonte de água: Poço ............................................................................................... 50

3 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................. 53

3.1 Caracterização do sistema ..................................................................................... 53

3.2 Localização do experimento .................................................................................. 54

3.3 Materiais .................................................................................................................. 54

3.3.1 Dados Solarimétricos da Localidade .................................................................... 55

3.3.2 Gerador Fotovoltaico ............................................................................................. 56

3.3.3 Conjunto Motobomba ............................................................................................ 58

3.3.4 Fonte de Água – Poço ............................................................................................. 59

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3.3.5 Reservatório de Água ............................................................................................. 60

3.3.6 Hidrômetro .............................................................................................................. 60

3.3.7 Estação Meteorológica Portátil com Sensor Remoto Básica ITWH1280 .......... 61

3.3.8 Sensor DS1820 ........................................................................................................ 61

3.3.9 Placa de aquisição de dados ................................................................................... 62

3.3.10 Equipamentos usados ............................................................................................. 62

3.4 Método ..................................................................................................................... 63

3.4.1 Dimensionamento do sistema de bombeamento .................................................. 63

3.4.2 Estimativa do consumo de água ............................................................................ 63

3.4.3 Determinação da altura manométrica .................................................................. 64

3.4.4 Cálculo da potência consumida ............................................................................. 66

3.4.5 Cálculo da energia disponível e da energia consumida pelo sistema ................. 66

3.4.6 Cálculo da potência hidráulica diária .................................................................. 67

3.4.7 Cálculo da eficiência dos componentes ................................................................. 67

3.4.8 Dimensionamento do gerador fotovoltaico .......................................................... 68

3.4.9 Montagem do experimento .................................................................................... 69

3.4.10 Medição ................................................................................................................... 76

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ......................................................................... 77

4.1 Determinação dos dados do sistema de bombeamento ....................................... 77

4.1.1 Dimensionamento do sistema de bombeamento .................................................. 77

4.1.2 Simulação do painel fotovoltaico ........................................................................... 81

4.1.3 Tensão em função do tempo .................................................................................. 82

4.1.4 Teste de capacidade do poço .................................................................................. 84

4.1.5 Volume bombeado .................................................................................................. 85

4.1.6 Temperatura do painel .......................................................................................... 87

4.1.7 Temperatura ambiente .......................................................................................... 90

4.1.8 Potência demandada em função do volume bombeado ...................................... 88

4.1.9 Relação Custo x Benefíco – Payback .................................................................... 91

5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 95

REFERÊNCIA ........................................................................................................ 97

APÊNDICE A ...................................................................................................... 100

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1 INTRODUÇÃO

O Brasil é um país exemplo no uso de fontes renováveis de energia elétrica. Dada a

abundância natural, sua matriz energética é predominantemente hidráulica. Por outro lado,

dada sua extensa área territorial, o transporte da energia gerada se constitui num desafio, tanto

pelas barreiras físicas a serem vencidas, quanto pelo volume de recursos necessários para a

construção das linhas de transmissão.

A fonte de energia hidráulica, contudo, passa por sazonalidade das chuvas e ou dos

ciclos hidrológicos, períodos de estiagens mais prolongados ou chuvas com precipitação

aquém do necessário, podendo constituir-se num sério problema para a população e poder

público. Um exemplo recente, relacionado com o abastecimento de água, é o ocorrido no

estado de São Paulo - reservatório Cantareira – quando tornou-se necessário o estabelecimento

de racionamento para toda a população. O nível dos reservatórios do Cantareira atingiu valores

críticos, tanto para o suprimento de água para a comunidade quanto para a geração de energia

elétrica. Uma alternativa paliativa para superar o desequilíbrio entre demanda e oferta de

energia elétrica, foi o uso mais intenso da geração térmica, movidas a carvão, diesel ou gás,

sabidamente com custo de operação bem mais elevado, notadamente com a implantação das

bandeiras tarifárias a partir de 2015 (ANEEL, 2014), penalizando todos os setores econômicos

do país.

Na busca de uma maior autonomia energética, adicionalmente às pequenas e grandes

centrais hidroelétricas, o país vem investindo em outras fontes de energia como a da biomassa,

da energia solar e a eólica (SILVA 2015). No caso do campo, em menor escala, utilizam-se,

ainda, o uso da roda d’agua, do carneiro mecânico, dentre outras tecnologias para suprir sua

necessidade de energia e água (CARARO I, et al., 2007).

Nesse contexto, com o objetivo de superar as dificuldades de suprimento de energia

elétrica e possibilitar a universalização do seu uso, notadamente em áreas remotas, o Poder

público concebeu um conjunto de programas a serem implantados gradativamente no país. Na

sequência, são apresentados os principais programas estabelecidos no país, com uma breve

descrição de sua finalidade e situação atual em que se encontram.

O PRO-SOLAR foi um programa criado no ano de 1987 com a participação do

Governo juntamente com a indústria, universidades, centros de pesquisa, associações

científicas e agências de financiamento que visava a utilização dos recursos disponíveis

localmente para reduzir a dependência crônica de recursos externos. Se implementado

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corretamente, a opção fotovoltaica viria a ser muito benéfica e, num período de cinco a dez

anos, poderia se tornar economicamente competitiva.

Entretanto, para que isso acontecesse, os esforços de pesquisa e desenvolvimento

precisariam ser direcionados para reduzir o alto custo dos painéis solares fotovoltaicos e

componentes no mercado brasileiro (DHERE, 1989).

O programa foi descontinuado em razão da redução dos preços internacionais do

petróleo e as descobertas de reservas de petróleo significativas no Brasil.

O PRODEEM - Programa de Desenvolvimento Energético de Estados e Municípios,

surge em 1994 e permaneceu até 2001, visava oferecer abastecimento elétrico em áreas rurais

através de tecnologias renováveis por meio de sistemas fotovoltaicos, eólicos, pequenas

centrais hidroelétricas e combustíveis de biomassa (RUIZ, 2006).

O referido programa tinha por objetivos a instalação de pequenos sistemas de geração

elétrica em comunidades isoladas a fim de satisfazer as necessidades básicas; apoiar a renda,

criar novos empregos, aumentar o valor da produção rural; promover tecnologias renováveis

e fornecer tecnologia, treinamento e capacitação da comunidade para instalar, operar e manter

os sistemas instalados bem como aumentar a oferta de energia através de fontes renováveis

(RUIZ, 2006).

O PRODEEM foi desenvolvido em seis etapas nas quais prevaleceu o sistema

fotovoltaico. As duas primeiras fases foram implementadas pelo CEPEL (Centro de Pesquisa

de Energia Elétrica) e as restantes pelo Ministério de Minas e Energia. Os sistemas instalados

foram para moradias, bombeamento de água e iluminação pública (RUIZ, 2006).

Em decorrência de deficiências ocorridas na implementação do programa, constatou-

se em auditoria, que 46% dos sistemas foram extraviados e 36% foram instalados

corretamente mas pararam de funcionar; as metas de produção não foram alcançadas; a

auditoria também revelou que a formação técnica não alcançou seu objetivo e a aquisição dos

equipamentos, que ocorreu através de licitação pública internacional, provocou desestímulo à

indústria nacional em apoiar o programa (RUIZ, 2006).

Como resultado das falhas na implementação do programa, em 2003, o Ministério de

Minas e Energia, por indicação do Ministério Público, fez uma reformulação no projeto e

recuperou sistemas instalados, regularizou os sistemas ativos e forneceu formação técnica para

envolver as populações no programa.

Por meio do Decreto Nº 4.873, de 11.11.2003, o governo federal instituiu o Programa

Nacional de Universalização do Acesso e Uso da Energia Elétrica (Luz para Todos). E em

2005 o PRODEEM é incorporado ao programa Luz para Todos (LPT) (RUIZ, 2007).

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O programa Luz para Todos (2003 a 2008), tem por objetivo fornecer eletricidade para

12 milhões de pessoas, podendo usufruir de fontes renováveis e de sistemas descentralizados

para atingir seu objetivo (RUIZ, 2006).

O Programa Nacional de Universalização do Acesso e Uso da Energia Elétrica - "LUZ

PARA TODOS" – LPT é prorrogado por diversas vezes até o ano de 2018.1

Em 2001, a energia eólica e de pequenas centrais hidroelétricas foram promovidas

através do PROEÓLICA (Programa de energia do vento de emergência 2001 a 2004) e PCH-

COM (Programa para o desenvolvimento e comercialização de pequenas centrais

hidroelétricas 2001 a 2003) (RUIZ, 2006).

Em 2002 surge o PROINFA – Programa de Incentivo às fontes Alternativas de Energia

(2002 a 2006 e 2006 a 2022). Este programa tem como objetivo aumentar a parcela de energia

renovável de modo a diversificar a matriz energética através da instalação de 3300MW,

dividida entre turbinas eólicas, PCH e biomassa. Neste programa foram incluídas as metas do

PROEÓLICA e a energia elétrica gerada é garantida por contratos de venda mantidos pela

Eletrobrás por um período de 20 anos. Implantado em duas etapas, o programa teve sua

primeira fase de 2002 a 2006, que totalizou 2769,51 MW. Desta forma o PROINFA

incorporou os projetos do PROEÓLICA e PCH-COM (RUIZ, 2006).

Entretanto, para discutir os programas brasileiros de acesso à eletricidade, é preciso

distinguir entre o sistema interligado e sistemas isolados, visto que o sistema elétrico brasileiro

é assim dividido (COELHO, 2013).

No sistema interligado, todas as plantas de energia elétrica são conectadas através de

longas linhas de transmissão de sul para norte do Brasil, principalmente ao longo da costa.

No sistema isolado, como ocorre na região Norte (Amazônia brasileira), é composto

principalmente por pequenas usinas térmicas (motores a diesel com dificuldade em logística

para o abastecimento de combustível por meio dos rios da floresta tropical). Esta região

abrange uma área correspondente a 45% do território brasileiro e 3% da população.

Não se trata apenas de levar energia a regiões como a Amazônia. É preciso desenvolver

soluções que preservem o ambiente e ao mesmo tempo ofereçam à comunidade qualidade de

vida e oportunidades de crescimento econômico (cerca de 1,2 milhões de consumidores)

(COELHO, 2013).

1 O Decreto Nº - 6.442, de 25 de abril de 2008, prorroga o Programa Nacional de Universalização do

Acesso e Uso da Energia Elétrica - "LUZ PARA TODOS" - LPT, até o ano de 2010. E o Decreto Nº - 7.520, de

8 de julho de 2011, prorroga para o período de 2011 a 2014. O Decreto Nº - 8.387, de 30 de dezembro 2014,

altera o Decreto nº 7.520, de 8 de julho de 2011, para até o ano de 2018.

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O potencial de uso PV (painéis fotovoltaicos) é enorme e pode ser projetado para

dezenas a centenas de MWp (megawatts pico) na região isolada da amazônica. Os cenários de

energia para aplicações fotovoltaicas no Brasil, por meio de banco de dados SWERA - Solar

and Wind Energy Resource Assessment (Avaliação solar e dos Recursos de Energia Eólica),

demonstra o potencial de viabilidade podendo ser aplicado no planejamento energético para

geração de eletricidade (MARTINS, 2008).

Schmid (2004); defendeu a utilização de sistema hibrido-PV-diesel, para suprir a

necessidade de energia das comunidades isoladas da Amazônia, e a discussão sobre a

tarifação, custo dos sistemas, e sua consequente transferência para o consumidor.

Assim como a Amazônia o norte do Estado de Mato Grosso também busca seu

desenvolvimento e melhoria na qualidade de vida da sua população.

O Estado de Mato Grosso possui proximidade com a realidade descrita para a

Amazônia, já que pertence a Amazônia legal.

Ao analisarmos os centros urbanos do norte do Estado de Mato Grosso, foco deste

trabalho, para suprir suas necessidades básicas como o abastecimento de água, parte da

população usa de poço e cisterna como reservatórios de água, equipados com bomba elétrica

centrífuga em seus quintais. Esta prática decorre em função da baixa pressão do sistema de

fornecimento público da água, e em alguns bairros a ausência do abastecimento pela

concessionária. Assim, as residências e estabelecimentos comerciais dessas cidades tem um

custo adicional com energia elétrica para elevar a água de cisternas ou de poços para

reservatórios de água localizados a cerca de três metros do solo.

Uma alternativa que se apresenta viável tecnicamente para esses locais, no sentido de

suprir a falta de água bem como reduzir o consumo de energia elétrica, seria adotar a geração

de energia fotovoltaica para o bombeamento de água em residências, comércio e indústria. O

sistema autônomo de produção de energia elétrica, através de placas fotovoltaicas, pode ser

aplicado sem com isso agredir a arquitetura da edificação.

Adotar a tecnologia fotovoltaica para a produção de energia elétrica, com a finalidade

de acionamento de motobombas, proporcionará significativa redução no consumo de energia

elétrica convencional e autonomia do abastecimento de água.

1.1 Justificativa

No período de 1996 a 2003 o Estado de Mato Grosso recebeu investimentos no setor

energético e houve a implantação, em 1996, da linha de transmissão Cuiabá–Sinop. A

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qualidade de vida e o avanço da região norte de Mato Grosso se deu nesse ano com a

construção, pela Eletronorte, de 446 quilômetros de linha de transmissão em 230 KV. Para a

região, a ativação do “linhão”, assim chamado pela população local, foi o estabelecimento de

um marco, o antes e o depois desta linha de transmissão. Até aquele ano as cidades eram

abastecidas por geradores a diesel da concessionária Cemat e a energia era distribuída das 7

às 22 horas, e era comum o desabastecimento.

A linha de transmissão faz parte do SIN - Sistema Interligado Nacional, e é construída

com torres metálicas que suportam os cabos de transmissão. Essas torres estão suscetíveis às

ações da natureza como vento e fogo, principalmente nos meses de estiagem, até ações de

vândalos.

A região norte de Mato Grosso já experimentou o desabastecimento por danos ao

sistema, em 2004 e 2005, quando torres que sustentam as linhas de transmissão foram

derrubadas deixando muitos munícipios sem energia elétrica por vários dias em 2004 e por 33

horas em 2005. Em 2008 uma nova tentativa de vândalos, descoberta pela Eletronorte, poderia

ter deixado 30 municípios sem energia elétrica, segundo matéria divulgada pela imprensa

digital (NASCIMENTO, 2008). Ao passar por extensas áreas agricultáveis e fazendas em

formação, as linhas de transmissão ficam sujeitas ao risco de dano por choques mecânicos,

provocados por equipamentos agrícolas que operam na lavoura, bem como a ação do fogo

que, com relativa frequência, atinge as fazendas. Outro fator que acarreta o desabastecimento

de energia elétrica é o difícil acesso a determinados locais de matas e rios para a realização da

manutenção.

Os indicadores de DEC (Duração Equivalente de Interrupção por Unidade

Consumidora) e FEC (Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora)

estratificados para o ano de 2014, para o município de Sinop-MT, abrangendo 2.636.210

consumidores, estabelece o índice DEC limite em 16,63 horas ano. Foi apurado para aquele

ano 40,40 horas. O índice FEC limite estabelecido de 15,51 interrupções para o ano foi

superado e totalizou 27, 24 (ANEEL, 2014). Esses dados mostram as dificuldades encontradas

com o abastecimento de energia elétrica no município de Sinop-MT.

Qualquer evento que interrompa o fornecimento de energia através da linha de

transmissão deixa toda a região norte do Estado de Mato Grosso sem energia. Não existem

sistemas locais de contingenciamento para suprir toda a demanda. Esses apagões afetam

necessidades básicas da população ao deixar cidades inteiras sem fornecimento de água e ao

prejudicar atividades essenciais como os serviços hospitalares, supermercados, escolas e

demais empresas que não possuem geração própria de energia.

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Utilizar de outra fonte de energia é uma estratégia de contingenciamento da maior

relevância. É preciso ter consciência de que quando não se tem energia elétrica na região norte

do Estado de Mato Grosso não se tem água potável. A companhia de abastecimento de água

da região bombeia água diuturnamente para manter o abastecimento do comércio, indústria e

da população em vários munícipios. As bombas injetam a água diretamente no sistema de

distribuição e, portanto, não há reservatórios que possam manter o fornecimento de água por

um determinado período.

A adoção de geradores a combustão tem sido uma das saídas contingenciais adotadas

por algumas empresas que dispõem deste recurso para suprir precariamente os apagões de

energia e manter suas atividades. No entanto, o setor residencial sofre de imediato com o

desabastecimento da água potável quando há falta de energia elétrica.

É comum na região as residências disporem de poços ou cisternas para suprir a

necessidade de água. Mas com uma eventual interrupção do fornecimento de energia, a água,

disponível em abundância no subsolo, não pode ser bombeada.

Este é, portanto, o problema maior ao qual este estudo pretende abordar ao desenvolver

uma solução que garanta à população o atendimento de uma de suas necessidades básicas: a

água.

1.2 Objetivo Geral

Estudar a aplicabilidade do uso de energia fotovoltaica para o acionamento de bombas

de água de pequena potência, objetivando a redução da dependência do sistema de suprimento

de energia elétrica convencional e redução dos valores cobrados na fatura de energia elétrica.

1.3 Objetivos Específicos

Como objetivos específicos destacam-se:

a) Descrever o sistema de bombeamento fotovoltaico autônomo de baixa potência;

b) Projetar um sistema de bombeamento fotovoltaico de geração de energia elétrica

baseado em painéis solares fotovoltaicos para bombeamento de água;

c) Implementar o sistema e realizar medições;

d) Realizar estudos experimentais em campo, com o sistema proposto, de maneira a

avaliar o seu desempenho.

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1.4 Estrutura do trabalho

A presente dissertação está organizada em capítulos, complementando este capítulo

introdutório, os seguintes capítulos:

Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica – Revisa os sistemas de bombeamento fotovoltaico,

em especial o sistema fotovoltaico autônomo direto, sua fonte de energia, o Sol, painéis

fotovoltaicos, algumas das motobombas utilizadas, a fonte de água e o seu armazenamento.

Capítulo 3 - Materiais e Métodos - Este capítulo caracteriza o sistema de bombeamento

sob o estudo e a sua localização, apresenta os materiais que compõem o sistema a ser estudado,

bem como o instrumental utilizado para o monitoramento das grandezas: tensão gerada pelo

painel, a corrente elétrica, temperatura ambiente, temperatura dos painéis e a vazão bombeada

para o reservatório.

Neste capítulo também são contemplados os equacionamentos matemáticos que

auxiliam o dimensionamento e compreensão do sistema como: cálculo da altura manométrica,

dimensionamento do gerador fotovoltaico, cálculo da potência consumida, cálculo da energia

disponível e da energia consumida pelo sistema, eficiência da motobomba e a eficiência do

sistema fotovoltaico de bombeamento.

Capítulo 4 - Resultados e Discussões – apresenta-se neste capítulo os dados das

grandezas mensuradas, análise dos resultados, imagens e croqui das instalações.

Capítulo 5 - Apresentam as considerações finais da dissertação, os avanços alcançados

com esta pesquisa e viabilidade técnica do uso por parte da população do sistema estudado, e

indicação de possíveis estudos futuros sobre o tema.

Na parte final do trabalho, relacionam-se as principais referências utilizadas para o

desenvolvimento deste estudo.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Apresenta um panorama da aplicação dos painéis fotovoltaicos no mundo, como uma

fonte de energia renovável. Revisa os tipos de sistemas fotovoltaicos: isolados, conectados a

rede e híbridos. Detalha o sistema fotovoltaico de bombeamento direto utilizando motobomba

de deslocamento positivo submersa, em poço de pequena profundidade, tubular, de construção

caseira, sem uso de baterias.

2.1 Panorama da energia fotovoltaica

Segundo a EPIA - European Photovoltaic Industry Association, pelo menos 38,4

Gigawatts (GW) de energia fotovoltaica foram instalados em todo o mundo em 2013 e há uma

capacidade mundial de 138,9 GW instalada. Esse ano foi histórico para a tecnologia de energia

solar fotovoltaica. Os mercados de energia solar fotovoltaica atingiram 40 GW em 2014. Estes

valores foram alcançados pelo crescimento dos mercados asiático e americano e a mercados

emergentes. A China possuía instalada 10,6 GW de PV (painéis fotovoltaicos), em 2014,

incluindo 2 GW de distribuição, fruto de uma política forte de tarifa feed-in (GLOBAL

MARKET OUTLOOK. For Solar Power / 2015 – 2019, 2015).

Feed-in consiste no pagamento de uma tarifa mais vantajosa para as centrais geradoras

que utilizam fontes renováveis de energia, quando comparada com as fontes convencionais

(ANEEL, 2014).

Para a EPIA o mercado global de energia solar fotovoltaica está mudando, o que trará

profundas implicações no futuro. Pela primeira vez, em mais de uma década, o mercado de

energia solar fotovoltaica europeu não está mais no topo do mercado do mundo. A Ásia

ultrapassou a Europa representando 56% do mercado de energia solar fotovoltaica no mundo

em 2013. Este progresso asiático ocorreu em paralelo com o relativo declínio na Europa já

observado em 2012. O crescimento vigoroso em mercados não europeus manteve o

desenvolvimento global da energia solar fotovoltaica em uma trajetória ascendente e

largamente compensada em razão da desaceleração Europeia, apresentado na Figura 1

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Figura 1 - Evolução da capacidade instalada de PV - 2000-2014

Figura 1

Fonte: www.solarpowereurope.org

A EPIA apresenta alguns pontos determinantes para o desenvolvimento do mercado de

energia solar fotovoltaica:

- A política: que pode adotar medidas nocivas ou decisões corretas criando apoio

inteligente e projetos sustentáveis para a energia solar fotovoltaica;

- A competitividade: já existem segmentos energéticos para os quais a energia solar

fotovoltaica se mostra competitivo. O desafio é a integração desse sistema ao mercado elétrico,

em tempo hábil, para não prejudicar ainda mais o desenvolvimento da energia solar

fotovoltaica;

- A consolidação da indústria: Com a estabilização dos preços de painéis fotovoltaicos

em 2013 e a percepção de lucro, as indústrias devem investir novamente o que pode levar, nos

próximos anos, à redução de preços frente aos novos mercados que se abrem para a energia

fotovoltaica.

É evidente o enorme potencial da energia solar fotovoltaica e seus benefícios para a

sociedade. A Figura 2, apresenta uma visão da distribuição dos painéis fotovoltaicos no mundo

em relação aos habitantes de cada região.

Sob todos os cenários, a energia solar fotovoltaica continuará a aumentar a sua

participação dentre o conjunto de outras fontes de energia na Europa e em todo o mundo. Cada

vez mais se entrega energia limpa, eletricidade segura, acessível e descentralizada para as

pessoas (CLOVER,2015).

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Figura 2 – Distribuição PV Instalado no mundo por habitantes

Fonte: www.solarpowereurope.org

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2.2 Sistema de bombeamento

Os sistemas de bombeamento são nomeados de acordo com a modalidade da energia

que alimenta o motor de acionamento da bomba. Antigamente as rodas d’agua, a força

muscular, os cata ventos é que acionavam as bombas; atualmente a grande maioria é acionada

por motores elétricos (LOPES, 2011).

Os sistemas de bombeamento geralmente são acionados por motores elétricos, motores

a combustão, por turbinas a vapor ou a gás e os motores acionados por fontes renováveis.

Diversas são as possibilidades quanto ao uso do conjunto motobomba usado para o

bombeamento de água.

O destaque neste trabalho é para os sistemas de bombeamento que utilizam a energia

solar como fonte de energia, a energia fotovoltaica.

2.3 Máquinas hidráulicas

Para Macintyre (1997), as máquinas hidráulicas podem ser classificadas em três grandes

grupos: máquinas motrizes; máquinas mistas; máquinas geratrizes ou operatrizes.

2.3.1 Máquinas motrizes

São as que transformam a energia hidráulica em trabalho mecânico, fornecido,

geralmente, sob a forma de conjugado que determina um movimento praticamente uniforme

(A. MACINTYRE, 1997). Podem ser divididas em dois grupos: turbinas hidráulicas e rodas

hidráulicas (ou rodas d’agua).

Turbinas hidráulicas, nas quais o escoamento da água se dá em canais formados por pás

curvas, dispostas simetricamente em torno de um eixo móvel, e que constituem o rotor ou

receptor (A. MACINTYRE, 1997). Nas turbinas a água atua por sua velocidade ou por sua

energia cinética, transformando-a em energia mecânica.

Rodas hidráulicas ou rodas d’água, segundo o mesmo autor, a água escoa em canais

especiais ou é despejada em cubas, desenvolvendo forças que produzem o conjugado motor.

Nestes equipamentos o peso e a velocidade é que atuam, dependendo do tipo de roda pode-se

ter o predomínio do peso ou da velocidade (A. MACINTYRE, 1997).

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2.3.2 Máquinas mistas

São equipamentos hidráulicos que modificam o estado de energia que o líquido possui,

sem haver necessidade do auxílio de motor. A esta categoria inclui os carneiros hidráulicos que

através de um transiente hidráulico, conhecido como golpe de aríete (sobre pressão), permitem

elevar a água do reservatório de alimentação para um nível mais elevado. São usados em

fazendas, sítios, granjas e casas de campo, para bombear a água a um reservatório em nível

superior (A. MACINTYRE, 1997).

2.3.3 Máquinas geratrizes ou operatrizes

Máquinas geratrizes recebem o trabalho mecânico, geralmente fornecido por uma

máquina motriz, e o transforma em energia hidráulica, comunicando ao líquido um

acréscimo de energia sob a forma de energia potencial de pressão e cinética. Pertence

a esta a categoria as bombas hidráulicas (A. MACINTYRE, 1997).

As Bombas hidráulicas possuem a finalidade de deslocar um fluido por escoamento e

são classificadas em: bombas de deslocamento positivo ou volumétricas; turbo-bombas e

bombas especiais (A. MACINTYRE, 1997).

Na Figura 3 é apresentado um diagrama de bloco com algumas bombas hidráulicas, com

as quais podem ser montados sistemas de bombeamento diversos.

As bombas volumétricas, ou de deslocamento positivo, são bombas em que o fluido

adquire movimento e pressão no interior da bomba, sem experimentar nenhum aumento

significativo da velocidade, já que o fluido é simplesmente aspirado e recalcado (LOPES,

2011).

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Figura 3 - Diagrama de blocos dos tipos de bombas hidráulicas

Fonte: LOPES, 2011

As bombas volumétricas são classificadas em dois grandes grupos: as Alternativas e as

bombas Rotativas. As Alternativas são bombas de movimento alternativo que usam como

elemento de impulso o diafragma ou pistão inserido num cilindro, com válvulas de sucção e

descarga integradas na bomba. As Rotativas são bombas de denominação genérica por

compreender uma variedade de bombas volumétricas, em que o deslocamento do líquido é

provocado pela rotação do órgão mecânico que pode ser: engrenagens, paletas, lóbulos,

parafusos ou tubo flexível (LOPES, 2011).

Bombas Vibratórias são do tipo alternativo em que um diafragma, acionado por uma

haste, fornece energia para o deslocamento do líquido. A haste possui movimentos alternativos

de maneira tal que em um sentido diminui a pressão da câmara fazendo com que esta se encha

de líquido, e, no sentido inverso, a haste descarrega o líquido na linha de recalque.

Bombas do tipo vibratória submersas são conhecidas como bomba sapo e muito usadas

pelo fato de funcionarem exclusivamente dentro d’água. A Figura 4 mostra a bomba de

diafragma do tipo submersa (LOPES, 2011).

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Figura 4 - Bomba Vibratória (Sapo)

Fonte: http://www.anauger.com.br

As bombas do tipo Diafragma se dividem em vibratórias e progressivas e esta última é

muito utilizada em sistemas fotovoltaicos (ANDRADE, et al., 2008).

A Figura 5 mostra a aplicação dos tipos de bombas em função da altura manométrica

em metros, e em relação à vazão em metros cúbicos por dia, para diversos tipos de bombas.

Percebe-se que as bombas centrífugas predominam na região de médias e grandes vazões,

enquanto as bombas alternativas e rotativas (máquinas de deslocamento positivo) estão na faixa

de médias e grandes alturas de elevação e pequenas vazões.

As áreas de superposição, entre os campos de aplicação dos diferentes tipos de bombas,

sugerem avaliar outros critérios como a viscosidade do líquido bombeado, a presença de sólidos

em suspensão, a variação ou não da vazão em função da variação da resistência do sistema ao

escoamento, a facilidade de manutenção, custos, etc., para a seleção da máquina mais adequada

a um determinado tipo de aplicação (BRASIL, 2006).

Figura 5 - Campo de aplicação de bombas

Fonte: Brasil, 2006

As bombas centrífugas cobrem uma grande faixa de valores de vazão, permitindo

atender um grande número de sistemas de bombeamento de água, conforme mostra a Figura 5.

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As bombas centrífugas pertencem à categoria de turbo-bombas, podem ser do tipo

submersa, como mostra a Figura 6 ou de superfície, conforme a Figura 7. As submersas

trabalham “afogadas” e as de superfícies precisam de tubos para a sucção. Em geral são para

aplicações que exigem grandes volumes de água e pequenas alturas manométricas2. Seu

princípio de funcionamento consiste em imprimir giro de alta velocidade através das pás, ou

rotores, criando pressão e forçando o fluxo de água. São projetadas para alturas manométricas

fixas e dependem da velocidade de rotação das pás para aumentar o volume de saída da água.

Sua eficiência está atrelada aos valores de alturas e vazões para os quais fora projetada (CEPEL

– CRESESB, 2014)

Figura 6 - Bomba Centrífuga Submersas Figura 7 - Bomba Centrífuga de Superfície

Fonte:http://www.dancor.com.br/produtos/centrifugas

/cam-w4c_pbe.php

Fonte: http://www.dancor.com.br/produtos/centrifugas/cam-

w4c_pbe.php

2.4 Sistemas fotovoltaicos

Sistemas Fotovoltaicos (SF) podem ser classificados em três categorias principais:

isolados, híbridos ou conectados à rede. A utilização de cada uma dessas opções dependerá da

aplicação e/ou da disponibilidade de recursos energéticos (CRESESB, 2004).

Os sistemas híbridos apresentam mais de uma forma de geração de energia como

gerador Diesel, turbinas eólicas e módulos fotovoltaicos. Estes sistemas são mais complexos e

necessitam de algum tipo de controle para integrar os vários geradores (CRESESB, 2004).

Nos sistemas conectados à rede a potência gerada pelo arranjo fotovoltaico abastece a

residência e o excedente é exportado para a rede da concessionária.

2 Altura manométrica é igual à altura estática mais a altura devido às perdas (CREDER 2006)

Altura estática é a altura vertical requerida para a elevação da água (CREDER 2006).

Altura devido as perdas relativas á resistência oposta ao líquido para entrar na tubulação e peças na sucção

(CREDER 2006).

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2.4.1 Sistemas Fotovoltaicos Isolados ou Autônomos – SFI

Dentre os sistemas isolados existem muitas configurações possíveis.

Carga CC sem Armazenamento: neste sistema a energia elétrica é usada no momento

da geração por equipamentos que operam em corrente contínua (CRESESB, 2004).

Carga CC com Armazenamento: o sistema atende equipamentos elétricos, em

corrente contínua, independentemente de haver ou não geração fotovoltaica simultânea. A

energia elétrica deve ser armazenada em baterias (CRESESB, 2004).

Carga CA sem Armazenamento: a energia gerada pelo sistema é usada por

equipamentos que operam em corrente alternada sem o uso de baterias. É necessária a

introdução de um inversor entre o arranjo fotovoltaico e o equipamento a ser usado. (CRESESB,

2004)

Carga CA com Armazenamento: este sistema atende equipamentos que operam em

corrente alternada utilizando um inversor. É comum sistemas, deste tipo, incorporarem um

seguidor do ponto de máxima potência, que pode estar embutido no próprio inversor

(CRESESB, 2004).

Os sistemas isolados ou autônomos foram os primeiros sistemas a operarem

comercialmente. São utilizados, principalmente, em locais onde não há fornecimento de energia

através da rede pública ou em locais e aplicações nas quais não existem razões técnicas ou

econômicas para criá-la. (GREENPRO, 2004).

Os sistemas isolados podem ser isolados ou em minirredes; o primeiro atende a uma

unidade consumidora e o segundo compartilha a energia gerada para mais de uma unidade

consumidora (CEPEL – CRESESB, 2014).

Os sistemas isolados foram regulamentados pela Resolução Aneel Nº 83/2004 que teve

um papel importante na eletrificação rural do país (CEPEL – CRESESB, 2014).

Devido ao grande potencial e a demanda pelo uso de minirredes isoladas a Resolução

Aneel Nº 493/2012 veio substituir a anterior, de 2004.

No seu Art. 1º estabelece os procedimentos e as condições de fornecimento de energia

elétrica por meio de microssistema isolado de geração e distribuição de energia elétrica –

MIGDI ou sistema individual de geração de energia elétrica com fonte intermitente – SIGFI

(ANEEL, 2012).

A eletrificação, no Sistema Fotovoltaico Domiciliar (SFD), consiste no atendimento,

através da energia solar, de domicílios individuais, criando oportunidades para ampliar as

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atividades em várias áreas como lazer, educação, atividades produtivas e outras. Em geral são

sistemas simples, os quais permitem o consumo proporcional a radiação solar, isto é, durante

as horas do dia e em dias ensolarados (CEPEL – CRESESB, 2014).

Este sistema é caracterizado pela carga e o gerador fotovoltaico. Para otimizar o sistema,

em geral, faz-se uso de um acumulador (bateria), que dissocia as horas de geração do horário

de consumo. Para que o acumulador de energia tenha sua vida útil prolongada faz-se uso de um

controlador de carga, com função de controlar e evitar a descarga excessiva no acumulador.

O controlador de carga tem como principal função não deixar que haja danos na bateria

por sobrecarga, ou descarga profunda. É usado em sistemas de pequeno porte, onde os aparelhos

são de baixa tensão e corrente contínua (CC) (CEPEL SISTEMA ELETROBRAS, 2006).

Para alimentação de equipamentos de corrente alternada (CA) é necessário um inversor,

dispositivo que geralmente incorpora um seguidor de ponto de máxima potência, necessário

para otimização da potência final produzida (CEPEL SISTEMA ELETROBRAS, 2006).

A Figura 8 apresenta um diagrama de sistema fotovoltaico isolado em função da carga

utilizada.

Figura 8 – Diagrama de sistema fotovoltaico em função da carga utilizada

Fonte: Energia Solar Princípios e Aplicações 2006

2.4.2 Sistemas Fotovoltaicos Conectados à Rede – SFCR

São sistemas que se utilizam da rede elétrica de distribuição como fonte de

armazenamento de carga. O sistema fotovoltaico conectado à rede é composto, normalmente,

por gerador fotovoltaico, caixa de junção, cabos CC-CA, inversor de frequência, mecanismos

de proteção e aparelhos para medições (APOLÔNIO, 2014).

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Basicamente a rede elétrica da concessionária é vista como o elemento armazenador,

pois a energia gerada e não consumida é colocada em paralelo com a energia da rede. As

principais vantagens desse tipo de sistema são: a elevada produtividade (toda a energia

disponibilizada pelos módulos é utilizada) e a ausência do conjunto de baterias (um elo frágil

no SFI devido à baixa vida útil em relação a dos módulos fotovoltaicos e dos inversores)

(URBANETZ JUNIOR, 2010).

O sistema, ao injetar a geração na rede, acarreta a redução de geração de energia por

usinas de grande porte, aumentando os níveis dos reservatórios das hidroelétricas e reduzindo

a queima de combustíveis fósseis, complementa o sistema elétrico ao qual está conectado

(APOLÔNIO, 2014).

Segundo Apolônio (2014), no Brasil a geração distribuída veio através da lei 10.848 de

15 de março de 2004 e do Decreto 5163 de 30 de julho de 2004, que dispõem e regulamentam

a comercialização de energia elétrica, processos e outorga de concessões e autorização de

geração (APOLÔNIO, 2014).

Estes sistemas utilizam grande quantidade de painéis fotovoltaicos e todo arranjo é

conectado em inversores, conforme Figura 9, que devem satisfazer as exigências de qualidade

e segurança para que a rede não seja afetada (CEPEL SISTEMA ELETROBRAS, 2006).

Figura 9 - Sistema conectado à rede

Fonte: Energia Solar Princípios e Aplicações 2006

2.4.3 Sistemas Fotovoltaicos Híbridos – SFH

A Figura 10, apresenta um sistema desconectados da rede convencional este sistema

pode apresentar várias fontes de energia como turbinas eólicas, geração diesel, módulos

fotovoltaicos entre outras, o que torna complexa a otimização do uso das energias. É necessário

o controle de várias fontes de energia para que esta seja eficiente. Geralmente são sistemas de

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médio e grande porte, que atendem a um grande número de usuários (CEPEL SISTEMA

ELETROBRAS, 2006).

Figura 10 – Exemplo de sistema híbrido.

Fonte: (CRESESB 2004)

2.5 História do bombeamento fotovoltaico

O século XIX foi pródigo em experiências de conversão de energia solar em energia

térmica segundo Fraidenraich & Vilela (1999). Solomon de Caux (1576- 1626), engenheiro

francês, descreve, em 1615, a invenção de uma máquina de elevar água utilizando a expansão

de ar aquecido mediante energia solar. Fraidenraich & Vilela (1999), mencionam o trabalho de

F. Shuman e C. Boys, que inauguraram um sistema de irrigação na localidade de Meadi, Egito,

utilizando um campo de concentradores cilindro-parabólicos de 1200m² de superfície de

captação.

Becquerel em metade do século XIX observa em células eletrolíticas, pela primeira vez,

o efeito fotovoltaico. Os progressos da física abriram caminho para o desenvolvimento das

células solares em diversos materiais, em especial o silício monocristalino.

Em 1958 a nave Skylab leva consigo um transmissor de rádio de 5W alimentado com

energia de origem fotovoltaica. Inaugura-se, assim, a era espacial da tecnologia fotovoltaica

(FRAIDENRAICH e VILELA, 1999).

Em decorrência do êxito dessa aplicação o uso de células solares voltou-se para

aplicações cotidianas e, em especial, visando a melhoria das condições de vida nos países do

terceiro mundo e dando início, em 1970, a tecnologia do bombeamento fotovoltaico. Esses

sistemas eram constituídos por motores elétricos de magneto permanente, instalados na

superfície do poço, e bombas submersas acopladas através de um eixo vertical

(FRAIDENRAICH e VILELA, 1999).

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A primeira geração de sistemas de bombeamento fotovoltaico, particularmente os

utilizados em pequenas e médias alturas manométricas, utilizavam motor CC com magneto

permanente, mas esta configuração deu lugar para motores CA assíncronos, mais simples e

robustos e de menor custo, que são acoplados ao gerador fotovoltaico através de um inversor

CC/CA (FEDRIZZI e SAUER 2002).

A evolução dos equipamentos de bombeamento fotovoltaico passou de motor na

superfície e da bomba submersa, para um conjunto compacto e onde bomba e motor encontram-

se submersos.

Com o avanço tecnológico, houve melhora na eficiência dos elementos dos sistemas de

bombeamento fotovoltaico. Na década de 1980, a eficiência média total de um sistema era de

2%. Com a melhoria da eficiência dos equipamentos a eficiência média total foi para 5% sendo

que a eficiência dos módulos era de 12% e 15%, e a eficiência do restante do sistema entre 30%

e 40%. As bombas utilizadas nesses sistemas eram bombas pequenas abaixo de 2Hp o que

tornava esses resultados interessantes (FEDRIZZI e SAUER, 2002).

Os sistemas modernos de bombeamento contam com o desenvolvimento da eletrônica

de potência, embutindo no próprio motor um inversor CC-CA, seguidores do ponto de máxima

potência, sensores de nível do poço e do depósito, além dos dispositivos de proteção. Esses

motores compactos são acoplados a bombas submersíveis, centrífugas e helicoidais, cobrindo

demandas de grandes vazões e grandes alturas (FEDRIZZI e SAUER, 2002).

Atualmente os sistemas de bombeamento utilizados para poços e reservatórios usam

bombas submersas que não necessitam de baterias para armazenamento de energia. As bombas

recebem a energia diretamente dos painéis fotovoltaicos e a água é armazenada em

reservatórios. Nesta configuração de funcionamento, sem a presença de baterias, a operação do

sistema fica totalmente dependente da radiação solar. O sistema de bombeamento direto, para

pequenas potências, sem o uso de inversores, controlador de carga e baterias, é de fácil

aquisição no mercado nacional e muitas empresas apresentam soluções prontas e de fácil

instalação, o que facilita a adoção dos sistemas fotovoltaicos de bombeamento.

2.6 Sistema de bombeamento fotovoltaico

Um sistema básico de bombeamento fotovoltaico (SBFV) é constituído por um gerador

fotovoltaico, reservatório de água, conjunto motobomba e equipamentos complementares,

como hidrômetro e sensor de nível.

O sistema de bombeamento fotovoltaico permite substituir os poços do tipo cacimba por

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poços do tipo tubular de pequeno diâmetro, usando o conjunto motobomba de localização

submersa e de fabricação especial para utilização fotovoltaica. Estas bombas são mais eficientes

e necessitam menor torque de partida do motor. Por terem pequeno diâmetro e sua abertura

permanecer sempre fechada, os poços nesta formatação apresenta menor risco de contaminação

dos recursos hídricos (FEDRIZZI e SAUER, 2002).

O reservatório de água desempenha a função de armazenamento, eliminando o uso de

baterias (FEDRIZZI e SAUER 2002). A água é bombeada para o reservatório para posterior

utilização e a capacidade do reservatório é determinada pelo tempo (dias ou horas) para o qual

se deseja autonomia (CEPEL – CRESES, 2014).

Em outros sistemas de bombeamento como, por exemplo, num sistema de irrigação, no

qual toda a água é bombeada para ser usada imediatamente, não há armazenamento e o sistema,

neste caso, é autônomo (CRESESB, 2004).

A Figura 11, ilustra os componentes básicos comumente utilizados em sistemas de

bombeamento utilizando energia fotovoltaica.

Apesar de a tecnologia ter proporcionado várias possibilidades para o bombeamento

fotovoltaico, as potências instaladas nos sistemas de bombeamento fotovoltaico não são

maiores que 2kWp, e as alturas manométricas

Nos sistemas de baixa potência (menores que 200Wp) predominam as bombas do tipo

deslocamento positivo, principalmente do tipo diafragma. As bombas adotadas pelo mercado,

como solução para alturas manométricas maiores, são do tipo centrífugas multiestágios, já que

as de deslocamento positivo perdem em eficiência (FEDRIZZI, et al., 2002).

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Figura 11 - Diagrama do sistema fotovoltaico de abastecimento de água

CEPEL - CRESESB, 2014

São várias as configurações de sistemas de bombeamento fotovoltaico, na Figura 12 são

representadas as mais utilizadas, e ressaltados os componentes do sistema de bombeamento

implementado neste trabalho estão destacados com linha na cor vermelha da Figura 12.

Figura 12 - Configurações de sistemas de bombeamento fotovoltaico mais utilizadas

Fonte: CEPEL-CRESESB, 2 014

O gerador fotovoltaico é usado de forma fixa, embora o uso de rastreador solar, tracking,

otimize a incidência da radiação solar sobre a superfície do gerador, aumentando a energia útil,

com o consequente incremento do volume bombeado em até 41%, segundo estudos

comparativos de bombeamento com e sem rastreador (FEDRIZZI e SAUER, 2002).

Os sistemas de bombeamento de água, que empregam motores de corrente contínua e

que podem ser conectados diretamente ao painel solar, como mostra a Figura 13, são sistemas

COM

RASTREADOR

FIXO

GERADOR

FOTOVOLTIACO

BANCO DE

BATERIAS

INVERSOR

CC-CA

CONVERSOR

CC-CA

CONTROLADOR

CONTROLADO

R DE CARGA

ACOPLAMENTO

DIRETO

BANCO DE

BATERIAS

MOTORCA

SINCRONO

ASSINCRONO

MOTORCC

EXCITAÇÃOINDEPENDENTE

SÉRIE

PARALELO

CENTRIFUGA

DESLOCAMENTO POSITIVO

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sem bateria, pois o elemento a ser armazenado é a água no reservatório localizado a um nível

superior (VILLA, et al.,2012).

O sistema de bombeamento de água onde não há o uso de baterias fica à mercê da

intermitência da radiação solar. Entretanto, sua vantagem reside no baixo custo e do aumento

da confiabilidade do funcionamento, pois a ausência de baterias aumenta a vida útil do sistema

e reduz a necessidade de manutenção (LOPES, 2011).

A Figura 14, mostra um sistema de bombeamento fotovoltaico com o uso de baterias e

um controlador de carga. A energia é armazenada durante o dia e pode-se bombear água a noite

e em dias de chuva, ou até mesmo utilizar a carga da bateria para outros fins (LOPES, 2011).

Figura 13 - Bombeamento direto Figura 14 - Bombeamento fotovoltaico indireto

Fonte: Anauger, 2015 Fonte: ANAUGER, 2015

2.7 Componentes do sistema fotovoltaico de bombeamento direto utilizando bomba de

deslocamento positivo submersa

Descreve-se a seguir os componentes básicos de um sistema solar fotovoltaico

utilizando bomba de deslocamento positivo submersa, composto por fonte de energia, módulos

fotovoltaicos, reservatório de água, bomba CC e a fonte de água.

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2.7.1 Fonte de energia: o Sol

A Terra, em seu movimento anual em torno do sol, descreve em trajetória elíptica um

plano que é inclinado de aproximadamente 23,5º com relação ao plano equatorial (CEPEL

SISTEMA ELETROBRAS, 2006). Esta inclinação, junto com o movimento de translação da

terra, dá origem às estações do ano como mostra a Figura 15 (CEPEL – CRESESB, 2014).

A soma da declinação com a latitude local determina a trajetória do movimento aparente

do Sol para um determinado dia em uma dada localidade na Terra. A Figura 15, mostra a

trajetória do Sol e sua declividade (DGS, 2004).

Figura 15 – Órbita da terra em torno do Sol, com seu eixo N-S inclinado de um ângulo de 23,5º, indicando as

estações do ano.

Fonte: Manual de Engenharia para sistemas fotovoltaicos, 2014

Na Figura 16 é possível observar, que a duração dos dias é diferente durante o ano,

resultado da inclinação do eixo da Terra. Em localidades do hemisfério sul os dias são mais

longos no solstício de verão e mais curtos no solstício de inverno. Já no Equador terrestre a

duração dos dias é sempre igual para qualquer região, sofrendo pequenas as variações ao longo

do ano. E para os equinócios a duração dos dias é a mesma para qualquer localidade (CEPEL –

CRESESB, 2014).

As convenções para a declinação solar e latitude consideradas são de positivas ao Norte

e negativas ao Sul do Equador e a diferença entre a declinação e a latitude determina a trajetória

do movimento aparente do Sol para um determinado dia em uma dada localidade na Terra

(CEPEL – CRESESB, 2014).

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Figura 16 - Órbita da terra em torno do Sol, com seu eixo N-S inclinado de um ângulo de 23,45º

Fonte: Manual de Engenharia para sistemas fotovoltaicos, 2014

A variabilidade sazonal traz variações dos índices de radiação solar no decorrer do ano.

O mapa da Figura 17 apresenta os valores médios das estimativas do total diário de irradiação

incidente sobre um plano com inclinação igual a latitude, por região do Brasil. A região Norte

e a região Central do Brasil recebe maior incidência de radiação solar durante as estações secas

(Outono e Inverno), particularmente entre os meses de julho e setembro, quando a precipitação

é baixa e o número de dias com céu claro é maior (PEREIRA, MARTINS e RÜTHER,. 2006).

O termo “radiação solar” é usado de forma genérica, entretanto quando se refere a fluxo

de potência, é especificamente denominado de irradiância solar, ou em termos de energia por

unidade de área, denominado, então, de irradiação solar (CEPEL – CRESESB, 2014).

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Figura 17 – Potencial anual médio de energia solar para o período de 10 anos

Fonte: Atlas brasileiro de energia solar, 2006

A relação do movimento aparente do Sol, os raios solares e a superfície da Terra são

descritas através de vários ângulos representados na Figura 18.

Figura 18 – Ilustração dos ângulos θz, α, γs, representando a posição dosol em relação ao plano horizontal

Fonte: Energia Fotovoltaica manual sobre tecnologia, projeto e instalação. 2004

O conhecimento exato da localização do Sol é necessário para determinar os dados de

radiação e a energia produzida pelas instalações solares. A localização do Sol pode ser definida

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em qualquer local, pela sua altura solar (𝛼) definido como o ângulo que o sol faz com o plano

horizontal, e pelo seu ângulo azimutal (γ𝑠), sendo o ângulo descrito que vai do Norte até a

projeção do raio solar no plano horizontal. O ângulo Zenital (𝜃𝑧) é o ângulo formado entre os

raios solares e a vertical (Zênite momento em que o sol incide verticalmente sobre um lugar).

No campo da energia solar o Sul é referido geralmente como 𝛼 = 0°. O símbolo

negativo é atribuído aos ângulos orientados a Leste (Leste: 𝛼 = − 90°) e o símbolo positivo aos

ângulos orientados a Oeste (Oeste: 𝜶 = 90°) (DGS, 2004).

A radiação solar é sempre maior numa área que se estende perpendicularmente em

relação aos raios solares, do que numa área horizontal das mesmas dimensões. O azimute e a

altura solar mudam ao longo do dia e do ano, o ângulo de incidência da radiação solar varia

constantemente. A análise da radiação anual ajuda a identificar as áreas e saber qual a posição

ideal dos painéis solar para o melhor aproveitamento da radiação. A construção de instalações

solares em telhados inclinados, com orientações diferentes à da posição ótima, traduz-se numa

menor produção de energia devido à redução da radiação (DGS, 2004).

2.7.2 Módulos Fotovoltaicos

Os termos: módulo, placa ou painel são usados indistintamente na literatura para

descrever um conjunto empacotado de células fotovoltaicas disponíveis comercialmente

(VILLABA e GRAZOLI, 2012).

As células fotovoltaicas são responsáveis pela transformação da energia solar em

elétrica. Os semicondutores são mais apropriados à conversão da luz solar, por ser sensíveis a

energia solar (CRESESB, 2004).

São fabricadas, geralmente, tendo o silício como material semicondutor base. Isso se

deve, principalmente, pela sua abundância e pelo avanço da microeletrônica em conjunto com

toda a tecnologia envolvendo o silício (APOLÔNIO ,2014).

As células fotovoltaicas podem ser encontradas na forma de silício monocristalino (c-

Si) ou multicristalino (multi c-Si ou também chamado policristalino, p-Si) e silício amorfo (a-

Si). Existem também as células de Telureto de Cádmio (CdTe), Disseleneto de Cobre-Índio

(CIS), Arsenieto de Gálio (GaAs), e outras tecnologias de fitas e filmes finos, além de outros

casos ainda em estudo como as células de material orgânico (OPV) (este tipo busca substituir o

silício por carbono), translúcidas e de material plástico (APOLÔNIO, 2014).

Células fotovoltaicas são estruturas compostas por duas camadas de material

semicondutor P e N, uma grade de coletores metálicos superior e uma base metálica

inferior. A grade e a base metálica inferior são os terminais elétricos que fazem a

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coleta da corrente elétrica produzida pela ação da luz. A base inferior é uma película

de alumínio ou prata. A parte superior da célula, que recebe a luz, precisa ser

translúcida, portanto os contatos elétricos são construídos na forma de uma fina grade

metálica impressa na célula. Uma célula comercial ainda possui uma camada de

material anti-reflexivo, necessária para evitar a reflexão e aumentar a absorção de luz

pela célula. (VILLABA e GRAZOLI 2012)

A Figura 19, mostra a estrutura física de uma junção pn de célula fotovoltaica.

Figura 19 - Estrutura básica de uma célula fotovoltaica de silício destacando: (1) região tipo n; (2) região

tipo p, (3)zona de carga espacial, onde se formou a junção pn e o campo elétrico; (4) geração de par elétron-lacuna;

(5) filme antirreflexo; (6) contatos metálicos.

Fonte: Energia Fotovoltaica – manual sobre tecnologias, projetos e instalação, 2004

Os painéis são normalmente fabricados entre 50 a 250 Watts de potência. Módulos de

maiores potências são ideais para aplicações on-grid (conectadas a rede elétrica), ou off-grid

(sistemas isolados com baterias), com controladores de carga tipo MPP (ponto de máxima

potência). A Figura 20, mostra o desempenho para um painel Solar Innova de 72 células,

policristalino para diferentes condições de irradiação solar (W/m²), a tensão atinge a valores

próximo a 30 V (volts), podendo fornecer corrente elétrica de até 8 A (Amperes).

Na parte traseira dos módulos existe uma caixa de conexões elétricas, a qual são

conectados os cabos elétricos que são fornecidos juntos com os painéis. Esses conectores são

padronizados o que facilita a conexão dos painéis em série (VILLABA e GRAZOLI, 2012).

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Figura 20 - Gráfico de desempenho de painéis da Solar Innova

Fonte: http://www.solarinnova.net/

O ponto de operação do módulo fotovoltaico para o valor da tensão e da corrente nos

terminais depende da carga conectada. Se conectar uma carga que demanda pouca corrente a

tensão do módulo será mais elevada.

Os painéis fotovoltaicos são submetidos a testes de STC (condições padrão de teste)

para determinar as características elétricas, Potência máxima (Pmpp), Tensão à potência

máxima (Vmpp), Corrente na máxima potência (Impp), Tensão de circuito aberto (Voc),

Corrente em curto-circuito (Isc). Com estes dados pode-se dimensionar a quantidade de

módulos fotovoltaicos (arranjos string), controlador de carga, inversor, banco de baterias,

condutores, proteção, etc.

Os módulos apresentam diferentes pontos de operação ao longo das curvas (I- V) e (P –

V) de acordo com a carga acoplada em seus terminais. O módulo somente pode fornecer valores

de tensão, corrente e potência que estejam de acordo com as curvas.

Nas condições de ensaios, onde se aplica uma irradiação solar de 1000W/m² sob uma

temperatura ambiente de 25ºC, e AM igual a 1,5 (espessura de camada de ar), são medidos a

Potência máxima, Pmpp, que o módulo pode entregar, a Corrente de curto-circuito, Isc, a

Tensão de circuito aberto, Voc, a Corrente máxima, Impp,

Outros fatores que alteram as características elétricas dos módulos é a incidência de

quantidade de radiação e a variação da temperatura ambiente. Esses fatores implicam em

variação da temperatura nas células, que compõem os módulos e se apresentarem valores fora

de níveis ideais, consequentemente, tendem a reduzir a eficiência do módulo. Isto se deve ao

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fato de que a tensão diminui significativamente com o aumento da temperatura enquanto que a

corrente sofre uma elevação muito pequena, quase desprezível (CRESESB, 2004)

A Figura 21 mostra a influência da temperatura nos módulos fotovoltaicos, alterando a

tensão em seus terminais. Para temperaturas mais baixas o módulo apresenta tensões maiores e

para temperaturas maiores tensões menores.

Figura 21 - Influência da temperatura na célula fotovoltaica curva I- V (radiação de 1000Wm²)

Fonte: CRESESB, 2014

Nos módulos fotovoltaicos as células solares encontram-se ligadas na sua maioria em

série até perfazer os níveis de tensão desejado. Este tipo de ligação faz com que a tensão da

célula aumenta enquanto que a intensidade da corrente permanece inalterada. Os sistemas

autônomos foram as primeiras aplicações terrestres de sistemas fotovoltaicos acoplados a

acumuladores convencionais de 12V. Estes eram diretamente carregados pelos módulos e por

esta razão escolheu-se inicialmente uma tensão de 17V para os módulos fotovoltaicos a fim de

garantir uma carga ótima para o acumulador.

O mercado passa a produzir esses módulos com 36 células ligadas em série, conhecidos

como “módulos standard”. Nos módulos de maior potência é estabelecida a ligação em paralelo

entre duas ou mais fileiras de 36 células cada. A alteração percebida nestas formas de ligações

está no comportamento da corrente e tensão que o módulo apresenta. Diferente da configuração

em série, para as ligações em paralelo a tensão permanece inalterada, e a corrente é aumentada.

A Figura 22, mostra a curva de corrente-tensão e a curva de potência-tensão para um

módulo standard típico, resultado da ligação em série de 36 células solares.

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Figura 22 - Curvas características para um módulo standart com 36 células

Fonte: Energia Fotovoltaica – manual sobre tecnologias, projetos e instalação, 2004

Os sistemas fotovoltaicos podem empregar grande número de painéis conectados em

série, ou em paralelo, para produzir a quantidade de energia elétrica desejada (VILLA, et

al.,2012).

Os módulos são combinados entre si através das ligações série e paralelo, com o objetivo

de criar uma unidade maior do ponto de vista elétrico e mecânico. Entretanto, para minimizar

as perdas de potência no sistema, deve utilizar módulos do mesmo tipo.

A potência dos módulos fotovoltaicos geralmente é fornecida pela potência de pico, o

Watts-pico (Wp), que é medido no MPP (ponto de máxima potência). Este ponto é obtido em

condição padrão, STC, ao se obter as curvas características dos módulos para uma radiação de

1000W/m² (radiação recebida na superfície da Terra em dia claro, ao meio dia), e temperatura

de 25ºC na célula (a eficiência da célula é reduzida com o aumento da temperatura) e AM de

1,5 (espessura de camada de ar).

Em verdade estas condições ocorrem muito raramente, pois quando sol brilha

intensamente a temperatura de cada célula estará acima de 25ºC. Por isso é determinada a

temperatura nominal de funcionamento da célula (NOCT). Esta temperatura é determinada para

um nível de irradiância de 800W/m², para uma temperatura ambiente de 48,4ºC e velocidade

do vento de 1 m/s. A partir desses dados são determinados os coeficientes térmicos da corrente

e da tensão. Outros parâmetros que caracterizam o funcionamento do módulo são apresentados

na Figura 23.

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Figura 23 - Curva característica I-V e curva de potência P-V para um módulo de potência nominal de 100Wp

Fonte: Manual de Engenharia para Sistemas Fotovoltaicos, 2014

Voltagem de Circuito Aberto (Voc) é a tensão dos terminais do módulo

desconectado, tensão dos terminais em abertos;

Corrente de Curto-circuito (Isc), é a corrente que se mede ao se conectar um

amperímetro nos terminais do módulo;

Potência Máxima (Pmpp) é o valor para o qual o módulo apresenta o maior valor de

potência. Este ponto corresponde a uma corrente e a uma tensão, na curva de I-V. É o produto

de Vmp x Imp e denominado de ponto de máxima potência.

Voltagem de Potência Máxima (Vmp) é o valor de tensão que corresponde a máxima

potência do módulo;

Corrente de Potência Máxima (Imp) é o valor de corrente que corresponde ao

máximo valor de potência do módulo.

A definição do fator de forma (FF) é apresentada na Figura 24, a área hachurada mais

clara é o produto de 𝑉𝑜𝑐 × 𝐼𝑠𝑐 cujo valor está sempre acima da potência que o módulo pode

alcançar. A área hachurada mais escura, representada pelo produto 𝑉𝑚𝑝 × 𝐼𝑚𝑝 é a potência

máxima do módulo. A relação entre as áreas fornece o fator de forma (FF).

Figura 24 - Definição de fator de forma

Fonte: Manual de Engenharia para Sistemas Fotovoltaicos,

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49

2.7.3 Reservatório de água

Neste sistema de bombeamento fotovoltaico o acumulador de energia elétrica foi

substituído pelo reservatório elevado, para onde a água é bombeada e é armazenada para uso

diário.

A quantidade total a ser acumulada no reservatório não pode ser inferior ao consumo

diário, além disso, é recomendado que não ultrapasse a três vezes o consumo diário (A.

MACINTYRE, 2010).

A capacidade do reservatório superior deve ser tal que, recebendo a água bombeada,

possa atender ao consumo das peças de utilização3, consumo este que ocorre de uma forma

variável. O reservatório fica como um regulador de distribuição (A. MACINTYRE, 2010)

Macintyre (2010), considera para o dimensionamento do reservatório as seguintes

vazões:

a) Vazões de alimentação: iguais às vazões de dimensionamento das instalações

elevatórias, ou seja, vazão diária igual a 15% do consumo diário;

b) Vazões de distribuição: iguais às vazões de dimensionamento do barrilete4 e colunas

de distribuição5.

A NBR 5626:1998, refere-se à capacidade dos reservatórios e quanto à preocupação

com a qualidade da água armazenada e sua potabilidade:

5.2.5.1 A capacidade dos reservatórios de uma instalação predial de água fria deve ser

estabelecida levando-se em consideração o padrão de consumo de água no edifício e,

[... ]

5.2.4.1. Os reservatórios de água potável constituem uma parte crítica da instalação

predial de água fria no que diz respeito à manutenção do padrão de potabilidade. Por

este motivo, atenção especial deve ser dedicada na fase de projeto para a escolha de

materiais, para a definição da forma e das dimensões e para o estabelecimento do

modo de instalação e operação desses reservatórios [...]

5.2.4.2 Os reservatórios destinados a armazenar água potável devem preservar o

padrão de potabilidade. Em especial não devem transmitir gosto, cor, odor ou

toxicidade à água nem promover ou estimular o crescimento de microorganismos [...]

5.2.4.3 O reservatório deve ser um recipiente estanque que possua tampa ou porta de

acesso opaca, firmemente presa na sua posição, com vedação que impeça a entrada de

líquidos, poeiras, insetos e outros animais no seu interior (NBR5626, 1998).

3 Dispositivo ligado a um subramal (tubulação que liga a peça a tubulação principal chamada de ramal),

para permitir a utilização da água (CREDER 2006). 4Barrilete é o conjunto de tubulações que se originam no reservatório e do qual derivam as colunas de

distribuição (CREDER 2006). 5 Coluna de distribuição – tubulação derivada do barrilete e destinada a alimentar ramais.

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O consumo de água pode variar muito e depende da disponibilidade de acesso ao

abastecimento e de aspectos culturais da população. Alguns estudos mostram que, por dia, uma

pessoa no Brasil gasta de 50 a 200 litros de água. Portanto, com 200 litros/dia utilizados de

forma racional, vive-se confortavelmente (CARVALHO JÚNIOR, 2011).

Segundo Júnior (2011), para calcular o consumo diário de água de uma edificação é

necessária uma boa coleta de informações: pressão e vazão nos pontos de utilização, quantidade

e frequência de utilização dos aparelhos sanitários, condições socioeconômicas; clima, entre

outros. Na ausência de critérios e informações, verifica-se a taxa de ocupação de acordo com o

tipo de uso do edifício e o consumo per capita (por pessoa). O consumo diário (𝐶𝑑 ) pode ser

calculado pela Equação 1.

𝐶𝑑 = 𝑃 × 𝑞 (1)

Onde:

𝐶𝑑 = consumo diário (litros/dia)

𝑃 = população que ocupará a edificação

q = consumo por pessoa (litros/dia)

A capacidade calculada através da equação 1 refere-se a um dia de consumo e é preciso

adotar o consumo de no mínimo dois dias ou no máximo de três dias como recomendado por

Macintyre, (2010). Segundo a Equação 2, este estudo adotará três dias de reserva prevendo dias

nebulosos e chuvosos onde a radiação solar diminui.

𝐶𝑅 = 3 × 𝐶𝑑 (2)

𝐶𝑅 = capacidade total do reservatório (litros)

𝐶𝑑 = consumo diário (litros/dia)

Para reservatórios domiciliares é recomendo distribuir a reserva total de água em dois

reservatórios. Um superior, com 40% do volume diário e um inferior, de 60% do volume

diário de consumo total. O objetivo é aliviar a carga da estrutura (Júnior, 2011).

2.7.4 Fonte de água: Poço

A fonte de água do sistema de bombeamento sob estudo é originária de poço. É prudente

ressaltar que a NBR 5626 (1998), recomenda que o órgão público responsável pelo

gerenciamento dos recursos hídricos deve ser consultado previamente.

É comum na região norte do Estado de Mato Grosso a construção de poço nas

propriedades. Os poços são perfurados com pequena profundidade, aproximadamente de 18

metros. Sua construção utiliza ferramentas simples e confeccionadas em serralheria. Consiste

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de um tubo de ferro com diâmetro de 50 mm a 120 mm e nele são feito dentes conforme a

Figura 25.

A Figura 26, mostra como o poço é feito: a peça de ferro denteada é unida a um cano de

PVC (normalmente os usados para esgoto), de bitola compatível, e no seu interior é injetado

água. Faz-se um movimento vertical e gira-se o cano com as mãos até que o cano de PVC fique

quase todo enterrado. A água injetada no tubo de PVC faz com que a terra saia do interior da

tubulação. Quando a tubulação estiver quase toda enterrada no solo emenda-se outro tubo de

PVC e repete-se a operação até que se encontre água e se atinja a profundidade desejada.

Figura 25 - Ferramenta para perfuração

Fonte: Própria

Figura 26 - Utilizando a ferramenta que fabrica o poço

Fonte: Própria

O poço caseiro não atinge grande profundidade porque o tubo de PVC fica cada vez

mais pesado à medida que se aprofunda o poço, tornando difíceis os movimentos verticais e de

giro da ferramenta para perfurar o solo. Como cada tubo de PVC tem seis metros de

comprimento, o que normalmente se faz é introduzir três tubos de PVC, perfazendo 18m de

profundidade.

Após atingir a profundidade desejada, a tubulação e a ferramenta perfurante são

retiradas do poço. Os tubos, antes de serem inseridos novamente, agora sem a ferramenta

perfurante, recebem diversos furos ou cortes em sua parte inferior, a cerca de 1m da base, para

permitir o fluxo da água em seu interior. Pode-se adicionar pedrisco no fundo do poço e ao

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redor do tubo para auxiliar na limpeza da água, impedindo a sucção de areia quando o poço

estiver em uso.

A bitola do poço depende do tipo de bomba que se pretende utilizar; se de superfície ou

submersa. Como foi apresentado anteriormente existe uma variedade grande de motobombas.

Após o término da construção do poço, e antes do uso normal da água, é preciso fazer a

limpeza do poço. Processo este que consiste em instalar e deixar a bomba ligada por várias

horas para que ela bombeie a água suja. Durante esse prazo o próprio poço faz a decantação de

quaisquer resíduos ou partículas que estavam em suspensão e ao final do processo a água está

limpa, podendo ser bombeada para o reservatório.

Os parâmetros característicos do poço estão identificados na Figura 27, facilitando a

visualização das grandezas que devem ser obtidas para a determinação da vazão máxima do

poço.

Figura 27 – Parâmetros característicos obtidos com a vazão máxima

Fonte: (M. C. FEDRIZZI 2003)

É preciso conhecer os parâmetros da fonte de captação da água não somente para o

dimensionamento do sistema, mas também para sua manutenção.

O teste de capacidade ou de caracterização do poço informa os níveis estático

(𝐻𝑒), dinâmico (𝐻𝑑) do lençol freático e a capacidade de reposição do poço (𝑄𝑟). A não

identificação desses parâmetros pode acarretar em uma sub ou sobre utilização do recurso, ou

até mesmo danificar o equipamento de bombeamento. Se a extração (Q) for muito maior que a

recarga do poço (𝑄𝑟), o nível dinâmico pode rebaixar excessivamente e danificar o equipamento

de bombeamento que não funciona sem água. Pode vir, também, a comprometer a estrutura do

poço (M. C. FEDRIZZI, 2003).

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

Este capítulo destina-se a caracterizar o sistema de bombeamento estudado e a sua

localização. Em seguida são apresentados os materiais que compõem o sistema a ser estudado

bem como o instrumental utilizado para o monitoramento das grandezas: tensão gerada pelo

painel, a corrente elétrica solicitada pela bomba, temperatura ambiente, temperatura dos painéis

e a vazão bombeada para o reservatório.

Neste capítulo também são contemplados os equacionamentos matemáticos que

auxiliam o dimensionamento e compreensão do sistema como: cálculo da altura manométrica,

dimensionamento do gerador fotovoltaico, cálculo da potência consumida, cálculo da energia

disponível e da energia consumida pelo sistema, eficiência da motobomba e a eficiência do

sistema fotovoltaico de bombeamento.

3.1 Caracterização do sistema

O estudo de caso realizou-se no município de Sinop – MT, onde o sistema fotovoltaico

de bombeamento com bomba, do tipo deslocamento positivo, submersa foi montado e

monitorado.

A finalidade do experimento é a de suprir a necessidade diária de uma família composta

por quatro habitantes de classe média.

O sistema de bombeamento de água é do tipo autônomo e emprega uma motobomba CC

modelo 9325 da Shurflo do tipo submersa, alimentada diretamente pelo painel solar modelo

SP70 da Siemens, sem uso de baterias, com o armazenamento da água em reservatório fechado

com capacidade de 2500 litros de polietileno, da fabricante Fortlev.

O diagrama de blocos representado na Figura 28 identifica o sistema fotovoltaico de

bombeamento adotado. O diagrama também indica os pontos de monitoramento do sistema.

Utilizou-se a placa datalogger, fabricada pela Cerne, para as leituras das grandezas tensão,

corrente, temperatura da placa, e vazão bombeada, em um período de quatro dias de

monitoramento.

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Figura 28 – Diagrama de blocos do Sistema fotovoltaico de bombeamento adotado e pontos de monitoramento

Fonte: Própria

Sendo:

P-1 – Medição da temperatura do painel, sensor localizado sobre a placa entre as células

P-2 – Medição de V (CC

P-3 – Medição da vazão,

P-4 – Medição de I (CC)

O sensor que mede a temperatura do painel foi instalado sobre o painel entre as células,

a tensão foi medida pelo datalogger interligado ao painel através de um cabo pp de 2,5m²,

distante a 6 metros do painel. O medidor de vazão foi instalado a 2 metros da “boca” do poço

na mangueira de pvc de ½” polegada. A medição de corrente elétrica também foi realizada pelo

datalogger.

3.2 Localização do experimento

O local de realização dos estudos é no município de Sinop-MT, em uma residência de

150m², construída em um lote de 15 metros de frente e 45 metros de fundo, localizado na

latitude sul -12,560, longitude oeste -56,3510, a uma altitude de 370 metros. (EMBRAPA 2016).

3.3 Materiais

Segue a descrição dos equipamentos utilizados no experimento, suas características

físicas e parâmetros elétricos.

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3.3.1 Dados Solarimétricos da Localidade

O sistema proposto está instalado em uma região, onde não se dispõe de dados relativos

à irradiação solar específicos da localidade. Serão usados os dados apresentados pelo Quadro 1

que foram obtidos através do programa SUNDATA, disponível na página do CRESESB na

internet, e referem-se ao município de Sorriso – MT, que fica próximo a Sinop.

Os três conjuntos de valores mostram as irradiações diárias médias mensais para as três

inclinações: Latitude, Maior Média e Valor Mínimo.

Quadro 1 – Irradiação solar diária média mensal em Sorriso – MT

Fonte: (CEPEL - CRESESB 2014)

A Figura 29, mostra o mapa nacional que identifica a radiação solar global diária, média

mensal no território nacional. Conforme representado no mapa, os valores correspondentes ao

Estado de Mato Grosso nas proximidades do município de Sinop são de 16MJ/m² dia para o

mês de março.

Figura 29 – Insolação radiação solar global diária média mensal (Mj/m²) no território nacional

Fonte: (TIBA et al 2000), adaptado

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3.3.2 Gerador Fotovoltaico

O gerador fotovoltaico utilizado, composto de 3 placas fotovoltaicas, apresentada na

Figura 30, é do modelo SP70, da Siemens, fixado em estrutura metálica inclinada e instalada

no telhado da edificação, a 6 (seis) metros do solo.

Utilizou-se estes módulos por estarem disponíveis, apesar de não serem novos atendiam

as exigências do projeto.

O lugar foi escolhido para que não ocorra sombreamento pelas árvores de grande porte

que se encontram no lote. A instalação reúne as condições ótimas para a recepção da radiação

solar. Os painéis estão suficientemente afastados de qualquer objeto que projete sombra sobre

eles no período de radiação solar.

A Tabela 1 apresenta os parâmetros do painel utilizado para o sistema de bombeamento

projetado.

Apesar de o fabricante informar uma grande quantidade de parâmetros, nem todos são

revelados na placa de identificação.

Tabela 1 – Parâmetros elétricos do painel SP70 monocristalino

Parâmetros elétricos - Modelo SP70

12 V 6V

Potência máxima, Pmax Watts 70 70

Classificação energética mínima, Pmin Watts 65 65

Classificação energética mínima, Pmin

Corrente nominal, Imp Amps 4,25 8,5

Tensão nominal, Vmp Volts 16,5 8,25

Corrente de curto ciucuito, Isc Amps 4.7 9,4

Tensão de circuito aberto, Voc Volts 21,4 10,7

Parâmetros térmicos

Temperatura da célula de operação nominal °C 45

Mudança de Isc com temperatura + 2.06 mA/°C

(0,04% + /K)

Mudança de Voc com a temperatura 0,077 Volts /°C

(-0,34% /K)

Dimensões Comprimento 1200mm Largura 527mm

Fonte: (Siemens Solar Panels direct from Bullnet 2016)

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Figura 30 – Painel fotovoltaico SP70 da Siemens

Fonte: Própria

Software utilizado

Para a simulação computacional utilizou-se o programa PSIM, e um módulo existente

no próprio simulador, o physical module. Com este programa são determinados os parâmetros

desconhecidos da célula fotovoltaica, tais como: 𝑅𝑠, 𝐼𝑠𝑜 e 𝐾𝑇𝑖. O programa requer um número

maior de variáveis disponíveis no painel e dos dados de temperatura e radiação solar; e o

functional module que necessita de poucas varáveis a serem conhecidas além de não

dependerem dos valores de temperatura e radiação solar.

O software é “alimentado” com o dados do catálogo do painel, o que possibilita calcular

os parâmetros: 𝐸𝑔 , o fator A, 𝑅𝑠, 𝐼𝑠𝑜 e 𝐾𝑇𝑖 e também traça as curvas da corrente x tensão, e da

potência x tensão (REMES 2013).

O software PSIM depende das seguintes variáveis para que possa ser utilizado, conforme

existente em (POWERSIM, Inc 2015):

Number of Cells Ns: É o no número de células solar.

Standart Linght Intensity So: É intensidade de luz que incide sobre o painel (radiação

solar) sob condições normais de ensaio normalmente 1000W/m² dado pelo fabricante.

Ref. Temperature Tref: Temperatura sob as condições de teste padrão, referência de

temperatura dada em [°C] geralmente 25°C.

Series Resistence Rs: resistência em série de cada célula solar, em Ohm [Ω]

Shunt Resistence Rsh: resistência em paralela de cada célula solar, em Ohm [Ω]

Short Circuit Current Isco: Corrente de curto circuito de cada célula do módulo solar

em condições de referência (STC).

Saturation Current Isso: Corrente de saturação do semicondutor de cada célula do

painel solar em temperatura de referência Tref.

Band Energy Eg: energia do campo elétrico da região de depleção de cada célula em

[eV]. Cerca de 12 eV para cada célula de silício cristalino e de 1,75 para silício amorfo.

Ideality Factor A: também chamado de coeficiente de emissão. Isto é cerca de 2 para

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o silício cristalino, e inferior a 2 para o silício amorfo

Temperature Coeficient CT: Coeficiente de temperatura KTi dada em [A/°C].

Coefficient ks: Coeficente: coeficiente que define como a intensidade de luz afeta a

temperatura da celula solar.

3.3.3 Conjunto Motobomba

O conjunto motobomba utilizado neste estudo é da série 9325 da Shurflo. Esta bomba é

do tipo deslocamento positivo de diafragma, tem capacidade para elevar água até 70 m.c.a e é

submersível para poço de 10 cm de diâmetro, no mínimo.

A motobomba pode ser alimentada diretamente do painel solar em 12Vcc ou 24Vcc,

cuja vazão de bombeamento está diretamente relacionada com a tensão. Sua capacidade de

bombeamento é de 1550 a 2215 litros de água por dia. A Tabela 2, fornecida pelo fabricante,

apresenta a vazão, potência total mínima e corrente para várias alturas manométricas para a

bomba da série 9325, dados que são utilizados nesta pesquisa. Ressaltasse que a linha com

destaque em linha vermelha, refere-se aos dados de interesse para este trabalho.

Tabela 2 – Tabela de fluxo da bomba 9325 para tensão de alimentação de 12 Vcc

Desnível vertical total Taxa de fluxo por hora Tamanho do painel solar potência total

mínima Corrente

PÉS METROS GALÕES LITRO WATTS (A)

20 6,1 56 212 22 1,2

40 12,2 54 204 28 1,5

60 18,3 52 197 33 1,8

80 24,4 50 189 37 2

100 30,5 49 186 40 2,1

120 36,6 47 178 45 2,4

140 42,7 46 174 51 2,7

160 48,8 44 166 56 3

180 54,9 43 163 61 3,3

Fonte: (SHURFLO 1993)

A bomba possui na entrada de água uma tela, em aço inoxidável, com malha de proteção

No. 50, 0,297mm de abertura, para retenção de impurezas. Vem ainda com acessórios que

facilitam a conexão hidráulica e elétrica.

A Figura 34 mostra a bomba da série 9325, e o quadro 2 apresenta os dados técnicos da

bomba.

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Figura 31 – Bomba Shurflo modelo 9325

Fonte: https://agromoto.com.br

Quadro 2 - Dados técnicos bomba Shurflo modelo 9325

Especificações Técnicas Bomba Shurflo modelo 9325

Bomba de deslocamento positivo de diafragma 3 câmaras

Motor Ímã permanente

Tensão 24 Vcc nominal / 12Vcc

Potência 120W

Corrente máxima 4A

Fusível 7,5 A

Desnível máximo 70 metros

Submersão máxima 30 metros

Porta de saída ½ “ (12,7 mm diâmetro interno)

Entrada Tela de aço inoxidável de malha 50 (0,297mm)

Fonte: (SHURFLO 1993)

3.3.4 Fonte de Água – Poço

O poço do experimento foi construído com tubos de PVC de 120 mm, com profundidade

de 18 metros. Na extremidade mais interna do poço, o tubo recebe vários furos nas laterais, por

onde a água penetra no cano, evitando, desta forma, que terra ou areia seja bombeada,

permanecendo a água mais limpa. Para esta finalidade, o fundo do poço e as laterais, são

preenchidos com pedra brita (pedriscos), não permitindo que a bomba sugue partículas sólidas.

Esse processo de preenchimento com pedrisco é feito após a retirada da broca, é preciso ser

rápida a recolocação dos tubos, para que não ocorra o desmoronamento das paredes do poço.

O pedrisco é despejado quando o tubo é recolocado sendo introduzido pela tubulação,

aproximadamente um metro linear de cascalho. Como durante o processo de perfuração forma

folga entre o cano e a parede do poço, o pedrisco é despejado nas laterais para calçar a tubulação

e ajudar na filtragem da água.

Convém esclarecer que um teste de produção para se identificar a capacidade do poço

segue critérios determinados pelo DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral

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(LIMA, et al. 2001). A realização do teste de produção depende de equipamentos dos quais não

se dispõe para o experimento; de maneira que não seguimos os critérios do DNPM por não

dispomos dos equipamentos necessários e pelo fato do poço que estamos tratando neste estudo

ser de pequena profundidade e o teste sugerido pelo DNPM é indicado para poços de grande

profundidade.

3.3.5 Reservatório de Água

Neste estudo de caso o reservatório é único, não faz parte da estrutura da edificação e

foi instalado sobre uma estrutura de pilares de madeira, afastado da edificação, não inferindo,

assim, carga da edificação.

O reservatório de polietileno é da marca Fortlev, tem capacidade de 2500 litros e

dimensões conforme mostrado na Figura 32, onde A = 1,21 m, B= 0,60 m e C= 1,80 m.

Figura 32 – Dimensões do reservatório de 2500 Litros

Fonte: http://www.fortlev.com.br/

3.3.6 Hidrômetro

Características técnica:

Hidrômetro unijato DN ½” polegada e saída de pulsos

1 pulso / 1 litro

Vazão nominal: 1,5 m³/h

Vazão máxima temporária: 3,0 m³/h

Diâmetro nominal: 1/2 polegada

Homologação INMETRO

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3.3.7 Estação Meteorológica Portátil com Sensor Remoto Básica ITWH1280

Estação meteorológica sem fio com sensor de RF ao ar livre alcance de100m de

distância, fornece leituras de temperatura interna e externa, faz previsão do tempo com base nas

leituras barômetro, armazena os dados de temperaturas máximas e mínimas, possui função de

calendário, alarme e relógio.

Características técnicas:

Umidade interna (%RH);

Temperatura externa e interna (°C ou °F);

Armazenamento de umidade mínima e máxima; armazenamento de temperatura mínima e

máxima; tendência de previsão do tempo;

Rádio controlado com tempo e data com opção de ajuste manual;

Ajuste de fuso horário;

Display no formato 12 ou 24 horas;

Calendário permanente; Alarme;

Luz de fundo em LED;

A recepção é transmitida e recepção instantânea e sincronizada;

Especificações - Faixa de Temperatura Interna: -9.9°C a + 80°C;

Faixa de Temperatura Externa: -40°C a + 65°C;

Faixa de medição de Umidade: 20% a 99% UR;

Distância de transmissão (campo aberto): 100 metros;

Frequência: 433MHz; Resolução: 0.1°C;

Intervalo de medição do sensor remoto: 48 segundos;

Nível a prova d'água: IPX3;

Resolução: 1%;

3.3.8 Sensor DS1820

Características técnicas:

O DS1820 é um Termômetro Digital que fornece a temperatura de 9 bits, que indicam

a temperatura do dispositivo. Este sensor utiliza o protocolo digital de apenas um fio (One

Wire), portanto apenas uma porta digital para comunicação. Faixa de medição de -55 a 125 ºC

e exatidão de ± 0,5 ºC, fabricado pela Dallas Semiconductor

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3.3.9 Placa de aquisição de dados

Características técnica:

Conector de entrada de alimentação ±12V/ 500mA;

Utilize fonte estabilizada de +12V com no mínimo 500 mA de corrente;

Conector entrada de tensão para o painel solar de até 30VDC;

Saída para motor; capacidade de corrente de até 4ª;

Entrada para sensor de temperatura;

A alimentação da placa é feita por meio de uma fonte de alimentação de 24 VDC;

Entrada para sensor hidrômetro do tipo pulso,

Led indicador de STATUS em cada amostragem o LED STATUS acende indicando o

processamento do Datalogger. O intervalo entre cada amostragem é de aproximadamente 15s.

Utiliza um SD CARD de no máximo 2 GB, com formatado FAT16, o arquivo de dados

é do tipo DADOS.TXT. São apresentados os dados mensurados de tensão, corrente,

temperatura e os pulsos emitidos pelo sensor do hidrômetro, além do número de amostra dos

coletadas; os dados são apresentados em formato de tabela.

3.3.10 Equipamentos usados

A Tabela 3 apresenta a relação dos equipamentos utilizados na montagem do

experimento.

Tabela 3 – Material utilizado na montagem do sistema.

Componente Aplicação Especificações Quant

ódulo fotovoltaico Geração de energia SP70 3

Suporte para os painéis

em estrutura metálica

Sustentar os painéis na inclinação necessária 1

Motobomba Bombeamento de água do poço para

reservatório

Shurflo 9325 1

Poço tubular de 120mm

de diâmetro

Fonte de água no subsolo com 18m

profundidade

1

Vara de alumínio

graduada

Medir nível dinâmico 10 metros 1

Reservatório elevado Armazenar água bombeada necessária para 3

dias de uso

Caixa de 2500 litros 1

Sensor de nível tipo boia Controlar o nível do reservatório Sensor tipo boia com um

contato reversível

1

Medidor de vazão Medir a vazão do bombeamento Hidrômetro Unijato de

1/2 polegada ou 15mm,

equipado para saída de

pulsos (01 pulsos/01

litro)

Homologado pelo

INMETRO

1

Equipamento de coleta de

dados (placa de aquisição

de dados)

Recebe os sinais de tensão do PV, I corrente,

sensor de temperatura do painel e sensor de

vazão.

Placa desenvolvida pela

Cerne, registra os dados

e possibilita plotagem de

gráfico.

1

Condutor Ligação elétrica do sistema Cabo do tipo PP 2,5mm² 35m

Quadro de carga Abrigar os equipamentos de comando e

medição

1

Fonte: Própria

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63

3.4 Método

No experimento são monitorados: a tensão do painel fotovoltaico, a corrente solicitada

pela bomba CC, a temperatura do painel e a vazão do bombeamento por meio da placa de

aquisição de dados, fabricada pela Cerne. A temperatura ambiente é monitorada com uma

estação meteorológica marca Instrutemp, modelo ITWH-1280 e a temperatura dos PV com o

sensor DS1825 produzido pela Cerne e conectado à placa de aquisição de dados utilizando um

cabo de 10 metros.

A vazão de água alcançada pelo conjunto motobomba é medida com o uso de um

hidrômetro, aferido pelo Inmetro, e equipado com sensor de vazão. Este sensor gera um pulso

por litro bombeado e envia a informação para a placa de aquisição de dados para o devido

registro.

O controle do nível máximo e mínimo da água no reservatório é feito por meio de uma

chave boia elétrica, que comanda o sistema, ligando ou desligando, em função do nível de água

do reservatório.

3.4.1 Dimensionamento do sistema de bombeamento

Para a escolha da bomba do sistema, deve-se, primeiramente, determinar a vazão e a

altura manométrica do sistema de bombeamento, e então, escolher o tipo de bomba hidráulica

mais adequada.

3.4.2 Estimativa do consumo de água

A estimativa do consumo diário de água determina o consumo de energia do projeto.

Conhecendo a potência hidráulica necessária para satisfazer o consumo, pode-se dimensionar

corretamente o consumo de energia elétrica, as dimensões da tubulação, a capacidade do

reservatório e escolher a bomba.

O consumo diário estimado para a residência analisada foi baseado em 100 litros de

água por pessoa ao dia. A edificação é habitada por quatro pessoas.

A demanda diária total de água (Q), é resultado do produto do número de pessoas pelo

consumo diário de água estimado, por dia, por cada pessoa.

A capacidade do reservatório de água deve ser definida considerando-se, além do

consumo diário, possíveis períodos de contingência, face à geração de energia proveniente do

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64

sol. Neste experimento foi considerado que a capacidade do reservatório atenda seu objetivo

mesmo se a fonte de energia ficar prejudicada por cerca de três dias.

A capacidade do reservatório é expressa em litros, para compatibilizar com os produtos

disponíveis no mercado. Sua escolha é definida de acordo com a opção mais próxima,

encontrada comercialmente, daquela necessária e auferida neste trabalho.

3.4.3 Determinação da altura manométrica

A Figura 33, identifica as dimensões necessárias para a determinação da altura

manométrica, facilitando a compreensão.

Figura 33 – Detalhes construtivos do sistema de bombeamento

Fonte: Própria

A altura manométrica total (HT) será calculada segundo a Equação3, sugerida pelo

manual do fabricante da (SHURFLO 1993), Equação 4 e Equação 5 para determinar as perdas

de carga segundo (NBR5626 1998).

𝐻M = H1 + H2 + H3 + PCT (3)

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65

PCT = DT × J (4)

J = 8,69 × 106 × Q1,75 × d−4,75 (5)

Onde:

HM = altura manométrica total (m)

H1= altura do nível do solo até a entrada de água do reservatório (m)

H2 = nível dinâmico (m) – considera a variação da coluna de água no poço.

H3 = submersão (m) – altura da coluna entre o nível dinâmico e a captação pela bomba.

PCT = perdas de carga em (m.c.a);

DT =comprimento total da tubulação (m);

J = perda de carga unitária (m/m)

d = diâmetro interno da tubulação (mm)

Q = vazão (m³/s)

Para o cálculo da perda total da tubulação em m.c.a é necessário conhecer os detalhes

isométrico da instalação. A Figura 34, apresenta os componentes usados para a conexão da

tubulação de água, 3 joelhos de 90°, 25,65 metros tubo flexível l ½”, 7 metros de tubo PVC ½”,

1 hidrômetro.

Figura 34 - Detalhe isométrico do sistema de bombeamento

Fonte: Própria

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66

3.4.4 Cálculo da potência consumida

Potência elétrica consumida é o produto da tensão pela corrente. Refere-se a corrente

contínua gerada pelos painéis e consumida pela bomba, conforme Equação 6.

PC = V × I (6)

Sendo:

PC = potência consumida (W);

V = tensão (V);

I = corrente (A).

3.4.5 Cálculo da energia disponível e da energia consumida pelo sistema

A irradiação total foi calculada segundo a Equação 7 e a energia disponível pela Equação

8, a energia consumida pelos painéis calculada pela equação 9. (VICENTIN 2014).

R𝑡 = Rs × A (7)

Ed = R𝑡 × t (8)

Ec = P × t (9)

Onde:

Ed= energia média disponível (Wh);

Ec = energia consumida (Wh)

Rt = irradiação solar média (Wh);

t = tempo, HSP- hora de sol pleno;

Rs= Irradiação solar global média, obtida no Quadro1 p.57, em kWh/m²dia;

P= a potência demandada pelo painel (W)

A = área útil do módulo em m².

A irradiação solar pode variar em pequenos intervalos de tempo, na estimativa de

produção de energia elétrica pelo painel, convenientemente estamos ignorando essas variações

e considerando a totalidade da energia elétrica convertida em intervalo de uma hora. Devido à

linearidade entre a produção de energia e a irradiação horaria, pode-se expressar o valor

acumulado de energia solar ao longo do dia em número de Horas de Sol Pleno (HSP). Essa

grandeza reflete o número de horas em que a irradiância solar deve permanecer constante e

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67

igual a 1kW/m², de forma que a energia resultante seja equivalente à disponibilizada pelo Sol

acumulada ao longo do dia para o local do experimento (CEPEL – CRESESB, 2014).

3.4.6 Cálculo da potência hidráulica diária

O cálculo da potência hidráulica, segundo Fedrizzi, (2003) é efetuado pela Equação 10.

Ph = 2,725 × 𝑄 × HT (10)

Onde:

Q= vazão em m³/h

HT = altura manométrica total (m)

2,725- Representa a constante hidráulica calculada em função da densidade da água e

aceleração da gravidade.

Ph = potência hidráulica do sistema (W)

3.4.7 Cálculo da eficiência dos componentes

Eficiência do painel:

A eficiência do painel fotovoltaico é obtida por meio da Equação 11 segundos

(MOREIRA 2009).

Ƞ𝑝 =E𝑐

Ed × 100 (9)

Onde:

Ƞ𝑝 = eficiência do painel em %;

E𝑐 = energia média consumida pela carga alimentada pelo arranjo (Wh);

E𝑑 = energia média disponibilizada pelo arranjo (Wh)

Eficiência da motobomba:

A eficiência da motobomba é calculada por meio da Equação 12,

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68

Ƞ𝑏 =Ph

PC (10)

Onde:

Ph = potência hidráulica diária (W)

PC = potência consumida pela motobomba (W)

Eficiência global do sistema fotovoltaico de bombeamento:

A eficiência global do sistema fotovoltaico de bombeamento é obtida com auxílio da

Equação13, que é dada pelo produto da eficiência do módulo fotovoltaico pela eficiência da

motobomba.

ȠG =ȠP × Ƞ𝑏

100 (11)

Onde:

ƞg = eficiência do sistema (%)

ƞp = eficiência do painel em %,

ƞb = eficiência da motobomba em %.

3.4.8 Dimensionamento do gerador fotovoltaico

Para efetuar o dimensionamento do gerador fotovoltaico seguiu-se as orientações dadas

de OMER, DAFFALLAH e FADL ALLAH 2010. Este autor levanta a questão de que para

obter o valor da potência solicitada pela carga, o processo de dimensionamento costuma

acontecer em um ambiente de muita incerteza, tanto da demanda de água, quanto das

características do poço e da irradiância solar. Desta forma, estabelecem um método

simplificado, que propõe uma simples fórmula aritmética que pode ser usada para determinar o

valor aproximado da potência nominal do Painel fotovoltaico, conforme Equação 14.

PNOM =(11,6× HT× 𝑄𝐷𝐼𝐴 )

𝐼

(12)

Onde:

PNOM = potência nominal do arranjo fotovoltaico Wp

𝑄𝐷𝐼𝐴 = vazão diária m³/dia

HT = altura manométrica total em m

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69

I = Irradiação solar diária média KWh/m².dia

O painel fotovoltaico é formado de módulos de Silício monocristalino de 70 Wp. Esta é

a potência que o fabricante estabelece sob condições de irradiância de 1kW/m², a uma

temperatura de 25°C, AM = 1,5. Para efeito de cálculo utilizou-se 80% do valor nominal da

potência do painel. O número total de painéis necessários para o arranjo é obtido por meio pela

Equação 15.

N = PNOM

PPAINEL

(13)

Onde:

PNOM = potência nominal do arranjo fotovoltaico Wp

Ppainel = potência do painel Wp

N = número de painéis

3.4.9 Montagem do experimento

Neste item são descritos e ilustrados os componentes do experimento montado conforme

apresenta a Figura 35, gerador fotovoltaico, a saber: Caixa d’água, poço, motobomba, painel e

acessórios de cada um destes itens, bem como os dispositivos de medição e registro.

Figura 35 – Montagem dos equipamentos do experimento

Fonte: Própria

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70

a) Caixa d´água

Reservatório de polietileno, marca Fortlev, com capacidade de 2500 litros é suportada

por uma estrutura de madeira instalada a 5 metros de altura, como pode se ver na Figura 36. A

água proveniente da motobomba abastece a caixa d´água por meio de um tubo de PVC de ½

(12,7mm). A altura do solo até o ponto de entrada da água é de 6 m.

Figura 36 – Caixa d’agua sobre estrutura de madeira

Fonte: Própria

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71

b) Poço

Localizado embaixo da caixa d´água, com profundidade de 18m. Apresenta em

Janeiro/2016, o nível estático do lençol d´água a 7,60 metros de profundidade. A Figura 37,

identifica o cabo de energia, a corda de segurança e a mangueira flexível, itens que ligam a

motobomba a demais partes do sistema.

Figura 37- O poço com o cabo de alimentação de energia, mangueira flexível de ½” e corda de segurança

Fonte: Própria

Com a finalidade de aferir a capacidade de produção de água do poço, realizou-se um

pré-teste de produção de curta duração (6 horas), já que não existiam dados anteriores com

respeito da capacidade do mini poço. O pré-teste foi realizado utilizando uma bomba de

capacidade de bombeamento muito maior que a bomba do experimento. Os resultados

permitiram constatar que, apesar do maior volume de água retirado, não se observou

esgotamento ou mesmo redução da água retirada, o que leva a concluir, que no período do teste,

o poço comporta o bombeamento com o sistema sob estudo.

c) Motobomba

Foi instalada em conformidade com as orientações do fabricante, a 17m de profundidade

(distante a 1m do fundo do poço), suspensa e estabilizada por uma corda de segurança de nylon,

amarrada, na outra ponta, a um suporte na superfície. A alimentação elétrica é feita por meio

de cabos tipo PP, bitola 2,5mm², indicação do fabricante. Vale destacar, que a bitola utilizada

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para os cabos, tem capacidade bem superior à corrente a ser transportada, já considerado

comprimento total dos condutores. Portanto, estando em conformidade com o estabelecido na

NBR 5410-2004. A água bombeada é elevada ao reservatório por meio de uma mangueira de

½ polegada (12,7mm), passando, antes, pelo hidrômetro para medição da vazão. O cabo de

energia PP, a mangueira e a corda foram unidos por várias abraçadeiras, distanciadas a 1m uma

da outra, para facilitar a eventual retirada da motobomba em caso de manutenção.

d) Boia de nível

A chave boia reguladora de nível é instalada no reservatório, junto ao ponto de entrada

da água. Sua regulagem foi ajustada para acionar a motobomba quando da ocorrência da menor

variação do nível do reservatório for percebida. Isso significa que se não houver radiação

suficiente o reservatório estará cheio para suprir a necessidade de consumo da edificação. Na

Figura 38, estão identificados os componentes da chave-boia.

Figura 38- Chave boia

Fonte: http://www.fame.com.br

e) Painel solar

Segundo Villaba & Grazoli (2012), para o melhor aproveitamento da radiação solar,

procurou-se ajustar o ângulo de inclinação do módulo em relação ao solo, calculando a altura

de fixação (Z) em função do ângulo calculado (α), do comprimento do módulo (L), ou a

distância (X), indicado na Figura 39, este método é apresentado por.

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73

Para o painel SP70 L=120cm, localizado na latitude sul -12,560°, assim α = 12°,

conforme apresentado na Tabela 4.

Tabela 4 - Ângulo de inclinação para diversas faixas de latitude geográfica

Latitude Geográfica do local Angulo de Inclinação recomendado

0° a 10° α = 10° 11° a 20° α = latitude

21° a 30° α = latitude +5°

31° a 40° α = latitude + 10°

41° α = latitude + 15°

Fonte: (VILLABA e GRAZOLI 2012)

Tem-se que a altura do painel é dada pelo seno do ângulo de inclinação do painel (Z =

L. sin 𝛼), e (X= L.cos 𝛼) o cosseno.

Figura 39: Dimensões e módulo de instalação do módulo

Fonte: (VILLABA e GRAZOLI 2012)

Foram instalados 3 módulos fotovoltaicos no alto da edificação, na laje da sacada, sobre

uma estrutura metálica, orientados para o Norte, inclinados a um ângulo de 12º graus,

apresentado pela Figura 40.

Para efeito de instalação adotamos o Norte Geográfico, admitindo o erro de direção.

Para cada região existe um ângulo de correção, que depende da localização geográfica, com o

tempo as linhas magnéticas da terra vão mudando de posição (VILLABA e GRAZOLI 2012).

Figura 40 – Painel solar instalado sobre a lage da sacada

Fonte: Própria

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74

Os painéis ligados em paralelo, a 12 V, então distantes 17 metros da motobomba e sua

ligação seguiu as instruções do fabricante da motobomba.

O quadro de medição está localizado a 10 metros dos painéis, e a ligação elétrica foi

realizada com cabo PP de duas vias e bitola 2,5mm².

f) Medição da temperatura dos módulos

Sobre um dos painéis fotovoltaicos foram instalados 2 sensores de temperatura,

apresentados pelas Figura 41 e Figura 42.

A Figura 4141 mostra a estação meteorológica e o sensor remoto da estação, da marca

Instrutemp, modelo ITWH-1280.

Figura 41 - Estação meteorológica e o sensor de temperatura ambiente

Fonte: Própria

A Figura 42 mostras, o sensor de temperatura (DS1820) aferido pelo fabricante, ligado

por meio de um cabo de telecomunicações, de 2 pares de fios, diretamente à placa de aquisição

de dados instalada no quadro de medições.

Figura 42 – Sensor de temperatura DS1820

Fonte: Própria

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75

g) Medição da vazão da água

Foi instalado o hidrômetro, mostrado na Figura 43 no quadro de medições e seu sensor

de vazão ligado à placa de aquisição de dados.

Figura 43 - Hidrômetro com sensor

Fonte: Própria

h) Quadro de medições

É o ponto de convergência de todas as variáveis a serem mensuradas no experimento.

Consiste de um disjuntor monopolar de 10A, ligado na entrada do polo positivo do cabo de

alimentação dos painéis fotovoltaicos, e objetiva a proteção do sistema bem como seu

acionamento. Registra-se, que nos estudos aqui apresentados não foi utilizado um disjuntor

especifico DC, para uso em sistemas fotovoltaicos, devido à inexistência deste item na cidade

e o tempo necessário para que seja adquirido de outros centros urbanos. Todavia, esta medida

deverá ser implementada, de maneira a assegurar a devida proteção ao sistema de

bombeamento. Presentes também no quadro de medições o hidrômetro, conectores e cabos

elétricos e a placa de aquisição de dados a

Figura 44 mostra a disposição dos equipamentos no quadro.

Figura 44 - Quadro com equipamentos de medições.

Fonte: Própria

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76

3.4.10 Medição

As medições das grandezas monitoradas foram feitas com auxílio de uma placa de

aquisição, conforme ilustra a Figura 45.

Figura 45 - Placa de aquisição de dados

Fonte: Cerne- www.cerne-tec.com.br

Nesta placa estão identificadas as diversas portas de entrada e saída de dados e

alimentação.

A placa de aquisição de dados é composta de uma entrada DC para medir a tensão de 0

a 30V, uma entrada de corrente de 0 a 5 A, um sensor de temperatura e uma entrada digital para

um sensor do hidrômetro. Os dados mensurados serão armazenados em um cartão de memória,

em arquivo texto (.txt) com os dados referentes a tensão, corrente, temperatura e vazão.

Os dados coletados foram posteriormente transportados para softwares como Excel.

As leituras realizadas de 15 em 15 segundos, reduzidas a intervalos de 15 minutos por

m média simples, para plotagem dos gráficos.

Os gráficos levantados foram da tensão, corrente, temperatura da placa, vazão, potência

consumida em função do tempo em que houve bombeamento, e o gráfico da potência

consumida em função da vazão.

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77

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Este Capítulo apresenta os resultados e as análises alcançados nos estudos, das

grandezas monitoradas de forma a avaliar o desempenho do sistema implantado.

As leituras das grandezas monitoradas tensão, corrente, vazão e temperatura do painel e

temperatura ambiente durante os quatros dias de monitoramento do sistema, escolhidos para

análise, estão disponíveis no APÊNDICE A.

Os dias monitorados mantiveram condições climáticas semelhantes: dias encobertos,

muito nebulosos, com chuvas ocasionais e com o sol aparecendo no final da tarde.

Estas condições, apesar de parecerem adversas, favoreceram a observação do sistema

de bombeamento em situações críticas, quando há baixa disponibilidade de radiação.

4.1 Determinação dos dados do sistema de bombeamento

Utilizamos os dados coletados e os da irradiação solar que foi obtido do programa

SUNDATA, apresentada anteriormente no Quadro 1 na página 57, para analisar os fatores

observados no experimento.

4.1.1 Dimensionamento do sistema de bombeamento

a) Calculo do consumo diário (Cd) (litros/dia)

𝐶𝑑 = 𝑃 × 𝑞

𝑞 = 100

𝑃 = 4

𝐶𝑑 = 400 l/𝑑𝑖𝑎

b) Altura manométrica (HM) (m)

𝐻M = H1 + H2 + H3 + PCT

𝐻M = 31,686 (m. c. a)

PCT = DT × J

PCT = 0,03674(m)

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78

J = 8,69 × 106 × Q1,75 × d−4,75

Δh = (36 x Q)2/ (Qmax) 2(kPa);

Seguindo o detalhe simétrico apresentado no item 3.4.3, o comprimento da tubulação

será determinado calculando as perdas nos 3 cotovelos de 90°, no hidrômetro e no total

comprimento da tubulação. As perdas calculadas para as conexões e hidrômetro seguiram os

critérios da NBR5626:1998 (tabela A.3, item A.2 e item A.2.4 da referida norma).

H1= 6(m)

H2 = 7,65(m)

H3 = 18 (m)

DT =35,989 (m);

J = 1,0209 x 10−3 (m/m)

d = 17(mm) diâmetro interno da tubulação de ½”

Q = 400 (l/dia) = 0,4 (m³/dia) = 16,66(l/h) = 0,016m³/h

Δh = 0,0399(m)

c) Cálculo da potência hidráulica (Ph)

Ph = 2,725 × 𝑄 × HT

Ph = 1006,775 𝑊

Q = 0,4 m³/dia

HT = 31,686 (m)

d) Dimensionamento do gerador fotovoltaico (PNOM)

PNOM =(11,6× HT× 𝑄𝐷𝐼𝐴 )

𝐼

PNOM = 30,629 Wp

𝑄𝐷𝐼𝐴 = 0,4 m³/dia

HT= 31,686 m

I = 4,8 kWh/m².dia

N° paineis = 30,629 Wp

56Wp= 0,54

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79

Devido à painel não ser novo, no dimensionamento anterior, foi considerada apenas

80% da sua potência nominal (70 × 0,8 = 56Wp).

De acordo com os cálculos apresentados, constatou-se que apenas um painel de 1 70

Wp seria necessário para atender a demanda de 4 pessoas, conforme estabelecido neste trabalho.

Todavia, considerando que: recomendações sobre este tipo de bombeamento indicam ser

interessante prever pelo menos o suprimento para três dias; que encontravam-se disponíveis

para instalação 03 painéis fotovoltaicos e ainda, que a bomba existente possui capacidade de

bombeamento superior, optou-se por dimensionar o sistema utilizando todos estes materiais e

inclusive a previsão de demanda maior de água para uso em irrigação no próprio local.

Com o objetivo de aproveitar melhor a capacidade da motobomba o sistema foi

dimensionado para uma vazão de 2000 l/dia. Desta forma a potência nominal do arranjo

instalado na edificação passa para:

PNOM = 153,15 Wp

𝑄𝐷𝐼𝐴 = 2,0 m³/dia

HT = 31,686 m

I = 4,8 kWh/m².dia

N° paineis = 153,15 Wp

56Wp= 2,74

O que significa que para bombear 2000l/dia o sistema necessita de 3 painéis solares,

mantendo a mesma altura manométrica e mesma motobomba.

e) Cálculo da energia disponível (Ed) e da energia consumida ( Ec) pelo sistema com três

painéis

Os dimensionamentos a seguir são realizados em consonância com a formulação

matemática estabelecido no capítulo 3.

Ed = R𝑡 × t

E𝐝 = 43,545 kWh

R𝑡 = Rs × A

R𝒕 = 9,072 kWh

A=1,89 m² (três painéis)

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80

t = (HSP) 4,8 (h);

HSP = 4,8kWh/m²dia

1kW/m²dia = 4,8h

R𝑠 = 4,8 kWh/m².dia;(irradiação solar diária média mensal obtida do Quadro 1 p.56)

f) Eficiência do painel (ƞp) calculado para as condições do dia 01-03-2016:

A potência consumida pela carga tem o comportamento da Figura 46, traço sólido.

Tendo em vista a necessidade de integralização da energia no período, foi determinada uma

curva que represente a mesma - linha de tendência, apresentada pontilhada na mesma figura. A

integral desta curva expressa o valor consumido pela carga.

Figura 46 – Potência demandada pela carga em 01-03-2016

Fonte: Própria

A energia consumida é dada pela integral da equação, gerada pela curva de tendência

apresentada na Figura 46. Para o intervalo de tempo 6,75 horas a 16,25 horas, no dia 01-03-

2016 é igual a 349,941Wh.

Ƞ𝑝 =E𝑐

Ed × 100

Ƞ𝑝 = 0,38 %

E𝑐 = 349,941 x 4,8

Ec =1678,72 Wh

y = -0,0309x2 + 0,9697x + 21,257

R² = 0,760

5

10

15

20

25

30

35

6:4

5:0

0

7:1

5:0

0

7:4

5:0

0

8:1

5:0

0

8:4

5:0

0

9:1

5:0

0

9:4

5:0

0

10

:15

:00

10

:45

:00

11

:15

:00

11

:45

:00

12

:15

:00

12

:45

:00

13

:15

:00

13

:45

:00

14

:15

:00

14

:45

:00

15

:15

:00

15

:45

:00

16

:15

:00

16

:45

:00

Po

tên

cia

(W)

hora

Potência demandada01-03-2016

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81

E𝑑 = 43,545 kWh

g) Eficiência da motobomba (ƞb) calculado para os dados obtidos no dia 01-03-2016:

Ƞ𝑏 =Ph

PC × 100

Ƞ𝑏 = 2,24 %

Ph = 7,840 W

PC = 349,941 W

Ph = 2,725 × 𝑄 × HT

Q= 2210 l/dia = 0,0908m³/h

HT = 31,686 (m)

h) Eficiência global do sistema (ƞG) fotovoltaico de bombeamento calculado para o dia

01-03-2016

ȠG =ȠP × Ƞ𝑏

100

ȠG = 0.85 % Ƞ𝑏 = 2,24 %

Ƞ𝑝 = 0,38 %

4.1.2 Simulação do painel fotovoltaico

Os gráficos obtidos através do PSIM mostram o comportamento do painel utilizado no

experimento, sob uma radiação de 1000W/m² e temperatura de 25°C, valores padrão de ensaio,

assim podemos obter o comportamento da corrente em função da tensão e potência em função

tensão, para painel SP70, como mostra a

A Tabela 7, apresenta os dados fornecidos pelo fabricante do painel com os resultados

obtidos com a simulação. Nota-se que os dados obtidos via simulação apresentam-se com

pequena diferença em relação aos dados do fabricante, notadamente da tensão elétrica.

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Figura 47 – Simulação do painel SP70 no PSIM physical mode utility

Fonte: Própria

Tabela 5: Tabela comparativa entre valores fornecido pelo fabricante do painel SP70 e simulação no PSIM

Fonte: Própria

4.1.3 Tensão em função do tempo

A Figura 47,48,49, e 50 mostram, a geração de tensão pelo painel no decorrer do dia.

Parâmetros Dados fornecido pelo

fabricante

Dados resultantes da

simulação

Pmax 70 (W) 72,52 (W)

Vmax 21,4 (V) 16,52 (V)

Imax 4,7 (A) 4,37(A)

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83

A geração começa às 6:45 da manhã e começa a declinar por volta 16:45, percebe-se

que no horário onde ocorreu chuva houve um afundamento no gráfico, a tensão praticamente

zera. A tensão só se estabelece com mais regularidade a partir das 7:00 h e seu declínio acontece

cerca das 16:00h quando a sombra da edificação ao lado atinge os painéis.

Figura 48 – Gráfico da tensão em função do tempo no dia 01-03-2016

Fonte: Própria

Figura 49 - Gráfico da tensão em função do tempo no dia 02-03-2016

Fonte: Própria

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Figura 50 - Gráfico da tensão em função do tempo no dia 03-03-2016

Fonte: Própria

Figura 51 - Gráfico da tensão em função do tempo no dia 04-03-2016

Fonte: Própria

4.1.4 Teste de capacidade do poço

Para verificar a capacidade de suprimento do poço, foi feito um teste de capacidade

realizado no período de seca – mais crítico, no dia 22 – 09 – 2015. Para tanto, utilizou-se uma

bomba injetora de 1,5cv, e a vazão aferida por meio do manômetro que já vem acoplada,

ajustando em 20 m.c.a,. Com este ajuste obteve-se uma vazão bombeada de 1.176 L/h.

A seguir, com essa condição operativa da bomba, foi efetuada a medição do nível do

poço a cada 60 minutos, registrando a altura na lamina de agua. Para estas medições do estático

e dinâmico do mini poço utilizou-se uma vara de alumínio graduada.

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85

O nível estático do poço, no início do teste, apresentava-se em 7,66 metros e durante as

6 horas de bombeamento, conforme mostra a Tabela 6, alcançou-se seu nível dinâmico de

0,05m por hora. Ao desligar o equipamento o nível volta imediatamente à posição inicial.

Tabela 6 - Leituras do nível dinâmico do teste realizado no mini poço

Nº de Leituras Hora Nível dinâmico (Metros)

1 11:00 a 12:00 7,70

2 12:00 a 13:00 7,71

3 13:00 a 14:00 7,70

4 14:00 a 15:00 7,66

5 15:00 a 16:00 7,63

6 16:00 a 17:00 7,61

Fonte: Própria

Com o teste realizado, cuja vazão adotada é superior ao que será utilizada na pesquisa,

constatou-se que a variação do nível da água do poço sofreu uma redução pouco representativa,

além do fato de que a disponibilidade de água não sofreu alteração. Desta forma, pode-se

concluir que o poço em questão tem capacidade de suprir água nas condições estabelecidas.

4.1.5 Volume bombeado

Os gráficos das Figuras 51,52,53, e 54 apresentam o bombeamento acumulado a cada

15 minutos pela motobomba durante o dia.

A chuva típica do verão na região, que ocorreu no meio do dia, ocasionou a interrupção

do bombeamento, apresentado no gráfico do dia 02-03-2016.

Figura 52 - Gráfico da vazão integralizada a cada 15minutos em função do tempo no dia 01-03-2016

Fonte: Própria

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Figura 53 - Gráfico da vazão integralizada a cada 15minutos em função do tempo no dia 02-03-2016

Fonte: Própria

Figura 54 - Gráfico da vazão integralizada a cada 15minutos em função do tempo no dia 03-03-2016

Fonte: Própria

Figura 55 - Gráfico da vazão integralizada a cada 15minutos em função do tempo no dia 04-03-2016

Fonte: Própria

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87

4.1.6 Temperatura do painel

A temperatura permaneceu relativamente entre 30°C e 70°C, atribui-se a esse

comportamento ao dado climático do dia, encoberto e com pancadas de chuvas, como mostra

as Figuras 56. 57, 58 e 59.

Figura 56- Gráfico da temperatura no painel FV em função da hora do dia 01-03-2016

Fonte: Própria

Figura 57- Gráfico da Temperatura no painel FV em função da hora do dia 02-03-2016

Fonte: Própria

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Figura 58- Gráfico da temperatura no painel FV em função da hora do dia 03-03-2016

Fonte: Própria

Figura 59- Gráfico da temperatura no painel FV em função da hora do dia 04-03-2016

Fonte: Própria

4.1.7 Potência demandada em função do volume bombeado

A Figura 61, 60, 61 e 62 apresentam a potência consumida em Watts (W) em função da

Vazão em litros (l), para os dias de monitoramento escolhidos para análise. As grandezas

Potência e vazão são representadas segue a tendência de linearidade para mais de 99% dos

pontos levantados

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Figura 60– Gráfico da Potência demandada em função da Vazão no dia 01-03-2016

Fonte: Própria

Figura 61 – Gráfico da Potência demandada em função da Vazão no dia 02-03-2016

Fonte: Própria

Figura 62– Gráfico da Potência demandada em função da Vazão no dia 03-03-2016

Fonte: Própria

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Figura 63 - Gráfico da Potência demandada em função da Vazão no dia 04-03-2016

Fonte: Própria

4.1.8 Temperatura ambiente

O monitoramento da temperatura ambiente foi efetuado com é o sensor remoto da

estação meteorológica sem fio, marca Instrutemp, modelo ITWH-128, para o dia 02-04-2016,

das 7:30 às 17:30h conforme apresenta a Tabela 7.

Tabela 7 – Temperatura ambiente do dia 02-03-2016

Hora Temperatura ambiente °C

7:30 27,0

8:00 27,6

8:30 28,1

9:00 28,7

9:30 29,1

10:00 29,5

10:30 29,6

11:00 30,1

11:30 30,3

12:00 30,5

12:30 30,6

13:00 30,5

13:30 30,5

14:00 30,8

14:30 11:30

15:00 30,8

15:30 30,7

16:00 30,8

16:30 30,9

17:00 30,9

17:30 31,0

Fonte: Própria

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91

4.1.9 Relação Custo x Benefíco – Payback

O sistema implantado na residência, com suprimento da concessionaria local, consistia

de uma bomba CA, 1,5 CV, do tipo centrífuga injetora, com uma capacidade de bombeamento

de 2,2 m³/h.

O novo sistema implantado, não tem custo operacional, em termos de consumo de

energia elétrica, no entanto, tem o custo inicial para sua implantação.

A Tabela 8 apresenta os custos com energia elétrica para duas situações: consumo de

água de 400 litros e consumo de água de 2000 litros. Nas condições de operação, para a primeira

situação o custo anual é de R$50,05 e para 2000 litros, R$ 250,26.

Tabela 8 – Valores relativo ao sistema convencional, utilizando bomba injetora de 1,5CV

Custo do consumo de água com o sistema convencional

- Volume diário bombeado a ser analisado 400 2.000 Litros

- Preço da Energia (R$/KW/h) com impostos R$ 0,69 R$ 0,69 R$/KWh

- Capacidade de Sucção (a 18m profundidade) 2.220 2.220 L/h

- Consumo, em W, da Bomba Centrífuga (1,5 CV) 1,103 1,103 KW

- Tempo necessário para bombear o volume d´água necessário... 0,18 0,90 h

Custo de Energia para bombear o volume necessário R$ 50,05 R$ 250,26 Anual

Fonte: Própria

O tempo para que a economia proporcionada pelo sistema fotovoltaico compense o

investimento é determinado pelo denominado “Payback Simples” (PB), determinada conforme

Equação 1514. Para isto calcularam-se os valores aproximados do investimento dos dois

sistemas: o que utilizava bomba injetora centrífuga CA e o atual, com bomba CC alimentada

diretamente pelo painel solar. Os valores podem ser vistos na Tabela 9 e Tabela 10.

Tabela 9 – Investimentos com o sistema dotado de bomba centrífuga - concessionária

Investimento bomba Centrífuga, injetora R$/Und Qtd Total R$

- 01 Bomba Centrífuga, injetora, 1.5CV 1500,00 1 1500,00

- Cano PVC 1 1/4" (entrada / sucção) (barra de 6 m) 25,00 3 75,00

- Cano PVC 1" (saída da bomba até o reservatório) (Barra de 6m) 20,00 1 20,00

- Cano PVC 1" (retorno / injetor) (Barra de 6m) 20,00 3 60,00

- Conexões e materiais diversos 5,00 4 20,00

Total R$ 1.675,00

Fonte: Própria

PB =Investimento

ganho no período

(14)

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92

Tabela 10 - Investimentos com o sistema dotado de bomba volumétrica CC – mercado local

Investimento bomba CC (fotovoltaica): R$ /Und Qtd Total R$

- 01 Bomba cc 12V/24V 1900,00 1 1900,00

- Cabo PP 2x1,5mm 2,50 20 50,00

- Mangueira silicone 1/2" 4,00 18 72,00

- Cano PVC 1/2" (boca do poço até entrada reservatório) 10,00 1 10,00

- Conexões e materiais diversos 5,00 2 10,00

- Corda nylon 8mm 1,90 20 38,00

- Conector par 29,00 2 58,00

- Painel Fotovoltaico 250 Wp (o mais próximo do utilizado encontrado no mercado)

1.069,00 1 1069,00

- Estrutura de instalação dos Painéis 250,00 1 250,00

Total R$ 3.457,00

Fonte: Própria

Os materiais mostrados na tabela anterior podem ser adquiridos por importação direta,

com um custo final de cerca de 50% do valor considerado neste projeto, implicando numa

redução direta do prazo de retorno do investimento. Nesta pesquisa não foi adotada esta

alternativa devido ao tempo necessário para concretizar a importação. Apesar disso, e

considerando que o objetivo é oferecer para as comunidades que precisam deste tipo de sistemas

alternativos, para os cálculos de Pay Back, foram utilizados valores correspondentes a

equipamentos e materiais importados.

Na Tabela 11, apresentamos o custo do sistema para o sistema CC com a mesma bomba

importada, considerando um valor aproximado de R$ 1.000,00 reais, incluindo valor de frete e

impostos para uma unidade.

Tabela 11 - Investimentos dos sistemas com bomba volumétrica CC - via importação, (custo aproximado)

Investimento bomba CC (fotovoltaica): R$ unit Qtd Total R$

- 01 Bomba cc 12V/24V 1.000,00 1 1.000,00

- Cabo PP 2x1,5mm 2,50 20 50,00

- Mangueira silicone 1/2" 4,00 18 72,00

- Cano PVC 1/2" (boca do poço até entrada reservatório) 10,00 1 10,00

- Conexões e materiais diversos 5,00 2 10,00

- Corda nylon 8mm 1,90 20 38,00

- Conector par 29,00 2 58,00

- Painel Fotovoltaico 250 Wp 1.069,00 1 1.069,00

- Estrutura de instalação dos Painéis 250,00 1 250,00

Total R$ 2.557,00

Fonte: Própria

A seguir, apresentam-se os cálculos do Pay Back para as três alternativas anteriormente

apresentadas. Ressalta-se, que a alternativa de bombeamento de 400 litros/dia é apresentada

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93

apenas para fins de comparação, mas que não foi objeto de implantação no estudo apresentado

neste documento.

a) Análise para volume bombeado de 400 l/dia, motobomba adquirida no mercado

local

Diferença entre os investimentos R$ 2.713,00 (Bomba CC a maior)

Investimento R$ 2.713,00

Ganho período R$ 50,05

PB = 54 anos

b) Análise para volume bombeado de 2000 l/dia, motobomba adquirida no mercado

local

Diferença entre os investimentos R$ 1.782,00 (Bomba CC a maior)

Investimento R$ 1.782,00

Ganho período R$ 250,26

PB = 7 anos

c) Análise para volume bombeado de 2000 l/dia, motobomba importada

Diferença entre os investimentos R$ 882,00 (Bomba CC a maior)

Investimento R$ 882,00

Ganho período R$ 250,26

PB = 4 anos

Os resultados encontrados, de per si, indicam a viabilidade ou não de cada uma das

opções mostradas. Vale também destacar, a aquisição da motobomba, que representa o maior

valor do investimento, foi adquirido no mercado local em um período com a cotação do dólar

bastante elevado (aproximadamente R$3,8/$US). Desta forma, com a realidade atual e

tendência de queda da moeda estrangeira, a importação da bomba e acessórios tornar-se-á ainda

mais atrativa.

Quando analisamos o sistema implantado com um volume bombeado maior (2000 l/dia)

e motobomba importada (R$ 1000,00) temos um retorno de capital em 4 anos, o que torna o

investimento bastante atrativo.

À luz dos resultados alcançados, é importante registrar que em se tratando de um insumo

indispensável para o ser humano, o importante mesmo é assegurar o suprimento de água.

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94

Evidentemente, quanto menor for o custo de implantação para assegurar o abastecimento, maior

o atrativo para a população.

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95

5 CONCLUSÃO

O município de Sinop ainda possui um grande número de pessoas que usam da água de

poços para o abastecimento de suas residências. É notório que muito já se fez, mas muito ainda

precisa ser feito para que a população que não tem acesso a água tratada possa ter a comodidade,

o conforto e a saúde provida por este bem natural. Foi com intuito de oportunizar uma solução

que foi estudado este sistema de bombeamento fotovoltaico autônomo.

A implantação do sistema fotovoltaico autônomo de bombeamento dotado de uma

bomba CC, ligada diretamente ao painel solar, apresentou um volume de água bombeada

satisfatório para a finalidade pretendida, ou seja, o abastecimento de uma casa com quatro

moradores, eliminando assim a dependência da concessionária de abastecimento de água e de

energia elétrica.

O estudo foi realizado no verão, onde o céu está, em grande parte do dia, coberto por

nuvens e com índices de irradiação solar baixo. Em um único dia de bombeamento obteve-se o

necessário para mais de três dias de suprimento de água estimado para a edificação.

O dia 01-03-2016 escolhido para ser analisado, dia de céu encoberto e com chuvas

ocasionais, vazão de 2210 (l/dia), apresentou rendimento: do sistema de 0,85%, dos painéis de

0,38%, e para a motobomba de 2,24%.

Observa-se que o sistema trabalhou fora da faixa de máxima potência uma vez que não

se utilizou nenhum equipamento que otimiza-se a utilização da energia produzida pelos painéis,

o que pode justificar o baixo rendimento. O uso de equipamentos como controlador e bateria

elevaria o custo da instalação fugindo do objetivo de buscar o menor custo de implantação.

O retorno apurado de 54 anos em relação ao sistema que utilizava a rede de energia

convencional, levando em consideração a energia elétrica, entende-se torna inviável

economicamente a implantação do sistema, isto, sob o ponto de vista financeiro.

Entretanto, e conforme apresentado, se a motobomba fosse adquirida do mercado

externo e se trabalharmos um bombeamento de 2000 l/dia o retorno passaria a 4 anos, aceitável

para esta tecnologia.

A busca de economia de energia elétrica e a facilidade de abastecimento da água por

meio do sistema estudado, contudo, não dispensa o uso consciente e racional deste recurso

natural finito.

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96

Pensando em melhorias futuras para este tipo de sistema, sugere-se estudar o uso de um

controlador de carga e bateria para conhecer o comportamento do conjunto e verificar a melhora

do rendimento do sistema.

Por se tratar de uso doméstico estudar um sistema de tratamento da água buscando uma

melhoria da qualidade da água é relevante, uma vez que o município não possui rede de esgoto.

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100

APÊNDICE A

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101

APÊNDICE A – Leituras dos quatro dias de monitoramento do sistema de

bombeamento fotovoltaico

Datalogger - Registro do dia 01/03/2016

Dados Climáticos: Dia ensolarado, não choveu, depois das 16h00 o céu ficou encoberto

Hora Inic.: 6:30:00 Hidrômetro Inicial.: 14.966

Hora Fim: 17:00:00 Hidrômetro Final.: 17.179

Total Horas: 10:30:00 Vazão Hidrômetro (L): 2.213

Amostras com Leituras a cada 15 minutos (Média) Vazão integralizada

Hora Tensão (V) Corrente (A) Temp.Placa (°C) Potência (W) a cada 15min

6:45:00 11,13 1,56 32,15 17,55 38,00

7:00:00 14,57 1,69 42,40 24,64 54,00

7:15:00 15,80 1,70 44,37 26,93 61,00

7:30:00 16,25 1,68 41,32 27,26 61,00

7:45:00 16,35 1,70 42,22 27,72 63,00

8:00:00 16,69 1,74 43,83 29,09 63,00

8:15:00 16,71 1,70 47,10 28,47 64,00

8:30:00 16,81 1,71 47,29 28,78 64,00

8:45:00 16,92 1,66 56,56 28,06 64,00

9:00:00 16,59 1,65 60,10 27,41 63,00

9:15:00 16,50 1,62 62,80 26,78 62,00

9:30:00 16,47 1,69 64,29 27,82 62,00

9:45:00 16,39 1,64 66,20 26,82 62,00

10:00:00 16,36 1,68 67,16 27,42 61,00

10:15:00 16,37 1,64 68,98 26,92 61,00

10:30:00 15,84 1,67 68,56 26,46 59,00

10:45:00 15,04 1,61 58,28 24,26 56,00

11:00:00 15,67 1,63 58,21 25,49 57,00

11:15:00 14,48 1,63 51,57 23,58 53,00

11:30:00 15,65 1,65 58,30 25,84 58,00

11:45:00 16,15 1,63 70,07 26,39 60,00

12:00:00 16,01 1,61 75,41 25,80 59,00

12:15:00 15,82 1,63 73,66 25,79 59,00

12:30:00 15,74 1,64 75,51 25,88 59,00

12:45:00 15,70 1,63 68,62 25,53 59,00

13:00:00 15,83 1,69 67,16 26,77 59,00

13:15:00 16,05 1,66 68,70 26,60 60,00

13:30:00 16,14 1,59 66,84 25,70 60,00

13:45:00 16,00 1,63 68,63 26,04 60,00

14:00:00 14,84 1,60 59,74 23,86 55,00

14:15:00 15,99 1,65 64,10 26,35 60,00

14:30:00 15,35 1,61 64,01 24,83 57,00

14:45:00 13,86 1,61 52,49 22,57 51,00

15:00:00 15,49 1,62 56,03 25,09 58,00

15:15:00 13,44 1,59 46,65 21,41 48,00

15:30:00 11,15 1,51 41,92 16,79 39,00

15:45:00 10,08 1,48 39,96 14,92 34,00

16:00:00 11,58 1,53 39,87 17,76 40,00

16:15:00 11,05 1,51 39,41 16,73 39,00

16:30:00 3,78 1,28 37,97 5,13 8,00

16:45:00 1,08 0,66 35,53 0,73 0,00

17:00:00 0,97 0,58 33,95 0,57 0,00

Vazão Acumulada no dia (l): 2210

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102

Datalogger - Registro do dia 02/03/2016

Dados Climáticos: Dia encoberto, chuvoso, depois das 16h 00 o sol apareceu.

Hora Inic.: 6:30:00 Hidrômetro Inicial.: 17.179

Hora Fim: 17:30:00 Hidrômetro Final..: 18.502

Total Horas: 11:00:00 Vazão Hidrômetro (L): 1.323

Amostras com Leituras a cada 15 minutos (Média) Vazão integralizada

Hora 15min Corrente (A) Temp.Placa (°C) Potência (W) a cada 15min

6:45:00 0,79 0,37 23,50 0,30 0,00

7:00:00 1,04 0,55 23,94 0,58 0,00

7:15:00 1,40 0,78 24,42 1,09 0,00

7:30:00 1,61 0,96 24,89 1,58 0,00

7:45:00 2,28 1,49 25,74 3,45 0,00

8:00:00 14,63 1,69 27,31 24,49 53,00

8:15:00 15,90 1,69 28,86 26,97 58,00

8:30:00 15,96 1,62 29,43 25,80 60,00

8:45:00 16,55 1,63 30,38 27,01 62,00

9:00:00 16,76 1,68 32,74 28,16 63,00

9:15:00 16,61 1,66 33,43 27,64 63,00

9:30:00 15,84 1,64 32,96 25,90 60,00

9:45:00 6,16 1,19 29,21 9,20 20,00

10:00:00 1,48 0,90 25,71 1,35 0,00

10:15:00 1,75 1,18 24,71 2,10 0,00

10:30:00 1,59 1,13 24,51 1,85 0,00

10:45:00 0,91 0,63 23,53 0,58 0,00

11:00:00 0,83 0,55 23,54 0,45 0,00

11:15:00 0,93 0,62 23,39 0,57 0,00

11:30:00 0,85 0,56 23,48 0,48 0,00

11:45:00 1,11 0,74 23,80 0,83 0,00

12:00:00 1,52 1,06 24,15 1,62 0,00

12:15:00 3,40 1,56 24,71 5,39 4,00

12:30:00 15,50 1,69 25,82 26,23 57,00

12:45:00 16,19 1,63 26,69 26,33 60,00

13:00:00 16,09 1,66 27,18 26,65 61,00

13:15:00 16,21 1,62 27,72 26,30 61,00

13:30:00 16,40 1,67 28,07 27,38 62,00

13:45:00 16,59 1,65 28,95 27,36 63,00

14:00:00 16,61 1,63 30,86 27,15 63,00

14:15:00 16,69 1,65 33,97 27,63 63,00

14:30:00 16,49 1,62 36,51 26,67 63,00

14:45:00 16,54 1,61 37,88 26,69 63,00

15:00:00 16,24 1,62 36,98 26,33 62,00

15:15:00 16,39 1,66 37,45 27,24 62,00

15:30:00 16,30 1,70 38,67 27,62 62,00

15:45:00 11,06 1,50 38,99 17,04 40,00

16:00:00 6,82 1,38 36,64 9,40 21,00

16:15:00 5,70 1,35 34,94 7,69 16,00

16:30:00 1,62 1,06 32,47 1,74 0,00

16:45:00 1,31 0,81 29,71 1,07 0,00

17:00:00 1,25 0,76 28,45 0,96 0,00

Vazão Acumulada no dia (l): 1322

Page 103: GRAZIELA ESTEVES MAGALHÃES200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/257.pdf · In Sinop-MT municipality region is common to use CA ... Potencial anual médio de energia solar para

103

Datalogger - Registro do dia 03/03/2016

Dados Climáticos: Dia encoberto, chuvoso, depois das 12h 00 o sol apareceu.

Hora Inic.: 6:30:00 Hidrômetro Inicial.: 18.502

Hora Fim: 17:00:00 Hidrômetro Final..: 20.815

Total Horas: 10:30:00 Vazão Hidrômetro (L): 2.313

Amostras com Leituras a cada 15 minutos (Média) Vazão integralizada

Hora 15min Corrente (A) Temp.Placa (°C) Potência (W) a cada 15min

6:45:00 1,72 1,05 24,18 1,84 0

7:00:00 2,01 1,26 25,79 2,54 0

7:15:00 6,18 1,74 27,33 10,54 15

7:30:00 15,53 1,69 29,57 26,25 60

7:45:00 16,02 1,70 31,49 27,21 61

8:00:00 16,15 1,66 32,31 26,76 63

8:15:00 16,38 1,65 33,72 27,02 64

8:30:00 16,54 1,65 35,19 27,30 63

8:45:00 16,64 1,67 36,19 27,79 64

9:00:00 16,70 1,68 37,55 28,02 64

9:15:00 16,90 1,69 40,72 28,61 65

9:30:00 16,93 1,69 49,54 28,64 65

9:45:00 16,61 1,71 61,54 28,44 63

10:00:00 16,20 1,60 66,41 25,91 62

10:15:00 16,40 1,64 61,81 26,95 63

10:30:00 16,20 1,62 58,92 26,24 62

10:45:00 16,26 1,65 52,10 26,77 62

11:00:00 16,30 1,60 48,20 26,09 63

11:15:00 16,61 1,69 46,88 28,05 64

11:30:00 16,59 1,64 48,49 27,17 64

11:45:00 16,52 1,64 47,59 27,07 64

12:00:00 16,64 1,67 48,36 27,79 64

12:15:00 16,68 1,66 51,32 27,61 65

12:30:00 16,49 1,66 53,66 27,35 63

12:45:00 16,32 1,61 51,55 26,29 63

13:00:00 16,37 1,66 50,94 27,14 64

13:15:00 16,43 1,65 53,43 27,17 63

13:30:00 16,36 1,67 60,54 27,33 63

13:45:00 15,42 1,64 65,05 25,25 60

14:00:00 16,14 1,65 62,51 26,64 62

14:15:00 16,06 1,67 60,76 26,79 61

14:30:00 16,20 1,63 60,42 26,47 62

14:45:00 15,39 1,62 58,66 24,93 59

15:00:00 15,13 1,57 49,71 23,70 58

15:15:00 15,56 1,65 46,13 25,78 59

15:30:00 14,13 1,59 47,31 22,68 54

15:45:00 12,18 1,55 39,48 18,97 44

16:00:00 14,67 1,64 40,30 24,16 55

16:15:00 13,93 1,60 41,31 22,33 53

16:30:00 11,18 1,52 34,73 17,04 40

16:45:00 11,94 1,54 29,93 18,41 42

17:00:00 3,60 1,19 30,25 4,69 7

Vazão Acumulada no dia (l): 2312

Page 104: GRAZIELA ESTEVES MAGALHÃES200.129.241.80/ppgeea/sistema/dissertacoes/257.pdf · In Sinop-MT municipality region is common to use CA ... Potencial anual médio de energia solar para

104

Datalogger - Registro do dia 04/03/2016

Dados Climáticos: Dia com sol, com nuvens, chove no final da tarde pancada de curta duração

Hora Inc.: 6:30:00 Hidrômetro Inicial. 20.815

Hora Fim: 17:00:00 Hidrômetro Final. 23.128

Total Horas: 10:30:00 Vazão Hidrômetro (L): 2.313

Amostras com Leituras a cada 15 minutos (Média) Vazão integralizada

Hora a cada 15min Corrente (A) Temp.Placa (°C) Potência (W) a cada 15min

6:45:00 6,88 1,56 28,20 10,79 20

7:00:00 15,79 1,71 36,58 27,04 59

7:15:00 16,36 1,66 42,19 27,08 61

7:30:00 16,72 1,76 45,05 29,49 64

7:45:00 16,74 1,67 47,46 27,89 64

8:00:00 16,63 1,67 50,25 27,71 64

8:15:00 16,63 1,65 52,50 27,38 64

8:30:00 16,67 1,64 53,82 27,42 64

8:45:00 16,68 1,67 56,07 27,79 64

9:00:00 16,45 1,63 54,80 26,75 64

9:15:00 16,65 1,66 57,08 27,63 64

9:30:00 16,38 1,65 59,68 27,02 64

9:45:00 16,18 1,68 56,11 27,16 61

10:00:00 16,29 1,63 54,75 26,54 63

10:15:00 16,47 1,69 50,06 27,77 63

10:30:00 16,34 1,65 51,04 27,03 63

10:45:00 16,27 1,64 56,08 26,66 62

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Vazão Acumulada no dia (l): 2310