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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA
Lorena Lucia Vaz
o DESPERTAR DA LlTERATURA INFANIL ENFASE NAS TECNICAS DENARRATIVA UTILIZADAS PELOS PROFESSORES DA EDUCA9AO INFANTIL
CURITIBA2006
LORENA LUCIA VAZ
o DESPERTAR DA LlTERATURA INFANTIL ENFASE NASTECNICAS DE NARRATIVAS UTILIZADAS PELOS PROFESSORES
DA EDUCAGAO INFANTIL
Monografia apresentada para a obtencAo doGrau de Licenciada em Pedagogia do Cursode Pedagogia da Faculdade de CienciasHumanas Letras e Artes da UniversidadeTuiuti do Parana
Orientadora Prof Elizabeth Hartog
CURITIBA2006
~ Universidade Tuiuti do Parana
FACULDADE DE CI~NClAS HUMANAS LETRAS E ARTES
Curso de Pedagogia
TERMO DE APROVAltAO
NOME DO ALUNO LORENA LUCIA VAZ
TiTULO a Despertar da Literatura Infantil enfase nas tewicas denarrativa utilizadas pelos professores da educaao infantl
TRABALHO DE CONCLUSAO DE CURSO APROVADO COMO REQUISITO PARCIAL
PARA A OBTENltAO DO GRAU DE LlCENCIADO EM PEDAGOG lA DO CURSO DE
PEDAGOG lA DA FACULDADE DE ClENCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES DA
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA
MEMBROS D~ lJJ)SSAO AVALIADORA
PROF(a) ELI~ HARTOG
ORIENT~DOR(A) ~
PRJ~Qi~AVSO~OL~SKI WINKELMANN
MEM 0 DA BANCA L l~ ~~--c
PROP ) SUELI TEREZINHA CORAIOLA
M MBRO DA BANCA
DATA 03062006
MEDIA __B_Dj~)CURITIBA - PARANA
200S
Agradeqo a Deus que fez com que eu tnhesse esse caminho
possibilitando a descoberta da minha capacidade me enchendo de for9a
Aos amigos que souberam dizer as palavras certas nas horas exatasAgradeqo a professor a Elizabeth Hartog
que oportunizou a eaborarao deste estudo
Aos meus pais par todo apoio e incentivo a minha familia que
acompanharam toda essa minha trajetoria ao meu marido que amo e
principamente as minhas fihas que silo minha vida e inspirailo
Conlar hislarias e uma arle uma arte rara pois sua maleria-prima e 0 imalerial e 0
contador de hisf6rias urn artista que fece os tios invisiveis desta teia que e a
conlar Conlar hisl6rias expressa e corporifica 0 simb6lico lornando-se a mais pura
expressilo de ser
Cleo Busatto
SUMARIO
RESUMO 5
1INTRODUCAO 9
2 FUNDAMENTACAO TE6RICA 11
21 A LlTERATURA INFANTIL NA HIST6RIA 11
22 DESENVOLVIMENTO DA LlTERATURA 14
3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA 19
31 EXIST~NCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA 26
4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR 30
41 SUGESTOES DE ATIVIDADES LUDICAS 39
411 Sugeslt5es de Bcnicas e aividades para criancas de 2 a 4 anas 39
5 CONSIDERACOES FINAIS 45
REFERENCIAS bull 48
RESUMO
Esta monografia e 0 resultado de urn estudo te6ricG baseado em autores quebuscam analisar e identificar 0 processo de construltao da literatura na vida dacrianya 0 abjetivo desta pesquisa e mostrar a importilncia na avao dos professoresda Educayao Infantil em unirtecnicas de leitura e atividades ludicas com as livros naconstrultao de suas aulas incentivando 0 interesse da crianya pelo mundo da leiturae dos mais diversos generos literarios Para tanto busca identificar de que forma asprofessores podem trabalhar com as ]ivros de rnaneira Judica tenta verificar S9 eSSB
forma de utilizar as livros proporciona a interesse e 0 despertar pel a laitura efinal mente sugare urna metodologia que permita a desenvolvimento da crianyautilizando a literatura recreativa 0 estuda permite discutir que e imprescindivel acompreensaa de que 0 hjdico deve ser uma atividade essencial para a crian~ pOisdesenvolve a capacidade de simbolizayao deslocando sua realidade para a brincarNeste contexta a integra~o com os livros e primordial pais a cantata direto com 0abjeto favorece a rela~a despertanda na crianya a interesse e a prazer pela leituraComo fonte utiliza a pesquisa bibliognjfica que permitiu a revisao da literaturadesvelanda assim 0 conhecimento de algumas obras que foram feltas sobre astaassunto Este estudo e relevante porque mostrou que a utilizayljo de tecnicas denarrativa e atlvidades ludicas por parte dos prafessores desperta a interesse dacrian~ pela leitura
Palavras - chave educayao infantil livra ludico tecnicas de narrativa
1INTRODUCAO
Este trabalho surgiu a partir do interesse passoal da autera par leitura e par
perceber que durante as estagios realizados nas escolas no periodo destes quatro
anos do curso de Pedagogia a leitura e tratada de mane ira desvalonzada sando
colocada em momentos de recrea~o ou para preencher 0 tempo da aula
Essas observat6es provocaram urn questionamento que S8 formalizou
como a problematica do estudo A utilizayao de tecnicas narrativas e de atividades
ludicas desperta 0 interesse na crian9CIpela leitura
Nesta perspectiva 0 objetivo deste estudo e analisar de que maneira as
professores da Educa~o Infantil podem unir tecnicas de leitura e atividades ludicas
com as livros na construyao de suas aulas incentivando 0 interesse da crianca palo
mundo da leitura e dos mais diversos g~neros literarios Para atingir este objetivo
visa identificar de que forma 0 professor pode trabalhar com os livros de maneira
ludica verificar se essa forma de utilizar esses Ilvros proporciona 0 interesse e 0
despertar pela leltura Sugerindo na sequencia uma metodologia que permita 0
desenvolvlmento psicol6gico motor afetivo e criativo da crianca proporcionado
atraves da explora~o de jogos brincadeiras e imaginaao 0 desperlar pela leitura
o metodo escolhido para 0 estudo foi 0 de pesquisa bibliogjfica e
descritiva porque ahsectm de explicar 0 objeto a partir de referencias te6ricas ja
publicadas em livros e documentos permite ao pesquisador observar registrar
analisar e correlacionar os fatos ja existentes sem manipula-Ios Segundo Volpato
(2000) a pesquisa bibliogrilfica levantamento bibliografico ou revisao da literatura euma das etapas da investiga~ cientifica Significa tomar posse do conhecimento
do que ja loi produzido a respeito do assunto ou seja ter acesso a esse
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conhecimento requer a reviseD da literatura Assim depois de identificar 0 assunto
devern-s8 escolher as fantes mais adequadas a pesquisa
Para WINTER e SALLES (1997 p17) s metodologia cientifica preconiza
urna serie de regras atraves das quais 0 conhecimento dave sar obtido Dassa
forma 0 metoda cientffrco sa concretiza nas diversas etapas que devem sar
adotadas para solucionar urn problema Par Dutro lado na busca dessa solugao a
pesquisa bibliografica e descritiva pade assumir diversas formas descrevendo como
examplo as caracteristicas propriedades au relacentes existentes na comunidade
grupo ou realidade pesquisada
Evidenciando a metodologia utilizada faz-sa necessaria demonstrar que
esta estudo divide-se em seis capitulos que sa apresentam da seguinte maneira
o segundo capitulo apresenta a fundamenta9ao te6rica abordando tapicos
como a literatura infantil na Hist6ria
o terceiro capitulo aborda a relacao entre a crianca 0 ludico e a livro e
tambem a existencia da brincadeira na Oianca
o quarto capitulo narrativa cantar e encantar enfoca 0 cantar hist6rias e
sua contextualizalt1io academica apresenta sugestoes para atividades llidicas com
criancas de 2 a 4 anos
Logo apas apresenta as cansideragCies finais desse estudo que permitiu a
autora apropriar-se de tecnicas que poderao auxiliar a a~o pedag6gica cotidiana
do professor da Educacao Infantil contribuindo assim para a novo fazer
pedag6gica urna proposta que pretende contribuir com 0 desenvolvimento da
crianqa utilizando a literatura recreativa e dirigida com seus diversos generos
literarios
II
2 FUNDAMENTAQAO TEQRICA
21 A LlTERATURA INFANTIL NA HIST6RIA
Com base na analise da leitura de alguns autores e passivel afirmar que
na sociedade antiga nao havia a infancia nenhum espaco separado do mundo
adulto As criancyas trabalhavam e viviam junto com as adultos testemunhavam as
processos natura is da exist~ncia (ZILBERMAN 1998 p 44)
Assim 56 par volta do seculo XVlll a infimcia passa a ser vista de forma
mais valorizada devido as mudancas sociais econ6micas e politicas da sociedade
E passlvel identificar dessa maneira as primeiras mudanyas significativas nas
atitudes das familias em relayao as crianyas pequenas que inicialmente erarn
educadas em casa no casa das meninas que neste periodo aprendiam as afazeres
domesticos Ja as meninos aos sete anos eram mandados para as mosteiros para
serem educados pelos padres
Surgem entao os primeiros pensadores da eduea~o infantil onde podemos
destaear Jean Jacques Rousseau que apesar de nao ser urn edueador delineou 0
campo da pedagogia com suas ideias
Em sua obra 0 Emilio au da EduC8JO (ROUSSEAU 1990 p 32) pode-s9
observar 0 pensamento desse autor que atraves dos relatas da educayao de um
jovem evidencia que a sua forma~a deveria sar voltada aos interesses da crianca
pois essa possui suas caracteristicas proprias suas ideias e seus interesses assirn
a crian9C3 nao poderia ser vista como urn adulto em miniatura Rosseau (1990)
considerava cada fase da crianca com suas earacteristicas e propriedades
Para Rousseau (1990) a educayao n~o vem apenas de fora e sim da
expressao livre da crian~ em seu dia-a-dia com a natureza com isto propos
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Irabalhar com as brinquedos a agricultura a esporte inslrumenlos de olicios
variados canto e Qutros mais
Para Rousseau
nascemos fracos precisamos de forya nascemo5 desprovidos de tudotemos necessidades de 8ssisl~ncia nascemos eshipidos precisamos dejuizo Tudo 0 que nlio temos ao naseer e de que prccisamos adultos enosdado pela educayao EsSlil educac30 nos vern da natureza au dos homensou das coisas 0 desenvolvimento e a educacaodos homens e 0 ganho danossa propria experi~nciasabre 0$ objetos que nos afetam e a educacAodas coisas (1990 p 11)
Para 0 autor a principal finalidade da educacao era ensinar a criancaa viver
exercendo sua liberdade educar 0 atuno para sar urn homern suas ideias
influenciam varias correntes pedag6gicas ate as dias de hoje
Aries (1981) lambem evidencia que a inffmcia ale a seculo XVII n~o era
Iralada de forma diferenciada as crianls assim como para Rousseau (1990) eram
tidas como adultos em miniatura 0 autor relata que nas sociedades tradicionais a
crian~ encontrava-se misturada ao mundo adulto com intensas trocas afetivas fora
da familia e de onde colhia suas aprendizagens 0 seculo XVIII conludo
leslemunharia mudancasna anliga ordem (ARIES 1981 p78)
Com a ascensao da burguesia e na medida em que a sociedade se
industrializava e se modernizava mediante a aquisi~o de novos recursos
tecnologicos a crianca e a familia assumem urn novo lugar A familia tornou-se 0
lugar de afei~o necessaria entre os c6njuges que se exprimiu sobretudo atraves
da importancia alribuida it crianl e a sua educacao(ARIES 1981 p79)
Nesse contexto surge uma nova pedagogia que passa a exigir uma
literatura infantil com uma didatica mais apropriada onde haja incentivo com rela~o
a crialividade da crianl Zilberman (1998) deslaca que a partir desle panorama eque emerge a literatura infantil com as adaptac6esdos classicos e dos contos de
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fadas Informa que primitivamente os contos folcl6ricos colecionados pelos Irmaos
Grimm e Qutros nao eram fabulosos nem restritos a uma certa ida de
(ZILBERMAN 1998 P 45)
Conforme Zilberman (1998) os contos de fada eram contados por e para
adultos par uma classe mais baixa da sociedade as obras dos irmaos Grimm nao
eram restritas as crian9GIscontava situa95es da vida das classes inferiores fazendo
a conexao com a vida social e a magia do conto tudo e retratado de uma maneira
simb6lica as personagens nao sao percebidos como seres vivos assim com 0
surgimento da nova pedagogia estas obras fcram adaptadas para as jovens
(ZILBERMAN 1998 P 45)
Quem traduziu no Brasil e adaptou as obras dos autores cJassicos para a
juventude foi Carl Jansem Ate en tao nao se aproveitava a tradi9gtio folclorica do
Brasil na constitui9gtio de textos juvenis (ZILBERMAN 1998)
Segundo Cadermartori (1994) a literatura infantil brasileira inicia sob a
egide de urn dos nossos mais destacados inteJectuais Monteiro Lobato
Segundo Zilberman
Monteiro Lobato fllla 0 rompimenlo com 0 clrculo da dependencia dosp~drOes Europeus em sua obra 0 Sitio do Pica Pau Amarelo ele criapersonagens nacionais e a obra vai de um contexto real 0 sitio a umimaginano como 0 reino das aguas passui os personagens tictitios Emiliavisconde e os reeis Pedrtnho nartzinho os folcJ6ricos saci os personagensda mitologia classica como Minotauro dentre outros os magicos com 0burro falanleOs aspectos sociais sao mantidos atraves de personagens(lOmo 0 jeca tatu onde 0 nive social e cuttural t diferente dos personagensprincipais representados por pessoQs reais como a av6 Dona Benta (1 Q96p54)
Monteiro Lobato criou a literatura nacional em um contexte de cenarios
personagens e sugestoes folcloricas que n~o podem ser seguidos por nenhum
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uma carreira de sucessa com seus livros infantis dentre estes Ana Maria Machado
e Ruth Rocha
A literatura infantil dave continuar a sar produzida cuidando para nao haver
uma c6pia do genera utilizado par Monteiro Lobato devendo com isso transpor
fronteiras sando uma literatura composta par uma abordagem rica criativa e didatica
mas fica evidente 0 quanta e diffcil identificar e criar livros infantis de excelente
quaJidade (ZILBERMAN1998)
Assim cabe agora referir ao desenvolvimento da literatura em rela~o ao
Referencial Curricular Nacional (RCN1998)
22 DESENVOLVIMENTO DA L1TERATURA
Com base na leitura do referencial curricular para a educa~o infantil no
capitulo destinado a linguagem e a escrita as crianyas e as praticas de leitura tern
urn grande valor em si masma nao sando necessaria atividades subsequentes
como 0 desenho dos personagens a resposta de perguntas sabre a leitura
dramatiza9iio das historias etc (RCN1998)
A leitura comeya muito cedo na vida do individua ista e a crian9B ja faz a
leitura extralingOistica do seu mundo antes de ir a escola Do ponto de vista
linguistico a conceito de leitura adquire diferentes mudanyas
Segundo Kleiman (1995) a leitura e um processo que vai se definindo
progressivamente a partir da intera980 entre 0 texta e a leitor Nessa processo 0
professor anquanto orientadar vai definindo tarefas progressivas mais complexas e
aos paucos a crianya vai fazendo as retomadas necessarias para compreender 0
texto
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As instituiyOesde Educayao Infantil podem resgatar a repert6rio de historias
que as criancas ouvem em casa enos ambientes que freqOentam urna vez que
eSS8S hist6rias S9 constituem em rica fonte de informacentes sabre as diversas formas
culturais construindo da sensibilidade das crian9Bs
A aprendizagem da leitura e fundamental para que 0 individuo possa
entender 0 mundo que a cerca bern como S9 posicionar de forma critica diante da
realidade
Segundo Ferrero (1987) muito antes de serem capazes de ler ou escrever
nc sentido convencional do terma as crianyas tentam interpretar as textes com as
quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetiza~o paiS ela na fase da
pre-escola ja faz a sua leitura do mundo
De acordo com 0 pensamento de Lemos (1978) a linguagem oral conta
com recursos diversos timbre de voz entonayao ge5t05 expressao facial contexto
e contato direto com 0 receptor que pade interferir au fazar fluir urn referente na
linguagem escrita 0 qual nem sempre e feito As diverses instituiyaes concebem a
linguagem e a maneira como as criany8s aprendem de modo bastante diferentes
-Na linguagem oral 0 locutor e a interlocutor exercem juntos as funyaes reguladora
organizadora e ativadora dos textos responsaveis pela sua estrutura tessitura au
coeso (LEMOS 1978 p 45)
Na 6tica de Bakhtin (1988) 0 livro isto e 0 ato de fala impresso constitui
igualmente um elemento da comunicayao verbal Ele e objeto de discussoes ativas
sob a forma de dialogo 8 alem disso e feito para ser aprendido de maneira ativa
para ser estudado a fundo comentando e criticando no quadro do discurso interior
sem contar as relac6es impressas institucionalizadas que S8 encontram nas
diferentes esferas da comunicayao verbal
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Bakhtin (1988) explica que a leitura tem side motivo de estudos de muitos
especialistas preocupados em verificar como S9 dil a partir de visualizacao de
simbolo gn3fico 0 entendimento total de urn texto 0 eutor verificou que a processo
de leitura S8 fez atraves de Ires etapas a primeira ocorre com 0 reconhecimento do
que esta escrito a segunda e a de compreensao atraves de interferencias e
formulacao de hip6teses e a terceira etape ocorr9 a interpreta~o propria mente dite
po is 0 lei tor mantem dialogicidade com 0 texto
Bakhtin informa que a laitura e como urn momento de criatividade no qual 0
leitor necessita reconhecer e aeionar as conhecimentos que ja tern para adquirir
noves e julga-Ios de forma critica Assim a laitura de hist6rias e urn momento em
que a crian~ pode conhecer a forma de viver pensar agir e 0 universo de valores
costumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares
que nao 0 seu (ReN 1998)
Assim desenvolver a leitura no aluno a funcao da escola que deve
respaitar a laitura de mundo que ale traz a partir de suas experiencias sociais ou
seja sua intera~o com outros individuos e com varias inforrnacentes veiculadas palos
meios de comunicacao de massas principalmente a televis~o
Para melhor compreensao dessa afirmativa Ferreiro e Teberosky (1986)
explicam que a sujeito que conhecemos atravas da teoria de Piaget e urn sujeito
que procura atividade de compreender a mundo que 0 rodeia e trata de resolver as
integra90es que esse mundo provoca ~ urn sujeito que aprende basicamente
atravas de suas proprias categorias de pensamento aD masmo tempo em que
organiza seu mundo
Segundo Ferreiro (1987) muito antes de serem capazes de ler au escrever
no sentido convencional do termo as criancas tantam interpretar as textos com os
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quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetizacao pais ela na fase
pre-escolar ja faz a sua leitura do mundo
Verifica~se nessas leituras que a crianya dave sar urn agente ativa e
determinado no seu desenvoJvimento conforme Kleiman (1995) a leitura e urn
processo que vai definindo progressivamente a relaao texto e leitor e e no
ambiente alfabetizador que a crian98 tem a oportunidade de agir em liberdade para
aprender e desenvolver seus conceitos cognitivos e afetivos
Como conceito de literatura atualmente as dicionarios apresentam as
seguintes sentidos conjunto de obras que versam sabre temas especificos literatura
policial Iiteratura picaresC8 literatura de terror
A literatura na 6tica de Ferreiro
e a representa~o de urna visao do mundo slem de uma tarnada deposiyAo diante dele Tal posicionamento centraliza lIssim suas atenyOesno criador de literatura e ns imita~o da natureza compreendida comoc6pia ou reproduQAoA linguagem e vista como mero ve[culo dessacomunicacao(1987 p 56)
De posse dos conceitos sabre literatura e necessaria cempreender seu
vinculo com a crianca e 0 hJdico A palavra ludice vern do latim ludus e significa
brincar Segundo Rojas (1991) neste brincar estao inclufdos os jogos brinquedos e
divertimentos A funcao educativa do joga permite a aprendizagem do individua seu
conhecimento e sua interpretacao de mundo Por meio da brincadeira a crianca
envolve-se no jogo e sente a necessidade de partilhar com a outro Assim brincando
e jogando ela tera oportunidade de desenvolver capacidades indispensaveis a sua
vida futura
A autora afirma que atraves do jogo de papais a crian98 lida com experi~ncias
que ainda n~o consegue realizar no mundo real
Para Rojas
o brinquedo e a essMcia da infQnciae seu usa permite urn trabalhopedag6gico Que possibilita a produ9fio do conhecimento e tambem aestimula~o da afetividade na crianta A crtan9lJ estabelece com 0
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brinquedo uma relaltao natural e consegue extravasar suas angostias epaixOes SUDS slegrias e tristezBS suas agressividade5 e passividade(1991 pS)
Dando continuidade a importancia do udico na vida da crian98 0 pr6ximo
capitulo discorre sabre a complexa rela9lo entre a leitura e a trabalho pedag6gico
que incentiva au nao 0 vinculo com a literatura
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3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA
Na vis~o de Klein e Schafaschek (1990) a processo pedagogico consiste na
transmissao do conhecimento de sua hist6ria assim sera mostrado 0 movimento
historico da linguagem oral e escrita
A linguagem e a consci~ncja sao resultados da ayAo coletiva que as
homens desenvolveram
Segundo Bakhtin
e a linguagem portanto enquanto possibilidade de representa~o logo deabslratao e generalizacAo das caracteristicas do mundo exterior quepossibilila a passagem da con5Ci~ndasensivel a conscilncia racional daoperaylo com objetos concretos com conceitos au representaffOes (1988p32)
Passa~se entaD para uma representayao da linguagem escrita Assim 0
processo da alfabetizacao dave tar reconhecimento do texto oral e escrito e
compreende seu total entendimento Ler nao e somente decifrar simbolos graficos
mas buscar a compreensao das mensagens contidas em suas linhas e entrelinhas
Segundo Cunha (1997) a adulto nao tem a habito de ler e coloca em
diversas situavoos suas justjficativas para 0 pouco tempo que disponibiliza para a
leltura ou seja essa suposi~o de que a crian~ nao se interessa pelo livra e
apenas a refiexo do proprio desinteresse do adulto par tal objeto (CUNHA 1997 p
48)
Nesse contexto a partjcipayao do professor e importante pois este sera 0
mediador entre a crian98 e 0 conhecimento facilitando 0 processo de aquisj~o da
cultura Dai a ideia de que a produ91ioda linguagem oral e escrita e resultado de
um esforyo de produ91iodos homens e desenvolveu-se atraves da necessidade da
mediayiio de um professor
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Dentro desta perspectiva tem-se re18980 do adulto com a criany8 que
segundo Cunha (1997) e nessa perspectiva a leitura e colocada como mais uma
imposiyao A ideia de que a leitura vai fazer bem a crianya ou ao jOllem leva - nos a
obriga-Ios a ler como Ihes impomos a colher de remedio a injecl)a a escova de
dente a escola (CUNHA 1997 P 51)
Na perspective de Cunha a leitura nao deve ser imposta 0 905tO pel a
leitura deve ser desenvolvido E necessario que sejam obedecidas as fases de
interesse da criama quanta a leitura apresentadas abaixo
Na primeira fase de aquisicao palo g05tO da leitura delem ser
apresentados a crianB livros de gravuras e dos versos infantis (de 2 a 5 ou 6 anos)
E a fase de egocentrismo em que a crianya faz pouca distin9Bo entre a mundo
externo e 0 interno
Ja a idade entre 5 a 8 ou 9 anos caracteriza-se como a idade do Conto de
Fadas De posse de urna mentalidade magica 0 leitor vai buscar nos contos de
fadas lendas mitos e fabulas a simbologia necessaria a elabora~o de suas
viv~ncias
Partindo para a pre-adolesc(mcia e a idade da Historia ambiental e da
leitura Factual (9 a 12 anos) E a fase intermediaria em que persistem vestfgios do
pensamento magico mas a crianya comeya a orientar-se rna is para a real Via de
regra 0 leitar escolhe neste perfodo historias que Ihe apresentam 0 mundo como
ele e Atraves da percep9iio magica de determinado personagem
Dos 12 a 14 anos considera-se a idade da Historia de Aventuras ou fase de
leitura Psicol6gica orientada para as sensac6es E a perfodo da pre-adolescemcia
em que 0 conhecimento da propria personalidade e 0 desenvolvimento dos
precesses agressives ativam a vivlmcia social e a forma9iio de grupos
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Nos anos de maturidade ou desenvolvimento da esfera Iitero-8stetica de
leitura (14 a 17 anas) ha a curiosidade pelo descobrimento 0 mundo interior e do
mundo dos valores 0 adolescente parte para a hierarquiza~o dos conceitos e a
organizatao de seu universo Aventuras de conteudo intelectual viagens romances
hist6ricos e biograficos historias de amor literatura engajada e temas relacionados
com as interesses Yocacionais v~o ajuda-Io a orientar-se e estruturar-se como
adullo
A questao mais discutida a raspaito de literatura asta relacionada ao fato de
que as jovens e as crianyas nao h~emmuitos s~o as argumentos como a falta de
condiyao financeira de comprar livre 0 pcuco habito de se frequentar a biblioteca os
atrativos e facilidades do computador e da televisao a falta do Mbito dos pais em
lerem entre Qutras causas Mas pode-se considerar como urn grande problema a
falta de habito de leitura nos pais
As autoras Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que middotpais que
nao leem nao poderao despertar em seus filhos 0 gosto pela leitura Imitativa por
natureza a crian98 encontra na familia a maior incentivo para a leitura (1986 p
03)
Assim e delegada a escola a responsabilidade de introduzir a crianca no
mundo dos livros Cabe a escola desenvolver a cantata com as livros que deve ser
iniciada a mais cedo passivel nao 56 pelo manuseio cama tambem pela hist6ria
contada pela conversa au pelos jogos ritmicos no sentido de fazer a crianca amar a
leitura
Esse contato inicial deve ser pautado pela conquista e nao pela imposiyao
o leitor infantI au a infanto-juvenil ao adquirir 0 905tO pela leitura estara
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visitando urn mundo novo adquirindo conhecimento e aprimorando seu processo
comunicativo
Assim a literatura infantil como toda a obra de arte exerce uma influemcia
pedag6gica sobre 0 individuo quer pela contribuitao na forma9ao do seu
pensamento quer pelos modelos que apresenta Essa funtao pedag6gica tem
importancia unica jil que a contata com a literatura maida a mente e 0 cora9Ao da
crian98 Assim a literatura infantil tern uma finalidade primckia e fundamental que e a
de promover na crian~ 0 gosto pela beleza da palavra 0 deleite perante a cria9ao
de mundos de ficcao
Para alem dista tern ainda a fun980 de arraigar as palavras no mundo
magico da crian~ permitindo-Ihe nlio s6 entende-Ias e usa-las como tambem
goza-Ias e desfruta-Ias no contexto da imaginataomiddot (WORNICOV WAGNER
RUSSOMANO EWEBER 1986 p 04)
MLer as figuras imaginar a hist6ria e desenvolver mental mente urn emado
s~o atividades que poderiam S8r desenvolvidas na educayao infant A escola
dedica ainda pouco tempo para a laitura e a interpreta~o e masmo para a
produtao de textos Mesmo que nao possuindo ainda a capacidade da escrita deve
- S8 compreender que 0 gosto pela leitura it tambem adquirido pelo simples
manuseio de um livro
Neste sentido vale ressaltar as colocalt6esde Orlandi (1987) que distingue
tres tipos de discurso 0 ludico 0 polemico e 0 autaritaria E dentre os diferentes
tipos de discurso autoritario que encontramos 0 discurso pedag6gico que aqui
interessa na medida em que ele tern responsabilidade marcante na atividade que
engloba 0 processo de ensina de leitura no primeiro grau
Este discurso esla a servivo da escola e esta a serviVOde uma ideologia
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que contribui para dificultar a encontro do saber institucionalizado com as classes
menes favorecidas Isto ocorre porque 0 professor detem 0 saber e trabalha muitas
vezes sem perceber au ate para mostrar poder mascarando 0 tempo todo
afirmando que a aluno tarnham pade dizer 0 que pensa pode opinar pode sugerir
etc e na realidade nao acontece essa pratica a 0 que sa v~ e uma liberdade
vigiada
Sendo 0 professor 0 dono do saber torna-se modelo leitor por excel~ncia
ficando 0 aluno muitas vezes impossihilitado de pensar de refletir e de criar as
pr6prias condicaes de producao
Dessa forma acontece a leitura que 0 autor citado chama de parafrastica ou
seja a raproducao do sentido que 0 autor da ao texto ao contrario da poliss~mica
que se defina pelos multiplos sentidos que ao texto podem ser atribuidos
De acordo com Wornicov Wagner Russomano e Weber
obras especialmenle escntas para crian((CIsmuitas vezes recebem suarejeiyao outras como Robinson Cru50~ de Daniel DefOe Contes de rnamere Ioye de Charles Perrault ou Visgens de Gulliver de Jonathan Swiftnao originalmente destinado aD publico infantrJ foram incorporadas aoacervo de livros para a inftlncia (1988 p 05)
Ainda segundo as autoras e a aceitacao da obra por parte da crian~ que
determina a sua adequacao 80 publico infantil ou n~o ou seja e a crian~ que deve
encontrar na obra seus interesses a unica adaptacao e com refer~ncia ao
conhecimento e limitacentes da crianya As obras literarias infantis devem ser mais do
que instrumentos para proporcionar hist6ria ou induzir a fantasia como toda a obra
de arte exercem uma influencia pedag6gica sobre a individua quer pel a
contribui~o na forma9ilo do seu pensamenta quer pel os modelos que apresenta
Essa funcao pedag6gica tem importancia unica ja que 0 contato com a
literatura desperta na crianya a seu imaginario Assim a literatura infantil tern urna
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finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a
beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm
dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya
permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las
no contexto da imagina9ilo
Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel
afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida
do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade
inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade
promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao
Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que
ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser
(1986 p 07)
A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da
crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a
crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0
aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a
escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua
com os livros
Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que
em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)
o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao
sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese
classifica96es devem ser respeitadas e entendidas
Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista
que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a
crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam
ocupam a centro de seus interesses
Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as
estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de
capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas
em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas
hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de
encantamenta
Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das
modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua
imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia
A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au
varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que
rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade
ludica e magica em que vive a crianca
Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou
hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0
seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um
temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa
2S
26
Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das
crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a
socializaltao
Para Froebel
a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)
Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento
para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais
adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a
socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)
Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e
preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera
explicitada a seguir
31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA
A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana
atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no
mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras
Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn
mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo
e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a
crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente
nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente
ausente em animais
27
A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~
em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala
mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos
A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo
porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do
jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da
crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa
submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo
muito diferente
Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de
desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento
habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa
ala fosse maior do que e na realidade
Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o
a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo
pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que
sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz
em sua totalidade bio-psico-social-educacional
E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de
enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e
sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que
ajudam para 0 seu desenvolvimento global
Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais
independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as
28
espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar
inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha
limites e e importante que n~o superestime sues capacidades
o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive
despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao
respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses
valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos
de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a
desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser
multo bern aprimoradas no pre-escolar
A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo
as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em
sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida
A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento
entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0
saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de
reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade
o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao
das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre
para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e
individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa
movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade
ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios
interesses pessoais no desenvolvimento das atividades
29
Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-
escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu
simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras
crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos
As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque
nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas
Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia
de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de
adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e
imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem
o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna
retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de
seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0
habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)
Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos
importantes para aqueles que trabalham com a educaylio
A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada
para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica
30
4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR
Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto
a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern
proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya
retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e
reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a
compreensao do texto par parte da crianya
o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que
ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente
com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0
que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)
A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse
despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao
imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario
Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua
subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia
narrativa
Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer
ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)
31
Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar
divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar
na crianca a g05tO pela literatura
Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU
contaram uma hist6ria
Na 6ptica de Tahan
a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)
E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o
infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento
onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo
Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0
ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos
1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito
2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como
li~o advertlmcia ou canselha
3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas
ou ate masma calculos e fra90es
4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos
5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate
masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco
mental
32
o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias
desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil
enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim
a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)
AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica
para a realizayllo de projetos
Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a
alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas
dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado
e se estao todos proximos suficientes do narrador
A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0
narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e
adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para
narrar historias
Segundo Tahan
Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)
Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as
crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer
Tahan informa
33
os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)
Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e
segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas
pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em
cantata com as criantyas
o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn
texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a
historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta
o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao
socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern
pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que
Ihe eram contadas
Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque
a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)
o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a
escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de
ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo
Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para
poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto
professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco
34
Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur
normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a
participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando
gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com
abras especificas para cada idade das criancas
Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica
e 3 ate 6 anas fase magica
Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn
enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa
integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias
que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza
(humanizadas)
Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a
repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas
outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes
Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras
grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com
certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por
genero
No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes
iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras
Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os
circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)
35
A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os
g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0
romance a novela 0 conto 0 drama etc
Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se
dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a
palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que
empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao
Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou
escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis
tenhamos ou n~o consciencia delas
Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua
peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como
A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna
sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral
o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex
objetos elementos da natureza
A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e
anirnais com urn ensinamento moral
o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre
ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo
A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a
historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas
Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da
magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias
precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais
36
Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre
as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem
Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa
pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a
des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no
processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi
incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario
o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de
informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e
ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de
educa~o
Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e
a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a
narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como
placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis
Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais
principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais
detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no
futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando
com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar
recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos
Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios
dependendo de cada circunstimcia
37
Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel
de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante
Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-
leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a
crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim
gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da
linguagem
Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e
sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a
comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80
livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem
atraves do ludico
Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos
devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au
dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias
o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar
as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a
que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a
compreens~o par parte da crianca
Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram
nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das
maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo
que a rodeia
38
JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)
Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia
essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as
maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a
brincadeira a aprendizado se instala
Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem
basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias
as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para
este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele
que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da
prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade
adulta
A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande
destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca
neste genero litera rio
Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil
devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao
de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar
qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar
deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor
deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure
39
Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido
no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto
pedagogico
Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8
livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com
suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada
Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de
contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta
algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em
conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos
objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a
redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos
de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar
A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os
aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da
participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura
e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da
utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas
41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS
411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos
Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu
surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam
utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a
40
funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas
delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)
bull Boneca contador de hist6rias
As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia
jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-
linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de
pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de
serem proferidos rapidamente)
As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das
mais tfmidas
bull Cria~Ao de final de historia
A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando
pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona
iniciada pel a educadora
o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em
papel
bull Errando as hist6rias
Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas
par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais
ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos
pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam
preocupa~o maior com 0 significado)
Chuva e sol casamento de espanhol
Chuva e sol casamento de caracol
41
bull Fantoches
A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as
crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com
cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas
mas mas manuseando as personagens
bull Gravuras
Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai
apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada
bull Jogo de contar hist6rias
Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos
escralem ou ilustram a hist6ria
a Parlendas e gestos
b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com
as dedas batendo as pes ou as maos etc
c Quadrinhos
d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que
fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por
favor etc
bull Dobraduras
A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas
podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e
ouvindo a magica transformayao do papsl
As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam
a dobradura
Ex dobradura depois recitam
Pinto
o pinto pia
A pipa pinga
Pinga a pipa
a pinto pia
Pinto pia
Pipa pinga
Quanta mais
o pinto pia
Mais a pipa pinga
42
bull Tecnicas de narrativas
Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na
sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil
baseado na autora Susatto (2004)
43
o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter
em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente
aos personagens e aos seus estados e animas
Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam
nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es
segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das
condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto
Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do
abandono dos pais
E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas
narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida
real
Segundo Busatto
Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)
Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser
usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador
reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam
imagens)
U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do
castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim
Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que
se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90
com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da
44
dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus
elementos
DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc
Pianos - altura do movimento
Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic
Forra - intensidade empregado no movimento
Tempo - velocidade com que a movimento e executado
Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo
Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem
preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve
sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de
alunos
45
5 CONSIDERAyOES FINAlS
Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias
tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil
ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes
Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das
transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e
aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem
constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0
conhecimento
A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim
educar para a formayao de cidadaos
No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter
essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para
despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao
magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode
proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa
atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca
passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes
tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor
de seus direitos e deveres como cidadao
A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn
facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do
processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e
participativa
46
Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em
mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir
para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO
pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna
imposicao
o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a
contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a
utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par
leitura
Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da
Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente
com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico
A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que
oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir
para a constru~o de sua autonomia
o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada
pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do
professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no
ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura
Bruner afirma que
e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)
47
Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca
em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern
ao encontro das novas perspectivas de educayao
Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta
nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os
alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais
construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au
informagao
48
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LORENA LUCIA VAZ
o DESPERTAR DA LlTERATURA INFANTIL ENFASE NASTECNICAS DE NARRATIVAS UTILIZADAS PELOS PROFESSORES
DA EDUCAGAO INFANTIL
Monografia apresentada para a obtencAo doGrau de Licenciada em Pedagogia do Cursode Pedagogia da Faculdade de CienciasHumanas Letras e Artes da UniversidadeTuiuti do Parana
Orientadora Prof Elizabeth Hartog
CURITIBA2006
~ Universidade Tuiuti do Parana
FACULDADE DE CI~NClAS HUMANAS LETRAS E ARTES
Curso de Pedagogia
TERMO DE APROVAltAO
NOME DO ALUNO LORENA LUCIA VAZ
TiTULO a Despertar da Literatura Infantil enfase nas tewicas denarrativa utilizadas pelos professores da educaao infantl
TRABALHO DE CONCLUSAO DE CURSO APROVADO COMO REQUISITO PARCIAL
PARA A OBTENltAO DO GRAU DE LlCENCIADO EM PEDAGOG lA DO CURSO DE
PEDAGOG lA DA FACULDADE DE ClENCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES DA
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA
MEMBROS D~ lJJ)SSAO AVALIADORA
PROF(a) ELI~ HARTOG
ORIENT~DOR(A) ~
PRJ~Qi~AVSO~OL~SKI WINKELMANN
MEM 0 DA BANCA L l~ ~~--c
PROP ) SUELI TEREZINHA CORAIOLA
M MBRO DA BANCA
DATA 03062006
MEDIA __B_Dj~)CURITIBA - PARANA
200S
Agradeqo a Deus que fez com que eu tnhesse esse caminho
possibilitando a descoberta da minha capacidade me enchendo de for9a
Aos amigos que souberam dizer as palavras certas nas horas exatasAgradeqo a professor a Elizabeth Hartog
que oportunizou a eaborarao deste estudo
Aos meus pais par todo apoio e incentivo a minha familia que
acompanharam toda essa minha trajetoria ao meu marido que amo e
principamente as minhas fihas que silo minha vida e inspirailo
Conlar hislarias e uma arle uma arte rara pois sua maleria-prima e 0 imalerial e 0
contador de hisf6rias urn artista que fece os tios invisiveis desta teia que e a
conlar Conlar hisl6rias expressa e corporifica 0 simb6lico lornando-se a mais pura
expressilo de ser
Cleo Busatto
SUMARIO
RESUMO 5
1INTRODUCAO 9
2 FUNDAMENTACAO TE6RICA 11
21 A LlTERATURA INFANTIL NA HIST6RIA 11
22 DESENVOLVIMENTO DA LlTERATURA 14
3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA 19
31 EXIST~NCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA 26
4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR 30
41 SUGESTOES DE ATIVIDADES LUDICAS 39
411 Sugeslt5es de Bcnicas e aividades para criancas de 2 a 4 anas 39
5 CONSIDERACOES FINAIS 45
REFERENCIAS bull 48
RESUMO
Esta monografia e 0 resultado de urn estudo te6ricG baseado em autores quebuscam analisar e identificar 0 processo de construltao da literatura na vida dacrianya 0 abjetivo desta pesquisa e mostrar a importilncia na avao dos professoresda Educayao Infantil em unirtecnicas de leitura e atividades ludicas com as livros naconstrultao de suas aulas incentivando 0 interesse da crianya pelo mundo da leiturae dos mais diversos generos literarios Para tanto busca identificar de que forma asprofessores podem trabalhar com as ]ivros de rnaneira Judica tenta verificar S9 eSSB
forma de utilizar as livros proporciona a interesse e 0 despertar pel a laitura efinal mente sugare urna metodologia que permita a desenvolvimento da crianyautilizando a literatura recreativa 0 estuda permite discutir que e imprescindivel acompreensaa de que 0 hjdico deve ser uma atividade essencial para a crian~ pOisdesenvolve a capacidade de simbolizayao deslocando sua realidade para a brincarNeste contexta a integra~o com os livros e primordial pais a cantata direto com 0abjeto favorece a rela~a despertanda na crianya a interesse e a prazer pela leituraComo fonte utiliza a pesquisa bibliognjfica que permitiu a revisao da literaturadesvelanda assim 0 conhecimento de algumas obras que foram feltas sobre astaassunto Este estudo e relevante porque mostrou que a utilizayljo de tecnicas denarrativa e atlvidades ludicas por parte dos prafessores desperta a interesse dacrian~ pela leitura
Palavras - chave educayao infantil livra ludico tecnicas de narrativa
1INTRODUCAO
Este trabalho surgiu a partir do interesse passoal da autera par leitura e par
perceber que durante as estagios realizados nas escolas no periodo destes quatro
anos do curso de Pedagogia a leitura e tratada de mane ira desvalonzada sando
colocada em momentos de recrea~o ou para preencher 0 tempo da aula
Essas observat6es provocaram urn questionamento que S8 formalizou
como a problematica do estudo A utilizayao de tecnicas narrativas e de atividades
ludicas desperta 0 interesse na crian9CIpela leitura
Nesta perspectiva 0 objetivo deste estudo e analisar de que maneira as
professores da Educa~o Infantil podem unir tecnicas de leitura e atividades ludicas
com as livros na construyao de suas aulas incentivando 0 interesse da crianca palo
mundo da leitura e dos mais diversos g~neros literarios Para atingir este objetivo
visa identificar de que forma 0 professor pode trabalhar com os livros de maneira
ludica verificar se essa forma de utilizar esses Ilvros proporciona 0 interesse e 0
despertar pela leltura Sugerindo na sequencia uma metodologia que permita 0
desenvolvlmento psicol6gico motor afetivo e criativo da crianca proporcionado
atraves da explora~o de jogos brincadeiras e imaginaao 0 desperlar pela leitura
o metodo escolhido para 0 estudo foi 0 de pesquisa bibliogjfica e
descritiva porque ahsectm de explicar 0 objeto a partir de referencias te6ricas ja
publicadas em livros e documentos permite ao pesquisador observar registrar
analisar e correlacionar os fatos ja existentes sem manipula-Ios Segundo Volpato
(2000) a pesquisa bibliogrilfica levantamento bibliografico ou revisao da literatura euma das etapas da investiga~ cientifica Significa tomar posse do conhecimento
do que ja loi produzido a respeito do assunto ou seja ter acesso a esse
10
conhecimento requer a reviseD da literatura Assim depois de identificar 0 assunto
devern-s8 escolher as fantes mais adequadas a pesquisa
Para WINTER e SALLES (1997 p17) s metodologia cientifica preconiza
urna serie de regras atraves das quais 0 conhecimento dave sar obtido Dassa
forma 0 metoda cientffrco sa concretiza nas diversas etapas que devem sar
adotadas para solucionar urn problema Par Dutro lado na busca dessa solugao a
pesquisa bibliografica e descritiva pade assumir diversas formas descrevendo como
examplo as caracteristicas propriedades au relacentes existentes na comunidade
grupo ou realidade pesquisada
Evidenciando a metodologia utilizada faz-sa necessaria demonstrar que
esta estudo divide-se em seis capitulos que sa apresentam da seguinte maneira
o segundo capitulo apresenta a fundamenta9ao te6rica abordando tapicos
como a literatura infantil na Hist6ria
o terceiro capitulo aborda a relacao entre a crianca 0 ludico e a livro e
tambem a existencia da brincadeira na Oianca
o quarto capitulo narrativa cantar e encantar enfoca 0 cantar hist6rias e
sua contextualizalt1io academica apresenta sugestoes para atividades llidicas com
criancas de 2 a 4 anos
Logo apas apresenta as cansideragCies finais desse estudo que permitiu a
autora apropriar-se de tecnicas que poderao auxiliar a a~o pedag6gica cotidiana
do professor da Educacao Infantil contribuindo assim para a novo fazer
pedag6gica urna proposta que pretende contribuir com 0 desenvolvimento da
crianqa utilizando a literatura recreativa e dirigida com seus diversos generos
literarios
II
2 FUNDAMENTAQAO TEQRICA
21 A LlTERATURA INFANTIL NA HIST6RIA
Com base na analise da leitura de alguns autores e passivel afirmar que
na sociedade antiga nao havia a infancia nenhum espaco separado do mundo
adulto As criancyas trabalhavam e viviam junto com as adultos testemunhavam as
processos natura is da exist~ncia (ZILBERMAN 1998 p 44)
Assim 56 par volta do seculo XVlll a infimcia passa a ser vista de forma
mais valorizada devido as mudancas sociais econ6micas e politicas da sociedade
E passlvel identificar dessa maneira as primeiras mudanyas significativas nas
atitudes das familias em relayao as crianyas pequenas que inicialmente erarn
educadas em casa no casa das meninas que neste periodo aprendiam as afazeres
domesticos Ja as meninos aos sete anos eram mandados para as mosteiros para
serem educados pelos padres
Surgem entao os primeiros pensadores da eduea~o infantil onde podemos
destaear Jean Jacques Rousseau que apesar de nao ser urn edueador delineou 0
campo da pedagogia com suas ideias
Em sua obra 0 Emilio au da EduC8JO (ROUSSEAU 1990 p 32) pode-s9
observar 0 pensamento desse autor que atraves dos relatas da educayao de um
jovem evidencia que a sua forma~a deveria sar voltada aos interesses da crianca
pois essa possui suas caracteristicas proprias suas ideias e seus interesses assirn
a crian9C3 nao poderia ser vista como urn adulto em miniatura Rosseau (1990)
considerava cada fase da crianca com suas earacteristicas e propriedades
Para Rousseau (1990) a educayao n~o vem apenas de fora e sim da
expressao livre da crian~ em seu dia-a-dia com a natureza com isto propos
12
Irabalhar com as brinquedos a agricultura a esporte inslrumenlos de olicios
variados canto e Qutros mais
Para Rousseau
nascemos fracos precisamos de forya nascemo5 desprovidos de tudotemos necessidades de 8ssisl~ncia nascemos eshipidos precisamos dejuizo Tudo 0 que nlio temos ao naseer e de que prccisamos adultos enosdado pela educayao EsSlil educac30 nos vern da natureza au dos homensou das coisas 0 desenvolvimento e a educacaodos homens e 0 ganho danossa propria experi~nciasabre 0$ objetos que nos afetam e a educacAodas coisas (1990 p 11)
Para 0 autor a principal finalidade da educacao era ensinar a criancaa viver
exercendo sua liberdade educar 0 atuno para sar urn homern suas ideias
influenciam varias correntes pedag6gicas ate as dias de hoje
Aries (1981) lambem evidencia que a inffmcia ale a seculo XVII n~o era
Iralada de forma diferenciada as crianls assim como para Rousseau (1990) eram
tidas como adultos em miniatura 0 autor relata que nas sociedades tradicionais a
crian~ encontrava-se misturada ao mundo adulto com intensas trocas afetivas fora
da familia e de onde colhia suas aprendizagens 0 seculo XVIII conludo
leslemunharia mudancasna anliga ordem (ARIES 1981 p78)
Com a ascensao da burguesia e na medida em que a sociedade se
industrializava e se modernizava mediante a aquisi~o de novos recursos
tecnologicos a crianca e a familia assumem urn novo lugar A familia tornou-se 0
lugar de afei~o necessaria entre os c6njuges que se exprimiu sobretudo atraves
da importancia alribuida it crianl e a sua educacao(ARIES 1981 p79)
Nesse contexto surge uma nova pedagogia que passa a exigir uma
literatura infantil com uma didatica mais apropriada onde haja incentivo com rela~o
a crialividade da crianl Zilberman (1998) deslaca que a partir desle panorama eque emerge a literatura infantil com as adaptac6esdos classicos e dos contos de
13
fadas Informa que primitivamente os contos folcl6ricos colecionados pelos Irmaos
Grimm e Qutros nao eram fabulosos nem restritos a uma certa ida de
(ZILBERMAN 1998 P 45)
Conforme Zilberman (1998) os contos de fada eram contados por e para
adultos par uma classe mais baixa da sociedade as obras dos irmaos Grimm nao
eram restritas as crian9GIscontava situa95es da vida das classes inferiores fazendo
a conexao com a vida social e a magia do conto tudo e retratado de uma maneira
simb6lica as personagens nao sao percebidos como seres vivos assim com 0
surgimento da nova pedagogia estas obras fcram adaptadas para as jovens
(ZILBERMAN 1998 P 45)
Quem traduziu no Brasil e adaptou as obras dos autores cJassicos para a
juventude foi Carl Jansem Ate en tao nao se aproveitava a tradi9gtio folclorica do
Brasil na constitui9gtio de textos juvenis (ZILBERMAN 1998)
Segundo Cadermartori (1994) a literatura infantil brasileira inicia sob a
egide de urn dos nossos mais destacados inteJectuais Monteiro Lobato
Segundo Zilberman
Monteiro Lobato fllla 0 rompimenlo com 0 clrculo da dependencia dosp~drOes Europeus em sua obra 0 Sitio do Pica Pau Amarelo ele criapersonagens nacionais e a obra vai de um contexto real 0 sitio a umimaginano como 0 reino das aguas passui os personagens tictitios Emiliavisconde e os reeis Pedrtnho nartzinho os folcJ6ricos saci os personagensda mitologia classica como Minotauro dentre outros os magicos com 0burro falanleOs aspectos sociais sao mantidos atraves de personagens(lOmo 0 jeca tatu onde 0 nive social e cuttural t diferente dos personagensprincipais representados por pessoQs reais como a av6 Dona Benta (1 Q96p54)
Monteiro Lobato criou a literatura nacional em um contexte de cenarios
personagens e sugestoes folcloricas que n~o podem ser seguidos por nenhum
14
uma carreira de sucessa com seus livros infantis dentre estes Ana Maria Machado
e Ruth Rocha
A literatura infantil dave continuar a sar produzida cuidando para nao haver
uma c6pia do genera utilizado par Monteiro Lobato devendo com isso transpor
fronteiras sando uma literatura composta par uma abordagem rica criativa e didatica
mas fica evidente 0 quanta e diffcil identificar e criar livros infantis de excelente
quaJidade (ZILBERMAN1998)
Assim cabe agora referir ao desenvolvimento da literatura em rela~o ao
Referencial Curricular Nacional (RCN1998)
22 DESENVOLVIMENTO DA L1TERATURA
Com base na leitura do referencial curricular para a educa~o infantil no
capitulo destinado a linguagem e a escrita as crianyas e as praticas de leitura tern
urn grande valor em si masma nao sando necessaria atividades subsequentes
como 0 desenho dos personagens a resposta de perguntas sabre a leitura
dramatiza9iio das historias etc (RCN1998)
A leitura comeya muito cedo na vida do individua ista e a crian9B ja faz a
leitura extralingOistica do seu mundo antes de ir a escola Do ponto de vista
linguistico a conceito de leitura adquire diferentes mudanyas
Segundo Kleiman (1995) a leitura e um processo que vai se definindo
progressivamente a partir da intera980 entre 0 texta e a leitor Nessa processo 0
professor anquanto orientadar vai definindo tarefas progressivas mais complexas e
aos paucos a crianya vai fazendo as retomadas necessarias para compreender 0
texto
15
As instituiyOesde Educayao Infantil podem resgatar a repert6rio de historias
que as criancas ouvem em casa enos ambientes que freqOentam urna vez que
eSS8S hist6rias S9 constituem em rica fonte de informacentes sabre as diversas formas
culturais construindo da sensibilidade das crian9Bs
A aprendizagem da leitura e fundamental para que 0 individuo possa
entender 0 mundo que a cerca bern como S9 posicionar de forma critica diante da
realidade
Segundo Ferrero (1987) muito antes de serem capazes de ler ou escrever
nc sentido convencional do terma as crianyas tentam interpretar as textes com as
quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetiza~o paiS ela na fase da
pre-escola ja faz a sua leitura do mundo
De acordo com 0 pensamento de Lemos (1978) a linguagem oral conta
com recursos diversos timbre de voz entonayao ge5t05 expressao facial contexto
e contato direto com 0 receptor que pade interferir au fazar fluir urn referente na
linguagem escrita 0 qual nem sempre e feito As diverses instituiyaes concebem a
linguagem e a maneira como as criany8s aprendem de modo bastante diferentes
-Na linguagem oral 0 locutor e a interlocutor exercem juntos as funyaes reguladora
organizadora e ativadora dos textos responsaveis pela sua estrutura tessitura au
coeso (LEMOS 1978 p 45)
Na 6tica de Bakhtin (1988) 0 livro isto e 0 ato de fala impresso constitui
igualmente um elemento da comunicayao verbal Ele e objeto de discussoes ativas
sob a forma de dialogo 8 alem disso e feito para ser aprendido de maneira ativa
para ser estudado a fundo comentando e criticando no quadro do discurso interior
sem contar as relac6es impressas institucionalizadas que S8 encontram nas
diferentes esferas da comunicayao verbal
16
Bakhtin (1988) explica que a leitura tem side motivo de estudos de muitos
especialistas preocupados em verificar como S9 dil a partir de visualizacao de
simbolo gn3fico 0 entendimento total de urn texto 0 eutor verificou que a processo
de leitura S8 fez atraves de Ires etapas a primeira ocorre com 0 reconhecimento do
que esta escrito a segunda e a de compreensao atraves de interferencias e
formulacao de hip6teses e a terceira etape ocorr9 a interpreta~o propria mente dite
po is 0 lei tor mantem dialogicidade com 0 texto
Bakhtin informa que a laitura e como urn momento de criatividade no qual 0
leitor necessita reconhecer e aeionar as conhecimentos que ja tern para adquirir
noves e julga-Ios de forma critica Assim a laitura de hist6rias e urn momento em
que a crian~ pode conhecer a forma de viver pensar agir e 0 universo de valores
costumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares
que nao 0 seu (ReN 1998)
Assim desenvolver a leitura no aluno a funcao da escola que deve
respaitar a laitura de mundo que ale traz a partir de suas experiencias sociais ou
seja sua intera~o com outros individuos e com varias inforrnacentes veiculadas palos
meios de comunicacao de massas principalmente a televis~o
Para melhor compreensao dessa afirmativa Ferreiro e Teberosky (1986)
explicam que a sujeito que conhecemos atravas da teoria de Piaget e urn sujeito
que procura atividade de compreender a mundo que 0 rodeia e trata de resolver as
integra90es que esse mundo provoca ~ urn sujeito que aprende basicamente
atravas de suas proprias categorias de pensamento aD masmo tempo em que
organiza seu mundo
Segundo Ferreiro (1987) muito antes de serem capazes de ler au escrever
no sentido convencional do termo as criancas tantam interpretar as textos com os
17
quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetizacao pais ela na fase
pre-escolar ja faz a sua leitura do mundo
Verifica~se nessas leituras que a crianya dave sar urn agente ativa e
determinado no seu desenvoJvimento conforme Kleiman (1995) a leitura e urn
processo que vai definindo progressivamente a relaao texto e leitor e e no
ambiente alfabetizador que a crian98 tem a oportunidade de agir em liberdade para
aprender e desenvolver seus conceitos cognitivos e afetivos
Como conceito de literatura atualmente as dicionarios apresentam as
seguintes sentidos conjunto de obras que versam sabre temas especificos literatura
policial Iiteratura picaresC8 literatura de terror
A literatura na 6tica de Ferreiro
e a representa~o de urna visao do mundo slem de uma tarnada deposiyAo diante dele Tal posicionamento centraliza lIssim suas atenyOesno criador de literatura e ns imita~o da natureza compreendida comoc6pia ou reproduQAoA linguagem e vista como mero ve[culo dessacomunicacao(1987 p 56)
De posse dos conceitos sabre literatura e necessaria cempreender seu
vinculo com a crianca e 0 hJdico A palavra ludice vern do latim ludus e significa
brincar Segundo Rojas (1991) neste brincar estao inclufdos os jogos brinquedos e
divertimentos A funcao educativa do joga permite a aprendizagem do individua seu
conhecimento e sua interpretacao de mundo Por meio da brincadeira a crianca
envolve-se no jogo e sente a necessidade de partilhar com a outro Assim brincando
e jogando ela tera oportunidade de desenvolver capacidades indispensaveis a sua
vida futura
A autora afirma que atraves do jogo de papais a crian98 lida com experi~ncias
que ainda n~o consegue realizar no mundo real
Para Rojas
o brinquedo e a essMcia da infQnciae seu usa permite urn trabalhopedag6gico Que possibilita a produ9fio do conhecimento e tambem aestimula~o da afetividade na crianta A crtan9lJ estabelece com 0
18
brinquedo uma relaltao natural e consegue extravasar suas angostias epaixOes SUDS slegrias e tristezBS suas agressividade5 e passividade(1991 pS)
Dando continuidade a importancia do udico na vida da crian98 0 pr6ximo
capitulo discorre sabre a complexa rela9lo entre a leitura e a trabalho pedag6gico
que incentiva au nao 0 vinculo com a literatura
19
3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA
Na vis~o de Klein e Schafaschek (1990) a processo pedagogico consiste na
transmissao do conhecimento de sua hist6ria assim sera mostrado 0 movimento
historico da linguagem oral e escrita
A linguagem e a consci~ncja sao resultados da ayAo coletiva que as
homens desenvolveram
Segundo Bakhtin
e a linguagem portanto enquanto possibilidade de representa~o logo deabslratao e generalizacAo das caracteristicas do mundo exterior quepossibilila a passagem da con5Ci~ndasensivel a conscilncia racional daoperaylo com objetos concretos com conceitos au representaffOes (1988p32)
Passa~se entaD para uma representayao da linguagem escrita Assim 0
processo da alfabetizacao dave tar reconhecimento do texto oral e escrito e
compreende seu total entendimento Ler nao e somente decifrar simbolos graficos
mas buscar a compreensao das mensagens contidas em suas linhas e entrelinhas
Segundo Cunha (1997) a adulto nao tem a habito de ler e coloca em
diversas situavoos suas justjficativas para 0 pouco tempo que disponibiliza para a
leltura ou seja essa suposi~o de que a crian~ nao se interessa pelo livra e
apenas a refiexo do proprio desinteresse do adulto par tal objeto (CUNHA 1997 p
48)
Nesse contexto a partjcipayao do professor e importante pois este sera 0
mediador entre a crian98 e 0 conhecimento facilitando 0 processo de aquisj~o da
cultura Dai a ideia de que a produ91ioda linguagem oral e escrita e resultado de
um esforyo de produ91iodos homens e desenvolveu-se atraves da necessidade da
mediayiio de um professor
20
Dentro desta perspectiva tem-se re18980 do adulto com a criany8 que
segundo Cunha (1997) e nessa perspectiva a leitura e colocada como mais uma
imposiyao A ideia de que a leitura vai fazer bem a crianya ou ao jOllem leva - nos a
obriga-Ios a ler como Ihes impomos a colher de remedio a injecl)a a escova de
dente a escola (CUNHA 1997 P 51)
Na perspective de Cunha a leitura nao deve ser imposta 0 905tO pel a
leitura deve ser desenvolvido E necessario que sejam obedecidas as fases de
interesse da criama quanta a leitura apresentadas abaixo
Na primeira fase de aquisicao palo g05tO da leitura delem ser
apresentados a crianB livros de gravuras e dos versos infantis (de 2 a 5 ou 6 anos)
E a fase de egocentrismo em que a crianya faz pouca distin9Bo entre a mundo
externo e 0 interno
Ja a idade entre 5 a 8 ou 9 anos caracteriza-se como a idade do Conto de
Fadas De posse de urna mentalidade magica 0 leitor vai buscar nos contos de
fadas lendas mitos e fabulas a simbologia necessaria a elabora~o de suas
viv~ncias
Partindo para a pre-adolesc(mcia e a idade da Historia ambiental e da
leitura Factual (9 a 12 anos) E a fase intermediaria em que persistem vestfgios do
pensamento magico mas a crianya comeya a orientar-se rna is para a real Via de
regra 0 leitar escolhe neste perfodo historias que Ihe apresentam 0 mundo como
ele e Atraves da percep9iio magica de determinado personagem
Dos 12 a 14 anos considera-se a idade da Historia de Aventuras ou fase de
leitura Psicol6gica orientada para as sensac6es E a perfodo da pre-adolescemcia
em que 0 conhecimento da propria personalidade e 0 desenvolvimento dos
precesses agressives ativam a vivlmcia social e a forma9iio de grupos
21
Nos anos de maturidade ou desenvolvimento da esfera Iitero-8stetica de
leitura (14 a 17 anas) ha a curiosidade pelo descobrimento 0 mundo interior e do
mundo dos valores 0 adolescente parte para a hierarquiza~o dos conceitos e a
organizatao de seu universo Aventuras de conteudo intelectual viagens romances
hist6ricos e biograficos historias de amor literatura engajada e temas relacionados
com as interesses Yocacionais v~o ajuda-Io a orientar-se e estruturar-se como
adullo
A questao mais discutida a raspaito de literatura asta relacionada ao fato de
que as jovens e as crianyas nao h~emmuitos s~o as argumentos como a falta de
condiyao financeira de comprar livre 0 pcuco habito de se frequentar a biblioteca os
atrativos e facilidades do computador e da televisao a falta do Mbito dos pais em
lerem entre Qutras causas Mas pode-se considerar como urn grande problema a
falta de habito de leitura nos pais
As autoras Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que middotpais que
nao leem nao poderao despertar em seus filhos 0 gosto pela leitura Imitativa por
natureza a crian98 encontra na familia a maior incentivo para a leitura (1986 p
03)
Assim e delegada a escola a responsabilidade de introduzir a crianca no
mundo dos livros Cabe a escola desenvolver a cantata com as livros que deve ser
iniciada a mais cedo passivel nao 56 pelo manuseio cama tambem pela hist6ria
contada pela conversa au pelos jogos ritmicos no sentido de fazer a crianca amar a
leitura
Esse contato inicial deve ser pautado pela conquista e nao pela imposiyao
o leitor infantI au a infanto-juvenil ao adquirir 0 905tO pela leitura estara
22
visitando urn mundo novo adquirindo conhecimento e aprimorando seu processo
comunicativo
Assim a literatura infantil como toda a obra de arte exerce uma influemcia
pedag6gica sobre 0 individuo quer pela contribuitao na forma9ao do seu
pensamento quer pelos modelos que apresenta Essa funtao pedag6gica tem
importancia unica jil que a contata com a literatura maida a mente e 0 cora9Ao da
crian98 Assim a literatura infantil tern uma finalidade primckia e fundamental que e a
de promover na crian~ 0 gosto pela beleza da palavra 0 deleite perante a cria9ao
de mundos de ficcao
Para alem dista tern ainda a fun980 de arraigar as palavras no mundo
magico da crian~ permitindo-Ihe nlio s6 entende-Ias e usa-las como tambem
goza-Ias e desfruta-Ias no contexto da imaginataomiddot (WORNICOV WAGNER
RUSSOMANO EWEBER 1986 p 04)
MLer as figuras imaginar a hist6ria e desenvolver mental mente urn emado
s~o atividades que poderiam S8r desenvolvidas na educayao infant A escola
dedica ainda pouco tempo para a laitura e a interpreta~o e masmo para a
produtao de textos Mesmo que nao possuindo ainda a capacidade da escrita deve
- S8 compreender que 0 gosto pela leitura it tambem adquirido pelo simples
manuseio de um livro
Neste sentido vale ressaltar as colocalt6esde Orlandi (1987) que distingue
tres tipos de discurso 0 ludico 0 polemico e 0 autaritaria E dentre os diferentes
tipos de discurso autoritario que encontramos 0 discurso pedag6gico que aqui
interessa na medida em que ele tern responsabilidade marcante na atividade que
engloba 0 processo de ensina de leitura no primeiro grau
Este discurso esla a servivo da escola e esta a serviVOde uma ideologia
23
que contribui para dificultar a encontro do saber institucionalizado com as classes
menes favorecidas Isto ocorre porque 0 professor detem 0 saber e trabalha muitas
vezes sem perceber au ate para mostrar poder mascarando 0 tempo todo
afirmando que a aluno tarnham pade dizer 0 que pensa pode opinar pode sugerir
etc e na realidade nao acontece essa pratica a 0 que sa v~ e uma liberdade
vigiada
Sendo 0 professor 0 dono do saber torna-se modelo leitor por excel~ncia
ficando 0 aluno muitas vezes impossihilitado de pensar de refletir e de criar as
pr6prias condicaes de producao
Dessa forma acontece a leitura que 0 autor citado chama de parafrastica ou
seja a raproducao do sentido que 0 autor da ao texto ao contrario da poliss~mica
que se defina pelos multiplos sentidos que ao texto podem ser atribuidos
De acordo com Wornicov Wagner Russomano e Weber
obras especialmenle escntas para crian((CIsmuitas vezes recebem suarejeiyao outras como Robinson Cru50~ de Daniel DefOe Contes de rnamere Ioye de Charles Perrault ou Visgens de Gulliver de Jonathan Swiftnao originalmente destinado aD publico infantrJ foram incorporadas aoacervo de livros para a inftlncia (1988 p 05)
Ainda segundo as autoras e a aceitacao da obra por parte da crian~ que
determina a sua adequacao 80 publico infantil ou n~o ou seja e a crian~ que deve
encontrar na obra seus interesses a unica adaptacao e com refer~ncia ao
conhecimento e limitacentes da crianya As obras literarias infantis devem ser mais do
que instrumentos para proporcionar hist6ria ou induzir a fantasia como toda a obra
de arte exercem uma influencia pedag6gica sobre a individua quer pel a
contribui~o na forma9ilo do seu pensamenta quer pel os modelos que apresenta
Essa funcao pedag6gica tem importancia unica ja que 0 contato com a
literatura desperta na crianya a seu imaginario Assim a literatura infantil tern urna
24
finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a
beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm
dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya
permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las
no contexto da imagina9ilo
Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel
afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida
do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade
inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade
promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao
Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que
ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser
(1986 p 07)
A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da
crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a
crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0
aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a
escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua
com os livros
Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que
em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)
o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao
sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese
classifica96es devem ser respeitadas e entendidas
Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista
que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a
crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam
ocupam a centro de seus interesses
Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as
estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de
capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas
em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas
hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de
encantamenta
Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das
modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua
imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia
A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au
varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que
rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade
ludica e magica em que vive a crianca
Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou
hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0
seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um
temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa
2S
26
Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das
crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a
socializaltao
Para Froebel
a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)
Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento
para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais
adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a
socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)
Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e
preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera
explicitada a seguir
31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA
A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana
atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no
mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras
Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn
mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo
e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a
crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente
nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente
ausente em animais
27
A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~
em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala
mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos
A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo
porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do
jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da
crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa
submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo
muito diferente
Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de
desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento
habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa
ala fosse maior do que e na realidade
Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o
a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo
pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que
sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz
em sua totalidade bio-psico-social-educacional
E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de
enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e
sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que
ajudam para 0 seu desenvolvimento global
Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais
independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as
28
espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar
inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha
limites e e importante que n~o superestime sues capacidades
o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive
despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao
respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses
valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos
de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a
desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser
multo bern aprimoradas no pre-escolar
A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo
as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em
sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida
A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento
entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0
saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de
reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade
o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao
das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre
para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e
individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa
movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade
ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios
interesses pessoais no desenvolvimento das atividades
29
Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-
escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu
simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras
crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos
As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque
nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas
Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia
de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de
adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e
imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem
o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna
retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de
seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0
habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)
Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos
importantes para aqueles que trabalham com a educaylio
A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada
para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica
30
4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR
Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto
a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern
proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya
retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e
reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a
compreensao do texto par parte da crianya
o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que
ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente
com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0
que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)
A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse
despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao
imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario
Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua
subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia
narrativa
Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer
ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)
31
Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar
divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar
na crianca a g05tO pela literatura
Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU
contaram uma hist6ria
Na 6ptica de Tahan
a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)
E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o
infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento
onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo
Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0
ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos
1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito
2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como
li~o advertlmcia ou canselha
3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas
ou ate masma calculos e fra90es
4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos
5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate
masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco
mental
32
o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias
desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil
enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim
a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)
AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica
para a realizayllo de projetos
Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a
alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas
dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado
e se estao todos proximos suficientes do narrador
A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0
narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e
adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para
narrar historias
Segundo Tahan
Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)
Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as
crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer
Tahan informa
33
os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)
Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e
segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas
pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em
cantata com as criantyas
o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn
texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a
historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta
o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao
socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern
pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que
Ihe eram contadas
Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque
a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)
o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a
escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de
ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo
Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para
poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto
professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco
34
Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur
normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a
participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando
gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com
abras especificas para cada idade das criancas
Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica
e 3 ate 6 anas fase magica
Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn
enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa
integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias
que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza
(humanizadas)
Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a
repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas
outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes
Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras
grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com
certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por
genero
No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes
iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras
Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os
circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)
35
A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os
g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0
romance a novela 0 conto 0 drama etc
Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se
dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a
palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que
empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao
Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou
escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis
tenhamos ou n~o consciencia delas
Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua
peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como
A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna
sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral
o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex
objetos elementos da natureza
A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e
anirnais com urn ensinamento moral
o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre
ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo
A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a
historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas
Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da
magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias
precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais
36
Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre
as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem
Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa
pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a
des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no
processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi
incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario
o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de
informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e
ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de
educa~o
Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e
a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a
narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como
placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis
Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais
principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais
detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no
futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando
com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar
recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos
Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios
dependendo de cada circunstimcia
37
Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel
de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante
Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-
leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a
crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim
gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da
linguagem
Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e
sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a
comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80
livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem
atraves do ludico
Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos
devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au
dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias
o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar
as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a
que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a
compreens~o par parte da crianca
Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram
nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das
maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo
que a rodeia
38
JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)
Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia
essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as
maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a
brincadeira a aprendizado se instala
Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem
basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias
as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para
este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele
que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da
prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade
adulta
A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande
destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca
neste genero litera rio
Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil
devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao
de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar
qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar
deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor
deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure
39
Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido
no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto
pedagogico
Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8
livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com
suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada
Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de
contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta
algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em
conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos
objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a
redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos
de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar
A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os
aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da
participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura
e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da
utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas
41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS
411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos
Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu
surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam
utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a
40
funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas
delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)
bull Boneca contador de hist6rias
As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia
jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-
linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de
pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de
serem proferidos rapidamente)
As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das
mais tfmidas
bull Cria~Ao de final de historia
A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando
pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona
iniciada pel a educadora
o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em
papel
bull Errando as hist6rias
Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas
par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais
ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos
pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam
preocupa~o maior com 0 significado)
Chuva e sol casamento de espanhol
Chuva e sol casamento de caracol
41
bull Fantoches
A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as
crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com
cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas
mas mas manuseando as personagens
bull Gravuras
Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai
apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada
bull Jogo de contar hist6rias
Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos
escralem ou ilustram a hist6ria
a Parlendas e gestos
b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com
as dedas batendo as pes ou as maos etc
c Quadrinhos
d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que
fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por
favor etc
bull Dobraduras
A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas
podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e
ouvindo a magica transformayao do papsl
As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam
a dobradura
Ex dobradura depois recitam
Pinto
o pinto pia
A pipa pinga
Pinga a pipa
a pinto pia
Pinto pia
Pipa pinga
Quanta mais
o pinto pia
Mais a pipa pinga
42
bull Tecnicas de narrativas
Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na
sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil
baseado na autora Susatto (2004)
43
o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter
em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente
aos personagens e aos seus estados e animas
Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam
nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es
segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das
condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto
Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do
abandono dos pais
E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas
narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida
real
Segundo Busatto
Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)
Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser
usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador
reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam
imagens)
U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do
castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim
Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que
se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90
com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da
44
dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus
elementos
DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc
Pianos - altura do movimento
Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic
Forra - intensidade empregado no movimento
Tempo - velocidade com que a movimento e executado
Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo
Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem
preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve
sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de
alunos
45
5 CONSIDERAyOES FINAlS
Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias
tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil
ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes
Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das
transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e
aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem
constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0
conhecimento
A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim
educar para a formayao de cidadaos
No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter
essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para
despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao
magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode
proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa
atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca
passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes
tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor
de seus direitos e deveres como cidadao
A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn
facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do
processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e
participativa
46
Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em
mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir
para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO
pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna
imposicao
o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a
contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a
utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par
leitura
Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da
Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente
com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico
A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que
oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir
para a constru~o de sua autonomia
o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada
pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do
professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no
ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura
Bruner afirma que
e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)
47
Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca
em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern
ao encontro das novas perspectivas de educayao
Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta
nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os
alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais
construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au
informagao
48
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~ Universidade Tuiuti do Parana
FACULDADE DE CI~NClAS HUMANAS LETRAS E ARTES
Curso de Pedagogia
TERMO DE APROVAltAO
NOME DO ALUNO LORENA LUCIA VAZ
TiTULO a Despertar da Literatura Infantil enfase nas tewicas denarrativa utilizadas pelos professores da educaao infantl
TRABALHO DE CONCLUSAO DE CURSO APROVADO COMO REQUISITO PARCIAL
PARA A OBTENltAO DO GRAU DE LlCENCIADO EM PEDAGOG lA DO CURSO DE
PEDAGOG lA DA FACULDADE DE ClENCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES DA
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA
MEMBROS D~ lJJ)SSAO AVALIADORA
PROF(a) ELI~ HARTOG
ORIENT~DOR(A) ~
PRJ~Qi~AVSO~OL~SKI WINKELMANN
MEM 0 DA BANCA L l~ ~~--c
PROP ) SUELI TEREZINHA CORAIOLA
M MBRO DA BANCA
DATA 03062006
MEDIA __B_Dj~)CURITIBA - PARANA
200S
Agradeqo a Deus que fez com que eu tnhesse esse caminho
possibilitando a descoberta da minha capacidade me enchendo de for9a
Aos amigos que souberam dizer as palavras certas nas horas exatasAgradeqo a professor a Elizabeth Hartog
que oportunizou a eaborarao deste estudo
Aos meus pais par todo apoio e incentivo a minha familia que
acompanharam toda essa minha trajetoria ao meu marido que amo e
principamente as minhas fihas que silo minha vida e inspirailo
Conlar hislarias e uma arle uma arte rara pois sua maleria-prima e 0 imalerial e 0
contador de hisf6rias urn artista que fece os tios invisiveis desta teia que e a
conlar Conlar hisl6rias expressa e corporifica 0 simb6lico lornando-se a mais pura
expressilo de ser
Cleo Busatto
SUMARIO
RESUMO 5
1INTRODUCAO 9
2 FUNDAMENTACAO TE6RICA 11
21 A LlTERATURA INFANTIL NA HIST6RIA 11
22 DESENVOLVIMENTO DA LlTERATURA 14
3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA 19
31 EXIST~NCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA 26
4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR 30
41 SUGESTOES DE ATIVIDADES LUDICAS 39
411 Sugeslt5es de Bcnicas e aividades para criancas de 2 a 4 anas 39
5 CONSIDERACOES FINAIS 45
REFERENCIAS bull 48
RESUMO
Esta monografia e 0 resultado de urn estudo te6ricG baseado em autores quebuscam analisar e identificar 0 processo de construltao da literatura na vida dacrianya 0 abjetivo desta pesquisa e mostrar a importilncia na avao dos professoresda Educayao Infantil em unirtecnicas de leitura e atividades ludicas com as livros naconstrultao de suas aulas incentivando 0 interesse da crianya pelo mundo da leiturae dos mais diversos generos literarios Para tanto busca identificar de que forma asprofessores podem trabalhar com as ]ivros de rnaneira Judica tenta verificar S9 eSSB
forma de utilizar as livros proporciona a interesse e 0 despertar pel a laitura efinal mente sugare urna metodologia que permita a desenvolvimento da crianyautilizando a literatura recreativa 0 estuda permite discutir que e imprescindivel acompreensaa de que 0 hjdico deve ser uma atividade essencial para a crian~ pOisdesenvolve a capacidade de simbolizayao deslocando sua realidade para a brincarNeste contexta a integra~o com os livros e primordial pais a cantata direto com 0abjeto favorece a rela~a despertanda na crianya a interesse e a prazer pela leituraComo fonte utiliza a pesquisa bibliognjfica que permitiu a revisao da literaturadesvelanda assim 0 conhecimento de algumas obras que foram feltas sobre astaassunto Este estudo e relevante porque mostrou que a utilizayljo de tecnicas denarrativa e atlvidades ludicas por parte dos prafessores desperta a interesse dacrian~ pela leitura
Palavras - chave educayao infantil livra ludico tecnicas de narrativa
1INTRODUCAO
Este trabalho surgiu a partir do interesse passoal da autera par leitura e par
perceber que durante as estagios realizados nas escolas no periodo destes quatro
anos do curso de Pedagogia a leitura e tratada de mane ira desvalonzada sando
colocada em momentos de recrea~o ou para preencher 0 tempo da aula
Essas observat6es provocaram urn questionamento que S8 formalizou
como a problematica do estudo A utilizayao de tecnicas narrativas e de atividades
ludicas desperta 0 interesse na crian9CIpela leitura
Nesta perspectiva 0 objetivo deste estudo e analisar de que maneira as
professores da Educa~o Infantil podem unir tecnicas de leitura e atividades ludicas
com as livros na construyao de suas aulas incentivando 0 interesse da crianca palo
mundo da leitura e dos mais diversos g~neros literarios Para atingir este objetivo
visa identificar de que forma 0 professor pode trabalhar com os livros de maneira
ludica verificar se essa forma de utilizar esses Ilvros proporciona 0 interesse e 0
despertar pela leltura Sugerindo na sequencia uma metodologia que permita 0
desenvolvlmento psicol6gico motor afetivo e criativo da crianca proporcionado
atraves da explora~o de jogos brincadeiras e imaginaao 0 desperlar pela leitura
o metodo escolhido para 0 estudo foi 0 de pesquisa bibliogjfica e
descritiva porque ahsectm de explicar 0 objeto a partir de referencias te6ricas ja
publicadas em livros e documentos permite ao pesquisador observar registrar
analisar e correlacionar os fatos ja existentes sem manipula-Ios Segundo Volpato
(2000) a pesquisa bibliogrilfica levantamento bibliografico ou revisao da literatura euma das etapas da investiga~ cientifica Significa tomar posse do conhecimento
do que ja loi produzido a respeito do assunto ou seja ter acesso a esse
10
conhecimento requer a reviseD da literatura Assim depois de identificar 0 assunto
devern-s8 escolher as fantes mais adequadas a pesquisa
Para WINTER e SALLES (1997 p17) s metodologia cientifica preconiza
urna serie de regras atraves das quais 0 conhecimento dave sar obtido Dassa
forma 0 metoda cientffrco sa concretiza nas diversas etapas que devem sar
adotadas para solucionar urn problema Par Dutro lado na busca dessa solugao a
pesquisa bibliografica e descritiva pade assumir diversas formas descrevendo como
examplo as caracteristicas propriedades au relacentes existentes na comunidade
grupo ou realidade pesquisada
Evidenciando a metodologia utilizada faz-sa necessaria demonstrar que
esta estudo divide-se em seis capitulos que sa apresentam da seguinte maneira
o segundo capitulo apresenta a fundamenta9ao te6rica abordando tapicos
como a literatura infantil na Hist6ria
o terceiro capitulo aborda a relacao entre a crianca 0 ludico e a livro e
tambem a existencia da brincadeira na Oianca
o quarto capitulo narrativa cantar e encantar enfoca 0 cantar hist6rias e
sua contextualizalt1io academica apresenta sugestoes para atividades llidicas com
criancas de 2 a 4 anos
Logo apas apresenta as cansideragCies finais desse estudo que permitiu a
autora apropriar-se de tecnicas que poderao auxiliar a a~o pedag6gica cotidiana
do professor da Educacao Infantil contribuindo assim para a novo fazer
pedag6gica urna proposta que pretende contribuir com 0 desenvolvimento da
crianqa utilizando a literatura recreativa e dirigida com seus diversos generos
literarios
II
2 FUNDAMENTAQAO TEQRICA
21 A LlTERATURA INFANTIL NA HIST6RIA
Com base na analise da leitura de alguns autores e passivel afirmar que
na sociedade antiga nao havia a infancia nenhum espaco separado do mundo
adulto As criancyas trabalhavam e viviam junto com as adultos testemunhavam as
processos natura is da exist~ncia (ZILBERMAN 1998 p 44)
Assim 56 par volta do seculo XVlll a infimcia passa a ser vista de forma
mais valorizada devido as mudancas sociais econ6micas e politicas da sociedade
E passlvel identificar dessa maneira as primeiras mudanyas significativas nas
atitudes das familias em relayao as crianyas pequenas que inicialmente erarn
educadas em casa no casa das meninas que neste periodo aprendiam as afazeres
domesticos Ja as meninos aos sete anos eram mandados para as mosteiros para
serem educados pelos padres
Surgem entao os primeiros pensadores da eduea~o infantil onde podemos
destaear Jean Jacques Rousseau que apesar de nao ser urn edueador delineou 0
campo da pedagogia com suas ideias
Em sua obra 0 Emilio au da EduC8JO (ROUSSEAU 1990 p 32) pode-s9
observar 0 pensamento desse autor que atraves dos relatas da educayao de um
jovem evidencia que a sua forma~a deveria sar voltada aos interesses da crianca
pois essa possui suas caracteristicas proprias suas ideias e seus interesses assirn
a crian9C3 nao poderia ser vista como urn adulto em miniatura Rosseau (1990)
considerava cada fase da crianca com suas earacteristicas e propriedades
Para Rousseau (1990) a educayao n~o vem apenas de fora e sim da
expressao livre da crian~ em seu dia-a-dia com a natureza com isto propos
12
Irabalhar com as brinquedos a agricultura a esporte inslrumenlos de olicios
variados canto e Qutros mais
Para Rousseau
nascemos fracos precisamos de forya nascemo5 desprovidos de tudotemos necessidades de 8ssisl~ncia nascemos eshipidos precisamos dejuizo Tudo 0 que nlio temos ao naseer e de que prccisamos adultos enosdado pela educayao EsSlil educac30 nos vern da natureza au dos homensou das coisas 0 desenvolvimento e a educacaodos homens e 0 ganho danossa propria experi~nciasabre 0$ objetos que nos afetam e a educacAodas coisas (1990 p 11)
Para 0 autor a principal finalidade da educacao era ensinar a criancaa viver
exercendo sua liberdade educar 0 atuno para sar urn homern suas ideias
influenciam varias correntes pedag6gicas ate as dias de hoje
Aries (1981) lambem evidencia que a inffmcia ale a seculo XVII n~o era
Iralada de forma diferenciada as crianls assim como para Rousseau (1990) eram
tidas como adultos em miniatura 0 autor relata que nas sociedades tradicionais a
crian~ encontrava-se misturada ao mundo adulto com intensas trocas afetivas fora
da familia e de onde colhia suas aprendizagens 0 seculo XVIII conludo
leslemunharia mudancasna anliga ordem (ARIES 1981 p78)
Com a ascensao da burguesia e na medida em que a sociedade se
industrializava e se modernizava mediante a aquisi~o de novos recursos
tecnologicos a crianca e a familia assumem urn novo lugar A familia tornou-se 0
lugar de afei~o necessaria entre os c6njuges que se exprimiu sobretudo atraves
da importancia alribuida it crianl e a sua educacao(ARIES 1981 p79)
Nesse contexto surge uma nova pedagogia que passa a exigir uma
literatura infantil com uma didatica mais apropriada onde haja incentivo com rela~o
a crialividade da crianl Zilberman (1998) deslaca que a partir desle panorama eque emerge a literatura infantil com as adaptac6esdos classicos e dos contos de
13
fadas Informa que primitivamente os contos folcl6ricos colecionados pelos Irmaos
Grimm e Qutros nao eram fabulosos nem restritos a uma certa ida de
(ZILBERMAN 1998 P 45)
Conforme Zilberman (1998) os contos de fada eram contados por e para
adultos par uma classe mais baixa da sociedade as obras dos irmaos Grimm nao
eram restritas as crian9GIscontava situa95es da vida das classes inferiores fazendo
a conexao com a vida social e a magia do conto tudo e retratado de uma maneira
simb6lica as personagens nao sao percebidos como seres vivos assim com 0
surgimento da nova pedagogia estas obras fcram adaptadas para as jovens
(ZILBERMAN 1998 P 45)
Quem traduziu no Brasil e adaptou as obras dos autores cJassicos para a
juventude foi Carl Jansem Ate en tao nao se aproveitava a tradi9gtio folclorica do
Brasil na constitui9gtio de textos juvenis (ZILBERMAN 1998)
Segundo Cadermartori (1994) a literatura infantil brasileira inicia sob a
egide de urn dos nossos mais destacados inteJectuais Monteiro Lobato
Segundo Zilberman
Monteiro Lobato fllla 0 rompimenlo com 0 clrculo da dependencia dosp~drOes Europeus em sua obra 0 Sitio do Pica Pau Amarelo ele criapersonagens nacionais e a obra vai de um contexto real 0 sitio a umimaginano como 0 reino das aguas passui os personagens tictitios Emiliavisconde e os reeis Pedrtnho nartzinho os folcJ6ricos saci os personagensda mitologia classica como Minotauro dentre outros os magicos com 0burro falanleOs aspectos sociais sao mantidos atraves de personagens(lOmo 0 jeca tatu onde 0 nive social e cuttural t diferente dos personagensprincipais representados por pessoQs reais como a av6 Dona Benta (1 Q96p54)
Monteiro Lobato criou a literatura nacional em um contexte de cenarios
personagens e sugestoes folcloricas que n~o podem ser seguidos por nenhum
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uma carreira de sucessa com seus livros infantis dentre estes Ana Maria Machado
e Ruth Rocha
A literatura infantil dave continuar a sar produzida cuidando para nao haver
uma c6pia do genera utilizado par Monteiro Lobato devendo com isso transpor
fronteiras sando uma literatura composta par uma abordagem rica criativa e didatica
mas fica evidente 0 quanta e diffcil identificar e criar livros infantis de excelente
quaJidade (ZILBERMAN1998)
Assim cabe agora referir ao desenvolvimento da literatura em rela~o ao
Referencial Curricular Nacional (RCN1998)
22 DESENVOLVIMENTO DA L1TERATURA
Com base na leitura do referencial curricular para a educa~o infantil no
capitulo destinado a linguagem e a escrita as crianyas e as praticas de leitura tern
urn grande valor em si masma nao sando necessaria atividades subsequentes
como 0 desenho dos personagens a resposta de perguntas sabre a leitura
dramatiza9iio das historias etc (RCN1998)
A leitura comeya muito cedo na vida do individua ista e a crian9B ja faz a
leitura extralingOistica do seu mundo antes de ir a escola Do ponto de vista
linguistico a conceito de leitura adquire diferentes mudanyas
Segundo Kleiman (1995) a leitura e um processo que vai se definindo
progressivamente a partir da intera980 entre 0 texta e a leitor Nessa processo 0
professor anquanto orientadar vai definindo tarefas progressivas mais complexas e
aos paucos a crianya vai fazendo as retomadas necessarias para compreender 0
texto
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As instituiyOesde Educayao Infantil podem resgatar a repert6rio de historias
que as criancas ouvem em casa enos ambientes que freqOentam urna vez que
eSS8S hist6rias S9 constituem em rica fonte de informacentes sabre as diversas formas
culturais construindo da sensibilidade das crian9Bs
A aprendizagem da leitura e fundamental para que 0 individuo possa
entender 0 mundo que a cerca bern como S9 posicionar de forma critica diante da
realidade
Segundo Ferrero (1987) muito antes de serem capazes de ler ou escrever
nc sentido convencional do terma as crianyas tentam interpretar as textes com as
quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetiza~o paiS ela na fase da
pre-escola ja faz a sua leitura do mundo
De acordo com 0 pensamento de Lemos (1978) a linguagem oral conta
com recursos diversos timbre de voz entonayao ge5t05 expressao facial contexto
e contato direto com 0 receptor que pade interferir au fazar fluir urn referente na
linguagem escrita 0 qual nem sempre e feito As diverses instituiyaes concebem a
linguagem e a maneira como as criany8s aprendem de modo bastante diferentes
-Na linguagem oral 0 locutor e a interlocutor exercem juntos as funyaes reguladora
organizadora e ativadora dos textos responsaveis pela sua estrutura tessitura au
coeso (LEMOS 1978 p 45)
Na 6tica de Bakhtin (1988) 0 livro isto e 0 ato de fala impresso constitui
igualmente um elemento da comunicayao verbal Ele e objeto de discussoes ativas
sob a forma de dialogo 8 alem disso e feito para ser aprendido de maneira ativa
para ser estudado a fundo comentando e criticando no quadro do discurso interior
sem contar as relac6es impressas institucionalizadas que S8 encontram nas
diferentes esferas da comunicayao verbal
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Bakhtin (1988) explica que a leitura tem side motivo de estudos de muitos
especialistas preocupados em verificar como S9 dil a partir de visualizacao de
simbolo gn3fico 0 entendimento total de urn texto 0 eutor verificou que a processo
de leitura S8 fez atraves de Ires etapas a primeira ocorre com 0 reconhecimento do
que esta escrito a segunda e a de compreensao atraves de interferencias e
formulacao de hip6teses e a terceira etape ocorr9 a interpreta~o propria mente dite
po is 0 lei tor mantem dialogicidade com 0 texto
Bakhtin informa que a laitura e como urn momento de criatividade no qual 0
leitor necessita reconhecer e aeionar as conhecimentos que ja tern para adquirir
noves e julga-Ios de forma critica Assim a laitura de hist6rias e urn momento em
que a crian~ pode conhecer a forma de viver pensar agir e 0 universo de valores
costumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares
que nao 0 seu (ReN 1998)
Assim desenvolver a leitura no aluno a funcao da escola que deve
respaitar a laitura de mundo que ale traz a partir de suas experiencias sociais ou
seja sua intera~o com outros individuos e com varias inforrnacentes veiculadas palos
meios de comunicacao de massas principalmente a televis~o
Para melhor compreensao dessa afirmativa Ferreiro e Teberosky (1986)
explicam que a sujeito que conhecemos atravas da teoria de Piaget e urn sujeito
que procura atividade de compreender a mundo que 0 rodeia e trata de resolver as
integra90es que esse mundo provoca ~ urn sujeito que aprende basicamente
atravas de suas proprias categorias de pensamento aD masmo tempo em que
organiza seu mundo
Segundo Ferreiro (1987) muito antes de serem capazes de ler au escrever
no sentido convencional do termo as criancas tantam interpretar as textos com os
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quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetizacao pais ela na fase
pre-escolar ja faz a sua leitura do mundo
Verifica~se nessas leituras que a crianya dave sar urn agente ativa e
determinado no seu desenvoJvimento conforme Kleiman (1995) a leitura e urn
processo que vai definindo progressivamente a relaao texto e leitor e e no
ambiente alfabetizador que a crian98 tem a oportunidade de agir em liberdade para
aprender e desenvolver seus conceitos cognitivos e afetivos
Como conceito de literatura atualmente as dicionarios apresentam as
seguintes sentidos conjunto de obras que versam sabre temas especificos literatura
policial Iiteratura picaresC8 literatura de terror
A literatura na 6tica de Ferreiro
e a representa~o de urna visao do mundo slem de uma tarnada deposiyAo diante dele Tal posicionamento centraliza lIssim suas atenyOesno criador de literatura e ns imita~o da natureza compreendida comoc6pia ou reproduQAoA linguagem e vista como mero ve[culo dessacomunicacao(1987 p 56)
De posse dos conceitos sabre literatura e necessaria cempreender seu
vinculo com a crianca e 0 hJdico A palavra ludice vern do latim ludus e significa
brincar Segundo Rojas (1991) neste brincar estao inclufdos os jogos brinquedos e
divertimentos A funcao educativa do joga permite a aprendizagem do individua seu
conhecimento e sua interpretacao de mundo Por meio da brincadeira a crianca
envolve-se no jogo e sente a necessidade de partilhar com a outro Assim brincando
e jogando ela tera oportunidade de desenvolver capacidades indispensaveis a sua
vida futura
A autora afirma que atraves do jogo de papais a crian98 lida com experi~ncias
que ainda n~o consegue realizar no mundo real
Para Rojas
o brinquedo e a essMcia da infQnciae seu usa permite urn trabalhopedag6gico Que possibilita a produ9fio do conhecimento e tambem aestimula~o da afetividade na crianta A crtan9lJ estabelece com 0
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brinquedo uma relaltao natural e consegue extravasar suas angostias epaixOes SUDS slegrias e tristezBS suas agressividade5 e passividade(1991 pS)
Dando continuidade a importancia do udico na vida da crian98 0 pr6ximo
capitulo discorre sabre a complexa rela9lo entre a leitura e a trabalho pedag6gico
que incentiva au nao 0 vinculo com a literatura
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3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA
Na vis~o de Klein e Schafaschek (1990) a processo pedagogico consiste na
transmissao do conhecimento de sua hist6ria assim sera mostrado 0 movimento
historico da linguagem oral e escrita
A linguagem e a consci~ncja sao resultados da ayAo coletiva que as
homens desenvolveram
Segundo Bakhtin
e a linguagem portanto enquanto possibilidade de representa~o logo deabslratao e generalizacAo das caracteristicas do mundo exterior quepossibilila a passagem da con5Ci~ndasensivel a conscilncia racional daoperaylo com objetos concretos com conceitos au representaffOes (1988p32)
Passa~se entaD para uma representayao da linguagem escrita Assim 0
processo da alfabetizacao dave tar reconhecimento do texto oral e escrito e
compreende seu total entendimento Ler nao e somente decifrar simbolos graficos
mas buscar a compreensao das mensagens contidas em suas linhas e entrelinhas
Segundo Cunha (1997) a adulto nao tem a habito de ler e coloca em
diversas situavoos suas justjficativas para 0 pouco tempo que disponibiliza para a
leltura ou seja essa suposi~o de que a crian~ nao se interessa pelo livra e
apenas a refiexo do proprio desinteresse do adulto par tal objeto (CUNHA 1997 p
48)
Nesse contexto a partjcipayao do professor e importante pois este sera 0
mediador entre a crian98 e 0 conhecimento facilitando 0 processo de aquisj~o da
cultura Dai a ideia de que a produ91ioda linguagem oral e escrita e resultado de
um esforyo de produ91iodos homens e desenvolveu-se atraves da necessidade da
mediayiio de um professor
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Dentro desta perspectiva tem-se re18980 do adulto com a criany8 que
segundo Cunha (1997) e nessa perspectiva a leitura e colocada como mais uma
imposiyao A ideia de que a leitura vai fazer bem a crianya ou ao jOllem leva - nos a
obriga-Ios a ler como Ihes impomos a colher de remedio a injecl)a a escova de
dente a escola (CUNHA 1997 P 51)
Na perspective de Cunha a leitura nao deve ser imposta 0 905tO pel a
leitura deve ser desenvolvido E necessario que sejam obedecidas as fases de
interesse da criama quanta a leitura apresentadas abaixo
Na primeira fase de aquisicao palo g05tO da leitura delem ser
apresentados a crianB livros de gravuras e dos versos infantis (de 2 a 5 ou 6 anos)
E a fase de egocentrismo em que a crianya faz pouca distin9Bo entre a mundo
externo e 0 interno
Ja a idade entre 5 a 8 ou 9 anos caracteriza-se como a idade do Conto de
Fadas De posse de urna mentalidade magica 0 leitor vai buscar nos contos de
fadas lendas mitos e fabulas a simbologia necessaria a elabora~o de suas
viv~ncias
Partindo para a pre-adolesc(mcia e a idade da Historia ambiental e da
leitura Factual (9 a 12 anos) E a fase intermediaria em que persistem vestfgios do
pensamento magico mas a crianya comeya a orientar-se rna is para a real Via de
regra 0 leitar escolhe neste perfodo historias que Ihe apresentam 0 mundo como
ele e Atraves da percep9iio magica de determinado personagem
Dos 12 a 14 anos considera-se a idade da Historia de Aventuras ou fase de
leitura Psicol6gica orientada para as sensac6es E a perfodo da pre-adolescemcia
em que 0 conhecimento da propria personalidade e 0 desenvolvimento dos
precesses agressives ativam a vivlmcia social e a forma9iio de grupos
21
Nos anos de maturidade ou desenvolvimento da esfera Iitero-8stetica de
leitura (14 a 17 anas) ha a curiosidade pelo descobrimento 0 mundo interior e do
mundo dos valores 0 adolescente parte para a hierarquiza~o dos conceitos e a
organizatao de seu universo Aventuras de conteudo intelectual viagens romances
hist6ricos e biograficos historias de amor literatura engajada e temas relacionados
com as interesses Yocacionais v~o ajuda-Io a orientar-se e estruturar-se como
adullo
A questao mais discutida a raspaito de literatura asta relacionada ao fato de
que as jovens e as crianyas nao h~emmuitos s~o as argumentos como a falta de
condiyao financeira de comprar livre 0 pcuco habito de se frequentar a biblioteca os
atrativos e facilidades do computador e da televisao a falta do Mbito dos pais em
lerem entre Qutras causas Mas pode-se considerar como urn grande problema a
falta de habito de leitura nos pais
As autoras Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que middotpais que
nao leem nao poderao despertar em seus filhos 0 gosto pela leitura Imitativa por
natureza a crian98 encontra na familia a maior incentivo para a leitura (1986 p
03)
Assim e delegada a escola a responsabilidade de introduzir a crianca no
mundo dos livros Cabe a escola desenvolver a cantata com as livros que deve ser
iniciada a mais cedo passivel nao 56 pelo manuseio cama tambem pela hist6ria
contada pela conversa au pelos jogos ritmicos no sentido de fazer a crianca amar a
leitura
Esse contato inicial deve ser pautado pela conquista e nao pela imposiyao
o leitor infantI au a infanto-juvenil ao adquirir 0 905tO pela leitura estara
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visitando urn mundo novo adquirindo conhecimento e aprimorando seu processo
comunicativo
Assim a literatura infantil como toda a obra de arte exerce uma influemcia
pedag6gica sobre 0 individuo quer pela contribuitao na forma9ao do seu
pensamento quer pelos modelos que apresenta Essa funtao pedag6gica tem
importancia unica jil que a contata com a literatura maida a mente e 0 cora9Ao da
crian98 Assim a literatura infantil tern uma finalidade primckia e fundamental que e a
de promover na crian~ 0 gosto pela beleza da palavra 0 deleite perante a cria9ao
de mundos de ficcao
Para alem dista tern ainda a fun980 de arraigar as palavras no mundo
magico da crian~ permitindo-Ihe nlio s6 entende-Ias e usa-las como tambem
goza-Ias e desfruta-Ias no contexto da imaginataomiddot (WORNICOV WAGNER
RUSSOMANO EWEBER 1986 p 04)
MLer as figuras imaginar a hist6ria e desenvolver mental mente urn emado
s~o atividades que poderiam S8r desenvolvidas na educayao infant A escola
dedica ainda pouco tempo para a laitura e a interpreta~o e masmo para a
produtao de textos Mesmo que nao possuindo ainda a capacidade da escrita deve
- S8 compreender que 0 gosto pela leitura it tambem adquirido pelo simples
manuseio de um livro
Neste sentido vale ressaltar as colocalt6esde Orlandi (1987) que distingue
tres tipos de discurso 0 ludico 0 polemico e 0 autaritaria E dentre os diferentes
tipos de discurso autoritario que encontramos 0 discurso pedag6gico que aqui
interessa na medida em que ele tern responsabilidade marcante na atividade que
engloba 0 processo de ensina de leitura no primeiro grau
Este discurso esla a servivo da escola e esta a serviVOde uma ideologia
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que contribui para dificultar a encontro do saber institucionalizado com as classes
menes favorecidas Isto ocorre porque 0 professor detem 0 saber e trabalha muitas
vezes sem perceber au ate para mostrar poder mascarando 0 tempo todo
afirmando que a aluno tarnham pade dizer 0 que pensa pode opinar pode sugerir
etc e na realidade nao acontece essa pratica a 0 que sa v~ e uma liberdade
vigiada
Sendo 0 professor 0 dono do saber torna-se modelo leitor por excel~ncia
ficando 0 aluno muitas vezes impossihilitado de pensar de refletir e de criar as
pr6prias condicaes de producao
Dessa forma acontece a leitura que 0 autor citado chama de parafrastica ou
seja a raproducao do sentido que 0 autor da ao texto ao contrario da poliss~mica
que se defina pelos multiplos sentidos que ao texto podem ser atribuidos
De acordo com Wornicov Wagner Russomano e Weber
obras especialmenle escntas para crian((CIsmuitas vezes recebem suarejeiyao outras como Robinson Cru50~ de Daniel DefOe Contes de rnamere Ioye de Charles Perrault ou Visgens de Gulliver de Jonathan Swiftnao originalmente destinado aD publico infantrJ foram incorporadas aoacervo de livros para a inftlncia (1988 p 05)
Ainda segundo as autoras e a aceitacao da obra por parte da crian~ que
determina a sua adequacao 80 publico infantil ou n~o ou seja e a crian~ que deve
encontrar na obra seus interesses a unica adaptacao e com refer~ncia ao
conhecimento e limitacentes da crianya As obras literarias infantis devem ser mais do
que instrumentos para proporcionar hist6ria ou induzir a fantasia como toda a obra
de arte exercem uma influencia pedag6gica sobre a individua quer pel a
contribui~o na forma9ilo do seu pensamenta quer pel os modelos que apresenta
Essa funcao pedag6gica tem importancia unica ja que 0 contato com a
literatura desperta na crianya a seu imaginario Assim a literatura infantil tern urna
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finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a
beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm
dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya
permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las
no contexto da imagina9ilo
Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel
afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida
do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade
inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade
promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao
Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que
ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser
(1986 p 07)
A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da
crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a
crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0
aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a
escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua
com os livros
Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que
em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)
o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao
sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese
classifica96es devem ser respeitadas e entendidas
Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista
que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a
crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam
ocupam a centro de seus interesses
Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as
estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de
capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas
em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas
hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de
encantamenta
Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das
modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua
imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia
A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au
varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que
rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade
ludica e magica em que vive a crianca
Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou
hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0
seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um
temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa
2S
26
Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das
crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a
socializaltao
Para Froebel
a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)
Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento
para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais
adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a
socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)
Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e
preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera
explicitada a seguir
31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA
A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana
atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no
mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras
Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn
mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo
e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a
crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente
nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente
ausente em animais
27
A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~
em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala
mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos
A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo
porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do
jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da
crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa
submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo
muito diferente
Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de
desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento
habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa
ala fosse maior do que e na realidade
Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o
a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo
pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que
sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz
em sua totalidade bio-psico-social-educacional
E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de
enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e
sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que
ajudam para 0 seu desenvolvimento global
Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais
independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as
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espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar
inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha
limites e e importante que n~o superestime sues capacidades
o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive
despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao
respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses
valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos
de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a
desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser
multo bern aprimoradas no pre-escolar
A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo
as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em
sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida
A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento
entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0
saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de
reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade
o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao
das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre
para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e
individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa
movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade
ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios
interesses pessoais no desenvolvimento das atividades
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Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-
escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu
simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras
crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos
As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque
nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas
Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia
de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de
adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e
imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem
o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna
retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de
seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0
habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)
Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos
importantes para aqueles que trabalham com a educaylio
A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada
para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica
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4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR
Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto
a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern
proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya
retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e
reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a
compreensao do texto par parte da crianya
o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que
ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente
com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0
que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)
A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse
despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao
imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario
Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua
subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia
narrativa
Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer
ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)
31
Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar
divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar
na crianca a g05tO pela literatura
Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU
contaram uma hist6ria
Na 6ptica de Tahan
a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)
E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o
infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento
onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo
Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0
ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos
1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito
2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como
li~o advertlmcia ou canselha
3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas
ou ate masma calculos e fra90es
4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos
5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate
masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco
mental
32
o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias
desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil
enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim
a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)
AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica
para a realizayllo de projetos
Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a
alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas
dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado
e se estao todos proximos suficientes do narrador
A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0
narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e
adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para
narrar historias
Segundo Tahan
Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)
Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as
crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer
Tahan informa
33
os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)
Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e
segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas
pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em
cantata com as criantyas
o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn
texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a
historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta
o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao
socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern
pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que
Ihe eram contadas
Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque
a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)
o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a
escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de
ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo
Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para
poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto
professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco
34
Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur
normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a
participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando
gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com
abras especificas para cada idade das criancas
Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica
e 3 ate 6 anas fase magica
Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn
enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa
integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias
que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza
(humanizadas)
Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a
repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas
outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes
Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras
grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com
certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por
genero
No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes
iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras
Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os
circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)
35
A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os
g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0
romance a novela 0 conto 0 drama etc
Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se
dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a
palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que
empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao
Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou
escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis
tenhamos ou n~o consciencia delas
Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua
peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como
A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna
sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral
o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex
objetos elementos da natureza
A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e
anirnais com urn ensinamento moral
o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre
ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo
A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a
historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas
Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da
magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias
precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais
36
Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre
as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem
Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa
pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a
des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no
processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi
incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario
o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de
informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e
ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de
educa~o
Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e
a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a
narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como
placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis
Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais
principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais
detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no
futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando
com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar
recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos
Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios
dependendo de cada circunstimcia
37
Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel
de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante
Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-
leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a
crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim
gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da
linguagem
Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e
sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a
comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80
livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem
atraves do ludico
Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos
devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au
dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias
o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar
as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a
que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a
compreens~o par parte da crianca
Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram
nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das
maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo
que a rodeia
38
JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)
Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia
essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as
maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a
brincadeira a aprendizado se instala
Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem
basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias
as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para
este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele
que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da
prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade
adulta
A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande
destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca
neste genero litera rio
Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil
devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao
de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar
qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar
deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor
deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure
39
Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido
no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto
pedagogico
Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8
livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com
suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada
Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de
contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta
algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em
conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos
objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a
redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos
de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar
A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os
aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da
participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura
e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da
utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas
41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS
411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos
Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu
surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam
utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a
40
funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas
delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)
bull Boneca contador de hist6rias
As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia
jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-
linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de
pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de
serem proferidos rapidamente)
As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das
mais tfmidas
bull Cria~Ao de final de historia
A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando
pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona
iniciada pel a educadora
o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em
papel
bull Errando as hist6rias
Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas
par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais
ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos
pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam
preocupa~o maior com 0 significado)
Chuva e sol casamento de espanhol
Chuva e sol casamento de caracol
41
bull Fantoches
A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as
crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com
cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas
mas mas manuseando as personagens
bull Gravuras
Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai
apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada
bull Jogo de contar hist6rias
Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos
escralem ou ilustram a hist6ria
a Parlendas e gestos
b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com
as dedas batendo as pes ou as maos etc
c Quadrinhos
d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que
fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por
favor etc
bull Dobraduras
A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas
podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e
ouvindo a magica transformayao do papsl
As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam
a dobradura
Ex dobradura depois recitam
Pinto
o pinto pia
A pipa pinga
Pinga a pipa
a pinto pia
Pinto pia
Pipa pinga
Quanta mais
o pinto pia
Mais a pipa pinga
42
bull Tecnicas de narrativas
Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na
sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil
baseado na autora Susatto (2004)
43
o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter
em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente
aos personagens e aos seus estados e animas
Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam
nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es
segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das
condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto
Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do
abandono dos pais
E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas
narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida
real
Segundo Busatto
Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)
Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser
usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador
reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam
imagens)
U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do
castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim
Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que
se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90
com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da
44
dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus
elementos
DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc
Pianos - altura do movimento
Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic
Forra - intensidade empregado no movimento
Tempo - velocidade com que a movimento e executado
Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo
Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem
preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve
sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de
alunos
45
5 CONSIDERAyOES FINAlS
Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias
tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil
ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes
Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das
transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e
aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem
constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0
conhecimento
A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim
educar para a formayao de cidadaos
No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter
essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para
despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao
magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode
proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa
atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca
passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes
tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor
de seus direitos e deveres como cidadao
A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn
facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do
processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e
participativa
46
Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em
mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir
para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO
pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna
imposicao
o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a
contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a
utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par
leitura
Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da
Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente
com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico
A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que
oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir
para a constru~o de sua autonomia
o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada
pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do
professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no
ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura
Bruner afirma que
e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)
47
Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca
em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern
ao encontro das novas perspectivas de educayao
Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta
nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os
alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais
construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au
informagao
48
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Agradeqo a Deus que fez com que eu tnhesse esse caminho
possibilitando a descoberta da minha capacidade me enchendo de for9a
Aos amigos que souberam dizer as palavras certas nas horas exatasAgradeqo a professor a Elizabeth Hartog
que oportunizou a eaborarao deste estudo
Aos meus pais par todo apoio e incentivo a minha familia que
acompanharam toda essa minha trajetoria ao meu marido que amo e
principamente as minhas fihas que silo minha vida e inspirailo
Conlar hislarias e uma arle uma arte rara pois sua maleria-prima e 0 imalerial e 0
contador de hisf6rias urn artista que fece os tios invisiveis desta teia que e a
conlar Conlar hisl6rias expressa e corporifica 0 simb6lico lornando-se a mais pura
expressilo de ser
Cleo Busatto
SUMARIO
RESUMO 5
1INTRODUCAO 9
2 FUNDAMENTACAO TE6RICA 11
21 A LlTERATURA INFANTIL NA HIST6RIA 11
22 DESENVOLVIMENTO DA LlTERATURA 14
3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA 19
31 EXIST~NCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA 26
4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR 30
41 SUGESTOES DE ATIVIDADES LUDICAS 39
411 Sugeslt5es de Bcnicas e aividades para criancas de 2 a 4 anas 39
5 CONSIDERACOES FINAIS 45
REFERENCIAS bull 48
RESUMO
Esta monografia e 0 resultado de urn estudo te6ricG baseado em autores quebuscam analisar e identificar 0 processo de construltao da literatura na vida dacrianya 0 abjetivo desta pesquisa e mostrar a importilncia na avao dos professoresda Educayao Infantil em unirtecnicas de leitura e atividades ludicas com as livros naconstrultao de suas aulas incentivando 0 interesse da crianya pelo mundo da leiturae dos mais diversos generos literarios Para tanto busca identificar de que forma asprofessores podem trabalhar com as ]ivros de rnaneira Judica tenta verificar S9 eSSB
forma de utilizar as livros proporciona a interesse e 0 despertar pel a laitura efinal mente sugare urna metodologia que permita a desenvolvimento da crianyautilizando a literatura recreativa 0 estuda permite discutir que e imprescindivel acompreensaa de que 0 hjdico deve ser uma atividade essencial para a crian~ pOisdesenvolve a capacidade de simbolizayao deslocando sua realidade para a brincarNeste contexta a integra~o com os livros e primordial pais a cantata direto com 0abjeto favorece a rela~a despertanda na crianya a interesse e a prazer pela leituraComo fonte utiliza a pesquisa bibliognjfica que permitiu a revisao da literaturadesvelanda assim 0 conhecimento de algumas obras que foram feltas sobre astaassunto Este estudo e relevante porque mostrou que a utilizayljo de tecnicas denarrativa e atlvidades ludicas por parte dos prafessores desperta a interesse dacrian~ pela leitura
Palavras - chave educayao infantil livra ludico tecnicas de narrativa
1INTRODUCAO
Este trabalho surgiu a partir do interesse passoal da autera par leitura e par
perceber que durante as estagios realizados nas escolas no periodo destes quatro
anos do curso de Pedagogia a leitura e tratada de mane ira desvalonzada sando
colocada em momentos de recrea~o ou para preencher 0 tempo da aula
Essas observat6es provocaram urn questionamento que S8 formalizou
como a problematica do estudo A utilizayao de tecnicas narrativas e de atividades
ludicas desperta 0 interesse na crian9CIpela leitura
Nesta perspectiva 0 objetivo deste estudo e analisar de que maneira as
professores da Educa~o Infantil podem unir tecnicas de leitura e atividades ludicas
com as livros na construyao de suas aulas incentivando 0 interesse da crianca palo
mundo da leitura e dos mais diversos g~neros literarios Para atingir este objetivo
visa identificar de que forma 0 professor pode trabalhar com os livros de maneira
ludica verificar se essa forma de utilizar esses Ilvros proporciona 0 interesse e 0
despertar pela leltura Sugerindo na sequencia uma metodologia que permita 0
desenvolvlmento psicol6gico motor afetivo e criativo da crianca proporcionado
atraves da explora~o de jogos brincadeiras e imaginaao 0 desperlar pela leitura
o metodo escolhido para 0 estudo foi 0 de pesquisa bibliogjfica e
descritiva porque ahsectm de explicar 0 objeto a partir de referencias te6ricas ja
publicadas em livros e documentos permite ao pesquisador observar registrar
analisar e correlacionar os fatos ja existentes sem manipula-Ios Segundo Volpato
(2000) a pesquisa bibliogrilfica levantamento bibliografico ou revisao da literatura euma das etapas da investiga~ cientifica Significa tomar posse do conhecimento
do que ja loi produzido a respeito do assunto ou seja ter acesso a esse
10
conhecimento requer a reviseD da literatura Assim depois de identificar 0 assunto
devern-s8 escolher as fantes mais adequadas a pesquisa
Para WINTER e SALLES (1997 p17) s metodologia cientifica preconiza
urna serie de regras atraves das quais 0 conhecimento dave sar obtido Dassa
forma 0 metoda cientffrco sa concretiza nas diversas etapas que devem sar
adotadas para solucionar urn problema Par Dutro lado na busca dessa solugao a
pesquisa bibliografica e descritiva pade assumir diversas formas descrevendo como
examplo as caracteristicas propriedades au relacentes existentes na comunidade
grupo ou realidade pesquisada
Evidenciando a metodologia utilizada faz-sa necessaria demonstrar que
esta estudo divide-se em seis capitulos que sa apresentam da seguinte maneira
o segundo capitulo apresenta a fundamenta9ao te6rica abordando tapicos
como a literatura infantil na Hist6ria
o terceiro capitulo aborda a relacao entre a crianca 0 ludico e a livro e
tambem a existencia da brincadeira na Oianca
o quarto capitulo narrativa cantar e encantar enfoca 0 cantar hist6rias e
sua contextualizalt1io academica apresenta sugestoes para atividades llidicas com
criancas de 2 a 4 anos
Logo apas apresenta as cansideragCies finais desse estudo que permitiu a
autora apropriar-se de tecnicas que poderao auxiliar a a~o pedag6gica cotidiana
do professor da Educacao Infantil contribuindo assim para a novo fazer
pedag6gica urna proposta que pretende contribuir com 0 desenvolvimento da
crianqa utilizando a literatura recreativa e dirigida com seus diversos generos
literarios
II
2 FUNDAMENTAQAO TEQRICA
21 A LlTERATURA INFANTIL NA HIST6RIA
Com base na analise da leitura de alguns autores e passivel afirmar que
na sociedade antiga nao havia a infancia nenhum espaco separado do mundo
adulto As criancyas trabalhavam e viviam junto com as adultos testemunhavam as
processos natura is da exist~ncia (ZILBERMAN 1998 p 44)
Assim 56 par volta do seculo XVlll a infimcia passa a ser vista de forma
mais valorizada devido as mudancas sociais econ6micas e politicas da sociedade
E passlvel identificar dessa maneira as primeiras mudanyas significativas nas
atitudes das familias em relayao as crianyas pequenas que inicialmente erarn
educadas em casa no casa das meninas que neste periodo aprendiam as afazeres
domesticos Ja as meninos aos sete anos eram mandados para as mosteiros para
serem educados pelos padres
Surgem entao os primeiros pensadores da eduea~o infantil onde podemos
destaear Jean Jacques Rousseau que apesar de nao ser urn edueador delineou 0
campo da pedagogia com suas ideias
Em sua obra 0 Emilio au da EduC8JO (ROUSSEAU 1990 p 32) pode-s9
observar 0 pensamento desse autor que atraves dos relatas da educayao de um
jovem evidencia que a sua forma~a deveria sar voltada aos interesses da crianca
pois essa possui suas caracteristicas proprias suas ideias e seus interesses assirn
a crian9C3 nao poderia ser vista como urn adulto em miniatura Rosseau (1990)
considerava cada fase da crianca com suas earacteristicas e propriedades
Para Rousseau (1990) a educayao n~o vem apenas de fora e sim da
expressao livre da crian~ em seu dia-a-dia com a natureza com isto propos
12
Irabalhar com as brinquedos a agricultura a esporte inslrumenlos de olicios
variados canto e Qutros mais
Para Rousseau
nascemos fracos precisamos de forya nascemo5 desprovidos de tudotemos necessidades de 8ssisl~ncia nascemos eshipidos precisamos dejuizo Tudo 0 que nlio temos ao naseer e de que prccisamos adultos enosdado pela educayao EsSlil educac30 nos vern da natureza au dos homensou das coisas 0 desenvolvimento e a educacaodos homens e 0 ganho danossa propria experi~nciasabre 0$ objetos que nos afetam e a educacAodas coisas (1990 p 11)
Para 0 autor a principal finalidade da educacao era ensinar a criancaa viver
exercendo sua liberdade educar 0 atuno para sar urn homern suas ideias
influenciam varias correntes pedag6gicas ate as dias de hoje
Aries (1981) lambem evidencia que a inffmcia ale a seculo XVII n~o era
Iralada de forma diferenciada as crianls assim como para Rousseau (1990) eram
tidas como adultos em miniatura 0 autor relata que nas sociedades tradicionais a
crian~ encontrava-se misturada ao mundo adulto com intensas trocas afetivas fora
da familia e de onde colhia suas aprendizagens 0 seculo XVIII conludo
leslemunharia mudancasna anliga ordem (ARIES 1981 p78)
Com a ascensao da burguesia e na medida em que a sociedade se
industrializava e se modernizava mediante a aquisi~o de novos recursos
tecnologicos a crianca e a familia assumem urn novo lugar A familia tornou-se 0
lugar de afei~o necessaria entre os c6njuges que se exprimiu sobretudo atraves
da importancia alribuida it crianl e a sua educacao(ARIES 1981 p79)
Nesse contexto surge uma nova pedagogia que passa a exigir uma
literatura infantil com uma didatica mais apropriada onde haja incentivo com rela~o
a crialividade da crianl Zilberman (1998) deslaca que a partir desle panorama eque emerge a literatura infantil com as adaptac6esdos classicos e dos contos de
13
fadas Informa que primitivamente os contos folcl6ricos colecionados pelos Irmaos
Grimm e Qutros nao eram fabulosos nem restritos a uma certa ida de
(ZILBERMAN 1998 P 45)
Conforme Zilberman (1998) os contos de fada eram contados por e para
adultos par uma classe mais baixa da sociedade as obras dos irmaos Grimm nao
eram restritas as crian9GIscontava situa95es da vida das classes inferiores fazendo
a conexao com a vida social e a magia do conto tudo e retratado de uma maneira
simb6lica as personagens nao sao percebidos como seres vivos assim com 0
surgimento da nova pedagogia estas obras fcram adaptadas para as jovens
(ZILBERMAN 1998 P 45)
Quem traduziu no Brasil e adaptou as obras dos autores cJassicos para a
juventude foi Carl Jansem Ate en tao nao se aproveitava a tradi9gtio folclorica do
Brasil na constitui9gtio de textos juvenis (ZILBERMAN 1998)
Segundo Cadermartori (1994) a literatura infantil brasileira inicia sob a
egide de urn dos nossos mais destacados inteJectuais Monteiro Lobato
Segundo Zilberman
Monteiro Lobato fllla 0 rompimenlo com 0 clrculo da dependencia dosp~drOes Europeus em sua obra 0 Sitio do Pica Pau Amarelo ele criapersonagens nacionais e a obra vai de um contexto real 0 sitio a umimaginano como 0 reino das aguas passui os personagens tictitios Emiliavisconde e os reeis Pedrtnho nartzinho os folcJ6ricos saci os personagensda mitologia classica como Minotauro dentre outros os magicos com 0burro falanleOs aspectos sociais sao mantidos atraves de personagens(lOmo 0 jeca tatu onde 0 nive social e cuttural t diferente dos personagensprincipais representados por pessoQs reais como a av6 Dona Benta (1 Q96p54)
Monteiro Lobato criou a literatura nacional em um contexte de cenarios
personagens e sugestoes folcloricas que n~o podem ser seguidos por nenhum
14
uma carreira de sucessa com seus livros infantis dentre estes Ana Maria Machado
e Ruth Rocha
A literatura infantil dave continuar a sar produzida cuidando para nao haver
uma c6pia do genera utilizado par Monteiro Lobato devendo com isso transpor
fronteiras sando uma literatura composta par uma abordagem rica criativa e didatica
mas fica evidente 0 quanta e diffcil identificar e criar livros infantis de excelente
quaJidade (ZILBERMAN1998)
Assim cabe agora referir ao desenvolvimento da literatura em rela~o ao
Referencial Curricular Nacional (RCN1998)
22 DESENVOLVIMENTO DA L1TERATURA
Com base na leitura do referencial curricular para a educa~o infantil no
capitulo destinado a linguagem e a escrita as crianyas e as praticas de leitura tern
urn grande valor em si masma nao sando necessaria atividades subsequentes
como 0 desenho dos personagens a resposta de perguntas sabre a leitura
dramatiza9iio das historias etc (RCN1998)
A leitura comeya muito cedo na vida do individua ista e a crian9B ja faz a
leitura extralingOistica do seu mundo antes de ir a escola Do ponto de vista
linguistico a conceito de leitura adquire diferentes mudanyas
Segundo Kleiman (1995) a leitura e um processo que vai se definindo
progressivamente a partir da intera980 entre 0 texta e a leitor Nessa processo 0
professor anquanto orientadar vai definindo tarefas progressivas mais complexas e
aos paucos a crianya vai fazendo as retomadas necessarias para compreender 0
texto
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As instituiyOesde Educayao Infantil podem resgatar a repert6rio de historias
que as criancas ouvem em casa enos ambientes que freqOentam urna vez que
eSS8S hist6rias S9 constituem em rica fonte de informacentes sabre as diversas formas
culturais construindo da sensibilidade das crian9Bs
A aprendizagem da leitura e fundamental para que 0 individuo possa
entender 0 mundo que a cerca bern como S9 posicionar de forma critica diante da
realidade
Segundo Ferrero (1987) muito antes de serem capazes de ler ou escrever
nc sentido convencional do terma as crianyas tentam interpretar as textes com as
quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetiza~o paiS ela na fase da
pre-escola ja faz a sua leitura do mundo
De acordo com 0 pensamento de Lemos (1978) a linguagem oral conta
com recursos diversos timbre de voz entonayao ge5t05 expressao facial contexto
e contato direto com 0 receptor que pade interferir au fazar fluir urn referente na
linguagem escrita 0 qual nem sempre e feito As diverses instituiyaes concebem a
linguagem e a maneira como as criany8s aprendem de modo bastante diferentes
-Na linguagem oral 0 locutor e a interlocutor exercem juntos as funyaes reguladora
organizadora e ativadora dos textos responsaveis pela sua estrutura tessitura au
coeso (LEMOS 1978 p 45)
Na 6tica de Bakhtin (1988) 0 livro isto e 0 ato de fala impresso constitui
igualmente um elemento da comunicayao verbal Ele e objeto de discussoes ativas
sob a forma de dialogo 8 alem disso e feito para ser aprendido de maneira ativa
para ser estudado a fundo comentando e criticando no quadro do discurso interior
sem contar as relac6es impressas institucionalizadas que S8 encontram nas
diferentes esferas da comunicayao verbal
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Bakhtin (1988) explica que a leitura tem side motivo de estudos de muitos
especialistas preocupados em verificar como S9 dil a partir de visualizacao de
simbolo gn3fico 0 entendimento total de urn texto 0 eutor verificou que a processo
de leitura S8 fez atraves de Ires etapas a primeira ocorre com 0 reconhecimento do
que esta escrito a segunda e a de compreensao atraves de interferencias e
formulacao de hip6teses e a terceira etape ocorr9 a interpreta~o propria mente dite
po is 0 lei tor mantem dialogicidade com 0 texto
Bakhtin informa que a laitura e como urn momento de criatividade no qual 0
leitor necessita reconhecer e aeionar as conhecimentos que ja tern para adquirir
noves e julga-Ios de forma critica Assim a laitura de hist6rias e urn momento em
que a crian~ pode conhecer a forma de viver pensar agir e 0 universo de valores
costumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares
que nao 0 seu (ReN 1998)
Assim desenvolver a leitura no aluno a funcao da escola que deve
respaitar a laitura de mundo que ale traz a partir de suas experiencias sociais ou
seja sua intera~o com outros individuos e com varias inforrnacentes veiculadas palos
meios de comunicacao de massas principalmente a televis~o
Para melhor compreensao dessa afirmativa Ferreiro e Teberosky (1986)
explicam que a sujeito que conhecemos atravas da teoria de Piaget e urn sujeito
que procura atividade de compreender a mundo que 0 rodeia e trata de resolver as
integra90es que esse mundo provoca ~ urn sujeito que aprende basicamente
atravas de suas proprias categorias de pensamento aD masmo tempo em que
organiza seu mundo
Segundo Ferreiro (1987) muito antes de serem capazes de ler au escrever
no sentido convencional do termo as criancas tantam interpretar as textos com os
17
quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetizacao pais ela na fase
pre-escolar ja faz a sua leitura do mundo
Verifica~se nessas leituras que a crianya dave sar urn agente ativa e
determinado no seu desenvoJvimento conforme Kleiman (1995) a leitura e urn
processo que vai definindo progressivamente a relaao texto e leitor e e no
ambiente alfabetizador que a crian98 tem a oportunidade de agir em liberdade para
aprender e desenvolver seus conceitos cognitivos e afetivos
Como conceito de literatura atualmente as dicionarios apresentam as
seguintes sentidos conjunto de obras que versam sabre temas especificos literatura
policial Iiteratura picaresC8 literatura de terror
A literatura na 6tica de Ferreiro
e a representa~o de urna visao do mundo slem de uma tarnada deposiyAo diante dele Tal posicionamento centraliza lIssim suas atenyOesno criador de literatura e ns imita~o da natureza compreendida comoc6pia ou reproduQAoA linguagem e vista como mero ve[culo dessacomunicacao(1987 p 56)
De posse dos conceitos sabre literatura e necessaria cempreender seu
vinculo com a crianca e 0 hJdico A palavra ludice vern do latim ludus e significa
brincar Segundo Rojas (1991) neste brincar estao inclufdos os jogos brinquedos e
divertimentos A funcao educativa do joga permite a aprendizagem do individua seu
conhecimento e sua interpretacao de mundo Por meio da brincadeira a crianca
envolve-se no jogo e sente a necessidade de partilhar com a outro Assim brincando
e jogando ela tera oportunidade de desenvolver capacidades indispensaveis a sua
vida futura
A autora afirma que atraves do jogo de papais a crian98 lida com experi~ncias
que ainda n~o consegue realizar no mundo real
Para Rojas
o brinquedo e a essMcia da infQnciae seu usa permite urn trabalhopedag6gico Que possibilita a produ9fio do conhecimento e tambem aestimula~o da afetividade na crianta A crtan9lJ estabelece com 0
18
brinquedo uma relaltao natural e consegue extravasar suas angostias epaixOes SUDS slegrias e tristezBS suas agressividade5 e passividade(1991 pS)
Dando continuidade a importancia do udico na vida da crian98 0 pr6ximo
capitulo discorre sabre a complexa rela9lo entre a leitura e a trabalho pedag6gico
que incentiva au nao 0 vinculo com a literatura
19
3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA
Na vis~o de Klein e Schafaschek (1990) a processo pedagogico consiste na
transmissao do conhecimento de sua hist6ria assim sera mostrado 0 movimento
historico da linguagem oral e escrita
A linguagem e a consci~ncja sao resultados da ayAo coletiva que as
homens desenvolveram
Segundo Bakhtin
e a linguagem portanto enquanto possibilidade de representa~o logo deabslratao e generalizacAo das caracteristicas do mundo exterior quepossibilila a passagem da con5Ci~ndasensivel a conscilncia racional daoperaylo com objetos concretos com conceitos au representaffOes (1988p32)
Passa~se entaD para uma representayao da linguagem escrita Assim 0
processo da alfabetizacao dave tar reconhecimento do texto oral e escrito e
compreende seu total entendimento Ler nao e somente decifrar simbolos graficos
mas buscar a compreensao das mensagens contidas em suas linhas e entrelinhas
Segundo Cunha (1997) a adulto nao tem a habito de ler e coloca em
diversas situavoos suas justjficativas para 0 pouco tempo que disponibiliza para a
leltura ou seja essa suposi~o de que a crian~ nao se interessa pelo livra e
apenas a refiexo do proprio desinteresse do adulto par tal objeto (CUNHA 1997 p
48)
Nesse contexto a partjcipayao do professor e importante pois este sera 0
mediador entre a crian98 e 0 conhecimento facilitando 0 processo de aquisj~o da
cultura Dai a ideia de que a produ91ioda linguagem oral e escrita e resultado de
um esforyo de produ91iodos homens e desenvolveu-se atraves da necessidade da
mediayiio de um professor
20
Dentro desta perspectiva tem-se re18980 do adulto com a criany8 que
segundo Cunha (1997) e nessa perspectiva a leitura e colocada como mais uma
imposiyao A ideia de que a leitura vai fazer bem a crianya ou ao jOllem leva - nos a
obriga-Ios a ler como Ihes impomos a colher de remedio a injecl)a a escova de
dente a escola (CUNHA 1997 P 51)
Na perspective de Cunha a leitura nao deve ser imposta 0 905tO pel a
leitura deve ser desenvolvido E necessario que sejam obedecidas as fases de
interesse da criama quanta a leitura apresentadas abaixo
Na primeira fase de aquisicao palo g05tO da leitura delem ser
apresentados a crianB livros de gravuras e dos versos infantis (de 2 a 5 ou 6 anos)
E a fase de egocentrismo em que a crianya faz pouca distin9Bo entre a mundo
externo e 0 interno
Ja a idade entre 5 a 8 ou 9 anos caracteriza-se como a idade do Conto de
Fadas De posse de urna mentalidade magica 0 leitor vai buscar nos contos de
fadas lendas mitos e fabulas a simbologia necessaria a elabora~o de suas
viv~ncias
Partindo para a pre-adolesc(mcia e a idade da Historia ambiental e da
leitura Factual (9 a 12 anos) E a fase intermediaria em que persistem vestfgios do
pensamento magico mas a crianya comeya a orientar-se rna is para a real Via de
regra 0 leitar escolhe neste perfodo historias que Ihe apresentam 0 mundo como
ele e Atraves da percep9iio magica de determinado personagem
Dos 12 a 14 anos considera-se a idade da Historia de Aventuras ou fase de
leitura Psicol6gica orientada para as sensac6es E a perfodo da pre-adolescemcia
em que 0 conhecimento da propria personalidade e 0 desenvolvimento dos
precesses agressives ativam a vivlmcia social e a forma9iio de grupos
21
Nos anos de maturidade ou desenvolvimento da esfera Iitero-8stetica de
leitura (14 a 17 anas) ha a curiosidade pelo descobrimento 0 mundo interior e do
mundo dos valores 0 adolescente parte para a hierarquiza~o dos conceitos e a
organizatao de seu universo Aventuras de conteudo intelectual viagens romances
hist6ricos e biograficos historias de amor literatura engajada e temas relacionados
com as interesses Yocacionais v~o ajuda-Io a orientar-se e estruturar-se como
adullo
A questao mais discutida a raspaito de literatura asta relacionada ao fato de
que as jovens e as crianyas nao h~emmuitos s~o as argumentos como a falta de
condiyao financeira de comprar livre 0 pcuco habito de se frequentar a biblioteca os
atrativos e facilidades do computador e da televisao a falta do Mbito dos pais em
lerem entre Qutras causas Mas pode-se considerar como urn grande problema a
falta de habito de leitura nos pais
As autoras Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que middotpais que
nao leem nao poderao despertar em seus filhos 0 gosto pela leitura Imitativa por
natureza a crian98 encontra na familia a maior incentivo para a leitura (1986 p
03)
Assim e delegada a escola a responsabilidade de introduzir a crianca no
mundo dos livros Cabe a escola desenvolver a cantata com as livros que deve ser
iniciada a mais cedo passivel nao 56 pelo manuseio cama tambem pela hist6ria
contada pela conversa au pelos jogos ritmicos no sentido de fazer a crianca amar a
leitura
Esse contato inicial deve ser pautado pela conquista e nao pela imposiyao
o leitor infantI au a infanto-juvenil ao adquirir 0 905tO pela leitura estara
22
visitando urn mundo novo adquirindo conhecimento e aprimorando seu processo
comunicativo
Assim a literatura infantil como toda a obra de arte exerce uma influemcia
pedag6gica sobre 0 individuo quer pela contribuitao na forma9ao do seu
pensamento quer pelos modelos que apresenta Essa funtao pedag6gica tem
importancia unica jil que a contata com a literatura maida a mente e 0 cora9Ao da
crian98 Assim a literatura infantil tern uma finalidade primckia e fundamental que e a
de promover na crian~ 0 gosto pela beleza da palavra 0 deleite perante a cria9ao
de mundos de ficcao
Para alem dista tern ainda a fun980 de arraigar as palavras no mundo
magico da crian~ permitindo-Ihe nlio s6 entende-Ias e usa-las como tambem
goza-Ias e desfruta-Ias no contexto da imaginataomiddot (WORNICOV WAGNER
RUSSOMANO EWEBER 1986 p 04)
MLer as figuras imaginar a hist6ria e desenvolver mental mente urn emado
s~o atividades que poderiam S8r desenvolvidas na educayao infant A escola
dedica ainda pouco tempo para a laitura e a interpreta~o e masmo para a
produtao de textos Mesmo que nao possuindo ainda a capacidade da escrita deve
- S8 compreender que 0 gosto pela leitura it tambem adquirido pelo simples
manuseio de um livro
Neste sentido vale ressaltar as colocalt6esde Orlandi (1987) que distingue
tres tipos de discurso 0 ludico 0 polemico e 0 autaritaria E dentre os diferentes
tipos de discurso autoritario que encontramos 0 discurso pedag6gico que aqui
interessa na medida em que ele tern responsabilidade marcante na atividade que
engloba 0 processo de ensina de leitura no primeiro grau
Este discurso esla a servivo da escola e esta a serviVOde uma ideologia
23
que contribui para dificultar a encontro do saber institucionalizado com as classes
menes favorecidas Isto ocorre porque 0 professor detem 0 saber e trabalha muitas
vezes sem perceber au ate para mostrar poder mascarando 0 tempo todo
afirmando que a aluno tarnham pade dizer 0 que pensa pode opinar pode sugerir
etc e na realidade nao acontece essa pratica a 0 que sa v~ e uma liberdade
vigiada
Sendo 0 professor 0 dono do saber torna-se modelo leitor por excel~ncia
ficando 0 aluno muitas vezes impossihilitado de pensar de refletir e de criar as
pr6prias condicaes de producao
Dessa forma acontece a leitura que 0 autor citado chama de parafrastica ou
seja a raproducao do sentido que 0 autor da ao texto ao contrario da poliss~mica
que se defina pelos multiplos sentidos que ao texto podem ser atribuidos
De acordo com Wornicov Wagner Russomano e Weber
obras especialmenle escntas para crian((CIsmuitas vezes recebem suarejeiyao outras como Robinson Cru50~ de Daniel DefOe Contes de rnamere Ioye de Charles Perrault ou Visgens de Gulliver de Jonathan Swiftnao originalmente destinado aD publico infantrJ foram incorporadas aoacervo de livros para a inftlncia (1988 p 05)
Ainda segundo as autoras e a aceitacao da obra por parte da crian~ que
determina a sua adequacao 80 publico infantil ou n~o ou seja e a crian~ que deve
encontrar na obra seus interesses a unica adaptacao e com refer~ncia ao
conhecimento e limitacentes da crianya As obras literarias infantis devem ser mais do
que instrumentos para proporcionar hist6ria ou induzir a fantasia como toda a obra
de arte exercem uma influencia pedag6gica sobre a individua quer pel a
contribui~o na forma9ilo do seu pensamenta quer pel os modelos que apresenta
Essa funcao pedag6gica tem importancia unica ja que 0 contato com a
literatura desperta na crianya a seu imaginario Assim a literatura infantil tern urna
24
finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a
beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm
dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya
permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las
no contexto da imagina9ilo
Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel
afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida
do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade
inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade
promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao
Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que
ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser
(1986 p 07)
A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da
crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a
crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0
aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a
escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua
com os livros
Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que
em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)
o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao
sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese
classifica96es devem ser respeitadas e entendidas
Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista
que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a
crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam
ocupam a centro de seus interesses
Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as
estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de
capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas
em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas
hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de
encantamenta
Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das
modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua
imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia
A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au
varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que
rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade
ludica e magica em que vive a crianca
Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou
hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0
seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um
temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa
2S
26
Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das
crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a
socializaltao
Para Froebel
a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)
Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento
para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais
adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a
socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)
Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e
preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera
explicitada a seguir
31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA
A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana
atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no
mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras
Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn
mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo
e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a
crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente
nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente
ausente em animais
27
A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~
em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala
mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos
A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo
porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do
jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da
crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa
submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo
muito diferente
Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de
desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento
habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa
ala fosse maior do que e na realidade
Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o
a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo
pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que
sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz
em sua totalidade bio-psico-social-educacional
E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de
enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e
sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que
ajudam para 0 seu desenvolvimento global
Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais
independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as
28
espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar
inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha
limites e e importante que n~o superestime sues capacidades
o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive
despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao
respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses
valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos
de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a
desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser
multo bern aprimoradas no pre-escolar
A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo
as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em
sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida
A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento
entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0
saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de
reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade
o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao
das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre
para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e
individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa
movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade
ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios
interesses pessoais no desenvolvimento das atividades
29
Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-
escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu
simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras
crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos
As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque
nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas
Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia
de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de
adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e
imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem
o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna
retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de
seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0
habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)
Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos
importantes para aqueles que trabalham com a educaylio
A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada
para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica
30
4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR
Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto
a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern
proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya
retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e
reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a
compreensao do texto par parte da crianya
o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que
ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente
com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0
que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)
A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse
despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao
imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario
Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua
subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia
narrativa
Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer
ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)
31
Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar
divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar
na crianca a g05tO pela literatura
Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU
contaram uma hist6ria
Na 6ptica de Tahan
a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)
E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o
infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento
onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo
Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0
ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos
1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito
2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como
li~o advertlmcia ou canselha
3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas
ou ate masma calculos e fra90es
4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos
5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate
masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco
mental
32
o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias
desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil
enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim
a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)
AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica
para a realizayllo de projetos
Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a
alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas
dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado
e se estao todos proximos suficientes do narrador
A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0
narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e
adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para
narrar historias
Segundo Tahan
Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)
Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as
crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer
Tahan informa
33
os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)
Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e
segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas
pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em
cantata com as criantyas
o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn
texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a
historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta
o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao
socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern
pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que
Ihe eram contadas
Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque
a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)
o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a
escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de
ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo
Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para
poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto
professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco
34
Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur
normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a
participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando
gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com
abras especificas para cada idade das criancas
Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica
e 3 ate 6 anas fase magica
Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn
enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa
integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias
que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza
(humanizadas)
Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a
repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas
outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes
Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras
grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com
certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por
genero
No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes
iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras
Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os
circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)
35
A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os
g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0
romance a novela 0 conto 0 drama etc
Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se
dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a
palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que
empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao
Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou
escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis
tenhamos ou n~o consciencia delas
Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua
peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como
A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna
sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral
o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex
objetos elementos da natureza
A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e
anirnais com urn ensinamento moral
o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre
ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo
A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a
historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas
Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da
magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias
precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais
36
Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre
as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem
Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa
pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a
des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no
processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi
incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario
o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de
informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e
ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de
educa~o
Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e
a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a
narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como
placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis
Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais
principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais
detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no
futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando
com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar
recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos
Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios
dependendo de cada circunstimcia
37
Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel
de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante
Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-
leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a
crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim
gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da
linguagem
Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e
sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a
comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80
livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem
atraves do ludico
Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos
devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au
dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias
o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar
as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a
que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a
compreens~o par parte da crianca
Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram
nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das
maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo
que a rodeia
38
JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)
Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia
essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as
maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a
brincadeira a aprendizado se instala
Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem
basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias
as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para
este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele
que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da
prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade
adulta
A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande
destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca
neste genero litera rio
Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil
devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao
de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar
qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar
deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor
deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure
39
Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido
no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto
pedagogico
Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8
livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com
suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada
Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de
contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta
algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em
conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos
objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a
redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos
de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar
A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os
aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da
participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura
e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da
utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas
41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS
411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos
Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu
surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam
utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a
40
funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas
delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)
bull Boneca contador de hist6rias
As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia
jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-
linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de
pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de
serem proferidos rapidamente)
As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das
mais tfmidas
bull Cria~Ao de final de historia
A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando
pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona
iniciada pel a educadora
o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em
papel
bull Errando as hist6rias
Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas
par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais
ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos
pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam
preocupa~o maior com 0 significado)
Chuva e sol casamento de espanhol
Chuva e sol casamento de caracol
41
bull Fantoches
A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as
crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com
cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas
mas mas manuseando as personagens
bull Gravuras
Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai
apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada
bull Jogo de contar hist6rias
Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos
escralem ou ilustram a hist6ria
a Parlendas e gestos
b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com
as dedas batendo as pes ou as maos etc
c Quadrinhos
d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que
fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por
favor etc
bull Dobraduras
A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas
podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e
ouvindo a magica transformayao do papsl
As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam
a dobradura
Ex dobradura depois recitam
Pinto
o pinto pia
A pipa pinga
Pinga a pipa
a pinto pia
Pinto pia
Pipa pinga
Quanta mais
o pinto pia
Mais a pipa pinga
42
bull Tecnicas de narrativas
Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na
sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil
baseado na autora Susatto (2004)
43
o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter
em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente
aos personagens e aos seus estados e animas
Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam
nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es
segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das
condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto
Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do
abandono dos pais
E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas
narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida
real
Segundo Busatto
Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)
Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser
usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador
reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam
imagens)
U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do
castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim
Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que
se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90
com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da
44
dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus
elementos
DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc
Pianos - altura do movimento
Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic
Forra - intensidade empregado no movimento
Tempo - velocidade com que a movimento e executado
Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo
Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem
preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve
sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de
alunos
45
5 CONSIDERAyOES FINAlS
Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias
tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil
ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes
Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das
transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e
aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem
constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0
conhecimento
A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim
educar para a formayao de cidadaos
No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter
essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para
despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao
magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode
proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa
atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca
passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes
tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor
de seus direitos e deveres como cidadao
A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn
facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do
processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e
participativa
46
Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em
mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir
para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO
pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna
imposicao
o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a
contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a
utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par
leitura
Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da
Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente
com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico
A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que
oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir
para a constru~o de sua autonomia
o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada
pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do
professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no
ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura
Bruner afirma que
e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)
47
Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca
em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern
ao encontro das novas perspectivas de educayao
Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta
nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os
alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais
construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au
informagao
48
REFERENCIAS
ARIES Philippe HistOriasocial da criana e da familia 2 ed Rio de Janeiro Zahar1981
BAKHTIN Mikhail M8rxismo e filosofia da linguagem 6 ed sao Paulo Hucitec1988
BRASIL Secretaria de educa91io fundamental Referencial Curricular Nacional paraEducailo Infantil Ministerio da Educa91io e do Desporto Brasilia MECSEF 1998
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lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998
Aos meus pais par todo apoio e incentivo a minha familia que
acompanharam toda essa minha trajetoria ao meu marido que amo e
principamente as minhas fihas que silo minha vida e inspirailo
Conlar hislarias e uma arle uma arte rara pois sua maleria-prima e 0 imalerial e 0
contador de hisf6rias urn artista que fece os tios invisiveis desta teia que e a
conlar Conlar hisl6rias expressa e corporifica 0 simb6lico lornando-se a mais pura
expressilo de ser
Cleo Busatto
SUMARIO
RESUMO 5
1INTRODUCAO 9
2 FUNDAMENTACAO TE6RICA 11
21 A LlTERATURA INFANTIL NA HIST6RIA 11
22 DESENVOLVIMENTO DA LlTERATURA 14
3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA 19
31 EXIST~NCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA 26
4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR 30
41 SUGESTOES DE ATIVIDADES LUDICAS 39
411 Sugeslt5es de Bcnicas e aividades para criancas de 2 a 4 anas 39
5 CONSIDERACOES FINAIS 45
REFERENCIAS bull 48
RESUMO
Esta monografia e 0 resultado de urn estudo te6ricG baseado em autores quebuscam analisar e identificar 0 processo de construltao da literatura na vida dacrianya 0 abjetivo desta pesquisa e mostrar a importilncia na avao dos professoresda Educayao Infantil em unirtecnicas de leitura e atividades ludicas com as livros naconstrultao de suas aulas incentivando 0 interesse da crianya pelo mundo da leiturae dos mais diversos generos literarios Para tanto busca identificar de que forma asprofessores podem trabalhar com as ]ivros de rnaneira Judica tenta verificar S9 eSSB
forma de utilizar as livros proporciona a interesse e 0 despertar pel a laitura efinal mente sugare urna metodologia que permita a desenvolvimento da crianyautilizando a literatura recreativa 0 estuda permite discutir que e imprescindivel acompreensaa de que 0 hjdico deve ser uma atividade essencial para a crian~ pOisdesenvolve a capacidade de simbolizayao deslocando sua realidade para a brincarNeste contexta a integra~o com os livros e primordial pais a cantata direto com 0abjeto favorece a rela~a despertanda na crianya a interesse e a prazer pela leituraComo fonte utiliza a pesquisa bibliognjfica que permitiu a revisao da literaturadesvelanda assim 0 conhecimento de algumas obras que foram feltas sobre astaassunto Este estudo e relevante porque mostrou que a utilizayljo de tecnicas denarrativa e atlvidades ludicas por parte dos prafessores desperta a interesse dacrian~ pela leitura
Palavras - chave educayao infantil livra ludico tecnicas de narrativa
1INTRODUCAO
Este trabalho surgiu a partir do interesse passoal da autera par leitura e par
perceber que durante as estagios realizados nas escolas no periodo destes quatro
anos do curso de Pedagogia a leitura e tratada de mane ira desvalonzada sando
colocada em momentos de recrea~o ou para preencher 0 tempo da aula
Essas observat6es provocaram urn questionamento que S8 formalizou
como a problematica do estudo A utilizayao de tecnicas narrativas e de atividades
ludicas desperta 0 interesse na crian9CIpela leitura
Nesta perspectiva 0 objetivo deste estudo e analisar de que maneira as
professores da Educa~o Infantil podem unir tecnicas de leitura e atividades ludicas
com as livros na construyao de suas aulas incentivando 0 interesse da crianca palo
mundo da leitura e dos mais diversos g~neros literarios Para atingir este objetivo
visa identificar de que forma 0 professor pode trabalhar com os livros de maneira
ludica verificar se essa forma de utilizar esses Ilvros proporciona 0 interesse e 0
despertar pela leltura Sugerindo na sequencia uma metodologia que permita 0
desenvolvlmento psicol6gico motor afetivo e criativo da crianca proporcionado
atraves da explora~o de jogos brincadeiras e imaginaao 0 desperlar pela leitura
o metodo escolhido para 0 estudo foi 0 de pesquisa bibliogjfica e
descritiva porque ahsectm de explicar 0 objeto a partir de referencias te6ricas ja
publicadas em livros e documentos permite ao pesquisador observar registrar
analisar e correlacionar os fatos ja existentes sem manipula-Ios Segundo Volpato
(2000) a pesquisa bibliogrilfica levantamento bibliografico ou revisao da literatura euma das etapas da investiga~ cientifica Significa tomar posse do conhecimento
do que ja loi produzido a respeito do assunto ou seja ter acesso a esse
10
conhecimento requer a reviseD da literatura Assim depois de identificar 0 assunto
devern-s8 escolher as fantes mais adequadas a pesquisa
Para WINTER e SALLES (1997 p17) s metodologia cientifica preconiza
urna serie de regras atraves das quais 0 conhecimento dave sar obtido Dassa
forma 0 metoda cientffrco sa concretiza nas diversas etapas que devem sar
adotadas para solucionar urn problema Par Dutro lado na busca dessa solugao a
pesquisa bibliografica e descritiva pade assumir diversas formas descrevendo como
examplo as caracteristicas propriedades au relacentes existentes na comunidade
grupo ou realidade pesquisada
Evidenciando a metodologia utilizada faz-sa necessaria demonstrar que
esta estudo divide-se em seis capitulos que sa apresentam da seguinte maneira
o segundo capitulo apresenta a fundamenta9ao te6rica abordando tapicos
como a literatura infantil na Hist6ria
o terceiro capitulo aborda a relacao entre a crianca 0 ludico e a livro e
tambem a existencia da brincadeira na Oianca
o quarto capitulo narrativa cantar e encantar enfoca 0 cantar hist6rias e
sua contextualizalt1io academica apresenta sugestoes para atividades llidicas com
criancas de 2 a 4 anos
Logo apas apresenta as cansideragCies finais desse estudo que permitiu a
autora apropriar-se de tecnicas que poderao auxiliar a a~o pedag6gica cotidiana
do professor da Educacao Infantil contribuindo assim para a novo fazer
pedag6gica urna proposta que pretende contribuir com 0 desenvolvimento da
crianqa utilizando a literatura recreativa e dirigida com seus diversos generos
literarios
II
2 FUNDAMENTAQAO TEQRICA
21 A LlTERATURA INFANTIL NA HIST6RIA
Com base na analise da leitura de alguns autores e passivel afirmar que
na sociedade antiga nao havia a infancia nenhum espaco separado do mundo
adulto As criancyas trabalhavam e viviam junto com as adultos testemunhavam as
processos natura is da exist~ncia (ZILBERMAN 1998 p 44)
Assim 56 par volta do seculo XVlll a infimcia passa a ser vista de forma
mais valorizada devido as mudancas sociais econ6micas e politicas da sociedade
E passlvel identificar dessa maneira as primeiras mudanyas significativas nas
atitudes das familias em relayao as crianyas pequenas que inicialmente erarn
educadas em casa no casa das meninas que neste periodo aprendiam as afazeres
domesticos Ja as meninos aos sete anos eram mandados para as mosteiros para
serem educados pelos padres
Surgem entao os primeiros pensadores da eduea~o infantil onde podemos
destaear Jean Jacques Rousseau que apesar de nao ser urn edueador delineou 0
campo da pedagogia com suas ideias
Em sua obra 0 Emilio au da EduC8JO (ROUSSEAU 1990 p 32) pode-s9
observar 0 pensamento desse autor que atraves dos relatas da educayao de um
jovem evidencia que a sua forma~a deveria sar voltada aos interesses da crianca
pois essa possui suas caracteristicas proprias suas ideias e seus interesses assirn
a crian9C3 nao poderia ser vista como urn adulto em miniatura Rosseau (1990)
considerava cada fase da crianca com suas earacteristicas e propriedades
Para Rousseau (1990) a educayao n~o vem apenas de fora e sim da
expressao livre da crian~ em seu dia-a-dia com a natureza com isto propos
12
Irabalhar com as brinquedos a agricultura a esporte inslrumenlos de olicios
variados canto e Qutros mais
Para Rousseau
nascemos fracos precisamos de forya nascemo5 desprovidos de tudotemos necessidades de 8ssisl~ncia nascemos eshipidos precisamos dejuizo Tudo 0 que nlio temos ao naseer e de que prccisamos adultos enosdado pela educayao EsSlil educac30 nos vern da natureza au dos homensou das coisas 0 desenvolvimento e a educacaodos homens e 0 ganho danossa propria experi~nciasabre 0$ objetos que nos afetam e a educacAodas coisas (1990 p 11)
Para 0 autor a principal finalidade da educacao era ensinar a criancaa viver
exercendo sua liberdade educar 0 atuno para sar urn homern suas ideias
influenciam varias correntes pedag6gicas ate as dias de hoje
Aries (1981) lambem evidencia que a inffmcia ale a seculo XVII n~o era
Iralada de forma diferenciada as crianls assim como para Rousseau (1990) eram
tidas como adultos em miniatura 0 autor relata que nas sociedades tradicionais a
crian~ encontrava-se misturada ao mundo adulto com intensas trocas afetivas fora
da familia e de onde colhia suas aprendizagens 0 seculo XVIII conludo
leslemunharia mudancasna anliga ordem (ARIES 1981 p78)
Com a ascensao da burguesia e na medida em que a sociedade se
industrializava e se modernizava mediante a aquisi~o de novos recursos
tecnologicos a crianca e a familia assumem urn novo lugar A familia tornou-se 0
lugar de afei~o necessaria entre os c6njuges que se exprimiu sobretudo atraves
da importancia alribuida it crianl e a sua educacao(ARIES 1981 p79)
Nesse contexto surge uma nova pedagogia que passa a exigir uma
literatura infantil com uma didatica mais apropriada onde haja incentivo com rela~o
a crialividade da crianl Zilberman (1998) deslaca que a partir desle panorama eque emerge a literatura infantil com as adaptac6esdos classicos e dos contos de
13
fadas Informa que primitivamente os contos folcl6ricos colecionados pelos Irmaos
Grimm e Qutros nao eram fabulosos nem restritos a uma certa ida de
(ZILBERMAN 1998 P 45)
Conforme Zilberman (1998) os contos de fada eram contados por e para
adultos par uma classe mais baixa da sociedade as obras dos irmaos Grimm nao
eram restritas as crian9GIscontava situa95es da vida das classes inferiores fazendo
a conexao com a vida social e a magia do conto tudo e retratado de uma maneira
simb6lica as personagens nao sao percebidos como seres vivos assim com 0
surgimento da nova pedagogia estas obras fcram adaptadas para as jovens
(ZILBERMAN 1998 P 45)
Quem traduziu no Brasil e adaptou as obras dos autores cJassicos para a
juventude foi Carl Jansem Ate en tao nao se aproveitava a tradi9gtio folclorica do
Brasil na constitui9gtio de textos juvenis (ZILBERMAN 1998)
Segundo Cadermartori (1994) a literatura infantil brasileira inicia sob a
egide de urn dos nossos mais destacados inteJectuais Monteiro Lobato
Segundo Zilberman
Monteiro Lobato fllla 0 rompimenlo com 0 clrculo da dependencia dosp~drOes Europeus em sua obra 0 Sitio do Pica Pau Amarelo ele criapersonagens nacionais e a obra vai de um contexto real 0 sitio a umimaginano como 0 reino das aguas passui os personagens tictitios Emiliavisconde e os reeis Pedrtnho nartzinho os folcJ6ricos saci os personagensda mitologia classica como Minotauro dentre outros os magicos com 0burro falanleOs aspectos sociais sao mantidos atraves de personagens(lOmo 0 jeca tatu onde 0 nive social e cuttural t diferente dos personagensprincipais representados por pessoQs reais como a av6 Dona Benta (1 Q96p54)
Monteiro Lobato criou a literatura nacional em um contexte de cenarios
personagens e sugestoes folcloricas que n~o podem ser seguidos por nenhum
14
uma carreira de sucessa com seus livros infantis dentre estes Ana Maria Machado
e Ruth Rocha
A literatura infantil dave continuar a sar produzida cuidando para nao haver
uma c6pia do genera utilizado par Monteiro Lobato devendo com isso transpor
fronteiras sando uma literatura composta par uma abordagem rica criativa e didatica
mas fica evidente 0 quanta e diffcil identificar e criar livros infantis de excelente
quaJidade (ZILBERMAN1998)
Assim cabe agora referir ao desenvolvimento da literatura em rela~o ao
Referencial Curricular Nacional (RCN1998)
22 DESENVOLVIMENTO DA L1TERATURA
Com base na leitura do referencial curricular para a educa~o infantil no
capitulo destinado a linguagem e a escrita as crianyas e as praticas de leitura tern
urn grande valor em si masma nao sando necessaria atividades subsequentes
como 0 desenho dos personagens a resposta de perguntas sabre a leitura
dramatiza9iio das historias etc (RCN1998)
A leitura comeya muito cedo na vida do individua ista e a crian9B ja faz a
leitura extralingOistica do seu mundo antes de ir a escola Do ponto de vista
linguistico a conceito de leitura adquire diferentes mudanyas
Segundo Kleiman (1995) a leitura e um processo que vai se definindo
progressivamente a partir da intera980 entre 0 texta e a leitor Nessa processo 0
professor anquanto orientadar vai definindo tarefas progressivas mais complexas e
aos paucos a crianya vai fazendo as retomadas necessarias para compreender 0
texto
15
As instituiyOesde Educayao Infantil podem resgatar a repert6rio de historias
que as criancas ouvem em casa enos ambientes que freqOentam urna vez que
eSS8S hist6rias S9 constituem em rica fonte de informacentes sabre as diversas formas
culturais construindo da sensibilidade das crian9Bs
A aprendizagem da leitura e fundamental para que 0 individuo possa
entender 0 mundo que a cerca bern como S9 posicionar de forma critica diante da
realidade
Segundo Ferrero (1987) muito antes de serem capazes de ler ou escrever
nc sentido convencional do terma as crianyas tentam interpretar as textes com as
quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetiza~o paiS ela na fase da
pre-escola ja faz a sua leitura do mundo
De acordo com 0 pensamento de Lemos (1978) a linguagem oral conta
com recursos diversos timbre de voz entonayao ge5t05 expressao facial contexto
e contato direto com 0 receptor que pade interferir au fazar fluir urn referente na
linguagem escrita 0 qual nem sempre e feito As diverses instituiyaes concebem a
linguagem e a maneira como as criany8s aprendem de modo bastante diferentes
-Na linguagem oral 0 locutor e a interlocutor exercem juntos as funyaes reguladora
organizadora e ativadora dos textos responsaveis pela sua estrutura tessitura au
coeso (LEMOS 1978 p 45)
Na 6tica de Bakhtin (1988) 0 livro isto e 0 ato de fala impresso constitui
igualmente um elemento da comunicayao verbal Ele e objeto de discussoes ativas
sob a forma de dialogo 8 alem disso e feito para ser aprendido de maneira ativa
para ser estudado a fundo comentando e criticando no quadro do discurso interior
sem contar as relac6es impressas institucionalizadas que S8 encontram nas
diferentes esferas da comunicayao verbal
16
Bakhtin (1988) explica que a leitura tem side motivo de estudos de muitos
especialistas preocupados em verificar como S9 dil a partir de visualizacao de
simbolo gn3fico 0 entendimento total de urn texto 0 eutor verificou que a processo
de leitura S8 fez atraves de Ires etapas a primeira ocorre com 0 reconhecimento do
que esta escrito a segunda e a de compreensao atraves de interferencias e
formulacao de hip6teses e a terceira etape ocorr9 a interpreta~o propria mente dite
po is 0 lei tor mantem dialogicidade com 0 texto
Bakhtin informa que a laitura e como urn momento de criatividade no qual 0
leitor necessita reconhecer e aeionar as conhecimentos que ja tern para adquirir
noves e julga-Ios de forma critica Assim a laitura de hist6rias e urn momento em
que a crian~ pode conhecer a forma de viver pensar agir e 0 universo de valores
costumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares
que nao 0 seu (ReN 1998)
Assim desenvolver a leitura no aluno a funcao da escola que deve
respaitar a laitura de mundo que ale traz a partir de suas experiencias sociais ou
seja sua intera~o com outros individuos e com varias inforrnacentes veiculadas palos
meios de comunicacao de massas principalmente a televis~o
Para melhor compreensao dessa afirmativa Ferreiro e Teberosky (1986)
explicam que a sujeito que conhecemos atravas da teoria de Piaget e urn sujeito
que procura atividade de compreender a mundo que 0 rodeia e trata de resolver as
integra90es que esse mundo provoca ~ urn sujeito que aprende basicamente
atravas de suas proprias categorias de pensamento aD masmo tempo em que
organiza seu mundo
Segundo Ferreiro (1987) muito antes de serem capazes de ler au escrever
no sentido convencional do termo as criancas tantam interpretar as textos com os
17
quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetizacao pais ela na fase
pre-escolar ja faz a sua leitura do mundo
Verifica~se nessas leituras que a crianya dave sar urn agente ativa e
determinado no seu desenvoJvimento conforme Kleiman (1995) a leitura e urn
processo que vai definindo progressivamente a relaao texto e leitor e e no
ambiente alfabetizador que a crian98 tem a oportunidade de agir em liberdade para
aprender e desenvolver seus conceitos cognitivos e afetivos
Como conceito de literatura atualmente as dicionarios apresentam as
seguintes sentidos conjunto de obras que versam sabre temas especificos literatura
policial Iiteratura picaresC8 literatura de terror
A literatura na 6tica de Ferreiro
e a representa~o de urna visao do mundo slem de uma tarnada deposiyAo diante dele Tal posicionamento centraliza lIssim suas atenyOesno criador de literatura e ns imita~o da natureza compreendida comoc6pia ou reproduQAoA linguagem e vista como mero ve[culo dessacomunicacao(1987 p 56)
De posse dos conceitos sabre literatura e necessaria cempreender seu
vinculo com a crianca e 0 hJdico A palavra ludice vern do latim ludus e significa
brincar Segundo Rojas (1991) neste brincar estao inclufdos os jogos brinquedos e
divertimentos A funcao educativa do joga permite a aprendizagem do individua seu
conhecimento e sua interpretacao de mundo Por meio da brincadeira a crianca
envolve-se no jogo e sente a necessidade de partilhar com a outro Assim brincando
e jogando ela tera oportunidade de desenvolver capacidades indispensaveis a sua
vida futura
A autora afirma que atraves do jogo de papais a crian98 lida com experi~ncias
que ainda n~o consegue realizar no mundo real
Para Rojas
o brinquedo e a essMcia da infQnciae seu usa permite urn trabalhopedag6gico Que possibilita a produ9fio do conhecimento e tambem aestimula~o da afetividade na crianta A crtan9lJ estabelece com 0
18
brinquedo uma relaltao natural e consegue extravasar suas angostias epaixOes SUDS slegrias e tristezBS suas agressividade5 e passividade(1991 pS)
Dando continuidade a importancia do udico na vida da crian98 0 pr6ximo
capitulo discorre sabre a complexa rela9lo entre a leitura e a trabalho pedag6gico
que incentiva au nao 0 vinculo com a literatura
19
3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA
Na vis~o de Klein e Schafaschek (1990) a processo pedagogico consiste na
transmissao do conhecimento de sua hist6ria assim sera mostrado 0 movimento
historico da linguagem oral e escrita
A linguagem e a consci~ncja sao resultados da ayAo coletiva que as
homens desenvolveram
Segundo Bakhtin
e a linguagem portanto enquanto possibilidade de representa~o logo deabslratao e generalizacAo das caracteristicas do mundo exterior quepossibilila a passagem da con5Ci~ndasensivel a conscilncia racional daoperaylo com objetos concretos com conceitos au representaffOes (1988p32)
Passa~se entaD para uma representayao da linguagem escrita Assim 0
processo da alfabetizacao dave tar reconhecimento do texto oral e escrito e
compreende seu total entendimento Ler nao e somente decifrar simbolos graficos
mas buscar a compreensao das mensagens contidas em suas linhas e entrelinhas
Segundo Cunha (1997) a adulto nao tem a habito de ler e coloca em
diversas situavoos suas justjficativas para 0 pouco tempo que disponibiliza para a
leltura ou seja essa suposi~o de que a crian~ nao se interessa pelo livra e
apenas a refiexo do proprio desinteresse do adulto par tal objeto (CUNHA 1997 p
48)
Nesse contexto a partjcipayao do professor e importante pois este sera 0
mediador entre a crian98 e 0 conhecimento facilitando 0 processo de aquisj~o da
cultura Dai a ideia de que a produ91ioda linguagem oral e escrita e resultado de
um esforyo de produ91iodos homens e desenvolveu-se atraves da necessidade da
mediayiio de um professor
20
Dentro desta perspectiva tem-se re18980 do adulto com a criany8 que
segundo Cunha (1997) e nessa perspectiva a leitura e colocada como mais uma
imposiyao A ideia de que a leitura vai fazer bem a crianya ou ao jOllem leva - nos a
obriga-Ios a ler como Ihes impomos a colher de remedio a injecl)a a escova de
dente a escola (CUNHA 1997 P 51)
Na perspective de Cunha a leitura nao deve ser imposta 0 905tO pel a
leitura deve ser desenvolvido E necessario que sejam obedecidas as fases de
interesse da criama quanta a leitura apresentadas abaixo
Na primeira fase de aquisicao palo g05tO da leitura delem ser
apresentados a crianB livros de gravuras e dos versos infantis (de 2 a 5 ou 6 anos)
E a fase de egocentrismo em que a crianya faz pouca distin9Bo entre a mundo
externo e 0 interno
Ja a idade entre 5 a 8 ou 9 anos caracteriza-se como a idade do Conto de
Fadas De posse de urna mentalidade magica 0 leitor vai buscar nos contos de
fadas lendas mitos e fabulas a simbologia necessaria a elabora~o de suas
viv~ncias
Partindo para a pre-adolesc(mcia e a idade da Historia ambiental e da
leitura Factual (9 a 12 anos) E a fase intermediaria em que persistem vestfgios do
pensamento magico mas a crianya comeya a orientar-se rna is para a real Via de
regra 0 leitar escolhe neste perfodo historias que Ihe apresentam 0 mundo como
ele e Atraves da percep9iio magica de determinado personagem
Dos 12 a 14 anos considera-se a idade da Historia de Aventuras ou fase de
leitura Psicol6gica orientada para as sensac6es E a perfodo da pre-adolescemcia
em que 0 conhecimento da propria personalidade e 0 desenvolvimento dos
precesses agressives ativam a vivlmcia social e a forma9iio de grupos
21
Nos anos de maturidade ou desenvolvimento da esfera Iitero-8stetica de
leitura (14 a 17 anas) ha a curiosidade pelo descobrimento 0 mundo interior e do
mundo dos valores 0 adolescente parte para a hierarquiza~o dos conceitos e a
organizatao de seu universo Aventuras de conteudo intelectual viagens romances
hist6ricos e biograficos historias de amor literatura engajada e temas relacionados
com as interesses Yocacionais v~o ajuda-Io a orientar-se e estruturar-se como
adullo
A questao mais discutida a raspaito de literatura asta relacionada ao fato de
que as jovens e as crianyas nao h~emmuitos s~o as argumentos como a falta de
condiyao financeira de comprar livre 0 pcuco habito de se frequentar a biblioteca os
atrativos e facilidades do computador e da televisao a falta do Mbito dos pais em
lerem entre Qutras causas Mas pode-se considerar como urn grande problema a
falta de habito de leitura nos pais
As autoras Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que middotpais que
nao leem nao poderao despertar em seus filhos 0 gosto pela leitura Imitativa por
natureza a crian98 encontra na familia a maior incentivo para a leitura (1986 p
03)
Assim e delegada a escola a responsabilidade de introduzir a crianca no
mundo dos livros Cabe a escola desenvolver a cantata com as livros que deve ser
iniciada a mais cedo passivel nao 56 pelo manuseio cama tambem pela hist6ria
contada pela conversa au pelos jogos ritmicos no sentido de fazer a crianca amar a
leitura
Esse contato inicial deve ser pautado pela conquista e nao pela imposiyao
o leitor infantI au a infanto-juvenil ao adquirir 0 905tO pela leitura estara
22
visitando urn mundo novo adquirindo conhecimento e aprimorando seu processo
comunicativo
Assim a literatura infantil como toda a obra de arte exerce uma influemcia
pedag6gica sobre 0 individuo quer pela contribuitao na forma9ao do seu
pensamento quer pelos modelos que apresenta Essa funtao pedag6gica tem
importancia unica jil que a contata com a literatura maida a mente e 0 cora9Ao da
crian98 Assim a literatura infantil tern uma finalidade primckia e fundamental que e a
de promover na crian~ 0 gosto pela beleza da palavra 0 deleite perante a cria9ao
de mundos de ficcao
Para alem dista tern ainda a fun980 de arraigar as palavras no mundo
magico da crian~ permitindo-Ihe nlio s6 entende-Ias e usa-las como tambem
goza-Ias e desfruta-Ias no contexto da imaginataomiddot (WORNICOV WAGNER
RUSSOMANO EWEBER 1986 p 04)
MLer as figuras imaginar a hist6ria e desenvolver mental mente urn emado
s~o atividades que poderiam S8r desenvolvidas na educayao infant A escola
dedica ainda pouco tempo para a laitura e a interpreta~o e masmo para a
produtao de textos Mesmo que nao possuindo ainda a capacidade da escrita deve
- S8 compreender que 0 gosto pela leitura it tambem adquirido pelo simples
manuseio de um livro
Neste sentido vale ressaltar as colocalt6esde Orlandi (1987) que distingue
tres tipos de discurso 0 ludico 0 polemico e 0 autaritaria E dentre os diferentes
tipos de discurso autoritario que encontramos 0 discurso pedag6gico que aqui
interessa na medida em que ele tern responsabilidade marcante na atividade que
engloba 0 processo de ensina de leitura no primeiro grau
Este discurso esla a servivo da escola e esta a serviVOde uma ideologia
23
que contribui para dificultar a encontro do saber institucionalizado com as classes
menes favorecidas Isto ocorre porque 0 professor detem 0 saber e trabalha muitas
vezes sem perceber au ate para mostrar poder mascarando 0 tempo todo
afirmando que a aluno tarnham pade dizer 0 que pensa pode opinar pode sugerir
etc e na realidade nao acontece essa pratica a 0 que sa v~ e uma liberdade
vigiada
Sendo 0 professor 0 dono do saber torna-se modelo leitor por excel~ncia
ficando 0 aluno muitas vezes impossihilitado de pensar de refletir e de criar as
pr6prias condicaes de producao
Dessa forma acontece a leitura que 0 autor citado chama de parafrastica ou
seja a raproducao do sentido que 0 autor da ao texto ao contrario da poliss~mica
que se defina pelos multiplos sentidos que ao texto podem ser atribuidos
De acordo com Wornicov Wagner Russomano e Weber
obras especialmenle escntas para crian((CIsmuitas vezes recebem suarejeiyao outras como Robinson Cru50~ de Daniel DefOe Contes de rnamere Ioye de Charles Perrault ou Visgens de Gulliver de Jonathan Swiftnao originalmente destinado aD publico infantrJ foram incorporadas aoacervo de livros para a inftlncia (1988 p 05)
Ainda segundo as autoras e a aceitacao da obra por parte da crian~ que
determina a sua adequacao 80 publico infantil ou n~o ou seja e a crian~ que deve
encontrar na obra seus interesses a unica adaptacao e com refer~ncia ao
conhecimento e limitacentes da crianya As obras literarias infantis devem ser mais do
que instrumentos para proporcionar hist6ria ou induzir a fantasia como toda a obra
de arte exercem uma influencia pedag6gica sobre a individua quer pel a
contribui~o na forma9ilo do seu pensamenta quer pel os modelos que apresenta
Essa funcao pedag6gica tem importancia unica ja que 0 contato com a
literatura desperta na crianya a seu imaginario Assim a literatura infantil tern urna
24
finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a
beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm
dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya
permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las
no contexto da imagina9ilo
Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel
afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida
do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade
inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade
promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao
Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que
ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser
(1986 p 07)
A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da
crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a
crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0
aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a
escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua
com os livros
Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que
em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)
o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao
sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese
classifica96es devem ser respeitadas e entendidas
Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista
que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a
crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam
ocupam a centro de seus interesses
Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as
estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de
capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas
em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas
hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de
encantamenta
Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das
modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua
imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia
A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au
varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que
rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade
ludica e magica em que vive a crianca
Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou
hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0
seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um
temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa
2S
26
Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das
crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a
socializaltao
Para Froebel
a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)
Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento
para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais
adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a
socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)
Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e
preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera
explicitada a seguir
31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA
A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana
atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no
mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras
Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn
mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo
e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a
crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente
nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente
ausente em animais
27
A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~
em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala
mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos
A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo
porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do
jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da
crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa
submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo
muito diferente
Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de
desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento
habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa
ala fosse maior do que e na realidade
Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o
a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo
pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que
sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz
em sua totalidade bio-psico-social-educacional
E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de
enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e
sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que
ajudam para 0 seu desenvolvimento global
Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais
independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as
28
espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar
inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha
limites e e importante que n~o superestime sues capacidades
o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive
despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao
respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses
valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos
de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a
desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser
multo bern aprimoradas no pre-escolar
A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo
as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em
sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida
A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento
entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0
saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de
reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade
o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao
das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre
para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e
individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa
movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade
ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios
interesses pessoais no desenvolvimento das atividades
29
Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-
escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu
simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras
crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos
As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque
nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas
Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia
de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de
adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e
imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem
o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna
retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de
seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0
habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)
Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos
importantes para aqueles que trabalham com a educaylio
A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada
para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica
30
4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR
Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto
a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern
proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya
retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e
reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a
compreensao do texto par parte da crianya
o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que
ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente
com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0
que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)
A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse
despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao
imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario
Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua
subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia
narrativa
Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer
ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)
31
Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar
divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar
na crianca a g05tO pela literatura
Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU
contaram uma hist6ria
Na 6ptica de Tahan
a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)
E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o
infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento
onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo
Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0
ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos
1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito
2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como
li~o advertlmcia ou canselha
3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas
ou ate masma calculos e fra90es
4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos
5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate
masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco
mental
32
o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias
desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil
enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim
a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)
AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica
para a realizayllo de projetos
Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a
alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas
dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado
e se estao todos proximos suficientes do narrador
A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0
narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e
adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para
narrar historias
Segundo Tahan
Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)
Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as
crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer
Tahan informa
33
os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)
Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e
segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas
pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em
cantata com as criantyas
o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn
texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a
historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta
o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao
socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern
pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que
Ihe eram contadas
Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque
a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)
o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a
escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de
ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo
Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para
poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto
professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco
34
Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur
normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a
participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando
gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com
abras especificas para cada idade das criancas
Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica
e 3 ate 6 anas fase magica
Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn
enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa
integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias
que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza
(humanizadas)
Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a
repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas
outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes
Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras
grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com
certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por
genero
No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes
iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras
Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os
circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)
35
A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os
g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0
romance a novela 0 conto 0 drama etc
Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se
dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a
palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que
empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao
Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou
escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis
tenhamos ou n~o consciencia delas
Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua
peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como
A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna
sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral
o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex
objetos elementos da natureza
A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e
anirnais com urn ensinamento moral
o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre
ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo
A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a
historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas
Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da
magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias
precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais
36
Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre
as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem
Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa
pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a
des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no
processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi
incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario
o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de
informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e
ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de
educa~o
Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e
a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a
narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como
placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis
Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais
principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais
detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no
futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando
com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar
recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos
Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios
dependendo de cada circunstimcia
37
Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel
de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante
Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-
leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a
crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim
gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da
linguagem
Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e
sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a
comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80
livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem
atraves do ludico
Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos
devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au
dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias
o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar
as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a
que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a
compreens~o par parte da crianca
Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram
nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das
maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo
que a rodeia
38
JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)
Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia
essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as
maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a
brincadeira a aprendizado se instala
Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem
basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias
as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para
este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele
que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da
prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade
adulta
A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande
destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca
neste genero litera rio
Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil
devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao
de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar
qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar
deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor
deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure
39
Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido
no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto
pedagogico
Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8
livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com
suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada
Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de
contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta
algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em
conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos
objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a
redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos
de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar
A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os
aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da
participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura
e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da
utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas
41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS
411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos
Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu
surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam
utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a
40
funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas
delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)
bull Boneca contador de hist6rias
As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia
jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-
linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de
pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de
serem proferidos rapidamente)
As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das
mais tfmidas
bull Cria~Ao de final de historia
A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando
pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona
iniciada pel a educadora
o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em
papel
bull Errando as hist6rias
Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas
par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais
ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos
pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam
preocupa~o maior com 0 significado)
Chuva e sol casamento de espanhol
Chuva e sol casamento de caracol
41
bull Fantoches
A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as
crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com
cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas
mas mas manuseando as personagens
bull Gravuras
Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai
apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada
bull Jogo de contar hist6rias
Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos
escralem ou ilustram a hist6ria
a Parlendas e gestos
b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com
as dedas batendo as pes ou as maos etc
c Quadrinhos
d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que
fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por
favor etc
bull Dobraduras
A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas
podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e
ouvindo a magica transformayao do papsl
As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam
a dobradura
Ex dobradura depois recitam
Pinto
o pinto pia
A pipa pinga
Pinga a pipa
a pinto pia
Pinto pia
Pipa pinga
Quanta mais
o pinto pia
Mais a pipa pinga
42
bull Tecnicas de narrativas
Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na
sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil
baseado na autora Susatto (2004)
43
o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter
em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente
aos personagens e aos seus estados e animas
Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam
nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es
segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das
condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto
Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do
abandono dos pais
E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas
narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida
real
Segundo Busatto
Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)
Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser
usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador
reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam
imagens)
U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do
castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim
Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que
se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90
com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da
44
dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus
elementos
DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc
Pianos - altura do movimento
Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic
Forra - intensidade empregado no movimento
Tempo - velocidade com que a movimento e executado
Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo
Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem
preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve
sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de
alunos
45
5 CONSIDERAyOES FINAlS
Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias
tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil
ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes
Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das
transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e
aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem
constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0
conhecimento
A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim
educar para a formayao de cidadaos
No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter
essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para
despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao
magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode
proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa
atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca
passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes
tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor
de seus direitos e deveres como cidadao
A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn
facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do
processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e
participativa
46
Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em
mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir
para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO
pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna
imposicao
o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a
contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a
utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par
leitura
Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da
Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente
com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico
A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que
oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir
para a constru~o de sua autonomia
o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada
pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do
professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no
ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura
Bruner afirma que
e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)
47
Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca
em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern
ao encontro das novas perspectivas de educayao
Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta
nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os
alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais
construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au
informagao
48
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Conlar hislarias e uma arle uma arte rara pois sua maleria-prima e 0 imalerial e 0
contador de hisf6rias urn artista que fece os tios invisiveis desta teia que e a
conlar Conlar hisl6rias expressa e corporifica 0 simb6lico lornando-se a mais pura
expressilo de ser
Cleo Busatto
SUMARIO
RESUMO 5
1INTRODUCAO 9
2 FUNDAMENTACAO TE6RICA 11
21 A LlTERATURA INFANTIL NA HIST6RIA 11
22 DESENVOLVIMENTO DA LlTERATURA 14
3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA 19
31 EXIST~NCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA 26
4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR 30
41 SUGESTOES DE ATIVIDADES LUDICAS 39
411 Sugeslt5es de Bcnicas e aividades para criancas de 2 a 4 anas 39
5 CONSIDERACOES FINAIS 45
REFERENCIAS bull 48
RESUMO
Esta monografia e 0 resultado de urn estudo te6ricG baseado em autores quebuscam analisar e identificar 0 processo de construltao da literatura na vida dacrianya 0 abjetivo desta pesquisa e mostrar a importilncia na avao dos professoresda Educayao Infantil em unirtecnicas de leitura e atividades ludicas com as livros naconstrultao de suas aulas incentivando 0 interesse da crianya pelo mundo da leiturae dos mais diversos generos literarios Para tanto busca identificar de que forma asprofessores podem trabalhar com as ]ivros de rnaneira Judica tenta verificar S9 eSSB
forma de utilizar as livros proporciona a interesse e 0 despertar pel a laitura efinal mente sugare urna metodologia que permita a desenvolvimento da crianyautilizando a literatura recreativa 0 estuda permite discutir que e imprescindivel acompreensaa de que 0 hjdico deve ser uma atividade essencial para a crian~ pOisdesenvolve a capacidade de simbolizayao deslocando sua realidade para a brincarNeste contexta a integra~o com os livros e primordial pais a cantata direto com 0abjeto favorece a rela~a despertanda na crianya a interesse e a prazer pela leituraComo fonte utiliza a pesquisa bibliognjfica que permitiu a revisao da literaturadesvelanda assim 0 conhecimento de algumas obras que foram feltas sobre astaassunto Este estudo e relevante porque mostrou que a utilizayljo de tecnicas denarrativa e atlvidades ludicas por parte dos prafessores desperta a interesse dacrian~ pela leitura
Palavras - chave educayao infantil livra ludico tecnicas de narrativa
1INTRODUCAO
Este trabalho surgiu a partir do interesse passoal da autera par leitura e par
perceber que durante as estagios realizados nas escolas no periodo destes quatro
anos do curso de Pedagogia a leitura e tratada de mane ira desvalonzada sando
colocada em momentos de recrea~o ou para preencher 0 tempo da aula
Essas observat6es provocaram urn questionamento que S8 formalizou
como a problematica do estudo A utilizayao de tecnicas narrativas e de atividades
ludicas desperta 0 interesse na crian9CIpela leitura
Nesta perspectiva 0 objetivo deste estudo e analisar de que maneira as
professores da Educa~o Infantil podem unir tecnicas de leitura e atividades ludicas
com as livros na construyao de suas aulas incentivando 0 interesse da crianca palo
mundo da leitura e dos mais diversos g~neros literarios Para atingir este objetivo
visa identificar de que forma 0 professor pode trabalhar com os livros de maneira
ludica verificar se essa forma de utilizar esses Ilvros proporciona 0 interesse e 0
despertar pela leltura Sugerindo na sequencia uma metodologia que permita 0
desenvolvlmento psicol6gico motor afetivo e criativo da crianca proporcionado
atraves da explora~o de jogos brincadeiras e imaginaao 0 desperlar pela leitura
o metodo escolhido para 0 estudo foi 0 de pesquisa bibliogjfica e
descritiva porque ahsectm de explicar 0 objeto a partir de referencias te6ricas ja
publicadas em livros e documentos permite ao pesquisador observar registrar
analisar e correlacionar os fatos ja existentes sem manipula-Ios Segundo Volpato
(2000) a pesquisa bibliogrilfica levantamento bibliografico ou revisao da literatura euma das etapas da investiga~ cientifica Significa tomar posse do conhecimento
do que ja loi produzido a respeito do assunto ou seja ter acesso a esse
10
conhecimento requer a reviseD da literatura Assim depois de identificar 0 assunto
devern-s8 escolher as fantes mais adequadas a pesquisa
Para WINTER e SALLES (1997 p17) s metodologia cientifica preconiza
urna serie de regras atraves das quais 0 conhecimento dave sar obtido Dassa
forma 0 metoda cientffrco sa concretiza nas diversas etapas que devem sar
adotadas para solucionar urn problema Par Dutro lado na busca dessa solugao a
pesquisa bibliografica e descritiva pade assumir diversas formas descrevendo como
examplo as caracteristicas propriedades au relacentes existentes na comunidade
grupo ou realidade pesquisada
Evidenciando a metodologia utilizada faz-sa necessaria demonstrar que
esta estudo divide-se em seis capitulos que sa apresentam da seguinte maneira
o segundo capitulo apresenta a fundamenta9ao te6rica abordando tapicos
como a literatura infantil na Hist6ria
o terceiro capitulo aborda a relacao entre a crianca 0 ludico e a livro e
tambem a existencia da brincadeira na Oianca
o quarto capitulo narrativa cantar e encantar enfoca 0 cantar hist6rias e
sua contextualizalt1io academica apresenta sugestoes para atividades llidicas com
criancas de 2 a 4 anos
Logo apas apresenta as cansideragCies finais desse estudo que permitiu a
autora apropriar-se de tecnicas que poderao auxiliar a a~o pedag6gica cotidiana
do professor da Educacao Infantil contribuindo assim para a novo fazer
pedag6gica urna proposta que pretende contribuir com 0 desenvolvimento da
crianqa utilizando a literatura recreativa e dirigida com seus diversos generos
literarios
II
2 FUNDAMENTAQAO TEQRICA
21 A LlTERATURA INFANTIL NA HIST6RIA
Com base na analise da leitura de alguns autores e passivel afirmar que
na sociedade antiga nao havia a infancia nenhum espaco separado do mundo
adulto As criancyas trabalhavam e viviam junto com as adultos testemunhavam as
processos natura is da exist~ncia (ZILBERMAN 1998 p 44)
Assim 56 par volta do seculo XVlll a infimcia passa a ser vista de forma
mais valorizada devido as mudancas sociais econ6micas e politicas da sociedade
E passlvel identificar dessa maneira as primeiras mudanyas significativas nas
atitudes das familias em relayao as crianyas pequenas que inicialmente erarn
educadas em casa no casa das meninas que neste periodo aprendiam as afazeres
domesticos Ja as meninos aos sete anos eram mandados para as mosteiros para
serem educados pelos padres
Surgem entao os primeiros pensadores da eduea~o infantil onde podemos
destaear Jean Jacques Rousseau que apesar de nao ser urn edueador delineou 0
campo da pedagogia com suas ideias
Em sua obra 0 Emilio au da EduC8JO (ROUSSEAU 1990 p 32) pode-s9
observar 0 pensamento desse autor que atraves dos relatas da educayao de um
jovem evidencia que a sua forma~a deveria sar voltada aos interesses da crianca
pois essa possui suas caracteristicas proprias suas ideias e seus interesses assirn
a crian9C3 nao poderia ser vista como urn adulto em miniatura Rosseau (1990)
considerava cada fase da crianca com suas earacteristicas e propriedades
Para Rousseau (1990) a educayao n~o vem apenas de fora e sim da
expressao livre da crian~ em seu dia-a-dia com a natureza com isto propos
12
Irabalhar com as brinquedos a agricultura a esporte inslrumenlos de olicios
variados canto e Qutros mais
Para Rousseau
nascemos fracos precisamos de forya nascemo5 desprovidos de tudotemos necessidades de 8ssisl~ncia nascemos eshipidos precisamos dejuizo Tudo 0 que nlio temos ao naseer e de que prccisamos adultos enosdado pela educayao EsSlil educac30 nos vern da natureza au dos homensou das coisas 0 desenvolvimento e a educacaodos homens e 0 ganho danossa propria experi~nciasabre 0$ objetos que nos afetam e a educacAodas coisas (1990 p 11)
Para 0 autor a principal finalidade da educacao era ensinar a criancaa viver
exercendo sua liberdade educar 0 atuno para sar urn homern suas ideias
influenciam varias correntes pedag6gicas ate as dias de hoje
Aries (1981) lambem evidencia que a inffmcia ale a seculo XVII n~o era
Iralada de forma diferenciada as crianls assim como para Rousseau (1990) eram
tidas como adultos em miniatura 0 autor relata que nas sociedades tradicionais a
crian~ encontrava-se misturada ao mundo adulto com intensas trocas afetivas fora
da familia e de onde colhia suas aprendizagens 0 seculo XVIII conludo
leslemunharia mudancasna anliga ordem (ARIES 1981 p78)
Com a ascensao da burguesia e na medida em que a sociedade se
industrializava e se modernizava mediante a aquisi~o de novos recursos
tecnologicos a crianca e a familia assumem urn novo lugar A familia tornou-se 0
lugar de afei~o necessaria entre os c6njuges que se exprimiu sobretudo atraves
da importancia alribuida it crianl e a sua educacao(ARIES 1981 p79)
Nesse contexto surge uma nova pedagogia que passa a exigir uma
literatura infantil com uma didatica mais apropriada onde haja incentivo com rela~o
a crialividade da crianl Zilberman (1998) deslaca que a partir desle panorama eque emerge a literatura infantil com as adaptac6esdos classicos e dos contos de
13
fadas Informa que primitivamente os contos folcl6ricos colecionados pelos Irmaos
Grimm e Qutros nao eram fabulosos nem restritos a uma certa ida de
(ZILBERMAN 1998 P 45)
Conforme Zilberman (1998) os contos de fada eram contados por e para
adultos par uma classe mais baixa da sociedade as obras dos irmaos Grimm nao
eram restritas as crian9GIscontava situa95es da vida das classes inferiores fazendo
a conexao com a vida social e a magia do conto tudo e retratado de uma maneira
simb6lica as personagens nao sao percebidos como seres vivos assim com 0
surgimento da nova pedagogia estas obras fcram adaptadas para as jovens
(ZILBERMAN 1998 P 45)
Quem traduziu no Brasil e adaptou as obras dos autores cJassicos para a
juventude foi Carl Jansem Ate en tao nao se aproveitava a tradi9gtio folclorica do
Brasil na constitui9gtio de textos juvenis (ZILBERMAN 1998)
Segundo Cadermartori (1994) a literatura infantil brasileira inicia sob a
egide de urn dos nossos mais destacados inteJectuais Monteiro Lobato
Segundo Zilberman
Monteiro Lobato fllla 0 rompimenlo com 0 clrculo da dependencia dosp~drOes Europeus em sua obra 0 Sitio do Pica Pau Amarelo ele criapersonagens nacionais e a obra vai de um contexto real 0 sitio a umimaginano como 0 reino das aguas passui os personagens tictitios Emiliavisconde e os reeis Pedrtnho nartzinho os folcJ6ricos saci os personagensda mitologia classica como Minotauro dentre outros os magicos com 0burro falanleOs aspectos sociais sao mantidos atraves de personagens(lOmo 0 jeca tatu onde 0 nive social e cuttural t diferente dos personagensprincipais representados por pessoQs reais como a av6 Dona Benta (1 Q96p54)
Monteiro Lobato criou a literatura nacional em um contexte de cenarios
personagens e sugestoes folcloricas que n~o podem ser seguidos por nenhum
14
uma carreira de sucessa com seus livros infantis dentre estes Ana Maria Machado
e Ruth Rocha
A literatura infantil dave continuar a sar produzida cuidando para nao haver
uma c6pia do genera utilizado par Monteiro Lobato devendo com isso transpor
fronteiras sando uma literatura composta par uma abordagem rica criativa e didatica
mas fica evidente 0 quanta e diffcil identificar e criar livros infantis de excelente
quaJidade (ZILBERMAN1998)
Assim cabe agora referir ao desenvolvimento da literatura em rela~o ao
Referencial Curricular Nacional (RCN1998)
22 DESENVOLVIMENTO DA L1TERATURA
Com base na leitura do referencial curricular para a educa~o infantil no
capitulo destinado a linguagem e a escrita as crianyas e as praticas de leitura tern
urn grande valor em si masma nao sando necessaria atividades subsequentes
como 0 desenho dos personagens a resposta de perguntas sabre a leitura
dramatiza9iio das historias etc (RCN1998)
A leitura comeya muito cedo na vida do individua ista e a crian9B ja faz a
leitura extralingOistica do seu mundo antes de ir a escola Do ponto de vista
linguistico a conceito de leitura adquire diferentes mudanyas
Segundo Kleiman (1995) a leitura e um processo que vai se definindo
progressivamente a partir da intera980 entre 0 texta e a leitor Nessa processo 0
professor anquanto orientadar vai definindo tarefas progressivas mais complexas e
aos paucos a crianya vai fazendo as retomadas necessarias para compreender 0
texto
15
As instituiyOesde Educayao Infantil podem resgatar a repert6rio de historias
que as criancas ouvem em casa enos ambientes que freqOentam urna vez que
eSS8S hist6rias S9 constituem em rica fonte de informacentes sabre as diversas formas
culturais construindo da sensibilidade das crian9Bs
A aprendizagem da leitura e fundamental para que 0 individuo possa
entender 0 mundo que a cerca bern como S9 posicionar de forma critica diante da
realidade
Segundo Ferrero (1987) muito antes de serem capazes de ler ou escrever
nc sentido convencional do terma as crianyas tentam interpretar as textes com as
quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetiza~o paiS ela na fase da
pre-escola ja faz a sua leitura do mundo
De acordo com 0 pensamento de Lemos (1978) a linguagem oral conta
com recursos diversos timbre de voz entonayao ge5t05 expressao facial contexto
e contato direto com 0 receptor que pade interferir au fazar fluir urn referente na
linguagem escrita 0 qual nem sempre e feito As diverses instituiyaes concebem a
linguagem e a maneira como as criany8s aprendem de modo bastante diferentes
-Na linguagem oral 0 locutor e a interlocutor exercem juntos as funyaes reguladora
organizadora e ativadora dos textos responsaveis pela sua estrutura tessitura au
coeso (LEMOS 1978 p 45)
Na 6tica de Bakhtin (1988) 0 livro isto e 0 ato de fala impresso constitui
igualmente um elemento da comunicayao verbal Ele e objeto de discussoes ativas
sob a forma de dialogo 8 alem disso e feito para ser aprendido de maneira ativa
para ser estudado a fundo comentando e criticando no quadro do discurso interior
sem contar as relac6es impressas institucionalizadas que S8 encontram nas
diferentes esferas da comunicayao verbal
16
Bakhtin (1988) explica que a leitura tem side motivo de estudos de muitos
especialistas preocupados em verificar como S9 dil a partir de visualizacao de
simbolo gn3fico 0 entendimento total de urn texto 0 eutor verificou que a processo
de leitura S8 fez atraves de Ires etapas a primeira ocorre com 0 reconhecimento do
que esta escrito a segunda e a de compreensao atraves de interferencias e
formulacao de hip6teses e a terceira etape ocorr9 a interpreta~o propria mente dite
po is 0 lei tor mantem dialogicidade com 0 texto
Bakhtin informa que a laitura e como urn momento de criatividade no qual 0
leitor necessita reconhecer e aeionar as conhecimentos que ja tern para adquirir
noves e julga-Ios de forma critica Assim a laitura de hist6rias e urn momento em
que a crian~ pode conhecer a forma de viver pensar agir e 0 universo de valores
costumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares
que nao 0 seu (ReN 1998)
Assim desenvolver a leitura no aluno a funcao da escola que deve
respaitar a laitura de mundo que ale traz a partir de suas experiencias sociais ou
seja sua intera~o com outros individuos e com varias inforrnacentes veiculadas palos
meios de comunicacao de massas principalmente a televis~o
Para melhor compreensao dessa afirmativa Ferreiro e Teberosky (1986)
explicam que a sujeito que conhecemos atravas da teoria de Piaget e urn sujeito
que procura atividade de compreender a mundo que 0 rodeia e trata de resolver as
integra90es que esse mundo provoca ~ urn sujeito que aprende basicamente
atravas de suas proprias categorias de pensamento aD masmo tempo em que
organiza seu mundo
Segundo Ferreiro (1987) muito antes de serem capazes de ler au escrever
no sentido convencional do termo as criancas tantam interpretar as textos com os
17
quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetizacao pais ela na fase
pre-escolar ja faz a sua leitura do mundo
Verifica~se nessas leituras que a crianya dave sar urn agente ativa e
determinado no seu desenvoJvimento conforme Kleiman (1995) a leitura e urn
processo que vai definindo progressivamente a relaao texto e leitor e e no
ambiente alfabetizador que a crian98 tem a oportunidade de agir em liberdade para
aprender e desenvolver seus conceitos cognitivos e afetivos
Como conceito de literatura atualmente as dicionarios apresentam as
seguintes sentidos conjunto de obras que versam sabre temas especificos literatura
policial Iiteratura picaresC8 literatura de terror
A literatura na 6tica de Ferreiro
e a representa~o de urna visao do mundo slem de uma tarnada deposiyAo diante dele Tal posicionamento centraliza lIssim suas atenyOesno criador de literatura e ns imita~o da natureza compreendida comoc6pia ou reproduQAoA linguagem e vista como mero ve[culo dessacomunicacao(1987 p 56)
De posse dos conceitos sabre literatura e necessaria cempreender seu
vinculo com a crianca e 0 hJdico A palavra ludice vern do latim ludus e significa
brincar Segundo Rojas (1991) neste brincar estao inclufdos os jogos brinquedos e
divertimentos A funcao educativa do joga permite a aprendizagem do individua seu
conhecimento e sua interpretacao de mundo Por meio da brincadeira a crianca
envolve-se no jogo e sente a necessidade de partilhar com a outro Assim brincando
e jogando ela tera oportunidade de desenvolver capacidades indispensaveis a sua
vida futura
A autora afirma que atraves do jogo de papais a crian98 lida com experi~ncias
que ainda n~o consegue realizar no mundo real
Para Rojas
o brinquedo e a essMcia da infQnciae seu usa permite urn trabalhopedag6gico Que possibilita a produ9fio do conhecimento e tambem aestimula~o da afetividade na crianta A crtan9lJ estabelece com 0
18
brinquedo uma relaltao natural e consegue extravasar suas angostias epaixOes SUDS slegrias e tristezBS suas agressividade5 e passividade(1991 pS)
Dando continuidade a importancia do udico na vida da crian98 0 pr6ximo
capitulo discorre sabre a complexa rela9lo entre a leitura e a trabalho pedag6gico
que incentiva au nao 0 vinculo com a literatura
19
3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA
Na vis~o de Klein e Schafaschek (1990) a processo pedagogico consiste na
transmissao do conhecimento de sua hist6ria assim sera mostrado 0 movimento
historico da linguagem oral e escrita
A linguagem e a consci~ncja sao resultados da ayAo coletiva que as
homens desenvolveram
Segundo Bakhtin
e a linguagem portanto enquanto possibilidade de representa~o logo deabslratao e generalizacAo das caracteristicas do mundo exterior quepossibilila a passagem da con5Ci~ndasensivel a conscilncia racional daoperaylo com objetos concretos com conceitos au representaffOes (1988p32)
Passa~se entaD para uma representayao da linguagem escrita Assim 0
processo da alfabetizacao dave tar reconhecimento do texto oral e escrito e
compreende seu total entendimento Ler nao e somente decifrar simbolos graficos
mas buscar a compreensao das mensagens contidas em suas linhas e entrelinhas
Segundo Cunha (1997) a adulto nao tem a habito de ler e coloca em
diversas situavoos suas justjficativas para 0 pouco tempo que disponibiliza para a
leltura ou seja essa suposi~o de que a crian~ nao se interessa pelo livra e
apenas a refiexo do proprio desinteresse do adulto par tal objeto (CUNHA 1997 p
48)
Nesse contexto a partjcipayao do professor e importante pois este sera 0
mediador entre a crian98 e 0 conhecimento facilitando 0 processo de aquisj~o da
cultura Dai a ideia de que a produ91ioda linguagem oral e escrita e resultado de
um esforyo de produ91iodos homens e desenvolveu-se atraves da necessidade da
mediayiio de um professor
20
Dentro desta perspectiva tem-se re18980 do adulto com a criany8 que
segundo Cunha (1997) e nessa perspectiva a leitura e colocada como mais uma
imposiyao A ideia de que a leitura vai fazer bem a crianya ou ao jOllem leva - nos a
obriga-Ios a ler como Ihes impomos a colher de remedio a injecl)a a escova de
dente a escola (CUNHA 1997 P 51)
Na perspective de Cunha a leitura nao deve ser imposta 0 905tO pel a
leitura deve ser desenvolvido E necessario que sejam obedecidas as fases de
interesse da criama quanta a leitura apresentadas abaixo
Na primeira fase de aquisicao palo g05tO da leitura delem ser
apresentados a crianB livros de gravuras e dos versos infantis (de 2 a 5 ou 6 anos)
E a fase de egocentrismo em que a crianya faz pouca distin9Bo entre a mundo
externo e 0 interno
Ja a idade entre 5 a 8 ou 9 anos caracteriza-se como a idade do Conto de
Fadas De posse de urna mentalidade magica 0 leitor vai buscar nos contos de
fadas lendas mitos e fabulas a simbologia necessaria a elabora~o de suas
viv~ncias
Partindo para a pre-adolesc(mcia e a idade da Historia ambiental e da
leitura Factual (9 a 12 anos) E a fase intermediaria em que persistem vestfgios do
pensamento magico mas a crianya comeya a orientar-se rna is para a real Via de
regra 0 leitar escolhe neste perfodo historias que Ihe apresentam 0 mundo como
ele e Atraves da percep9iio magica de determinado personagem
Dos 12 a 14 anos considera-se a idade da Historia de Aventuras ou fase de
leitura Psicol6gica orientada para as sensac6es E a perfodo da pre-adolescemcia
em que 0 conhecimento da propria personalidade e 0 desenvolvimento dos
precesses agressives ativam a vivlmcia social e a forma9iio de grupos
21
Nos anos de maturidade ou desenvolvimento da esfera Iitero-8stetica de
leitura (14 a 17 anas) ha a curiosidade pelo descobrimento 0 mundo interior e do
mundo dos valores 0 adolescente parte para a hierarquiza~o dos conceitos e a
organizatao de seu universo Aventuras de conteudo intelectual viagens romances
hist6ricos e biograficos historias de amor literatura engajada e temas relacionados
com as interesses Yocacionais v~o ajuda-Io a orientar-se e estruturar-se como
adullo
A questao mais discutida a raspaito de literatura asta relacionada ao fato de
que as jovens e as crianyas nao h~emmuitos s~o as argumentos como a falta de
condiyao financeira de comprar livre 0 pcuco habito de se frequentar a biblioteca os
atrativos e facilidades do computador e da televisao a falta do Mbito dos pais em
lerem entre Qutras causas Mas pode-se considerar como urn grande problema a
falta de habito de leitura nos pais
As autoras Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que middotpais que
nao leem nao poderao despertar em seus filhos 0 gosto pela leitura Imitativa por
natureza a crian98 encontra na familia a maior incentivo para a leitura (1986 p
03)
Assim e delegada a escola a responsabilidade de introduzir a crianca no
mundo dos livros Cabe a escola desenvolver a cantata com as livros que deve ser
iniciada a mais cedo passivel nao 56 pelo manuseio cama tambem pela hist6ria
contada pela conversa au pelos jogos ritmicos no sentido de fazer a crianca amar a
leitura
Esse contato inicial deve ser pautado pela conquista e nao pela imposiyao
o leitor infantI au a infanto-juvenil ao adquirir 0 905tO pela leitura estara
22
visitando urn mundo novo adquirindo conhecimento e aprimorando seu processo
comunicativo
Assim a literatura infantil como toda a obra de arte exerce uma influemcia
pedag6gica sobre 0 individuo quer pela contribuitao na forma9ao do seu
pensamento quer pelos modelos que apresenta Essa funtao pedag6gica tem
importancia unica jil que a contata com a literatura maida a mente e 0 cora9Ao da
crian98 Assim a literatura infantil tern uma finalidade primckia e fundamental que e a
de promover na crian~ 0 gosto pela beleza da palavra 0 deleite perante a cria9ao
de mundos de ficcao
Para alem dista tern ainda a fun980 de arraigar as palavras no mundo
magico da crian~ permitindo-Ihe nlio s6 entende-Ias e usa-las como tambem
goza-Ias e desfruta-Ias no contexto da imaginataomiddot (WORNICOV WAGNER
RUSSOMANO EWEBER 1986 p 04)
MLer as figuras imaginar a hist6ria e desenvolver mental mente urn emado
s~o atividades que poderiam S8r desenvolvidas na educayao infant A escola
dedica ainda pouco tempo para a laitura e a interpreta~o e masmo para a
produtao de textos Mesmo que nao possuindo ainda a capacidade da escrita deve
- S8 compreender que 0 gosto pela leitura it tambem adquirido pelo simples
manuseio de um livro
Neste sentido vale ressaltar as colocalt6esde Orlandi (1987) que distingue
tres tipos de discurso 0 ludico 0 polemico e 0 autaritaria E dentre os diferentes
tipos de discurso autoritario que encontramos 0 discurso pedag6gico que aqui
interessa na medida em que ele tern responsabilidade marcante na atividade que
engloba 0 processo de ensina de leitura no primeiro grau
Este discurso esla a servivo da escola e esta a serviVOde uma ideologia
23
que contribui para dificultar a encontro do saber institucionalizado com as classes
menes favorecidas Isto ocorre porque 0 professor detem 0 saber e trabalha muitas
vezes sem perceber au ate para mostrar poder mascarando 0 tempo todo
afirmando que a aluno tarnham pade dizer 0 que pensa pode opinar pode sugerir
etc e na realidade nao acontece essa pratica a 0 que sa v~ e uma liberdade
vigiada
Sendo 0 professor 0 dono do saber torna-se modelo leitor por excel~ncia
ficando 0 aluno muitas vezes impossihilitado de pensar de refletir e de criar as
pr6prias condicaes de producao
Dessa forma acontece a leitura que 0 autor citado chama de parafrastica ou
seja a raproducao do sentido que 0 autor da ao texto ao contrario da poliss~mica
que se defina pelos multiplos sentidos que ao texto podem ser atribuidos
De acordo com Wornicov Wagner Russomano e Weber
obras especialmenle escntas para crian((CIsmuitas vezes recebem suarejeiyao outras como Robinson Cru50~ de Daniel DefOe Contes de rnamere Ioye de Charles Perrault ou Visgens de Gulliver de Jonathan Swiftnao originalmente destinado aD publico infantrJ foram incorporadas aoacervo de livros para a inftlncia (1988 p 05)
Ainda segundo as autoras e a aceitacao da obra por parte da crian~ que
determina a sua adequacao 80 publico infantil ou n~o ou seja e a crian~ que deve
encontrar na obra seus interesses a unica adaptacao e com refer~ncia ao
conhecimento e limitacentes da crianya As obras literarias infantis devem ser mais do
que instrumentos para proporcionar hist6ria ou induzir a fantasia como toda a obra
de arte exercem uma influencia pedag6gica sobre a individua quer pel a
contribui~o na forma9ilo do seu pensamenta quer pel os modelos que apresenta
Essa funcao pedag6gica tem importancia unica ja que 0 contato com a
literatura desperta na crianya a seu imaginario Assim a literatura infantil tern urna
24
finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a
beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm
dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya
permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las
no contexto da imagina9ilo
Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel
afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida
do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade
inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade
promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao
Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que
ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser
(1986 p 07)
A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da
crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a
crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0
aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a
escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua
com os livros
Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que
em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)
o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao
sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese
classifica96es devem ser respeitadas e entendidas
Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista
que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a
crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam
ocupam a centro de seus interesses
Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as
estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de
capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas
em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas
hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de
encantamenta
Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das
modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua
imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia
A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au
varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que
rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade
ludica e magica em que vive a crianca
Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou
hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0
seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um
temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa
2S
26
Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das
crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a
socializaltao
Para Froebel
a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)
Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento
para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais
adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a
socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)
Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e
preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera
explicitada a seguir
31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA
A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana
atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no
mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras
Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn
mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo
e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a
crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente
nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente
ausente em animais
27
A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~
em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala
mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos
A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo
porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do
jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da
crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa
submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo
muito diferente
Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de
desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento
habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa
ala fosse maior do que e na realidade
Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o
a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo
pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que
sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz
em sua totalidade bio-psico-social-educacional
E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de
enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e
sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que
ajudam para 0 seu desenvolvimento global
Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais
independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as
28
espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar
inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha
limites e e importante que n~o superestime sues capacidades
o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive
despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao
respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses
valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos
de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a
desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser
multo bern aprimoradas no pre-escolar
A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo
as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em
sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida
A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento
entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0
saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de
reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade
o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao
das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre
para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e
individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa
movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade
ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios
interesses pessoais no desenvolvimento das atividades
29
Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-
escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu
simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras
crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos
As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque
nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas
Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia
de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de
adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e
imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem
o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna
retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de
seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0
habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)
Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos
importantes para aqueles que trabalham com a educaylio
A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada
para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica
30
4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR
Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto
a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern
proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya
retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e
reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a
compreensao do texto par parte da crianya
o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que
ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente
com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0
que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)
A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse
despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao
imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario
Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua
subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia
narrativa
Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer
ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)
31
Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar
divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar
na crianca a g05tO pela literatura
Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU
contaram uma hist6ria
Na 6ptica de Tahan
a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)
E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o
infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento
onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo
Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0
ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos
1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito
2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como
li~o advertlmcia ou canselha
3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas
ou ate masma calculos e fra90es
4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos
5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate
masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco
mental
32
o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias
desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil
enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim
a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)
AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica
para a realizayllo de projetos
Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a
alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas
dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado
e se estao todos proximos suficientes do narrador
A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0
narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e
adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para
narrar historias
Segundo Tahan
Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)
Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as
crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer
Tahan informa
33
os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)
Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e
segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas
pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em
cantata com as criantyas
o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn
texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a
historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta
o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao
socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern
pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que
Ihe eram contadas
Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque
a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)
o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a
escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de
ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo
Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para
poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto
professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco
34
Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur
normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a
participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando
gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com
abras especificas para cada idade das criancas
Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica
e 3 ate 6 anas fase magica
Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn
enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa
integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias
que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza
(humanizadas)
Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a
repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas
outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes
Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras
grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com
certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por
genero
No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes
iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras
Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os
circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)
35
A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os
g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0
romance a novela 0 conto 0 drama etc
Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se
dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a
palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que
empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao
Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou
escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis
tenhamos ou n~o consciencia delas
Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua
peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como
A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna
sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral
o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex
objetos elementos da natureza
A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e
anirnais com urn ensinamento moral
o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre
ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo
A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a
historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas
Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da
magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias
precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais
36
Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre
as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem
Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa
pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a
des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no
processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi
incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario
o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de
informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e
ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de
educa~o
Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e
a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a
narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como
placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis
Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais
principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais
detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no
futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando
com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar
recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos
Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios
dependendo de cada circunstimcia
37
Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel
de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante
Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-
leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a
crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim
gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da
linguagem
Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e
sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a
comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80
livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem
atraves do ludico
Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos
devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au
dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias
o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar
as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a
que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a
compreens~o par parte da crianca
Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram
nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das
maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo
que a rodeia
38
JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)
Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia
essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as
maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a
brincadeira a aprendizado se instala
Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem
basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias
as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para
este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele
que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da
prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade
adulta
A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande
destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca
neste genero litera rio
Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil
devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao
de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar
qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar
deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor
deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure
39
Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido
no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto
pedagogico
Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8
livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com
suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada
Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de
contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta
algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em
conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos
objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a
redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos
de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar
A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os
aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da
participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura
e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da
utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas
41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS
411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos
Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu
surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam
utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a
40
funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas
delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)
bull Boneca contador de hist6rias
As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia
jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-
linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de
pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de
serem proferidos rapidamente)
As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das
mais tfmidas
bull Cria~Ao de final de historia
A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando
pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona
iniciada pel a educadora
o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em
papel
bull Errando as hist6rias
Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas
par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais
ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos
pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam
preocupa~o maior com 0 significado)
Chuva e sol casamento de espanhol
Chuva e sol casamento de caracol
41
bull Fantoches
A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as
crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com
cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas
mas mas manuseando as personagens
bull Gravuras
Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai
apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada
bull Jogo de contar hist6rias
Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos
escralem ou ilustram a hist6ria
a Parlendas e gestos
b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com
as dedas batendo as pes ou as maos etc
c Quadrinhos
d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que
fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por
favor etc
bull Dobraduras
A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas
podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e
ouvindo a magica transformayao do papsl
As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam
a dobradura
Ex dobradura depois recitam
Pinto
o pinto pia
A pipa pinga
Pinga a pipa
a pinto pia
Pinto pia
Pipa pinga
Quanta mais
o pinto pia
Mais a pipa pinga
42
bull Tecnicas de narrativas
Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na
sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil
baseado na autora Susatto (2004)
43
o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter
em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente
aos personagens e aos seus estados e animas
Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam
nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es
segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das
condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto
Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do
abandono dos pais
E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas
narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida
real
Segundo Busatto
Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)
Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser
usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador
reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam
imagens)
U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do
castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim
Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que
se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90
com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da
44
dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus
elementos
DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc
Pianos - altura do movimento
Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic
Forra - intensidade empregado no movimento
Tempo - velocidade com que a movimento e executado
Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo
Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem
preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve
sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de
alunos
45
5 CONSIDERAyOES FINAlS
Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias
tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil
ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes
Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das
transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e
aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem
constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0
conhecimento
A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim
educar para a formayao de cidadaos
No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter
essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para
despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao
magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode
proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa
atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca
passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes
tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor
de seus direitos e deveres como cidadao
A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn
facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do
processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e
participativa
46
Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em
mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir
para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO
pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna
imposicao
o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a
contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a
utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par
leitura
Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da
Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente
com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico
A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que
oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir
para a constru~o de sua autonomia
o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada
pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do
professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no
ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura
Bruner afirma que
e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)
47
Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca
em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern
ao encontro das novas perspectivas de educayao
Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta
nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os
alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais
construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au
informagao
48
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SUMARIO
RESUMO 5
1INTRODUCAO 9
2 FUNDAMENTACAO TE6RICA 11
21 A LlTERATURA INFANTIL NA HIST6RIA 11
22 DESENVOLVIMENTO DA LlTERATURA 14
3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA 19
31 EXIST~NCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA 26
4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR 30
41 SUGESTOES DE ATIVIDADES LUDICAS 39
411 Sugeslt5es de Bcnicas e aividades para criancas de 2 a 4 anas 39
5 CONSIDERACOES FINAIS 45
REFERENCIAS bull 48
RESUMO
Esta monografia e 0 resultado de urn estudo te6ricG baseado em autores quebuscam analisar e identificar 0 processo de construltao da literatura na vida dacrianya 0 abjetivo desta pesquisa e mostrar a importilncia na avao dos professoresda Educayao Infantil em unirtecnicas de leitura e atividades ludicas com as livros naconstrultao de suas aulas incentivando 0 interesse da crianya pelo mundo da leiturae dos mais diversos generos literarios Para tanto busca identificar de que forma asprofessores podem trabalhar com as ]ivros de rnaneira Judica tenta verificar S9 eSSB
forma de utilizar as livros proporciona a interesse e 0 despertar pel a laitura efinal mente sugare urna metodologia que permita a desenvolvimento da crianyautilizando a literatura recreativa 0 estuda permite discutir que e imprescindivel acompreensaa de que 0 hjdico deve ser uma atividade essencial para a crian~ pOisdesenvolve a capacidade de simbolizayao deslocando sua realidade para a brincarNeste contexta a integra~o com os livros e primordial pais a cantata direto com 0abjeto favorece a rela~a despertanda na crianya a interesse e a prazer pela leituraComo fonte utiliza a pesquisa bibliognjfica que permitiu a revisao da literaturadesvelanda assim 0 conhecimento de algumas obras que foram feltas sobre astaassunto Este estudo e relevante porque mostrou que a utilizayljo de tecnicas denarrativa e atlvidades ludicas por parte dos prafessores desperta a interesse dacrian~ pela leitura
Palavras - chave educayao infantil livra ludico tecnicas de narrativa
1INTRODUCAO
Este trabalho surgiu a partir do interesse passoal da autera par leitura e par
perceber que durante as estagios realizados nas escolas no periodo destes quatro
anos do curso de Pedagogia a leitura e tratada de mane ira desvalonzada sando
colocada em momentos de recrea~o ou para preencher 0 tempo da aula
Essas observat6es provocaram urn questionamento que S8 formalizou
como a problematica do estudo A utilizayao de tecnicas narrativas e de atividades
ludicas desperta 0 interesse na crian9CIpela leitura
Nesta perspectiva 0 objetivo deste estudo e analisar de que maneira as
professores da Educa~o Infantil podem unir tecnicas de leitura e atividades ludicas
com as livros na construyao de suas aulas incentivando 0 interesse da crianca palo
mundo da leitura e dos mais diversos g~neros literarios Para atingir este objetivo
visa identificar de que forma 0 professor pode trabalhar com os livros de maneira
ludica verificar se essa forma de utilizar esses Ilvros proporciona 0 interesse e 0
despertar pela leltura Sugerindo na sequencia uma metodologia que permita 0
desenvolvlmento psicol6gico motor afetivo e criativo da crianca proporcionado
atraves da explora~o de jogos brincadeiras e imaginaao 0 desperlar pela leitura
o metodo escolhido para 0 estudo foi 0 de pesquisa bibliogjfica e
descritiva porque ahsectm de explicar 0 objeto a partir de referencias te6ricas ja
publicadas em livros e documentos permite ao pesquisador observar registrar
analisar e correlacionar os fatos ja existentes sem manipula-Ios Segundo Volpato
(2000) a pesquisa bibliogrilfica levantamento bibliografico ou revisao da literatura euma das etapas da investiga~ cientifica Significa tomar posse do conhecimento
do que ja loi produzido a respeito do assunto ou seja ter acesso a esse
10
conhecimento requer a reviseD da literatura Assim depois de identificar 0 assunto
devern-s8 escolher as fantes mais adequadas a pesquisa
Para WINTER e SALLES (1997 p17) s metodologia cientifica preconiza
urna serie de regras atraves das quais 0 conhecimento dave sar obtido Dassa
forma 0 metoda cientffrco sa concretiza nas diversas etapas que devem sar
adotadas para solucionar urn problema Par Dutro lado na busca dessa solugao a
pesquisa bibliografica e descritiva pade assumir diversas formas descrevendo como
examplo as caracteristicas propriedades au relacentes existentes na comunidade
grupo ou realidade pesquisada
Evidenciando a metodologia utilizada faz-sa necessaria demonstrar que
esta estudo divide-se em seis capitulos que sa apresentam da seguinte maneira
o segundo capitulo apresenta a fundamenta9ao te6rica abordando tapicos
como a literatura infantil na Hist6ria
o terceiro capitulo aborda a relacao entre a crianca 0 ludico e a livro e
tambem a existencia da brincadeira na Oianca
o quarto capitulo narrativa cantar e encantar enfoca 0 cantar hist6rias e
sua contextualizalt1io academica apresenta sugestoes para atividades llidicas com
criancas de 2 a 4 anos
Logo apas apresenta as cansideragCies finais desse estudo que permitiu a
autora apropriar-se de tecnicas que poderao auxiliar a a~o pedag6gica cotidiana
do professor da Educacao Infantil contribuindo assim para a novo fazer
pedag6gica urna proposta que pretende contribuir com 0 desenvolvimento da
crianqa utilizando a literatura recreativa e dirigida com seus diversos generos
literarios
II
2 FUNDAMENTAQAO TEQRICA
21 A LlTERATURA INFANTIL NA HIST6RIA
Com base na analise da leitura de alguns autores e passivel afirmar que
na sociedade antiga nao havia a infancia nenhum espaco separado do mundo
adulto As criancyas trabalhavam e viviam junto com as adultos testemunhavam as
processos natura is da exist~ncia (ZILBERMAN 1998 p 44)
Assim 56 par volta do seculo XVlll a infimcia passa a ser vista de forma
mais valorizada devido as mudancas sociais econ6micas e politicas da sociedade
E passlvel identificar dessa maneira as primeiras mudanyas significativas nas
atitudes das familias em relayao as crianyas pequenas que inicialmente erarn
educadas em casa no casa das meninas que neste periodo aprendiam as afazeres
domesticos Ja as meninos aos sete anos eram mandados para as mosteiros para
serem educados pelos padres
Surgem entao os primeiros pensadores da eduea~o infantil onde podemos
destaear Jean Jacques Rousseau que apesar de nao ser urn edueador delineou 0
campo da pedagogia com suas ideias
Em sua obra 0 Emilio au da EduC8JO (ROUSSEAU 1990 p 32) pode-s9
observar 0 pensamento desse autor que atraves dos relatas da educayao de um
jovem evidencia que a sua forma~a deveria sar voltada aos interesses da crianca
pois essa possui suas caracteristicas proprias suas ideias e seus interesses assirn
a crian9C3 nao poderia ser vista como urn adulto em miniatura Rosseau (1990)
considerava cada fase da crianca com suas earacteristicas e propriedades
Para Rousseau (1990) a educayao n~o vem apenas de fora e sim da
expressao livre da crian~ em seu dia-a-dia com a natureza com isto propos
12
Irabalhar com as brinquedos a agricultura a esporte inslrumenlos de olicios
variados canto e Qutros mais
Para Rousseau
nascemos fracos precisamos de forya nascemo5 desprovidos de tudotemos necessidades de 8ssisl~ncia nascemos eshipidos precisamos dejuizo Tudo 0 que nlio temos ao naseer e de que prccisamos adultos enosdado pela educayao EsSlil educac30 nos vern da natureza au dos homensou das coisas 0 desenvolvimento e a educacaodos homens e 0 ganho danossa propria experi~nciasabre 0$ objetos que nos afetam e a educacAodas coisas (1990 p 11)
Para 0 autor a principal finalidade da educacao era ensinar a criancaa viver
exercendo sua liberdade educar 0 atuno para sar urn homern suas ideias
influenciam varias correntes pedag6gicas ate as dias de hoje
Aries (1981) lambem evidencia que a inffmcia ale a seculo XVII n~o era
Iralada de forma diferenciada as crianls assim como para Rousseau (1990) eram
tidas como adultos em miniatura 0 autor relata que nas sociedades tradicionais a
crian~ encontrava-se misturada ao mundo adulto com intensas trocas afetivas fora
da familia e de onde colhia suas aprendizagens 0 seculo XVIII conludo
leslemunharia mudancasna anliga ordem (ARIES 1981 p78)
Com a ascensao da burguesia e na medida em que a sociedade se
industrializava e se modernizava mediante a aquisi~o de novos recursos
tecnologicos a crianca e a familia assumem urn novo lugar A familia tornou-se 0
lugar de afei~o necessaria entre os c6njuges que se exprimiu sobretudo atraves
da importancia alribuida it crianl e a sua educacao(ARIES 1981 p79)
Nesse contexto surge uma nova pedagogia que passa a exigir uma
literatura infantil com uma didatica mais apropriada onde haja incentivo com rela~o
a crialividade da crianl Zilberman (1998) deslaca que a partir desle panorama eque emerge a literatura infantil com as adaptac6esdos classicos e dos contos de
13
fadas Informa que primitivamente os contos folcl6ricos colecionados pelos Irmaos
Grimm e Qutros nao eram fabulosos nem restritos a uma certa ida de
(ZILBERMAN 1998 P 45)
Conforme Zilberman (1998) os contos de fada eram contados por e para
adultos par uma classe mais baixa da sociedade as obras dos irmaos Grimm nao
eram restritas as crian9GIscontava situa95es da vida das classes inferiores fazendo
a conexao com a vida social e a magia do conto tudo e retratado de uma maneira
simb6lica as personagens nao sao percebidos como seres vivos assim com 0
surgimento da nova pedagogia estas obras fcram adaptadas para as jovens
(ZILBERMAN 1998 P 45)
Quem traduziu no Brasil e adaptou as obras dos autores cJassicos para a
juventude foi Carl Jansem Ate en tao nao se aproveitava a tradi9gtio folclorica do
Brasil na constitui9gtio de textos juvenis (ZILBERMAN 1998)
Segundo Cadermartori (1994) a literatura infantil brasileira inicia sob a
egide de urn dos nossos mais destacados inteJectuais Monteiro Lobato
Segundo Zilberman
Monteiro Lobato fllla 0 rompimenlo com 0 clrculo da dependencia dosp~drOes Europeus em sua obra 0 Sitio do Pica Pau Amarelo ele criapersonagens nacionais e a obra vai de um contexto real 0 sitio a umimaginano como 0 reino das aguas passui os personagens tictitios Emiliavisconde e os reeis Pedrtnho nartzinho os folcJ6ricos saci os personagensda mitologia classica como Minotauro dentre outros os magicos com 0burro falanleOs aspectos sociais sao mantidos atraves de personagens(lOmo 0 jeca tatu onde 0 nive social e cuttural t diferente dos personagensprincipais representados por pessoQs reais como a av6 Dona Benta (1 Q96p54)
Monteiro Lobato criou a literatura nacional em um contexte de cenarios
personagens e sugestoes folcloricas que n~o podem ser seguidos por nenhum
14
uma carreira de sucessa com seus livros infantis dentre estes Ana Maria Machado
e Ruth Rocha
A literatura infantil dave continuar a sar produzida cuidando para nao haver
uma c6pia do genera utilizado par Monteiro Lobato devendo com isso transpor
fronteiras sando uma literatura composta par uma abordagem rica criativa e didatica
mas fica evidente 0 quanta e diffcil identificar e criar livros infantis de excelente
quaJidade (ZILBERMAN1998)
Assim cabe agora referir ao desenvolvimento da literatura em rela~o ao
Referencial Curricular Nacional (RCN1998)
22 DESENVOLVIMENTO DA L1TERATURA
Com base na leitura do referencial curricular para a educa~o infantil no
capitulo destinado a linguagem e a escrita as crianyas e as praticas de leitura tern
urn grande valor em si masma nao sando necessaria atividades subsequentes
como 0 desenho dos personagens a resposta de perguntas sabre a leitura
dramatiza9iio das historias etc (RCN1998)
A leitura comeya muito cedo na vida do individua ista e a crian9B ja faz a
leitura extralingOistica do seu mundo antes de ir a escola Do ponto de vista
linguistico a conceito de leitura adquire diferentes mudanyas
Segundo Kleiman (1995) a leitura e um processo que vai se definindo
progressivamente a partir da intera980 entre 0 texta e a leitor Nessa processo 0
professor anquanto orientadar vai definindo tarefas progressivas mais complexas e
aos paucos a crianya vai fazendo as retomadas necessarias para compreender 0
texto
15
As instituiyOesde Educayao Infantil podem resgatar a repert6rio de historias
que as criancas ouvem em casa enos ambientes que freqOentam urna vez que
eSS8S hist6rias S9 constituem em rica fonte de informacentes sabre as diversas formas
culturais construindo da sensibilidade das crian9Bs
A aprendizagem da leitura e fundamental para que 0 individuo possa
entender 0 mundo que a cerca bern como S9 posicionar de forma critica diante da
realidade
Segundo Ferrero (1987) muito antes de serem capazes de ler ou escrever
nc sentido convencional do terma as crianyas tentam interpretar as textes com as
quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetiza~o paiS ela na fase da
pre-escola ja faz a sua leitura do mundo
De acordo com 0 pensamento de Lemos (1978) a linguagem oral conta
com recursos diversos timbre de voz entonayao ge5t05 expressao facial contexto
e contato direto com 0 receptor que pade interferir au fazar fluir urn referente na
linguagem escrita 0 qual nem sempre e feito As diverses instituiyaes concebem a
linguagem e a maneira como as criany8s aprendem de modo bastante diferentes
-Na linguagem oral 0 locutor e a interlocutor exercem juntos as funyaes reguladora
organizadora e ativadora dos textos responsaveis pela sua estrutura tessitura au
coeso (LEMOS 1978 p 45)
Na 6tica de Bakhtin (1988) 0 livro isto e 0 ato de fala impresso constitui
igualmente um elemento da comunicayao verbal Ele e objeto de discussoes ativas
sob a forma de dialogo 8 alem disso e feito para ser aprendido de maneira ativa
para ser estudado a fundo comentando e criticando no quadro do discurso interior
sem contar as relac6es impressas institucionalizadas que S8 encontram nas
diferentes esferas da comunicayao verbal
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Bakhtin (1988) explica que a leitura tem side motivo de estudos de muitos
especialistas preocupados em verificar como S9 dil a partir de visualizacao de
simbolo gn3fico 0 entendimento total de urn texto 0 eutor verificou que a processo
de leitura S8 fez atraves de Ires etapas a primeira ocorre com 0 reconhecimento do
que esta escrito a segunda e a de compreensao atraves de interferencias e
formulacao de hip6teses e a terceira etape ocorr9 a interpreta~o propria mente dite
po is 0 lei tor mantem dialogicidade com 0 texto
Bakhtin informa que a laitura e como urn momento de criatividade no qual 0
leitor necessita reconhecer e aeionar as conhecimentos que ja tern para adquirir
noves e julga-Ios de forma critica Assim a laitura de hist6rias e urn momento em
que a crian~ pode conhecer a forma de viver pensar agir e 0 universo de valores
costumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares
que nao 0 seu (ReN 1998)
Assim desenvolver a leitura no aluno a funcao da escola que deve
respaitar a laitura de mundo que ale traz a partir de suas experiencias sociais ou
seja sua intera~o com outros individuos e com varias inforrnacentes veiculadas palos
meios de comunicacao de massas principalmente a televis~o
Para melhor compreensao dessa afirmativa Ferreiro e Teberosky (1986)
explicam que a sujeito que conhecemos atravas da teoria de Piaget e urn sujeito
que procura atividade de compreender a mundo que 0 rodeia e trata de resolver as
integra90es que esse mundo provoca ~ urn sujeito que aprende basicamente
atravas de suas proprias categorias de pensamento aD masmo tempo em que
organiza seu mundo
Segundo Ferreiro (1987) muito antes de serem capazes de ler au escrever
no sentido convencional do termo as criancas tantam interpretar as textos com os
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quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetizacao pais ela na fase
pre-escolar ja faz a sua leitura do mundo
Verifica~se nessas leituras que a crianya dave sar urn agente ativa e
determinado no seu desenvoJvimento conforme Kleiman (1995) a leitura e urn
processo que vai definindo progressivamente a relaao texto e leitor e e no
ambiente alfabetizador que a crian98 tem a oportunidade de agir em liberdade para
aprender e desenvolver seus conceitos cognitivos e afetivos
Como conceito de literatura atualmente as dicionarios apresentam as
seguintes sentidos conjunto de obras que versam sabre temas especificos literatura
policial Iiteratura picaresC8 literatura de terror
A literatura na 6tica de Ferreiro
e a representa~o de urna visao do mundo slem de uma tarnada deposiyAo diante dele Tal posicionamento centraliza lIssim suas atenyOesno criador de literatura e ns imita~o da natureza compreendida comoc6pia ou reproduQAoA linguagem e vista como mero ve[culo dessacomunicacao(1987 p 56)
De posse dos conceitos sabre literatura e necessaria cempreender seu
vinculo com a crianca e 0 hJdico A palavra ludice vern do latim ludus e significa
brincar Segundo Rojas (1991) neste brincar estao inclufdos os jogos brinquedos e
divertimentos A funcao educativa do joga permite a aprendizagem do individua seu
conhecimento e sua interpretacao de mundo Por meio da brincadeira a crianca
envolve-se no jogo e sente a necessidade de partilhar com a outro Assim brincando
e jogando ela tera oportunidade de desenvolver capacidades indispensaveis a sua
vida futura
A autora afirma que atraves do jogo de papais a crian98 lida com experi~ncias
que ainda n~o consegue realizar no mundo real
Para Rojas
o brinquedo e a essMcia da infQnciae seu usa permite urn trabalhopedag6gico Que possibilita a produ9fio do conhecimento e tambem aestimula~o da afetividade na crianta A crtan9lJ estabelece com 0
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brinquedo uma relaltao natural e consegue extravasar suas angostias epaixOes SUDS slegrias e tristezBS suas agressividade5 e passividade(1991 pS)
Dando continuidade a importancia do udico na vida da crian98 0 pr6ximo
capitulo discorre sabre a complexa rela9lo entre a leitura e a trabalho pedag6gico
que incentiva au nao 0 vinculo com a literatura
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3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA
Na vis~o de Klein e Schafaschek (1990) a processo pedagogico consiste na
transmissao do conhecimento de sua hist6ria assim sera mostrado 0 movimento
historico da linguagem oral e escrita
A linguagem e a consci~ncja sao resultados da ayAo coletiva que as
homens desenvolveram
Segundo Bakhtin
e a linguagem portanto enquanto possibilidade de representa~o logo deabslratao e generalizacAo das caracteristicas do mundo exterior quepossibilila a passagem da con5Ci~ndasensivel a conscilncia racional daoperaylo com objetos concretos com conceitos au representaffOes (1988p32)
Passa~se entaD para uma representayao da linguagem escrita Assim 0
processo da alfabetizacao dave tar reconhecimento do texto oral e escrito e
compreende seu total entendimento Ler nao e somente decifrar simbolos graficos
mas buscar a compreensao das mensagens contidas em suas linhas e entrelinhas
Segundo Cunha (1997) a adulto nao tem a habito de ler e coloca em
diversas situavoos suas justjficativas para 0 pouco tempo que disponibiliza para a
leltura ou seja essa suposi~o de que a crian~ nao se interessa pelo livra e
apenas a refiexo do proprio desinteresse do adulto par tal objeto (CUNHA 1997 p
48)
Nesse contexto a partjcipayao do professor e importante pois este sera 0
mediador entre a crian98 e 0 conhecimento facilitando 0 processo de aquisj~o da
cultura Dai a ideia de que a produ91ioda linguagem oral e escrita e resultado de
um esforyo de produ91iodos homens e desenvolveu-se atraves da necessidade da
mediayiio de um professor
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Dentro desta perspectiva tem-se re18980 do adulto com a criany8 que
segundo Cunha (1997) e nessa perspectiva a leitura e colocada como mais uma
imposiyao A ideia de que a leitura vai fazer bem a crianya ou ao jOllem leva - nos a
obriga-Ios a ler como Ihes impomos a colher de remedio a injecl)a a escova de
dente a escola (CUNHA 1997 P 51)
Na perspective de Cunha a leitura nao deve ser imposta 0 905tO pel a
leitura deve ser desenvolvido E necessario que sejam obedecidas as fases de
interesse da criama quanta a leitura apresentadas abaixo
Na primeira fase de aquisicao palo g05tO da leitura delem ser
apresentados a crianB livros de gravuras e dos versos infantis (de 2 a 5 ou 6 anos)
E a fase de egocentrismo em que a crianya faz pouca distin9Bo entre a mundo
externo e 0 interno
Ja a idade entre 5 a 8 ou 9 anos caracteriza-se como a idade do Conto de
Fadas De posse de urna mentalidade magica 0 leitor vai buscar nos contos de
fadas lendas mitos e fabulas a simbologia necessaria a elabora~o de suas
viv~ncias
Partindo para a pre-adolesc(mcia e a idade da Historia ambiental e da
leitura Factual (9 a 12 anos) E a fase intermediaria em que persistem vestfgios do
pensamento magico mas a crianya comeya a orientar-se rna is para a real Via de
regra 0 leitar escolhe neste perfodo historias que Ihe apresentam 0 mundo como
ele e Atraves da percep9iio magica de determinado personagem
Dos 12 a 14 anos considera-se a idade da Historia de Aventuras ou fase de
leitura Psicol6gica orientada para as sensac6es E a perfodo da pre-adolescemcia
em que 0 conhecimento da propria personalidade e 0 desenvolvimento dos
precesses agressives ativam a vivlmcia social e a forma9iio de grupos
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Nos anos de maturidade ou desenvolvimento da esfera Iitero-8stetica de
leitura (14 a 17 anas) ha a curiosidade pelo descobrimento 0 mundo interior e do
mundo dos valores 0 adolescente parte para a hierarquiza~o dos conceitos e a
organizatao de seu universo Aventuras de conteudo intelectual viagens romances
hist6ricos e biograficos historias de amor literatura engajada e temas relacionados
com as interesses Yocacionais v~o ajuda-Io a orientar-se e estruturar-se como
adullo
A questao mais discutida a raspaito de literatura asta relacionada ao fato de
que as jovens e as crianyas nao h~emmuitos s~o as argumentos como a falta de
condiyao financeira de comprar livre 0 pcuco habito de se frequentar a biblioteca os
atrativos e facilidades do computador e da televisao a falta do Mbito dos pais em
lerem entre Qutras causas Mas pode-se considerar como urn grande problema a
falta de habito de leitura nos pais
As autoras Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que middotpais que
nao leem nao poderao despertar em seus filhos 0 gosto pela leitura Imitativa por
natureza a crian98 encontra na familia a maior incentivo para a leitura (1986 p
03)
Assim e delegada a escola a responsabilidade de introduzir a crianca no
mundo dos livros Cabe a escola desenvolver a cantata com as livros que deve ser
iniciada a mais cedo passivel nao 56 pelo manuseio cama tambem pela hist6ria
contada pela conversa au pelos jogos ritmicos no sentido de fazer a crianca amar a
leitura
Esse contato inicial deve ser pautado pela conquista e nao pela imposiyao
o leitor infantI au a infanto-juvenil ao adquirir 0 905tO pela leitura estara
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visitando urn mundo novo adquirindo conhecimento e aprimorando seu processo
comunicativo
Assim a literatura infantil como toda a obra de arte exerce uma influemcia
pedag6gica sobre 0 individuo quer pela contribuitao na forma9ao do seu
pensamento quer pelos modelos que apresenta Essa funtao pedag6gica tem
importancia unica jil que a contata com a literatura maida a mente e 0 cora9Ao da
crian98 Assim a literatura infantil tern uma finalidade primckia e fundamental que e a
de promover na crian~ 0 gosto pela beleza da palavra 0 deleite perante a cria9ao
de mundos de ficcao
Para alem dista tern ainda a fun980 de arraigar as palavras no mundo
magico da crian~ permitindo-Ihe nlio s6 entende-Ias e usa-las como tambem
goza-Ias e desfruta-Ias no contexto da imaginataomiddot (WORNICOV WAGNER
RUSSOMANO EWEBER 1986 p 04)
MLer as figuras imaginar a hist6ria e desenvolver mental mente urn emado
s~o atividades que poderiam S8r desenvolvidas na educayao infant A escola
dedica ainda pouco tempo para a laitura e a interpreta~o e masmo para a
produtao de textos Mesmo que nao possuindo ainda a capacidade da escrita deve
- S8 compreender que 0 gosto pela leitura it tambem adquirido pelo simples
manuseio de um livro
Neste sentido vale ressaltar as colocalt6esde Orlandi (1987) que distingue
tres tipos de discurso 0 ludico 0 polemico e 0 autaritaria E dentre os diferentes
tipos de discurso autoritario que encontramos 0 discurso pedag6gico que aqui
interessa na medida em que ele tern responsabilidade marcante na atividade que
engloba 0 processo de ensina de leitura no primeiro grau
Este discurso esla a servivo da escola e esta a serviVOde uma ideologia
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que contribui para dificultar a encontro do saber institucionalizado com as classes
menes favorecidas Isto ocorre porque 0 professor detem 0 saber e trabalha muitas
vezes sem perceber au ate para mostrar poder mascarando 0 tempo todo
afirmando que a aluno tarnham pade dizer 0 que pensa pode opinar pode sugerir
etc e na realidade nao acontece essa pratica a 0 que sa v~ e uma liberdade
vigiada
Sendo 0 professor 0 dono do saber torna-se modelo leitor por excel~ncia
ficando 0 aluno muitas vezes impossihilitado de pensar de refletir e de criar as
pr6prias condicaes de producao
Dessa forma acontece a leitura que 0 autor citado chama de parafrastica ou
seja a raproducao do sentido que 0 autor da ao texto ao contrario da poliss~mica
que se defina pelos multiplos sentidos que ao texto podem ser atribuidos
De acordo com Wornicov Wagner Russomano e Weber
obras especialmenle escntas para crian((CIsmuitas vezes recebem suarejeiyao outras como Robinson Cru50~ de Daniel DefOe Contes de rnamere Ioye de Charles Perrault ou Visgens de Gulliver de Jonathan Swiftnao originalmente destinado aD publico infantrJ foram incorporadas aoacervo de livros para a inftlncia (1988 p 05)
Ainda segundo as autoras e a aceitacao da obra por parte da crian~ que
determina a sua adequacao 80 publico infantil ou n~o ou seja e a crian~ que deve
encontrar na obra seus interesses a unica adaptacao e com refer~ncia ao
conhecimento e limitacentes da crianya As obras literarias infantis devem ser mais do
que instrumentos para proporcionar hist6ria ou induzir a fantasia como toda a obra
de arte exercem uma influencia pedag6gica sobre a individua quer pel a
contribui~o na forma9ilo do seu pensamenta quer pel os modelos que apresenta
Essa funcao pedag6gica tem importancia unica ja que 0 contato com a
literatura desperta na crianya a seu imaginario Assim a literatura infantil tern urna
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finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a
beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm
dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya
permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las
no contexto da imagina9ilo
Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel
afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida
do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade
inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade
promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao
Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que
ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser
(1986 p 07)
A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da
crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a
crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0
aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a
escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua
com os livros
Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que
em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)
o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao
sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese
classifica96es devem ser respeitadas e entendidas
Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista
que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a
crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam
ocupam a centro de seus interesses
Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as
estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de
capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas
em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas
hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de
encantamenta
Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das
modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua
imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia
A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au
varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que
rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade
ludica e magica em que vive a crianca
Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou
hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0
seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um
temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa
2S
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Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das
crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a
socializaltao
Para Froebel
a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)
Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento
para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais
adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a
socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)
Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e
preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera
explicitada a seguir
31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA
A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana
atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no
mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras
Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn
mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo
e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a
crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente
nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente
ausente em animais
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A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~
em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala
mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos
A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo
porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do
jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da
crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa
submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo
muito diferente
Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de
desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento
habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa
ala fosse maior do que e na realidade
Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o
a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo
pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que
sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz
em sua totalidade bio-psico-social-educacional
E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de
enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e
sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que
ajudam para 0 seu desenvolvimento global
Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais
independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as
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espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar
inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha
limites e e importante que n~o superestime sues capacidades
o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive
despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao
respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses
valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos
de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a
desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser
multo bern aprimoradas no pre-escolar
A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo
as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em
sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida
A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento
entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0
saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de
reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade
o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao
das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre
para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e
individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa
movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade
ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios
interesses pessoais no desenvolvimento das atividades
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Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-
escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu
simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras
crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos
As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque
nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas
Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia
de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de
adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e
imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem
o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna
retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de
seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0
habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)
Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos
importantes para aqueles que trabalham com a educaylio
A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada
para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica
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4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR
Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto
a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern
proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya
retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e
reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a
compreensao do texto par parte da crianya
o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que
ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente
com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0
que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)
A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse
despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao
imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario
Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua
subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia
narrativa
Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer
ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)
31
Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar
divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar
na crianca a g05tO pela literatura
Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU
contaram uma hist6ria
Na 6ptica de Tahan
a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)
E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o
infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento
onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo
Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0
ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos
1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito
2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como
li~o advertlmcia ou canselha
3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas
ou ate masma calculos e fra90es
4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos
5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate
masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco
mental
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o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias
desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil
enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim
a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)
AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica
para a realizayllo de projetos
Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a
alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas
dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado
e se estao todos proximos suficientes do narrador
A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0
narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e
adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para
narrar historias
Segundo Tahan
Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)
Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as
crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer
Tahan informa
33
os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)
Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e
segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas
pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em
cantata com as criantyas
o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn
texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a
historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta
o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao
socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern
pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que
Ihe eram contadas
Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque
a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)
o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a
escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de
ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo
Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para
poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto
professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco
34
Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur
normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a
participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando
gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com
abras especificas para cada idade das criancas
Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica
e 3 ate 6 anas fase magica
Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn
enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa
integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias
que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza
(humanizadas)
Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a
repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas
outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes
Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras
grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com
certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por
genero
No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes
iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras
Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os
circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)
35
A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os
g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0
romance a novela 0 conto 0 drama etc
Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se
dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a
palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que
empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao
Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou
escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis
tenhamos ou n~o consciencia delas
Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua
peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como
A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna
sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral
o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex
objetos elementos da natureza
A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e
anirnais com urn ensinamento moral
o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre
ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo
A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a
historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas
Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da
magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias
precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais
36
Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre
as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem
Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa
pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a
des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no
processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi
incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario
o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de
informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e
ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de
educa~o
Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e
a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a
narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como
placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis
Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais
principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais
detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no
futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando
com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar
recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos
Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios
dependendo de cada circunstimcia
37
Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel
de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante
Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-
leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a
crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim
gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da
linguagem
Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e
sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a
comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80
livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem
atraves do ludico
Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos
devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au
dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias
o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar
as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a
que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a
compreens~o par parte da crianca
Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram
nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das
maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo
que a rodeia
38
JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)
Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia
essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as
maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a
brincadeira a aprendizado se instala
Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem
basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias
as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para
este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele
que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da
prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade
adulta
A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande
destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca
neste genero litera rio
Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil
devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao
de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar
qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar
deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor
deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure
39
Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido
no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto
pedagogico
Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8
livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com
suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada
Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de
contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta
algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em
conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos
objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a
redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos
de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar
A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os
aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da
participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura
e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da
utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas
41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS
411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos
Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu
surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam
utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a
40
funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas
delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)
bull Boneca contador de hist6rias
As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia
jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-
linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de
pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de
serem proferidos rapidamente)
As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das
mais tfmidas
bull Cria~Ao de final de historia
A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando
pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona
iniciada pel a educadora
o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em
papel
bull Errando as hist6rias
Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas
par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais
ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos
pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam
preocupa~o maior com 0 significado)
Chuva e sol casamento de espanhol
Chuva e sol casamento de caracol
41
bull Fantoches
A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as
crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com
cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas
mas mas manuseando as personagens
bull Gravuras
Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai
apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada
bull Jogo de contar hist6rias
Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos
escralem ou ilustram a hist6ria
a Parlendas e gestos
b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com
as dedas batendo as pes ou as maos etc
c Quadrinhos
d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que
fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por
favor etc
bull Dobraduras
A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas
podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e
ouvindo a magica transformayao do papsl
As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam
a dobradura
Ex dobradura depois recitam
Pinto
o pinto pia
A pipa pinga
Pinga a pipa
a pinto pia
Pinto pia
Pipa pinga
Quanta mais
o pinto pia
Mais a pipa pinga
42
bull Tecnicas de narrativas
Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na
sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil
baseado na autora Susatto (2004)
43
o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter
em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente
aos personagens e aos seus estados e animas
Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam
nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es
segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das
condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto
Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do
abandono dos pais
E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas
narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida
real
Segundo Busatto
Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)
Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser
usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador
reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam
imagens)
U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do
castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim
Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que
se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90
com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da
44
dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus
elementos
DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc
Pianos - altura do movimento
Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic
Forra - intensidade empregado no movimento
Tempo - velocidade com que a movimento e executado
Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo
Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem
preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve
sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de
alunos
45
5 CONSIDERAyOES FINAlS
Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias
tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil
ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes
Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das
transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e
aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem
constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0
conhecimento
A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim
educar para a formayao de cidadaos
No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter
essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para
despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao
magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode
proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa
atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca
passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes
tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor
de seus direitos e deveres como cidadao
A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn
facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do
processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e
participativa
46
Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em
mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir
para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO
pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna
imposicao
o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a
contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a
utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par
leitura
Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da
Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente
com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico
A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que
oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir
para a constru~o de sua autonomia
o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada
pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do
professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no
ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura
Bruner afirma que
e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)
47
Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca
em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern
ao encontro das novas perspectivas de educayao
Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta
nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os
alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais
construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au
informagao
48
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RESUMO
Esta monografia e 0 resultado de urn estudo te6ricG baseado em autores quebuscam analisar e identificar 0 processo de construltao da literatura na vida dacrianya 0 abjetivo desta pesquisa e mostrar a importilncia na avao dos professoresda Educayao Infantil em unirtecnicas de leitura e atividades ludicas com as livros naconstrultao de suas aulas incentivando 0 interesse da crianya pelo mundo da leiturae dos mais diversos generos literarios Para tanto busca identificar de que forma asprofessores podem trabalhar com as ]ivros de rnaneira Judica tenta verificar S9 eSSB
forma de utilizar as livros proporciona a interesse e 0 despertar pel a laitura efinal mente sugare urna metodologia que permita a desenvolvimento da crianyautilizando a literatura recreativa 0 estuda permite discutir que e imprescindivel acompreensaa de que 0 hjdico deve ser uma atividade essencial para a crian~ pOisdesenvolve a capacidade de simbolizayao deslocando sua realidade para a brincarNeste contexta a integra~o com os livros e primordial pais a cantata direto com 0abjeto favorece a rela~a despertanda na crianya a interesse e a prazer pela leituraComo fonte utiliza a pesquisa bibliognjfica que permitiu a revisao da literaturadesvelanda assim 0 conhecimento de algumas obras que foram feltas sobre astaassunto Este estudo e relevante porque mostrou que a utilizayljo de tecnicas denarrativa e atlvidades ludicas por parte dos prafessores desperta a interesse dacrian~ pela leitura
Palavras - chave educayao infantil livra ludico tecnicas de narrativa
1INTRODUCAO
Este trabalho surgiu a partir do interesse passoal da autera par leitura e par
perceber que durante as estagios realizados nas escolas no periodo destes quatro
anos do curso de Pedagogia a leitura e tratada de mane ira desvalonzada sando
colocada em momentos de recrea~o ou para preencher 0 tempo da aula
Essas observat6es provocaram urn questionamento que S8 formalizou
como a problematica do estudo A utilizayao de tecnicas narrativas e de atividades
ludicas desperta 0 interesse na crian9CIpela leitura
Nesta perspectiva 0 objetivo deste estudo e analisar de que maneira as
professores da Educa~o Infantil podem unir tecnicas de leitura e atividades ludicas
com as livros na construyao de suas aulas incentivando 0 interesse da crianca palo
mundo da leitura e dos mais diversos g~neros literarios Para atingir este objetivo
visa identificar de que forma 0 professor pode trabalhar com os livros de maneira
ludica verificar se essa forma de utilizar esses Ilvros proporciona 0 interesse e 0
despertar pela leltura Sugerindo na sequencia uma metodologia que permita 0
desenvolvlmento psicol6gico motor afetivo e criativo da crianca proporcionado
atraves da explora~o de jogos brincadeiras e imaginaao 0 desperlar pela leitura
o metodo escolhido para 0 estudo foi 0 de pesquisa bibliogjfica e
descritiva porque ahsectm de explicar 0 objeto a partir de referencias te6ricas ja
publicadas em livros e documentos permite ao pesquisador observar registrar
analisar e correlacionar os fatos ja existentes sem manipula-Ios Segundo Volpato
(2000) a pesquisa bibliogrilfica levantamento bibliografico ou revisao da literatura euma das etapas da investiga~ cientifica Significa tomar posse do conhecimento
do que ja loi produzido a respeito do assunto ou seja ter acesso a esse
10
conhecimento requer a reviseD da literatura Assim depois de identificar 0 assunto
devern-s8 escolher as fantes mais adequadas a pesquisa
Para WINTER e SALLES (1997 p17) s metodologia cientifica preconiza
urna serie de regras atraves das quais 0 conhecimento dave sar obtido Dassa
forma 0 metoda cientffrco sa concretiza nas diversas etapas que devem sar
adotadas para solucionar urn problema Par Dutro lado na busca dessa solugao a
pesquisa bibliografica e descritiva pade assumir diversas formas descrevendo como
examplo as caracteristicas propriedades au relacentes existentes na comunidade
grupo ou realidade pesquisada
Evidenciando a metodologia utilizada faz-sa necessaria demonstrar que
esta estudo divide-se em seis capitulos que sa apresentam da seguinte maneira
o segundo capitulo apresenta a fundamenta9ao te6rica abordando tapicos
como a literatura infantil na Hist6ria
o terceiro capitulo aborda a relacao entre a crianca 0 ludico e a livro e
tambem a existencia da brincadeira na Oianca
o quarto capitulo narrativa cantar e encantar enfoca 0 cantar hist6rias e
sua contextualizalt1io academica apresenta sugestoes para atividades llidicas com
criancas de 2 a 4 anos
Logo apas apresenta as cansideragCies finais desse estudo que permitiu a
autora apropriar-se de tecnicas que poderao auxiliar a a~o pedag6gica cotidiana
do professor da Educacao Infantil contribuindo assim para a novo fazer
pedag6gica urna proposta que pretende contribuir com 0 desenvolvimento da
crianqa utilizando a literatura recreativa e dirigida com seus diversos generos
literarios
II
2 FUNDAMENTAQAO TEQRICA
21 A LlTERATURA INFANTIL NA HIST6RIA
Com base na analise da leitura de alguns autores e passivel afirmar que
na sociedade antiga nao havia a infancia nenhum espaco separado do mundo
adulto As criancyas trabalhavam e viviam junto com as adultos testemunhavam as
processos natura is da exist~ncia (ZILBERMAN 1998 p 44)
Assim 56 par volta do seculo XVlll a infimcia passa a ser vista de forma
mais valorizada devido as mudancas sociais econ6micas e politicas da sociedade
E passlvel identificar dessa maneira as primeiras mudanyas significativas nas
atitudes das familias em relayao as crianyas pequenas que inicialmente erarn
educadas em casa no casa das meninas que neste periodo aprendiam as afazeres
domesticos Ja as meninos aos sete anos eram mandados para as mosteiros para
serem educados pelos padres
Surgem entao os primeiros pensadores da eduea~o infantil onde podemos
destaear Jean Jacques Rousseau que apesar de nao ser urn edueador delineou 0
campo da pedagogia com suas ideias
Em sua obra 0 Emilio au da EduC8JO (ROUSSEAU 1990 p 32) pode-s9
observar 0 pensamento desse autor que atraves dos relatas da educayao de um
jovem evidencia que a sua forma~a deveria sar voltada aos interesses da crianca
pois essa possui suas caracteristicas proprias suas ideias e seus interesses assirn
a crian9C3 nao poderia ser vista como urn adulto em miniatura Rosseau (1990)
considerava cada fase da crianca com suas earacteristicas e propriedades
Para Rousseau (1990) a educayao n~o vem apenas de fora e sim da
expressao livre da crian~ em seu dia-a-dia com a natureza com isto propos
12
Irabalhar com as brinquedos a agricultura a esporte inslrumenlos de olicios
variados canto e Qutros mais
Para Rousseau
nascemos fracos precisamos de forya nascemo5 desprovidos de tudotemos necessidades de 8ssisl~ncia nascemos eshipidos precisamos dejuizo Tudo 0 que nlio temos ao naseer e de que prccisamos adultos enosdado pela educayao EsSlil educac30 nos vern da natureza au dos homensou das coisas 0 desenvolvimento e a educacaodos homens e 0 ganho danossa propria experi~nciasabre 0$ objetos que nos afetam e a educacAodas coisas (1990 p 11)
Para 0 autor a principal finalidade da educacao era ensinar a criancaa viver
exercendo sua liberdade educar 0 atuno para sar urn homern suas ideias
influenciam varias correntes pedag6gicas ate as dias de hoje
Aries (1981) lambem evidencia que a inffmcia ale a seculo XVII n~o era
Iralada de forma diferenciada as crianls assim como para Rousseau (1990) eram
tidas como adultos em miniatura 0 autor relata que nas sociedades tradicionais a
crian~ encontrava-se misturada ao mundo adulto com intensas trocas afetivas fora
da familia e de onde colhia suas aprendizagens 0 seculo XVIII conludo
leslemunharia mudancasna anliga ordem (ARIES 1981 p78)
Com a ascensao da burguesia e na medida em que a sociedade se
industrializava e se modernizava mediante a aquisi~o de novos recursos
tecnologicos a crianca e a familia assumem urn novo lugar A familia tornou-se 0
lugar de afei~o necessaria entre os c6njuges que se exprimiu sobretudo atraves
da importancia alribuida it crianl e a sua educacao(ARIES 1981 p79)
Nesse contexto surge uma nova pedagogia que passa a exigir uma
literatura infantil com uma didatica mais apropriada onde haja incentivo com rela~o
a crialividade da crianl Zilberman (1998) deslaca que a partir desle panorama eque emerge a literatura infantil com as adaptac6esdos classicos e dos contos de
13
fadas Informa que primitivamente os contos folcl6ricos colecionados pelos Irmaos
Grimm e Qutros nao eram fabulosos nem restritos a uma certa ida de
(ZILBERMAN 1998 P 45)
Conforme Zilberman (1998) os contos de fada eram contados por e para
adultos par uma classe mais baixa da sociedade as obras dos irmaos Grimm nao
eram restritas as crian9GIscontava situa95es da vida das classes inferiores fazendo
a conexao com a vida social e a magia do conto tudo e retratado de uma maneira
simb6lica as personagens nao sao percebidos como seres vivos assim com 0
surgimento da nova pedagogia estas obras fcram adaptadas para as jovens
(ZILBERMAN 1998 P 45)
Quem traduziu no Brasil e adaptou as obras dos autores cJassicos para a
juventude foi Carl Jansem Ate en tao nao se aproveitava a tradi9gtio folclorica do
Brasil na constitui9gtio de textos juvenis (ZILBERMAN 1998)
Segundo Cadermartori (1994) a literatura infantil brasileira inicia sob a
egide de urn dos nossos mais destacados inteJectuais Monteiro Lobato
Segundo Zilberman
Monteiro Lobato fllla 0 rompimenlo com 0 clrculo da dependencia dosp~drOes Europeus em sua obra 0 Sitio do Pica Pau Amarelo ele criapersonagens nacionais e a obra vai de um contexto real 0 sitio a umimaginano como 0 reino das aguas passui os personagens tictitios Emiliavisconde e os reeis Pedrtnho nartzinho os folcJ6ricos saci os personagensda mitologia classica como Minotauro dentre outros os magicos com 0burro falanleOs aspectos sociais sao mantidos atraves de personagens(lOmo 0 jeca tatu onde 0 nive social e cuttural t diferente dos personagensprincipais representados por pessoQs reais como a av6 Dona Benta (1 Q96p54)
Monteiro Lobato criou a literatura nacional em um contexte de cenarios
personagens e sugestoes folcloricas que n~o podem ser seguidos por nenhum
14
uma carreira de sucessa com seus livros infantis dentre estes Ana Maria Machado
e Ruth Rocha
A literatura infantil dave continuar a sar produzida cuidando para nao haver
uma c6pia do genera utilizado par Monteiro Lobato devendo com isso transpor
fronteiras sando uma literatura composta par uma abordagem rica criativa e didatica
mas fica evidente 0 quanta e diffcil identificar e criar livros infantis de excelente
quaJidade (ZILBERMAN1998)
Assim cabe agora referir ao desenvolvimento da literatura em rela~o ao
Referencial Curricular Nacional (RCN1998)
22 DESENVOLVIMENTO DA L1TERATURA
Com base na leitura do referencial curricular para a educa~o infantil no
capitulo destinado a linguagem e a escrita as crianyas e as praticas de leitura tern
urn grande valor em si masma nao sando necessaria atividades subsequentes
como 0 desenho dos personagens a resposta de perguntas sabre a leitura
dramatiza9iio das historias etc (RCN1998)
A leitura comeya muito cedo na vida do individua ista e a crian9B ja faz a
leitura extralingOistica do seu mundo antes de ir a escola Do ponto de vista
linguistico a conceito de leitura adquire diferentes mudanyas
Segundo Kleiman (1995) a leitura e um processo que vai se definindo
progressivamente a partir da intera980 entre 0 texta e a leitor Nessa processo 0
professor anquanto orientadar vai definindo tarefas progressivas mais complexas e
aos paucos a crianya vai fazendo as retomadas necessarias para compreender 0
texto
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As instituiyOesde Educayao Infantil podem resgatar a repert6rio de historias
que as criancas ouvem em casa enos ambientes que freqOentam urna vez que
eSS8S hist6rias S9 constituem em rica fonte de informacentes sabre as diversas formas
culturais construindo da sensibilidade das crian9Bs
A aprendizagem da leitura e fundamental para que 0 individuo possa
entender 0 mundo que a cerca bern como S9 posicionar de forma critica diante da
realidade
Segundo Ferrero (1987) muito antes de serem capazes de ler ou escrever
nc sentido convencional do terma as crianyas tentam interpretar as textes com as
quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetiza~o paiS ela na fase da
pre-escola ja faz a sua leitura do mundo
De acordo com 0 pensamento de Lemos (1978) a linguagem oral conta
com recursos diversos timbre de voz entonayao ge5t05 expressao facial contexto
e contato direto com 0 receptor que pade interferir au fazar fluir urn referente na
linguagem escrita 0 qual nem sempre e feito As diverses instituiyaes concebem a
linguagem e a maneira como as criany8s aprendem de modo bastante diferentes
-Na linguagem oral 0 locutor e a interlocutor exercem juntos as funyaes reguladora
organizadora e ativadora dos textos responsaveis pela sua estrutura tessitura au
coeso (LEMOS 1978 p 45)
Na 6tica de Bakhtin (1988) 0 livro isto e 0 ato de fala impresso constitui
igualmente um elemento da comunicayao verbal Ele e objeto de discussoes ativas
sob a forma de dialogo 8 alem disso e feito para ser aprendido de maneira ativa
para ser estudado a fundo comentando e criticando no quadro do discurso interior
sem contar as relac6es impressas institucionalizadas que S8 encontram nas
diferentes esferas da comunicayao verbal
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Bakhtin (1988) explica que a leitura tem side motivo de estudos de muitos
especialistas preocupados em verificar como S9 dil a partir de visualizacao de
simbolo gn3fico 0 entendimento total de urn texto 0 eutor verificou que a processo
de leitura S8 fez atraves de Ires etapas a primeira ocorre com 0 reconhecimento do
que esta escrito a segunda e a de compreensao atraves de interferencias e
formulacao de hip6teses e a terceira etape ocorr9 a interpreta~o propria mente dite
po is 0 lei tor mantem dialogicidade com 0 texto
Bakhtin informa que a laitura e como urn momento de criatividade no qual 0
leitor necessita reconhecer e aeionar as conhecimentos que ja tern para adquirir
noves e julga-Ios de forma critica Assim a laitura de hist6rias e urn momento em
que a crian~ pode conhecer a forma de viver pensar agir e 0 universo de valores
costumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares
que nao 0 seu (ReN 1998)
Assim desenvolver a leitura no aluno a funcao da escola que deve
respaitar a laitura de mundo que ale traz a partir de suas experiencias sociais ou
seja sua intera~o com outros individuos e com varias inforrnacentes veiculadas palos
meios de comunicacao de massas principalmente a televis~o
Para melhor compreensao dessa afirmativa Ferreiro e Teberosky (1986)
explicam que a sujeito que conhecemos atravas da teoria de Piaget e urn sujeito
que procura atividade de compreender a mundo que 0 rodeia e trata de resolver as
integra90es que esse mundo provoca ~ urn sujeito que aprende basicamente
atravas de suas proprias categorias de pensamento aD masmo tempo em que
organiza seu mundo
Segundo Ferreiro (1987) muito antes de serem capazes de ler au escrever
no sentido convencional do termo as criancas tantam interpretar as textos com os
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quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetizacao pais ela na fase
pre-escolar ja faz a sua leitura do mundo
Verifica~se nessas leituras que a crianya dave sar urn agente ativa e
determinado no seu desenvoJvimento conforme Kleiman (1995) a leitura e urn
processo que vai definindo progressivamente a relaao texto e leitor e e no
ambiente alfabetizador que a crian98 tem a oportunidade de agir em liberdade para
aprender e desenvolver seus conceitos cognitivos e afetivos
Como conceito de literatura atualmente as dicionarios apresentam as
seguintes sentidos conjunto de obras que versam sabre temas especificos literatura
policial Iiteratura picaresC8 literatura de terror
A literatura na 6tica de Ferreiro
e a representa~o de urna visao do mundo slem de uma tarnada deposiyAo diante dele Tal posicionamento centraliza lIssim suas atenyOesno criador de literatura e ns imita~o da natureza compreendida comoc6pia ou reproduQAoA linguagem e vista como mero ve[culo dessacomunicacao(1987 p 56)
De posse dos conceitos sabre literatura e necessaria cempreender seu
vinculo com a crianca e 0 hJdico A palavra ludice vern do latim ludus e significa
brincar Segundo Rojas (1991) neste brincar estao inclufdos os jogos brinquedos e
divertimentos A funcao educativa do joga permite a aprendizagem do individua seu
conhecimento e sua interpretacao de mundo Por meio da brincadeira a crianca
envolve-se no jogo e sente a necessidade de partilhar com a outro Assim brincando
e jogando ela tera oportunidade de desenvolver capacidades indispensaveis a sua
vida futura
A autora afirma que atraves do jogo de papais a crian98 lida com experi~ncias
que ainda n~o consegue realizar no mundo real
Para Rojas
o brinquedo e a essMcia da infQnciae seu usa permite urn trabalhopedag6gico Que possibilita a produ9fio do conhecimento e tambem aestimula~o da afetividade na crianta A crtan9lJ estabelece com 0
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brinquedo uma relaltao natural e consegue extravasar suas angostias epaixOes SUDS slegrias e tristezBS suas agressividade5 e passividade(1991 pS)
Dando continuidade a importancia do udico na vida da crian98 0 pr6ximo
capitulo discorre sabre a complexa rela9lo entre a leitura e a trabalho pedag6gico
que incentiva au nao 0 vinculo com a literatura
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3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA
Na vis~o de Klein e Schafaschek (1990) a processo pedagogico consiste na
transmissao do conhecimento de sua hist6ria assim sera mostrado 0 movimento
historico da linguagem oral e escrita
A linguagem e a consci~ncja sao resultados da ayAo coletiva que as
homens desenvolveram
Segundo Bakhtin
e a linguagem portanto enquanto possibilidade de representa~o logo deabslratao e generalizacAo das caracteristicas do mundo exterior quepossibilila a passagem da con5Ci~ndasensivel a conscilncia racional daoperaylo com objetos concretos com conceitos au representaffOes (1988p32)
Passa~se entaD para uma representayao da linguagem escrita Assim 0
processo da alfabetizacao dave tar reconhecimento do texto oral e escrito e
compreende seu total entendimento Ler nao e somente decifrar simbolos graficos
mas buscar a compreensao das mensagens contidas em suas linhas e entrelinhas
Segundo Cunha (1997) a adulto nao tem a habito de ler e coloca em
diversas situavoos suas justjficativas para 0 pouco tempo que disponibiliza para a
leltura ou seja essa suposi~o de que a crian~ nao se interessa pelo livra e
apenas a refiexo do proprio desinteresse do adulto par tal objeto (CUNHA 1997 p
48)
Nesse contexto a partjcipayao do professor e importante pois este sera 0
mediador entre a crian98 e 0 conhecimento facilitando 0 processo de aquisj~o da
cultura Dai a ideia de que a produ91ioda linguagem oral e escrita e resultado de
um esforyo de produ91iodos homens e desenvolveu-se atraves da necessidade da
mediayiio de um professor
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Dentro desta perspectiva tem-se re18980 do adulto com a criany8 que
segundo Cunha (1997) e nessa perspectiva a leitura e colocada como mais uma
imposiyao A ideia de que a leitura vai fazer bem a crianya ou ao jOllem leva - nos a
obriga-Ios a ler como Ihes impomos a colher de remedio a injecl)a a escova de
dente a escola (CUNHA 1997 P 51)
Na perspective de Cunha a leitura nao deve ser imposta 0 905tO pel a
leitura deve ser desenvolvido E necessario que sejam obedecidas as fases de
interesse da criama quanta a leitura apresentadas abaixo
Na primeira fase de aquisicao palo g05tO da leitura delem ser
apresentados a crianB livros de gravuras e dos versos infantis (de 2 a 5 ou 6 anos)
E a fase de egocentrismo em que a crianya faz pouca distin9Bo entre a mundo
externo e 0 interno
Ja a idade entre 5 a 8 ou 9 anos caracteriza-se como a idade do Conto de
Fadas De posse de urna mentalidade magica 0 leitor vai buscar nos contos de
fadas lendas mitos e fabulas a simbologia necessaria a elabora~o de suas
viv~ncias
Partindo para a pre-adolesc(mcia e a idade da Historia ambiental e da
leitura Factual (9 a 12 anos) E a fase intermediaria em que persistem vestfgios do
pensamento magico mas a crianya comeya a orientar-se rna is para a real Via de
regra 0 leitar escolhe neste perfodo historias que Ihe apresentam 0 mundo como
ele e Atraves da percep9iio magica de determinado personagem
Dos 12 a 14 anos considera-se a idade da Historia de Aventuras ou fase de
leitura Psicol6gica orientada para as sensac6es E a perfodo da pre-adolescemcia
em que 0 conhecimento da propria personalidade e 0 desenvolvimento dos
precesses agressives ativam a vivlmcia social e a forma9iio de grupos
21
Nos anos de maturidade ou desenvolvimento da esfera Iitero-8stetica de
leitura (14 a 17 anas) ha a curiosidade pelo descobrimento 0 mundo interior e do
mundo dos valores 0 adolescente parte para a hierarquiza~o dos conceitos e a
organizatao de seu universo Aventuras de conteudo intelectual viagens romances
hist6ricos e biograficos historias de amor literatura engajada e temas relacionados
com as interesses Yocacionais v~o ajuda-Io a orientar-se e estruturar-se como
adullo
A questao mais discutida a raspaito de literatura asta relacionada ao fato de
que as jovens e as crianyas nao h~emmuitos s~o as argumentos como a falta de
condiyao financeira de comprar livre 0 pcuco habito de se frequentar a biblioteca os
atrativos e facilidades do computador e da televisao a falta do Mbito dos pais em
lerem entre Qutras causas Mas pode-se considerar como urn grande problema a
falta de habito de leitura nos pais
As autoras Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que middotpais que
nao leem nao poderao despertar em seus filhos 0 gosto pela leitura Imitativa por
natureza a crian98 encontra na familia a maior incentivo para a leitura (1986 p
03)
Assim e delegada a escola a responsabilidade de introduzir a crianca no
mundo dos livros Cabe a escola desenvolver a cantata com as livros que deve ser
iniciada a mais cedo passivel nao 56 pelo manuseio cama tambem pela hist6ria
contada pela conversa au pelos jogos ritmicos no sentido de fazer a crianca amar a
leitura
Esse contato inicial deve ser pautado pela conquista e nao pela imposiyao
o leitor infantI au a infanto-juvenil ao adquirir 0 905tO pela leitura estara
22
visitando urn mundo novo adquirindo conhecimento e aprimorando seu processo
comunicativo
Assim a literatura infantil como toda a obra de arte exerce uma influemcia
pedag6gica sobre 0 individuo quer pela contribuitao na forma9ao do seu
pensamento quer pelos modelos que apresenta Essa funtao pedag6gica tem
importancia unica jil que a contata com a literatura maida a mente e 0 cora9Ao da
crian98 Assim a literatura infantil tern uma finalidade primckia e fundamental que e a
de promover na crian~ 0 gosto pela beleza da palavra 0 deleite perante a cria9ao
de mundos de ficcao
Para alem dista tern ainda a fun980 de arraigar as palavras no mundo
magico da crian~ permitindo-Ihe nlio s6 entende-Ias e usa-las como tambem
goza-Ias e desfruta-Ias no contexto da imaginataomiddot (WORNICOV WAGNER
RUSSOMANO EWEBER 1986 p 04)
MLer as figuras imaginar a hist6ria e desenvolver mental mente urn emado
s~o atividades que poderiam S8r desenvolvidas na educayao infant A escola
dedica ainda pouco tempo para a laitura e a interpreta~o e masmo para a
produtao de textos Mesmo que nao possuindo ainda a capacidade da escrita deve
- S8 compreender que 0 gosto pela leitura it tambem adquirido pelo simples
manuseio de um livro
Neste sentido vale ressaltar as colocalt6esde Orlandi (1987) que distingue
tres tipos de discurso 0 ludico 0 polemico e 0 autaritaria E dentre os diferentes
tipos de discurso autoritario que encontramos 0 discurso pedag6gico que aqui
interessa na medida em que ele tern responsabilidade marcante na atividade que
engloba 0 processo de ensina de leitura no primeiro grau
Este discurso esla a servivo da escola e esta a serviVOde uma ideologia
23
que contribui para dificultar a encontro do saber institucionalizado com as classes
menes favorecidas Isto ocorre porque 0 professor detem 0 saber e trabalha muitas
vezes sem perceber au ate para mostrar poder mascarando 0 tempo todo
afirmando que a aluno tarnham pade dizer 0 que pensa pode opinar pode sugerir
etc e na realidade nao acontece essa pratica a 0 que sa v~ e uma liberdade
vigiada
Sendo 0 professor 0 dono do saber torna-se modelo leitor por excel~ncia
ficando 0 aluno muitas vezes impossihilitado de pensar de refletir e de criar as
pr6prias condicaes de producao
Dessa forma acontece a leitura que 0 autor citado chama de parafrastica ou
seja a raproducao do sentido que 0 autor da ao texto ao contrario da poliss~mica
que se defina pelos multiplos sentidos que ao texto podem ser atribuidos
De acordo com Wornicov Wagner Russomano e Weber
obras especialmenle escntas para crian((CIsmuitas vezes recebem suarejeiyao outras como Robinson Cru50~ de Daniel DefOe Contes de rnamere Ioye de Charles Perrault ou Visgens de Gulliver de Jonathan Swiftnao originalmente destinado aD publico infantrJ foram incorporadas aoacervo de livros para a inftlncia (1988 p 05)
Ainda segundo as autoras e a aceitacao da obra por parte da crian~ que
determina a sua adequacao 80 publico infantil ou n~o ou seja e a crian~ que deve
encontrar na obra seus interesses a unica adaptacao e com refer~ncia ao
conhecimento e limitacentes da crianya As obras literarias infantis devem ser mais do
que instrumentos para proporcionar hist6ria ou induzir a fantasia como toda a obra
de arte exercem uma influencia pedag6gica sobre a individua quer pel a
contribui~o na forma9ilo do seu pensamenta quer pel os modelos que apresenta
Essa funcao pedag6gica tem importancia unica ja que 0 contato com a
literatura desperta na crianya a seu imaginario Assim a literatura infantil tern urna
24
finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a
beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm
dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya
permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las
no contexto da imagina9ilo
Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel
afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida
do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade
inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade
promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao
Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que
ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser
(1986 p 07)
A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da
crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a
crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0
aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a
escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua
com os livros
Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que
em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)
o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao
sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese
classifica96es devem ser respeitadas e entendidas
Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista
que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a
crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam
ocupam a centro de seus interesses
Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as
estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de
capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas
em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas
hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de
encantamenta
Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das
modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua
imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia
A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au
varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que
rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade
ludica e magica em que vive a crianca
Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou
hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0
seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um
temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa
2S
26
Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das
crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a
socializaltao
Para Froebel
a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)
Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento
para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais
adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a
socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)
Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e
preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera
explicitada a seguir
31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA
A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana
atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no
mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras
Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn
mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo
e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a
crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente
nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente
ausente em animais
27
A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~
em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala
mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos
A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo
porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do
jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da
crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa
submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo
muito diferente
Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de
desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento
habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa
ala fosse maior do que e na realidade
Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o
a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo
pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que
sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz
em sua totalidade bio-psico-social-educacional
E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de
enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e
sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que
ajudam para 0 seu desenvolvimento global
Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais
independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as
28
espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar
inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha
limites e e importante que n~o superestime sues capacidades
o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive
despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao
respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses
valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos
de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a
desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser
multo bern aprimoradas no pre-escolar
A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo
as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em
sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida
A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento
entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0
saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de
reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade
o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao
das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre
para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e
individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa
movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade
ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios
interesses pessoais no desenvolvimento das atividades
29
Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-
escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu
simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras
crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos
As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque
nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas
Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia
de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de
adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e
imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem
o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna
retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de
seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0
habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)
Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos
importantes para aqueles que trabalham com a educaylio
A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada
para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica
30
4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR
Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto
a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern
proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya
retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e
reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a
compreensao do texto par parte da crianya
o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que
ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente
com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0
que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)
A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse
despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao
imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario
Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua
subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia
narrativa
Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer
ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)
31
Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar
divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar
na crianca a g05tO pela literatura
Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU
contaram uma hist6ria
Na 6ptica de Tahan
a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)
E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o
infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento
onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo
Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0
ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos
1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito
2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como
li~o advertlmcia ou canselha
3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas
ou ate masma calculos e fra90es
4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos
5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate
masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco
mental
32
o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias
desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil
enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim
a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)
AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica
para a realizayllo de projetos
Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a
alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas
dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado
e se estao todos proximos suficientes do narrador
A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0
narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e
adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para
narrar historias
Segundo Tahan
Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)
Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as
crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer
Tahan informa
33
os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)
Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e
segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas
pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em
cantata com as criantyas
o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn
texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a
historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta
o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao
socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern
pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que
Ihe eram contadas
Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque
a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)
o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a
escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de
ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo
Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para
poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto
professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco
34
Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur
normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a
participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando
gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com
abras especificas para cada idade das criancas
Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica
e 3 ate 6 anas fase magica
Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn
enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa
integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias
que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza
(humanizadas)
Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a
repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas
outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes
Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras
grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com
certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por
genero
No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes
iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras
Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os
circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)
35
A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os
g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0
romance a novela 0 conto 0 drama etc
Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se
dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a
palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que
empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao
Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou
escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis
tenhamos ou n~o consciencia delas
Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua
peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como
A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna
sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral
o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex
objetos elementos da natureza
A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e
anirnais com urn ensinamento moral
o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre
ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo
A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a
historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas
Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da
magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias
precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais
36
Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre
as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem
Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa
pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a
des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no
processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi
incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario
o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de
informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e
ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de
educa~o
Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e
a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a
narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como
placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis
Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais
principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais
detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no
futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando
com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar
recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos
Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios
dependendo de cada circunstimcia
37
Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel
de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante
Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-
leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a
crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim
gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da
linguagem
Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e
sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a
comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80
livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem
atraves do ludico
Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos
devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au
dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias
o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar
as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a
que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a
compreens~o par parte da crianca
Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram
nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das
maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo
que a rodeia
38
JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)
Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia
essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as
maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a
brincadeira a aprendizado se instala
Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem
basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias
as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para
este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele
que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da
prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade
adulta
A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande
destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca
neste genero litera rio
Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil
devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao
de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar
qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar
deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor
deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure
39
Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido
no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto
pedagogico
Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8
livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com
suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada
Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de
contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta
algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em
conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos
objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a
redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos
de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar
A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os
aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da
participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura
e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da
utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas
41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS
411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos
Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu
surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam
utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a
40
funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas
delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)
bull Boneca contador de hist6rias
As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia
jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-
linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de
pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de
serem proferidos rapidamente)
As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das
mais tfmidas
bull Cria~Ao de final de historia
A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando
pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona
iniciada pel a educadora
o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em
papel
bull Errando as hist6rias
Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas
par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais
ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos
pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam
preocupa~o maior com 0 significado)
Chuva e sol casamento de espanhol
Chuva e sol casamento de caracol
41
bull Fantoches
A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as
crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com
cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas
mas mas manuseando as personagens
bull Gravuras
Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai
apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada
bull Jogo de contar hist6rias
Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos
escralem ou ilustram a hist6ria
a Parlendas e gestos
b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com
as dedas batendo as pes ou as maos etc
c Quadrinhos
d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que
fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por
favor etc
bull Dobraduras
A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas
podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e
ouvindo a magica transformayao do papsl
As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam
a dobradura
Ex dobradura depois recitam
Pinto
o pinto pia
A pipa pinga
Pinga a pipa
a pinto pia
Pinto pia
Pipa pinga
Quanta mais
o pinto pia
Mais a pipa pinga
42
bull Tecnicas de narrativas
Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na
sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil
baseado na autora Susatto (2004)
43
o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter
em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente
aos personagens e aos seus estados e animas
Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam
nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es
segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das
condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto
Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do
abandono dos pais
E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas
narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida
real
Segundo Busatto
Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)
Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser
usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador
reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam
imagens)
U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do
castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim
Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que
se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90
com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da
44
dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus
elementos
DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc
Pianos - altura do movimento
Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic
Forra - intensidade empregado no movimento
Tempo - velocidade com que a movimento e executado
Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo
Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem
preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve
sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de
alunos
45
5 CONSIDERAyOES FINAlS
Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias
tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil
ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes
Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das
transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e
aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem
constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0
conhecimento
A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim
educar para a formayao de cidadaos
No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter
essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para
despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao
magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode
proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa
atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca
passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes
tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor
de seus direitos e deveres como cidadao
A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn
facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do
processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e
participativa
46
Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em
mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir
para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO
pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna
imposicao
o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a
contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a
utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par
leitura
Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da
Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente
com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico
A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que
oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir
para a constru~o de sua autonomia
o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada
pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do
professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no
ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura
Bruner afirma que
e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)
47
Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca
em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern
ao encontro das novas perspectivas de educayao
Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta
nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os
alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais
construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au
informagao
48
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1INTRODUCAO
Este trabalho surgiu a partir do interesse passoal da autera par leitura e par
perceber que durante as estagios realizados nas escolas no periodo destes quatro
anos do curso de Pedagogia a leitura e tratada de mane ira desvalonzada sando
colocada em momentos de recrea~o ou para preencher 0 tempo da aula
Essas observat6es provocaram urn questionamento que S8 formalizou
como a problematica do estudo A utilizayao de tecnicas narrativas e de atividades
ludicas desperta 0 interesse na crian9CIpela leitura
Nesta perspectiva 0 objetivo deste estudo e analisar de que maneira as
professores da Educa~o Infantil podem unir tecnicas de leitura e atividades ludicas
com as livros na construyao de suas aulas incentivando 0 interesse da crianca palo
mundo da leitura e dos mais diversos g~neros literarios Para atingir este objetivo
visa identificar de que forma 0 professor pode trabalhar com os livros de maneira
ludica verificar se essa forma de utilizar esses Ilvros proporciona 0 interesse e 0
despertar pela leltura Sugerindo na sequencia uma metodologia que permita 0
desenvolvlmento psicol6gico motor afetivo e criativo da crianca proporcionado
atraves da explora~o de jogos brincadeiras e imaginaao 0 desperlar pela leitura
o metodo escolhido para 0 estudo foi 0 de pesquisa bibliogjfica e
descritiva porque ahsectm de explicar 0 objeto a partir de referencias te6ricas ja
publicadas em livros e documentos permite ao pesquisador observar registrar
analisar e correlacionar os fatos ja existentes sem manipula-Ios Segundo Volpato
(2000) a pesquisa bibliogrilfica levantamento bibliografico ou revisao da literatura euma das etapas da investiga~ cientifica Significa tomar posse do conhecimento
do que ja loi produzido a respeito do assunto ou seja ter acesso a esse
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conhecimento requer a reviseD da literatura Assim depois de identificar 0 assunto
devern-s8 escolher as fantes mais adequadas a pesquisa
Para WINTER e SALLES (1997 p17) s metodologia cientifica preconiza
urna serie de regras atraves das quais 0 conhecimento dave sar obtido Dassa
forma 0 metoda cientffrco sa concretiza nas diversas etapas que devem sar
adotadas para solucionar urn problema Par Dutro lado na busca dessa solugao a
pesquisa bibliografica e descritiva pade assumir diversas formas descrevendo como
examplo as caracteristicas propriedades au relacentes existentes na comunidade
grupo ou realidade pesquisada
Evidenciando a metodologia utilizada faz-sa necessaria demonstrar que
esta estudo divide-se em seis capitulos que sa apresentam da seguinte maneira
o segundo capitulo apresenta a fundamenta9ao te6rica abordando tapicos
como a literatura infantil na Hist6ria
o terceiro capitulo aborda a relacao entre a crianca 0 ludico e a livro e
tambem a existencia da brincadeira na Oianca
o quarto capitulo narrativa cantar e encantar enfoca 0 cantar hist6rias e
sua contextualizalt1io academica apresenta sugestoes para atividades llidicas com
criancas de 2 a 4 anos
Logo apas apresenta as cansideragCies finais desse estudo que permitiu a
autora apropriar-se de tecnicas que poderao auxiliar a a~o pedag6gica cotidiana
do professor da Educacao Infantil contribuindo assim para a novo fazer
pedag6gica urna proposta que pretende contribuir com 0 desenvolvimento da
crianqa utilizando a literatura recreativa e dirigida com seus diversos generos
literarios
II
2 FUNDAMENTAQAO TEQRICA
21 A LlTERATURA INFANTIL NA HIST6RIA
Com base na analise da leitura de alguns autores e passivel afirmar que
na sociedade antiga nao havia a infancia nenhum espaco separado do mundo
adulto As criancyas trabalhavam e viviam junto com as adultos testemunhavam as
processos natura is da exist~ncia (ZILBERMAN 1998 p 44)
Assim 56 par volta do seculo XVlll a infimcia passa a ser vista de forma
mais valorizada devido as mudancas sociais econ6micas e politicas da sociedade
E passlvel identificar dessa maneira as primeiras mudanyas significativas nas
atitudes das familias em relayao as crianyas pequenas que inicialmente erarn
educadas em casa no casa das meninas que neste periodo aprendiam as afazeres
domesticos Ja as meninos aos sete anos eram mandados para as mosteiros para
serem educados pelos padres
Surgem entao os primeiros pensadores da eduea~o infantil onde podemos
destaear Jean Jacques Rousseau que apesar de nao ser urn edueador delineou 0
campo da pedagogia com suas ideias
Em sua obra 0 Emilio au da EduC8JO (ROUSSEAU 1990 p 32) pode-s9
observar 0 pensamento desse autor que atraves dos relatas da educayao de um
jovem evidencia que a sua forma~a deveria sar voltada aos interesses da crianca
pois essa possui suas caracteristicas proprias suas ideias e seus interesses assirn
a crian9C3 nao poderia ser vista como urn adulto em miniatura Rosseau (1990)
considerava cada fase da crianca com suas earacteristicas e propriedades
Para Rousseau (1990) a educayao n~o vem apenas de fora e sim da
expressao livre da crian~ em seu dia-a-dia com a natureza com isto propos
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Irabalhar com as brinquedos a agricultura a esporte inslrumenlos de olicios
variados canto e Qutros mais
Para Rousseau
nascemos fracos precisamos de forya nascemo5 desprovidos de tudotemos necessidades de 8ssisl~ncia nascemos eshipidos precisamos dejuizo Tudo 0 que nlio temos ao naseer e de que prccisamos adultos enosdado pela educayao EsSlil educac30 nos vern da natureza au dos homensou das coisas 0 desenvolvimento e a educacaodos homens e 0 ganho danossa propria experi~nciasabre 0$ objetos que nos afetam e a educacAodas coisas (1990 p 11)
Para 0 autor a principal finalidade da educacao era ensinar a criancaa viver
exercendo sua liberdade educar 0 atuno para sar urn homern suas ideias
influenciam varias correntes pedag6gicas ate as dias de hoje
Aries (1981) lambem evidencia que a inffmcia ale a seculo XVII n~o era
Iralada de forma diferenciada as crianls assim como para Rousseau (1990) eram
tidas como adultos em miniatura 0 autor relata que nas sociedades tradicionais a
crian~ encontrava-se misturada ao mundo adulto com intensas trocas afetivas fora
da familia e de onde colhia suas aprendizagens 0 seculo XVIII conludo
leslemunharia mudancasna anliga ordem (ARIES 1981 p78)
Com a ascensao da burguesia e na medida em que a sociedade se
industrializava e se modernizava mediante a aquisi~o de novos recursos
tecnologicos a crianca e a familia assumem urn novo lugar A familia tornou-se 0
lugar de afei~o necessaria entre os c6njuges que se exprimiu sobretudo atraves
da importancia alribuida it crianl e a sua educacao(ARIES 1981 p79)
Nesse contexto surge uma nova pedagogia que passa a exigir uma
literatura infantil com uma didatica mais apropriada onde haja incentivo com rela~o
a crialividade da crianl Zilberman (1998) deslaca que a partir desle panorama eque emerge a literatura infantil com as adaptac6esdos classicos e dos contos de
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fadas Informa que primitivamente os contos folcl6ricos colecionados pelos Irmaos
Grimm e Qutros nao eram fabulosos nem restritos a uma certa ida de
(ZILBERMAN 1998 P 45)
Conforme Zilberman (1998) os contos de fada eram contados por e para
adultos par uma classe mais baixa da sociedade as obras dos irmaos Grimm nao
eram restritas as crian9GIscontava situa95es da vida das classes inferiores fazendo
a conexao com a vida social e a magia do conto tudo e retratado de uma maneira
simb6lica as personagens nao sao percebidos como seres vivos assim com 0
surgimento da nova pedagogia estas obras fcram adaptadas para as jovens
(ZILBERMAN 1998 P 45)
Quem traduziu no Brasil e adaptou as obras dos autores cJassicos para a
juventude foi Carl Jansem Ate en tao nao se aproveitava a tradi9gtio folclorica do
Brasil na constitui9gtio de textos juvenis (ZILBERMAN 1998)
Segundo Cadermartori (1994) a literatura infantil brasileira inicia sob a
egide de urn dos nossos mais destacados inteJectuais Monteiro Lobato
Segundo Zilberman
Monteiro Lobato fllla 0 rompimenlo com 0 clrculo da dependencia dosp~drOes Europeus em sua obra 0 Sitio do Pica Pau Amarelo ele criapersonagens nacionais e a obra vai de um contexto real 0 sitio a umimaginano como 0 reino das aguas passui os personagens tictitios Emiliavisconde e os reeis Pedrtnho nartzinho os folcJ6ricos saci os personagensda mitologia classica como Minotauro dentre outros os magicos com 0burro falanleOs aspectos sociais sao mantidos atraves de personagens(lOmo 0 jeca tatu onde 0 nive social e cuttural t diferente dos personagensprincipais representados por pessoQs reais como a av6 Dona Benta (1 Q96p54)
Monteiro Lobato criou a literatura nacional em um contexte de cenarios
personagens e sugestoes folcloricas que n~o podem ser seguidos por nenhum
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uma carreira de sucessa com seus livros infantis dentre estes Ana Maria Machado
e Ruth Rocha
A literatura infantil dave continuar a sar produzida cuidando para nao haver
uma c6pia do genera utilizado par Monteiro Lobato devendo com isso transpor
fronteiras sando uma literatura composta par uma abordagem rica criativa e didatica
mas fica evidente 0 quanta e diffcil identificar e criar livros infantis de excelente
quaJidade (ZILBERMAN1998)
Assim cabe agora referir ao desenvolvimento da literatura em rela~o ao
Referencial Curricular Nacional (RCN1998)
22 DESENVOLVIMENTO DA L1TERATURA
Com base na leitura do referencial curricular para a educa~o infantil no
capitulo destinado a linguagem e a escrita as crianyas e as praticas de leitura tern
urn grande valor em si masma nao sando necessaria atividades subsequentes
como 0 desenho dos personagens a resposta de perguntas sabre a leitura
dramatiza9iio das historias etc (RCN1998)
A leitura comeya muito cedo na vida do individua ista e a crian9B ja faz a
leitura extralingOistica do seu mundo antes de ir a escola Do ponto de vista
linguistico a conceito de leitura adquire diferentes mudanyas
Segundo Kleiman (1995) a leitura e um processo que vai se definindo
progressivamente a partir da intera980 entre 0 texta e a leitor Nessa processo 0
professor anquanto orientadar vai definindo tarefas progressivas mais complexas e
aos paucos a crianya vai fazendo as retomadas necessarias para compreender 0
texto
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As instituiyOesde Educayao Infantil podem resgatar a repert6rio de historias
que as criancas ouvem em casa enos ambientes que freqOentam urna vez que
eSS8S hist6rias S9 constituem em rica fonte de informacentes sabre as diversas formas
culturais construindo da sensibilidade das crian9Bs
A aprendizagem da leitura e fundamental para que 0 individuo possa
entender 0 mundo que a cerca bern como S9 posicionar de forma critica diante da
realidade
Segundo Ferrero (1987) muito antes de serem capazes de ler ou escrever
nc sentido convencional do terma as crianyas tentam interpretar as textes com as
quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetiza~o paiS ela na fase da
pre-escola ja faz a sua leitura do mundo
De acordo com 0 pensamento de Lemos (1978) a linguagem oral conta
com recursos diversos timbre de voz entonayao ge5t05 expressao facial contexto
e contato direto com 0 receptor que pade interferir au fazar fluir urn referente na
linguagem escrita 0 qual nem sempre e feito As diverses instituiyaes concebem a
linguagem e a maneira como as criany8s aprendem de modo bastante diferentes
-Na linguagem oral 0 locutor e a interlocutor exercem juntos as funyaes reguladora
organizadora e ativadora dos textos responsaveis pela sua estrutura tessitura au
coeso (LEMOS 1978 p 45)
Na 6tica de Bakhtin (1988) 0 livro isto e 0 ato de fala impresso constitui
igualmente um elemento da comunicayao verbal Ele e objeto de discussoes ativas
sob a forma de dialogo 8 alem disso e feito para ser aprendido de maneira ativa
para ser estudado a fundo comentando e criticando no quadro do discurso interior
sem contar as relac6es impressas institucionalizadas que S8 encontram nas
diferentes esferas da comunicayao verbal
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Bakhtin (1988) explica que a leitura tem side motivo de estudos de muitos
especialistas preocupados em verificar como S9 dil a partir de visualizacao de
simbolo gn3fico 0 entendimento total de urn texto 0 eutor verificou que a processo
de leitura S8 fez atraves de Ires etapas a primeira ocorre com 0 reconhecimento do
que esta escrito a segunda e a de compreensao atraves de interferencias e
formulacao de hip6teses e a terceira etape ocorr9 a interpreta~o propria mente dite
po is 0 lei tor mantem dialogicidade com 0 texto
Bakhtin informa que a laitura e como urn momento de criatividade no qual 0
leitor necessita reconhecer e aeionar as conhecimentos que ja tern para adquirir
noves e julga-Ios de forma critica Assim a laitura de hist6rias e urn momento em
que a crian~ pode conhecer a forma de viver pensar agir e 0 universo de valores
costumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares
que nao 0 seu (ReN 1998)
Assim desenvolver a leitura no aluno a funcao da escola que deve
respaitar a laitura de mundo que ale traz a partir de suas experiencias sociais ou
seja sua intera~o com outros individuos e com varias inforrnacentes veiculadas palos
meios de comunicacao de massas principalmente a televis~o
Para melhor compreensao dessa afirmativa Ferreiro e Teberosky (1986)
explicam que a sujeito que conhecemos atravas da teoria de Piaget e urn sujeito
que procura atividade de compreender a mundo que 0 rodeia e trata de resolver as
integra90es que esse mundo provoca ~ urn sujeito que aprende basicamente
atravas de suas proprias categorias de pensamento aD masmo tempo em que
organiza seu mundo
Segundo Ferreiro (1987) muito antes de serem capazes de ler au escrever
no sentido convencional do termo as criancas tantam interpretar as textos com os
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quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetizacao pais ela na fase
pre-escolar ja faz a sua leitura do mundo
Verifica~se nessas leituras que a crianya dave sar urn agente ativa e
determinado no seu desenvoJvimento conforme Kleiman (1995) a leitura e urn
processo que vai definindo progressivamente a relaao texto e leitor e e no
ambiente alfabetizador que a crian98 tem a oportunidade de agir em liberdade para
aprender e desenvolver seus conceitos cognitivos e afetivos
Como conceito de literatura atualmente as dicionarios apresentam as
seguintes sentidos conjunto de obras que versam sabre temas especificos literatura
policial Iiteratura picaresC8 literatura de terror
A literatura na 6tica de Ferreiro
e a representa~o de urna visao do mundo slem de uma tarnada deposiyAo diante dele Tal posicionamento centraliza lIssim suas atenyOesno criador de literatura e ns imita~o da natureza compreendida comoc6pia ou reproduQAoA linguagem e vista como mero ve[culo dessacomunicacao(1987 p 56)
De posse dos conceitos sabre literatura e necessaria cempreender seu
vinculo com a crianca e 0 hJdico A palavra ludice vern do latim ludus e significa
brincar Segundo Rojas (1991) neste brincar estao inclufdos os jogos brinquedos e
divertimentos A funcao educativa do joga permite a aprendizagem do individua seu
conhecimento e sua interpretacao de mundo Por meio da brincadeira a crianca
envolve-se no jogo e sente a necessidade de partilhar com a outro Assim brincando
e jogando ela tera oportunidade de desenvolver capacidades indispensaveis a sua
vida futura
A autora afirma que atraves do jogo de papais a crian98 lida com experi~ncias
que ainda n~o consegue realizar no mundo real
Para Rojas
o brinquedo e a essMcia da infQnciae seu usa permite urn trabalhopedag6gico Que possibilita a produ9fio do conhecimento e tambem aestimula~o da afetividade na crianta A crtan9lJ estabelece com 0
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brinquedo uma relaltao natural e consegue extravasar suas angostias epaixOes SUDS slegrias e tristezBS suas agressividade5 e passividade(1991 pS)
Dando continuidade a importancia do udico na vida da crian98 0 pr6ximo
capitulo discorre sabre a complexa rela9lo entre a leitura e a trabalho pedag6gico
que incentiva au nao 0 vinculo com a literatura
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3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA
Na vis~o de Klein e Schafaschek (1990) a processo pedagogico consiste na
transmissao do conhecimento de sua hist6ria assim sera mostrado 0 movimento
historico da linguagem oral e escrita
A linguagem e a consci~ncja sao resultados da ayAo coletiva que as
homens desenvolveram
Segundo Bakhtin
e a linguagem portanto enquanto possibilidade de representa~o logo deabslratao e generalizacAo das caracteristicas do mundo exterior quepossibilila a passagem da con5Ci~ndasensivel a conscilncia racional daoperaylo com objetos concretos com conceitos au representaffOes (1988p32)
Passa~se entaD para uma representayao da linguagem escrita Assim 0
processo da alfabetizacao dave tar reconhecimento do texto oral e escrito e
compreende seu total entendimento Ler nao e somente decifrar simbolos graficos
mas buscar a compreensao das mensagens contidas em suas linhas e entrelinhas
Segundo Cunha (1997) a adulto nao tem a habito de ler e coloca em
diversas situavoos suas justjficativas para 0 pouco tempo que disponibiliza para a
leltura ou seja essa suposi~o de que a crian~ nao se interessa pelo livra e
apenas a refiexo do proprio desinteresse do adulto par tal objeto (CUNHA 1997 p
48)
Nesse contexto a partjcipayao do professor e importante pois este sera 0
mediador entre a crian98 e 0 conhecimento facilitando 0 processo de aquisj~o da
cultura Dai a ideia de que a produ91ioda linguagem oral e escrita e resultado de
um esforyo de produ91iodos homens e desenvolveu-se atraves da necessidade da
mediayiio de um professor
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Dentro desta perspectiva tem-se re18980 do adulto com a criany8 que
segundo Cunha (1997) e nessa perspectiva a leitura e colocada como mais uma
imposiyao A ideia de que a leitura vai fazer bem a crianya ou ao jOllem leva - nos a
obriga-Ios a ler como Ihes impomos a colher de remedio a injecl)a a escova de
dente a escola (CUNHA 1997 P 51)
Na perspective de Cunha a leitura nao deve ser imposta 0 905tO pel a
leitura deve ser desenvolvido E necessario que sejam obedecidas as fases de
interesse da criama quanta a leitura apresentadas abaixo
Na primeira fase de aquisicao palo g05tO da leitura delem ser
apresentados a crianB livros de gravuras e dos versos infantis (de 2 a 5 ou 6 anos)
E a fase de egocentrismo em que a crianya faz pouca distin9Bo entre a mundo
externo e 0 interno
Ja a idade entre 5 a 8 ou 9 anos caracteriza-se como a idade do Conto de
Fadas De posse de urna mentalidade magica 0 leitor vai buscar nos contos de
fadas lendas mitos e fabulas a simbologia necessaria a elabora~o de suas
viv~ncias
Partindo para a pre-adolesc(mcia e a idade da Historia ambiental e da
leitura Factual (9 a 12 anos) E a fase intermediaria em que persistem vestfgios do
pensamento magico mas a crianya comeya a orientar-se rna is para a real Via de
regra 0 leitar escolhe neste perfodo historias que Ihe apresentam 0 mundo como
ele e Atraves da percep9iio magica de determinado personagem
Dos 12 a 14 anos considera-se a idade da Historia de Aventuras ou fase de
leitura Psicol6gica orientada para as sensac6es E a perfodo da pre-adolescemcia
em que 0 conhecimento da propria personalidade e 0 desenvolvimento dos
precesses agressives ativam a vivlmcia social e a forma9iio de grupos
21
Nos anos de maturidade ou desenvolvimento da esfera Iitero-8stetica de
leitura (14 a 17 anas) ha a curiosidade pelo descobrimento 0 mundo interior e do
mundo dos valores 0 adolescente parte para a hierarquiza~o dos conceitos e a
organizatao de seu universo Aventuras de conteudo intelectual viagens romances
hist6ricos e biograficos historias de amor literatura engajada e temas relacionados
com as interesses Yocacionais v~o ajuda-Io a orientar-se e estruturar-se como
adullo
A questao mais discutida a raspaito de literatura asta relacionada ao fato de
que as jovens e as crianyas nao h~emmuitos s~o as argumentos como a falta de
condiyao financeira de comprar livre 0 pcuco habito de se frequentar a biblioteca os
atrativos e facilidades do computador e da televisao a falta do Mbito dos pais em
lerem entre Qutras causas Mas pode-se considerar como urn grande problema a
falta de habito de leitura nos pais
As autoras Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que middotpais que
nao leem nao poderao despertar em seus filhos 0 gosto pela leitura Imitativa por
natureza a crian98 encontra na familia a maior incentivo para a leitura (1986 p
03)
Assim e delegada a escola a responsabilidade de introduzir a crianca no
mundo dos livros Cabe a escola desenvolver a cantata com as livros que deve ser
iniciada a mais cedo passivel nao 56 pelo manuseio cama tambem pela hist6ria
contada pela conversa au pelos jogos ritmicos no sentido de fazer a crianca amar a
leitura
Esse contato inicial deve ser pautado pela conquista e nao pela imposiyao
o leitor infantI au a infanto-juvenil ao adquirir 0 905tO pela leitura estara
22
visitando urn mundo novo adquirindo conhecimento e aprimorando seu processo
comunicativo
Assim a literatura infantil como toda a obra de arte exerce uma influemcia
pedag6gica sobre 0 individuo quer pela contribuitao na forma9ao do seu
pensamento quer pelos modelos que apresenta Essa funtao pedag6gica tem
importancia unica jil que a contata com a literatura maida a mente e 0 cora9Ao da
crian98 Assim a literatura infantil tern uma finalidade primckia e fundamental que e a
de promover na crian~ 0 gosto pela beleza da palavra 0 deleite perante a cria9ao
de mundos de ficcao
Para alem dista tern ainda a fun980 de arraigar as palavras no mundo
magico da crian~ permitindo-Ihe nlio s6 entende-Ias e usa-las como tambem
goza-Ias e desfruta-Ias no contexto da imaginataomiddot (WORNICOV WAGNER
RUSSOMANO EWEBER 1986 p 04)
MLer as figuras imaginar a hist6ria e desenvolver mental mente urn emado
s~o atividades que poderiam S8r desenvolvidas na educayao infant A escola
dedica ainda pouco tempo para a laitura e a interpreta~o e masmo para a
produtao de textos Mesmo que nao possuindo ainda a capacidade da escrita deve
- S8 compreender que 0 gosto pela leitura it tambem adquirido pelo simples
manuseio de um livro
Neste sentido vale ressaltar as colocalt6esde Orlandi (1987) que distingue
tres tipos de discurso 0 ludico 0 polemico e 0 autaritaria E dentre os diferentes
tipos de discurso autoritario que encontramos 0 discurso pedag6gico que aqui
interessa na medida em que ele tern responsabilidade marcante na atividade que
engloba 0 processo de ensina de leitura no primeiro grau
Este discurso esla a servivo da escola e esta a serviVOde uma ideologia
23
que contribui para dificultar a encontro do saber institucionalizado com as classes
menes favorecidas Isto ocorre porque 0 professor detem 0 saber e trabalha muitas
vezes sem perceber au ate para mostrar poder mascarando 0 tempo todo
afirmando que a aluno tarnham pade dizer 0 que pensa pode opinar pode sugerir
etc e na realidade nao acontece essa pratica a 0 que sa v~ e uma liberdade
vigiada
Sendo 0 professor 0 dono do saber torna-se modelo leitor por excel~ncia
ficando 0 aluno muitas vezes impossihilitado de pensar de refletir e de criar as
pr6prias condicaes de producao
Dessa forma acontece a leitura que 0 autor citado chama de parafrastica ou
seja a raproducao do sentido que 0 autor da ao texto ao contrario da poliss~mica
que se defina pelos multiplos sentidos que ao texto podem ser atribuidos
De acordo com Wornicov Wagner Russomano e Weber
obras especialmenle escntas para crian((CIsmuitas vezes recebem suarejeiyao outras como Robinson Cru50~ de Daniel DefOe Contes de rnamere Ioye de Charles Perrault ou Visgens de Gulliver de Jonathan Swiftnao originalmente destinado aD publico infantrJ foram incorporadas aoacervo de livros para a inftlncia (1988 p 05)
Ainda segundo as autoras e a aceitacao da obra por parte da crian~ que
determina a sua adequacao 80 publico infantil ou n~o ou seja e a crian~ que deve
encontrar na obra seus interesses a unica adaptacao e com refer~ncia ao
conhecimento e limitacentes da crianya As obras literarias infantis devem ser mais do
que instrumentos para proporcionar hist6ria ou induzir a fantasia como toda a obra
de arte exercem uma influencia pedag6gica sobre a individua quer pel a
contribui~o na forma9ilo do seu pensamenta quer pel os modelos que apresenta
Essa funcao pedag6gica tem importancia unica ja que 0 contato com a
literatura desperta na crianya a seu imaginario Assim a literatura infantil tern urna
24
finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a
beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm
dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya
permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las
no contexto da imagina9ilo
Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel
afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida
do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade
inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade
promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao
Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que
ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser
(1986 p 07)
A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da
crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a
crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0
aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a
escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua
com os livros
Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que
em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)
o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao
sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese
classifica96es devem ser respeitadas e entendidas
Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista
que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a
crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam
ocupam a centro de seus interesses
Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as
estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de
capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas
em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas
hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de
encantamenta
Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das
modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua
imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia
A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au
varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que
rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade
ludica e magica em que vive a crianca
Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou
hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0
seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um
temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa
2S
26
Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das
crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a
socializaltao
Para Froebel
a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)
Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento
para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais
adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a
socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)
Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e
preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera
explicitada a seguir
31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA
A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana
atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no
mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras
Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn
mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo
e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a
crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente
nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente
ausente em animais
27
A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~
em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala
mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos
A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo
porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do
jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da
crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa
submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo
muito diferente
Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de
desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento
habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa
ala fosse maior do que e na realidade
Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o
a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo
pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que
sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz
em sua totalidade bio-psico-social-educacional
E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de
enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e
sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que
ajudam para 0 seu desenvolvimento global
Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais
independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as
28
espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar
inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha
limites e e importante que n~o superestime sues capacidades
o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive
despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao
respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses
valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos
de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a
desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser
multo bern aprimoradas no pre-escolar
A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo
as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em
sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida
A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento
entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0
saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de
reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade
o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao
das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre
para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e
individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa
movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade
ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios
interesses pessoais no desenvolvimento das atividades
29
Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-
escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu
simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras
crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos
As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque
nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas
Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia
de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de
adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e
imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem
o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna
retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de
seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0
habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)
Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos
importantes para aqueles que trabalham com a educaylio
A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada
para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica
30
4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR
Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto
a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern
proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya
retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e
reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a
compreensao do texto par parte da crianya
o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que
ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente
com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0
que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)
A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse
despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao
imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario
Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua
subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia
narrativa
Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer
ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)
31
Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar
divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar
na crianca a g05tO pela literatura
Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU
contaram uma hist6ria
Na 6ptica de Tahan
a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)
E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o
infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento
onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo
Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0
ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos
1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito
2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como
li~o advertlmcia ou canselha
3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas
ou ate masma calculos e fra90es
4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos
5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate
masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco
mental
32
o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias
desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil
enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim
a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)
AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica
para a realizayllo de projetos
Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a
alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas
dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado
e se estao todos proximos suficientes do narrador
A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0
narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e
adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para
narrar historias
Segundo Tahan
Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)
Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as
crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer
Tahan informa
33
os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)
Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e
segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas
pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em
cantata com as criantyas
o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn
texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a
historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta
o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao
socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern
pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que
Ihe eram contadas
Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque
a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)
o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a
escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de
ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo
Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para
poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto
professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco
34
Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur
normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a
participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando
gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com
abras especificas para cada idade das criancas
Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica
e 3 ate 6 anas fase magica
Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn
enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa
integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias
que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza
(humanizadas)
Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a
repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas
outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes
Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras
grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com
certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por
genero
No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes
iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras
Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os
circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)
35
A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os
g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0
romance a novela 0 conto 0 drama etc
Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se
dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a
palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que
empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao
Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou
escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis
tenhamos ou n~o consciencia delas
Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua
peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como
A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna
sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral
o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex
objetos elementos da natureza
A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e
anirnais com urn ensinamento moral
o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre
ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo
A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a
historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas
Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da
magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias
precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais
36
Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre
as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem
Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa
pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a
des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no
processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi
incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario
o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de
informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e
ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de
educa~o
Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e
a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a
narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como
placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis
Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais
principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais
detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no
futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando
com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar
recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos
Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios
dependendo de cada circunstimcia
37
Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel
de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante
Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-
leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a
crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim
gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da
linguagem
Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e
sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a
comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80
livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem
atraves do ludico
Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos
devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au
dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias
o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar
as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a
que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a
compreens~o par parte da crianca
Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram
nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das
maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo
que a rodeia
38
JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)
Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia
essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as
maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a
brincadeira a aprendizado se instala
Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem
basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias
as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para
este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele
que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da
prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade
adulta
A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande
destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca
neste genero litera rio
Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil
devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao
de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar
qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar
deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor
deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure
39
Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido
no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto
pedagogico
Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8
livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com
suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada
Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de
contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta
algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em
conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos
objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a
redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos
de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar
A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os
aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da
participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura
e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da
utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas
41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS
411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos
Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu
surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam
utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a
40
funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas
delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)
bull Boneca contador de hist6rias
As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia
jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-
linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de
pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de
serem proferidos rapidamente)
As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das
mais tfmidas
bull Cria~Ao de final de historia
A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando
pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona
iniciada pel a educadora
o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em
papel
bull Errando as hist6rias
Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas
par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais
ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos
pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam
preocupa~o maior com 0 significado)
Chuva e sol casamento de espanhol
Chuva e sol casamento de caracol
41
bull Fantoches
A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as
crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com
cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas
mas mas manuseando as personagens
bull Gravuras
Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai
apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada
bull Jogo de contar hist6rias
Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos
escralem ou ilustram a hist6ria
a Parlendas e gestos
b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com
as dedas batendo as pes ou as maos etc
c Quadrinhos
d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que
fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por
favor etc
bull Dobraduras
A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas
podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e
ouvindo a magica transformayao do papsl
As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam
a dobradura
Ex dobradura depois recitam
Pinto
o pinto pia
A pipa pinga
Pinga a pipa
a pinto pia
Pinto pia
Pipa pinga
Quanta mais
o pinto pia
Mais a pipa pinga
42
bull Tecnicas de narrativas
Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na
sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil
baseado na autora Susatto (2004)
43
o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter
em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente
aos personagens e aos seus estados e animas
Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam
nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es
segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das
condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto
Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do
abandono dos pais
E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas
narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida
real
Segundo Busatto
Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)
Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser
usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador
reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam
imagens)
U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do
castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim
Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que
se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90
com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da
44
dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus
elementos
DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc
Pianos - altura do movimento
Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic
Forra - intensidade empregado no movimento
Tempo - velocidade com que a movimento e executado
Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo
Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem
preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve
sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de
alunos
45
5 CONSIDERAyOES FINAlS
Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias
tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil
ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes
Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das
transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e
aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem
constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0
conhecimento
A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim
educar para a formayao de cidadaos
No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter
essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para
despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao
magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode
proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa
atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca
passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes
tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor
de seus direitos e deveres como cidadao
A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn
facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do
processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e
participativa
46
Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em
mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir
para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO
pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna
imposicao
o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a
contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a
utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par
leitura
Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da
Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente
com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico
A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que
oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir
para a constru~o de sua autonomia
o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada
pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do
professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no
ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura
Bruner afirma que
e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)
47
Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca
em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern
ao encontro das novas perspectivas de educayao
Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta
nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os
alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais
construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au
informagao
48
REFERENCIAS
ARIES Philippe HistOriasocial da criana e da familia 2 ed Rio de Janeiro Zahar1981
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conhecimento requer a reviseD da literatura Assim depois de identificar 0 assunto
devern-s8 escolher as fantes mais adequadas a pesquisa
Para WINTER e SALLES (1997 p17) s metodologia cientifica preconiza
urna serie de regras atraves das quais 0 conhecimento dave sar obtido Dassa
forma 0 metoda cientffrco sa concretiza nas diversas etapas que devem sar
adotadas para solucionar urn problema Par Dutro lado na busca dessa solugao a
pesquisa bibliografica e descritiva pade assumir diversas formas descrevendo como
examplo as caracteristicas propriedades au relacentes existentes na comunidade
grupo ou realidade pesquisada
Evidenciando a metodologia utilizada faz-sa necessaria demonstrar que
esta estudo divide-se em seis capitulos que sa apresentam da seguinte maneira
o segundo capitulo apresenta a fundamenta9ao te6rica abordando tapicos
como a literatura infantil na Hist6ria
o terceiro capitulo aborda a relacao entre a crianca 0 ludico e a livro e
tambem a existencia da brincadeira na Oianca
o quarto capitulo narrativa cantar e encantar enfoca 0 cantar hist6rias e
sua contextualizalt1io academica apresenta sugestoes para atividades llidicas com
criancas de 2 a 4 anos
Logo apas apresenta as cansideragCies finais desse estudo que permitiu a
autora apropriar-se de tecnicas que poderao auxiliar a a~o pedag6gica cotidiana
do professor da Educacao Infantil contribuindo assim para a novo fazer
pedag6gica urna proposta que pretende contribuir com 0 desenvolvimento da
crianqa utilizando a literatura recreativa e dirigida com seus diversos generos
literarios
II
2 FUNDAMENTAQAO TEQRICA
21 A LlTERATURA INFANTIL NA HIST6RIA
Com base na analise da leitura de alguns autores e passivel afirmar que
na sociedade antiga nao havia a infancia nenhum espaco separado do mundo
adulto As criancyas trabalhavam e viviam junto com as adultos testemunhavam as
processos natura is da exist~ncia (ZILBERMAN 1998 p 44)
Assim 56 par volta do seculo XVlll a infimcia passa a ser vista de forma
mais valorizada devido as mudancas sociais econ6micas e politicas da sociedade
E passlvel identificar dessa maneira as primeiras mudanyas significativas nas
atitudes das familias em relayao as crianyas pequenas que inicialmente erarn
educadas em casa no casa das meninas que neste periodo aprendiam as afazeres
domesticos Ja as meninos aos sete anos eram mandados para as mosteiros para
serem educados pelos padres
Surgem entao os primeiros pensadores da eduea~o infantil onde podemos
destaear Jean Jacques Rousseau que apesar de nao ser urn edueador delineou 0
campo da pedagogia com suas ideias
Em sua obra 0 Emilio au da EduC8JO (ROUSSEAU 1990 p 32) pode-s9
observar 0 pensamento desse autor que atraves dos relatas da educayao de um
jovem evidencia que a sua forma~a deveria sar voltada aos interesses da crianca
pois essa possui suas caracteristicas proprias suas ideias e seus interesses assirn
a crian9C3 nao poderia ser vista como urn adulto em miniatura Rosseau (1990)
considerava cada fase da crianca com suas earacteristicas e propriedades
Para Rousseau (1990) a educayao n~o vem apenas de fora e sim da
expressao livre da crian~ em seu dia-a-dia com a natureza com isto propos
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Irabalhar com as brinquedos a agricultura a esporte inslrumenlos de olicios
variados canto e Qutros mais
Para Rousseau
nascemos fracos precisamos de forya nascemo5 desprovidos de tudotemos necessidades de 8ssisl~ncia nascemos eshipidos precisamos dejuizo Tudo 0 que nlio temos ao naseer e de que prccisamos adultos enosdado pela educayao EsSlil educac30 nos vern da natureza au dos homensou das coisas 0 desenvolvimento e a educacaodos homens e 0 ganho danossa propria experi~nciasabre 0$ objetos que nos afetam e a educacAodas coisas (1990 p 11)
Para 0 autor a principal finalidade da educacao era ensinar a criancaa viver
exercendo sua liberdade educar 0 atuno para sar urn homern suas ideias
influenciam varias correntes pedag6gicas ate as dias de hoje
Aries (1981) lambem evidencia que a inffmcia ale a seculo XVII n~o era
Iralada de forma diferenciada as crianls assim como para Rousseau (1990) eram
tidas como adultos em miniatura 0 autor relata que nas sociedades tradicionais a
crian~ encontrava-se misturada ao mundo adulto com intensas trocas afetivas fora
da familia e de onde colhia suas aprendizagens 0 seculo XVIII conludo
leslemunharia mudancasna anliga ordem (ARIES 1981 p78)
Com a ascensao da burguesia e na medida em que a sociedade se
industrializava e se modernizava mediante a aquisi~o de novos recursos
tecnologicos a crianca e a familia assumem urn novo lugar A familia tornou-se 0
lugar de afei~o necessaria entre os c6njuges que se exprimiu sobretudo atraves
da importancia alribuida it crianl e a sua educacao(ARIES 1981 p79)
Nesse contexto surge uma nova pedagogia que passa a exigir uma
literatura infantil com uma didatica mais apropriada onde haja incentivo com rela~o
a crialividade da crianl Zilberman (1998) deslaca que a partir desle panorama eque emerge a literatura infantil com as adaptac6esdos classicos e dos contos de
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fadas Informa que primitivamente os contos folcl6ricos colecionados pelos Irmaos
Grimm e Qutros nao eram fabulosos nem restritos a uma certa ida de
(ZILBERMAN 1998 P 45)
Conforme Zilberman (1998) os contos de fada eram contados por e para
adultos par uma classe mais baixa da sociedade as obras dos irmaos Grimm nao
eram restritas as crian9GIscontava situa95es da vida das classes inferiores fazendo
a conexao com a vida social e a magia do conto tudo e retratado de uma maneira
simb6lica as personagens nao sao percebidos como seres vivos assim com 0
surgimento da nova pedagogia estas obras fcram adaptadas para as jovens
(ZILBERMAN 1998 P 45)
Quem traduziu no Brasil e adaptou as obras dos autores cJassicos para a
juventude foi Carl Jansem Ate en tao nao se aproveitava a tradi9gtio folclorica do
Brasil na constitui9gtio de textos juvenis (ZILBERMAN 1998)
Segundo Cadermartori (1994) a literatura infantil brasileira inicia sob a
egide de urn dos nossos mais destacados inteJectuais Monteiro Lobato
Segundo Zilberman
Monteiro Lobato fllla 0 rompimenlo com 0 clrculo da dependencia dosp~drOes Europeus em sua obra 0 Sitio do Pica Pau Amarelo ele criapersonagens nacionais e a obra vai de um contexto real 0 sitio a umimaginano como 0 reino das aguas passui os personagens tictitios Emiliavisconde e os reeis Pedrtnho nartzinho os folcJ6ricos saci os personagensda mitologia classica como Minotauro dentre outros os magicos com 0burro falanleOs aspectos sociais sao mantidos atraves de personagens(lOmo 0 jeca tatu onde 0 nive social e cuttural t diferente dos personagensprincipais representados por pessoQs reais como a av6 Dona Benta (1 Q96p54)
Monteiro Lobato criou a literatura nacional em um contexte de cenarios
personagens e sugestoes folcloricas que n~o podem ser seguidos por nenhum
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uma carreira de sucessa com seus livros infantis dentre estes Ana Maria Machado
e Ruth Rocha
A literatura infantil dave continuar a sar produzida cuidando para nao haver
uma c6pia do genera utilizado par Monteiro Lobato devendo com isso transpor
fronteiras sando uma literatura composta par uma abordagem rica criativa e didatica
mas fica evidente 0 quanta e diffcil identificar e criar livros infantis de excelente
quaJidade (ZILBERMAN1998)
Assim cabe agora referir ao desenvolvimento da literatura em rela~o ao
Referencial Curricular Nacional (RCN1998)
22 DESENVOLVIMENTO DA L1TERATURA
Com base na leitura do referencial curricular para a educa~o infantil no
capitulo destinado a linguagem e a escrita as crianyas e as praticas de leitura tern
urn grande valor em si masma nao sando necessaria atividades subsequentes
como 0 desenho dos personagens a resposta de perguntas sabre a leitura
dramatiza9iio das historias etc (RCN1998)
A leitura comeya muito cedo na vida do individua ista e a crian9B ja faz a
leitura extralingOistica do seu mundo antes de ir a escola Do ponto de vista
linguistico a conceito de leitura adquire diferentes mudanyas
Segundo Kleiman (1995) a leitura e um processo que vai se definindo
progressivamente a partir da intera980 entre 0 texta e a leitor Nessa processo 0
professor anquanto orientadar vai definindo tarefas progressivas mais complexas e
aos paucos a crianya vai fazendo as retomadas necessarias para compreender 0
texto
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As instituiyOesde Educayao Infantil podem resgatar a repert6rio de historias
que as criancas ouvem em casa enos ambientes que freqOentam urna vez que
eSS8S hist6rias S9 constituem em rica fonte de informacentes sabre as diversas formas
culturais construindo da sensibilidade das crian9Bs
A aprendizagem da leitura e fundamental para que 0 individuo possa
entender 0 mundo que a cerca bern como S9 posicionar de forma critica diante da
realidade
Segundo Ferrero (1987) muito antes de serem capazes de ler ou escrever
nc sentido convencional do terma as crianyas tentam interpretar as textes com as
quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetiza~o paiS ela na fase da
pre-escola ja faz a sua leitura do mundo
De acordo com 0 pensamento de Lemos (1978) a linguagem oral conta
com recursos diversos timbre de voz entonayao ge5t05 expressao facial contexto
e contato direto com 0 receptor que pade interferir au fazar fluir urn referente na
linguagem escrita 0 qual nem sempre e feito As diverses instituiyaes concebem a
linguagem e a maneira como as criany8s aprendem de modo bastante diferentes
-Na linguagem oral 0 locutor e a interlocutor exercem juntos as funyaes reguladora
organizadora e ativadora dos textos responsaveis pela sua estrutura tessitura au
coeso (LEMOS 1978 p 45)
Na 6tica de Bakhtin (1988) 0 livro isto e 0 ato de fala impresso constitui
igualmente um elemento da comunicayao verbal Ele e objeto de discussoes ativas
sob a forma de dialogo 8 alem disso e feito para ser aprendido de maneira ativa
para ser estudado a fundo comentando e criticando no quadro do discurso interior
sem contar as relac6es impressas institucionalizadas que S8 encontram nas
diferentes esferas da comunicayao verbal
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Bakhtin (1988) explica que a leitura tem side motivo de estudos de muitos
especialistas preocupados em verificar como S9 dil a partir de visualizacao de
simbolo gn3fico 0 entendimento total de urn texto 0 eutor verificou que a processo
de leitura S8 fez atraves de Ires etapas a primeira ocorre com 0 reconhecimento do
que esta escrito a segunda e a de compreensao atraves de interferencias e
formulacao de hip6teses e a terceira etape ocorr9 a interpreta~o propria mente dite
po is 0 lei tor mantem dialogicidade com 0 texto
Bakhtin informa que a laitura e como urn momento de criatividade no qual 0
leitor necessita reconhecer e aeionar as conhecimentos que ja tern para adquirir
noves e julga-Ios de forma critica Assim a laitura de hist6rias e urn momento em
que a crian~ pode conhecer a forma de viver pensar agir e 0 universo de valores
costumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares
que nao 0 seu (ReN 1998)
Assim desenvolver a leitura no aluno a funcao da escola que deve
respaitar a laitura de mundo que ale traz a partir de suas experiencias sociais ou
seja sua intera~o com outros individuos e com varias inforrnacentes veiculadas palos
meios de comunicacao de massas principalmente a televis~o
Para melhor compreensao dessa afirmativa Ferreiro e Teberosky (1986)
explicam que a sujeito que conhecemos atravas da teoria de Piaget e urn sujeito
que procura atividade de compreender a mundo que 0 rodeia e trata de resolver as
integra90es que esse mundo provoca ~ urn sujeito que aprende basicamente
atravas de suas proprias categorias de pensamento aD masmo tempo em que
organiza seu mundo
Segundo Ferreiro (1987) muito antes de serem capazes de ler au escrever
no sentido convencional do termo as criancas tantam interpretar as textos com os
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quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetizacao pais ela na fase
pre-escolar ja faz a sua leitura do mundo
Verifica~se nessas leituras que a crianya dave sar urn agente ativa e
determinado no seu desenvoJvimento conforme Kleiman (1995) a leitura e urn
processo que vai definindo progressivamente a relaao texto e leitor e e no
ambiente alfabetizador que a crian98 tem a oportunidade de agir em liberdade para
aprender e desenvolver seus conceitos cognitivos e afetivos
Como conceito de literatura atualmente as dicionarios apresentam as
seguintes sentidos conjunto de obras que versam sabre temas especificos literatura
policial Iiteratura picaresC8 literatura de terror
A literatura na 6tica de Ferreiro
e a representa~o de urna visao do mundo slem de uma tarnada deposiyAo diante dele Tal posicionamento centraliza lIssim suas atenyOesno criador de literatura e ns imita~o da natureza compreendida comoc6pia ou reproduQAoA linguagem e vista como mero ve[culo dessacomunicacao(1987 p 56)
De posse dos conceitos sabre literatura e necessaria cempreender seu
vinculo com a crianca e 0 hJdico A palavra ludice vern do latim ludus e significa
brincar Segundo Rojas (1991) neste brincar estao inclufdos os jogos brinquedos e
divertimentos A funcao educativa do joga permite a aprendizagem do individua seu
conhecimento e sua interpretacao de mundo Por meio da brincadeira a crianca
envolve-se no jogo e sente a necessidade de partilhar com a outro Assim brincando
e jogando ela tera oportunidade de desenvolver capacidades indispensaveis a sua
vida futura
A autora afirma que atraves do jogo de papais a crian98 lida com experi~ncias
que ainda n~o consegue realizar no mundo real
Para Rojas
o brinquedo e a essMcia da infQnciae seu usa permite urn trabalhopedag6gico Que possibilita a produ9fio do conhecimento e tambem aestimula~o da afetividade na crianta A crtan9lJ estabelece com 0
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brinquedo uma relaltao natural e consegue extravasar suas angostias epaixOes SUDS slegrias e tristezBS suas agressividade5 e passividade(1991 pS)
Dando continuidade a importancia do udico na vida da crian98 0 pr6ximo
capitulo discorre sabre a complexa rela9lo entre a leitura e a trabalho pedag6gico
que incentiva au nao 0 vinculo com a literatura
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3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA
Na vis~o de Klein e Schafaschek (1990) a processo pedagogico consiste na
transmissao do conhecimento de sua hist6ria assim sera mostrado 0 movimento
historico da linguagem oral e escrita
A linguagem e a consci~ncja sao resultados da ayAo coletiva que as
homens desenvolveram
Segundo Bakhtin
e a linguagem portanto enquanto possibilidade de representa~o logo deabslratao e generalizacAo das caracteristicas do mundo exterior quepossibilila a passagem da con5Ci~ndasensivel a conscilncia racional daoperaylo com objetos concretos com conceitos au representaffOes (1988p32)
Passa~se entaD para uma representayao da linguagem escrita Assim 0
processo da alfabetizacao dave tar reconhecimento do texto oral e escrito e
compreende seu total entendimento Ler nao e somente decifrar simbolos graficos
mas buscar a compreensao das mensagens contidas em suas linhas e entrelinhas
Segundo Cunha (1997) a adulto nao tem a habito de ler e coloca em
diversas situavoos suas justjficativas para 0 pouco tempo que disponibiliza para a
leltura ou seja essa suposi~o de que a crian~ nao se interessa pelo livra e
apenas a refiexo do proprio desinteresse do adulto par tal objeto (CUNHA 1997 p
48)
Nesse contexto a partjcipayao do professor e importante pois este sera 0
mediador entre a crian98 e 0 conhecimento facilitando 0 processo de aquisj~o da
cultura Dai a ideia de que a produ91ioda linguagem oral e escrita e resultado de
um esforyo de produ91iodos homens e desenvolveu-se atraves da necessidade da
mediayiio de um professor
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Dentro desta perspectiva tem-se re18980 do adulto com a criany8 que
segundo Cunha (1997) e nessa perspectiva a leitura e colocada como mais uma
imposiyao A ideia de que a leitura vai fazer bem a crianya ou ao jOllem leva - nos a
obriga-Ios a ler como Ihes impomos a colher de remedio a injecl)a a escova de
dente a escola (CUNHA 1997 P 51)
Na perspective de Cunha a leitura nao deve ser imposta 0 905tO pel a
leitura deve ser desenvolvido E necessario que sejam obedecidas as fases de
interesse da criama quanta a leitura apresentadas abaixo
Na primeira fase de aquisicao palo g05tO da leitura delem ser
apresentados a crianB livros de gravuras e dos versos infantis (de 2 a 5 ou 6 anos)
E a fase de egocentrismo em que a crianya faz pouca distin9Bo entre a mundo
externo e 0 interno
Ja a idade entre 5 a 8 ou 9 anos caracteriza-se como a idade do Conto de
Fadas De posse de urna mentalidade magica 0 leitor vai buscar nos contos de
fadas lendas mitos e fabulas a simbologia necessaria a elabora~o de suas
viv~ncias
Partindo para a pre-adolesc(mcia e a idade da Historia ambiental e da
leitura Factual (9 a 12 anos) E a fase intermediaria em que persistem vestfgios do
pensamento magico mas a crianya comeya a orientar-se rna is para a real Via de
regra 0 leitar escolhe neste perfodo historias que Ihe apresentam 0 mundo como
ele e Atraves da percep9iio magica de determinado personagem
Dos 12 a 14 anos considera-se a idade da Historia de Aventuras ou fase de
leitura Psicol6gica orientada para as sensac6es E a perfodo da pre-adolescemcia
em que 0 conhecimento da propria personalidade e 0 desenvolvimento dos
precesses agressives ativam a vivlmcia social e a forma9iio de grupos
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Nos anos de maturidade ou desenvolvimento da esfera Iitero-8stetica de
leitura (14 a 17 anas) ha a curiosidade pelo descobrimento 0 mundo interior e do
mundo dos valores 0 adolescente parte para a hierarquiza~o dos conceitos e a
organizatao de seu universo Aventuras de conteudo intelectual viagens romances
hist6ricos e biograficos historias de amor literatura engajada e temas relacionados
com as interesses Yocacionais v~o ajuda-Io a orientar-se e estruturar-se como
adullo
A questao mais discutida a raspaito de literatura asta relacionada ao fato de
que as jovens e as crianyas nao h~emmuitos s~o as argumentos como a falta de
condiyao financeira de comprar livre 0 pcuco habito de se frequentar a biblioteca os
atrativos e facilidades do computador e da televisao a falta do Mbito dos pais em
lerem entre Qutras causas Mas pode-se considerar como urn grande problema a
falta de habito de leitura nos pais
As autoras Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que middotpais que
nao leem nao poderao despertar em seus filhos 0 gosto pela leitura Imitativa por
natureza a crian98 encontra na familia a maior incentivo para a leitura (1986 p
03)
Assim e delegada a escola a responsabilidade de introduzir a crianca no
mundo dos livros Cabe a escola desenvolver a cantata com as livros que deve ser
iniciada a mais cedo passivel nao 56 pelo manuseio cama tambem pela hist6ria
contada pela conversa au pelos jogos ritmicos no sentido de fazer a crianca amar a
leitura
Esse contato inicial deve ser pautado pela conquista e nao pela imposiyao
o leitor infantI au a infanto-juvenil ao adquirir 0 905tO pela leitura estara
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visitando urn mundo novo adquirindo conhecimento e aprimorando seu processo
comunicativo
Assim a literatura infantil como toda a obra de arte exerce uma influemcia
pedag6gica sobre 0 individuo quer pela contribuitao na forma9ao do seu
pensamento quer pelos modelos que apresenta Essa funtao pedag6gica tem
importancia unica jil que a contata com a literatura maida a mente e 0 cora9Ao da
crian98 Assim a literatura infantil tern uma finalidade primckia e fundamental que e a
de promover na crian~ 0 gosto pela beleza da palavra 0 deleite perante a cria9ao
de mundos de ficcao
Para alem dista tern ainda a fun980 de arraigar as palavras no mundo
magico da crian~ permitindo-Ihe nlio s6 entende-Ias e usa-las como tambem
goza-Ias e desfruta-Ias no contexto da imaginataomiddot (WORNICOV WAGNER
RUSSOMANO EWEBER 1986 p 04)
MLer as figuras imaginar a hist6ria e desenvolver mental mente urn emado
s~o atividades que poderiam S8r desenvolvidas na educayao infant A escola
dedica ainda pouco tempo para a laitura e a interpreta~o e masmo para a
produtao de textos Mesmo que nao possuindo ainda a capacidade da escrita deve
- S8 compreender que 0 gosto pela leitura it tambem adquirido pelo simples
manuseio de um livro
Neste sentido vale ressaltar as colocalt6esde Orlandi (1987) que distingue
tres tipos de discurso 0 ludico 0 polemico e 0 autaritaria E dentre os diferentes
tipos de discurso autoritario que encontramos 0 discurso pedag6gico que aqui
interessa na medida em que ele tern responsabilidade marcante na atividade que
engloba 0 processo de ensina de leitura no primeiro grau
Este discurso esla a servivo da escola e esta a serviVOde uma ideologia
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que contribui para dificultar a encontro do saber institucionalizado com as classes
menes favorecidas Isto ocorre porque 0 professor detem 0 saber e trabalha muitas
vezes sem perceber au ate para mostrar poder mascarando 0 tempo todo
afirmando que a aluno tarnham pade dizer 0 que pensa pode opinar pode sugerir
etc e na realidade nao acontece essa pratica a 0 que sa v~ e uma liberdade
vigiada
Sendo 0 professor 0 dono do saber torna-se modelo leitor por excel~ncia
ficando 0 aluno muitas vezes impossihilitado de pensar de refletir e de criar as
pr6prias condicaes de producao
Dessa forma acontece a leitura que 0 autor citado chama de parafrastica ou
seja a raproducao do sentido que 0 autor da ao texto ao contrario da poliss~mica
que se defina pelos multiplos sentidos que ao texto podem ser atribuidos
De acordo com Wornicov Wagner Russomano e Weber
obras especialmenle escntas para crian((CIsmuitas vezes recebem suarejeiyao outras como Robinson Cru50~ de Daniel DefOe Contes de rnamere Ioye de Charles Perrault ou Visgens de Gulliver de Jonathan Swiftnao originalmente destinado aD publico infantrJ foram incorporadas aoacervo de livros para a inftlncia (1988 p 05)
Ainda segundo as autoras e a aceitacao da obra por parte da crian~ que
determina a sua adequacao 80 publico infantil ou n~o ou seja e a crian~ que deve
encontrar na obra seus interesses a unica adaptacao e com refer~ncia ao
conhecimento e limitacentes da crianya As obras literarias infantis devem ser mais do
que instrumentos para proporcionar hist6ria ou induzir a fantasia como toda a obra
de arte exercem uma influencia pedag6gica sobre a individua quer pel a
contribui~o na forma9ilo do seu pensamenta quer pel os modelos que apresenta
Essa funcao pedag6gica tem importancia unica ja que 0 contato com a
literatura desperta na crianya a seu imaginario Assim a literatura infantil tern urna
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finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a
beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm
dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya
permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las
no contexto da imagina9ilo
Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel
afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida
do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade
inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade
promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao
Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que
ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser
(1986 p 07)
A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da
crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a
crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0
aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a
escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua
com os livros
Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que
em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)
o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao
sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese
classifica96es devem ser respeitadas e entendidas
Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista
que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a
crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam
ocupam a centro de seus interesses
Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as
estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de
capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas
em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas
hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de
encantamenta
Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das
modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua
imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia
A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au
varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que
rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade
ludica e magica em que vive a crianca
Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou
hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0
seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um
temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa
2S
26
Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das
crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a
socializaltao
Para Froebel
a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)
Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento
para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais
adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a
socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)
Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e
preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera
explicitada a seguir
31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA
A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana
atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no
mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras
Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn
mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo
e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a
crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente
nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente
ausente em animais
27
A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~
em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala
mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos
A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo
porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do
jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da
crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa
submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo
muito diferente
Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de
desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento
habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa
ala fosse maior do que e na realidade
Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o
a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo
pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que
sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz
em sua totalidade bio-psico-social-educacional
E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de
enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e
sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que
ajudam para 0 seu desenvolvimento global
Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais
independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as
28
espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar
inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha
limites e e importante que n~o superestime sues capacidades
o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive
despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao
respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses
valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos
de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a
desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser
multo bern aprimoradas no pre-escolar
A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo
as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em
sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida
A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento
entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0
saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de
reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade
o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao
das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre
para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e
individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa
movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade
ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios
interesses pessoais no desenvolvimento das atividades
29
Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-
escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu
simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras
crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos
As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque
nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas
Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia
de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de
adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e
imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem
o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna
retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de
seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0
habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)
Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos
importantes para aqueles que trabalham com a educaylio
A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada
para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica
30
4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR
Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto
a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern
proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya
retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e
reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a
compreensao do texto par parte da crianya
o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que
ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente
com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0
que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)
A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse
despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao
imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario
Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua
subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia
narrativa
Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer
ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)
31
Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar
divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar
na crianca a g05tO pela literatura
Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU
contaram uma hist6ria
Na 6ptica de Tahan
a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)
E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o
infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento
onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo
Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0
ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos
1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito
2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como
li~o advertlmcia ou canselha
3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas
ou ate masma calculos e fra90es
4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos
5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate
masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco
mental
32
o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias
desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil
enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim
a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)
AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica
para a realizayllo de projetos
Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a
alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas
dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado
e se estao todos proximos suficientes do narrador
A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0
narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e
adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para
narrar historias
Segundo Tahan
Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)
Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as
crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer
Tahan informa
33
os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)
Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e
segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas
pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em
cantata com as criantyas
o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn
texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a
historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta
o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao
socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern
pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que
Ihe eram contadas
Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque
a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)
o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a
escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de
ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo
Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para
poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto
professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco
34
Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur
normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a
participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando
gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com
abras especificas para cada idade das criancas
Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica
e 3 ate 6 anas fase magica
Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn
enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa
integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias
que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza
(humanizadas)
Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a
repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas
outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes
Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras
grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com
certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por
genero
No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes
iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras
Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os
circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)
35
A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os
g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0
romance a novela 0 conto 0 drama etc
Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se
dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a
palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que
empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao
Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou
escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis
tenhamos ou n~o consciencia delas
Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua
peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como
A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna
sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral
o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex
objetos elementos da natureza
A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e
anirnais com urn ensinamento moral
o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre
ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo
A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a
historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas
Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da
magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias
precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais
36
Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre
as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem
Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa
pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a
des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no
processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi
incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario
o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de
informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e
ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de
educa~o
Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e
a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a
narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como
placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis
Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais
principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais
detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no
futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando
com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar
recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos
Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios
dependendo de cada circunstimcia
37
Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel
de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante
Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-
leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a
crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim
gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da
linguagem
Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e
sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a
comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80
livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem
atraves do ludico
Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos
devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au
dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias
o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar
as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a
que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a
compreens~o par parte da crianca
Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram
nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das
maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo
que a rodeia
38
JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)
Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia
essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as
maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a
brincadeira a aprendizado se instala
Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem
basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias
as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para
este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele
que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da
prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade
adulta
A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande
destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca
neste genero litera rio
Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil
devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao
de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar
qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar
deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor
deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure
39
Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido
no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto
pedagogico
Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8
livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com
suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada
Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de
contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta
algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em
conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos
objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a
redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos
de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar
A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os
aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da
participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura
e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da
utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas
41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS
411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos
Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu
surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam
utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a
40
funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas
delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)
bull Boneca contador de hist6rias
As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia
jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-
linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de
pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de
serem proferidos rapidamente)
As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das
mais tfmidas
bull Cria~Ao de final de historia
A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando
pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona
iniciada pel a educadora
o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em
papel
bull Errando as hist6rias
Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas
par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais
ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos
pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam
preocupa~o maior com 0 significado)
Chuva e sol casamento de espanhol
Chuva e sol casamento de caracol
41
bull Fantoches
A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as
crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com
cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas
mas mas manuseando as personagens
bull Gravuras
Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai
apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada
bull Jogo de contar hist6rias
Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos
escralem ou ilustram a hist6ria
a Parlendas e gestos
b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com
as dedas batendo as pes ou as maos etc
c Quadrinhos
d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que
fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por
favor etc
bull Dobraduras
A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas
podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e
ouvindo a magica transformayao do papsl
As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam
a dobradura
Ex dobradura depois recitam
Pinto
o pinto pia
A pipa pinga
Pinga a pipa
a pinto pia
Pinto pia
Pipa pinga
Quanta mais
o pinto pia
Mais a pipa pinga
42
bull Tecnicas de narrativas
Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na
sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil
baseado na autora Susatto (2004)
43
o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter
em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente
aos personagens e aos seus estados e animas
Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam
nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es
segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das
condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto
Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do
abandono dos pais
E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas
narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida
real
Segundo Busatto
Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)
Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser
usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador
reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam
imagens)
U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do
castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim
Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que
se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90
com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da
44
dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus
elementos
DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc
Pianos - altura do movimento
Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic
Forra - intensidade empregado no movimento
Tempo - velocidade com que a movimento e executado
Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo
Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem
preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve
sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de
alunos
45
5 CONSIDERAyOES FINAlS
Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias
tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil
ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes
Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das
transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e
aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem
constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0
conhecimento
A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim
educar para a formayao de cidadaos
No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter
essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para
despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao
magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode
proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa
atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca
passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes
tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor
de seus direitos e deveres como cidadao
A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn
facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do
processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e
participativa
46
Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em
mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir
para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO
pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna
imposicao
o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a
contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a
utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par
leitura
Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da
Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente
com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico
A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que
oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir
para a constru~o de sua autonomia
o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada
pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do
professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no
ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura
Bruner afirma que
e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)
47
Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca
em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern
ao encontro das novas perspectivas de educayao
Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta
nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os
alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais
construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au
informagao
48
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II
2 FUNDAMENTAQAO TEQRICA
21 A LlTERATURA INFANTIL NA HIST6RIA
Com base na analise da leitura de alguns autores e passivel afirmar que
na sociedade antiga nao havia a infancia nenhum espaco separado do mundo
adulto As criancyas trabalhavam e viviam junto com as adultos testemunhavam as
processos natura is da exist~ncia (ZILBERMAN 1998 p 44)
Assim 56 par volta do seculo XVlll a infimcia passa a ser vista de forma
mais valorizada devido as mudancas sociais econ6micas e politicas da sociedade
E passlvel identificar dessa maneira as primeiras mudanyas significativas nas
atitudes das familias em relayao as crianyas pequenas que inicialmente erarn
educadas em casa no casa das meninas que neste periodo aprendiam as afazeres
domesticos Ja as meninos aos sete anos eram mandados para as mosteiros para
serem educados pelos padres
Surgem entao os primeiros pensadores da eduea~o infantil onde podemos
destaear Jean Jacques Rousseau que apesar de nao ser urn edueador delineou 0
campo da pedagogia com suas ideias
Em sua obra 0 Emilio au da EduC8JO (ROUSSEAU 1990 p 32) pode-s9
observar 0 pensamento desse autor que atraves dos relatas da educayao de um
jovem evidencia que a sua forma~a deveria sar voltada aos interesses da crianca
pois essa possui suas caracteristicas proprias suas ideias e seus interesses assirn
a crian9C3 nao poderia ser vista como urn adulto em miniatura Rosseau (1990)
considerava cada fase da crianca com suas earacteristicas e propriedades
Para Rousseau (1990) a educayao n~o vem apenas de fora e sim da
expressao livre da crian~ em seu dia-a-dia com a natureza com isto propos
12
Irabalhar com as brinquedos a agricultura a esporte inslrumenlos de olicios
variados canto e Qutros mais
Para Rousseau
nascemos fracos precisamos de forya nascemo5 desprovidos de tudotemos necessidades de 8ssisl~ncia nascemos eshipidos precisamos dejuizo Tudo 0 que nlio temos ao naseer e de que prccisamos adultos enosdado pela educayao EsSlil educac30 nos vern da natureza au dos homensou das coisas 0 desenvolvimento e a educacaodos homens e 0 ganho danossa propria experi~nciasabre 0$ objetos que nos afetam e a educacAodas coisas (1990 p 11)
Para 0 autor a principal finalidade da educacao era ensinar a criancaa viver
exercendo sua liberdade educar 0 atuno para sar urn homern suas ideias
influenciam varias correntes pedag6gicas ate as dias de hoje
Aries (1981) lambem evidencia que a inffmcia ale a seculo XVII n~o era
Iralada de forma diferenciada as crianls assim como para Rousseau (1990) eram
tidas como adultos em miniatura 0 autor relata que nas sociedades tradicionais a
crian~ encontrava-se misturada ao mundo adulto com intensas trocas afetivas fora
da familia e de onde colhia suas aprendizagens 0 seculo XVIII conludo
leslemunharia mudancasna anliga ordem (ARIES 1981 p78)
Com a ascensao da burguesia e na medida em que a sociedade se
industrializava e se modernizava mediante a aquisi~o de novos recursos
tecnologicos a crianca e a familia assumem urn novo lugar A familia tornou-se 0
lugar de afei~o necessaria entre os c6njuges que se exprimiu sobretudo atraves
da importancia alribuida it crianl e a sua educacao(ARIES 1981 p79)
Nesse contexto surge uma nova pedagogia que passa a exigir uma
literatura infantil com uma didatica mais apropriada onde haja incentivo com rela~o
a crialividade da crianl Zilberman (1998) deslaca que a partir desle panorama eque emerge a literatura infantil com as adaptac6esdos classicos e dos contos de
13
fadas Informa que primitivamente os contos folcl6ricos colecionados pelos Irmaos
Grimm e Qutros nao eram fabulosos nem restritos a uma certa ida de
(ZILBERMAN 1998 P 45)
Conforme Zilberman (1998) os contos de fada eram contados por e para
adultos par uma classe mais baixa da sociedade as obras dos irmaos Grimm nao
eram restritas as crian9GIscontava situa95es da vida das classes inferiores fazendo
a conexao com a vida social e a magia do conto tudo e retratado de uma maneira
simb6lica as personagens nao sao percebidos como seres vivos assim com 0
surgimento da nova pedagogia estas obras fcram adaptadas para as jovens
(ZILBERMAN 1998 P 45)
Quem traduziu no Brasil e adaptou as obras dos autores cJassicos para a
juventude foi Carl Jansem Ate en tao nao se aproveitava a tradi9gtio folclorica do
Brasil na constitui9gtio de textos juvenis (ZILBERMAN 1998)
Segundo Cadermartori (1994) a literatura infantil brasileira inicia sob a
egide de urn dos nossos mais destacados inteJectuais Monteiro Lobato
Segundo Zilberman
Monteiro Lobato fllla 0 rompimenlo com 0 clrculo da dependencia dosp~drOes Europeus em sua obra 0 Sitio do Pica Pau Amarelo ele criapersonagens nacionais e a obra vai de um contexto real 0 sitio a umimaginano como 0 reino das aguas passui os personagens tictitios Emiliavisconde e os reeis Pedrtnho nartzinho os folcJ6ricos saci os personagensda mitologia classica como Minotauro dentre outros os magicos com 0burro falanleOs aspectos sociais sao mantidos atraves de personagens(lOmo 0 jeca tatu onde 0 nive social e cuttural t diferente dos personagensprincipais representados por pessoQs reais como a av6 Dona Benta (1 Q96p54)
Monteiro Lobato criou a literatura nacional em um contexte de cenarios
personagens e sugestoes folcloricas que n~o podem ser seguidos por nenhum
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uma carreira de sucessa com seus livros infantis dentre estes Ana Maria Machado
e Ruth Rocha
A literatura infantil dave continuar a sar produzida cuidando para nao haver
uma c6pia do genera utilizado par Monteiro Lobato devendo com isso transpor
fronteiras sando uma literatura composta par uma abordagem rica criativa e didatica
mas fica evidente 0 quanta e diffcil identificar e criar livros infantis de excelente
quaJidade (ZILBERMAN1998)
Assim cabe agora referir ao desenvolvimento da literatura em rela~o ao
Referencial Curricular Nacional (RCN1998)
22 DESENVOLVIMENTO DA L1TERATURA
Com base na leitura do referencial curricular para a educa~o infantil no
capitulo destinado a linguagem e a escrita as crianyas e as praticas de leitura tern
urn grande valor em si masma nao sando necessaria atividades subsequentes
como 0 desenho dos personagens a resposta de perguntas sabre a leitura
dramatiza9iio das historias etc (RCN1998)
A leitura comeya muito cedo na vida do individua ista e a crian9B ja faz a
leitura extralingOistica do seu mundo antes de ir a escola Do ponto de vista
linguistico a conceito de leitura adquire diferentes mudanyas
Segundo Kleiman (1995) a leitura e um processo que vai se definindo
progressivamente a partir da intera980 entre 0 texta e a leitor Nessa processo 0
professor anquanto orientadar vai definindo tarefas progressivas mais complexas e
aos paucos a crianya vai fazendo as retomadas necessarias para compreender 0
texto
15
As instituiyOesde Educayao Infantil podem resgatar a repert6rio de historias
que as criancas ouvem em casa enos ambientes que freqOentam urna vez que
eSS8S hist6rias S9 constituem em rica fonte de informacentes sabre as diversas formas
culturais construindo da sensibilidade das crian9Bs
A aprendizagem da leitura e fundamental para que 0 individuo possa
entender 0 mundo que a cerca bern como S9 posicionar de forma critica diante da
realidade
Segundo Ferrero (1987) muito antes de serem capazes de ler ou escrever
nc sentido convencional do terma as crianyas tentam interpretar as textes com as
quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetiza~o paiS ela na fase da
pre-escola ja faz a sua leitura do mundo
De acordo com 0 pensamento de Lemos (1978) a linguagem oral conta
com recursos diversos timbre de voz entonayao ge5t05 expressao facial contexto
e contato direto com 0 receptor que pade interferir au fazar fluir urn referente na
linguagem escrita 0 qual nem sempre e feito As diverses instituiyaes concebem a
linguagem e a maneira como as criany8s aprendem de modo bastante diferentes
-Na linguagem oral 0 locutor e a interlocutor exercem juntos as funyaes reguladora
organizadora e ativadora dos textos responsaveis pela sua estrutura tessitura au
coeso (LEMOS 1978 p 45)
Na 6tica de Bakhtin (1988) 0 livro isto e 0 ato de fala impresso constitui
igualmente um elemento da comunicayao verbal Ele e objeto de discussoes ativas
sob a forma de dialogo 8 alem disso e feito para ser aprendido de maneira ativa
para ser estudado a fundo comentando e criticando no quadro do discurso interior
sem contar as relac6es impressas institucionalizadas que S8 encontram nas
diferentes esferas da comunicayao verbal
16
Bakhtin (1988) explica que a leitura tem side motivo de estudos de muitos
especialistas preocupados em verificar como S9 dil a partir de visualizacao de
simbolo gn3fico 0 entendimento total de urn texto 0 eutor verificou que a processo
de leitura S8 fez atraves de Ires etapas a primeira ocorre com 0 reconhecimento do
que esta escrito a segunda e a de compreensao atraves de interferencias e
formulacao de hip6teses e a terceira etape ocorr9 a interpreta~o propria mente dite
po is 0 lei tor mantem dialogicidade com 0 texto
Bakhtin informa que a laitura e como urn momento de criatividade no qual 0
leitor necessita reconhecer e aeionar as conhecimentos que ja tern para adquirir
noves e julga-Ios de forma critica Assim a laitura de hist6rias e urn momento em
que a crian~ pode conhecer a forma de viver pensar agir e 0 universo de valores
costumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares
que nao 0 seu (ReN 1998)
Assim desenvolver a leitura no aluno a funcao da escola que deve
respaitar a laitura de mundo que ale traz a partir de suas experiencias sociais ou
seja sua intera~o com outros individuos e com varias inforrnacentes veiculadas palos
meios de comunicacao de massas principalmente a televis~o
Para melhor compreensao dessa afirmativa Ferreiro e Teberosky (1986)
explicam que a sujeito que conhecemos atravas da teoria de Piaget e urn sujeito
que procura atividade de compreender a mundo que 0 rodeia e trata de resolver as
integra90es que esse mundo provoca ~ urn sujeito que aprende basicamente
atravas de suas proprias categorias de pensamento aD masmo tempo em que
organiza seu mundo
Segundo Ferreiro (1987) muito antes de serem capazes de ler au escrever
no sentido convencional do termo as criancas tantam interpretar as textos com os
17
quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetizacao pais ela na fase
pre-escolar ja faz a sua leitura do mundo
Verifica~se nessas leituras que a crianya dave sar urn agente ativa e
determinado no seu desenvoJvimento conforme Kleiman (1995) a leitura e urn
processo que vai definindo progressivamente a relaao texto e leitor e e no
ambiente alfabetizador que a crian98 tem a oportunidade de agir em liberdade para
aprender e desenvolver seus conceitos cognitivos e afetivos
Como conceito de literatura atualmente as dicionarios apresentam as
seguintes sentidos conjunto de obras que versam sabre temas especificos literatura
policial Iiteratura picaresC8 literatura de terror
A literatura na 6tica de Ferreiro
e a representa~o de urna visao do mundo slem de uma tarnada deposiyAo diante dele Tal posicionamento centraliza lIssim suas atenyOesno criador de literatura e ns imita~o da natureza compreendida comoc6pia ou reproduQAoA linguagem e vista como mero ve[culo dessacomunicacao(1987 p 56)
De posse dos conceitos sabre literatura e necessaria cempreender seu
vinculo com a crianca e 0 hJdico A palavra ludice vern do latim ludus e significa
brincar Segundo Rojas (1991) neste brincar estao inclufdos os jogos brinquedos e
divertimentos A funcao educativa do joga permite a aprendizagem do individua seu
conhecimento e sua interpretacao de mundo Por meio da brincadeira a crianca
envolve-se no jogo e sente a necessidade de partilhar com a outro Assim brincando
e jogando ela tera oportunidade de desenvolver capacidades indispensaveis a sua
vida futura
A autora afirma que atraves do jogo de papais a crian98 lida com experi~ncias
que ainda n~o consegue realizar no mundo real
Para Rojas
o brinquedo e a essMcia da infQnciae seu usa permite urn trabalhopedag6gico Que possibilita a produ9fio do conhecimento e tambem aestimula~o da afetividade na crianta A crtan9lJ estabelece com 0
18
brinquedo uma relaltao natural e consegue extravasar suas angostias epaixOes SUDS slegrias e tristezBS suas agressividade5 e passividade(1991 pS)
Dando continuidade a importancia do udico na vida da crian98 0 pr6ximo
capitulo discorre sabre a complexa rela9lo entre a leitura e a trabalho pedag6gico
que incentiva au nao 0 vinculo com a literatura
19
3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA
Na vis~o de Klein e Schafaschek (1990) a processo pedagogico consiste na
transmissao do conhecimento de sua hist6ria assim sera mostrado 0 movimento
historico da linguagem oral e escrita
A linguagem e a consci~ncja sao resultados da ayAo coletiva que as
homens desenvolveram
Segundo Bakhtin
e a linguagem portanto enquanto possibilidade de representa~o logo deabslratao e generalizacAo das caracteristicas do mundo exterior quepossibilila a passagem da con5Ci~ndasensivel a conscilncia racional daoperaylo com objetos concretos com conceitos au representaffOes (1988p32)
Passa~se entaD para uma representayao da linguagem escrita Assim 0
processo da alfabetizacao dave tar reconhecimento do texto oral e escrito e
compreende seu total entendimento Ler nao e somente decifrar simbolos graficos
mas buscar a compreensao das mensagens contidas em suas linhas e entrelinhas
Segundo Cunha (1997) a adulto nao tem a habito de ler e coloca em
diversas situavoos suas justjficativas para 0 pouco tempo que disponibiliza para a
leltura ou seja essa suposi~o de que a crian~ nao se interessa pelo livra e
apenas a refiexo do proprio desinteresse do adulto par tal objeto (CUNHA 1997 p
48)
Nesse contexto a partjcipayao do professor e importante pois este sera 0
mediador entre a crian98 e 0 conhecimento facilitando 0 processo de aquisj~o da
cultura Dai a ideia de que a produ91ioda linguagem oral e escrita e resultado de
um esforyo de produ91iodos homens e desenvolveu-se atraves da necessidade da
mediayiio de um professor
20
Dentro desta perspectiva tem-se re18980 do adulto com a criany8 que
segundo Cunha (1997) e nessa perspectiva a leitura e colocada como mais uma
imposiyao A ideia de que a leitura vai fazer bem a crianya ou ao jOllem leva - nos a
obriga-Ios a ler como Ihes impomos a colher de remedio a injecl)a a escova de
dente a escola (CUNHA 1997 P 51)
Na perspective de Cunha a leitura nao deve ser imposta 0 905tO pel a
leitura deve ser desenvolvido E necessario que sejam obedecidas as fases de
interesse da criama quanta a leitura apresentadas abaixo
Na primeira fase de aquisicao palo g05tO da leitura delem ser
apresentados a crianB livros de gravuras e dos versos infantis (de 2 a 5 ou 6 anos)
E a fase de egocentrismo em que a crianya faz pouca distin9Bo entre a mundo
externo e 0 interno
Ja a idade entre 5 a 8 ou 9 anos caracteriza-se como a idade do Conto de
Fadas De posse de urna mentalidade magica 0 leitor vai buscar nos contos de
fadas lendas mitos e fabulas a simbologia necessaria a elabora~o de suas
viv~ncias
Partindo para a pre-adolesc(mcia e a idade da Historia ambiental e da
leitura Factual (9 a 12 anos) E a fase intermediaria em que persistem vestfgios do
pensamento magico mas a crianya comeya a orientar-se rna is para a real Via de
regra 0 leitar escolhe neste perfodo historias que Ihe apresentam 0 mundo como
ele e Atraves da percep9iio magica de determinado personagem
Dos 12 a 14 anos considera-se a idade da Historia de Aventuras ou fase de
leitura Psicol6gica orientada para as sensac6es E a perfodo da pre-adolescemcia
em que 0 conhecimento da propria personalidade e 0 desenvolvimento dos
precesses agressives ativam a vivlmcia social e a forma9iio de grupos
21
Nos anos de maturidade ou desenvolvimento da esfera Iitero-8stetica de
leitura (14 a 17 anas) ha a curiosidade pelo descobrimento 0 mundo interior e do
mundo dos valores 0 adolescente parte para a hierarquiza~o dos conceitos e a
organizatao de seu universo Aventuras de conteudo intelectual viagens romances
hist6ricos e biograficos historias de amor literatura engajada e temas relacionados
com as interesses Yocacionais v~o ajuda-Io a orientar-se e estruturar-se como
adullo
A questao mais discutida a raspaito de literatura asta relacionada ao fato de
que as jovens e as crianyas nao h~emmuitos s~o as argumentos como a falta de
condiyao financeira de comprar livre 0 pcuco habito de se frequentar a biblioteca os
atrativos e facilidades do computador e da televisao a falta do Mbito dos pais em
lerem entre Qutras causas Mas pode-se considerar como urn grande problema a
falta de habito de leitura nos pais
As autoras Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que middotpais que
nao leem nao poderao despertar em seus filhos 0 gosto pela leitura Imitativa por
natureza a crian98 encontra na familia a maior incentivo para a leitura (1986 p
03)
Assim e delegada a escola a responsabilidade de introduzir a crianca no
mundo dos livros Cabe a escola desenvolver a cantata com as livros que deve ser
iniciada a mais cedo passivel nao 56 pelo manuseio cama tambem pela hist6ria
contada pela conversa au pelos jogos ritmicos no sentido de fazer a crianca amar a
leitura
Esse contato inicial deve ser pautado pela conquista e nao pela imposiyao
o leitor infantI au a infanto-juvenil ao adquirir 0 905tO pela leitura estara
22
visitando urn mundo novo adquirindo conhecimento e aprimorando seu processo
comunicativo
Assim a literatura infantil como toda a obra de arte exerce uma influemcia
pedag6gica sobre 0 individuo quer pela contribuitao na forma9ao do seu
pensamento quer pelos modelos que apresenta Essa funtao pedag6gica tem
importancia unica jil que a contata com a literatura maida a mente e 0 cora9Ao da
crian98 Assim a literatura infantil tern uma finalidade primckia e fundamental que e a
de promover na crian~ 0 gosto pela beleza da palavra 0 deleite perante a cria9ao
de mundos de ficcao
Para alem dista tern ainda a fun980 de arraigar as palavras no mundo
magico da crian~ permitindo-Ihe nlio s6 entende-Ias e usa-las como tambem
goza-Ias e desfruta-Ias no contexto da imaginataomiddot (WORNICOV WAGNER
RUSSOMANO EWEBER 1986 p 04)
MLer as figuras imaginar a hist6ria e desenvolver mental mente urn emado
s~o atividades que poderiam S8r desenvolvidas na educayao infant A escola
dedica ainda pouco tempo para a laitura e a interpreta~o e masmo para a
produtao de textos Mesmo que nao possuindo ainda a capacidade da escrita deve
- S8 compreender que 0 gosto pela leitura it tambem adquirido pelo simples
manuseio de um livro
Neste sentido vale ressaltar as colocalt6esde Orlandi (1987) que distingue
tres tipos de discurso 0 ludico 0 polemico e 0 autaritaria E dentre os diferentes
tipos de discurso autoritario que encontramos 0 discurso pedag6gico que aqui
interessa na medida em que ele tern responsabilidade marcante na atividade que
engloba 0 processo de ensina de leitura no primeiro grau
Este discurso esla a servivo da escola e esta a serviVOde uma ideologia
23
que contribui para dificultar a encontro do saber institucionalizado com as classes
menes favorecidas Isto ocorre porque 0 professor detem 0 saber e trabalha muitas
vezes sem perceber au ate para mostrar poder mascarando 0 tempo todo
afirmando que a aluno tarnham pade dizer 0 que pensa pode opinar pode sugerir
etc e na realidade nao acontece essa pratica a 0 que sa v~ e uma liberdade
vigiada
Sendo 0 professor 0 dono do saber torna-se modelo leitor por excel~ncia
ficando 0 aluno muitas vezes impossihilitado de pensar de refletir e de criar as
pr6prias condicaes de producao
Dessa forma acontece a leitura que 0 autor citado chama de parafrastica ou
seja a raproducao do sentido que 0 autor da ao texto ao contrario da poliss~mica
que se defina pelos multiplos sentidos que ao texto podem ser atribuidos
De acordo com Wornicov Wagner Russomano e Weber
obras especialmenle escntas para crian((CIsmuitas vezes recebem suarejeiyao outras como Robinson Cru50~ de Daniel DefOe Contes de rnamere Ioye de Charles Perrault ou Visgens de Gulliver de Jonathan Swiftnao originalmente destinado aD publico infantrJ foram incorporadas aoacervo de livros para a inftlncia (1988 p 05)
Ainda segundo as autoras e a aceitacao da obra por parte da crian~ que
determina a sua adequacao 80 publico infantil ou n~o ou seja e a crian~ que deve
encontrar na obra seus interesses a unica adaptacao e com refer~ncia ao
conhecimento e limitacentes da crianya As obras literarias infantis devem ser mais do
que instrumentos para proporcionar hist6ria ou induzir a fantasia como toda a obra
de arte exercem uma influencia pedag6gica sobre a individua quer pel a
contribui~o na forma9ilo do seu pensamenta quer pel os modelos que apresenta
Essa funcao pedag6gica tem importancia unica ja que 0 contato com a
literatura desperta na crianya a seu imaginario Assim a literatura infantil tern urna
24
finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a
beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm
dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya
permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las
no contexto da imagina9ilo
Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel
afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida
do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade
inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade
promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao
Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que
ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser
(1986 p 07)
A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da
crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a
crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0
aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a
escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua
com os livros
Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que
em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)
o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao
sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese
classifica96es devem ser respeitadas e entendidas
Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista
que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a
crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam
ocupam a centro de seus interesses
Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as
estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de
capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas
em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas
hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de
encantamenta
Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das
modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua
imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia
A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au
varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que
rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade
ludica e magica em que vive a crianca
Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou
hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0
seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um
temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa
2S
26
Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das
crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a
socializaltao
Para Froebel
a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)
Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento
para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais
adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a
socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)
Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e
preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera
explicitada a seguir
31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA
A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana
atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no
mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras
Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn
mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo
e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a
crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente
nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente
ausente em animais
27
A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~
em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala
mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos
A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo
porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do
jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da
crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa
submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo
muito diferente
Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de
desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento
habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa
ala fosse maior do que e na realidade
Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o
a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo
pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que
sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz
em sua totalidade bio-psico-social-educacional
E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de
enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e
sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que
ajudam para 0 seu desenvolvimento global
Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais
independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as
28
espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar
inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha
limites e e importante que n~o superestime sues capacidades
o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive
despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao
respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses
valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos
de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a
desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser
multo bern aprimoradas no pre-escolar
A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo
as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em
sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida
A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento
entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0
saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de
reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade
o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao
das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre
para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e
individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa
movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade
ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios
interesses pessoais no desenvolvimento das atividades
29
Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-
escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu
simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras
crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos
As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque
nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas
Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia
de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de
adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e
imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem
o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna
retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de
seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0
habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)
Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos
importantes para aqueles que trabalham com a educaylio
A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada
para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica
30
4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR
Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto
a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern
proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya
retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e
reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a
compreensao do texto par parte da crianya
o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que
ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente
com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0
que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)
A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse
despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao
imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario
Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua
subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia
narrativa
Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer
ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)
31
Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar
divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar
na crianca a g05tO pela literatura
Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU
contaram uma hist6ria
Na 6ptica de Tahan
a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)
E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o
infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento
onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo
Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0
ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos
1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito
2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como
li~o advertlmcia ou canselha
3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas
ou ate masma calculos e fra90es
4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos
5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate
masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco
mental
32
o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias
desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil
enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim
a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)
AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica
para a realizayllo de projetos
Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a
alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas
dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado
e se estao todos proximos suficientes do narrador
A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0
narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e
adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para
narrar historias
Segundo Tahan
Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)
Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as
crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer
Tahan informa
33
os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)
Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e
segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas
pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em
cantata com as criantyas
o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn
texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a
historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta
o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao
socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern
pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que
Ihe eram contadas
Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque
a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)
o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a
escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de
ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo
Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para
poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto
professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco
34
Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur
normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a
participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando
gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com
abras especificas para cada idade das criancas
Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica
e 3 ate 6 anas fase magica
Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn
enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa
integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias
que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza
(humanizadas)
Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a
repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas
outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes
Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras
grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com
certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por
genero
No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes
iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras
Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os
circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)
35
A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os
g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0
romance a novela 0 conto 0 drama etc
Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se
dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a
palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que
empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao
Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou
escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis
tenhamos ou n~o consciencia delas
Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua
peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como
A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna
sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral
o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex
objetos elementos da natureza
A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e
anirnais com urn ensinamento moral
o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre
ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo
A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a
historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas
Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da
magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias
precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais
36
Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre
as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem
Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa
pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a
des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no
processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi
incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario
o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de
informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e
ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de
educa~o
Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e
a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a
narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como
placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis
Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais
principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais
detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no
futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando
com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar
recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos
Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios
dependendo de cada circunstimcia
37
Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel
de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante
Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-
leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a
crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim
gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da
linguagem
Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e
sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a
comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80
livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem
atraves do ludico
Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos
devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au
dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias
o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar
as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a
que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a
compreens~o par parte da crianca
Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram
nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das
maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo
que a rodeia
38
JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)
Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia
essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as
maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a
brincadeira a aprendizado se instala
Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem
basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias
as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para
este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele
que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da
prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade
adulta
A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande
destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca
neste genero litera rio
Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil
devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao
de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar
qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar
deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor
deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure
39
Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido
no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto
pedagogico
Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8
livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com
suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada
Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de
contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta
algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em
conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos
objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a
redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos
de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar
A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os
aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da
participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura
e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da
utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas
41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS
411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos
Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu
surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam
utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a
40
funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas
delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)
bull Boneca contador de hist6rias
As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia
jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-
linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de
pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de
serem proferidos rapidamente)
As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das
mais tfmidas
bull Cria~Ao de final de historia
A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando
pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona
iniciada pel a educadora
o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em
papel
bull Errando as hist6rias
Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas
par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais
ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos
pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam
preocupa~o maior com 0 significado)
Chuva e sol casamento de espanhol
Chuva e sol casamento de caracol
41
bull Fantoches
A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as
crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com
cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas
mas mas manuseando as personagens
bull Gravuras
Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai
apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada
bull Jogo de contar hist6rias
Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos
escralem ou ilustram a hist6ria
a Parlendas e gestos
b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com
as dedas batendo as pes ou as maos etc
c Quadrinhos
d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que
fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por
favor etc
bull Dobraduras
A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas
podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e
ouvindo a magica transformayao do papsl
As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam
a dobradura
Ex dobradura depois recitam
Pinto
o pinto pia
A pipa pinga
Pinga a pipa
a pinto pia
Pinto pia
Pipa pinga
Quanta mais
o pinto pia
Mais a pipa pinga
42
bull Tecnicas de narrativas
Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na
sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil
baseado na autora Susatto (2004)
43
o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter
em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente
aos personagens e aos seus estados e animas
Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam
nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es
segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das
condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto
Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do
abandono dos pais
E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas
narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida
real
Segundo Busatto
Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)
Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser
usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador
reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam
imagens)
U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do
castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim
Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que
se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90
com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da
44
dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus
elementos
DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc
Pianos - altura do movimento
Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic
Forra - intensidade empregado no movimento
Tempo - velocidade com que a movimento e executado
Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo
Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem
preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve
sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de
alunos
45
5 CONSIDERAyOES FINAlS
Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias
tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil
ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes
Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das
transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e
aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem
constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0
conhecimento
A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim
educar para a formayao de cidadaos
No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter
essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para
despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao
magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode
proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa
atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca
passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes
tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor
de seus direitos e deveres como cidadao
A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn
facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do
processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e
participativa
46
Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em
mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir
para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO
pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna
imposicao
o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a
contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a
utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par
leitura
Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da
Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente
com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico
A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que
oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir
para a constru~o de sua autonomia
o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada
pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do
professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no
ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura
Bruner afirma que
e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)
47
Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca
em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern
ao encontro das novas perspectivas de educayao
Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta
nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os
alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais
construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au
informagao
48
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12
Irabalhar com as brinquedos a agricultura a esporte inslrumenlos de olicios
variados canto e Qutros mais
Para Rousseau
nascemos fracos precisamos de forya nascemo5 desprovidos de tudotemos necessidades de 8ssisl~ncia nascemos eshipidos precisamos dejuizo Tudo 0 que nlio temos ao naseer e de que prccisamos adultos enosdado pela educayao EsSlil educac30 nos vern da natureza au dos homensou das coisas 0 desenvolvimento e a educacaodos homens e 0 ganho danossa propria experi~nciasabre 0$ objetos que nos afetam e a educacAodas coisas (1990 p 11)
Para 0 autor a principal finalidade da educacao era ensinar a criancaa viver
exercendo sua liberdade educar 0 atuno para sar urn homern suas ideias
influenciam varias correntes pedag6gicas ate as dias de hoje
Aries (1981) lambem evidencia que a inffmcia ale a seculo XVII n~o era
Iralada de forma diferenciada as crianls assim como para Rousseau (1990) eram
tidas como adultos em miniatura 0 autor relata que nas sociedades tradicionais a
crian~ encontrava-se misturada ao mundo adulto com intensas trocas afetivas fora
da familia e de onde colhia suas aprendizagens 0 seculo XVIII conludo
leslemunharia mudancasna anliga ordem (ARIES 1981 p78)
Com a ascensao da burguesia e na medida em que a sociedade se
industrializava e se modernizava mediante a aquisi~o de novos recursos
tecnologicos a crianca e a familia assumem urn novo lugar A familia tornou-se 0
lugar de afei~o necessaria entre os c6njuges que se exprimiu sobretudo atraves
da importancia alribuida it crianl e a sua educacao(ARIES 1981 p79)
Nesse contexto surge uma nova pedagogia que passa a exigir uma
literatura infantil com uma didatica mais apropriada onde haja incentivo com rela~o
a crialividade da crianl Zilberman (1998) deslaca que a partir desle panorama eque emerge a literatura infantil com as adaptac6esdos classicos e dos contos de
13
fadas Informa que primitivamente os contos folcl6ricos colecionados pelos Irmaos
Grimm e Qutros nao eram fabulosos nem restritos a uma certa ida de
(ZILBERMAN 1998 P 45)
Conforme Zilberman (1998) os contos de fada eram contados por e para
adultos par uma classe mais baixa da sociedade as obras dos irmaos Grimm nao
eram restritas as crian9GIscontava situa95es da vida das classes inferiores fazendo
a conexao com a vida social e a magia do conto tudo e retratado de uma maneira
simb6lica as personagens nao sao percebidos como seres vivos assim com 0
surgimento da nova pedagogia estas obras fcram adaptadas para as jovens
(ZILBERMAN 1998 P 45)
Quem traduziu no Brasil e adaptou as obras dos autores cJassicos para a
juventude foi Carl Jansem Ate en tao nao se aproveitava a tradi9gtio folclorica do
Brasil na constitui9gtio de textos juvenis (ZILBERMAN 1998)
Segundo Cadermartori (1994) a literatura infantil brasileira inicia sob a
egide de urn dos nossos mais destacados inteJectuais Monteiro Lobato
Segundo Zilberman
Monteiro Lobato fllla 0 rompimenlo com 0 clrculo da dependencia dosp~drOes Europeus em sua obra 0 Sitio do Pica Pau Amarelo ele criapersonagens nacionais e a obra vai de um contexto real 0 sitio a umimaginano como 0 reino das aguas passui os personagens tictitios Emiliavisconde e os reeis Pedrtnho nartzinho os folcJ6ricos saci os personagensda mitologia classica como Minotauro dentre outros os magicos com 0burro falanleOs aspectos sociais sao mantidos atraves de personagens(lOmo 0 jeca tatu onde 0 nive social e cuttural t diferente dos personagensprincipais representados por pessoQs reais como a av6 Dona Benta (1 Q96p54)
Monteiro Lobato criou a literatura nacional em um contexte de cenarios
personagens e sugestoes folcloricas que n~o podem ser seguidos por nenhum
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uma carreira de sucessa com seus livros infantis dentre estes Ana Maria Machado
e Ruth Rocha
A literatura infantil dave continuar a sar produzida cuidando para nao haver
uma c6pia do genera utilizado par Monteiro Lobato devendo com isso transpor
fronteiras sando uma literatura composta par uma abordagem rica criativa e didatica
mas fica evidente 0 quanta e diffcil identificar e criar livros infantis de excelente
quaJidade (ZILBERMAN1998)
Assim cabe agora referir ao desenvolvimento da literatura em rela~o ao
Referencial Curricular Nacional (RCN1998)
22 DESENVOLVIMENTO DA L1TERATURA
Com base na leitura do referencial curricular para a educa~o infantil no
capitulo destinado a linguagem e a escrita as crianyas e as praticas de leitura tern
urn grande valor em si masma nao sando necessaria atividades subsequentes
como 0 desenho dos personagens a resposta de perguntas sabre a leitura
dramatiza9iio das historias etc (RCN1998)
A leitura comeya muito cedo na vida do individua ista e a crian9B ja faz a
leitura extralingOistica do seu mundo antes de ir a escola Do ponto de vista
linguistico a conceito de leitura adquire diferentes mudanyas
Segundo Kleiman (1995) a leitura e um processo que vai se definindo
progressivamente a partir da intera980 entre 0 texta e a leitor Nessa processo 0
professor anquanto orientadar vai definindo tarefas progressivas mais complexas e
aos paucos a crianya vai fazendo as retomadas necessarias para compreender 0
texto
15
As instituiyOesde Educayao Infantil podem resgatar a repert6rio de historias
que as criancas ouvem em casa enos ambientes que freqOentam urna vez que
eSS8S hist6rias S9 constituem em rica fonte de informacentes sabre as diversas formas
culturais construindo da sensibilidade das crian9Bs
A aprendizagem da leitura e fundamental para que 0 individuo possa
entender 0 mundo que a cerca bern como S9 posicionar de forma critica diante da
realidade
Segundo Ferrero (1987) muito antes de serem capazes de ler ou escrever
nc sentido convencional do terma as crianyas tentam interpretar as textes com as
quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetiza~o paiS ela na fase da
pre-escola ja faz a sua leitura do mundo
De acordo com 0 pensamento de Lemos (1978) a linguagem oral conta
com recursos diversos timbre de voz entonayao ge5t05 expressao facial contexto
e contato direto com 0 receptor que pade interferir au fazar fluir urn referente na
linguagem escrita 0 qual nem sempre e feito As diverses instituiyaes concebem a
linguagem e a maneira como as criany8s aprendem de modo bastante diferentes
-Na linguagem oral 0 locutor e a interlocutor exercem juntos as funyaes reguladora
organizadora e ativadora dos textos responsaveis pela sua estrutura tessitura au
coeso (LEMOS 1978 p 45)
Na 6tica de Bakhtin (1988) 0 livro isto e 0 ato de fala impresso constitui
igualmente um elemento da comunicayao verbal Ele e objeto de discussoes ativas
sob a forma de dialogo 8 alem disso e feito para ser aprendido de maneira ativa
para ser estudado a fundo comentando e criticando no quadro do discurso interior
sem contar as relac6es impressas institucionalizadas que S8 encontram nas
diferentes esferas da comunicayao verbal
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Bakhtin (1988) explica que a leitura tem side motivo de estudos de muitos
especialistas preocupados em verificar como S9 dil a partir de visualizacao de
simbolo gn3fico 0 entendimento total de urn texto 0 eutor verificou que a processo
de leitura S8 fez atraves de Ires etapas a primeira ocorre com 0 reconhecimento do
que esta escrito a segunda e a de compreensao atraves de interferencias e
formulacao de hip6teses e a terceira etape ocorr9 a interpreta~o propria mente dite
po is 0 lei tor mantem dialogicidade com 0 texto
Bakhtin informa que a laitura e como urn momento de criatividade no qual 0
leitor necessita reconhecer e aeionar as conhecimentos que ja tern para adquirir
noves e julga-Ios de forma critica Assim a laitura de hist6rias e urn momento em
que a crian~ pode conhecer a forma de viver pensar agir e 0 universo de valores
costumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares
que nao 0 seu (ReN 1998)
Assim desenvolver a leitura no aluno a funcao da escola que deve
respaitar a laitura de mundo que ale traz a partir de suas experiencias sociais ou
seja sua intera~o com outros individuos e com varias inforrnacentes veiculadas palos
meios de comunicacao de massas principalmente a televis~o
Para melhor compreensao dessa afirmativa Ferreiro e Teberosky (1986)
explicam que a sujeito que conhecemos atravas da teoria de Piaget e urn sujeito
que procura atividade de compreender a mundo que 0 rodeia e trata de resolver as
integra90es que esse mundo provoca ~ urn sujeito que aprende basicamente
atravas de suas proprias categorias de pensamento aD masmo tempo em que
organiza seu mundo
Segundo Ferreiro (1987) muito antes de serem capazes de ler au escrever
no sentido convencional do termo as criancas tantam interpretar as textos com os
17
quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetizacao pais ela na fase
pre-escolar ja faz a sua leitura do mundo
Verifica~se nessas leituras que a crianya dave sar urn agente ativa e
determinado no seu desenvoJvimento conforme Kleiman (1995) a leitura e urn
processo que vai definindo progressivamente a relaao texto e leitor e e no
ambiente alfabetizador que a crian98 tem a oportunidade de agir em liberdade para
aprender e desenvolver seus conceitos cognitivos e afetivos
Como conceito de literatura atualmente as dicionarios apresentam as
seguintes sentidos conjunto de obras que versam sabre temas especificos literatura
policial Iiteratura picaresC8 literatura de terror
A literatura na 6tica de Ferreiro
e a representa~o de urna visao do mundo slem de uma tarnada deposiyAo diante dele Tal posicionamento centraliza lIssim suas atenyOesno criador de literatura e ns imita~o da natureza compreendida comoc6pia ou reproduQAoA linguagem e vista como mero ve[culo dessacomunicacao(1987 p 56)
De posse dos conceitos sabre literatura e necessaria cempreender seu
vinculo com a crianca e 0 hJdico A palavra ludice vern do latim ludus e significa
brincar Segundo Rojas (1991) neste brincar estao inclufdos os jogos brinquedos e
divertimentos A funcao educativa do joga permite a aprendizagem do individua seu
conhecimento e sua interpretacao de mundo Por meio da brincadeira a crianca
envolve-se no jogo e sente a necessidade de partilhar com a outro Assim brincando
e jogando ela tera oportunidade de desenvolver capacidades indispensaveis a sua
vida futura
A autora afirma que atraves do jogo de papais a crian98 lida com experi~ncias
que ainda n~o consegue realizar no mundo real
Para Rojas
o brinquedo e a essMcia da infQnciae seu usa permite urn trabalhopedag6gico Que possibilita a produ9fio do conhecimento e tambem aestimula~o da afetividade na crianta A crtan9lJ estabelece com 0
18
brinquedo uma relaltao natural e consegue extravasar suas angostias epaixOes SUDS slegrias e tristezBS suas agressividade5 e passividade(1991 pS)
Dando continuidade a importancia do udico na vida da crian98 0 pr6ximo
capitulo discorre sabre a complexa rela9lo entre a leitura e a trabalho pedag6gico
que incentiva au nao 0 vinculo com a literatura
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3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA
Na vis~o de Klein e Schafaschek (1990) a processo pedagogico consiste na
transmissao do conhecimento de sua hist6ria assim sera mostrado 0 movimento
historico da linguagem oral e escrita
A linguagem e a consci~ncja sao resultados da ayAo coletiva que as
homens desenvolveram
Segundo Bakhtin
e a linguagem portanto enquanto possibilidade de representa~o logo deabslratao e generalizacAo das caracteristicas do mundo exterior quepossibilila a passagem da con5Ci~ndasensivel a conscilncia racional daoperaylo com objetos concretos com conceitos au representaffOes (1988p32)
Passa~se entaD para uma representayao da linguagem escrita Assim 0
processo da alfabetizacao dave tar reconhecimento do texto oral e escrito e
compreende seu total entendimento Ler nao e somente decifrar simbolos graficos
mas buscar a compreensao das mensagens contidas em suas linhas e entrelinhas
Segundo Cunha (1997) a adulto nao tem a habito de ler e coloca em
diversas situavoos suas justjficativas para 0 pouco tempo que disponibiliza para a
leltura ou seja essa suposi~o de que a crian~ nao se interessa pelo livra e
apenas a refiexo do proprio desinteresse do adulto par tal objeto (CUNHA 1997 p
48)
Nesse contexto a partjcipayao do professor e importante pois este sera 0
mediador entre a crian98 e 0 conhecimento facilitando 0 processo de aquisj~o da
cultura Dai a ideia de que a produ91ioda linguagem oral e escrita e resultado de
um esforyo de produ91iodos homens e desenvolveu-se atraves da necessidade da
mediayiio de um professor
20
Dentro desta perspectiva tem-se re18980 do adulto com a criany8 que
segundo Cunha (1997) e nessa perspectiva a leitura e colocada como mais uma
imposiyao A ideia de que a leitura vai fazer bem a crianya ou ao jOllem leva - nos a
obriga-Ios a ler como Ihes impomos a colher de remedio a injecl)a a escova de
dente a escola (CUNHA 1997 P 51)
Na perspective de Cunha a leitura nao deve ser imposta 0 905tO pel a
leitura deve ser desenvolvido E necessario que sejam obedecidas as fases de
interesse da criama quanta a leitura apresentadas abaixo
Na primeira fase de aquisicao palo g05tO da leitura delem ser
apresentados a crianB livros de gravuras e dos versos infantis (de 2 a 5 ou 6 anos)
E a fase de egocentrismo em que a crianya faz pouca distin9Bo entre a mundo
externo e 0 interno
Ja a idade entre 5 a 8 ou 9 anos caracteriza-se como a idade do Conto de
Fadas De posse de urna mentalidade magica 0 leitor vai buscar nos contos de
fadas lendas mitos e fabulas a simbologia necessaria a elabora~o de suas
viv~ncias
Partindo para a pre-adolesc(mcia e a idade da Historia ambiental e da
leitura Factual (9 a 12 anos) E a fase intermediaria em que persistem vestfgios do
pensamento magico mas a crianya comeya a orientar-se rna is para a real Via de
regra 0 leitar escolhe neste perfodo historias que Ihe apresentam 0 mundo como
ele e Atraves da percep9iio magica de determinado personagem
Dos 12 a 14 anos considera-se a idade da Historia de Aventuras ou fase de
leitura Psicol6gica orientada para as sensac6es E a perfodo da pre-adolescemcia
em que 0 conhecimento da propria personalidade e 0 desenvolvimento dos
precesses agressives ativam a vivlmcia social e a forma9iio de grupos
21
Nos anos de maturidade ou desenvolvimento da esfera Iitero-8stetica de
leitura (14 a 17 anas) ha a curiosidade pelo descobrimento 0 mundo interior e do
mundo dos valores 0 adolescente parte para a hierarquiza~o dos conceitos e a
organizatao de seu universo Aventuras de conteudo intelectual viagens romances
hist6ricos e biograficos historias de amor literatura engajada e temas relacionados
com as interesses Yocacionais v~o ajuda-Io a orientar-se e estruturar-se como
adullo
A questao mais discutida a raspaito de literatura asta relacionada ao fato de
que as jovens e as crianyas nao h~emmuitos s~o as argumentos como a falta de
condiyao financeira de comprar livre 0 pcuco habito de se frequentar a biblioteca os
atrativos e facilidades do computador e da televisao a falta do Mbito dos pais em
lerem entre Qutras causas Mas pode-se considerar como urn grande problema a
falta de habito de leitura nos pais
As autoras Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que middotpais que
nao leem nao poderao despertar em seus filhos 0 gosto pela leitura Imitativa por
natureza a crian98 encontra na familia a maior incentivo para a leitura (1986 p
03)
Assim e delegada a escola a responsabilidade de introduzir a crianca no
mundo dos livros Cabe a escola desenvolver a cantata com as livros que deve ser
iniciada a mais cedo passivel nao 56 pelo manuseio cama tambem pela hist6ria
contada pela conversa au pelos jogos ritmicos no sentido de fazer a crianca amar a
leitura
Esse contato inicial deve ser pautado pela conquista e nao pela imposiyao
o leitor infantI au a infanto-juvenil ao adquirir 0 905tO pela leitura estara
22
visitando urn mundo novo adquirindo conhecimento e aprimorando seu processo
comunicativo
Assim a literatura infantil como toda a obra de arte exerce uma influemcia
pedag6gica sobre 0 individuo quer pela contribuitao na forma9ao do seu
pensamento quer pelos modelos que apresenta Essa funtao pedag6gica tem
importancia unica jil que a contata com a literatura maida a mente e 0 cora9Ao da
crian98 Assim a literatura infantil tern uma finalidade primckia e fundamental que e a
de promover na crian~ 0 gosto pela beleza da palavra 0 deleite perante a cria9ao
de mundos de ficcao
Para alem dista tern ainda a fun980 de arraigar as palavras no mundo
magico da crian~ permitindo-Ihe nlio s6 entende-Ias e usa-las como tambem
goza-Ias e desfruta-Ias no contexto da imaginataomiddot (WORNICOV WAGNER
RUSSOMANO EWEBER 1986 p 04)
MLer as figuras imaginar a hist6ria e desenvolver mental mente urn emado
s~o atividades que poderiam S8r desenvolvidas na educayao infant A escola
dedica ainda pouco tempo para a laitura e a interpreta~o e masmo para a
produtao de textos Mesmo que nao possuindo ainda a capacidade da escrita deve
- S8 compreender que 0 gosto pela leitura it tambem adquirido pelo simples
manuseio de um livro
Neste sentido vale ressaltar as colocalt6esde Orlandi (1987) que distingue
tres tipos de discurso 0 ludico 0 polemico e 0 autaritaria E dentre os diferentes
tipos de discurso autoritario que encontramos 0 discurso pedag6gico que aqui
interessa na medida em que ele tern responsabilidade marcante na atividade que
engloba 0 processo de ensina de leitura no primeiro grau
Este discurso esla a servivo da escola e esta a serviVOde uma ideologia
23
que contribui para dificultar a encontro do saber institucionalizado com as classes
menes favorecidas Isto ocorre porque 0 professor detem 0 saber e trabalha muitas
vezes sem perceber au ate para mostrar poder mascarando 0 tempo todo
afirmando que a aluno tarnham pade dizer 0 que pensa pode opinar pode sugerir
etc e na realidade nao acontece essa pratica a 0 que sa v~ e uma liberdade
vigiada
Sendo 0 professor 0 dono do saber torna-se modelo leitor por excel~ncia
ficando 0 aluno muitas vezes impossihilitado de pensar de refletir e de criar as
pr6prias condicaes de producao
Dessa forma acontece a leitura que 0 autor citado chama de parafrastica ou
seja a raproducao do sentido que 0 autor da ao texto ao contrario da poliss~mica
que se defina pelos multiplos sentidos que ao texto podem ser atribuidos
De acordo com Wornicov Wagner Russomano e Weber
obras especialmenle escntas para crian((CIsmuitas vezes recebem suarejeiyao outras como Robinson Cru50~ de Daniel DefOe Contes de rnamere Ioye de Charles Perrault ou Visgens de Gulliver de Jonathan Swiftnao originalmente destinado aD publico infantrJ foram incorporadas aoacervo de livros para a inftlncia (1988 p 05)
Ainda segundo as autoras e a aceitacao da obra por parte da crian~ que
determina a sua adequacao 80 publico infantil ou n~o ou seja e a crian~ que deve
encontrar na obra seus interesses a unica adaptacao e com refer~ncia ao
conhecimento e limitacentes da crianya As obras literarias infantis devem ser mais do
que instrumentos para proporcionar hist6ria ou induzir a fantasia como toda a obra
de arte exercem uma influencia pedag6gica sobre a individua quer pel a
contribui~o na forma9ilo do seu pensamenta quer pel os modelos que apresenta
Essa funcao pedag6gica tem importancia unica ja que 0 contato com a
literatura desperta na crianya a seu imaginario Assim a literatura infantil tern urna
24
finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a
beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm
dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya
permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las
no contexto da imagina9ilo
Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel
afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida
do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade
inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade
promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao
Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que
ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser
(1986 p 07)
A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da
crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a
crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0
aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a
escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua
com os livros
Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que
em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)
o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao
sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese
classifica96es devem ser respeitadas e entendidas
Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista
que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a
crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam
ocupam a centro de seus interesses
Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as
estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de
capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas
em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas
hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de
encantamenta
Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das
modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua
imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia
A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au
varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que
rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade
ludica e magica em que vive a crianca
Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou
hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0
seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um
temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa
2S
26
Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das
crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a
socializaltao
Para Froebel
a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)
Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento
para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais
adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a
socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)
Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e
preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera
explicitada a seguir
31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA
A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana
atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no
mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras
Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn
mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo
e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a
crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente
nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente
ausente em animais
27
A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~
em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala
mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos
A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo
porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do
jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da
crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa
submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo
muito diferente
Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de
desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento
habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa
ala fosse maior do que e na realidade
Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o
a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo
pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que
sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz
em sua totalidade bio-psico-social-educacional
E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de
enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e
sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que
ajudam para 0 seu desenvolvimento global
Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais
independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as
28
espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar
inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha
limites e e importante que n~o superestime sues capacidades
o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive
despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao
respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses
valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos
de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a
desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser
multo bern aprimoradas no pre-escolar
A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo
as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em
sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida
A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento
entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0
saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de
reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade
o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao
das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre
para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e
individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa
movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade
ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios
interesses pessoais no desenvolvimento das atividades
29
Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-
escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu
simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras
crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos
As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque
nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas
Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia
de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de
adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e
imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem
o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna
retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de
seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0
habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)
Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos
importantes para aqueles que trabalham com a educaylio
A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada
para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica
30
4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR
Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto
a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern
proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya
retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e
reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a
compreensao do texto par parte da crianya
o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que
ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente
com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0
que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)
A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse
despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao
imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario
Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua
subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia
narrativa
Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer
ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)
31
Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar
divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar
na crianca a g05tO pela literatura
Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU
contaram uma hist6ria
Na 6ptica de Tahan
a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)
E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o
infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento
onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo
Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0
ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos
1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito
2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como
li~o advertlmcia ou canselha
3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas
ou ate masma calculos e fra90es
4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos
5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate
masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco
mental
32
o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias
desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil
enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim
a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)
AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica
para a realizayllo de projetos
Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a
alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas
dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado
e se estao todos proximos suficientes do narrador
A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0
narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e
adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para
narrar historias
Segundo Tahan
Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)
Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as
crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer
Tahan informa
33
os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)
Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e
segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas
pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em
cantata com as criantyas
o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn
texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a
historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta
o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao
socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern
pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que
Ihe eram contadas
Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque
a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)
o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a
escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de
ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo
Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para
poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto
professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco
34
Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur
normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a
participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando
gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com
abras especificas para cada idade das criancas
Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica
e 3 ate 6 anas fase magica
Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn
enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa
integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias
que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza
(humanizadas)
Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a
repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas
outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes
Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras
grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com
certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por
genero
No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes
iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras
Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os
circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)
35
A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os
g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0
romance a novela 0 conto 0 drama etc
Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se
dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a
palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que
empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao
Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou
escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis
tenhamos ou n~o consciencia delas
Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua
peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como
A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna
sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral
o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex
objetos elementos da natureza
A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e
anirnais com urn ensinamento moral
o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre
ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo
A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a
historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas
Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da
magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias
precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais
36
Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre
as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem
Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa
pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a
des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no
processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi
incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario
o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de
informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e
ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de
educa~o
Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e
a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a
narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como
placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis
Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais
principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais
detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no
futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando
com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar
recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos
Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios
dependendo de cada circunstimcia
37
Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel
de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante
Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-
leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a
crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim
gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da
linguagem
Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e
sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a
comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80
livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem
atraves do ludico
Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos
devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au
dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias
o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar
as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a
que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a
compreens~o par parte da crianca
Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram
nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das
maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo
que a rodeia
38
JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)
Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia
essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as
maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a
brincadeira a aprendizado se instala
Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem
basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias
as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para
este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele
que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da
prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade
adulta
A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande
destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca
neste genero litera rio
Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil
devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao
de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar
qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar
deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor
deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure
39
Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido
no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto
pedagogico
Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8
livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com
suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada
Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de
contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta
algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em
conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos
objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a
redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos
de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar
A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os
aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da
participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura
e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da
utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas
41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS
411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos
Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu
surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam
utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a
40
funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas
delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)
bull Boneca contador de hist6rias
As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia
jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-
linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de
pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de
serem proferidos rapidamente)
As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das
mais tfmidas
bull Cria~Ao de final de historia
A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando
pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona
iniciada pel a educadora
o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em
papel
bull Errando as hist6rias
Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas
par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais
ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos
pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam
preocupa~o maior com 0 significado)
Chuva e sol casamento de espanhol
Chuva e sol casamento de caracol
41
bull Fantoches
A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as
crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com
cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas
mas mas manuseando as personagens
bull Gravuras
Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai
apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada
bull Jogo de contar hist6rias
Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos
escralem ou ilustram a hist6ria
a Parlendas e gestos
b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com
as dedas batendo as pes ou as maos etc
c Quadrinhos
d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que
fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por
favor etc
bull Dobraduras
A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas
podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e
ouvindo a magica transformayao do papsl
As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam
a dobradura
Ex dobradura depois recitam
Pinto
o pinto pia
A pipa pinga
Pinga a pipa
a pinto pia
Pinto pia
Pipa pinga
Quanta mais
o pinto pia
Mais a pipa pinga
42
bull Tecnicas de narrativas
Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na
sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil
baseado na autora Susatto (2004)
43
o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter
em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente
aos personagens e aos seus estados e animas
Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam
nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es
segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das
condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto
Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do
abandono dos pais
E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas
narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida
real
Segundo Busatto
Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)
Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser
usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador
reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam
imagens)
U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do
castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim
Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que
se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90
com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da
44
dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus
elementos
DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc
Pianos - altura do movimento
Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic
Forra - intensidade empregado no movimento
Tempo - velocidade com que a movimento e executado
Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo
Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem
preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve
sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de
alunos
45
5 CONSIDERAyOES FINAlS
Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias
tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil
ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes
Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das
transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e
aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem
constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0
conhecimento
A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim
educar para a formayao de cidadaos
No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter
essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para
despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao
magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode
proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa
atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca
passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes
tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor
de seus direitos e deveres como cidadao
A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn
facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do
processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e
participativa
46
Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em
mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir
para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO
pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna
imposicao
o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a
contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a
utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par
leitura
Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da
Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente
com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico
A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que
oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir
para a constru~o de sua autonomia
o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada
pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do
professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no
ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura
Bruner afirma que
e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)
47
Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca
em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern
ao encontro das novas perspectivas de educayao
Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta
nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os
alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais
construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au
informagao
48
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13
fadas Informa que primitivamente os contos folcl6ricos colecionados pelos Irmaos
Grimm e Qutros nao eram fabulosos nem restritos a uma certa ida de
(ZILBERMAN 1998 P 45)
Conforme Zilberman (1998) os contos de fada eram contados por e para
adultos par uma classe mais baixa da sociedade as obras dos irmaos Grimm nao
eram restritas as crian9GIscontava situa95es da vida das classes inferiores fazendo
a conexao com a vida social e a magia do conto tudo e retratado de uma maneira
simb6lica as personagens nao sao percebidos como seres vivos assim com 0
surgimento da nova pedagogia estas obras fcram adaptadas para as jovens
(ZILBERMAN 1998 P 45)
Quem traduziu no Brasil e adaptou as obras dos autores cJassicos para a
juventude foi Carl Jansem Ate en tao nao se aproveitava a tradi9gtio folclorica do
Brasil na constitui9gtio de textos juvenis (ZILBERMAN 1998)
Segundo Cadermartori (1994) a literatura infantil brasileira inicia sob a
egide de urn dos nossos mais destacados inteJectuais Monteiro Lobato
Segundo Zilberman
Monteiro Lobato fllla 0 rompimenlo com 0 clrculo da dependencia dosp~drOes Europeus em sua obra 0 Sitio do Pica Pau Amarelo ele criapersonagens nacionais e a obra vai de um contexto real 0 sitio a umimaginano como 0 reino das aguas passui os personagens tictitios Emiliavisconde e os reeis Pedrtnho nartzinho os folcJ6ricos saci os personagensda mitologia classica como Minotauro dentre outros os magicos com 0burro falanleOs aspectos sociais sao mantidos atraves de personagens(lOmo 0 jeca tatu onde 0 nive social e cuttural t diferente dos personagensprincipais representados por pessoQs reais como a av6 Dona Benta (1 Q96p54)
Monteiro Lobato criou a literatura nacional em um contexte de cenarios
personagens e sugestoes folcloricas que n~o podem ser seguidos por nenhum
14
uma carreira de sucessa com seus livros infantis dentre estes Ana Maria Machado
e Ruth Rocha
A literatura infantil dave continuar a sar produzida cuidando para nao haver
uma c6pia do genera utilizado par Monteiro Lobato devendo com isso transpor
fronteiras sando uma literatura composta par uma abordagem rica criativa e didatica
mas fica evidente 0 quanta e diffcil identificar e criar livros infantis de excelente
quaJidade (ZILBERMAN1998)
Assim cabe agora referir ao desenvolvimento da literatura em rela~o ao
Referencial Curricular Nacional (RCN1998)
22 DESENVOLVIMENTO DA L1TERATURA
Com base na leitura do referencial curricular para a educa~o infantil no
capitulo destinado a linguagem e a escrita as crianyas e as praticas de leitura tern
urn grande valor em si masma nao sando necessaria atividades subsequentes
como 0 desenho dos personagens a resposta de perguntas sabre a leitura
dramatiza9iio das historias etc (RCN1998)
A leitura comeya muito cedo na vida do individua ista e a crian9B ja faz a
leitura extralingOistica do seu mundo antes de ir a escola Do ponto de vista
linguistico a conceito de leitura adquire diferentes mudanyas
Segundo Kleiman (1995) a leitura e um processo que vai se definindo
progressivamente a partir da intera980 entre 0 texta e a leitor Nessa processo 0
professor anquanto orientadar vai definindo tarefas progressivas mais complexas e
aos paucos a crianya vai fazendo as retomadas necessarias para compreender 0
texto
15
As instituiyOesde Educayao Infantil podem resgatar a repert6rio de historias
que as criancas ouvem em casa enos ambientes que freqOentam urna vez que
eSS8S hist6rias S9 constituem em rica fonte de informacentes sabre as diversas formas
culturais construindo da sensibilidade das crian9Bs
A aprendizagem da leitura e fundamental para que 0 individuo possa
entender 0 mundo que a cerca bern como S9 posicionar de forma critica diante da
realidade
Segundo Ferrero (1987) muito antes de serem capazes de ler ou escrever
nc sentido convencional do terma as crianyas tentam interpretar as textes com as
quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetiza~o paiS ela na fase da
pre-escola ja faz a sua leitura do mundo
De acordo com 0 pensamento de Lemos (1978) a linguagem oral conta
com recursos diversos timbre de voz entonayao ge5t05 expressao facial contexto
e contato direto com 0 receptor que pade interferir au fazar fluir urn referente na
linguagem escrita 0 qual nem sempre e feito As diverses instituiyaes concebem a
linguagem e a maneira como as criany8s aprendem de modo bastante diferentes
-Na linguagem oral 0 locutor e a interlocutor exercem juntos as funyaes reguladora
organizadora e ativadora dos textos responsaveis pela sua estrutura tessitura au
coeso (LEMOS 1978 p 45)
Na 6tica de Bakhtin (1988) 0 livro isto e 0 ato de fala impresso constitui
igualmente um elemento da comunicayao verbal Ele e objeto de discussoes ativas
sob a forma de dialogo 8 alem disso e feito para ser aprendido de maneira ativa
para ser estudado a fundo comentando e criticando no quadro do discurso interior
sem contar as relac6es impressas institucionalizadas que S8 encontram nas
diferentes esferas da comunicayao verbal
16
Bakhtin (1988) explica que a leitura tem side motivo de estudos de muitos
especialistas preocupados em verificar como S9 dil a partir de visualizacao de
simbolo gn3fico 0 entendimento total de urn texto 0 eutor verificou que a processo
de leitura S8 fez atraves de Ires etapas a primeira ocorre com 0 reconhecimento do
que esta escrito a segunda e a de compreensao atraves de interferencias e
formulacao de hip6teses e a terceira etape ocorr9 a interpreta~o propria mente dite
po is 0 lei tor mantem dialogicidade com 0 texto
Bakhtin informa que a laitura e como urn momento de criatividade no qual 0
leitor necessita reconhecer e aeionar as conhecimentos que ja tern para adquirir
noves e julga-Ios de forma critica Assim a laitura de hist6rias e urn momento em
que a crian~ pode conhecer a forma de viver pensar agir e 0 universo de valores
costumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares
que nao 0 seu (ReN 1998)
Assim desenvolver a leitura no aluno a funcao da escola que deve
respaitar a laitura de mundo que ale traz a partir de suas experiencias sociais ou
seja sua intera~o com outros individuos e com varias inforrnacentes veiculadas palos
meios de comunicacao de massas principalmente a televis~o
Para melhor compreensao dessa afirmativa Ferreiro e Teberosky (1986)
explicam que a sujeito que conhecemos atravas da teoria de Piaget e urn sujeito
que procura atividade de compreender a mundo que 0 rodeia e trata de resolver as
integra90es que esse mundo provoca ~ urn sujeito que aprende basicamente
atravas de suas proprias categorias de pensamento aD masmo tempo em que
organiza seu mundo
Segundo Ferreiro (1987) muito antes de serem capazes de ler au escrever
no sentido convencional do termo as criancas tantam interpretar as textos com os
17
quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetizacao pais ela na fase
pre-escolar ja faz a sua leitura do mundo
Verifica~se nessas leituras que a crianya dave sar urn agente ativa e
determinado no seu desenvoJvimento conforme Kleiman (1995) a leitura e urn
processo que vai definindo progressivamente a relaao texto e leitor e e no
ambiente alfabetizador que a crian98 tem a oportunidade de agir em liberdade para
aprender e desenvolver seus conceitos cognitivos e afetivos
Como conceito de literatura atualmente as dicionarios apresentam as
seguintes sentidos conjunto de obras que versam sabre temas especificos literatura
policial Iiteratura picaresC8 literatura de terror
A literatura na 6tica de Ferreiro
e a representa~o de urna visao do mundo slem de uma tarnada deposiyAo diante dele Tal posicionamento centraliza lIssim suas atenyOesno criador de literatura e ns imita~o da natureza compreendida comoc6pia ou reproduQAoA linguagem e vista como mero ve[culo dessacomunicacao(1987 p 56)
De posse dos conceitos sabre literatura e necessaria cempreender seu
vinculo com a crianca e 0 hJdico A palavra ludice vern do latim ludus e significa
brincar Segundo Rojas (1991) neste brincar estao inclufdos os jogos brinquedos e
divertimentos A funcao educativa do joga permite a aprendizagem do individua seu
conhecimento e sua interpretacao de mundo Por meio da brincadeira a crianca
envolve-se no jogo e sente a necessidade de partilhar com a outro Assim brincando
e jogando ela tera oportunidade de desenvolver capacidades indispensaveis a sua
vida futura
A autora afirma que atraves do jogo de papais a crian98 lida com experi~ncias
que ainda n~o consegue realizar no mundo real
Para Rojas
o brinquedo e a essMcia da infQnciae seu usa permite urn trabalhopedag6gico Que possibilita a produ9fio do conhecimento e tambem aestimula~o da afetividade na crianta A crtan9lJ estabelece com 0
18
brinquedo uma relaltao natural e consegue extravasar suas angostias epaixOes SUDS slegrias e tristezBS suas agressividade5 e passividade(1991 pS)
Dando continuidade a importancia do udico na vida da crian98 0 pr6ximo
capitulo discorre sabre a complexa rela9lo entre a leitura e a trabalho pedag6gico
que incentiva au nao 0 vinculo com a literatura
19
3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA
Na vis~o de Klein e Schafaschek (1990) a processo pedagogico consiste na
transmissao do conhecimento de sua hist6ria assim sera mostrado 0 movimento
historico da linguagem oral e escrita
A linguagem e a consci~ncja sao resultados da ayAo coletiva que as
homens desenvolveram
Segundo Bakhtin
e a linguagem portanto enquanto possibilidade de representa~o logo deabslratao e generalizacAo das caracteristicas do mundo exterior quepossibilila a passagem da con5Ci~ndasensivel a conscilncia racional daoperaylo com objetos concretos com conceitos au representaffOes (1988p32)
Passa~se entaD para uma representayao da linguagem escrita Assim 0
processo da alfabetizacao dave tar reconhecimento do texto oral e escrito e
compreende seu total entendimento Ler nao e somente decifrar simbolos graficos
mas buscar a compreensao das mensagens contidas em suas linhas e entrelinhas
Segundo Cunha (1997) a adulto nao tem a habito de ler e coloca em
diversas situavoos suas justjficativas para 0 pouco tempo que disponibiliza para a
leltura ou seja essa suposi~o de que a crian~ nao se interessa pelo livra e
apenas a refiexo do proprio desinteresse do adulto par tal objeto (CUNHA 1997 p
48)
Nesse contexto a partjcipayao do professor e importante pois este sera 0
mediador entre a crian98 e 0 conhecimento facilitando 0 processo de aquisj~o da
cultura Dai a ideia de que a produ91ioda linguagem oral e escrita e resultado de
um esforyo de produ91iodos homens e desenvolveu-se atraves da necessidade da
mediayiio de um professor
20
Dentro desta perspectiva tem-se re18980 do adulto com a criany8 que
segundo Cunha (1997) e nessa perspectiva a leitura e colocada como mais uma
imposiyao A ideia de que a leitura vai fazer bem a crianya ou ao jOllem leva - nos a
obriga-Ios a ler como Ihes impomos a colher de remedio a injecl)a a escova de
dente a escola (CUNHA 1997 P 51)
Na perspective de Cunha a leitura nao deve ser imposta 0 905tO pel a
leitura deve ser desenvolvido E necessario que sejam obedecidas as fases de
interesse da criama quanta a leitura apresentadas abaixo
Na primeira fase de aquisicao palo g05tO da leitura delem ser
apresentados a crianB livros de gravuras e dos versos infantis (de 2 a 5 ou 6 anos)
E a fase de egocentrismo em que a crianya faz pouca distin9Bo entre a mundo
externo e 0 interno
Ja a idade entre 5 a 8 ou 9 anos caracteriza-se como a idade do Conto de
Fadas De posse de urna mentalidade magica 0 leitor vai buscar nos contos de
fadas lendas mitos e fabulas a simbologia necessaria a elabora~o de suas
viv~ncias
Partindo para a pre-adolesc(mcia e a idade da Historia ambiental e da
leitura Factual (9 a 12 anos) E a fase intermediaria em que persistem vestfgios do
pensamento magico mas a crianya comeya a orientar-se rna is para a real Via de
regra 0 leitar escolhe neste perfodo historias que Ihe apresentam 0 mundo como
ele e Atraves da percep9iio magica de determinado personagem
Dos 12 a 14 anos considera-se a idade da Historia de Aventuras ou fase de
leitura Psicol6gica orientada para as sensac6es E a perfodo da pre-adolescemcia
em que 0 conhecimento da propria personalidade e 0 desenvolvimento dos
precesses agressives ativam a vivlmcia social e a forma9iio de grupos
21
Nos anos de maturidade ou desenvolvimento da esfera Iitero-8stetica de
leitura (14 a 17 anas) ha a curiosidade pelo descobrimento 0 mundo interior e do
mundo dos valores 0 adolescente parte para a hierarquiza~o dos conceitos e a
organizatao de seu universo Aventuras de conteudo intelectual viagens romances
hist6ricos e biograficos historias de amor literatura engajada e temas relacionados
com as interesses Yocacionais v~o ajuda-Io a orientar-se e estruturar-se como
adullo
A questao mais discutida a raspaito de literatura asta relacionada ao fato de
que as jovens e as crianyas nao h~emmuitos s~o as argumentos como a falta de
condiyao financeira de comprar livre 0 pcuco habito de se frequentar a biblioteca os
atrativos e facilidades do computador e da televisao a falta do Mbito dos pais em
lerem entre Qutras causas Mas pode-se considerar como urn grande problema a
falta de habito de leitura nos pais
As autoras Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que middotpais que
nao leem nao poderao despertar em seus filhos 0 gosto pela leitura Imitativa por
natureza a crian98 encontra na familia a maior incentivo para a leitura (1986 p
03)
Assim e delegada a escola a responsabilidade de introduzir a crianca no
mundo dos livros Cabe a escola desenvolver a cantata com as livros que deve ser
iniciada a mais cedo passivel nao 56 pelo manuseio cama tambem pela hist6ria
contada pela conversa au pelos jogos ritmicos no sentido de fazer a crianca amar a
leitura
Esse contato inicial deve ser pautado pela conquista e nao pela imposiyao
o leitor infantI au a infanto-juvenil ao adquirir 0 905tO pela leitura estara
22
visitando urn mundo novo adquirindo conhecimento e aprimorando seu processo
comunicativo
Assim a literatura infantil como toda a obra de arte exerce uma influemcia
pedag6gica sobre 0 individuo quer pela contribuitao na forma9ao do seu
pensamento quer pelos modelos que apresenta Essa funtao pedag6gica tem
importancia unica jil que a contata com a literatura maida a mente e 0 cora9Ao da
crian98 Assim a literatura infantil tern uma finalidade primckia e fundamental que e a
de promover na crian~ 0 gosto pela beleza da palavra 0 deleite perante a cria9ao
de mundos de ficcao
Para alem dista tern ainda a fun980 de arraigar as palavras no mundo
magico da crian~ permitindo-Ihe nlio s6 entende-Ias e usa-las como tambem
goza-Ias e desfruta-Ias no contexto da imaginataomiddot (WORNICOV WAGNER
RUSSOMANO EWEBER 1986 p 04)
MLer as figuras imaginar a hist6ria e desenvolver mental mente urn emado
s~o atividades que poderiam S8r desenvolvidas na educayao infant A escola
dedica ainda pouco tempo para a laitura e a interpreta~o e masmo para a
produtao de textos Mesmo que nao possuindo ainda a capacidade da escrita deve
- S8 compreender que 0 gosto pela leitura it tambem adquirido pelo simples
manuseio de um livro
Neste sentido vale ressaltar as colocalt6esde Orlandi (1987) que distingue
tres tipos de discurso 0 ludico 0 polemico e 0 autaritaria E dentre os diferentes
tipos de discurso autoritario que encontramos 0 discurso pedag6gico que aqui
interessa na medida em que ele tern responsabilidade marcante na atividade que
engloba 0 processo de ensina de leitura no primeiro grau
Este discurso esla a servivo da escola e esta a serviVOde uma ideologia
23
que contribui para dificultar a encontro do saber institucionalizado com as classes
menes favorecidas Isto ocorre porque 0 professor detem 0 saber e trabalha muitas
vezes sem perceber au ate para mostrar poder mascarando 0 tempo todo
afirmando que a aluno tarnham pade dizer 0 que pensa pode opinar pode sugerir
etc e na realidade nao acontece essa pratica a 0 que sa v~ e uma liberdade
vigiada
Sendo 0 professor 0 dono do saber torna-se modelo leitor por excel~ncia
ficando 0 aluno muitas vezes impossihilitado de pensar de refletir e de criar as
pr6prias condicaes de producao
Dessa forma acontece a leitura que 0 autor citado chama de parafrastica ou
seja a raproducao do sentido que 0 autor da ao texto ao contrario da poliss~mica
que se defina pelos multiplos sentidos que ao texto podem ser atribuidos
De acordo com Wornicov Wagner Russomano e Weber
obras especialmenle escntas para crian((CIsmuitas vezes recebem suarejeiyao outras como Robinson Cru50~ de Daniel DefOe Contes de rnamere Ioye de Charles Perrault ou Visgens de Gulliver de Jonathan Swiftnao originalmente destinado aD publico infantrJ foram incorporadas aoacervo de livros para a inftlncia (1988 p 05)
Ainda segundo as autoras e a aceitacao da obra por parte da crian~ que
determina a sua adequacao 80 publico infantil ou n~o ou seja e a crian~ que deve
encontrar na obra seus interesses a unica adaptacao e com refer~ncia ao
conhecimento e limitacentes da crianya As obras literarias infantis devem ser mais do
que instrumentos para proporcionar hist6ria ou induzir a fantasia como toda a obra
de arte exercem uma influencia pedag6gica sobre a individua quer pel a
contribui~o na forma9ilo do seu pensamenta quer pel os modelos que apresenta
Essa funcao pedag6gica tem importancia unica ja que 0 contato com a
literatura desperta na crianya a seu imaginario Assim a literatura infantil tern urna
24
finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a
beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm
dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya
permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las
no contexto da imagina9ilo
Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel
afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida
do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade
inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade
promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao
Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que
ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser
(1986 p 07)
A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da
crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a
crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0
aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a
escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua
com os livros
Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que
em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)
o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao
sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese
classifica96es devem ser respeitadas e entendidas
Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista
que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a
crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam
ocupam a centro de seus interesses
Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as
estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de
capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas
em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas
hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de
encantamenta
Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das
modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua
imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia
A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au
varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que
rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade
ludica e magica em que vive a crianca
Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou
hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0
seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um
temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa
2S
26
Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das
crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a
socializaltao
Para Froebel
a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)
Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento
para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais
adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a
socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)
Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e
preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera
explicitada a seguir
31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA
A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana
atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no
mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras
Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn
mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo
e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a
crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente
nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente
ausente em animais
27
A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~
em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala
mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos
A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo
porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do
jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da
crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa
submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo
muito diferente
Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de
desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento
habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa
ala fosse maior do que e na realidade
Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o
a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo
pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que
sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz
em sua totalidade bio-psico-social-educacional
E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de
enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e
sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que
ajudam para 0 seu desenvolvimento global
Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais
independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as
28
espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar
inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha
limites e e importante que n~o superestime sues capacidades
o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive
despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao
respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses
valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos
de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a
desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser
multo bern aprimoradas no pre-escolar
A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo
as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em
sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida
A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento
entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0
saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de
reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade
o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao
das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre
para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e
individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa
movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade
ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios
interesses pessoais no desenvolvimento das atividades
29
Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-
escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu
simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras
crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos
As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque
nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas
Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia
de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de
adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e
imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem
o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna
retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de
seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0
habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)
Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos
importantes para aqueles que trabalham com a educaylio
A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada
para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica
30
4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR
Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto
a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern
proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya
retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e
reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a
compreensao do texto par parte da crianya
o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que
ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente
com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0
que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)
A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse
despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao
imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario
Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua
subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia
narrativa
Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer
ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)
31
Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar
divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar
na crianca a g05tO pela literatura
Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU
contaram uma hist6ria
Na 6ptica de Tahan
a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)
E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o
infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento
onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo
Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0
ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos
1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito
2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como
li~o advertlmcia ou canselha
3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas
ou ate masma calculos e fra90es
4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos
5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate
masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco
mental
32
o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias
desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil
enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim
a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)
AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica
para a realizayllo de projetos
Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a
alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas
dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado
e se estao todos proximos suficientes do narrador
A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0
narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e
adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para
narrar historias
Segundo Tahan
Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)
Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as
crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer
Tahan informa
33
os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)
Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e
segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas
pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em
cantata com as criantyas
o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn
texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a
historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta
o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao
socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern
pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que
Ihe eram contadas
Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque
a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)
o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a
escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de
ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo
Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para
poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto
professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco
34
Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur
normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a
participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando
gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com
abras especificas para cada idade das criancas
Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica
e 3 ate 6 anas fase magica
Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn
enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa
integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias
que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza
(humanizadas)
Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a
repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas
outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes
Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras
grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com
certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por
genero
No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes
iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras
Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os
circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)
35
A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os
g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0
romance a novela 0 conto 0 drama etc
Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se
dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a
palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que
empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao
Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou
escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis
tenhamos ou n~o consciencia delas
Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua
peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como
A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna
sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral
o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex
objetos elementos da natureza
A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e
anirnais com urn ensinamento moral
o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre
ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo
A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a
historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas
Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da
magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias
precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais
36
Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre
as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem
Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa
pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a
des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no
processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi
incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario
o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de
informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e
ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de
educa~o
Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e
a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a
narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como
placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis
Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais
principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais
detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no
futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando
com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar
recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos
Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios
dependendo de cada circunstimcia
37
Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel
de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante
Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-
leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a
crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim
gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da
linguagem
Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e
sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a
comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80
livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem
atraves do ludico
Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos
devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au
dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias
o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar
as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a
que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a
compreens~o par parte da crianca
Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram
nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das
maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo
que a rodeia
38
JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)
Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia
essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as
maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a
brincadeira a aprendizado se instala
Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem
basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias
as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para
este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele
que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da
prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade
adulta
A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande
destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca
neste genero litera rio
Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil
devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao
de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar
qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar
deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor
deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure
39
Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido
no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto
pedagogico
Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8
livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com
suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada
Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de
contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta
algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em
conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos
objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a
redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos
de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar
A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os
aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da
participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura
e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da
utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas
41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS
411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos
Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu
surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam
utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a
40
funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas
delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)
bull Boneca contador de hist6rias
As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia
jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-
linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de
pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de
serem proferidos rapidamente)
As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das
mais tfmidas
bull Cria~Ao de final de historia
A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando
pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona
iniciada pel a educadora
o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em
papel
bull Errando as hist6rias
Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas
par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais
ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos
pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam
preocupa~o maior com 0 significado)
Chuva e sol casamento de espanhol
Chuva e sol casamento de caracol
41
bull Fantoches
A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as
crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com
cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas
mas mas manuseando as personagens
bull Gravuras
Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai
apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada
bull Jogo de contar hist6rias
Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos
escralem ou ilustram a hist6ria
a Parlendas e gestos
b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com
as dedas batendo as pes ou as maos etc
c Quadrinhos
d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que
fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por
favor etc
bull Dobraduras
A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas
podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e
ouvindo a magica transformayao do papsl
As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam
a dobradura
Ex dobradura depois recitam
Pinto
o pinto pia
A pipa pinga
Pinga a pipa
a pinto pia
Pinto pia
Pipa pinga
Quanta mais
o pinto pia
Mais a pipa pinga
42
bull Tecnicas de narrativas
Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na
sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil
baseado na autora Susatto (2004)
43
o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter
em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente
aos personagens e aos seus estados e animas
Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam
nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es
segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das
condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto
Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do
abandono dos pais
E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas
narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida
real
Segundo Busatto
Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)
Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser
usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador
reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam
imagens)
U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do
castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim
Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que
se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90
com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da
44
dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus
elementos
DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc
Pianos - altura do movimento
Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic
Forra - intensidade empregado no movimento
Tempo - velocidade com que a movimento e executado
Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo
Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem
preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve
sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de
alunos
45
5 CONSIDERAyOES FINAlS
Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias
tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil
ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes
Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das
transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e
aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem
constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0
conhecimento
A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim
educar para a formayao de cidadaos
No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter
essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para
despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao
magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode
proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa
atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca
passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes
tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor
de seus direitos e deveres como cidadao
A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn
facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do
processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e
participativa
46
Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em
mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir
para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO
pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna
imposicao
o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a
contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a
utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par
leitura
Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da
Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente
com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico
A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que
oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir
para a constru~o de sua autonomia
o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada
pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do
professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no
ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura
Bruner afirma que
e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)
47
Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca
em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern
ao encontro das novas perspectivas de educayao
Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta
nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os
alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais
construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au
informagao
48
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14
uma carreira de sucessa com seus livros infantis dentre estes Ana Maria Machado
e Ruth Rocha
A literatura infantil dave continuar a sar produzida cuidando para nao haver
uma c6pia do genera utilizado par Monteiro Lobato devendo com isso transpor
fronteiras sando uma literatura composta par uma abordagem rica criativa e didatica
mas fica evidente 0 quanta e diffcil identificar e criar livros infantis de excelente
quaJidade (ZILBERMAN1998)
Assim cabe agora referir ao desenvolvimento da literatura em rela~o ao
Referencial Curricular Nacional (RCN1998)
22 DESENVOLVIMENTO DA L1TERATURA
Com base na leitura do referencial curricular para a educa~o infantil no
capitulo destinado a linguagem e a escrita as crianyas e as praticas de leitura tern
urn grande valor em si masma nao sando necessaria atividades subsequentes
como 0 desenho dos personagens a resposta de perguntas sabre a leitura
dramatiza9iio das historias etc (RCN1998)
A leitura comeya muito cedo na vida do individua ista e a crian9B ja faz a
leitura extralingOistica do seu mundo antes de ir a escola Do ponto de vista
linguistico a conceito de leitura adquire diferentes mudanyas
Segundo Kleiman (1995) a leitura e um processo que vai se definindo
progressivamente a partir da intera980 entre 0 texta e a leitor Nessa processo 0
professor anquanto orientadar vai definindo tarefas progressivas mais complexas e
aos paucos a crianya vai fazendo as retomadas necessarias para compreender 0
texto
15
As instituiyOesde Educayao Infantil podem resgatar a repert6rio de historias
que as criancas ouvem em casa enos ambientes que freqOentam urna vez que
eSS8S hist6rias S9 constituem em rica fonte de informacentes sabre as diversas formas
culturais construindo da sensibilidade das crian9Bs
A aprendizagem da leitura e fundamental para que 0 individuo possa
entender 0 mundo que a cerca bern como S9 posicionar de forma critica diante da
realidade
Segundo Ferrero (1987) muito antes de serem capazes de ler ou escrever
nc sentido convencional do terma as crianyas tentam interpretar as textes com as
quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetiza~o paiS ela na fase da
pre-escola ja faz a sua leitura do mundo
De acordo com 0 pensamento de Lemos (1978) a linguagem oral conta
com recursos diversos timbre de voz entonayao ge5t05 expressao facial contexto
e contato direto com 0 receptor que pade interferir au fazar fluir urn referente na
linguagem escrita 0 qual nem sempre e feito As diverses instituiyaes concebem a
linguagem e a maneira como as criany8s aprendem de modo bastante diferentes
-Na linguagem oral 0 locutor e a interlocutor exercem juntos as funyaes reguladora
organizadora e ativadora dos textos responsaveis pela sua estrutura tessitura au
coeso (LEMOS 1978 p 45)
Na 6tica de Bakhtin (1988) 0 livro isto e 0 ato de fala impresso constitui
igualmente um elemento da comunicayao verbal Ele e objeto de discussoes ativas
sob a forma de dialogo 8 alem disso e feito para ser aprendido de maneira ativa
para ser estudado a fundo comentando e criticando no quadro do discurso interior
sem contar as relac6es impressas institucionalizadas que S8 encontram nas
diferentes esferas da comunicayao verbal
16
Bakhtin (1988) explica que a leitura tem side motivo de estudos de muitos
especialistas preocupados em verificar como S9 dil a partir de visualizacao de
simbolo gn3fico 0 entendimento total de urn texto 0 eutor verificou que a processo
de leitura S8 fez atraves de Ires etapas a primeira ocorre com 0 reconhecimento do
que esta escrito a segunda e a de compreensao atraves de interferencias e
formulacao de hip6teses e a terceira etape ocorr9 a interpreta~o propria mente dite
po is 0 lei tor mantem dialogicidade com 0 texto
Bakhtin informa que a laitura e como urn momento de criatividade no qual 0
leitor necessita reconhecer e aeionar as conhecimentos que ja tern para adquirir
noves e julga-Ios de forma critica Assim a laitura de hist6rias e urn momento em
que a crian~ pode conhecer a forma de viver pensar agir e 0 universo de valores
costumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares
que nao 0 seu (ReN 1998)
Assim desenvolver a leitura no aluno a funcao da escola que deve
respaitar a laitura de mundo que ale traz a partir de suas experiencias sociais ou
seja sua intera~o com outros individuos e com varias inforrnacentes veiculadas palos
meios de comunicacao de massas principalmente a televis~o
Para melhor compreensao dessa afirmativa Ferreiro e Teberosky (1986)
explicam que a sujeito que conhecemos atravas da teoria de Piaget e urn sujeito
que procura atividade de compreender a mundo que 0 rodeia e trata de resolver as
integra90es que esse mundo provoca ~ urn sujeito que aprende basicamente
atravas de suas proprias categorias de pensamento aD masmo tempo em que
organiza seu mundo
Segundo Ferreiro (1987) muito antes de serem capazes de ler au escrever
no sentido convencional do termo as criancas tantam interpretar as textos com os
17
quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetizacao pais ela na fase
pre-escolar ja faz a sua leitura do mundo
Verifica~se nessas leituras que a crianya dave sar urn agente ativa e
determinado no seu desenvoJvimento conforme Kleiman (1995) a leitura e urn
processo que vai definindo progressivamente a relaao texto e leitor e e no
ambiente alfabetizador que a crian98 tem a oportunidade de agir em liberdade para
aprender e desenvolver seus conceitos cognitivos e afetivos
Como conceito de literatura atualmente as dicionarios apresentam as
seguintes sentidos conjunto de obras que versam sabre temas especificos literatura
policial Iiteratura picaresC8 literatura de terror
A literatura na 6tica de Ferreiro
e a representa~o de urna visao do mundo slem de uma tarnada deposiyAo diante dele Tal posicionamento centraliza lIssim suas atenyOesno criador de literatura e ns imita~o da natureza compreendida comoc6pia ou reproduQAoA linguagem e vista como mero ve[culo dessacomunicacao(1987 p 56)
De posse dos conceitos sabre literatura e necessaria cempreender seu
vinculo com a crianca e 0 hJdico A palavra ludice vern do latim ludus e significa
brincar Segundo Rojas (1991) neste brincar estao inclufdos os jogos brinquedos e
divertimentos A funcao educativa do joga permite a aprendizagem do individua seu
conhecimento e sua interpretacao de mundo Por meio da brincadeira a crianca
envolve-se no jogo e sente a necessidade de partilhar com a outro Assim brincando
e jogando ela tera oportunidade de desenvolver capacidades indispensaveis a sua
vida futura
A autora afirma que atraves do jogo de papais a crian98 lida com experi~ncias
que ainda n~o consegue realizar no mundo real
Para Rojas
o brinquedo e a essMcia da infQnciae seu usa permite urn trabalhopedag6gico Que possibilita a produ9fio do conhecimento e tambem aestimula~o da afetividade na crianta A crtan9lJ estabelece com 0
18
brinquedo uma relaltao natural e consegue extravasar suas angostias epaixOes SUDS slegrias e tristezBS suas agressividade5 e passividade(1991 pS)
Dando continuidade a importancia do udico na vida da crian98 0 pr6ximo
capitulo discorre sabre a complexa rela9lo entre a leitura e a trabalho pedag6gico
que incentiva au nao 0 vinculo com a literatura
19
3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA
Na vis~o de Klein e Schafaschek (1990) a processo pedagogico consiste na
transmissao do conhecimento de sua hist6ria assim sera mostrado 0 movimento
historico da linguagem oral e escrita
A linguagem e a consci~ncja sao resultados da ayAo coletiva que as
homens desenvolveram
Segundo Bakhtin
e a linguagem portanto enquanto possibilidade de representa~o logo deabslratao e generalizacAo das caracteristicas do mundo exterior quepossibilila a passagem da con5Ci~ndasensivel a conscilncia racional daoperaylo com objetos concretos com conceitos au representaffOes (1988p32)
Passa~se entaD para uma representayao da linguagem escrita Assim 0
processo da alfabetizacao dave tar reconhecimento do texto oral e escrito e
compreende seu total entendimento Ler nao e somente decifrar simbolos graficos
mas buscar a compreensao das mensagens contidas em suas linhas e entrelinhas
Segundo Cunha (1997) a adulto nao tem a habito de ler e coloca em
diversas situavoos suas justjficativas para 0 pouco tempo que disponibiliza para a
leltura ou seja essa suposi~o de que a crian~ nao se interessa pelo livra e
apenas a refiexo do proprio desinteresse do adulto par tal objeto (CUNHA 1997 p
48)
Nesse contexto a partjcipayao do professor e importante pois este sera 0
mediador entre a crian98 e 0 conhecimento facilitando 0 processo de aquisj~o da
cultura Dai a ideia de que a produ91ioda linguagem oral e escrita e resultado de
um esforyo de produ91iodos homens e desenvolveu-se atraves da necessidade da
mediayiio de um professor
20
Dentro desta perspectiva tem-se re18980 do adulto com a criany8 que
segundo Cunha (1997) e nessa perspectiva a leitura e colocada como mais uma
imposiyao A ideia de que a leitura vai fazer bem a crianya ou ao jOllem leva - nos a
obriga-Ios a ler como Ihes impomos a colher de remedio a injecl)a a escova de
dente a escola (CUNHA 1997 P 51)
Na perspective de Cunha a leitura nao deve ser imposta 0 905tO pel a
leitura deve ser desenvolvido E necessario que sejam obedecidas as fases de
interesse da criama quanta a leitura apresentadas abaixo
Na primeira fase de aquisicao palo g05tO da leitura delem ser
apresentados a crianB livros de gravuras e dos versos infantis (de 2 a 5 ou 6 anos)
E a fase de egocentrismo em que a crianya faz pouca distin9Bo entre a mundo
externo e 0 interno
Ja a idade entre 5 a 8 ou 9 anos caracteriza-se como a idade do Conto de
Fadas De posse de urna mentalidade magica 0 leitor vai buscar nos contos de
fadas lendas mitos e fabulas a simbologia necessaria a elabora~o de suas
viv~ncias
Partindo para a pre-adolesc(mcia e a idade da Historia ambiental e da
leitura Factual (9 a 12 anos) E a fase intermediaria em que persistem vestfgios do
pensamento magico mas a crianya comeya a orientar-se rna is para a real Via de
regra 0 leitar escolhe neste perfodo historias que Ihe apresentam 0 mundo como
ele e Atraves da percep9iio magica de determinado personagem
Dos 12 a 14 anos considera-se a idade da Historia de Aventuras ou fase de
leitura Psicol6gica orientada para as sensac6es E a perfodo da pre-adolescemcia
em que 0 conhecimento da propria personalidade e 0 desenvolvimento dos
precesses agressives ativam a vivlmcia social e a forma9iio de grupos
21
Nos anos de maturidade ou desenvolvimento da esfera Iitero-8stetica de
leitura (14 a 17 anas) ha a curiosidade pelo descobrimento 0 mundo interior e do
mundo dos valores 0 adolescente parte para a hierarquiza~o dos conceitos e a
organizatao de seu universo Aventuras de conteudo intelectual viagens romances
hist6ricos e biograficos historias de amor literatura engajada e temas relacionados
com as interesses Yocacionais v~o ajuda-Io a orientar-se e estruturar-se como
adullo
A questao mais discutida a raspaito de literatura asta relacionada ao fato de
que as jovens e as crianyas nao h~emmuitos s~o as argumentos como a falta de
condiyao financeira de comprar livre 0 pcuco habito de se frequentar a biblioteca os
atrativos e facilidades do computador e da televisao a falta do Mbito dos pais em
lerem entre Qutras causas Mas pode-se considerar como urn grande problema a
falta de habito de leitura nos pais
As autoras Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que middotpais que
nao leem nao poderao despertar em seus filhos 0 gosto pela leitura Imitativa por
natureza a crian98 encontra na familia a maior incentivo para a leitura (1986 p
03)
Assim e delegada a escola a responsabilidade de introduzir a crianca no
mundo dos livros Cabe a escola desenvolver a cantata com as livros que deve ser
iniciada a mais cedo passivel nao 56 pelo manuseio cama tambem pela hist6ria
contada pela conversa au pelos jogos ritmicos no sentido de fazer a crianca amar a
leitura
Esse contato inicial deve ser pautado pela conquista e nao pela imposiyao
o leitor infantI au a infanto-juvenil ao adquirir 0 905tO pela leitura estara
22
visitando urn mundo novo adquirindo conhecimento e aprimorando seu processo
comunicativo
Assim a literatura infantil como toda a obra de arte exerce uma influemcia
pedag6gica sobre 0 individuo quer pela contribuitao na forma9ao do seu
pensamento quer pelos modelos que apresenta Essa funtao pedag6gica tem
importancia unica jil que a contata com a literatura maida a mente e 0 cora9Ao da
crian98 Assim a literatura infantil tern uma finalidade primckia e fundamental que e a
de promover na crian~ 0 gosto pela beleza da palavra 0 deleite perante a cria9ao
de mundos de ficcao
Para alem dista tern ainda a fun980 de arraigar as palavras no mundo
magico da crian~ permitindo-Ihe nlio s6 entende-Ias e usa-las como tambem
goza-Ias e desfruta-Ias no contexto da imaginataomiddot (WORNICOV WAGNER
RUSSOMANO EWEBER 1986 p 04)
MLer as figuras imaginar a hist6ria e desenvolver mental mente urn emado
s~o atividades que poderiam S8r desenvolvidas na educayao infant A escola
dedica ainda pouco tempo para a laitura e a interpreta~o e masmo para a
produtao de textos Mesmo que nao possuindo ainda a capacidade da escrita deve
- S8 compreender que 0 gosto pela leitura it tambem adquirido pelo simples
manuseio de um livro
Neste sentido vale ressaltar as colocalt6esde Orlandi (1987) que distingue
tres tipos de discurso 0 ludico 0 polemico e 0 autaritaria E dentre os diferentes
tipos de discurso autoritario que encontramos 0 discurso pedag6gico que aqui
interessa na medida em que ele tern responsabilidade marcante na atividade que
engloba 0 processo de ensina de leitura no primeiro grau
Este discurso esla a servivo da escola e esta a serviVOde uma ideologia
23
que contribui para dificultar a encontro do saber institucionalizado com as classes
menes favorecidas Isto ocorre porque 0 professor detem 0 saber e trabalha muitas
vezes sem perceber au ate para mostrar poder mascarando 0 tempo todo
afirmando que a aluno tarnham pade dizer 0 que pensa pode opinar pode sugerir
etc e na realidade nao acontece essa pratica a 0 que sa v~ e uma liberdade
vigiada
Sendo 0 professor 0 dono do saber torna-se modelo leitor por excel~ncia
ficando 0 aluno muitas vezes impossihilitado de pensar de refletir e de criar as
pr6prias condicaes de producao
Dessa forma acontece a leitura que 0 autor citado chama de parafrastica ou
seja a raproducao do sentido que 0 autor da ao texto ao contrario da poliss~mica
que se defina pelos multiplos sentidos que ao texto podem ser atribuidos
De acordo com Wornicov Wagner Russomano e Weber
obras especialmenle escntas para crian((CIsmuitas vezes recebem suarejeiyao outras como Robinson Cru50~ de Daniel DefOe Contes de rnamere Ioye de Charles Perrault ou Visgens de Gulliver de Jonathan Swiftnao originalmente destinado aD publico infantrJ foram incorporadas aoacervo de livros para a inftlncia (1988 p 05)
Ainda segundo as autoras e a aceitacao da obra por parte da crian~ que
determina a sua adequacao 80 publico infantil ou n~o ou seja e a crian~ que deve
encontrar na obra seus interesses a unica adaptacao e com refer~ncia ao
conhecimento e limitacentes da crianya As obras literarias infantis devem ser mais do
que instrumentos para proporcionar hist6ria ou induzir a fantasia como toda a obra
de arte exercem uma influencia pedag6gica sobre a individua quer pel a
contribui~o na forma9ilo do seu pensamenta quer pel os modelos que apresenta
Essa funcao pedag6gica tem importancia unica ja que 0 contato com a
literatura desperta na crianya a seu imaginario Assim a literatura infantil tern urna
24
finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a
beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm
dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya
permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las
no contexto da imagina9ilo
Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel
afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida
do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade
inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade
promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao
Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que
ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser
(1986 p 07)
A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da
crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a
crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0
aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a
escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua
com os livros
Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que
em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)
o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao
sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese
classifica96es devem ser respeitadas e entendidas
Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista
que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a
crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam
ocupam a centro de seus interesses
Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as
estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de
capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas
em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas
hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de
encantamenta
Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das
modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua
imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia
A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au
varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que
rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade
ludica e magica em que vive a crianca
Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou
hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0
seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um
temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa
2S
26
Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das
crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a
socializaltao
Para Froebel
a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)
Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento
para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais
adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a
socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)
Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e
preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera
explicitada a seguir
31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA
A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana
atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no
mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras
Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn
mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo
e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a
crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente
nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente
ausente em animais
27
A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~
em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala
mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos
A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo
porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do
jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da
crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa
submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo
muito diferente
Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de
desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento
habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa
ala fosse maior do que e na realidade
Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o
a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo
pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que
sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz
em sua totalidade bio-psico-social-educacional
E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de
enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e
sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que
ajudam para 0 seu desenvolvimento global
Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais
independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as
28
espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar
inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha
limites e e importante que n~o superestime sues capacidades
o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive
despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao
respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses
valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos
de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a
desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser
multo bern aprimoradas no pre-escolar
A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo
as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em
sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida
A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento
entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0
saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de
reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade
o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao
das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre
para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e
individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa
movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade
ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios
interesses pessoais no desenvolvimento das atividades
29
Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-
escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu
simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras
crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos
As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque
nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas
Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia
de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de
adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e
imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem
o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna
retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de
seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0
habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)
Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos
importantes para aqueles que trabalham com a educaylio
A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada
para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica
30
4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR
Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto
a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern
proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya
retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e
reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a
compreensao do texto par parte da crianya
o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que
ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente
com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0
que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)
A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse
despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao
imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario
Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua
subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia
narrativa
Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer
ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)
31
Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar
divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar
na crianca a g05tO pela literatura
Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU
contaram uma hist6ria
Na 6ptica de Tahan
a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)
E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o
infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento
onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo
Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0
ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos
1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito
2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como
li~o advertlmcia ou canselha
3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas
ou ate masma calculos e fra90es
4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos
5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate
masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco
mental
32
o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias
desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil
enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim
a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)
AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica
para a realizayllo de projetos
Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a
alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas
dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado
e se estao todos proximos suficientes do narrador
A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0
narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e
adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para
narrar historias
Segundo Tahan
Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)
Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as
crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer
Tahan informa
33
os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)
Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e
segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas
pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em
cantata com as criantyas
o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn
texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a
historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta
o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao
socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern
pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que
Ihe eram contadas
Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque
a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)
o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a
escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de
ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo
Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para
poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto
professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco
34
Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur
normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a
participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando
gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com
abras especificas para cada idade das criancas
Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica
e 3 ate 6 anas fase magica
Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn
enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa
integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias
que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza
(humanizadas)
Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a
repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas
outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes
Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras
grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com
certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por
genero
No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes
iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras
Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os
circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)
35
A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os
g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0
romance a novela 0 conto 0 drama etc
Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se
dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a
palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que
empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao
Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou
escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis
tenhamos ou n~o consciencia delas
Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua
peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como
A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna
sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral
o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex
objetos elementos da natureza
A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e
anirnais com urn ensinamento moral
o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre
ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo
A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a
historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas
Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da
magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias
precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais
36
Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre
as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem
Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa
pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a
des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no
processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi
incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario
o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de
informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e
ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de
educa~o
Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e
a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a
narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como
placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis
Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais
principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais
detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no
futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando
com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar
recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos
Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios
dependendo de cada circunstimcia
37
Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel
de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante
Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-
leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a
crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim
gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da
linguagem
Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e
sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a
comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80
livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem
atraves do ludico
Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos
devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au
dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias
o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar
as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a
que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a
compreens~o par parte da crianca
Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram
nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das
maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo
que a rodeia
38
JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)
Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia
essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as
maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a
brincadeira a aprendizado se instala
Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem
basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias
as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para
este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele
que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da
prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade
adulta
A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande
destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca
neste genero litera rio
Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil
devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao
de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar
qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar
deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor
deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure
39
Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido
no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto
pedagogico
Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8
livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com
suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada
Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de
contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta
algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em
conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos
objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a
redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos
de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar
A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os
aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da
participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura
e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da
utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas
41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS
411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos
Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu
surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam
utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a
40
funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas
delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)
bull Boneca contador de hist6rias
As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia
jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-
linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de
pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de
serem proferidos rapidamente)
As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das
mais tfmidas
bull Cria~Ao de final de historia
A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando
pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona
iniciada pel a educadora
o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em
papel
bull Errando as hist6rias
Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas
par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais
ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos
pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam
preocupa~o maior com 0 significado)
Chuva e sol casamento de espanhol
Chuva e sol casamento de caracol
41
bull Fantoches
A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as
crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com
cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas
mas mas manuseando as personagens
bull Gravuras
Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai
apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada
bull Jogo de contar hist6rias
Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos
escralem ou ilustram a hist6ria
a Parlendas e gestos
b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com
as dedas batendo as pes ou as maos etc
c Quadrinhos
d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que
fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por
favor etc
bull Dobraduras
A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas
podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e
ouvindo a magica transformayao do papsl
As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam
a dobradura
Ex dobradura depois recitam
Pinto
o pinto pia
A pipa pinga
Pinga a pipa
a pinto pia
Pinto pia
Pipa pinga
Quanta mais
o pinto pia
Mais a pipa pinga
42
bull Tecnicas de narrativas
Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na
sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil
baseado na autora Susatto (2004)
43
o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter
em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente
aos personagens e aos seus estados e animas
Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam
nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es
segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das
condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto
Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do
abandono dos pais
E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas
narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida
real
Segundo Busatto
Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)
Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser
usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador
reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam
imagens)
U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do
castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim
Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que
se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90
com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da
44
dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus
elementos
DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc
Pianos - altura do movimento
Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic
Forra - intensidade empregado no movimento
Tempo - velocidade com que a movimento e executado
Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo
Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem
preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve
sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de
alunos
45
5 CONSIDERAyOES FINAlS
Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias
tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil
ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes
Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das
transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e
aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem
constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0
conhecimento
A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim
educar para a formayao de cidadaos
No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter
essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para
despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao
magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode
proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa
atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca
passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes
tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor
de seus direitos e deveres como cidadao
A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn
facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do
processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e
participativa
46
Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em
mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir
para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO
pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna
imposicao
o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a
contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a
utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par
leitura
Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da
Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente
com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico
A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que
oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir
para a constru~o de sua autonomia
o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada
pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do
professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no
ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura
Bruner afirma que
e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)
47
Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca
em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern
ao encontro das novas perspectivas de educayao
Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta
nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os
alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais
construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au
informagao
48
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lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998
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As instituiyOesde Educayao Infantil podem resgatar a repert6rio de historias
que as criancas ouvem em casa enos ambientes que freqOentam urna vez que
eSS8S hist6rias S9 constituem em rica fonte de informacentes sabre as diversas formas
culturais construindo da sensibilidade das crian9Bs
A aprendizagem da leitura e fundamental para que 0 individuo possa
entender 0 mundo que a cerca bern como S9 posicionar de forma critica diante da
realidade
Segundo Ferrero (1987) muito antes de serem capazes de ler ou escrever
nc sentido convencional do terma as crianyas tentam interpretar as textes com as
quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetiza~o paiS ela na fase da
pre-escola ja faz a sua leitura do mundo
De acordo com 0 pensamento de Lemos (1978) a linguagem oral conta
com recursos diversos timbre de voz entonayao ge5t05 expressao facial contexto
e contato direto com 0 receptor que pade interferir au fazar fluir urn referente na
linguagem escrita 0 qual nem sempre e feito As diverses instituiyaes concebem a
linguagem e a maneira como as criany8s aprendem de modo bastante diferentes
-Na linguagem oral 0 locutor e a interlocutor exercem juntos as funyaes reguladora
organizadora e ativadora dos textos responsaveis pela sua estrutura tessitura au
coeso (LEMOS 1978 p 45)
Na 6tica de Bakhtin (1988) 0 livro isto e 0 ato de fala impresso constitui
igualmente um elemento da comunicayao verbal Ele e objeto de discussoes ativas
sob a forma de dialogo 8 alem disso e feito para ser aprendido de maneira ativa
para ser estudado a fundo comentando e criticando no quadro do discurso interior
sem contar as relac6es impressas institucionalizadas que S8 encontram nas
diferentes esferas da comunicayao verbal
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Bakhtin (1988) explica que a leitura tem side motivo de estudos de muitos
especialistas preocupados em verificar como S9 dil a partir de visualizacao de
simbolo gn3fico 0 entendimento total de urn texto 0 eutor verificou que a processo
de leitura S8 fez atraves de Ires etapas a primeira ocorre com 0 reconhecimento do
que esta escrito a segunda e a de compreensao atraves de interferencias e
formulacao de hip6teses e a terceira etape ocorr9 a interpreta~o propria mente dite
po is 0 lei tor mantem dialogicidade com 0 texto
Bakhtin informa que a laitura e como urn momento de criatividade no qual 0
leitor necessita reconhecer e aeionar as conhecimentos que ja tern para adquirir
noves e julga-Ios de forma critica Assim a laitura de hist6rias e urn momento em
que a crian~ pode conhecer a forma de viver pensar agir e 0 universo de valores
costumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares
que nao 0 seu (ReN 1998)
Assim desenvolver a leitura no aluno a funcao da escola que deve
respaitar a laitura de mundo que ale traz a partir de suas experiencias sociais ou
seja sua intera~o com outros individuos e com varias inforrnacentes veiculadas palos
meios de comunicacao de massas principalmente a televis~o
Para melhor compreensao dessa afirmativa Ferreiro e Teberosky (1986)
explicam que a sujeito que conhecemos atravas da teoria de Piaget e urn sujeito
que procura atividade de compreender a mundo que 0 rodeia e trata de resolver as
integra90es que esse mundo provoca ~ urn sujeito que aprende basicamente
atravas de suas proprias categorias de pensamento aD masmo tempo em que
organiza seu mundo
Segundo Ferreiro (1987) muito antes de serem capazes de ler au escrever
no sentido convencional do termo as criancas tantam interpretar as textos com os
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quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetizacao pais ela na fase
pre-escolar ja faz a sua leitura do mundo
Verifica~se nessas leituras que a crianya dave sar urn agente ativa e
determinado no seu desenvoJvimento conforme Kleiman (1995) a leitura e urn
processo que vai definindo progressivamente a relaao texto e leitor e e no
ambiente alfabetizador que a crian98 tem a oportunidade de agir em liberdade para
aprender e desenvolver seus conceitos cognitivos e afetivos
Como conceito de literatura atualmente as dicionarios apresentam as
seguintes sentidos conjunto de obras que versam sabre temas especificos literatura
policial Iiteratura picaresC8 literatura de terror
A literatura na 6tica de Ferreiro
e a representa~o de urna visao do mundo slem de uma tarnada deposiyAo diante dele Tal posicionamento centraliza lIssim suas atenyOesno criador de literatura e ns imita~o da natureza compreendida comoc6pia ou reproduQAoA linguagem e vista como mero ve[culo dessacomunicacao(1987 p 56)
De posse dos conceitos sabre literatura e necessaria cempreender seu
vinculo com a crianca e 0 hJdico A palavra ludice vern do latim ludus e significa
brincar Segundo Rojas (1991) neste brincar estao inclufdos os jogos brinquedos e
divertimentos A funcao educativa do joga permite a aprendizagem do individua seu
conhecimento e sua interpretacao de mundo Por meio da brincadeira a crianca
envolve-se no jogo e sente a necessidade de partilhar com a outro Assim brincando
e jogando ela tera oportunidade de desenvolver capacidades indispensaveis a sua
vida futura
A autora afirma que atraves do jogo de papais a crian98 lida com experi~ncias
que ainda n~o consegue realizar no mundo real
Para Rojas
o brinquedo e a essMcia da infQnciae seu usa permite urn trabalhopedag6gico Que possibilita a produ9fio do conhecimento e tambem aestimula~o da afetividade na crianta A crtan9lJ estabelece com 0
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brinquedo uma relaltao natural e consegue extravasar suas angostias epaixOes SUDS slegrias e tristezBS suas agressividade5 e passividade(1991 pS)
Dando continuidade a importancia do udico na vida da crian98 0 pr6ximo
capitulo discorre sabre a complexa rela9lo entre a leitura e a trabalho pedag6gico
que incentiva au nao 0 vinculo com a literatura
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3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA
Na vis~o de Klein e Schafaschek (1990) a processo pedagogico consiste na
transmissao do conhecimento de sua hist6ria assim sera mostrado 0 movimento
historico da linguagem oral e escrita
A linguagem e a consci~ncja sao resultados da ayAo coletiva que as
homens desenvolveram
Segundo Bakhtin
e a linguagem portanto enquanto possibilidade de representa~o logo deabslratao e generalizacAo das caracteristicas do mundo exterior quepossibilila a passagem da con5Ci~ndasensivel a conscilncia racional daoperaylo com objetos concretos com conceitos au representaffOes (1988p32)
Passa~se entaD para uma representayao da linguagem escrita Assim 0
processo da alfabetizacao dave tar reconhecimento do texto oral e escrito e
compreende seu total entendimento Ler nao e somente decifrar simbolos graficos
mas buscar a compreensao das mensagens contidas em suas linhas e entrelinhas
Segundo Cunha (1997) a adulto nao tem a habito de ler e coloca em
diversas situavoos suas justjficativas para 0 pouco tempo que disponibiliza para a
leltura ou seja essa suposi~o de que a crian~ nao se interessa pelo livra e
apenas a refiexo do proprio desinteresse do adulto par tal objeto (CUNHA 1997 p
48)
Nesse contexto a partjcipayao do professor e importante pois este sera 0
mediador entre a crian98 e 0 conhecimento facilitando 0 processo de aquisj~o da
cultura Dai a ideia de que a produ91ioda linguagem oral e escrita e resultado de
um esforyo de produ91iodos homens e desenvolveu-se atraves da necessidade da
mediayiio de um professor
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Dentro desta perspectiva tem-se re18980 do adulto com a criany8 que
segundo Cunha (1997) e nessa perspectiva a leitura e colocada como mais uma
imposiyao A ideia de que a leitura vai fazer bem a crianya ou ao jOllem leva - nos a
obriga-Ios a ler como Ihes impomos a colher de remedio a injecl)a a escova de
dente a escola (CUNHA 1997 P 51)
Na perspective de Cunha a leitura nao deve ser imposta 0 905tO pel a
leitura deve ser desenvolvido E necessario que sejam obedecidas as fases de
interesse da criama quanta a leitura apresentadas abaixo
Na primeira fase de aquisicao palo g05tO da leitura delem ser
apresentados a crianB livros de gravuras e dos versos infantis (de 2 a 5 ou 6 anos)
E a fase de egocentrismo em que a crianya faz pouca distin9Bo entre a mundo
externo e 0 interno
Ja a idade entre 5 a 8 ou 9 anos caracteriza-se como a idade do Conto de
Fadas De posse de urna mentalidade magica 0 leitor vai buscar nos contos de
fadas lendas mitos e fabulas a simbologia necessaria a elabora~o de suas
viv~ncias
Partindo para a pre-adolesc(mcia e a idade da Historia ambiental e da
leitura Factual (9 a 12 anos) E a fase intermediaria em que persistem vestfgios do
pensamento magico mas a crianya comeya a orientar-se rna is para a real Via de
regra 0 leitar escolhe neste perfodo historias que Ihe apresentam 0 mundo como
ele e Atraves da percep9iio magica de determinado personagem
Dos 12 a 14 anos considera-se a idade da Historia de Aventuras ou fase de
leitura Psicol6gica orientada para as sensac6es E a perfodo da pre-adolescemcia
em que 0 conhecimento da propria personalidade e 0 desenvolvimento dos
precesses agressives ativam a vivlmcia social e a forma9iio de grupos
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Nos anos de maturidade ou desenvolvimento da esfera Iitero-8stetica de
leitura (14 a 17 anas) ha a curiosidade pelo descobrimento 0 mundo interior e do
mundo dos valores 0 adolescente parte para a hierarquiza~o dos conceitos e a
organizatao de seu universo Aventuras de conteudo intelectual viagens romances
hist6ricos e biograficos historias de amor literatura engajada e temas relacionados
com as interesses Yocacionais v~o ajuda-Io a orientar-se e estruturar-se como
adullo
A questao mais discutida a raspaito de literatura asta relacionada ao fato de
que as jovens e as crianyas nao h~emmuitos s~o as argumentos como a falta de
condiyao financeira de comprar livre 0 pcuco habito de se frequentar a biblioteca os
atrativos e facilidades do computador e da televisao a falta do Mbito dos pais em
lerem entre Qutras causas Mas pode-se considerar como urn grande problema a
falta de habito de leitura nos pais
As autoras Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que middotpais que
nao leem nao poderao despertar em seus filhos 0 gosto pela leitura Imitativa por
natureza a crian98 encontra na familia a maior incentivo para a leitura (1986 p
03)
Assim e delegada a escola a responsabilidade de introduzir a crianca no
mundo dos livros Cabe a escola desenvolver a cantata com as livros que deve ser
iniciada a mais cedo passivel nao 56 pelo manuseio cama tambem pela hist6ria
contada pela conversa au pelos jogos ritmicos no sentido de fazer a crianca amar a
leitura
Esse contato inicial deve ser pautado pela conquista e nao pela imposiyao
o leitor infantI au a infanto-juvenil ao adquirir 0 905tO pela leitura estara
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visitando urn mundo novo adquirindo conhecimento e aprimorando seu processo
comunicativo
Assim a literatura infantil como toda a obra de arte exerce uma influemcia
pedag6gica sobre 0 individuo quer pela contribuitao na forma9ao do seu
pensamento quer pelos modelos que apresenta Essa funtao pedag6gica tem
importancia unica jil que a contata com a literatura maida a mente e 0 cora9Ao da
crian98 Assim a literatura infantil tern uma finalidade primckia e fundamental que e a
de promover na crian~ 0 gosto pela beleza da palavra 0 deleite perante a cria9ao
de mundos de ficcao
Para alem dista tern ainda a fun980 de arraigar as palavras no mundo
magico da crian~ permitindo-Ihe nlio s6 entende-Ias e usa-las como tambem
goza-Ias e desfruta-Ias no contexto da imaginataomiddot (WORNICOV WAGNER
RUSSOMANO EWEBER 1986 p 04)
MLer as figuras imaginar a hist6ria e desenvolver mental mente urn emado
s~o atividades que poderiam S8r desenvolvidas na educayao infant A escola
dedica ainda pouco tempo para a laitura e a interpreta~o e masmo para a
produtao de textos Mesmo que nao possuindo ainda a capacidade da escrita deve
- S8 compreender que 0 gosto pela leitura it tambem adquirido pelo simples
manuseio de um livro
Neste sentido vale ressaltar as colocalt6esde Orlandi (1987) que distingue
tres tipos de discurso 0 ludico 0 polemico e 0 autaritaria E dentre os diferentes
tipos de discurso autoritario que encontramos 0 discurso pedag6gico que aqui
interessa na medida em que ele tern responsabilidade marcante na atividade que
engloba 0 processo de ensina de leitura no primeiro grau
Este discurso esla a servivo da escola e esta a serviVOde uma ideologia
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que contribui para dificultar a encontro do saber institucionalizado com as classes
menes favorecidas Isto ocorre porque 0 professor detem 0 saber e trabalha muitas
vezes sem perceber au ate para mostrar poder mascarando 0 tempo todo
afirmando que a aluno tarnham pade dizer 0 que pensa pode opinar pode sugerir
etc e na realidade nao acontece essa pratica a 0 que sa v~ e uma liberdade
vigiada
Sendo 0 professor 0 dono do saber torna-se modelo leitor por excel~ncia
ficando 0 aluno muitas vezes impossihilitado de pensar de refletir e de criar as
pr6prias condicaes de producao
Dessa forma acontece a leitura que 0 autor citado chama de parafrastica ou
seja a raproducao do sentido que 0 autor da ao texto ao contrario da poliss~mica
que se defina pelos multiplos sentidos que ao texto podem ser atribuidos
De acordo com Wornicov Wagner Russomano e Weber
obras especialmenle escntas para crian((CIsmuitas vezes recebem suarejeiyao outras como Robinson Cru50~ de Daniel DefOe Contes de rnamere Ioye de Charles Perrault ou Visgens de Gulliver de Jonathan Swiftnao originalmente destinado aD publico infantrJ foram incorporadas aoacervo de livros para a inftlncia (1988 p 05)
Ainda segundo as autoras e a aceitacao da obra por parte da crian~ que
determina a sua adequacao 80 publico infantil ou n~o ou seja e a crian~ que deve
encontrar na obra seus interesses a unica adaptacao e com refer~ncia ao
conhecimento e limitacentes da crianya As obras literarias infantis devem ser mais do
que instrumentos para proporcionar hist6ria ou induzir a fantasia como toda a obra
de arte exercem uma influencia pedag6gica sobre a individua quer pel a
contribui~o na forma9ilo do seu pensamenta quer pel os modelos que apresenta
Essa funcao pedag6gica tem importancia unica ja que 0 contato com a
literatura desperta na crianya a seu imaginario Assim a literatura infantil tern urna
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finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a
beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm
dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya
permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las
no contexto da imagina9ilo
Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel
afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida
do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade
inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade
promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao
Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que
ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser
(1986 p 07)
A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da
crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a
crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0
aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a
escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua
com os livros
Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que
em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)
o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao
sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese
classifica96es devem ser respeitadas e entendidas
Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista
que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a
crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam
ocupam a centro de seus interesses
Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as
estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de
capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas
em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas
hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de
encantamenta
Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das
modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua
imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia
A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au
varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que
rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade
ludica e magica em que vive a crianca
Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou
hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0
seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um
temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa
2S
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Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das
crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a
socializaltao
Para Froebel
a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)
Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento
para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais
adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a
socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)
Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e
preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera
explicitada a seguir
31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA
A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana
atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no
mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras
Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn
mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo
e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a
crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente
nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente
ausente em animais
27
A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~
em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala
mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos
A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo
porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do
jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da
crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa
submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo
muito diferente
Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de
desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento
habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa
ala fosse maior do que e na realidade
Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o
a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo
pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que
sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz
em sua totalidade bio-psico-social-educacional
E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de
enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e
sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que
ajudam para 0 seu desenvolvimento global
Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais
independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as
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espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar
inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha
limites e e importante que n~o superestime sues capacidades
o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive
despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao
respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses
valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos
de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a
desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser
multo bern aprimoradas no pre-escolar
A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo
as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em
sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida
A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento
entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0
saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de
reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade
o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao
das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre
para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e
individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa
movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade
ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios
interesses pessoais no desenvolvimento das atividades
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Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-
escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu
simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras
crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos
As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque
nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas
Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia
de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de
adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e
imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem
o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna
retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de
seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0
habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)
Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos
importantes para aqueles que trabalham com a educaylio
A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada
para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica
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4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR
Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto
a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern
proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya
retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e
reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a
compreensao do texto par parte da crianya
o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que
ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente
com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0
que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)
A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse
despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao
imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario
Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua
subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia
narrativa
Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer
ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)
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Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar
divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar
na crianca a g05tO pela literatura
Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU
contaram uma hist6ria
Na 6ptica de Tahan
a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)
E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o
infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento
onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo
Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0
ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos
1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito
2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como
li~o advertlmcia ou canselha
3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas
ou ate masma calculos e fra90es
4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos
5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate
masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco
mental
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o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias
desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil
enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim
a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)
AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica
para a realizayllo de projetos
Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a
alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas
dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado
e se estao todos proximos suficientes do narrador
A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0
narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e
adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para
narrar historias
Segundo Tahan
Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)
Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as
crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer
Tahan informa
33
os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)
Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e
segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas
pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em
cantata com as criantyas
o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn
texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a
historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta
o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao
socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern
pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que
Ihe eram contadas
Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque
a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)
o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a
escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de
ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo
Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para
poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto
professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco
34
Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur
normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a
participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando
gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com
abras especificas para cada idade das criancas
Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica
e 3 ate 6 anas fase magica
Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn
enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa
integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias
que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza
(humanizadas)
Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a
repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas
outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes
Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras
grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com
certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por
genero
No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes
iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras
Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os
circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)
35
A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os
g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0
romance a novela 0 conto 0 drama etc
Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se
dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a
palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que
empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao
Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou
escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis
tenhamos ou n~o consciencia delas
Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua
peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como
A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna
sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral
o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex
objetos elementos da natureza
A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e
anirnais com urn ensinamento moral
o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre
ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo
A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a
historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas
Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da
magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias
precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais
36
Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre
as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem
Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa
pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a
des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no
processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi
incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario
o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de
informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e
ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de
educa~o
Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e
a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a
narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como
placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis
Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais
principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais
detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no
futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando
com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar
recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos
Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios
dependendo de cada circunstimcia
37
Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel
de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante
Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-
leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a
crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim
gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da
linguagem
Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e
sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a
comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80
livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem
atraves do ludico
Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos
devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au
dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias
o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar
as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a
que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a
compreens~o par parte da crianca
Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram
nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das
maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo
que a rodeia
38
JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)
Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia
essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as
maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a
brincadeira a aprendizado se instala
Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem
basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias
as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para
este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele
que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da
prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade
adulta
A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande
destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca
neste genero litera rio
Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil
devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao
de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar
qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar
deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor
deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure
39
Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido
no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto
pedagogico
Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8
livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com
suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada
Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de
contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta
algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em
conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos
objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a
redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos
de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar
A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os
aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da
participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura
e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da
utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas
41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS
411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos
Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu
surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam
utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a
40
funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas
delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)
bull Boneca contador de hist6rias
As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia
jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-
linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de
pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de
serem proferidos rapidamente)
As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das
mais tfmidas
bull Cria~Ao de final de historia
A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando
pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona
iniciada pel a educadora
o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em
papel
bull Errando as hist6rias
Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas
par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais
ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos
pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam
preocupa~o maior com 0 significado)
Chuva e sol casamento de espanhol
Chuva e sol casamento de caracol
41
bull Fantoches
A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as
crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com
cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas
mas mas manuseando as personagens
bull Gravuras
Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai
apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada
bull Jogo de contar hist6rias
Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos
escralem ou ilustram a hist6ria
a Parlendas e gestos
b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com
as dedas batendo as pes ou as maos etc
c Quadrinhos
d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que
fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por
favor etc
bull Dobraduras
A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas
podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e
ouvindo a magica transformayao do papsl
As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam
a dobradura
Ex dobradura depois recitam
Pinto
o pinto pia
A pipa pinga
Pinga a pipa
a pinto pia
Pinto pia
Pipa pinga
Quanta mais
o pinto pia
Mais a pipa pinga
42
bull Tecnicas de narrativas
Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na
sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil
baseado na autora Susatto (2004)
43
o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter
em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente
aos personagens e aos seus estados e animas
Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam
nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es
segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das
condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto
Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do
abandono dos pais
E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas
narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida
real
Segundo Busatto
Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)
Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser
usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador
reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam
imagens)
U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do
castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim
Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que
se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90
com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da
44
dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus
elementos
DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc
Pianos - altura do movimento
Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic
Forra - intensidade empregado no movimento
Tempo - velocidade com que a movimento e executado
Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo
Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem
preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve
sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de
alunos
45
5 CONSIDERAyOES FINAlS
Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias
tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil
ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes
Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das
transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e
aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem
constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0
conhecimento
A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim
educar para a formayao de cidadaos
No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter
essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para
despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao
magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode
proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa
atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca
passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes
tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor
de seus direitos e deveres como cidadao
A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn
facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do
processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e
participativa
46
Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em
mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir
para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO
pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna
imposicao
o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a
contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a
utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par
leitura
Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da
Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente
com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico
A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que
oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir
para a constru~o de sua autonomia
o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada
pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do
professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no
ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura
Bruner afirma que
e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)
47
Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca
em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern
ao encontro das novas perspectivas de educayao
Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta
nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os
alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais
construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au
informagao
48
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16
Bakhtin (1988) explica que a leitura tem side motivo de estudos de muitos
especialistas preocupados em verificar como S9 dil a partir de visualizacao de
simbolo gn3fico 0 entendimento total de urn texto 0 eutor verificou que a processo
de leitura S8 fez atraves de Ires etapas a primeira ocorre com 0 reconhecimento do
que esta escrito a segunda e a de compreensao atraves de interferencias e
formulacao de hip6teses e a terceira etape ocorr9 a interpreta~o propria mente dite
po is 0 lei tor mantem dialogicidade com 0 texto
Bakhtin informa que a laitura e como urn momento de criatividade no qual 0
leitor necessita reconhecer e aeionar as conhecimentos que ja tern para adquirir
noves e julga-Ios de forma critica Assim a laitura de hist6rias e urn momento em
que a crian~ pode conhecer a forma de viver pensar agir e 0 universo de valores
costumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares
que nao 0 seu (ReN 1998)
Assim desenvolver a leitura no aluno a funcao da escola que deve
respaitar a laitura de mundo que ale traz a partir de suas experiencias sociais ou
seja sua intera~o com outros individuos e com varias inforrnacentes veiculadas palos
meios de comunicacao de massas principalmente a televis~o
Para melhor compreensao dessa afirmativa Ferreiro e Teberosky (1986)
explicam que a sujeito que conhecemos atravas da teoria de Piaget e urn sujeito
que procura atividade de compreender a mundo que 0 rodeia e trata de resolver as
integra90es que esse mundo provoca ~ urn sujeito que aprende basicamente
atravas de suas proprias categorias de pensamento aD masmo tempo em que
organiza seu mundo
Segundo Ferreiro (1987) muito antes de serem capazes de ler au escrever
no sentido convencional do termo as criancas tantam interpretar as textos com os
17
quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetizacao pais ela na fase
pre-escolar ja faz a sua leitura do mundo
Verifica~se nessas leituras que a crianya dave sar urn agente ativa e
determinado no seu desenvoJvimento conforme Kleiman (1995) a leitura e urn
processo que vai definindo progressivamente a relaao texto e leitor e e no
ambiente alfabetizador que a crian98 tem a oportunidade de agir em liberdade para
aprender e desenvolver seus conceitos cognitivos e afetivos
Como conceito de literatura atualmente as dicionarios apresentam as
seguintes sentidos conjunto de obras que versam sabre temas especificos literatura
policial Iiteratura picaresC8 literatura de terror
A literatura na 6tica de Ferreiro
e a representa~o de urna visao do mundo slem de uma tarnada deposiyAo diante dele Tal posicionamento centraliza lIssim suas atenyOesno criador de literatura e ns imita~o da natureza compreendida comoc6pia ou reproduQAoA linguagem e vista como mero ve[culo dessacomunicacao(1987 p 56)
De posse dos conceitos sabre literatura e necessaria cempreender seu
vinculo com a crianca e 0 hJdico A palavra ludice vern do latim ludus e significa
brincar Segundo Rojas (1991) neste brincar estao inclufdos os jogos brinquedos e
divertimentos A funcao educativa do joga permite a aprendizagem do individua seu
conhecimento e sua interpretacao de mundo Por meio da brincadeira a crianca
envolve-se no jogo e sente a necessidade de partilhar com a outro Assim brincando
e jogando ela tera oportunidade de desenvolver capacidades indispensaveis a sua
vida futura
A autora afirma que atraves do jogo de papais a crian98 lida com experi~ncias
que ainda n~o consegue realizar no mundo real
Para Rojas
o brinquedo e a essMcia da infQnciae seu usa permite urn trabalhopedag6gico Que possibilita a produ9fio do conhecimento e tambem aestimula~o da afetividade na crianta A crtan9lJ estabelece com 0
18
brinquedo uma relaltao natural e consegue extravasar suas angostias epaixOes SUDS slegrias e tristezBS suas agressividade5 e passividade(1991 pS)
Dando continuidade a importancia do udico na vida da crian98 0 pr6ximo
capitulo discorre sabre a complexa rela9lo entre a leitura e a trabalho pedag6gico
que incentiva au nao 0 vinculo com a literatura
19
3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA
Na vis~o de Klein e Schafaschek (1990) a processo pedagogico consiste na
transmissao do conhecimento de sua hist6ria assim sera mostrado 0 movimento
historico da linguagem oral e escrita
A linguagem e a consci~ncja sao resultados da ayAo coletiva que as
homens desenvolveram
Segundo Bakhtin
e a linguagem portanto enquanto possibilidade de representa~o logo deabslratao e generalizacAo das caracteristicas do mundo exterior quepossibilila a passagem da con5Ci~ndasensivel a conscilncia racional daoperaylo com objetos concretos com conceitos au representaffOes (1988p32)
Passa~se entaD para uma representayao da linguagem escrita Assim 0
processo da alfabetizacao dave tar reconhecimento do texto oral e escrito e
compreende seu total entendimento Ler nao e somente decifrar simbolos graficos
mas buscar a compreensao das mensagens contidas em suas linhas e entrelinhas
Segundo Cunha (1997) a adulto nao tem a habito de ler e coloca em
diversas situavoos suas justjficativas para 0 pouco tempo que disponibiliza para a
leltura ou seja essa suposi~o de que a crian~ nao se interessa pelo livra e
apenas a refiexo do proprio desinteresse do adulto par tal objeto (CUNHA 1997 p
48)
Nesse contexto a partjcipayao do professor e importante pois este sera 0
mediador entre a crian98 e 0 conhecimento facilitando 0 processo de aquisj~o da
cultura Dai a ideia de que a produ91ioda linguagem oral e escrita e resultado de
um esforyo de produ91iodos homens e desenvolveu-se atraves da necessidade da
mediayiio de um professor
20
Dentro desta perspectiva tem-se re18980 do adulto com a criany8 que
segundo Cunha (1997) e nessa perspectiva a leitura e colocada como mais uma
imposiyao A ideia de que a leitura vai fazer bem a crianya ou ao jOllem leva - nos a
obriga-Ios a ler como Ihes impomos a colher de remedio a injecl)a a escova de
dente a escola (CUNHA 1997 P 51)
Na perspective de Cunha a leitura nao deve ser imposta 0 905tO pel a
leitura deve ser desenvolvido E necessario que sejam obedecidas as fases de
interesse da criama quanta a leitura apresentadas abaixo
Na primeira fase de aquisicao palo g05tO da leitura delem ser
apresentados a crianB livros de gravuras e dos versos infantis (de 2 a 5 ou 6 anos)
E a fase de egocentrismo em que a crianya faz pouca distin9Bo entre a mundo
externo e 0 interno
Ja a idade entre 5 a 8 ou 9 anos caracteriza-se como a idade do Conto de
Fadas De posse de urna mentalidade magica 0 leitor vai buscar nos contos de
fadas lendas mitos e fabulas a simbologia necessaria a elabora~o de suas
viv~ncias
Partindo para a pre-adolesc(mcia e a idade da Historia ambiental e da
leitura Factual (9 a 12 anos) E a fase intermediaria em que persistem vestfgios do
pensamento magico mas a crianya comeya a orientar-se rna is para a real Via de
regra 0 leitar escolhe neste perfodo historias que Ihe apresentam 0 mundo como
ele e Atraves da percep9iio magica de determinado personagem
Dos 12 a 14 anos considera-se a idade da Historia de Aventuras ou fase de
leitura Psicol6gica orientada para as sensac6es E a perfodo da pre-adolescemcia
em que 0 conhecimento da propria personalidade e 0 desenvolvimento dos
precesses agressives ativam a vivlmcia social e a forma9iio de grupos
21
Nos anos de maturidade ou desenvolvimento da esfera Iitero-8stetica de
leitura (14 a 17 anas) ha a curiosidade pelo descobrimento 0 mundo interior e do
mundo dos valores 0 adolescente parte para a hierarquiza~o dos conceitos e a
organizatao de seu universo Aventuras de conteudo intelectual viagens romances
hist6ricos e biograficos historias de amor literatura engajada e temas relacionados
com as interesses Yocacionais v~o ajuda-Io a orientar-se e estruturar-se como
adullo
A questao mais discutida a raspaito de literatura asta relacionada ao fato de
que as jovens e as crianyas nao h~emmuitos s~o as argumentos como a falta de
condiyao financeira de comprar livre 0 pcuco habito de se frequentar a biblioteca os
atrativos e facilidades do computador e da televisao a falta do Mbito dos pais em
lerem entre Qutras causas Mas pode-se considerar como urn grande problema a
falta de habito de leitura nos pais
As autoras Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que middotpais que
nao leem nao poderao despertar em seus filhos 0 gosto pela leitura Imitativa por
natureza a crian98 encontra na familia a maior incentivo para a leitura (1986 p
03)
Assim e delegada a escola a responsabilidade de introduzir a crianca no
mundo dos livros Cabe a escola desenvolver a cantata com as livros que deve ser
iniciada a mais cedo passivel nao 56 pelo manuseio cama tambem pela hist6ria
contada pela conversa au pelos jogos ritmicos no sentido de fazer a crianca amar a
leitura
Esse contato inicial deve ser pautado pela conquista e nao pela imposiyao
o leitor infantI au a infanto-juvenil ao adquirir 0 905tO pela leitura estara
22
visitando urn mundo novo adquirindo conhecimento e aprimorando seu processo
comunicativo
Assim a literatura infantil como toda a obra de arte exerce uma influemcia
pedag6gica sobre 0 individuo quer pela contribuitao na forma9ao do seu
pensamento quer pelos modelos que apresenta Essa funtao pedag6gica tem
importancia unica jil que a contata com a literatura maida a mente e 0 cora9Ao da
crian98 Assim a literatura infantil tern uma finalidade primckia e fundamental que e a
de promover na crian~ 0 gosto pela beleza da palavra 0 deleite perante a cria9ao
de mundos de ficcao
Para alem dista tern ainda a fun980 de arraigar as palavras no mundo
magico da crian~ permitindo-Ihe nlio s6 entende-Ias e usa-las como tambem
goza-Ias e desfruta-Ias no contexto da imaginataomiddot (WORNICOV WAGNER
RUSSOMANO EWEBER 1986 p 04)
MLer as figuras imaginar a hist6ria e desenvolver mental mente urn emado
s~o atividades que poderiam S8r desenvolvidas na educayao infant A escola
dedica ainda pouco tempo para a laitura e a interpreta~o e masmo para a
produtao de textos Mesmo que nao possuindo ainda a capacidade da escrita deve
- S8 compreender que 0 gosto pela leitura it tambem adquirido pelo simples
manuseio de um livro
Neste sentido vale ressaltar as colocalt6esde Orlandi (1987) que distingue
tres tipos de discurso 0 ludico 0 polemico e 0 autaritaria E dentre os diferentes
tipos de discurso autoritario que encontramos 0 discurso pedag6gico que aqui
interessa na medida em que ele tern responsabilidade marcante na atividade que
engloba 0 processo de ensina de leitura no primeiro grau
Este discurso esla a servivo da escola e esta a serviVOde uma ideologia
23
que contribui para dificultar a encontro do saber institucionalizado com as classes
menes favorecidas Isto ocorre porque 0 professor detem 0 saber e trabalha muitas
vezes sem perceber au ate para mostrar poder mascarando 0 tempo todo
afirmando que a aluno tarnham pade dizer 0 que pensa pode opinar pode sugerir
etc e na realidade nao acontece essa pratica a 0 que sa v~ e uma liberdade
vigiada
Sendo 0 professor 0 dono do saber torna-se modelo leitor por excel~ncia
ficando 0 aluno muitas vezes impossihilitado de pensar de refletir e de criar as
pr6prias condicaes de producao
Dessa forma acontece a leitura que 0 autor citado chama de parafrastica ou
seja a raproducao do sentido que 0 autor da ao texto ao contrario da poliss~mica
que se defina pelos multiplos sentidos que ao texto podem ser atribuidos
De acordo com Wornicov Wagner Russomano e Weber
obras especialmenle escntas para crian((CIsmuitas vezes recebem suarejeiyao outras como Robinson Cru50~ de Daniel DefOe Contes de rnamere Ioye de Charles Perrault ou Visgens de Gulliver de Jonathan Swiftnao originalmente destinado aD publico infantrJ foram incorporadas aoacervo de livros para a inftlncia (1988 p 05)
Ainda segundo as autoras e a aceitacao da obra por parte da crian~ que
determina a sua adequacao 80 publico infantil ou n~o ou seja e a crian~ que deve
encontrar na obra seus interesses a unica adaptacao e com refer~ncia ao
conhecimento e limitacentes da crianya As obras literarias infantis devem ser mais do
que instrumentos para proporcionar hist6ria ou induzir a fantasia como toda a obra
de arte exercem uma influencia pedag6gica sobre a individua quer pel a
contribui~o na forma9ilo do seu pensamenta quer pel os modelos que apresenta
Essa funcao pedag6gica tem importancia unica ja que 0 contato com a
literatura desperta na crianya a seu imaginario Assim a literatura infantil tern urna
24
finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a
beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm
dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya
permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las
no contexto da imagina9ilo
Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel
afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida
do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade
inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade
promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao
Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que
ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser
(1986 p 07)
A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da
crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a
crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0
aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a
escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua
com os livros
Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que
em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)
o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao
sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese
classifica96es devem ser respeitadas e entendidas
Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista
que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a
crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam
ocupam a centro de seus interesses
Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as
estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de
capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas
em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas
hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de
encantamenta
Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das
modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua
imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia
A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au
varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que
rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade
ludica e magica em que vive a crianca
Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou
hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0
seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um
temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa
2S
26
Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das
crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a
socializaltao
Para Froebel
a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)
Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento
para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais
adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a
socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)
Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e
preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera
explicitada a seguir
31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA
A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana
atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no
mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras
Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn
mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo
e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a
crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente
nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente
ausente em animais
27
A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~
em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala
mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos
A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo
porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do
jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da
crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa
submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo
muito diferente
Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de
desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento
habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa
ala fosse maior do que e na realidade
Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o
a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo
pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que
sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz
em sua totalidade bio-psico-social-educacional
E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de
enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e
sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que
ajudam para 0 seu desenvolvimento global
Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais
independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as
28
espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar
inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha
limites e e importante que n~o superestime sues capacidades
o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive
despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao
respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses
valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos
de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a
desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser
multo bern aprimoradas no pre-escolar
A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo
as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em
sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida
A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento
entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0
saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de
reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade
o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao
das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre
para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e
individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa
movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade
ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios
interesses pessoais no desenvolvimento das atividades
29
Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-
escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu
simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras
crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos
As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque
nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas
Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia
de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de
adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e
imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem
o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna
retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de
seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0
habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)
Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos
importantes para aqueles que trabalham com a educaylio
A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada
para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica
30
4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR
Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto
a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern
proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya
retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e
reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a
compreensao do texto par parte da crianya
o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que
ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente
com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0
que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)
A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse
despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao
imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario
Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua
subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia
narrativa
Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer
ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)
31
Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar
divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar
na crianca a g05tO pela literatura
Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU
contaram uma hist6ria
Na 6ptica de Tahan
a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)
E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o
infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento
onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo
Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0
ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos
1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito
2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como
li~o advertlmcia ou canselha
3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas
ou ate masma calculos e fra90es
4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos
5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate
masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco
mental
32
o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias
desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil
enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim
a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)
AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica
para a realizayllo de projetos
Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a
alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas
dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado
e se estao todos proximos suficientes do narrador
A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0
narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e
adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para
narrar historias
Segundo Tahan
Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)
Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as
crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer
Tahan informa
33
os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)
Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e
segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas
pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em
cantata com as criantyas
o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn
texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a
historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta
o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao
socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern
pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que
Ihe eram contadas
Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque
a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)
o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a
escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de
ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo
Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para
poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto
professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco
34
Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur
normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a
participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando
gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com
abras especificas para cada idade das criancas
Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica
e 3 ate 6 anas fase magica
Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn
enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa
integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias
que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza
(humanizadas)
Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a
repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas
outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes
Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras
grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com
certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por
genero
No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes
iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras
Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os
circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)
35
A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os
g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0
romance a novela 0 conto 0 drama etc
Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se
dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a
palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que
empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao
Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou
escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis
tenhamos ou n~o consciencia delas
Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua
peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como
A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna
sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral
o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex
objetos elementos da natureza
A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e
anirnais com urn ensinamento moral
o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre
ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo
A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a
historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas
Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da
magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias
precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais
36
Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre
as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem
Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa
pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a
des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no
processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi
incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario
o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de
informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e
ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de
educa~o
Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e
a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a
narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como
placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis
Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais
principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais
detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no
futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando
com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar
recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos
Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios
dependendo de cada circunstimcia
37
Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel
de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante
Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-
leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a
crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim
gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da
linguagem
Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e
sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a
comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80
livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem
atraves do ludico
Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos
devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au
dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias
o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar
as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a
que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a
compreens~o par parte da crianca
Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram
nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das
maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo
que a rodeia
38
JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)
Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia
essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as
maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a
brincadeira a aprendizado se instala
Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem
basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias
as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para
este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele
que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da
prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade
adulta
A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande
destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca
neste genero litera rio
Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil
devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao
de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar
qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar
deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor
deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure
39
Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido
no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto
pedagogico
Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8
livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com
suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada
Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de
contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta
algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em
conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos
objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a
redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos
de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar
A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os
aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da
participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura
e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da
utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas
41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS
411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos
Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu
surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam
utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a
40
funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas
delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)
bull Boneca contador de hist6rias
As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia
jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-
linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de
pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de
serem proferidos rapidamente)
As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das
mais tfmidas
bull Cria~Ao de final de historia
A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando
pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona
iniciada pel a educadora
o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em
papel
bull Errando as hist6rias
Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas
par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais
ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos
pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam
preocupa~o maior com 0 significado)
Chuva e sol casamento de espanhol
Chuva e sol casamento de caracol
41
bull Fantoches
A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as
crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com
cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas
mas mas manuseando as personagens
bull Gravuras
Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai
apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada
bull Jogo de contar hist6rias
Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos
escralem ou ilustram a hist6ria
a Parlendas e gestos
b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com
as dedas batendo as pes ou as maos etc
c Quadrinhos
d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que
fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por
favor etc
bull Dobraduras
A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas
podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e
ouvindo a magica transformayao do papsl
As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam
a dobradura
Ex dobradura depois recitam
Pinto
o pinto pia
A pipa pinga
Pinga a pipa
a pinto pia
Pinto pia
Pipa pinga
Quanta mais
o pinto pia
Mais a pipa pinga
42
bull Tecnicas de narrativas
Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na
sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil
baseado na autora Susatto (2004)
43
o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter
em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente
aos personagens e aos seus estados e animas
Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam
nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es
segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das
condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto
Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do
abandono dos pais
E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas
narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida
real
Segundo Busatto
Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)
Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser
usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador
reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam
imagens)
U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do
castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim
Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que
se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90
com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da
44
dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus
elementos
DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc
Pianos - altura do movimento
Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic
Forra - intensidade empregado no movimento
Tempo - velocidade com que a movimento e executado
Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo
Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem
preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve
sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de
alunos
45
5 CONSIDERAyOES FINAlS
Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias
tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil
ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes
Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das
transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e
aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem
constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0
conhecimento
A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim
educar para a formayao de cidadaos
No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter
essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para
despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao
magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode
proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa
atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca
passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes
tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor
de seus direitos e deveres como cidadao
A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn
facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do
processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e
participativa
46
Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em
mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir
para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO
pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna
imposicao
o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a
contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a
utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par
leitura
Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da
Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente
com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico
A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que
oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir
para a constru~o de sua autonomia
o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada
pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do
professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no
ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura
Bruner afirma que
e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)
47
Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca
em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern
ao encontro das novas perspectivas de educayao
Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta
nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os
alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais
construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au
informagao
48
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17
quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetizacao pais ela na fase
pre-escolar ja faz a sua leitura do mundo
Verifica~se nessas leituras que a crianya dave sar urn agente ativa e
determinado no seu desenvoJvimento conforme Kleiman (1995) a leitura e urn
processo que vai definindo progressivamente a relaao texto e leitor e e no
ambiente alfabetizador que a crian98 tem a oportunidade de agir em liberdade para
aprender e desenvolver seus conceitos cognitivos e afetivos
Como conceito de literatura atualmente as dicionarios apresentam as
seguintes sentidos conjunto de obras que versam sabre temas especificos literatura
policial Iiteratura picaresC8 literatura de terror
A literatura na 6tica de Ferreiro
e a representa~o de urna visao do mundo slem de uma tarnada deposiyAo diante dele Tal posicionamento centraliza lIssim suas atenyOesno criador de literatura e ns imita~o da natureza compreendida comoc6pia ou reproduQAoA linguagem e vista como mero ve[culo dessacomunicacao(1987 p 56)
De posse dos conceitos sabre literatura e necessaria cempreender seu
vinculo com a crianca e 0 hJdico A palavra ludice vern do latim ludus e significa
brincar Segundo Rojas (1991) neste brincar estao inclufdos os jogos brinquedos e
divertimentos A funcao educativa do joga permite a aprendizagem do individua seu
conhecimento e sua interpretacao de mundo Por meio da brincadeira a crianca
envolve-se no jogo e sente a necessidade de partilhar com a outro Assim brincando
e jogando ela tera oportunidade de desenvolver capacidades indispensaveis a sua
vida futura
A autora afirma que atraves do jogo de papais a crian98 lida com experi~ncias
que ainda n~o consegue realizar no mundo real
Para Rojas
o brinquedo e a essMcia da infQnciae seu usa permite urn trabalhopedag6gico Que possibilita a produ9fio do conhecimento e tambem aestimula~o da afetividade na crianta A crtan9lJ estabelece com 0
18
brinquedo uma relaltao natural e consegue extravasar suas angostias epaixOes SUDS slegrias e tristezBS suas agressividade5 e passividade(1991 pS)
Dando continuidade a importancia do udico na vida da crian98 0 pr6ximo
capitulo discorre sabre a complexa rela9lo entre a leitura e a trabalho pedag6gico
que incentiva au nao 0 vinculo com a literatura
19
3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA
Na vis~o de Klein e Schafaschek (1990) a processo pedagogico consiste na
transmissao do conhecimento de sua hist6ria assim sera mostrado 0 movimento
historico da linguagem oral e escrita
A linguagem e a consci~ncja sao resultados da ayAo coletiva que as
homens desenvolveram
Segundo Bakhtin
e a linguagem portanto enquanto possibilidade de representa~o logo deabslratao e generalizacAo das caracteristicas do mundo exterior quepossibilila a passagem da con5Ci~ndasensivel a conscilncia racional daoperaylo com objetos concretos com conceitos au representaffOes (1988p32)
Passa~se entaD para uma representayao da linguagem escrita Assim 0
processo da alfabetizacao dave tar reconhecimento do texto oral e escrito e
compreende seu total entendimento Ler nao e somente decifrar simbolos graficos
mas buscar a compreensao das mensagens contidas em suas linhas e entrelinhas
Segundo Cunha (1997) a adulto nao tem a habito de ler e coloca em
diversas situavoos suas justjficativas para 0 pouco tempo que disponibiliza para a
leltura ou seja essa suposi~o de que a crian~ nao se interessa pelo livra e
apenas a refiexo do proprio desinteresse do adulto par tal objeto (CUNHA 1997 p
48)
Nesse contexto a partjcipayao do professor e importante pois este sera 0
mediador entre a crian98 e 0 conhecimento facilitando 0 processo de aquisj~o da
cultura Dai a ideia de que a produ91ioda linguagem oral e escrita e resultado de
um esforyo de produ91iodos homens e desenvolveu-se atraves da necessidade da
mediayiio de um professor
20
Dentro desta perspectiva tem-se re18980 do adulto com a criany8 que
segundo Cunha (1997) e nessa perspectiva a leitura e colocada como mais uma
imposiyao A ideia de que a leitura vai fazer bem a crianya ou ao jOllem leva - nos a
obriga-Ios a ler como Ihes impomos a colher de remedio a injecl)a a escova de
dente a escola (CUNHA 1997 P 51)
Na perspective de Cunha a leitura nao deve ser imposta 0 905tO pel a
leitura deve ser desenvolvido E necessario que sejam obedecidas as fases de
interesse da criama quanta a leitura apresentadas abaixo
Na primeira fase de aquisicao palo g05tO da leitura delem ser
apresentados a crianB livros de gravuras e dos versos infantis (de 2 a 5 ou 6 anos)
E a fase de egocentrismo em que a crianya faz pouca distin9Bo entre a mundo
externo e 0 interno
Ja a idade entre 5 a 8 ou 9 anos caracteriza-se como a idade do Conto de
Fadas De posse de urna mentalidade magica 0 leitor vai buscar nos contos de
fadas lendas mitos e fabulas a simbologia necessaria a elabora~o de suas
viv~ncias
Partindo para a pre-adolesc(mcia e a idade da Historia ambiental e da
leitura Factual (9 a 12 anos) E a fase intermediaria em que persistem vestfgios do
pensamento magico mas a crianya comeya a orientar-se rna is para a real Via de
regra 0 leitar escolhe neste perfodo historias que Ihe apresentam 0 mundo como
ele e Atraves da percep9iio magica de determinado personagem
Dos 12 a 14 anos considera-se a idade da Historia de Aventuras ou fase de
leitura Psicol6gica orientada para as sensac6es E a perfodo da pre-adolescemcia
em que 0 conhecimento da propria personalidade e 0 desenvolvimento dos
precesses agressives ativam a vivlmcia social e a forma9iio de grupos
21
Nos anos de maturidade ou desenvolvimento da esfera Iitero-8stetica de
leitura (14 a 17 anas) ha a curiosidade pelo descobrimento 0 mundo interior e do
mundo dos valores 0 adolescente parte para a hierarquiza~o dos conceitos e a
organizatao de seu universo Aventuras de conteudo intelectual viagens romances
hist6ricos e biograficos historias de amor literatura engajada e temas relacionados
com as interesses Yocacionais v~o ajuda-Io a orientar-se e estruturar-se como
adullo
A questao mais discutida a raspaito de literatura asta relacionada ao fato de
que as jovens e as crianyas nao h~emmuitos s~o as argumentos como a falta de
condiyao financeira de comprar livre 0 pcuco habito de se frequentar a biblioteca os
atrativos e facilidades do computador e da televisao a falta do Mbito dos pais em
lerem entre Qutras causas Mas pode-se considerar como urn grande problema a
falta de habito de leitura nos pais
As autoras Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que middotpais que
nao leem nao poderao despertar em seus filhos 0 gosto pela leitura Imitativa por
natureza a crian98 encontra na familia a maior incentivo para a leitura (1986 p
03)
Assim e delegada a escola a responsabilidade de introduzir a crianca no
mundo dos livros Cabe a escola desenvolver a cantata com as livros que deve ser
iniciada a mais cedo passivel nao 56 pelo manuseio cama tambem pela hist6ria
contada pela conversa au pelos jogos ritmicos no sentido de fazer a crianca amar a
leitura
Esse contato inicial deve ser pautado pela conquista e nao pela imposiyao
o leitor infantI au a infanto-juvenil ao adquirir 0 905tO pela leitura estara
22
visitando urn mundo novo adquirindo conhecimento e aprimorando seu processo
comunicativo
Assim a literatura infantil como toda a obra de arte exerce uma influemcia
pedag6gica sobre 0 individuo quer pela contribuitao na forma9ao do seu
pensamento quer pelos modelos que apresenta Essa funtao pedag6gica tem
importancia unica jil que a contata com a literatura maida a mente e 0 cora9Ao da
crian98 Assim a literatura infantil tern uma finalidade primckia e fundamental que e a
de promover na crian~ 0 gosto pela beleza da palavra 0 deleite perante a cria9ao
de mundos de ficcao
Para alem dista tern ainda a fun980 de arraigar as palavras no mundo
magico da crian~ permitindo-Ihe nlio s6 entende-Ias e usa-las como tambem
goza-Ias e desfruta-Ias no contexto da imaginataomiddot (WORNICOV WAGNER
RUSSOMANO EWEBER 1986 p 04)
MLer as figuras imaginar a hist6ria e desenvolver mental mente urn emado
s~o atividades que poderiam S8r desenvolvidas na educayao infant A escola
dedica ainda pouco tempo para a laitura e a interpreta~o e masmo para a
produtao de textos Mesmo que nao possuindo ainda a capacidade da escrita deve
- S8 compreender que 0 gosto pela leitura it tambem adquirido pelo simples
manuseio de um livro
Neste sentido vale ressaltar as colocalt6esde Orlandi (1987) que distingue
tres tipos de discurso 0 ludico 0 polemico e 0 autaritaria E dentre os diferentes
tipos de discurso autoritario que encontramos 0 discurso pedag6gico que aqui
interessa na medida em que ele tern responsabilidade marcante na atividade que
engloba 0 processo de ensina de leitura no primeiro grau
Este discurso esla a servivo da escola e esta a serviVOde uma ideologia
23
que contribui para dificultar a encontro do saber institucionalizado com as classes
menes favorecidas Isto ocorre porque 0 professor detem 0 saber e trabalha muitas
vezes sem perceber au ate para mostrar poder mascarando 0 tempo todo
afirmando que a aluno tarnham pade dizer 0 que pensa pode opinar pode sugerir
etc e na realidade nao acontece essa pratica a 0 que sa v~ e uma liberdade
vigiada
Sendo 0 professor 0 dono do saber torna-se modelo leitor por excel~ncia
ficando 0 aluno muitas vezes impossihilitado de pensar de refletir e de criar as
pr6prias condicaes de producao
Dessa forma acontece a leitura que 0 autor citado chama de parafrastica ou
seja a raproducao do sentido que 0 autor da ao texto ao contrario da poliss~mica
que se defina pelos multiplos sentidos que ao texto podem ser atribuidos
De acordo com Wornicov Wagner Russomano e Weber
obras especialmenle escntas para crian((CIsmuitas vezes recebem suarejeiyao outras como Robinson Cru50~ de Daniel DefOe Contes de rnamere Ioye de Charles Perrault ou Visgens de Gulliver de Jonathan Swiftnao originalmente destinado aD publico infantrJ foram incorporadas aoacervo de livros para a inftlncia (1988 p 05)
Ainda segundo as autoras e a aceitacao da obra por parte da crian~ que
determina a sua adequacao 80 publico infantil ou n~o ou seja e a crian~ que deve
encontrar na obra seus interesses a unica adaptacao e com refer~ncia ao
conhecimento e limitacentes da crianya As obras literarias infantis devem ser mais do
que instrumentos para proporcionar hist6ria ou induzir a fantasia como toda a obra
de arte exercem uma influencia pedag6gica sobre a individua quer pel a
contribui~o na forma9ilo do seu pensamenta quer pel os modelos que apresenta
Essa funcao pedag6gica tem importancia unica ja que 0 contato com a
literatura desperta na crianya a seu imaginario Assim a literatura infantil tern urna
24
finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a
beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm
dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya
permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las
no contexto da imagina9ilo
Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel
afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida
do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade
inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade
promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao
Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que
ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser
(1986 p 07)
A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da
crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a
crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0
aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a
escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua
com os livros
Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que
em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)
o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao
sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese
classifica96es devem ser respeitadas e entendidas
Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista
que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a
crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam
ocupam a centro de seus interesses
Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as
estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de
capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas
em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas
hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de
encantamenta
Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das
modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua
imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia
A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au
varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que
rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade
ludica e magica em que vive a crianca
Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou
hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0
seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um
temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa
2S
26
Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das
crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a
socializaltao
Para Froebel
a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)
Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento
para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais
adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a
socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)
Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e
preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera
explicitada a seguir
31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA
A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana
atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no
mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras
Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn
mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo
e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a
crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente
nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente
ausente em animais
27
A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~
em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala
mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos
A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo
porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do
jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da
crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa
submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo
muito diferente
Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de
desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento
habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa
ala fosse maior do que e na realidade
Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o
a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo
pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que
sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz
em sua totalidade bio-psico-social-educacional
E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de
enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e
sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que
ajudam para 0 seu desenvolvimento global
Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais
independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as
28
espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar
inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha
limites e e importante que n~o superestime sues capacidades
o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive
despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao
respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses
valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos
de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a
desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser
multo bern aprimoradas no pre-escolar
A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo
as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em
sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida
A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento
entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0
saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de
reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade
o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao
das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre
para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e
individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa
movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade
ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios
interesses pessoais no desenvolvimento das atividades
29
Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-
escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu
simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras
crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos
As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque
nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas
Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia
de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de
adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e
imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem
o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna
retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de
seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0
habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)
Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos
importantes para aqueles que trabalham com a educaylio
A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada
para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica
30
4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR
Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto
a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern
proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya
retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e
reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a
compreensao do texto par parte da crianya
o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que
ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente
com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0
que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)
A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse
despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao
imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario
Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua
subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia
narrativa
Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer
ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)
31
Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar
divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar
na crianca a g05tO pela literatura
Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU
contaram uma hist6ria
Na 6ptica de Tahan
a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)
E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o
infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento
onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo
Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0
ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos
1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito
2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como
li~o advertlmcia ou canselha
3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas
ou ate masma calculos e fra90es
4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos
5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate
masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco
mental
32
o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias
desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil
enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim
a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)
AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica
para a realizayllo de projetos
Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a
alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas
dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado
e se estao todos proximos suficientes do narrador
A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0
narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e
adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para
narrar historias
Segundo Tahan
Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)
Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as
crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer
Tahan informa
33
os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)
Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e
segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas
pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em
cantata com as criantyas
o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn
texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a
historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta
o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao
socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern
pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que
Ihe eram contadas
Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque
a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)
o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a
escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de
ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo
Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para
poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto
professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco
34
Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur
normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a
participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando
gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com
abras especificas para cada idade das criancas
Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica
e 3 ate 6 anas fase magica
Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn
enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa
integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias
que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza
(humanizadas)
Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a
repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas
outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes
Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras
grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com
certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por
genero
No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes
iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras
Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os
circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)
35
A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os
g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0
romance a novela 0 conto 0 drama etc
Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se
dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a
palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que
empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao
Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou
escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis
tenhamos ou n~o consciencia delas
Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua
peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como
A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna
sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral
o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex
objetos elementos da natureza
A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e
anirnais com urn ensinamento moral
o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre
ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo
A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a
historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas
Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da
magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias
precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais
36
Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre
as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem
Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa
pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a
des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no
processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi
incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario
o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de
informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e
ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de
educa~o
Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e
a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a
narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como
placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis
Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais
principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais
detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no
futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando
com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar
recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos
Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios
dependendo de cada circunstimcia
37
Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel
de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante
Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-
leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a
crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim
gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da
linguagem
Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e
sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a
comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80
livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem
atraves do ludico
Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos
devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au
dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias
o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar
as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a
que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a
compreens~o par parte da crianca
Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram
nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das
maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo
que a rodeia
38
JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)
Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia
essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as
maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a
brincadeira a aprendizado se instala
Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem
basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias
as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para
este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele
que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da
prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade
adulta
A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande
destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca
neste genero litera rio
Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil
devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao
de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar
qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar
deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor
deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure
39
Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido
no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto
pedagogico
Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8
livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com
suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada
Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de
contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta
algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em
conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos
objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a
redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos
de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar
A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os
aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da
participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura
e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da
utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas
41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS
411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos
Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu
surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam
utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a
40
funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas
delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)
bull Boneca contador de hist6rias
As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia
jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-
linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de
pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de
serem proferidos rapidamente)
As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das
mais tfmidas
bull Cria~Ao de final de historia
A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando
pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona
iniciada pel a educadora
o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em
papel
bull Errando as hist6rias
Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas
par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais
ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos
pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam
preocupa~o maior com 0 significado)
Chuva e sol casamento de espanhol
Chuva e sol casamento de caracol
41
bull Fantoches
A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as
crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com
cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas
mas mas manuseando as personagens
bull Gravuras
Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai
apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada
bull Jogo de contar hist6rias
Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos
escralem ou ilustram a hist6ria
a Parlendas e gestos
b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com
as dedas batendo as pes ou as maos etc
c Quadrinhos
d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que
fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por
favor etc
bull Dobraduras
A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas
podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e
ouvindo a magica transformayao do papsl
As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam
a dobradura
Ex dobradura depois recitam
Pinto
o pinto pia
A pipa pinga
Pinga a pipa
a pinto pia
Pinto pia
Pipa pinga
Quanta mais
o pinto pia
Mais a pipa pinga
42
bull Tecnicas de narrativas
Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na
sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil
baseado na autora Susatto (2004)
43
o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter
em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente
aos personagens e aos seus estados e animas
Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam
nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es
segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das
condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto
Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do
abandono dos pais
E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas
narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida
real
Segundo Busatto
Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)
Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser
usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador
reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam
imagens)
U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do
castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim
Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que
se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90
com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da
44
dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus
elementos
DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc
Pianos - altura do movimento
Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic
Forra - intensidade empregado no movimento
Tempo - velocidade com que a movimento e executado
Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo
Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem
preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve
sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de
alunos
45
5 CONSIDERAyOES FINAlS
Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias
tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil
ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes
Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das
transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e
aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem
constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0
conhecimento
A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim
educar para a formayao de cidadaos
No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter
essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para
despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao
magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode
proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa
atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca
passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes
tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor
de seus direitos e deveres como cidadao
A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn
facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do
processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e
participativa
46
Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em
mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir
para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO
pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna
imposicao
o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a
contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a
utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par
leitura
Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da
Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente
com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico
A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que
oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir
para a constru~o de sua autonomia
o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada
pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do
professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no
ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura
Bruner afirma que
e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)
47
Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca
em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern
ao encontro das novas perspectivas de educayao
Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta
nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os
alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais
construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au
informagao
48
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brinquedo uma relaltao natural e consegue extravasar suas angostias epaixOes SUDS slegrias e tristezBS suas agressividade5 e passividade(1991 pS)
Dando continuidade a importancia do udico na vida da crian98 0 pr6ximo
capitulo discorre sabre a complexa rela9lo entre a leitura e a trabalho pedag6gico
que incentiva au nao 0 vinculo com a literatura
19
3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA
Na vis~o de Klein e Schafaschek (1990) a processo pedagogico consiste na
transmissao do conhecimento de sua hist6ria assim sera mostrado 0 movimento
historico da linguagem oral e escrita
A linguagem e a consci~ncja sao resultados da ayAo coletiva que as
homens desenvolveram
Segundo Bakhtin
e a linguagem portanto enquanto possibilidade de representa~o logo deabslratao e generalizacAo das caracteristicas do mundo exterior quepossibilila a passagem da con5Ci~ndasensivel a conscilncia racional daoperaylo com objetos concretos com conceitos au representaffOes (1988p32)
Passa~se entaD para uma representayao da linguagem escrita Assim 0
processo da alfabetizacao dave tar reconhecimento do texto oral e escrito e
compreende seu total entendimento Ler nao e somente decifrar simbolos graficos
mas buscar a compreensao das mensagens contidas em suas linhas e entrelinhas
Segundo Cunha (1997) a adulto nao tem a habito de ler e coloca em
diversas situavoos suas justjficativas para 0 pouco tempo que disponibiliza para a
leltura ou seja essa suposi~o de que a crian~ nao se interessa pelo livra e
apenas a refiexo do proprio desinteresse do adulto par tal objeto (CUNHA 1997 p
48)
Nesse contexto a partjcipayao do professor e importante pois este sera 0
mediador entre a crian98 e 0 conhecimento facilitando 0 processo de aquisj~o da
cultura Dai a ideia de que a produ91ioda linguagem oral e escrita e resultado de
um esforyo de produ91iodos homens e desenvolveu-se atraves da necessidade da
mediayiio de um professor
20
Dentro desta perspectiva tem-se re18980 do adulto com a criany8 que
segundo Cunha (1997) e nessa perspectiva a leitura e colocada como mais uma
imposiyao A ideia de que a leitura vai fazer bem a crianya ou ao jOllem leva - nos a
obriga-Ios a ler como Ihes impomos a colher de remedio a injecl)a a escova de
dente a escola (CUNHA 1997 P 51)
Na perspective de Cunha a leitura nao deve ser imposta 0 905tO pel a
leitura deve ser desenvolvido E necessario que sejam obedecidas as fases de
interesse da criama quanta a leitura apresentadas abaixo
Na primeira fase de aquisicao palo g05tO da leitura delem ser
apresentados a crianB livros de gravuras e dos versos infantis (de 2 a 5 ou 6 anos)
E a fase de egocentrismo em que a crianya faz pouca distin9Bo entre a mundo
externo e 0 interno
Ja a idade entre 5 a 8 ou 9 anos caracteriza-se como a idade do Conto de
Fadas De posse de urna mentalidade magica 0 leitor vai buscar nos contos de
fadas lendas mitos e fabulas a simbologia necessaria a elabora~o de suas
viv~ncias
Partindo para a pre-adolesc(mcia e a idade da Historia ambiental e da
leitura Factual (9 a 12 anos) E a fase intermediaria em que persistem vestfgios do
pensamento magico mas a crianya comeya a orientar-se rna is para a real Via de
regra 0 leitar escolhe neste perfodo historias que Ihe apresentam 0 mundo como
ele e Atraves da percep9iio magica de determinado personagem
Dos 12 a 14 anos considera-se a idade da Historia de Aventuras ou fase de
leitura Psicol6gica orientada para as sensac6es E a perfodo da pre-adolescemcia
em que 0 conhecimento da propria personalidade e 0 desenvolvimento dos
precesses agressives ativam a vivlmcia social e a forma9iio de grupos
21
Nos anos de maturidade ou desenvolvimento da esfera Iitero-8stetica de
leitura (14 a 17 anas) ha a curiosidade pelo descobrimento 0 mundo interior e do
mundo dos valores 0 adolescente parte para a hierarquiza~o dos conceitos e a
organizatao de seu universo Aventuras de conteudo intelectual viagens romances
hist6ricos e biograficos historias de amor literatura engajada e temas relacionados
com as interesses Yocacionais v~o ajuda-Io a orientar-se e estruturar-se como
adullo
A questao mais discutida a raspaito de literatura asta relacionada ao fato de
que as jovens e as crianyas nao h~emmuitos s~o as argumentos como a falta de
condiyao financeira de comprar livre 0 pcuco habito de se frequentar a biblioteca os
atrativos e facilidades do computador e da televisao a falta do Mbito dos pais em
lerem entre Qutras causas Mas pode-se considerar como urn grande problema a
falta de habito de leitura nos pais
As autoras Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que middotpais que
nao leem nao poderao despertar em seus filhos 0 gosto pela leitura Imitativa por
natureza a crian98 encontra na familia a maior incentivo para a leitura (1986 p
03)
Assim e delegada a escola a responsabilidade de introduzir a crianca no
mundo dos livros Cabe a escola desenvolver a cantata com as livros que deve ser
iniciada a mais cedo passivel nao 56 pelo manuseio cama tambem pela hist6ria
contada pela conversa au pelos jogos ritmicos no sentido de fazer a crianca amar a
leitura
Esse contato inicial deve ser pautado pela conquista e nao pela imposiyao
o leitor infantI au a infanto-juvenil ao adquirir 0 905tO pela leitura estara
22
visitando urn mundo novo adquirindo conhecimento e aprimorando seu processo
comunicativo
Assim a literatura infantil como toda a obra de arte exerce uma influemcia
pedag6gica sobre 0 individuo quer pela contribuitao na forma9ao do seu
pensamento quer pelos modelos que apresenta Essa funtao pedag6gica tem
importancia unica jil que a contata com a literatura maida a mente e 0 cora9Ao da
crian98 Assim a literatura infantil tern uma finalidade primckia e fundamental que e a
de promover na crian~ 0 gosto pela beleza da palavra 0 deleite perante a cria9ao
de mundos de ficcao
Para alem dista tern ainda a fun980 de arraigar as palavras no mundo
magico da crian~ permitindo-Ihe nlio s6 entende-Ias e usa-las como tambem
goza-Ias e desfruta-Ias no contexto da imaginataomiddot (WORNICOV WAGNER
RUSSOMANO EWEBER 1986 p 04)
MLer as figuras imaginar a hist6ria e desenvolver mental mente urn emado
s~o atividades que poderiam S8r desenvolvidas na educayao infant A escola
dedica ainda pouco tempo para a laitura e a interpreta~o e masmo para a
produtao de textos Mesmo que nao possuindo ainda a capacidade da escrita deve
- S8 compreender que 0 gosto pela leitura it tambem adquirido pelo simples
manuseio de um livro
Neste sentido vale ressaltar as colocalt6esde Orlandi (1987) que distingue
tres tipos de discurso 0 ludico 0 polemico e 0 autaritaria E dentre os diferentes
tipos de discurso autoritario que encontramos 0 discurso pedag6gico que aqui
interessa na medida em que ele tern responsabilidade marcante na atividade que
engloba 0 processo de ensina de leitura no primeiro grau
Este discurso esla a servivo da escola e esta a serviVOde uma ideologia
23
que contribui para dificultar a encontro do saber institucionalizado com as classes
menes favorecidas Isto ocorre porque 0 professor detem 0 saber e trabalha muitas
vezes sem perceber au ate para mostrar poder mascarando 0 tempo todo
afirmando que a aluno tarnham pade dizer 0 que pensa pode opinar pode sugerir
etc e na realidade nao acontece essa pratica a 0 que sa v~ e uma liberdade
vigiada
Sendo 0 professor 0 dono do saber torna-se modelo leitor por excel~ncia
ficando 0 aluno muitas vezes impossihilitado de pensar de refletir e de criar as
pr6prias condicaes de producao
Dessa forma acontece a leitura que 0 autor citado chama de parafrastica ou
seja a raproducao do sentido que 0 autor da ao texto ao contrario da poliss~mica
que se defina pelos multiplos sentidos que ao texto podem ser atribuidos
De acordo com Wornicov Wagner Russomano e Weber
obras especialmenle escntas para crian((CIsmuitas vezes recebem suarejeiyao outras como Robinson Cru50~ de Daniel DefOe Contes de rnamere Ioye de Charles Perrault ou Visgens de Gulliver de Jonathan Swiftnao originalmente destinado aD publico infantrJ foram incorporadas aoacervo de livros para a inftlncia (1988 p 05)
Ainda segundo as autoras e a aceitacao da obra por parte da crian~ que
determina a sua adequacao 80 publico infantil ou n~o ou seja e a crian~ que deve
encontrar na obra seus interesses a unica adaptacao e com refer~ncia ao
conhecimento e limitacentes da crianya As obras literarias infantis devem ser mais do
que instrumentos para proporcionar hist6ria ou induzir a fantasia como toda a obra
de arte exercem uma influencia pedag6gica sobre a individua quer pel a
contribui~o na forma9ilo do seu pensamenta quer pel os modelos que apresenta
Essa funcao pedag6gica tem importancia unica ja que 0 contato com a
literatura desperta na crianya a seu imaginario Assim a literatura infantil tern urna
24
finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a
beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm
dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya
permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las
no contexto da imagina9ilo
Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel
afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida
do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade
inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade
promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao
Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que
ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser
(1986 p 07)
A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da
crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a
crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0
aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a
escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua
com os livros
Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que
em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)
o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao
sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese
classifica96es devem ser respeitadas e entendidas
Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista
que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a
crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam
ocupam a centro de seus interesses
Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as
estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de
capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas
em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas
hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de
encantamenta
Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das
modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua
imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia
A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au
varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que
rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade
ludica e magica em que vive a crianca
Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou
hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0
seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um
temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa
2S
26
Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das
crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a
socializaltao
Para Froebel
a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)
Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento
para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais
adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a
socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)
Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e
preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera
explicitada a seguir
31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA
A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana
atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no
mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras
Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn
mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo
e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a
crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente
nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente
ausente em animais
27
A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~
em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala
mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos
A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo
porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do
jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da
crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa
submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo
muito diferente
Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de
desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento
habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa
ala fosse maior do que e na realidade
Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o
a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo
pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que
sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz
em sua totalidade bio-psico-social-educacional
E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de
enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e
sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que
ajudam para 0 seu desenvolvimento global
Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais
independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as
28
espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar
inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha
limites e e importante que n~o superestime sues capacidades
o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive
despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao
respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses
valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos
de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a
desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser
multo bern aprimoradas no pre-escolar
A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo
as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em
sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida
A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento
entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0
saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de
reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade
o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao
das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre
para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e
individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa
movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade
ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios
interesses pessoais no desenvolvimento das atividades
29
Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-
escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu
simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras
crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos
As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque
nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas
Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia
de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de
adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e
imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem
o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna
retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de
seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0
habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)
Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos
importantes para aqueles que trabalham com a educaylio
A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada
para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica
30
4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR
Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto
a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern
proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya
retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e
reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a
compreensao do texto par parte da crianya
o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que
ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente
com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0
que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)
A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse
despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao
imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario
Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua
subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia
narrativa
Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer
ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)
31
Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar
divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar
na crianca a g05tO pela literatura
Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU
contaram uma hist6ria
Na 6ptica de Tahan
a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)
E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o
infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento
onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo
Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0
ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos
1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito
2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como
li~o advertlmcia ou canselha
3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas
ou ate masma calculos e fra90es
4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos
5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate
masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco
mental
32
o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias
desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil
enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim
a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)
AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica
para a realizayllo de projetos
Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a
alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas
dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado
e se estao todos proximos suficientes do narrador
A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0
narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e
adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para
narrar historias
Segundo Tahan
Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)
Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as
crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer
Tahan informa
33
os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)
Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e
segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas
pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em
cantata com as criantyas
o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn
texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a
historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta
o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao
socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern
pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que
Ihe eram contadas
Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque
a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)
o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a
escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de
ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo
Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para
poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto
professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco
34
Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur
normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a
participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando
gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com
abras especificas para cada idade das criancas
Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica
e 3 ate 6 anas fase magica
Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn
enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa
integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias
que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza
(humanizadas)
Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a
repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas
outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes
Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras
grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com
certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por
genero
No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes
iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras
Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os
circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)
35
A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os
g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0
romance a novela 0 conto 0 drama etc
Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se
dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a
palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que
empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao
Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou
escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis
tenhamos ou n~o consciencia delas
Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua
peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como
A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna
sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral
o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex
objetos elementos da natureza
A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e
anirnais com urn ensinamento moral
o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre
ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo
A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a
historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas
Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da
magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias
precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais
36
Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre
as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem
Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa
pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a
des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no
processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi
incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario
o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de
informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e
ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de
educa~o
Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e
a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a
narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como
placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis
Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais
principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais
detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no
futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando
com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar
recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos
Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios
dependendo de cada circunstimcia
37
Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel
de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante
Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-
leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a
crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim
gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da
linguagem
Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e
sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a
comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80
livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem
atraves do ludico
Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos
devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au
dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias
o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar
as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a
que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a
compreens~o par parte da crianca
Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram
nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das
maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo
que a rodeia
38
JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)
Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia
essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as
maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a
brincadeira a aprendizado se instala
Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem
basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias
as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para
este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele
que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da
prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade
adulta
A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande
destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca
neste genero litera rio
Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil
devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao
de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar
qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar
deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor
deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure
39
Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido
no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto
pedagogico
Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8
livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com
suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada
Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de
contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta
algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em
conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos
objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a
redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos
de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar
A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os
aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da
participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura
e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da
utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas
41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS
411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos
Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu
surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam
utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a
40
funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas
delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)
bull Boneca contador de hist6rias
As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia
jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-
linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de
pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de
serem proferidos rapidamente)
As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das
mais tfmidas
bull Cria~Ao de final de historia
A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando
pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona
iniciada pel a educadora
o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em
papel
bull Errando as hist6rias
Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas
par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais
ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos
pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam
preocupa~o maior com 0 significado)
Chuva e sol casamento de espanhol
Chuva e sol casamento de caracol
41
bull Fantoches
A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as
crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com
cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas
mas mas manuseando as personagens
bull Gravuras
Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai
apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada
bull Jogo de contar hist6rias
Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos
escralem ou ilustram a hist6ria
a Parlendas e gestos
b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com
as dedas batendo as pes ou as maos etc
c Quadrinhos
d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que
fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por
favor etc
bull Dobraduras
A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas
podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e
ouvindo a magica transformayao do papsl
As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam
a dobradura
Ex dobradura depois recitam
Pinto
o pinto pia
A pipa pinga
Pinga a pipa
a pinto pia
Pinto pia
Pipa pinga
Quanta mais
o pinto pia
Mais a pipa pinga
42
bull Tecnicas de narrativas
Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na
sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil
baseado na autora Susatto (2004)
43
o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter
em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente
aos personagens e aos seus estados e animas
Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam
nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es
segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das
condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto
Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do
abandono dos pais
E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas
narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida
real
Segundo Busatto
Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)
Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser
usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador
reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam
imagens)
U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do
castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim
Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que
se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90
com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da
44
dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus
elementos
DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc
Pianos - altura do movimento
Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic
Forra - intensidade empregado no movimento
Tempo - velocidade com que a movimento e executado
Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo
Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem
preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve
sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de
alunos
45
5 CONSIDERAyOES FINAlS
Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias
tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil
ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes
Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das
transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e
aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem
constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0
conhecimento
A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim
educar para a formayao de cidadaos
No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter
essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para
despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao
magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode
proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa
atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca
passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes
tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor
de seus direitos e deveres como cidadao
A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn
facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do
processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e
participativa
46
Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em
mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir
para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO
pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna
imposicao
o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a
contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a
utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par
leitura
Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da
Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente
com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico
A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que
oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir
para a constru~o de sua autonomia
o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada
pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do
professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no
ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura
Bruner afirma que
e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)
47
Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca
em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern
ao encontro das novas perspectivas de educayao
Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta
nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os
alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais
construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au
informagao
48
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19
3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA
Na vis~o de Klein e Schafaschek (1990) a processo pedagogico consiste na
transmissao do conhecimento de sua hist6ria assim sera mostrado 0 movimento
historico da linguagem oral e escrita
A linguagem e a consci~ncja sao resultados da ayAo coletiva que as
homens desenvolveram
Segundo Bakhtin
e a linguagem portanto enquanto possibilidade de representa~o logo deabslratao e generalizacAo das caracteristicas do mundo exterior quepossibilila a passagem da con5Ci~ndasensivel a conscilncia racional daoperaylo com objetos concretos com conceitos au representaffOes (1988p32)
Passa~se entaD para uma representayao da linguagem escrita Assim 0
processo da alfabetizacao dave tar reconhecimento do texto oral e escrito e
compreende seu total entendimento Ler nao e somente decifrar simbolos graficos
mas buscar a compreensao das mensagens contidas em suas linhas e entrelinhas
Segundo Cunha (1997) a adulto nao tem a habito de ler e coloca em
diversas situavoos suas justjficativas para 0 pouco tempo que disponibiliza para a
leltura ou seja essa suposi~o de que a crian~ nao se interessa pelo livra e
apenas a refiexo do proprio desinteresse do adulto par tal objeto (CUNHA 1997 p
48)
Nesse contexto a partjcipayao do professor e importante pois este sera 0
mediador entre a crian98 e 0 conhecimento facilitando 0 processo de aquisj~o da
cultura Dai a ideia de que a produ91ioda linguagem oral e escrita e resultado de
um esforyo de produ91iodos homens e desenvolveu-se atraves da necessidade da
mediayiio de um professor
20
Dentro desta perspectiva tem-se re18980 do adulto com a criany8 que
segundo Cunha (1997) e nessa perspectiva a leitura e colocada como mais uma
imposiyao A ideia de que a leitura vai fazer bem a crianya ou ao jOllem leva - nos a
obriga-Ios a ler como Ihes impomos a colher de remedio a injecl)a a escova de
dente a escola (CUNHA 1997 P 51)
Na perspective de Cunha a leitura nao deve ser imposta 0 905tO pel a
leitura deve ser desenvolvido E necessario que sejam obedecidas as fases de
interesse da criama quanta a leitura apresentadas abaixo
Na primeira fase de aquisicao palo g05tO da leitura delem ser
apresentados a crianB livros de gravuras e dos versos infantis (de 2 a 5 ou 6 anos)
E a fase de egocentrismo em que a crianya faz pouca distin9Bo entre a mundo
externo e 0 interno
Ja a idade entre 5 a 8 ou 9 anos caracteriza-se como a idade do Conto de
Fadas De posse de urna mentalidade magica 0 leitor vai buscar nos contos de
fadas lendas mitos e fabulas a simbologia necessaria a elabora~o de suas
viv~ncias
Partindo para a pre-adolesc(mcia e a idade da Historia ambiental e da
leitura Factual (9 a 12 anos) E a fase intermediaria em que persistem vestfgios do
pensamento magico mas a crianya comeya a orientar-se rna is para a real Via de
regra 0 leitar escolhe neste perfodo historias que Ihe apresentam 0 mundo como
ele e Atraves da percep9iio magica de determinado personagem
Dos 12 a 14 anos considera-se a idade da Historia de Aventuras ou fase de
leitura Psicol6gica orientada para as sensac6es E a perfodo da pre-adolescemcia
em que 0 conhecimento da propria personalidade e 0 desenvolvimento dos
precesses agressives ativam a vivlmcia social e a forma9iio de grupos
21
Nos anos de maturidade ou desenvolvimento da esfera Iitero-8stetica de
leitura (14 a 17 anas) ha a curiosidade pelo descobrimento 0 mundo interior e do
mundo dos valores 0 adolescente parte para a hierarquiza~o dos conceitos e a
organizatao de seu universo Aventuras de conteudo intelectual viagens romances
hist6ricos e biograficos historias de amor literatura engajada e temas relacionados
com as interesses Yocacionais v~o ajuda-Io a orientar-se e estruturar-se como
adullo
A questao mais discutida a raspaito de literatura asta relacionada ao fato de
que as jovens e as crianyas nao h~emmuitos s~o as argumentos como a falta de
condiyao financeira de comprar livre 0 pcuco habito de se frequentar a biblioteca os
atrativos e facilidades do computador e da televisao a falta do Mbito dos pais em
lerem entre Qutras causas Mas pode-se considerar como urn grande problema a
falta de habito de leitura nos pais
As autoras Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que middotpais que
nao leem nao poderao despertar em seus filhos 0 gosto pela leitura Imitativa por
natureza a crian98 encontra na familia a maior incentivo para a leitura (1986 p
03)
Assim e delegada a escola a responsabilidade de introduzir a crianca no
mundo dos livros Cabe a escola desenvolver a cantata com as livros que deve ser
iniciada a mais cedo passivel nao 56 pelo manuseio cama tambem pela hist6ria
contada pela conversa au pelos jogos ritmicos no sentido de fazer a crianca amar a
leitura
Esse contato inicial deve ser pautado pela conquista e nao pela imposiyao
o leitor infantI au a infanto-juvenil ao adquirir 0 905tO pela leitura estara
22
visitando urn mundo novo adquirindo conhecimento e aprimorando seu processo
comunicativo
Assim a literatura infantil como toda a obra de arte exerce uma influemcia
pedag6gica sobre 0 individuo quer pela contribuitao na forma9ao do seu
pensamento quer pelos modelos que apresenta Essa funtao pedag6gica tem
importancia unica jil que a contata com a literatura maida a mente e 0 cora9Ao da
crian98 Assim a literatura infantil tern uma finalidade primckia e fundamental que e a
de promover na crian~ 0 gosto pela beleza da palavra 0 deleite perante a cria9ao
de mundos de ficcao
Para alem dista tern ainda a fun980 de arraigar as palavras no mundo
magico da crian~ permitindo-Ihe nlio s6 entende-Ias e usa-las como tambem
goza-Ias e desfruta-Ias no contexto da imaginataomiddot (WORNICOV WAGNER
RUSSOMANO EWEBER 1986 p 04)
MLer as figuras imaginar a hist6ria e desenvolver mental mente urn emado
s~o atividades que poderiam S8r desenvolvidas na educayao infant A escola
dedica ainda pouco tempo para a laitura e a interpreta~o e masmo para a
produtao de textos Mesmo que nao possuindo ainda a capacidade da escrita deve
- S8 compreender que 0 gosto pela leitura it tambem adquirido pelo simples
manuseio de um livro
Neste sentido vale ressaltar as colocalt6esde Orlandi (1987) que distingue
tres tipos de discurso 0 ludico 0 polemico e 0 autaritaria E dentre os diferentes
tipos de discurso autoritario que encontramos 0 discurso pedag6gico que aqui
interessa na medida em que ele tern responsabilidade marcante na atividade que
engloba 0 processo de ensina de leitura no primeiro grau
Este discurso esla a servivo da escola e esta a serviVOde uma ideologia
23
que contribui para dificultar a encontro do saber institucionalizado com as classes
menes favorecidas Isto ocorre porque 0 professor detem 0 saber e trabalha muitas
vezes sem perceber au ate para mostrar poder mascarando 0 tempo todo
afirmando que a aluno tarnham pade dizer 0 que pensa pode opinar pode sugerir
etc e na realidade nao acontece essa pratica a 0 que sa v~ e uma liberdade
vigiada
Sendo 0 professor 0 dono do saber torna-se modelo leitor por excel~ncia
ficando 0 aluno muitas vezes impossihilitado de pensar de refletir e de criar as
pr6prias condicaes de producao
Dessa forma acontece a leitura que 0 autor citado chama de parafrastica ou
seja a raproducao do sentido que 0 autor da ao texto ao contrario da poliss~mica
que se defina pelos multiplos sentidos que ao texto podem ser atribuidos
De acordo com Wornicov Wagner Russomano e Weber
obras especialmenle escntas para crian((CIsmuitas vezes recebem suarejeiyao outras como Robinson Cru50~ de Daniel DefOe Contes de rnamere Ioye de Charles Perrault ou Visgens de Gulliver de Jonathan Swiftnao originalmente destinado aD publico infantrJ foram incorporadas aoacervo de livros para a inftlncia (1988 p 05)
Ainda segundo as autoras e a aceitacao da obra por parte da crian~ que
determina a sua adequacao 80 publico infantil ou n~o ou seja e a crian~ que deve
encontrar na obra seus interesses a unica adaptacao e com refer~ncia ao
conhecimento e limitacentes da crianya As obras literarias infantis devem ser mais do
que instrumentos para proporcionar hist6ria ou induzir a fantasia como toda a obra
de arte exercem uma influencia pedag6gica sobre a individua quer pel a
contribui~o na forma9ilo do seu pensamenta quer pel os modelos que apresenta
Essa funcao pedag6gica tem importancia unica ja que 0 contato com a
literatura desperta na crianya a seu imaginario Assim a literatura infantil tern urna
24
finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a
beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm
dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya
permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las
no contexto da imagina9ilo
Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel
afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida
do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade
inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade
promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao
Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que
ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser
(1986 p 07)
A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da
crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a
crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0
aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a
escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua
com os livros
Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que
em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)
o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao
sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese
classifica96es devem ser respeitadas e entendidas
Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista
que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a
crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam
ocupam a centro de seus interesses
Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as
estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de
capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas
em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas
hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de
encantamenta
Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das
modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua
imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia
A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au
varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que
rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade
ludica e magica em que vive a crianca
Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou
hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0
seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um
temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa
2S
26
Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das
crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a
socializaltao
Para Froebel
a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)
Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento
para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais
adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a
socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)
Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e
preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera
explicitada a seguir
31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA
A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana
atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no
mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras
Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn
mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo
e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a
crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente
nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente
ausente em animais
27
A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~
em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala
mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos
A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo
porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do
jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da
crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa
submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo
muito diferente
Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de
desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento
habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa
ala fosse maior do que e na realidade
Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o
a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo
pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que
sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz
em sua totalidade bio-psico-social-educacional
E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de
enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e
sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que
ajudam para 0 seu desenvolvimento global
Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais
independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as
28
espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar
inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha
limites e e importante que n~o superestime sues capacidades
o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive
despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao
respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses
valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos
de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a
desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser
multo bern aprimoradas no pre-escolar
A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo
as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em
sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida
A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento
entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0
saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de
reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade
o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao
das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre
para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e
individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa
movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade
ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios
interesses pessoais no desenvolvimento das atividades
29
Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-
escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu
simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras
crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos
As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque
nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas
Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia
de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de
adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e
imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem
o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna
retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de
seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0
habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)
Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos
importantes para aqueles que trabalham com a educaylio
A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada
para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica
30
4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR
Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto
a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern
proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya
retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e
reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a
compreensao do texto par parte da crianya
o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que
ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente
com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0
que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)
A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse
despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao
imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario
Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua
subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia
narrativa
Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer
ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)
31
Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar
divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar
na crianca a g05tO pela literatura
Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU
contaram uma hist6ria
Na 6ptica de Tahan
a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)
E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o
infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento
onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo
Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0
ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos
1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito
2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como
li~o advertlmcia ou canselha
3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas
ou ate masma calculos e fra90es
4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos
5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate
masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco
mental
32
o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias
desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil
enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim
a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)
AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica
para a realizayllo de projetos
Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a
alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas
dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado
e se estao todos proximos suficientes do narrador
A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0
narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e
adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para
narrar historias
Segundo Tahan
Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)
Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as
crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer
Tahan informa
33
os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)
Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e
segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas
pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em
cantata com as criantyas
o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn
texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a
historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta
o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao
socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern
pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que
Ihe eram contadas
Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque
a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)
o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a
escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de
ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo
Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para
poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto
professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco
34
Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur
normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a
participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando
gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com
abras especificas para cada idade das criancas
Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica
e 3 ate 6 anas fase magica
Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn
enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa
integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias
que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza
(humanizadas)
Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a
repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas
outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes
Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras
grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com
certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por
genero
No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes
iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras
Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os
circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)
35
A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os
g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0
romance a novela 0 conto 0 drama etc
Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se
dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a
palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que
empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao
Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou
escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis
tenhamos ou n~o consciencia delas
Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua
peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como
A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna
sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral
o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex
objetos elementos da natureza
A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e
anirnais com urn ensinamento moral
o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre
ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo
A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a
historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas
Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da
magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias
precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais
36
Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre
as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem
Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa
pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a
des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no
processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi
incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario
o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de
informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e
ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de
educa~o
Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e
a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a
narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como
placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis
Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais
principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais
detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no
futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando
com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar
recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos
Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios
dependendo de cada circunstimcia
37
Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel
de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante
Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-
leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a
crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim
gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da
linguagem
Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e
sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a
comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80
livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem
atraves do ludico
Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos
devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au
dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias
o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar
as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a
que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a
compreens~o par parte da crianca
Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram
nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das
maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo
que a rodeia
38
JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)
Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia
essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as
maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a
brincadeira a aprendizado se instala
Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem
basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias
as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para
este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele
que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da
prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade
adulta
A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande
destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca
neste genero litera rio
Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil
devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao
de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar
qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar
deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor
deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure
39
Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido
no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto
pedagogico
Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8
livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com
suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada
Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de
contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta
algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em
conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos
objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a
redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos
de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar
A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os
aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da
participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura
e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da
utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas
41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS
411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos
Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu
surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam
utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a
40
funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas
delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)
bull Boneca contador de hist6rias
As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia
jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-
linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de
pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de
serem proferidos rapidamente)
As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das
mais tfmidas
bull Cria~Ao de final de historia
A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando
pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona
iniciada pel a educadora
o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em
papel
bull Errando as hist6rias
Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas
par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais
ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos
pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam
preocupa~o maior com 0 significado)
Chuva e sol casamento de espanhol
Chuva e sol casamento de caracol
41
bull Fantoches
A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as
crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com
cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas
mas mas manuseando as personagens
bull Gravuras
Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai
apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada
bull Jogo de contar hist6rias
Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos
escralem ou ilustram a hist6ria
a Parlendas e gestos
b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com
as dedas batendo as pes ou as maos etc
c Quadrinhos
d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que
fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por
favor etc
bull Dobraduras
A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas
podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e
ouvindo a magica transformayao do papsl
As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam
a dobradura
Ex dobradura depois recitam
Pinto
o pinto pia
A pipa pinga
Pinga a pipa
a pinto pia
Pinto pia
Pipa pinga
Quanta mais
o pinto pia
Mais a pipa pinga
42
bull Tecnicas de narrativas
Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na
sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil
baseado na autora Susatto (2004)
43
o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter
em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente
aos personagens e aos seus estados e animas
Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam
nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es
segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das
condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto
Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do
abandono dos pais
E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas
narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida
real
Segundo Busatto
Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)
Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser
usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador
reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam
imagens)
U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do
castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim
Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que
se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90
com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da
44
dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus
elementos
DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc
Pianos - altura do movimento
Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic
Forra - intensidade empregado no movimento
Tempo - velocidade com que a movimento e executado
Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo
Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem
preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve
sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de
alunos
45
5 CONSIDERAyOES FINAlS
Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias
tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil
ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes
Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das
transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e
aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem
constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0
conhecimento
A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim
educar para a formayao de cidadaos
No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter
essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para
despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao
magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode
proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa
atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca
passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes
tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor
de seus direitos e deveres como cidadao
A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn
facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do
processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e
participativa
46
Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em
mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir
para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO
pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna
imposicao
o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a
contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a
utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par
leitura
Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da
Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente
com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico
A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que
oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir
para a constru~o de sua autonomia
o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada
pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do
professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no
ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura
Bruner afirma que
e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)
47
Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca
em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern
ao encontro das novas perspectivas de educayao
Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta
nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os
alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais
construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au
informagao
48
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20
Dentro desta perspectiva tem-se re18980 do adulto com a criany8 que
segundo Cunha (1997) e nessa perspectiva a leitura e colocada como mais uma
imposiyao A ideia de que a leitura vai fazer bem a crianya ou ao jOllem leva - nos a
obriga-Ios a ler como Ihes impomos a colher de remedio a injecl)a a escova de
dente a escola (CUNHA 1997 P 51)
Na perspective de Cunha a leitura nao deve ser imposta 0 905tO pel a
leitura deve ser desenvolvido E necessario que sejam obedecidas as fases de
interesse da criama quanta a leitura apresentadas abaixo
Na primeira fase de aquisicao palo g05tO da leitura delem ser
apresentados a crianB livros de gravuras e dos versos infantis (de 2 a 5 ou 6 anos)
E a fase de egocentrismo em que a crianya faz pouca distin9Bo entre a mundo
externo e 0 interno
Ja a idade entre 5 a 8 ou 9 anos caracteriza-se como a idade do Conto de
Fadas De posse de urna mentalidade magica 0 leitor vai buscar nos contos de
fadas lendas mitos e fabulas a simbologia necessaria a elabora~o de suas
viv~ncias
Partindo para a pre-adolesc(mcia e a idade da Historia ambiental e da
leitura Factual (9 a 12 anos) E a fase intermediaria em que persistem vestfgios do
pensamento magico mas a crianya comeya a orientar-se rna is para a real Via de
regra 0 leitar escolhe neste perfodo historias que Ihe apresentam 0 mundo como
ele e Atraves da percep9iio magica de determinado personagem
Dos 12 a 14 anos considera-se a idade da Historia de Aventuras ou fase de
leitura Psicol6gica orientada para as sensac6es E a perfodo da pre-adolescemcia
em que 0 conhecimento da propria personalidade e 0 desenvolvimento dos
precesses agressives ativam a vivlmcia social e a forma9iio de grupos
21
Nos anos de maturidade ou desenvolvimento da esfera Iitero-8stetica de
leitura (14 a 17 anas) ha a curiosidade pelo descobrimento 0 mundo interior e do
mundo dos valores 0 adolescente parte para a hierarquiza~o dos conceitos e a
organizatao de seu universo Aventuras de conteudo intelectual viagens romances
hist6ricos e biograficos historias de amor literatura engajada e temas relacionados
com as interesses Yocacionais v~o ajuda-Io a orientar-se e estruturar-se como
adullo
A questao mais discutida a raspaito de literatura asta relacionada ao fato de
que as jovens e as crianyas nao h~emmuitos s~o as argumentos como a falta de
condiyao financeira de comprar livre 0 pcuco habito de se frequentar a biblioteca os
atrativos e facilidades do computador e da televisao a falta do Mbito dos pais em
lerem entre Qutras causas Mas pode-se considerar como urn grande problema a
falta de habito de leitura nos pais
As autoras Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que middotpais que
nao leem nao poderao despertar em seus filhos 0 gosto pela leitura Imitativa por
natureza a crian98 encontra na familia a maior incentivo para a leitura (1986 p
03)
Assim e delegada a escola a responsabilidade de introduzir a crianca no
mundo dos livros Cabe a escola desenvolver a cantata com as livros que deve ser
iniciada a mais cedo passivel nao 56 pelo manuseio cama tambem pela hist6ria
contada pela conversa au pelos jogos ritmicos no sentido de fazer a crianca amar a
leitura
Esse contato inicial deve ser pautado pela conquista e nao pela imposiyao
o leitor infantI au a infanto-juvenil ao adquirir 0 905tO pela leitura estara
22
visitando urn mundo novo adquirindo conhecimento e aprimorando seu processo
comunicativo
Assim a literatura infantil como toda a obra de arte exerce uma influemcia
pedag6gica sobre 0 individuo quer pela contribuitao na forma9ao do seu
pensamento quer pelos modelos que apresenta Essa funtao pedag6gica tem
importancia unica jil que a contata com a literatura maida a mente e 0 cora9Ao da
crian98 Assim a literatura infantil tern uma finalidade primckia e fundamental que e a
de promover na crian~ 0 gosto pela beleza da palavra 0 deleite perante a cria9ao
de mundos de ficcao
Para alem dista tern ainda a fun980 de arraigar as palavras no mundo
magico da crian~ permitindo-Ihe nlio s6 entende-Ias e usa-las como tambem
goza-Ias e desfruta-Ias no contexto da imaginataomiddot (WORNICOV WAGNER
RUSSOMANO EWEBER 1986 p 04)
MLer as figuras imaginar a hist6ria e desenvolver mental mente urn emado
s~o atividades que poderiam S8r desenvolvidas na educayao infant A escola
dedica ainda pouco tempo para a laitura e a interpreta~o e masmo para a
produtao de textos Mesmo que nao possuindo ainda a capacidade da escrita deve
- S8 compreender que 0 gosto pela leitura it tambem adquirido pelo simples
manuseio de um livro
Neste sentido vale ressaltar as colocalt6esde Orlandi (1987) que distingue
tres tipos de discurso 0 ludico 0 polemico e 0 autaritaria E dentre os diferentes
tipos de discurso autoritario que encontramos 0 discurso pedag6gico que aqui
interessa na medida em que ele tern responsabilidade marcante na atividade que
engloba 0 processo de ensina de leitura no primeiro grau
Este discurso esla a servivo da escola e esta a serviVOde uma ideologia
23
que contribui para dificultar a encontro do saber institucionalizado com as classes
menes favorecidas Isto ocorre porque 0 professor detem 0 saber e trabalha muitas
vezes sem perceber au ate para mostrar poder mascarando 0 tempo todo
afirmando que a aluno tarnham pade dizer 0 que pensa pode opinar pode sugerir
etc e na realidade nao acontece essa pratica a 0 que sa v~ e uma liberdade
vigiada
Sendo 0 professor 0 dono do saber torna-se modelo leitor por excel~ncia
ficando 0 aluno muitas vezes impossihilitado de pensar de refletir e de criar as
pr6prias condicaes de producao
Dessa forma acontece a leitura que 0 autor citado chama de parafrastica ou
seja a raproducao do sentido que 0 autor da ao texto ao contrario da poliss~mica
que se defina pelos multiplos sentidos que ao texto podem ser atribuidos
De acordo com Wornicov Wagner Russomano e Weber
obras especialmenle escntas para crian((CIsmuitas vezes recebem suarejeiyao outras como Robinson Cru50~ de Daniel DefOe Contes de rnamere Ioye de Charles Perrault ou Visgens de Gulliver de Jonathan Swiftnao originalmente destinado aD publico infantrJ foram incorporadas aoacervo de livros para a inftlncia (1988 p 05)
Ainda segundo as autoras e a aceitacao da obra por parte da crian~ que
determina a sua adequacao 80 publico infantil ou n~o ou seja e a crian~ que deve
encontrar na obra seus interesses a unica adaptacao e com refer~ncia ao
conhecimento e limitacentes da crianya As obras literarias infantis devem ser mais do
que instrumentos para proporcionar hist6ria ou induzir a fantasia como toda a obra
de arte exercem uma influencia pedag6gica sobre a individua quer pel a
contribui~o na forma9ilo do seu pensamenta quer pel os modelos que apresenta
Essa funcao pedag6gica tem importancia unica ja que 0 contato com a
literatura desperta na crianya a seu imaginario Assim a literatura infantil tern urna
24
finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a
beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm
dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya
permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las
no contexto da imagina9ilo
Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel
afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida
do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade
inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade
promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao
Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que
ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser
(1986 p 07)
A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da
crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a
crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0
aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a
escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua
com os livros
Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que
em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)
o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao
sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese
classifica96es devem ser respeitadas e entendidas
Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista
que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a
crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam
ocupam a centro de seus interesses
Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as
estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de
capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas
em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas
hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de
encantamenta
Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das
modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua
imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia
A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au
varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que
rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade
ludica e magica em que vive a crianca
Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou
hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0
seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um
temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa
2S
26
Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das
crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a
socializaltao
Para Froebel
a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)
Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento
para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais
adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a
socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)
Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e
preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera
explicitada a seguir
31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA
A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana
atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no
mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras
Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn
mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo
e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a
crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente
nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente
ausente em animais
27
A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~
em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala
mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos
A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo
porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do
jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da
crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa
submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo
muito diferente
Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de
desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento
habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa
ala fosse maior do que e na realidade
Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o
a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo
pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que
sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz
em sua totalidade bio-psico-social-educacional
E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de
enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e
sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que
ajudam para 0 seu desenvolvimento global
Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais
independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as
28
espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar
inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha
limites e e importante que n~o superestime sues capacidades
o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive
despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao
respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses
valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos
de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a
desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser
multo bern aprimoradas no pre-escolar
A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo
as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em
sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida
A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento
entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0
saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de
reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade
o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao
das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre
para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e
individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa
movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade
ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios
interesses pessoais no desenvolvimento das atividades
29
Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-
escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu
simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras
crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos
As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque
nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas
Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia
de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de
adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e
imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem
o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna
retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de
seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0
habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)
Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos
importantes para aqueles que trabalham com a educaylio
A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada
para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica
30
4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR
Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto
a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern
proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya
retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e
reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a
compreensao do texto par parte da crianya
o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que
ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente
com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0
que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)
A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse
despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao
imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario
Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua
subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia
narrativa
Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer
ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)
31
Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar
divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar
na crianca a g05tO pela literatura
Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU
contaram uma hist6ria
Na 6ptica de Tahan
a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)
E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o
infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento
onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo
Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0
ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos
1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito
2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como
li~o advertlmcia ou canselha
3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas
ou ate masma calculos e fra90es
4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos
5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate
masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco
mental
32
o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias
desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil
enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim
a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)
AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica
para a realizayllo de projetos
Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a
alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas
dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado
e se estao todos proximos suficientes do narrador
A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0
narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e
adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para
narrar historias
Segundo Tahan
Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)
Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as
crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer
Tahan informa
33
os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)
Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e
segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas
pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em
cantata com as criantyas
o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn
texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a
historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta
o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao
socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern
pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que
Ihe eram contadas
Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque
a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)
o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a
escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de
ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo
Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para
poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto
professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco
34
Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur
normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a
participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando
gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com
abras especificas para cada idade das criancas
Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica
e 3 ate 6 anas fase magica
Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn
enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa
integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias
que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza
(humanizadas)
Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a
repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas
outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes
Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras
grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com
certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por
genero
No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes
iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras
Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os
circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)
35
A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os
g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0
romance a novela 0 conto 0 drama etc
Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se
dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a
palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que
empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao
Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou
escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis
tenhamos ou n~o consciencia delas
Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua
peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como
A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna
sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral
o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex
objetos elementos da natureza
A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e
anirnais com urn ensinamento moral
o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre
ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo
A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a
historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas
Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da
magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias
precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais
36
Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre
as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem
Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa
pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a
des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no
processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi
incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario
o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de
informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e
ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de
educa~o
Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e
a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a
narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como
placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis
Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais
principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais
detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no
futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando
com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar
recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos
Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios
dependendo de cada circunstimcia
37
Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel
de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante
Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-
leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a
crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim
gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da
linguagem
Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e
sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a
comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80
livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem
atraves do ludico
Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos
devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au
dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias
o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar
as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a
que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a
compreens~o par parte da crianca
Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram
nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das
maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo
que a rodeia
38
JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)
Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia
essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as
maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a
brincadeira a aprendizado se instala
Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem
basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias
as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para
este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele
que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da
prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade
adulta
A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande
destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca
neste genero litera rio
Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil
devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao
de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar
qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar
deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor
deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure
39
Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido
no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto
pedagogico
Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8
livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com
suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada
Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de
contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta
algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em
conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos
objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a
redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos
de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar
A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os
aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da
participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura
e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da
utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas
41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS
411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos
Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu
surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam
utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a
40
funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas
delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)
bull Boneca contador de hist6rias
As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia
jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-
linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de
pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de
serem proferidos rapidamente)
As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das
mais tfmidas
bull Cria~Ao de final de historia
A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando
pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona
iniciada pel a educadora
o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em
papel
bull Errando as hist6rias
Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas
par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais
ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos
pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam
preocupa~o maior com 0 significado)
Chuva e sol casamento de espanhol
Chuva e sol casamento de caracol
41
bull Fantoches
A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as
crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com
cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas
mas mas manuseando as personagens
bull Gravuras
Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai
apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada
bull Jogo de contar hist6rias
Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos
escralem ou ilustram a hist6ria
a Parlendas e gestos
b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com
as dedas batendo as pes ou as maos etc
c Quadrinhos
d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que
fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por
favor etc
bull Dobraduras
A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas
podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e
ouvindo a magica transformayao do papsl
As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam
a dobradura
Ex dobradura depois recitam
Pinto
o pinto pia
A pipa pinga
Pinga a pipa
a pinto pia
Pinto pia
Pipa pinga
Quanta mais
o pinto pia
Mais a pipa pinga
42
bull Tecnicas de narrativas
Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na
sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil
baseado na autora Susatto (2004)
43
o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter
em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente
aos personagens e aos seus estados e animas
Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam
nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es
segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das
condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto
Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do
abandono dos pais
E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas
narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida
real
Segundo Busatto
Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)
Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser
usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador
reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam
imagens)
U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do
castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim
Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que
se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90
com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da
44
dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus
elementos
DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc
Pianos - altura do movimento
Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic
Forra - intensidade empregado no movimento
Tempo - velocidade com que a movimento e executado
Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo
Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem
preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve
sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de
alunos
45
5 CONSIDERAyOES FINAlS
Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias
tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil
ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes
Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das
transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e
aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem
constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0
conhecimento
A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim
educar para a formayao de cidadaos
No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter
essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para
despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao
magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode
proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa
atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca
passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes
tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor
de seus direitos e deveres como cidadao
A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn
facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do
processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e
participativa
46
Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em
mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir
para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO
pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna
imposicao
o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a
contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a
utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par
leitura
Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da
Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente
com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico
A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que
oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir
para a constru~o de sua autonomia
o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada
pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do
professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no
ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura
Bruner afirma que
e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)
47
Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca
em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern
ao encontro das novas perspectivas de educayao
Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta
nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os
alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais
construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au
informagao
48
REFERENCIAS
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21
Nos anos de maturidade ou desenvolvimento da esfera Iitero-8stetica de
leitura (14 a 17 anas) ha a curiosidade pelo descobrimento 0 mundo interior e do
mundo dos valores 0 adolescente parte para a hierarquiza~o dos conceitos e a
organizatao de seu universo Aventuras de conteudo intelectual viagens romances
hist6ricos e biograficos historias de amor literatura engajada e temas relacionados
com as interesses Yocacionais v~o ajuda-Io a orientar-se e estruturar-se como
adullo
A questao mais discutida a raspaito de literatura asta relacionada ao fato de
que as jovens e as crianyas nao h~emmuitos s~o as argumentos como a falta de
condiyao financeira de comprar livre 0 pcuco habito de se frequentar a biblioteca os
atrativos e facilidades do computador e da televisao a falta do Mbito dos pais em
lerem entre Qutras causas Mas pode-se considerar como urn grande problema a
falta de habito de leitura nos pais
As autoras Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que middotpais que
nao leem nao poderao despertar em seus filhos 0 gosto pela leitura Imitativa por
natureza a crian98 encontra na familia a maior incentivo para a leitura (1986 p
03)
Assim e delegada a escola a responsabilidade de introduzir a crianca no
mundo dos livros Cabe a escola desenvolver a cantata com as livros que deve ser
iniciada a mais cedo passivel nao 56 pelo manuseio cama tambem pela hist6ria
contada pela conversa au pelos jogos ritmicos no sentido de fazer a crianca amar a
leitura
Esse contato inicial deve ser pautado pela conquista e nao pela imposiyao
o leitor infantI au a infanto-juvenil ao adquirir 0 905tO pela leitura estara
22
visitando urn mundo novo adquirindo conhecimento e aprimorando seu processo
comunicativo
Assim a literatura infantil como toda a obra de arte exerce uma influemcia
pedag6gica sobre 0 individuo quer pela contribuitao na forma9ao do seu
pensamento quer pelos modelos que apresenta Essa funtao pedag6gica tem
importancia unica jil que a contata com a literatura maida a mente e 0 cora9Ao da
crian98 Assim a literatura infantil tern uma finalidade primckia e fundamental que e a
de promover na crian~ 0 gosto pela beleza da palavra 0 deleite perante a cria9ao
de mundos de ficcao
Para alem dista tern ainda a fun980 de arraigar as palavras no mundo
magico da crian~ permitindo-Ihe nlio s6 entende-Ias e usa-las como tambem
goza-Ias e desfruta-Ias no contexto da imaginataomiddot (WORNICOV WAGNER
RUSSOMANO EWEBER 1986 p 04)
MLer as figuras imaginar a hist6ria e desenvolver mental mente urn emado
s~o atividades que poderiam S8r desenvolvidas na educayao infant A escola
dedica ainda pouco tempo para a laitura e a interpreta~o e masmo para a
produtao de textos Mesmo que nao possuindo ainda a capacidade da escrita deve
- S8 compreender que 0 gosto pela leitura it tambem adquirido pelo simples
manuseio de um livro
Neste sentido vale ressaltar as colocalt6esde Orlandi (1987) que distingue
tres tipos de discurso 0 ludico 0 polemico e 0 autaritaria E dentre os diferentes
tipos de discurso autoritario que encontramos 0 discurso pedag6gico que aqui
interessa na medida em que ele tern responsabilidade marcante na atividade que
engloba 0 processo de ensina de leitura no primeiro grau
Este discurso esla a servivo da escola e esta a serviVOde uma ideologia
23
que contribui para dificultar a encontro do saber institucionalizado com as classes
menes favorecidas Isto ocorre porque 0 professor detem 0 saber e trabalha muitas
vezes sem perceber au ate para mostrar poder mascarando 0 tempo todo
afirmando que a aluno tarnham pade dizer 0 que pensa pode opinar pode sugerir
etc e na realidade nao acontece essa pratica a 0 que sa v~ e uma liberdade
vigiada
Sendo 0 professor 0 dono do saber torna-se modelo leitor por excel~ncia
ficando 0 aluno muitas vezes impossihilitado de pensar de refletir e de criar as
pr6prias condicaes de producao
Dessa forma acontece a leitura que 0 autor citado chama de parafrastica ou
seja a raproducao do sentido que 0 autor da ao texto ao contrario da poliss~mica
que se defina pelos multiplos sentidos que ao texto podem ser atribuidos
De acordo com Wornicov Wagner Russomano e Weber
obras especialmenle escntas para crian((CIsmuitas vezes recebem suarejeiyao outras como Robinson Cru50~ de Daniel DefOe Contes de rnamere Ioye de Charles Perrault ou Visgens de Gulliver de Jonathan Swiftnao originalmente destinado aD publico infantrJ foram incorporadas aoacervo de livros para a inftlncia (1988 p 05)
Ainda segundo as autoras e a aceitacao da obra por parte da crian~ que
determina a sua adequacao 80 publico infantil ou n~o ou seja e a crian~ que deve
encontrar na obra seus interesses a unica adaptacao e com refer~ncia ao
conhecimento e limitacentes da crianya As obras literarias infantis devem ser mais do
que instrumentos para proporcionar hist6ria ou induzir a fantasia como toda a obra
de arte exercem uma influencia pedag6gica sobre a individua quer pel a
contribui~o na forma9ilo do seu pensamenta quer pel os modelos que apresenta
Essa funcao pedag6gica tem importancia unica ja que 0 contato com a
literatura desperta na crianya a seu imaginario Assim a literatura infantil tern urna
24
finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a
beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm
dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya
permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las
no contexto da imagina9ilo
Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel
afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida
do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade
inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade
promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao
Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que
ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser
(1986 p 07)
A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da
crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a
crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0
aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a
escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua
com os livros
Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que
em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)
o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao
sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese
classifica96es devem ser respeitadas e entendidas
Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista
que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a
crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam
ocupam a centro de seus interesses
Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as
estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de
capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas
em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas
hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de
encantamenta
Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das
modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua
imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia
A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au
varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que
rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade
ludica e magica em que vive a crianca
Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou
hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0
seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um
temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa
2S
26
Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das
crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a
socializaltao
Para Froebel
a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)
Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento
para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais
adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a
socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)
Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e
preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera
explicitada a seguir
31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA
A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana
atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no
mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras
Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn
mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo
e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a
crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente
nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente
ausente em animais
27
A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~
em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala
mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos
A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo
porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do
jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da
crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa
submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo
muito diferente
Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de
desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento
habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa
ala fosse maior do que e na realidade
Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o
a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo
pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que
sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz
em sua totalidade bio-psico-social-educacional
E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de
enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e
sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que
ajudam para 0 seu desenvolvimento global
Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais
independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as
28
espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar
inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha
limites e e importante que n~o superestime sues capacidades
o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive
despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao
respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses
valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos
de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a
desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser
multo bern aprimoradas no pre-escolar
A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo
as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em
sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida
A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento
entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0
saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de
reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade
o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao
das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre
para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e
individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa
movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade
ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios
interesses pessoais no desenvolvimento das atividades
29
Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-
escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu
simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras
crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos
As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque
nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas
Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia
de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de
adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e
imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem
o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna
retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de
seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0
habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)
Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos
importantes para aqueles que trabalham com a educaylio
A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada
para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica
30
4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR
Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto
a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern
proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya
retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e
reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a
compreensao do texto par parte da crianya
o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que
ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente
com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0
que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)
A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse
despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao
imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario
Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua
subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia
narrativa
Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer
ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)
31
Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar
divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar
na crianca a g05tO pela literatura
Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU
contaram uma hist6ria
Na 6ptica de Tahan
a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)
E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o
infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento
onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo
Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0
ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos
1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito
2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como
li~o advertlmcia ou canselha
3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas
ou ate masma calculos e fra90es
4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos
5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate
masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco
mental
32
o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias
desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil
enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim
a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)
AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica
para a realizayllo de projetos
Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a
alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas
dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado
e se estao todos proximos suficientes do narrador
A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0
narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e
adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para
narrar historias
Segundo Tahan
Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)
Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as
crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer
Tahan informa
33
os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)
Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e
segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas
pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em
cantata com as criantyas
o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn
texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a
historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta
o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao
socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern
pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que
Ihe eram contadas
Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque
a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)
o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a
escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de
ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo
Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para
poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto
professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco
34
Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur
normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a
participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando
gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com
abras especificas para cada idade das criancas
Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica
e 3 ate 6 anas fase magica
Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn
enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa
integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias
que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza
(humanizadas)
Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a
repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas
outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes
Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras
grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com
certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por
genero
No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes
iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras
Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os
circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)
35
A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os
g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0
romance a novela 0 conto 0 drama etc
Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se
dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a
palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que
empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao
Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou
escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis
tenhamos ou n~o consciencia delas
Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua
peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como
A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna
sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral
o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex
objetos elementos da natureza
A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e
anirnais com urn ensinamento moral
o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre
ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo
A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a
historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas
Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da
magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias
precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais
36
Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre
as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem
Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa
pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a
des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no
processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi
incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario
o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de
informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e
ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de
educa~o
Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e
a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a
narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como
placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis
Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais
principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais
detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no
futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando
com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar
recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos
Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios
dependendo de cada circunstimcia
37
Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel
de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante
Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-
leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a
crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim
gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da
linguagem
Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e
sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a
comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80
livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem
atraves do ludico
Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos
devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au
dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias
o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar
as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a
que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a
compreens~o par parte da crianca
Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram
nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das
maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo
que a rodeia
38
JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)
Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia
essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as
maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a
brincadeira a aprendizado se instala
Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem
basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias
as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para
este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele
que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da
prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade
adulta
A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande
destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca
neste genero litera rio
Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil
devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao
de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar
qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar
deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor
deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure
39
Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido
no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto
pedagogico
Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8
livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com
suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada
Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de
contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta
algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em
conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos
objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a
redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos
de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar
A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os
aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da
participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura
e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da
utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas
41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS
411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos
Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu
surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam
utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a
40
funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas
delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)
bull Boneca contador de hist6rias
As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia
jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-
linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de
pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de
serem proferidos rapidamente)
As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das
mais tfmidas
bull Cria~Ao de final de historia
A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando
pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona
iniciada pel a educadora
o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em
papel
bull Errando as hist6rias
Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas
par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais
ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos
pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam
preocupa~o maior com 0 significado)
Chuva e sol casamento de espanhol
Chuva e sol casamento de caracol
41
bull Fantoches
A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as
crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com
cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas
mas mas manuseando as personagens
bull Gravuras
Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai
apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada
bull Jogo de contar hist6rias
Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos
escralem ou ilustram a hist6ria
a Parlendas e gestos
b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com
as dedas batendo as pes ou as maos etc
c Quadrinhos
d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que
fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por
favor etc
bull Dobraduras
A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas
podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e
ouvindo a magica transformayao do papsl
As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam
a dobradura
Ex dobradura depois recitam
Pinto
o pinto pia
A pipa pinga
Pinga a pipa
a pinto pia
Pinto pia
Pipa pinga
Quanta mais
o pinto pia
Mais a pipa pinga
42
bull Tecnicas de narrativas
Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na
sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil
baseado na autora Susatto (2004)
43
o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter
em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente
aos personagens e aos seus estados e animas
Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam
nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es
segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das
condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto
Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do
abandono dos pais
E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas
narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida
real
Segundo Busatto
Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)
Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser
usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador
reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam
imagens)
U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do
castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim
Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que
se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90
com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da
44
dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus
elementos
DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc
Pianos - altura do movimento
Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic
Forra - intensidade empregado no movimento
Tempo - velocidade com que a movimento e executado
Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo
Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem
preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve
sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de
alunos
45
5 CONSIDERAyOES FINAlS
Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias
tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil
ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes
Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das
transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e
aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem
constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0
conhecimento
A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim
educar para a formayao de cidadaos
No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter
essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para
despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao
magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode
proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa
atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca
passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes
tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor
de seus direitos e deveres como cidadao
A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn
facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do
processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e
participativa
46
Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em
mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir
para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO
pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna
imposicao
o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a
contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a
utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par
leitura
Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da
Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente
com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico
A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que
oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir
para a constru~o de sua autonomia
o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada
pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do
professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no
ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura
Bruner afirma que
e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)
47
Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca
em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern
ao encontro das novas perspectivas de educayao
Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta
nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os
alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais
construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au
informagao
48
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22
visitando urn mundo novo adquirindo conhecimento e aprimorando seu processo
comunicativo
Assim a literatura infantil como toda a obra de arte exerce uma influemcia
pedag6gica sobre 0 individuo quer pela contribuitao na forma9ao do seu
pensamento quer pelos modelos que apresenta Essa funtao pedag6gica tem
importancia unica jil que a contata com a literatura maida a mente e 0 cora9Ao da
crian98 Assim a literatura infantil tern uma finalidade primckia e fundamental que e a
de promover na crian~ 0 gosto pela beleza da palavra 0 deleite perante a cria9ao
de mundos de ficcao
Para alem dista tern ainda a fun980 de arraigar as palavras no mundo
magico da crian~ permitindo-Ihe nlio s6 entende-Ias e usa-las como tambem
goza-Ias e desfruta-Ias no contexto da imaginataomiddot (WORNICOV WAGNER
RUSSOMANO EWEBER 1986 p 04)
MLer as figuras imaginar a hist6ria e desenvolver mental mente urn emado
s~o atividades que poderiam S8r desenvolvidas na educayao infant A escola
dedica ainda pouco tempo para a laitura e a interpreta~o e masmo para a
produtao de textos Mesmo que nao possuindo ainda a capacidade da escrita deve
- S8 compreender que 0 gosto pela leitura it tambem adquirido pelo simples
manuseio de um livro
Neste sentido vale ressaltar as colocalt6esde Orlandi (1987) que distingue
tres tipos de discurso 0 ludico 0 polemico e 0 autaritaria E dentre os diferentes
tipos de discurso autoritario que encontramos 0 discurso pedag6gico que aqui
interessa na medida em que ele tern responsabilidade marcante na atividade que
engloba 0 processo de ensina de leitura no primeiro grau
Este discurso esla a servivo da escola e esta a serviVOde uma ideologia
23
que contribui para dificultar a encontro do saber institucionalizado com as classes
menes favorecidas Isto ocorre porque 0 professor detem 0 saber e trabalha muitas
vezes sem perceber au ate para mostrar poder mascarando 0 tempo todo
afirmando que a aluno tarnham pade dizer 0 que pensa pode opinar pode sugerir
etc e na realidade nao acontece essa pratica a 0 que sa v~ e uma liberdade
vigiada
Sendo 0 professor 0 dono do saber torna-se modelo leitor por excel~ncia
ficando 0 aluno muitas vezes impossihilitado de pensar de refletir e de criar as
pr6prias condicaes de producao
Dessa forma acontece a leitura que 0 autor citado chama de parafrastica ou
seja a raproducao do sentido que 0 autor da ao texto ao contrario da poliss~mica
que se defina pelos multiplos sentidos que ao texto podem ser atribuidos
De acordo com Wornicov Wagner Russomano e Weber
obras especialmenle escntas para crian((CIsmuitas vezes recebem suarejeiyao outras como Robinson Cru50~ de Daniel DefOe Contes de rnamere Ioye de Charles Perrault ou Visgens de Gulliver de Jonathan Swiftnao originalmente destinado aD publico infantrJ foram incorporadas aoacervo de livros para a inftlncia (1988 p 05)
Ainda segundo as autoras e a aceitacao da obra por parte da crian~ que
determina a sua adequacao 80 publico infantil ou n~o ou seja e a crian~ que deve
encontrar na obra seus interesses a unica adaptacao e com refer~ncia ao
conhecimento e limitacentes da crianya As obras literarias infantis devem ser mais do
que instrumentos para proporcionar hist6ria ou induzir a fantasia como toda a obra
de arte exercem uma influencia pedag6gica sobre a individua quer pel a
contribui~o na forma9ilo do seu pensamenta quer pel os modelos que apresenta
Essa funcao pedag6gica tem importancia unica ja que 0 contato com a
literatura desperta na crianya a seu imaginario Assim a literatura infantil tern urna
24
finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a
beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm
dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya
permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las
no contexto da imagina9ilo
Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel
afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida
do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade
inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade
promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao
Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que
ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser
(1986 p 07)
A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da
crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a
crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0
aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a
escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua
com os livros
Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que
em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)
o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao
sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese
classifica96es devem ser respeitadas e entendidas
Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista
que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a
crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam
ocupam a centro de seus interesses
Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as
estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de
capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas
em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas
hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de
encantamenta
Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das
modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua
imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia
A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au
varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que
rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade
ludica e magica em que vive a crianca
Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou
hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0
seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um
temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa
2S
26
Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das
crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a
socializaltao
Para Froebel
a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)
Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento
para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais
adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a
socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)
Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e
preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera
explicitada a seguir
31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA
A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana
atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no
mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras
Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn
mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo
e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a
crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente
nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente
ausente em animais
27
A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~
em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala
mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos
A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo
porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do
jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da
crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa
submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo
muito diferente
Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de
desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento
habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa
ala fosse maior do que e na realidade
Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o
a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo
pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que
sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz
em sua totalidade bio-psico-social-educacional
E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de
enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e
sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que
ajudam para 0 seu desenvolvimento global
Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais
independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as
28
espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar
inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha
limites e e importante que n~o superestime sues capacidades
o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive
despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao
respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses
valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos
de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a
desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser
multo bern aprimoradas no pre-escolar
A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo
as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em
sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida
A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento
entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0
saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de
reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade
o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao
das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre
para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e
individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa
movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade
ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios
interesses pessoais no desenvolvimento das atividades
29
Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-
escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu
simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras
crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos
As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque
nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas
Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia
de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de
adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e
imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem
o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna
retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de
seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0
habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)
Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos
importantes para aqueles que trabalham com a educaylio
A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada
para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica
30
4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR
Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto
a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern
proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya
retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e
reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a
compreensao do texto par parte da crianya
o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que
ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente
com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0
que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)
A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse
despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao
imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario
Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua
subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia
narrativa
Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer
ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)
31
Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar
divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar
na crianca a g05tO pela literatura
Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU
contaram uma hist6ria
Na 6ptica de Tahan
a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)
E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o
infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento
onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo
Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0
ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos
1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito
2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como
li~o advertlmcia ou canselha
3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas
ou ate masma calculos e fra90es
4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos
5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate
masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco
mental
32
o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias
desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil
enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim
a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)
AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica
para a realizayllo de projetos
Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a
alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas
dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado
e se estao todos proximos suficientes do narrador
A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0
narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e
adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para
narrar historias
Segundo Tahan
Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)
Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as
crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer
Tahan informa
33
os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)
Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e
segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas
pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em
cantata com as criantyas
o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn
texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a
historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta
o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao
socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern
pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que
Ihe eram contadas
Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque
a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)
o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a
escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de
ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo
Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para
poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto
professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco
34
Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur
normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a
participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando
gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com
abras especificas para cada idade das criancas
Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica
e 3 ate 6 anas fase magica
Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn
enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa
integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias
que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza
(humanizadas)
Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a
repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas
outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes
Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras
grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com
certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por
genero
No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes
iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras
Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os
circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)
35
A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os
g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0
romance a novela 0 conto 0 drama etc
Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se
dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a
palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que
empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao
Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou
escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis
tenhamos ou n~o consciencia delas
Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua
peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como
A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna
sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral
o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex
objetos elementos da natureza
A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e
anirnais com urn ensinamento moral
o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre
ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo
A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a
historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas
Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da
magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias
precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais
36
Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre
as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem
Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa
pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a
des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no
processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi
incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario
o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de
informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e
ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de
educa~o
Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e
a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a
narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como
placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis
Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais
principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais
detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no
futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando
com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar
recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos
Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios
dependendo de cada circunstimcia
37
Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel
de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante
Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-
leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a
crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim
gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da
linguagem
Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e
sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a
comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80
livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem
atraves do ludico
Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos
devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au
dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias
o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar
as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a
que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a
compreens~o par parte da crianca
Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram
nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das
maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo
que a rodeia
38
JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)
Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia
essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as
maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a
brincadeira a aprendizado se instala
Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem
basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias
as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para
este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele
que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da
prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade
adulta
A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande
destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca
neste genero litera rio
Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil
devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao
de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar
qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar
deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor
deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure
39
Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido
no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto
pedagogico
Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8
livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com
suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada
Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de
contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta
algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em
conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos
objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a
redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos
de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar
A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os
aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da
participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura
e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da
utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas
41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS
411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos
Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu
surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam
utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a
40
funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas
delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)
bull Boneca contador de hist6rias
As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia
jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-
linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de
pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de
serem proferidos rapidamente)
As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das
mais tfmidas
bull Cria~Ao de final de historia
A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando
pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona
iniciada pel a educadora
o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em
papel
bull Errando as hist6rias
Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas
par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais
ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos
pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam
preocupa~o maior com 0 significado)
Chuva e sol casamento de espanhol
Chuva e sol casamento de caracol
41
bull Fantoches
A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as
crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com
cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas
mas mas manuseando as personagens
bull Gravuras
Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai
apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada
bull Jogo de contar hist6rias
Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos
escralem ou ilustram a hist6ria
a Parlendas e gestos
b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com
as dedas batendo as pes ou as maos etc
c Quadrinhos
d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que
fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por
favor etc
bull Dobraduras
A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas
podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e
ouvindo a magica transformayao do papsl
As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam
a dobradura
Ex dobradura depois recitam
Pinto
o pinto pia
A pipa pinga
Pinga a pipa
a pinto pia
Pinto pia
Pipa pinga
Quanta mais
o pinto pia
Mais a pipa pinga
42
bull Tecnicas de narrativas
Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na
sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil
baseado na autora Susatto (2004)
43
o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter
em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente
aos personagens e aos seus estados e animas
Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam
nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es
segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das
condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto
Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do
abandono dos pais
E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas
narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida
real
Segundo Busatto
Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)
Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser
usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador
reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam
imagens)
U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do
castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim
Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que
se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90
com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da
44
dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus
elementos
DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc
Pianos - altura do movimento
Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic
Forra - intensidade empregado no movimento
Tempo - velocidade com que a movimento e executado
Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo
Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem
preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve
sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de
alunos
45
5 CONSIDERAyOES FINAlS
Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias
tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil
ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes
Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das
transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e
aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem
constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0
conhecimento
A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim
educar para a formayao de cidadaos
No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter
essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para
despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao
magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode
proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa
atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca
passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes
tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor
de seus direitos e deveres como cidadao
A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn
facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do
processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e
participativa
46
Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em
mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir
para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO
pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna
imposicao
o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a
contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a
utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par
leitura
Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da
Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente
com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico
A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que
oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir
para a constru~o de sua autonomia
o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada
pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do
professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no
ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura
Bruner afirma que
e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)
47
Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca
em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern
ao encontro das novas perspectivas de educayao
Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta
nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os
alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais
construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au
informagao
48
REFERENCIAS
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GARCIA Regina Leite Revisitando a prfHlscola 4 ed Sao Paulo Cortez 2000
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WORNICOV Ruth WAGNER Elisia RUSSOMANO Moema e WEBER Nadia C BClianra-Ieituramiddotlivro Sap Paulo Nobel 1986
lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998
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que contribui para dificultar a encontro do saber institucionalizado com as classes
menes favorecidas Isto ocorre porque 0 professor detem 0 saber e trabalha muitas
vezes sem perceber au ate para mostrar poder mascarando 0 tempo todo
afirmando que a aluno tarnham pade dizer 0 que pensa pode opinar pode sugerir
etc e na realidade nao acontece essa pratica a 0 que sa v~ e uma liberdade
vigiada
Sendo 0 professor 0 dono do saber torna-se modelo leitor por excel~ncia
ficando 0 aluno muitas vezes impossihilitado de pensar de refletir e de criar as
pr6prias condicaes de producao
Dessa forma acontece a leitura que 0 autor citado chama de parafrastica ou
seja a raproducao do sentido que 0 autor da ao texto ao contrario da poliss~mica
que se defina pelos multiplos sentidos que ao texto podem ser atribuidos
De acordo com Wornicov Wagner Russomano e Weber
obras especialmenle escntas para crian((CIsmuitas vezes recebem suarejeiyao outras como Robinson Cru50~ de Daniel DefOe Contes de rnamere Ioye de Charles Perrault ou Visgens de Gulliver de Jonathan Swiftnao originalmente destinado aD publico infantrJ foram incorporadas aoacervo de livros para a inftlncia (1988 p 05)
Ainda segundo as autoras e a aceitacao da obra por parte da crian~ que
determina a sua adequacao 80 publico infantil ou n~o ou seja e a crian~ que deve
encontrar na obra seus interesses a unica adaptacao e com refer~ncia ao
conhecimento e limitacentes da crianya As obras literarias infantis devem ser mais do
que instrumentos para proporcionar hist6ria ou induzir a fantasia como toda a obra
de arte exercem uma influencia pedag6gica sobre a individua quer pel a
contribui~o na forma9ilo do seu pensamenta quer pel os modelos que apresenta
Essa funcao pedag6gica tem importancia unica ja que 0 contato com a
literatura desperta na crianya a seu imaginario Assim a literatura infantil tern urna
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finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a
beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm
dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya
permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las
no contexto da imagina9ilo
Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel
afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida
do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade
inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade
promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao
Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que
ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser
(1986 p 07)
A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da
crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a
crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0
aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a
escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua
com os livros
Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que
em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)
o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao
sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese
classifica96es devem ser respeitadas e entendidas
Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista
que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a
crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam
ocupam a centro de seus interesses
Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as
estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de
capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas
em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas
hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de
encantamenta
Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das
modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua
imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia
A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au
varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que
rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade
ludica e magica em que vive a crianca
Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou
hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0
seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um
temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa
2S
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Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das
crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a
socializaltao
Para Froebel
a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)
Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento
para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais
adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a
socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)
Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e
preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera
explicitada a seguir
31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA
A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana
atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no
mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras
Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn
mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo
e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a
crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente
nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente
ausente em animais
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A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~
em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala
mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos
A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo
porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do
jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da
crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa
submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo
muito diferente
Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de
desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento
habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa
ala fosse maior do que e na realidade
Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o
a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo
pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que
sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz
em sua totalidade bio-psico-social-educacional
E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de
enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e
sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que
ajudam para 0 seu desenvolvimento global
Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais
independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as
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espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar
inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha
limites e e importante que n~o superestime sues capacidades
o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive
despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao
respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses
valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos
de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a
desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser
multo bern aprimoradas no pre-escolar
A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo
as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em
sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida
A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento
entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0
saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de
reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade
o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao
das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre
para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e
individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa
movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade
ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios
interesses pessoais no desenvolvimento das atividades
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Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-
escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu
simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras
crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos
As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque
nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas
Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia
de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de
adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e
imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem
o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna
retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de
seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0
habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)
Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos
importantes para aqueles que trabalham com a educaylio
A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada
para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica
30
4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR
Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto
a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern
proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya
retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e
reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a
compreensao do texto par parte da crianya
o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que
ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente
com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0
que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)
A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse
despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao
imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario
Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua
subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia
narrativa
Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer
ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)
31
Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar
divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar
na crianca a g05tO pela literatura
Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU
contaram uma hist6ria
Na 6ptica de Tahan
a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)
E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o
infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento
onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo
Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0
ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos
1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito
2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como
li~o advertlmcia ou canselha
3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas
ou ate masma calculos e fra90es
4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos
5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate
masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco
mental
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o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias
desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil
enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim
a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)
AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica
para a realizayllo de projetos
Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a
alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas
dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado
e se estao todos proximos suficientes do narrador
A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0
narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e
adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para
narrar historias
Segundo Tahan
Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)
Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as
crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer
Tahan informa
33
os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)
Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e
segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas
pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em
cantata com as criantyas
o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn
texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a
historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta
o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao
socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern
pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que
Ihe eram contadas
Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque
a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)
o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a
escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de
ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo
Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para
poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto
professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco
34
Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur
normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a
participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando
gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com
abras especificas para cada idade das criancas
Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica
e 3 ate 6 anas fase magica
Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn
enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa
integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias
que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza
(humanizadas)
Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a
repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas
outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes
Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras
grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com
certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por
genero
No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes
iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras
Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os
circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)
35
A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os
g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0
romance a novela 0 conto 0 drama etc
Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se
dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a
palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que
empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao
Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou
escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis
tenhamos ou n~o consciencia delas
Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua
peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como
A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna
sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral
o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex
objetos elementos da natureza
A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e
anirnais com urn ensinamento moral
o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre
ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo
A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a
historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas
Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da
magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias
precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais
36
Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre
as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem
Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa
pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a
des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no
processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi
incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario
o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de
informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e
ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de
educa~o
Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e
a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a
narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como
placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis
Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais
principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais
detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no
futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando
com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar
recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos
Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios
dependendo de cada circunstimcia
37
Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel
de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante
Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-
leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a
crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim
gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da
linguagem
Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e
sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a
comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80
livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem
atraves do ludico
Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos
devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au
dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias
o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar
as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a
que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a
compreens~o par parte da crianca
Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram
nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das
maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo
que a rodeia
38
JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)
Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia
essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as
maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a
brincadeira a aprendizado se instala
Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem
basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias
as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para
este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele
que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da
prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade
adulta
A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande
destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca
neste genero litera rio
Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil
devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao
de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar
qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar
deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor
deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure
39
Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido
no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto
pedagogico
Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8
livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com
suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada
Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de
contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta
algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em
conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos
objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a
redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos
de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar
A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os
aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da
participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura
e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da
utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas
41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS
411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos
Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu
surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam
utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a
40
funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas
delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)
bull Boneca contador de hist6rias
As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia
jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-
linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de
pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de
serem proferidos rapidamente)
As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das
mais tfmidas
bull Cria~Ao de final de historia
A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando
pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona
iniciada pel a educadora
o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em
papel
bull Errando as hist6rias
Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas
par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais
ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos
pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam
preocupa~o maior com 0 significado)
Chuva e sol casamento de espanhol
Chuva e sol casamento de caracol
41
bull Fantoches
A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as
crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com
cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas
mas mas manuseando as personagens
bull Gravuras
Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai
apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada
bull Jogo de contar hist6rias
Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos
escralem ou ilustram a hist6ria
a Parlendas e gestos
b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com
as dedas batendo as pes ou as maos etc
c Quadrinhos
d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que
fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por
favor etc
bull Dobraduras
A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas
podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e
ouvindo a magica transformayao do papsl
As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam
a dobradura
Ex dobradura depois recitam
Pinto
o pinto pia
A pipa pinga
Pinga a pipa
a pinto pia
Pinto pia
Pipa pinga
Quanta mais
o pinto pia
Mais a pipa pinga
42
bull Tecnicas de narrativas
Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na
sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil
baseado na autora Susatto (2004)
43
o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter
em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente
aos personagens e aos seus estados e animas
Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam
nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es
segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das
condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto
Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do
abandono dos pais
E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas
narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida
real
Segundo Busatto
Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)
Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser
usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador
reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam
imagens)
U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do
castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim
Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que
se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90
com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da
44
dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus
elementos
DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc
Pianos - altura do movimento
Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic
Forra - intensidade empregado no movimento
Tempo - velocidade com que a movimento e executado
Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo
Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem
preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve
sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de
alunos
45
5 CONSIDERAyOES FINAlS
Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias
tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil
ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes
Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das
transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e
aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem
constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0
conhecimento
A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim
educar para a formayao de cidadaos
No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter
essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para
despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao
magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode
proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa
atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca
passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes
tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor
de seus direitos e deveres como cidadao
A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn
facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do
processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e
participativa
46
Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em
mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir
para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO
pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna
imposicao
o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a
contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a
utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par
leitura
Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da
Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente
com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico
A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que
oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir
para a constru~o de sua autonomia
o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada
pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do
professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no
ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura
Bruner afirma que
e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)
47
Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca
em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern
ao encontro das novas perspectivas de educayao
Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta
nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os
alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais
construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au
informagao
48
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24
finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a
beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm
dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya
permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las
no contexto da imagina9ilo
Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel
afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida
do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade
inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade
promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao
Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que
ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser
(1986 p 07)
A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da
crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a
crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0
aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a
escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua
com os livros
Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que
em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)
o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao
sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese
classifica96es devem ser respeitadas e entendidas
Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista
que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a
crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam
ocupam a centro de seus interesses
Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as
estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de
capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas
em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas
hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de
encantamenta
Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das
modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua
imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia
A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au
varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que
rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade
ludica e magica em que vive a crianca
Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou
hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0
seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um
temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa
2S
26
Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das
crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a
socializaltao
Para Froebel
a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)
Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento
para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais
adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a
socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)
Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e
preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera
explicitada a seguir
31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA
A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana
atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no
mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras
Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn
mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo
e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a
crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente
nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente
ausente em animais
27
A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~
em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala
mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos
A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo
porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do
jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da
crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa
submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo
muito diferente
Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de
desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento
habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa
ala fosse maior do que e na realidade
Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o
a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo
pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que
sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz
em sua totalidade bio-psico-social-educacional
E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de
enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e
sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que
ajudam para 0 seu desenvolvimento global
Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais
independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as
28
espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar
inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha
limites e e importante que n~o superestime sues capacidades
o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive
despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao
respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses
valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos
de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a
desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser
multo bern aprimoradas no pre-escolar
A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo
as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em
sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida
A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento
entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0
saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de
reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade
o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao
das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre
para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e
individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa
movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade
ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios
interesses pessoais no desenvolvimento das atividades
29
Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-
escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu
simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras
crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos
As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque
nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas
Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia
de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de
adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e
imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem
o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna
retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de
seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0
habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)
Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos
importantes para aqueles que trabalham com a educaylio
A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada
para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica
30
4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR
Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto
a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern
proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya
retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e
reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a
compreensao do texto par parte da crianya
o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que
ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente
com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0
que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)
A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse
despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao
imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario
Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua
subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia
narrativa
Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer
ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)
31
Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar
divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar
na crianca a g05tO pela literatura
Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU
contaram uma hist6ria
Na 6ptica de Tahan
a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)
E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o
infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento
onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo
Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0
ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos
1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito
2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como
li~o advertlmcia ou canselha
3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas
ou ate masma calculos e fra90es
4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos
5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate
masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco
mental
32
o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias
desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil
enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim
a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)
AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica
para a realizayllo de projetos
Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a
alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas
dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado
e se estao todos proximos suficientes do narrador
A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0
narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e
adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para
narrar historias
Segundo Tahan
Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)
Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as
crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer
Tahan informa
33
os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)
Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e
segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas
pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em
cantata com as criantyas
o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn
texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a
historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta
o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao
socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern
pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que
Ihe eram contadas
Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque
a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)
o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a
escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de
ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo
Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para
poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto
professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco
34
Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur
normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a
participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando
gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com
abras especificas para cada idade das criancas
Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica
e 3 ate 6 anas fase magica
Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn
enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa
integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias
que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza
(humanizadas)
Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a
repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas
outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes
Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras
grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com
certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por
genero
No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes
iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras
Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os
circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)
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A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os
g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0
romance a novela 0 conto 0 drama etc
Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se
dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a
palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que
empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao
Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou
escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis
tenhamos ou n~o consciencia delas
Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua
peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como
A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna
sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral
o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex
objetos elementos da natureza
A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e
anirnais com urn ensinamento moral
o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre
ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo
A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a
historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas
Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da
magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias
precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais
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Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre
as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem
Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa
pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a
des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no
processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi
incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario
o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de
informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e
ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de
educa~o
Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e
a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a
narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como
placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis
Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais
principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais
detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no
futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando
com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar
recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos
Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios
dependendo de cada circunstimcia
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Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel
de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante
Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-
leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a
crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim
gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da
linguagem
Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e
sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a
comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80
livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem
atraves do ludico
Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos
devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au
dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias
o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar
as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a
que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a
compreens~o par parte da crianca
Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram
nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das
maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo
que a rodeia
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JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)
Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia
essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as
maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a
brincadeira a aprendizado se instala
Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem
basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias
as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para
este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele
que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da
prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade
adulta
A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande
destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca
neste genero litera rio
Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil
devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao
de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar
qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar
deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor
deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure
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Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido
no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto
pedagogico
Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8
livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com
suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada
Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de
contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta
algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em
conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos
objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a
redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos
de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar
A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os
aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da
participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura
e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da
utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas
41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS
411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos
Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu
surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam
utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a
40
funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas
delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)
bull Boneca contador de hist6rias
As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia
jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-
linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de
pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de
serem proferidos rapidamente)
As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das
mais tfmidas
bull Cria~Ao de final de historia
A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando
pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona
iniciada pel a educadora
o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em
papel
bull Errando as hist6rias
Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas
par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais
ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos
pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam
preocupa~o maior com 0 significado)
Chuva e sol casamento de espanhol
Chuva e sol casamento de caracol
41
bull Fantoches
A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as
crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com
cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas
mas mas manuseando as personagens
bull Gravuras
Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai
apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada
bull Jogo de contar hist6rias
Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos
escralem ou ilustram a hist6ria
a Parlendas e gestos
b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com
as dedas batendo as pes ou as maos etc
c Quadrinhos
d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que
fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por
favor etc
bull Dobraduras
A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas
podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e
ouvindo a magica transformayao do papsl
As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam
a dobradura
Ex dobradura depois recitam
Pinto
o pinto pia
A pipa pinga
Pinga a pipa
a pinto pia
Pinto pia
Pipa pinga
Quanta mais
o pinto pia
Mais a pipa pinga
42
bull Tecnicas de narrativas
Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na
sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil
baseado na autora Susatto (2004)
43
o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter
em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente
aos personagens e aos seus estados e animas
Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam
nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es
segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das
condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto
Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do
abandono dos pais
E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas
narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida
real
Segundo Busatto
Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)
Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser
usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador
reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam
imagens)
U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do
castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim
Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que
se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90
com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da
44
dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus
elementos
DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc
Pianos - altura do movimento
Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic
Forra - intensidade empregado no movimento
Tempo - velocidade com que a movimento e executado
Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo
Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem
preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve
sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de
alunos
45
5 CONSIDERAyOES FINAlS
Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias
tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil
ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes
Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das
transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e
aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem
constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0
conhecimento
A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim
educar para a formayao de cidadaos
No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter
essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para
despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao
magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode
proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa
atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca
passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes
tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor
de seus direitos e deveres como cidadao
A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn
facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do
processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e
participativa
46
Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em
mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir
para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO
pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna
imposicao
o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a
contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a
utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par
leitura
Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da
Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente
com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico
A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que
oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir
para a constru~o de sua autonomia
o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada
pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do
professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no
ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura
Bruner afirma que
e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)
47
Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca
em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern
ao encontro das novas perspectivas de educayao
Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta
nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os
alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais
construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au
informagao
48
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o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao
sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese
classifica96es devem ser respeitadas e entendidas
Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista
que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a
crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam
ocupam a centro de seus interesses
Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as
estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de
capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas
em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas
hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de
encantamenta
Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das
modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua
imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia
A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au
varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que
rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade
ludica e magica em que vive a crianca
Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou
hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0
seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um
temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa
2S
26
Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das
crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a
socializaltao
Para Froebel
a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)
Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento
para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais
adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a
socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)
Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e
preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera
explicitada a seguir
31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA
A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana
atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no
mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras
Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn
mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo
e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a
crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente
nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente
ausente em animais
27
A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~
em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala
mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos
A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo
porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do
jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da
crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa
submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo
muito diferente
Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de
desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento
habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa
ala fosse maior do que e na realidade
Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o
a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo
pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que
sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz
em sua totalidade bio-psico-social-educacional
E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de
enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e
sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que
ajudam para 0 seu desenvolvimento global
Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais
independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as
28
espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar
inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha
limites e e importante que n~o superestime sues capacidades
o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive
despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao
respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses
valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos
de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a
desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser
multo bern aprimoradas no pre-escolar
A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo
as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em
sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida
A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento
entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0
saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de
reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade
o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao
das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre
para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e
individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa
movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade
ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios
interesses pessoais no desenvolvimento das atividades
29
Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-
escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu
simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras
crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos
As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque
nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas
Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia
de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de
adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e
imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem
o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna
retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de
seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0
habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)
Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos
importantes para aqueles que trabalham com a educaylio
A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada
para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica
30
4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR
Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto
a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern
proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya
retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e
reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a
compreensao do texto par parte da crianya
o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que
ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente
com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0
que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)
A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse
despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao
imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario
Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua
subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia
narrativa
Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer
ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)
31
Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar
divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar
na crianca a g05tO pela literatura
Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU
contaram uma hist6ria
Na 6ptica de Tahan
a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)
E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o
infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento
onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo
Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0
ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos
1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito
2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como
li~o advertlmcia ou canselha
3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas
ou ate masma calculos e fra90es
4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos
5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate
masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco
mental
32
o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias
desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil
enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim
a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)
AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica
para a realizayllo de projetos
Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a
alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas
dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado
e se estao todos proximos suficientes do narrador
A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0
narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e
adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para
narrar historias
Segundo Tahan
Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)
Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as
crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer
Tahan informa
33
os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)
Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e
segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas
pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em
cantata com as criantyas
o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn
texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a
historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta
o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao
socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern
pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que
Ihe eram contadas
Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque
a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)
o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a
escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de
ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo
Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para
poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto
professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco
34
Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur
normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a
participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando
gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com
abras especificas para cada idade das criancas
Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica
e 3 ate 6 anas fase magica
Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn
enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa
integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias
que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza
(humanizadas)
Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a
repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas
outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes
Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras
grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com
certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por
genero
No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes
iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras
Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os
circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)
35
A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os
g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0
romance a novela 0 conto 0 drama etc
Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se
dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a
palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que
empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao
Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou
escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis
tenhamos ou n~o consciencia delas
Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua
peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como
A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna
sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral
o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex
objetos elementos da natureza
A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e
anirnais com urn ensinamento moral
o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre
ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo
A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a
historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas
Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da
magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias
precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais
36
Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre
as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem
Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa
pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a
des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no
processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi
incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario
o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de
informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e
ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de
educa~o
Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e
a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a
narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como
placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis
Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais
principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais
detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no
futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando
com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar
recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos
Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios
dependendo de cada circunstimcia
37
Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel
de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante
Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-
leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a
crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim
gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da
linguagem
Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e
sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a
comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80
livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem
atraves do ludico
Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos
devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au
dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias
o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar
as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a
que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a
compreens~o par parte da crianca
Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram
nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das
maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo
que a rodeia
38
JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)
Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia
essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as
maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a
brincadeira a aprendizado se instala
Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem
basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias
as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para
este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele
que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da
prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade
adulta
A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande
destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca
neste genero litera rio
Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil
devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao
de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar
qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar
deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor
deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure
39
Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido
no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto
pedagogico
Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8
livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com
suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada
Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de
contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta
algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em
conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos
objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a
redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos
de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar
A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os
aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da
participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura
e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da
utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas
41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS
411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos
Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu
surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam
utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a
40
funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas
delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)
bull Boneca contador de hist6rias
As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia
jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-
linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de
pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de
serem proferidos rapidamente)
As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das
mais tfmidas
bull Cria~Ao de final de historia
A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando
pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona
iniciada pel a educadora
o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em
papel
bull Errando as hist6rias
Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas
par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais
ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos
pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam
preocupa~o maior com 0 significado)
Chuva e sol casamento de espanhol
Chuva e sol casamento de caracol
41
bull Fantoches
A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as
crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com
cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas
mas mas manuseando as personagens
bull Gravuras
Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai
apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada
bull Jogo de contar hist6rias
Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos
escralem ou ilustram a hist6ria
a Parlendas e gestos
b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com
as dedas batendo as pes ou as maos etc
c Quadrinhos
d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que
fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por
favor etc
bull Dobraduras
A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas
podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e
ouvindo a magica transformayao do papsl
As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam
a dobradura
Ex dobradura depois recitam
Pinto
o pinto pia
A pipa pinga
Pinga a pipa
a pinto pia
Pinto pia
Pipa pinga
Quanta mais
o pinto pia
Mais a pipa pinga
42
bull Tecnicas de narrativas
Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na
sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil
baseado na autora Susatto (2004)
43
o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter
em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente
aos personagens e aos seus estados e animas
Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam
nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es
segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das
condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto
Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do
abandono dos pais
E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas
narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida
real
Segundo Busatto
Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)
Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser
usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador
reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam
imagens)
U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do
castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim
Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que
se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90
com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da
44
dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus
elementos
DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc
Pianos - altura do movimento
Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic
Forra - intensidade empregado no movimento
Tempo - velocidade com que a movimento e executado
Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo
Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem
preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve
sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de
alunos
45
5 CONSIDERAyOES FINAlS
Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias
tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil
ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes
Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das
transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e
aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem
constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0
conhecimento
A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim
educar para a formayao de cidadaos
No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter
essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para
despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao
magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode
proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa
atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca
passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes
tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor
de seus direitos e deveres como cidadao
A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn
facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do
processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e
participativa
46
Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em
mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir
para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO
pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna
imposicao
o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a
contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a
utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par
leitura
Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da
Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente
com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico
A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que
oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir
para a constru~o de sua autonomia
o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada
pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do
professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no
ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura
Bruner afirma que
e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)
47
Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca
em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern
ao encontro das novas perspectivas de educayao
Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta
nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os
alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais
construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au
informagao
48
REFERENCIAS
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WORNICOV Ruth WAGNER Elisia RUSSOMANO Moema e WEBER Nadia C BClianra-Ieituramiddotlivro Sap Paulo Nobel 1986
lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998
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Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das
crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a
socializaltao
Para Froebel
a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)
Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento
para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais
adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a
socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)
Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e
preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera
explicitada a seguir
31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA
A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana
atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no
mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras
Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn
mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo
e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a
crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente
nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente
ausente em animais
27
A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~
em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala
mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos
A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo
porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do
jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da
crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa
submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo
muito diferente
Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de
desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento
habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa
ala fosse maior do que e na realidade
Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o
a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo
pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que
sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz
em sua totalidade bio-psico-social-educacional
E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de
enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e
sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que
ajudam para 0 seu desenvolvimento global
Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais
independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as
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espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar
inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha
limites e e importante que n~o superestime sues capacidades
o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive
despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao
respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses
valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos
de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a
desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser
multo bern aprimoradas no pre-escolar
A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo
as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em
sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida
A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento
entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0
saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de
reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade
o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao
das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre
para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e
individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa
movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade
ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios
interesses pessoais no desenvolvimento das atividades
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Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-
escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu
simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras
crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos
As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque
nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas
Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia
de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de
adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e
imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem
o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna
retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de
seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0
habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)
Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos
importantes para aqueles que trabalham com a educaylio
A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada
para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica
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4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR
Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto
a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern
proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya
retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e
reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a
compreensao do texto par parte da crianya
o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que
ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente
com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0
que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)
A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse
despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao
imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario
Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua
subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia
narrativa
Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer
ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)
31
Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar
divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar
na crianca a g05tO pela literatura
Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU
contaram uma hist6ria
Na 6ptica de Tahan
a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)
E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o
infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento
onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo
Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0
ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos
1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito
2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como
li~o advertlmcia ou canselha
3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas
ou ate masma calculos e fra90es
4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos
5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate
masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco
mental
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o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias
desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil
enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim
a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)
AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica
para a realizayllo de projetos
Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a
alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas
dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado
e se estao todos proximos suficientes do narrador
A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0
narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e
adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para
narrar historias
Segundo Tahan
Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)
Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as
crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer
Tahan informa
33
os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)
Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e
segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas
pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em
cantata com as criantyas
o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn
texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a
historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta
o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao
socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern
pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que
Ihe eram contadas
Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque
a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)
o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a
escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de
ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo
Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para
poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto
professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco
34
Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur
normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a
participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando
gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com
abras especificas para cada idade das criancas
Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica
e 3 ate 6 anas fase magica
Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn
enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa
integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias
que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza
(humanizadas)
Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a
repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas
outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes
Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras
grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com
certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por
genero
No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes
iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras
Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os
circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)
35
A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os
g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0
romance a novela 0 conto 0 drama etc
Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se
dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a
palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que
empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao
Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou
escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis
tenhamos ou n~o consciencia delas
Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua
peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como
A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna
sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral
o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex
objetos elementos da natureza
A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e
anirnais com urn ensinamento moral
o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre
ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo
A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a
historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas
Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da
magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias
precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais
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Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre
as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem
Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa
pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a
des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no
processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi
incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario
o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de
informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e
ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de
educa~o
Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e
a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a
narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como
placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis
Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais
principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais
detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no
futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando
com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar
recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos
Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios
dependendo de cada circunstimcia
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Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel
de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante
Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-
leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a
crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim
gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da
linguagem
Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e
sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a
comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80
livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem
atraves do ludico
Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos
devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au
dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias
o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar
as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a
que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a
compreens~o par parte da crianca
Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram
nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das
maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo
que a rodeia
38
JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)
Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia
essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as
maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a
brincadeira a aprendizado se instala
Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem
basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias
as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para
este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele
que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da
prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade
adulta
A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande
destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca
neste genero litera rio
Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil
devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao
de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar
qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar
deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor
deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure
39
Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido
no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto
pedagogico
Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8
livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com
suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada
Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de
contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta
algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em
conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos
objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a
redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos
de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar
A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os
aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da
participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura
e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da
utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas
41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS
411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos
Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu
surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam
utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a
40
funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas
delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)
bull Boneca contador de hist6rias
As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia
jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-
linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de
pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de
serem proferidos rapidamente)
As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das
mais tfmidas
bull Cria~Ao de final de historia
A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando
pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona
iniciada pel a educadora
o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em
papel
bull Errando as hist6rias
Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas
par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais
ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos
pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam
preocupa~o maior com 0 significado)
Chuva e sol casamento de espanhol
Chuva e sol casamento de caracol
41
bull Fantoches
A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as
crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com
cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas
mas mas manuseando as personagens
bull Gravuras
Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai
apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada
bull Jogo de contar hist6rias
Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos
escralem ou ilustram a hist6ria
a Parlendas e gestos
b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com
as dedas batendo as pes ou as maos etc
c Quadrinhos
d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que
fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por
favor etc
bull Dobraduras
A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas
podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e
ouvindo a magica transformayao do papsl
As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam
a dobradura
Ex dobradura depois recitam
Pinto
o pinto pia
A pipa pinga
Pinga a pipa
a pinto pia
Pinto pia
Pipa pinga
Quanta mais
o pinto pia
Mais a pipa pinga
42
bull Tecnicas de narrativas
Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na
sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil
baseado na autora Susatto (2004)
43
o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter
em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente
aos personagens e aos seus estados e animas
Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam
nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es
segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das
condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto
Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do
abandono dos pais
E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas
narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida
real
Segundo Busatto
Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)
Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser
usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador
reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam
imagens)
U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do
castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim
Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que
se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90
com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da
44
dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus
elementos
DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc
Pianos - altura do movimento
Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic
Forra - intensidade empregado no movimento
Tempo - velocidade com que a movimento e executado
Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo
Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem
preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve
sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de
alunos
45
5 CONSIDERAyOES FINAlS
Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias
tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil
ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes
Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das
transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e
aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem
constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0
conhecimento
A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim
educar para a formayao de cidadaos
No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter
essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para
despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao
magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode
proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa
atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca
passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes
tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor
de seus direitos e deveres como cidadao
A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn
facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do
processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e
participativa
46
Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em
mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir
para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO
pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna
imposicao
o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a
contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a
utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par
leitura
Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da
Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente
com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico
A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que
oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir
para a constru~o de sua autonomia
o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada
pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do
professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no
ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura
Bruner afirma que
e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)
47
Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca
em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern
ao encontro das novas perspectivas de educayao
Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta
nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os
alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais
construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au
informagao
48
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27
A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~
em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala
mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos
A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo
porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do
jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da
crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa
submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo
muito diferente
Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de
desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento
habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa
ala fosse maior do que e na realidade
Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o
a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo
pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que
sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz
em sua totalidade bio-psico-social-educacional
E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de
enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e
sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que
ajudam para 0 seu desenvolvimento global
Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais
independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as
28
espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar
inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha
limites e e importante que n~o superestime sues capacidades
o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive
despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao
respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses
valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos
de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a
desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser
multo bern aprimoradas no pre-escolar
A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo
as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em
sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida
A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento
entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0
saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de
reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade
o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao
das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre
para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e
individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa
movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade
ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios
interesses pessoais no desenvolvimento das atividades
29
Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-
escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu
simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras
crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos
As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque
nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas
Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia
de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de
adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e
imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem
o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna
retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de
seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0
habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)
Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos
importantes para aqueles que trabalham com a educaylio
A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada
para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica
30
4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR
Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto
a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern
proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya
retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e
reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a
compreensao do texto par parte da crianya
o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que
ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente
com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0
que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)
A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse
despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao
imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario
Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua
subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia
narrativa
Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer
ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)
31
Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar
divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar
na crianca a g05tO pela literatura
Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU
contaram uma hist6ria
Na 6ptica de Tahan
a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)
E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o
infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento
onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo
Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0
ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos
1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito
2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como
li~o advertlmcia ou canselha
3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas
ou ate masma calculos e fra90es
4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos
5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate
masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco
mental
32
o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias
desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil
enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim
a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)
AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica
para a realizayllo de projetos
Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a
alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas
dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado
e se estao todos proximos suficientes do narrador
A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0
narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e
adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para
narrar historias
Segundo Tahan
Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)
Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as
crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer
Tahan informa
33
os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)
Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e
segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas
pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em
cantata com as criantyas
o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn
texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a
historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta
o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao
socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern
pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que
Ihe eram contadas
Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque
a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)
o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a
escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de
ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo
Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para
poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto
professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco
34
Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur
normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a
participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando
gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com
abras especificas para cada idade das criancas
Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica
e 3 ate 6 anas fase magica
Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn
enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa
integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias
que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza
(humanizadas)
Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a
repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas
outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes
Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras
grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com
certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por
genero
No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes
iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras
Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os
circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)
35
A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os
g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0
romance a novela 0 conto 0 drama etc
Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se
dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a
palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que
empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao
Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou
escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis
tenhamos ou n~o consciencia delas
Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua
peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como
A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna
sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral
o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex
objetos elementos da natureza
A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e
anirnais com urn ensinamento moral
o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre
ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo
A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a
historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas
Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da
magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias
precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais
36
Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre
as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem
Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa
pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a
des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no
processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi
incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario
o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de
informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e
ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de
educa~o
Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e
a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a
narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como
placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis
Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais
principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais
detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no
futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando
com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar
recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos
Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios
dependendo de cada circunstimcia
37
Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel
de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante
Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-
leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a
crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim
gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da
linguagem
Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e
sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a
comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80
livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem
atraves do ludico
Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos
devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au
dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias
o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar
as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a
que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a
compreens~o par parte da crianca
Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram
nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das
maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo
que a rodeia
38
JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)
Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia
essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as
maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a
brincadeira a aprendizado se instala
Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem
basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias
as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para
este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele
que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da
prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade
adulta
A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande
destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca
neste genero litera rio
Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil
devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao
de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar
qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar
deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor
deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure
39
Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido
no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto
pedagogico
Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8
livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com
suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada
Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de
contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta
algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em
conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos
objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a
redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos
de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar
A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os
aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da
participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura
e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da
utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas
41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS
411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos
Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu
surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam
utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a
40
funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas
delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)
bull Boneca contador de hist6rias
As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia
jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-
linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de
pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de
serem proferidos rapidamente)
As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das
mais tfmidas
bull Cria~Ao de final de historia
A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando
pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona
iniciada pel a educadora
o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em
papel
bull Errando as hist6rias
Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas
par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais
ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos
pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam
preocupa~o maior com 0 significado)
Chuva e sol casamento de espanhol
Chuva e sol casamento de caracol
41
bull Fantoches
A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as
crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com
cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas
mas mas manuseando as personagens
bull Gravuras
Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai
apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada
bull Jogo de contar hist6rias
Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos
escralem ou ilustram a hist6ria
a Parlendas e gestos
b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com
as dedas batendo as pes ou as maos etc
c Quadrinhos
d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que
fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por
favor etc
bull Dobraduras
A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas
podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e
ouvindo a magica transformayao do papsl
As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam
a dobradura
Ex dobradura depois recitam
Pinto
o pinto pia
A pipa pinga
Pinga a pipa
a pinto pia
Pinto pia
Pipa pinga
Quanta mais
o pinto pia
Mais a pipa pinga
42
bull Tecnicas de narrativas
Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na
sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil
baseado na autora Susatto (2004)
43
o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter
em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente
aos personagens e aos seus estados e animas
Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam
nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es
segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das
condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto
Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do
abandono dos pais
E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas
narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida
real
Segundo Busatto
Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)
Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser
usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador
reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam
imagens)
U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do
castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim
Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que
se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90
com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da
44
dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus
elementos
DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc
Pianos - altura do movimento
Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic
Forra - intensidade empregado no movimento
Tempo - velocidade com que a movimento e executado
Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo
Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem
preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve
sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de
alunos
45
5 CONSIDERAyOES FINAlS
Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias
tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil
ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes
Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das
transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e
aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem
constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0
conhecimento
A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim
educar para a formayao de cidadaos
No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter
essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para
despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao
magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode
proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa
atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca
passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes
tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor
de seus direitos e deveres como cidadao
A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn
facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do
processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e
participativa
46
Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em
mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir
para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO
pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna
imposicao
o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a
contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a
utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par
leitura
Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da
Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente
com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico
A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que
oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir
para a constru~o de sua autonomia
o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada
pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do
professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no
ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura
Bruner afirma que
e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)
47
Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca
em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern
ao encontro das novas perspectivas de educayao
Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta
nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os
alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais
construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au
informagao
48
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28
espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar
inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha
limites e e importante que n~o superestime sues capacidades
o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive
despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao
respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses
valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos
de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a
desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser
multo bern aprimoradas no pre-escolar
A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo
as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em
sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida
A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento
entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0
saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de
reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade
o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao
das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre
para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e
individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa
movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade
ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios
interesses pessoais no desenvolvimento das atividades
29
Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-
escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu
simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras
crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos
As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque
nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas
Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia
de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de
adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e
imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem
o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna
retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de
seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0
habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)
Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos
importantes para aqueles que trabalham com a educaylio
A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada
para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica
30
4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR
Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto
a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern
proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya
retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e
reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a
compreensao do texto par parte da crianya
o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que
ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente
com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0
que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)
A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse
despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao
imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario
Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua
subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia
narrativa
Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer
ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)
31
Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar
divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar
na crianca a g05tO pela literatura
Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU
contaram uma hist6ria
Na 6ptica de Tahan
a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)
E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o
infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento
onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo
Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0
ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos
1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito
2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como
li~o advertlmcia ou canselha
3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas
ou ate masma calculos e fra90es
4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos
5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate
masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco
mental
32
o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias
desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil
enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim
a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)
AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica
para a realizayllo de projetos
Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a
alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas
dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado
e se estao todos proximos suficientes do narrador
A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0
narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e
adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para
narrar historias
Segundo Tahan
Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)
Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as
crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer
Tahan informa
33
os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)
Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e
segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas
pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em
cantata com as criantyas
o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn
texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a
historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta
o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao
socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern
pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que
Ihe eram contadas
Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque
a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)
o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a
escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de
ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo
Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para
poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto
professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco
34
Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur
normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a
participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando
gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com
abras especificas para cada idade das criancas
Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica
e 3 ate 6 anas fase magica
Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn
enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa
integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias
que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza
(humanizadas)
Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a
repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas
outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes
Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras
grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com
certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por
genero
No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes
iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras
Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os
circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)
35
A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os
g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0
romance a novela 0 conto 0 drama etc
Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se
dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a
palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que
empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao
Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou
escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis
tenhamos ou n~o consciencia delas
Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua
peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como
A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna
sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral
o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex
objetos elementos da natureza
A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e
anirnais com urn ensinamento moral
o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre
ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo
A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a
historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas
Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da
magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias
precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais
36
Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre
as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem
Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa
pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a
des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no
processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi
incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario
o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de
informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e
ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de
educa~o
Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e
a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a
narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como
placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis
Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais
principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais
detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no
futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando
com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar
recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos
Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios
dependendo de cada circunstimcia
37
Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel
de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante
Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-
leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a
crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim
gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da
linguagem
Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e
sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a
comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80
livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem
atraves do ludico
Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos
devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au
dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias
o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar
as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a
que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a
compreens~o par parte da crianca
Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram
nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das
maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo
que a rodeia
38
JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)
Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia
essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as
maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a
brincadeira a aprendizado se instala
Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem
basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias
as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para
este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele
que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da
prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade
adulta
A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande
destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca
neste genero litera rio
Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil
devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao
de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar
qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar
deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor
deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure
39
Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido
no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto
pedagogico
Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8
livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com
suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada
Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de
contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta
algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em
conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos
objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a
redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos
de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar
A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os
aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da
participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura
e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da
utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas
41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS
411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos
Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu
surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam
utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a
40
funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas
delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)
bull Boneca contador de hist6rias
As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia
jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-
linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de
pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de
serem proferidos rapidamente)
As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das
mais tfmidas
bull Cria~Ao de final de historia
A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando
pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona
iniciada pel a educadora
o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em
papel
bull Errando as hist6rias
Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas
par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais
ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos
pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam
preocupa~o maior com 0 significado)
Chuva e sol casamento de espanhol
Chuva e sol casamento de caracol
41
bull Fantoches
A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as
crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com
cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas
mas mas manuseando as personagens
bull Gravuras
Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai
apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada
bull Jogo de contar hist6rias
Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos
escralem ou ilustram a hist6ria
a Parlendas e gestos
b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com
as dedas batendo as pes ou as maos etc
c Quadrinhos
d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que
fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por
favor etc
bull Dobraduras
A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas
podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e
ouvindo a magica transformayao do papsl
As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam
a dobradura
Ex dobradura depois recitam
Pinto
o pinto pia
A pipa pinga
Pinga a pipa
a pinto pia
Pinto pia
Pipa pinga
Quanta mais
o pinto pia
Mais a pipa pinga
42
bull Tecnicas de narrativas
Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na
sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil
baseado na autora Susatto (2004)
43
o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter
em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente
aos personagens e aos seus estados e animas
Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam
nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es
segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das
condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto
Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do
abandono dos pais
E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas
narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida
real
Segundo Busatto
Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)
Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser
usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador
reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam
imagens)
U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do
castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim
Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que
se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90
com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da
44
dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus
elementos
DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc
Pianos - altura do movimento
Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic
Forra - intensidade empregado no movimento
Tempo - velocidade com que a movimento e executado
Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo
Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem
preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve
sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de
alunos
45
5 CONSIDERAyOES FINAlS
Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias
tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil
ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes
Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das
transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e
aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem
constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0
conhecimento
A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim
educar para a formayao de cidadaos
No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter
essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para
despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao
magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode
proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa
atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca
passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes
tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor
de seus direitos e deveres como cidadao
A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn
facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do
processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e
participativa
46
Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em
mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir
para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO
pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna
imposicao
o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a
contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a
utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par
leitura
Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da
Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente
com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico
A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que
oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir
para a constru~o de sua autonomia
o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada
pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do
professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no
ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura
Bruner afirma que
e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)
47
Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca
em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern
ao encontro das novas perspectivas de educayao
Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta
nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os
alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais
construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au
informagao
48
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29
Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-
escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu
simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras
crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos
As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque
nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas
Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia
de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de
adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e
imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem
o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna
retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de
seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0
habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)
Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos
importantes para aqueles que trabalham com a educaylio
A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada
para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica
30
4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR
Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto
a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern
proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya
retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e
reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a
compreensao do texto par parte da crianya
o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que
ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente
com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0
que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)
A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse
despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao
imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario
Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua
subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia
narrativa
Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer
ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)
31
Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar
divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar
na crianca a g05tO pela literatura
Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU
contaram uma hist6ria
Na 6ptica de Tahan
a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)
E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o
infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento
onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo
Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0
ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos
1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito
2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como
li~o advertlmcia ou canselha
3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas
ou ate masma calculos e fra90es
4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos
5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate
masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco
mental
32
o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias
desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil
enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim
a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)
AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica
para a realizayllo de projetos
Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a
alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas
dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado
e se estao todos proximos suficientes do narrador
A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0
narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e
adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para
narrar historias
Segundo Tahan
Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)
Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as
crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer
Tahan informa
33
os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)
Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e
segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas
pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em
cantata com as criantyas
o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn
texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a
historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta
o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao
socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern
pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que
Ihe eram contadas
Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque
a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)
o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a
escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de
ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo
Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para
poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto
professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco
34
Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur
normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a
participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando
gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com
abras especificas para cada idade das criancas
Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica
e 3 ate 6 anas fase magica
Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn
enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa
integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias
que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza
(humanizadas)
Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a
repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas
outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes
Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras
grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com
certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por
genero
No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes
iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras
Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os
circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)
35
A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os
g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0
romance a novela 0 conto 0 drama etc
Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se
dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a
palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que
empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao
Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou
escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis
tenhamos ou n~o consciencia delas
Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua
peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como
A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna
sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral
o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex
objetos elementos da natureza
A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e
anirnais com urn ensinamento moral
o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre
ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo
A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a
historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas
Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da
magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias
precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais
36
Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre
as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem
Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa
pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a
des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no
processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi
incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario
o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de
informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e
ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de
educa~o
Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e
a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a
narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como
placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis
Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais
principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais
detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no
futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando
com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar
recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos
Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios
dependendo de cada circunstimcia
37
Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel
de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante
Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-
leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a
crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim
gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da
linguagem
Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e
sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a
comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80
livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem
atraves do ludico
Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos
devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au
dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias
o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar
as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a
que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a
compreens~o par parte da crianca
Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram
nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das
maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo
que a rodeia
38
JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)
Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia
essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as
maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a
brincadeira a aprendizado se instala
Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem
basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias
as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para
este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele
que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da
prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade
adulta
A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande
destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca
neste genero litera rio
Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil
devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao
de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar
qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar
deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor
deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure
39
Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido
no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto
pedagogico
Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8
livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com
suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada
Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de
contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta
algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em
conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos
objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a
redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos
de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar
A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os
aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da
participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura
e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da
utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas
41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS
411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos
Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu
surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam
utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a
40
funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas
delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)
bull Boneca contador de hist6rias
As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia
jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-
linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de
pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de
serem proferidos rapidamente)
As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das
mais tfmidas
bull Cria~Ao de final de historia
A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando
pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona
iniciada pel a educadora
o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em
papel
bull Errando as hist6rias
Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas
par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais
ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos
pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam
preocupa~o maior com 0 significado)
Chuva e sol casamento de espanhol
Chuva e sol casamento de caracol
41
bull Fantoches
A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as
crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com
cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas
mas mas manuseando as personagens
bull Gravuras
Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai
apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada
bull Jogo de contar hist6rias
Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos
escralem ou ilustram a hist6ria
a Parlendas e gestos
b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com
as dedas batendo as pes ou as maos etc
c Quadrinhos
d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que
fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por
favor etc
bull Dobraduras
A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas
podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e
ouvindo a magica transformayao do papsl
As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam
a dobradura
Ex dobradura depois recitam
Pinto
o pinto pia
A pipa pinga
Pinga a pipa
a pinto pia
Pinto pia
Pipa pinga
Quanta mais
o pinto pia
Mais a pipa pinga
42
bull Tecnicas de narrativas
Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na
sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil
baseado na autora Susatto (2004)
43
o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter
em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente
aos personagens e aos seus estados e animas
Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam
nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es
segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das
condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto
Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do
abandono dos pais
E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas
narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida
real
Segundo Busatto
Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)
Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser
usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador
reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam
imagens)
U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do
castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim
Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que
se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90
com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da
44
dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus
elementos
DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc
Pianos - altura do movimento
Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic
Forra - intensidade empregado no movimento
Tempo - velocidade com que a movimento e executado
Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo
Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem
preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve
sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de
alunos
45
5 CONSIDERAyOES FINAlS
Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias
tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil
ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes
Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das
transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e
aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem
constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0
conhecimento
A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim
educar para a formayao de cidadaos
No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter
essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para
despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao
magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode
proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa
atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca
passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes
tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor
de seus direitos e deveres como cidadao
A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn
facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do
processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e
participativa
46
Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em
mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir
para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO
pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna
imposicao
o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a
contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a
utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par
leitura
Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da
Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente
com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico
A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que
oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir
para a constru~o de sua autonomia
o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada
pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do
professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no
ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura
Bruner afirma que
e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)
47
Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca
em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern
ao encontro das novas perspectivas de educayao
Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta
nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os
alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais
construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au
informagao
48
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30
4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR
Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto
a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern
proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya
retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e
reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a
compreensao do texto par parte da crianya
o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que
ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente
com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0
que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)
A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse
despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao
imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario
Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua
subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia
narrativa
Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer
ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)
31
Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar
divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar
na crianca a g05tO pela literatura
Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU
contaram uma hist6ria
Na 6ptica de Tahan
a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)
E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o
infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento
onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo
Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0
ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos
1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito
2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como
li~o advertlmcia ou canselha
3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas
ou ate masma calculos e fra90es
4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos
5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate
masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco
mental
32
o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias
desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil
enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim
a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)
AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica
para a realizayllo de projetos
Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a
alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas
dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado
e se estao todos proximos suficientes do narrador
A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0
narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e
adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para
narrar historias
Segundo Tahan
Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)
Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as
crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer
Tahan informa
33
os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)
Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e
segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas
pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em
cantata com as criantyas
o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn
texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a
historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta
o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao
socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern
pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que
Ihe eram contadas
Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque
a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)
o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a
escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de
ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo
Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para
poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto
professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco
34
Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur
normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a
participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando
gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com
abras especificas para cada idade das criancas
Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica
e 3 ate 6 anas fase magica
Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn
enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa
integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias
que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza
(humanizadas)
Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a
repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas
outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes
Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras
grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com
certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por
genero
No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes
iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras
Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os
circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)
35
A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os
g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0
romance a novela 0 conto 0 drama etc
Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se
dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a
palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que
empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao
Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou
escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis
tenhamos ou n~o consciencia delas
Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua
peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como
A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna
sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral
o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex
objetos elementos da natureza
A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e
anirnais com urn ensinamento moral
o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre
ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo
A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a
historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas
Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da
magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias
precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais
36
Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre
as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem
Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa
pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a
des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no
processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi
incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario
o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de
informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e
ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de
educa~o
Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e
a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a
narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como
placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis
Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais
principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais
detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no
futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando
com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar
recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos
Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios
dependendo de cada circunstimcia
37
Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel
de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante
Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-
leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a
crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim
gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da
linguagem
Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e
sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a
comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80
livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem
atraves do ludico
Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos
devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au
dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias
o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar
as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a
que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a
compreens~o par parte da crianca
Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram
nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das
maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo
que a rodeia
38
JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)
Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia
essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as
maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a
brincadeira a aprendizado se instala
Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem
basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias
as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para
este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele
que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da
prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade
adulta
A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande
destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca
neste genero litera rio
Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil
devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao
de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar
qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar
deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor
deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure
39
Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido
no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto
pedagogico
Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8
livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com
suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada
Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de
contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta
algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em
conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos
objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a
redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos
de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar
A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os
aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da
participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura
e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da
utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas
41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS
411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos
Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu
surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam
utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a
40
funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas
delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)
bull Boneca contador de hist6rias
As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia
jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-
linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de
pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de
serem proferidos rapidamente)
As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das
mais tfmidas
bull Cria~Ao de final de historia
A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando
pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona
iniciada pel a educadora
o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em
papel
bull Errando as hist6rias
Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas
par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais
ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos
pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam
preocupa~o maior com 0 significado)
Chuva e sol casamento de espanhol
Chuva e sol casamento de caracol
41
bull Fantoches
A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as
crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com
cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas
mas mas manuseando as personagens
bull Gravuras
Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai
apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada
bull Jogo de contar hist6rias
Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos
escralem ou ilustram a hist6ria
a Parlendas e gestos
b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com
as dedas batendo as pes ou as maos etc
c Quadrinhos
d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que
fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por
favor etc
bull Dobraduras
A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas
podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e
ouvindo a magica transformayao do papsl
As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam
a dobradura
Ex dobradura depois recitam
Pinto
o pinto pia
A pipa pinga
Pinga a pipa
a pinto pia
Pinto pia
Pipa pinga
Quanta mais
o pinto pia
Mais a pipa pinga
42
bull Tecnicas de narrativas
Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na
sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil
baseado na autora Susatto (2004)
43
o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter
em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente
aos personagens e aos seus estados e animas
Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam
nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es
segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das
condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto
Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do
abandono dos pais
E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas
narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida
real
Segundo Busatto
Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)
Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser
usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador
reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam
imagens)
U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do
castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim
Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que
se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90
com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da
44
dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus
elementos
DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc
Pianos - altura do movimento
Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic
Forra - intensidade empregado no movimento
Tempo - velocidade com que a movimento e executado
Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo
Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem
preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve
sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de
alunos
45
5 CONSIDERAyOES FINAlS
Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias
tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil
ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes
Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das
transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e
aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem
constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0
conhecimento
A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim
educar para a formayao de cidadaos
No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter
essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para
despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao
magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode
proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa
atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca
passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes
tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor
de seus direitos e deveres como cidadao
A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn
facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do
processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e
participativa
46
Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em
mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir
para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO
pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna
imposicao
o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a
contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a
utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par
leitura
Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da
Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente
com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico
A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que
oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir
para a constru~o de sua autonomia
o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada
pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do
professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no
ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura
Bruner afirma que
e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)
47
Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca
em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern
ao encontro das novas perspectivas de educayao
Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta
nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os
alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais
construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au
informagao
48
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49
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31
Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar
divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar
na crianca a g05tO pela literatura
Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU
contaram uma hist6ria
Na 6ptica de Tahan
a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)
E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o
infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento
onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo
Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0
ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos
1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito
2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como
li~o advertlmcia ou canselha
3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas
ou ate masma calculos e fra90es
4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos
5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate
masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco
mental
32
o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias
desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil
enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim
a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)
AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica
para a realizayllo de projetos
Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a
alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas
dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado
e se estao todos proximos suficientes do narrador
A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0
narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e
adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para
narrar historias
Segundo Tahan
Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)
Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as
crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer
Tahan informa
33
os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)
Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e
segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas
pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em
cantata com as criantyas
o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn
texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a
historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta
o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao
socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern
pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que
Ihe eram contadas
Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque
a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)
o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a
escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de
ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo
Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para
poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto
professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco
34
Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur
normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a
participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando
gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com
abras especificas para cada idade das criancas
Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica
e 3 ate 6 anas fase magica
Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn
enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa
integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias
que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza
(humanizadas)
Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a
repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas
outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes
Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras
grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com
certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por
genero
No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes
iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras
Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os
circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)
35
A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os
g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0
romance a novela 0 conto 0 drama etc
Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se
dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a
palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que
empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao
Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou
escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis
tenhamos ou n~o consciencia delas
Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua
peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como
A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna
sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral
o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex
objetos elementos da natureza
A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e
anirnais com urn ensinamento moral
o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre
ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo
A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a
historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas
Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da
magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias
precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais
36
Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre
as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem
Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa
pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a
des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no
processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi
incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario
o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de
informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e
ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de
educa~o
Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e
a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a
narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como
placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis
Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais
principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais
detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no
futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando
com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar
recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos
Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios
dependendo de cada circunstimcia
37
Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel
de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante
Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-
leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a
crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim
gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da
linguagem
Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e
sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a
comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80
livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem
atraves do ludico
Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos
devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au
dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias
o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar
as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a
que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a
compreens~o par parte da crianca
Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram
nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das
maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo
que a rodeia
38
JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)
Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia
essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as
maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a
brincadeira a aprendizado se instala
Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem
basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias
as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para
este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele
que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da
prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade
adulta
A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande
destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca
neste genero litera rio
Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil
devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao
de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar
qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar
deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor
deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure
39
Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido
no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto
pedagogico
Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8
livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com
suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada
Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de
contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta
algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em
conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos
objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a
redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos
de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar
A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os
aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da
participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura
e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da
utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas
41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS
411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos
Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu
surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam
utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a
40
funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas
delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)
bull Boneca contador de hist6rias
As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia
jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-
linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de
pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de
serem proferidos rapidamente)
As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das
mais tfmidas
bull Cria~Ao de final de historia
A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando
pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona
iniciada pel a educadora
o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em
papel
bull Errando as hist6rias
Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas
par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais
ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos
pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam
preocupa~o maior com 0 significado)
Chuva e sol casamento de espanhol
Chuva e sol casamento de caracol
41
bull Fantoches
A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as
crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com
cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas
mas mas manuseando as personagens
bull Gravuras
Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai
apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada
bull Jogo de contar hist6rias
Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos
escralem ou ilustram a hist6ria
a Parlendas e gestos
b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com
as dedas batendo as pes ou as maos etc
c Quadrinhos
d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que
fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por
favor etc
bull Dobraduras
A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas
podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e
ouvindo a magica transformayao do papsl
As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam
a dobradura
Ex dobradura depois recitam
Pinto
o pinto pia
A pipa pinga
Pinga a pipa
a pinto pia
Pinto pia
Pipa pinga
Quanta mais
o pinto pia
Mais a pipa pinga
42
bull Tecnicas de narrativas
Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na
sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil
baseado na autora Susatto (2004)
43
o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter
em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente
aos personagens e aos seus estados e animas
Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam
nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es
segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das
condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto
Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do
abandono dos pais
E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas
narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida
real
Segundo Busatto
Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)
Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser
usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador
reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam
imagens)
U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do
castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim
Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que
se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90
com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da
44
dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus
elementos
DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc
Pianos - altura do movimento
Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic
Forra - intensidade empregado no movimento
Tempo - velocidade com que a movimento e executado
Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo
Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem
preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve
sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de
alunos
45
5 CONSIDERAyOES FINAlS
Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias
tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil
ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes
Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das
transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e
aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem
constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0
conhecimento
A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim
educar para a formayao de cidadaos
No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter
essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para
despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao
magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode
proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa
atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca
passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes
tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor
de seus direitos e deveres como cidadao
A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn
facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do
processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e
participativa
46
Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em
mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir
para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO
pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna
imposicao
o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a
contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a
utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par
leitura
Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da
Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente
com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico
A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que
oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir
para a constru~o de sua autonomia
o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada
pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do
professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no
ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura
Bruner afirma que
e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)
47
Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca
em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern
ao encontro das novas perspectivas de educayao
Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta
nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os
alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais
construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au
informagao
48
REFERENCIAS
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49
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32
o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias
desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil
enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim
a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)
AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica
para a realizayllo de projetos
Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a
alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas
dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado
e se estao todos proximos suficientes do narrador
A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0
narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e
adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para
narrar historias
Segundo Tahan
Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)
Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as
crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer
Tahan informa
33
os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)
Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e
segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas
pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em
cantata com as criantyas
o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn
texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a
historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta
o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao
socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern
pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que
Ihe eram contadas
Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque
a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)
o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a
escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de
ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo
Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para
poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto
professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco
34
Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur
normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a
participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando
gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com
abras especificas para cada idade das criancas
Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica
e 3 ate 6 anas fase magica
Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn
enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa
integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias
que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza
(humanizadas)
Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a
repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas
outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes
Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras
grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com
certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por
genero
No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes
iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras
Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os
circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)
35
A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os
g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0
romance a novela 0 conto 0 drama etc
Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se
dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a
palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que
empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao
Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou
escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis
tenhamos ou n~o consciencia delas
Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua
peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como
A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna
sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral
o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex
objetos elementos da natureza
A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e
anirnais com urn ensinamento moral
o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre
ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo
A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a
historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas
Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da
magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias
precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais
36
Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre
as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem
Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa
pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a
des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no
processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi
incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario
o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de
informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e
ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de
educa~o
Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e
a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a
narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como
placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis
Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais
principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais
detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no
futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando
com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar
recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos
Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios
dependendo de cada circunstimcia
37
Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel
de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante
Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-
leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a
crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim
gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da
linguagem
Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e
sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a
comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80
livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem
atraves do ludico
Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos
devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au
dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias
o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar
as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a
que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a
compreens~o par parte da crianca
Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram
nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das
maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo
que a rodeia
38
JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)
Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia
essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as
maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a
brincadeira a aprendizado se instala
Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem
basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias
as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para
este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele
que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da
prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade
adulta
A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande
destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca
neste genero litera rio
Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil
devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao
de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar
qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar
deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor
deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure
39
Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido
no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto
pedagogico
Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8
livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com
suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada
Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de
contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta
algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em
conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos
objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a
redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos
de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar
A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os
aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da
participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura
e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da
utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas
41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS
411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos
Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu
surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam
utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a
40
funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas
delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)
bull Boneca contador de hist6rias
As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia
jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-
linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de
pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de
serem proferidos rapidamente)
As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das
mais tfmidas
bull Cria~Ao de final de historia
A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando
pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona
iniciada pel a educadora
o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em
papel
bull Errando as hist6rias
Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas
par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais
ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos
pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam
preocupa~o maior com 0 significado)
Chuva e sol casamento de espanhol
Chuva e sol casamento de caracol
41
bull Fantoches
A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as
crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com
cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas
mas mas manuseando as personagens
bull Gravuras
Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai
apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada
bull Jogo de contar hist6rias
Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos
escralem ou ilustram a hist6ria
a Parlendas e gestos
b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com
as dedas batendo as pes ou as maos etc
c Quadrinhos
d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que
fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por
favor etc
bull Dobraduras
A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas
podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e
ouvindo a magica transformayao do papsl
As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam
a dobradura
Ex dobradura depois recitam
Pinto
o pinto pia
A pipa pinga
Pinga a pipa
a pinto pia
Pinto pia
Pipa pinga
Quanta mais
o pinto pia
Mais a pipa pinga
42
bull Tecnicas de narrativas
Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na
sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil
baseado na autora Susatto (2004)
43
o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter
em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente
aos personagens e aos seus estados e animas
Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam
nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es
segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das
condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto
Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do
abandono dos pais
E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas
narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida
real
Segundo Busatto
Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)
Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser
usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador
reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam
imagens)
U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do
castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim
Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que
se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90
com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da
44
dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus
elementos
DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc
Pianos - altura do movimento
Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic
Forra - intensidade empregado no movimento
Tempo - velocidade com que a movimento e executado
Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo
Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem
preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve
sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de
alunos
45
5 CONSIDERAyOES FINAlS
Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias
tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil
ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes
Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das
transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e
aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem
constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0
conhecimento
A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim
educar para a formayao de cidadaos
No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter
essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para
despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao
magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode
proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa
atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca
passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes
tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor
de seus direitos e deveres como cidadao
A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn
facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do
processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e
participativa
46
Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em
mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir
para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO
pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna
imposicao
o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a
contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a
utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par
leitura
Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da
Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente
com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico
A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que
oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir
para a constru~o de sua autonomia
o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada
pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do
professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no
ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura
Bruner afirma que
e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)
47
Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca
em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern
ao encontro das novas perspectivas de educayao
Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta
nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os
alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais
construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au
informagao
48
REFERENCIAS
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49
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33
os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)
Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e
segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas
pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em
cantata com as criantyas
o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn
texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a
historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta
o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao
socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern
pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que
Ihe eram contadas
Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque
a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)
o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a
escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de
ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo
Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para
poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto
professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco
34
Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur
normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a
participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando
gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com
abras especificas para cada idade das criancas
Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica
e 3 ate 6 anas fase magica
Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn
enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa
integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias
que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza
(humanizadas)
Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a
repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas
outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes
Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras
grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com
certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por
genero
No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes
iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras
Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os
circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)
35
A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os
g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0
romance a novela 0 conto 0 drama etc
Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se
dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a
palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que
empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao
Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou
escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis
tenhamos ou n~o consciencia delas
Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua
peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como
A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna
sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral
o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex
objetos elementos da natureza
A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e
anirnais com urn ensinamento moral
o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre
ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo
A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a
historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas
Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da
magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias
precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais
36
Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre
as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem
Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa
pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a
des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no
processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi
incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario
o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de
informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e
ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de
educa~o
Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e
a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a
narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como
placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis
Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais
principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais
detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no
futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando
com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar
recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos
Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios
dependendo de cada circunstimcia
37
Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel
de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante
Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-
leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a
crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim
gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da
linguagem
Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e
sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a
comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80
livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem
atraves do ludico
Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos
devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au
dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias
o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar
as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a
que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a
compreens~o par parte da crianca
Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram
nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das
maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo
que a rodeia
38
JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)
Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia
essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as
maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a
brincadeira a aprendizado se instala
Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem
basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias
as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para
este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele
que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da
prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade
adulta
A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande
destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca
neste genero litera rio
Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil
devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao
de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar
qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar
deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor
deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure
39
Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido
no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto
pedagogico
Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8
livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com
suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada
Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de
contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta
algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em
conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos
objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a
redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos
de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar
A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os
aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da
participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura
e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da
utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas
41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS
411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos
Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu
surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam
utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a
40
funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas
delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)
bull Boneca contador de hist6rias
As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia
jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-
linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de
pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de
serem proferidos rapidamente)
As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das
mais tfmidas
bull Cria~Ao de final de historia
A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando
pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona
iniciada pel a educadora
o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em
papel
bull Errando as hist6rias
Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas
par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais
ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos
pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam
preocupa~o maior com 0 significado)
Chuva e sol casamento de espanhol
Chuva e sol casamento de caracol
41
bull Fantoches
A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as
crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com
cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas
mas mas manuseando as personagens
bull Gravuras
Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai
apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada
bull Jogo de contar hist6rias
Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos
escralem ou ilustram a hist6ria
a Parlendas e gestos
b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com
as dedas batendo as pes ou as maos etc
c Quadrinhos
d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que
fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por
favor etc
bull Dobraduras
A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas
podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e
ouvindo a magica transformayao do papsl
As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam
a dobradura
Ex dobradura depois recitam
Pinto
o pinto pia
A pipa pinga
Pinga a pipa
a pinto pia
Pinto pia
Pipa pinga
Quanta mais
o pinto pia
Mais a pipa pinga
42
bull Tecnicas de narrativas
Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na
sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil
baseado na autora Susatto (2004)
43
o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter
em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente
aos personagens e aos seus estados e animas
Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam
nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es
segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das
condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto
Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do
abandono dos pais
E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas
narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida
real
Segundo Busatto
Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)
Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser
usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador
reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam
imagens)
U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do
castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim
Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que
se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90
com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da
44
dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus
elementos
DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc
Pianos - altura do movimento
Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic
Forra - intensidade empregado no movimento
Tempo - velocidade com que a movimento e executado
Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo
Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem
preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve
sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de
alunos
45
5 CONSIDERAyOES FINAlS
Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias
tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil
ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes
Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das
transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e
aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem
constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0
conhecimento
A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim
educar para a formayao de cidadaos
No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter
essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para
despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao
magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode
proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa
atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca
passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes
tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor
de seus direitos e deveres como cidadao
A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn
facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do
processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e
participativa
46
Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em
mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir
para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO
pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna
imposicao
o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a
contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a
utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par
leitura
Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da
Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente
com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico
A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que
oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir
para a constru~o de sua autonomia
o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada
pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do
professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no
ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura
Bruner afirma que
e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)
47
Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca
em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern
ao encontro das novas perspectivas de educayao
Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta
nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os
alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais
construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au
informagao
48
REFERENCIAS
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BAKHTIN Mikhail M8rxismo e filosofia da linguagem 6 ed sao Paulo Hucitec1988
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49
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lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998
34
Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur
normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a
participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando
gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com
abras especificas para cada idade das criancas
Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica
e 3 ate 6 anas fase magica
Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn
enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa
integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias
que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza
(humanizadas)
Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a
repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas
outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes
Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras
grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com
certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por
genero
No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes
iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras
Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os
circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)
35
A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os
g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0
romance a novela 0 conto 0 drama etc
Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se
dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a
palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que
empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao
Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou
escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis
tenhamos ou n~o consciencia delas
Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua
peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como
A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna
sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral
o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex
objetos elementos da natureza
A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e
anirnais com urn ensinamento moral
o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre
ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo
A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a
historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas
Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da
magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias
precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais
36
Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre
as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem
Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa
pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a
des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no
processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi
incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario
o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de
informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e
ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de
educa~o
Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e
a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a
narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como
placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis
Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais
principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais
detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no
futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando
com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar
recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos
Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios
dependendo de cada circunstimcia
37
Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel
de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante
Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-
leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a
crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim
gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da
linguagem
Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e
sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a
comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80
livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem
atraves do ludico
Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos
devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au
dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias
o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar
as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a
que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a
compreens~o par parte da crianca
Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram
nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das
maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo
que a rodeia
38
JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)
Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia
essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as
maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a
brincadeira a aprendizado se instala
Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem
basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias
as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para
este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele
que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da
prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade
adulta
A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande
destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca
neste genero litera rio
Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil
devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao
de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar
qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar
deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor
deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure
39
Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido
no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto
pedagogico
Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8
livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com
suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada
Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de
contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta
algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em
conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos
objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a
redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos
de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar
A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os
aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da
participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura
e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da
utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas
41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS
411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos
Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu
surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam
utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a
40
funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas
delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)
bull Boneca contador de hist6rias
As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia
jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-
linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de
pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de
serem proferidos rapidamente)
As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das
mais tfmidas
bull Cria~Ao de final de historia
A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando
pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona
iniciada pel a educadora
o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em
papel
bull Errando as hist6rias
Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas
par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais
ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos
pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam
preocupa~o maior com 0 significado)
Chuva e sol casamento de espanhol
Chuva e sol casamento de caracol
41
bull Fantoches
A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as
crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com
cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas
mas mas manuseando as personagens
bull Gravuras
Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai
apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada
bull Jogo de contar hist6rias
Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos
escralem ou ilustram a hist6ria
a Parlendas e gestos
b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com
as dedas batendo as pes ou as maos etc
c Quadrinhos
d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que
fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por
favor etc
bull Dobraduras
A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas
podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e
ouvindo a magica transformayao do papsl
As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam
a dobradura
Ex dobradura depois recitam
Pinto
o pinto pia
A pipa pinga
Pinga a pipa
a pinto pia
Pinto pia
Pipa pinga
Quanta mais
o pinto pia
Mais a pipa pinga
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bull Tecnicas de narrativas
Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na
sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil
baseado na autora Susatto (2004)
43
o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter
em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente
aos personagens e aos seus estados e animas
Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam
nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es
segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das
condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto
Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do
abandono dos pais
E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas
narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida
real
Segundo Busatto
Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)
Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser
usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador
reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam
imagens)
U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do
castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim
Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que
se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90
com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da
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dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus
elementos
DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc
Pianos - altura do movimento
Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic
Forra - intensidade empregado no movimento
Tempo - velocidade com que a movimento e executado
Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo
Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem
preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve
sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de
alunos
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5 CONSIDERAyOES FINAlS
Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias
tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil
ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes
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constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0
conhecimento
A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim
educar para a formayao de cidadaos
No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter
essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para
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facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do
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participativa
46
Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em
mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir
para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO
pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna
imposicao
o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a
contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a
utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par
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Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da
Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente
com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico
A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que
oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir
para a constru~o de sua autonomia
o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada
pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do
professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no
ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura
Bruner afirma que
e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)
47
Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca
em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern
ao encontro das novas perspectivas de educayao
Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta
nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os
alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais
construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au
informagao
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REFERENCIAS
ARIES Philippe HistOriasocial da criana e da familia 2 ed Rio de Janeiro Zahar1981
BAKHTIN Mikhail M8rxismo e filosofia da linguagem 6 ed sao Paulo Hucitec1988
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BRUNER Jerome S Uma Nova Teoria da Aprendizagem Rio de Janeiro Ed Bloch1976
BUSATTO Clea Contar e encantar Pequenos segredos da narrativa Petr6polisVozes 2004
CADERMARTORI Ligia 0 que e literatura infantil 6 ed sao Paulo brasiliense1994
CAGLIARI Luiz Carlos deg professor como pesquisador In SeminarioMultidisciplinar de AlfabetizatJo Anais Pontificia Universidade Cat61ica de SaoPaulo 1992
COELHO Betty Contar hist6rias uma arte sem idade10 ed Sao Paulo Atica 1999
COELHO Nelly Novaes N Literatura infanti Teoria analise Didatica16 edSaoPaulo Atica1997
CUNHA Maria Antonieta Antunes Literatura Infantil Teoria e Pratica16 ed saoPaulo Atica 1997
DALLA BONA Elisa Marisa Apostila com sugest~es de atividades para trabalhocom a literatura infantil Trabalho apresentado em curso na UFPR em 2001 no prelopara edi91io (acervo da autora)
FERREIRO Emilia amp TEBEROSKY Ana Psicogtmese da lingua escrita PortoAlegre Arte Medicas 1986
FERREIRO Emilia Os processos de leitura e escrita novas perspectivas PortoAlegre Artes Medicas 1987
FROEBEL Frederic A educaiio do homem Sao Paulo Hucitec 1913
GARCIA Regina Leite Revisitando a prfHlscola 4 ed Sao Paulo Cortez 2000
KLEIMAN Angela B Os significados do letramento Campinas Mercado deLetras 1995
KLEIN Ligia Regina SHAFASCHEK Rosicler Alfabetiza91io In Equipe doDEPGSEEDPR (Org) Curricula Msico para a eseola publica do Estado doParana 1 ed Curitiba Imprensa Oficial do Estado do Parana V 1990
49
KRAMER Sonia Currlculo de educa91io infanfil e a formaao dos profissionais decreche e pre-ltlscola QuestOes te6ricas e polemicas In MECSEFCedi Par umapolitica de formacAodo~profissionais da educai~o infantil Brasilia 1995
LEMOS Claudia Thereza Guimaraes de Lingua e discurso na teolizaao sabreaquisiao da lingusgeml Sao Pauligt Brasiliense1978
MEIRELES Cecilia Problemas da literatura intanti 2 ed Sao Paulo Summus1979
ORLANDI EnL A produao da leitura e suas condicentes Leitura - Teoria e PraticaSao Paulo Cortez 1987
PIAGET Jean A formaao do simbolo na cliana Rio de Janeiro lahar 1976
ROJAS Juciara 0 ludico na construilo interdisciplinar da aprendizagem umapedagogia do afelo e da clialjvidade nd escola UFMS 1991 Disponlvel emhttpwwwanpedorgbrI25excedentes25f)ucimararojastiJ7r1f Acesso em 15maio2006
ROUSSEAU Jean Jacques 0 Emilio au da educacAoSao Paulo Martins Fontes1990
SISTO Fermino Fernandes BATISTA M A FERREIRA C E B PAVARINI M LC OLIVEIRA J C Iii OLIVEIRA R OLlVEIRA S M S S bull SANTOS AAvaliando a satisfaao escolar no ensino fundamental In BORUCHOVITCH EvelyeBlUNECK Jose Aloys~o (Org) A molivailo do aluno Petropolis Vozes 1996
TAHAN Malba Arte de contar histOtias5 ed Rio de Janeiro Conquista 1966
VOLPATO Enilze dEl Souza Nogueira Pesquisa bib7iogralica em cienciasbiomedicas J Pneumologia [online] MarlApr 2000 vo126 no2 p77-80Dispon Ivel emt1ttpllwwwscielobrlscielo phpscript=sci_ arttextamppid=S01 02middot35862000000200006amplng=enampnrm=isogt ISSN 0102-3586 Acesso em 13 maio2006
VYGOTSKY Lev Semenorich Pensamento e linguagem 3 ed Sao Paulo MartinsFontes 1991
WINTER Eneia e SALLES Paulo Eduardo Marcondes de Metodologia da PesquisaCientifica 2 ed Sao Paulo CEDAS 1997
WORNICOV Ruth WAGNER Elisia RUSSOMANO Moema e WEBER Nadia C BClianra-Ieituramiddotlivro Sap Paulo Nobel 1986
lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998
35
A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os
g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0
romance a novela 0 conto 0 drama etc
Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se
dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a
palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que
empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao
Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou
escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis
tenhamos ou n~o consciencia delas
Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua
peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como
A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna
sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral
o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex
objetos elementos da natureza
A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e
anirnais com urn ensinamento moral
o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre
ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo
A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a
historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas
Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da
magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias
precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais
36
Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre
as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem
Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa
pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a
des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no
processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi
incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario
o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de
informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e
ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de
educa~o
Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e
a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a
narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como
placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis
Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais
principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais
detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no
futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando
com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar
recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos
Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios
dependendo de cada circunstimcia
37
Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel
de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante
Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-
leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a
crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim
gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da
linguagem
Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e
sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a
comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80
livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem
atraves do ludico
Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos
devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au
dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias
o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar
as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a
que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a
compreens~o par parte da crianca
Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram
nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das
maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo
que a rodeia
38
JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)
Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia
essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as
maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a
brincadeira a aprendizado se instala
Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem
basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias
as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para
este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele
que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da
prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade
adulta
A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande
destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca
neste genero litera rio
Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil
devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao
de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar
qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar
deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor
deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure
39
Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido
no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto
pedagogico
Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8
livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com
suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada
Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de
contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta
algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em
conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos
objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a
redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos
de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar
A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os
aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da
participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura
e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da
utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas
41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS
411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos
Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu
surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam
utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a
40
funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas
delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)
bull Boneca contador de hist6rias
As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia
jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-
linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de
pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de
serem proferidos rapidamente)
As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das
mais tfmidas
bull Cria~Ao de final de historia
A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando
pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona
iniciada pel a educadora
o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em
papel
bull Errando as hist6rias
Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas
par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais
ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos
pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam
preocupa~o maior com 0 significado)
Chuva e sol casamento de espanhol
Chuva e sol casamento de caracol
41
bull Fantoches
A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as
crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com
cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas
mas mas manuseando as personagens
bull Gravuras
Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai
apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada
bull Jogo de contar hist6rias
Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos
escralem ou ilustram a hist6ria
a Parlendas e gestos
b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com
as dedas batendo as pes ou as maos etc
c Quadrinhos
d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que
fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por
favor etc
bull Dobraduras
A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas
podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e
ouvindo a magica transformayao do papsl
As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam
a dobradura
Ex dobradura depois recitam
Pinto
o pinto pia
A pipa pinga
Pinga a pipa
a pinto pia
Pinto pia
Pipa pinga
Quanta mais
o pinto pia
Mais a pipa pinga
42
bull Tecnicas de narrativas
Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na
sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil
baseado na autora Susatto (2004)
43
o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter
em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente
aos personagens e aos seus estados e animas
Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam
nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es
segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das
condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto
Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do
abandono dos pais
E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas
narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida
real
Segundo Busatto
Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)
Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser
usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador
reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam
imagens)
U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do
castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim
Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que
se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90
com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da
44
dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus
elementos
DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc
Pianos - altura do movimento
Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic
Forra - intensidade empregado no movimento
Tempo - velocidade com que a movimento e executado
Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo
Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem
preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve
sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de
alunos
45
5 CONSIDERAyOES FINAlS
Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias
tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil
ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes
Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das
transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e
aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem
constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0
conhecimento
A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim
educar para a formayao de cidadaos
No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter
essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para
despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao
magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode
proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa
atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca
passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes
tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor
de seus direitos e deveres como cidadao
A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn
facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do
processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e
participativa
46
Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em
mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir
para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO
pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna
imposicao
o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a
contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a
utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par
leitura
Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da
Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente
com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico
A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que
oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir
para a constru~o de sua autonomia
o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada
pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do
professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no
ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura
Bruner afirma que
e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)
47
Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca
em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern
ao encontro das novas perspectivas de educayao
Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta
nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os
alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais
construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au
informagao
48
REFERENCIAS
ARIES Philippe HistOriasocial da criana e da familia 2 ed Rio de Janeiro Zahar1981
BAKHTIN Mikhail M8rxismo e filosofia da linguagem 6 ed sao Paulo Hucitec1988
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BUSATTO Clea Contar e encantar Pequenos segredos da narrativa Petr6polisVozes 2004
CADERMARTORI Ligia 0 que e literatura infantil 6 ed sao Paulo brasiliense1994
CAGLIARI Luiz Carlos deg professor como pesquisador In SeminarioMultidisciplinar de AlfabetizatJo Anais Pontificia Universidade Cat61ica de SaoPaulo 1992
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FROEBEL Frederic A educaiio do homem Sao Paulo Hucitec 1913
GARCIA Regina Leite Revisitando a prfHlscola 4 ed Sao Paulo Cortez 2000
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KLEIN Ligia Regina SHAFASCHEK Rosicler Alfabetiza91io In Equipe doDEPGSEEDPR (Org) Curricula Msico para a eseola publica do Estado doParana 1 ed Curitiba Imprensa Oficial do Estado do Parana V 1990
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KRAMER Sonia Currlculo de educa91io infanfil e a formaao dos profissionais decreche e pre-ltlscola QuestOes te6ricas e polemicas In MECSEFCedi Par umapolitica de formacAodo~profissionais da educai~o infantil Brasilia 1995
LEMOS Claudia Thereza Guimaraes de Lingua e discurso na teolizaao sabreaquisiao da lingusgeml Sao Pauligt Brasiliense1978
MEIRELES Cecilia Problemas da literatura intanti 2 ed Sao Paulo Summus1979
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ROJAS Juciara 0 ludico na construilo interdisciplinar da aprendizagem umapedagogia do afelo e da clialjvidade nd escola UFMS 1991 Disponlvel emhttpwwwanpedorgbrI25excedentes25f)ucimararojastiJ7r1f Acesso em 15maio2006
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SISTO Fermino Fernandes BATISTA M A FERREIRA C E B PAVARINI M LC OLIVEIRA J C Iii OLIVEIRA R OLlVEIRA S M S S bull SANTOS AAvaliando a satisfaao escolar no ensino fundamental In BORUCHOVITCH EvelyeBlUNECK Jose Aloys~o (Org) A molivailo do aluno Petropolis Vozes 1996
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VOLPATO Enilze dEl Souza Nogueira Pesquisa bib7iogralica em cienciasbiomedicas J Pneumologia [online] MarlApr 2000 vo126 no2 p77-80Dispon Ivel emt1ttpllwwwscielobrlscielo phpscript=sci_ arttextamppid=S01 02middot35862000000200006amplng=enampnrm=isogt ISSN 0102-3586 Acesso em 13 maio2006
VYGOTSKY Lev Semenorich Pensamento e linguagem 3 ed Sao Paulo MartinsFontes 1991
WINTER Eneia e SALLES Paulo Eduardo Marcondes de Metodologia da PesquisaCientifica 2 ed Sao Paulo CEDAS 1997
WORNICOV Ruth WAGNER Elisia RUSSOMANO Moema e WEBER Nadia C BClianra-Ieituramiddotlivro Sap Paulo Nobel 1986
lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998
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Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre
as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem
Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa
pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a
des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no
processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi
incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario
o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de
informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e
ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de
educa~o
Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e
a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a
narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como
placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis
Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais
principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais
detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no
futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando
com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar
recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos
Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios
dependendo de cada circunstimcia
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Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel
de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante
Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-
leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a
crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim
gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da
linguagem
Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e
sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a
comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80
livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem
atraves do ludico
Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos
devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au
dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias
o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar
as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a
que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a
compreens~o par parte da crianca
Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram
nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das
maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo
que a rodeia
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JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)
Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia
essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as
maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a
brincadeira a aprendizado se instala
Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem
basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias
as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para
este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele
que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da
prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade
adulta
A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande
destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca
neste genero litera rio
Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil
devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao
de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar
qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar
deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor
deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure
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Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido
no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto
pedagogico
Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8
livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com
suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada
Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de
contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta
algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em
conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos
objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a
redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos
de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar
A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os
aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da
participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura
e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da
utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas
41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS
411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos
Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu
surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam
utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a
40
funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas
delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)
bull Boneca contador de hist6rias
As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia
jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-
linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de
pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de
serem proferidos rapidamente)
As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das
mais tfmidas
bull Cria~Ao de final de historia
A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando
pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona
iniciada pel a educadora
o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em
papel
bull Errando as hist6rias
Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas
par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais
ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos
pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam
preocupa~o maior com 0 significado)
Chuva e sol casamento de espanhol
Chuva e sol casamento de caracol
41
bull Fantoches
A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as
crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com
cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas
mas mas manuseando as personagens
bull Gravuras
Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai
apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada
bull Jogo de contar hist6rias
Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos
escralem ou ilustram a hist6ria
a Parlendas e gestos
b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com
as dedas batendo as pes ou as maos etc
c Quadrinhos
d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que
fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por
favor etc
bull Dobraduras
A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas
podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e
ouvindo a magica transformayao do papsl
As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam
a dobradura
Ex dobradura depois recitam
Pinto
o pinto pia
A pipa pinga
Pinga a pipa
a pinto pia
Pinto pia
Pipa pinga
Quanta mais
o pinto pia
Mais a pipa pinga
42
bull Tecnicas de narrativas
Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na
sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil
baseado na autora Susatto (2004)
43
o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter
em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente
aos personagens e aos seus estados e animas
Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam
nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es
segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das
condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto
Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do
abandono dos pais
E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas
narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida
real
Segundo Busatto
Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)
Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser
usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador
reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam
imagens)
U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do
castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim
Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que
se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90
com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da
44
dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus
elementos
DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc
Pianos - altura do movimento
Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic
Forra - intensidade empregado no movimento
Tempo - velocidade com que a movimento e executado
Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo
Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem
preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve
sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de
alunos
45
5 CONSIDERAyOES FINAlS
Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias
tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil
ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes
Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das
transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e
aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem
constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0
conhecimento
A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim
educar para a formayao de cidadaos
No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter
essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para
despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao
magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode
proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa
atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca
passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes
tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor
de seus direitos e deveres como cidadao
A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn
facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do
processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e
participativa
46
Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em
mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir
para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO
pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna
imposicao
o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a
contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a
utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par
leitura
Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da
Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente
com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico
A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que
oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir
para a constru~o de sua autonomia
o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada
pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do
professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no
ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura
Bruner afirma que
e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)
47
Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca
em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern
ao encontro das novas perspectivas de educayao
Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta
nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os
alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais
construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au
informagao
48
REFERENCIAS
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BAKHTIN Mikhail M8rxismo e filosofia da linguagem 6 ed sao Paulo Hucitec1988
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49
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lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998
37
Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel
de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante
Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-
leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a
crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim
gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da
linguagem
Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e
sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a
comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80
livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem
atraves do ludico
Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos
devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au
dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias
o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar
as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a
que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a
compreens~o par parte da crianca
Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram
nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das
maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo
que a rodeia
38
JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)
Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia
essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as
maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a
brincadeira a aprendizado se instala
Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem
basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias
as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para
este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele
que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da
prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade
adulta
A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande
destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca
neste genero litera rio
Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil
devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao
de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar
qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar
deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor
deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure
39
Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido
no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto
pedagogico
Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8
livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com
suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada
Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de
contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta
algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em
conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos
objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a
redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos
de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar
A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os
aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da
participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura
e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da
utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas
41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS
411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos
Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu
surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam
utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a
40
funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas
delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)
bull Boneca contador de hist6rias
As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia
jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-
linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de
pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de
serem proferidos rapidamente)
As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das
mais tfmidas
bull Cria~Ao de final de historia
A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando
pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona
iniciada pel a educadora
o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em
papel
bull Errando as hist6rias
Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas
par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais
ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos
pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam
preocupa~o maior com 0 significado)
Chuva e sol casamento de espanhol
Chuva e sol casamento de caracol
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bull Fantoches
A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as
crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com
cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas
mas mas manuseando as personagens
bull Gravuras
Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai
apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada
bull Jogo de contar hist6rias
Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos
escralem ou ilustram a hist6ria
a Parlendas e gestos
b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com
as dedas batendo as pes ou as maos etc
c Quadrinhos
d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que
fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por
favor etc
bull Dobraduras
A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas
podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e
ouvindo a magica transformayao do papsl
As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam
a dobradura
Ex dobradura depois recitam
Pinto
o pinto pia
A pipa pinga
Pinga a pipa
a pinto pia
Pinto pia
Pipa pinga
Quanta mais
o pinto pia
Mais a pipa pinga
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bull Tecnicas de narrativas
Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na
sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil
baseado na autora Susatto (2004)
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o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter
em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente
aos personagens e aos seus estados e animas
Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam
nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es
segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das
condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto
Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do
abandono dos pais
E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas
narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida
real
Segundo Busatto
Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)
Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser
usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador
reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam
imagens)
U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do
castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim
Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que
se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90
com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da
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dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus
elementos
DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc
Pianos - altura do movimento
Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic
Forra - intensidade empregado no movimento
Tempo - velocidade com que a movimento e executado
Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo
Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem
preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve
sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de
alunos
45
5 CONSIDERAyOES FINAlS
Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias
tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil
ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes
Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das
transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e
aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem
constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0
conhecimento
A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim
educar para a formayao de cidadaos
No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter
essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para
despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao
magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode
proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa
atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca
passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes
tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor
de seus direitos e deveres como cidadao
A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn
facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do
processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e
participativa
46
Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em
mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir
para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO
pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna
imposicao
o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a
contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a
utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par
leitura
Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da
Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente
com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico
A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que
oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir
para a constru~o de sua autonomia
o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada
pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do
professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no
ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura
Bruner afirma que
e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)
47
Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca
em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern
ao encontro das novas perspectivas de educayao
Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta
nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os
alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais
construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au
informagao
48
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GARCIA Regina Leite Revisitando a prfHlscola 4 ed Sao Paulo Cortez 2000
KLEIMAN Angela B Os significados do letramento Campinas Mercado deLetras 1995
KLEIN Ligia Regina SHAFASCHEK Rosicler Alfabetiza91io In Equipe doDEPGSEEDPR (Org) Curricula Msico para a eseola publica do Estado doParana 1 ed Curitiba Imprensa Oficial do Estado do Parana V 1990
49
KRAMER Sonia Currlculo de educa91io infanfil e a formaao dos profissionais decreche e pre-ltlscola QuestOes te6ricas e polemicas In MECSEFCedi Par umapolitica de formacAodo~profissionais da educai~o infantil Brasilia 1995
LEMOS Claudia Thereza Guimaraes de Lingua e discurso na teolizaao sabreaquisiao da lingusgeml Sao Pauligt Brasiliense1978
MEIRELES Cecilia Problemas da literatura intanti 2 ed Sao Paulo Summus1979
ORLANDI EnL A produao da leitura e suas condicentes Leitura - Teoria e PraticaSao Paulo Cortez 1987
PIAGET Jean A formaao do simbolo na cliana Rio de Janeiro lahar 1976
ROJAS Juciara 0 ludico na construilo interdisciplinar da aprendizagem umapedagogia do afelo e da clialjvidade nd escola UFMS 1991 Disponlvel emhttpwwwanpedorgbrI25excedentes25f)ucimararojastiJ7r1f Acesso em 15maio2006
ROUSSEAU Jean Jacques 0 Emilio au da educacAoSao Paulo Martins Fontes1990
SISTO Fermino Fernandes BATISTA M A FERREIRA C E B PAVARINI M LC OLIVEIRA J C Iii OLIVEIRA R OLlVEIRA S M S S bull SANTOS AAvaliando a satisfaao escolar no ensino fundamental In BORUCHOVITCH EvelyeBlUNECK Jose Aloys~o (Org) A molivailo do aluno Petropolis Vozes 1996
TAHAN Malba Arte de contar histOtias5 ed Rio de Janeiro Conquista 1966
VOLPATO Enilze dEl Souza Nogueira Pesquisa bib7iogralica em cienciasbiomedicas J Pneumologia [online] MarlApr 2000 vo126 no2 p77-80Dispon Ivel emt1ttpllwwwscielobrlscielo phpscript=sci_ arttextamppid=S01 02middot35862000000200006amplng=enampnrm=isogt ISSN 0102-3586 Acesso em 13 maio2006
VYGOTSKY Lev Semenorich Pensamento e linguagem 3 ed Sao Paulo MartinsFontes 1991
WINTER Eneia e SALLES Paulo Eduardo Marcondes de Metodologia da PesquisaCientifica 2 ed Sao Paulo CEDAS 1997
WORNICOV Ruth WAGNER Elisia RUSSOMANO Moema e WEBER Nadia C BClianra-Ieituramiddotlivro Sap Paulo Nobel 1986
lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998
38
JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)
Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia
essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as
maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a
brincadeira a aprendizado se instala
Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem
basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias
as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para
este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele
que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da
prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade
adulta
A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande
destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca
neste genero litera rio
Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil
devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao
de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar
qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar
deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor
deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure
39
Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido
no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto
pedagogico
Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8
livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com
suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada
Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de
contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta
algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em
conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos
objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a
redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos
de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar
A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os
aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da
participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura
e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da
utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas
41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS
411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos
Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu
surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam
utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a
40
funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas
delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)
bull Boneca contador de hist6rias
As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia
jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-
linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de
pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de
serem proferidos rapidamente)
As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das
mais tfmidas
bull Cria~Ao de final de historia
A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando
pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona
iniciada pel a educadora
o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em
papel
bull Errando as hist6rias
Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas
par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais
ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos
pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam
preocupa~o maior com 0 significado)
Chuva e sol casamento de espanhol
Chuva e sol casamento de caracol
41
bull Fantoches
A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as
crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com
cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas
mas mas manuseando as personagens
bull Gravuras
Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai
apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada
bull Jogo de contar hist6rias
Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos
escralem ou ilustram a hist6ria
a Parlendas e gestos
b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com
as dedas batendo as pes ou as maos etc
c Quadrinhos
d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que
fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por
favor etc
bull Dobraduras
A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas
podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e
ouvindo a magica transformayao do papsl
As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam
a dobradura
Ex dobradura depois recitam
Pinto
o pinto pia
A pipa pinga
Pinga a pipa
a pinto pia
Pinto pia
Pipa pinga
Quanta mais
o pinto pia
Mais a pipa pinga
42
bull Tecnicas de narrativas
Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na
sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil
baseado na autora Susatto (2004)
43
o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter
em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente
aos personagens e aos seus estados e animas
Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam
nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es
segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das
condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto
Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do
abandono dos pais
E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas
narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida
real
Segundo Busatto
Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)
Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser
usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador
reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam
imagens)
U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do
castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim
Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que
se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90
com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da
44
dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus
elementos
DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc
Pianos - altura do movimento
Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic
Forra - intensidade empregado no movimento
Tempo - velocidade com que a movimento e executado
Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo
Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem
preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve
sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de
alunos
45
5 CONSIDERAyOES FINAlS
Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias
tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil
ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes
Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das
transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e
aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem
constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0
conhecimento
A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim
educar para a formayao de cidadaos
No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter
essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para
despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao
magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode
proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa
atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca
passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes
tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor
de seus direitos e deveres como cidadao
A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn
facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do
processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e
participativa
46
Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em
mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir
para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO
pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna
imposicao
o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a
contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a
utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par
leitura
Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da
Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente
com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico
A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que
oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir
para a constru~o de sua autonomia
o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada
pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do
professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no
ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura
Bruner afirma que
e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)
47
Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca
em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern
ao encontro das novas perspectivas de educayao
Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta
nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os
alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais
construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au
informagao
48
REFERENCIAS
ARIES Philippe HistOriasocial da criana e da familia 2 ed Rio de Janeiro Zahar1981
BAKHTIN Mikhail M8rxismo e filosofia da linguagem 6 ed sao Paulo Hucitec1988
BRASIL Secretaria de educa91io fundamental Referencial Curricular Nacional paraEducailo Infantil Ministerio da Educa91io e do Desporto Brasilia MECSEF 1998
BRUNER Jerome S Uma Nova Teoria da Aprendizagem Rio de Janeiro Ed Bloch1976
BUSATTO Clea Contar e encantar Pequenos segredos da narrativa Petr6polisVozes 2004
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CAGLIARI Luiz Carlos deg professor como pesquisador In SeminarioMultidisciplinar de AlfabetizatJo Anais Pontificia Universidade Cat61ica de SaoPaulo 1992
COELHO Betty Contar hist6rias uma arte sem idade10 ed Sao Paulo Atica 1999
COELHO Nelly Novaes N Literatura infanti Teoria analise Didatica16 edSaoPaulo Atica1997
CUNHA Maria Antonieta Antunes Literatura Infantil Teoria e Pratica16 ed saoPaulo Atica 1997
DALLA BONA Elisa Marisa Apostila com sugest~es de atividades para trabalhocom a literatura infantil Trabalho apresentado em curso na UFPR em 2001 no prelopara edi91io (acervo da autora)
FERREIRO Emilia amp TEBEROSKY Ana Psicogtmese da lingua escrita PortoAlegre Arte Medicas 1986
FERREIRO Emilia Os processos de leitura e escrita novas perspectivas PortoAlegre Artes Medicas 1987
FROEBEL Frederic A educaiio do homem Sao Paulo Hucitec 1913
GARCIA Regina Leite Revisitando a prfHlscola 4 ed Sao Paulo Cortez 2000
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lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998
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Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido
no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto
pedagogico
Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8
livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com
suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada
Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de
contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta
algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em
conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos
objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a
redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos
de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar
A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os
aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da
participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura
e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da
utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas
41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS
411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos
Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu
surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam
utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a
40
funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas
delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)
bull Boneca contador de hist6rias
As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia
jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-
linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de
pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de
serem proferidos rapidamente)
As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das
mais tfmidas
bull Cria~Ao de final de historia
A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando
pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona
iniciada pel a educadora
o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em
papel
bull Errando as hist6rias
Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas
par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais
ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos
pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam
preocupa~o maior com 0 significado)
Chuva e sol casamento de espanhol
Chuva e sol casamento de caracol
41
bull Fantoches
A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as
crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com
cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas
mas mas manuseando as personagens
bull Gravuras
Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai
apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada
bull Jogo de contar hist6rias
Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos
escralem ou ilustram a hist6ria
a Parlendas e gestos
b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com
as dedas batendo as pes ou as maos etc
c Quadrinhos
d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que
fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por
favor etc
bull Dobraduras
A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas
podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e
ouvindo a magica transformayao do papsl
As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam
a dobradura
Ex dobradura depois recitam
Pinto
o pinto pia
A pipa pinga
Pinga a pipa
a pinto pia
Pinto pia
Pipa pinga
Quanta mais
o pinto pia
Mais a pipa pinga
42
bull Tecnicas de narrativas
Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na
sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil
baseado na autora Susatto (2004)
43
o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter
em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente
aos personagens e aos seus estados e animas
Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam
nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es
segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das
condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto
Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do
abandono dos pais
E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas
narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida
real
Segundo Busatto
Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)
Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser
usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador
reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam
imagens)
U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do
castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim
Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que
se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90
com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da
44
dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus
elementos
DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc
Pianos - altura do movimento
Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic
Forra - intensidade empregado no movimento
Tempo - velocidade com que a movimento e executado
Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo
Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem
preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve
sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de
alunos
45
5 CONSIDERAyOES FINAlS
Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias
tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil
ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes
Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das
transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e
aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem
constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0
conhecimento
A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim
educar para a formayao de cidadaos
No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter
essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para
despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao
magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode
proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa
atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca
passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes
tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor
de seus direitos e deveres como cidadao
A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn
facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do
processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e
participativa
46
Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em
mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir
para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO
pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna
imposicao
o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a
contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a
utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par
leitura
Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da
Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente
com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico
A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que
oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir
para a constru~o de sua autonomia
o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada
pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do
professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no
ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura
Bruner afirma que
e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)
47
Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca
em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern
ao encontro das novas perspectivas de educayao
Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta
nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os
alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais
construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au
informagao
48
REFERENCIAS
ARIES Philippe HistOriasocial da criana e da familia 2 ed Rio de Janeiro Zahar1981
BAKHTIN Mikhail M8rxismo e filosofia da linguagem 6 ed sao Paulo Hucitec1988
BRASIL Secretaria de educa91io fundamental Referencial Curricular Nacional paraEducailo Infantil Ministerio da Educa91io e do Desporto Brasilia MECSEF 1998
BRUNER Jerome S Uma Nova Teoria da Aprendizagem Rio de Janeiro Ed Bloch1976
BUSATTO Clea Contar e encantar Pequenos segredos da narrativa Petr6polisVozes 2004
CADERMARTORI Ligia 0 que e literatura infantil 6 ed sao Paulo brasiliense1994
CAGLIARI Luiz Carlos deg professor como pesquisador In SeminarioMultidisciplinar de AlfabetizatJo Anais Pontificia Universidade Cat61ica de SaoPaulo 1992
COELHO Betty Contar hist6rias uma arte sem idade10 ed Sao Paulo Atica 1999
COELHO Nelly Novaes N Literatura infanti Teoria analise Didatica16 edSaoPaulo Atica1997
CUNHA Maria Antonieta Antunes Literatura Infantil Teoria e Pratica16 ed saoPaulo Atica 1997
DALLA BONA Elisa Marisa Apostila com sugest~es de atividades para trabalhocom a literatura infantil Trabalho apresentado em curso na UFPR em 2001 no prelopara edi91io (acervo da autora)
FERREIRO Emilia amp TEBEROSKY Ana Psicogtmese da lingua escrita PortoAlegre Arte Medicas 1986
FERREIRO Emilia Os processos de leitura e escrita novas perspectivas PortoAlegre Artes Medicas 1987
FROEBEL Frederic A educaiio do homem Sao Paulo Hucitec 1913
GARCIA Regina Leite Revisitando a prfHlscola 4 ed Sao Paulo Cortez 2000
KLEIMAN Angela B Os significados do letramento Campinas Mercado deLetras 1995
KLEIN Ligia Regina SHAFASCHEK Rosicler Alfabetiza91io In Equipe doDEPGSEEDPR (Org) Curricula Msico para a eseola publica do Estado doParana 1 ed Curitiba Imprensa Oficial do Estado do Parana V 1990
49
KRAMER Sonia Currlculo de educa91io infanfil e a formaao dos profissionais decreche e pre-ltlscola QuestOes te6ricas e polemicas In MECSEFCedi Par umapolitica de formacAodo~profissionais da educai~o infantil Brasilia 1995
LEMOS Claudia Thereza Guimaraes de Lingua e discurso na teolizaao sabreaquisiao da lingusgeml Sao Pauligt Brasiliense1978
MEIRELES Cecilia Problemas da literatura intanti 2 ed Sao Paulo Summus1979
ORLANDI EnL A produao da leitura e suas condicentes Leitura - Teoria e PraticaSao Paulo Cortez 1987
PIAGET Jean A formaao do simbolo na cliana Rio de Janeiro lahar 1976
ROJAS Juciara 0 ludico na construilo interdisciplinar da aprendizagem umapedagogia do afelo e da clialjvidade nd escola UFMS 1991 Disponlvel emhttpwwwanpedorgbrI25excedentes25f)ucimararojastiJ7r1f Acesso em 15maio2006
ROUSSEAU Jean Jacques 0 Emilio au da educacAoSao Paulo Martins Fontes1990
SISTO Fermino Fernandes BATISTA M A FERREIRA C E B PAVARINI M LC OLIVEIRA J C Iii OLIVEIRA R OLlVEIRA S M S S bull SANTOS AAvaliando a satisfaao escolar no ensino fundamental In BORUCHOVITCH EvelyeBlUNECK Jose Aloys~o (Org) A molivailo do aluno Petropolis Vozes 1996
TAHAN Malba Arte de contar histOtias5 ed Rio de Janeiro Conquista 1966
VOLPATO Enilze dEl Souza Nogueira Pesquisa bib7iogralica em cienciasbiomedicas J Pneumologia [online] MarlApr 2000 vo126 no2 p77-80Dispon Ivel emt1ttpllwwwscielobrlscielo phpscript=sci_ arttextamppid=S01 02middot35862000000200006amplng=enampnrm=isogt ISSN 0102-3586 Acesso em 13 maio2006
VYGOTSKY Lev Semenorich Pensamento e linguagem 3 ed Sao Paulo MartinsFontes 1991
WINTER Eneia e SALLES Paulo Eduardo Marcondes de Metodologia da PesquisaCientifica 2 ed Sao Paulo CEDAS 1997
WORNICOV Ruth WAGNER Elisia RUSSOMANO Moema e WEBER Nadia C BClianra-Ieituramiddotlivro Sap Paulo Nobel 1986
lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998
40
funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas
delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)
bull Boneca contador de hist6rias
As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia
jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-
linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de
pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de
serem proferidos rapidamente)
As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das
mais tfmidas
bull Cria~Ao de final de historia
A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando
pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona
iniciada pel a educadora
o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em
papel
bull Errando as hist6rias
Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas
par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais
ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos
pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam
preocupa~o maior com 0 significado)
Chuva e sol casamento de espanhol
Chuva e sol casamento de caracol
41
bull Fantoches
A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as
crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com
cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas
mas mas manuseando as personagens
bull Gravuras
Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai
apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada
bull Jogo de contar hist6rias
Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos
escralem ou ilustram a hist6ria
a Parlendas e gestos
b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com
as dedas batendo as pes ou as maos etc
c Quadrinhos
d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que
fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por
favor etc
bull Dobraduras
A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas
podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e
ouvindo a magica transformayao do papsl
As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam
a dobradura
Ex dobradura depois recitam
Pinto
o pinto pia
A pipa pinga
Pinga a pipa
a pinto pia
Pinto pia
Pipa pinga
Quanta mais
o pinto pia
Mais a pipa pinga
42
bull Tecnicas de narrativas
Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na
sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil
baseado na autora Susatto (2004)
43
o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter
em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente
aos personagens e aos seus estados e animas
Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam
nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es
segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das
condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto
Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do
abandono dos pais
E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas
narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida
real
Segundo Busatto
Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)
Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser
usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador
reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam
imagens)
U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do
castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim
Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que
se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90
com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da
44
dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus
elementos
DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc
Pianos - altura do movimento
Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic
Forra - intensidade empregado no movimento
Tempo - velocidade com que a movimento e executado
Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo
Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem
preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve
sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de
alunos
45
5 CONSIDERAyOES FINAlS
Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias
tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil
ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes
Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das
transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e
aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem
constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0
conhecimento
A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim
educar para a formayao de cidadaos
No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter
essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para
despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao
magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode
proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa
atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca
passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes
tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor
de seus direitos e deveres como cidadao
A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn
facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do
processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e
participativa
46
Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em
mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir
para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO
pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna
imposicao
o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a
contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a
utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par
leitura
Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da
Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente
com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico
A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que
oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir
para a constru~o de sua autonomia
o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada
pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do
professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no
ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura
Bruner afirma que
e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)
47
Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca
em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern
ao encontro das novas perspectivas de educayao
Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta
nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os
alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais
construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au
informagao
48
REFERENCIAS
ARIES Philippe HistOriasocial da criana e da familia 2 ed Rio de Janeiro Zahar1981
BAKHTIN Mikhail M8rxismo e filosofia da linguagem 6 ed sao Paulo Hucitec1988
BRASIL Secretaria de educa91io fundamental Referencial Curricular Nacional paraEducailo Infantil Ministerio da Educa91io e do Desporto Brasilia MECSEF 1998
BRUNER Jerome S Uma Nova Teoria da Aprendizagem Rio de Janeiro Ed Bloch1976
BUSATTO Clea Contar e encantar Pequenos segredos da narrativa Petr6polisVozes 2004
CADERMARTORI Ligia 0 que e literatura infantil 6 ed sao Paulo brasiliense1994
CAGLIARI Luiz Carlos deg professor como pesquisador In SeminarioMultidisciplinar de AlfabetizatJo Anais Pontificia Universidade Cat61ica de SaoPaulo 1992
COELHO Betty Contar hist6rias uma arte sem idade10 ed Sao Paulo Atica 1999
COELHO Nelly Novaes N Literatura infanti Teoria analise Didatica16 edSaoPaulo Atica1997
CUNHA Maria Antonieta Antunes Literatura Infantil Teoria e Pratica16 ed saoPaulo Atica 1997
DALLA BONA Elisa Marisa Apostila com sugest~es de atividades para trabalhocom a literatura infantil Trabalho apresentado em curso na UFPR em 2001 no prelopara edi91io (acervo da autora)
FERREIRO Emilia amp TEBEROSKY Ana Psicogtmese da lingua escrita PortoAlegre Arte Medicas 1986
FERREIRO Emilia Os processos de leitura e escrita novas perspectivas PortoAlegre Artes Medicas 1987
FROEBEL Frederic A educaiio do homem Sao Paulo Hucitec 1913
GARCIA Regina Leite Revisitando a prfHlscola 4 ed Sao Paulo Cortez 2000
KLEIMAN Angela B Os significados do letramento Campinas Mercado deLetras 1995
KLEIN Ligia Regina SHAFASCHEK Rosicler Alfabetiza91io In Equipe doDEPGSEEDPR (Org) Curricula Msico para a eseola publica do Estado doParana 1 ed Curitiba Imprensa Oficial do Estado do Parana V 1990
49
KRAMER Sonia Currlculo de educa91io infanfil e a formaao dos profissionais decreche e pre-ltlscola QuestOes te6ricas e polemicas In MECSEFCedi Par umapolitica de formacAodo~profissionais da educai~o infantil Brasilia 1995
LEMOS Claudia Thereza Guimaraes de Lingua e discurso na teolizaao sabreaquisiao da lingusgeml Sao Pauligt Brasiliense1978
MEIRELES Cecilia Problemas da literatura intanti 2 ed Sao Paulo Summus1979
ORLANDI EnL A produao da leitura e suas condicentes Leitura - Teoria e PraticaSao Paulo Cortez 1987
PIAGET Jean A formaao do simbolo na cliana Rio de Janeiro lahar 1976
ROJAS Juciara 0 ludico na construilo interdisciplinar da aprendizagem umapedagogia do afelo e da clialjvidade nd escola UFMS 1991 Disponlvel emhttpwwwanpedorgbrI25excedentes25f)ucimararojastiJ7r1f Acesso em 15maio2006
ROUSSEAU Jean Jacques 0 Emilio au da educacAoSao Paulo Martins Fontes1990
SISTO Fermino Fernandes BATISTA M A FERREIRA C E B PAVARINI M LC OLIVEIRA J C Iii OLIVEIRA R OLlVEIRA S M S S bull SANTOS AAvaliando a satisfaao escolar no ensino fundamental In BORUCHOVITCH EvelyeBlUNECK Jose Aloys~o (Org) A molivailo do aluno Petropolis Vozes 1996
TAHAN Malba Arte de contar histOtias5 ed Rio de Janeiro Conquista 1966
VOLPATO Enilze dEl Souza Nogueira Pesquisa bib7iogralica em cienciasbiomedicas J Pneumologia [online] MarlApr 2000 vo126 no2 p77-80Dispon Ivel emt1ttpllwwwscielobrlscielo phpscript=sci_ arttextamppid=S01 02middot35862000000200006amplng=enampnrm=isogt ISSN 0102-3586 Acesso em 13 maio2006
VYGOTSKY Lev Semenorich Pensamento e linguagem 3 ed Sao Paulo MartinsFontes 1991
WINTER Eneia e SALLES Paulo Eduardo Marcondes de Metodologia da PesquisaCientifica 2 ed Sao Paulo CEDAS 1997
WORNICOV Ruth WAGNER Elisia RUSSOMANO Moema e WEBER Nadia C BClianra-Ieituramiddotlivro Sap Paulo Nobel 1986
lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998
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bull Fantoches
A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as
crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com
cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas
mas mas manuseando as personagens
bull Gravuras
Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai
apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada
bull Jogo de contar hist6rias
Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos
escralem ou ilustram a hist6ria
a Parlendas e gestos
b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com
as dedas batendo as pes ou as maos etc
c Quadrinhos
d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que
fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por
favor etc
bull Dobraduras
A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas
podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e
ouvindo a magica transformayao do papsl
As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam
a dobradura
Ex dobradura depois recitam
Pinto
o pinto pia
A pipa pinga
Pinga a pipa
a pinto pia
Pinto pia
Pipa pinga
Quanta mais
o pinto pia
Mais a pipa pinga
42
bull Tecnicas de narrativas
Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na
sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil
baseado na autora Susatto (2004)
43
o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter
em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente
aos personagens e aos seus estados e animas
Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam
nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es
segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das
condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto
Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do
abandono dos pais
E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas
narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida
real
Segundo Busatto
Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)
Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser
usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador
reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam
imagens)
U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do
castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim
Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que
se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90
com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da
44
dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus
elementos
DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc
Pianos - altura do movimento
Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic
Forra - intensidade empregado no movimento
Tempo - velocidade com que a movimento e executado
Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo
Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem
preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve
sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de
alunos
45
5 CONSIDERAyOES FINAlS
Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias
tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil
ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes
Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das
transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e
aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem
constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0
conhecimento
A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim
educar para a formayao de cidadaos
No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter
essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para
despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao
magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode
proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa
atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca
passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes
tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor
de seus direitos e deveres como cidadao
A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn
facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do
processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e
participativa
46
Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em
mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir
para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO
pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna
imposicao
o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a
contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a
utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par
leitura
Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da
Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente
com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico
A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que
oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir
para a constru~o de sua autonomia
o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada
pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do
professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no
ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura
Bruner afirma que
e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)
47
Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca
em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern
ao encontro das novas perspectivas de educayao
Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta
nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os
alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais
construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au
informagao
48
REFERENCIAS
ARIES Philippe HistOriasocial da criana e da familia 2 ed Rio de Janeiro Zahar1981
BAKHTIN Mikhail M8rxismo e filosofia da linguagem 6 ed sao Paulo Hucitec1988
BRASIL Secretaria de educa91io fundamental Referencial Curricular Nacional paraEducailo Infantil Ministerio da Educa91io e do Desporto Brasilia MECSEF 1998
BRUNER Jerome S Uma Nova Teoria da Aprendizagem Rio de Janeiro Ed Bloch1976
BUSATTO Clea Contar e encantar Pequenos segredos da narrativa Petr6polisVozes 2004
CADERMARTORI Ligia 0 que e literatura infantil 6 ed sao Paulo brasiliense1994
CAGLIARI Luiz Carlos deg professor como pesquisador In SeminarioMultidisciplinar de AlfabetizatJo Anais Pontificia Universidade Cat61ica de SaoPaulo 1992
COELHO Betty Contar hist6rias uma arte sem idade10 ed Sao Paulo Atica 1999
COELHO Nelly Novaes N Literatura infanti Teoria analise Didatica16 edSaoPaulo Atica1997
CUNHA Maria Antonieta Antunes Literatura Infantil Teoria e Pratica16 ed saoPaulo Atica 1997
DALLA BONA Elisa Marisa Apostila com sugest~es de atividades para trabalhocom a literatura infantil Trabalho apresentado em curso na UFPR em 2001 no prelopara edi91io (acervo da autora)
FERREIRO Emilia amp TEBEROSKY Ana Psicogtmese da lingua escrita PortoAlegre Arte Medicas 1986
FERREIRO Emilia Os processos de leitura e escrita novas perspectivas PortoAlegre Artes Medicas 1987
FROEBEL Frederic A educaiio do homem Sao Paulo Hucitec 1913
GARCIA Regina Leite Revisitando a prfHlscola 4 ed Sao Paulo Cortez 2000
KLEIMAN Angela B Os significados do letramento Campinas Mercado deLetras 1995
KLEIN Ligia Regina SHAFASCHEK Rosicler Alfabetiza91io In Equipe doDEPGSEEDPR (Org) Curricula Msico para a eseola publica do Estado doParana 1 ed Curitiba Imprensa Oficial do Estado do Parana V 1990
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KRAMER Sonia Currlculo de educa91io infanfil e a formaao dos profissionais decreche e pre-ltlscola QuestOes te6ricas e polemicas In MECSEFCedi Par umapolitica de formacAodo~profissionais da educai~o infantil Brasilia 1995
LEMOS Claudia Thereza Guimaraes de Lingua e discurso na teolizaao sabreaquisiao da lingusgeml Sao Pauligt Brasiliense1978
MEIRELES Cecilia Problemas da literatura intanti 2 ed Sao Paulo Summus1979
ORLANDI EnL A produao da leitura e suas condicentes Leitura - Teoria e PraticaSao Paulo Cortez 1987
PIAGET Jean A formaao do simbolo na cliana Rio de Janeiro lahar 1976
ROJAS Juciara 0 ludico na construilo interdisciplinar da aprendizagem umapedagogia do afelo e da clialjvidade nd escola UFMS 1991 Disponlvel emhttpwwwanpedorgbrI25excedentes25f)ucimararojastiJ7r1f Acesso em 15maio2006
ROUSSEAU Jean Jacques 0 Emilio au da educacAoSao Paulo Martins Fontes1990
SISTO Fermino Fernandes BATISTA M A FERREIRA C E B PAVARINI M LC OLIVEIRA J C Iii OLIVEIRA R OLlVEIRA S M S S bull SANTOS AAvaliando a satisfaao escolar no ensino fundamental In BORUCHOVITCH EvelyeBlUNECK Jose Aloys~o (Org) A molivailo do aluno Petropolis Vozes 1996
TAHAN Malba Arte de contar histOtias5 ed Rio de Janeiro Conquista 1966
VOLPATO Enilze dEl Souza Nogueira Pesquisa bib7iogralica em cienciasbiomedicas J Pneumologia [online] MarlApr 2000 vo126 no2 p77-80Dispon Ivel emt1ttpllwwwscielobrlscielo phpscript=sci_ arttextamppid=S01 02middot35862000000200006amplng=enampnrm=isogt ISSN 0102-3586 Acesso em 13 maio2006
VYGOTSKY Lev Semenorich Pensamento e linguagem 3 ed Sao Paulo MartinsFontes 1991
WINTER Eneia e SALLES Paulo Eduardo Marcondes de Metodologia da PesquisaCientifica 2 ed Sao Paulo CEDAS 1997
WORNICOV Ruth WAGNER Elisia RUSSOMANO Moema e WEBER Nadia C BClianra-Ieituramiddotlivro Sap Paulo Nobel 1986
lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998
Ex dobradura depois recitam
Pinto
o pinto pia
A pipa pinga
Pinga a pipa
a pinto pia
Pinto pia
Pipa pinga
Quanta mais
o pinto pia
Mais a pipa pinga
42
bull Tecnicas de narrativas
Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na
sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil
baseado na autora Susatto (2004)
43
o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter
em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente
aos personagens e aos seus estados e animas
Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam
nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es
segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das
condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto
Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do
abandono dos pais
E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas
narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida
real
Segundo Busatto
Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)
Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser
usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador
reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam
imagens)
U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do
castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim
Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que
se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90
com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da
44
dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus
elementos
DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc
Pianos - altura do movimento
Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic
Forra - intensidade empregado no movimento
Tempo - velocidade com que a movimento e executado
Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo
Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem
preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve
sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de
alunos
45
5 CONSIDERAyOES FINAlS
Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias
tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil
ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes
Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das
transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e
aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem
constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0
conhecimento
A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim
educar para a formayao de cidadaos
No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter
essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para
despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao
magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode
proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa
atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca
passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes
tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor
de seus direitos e deveres como cidadao
A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn
facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do
processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e
participativa
46
Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em
mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir
para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO
pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna
imposicao
o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a
contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a
utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par
leitura
Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da
Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente
com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico
A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que
oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir
para a constru~o de sua autonomia
o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada
pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do
professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no
ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura
Bruner afirma que
e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)
47
Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca
em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern
ao encontro das novas perspectivas de educayao
Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta
nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os
alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais
construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au
informagao
48
REFERENCIAS
ARIES Philippe HistOriasocial da criana e da familia 2 ed Rio de Janeiro Zahar1981
BAKHTIN Mikhail M8rxismo e filosofia da linguagem 6 ed sao Paulo Hucitec1988
BRASIL Secretaria de educa91io fundamental Referencial Curricular Nacional paraEducailo Infantil Ministerio da Educa91io e do Desporto Brasilia MECSEF 1998
BRUNER Jerome S Uma Nova Teoria da Aprendizagem Rio de Janeiro Ed Bloch1976
BUSATTO Clea Contar e encantar Pequenos segredos da narrativa Petr6polisVozes 2004
CADERMARTORI Ligia 0 que e literatura infantil 6 ed sao Paulo brasiliense1994
CAGLIARI Luiz Carlos deg professor como pesquisador In SeminarioMultidisciplinar de AlfabetizatJo Anais Pontificia Universidade Cat61ica de SaoPaulo 1992
COELHO Betty Contar hist6rias uma arte sem idade10 ed Sao Paulo Atica 1999
COELHO Nelly Novaes N Literatura infanti Teoria analise Didatica16 edSaoPaulo Atica1997
CUNHA Maria Antonieta Antunes Literatura Infantil Teoria e Pratica16 ed saoPaulo Atica 1997
DALLA BONA Elisa Marisa Apostila com sugest~es de atividades para trabalhocom a literatura infantil Trabalho apresentado em curso na UFPR em 2001 no prelopara edi91io (acervo da autora)
FERREIRO Emilia amp TEBEROSKY Ana Psicogtmese da lingua escrita PortoAlegre Arte Medicas 1986
FERREIRO Emilia Os processos de leitura e escrita novas perspectivas PortoAlegre Artes Medicas 1987
FROEBEL Frederic A educaiio do homem Sao Paulo Hucitec 1913
GARCIA Regina Leite Revisitando a prfHlscola 4 ed Sao Paulo Cortez 2000
KLEIMAN Angela B Os significados do letramento Campinas Mercado deLetras 1995
KLEIN Ligia Regina SHAFASCHEK Rosicler Alfabetiza91io In Equipe doDEPGSEEDPR (Org) Curricula Msico para a eseola publica do Estado doParana 1 ed Curitiba Imprensa Oficial do Estado do Parana V 1990
49
KRAMER Sonia Currlculo de educa91io infanfil e a formaao dos profissionais decreche e pre-ltlscola QuestOes te6ricas e polemicas In MECSEFCedi Par umapolitica de formacAodo~profissionais da educai~o infantil Brasilia 1995
LEMOS Claudia Thereza Guimaraes de Lingua e discurso na teolizaao sabreaquisiao da lingusgeml Sao Pauligt Brasiliense1978
MEIRELES Cecilia Problemas da literatura intanti 2 ed Sao Paulo Summus1979
ORLANDI EnL A produao da leitura e suas condicentes Leitura - Teoria e PraticaSao Paulo Cortez 1987
PIAGET Jean A formaao do simbolo na cliana Rio de Janeiro lahar 1976
ROJAS Juciara 0 ludico na construilo interdisciplinar da aprendizagem umapedagogia do afelo e da clialjvidade nd escola UFMS 1991 Disponlvel emhttpwwwanpedorgbrI25excedentes25f)ucimararojastiJ7r1f Acesso em 15maio2006
ROUSSEAU Jean Jacques 0 Emilio au da educacAoSao Paulo Martins Fontes1990
SISTO Fermino Fernandes BATISTA M A FERREIRA C E B PAVARINI M LC OLIVEIRA J C Iii OLIVEIRA R OLlVEIRA S M S S bull SANTOS AAvaliando a satisfaao escolar no ensino fundamental In BORUCHOVITCH EvelyeBlUNECK Jose Aloys~o (Org) A molivailo do aluno Petropolis Vozes 1996
TAHAN Malba Arte de contar histOtias5 ed Rio de Janeiro Conquista 1966
VOLPATO Enilze dEl Souza Nogueira Pesquisa bib7iogralica em cienciasbiomedicas J Pneumologia [online] MarlApr 2000 vo126 no2 p77-80Dispon Ivel emt1ttpllwwwscielobrlscielo phpscript=sci_ arttextamppid=S01 02middot35862000000200006amplng=enampnrm=isogt ISSN 0102-3586 Acesso em 13 maio2006
VYGOTSKY Lev Semenorich Pensamento e linguagem 3 ed Sao Paulo MartinsFontes 1991
WINTER Eneia e SALLES Paulo Eduardo Marcondes de Metodologia da PesquisaCientifica 2 ed Sao Paulo CEDAS 1997
WORNICOV Ruth WAGNER Elisia RUSSOMANO Moema e WEBER Nadia C BClianra-Ieituramiddotlivro Sap Paulo Nobel 1986
lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998
43
o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter
em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente
aos personagens e aos seus estados e animas
Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam
nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es
segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das
condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto
Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do
abandono dos pais
E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas
narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida
real
Segundo Busatto
Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)
Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser
usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador
reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam
imagens)
U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do
castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim
Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que
se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90
com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da
44
dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus
elementos
DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc
Pianos - altura do movimento
Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic
Forra - intensidade empregado no movimento
Tempo - velocidade com que a movimento e executado
Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo
Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem
preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve
sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de
alunos
45
5 CONSIDERAyOES FINAlS
Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias
tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil
ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes
Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das
transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e
aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem
constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0
conhecimento
A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim
educar para a formayao de cidadaos
No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter
essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para
despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao
magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode
proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa
atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca
passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes
tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor
de seus direitos e deveres como cidadao
A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn
facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do
processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e
participativa
46
Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em
mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir
para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO
pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna
imposicao
o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a
contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a
utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par
leitura
Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da
Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente
com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico
A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que
oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir
para a constru~o de sua autonomia
o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada
pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do
professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no
ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura
Bruner afirma que
e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)
47
Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca
em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern
ao encontro das novas perspectivas de educayao
Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta
nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os
alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais
construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au
informagao
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REFERENCIAS
ARIES Philippe HistOriasocial da criana e da familia 2 ed Rio de Janeiro Zahar1981
BAKHTIN Mikhail M8rxismo e filosofia da linguagem 6 ed sao Paulo Hucitec1988
BRASIL Secretaria de educa91io fundamental Referencial Curricular Nacional paraEducailo Infantil Ministerio da Educa91io e do Desporto Brasilia MECSEF 1998
BRUNER Jerome S Uma Nova Teoria da Aprendizagem Rio de Janeiro Ed Bloch1976
BUSATTO Clea Contar e encantar Pequenos segredos da narrativa Petr6polisVozes 2004
CADERMARTORI Ligia 0 que e literatura infantil 6 ed sao Paulo brasiliense1994
CAGLIARI Luiz Carlos deg professor como pesquisador In SeminarioMultidisciplinar de AlfabetizatJo Anais Pontificia Universidade Cat61ica de SaoPaulo 1992
COELHO Betty Contar hist6rias uma arte sem idade10 ed Sao Paulo Atica 1999
COELHO Nelly Novaes N Literatura infanti Teoria analise Didatica16 edSaoPaulo Atica1997
CUNHA Maria Antonieta Antunes Literatura Infantil Teoria e Pratica16 ed saoPaulo Atica 1997
DALLA BONA Elisa Marisa Apostila com sugest~es de atividades para trabalhocom a literatura infantil Trabalho apresentado em curso na UFPR em 2001 no prelopara edi91io (acervo da autora)
FERREIRO Emilia amp TEBEROSKY Ana Psicogtmese da lingua escrita PortoAlegre Arte Medicas 1986
FERREIRO Emilia Os processos de leitura e escrita novas perspectivas PortoAlegre Artes Medicas 1987
FROEBEL Frederic A educaiio do homem Sao Paulo Hucitec 1913
GARCIA Regina Leite Revisitando a prfHlscola 4 ed Sao Paulo Cortez 2000
KLEIMAN Angela B Os significados do letramento Campinas Mercado deLetras 1995
KLEIN Ligia Regina SHAFASCHEK Rosicler Alfabetiza91io In Equipe doDEPGSEEDPR (Org) Curricula Msico para a eseola publica do Estado doParana 1 ed Curitiba Imprensa Oficial do Estado do Parana V 1990
49
KRAMER Sonia Currlculo de educa91io infanfil e a formaao dos profissionais decreche e pre-ltlscola QuestOes te6ricas e polemicas In MECSEFCedi Par umapolitica de formacAodo~profissionais da educai~o infantil Brasilia 1995
LEMOS Claudia Thereza Guimaraes de Lingua e discurso na teolizaao sabreaquisiao da lingusgeml Sao Pauligt Brasiliense1978
MEIRELES Cecilia Problemas da literatura intanti 2 ed Sao Paulo Summus1979
ORLANDI EnL A produao da leitura e suas condicentes Leitura - Teoria e PraticaSao Paulo Cortez 1987
PIAGET Jean A formaao do simbolo na cliana Rio de Janeiro lahar 1976
ROJAS Juciara 0 ludico na construilo interdisciplinar da aprendizagem umapedagogia do afelo e da clialjvidade nd escola UFMS 1991 Disponlvel emhttpwwwanpedorgbrI25excedentes25f)ucimararojastiJ7r1f Acesso em 15maio2006
ROUSSEAU Jean Jacques 0 Emilio au da educacAoSao Paulo Martins Fontes1990
SISTO Fermino Fernandes BATISTA M A FERREIRA C E B PAVARINI M LC OLIVEIRA J C Iii OLIVEIRA R OLlVEIRA S M S S bull SANTOS AAvaliando a satisfaao escolar no ensino fundamental In BORUCHOVITCH EvelyeBlUNECK Jose Aloys~o (Org) A molivailo do aluno Petropolis Vozes 1996
TAHAN Malba Arte de contar histOtias5 ed Rio de Janeiro Conquista 1966
VOLPATO Enilze dEl Souza Nogueira Pesquisa bib7iogralica em cienciasbiomedicas J Pneumologia [online] MarlApr 2000 vo126 no2 p77-80Dispon Ivel emt1ttpllwwwscielobrlscielo phpscript=sci_ arttextamppid=S01 02middot35862000000200006amplng=enampnrm=isogt ISSN 0102-3586 Acesso em 13 maio2006
VYGOTSKY Lev Semenorich Pensamento e linguagem 3 ed Sao Paulo MartinsFontes 1991
WINTER Eneia e SALLES Paulo Eduardo Marcondes de Metodologia da PesquisaCientifica 2 ed Sao Paulo CEDAS 1997
WORNICOV Ruth WAGNER Elisia RUSSOMANO Moema e WEBER Nadia C BClianra-Ieituramiddotlivro Sap Paulo Nobel 1986
lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998
44
dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus
elementos
DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc
Pianos - altura do movimento
Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic
Forra - intensidade empregado no movimento
Tempo - velocidade com que a movimento e executado
Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo
Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem
preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve
sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de
alunos
45
5 CONSIDERAyOES FINAlS
Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias
tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil
ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes
Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das
transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e
aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem
constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0
conhecimento
A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim
educar para a formayao de cidadaos
No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter
essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para
despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao
magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode
proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa
atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca
passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes
tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor
de seus direitos e deveres como cidadao
A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn
facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do
processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e
participativa
46
Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em
mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir
para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO
pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna
imposicao
o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a
contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a
utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par
leitura
Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da
Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente
com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico
A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que
oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir
para a constru~o de sua autonomia
o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada
pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do
professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no
ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura
Bruner afirma que
e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)
47
Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca
em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern
ao encontro das novas perspectivas de educayao
Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta
nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os
alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais
construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au
informagao
48
REFERENCIAS
ARIES Philippe HistOriasocial da criana e da familia 2 ed Rio de Janeiro Zahar1981
BAKHTIN Mikhail M8rxismo e filosofia da linguagem 6 ed sao Paulo Hucitec1988
BRASIL Secretaria de educa91io fundamental Referencial Curricular Nacional paraEducailo Infantil Ministerio da Educa91io e do Desporto Brasilia MECSEF 1998
BRUNER Jerome S Uma Nova Teoria da Aprendizagem Rio de Janeiro Ed Bloch1976
BUSATTO Clea Contar e encantar Pequenos segredos da narrativa Petr6polisVozes 2004
CADERMARTORI Ligia 0 que e literatura infantil 6 ed sao Paulo brasiliense1994
CAGLIARI Luiz Carlos deg professor como pesquisador In SeminarioMultidisciplinar de AlfabetizatJo Anais Pontificia Universidade Cat61ica de SaoPaulo 1992
COELHO Betty Contar hist6rias uma arte sem idade10 ed Sao Paulo Atica 1999
COELHO Nelly Novaes N Literatura infanti Teoria analise Didatica16 edSaoPaulo Atica1997
CUNHA Maria Antonieta Antunes Literatura Infantil Teoria e Pratica16 ed saoPaulo Atica 1997
DALLA BONA Elisa Marisa Apostila com sugest~es de atividades para trabalhocom a literatura infantil Trabalho apresentado em curso na UFPR em 2001 no prelopara edi91io (acervo da autora)
FERREIRO Emilia amp TEBEROSKY Ana Psicogtmese da lingua escrita PortoAlegre Arte Medicas 1986
FERREIRO Emilia Os processos de leitura e escrita novas perspectivas PortoAlegre Artes Medicas 1987
FROEBEL Frederic A educaiio do homem Sao Paulo Hucitec 1913
GARCIA Regina Leite Revisitando a prfHlscola 4 ed Sao Paulo Cortez 2000
KLEIMAN Angela B Os significados do letramento Campinas Mercado deLetras 1995
KLEIN Ligia Regina SHAFASCHEK Rosicler Alfabetiza91io In Equipe doDEPGSEEDPR (Org) Curricula Msico para a eseola publica do Estado doParana 1 ed Curitiba Imprensa Oficial do Estado do Parana V 1990
49
KRAMER Sonia Currlculo de educa91io infanfil e a formaao dos profissionais decreche e pre-ltlscola QuestOes te6ricas e polemicas In MECSEFCedi Par umapolitica de formacAodo~profissionais da educai~o infantil Brasilia 1995
LEMOS Claudia Thereza Guimaraes de Lingua e discurso na teolizaao sabreaquisiao da lingusgeml Sao Pauligt Brasiliense1978
MEIRELES Cecilia Problemas da literatura intanti 2 ed Sao Paulo Summus1979
ORLANDI EnL A produao da leitura e suas condicentes Leitura - Teoria e PraticaSao Paulo Cortez 1987
PIAGET Jean A formaao do simbolo na cliana Rio de Janeiro lahar 1976
ROJAS Juciara 0 ludico na construilo interdisciplinar da aprendizagem umapedagogia do afelo e da clialjvidade nd escola UFMS 1991 Disponlvel emhttpwwwanpedorgbrI25excedentes25f)ucimararojastiJ7r1f Acesso em 15maio2006
ROUSSEAU Jean Jacques 0 Emilio au da educacAoSao Paulo Martins Fontes1990
SISTO Fermino Fernandes BATISTA M A FERREIRA C E B PAVARINI M LC OLIVEIRA J C Iii OLIVEIRA R OLlVEIRA S M S S bull SANTOS AAvaliando a satisfaao escolar no ensino fundamental In BORUCHOVITCH EvelyeBlUNECK Jose Aloys~o (Org) A molivailo do aluno Petropolis Vozes 1996
TAHAN Malba Arte de contar histOtias5 ed Rio de Janeiro Conquista 1966
VOLPATO Enilze dEl Souza Nogueira Pesquisa bib7iogralica em cienciasbiomedicas J Pneumologia [online] MarlApr 2000 vo126 no2 p77-80Dispon Ivel emt1ttpllwwwscielobrlscielo phpscript=sci_ arttextamppid=S01 02middot35862000000200006amplng=enampnrm=isogt ISSN 0102-3586 Acesso em 13 maio2006
VYGOTSKY Lev Semenorich Pensamento e linguagem 3 ed Sao Paulo MartinsFontes 1991
WINTER Eneia e SALLES Paulo Eduardo Marcondes de Metodologia da PesquisaCientifica 2 ed Sao Paulo CEDAS 1997
WORNICOV Ruth WAGNER Elisia RUSSOMANO Moema e WEBER Nadia C BClianra-Ieituramiddotlivro Sap Paulo Nobel 1986
lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998
45
5 CONSIDERAyOES FINAlS
Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias
tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil
ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes
Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das
transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e
aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem
constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0
conhecimento
A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim
educar para a formayao de cidadaos
No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter
essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para
despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao
magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode
proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa
atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca
passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes
tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor
de seus direitos e deveres como cidadao
A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn
facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do
processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e
participativa
46
Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em
mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir
para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO
pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna
imposicao
o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a
contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a
utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par
leitura
Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da
Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente
com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico
A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que
oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir
para a constru~o de sua autonomia
o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada
pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do
professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no
ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura
Bruner afirma que
e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)
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Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca
em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern
ao encontro das novas perspectivas de educayao
Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta
nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os
alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais
construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au
informagao
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REFERENCIAS
ARIES Philippe HistOriasocial da criana e da familia 2 ed Rio de Janeiro Zahar1981
BAKHTIN Mikhail M8rxismo e filosofia da linguagem 6 ed sao Paulo Hucitec1988
BRASIL Secretaria de educa91io fundamental Referencial Curricular Nacional paraEducailo Infantil Ministerio da Educa91io e do Desporto Brasilia MECSEF 1998
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BUSATTO Clea Contar e encantar Pequenos segredos da narrativa Petr6polisVozes 2004
CADERMARTORI Ligia 0 que e literatura infantil 6 ed sao Paulo brasiliense1994
CAGLIARI Luiz Carlos deg professor como pesquisador In SeminarioMultidisciplinar de AlfabetizatJo Anais Pontificia Universidade Cat61ica de SaoPaulo 1992
COELHO Betty Contar hist6rias uma arte sem idade10 ed Sao Paulo Atica 1999
COELHO Nelly Novaes N Literatura infanti Teoria analise Didatica16 edSaoPaulo Atica1997
CUNHA Maria Antonieta Antunes Literatura Infantil Teoria e Pratica16 ed saoPaulo Atica 1997
DALLA BONA Elisa Marisa Apostila com sugest~es de atividades para trabalhocom a literatura infantil Trabalho apresentado em curso na UFPR em 2001 no prelopara edi91io (acervo da autora)
FERREIRO Emilia amp TEBEROSKY Ana Psicogtmese da lingua escrita PortoAlegre Arte Medicas 1986
FERREIRO Emilia Os processos de leitura e escrita novas perspectivas PortoAlegre Artes Medicas 1987
FROEBEL Frederic A educaiio do homem Sao Paulo Hucitec 1913
GARCIA Regina Leite Revisitando a prfHlscola 4 ed Sao Paulo Cortez 2000
KLEIMAN Angela B Os significados do letramento Campinas Mercado deLetras 1995
KLEIN Ligia Regina SHAFASCHEK Rosicler Alfabetiza91io In Equipe doDEPGSEEDPR (Org) Curricula Msico para a eseola publica do Estado doParana 1 ed Curitiba Imprensa Oficial do Estado do Parana V 1990
49
KRAMER Sonia Currlculo de educa91io infanfil e a formaao dos profissionais decreche e pre-ltlscola QuestOes te6ricas e polemicas In MECSEFCedi Par umapolitica de formacAodo~profissionais da educai~o infantil Brasilia 1995
LEMOS Claudia Thereza Guimaraes de Lingua e discurso na teolizaao sabreaquisiao da lingusgeml Sao Pauligt Brasiliense1978
MEIRELES Cecilia Problemas da literatura intanti 2 ed Sao Paulo Summus1979
ORLANDI EnL A produao da leitura e suas condicentes Leitura - Teoria e PraticaSao Paulo Cortez 1987
PIAGET Jean A formaao do simbolo na cliana Rio de Janeiro lahar 1976
ROJAS Juciara 0 ludico na construilo interdisciplinar da aprendizagem umapedagogia do afelo e da clialjvidade nd escola UFMS 1991 Disponlvel emhttpwwwanpedorgbrI25excedentes25f)ucimararojastiJ7r1f Acesso em 15maio2006
ROUSSEAU Jean Jacques 0 Emilio au da educacAoSao Paulo Martins Fontes1990
SISTO Fermino Fernandes BATISTA M A FERREIRA C E B PAVARINI M LC OLIVEIRA J C Iii OLIVEIRA R OLlVEIRA S M S S bull SANTOS AAvaliando a satisfaao escolar no ensino fundamental In BORUCHOVITCH EvelyeBlUNECK Jose Aloys~o (Org) A molivailo do aluno Petropolis Vozes 1996
TAHAN Malba Arte de contar histOtias5 ed Rio de Janeiro Conquista 1966
VOLPATO Enilze dEl Souza Nogueira Pesquisa bib7iogralica em cienciasbiomedicas J Pneumologia [online] MarlApr 2000 vo126 no2 p77-80Dispon Ivel emt1ttpllwwwscielobrlscielo phpscript=sci_ arttextamppid=S01 02middot35862000000200006amplng=enampnrm=isogt ISSN 0102-3586 Acesso em 13 maio2006
VYGOTSKY Lev Semenorich Pensamento e linguagem 3 ed Sao Paulo MartinsFontes 1991
WINTER Eneia e SALLES Paulo Eduardo Marcondes de Metodologia da PesquisaCientifica 2 ed Sao Paulo CEDAS 1997
WORNICOV Ruth WAGNER Elisia RUSSOMANO Moema e WEBER Nadia C BClianra-Ieituramiddotlivro Sap Paulo Nobel 1986
lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998
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Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em
mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir
para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO
pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna
imposicao
o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a
contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a
utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par
leitura
Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da
Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente
com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico
A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que
oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir
para a constru~o de sua autonomia
o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada
pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do
professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no
ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura
Bruner afirma que
e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)
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Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca
em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern
ao encontro das novas perspectivas de educayao
Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta
nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os
alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais
construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au
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FERREIRO Emilia Os processos de leitura e escrita novas perspectivas PortoAlegre Artes Medicas 1987
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KRAMER Sonia Currlculo de educa91io infanfil e a formaao dos profissionais decreche e pre-ltlscola QuestOes te6ricas e polemicas In MECSEFCedi Par umapolitica de formacAodo~profissionais da educai~o infantil Brasilia 1995
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49
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