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f't ,11 ,? UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Lorena Lucia Vaz o DESPERTAR DA LlTERATURA INFANIL: ENFASE NAS TECNICAS DE NARRATIVA UTILIZADAS PELOS PROFESSORES DA EDUCA9AO INFANTIL. CURITIBA 2006

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA

Lorena Lucia Vaz

o DESPERTAR DA LlTERATURA INFANIL ENFASE NAS TECNICAS DENARRATIVA UTILIZADAS PELOS PROFESSORES DA EDUCA9AO INFANTIL

CURITIBA2006

LORENA LUCIA VAZ

o DESPERTAR DA LlTERATURA INFANTIL ENFASE NASTECNICAS DE NARRATIVAS UTILIZADAS PELOS PROFESSORES

DA EDUCAGAO INFANTIL

Monografia apresentada para a obtencAo doGrau de Licenciada em Pedagogia do Cursode Pedagogia da Faculdade de CienciasHumanas Letras e Artes da UniversidadeTuiuti do Parana

Orientadora Prof Elizabeth Hartog

CURITIBA2006

~ Universidade Tuiuti do Parana

FACULDADE DE CI~NClAS HUMANAS LETRAS E ARTES

Curso de Pedagogia

TERMO DE APROVAltAO

NOME DO ALUNO LORENA LUCIA VAZ

TiTULO a Despertar da Literatura Infantil enfase nas tewicas denarrativa utilizadas pelos professores da educaao infantl

TRABALHO DE CONCLUSAO DE CURSO APROVADO COMO REQUISITO PARCIAL

PARA A OBTENltAO DO GRAU DE LlCENCIADO EM PEDAGOG lA DO CURSO DE

PEDAGOG lA DA FACULDADE DE ClENCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES DA

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA

MEMBROS D~ lJJ)SSAO AVALIADORA

PROF(a) ELI~ HARTOG

ORIENT~DOR(A) ~

PRJ~Qi~AVSO~OL~SKI WINKELMANN

MEM 0 DA BANCA L l~ ~~--c

PROP ) SUELI TEREZINHA CORAIOLA

M MBRO DA BANCA

DATA 03062006

MEDIA __B_Dj~)CURITIBA - PARANA

200S

Agradeqo a Deus que fez com que eu tnhesse esse caminho

possibilitando a descoberta da minha capacidade me enchendo de for9a

Aos amigos que souberam dizer as palavras certas nas horas exatasAgradeqo a professor a Elizabeth Hartog

que oportunizou a eaborarao deste estudo

Aos meus pais par todo apoio e incentivo a minha familia que

acompanharam toda essa minha trajetoria ao meu marido que amo e

principamente as minhas fihas que silo minha vida e inspirailo

Conlar hislarias e uma arle uma arte rara pois sua maleria-prima e 0 imalerial e 0

contador de hisf6rias urn artista que fece os tios invisiveis desta teia que e a

conlar Conlar hisl6rias expressa e corporifica 0 simb6lico lornando-se a mais pura

expressilo de ser

Cleo Busatto

SUMARIO

RESUMO 5

1INTRODUCAO 9

2 FUNDAMENTACAO TE6RICA 11

21 A LlTERATURA INFANTIL NA HIST6RIA 11

22 DESENVOLVIMENTO DA LlTERATURA 14

3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA 19

31 EXIST~NCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA 26

4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR 30

41 SUGESTOES DE ATIVIDADES LUDICAS 39

411 Sugeslt5es de Bcnicas e aividades para criancas de 2 a 4 anas 39

5 CONSIDERACOES FINAIS 45

REFERENCIAS bull 48

RESUMO

Esta monografia e 0 resultado de urn estudo te6ricG baseado em autores quebuscam analisar e identificar 0 processo de construltao da literatura na vida dacrianya 0 abjetivo desta pesquisa e mostrar a importilncia na avao dos professoresda Educayao Infantil em unirtecnicas de leitura e atividades ludicas com as livros naconstrultao de suas aulas incentivando 0 interesse da crianya pelo mundo da leiturae dos mais diversos generos literarios Para tanto busca identificar de que forma asprofessores podem trabalhar com as ]ivros de rnaneira Judica tenta verificar S9 eSSB

forma de utilizar as livros proporciona a interesse e 0 despertar pel a laitura efinal mente sugare urna metodologia que permita a desenvolvimento da crianyautilizando a literatura recreativa 0 estuda permite discutir que e imprescindivel acompreensaa de que 0 hjdico deve ser uma atividade essencial para a crian~ pOisdesenvolve a capacidade de simbolizayao deslocando sua realidade para a brincarNeste contexta a integra~o com os livros e primordial pais a cantata direto com 0abjeto favorece a rela~a despertanda na crianya a interesse e a prazer pela leituraComo fonte utiliza a pesquisa bibliognjfica que permitiu a revisao da literaturadesvelanda assim 0 conhecimento de algumas obras que foram feltas sobre astaassunto Este estudo e relevante porque mostrou que a utilizayljo de tecnicas denarrativa e atlvidades ludicas por parte dos prafessores desperta a interesse dacrian~ pela leitura

Palavras - chave educayao infantil livra ludico tecnicas de narrativa

1INTRODUCAO

Este trabalho surgiu a partir do interesse passoal da autera par leitura e par

perceber que durante as estagios realizados nas escolas no periodo destes quatro

anos do curso de Pedagogia a leitura e tratada de mane ira desvalonzada sando

colocada em momentos de recrea~o ou para preencher 0 tempo da aula

Essas observat6es provocaram urn questionamento que S8 formalizou

como a problematica do estudo A utilizayao de tecnicas narrativas e de atividades

ludicas desperta 0 interesse na crian9CIpela leitura

Nesta perspectiva 0 objetivo deste estudo e analisar de que maneira as

professores da Educa~o Infantil podem unir tecnicas de leitura e atividades ludicas

com as livros na construyao de suas aulas incentivando 0 interesse da crianca palo

mundo da leitura e dos mais diversos g~neros literarios Para atingir este objetivo

visa identificar de que forma 0 professor pode trabalhar com os livros de maneira

ludica verificar se essa forma de utilizar esses Ilvros proporciona 0 interesse e 0

despertar pela leltura Sugerindo na sequencia uma metodologia que permita 0

desenvolvlmento psicol6gico motor afetivo e criativo da crianca proporcionado

atraves da explora~o de jogos brincadeiras e imaginaao 0 desperlar pela leitura

o metodo escolhido para 0 estudo foi 0 de pesquisa bibliogjfica e

descritiva porque ahsectm de explicar 0 objeto a partir de referencias te6ricas ja

publicadas em livros e documentos permite ao pesquisador observar registrar

analisar e correlacionar os fatos ja existentes sem manipula-Ios Segundo Volpato

(2000) a pesquisa bibliogrilfica levantamento bibliografico ou revisao da literatura euma das etapas da investiga~ cientifica Significa tomar posse do conhecimento

do que ja loi produzido a respeito do assunto ou seja ter acesso a esse

10

conhecimento requer a reviseD da literatura Assim depois de identificar 0 assunto

devern-s8 escolher as fantes mais adequadas a pesquisa

Para WINTER e SALLES (1997 p17) s metodologia cientifica preconiza

urna serie de regras atraves das quais 0 conhecimento dave sar obtido Dassa

forma 0 metoda cientffrco sa concretiza nas diversas etapas que devem sar

adotadas para solucionar urn problema Par Dutro lado na busca dessa solugao a

pesquisa bibliografica e descritiva pade assumir diversas formas descrevendo como

examplo as caracteristicas propriedades au relacentes existentes na comunidade

grupo ou realidade pesquisada

Evidenciando a metodologia utilizada faz-sa necessaria demonstrar que

esta estudo divide-se em seis capitulos que sa apresentam da seguinte maneira

o segundo capitulo apresenta a fundamenta9ao te6rica abordando tapicos

como a literatura infantil na Hist6ria

o terceiro capitulo aborda a relacao entre a crianca 0 ludico e a livro e

tambem a existencia da brincadeira na Oianca

o quarto capitulo narrativa cantar e encantar enfoca 0 cantar hist6rias e

sua contextualizalt1io academica apresenta sugestoes para atividades llidicas com

criancas de 2 a 4 anos

Logo apas apresenta as cansideragCies finais desse estudo que permitiu a

autora apropriar-se de tecnicas que poderao auxiliar a a~o pedag6gica cotidiana

do professor da Educacao Infantil contribuindo assim para a novo fazer

pedag6gica urna proposta que pretende contribuir com 0 desenvolvimento da

crianqa utilizando a literatura recreativa e dirigida com seus diversos generos

literarios

II

2 FUNDAMENTAQAO TEQRICA

21 A LlTERATURA INFANTIL NA HIST6RIA

Com base na analise da leitura de alguns autores e passivel afirmar que

na sociedade antiga nao havia a infancia nenhum espaco separado do mundo

adulto As criancyas trabalhavam e viviam junto com as adultos testemunhavam as

processos natura is da exist~ncia (ZILBERMAN 1998 p 44)

Assim 56 par volta do seculo XVlll a infimcia passa a ser vista de forma

mais valorizada devido as mudancas sociais econ6micas e politicas da sociedade

E passlvel identificar dessa maneira as primeiras mudanyas significativas nas

atitudes das familias em relayao as crianyas pequenas que inicialmente erarn

educadas em casa no casa das meninas que neste periodo aprendiam as afazeres

domesticos Ja as meninos aos sete anos eram mandados para as mosteiros para

serem educados pelos padres

Surgem entao os primeiros pensadores da eduea~o infantil onde podemos

destaear Jean Jacques Rousseau que apesar de nao ser urn edueador delineou 0

campo da pedagogia com suas ideias

Em sua obra 0 Emilio au da EduC8JO (ROUSSEAU 1990 p 32) pode-s9

observar 0 pensamento desse autor que atraves dos relatas da educayao de um

jovem evidencia que a sua forma~a deveria sar voltada aos interesses da crianca

pois essa possui suas caracteristicas proprias suas ideias e seus interesses assirn

a crian9C3 nao poderia ser vista como urn adulto em miniatura Rosseau (1990)

considerava cada fase da crianca com suas earacteristicas e propriedades

Para Rousseau (1990) a educayao n~o vem apenas de fora e sim da

expressao livre da crian~ em seu dia-a-dia com a natureza com isto propos

12

Irabalhar com as brinquedos a agricultura a esporte inslrumenlos de olicios

variados canto e Qutros mais

Para Rousseau

nascemos fracos precisamos de forya nascemo5 desprovidos de tudotemos necessidades de 8ssisl~ncia nascemos eshipidos precisamos dejuizo Tudo 0 que nlio temos ao naseer e de que prccisamos adultos enosdado pela educayao EsSlil educac30 nos vern da natureza au dos homensou das coisas 0 desenvolvimento e a educacaodos homens e 0 ganho danossa propria experi~nciasabre 0$ objetos que nos afetam e a educacAodas coisas (1990 p 11)

Para 0 autor a principal finalidade da educacao era ensinar a criancaa viver

exercendo sua liberdade educar 0 atuno para sar urn homern suas ideias

influenciam varias correntes pedag6gicas ate as dias de hoje

Aries (1981) lambem evidencia que a inffmcia ale a seculo XVII n~o era

Iralada de forma diferenciada as crianls assim como para Rousseau (1990) eram

tidas como adultos em miniatura 0 autor relata que nas sociedades tradicionais a

crian~ encontrava-se misturada ao mundo adulto com intensas trocas afetivas fora

da familia e de onde colhia suas aprendizagens 0 seculo XVIII conludo

leslemunharia mudancasna anliga ordem (ARIES 1981 p78)

Com a ascensao da burguesia e na medida em que a sociedade se

industrializava e se modernizava mediante a aquisi~o de novos recursos

tecnologicos a crianca e a familia assumem urn novo lugar A familia tornou-se 0

lugar de afei~o necessaria entre os c6njuges que se exprimiu sobretudo atraves

da importancia alribuida it crianl e a sua educacao(ARIES 1981 p79)

Nesse contexto surge uma nova pedagogia que passa a exigir uma

literatura infantil com uma didatica mais apropriada onde haja incentivo com rela~o

a crialividade da crianl Zilberman (1998) deslaca que a partir desle panorama eque emerge a literatura infantil com as adaptac6esdos classicos e dos contos de

13

fadas Informa que primitivamente os contos folcl6ricos colecionados pelos Irmaos

Grimm e Qutros nao eram fabulosos nem restritos a uma certa ida de

(ZILBERMAN 1998 P 45)

Conforme Zilberman (1998) os contos de fada eram contados por e para

adultos par uma classe mais baixa da sociedade as obras dos irmaos Grimm nao

eram restritas as crian9GIscontava situa95es da vida das classes inferiores fazendo

a conexao com a vida social e a magia do conto tudo e retratado de uma maneira

simb6lica as personagens nao sao percebidos como seres vivos assim com 0

surgimento da nova pedagogia estas obras fcram adaptadas para as jovens

(ZILBERMAN 1998 P 45)

Quem traduziu no Brasil e adaptou as obras dos autores cJassicos para a

juventude foi Carl Jansem Ate en tao nao se aproveitava a tradi9gtio folclorica do

Brasil na constitui9gtio de textos juvenis (ZILBERMAN 1998)

Segundo Cadermartori (1994) a literatura infantil brasileira inicia sob a

egide de urn dos nossos mais destacados inteJectuais Monteiro Lobato

Segundo Zilberman

Monteiro Lobato fllla 0 rompimenlo com 0 clrculo da dependencia dosp~drOes Europeus em sua obra 0 Sitio do Pica Pau Amarelo ele criapersonagens nacionais e a obra vai de um contexto real 0 sitio a umimaginano como 0 reino das aguas passui os personagens tictitios Emiliavisconde e os reeis Pedrtnho nartzinho os folcJ6ricos saci os personagensda mitologia classica como Minotauro dentre outros os magicos com 0burro falanleOs aspectos sociais sao mantidos atraves de personagens(lOmo 0 jeca tatu onde 0 nive social e cuttural t diferente dos personagensprincipais representados por pessoQs reais como a av6 Dona Benta (1 Q96p54)

Monteiro Lobato criou a literatura nacional em um contexte de cenarios

personagens e sugestoes folcloricas que n~o podem ser seguidos por nenhum

14

uma carreira de sucessa com seus livros infantis dentre estes Ana Maria Machado

e Ruth Rocha

A literatura infantil dave continuar a sar produzida cuidando para nao haver

uma c6pia do genera utilizado par Monteiro Lobato devendo com isso transpor

fronteiras sando uma literatura composta par uma abordagem rica criativa e didatica

mas fica evidente 0 quanta e diffcil identificar e criar livros infantis de excelente

quaJidade (ZILBERMAN1998)

Assim cabe agora referir ao desenvolvimento da literatura em rela~o ao

Referencial Curricular Nacional (RCN1998)

22 DESENVOLVIMENTO DA L1TERATURA

Com base na leitura do referencial curricular para a educa~o infantil no

capitulo destinado a linguagem e a escrita as crianyas e as praticas de leitura tern

urn grande valor em si masma nao sando necessaria atividades subsequentes

como 0 desenho dos personagens a resposta de perguntas sabre a leitura

dramatiza9iio das historias etc (RCN1998)

A leitura comeya muito cedo na vida do individua ista e a crian9B ja faz a

leitura extralingOistica do seu mundo antes de ir a escola Do ponto de vista

linguistico a conceito de leitura adquire diferentes mudanyas

Segundo Kleiman (1995) a leitura e um processo que vai se definindo

progressivamente a partir da intera980 entre 0 texta e a leitor Nessa processo 0

professor anquanto orientadar vai definindo tarefas progressivas mais complexas e

aos paucos a crianya vai fazendo as retomadas necessarias para compreender 0

texto

15

As instituiyOesde Educayao Infantil podem resgatar a repert6rio de historias

que as criancas ouvem em casa enos ambientes que freqOentam urna vez que

eSS8S hist6rias S9 constituem em rica fonte de informacentes sabre as diversas formas

culturais construindo da sensibilidade das crian9Bs

A aprendizagem da leitura e fundamental para que 0 individuo possa

entender 0 mundo que a cerca bern como S9 posicionar de forma critica diante da

realidade

Segundo Ferrero (1987) muito antes de serem capazes de ler ou escrever

nc sentido convencional do terma as crianyas tentam interpretar as textes com as

quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetiza~o paiS ela na fase da

pre-escola ja faz a sua leitura do mundo

De acordo com 0 pensamento de Lemos (1978) a linguagem oral conta

com recursos diversos timbre de voz entonayao ge5t05 expressao facial contexto

e contato direto com 0 receptor que pade interferir au fazar fluir urn referente na

linguagem escrita 0 qual nem sempre e feito As diverses instituiyaes concebem a

linguagem e a maneira como as criany8s aprendem de modo bastante diferentes

-Na linguagem oral 0 locutor e a interlocutor exercem juntos as funyaes reguladora

organizadora e ativadora dos textos responsaveis pela sua estrutura tessitura au

coeso (LEMOS 1978 p 45)

Na 6tica de Bakhtin (1988) 0 livro isto e 0 ato de fala impresso constitui

igualmente um elemento da comunicayao verbal Ele e objeto de discussoes ativas

sob a forma de dialogo 8 alem disso e feito para ser aprendido de maneira ativa

para ser estudado a fundo comentando e criticando no quadro do discurso interior

sem contar as relac6es impressas institucionalizadas que S8 encontram nas

diferentes esferas da comunicayao verbal

16

Bakhtin (1988) explica que a leitura tem side motivo de estudos de muitos

especialistas preocupados em verificar como S9 dil a partir de visualizacao de

simbolo gn3fico 0 entendimento total de urn texto 0 eutor verificou que a processo

de leitura S8 fez atraves de Ires etapas a primeira ocorre com 0 reconhecimento do

que esta escrito a segunda e a de compreensao atraves de interferencias e

formulacao de hip6teses e a terceira etape ocorr9 a interpreta~o propria mente dite

po is 0 lei tor mantem dialogicidade com 0 texto

Bakhtin informa que a laitura e como urn momento de criatividade no qual 0

leitor necessita reconhecer e aeionar as conhecimentos que ja tern para adquirir

noves e julga-Ios de forma critica Assim a laitura de hist6rias e urn momento em

que a crian~ pode conhecer a forma de viver pensar agir e 0 universo de valores

costumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares

que nao 0 seu (ReN 1998)

Assim desenvolver a leitura no aluno a funcao da escola que deve

respaitar a laitura de mundo que ale traz a partir de suas experiencias sociais ou

seja sua intera~o com outros individuos e com varias inforrnacentes veiculadas palos

meios de comunicacao de massas principalmente a televis~o

Para melhor compreensao dessa afirmativa Ferreiro e Teberosky (1986)

explicam que a sujeito que conhecemos atravas da teoria de Piaget e urn sujeito

que procura atividade de compreender a mundo que 0 rodeia e trata de resolver as

integra90es que esse mundo provoca ~ urn sujeito que aprende basicamente

atravas de suas proprias categorias de pensamento aD masmo tempo em que

organiza seu mundo

Segundo Ferreiro (1987) muito antes de serem capazes de ler au escrever

no sentido convencional do termo as criancas tantam interpretar as textos com os

17

quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetizacao pais ela na fase

pre-escolar ja faz a sua leitura do mundo

Verifica~se nessas leituras que a crianya dave sar urn agente ativa e

determinado no seu desenvoJvimento conforme Kleiman (1995) a leitura e urn

processo que vai definindo progressivamente a relaao texto e leitor e e no

ambiente alfabetizador que a crian98 tem a oportunidade de agir em liberdade para

aprender e desenvolver seus conceitos cognitivos e afetivos

Como conceito de literatura atualmente as dicionarios apresentam as

seguintes sentidos conjunto de obras que versam sabre temas especificos literatura

policial Iiteratura picaresC8 literatura de terror

A literatura na 6tica de Ferreiro

e a representa~o de urna visao do mundo slem de uma tarnada deposiyAo diante dele Tal posicionamento centraliza lIssim suas atenyOesno criador de literatura e ns imita~o da natureza compreendida comoc6pia ou reproduQAoA linguagem e vista como mero ve[culo dessacomunicacao(1987 p 56)

De posse dos conceitos sabre literatura e necessaria cempreender seu

vinculo com a crianca e 0 hJdico A palavra ludice vern do latim ludus e significa

brincar Segundo Rojas (1991) neste brincar estao inclufdos os jogos brinquedos e

divertimentos A funcao educativa do joga permite a aprendizagem do individua seu

conhecimento e sua interpretacao de mundo Por meio da brincadeira a crianca

envolve-se no jogo e sente a necessidade de partilhar com a outro Assim brincando

e jogando ela tera oportunidade de desenvolver capacidades indispensaveis a sua

vida futura

A autora afirma que atraves do jogo de papais a crian98 lida com experi~ncias

que ainda n~o consegue realizar no mundo real

Para Rojas

o brinquedo e a essMcia da infQnciae seu usa permite urn trabalhopedag6gico Que possibilita a produ9fio do conhecimento e tambem aestimula~o da afetividade na crianta A crtan9lJ estabelece com 0

18

brinquedo uma relaltao natural e consegue extravasar suas angostias epaixOes SUDS slegrias e tristezBS suas agressividade5 e passividade(1991 pS)

Dando continuidade a importancia do udico na vida da crian98 0 pr6ximo

capitulo discorre sabre a complexa rela9lo entre a leitura e a trabalho pedag6gico

que incentiva au nao 0 vinculo com a literatura

19

3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA

Na vis~o de Klein e Schafaschek (1990) a processo pedagogico consiste na

transmissao do conhecimento de sua hist6ria assim sera mostrado 0 movimento

historico da linguagem oral e escrita

A linguagem e a consci~ncja sao resultados da ayAo coletiva que as

homens desenvolveram

Segundo Bakhtin

e a linguagem portanto enquanto possibilidade de representa~o logo deabslratao e generalizacAo das caracteristicas do mundo exterior quepossibilila a passagem da con5Ci~ndasensivel a conscilncia racional daoperaylo com objetos concretos com conceitos au representaffOes (1988p32)

Passa~se entaD para uma representayao da linguagem escrita Assim 0

processo da alfabetizacao dave tar reconhecimento do texto oral e escrito e

compreende seu total entendimento Ler nao e somente decifrar simbolos graficos

mas buscar a compreensao das mensagens contidas em suas linhas e entrelinhas

Segundo Cunha (1997) a adulto nao tem a habito de ler e coloca em

diversas situavoos suas justjficativas para 0 pouco tempo que disponibiliza para a

leltura ou seja essa suposi~o de que a crian~ nao se interessa pelo livra e

apenas a refiexo do proprio desinteresse do adulto par tal objeto (CUNHA 1997 p

48)

Nesse contexto a partjcipayao do professor e importante pois este sera 0

mediador entre a crian98 e 0 conhecimento facilitando 0 processo de aquisj~o da

cultura Dai a ideia de que a produ91ioda linguagem oral e escrita e resultado de

um esforyo de produ91iodos homens e desenvolveu-se atraves da necessidade da

mediayiio de um professor

20

Dentro desta perspectiva tem-se re18980 do adulto com a criany8 que

segundo Cunha (1997) e nessa perspectiva a leitura e colocada como mais uma

imposiyao A ideia de que a leitura vai fazer bem a crianya ou ao jOllem leva - nos a

obriga-Ios a ler como Ihes impomos a colher de remedio a injecl)a a escova de

dente a escola (CUNHA 1997 P 51)

Na perspective de Cunha a leitura nao deve ser imposta 0 905tO pel a

leitura deve ser desenvolvido E necessario que sejam obedecidas as fases de

interesse da criama quanta a leitura apresentadas abaixo

Na primeira fase de aquisicao palo g05tO da leitura delem ser

apresentados a crianB livros de gravuras e dos versos infantis (de 2 a 5 ou 6 anos)

E a fase de egocentrismo em que a crianya faz pouca distin9Bo entre a mundo

externo e 0 interno

Ja a idade entre 5 a 8 ou 9 anos caracteriza-se como a idade do Conto de

Fadas De posse de urna mentalidade magica 0 leitor vai buscar nos contos de

fadas lendas mitos e fabulas a simbologia necessaria a elabora~o de suas

viv~ncias

Partindo para a pre-adolesc(mcia e a idade da Historia ambiental e da

leitura Factual (9 a 12 anos) E a fase intermediaria em que persistem vestfgios do

pensamento magico mas a crianya comeya a orientar-se rna is para a real Via de

regra 0 leitar escolhe neste perfodo historias que Ihe apresentam 0 mundo como

ele e Atraves da percep9iio magica de determinado personagem

Dos 12 a 14 anos considera-se a idade da Historia de Aventuras ou fase de

leitura Psicol6gica orientada para as sensac6es E a perfodo da pre-adolescemcia

em que 0 conhecimento da propria personalidade e 0 desenvolvimento dos

precesses agressives ativam a vivlmcia social e a forma9iio de grupos

21

Nos anos de maturidade ou desenvolvimento da esfera Iitero-8stetica de

leitura (14 a 17 anas) ha a curiosidade pelo descobrimento 0 mundo interior e do

mundo dos valores 0 adolescente parte para a hierarquiza~o dos conceitos e a

organizatao de seu universo Aventuras de conteudo intelectual viagens romances

hist6ricos e biograficos historias de amor literatura engajada e temas relacionados

com as interesses Yocacionais v~o ajuda-Io a orientar-se e estruturar-se como

adullo

A questao mais discutida a raspaito de literatura asta relacionada ao fato de

que as jovens e as crianyas nao h~emmuitos s~o as argumentos como a falta de

condiyao financeira de comprar livre 0 pcuco habito de se frequentar a biblioteca os

atrativos e facilidades do computador e da televisao a falta do Mbito dos pais em

lerem entre Qutras causas Mas pode-se considerar como urn grande problema a

falta de habito de leitura nos pais

As autoras Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que middotpais que

nao leem nao poderao despertar em seus filhos 0 gosto pela leitura Imitativa por

natureza a crian98 encontra na familia a maior incentivo para a leitura (1986 p

03)

Assim e delegada a escola a responsabilidade de introduzir a crianca no

mundo dos livros Cabe a escola desenvolver a cantata com as livros que deve ser

iniciada a mais cedo passivel nao 56 pelo manuseio cama tambem pela hist6ria

contada pela conversa au pelos jogos ritmicos no sentido de fazer a crianca amar a

leitura

Esse contato inicial deve ser pautado pela conquista e nao pela imposiyao

o leitor infantI au a infanto-juvenil ao adquirir 0 905tO pela leitura estara

22

visitando urn mundo novo adquirindo conhecimento e aprimorando seu processo

comunicativo

Assim a literatura infantil como toda a obra de arte exerce uma influemcia

pedag6gica sobre 0 individuo quer pela contribuitao na forma9ao do seu

pensamento quer pelos modelos que apresenta Essa funtao pedag6gica tem

importancia unica jil que a contata com a literatura maida a mente e 0 cora9Ao da

crian98 Assim a literatura infantil tern uma finalidade primckia e fundamental que e a

de promover na crian~ 0 gosto pela beleza da palavra 0 deleite perante a cria9ao

de mundos de ficcao

Para alem dista tern ainda a fun980 de arraigar as palavras no mundo

magico da crian~ permitindo-Ihe nlio s6 entende-Ias e usa-las como tambem

goza-Ias e desfruta-Ias no contexto da imaginataomiddot (WORNICOV WAGNER

RUSSOMANO EWEBER 1986 p 04)

MLer as figuras imaginar a hist6ria e desenvolver mental mente urn emado

s~o atividades que poderiam S8r desenvolvidas na educayao infant A escola

dedica ainda pouco tempo para a laitura e a interpreta~o e masmo para a

produtao de textos Mesmo que nao possuindo ainda a capacidade da escrita deve

- S8 compreender que 0 gosto pela leitura it tambem adquirido pelo simples

manuseio de um livro

Neste sentido vale ressaltar as colocalt6esde Orlandi (1987) que distingue

tres tipos de discurso 0 ludico 0 polemico e 0 autaritaria E dentre os diferentes

tipos de discurso autoritario que encontramos 0 discurso pedag6gico que aqui

interessa na medida em que ele tern responsabilidade marcante na atividade que

engloba 0 processo de ensina de leitura no primeiro grau

Este discurso esla a servivo da escola e esta a serviVOde uma ideologia

23

que contribui para dificultar a encontro do saber institucionalizado com as classes

menes favorecidas Isto ocorre porque 0 professor detem 0 saber e trabalha muitas

vezes sem perceber au ate para mostrar poder mascarando 0 tempo todo

afirmando que a aluno tarnham pade dizer 0 que pensa pode opinar pode sugerir

etc e na realidade nao acontece essa pratica a 0 que sa v~ e uma liberdade

vigiada

Sendo 0 professor 0 dono do saber torna-se modelo leitor por excel~ncia

ficando 0 aluno muitas vezes impossihilitado de pensar de refletir e de criar as

pr6prias condicaes de producao

Dessa forma acontece a leitura que 0 autor citado chama de parafrastica ou

seja a raproducao do sentido que 0 autor da ao texto ao contrario da poliss~mica

que se defina pelos multiplos sentidos que ao texto podem ser atribuidos

De acordo com Wornicov Wagner Russomano e Weber

obras especialmenle escntas para crian((CIsmuitas vezes recebem suarejeiyao outras como Robinson Cru50~ de Daniel DefOe Contes de rnamere Ioye de Charles Perrault ou Visgens de Gulliver de Jonathan Swiftnao originalmente destinado aD publico infantrJ foram incorporadas aoacervo de livros para a inftlncia (1988 p 05)

Ainda segundo as autoras e a aceitacao da obra por parte da crian~ que

determina a sua adequacao 80 publico infantil ou n~o ou seja e a crian~ que deve

encontrar na obra seus interesses a unica adaptacao e com refer~ncia ao

conhecimento e limitacentes da crianya As obras literarias infantis devem ser mais do

que instrumentos para proporcionar hist6ria ou induzir a fantasia como toda a obra

de arte exercem uma influencia pedag6gica sobre a individua quer pel a

contribui~o na forma9ilo do seu pensamenta quer pel os modelos que apresenta

Essa funcao pedag6gica tem importancia unica ja que 0 contato com a

literatura desperta na crianya a seu imaginario Assim a literatura infantil tern urna

24

finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a

beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm

dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya

permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las

no contexto da imagina9ilo

Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel

afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida

do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade

inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade

promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao

Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que

ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser

(1986 p 07)

A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da

crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a

crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0

aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a

escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua

com os livros

Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que

em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)

o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao

sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese

classifica96es devem ser respeitadas e entendidas

Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista

que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a

crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam

ocupam a centro de seus interesses

Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as

estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de

capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas

em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas

hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de

encantamenta

Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das

modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua

imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia

A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au

varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que

rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade

ludica e magica em que vive a crianca

Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou

hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0

seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um

temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa

2S

26

Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das

crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a

socializaltao

Para Froebel

a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)

Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento

para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais

adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a

socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)

Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e

preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera

explicitada a seguir

31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA

A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana

atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no

mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras

Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn

mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo

e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a

crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente

nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente

ausente em animais

27

A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~

em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala

mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos

A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo

porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do

jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da

crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa

submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo

muito diferente

Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de

desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento

habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa

ala fosse maior do que e na realidade

Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o

a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo

pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que

sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz

em sua totalidade bio-psico-social-educacional

E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de

enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e

sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que

ajudam para 0 seu desenvolvimento global

Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais

independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as

28

espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar

inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha

limites e e importante que n~o superestime sues capacidades

o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive

despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao

respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses

valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos

de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a

desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser

multo bern aprimoradas no pre-escolar

A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo

as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em

sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida

A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento

entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0

saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de

reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade

o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao

das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre

para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e

individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa

movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade

ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios

interesses pessoais no desenvolvimento das atividades

29

Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-

escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu

simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras

crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos

As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque

nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas

Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia

de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de

adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e

imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem

o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna

retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de

seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0

habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)

Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos

importantes para aqueles que trabalham com a educaylio

A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada

para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica

30

4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR

Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto

a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern

proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya

retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e

reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a

compreensao do texto par parte da crianya

o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que

ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente

com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0

que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)

A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse

despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao

imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario

Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua

subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia

narrativa

Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer

ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)

31

Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar

divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar

na crianca a g05tO pela literatura

Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU

contaram uma hist6ria

Na 6ptica de Tahan

a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)

E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o

infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento

onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo

Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0

ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos

1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito

2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como

li~o advertlmcia ou canselha

3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas

ou ate masma calculos e fra90es

4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos

5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate

masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco

mental

32

o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias

desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil

enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim

a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)

AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica

para a realizayllo de projetos

Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a

alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas

dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado

e se estao todos proximos suficientes do narrador

A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0

narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e

adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para

narrar historias

Segundo Tahan

Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)

Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as

crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer

Tahan informa

33

os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)

Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e

segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas

pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em

cantata com as criantyas

o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn

texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a

historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta

o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao

socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern

pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que

Ihe eram contadas

Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque

a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)

o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a

escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de

ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo

Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para

poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto

professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco

34

Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur

normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a

participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando

gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com

abras especificas para cada idade das criancas

Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica

e 3 ate 6 anas fase magica

Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn

enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa

integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias

que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza

(humanizadas)

Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a

repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas

outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes

Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras

grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com

certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por

genero

No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes

iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras

Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os

circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)

35

A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os

g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0

romance a novela 0 conto 0 drama etc

Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se

dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a

palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que

empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao

Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou

escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis

tenhamos ou n~o consciencia delas

Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua

peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como

A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna

sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral

o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex

objetos elementos da natureza

A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e

anirnais com urn ensinamento moral

o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre

ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo

A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a

historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas

Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da

magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias

precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais

36

Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre

as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem

Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa

pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a

des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no

processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi

incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario

o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de

informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e

ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de

educa~o

Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e

a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a

narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como

placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis

Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais

principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais

detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no

futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando

com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar

recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos

Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios

dependendo de cada circunstimcia

37

Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel

de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante

Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-

leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a

crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim

gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da

linguagem

Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e

sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a

comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80

livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem

atraves do ludico

Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos

devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au

dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias

o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar

as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a

que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a

compreens~o par parte da crianca

Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram

nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das

maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo

que a rodeia

38

JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)

Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia

essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as

maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a

brincadeira a aprendizado se instala

Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem

basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias

as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para

este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele

que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da

prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade

adulta

A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande

destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca

neste genero litera rio

Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil

devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao

de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar

qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar

deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor

deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure

39

Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido

no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto

pedagogico

Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8

livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com

suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada

Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de

contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta

algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em

conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos

objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a

redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos

de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar

A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os

aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da

participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura

e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da

utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas

41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS

411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos

Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu

surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam

utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a

40

funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas

delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)

bull Boneca contador de hist6rias

As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia

jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-

linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de

pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de

serem proferidos rapidamente)

As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das

mais tfmidas

bull Cria~Ao de final de historia

A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando

pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona

iniciada pel a educadora

o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em

papel

bull Errando as hist6rias

Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas

par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais

ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos

pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam

preocupa~o maior com 0 significado)

Chuva e sol casamento de espanhol

Chuva e sol casamento de caracol

41

bull Fantoches

A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as

crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com

cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas

mas mas manuseando as personagens

bull Gravuras

Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai

apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada

bull Jogo de contar hist6rias

Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos

escralem ou ilustram a hist6ria

a Parlendas e gestos

b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com

as dedas batendo as pes ou as maos etc

c Quadrinhos

d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que

fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por

favor etc

bull Dobraduras

A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas

podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e

ouvindo a magica transformayao do papsl

As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam

a dobradura

Ex dobradura depois recitam

Pinto

o pinto pia

A pipa pinga

Pinga a pipa

a pinto pia

Pinto pia

Pipa pinga

Quanta mais

o pinto pia

Mais a pipa pinga

42

bull Tecnicas de narrativas

Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na

sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil

baseado na autora Susatto (2004)

43

o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter

em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente

aos personagens e aos seus estados e animas

Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam

nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es

segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das

condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto

Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do

abandono dos pais

E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas

narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida

real

Segundo Busatto

Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)

Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser

usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador

reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam

imagens)

U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do

castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim

Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que

se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90

com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da

44

dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus

elementos

DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc

Pianos - altura do movimento

Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic

Forra - intensidade empregado no movimento

Tempo - velocidade com que a movimento e executado

Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo

Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem

preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve

sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de

alunos

45

5 CONSIDERAyOES FINAlS

Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias

tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil

ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes

Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das

transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e

aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem

constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0

conhecimento

A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim

educar para a formayao de cidadaos

No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter

essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para

despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao

magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode

proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa

atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca

passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes

tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor

de seus direitos e deveres como cidadao

A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn

facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do

processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e

participativa

46

Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em

mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir

para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO

pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna

imposicao

o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a

contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a

utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par

leitura

Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da

Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente

com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico

A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que

oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir

para a constru~o de sua autonomia

o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada

pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do

professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no

ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura

Bruner afirma que

e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

48

REFERENCIAS

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BAKHTIN Mikhail M8rxismo e filosofia da linguagem 6 ed sao Paulo Hucitec1988

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CAGLIARI Luiz Carlos deg professor como pesquisador In SeminarioMultidisciplinar de AlfabetizatJo Anais Pontificia Universidade Cat61ica de SaoPaulo 1992

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GARCIA Regina Leite Revisitando a prfHlscola 4 ed Sao Paulo Cortez 2000

KLEIMAN Angela B Os significados do letramento Campinas Mercado deLetras 1995

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49

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VYGOTSKY Lev Semenorich Pensamento e linguagem 3 ed Sao Paulo MartinsFontes 1991

WINTER Eneia e SALLES Paulo Eduardo Marcondes de Metodologia da PesquisaCientifica 2 ed Sao Paulo CEDAS 1997

WORNICOV Ruth WAGNER Elisia RUSSOMANO Moema e WEBER Nadia C BClianra-Ieituramiddotlivro Sap Paulo Nobel 1986

lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998

LORENA LUCIA VAZ

o DESPERTAR DA LlTERATURA INFANTIL ENFASE NASTECNICAS DE NARRATIVAS UTILIZADAS PELOS PROFESSORES

DA EDUCAGAO INFANTIL

Monografia apresentada para a obtencAo doGrau de Licenciada em Pedagogia do Cursode Pedagogia da Faculdade de CienciasHumanas Letras e Artes da UniversidadeTuiuti do Parana

Orientadora Prof Elizabeth Hartog

CURITIBA2006

~ Universidade Tuiuti do Parana

FACULDADE DE CI~NClAS HUMANAS LETRAS E ARTES

Curso de Pedagogia

TERMO DE APROVAltAO

NOME DO ALUNO LORENA LUCIA VAZ

TiTULO a Despertar da Literatura Infantil enfase nas tewicas denarrativa utilizadas pelos professores da educaao infantl

TRABALHO DE CONCLUSAO DE CURSO APROVADO COMO REQUISITO PARCIAL

PARA A OBTENltAO DO GRAU DE LlCENCIADO EM PEDAGOG lA DO CURSO DE

PEDAGOG lA DA FACULDADE DE ClENCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES DA

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA

MEMBROS D~ lJJ)SSAO AVALIADORA

PROF(a) ELI~ HARTOG

ORIENT~DOR(A) ~

PRJ~Qi~AVSO~OL~SKI WINKELMANN

MEM 0 DA BANCA L l~ ~~--c

PROP ) SUELI TEREZINHA CORAIOLA

M MBRO DA BANCA

DATA 03062006

MEDIA __B_Dj~)CURITIBA - PARANA

200S

Agradeqo a Deus que fez com que eu tnhesse esse caminho

possibilitando a descoberta da minha capacidade me enchendo de for9a

Aos amigos que souberam dizer as palavras certas nas horas exatasAgradeqo a professor a Elizabeth Hartog

que oportunizou a eaborarao deste estudo

Aos meus pais par todo apoio e incentivo a minha familia que

acompanharam toda essa minha trajetoria ao meu marido que amo e

principamente as minhas fihas que silo minha vida e inspirailo

Conlar hislarias e uma arle uma arte rara pois sua maleria-prima e 0 imalerial e 0

contador de hisf6rias urn artista que fece os tios invisiveis desta teia que e a

conlar Conlar hisl6rias expressa e corporifica 0 simb6lico lornando-se a mais pura

expressilo de ser

Cleo Busatto

SUMARIO

RESUMO 5

1INTRODUCAO 9

2 FUNDAMENTACAO TE6RICA 11

21 A LlTERATURA INFANTIL NA HIST6RIA 11

22 DESENVOLVIMENTO DA LlTERATURA 14

3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA 19

31 EXIST~NCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA 26

4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR 30

41 SUGESTOES DE ATIVIDADES LUDICAS 39

411 Sugeslt5es de Bcnicas e aividades para criancas de 2 a 4 anas 39

5 CONSIDERACOES FINAIS 45

REFERENCIAS bull 48

RESUMO

Esta monografia e 0 resultado de urn estudo te6ricG baseado em autores quebuscam analisar e identificar 0 processo de construltao da literatura na vida dacrianya 0 abjetivo desta pesquisa e mostrar a importilncia na avao dos professoresda Educayao Infantil em unirtecnicas de leitura e atividades ludicas com as livros naconstrultao de suas aulas incentivando 0 interesse da crianya pelo mundo da leiturae dos mais diversos generos literarios Para tanto busca identificar de que forma asprofessores podem trabalhar com as ]ivros de rnaneira Judica tenta verificar S9 eSSB

forma de utilizar as livros proporciona a interesse e 0 despertar pel a laitura efinal mente sugare urna metodologia que permita a desenvolvimento da crianyautilizando a literatura recreativa 0 estuda permite discutir que e imprescindivel acompreensaa de que 0 hjdico deve ser uma atividade essencial para a crian~ pOisdesenvolve a capacidade de simbolizayao deslocando sua realidade para a brincarNeste contexta a integra~o com os livros e primordial pais a cantata direto com 0abjeto favorece a rela~a despertanda na crianya a interesse e a prazer pela leituraComo fonte utiliza a pesquisa bibliognjfica que permitiu a revisao da literaturadesvelanda assim 0 conhecimento de algumas obras que foram feltas sobre astaassunto Este estudo e relevante porque mostrou que a utilizayljo de tecnicas denarrativa e atlvidades ludicas por parte dos prafessores desperta a interesse dacrian~ pela leitura

Palavras - chave educayao infantil livra ludico tecnicas de narrativa

1INTRODUCAO

Este trabalho surgiu a partir do interesse passoal da autera par leitura e par

perceber que durante as estagios realizados nas escolas no periodo destes quatro

anos do curso de Pedagogia a leitura e tratada de mane ira desvalonzada sando

colocada em momentos de recrea~o ou para preencher 0 tempo da aula

Essas observat6es provocaram urn questionamento que S8 formalizou

como a problematica do estudo A utilizayao de tecnicas narrativas e de atividades

ludicas desperta 0 interesse na crian9CIpela leitura

Nesta perspectiva 0 objetivo deste estudo e analisar de que maneira as

professores da Educa~o Infantil podem unir tecnicas de leitura e atividades ludicas

com as livros na construyao de suas aulas incentivando 0 interesse da crianca palo

mundo da leitura e dos mais diversos g~neros literarios Para atingir este objetivo

visa identificar de que forma 0 professor pode trabalhar com os livros de maneira

ludica verificar se essa forma de utilizar esses Ilvros proporciona 0 interesse e 0

despertar pela leltura Sugerindo na sequencia uma metodologia que permita 0

desenvolvlmento psicol6gico motor afetivo e criativo da crianca proporcionado

atraves da explora~o de jogos brincadeiras e imaginaao 0 desperlar pela leitura

o metodo escolhido para 0 estudo foi 0 de pesquisa bibliogjfica e

descritiva porque ahsectm de explicar 0 objeto a partir de referencias te6ricas ja

publicadas em livros e documentos permite ao pesquisador observar registrar

analisar e correlacionar os fatos ja existentes sem manipula-Ios Segundo Volpato

(2000) a pesquisa bibliogrilfica levantamento bibliografico ou revisao da literatura euma das etapas da investiga~ cientifica Significa tomar posse do conhecimento

do que ja loi produzido a respeito do assunto ou seja ter acesso a esse

10

conhecimento requer a reviseD da literatura Assim depois de identificar 0 assunto

devern-s8 escolher as fantes mais adequadas a pesquisa

Para WINTER e SALLES (1997 p17) s metodologia cientifica preconiza

urna serie de regras atraves das quais 0 conhecimento dave sar obtido Dassa

forma 0 metoda cientffrco sa concretiza nas diversas etapas que devem sar

adotadas para solucionar urn problema Par Dutro lado na busca dessa solugao a

pesquisa bibliografica e descritiva pade assumir diversas formas descrevendo como

examplo as caracteristicas propriedades au relacentes existentes na comunidade

grupo ou realidade pesquisada

Evidenciando a metodologia utilizada faz-sa necessaria demonstrar que

esta estudo divide-se em seis capitulos que sa apresentam da seguinte maneira

o segundo capitulo apresenta a fundamenta9ao te6rica abordando tapicos

como a literatura infantil na Hist6ria

o terceiro capitulo aborda a relacao entre a crianca 0 ludico e a livro e

tambem a existencia da brincadeira na Oianca

o quarto capitulo narrativa cantar e encantar enfoca 0 cantar hist6rias e

sua contextualizalt1io academica apresenta sugestoes para atividades llidicas com

criancas de 2 a 4 anos

Logo apas apresenta as cansideragCies finais desse estudo que permitiu a

autora apropriar-se de tecnicas que poderao auxiliar a a~o pedag6gica cotidiana

do professor da Educacao Infantil contribuindo assim para a novo fazer

pedag6gica urna proposta que pretende contribuir com 0 desenvolvimento da

crianqa utilizando a literatura recreativa e dirigida com seus diversos generos

literarios

II

2 FUNDAMENTAQAO TEQRICA

21 A LlTERATURA INFANTIL NA HIST6RIA

Com base na analise da leitura de alguns autores e passivel afirmar que

na sociedade antiga nao havia a infancia nenhum espaco separado do mundo

adulto As criancyas trabalhavam e viviam junto com as adultos testemunhavam as

processos natura is da exist~ncia (ZILBERMAN 1998 p 44)

Assim 56 par volta do seculo XVlll a infimcia passa a ser vista de forma

mais valorizada devido as mudancas sociais econ6micas e politicas da sociedade

E passlvel identificar dessa maneira as primeiras mudanyas significativas nas

atitudes das familias em relayao as crianyas pequenas que inicialmente erarn

educadas em casa no casa das meninas que neste periodo aprendiam as afazeres

domesticos Ja as meninos aos sete anos eram mandados para as mosteiros para

serem educados pelos padres

Surgem entao os primeiros pensadores da eduea~o infantil onde podemos

destaear Jean Jacques Rousseau que apesar de nao ser urn edueador delineou 0

campo da pedagogia com suas ideias

Em sua obra 0 Emilio au da EduC8JO (ROUSSEAU 1990 p 32) pode-s9

observar 0 pensamento desse autor que atraves dos relatas da educayao de um

jovem evidencia que a sua forma~a deveria sar voltada aos interesses da crianca

pois essa possui suas caracteristicas proprias suas ideias e seus interesses assirn

a crian9C3 nao poderia ser vista como urn adulto em miniatura Rosseau (1990)

considerava cada fase da crianca com suas earacteristicas e propriedades

Para Rousseau (1990) a educayao n~o vem apenas de fora e sim da

expressao livre da crian~ em seu dia-a-dia com a natureza com isto propos

12

Irabalhar com as brinquedos a agricultura a esporte inslrumenlos de olicios

variados canto e Qutros mais

Para Rousseau

nascemos fracos precisamos de forya nascemo5 desprovidos de tudotemos necessidades de 8ssisl~ncia nascemos eshipidos precisamos dejuizo Tudo 0 que nlio temos ao naseer e de que prccisamos adultos enosdado pela educayao EsSlil educac30 nos vern da natureza au dos homensou das coisas 0 desenvolvimento e a educacaodos homens e 0 ganho danossa propria experi~nciasabre 0$ objetos que nos afetam e a educacAodas coisas (1990 p 11)

Para 0 autor a principal finalidade da educacao era ensinar a criancaa viver

exercendo sua liberdade educar 0 atuno para sar urn homern suas ideias

influenciam varias correntes pedag6gicas ate as dias de hoje

Aries (1981) lambem evidencia que a inffmcia ale a seculo XVII n~o era

Iralada de forma diferenciada as crianls assim como para Rousseau (1990) eram

tidas como adultos em miniatura 0 autor relata que nas sociedades tradicionais a

crian~ encontrava-se misturada ao mundo adulto com intensas trocas afetivas fora

da familia e de onde colhia suas aprendizagens 0 seculo XVIII conludo

leslemunharia mudancasna anliga ordem (ARIES 1981 p78)

Com a ascensao da burguesia e na medida em que a sociedade se

industrializava e se modernizava mediante a aquisi~o de novos recursos

tecnologicos a crianca e a familia assumem urn novo lugar A familia tornou-se 0

lugar de afei~o necessaria entre os c6njuges que se exprimiu sobretudo atraves

da importancia alribuida it crianl e a sua educacao(ARIES 1981 p79)

Nesse contexto surge uma nova pedagogia que passa a exigir uma

literatura infantil com uma didatica mais apropriada onde haja incentivo com rela~o

a crialividade da crianl Zilberman (1998) deslaca que a partir desle panorama eque emerge a literatura infantil com as adaptac6esdos classicos e dos contos de

13

fadas Informa que primitivamente os contos folcl6ricos colecionados pelos Irmaos

Grimm e Qutros nao eram fabulosos nem restritos a uma certa ida de

(ZILBERMAN 1998 P 45)

Conforme Zilberman (1998) os contos de fada eram contados por e para

adultos par uma classe mais baixa da sociedade as obras dos irmaos Grimm nao

eram restritas as crian9GIscontava situa95es da vida das classes inferiores fazendo

a conexao com a vida social e a magia do conto tudo e retratado de uma maneira

simb6lica as personagens nao sao percebidos como seres vivos assim com 0

surgimento da nova pedagogia estas obras fcram adaptadas para as jovens

(ZILBERMAN 1998 P 45)

Quem traduziu no Brasil e adaptou as obras dos autores cJassicos para a

juventude foi Carl Jansem Ate en tao nao se aproveitava a tradi9gtio folclorica do

Brasil na constitui9gtio de textos juvenis (ZILBERMAN 1998)

Segundo Cadermartori (1994) a literatura infantil brasileira inicia sob a

egide de urn dos nossos mais destacados inteJectuais Monteiro Lobato

Segundo Zilberman

Monteiro Lobato fllla 0 rompimenlo com 0 clrculo da dependencia dosp~drOes Europeus em sua obra 0 Sitio do Pica Pau Amarelo ele criapersonagens nacionais e a obra vai de um contexto real 0 sitio a umimaginano como 0 reino das aguas passui os personagens tictitios Emiliavisconde e os reeis Pedrtnho nartzinho os folcJ6ricos saci os personagensda mitologia classica como Minotauro dentre outros os magicos com 0burro falanleOs aspectos sociais sao mantidos atraves de personagens(lOmo 0 jeca tatu onde 0 nive social e cuttural t diferente dos personagensprincipais representados por pessoQs reais como a av6 Dona Benta (1 Q96p54)

Monteiro Lobato criou a literatura nacional em um contexte de cenarios

personagens e sugestoes folcloricas que n~o podem ser seguidos por nenhum

14

uma carreira de sucessa com seus livros infantis dentre estes Ana Maria Machado

e Ruth Rocha

A literatura infantil dave continuar a sar produzida cuidando para nao haver

uma c6pia do genera utilizado par Monteiro Lobato devendo com isso transpor

fronteiras sando uma literatura composta par uma abordagem rica criativa e didatica

mas fica evidente 0 quanta e diffcil identificar e criar livros infantis de excelente

quaJidade (ZILBERMAN1998)

Assim cabe agora referir ao desenvolvimento da literatura em rela~o ao

Referencial Curricular Nacional (RCN1998)

22 DESENVOLVIMENTO DA L1TERATURA

Com base na leitura do referencial curricular para a educa~o infantil no

capitulo destinado a linguagem e a escrita as crianyas e as praticas de leitura tern

urn grande valor em si masma nao sando necessaria atividades subsequentes

como 0 desenho dos personagens a resposta de perguntas sabre a leitura

dramatiza9iio das historias etc (RCN1998)

A leitura comeya muito cedo na vida do individua ista e a crian9B ja faz a

leitura extralingOistica do seu mundo antes de ir a escola Do ponto de vista

linguistico a conceito de leitura adquire diferentes mudanyas

Segundo Kleiman (1995) a leitura e um processo que vai se definindo

progressivamente a partir da intera980 entre 0 texta e a leitor Nessa processo 0

professor anquanto orientadar vai definindo tarefas progressivas mais complexas e

aos paucos a crianya vai fazendo as retomadas necessarias para compreender 0

texto

15

As instituiyOesde Educayao Infantil podem resgatar a repert6rio de historias

que as criancas ouvem em casa enos ambientes que freqOentam urna vez que

eSS8S hist6rias S9 constituem em rica fonte de informacentes sabre as diversas formas

culturais construindo da sensibilidade das crian9Bs

A aprendizagem da leitura e fundamental para que 0 individuo possa

entender 0 mundo que a cerca bern como S9 posicionar de forma critica diante da

realidade

Segundo Ferrero (1987) muito antes de serem capazes de ler ou escrever

nc sentido convencional do terma as crianyas tentam interpretar as textes com as

quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetiza~o paiS ela na fase da

pre-escola ja faz a sua leitura do mundo

De acordo com 0 pensamento de Lemos (1978) a linguagem oral conta

com recursos diversos timbre de voz entonayao ge5t05 expressao facial contexto

e contato direto com 0 receptor que pade interferir au fazar fluir urn referente na

linguagem escrita 0 qual nem sempre e feito As diverses instituiyaes concebem a

linguagem e a maneira como as criany8s aprendem de modo bastante diferentes

-Na linguagem oral 0 locutor e a interlocutor exercem juntos as funyaes reguladora

organizadora e ativadora dos textos responsaveis pela sua estrutura tessitura au

coeso (LEMOS 1978 p 45)

Na 6tica de Bakhtin (1988) 0 livro isto e 0 ato de fala impresso constitui

igualmente um elemento da comunicayao verbal Ele e objeto de discussoes ativas

sob a forma de dialogo 8 alem disso e feito para ser aprendido de maneira ativa

para ser estudado a fundo comentando e criticando no quadro do discurso interior

sem contar as relac6es impressas institucionalizadas que S8 encontram nas

diferentes esferas da comunicayao verbal

16

Bakhtin (1988) explica que a leitura tem side motivo de estudos de muitos

especialistas preocupados em verificar como S9 dil a partir de visualizacao de

simbolo gn3fico 0 entendimento total de urn texto 0 eutor verificou que a processo

de leitura S8 fez atraves de Ires etapas a primeira ocorre com 0 reconhecimento do

que esta escrito a segunda e a de compreensao atraves de interferencias e

formulacao de hip6teses e a terceira etape ocorr9 a interpreta~o propria mente dite

po is 0 lei tor mantem dialogicidade com 0 texto

Bakhtin informa que a laitura e como urn momento de criatividade no qual 0

leitor necessita reconhecer e aeionar as conhecimentos que ja tern para adquirir

noves e julga-Ios de forma critica Assim a laitura de hist6rias e urn momento em

que a crian~ pode conhecer a forma de viver pensar agir e 0 universo de valores

costumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares

que nao 0 seu (ReN 1998)

Assim desenvolver a leitura no aluno a funcao da escola que deve

respaitar a laitura de mundo que ale traz a partir de suas experiencias sociais ou

seja sua intera~o com outros individuos e com varias inforrnacentes veiculadas palos

meios de comunicacao de massas principalmente a televis~o

Para melhor compreensao dessa afirmativa Ferreiro e Teberosky (1986)

explicam que a sujeito que conhecemos atravas da teoria de Piaget e urn sujeito

que procura atividade de compreender a mundo que 0 rodeia e trata de resolver as

integra90es que esse mundo provoca ~ urn sujeito que aprende basicamente

atravas de suas proprias categorias de pensamento aD masmo tempo em que

organiza seu mundo

Segundo Ferreiro (1987) muito antes de serem capazes de ler au escrever

no sentido convencional do termo as criancas tantam interpretar as textos com os

17

quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetizacao pais ela na fase

pre-escolar ja faz a sua leitura do mundo

Verifica~se nessas leituras que a crianya dave sar urn agente ativa e

determinado no seu desenvoJvimento conforme Kleiman (1995) a leitura e urn

processo que vai definindo progressivamente a relaao texto e leitor e e no

ambiente alfabetizador que a crian98 tem a oportunidade de agir em liberdade para

aprender e desenvolver seus conceitos cognitivos e afetivos

Como conceito de literatura atualmente as dicionarios apresentam as

seguintes sentidos conjunto de obras que versam sabre temas especificos literatura

policial Iiteratura picaresC8 literatura de terror

A literatura na 6tica de Ferreiro

e a representa~o de urna visao do mundo slem de uma tarnada deposiyAo diante dele Tal posicionamento centraliza lIssim suas atenyOesno criador de literatura e ns imita~o da natureza compreendida comoc6pia ou reproduQAoA linguagem e vista como mero ve[culo dessacomunicacao(1987 p 56)

De posse dos conceitos sabre literatura e necessaria cempreender seu

vinculo com a crianca e 0 hJdico A palavra ludice vern do latim ludus e significa

brincar Segundo Rojas (1991) neste brincar estao inclufdos os jogos brinquedos e

divertimentos A funcao educativa do joga permite a aprendizagem do individua seu

conhecimento e sua interpretacao de mundo Por meio da brincadeira a crianca

envolve-se no jogo e sente a necessidade de partilhar com a outro Assim brincando

e jogando ela tera oportunidade de desenvolver capacidades indispensaveis a sua

vida futura

A autora afirma que atraves do jogo de papais a crian98 lida com experi~ncias

que ainda n~o consegue realizar no mundo real

Para Rojas

o brinquedo e a essMcia da infQnciae seu usa permite urn trabalhopedag6gico Que possibilita a produ9fio do conhecimento e tambem aestimula~o da afetividade na crianta A crtan9lJ estabelece com 0

18

brinquedo uma relaltao natural e consegue extravasar suas angostias epaixOes SUDS slegrias e tristezBS suas agressividade5 e passividade(1991 pS)

Dando continuidade a importancia do udico na vida da crian98 0 pr6ximo

capitulo discorre sabre a complexa rela9lo entre a leitura e a trabalho pedag6gico

que incentiva au nao 0 vinculo com a literatura

19

3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA

Na vis~o de Klein e Schafaschek (1990) a processo pedagogico consiste na

transmissao do conhecimento de sua hist6ria assim sera mostrado 0 movimento

historico da linguagem oral e escrita

A linguagem e a consci~ncja sao resultados da ayAo coletiva que as

homens desenvolveram

Segundo Bakhtin

e a linguagem portanto enquanto possibilidade de representa~o logo deabslratao e generalizacAo das caracteristicas do mundo exterior quepossibilila a passagem da con5Ci~ndasensivel a conscilncia racional daoperaylo com objetos concretos com conceitos au representaffOes (1988p32)

Passa~se entaD para uma representayao da linguagem escrita Assim 0

processo da alfabetizacao dave tar reconhecimento do texto oral e escrito e

compreende seu total entendimento Ler nao e somente decifrar simbolos graficos

mas buscar a compreensao das mensagens contidas em suas linhas e entrelinhas

Segundo Cunha (1997) a adulto nao tem a habito de ler e coloca em

diversas situavoos suas justjficativas para 0 pouco tempo que disponibiliza para a

leltura ou seja essa suposi~o de que a crian~ nao se interessa pelo livra e

apenas a refiexo do proprio desinteresse do adulto par tal objeto (CUNHA 1997 p

48)

Nesse contexto a partjcipayao do professor e importante pois este sera 0

mediador entre a crian98 e 0 conhecimento facilitando 0 processo de aquisj~o da

cultura Dai a ideia de que a produ91ioda linguagem oral e escrita e resultado de

um esforyo de produ91iodos homens e desenvolveu-se atraves da necessidade da

mediayiio de um professor

20

Dentro desta perspectiva tem-se re18980 do adulto com a criany8 que

segundo Cunha (1997) e nessa perspectiva a leitura e colocada como mais uma

imposiyao A ideia de que a leitura vai fazer bem a crianya ou ao jOllem leva - nos a

obriga-Ios a ler como Ihes impomos a colher de remedio a injecl)a a escova de

dente a escola (CUNHA 1997 P 51)

Na perspective de Cunha a leitura nao deve ser imposta 0 905tO pel a

leitura deve ser desenvolvido E necessario que sejam obedecidas as fases de

interesse da criama quanta a leitura apresentadas abaixo

Na primeira fase de aquisicao palo g05tO da leitura delem ser

apresentados a crianB livros de gravuras e dos versos infantis (de 2 a 5 ou 6 anos)

E a fase de egocentrismo em que a crianya faz pouca distin9Bo entre a mundo

externo e 0 interno

Ja a idade entre 5 a 8 ou 9 anos caracteriza-se como a idade do Conto de

Fadas De posse de urna mentalidade magica 0 leitor vai buscar nos contos de

fadas lendas mitos e fabulas a simbologia necessaria a elabora~o de suas

viv~ncias

Partindo para a pre-adolesc(mcia e a idade da Historia ambiental e da

leitura Factual (9 a 12 anos) E a fase intermediaria em que persistem vestfgios do

pensamento magico mas a crianya comeya a orientar-se rna is para a real Via de

regra 0 leitar escolhe neste perfodo historias que Ihe apresentam 0 mundo como

ele e Atraves da percep9iio magica de determinado personagem

Dos 12 a 14 anos considera-se a idade da Historia de Aventuras ou fase de

leitura Psicol6gica orientada para as sensac6es E a perfodo da pre-adolescemcia

em que 0 conhecimento da propria personalidade e 0 desenvolvimento dos

precesses agressives ativam a vivlmcia social e a forma9iio de grupos

21

Nos anos de maturidade ou desenvolvimento da esfera Iitero-8stetica de

leitura (14 a 17 anas) ha a curiosidade pelo descobrimento 0 mundo interior e do

mundo dos valores 0 adolescente parte para a hierarquiza~o dos conceitos e a

organizatao de seu universo Aventuras de conteudo intelectual viagens romances

hist6ricos e biograficos historias de amor literatura engajada e temas relacionados

com as interesses Yocacionais v~o ajuda-Io a orientar-se e estruturar-se como

adullo

A questao mais discutida a raspaito de literatura asta relacionada ao fato de

que as jovens e as crianyas nao h~emmuitos s~o as argumentos como a falta de

condiyao financeira de comprar livre 0 pcuco habito de se frequentar a biblioteca os

atrativos e facilidades do computador e da televisao a falta do Mbito dos pais em

lerem entre Qutras causas Mas pode-se considerar como urn grande problema a

falta de habito de leitura nos pais

As autoras Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que middotpais que

nao leem nao poderao despertar em seus filhos 0 gosto pela leitura Imitativa por

natureza a crian98 encontra na familia a maior incentivo para a leitura (1986 p

03)

Assim e delegada a escola a responsabilidade de introduzir a crianca no

mundo dos livros Cabe a escola desenvolver a cantata com as livros que deve ser

iniciada a mais cedo passivel nao 56 pelo manuseio cama tambem pela hist6ria

contada pela conversa au pelos jogos ritmicos no sentido de fazer a crianca amar a

leitura

Esse contato inicial deve ser pautado pela conquista e nao pela imposiyao

o leitor infantI au a infanto-juvenil ao adquirir 0 905tO pela leitura estara

22

visitando urn mundo novo adquirindo conhecimento e aprimorando seu processo

comunicativo

Assim a literatura infantil como toda a obra de arte exerce uma influemcia

pedag6gica sobre 0 individuo quer pela contribuitao na forma9ao do seu

pensamento quer pelos modelos que apresenta Essa funtao pedag6gica tem

importancia unica jil que a contata com a literatura maida a mente e 0 cora9Ao da

crian98 Assim a literatura infantil tern uma finalidade primckia e fundamental que e a

de promover na crian~ 0 gosto pela beleza da palavra 0 deleite perante a cria9ao

de mundos de ficcao

Para alem dista tern ainda a fun980 de arraigar as palavras no mundo

magico da crian~ permitindo-Ihe nlio s6 entende-Ias e usa-las como tambem

goza-Ias e desfruta-Ias no contexto da imaginataomiddot (WORNICOV WAGNER

RUSSOMANO EWEBER 1986 p 04)

MLer as figuras imaginar a hist6ria e desenvolver mental mente urn emado

s~o atividades que poderiam S8r desenvolvidas na educayao infant A escola

dedica ainda pouco tempo para a laitura e a interpreta~o e masmo para a

produtao de textos Mesmo que nao possuindo ainda a capacidade da escrita deve

- S8 compreender que 0 gosto pela leitura it tambem adquirido pelo simples

manuseio de um livro

Neste sentido vale ressaltar as colocalt6esde Orlandi (1987) que distingue

tres tipos de discurso 0 ludico 0 polemico e 0 autaritaria E dentre os diferentes

tipos de discurso autoritario que encontramos 0 discurso pedag6gico que aqui

interessa na medida em que ele tern responsabilidade marcante na atividade que

engloba 0 processo de ensina de leitura no primeiro grau

Este discurso esla a servivo da escola e esta a serviVOde uma ideologia

23

que contribui para dificultar a encontro do saber institucionalizado com as classes

menes favorecidas Isto ocorre porque 0 professor detem 0 saber e trabalha muitas

vezes sem perceber au ate para mostrar poder mascarando 0 tempo todo

afirmando que a aluno tarnham pade dizer 0 que pensa pode opinar pode sugerir

etc e na realidade nao acontece essa pratica a 0 que sa v~ e uma liberdade

vigiada

Sendo 0 professor 0 dono do saber torna-se modelo leitor por excel~ncia

ficando 0 aluno muitas vezes impossihilitado de pensar de refletir e de criar as

pr6prias condicaes de producao

Dessa forma acontece a leitura que 0 autor citado chama de parafrastica ou

seja a raproducao do sentido que 0 autor da ao texto ao contrario da poliss~mica

que se defina pelos multiplos sentidos que ao texto podem ser atribuidos

De acordo com Wornicov Wagner Russomano e Weber

obras especialmenle escntas para crian((CIsmuitas vezes recebem suarejeiyao outras como Robinson Cru50~ de Daniel DefOe Contes de rnamere Ioye de Charles Perrault ou Visgens de Gulliver de Jonathan Swiftnao originalmente destinado aD publico infantrJ foram incorporadas aoacervo de livros para a inftlncia (1988 p 05)

Ainda segundo as autoras e a aceitacao da obra por parte da crian~ que

determina a sua adequacao 80 publico infantil ou n~o ou seja e a crian~ que deve

encontrar na obra seus interesses a unica adaptacao e com refer~ncia ao

conhecimento e limitacentes da crianya As obras literarias infantis devem ser mais do

que instrumentos para proporcionar hist6ria ou induzir a fantasia como toda a obra

de arte exercem uma influencia pedag6gica sobre a individua quer pel a

contribui~o na forma9ilo do seu pensamenta quer pel os modelos que apresenta

Essa funcao pedag6gica tem importancia unica ja que 0 contato com a

literatura desperta na crianya a seu imaginario Assim a literatura infantil tern urna

24

finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a

beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm

dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya

permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las

no contexto da imagina9ilo

Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel

afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida

do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade

inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade

promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao

Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que

ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser

(1986 p 07)

A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da

crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a

crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0

aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a

escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua

com os livros

Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que

em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)

o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao

sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese

classifica96es devem ser respeitadas e entendidas

Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista

que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a

crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam

ocupam a centro de seus interesses

Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as

estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de

capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas

em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas

hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de

encantamenta

Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das

modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua

imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia

A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au

varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que

rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade

ludica e magica em que vive a crianca

Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou

hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0

seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um

temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa

2S

26

Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das

crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a

socializaltao

Para Froebel

a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)

Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento

para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais

adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a

socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)

Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e

preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera

explicitada a seguir

31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA

A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana

atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no

mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras

Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn

mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo

e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a

crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente

nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente

ausente em animais

27

A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~

em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala

mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos

A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo

porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do

jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da

crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa

submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo

muito diferente

Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de

desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento

habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa

ala fosse maior do que e na realidade

Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o

a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo

pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que

sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz

em sua totalidade bio-psico-social-educacional

E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de

enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e

sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que

ajudam para 0 seu desenvolvimento global

Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais

independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as

28

espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar

inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha

limites e e importante que n~o superestime sues capacidades

o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive

despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao

respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses

valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos

de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a

desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser

multo bern aprimoradas no pre-escolar

A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo

as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em

sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida

A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento

entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0

saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de

reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade

o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao

das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre

para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e

individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa

movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade

ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios

interesses pessoais no desenvolvimento das atividades

29

Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-

escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu

simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras

crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos

As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque

nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas

Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia

de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de

adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e

imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem

o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna

retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de

seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0

habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)

Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos

importantes para aqueles que trabalham com a educaylio

A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada

para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica

30

4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR

Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto

a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern

proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya

retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e

reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a

compreensao do texto par parte da crianya

o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que

ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente

com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0

que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)

A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse

despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao

imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario

Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua

subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia

narrativa

Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer

ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)

31

Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar

divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar

na crianca a g05tO pela literatura

Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU

contaram uma hist6ria

Na 6ptica de Tahan

a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)

E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o

infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento

onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo

Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0

ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos

1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito

2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como

li~o advertlmcia ou canselha

3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas

ou ate masma calculos e fra90es

4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos

5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate

masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco

mental

32

o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias

desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil

enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim

a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)

AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica

para a realizayllo de projetos

Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a

alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas

dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado

e se estao todos proximos suficientes do narrador

A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0

narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e

adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para

narrar historias

Segundo Tahan

Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)

Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as

crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer

Tahan informa

33

os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)

Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e

segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas

pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em

cantata com as criantyas

o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn

texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a

historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta

o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao

socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern

pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que

Ihe eram contadas

Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque

a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)

o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a

escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de

ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo

Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para

poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto

professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco

34

Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur

normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a

participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando

gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com

abras especificas para cada idade das criancas

Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica

e 3 ate 6 anas fase magica

Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn

enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa

integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias

que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza

(humanizadas)

Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a

repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas

outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes

Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras

grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com

certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por

genero

No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes

iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras

Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os

circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)

35

A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os

g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0

romance a novela 0 conto 0 drama etc

Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se

dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a

palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que

empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao

Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou

escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis

tenhamos ou n~o consciencia delas

Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua

peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como

A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna

sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral

o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex

objetos elementos da natureza

A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e

anirnais com urn ensinamento moral

o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre

ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo

A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a

historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas

Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da

magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias

precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais

36

Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre

as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem

Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa

pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a

des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no

processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi

incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario

o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de

informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e

ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de

educa~o

Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e

a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a

narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como

placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis

Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais

principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais

detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no

futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando

com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar

recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos

Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios

dependendo de cada circunstimcia

37

Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel

de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante

Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-

leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a

crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim

gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da

linguagem

Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e

sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a

comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80

livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem

atraves do ludico

Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos

devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au

dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias

o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar

as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a

que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a

compreens~o par parte da crianca

Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram

nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das

maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo

que a rodeia

38

JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)

Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia

essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as

maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a

brincadeira a aprendizado se instala

Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem

basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias

as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para

este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele

que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da

prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade

adulta

A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande

destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca

neste genero litera rio

Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil

devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao

de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar

qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar

deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor

deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure

39

Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido

no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto

pedagogico

Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8

livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com

suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada

Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de

contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta

algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em

conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos

objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a

redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos

de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar

A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os

aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da

participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura

e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da

utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas

41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS

411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos

Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu

surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam

utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a

40

funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas

delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)

bull Boneca contador de hist6rias

As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia

jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-

linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de

pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de

serem proferidos rapidamente)

As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das

mais tfmidas

bull Cria~Ao de final de historia

A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando

pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona

iniciada pel a educadora

o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em

papel

bull Errando as hist6rias

Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas

par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais

ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos

pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam

preocupa~o maior com 0 significado)

Chuva e sol casamento de espanhol

Chuva e sol casamento de caracol

41

bull Fantoches

A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as

crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com

cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas

mas mas manuseando as personagens

bull Gravuras

Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai

apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada

bull Jogo de contar hist6rias

Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos

escralem ou ilustram a hist6ria

a Parlendas e gestos

b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com

as dedas batendo as pes ou as maos etc

c Quadrinhos

d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que

fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por

favor etc

bull Dobraduras

A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas

podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e

ouvindo a magica transformayao do papsl

As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam

a dobradura

Ex dobradura depois recitam

Pinto

o pinto pia

A pipa pinga

Pinga a pipa

a pinto pia

Pinto pia

Pipa pinga

Quanta mais

o pinto pia

Mais a pipa pinga

42

bull Tecnicas de narrativas

Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na

sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil

baseado na autora Susatto (2004)

43

o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter

em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente

aos personagens e aos seus estados e animas

Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam

nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es

segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das

condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto

Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do

abandono dos pais

E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas

narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida

real

Segundo Busatto

Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)

Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser

usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador

reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam

imagens)

U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do

castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim

Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que

se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90

com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da

44

dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus

elementos

DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc

Pianos - altura do movimento

Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic

Forra - intensidade empregado no movimento

Tempo - velocidade com que a movimento e executado

Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo

Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem

preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve

sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de

alunos

45

5 CONSIDERAyOES FINAlS

Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias

tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil

ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes

Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das

transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e

aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem

constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0

conhecimento

A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim

educar para a formayao de cidadaos

No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter

essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para

despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao

magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode

proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa

atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca

passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes

tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor

de seus direitos e deveres como cidadao

A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn

facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do

processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e

participativa

46

Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em

mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir

para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO

pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna

imposicao

o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a

contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a

utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par

leitura

Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da

Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente

com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico

A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que

oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir

para a constru~o de sua autonomia

o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada

pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do

professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no

ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura

Bruner afirma que

e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

48

REFERENCIAS

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~ Universidade Tuiuti do Parana

FACULDADE DE CI~NClAS HUMANAS LETRAS E ARTES

Curso de Pedagogia

TERMO DE APROVAltAO

NOME DO ALUNO LORENA LUCIA VAZ

TiTULO a Despertar da Literatura Infantil enfase nas tewicas denarrativa utilizadas pelos professores da educaao infantl

TRABALHO DE CONCLUSAO DE CURSO APROVADO COMO REQUISITO PARCIAL

PARA A OBTENltAO DO GRAU DE LlCENCIADO EM PEDAGOG lA DO CURSO DE

PEDAGOG lA DA FACULDADE DE ClENCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES DA

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA

MEMBROS D~ lJJ)SSAO AVALIADORA

PROF(a) ELI~ HARTOG

ORIENT~DOR(A) ~

PRJ~Qi~AVSO~OL~SKI WINKELMANN

MEM 0 DA BANCA L l~ ~~--c

PROP ) SUELI TEREZINHA CORAIOLA

M MBRO DA BANCA

DATA 03062006

MEDIA __B_Dj~)CURITIBA - PARANA

200S

Agradeqo a Deus que fez com que eu tnhesse esse caminho

possibilitando a descoberta da minha capacidade me enchendo de for9a

Aos amigos que souberam dizer as palavras certas nas horas exatasAgradeqo a professor a Elizabeth Hartog

que oportunizou a eaborarao deste estudo

Aos meus pais par todo apoio e incentivo a minha familia que

acompanharam toda essa minha trajetoria ao meu marido que amo e

principamente as minhas fihas que silo minha vida e inspirailo

Conlar hislarias e uma arle uma arte rara pois sua maleria-prima e 0 imalerial e 0

contador de hisf6rias urn artista que fece os tios invisiveis desta teia que e a

conlar Conlar hisl6rias expressa e corporifica 0 simb6lico lornando-se a mais pura

expressilo de ser

Cleo Busatto

SUMARIO

RESUMO 5

1INTRODUCAO 9

2 FUNDAMENTACAO TE6RICA 11

21 A LlTERATURA INFANTIL NA HIST6RIA 11

22 DESENVOLVIMENTO DA LlTERATURA 14

3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA 19

31 EXIST~NCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA 26

4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR 30

41 SUGESTOES DE ATIVIDADES LUDICAS 39

411 Sugeslt5es de Bcnicas e aividades para criancas de 2 a 4 anas 39

5 CONSIDERACOES FINAIS 45

REFERENCIAS bull 48

RESUMO

Esta monografia e 0 resultado de urn estudo te6ricG baseado em autores quebuscam analisar e identificar 0 processo de construltao da literatura na vida dacrianya 0 abjetivo desta pesquisa e mostrar a importilncia na avao dos professoresda Educayao Infantil em unirtecnicas de leitura e atividades ludicas com as livros naconstrultao de suas aulas incentivando 0 interesse da crianya pelo mundo da leiturae dos mais diversos generos literarios Para tanto busca identificar de que forma asprofessores podem trabalhar com as ]ivros de rnaneira Judica tenta verificar S9 eSSB

forma de utilizar as livros proporciona a interesse e 0 despertar pel a laitura efinal mente sugare urna metodologia que permita a desenvolvimento da crianyautilizando a literatura recreativa 0 estuda permite discutir que e imprescindivel acompreensaa de que 0 hjdico deve ser uma atividade essencial para a crian~ pOisdesenvolve a capacidade de simbolizayao deslocando sua realidade para a brincarNeste contexta a integra~o com os livros e primordial pais a cantata direto com 0abjeto favorece a rela~a despertanda na crianya a interesse e a prazer pela leituraComo fonte utiliza a pesquisa bibliognjfica que permitiu a revisao da literaturadesvelanda assim 0 conhecimento de algumas obras que foram feltas sobre astaassunto Este estudo e relevante porque mostrou que a utilizayljo de tecnicas denarrativa e atlvidades ludicas por parte dos prafessores desperta a interesse dacrian~ pela leitura

Palavras - chave educayao infantil livra ludico tecnicas de narrativa

1INTRODUCAO

Este trabalho surgiu a partir do interesse passoal da autera par leitura e par

perceber que durante as estagios realizados nas escolas no periodo destes quatro

anos do curso de Pedagogia a leitura e tratada de mane ira desvalonzada sando

colocada em momentos de recrea~o ou para preencher 0 tempo da aula

Essas observat6es provocaram urn questionamento que S8 formalizou

como a problematica do estudo A utilizayao de tecnicas narrativas e de atividades

ludicas desperta 0 interesse na crian9CIpela leitura

Nesta perspectiva 0 objetivo deste estudo e analisar de que maneira as

professores da Educa~o Infantil podem unir tecnicas de leitura e atividades ludicas

com as livros na construyao de suas aulas incentivando 0 interesse da crianca palo

mundo da leitura e dos mais diversos g~neros literarios Para atingir este objetivo

visa identificar de que forma 0 professor pode trabalhar com os livros de maneira

ludica verificar se essa forma de utilizar esses Ilvros proporciona 0 interesse e 0

despertar pela leltura Sugerindo na sequencia uma metodologia que permita 0

desenvolvlmento psicol6gico motor afetivo e criativo da crianca proporcionado

atraves da explora~o de jogos brincadeiras e imaginaao 0 desperlar pela leitura

o metodo escolhido para 0 estudo foi 0 de pesquisa bibliogjfica e

descritiva porque ahsectm de explicar 0 objeto a partir de referencias te6ricas ja

publicadas em livros e documentos permite ao pesquisador observar registrar

analisar e correlacionar os fatos ja existentes sem manipula-Ios Segundo Volpato

(2000) a pesquisa bibliogrilfica levantamento bibliografico ou revisao da literatura euma das etapas da investiga~ cientifica Significa tomar posse do conhecimento

do que ja loi produzido a respeito do assunto ou seja ter acesso a esse

10

conhecimento requer a reviseD da literatura Assim depois de identificar 0 assunto

devern-s8 escolher as fantes mais adequadas a pesquisa

Para WINTER e SALLES (1997 p17) s metodologia cientifica preconiza

urna serie de regras atraves das quais 0 conhecimento dave sar obtido Dassa

forma 0 metoda cientffrco sa concretiza nas diversas etapas que devem sar

adotadas para solucionar urn problema Par Dutro lado na busca dessa solugao a

pesquisa bibliografica e descritiva pade assumir diversas formas descrevendo como

examplo as caracteristicas propriedades au relacentes existentes na comunidade

grupo ou realidade pesquisada

Evidenciando a metodologia utilizada faz-sa necessaria demonstrar que

esta estudo divide-se em seis capitulos que sa apresentam da seguinte maneira

o segundo capitulo apresenta a fundamenta9ao te6rica abordando tapicos

como a literatura infantil na Hist6ria

o terceiro capitulo aborda a relacao entre a crianca 0 ludico e a livro e

tambem a existencia da brincadeira na Oianca

o quarto capitulo narrativa cantar e encantar enfoca 0 cantar hist6rias e

sua contextualizalt1io academica apresenta sugestoes para atividades llidicas com

criancas de 2 a 4 anos

Logo apas apresenta as cansideragCies finais desse estudo que permitiu a

autora apropriar-se de tecnicas que poderao auxiliar a a~o pedag6gica cotidiana

do professor da Educacao Infantil contribuindo assim para a novo fazer

pedag6gica urna proposta que pretende contribuir com 0 desenvolvimento da

crianqa utilizando a literatura recreativa e dirigida com seus diversos generos

literarios

II

2 FUNDAMENTAQAO TEQRICA

21 A LlTERATURA INFANTIL NA HIST6RIA

Com base na analise da leitura de alguns autores e passivel afirmar que

na sociedade antiga nao havia a infancia nenhum espaco separado do mundo

adulto As criancyas trabalhavam e viviam junto com as adultos testemunhavam as

processos natura is da exist~ncia (ZILBERMAN 1998 p 44)

Assim 56 par volta do seculo XVlll a infimcia passa a ser vista de forma

mais valorizada devido as mudancas sociais econ6micas e politicas da sociedade

E passlvel identificar dessa maneira as primeiras mudanyas significativas nas

atitudes das familias em relayao as crianyas pequenas que inicialmente erarn

educadas em casa no casa das meninas que neste periodo aprendiam as afazeres

domesticos Ja as meninos aos sete anos eram mandados para as mosteiros para

serem educados pelos padres

Surgem entao os primeiros pensadores da eduea~o infantil onde podemos

destaear Jean Jacques Rousseau que apesar de nao ser urn edueador delineou 0

campo da pedagogia com suas ideias

Em sua obra 0 Emilio au da EduC8JO (ROUSSEAU 1990 p 32) pode-s9

observar 0 pensamento desse autor que atraves dos relatas da educayao de um

jovem evidencia que a sua forma~a deveria sar voltada aos interesses da crianca

pois essa possui suas caracteristicas proprias suas ideias e seus interesses assirn

a crian9C3 nao poderia ser vista como urn adulto em miniatura Rosseau (1990)

considerava cada fase da crianca com suas earacteristicas e propriedades

Para Rousseau (1990) a educayao n~o vem apenas de fora e sim da

expressao livre da crian~ em seu dia-a-dia com a natureza com isto propos

12

Irabalhar com as brinquedos a agricultura a esporte inslrumenlos de olicios

variados canto e Qutros mais

Para Rousseau

nascemos fracos precisamos de forya nascemo5 desprovidos de tudotemos necessidades de 8ssisl~ncia nascemos eshipidos precisamos dejuizo Tudo 0 que nlio temos ao naseer e de que prccisamos adultos enosdado pela educayao EsSlil educac30 nos vern da natureza au dos homensou das coisas 0 desenvolvimento e a educacaodos homens e 0 ganho danossa propria experi~nciasabre 0$ objetos que nos afetam e a educacAodas coisas (1990 p 11)

Para 0 autor a principal finalidade da educacao era ensinar a criancaa viver

exercendo sua liberdade educar 0 atuno para sar urn homern suas ideias

influenciam varias correntes pedag6gicas ate as dias de hoje

Aries (1981) lambem evidencia que a inffmcia ale a seculo XVII n~o era

Iralada de forma diferenciada as crianls assim como para Rousseau (1990) eram

tidas como adultos em miniatura 0 autor relata que nas sociedades tradicionais a

crian~ encontrava-se misturada ao mundo adulto com intensas trocas afetivas fora

da familia e de onde colhia suas aprendizagens 0 seculo XVIII conludo

leslemunharia mudancasna anliga ordem (ARIES 1981 p78)

Com a ascensao da burguesia e na medida em que a sociedade se

industrializava e se modernizava mediante a aquisi~o de novos recursos

tecnologicos a crianca e a familia assumem urn novo lugar A familia tornou-se 0

lugar de afei~o necessaria entre os c6njuges que se exprimiu sobretudo atraves

da importancia alribuida it crianl e a sua educacao(ARIES 1981 p79)

Nesse contexto surge uma nova pedagogia que passa a exigir uma

literatura infantil com uma didatica mais apropriada onde haja incentivo com rela~o

a crialividade da crianl Zilberman (1998) deslaca que a partir desle panorama eque emerge a literatura infantil com as adaptac6esdos classicos e dos contos de

13

fadas Informa que primitivamente os contos folcl6ricos colecionados pelos Irmaos

Grimm e Qutros nao eram fabulosos nem restritos a uma certa ida de

(ZILBERMAN 1998 P 45)

Conforme Zilberman (1998) os contos de fada eram contados por e para

adultos par uma classe mais baixa da sociedade as obras dos irmaos Grimm nao

eram restritas as crian9GIscontava situa95es da vida das classes inferiores fazendo

a conexao com a vida social e a magia do conto tudo e retratado de uma maneira

simb6lica as personagens nao sao percebidos como seres vivos assim com 0

surgimento da nova pedagogia estas obras fcram adaptadas para as jovens

(ZILBERMAN 1998 P 45)

Quem traduziu no Brasil e adaptou as obras dos autores cJassicos para a

juventude foi Carl Jansem Ate en tao nao se aproveitava a tradi9gtio folclorica do

Brasil na constitui9gtio de textos juvenis (ZILBERMAN 1998)

Segundo Cadermartori (1994) a literatura infantil brasileira inicia sob a

egide de urn dos nossos mais destacados inteJectuais Monteiro Lobato

Segundo Zilberman

Monteiro Lobato fllla 0 rompimenlo com 0 clrculo da dependencia dosp~drOes Europeus em sua obra 0 Sitio do Pica Pau Amarelo ele criapersonagens nacionais e a obra vai de um contexto real 0 sitio a umimaginano como 0 reino das aguas passui os personagens tictitios Emiliavisconde e os reeis Pedrtnho nartzinho os folcJ6ricos saci os personagensda mitologia classica como Minotauro dentre outros os magicos com 0burro falanleOs aspectos sociais sao mantidos atraves de personagens(lOmo 0 jeca tatu onde 0 nive social e cuttural t diferente dos personagensprincipais representados por pessoQs reais como a av6 Dona Benta (1 Q96p54)

Monteiro Lobato criou a literatura nacional em um contexte de cenarios

personagens e sugestoes folcloricas que n~o podem ser seguidos por nenhum

14

uma carreira de sucessa com seus livros infantis dentre estes Ana Maria Machado

e Ruth Rocha

A literatura infantil dave continuar a sar produzida cuidando para nao haver

uma c6pia do genera utilizado par Monteiro Lobato devendo com isso transpor

fronteiras sando uma literatura composta par uma abordagem rica criativa e didatica

mas fica evidente 0 quanta e diffcil identificar e criar livros infantis de excelente

quaJidade (ZILBERMAN1998)

Assim cabe agora referir ao desenvolvimento da literatura em rela~o ao

Referencial Curricular Nacional (RCN1998)

22 DESENVOLVIMENTO DA L1TERATURA

Com base na leitura do referencial curricular para a educa~o infantil no

capitulo destinado a linguagem e a escrita as crianyas e as praticas de leitura tern

urn grande valor em si masma nao sando necessaria atividades subsequentes

como 0 desenho dos personagens a resposta de perguntas sabre a leitura

dramatiza9iio das historias etc (RCN1998)

A leitura comeya muito cedo na vida do individua ista e a crian9B ja faz a

leitura extralingOistica do seu mundo antes de ir a escola Do ponto de vista

linguistico a conceito de leitura adquire diferentes mudanyas

Segundo Kleiman (1995) a leitura e um processo que vai se definindo

progressivamente a partir da intera980 entre 0 texta e a leitor Nessa processo 0

professor anquanto orientadar vai definindo tarefas progressivas mais complexas e

aos paucos a crianya vai fazendo as retomadas necessarias para compreender 0

texto

15

As instituiyOesde Educayao Infantil podem resgatar a repert6rio de historias

que as criancas ouvem em casa enos ambientes que freqOentam urna vez que

eSS8S hist6rias S9 constituem em rica fonte de informacentes sabre as diversas formas

culturais construindo da sensibilidade das crian9Bs

A aprendizagem da leitura e fundamental para que 0 individuo possa

entender 0 mundo que a cerca bern como S9 posicionar de forma critica diante da

realidade

Segundo Ferrero (1987) muito antes de serem capazes de ler ou escrever

nc sentido convencional do terma as crianyas tentam interpretar as textes com as

quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetiza~o paiS ela na fase da

pre-escola ja faz a sua leitura do mundo

De acordo com 0 pensamento de Lemos (1978) a linguagem oral conta

com recursos diversos timbre de voz entonayao ge5t05 expressao facial contexto

e contato direto com 0 receptor que pade interferir au fazar fluir urn referente na

linguagem escrita 0 qual nem sempre e feito As diverses instituiyaes concebem a

linguagem e a maneira como as criany8s aprendem de modo bastante diferentes

-Na linguagem oral 0 locutor e a interlocutor exercem juntos as funyaes reguladora

organizadora e ativadora dos textos responsaveis pela sua estrutura tessitura au

coeso (LEMOS 1978 p 45)

Na 6tica de Bakhtin (1988) 0 livro isto e 0 ato de fala impresso constitui

igualmente um elemento da comunicayao verbal Ele e objeto de discussoes ativas

sob a forma de dialogo 8 alem disso e feito para ser aprendido de maneira ativa

para ser estudado a fundo comentando e criticando no quadro do discurso interior

sem contar as relac6es impressas institucionalizadas que S8 encontram nas

diferentes esferas da comunicayao verbal

16

Bakhtin (1988) explica que a leitura tem side motivo de estudos de muitos

especialistas preocupados em verificar como S9 dil a partir de visualizacao de

simbolo gn3fico 0 entendimento total de urn texto 0 eutor verificou que a processo

de leitura S8 fez atraves de Ires etapas a primeira ocorre com 0 reconhecimento do

que esta escrito a segunda e a de compreensao atraves de interferencias e

formulacao de hip6teses e a terceira etape ocorr9 a interpreta~o propria mente dite

po is 0 lei tor mantem dialogicidade com 0 texto

Bakhtin informa que a laitura e como urn momento de criatividade no qual 0

leitor necessita reconhecer e aeionar as conhecimentos que ja tern para adquirir

noves e julga-Ios de forma critica Assim a laitura de hist6rias e urn momento em

que a crian~ pode conhecer a forma de viver pensar agir e 0 universo de valores

costumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares

que nao 0 seu (ReN 1998)

Assim desenvolver a leitura no aluno a funcao da escola que deve

respaitar a laitura de mundo que ale traz a partir de suas experiencias sociais ou

seja sua intera~o com outros individuos e com varias inforrnacentes veiculadas palos

meios de comunicacao de massas principalmente a televis~o

Para melhor compreensao dessa afirmativa Ferreiro e Teberosky (1986)

explicam que a sujeito que conhecemos atravas da teoria de Piaget e urn sujeito

que procura atividade de compreender a mundo que 0 rodeia e trata de resolver as

integra90es que esse mundo provoca ~ urn sujeito que aprende basicamente

atravas de suas proprias categorias de pensamento aD masmo tempo em que

organiza seu mundo

Segundo Ferreiro (1987) muito antes de serem capazes de ler au escrever

no sentido convencional do termo as criancas tantam interpretar as textos com os

17

quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetizacao pais ela na fase

pre-escolar ja faz a sua leitura do mundo

Verifica~se nessas leituras que a crianya dave sar urn agente ativa e

determinado no seu desenvoJvimento conforme Kleiman (1995) a leitura e urn

processo que vai definindo progressivamente a relaao texto e leitor e e no

ambiente alfabetizador que a crian98 tem a oportunidade de agir em liberdade para

aprender e desenvolver seus conceitos cognitivos e afetivos

Como conceito de literatura atualmente as dicionarios apresentam as

seguintes sentidos conjunto de obras que versam sabre temas especificos literatura

policial Iiteratura picaresC8 literatura de terror

A literatura na 6tica de Ferreiro

e a representa~o de urna visao do mundo slem de uma tarnada deposiyAo diante dele Tal posicionamento centraliza lIssim suas atenyOesno criador de literatura e ns imita~o da natureza compreendida comoc6pia ou reproduQAoA linguagem e vista como mero ve[culo dessacomunicacao(1987 p 56)

De posse dos conceitos sabre literatura e necessaria cempreender seu

vinculo com a crianca e 0 hJdico A palavra ludice vern do latim ludus e significa

brincar Segundo Rojas (1991) neste brincar estao inclufdos os jogos brinquedos e

divertimentos A funcao educativa do joga permite a aprendizagem do individua seu

conhecimento e sua interpretacao de mundo Por meio da brincadeira a crianca

envolve-se no jogo e sente a necessidade de partilhar com a outro Assim brincando

e jogando ela tera oportunidade de desenvolver capacidades indispensaveis a sua

vida futura

A autora afirma que atraves do jogo de papais a crian98 lida com experi~ncias

que ainda n~o consegue realizar no mundo real

Para Rojas

o brinquedo e a essMcia da infQnciae seu usa permite urn trabalhopedag6gico Que possibilita a produ9fio do conhecimento e tambem aestimula~o da afetividade na crianta A crtan9lJ estabelece com 0

18

brinquedo uma relaltao natural e consegue extravasar suas angostias epaixOes SUDS slegrias e tristezBS suas agressividade5 e passividade(1991 pS)

Dando continuidade a importancia do udico na vida da crian98 0 pr6ximo

capitulo discorre sabre a complexa rela9lo entre a leitura e a trabalho pedag6gico

que incentiva au nao 0 vinculo com a literatura

19

3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA

Na vis~o de Klein e Schafaschek (1990) a processo pedagogico consiste na

transmissao do conhecimento de sua hist6ria assim sera mostrado 0 movimento

historico da linguagem oral e escrita

A linguagem e a consci~ncja sao resultados da ayAo coletiva que as

homens desenvolveram

Segundo Bakhtin

e a linguagem portanto enquanto possibilidade de representa~o logo deabslratao e generalizacAo das caracteristicas do mundo exterior quepossibilila a passagem da con5Ci~ndasensivel a conscilncia racional daoperaylo com objetos concretos com conceitos au representaffOes (1988p32)

Passa~se entaD para uma representayao da linguagem escrita Assim 0

processo da alfabetizacao dave tar reconhecimento do texto oral e escrito e

compreende seu total entendimento Ler nao e somente decifrar simbolos graficos

mas buscar a compreensao das mensagens contidas em suas linhas e entrelinhas

Segundo Cunha (1997) a adulto nao tem a habito de ler e coloca em

diversas situavoos suas justjficativas para 0 pouco tempo que disponibiliza para a

leltura ou seja essa suposi~o de que a crian~ nao se interessa pelo livra e

apenas a refiexo do proprio desinteresse do adulto par tal objeto (CUNHA 1997 p

48)

Nesse contexto a partjcipayao do professor e importante pois este sera 0

mediador entre a crian98 e 0 conhecimento facilitando 0 processo de aquisj~o da

cultura Dai a ideia de que a produ91ioda linguagem oral e escrita e resultado de

um esforyo de produ91iodos homens e desenvolveu-se atraves da necessidade da

mediayiio de um professor

20

Dentro desta perspectiva tem-se re18980 do adulto com a criany8 que

segundo Cunha (1997) e nessa perspectiva a leitura e colocada como mais uma

imposiyao A ideia de que a leitura vai fazer bem a crianya ou ao jOllem leva - nos a

obriga-Ios a ler como Ihes impomos a colher de remedio a injecl)a a escova de

dente a escola (CUNHA 1997 P 51)

Na perspective de Cunha a leitura nao deve ser imposta 0 905tO pel a

leitura deve ser desenvolvido E necessario que sejam obedecidas as fases de

interesse da criama quanta a leitura apresentadas abaixo

Na primeira fase de aquisicao palo g05tO da leitura delem ser

apresentados a crianB livros de gravuras e dos versos infantis (de 2 a 5 ou 6 anos)

E a fase de egocentrismo em que a crianya faz pouca distin9Bo entre a mundo

externo e 0 interno

Ja a idade entre 5 a 8 ou 9 anos caracteriza-se como a idade do Conto de

Fadas De posse de urna mentalidade magica 0 leitor vai buscar nos contos de

fadas lendas mitos e fabulas a simbologia necessaria a elabora~o de suas

viv~ncias

Partindo para a pre-adolesc(mcia e a idade da Historia ambiental e da

leitura Factual (9 a 12 anos) E a fase intermediaria em que persistem vestfgios do

pensamento magico mas a crianya comeya a orientar-se rna is para a real Via de

regra 0 leitar escolhe neste perfodo historias que Ihe apresentam 0 mundo como

ele e Atraves da percep9iio magica de determinado personagem

Dos 12 a 14 anos considera-se a idade da Historia de Aventuras ou fase de

leitura Psicol6gica orientada para as sensac6es E a perfodo da pre-adolescemcia

em que 0 conhecimento da propria personalidade e 0 desenvolvimento dos

precesses agressives ativam a vivlmcia social e a forma9iio de grupos

21

Nos anos de maturidade ou desenvolvimento da esfera Iitero-8stetica de

leitura (14 a 17 anas) ha a curiosidade pelo descobrimento 0 mundo interior e do

mundo dos valores 0 adolescente parte para a hierarquiza~o dos conceitos e a

organizatao de seu universo Aventuras de conteudo intelectual viagens romances

hist6ricos e biograficos historias de amor literatura engajada e temas relacionados

com as interesses Yocacionais v~o ajuda-Io a orientar-se e estruturar-se como

adullo

A questao mais discutida a raspaito de literatura asta relacionada ao fato de

que as jovens e as crianyas nao h~emmuitos s~o as argumentos como a falta de

condiyao financeira de comprar livre 0 pcuco habito de se frequentar a biblioteca os

atrativos e facilidades do computador e da televisao a falta do Mbito dos pais em

lerem entre Qutras causas Mas pode-se considerar como urn grande problema a

falta de habito de leitura nos pais

As autoras Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que middotpais que

nao leem nao poderao despertar em seus filhos 0 gosto pela leitura Imitativa por

natureza a crian98 encontra na familia a maior incentivo para a leitura (1986 p

03)

Assim e delegada a escola a responsabilidade de introduzir a crianca no

mundo dos livros Cabe a escola desenvolver a cantata com as livros que deve ser

iniciada a mais cedo passivel nao 56 pelo manuseio cama tambem pela hist6ria

contada pela conversa au pelos jogos ritmicos no sentido de fazer a crianca amar a

leitura

Esse contato inicial deve ser pautado pela conquista e nao pela imposiyao

o leitor infantI au a infanto-juvenil ao adquirir 0 905tO pela leitura estara

22

visitando urn mundo novo adquirindo conhecimento e aprimorando seu processo

comunicativo

Assim a literatura infantil como toda a obra de arte exerce uma influemcia

pedag6gica sobre 0 individuo quer pela contribuitao na forma9ao do seu

pensamento quer pelos modelos que apresenta Essa funtao pedag6gica tem

importancia unica jil que a contata com a literatura maida a mente e 0 cora9Ao da

crian98 Assim a literatura infantil tern uma finalidade primckia e fundamental que e a

de promover na crian~ 0 gosto pela beleza da palavra 0 deleite perante a cria9ao

de mundos de ficcao

Para alem dista tern ainda a fun980 de arraigar as palavras no mundo

magico da crian~ permitindo-Ihe nlio s6 entende-Ias e usa-las como tambem

goza-Ias e desfruta-Ias no contexto da imaginataomiddot (WORNICOV WAGNER

RUSSOMANO EWEBER 1986 p 04)

MLer as figuras imaginar a hist6ria e desenvolver mental mente urn emado

s~o atividades que poderiam S8r desenvolvidas na educayao infant A escola

dedica ainda pouco tempo para a laitura e a interpreta~o e masmo para a

produtao de textos Mesmo que nao possuindo ainda a capacidade da escrita deve

- S8 compreender que 0 gosto pela leitura it tambem adquirido pelo simples

manuseio de um livro

Neste sentido vale ressaltar as colocalt6esde Orlandi (1987) que distingue

tres tipos de discurso 0 ludico 0 polemico e 0 autaritaria E dentre os diferentes

tipos de discurso autoritario que encontramos 0 discurso pedag6gico que aqui

interessa na medida em que ele tern responsabilidade marcante na atividade que

engloba 0 processo de ensina de leitura no primeiro grau

Este discurso esla a servivo da escola e esta a serviVOde uma ideologia

23

que contribui para dificultar a encontro do saber institucionalizado com as classes

menes favorecidas Isto ocorre porque 0 professor detem 0 saber e trabalha muitas

vezes sem perceber au ate para mostrar poder mascarando 0 tempo todo

afirmando que a aluno tarnham pade dizer 0 que pensa pode opinar pode sugerir

etc e na realidade nao acontece essa pratica a 0 que sa v~ e uma liberdade

vigiada

Sendo 0 professor 0 dono do saber torna-se modelo leitor por excel~ncia

ficando 0 aluno muitas vezes impossihilitado de pensar de refletir e de criar as

pr6prias condicaes de producao

Dessa forma acontece a leitura que 0 autor citado chama de parafrastica ou

seja a raproducao do sentido que 0 autor da ao texto ao contrario da poliss~mica

que se defina pelos multiplos sentidos que ao texto podem ser atribuidos

De acordo com Wornicov Wagner Russomano e Weber

obras especialmenle escntas para crian((CIsmuitas vezes recebem suarejeiyao outras como Robinson Cru50~ de Daniel DefOe Contes de rnamere Ioye de Charles Perrault ou Visgens de Gulliver de Jonathan Swiftnao originalmente destinado aD publico infantrJ foram incorporadas aoacervo de livros para a inftlncia (1988 p 05)

Ainda segundo as autoras e a aceitacao da obra por parte da crian~ que

determina a sua adequacao 80 publico infantil ou n~o ou seja e a crian~ que deve

encontrar na obra seus interesses a unica adaptacao e com refer~ncia ao

conhecimento e limitacentes da crianya As obras literarias infantis devem ser mais do

que instrumentos para proporcionar hist6ria ou induzir a fantasia como toda a obra

de arte exercem uma influencia pedag6gica sobre a individua quer pel a

contribui~o na forma9ilo do seu pensamenta quer pel os modelos que apresenta

Essa funcao pedag6gica tem importancia unica ja que 0 contato com a

literatura desperta na crianya a seu imaginario Assim a literatura infantil tern urna

24

finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a

beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm

dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya

permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las

no contexto da imagina9ilo

Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel

afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida

do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade

inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade

promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao

Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que

ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser

(1986 p 07)

A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da

crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a

crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0

aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a

escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua

com os livros

Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que

em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)

o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao

sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese

classifica96es devem ser respeitadas e entendidas

Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista

que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a

crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam

ocupam a centro de seus interesses

Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as

estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de

capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas

em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas

hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de

encantamenta

Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das

modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua

imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia

A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au

varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que

rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade

ludica e magica em que vive a crianca

Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou

hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0

seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um

temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa

2S

26

Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das

crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a

socializaltao

Para Froebel

a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)

Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento

para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais

adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a

socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)

Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e

preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera

explicitada a seguir

31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA

A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana

atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no

mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras

Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn

mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo

e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a

crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente

nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente

ausente em animais

27

A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~

em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala

mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos

A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo

porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do

jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da

crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa

submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo

muito diferente

Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de

desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento

habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa

ala fosse maior do que e na realidade

Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o

a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo

pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que

sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz

em sua totalidade bio-psico-social-educacional

E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de

enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e

sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que

ajudam para 0 seu desenvolvimento global

Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais

independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as

28

espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar

inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha

limites e e importante que n~o superestime sues capacidades

o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive

despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao

respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses

valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos

de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a

desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser

multo bern aprimoradas no pre-escolar

A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo

as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em

sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida

A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento

entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0

saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de

reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade

o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao

das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre

para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e

individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa

movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade

ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios

interesses pessoais no desenvolvimento das atividades

29

Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-

escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu

simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras

crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos

As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque

nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas

Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia

de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de

adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e

imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem

o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna

retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de

seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0

habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)

Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos

importantes para aqueles que trabalham com a educaylio

A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada

para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica

30

4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR

Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto

a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern

proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya

retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e

reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a

compreensao do texto par parte da crianya

o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que

ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente

com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0

que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)

A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse

despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao

imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario

Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua

subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia

narrativa

Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer

ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)

31

Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar

divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar

na crianca a g05tO pela literatura

Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU

contaram uma hist6ria

Na 6ptica de Tahan

a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)

E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o

infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento

onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo

Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0

ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos

1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito

2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como

li~o advertlmcia ou canselha

3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas

ou ate masma calculos e fra90es

4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos

5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate

masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco

mental

32

o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias

desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil

enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim

a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)

AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica

para a realizayllo de projetos

Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a

alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas

dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado

e se estao todos proximos suficientes do narrador

A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0

narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e

adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para

narrar historias

Segundo Tahan

Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)

Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as

crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer

Tahan informa

33

os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)

Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e

segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas

pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em

cantata com as criantyas

o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn

texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a

historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta

o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao

socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern

pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que

Ihe eram contadas

Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque

a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)

o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a

escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de

ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo

Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para

poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto

professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco

34

Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur

normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a

participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando

gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com

abras especificas para cada idade das criancas

Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica

e 3 ate 6 anas fase magica

Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn

enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa

integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias

que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza

(humanizadas)

Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a

repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas

outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes

Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras

grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com

certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por

genero

No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes

iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras

Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os

circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)

35

A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os

g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0

romance a novela 0 conto 0 drama etc

Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se

dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a

palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que

empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao

Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou

escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis

tenhamos ou n~o consciencia delas

Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua

peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como

A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna

sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral

o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex

objetos elementos da natureza

A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e

anirnais com urn ensinamento moral

o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre

ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo

A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a

historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas

Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da

magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias

precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais

36

Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre

as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem

Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa

pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a

des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no

processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi

incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario

o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de

informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e

ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de

educa~o

Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e

a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a

narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como

placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis

Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais

principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais

detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no

futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando

com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar

recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos

Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios

dependendo de cada circunstimcia

37

Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel

de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante

Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-

leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a

crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim

gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da

linguagem

Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e

sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a

comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80

livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem

atraves do ludico

Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos

devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au

dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias

o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar

as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a

que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a

compreens~o par parte da crianca

Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram

nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das

maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo

que a rodeia

38

JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)

Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia

essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as

maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a

brincadeira a aprendizado se instala

Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem

basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias

as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para

este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele

que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da

prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade

adulta

A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande

destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca

neste genero litera rio

Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil

devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao

de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar

qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar

deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor

deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure

39

Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido

no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto

pedagogico

Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8

livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com

suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada

Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de

contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta

algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em

conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos

objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a

redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos

de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar

A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os

aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da

participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura

e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da

utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas

41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS

411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos

Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu

surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam

utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a

40

funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas

delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)

bull Boneca contador de hist6rias

As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia

jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-

linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de

pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de

serem proferidos rapidamente)

As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das

mais tfmidas

bull Cria~Ao de final de historia

A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando

pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona

iniciada pel a educadora

o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em

papel

bull Errando as hist6rias

Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas

par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais

ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos

pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam

preocupa~o maior com 0 significado)

Chuva e sol casamento de espanhol

Chuva e sol casamento de caracol

41

bull Fantoches

A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as

crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com

cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas

mas mas manuseando as personagens

bull Gravuras

Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai

apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada

bull Jogo de contar hist6rias

Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos

escralem ou ilustram a hist6ria

a Parlendas e gestos

b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com

as dedas batendo as pes ou as maos etc

c Quadrinhos

d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que

fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por

favor etc

bull Dobraduras

A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas

podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e

ouvindo a magica transformayao do papsl

As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam

a dobradura

Ex dobradura depois recitam

Pinto

o pinto pia

A pipa pinga

Pinga a pipa

a pinto pia

Pinto pia

Pipa pinga

Quanta mais

o pinto pia

Mais a pipa pinga

42

bull Tecnicas de narrativas

Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na

sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil

baseado na autora Susatto (2004)

43

o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter

em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente

aos personagens e aos seus estados e animas

Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam

nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es

segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das

condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto

Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do

abandono dos pais

E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas

narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida

real

Segundo Busatto

Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)

Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser

usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador

reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam

imagens)

U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do

castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim

Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que

se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90

com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da

44

dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus

elementos

DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc

Pianos - altura do movimento

Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic

Forra - intensidade empregado no movimento

Tempo - velocidade com que a movimento e executado

Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo

Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem

preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve

sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de

alunos

45

5 CONSIDERAyOES FINAlS

Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias

tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil

ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes

Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das

transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e

aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem

constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0

conhecimento

A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim

educar para a formayao de cidadaos

No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter

essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para

despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao

magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode

proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa

atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca

passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes

tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor

de seus direitos e deveres como cidadao

A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn

facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do

processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e

participativa

46

Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em

mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir

para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO

pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna

imposicao

o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a

contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a

utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par

leitura

Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da

Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente

com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico

A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que

oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir

para a constru~o de sua autonomia

o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada

pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do

professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no

ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura

Bruner afirma que

e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

48

REFERENCIAS

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Agradeqo a Deus que fez com que eu tnhesse esse caminho

possibilitando a descoberta da minha capacidade me enchendo de for9a

Aos amigos que souberam dizer as palavras certas nas horas exatasAgradeqo a professor a Elizabeth Hartog

que oportunizou a eaborarao deste estudo

Aos meus pais par todo apoio e incentivo a minha familia que

acompanharam toda essa minha trajetoria ao meu marido que amo e

principamente as minhas fihas que silo minha vida e inspirailo

Conlar hislarias e uma arle uma arte rara pois sua maleria-prima e 0 imalerial e 0

contador de hisf6rias urn artista que fece os tios invisiveis desta teia que e a

conlar Conlar hisl6rias expressa e corporifica 0 simb6lico lornando-se a mais pura

expressilo de ser

Cleo Busatto

SUMARIO

RESUMO 5

1INTRODUCAO 9

2 FUNDAMENTACAO TE6RICA 11

21 A LlTERATURA INFANTIL NA HIST6RIA 11

22 DESENVOLVIMENTO DA LlTERATURA 14

3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA 19

31 EXIST~NCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA 26

4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR 30

41 SUGESTOES DE ATIVIDADES LUDICAS 39

411 Sugeslt5es de Bcnicas e aividades para criancas de 2 a 4 anas 39

5 CONSIDERACOES FINAIS 45

REFERENCIAS bull 48

RESUMO

Esta monografia e 0 resultado de urn estudo te6ricG baseado em autores quebuscam analisar e identificar 0 processo de construltao da literatura na vida dacrianya 0 abjetivo desta pesquisa e mostrar a importilncia na avao dos professoresda Educayao Infantil em unirtecnicas de leitura e atividades ludicas com as livros naconstrultao de suas aulas incentivando 0 interesse da crianya pelo mundo da leiturae dos mais diversos generos literarios Para tanto busca identificar de que forma asprofessores podem trabalhar com as ]ivros de rnaneira Judica tenta verificar S9 eSSB

forma de utilizar as livros proporciona a interesse e 0 despertar pel a laitura efinal mente sugare urna metodologia que permita a desenvolvimento da crianyautilizando a literatura recreativa 0 estuda permite discutir que e imprescindivel acompreensaa de que 0 hjdico deve ser uma atividade essencial para a crian~ pOisdesenvolve a capacidade de simbolizayao deslocando sua realidade para a brincarNeste contexta a integra~o com os livros e primordial pais a cantata direto com 0abjeto favorece a rela~a despertanda na crianya a interesse e a prazer pela leituraComo fonte utiliza a pesquisa bibliognjfica que permitiu a revisao da literaturadesvelanda assim 0 conhecimento de algumas obras que foram feltas sobre astaassunto Este estudo e relevante porque mostrou que a utilizayljo de tecnicas denarrativa e atlvidades ludicas por parte dos prafessores desperta a interesse dacrian~ pela leitura

Palavras - chave educayao infantil livra ludico tecnicas de narrativa

1INTRODUCAO

Este trabalho surgiu a partir do interesse passoal da autera par leitura e par

perceber que durante as estagios realizados nas escolas no periodo destes quatro

anos do curso de Pedagogia a leitura e tratada de mane ira desvalonzada sando

colocada em momentos de recrea~o ou para preencher 0 tempo da aula

Essas observat6es provocaram urn questionamento que S8 formalizou

como a problematica do estudo A utilizayao de tecnicas narrativas e de atividades

ludicas desperta 0 interesse na crian9CIpela leitura

Nesta perspectiva 0 objetivo deste estudo e analisar de que maneira as

professores da Educa~o Infantil podem unir tecnicas de leitura e atividades ludicas

com as livros na construyao de suas aulas incentivando 0 interesse da crianca palo

mundo da leitura e dos mais diversos g~neros literarios Para atingir este objetivo

visa identificar de que forma 0 professor pode trabalhar com os livros de maneira

ludica verificar se essa forma de utilizar esses Ilvros proporciona 0 interesse e 0

despertar pela leltura Sugerindo na sequencia uma metodologia que permita 0

desenvolvlmento psicol6gico motor afetivo e criativo da crianca proporcionado

atraves da explora~o de jogos brincadeiras e imaginaao 0 desperlar pela leitura

o metodo escolhido para 0 estudo foi 0 de pesquisa bibliogjfica e

descritiva porque ahsectm de explicar 0 objeto a partir de referencias te6ricas ja

publicadas em livros e documentos permite ao pesquisador observar registrar

analisar e correlacionar os fatos ja existentes sem manipula-Ios Segundo Volpato

(2000) a pesquisa bibliogrilfica levantamento bibliografico ou revisao da literatura euma das etapas da investiga~ cientifica Significa tomar posse do conhecimento

do que ja loi produzido a respeito do assunto ou seja ter acesso a esse

10

conhecimento requer a reviseD da literatura Assim depois de identificar 0 assunto

devern-s8 escolher as fantes mais adequadas a pesquisa

Para WINTER e SALLES (1997 p17) s metodologia cientifica preconiza

urna serie de regras atraves das quais 0 conhecimento dave sar obtido Dassa

forma 0 metoda cientffrco sa concretiza nas diversas etapas que devem sar

adotadas para solucionar urn problema Par Dutro lado na busca dessa solugao a

pesquisa bibliografica e descritiva pade assumir diversas formas descrevendo como

examplo as caracteristicas propriedades au relacentes existentes na comunidade

grupo ou realidade pesquisada

Evidenciando a metodologia utilizada faz-sa necessaria demonstrar que

esta estudo divide-se em seis capitulos que sa apresentam da seguinte maneira

o segundo capitulo apresenta a fundamenta9ao te6rica abordando tapicos

como a literatura infantil na Hist6ria

o terceiro capitulo aborda a relacao entre a crianca 0 ludico e a livro e

tambem a existencia da brincadeira na Oianca

o quarto capitulo narrativa cantar e encantar enfoca 0 cantar hist6rias e

sua contextualizalt1io academica apresenta sugestoes para atividades llidicas com

criancas de 2 a 4 anos

Logo apas apresenta as cansideragCies finais desse estudo que permitiu a

autora apropriar-se de tecnicas que poderao auxiliar a a~o pedag6gica cotidiana

do professor da Educacao Infantil contribuindo assim para a novo fazer

pedag6gica urna proposta que pretende contribuir com 0 desenvolvimento da

crianqa utilizando a literatura recreativa e dirigida com seus diversos generos

literarios

II

2 FUNDAMENTAQAO TEQRICA

21 A LlTERATURA INFANTIL NA HIST6RIA

Com base na analise da leitura de alguns autores e passivel afirmar que

na sociedade antiga nao havia a infancia nenhum espaco separado do mundo

adulto As criancyas trabalhavam e viviam junto com as adultos testemunhavam as

processos natura is da exist~ncia (ZILBERMAN 1998 p 44)

Assim 56 par volta do seculo XVlll a infimcia passa a ser vista de forma

mais valorizada devido as mudancas sociais econ6micas e politicas da sociedade

E passlvel identificar dessa maneira as primeiras mudanyas significativas nas

atitudes das familias em relayao as crianyas pequenas que inicialmente erarn

educadas em casa no casa das meninas que neste periodo aprendiam as afazeres

domesticos Ja as meninos aos sete anos eram mandados para as mosteiros para

serem educados pelos padres

Surgem entao os primeiros pensadores da eduea~o infantil onde podemos

destaear Jean Jacques Rousseau que apesar de nao ser urn edueador delineou 0

campo da pedagogia com suas ideias

Em sua obra 0 Emilio au da EduC8JO (ROUSSEAU 1990 p 32) pode-s9

observar 0 pensamento desse autor que atraves dos relatas da educayao de um

jovem evidencia que a sua forma~a deveria sar voltada aos interesses da crianca

pois essa possui suas caracteristicas proprias suas ideias e seus interesses assirn

a crian9C3 nao poderia ser vista como urn adulto em miniatura Rosseau (1990)

considerava cada fase da crianca com suas earacteristicas e propriedades

Para Rousseau (1990) a educayao n~o vem apenas de fora e sim da

expressao livre da crian~ em seu dia-a-dia com a natureza com isto propos

12

Irabalhar com as brinquedos a agricultura a esporte inslrumenlos de olicios

variados canto e Qutros mais

Para Rousseau

nascemos fracos precisamos de forya nascemo5 desprovidos de tudotemos necessidades de 8ssisl~ncia nascemos eshipidos precisamos dejuizo Tudo 0 que nlio temos ao naseer e de que prccisamos adultos enosdado pela educayao EsSlil educac30 nos vern da natureza au dos homensou das coisas 0 desenvolvimento e a educacaodos homens e 0 ganho danossa propria experi~nciasabre 0$ objetos que nos afetam e a educacAodas coisas (1990 p 11)

Para 0 autor a principal finalidade da educacao era ensinar a criancaa viver

exercendo sua liberdade educar 0 atuno para sar urn homern suas ideias

influenciam varias correntes pedag6gicas ate as dias de hoje

Aries (1981) lambem evidencia que a inffmcia ale a seculo XVII n~o era

Iralada de forma diferenciada as crianls assim como para Rousseau (1990) eram

tidas como adultos em miniatura 0 autor relata que nas sociedades tradicionais a

crian~ encontrava-se misturada ao mundo adulto com intensas trocas afetivas fora

da familia e de onde colhia suas aprendizagens 0 seculo XVIII conludo

leslemunharia mudancasna anliga ordem (ARIES 1981 p78)

Com a ascensao da burguesia e na medida em que a sociedade se

industrializava e se modernizava mediante a aquisi~o de novos recursos

tecnologicos a crianca e a familia assumem urn novo lugar A familia tornou-se 0

lugar de afei~o necessaria entre os c6njuges que se exprimiu sobretudo atraves

da importancia alribuida it crianl e a sua educacao(ARIES 1981 p79)

Nesse contexto surge uma nova pedagogia que passa a exigir uma

literatura infantil com uma didatica mais apropriada onde haja incentivo com rela~o

a crialividade da crianl Zilberman (1998) deslaca que a partir desle panorama eque emerge a literatura infantil com as adaptac6esdos classicos e dos contos de

13

fadas Informa que primitivamente os contos folcl6ricos colecionados pelos Irmaos

Grimm e Qutros nao eram fabulosos nem restritos a uma certa ida de

(ZILBERMAN 1998 P 45)

Conforme Zilberman (1998) os contos de fada eram contados por e para

adultos par uma classe mais baixa da sociedade as obras dos irmaos Grimm nao

eram restritas as crian9GIscontava situa95es da vida das classes inferiores fazendo

a conexao com a vida social e a magia do conto tudo e retratado de uma maneira

simb6lica as personagens nao sao percebidos como seres vivos assim com 0

surgimento da nova pedagogia estas obras fcram adaptadas para as jovens

(ZILBERMAN 1998 P 45)

Quem traduziu no Brasil e adaptou as obras dos autores cJassicos para a

juventude foi Carl Jansem Ate en tao nao se aproveitava a tradi9gtio folclorica do

Brasil na constitui9gtio de textos juvenis (ZILBERMAN 1998)

Segundo Cadermartori (1994) a literatura infantil brasileira inicia sob a

egide de urn dos nossos mais destacados inteJectuais Monteiro Lobato

Segundo Zilberman

Monteiro Lobato fllla 0 rompimenlo com 0 clrculo da dependencia dosp~drOes Europeus em sua obra 0 Sitio do Pica Pau Amarelo ele criapersonagens nacionais e a obra vai de um contexto real 0 sitio a umimaginano como 0 reino das aguas passui os personagens tictitios Emiliavisconde e os reeis Pedrtnho nartzinho os folcJ6ricos saci os personagensda mitologia classica como Minotauro dentre outros os magicos com 0burro falanleOs aspectos sociais sao mantidos atraves de personagens(lOmo 0 jeca tatu onde 0 nive social e cuttural t diferente dos personagensprincipais representados por pessoQs reais como a av6 Dona Benta (1 Q96p54)

Monteiro Lobato criou a literatura nacional em um contexte de cenarios

personagens e sugestoes folcloricas que n~o podem ser seguidos por nenhum

14

uma carreira de sucessa com seus livros infantis dentre estes Ana Maria Machado

e Ruth Rocha

A literatura infantil dave continuar a sar produzida cuidando para nao haver

uma c6pia do genera utilizado par Monteiro Lobato devendo com isso transpor

fronteiras sando uma literatura composta par uma abordagem rica criativa e didatica

mas fica evidente 0 quanta e diffcil identificar e criar livros infantis de excelente

quaJidade (ZILBERMAN1998)

Assim cabe agora referir ao desenvolvimento da literatura em rela~o ao

Referencial Curricular Nacional (RCN1998)

22 DESENVOLVIMENTO DA L1TERATURA

Com base na leitura do referencial curricular para a educa~o infantil no

capitulo destinado a linguagem e a escrita as crianyas e as praticas de leitura tern

urn grande valor em si masma nao sando necessaria atividades subsequentes

como 0 desenho dos personagens a resposta de perguntas sabre a leitura

dramatiza9iio das historias etc (RCN1998)

A leitura comeya muito cedo na vida do individua ista e a crian9B ja faz a

leitura extralingOistica do seu mundo antes de ir a escola Do ponto de vista

linguistico a conceito de leitura adquire diferentes mudanyas

Segundo Kleiman (1995) a leitura e um processo que vai se definindo

progressivamente a partir da intera980 entre 0 texta e a leitor Nessa processo 0

professor anquanto orientadar vai definindo tarefas progressivas mais complexas e

aos paucos a crianya vai fazendo as retomadas necessarias para compreender 0

texto

15

As instituiyOesde Educayao Infantil podem resgatar a repert6rio de historias

que as criancas ouvem em casa enos ambientes que freqOentam urna vez que

eSS8S hist6rias S9 constituem em rica fonte de informacentes sabre as diversas formas

culturais construindo da sensibilidade das crian9Bs

A aprendizagem da leitura e fundamental para que 0 individuo possa

entender 0 mundo que a cerca bern como S9 posicionar de forma critica diante da

realidade

Segundo Ferrero (1987) muito antes de serem capazes de ler ou escrever

nc sentido convencional do terma as crianyas tentam interpretar as textes com as

quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetiza~o paiS ela na fase da

pre-escola ja faz a sua leitura do mundo

De acordo com 0 pensamento de Lemos (1978) a linguagem oral conta

com recursos diversos timbre de voz entonayao ge5t05 expressao facial contexto

e contato direto com 0 receptor que pade interferir au fazar fluir urn referente na

linguagem escrita 0 qual nem sempre e feito As diverses instituiyaes concebem a

linguagem e a maneira como as criany8s aprendem de modo bastante diferentes

-Na linguagem oral 0 locutor e a interlocutor exercem juntos as funyaes reguladora

organizadora e ativadora dos textos responsaveis pela sua estrutura tessitura au

coeso (LEMOS 1978 p 45)

Na 6tica de Bakhtin (1988) 0 livro isto e 0 ato de fala impresso constitui

igualmente um elemento da comunicayao verbal Ele e objeto de discussoes ativas

sob a forma de dialogo 8 alem disso e feito para ser aprendido de maneira ativa

para ser estudado a fundo comentando e criticando no quadro do discurso interior

sem contar as relac6es impressas institucionalizadas que S8 encontram nas

diferentes esferas da comunicayao verbal

16

Bakhtin (1988) explica que a leitura tem side motivo de estudos de muitos

especialistas preocupados em verificar como S9 dil a partir de visualizacao de

simbolo gn3fico 0 entendimento total de urn texto 0 eutor verificou que a processo

de leitura S8 fez atraves de Ires etapas a primeira ocorre com 0 reconhecimento do

que esta escrito a segunda e a de compreensao atraves de interferencias e

formulacao de hip6teses e a terceira etape ocorr9 a interpreta~o propria mente dite

po is 0 lei tor mantem dialogicidade com 0 texto

Bakhtin informa que a laitura e como urn momento de criatividade no qual 0

leitor necessita reconhecer e aeionar as conhecimentos que ja tern para adquirir

noves e julga-Ios de forma critica Assim a laitura de hist6rias e urn momento em

que a crian~ pode conhecer a forma de viver pensar agir e 0 universo de valores

costumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares

que nao 0 seu (ReN 1998)

Assim desenvolver a leitura no aluno a funcao da escola que deve

respaitar a laitura de mundo que ale traz a partir de suas experiencias sociais ou

seja sua intera~o com outros individuos e com varias inforrnacentes veiculadas palos

meios de comunicacao de massas principalmente a televis~o

Para melhor compreensao dessa afirmativa Ferreiro e Teberosky (1986)

explicam que a sujeito que conhecemos atravas da teoria de Piaget e urn sujeito

que procura atividade de compreender a mundo que 0 rodeia e trata de resolver as

integra90es que esse mundo provoca ~ urn sujeito que aprende basicamente

atravas de suas proprias categorias de pensamento aD masmo tempo em que

organiza seu mundo

Segundo Ferreiro (1987) muito antes de serem capazes de ler au escrever

no sentido convencional do termo as criancas tantam interpretar as textos com os

17

quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetizacao pais ela na fase

pre-escolar ja faz a sua leitura do mundo

Verifica~se nessas leituras que a crianya dave sar urn agente ativa e

determinado no seu desenvoJvimento conforme Kleiman (1995) a leitura e urn

processo que vai definindo progressivamente a relaao texto e leitor e e no

ambiente alfabetizador que a crian98 tem a oportunidade de agir em liberdade para

aprender e desenvolver seus conceitos cognitivos e afetivos

Como conceito de literatura atualmente as dicionarios apresentam as

seguintes sentidos conjunto de obras que versam sabre temas especificos literatura

policial Iiteratura picaresC8 literatura de terror

A literatura na 6tica de Ferreiro

e a representa~o de urna visao do mundo slem de uma tarnada deposiyAo diante dele Tal posicionamento centraliza lIssim suas atenyOesno criador de literatura e ns imita~o da natureza compreendida comoc6pia ou reproduQAoA linguagem e vista como mero ve[culo dessacomunicacao(1987 p 56)

De posse dos conceitos sabre literatura e necessaria cempreender seu

vinculo com a crianca e 0 hJdico A palavra ludice vern do latim ludus e significa

brincar Segundo Rojas (1991) neste brincar estao inclufdos os jogos brinquedos e

divertimentos A funcao educativa do joga permite a aprendizagem do individua seu

conhecimento e sua interpretacao de mundo Por meio da brincadeira a crianca

envolve-se no jogo e sente a necessidade de partilhar com a outro Assim brincando

e jogando ela tera oportunidade de desenvolver capacidades indispensaveis a sua

vida futura

A autora afirma que atraves do jogo de papais a crian98 lida com experi~ncias

que ainda n~o consegue realizar no mundo real

Para Rojas

o brinquedo e a essMcia da infQnciae seu usa permite urn trabalhopedag6gico Que possibilita a produ9fio do conhecimento e tambem aestimula~o da afetividade na crianta A crtan9lJ estabelece com 0

18

brinquedo uma relaltao natural e consegue extravasar suas angostias epaixOes SUDS slegrias e tristezBS suas agressividade5 e passividade(1991 pS)

Dando continuidade a importancia do udico na vida da crian98 0 pr6ximo

capitulo discorre sabre a complexa rela9lo entre a leitura e a trabalho pedag6gico

que incentiva au nao 0 vinculo com a literatura

19

3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA

Na vis~o de Klein e Schafaschek (1990) a processo pedagogico consiste na

transmissao do conhecimento de sua hist6ria assim sera mostrado 0 movimento

historico da linguagem oral e escrita

A linguagem e a consci~ncja sao resultados da ayAo coletiva que as

homens desenvolveram

Segundo Bakhtin

e a linguagem portanto enquanto possibilidade de representa~o logo deabslratao e generalizacAo das caracteristicas do mundo exterior quepossibilila a passagem da con5Ci~ndasensivel a conscilncia racional daoperaylo com objetos concretos com conceitos au representaffOes (1988p32)

Passa~se entaD para uma representayao da linguagem escrita Assim 0

processo da alfabetizacao dave tar reconhecimento do texto oral e escrito e

compreende seu total entendimento Ler nao e somente decifrar simbolos graficos

mas buscar a compreensao das mensagens contidas em suas linhas e entrelinhas

Segundo Cunha (1997) a adulto nao tem a habito de ler e coloca em

diversas situavoos suas justjficativas para 0 pouco tempo que disponibiliza para a

leltura ou seja essa suposi~o de que a crian~ nao se interessa pelo livra e

apenas a refiexo do proprio desinteresse do adulto par tal objeto (CUNHA 1997 p

48)

Nesse contexto a partjcipayao do professor e importante pois este sera 0

mediador entre a crian98 e 0 conhecimento facilitando 0 processo de aquisj~o da

cultura Dai a ideia de que a produ91ioda linguagem oral e escrita e resultado de

um esforyo de produ91iodos homens e desenvolveu-se atraves da necessidade da

mediayiio de um professor

20

Dentro desta perspectiva tem-se re18980 do adulto com a criany8 que

segundo Cunha (1997) e nessa perspectiva a leitura e colocada como mais uma

imposiyao A ideia de que a leitura vai fazer bem a crianya ou ao jOllem leva - nos a

obriga-Ios a ler como Ihes impomos a colher de remedio a injecl)a a escova de

dente a escola (CUNHA 1997 P 51)

Na perspective de Cunha a leitura nao deve ser imposta 0 905tO pel a

leitura deve ser desenvolvido E necessario que sejam obedecidas as fases de

interesse da criama quanta a leitura apresentadas abaixo

Na primeira fase de aquisicao palo g05tO da leitura delem ser

apresentados a crianB livros de gravuras e dos versos infantis (de 2 a 5 ou 6 anos)

E a fase de egocentrismo em que a crianya faz pouca distin9Bo entre a mundo

externo e 0 interno

Ja a idade entre 5 a 8 ou 9 anos caracteriza-se como a idade do Conto de

Fadas De posse de urna mentalidade magica 0 leitor vai buscar nos contos de

fadas lendas mitos e fabulas a simbologia necessaria a elabora~o de suas

viv~ncias

Partindo para a pre-adolesc(mcia e a idade da Historia ambiental e da

leitura Factual (9 a 12 anos) E a fase intermediaria em que persistem vestfgios do

pensamento magico mas a crianya comeya a orientar-se rna is para a real Via de

regra 0 leitar escolhe neste perfodo historias que Ihe apresentam 0 mundo como

ele e Atraves da percep9iio magica de determinado personagem

Dos 12 a 14 anos considera-se a idade da Historia de Aventuras ou fase de

leitura Psicol6gica orientada para as sensac6es E a perfodo da pre-adolescemcia

em que 0 conhecimento da propria personalidade e 0 desenvolvimento dos

precesses agressives ativam a vivlmcia social e a forma9iio de grupos

21

Nos anos de maturidade ou desenvolvimento da esfera Iitero-8stetica de

leitura (14 a 17 anas) ha a curiosidade pelo descobrimento 0 mundo interior e do

mundo dos valores 0 adolescente parte para a hierarquiza~o dos conceitos e a

organizatao de seu universo Aventuras de conteudo intelectual viagens romances

hist6ricos e biograficos historias de amor literatura engajada e temas relacionados

com as interesses Yocacionais v~o ajuda-Io a orientar-se e estruturar-se como

adullo

A questao mais discutida a raspaito de literatura asta relacionada ao fato de

que as jovens e as crianyas nao h~emmuitos s~o as argumentos como a falta de

condiyao financeira de comprar livre 0 pcuco habito de se frequentar a biblioteca os

atrativos e facilidades do computador e da televisao a falta do Mbito dos pais em

lerem entre Qutras causas Mas pode-se considerar como urn grande problema a

falta de habito de leitura nos pais

As autoras Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que middotpais que

nao leem nao poderao despertar em seus filhos 0 gosto pela leitura Imitativa por

natureza a crian98 encontra na familia a maior incentivo para a leitura (1986 p

03)

Assim e delegada a escola a responsabilidade de introduzir a crianca no

mundo dos livros Cabe a escola desenvolver a cantata com as livros que deve ser

iniciada a mais cedo passivel nao 56 pelo manuseio cama tambem pela hist6ria

contada pela conversa au pelos jogos ritmicos no sentido de fazer a crianca amar a

leitura

Esse contato inicial deve ser pautado pela conquista e nao pela imposiyao

o leitor infantI au a infanto-juvenil ao adquirir 0 905tO pela leitura estara

22

visitando urn mundo novo adquirindo conhecimento e aprimorando seu processo

comunicativo

Assim a literatura infantil como toda a obra de arte exerce uma influemcia

pedag6gica sobre 0 individuo quer pela contribuitao na forma9ao do seu

pensamento quer pelos modelos que apresenta Essa funtao pedag6gica tem

importancia unica jil que a contata com a literatura maida a mente e 0 cora9Ao da

crian98 Assim a literatura infantil tern uma finalidade primckia e fundamental que e a

de promover na crian~ 0 gosto pela beleza da palavra 0 deleite perante a cria9ao

de mundos de ficcao

Para alem dista tern ainda a fun980 de arraigar as palavras no mundo

magico da crian~ permitindo-Ihe nlio s6 entende-Ias e usa-las como tambem

goza-Ias e desfruta-Ias no contexto da imaginataomiddot (WORNICOV WAGNER

RUSSOMANO EWEBER 1986 p 04)

MLer as figuras imaginar a hist6ria e desenvolver mental mente urn emado

s~o atividades que poderiam S8r desenvolvidas na educayao infant A escola

dedica ainda pouco tempo para a laitura e a interpreta~o e masmo para a

produtao de textos Mesmo que nao possuindo ainda a capacidade da escrita deve

- S8 compreender que 0 gosto pela leitura it tambem adquirido pelo simples

manuseio de um livro

Neste sentido vale ressaltar as colocalt6esde Orlandi (1987) que distingue

tres tipos de discurso 0 ludico 0 polemico e 0 autaritaria E dentre os diferentes

tipos de discurso autoritario que encontramos 0 discurso pedag6gico que aqui

interessa na medida em que ele tern responsabilidade marcante na atividade que

engloba 0 processo de ensina de leitura no primeiro grau

Este discurso esla a servivo da escola e esta a serviVOde uma ideologia

23

que contribui para dificultar a encontro do saber institucionalizado com as classes

menes favorecidas Isto ocorre porque 0 professor detem 0 saber e trabalha muitas

vezes sem perceber au ate para mostrar poder mascarando 0 tempo todo

afirmando que a aluno tarnham pade dizer 0 que pensa pode opinar pode sugerir

etc e na realidade nao acontece essa pratica a 0 que sa v~ e uma liberdade

vigiada

Sendo 0 professor 0 dono do saber torna-se modelo leitor por excel~ncia

ficando 0 aluno muitas vezes impossihilitado de pensar de refletir e de criar as

pr6prias condicaes de producao

Dessa forma acontece a leitura que 0 autor citado chama de parafrastica ou

seja a raproducao do sentido que 0 autor da ao texto ao contrario da poliss~mica

que se defina pelos multiplos sentidos que ao texto podem ser atribuidos

De acordo com Wornicov Wagner Russomano e Weber

obras especialmenle escntas para crian((CIsmuitas vezes recebem suarejeiyao outras como Robinson Cru50~ de Daniel DefOe Contes de rnamere Ioye de Charles Perrault ou Visgens de Gulliver de Jonathan Swiftnao originalmente destinado aD publico infantrJ foram incorporadas aoacervo de livros para a inftlncia (1988 p 05)

Ainda segundo as autoras e a aceitacao da obra por parte da crian~ que

determina a sua adequacao 80 publico infantil ou n~o ou seja e a crian~ que deve

encontrar na obra seus interesses a unica adaptacao e com refer~ncia ao

conhecimento e limitacentes da crianya As obras literarias infantis devem ser mais do

que instrumentos para proporcionar hist6ria ou induzir a fantasia como toda a obra

de arte exercem uma influencia pedag6gica sobre a individua quer pel a

contribui~o na forma9ilo do seu pensamenta quer pel os modelos que apresenta

Essa funcao pedag6gica tem importancia unica ja que 0 contato com a

literatura desperta na crianya a seu imaginario Assim a literatura infantil tern urna

24

finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a

beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm

dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya

permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las

no contexto da imagina9ilo

Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel

afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida

do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade

inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade

promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao

Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que

ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser

(1986 p 07)

A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da

crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a

crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0

aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a

escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua

com os livros

Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que

em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)

o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao

sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese

classifica96es devem ser respeitadas e entendidas

Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista

que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a

crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam

ocupam a centro de seus interesses

Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as

estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de

capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas

em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas

hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de

encantamenta

Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das

modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua

imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia

A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au

varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que

rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade

ludica e magica em que vive a crianca

Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou

hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0

seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um

temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa

2S

26

Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das

crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a

socializaltao

Para Froebel

a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)

Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento

para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais

adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a

socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)

Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e

preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera

explicitada a seguir

31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA

A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana

atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no

mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras

Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn

mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo

e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a

crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente

nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente

ausente em animais

27

A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~

em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala

mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos

A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo

porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do

jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da

crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa

submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo

muito diferente

Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de

desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento

habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa

ala fosse maior do que e na realidade

Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o

a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo

pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que

sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz

em sua totalidade bio-psico-social-educacional

E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de

enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e

sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que

ajudam para 0 seu desenvolvimento global

Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais

independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as

28

espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar

inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha

limites e e importante que n~o superestime sues capacidades

o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive

despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao

respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses

valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos

de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a

desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser

multo bern aprimoradas no pre-escolar

A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo

as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em

sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida

A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento

entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0

saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de

reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade

o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao

das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre

para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e

individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa

movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade

ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios

interesses pessoais no desenvolvimento das atividades

29

Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-

escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu

simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras

crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos

As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque

nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas

Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia

de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de

adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e

imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem

o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna

retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de

seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0

habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)

Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos

importantes para aqueles que trabalham com a educaylio

A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada

para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica

30

4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR

Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto

a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern

proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya

retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e

reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a

compreensao do texto par parte da crianya

o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que

ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente

com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0

que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)

A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse

despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao

imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario

Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua

subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia

narrativa

Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer

ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)

31

Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar

divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar

na crianca a g05tO pela literatura

Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU

contaram uma hist6ria

Na 6ptica de Tahan

a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)

E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o

infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento

onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo

Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0

ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos

1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito

2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como

li~o advertlmcia ou canselha

3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas

ou ate masma calculos e fra90es

4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos

5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate

masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco

mental

32

o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias

desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil

enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim

a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)

AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica

para a realizayllo de projetos

Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a

alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas

dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado

e se estao todos proximos suficientes do narrador

A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0

narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e

adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para

narrar historias

Segundo Tahan

Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)

Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as

crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer

Tahan informa

33

os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)

Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e

segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas

pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em

cantata com as criantyas

o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn

texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a

historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta

o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao

socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern

pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que

Ihe eram contadas

Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque

a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)

o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a

escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de

ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo

Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para

poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto

professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco

34

Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur

normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a

participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando

gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com

abras especificas para cada idade das criancas

Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica

e 3 ate 6 anas fase magica

Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn

enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa

integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias

que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza

(humanizadas)

Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a

repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas

outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes

Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras

grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com

certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por

genero

No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes

iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras

Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os

circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)

35

A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os

g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0

romance a novela 0 conto 0 drama etc

Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se

dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a

palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que

empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao

Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou

escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis

tenhamos ou n~o consciencia delas

Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua

peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como

A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna

sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral

o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex

objetos elementos da natureza

A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e

anirnais com urn ensinamento moral

o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre

ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo

A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a

historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas

Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da

magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias

precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais

36

Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre

as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem

Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa

pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a

des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no

processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi

incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario

o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de

informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e

ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de

educa~o

Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e

a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a

narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como

placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis

Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais

principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais

detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no

futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando

com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar

recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos

Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios

dependendo de cada circunstimcia

37

Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel

de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante

Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-

leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a

crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim

gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da

linguagem

Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e

sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a

comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80

livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem

atraves do ludico

Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos

devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au

dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias

o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar

as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a

que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a

compreens~o par parte da crianca

Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram

nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das

maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo

que a rodeia

38

JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)

Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia

essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as

maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a

brincadeira a aprendizado se instala

Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem

basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias

as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para

este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele

que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da

prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade

adulta

A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande

destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca

neste genero litera rio

Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil

devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao

de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar

qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar

deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor

deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure

39

Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido

no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto

pedagogico

Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8

livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com

suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada

Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de

contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta

algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em

conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos

objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a

redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos

de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar

A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os

aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da

participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura

e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da

utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas

41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS

411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos

Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu

surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam

utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a

40

funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas

delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)

bull Boneca contador de hist6rias

As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia

jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-

linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de

pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de

serem proferidos rapidamente)

As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das

mais tfmidas

bull Cria~Ao de final de historia

A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando

pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona

iniciada pel a educadora

o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em

papel

bull Errando as hist6rias

Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas

par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais

ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos

pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam

preocupa~o maior com 0 significado)

Chuva e sol casamento de espanhol

Chuva e sol casamento de caracol

41

bull Fantoches

A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as

crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com

cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas

mas mas manuseando as personagens

bull Gravuras

Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai

apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada

bull Jogo de contar hist6rias

Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos

escralem ou ilustram a hist6ria

a Parlendas e gestos

b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com

as dedas batendo as pes ou as maos etc

c Quadrinhos

d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que

fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por

favor etc

bull Dobraduras

A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas

podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e

ouvindo a magica transformayao do papsl

As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam

a dobradura

Ex dobradura depois recitam

Pinto

o pinto pia

A pipa pinga

Pinga a pipa

a pinto pia

Pinto pia

Pipa pinga

Quanta mais

o pinto pia

Mais a pipa pinga

42

bull Tecnicas de narrativas

Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na

sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil

baseado na autora Susatto (2004)

43

o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter

em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente

aos personagens e aos seus estados e animas

Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam

nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es

segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das

condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto

Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do

abandono dos pais

E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas

narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida

real

Segundo Busatto

Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)

Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser

usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador

reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam

imagens)

U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do

castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim

Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que

se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90

com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da

44

dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus

elementos

DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc

Pianos - altura do movimento

Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic

Forra - intensidade empregado no movimento

Tempo - velocidade com que a movimento e executado

Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo

Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem

preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve

sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de

alunos

45

5 CONSIDERAyOES FINAlS

Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias

tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil

ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes

Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das

transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e

aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem

constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0

conhecimento

A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim

educar para a formayao de cidadaos

No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter

essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para

despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao

magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode

proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa

atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca

passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes

tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor

de seus direitos e deveres como cidadao

A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn

facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do

processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e

participativa

46

Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em

mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir

para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO

pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna

imposicao

o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a

contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a

utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par

leitura

Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da

Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente

com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico

A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que

oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir

para a constru~o de sua autonomia

o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada

pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do

professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no

ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura

Bruner afirma que

e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

48

REFERENCIAS

ARIES Philippe HistOriasocial da criana e da familia 2 ed Rio de Janeiro Zahar1981

BAKHTIN Mikhail M8rxismo e filosofia da linguagem 6 ed sao Paulo Hucitec1988

BRASIL Secretaria de educa91io fundamental Referencial Curricular Nacional paraEducailo Infantil Ministerio da Educa91io e do Desporto Brasilia MECSEF 1998

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BUSATTO Clea Contar e encantar Pequenos segredos da narrativa Petr6polisVozes 2004

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lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998

Aos meus pais par todo apoio e incentivo a minha familia que

acompanharam toda essa minha trajetoria ao meu marido que amo e

principamente as minhas fihas que silo minha vida e inspirailo

Conlar hislarias e uma arle uma arte rara pois sua maleria-prima e 0 imalerial e 0

contador de hisf6rias urn artista que fece os tios invisiveis desta teia que e a

conlar Conlar hisl6rias expressa e corporifica 0 simb6lico lornando-se a mais pura

expressilo de ser

Cleo Busatto

SUMARIO

RESUMO 5

1INTRODUCAO 9

2 FUNDAMENTACAO TE6RICA 11

21 A LlTERATURA INFANTIL NA HIST6RIA 11

22 DESENVOLVIMENTO DA LlTERATURA 14

3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA 19

31 EXIST~NCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA 26

4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR 30

41 SUGESTOES DE ATIVIDADES LUDICAS 39

411 Sugeslt5es de Bcnicas e aividades para criancas de 2 a 4 anas 39

5 CONSIDERACOES FINAIS 45

REFERENCIAS bull 48

RESUMO

Esta monografia e 0 resultado de urn estudo te6ricG baseado em autores quebuscam analisar e identificar 0 processo de construltao da literatura na vida dacrianya 0 abjetivo desta pesquisa e mostrar a importilncia na avao dos professoresda Educayao Infantil em unirtecnicas de leitura e atividades ludicas com as livros naconstrultao de suas aulas incentivando 0 interesse da crianya pelo mundo da leiturae dos mais diversos generos literarios Para tanto busca identificar de que forma asprofessores podem trabalhar com as ]ivros de rnaneira Judica tenta verificar S9 eSSB

forma de utilizar as livros proporciona a interesse e 0 despertar pel a laitura efinal mente sugare urna metodologia que permita a desenvolvimento da crianyautilizando a literatura recreativa 0 estuda permite discutir que e imprescindivel acompreensaa de que 0 hjdico deve ser uma atividade essencial para a crian~ pOisdesenvolve a capacidade de simbolizayao deslocando sua realidade para a brincarNeste contexta a integra~o com os livros e primordial pais a cantata direto com 0abjeto favorece a rela~a despertanda na crianya a interesse e a prazer pela leituraComo fonte utiliza a pesquisa bibliognjfica que permitiu a revisao da literaturadesvelanda assim 0 conhecimento de algumas obras que foram feltas sobre astaassunto Este estudo e relevante porque mostrou que a utilizayljo de tecnicas denarrativa e atlvidades ludicas por parte dos prafessores desperta a interesse dacrian~ pela leitura

Palavras - chave educayao infantil livra ludico tecnicas de narrativa

1INTRODUCAO

Este trabalho surgiu a partir do interesse passoal da autera par leitura e par

perceber que durante as estagios realizados nas escolas no periodo destes quatro

anos do curso de Pedagogia a leitura e tratada de mane ira desvalonzada sando

colocada em momentos de recrea~o ou para preencher 0 tempo da aula

Essas observat6es provocaram urn questionamento que S8 formalizou

como a problematica do estudo A utilizayao de tecnicas narrativas e de atividades

ludicas desperta 0 interesse na crian9CIpela leitura

Nesta perspectiva 0 objetivo deste estudo e analisar de que maneira as

professores da Educa~o Infantil podem unir tecnicas de leitura e atividades ludicas

com as livros na construyao de suas aulas incentivando 0 interesse da crianca palo

mundo da leitura e dos mais diversos g~neros literarios Para atingir este objetivo

visa identificar de que forma 0 professor pode trabalhar com os livros de maneira

ludica verificar se essa forma de utilizar esses Ilvros proporciona 0 interesse e 0

despertar pela leltura Sugerindo na sequencia uma metodologia que permita 0

desenvolvlmento psicol6gico motor afetivo e criativo da crianca proporcionado

atraves da explora~o de jogos brincadeiras e imaginaao 0 desperlar pela leitura

o metodo escolhido para 0 estudo foi 0 de pesquisa bibliogjfica e

descritiva porque ahsectm de explicar 0 objeto a partir de referencias te6ricas ja

publicadas em livros e documentos permite ao pesquisador observar registrar

analisar e correlacionar os fatos ja existentes sem manipula-Ios Segundo Volpato

(2000) a pesquisa bibliogrilfica levantamento bibliografico ou revisao da literatura euma das etapas da investiga~ cientifica Significa tomar posse do conhecimento

do que ja loi produzido a respeito do assunto ou seja ter acesso a esse

10

conhecimento requer a reviseD da literatura Assim depois de identificar 0 assunto

devern-s8 escolher as fantes mais adequadas a pesquisa

Para WINTER e SALLES (1997 p17) s metodologia cientifica preconiza

urna serie de regras atraves das quais 0 conhecimento dave sar obtido Dassa

forma 0 metoda cientffrco sa concretiza nas diversas etapas que devem sar

adotadas para solucionar urn problema Par Dutro lado na busca dessa solugao a

pesquisa bibliografica e descritiva pade assumir diversas formas descrevendo como

examplo as caracteristicas propriedades au relacentes existentes na comunidade

grupo ou realidade pesquisada

Evidenciando a metodologia utilizada faz-sa necessaria demonstrar que

esta estudo divide-se em seis capitulos que sa apresentam da seguinte maneira

o segundo capitulo apresenta a fundamenta9ao te6rica abordando tapicos

como a literatura infantil na Hist6ria

o terceiro capitulo aborda a relacao entre a crianca 0 ludico e a livro e

tambem a existencia da brincadeira na Oianca

o quarto capitulo narrativa cantar e encantar enfoca 0 cantar hist6rias e

sua contextualizalt1io academica apresenta sugestoes para atividades llidicas com

criancas de 2 a 4 anos

Logo apas apresenta as cansideragCies finais desse estudo que permitiu a

autora apropriar-se de tecnicas que poderao auxiliar a a~o pedag6gica cotidiana

do professor da Educacao Infantil contribuindo assim para a novo fazer

pedag6gica urna proposta que pretende contribuir com 0 desenvolvimento da

crianqa utilizando a literatura recreativa e dirigida com seus diversos generos

literarios

II

2 FUNDAMENTAQAO TEQRICA

21 A LlTERATURA INFANTIL NA HIST6RIA

Com base na analise da leitura de alguns autores e passivel afirmar que

na sociedade antiga nao havia a infancia nenhum espaco separado do mundo

adulto As criancyas trabalhavam e viviam junto com as adultos testemunhavam as

processos natura is da exist~ncia (ZILBERMAN 1998 p 44)

Assim 56 par volta do seculo XVlll a infimcia passa a ser vista de forma

mais valorizada devido as mudancas sociais econ6micas e politicas da sociedade

E passlvel identificar dessa maneira as primeiras mudanyas significativas nas

atitudes das familias em relayao as crianyas pequenas que inicialmente erarn

educadas em casa no casa das meninas que neste periodo aprendiam as afazeres

domesticos Ja as meninos aos sete anos eram mandados para as mosteiros para

serem educados pelos padres

Surgem entao os primeiros pensadores da eduea~o infantil onde podemos

destaear Jean Jacques Rousseau que apesar de nao ser urn edueador delineou 0

campo da pedagogia com suas ideias

Em sua obra 0 Emilio au da EduC8JO (ROUSSEAU 1990 p 32) pode-s9

observar 0 pensamento desse autor que atraves dos relatas da educayao de um

jovem evidencia que a sua forma~a deveria sar voltada aos interesses da crianca

pois essa possui suas caracteristicas proprias suas ideias e seus interesses assirn

a crian9C3 nao poderia ser vista como urn adulto em miniatura Rosseau (1990)

considerava cada fase da crianca com suas earacteristicas e propriedades

Para Rousseau (1990) a educayao n~o vem apenas de fora e sim da

expressao livre da crian~ em seu dia-a-dia com a natureza com isto propos

12

Irabalhar com as brinquedos a agricultura a esporte inslrumenlos de olicios

variados canto e Qutros mais

Para Rousseau

nascemos fracos precisamos de forya nascemo5 desprovidos de tudotemos necessidades de 8ssisl~ncia nascemos eshipidos precisamos dejuizo Tudo 0 que nlio temos ao naseer e de que prccisamos adultos enosdado pela educayao EsSlil educac30 nos vern da natureza au dos homensou das coisas 0 desenvolvimento e a educacaodos homens e 0 ganho danossa propria experi~nciasabre 0$ objetos que nos afetam e a educacAodas coisas (1990 p 11)

Para 0 autor a principal finalidade da educacao era ensinar a criancaa viver

exercendo sua liberdade educar 0 atuno para sar urn homern suas ideias

influenciam varias correntes pedag6gicas ate as dias de hoje

Aries (1981) lambem evidencia que a inffmcia ale a seculo XVII n~o era

Iralada de forma diferenciada as crianls assim como para Rousseau (1990) eram

tidas como adultos em miniatura 0 autor relata que nas sociedades tradicionais a

crian~ encontrava-se misturada ao mundo adulto com intensas trocas afetivas fora

da familia e de onde colhia suas aprendizagens 0 seculo XVIII conludo

leslemunharia mudancasna anliga ordem (ARIES 1981 p78)

Com a ascensao da burguesia e na medida em que a sociedade se

industrializava e se modernizava mediante a aquisi~o de novos recursos

tecnologicos a crianca e a familia assumem urn novo lugar A familia tornou-se 0

lugar de afei~o necessaria entre os c6njuges que se exprimiu sobretudo atraves

da importancia alribuida it crianl e a sua educacao(ARIES 1981 p79)

Nesse contexto surge uma nova pedagogia que passa a exigir uma

literatura infantil com uma didatica mais apropriada onde haja incentivo com rela~o

a crialividade da crianl Zilberman (1998) deslaca que a partir desle panorama eque emerge a literatura infantil com as adaptac6esdos classicos e dos contos de

13

fadas Informa que primitivamente os contos folcl6ricos colecionados pelos Irmaos

Grimm e Qutros nao eram fabulosos nem restritos a uma certa ida de

(ZILBERMAN 1998 P 45)

Conforme Zilberman (1998) os contos de fada eram contados por e para

adultos par uma classe mais baixa da sociedade as obras dos irmaos Grimm nao

eram restritas as crian9GIscontava situa95es da vida das classes inferiores fazendo

a conexao com a vida social e a magia do conto tudo e retratado de uma maneira

simb6lica as personagens nao sao percebidos como seres vivos assim com 0

surgimento da nova pedagogia estas obras fcram adaptadas para as jovens

(ZILBERMAN 1998 P 45)

Quem traduziu no Brasil e adaptou as obras dos autores cJassicos para a

juventude foi Carl Jansem Ate en tao nao se aproveitava a tradi9gtio folclorica do

Brasil na constitui9gtio de textos juvenis (ZILBERMAN 1998)

Segundo Cadermartori (1994) a literatura infantil brasileira inicia sob a

egide de urn dos nossos mais destacados inteJectuais Monteiro Lobato

Segundo Zilberman

Monteiro Lobato fllla 0 rompimenlo com 0 clrculo da dependencia dosp~drOes Europeus em sua obra 0 Sitio do Pica Pau Amarelo ele criapersonagens nacionais e a obra vai de um contexto real 0 sitio a umimaginano como 0 reino das aguas passui os personagens tictitios Emiliavisconde e os reeis Pedrtnho nartzinho os folcJ6ricos saci os personagensda mitologia classica como Minotauro dentre outros os magicos com 0burro falanleOs aspectos sociais sao mantidos atraves de personagens(lOmo 0 jeca tatu onde 0 nive social e cuttural t diferente dos personagensprincipais representados por pessoQs reais como a av6 Dona Benta (1 Q96p54)

Monteiro Lobato criou a literatura nacional em um contexte de cenarios

personagens e sugestoes folcloricas que n~o podem ser seguidos por nenhum

14

uma carreira de sucessa com seus livros infantis dentre estes Ana Maria Machado

e Ruth Rocha

A literatura infantil dave continuar a sar produzida cuidando para nao haver

uma c6pia do genera utilizado par Monteiro Lobato devendo com isso transpor

fronteiras sando uma literatura composta par uma abordagem rica criativa e didatica

mas fica evidente 0 quanta e diffcil identificar e criar livros infantis de excelente

quaJidade (ZILBERMAN1998)

Assim cabe agora referir ao desenvolvimento da literatura em rela~o ao

Referencial Curricular Nacional (RCN1998)

22 DESENVOLVIMENTO DA L1TERATURA

Com base na leitura do referencial curricular para a educa~o infantil no

capitulo destinado a linguagem e a escrita as crianyas e as praticas de leitura tern

urn grande valor em si masma nao sando necessaria atividades subsequentes

como 0 desenho dos personagens a resposta de perguntas sabre a leitura

dramatiza9iio das historias etc (RCN1998)

A leitura comeya muito cedo na vida do individua ista e a crian9B ja faz a

leitura extralingOistica do seu mundo antes de ir a escola Do ponto de vista

linguistico a conceito de leitura adquire diferentes mudanyas

Segundo Kleiman (1995) a leitura e um processo que vai se definindo

progressivamente a partir da intera980 entre 0 texta e a leitor Nessa processo 0

professor anquanto orientadar vai definindo tarefas progressivas mais complexas e

aos paucos a crianya vai fazendo as retomadas necessarias para compreender 0

texto

15

As instituiyOesde Educayao Infantil podem resgatar a repert6rio de historias

que as criancas ouvem em casa enos ambientes que freqOentam urna vez que

eSS8S hist6rias S9 constituem em rica fonte de informacentes sabre as diversas formas

culturais construindo da sensibilidade das crian9Bs

A aprendizagem da leitura e fundamental para que 0 individuo possa

entender 0 mundo que a cerca bern como S9 posicionar de forma critica diante da

realidade

Segundo Ferrero (1987) muito antes de serem capazes de ler ou escrever

nc sentido convencional do terma as crianyas tentam interpretar as textes com as

quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetiza~o paiS ela na fase da

pre-escola ja faz a sua leitura do mundo

De acordo com 0 pensamento de Lemos (1978) a linguagem oral conta

com recursos diversos timbre de voz entonayao ge5t05 expressao facial contexto

e contato direto com 0 receptor que pade interferir au fazar fluir urn referente na

linguagem escrita 0 qual nem sempre e feito As diverses instituiyaes concebem a

linguagem e a maneira como as criany8s aprendem de modo bastante diferentes

-Na linguagem oral 0 locutor e a interlocutor exercem juntos as funyaes reguladora

organizadora e ativadora dos textos responsaveis pela sua estrutura tessitura au

coeso (LEMOS 1978 p 45)

Na 6tica de Bakhtin (1988) 0 livro isto e 0 ato de fala impresso constitui

igualmente um elemento da comunicayao verbal Ele e objeto de discussoes ativas

sob a forma de dialogo 8 alem disso e feito para ser aprendido de maneira ativa

para ser estudado a fundo comentando e criticando no quadro do discurso interior

sem contar as relac6es impressas institucionalizadas que S8 encontram nas

diferentes esferas da comunicayao verbal

16

Bakhtin (1988) explica que a leitura tem side motivo de estudos de muitos

especialistas preocupados em verificar como S9 dil a partir de visualizacao de

simbolo gn3fico 0 entendimento total de urn texto 0 eutor verificou que a processo

de leitura S8 fez atraves de Ires etapas a primeira ocorre com 0 reconhecimento do

que esta escrito a segunda e a de compreensao atraves de interferencias e

formulacao de hip6teses e a terceira etape ocorr9 a interpreta~o propria mente dite

po is 0 lei tor mantem dialogicidade com 0 texto

Bakhtin informa que a laitura e como urn momento de criatividade no qual 0

leitor necessita reconhecer e aeionar as conhecimentos que ja tern para adquirir

noves e julga-Ios de forma critica Assim a laitura de hist6rias e urn momento em

que a crian~ pode conhecer a forma de viver pensar agir e 0 universo de valores

costumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares

que nao 0 seu (ReN 1998)

Assim desenvolver a leitura no aluno a funcao da escola que deve

respaitar a laitura de mundo que ale traz a partir de suas experiencias sociais ou

seja sua intera~o com outros individuos e com varias inforrnacentes veiculadas palos

meios de comunicacao de massas principalmente a televis~o

Para melhor compreensao dessa afirmativa Ferreiro e Teberosky (1986)

explicam que a sujeito que conhecemos atravas da teoria de Piaget e urn sujeito

que procura atividade de compreender a mundo que 0 rodeia e trata de resolver as

integra90es que esse mundo provoca ~ urn sujeito que aprende basicamente

atravas de suas proprias categorias de pensamento aD masmo tempo em que

organiza seu mundo

Segundo Ferreiro (1987) muito antes de serem capazes de ler au escrever

no sentido convencional do termo as criancas tantam interpretar as textos com os

17

quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetizacao pais ela na fase

pre-escolar ja faz a sua leitura do mundo

Verifica~se nessas leituras que a crianya dave sar urn agente ativa e

determinado no seu desenvoJvimento conforme Kleiman (1995) a leitura e urn

processo que vai definindo progressivamente a relaao texto e leitor e e no

ambiente alfabetizador que a crian98 tem a oportunidade de agir em liberdade para

aprender e desenvolver seus conceitos cognitivos e afetivos

Como conceito de literatura atualmente as dicionarios apresentam as

seguintes sentidos conjunto de obras que versam sabre temas especificos literatura

policial Iiteratura picaresC8 literatura de terror

A literatura na 6tica de Ferreiro

e a representa~o de urna visao do mundo slem de uma tarnada deposiyAo diante dele Tal posicionamento centraliza lIssim suas atenyOesno criador de literatura e ns imita~o da natureza compreendida comoc6pia ou reproduQAoA linguagem e vista como mero ve[culo dessacomunicacao(1987 p 56)

De posse dos conceitos sabre literatura e necessaria cempreender seu

vinculo com a crianca e 0 hJdico A palavra ludice vern do latim ludus e significa

brincar Segundo Rojas (1991) neste brincar estao inclufdos os jogos brinquedos e

divertimentos A funcao educativa do joga permite a aprendizagem do individua seu

conhecimento e sua interpretacao de mundo Por meio da brincadeira a crianca

envolve-se no jogo e sente a necessidade de partilhar com a outro Assim brincando

e jogando ela tera oportunidade de desenvolver capacidades indispensaveis a sua

vida futura

A autora afirma que atraves do jogo de papais a crian98 lida com experi~ncias

que ainda n~o consegue realizar no mundo real

Para Rojas

o brinquedo e a essMcia da infQnciae seu usa permite urn trabalhopedag6gico Que possibilita a produ9fio do conhecimento e tambem aestimula~o da afetividade na crianta A crtan9lJ estabelece com 0

18

brinquedo uma relaltao natural e consegue extravasar suas angostias epaixOes SUDS slegrias e tristezBS suas agressividade5 e passividade(1991 pS)

Dando continuidade a importancia do udico na vida da crian98 0 pr6ximo

capitulo discorre sabre a complexa rela9lo entre a leitura e a trabalho pedag6gico

que incentiva au nao 0 vinculo com a literatura

19

3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA

Na vis~o de Klein e Schafaschek (1990) a processo pedagogico consiste na

transmissao do conhecimento de sua hist6ria assim sera mostrado 0 movimento

historico da linguagem oral e escrita

A linguagem e a consci~ncja sao resultados da ayAo coletiva que as

homens desenvolveram

Segundo Bakhtin

e a linguagem portanto enquanto possibilidade de representa~o logo deabslratao e generalizacAo das caracteristicas do mundo exterior quepossibilila a passagem da con5Ci~ndasensivel a conscilncia racional daoperaylo com objetos concretos com conceitos au representaffOes (1988p32)

Passa~se entaD para uma representayao da linguagem escrita Assim 0

processo da alfabetizacao dave tar reconhecimento do texto oral e escrito e

compreende seu total entendimento Ler nao e somente decifrar simbolos graficos

mas buscar a compreensao das mensagens contidas em suas linhas e entrelinhas

Segundo Cunha (1997) a adulto nao tem a habito de ler e coloca em

diversas situavoos suas justjficativas para 0 pouco tempo que disponibiliza para a

leltura ou seja essa suposi~o de que a crian~ nao se interessa pelo livra e

apenas a refiexo do proprio desinteresse do adulto par tal objeto (CUNHA 1997 p

48)

Nesse contexto a partjcipayao do professor e importante pois este sera 0

mediador entre a crian98 e 0 conhecimento facilitando 0 processo de aquisj~o da

cultura Dai a ideia de que a produ91ioda linguagem oral e escrita e resultado de

um esforyo de produ91iodos homens e desenvolveu-se atraves da necessidade da

mediayiio de um professor

20

Dentro desta perspectiva tem-se re18980 do adulto com a criany8 que

segundo Cunha (1997) e nessa perspectiva a leitura e colocada como mais uma

imposiyao A ideia de que a leitura vai fazer bem a crianya ou ao jOllem leva - nos a

obriga-Ios a ler como Ihes impomos a colher de remedio a injecl)a a escova de

dente a escola (CUNHA 1997 P 51)

Na perspective de Cunha a leitura nao deve ser imposta 0 905tO pel a

leitura deve ser desenvolvido E necessario que sejam obedecidas as fases de

interesse da criama quanta a leitura apresentadas abaixo

Na primeira fase de aquisicao palo g05tO da leitura delem ser

apresentados a crianB livros de gravuras e dos versos infantis (de 2 a 5 ou 6 anos)

E a fase de egocentrismo em que a crianya faz pouca distin9Bo entre a mundo

externo e 0 interno

Ja a idade entre 5 a 8 ou 9 anos caracteriza-se como a idade do Conto de

Fadas De posse de urna mentalidade magica 0 leitor vai buscar nos contos de

fadas lendas mitos e fabulas a simbologia necessaria a elabora~o de suas

viv~ncias

Partindo para a pre-adolesc(mcia e a idade da Historia ambiental e da

leitura Factual (9 a 12 anos) E a fase intermediaria em que persistem vestfgios do

pensamento magico mas a crianya comeya a orientar-se rna is para a real Via de

regra 0 leitar escolhe neste perfodo historias que Ihe apresentam 0 mundo como

ele e Atraves da percep9iio magica de determinado personagem

Dos 12 a 14 anos considera-se a idade da Historia de Aventuras ou fase de

leitura Psicol6gica orientada para as sensac6es E a perfodo da pre-adolescemcia

em que 0 conhecimento da propria personalidade e 0 desenvolvimento dos

precesses agressives ativam a vivlmcia social e a forma9iio de grupos

21

Nos anos de maturidade ou desenvolvimento da esfera Iitero-8stetica de

leitura (14 a 17 anas) ha a curiosidade pelo descobrimento 0 mundo interior e do

mundo dos valores 0 adolescente parte para a hierarquiza~o dos conceitos e a

organizatao de seu universo Aventuras de conteudo intelectual viagens romances

hist6ricos e biograficos historias de amor literatura engajada e temas relacionados

com as interesses Yocacionais v~o ajuda-Io a orientar-se e estruturar-se como

adullo

A questao mais discutida a raspaito de literatura asta relacionada ao fato de

que as jovens e as crianyas nao h~emmuitos s~o as argumentos como a falta de

condiyao financeira de comprar livre 0 pcuco habito de se frequentar a biblioteca os

atrativos e facilidades do computador e da televisao a falta do Mbito dos pais em

lerem entre Qutras causas Mas pode-se considerar como urn grande problema a

falta de habito de leitura nos pais

As autoras Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que middotpais que

nao leem nao poderao despertar em seus filhos 0 gosto pela leitura Imitativa por

natureza a crian98 encontra na familia a maior incentivo para a leitura (1986 p

03)

Assim e delegada a escola a responsabilidade de introduzir a crianca no

mundo dos livros Cabe a escola desenvolver a cantata com as livros que deve ser

iniciada a mais cedo passivel nao 56 pelo manuseio cama tambem pela hist6ria

contada pela conversa au pelos jogos ritmicos no sentido de fazer a crianca amar a

leitura

Esse contato inicial deve ser pautado pela conquista e nao pela imposiyao

o leitor infantI au a infanto-juvenil ao adquirir 0 905tO pela leitura estara

22

visitando urn mundo novo adquirindo conhecimento e aprimorando seu processo

comunicativo

Assim a literatura infantil como toda a obra de arte exerce uma influemcia

pedag6gica sobre 0 individuo quer pela contribuitao na forma9ao do seu

pensamento quer pelos modelos que apresenta Essa funtao pedag6gica tem

importancia unica jil que a contata com a literatura maida a mente e 0 cora9Ao da

crian98 Assim a literatura infantil tern uma finalidade primckia e fundamental que e a

de promover na crian~ 0 gosto pela beleza da palavra 0 deleite perante a cria9ao

de mundos de ficcao

Para alem dista tern ainda a fun980 de arraigar as palavras no mundo

magico da crian~ permitindo-Ihe nlio s6 entende-Ias e usa-las como tambem

goza-Ias e desfruta-Ias no contexto da imaginataomiddot (WORNICOV WAGNER

RUSSOMANO EWEBER 1986 p 04)

MLer as figuras imaginar a hist6ria e desenvolver mental mente urn emado

s~o atividades que poderiam S8r desenvolvidas na educayao infant A escola

dedica ainda pouco tempo para a laitura e a interpreta~o e masmo para a

produtao de textos Mesmo que nao possuindo ainda a capacidade da escrita deve

- S8 compreender que 0 gosto pela leitura it tambem adquirido pelo simples

manuseio de um livro

Neste sentido vale ressaltar as colocalt6esde Orlandi (1987) que distingue

tres tipos de discurso 0 ludico 0 polemico e 0 autaritaria E dentre os diferentes

tipos de discurso autoritario que encontramos 0 discurso pedag6gico que aqui

interessa na medida em que ele tern responsabilidade marcante na atividade que

engloba 0 processo de ensina de leitura no primeiro grau

Este discurso esla a servivo da escola e esta a serviVOde uma ideologia

23

que contribui para dificultar a encontro do saber institucionalizado com as classes

menes favorecidas Isto ocorre porque 0 professor detem 0 saber e trabalha muitas

vezes sem perceber au ate para mostrar poder mascarando 0 tempo todo

afirmando que a aluno tarnham pade dizer 0 que pensa pode opinar pode sugerir

etc e na realidade nao acontece essa pratica a 0 que sa v~ e uma liberdade

vigiada

Sendo 0 professor 0 dono do saber torna-se modelo leitor por excel~ncia

ficando 0 aluno muitas vezes impossihilitado de pensar de refletir e de criar as

pr6prias condicaes de producao

Dessa forma acontece a leitura que 0 autor citado chama de parafrastica ou

seja a raproducao do sentido que 0 autor da ao texto ao contrario da poliss~mica

que se defina pelos multiplos sentidos que ao texto podem ser atribuidos

De acordo com Wornicov Wagner Russomano e Weber

obras especialmenle escntas para crian((CIsmuitas vezes recebem suarejeiyao outras como Robinson Cru50~ de Daniel DefOe Contes de rnamere Ioye de Charles Perrault ou Visgens de Gulliver de Jonathan Swiftnao originalmente destinado aD publico infantrJ foram incorporadas aoacervo de livros para a inftlncia (1988 p 05)

Ainda segundo as autoras e a aceitacao da obra por parte da crian~ que

determina a sua adequacao 80 publico infantil ou n~o ou seja e a crian~ que deve

encontrar na obra seus interesses a unica adaptacao e com refer~ncia ao

conhecimento e limitacentes da crianya As obras literarias infantis devem ser mais do

que instrumentos para proporcionar hist6ria ou induzir a fantasia como toda a obra

de arte exercem uma influencia pedag6gica sobre a individua quer pel a

contribui~o na forma9ilo do seu pensamenta quer pel os modelos que apresenta

Essa funcao pedag6gica tem importancia unica ja que 0 contato com a

literatura desperta na crianya a seu imaginario Assim a literatura infantil tern urna

24

finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a

beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm

dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya

permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las

no contexto da imagina9ilo

Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel

afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida

do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade

inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade

promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao

Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que

ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser

(1986 p 07)

A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da

crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a

crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0

aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a

escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua

com os livros

Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que

em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)

o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao

sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese

classifica96es devem ser respeitadas e entendidas

Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista

que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a

crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam

ocupam a centro de seus interesses

Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as

estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de

capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas

em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas

hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de

encantamenta

Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das

modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua

imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia

A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au

varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que

rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade

ludica e magica em que vive a crianca

Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou

hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0

seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um

temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa

2S

26

Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das

crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a

socializaltao

Para Froebel

a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)

Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento

para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais

adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a

socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)

Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e

preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera

explicitada a seguir

31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA

A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana

atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no

mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras

Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn

mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo

e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a

crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente

nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente

ausente em animais

27

A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~

em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala

mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos

A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo

porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do

jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da

crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa

submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo

muito diferente

Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de

desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento

habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa

ala fosse maior do que e na realidade

Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o

a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo

pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que

sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz

em sua totalidade bio-psico-social-educacional

E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de

enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e

sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que

ajudam para 0 seu desenvolvimento global

Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais

independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as

28

espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar

inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha

limites e e importante que n~o superestime sues capacidades

o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive

despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao

respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses

valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos

de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a

desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser

multo bern aprimoradas no pre-escolar

A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo

as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em

sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida

A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento

entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0

saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de

reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade

o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao

das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre

para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e

individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa

movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade

ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios

interesses pessoais no desenvolvimento das atividades

29

Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-

escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu

simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras

crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos

As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque

nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas

Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia

de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de

adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e

imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem

o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna

retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de

seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0

habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)

Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos

importantes para aqueles que trabalham com a educaylio

A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada

para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica

30

4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR

Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto

a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern

proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya

retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e

reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a

compreensao do texto par parte da crianya

o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que

ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente

com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0

que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)

A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse

despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao

imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario

Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua

subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia

narrativa

Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer

ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)

31

Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar

divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar

na crianca a g05tO pela literatura

Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU

contaram uma hist6ria

Na 6ptica de Tahan

a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)

E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o

infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento

onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo

Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0

ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos

1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito

2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como

li~o advertlmcia ou canselha

3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas

ou ate masma calculos e fra90es

4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos

5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate

masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco

mental

32

o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias

desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil

enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim

a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)

AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica

para a realizayllo de projetos

Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a

alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas

dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado

e se estao todos proximos suficientes do narrador

A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0

narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e

adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para

narrar historias

Segundo Tahan

Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)

Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as

crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer

Tahan informa

33

os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)

Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e

segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas

pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em

cantata com as criantyas

o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn

texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a

historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta

o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao

socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern

pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que

Ihe eram contadas

Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque

a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)

o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a

escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de

ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo

Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para

poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto

professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco

34

Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur

normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a

participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando

gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com

abras especificas para cada idade das criancas

Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica

e 3 ate 6 anas fase magica

Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn

enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa

integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias

que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza

(humanizadas)

Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a

repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas

outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes

Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras

grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com

certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por

genero

No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes

iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras

Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os

circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)

35

A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os

g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0

romance a novela 0 conto 0 drama etc

Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se

dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a

palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que

empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao

Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou

escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis

tenhamos ou n~o consciencia delas

Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua

peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como

A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna

sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral

o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex

objetos elementos da natureza

A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e

anirnais com urn ensinamento moral

o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre

ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo

A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a

historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas

Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da

magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias

precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais

36

Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre

as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem

Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa

pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a

des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no

processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi

incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario

o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de

informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e

ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de

educa~o

Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e

a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a

narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como

placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis

Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais

principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais

detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no

futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando

com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar

recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos

Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios

dependendo de cada circunstimcia

37

Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel

de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante

Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-

leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a

crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim

gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da

linguagem

Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e

sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a

comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80

livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem

atraves do ludico

Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos

devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au

dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias

o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar

as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a

que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a

compreens~o par parte da crianca

Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram

nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das

maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo

que a rodeia

38

JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)

Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia

essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as

maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a

brincadeira a aprendizado se instala

Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem

basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias

as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para

este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele

que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da

prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade

adulta

A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande

destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca

neste genero litera rio

Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil

devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao

de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar

qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar

deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor

deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure

39

Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido

no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto

pedagogico

Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8

livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com

suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada

Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de

contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta

algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em

conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos

objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a

redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos

de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar

A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os

aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da

participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura

e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da

utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas

41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS

411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos

Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu

surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam

utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a

40

funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas

delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)

bull Boneca contador de hist6rias

As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia

jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-

linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de

pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de

serem proferidos rapidamente)

As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das

mais tfmidas

bull Cria~Ao de final de historia

A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando

pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona

iniciada pel a educadora

o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em

papel

bull Errando as hist6rias

Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas

par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais

ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos

pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam

preocupa~o maior com 0 significado)

Chuva e sol casamento de espanhol

Chuva e sol casamento de caracol

41

bull Fantoches

A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as

crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com

cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas

mas mas manuseando as personagens

bull Gravuras

Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai

apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada

bull Jogo de contar hist6rias

Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos

escralem ou ilustram a hist6ria

a Parlendas e gestos

b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com

as dedas batendo as pes ou as maos etc

c Quadrinhos

d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que

fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por

favor etc

bull Dobraduras

A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas

podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e

ouvindo a magica transformayao do papsl

As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam

a dobradura

Ex dobradura depois recitam

Pinto

o pinto pia

A pipa pinga

Pinga a pipa

a pinto pia

Pinto pia

Pipa pinga

Quanta mais

o pinto pia

Mais a pipa pinga

42

bull Tecnicas de narrativas

Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na

sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil

baseado na autora Susatto (2004)

43

o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter

em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente

aos personagens e aos seus estados e animas

Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam

nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es

segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das

condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto

Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do

abandono dos pais

E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas

narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida

real

Segundo Busatto

Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)

Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser

usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador

reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam

imagens)

U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do

castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim

Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que

se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90

com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da

44

dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus

elementos

DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc

Pianos - altura do movimento

Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic

Forra - intensidade empregado no movimento

Tempo - velocidade com que a movimento e executado

Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo

Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem

preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve

sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de

alunos

45

5 CONSIDERAyOES FINAlS

Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias

tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil

ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes

Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das

transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e

aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem

constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0

conhecimento

A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim

educar para a formayao de cidadaos

No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter

essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para

despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao

magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode

proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa

atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca

passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes

tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor

de seus direitos e deveres como cidadao

A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn

facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do

processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e

participativa

46

Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em

mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir

para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO

pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna

imposicao

o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a

contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a

utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par

leitura

Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da

Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente

com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico

A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que

oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir

para a constru~o de sua autonomia

o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada

pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do

professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no

ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura

Bruner afirma que

e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

48

REFERENCIAS

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GARCIA Regina Leite Revisitando a prfHlscola 4 ed Sao Paulo Cortez 2000

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49

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lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998

Conlar hislarias e uma arle uma arte rara pois sua maleria-prima e 0 imalerial e 0

contador de hisf6rias urn artista que fece os tios invisiveis desta teia que e a

conlar Conlar hisl6rias expressa e corporifica 0 simb6lico lornando-se a mais pura

expressilo de ser

Cleo Busatto

SUMARIO

RESUMO 5

1INTRODUCAO 9

2 FUNDAMENTACAO TE6RICA 11

21 A LlTERATURA INFANTIL NA HIST6RIA 11

22 DESENVOLVIMENTO DA LlTERATURA 14

3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA 19

31 EXIST~NCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA 26

4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR 30

41 SUGESTOES DE ATIVIDADES LUDICAS 39

411 Sugeslt5es de Bcnicas e aividades para criancas de 2 a 4 anas 39

5 CONSIDERACOES FINAIS 45

REFERENCIAS bull 48

RESUMO

Esta monografia e 0 resultado de urn estudo te6ricG baseado em autores quebuscam analisar e identificar 0 processo de construltao da literatura na vida dacrianya 0 abjetivo desta pesquisa e mostrar a importilncia na avao dos professoresda Educayao Infantil em unirtecnicas de leitura e atividades ludicas com as livros naconstrultao de suas aulas incentivando 0 interesse da crianya pelo mundo da leiturae dos mais diversos generos literarios Para tanto busca identificar de que forma asprofessores podem trabalhar com as ]ivros de rnaneira Judica tenta verificar S9 eSSB

forma de utilizar as livros proporciona a interesse e 0 despertar pel a laitura efinal mente sugare urna metodologia que permita a desenvolvimento da crianyautilizando a literatura recreativa 0 estuda permite discutir que e imprescindivel acompreensaa de que 0 hjdico deve ser uma atividade essencial para a crian~ pOisdesenvolve a capacidade de simbolizayao deslocando sua realidade para a brincarNeste contexta a integra~o com os livros e primordial pais a cantata direto com 0abjeto favorece a rela~a despertanda na crianya a interesse e a prazer pela leituraComo fonte utiliza a pesquisa bibliognjfica que permitiu a revisao da literaturadesvelanda assim 0 conhecimento de algumas obras que foram feltas sobre astaassunto Este estudo e relevante porque mostrou que a utilizayljo de tecnicas denarrativa e atlvidades ludicas por parte dos prafessores desperta a interesse dacrian~ pela leitura

Palavras - chave educayao infantil livra ludico tecnicas de narrativa

1INTRODUCAO

Este trabalho surgiu a partir do interesse passoal da autera par leitura e par

perceber que durante as estagios realizados nas escolas no periodo destes quatro

anos do curso de Pedagogia a leitura e tratada de mane ira desvalonzada sando

colocada em momentos de recrea~o ou para preencher 0 tempo da aula

Essas observat6es provocaram urn questionamento que S8 formalizou

como a problematica do estudo A utilizayao de tecnicas narrativas e de atividades

ludicas desperta 0 interesse na crian9CIpela leitura

Nesta perspectiva 0 objetivo deste estudo e analisar de que maneira as

professores da Educa~o Infantil podem unir tecnicas de leitura e atividades ludicas

com as livros na construyao de suas aulas incentivando 0 interesse da crianca palo

mundo da leitura e dos mais diversos g~neros literarios Para atingir este objetivo

visa identificar de que forma 0 professor pode trabalhar com os livros de maneira

ludica verificar se essa forma de utilizar esses Ilvros proporciona 0 interesse e 0

despertar pela leltura Sugerindo na sequencia uma metodologia que permita 0

desenvolvlmento psicol6gico motor afetivo e criativo da crianca proporcionado

atraves da explora~o de jogos brincadeiras e imaginaao 0 desperlar pela leitura

o metodo escolhido para 0 estudo foi 0 de pesquisa bibliogjfica e

descritiva porque ahsectm de explicar 0 objeto a partir de referencias te6ricas ja

publicadas em livros e documentos permite ao pesquisador observar registrar

analisar e correlacionar os fatos ja existentes sem manipula-Ios Segundo Volpato

(2000) a pesquisa bibliogrilfica levantamento bibliografico ou revisao da literatura euma das etapas da investiga~ cientifica Significa tomar posse do conhecimento

do que ja loi produzido a respeito do assunto ou seja ter acesso a esse

10

conhecimento requer a reviseD da literatura Assim depois de identificar 0 assunto

devern-s8 escolher as fantes mais adequadas a pesquisa

Para WINTER e SALLES (1997 p17) s metodologia cientifica preconiza

urna serie de regras atraves das quais 0 conhecimento dave sar obtido Dassa

forma 0 metoda cientffrco sa concretiza nas diversas etapas que devem sar

adotadas para solucionar urn problema Par Dutro lado na busca dessa solugao a

pesquisa bibliografica e descritiva pade assumir diversas formas descrevendo como

examplo as caracteristicas propriedades au relacentes existentes na comunidade

grupo ou realidade pesquisada

Evidenciando a metodologia utilizada faz-sa necessaria demonstrar que

esta estudo divide-se em seis capitulos que sa apresentam da seguinte maneira

o segundo capitulo apresenta a fundamenta9ao te6rica abordando tapicos

como a literatura infantil na Hist6ria

o terceiro capitulo aborda a relacao entre a crianca 0 ludico e a livro e

tambem a existencia da brincadeira na Oianca

o quarto capitulo narrativa cantar e encantar enfoca 0 cantar hist6rias e

sua contextualizalt1io academica apresenta sugestoes para atividades llidicas com

criancas de 2 a 4 anos

Logo apas apresenta as cansideragCies finais desse estudo que permitiu a

autora apropriar-se de tecnicas que poderao auxiliar a a~o pedag6gica cotidiana

do professor da Educacao Infantil contribuindo assim para a novo fazer

pedag6gica urna proposta que pretende contribuir com 0 desenvolvimento da

crianqa utilizando a literatura recreativa e dirigida com seus diversos generos

literarios

II

2 FUNDAMENTAQAO TEQRICA

21 A LlTERATURA INFANTIL NA HIST6RIA

Com base na analise da leitura de alguns autores e passivel afirmar que

na sociedade antiga nao havia a infancia nenhum espaco separado do mundo

adulto As criancyas trabalhavam e viviam junto com as adultos testemunhavam as

processos natura is da exist~ncia (ZILBERMAN 1998 p 44)

Assim 56 par volta do seculo XVlll a infimcia passa a ser vista de forma

mais valorizada devido as mudancas sociais econ6micas e politicas da sociedade

E passlvel identificar dessa maneira as primeiras mudanyas significativas nas

atitudes das familias em relayao as crianyas pequenas que inicialmente erarn

educadas em casa no casa das meninas que neste periodo aprendiam as afazeres

domesticos Ja as meninos aos sete anos eram mandados para as mosteiros para

serem educados pelos padres

Surgem entao os primeiros pensadores da eduea~o infantil onde podemos

destaear Jean Jacques Rousseau que apesar de nao ser urn edueador delineou 0

campo da pedagogia com suas ideias

Em sua obra 0 Emilio au da EduC8JO (ROUSSEAU 1990 p 32) pode-s9

observar 0 pensamento desse autor que atraves dos relatas da educayao de um

jovem evidencia que a sua forma~a deveria sar voltada aos interesses da crianca

pois essa possui suas caracteristicas proprias suas ideias e seus interesses assirn

a crian9C3 nao poderia ser vista como urn adulto em miniatura Rosseau (1990)

considerava cada fase da crianca com suas earacteristicas e propriedades

Para Rousseau (1990) a educayao n~o vem apenas de fora e sim da

expressao livre da crian~ em seu dia-a-dia com a natureza com isto propos

12

Irabalhar com as brinquedos a agricultura a esporte inslrumenlos de olicios

variados canto e Qutros mais

Para Rousseau

nascemos fracos precisamos de forya nascemo5 desprovidos de tudotemos necessidades de 8ssisl~ncia nascemos eshipidos precisamos dejuizo Tudo 0 que nlio temos ao naseer e de que prccisamos adultos enosdado pela educayao EsSlil educac30 nos vern da natureza au dos homensou das coisas 0 desenvolvimento e a educacaodos homens e 0 ganho danossa propria experi~nciasabre 0$ objetos que nos afetam e a educacAodas coisas (1990 p 11)

Para 0 autor a principal finalidade da educacao era ensinar a criancaa viver

exercendo sua liberdade educar 0 atuno para sar urn homern suas ideias

influenciam varias correntes pedag6gicas ate as dias de hoje

Aries (1981) lambem evidencia que a inffmcia ale a seculo XVII n~o era

Iralada de forma diferenciada as crianls assim como para Rousseau (1990) eram

tidas como adultos em miniatura 0 autor relata que nas sociedades tradicionais a

crian~ encontrava-se misturada ao mundo adulto com intensas trocas afetivas fora

da familia e de onde colhia suas aprendizagens 0 seculo XVIII conludo

leslemunharia mudancasna anliga ordem (ARIES 1981 p78)

Com a ascensao da burguesia e na medida em que a sociedade se

industrializava e se modernizava mediante a aquisi~o de novos recursos

tecnologicos a crianca e a familia assumem urn novo lugar A familia tornou-se 0

lugar de afei~o necessaria entre os c6njuges que se exprimiu sobretudo atraves

da importancia alribuida it crianl e a sua educacao(ARIES 1981 p79)

Nesse contexto surge uma nova pedagogia que passa a exigir uma

literatura infantil com uma didatica mais apropriada onde haja incentivo com rela~o

a crialividade da crianl Zilberman (1998) deslaca que a partir desle panorama eque emerge a literatura infantil com as adaptac6esdos classicos e dos contos de

13

fadas Informa que primitivamente os contos folcl6ricos colecionados pelos Irmaos

Grimm e Qutros nao eram fabulosos nem restritos a uma certa ida de

(ZILBERMAN 1998 P 45)

Conforme Zilberman (1998) os contos de fada eram contados por e para

adultos par uma classe mais baixa da sociedade as obras dos irmaos Grimm nao

eram restritas as crian9GIscontava situa95es da vida das classes inferiores fazendo

a conexao com a vida social e a magia do conto tudo e retratado de uma maneira

simb6lica as personagens nao sao percebidos como seres vivos assim com 0

surgimento da nova pedagogia estas obras fcram adaptadas para as jovens

(ZILBERMAN 1998 P 45)

Quem traduziu no Brasil e adaptou as obras dos autores cJassicos para a

juventude foi Carl Jansem Ate en tao nao se aproveitava a tradi9gtio folclorica do

Brasil na constitui9gtio de textos juvenis (ZILBERMAN 1998)

Segundo Cadermartori (1994) a literatura infantil brasileira inicia sob a

egide de urn dos nossos mais destacados inteJectuais Monteiro Lobato

Segundo Zilberman

Monteiro Lobato fllla 0 rompimenlo com 0 clrculo da dependencia dosp~drOes Europeus em sua obra 0 Sitio do Pica Pau Amarelo ele criapersonagens nacionais e a obra vai de um contexto real 0 sitio a umimaginano como 0 reino das aguas passui os personagens tictitios Emiliavisconde e os reeis Pedrtnho nartzinho os folcJ6ricos saci os personagensda mitologia classica como Minotauro dentre outros os magicos com 0burro falanleOs aspectos sociais sao mantidos atraves de personagens(lOmo 0 jeca tatu onde 0 nive social e cuttural t diferente dos personagensprincipais representados por pessoQs reais como a av6 Dona Benta (1 Q96p54)

Monteiro Lobato criou a literatura nacional em um contexte de cenarios

personagens e sugestoes folcloricas que n~o podem ser seguidos por nenhum

14

uma carreira de sucessa com seus livros infantis dentre estes Ana Maria Machado

e Ruth Rocha

A literatura infantil dave continuar a sar produzida cuidando para nao haver

uma c6pia do genera utilizado par Monteiro Lobato devendo com isso transpor

fronteiras sando uma literatura composta par uma abordagem rica criativa e didatica

mas fica evidente 0 quanta e diffcil identificar e criar livros infantis de excelente

quaJidade (ZILBERMAN1998)

Assim cabe agora referir ao desenvolvimento da literatura em rela~o ao

Referencial Curricular Nacional (RCN1998)

22 DESENVOLVIMENTO DA L1TERATURA

Com base na leitura do referencial curricular para a educa~o infantil no

capitulo destinado a linguagem e a escrita as crianyas e as praticas de leitura tern

urn grande valor em si masma nao sando necessaria atividades subsequentes

como 0 desenho dos personagens a resposta de perguntas sabre a leitura

dramatiza9iio das historias etc (RCN1998)

A leitura comeya muito cedo na vida do individua ista e a crian9B ja faz a

leitura extralingOistica do seu mundo antes de ir a escola Do ponto de vista

linguistico a conceito de leitura adquire diferentes mudanyas

Segundo Kleiman (1995) a leitura e um processo que vai se definindo

progressivamente a partir da intera980 entre 0 texta e a leitor Nessa processo 0

professor anquanto orientadar vai definindo tarefas progressivas mais complexas e

aos paucos a crianya vai fazendo as retomadas necessarias para compreender 0

texto

15

As instituiyOesde Educayao Infantil podem resgatar a repert6rio de historias

que as criancas ouvem em casa enos ambientes que freqOentam urna vez que

eSS8S hist6rias S9 constituem em rica fonte de informacentes sabre as diversas formas

culturais construindo da sensibilidade das crian9Bs

A aprendizagem da leitura e fundamental para que 0 individuo possa

entender 0 mundo que a cerca bern como S9 posicionar de forma critica diante da

realidade

Segundo Ferrero (1987) muito antes de serem capazes de ler ou escrever

nc sentido convencional do terma as crianyas tentam interpretar as textes com as

quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetiza~o paiS ela na fase da

pre-escola ja faz a sua leitura do mundo

De acordo com 0 pensamento de Lemos (1978) a linguagem oral conta

com recursos diversos timbre de voz entonayao ge5t05 expressao facial contexto

e contato direto com 0 receptor que pade interferir au fazar fluir urn referente na

linguagem escrita 0 qual nem sempre e feito As diverses instituiyaes concebem a

linguagem e a maneira como as criany8s aprendem de modo bastante diferentes

-Na linguagem oral 0 locutor e a interlocutor exercem juntos as funyaes reguladora

organizadora e ativadora dos textos responsaveis pela sua estrutura tessitura au

coeso (LEMOS 1978 p 45)

Na 6tica de Bakhtin (1988) 0 livro isto e 0 ato de fala impresso constitui

igualmente um elemento da comunicayao verbal Ele e objeto de discussoes ativas

sob a forma de dialogo 8 alem disso e feito para ser aprendido de maneira ativa

para ser estudado a fundo comentando e criticando no quadro do discurso interior

sem contar as relac6es impressas institucionalizadas que S8 encontram nas

diferentes esferas da comunicayao verbal

16

Bakhtin (1988) explica que a leitura tem side motivo de estudos de muitos

especialistas preocupados em verificar como S9 dil a partir de visualizacao de

simbolo gn3fico 0 entendimento total de urn texto 0 eutor verificou que a processo

de leitura S8 fez atraves de Ires etapas a primeira ocorre com 0 reconhecimento do

que esta escrito a segunda e a de compreensao atraves de interferencias e

formulacao de hip6teses e a terceira etape ocorr9 a interpreta~o propria mente dite

po is 0 lei tor mantem dialogicidade com 0 texto

Bakhtin informa que a laitura e como urn momento de criatividade no qual 0

leitor necessita reconhecer e aeionar as conhecimentos que ja tern para adquirir

noves e julga-Ios de forma critica Assim a laitura de hist6rias e urn momento em

que a crian~ pode conhecer a forma de viver pensar agir e 0 universo de valores

costumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares

que nao 0 seu (ReN 1998)

Assim desenvolver a leitura no aluno a funcao da escola que deve

respaitar a laitura de mundo que ale traz a partir de suas experiencias sociais ou

seja sua intera~o com outros individuos e com varias inforrnacentes veiculadas palos

meios de comunicacao de massas principalmente a televis~o

Para melhor compreensao dessa afirmativa Ferreiro e Teberosky (1986)

explicam que a sujeito que conhecemos atravas da teoria de Piaget e urn sujeito

que procura atividade de compreender a mundo que 0 rodeia e trata de resolver as

integra90es que esse mundo provoca ~ urn sujeito que aprende basicamente

atravas de suas proprias categorias de pensamento aD masmo tempo em que

organiza seu mundo

Segundo Ferreiro (1987) muito antes de serem capazes de ler au escrever

no sentido convencional do termo as criancas tantam interpretar as textos com os

17

quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetizacao pais ela na fase

pre-escolar ja faz a sua leitura do mundo

Verifica~se nessas leituras que a crianya dave sar urn agente ativa e

determinado no seu desenvoJvimento conforme Kleiman (1995) a leitura e urn

processo que vai definindo progressivamente a relaao texto e leitor e e no

ambiente alfabetizador que a crian98 tem a oportunidade de agir em liberdade para

aprender e desenvolver seus conceitos cognitivos e afetivos

Como conceito de literatura atualmente as dicionarios apresentam as

seguintes sentidos conjunto de obras que versam sabre temas especificos literatura

policial Iiteratura picaresC8 literatura de terror

A literatura na 6tica de Ferreiro

e a representa~o de urna visao do mundo slem de uma tarnada deposiyAo diante dele Tal posicionamento centraliza lIssim suas atenyOesno criador de literatura e ns imita~o da natureza compreendida comoc6pia ou reproduQAoA linguagem e vista como mero ve[culo dessacomunicacao(1987 p 56)

De posse dos conceitos sabre literatura e necessaria cempreender seu

vinculo com a crianca e 0 hJdico A palavra ludice vern do latim ludus e significa

brincar Segundo Rojas (1991) neste brincar estao inclufdos os jogos brinquedos e

divertimentos A funcao educativa do joga permite a aprendizagem do individua seu

conhecimento e sua interpretacao de mundo Por meio da brincadeira a crianca

envolve-se no jogo e sente a necessidade de partilhar com a outro Assim brincando

e jogando ela tera oportunidade de desenvolver capacidades indispensaveis a sua

vida futura

A autora afirma que atraves do jogo de papais a crian98 lida com experi~ncias

que ainda n~o consegue realizar no mundo real

Para Rojas

o brinquedo e a essMcia da infQnciae seu usa permite urn trabalhopedag6gico Que possibilita a produ9fio do conhecimento e tambem aestimula~o da afetividade na crianta A crtan9lJ estabelece com 0

18

brinquedo uma relaltao natural e consegue extravasar suas angostias epaixOes SUDS slegrias e tristezBS suas agressividade5 e passividade(1991 pS)

Dando continuidade a importancia do udico na vida da crian98 0 pr6ximo

capitulo discorre sabre a complexa rela9lo entre a leitura e a trabalho pedag6gico

que incentiva au nao 0 vinculo com a literatura

19

3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA

Na vis~o de Klein e Schafaschek (1990) a processo pedagogico consiste na

transmissao do conhecimento de sua hist6ria assim sera mostrado 0 movimento

historico da linguagem oral e escrita

A linguagem e a consci~ncja sao resultados da ayAo coletiva que as

homens desenvolveram

Segundo Bakhtin

e a linguagem portanto enquanto possibilidade de representa~o logo deabslratao e generalizacAo das caracteristicas do mundo exterior quepossibilila a passagem da con5Ci~ndasensivel a conscilncia racional daoperaylo com objetos concretos com conceitos au representaffOes (1988p32)

Passa~se entaD para uma representayao da linguagem escrita Assim 0

processo da alfabetizacao dave tar reconhecimento do texto oral e escrito e

compreende seu total entendimento Ler nao e somente decifrar simbolos graficos

mas buscar a compreensao das mensagens contidas em suas linhas e entrelinhas

Segundo Cunha (1997) a adulto nao tem a habito de ler e coloca em

diversas situavoos suas justjficativas para 0 pouco tempo que disponibiliza para a

leltura ou seja essa suposi~o de que a crian~ nao se interessa pelo livra e

apenas a refiexo do proprio desinteresse do adulto par tal objeto (CUNHA 1997 p

48)

Nesse contexto a partjcipayao do professor e importante pois este sera 0

mediador entre a crian98 e 0 conhecimento facilitando 0 processo de aquisj~o da

cultura Dai a ideia de que a produ91ioda linguagem oral e escrita e resultado de

um esforyo de produ91iodos homens e desenvolveu-se atraves da necessidade da

mediayiio de um professor

20

Dentro desta perspectiva tem-se re18980 do adulto com a criany8 que

segundo Cunha (1997) e nessa perspectiva a leitura e colocada como mais uma

imposiyao A ideia de que a leitura vai fazer bem a crianya ou ao jOllem leva - nos a

obriga-Ios a ler como Ihes impomos a colher de remedio a injecl)a a escova de

dente a escola (CUNHA 1997 P 51)

Na perspective de Cunha a leitura nao deve ser imposta 0 905tO pel a

leitura deve ser desenvolvido E necessario que sejam obedecidas as fases de

interesse da criama quanta a leitura apresentadas abaixo

Na primeira fase de aquisicao palo g05tO da leitura delem ser

apresentados a crianB livros de gravuras e dos versos infantis (de 2 a 5 ou 6 anos)

E a fase de egocentrismo em que a crianya faz pouca distin9Bo entre a mundo

externo e 0 interno

Ja a idade entre 5 a 8 ou 9 anos caracteriza-se como a idade do Conto de

Fadas De posse de urna mentalidade magica 0 leitor vai buscar nos contos de

fadas lendas mitos e fabulas a simbologia necessaria a elabora~o de suas

viv~ncias

Partindo para a pre-adolesc(mcia e a idade da Historia ambiental e da

leitura Factual (9 a 12 anos) E a fase intermediaria em que persistem vestfgios do

pensamento magico mas a crianya comeya a orientar-se rna is para a real Via de

regra 0 leitar escolhe neste perfodo historias que Ihe apresentam 0 mundo como

ele e Atraves da percep9iio magica de determinado personagem

Dos 12 a 14 anos considera-se a idade da Historia de Aventuras ou fase de

leitura Psicol6gica orientada para as sensac6es E a perfodo da pre-adolescemcia

em que 0 conhecimento da propria personalidade e 0 desenvolvimento dos

precesses agressives ativam a vivlmcia social e a forma9iio de grupos

21

Nos anos de maturidade ou desenvolvimento da esfera Iitero-8stetica de

leitura (14 a 17 anas) ha a curiosidade pelo descobrimento 0 mundo interior e do

mundo dos valores 0 adolescente parte para a hierarquiza~o dos conceitos e a

organizatao de seu universo Aventuras de conteudo intelectual viagens romances

hist6ricos e biograficos historias de amor literatura engajada e temas relacionados

com as interesses Yocacionais v~o ajuda-Io a orientar-se e estruturar-se como

adullo

A questao mais discutida a raspaito de literatura asta relacionada ao fato de

que as jovens e as crianyas nao h~emmuitos s~o as argumentos como a falta de

condiyao financeira de comprar livre 0 pcuco habito de se frequentar a biblioteca os

atrativos e facilidades do computador e da televisao a falta do Mbito dos pais em

lerem entre Qutras causas Mas pode-se considerar como urn grande problema a

falta de habito de leitura nos pais

As autoras Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que middotpais que

nao leem nao poderao despertar em seus filhos 0 gosto pela leitura Imitativa por

natureza a crian98 encontra na familia a maior incentivo para a leitura (1986 p

03)

Assim e delegada a escola a responsabilidade de introduzir a crianca no

mundo dos livros Cabe a escola desenvolver a cantata com as livros que deve ser

iniciada a mais cedo passivel nao 56 pelo manuseio cama tambem pela hist6ria

contada pela conversa au pelos jogos ritmicos no sentido de fazer a crianca amar a

leitura

Esse contato inicial deve ser pautado pela conquista e nao pela imposiyao

o leitor infantI au a infanto-juvenil ao adquirir 0 905tO pela leitura estara

22

visitando urn mundo novo adquirindo conhecimento e aprimorando seu processo

comunicativo

Assim a literatura infantil como toda a obra de arte exerce uma influemcia

pedag6gica sobre 0 individuo quer pela contribuitao na forma9ao do seu

pensamento quer pelos modelos que apresenta Essa funtao pedag6gica tem

importancia unica jil que a contata com a literatura maida a mente e 0 cora9Ao da

crian98 Assim a literatura infantil tern uma finalidade primckia e fundamental que e a

de promover na crian~ 0 gosto pela beleza da palavra 0 deleite perante a cria9ao

de mundos de ficcao

Para alem dista tern ainda a fun980 de arraigar as palavras no mundo

magico da crian~ permitindo-Ihe nlio s6 entende-Ias e usa-las como tambem

goza-Ias e desfruta-Ias no contexto da imaginataomiddot (WORNICOV WAGNER

RUSSOMANO EWEBER 1986 p 04)

MLer as figuras imaginar a hist6ria e desenvolver mental mente urn emado

s~o atividades que poderiam S8r desenvolvidas na educayao infant A escola

dedica ainda pouco tempo para a laitura e a interpreta~o e masmo para a

produtao de textos Mesmo que nao possuindo ainda a capacidade da escrita deve

- S8 compreender que 0 gosto pela leitura it tambem adquirido pelo simples

manuseio de um livro

Neste sentido vale ressaltar as colocalt6esde Orlandi (1987) que distingue

tres tipos de discurso 0 ludico 0 polemico e 0 autaritaria E dentre os diferentes

tipos de discurso autoritario que encontramos 0 discurso pedag6gico que aqui

interessa na medida em que ele tern responsabilidade marcante na atividade que

engloba 0 processo de ensina de leitura no primeiro grau

Este discurso esla a servivo da escola e esta a serviVOde uma ideologia

23

que contribui para dificultar a encontro do saber institucionalizado com as classes

menes favorecidas Isto ocorre porque 0 professor detem 0 saber e trabalha muitas

vezes sem perceber au ate para mostrar poder mascarando 0 tempo todo

afirmando que a aluno tarnham pade dizer 0 que pensa pode opinar pode sugerir

etc e na realidade nao acontece essa pratica a 0 que sa v~ e uma liberdade

vigiada

Sendo 0 professor 0 dono do saber torna-se modelo leitor por excel~ncia

ficando 0 aluno muitas vezes impossihilitado de pensar de refletir e de criar as

pr6prias condicaes de producao

Dessa forma acontece a leitura que 0 autor citado chama de parafrastica ou

seja a raproducao do sentido que 0 autor da ao texto ao contrario da poliss~mica

que se defina pelos multiplos sentidos que ao texto podem ser atribuidos

De acordo com Wornicov Wagner Russomano e Weber

obras especialmenle escntas para crian((CIsmuitas vezes recebem suarejeiyao outras como Robinson Cru50~ de Daniel DefOe Contes de rnamere Ioye de Charles Perrault ou Visgens de Gulliver de Jonathan Swiftnao originalmente destinado aD publico infantrJ foram incorporadas aoacervo de livros para a inftlncia (1988 p 05)

Ainda segundo as autoras e a aceitacao da obra por parte da crian~ que

determina a sua adequacao 80 publico infantil ou n~o ou seja e a crian~ que deve

encontrar na obra seus interesses a unica adaptacao e com refer~ncia ao

conhecimento e limitacentes da crianya As obras literarias infantis devem ser mais do

que instrumentos para proporcionar hist6ria ou induzir a fantasia como toda a obra

de arte exercem uma influencia pedag6gica sobre a individua quer pel a

contribui~o na forma9ilo do seu pensamenta quer pel os modelos que apresenta

Essa funcao pedag6gica tem importancia unica ja que 0 contato com a

literatura desperta na crianya a seu imaginario Assim a literatura infantil tern urna

24

finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a

beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm

dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya

permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las

no contexto da imagina9ilo

Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel

afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida

do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade

inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade

promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao

Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que

ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser

(1986 p 07)

A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da

crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a

crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0

aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a

escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua

com os livros

Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que

em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)

o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao

sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese

classifica96es devem ser respeitadas e entendidas

Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista

que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a

crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam

ocupam a centro de seus interesses

Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as

estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de

capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas

em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas

hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de

encantamenta

Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das

modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua

imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia

A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au

varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que

rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade

ludica e magica em que vive a crianca

Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou

hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0

seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um

temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa

2S

26

Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das

crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a

socializaltao

Para Froebel

a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)

Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento

para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais

adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a

socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)

Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e

preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera

explicitada a seguir

31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA

A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana

atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no

mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras

Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn

mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo

e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a

crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente

nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente

ausente em animais

27

A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~

em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala

mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos

A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo

porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do

jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da

crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa

submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo

muito diferente

Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de

desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento

habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa

ala fosse maior do que e na realidade

Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o

a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo

pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que

sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz

em sua totalidade bio-psico-social-educacional

E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de

enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e

sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que

ajudam para 0 seu desenvolvimento global

Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais

independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as

28

espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar

inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha

limites e e importante que n~o superestime sues capacidades

o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive

despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao

respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses

valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos

de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a

desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser

multo bern aprimoradas no pre-escolar

A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo

as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em

sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida

A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento

entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0

saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de

reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade

o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao

das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre

para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e

individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa

movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade

ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios

interesses pessoais no desenvolvimento das atividades

29

Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-

escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu

simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras

crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos

As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque

nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas

Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia

de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de

adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e

imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem

o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna

retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de

seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0

habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)

Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos

importantes para aqueles que trabalham com a educaylio

A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada

para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica

30

4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR

Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto

a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern

proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya

retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e

reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a

compreensao do texto par parte da crianya

o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que

ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente

com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0

que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)

A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse

despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao

imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario

Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua

subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia

narrativa

Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer

ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)

31

Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar

divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar

na crianca a g05tO pela literatura

Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU

contaram uma hist6ria

Na 6ptica de Tahan

a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)

E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o

infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento

onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo

Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0

ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos

1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito

2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como

li~o advertlmcia ou canselha

3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas

ou ate masma calculos e fra90es

4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos

5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate

masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco

mental

32

o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias

desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil

enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim

a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)

AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica

para a realizayllo de projetos

Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a

alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas

dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado

e se estao todos proximos suficientes do narrador

A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0

narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e

adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para

narrar historias

Segundo Tahan

Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)

Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as

crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer

Tahan informa

33

os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)

Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e

segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas

pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em

cantata com as criantyas

o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn

texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a

historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta

o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao

socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern

pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que

Ihe eram contadas

Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque

a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)

o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a

escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de

ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo

Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para

poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto

professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco

34

Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur

normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a

participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando

gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com

abras especificas para cada idade das criancas

Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica

e 3 ate 6 anas fase magica

Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn

enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa

integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias

que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza

(humanizadas)

Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a

repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas

outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes

Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras

grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com

certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por

genero

No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes

iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras

Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os

circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)

35

A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os

g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0

romance a novela 0 conto 0 drama etc

Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se

dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a

palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que

empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao

Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou

escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis

tenhamos ou n~o consciencia delas

Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua

peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como

A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna

sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral

o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex

objetos elementos da natureza

A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e

anirnais com urn ensinamento moral

o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre

ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo

A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a

historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas

Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da

magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias

precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais

36

Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre

as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem

Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa

pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a

des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no

processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi

incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario

o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de

informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e

ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de

educa~o

Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e

a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a

narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como

placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis

Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais

principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais

detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no

futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando

com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar

recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos

Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios

dependendo de cada circunstimcia

37

Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel

de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante

Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-

leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a

crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim

gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da

linguagem

Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e

sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a

comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80

livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem

atraves do ludico

Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos

devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au

dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias

o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar

as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a

que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a

compreens~o par parte da crianca

Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram

nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das

maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo

que a rodeia

38

JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)

Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia

essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as

maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a

brincadeira a aprendizado se instala

Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem

basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias

as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para

este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele

que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da

prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade

adulta

A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande

destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca

neste genero litera rio

Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil

devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao

de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar

qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar

deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor

deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure

39

Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido

no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto

pedagogico

Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8

livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com

suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada

Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de

contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta

algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em

conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos

objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a

redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos

de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar

A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os

aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da

participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura

e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da

utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas

41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS

411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos

Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu

surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam

utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a

40

funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas

delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)

bull Boneca contador de hist6rias

As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia

jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-

linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de

pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de

serem proferidos rapidamente)

As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das

mais tfmidas

bull Cria~Ao de final de historia

A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando

pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona

iniciada pel a educadora

o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em

papel

bull Errando as hist6rias

Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas

par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais

ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos

pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam

preocupa~o maior com 0 significado)

Chuva e sol casamento de espanhol

Chuva e sol casamento de caracol

41

bull Fantoches

A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as

crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com

cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas

mas mas manuseando as personagens

bull Gravuras

Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai

apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada

bull Jogo de contar hist6rias

Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos

escralem ou ilustram a hist6ria

a Parlendas e gestos

b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com

as dedas batendo as pes ou as maos etc

c Quadrinhos

d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que

fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por

favor etc

bull Dobraduras

A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas

podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e

ouvindo a magica transformayao do papsl

As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam

a dobradura

Ex dobradura depois recitam

Pinto

o pinto pia

A pipa pinga

Pinga a pipa

a pinto pia

Pinto pia

Pipa pinga

Quanta mais

o pinto pia

Mais a pipa pinga

42

bull Tecnicas de narrativas

Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na

sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil

baseado na autora Susatto (2004)

43

o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter

em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente

aos personagens e aos seus estados e animas

Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam

nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es

segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das

condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto

Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do

abandono dos pais

E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas

narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida

real

Segundo Busatto

Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)

Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser

usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador

reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam

imagens)

U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do

castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim

Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que

se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90

com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da

44

dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus

elementos

DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc

Pianos - altura do movimento

Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic

Forra - intensidade empregado no movimento

Tempo - velocidade com que a movimento e executado

Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo

Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem

preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve

sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de

alunos

45

5 CONSIDERAyOES FINAlS

Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias

tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil

ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes

Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das

transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e

aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem

constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0

conhecimento

A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim

educar para a formayao de cidadaos

No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter

essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para

despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao

magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode

proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa

atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca

passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes

tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor

de seus direitos e deveres como cidadao

A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn

facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do

processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e

participativa

46

Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em

mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir

para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO

pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna

imposicao

o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a

contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a

utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par

leitura

Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da

Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente

com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico

A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que

oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir

para a constru~o de sua autonomia

o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada

pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do

professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no

ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura

Bruner afirma que

e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

48

REFERENCIAS

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SUMARIO

RESUMO 5

1INTRODUCAO 9

2 FUNDAMENTACAO TE6RICA 11

21 A LlTERATURA INFANTIL NA HIST6RIA 11

22 DESENVOLVIMENTO DA LlTERATURA 14

3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA 19

31 EXIST~NCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA 26

4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR 30

41 SUGESTOES DE ATIVIDADES LUDICAS 39

411 Sugeslt5es de Bcnicas e aividades para criancas de 2 a 4 anas 39

5 CONSIDERACOES FINAIS 45

REFERENCIAS bull 48

RESUMO

Esta monografia e 0 resultado de urn estudo te6ricG baseado em autores quebuscam analisar e identificar 0 processo de construltao da literatura na vida dacrianya 0 abjetivo desta pesquisa e mostrar a importilncia na avao dos professoresda Educayao Infantil em unirtecnicas de leitura e atividades ludicas com as livros naconstrultao de suas aulas incentivando 0 interesse da crianya pelo mundo da leiturae dos mais diversos generos literarios Para tanto busca identificar de que forma asprofessores podem trabalhar com as ]ivros de rnaneira Judica tenta verificar S9 eSSB

forma de utilizar as livros proporciona a interesse e 0 despertar pel a laitura efinal mente sugare urna metodologia que permita a desenvolvimento da crianyautilizando a literatura recreativa 0 estuda permite discutir que e imprescindivel acompreensaa de que 0 hjdico deve ser uma atividade essencial para a crian~ pOisdesenvolve a capacidade de simbolizayao deslocando sua realidade para a brincarNeste contexta a integra~o com os livros e primordial pais a cantata direto com 0abjeto favorece a rela~a despertanda na crianya a interesse e a prazer pela leituraComo fonte utiliza a pesquisa bibliognjfica que permitiu a revisao da literaturadesvelanda assim 0 conhecimento de algumas obras que foram feltas sobre astaassunto Este estudo e relevante porque mostrou que a utilizayljo de tecnicas denarrativa e atlvidades ludicas por parte dos prafessores desperta a interesse dacrian~ pela leitura

Palavras - chave educayao infantil livra ludico tecnicas de narrativa

1INTRODUCAO

Este trabalho surgiu a partir do interesse passoal da autera par leitura e par

perceber que durante as estagios realizados nas escolas no periodo destes quatro

anos do curso de Pedagogia a leitura e tratada de mane ira desvalonzada sando

colocada em momentos de recrea~o ou para preencher 0 tempo da aula

Essas observat6es provocaram urn questionamento que S8 formalizou

como a problematica do estudo A utilizayao de tecnicas narrativas e de atividades

ludicas desperta 0 interesse na crian9CIpela leitura

Nesta perspectiva 0 objetivo deste estudo e analisar de que maneira as

professores da Educa~o Infantil podem unir tecnicas de leitura e atividades ludicas

com as livros na construyao de suas aulas incentivando 0 interesse da crianca palo

mundo da leitura e dos mais diversos g~neros literarios Para atingir este objetivo

visa identificar de que forma 0 professor pode trabalhar com os livros de maneira

ludica verificar se essa forma de utilizar esses Ilvros proporciona 0 interesse e 0

despertar pela leltura Sugerindo na sequencia uma metodologia que permita 0

desenvolvlmento psicol6gico motor afetivo e criativo da crianca proporcionado

atraves da explora~o de jogos brincadeiras e imaginaao 0 desperlar pela leitura

o metodo escolhido para 0 estudo foi 0 de pesquisa bibliogjfica e

descritiva porque ahsectm de explicar 0 objeto a partir de referencias te6ricas ja

publicadas em livros e documentos permite ao pesquisador observar registrar

analisar e correlacionar os fatos ja existentes sem manipula-Ios Segundo Volpato

(2000) a pesquisa bibliogrilfica levantamento bibliografico ou revisao da literatura euma das etapas da investiga~ cientifica Significa tomar posse do conhecimento

do que ja loi produzido a respeito do assunto ou seja ter acesso a esse

10

conhecimento requer a reviseD da literatura Assim depois de identificar 0 assunto

devern-s8 escolher as fantes mais adequadas a pesquisa

Para WINTER e SALLES (1997 p17) s metodologia cientifica preconiza

urna serie de regras atraves das quais 0 conhecimento dave sar obtido Dassa

forma 0 metoda cientffrco sa concretiza nas diversas etapas que devem sar

adotadas para solucionar urn problema Par Dutro lado na busca dessa solugao a

pesquisa bibliografica e descritiva pade assumir diversas formas descrevendo como

examplo as caracteristicas propriedades au relacentes existentes na comunidade

grupo ou realidade pesquisada

Evidenciando a metodologia utilizada faz-sa necessaria demonstrar que

esta estudo divide-se em seis capitulos que sa apresentam da seguinte maneira

o segundo capitulo apresenta a fundamenta9ao te6rica abordando tapicos

como a literatura infantil na Hist6ria

o terceiro capitulo aborda a relacao entre a crianca 0 ludico e a livro e

tambem a existencia da brincadeira na Oianca

o quarto capitulo narrativa cantar e encantar enfoca 0 cantar hist6rias e

sua contextualizalt1io academica apresenta sugestoes para atividades llidicas com

criancas de 2 a 4 anos

Logo apas apresenta as cansideragCies finais desse estudo que permitiu a

autora apropriar-se de tecnicas que poderao auxiliar a a~o pedag6gica cotidiana

do professor da Educacao Infantil contribuindo assim para a novo fazer

pedag6gica urna proposta que pretende contribuir com 0 desenvolvimento da

crianqa utilizando a literatura recreativa e dirigida com seus diversos generos

literarios

II

2 FUNDAMENTAQAO TEQRICA

21 A LlTERATURA INFANTIL NA HIST6RIA

Com base na analise da leitura de alguns autores e passivel afirmar que

na sociedade antiga nao havia a infancia nenhum espaco separado do mundo

adulto As criancyas trabalhavam e viviam junto com as adultos testemunhavam as

processos natura is da exist~ncia (ZILBERMAN 1998 p 44)

Assim 56 par volta do seculo XVlll a infimcia passa a ser vista de forma

mais valorizada devido as mudancas sociais econ6micas e politicas da sociedade

E passlvel identificar dessa maneira as primeiras mudanyas significativas nas

atitudes das familias em relayao as crianyas pequenas que inicialmente erarn

educadas em casa no casa das meninas que neste periodo aprendiam as afazeres

domesticos Ja as meninos aos sete anos eram mandados para as mosteiros para

serem educados pelos padres

Surgem entao os primeiros pensadores da eduea~o infantil onde podemos

destaear Jean Jacques Rousseau que apesar de nao ser urn edueador delineou 0

campo da pedagogia com suas ideias

Em sua obra 0 Emilio au da EduC8JO (ROUSSEAU 1990 p 32) pode-s9

observar 0 pensamento desse autor que atraves dos relatas da educayao de um

jovem evidencia que a sua forma~a deveria sar voltada aos interesses da crianca

pois essa possui suas caracteristicas proprias suas ideias e seus interesses assirn

a crian9C3 nao poderia ser vista como urn adulto em miniatura Rosseau (1990)

considerava cada fase da crianca com suas earacteristicas e propriedades

Para Rousseau (1990) a educayao n~o vem apenas de fora e sim da

expressao livre da crian~ em seu dia-a-dia com a natureza com isto propos

12

Irabalhar com as brinquedos a agricultura a esporte inslrumenlos de olicios

variados canto e Qutros mais

Para Rousseau

nascemos fracos precisamos de forya nascemo5 desprovidos de tudotemos necessidades de 8ssisl~ncia nascemos eshipidos precisamos dejuizo Tudo 0 que nlio temos ao naseer e de que prccisamos adultos enosdado pela educayao EsSlil educac30 nos vern da natureza au dos homensou das coisas 0 desenvolvimento e a educacaodos homens e 0 ganho danossa propria experi~nciasabre 0$ objetos que nos afetam e a educacAodas coisas (1990 p 11)

Para 0 autor a principal finalidade da educacao era ensinar a criancaa viver

exercendo sua liberdade educar 0 atuno para sar urn homern suas ideias

influenciam varias correntes pedag6gicas ate as dias de hoje

Aries (1981) lambem evidencia que a inffmcia ale a seculo XVII n~o era

Iralada de forma diferenciada as crianls assim como para Rousseau (1990) eram

tidas como adultos em miniatura 0 autor relata que nas sociedades tradicionais a

crian~ encontrava-se misturada ao mundo adulto com intensas trocas afetivas fora

da familia e de onde colhia suas aprendizagens 0 seculo XVIII conludo

leslemunharia mudancasna anliga ordem (ARIES 1981 p78)

Com a ascensao da burguesia e na medida em que a sociedade se

industrializava e se modernizava mediante a aquisi~o de novos recursos

tecnologicos a crianca e a familia assumem urn novo lugar A familia tornou-se 0

lugar de afei~o necessaria entre os c6njuges que se exprimiu sobretudo atraves

da importancia alribuida it crianl e a sua educacao(ARIES 1981 p79)

Nesse contexto surge uma nova pedagogia que passa a exigir uma

literatura infantil com uma didatica mais apropriada onde haja incentivo com rela~o

a crialividade da crianl Zilberman (1998) deslaca que a partir desle panorama eque emerge a literatura infantil com as adaptac6esdos classicos e dos contos de

13

fadas Informa que primitivamente os contos folcl6ricos colecionados pelos Irmaos

Grimm e Qutros nao eram fabulosos nem restritos a uma certa ida de

(ZILBERMAN 1998 P 45)

Conforme Zilberman (1998) os contos de fada eram contados por e para

adultos par uma classe mais baixa da sociedade as obras dos irmaos Grimm nao

eram restritas as crian9GIscontava situa95es da vida das classes inferiores fazendo

a conexao com a vida social e a magia do conto tudo e retratado de uma maneira

simb6lica as personagens nao sao percebidos como seres vivos assim com 0

surgimento da nova pedagogia estas obras fcram adaptadas para as jovens

(ZILBERMAN 1998 P 45)

Quem traduziu no Brasil e adaptou as obras dos autores cJassicos para a

juventude foi Carl Jansem Ate en tao nao se aproveitava a tradi9gtio folclorica do

Brasil na constitui9gtio de textos juvenis (ZILBERMAN 1998)

Segundo Cadermartori (1994) a literatura infantil brasileira inicia sob a

egide de urn dos nossos mais destacados inteJectuais Monteiro Lobato

Segundo Zilberman

Monteiro Lobato fllla 0 rompimenlo com 0 clrculo da dependencia dosp~drOes Europeus em sua obra 0 Sitio do Pica Pau Amarelo ele criapersonagens nacionais e a obra vai de um contexto real 0 sitio a umimaginano como 0 reino das aguas passui os personagens tictitios Emiliavisconde e os reeis Pedrtnho nartzinho os folcJ6ricos saci os personagensda mitologia classica como Minotauro dentre outros os magicos com 0burro falanleOs aspectos sociais sao mantidos atraves de personagens(lOmo 0 jeca tatu onde 0 nive social e cuttural t diferente dos personagensprincipais representados por pessoQs reais como a av6 Dona Benta (1 Q96p54)

Monteiro Lobato criou a literatura nacional em um contexte de cenarios

personagens e sugestoes folcloricas que n~o podem ser seguidos por nenhum

14

uma carreira de sucessa com seus livros infantis dentre estes Ana Maria Machado

e Ruth Rocha

A literatura infantil dave continuar a sar produzida cuidando para nao haver

uma c6pia do genera utilizado par Monteiro Lobato devendo com isso transpor

fronteiras sando uma literatura composta par uma abordagem rica criativa e didatica

mas fica evidente 0 quanta e diffcil identificar e criar livros infantis de excelente

quaJidade (ZILBERMAN1998)

Assim cabe agora referir ao desenvolvimento da literatura em rela~o ao

Referencial Curricular Nacional (RCN1998)

22 DESENVOLVIMENTO DA L1TERATURA

Com base na leitura do referencial curricular para a educa~o infantil no

capitulo destinado a linguagem e a escrita as crianyas e as praticas de leitura tern

urn grande valor em si masma nao sando necessaria atividades subsequentes

como 0 desenho dos personagens a resposta de perguntas sabre a leitura

dramatiza9iio das historias etc (RCN1998)

A leitura comeya muito cedo na vida do individua ista e a crian9B ja faz a

leitura extralingOistica do seu mundo antes de ir a escola Do ponto de vista

linguistico a conceito de leitura adquire diferentes mudanyas

Segundo Kleiman (1995) a leitura e um processo que vai se definindo

progressivamente a partir da intera980 entre 0 texta e a leitor Nessa processo 0

professor anquanto orientadar vai definindo tarefas progressivas mais complexas e

aos paucos a crianya vai fazendo as retomadas necessarias para compreender 0

texto

15

As instituiyOesde Educayao Infantil podem resgatar a repert6rio de historias

que as criancas ouvem em casa enos ambientes que freqOentam urna vez que

eSS8S hist6rias S9 constituem em rica fonte de informacentes sabre as diversas formas

culturais construindo da sensibilidade das crian9Bs

A aprendizagem da leitura e fundamental para que 0 individuo possa

entender 0 mundo que a cerca bern como S9 posicionar de forma critica diante da

realidade

Segundo Ferrero (1987) muito antes de serem capazes de ler ou escrever

nc sentido convencional do terma as crianyas tentam interpretar as textes com as

quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetiza~o paiS ela na fase da

pre-escola ja faz a sua leitura do mundo

De acordo com 0 pensamento de Lemos (1978) a linguagem oral conta

com recursos diversos timbre de voz entonayao ge5t05 expressao facial contexto

e contato direto com 0 receptor que pade interferir au fazar fluir urn referente na

linguagem escrita 0 qual nem sempre e feito As diverses instituiyaes concebem a

linguagem e a maneira como as criany8s aprendem de modo bastante diferentes

-Na linguagem oral 0 locutor e a interlocutor exercem juntos as funyaes reguladora

organizadora e ativadora dos textos responsaveis pela sua estrutura tessitura au

coeso (LEMOS 1978 p 45)

Na 6tica de Bakhtin (1988) 0 livro isto e 0 ato de fala impresso constitui

igualmente um elemento da comunicayao verbal Ele e objeto de discussoes ativas

sob a forma de dialogo 8 alem disso e feito para ser aprendido de maneira ativa

para ser estudado a fundo comentando e criticando no quadro do discurso interior

sem contar as relac6es impressas institucionalizadas que S8 encontram nas

diferentes esferas da comunicayao verbal

16

Bakhtin (1988) explica que a leitura tem side motivo de estudos de muitos

especialistas preocupados em verificar como S9 dil a partir de visualizacao de

simbolo gn3fico 0 entendimento total de urn texto 0 eutor verificou que a processo

de leitura S8 fez atraves de Ires etapas a primeira ocorre com 0 reconhecimento do

que esta escrito a segunda e a de compreensao atraves de interferencias e

formulacao de hip6teses e a terceira etape ocorr9 a interpreta~o propria mente dite

po is 0 lei tor mantem dialogicidade com 0 texto

Bakhtin informa que a laitura e como urn momento de criatividade no qual 0

leitor necessita reconhecer e aeionar as conhecimentos que ja tern para adquirir

noves e julga-Ios de forma critica Assim a laitura de hist6rias e urn momento em

que a crian~ pode conhecer a forma de viver pensar agir e 0 universo de valores

costumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares

que nao 0 seu (ReN 1998)

Assim desenvolver a leitura no aluno a funcao da escola que deve

respaitar a laitura de mundo que ale traz a partir de suas experiencias sociais ou

seja sua intera~o com outros individuos e com varias inforrnacentes veiculadas palos

meios de comunicacao de massas principalmente a televis~o

Para melhor compreensao dessa afirmativa Ferreiro e Teberosky (1986)

explicam que a sujeito que conhecemos atravas da teoria de Piaget e urn sujeito

que procura atividade de compreender a mundo que 0 rodeia e trata de resolver as

integra90es que esse mundo provoca ~ urn sujeito que aprende basicamente

atravas de suas proprias categorias de pensamento aD masmo tempo em que

organiza seu mundo

Segundo Ferreiro (1987) muito antes de serem capazes de ler au escrever

no sentido convencional do termo as criancas tantam interpretar as textos com os

17

quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetizacao pais ela na fase

pre-escolar ja faz a sua leitura do mundo

Verifica~se nessas leituras que a crianya dave sar urn agente ativa e

determinado no seu desenvoJvimento conforme Kleiman (1995) a leitura e urn

processo que vai definindo progressivamente a relaao texto e leitor e e no

ambiente alfabetizador que a crian98 tem a oportunidade de agir em liberdade para

aprender e desenvolver seus conceitos cognitivos e afetivos

Como conceito de literatura atualmente as dicionarios apresentam as

seguintes sentidos conjunto de obras que versam sabre temas especificos literatura

policial Iiteratura picaresC8 literatura de terror

A literatura na 6tica de Ferreiro

e a representa~o de urna visao do mundo slem de uma tarnada deposiyAo diante dele Tal posicionamento centraliza lIssim suas atenyOesno criador de literatura e ns imita~o da natureza compreendida comoc6pia ou reproduQAoA linguagem e vista como mero ve[culo dessacomunicacao(1987 p 56)

De posse dos conceitos sabre literatura e necessaria cempreender seu

vinculo com a crianca e 0 hJdico A palavra ludice vern do latim ludus e significa

brincar Segundo Rojas (1991) neste brincar estao inclufdos os jogos brinquedos e

divertimentos A funcao educativa do joga permite a aprendizagem do individua seu

conhecimento e sua interpretacao de mundo Por meio da brincadeira a crianca

envolve-se no jogo e sente a necessidade de partilhar com a outro Assim brincando

e jogando ela tera oportunidade de desenvolver capacidades indispensaveis a sua

vida futura

A autora afirma que atraves do jogo de papais a crian98 lida com experi~ncias

que ainda n~o consegue realizar no mundo real

Para Rojas

o brinquedo e a essMcia da infQnciae seu usa permite urn trabalhopedag6gico Que possibilita a produ9fio do conhecimento e tambem aestimula~o da afetividade na crianta A crtan9lJ estabelece com 0

18

brinquedo uma relaltao natural e consegue extravasar suas angostias epaixOes SUDS slegrias e tristezBS suas agressividade5 e passividade(1991 pS)

Dando continuidade a importancia do udico na vida da crian98 0 pr6ximo

capitulo discorre sabre a complexa rela9lo entre a leitura e a trabalho pedag6gico

que incentiva au nao 0 vinculo com a literatura

19

3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA

Na vis~o de Klein e Schafaschek (1990) a processo pedagogico consiste na

transmissao do conhecimento de sua hist6ria assim sera mostrado 0 movimento

historico da linguagem oral e escrita

A linguagem e a consci~ncja sao resultados da ayAo coletiva que as

homens desenvolveram

Segundo Bakhtin

e a linguagem portanto enquanto possibilidade de representa~o logo deabslratao e generalizacAo das caracteristicas do mundo exterior quepossibilila a passagem da con5Ci~ndasensivel a conscilncia racional daoperaylo com objetos concretos com conceitos au representaffOes (1988p32)

Passa~se entaD para uma representayao da linguagem escrita Assim 0

processo da alfabetizacao dave tar reconhecimento do texto oral e escrito e

compreende seu total entendimento Ler nao e somente decifrar simbolos graficos

mas buscar a compreensao das mensagens contidas em suas linhas e entrelinhas

Segundo Cunha (1997) a adulto nao tem a habito de ler e coloca em

diversas situavoos suas justjficativas para 0 pouco tempo que disponibiliza para a

leltura ou seja essa suposi~o de que a crian~ nao se interessa pelo livra e

apenas a refiexo do proprio desinteresse do adulto par tal objeto (CUNHA 1997 p

48)

Nesse contexto a partjcipayao do professor e importante pois este sera 0

mediador entre a crian98 e 0 conhecimento facilitando 0 processo de aquisj~o da

cultura Dai a ideia de que a produ91ioda linguagem oral e escrita e resultado de

um esforyo de produ91iodos homens e desenvolveu-se atraves da necessidade da

mediayiio de um professor

20

Dentro desta perspectiva tem-se re18980 do adulto com a criany8 que

segundo Cunha (1997) e nessa perspectiva a leitura e colocada como mais uma

imposiyao A ideia de que a leitura vai fazer bem a crianya ou ao jOllem leva - nos a

obriga-Ios a ler como Ihes impomos a colher de remedio a injecl)a a escova de

dente a escola (CUNHA 1997 P 51)

Na perspective de Cunha a leitura nao deve ser imposta 0 905tO pel a

leitura deve ser desenvolvido E necessario que sejam obedecidas as fases de

interesse da criama quanta a leitura apresentadas abaixo

Na primeira fase de aquisicao palo g05tO da leitura delem ser

apresentados a crianB livros de gravuras e dos versos infantis (de 2 a 5 ou 6 anos)

E a fase de egocentrismo em que a crianya faz pouca distin9Bo entre a mundo

externo e 0 interno

Ja a idade entre 5 a 8 ou 9 anos caracteriza-se como a idade do Conto de

Fadas De posse de urna mentalidade magica 0 leitor vai buscar nos contos de

fadas lendas mitos e fabulas a simbologia necessaria a elabora~o de suas

viv~ncias

Partindo para a pre-adolesc(mcia e a idade da Historia ambiental e da

leitura Factual (9 a 12 anos) E a fase intermediaria em que persistem vestfgios do

pensamento magico mas a crianya comeya a orientar-se rna is para a real Via de

regra 0 leitar escolhe neste perfodo historias que Ihe apresentam 0 mundo como

ele e Atraves da percep9iio magica de determinado personagem

Dos 12 a 14 anos considera-se a idade da Historia de Aventuras ou fase de

leitura Psicol6gica orientada para as sensac6es E a perfodo da pre-adolescemcia

em que 0 conhecimento da propria personalidade e 0 desenvolvimento dos

precesses agressives ativam a vivlmcia social e a forma9iio de grupos

21

Nos anos de maturidade ou desenvolvimento da esfera Iitero-8stetica de

leitura (14 a 17 anas) ha a curiosidade pelo descobrimento 0 mundo interior e do

mundo dos valores 0 adolescente parte para a hierarquiza~o dos conceitos e a

organizatao de seu universo Aventuras de conteudo intelectual viagens romances

hist6ricos e biograficos historias de amor literatura engajada e temas relacionados

com as interesses Yocacionais v~o ajuda-Io a orientar-se e estruturar-se como

adullo

A questao mais discutida a raspaito de literatura asta relacionada ao fato de

que as jovens e as crianyas nao h~emmuitos s~o as argumentos como a falta de

condiyao financeira de comprar livre 0 pcuco habito de se frequentar a biblioteca os

atrativos e facilidades do computador e da televisao a falta do Mbito dos pais em

lerem entre Qutras causas Mas pode-se considerar como urn grande problema a

falta de habito de leitura nos pais

As autoras Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que middotpais que

nao leem nao poderao despertar em seus filhos 0 gosto pela leitura Imitativa por

natureza a crian98 encontra na familia a maior incentivo para a leitura (1986 p

03)

Assim e delegada a escola a responsabilidade de introduzir a crianca no

mundo dos livros Cabe a escola desenvolver a cantata com as livros que deve ser

iniciada a mais cedo passivel nao 56 pelo manuseio cama tambem pela hist6ria

contada pela conversa au pelos jogos ritmicos no sentido de fazer a crianca amar a

leitura

Esse contato inicial deve ser pautado pela conquista e nao pela imposiyao

o leitor infantI au a infanto-juvenil ao adquirir 0 905tO pela leitura estara

22

visitando urn mundo novo adquirindo conhecimento e aprimorando seu processo

comunicativo

Assim a literatura infantil como toda a obra de arte exerce uma influemcia

pedag6gica sobre 0 individuo quer pela contribuitao na forma9ao do seu

pensamento quer pelos modelos que apresenta Essa funtao pedag6gica tem

importancia unica jil que a contata com a literatura maida a mente e 0 cora9Ao da

crian98 Assim a literatura infantil tern uma finalidade primckia e fundamental que e a

de promover na crian~ 0 gosto pela beleza da palavra 0 deleite perante a cria9ao

de mundos de ficcao

Para alem dista tern ainda a fun980 de arraigar as palavras no mundo

magico da crian~ permitindo-Ihe nlio s6 entende-Ias e usa-las como tambem

goza-Ias e desfruta-Ias no contexto da imaginataomiddot (WORNICOV WAGNER

RUSSOMANO EWEBER 1986 p 04)

MLer as figuras imaginar a hist6ria e desenvolver mental mente urn emado

s~o atividades que poderiam S8r desenvolvidas na educayao infant A escola

dedica ainda pouco tempo para a laitura e a interpreta~o e masmo para a

produtao de textos Mesmo que nao possuindo ainda a capacidade da escrita deve

- S8 compreender que 0 gosto pela leitura it tambem adquirido pelo simples

manuseio de um livro

Neste sentido vale ressaltar as colocalt6esde Orlandi (1987) que distingue

tres tipos de discurso 0 ludico 0 polemico e 0 autaritaria E dentre os diferentes

tipos de discurso autoritario que encontramos 0 discurso pedag6gico que aqui

interessa na medida em que ele tern responsabilidade marcante na atividade que

engloba 0 processo de ensina de leitura no primeiro grau

Este discurso esla a servivo da escola e esta a serviVOde uma ideologia

23

que contribui para dificultar a encontro do saber institucionalizado com as classes

menes favorecidas Isto ocorre porque 0 professor detem 0 saber e trabalha muitas

vezes sem perceber au ate para mostrar poder mascarando 0 tempo todo

afirmando que a aluno tarnham pade dizer 0 que pensa pode opinar pode sugerir

etc e na realidade nao acontece essa pratica a 0 que sa v~ e uma liberdade

vigiada

Sendo 0 professor 0 dono do saber torna-se modelo leitor por excel~ncia

ficando 0 aluno muitas vezes impossihilitado de pensar de refletir e de criar as

pr6prias condicaes de producao

Dessa forma acontece a leitura que 0 autor citado chama de parafrastica ou

seja a raproducao do sentido que 0 autor da ao texto ao contrario da poliss~mica

que se defina pelos multiplos sentidos que ao texto podem ser atribuidos

De acordo com Wornicov Wagner Russomano e Weber

obras especialmenle escntas para crian((CIsmuitas vezes recebem suarejeiyao outras como Robinson Cru50~ de Daniel DefOe Contes de rnamere Ioye de Charles Perrault ou Visgens de Gulliver de Jonathan Swiftnao originalmente destinado aD publico infantrJ foram incorporadas aoacervo de livros para a inftlncia (1988 p 05)

Ainda segundo as autoras e a aceitacao da obra por parte da crian~ que

determina a sua adequacao 80 publico infantil ou n~o ou seja e a crian~ que deve

encontrar na obra seus interesses a unica adaptacao e com refer~ncia ao

conhecimento e limitacentes da crianya As obras literarias infantis devem ser mais do

que instrumentos para proporcionar hist6ria ou induzir a fantasia como toda a obra

de arte exercem uma influencia pedag6gica sobre a individua quer pel a

contribui~o na forma9ilo do seu pensamenta quer pel os modelos que apresenta

Essa funcao pedag6gica tem importancia unica ja que 0 contato com a

literatura desperta na crianya a seu imaginario Assim a literatura infantil tern urna

24

finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a

beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm

dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya

permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las

no contexto da imagina9ilo

Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel

afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida

do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade

inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade

promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao

Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que

ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser

(1986 p 07)

A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da

crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a

crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0

aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a

escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua

com os livros

Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que

em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)

o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao

sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese

classifica96es devem ser respeitadas e entendidas

Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista

que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a

crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam

ocupam a centro de seus interesses

Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as

estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de

capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas

em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas

hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de

encantamenta

Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das

modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua

imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia

A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au

varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que

rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade

ludica e magica em que vive a crianca

Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou

hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0

seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um

temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa

2S

26

Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das

crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a

socializaltao

Para Froebel

a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)

Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento

para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais

adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a

socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)

Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e

preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera

explicitada a seguir

31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA

A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana

atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no

mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras

Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn

mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo

e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a

crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente

nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente

ausente em animais

27

A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~

em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala

mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos

A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo

porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do

jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da

crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa

submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo

muito diferente

Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de

desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento

habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa

ala fosse maior do que e na realidade

Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o

a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo

pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que

sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz

em sua totalidade bio-psico-social-educacional

E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de

enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e

sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que

ajudam para 0 seu desenvolvimento global

Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais

independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as

28

espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar

inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha

limites e e importante que n~o superestime sues capacidades

o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive

despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao

respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses

valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos

de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a

desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser

multo bern aprimoradas no pre-escolar

A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo

as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em

sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida

A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento

entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0

saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de

reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade

o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao

das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre

para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e

individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa

movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade

ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios

interesses pessoais no desenvolvimento das atividades

29

Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-

escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu

simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras

crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos

As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque

nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas

Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia

de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de

adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e

imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem

o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna

retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de

seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0

habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)

Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos

importantes para aqueles que trabalham com a educaylio

A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada

para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica

30

4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR

Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto

a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern

proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya

retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e

reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a

compreensao do texto par parte da crianya

o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que

ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente

com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0

que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)

A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse

despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao

imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario

Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua

subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia

narrativa

Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer

ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)

31

Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar

divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar

na crianca a g05tO pela literatura

Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU

contaram uma hist6ria

Na 6ptica de Tahan

a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)

E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o

infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento

onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo

Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0

ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos

1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito

2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como

li~o advertlmcia ou canselha

3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas

ou ate masma calculos e fra90es

4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos

5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate

masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco

mental

32

o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias

desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil

enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim

a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)

AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica

para a realizayllo de projetos

Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a

alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas

dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado

e se estao todos proximos suficientes do narrador

A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0

narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e

adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para

narrar historias

Segundo Tahan

Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)

Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as

crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer

Tahan informa

33

os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)

Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e

segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas

pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em

cantata com as criantyas

o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn

texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a

historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta

o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao

socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern

pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que

Ihe eram contadas

Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque

a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)

o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a

escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de

ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo

Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para

poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto

professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco

34

Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur

normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a

participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando

gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com

abras especificas para cada idade das criancas

Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica

e 3 ate 6 anas fase magica

Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn

enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa

integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias

que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza

(humanizadas)

Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a

repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas

outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes

Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras

grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com

certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por

genero

No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes

iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras

Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os

circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)

35

A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os

g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0

romance a novela 0 conto 0 drama etc

Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se

dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a

palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que

empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao

Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou

escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis

tenhamos ou n~o consciencia delas

Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua

peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como

A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna

sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral

o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex

objetos elementos da natureza

A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e

anirnais com urn ensinamento moral

o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre

ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo

A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a

historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas

Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da

magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias

precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais

36

Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre

as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem

Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa

pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a

des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no

processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi

incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario

o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de

informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e

ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de

educa~o

Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e

a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a

narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como

placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis

Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais

principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais

detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no

futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando

com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar

recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos

Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios

dependendo de cada circunstimcia

37

Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel

de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante

Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-

leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a

crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim

gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da

linguagem

Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e

sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a

comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80

livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem

atraves do ludico

Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos

devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au

dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias

o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar

as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a

que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a

compreens~o par parte da crianca

Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram

nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das

maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo

que a rodeia

38

JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)

Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia

essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as

maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a

brincadeira a aprendizado se instala

Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem

basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias

as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para

este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele

que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da

prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade

adulta

A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande

destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca

neste genero litera rio

Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil

devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao

de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar

qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar

deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor

deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure

39

Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido

no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto

pedagogico

Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8

livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com

suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada

Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de

contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta

algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em

conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos

objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a

redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos

de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar

A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os

aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da

participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura

e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da

utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas

41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS

411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos

Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu

surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam

utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a

40

funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas

delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)

bull Boneca contador de hist6rias

As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia

jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-

linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de

pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de

serem proferidos rapidamente)

As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das

mais tfmidas

bull Cria~Ao de final de historia

A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando

pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona

iniciada pel a educadora

o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em

papel

bull Errando as hist6rias

Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas

par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais

ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos

pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam

preocupa~o maior com 0 significado)

Chuva e sol casamento de espanhol

Chuva e sol casamento de caracol

41

bull Fantoches

A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as

crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com

cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas

mas mas manuseando as personagens

bull Gravuras

Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai

apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada

bull Jogo de contar hist6rias

Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos

escralem ou ilustram a hist6ria

a Parlendas e gestos

b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com

as dedas batendo as pes ou as maos etc

c Quadrinhos

d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que

fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por

favor etc

bull Dobraduras

A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas

podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e

ouvindo a magica transformayao do papsl

As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam

a dobradura

Ex dobradura depois recitam

Pinto

o pinto pia

A pipa pinga

Pinga a pipa

a pinto pia

Pinto pia

Pipa pinga

Quanta mais

o pinto pia

Mais a pipa pinga

42

bull Tecnicas de narrativas

Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na

sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil

baseado na autora Susatto (2004)

43

o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter

em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente

aos personagens e aos seus estados e animas

Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam

nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es

segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das

condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto

Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do

abandono dos pais

E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas

narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida

real

Segundo Busatto

Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)

Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser

usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador

reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam

imagens)

U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do

castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim

Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que

se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90

com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da

44

dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus

elementos

DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc

Pianos - altura do movimento

Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic

Forra - intensidade empregado no movimento

Tempo - velocidade com que a movimento e executado

Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo

Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem

preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve

sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de

alunos

45

5 CONSIDERAyOES FINAlS

Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias

tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil

ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes

Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das

transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e

aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem

constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0

conhecimento

A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim

educar para a formayao de cidadaos

No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter

essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para

despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao

magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode

proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa

atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca

passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes

tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor

de seus direitos e deveres como cidadao

A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn

facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do

processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e

participativa

46

Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em

mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir

para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO

pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna

imposicao

o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a

contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a

utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par

leitura

Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da

Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente

com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico

A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que

oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir

para a constru~o de sua autonomia

o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada

pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do

professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no

ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura

Bruner afirma que

e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

48

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RESUMO

Esta monografia e 0 resultado de urn estudo te6ricG baseado em autores quebuscam analisar e identificar 0 processo de construltao da literatura na vida dacrianya 0 abjetivo desta pesquisa e mostrar a importilncia na avao dos professoresda Educayao Infantil em unirtecnicas de leitura e atividades ludicas com as livros naconstrultao de suas aulas incentivando 0 interesse da crianya pelo mundo da leiturae dos mais diversos generos literarios Para tanto busca identificar de que forma asprofessores podem trabalhar com as ]ivros de rnaneira Judica tenta verificar S9 eSSB

forma de utilizar as livros proporciona a interesse e 0 despertar pel a laitura efinal mente sugare urna metodologia que permita a desenvolvimento da crianyautilizando a literatura recreativa 0 estuda permite discutir que e imprescindivel acompreensaa de que 0 hjdico deve ser uma atividade essencial para a crian~ pOisdesenvolve a capacidade de simbolizayao deslocando sua realidade para a brincarNeste contexta a integra~o com os livros e primordial pais a cantata direto com 0abjeto favorece a rela~a despertanda na crianya a interesse e a prazer pela leituraComo fonte utiliza a pesquisa bibliognjfica que permitiu a revisao da literaturadesvelanda assim 0 conhecimento de algumas obras que foram feltas sobre astaassunto Este estudo e relevante porque mostrou que a utilizayljo de tecnicas denarrativa e atlvidades ludicas por parte dos prafessores desperta a interesse dacrian~ pela leitura

Palavras - chave educayao infantil livra ludico tecnicas de narrativa

1INTRODUCAO

Este trabalho surgiu a partir do interesse passoal da autera par leitura e par

perceber que durante as estagios realizados nas escolas no periodo destes quatro

anos do curso de Pedagogia a leitura e tratada de mane ira desvalonzada sando

colocada em momentos de recrea~o ou para preencher 0 tempo da aula

Essas observat6es provocaram urn questionamento que S8 formalizou

como a problematica do estudo A utilizayao de tecnicas narrativas e de atividades

ludicas desperta 0 interesse na crian9CIpela leitura

Nesta perspectiva 0 objetivo deste estudo e analisar de que maneira as

professores da Educa~o Infantil podem unir tecnicas de leitura e atividades ludicas

com as livros na construyao de suas aulas incentivando 0 interesse da crianca palo

mundo da leitura e dos mais diversos g~neros literarios Para atingir este objetivo

visa identificar de que forma 0 professor pode trabalhar com os livros de maneira

ludica verificar se essa forma de utilizar esses Ilvros proporciona 0 interesse e 0

despertar pela leltura Sugerindo na sequencia uma metodologia que permita 0

desenvolvlmento psicol6gico motor afetivo e criativo da crianca proporcionado

atraves da explora~o de jogos brincadeiras e imaginaao 0 desperlar pela leitura

o metodo escolhido para 0 estudo foi 0 de pesquisa bibliogjfica e

descritiva porque ahsectm de explicar 0 objeto a partir de referencias te6ricas ja

publicadas em livros e documentos permite ao pesquisador observar registrar

analisar e correlacionar os fatos ja existentes sem manipula-Ios Segundo Volpato

(2000) a pesquisa bibliogrilfica levantamento bibliografico ou revisao da literatura euma das etapas da investiga~ cientifica Significa tomar posse do conhecimento

do que ja loi produzido a respeito do assunto ou seja ter acesso a esse

10

conhecimento requer a reviseD da literatura Assim depois de identificar 0 assunto

devern-s8 escolher as fantes mais adequadas a pesquisa

Para WINTER e SALLES (1997 p17) s metodologia cientifica preconiza

urna serie de regras atraves das quais 0 conhecimento dave sar obtido Dassa

forma 0 metoda cientffrco sa concretiza nas diversas etapas que devem sar

adotadas para solucionar urn problema Par Dutro lado na busca dessa solugao a

pesquisa bibliografica e descritiva pade assumir diversas formas descrevendo como

examplo as caracteristicas propriedades au relacentes existentes na comunidade

grupo ou realidade pesquisada

Evidenciando a metodologia utilizada faz-sa necessaria demonstrar que

esta estudo divide-se em seis capitulos que sa apresentam da seguinte maneira

o segundo capitulo apresenta a fundamenta9ao te6rica abordando tapicos

como a literatura infantil na Hist6ria

o terceiro capitulo aborda a relacao entre a crianca 0 ludico e a livro e

tambem a existencia da brincadeira na Oianca

o quarto capitulo narrativa cantar e encantar enfoca 0 cantar hist6rias e

sua contextualizalt1io academica apresenta sugestoes para atividades llidicas com

criancas de 2 a 4 anos

Logo apas apresenta as cansideragCies finais desse estudo que permitiu a

autora apropriar-se de tecnicas que poderao auxiliar a a~o pedag6gica cotidiana

do professor da Educacao Infantil contribuindo assim para a novo fazer

pedag6gica urna proposta que pretende contribuir com 0 desenvolvimento da

crianqa utilizando a literatura recreativa e dirigida com seus diversos generos

literarios

II

2 FUNDAMENTAQAO TEQRICA

21 A LlTERATURA INFANTIL NA HIST6RIA

Com base na analise da leitura de alguns autores e passivel afirmar que

na sociedade antiga nao havia a infancia nenhum espaco separado do mundo

adulto As criancyas trabalhavam e viviam junto com as adultos testemunhavam as

processos natura is da exist~ncia (ZILBERMAN 1998 p 44)

Assim 56 par volta do seculo XVlll a infimcia passa a ser vista de forma

mais valorizada devido as mudancas sociais econ6micas e politicas da sociedade

E passlvel identificar dessa maneira as primeiras mudanyas significativas nas

atitudes das familias em relayao as crianyas pequenas que inicialmente erarn

educadas em casa no casa das meninas que neste periodo aprendiam as afazeres

domesticos Ja as meninos aos sete anos eram mandados para as mosteiros para

serem educados pelos padres

Surgem entao os primeiros pensadores da eduea~o infantil onde podemos

destaear Jean Jacques Rousseau que apesar de nao ser urn edueador delineou 0

campo da pedagogia com suas ideias

Em sua obra 0 Emilio au da EduC8JO (ROUSSEAU 1990 p 32) pode-s9

observar 0 pensamento desse autor que atraves dos relatas da educayao de um

jovem evidencia que a sua forma~a deveria sar voltada aos interesses da crianca

pois essa possui suas caracteristicas proprias suas ideias e seus interesses assirn

a crian9C3 nao poderia ser vista como urn adulto em miniatura Rosseau (1990)

considerava cada fase da crianca com suas earacteristicas e propriedades

Para Rousseau (1990) a educayao n~o vem apenas de fora e sim da

expressao livre da crian~ em seu dia-a-dia com a natureza com isto propos

12

Irabalhar com as brinquedos a agricultura a esporte inslrumenlos de olicios

variados canto e Qutros mais

Para Rousseau

nascemos fracos precisamos de forya nascemo5 desprovidos de tudotemos necessidades de 8ssisl~ncia nascemos eshipidos precisamos dejuizo Tudo 0 que nlio temos ao naseer e de que prccisamos adultos enosdado pela educayao EsSlil educac30 nos vern da natureza au dos homensou das coisas 0 desenvolvimento e a educacaodos homens e 0 ganho danossa propria experi~nciasabre 0$ objetos que nos afetam e a educacAodas coisas (1990 p 11)

Para 0 autor a principal finalidade da educacao era ensinar a criancaa viver

exercendo sua liberdade educar 0 atuno para sar urn homern suas ideias

influenciam varias correntes pedag6gicas ate as dias de hoje

Aries (1981) lambem evidencia que a inffmcia ale a seculo XVII n~o era

Iralada de forma diferenciada as crianls assim como para Rousseau (1990) eram

tidas como adultos em miniatura 0 autor relata que nas sociedades tradicionais a

crian~ encontrava-se misturada ao mundo adulto com intensas trocas afetivas fora

da familia e de onde colhia suas aprendizagens 0 seculo XVIII conludo

leslemunharia mudancasna anliga ordem (ARIES 1981 p78)

Com a ascensao da burguesia e na medida em que a sociedade se

industrializava e se modernizava mediante a aquisi~o de novos recursos

tecnologicos a crianca e a familia assumem urn novo lugar A familia tornou-se 0

lugar de afei~o necessaria entre os c6njuges que se exprimiu sobretudo atraves

da importancia alribuida it crianl e a sua educacao(ARIES 1981 p79)

Nesse contexto surge uma nova pedagogia que passa a exigir uma

literatura infantil com uma didatica mais apropriada onde haja incentivo com rela~o

a crialividade da crianl Zilberman (1998) deslaca que a partir desle panorama eque emerge a literatura infantil com as adaptac6esdos classicos e dos contos de

13

fadas Informa que primitivamente os contos folcl6ricos colecionados pelos Irmaos

Grimm e Qutros nao eram fabulosos nem restritos a uma certa ida de

(ZILBERMAN 1998 P 45)

Conforme Zilberman (1998) os contos de fada eram contados por e para

adultos par uma classe mais baixa da sociedade as obras dos irmaos Grimm nao

eram restritas as crian9GIscontava situa95es da vida das classes inferiores fazendo

a conexao com a vida social e a magia do conto tudo e retratado de uma maneira

simb6lica as personagens nao sao percebidos como seres vivos assim com 0

surgimento da nova pedagogia estas obras fcram adaptadas para as jovens

(ZILBERMAN 1998 P 45)

Quem traduziu no Brasil e adaptou as obras dos autores cJassicos para a

juventude foi Carl Jansem Ate en tao nao se aproveitava a tradi9gtio folclorica do

Brasil na constitui9gtio de textos juvenis (ZILBERMAN 1998)

Segundo Cadermartori (1994) a literatura infantil brasileira inicia sob a

egide de urn dos nossos mais destacados inteJectuais Monteiro Lobato

Segundo Zilberman

Monteiro Lobato fllla 0 rompimenlo com 0 clrculo da dependencia dosp~drOes Europeus em sua obra 0 Sitio do Pica Pau Amarelo ele criapersonagens nacionais e a obra vai de um contexto real 0 sitio a umimaginano como 0 reino das aguas passui os personagens tictitios Emiliavisconde e os reeis Pedrtnho nartzinho os folcJ6ricos saci os personagensda mitologia classica como Minotauro dentre outros os magicos com 0burro falanleOs aspectos sociais sao mantidos atraves de personagens(lOmo 0 jeca tatu onde 0 nive social e cuttural t diferente dos personagensprincipais representados por pessoQs reais como a av6 Dona Benta (1 Q96p54)

Monteiro Lobato criou a literatura nacional em um contexte de cenarios

personagens e sugestoes folcloricas que n~o podem ser seguidos por nenhum

14

uma carreira de sucessa com seus livros infantis dentre estes Ana Maria Machado

e Ruth Rocha

A literatura infantil dave continuar a sar produzida cuidando para nao haver

uma c6pia do genera utilizado par Monteiro Lobato devendo com isso transpor

fronteiras sando uma literatura composta par uma abordagem rica criativa e didatica

mas fica evidente 0 quanta e diffcil identificar e criar livros infantis de excelente

quaJidade (ZILBERMAN1998)

Assim cabe agora referir ao desenvolvimento da literatura em rela~o ao

Referencial Curricular Nacional (RCN1998)

22 DESENVOLVIMENTO DA L1TERATURA

Com base na leitura do referencial curricular para a educa~o infantil no

capitulo destinado a linguagem e a escrita as crianyas e as praticas de leitura tern

urn grande valor em si masma nao sando necessaria atividades subsequentes

como 0 desenho dos personagens a resposta de perguntas sabre a leitura

dramatiza9iio das historias etc (RCN1998)

A leitura comeya muito cedo na vida do individua ista e a crian9B ja faz a

leitura extralingOistica do seu mundo antes de ir a escola Do ponto de vista

linguistico a conceito de leitura adquire diferentes mudanyas

Segundo Kleiman (1995) a leitura e um processo que vai se definindo

progressivamente a partir da intera980 entre 0 texta e a leitor Nessa processo 0

professor anquanto orientadar vai definindo tarefas progressivas mais complexas e

aos paucos a crianya vai fazendo as retomadas necessarias para compreender 0

texto

15

As instituiyOesde Educayao Infantil podem resgatar a repert6rio de historias

que as criancas ouvem em casa enos ambientes que freqOentam urna vez que

eSS8S hist6rias S9 constituem em rica fonte de informacentes sabre as diversas formas

culturais construindo da sensibilidade das crian9Bs

A aprendizagem da leitura e fundamental para que 0 individuo possa

entender 0 mundo que a cerca bern como S9 posicionar de forma critica diante da

realidade

Segundo Ferrero (1987) muito antes de serem capazes de ler ou escrever

nc sentido convencional do terma as crianyas tentam interpretar as textes com as

quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetiza~o paiS ela na fase da

pre-escola ja faz a sua leitura do mundo

De acordo com 0 pensamento de Lemos (1978) a linguagem oral conta

com recursos diversos timbre de voz entonayao ge5t05 expressao facial contexto

e contato direto com 0 receptor que pade interferir au fazar fluir urn referente na

linguagem escrita 0 qual nem sempre e feito As diverses instituiyaes concebem a

linguagem e a maneira como as criany8s aprendem de modo bastante diferentes

-Na linguagem oral 0 locutor e a interlocutor exercem juntos as funyaes reguladora

organizadora e ativadora dos textos responsaveis pela sua estrutura tessitura au

coeso (LEMOS 1978 p 45)

Na 6tica de Bakhtin (1988) 0 livro isto e 0 ato de fala impresso constitui

igualmente um elemento da comunicayao verbal Ele e objeto de discussoes ativas

sob a forma de dialogo 8 alem disso e feito para ser aprendido de maneira ativa

para ser estudado a fundo comentando e criticando no quadro do discurso interior

sem contar as relac6es impressas institucionalizadas que S8 encontram nas

diferentes esferas da comunicayao verbal

16

Bakhtin (1988) explica que a leitura tem side motivo de estudos de muitos

especialistas preocupados em verificar como S9 dil a partir de visualizacao de

simbolo gn3fico 0 entendimento total de urn texto 0 eutor verificou que a processo

de leitura S8 fez atraves de Ires etapas a primeira ocorre com 0 reconhecimento do

que esta escrito a segunda e a de compreensao atraves de interferencias e

formulacao de hip6teses e a terceira etape ocorr9 a interpreta~o propria mente dite

po is 0 lei tor mantem dialogicidade com 0 texto

Bakhtin informa que a laitura e como urn momento de criatividade no qual 0

leitor necessita reconhecer e aeionar as conhecimentos que ja tern para adquirir

noves e julga-Ios de forma critica Assim a laitura de hist6rias e urn momento em

que a crian~ pode conhecer a forma de viver pensar agir e 0 universo de valores

costumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares

que nao 0 seu (ReN 1998)

Assim desenvolver a leitura no aluno a funcao da escola que deve

respaitar a laitura de mundo que ale traz a partir de suas experiencias sociais ou

seja sua intera~o com outros individuos e com varias inforrnacentes veiculadas palos

meios de comunicacao de massas principalmente a televis~o

Para melhor compreensao dessa afirmativa Ferreiro e Teberosky (1986)

explicam que a sujeito que conhecemos atravas da teoria de Piaget e urn sujeito

que procura atividade de compreender a mundo que 0 rodeia e trata de resolver as

integra90es que esse mundo provoca ~ urn sujeito que aprende basicamente

atravas de suas proprias categorias de pensamento aD masmo tempo em que

organiza seu mundo

Segundo Ferreiro (1987) muito antes de serem capazes de ler au escrever

no sentido convencional do termo as criancas tantam interpretar as textos com os

17

quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetizacao pais ela na fase

pre-escolar ja faz a sua leitura do mundo

Verifica~se nessas leituras que a crianya dave sar urn agente ativa e

determinado no seu desenvoJvimento conforme Kleiman (1995) a leitura e urn

processo que vai definindo progressivamente a relaao texto e leitor e e no

ambiente alfabetizador que a crian98 tem a oportunidade de agir em liberdade para

aprender e desenvolver seus conceitos cognitivos e afetivos

Como conceito de literatura atualmente as dicionarios apresentam as

seguintes sentidos conjunto de obras que versam sabre temas especificos literatura

policial Iiteratura picaresC8 literatura de terror

A literatura na 6tica de Ferreiro

e a representa~o de urna visao do mundo slem de uma tarnada deposiyAo diante dele Tal posicionamento centraliza lIssim suas atenyOesno criador de literatura e ns imita~o da natureza compreendida comoc6pia ou reproduQAoA linguagem e vista como mero ve[culo dessacomunicacao(1987 p 56)

De posse dos conceitos sabre literatura e necessaria cempreender seu

vinculo com a crianca e 0 hJdico A palavra ludice vern do latim ludus e significa

brincar Segundo Rojas (1991) neste brincar estao inclufdos os jogos brinquedos e

divertimentos A funcao educativa do joga permite a aprendizagem do individua seu

conhecimento e sua interpretacao de mundo Por meio da brincadeira a crianca

envolve-se no jogo e sente a necessidade de partilhar com a outro Assim brincando

e jogando ela tera oportunidade de desenvolver capacidades indispensaveis a sua

vida futura

A autora afirma que atraves do jogo de papais a crian98 lida com experi~ncias

que ainda n~o consegue realizar no mundo real

Para Rojas

o brinquedo e a essMcia da infQnciae seu usa permite urn trabalhopedag6gico Que possibilita a produ9fio do conhecimento e tambem aestimula~o da afetividade na crianta A crtan9lJ estabelece com 0

18

brinquedo uma relaltao natural e consegue extravasar suas angostias epaixOes SUDS slegrias e tristezBS suas agressividade5 e passividade(1991 pS)

Dando continuidade a importancia do udico na vida da crian98 0 pr6ximo

capitulo discorre sabre a complexa rela9lo entre a leitura e a trabalho pedag6gico

que incentiva au nao 0 vinculo com a literatura

19

3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA

Na vis~o de Klein e Schafaschek (1990) a processo pedagogico consiste na

transmissao do conhecimento de sua hist6ria assim sera mostrado 0 movimento

historico da linguagem oral e escrita

A linguagem e a consci~ncja sao resultados da ayAo coletiva que as

homens desenvolveram

Segundo Bakhtin

e a linguagem portanto enquanto possibilidade de representa~o logo deabslratao e generalizacAo das caracteristicas do mundo exterior quepossibilila a passagem da con5Ci~ndasensivel a conscilncia racional daoperaylo com objetos concretos com conceitos au representaffOes (1988p32)

Passa~se entaD para uma representayao da linguagem escrita Assim 0

processo da alfabetizacao dave tar reconhecimento do texto oral e escrito e

compreende seu total entendimento Ler nao e somente decifrar simbolos graficos

mas buscar a compreensao das mensagens contidas em suas linhas e entrelinhas

Segundo Cunha (1997) a adulto nao tem a habito de ler e coloca em

diversas situavoos suas justjficativas para 0 pouco tempo que disponibiliza para a

leltura ou seja essa suposi~o de que a crian~ nao se interessa pelo livra e

apenas a refiexo do proprio desinteresse do adulto par tal objeto (CUNHA 1997 p

48)

Nesse contexto a partjcipayao do professor e importante pois este sera 0

mediador entre a crian98 e 0 conhecimento facilitando 0 processo de aquisj~o da

cultura Dai a ideia de que a produ91ioda linguagem oral e escrita e resultado de

um esforyo de produ91iodos homens e desenvolveu-se atraves da necessidade da

mediayiio de um professor

20

Dentro desta perspectiva tem-se re18980 do adulto com a criany8 que

segundo Cunha (1997) e nessa perspectiva a leitura e colocada como mais uma

imposiyao A ideia de que a leitura vai fazer bem a crianya ou ao jOllem leva - nos a

obriga-Ios a ler como Ihes impomos a colher de remedio a injecl)a a escova de

dente a escola (CUNHA 1997 P 51)

Na perspective de Cunha a leitura nao deve ser imposta 0 905tO pel a

leitura deve ser desenvolvido E necessario que sejam obedecidas as fases de

interesse da criama quanta a leitura apresentadas abaixo

Na primeira fase de aquisicao palo g05tO da leitura delem ser

apresentados a crianB livros de gravuras e dos versos infantis (de 2 a 5 ou 6 anos)

E a fase de egocentrismo em que a crianya faz pouca distin9Bo entre a mundo

externo e 0 interno

Ja a idade entre 5 a 8 ou 9 anos caracteriza-se como a idade do Conto de

Fadas De posse de urna mentalidade magica 0 leitor vai buscar nos contos de

fadas lendas mitos e fabulas a simbologia necessaria a elabora~o de suas

viv~ncias

Partindo para a pre-adolesc(mcia e a idade da Historia ambiental e da

leitura Factual (9 a 12 anos) E a fase intermediaria em que persistem vestfgios do

pensamento magico mas a crianya comeya a orientar-se rna is para a real Via de

regra 0 leitar escolhe neste perfodo historias que Ihe apresentam 0 mundo como

ele e Atraves da percep9iio magica de determinado personagem

Dos 12 a 14 anos considera-se a idade da Historia de Aventuras ou fase de

leitura Psicol6gica orientada para as sensac6es E a perfodo da pre-adolescemcia

em que 0 conhecimento da propria personalidade e 0 desenvolvimento dos

precesses agressives ativam a vivlmcia social e a forma9iio de grupos

21

Nos anos de maturidade ou desenvolvimento da esfera Iitero-8stetica de

leitura (14 a 17 anas) ha a curiosidade pelo descobrimento 0 mundo interior e do

mundo dos valores 0 adolescente parte para a hierarquiza~o dos conceitos e a

organizatao de seu universo Aventuras de conteudo intelectual viagens romances

hist6ricos e biograficos historias de amor literatura engajada e temas relacionados

com as interesses Yocacionais v~o ajuda-Io a orientar-se e estruturar-se como

adullo

A questao mais discutida a raspaito de literatura asta relacionada ao fato de

que as jovens e as crianyas nao h~emmuitos s~o as argumentos como a falta de

condiyao financeira de comprar livre 0 pcuco habito de se frequentar a biblioteca os

atrativos e facilidades do computador e da televisao a falta do Mbito dos pais em

lerem entre Qutras causas Mas pode-se considerar como urn grande problema a

falta de habito de leitura nos pais

As autoras Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que middotpais que

nao leem nao poderao despertar em seus filhos 0 gosto pela leitura Imitativa por

natureza a crian98 encontra na familia a maior incentivo para a leitura (1986 p

03)

Assim e delegada a escola a responsabilidade de introduzir a crianca no

mundo dos livros Cabe a escola desenvolver a cantata com as livros que deve ser

iniciada a mais cedo passivel nao 56 pelo manuseio cama tambem pela hist6ria

contada pela conversa au pelos jogos ritmicos no sentido de fazer a crianca amar a

leitura

Esse contato inicial deve ser pautado pela conquista e nao pela imposiyao

o leitor infantI au a infanto-juvenil ao adquirir 0 905tO pela leitura estara

22

visitando urn mundo novo adquirindo conhecimento e aprimorando seu processo

comunicativo

Assim a literatura infantil como toda a obra de arte exerce uma influemcia

pedag6gica sobre 0 individuo quer pela contribuitao na forma9ao do seu

pensamento quer pelos modelos que apresenta Essa funtao pedag6gica tem

importancia unica jil que a contata com a literatura maida a mente e 0 cora9Ao da

crian98 Assim a literatura infantil tern uma finalidade primckia e fundamental que e a

de promover na crian~ 0 gosto pela beleza da palavra 0 deleite perante a cria9ao

de mundos de ficcao

Para alem dista tern ainda a fun980 de arraigar as palavras no mundo

magico da crian~ permitindo-Ihe nlio s6 entende-Ias e usa-las como tambem

goza-Ias e desfruta-Ias no contexto da imaginataomiddot (WORNICOV WAGNER

RUSSOMANO EWEBER 1986 p 04)

MLer as figuras imaginar a hist6ria e desenvolver mental mente urn emado

s~o atividades que poderiam S8r desenvolvidas na educayao infant A escola

dedica ainda pouco tempo para a laitura e a interpreta~o e masmo para a

produtao de textos Mesmo que nao possuindo ainda a capacidade da escrita deve

- S8 compreender que 0 gosto pela leitura it tambem adquirido pelo simples

manuseio de um livro

Neste sentido vale ressaltar as colocalt6esde Orlandi (1987) que distingue

tres tipos de discurso 0 ludico 0 polemico e 0 autaritaria E dentre os diferentes

tipos de discurso autoritario que encontramos 0 discurso pedag6gico que aqui

interessa na medida em que ele tern responsabilidade marcante na atividade que

engloba 0 processo de ensina de leitura no primeiro grau

Este discurso esla a servivo da escola e esta a serviVOde uma ideologia

23

que contribui para dificultar a encontro do saber institucionalizado com as classes

menes favorecidas Isto ocorre porque 0 professor detem 0 saber e trabalha muitas

vezes sem perceber au ate para mostrar poder mascarando 0 tempo todo

afirmando que a aluno tarnham pade dizer 0 que pensa pode opinar pode sugerir

etc e na realidade nao acontece essa pratica a 0 que sa v~ e uma liberdade

vigiada

Sendo 0 professor 0 dono do saber torna-se modelo leitor por excel~ncia

ficando 0 aluno muitas vezes impossihilitado de pensar de refletir e de criar as

pr6prias condicaes de producao

Dessa forma acontece a leitura que 0 autor citado chama de parafrastica ou

seja a raproducao do sentido que 0 autor da ao texto ao contrario da poliss~mica

que se defina pelos multiplos sentidos que ao texto podem ser atribuidos

De acordo com Wornicov Wagner Russomano e Weber

obras especialmenle escntas para crian((CIsmuitas vezes recebem suarejeiyao outras como Robinson Cru50~ de Daniel DefOe Contes de rnamere Ioye de Charles Perrault ou Visgens de Gulliver de Jonathan Swiftnao originalmente destinado aD publico infantrJ foram incorporadas aoacervo de livros para a inftlncia (1988 p 05)

Ainda segundo as autoras e a aceitacao da obra por parte da crian~ que

determina a sua adequacao 80 publico infantil ou n~o ou seja e a crian~ que deve

encontrar na obra seus interesses a unica adaptacao e com refer~ncia ao

conhecimento e limitacentes da crianya As obras literarias infantis devem ser mais do

que instrumentos para proporcionar hist6ria ou induzir a fantasia como toda a obra

de arte exercem uma influencia pedag6gica sobre a individua quer pel a

contribui~o na forma9ilo do seu pensamenta quer pel os modelos que apresenta

Essa funcao pedag6gica tem importancia unica ja que 0 contato com a

literatura desperta na crianya a seu imaginario Assim a literatura infantil tern urna

24

finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a

beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm

dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya

permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las

no contexto da imagina9ilo

Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel

afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida

do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade

inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade

promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao

Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que

ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser

(1986 p 07)

A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da

crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a

crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0

aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a

escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua

com os livros

Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que

em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)

o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao

sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese

classifica96es devem ser respeitadas e entendidas

Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista

que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a

crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam

ocupam a centro de seus interesses

Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as

estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de

capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas

em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas

hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de

encantamenta

Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das

modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua

imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia

A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au

varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que

rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade

ludica e magica em que vive a crianca

Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou

hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0

seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um

temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa

2S

26

Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das

crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a

socializaltao

Para Froebel

a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)

Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento

para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais

adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a

socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)

Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e

preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera

explicitada a seguir

31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA

A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana

atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no

mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras

Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn

mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo

e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a

crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente

nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente

ausente em animais

27

A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~

em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala

mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos

A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo

porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do

jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da

crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa

submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo

muito diferente

Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de

desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento

habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa

ala fosse maior do que e na realidade

Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o

a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo

pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que

sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz

em sua totalidade bio-psico-social-educacional

E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de

enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e

sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que

ajudam para 0 seu desenvolvimento global

Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais

independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as

28

espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar

inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha

limites e e importante que n~o superestime sues capacidades

o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive

despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao

respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses

valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos

de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a

desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser

multo bern aprimoradas no pre-escolar

A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo

as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em

sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida

A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento

entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0

saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de

reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade

o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao

das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre

para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e

individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa

movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade

ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios

interesses pessoais no desenvolvimento das atividades

29

Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-

escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu

simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras

crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos

As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque

nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas

Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia

de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de

adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e

imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem

o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna

retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de

seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0

habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)

Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos

importantes para aqueles que trabalham com a educaylio

A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada

para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica

30

4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR

Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto

a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern

proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya

retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e

reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a

compreensao do texto par parte da crianya

o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que

ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente

com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0

que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)

A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse

despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao

imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario

Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua

subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia

narrativa

Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer

ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)

31

Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar

divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar

na crianca a g05tO pela literatura

Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU

contaram uma hist6ria

Na 6ptica de Tahan

a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)

E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o

infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento

onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo

Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0

ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos

1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito

2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como

li~o advertlmcia ou canselha

3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas

ou ate masma calculos e fra90es

4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos

5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate

masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco

mental

32

o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias

desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil

enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim

a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)

AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica

para a realizayllo de projetos

Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a

alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas

dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado

e se estao todos proximos suficientes do narrador

A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0

narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e

adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para

narrar historias

Segundo Tahan

Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)

Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as

crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer

Tahan informa

33

os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)

Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e

segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas

pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em

cantata com as criantyas

o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn

texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a

historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta

o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao

socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern

pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que

Ihe eram contadas

Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque

a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)

o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a

escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de

ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo

Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para

poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto

professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco

34

Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur

normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a

participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando

gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com

abras especificas para cada idade das criancas

Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica

e 3 ate 6 anas fase magica

Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn

enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa

integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias

que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza

(humanizadas)

Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a

repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas

outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes

Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras

grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com

certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por

genero

No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes

iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras

Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os

circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)

35

A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os

g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0

romance a novela 0 conto 0 drama etc

Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se

dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a

palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que

empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao

Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou

escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis

tenhamos ou n~o consciencia delas

Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua

peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como

A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna

sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral

o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex

objetos elementos da natureza

A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e

anirnais com urn ensinamento moral

o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre

ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo

A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a

historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas

Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da

magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias

precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais

36

Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre

as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem

Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa

pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a

des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no

processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi

incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario

o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de

informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e

ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de

educa~o

Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e

a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a

narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como

placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis

Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais

principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais

detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no

futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando

com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar

recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos

Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios

dependendo de cada circunstimcia

37

Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel

de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante

Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-

leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a

crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim

gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da

linguagem

Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e

sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a

comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80

livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem

atraves do ludico

Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos

devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au

dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias

o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar

as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a

que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a

compreens~o par parte da crianca

Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram

nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das

maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo

que a rodeia

38

JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)

Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia

essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as

maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a

brincadeira a aprendizado se instala

Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem

basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias

as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para

este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele

que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da

prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade

adulta

A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande

destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca

neste genero litera rio

Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil

devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao

de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar

qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar

deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor

deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure

39

Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido

no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto

pedagogico

Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8

livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com

suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada

Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de

contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta

algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em

conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos

objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a

redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos

de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar

A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os

aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da

participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura

e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da

utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas

41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS

411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos

Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu

surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam

utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a

40

funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas

delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)

bull Boneca contador de hist6rias

As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia

jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-

linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de

pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de

serem proferidos rapidamente)

As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das

mais tfmidas

bull Cria~Ao de final de historia

A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando

pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona

iniciada pel a educadora

o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em

papel

bull Errando as hist6rias

Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas

par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais

ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos

pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam

preocupa~o maior com 0 significado)

Chuva e sol casamento de espanhol

Chuva e sol casamento de caracol

41

bull Fantoches

A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as

crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com

cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas

mas mas manuseando as personagens

bull Gravuras

Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai

apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada

bull Jogo de contar hist6rias

Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos

escralem ou ilustram a hist6ria

a Parlendas e gestos

b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com

as dedas batendo as pes ou as maos etc

c Quadrinhos

d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que

fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por

favor etc

bull Dobraduras

A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas

podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e

ouvindo a magica transformayao do papsl

As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam

a dobradura

Ex dobradura depois recitam

Pinto

o pinto pia

A pipa pinga

Pinga a pipa

a pinto pia

Pinto pia

Pipa pinga

Quanta mais

o pinto pia

Mais a pipa pinga

42

bull Tecnicas de narrativas

Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na

sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil

baseado na autora Susatto (2004)

43

o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter

em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente

aos personagens e aos seus estados e animas

Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam

nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es

segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das

condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto

Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do

abandono dos pais

E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas

narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida

real

Segundo Busatto

Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)

Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser

usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador

reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam

imagens)

U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do

castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim

Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que

se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90

com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da

44

dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus

elementos

DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc

Pianos - altura do movimento

Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic

Forra - intensidade empregado no movimento

Tempo - velocidade com que a movimento e executado

Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo

Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem

preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve

sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de

alunos

45

5 CONSIDERAyOES FINAlS

Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias

tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil

ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes

Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das

transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e

aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem

constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0

conhecimento

A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim

educar para a formayao de cidadaos

No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter

essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para

despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao

magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode

proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa

atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca

passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes

tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor

de seus direitos e deveres como cidadao

A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn

facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do

processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e

participativa

46

Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em

mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir

para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO

pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna

imposicao

o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a

contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a

utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par

leitura

Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da

Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente

com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico

A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que

oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir

para a constru~o de sua autonomia

o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada

pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do

professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no

ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura

Bruner afirma que

e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

48

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1INTRODUCAO

Este trabalho surgiu a partir do interesse passoal da autera par leitura e par

perceber que durante as estagios realizados nas escolas no periodo destes quatro

anos do curso de Pedagogia a leitura e tratada de mane ira desvalonzada sando

colocada em momentos de recrea~o ou para preencher 0 tempo da aula

Essas observat6es provocaram urn questionamento que S8 formalizou

como a problematica do estudo A utilizayao de tecnicas narrativas e de atividades

ludicas desperta 0 interesse na crian9CIpela leitura

Nesta perspectiva 0 objetivo deste estudo e analisar de que maneira as

professores da Educa~o Infantil podem unir tecnicas de leitura e atividades ludicas

com as livros na construyao de suas aulas incentivando 0 interesse da crianca palo

mundo da leitura e dos mais diversos g~neros literarios Para atingir este objetivo

visa identificar de que forma 0 professor pode trabalhar com os livros de maneira

ludica verificar se essa forma de utilizar esses Ilvros proporciona 0 interesse e 0

despertar pela leltura Sugerindo na sequencia uma metodologia que permita 0

desenvolvlmento psicol6gico motor afetivo e criativo da crianca proporcionado

atraves da explora~o de jogos brincadeiras e imaginaao 0 desperlar pela leitura

o metodo escolhido para 0 estudo foi 0 de pesquisa bibliogjfica e

descritiva porque ahsectm de explicar 0 objeto a partir de referencias te6ricas ja

publicadas em livros e documentos permite ao pesquisador observar registrar

analisar e correlacionar os fatos ja existentes sem manipula-Ios Segundo Volpato

(2000) a pesquisa bibliogrilfica levantamento bibliografico ou revisao da literatura euma das etapas da investiga~ cientifica Significa tomar posse do conhecimento

do que ja loi produzido a respeito do assunto ou seja ter acesso a esse

10

conhecimento requer a reviseD da literatura Assim depois de identificar 0 assunto

devern-s8 escolher as fantes mais adequadas a pesquisa

Para WINTER e SALLES (1997 p17) s metodologia cientifica preconiza

urna serie de regras atraves das quais 0 conhecimento dave sar obtido Dassa

forma 0 metoda cientffrco sa concretiza nas diversas etapas que devem sar

adotadas para solucionar urn problema Par Dutro lado na busca dessa solugao a

pesquisa bibliografica e descritiva pade assumir diversas formas descrevendo como

examplo as caracteristicas propriedades au relacentes existentes na comunidade

grupo ou realidade pesquisada

Evidenciando a metodologia utilizada faz-sa necessaria demonstrar que

esta estudo divide-se em seis capitulos que sa apresentam da seguinte maneira

o segundo capitulo apresenta a fundamenta9ao te6rica abordando tapicos

como a literatura infantil na Hist6ria

o terceiro capitulo aborda a relacao entre a crianca 0 ludico e a livro e

tambem a existencia da brincadeira na Oianca

o quarto capitulo narrativa cantar e encantar enfoca 0 cantar hist6rias e

sua contextualizalt1io academica apresenta sugestoes para atividades llidicas com

criancas de 2 a 4 anos

Logo apas apresenta as cansideragCies finais desse estudo que permitiu a

autora apropriar-se de tecnicas que poderao auxiliar a a~o pedag6gica cotidiana

do professor da Educacao Infantil contribuindo assim para a novo fazer

pedag6gica urna proposta que pretende contribuir com 0 desenvolvimento da

crianqa utilizando a literatura recreativa e dirigida com seus diversos generos

literarios

II

2 FUNDAMENTAQAO TEQRICA

21 A LlTERATURA INFANTIL NA HIST6RIA

Com base na analise da leitura de alguns autores e passivel afirmar que

na sociedade antiga nao havia a infancia nenhum espaco separado do mundo

adulto As criancyas trabalhavam e viviam junto com as adultos testemunhavam as

processos natura is da exist~ncia (ZILBERMAN 1998 p 44)

Assim 56 par volta do seculo XVlll a infimcia passa a ser vista de forma

mais valorizada devido as mudancas sociais econ6micas e politicas da sociedade

E passlvel identificar dessa maneira as primeiras mudanyas significativas nas

atitudes das familias em relayao as crianyas pequenas que inicialmente erarn

educadas em casa no casa das meninas que neste periodo aprendiam as afazeres

domesticos Ja as meninos aos sete anos eram mandados para as mosteiros para

serem educados pelos padres

Surgem entao os primeiros pensadores da eduea~o infantil onde podemos

destaear Jean Jacques Rousseau que apesar de nao ser urn edueador delineou 0

campo da pedagogia com suas ideias

Em sua obra 0 Emilio au da EduC8JO (ROUSSEAU 1990 p 32) pode-s9

observar 0 pensamento desse autor que atraves dos relatas da educayao de um

jovem evidencia que a sua forma~a deveria sar voltada aos interesses da crianca

pois essa possui suas caracteristicas proprias suas ideias e seus interesses assirn

a crian9C3 nao poderia ser vista como urn adulto em miniatura Rosseau (1990)

considerava cada fase da crianca com suas earacteristicas e propriedades

Para Rousseau (1990) a educayao n~o vem apenas de fora e sim da

expressao livre da crian~ em seu dia-a-dia com a natureza com isto propos

12

Irabalhar com as brinquedos a agricultura a esporte inslrumenlos de olicios

variados canto e Qutros mais

Para Rousseau

nascemos fracos precisamos de forya nascemo5 desprovidos de tudotemos necessidades de 8ssisl~ncia nascemos eshipidos precisamos dejuizo Tudo 0 que nlio temos ao naseer e de que prccisamos adultos enosdado pela educayao EsSlil educac30 nos vern da natureza au dos homensou das coisas 0 desenvolvimento e a educacaodos homens e 0 ganho danossa propria experi~nciasabre 0$ objetos que nos afetam e a educacAodas coisas (1990 p 11)

Para 0 autor a principal finalidade da educacao era ensinar a criancaa viver

exercendo sua liberdade educar 0 atuno para sar urn homern suas ideias

influenciam varias correntes pedag6gicas ate as dias de hoje

Aries (1981) lambem evidencia que a inffmcia ale a seculo XVII n~o era

Iralada de forma diferenciada as crianls assim como para Rousseau (1990) eram

tidas como adultos em miniatura 0 autor relata que nas sociedades tradicionais a

crian~ encontrava-se misturada ao mundo adulto com intensas trocas afetivas fora

da familia e de onde colhia suas aprendizagens 0 seculo XVIII conludo

leslemunharia mudancasna anliga ordem (ARIES 1981 p78)

Com a ascensao da burguesia e na medida em que a sociedade se

industrializava e se modernizava mediante a aquisi~o de novos recursos

tecnologicos a crianca e a familia assumem urn novo lugar A familia tornou-se 0

lugar de afei~o necessaria entre os c6njuges que se exprimiu sobretudo atraves

da importancia alribuida it crianl e a sua educacao(ARIES 1981 p79)

Nesse contexto surge uma nova pedagogia que passa a exigir uma

literatura infantil com uma didatica mais apropriada onde haja incentivo com rela~o

a crialividade da crianl Zilberman (1998) deslaca que a partir desle panorama eque emerge a literatura infantil com as adaptac6esdos classicos e dos contos de

13

fadas Informa que primitivamente os contos folcl6ricos colecionados pelos Irmaos

Grimm e Qutros nao eram fabulosos nem restritos a uma certa ida de

(ZILBERMAN 1998 P 45)

Conforme Zilberman (1998) os contos de fada eram contados por e para

adultos par uma classe mais baixa da sociedade as obras dos irmaos Grimm nao

eram restritas as crian9GIscontava situa95es da vida das classes inferiores fazendo

a conexao com a vida social e a magia do conto tudo e retratado de uma maneira

simb6lica as personagens nao sao percebidos como seres vivos assim com 0

surgimento da nova pedagogia estas obras fcram adaptadas para as jovens

(ZILBERMAN 1998 P 45)

Quem traduziu no Brasil e adaptou as obras dos autores cJassicos para a

juventude foi Carl Jansem Ate en tao nao se aproveitava a tradi9gtio folclorica do

Brasil na constitui9gtio de textos juvenis (ZILBERMAN 1998)

Segundo Cadermartori (1994) a literatura infantil brasileira inicia sob a

egide de urn dos nossos mais destacados inteJectuais Monteiro Lobato

Segundo Zilberman

Monteiro Lobato fllla 0 rompimenlo com 0 clrculo da dependencia dosp~drOes Europeus em sua obra 0 Sitio do Pica Pau Amarelo ele criapersonagens nacionais e a obra vai de um contexto real 0 sitio a umimaginano como 0 reino das aguas passui os personagens tictitios Emiliavisconde e os reeis Pedrtnho nartzinho os folcJ6ricos saci os personagensda mitologia classica como Minotauro dentre outros os magicos com 0burro falanleOs aspectos sociais sao mantidos atraves de personagens(lOmo 0 jeca tatu onde 0 nive social e cuttural t diferente dos personagensprincipais representados por pessoQs reais como a av6 Dona Benta (1 Q96p54)

Monteiro Lobato criou a literatura nacional em um contexte de cenarios

personagens e sugestoes folcloricas que n~o podem ser seguidos por nenhum

14

uma carreira de sucessa com seus livros infantis dentre estes Ana Maria Machado

e Ruth Rocha

A literatura infantil dave continuar a sar produzida cuidando para nao haver

uma c6pia do genera utilizado par Monteiro Lobato devendo com isso transpor

fronteiras sando uma literatura composta par uma abordagem rica criativa e didatica

mas fica evidente 0 quanta e diffcil identificar e criar livros infantis de excelente

quaJidade (ZILBERMAN1998)

Assim cabe agora referir ao desenvolvimento da literatura em rela~o ao

Referencial Curricular Nacional (RCN1998)

22 DESENVOLVIMENTO DA L1TERATURA

Com base na leitura do referencial curricular para a educa~o infantil no

capitulo destinado a linguagem e a escrita as crianyas e as praticas de leitura tern

urn grande valor em si masma nao sando necessaria atividades subsequentes

como 0 desenho dos personagens a resposta de perguntas sabre a leitura

dramatiza9iio das historias etc (RCN1998)

A leitura comeya muito cedo na vida do individua ista e a crian9B ja faz a

leitura extralingOistica do seu mundo antes de ir a escola Do ponto de vista

linguistico a conceito de leitura adquire diferentes mudanyas

Segundo Kleiman (1995) a leitura e um processo que vai se definindo

progressivamente a partir da intera980 entre 0 texta e a leitor Nessa processo 0

professor anquanto orientadar vai definindo tarefas progressivas mais complexas e

aos paucos a crianya vai fazendo as retomadas necessarias para compreender 0

texto

15

As instituiyOesde Educayao Infantil podem resgatar a repert6rio de historias

que as criancas ouvem em casa enos ambientes que freqOentam urna vez que

eSS8S hist6rias S9 constituem em rica fonte de informacentes sabre as diversas formas

culturais construindo da sensibilidade das crian9Bs

A aprendizagem da leitura e fundamental para que 0 individuo possa

entender 0 mundo que a cerca bern como S9 posicionar de forma critica diante da

realidade

Segundo Ferrero (1987) muito antes de serem capazes de ler ou escrever

nc sentido convencional do terma as crianyas tentam interpretar as textes com as

quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetiza~o paiS ela na fase da

pre-escola ja faz a sua leitura do mundo

De acordo com 0 pensamento de Lemos (1978) a linguagem oral conta

com recursos diversos timbre de voz entonayao ge5t05 expressao facial contexto

e contato direto com 0 receptor que pade interferir au fazar fluir urn referente na

linguagem escrita 0 qual nem sempre e feito As diverses instituiyaes concebem a

linguagem e a maneira como as criany8s aprendem de modo bastante diferentes

-Na linguagem oral 0 locutor e a interlocutor exercem juntos as funyaes reguladora

organizadora e ativadora dos textos responsaveis pela sua estrutura tessitura au

coeso (LEMOS 1978 p 45)

Na 6tica de Bakhtin (1988) 0 livro isto e 0 ato de fala impresso constitui

igualmente um elemento da comunicayao verbal Ele e objeto de discussoes ativas

sob a forma de dialogo 8 alem disso e feito para ser aprendido de maneira ativa

para ser estudado a fundo comentando e criticando no quadro do discurso interior

sem contar as relac6es impressas institucionalizadas que S8 encontram nas

diferentes esferas da comunicayao verbal

16

Bakhtin (1988) explica que a leitura tem side motivo de estudos de muitos

especialistas preocupados em verificar como S9 dil a partir de visualizacao de

simbolo gn3fico 0 entendimento total de urn texto 0 eutor verificou que a processo

de leitura S8 fez atraves de Ires etapas a primeira ocorre com 0 reconhecimento do

que esta escrito a segunda e a de compreensao atraves de interferencias e

formulacao de hip6teses e a terceira etape ocorr9 a interpreta~o propria mente dite

po is 0 lei tor mantem dialogicidade com 0 texto

Bakhtin informa que a laitura e como urn momento de criatividade no qual 0

leitor necessita reconhecer e aeionar as conhecimentos que ja tern para adquirir

noves e julga-Ios de forma critica Assim a laitura de hist6rias e urn momento em

que a crian~ pode conhecer a forma de viver pensar agir e 0 universo de valores

costumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares

que nao 0 seu (ReN 1998)

Assim desenvolver a leitura no aluno a funcao da escola que deve

respaitar a laitura de mundo que ale traz a partir de suas experiencias sociais ou

seja sua intera~o com outros individuos e com varias inforrnacentes veiculadas palos

meios de comunicacao de massas principalmente a televis~o

Para melhor compreensao dessa afirmativa Ferreiro e Teberosky (1986)

explicam que a sujeito que conhecemos atravas da teoria de Piaget e urn sujeito

que procura atividade de compreender a mundo que 0 rodeia e trata de resolver as

integra90es que esse mundo provoca ~ urn sujeito que aprende basicamente

atravas de suas proprias categorias de pensamento aD masmo tempo em que

organiza seu mundo

Segundo Ferreiro (1987) muito antes de serem capazes de ler au escrever

no sentido convencional do termo as criancas tantam interpretar as textos com os

17

quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetizacao pais ela na fase

pre-escolar ja faz a sua leitura do mundo

Verifica~se nessas leituras que a crianya dave sar urn agente ativa e

determinado no seu desenvoJvimento conforme Kleiman (1995) a leitura e urn

processo que vai definindo progressivamente a relaao texto e leitor e e no

ambiente alfabetizador que a crian98 tem a oportunidade de agir em liberdade para

aprender e desenvolver seus conceitos cognitivos e afetivos

Como conceito de literatura atualmente as dicionarios apresentam as

seguintes sentidos conjunto de obras que versam sabre temas especificos literatura

policial Iiteratura picaresC8 literatura de terror

A literatura na 6tica de Ferreiro

e a representa~o de urna visao do mundo slem de uma tarnada deposiyAo diante dele Tal posicionamento centraliza lIssim suas atenyOesno criador de literatura e ns imita~o da natureza compreendida comoc6pia ou reproduQAoA linguagem e vista como mero ve[culo dessacomunicacao(1987 p 56)

De posse dos conceitos sabre literatura e necessaria cempreender seu

vinculo com a crianca e 0 hJdico A palavra ludice vern do latim ludus e significa

brincar Segundo Rojas (1991) neste brincar estao inclufdos os jogos brinquedos e

divertimentos A funcao educativa do joga permite a aprendizagem do individua seu

conhecimento e sua interpretacao de mundo Por meio da brincadeira a crianca

envolve-se no jogo e sente a necessidade de partilhar com a outro Assim brincando

e jogando ela tera oportunidade de desenvolver capacidades indispensaveis a sua

vida futura

A autora afirma que atraves do jogo de papais a crian98 lida com experi~ncias

que ainda n~o consegue realizar no mundo real

Para Rojas

o brinquedo e a essMcia da infQnciae seu usa permite urn trabalhopedag6gico Que possibilita a produ9fio do conhecimento e tambem aestimula~o da afetividade na crianta A crtan9lJ estabelece com 0

18

brinquedo uma relaltao natural e consegue extravasar suas angostias epaixOes SUDS slegrias e tristezBS suas agressividade5 e passividade(1991 pS)

Dando continuidade a importancia do udico na vida da crian98 0 pr6ximo

capitulo discorre sabre a complexa rela9lo entre a leitura e a trabalho pedag6gico

que incentiva au nao 0 vinculo com a literatura

19

3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA

Na vis~o de Klein e Schafaschek (1990) a processo pedagogico consiste na

transmissao do conhecimento de sua hist6ria assim sera mostrado 0 movimento

historico da linguagem oral e escrita

A linguagem e a consci~ncja sao resultados da ayAo coletiva que as

homens desenvolveram

Segundo Bakhtin

e a linguagem portanto enquanto possibilidade de representa~o logo deabslratao e generalizacAo das caracteristicas do mundo exterior quepossibilila a passagem da con5Ci~ndasensivel a conscilncia racional daoperaylo com objetos concretos com conceitos au representaffOes (1988p32)

Passa~se entaD para uma representayao da linguagem escrita Assim 0

processo da alfabetizacao dave tar reconhecimento do texto oral e escrito e

compreende seu total entendimento Ler nao e somente decifrar simbolos graficos

mas buscar a compreensao das mensagens contidas em suas linhas e entrelinhas

Segundo Cunha (1997) a adulto nao tem a habito de ler e coloca em

diversas situavoos suas justjficativas para 0 pouco tempo que disponibiliza para a

leltura ou seja essa suposi~o de que a crian~ nao se interessa pelo livra e

apenas a refiexo do proprio desinteresse do adulto par tal objeto (CUNHA 1997 p

48)

Nesse contexto a partjcipayao do professor e importante pois este sera 0

mediador entre a crian98 e 0 conhecimento facilitando 0 processo de aquisj~o da

cultura Dai a ideia de que a produ91ioda linguagem oral e escrita e resultado de

um esforyo de produ91iodos homens e desenvolveu-se atraves da necessidade da

mediayiio de um professor

20

Dentro desta perspectiva tem-se re18980 do adulto com a criany8 que

segundo Cunha (1997) e nessa perspectiva a leitura e colocada como mais uma

imposiyao A ideia de que a leitura vai fazer bem a crianya ou ao jOllem leva - nos a

obriga-Ios a ler como Ihes impomos a colher de remedio a injecl)a a escova de

dente a escola (CUNHA 1997 P 51)

Na perspective de Cunha a leitura nao deve ser imposta 0 905tO pel a

leitura deve ser desenvolvido E necessario que sejam obedecidas as fases de

interesse da criama quanta a leitura apresentadas abaixo

Na primeira fase de aquisicao palo g05tO da leitura delem ser

apresentados a crianB livros de gravuras e dos versos infantis (de 2 a 5 ou 6 anos)

E a fase de egocentrismo em que a crianya faz pouca distin9Bo entre a mundo

externo e 0 interno

Ja a idade entre 5 a 8 ou 9 anos caracteriza-se como a idade do Conto de

Fadas De posse de urna mentalidade magica 0 leitor vai buscar nos contos de

fadas lendas mitos e fabulas a simbologia necessaria a elabora~o de suas

viv~ncias

Partindo para a pre-adolesc(mcia e a idade da Historia ambiental e da

leitura Factual (9 a 12 anos) E a fase intermediaria em que persistem vestfgios do

pensamento magico mas a crianya comeya a orientar-se rna is para a real Via de

regra 0 leitar escolhe neste perfodo historias que Ihe apresentam 0 mundo como

ele e Atraves da percep9iio magica de determinado personagem

Dos 12 a 14 anos considera-se a idade da Historia de Aventuras ou fase de

leitura Psicol6gica orientada para as sensac6es E a perfodo da pre-adolescemcia

em que 0 conhecimento da propria personalidade e 0 desenvolvimento dos

precesses agressives ativam a vivlmcia social e a forma9iio de grupos

21

Nos anos de maturidade ou desenvolvimento da esfera Iitero-8stetica de

leitura (14 a 17 anas) ha a curiosidade pelo descobrimento 0 mundo interior e do

mundo dos valores 0 adolescente parte para a hierarquiza~o dos conceitos e a

organizatao de seu universo Aventuras de conteudo intelectual viagens romances

hist6ricos e biograficos historias de amor literatura engajada e temas relacionados

com as interesses Yocacionais v~o ajuda-Io a orientar-se e estruturar-se como

adullo

A questao mais discutida a raspaito de literatura asta relacionada ao fato de

que as jovens e as crianyas nao h~emmuitos s~o as argumentos como a falta de

condiyao financeira de comprar livre 0 pcuco habito de se frequentar a biblioteca os

atrativos e facilidades do computador e da televisao a falta do Mbito dos pais em

lerem entre Qutras causas Mas pode-se considerar como urn grande problema a

falta de habito de leitura nos pais

As autoras Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que middotpais que

nao leem nao poderao despertar em seus filhos 0 gosto pela leitura Imitativa por

natureza a crian98 encontra na familia a maior incentivo para a leitura (1986 p

03)

Assim e delegada a escola a responsabilidade de introduzir a crianca no

mundo dos livros Cabe a escola desenvolver a cantata com as livros que deve ser

iniciada a mais cedo passivel nao 56 pelo manuseio cama tambem pela hist6ria

contada pela conversa au pelos jogos ritmicos no sentido de fazer a crianca amar a

leitura

Esse contato inicial deve ser pautado pela conquista e nao pela imposiyao

o leitor infantI au a infanto-juvenil ao adquirir 0 905tO pela leitura estara

22

visitando urn mundo novo adquirindo conhecimento e aprimorando seu processo

comunicativo

Assim a literatura infantil como toda a obra de arte exerce uma influemcia

pedag6gica sobre 0 individuo quer pela contribuitao na forma9ao do seu

pensamento quer pelos modelos que apresenta Essa funtao pedag6gica tem

importancia unica jil que a contata com a literatura maida a mente e 0 cora9Ao da

crian98 Assim a literatura infantil tern uma finalidade primckia e fundamental que e a

de promover na crian~ 0 gosto pela beleza da palavra 0 deleite perante a cria9ao

de mundos de ficcao

Para alem dista tern ainda a fun980 de arraigar as palavras no mundo

magico da crian~ permitindo-Ihe nlio s6 entende-Ias e usa-las como tambem

goza-Ias e desfruta-Ias no contexto da imaginataomiddot (WORNICOV WAGNER

RUSSOMANO EWEBER 1986 p 04)

MLer as figuras imaginar a hist6ria e desenvolver mental mente urn emado

s~o atividades que poderiam S8r desenvolvidas na educayao infant A escola

dedica ainda pouco tempo para a laitura e a interpreta~o e masmo para a

produtao de textos Mesmo que nao possuindo ainda a capacidade da escrita deve

- S8 compreender que 0 gosto pela leitura it tambem adquirido pelo simples

manuseio de um livro

Neste sentido vale ressaltar as colocalt6esde Orlandi (1987) que distingue

tres tipos de discurso 0 ludico 0 polemico e 0 autaritaria E dentre os diferentes

tipos de discurso autoritario que encontramos 0 discurso pedag6gico que aqui

interessa na medida em que ele tern responsabilidade marcante na atividade que

engloba 0 processo de ensina de leitura no primeiro grau

Este discurso esla a servivo da escola e esta a serviVOde uma ideologia

23

que contribui para dificultar a encontro do saber institucionalizado com as classes

menes favorecidas Isto ocorre porque 0 professor detem 0 saber e trabalha muitas

vezes sem perceber au ate para mostrar poder mascarando 0 tempo todo

afirmando que a aluno tarnham pade dizer 0 que pensa pode opinar pode sugerir

etc e na realidade nao acontece essa pratica a 0 que sa v~ e uma liberdade

vigiada

Sendo 0 professor 0 dono do saber torna-se modelo leitor por excel~ncia

ficando 0 aluno muitas vezes impossihilitado de pensar de refletir e de criar as

pr6prias condicaes de producao

Dessa forma acontece a leitura que 0 autor citado chama de parafrastica ou

seja a raproducao do sentido que 0 autor da ao texto ao contrario da poliss~mica

que se defina pelos multiplos sentidos que ao texto podem ser atribuidos

De acordo com Wornicov Wagner Russomano e Weber

obras especialmenle escntas para crian((CIsmuitas vezes recebem suarejeiyao outras como Robinson Cru50~ de Daniel DefOe Contes de rnamere Ioye de Charles Perrault ou Visgens de Gulliver de Jonathan Swiftnao originalmente destinado aD publico infantrJ foram incorporadas aoacervo de livros para a inftlncia (1988 p 05)

Ainda segundo as autoras e a aceitacao da obra por parte da crian~ que

determina a sua adequacao 80 publico infantil ou n~o ou seja e a crian~ que deve

encontrar na obra seus interesses a unica adaptacao e com refer~ncia ao

conhecimento e limitacentes da crianya As obras literarias infantis devem ser mais do

que instrumentos para proporcionar hist6ria ou induzir a fantasia como toda a obra

de arte exercem uma influencia pedag6gica sobre a individua quer pel a

contribui~o na forma9ilo do seu pensamenta quer pel os modelos que apresenta

Essa funcao pedag6gica tem importancia unica ja que 0 contato com a

literatura desperta na crianya a seu imaginario Assim a literatura infantil tern urna

24

finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a

beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm

dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya

permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las

no contexto da imagina9ilo

Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel

afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida

do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade

inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade

promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao

Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que

ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser

(1986 p 07)

A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da

crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a

crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0

aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a

escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua

com os livros

Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que

em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)

o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao

sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese

classifica96es devem ser respeitadas e entendidas

Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista

que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a

crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam

ocupam a centro de seus interesses

Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as

estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de

capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas

em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas

hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de

encantamenta

Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das

modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua

imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia

A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au

varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que

rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade

ludica e magica em que vive a crianca

Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou

hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0

seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um

temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa

2S

26

Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das

crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a

socializaltao

Para Froebel

a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)

Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento

para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais

adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a

socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)

Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e

preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera

explicitada a seguir

31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA

A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana

atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no

mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras

Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn

mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo

e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a

crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente

nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente

ausente em animais

27

A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~

em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala

mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos

A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo

porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do

jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da

crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa

submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo

muito diferente

Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de

desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento

habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa

ala fosse maior do que e na realidade

Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o

a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo

pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que

sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz

em sua totalidade bio-psico-social-educacional

E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de

enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e

sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que

ajudam para 0 seu desenvolvimento global

Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais

independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as

28

espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar

inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha

limites e e importante que n~o superestime sues capacidades

o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive

despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao

respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses

valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos

de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a

desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser

multo bern aprimoradas no pre-escolar

A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo

as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em

sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida

A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento

entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0

saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de

reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade

o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao

das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre

para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e

individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa

movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade

ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios

interesses pessoais no desenvolvimento das atividades

29

Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-

escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu

simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras

crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos

As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque

nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas

Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia

de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de

adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e

imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem

o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna

retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de

seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0

habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)

Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos

importantes para aqueles que trabalham com a educaylio

A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada

para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica

30

4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR

Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto

a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern

proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya

retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e

reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a

compreensao do texto par parte da crianya

o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que

ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente

com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0

que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)

A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse

despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao

imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario

Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua

subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia

narrativa

Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer

ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)

31

Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar

divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar

na crianca a g05tO pela literatura

Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU

contaram uma hist6ria

Na 6ptica de Tahan

a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)

E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o

infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento

onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo

Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0

ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos

1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito

2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como

li~o advertlmcia ou canselha

3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas

ou ate masma calculos e fra90es

4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos

5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate

masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco

mental

32

o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias

desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil

enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim

a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)

AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica

para a realizayllo de projetos

Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a

alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas

dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado

e se estao todos proximos suficientes do narrador

A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0

narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e

adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para

narrar historias

Segundo Tahan

Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)

Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as

crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer

Tahan informa

33

os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)

Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e

segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas

pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em

cantata com as criantyas

o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn

texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a

historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta

o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao

socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern

pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que

Ihe eram contadas

Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque

a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)

o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a

escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de

ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo

Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para

poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto

professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco

34

Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur

normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a

participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando

gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com

abras especificas para cada idade das criancas

Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica

e 3 ate 6 anas fase magica

Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn

enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa

integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias

que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza

(humanizadas)

Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a

repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas

outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes

Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras

grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com

certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por

genero

No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes

iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras

Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os

circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)

35

A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os

g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0

romance a novela 0 conto 0 drama etc

Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se

dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a

palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que

empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao

Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou

escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis

tenhamos ou n~o consciencia delas

Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua

peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como

A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna

sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral

o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex

objetos elementos da natureza

A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e

anirnais com urn ensinamento moral

o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre

ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo

A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a

historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas

Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da

magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias

precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais

36

Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre

as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem

Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa

pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a

des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no

processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi

incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario

o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de

informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e

ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de

educa~o

Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e

a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a

narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como

placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis

Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais

principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais

detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no

futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando

com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar

recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos

Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios

dependendo de cada circunstimcia

37

Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel

de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante

Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-

leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a

crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim

gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da

linguagem

Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e

sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a

comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80

livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem

atraves do ludico

Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos

devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au

dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias

o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar

as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a

que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a

compreens~o par parte da crianca

Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram

nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das

maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo

que a rodeia

38

JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)

Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia

essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as

maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a

brincadeira a aprendizado se instala

Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem

basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias

as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para

este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele

que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da

prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade

adulta

A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande

destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca

neste genero litera rio

Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil

devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao

de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar

qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar

deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor

deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure

39

Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido

no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto

pedagogico

Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8

livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com

suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada

Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de

contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta

algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em

conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos

objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a

redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos

de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar

A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os

aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da

participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura

e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da

utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas

41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS

411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos

Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu

surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam

utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a

40

funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas

delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)

bull Boneca contador de hist6rias

As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia

jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-

linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de

pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de

serem proferidos rapidamente)

As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das

mais tfmidas

bull Cria~Ao de final de historia

A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando

pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona

iniciada pel a educadora

o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em

papel

bull Errando as hist6rias

Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas

par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais

ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos

pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam

preocupa~o maior com 0 significado)

Chuva e sol casamento de espanhol

Chuva e sol casamento de caracol

41

bull Fantoches

A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as

crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com

cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas

mas mas manuseando as personagens

bull Gravuras

Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai

apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada

bull Jogo de contar hist6rias

Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos

escralem ou ilustram a hist6ria

a Parlendas e gestos

b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com

as dedas batendo as pes ou as maos etc

c Quadrinhos

d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que

fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por

favor etc

bull Dobraduras

A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas

podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e

ouvindo a magica transformayao do papsl

As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam

a dobradura

Ex dobradura depois recitam

Pinto

o pinto pia

A pipa pinga

Pinga a pipa

a pinto pia

Pinto pia

Pipa pinga

Quanta mais

o pinto pia

Mais a pipa pinga

42

bull Tecnicas de narrativas

Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na

sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil

baseado na autora Susatto (2004)

43

o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter

em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente

aos personagens e aos seus estados e animas

Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam

nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es

segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das

condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto

Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do

abandono dos pais

E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas

narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida

real

Segundo Busatto

Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)

Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser

usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador

reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam

imagens)

U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do

castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim

Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que

se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90

com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da

44

dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus

elementos

DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc

Pianos - altura do movimento

Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic

Forra - intensidade empregado no movimento

Tempo - velocidade com que a movimento e executado

Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo

Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem

preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve

sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de

alunos

45

5 CONSIDERAyOES FINAlS

Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias

tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil

ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes

Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das

transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e

aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem

constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0

conhecimento

A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim

educar para a formayao de cidadaos

No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter

essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para

despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao

magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode

proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa

atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca

passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes

tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor

de seus direitos e deveres como cidadao

A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn

facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do

processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e

participativa

46

Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em

mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir

para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO

pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna

imposicao

o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a

contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a

utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par

leitura

Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da

Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente

com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico

A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que

oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir

para a constru~o de sua autonomia

o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada

pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do

professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no

ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura

Bruner afirma que

e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

48

REFERENCIAS

ARIES Philippe HistOriasocial da criana e da familia 2 ed Rio de Janeiro Zahar1981

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lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998

10

conhecimento requer a reviseD da literatura Assim depois de identificar 0 assunto

devern-s8 escolher as fantes mais adequadas a pesquisa

Para WINTER e SALLES (1997 p17) s metodologia cientifica preconiza

urna serie de regras atraves das quais 0 conhecimento dave sar obtido Dassa

forma 0 metoda cientffrco sa concretiza nas diversas etapas que devem sar

adotadas para solucionar urn problema Par Dutro lado na busca dessa solugao a

pesquisa bibliografica e descritiva pade assumir diversas formas descrevendo como

examplo as caracteristicas propriedades au relacentes existentes na comunidade

grupo ou realidade pesquisada

Evidenciando a metodologia utilizada faz-sa necessaria demonstrar que

esta estudo divide-se em seis capitulos que sa apresentam da seguinte maneira

o segundo capitulo apresenta a fundamenta9ao te6rica abordando tapicos

como a literatura infantil na Hist6ria

o terceiro capitulo aborda a relacao entre a crianca 0 ludico e a livro e

tambem a existencia da brincadeira na Oianca

o quarto capitulo narrativa cantar e encantar enfoca 0 cantar hist6rias e

sua contextualizalt1io academica apresenta sugestoes para atividades llidicas com

criancas de 2 a 4 anos

Logo apas apresenta as cansideragCies finais desse estudo que permitiu a

autora apropriar-se de tecnicas que poderao auxiliar a a~o pedag6gica cotidiana

do professor da Educacao Infantil contribuindo assim para a novo fazer

pedag6gica urna proposta que pretende contribuir com 0 desenvolvimento da

crianqa utilizando a literatura recreativa e dirigida com seus diversos generos

literarios

II

2 FUNDAMENTAQAO TEQRICA

21 A LlTERATURA INFANTIL NA HIST6RIA

Com base na analise da leitura de alguns autores e passivel afirmar que

na sociedade antiga nao havia a infancia nenhum espaco separado do mundo

adulto As criancyas trabalhavam e viviam junto com as adultos testemunhavam as

processos natura is da exist~ncia (ZILBERMAN 1998 p 44)

Assim 56 par volta do seculo XVlll a infimcia passa a ser vista de forma

mais valorizada devido as mudancas sociais econ6micas e politicas da sociedade

E passlvel identificar dessa maneira as primeiras mudanyas significativas nas

atitudes das familias em relayao as crianyas pequenas que inicialmente erarn

educadas em casa no casa das meninas que neste periodo aprendiam as afazeres

domesticos Ja as meninos aos sete anos eram mandados para as mosteiros para

serem educados pelos padres

Surgem entao os primeiros pensadores da eduea~o infantil onde podemos

destaear Jean Jacques Rousseau que apesar de nao ser urn edueador delineou 0

campo da pedagogia com suas ideias

Em sua obra 0 Emilio au da EduC8JO (ROUSSEAU 1990 p 32) pode-s9

observar 0 pensamento desse autor que atraves dos relatas da educayao de um

jovem evidencia que a sua forma~a deveria sar voltada aos interesses da crianca

pois essa possui suas caracteristicas proprias suas ideias e seus interesses assirn

a crian9C3 nao poderia ser vista como urn adulto em miniatura Rosseau (1990)

considerava cada fase da crianca com suas earacteristicas e propriedades

Para Rousseau (1990) a educayao n~o vem apenas de fora e sim da

expressao livre da crian~ em seu dia-a-dia com a natureza com isto propos

12

Irabalhar com as brinquedos a agricultura a esporte inslrumenlos de olicios

variados canto e Qutros mais

Para Rousseau

nascemos fracos precisamos de forya nascemo5 desprovidos de tudotemos necessidades de 8ssisl~ncia nascemos eshipidos precisamos dejuizo Tudo 0 que nlio temos ao naseer e de que prccisamos adultos enosdado pela educayao EsSlil educac30 nos vern da natureza au dos homensou das coisas 0 desenvolvimento e a educacaodos homens e 0 ganho danossa propria experi~nciasabre 0$ objetos que nos afetam e a educacAodas coisas (1990 p 11)

Para 0 autor a principal finalidade da educacao era ensinar a criancaa viver

exercendo sua liberdade educar 0 atuno para sar urn homern suas ideias

influenciam varias correntes pedag6gicas ate as dias de hoje

Aries (1981) lambem evidencia que a inffmcia ale a seculo XVII n~o era

Iralada de forma diferenciada as crianls assim como para Rousseau (1990) eram

tidas como adultos em miniatura 0 autor relata que nas sociedades tradicionais a

crian~ encontrava-se misturada ao mundo adulto com intensas trocas afetivas fora

da familia e de onde colhia suas aprendizagens 0 seculo XVIII conludo

leslemunharia mudancasna anliga ordem (ARIES 1981 p78)

Com a ascensao da burguesia e na medida em que a sociedade se

industrializava e se modernizava mediante a aquisi~o de novos recursos

tecnologicos a crianca e a familia assumem urn novo lugar A familia tornou-se 0

lugar de afei~o necessaria entre os c6njuges que se exprimiu sobretudo atraves

da importancia alribuida it crianl e a sua educacao(ARIES 1981 p79)

Nesse contexto surge uma nova pedagogia que passa a exigir uma

literatura infantil com uma didatica mais apropriada onde haja incentivo com rela~o

a crialividade da crianl Zilberman (1998) deslaca que a partir desle panorama eque emerge a literatura infantil com as adaptac6esdos classicos e dos contos de

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fadas Informa que primitivamente os contos folcl6ricos colecionados pelos Irmaos

Grimm e Qutros nao eram fabulosos nem restritos a uma certa ida de

(ZILBERMAN 1998 P 45)

Conforme Zilberman (1998) os contos de fada eram contados por e para

adultos par uma classe mais baixa da sociedade as obras dos irmaos Grimm nao

eram restritas as crian9GIscontava situa95es da vida das classes inferiores fazendo

a conexao com a vida social e a magia do conto tudo e retratado de uma maneira

simb6lica as personagens nao sao percebidos como seres vivos assim com 0

surgimento da nova pedagogia estas obras fcram adaptadas para as jovens

(ZILBERMAN 1998 P 45)

Quem traduziu no Brasil e adaptou as obras dos autores cJassicos para a

juventude foi Carl Jansem Ate en tao nao se aproveitava a tradi9gtio folclorica do

Brasil na constitui9gtio de textos juvenis (ZILBERMAN 1998)

Segundo Cadermartori (1994) a literatura infantil brasileira inicia sob a

egide de urn dos nossos mais destacados inteJectuais Monteiro Lobato

Segundo Zilberman

Monteiro Lobato fllla 0 rompimenlo com 0 clrculo da dependencia dosp~drOes Europeus em sua obra 0 Sitio do Pica Pau Amarelo ele criapersonagens nacionais e a obra vai de um contexto real 0 sitio a umimaginano como 0 reino das aguas passui os personagens tictitios Emiliavisconde e os reeis Pedrtnho nartzinho os folcJ6ricos saci os personagensda mitologia classica como Minotauro dentre outros os magicos com 0burro falanleOs aspectos sociais sao mantidos atraves de personagens(lOmo 0 jeca tatu onde 0 nive social e cuttural t diferente dos personagensprincipais representados por pessoQs reais como a av6 Dona Benta (1 Q96p54)

Monteiro Lobato criou a literatura nacional em um contexte de cenarios

personagens e sugestoes folcloricas que n~o podem ser seguidos por nenhum

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uma carreira de sucessa com seus livros infantis dentre estes Ana Maria Machado

e Ruth Rocha

A literatura infantil dave continuar a sar produzida cuidando para nao haver

uma c6pia do genera utilizado par Monteiro Lobato devendo com isso transpor

fronteiras sando uma literatura composta par uma abordagem rica criativa e didatica

mas fica evidente 0 quanta e diffcil identificar e criar livros infantis de excelente

quaJidade (ZILBERMAN1998)

Assim cabe agora referir ao desenvolvimento da literatura em rela~o ao

Referencial Curricular Nacional (RCN1998)

22 DESENVOLVIMENTO DA L1TERATURA

Com base na leitura do referencial curricular para a educa~o infantil no

capitulo destinado a linguagem e a escrita as crianyas e as praticas de leitura tern

urn grande valor em si masma nao sando necessaria atividades subsequentes

como 0 desenho dos personagens a resposta de perguntas sabre a leitura

dramatiza9iio das historias etc (RCN1998)

A leitura comeya muito cedo na vida do individua ista e a crian9B ja faz a

leitura extralingOistica do seu mundo antes de ir a escola Do ponto de vista

linguistico a conceito de leitura adquire diferentes mudanyas

Segundo Kleiman (1995) a leitura e um processo que vai se definindo

progressivamente a partir da intera980 entre 0 texta e a leitor Nessa processo 0

professor anquanto orientadar vai definindo tarefas progressivas mais complexas e

aos paucos a crianya vai fazendo as retomadas necessarias para compreender 0

texto

15

As instituiyOesde Educayao Infantil podem resgatar a repert6rio de historias

que as criancas ouvem em casa enos ambientes que freqOentam urna vez que

eSS8S hist6rias S9 constituem em rica fonte de informacentes sabre as diversas formas

culturais construindo da sensibilidade das crian9Bs

A aprendizagem da leitura e fundamental para que 0 individuo possa

entender 0 mundo que a cerca bern como S9 posicionar de forma critica diante da

realidade

Segundo Ferrero (1987) muito antes de serem capazes de ler ou escrever

nc sentido convencional do terma as crianyas tentam interpretar as textes com as

quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetiza~o paiS ela na fase da

pre-escola ja faz a sua leitura do mundo

De acordo com 0 pensamento de Lemos (1978) a linguagem oral conta

com recursos diversos timbre de voz entonayao ge5t05 expressao facial contexto

e contato direto com 0 receptor que pade interferir au fazar fluir urn referente na

linguagem escrita 0 qual nem sempre e feito As diverses instituiyaes concebem a

linguagem e a maneira como as criany8s aprendem de modo bastante diferentes

-Na linguagem oral 0 locutor e a interlocutor exercem juntos as funyaes reguladora

organizadora e ativadora dos textos responsaveis pela sua estrutura tessitura au

coeso (LEMOS 1978 p 45)

Na 6tica de Bakhtin (1988) 0 livro isto e 0 ato de fala impresso constitui

igualmente um elemento da comunicayao verbal Ele e objeto de discussoes ativas

sob a forma de dialogo 8 alem disso e feito para ser aprendido de maneira ativa

para ser estudado a fundo comentando e criticando no quadro do discurso interior

sem contar as relac6es impressas institucionalizadas que S8 encontram nas

diferentes esferas da comunicayao verbal

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Bakhtin (1988) explica que a leitura tem side motivo de estudos de muitos

especialistas preocupados em verificar como S9 dil a partir de visualizacao de

simbolo gn3fico 0 entendimento total de urn texto 0 eutor verificou que a processo

de leitura S8 fez atraves de Ires etapas a primeira ocorre com 0 reconhecimento do

que esta escrito a segunda e a de compreensao atraves de interferencias e

formulacao de hip6teses e a terceira etape ocorr9 a interpreta~o propria mente dite

po is 0 lei tor mantem dialogicidade com 0 texto

Bakhtin informa que a laitura e como urn momento de criatividade no qual 0

leitor necessita reconhecer e aeionar as conhecimentos que ja tern para adquirir

noves e julga-Ios de forma critica Assim a laitura de hist6rias e urn momento em

que a crian~ pode conhecer a forma de viver pensar agir e 0 universo de valores

costumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares

que nao 0 seu (ReN 1998)

Assim desenvolver a leitura no aluno a funcao da escola que deve

respaitar a laitura de mundo que ale traz a partir de suas experiencias sociais ou

seja sua intera~o com outros individuos e com varias inforrnacentes veiculadas palos

meios de comunicacao de massas principalmente a televis~o

Para melhor compreensao dessa afirmativa Ferreiro e Teberosky (1986)

explicam que a sujeito que conhecemos atravas da teoria de Piaget e urn sujeito

que procura atividade de compreender a mundo que 0 rodeia e trata de resolver as

integra90es que esse mundo provoca ~ urn sujeito que aprende basicamente

atravas de suas proprias categorias de pensamento aD masmo tempo em que

organiza seu mundo

Segundo Ferreiro (1987) muito antes de serem capazes de ler au escrever

no sentido convencional do termo as criancas tantam interpretar as textos com os

17

quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetizacao pais ela na fase

pre-escolar ja faz a sua leitura do mundo

Verifica~se nessas leituras que a crianya dave sar urn agente ativa e

determinado no seu desenvoJvimento conforme Kleiman (1995) a leitura e urn

processo que vai definindo progressivamente a relaao texto e leitor e e no

ambiente alfabetizador que a crian98 tem a oportunidade de agir em liberdade para

aprender e desenvolver seus conceitos cognitivos e afetivos

Como conceito de literatura atualmente as dicionarios apresentam as

seguintes sentidos conjunto de obras que versam sabre temas especificos literatura

policial Iiteratura picaresC8 literatura de terror

A literatura na 6tica de Ferreiro

e a representa~o de urna visao do mundo slem de uma tarnada deposiyAo diante dele Tal posicionamento centraliza lIssim suas atenyOesno criador de literatura e ns imita~o da natureza compreendida comoc6pia ou reproduQAoA linguagem e vista como mero ve[culo dessacomunicacao(1987 p 56)

De posse dos conceitos sabre literatura e necessaria cempreender seu

vinculo com a crianca e 0 hJdico A palavra ludice vern do latim ludus e significa

brincar Segundo Rojas (1991) neste brincar estao inclufdos os jogos brinquedos e

divertimentos A funcao educativa do joga permite a aprendizagem do individua seu

conhecimento e sua interpretacao de mundo Por meio da brincadeira a crianca

envolve-se no jogo e sente a necessidade de partilhar com a outro Assim brincando

e jogando ela tera oportunidade de desenvolver capacidades indispensaveis a sua

vida futura

A autora afirma que atraves do jogo de papais a crian98 lida com experi~ncias

que ainda n~o consegue realizar no mundo real

Para Rojas

o brinquedo e a essMcia da infQnciae seu usa permite urn trabalhopedag6gico Que possibilita a produ9fio do conhecimento e tambem aestimula~o da afetividade na crianta A crtan9lJ estabelece com 0

18

brinquedo uma relaltao natural e consegue extravasar suas angostias epaixOes SUDS slegrias e tristezBS suas agressividade5 e passividade(1991 pS)

Dando continuidade a importancia do udico na vida da crian98 0 pr6ximo

capitulo discorre sabre a complexa rela9lo entre a leitura e a trabalho pedag6gico

que incentiva au nao 0 vinculo com a literatura

19

3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA

Na vis~o de Klein e Schafaschek (1990) a processo pedagogico consiste na

transmissao do conhecimento de sua hist6ria assim sera mostrado 0 movimento

historico da linguagem oral e escrita

A linguagem e a consci~ncja sao resultados da ayAo coletiva que as

homens desenvolveram

Segundo Bakhtin

e a linguagem portanto enquanto possibilidade de representa~o logo deabslratao e generalizacAo das caracteristicas do mundo exterior quepossibilila a passagem da con5Ci~ndasensivel a conscilncia racional daoperaylo com objetos concretos com conceitos au representaffOes (1988p32)

Passa~se entaD para uma representayao da linguagem escrita Assim 0

processo da alfabetizacao dave tar reconhecimento do texto oral e escrito e

compreende seu total entendimento Ler nao e somente decifrar simbolos graficos

mas buscar a compreensao das mensagens contidas em suas linhas e entrelinhas

Segundo Cunha (1997) a adulto nao tem a habito de ler e coloca em

diversas situavoos suas justjficativas para 0 pouco tempo que disponibiliza para a

leltura ou seja essa suposi~o de que a crian~ nao se interessa pelo livra e

apenas a refiexo do proprio desinteresse do adulto par tal objeto (CUNHA 1997 p

48)

Nesse contexto a partjcipayao do professor e importante pois este sera 0

mediador entre a crian98 e 0 conhecimento facilitando 0 processo de aquisj~o da

cultura Dai a ideia de que a produ91ioda linguagem oral e escrita e resultado de

um esforyo de produ91iodos homens e desenvolveu-se atraves da necessidade da

mediayiio de um professor

20

Dentro desta perspectiva tem-se re18980 do adulto com a criany8 que

segundo Cunha (1997) e nessa perspectiva a leitura e colocada como mais uma

imposiyao A ideia de que a leitura vai fazer bem a crianya ou ao jOllem leva - nos a

obriga-Ios a ler como Ihes impomos a colher de remedio a injecl)a a escova de

dente a escola (CUNHA 1997 P 51)

Na perspective de Cunha a leitura nao deve ser imposta 0 905tO pel a

leitura deve ser desenvolvido E necessario que sejam obedecidas as fases de

interesse da criama quanta a leitura apresentadas abaixo

Na primeira fase de aquisicao palo g05tO da leitura delem ser

apresentados a crianB livros de gravuras e dos versos infantis (de 2 a 5 ou 6 anos)

E a fase de egocentrismo em que a crianya faz pouca distin9Bo entre a mundo

externo e 0 interno

Ja a idade entre 5 a 8 ou 9 anos caracteriza-se como a idade do Conto de

Fadas De posse de urna mentalidade magica 0 leitor vai buscar nos contos de

fadas lendas mitos e fabulas a simbologia necessaria a elabora~o de suas

viv~ncias

Partindo para a pre-adolesc(mcia e a idade da Historia ambiental e da

leitura Factual (9 a 12 anos) E a fase intermediaria em que persistem vestfgios do

pensamento magico mas a crianya comeya a orientar-se rna is para a real Via de

regra 0 leitar escolhe neste perfodo historias que Ihe apresentam 0 mundo como

ele e Atraves da percep9iio magica de determinado personagem

Dos 12 a 14 anos considera-se a idade da Historia de Aventuras ou fase de

leitura Psicol6gica orientada para as sensac6es E a perfodo da pre-adolescemcia

em que 0 conhecimento da propria personalidade e 0 desenvolvimento dos

precesses agressives ativam a vivlmcia social e a forma9iio de grupos

21

Nos anos de maturidade ou desenvolvimento da esfera Iitero-8stetica de

leitura (14 a 17 anas) ha a curiosidade pelo descobrimento 0 mundo interior e do

mundo dos valores 0 adolescente parte para a hierarquiza~o dos conceitos e a

organizatao de seu universo Aventuras de conteudo intelectual viagens romances

hist6ricos e biograficos historias de amor literatura engajada e temas relacionados

com as interesses Yocacionais v~o ajuda-Io a orientar-se e estruturar-se como

adullo

A questao mais discutida a raspaito de literatura asta relacionada ao fato de

que as jovens e as crianyas nao h~emmuitos s~o as argumentos como a falta de

condiyao financeira de comprar livre 0 pcuco habito de se frequentar a biblioteca os

atrativos e facilidades do computador e da televisao a falta do Mbito dos pais em

lerem entre Qutras causas Mas pode-se considerar como urn grande problema a

falta de habito de leitura nos pais

As autoras Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que middotpais que

nao leem nao poderao despertar em seus filhos 0 gosto pela leitura Imitativa por

natureza a crian98 encontra na familia a maior incentivo para a leitura (1986 p

03)

Assim e delegada a escola a responsabilidade de introduzir a crianca no

mundo dos livros Cabe a escola desenvolver a cantata com as livros que deve ser

iniciada a mais cedo passivel nao 56 pelo manuseio cama tambem pela hist6ria

contada pela conversa au pelos jogos ritmicos no sentido de fazer a crianca amar a

leitura

Esse contato inicial deve ser pautado pela conquista e nao pela imposiyao

o leitor infantI au a infanto-juvenil ao adquirir 0 905tO pela leitura estara

22

visitando urn mundo novo adquirindo conhecimento e aprimorando seu processo

comunicativo

Assim a literatura infantil como toda a obra de arte exerce uma influemcia

pedag6gica sobre 0 individuo quer pela contribuitao na forma9ao do seu

pensamento quer pelos modelos que apresenta Essa funtao pedag6gica tem

importancia unica jil que a contata com a literatura maida a mente e 0 cora9Ao da

crian98 Assim a literatura infantil tern uma finalidade primckia e fundamental que e a

de promover na crian~ 0 gosto pela beleza da palavra 0 deleite perante a cria9ao

de mundos de ficcao

Para alem dista tern ainda a fun980 de arraigar as palavras no mundo

magico da crian~ permitindo-Ihe nlio s6 entende-Ias e usa-las como tambem

goza-Ias e desfruta-Ias no contexto da imaginataomiddot (WORNICOV WAGNER

RUSSOMANO EWEBER 1986 p 04)

MLer as figuras imaginar a hist6ria e desenvolver mental mente urn emado

s~o atividades que poderiam S8r desenvolvidas na educayao infant A escola

dedica ainda pouco tempo para a laitura e a interpreta~o e masmo para a

produtao de textos Mesmo que nao possuindo ainda a capacidade da escrita deve

- S8 compreender que 0 gosto pela leitura it tambem adquirido pelo simples

manuseio de um livro

Neste sentido vale ressaltar as colocalt6esde Orlandi (1987) que distingue

tres tipos de discurso 0 ludico 0 polemico e 0 autaritaria E dentre os diferentes

tipos de discurso autoritario que encontramos 0 discurso pedag6gico que aqui

interessa na medida em que ele tern responsabilidade marcante na atividade que

engloba 0 processo de ensina de leitura no primeiro grau

Este discurso esla a servivo da escola e esta a serviVOde uma ideologia

23

que contribui para dificultar a encontro do saber institucionalizado com as classes

menes favorecidas Isto ocorre porque 0 professor detem 0 saber e trabalha muitas

vezes sem perceber au ate para mostrar poder mascarando 0 tempo todo

afirmando que a aluno tarnham pade dizer 0 que pensa pode opinar pode sugerir

etc e na realidade nao acontece essa pratica a 0 que sa v~ e uma liberdade

vigiada

Sendo 0 professor 0 dono do saber torna-se modelo leitor por excel~ncia

ficando 0 aluno muitas vezes impossihilitado de pensar de refletir e de criar as

pr6prias condicaes de producao

Dessa forma acontece a leitura que 0 autor citado chama de parafrastica ou

seja a raproducao do sentido que 0 autor da ao texto ao contrario da poliss~mica

que se defina pelos multiplos sentidos que ao texto podem ser atribuidos

De acordo com Wornicov Wagner Russomano e Weber

obras especialmenle escntas para crian((CIsmuitas vezes recebem suarejeiyao outras como Robinson Cru50~ de Daniel DefOe Contes de rnamere Ioye de Charles Perrault ou Visgens de Gulliver de Jonathan Swiftnao originalmente destinado aD publico infantrJ foram incorporadas aoacervo de livros para a inftlncia (1988 p 05)

Ainda segundo as autoras e a aceitacao da obra por parte da crian~ que

determina a sua adequacao 80 publico infantil ou n~o ou seja e a crian~ que deve

encontrar na obra seus interesses a unica adaptacao e com refer~ncia ao

conhecimento e limitacentes da crianya As obras literarias infantis devem ser mais do

que instrumentos para proporcionar hist6ria ou induzir a fantasia como toda a obra

de arte exercem uma influencia pedag6gica sobre a individua quer pel a

contribui~o na forma9ilo do seu pensamenta quer pel os modelos que apresenta

Essa funcao pedag6gica tem importancia unica ja que 0 contato com a

literatura desperta na crianya a seu imaginario Assim a literatura infantil tern urna

24

finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a

beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm

dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya

permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las

no contexto da imagina9ilo

Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel

afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida

do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade

inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade

promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao

Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que

ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser

(1986 p 07)

A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da

crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a

crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0

aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a

escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua

com os livros

Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que

em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)

o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao

sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese

classifica96es devem ser respeitadas e entendidas

Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista

que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a

crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam

ocupam a centro de seus interesses

Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as

estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de

capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas

em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas

hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de

encantamenta

Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das

modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua

imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia

A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au

varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que

rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade

ludica e magica em que vive a crianca

Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou

hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0

seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um

temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa

2S

26

Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das

crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a

socializaltao

Para Froebel

a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)

Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento

para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais

adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a

socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)

Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e

preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera

explicitada a seguir

31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA

A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana

atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no

mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras

Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn

mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo

e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a

crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente

nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente

ausente em animais

27

A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~

em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala

mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos

A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo

porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do

jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da

crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa

submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo

muito diferente

Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de

desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento

habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa

ala fosse maior do que e na realidade

Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o

a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo

pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que

sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz

em sua totalidade bio-psico-social-educacional

E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de

enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e

sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que

ajudam para 0 seu desenvolvimento global

Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais

independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as

28

espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar

inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha

limites e e importante que n~o superestime sues capacidades

o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive

despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao

respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses

valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos

de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a

desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser

multo bern aprimoradas no pre-escolar

A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo

as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em

sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida

A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento

entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0

saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de

reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade

o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao

das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre

para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e

individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa

movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade

ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios

interesses pessoais no desenvolvimento das atividades

29

Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-

escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu

simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras

crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos

As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque

nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas

Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia

de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de

adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e

imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem

o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna

retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de

seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0

habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)

Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos

importantes para aqueles que trabalham com a educaylio

A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada

para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica

30

4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR

Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto

a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern

proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya

retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e

reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a

compreensao do texto par parte da crianya

o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que

ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente

com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0

que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)

A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse

despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao

imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario

Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua

subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia

narrativa

Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer

ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)

31

Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar

divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar

na crianca a g05tO pela literatura

Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU

contaram uma hist6ria

Na 6ptica de Tahan

a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)

E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o

infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento

onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo

Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0

ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos

1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito

2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como

li~o advertlmcia ou canselha

3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas

ou ate masma calculos e fra90es

4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos

5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate

masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco

mental

32

o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias

desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil

enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim

a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)

AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica

para a realizayllo de projetos

Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a

alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas

dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado

e se estao todos proximos suficientes do narrador

A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0

narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e

adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para

narrar historias

Segundo Tahan

Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)

Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as

crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer

Tahan informa

33

os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)

Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e

segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas

pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em

cantata com as criantyas

o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn

texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a

historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta

o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao

socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern

pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que

Ihe eram contadas

Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque

a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)

o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a

escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de

ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo

Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para

poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto

professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco

34

Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur

normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a

participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando

gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com

abras especificas para cada idade das criancas

Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica

e 3 ate 6 anas fase magica

Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn

enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa

integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias

que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza

(humanizadas)

Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a

repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas

outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes

Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras

grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com

certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por

genero

No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes

iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras

Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os

circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)

35

A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os

g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0

romance a novela 0 conto 0 drama etc

Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se

dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a

palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que

empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao

Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou

escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis

tenhamos ou n~o consciencia delas

Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua

peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como

A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna

sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral

o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex

objetos elementos da natureza

A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e

anirnais com urn ensinamento moral

o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre

ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo

A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a

historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas

Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da

magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias

precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais

36

Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre

as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem

Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa

pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a

des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no

processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi

incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario

o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de

informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e

ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de

educa~o

Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e

a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a

narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como

placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis

Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais

principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais

detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no

futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando

com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar

recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos

Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios

dependendo de cada circunstimcia

37

Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel

de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante

Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-

leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a

crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim

gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da

linguagem

Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e

sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a

comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80

livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem

atraves do ludico

Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos

devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au

dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias

o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar

as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a

que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a

compreens~o par parte da crianca

Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram

nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das

maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo

que a rodeia

38

JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)

Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia

essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as

maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a

brincadeira a aprendizado se instala

Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem

basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias

as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para

este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele

que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da

prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade

adulta

A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande

destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca

neste genero litera rio

Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil

devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao

de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar

qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar

deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor

deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure

39

Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido

no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto

pedagogico

Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8

livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com

suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada

Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de

contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta

algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em

conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos

objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a

redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos

de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar

A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os

aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da

participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura

e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da

utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas

41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS

411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos

Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu

surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam

utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a

40

funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas

delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)

bull Boneca contador de hist6rias

As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia

jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-

linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de

pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de

serem proferidos rapidamente)

As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das

mais tfmidas

bull Cria~Ao de final de historia

A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando

pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona

iniciada pel a educadora

o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em

papel

bull Errando as hist6rias

Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas

par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais

ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos

pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam

preocupa~o maior com 0 significado)

Chuva e sol casamento de espanhol

Chuva e sol casamento de caracol

41

bull Fantoches

A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as

crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com

cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas

mas mas manuseando as personagens

bull Gravuras

Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai

apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada

bull Jogo de contar hist6rias

Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos

escralem ou ilustram a hist6ria

a Parlendas e gestos

b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com

as dedas batendo as pes ou as maos etc

c Quadrinhos

d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que

fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por

favor etc

bull Dobraduras

A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas

podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e

ouvindo a magica transformayao do papsl

As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam

a dobradura

Ex dobradura depois recitam

Pinto

o pinto pia

A pipa pinga

Pinga a pipa

a pinto pia

Pinto pia

Pipa pinga

Quanta mais

o pinto pia

Mais a pipa pinga

42

bull Tecnicas de narrativas

Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na

sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil

baseado na autora Susatto (2004)

43

o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter

em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente

aos personagens e aos seus estados e animas

Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam

nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es

segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das

condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto

Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do

abandono dos pais

E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas

narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida

real

Segundo Busatto

Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)

Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser

usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador

reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam

imagens)

U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do

castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim

Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que

se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90

com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da

44

dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus

elementos

DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc

Pianos - altura do movimento

Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic

Forra - intensidade empregado no movimento

Tempo - velocidade com que a movimento e executado

Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo

Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem

preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve

sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de

alunos

45

5 CONSIDERAyOES FINAlS

Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias

tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil

ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes

Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das

transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e

aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem

constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0

conhecimento

A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim

educar para a formayao de cidadaos

No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter

essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para

despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao

magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode

proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa

atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca

passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes

tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor

de seus direitos e deveres como cidadao

A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn

facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do

processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e

participativa

46

Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em

mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir

para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO

pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna

imposicao

o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a

contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a

utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par

leitura

Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da

Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente

com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico

A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que

oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir

para a constru~o de sua autonomia

o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada

pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do

professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no

ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura

Bruner afirma que

e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

48

REFERENCIAS

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lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998

II

2 FUNDAMENTAQAO TEQRICA

21 A LlTERATURA INFANTIL NA HIST6RIA

Com base na analise da leitura de alguns autores e passivel afirmar que

na sociedade antiga nao havia a infancia nenhum espaco separado do mundo

adulto As criancyas trabalhavam e viviam junto com as adultos testemunhavam as

processos natura is da exist~ncia (ZILBERMAN 1998 p 44)

Assim 56 par volta do seculo XVlll a infimcia passa a ser vista de forma

mais valorizada devido as mudancas sociais econ6micas e politicas da sociedade

E passlvel identificar dessa maneira as primeiras mudanyas significativas nas

atitudes das familias em relayao as crianyas pequenas que inicialmente erarn

educadas em casa no casa das meninas que neste periodo aprendiam as afazeres

domesticos Ja as meninos aos sete anos eram mandados para as mosteiros para

serem educados pelos padres

Surgem entao os primeiros pensadores da eduea~o infantil onde podemos

destaear Jean Jacques Rousseau que apesar de nao ser urn edueador delineou 0

campo da pedagogia com suas ideias

Em sua obra 0 Emilio au da EduC8JO (ROUSSEAU 1990 p 32) pode-s9

observar 0 pensamento desse autor que atraves dos relatas da educayao de um

jovem evidencia que a sua forma~a deveria sar voltada aos interesses da crianca

pois essa possui suas caracteristicas proprias suas ideias e seus interesses assirn

a crian9C3 nao poderia ser vista como urn adulto em miniatura Rosseau (1990)

considerava cada fase da crianca com suas earacteristicas e propriedades

Para Rousseau (1990) a educayao n~o vem apenas de fora e sim da

expressao livre da crian~ em seu dia-a-dia com a natureza com isto propos

12

Irabalhar com as brinquedos a agricultura a esporte inslrumenlos de olicios

variados canto e Qutros mais

Para Rousseau

nascemos fracos precisamos de forya nascemo5 desprovidos de tudotemos necessidades de 8ssisl~ncia nascemos eshipidos precisamos dejuizo Tudo 0 que nlio temos ao naseer e de que prccisamos adultos enosdado pela educayao EsSlil educac30 nos vern da natureza au dos homensou das coisas 0 desenvolvimento e a educacaodos homens e 0 ganho danossa propria experi~nciasabre 0$ objetos que nos afetam e a educacAodas coisas (1990 p 11)

Para 0 autor a principal finalidade da educacao era ensinar a criancaa viver

exercendo sua liberdade educar 0 atuno para sar urn homern suas ideias

influenciam varias correntes pedag6gicas ate as dias de hoje

Aries (1981) lambem evidencia que a inffmcia ale a seculo XVII n~o era

Iralada de forma diferenciada as crianls assim como para Rousseau (1990) eram

tidas como adultos em miniatura 0 autor relata que nas sociedades tradicionais a

crian~ encontrava-se misturada ao mundo adulto com intensas trocas afetivas fora

da familia e de onde colhia suas aprendizagens 0 seculo XVIII conludo

leslemunharia mudancasna anliga ordem (ARIES 1981 p78)

Com a ascensao da burguesia e na medida em que a sociedade se

industrializava e se modernizava mediante a aquisi~o de novos recursos

tecnologicos a crianca e a familia assumem urn novo lugar A familia tornou-se 0

lugar de afei~o necessaria entre os c6njuges que se exprimiu sobretudo atraves

da importancia alribuida it crianl e a sua educacao(ARIES 1981 p79)

Nesse contexto surge uma nova pedagogia que passa a exigir uma

literatura infantil com uma didatica mais apropriada onde haja incentivo com rela~o

a crialividade da crianl Zilberman (1998) deslaca que a partir desle panorama eque emerge a literatura infantil com as adaptac6esdos classicos e dos contos de

13

fadas Informa que primitivamente os contos folcl6ricos colecionados pelos Irmaos

Grimm e Qutros nao eram fabulosos nem restritos a uma certa ida de

(ZILBERMAN 1998 P 45)

Conforme Zilberman (1998) os contos de fada eram contados por e para

adultos par uma classe mais baixa da sociedade as obras dos irmaos Grimm nao

eram restritas as crian9GIscontava situa95es da vida das classes inferiores fazendo

a conexao com a vida social e a magia do conto tudo e retratado de uma maneira

simb6lica as personagens nao sao percebidos como seres vivos assim com 0

surgimento da nova pedagogia estas obras fcram adaptadas para as jovens

(ZILBERMAN 1998 P 45)

Quem traduziu no Brasil e adaptou as obras dos autores cJassicos para a

juventude foi Carl Jansem Ate en tao nao se aproveitava a tradi9gtio folclorica do

Brasil na constitui9gtio de textos juvenis (ZILBERMAN 1998)

Segundo Cadermartori (1994) a literatura infantil brasileira inicia sob a

egide de urn dos nossos mais destacados inteJectuais Monteiro Lobato

Segundo Zilberman

Monteiro Lobato fllla 0 rompimenlo com 0 clrculo da dependencia dosp~drOes Europeus em sua obra 0 Sitio do Pica Pau Amarelo ele criapersonagens nacionais e a obra vai de um contexto real 0 sitio a umimaginano como 0 reino das aguas passui os personagens tictitios Emiliavisconde e os reeis Pedrtnho nartzinho os folcJ6ricos saci os personagensda mitologia classica como Minotauro dentre outros os magicos com 0burro falanleOs aspectos sociais sao mantidos atraves de personagens(lOmo 0 jeca tatu onde 0 nive social e cuttural t diferente dos personagensprincipais representados por pessoQs reais como a av6 Dona Benta (1 Q96p54)

Monteiro Lobato criou a literatura nacional em um contexte de cenarios

personagens e sugestoes folcloricas que n~o podem ser seguidos por nenhum

14

uma carreira de sucessa com seus livros infantis dentre estes Ana Maria Machado

e Ruth Rocha

A literatura infantil dave continuar a sar produzida cuidando para nao haver

uma c6pia do genera utilizado par Monteiro Lobato devendo com isso transpor

fronteiras sando uma literatura composta par uma abordagem rica criativa e didatica

mas fica evidente 0 quanta e diffcil identificar e criar livros infantis de excelente

quaJidade (ZILBERMAN1998)

Assim cabe agora referir ao desenvolvimento da literatura em rela~o ao

Referencial Curricular Nacional (RCN1998)

22 DESENVOLVIMENTO DA L1TERATURA

Com base na leitura do referencial curricular para a educa~o infantil no

capitulo destinado a linguagem e a escrita as crianyas e as praticas de leitura tern

urn grande valor em si masma nao sando necessaria atividades subsequentes

como 0 desenho dos personagens a resposta de perguntas sabre a leitura

dramatiza9iio das historias etc (RCN1998)

A leitura comeya muito cedo na vida do individua ista e a crian9B ja faz a

leitura extralingOistica do seu mundo antes de ir a escola Do ponto de vista

linguistico a conceito de leitura adquire diferentes mudanyas

Segundo Kleiman (1995) a leitura e um processo que vai se definindo

progressivamente a partir da intera980 entre 0 texta e a leitor Nessa processo 0

professor anquanto orientadar vai definindo tarefas progressivas mais complexas e

aos paucos a crianya vai fazendo as retomadas necessarias para compreender 0

texto

15

As instituiyOesde Educayao Infantil podem resgatar a repert6rio de historias

que as criancas ouvem em casa enos ambientes que freqOentam urna vez que

eSS8S hist6rias S9 constituem em rica fonte de informacentes sabre as diversas formas

culturais construindo da sensibilidade das crian9Bs

A aprendizagem da leitura e fundamental para que 0 individuo possa

entender 0 mundo que a cerca bern como S9 posicionar de forma critica diante da

realidade

Segundo Ferrero (1987) muito antes de serem capazes de ler ou escrever

nc sentido convencional do terma as crianyas tentam interpretar as textes com as

quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetiza~o paiS ela na fase da

pre-escola ja faz a sua leitura do mundo

De acordo com 0 pensamento de Lemos (1978) a linguagem oral conta

com recursos diversos timbre de voz entonayao ge5t05 expressao facial contexto

e contato direto com 0 receptor que pade interferir au fazar fluir urn referente na

linguagem escrita 0 qual nem sempre e feito As diverses instituiyaes concebem a

linguagem e a maneira como as criany8s aprendem de modo bastante diferentes

-Na linguagem oral 0 locutor e a interlocutor exercem juntos as funyaes reguladora

organizadora e ativadora dos textos responsaveis pela sua estrutura tessitura au

coeso (LEMOS 1978 p 45)

Na 6tica de Bakhtin (1988) 0 livro isto e 0 ato de fala impresso constitui

igualmente um elemento da comunicayao verbal Ele e objeto de discussoes ativas

sob a forma de dialogo 8 alem disso e feito para ser aprendido de maneira ativa

para ser estudado a fundo comentando e criticando no quadro do discurso interior

sem contar as relac6es impressas institucionalizadas que S8 encontram nas

diferentes esferas da comunicayao verbal

16

Bakhtin (1988) explica que a leitura tem side motivo de estudos de muitos

especialistas preocupados em verificar como S9 dil a partir de visualizacao de

simbolo gn3fico 0 entendimento total de urn texto 0 eutor verificou que a processo

de leitura S8 fez atraves de Ires etapas a primeira ocorre com 0 reconhecimento do

que esta escrito a segunda e a de compreensao atraves de interferencias e

formulacao de hip6teses e a terceira etape ocorr9 a interpreta~o propria mente dite

po is 0 lei tor mantem dialogicidade com 0 texto

Bakhtin informa que a laitura e como urn momento de criatividade no qual 0

leitor necessita reconhecer e aeionar as conhecimentos que ja tern para adquirir

noves e julga-Ios de forma critica Assim a laitura de hist6rias e urn momento em

que a crian~ pode conhecer a forma de viver pensar agir e 0 universo de valores

costumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares

que nao 0 seu (ReN 1998)

Assim desenvolver a leitura no aluno a funcao da escola que deve

respaitar a laitura de mundo que ale traz a partir de suas experiencias sociais ou

seja sua intera~o com outros individuos e com varias inforrnacentes veiculadas palos

meios de comunicacao de massas principalmente a televis~o

Para melhor compreensao dessa afirmativa Ferreiro e Teberosky (1986)

explicam que a sujeito que conhecemos atravas da teoria de Piaget e urn sujeito

que procura atividade de compreender a mundo que 0 rodeia e trata de resolver as

integra90es que esse mundo provoca ~ urn sujeito que aprende basicamente

atravas de suas proprias categorias de pensamento aD masmo tempo em que

organiza seu mundo

Segundo Ferreiro (1987) muito antes de serem capazes de ler au escrever

no sentido convencional do termo as criancas tantam interpretar as textos com os

17

quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetizacao pais ela na fase

pre-escolar ja faz a sua leitura do mundo

Verifica~se nessas leituras que a crianya dave sar urn agente ativa e

determinado no seu desenvoJvimento conforme Kleiman (1995) a leitura e urn

processo que vai definindo progressivamente a relaao texto e leitor e e no

ambiente alfabetizador que a crian98 tem a oportunidade de agir em liberdade para

aprender e desenvolver seus conceitos cognitivos e afetivos

Como conceito de literatura atualmente as dicionarios apresentam as

seguintes sentidos conjunto de obras que versam sabre temas especificos literatura

policial Iiteratura picaresC8 literatura de terror

A literatura na 6tica de Ferreiro

e a representa~o de urna visao do mundo slem de uma tarnada deposiyAo diante dele Tal posicionamento centraliza lIssim suas atenyOesno criador de literatura e ns imita~o da natureza compreendida comoc6pia ou reproduQAoA linguagem e vista como mero ve[culo dessacomunicacao(1987 p 56)

De posse dos conceitos sabre literatura e necessaria cempreender seu

vinculo com a crianca e 0 hJdico A palavra ludice vern do latim ludus e significa

brincar Segundo Rojas (1991) neste brincar estao inclufdos os jogos brinquedos e

divertimentos A funcao educativa do joga permite a aprendizagem do individua seu

conhecimento e sua interpretacao de mundo Por meio da brincadeira a crianca

envolve-se no jogo e sente a necessidade de partilhar com a outro Assim brincando

e jogando ela tera oportunidade de desenvolver capacidades indispensaveis a sua

vida futura

A autora afirma que atraves do jogo de papais a crian98 lida com experi~ncias

que ainda n~o consegue realizar no mundo real

Para Rojas

o brinquedo e a essMcia da infQnciae seu usa permite urn trabalhopedag6gico Que possibilita a produ9fio do conhecimento e tambem aestimula~o da afetividade na crianta A crtan9lJ estabelece com 0

18

brinquedo uma relaltao natural e consegue extravasar suas angostias epaixOes SUDS slegrias e tristezBS suas agressividade5 e passividade(1991 pS)

Dando continuidade a importancia do udico na vida da crian98 0 pr6ximo

capitulo discorre sabre a complexa rela9lo entre a leitura e a trabalho pedag6gico

que incentiva au nao 0 vinculo com a literatura

19

3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA

Na vis~o de Klein e Schafaschek (1990) a processo pedagogico consiste na

transmissao do conhecimento de sua hist6ria assim sera mostrado 0 movimento

historico da linguagem oral e escrita

A linguagem e a consci~ncja sao resultados da ayAo coletiva que as

homens desenvolveram

Segundo Bakhtin

e a linguagem portanto enquanto possibilidade de representa~o logo deabslratao e generalizacAo das caracteristicas do mundo exterior quepossibilila a passagem da con5Ci~ndasensivel a conscilncia racional daoperaylo com objetos concretos com conceitos au representaffOes (1988p32)

Passa~se entaD para uma representayao da linguagem escrita Assim 0

processo da alfabetizacao dave tar reconhecimento do texto oral e escrito e

compreende seu total entendimento Ler nao e somente decifrar simbolos graficos

mas buscar a compreensao das mensagens contidas em suas linhas e entrelinhas

Segundo Cunha (1997) a adulto nao tem a habito de ler e coloca em

diversas situavoos suas justjficativas para 0 pouco tempo que disponibiliza para a

leltura ou seja essa suposi~o de que a crian~ nao se interessa pelo livra e

apenas a refiexo do proprio desinteresse do adulto par tal objeto (CUNHA 1997 p

48)

Nesse contexto a partjcipayao do professor e importante pois este sera 0

mediador entre a crian98 e 0 conhecimento facilitando 0 processo de aquisj~o da

cultura Dai a ideia de que a produ91ioda linguagem oral e escrita e resultado de

um esforyo de produ91iodos homens e desenvolveu-se atraves da necessidade da

mediayiio de um professor

20

Dentro desta perspectiva tem-se re18980 do adulto com a criany8 que

segundo Cunha (1997) e nessa perspectiva a leitura e colocada como mais uma

imposiyao A ideia de que a leitura vai fazer bem a crianya ou ao jOllem leva - nos a

obriga-Ios a ler como Ihes impomos a colher de remedio a injecl)a a escova de

dente a escola (CUNHA 1997 P 51)

Na perspective de Cunha a leitura nao deve ser imposta 0 905tO pel a

leitura deve ser desenvolvido E necessario que sejam obedecidas as fases de

interesse da criama quanta a leitura apresentadas abaixo

Na primeira fase de aquisicao palo g05tO da leitura delem ser

apresentados a crianB livros de gravuras e dos versos infantis (de 2 a 5 ou 6 anos)

E a fase de egocentrismo em que a crianya faz pouca distin9Bo entre a mundo

externo e 0 interno

Ja a idade entre 5 a 8 ou 9 anos caracteriza-se como a idade do Conto de

Fadas De posse de urna mentalidade magica 0 leitor vai buscar nos contos de

fadas lendas mitos e fabulas a simbologia necessaria a elabora~o de suas

viv~ncias

Partindo para a pre-adolesc(mcia e a idade da Historia ambiental e da

leitura Factual (9 a 12 anos) E a fase intermediaria em que persistem vestfgios do

pensamento magico mas a crianya comeya a orientar-se rna is para a real Via de

regra 0 leitar escolhe neste perfodo historias que Ihe apresentam 0 mundo como

ele e Atraves da percep9iio magica de determinado personagem

Dos 12 a 14 anos considera-se a idade da Historia de Aventuras ou fase de

leitura Psicol6gica orientada para as sensac6es E a perfodo da pre-adolescemcia

em que 0 conhecimento da propria personalidade e 0 desenvolvimento dos

precesses agressives ativam a vivlmcia social e a forma9iio de grupos

21

Nos anos de maturidade ou desenvolvimento da esfera Iitero-8stetica de

leitura (14 a 17 anas) ha a curiosidade pelo descobrimento 0 mundo interior e do

mundo dos valores 0 adolescente parte para a hierarquiza~o dos conceitos e a

organizatao de seu universo Aventuras de conteudo intelectual viagens romances

hist6ricos e biograficos historias de amor literatura engajada e temas relacionados

com as interesses Yocacionais v~o ajuda-Io a orientar-se e estruturar-se como

adullo

A questao mais discutida a raspaito de literatura asta relacionada ao fato de

que as jovens e as crianyas nao h~emmuitos s~o as argumentos como a falta de

condiyao financeira de comprar livre 0 pcuco habito de se frequentar a biblioteca os

atrativos e facilidades do computador e da televisao a falta do Mbito dos pais em

lerem entre Qutras causas Mas pode-se considerar como urn grande problema a

falta de habito de leitura nos pais

As autoras Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que middotpais que

nao leem nao poderao despertar em seus filhos 0 gosto pela leitura Imitativa por

natureza a crian98 encontra na familia a maior incentivo para a leitura (1986 p

03)

Assim e delegada a escola a responsabilidade de introduzir a crianca no

mundo dos livros Cabe a escola desenvolver a cantata com as livros que deve ser

iniciada a mais cedo passivel nao 56 pelo manuseio cama tambem pela hist6ria

contada pela conversa au pelos jogos ritmicos no sentido de fazer a crianca amar a

leitura

Esse contato inicial deve ser pautado pela conquista e nao pela imposiyao

o leitor infantI au a infanto-juvenil ao adquirir 0 905tO pela leitura estara

22

visitando urn mundo novo adquirindo conhecimento e aprimorando seu processo

comunicativo

Assim a literatura infantil como toda a obra de arte exerce uma influemcia

pedag6gica sobre 0 individuo quer pela contribuitao na forma9ao do seu

pensamento quer pelos modelos que apresenta Essa funtao pedag6gica tem

importancia unica jil que a contata com a literatura maida a mente e 0 cora9Ao da

crian98 Assim a literatura infantil tern uma finalidade primckia e fundamental que e a

de promover na crian~ 0 gosto pela beleza da palavra 0 deleite perante a cria9ao

de mundos de ficcao

Para alem dista tern ainda a fun980 de arraigar as palavras no mundo

magico da crian~ permitindo-Ihe nlio s6 entende-Ias e usa-las como tambem

goza-Ias e desfruta-Ias no contexto da imaginataomiddot (WORNICOV WAGNER

RUSSOMANO EWEBER 1986 p 04)

MLer as figuras imaginar a hist6ria e desenvolver mental mente urn emado

s~o atividades que poderiam S8r desenvolvidas na educayao infant A escola

dedica ainda pouco tempo para a laitura e a interpreta~o e masmo para a

produtao de textos Mesmo que nao possuindo ainda a capacidade da escrita deve

- S8 compreender que 0 gosto pela leitura it tambem adquirido pelo simples

manuseio de um livro

Neste sentido vale ressaltar as colocalt6esde Orlandi (1987) que distingue

tres tipos de discurso 0 ludico 0 polemico e 0 autaritaria E dentre os diferentes

tipos de discurso autoritario que encontramos 0 discurso pedag6gico que aqui

interessa na medida em que ele tern responsabilidade marcante na atividade que

engloba 0 processo de ensina de leitura no primeiro grau

Este discurso esla a servivo da escola e esta a serviVOde uma ideologia

23

que contribui para dificultar a encontro do saber institucionalizado com as classes

menes favorecidas Isto ocorre porque 0 professor detem 0 saber e trabalha muitas

vezes sem perceber au ate para mostrar poder mascarando 0 tempo todo

afirmando que a aluno tarnham pade dizer 0 que pensa pode opinar pode sugerir

etc e na realidade nao acontece essa pratica a 0 que sa v~ e uma liberdade

vigiada

Sendo 0 professor 0 dono do saber torna-se modelo leitor por excel~ncia

ficando 0 aluno muitas vezes impossihilitado de pensar de refletir e de criar as

pr6prias condicaes de producao

Dessa forma acontece a leitura que 0 autor citado chama de parafrastica ou

seja a raproducao do sentido que 0 autor da ao texto ao contrario da poliss~mica

que se defina pelos multiplos sentidos que ao texto podem ser atribuidos

De acordo com Wornicov Wagner Russomano e Weber

obras especialmenle escntas para crian((CIsmuitas vezes recebem suarejeiyao outras como Robinson Cru50~ de Daniel DefOe Contes de rnamere Ioye de Charles Perrault ou Visgens de Gulliver de Jonathan Swiftnao originalmente destinado aD publico infantrJ foram incorporadas aoacervo de livros para a inftlncia (1988 p 05)

Ainda segundo as autoras e a aceitacao da obra por parte da crian~ que

determina a sua adequacao 80 publico infantil ou n~o ou seja e a crian~ que deve

encontrar na obra seus interesses a unica adaptacao e com refer~ncia ao

conhecimento e limitacentes da crianya As obras literarias infantis devem ser mais do

que instrumentos para proporcionar hist6ria ou induzir a fantasia como toda a obra

de arte exercem uma influencia pedag6gica sobre a individua quer pel a

contribui~o na forma9ilo do seu pensamenta quer pel os modelos que apresenta

Essa funcao pedag6gica tem importancia unica ja que 0 contato com a

literatura desperta na crianya a seu imaginario Assim a literatura infantil tern urna

24

finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a

beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm

dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya

permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las

no contexto da imagina9ilo

Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel

afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida

do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade

inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade

promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao

Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que

ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser

(1986 p 07)

A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da

crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a

crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0

aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a

escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua

com os livros

Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que

em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)

o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao

sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese

classifica96es devem ser respeitadas e entendidas

Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista

que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a

crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam

ocupam a centro de seus interesses

Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as

estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de

capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas

em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas

hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de

encantamenta

Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das

modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua

imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia

A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au

varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que

rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade

ludica e magica em que vive a crianca

Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou

hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0

seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um

temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa

2S

26

Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das

crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a

socializaltao

Para Froebel

a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)

Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento

para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais

adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a

socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)

Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e

preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera

explicitada a seguir

31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA

A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana

atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no

mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras

Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn

mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo

e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a

crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente

nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente

ausente em animais

27

A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~

em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala

mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos

A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo

porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do

jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da

crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa

submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo

muito diferente

Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de

desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento

habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa

ala fosse maior do que e na realidade

Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o

a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo

pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que

sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz

em sua totalidade bio-psico-social-educacional

E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de

enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e

sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que

ajudam para 0 seu desenvolvimento global

Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais

independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as

28

espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar

inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha

limites e e importante que n~o superestime sues capacidades

o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive

despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao

respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses

valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos

de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a

desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser

multo bern aprimoradas no pre-escolar

A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo

as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em

sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida

A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento

entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0

saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de

reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade

o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao

das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre

para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e

individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa

movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade

ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios

interesses pessoais no desenvolvimento das atividades

29

Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-

escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu

simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras

crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos

As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque

nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas

Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia

de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de

adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e

imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem

o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna

retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de

seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0

habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)

Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos

importantes para aqueles que trabalham com a educaylio

A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada

para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica

30

4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR

Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto

a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern

proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya

retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e

reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a

compreensao do texto par parte da crianya

o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que

ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente

com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0

que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)

A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse

despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao

imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario

Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua

subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia

narrativa

Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer

ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)

31

Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar

divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar

na crianca a g05tO pela literatura

Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU

contaram uma hist6ria

Na 6ptica de Tahan

a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)

E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o

infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento

onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo

Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0

ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos

1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito

2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como

li~o advertlmcia ou canselha

3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas

ou ate masma calculos e fra90es

4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos

5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate

masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco

mental

32

o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias

desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil

enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim

a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)

AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica

para a realizayllo de projetos

Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a

alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas

dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado

e se estao todos proximos suficientes do narrador

A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0

narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e

adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para

narrar historias

Segundo Tahan

Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)

Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as

crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer

Tahan informa

33

os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)

Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e

segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas

pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em

cantata com as criantyas

o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn

texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a

historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta

o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao

socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern

pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que

Ihe eram contadas

Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque

a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)

o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a

escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de

ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo

Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para

poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto

professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco

34

Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur

normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a

participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando

gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com

abras especificas para cada idade das criancas

Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica

e 3 ate 6 anas fase magica

Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn

enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa

integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias

que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza

(humanizadas)

Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a

repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas

outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes

Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras

grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com

certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por

genero

No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes

iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras

Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os

circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)

35

A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os

g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0

romance a novela 0 conto 0 drama etc

Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se

dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a

palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que

empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao

Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou

escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis

tenhamos ou n~o consciencia delas

Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua

peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como

A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna

sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral

o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex

objetos elementos da natureza

A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e

anirnais com urn ensinamento moral

o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre

ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo

A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a

historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas

Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da

magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias

precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais

36

Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre

as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem

Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa

pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a

des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no

processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi

incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario

o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de

informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e

ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de

educa~o

Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e

a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a

narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como

placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis

Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais

principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais

detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no

futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando

com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar

recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos

Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios

dependendo de cada circunstimcia

37

Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel

de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante

Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-

leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a

crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim

gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da

linguagem

Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e

sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a

comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80

livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem

atraves do ludico

Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos

devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au

dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias

o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar

as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a

que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a

compreens~o par parte da crianca

Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram

nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das

maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo

que a rodeia

38

JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)

Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia

essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as

maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a

brincadeira a aprendizado se instala

Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem

basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias

as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para

este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele

que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da

prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade

adulta

A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande

destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca

neste genero litera rio

Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil

devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao

de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar

qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar

deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor

deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure

39

Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido

no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto

pedagogico

Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8

livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com

suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada

Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de

contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta

algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em

conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos

objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a

redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos

de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar

A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os

aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da

participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura

e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da

utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas

41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS

411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos

Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu

surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam

utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a

40

funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas

delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)

bull Boneca contador de hist6rias

As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia

jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-

linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de

pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de

serem proferidos rapidamente)

As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das

mais tfmidas

bull Cria~Ao de final de historia

A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando

pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona

iniciada pel a educadora

o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em

papel

bull Errando as hist6rias

Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas

par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais

ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos

pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam

preocupa~o maior com 0 significado)

Chuva e sol casamento de espanhol

Chuva e sol casamento de caracol

41

bull Fantoches

A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as

crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com

cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas

mas mas manuseando as personagens

bull Gravuras

Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai

apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada

bull Jogo de contar hist6rias

Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos

escralem ou ilustram a hist6ria

a Parlendas e gestos

b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com

as dedas batendo as pes ou as maos etc

c Quadrinhos

d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que

fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por

favor etc

bull Dobraduras

A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas

podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e

ouvindo a magica transformayao do papsl

As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam

a dobradura

Ex dobradura depois recitam

Pinto

o pinto pia

A pipa pinga

Pinga a pipa

a pinto pia

Pinto pia

Pipa pinga

Quanta mais

o pinto pia

Mais a pipa pinga

42

bull Tecnicas de narrativas

Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na

sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil

baseado na autora Susatto (2004)

43

o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter

em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente

aos personagens e aos seus estados e animas

Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam

nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es

segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das

condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto

Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do

abandono dos pais

E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas

narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida

real

Segundo Busatto

Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)

Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser

usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador

reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam

imagens)

U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do

castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim

Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que

se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90

com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da

44

dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus

elementos

DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc

Pianos - altura do movimento

Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic

Forra - intensidade empregado no movimento

Tempo - velocidade com que a movimento e executado

Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo

Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem

preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve

sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de

alunos

45

5 CONSIDERAyOES FINAlS

Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias

tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil

ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes

Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das

transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e

aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem

constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0

conhecimento

A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim

educar para a formayao de cidadaos

No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter

essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para

despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao

magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode

proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa

atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca

passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes

tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor

de seus direitos e deveres como cidadao

A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn

facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do

processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e

participativa

46

Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em

mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir

para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO

pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna

imposicao

o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a

contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a

utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par

leitura

Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da

Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente

com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico

A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que

oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir

para a constru~o de sua autonomia

o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada

pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do

professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no

ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura

Bruner afirma que

e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

48

REFERENCIAS

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lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998

12

Irabalhar com as brinquedos a agricultura a esporte inslrumenlos de olicios

variados canto e Qutros mais

Para Rousseau

nascemos fracos precisamos de forya nascemo5 desprovidos de tudotemos necessidades de 8ssisl~ncia nascemos eshipidos precisamos dejuizo Tudo 0 que nlio temos ao naseer e de que prccisamos adultos enosdado pela educayao EsSlil educac30 nos vern da natureza au dos homensou das coisas 0 desenvolvimento e a educacaodos homens e 0 ganho danossa propria experi~nciasabre 0$ objetos que nos afetam e a educacAodas coisas (1990 p 11)

Para 0 autor a principal finalidade da educacao era ensinar a criancaa viver

exercendo sua liberdade educar 0 atuno para sar urn homern suas ideias

influenciam varias correntes pedag6gicas ate as dias de hoje

Aries (1981) lambem evidencia que a inffmcia ale a seculo XVII n~o era

Iralada de forma diferenciada as crianls assim como para Rousseau (1990) eram

tidas como adultos em miniatura 0 autor relata que nas sociedades tradicionais a

crian~ encontrava-se misturada ao mundo adulto com intensas trocas afetivas fora

da familia e de onde colhia suas aprendizagens 0 seculo XVIII conludo

leslemunharia mudancasna anliga ordem (ARIES 1981 p78)

Com a ascensao da burguesia e na medida em que a sociedade se

industrializava e se modernizava mediante a aquisi~o de novos recursos

tecnologicos a crianca e a familia assumem urn novo lugar A familia tornou-se 0

lugar de afei~o necessaria entre os c6njuges que se exprimiu sobretudo atraves

da importancia alribuida it crianl e a sua educacao(ARIES 1981 p79)

Nesse contexto surge uma nova pedagogia que passa a exigir uma

literatura infantil com uma didatica mais apropriada onde haja incentivo com rela~o

a crialividade da crianl Zilberman (1998) deslaca que a partir desle panorama eque emerge a literatura infantil com as adaptac6esdos classicos e dos contos de

13

fadas Informa que primitivamente os contos folcl6ricos colecionados pelos Irmaos

Grimm e Qutros nao eram fabulosos nem restritos a uma certa ida de

(ZILBERMAN 1998 P 45)

Conforme Zilberman (1998) os contos de fada eram contados por e para

adultos par uma classe mais baixa da sociedade as obras dos irmaos Grimm nao

eram restritas as crian9GIscontava situa95es da vida das classes inferiores fazendo

a conexao com a vida social e a magia do conto tudo e retratado de uma maneira

simb6lica as personagens nao sao percebidos como seres vivos assim com 0

surgimento da nova pedagogia estas obras fcram adaptadas para as jovens

(ZILBERMAN 1998 P 45)

Quem traduziu no Brasil e adaptou as obras dos autores cJassicos para a

juventude foi Carl Jansem Ate en tao nao se aproveitava a tradi9gtio folclorica do

Brasil na constitui9gtio de textos juvenis (ZILBERMAN 1998)

Segundo Cadermartori (1994) a literatura infantil brasileira inicia sob a

egide de urn dos nossos mais destacados inteJectuais Monteiro Lobato

Segundo Zilberman

Monteiro Lobato fllla 0 rompimenlo com 0 clrculo da dependencia dosp~drOes Europeus em sua obra 0 Sitio do Pica Pau Amarelo ele criapersonagens nacionais e a obra vai de um contexto real 0 sitio a umimaginano como 0 reino das aguas passui os personagens tictitios Emiliavisconde e os reeis Pedrtnho nartzinho os folcJ6ricos saci os personagensda mitologia classica como Minotauro dentre outros os magicos com 0burro falanleOs aspectos sociais sao mantidos atraves de personagens(lOmo 0 jeca tatu onde 0 nive social e cuttural t diferente dos personagensprincipais representados por pessoQs reais como a av6 Dona Benta (1 Q96p54)

Monteiro Lobato criou a literatura nacional em um contexte de cenarios

personagens e sugestoes folcloricas que n~o podem ser seguidos por nenhum

14

uma carreira de sucessa com seus livros infantis dentre estes Ana Maria Machado

e Ruth Rocha

A literatura infantil dave continuar a sar produzida cuidando para nao haver

uma c6pia do genera utilizado par Monteiro Lobato devendo com isso transpor

fronteiras sando uma literatura composta par uma abordagem rica criativa e didatica

mas fica evidente 0 quanta e diffcil identificar e criar livros infantis de excelente

quaJidade (ZILBERMAN1998)

Assim cabe agora referir ao desenvolvimento da literatura em rela~o ao

Referencial Curricular Nacional (RCN1998)

22 DESENVOLVIMENTO DA L1TERATURA

Com base na leitura do referencial curricular para a educa~o infantil no

capitulo destinado a linguagem e a escrita as crianyas e as praticas de leitura tern

urn grande valor em si masma nao sando necessaria atividades subsequentes

como 0 desenho dos personagens a resposta de perguntas sabre a leitura

dramatiza9iio das historias etc (RCN1998)

A leitura comeya muito cedo na vida do individua ista e a crian9B ja faz a

leitura extralingOistica do seu mundo antes de ir a escola Do ponto de vista

linguistico a conceito de leitura adquire diferentes mudanyas

Segundo Kleiman (1995) a leitura e um processo que vai se definindo

progressivamente a partir da intera980 entre 0 texta e a leitor Nessa processo 0

professor anquanto orientadar vai definindo tarefas progressivas mais complexas e

aos paucos a crianya vai fazendo as retomadas necessarias para compreender 0

texto

15

As instituiyOesde Educayao Infantil podem resgatar a repert6rio de historias

que as criancas ouvem em casa enos ambientes que freqOentam urna vez que

eSS8S hist6rias S9 constituem em rica fonte de informacentes sabre as diversas formas

culturais construindo da sensibilidade das crian9Bs

A aprendizagem da leitura e fundamental para que 0 individuo possa

entender 0 mundo que a cerca bern como S9 posicionar de forma critica diante da

realidade

Segundo Ferrero (1987) muito antes de serem capazes de ler ou escrever

nc sentido convencional do terma as crianyas tentam interpretar as textes com as

quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetiza~o paiS ela na fase da

pre-escola ja faz a sua leitura do mundo

De acordo com 0 pensamento de Lemos (1978) a linguagem oral conta

com recursos diversos timbre de voz entonayao ge5t05 expressao facial contexto

e contato direto com 0 receptor que pade interferir au fazar fluir urn referente na

linguagem escrita 0 qual nem sempre e feito As diverses instituiyaes concebem a

linguagem e a maneira como as criany8s aprendem de modo bastante diferentes

-Na linguagem oral 0 locutor e a interlocutor exercem juntos as funyaes reguladora

organizadora e ativadora dos textos responsaveis pela sua estrutura tessitura au

coeso (LEMOS 1978 p 45)

Na 6tica de Bakhtin (1988) 0 livro isto e 0 ato de fala impresso constitui

igualmente um elemento da comunicayao verbal Ele e objeto de discussoes ativas

sob a forma de dialogo 8 alem disso e feito para ser aprendido de maneira ativa

para ser estudado a fundo comentando e criticando no quadro do discurso interior

sem contar as relac6es impressas institucionalizadas que S8 encontram nas

diferentes esferas da comunicayao verbal

16

Bakhtin (1988) explica que a leitura tem side motivo de estudos de muitos

especialistas preocupados em verificar como S9 dil a partir de visualizacao de

simbolo gn3fico 0 entendimento total de urn texto 0 eutor verificou que a processo

de leitura S8 fez atraves de Ires etapas a primeira ocorre com 0 reconhecimento do

que esta escrito a segunda e a de compreensao atraves de interferencias e

formulacao de hip6teses e a terceira etape ocorr9 a interpreta~o propria mente dite

po is 0 lei tor mantem dialogicidade com 0 texto

Bakhtin informa que a laitura e como urn momento de criatividade no qual 0

leitor necessita reconhecer e aeionar as conhecimentos que ja tern para adquirir

noves e julga-Ios de forma critica Assim a laitura de hist6rias e urn momento em

que a crian~ pode conhecer a forma de viver pensar agir e 0 universo de valores

costumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares

que nao 0 seu (ReN 1998)

Assim desenvolver a leitura no aluno a funcao da escola que deve

respaitar a laitura de mundo que ale traz a partir de suas experiencias sociais ou

seja sua intera~o com outros individuos e com varias inforrnacentes veiculadas palos

meios de comunicacao de massas principalmente a televis~o

Para melhor compreensao dessa afirmativa Ferreiro e Teberosky (1986)

explicam que a sujeito que conhecemos atravas da teoria de Piaget e urn sujeito

que procura atividade de compreender a mundo que 0 rodeia e trata de resolver as

integra90es que esse mundo provoca ~ urn sujeito que aprende basicamente

atravas de suas proprias categorias de pensamento aD masmo tempo em que

organiza seu mundo

Segundo Ferreiro (1987) muito antes de serem capazes de ler au escrever

no sentido convencional do termo as criancas tantam interpretar as textos com os

17

quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetizacao pais ela na fase

pre-escolar ja faz a sua leitura do mundo

Verifica~se nessas leituras que a crianya dave sar urn agente ativa e

determinado no seu desenvoJvimento conforme Kleiman (1995) a leitura e urn

processo que vai definindo progressivamente a relaao texto e leitor e e no

ambiente alfabetizador que a crian98 tem a oportunidade de agir em liberdade para

aprender e desenvolver seus conceitos cognitivos e afetivos

Como conceito de literatura atualmente as dicionarios apresentam as

seguintes sentidos conjunto de obras que versam sabre temas especificos literatura

policial Iiteratura picaresC8 literatura de terror

A literatura na 6tica de Ferreiro

e a representa~o de urna visao do mundo slem de uma tarnada deposiyAo diante dele Tal posicionamento centraliza lIssim suas atenyOesno criador de literatura e ns imita~o da natureza compreendida comoc6pia ou reproduQAoA linguagem e vista como mero ve[culo dessacomunicacao(1987 p 56)

De posse dos conceitos sabre literatura e necessaria cempreender seu

vinculo com a crianca e 0 hJdico A palavra ludice vern do latim ludus e significa

brincar Segundo Rojas (1991) neste brincar estao inclufdos os jogos brinquedos e

divertimentos A funcao educativa do joga permite a aprendizagem do individua seu

conhecimento e sua interpretacao de mundo Por meio da brincadeira a crianca

envolve-se no jogo e sente a necessidade de partilhar com a outro Assim brincando

e jogando ela tera oportunidade de desenvolver capacidades indispensaveis a sua

vida futura

A autora afirma que atraves do jogo de papais a crian98 lida com experi~ncias

que ainda n~o consegue realizar no mundo real

Para Rojas

o brinquedo e a essMcia da infQnciae seu usa permite urn trabalhopedag6gico Que possibilita a produ9fio do conhecimento e tambem aestimula~o da afetividade na crianta A crtan9lJ estabelece com 0

18

brinquedo uma relaltao natural e consegue extravasar suas angostias epaixOes SUDS slegrias e tristezBS suas agressividade5 e passividade(1991 pS)

Dando continuidade a importancia do udico na vida da crian98 0 pr6ximo

capitulo discorre sabre a complexa rela9lo entre a leitura e a trabalho pedag6gico

que incentiva au nao 0 vinculo com a literatura

19

3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA

Na vis~o de Klein e Schafaschek (1990) a processo pedagogico consiste na

transmissao do conhecimento de sua hist6ria assim sera mostrado 0 movimento

historico da linguagem oral e escrita

A linguagem e a consci~ncja sao resultados da ayAo coletiva que as

homens desenvolveram

Segundo Bakhtin

e a linguagem portanto enquanto possibilidade de representa~o logo deabslratao e generalizacAo das caracteristicas do mundo exterior quepossibilila a passagem da con5Ci~ndasensivel a conscilncia racional daoperaylo com objetos concretos com conceitos au representaffOes (1988p32)

Passa~se entaD para uma representayao da linguagem escrita Assim 0

processo da alfabetizacao dave tar reconhecimento do texto oral e escrito e

compreende seu total entendimento Ler nao e somente decifrar simbolos graficos

mas buscar a compreensao das mensagens contidas em suas linhas e entrelinhas

Segundo Cunha (1997) a adulto nao tem a habito de ler e coloca em

diversas situavoos suas justjficativas para 0 pouco tempo que disponibiliza para a

leltura ou seja essa suposi~o de que a crian~ nao se interessa pelo livra e

apenas a refiexo do proprio desinteresse do adulto par tal objeto (CUNHA 1997 p

48)

Nesse contexto a partjcipayao do professor e importante pois este sera 0

mediador entre a crian98 e 0 conhecimento facilitando 0 processo de aquisj~o da

cultura Dai a ideia de que a produ91ioda linguagem oral e escrita e resultado de

um esforyo de produ91iodos homens e desenvolveu-se atraves da necessidade da

mediayiio de um professor

20

Dentro desta perspectiva tem-se re18980 do adulto com a criany8 que

segundo Cunha (1997) e nessa perspectiva a leitura e colocada como mais uma

imposiyao A ideia de que a leitura vai fazer bem a crianya ou ao jOllem leva - nos a

obriga-Ios a ler como Ihes impomos a colher de remedio a injecl)a a escova de

dente a escola (CUNHA 1997 P 51)

Na perspective de Cunha a leitura nao deve ser imposta 0 905tO pel a

leitura deve ser desenvolvido E necessario que sejam obedecidas as fases de

interesse da criama quanta a leitura apresentadas abaixo

Na primeira fase de aquisicao palo g05tO da leitura delem ser

apresentados a crianB livros de gravuras e dos versos infantis (de 2 a 5 ou 6 anos)

E a fase de egocentrismo em que a crianya faz pouca distin9Bo entre a mundo

externo e 0 interno

Ja a idade entre 5 a 8 ou 9 anos caracteriza-se como a idade do Conto de

Fadas De posse de urna mentalidade magica 0 leitor vai buscar nos contos de

fadas lendas mitos e fabulas a simbologia necessaria a elabora~o de suas

viv~ncias

Partindo para a pre-adolesc(mcia e a idade da Historia ambiental e da

leitura Factual (9 a 12 anos) E a fase intermediaria em que persistem vestfgios do

pensamento magico mas a crianya comeya a orientar-se rna is para a real Via de

regra 0 leitar escolhe neste perfodo historias que Ihe apresentam 0 mundo como

ele e Atraves da percep9iio magica de determinado personagem

Dos 12 a 14 anos considera-se a idade da Historia de Aventuras ou fase de

leitura Psicol6gica orientada para as sensac6es E a perfodo da pre-adolescemcia

em que 0 conhecimento da propria personalidade e 0 desenvolvimento dos

precesses agressives ativam a vivlmcia social e a forma9iio de grupos

21

Nos anos de maturidade ou desenvolvimento da esfera Iitero-8stetica de

leitura (14 a 17 anas) ha a curiosidade pelo descobrimento 0 mundo interior e do

mundo dos valores 0 adolescente parte para a hierarquiza~o dos conceitos e a

organizatao de seu universo Aventuras de conteudo intelectual viagens romances

hist6ricos e biograficos historias de amor literatura engajada e temas relacionados

com as interesses Yocacionais v~o ajuda-Io a orientar-se e estruturar-se como

adullo

A questao mais discutida a raspaito de literatura asta relacionada ao fato de

que as jovens e as crianyas nao h~emmuitos s~o as argumentos como a falta de

condiyao financeira de comprar livre 0 pcuco habito de se frequentar a biblioteca os

atrativos e facilidades do computador e da televisao a falta do Mbito dos pais em

lerem entre Qutras causas Mas pode-se considerar como urn grande problema a

falta de habito de leitura nos pais

As autoras Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que middotpais que

nao leem nao poderao despertar em seus filhos 0 gosto pela leitura Imitativa por

natureza a crian98 encontra na familia a maior incentivo para a leitura (1986 p

03)

Assim e delegada a escola a responsabilidade de introduzir a crianca no

mundo dos livros Cabe a escola desenvolver a cantata com as livros que deve ser

iniciada a mais cedo passivel nao 56 pelo manuseio cama tambem pela hist6ria

contada pela conversa au pelos jogos ritmicos no sentido de fazer a crianca amar a

leitura

Esse contato inicial deve ser pautado pela conquista e nao pela imposiyao

o leitor infantI au a infanto-juvenil ao adquirir 0 905tO pela leitura estara

22

visitando urn mundo novo adquirindo conhecimento e aprimorando seu processo

comunicativo

Assim a literatura infantil como toda a obra de arte exerce uma influemcia

pedag6gica sobre 0 individuo quer pela contribuitao na forma9ao do seu

pensamento quer pelos modelos que apresenta Essa funtao pedag6gica tem

importancia unica jil que a contata com a literatura maida a mente e 0 cora9Ao da

crian98 Assim a literatura infantil tern uma finalidade primckia e fundamental que e a

de promover na crian~ 0 gosto pela beleza da palavra 0 deleite perante a cria9ao

de mundos de ficcao

Para alem dista tern ainda a fun980 de arraigar as palavras no mundo

magico da crian~ permitindo-Ihe nlio s6 entende-Ias e usa-las como tambem

goza-Ias e desfruta-Ias no contexto da imaginataomiddot (WORNICOV WAGNER

RUSSOMANO EWEBER 1986 p 04)

MLer as figuras imaginar a hist6ria e desenvolver mental mente urn emado

s~o atividades que poderiam S8r desenvolvidas na educayao infant A escola

dedica ainda pouco tempo para a laitura e a interpreta~o e masmo para a

produtao de textos Mesmo que nao possuindo ainda a capacidade da escrita deve

- S8 compreender que 0 gosto pela leitura it tambem adquirido pelo simples

manuseio de um livro

Neste sentido vale ressaltar as colocalt6esde Orlandi (1987) que distingue

tres tipos de discurso 0 ludico 0 polemico e 0 autaritaria E dentre os diferentes

tipos de discurso autoritario que encontramos 0 discurso pedag6gico que aqui

interessa na medida em que ele tern responsabilidade marcante na atividade que

engloba 0 processo de ensina de leitura no primeiro grau

Este discurso esla a servivo da escola e esta a serviVOde uma ideologia

23

que contribui para dificultar a encontro do saber institucionalizado com as classes

menes favorecidas Isto ocorre porque 0 professor detem 0 saber e trabalha muitas

vezes sem perceber au ate para mostrar poder mascarando 0 tempo todo

afirmando que a aluno tarnham pade dizer 0 que pensa pode opinar pode sugerir

etc e na realidade nao acontece essa pratica a 0 que sa v~ e uma liberdade

vigiada

Sendo 0 professor 0 dono do saber torna-se modelo leitor por excel~ncia

ficando 0 aluno muitas vezes impossihilitado de pensar de refletir e de criar as

pr6prias condicaes de producao

Dessa forma acontece a leitura que 0 autor citado chama de parafrastica ou

seja a raproducao do sentido que 0 autor da ao texto ao contrario da poliss~mica

que se defina pelos multiplos sentidos que ao texto podem ser atribuidos

De acordo com Wornicov Wagner Russomano e Weber

obras especialmenle escntas para crian((CIsmuitas vezes recebem suarejeiyao outras como Robinson Cru50~ de Daniel DefOe Contes de rnamere Ioye de Charles Perrault ou Visgens de Gulliver de Jonathan Swiftnao originalmente destinado aD publico infantrJ foram incorporadas aoacervo de livros para a inftlncia (1988 p 05)

Ainda segundo as autoras e a aceitacao da obra por parte da crian~ que

determina a sua adequacao 80 publico infantil ou n~o ou seja e a crian~ que deve

encontrar na obra seus interesses a unica adaptacao e com refer~ncia ao

conhecimento e limitacentes da crianya As obras literarias infantis devem ser mais do

que instrumentos para proporcionar hist6ria ou induzir a fantasia como toda a obra

de arte exercem uma influencia pedag6gica sobre a individua quer pel a

contribui~o na forma9ilo do seu pensamenta quer pel os modelos que apresenta

Essa funcao pedag6gica tem importancia unica ja que 0 contato com a

literatura desperta na crianya a seu imaginario Assim a literatura infantil tern urna

24

finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a

beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm

dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya

permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las

no contexto da imagina9ilo

Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel

afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida

do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade

inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade

promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao

Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que

ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser

(1986 p 07)

A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da

crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a

crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0

aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a

escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua

com os livros

Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que

em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)

o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao

sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese

classifica96es devem ser respeitadas e entendidas

Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista

que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a

crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam

ocupam a centro de seus interesses

Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as

estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de

capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas

em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas

hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de

encantamenta

Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das

modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua

imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia

A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au

varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que

rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade

ludica e magica em que vive a crianca

Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou

hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0

seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um

temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa

2S

26

Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das

crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a

socializaltao

Para Froebel

a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)

Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento

para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais

adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a

socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)

Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e

preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera

explicitada a seguir

31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA

A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana

atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no

mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras

Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn

mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo

e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a

crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente

nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente

ausente em animais

27

A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~

em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala

mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos

A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo

porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do

jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da

crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa

submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo

muito diferente

Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de

desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento

habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa

ala fosse maior do que e na realidade

Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o

a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo

pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que

sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz

em sua totalidade bio-psico-social-educacional

E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de

enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e

sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que

ajudam para 0 seu desenvolvimento global

Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais

independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as

28

espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar

inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha

limites e e importante que n~o superestime sues capacidades

o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive

despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao

respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses

valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos

de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a

desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser

multo bern aprimoradas no pre-escolar

A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo

as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em

sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida

A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento

entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0

saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de

reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade

o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao

das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre

para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e

individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa

movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade

ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios

interesses pessoais no desenvolvimento das atividades

29

Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-

escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu

simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras

crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos

As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque

nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas

Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia

de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de

adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e

imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem

o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna

retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de

seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0

habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)

Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos

importantes para aqueles que trabalham com a educaylio

A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada

para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica

30

4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR

Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto

a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern

proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya

retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e

reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a

compreensao do texto par parte da crianya

o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que

ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente

com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0

que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)

A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse

despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao

imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario

Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua

subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia

narrativa

Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer

ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)

31

Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar

divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar

na crianca a g05tO pela literatura

Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU

contaram uma hist6ria

Na 6ptica de Tahan

a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)

E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o

infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento

onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo

Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0

ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos

1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito

2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como

li~o advertlmcia ou canselha

3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas

ou ate masma calculos e fra90es

4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos

5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate

masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco

mental

32

o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias

desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil

enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim

a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)

AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica

para a realizayllo de projetos

Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a

alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas

dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado

e se estao todos proximos suficientes do narrador

A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0

narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e

adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para

narrar historias

Segundo Tahan

Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)

Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as

crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer

Tahan informa

33

os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)

Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e

segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas

pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em

cantata com as criantyas

o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn

texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a

historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta

o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao

socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern

pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que

Ihe eram contadas

Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque

a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)

o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a

escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de

ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo

Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para

poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto

professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco

34

Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur

normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a

participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando

gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com

abras especificas para cada idade das criancas

Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica

e 3 ate 6 anas fase magica

Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn

enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa

integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias

que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza

(humanizadas)

Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a

repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas

outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes

Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras

grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com

certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por

genero

No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes

iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras

Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os

circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)

35

A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os

g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0

romance a novela 0 conto 0 drama etc

Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se

dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a

palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que

empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao

Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou

escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis

tenhamos ou n~o consciencia delas

Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua

peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como

A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna

sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral

o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex

objetos elementos da natureza

A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e

anirnais com urn ensinamento moral

o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre

ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo

A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a

historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas

Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da

magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias

precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais

36

Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre

as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem

Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa

pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a

des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no

processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi

incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario

o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de

informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e

ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de

educa~o

Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e

a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a

narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como

placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis

Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais

principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais

detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no

futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando

com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar

recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos

Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios

dependendo de cada circunstimcia

37

Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel

de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante

Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-

leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a

crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim

gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da

linguagem

Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e

sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a

comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80

livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem

atraves do ludico

Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos

devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au

dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias

o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar

as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a

que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a

compreens~o par parte da crianca

Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram

nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das

maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo

que a rodeia

38

JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)

Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia

essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as

maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a

brincadeira a aprendizado se instala

Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem

basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias

as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para

este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele

que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da

prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade

adulta

A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande

destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca

neste genero litera rio

Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil

devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao

de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar

qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar

deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor

deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure

39

Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido

no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto

pedagogico

Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8

livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com

suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada

Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de

contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta

algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em

conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos

objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a

redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos

de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar

A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os

aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da

participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura

e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da

utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas

41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS

411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos

Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu

surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam

utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a

40

funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas

delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)

bull Boneca contador de hist6rias

As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia

jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-

linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de

pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de

serem proferidos rapidamente)

As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das

mais tfmidas

bull Cria~Ao de final de historia

A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando

pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona

iniciada pel a educadora

o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em

papel

bull Errando as hist6rias

Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas

par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais

ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos

pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam

preocupa~o maior com 0 significado)

Chuva e sol casamento de espanhol

Chuva e sol casamento de caracol

41

bull Fantoches

A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as

crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com

cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas

mas mas manuseando as personagens

bull Gravuras

Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai

apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada

bull Jogo de contar hist6rias

Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos

escralem ou ilustram a hist6ria

a Parlendas e gestos

b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com

as dedas batendo as pes ou as maos etc

c Quadrinhos

d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que

fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por

favor etc

bull Dobraduras

A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas

podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e

ouvindo a magica transformayao do papsl

As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam

a dobradura

Ex dobradura depois recitam

Pinto

o pinto pia

A pipa pinga

Pinga a pipa

a pinto pia

Pinto pia

Pipa pinga

Quanta mais

o pinto pia

Mais a pipa pinga

42

bull Tecnicas de narrativas

Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na

sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil

baseado na autora Susatto (2004)

43

o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter

em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente

aos personagens e aos seus estados e animas

Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam

nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es

segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das

condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto

Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do

abandono dos pais

E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas

narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida

real

Segundo Busatto

Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)

Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser

usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador

reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam

imagens)

U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do

castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim

Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que

se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90

com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da

44

dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus

elementos

DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc

Pianos - altura do movimento

Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic

Forra - intensidade empregado no movimento

Tempo - velocidade com que a movimento e executado

Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo

Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem

preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve

sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de

alunos

45

5 CONSIDERAyOES FINAlS

Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias

tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil

ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes

Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das

transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e

aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem

constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0

conhecimento

A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim

educar para a formayao de cidadaos

No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter

essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para

despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao

magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode

proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa

atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca

passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes

tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor

de seus direitos e deveres como cidadao

A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn

facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do

processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e

participativa

46

Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em

mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir

para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO

pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna

imposicao

o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a

contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a

utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par

leitura

Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da

Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente

com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico

A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que

oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir

para a constru~o de sua autonomia

o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada

pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do

professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no

ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura

Bruner afirma que

e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

48

REFERENCIAS

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lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998

13

fadas Informa que primitivamente os contos folcl6ricos colecionados pelos Irmaos

Grimm e Qutros nao eram fabulosos nem restritos a uma certa ida de

(ZILBERMAN 1998 P 45)

Conforme Zilberman (1998) os contos de fada eram contados por e para

adultos par uma classe mais baixa da sociedade as obras dos irmaos Grimm nao

eram restritas as crian9GIscontava situa95es da vida das classes inferiores fazendo

a conexao com a vida social e a magia do conto tudo e retratado de uma maneira

simb6lica as personagens nao sao percebidos como seres vivos assim com 0

surgimento da nova pedagogia estas obras fcram adaptadas para as jovens

(ZILBERMAN 1998 P 45)

Quem traduziu no Brasil e adaptou as obras dos autores cJassicos para a

juventude foi Carl Jansem Ate en tao nao se aproveitava a tradi9gtio folclorica do

Brasil na constitui9gtio de textos juvenis (ZILBERMAN 1998)

Segundo Cadermartori (1994) a literatura infantil brasileira inicia sob a

egide de urn dos nossos mais destacados inteJectuais Monteiro Lobato

Segundo Zilberman

Monteiro Lobato fllla 0 rompimenlo com 0 clrculo da dependencia dosp~drOes Europeus em sua obra 0 Sitio do Pica Pau Amarelo ele criapersonagens nacionais e a obra vai de um contexto real 0 sitio a umimaginano como 0 reino das aguas passui os personagens tictitios Emiliavisconde e os reeis Pedrtnho nartzinho os folcJ6ricos saci os personagensda mitologia classica como Minotauro dentre outros os magicos com 0burro falanleOs aspectos sociais sao mantidos atraves de personagens(lOmo 0 jeca tatu onde 0 nive social e cuttural t diferente dos personagensprincipais representados por pessoQs reais como a av6 Dona Benta (1 Q96p54)

Monteiro Lobato criou a literatura nacional em um contexte de cenarios

personagens e sugestoes folcloricas que n~o podem ser seguidos por nenhum

14

uma carreira de sucessa com seus livros infantis dentre estes Ana Maria Machado

e Ruth Rocha

A literatura infantil dave continuar a sar produzida cuidando para nao haver

uma c6pia do genera utilizado par Monteiro Lobato devendo com isso transpor

fronteiras sando uma literatura composta par uma abordagem rica criativa e didatica

mas fica evidente 0 quanta e diffcil identificar e criar livros infantis de excelente

quaJidade (ZILBERMAN1998)

Assim cabe agora referir ao desenvolvimento da literatura em rela~o ao

Referencial Curricular Nacional (RCN1998)

22 DESENVOLVIMENTO DA L1TERATURA

Com base na leitura do referencial curricular para a educa~o infantil no

capitulo destinado a linguagem e a escrita as crianyas e as praticas de leitura tern

urn grande valor em si masma nao sando necessaria atividades subsequentes

como 0 desenho dos personagens a resposta de perguntas sabre a leitura

dramatiza9iio das historias etc (RCN1998)

A leitura comeya muito cedo na vida do individua ista e a crian9B ja faz a

leitura extralingOistica do seu mundo antes de ir a escola Do ponto de vista

linguistico a conceito de leitura adquire diferentes mudanyas

Segundo Kleiman (1995) a leitura e um processo que vai se definindo

progressivamente a partir da intera980 entre 0 texta e a leitor Nessa processo 0

professor anquanto orientadar vai definindo tarefas progressivas mais complexas e

aos paucos a crianya vai fazendo as retomadas necessarias para compreender 0

texto

15

As instituiyOesde Educayao Infantil podem resgatar a repert6rio de historias

que as criancas ouvem em casa enos ambientes que freqOentam urna vez que

eSS8S hist6rias S9 constituem em rica fonte de informacentes sabre as diversas formas

culturais construindo da sensibilidade das crian9Bs

A aprendizagem da leitura e fundamental para que 0 individuo possa

entender 0 mundo que a cerca bern como S9 posicionar de forma critica diante da

realidade

Segundo Ferrero (1987) muito antes de serem capazes de ler ou escrever

nc sentido convencional do terma as crianyas tentam interpretar as textes com as

quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetiza~o paiS ela na fase da

pre-escola ja faz a sua leitura do mundo

De acordo com 0 pensamento de Lemos (1978) a linguagem oral conta

com recursos diversos timbre de voz entonayao ge5t05 expressao facial contexto

e contato direto com 0 receptor que pade interferir au fazar fluir urn referente na

linguagem escrita 0 qual nem sempre e feito As diverses instituiyaes concebem a

linguagem e a maneira como as criany8s aprendem de modo bastante diferentes

-Na linguagem oral 0 locutor e a interlocutor exercem juntos as funyaes reguladora

organizadora e ativadora dos textos responsaveis pela sua estrutura tessitura au

coeso (LEMOS 1978 p 45)

Na 6tica de Bakhtin (1988) 0 livro isto e 0 ato de fala impresso constitui

igualmente um elemento da comunicayao verbal Ele e objeto de discussoes ativas

sob a forma de dialogo 8 alem disso e feito para ser aprendido de maneira ativa

para ser estudado a fundo comentando e criticando no quadro do discurso interior

sem contar as relac6es impressas institucionalizadas que S8 encontram nas

diferentes esferas da comunicayao verbal

16

Bakhtin (1988) explica que a leitura tem side motivo de estudos de muitos

especialistas preocupados em verificar como S9 dil a partir de visualizacao de

simbolo gn3fico 0 entendimento total de urn texto 0 eutor verificou que a processo

de leitura S8 fez atraves de Ires etapas a primeira ocorre com 0 reconhecimento do

que esta escrito a segunda e a de compreensao atraves de interferencias e

formulacao de hip6teses e a terceira etape ocorr9 a interpreta~o propria mente dite

po is 0 lei tor mantem dialogicidade com 0 texto

Bakhtin informa que a laitura e como urn momento de criatividade no qual 0

leitor necessita reconhecer e aeionar as conhecimentos que ja tern para adquirir

noves e julga-Ios de forma critica Assim a laitura de hist6rias e urn momento em

que a crian~ pode conhecer a forma de viver pensar agir e 0 universo de valores

costumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares

que nao 0 seu (ReN 1998)

Assim desenvolver a leitura no aluno a funcao da escola que deve

respaitar a laitura de mundo que ale traz a partir de suas experiencias sociais ou

seja sua intera~o com outros individuos e com varias inforrnacentes veiculadas palos

meios de comunicacao de massas principalmente a televis~o

Para melhor compreensao dessa afirmativa Ferreiro e Teberosky (1986)

explicam que a sujeito que conhecemos atravas da teoria de Piaget e urn sujeito

que procura atividade de compreender a mundo que 0 rodeia e trata de resolver as

integra90es que esse mundo provoca ~ urn sujeito que aprende basicamente

atravas de suas proprias categorias de pensamento aD masmo tempo em que

organiza seu mundo

Segundo Ferreiro (1987) muito antes de serem capazes de ler au escrever

no sentido convencional do termo as criancas tantam interpretar as textos com os

17

quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetizacao pais ela na fase

pre-escolar ja faz a sua leitura do mundo

Verifica~se nessas leituras que a crianya dave sar urn agente ativa e

determinado no seu desenvoJvimento conforme Kleiman (1995) a leitura e urn

processo que vai definindo progressivamente a relaao texto e leitor e e no

ambiente alfabetizador que a crian98 tem a oportunidade de agir em liberdade para

aprender e desenvolver seus conceitos cognitivos e afetivos

Como conceito de literatura atualmente as dicionarios apresentam as

seguintes sentidos conjunto de obras que versam sabre temas especificos literatura

policial Iiteratura picaresC8 literatura de terror

A literatura na 6tica de Ferreiro

e a representa~o de urna visao do mundo slem de uma tarnada deposiyAo diante dele Tal posicionamento centraliza lIssim suas atenyOesno criador de literatura e ns imita~o da natureza compreendida comoc6pia ou reproduQAoA linguagem e vista como mero ve[culo dessacomunicacao(1987 p 56)

De posse dos conceitos sabre literatura e necessaria cempreender seu

vinculo com a crianca e 0 hJdico A palavra ludice vern do latim ludus e significa

brincar Segundo Rojas (1991) neste brincar estao inclufdos os jogos brinquedos e

divertimentos A funcao educativa do joga permite a aprendizagem do individua seu

conhecimento e sua interpretacao de mundo Por meio da brincadeira a crianca

envolve-se no jogo e sente a necessidade de partilhar com a outro Assim brincando

e jogando ela tera oportunidade de desenvolver capacidades indispensaveis a sua

vida futura

A autora afirma que atraves do jogo de papais a crian98 lida com experi~ncias

que ainda n~o consegue realizar no mundo real

Para Rojas

o brinquedo e a essMcia da infQnciae seu usa permite urn trabalhopedag6gico Que possibilita a produ9fio do conhecimento e tambem aestimula~o da afetividade na crianta A crtan9lJ estabelece com 0

18

brinquedo uma relaltao natural e consegue extravasar suas angostias epaixOes SUDS slegrias e tristezBS suas agressividade5 e passividade(1991 pS)

Dando continuidade a importancia do udico na vida da crian98 0 pr6ximo

capitulo discorre sabre a complexa rela9lo entre a leitura e a trabalho pedag6gico

que incentiva au nao 0 vinculo com a literatura

19

3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA

Na vis~o de Klein e Schafaschek (1990) a processo pedagogico consiste na

transmissao do conhecimento de sua hist6ria assim sera mostrado 0 movimento

historico da linguagem oral e escrita

A linguagem e a consci~ncja sao resultados da ayAo coletiva que as

homens desenvolveram

Segundo Bakhtin

e a linguagem portanto enquanto possibilidade de representa~o logo deabslratao e generalizacAo das caracteristicas do mundo exterior quepossibilila a passagem da con5Ci~ndasensivel a conscilncia racional daoperaylo com objetos concretos com conceitos au representaffOes (1988p32)

Passa~se entaD para uma representayao da linguagem escrita Assim 0

processo da alfabetizacao dave tar reconhecimento do texto oral e escrito e

compreende seu total entendimento Ler nao e somente decifrar simbolos graficos

mas buscar a compreensao das mensagens contidas em suas linhas e entrelinhas

Segundo Cunha (1997) a adulto nao tem a habito de ler e coloca em

diversas situavoos suas justjficativas para 0 pouco tempo que disponibiliza para a

leltura ou seja essa suposi~o de que a crian~ nao se interessa pelo livra e

apenas a refiexo do proprio desinteresse do adulto par tal objeto (CUNHA 1997 p

48)

Nesse contexto a partjcipayao do professor e importante pois este sera 0

mediador entre a crian98 e 0 conhecimento facilitando 0 processo de aquisj~o da

cultura Dai a ideia de que a produ91ioda linguagem oral e escrita e resultado de

um esforyo de produ91iodos homens e desenvolveu-se atraves da necessidade da

mediayiio de um professor

20

Dentro desta perspectiva tem-se re18980 do adulto com a criany8 que

segundo Cunha (1997) e nessa perspectiva a leitura e colocada como mais uma

imposiyao A ideia de que a leitura vai fazer bem a crianya ou ao jOllem leva - nos a

obriga-Ios a ler como Ihes impomos a colher de remedio a injecl)a a escova de

dente a escola (CUNHA 1997 P 51)

Na perspective de Cunha a leitura nao deve ser imposta 0 905tO pel a

leitura deve ser desenvolvido E necessario que sejam obedecidas as fases de

interesse da criama quanta a leitura apresentadas abaixo

Na primeira fase de aquisicao palo g05tO da leitura delem ser

apresentados a crianB livros de gravuras e dos versos infantis (de 2 a 5 ou 6 anos)

E a fase de egocentrismo em que a crianya faz pouca distin9Bo entre a mundo

externo e 0 interno

Ja a idade entre 5 a 8 ou 9 anos caracteriza-se como a idade do Conto de

Fadas De posse de urna mentalidade magica 0 leitor vai buscar nos contos de

fadas lendas mitos e fabulas a simbologia necessaria a elabora~o de suas

viv~ncias

Partindo para a pre-adolesc(mcia e a idade da Historia ambiental e da

leitura Factual (9 a 12 anos) E a fase intermediaria em que persistem vestfgios do

pensamento magico mas a crianya comeya a orientar-se rna is para a real Via de

regra 0 leitar escolhe neste perfodo historias que Ihe apresentam 0 mundo como

ele e Atraves da percep9iio magica de determinado personagem

Dos 12 a 14 anos considera-se a idade da Historia de Aventuras ou fase de

leitura Psicol6gica orientada para as sensac6es E a perfodo da pre-adolescemcia

em que 0 conhecimento da propria personalidade e 0 desenvolvimento dos

precesses agressives ativam a vivlmcia social e a forma9iio de grupos

21

Nos anos de maturidade ou desenvolvimento da esfera Iitero-8stetica de

leitura (14 a 17 anas) ha a curiosidade pelo descobrimento 0 mundo interior e do

mundo dos valores 0 adolescente parte para a hierarquiza~o dos conceitos e a

organizatao de seu universo Aventuras de conteudo intelectual viagens romances

hist6ricos e biograficos historias de amor literatura engajada e temas relacionados

com as interesses Yocacionais v~o ajuda-Io a orientar-se e estruturar-se como

adullo

A questao mais discutida a raspaito de literatura asta relacionada ao fato de

que as jovens e as crianyas nao h~emmuitos s~o as argumentos como a falta de

condiyao financeira de comprar livre 0 pcuco habito de se frequentar a biblioteca os

atrativos e facilidades do computador e da televisao a falta do Mbito dos pais em

lerem entre Qutras causas Mas pode-se considerar como urn grande problema a

falta de habito de leitura nos pais

As autoras Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que middotpais que

nao leem nao poderao despertar em seus filhos 0 gosto pela leitura Imitativa por

natureza a crian98 encontra na familia a maior incentivo para a leitura (1986 p

03)

Assim e delegada a escola a responsabilidade de introduzir a crianca no

mundo dos livros Cabe a escola desenvolver a cantata com as livros que deve ser

iniciada a mais cedo passivel nao 56 pelo manuseio cama tambem pela hist6ria

contada pela conversa au pelos jogos ritmicos no sentido de fazer a crianca amar a

leitura

Esse contato inicial deve ser pautado pela conquista e nao pela imposiyao

o leitor infantI au a infanto-juvenil ao adquirir 0 905tO pela leitura estara

22

visitando urn mundo novo adquirindo conhecimento e aprimorando seu processo

comunicativo

Assim a literatura infantil como toda a obra de arte exerce uma influemcia

pedag6gica sobre 0 individuo quer pela contribuitao na forma9ao do seu

pensamento quer pelos modelos que apresenta Essa funtao pedag6gica tem

importancia unica jil que a contata com a literatura maida a mente e 0 cora9Ao da

crian98 Assim a literatura infantil tern uma finalidade primckia e fundamental que e a

de promover na crian~ 0 gosto pela beleza da palavra 0 deleite perante a cria9ao

de mundos de ficcao

Para alem dista tern ainda a fun980 de arraigar as palavras no mundo

magico da crian~ permitindo-Ihe nlio s6 entende-Ias e usa-las como tambem

goza-Ias e desfruta-Ias no contexto da imaginataomiddot (WORNICOV WAGNER

RUSSOMANO EWEBER 1986 p 04)

MLer as figuras imaginar a hist6ria e desenvolver mental mente urn emado

s~o atividades que poderiam S8r desenvolvidas na educayao infant A escola

dedica ainda pouco tempo para a laitura e a interpreta~o e masmo para a

produtao de textos Mesmo que nao possuindo ainda a capacidade da escrita deve

- S8 compreender que 0 gosto pela leitura it tambem adquirido pelo simples

manuseio de um livro

Neste sentido vale ressaltar as colocalt6esde Orlandi (1987) que distingue

tres tipos de discurso 0 ludico 0 polemico e 0 autaritaria E dentre os diferentes

tipos de discurso autoritario que encontramos 0 discurso pedag6gico que aqui

interessa na medida em que ele tern responsabilidade marcante na atividade que

engloba 0 processo de ensina de leitura no primeiro grau

Este discurso esla a servivo da escola e esta a serviVOde uma ideologia

23

que contribui para dificultar a encontro do saber institucionalizado com as classes

menes favorecidas Isto ocorre porque 0 professor detem 0 saber e trabalha muitas

vezes sem perceber au ate para mostrar poder mascarando 0 tempo todo

afirmando que a aluno tarnham pade dizer 0 que pensa pode opinar pode sugerir

etc e na realidade nao acontece essa pratica a 0 que sa v~ e uma liberdade

vigiada

Sendo 0 professor 0 dono do saber torna-se modelo leitor por excel~ncia

ficando 0 aluno muitas vezes impossihilitado de pensar de refletir e de criar as

pr6prias condicaes de producao

Dessa forma acontece a leitura que 0 autor citado chama de parafrastica ou

seja a raproducao do sentido que 0 autor da ao texto ao contrario da poliss~mica

que se defina pelos multiplos sentidos que ao texto podem ser atribuidos

De acordo com Wornicov Wagner Russomano e Weber

obras especialmenle escntas para crian((CIsmuitas vezes recebem suarejeiyao outras como Robinson Cru50~ de Daniel DefOe Contes de rnamere Ioye de Charles Perrault ou Visgens de Gulliver de Jonathan Swiftnao originalmente destinado aD publico infantrJ foram incorporadas aoacervo de livros para a inftlncia (1988 p 05)

Ainda segundo as autoras e a aceitacao da obra por parte da crian~ que

determina a sua adequacao 80 publico infantil ou n~o ou seja e a crian~ que deve

encontrar na obra seus interesses a unica adaptacao e com refer~ncia ao

conhecimento e limitacentes da crianya As obras literarias infantis devem ser mais do

que instrumentos para proporcionar hist6ria ou induzir a fantasia como toda a obra

de arte exercem uma influencia pedag6gica sobre a individua quer pel a

contribui~o na forma9ilo do seu pensamenta quer pel os modelos que apresenta

Essa funcao pedag6gica tem importancia unica ja que 0 contato com a

literatura desperta na crianya a seu imaginario Assim a literatura infantil tern urna

24

finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a

beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm

dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya

permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las

no contexto da imagina9ilo

Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel

afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida

do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade

inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade

promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao

Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que

ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser

(1986 p 07)

A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da

crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a

crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0

aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a

escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua

com os livros

Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que

em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)

o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao

sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese

classifica96es devem ser respeitadas e entendidas

Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista

que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a

crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam

ocupam a centro de seus interesses

Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as

estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de

capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas

em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas

hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de

encantamenta

Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das

modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua

imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia

A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au

varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que

rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade

ludica e magica em que vive a crianca

Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou

hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0

seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um

temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa

2S

26

Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das

crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a

socializaltao

Para Froebel

a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)

Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento

para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais

adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a

socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)

Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e

preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera

explicitada a seguir

31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA

A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana

atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no

mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras

Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn

mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo

e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a

crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente

nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente

ausente em animais

27

A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~

em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala

mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos

A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo

porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do

jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da

crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa

submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo

muito diferente

Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de

desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento

habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa

ala fosse maior do que e na realidade

Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o

a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo

pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que

sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz

em sua totalidade bio-psico-social-educacional

E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de

enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e

sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que

ajudam para 0 seu desenvolvimento global

Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais

independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as

28

espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar

inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha

limites e e importante que n~o superestime sues capacidades

o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive

despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao

respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses

valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos

de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a

desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser

multo bern aprimoradas no pre-escolar

A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo

as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em

sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida

A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento

entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0

saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de

reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade

o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao

das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre

para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e

individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa

movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade

ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios

interesses pessoais no desenvolvimento das atividades

29

Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-

escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu

simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras

crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos

As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque

nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas

Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia

de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de

adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e

imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem

o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna

retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de

seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0

habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)

Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos

importantes para aqueles que trabalham com a educaylio

A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada

para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica

30

4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR

Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto

a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern

proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya

retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e

reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a

compreensao do texto par parte da crianya

o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que

ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente

com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0

que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)

A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse

despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao

imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario

Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua

subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia

narrativa

Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer

ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)

31

Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar

divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar

na crianca a g05tO pela literatura

Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU

contaram uma hist6ria

Na 6ptica de Tahan

a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)

E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o

infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento

onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo

Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0

ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos

1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito

2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como

li~o advertlmcia ou canselha

3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas

ou ate masma calculos e fra90es

4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos

5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate

masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco

mental

32

o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias

desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil

enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim

a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)

AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica

para a realizayllo de projetos

Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a

alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas

dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado

e se estao todos proximos suficientes do narrador

A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0

narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e

adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para

narrar historias

Segundo Tahan

Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)

Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as

crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer

Tahan informa

33

os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)

Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e

segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas

pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em

cantata com as criantyas

o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn

texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a

historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta

o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao

socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern

pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que

Ihe eram contadas

Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque

a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)

o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a

escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de

ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo

Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para

poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto

professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco

34

Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur

normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a

participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando

gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com

abras especificas para cada idade das criancas

Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica

e 3 ate 6 anas fase magica

Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn

enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa

integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias

que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza

(humanizadas)

Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a

repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas

outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes

Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras

grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com

certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por

genero

No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes

iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras

Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os

circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)

35

A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os

g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0

romance a novela 0 conto 0 drama etc

Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se

dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a

palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que

empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao

Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou

escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis

tenhamos ou n~o consciencia delas

Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua

peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como

A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna

sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral

o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex

objetos elementos da natureza

A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e

anirnais com urn ensinamento moral

o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre

ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo

A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a

historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas

Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da

magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias

precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais

36

Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre

as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem

Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa

pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a

des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no

processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi

incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario

o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de

informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e

ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de

educa~o

Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e

a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a

narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como

placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis

Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais

principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais

detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no

futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando

com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar

recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos

Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios

dependendo de cada circunstimcia

37

Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel

de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante

Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-

leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a

crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim

gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da

linguagem

Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e

sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a

comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80

livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem

atraves do ludico

Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos

devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au

dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias

o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar

as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a

que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a

compreens~o par parte da crianca

Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram

nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das

maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo

que a rodeia

38

JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)

Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia

essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as

maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a

brincadeira a aprendizado se instala

Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem

basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias

as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para

este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele

que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da

prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade

adulta

A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande

destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca

neste genero litera rio

Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil

devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao

de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar

qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar

deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor

deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure

39

Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido

no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto

pedagogico

Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8

livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com

suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada

Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de

contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta

algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em

conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos

objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a

redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos

de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar

A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os

aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da

participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura

e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da

utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas

41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS

411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos

Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu

surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam

utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a

40

funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas

delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)

bull Boneca contador de hist6rias

As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia

jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-

linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de

pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de

serem proferidos rapidamente)

As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das

mais tfmidas

bull Cria~Ao de final de historia

A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando

pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona

iniciada pel a educadora

o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em

papel

bull Errando as hist6rias

Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas

par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais

ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos

pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam

preocupa~o maior com 0 significado)

Chuva e sol casamento de espanhol

Chuva e sol casamento de caracol

41

bull Fantoches

A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as

crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com

cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas

mas mas manuseando as personagens

bull Gravuras

Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai

apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada

bull Jogo de contar hist6rias

Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos

escralem ou ilustram a hist6ria

a Parlendas e gestos

b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com

as dedas batendo as pes ou as maos etc

c Quadrinhos

d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que

fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por

favor etc

bull Dobraduras

A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas

podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e

ouvindo a magica transformayao do papsl

As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam

a dobradura

Ex dobradura depois recitam

Pinto

o pinto pia

A pipa pinga

Pinga a pipa

a pinto pia

Pinto pia

Pipa pinga

Quanta mais

o pinto pia

Mais a pipa pinga

42

bull Tecnicas de narrativas

Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na

sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil

baseado na autora Susatto (2004)

43

o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter

em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente

aos personagens e aos seus estados e animas

Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam

nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es

segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das

condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto

Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do

abandono dos pais

E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas

narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida

real

Segundo Busatto

Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)

Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser

usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador

reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam

imagens)

U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do

castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim

Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que

se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90

com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da

44

dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus

elementos

DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc

Pianos - altura do movimento

Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic

Forra - intensidade empregado no movimento

Tempo - velocidade com que a movimento e executado

Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo

Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem

preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve

sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de

alunos

45

5 CONSIDERAyOES FINAlS

Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias

tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil

ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes

Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das

transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e

aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem

constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0

conhecimento

A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim

educar para a formayao de cidadaos

No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter

essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para

despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao

magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode

proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa

atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca

passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes

tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor

de seus direitos e deveres como cidadao

A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn

facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do

processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e

participativa

46

Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em

mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir

para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO

pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna

imposicao

o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a

contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a

utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par

leitura

Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da

Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente

com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico

A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que

oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir

para a constru~o de sua autonomia

o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada

pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do

professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no

ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura

Bruner afirma que

e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

48

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lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998

14

uma carreira de sucessa com seus livros infantis dentre estes Ana Maria Machado

e Ruth Rocha

A literatura infantil dave continuar a sar produzida cuidando para nao haver

uma c6pia do genera utilizado par Monteiro Lobato devendo com isso transpor

fronteiras sando uma literatura composta par uma abordagem rica criativa e didatica

mas fica evidente 0 quanta e diffcil identificar e criar livros infantis de excelente

quaJidade (ZILBERMAN1998)

Assim cabe agora referir ao desenvolvimento da literatura em rela~o ao

Referencial Curricular Nacional (RCN1998)

22 DESENVOLVIMENTO DA L1TERATURA

Com base na leitura do referencial curricular para a educa~o infantil no

capitulo destinado a linguagem e a escrita as crianyas e as praticas de leitura tern

urn grande valor em si masma nao sando necessaria atividades subsequentes

como 0 desenho dos personagens a resposta de perguntas sabre a leitura

dramatiza9iio das historias etc (RCN1998)

A leitura comeya muito cedo na vida do individua ista e a crian9B ja faz a

leitura extralingOistica do seu mundo antes de ir a escola Do ponto de vista

linguistico a conceito de leitura adquire diferentes mudanyas

Segundo Kleiman (1995) a leitura e um processo que vai se definindo

progressivamente a partir da intera980 entre 0 texta e a leitor Nessa processo 0

professor anquanto orientadar vai definindo tarefas progressivas mais complexas e

aos paucos a crianya vai fazendo as retomadas necessarias para compreender 0

texto

15

As instituiyOesde Educayao Infantil podem resgatar a repert6rio de historias

que as criancas ouvem em casa enos ambientes que freqOentam urna vez que

eSS8S hist6rias S9 constituem em rica fonte de informacentes sabre as diversas formas

culturais construindo da sensibilidade das crian9Bs

A aprendizagem da leitura e fundamental para que 0 individuo possa

entender 0 mundo que a cerca bern como S9 posicionar de forma critica diante da

realidade

Segundo Ferrero (1987) muito antes de serem capazes de ler ou escrever

nc sentido convencional do terma as crianyas tentam interpretar as textes com as

quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetiza~o paiS ela na fase da

pre-escola ja faz a sua leitura do mundo

De acordo com 0 pensamento de Lemos (1978) a linguagem oral conta

com recursos diversos timbre de voz entonayao ge5t05 expressao facial contexto

e contato direto com 0 receptor que pade interferir au fazar fluir urn referente na

linguagem escrita 0 qual nem sempre e feito As diverses instituiyaes concebem a

linguagem e a maneira como as criany8s aprendem de modo bastante diferentes

-Na linguagem oral 0 locutor e a interlocutor exercem juntos as funyaes reguladora

organizadora e ativadora dos textos responsaveis pela sua estrutura tessitura au

coeso (LEMOS 1978 p 45)

Na 6tica de Bakhtin (1988) 0 livro isto e 0 ato de fala impresso constitui

igualmente um elemento da comunicayao verbal Ele e objeto de discussoes ativas

sob a forma de dialogo 8 alem disso e feito para ser aprendido de maneira ativa

para ser estudado a fundo comentando e criticando no quadro do discurso interior

sem contar as relac6es impressas institucionalizadas que S8 encontram nas

diferentes esferas da comunicayao verbal

16

Bakhtin (1988) explica que a leitura tem side motivo de estudos de muitos

especialistas preocupados em verificar como S9 dil a partir de visualizacao de

simbolo gn3fico 0 entendimento total de urn texto 0 eutor verificou que a processo

de leitura S8 fez atraves de Ires etapas a primeira ocorre com 0 reconhecimento do

que esta escrito a segunda e a de compreensao atraves de interferencias e

formulacao de hip6teses e a terceira etape ocorr9 a interpreta~o propria mente dite

po is 0 lei tor mantem dialogicidade com 0 texto

Bakhtin informa que a laitura e como urn momento de criatividade no qual 0

leitor necessita reconhecer e aeionar as conhecimentos que ja tern para adquirir

noves e julga-Ios de forma critica Assim a laitura de hist6rias e urn momento em

que a crian~ pode conhecer a forma de viver pensar agir e 0 universo de valores

costumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares

que nao 0 seu (ReN 1998)

Assim desenvolver a leitura no aluno a funcao da escola que deve

respaitar a laitura de mundo que ale traz a partir de suas experiencias sociais ou

seja sua intera~o com outros individuos e com varias inforrnacentes veiculadas palos

meios de comunicacao de massas principalmente a televis~o

Para melhor compreensao dessa afirmativa Ferreiro e Teberosky (1986)

explicam que a sujeito que conhecemos atravas da teoria de Piaget e urn sujeito

que procura atividade de compreender a mundo que 0 rodeia e trata de resolver as

integra90es que esse mundo provoca ~ urn sujeito que aprende basicamente

atravas de suas proprias categorias de pensamento aD masmo tempo em que

organiza seu mundo

Segundo Ferreiro (1987) muito antes de serem capazes de ler au escrever

no sentido convencional do termo as criancas tantam interpretar as textos com os

17

quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetizacao pais ela na fase

pre-escolar ja faz a sua leitura do mundo

Verifica~se nessas leituras que a crianya dave sar urn agente ativa e

determinado no seu desenvoJvimento conforme Kleiman (1995) a leitura e urn

processo que vai definindo progressivamente a relaao texto e leitor e e no

ambiente alfabetizador que a crian98 tem a oportunidade de agir em liberdade para

aprender e desenvolver seus conceitos cognitivos e afetivos

Como conceito de literatura atualmente as dicionarios apresentam as

seguintes sentidos conjunto de obras que versam sabre temas especificos literatura

policial Iiteratura picaresC8 literatura de terror

A literatura na 6tica de Ferreiro

e a representa~o de urna visao do mundo slem de uma tarnada deposiyAo diante dele Tal posicionamento centraliza lIssim suas atenyOesno criador de literatura e ns imita~o da natureza compreendida comoc6pia ou reproduQAoA linguagem e vista como mero ve[culo dessacomunicacao(1987 p 56)

De posse dos conceitos sabre literatura e necessaria cempreender seu

vinculo com a crianca e 0 hJdico A palavra ludice vern do latim ludus e significa

brincar Segundo Rojas (1991) neste brincar estao inclufdos os jogos brinquedos e

divertimentos A funcao educativa do joga permite a aprendizagem do individua seu

conhecimento e sua interpretacao de mundo Por meio da brincadeira a crianca

envolve-se no jogo e sente a necessidade de partilhar com a outro Assim brincando

e jogando ela tera oportunidade de desenvolver capacidades indispensaveis a sua

vida futura

A autora afirma que atraves do jogo de papais a crian98 lida com experi~ncias

que ainda n~o consegue realizar no mundo real

Para Rojas

o brinquedo e a essMcia da infQnciae seu usa permite urn trabalhopedag6gico Que possibilita a produ9fio do conhecimento e tambem aestimula~o da afetividade na crianta A crtan9lJ estabelece com 0

18

brinquedo uma relaltao natural e consegue extravasar suas angostias epaixOes SUDS slegrias e tristezBS suas agressividade5 e passividade(1991 pS)

Dando continuidade a importancia do udico na vida da crian98 0 pr6ximo

capitulo discorre sabre a complexa rela9lo entre a leitura e a trabalho pedag6gico

que incentiva au nao 0 vinculo com a literatura

19

3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA

Na vis~o de Klein e Schafaschek (1990) a processo pedagogico consiste na

transmissao do conhecimento de sua hist6ria assim sera mostrado 0 movimento

historico da linguagem oral e escrita

A linguagem e a consci~ncja sao resultados da ayAo coletiva que as

homens desenvolveram

Segundo Bakhtin

e a linguagem portanto enquanto possibilidade de representa~o logo deabslratao e generalizacAo das caracteristicas do mundo exterior quepossibilila a passagem da con5Ci~ndasensivel a conscilncia racional daoperaylo com objetos concretos com conceitos au representaffOes (1988p32)

Passa~se entaD para uma representayao da linguagem escrita Assim 0

processo da alfabetizacao dave tar reconhecimento do texto oral e escrito e

compreende seu total entendimento Ler nao e somente decifrar simbolos graficos

mas buscar a compreensao das mensagens contidas em suas linhas e entrelinhas

Segundo Cunha (1997) a adulto nao tem a habito de ler e coloca em

diversas situavoos suas justjficativas para 0 pouco tempo que disponibiliza para a

leltura ou seja essa suposi~o de que a crian~ nao se interessa pelo livra e

apenas a refiexo do proprio desinteresse do adulto par tal objeto (CUNHA 1997 p

48)

Nesse contexto a partjcipayao do professor e importante pois este sera 0

mediador entre a crian98 e 0 conhecimento facilitando 0 processo de aquisj~o da

cultura Dai a ideia de que a produ91ioda linguagem oral e escrita e resultado de

um esforyo de produ91iodos homens e desenvolveu-se atraves da necessidade da

mediayiio de um professor

20

Dentro desta perspectiva tem-se re18980 do adulto com a criany8 que

segundo Cunha (1997) e nessa perspectiva a leitura e colocada como mais uma

imposiyao A ideia de que a leitura vai fazer bem a crianya ou ao jOllem leva - nos a

obriga-Ios a ler como Ihes impomos a colher de remedio a injecl)a a escova de

dente a escola (CUNHA 1997 P 51)

Na perspective de Cunha a leitura nao deve ser imposta 0 905tO pel a

leitura deve ser desenvolvido E necessario que sejam obedecidas as fases de

interesse da criama quanta a leitura apresentadas abaixo

Na primeira fase de aquisicao palo g05tO da leitura delem ser

apresentados a crianB livros de gravuras e dos versos infantis (de 2 a 5 ou 6 anos)

E a fase de egocentrismo em que a crianya faz pouca distin9Bo entre a mundo

externo e 0 interno

Ja a idade entre 5 a 8 ou 9 anos caracteriza-se como a idade do Conto de

Fadas De posse de urna mentalidade magica 0 leitor vai buscar nos contos de

fadas lendas mitos e fabulas a simbologia necessaria a elabora~o de suas

viv~ncias

Partindo para a pre-adolesc(mcia e a idade da Historia ambiental e da

leitura Factual (9 a 12 anos) E a fase intermediaria em que persistem vestfgios do

pensamento magico mas a crianya comeya a orientar-se rna is para a real Via de

regra 0 leitar escolhe neste perfodo historias que Ihe apresentam 0 mundo como

ele e Atraves da percep9iio magica de determinado personagem

Dos 12 a 14 anos considera-se a idade da Historia de Aventuras ou fase de

leitura Psicol6gica orientada para as sensac6es E a perfodo da pre-adolescemcia

em que 0 conhecimento da propria personalidade e 0 desenvolvimento dos

precesses agressives ativam a vivlmcia social e a forma9iio de grupos

21

Nos anos de maturidade ou desenvolvimento da esfera Iitero-8stetica de

leitura (14 a 17 anas) ha a curiosidade pelo descobrimento 0 mundo interior e do

mundo dos valores 0 adolescente parte para a hierarquiza~o dos conceitos e a

organizatao de seu universo Aventuras de conteudo intelectual viagens romances

hist6ricos e biograficos historias de amor literatura engajada e temas relacionados

com as interesses Yocacionais v~o ajuda-Io a orientar-se e estruturar-se como

adullo

A questao mais discutida a raspaito de literatura asta relacionada ao fato de

que as jovens e as crianyas nao h~emmuitos s~o as argumentos como a falta de

condiyao financeira de comprar livre 0 pcuco habito de se frequentar a biblioteca os

atrativos e facilidades do computador e da televisao a falta do Mbito dos pais em

lerem entre Qutras causas Mas pode-se considerar como urn grande problema a

falta de habito de leitura nos pais

As autoras Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que middotpais que

nao leem nao poderao despertar em seus filhos 0 gosto pela leitura Imitativa por

natureza a crian98 encontra na familia a maior incentivo para a leitura (1986 p

03)

Assim e delegada a escola a responsabilidade de introduzir a crianca no

mundo dos livros Cabe a escola desenvolver a cantata com as livros que deve ser

iniciada a mais cedo passivel nao 56 pelo manuseio cama tambem pela hist6ria

contada pela conversa au pelos jogos ritmicos no sentido de fazer a crianca amar a

leitura

Esse contato inicial deve ser pautado pela conquista e nao pela imposiyao

o leitor infantI au a infanto-juvenil ao adquirir 0 905tO pela leitura estara

22

visitando urn mundo novo adquirindo conhecimento e aprimorando seu processo

comunicativo

Assim a literatura infantil como toda a obra de arte exerce uma influemcia

pedag6gica sobre 0 individuo quer pela contribuitao na forma9ao do seu

pensamento quer pelos modelos que apresenta Essa funtao pedag6gica tem

importancia unica jil que a contata com a literatura maida a mente e 0 cora9Ao da

crian98 Assim a literatura infantil tern uma finalidade primckia e fundamental que e a

de promover na crian~ 0 gosto pela beleza da palavra 0 deleite perante a cria9ao

de mundos de ficcao

Para alem dista tern ainda a fun980 de arraigar as palavras no mundo

magico da crian~ permitindo-Ihe nlio s6 entende-Ias e usa-las como tambem

goza-Ias e desfruta-Ias no contexto da imaginataomiddot (WORNICOV WAGNER

RUSSOMANO EWEBER 1986 p 04)

MLer as figuras imaginar a hist6ria e desenvolver mental mente urn emado

s~o atividades que poderiam S8r desenvolvidas na educayao infant A escola

dedica ainda pouco tempo para a laitura e a interpreta~o e masmo para a

produtao de textos Mesmo que nao possuindo ainda a capacidade da escrita deve

- S8 compreender que 0 gosto pela leitura it tambem adquirido pelo simples

manuseio de um livro

Neste sentido vale ressaltar as colocalt6esde Orlandi (1987) que distingue

tres tipos de discurso 0 ludico 0 polemico e 0 autaritaria E dentre os diferentes

tipos de discurso autoritario que encontramos 0 discurso pedag6gico que aqui

interessa na medida em que ele tern responsabilidade marcante na atividade que

engloba 0 processo de ensina de leitura no primeiro grau

Este discurso esla a servivo da escola e esta a serviVOde uma ideologia

23

que contribui para dificultar a encontro do saber institucionalizado com as classes

menes favorecidas Isto ocorre porque 0 professor detem 0 saber e trabalha muitas

vezes sem perceber au ate para mostrar poder mascarando 0 tempo todo

afirmando que a aluno tarnham pade dizer 0 que pensa pode opinar pode sugerir

etc e na realidade nao acontece essa pratica a 0 que sa v~ e uma liberdade

vigiada

Sendo 0 professor 0 dono do saber torna-se modelo leitor por excel~ncia

ficando 0 aluno muitas vezes impossihilitado de pensar de refletir e de criar as

pr6prias condicaes de producao

Dessa forma acontece a leitura que 0 autor citado chama de parafrastica ou

seja a raproducao do sentido que 0 autor da ao texto ao contrario da poliss~mica

que se defina pelos multiplos sentidos que ao texto podem ser atribuidos

De acordo com Wornicov Wagner Russomano e Weber

obras especialmenle escntas para crian((CIsmuitas vezes recebem suarejeiyao outras como Robinson Cru50~ de Daniel DefOe Contes de rnamere Ioye de Charles Perrault ou Visgens de Gulliver de Jonathan Swiftnao originalmente destinado aD publico infantrJ foram incorporadas aoacervo de livros para a inftlncia (1988 p 05)

Ainda segundo as autoras e a aceitacao da obra por parte da crian~ que

determina a sua adequacao 80 publico infantil ou n~o ou seja e a crian~ que deve

encontrar na obra seus interesses a unica adaptacao e com refer~ncia ao

conhecimento e limitacentes da crianya As obras literarias infantis devem ser mais do

que instrumentos para proporcionar hist6ria ou induzir a fantasia como toda a obra

de arte exercem uma influencia pedag6gica sobre a individua quer pel a

contribui~o na forma9ilo do seu pensamenta quer pel os modelos que apresenta

Essa funcao pedag6gica tem importancia unica ja que 0 contato com a

literatura desperta na crianya a seu imaginario Assim a literatura infantil tern urna

24

finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a

beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm

dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya

permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las

no contexto da imagina9ilo

Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel

afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida

do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade

inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade

promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao

Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que

ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser

(1986 p 07)

A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da

crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a

crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0

aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a

escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua

com os livros

Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que

em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)

o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao

sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese

classifica96es devem ser respeitadas e entendidas

Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista

que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a

crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam

ocupam a centro de seus interesses

Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as

estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de

capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas

em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas

hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de

encantamenta

Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das

modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua

imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia

A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au

varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que

rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade

ludica e magica em que vive a crianca

Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou

hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0

seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um

temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa

2S

26

Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das

crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a

socializaltao

Para Froebel

a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)

Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento

para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais

adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a

socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)

Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e

preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera

explicitada a seguir

31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA

A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana

atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no

mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras

Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn

mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo

e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a

crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente

nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente

ausente em animais

27

A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~

em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala

mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos

A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo

porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do

jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da

crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa

submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo

muito diferente

Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de

desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento

habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa

ala fosse maior do que e na realidade

Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o

a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo

pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que

sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz

em sua totalidade bio-psico-social-educacional

E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de

enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e

sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que

ajudam para 0 seu desenvolvimento global

Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais

independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as

28

espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar

inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha

limites e e importante que n~o superestime sues capacidades

o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive

despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao

respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses

valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos

de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a

desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser

multo bern aprimoradas no pre-escolar

A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo

as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em

sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida

A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento

entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0

saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de

reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade

o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao

das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre

para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e

individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa

movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade

ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios

interesses pessoais no desenvolvimento das atividades

29

Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-

escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu

simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras

crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos

As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque

nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas

Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia

de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de

adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e

imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem

o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna

retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de

seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0

habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)

Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos

importantes para aqueles que trabalham com a educaylio

A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada

para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica

30

4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR

Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto

a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern

proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya

retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e

reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a

compreensao do texto par parte da crianya

o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que

ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente

com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0

que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)

A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse

despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao

imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario

Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua

subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia

narrativa

Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer

ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)

31

Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar

divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar

na crianca a g05tO pela literatura

Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU

contaram uma hist6ria

Na 6ptica de Tahan

a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)

E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o

infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento

onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo

Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0

ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos

1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito

2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como

li~o advertlmcia ou canselha

3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas

ou ate masma calculos e fra90es

4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos

5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate

masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco

mental

32

o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias

desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil

enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim

a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)

AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica

para a realizayllo de projetos

Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a

alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas

dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado

e se estao todos proximos suficientes do narrador

A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0

narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e

adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para

narrar historias

Segundo Tahan

Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)

Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as

crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer

Tahan informa

33

os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)

Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e

segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas

pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em

cantata com as criantyas

o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn

texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a

historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta

o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao

socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern

pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que

Ihe eram contadas

Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque

a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)

o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a

escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de

ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo

Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para

poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto

professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco

34

Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur

normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a

participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando

gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com

abras especificas para cada idade das criancas

Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica

e 3 ate 6 anas fase magica

Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn

enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa

integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias

que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza

(humanizadas)

Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a

repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas

outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes

Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras

grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com

certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por

genero

No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes

iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras

Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os

circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)

35

A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os

g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0

romance a novela 0 conto 0 drama etc

Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se

dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a

palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que

empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao

Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou

escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis

tenhamos ou n~o consciencia delas

Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua

peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como

A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna

sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral

o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex

objetos elementos da natureza

A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e

anirnais com urn ensinamento moral

o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre

ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo

A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a

historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas

Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da

magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias

precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais

36

Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre

as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem

Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa

pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a

des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no

processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi

incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario

o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de

informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e

ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de

educa~o

Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e

a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a

narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como

placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis

Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais

principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais

detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no

futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando

com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar

recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos

Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios

dependendo de cada circunstimcia

37

Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel

de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante

Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-

leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a

crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim

gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da

linguagem

Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e

sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a

comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80

livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem

atraves do ludico

Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos

devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au

dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias

o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar

as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a

que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a

compreens~o par parte da crianca

Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram

nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das

maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo

que a rodeia

38

JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)

Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia

essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as

maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a

brincadeira a aprendizado se instala

Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem

basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias

as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para

este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele

que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da

prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade

adulta

A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande

destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca

neste genero litera rio

Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil

devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao

de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar

qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar

deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor

deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure

39

Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido

no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto

pedagogico

Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8

livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com

suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada

Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de

contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta

algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em

conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos

objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a

redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos

de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar

A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os

aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da

participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura

e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da

utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas

41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS

411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos

Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu

surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam

utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a

40

funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas

delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)

bull Boneca contador de hist6rias

As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia

jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-

linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de

pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de

serem proferidos rapidamente)

As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das

mais tfmidas

bull Cria~Ao de final de historia

A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando

pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona

iniciada pel a educadora

o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em

papel

bull Errando as hist6rias

Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas

par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais

ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos

pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam

preocupa~o maior com 0 significado)

Chuva e sol casamento de espanhol

Chuva e sol casamento de caracol

41

bull Fantoches

A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as

crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com

cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas

mas mas manuseando as personagens

bull Gravuras

Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai

apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada

bull Jogo de contar hist6rias

Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos

escralem ou ilustram a hist6ria

a Parlendas e gestos

b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com

as dedas batendo as pes ou as maos etc

c Quadrinhos

d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que

fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por

favor etc

bull Dobraduras

A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas

podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e

ouvindo a magica transformayao do papsl

As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam

a dobradura

Ex dobradura depois recitam

Pinto

o pinto pia

A pipa pinga

Pinga a pipa

a pinto pia

Pinto pia

Pipa pinga

Quanta mais

o pinto pia

Mais a pipa pinga

42

bull Tecnicas de narrativas

Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na

sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil

baseado na autora Susatto (2004)

43

o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter

em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente

aos personagens e aos seus estados e animas

Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam

nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es

segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das

condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto

Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do

abandono dos pais

E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas

narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida

real

Segundo Busatto

Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)

Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser

usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador

reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam

imagens)

U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do

castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim

Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que

se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90

com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da

44

dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus

elementos

DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc

Pianos - altura do movimento

Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic

Forra - intensidade empregado no movimento

Tempo - velocidade com que a movimento e executado

Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo

Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem

preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve

sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de

alunos

45

5 CONSIDERAyOES FINAlS

Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias

tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil

ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes

Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das

transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e

aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem

constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0

conhecimento

A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim

educar para a formayao de cidadaos

No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter

essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para

despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao

magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode

proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa

atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca

passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes

tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor

de seus direitos e deveres como cidadao

A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn

facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do

processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e

participativa

46

Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em

mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir

para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO

pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna

imposicao

o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a

contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a

utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par

leitura

Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da

Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente

com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico

A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que

oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir

para a constru~o de sua autonomia

o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada

pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do

professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no

ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura

Bruner afirma que

e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

48

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lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998

15

As instituiyOesde Educayao Infantil podem resgatar a repert6rio de historias

que as criancas ouvem em casa enos ambientes que freqOentam urna vez que

eSS8S hist6rias S9 constituem em rica fonte de informacentes sabre as diversas formas

culturais construindo da sensibilidade das crian9Bs

A aprendizagem da leitura e fundamental para que 0 individuo possa

entender 0 mundo que a cerca bern como S9 posicionar de forma critica diante da

realidade

Segundo Ferrero (1987) muito antes de serem capazes de ler ou escrever

nc sentido convencional do terma as crianyas tentam interpretar as textes com as

quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetiza~o paiS ela na fase da

pre-escola ja faz a sua leitura do mundo

De acordo com 0 pensamento de Lemos (1978) a linguagem oral conta

com recursos diversos timbre de voz entonayao ge5t05 expressao facial contexto

e contato direto com 0 receptor que pade interferir au fazar fluir urn referente na

linguagem escrita 0 qual nem sempre e feito As diverses instituiyaes concebem a

linguagem e a maneira como as criany8s aprendem de modo bastante diferentes

-Na linguagem oral 0 locutor e a interlocutor exercem juntos as funyaes reguladora

organizadora e ativadora dos textos responsaveis pela sua estrutura tessitura au

coeso (LEMOS 1978 p 45)

Na 6tica de Bakhtin (1988) 0 livro isto e 0 ato de fala impresso constitui

igualmente um elemento da comunicayao verbal Ele e objeto de discussoes ativas

sob a forma de dialogo 8 alem disso e feito para ser aprendido de maneira ativa

para ser estudado a fundo comentando e criticando no quadro do discurso interior

sem contar as relac6es impressas institucionalizadas que S8 encontram nas

diferentes esferas da comunicayao verbal

16

Bakhtin (1988) explica que a leitura tem side motivo de estudos de muitos

especialistas preocupados em verificar como S9 dil a partir de visualizacao de

simbolo gn3fico 0 entendimento total de urn texto 0 eutor verificou que a processo

de leitura S8 fez atraves de Ires etapas a primeira ocorre com 0 reconhecimento do

que esta escrito a segunda e a de compreensao atraves de interferencias e

formulacao de hip6teses e a terceira etape ocorr9 a interpreta~o propria mente dite

po is 0 lei tor mantem dialogicidade com 0 texto

Bakhtin informa que a laitura e como urn momento de criatividade no qual 0

leitor necessita reconhecer e aeionar as conhecimentos que ja tern para adquirir

noves e julga-Ios de forma critica Assim a laitura de hist6rias e urn momento em

que a crian~ pode conhecer a forma de viver pensar agir e 0 universo de valores

costumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares

que nao 0 seu (ReN 1998)

Assim desenvolver a leitura no aluno a funcao da escola que deve

respaitar a laitura de mundo que ale traz a partir de suas experiencias sociais ou

seja sua intera~o com outros individuos e com varias inforrnacentes veiculadas palos

meios de comunicacao de massas principalmente a televis~o

Para melhor compreensao dessa afirmativa Ferreiro e Teberosky (1986)

explicam que a sujeito que conhecemos atravas da teoria de Piaget e urn sujeito

que procura atividade de compreender a mundo que 0 rodeia e trata de resolver as

integra90es que esse mundo provoca ~ urn sujeito que aprende basicamente

atravas de suas proprias categorias de pensamento aD masmo tempo em que

organiza seu mundo

Segundo Ferreiro (1987) muito antes de serem capazes de ler au escrever

no sentido convencional do termo as criancas tantam interpretar as textos com os

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quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetizacao pais ela na fase

pre-escolar ja faz a sua leitura do mundo

Verifica~se nessas leituras que a crianya dave sar urn agente ativa e

determinado no seu desenvoJvimento conforme Kleiman (1995) a leitura e urn

processo que vai definindo progressivamente a relaao texto e leitor e e no

ambiente alfabetizador que a crian98 tem a oportunidade de agir em liberdade para

aprender e desenvolver seus conceitos cognitivos e afetivos

Como conceito de literatura atualmente as dicionarios apresentam as

seguintes sentidos conjunto de obras que versam sabre temas especificos literatura

policial Iiteratura picaresC8 literatura de terror

A literatura na 6tica de Ferreiro

e a representa~o de urna visao do mundo slem de uma tarnada deposiyAo diante dele Tal posicionamento centraliza lIssim suas atenyOesno criador de literatura e ns imita~o da natureza compreendida comoc6pia ou reproduQAoA linguagem e vista como mero ve[culo dessacomunicacao(1987 p 56)

De posse dos conceitos sabre literatura e necessaria cempreender seu

vinculo com a crianca e 0 hJdico A palavra ludice vern do latim ludus e significa

brincar Segundo Rojas (1991) neste brincar estao inclufdos os jogos brinquedos e

divertimentos A funcao educativa do joga permite a aprendizagem do individua seu

conhecimento e sua interpretacao de mundo Por meio da brincadeira a crianca

envolve-se no jogo e sente a necessidade de partilhar com a outro Assim brincando

e jogando ela tera oportunidade de desenvolver capacidades indispensaveis a sua

vida futura

A autora afirma que atraves do jogo de papais a crian98 lida com experi~ncias

que ainda n~o consegue realizar no mundo real

Para Rojas

o brinquedo e a essMcia da infQnciae seu usa permite urn trabalhopedag6gico Que possibilita a produ9fio do conhecimento e tambem aestimula~o da afetividade na crianta A crtan9lJ estabelece com 0

18

brinquedo uma relaltao natural e consegue extravasar suas angostias epaixOes SUDS slegrias e tristezBS suas agressividade5 e passividade(1991 pS)

Dando continuidade a importancia do udico na vida da crian98 0 pr6ximo

capitulo discorre sabre a complexa rela9lo entre a leitura e a trabalho pedag6gico

que incentiva au nao 0 vinculo com a literatura

19

3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA

Na vis~o de Klein e Schafaschek (1990) a processo pedagogico consiste na

transmissao do conhecimento de sua hist6ria assim sera mostrado 0 movimento

historico da linguagem oral e escrita

A linguagem e a consci~ncja sao resultados da ayAo coletiva que as

homens desenvolveram

Segundo Bakhtin

e a linguagem portanto enquanto possibilidade de representa~o logo deabslratao e generalizacAo das caracteristicas do mundo exterior quepossibilila a passagem da con5Ci~ndasensivel a conscilncia racional daoperaylo com objetos concretos com conceitos au representaffOes (1988p32)

Passa~se entaD para uma representayao da linguagem escrita Assim 0

processo da alfabetizacao dave tar reconhecimento do texto oral e escrito e

compreende seu total entendimento Ler nao e somente decifrar simbolos graficos

mas buscar a compreensao das mensagens contidas em suas linhas e entrelinhas

Segundo Cunha (1997) a adulto nao tem a habito de ler e coloca em

diversas situavoos suas justjficativas para 0 pouco tempo que disponibiliza para a

leltura ou seja essa suposi~o de que a crian~ nao se interessa pelo livra e

apenas a refiexo do proprio desinteresse do adulto par tal objeto (CUNHA 1997 p

48)

Nesse contexto a partjcipayao do professor e importante pois este sera 0

mediador entre a crian98 e 0 conhecimento facilitando 0 processo de aquisj~o da

cultura Dai a ideia de que a produ91ioda linguagem oral e escrita e resultado de

um esforyo de produ91iodos homens e desenvolveu-se atraves da necessidade da

mediayiio de um professor

20

Dentro desta perspectiva tem-se re18980 do adulto com a criany8 que

segundo Cunha (1997) e nessa perspectiva a leitura e colocada como mais uma

imposiyao A ideia de que a leitura vai fazer bem a crianya ou ao jOllem leva - nos a

obriga-Ios a ler como Ihes impomos a colher de remedio a injecl)a a escova de

dente a escola (CUNHA 1997 P 51)

Na perspective de Cunha a leitura nao deve ser imposta 0 905tO pel a

leitura deve ser desenvolvido E necessario que sejam obedecidas as fases de

interesse da criama quanta a leitura apresentadas abaixo

Na primeira fase de aquisicao palo g05tO da leitura delem ser

apresentados a crianB livros de gravuras e dos versos infantis (de 2 a 5 ou 6 anos)

E a fase de egocentrismo em que a crianya faz pouca distin9Bo entre a mundo

externo e 0 interno

Ja a idade entre 5 a 8 ou 9 anos caracteriza-se como a idade do Conto de

Fadas De posse de urna mentalidade magica 0 leitor vai buscar nos contos de

fadas lendas mitos e fabulas a simbologia necessaria a elabora~o de suas

viv~ncias

Partindo para a pre-adolesc(mcia e a idade da Historia ambiental e da

leitura Factual (9 a 12 anos) E a fase intermediaria em que persistem vestfgios do

pensamento magico mas a crianya comeya a orientar-se rna is para a real Via de

regra 0 leitar escolhe neste perfodo historias que Ihe apresentam 0 mundo como

ele e Atraves da percep9iio magica de determinado personagem

Dos 12 a 14 anos considera-se a idade da Historia de Aventuras ou fase de

leitura Psicol6gica orientada para as sensac6es E a perfodo da pre-adolescemcia

em que 0 conhecimento da propria personalidade e 0 desenvolvimento dos

precesses agressives ativam a vivlmcia social e a forma9iio de grupos

21

Nos anos de maturidade ou desenvolvimento da esfera Iitero-8stetica de

leitura (14 a 17 anas) ha a curiosidade pelo descobrimento 0 mundo interior e do

mundo dos valores 0 adolescente parte para a hierarquiza~o dos conceitos e a

organizatao de seu universo Aventuras de conteudo intelectual viagens romances

hist6ricos e biograficos historias de amor literatura engajada e temas relacionados

com as interesses Yocacionais v~o ajuda-Io a orientar-se e estruturar-se como

adullo

A questao mais discutida a raspaito de literatura asta relacionada ao fato de

que as jovens e as crianyas nao h~emmuitos s~o as argumentos como a falta de

condiyao financeira de comprar livre 0 pcuco habito de se frequentar a biblioteca os

atrativos e facilidades do computador e da televisao a falta do Mbito dos pais em

lerem entre Qutras causas Mas pode-se considerar como urn grande problema a

falta de habito de leitura nos pais

As autoras Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que middotpais que

nao leem nao poderao despertar em seus filhos 0 gosto pela leitura Imitativa por

natureza a crian98 encontra na familia a maior incentivo para a leitura (1986 p

03)

Assim e delegada a escola a responsabilidade de introduzir a crianca no

mundo dos livros Cabe a escola desenvolver a cantata com as livros que deve ser

iniciada a mais cedo passivel nao 56 pelo manuseio cama tambem pela hist6ria

contada pela conversa au pelos jogos ritmicos no sentido de fazer a crianca amar a

leitura

Esse contato inicial deve ser pautado pela conquista e nao pela imposiyao

o leitor infantI au a infanto-juvenil ao adquirir 0 905tO pela leitura estara

22

visitando urn mundo novo adquirindo conhecimento e aprimorando seu processo

comunicativo

Assim a literatura infantil como toda a obra de arte exerce uma influemcia

pedag6gica sobre 0 individuo quer pela contribuitao na forma9ao do seu

pensamento quer pelos modelos que apresenta Essa funtao pedag6gica tem

importancia unica jil que a contata com a literatura maida a mente e 0 cora9Ao da

crian98 Assim a literatura infantil tern uma finalidade primckia e fundamental que e a

de promover na crian~ 0 gosto pela beleza da palavra 0 deleite perante a cria9ao

de mundos de ficcao

Para alem dista tern ainda a fun980 de arraigar as palavras no mundo

magico da crian~ permitindo-Ihe nlio s6 entende-Ias e usa-las como tambem

goza-Ias e desfruta-Ias no contexto da imaginataomiddot (WORNICOV WAGNER

RUSSOMANO EWEBER 1986 p 04)

MLer as figuras imaginar a hist6ria e desenvolver mental mente urn emado

s~o atividades que poderiam S8r desenvolvidas na educayao infant A escola

dedica ainda pouco tempo para a laitura e a interpreta~o e masmo para a

produtao de textos Mesmo que nao possuindo ainda a capacidade da escrita deve

- S8 compreender que 0 gosto pela leitura it tambem adquirido pelo simples

manuseio de um livro

Neste sentido vale ressaltar as colocalt6esde Orlandi (1987) que distingue

tres tipos de discurso 0 ludico 0 polemico e 0 autaritaria E dentre os diferentes

tipos de discurso autoritario que encontramos 0 discurso pedag6gico que aqui

interessa na medida em que ele tern responsabilidade marcante na atividade que

engloba 0 processo de ensina de leitura no primeiro grau

Este discurso esla a servivo da escola e esta a serviVOde uma ideologia

23

que contribui para dificultar a encontro do saber institucionalizado com as classes

menes favorecidas Isto ocorre porque 0 professor detem 0 saber e trabalha muitas

vezes sem perceber au ate para mostrar poder mascarando 0 tempo todo

afirmando que a aluno tarnham pade dizer 0 que pensa pode opinar pode sugerir

etc e na realidade nao acontece essa pratica a 0 que sa v~ e uma liberdade

vigiada

Sendo 0 professor 0 dono do saber torna-se modelo leitor por excel~ncia

ficando 0 aluno muitas vezes impossihilitado de pensar de refletir e de criar as

pr6prias condicaes de producao

Dessa forma acontece a leitura que 0 autor citado chama de parafrastica ou

seja a raproducao do sentido que 0 autor da ao texto ao contrario da poliss~mica

que se defina pelos multiplos sentidos que ao texto podem ser atribuidos

De acordo com Wornicov Wagner Russomano e Weber

obras especialmenle escntas para crian((CIsmuitas vezes recebem suarejeiyao outras como Robinson Cru50~ de Daniel DefOe Contes de rnamere Ioye de Charles Perrault ou Visgens de Gulliver de Jonathan Swiftnao originalmente destinado aD publico infantrJ foram incorporadas aoacervo de livros para a inftlncia (1988 p 05)

Ainda segundo as autoras e a aceitacao da obra por parte da crian~ que

determina a sua adequacao 80 publico infantil ou n~o ou seja e a crian~ que deve

encontrar na obra seus interesses a unica adaptacao e com refer~ncia ao

conhecimento e limitacentes da crianya As obras literarias infantis devem ser mais do

que instrumentos para proporcionar hist6ria ou induzir a fantasia como toda a obra

de arte exercem uma influencia pedag6gica sobre a individua quer pel a

contribui~o na forma9ilo do seu pensamenta quer pel os modelos que apresenta

Essa funcao pedag6gica tem importancia unica ja que 0 contato com a

literatura desperta na crianya a seu imaginario Assim a literatura infantil tern urna

24

finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a

beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm

dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya

permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las

no contexto da imagina9ilo

Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel

afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida

do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade

inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade

promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao

Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que

ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser

(1986 p 07)

A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da

crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a

crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0

aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a

escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua

com os livros

Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que

em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)

o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao

sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese

classifica96es devem ser respeitadas e entendidas

Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista

que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a

crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam

ocupam a centro de seus interesses

Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as

estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de

capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas

em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas

hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de

encantamenta

Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das

modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua

imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia

A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au

varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que

rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade

ludica e magica em que vive a crianca

Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou

hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0

seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um

temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa

2S

26

Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das

crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a

socializaltao

Para Froebel

a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)

Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento

para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais

adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a

socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)

Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e

preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera

explicitada a seguir

31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA

A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana

atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no

mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras

Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn

mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo

e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a

crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente

nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente

ausente em animais

27

A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~

em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala

mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos

A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo

porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do

jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da

crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa

submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo

muito diferente

Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de

desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento

habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa

ala fosse maior do que e na realidade

Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o

a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo

pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que

sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz

em sua totalidade bio-psico-social-educacional

E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de

enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e

sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que

ajudam para 0 seu desenvolvimento global

Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais

independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as

28

espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar

inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha

limites e e importante que n~o superestime sues capacidades

o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive

despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao

respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses

valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos

de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a

desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser

multo bern aprimoradas no pre-escolar

A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo

as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em

sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida

A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento

entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0

saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de

reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade

o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao

das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre

para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e

individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa

movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade

ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios

interesses pessoais no desenvolvimento das atividades

29

Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-

escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu

simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras

crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos

As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque

nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas

Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia

de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de

adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e

imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem

o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna

retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de

seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0

habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)

Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos

importantes para aqueles que trabalham com a educaylio

A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada

para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica

30

4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR

Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto

a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern

proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya

retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e

reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a

compreensao do texto par parte da crianya

o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que

ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente

com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0

que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)

A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse

despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao

imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario

Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua

subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia

narrativa

Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer

ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)

31

Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar

divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar

na crianca a g05tO pela literatura

Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU

contaram uma hist6ria

Na 6ptica de Tahan

a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)

E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o

infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento

onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo

Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0

ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos

1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito

2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como

li~o advertlmcia ou canselha

3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas

ou ate masma calculos e fra90es

4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos

5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate

masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco

mental

32

o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias

desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil

enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim

a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)

AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica

para a realizayllo de projetos

Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a

alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas

dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado

e se estao todos proximos suficientes do narrador

A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0

narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e

adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para

narrar historias

Segundo Tahan

Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)

Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as

crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer

Tahan informa

33

os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)

Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e

segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas

pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em

cantata com as criantyas

o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn

texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a

historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta

o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao

socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern

pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que

Ihe eram contadas

Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque

a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)

o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a

escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de

ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo

Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para

poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto

professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco

34

Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur

normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a

participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando

gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com

abras especificas para cada idade das criancas

Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica

e 3 ate 6 anas fase magica

Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn

enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa

integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias

que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza

(humanizadas)

Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a

repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas

outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes

Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras

grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com

certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por

genero

No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes

iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras

Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os

circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)

35

A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os

g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0

romance a novela 0 conto 0 drama etc

Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se

dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a

palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que

empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao

Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou

escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis

tenhamos ou n~o consciencia delas

Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua

peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como

A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna

sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral

o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex

objetos elementos da natureza

A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e

anirnais com urn ensinamento moral

o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre

ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo

A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a

historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas

Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da

magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias

precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais

36

Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre

as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem

Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa

pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a

des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no

processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi

incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario

o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de

informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e

ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de

educa~o

Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e

a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a

narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como

placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis

Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais

principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais

detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no

futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando

com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar

recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos

Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios

dependendo de cada circunstimcia

37

Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel

de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante

Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-

leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a

crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim

gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da

linguagem

Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e

sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a

comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80

livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem

atraves do ludico

Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos

devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au

dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias

o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar

as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a

que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a

compreens~o par parte da crianca

Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram

nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das

maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo

que a rodeia

38

JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)

Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia

essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as

maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a

brincadeira a aprendizado se instala

Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem

basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias

as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para

este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele

que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da

prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade

adulta

A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande

destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca

neste genero litera rio

Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil

devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao

de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar

qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar

deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor

deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure

39

Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido

no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto

pedagogico

Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8

livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com

suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada

Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de

contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta

algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em

conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos

objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a

redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos

de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar

A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os

aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da

participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura

e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da

utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas

41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS

411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos

Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu

surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam

utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a

40

funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas

delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)

bull Boneca contador de hist6rias

As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia

jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-

linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de

pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de

serem proferidos rapidamente)

As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das

mais tfmidas

bull Cria~Ao de final de historia

A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando

pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona

iniciada pel a educadora

o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em

papel

bull Errando as hist6rias

Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas

par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais

ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos

pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam

preocupa~o maior com 0 significado)

Chuva e sol casamento de espanhol

Chuva e sol casamento de caracol

41

bull Fantoches

A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as

crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com

cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas

mas mas manuseando as personagens

bull Gravuras

Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai

apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada

bull Jogo de contar hist6rias

Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos

escralem ou ilustram a hist6ria

a Parlendas e gestos

b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com

as dedas batendo as pes ou as maos etc

c Quadrinhos

d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que

fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por

favor etc

bull Dobraduras

A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas

podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e

ouvindo a magica transformayao do papsl

As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam

a dobradura

Ex dobradura depois recitam

Pinto

o pinto pia

A pipa pinga

Pinga a pipa

a pinto pia

Pinto pia

Pipa pinga

Quanta mais

o pinto pia

Mais a pipa pinga

42

bull Tecnicas de narrativas

Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na

sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil

baseado na autora Susatto (2004)

43

o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter

em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente

aos personagens e aos seus estados e animas

Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam

nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es

segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das

condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto

Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do

abandono dos pais

E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas

narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida

real

Segundo Busatto

Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)

Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser

usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador

reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam

imagens)

U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do

castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim

Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que

se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90

com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da

44

dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus

elementos

DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc

Pianos - altura do movimento

Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic

Forra - intensidade empregado no movimento

Tempo - velocidade com que a movimento e executado

Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo

Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem

preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve

sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de

alunos

45

5 CONSIDERAyOES FINAlS

Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias

tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil

ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes

Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das

transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e

aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem

constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0

conhecimento

A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim

educar para a formayao de cidadaos

No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter

essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para

despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao

magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode

proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa

atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca

passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes

tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor

de seus direitos e deveres como cidadao

A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn

facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do

processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e

participativa

46

Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em

mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir

para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO

pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna

imposicao

o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a

contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a

utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par

leitura

Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da

Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente

com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico

A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que

oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir

para a constru~o de sua autonomia

o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada

pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do

professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no

ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura

Bruner afirma que

e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

48

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16

Bakhtin (1988) explica que a leitura tem side motivo de estudos de muitos

especialistas preocupados em verificar como S9 dil a partir de visualizacao de

simbolo gn3fico 0 entendimento total de urn texto 0 eutor verificou que a processo

de leitura S8 fez atraves de Ires etapas a primeira ocorre com 0 reconhecimento do

que esta escrito a segunda e a de compreensao atraves de interferencias e

formulacao de hip6teses e a terceira etape ocorr9 a interpreta~o propria mente dite

po is 0 lei tor mantem dialogicidade com 0 texto

Bakhtin informa que a laitura e como urn momento de criatividade no qual 0

leitor necessita reconhecer e aeionar as conhecimentos que ja tern para adquirir

noves e julga-Ios de forma critica Assim a laitura de hist6rias e urn momento em

que a crian~ pode conhecer a forma de viver pensar agir e 0 universo de valores

costumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares

que nao 0 seu (ReN 1998)

Assim desenvolver a leitura no aluno a funcao da escola que deve

respaitar a laitura de mundo que ale traz a partir de suas experiencias sociais ou

seja sua intera~o com outros individuos e com varias inforrnacentes veiculadas palos

meios de comunicacao de massas principalmente a televis~o

Para melhor compreensao dessa afirmativa Ferreiro e Teberosky (1986)

explicam que a sujeito que conhecemos atravas da teoria de Piaget e urn sujeito

que procura atividade de compreender a mundo que 0 rodeia e trata de resolver as

integra90es que esse mundo provoca ~ urn sujeito que aprende basicamente

atravas de suas proprias categorias de pensamento aD masmo tempo em que

organiza seu mundo

Segundo Ferreiro (1987) muito antes de serem capazes de ler au escrever

no sentido convencional do termo as criancas tantam interpretar as textos com os

17

quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetizacao pais ela na fase

pre-escolar ja faz a sua leitura do mundo

Verifica~se nessas leituras que a crianya dave sar urn agente ativa e

determinado no seu desenvoJvimento conforme Kleiman (1995) a leitura e urn

processo que vai definindo progressivamente a relaao texto e leitor e e no

ambiente alfabetizador que a crian98 tem a oportunidade de agir em liberdade para

aprender e desenvolver seus conceitos cognitivos e afetivos

Como conceito de literatura atualmente as dicionarios apresentam as

seguintes sentidos conjunto de obras que versam sabre temas especificos literatura

policial Iiteratura picaresC8 literatura de terror

A literatura na 6tica de Ferreiro

e a representa~o de urna visao do mundo slem de uma tarnada deposiyAo diante dele Tal posicionamento centraliza lIssim suas atenyOesno criador de literatura e ns imita~o da natureza compreendida comoc6pia ou reproduQAoA linguagem e vista como mero ve[culo dessacomunicacao(1987 p 56)

De posse dos conceitos sabre literatura e necessaria cempreender seu

vinculo com a crianca e 0 hJdico A palavra ludice vern do latim ludus e significa

brincar Segundo Rojas (1991) neste brincar estao inclufdos os jogos brinquedos e

divertimentos A funcao educativa do joga permite a aprendizagem do individua seu

conhecimento e sua interpretacao de mundo Por meio da brincadeira a crianca

envolve-se no jogo e sente a necessidade de partilhar com a outro Assim brincando

e jogando ela tera oportunidade de desenvolver capacidades indispensaveis a sua

vida futura

A autora afirma que atraves do jogo de papais a crian98 lida com experi~ncias

que ainda n~o consegue realizar no mundo real

Para Rojas

o brinquedo e a essMcia da infQnciae seu usa permite urn trabalhopedag6gico Que possibilita a produ9fio do conhecimento e tambem aestimula~o da afetividade na crianta A crtan9lJ estabelece com 0

18

brinquedo uma relaltao natural e consegue extravasar suas angostias epaixOes SUDS slegrias e tristezBS suas agressividade5 e passividade(1991 pS)

Dando continuidade a importancia do udico na vida da crian98 0 pr6ximo

capitulo discorre sabre a complexa rela9lo entre a leitura e a trabalho pedag6gico

que incentiva au nao 0 vinculo com a literatura

19

3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA

Na vis~o de Klein e Schafaschek (1990) a processo pedagogico consiste na

transmissao do conhecimento de sua hist6ria assim sera mostrado 0 movimento

historico da linguagem oral e escrita

A linguagem e a consci~ncja sao resultados da ayAo coletiva que as

homens desenvolveram

Segundo Bakhtin

e a linguagem portanto enquanto possibilidade de representa~o logo deabslratao e generalizacAo das caracteristicas do mundo exterior quepossibilila a passagem da con5Ci~ndasensivel a conscilncia racional daoperaylo com objetos concretos com conceitos au representaffOes (1988p32)

Passa~se entaD para uma representayao da linguagem escrita Assim 0

processo da alfabetizacao dave tar reconhecimento do texto oral e escrito e

compreende seu total entendimento Ler nao e somente decifrar simbolos graficos

mas buscar a compreensao das mensagens contidas em suas linhas e entrelinhas

Segundo Cunha (1997) a adulto nao tem a habito de ler e coloca em

diversas situavoos suas justjficativas para 0 pouco tempo que disponibiliza para a

leltura ou seja essa suposi~o de que a crian~ nao se interessa pelo livra e

apenas a refiexo do proprio desinteresse do adulto par tal objeto (CUNHA 1997 p

48)

Nesse contexto a partjcipayao do professor e importante pois este sera 0

mediador entre a crian98 e 0 conhecimento facilitando 0 processo de aquisj~o da

cultura Dai a ideia de que a produ91ioda linguagem oral e escrita e resultado de

um esforyo de produ91iodos homens e desenvolveu-se atraves da necessidade da

mediayiio de um professor

20

Dentro desta perspectiva tem-se re18980 do adulto com a criany8 que

segundo Cunha (1997) e nessa perspectiva a leitura e colocada como mais uma

imposiyao A ideia de que a leitura vai fazer bem a crianya ou ao jOllem leva - nos a

obriga-Ios a ler como Ihes impomos a colher de remedio a injecl)a a escova de

dente a escola (CUNHA 1997 P 51)

Na perspective de Cunha a leitura nao deve ser imposta 0 905tO pel a

leitura deve ser desenvolvido E necessario que sejam obedecidas as fases de

interesse da criama quanta a leitura apresentadas abaixo

Na primeira fase de aquisicao palo g05tO da leitura delem ser

apresentados a crianB livros de gravuras e dos versos infantis (de 2 a 5 ou 6 anos)

E a fase de egocentrismo em que a crianya faz pouca distin9Bo entre a mundo

externo e 0 interno

Ja a idade entre 5 a 8 ou 9 anos caracteriza-se como a idade do Conto de

Fadas De posse de urna mentalidade magica 0 leitor vai buscar nos contos de

fadas lendas mitos e fabulas a simbologia necessaria a elabora~o de suas

viv~ncias

Partindo para a pre-adolesc(mcia e a idade da Historia ambiental e da

leitura Factual (9 a 12 anos) E a fase intermediaria em que persistem vestfgios do

pensamento magico mas a crianya comeya a orientar-se rna is para a real Via de

regra 0 leitar escolhe neste perfodo historias que Ihe apresentam 0 mundo como

ele e Atraves da percep9iio magica de determinado personagem

Dos 12 a 14 anos considera-se a idade da Historia de Aventuras ou fase de

leitura Psicol6gica orientada para as sensac6es E a perfodo da pre-adolescemcia

em que 0 conhecimento da propria personalidade e 0 desenvolvimento dos

precesses agressives ativam a vivlmcia social e a forma9iio de grupos

21

Nos anos de maturidade ou desenvolvimento da esfera Iitero-8stetica de

leitura (14 a 17 anas) ha a curiosidade pelo descobrimento 0 mundo interior e do

mundo dos valores 0 adolescente parte para a hierarquiza~o dos conceitos e a

organizatao de seu universo Aventuras de conteudo intelectual viagens romances

hist6ricos e biograficos historias de amor literatura engajada e temas relacionados

com as interesses Yocacionais v~o ajuda-Io a orientar-se e estruturar-se como

adullo

A questao mais discutida a raspaito de literatura asta relacionada ao fato de

que as jovens e as crianyas nao h~emmuitos s~o as argumentos como a falta de

condiyao financeira de comprar livre 0 pcuco habito de se frequentar a biblioteca os

atrativos e facilidades do computador e da televisao a falta do Mbito dos pais em

lerem entre Qutras causas Mas pode-se considerar como urn grande problema a

falta de habito de leitura nos pais

As autoras Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que middotpais que

nao leem nao poderao despertar em seus filhos 0 gosto pela leitura Imitativa por

natureza a crian98 encontra na familia a maior incentivo para a leitura (1986 p

03)

Assim e delegada a escola a responsabilidade de introduzir a crianca no

mundo dos livros Cabe a escola desenvolver a cantata com as livros que deve ser

iniciada a mais cedo passivel nao 56 pelo manuseio cama tambem pela hist6ria

contada pela conversa au pelos jogos ritmicos no sentido de fazer a crianca amar a

leitura

Esse contato inicial deve ser pautado pela conquista e nao pela imposiyao

o leitor infantI au a infanto-juvenil ao adquirir 0 905tO pela leitura estara

22

visitando urn mundo novo adquirindo conhecimento e aprimorando seu processo

comunicativo

Assim a literatura infantil como toda a obra de arte exerce uma influemcia

pedag6gica sobre 0 individuo quer pela contribuitao na forma9ao do seu

pensamento quer pelos modelos que apresenta Essa funtao pedag6gica tem

importancia unica jil que a contata com a literatura maida a mente e 0 cora9Ao da

crian98 Assim a literatura infantil tern uma finalidade primckia e fundamental que e a

de promover na crian~ 0 gosto pela beleza da palavra 0 deleite perante a cria9ao

de mundos de ficcao

Para alem dista tern ainda a fun980 de arraigar as palavras no mundo

magico da crian~ permitindo-Ihe nlio s6 entende-Ias e usa-las como tambem

goza-Ias e desfruta-Ias no contexto da imaginataomiddot (WORNICOV WAGNER

RUSSOMANO EWEBER 1986 p 04)

MLer as figuras imaginar a hist6ria e desenvolver mental mente urn emado

s~o atividades que poderiam S8r desenvolvidas na educayao infant A escola

dedica ainda pouco tempo para a laitura e a interpreta~o e masmo para a

produtao de textos Mesmo que nao possuindo ainda a capacidade da escrita deve

- S8 compreender que 0 gosto pela leitura it tambem adquirido pelo simples

manuseio de um livro

Neste sentido vale ressaltar as colocalt6esde Orlandi (1987) que distingue

tres tipos de discurso 0 ludico 0 polemico e 0 autaritaria E dentre os diferentes

tipos de discurso autoritario que encontramos 0 discurso pedag6gico que aqui

interessa na medida em que ele tern responsabilidade marcante na atividade que

engloba 0 processo de ensina de leitura no primeiro grau

Este discurso esla a servivo da escola e esta a serviVOde uma ideologia

23

que contribui para dificultar a encontro do saber institucionalizado com as classes

menes favorecidas Isto ocorre porque 0 professor detem 0 saber e trabalha muitas

vezes sem perceber au ate para mostrar poder mascarando 0 tempo todo

afirmando que a aluno tarnham pade dizer 0 que pensa pode opinar pode sugerir

etc e na realidade nao acontece essa pratica a 0 que sa v~ e uma liberdade

vigiada

Sendo 0 professor 0 dono do saber torna-se modelo leitor por excel~ncia

ficando 0 aluno muitas vezes impossihilitado de pensar de refletir e de criar as

pr6prias condicaes de producao

Dessa forma acontece a leitura que 0 autor citado chama de parafrastica ou

seja a raproducao do sentido que 0 autor da ao texto ao contrario da poliss~mica

que se defina pelos multiplos sentidos que ao texto podem ser atribuidos

De acordo com Wornicov Wagner Russomano e Weber

obras especialmenle escntas para crian((CIsmuitas vezes recebem suarejeiyao outras como Robinson Cru50~ de Daniel DefOe Contes de rnamere Ioye de Charles Perrault ou Visgens de Gulliver de Jonathan Swiftnao originalmente destinado aD publico infantrJ foram incorporadas aoacervo de livros para a inftlncia (1988 p 05)

Ainda segundo as autoras e a aceitacao da obra por parte da crian~ que

determina a sua adequacao 80 publico infantil ou n~o ou seja e a crian~ que deve

encontrar na obra seus interesses a unica adaptacao e com refer~ncia ao

conhecimento e limitacentes da crianya As obras literarias infantis devem ser mais do

que instrumentos para proporcionar hist6ria ou induzir a fantasia como toda a obra

de arte exercem uma influencia pedag6gica sobre a individua quer pel a

contribui~o na forma9ilo do seu pensamenta quer pel os modelos que apresenta

Essa funcao pedag6gica tem importancia unica ja que 0 contato com a

literatura desperta na crianya a seu imaginario Assim a literatura infantil tern urna

24

finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a

beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm

dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya

permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las

no contexto da imagina9ilo

Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel

afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida

do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade

inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade

promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao

Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que

ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser

(1986 p 07)

A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da

crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a

crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0

aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a

escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua

com os livros

Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que

em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)

o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao

sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese

classifica96es devem ser respeitadas e entendidas

Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista

que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a

crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam

ocupam a centro de seus interesses

Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as

estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de

capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas

em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas

hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de

encantamenta

Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das

modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua

imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia

A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au

varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que

rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade

ludica e magica em que vive a crianca

Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou

hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0

seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um

temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa

2S

26

Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das

crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a

socializaltao

Para Froebel

a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)

Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento

para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais

adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a

socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)

Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e

preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera

explicitada a seguir

31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA

A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana

atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no

mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras

Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn

mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo

e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a

crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente

nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente

ausente em animais

27

A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~

em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala

mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos

A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo

porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do

jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da

crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa

submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo

muito diferente

Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de

desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento

habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa

ala fosse maior do que e na realidade

Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o

a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo

pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que

sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz

em sua totalidade bio-psico-social-educacional

E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de

enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e

sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que

ajudam para 0 seu desenvolvimento global

Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais

independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as

28

espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar

inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha

limites e e importante que n~o superestime sues capacidades

o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive

despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao

respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses

valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos

de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a

desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser

multo bern aprimoradas no pre-escolar

A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo

as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em

sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida

A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento

entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0

saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de

reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade

o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao

das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre

para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e

individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa

movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade

ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios

interesses pessoais no desenvolvimento das atividades

29

Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-

escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu

simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras

crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos

As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque

nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas

Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia

de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de

adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e

imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem

o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna

retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de

seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0

habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)

Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos

importantes para aqueles que trabalham com a educaylio

A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada

para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica

30

4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR

Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto

a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern

proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya

retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e

reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a

compreensao do texto par parte da crianya

o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que

ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente

com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0

que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)

A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse

despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao

imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario

Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua

subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia

narrativa

Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer

ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)

31

Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar

divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar

na crianca a g05tO pela literatura

Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU

contaram uma hist6ria

Na 6ptica de Tahan

a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)

E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o

infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento

onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo

Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0

ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos

1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito

2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como

li~o advertlmcia ou canselha

3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas

ou ate masma calculos e fra90es

4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos

5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate

masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco

mental

32

o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias

desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil

enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim

a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)

AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica

para a realizayllo de projetos

Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a

alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas

dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado

e se estao todos proximos suficientes do narrador

A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0

narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e

adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para

narrar historias

Segundo Tahan

Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)

Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as

crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer

Tahan informa

33

os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)

Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e

segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas

pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em

cantata com as criantyas

o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn

texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a

historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta

o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao

socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern

pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que

Ihe eram contadas

Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque

a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)

o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a

escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de

ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo

Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para

poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto

professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco

34

Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur

normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a

participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando

gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com

abras especificas para cada idade das criancas

Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica

e 3 ate 6 anas fase magica

Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn

enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa

integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias

que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza

(humanizadas)

Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a

repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas

outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes

Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras

grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com

certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por

genero

No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes

iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras

Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os

circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)

35

A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os

g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0

romance a novela 0 conto 0 drama etc

Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se

dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a

palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que

empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao

Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou

escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis

tenhamos ou n~o consciencia delas

Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua

peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como

A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna

sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral

o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex

objetos elementos da natureza

A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e

anirnais com urn ensinamento moral

o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre

ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo

A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a

historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas

Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da

magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias

precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais

36

Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre

as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem

Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa

pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a

des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no

processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi

incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario

o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de

informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e

ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de

educa~o

Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e

a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a

narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como

placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis

Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais

principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais

detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no

futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando

com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar

recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos

Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios

dependendo de cada circunstimcia

37

Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel

de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante

Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-

leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a

crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim

gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da

linguagem

Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e

sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a

comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80

livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem

atraves do ludico

Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos

devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au

dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias

o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar

as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a

que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a

compreens~o par parte da crianca

Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram

nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das

maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo

que a rodeia

38

JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)

Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia

essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as

maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a

brincadeira a aprendizado se instala

Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem

basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias

as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para

este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele

que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da

prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade

adulta

A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande

destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca

neste genero litera rio

Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil

devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao

de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar

qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar

deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor

deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure

39

Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido

no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto

pedagogico

Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8

livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com

suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada

Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de

contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta

algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em

conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos

objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a

redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos

de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar

A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os

aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da

participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura

e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da

utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas

41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS

411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos

Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu

surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam

utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a

40

funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas

delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)

bull Boneca contador de hist6rias

As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia

jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-

linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de

pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de

serem proferidos rapidamente)

As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das

mais tfmidas

bull Cria~Ao de final de historia

A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando

pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona

iniciada pel a educadora

o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em

papel

bull Errando as hist6rias

Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas

par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais

ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos

pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam

preocupa~o maior com 0 significado)

Chuva e sol casamento de espanhol

Chuva e sol casamento de caracol

41

bull Fantoches

A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as

crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com

cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas

mas mas manuseando as personagens

bull Gravuras

Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai

apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada

bull Jogo de contar hist6rias

Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos

escralem ou ilustram a hist6ria

a Parlendas e gestos

b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com

as dedas batendo as pes ou as maos etc

c Quadrinhos

d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que

fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por

favor etc

bull Dobraduras

A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas

podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e

ouvindo a magica transformayao do papsl

As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam

a dobradura

Ex dobradura depois recitam

Pinto

o pinto pia

A pipa pinga

Pinga a pipa

a pinto pia

Pinto pia

Pipa pinga

Quanta mais

o pinto pia

Mais a pipa pinga

42

bull Tecnicas de narrativas

Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na

sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil

baseado na autora Susatto (2004)

43

o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter

em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente

aos personagens e aos seus estados e animas

Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam

nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es

segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das

condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto

Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do

abandono dos pais

E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas

narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida

real

Segundo Busatto

Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)

Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser

usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador

reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam

imagens)

U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do

castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim

Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que

se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90

com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da

44

dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus

elementos

DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc

Pianos - altura do movimento

Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic

Forra - intensidade empregado no movimento

Tempo - velocidade com que a movimento e executado

Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo

Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem

preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve

sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de

alunos

45

5 CONSIDERAyOES FINAlS

Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias

tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil

ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes

Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das

transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e

aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem

constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0

conhecimento

A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim

educar para a formayao de cidadaos

No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter

essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para

despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao

magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode

proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa

atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca

passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes

tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor

de seus direitos e deveres como cidadao

A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn

facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do

processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e

participativa

46

Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em

mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir

para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO

pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna

imposicao

o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a

contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a

utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par

leitura

Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da

Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente

com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico

A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que

oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir

para a constru~o de sua autonomia

o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada

pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do

professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no

ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura

Bruner afirma que

e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

48

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17

quais convivem Assim a leitura comeya antes da alfabetizacao pais ela na fase

pre-escolar ja faz a sua leitura do mundo

Verifica~se nessas leituras que a crianya dave sar urn agente ativa e

determinado no seu desenvoJvimento conforme Kleiman (1995) a leitura e urn

processo que vai definindo progressivamente a relaao texto e leitor e e no

ambiente alfabetizador que a crian98 tem a oportunidade de agir em liberdade para

aprender e desenvolver seus conceitos cognitivos e afetivos

Como conceito de literatura atualmente as dicionarios apresentam as

seguintes sentidos conjunto de obras que versam sabre temas especificos literatura

policial Iiteratura picaresC8 literatura de terror

A literatura na 6tica de Ferreiro

e a representa~o de urna visao do mundo slem de uma tarnada deposiyAo diante dele Tal posicionamento centraliza lIssim suas atenyOesno criador de literatura e ns imita~o da natureza compreendida comoc6pia ou reproduQAoA linguagem e vista como mero ve[culo dessacomunicacao(1987 p 56)

De posse dos conceitos sabre literatura e necessaria cempreender seu

vinculo com a crianca e 0 hJdico A palavra ludice vern do latim ludus e significa

brincar Segundo Rojas (1991) neste brincar estao inclufdos os jogos brinquedos e

divertimentos A funcao educativa do joga permite a aprendizagem do individua seu

conhecimento e sua interpretacao de mundo Por meio da brincadeira a crianca

envolve-se no jogo e sente a necessidade de partilhar com a outro Assim brincando

e jogando ela tera oportunidade de desenvolver capacidades indispensaveis a sua

vida futura

A autora afirma que atraves do jogo de papais a crian98 lida com experi~ncias

que ainda n~o consegue realizar no mundo real

Para Rojas

o brinquedo e a essMcia da infQnciae seu usa permite urn trabalhopedag6gico Que possibilita a produ9fio do conhecimento e tambem aestimula~o da afetividade na crianta A crtan9lJ estabelece com 0

18

brinquedo uma relaltao natural e consegue extravasar suas angostias epaixOes SUDS slegrias e tristezBS suas agressividade5 e passividade(1991 pS)

Dando continuidade a importancia do udico na vida da crian98 0 pr6ximo

capitulo discorre sabre a complexa rela9lo entre a leitura e a trabalho pedag6gico

que incentiva au nao 0 vinculo com a literatura

19

3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA

Na vis~o de Klein e Schafaschek (1990) a processo pedagogico consiste na

transmissao do conhecimento de sua hist6ria assim sera mostrado 0 movimento

historico da linguagem oral e escrita

A linguagem e a consci~ncja sao resultados da ayAo coletiva que as

homens desenvolveram

Segundo Bakhtin

e a linguagem portanto enquanto possibilidade de representa~o logo deabslratao e generalizacAo das caracteristicas do mundo exterior quepossibilila a passagem da con5Ci~ndasensivel a conscilncia racional daoperaylo com objetos concretos com conceitos au representaffOes (1988p32)

Passa~se entaD para uma representayao da linguagem escrita Assim 0

processo da alfabetizacao dave tar reconhecimento do texto oral e escrito e

compreende seu total entendimento Ler nao e somente decifrar simbolos graficos

mas buscar a compreensao das mensagens contidas em suas linhas e entrelinhas

Segundo Cunha (1997) a adulto nao tem a habito de ler e coloca em

diversas situavoos suas justjficativas para 0 pouco tempo que disponibiliza para a

leltura ou seja essa suposi~o de que a crian~ nao se interessa pelo livra e

apenas a refiexo do proprio desinteresse do adulto par tal objeto (CUNHA 1997 p

48)

Nesse contexto a partjcipayao do professor e importante pois este sera 0

mediador entre a crian98 e 0 conhecimento facilitando 0 processo de aquisj~o da

cultura Dai a ideia de que a produ91ioda linguagem oral e escrita e resultado de

um esforyo de produ91iodos homens e desenvolveu-se atraves da necessidade da

mediayiio de um professor

20

Dentro desta perspectiva tem-se re18980 do adulto com a criany8 que

segundo Cunha (1997) e nessa perspectiva a leitura e colocada como mais uma

imposiyao A ideia de que a leitura vai fazer bem a crianya ou ao jOllem leva - nos a

obriga-Ios a ler como Ihes impomos a colher de remedio a injecl)a a escova de

dente a escola (CUNHA 1997 P 51)

Na perspective de Cunha a leitura nao deve ser imposta 0 905tO pel a

leitura deve ser desenvolvido E necessario que sejam obedecidas as fases de

interesse da criama quanta a leitura apresentadas abaixo

Na primeira fase de aquisicao palo g05tO da leitura delem ser

apresentados a crianB livros de gravuras e dos versos infantis (de 2 a 5 ou 6 anos)

E a fase de egocentrismo em que a crianya faz pouca distin9Bo entre a mundo

externo e 0 interno

Ja a idade entre 5 a 8 ou 9 anos caracteriza-se como a idade do Conto de

Fadas De posse de urna mentalidade magica 0 leitor vai buscar nos contos de

fadas lendas mitos e fabulas a simbologia necessaria a elabora~o de suas

viv~ncias

Partindo para a pre-adolesc(mcia e a idade da Historia ambiental e da

leitura Factual (9 a 12 anos) E a fase intermediaria em que persistem vestfgios do

pensamento magico mas a crianya comeya a orientar-se rna is para a real Via de

regra 0 leitar escolhe neste perfodo historias que Ihe apresentam 0 mundo como

ele e Atraves da percep9iio magica de determinado personagem

Dos 12 a 14 anos considera-se a idade da Historia de Aventuras ou fase de

leitura Psicol6gica orientada para as sensac6es E a perfodo da pre-adolescemcia

em que 0 conhecimento da propria personalidade e 0 desenvolvimento dos

precesses agressives ativam a vivlmcia social e a forma9iio de grupos

21

Nos anos de maturidade ou desenvolvimento da esfera Iitero-8stetica de

leitura (14 a 17 anas) ha a curiosidade pelo descobrimento 0 mundo interior e do

mundo dos valores 0 adolescente parte para a hierarquiza~o dos conceitos e a

organizatao de seu universo Aventuras de conteudo intelectual viagens romances

hist6ricos e biograficos historias de amor literatura engajada e temas relacionados

com as interesses Yocacionais v~o ajuda-Io a orientar-se e estruturar-se como

adullo

A questao mais discutida a raspaito de literatura asta relacionada ao fato de

que as jovens e as crianyas nao h~emmuitos s~o as argumentos como a falta de

condiyao financeira de comprar livre 0 pcuco habito de se frequentar a biblioteca os

atrativos e facilidades do computador e da televisao a falta do Mbito dos pais em

lerem entre Qutras causas Mas pode-se considerar como urn grande problema a

falta de habito de leitura nos pais

As autoras Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que middotpais que

nao leem nao poderao despertar em seus filhos 0 gosto pela leitura Imitativa por

natureza a crian98 encontra na familia a maior incentivo para a leitura (1986 p

03)

Assim e delegada a escola a responsabilidade de introduzir a crianca no

mundo dos livros Cabe a escola desenvolver a cantata com as livros que deve ser

iniciada a mais cedo passivel nao 56 pelo manuseio cama tambem pela hist6ria

contada pela conversa au pelos jogos ritmicos no sentido de fazer a crianca amar a

leitura

Esse contato inicial deve ser pautado pela conquista e nao pela imposiyao

o leitor infantI au a infanto-juvenil ao adquirir 0 905tO pela leitura estara

22

visitando urn mundo novo adquirindo conhecimento e aprimorando seu processo

comunicativo

Assim a literatura infantil como toda a obra de arte exerce uma influemcia

pedag6gica sobre 0 individuo quer pela contribuitao na forma9ao do seu

pensamento quer pelos modelos que apresenta Essa funtao pedag6gica tem

importancia unica jil que a contata com a literatura maida a mente e 0 cora9Ao da

crian98 Assim a literatura infantil tern uma finalidade primckia e fundamental que e a

de promover na crian~ 0 gosto pela beleza da palavra 0 deleite perante a cria9ao

de mundos de ficcao

Para alem dista tern ainda a fun980 de arraigar as palavras no mundo

magico da crian~ permitindo-Ihe nlio s6 entende-Ias e usa-las como tambem

goza-Ias e desfruta-Ias no contexto da imaginataomiddot (WORNICOV WAGNER

RUSSOMANO EWEBER 1986 p 04)

MLer as figuras imaginar a hist6ria e desenvolver mental mente urn emado

s~o atividades que poderiam S8r desenvolvidas na educayao infant A escola

dedica ainda pouco tempo para a laitura e a interpreta~o e masmo para a

produtao de textos Mesmo que nao possuindo ainda a capacidade da escrita deve

- S8 compreender que 0 gosto pela leitura it tambem adquirido pelo simples

manuseio de um livro

Neste sentido vale ressaltar as colocalt6esde Orlandi (1987) que distingue

tres tipos de discurso 0 ludico 0 polemico e 0 autaritaria E dentre os diferentes

tipos de discurso autoritario que encontramos 0 discurso pedag6gico que aqui

interessa na medida em que ele tern responsabilidade marcante na atividade que

engloba 0 processo de ensina de leitura no primeiro grau

Este discurso esla a servivo da escola e esta a serviVOde uma ideologia

23

que contribui para dificultar a encontro do saber institucionalizado com as classes

menes favorecidas Isto ocorre porque 0 professor detem 0 saber e trabalha muitas

vezes sem perceber au ate para mostrar poder mascarando 0 tempo todo

afirmando que a aluno tarnham pade dizer 0 que pensa pode opinar pode sugerir

etc e na realidade nao acontece essa pratica a 0 que sa v~ e uma liberdade

vigiada

Sendo 0 professor 0 dono do saber torna-se modelo leitor por excel~ncia

ficando 0 aluno muitas vezes impossihilitado de pensar de refletir e de criar as

pr6prias condicaes de producao

Dessa forma acontece a leitura que 0 autor citado chama de parafrastica ou

seja a raproducao do sentido que 0 autor da ao texto ao contrario da poliss~mica

que se defina pelos multiplos sentidos que ao texto podem ser atribuidos

De acordo com Wornicov Wagner Russomano e Weber

obras especialmenle escntas para crian((CIsmuitas vezes recebem suarejeiyao outras como Robinson Cru50~ de Daniel DefOe Contes de rnamere Ioye de Charles Perrault ou Visgens de Gulliver de Jonathan Swiftnao originalmente destinado aD publico infantrJ foram incorporadas aoacervo de livros para a inftlncia (1988 p 05)

Ainda segundo as autoras e a aceitacao da obra por parte da crian~ que

determina a sua adequacao 80 publico infantil ou n~o ou seja e a crian~ que deve

encontrar na obra seus interesses a unica adaptacao e com refer~ncia ao

conhecimento e limitacentes da crianya As obras literarias infantis devem ser mais do

que instrumentos para proporcionar hist6ria ou induzir a fantasia como toda a obra

de arte exercem uma influencia pedag6gica sobre a individua quer pel a

contribui~o na forma9ilo do seu pensamenta quer pel os modelos que apresenta

Essa funcao pedag6gica tem importancia unica ja que 0 contato com a

literatura desperta na crianya a seu imaginario Assim a literatura infantil tern urna

24

finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a

beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm

dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya

permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las

no contexto da imagina9ilo

Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel

afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida

do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade

inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade

promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao

Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que

ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser

(1986 p 07)

A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da

crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a

crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0

aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a

escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua

com os livros

Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que

em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)

o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao

sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese

classifica96es devem ser respeitadas e entendidas

Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista

que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a

crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam

ocupam a centro de seus interesses

Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as

estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de

capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas

em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas

hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de

encantamenta

Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das

modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua

imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia

A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au

varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que

rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade

ludica e magica em que vive a crianca

Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou

hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0

seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um

temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa

2S

26

Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das

crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a

socializaltao

Para Froebel

a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)

Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento

para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais

adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a

socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)

Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e

preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera

explicitada a seguir

31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA

A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana

atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no

mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras

Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn

mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo

e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a

crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente

nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente

ausente em animais

27

A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~

em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala

mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos

A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo

porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do

jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da

crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa

submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo

muito diferente

Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de

desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento

habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa

ala fosse maior do que e na realidade

Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o

a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo

pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que

sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz

em sua totalidade bio-psico-social-educacional

E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de

enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e

sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que

ajudam para 0 seu desenvolvimento global

Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais

independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as

28

espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar

inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha

limites e e importante que n~o superestime sues capacidades

o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive

despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao

respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses

valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos

de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a

desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser

multo bern aprimoradas no pre-escolar

A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo

as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em

sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida

A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento

entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0

saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de

reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade

o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao

das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre

para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e

individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa

movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade

ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios

interesses pessoais no desenvolvimento das atividades

29

Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-

escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu

simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras

crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos

As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque

nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas

Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia

de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de

adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e

imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem

o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna

retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de

seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0

habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)

Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos

importantes para aqueles que trabalham com a educaylio

A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada

para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica

30

4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR

Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto

a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern

proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya

retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e

reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a

compreensao do texto par parte da crianya

o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que

ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente

com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0

que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)

A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse

despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao

imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario

Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua

subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia

narrativa

Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer

ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)

31

Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar

divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar

na crianca a g05tO pela literatura

Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU

contaram uma hist6ria

Na 6ptica de Tahan

a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)

E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o

infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento

onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo

Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0

ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos

1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito

2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como

li~o advertlmcia ou canselha

3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas

ou ate masma calculos e fra90es

4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos

5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate

masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco

mental

32

o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias

desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil

enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim

a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)

AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica

para a realizayllo de projetos

Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a

alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas

dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado

e se estao todos proximos suficientes do narrador

A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0

narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e

adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para

narrar historias

Segundo Tahan

Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)

Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as

crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer

Tahan informa

33

os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)

Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e

segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas

pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em

cantata com as criantyas

o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn

texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a

historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta

o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao

socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern

pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que

Ihe eram contadas

Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque

a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)

o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a

escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de

ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo

Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para

poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto

professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco

34

Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur

normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a

participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando

gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com

abras especificas para cada idade das criancas

Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica

e 3 ate 6 anas fase magica

Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn

enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa

integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias

que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza

(humanizadas)

Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a

repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas

outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes

Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras

grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com

certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por

genero

No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes

iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras

Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os

circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)

35

A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os

g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0

romance a novela 0 conto 0 drama etc

Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se

dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a

palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que

empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao

Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou

escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis

tenhamos ou n~o consciencia delas

Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua

peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como

A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna

sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral

o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex

objetos elementos da natureza

A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e

anirnais com urn ensinamento moral

o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre

ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo

A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a

historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas

Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da

magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias

precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais

36

Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre

as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem

Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa

pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a

des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no

processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi

incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario

o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de

informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e

ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de

educa~o

Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e

a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a

narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como

placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis

Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais

principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais

detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no

futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando

com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar

recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos

Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios

dependendo de cada circunstimcia

37

Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel

de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante

Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-

leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a

crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim

gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da

linguagem

Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e

sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a

comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80

livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem

atraves do ludico

Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos

devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au

dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias

o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar

as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a

que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a

compreens~o par parte da crianca

Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram

nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das

maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo

que a rodeia

38

JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)

Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia

essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as

maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a

brincadeira a aprendizado se instala

Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem

basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias

as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para

este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele

que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da

prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade

adulta

A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande

destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca

neste genero litera rio

Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil

devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao

de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar

qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar

deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor

deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure

39

Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido

no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto

pedagogico

Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8

livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com

suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada

Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de

contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta

algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em

conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos

objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a

redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos

de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar

A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os

aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da

participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura

e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da

utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas

41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS

411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos

Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu

surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam

utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a

40

funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas

delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)

bull Boneca contador de hist6rias

As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia

jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-

linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de

pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de

serem proferidos rapidamente)

As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das

mais tfmidas

bull Cria~Ao de final de historia

A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando

pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona

iniciada pel a educadora

o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em

papel

bull Errando as hist6rias

Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas

par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais

ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos

pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam

preocupa~o maior com 0 significado)

Chuva e sol casamento de espanhol

Chuva e sol casamento de caracol

41

bull Fantoches

A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as

crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com

cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas

mas mas manuseando as personagens

bull Gravuras

Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai

apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada

bull Jogo de contar hist6rias

Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos

escralem ou ilustram a hist6ria

a Parlendas e gestos

b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com

as dedas batendo as pes ou as maos etc

c Quadrinhos

d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que

fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por

favor etc

bull Dobraduras

A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas

podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e

ouvindo a magica transformayao do papsl

As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam

a dobradura

Ex dobradura depois recitam

Pinto

o pinto pia

A pipa pinga

Pinga a pipa

a pinto pia

Pinto pia

Pipa pinga

Quanta mais

o pinto pia

Mais a pipa pinga

42

bull Tecnicas de narrativas

Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na

sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil

baseado na autora Susatto (2004)

43

o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter

em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente

aos personagens e aos seus estados e animas

Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam

nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es

segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das

condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto

Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do

abandono dos pais

E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas

narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida

real

Segundo Busatto

Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)

Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser

usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador

reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam

imagens)

U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do

castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim

Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que

se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90

com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da

44

dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus

elementos

DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc

Pianos - altura do movimento

Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic

Forra - intensidade empregado no movimento

Tempo - velocidade com que a movimento e executado

Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo

Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem

preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve

sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de

alunos

45

5 CONSIDERAyOES FINAlS

Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias

tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil

ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes

Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das

transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e

aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem

constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0

conhecimento

A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim

educar para a formayao de cidadaos

No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter

essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para

despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao

magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode

proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa

atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca

passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes

tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor

de seus direitos e deveres como cidadao

A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn

facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do

processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e

participativa

46

Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em

mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir

para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO

pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna

imposicao

o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a

contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a

utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par

leitura

Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da

Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente

com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico

A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que

oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir

para a constru~o de sua autonomia

o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada

pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do

professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no

ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura

Bruner afirma que

e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

48

REFERENCIAS

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lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998

18

brinquedo uma relaltao natural e consegue extravasar suas angostias epaixOes SUDS slegrias e tristezBS suas agressividade5 e passividade(1991 pS)

Dando continuidade a importancia do udico na vida da crian98 0 pr6ximo

capitulo discorre sabre a complexa rela9lo entre a leitura e a trabalho pedag6gico

que incentiva au nao 0 vinculo com a literatura

19

3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA

Na vis~o de Klein e Schafaschek (1990) a processo pedagogico consiste na

transmissao do conhecimento de sua hist6ria assim sera mostrado 0 movimento

historico da linguagem oral e escrita

A linguagem e a consci~ncja sao resultados da ayAo coletiva que as

homens desenvolveram

Segundo Bakhtin

e a linguagem portanto enquanto possibilidade de representa~o logo deabslratao e generalizacAo das caracteristicas do mundo exterior quepossibilila a passagem da con5Ci~ndasensivel a conscilncia racional daoperaylo com objetos concretos com conceitos au representaffOes (1988p32)

Passa~se entaD para uma representayao da linguagem escrita Assim 0

processo da alfabetizacao dave tar reconhecimento do texto oral e escrito e

compreende seu total entendimento Ler nao e somente decifrar simbolos graficos

mas buscar a compreensao das mensagens contidas em suas linhas e entrelinhas

Segundo Cunha (1997) a adulto nao tem a habito de ler e coloca em

diversas situavoos suas justjficativas para 0 pouco tempo que disponibiliza para a

leltura ou seja essa suposi~o de que a crian~ nao se interessa pelo livra e

apenas a refiexo do proprio desinteresse do adulto par tal objeto (CUNHA 1997 p

48)

Nesse contexto a partjcipayao do professor e importante pois este sera 0

mediador entre a crian98 e 0 conhecimento facilitando 0 processo de aquisj~o da

cultura Dai a ideia de que a produ91ioda linguagem oral e escrita e resultado de

um esforyo de produ91iodos homens e desenvolveu-se atraves da necessidade da

mediayiio de um professor

20

Dentro desta perspectiva tem-se re18980 do adulto com a criany8 que

segundo Cunha (1997) e nessa perspectiva a leitura e colocada como mais uma

imposiyao A ideia de que a leitura vai fazer bem a crianya ou ao jOllem leva - nos a

obriga-Ios a ler como Ihes impomos a colher de remedio a injecl)a a escova de

dente a escola (CUNHA 1997 P 51)

Na perspective de Cunha a leitura nao deve ser imposta 0 905tO pel a

leitura deve ser desenvolvido E necessario que sejam obedecidas as fases de

interesse da criama quanta a leitura apresentadas abaixo

Na primeira fase de aquisicao palo g05tO da leitura delem ser

apresentados a crianB livros de gravuras e dos versos infantis (de 2 a 5 ou 6 anos)

E a fase de egocentrismo em que a crianya faz pouca distin9Bo entre a mundo

externo e 0 interno

Ja a idade entre 5 a 8 ou 9 anos caracteriza-se como a idade do Conto de

Fadas De posse de urna mentalidade magica 0 leitor vai buscar nos contos de

fadas lendas mitos e fabulas a simbologia necessaria a elabora~o de suas

viv~ncias

Partindo para a pre-adolesc(mcia e a idade da Historia ambiental e da

leitura Factual (9 a 12 anos) E a fase intermediaria em que persistem vestfgios do

pensamento magico mas a crianya comeya a orientar-se rna is para a real Via de

regra 0 leitar escolhe neste perfodo historias que Ihe apresentam 0 mundo como

ele e Atraves da percep9iio magica de determinado personagem

Dos 12 a 14 anos considera-se a idade da Historia de Aventuras ou fase de

leitura Psicol6gica orientada para as sensac6es E a perfodo da pre-adolescemcia

em que 0 conhecimento da propria personalidade e 0 desenvolvimento dos

precesses agressives ativam a vivlmcia social e a forma9iio de grupos

21

Nos anos de maturidade ou desenvolvimento da esfera Iitero-8stetica de

leitura (14 a 17 anas) ha a curiosidade pelo descobrimento 0 mundo interior e do

mundo dos valores 0 adolescente parte para a hierarquiza~o dos conceitos e a

organizatao de seu universo Aventuras de conteudo intelectual viagens romances

hist6ricos e biograficos historias de amor literatura engajada e temas relacionados

com as interesses Yocacionais v~o ajuda-Io a orientar-se e estruturar-se como

adullo

A questao mais discutida a raspaito de literatura asta relacionada ao fato de

que as jovens e as crianyas nao h~emmuitos s~o as argumentos como a falta de

condiyao financeira de comprar livre 0 pcuco habito de se frequentar a biblioteca os

atrativos e facilidades do computador e da televisao a falta do Mbito dos pais em

lerem entre Qutras causas Mas pode-se considerar como urn grande problema a

falta de habito de leitura nos pais

As autoras Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que middotpais que

nao leem nao poderao despertar em seus filhos 0 gosto pela leitura Imitativa por

natureza a crian98 encontra na familia a maior incentivo para a leitura (1986 p

03)

Assim e delegada a escola a responsabilidade de introduzir a crianca no

mundo dos livros Cabe a escola desenvolver a cantata com as livros que deve ser

iniciada a mais cedo passivel nao 56 pelo manuseio cama tambem pela hist6ria

contada pela conversa au pelos jogos ritmicos no sentido de fazer a crianca amar a

leitura

Esse contato inicial deve ser pautado pela conquista e nao pela imposiyao

o leitor infantI au a infanto-juvenil ao adquirir 0 905tO pela leitura estara

22

visitando urn mundo novo adquirindo conhecimento e aprimorando seu processo

comunicativo

Assim a literatura infantil como toda a obra de arte exerce uma influemcia

pedag6gica sobre 0 individuo quer pela contribuitao na forma9ao do seu

pensamento quer pelos modelos que apresenta Essa funtao pedag6gica tem

importancia unica jil que a contata com a literatura maida a mente e 0 cora9Ao da

crian98 Assim a literatura infantil tern uma finalidade primckia e fundamental que e a

de promover na crian~ 0 gosto pela beleza da palavra 0 deleite perante a cria9ao

de mundos de ficcao

Para alem dista tern ainda a fun980 de arraigar as palavras no mundo

magico da crian~ permitindo-Ihe nlio s6 entende-Ias e usa-las como tambem

goza-Ias e desfruta-Ias no contexto da imaginataomiddot (WORNICOV WAGNER

RUSSOMANO EWEBER 1986 p 04)

MLer as figuras imaginar a hist6ria e desenvolver mental mente urn emado

s~o atividades que poderiam S8r desenvolvidas na educayao infant A escola

dedica ainda pouco tempo para a laitura e a interpreta~o e masmo para a

produtao de textos Mesmo que nao possuindo ainda a capacidade da escrita deve

- S8 compreender que 0 gosto pela leitura it tambem adquirido pelo simples

manuseio de um livro

Neste sentido vale ressaltar as colocalt6esde Orlandi (1987) que distingue

tres tipos de discurso 0 ludico 0 polemico e 0 autaritaria E dentre os diferentes

tipos de discurso autoritario que encontramos 0 discurso pedag6gico que aqui

interessa na medida em que ele tern responsabilidade marcante na atividade que

engloba 0 processo de ensina de leitura no primeiro grau

Este discurso esla a servivo da escola e esta a serviVOde uma ideologia

23

que contribui para dificultar a encontro do saber institucionalizado com as classes

menes favorecidas Isto ocorre porque 0 professor detem 0 saber e trabalha muitas

vezes sem perceber au ate para mostrar poder mascarando 0 tempo todo

afirmando que a aluno tarnham pade dizer 0 que pensa pode opinar pode sugerir

etc e na realidade nao acontece essa pratica a 0 que sa v~ e uma liberdade

vigiada

Sendo 0 professor 0 dono do saber torna-se modelo leitor por excel~ncia

ficando 0 aluno muitas vezes impossihilitado de pensar de refletir e de criar as

pr6prias condicaes de producao

Dessa forma acontece a leitura que 0 autor citado chama de parafrastica ou

seja a raproducao do sentido que 0 autor da ao texto ao contrario da poliss~mica

que se defina pelos multiplos sentidos que ao texto podem ser atribuidos

De acordo com Wornicov Wagner Russomano e Weber

obras especialmenle escntas para crian((CIsmuitas vezes recebem suarejeiyao outras como Robinson Cru50~ de Daniel DefOe Contes de rnamere Ioye de Charles Perrault ou Visgens de Gulliver de Jonathan Swiftnao originalmente destinado aD publico infantrJ foram incorporadas aoacervo de livros para a inftlncia (1988 p 05)

Ainda segundo as autoras e a aceitacao da obra por parte da crian~ que

determina a sua adequacao 80 publico infantil ou n~o ou seja e a crian~ que deve

encontrar na obra seus interesses a unica adaptacao e com refer~ncia ao

conhecimento e limitacentes da crianya As obras literarias infantis devem ser mais do

que instrumentos para proporcionar hist6ria ou induzir a fantasia como toda a obra

de arte exercem uma influencia pedag6gica sobre a individua quer pel a

contribui~o na forma9ilo do seu pensamenta quer pel os modelos que apresenta

Essa funcao pedag6gica tem importancia unica ja que 0 contato com a

literatura desperta na crianya a seu imaginario Assim a literatura infantil tern urna

24

finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a

beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm

dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya

permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las

no contexto da imagina9ilo

Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel

afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida

do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade

inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade

promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao

Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que

ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser

(1986 p 07)

A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da

crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a

crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0

aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a

escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua

com os livros

Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que

em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)

o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao

sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese

classifica96es devem ser respeitadas e entendidas

Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista

que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a

crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam

ocupam a centro de seus interesses

Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as

estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de

capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas

em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas

hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de

encantamenta

Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das

modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua

imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia

A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au

varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que

rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade

ludica e magica em que vive a crianca

Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou

hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0

seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um

temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa

2S

26

Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das

crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a

socializaltao

Para Froebel

a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)

Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento

para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais

adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a

socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)

Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e

preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera

explicitada a seguir

31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA

A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana

atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no

mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras

Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn

mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo

e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a

crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente

nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente

ausente em animais

27

A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~

em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala

mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos

A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo

porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do

jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da

crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa

submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo

muito diferente

Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de

desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento

habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa

ala fosse maior do que e na realidade

Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o

a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo

pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que

sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz

em sua totalidade bio-psico-social-educacional

E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de

enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e

sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que

ajudam para 0 seu desenvolvimento global

Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais

independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as

28

espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar

inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha

limites e e importante que n~o superestime sues capacidades

o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive

despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao

respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses

valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos

de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a

desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser

multo bern aprimoradas no pre-escolar

A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo

as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em

sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida

A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento

entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0

saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de

reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade

o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao

das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre

para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e

individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa

movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade

ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios

interesses pessoais no desenvolvimento das atividades

29

Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-

escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu

simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras

crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos

As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque

nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas

Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia

de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de

adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e

imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem

o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna

retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de

seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0

habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)

Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos

importantes para aqueles que trabalham com a educaylio

A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada

para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica

30

4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR

Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto

a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern

proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya

retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e

reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a

compreensao do texto par parte da crianya

o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que

ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente

com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0

que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)

A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse

despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao

imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario

Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua

subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia

narrativa

Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer

ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)

31

Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar

divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar

na crianca a g05tO pela literatura

Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU

contaram uma hist6ria

Na 6ptica de Tahan

a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)

E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o

infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento

onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo

Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0

ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos

1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito

2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como

li~o advertlmcia ou canselha

3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas

ou ate masma calculos e fra90es

4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos

5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate

masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco

mental

32

o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias

desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil

enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim

a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)

AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica

para a realizayllo de projetos

Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a

alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas

dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado

e se estao todos proximos suficientes do narrador

A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0

narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e

adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para

narrar historias

Segundo Tahan

Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)

Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as

crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer

Tahan informa

33

os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)

Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e

segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas

pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em

cantata com as criantyas

o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn

texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a

historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta

o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao

socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern

pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que

Ihe eram contadas

Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque

a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)

o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a

escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de

ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo

Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para

poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto

professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco

34

Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur

normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a

participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando

gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com

abras especificas para cada idade das criancas

Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica

e 3 ate 6 anas fase magica

Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn

enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa

integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias

que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza

(humanizadas)

Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a

repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas

outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes

Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras

grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com

certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por

genero

No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes

iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras

Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os

circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)

35

A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os

g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0

romance a novela 0 conto 0 drama etc

Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se

dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a

palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que

empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao

Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou

escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis

tenhamos ou n~o consciencia delas

Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua

peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como

A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna

sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral

o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex

objetos elementos da natureza

A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e

anirnais com urn ensinamento moral

o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre

ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo

A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a

historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas

Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da

magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias

precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais

36

Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre

as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem

Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa

pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a

des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no

processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi

incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario

o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de

informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e

ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de

educa~o

Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e

a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a

narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como

placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis

Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais

principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais

detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no

futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando

com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar

recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos

Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios

dependendo de cada circunstimcia

37

Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel

de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante

Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-

leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a

crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim

gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da

linguagem

Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e

sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a

comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80

livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem

atraves do ludico

Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos

devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au

dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias

o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar

as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a

que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a

compreens~o par parte da crianca

Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram

nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das

maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo

que a rodeia

38

JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)

Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia

essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as

maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a

brincadeira a aprendizado se instala

Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem

basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias

as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para

este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele

que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da

prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade

adulta

A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande

destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca

neste genero litera rio

Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil

devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao

de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar

qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar

deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor

deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure

39

Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido

no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto

pedagogico

Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8

livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com

suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada

Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de

contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta

algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em

conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos

objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a

redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos

de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar

A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os

aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da

participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura

e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da

utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas

41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS

411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos

Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu

surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam

utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a

40

funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas

delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)

bull Boneca contador de hist6rias

As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia

jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-

linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de

pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de

serem proferidos rapidamente)

As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das

mais tfmidas

bull Cria~Ao de final de historia

A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando

pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona

iniciada pel a educadora

o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em

papel

bull Errando as hist6rias

Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas

par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais

ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos

pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam

preocupa~o maior com 0 significado)

Chuva e sol casamento de espanhol

Chuva e sol casamento de caracol

41

bull Fantoches

A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as

crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com

cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas

mas mas manuseando as personagens

bull Gravuras

Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai

apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada

bull Jogo de contar hist6rias

Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos

escralem ou ilustram a hist6ria

a Parlendas e gestos

b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com

as dedas batendo as pes ou as maos etc

c Quadrinhos

d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que

fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por

favor etc

bull Dobraduras

A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas

podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e

ouvindo a magica transformayao do papsl

As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam

a dobradura

Ex dobradura depois recitam

Pinto

o pinto pia

A pipa pinga

Pinga a pipa

a pinto pia

Pinto pia

Pipa pinga

Quanta mais

o pinto pia

Mais a pipa pinga

42

bull Tecnicas de narrativas

Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na

sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil

baseado na autora Susatto (2004)

43

o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter

em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente

aos personagens e aos seus estados e animas

Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam

nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es

segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das

condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto

Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do

abandono dos pais

E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas

narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida

real

Segundo Busatto

Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)

Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser

usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador

reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam

imagens)

U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do

castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim

Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que

se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90

com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da

44

dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus

elementos

DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc

Pianos - altura do movimento

Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic

Forra - intensidade empregado no movimento

Tempo - velocidade com que a movimento e executado

Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo

Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem

preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve

sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de

alunos

45

5 CONSIDERAyOES FINAlS

Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias

tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil

ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes

Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das

transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e

aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem

constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0

conhecimento

A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim

educar para a formayao de cidadaos

No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter

essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para

despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao

magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode

proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa

atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca

passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes

tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor

de seus direitos e deveres como cidadao

A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn

facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do

processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e

participativa

46

Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em

mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir

para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO

pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna

imposicao

o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a

contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a

utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par

leitura

Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da

Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente

com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico

A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que

oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir

para a constru~o de sua autonomia

o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada

pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do

professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no

ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura

Bruner afirma que

e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

48

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19

3 A RELACOES ENTRE 0 LlVRO 0 LODICO E A CRIANCA

Na vis~o de Klein e Schafaschek (1990) a processo pedagogico consiste na

transmissao do conhecimento de sua hist6ria assim sera mostrado 0 movimento

historico da linguagem oral e escrita

A linguagem e a consci~ncja sao resultados da ayAo coletiva que as

homens desenvolveram

Segundo Bakhtin

e a linguagem portanto enquanto possibilidade de representa~o logo deabslratao e generalizacAo das caracteristicas do mundo exterior quepossibilila a passagem da con5Ci~ndasensivel a conscilncia racional daoperaylo com objetos concretos com conceitos au representaffOes (1988p32)

Passa~se entaD para uma representayao da linguagem escrita Assim 0

processo da alfabetizacao dave tar reconhecimento do texto oral e escrito e

compreende seu total entendimento Ler nao e somente decifrar simbolos graficos

mas buscar a compreensao das mensagens contidas em suas linhas e entrelinhas

Segundo Cunha (1997) a adulto nao tem a habito de ler e coloca em

diversas situavoos suas justjficativas para 0 pouco tempo que disponibiliza para a

leltura ou seja essa suposi~o de que a crian~ nao se interessa pelo livra e

apenas a refiexo do proprio desinteresse do adulto par tal objeto (CUNHA 1997 p

48)

Nesse contexto a partjcipayao do professor e importante pois este sera 0

mediador entre a crian98 e 0 conhecimento facilitando 0 processo de aquisj~o da

cultura Dai a ideia de que a produ91ioda linguagem oral e escrita e resultado de

um esforyo de produ91iodos homens e desenvolveu-se atraves da necessidade da

mediayiio de um professor

20

Dentro desta perspectiva tem-se re18980 do adulto com a criany8 que

segundo Cunha (1997) e nessa perspectiva a leitura e colocada como mais uma

imposiyao A ideia de que a leitura vai fazer bem a crianya ou ao jOllem leva - nos a

obriga-Ios a ler como Ihes impomos a colher de remedio a injecl)a a escova de

dente a escola (CUNHA 1997 P 51)

Na perspective de Cunha a leitura nao deve ser imposta 0 905tO pel a

leitura deve ser desenvolvido E necessario que sejam obedecidas as fases de

interesse da criama quanta a leitura apresentadas abaixo

Na primeira fase de aquisicao palo g05tO da leitura delem ser

apresentados a crianB livros de gravuras e dos versos infantis (de 2 a 5 ou 6 anos)

E a fase de egocentrismo em que a crianya faz pouca distin9Bo entre a mundo

externo e 0 interno

Ja a idade entre 5 a 8 ou 9 anos caracteriza-se como a idade do Conto de

Fadas De posse de urna mentalidade magica 0 leitor vai buscar nos contos de

fadas lendas mitos e fabulas a simbologia necessaria a elabora~o de suas

viv~ncias

Partindo para a pre-adolesc(mcia e a idade da Historia ambiental e da

leitura Factual (9 a 12 anos) E a fase intermediaria em que persistem vestfgios do

pensamento magico mas a crianya comeya a orientar-se rna is para a real Via de

regra 0 leitar escolhe neste perfodo historias que Ihe apresentam 0 mundo como

ele e Atraves da percep9iio magica de determinado personagem

Dos 12 a 14 anos considera-se a idade da Historia de Aventuras ou fase de

leitura Psicol6gica orientada para as sensac6es E a perfodo da pre-adolescemcia

em que 0 conhecimento da propria personalidade e 0 desenvolvimento dos

precesses agressives ativam a vivlmcia social e a forma9iio de grupos

21

Nos anos de maturidade ou desenvolvimento da esfera Iitero-8stetica de

leitura (14 a 17 anas) ha a curiosidade pelo descobrimento 0 mundo interior e do

mundo dos valores 0 adolescente parte para a hierarquiza~o dos conceitos e a

organizatao de seu universo Aventuras de conteudo intelectual viagens romances

hist6ricos e biograficos historias de amor literatura engajada e temas relacionados

com as interesses Yocacionais v~o ajuda-Io a orientar-se e estruturar-se como

adullo

A questao mais discutida a raspaito de literatura asta relacionada ao fato de

que as jovens e as crianyas nao h~emmuitos s~o as argumentos como a falta de

condiyao financeira de comprar livre 0 pcuco habito de se frequentar a biblioteca os

atrativos e facilidades do computador e da televisao a falta do Mbito dos pais em

lerem entre Qutras causas Mas pode-se considerar como urn grande problema a

falta de habito de leitura nos pais

As autoras Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que middotpais que

nao leem nao poderao despertar em seus filhos 0 gosto pela leitura Imitativa por

natureza a crian98 encontra na familia a maior incentivo para a leitura (1986 p

03)

Assim e delegada a escola a responsabilidade de introduzir a crianca no

mundo dos livros Cabe a escola desenvolver a cantata com as livros que deve ser

iniciada a mais cedo passivel nao 56 pelo manuseio cama tambem pela hist6ria

contada pela conversa au pelos jogos ritmicos no sentido de fazer a crianca amar a

leitura

Esse contato inicial deve ser pautado pela conquista e nao pela imposiyao

o leitor infantI au a infanto-juvenil ao adquirir 0 905tO pela leitura estara

22

visitando urn mundo novo adquirindo conhecimento e aprimorando seu processo

comunicativo

Assim a literatura infantil como toda a obra de arte exerce uma influemcia

pedag6gica sobre 0 individuo quer pela contribuitao na forma9ao do seu

pensamento quer pelos modelos que apresenta Essa funtao pedag6gica tem

importancia unica jil que a contata com a literatura maida a mente e 0 cora9Ao da

crian98 Assim a literatura infantil tern uma finalidade primckia e fundamental que e a

de promover na crian~ 0 gosto pela beleza da palavra 0 deleite perante a cria9ao

de mundos de ficcao

Para alem dista tern ainda a fun980 de arraigar as palavras no mundo

magico da crian~ permitindo-Ihe nlio s6 entende-Ias e usa-las como tambem

goza-Ias e desfruta-Ias no contexto da imaginataomiddot (WORNICOV WAGNER

RUSSOMANO EWEBER 1986 p 04)

MLer as figuras imaginar a hist6ria e desenvolver mental mente urn emado

s~o atividades que poderiam S8r desenvolvidas na educayao infant A escola

dedica ainda pouco tempo para a laitura e a interpreta~o e masmo para a

produtao de textos Mesmo que nao possuindo ainda a capacidade da escrita deve

- S8 compreender que 0 gosto pela leitura it tambem adquirido pelo simples

manuseio de um livro

Neste sentido vale ressaltar as colocalt6esde Orlandi (1987) que distingue

tres tipos de discurso 0 ludico 0 polemico e 0 autaritaria E dentre os diferentes

tipos de discurso autoritario que encontramos 0 discurso pedag6gico que aqui

interessa na medida em que ele tern responsabilidade marcante na atividade que

engloba 0 processo de ensina de leitura no primeiro grau

Este discurso esla a servivo da escola e esta a serviVOde uma ideologia

23

que contribui para dificultar a encontro do saber institucionalizado com as classes

menes favorecidas Isto ocorre porque 0 professor detem 0 saber e trabalha muitas

vezes sem perceber au ate para mostrar poder mascarando 0 tempo todo

afirmando que a aluno tarnham pade dizer 0 que pensa pode opinar pode sugerir

etc e na realidade nao acontece essa pratica a 0 que sa v~ e uma liberdade

vigiada

Sendo 0 professor 0 dono do saber torna-se modelo leitor por excel~ncia

ficando 0 aluno muitas vezes impossihilitado de pensar de refletir e de criar as

pr6prias condicaes de producao

Dessa forma acontece a leitura que 0 autor citado chama de parafrastica ou

seja a raproducao do sentido que 0 autor da ao texto ao contrario da poliss~mica

que se defina pelos multiplos sentidos que ao texto podem ser atribuidos

De acordo com Wornicov Wagner Russomano e Weber

obras especialmenle escntas para crian((CIsmuitas vezes recebem suarejeiyao outras como Robinson Cru50~ de Daniel DefOe Contes de rnamere Ioye de Charles Perrault ou Visgens de Gulliver de Jonathan Swiftnao originalmente destinado aD publico infantrJ foram incorporadas aoacervo de livros para a inftlncia (1988 p 05)

Ainda segundo as autoras e a aceitacao da obra por parte da crian~ que

determina a sua adequacao 80 publico infantil ou n~o ou seja e a crian~ que deve

encontrar na obra seus interesses a unica adaptacao e com refer~ncia ao

conhecimento e limitacentes da crianya As obras literarias infantis devem ser mais do

que instrumentos para proporcionar hist6ria ou induzir a fantasia como toda a obra

de arte exercem uma influencia pedag6gica sobre a individua quer pel a

contribui~o na forma9ilo do seu pensamenta quer pel os modelos que apresenta

Essa funcao pedag6gica tem importancia unica ja que 0 contato com a

literatura desperta na crianya a seu imaginario Assim a literatura infantil tern urna

24

finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a

beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm

dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya

permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las

no contexto da imagina9ilo

Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel

afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida

do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade

inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade

promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao

Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que

ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser

(1986 p 07)

A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da

crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a

crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0

aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a

escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua

com os livros

Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que

em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)

o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao

sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese

classifica96es devem ser respeitadas e entendidas

Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista

que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a

crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam

ocupam a centro de seus interesses

Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as

estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de

capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas

em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas

hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de

encantamenta

Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das

modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua

imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia

A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au

varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que

rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade

ludica e magica em que vive a crianca

Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou

hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0

seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um

temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa

2S

26

Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das

crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a

socializaltao

Para Froebel

a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)

Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento

para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais

adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a

socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)

Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e

preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera

explicitada a seguir

31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA

A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana

atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no

mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras

Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn

mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo

e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a

crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente

nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente

ausente em animais

27

A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~

em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala

mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos

A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo

porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do

jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da

crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa

submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo

muito diferente

Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de

desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento

habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa

ala fosse maior do que e na realidade

Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o

a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo

pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que

sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz

em sua totalidade bio-psico-social-educacional

E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de

enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e

sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que

ajudam para 0 seu desenvolvimento global

Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais

independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as

28

espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar

inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha

limites e e importante que n~o superestime sues capacidades

o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive

despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao

respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses

valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos

de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a

desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser

multo bern aprimoradas no pre-escolar

A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo

as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em

sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida

A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento

entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0

saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de

reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade

o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao

das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre

para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e

individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa

movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade

ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios

interesses pessoais no desenvolvimento das atividades

29

Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-

escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu

simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras

crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos

As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque

nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas

Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia

de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de

adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e

imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem

o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna

retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de

seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0

habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)

Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos

importantes para aqueles que trabalham com a educaylio

A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada

para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica

30

4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR

Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto

a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern

proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya

retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e

reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a

compreensao do texto par parte da crianya

o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que

ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente

com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0

que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)

A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse

despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao

imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario

Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua

subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia

narrativa

Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer

ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)

31

Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar

divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar

na crianca a g05tO pela literatura

Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU

contaram uma hist6ria

Na 6ptica de Tahan

a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)

E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o

infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento

onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo

Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0

ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos

1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito

2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como

li~o advertlmcia ou canselha

3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas

ou ate masma calculos e fra90es

4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos

5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate

masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco

mental

32

o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias

desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil

enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim

a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)

AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica

para a realizayllo de projetos

Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a

alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas

dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado

e se estao todos proximos suficientes do narrador

A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0

narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e

adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para

narrar historias

Segundo Tahan

Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)

Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as

crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer

Tahan informa

33

os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)

Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e

segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas

pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em

cantata com as criantyas

o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn

texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a

historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta

o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao

socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern

pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que

Ihe eram contadas

Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque

a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)

o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a

escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de

ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo

Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para

poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto

professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco

34

Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur

normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a

participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando

gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com

abras especificas para cada idade das criancas

Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica

e 3 ate 6 anas fase magica

Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn

enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa

integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias

que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza

(humanizadas)

Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a

repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas

outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes

Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras

grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com

certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por

genero

No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes

iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras

Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os

circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)

35

A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os

g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0

romance a novela 0 conto 0 drama etc

Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se

dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a

palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que

empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao

Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou

escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis

tenhamos ou n~o consciencia delas

Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua

peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como

A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna

sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral

o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex

objetos elementos da natureza

A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e

anirnais com urn ensinamento moral

o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre

ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo

A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a

historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas

Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da

magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias

precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais

36

Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre

as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem

Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa

pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a

des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no

processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi

incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario

o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de

informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e

ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de

educa~o

Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e

a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a

narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como

placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis

Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais

principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais

detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no

futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando

com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar

recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos

Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios

dependendo de cada circunstimcia

37

Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel

de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante

Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-

leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a

crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim

gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da

linguagem

Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e

sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a

comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80

livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem

atraves do ludico

Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos

devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au

dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias

o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar

as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a

que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a

compreens~o par parte da crianca

Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram

nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das

maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo

que a rodeia

38

JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)

Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia

essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as

maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a

brincadeira a aprendizado se instala

Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem

basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias

as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para

este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele

que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da

prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade

adulta

A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande

destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca

neste genero litera rio

Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil

devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao

de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar

qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar

deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor

deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure

39

Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido

no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto

pedagogico

Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8

livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com

suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada

Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de

contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta

algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em

conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos

objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a

redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos

de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar

A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os

aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da

participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura

e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da

utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas

41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS

411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos

Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu

surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam

utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a

40

funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas

delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)

bull Boneca contador de hist6rias

As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia

jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-

linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de

pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de

serem proferidos rapidamente)

As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das

mais tfmidas

bull Cria~Ao de final de historia

A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando

pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona

iniciada pel a educadora

o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em

papel

bull Errando as hist6rias

Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas

par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais

ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos

pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam

preocupa~o maior com 0 significado)

Chuva e sol casamento de espanhol

Chuva e sol casamento de caracol

41

bull Fantoches

A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as

crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com

cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas

mas mas manuseando as personagens

bull Gravuras

Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai

apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada

bull Jogo de contar hist6rias

Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos

escralem ou ilustram a hist6ria

a Parlendas e gestos

b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com

as dedas batendo as pes ou as maos etc

c Quadrinhos

d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que

fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por

favor etc

bull Dobraduras

A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas

podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e

ouvindo a magica transformayao do papsl

As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam

a dobradura

Ex dobradura depois recitam

Pinto

o pinto pia

A pipa pinga

Pinga a pipa

a pinto pia

Pinto pia

Pipa pinga

Quanta mais

o pinto pia

Mais a pipa pinga

42

bull Tecnicas de narrativas

Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na

sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil

baseado na autora Susatto (2004)

43

o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter

em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente

aos personagens e aos seus estados e animas

Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam

nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es

segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das

condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto

Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do

abandono dos pais

E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas

narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida

real

Segundo Busatto

Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)

Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser

usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador

reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam

imagens)

U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do

castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim

Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que

se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90

com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da

44

dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus

elementos

DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc

Pianos - altura do movimento

Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic

Forra - intensidade empregado no movimento

Tempo - velocidade com que a movimento e executado

Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo

Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem

preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve

sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de

alunos

45

5 CONSIDERAyOES FINAlS

Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias

tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil

ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes

Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das

transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e

aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem

constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0

conhecimento

A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim

educar para a formayao de cidadaos

No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter

essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para

despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao

magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode

proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa

atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca

passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes

tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor

de seus direitos e deveres como cidadao

A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn

facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do

processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e

participativa

46

Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em

mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir

para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO

pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna

imposicao

o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a

contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a

utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par

leitura

Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da

Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente

com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico

A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que

oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir

para a constru~o de sua autonomia

o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada

pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do

professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no

ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura

Bruner afirma que

e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

48

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20

Dentro desta perspectiva tem-se re18980 do adulto com a criany8 que

segundo Cunha (1997) e nessa perspectiva a leitura e colocada como mais uma

imposiyao A ideia de que a leitura vai fazer bem a crianya ou ao jOllem leva - nos a

obriga-Ios a ler como Ihes impomos a colher de remedio a injecl)a a escova de

dente a escola (CUNHA 1997 P 51)

Na perspective de Cunha a leitura nao deve ser imposta 0 905tO pel a

leitura deve ser desenvolvido E necessario que sejam obedecidas as fases de

interesse da criama quanta a leitura apresentadas abaixo

Na primeira fase de aquisicao palo g05tO da leitura delem ser

apresentados a crianB livros de gravuras e dos versos infantis (de 2 a 5 ou 6 anos)

E a fase de egocentrismo em que a crianya faz pouca distin9Bo entre a mundo

externo e 0 interno

Ja a idade entre 5 a 8 ou 9 anos caracteriza-se como a idade do Conto de

Fadas De posse de urna mentalidade magica 0 leitor vai buscar nos contos de

fadas lendas mitos e fabulas a simbologia necessaria a elabora~o de suas

viv~ncias

Partindo para a pre-adolesc(mcia e a idade da Historia ambiental e da

leitura Factual (9 a 12 anos) E a fase intermediaria em que persistem vestfgios do

pensamento magico mas a crianya comeya a orientar-se rna is para a real Via de

regra 0 leitar escolhe neste perfodo historias que Ihe apresentam 0 mundo como

ele e Atraves da percep9iio magica de determinado personagem

Dos 12 a 14 anos considera-se a idade da Historia de Aventuras ou fase de

leitura Psicol6gica orientada para as sensac6es E a perfodo da pre-adolescemcia

em que 0 conhecimento da propria personalidade e 0 desenvolvimento dos

precesses agressives ativam a vivlmcia social e a forma9iio de grupos

21

Nos anos de maturidade ou desenvolvimento da esfera Iitero-8stetica de

leitura (14 a 17 anas) ha a curiosidade pelo descobrimento 0 mundo interior e do

mundo dos valores 0 adolescente parte para a hierarquiza~o dos conceitos e a

organizatao de seu universo Aventuras de conteudo intelectual viagens romances

hist6ricos e biograficos historias de amor literatura engajada e temas relacionados

com as interesses Yocacionais v~o ajuda-Io a orientar-se e estruturar-se como

adullo

A questao mais discutida a raspaito de literatura asta relacionada ao fato de

que as jovens e as crianyas nao h~emmuitos s~o as argumentos como a falta de

condiyao financeira de comprar livre 0 pcuco habito de se frequentar a biblioteca os

atrativos e facilidades do computador e da televisao a falta do Mbito dos pais em

lerem entre Qutras causas Mas pode-se considerar como urn grande problema a

falta de habito de leitura nos pais

As autoras Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que middotpais que

nao leem nao poderao despertar em seus filhos 0 gosto pela leitura Imitativa por

natureza a crian98 encontra na familia a maior incentivo para a leitura (1986 p

03)

Assim e delegada a escola a responsabilidade de introduzir a crianca no

mundo dos livros Cabe a escola desenvolver a cantata com as livros que deve ser

iniciada a mais cedo passivel nao 56 pelo manuseio cama tambem pela hist6ria

contada pela conversa au pelos jogos ritmicos no sentido de fazer a crianca amar a

leitura

Esse contato inicial deve ser pautado pela conquista e nao pela imposiyao

o leitor infantI au a infanto-juvenil ao adquirir 0 905tO pela leitura estara

22

visitando urn mundo novo adquirindo conhecimento e aprimorando seu processo

comunicativo

Assim a literatura infantil como toda a obra de arte exerce uma influemcia

pedag6gica sobre 0 individuo quer pela contribuitao na forma9ao do seu

pensamento quer pelos modelos que apresenta Essa funtao pedag6gica tem

importancia unica jil que a contata com a literatura maida a mente e 0 cora9Ao da

crian98 Assim a literatura infantil tern uma finalidade primckia e fundamental que e a

de promover na crian~ 0 gosto pela beleza da palavra 0 deleite perante a cria9ao

de mundos de ficcao

Para alem dista tern ainda a fun980 de arraigar as palavras no mundo

magico da crian~ permitindo-Ihe nlio s6 entende-Ias e usa-las como tambem

goza-Ias e desfruta-Ias no contexto da imaginataomiddot (WORNICOV WAGNER

RUSSOMANO EWEBER 1986 p 04)

MLer as figuras imaginar a hist6ria e desenvolver mental mente urn emado

s~o atividades que poderiam S8r desenvolvidas na educayao infant A escola

dedica ainda pouco tempo para a laitura e a interpreta~o e masmo para a

produtao de textos Mesmo que nao possuindo ainda a capacidade da escrita deve

- S8 compreender que 0 gosto pela leitura it tambem adquirido pelo simples

manuseio de um livro

Neste sentido vale ressaltar as colocalt6esde Orlandi (1987) que distingue

tres tipos de discurso 0 ludico 0 polemico e 0 autaritaria E dentre os diferentes

tipos de discurso autoritario que encontramos 0 discurso pedag6gico que aqui

interessa na medida em que ele tern responsabilidade marcante na atividade que

engloba 0 processo de ensina de leitura no primeiro grau

Este discurso esla a servivo da escola e esta a serviVOde uma ideologia

23

que contribui para dificultar a encontro do saber institucionalizado com as classes

menes favorecidas Isto ocorre porque 0 professor detem 0 saber e trabalha muitas

vezes sem perceber au ate para mostrar poder mascarando 0 tempo todo

afirmando que a aluno tarnham pade dizer 0 que pensa pode opinar pode sugerir

etc e na realidade nao acontece essa pratica a 0 que sa v~ e uma liberdade

vigiada

Sendo 0 professor 0 dono do saber torna-se modelo leitor por excel~ncia

ficando 0 aluno muitas vezes impossihilitado de pensar de refletir e de criar as

pr6prias condicaes de producao

Dessa forma acontece a leitura que 0 autor citado chama de parafrastica ou

seja a raproducao do sentido que 0 autor da ao texto ao contrario da poliss~mica

que se defina pelos multiplos sentidos que ao texto podem ser atribuidos

De acordo com Wornicov Wagner Russomano e Weber

obras especialmenle escntas para crian((CIsmuitas vezes recebem suarejeiyao outras como Robinson Cru50~ de Daniel DefOe Contes de rnamere Ioye de Charles Perrault ou Visgens de Gulliver de Jonathan Swiftnao originalmente destinado aD publico infantrJ foram incorporadas aoacervo de livros para a inftlncia (1988 p 05)

Ainda segundo as autoras e a aceitacao da obra por parte da crian~ que

determina a sua adequacao 80 publico infantil ou n~o ou seja e a crian~ que deve

encontrar na obra seus interesses a unica adaptacao e com refer~ncia ao

conhecimento e limitacentes da crianya As obras literarias infantis devem ser mais do

que instrumentos para proporcionar hist6ria ou induzir a fantasia como toda a obra

de arte exercem uma influencia pedag6gica sobre a individua quer pel a

contribui~o na forma9ilo do seu pensamenta quer pel os modelos que apresenta

Essa funcao pedag6gica tem importancia unica ja que 0 contato com a

literatura desperta na crianya a seu imaginario Assim a literatura infantil tern urna

24

finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a

beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm

dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya

permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las

no contexto da imagina9ilo

Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel

afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida

do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade

inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade

promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao

Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que

ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser

(1986 p 07)

A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da

crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a

crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0

aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a

escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua

com os livros

Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que

em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)

o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao

sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese

classifica96es devem ser respeitadas e entendidas

Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista

que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a

crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam

ocupam a centro de seus interesses

Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as

estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de

capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas

em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas

hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de

encantamenta

Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das

modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua

imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia

A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au

varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que

rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade

ludica e magica em que vive a crianca

Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou

hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0

seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um

temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa

2S

26

Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das

crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a

socializaltao

Para Froebel

a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)

Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento

para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais

adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a

socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)

Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e

preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera

explicitada a seguir

31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA

A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana

atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no

mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras

Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn

mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo

e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a

crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente

nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente

ausente em animais

27

A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~

em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala

mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos

A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo

porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do

jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da

crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa

submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo

muito diferente

Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de

desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento

habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa

ala fosse maior do que e na realidade

Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o

a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo

pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que

sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz

em sua totalidade bio-psico-social-educacional

E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de

enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e

sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que

ajudam para 0 seu desenvolvimento global

Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais

independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as

28

espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar

inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha

limites e e importante que n~o superestime sues capacidades

o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive

despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao

respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses

valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos

de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a

desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser

multo bern aprimoradas no pre-escolar

A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo

as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em

sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida

A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento

entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0

saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de

reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade

o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao

das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre

para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e

individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa

movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade

ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios

interesses pessoais no desenvolvimento das atividades

29

Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-

escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu

simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras

crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos

As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque

nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas

Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia

de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de

adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e

imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem

o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna

retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de

seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0

habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)

Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos

importantes para aqueles que trabalham com a educaylio

A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada

para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica

30

4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR

Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto

a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern

proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya

retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e

reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a

compreensao do texto par parte da crianya

o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que

ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente

com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0

que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)

A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse

despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao

imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario

Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua

subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia

narrativa

Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer

ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)

31

Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar

divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar

na crianca a g05tO pela literatura

Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU

contaram uma hist6ria

Na 6ptica de Tahan

a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)

E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o

infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento

onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo

Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0

ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos

1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito

2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como

li~o advertlmcia ou canselha

3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas

ou ate masma calculos e fra90es

4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos

5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate

masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco

mental

32

o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias

desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil

enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim

a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)

AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica

para a realizayllo de projetos

Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a

alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas

dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado

e se estao todos proximos suficientes do narrador

A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0

narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e

adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para

narrar historias

Segundo Tahan

Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)

Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as

crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer

Tahan informa

33

os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)

Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e

segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas

pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em

cantata com as criantyas

o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn

texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a

historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta

o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao

socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern

pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que

Ihe eram contadas

Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque

a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)

o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a

escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de

ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo

Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para

poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto

professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco

34

Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur

normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a

participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando

gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com

abras especificas para cada idade das criancas

Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica

e 3 ate 6 anas fase magica

Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn

enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa

integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias

que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza

(humanizadas)

Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a

repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas

outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes

Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras

grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com

certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por

genero

No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes

iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras

Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os

circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)

35

A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os

g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0

romance a novela 0 conto 0 drama etc

Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se

dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a

palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que

empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao

Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou

escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis

tenhamos ou n~o consciencia delas

Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua

peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como

A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna

sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral

o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex

objetos elementos da natureza

A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e

anirnais com urn ensinamento moral

o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre

ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo

A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a

historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas

Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da

magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias

precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais

36

Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre

as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem

Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa

pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a

des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no

processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi

incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario

o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de

informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e

ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de

educa~o

Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e

a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a

narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como

placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis

Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais

principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais

detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no

futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando

com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar

recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos

Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios

dependendo de cada circunstimcia

37

Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel

de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante

Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-

leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a

crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim

gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da

linguagem

Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e

sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a

comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80

livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem

atraves do ludico

Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos

devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au

dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias

o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar

as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a

que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a

compreens~o par parte da crianca

Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram

nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das

maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo

que a rodeia

38

JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)

Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia

essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as

maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a

brincadeira a aprendizado se instala

Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem

basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias

as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para

este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele

que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da

prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade

adulta

A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande

destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca

neste genero litera rio

Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil

devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao

de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar

qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar

deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor

deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure

39

Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido

no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto

pedagogico

Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8

livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com

suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada

Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de

contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta

algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em

conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos

objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a

redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos

de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar

A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os

aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da

participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura

e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da

utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas

41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS

411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos

Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu

surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam

utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a

40

funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas

delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)

bull Boneca contador de hist6rias

As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia

jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-

linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de

pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de

serem proferidos rapidamente)

As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das

mais tfmidas

bull Cria~Ao de final de historia

A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando

pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona

iniciada pel a educadora

o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em

papel

bull Errando as hist6rias

Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas

par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais

ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos

pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam

preocupa~o maior com 0 significado)

Chuva e sol casamento de espanhol

Chuva e sol casamento de caracol

41

bull Fantoches

A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as

crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com

cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas

mas mas manuseando as personagens

bull Gravuras

Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai

apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada

bull Jogo de contar hist6rias

Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos

escralem ou ilustram a hist6ria

a Parlendas e gestos

b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com

as dedas batendo as pes ou as maos etc

c Quadrinhos

d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que

fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por

favor etc

bull Dobraduras

A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas

podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e

ouvindo a magica transformayao do papsl

As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam

a dobradura

Ex dobradura depois recitam

Pinto

o pinto pia

A pipa pinga

Pinga a pipa

a pinto pia

Pinto pia

Pipa pinga

Quanta mais

o pinto pia

Mais a pipa pinga

42

bull Tecnicas de narrativas

Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na

sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil

baseado na autora Susatto (2004)

43

o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter

em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente

aos personagens e aos seus estados e animas

Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam

nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es

segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das

condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto

Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do

abandono dos pais

E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas

narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida

real

Segundo Busatto

Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)

Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser

usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador

reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam

imagens)

U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do

castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim

Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que

se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90

com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da

44

dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus

elementos

DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc

Pianos - altura do movimento

Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic

Forra - intensidade empregado no movimento

Tempo - velocidade com que a movimento e executado

Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo

Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem

preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve

sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de

alunos

45

5 CONSIDERAyOES FINAlS

Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias

tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil

ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes

Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das

transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e

aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem

constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0

conhecimento

A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim

educar para a formayao de cidadaos

No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter

essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para

despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao

magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode

proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa

atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca

passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes

tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor

de seus direitos e deveres como cidadao

A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn

facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do

processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e

participativa

46

Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em

mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir

para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO

pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna

imposicao

o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a

contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a

utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par

leitura

Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da

Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente

com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico

A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que

oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir

para a constru~o de sua autonomia

o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada

pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do

professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no

ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura

Bruner afirma que

e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

48

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21

Nos anos de maturidade ou desenvolvimento da esfera Iitero-8stetica de

leitura (14 a 17 anas) ha a curiosidade pelo descobrimento 0 mundo interior e do

mundo dos valores 0 adolescente parte para a hierarquiza~o dos conceitos e a

organizatao de seu universo Aventuras de conteudo intelectual viagens romances

hist6ricos e biograficos historias de amor literatura engajada e temas relacionados

com as interesses Yocacionais v~o ajuda-Io a orientar-se e estruturar-se como

adullo

A questao mais discutida a raspaito de literatura asta relacionada ao fato de

que as jovens e as crianyas nao h~emmuitos s~o as argumentos como a falta de

condiyao financeira de comprar livre 0 pcuco habito de se frequentar a biblioteca os

atrativos e facilidades do computador e da televisao a falta do Mbito dos pais em

lerem entre Qutras causas Mas pode-se considerar como urn grande problema a

falta de habito de leitura nos pais

As autoras Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que middotpais que

nao leem nao poderao despertar em seus filhos 0 gosto pela leitura Imitativa por

natureza a crian98 encontra na familia a maior incentivo para a leitura (1986 p

03)

Assim e delegada a escola a responsabilidade de introduzir a crianca no

mundo dos livros Cabe a escola desenvolver a cantata com as livros que deve ser

iniciada a mais cedo passivel nao 56 pelo manuseio cama tambem pela hist6ria

contada pela conversa au pelos jogos ritmicos no sentido de fazer a crianca amar a

leitura

Esse contato inicial deve ser pautado pela conquista e nao pela imposiyao

o leitor infantI au a infanto-juvenil ao adquirir 0 905tO pela leitura estara

22

visitando urn mundo novo adquirindo conhecimento e aprimorando seu processo

comunicativo

Assim a literatura infantil como toda a obra de arte exerce uma influemcia

pedag6gica sobre 0 individuo quer pela contribuitao na forma9ao do seu

pensamento quer pelos modelos que apresenta Essa funtao pedag6gica tem

importancia unica jil que a contata com a literatura maida a mente e 0 cora9Ao da

crian98 Assim a literatura infantil tern uma finalidade primckia e fundamental que e a

de promover na crian~ 0 gosto pela beleza da palavra 0 deleite perante a cria9ao

de mundos de ficcao

Para alem dista tern ainda a fun980 de arraigar as palavras no mundo

magico da crian~ permitindo-Ihe nlio s6 entende-Ias e usa-las como tambem

goza-Ias e desfruta-Ias no contexto da imaginataomiddot (WORNICOV WAGNER

RUSSOMANO EWEBER 1986 p 04)

MLer as figuras imaginar a hist6ria e desenvolver mental mente urn emado

s~o atividades que poderiam S8r desenvolvidas na educayao infant A escola

dedica ainda pouco tempo para a laitura e a interpreta~o e masmo para a

produtao de textos Mesmo que nao possuindo ainda a capacidade da escrita deve

- S8 compreender que 0 gosto pela leitura it tambem adquirido pelo simples

manuseio de um livro

Neste sentido vale ressaltar as colocalt6esde Orlandi (1987) que distingue

tres tipos de discurso 0 ludico 0 polemico e 0 autaritaria E dentre os diferentes

tipos de discurso autoritario que encontramos 0 discurso pedag6gico que aqui

interessa na medida em que ele tern responsabilidade marcante na atividade que

engloba 0 processo de ensina de leitura no primeiro grau

Este discurso esla a servivo da escola e esta a serviVOde uma ideologia

23

que contribui para dificultar a encontro do saber institucionalizado com as classes

menes favorecidas Isto ocorre porque 0 professor detem 0 saber e trabalha muitas

vezes sem perceber au ate para mostrar poder mascarando 0 tempo todo

afirmando que a aluno tarnham pade dizer 0 que pensa pode opinar pode sugerir

etc e na realidade nao acontece essa pratica a 0 que sa v~ e uma liberdade

vigiada

Sendo 0 professor 0 dono do saber torna-se modelo leitor por excel~ncia

ficando 0 aluno muitas vezes impossihilitado de pensar de refletir e de criar as

pr6prias condicaes de producao

Dessa forma acontece a leitura que 0 autor citado chama de parafrastica ou

seja a raproducao do sentido que 0 autor da ao texto ao contrario da poliss~mica

que se defina pelos multiplos sentidos que ao texto podem ser atribuidos

De acordo com Wornicov Wagner Russomano e Weber

obras especialmenle escntas para crian((CIsmuitas vezes recebem suarejeiyao outras como Robinson Cru50~ de Daniel DefOe Contes de rnamere Ioye de Charles Perrault ou Visgens de Gulliver de Jonathan Swiftnao originalmente destinado aD publico infantrJ foram incorporadas aoacervo de livros para a inftlncia (1988 p 05)

Ainda segundo as autoras e a aceitacao da obra por parte da crian~ que

determina a sua adequacao 80 publico infantil ou n~o ou seja e a crian~ que deve

encontrar na obra seus interesses a unica adaptacao e com refer~ncia ao

conhecimento e limitacentes da crianya As obras literarias infantis devem ser mais do

que instrumentos para proporcionar hist6ria ou induzir a fantasia como toda a obra

de arte exercem uma influencia pedag6gica sobre a individua quer pel a

contribui~o na forma9ilo do seu pensamenta quer pel os modelos que apresenta

Essa funcao pedag6gica tem importancia unica ja que 0 contato com a

literatura desperta na crianya a seu imaginario Assim a literatura infantil tern urna

24

finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a

beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm

dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya

permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las

no contexto da imagina9ilo

Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel

afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida

do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade

inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade

promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao

Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que

ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser

(1986 p 07)

A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da

crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a

crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0

aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a

escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua

com os livros

Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que

em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)

o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao

sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese

classifica96es devem ser respeitadas e entendidas

Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista

que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a

crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam

ocupam a centro de seus interesses

Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as

estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de

capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas

em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas

hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de

encantamenta

Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das

modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua

imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia

A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au

varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que

rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade

ludica e magica em que vive a crianca

Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou

hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0

seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um

temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa

2S

26

Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das

crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a

socializaltao

Para Froebel

a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)

Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento

para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais

adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a

socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)

Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e

preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera

explicitada a seguir

31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA

A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana

atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no

mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras

Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn

mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo

e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a

crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente

nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente

ausente em animais

27

A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~

em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala

mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos

A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo

porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do

jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da

crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa

submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo

muito diferente

Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de

desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento

habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa

ala fosse maior do que e na realidade

Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o

a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo

pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que

sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz

em sua totalidade bio-psico-social-educacional

E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de

enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e

sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que

ajudam para 0 seu desenvolvimento global

Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais

independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as

28

espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar

inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha

limites e e importante que n~o superestime sues capacidades

o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive

despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao

respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses

valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos

de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a

desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser

multo bern aprimoradas no pre-escolar

A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo

as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em

sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida

A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento

entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0

saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de

reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade

o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao

das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre

para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e

individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa

movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade

ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios

interesses pessoais no desenvolvimento das atividades

29

Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-

escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu

simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras

crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos

As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque

nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas

Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia

de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de

adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e

imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem

o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna

retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de

seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0

habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)

Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos

importantes para aqueles que trabalham com a educaylio

A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada

para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica

30

4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR

Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto

a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern

proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya

retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e

reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a

compreensao do texto par parte da crianya

o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que

ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente

com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0

que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)

A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse

despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao

imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario

Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua

subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia

narrativa

Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer

ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)

31

Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar

divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar

na crianca a g05tO pela literatura

Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU

contaram uma hist6ria

Na 6ptica de Tahan

a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)

E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o

infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento

onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo

Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0

ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos

1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito

2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como

li~o advertlmcia ou canselha

3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas

ou ate masma calculos e fra90es

4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos

5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate

masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco

mental

32

o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias

desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil

enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim

a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)

AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica

para a realizayllo de projetos

Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a

alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas

dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado

e se estao todos proximos suficientes do narrador

A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0

narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e

adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para

narrar historias

Segundo Tahan

Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)

Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as

crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer

Tahan informa

33

os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)

Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e

segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas

pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em

cantata com as criantyas

o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn

texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a

historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta

o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao

socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern

pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que

Ihe eram contadas

Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque

a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)

o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a

escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de

ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo

Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para

poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto

professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco

34

Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur

normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a

participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando

gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com

abras especificas para cada idade das criancas

Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica

e 3 ate 6 anas fase magica

Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn

enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa

integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias

que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza

(humanizadas)

Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a

repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas

outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes

Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras

grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com

certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por

genero

No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes

iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras

Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os

circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)

35

A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os

g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0

romance a novela 0 conto 0 drama etc

Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se

dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a

palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que

empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao

Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou

escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis

tenhamos ou n~o consciencia delas

Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua

peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como

A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna

sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral

o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex

objetos elementos da natureza

A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e

anirnais com urn ensinamento moral

o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre

ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo

A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a

historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas

Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da

magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias

precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais

36

Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre

as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem

Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa

pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a

des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no

processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi

incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario

o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de

informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e

ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de

educa~o

Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e

a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a

narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como

placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis

Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais

principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais

detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no

futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando

com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar

recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos

Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios

dependendo de cada circunstimcia

37

Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel

de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante

Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-

leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a

crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim

gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da

linguagem

Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e

sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a

comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80

livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem

atraves do ludico

Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos

devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au

dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias

o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar

as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a

que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a

compreens~o par parte da crianca

Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram

nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das

maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo

que a rodeia

38

JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)

Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia

essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as

maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a

brincadeira a aprendizado se instala

Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem

basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias

as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para

este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele

que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da

prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade

adulta

A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande

destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca

neste genero litera rio

Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil

devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao

de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar

qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar

deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor

deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure

39

Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido

no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto

pedagogico

Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8

livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com

suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada

Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de

contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta

algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em

conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos

objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a

redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos

de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar

A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os

aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da

participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura

e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da

utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas

41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS

411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos

Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu

surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam

utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a

40

funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas

delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)

bull Boneca contador de hist6rias

As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia

jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-

linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de

pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de

serem proferidos rapidamente)

As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das

mais tfmidas

bull Cria~Ao de final de historia

A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando

pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona

iniciada pel a educadora

o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em

papel

bull Errando as hist6rias

Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas

par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais

ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos

pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam

preocupa~o maior com 0 significado)

Chuva e sol casamento de espanhol

Chuva e sol casamento de caracol

41

bull Fantoches

A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as

crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com

cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas

mas mas manuseando as personagens

bull Gravuras

Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai

apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada

bull Jogo de contar hist6rias

Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos

escralem ou ilustram a hist6ria

a Parlendas e gestos

b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com

as dedas batendo as pes ou as maos etc

c Quadrinhos

d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que

fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por

favor etc

bull Dobraduras

A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas

podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e

ouvindo a magica transformayao do papsl

As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam

a dobradura

Ex dobradura depois recitam

Pinto

o pinto pia

A pipa pinga

Pinga a pipa

a pinto pia

Pinto pia

Pipa pinga

Quanta mais

o pinto pia

Mais a pipa pinga

42

bull Tecnicas de narrativas

Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na

sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil

baseado na autora Susatto (2004)

43

o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter

em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente

aos personagens e aos seus estados e animas

Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam

nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es

segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das

condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto

Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do

abandono dos pais

E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas

narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida

real

Segundo Busatto

Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)

Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser

usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador

reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam

imagens)

U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do

castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim

Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que

se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90

com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da

44

dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus

elementos

DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc

Pianos - altura do movimento

Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic

Forra - intensidade empregado no movimento

Tempo - velocidade com que a movimento e executado

Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo

Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem

preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve

sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de

alunos

45

5 CONSIDERAyOES FINAlS

Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias

tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil

ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes

Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das

transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e

aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem

constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0

conhecimento

A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim

educar para a formayao de cidadaos

No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter

essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para

despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao

magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode

proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa

atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca

passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes

tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor

de seus direitos e deveres como cidadao

A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn

facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do

processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e

participativa

46

Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em

mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir

para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO

pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna

imposicao

o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a

contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a

utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par

leitura

Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da

Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente

com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico

A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que

oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir

para a constru~o de sua autonomia

o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada

pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do

professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no

ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura

Bruner afirma que

e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

48

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22

visitando urn mundo novo adquirindo conhecimento e aprimorando seu processo

comunicativo

Assim a literatura infantil como toda a obra de arte exerce uma influemcia

pedag6gica sobre 0 individuo quer pela contribuitao na forma9ao do seu

pensamento quer pelos modelos que apresenta Essa funtao pedag6gica tem

importancia unica jil que a contata com a literatura maida a mente e 0 cora9Ao da

crian98 Assim a literatura infantil tern uma finalidade primckia e fundamental que e a

de promover na crian~ 0 gosto pela beleza da palavra 0 deleite perante a cria9ao

de mundos de ficcao

Para alem dista tern ainda a fun980 de arraigar as palavras no mundo

magico da crian~ permitindo-Ihe nlio s6 entende-Ias e usa-las como tambem

goza-Ias e desfruta-Ias no contexto da imaginataomiddot (WORNICOV WAGNER

RUSSOMANO EWEBER 1986 p 04)

MLer as figuras imaginar a hist6ria e desenvolver mental mente urn emado

s~o atividades que poderiam S8r desenvolvidas na educayao infant A escola

dedica ainda pouco tempo para a laitura e a interpreta~o e masmo para a

produtao de textos Mesmo que nao possuindo ainda a capacidade da escrita deve

- S8 compreender que 0 gosto pela leitura it tambem adquirido pelo simples

manuseio de um livro

Neste sentido vale ressaltar as colocalt6esde Orlandi (1987) que distingue

tres tipos de discurso 0 ludico 0 polemico e 0 autaritaria E dentre os diferentes

tipos de discurso autoritario que encontramos 0 discurso pedag6gico que aqui

interessa na medida em que ele tern responsabilidade marcante na atividade que

engloba 0 processo de ensina de leitura no primeiro grau

Este discurso esla a servivo da escola e esta a serviVOde uma ideologia

23

que contribui para dificultar a encontro do saber institucionalizado com as classes

menes favorecidas Isto ocorre porque 0 professor detem 0 saber e trabalha muitas

vezes sem perceber au ate para mostrar poder mascarando 0 tempo todo

afirmando que a aluno tarnham pade dizer 0 que pensa pode opinar pode sugerir

etc e na realidade nao acontece essa pratica a 0 que sa v~ e uma liberdade

vigiada

Sendo 0 professor 0 dono do saber torna-se modelo leitor por excel~ncia

ficando 0 aluno muitas vezes impossihilitado de pensar de refletir e de criar as

pr6prias condicaes de producao

Dessa forma acontece a leitura que 0 autor citado chama de parafrastica ou

seja a raproducao do sentido que 0 autor da ao texto ao contrario da poliss~mica

que se defina pelos multiplos sentidos que ao texto podem ser atribuidos

De acordo com Wornicov Wagner Russomano e Weber

obras especialmenle escntas para crian((CIsmuitas vezes recebem suarejeiyao outras como Robinson Cru50~ de Daniel DefOe Contes de rnamere Ioye de Charles Perrault ou Visgens de Gulliver de Jonathan Swiftnao originalmente destinado aD publico infantrJ foram incorporadas aoacervo de livros para a inftlncia (1988 p 05)

Ainda segundo as autoras e a aceitacao da obra por parte da crian~ que

determina a sua adequacao 80 publico infantil ou n~o ou seja e a crian~ que deve

encontrar na obra seus interesses a unica adaptacao e com refer~ncia ao

conhecimento e limitacentes da crianya As obras literarias infantis devem ser mais do

que instrumentos para proporcionar hist6ria ou induzir a fantasia como toda a obra

de arte exercem uma influencia pedag6gica sobre a individua quer pel a

contribui~o na forma9ilo do seu pensamenta quer pel os modelos que apresenta

Essa funcao pedag6gica tem importancia unica ja que 0 contato com a

literatura desperta na crianya a seu imaginario Assim a literatura infantil tern urna

24

finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a

beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm

dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya

permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las

no contexto da imagina9ilo

Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel

afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida

do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade

inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade

promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao

Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que

ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser

(1986 p 07)

A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da

crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a

crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0

aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a

escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua

com os livros

Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que

em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)

o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao

sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese

classifica96es devem ser respeitadas e entendidas

Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista

que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a

crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam

ocupam a centro de seus interesses

Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as

estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de

capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas

em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas

hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de

encantamenta

Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das

modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua

imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia

A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au

varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que

rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade

ludica e magica em que vive a crianca

Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou

hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0

seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um

temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa

2S

26

Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das

crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a

socializaltao

Para Froebel

a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)

Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento

para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais

adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a

socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)

Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e

preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera

explicitada a seguir

31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA

A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana

atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no

mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras

Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn

mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo

e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a

crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente

nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente

ausente em animais

27

A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~

em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala

mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos

A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo

porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do

jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da

crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa

submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo

muito diferente

Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de

desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento

habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa

ala fosse maior do que e na realidade

Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o

a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo

pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que

sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz

em sua totalidade bio-psico-social-educacional

E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de

enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e

sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que

ajudam para 0 seu desenvolvimento global

Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais

independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as

28

espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar

inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha

limites e e importante que n~o superestime sues capacidades

o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive

despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao

respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses

valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos

de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a

desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser

multo bern aprimoradas no pre-escolar

A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo

as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em

sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida

A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento

entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0

saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de

reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade

o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao

das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre

para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e

individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa

movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade

ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios

interesses pessoais no desenvolvimento das atividades

29

Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-

escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu

simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras

crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos

As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque

nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas

Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia

de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de

adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e

imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem

o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna

retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de

seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0

habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)

Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos

importantes para aqueles que trabalham com a educaylio

A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada

para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica

30

4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR

Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto

a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern

proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya

retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e

reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a

compreensao do texto par parte da crianya

o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que

ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente

com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0

que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)

A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse

despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao

imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario

Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua

subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia

narrativa

Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer

ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)

31

Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar

divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar

na crianca a g05tO pela literatura

Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU

contaram uma hist6ria

Na 6ptica de Tahan

a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)

E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o

infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento

onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo

Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0

ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos

1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito

2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como

li~o advertlmcia ou canselha

3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas

ou ate masma calculos e fra90es

4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos

5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate

masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco

mental

32

o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias

desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil

enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim

a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)

AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica

para a realizayllo de projetos

Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a

alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas

dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado

e se estao todos proximos suficientes do narrador

A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0

narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e

adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para

narrar historias

Segundo Tahan

Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)

Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as

crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer

Tahan informa

33

os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)

Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e

segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas

pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em

cantata com as criantyas

o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn

texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a

historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta

o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao

socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern

pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que

Ihe eram contadas

Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque

a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)

o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a

escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de

ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo

Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para

poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto

professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco

34

Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur

normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a

participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando

gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com

abras especificas para cada idade das criancas

Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica

e 3 ate 6 anas fase magica

Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn

enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa

integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias

que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza

(humanizadas)

Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a

repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas

outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes

Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras

grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com

certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por

genero

No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes

iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras

Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os

circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)

35

A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os

g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0

romance a novela 0 conto 0 drama etc

Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se

dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a

palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que

empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao

Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou

escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis

tenhamos ou n~o consciencia delas

Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua

peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como

A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna

sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral

o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex

objetos elementos da natureza

A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e

anirnais com urn ensinamento moral

o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre

ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo

A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a

historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas

Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da

magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias

precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais

36

Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre

as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem

Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa

pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a

des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no

processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi

incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario

o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de

informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e

ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de

educa~o

Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e

a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a

narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como

placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis

Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais

principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais

detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no

futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando

com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar

recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos

Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios

dependendo de cada circunstimcia

37

Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel

de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante

Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-

leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a

crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim

gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da

linguagem

Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e

sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a

comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80

livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem

atraves do ludico

Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos

devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au

dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias

o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar

as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a

que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a

compreens~o par parte da crianca

Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram

nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das

maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo

que a rodeia

38

JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)

Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia

essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as

maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a

brincadeira a aprendizado se instala

Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem

basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias

as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para

este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele

que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da

prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade

adulta

A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande

destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca

neste genero litera rio

Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil

devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao

de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar

qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar

deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor

deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure

39

Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido

no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto

pedagogico

Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8

livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com

suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada

Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de

contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta

algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em

conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos

objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a

redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos

de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar

A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os

aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da

participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura

e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da

utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas

41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS

411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos

Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu

surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam

utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a

40

funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas

delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)

bull Boneca contador de hist6rias

As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia

jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-

linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de

pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de

serem proferidos rapidamente)

As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das

mais tfmidas

bull Cria~Ao de final de historia

A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando

pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona

iniciada pel a educadora

o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em

papel

bull Errando as hist6rias

Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas

par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais

ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos

pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam

preocupa~o maior com 0 significado)

Chuva e sol casamento de espanhol

Chuva e sol casamento de caracol

41

bull Fantoches

A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as

crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com

cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas

mas mas manuseando as personagens

bull Gravuras

Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai

apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada

bull Jogo de contar hist6rias

Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos

escralem ou ilustram a hist6ria

a Parlendas e gestos

b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com

as dedas batendo as pes ou as maos etc

c Quadrinhos

d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que

fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por

favor etc

bull Dobraduras

A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas

podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e

ouvindo a magica transformayao do papsl

As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam

a dobradura

Ex dobradura depois recitam

Pinto

o pinto pia

A pipa pinga

Pinga a pipa

a pinto pia

Pinto pia

Pipa pinga

Quanta mais

o pinto pia

Mais a pipa pinga

42

bull Tecnicas de narrativas

Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na

sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil

baseado na autora Susatto (2004)

43

o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter

em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente

aos personagens e aos seus estados e animas

Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam

nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es

segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das

condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto

Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do

abandono dos pais

E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas

narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida

real

Segundo Busatto

Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)

Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser

usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador

reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam

imagens)

U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do

castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim

Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que

se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90

com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da

44

dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus

elementos

DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc

Pianos - altura do movimento

Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic

Forra - intensidade empregado no movimento

Tempo - velocidade com que a movimento e executado

Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo

Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem

preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve

sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de

alunos

45

5 CONSIDERAyOES FINAlS

Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias

tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil

ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes

Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das

transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e

aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem

constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0

conhecimento

A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim

educar para a formayao de cidadaos

No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter

essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para

despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao

magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode

proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa

atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca

passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes

tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor

de seus direitos e deveres como cidadao

A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn

facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do

processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e

participativa

46

Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em

mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir

para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO

pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna

imposicao

o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a

contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a

utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par

leitura

Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da

Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente

com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico

A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que

oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir

para a constru~o de sua autonomia

o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada

pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do

professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no

ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura

Bruner afirma que

e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

48

REFERENCIAS

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FERREIRO Emilia Os processos de leitura e escrita novas perspectivas PortoAlegre Artes Medicas 1987

FROEBEL Frederic A educaiio do homem Sao Paulo Hucitec 1913

GARCIA Regina Leite Revisitando a prfHlscola 4 ed Sao Paulo Cortez 2000

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KLEIN Ligia Regina SHAFASCHEK Rosicler Alfabetiza91io In Equipe doDEPGSEEDPR (Org) Curricula Msico para a eseola publica do Estado doParana 1 ed Curitiba Imprensa Oficial do Estado do Parana V 1990

49

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LEMOS Claudia Thereza Guimaraes de Lingua e discurso na teolizaao sabreaquisiao da lingusgeml Sao Pauligt Brasiliense1978

MEIRELES Cecilia Problemas da literatura intanti 2 ed Sao Paulo Summus1979

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VYGOTSKY Lev Semenorich Pensamento e linguagem 3 ed Sao Paulo MartinsFontes 1991

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WORNICOV Ruth WAGNER Elisia RUSSOMANO Moema e WEBER Nadia C BClianra-Ieituramiddotlivro Sap Paulo Nobel 1986

lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998

23

que contribui para dificultar a encontro do saber institucionalizado com as classes

menes favorecidas Isto ocorre porque 0 professor detem 0 saber e trabalha muitas

vezes sem perceber au ate para mostrar poder mascarando 0 tempo todo

afirmando que a aluno tarnham pade dizer 0 que pensa pode opinar pode sugerir

etc e na realidade nao acontece essa pratica a 0 que sa v~ e uma liberdade

vigiada

Sendo 0 professor 0 dono do saber torna-se modelo leitor por excel~ncia

ficando 0 aluno muitas vezes impossihilitado de pensar de refletir e de criar as

pr6prias condicaes de producao

Dessa forma acontece a leitura que 0 autor citado chama de parafrastica ou

seja a raproducao do sentido que 0 autor da ao texto ao contrario da poliss~mica

que se defina pelos multiplos sentidos que ao texto podem ser atribuidos

De acordo com Wornicov Wagner Russomano e Weber

obras especialmenle escntas para crian((CIsmuitas vezes recebem suarejeiyao outras como Robinson Cru50~ de Daniel DefOe Contes de rnamere Ioye de Charles Perrault ou Visgens de Gulliver de Jonathan Swiftnao originalmente destinado aD publico infantrJ foram incorporadas aoacervo de livros para a inftlncia (1988 p 05)

Ainda segundo as autoras e a aceitacao da obra por parte da crian~ que

determina a sua adequacao 80 publico infantil ou n~o ou seja e a crian~ que deve

encontrar na obra seus interesses a unica adaptacao e com refer~ncia ao

conhecimento e limitacentes da crianya As obras literarias infantis devem ser mais do

que instrumentos para proporcionar hist6ria ou induzir a fantasia como toda a obra

de arte exercem uma influencia pedag6gica sobre a individua quer pel a

contribui~o na forma9ilo do seu pensamenta quer pel os modelos que apresenta

Essa funcao pedag6gica tem importancia unica ja que 0 contato com a

literatura desperta na crianya a seu imaginario Assim a literatura infantil tern urna

24

finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a

beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm

dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya

permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las

no contexto da imagina9ilo

Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel

afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida

do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade

inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade

promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao

Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que

ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser

(1986 p 07)

A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da

crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a

crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0

aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a

escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua

com os livros

Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que

em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)

o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao

sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese

classifica96es devem ser respeitadas e entendidas

Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista

que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a

crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam

ocupam a centro de seus interesses

Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as

estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de

capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas

em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas

hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de

encantamenta

Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das

modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua

imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia

A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au

varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que

rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade

ludica e magica em que vive a crianca

Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou

hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0

seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um

temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa

2S

26

Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das

crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a

socializaltao

Para Froebel

a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)

Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento

para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais

adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a

socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)

Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e

preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera

explicitada a seguir

31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA

A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana

atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no

mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras

Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn

mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo

e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a

crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente

nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente

ausente em animais

27

A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~

em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala

mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos

A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo

porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do

jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da

crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa

submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo

muito diferente

Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de

desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento

habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa

ala fosse maior do que e na realidade

Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o

a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo

pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que

sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz

em sua totalidade bio-psico-social-educacional

E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de

enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e

sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que

ajudam para 0 seu desenvolvimento global

Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais

independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as

28

espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar

inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha

limites e e importante que n~o superestime sues capacidades

o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive

despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao

respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses

valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos

de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a

desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser

multo bern aprimoradas no pre-escolar

A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo

as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em

sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida

A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento

entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0

saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de

reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade

o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao

das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre

para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e

individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa

movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade

ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios

interesses pessoais no desenvolvimento das atividades

29

Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-

escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu

simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras

crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos

As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque

nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas

Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia

de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de

adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e

imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem

o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna

retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de

seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0

habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)

Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos

importantes para aqueles que trabalham com a educaylio

A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada

para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica

30

4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR

Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto

a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern

proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya

retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e

reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a

compreensao do texto par parte da crianya

o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que

ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente

com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0

que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)

A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse

despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao

imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario

Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua

subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia

narrativa

Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer

ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)

31

Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar

divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar

na crianca a g05tO pela literatura

Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU

contaram uma hist6ria

Na 6ptica de Tahan

a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)

E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o

infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento

onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo

Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0

ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos

1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito

2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como

li~o advertlmcia ou canselha

3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas

ou ate masma calculos e fra90es

4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos

5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate

masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco

mental

32

o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias

desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil

enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim

a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)

AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica

para a realizayllo de projetos

Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a

alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas

dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado

e se estao todos proximos suficientes do narrador

A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0

narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e

adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para

narrar historias

Segundo Tahan

Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)

Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as

crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer

Tahan informa

33

os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)

Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e

segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas

pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em

cantata com as criantyas

o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn

texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a

historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta

o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao

socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern

pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que

Ihe eram contadas

Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque

a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)

o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a

escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de

ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo

Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para

poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto

professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco

34

Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur

normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a

participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando

gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com

abras especificas para cada idade das criancas

Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica

e 3 ate 6 anas fase magica

Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn

enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa

integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias

que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza

(humanizadas)

Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a

repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas

outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes

Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras

grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com

certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por

genero

No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes

iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras

Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os

circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)

35

A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os

g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0

romance a novela 0 conto 0 drama etc

Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se

dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a

palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que

empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao

Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou

escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis

tenhamos ou n~o consciencia delas

Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua

peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como

A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna

sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral

o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex

objetos elementos da natureza

A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e

anirnais com urn ensinamento moral

o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre

ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo

A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a

historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas

Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da

magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias

precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais

36

Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre

as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem

Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa

pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a

des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no

processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi

incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario

o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de

informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e

ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de

educa~o

Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e

a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a

narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como

placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis

Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais

principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais

detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no

futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando

com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar

recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos

Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios

dependendo de cada circunstimcia

37

Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel

de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante

Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-

leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a

crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim

gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da

linguagem

Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e

sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a

comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80

livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem

atraves do ludico

Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos

devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au

dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias

o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar

as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a

que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a

compreens~o par parte da crianca

Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram

nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das

maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo

que a rodeia

38

JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)

Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia

essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as

maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a

brincadeira a aprendizado se instala

Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem

basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias

as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para

este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele

que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da

prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade

adulta

A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande

destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca

neste genero litera rio

Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil

devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao

de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar

qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar

deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor

deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure

39

Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido

no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto

pedagogico

Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8

livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com

suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada

Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de

contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta

algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em

conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos

objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a

redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos

de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar

A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os

aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da

participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura

e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da

utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas

41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS

411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos

Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu

surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam

utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a

40

funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas

delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)

bull Boneca contador de hist6rias

As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia

jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-

linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de

pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de

serem proferidos rapidamente)

As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das

mais tfmidas

bull Cria~Ao de final de historia

A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando

pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona

iniciada pel a educadora

o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em

papel

bull Errando as hist6rias

Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas

par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais

ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos

pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam

preocupa~o maior com 0 significado)

Chuva e sol casamento de espanhol

Chuva e sol casamento de caracol

41

bull Fantoches

A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as

crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com

cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas

mas mas manuseando as personagens

bull Gravuras

Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai

apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada

bull Jogo de contar hist6rias

Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos

escralem ou ilustram a hist6ria

a Parlendas e gestos

b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com

as dedas batendo as pes ou as maos etc

c Quadrinhos

d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que

fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por

favor etc

bull Dobraduras

A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas

podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e

ouvindo a magica transformayao do papsl

As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam

a dobradura

Ex dobradura depois recitam

Pinto

o pinto pia

A pipa pinga

Pinga a pipa

a pinto pia

Pinto pia

Pipa pinga

Quanta mais

o pinto pia

Mais a pipa pinga

42

bull Tecnicas de narrativas

Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na

sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil

baseado na autora Susatto (2004)

43

o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter

em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente

aos personagens e aos seus estados e animas

Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam

nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es

segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das

condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto

Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do

abandono dos pais

E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas

narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida

real

Segundo Busatto

Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)

Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser

usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador

reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam

imagens)

U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do

castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim

Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que

se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90

com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da

44

dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus

elementos

DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc

Pianos - altura do movimento

Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic

Forra - intensidade empregado no movimento

Tempo - velocidade com que a movimento e executado

Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo

Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem

preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve

sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de

alunos

45

5 CONSIDERAyOES FINAlS

Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias

tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil

ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes

Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das

transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e

aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem

constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0

conhecimento

A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim

educar para a formayao de cidadaos

No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter

essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para

despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao

magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode

proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa

atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca

passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes

tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor

de seus direitos e deveres como cidadao

A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn

facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do

processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e

participativa

46

Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em

mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir

para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO

pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna

imposicao

o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a

contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a

utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par

leitura

Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da

Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente

com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico

A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que

oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir

para a constru~o de sua autonomia

o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada

pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do

professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no

ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura

Bruner afirma que

e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

48

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24

finalidade prima ria e fundamental que e a de promover na crianlta 0 gosto pel a

beleza da palavra 0 deleite perante a cria~o de mundos de ficao Para alEm

dis so tern ainda a fun~o de arraigar as palavras no mundo magico da crianya

permitindo-lhe nao 56 entend~-Ias e usa-las como tambem goza-Ias e desfruta-las

no contexto da imagina9ilo

Denlro de urna Iis~o mais pragmatica sobre a literatura infantil e passivel

afirmar que essa Iiabiliza a crjan~ a descobrimento de alguns fragmentos de vida

do mundo da sociedade do ambiente imediato ou longinquo da realidade

inalcamavel possibilitando a crianya 0 jogo com as imagens da realidade

promovendo a constru~o de sua pr6pria cosmovisao

Womicov Wagner Russomano e Weber afirmam que -muito mais que

ensinar urna crian~ como sef deve a Iiteratura propiciar - Ihe condiy6es de ser

(1986 p 07)

A escolha do livro e urn dos fatores mats importantes para a rela~o da

crianca com as obras literarias a indicayao do adulto deve ser baseada com 0 que a

crianca se identifica pais cada uma tern sua personalidade pr6pria 0

aconselhamento por parte do professor e importante mas sem uma imposi~o a

escolha da crianra deve ser livre para que assim desperte uma relacao continua

com os livros

Meirelles fala sobre a cJassificayao do livro evidenciando que

em lugar de dassificar e julgar 0 livro infantil como habitualmente se fazpeto crilMo comum dOlopiniAo dos aduttos mais acertado parece submel6middot10 80 usc - nao estou dizendo critics - da crian~ que afinal sendo apessoa direlamente inleressada por eS53 leilura manifestara pela suaprefer~nda se ela a satisfaz ou nAo (MEIRELES 1979 P27)

o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao

sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese

classifica96es devem ser respeitadas e entendidas

Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista

que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a

crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam

ocupam a centro de seus interesses

Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as

estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de

capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas

em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas

hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de

encantamenta

Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das

modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua

imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia

A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au

varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que

rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade

ludica e magica em que vive a crianca

Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou

hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0

seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um

temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa

2S

26

Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das

crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a

socializaltao

Para Froebel

a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)

Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento

para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais

adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a

socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)

Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e

preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera

explicitada a seguir

31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA

A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana

atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no

mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras

Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn

mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo

e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a

crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente

nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente

ausente em animais

27

A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~

em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala

mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos

A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo

porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do

jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da

crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa

submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo

muito diferente

Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de

desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento

habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa

ala fosse maior do que e na realidade

Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o

a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo

pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que

sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz

em sua totalidade bio-psico-social-educacional

E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de

enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e

sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que

ajudam para 0 seu desenvolvimento global

Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais

independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as

28

espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar

inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha

limites e e importante que n~o superestime sues capacidades

o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive

despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao

respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses

valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos

de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a

desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser

multo bern aprimoradas no pre-escolar

A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo

as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em

sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida

A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento

entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0

saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de

reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade

o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao

das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre

para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e

individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa

movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade

ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios

interesses pessoais no desenvolvimento das atividades

29

Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-

escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu

simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras

crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos

As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque

nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas

Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia

de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de

adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e

imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem

o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna

retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de

seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0

habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)

Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos

importantes para aqueles que trabalham com a educaylio

A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada

para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica

30

4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR

Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto

a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern

proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya

retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e

reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a

compreensao do texto par parte da crianya

o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que

ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente

com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0

que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)

A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse

despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao

imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario

Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua

subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia

narrativa

Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer

ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)

31

Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar

divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar

na crianca a g05tO pela literatura

Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU

contaram uma hist6ria

Na 6ptica de Tahan

a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)

E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o

infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento

onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo

Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0

ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos

1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito

2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como

li~o advertlmcia ou canselha

3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas

ou ate masma calculos e fra90es

4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos

5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate

masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco

mental

32

o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias

desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil

enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim

a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)

AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica

para a realizayllo de projetos

Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a

alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas

dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado

e se estao todos proximos suficientes do narrador

A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0

narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e

adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para

narrar historias

Segundo Tahan

Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)

Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as

crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer

Tahan informa

33

os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)

Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e

segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas

pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em

cantata com as criantyas

o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn

texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a

historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta

o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao

socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern

pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que

Ihe eram contadas

Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque

a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)

o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a

escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de

ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo

Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para

poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto

professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco

34

Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur

normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a

participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando

gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com

abras especificas para cada idade das criancas

Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica

e 3 ate 6 anas fase magica

Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn

enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa

integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias

que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza

(humanizadas)

Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a

repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas

outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes

Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras

grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com

certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por

genero

No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes

iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras

Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os

circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)

35

A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os

g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0

romance a novela 0 conto 0 drama etc

Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se

dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a

palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que

empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao

Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou

escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis

tenhamos ou n~o consciencia delas

Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua

peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como

A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna

sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral

o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex

objetos elementos da natureza

A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e

anirnais com urn ensinamento moral

o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre

ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo

A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a

historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas

Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da

magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias

precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais

36

Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre

as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem

Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa

pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a

des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no

processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi

incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario

o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de

informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e

ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de

educa~o

Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e

a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a

narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como

placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis

Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais

principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais

detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no

futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando

com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar

recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos

Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios

dependendo de cada circunstimcia

37

Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel

de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante

Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-

leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a

crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim

gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da

linguagem

Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e

sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a

comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80

livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem

atraves do ludico

Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos

devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au

dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias

o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar

as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a

que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a

compreens~o par parte da crianca

Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram

nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das

maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo

que a rodeia

38

JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)

Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia

essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as

maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a

brincadeira a aprendizado se instala

Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem

basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias

as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para

este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele

que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da

prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade

adulta

A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande

destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca

neste genero litera rio

Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil

devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao

de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar

qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar

deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor

deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure

39

Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido

no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto

pedagogico

Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8

livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com

suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada

Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de

contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta

algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em

conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos

objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a

redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos

de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar

A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os

aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da

participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura

e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da

utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas

41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS

411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos

Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu

surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam

utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a

40

funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas

delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)

bull Boneca contador de hist6rias

As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia

jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-

linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de

pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de

serem proferidos rapidamente)

As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das

mais tfmidas

bull Cria~Ao de final de historia

A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando

pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona

iniciada pel a educadora

o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em

papel

bull Errando as hist6rias

Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas

par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais

ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos

pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam

preocupa~o maior com 0 significado)

Chuva e sol casamento de espanhol

Chuva e sol casamento de caracol

41

bull Fantoches

A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as

crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com

cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas

mas mas manuseando as personagens

bull Gravuras

Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai

apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada

bull Jogo de contar hist6rias

Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos

escralem ou ilustram a hist6ria

a Parlendas e gestos

b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com

as dedas batendo as pes ou as maos etc

c Quadrinhos

d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que

fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por

favor etc

bull Dobraduras

A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas

podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e

ouvindo a magica transformayao do papsl

As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam

a dobradura

Ex dobradura depois recitam

Pinto

o pinto pia

A pipa pinga

Pinga a pipa

a pinto pia

Pinto pia

Pipa pinga

Quanta mais

o pinto pia

Mais a pipa pinga

42

bull Tecnicas de narrativas

Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na

sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil

baseado na autora Susatto (2004)

43

o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter

em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente

aos personagens e aos seus estados e animas

Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam

nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es

segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das

condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto

Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do

abandono dos pais

E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas

narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida

real

Segundo Busatto

Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)

Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser

usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador

reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam

imagens)

U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do

castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim

Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que

se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90

com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da

44

dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus

elementos

DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc

Pianos - altura do movimento

Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic

Forra - intensidade empregado no movimento

Tempo - velocidade com que a movimento e executado

Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo

Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem

preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve

sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de

alunos

45

5 CONSIDERAyOES FINAlS

Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias

tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil

ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes

Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das

transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e

aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem

constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0

conhecimento

A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim

educar para a formayao de cidadaos

No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter

essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para

despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao

magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode

proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa

atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca

passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes

tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor

de seus direitos e deveres como cidadao

A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn

facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do

processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e

participativa

46

Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em

mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir

para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO

pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna

imposicao

o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a

contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a

utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par

leitura

Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da

Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente

com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico

A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que

oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir

para a constru~o de sua autonomia

o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada

pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do

professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no

ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura

Bruner afirma que

e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

48

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o interesse das criancas a respeito de temas e personagens nao sao

sempre as mesmos mudam de acordo com seu crescimento assim as indica9lgtese

classifica96es devem ser respeitadas e entendidas

Segundo Wornicov Wagner Russomano e Weber (1986) na fase animista

que se estende aproximadamente ate os oito anos quando tudo tem vida para a

crianca 0 magico representado par fadas varas-dEHXlndao animals que falam

ocupam a centro de seus interesses

Vivenciando uma etapa de pensamento hjdico 0 jogo e 0 misterio sao as

estimulantes de sua imagina~o Como ainda nao se encontra dotada de

capacidade para interpretar racionalmente as fen6menos naturais aprecia narrativas

em que predomine a ilogismo 0 assombro a divertimento Conto de fadas fabulas

hist6rias sabre animais e plantas que falam fazem parte de seu mundo de

encantamenta

Dado a seu carater de sonho e fantasia e a canto de fadas uma das

modalidades narrativas de maior agrado da crianca nessa fase ativanda sua

imaginayao e preenchendo sua ansia de fantasia

A presencade seres irreais e intangiveis a recorrencla aos p6s magicos au

varas - de - candao a instaurac6esde um universo pr6prio regida par narmas que

rompem e se distanciam da ordem natural aproximam a maravilhoso ds realidade

ludica e magica em que vive a crianca

Sanhadora e imaginativa par natureza aceitando sem surpresa ou

hesitay3oa ilogisma dessas narrativas no reino do faz-de-conta alcancaa crianca0

seu mundo venda na princesa que dormiu cem anos ou no heroi que venceu um

temivel dragao as amigos com os quais convive no sonha e na narrativa

2S

26

Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das

crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a

socializaltao

Para Froebel

a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)

Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento

para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais

adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a

socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)

Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e

preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera

explicitada a seguir

31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA

A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana

atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no

mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras

Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn

mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo

e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a

crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente

nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente

ausente em animais

27

A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~

em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala

mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos

A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo

porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do

jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da

crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa

submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo

muito diferente

Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de

desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento

habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa

ala fosse maior do que e na realidade

Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o

a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo

pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que

sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz

em sua totalidade bio-psico-social-educacional

E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de

enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e

sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que

ajudam para 0 seu desenvolvimento global

Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais

independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as

28

espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar

inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha

limites e e importante que n~o superestime sues capacidades

o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive

despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao

respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses

valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos

de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a

desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser

multo bern aprimoradas no pre-escolar

A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo

as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em

sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida

A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento

entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0

saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de

reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade

o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao

das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre

para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e

individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa

movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade

ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios

interesses pessoais no desenvolvimento das atividades

29

Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-

escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu

simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras

crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos

As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque

nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas

Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia

de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de

adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e

imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem

o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna

retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de

seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0

habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)

Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos

importantes para aqueles que trabalham com a educaylio

A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada

para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica

30

4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR

Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto

a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern

proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya

retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e

reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a

compreensao do texto par parte da crianya

o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que

ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente

com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0

que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)

A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse

despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao

imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario

Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua

subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia

narrativa

Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer

ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)

31

Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar

divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar

na crianca a g05tO pela literatura

Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU

contaram uma hist6ria

Na 6ptica de Tahan

a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)

E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o

infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento

onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo

Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0

ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos

1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito

2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como

li~o advertlmcia ou canselha

3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas

ou ate masma calculos e fra90es

4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos

5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate

masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco

mental

32

o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias

desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil

enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim

a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)

AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica

para a realizayllo de projetos

Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a

alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas

dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado

e se estao todos proximos suficientes do narrador

A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0

narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e

adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para

narrar historias

Segundo Tahan

Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)

Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as

crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer

Tahan informa

33

os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)

Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e

segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas

pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em

cantata com as criantyas

o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn

texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a

historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta

o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao

socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern

pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que

Ihe eram contadas

Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque

a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)

o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a

escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de

ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo

Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para

poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto

professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco

34

Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur

normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a

participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando

gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com

abras especificas para cada idade das criancas

Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica

e 3 ate 6 anas fase magica

Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn

enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa

integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias

que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza

(humanizadas)

Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a

repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas

outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes

Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras

grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com

certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por

genero

No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes

iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras

Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os

circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)

35

A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os

g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0

romance a novela 0 conto 0 drama etc

Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se

dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a

palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que

empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao

Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou

escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis

tenhamos ou n~o consciencia delas

Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua

peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como

A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna

sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral

o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex

objetos elementos da natureza

A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e

anirnais com urn ensinamento moral

o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre

ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo

A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a

historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas

Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da

magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias

precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais

36

Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre

as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem

Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa

pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a

des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no

processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi

incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario

o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de

informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e

ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de

educa~o

Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e

a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a

narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como

placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis

Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais

principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais

detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no

futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando

com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar

recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos

Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios

dependendo de cada circunstimcia

37

Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel

de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante

Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-

leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a

crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim

gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da

linguagem

Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e

sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a

comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80

livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem

atraves do ludico

Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos

devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au

dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias

o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar

as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a

que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a

compreens~o par parte da crianca

Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram

nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das

maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo

que a rodeia

38

JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)

Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia

essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as

maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a

brincadeira a aprendizado se instala

Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem

basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias

as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para

este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele

que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da

prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade

adulta

A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande

destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca

neste genero litera rio

Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil

devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao

de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar

qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar

deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor

deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure

39

Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido

no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto

pedagogico

Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8

livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com

suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada

Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de

contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta

algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em

conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos

objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a

redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos

de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar

A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os

aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da

participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura

e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da

utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas

41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS

411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos

Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu

surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam

utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a

40

funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas

delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)

bull Boneca contador de hist6rias

As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia

jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-

linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de

pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de

serem proferidos rapidamente)

As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das

mais tfmidas

bull Cria~Ao de final de historia

A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando

pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona

iniciada pel a educadora

o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em

papel

bull Errando as hist6rias

Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas

par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais

ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos

pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam

preocupa~o maior com 0 significado)

Chuva e sol casamento de espanhol

Chuva e sol casamento de caracol

41

bull Fantoches

A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as

crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com

cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas

mas mas manuseando as personagens

bull Gravuras

Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai

apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada

bull Jogo de contar hist6rias

Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos

escralem ou ilustram a hist6ria

a Parlendas e gestos

b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com

as dedas batendo as pes ou as maos etc

c Quadrinhos

d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que

fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por

favor etc

bull Dobraduras

A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas

podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e

ouvindo a magica transformayao do papsl

As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam

a dobradura

Ex dobradura depois recitam

Pinto

o pinto pia

A pipa pinga

Pinga a pipa

a pinto pia

Pinto pia

Pipa pinga

Quanta mais

o pinto pia

Mais a pipa pinga

42

bull Tecnicas de narrativas

Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na

sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil

baseado na autora Susatto (2004)

43

o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter

em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente

aos personagens e aos seus estados e animas

Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam

nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es

segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das

condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto

Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do

abandono dos pais

E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas

narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida

real

Segundo Busatto

Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)

Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser

usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador

reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam

imagens)

U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do

castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim

Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que

se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90

com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da

44

dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus

elementos

DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc

Pianos - altura do movimento

Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic

Forra - intensidade empregado no movimento

Tempo - velocidade com que a movimento e executado

Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo

Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem

preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve

sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de

alunos

45

5 CONSIDERAyOES FINAlS

Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias

tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil

ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes

Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das

transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e

aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem

constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0

conhecimento

A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim

educar para a formayao de cidadaos

No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter

essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para

despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao

magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode

proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa

atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca

passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes

tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor

de seus direitos e deveres como cidadao

A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn

facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do

processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e

participativa

46

Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em

mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir

para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO

pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna

imposicao

o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a

contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a

utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par

leitura

Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da

Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente

com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico

A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que

oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir

para a constru~o de sua autonomia

o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada

pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do

professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no

ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura

Bruner afirma que

e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

48

REFERENCIAS

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FERREIRO Emilia Os processos de leitura e escrita novas perspectivas PortoAlegre Artes Medicas 1987

FROEBEL Frederic A educaiio do homem Sao Paulo Hucitec 1913

GARCIA Regina Leite Revisitando a prfHlscola 4 ed Sao Paulo Cortez 2000

KLEIMAN Angela B Os significados do letramento Campinas Mercado deLetras 1995

KLEIN Ligia Regina SHAFASCHEK Rosicler Alfabetiza91io In Equipe doDEPGSEEDPR (Org) Curricula Msico para a eseola publica do Estado doParana 1 ed Curitiba Imprensa Oficial do Estado do Parana V 1990

49

KRAMER Sonia Currlculo de educa91io infanfil e a formaao dos profissionais decreche e pre-ltlscola QuestOes te6ricas e polemicas In MECSEFCedi Par umapolitica de formacAodo~profissionais da educai~o infantil Brasilia 1995

LEMOS Claudia Thereza Guimaraes de Lingua e discurso na teolizaao sabreaquisiao da lingusgeml Sao Pauligt Brasiliense1978

MEIRELES Cecilia Problemas da literatura intanti 2 ed Sao Paulo Summus1979

ORLANDI EnL A produao da leitura e suas condicentes Leitura - Teoria e PraticaSao Paulo Cortez 1987

PIAGET Jean A formaao do simbolo na cliana Rio de Janeiro lahar 1976

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TAHAN Malba Arte de contar histOtias5 ed Rio de Janeiro Conquista 1966

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VYGOTSKY Lev Semenorich Pensamento e linguagem 3 ed Sao Paulo MartinsFontes 1991

WINTER Eneia e SALLES Paulo Eduardo Marcondes de Metodologia da PesquisaCientifica 2 ed Sao Paulo CEDAS 1997

WORNICOV Ruth WAGNER Elisia RUSSOMANO Moema e WEBER Nadia C BClianra-Ieituramiddotlivro Sap Paulo Nobel 1986

lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998

26

Froebel (1913) consagrou 0 jogo como fator essencial para a educalt1io das

crian~s urna vez que conduziria as mesmas a atividade a auto express~o e a

socializaltao

Para Froebel

a eduCCIyenlo mais eficiente e aquela que proporciona atividades autoexpressio participayao social s cnancasA escola deve considerar acrianca como atividade criadora e despertar mediante estirnulos as sussfaculdades prOprias pari a crialtao produtiva (1913 p 45)

Sendo assim 0 educador deve fazer do ludice urna arte urn instrumento

para promover e facilitar 0 processo de ensina aprendizagem como a forma mais

adequada de conduzir a crianya a urna atividade de auto-expressao e a

socializalt1io (FROEBEL 1913 P 43)

Se a educador deve utilizar 0 Judiceno processo de ensina aprendizagem e

preciso entender como a brincadeira esta no universo infantil e essa discus~o sera

explicitada a seguir

31 EXISTIONCIA DA BRINCADEIRA NA CRIANCA

A brincadeira na crianya n~o it instintiva mas precisamente humana

atividade objetiva que por constituir a base da perceP9ao que a crianca tern no

mundo dos objetos humanos determina 0 conteudo e suas brincadeiras

Segundo Vygotsky (1991) a crian em idade pre-euroscolar envolve~se urn

mundo ilus6rio onde os desejos nao realizaveis podem ser realizados e esse mundo

e 0 que chama de brinquedo A imaginayio it urn processo psicol6gico novo para a

crianya representa uma forma especificamente humana de atividade consciente

nao esta presente na consciencia de crianyas muito pequenas e asta totalmente

ausente em animais

27

A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~

em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala

mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos

A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo

porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do

jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da

crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa

submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo

muito diferente

Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de

desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento

habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa

ala fosse maior do que e na realidade

Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o

a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo

pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que

sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz

em sua totalidade bio-psico-social-educacional

E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de

enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e

sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que

ajudam para 0 seu desenvolvimento global

Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais

independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as

28

espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar

inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha

limites e e importante que n~o superestime sues capacidades

o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive

despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao

respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses

valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos

de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a

desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser

multo bern aprimoradas no pre-escolar

A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo

as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em

sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida

A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento

entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0

saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de

reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade

o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao

das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre

para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e

individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa

movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade

ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios

interesses pessoais no desenvolvimento das atividades

29

Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-

escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu

simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras

crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos

As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque

nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas

Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia

de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de

adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e

imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem

o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna

retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de

seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0

habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)

Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos

importantes para aqueles que trabalham com a educaylio

A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada

para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica

30

4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR

Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto

a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern

proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya

retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e

reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a

compreensao do texto par parte da crianya

o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que

ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente

com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0

que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)

A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse

despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao

imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario

Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua

subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia

narrativa

Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer

ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)

31

Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar

divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar

na crianca a g05tO pela literatura

Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU

contaram uma hist6ria

Na 6ptica de Tahan

a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)

E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o

infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento

onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo

Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0

ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos

1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito

2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como

li~o advertlmcia ou canselha

3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas

ou ate masma calculos e fra90es

4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos

5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate

masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco

mental

32

o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias

desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil

enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim

a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)

AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica

para a realizayllo de projetos

Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a

alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas

dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado

e se estao todos proximos suficientes do narrador

A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0

narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e

adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para

narrar historias

Segundo Tahan

Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)

Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as

crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer

Tahan informa

33

os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)

Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e

segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas

pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em

cantata com as criantyas

o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn

texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a

historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta

o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao

socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern

pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que

Ihe eram contadas

Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque

a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)

o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a

escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de

ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo

Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para

poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto

professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco

34

Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur

normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a

participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando

gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com

abras especificas para cada idade das criancas

Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica

e 3 ate 6 anas fase magica

Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn

enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa

integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias

que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza

(humanizadas)

Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a

repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas

outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes

Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras

grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com

certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por

genero

No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes

iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras

Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os

circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)

35

A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os

g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0

romance a novela 0 conto 0 drama etc

Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se

dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a

palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que

empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao

Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou

escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis

tenhamos ou n~o consciencia delas

Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua

peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como

A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna

sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral

o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex

objetos elementos da natureza

A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e

anirnais com urn ensinamento moral

o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre

ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo

A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a

historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas

Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da

magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias

precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais

36

Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre

as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem

Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa

pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a

des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no

processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi

incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario

o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de

informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e

ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de

educa~o

Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e

a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a

narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como

placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis

Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais

principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais

detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no

futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando

com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar

recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos

Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios

dependendo de cada circunstimcia

37

Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel

de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante

Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-

leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a

crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim

gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da

linguagem

Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e

sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a

comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80

livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem

atraves do ludico

Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos

devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au

dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias

o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar

as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a

que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a

compreens~o par parte da crianca

Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram

nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das

maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo

que a rodeia

38

JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)

Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia

essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as

maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a

brincadeira a aprendizado se instala

Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem

basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias

as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para

este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele

que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da

prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade

adulta

A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande

destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca

neste genero litera rio

Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil

devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao

de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar

qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar

deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor

deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure

39

Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido

no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto

pedagogico

Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8

livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com

suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada

Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de

contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta

algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em

conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos

objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a

redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos

de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar

A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os

aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da

participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura

e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da

utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas

41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS

411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos

Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu

surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam

utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a

40

funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas

delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)

bull Boneca contador de hist6rias

As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia

jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-

linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de

pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de

serem proferidos rapidamente)

As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das

mais tfmidas

bull Cria~Ao de final de historia

A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando

pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona

iniciada pel a educadora

o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em

papel

bull Errando as hist6rias

Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas

par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais

ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos

pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam

preocupa~o maior com 0 significado)

Chuva e sol casamento de espanhol

Chuva e sol casamento de caracol

41

bull Fantoches

A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as

crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com

cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas

mas mas manuseando as personagens

bull Gravuras

Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai

apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada

bull Jogo de contar hist6rias

Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos

escralem ou ilustram a hist6ria

a Parlendas e gestos

b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com

as dedas batendo as pes ou as maos etc

c Quadrinhos

d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que

fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por

favor etc

bull Dobraduras

A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas

podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e

ouvindo a magica transformayao do papsl

As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam

a dobradura

Ex dobradura depois recitam

Pinto

o pinto pia

A pipa pinga

Pinga a pipa

a pinto pia

Pinto pia

Pipa pinga

Quanta mais

o pinto pia

Mais a pipa pinga

42

bull Tecnicas de narrativas

Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na

sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil

baseado na autora Susatto (2004)

43

o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter

em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente

aos personagens e aos seus estados e animas

Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam

nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es

segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das

condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto

Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do

abandono dos pais

E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas

narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida

real

Segundo Busatto

Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)

Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser

usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador

reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam

imagens)

U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do

castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim

Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que

se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90

com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da

44

dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus

elementos

DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc

Pianos - altura do movimento

Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic

Forra - intensidade empregado no movimento

Tempo - velocidade com que a movimento e executado

Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo

Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem

preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve

sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de

alunos

45

5 CONSIDERAyOES FINAlS

Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias

tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil

ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes

Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das

transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e

aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem

constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0

conhecimento

A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim

educar para a formayao de cidadaos

No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter

essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para

despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao

magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode

proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa

atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca

passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes

tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor

de seus direitos e deveres como cidadao

A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn

facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do

processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e

participativa

46

Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em

mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir

para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO

pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna

imposicao

o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a

contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a

utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par

leitura

Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da

Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente

com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico

A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que

oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir

para a constru~o de sua autonomia

o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada

pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do

professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no

ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura

Bruner afirma que

e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

48

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27

A brincadeira em idade pre-escolar surge a partir da necessidade da crian~

em agir em rela~o nao apenas ao mundo dos objetos diretamente acessiveis a ala

mas tambem em rela~o ao mundo mais amplo dos adultos

A a~o ludica e pSicalogicamente independente de seu resultado objetivo

porque sua motivacao n~o reside nesse resultado mas na propria a~o Atrav6S do

jogo do Judice muitos trayos extremamente irnportantes da personalidade da

crianta sao desenvolvidos durante tais jOg05 e sobretudo sua habilidade em sa

submeter a urna regra mesma quando urn estfmulo direto a impede de fazer algo

muito diferente

Vygotsky (1991) tambem caloca que 0 brinquedo cria uma zona de

desenvolvimento proximal da crianya nele ela sa comporta alam do comportamento

habitual de sua ida de alam de seu comportamento diario no brinquedo e como sa

ala fosse maior do que e na realidade

Percebe~se assim que este e um meio natural de 59 chegar a alfabetjza~o

a crianca espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensino no brinquedo

pode-se observar a criatividade a expressao as sentimentos a os movimentos que

sao de grande importancia para a educando podendo ver 0 individuo 0 aprendiz

em sua totalidade bio-psico-social-educacional

E necessaria transformar a experiemcia pre-escolar em um momenta de

enriquacimento as brincadeiras infantis com as quais as crianyas divertem-se e

sentem prazer recriam uma sarie de ayOes motoras psiquicas e menta is que

ajudam para 0 seu desenvolvimento global

Durante os anos pra-escolares as crianyas tornam-sa cada vez mais

independentes e capazes de fazer as coisas par si pr6prias As brincadeiras as

28

espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar

inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha

limites e e importante que n~o superestime sues capacidades

o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive

despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao

respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses

valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos

de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a

desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser

multo bern aprimoradas no pre-escolar

A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo

as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em

sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida

A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento

entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0

saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de

reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade

o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao

das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre

para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e

individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa

movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade

ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios

interesses pessoais no desenvolvimento das atividades

29

Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-

escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu

simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras

crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos

As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque

nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas

Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia

de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de

adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e

imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem

o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna

retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de

seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0

habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)

Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos

importantes para aqueles que trabalham com a educaylio

A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada

para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica

30

4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR

Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto

a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern

proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya

retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e

reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a

compreensao do texto par parte da crianya

o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que

ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente

com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0

que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)

A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse

despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao

imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario

Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua

subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia

narrativa

Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer

ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)

31

Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar

divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar

na crianca a g05tO pela literatura

Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU

contaram uma hist6ria

Na 6ptica de Tahan

a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)

E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o

infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento

onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo

Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0

ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos

1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito

2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como

li~o advertlmcia ou canselha

3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas

ou ate masma calculos e fra90es

4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos

5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate

masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco

mental

32

o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias

desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil

enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim

a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)

AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica

para a realizayllo de projetos

Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a

alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas

dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado

e se estao todos proximos suficientes do narrador

A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0

narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e

adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para

narrar historias

Segundo Tahan

Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)

Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as

crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer

Tahan informa

33

os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)

Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e

segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas

pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em

cantata com as criantyas

o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn

texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a

historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta

o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao

socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern

pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que

Ihe eram contadas

Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque

a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)

o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a

escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de

ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo

Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para

poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto

professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco

34

Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur

normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a

participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando

gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com

abras especificas para cada idade das criancas

Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica

e 3 ate 6 anas fase magica

Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn

enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa

integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias

que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza

(humanizadas)

Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a

repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas

outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes

Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras

grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com

certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por

genero

No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes

iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras

Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os

circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)

35

A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os

g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0

romance a novela 0 conto 0 drama etc

Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se

dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a

palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que

empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao

Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou

escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis

tenhamos ou n~o consciencia delas

Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua

peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como

A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna

sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral

o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex

objetos elementos da natureza

A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e

anirnais com urn ensinamento moral

o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre

ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo

A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a

historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas

Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da

magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias

precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais

36

Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre

as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem

Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa

pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a

des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no

processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi

incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario

o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de

informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e

ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de

educa~o

Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e

a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a

narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como

placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis

Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais

principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais

detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no

futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando

com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar

recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos

Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios

dependendo de cada circunstimcia

37

Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel

de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante

Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-

leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a

crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim

gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da

linguagem

Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e

sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a

comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80

livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem

atraves do ludico

Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos

devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au

dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias

o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar

as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a

que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a

compreens~o par parte da crianca

Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram

nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das

maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo

que a rodeia

38

JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)

Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia

essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as

maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a

brincadeira a aprendizado se instala

Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem

basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias

as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para

este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele

que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da

prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade

adulta

A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande

destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca

neste genero litera rio

Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil

devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao

de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar

qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar

deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor

deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure

39

Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido

no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto

pedagogico

Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8

livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com

suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada

Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de

contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta

algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em

conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos

objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a

redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos

de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar

A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os

aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da

participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura

e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da

utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas

41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS

411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos

Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu

surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam

utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a

40

funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas

delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)

bull Boneca contador de hist6rias

As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia

jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-

linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de

pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de

serem proferidos rapidamente)

As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das

mais tfmidas

bull Cria~Ao de final de historia

A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando

pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona

iniciada pel a educadora

o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em

papel

bull Errando as hist6rias

Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas

par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais

ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos

pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam

preocupa~o maior com 0 significado)

Chuva e sol casamento de espanhol

Chuva e sol casamento de caracol

41

bull Fantoches

A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as

crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com

cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas

mas mas manuseando as personagens

bull Gravuras

Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai

apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada

bull Jogo de contar hist6rias

Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos

escralem ou ilustram a hist6ria

a Parlendas e gestos

b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com

as dedas batendo as pes ou as maos etc

c Quadrinhos

d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que

fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por

favor etc

bull Dobraduras

A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas

podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e

ouvindo a magica transformayao do papsl

As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam

a dobradura

Ex dobradura depois recitam

Pinto

o pinto pia

A pipa pinga

Pinga a pipa

a pinto pia

Pinto pia

Pipa pinga

Quanta mais

o pinto pia

Mais a pipa pinga

42

bull Tecnicas de narrativas

Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na

sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil

baseado na autora Susatto (2004)

43

o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter

em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente

aos personagens e aos seus estados e animas

Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam

nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es

segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das

condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto

Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do

abandono dos pais

E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas

narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida

real

Segundo Busatto

Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)

Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser

usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador

reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam

imagens)

U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do

castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim

Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que

se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90

com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da

44

dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus

elementos

DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc

Pianos - altura do movimento

Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic

Forra - intensidade empregado no movimento

Tempo - velocidade com que a movimento e executado

Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo

Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem

preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve

sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de

alunos

45

5 CONSIDERAyOES FINAlS

Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias

tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil

ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes

Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das

transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e

aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem

constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0

conhecimento

A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim

educar para a formayao de cidadaos

No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter

essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para

despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao

magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode

proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa

atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca

passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes

tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor

de seus direitos e deveres como cidadao

A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn

facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do

processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e

participativa

46

Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em

mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir

para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO

pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna

imposicao

o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a

contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a

utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par

leitura

Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da

Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente

com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico

A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que

oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir

para a constru~o de sua autonomia

o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada

pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do

professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no

ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura

Bruner afirma que

e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

48

REFERENCIAS

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28

espaltos para serem as crianltas que de fato sao 0 pre-escolar pode realizar

inumeras atividades e compreende muito mais do que S9 sup6e mas ainda ha

limites e e importante que n~o superestime sues capacidades

o udiCQ tern como funyAo principal socializar a crianya no meio ende vive

despertando 0 seu usa critieD e com i550 desenvolvendo atitudes de cooperayao

respeito participacao e integracao e par isse sabendo-se que atraves desses

valares e que a crianlta tara plena capacidade de conviver com as principlos basicos

de urna sociedade A crianlaquoa atualmente esta saindo da ascola sem a

desenvolvimento dessas atitudes importantes sendo que estas atitudes devem ser

multo bern aprimoradas no pre-escolar

A crianya que chega a pre-9scola nao e urna crianya vazia- Ja traz consigo

as marcas das suas condic6es de existencia seus habitos costumes e valores em

sinlese a cullura do grupo no qual esta inserida

A escola devera proporcionar a troca de experiencias 0 relacionamento

entre as crianyas levando em conta 0 que ja sabem e fazendo disso a ponte para 0

saber sistematizado e produzido social mente Isto Ihes dara condic6es de

reconhecer conquistar criticar e transformar a sua realidade

o clima psicol6gico da pre-escola deveria propiciar condilt6es de satisfacao

das necessidades basi cas da crianva em todos os niveis Ela precisa sentir-se livre

para se expressar espontaneamente e para participar de atividades ludicas e

individuais ou grupais e em especial seria precise respaitar sua necessidade de sa

movimentar na sala de aula quer seja simples mente para satisfazer sua curiosidade

ou para se aproximar dos outros colegas ou ainda para satisfazer seus pr6prios

interesses pessoais no desenvolvimento das atividades

29

Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-

escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu

simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras

crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos

As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque

nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas

Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia

de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de

adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e

imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem

o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna

retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de

seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0

habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)

Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos

importantes para aqueles que trabalham com a educaylio

A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada

para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica

30

4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR

Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto

a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern

proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya

retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e

reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a

compreensao do texto par parte da crianya

o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que

ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente

com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0

que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)

A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse

despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao

imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario

Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua

subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia

narrativa

Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer

ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)

31

Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar

divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar

na crianca a g05tO pela literatura

Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU

contaram uma hist6ria

Na 6ptica de Tahan

a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)

E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o

infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento

onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo

Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0

ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos

1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito

2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como

li~o advertlmcia ou canselha

3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas

ou ate masma calculos e fra90es

4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos

5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate

masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco

mental

32

o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias

desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil

enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim

a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)

AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica

para a realizayllo de projetos

Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a

alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas

dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado

e se estao todos proximos suficientes do narrador

A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0

narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e

adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para

narrar historias

Segundo Tahan

Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)

Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as

crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer

Tahan informa

33

os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)

Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e

segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas

pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em

cantata com as criantyas

o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn

texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a

historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta

o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao

socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern

pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que

Ihe eram contadas

Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque

a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)

o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a

escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de

ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo

Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para

poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto

professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco

34

Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur

normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a

participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando

gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com

abras especificas para cada idade das criancas

Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica

e 3 ate 6 anas fase magica

Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn

enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa

integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias

que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza

(humanizadas)

Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a

repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas

outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes

Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras

grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com

certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por

genero

No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes

iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras

Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os

circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)

35

A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os

g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0

romance a novela 0 conto 0 drama etc

Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se

dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a

palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que

empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao

Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou

escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis

tenhamos ou n~o consciencia delas

Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua

peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como

A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna

sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral

o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex

objetos elementos da natureza

A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e

anirnais com urn ensinamento moral

o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre

ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo

A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a

historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas

Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da

magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias

precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais

36

Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre

as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem

Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa

pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a

des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no

processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi

incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario

o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de

informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e

ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de

educa~o

Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e

a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a

narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como

placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis

Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais

principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais

detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no

futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando

com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar

recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos

Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios

dependendo de cada circunstimcia

37

Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel

de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante

Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-

leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a

crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim

gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da

linguagem

Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e

sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a

comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80

livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem

atraves do ludico

Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos

devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au

dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias

o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar

as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a

que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a

compreens~o par parte da crianca

Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram

nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das

maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo

que a rodeia

38

JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)

Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia

essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as

maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a

brincadeira a aprendizado se instala

Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem

basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias

as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para

este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele

que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da

prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade

adulta

A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande

destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca

neste genero litera rio

Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil

devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao

de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar

qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar

deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor

deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure

39

Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido

no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto

pedagogico

Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8

livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com

suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada

Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de

contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta

algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em

conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos

objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a

redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos

de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar

A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os

aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da

participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura

e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da

utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas

41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS

411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos

Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu

surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam

utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a

40

funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas

delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)

bull Boneca contador de hist6rias

As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia

jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-

linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de

pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de

serem proferidos rapidamente)

As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das

mais tfmidas

bull Cria~Ao de final de historia

A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando

pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona

iniciada pel a educadora

o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em

papel

bull Errando as hist6rias

Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas

par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais

ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos

pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam

preocupa~o maior com 0 significado)

Chuva e sol casamento de espanhol

Chuva e sol casamento de caracol

41

bull Fantoches

A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as

crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com

cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas

mas mas manuseando as personagens

bull Gravuras

Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai

apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada

bull Jogo de contar hist6rias

Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos

escralem ou ilustram a hist6ria

a Parlendas e gestos

b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com

as dedas batendo as pes ou as maos etc

c Quadrinhos

d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que

fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por

favor etc

bull Dobraduras

A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas

podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e

ouvindo a magica transformayao do papsl

As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam

a dobradura

Ex dobradura depois recitam

Pinto

o pinto pia

A pipa pinga

Pinga a pipa

a pinto pia

Pinto pia

Pipa pinga

Quanta mais

o pinto pia

Mais a pipa pinga

42

bull Tecnicas de narrativas

Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na

sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil

baseado na autora Susatto (2004)

43

o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter

em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente

aos personagens e aos seus estados e animas

Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam

nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es

segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das

condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto

Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do

abandono dos pais

E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas

narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida

real

Segundo Busatto

Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)

Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser

usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador

reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam

imagens)

U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do

castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim

Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que

se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90

com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da

44

dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus

elementos

DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc

Pianos - altura do movimento

Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic

Forra - intensidade empregado no movimento

Tempo - velocidade com que a movimento e executado

Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo

Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem

preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve

sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de

alunos

45

5 CONSIDERAyOES FINAlS

Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias

tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil

ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes

Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das

transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e

aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem

constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0

conhecimento

A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim

educar para a formayao de cidadaos

No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter

essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para

despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao

magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode

proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa

atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca

passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes

tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor

de seus direitos e deveres como cidadao

A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn

facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do

processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e

participativa

46

Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em

mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir

para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO

pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna

imposicao

o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a

contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a

utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par

leitura

Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da

Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente

com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico

A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que

oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir

para a constru~o de sua autonomia

o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada

pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do

professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no

ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura

Bruner afirma que

e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

48

REFERENCIAS

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29

Para Kramer (1995) tudo comelta pela asao por isso toda atividade na pre-

escola deve ser representada (sintetizada) permitindo que a crianlta manifeste seu

simbolismo Assim a crianya se desenvolve no contato e na interarrao com Qutras

crianyas a pre-escola dave sempre promover a realizayao de atividades em grupos

As crian~s devem sar 1evadasa ver a forma de todas as coisas porque

nao podera ainda S8 ocupar de urn trabalho real e preciso brincar com elas

Brincando com Qutros tera a crianra ocasiao de praticar regras de cortesia

de controlar suas tend~ncias agressivas de saber partilhar a que tern com Qutros de

adquirir habitos de trabalho de ordem e economia de estimular sua curiosidade e

imaginacao e masmo de desenvolver a linguagem

o profissional que S8 disp6e a trabalhar com jogos deve tazer disso urna

retina que n~o precisa ser diaria mas que deve ter urn espatO definido dentro de

seu trabalho Com iSso fica subtendida que a frequencia e urn fator importante e 0

habito de pensar sobre 0 jogo uma condiylio fundamental (PIAGET 1976)

Como se lie ha muitos anos ja se sabia que os jogos sao instrumentos

importantes para aqueles que trabalham com a educaylio

A escola precisa constantemente ser rellista repensada e reorganizada

para melhor se adequar em sua fun9Bo didatica

30

4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR

Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto

a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern

proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya

retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e

reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a

compreensao do texto par parte da crianya

o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que

ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente

com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0

que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)

A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse

despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao

imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario

Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua

subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia

narrativa

Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer

ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)

31

Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar

divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar

na crianca a g05tO pela literatura

Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU

contaram uma hist6ria

Na 6ptica de Tahan

a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)

E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o

infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento

onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo

Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0

ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos

1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito

2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como

li~o advertlmcia ou canselha

3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas

ou ate masma calculos e fra90es

4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos

5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate

masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco

mental

32

o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias

desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil

enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim

a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)

AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica

para a realizayllo de projetos

Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a

alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas

dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado

e se estao todos proximos suficientes do narrador

A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0

narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e

adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para

narrar historias

Segundo Tahan

Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)

Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as

crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer

Tahan informa

33

os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)

Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e

segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas

pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em

cantata com as criantyas

o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn

texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a

historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta

o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao

socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern

pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que

Ihe eram contadas

Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque

a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)

o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a

escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de

ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo

Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para

poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto

professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco

34

Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur

normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a

participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando

gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com

abras especificas para cada idade das criancas

Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica

e 3 ate 6 anas fase magica

Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn

enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa

integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias

que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza

(humanizadas)

Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a

repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas

outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes

Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras

grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com

certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por

genero

No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes

iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras

Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os

circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)

35

A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os

g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0

romance a novela 0 conto 0 drama etc

Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se

dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a

palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que

empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao

Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou

escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis

tenhamos ou n~o consciencia delas

Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua

peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como

A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna

sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral

o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex

objetos elementos da natureza

A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e

anirnais com urn ensinamento moral

o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre

ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo

A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a

historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas

Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da

magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias

precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais

36

Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre

as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem

Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa

pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a

des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no

processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi

incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario

o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de

informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e

ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de

educa~o

Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e

a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a

narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como

placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis

Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais

principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais

detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no

futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando

com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar

recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos

Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios

dependendo de cada circunstimcia

37

Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel

de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante

Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-

leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a

crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim

gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da

linguagem

Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e

sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a

comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80

livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem

atraves do ludico

Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos

devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au

dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias

o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar

as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a

que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a

compreens~o par parte da crianca

Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram

nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das

maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo

que a rodeia

38

JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)

Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia

essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as

maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a

brincadeira a aprendizado se instala

Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem

basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias

as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para

este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele

que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da

prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade

adulta

A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande

destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca

neste genero litera rio

Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil

devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao

de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar

qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar

deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor

deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure

39

Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido

no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto

pedagogico

Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8

livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com

suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada

Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de

contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta

algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em

conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos

objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a

redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos

de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar

A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os

aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da

participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura

e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da

utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas

41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS

411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos

Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu

surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam

utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a

40

funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas

delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)

bull Boneca contador de hist6rias

As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia

jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-

linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de

pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de

serem proferidos rapidamente)

As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das

mais tfmidas

bull Cria~Ao de final de historia

A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando

pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona

iniciada pel a educadora

o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em

papel

bull Errando as hist6rias

Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas

par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais

ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos

pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam

preocupa~o maior com 0 significado)

Chuva e sol casamento de espanhol

Chuva e sol casamento de caracol

41

bull Fantoches

A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as

crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com

cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas

mas mas manuseando as personagens

bull Gravuras

Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai

apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada

bull Jogo de contar hist6rias

Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos

escralem ou ilustram a hist6ria

a Parlendas e gestos

b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com

as dedas batendo as pes ou as maos etc

c Quadrinhos

d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que

fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por

favor etc

bull Dobraduras

A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas

podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e

ouvindo a magica transformayao do papsl

As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam

a dobradura

Ex dobradura depois recitam

Pinto

o pinto pia

A pipa pinga

Pinga a pipa

a pinto pia

Pinto pia

Pipa pinga

Quanta mais

o pinto pia

Mais a pipa pinga

42

bull Tecnicas de narrativas

Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na

sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil

baseado na autora Susatto (2004)

43

o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter

em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente

aos personagens e aos seus estados e animas

Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam

nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es

segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das

condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto

Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do

abandono dos pais

E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas

narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida

real

Segundo Busatto

Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)

Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser

usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador

reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam

imagens)

U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do

castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim

Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que

se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90

com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da

44

dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus

elementos

DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc

Pianos - altura do movimento

Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic

Forra - intensidade empregado no movimento

Tempo - velocidade com que a movimento e executado

Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo

Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem

preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve

sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de

alunos

45

5 CONSIDERAyOES FINAlS

Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias

tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil

ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes

Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das

transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e

aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem

constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0

conhecimento

A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim

educar para a formayao de cidadaos

No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter

essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para

despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao

magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode

proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa

atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca

passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes

tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor

de seus direitos e deveres como cidadao

A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn

facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do

processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e

participativa

46

Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em

mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir

para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO

pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna

imposicao

o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a

contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a

utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par

leitura

Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da

Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente

com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico

A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que

oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir

para a constru~o de sua autonomia

o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada

pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do

professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no

ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura

Bruner afirma que

e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

48

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30

4 NARRATIVA CONTAR E ENCANTAR

Segundo Garcia (2000) a transmissilo oral de historias e tilo antiga quanto

a presen~ humana 0 ata de contar historias remate ao ata de cuidar querer bern

proteger mas principal mente desperta nas criancas 905t05 e valores a crianya

retira aos poucos dessas transmissOes aquila que Ihe interessa faz associac6es e

reconhece situacentes de sua vida 0 ato de repetir contar Dutra vez contribui para a

compreensao do texto par parte da crianya

o autor ao referir-se sabre a processo de interayao da crianya com 0 que

ela ouve e mental mente desenha e passivel concordar que interagindo ativamente

com a crianya nas suas escolhas e solicitac6es nao impondo a que deseja Quvir 0

que Ihe da prazer ela registra 0 que e significativo para ela (GARCIA 2000 p 41)

A repeticao solicitada pel a crianya e resultado do seu interesse

despertancto 0 querer fazer desenvolvendo assim 0 aprendizado E a repetigao

imposta nao desperta a atengao eJa fica dasperta naD ha envolvimento voluntario

Segundo Garcia (2000) se a crianca pede para contar a historia de novo eporque faz senti do para ala ouvir algo que anriquece 0 seu inventario atende a sua

subjetividade e Ihe fornece subsidios para a construgao de sua compet~ncia

narrativa

Nesta perspectiva Cagliari afirma que ouvir historias e uma forma de Jer

ler 0 lexto mas nAo $6 acrescento eu ler a vida e as rel8yOes ler eaprender a lidar MetiVamente com silua~es presenles no texto ler e seapropriar das palavras do outro como lesouro que se deseja para se ler eenlretecer crttica e criadoramenle SU8Sexperincias as hist6rias ouvidas(1992 p 56)

31

Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar

divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar

na crianca a g05tO pela literatura

Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU

contaram uma hist6ria

Na 6ptica de Tahan

a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)

E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o

infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento

onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo

Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0

ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos

1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito

2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como

li~o advertlmcia ou canselha

3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas

ou ate masma calculos e fra90es

4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos

5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate

masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco

mental

32

o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias

desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil

enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim

a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)

AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica

para a realizayllo de projetos

Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a

alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas

dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado

e se estao todos proximos suficientes do narrador

A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0

narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e

adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para

narrar historias

Segundo Tahan

Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)

Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as

crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer

Tahan informa

33

os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)

Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e

segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas

pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em

cantata com as criantyas

o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn

texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a

historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta

o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao

socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern

pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que

Ihe eram contadas

Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque

a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)

o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a

escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de

ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo

Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para

poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto

professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco

34

Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur

normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a

participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando

gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com

abras especificas para cada idade das criancas

Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica

e 3 ate 6 anas fase magica

Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn

enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa

integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias

que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza

(humanizadas)

Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a

repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas

outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes

Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras

grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com

certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por

genero

No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes

iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras

Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os

circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)

35

A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os

g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0

romance a novela 0 conto 0 drama etc

Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se

dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a

palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que

empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao

Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou

escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis

tenhamos ou n~o consciencia delas

Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua

peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como

A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna

sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral

o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex

objetos elementos da natureza

A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e

anirnais com urn ensinamento moral

o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre

ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo

A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a

historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas

Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da

magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias

precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais

36

Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre

as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem

Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa

pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a

des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no

processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi

incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario

o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de

informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e

ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de

educa~o

Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e

a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a

narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como

placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis

Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais

principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais

detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no

futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando

com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar

recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos

Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios

dependendo de cada circunstimcia

37

Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel

de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante

Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-

leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a

crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim

gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da

linguagem

Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e

sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a

comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80

livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem

atraves do ludico

Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos

devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au

dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias

o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar

as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a

que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a

compreens~o par parte da crianca

Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram

nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das

maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo

que a rodeia

38

JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)

Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia

essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as

maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a

brincadeira a aprendizado se instala

Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem

basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias

as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para

este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele

que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da

prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade

adulta

A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande

destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca

neste genero litera rio

Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil

devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao

de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar

qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar

deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor

deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure

39

Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido

no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto

pedagogico

Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8

livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com

suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada

Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de

contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta

algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em

conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos

objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a

redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos

de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar

A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os

aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da

participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura

e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da

utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas

41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS

411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos

Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu

surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam

utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a

40

funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas

delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)

bull Boneca contador de hist6rias

As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia

jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-

linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de

pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de

serem proferidos rapidamente)

As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das

mais tfmidas

bull Cria~Ao de final de historia

A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando

pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona

iniciada pel a educadora

o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em

papel

bull Errando as hist6rias

Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas

par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais

ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos

pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam

preocupa~o maior com 0 significado)

Chuva e sol casamento de espanhol

Chuva e sol casamento de caracol

41

bull Fantoches

A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as

crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com

cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas

mas mas manuseando as personagens

bull Gravuras

Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai

apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada

bull Jogo de contar hist6rias

Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos

escralem ou ilustram a hist6ria

a Parlendas e gestos

b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com

as dedas batendo as pes ou as maos etc

c Quadrinhos

d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que

fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por

favor etc

bull Dobraduras

A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas

podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e

ouvindo a magica transformayao do papsl

As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam

a dobradura

Ex dobradura depois recitam

Pinto

o pinto pia

A pipa pinga

Pinga a pipa

a pinto pia

Pinto pia

Pipa pinga

Quanta mais

o pinto pia

Mais a pipa pinga

42

bull Tecnicas de narrativas

Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na

sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil

baseado na autora Susatto (2004)

43

o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter

em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente

aos personagens e aos seus estados e animas

Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam

nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es

segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das

condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto

Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do

abandono dos pais

E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas

narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida

real

Segundo Busatto

Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)

Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser

usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador

reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam

imagens)

U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do

castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim

Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que

se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90

com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da

44

dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus

elementos

DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc

Pianos - altura do movimento

Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic

Forra - intensidade empregado no movimento

Tempo - velocidade com que a movimento e executado

Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo

Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem

preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve

sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de

alunos

45

5 CONSIDERAyOES FINAlS

Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias

tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil

ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes

Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das

transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e

aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem

constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0

conhecimento

A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim

educar para a formayao de cidadaos

No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter

essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para

despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao

magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode

proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa

atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca

passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes

tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor

de seus direitos e deveres como cidadao

A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn

facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do

processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e

participativa

46

Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em

mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir

para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO

pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna

imposicao

o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a

contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a

utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par

leitura

Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da

Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente

com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico

A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que

oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir

para a constru~o de sua autonomia

o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada

pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do

professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no

ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura

Bruner afirma que

e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

48

REFERENCIAS

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49

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lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998

31

Quando sa conta uma historia tem-S8 par objetivo 0 ato de ensinar educar

divertir e instruir mas principal mente saber como fazer para atraves dista despertar

na crianca a g05tO pela literatura

Todas as pessoas em algum momento de suas vidas escutaram OU

contaram uma hist6ria

Na 6ptica de Tahan

a hist6ria grnva-se Indelevelmente nas mentes e seus ensinamentospaSSIm 80 patlimOnio moral de nossa vida Ao deparar se com situacentesid~nticas somos levados a agir de acomo com 8 experiencia queinconsdentemente j- vivenciamos na hist6ria Por isso atualmenle pais eproressores bern orientados e inteligentcs empregam a hist6ria como meioeficaz de conigir faltas ensinar bons costumes inspirar atitudes nobres ejusta enfim (1ge6 p 16)

E de extrema import~ncia a utilizalt1o da narrativa de hist6rias na educalt1o

infantil pais as criancas est~o em urna fase de descobrimentos de desenvolvimento

onde 0 professor e 0 mecanismo de ligacao dela com 0 mundo

Para Tahan (1966) 0 conto infantil e uma forma de despertar na crianca 0

ensina da leilura e dave-s8 considerar que a leitura tern cinco aspectos

1deg - recreativo constitui urn suave divertimento para 0 espirito

2deg - educativo guard amos 0 que Quvimos cada urna dalas pode servir como

li~o advertlmcia ou canselha

3deg - instrutivo podemos abler muitos ensinamentos como palavras novas

ou ate masma calculos e fra90es

4deg - religioso pode ensinar a hist6ria religiosa dos pavos

5deg - flsico as historias acalmam ajudam no repouso dos enfermos e ate

masmo para a professor utilizar quando percebe que as aJunos esttjo com cansaco

mental

32

o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias

desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil

enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim

a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)

AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica

para a realizayllo de projetos

Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a

alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas

dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado

e se estao todos proximos suficientes do narrador

A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0

narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e

adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para

narrar historias

Segundo Tahan

Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)

Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as

crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer

Tahan informa

33

os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)

Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e

segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas

pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em

cantata com as criantyas

o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn

texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a

historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta

o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao

socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern

pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que

Ihe eram contadas

Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque

a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)

o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a

escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de

ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo

Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para

poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto

professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco

34

Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur

normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a

participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando

gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com

abras especificas para cada idade das criancas

Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica

e 3 ate 6 anas fase magica

Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn

enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa

integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias

que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza

(humanizadas)

Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a

repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas

outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes

Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras

grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com

certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por

genero

No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes

iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras

Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os

circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)

35

A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os

g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0

romance a novela 0 conto 0 drama etc

Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se

dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a

palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que

empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao

Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou

escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis

tenhamos ou n~o consciencia delas

Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua

peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como

A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna

sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral

o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex

objetos elementos da natureza

A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e

anirnais com urn ensinamento moral

o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre

ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo

A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a

historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas

Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da

magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias

precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais

36

Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre

as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem

Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa

pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a

des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no

processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi

incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario

o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de

informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e

ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de

educa~o

Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e

a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a

narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como

placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis

Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais

principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais

detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no

futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando

com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar

recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos

Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios

dependendo de cada circunstimcia

37

Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel

de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante

Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-

leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a

crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim

gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da

linguagem

Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e

sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a

comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80

livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem

atraves do ludico

Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos

devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au

dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias

o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar

as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a

que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a

compreens~o par parte da crianca

Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram

nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das

maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo

que a rodeia

38

JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)

Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia

essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as

maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a

brincadeira a aprendizado se instala

Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem

basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias

as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para

este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele

que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da

prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade

adulta

A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande

destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca

neste genero litera rio

Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil

devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao

de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar

qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar

deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor

deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure

39

Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido

no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto

pedagogico

Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8

livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com

suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada

Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de

contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta

algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em

conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos

objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a

redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos

de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar

A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os

aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da

participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura

e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da

utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas

41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS

411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos

Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu

surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam

utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a

40

funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas

delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)

bull Boneca contador de hist6rias

As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia

jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-

linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de

pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de

serem proferidos rapidamente)

As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das

mais tfmidas

bull Cria~Ao de final de historia

A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando

pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona

iniciada pel a educadora

o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em

papel

bull Errando as hist6rias

Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas

par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais

ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos

pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam

preocupa~o maior com 0 significado)

Chuva e sol casamento de espanhol

Chuva e sol casamento de caracol

41

bull Fantoches

A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as

crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com

cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas

mas mas manuseando as personagens

bull Gravuras

Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai

apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada

bull Jogo de contar hist6rias

Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos

escralem ou ilustram a hist6ria

a Parlendas e gestos

b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com

as dedas batendo as pes ou as maos etc

c Quadrinhos

d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que

fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por

favor etc

bull Dobraduras

A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas

podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e

ouvindo a magica transformayao do papsl

As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam

a dobradura

Ex dobradura depois recitam

Pinto

o pinto pia

A pipa pinga

Pinga a pipa

a pinto pia

Pinto pia

Pipa pinga

Quanta mais

o pinto pia

Mais a pipa pinga

42

bull Tecnicas de narrativas

Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na

sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil

baseado na autora Susatto (2004)

43

o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter

em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente

aos personagens e aos seus estados e animas

Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam

nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es

segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das

condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto

Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do

abandono dos pais

E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas

narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida

real

Segundo Busatto

Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)

Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser

usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador

reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam

imagens)

U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do

castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim

Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que

se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90

com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da

44

dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus

elementos

DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc

Pianos - altura do movimento

Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic

Forra - intensidade empregado no movimento

Tempo - velocidade com que a movimento e executado

Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo

Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem

preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve

sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de

alunos

45

5 CONSIDERAyOES FINAlS

Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias

tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil

ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes

Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das

transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e

aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem

constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0

conhecimento

A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim

educar para a formayao de cidadaos

No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter

essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para

despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao

magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode

proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa

atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca

passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes

tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor

de seus direitos e deveres como cidadao

A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn

facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do

processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e

participativa

46

Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em

mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir

para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO

pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna

imposicao

o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a

contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a

utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par

leitura

Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da

Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente

com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico

A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que

oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir

para a constru~o de sua autonomia

o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada

pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do

professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no

ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura

Bruner afirma que

e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

48

REFERENCIAS

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49

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32

o autor citado afirma que quando se trabatha com contayllo de hist6rias

desenvolve-se na crianca alguns aspectos como a expansao da linguagem infantil

enriquecendo seu vocabulario e sua articularAo estimulando assim

a intelig6ncia despertando 0 poder criativo 8 aquisiqAo de conhecimentoampliando as experiencias das criamas socializa~o entre 0 grupo eanalogia entre 0 que vamp e 0 que conhece revelayao das diferenlfQs queexistem no mundo culliva de htbrtos socia is e morais atravts de bonsexamplos cuftivo de sensibllidade da imagjna~o da mem6ria dnalencao e principalmente do incentiva a leitura (TAHAN 1966 p 89)

AIf~m de todos asses aspectos ainda e passive I servir como base didatica

para a realizayllo de projetos

Tahan (1966) comenta que e importante que 0 narrador esteja atento a

alguns aspectos como na questeo sa as crian~s estao bern acomodadas

dispostas sa 0 lanche ja foi feito se a ambiente esta agradavel tranqOilo iluminado

e se estao todos proximos suficientes do narrador

A escolha do livro deve ser fundamentada nos interesses das crian9Bs 0

narrador deve conhecer a texto previa mente deve ter a capacidade de improvisar e

adaptar no decorrer da historia tudo isto e muito mais sao tecnicas necessarias para

narrar historias

Segundo Tahan

Em loda srte 5ubentende-5e uma diretriz um metoda ou melhor umstecnica A arte de contar hist6rias spe5ar de ser um dam pessoal estil5ujeita 1I essa regra e a leis multo importlantes que observadas facilitaraaa quem par elo 5e inleressm (1966 p 64)

Contar hist6rias nao e simplesmente sentar em uma rodinha com as

crianras pegar um livro qualquer e lar E preciso urn ~por que- urn middotcomo fazer

Tahan informa

33

os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)

Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e

segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas

pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em

cantata com as criantyas

o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn

texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a

historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta

o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao

socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern

pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que

Ihe eram contadas

Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque

a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)

o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a

escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de

ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo

Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para

poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto

professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco

34

Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur

normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a

participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando

gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com

abras especificas para cada idade das criancas

Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica

e 3 ate 6 anas fase magica

Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn

enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa

integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias

que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza

(humanizadas)

Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a

repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas

outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes

Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras

grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com

certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por

genero

No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes

iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras

Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os

circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)

35

A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os

g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0

romance a novela 0 conto 0 drama etc

Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se

dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a

palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que

empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao

Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou

escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis

tenhamos ou n~o consciencia delas

Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua

peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como

A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna

sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral

o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex

objetos elementos da natureza

A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e

anirnais com urn ensinamento moral

o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre

ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo

A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a

historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas

Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da

magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias

precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais

36

Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre

as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem

Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa

pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a

des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no

processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi

incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario

o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de

informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e

ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de

educa~o

Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e

a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a

narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como

placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis

Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais

principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais

detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no

futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando

com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar

recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos

Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios

dependendo de cada circunstimcia

37

Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel

de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante

Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-

leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a

crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim

gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da

linguagem

Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e

sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a

comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80

livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem

atraves do ludico

Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos

devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au

dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias

o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar

as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a

que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a

compreens~o par parte da crianca

Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram

nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das

maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo

que a rodeia

38

JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)

Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia

essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as

maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a

brincadeira a aprendizado se instala

Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem

basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias

as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para

este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele

que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da

prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade

adulta

A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande

destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca

neste genero litera rio

Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil

devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao

de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar

qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar

deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor

deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure

39

Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido

no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto

pedagogico

Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8

livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com

suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada

Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de

contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta

algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em

conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos

objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a

redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos

de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar

A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os

aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da

participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura

e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da

utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas

41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS

411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos

Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu

surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam

utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a

40

funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas

delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)

bull Boneca contador de hist6rias

As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia

jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-

linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de

pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de

serem proferidos rapidamente)

As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das

mais tfmidas

bull Cria~Ao de final de historia

A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando

pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona

iniciada pel a educadora

o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em

papel

bull Errando as hist6rias

Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas

par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais

ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos

pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam

preocupa~o maior com 0 significado)

Chuva e sol casamento de espanhol

Chuva e sol casamento de caracol

41

bull Fantoches

A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as

crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com

cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas

mas mas manuseando as personagens

bull Gravuras

Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai

apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada

bull Jogo de contar hist6rias

Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos

escralem ou ilustram a hist6ria

a Parlendas e gestos

b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com

as dedas batendo as pes ou as maos etc

c Quadrinhos

d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que

fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por

favor etc

bull Dobraduras

A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas

podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e

ouvindo a magica transformayao do papsl

As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam

a dobradura

Ex dobradura depois recitam

Pinto

o pinto pia

A pipa pinga

Pinga a pipa

a pinto pia

Pinto pia

Pipa pinga

Quanta mais

o pinto pia

Mais a pipa pinga

42

bull Tecnicas de narrativas

Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na

sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil

baseado na autora Susatto (2004)

43

o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter

em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente

aos personagens e aos seus estados e animas

Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam

nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es

segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das

condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto

Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do

abandono dos pais

E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas

narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida

real

Segundo Busatto

Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)

Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser

usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador

reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam

imagens)

U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do

castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim

Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que

se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90

com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da

44

dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus

elementos

DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc

Pianos - altura do movimento

Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic

Forra - intensidade empregado no movimento

Tempo - velocidade com que a movimento e executado

Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo

Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem

preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve

sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de

alunos

45

5 CONSIDERAyOES FINAlS

Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias

tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil

ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes

Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das

transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e

aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem

constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0

conhecimento

A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim

educar para a formayao de cidadaos

No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter

essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para

despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao

magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode

proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa

atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca

passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes

tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor

de seus direitos e deveres como cidadao

A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn

facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do

processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e

participativa

46

Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em

mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir

para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO

pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna

imposicao

o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a

contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a

utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par

leitura

Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da

Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente

com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico

A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que

oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir

para a constru~o de sua autonomia

o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada

pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do

professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no

ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura

Bruner afirma que

e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

48

REFERENCIAS

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BAKHTIN Mikhail M8rxismo e filosofia da linguagem 6 ed sao Paulo Hucitec1988

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CADERMARTORI Ligia 0 que e literatura infantil 6 ed sao Paulo brasiliense1994

CAGLIARI Luiz Carlos deg professor como pesquisador In SeminarioMultidisciplinar de AlfabetizatJo Anais Pontificia Universidade Cat61ica de SaoPaulo 1992

COELHO Betty Contar hist6rias uma arte sem idade10 ed Sao Paulo Atica 1999

COELHO Nelly Novaes N Literatura infanti Teoria analise Didatica16 edSaoPaulo Atica1997

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DALLA BONA Elisa Marisa Apostila com sugest~es de atividades para trabalhocom a literatura infantil Trabalho apresentado em curso na UFPR em 2001 no prelopara edi91io (acervo da autora)

FERREIRO Emilia amp TEBEROSKY Ana Psicogtmese da lingua escrita PortoAlegre Arte Medicas 1986

FERREIRO Emilia Os processos de leitura e escrita novas perspectivas PortoAlegre Artes Medicas 1987

FROEBEL Frederic A educaiio do homem Sao Paulo Hucitec 1913

GARCIA Regina Leite Revisitando a prfHlscola 4 ed Sao Paulo Cortez 2000

KLEIMAN Angela B Os significados do letramento Campinas Mercado deLetras 1995

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49

KRAMER Sonia Currlculo de educa91io infanfil e a formaao dos profissionais decreche e pre-ltlscola QuestOes te6ricas e polemicas In MECSEFCedi Par umapolitica de formacAodo~profissionais da educai~o infantil Brasilia 1995

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MEIRELES Cecilia Problemas da literatura intanti 2 ed Sao Paulo Summus1979

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WORNICOV Ruth WAGNER Elisia RUSSOMANO Moema e WEBER Nadia C BClianra-Ieituramiddotlivro Sap Paulo Nobel 1986

lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998

33

os cuidados essenciais que cabern ao lIarrador confiancil em si mesmo eseguranya 0 tom de voz deve ser brando 0 narrodor nao deve de modoaluulTl hesitar deve cuidar da pausas das palavras e frases a hist6riadeve ser contada se for passlvel com obfetos e oravufils e com acolaboracao alheia e urn pouco de rnusica para dar maior al~ria (1966 p66)

Coelho (1999) diz que como toda arte contar hist6rias possui tecnicas e

segredos essa arte que lida com palavras depende de serta tendencia nata mas

pode ser desenvolvida atraves de tecnicas apropriadas e do prazer de estar em

cantata com as criantyas

o narrador empresta sua vivacidade para a hist6ria escolhendo bern urn

texto deve reeria-Io para a linguagem oral que e mais livre que a eserita e durante a

historia essas diferencas devem ser feitas por quem conta

o ate de narrar historias propida as crianyas desde pequenas educagao

socializa~o informa980 e tantas outras coisas se elas tiverem este cantata bern

pequenas gostarao de livros buscando neles mais histOrias agradaveis como as que

Ihe eram contadas

Baseado no texto de Caglian pode-se afinmarque

a professor pesquisador a pesquise e leitlllcl andarn juntasA hteNltura nosfaz compreender 0 que nos comove faz com que aprendamos a ver amundo por outro angulo nos encaminha ao mundo do saber paraenslnarO professor tem Que usar dests fonte de conhecimento e trnnsmitirnAo $6 0 ensinamento mas 0 g05to pela leitura Mostrando lt1ssim para 0sluno como e interessante ler e aprender atrav~5 dos livres (1992 p 89)

o professor tern por obriga~o fazer a aluno perceber que lendo aprende a

escrever pensar imaginar raciocinar e descobrir um mundo maravilhoso e cheio de

ensinamentos Desse modo deve fazer com que a leitura nao seja algo cansativo

Para iSso Cagliari (1992) aponta que 0 professor precisa ler muito para

poder transmitir 0 conhecimento atraves de pesquisa e entendimento do assunto

professor e escola tem a dever de estimular a leitura nests pars que se Ie tao pouco

34

Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur

normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a

participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando

gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com

abras especificas para cada idade das criancas

Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica

e 3 ate 6 anas fase magica

Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn

enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa

integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias

que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza

(humanizadas)

Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a

repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas

outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes

Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras

grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com

certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por

genero

No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes

iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras

Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os

circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)

35

A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os

g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0

romance a novela 0 conto 0 drama etc

Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se

dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a

palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que

empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao

Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou

escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis

tenhamos ou n~o consciencia delas

Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua

peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como

A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna

sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral

o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex

objetos elementos da natureza

A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e

anirnais com urn ensinamento moral

o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre

ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo

A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a

historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas

Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da

magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias

precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais

36

Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre

as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem

Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa

pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a

des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no

processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi

incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario

o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de

informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e

ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de

educa~o

Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e

a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a

narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como

placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis

Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais

principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais

detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no

futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando

com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar

recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos

Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios

dependendo de cada circunstimcia

37

Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel

de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante

Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-

leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a

crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim

gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da

linguagem

Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e

sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a

comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80

livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem

atraves do ludico

Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos

devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au

dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias

o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar

as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a

que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a

compreens~o par parte da crianca

Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram

nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das

maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo

que a rodeia

38

JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)

Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia

essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as

maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a

brincadeira a aprendizado se instala

Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem

basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias

as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para

este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele

que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da

prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade

adulta

A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande

destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca

neste genero litera rio

Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil

devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao

de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar

qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar

deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor

deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure

39

Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido

no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto

pedagogico

Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8

livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com

suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada

Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de

contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta

algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em

conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos

objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a

redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos

de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar

A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os

aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da

participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura

e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da

utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas

41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS

411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos

Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu

surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam

utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a

40

funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas

delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)

bull Boneca contador de hist6rias

As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia

jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-

linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de

pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de

serem proferidos rapidamente)

As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das

mais tfmidas

bull Cria~Ao de final de historia

A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando

pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona

iniciada pel a educadora

o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em

papel

bull Errando as hist6rias

Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas

par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais

ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos

pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam

preocupa~o maior com 0 significado)

Chuva e sol casamento de espanhol

Chuva e sol casamento de caracol

41

bull Fantoches

A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as

crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com

cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas

mas mas manuseando as personagens

bull Gravuras

Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai

apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada

bull Jogo de contar hist6rias

Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos

escralem ou ilustram a hist6ria

a Parlendas e gestos

b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com

as dedas batendo as pes ou as maos etc

c Quadrinhos

d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que

fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por

favor etc

bull Dobraduras

A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas

podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e

ouvindo a magica transformayao do papsl

As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam

a dobradura

Ex dobradura depois recitam

Pinto

o pinto pia

A pipa pinga

Pinga a pipa

a pinto pia

Pinto pia

Pipa pinga

Quanta mais

o pinto pia

Mais a pipa pinga

42

bull Tecnicas de narrativas

Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na

sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil

baseado na autora Susatto (2004)

43

o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter

em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente

aos personagens e aos seus estados e animas

Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam

nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es

segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das

condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto

Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do

abandono dos pais

E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas

narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida

real

Segundo Busatto

Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)

Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser

usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador

reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam

imagens)

U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do

castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim

Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que

se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90

com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da

44

dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus

elementos

DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc

Pianos - altura do movimento

Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic

Forra - intensidade empregado no movimento

Tempo - velocidade com que a movimento e executado

Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo

Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem

preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve

sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de

alunos

45

5 CONSIDERAyOES FINAlS

Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias

tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil

ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes

Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das

transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e

aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem

constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0

conhecimento

A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim

educar para a formayao de cidadaos

No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter

essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para

despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao

magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode

proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa

atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca

passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes

tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor

de seus direitos e deveres como cidadao

A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn

facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do

processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e

participativa

46

Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em

mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir

para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO

pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna

imposicao

o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a

contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a

utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par

leitura

Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da

Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente

com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico

A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que

oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir

para a constru~o de sua autonomia

o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada

pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do

professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no

ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura

Bruner afirma que

e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

48

REFERENCIAS

ARIES Philippe HistOriasocial da criana e da familia 2 ed Rio de Janeiro Zahar1981

BAKHTIN Mikhail M8rxismo e filosofia da linguagem 6 ed sao Paulo Hucitec1988

BRASIL Secretaria de educa91io fundamental Referencial Curricular Nacional paraEducailo Infantil Ministerio da Educa91io e do Desporto Brasilia MECSEF 1998

BRUNER Jerome S Uma Nova Teoria da Aprendizagem Rio de Janeiro Ed Bloch1976

BUSATTO Clea Contar e encantar Pequenos segredos da narrativa Petr6polisVozes 2004

CADERMARTORI Ligia 0 que e literatura infantil 6 ed sao Paulo brasiliense1994

CAGLIARI Luiz Carlos deg professor como pesquisador In SeminarioMultidisciplinar de AlfabetizatJo Anais Pontificia Universidade Cat61ica de SaoPaulo 1992

COELHO Betty Contar hist6rias uma arte sem idade10 ed Sao Paulo Atica 1999

COELHO Nelly Novaes N Literatura infanti Teoria analise Didatica16 edSaoPaulo Atica1997

CUNHA Maria Antonieta Antunes Literatura Infantil Teoria e Pratica16 ed saoPaulo Atica 1997

DALLA BONA Elisa Marisa Apostila com sugest~es de atividades para trabalhocom a literatura infantil Trabalho apresentado em curso na UFPR em 2001 no prelopara edi91io (acervo da autora)

FERREIRO Emilia amp TEBEROSKY Ana Psicogtmese da lingua escrita PortoAlegre Arte Medicas 1986

FERREIRO Emilia Os processos de leitura e escrita novas perspectivas PortoAlegre Artes Medicas 1987

FROEBEL Frederic A educaiio do homem Sao Paulo Hucitec 1913

GARCIA Regina Leite Revisitando a prfHlscola 4 ed Sao Paulo Cortez 2000

KLEIMAN Angela B Os significados do letramento Campinas Mercado deLetras 1995

KLEIN Ligia Regina SHAFASCHEK Rosicler Alfabetiza91io In Equipe doDEPGSEEDPR (Org) Curricula Msico para a eseola publica do Estado doParana 1 ed Curitiba Imprensa Oficial do Estado do Parana V 1990

49

KRAMER Sonia Currlculo de educa91io infanfil e a formaao dos profissionais decreche e pre-ltlscola QuestOes te6ricas e polemicas In MECSEFCedi Par umapolitica de formacAodo~profissionais da educai~o infantil Brasilia 1995

LEMOS Claudia Thereza Guimaraes de Lingua e discurso na teolizaao sabreaquisiao da lingusgeml Sao Pauligt Brasiliense1978

MEIRELES Cecilia Problemas da literatura intanti 2 ed Sao Paulo Summus1979

ORLANDI EnL A produao da leitura e suas condicentes Leitura - Teoria e PraticaSao Paulo Cortez 1987

PIAGET Jean A formaao do simbolo na cliana Rio de Janeiro lahar 1976

ROJAS Juciara 0 ludico na construilo interdisciplinar da aprendizagem umapedagogia do afelo e da clialjvidade nd escola UFMS 1991 Disponlvel emhttpwwwanpedorgbrI25excedentes25f)ucimararojastiJ7r1f Acesso em 15maio2006

ROUSSEAU Jean Jacques 0 Emilio au da educacAoSao Paulo Martins Fontes1990

SISTO Fermino Fernandes BATISTA M A FERREIRA C E B PAVARINI M LC OLIVEIRA J C Iii OLIVEIRA R OLlVEIRA S M S S bull SANTOS AAvaliando a satisfaao escolar no ensino fundamental In BORUCHOVITCH EvelyeBlUNECK Jose Aloys~o (Org) A molivailo do aluno Petropolis Vozes 1996

TAHAN Malba Arte de contar histOtias5 ed Rio de Janeiro Conquista 1966

VOLPATO Enilze dEl Souza Nogueira Pesquisa bib7iogralica em cienciasbiomedicas J Pneumologia [online] MarlApr 2000 vo126 no2 p77-80Dispon Ivel emt1ttpllwwwscielobrlscielo phpscript=sci_ arttextamppid=S01 02middot35862000000200006amplng=enampnrm=isogt ISSN 0102-3586 Acesso em 13 maio2006

VYGOTSKY Lev Semenorich Pensamento e linguagem 3 ed Sao Paulo MartinsFontes 1991

WINTER Eneia e SALLES Paulo Eduardo Marcondes de Metodologia da PesquisaCientifica 2 ed Sao Paulo CEDAS 1997

WORNICOV Ruth WAGNER Elisia RUSSOMANO Moema e WEBER Nadia C BClianra-Ieituramiddotlivro Sap Paulo Nobel 1986

lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998

34

Esse autor evidencia que 0 professor de educayao pre-8scolar deve segur

normas mais espedficas na hara de contar hist6rias incentvar seus alunos a

participar atraves de suas pr6prias narrativas e estimular as narrativas utilizando

gravuras e desenhos 0 cui dado com 0 livro 0 tempo da narrativa e trabalhar com

abras especificas para cada idade das criancas

Para Coelho (1999) a fase pre-escolar e entre ate 3 anas fase pre-magica

e 3 ate 6 anas fase magica

Neste contexto a fase pre-magica caracteriza-se par historias com urn

enreda Simples com situac6es comuns a vida da crianca para que ela possa

integrar-se sentir-se no lugar dos personagensNessa fase elas preferem hist6rias

que ten ham em seu en redo bichinhos animais criancas abjetos seres da natureza

(humanizadas)

Na fase magica a crianya escuta as hist6rias com mais aten~o e a

repeti~o 0 conta Dutra vez S9 estabelece porque na primeira vez e novidade nas

outras ela identifica e apreciam mais 0 conteudo os detalhes

Quando se fala de literatura infantil logo se pensa em livros com letras

grandes com figuras coloridas e textos pequenos sem muito significado mas com

certeza nao e essa a realidade literaria Os livros seguem uma classificacAo por

genero

No Brasil as classificayOes do genera textual sao relativamente recentes

iniciaram-se ha cerca de uma decada Depois que foram divulgados as Parametras

Curricula res Nacionais para a Educaltao Infantil e que a discusstsecto te6rica deixou os

circulas restritas da discussaa acad~mica e chegau as escolas(RCN1998)

35

A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os

g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0

romance a novela 0 conto 0 drama etc

Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se

dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a

palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que

empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao

Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou

escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis

tenhamos ou n~o consciencia delas

Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua

peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como

A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna

sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral

o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex

objetos elementos da natureza

A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e

anirnais com urn ensinamento moral

o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre

ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo

A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a

historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas

Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da

magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias

precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais

36

Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre

as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem

Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa

pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a

des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no

processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi

incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario

o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de

informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e

ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de

educa~o

Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e

a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a

narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como

placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis

Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais

principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais

detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no

futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando

com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar

recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos

Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios

dependendo de cada circunstimcia

37

Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel

de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante

Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-

leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a

crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim

gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da

linguagem

Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e

sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a

comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80

livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem

atraves do ludico

Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos

devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au

dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias

o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar

as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a

que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a

compreens~o par parte da crianca

Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram

nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das

maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo

que a rodeia

38

JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)

Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia

essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as

maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a

brincadeira a aprendizado se instala

Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem

basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias

as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para

este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele

que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da

prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade

adulta

A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande

destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca

neste genero litera rio

Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil

devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao

de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar

qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar

deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor

deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure

39

Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido

no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto

pedagogico

Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8

livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com

suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada

Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de

contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta

algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em

conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos

objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a

redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos

de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar

A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os

aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da

participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura

e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da

utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas

41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS

411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos

Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu

surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam

utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a

40

funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas

delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)

bull Boneca contador de hist6rias

As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia

jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-

linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de

pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de

serem proferidos rapidamente)

As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das

mais tfmidas

bull Cria~Ao de final de historia

A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando

pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona

iniciada pel a educadora

o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em

papel

bull Errando as hist6rias

Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas

par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais

ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos

pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam

preocupa~o maior com 0 significado)

Chuva e sol casamento de espanhol

Chuva e sol casamento de caracol

41

bull Fantoches

A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as

crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com

cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas

mas mas manuseando as personagens

bull Gravuras

Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai

apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada

bull Jogo de contar hist6rias

Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos

escralem ou ilustram a hist6ria

a Parlendas e gestos

b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com

as dedas batendo as pes ou as maos etc

c Quadrinhos

d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que

fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por

favor etc

bull Dobraduras

A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas

podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e

ouvindo a magica transformayao do papsl

As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam

a dobradura

Ex dobradura depois recitam

Pinto

o pinto pia

A pipa pinga

Pinga a pipa

a pinto pia

Pinto pia

Pipa pinga

Quanta mais

o pinto pia

Mais a pipa pinga

42

bull Tecnicas de narrativas

Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na

sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil

baseado na autora Susatto (2004)

43

o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter

em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente

aos personagens e aos seus estados e animas

Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam

nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es

segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das

condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto

Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do

abandono dos pais

E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas

narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida

real

Segundo Busatto

Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)

Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser

usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador

reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam

imagens)

U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do

castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim

Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que

se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90

com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da

44

dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus

elementos

DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc

Pianos - altura do movimento

Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic

Forra - intensidade empregado no movimento

Tempo - velocidade com que a movimento e executado

Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo

Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem

preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve

sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de

alunos

45

5 CONSIDERAyOES FINAlS

Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias

tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil

ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes

Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das

transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e

aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem

constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0

conhecimento

A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim

educar para a formayao de cidadaos

No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter

essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para

despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao

magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode

proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa

atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca

passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes

tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor

de seus direitos e deveres como cidadao

A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn

facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do

processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e

participativa

46

Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em

mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir

para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO

pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna

imposicao

o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a

contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a

utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par

leitura

Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da

Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente

com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico

A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que

oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir

para a constru~o de sua autonomia

o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada

pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do

professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no

ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura

Bruner afirma que

e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

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REFERENCIAS

ARIES Philippe HistOriasocial da criana e da familia 2 ed Rio de Janeiro Zahar1981

BAKHTIN Mikhail M8rxismo e filosofia da linguagem 6 ed sao Paulo Hucitec1988

BRASIL Secretaria de educa91io fundamental Referencial Curricular Nacional paraEducailo Infantil Ministerio da Educa91io e do Desporto Brasilia MECSEF 1998

BRUNER Jerome S Uma Nova Teoria da Aprendizagem Rio de Janeiro Ed Bloch1976

BUSATTO Clea Contar e encantar Pequenos segredos da narrativa Petr6polisVozes 2004

CADERMARTORI Ligia 0 que e literatura infantil 6 ed sao Paulo brasiliense1994

CAGLIARI Luiz Carlos deg professor como pesquisador In SeminarioMultidisciplinar de AlfabetizatJo Anais Pontificia Universidade Cat61ica de SaoPaulo 1992

COELHO Betty Contar hist6rias uma arte sem idade10 ed Sao Paulo Atica 1999

COELHO Nelly Novaes N Literatura infanti Teoria analise Didatica16 edSaoPaulo Atica1997

CUNHA Maria Antonieta Antunes Literatura Infantil Teoria e Pratica16 ed saoPaulo Atica 1997

DALLA BONA Elisa Marisa Apostila com sugest~es de atividades para trabalhocom a literatura infantil Trabalho apresentado em curso na UFPR em 2001 no prelopara edi91io (acervo da autora)

FERREIRO Emilia amp TEBEROSKY Ana Psicogtmese da lingua escrita PortoAlegre Arte Medicas 1986

FERREIRO Emilia Os processos de leitura e escrita novas perspectivas PortoAlegre Artes Medicas 1987

FROEBEL Frederic A educaiio do homem Sao Paulo Hucitec 1913

GARCIA Regina Leite Revisitando a prfHlscola 4 ed Sao Paulo Cortez 2000

KLEIMAN Angela B Os significados do letramento Campinas Mercado deLetras 1995

KLEIN Ligia Regina SHAFASCHEK Rosicler Alfabetiza91io In Equipe doDEPGSEEDPR (Org) Curricula Msico para a eseola publica do Estado doParana 1 ed Curitiba Imprensa Oficial do Estado do Parana V 1990

49

KRAMER Sonia Currlculo de educa91io infanfil e a formaao dos profissionais decreche e pre-ltlscola QuestOes te6ricas e polemicas In MECSEFCedi Par umapolitica de formacAodo~profissionais da educai~o infantil Brasilia 1995

LEMOS Claudia Thereza Guimaraes de Lingua e discurso na teolizaao sabreaquisiao da lingusgeml Sao Pauligt Brasiliense1978

MEIRELES Cecilia Problemas da literatura intanti 2 ed Sao Paulo Summus1979

ORLANDI EnL A produao da leitura e suas condicentes Leitura - Teoria e PraticaSao Paulo Cortez 1987

PIAGET Jean A formaao do simbolo na cliana Rio de Janeiro lahar 1976

ROJAS Juciara 0 ludico na construilo interdisciplinar da aprendizagem umapedagogia do afelo e da clialjvidade nd escola UFMS 1991 Disponlvel emhttpwwwanpedorgbrI25excedentes25f)ucimararojastiJ7r1f Acesso em 15maio2006

ROUSSEAU Jean Jacques 0 Emilio au da educacAoSao Paulo Martins Fontes1990

SISTO Fermino Fernandes BATISTA M A FERREIRA C E B PAVARINI M LC OLIVEIRA J C Iii OLIVEIRA R OLlVEIRA S M S S bull SANTOS AAvaliando a satisfaao escolar no ensino fundamental In BORUCHOVITCH EvelyeBlUNECK Jose Aloys~o (Org) A molivailo do aluno Petropolis Vozes 1996

TAHAN Malba Arte de contar histOtias5 ed Rio de Janeiro Conquista 1966

VOLPATO Enilze dEl Souza Nogueira Pesquisa bib7iogralica em cienciasbiomedicas J Pneumologia [online] MarlApr 2000 vo126 no2 p77-80Dispon Ivel emt1ttpllwwwscielobrlscielo phpscript=sci_ arttextamppid=S01 02middot35862000000200006amplng=enampnrm=isogt ISSN 0102-3586 Acesso em 13 maio2006

VYGOTSKY Lev Semenorich Pensamento e linguagem 3 ed Sao Paulo MartinsFontes 1991

WINTER Eneia e SALLES Paulo Eduardo Marcondes de Metodologia da PesquisaCientifica 2 ed Sao Paulo CEDAS 1997

WORNICOV Ruth WAGNER Elisia RUSSOMANO Moema e WEBER Nadia C BClianra-Ieituramiddotlivro Sap Paulo Nobel 1986

lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998

35

A palavra genero sempre foi usada pela teoria litenjria para identificar os

g~neros classicos 0 ifrieo 0 spice e 0 dramatico e as generos modernos como 0

romance a novela 0 conto 0 drama etc

Mikhail Bakhtin (1988) pensador russo que no inicio do ssculo XX se

dedicou aos estudos da linguagem e da literatura foi a primeiro a empregar a

palavra Qeneros com urn sentido mais amplo referindo-se tarn bam aos textos que

empregamos nas situacentes cctidianas de ccmunicacao

Segundo Bakhtin (1988) todos os generas que praduzimos orais ou

escritos apresentam urn conjunto de caracteristicas relativamente estaveis

tenhamos ou n~o consciencia delas

Segundo Coelho (1997) dependendo do genero literario cada livro tem sua

peculiaridade que a distinguira urna das Qulras como

A fabula e urna narrativa de urna situayao vivida par animals que alude urna

sjtua~o humana e tern par objet iva transmitir urna modalidade moral

o ap61ogo e urna narrativa de urna situatao vivida par seres inanimados ex

objetos elementos da natureza

A parabola e urna narrativa breve de situa~es vividas par hurnanos e

anirnais com urn ensinamento moral

o mito e a hist6ria da humanidade caminham juntos os mitos sao sernpre

ligados a fen()menos inaugurais exemplo a cria~o do mundo

A lenda e urna narrativa onde 0 rnaravilhasa e a imaginaria supera a

historico e 0 verdadeiro nosso folclare e rico em lendas

Conto maravilhoso e onde nasceu a literatura ele decorre no mundo da

magia da fantasia ou de sonho onde tudo escapa as limita96es au contingencias

precarias da vida humana e onde tuda sa resolve por meios sobrenaturais

36

Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre

as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem

Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa

pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a

des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no

processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi

incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario

o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de

informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e

ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de

educa~o

Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e

a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a

narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como

placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis

Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais

principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais

detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no

futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando

com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar

recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos

Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios

dependendo de cada circunstimcia

37

Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel

de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante

Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-

leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a

crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim

gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da

linguagem

Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e

sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a

comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80

livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem

atraves do ludico

Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos

devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au

dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias

o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar

as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a

que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a

compreens~o par parte da crianca

Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram

nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das

maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo

que a rodeia

38

JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)

Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia

essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as

maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a

brincadeira a aprendizado se instala

Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem

basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias

as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para

este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele

que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da

prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade

adulta

A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande

destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca

neste genero litera rio

Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil

devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao

de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar

qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar

deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor

deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure

39

Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido

no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto

pedagogico

Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8

livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com

suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada

Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de

contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta

algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em

conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos

objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a

redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos

de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar

A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os

aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da

participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura

e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da

utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas

41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS

411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos

Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu

surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam

utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a

40

funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas

delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)

bull Boneca contador de hist6rias

As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia

jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-

linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de

pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de

serem proferidos rapidamente)

As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das

mais tfmidas

bull Cria~Ao de final de historia

A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando

pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona

iniciada pel a educadora

o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em

papel

bull Errando as hist6rias

Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas

par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais

ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos

pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam

preocupa~o maior com 0 significado)

Chuva e sol casamento de espanhol

Chuva e sol casamento de caracol

41

bull Fantoches

A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as

crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com

cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas

mas mas manuseando as personagens

bull Gravuras

Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai

apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada

bull Jogo de contar hist6rias

Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos

escralem ou ilustram a hist6ria

a Parlendas e gestos

b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com

as dedas batendo as pes ou as maos etc

c Quadrinhos

d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que

fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por

favor etc

bull Dobraduras

A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas

podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e

ouvindo a magica transformayao do papsl

As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam

a dobradura

Ex dobradura depois recitam

Pinto

o pinto pia

A pipa pinga

Pinga a pipa

a pinto pia

Pinto pia

Pipa pinga

Quanta mais

o pinto pia

Mais a pipa pinga

42

bull Tecnicas de narrativas

Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na

sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil

baseado na autora Susatto (2004)

43

o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter

em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente

aos personagens e aos seus estados e animas

Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam

nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es

segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das

condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto

Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do

abandono dos pais

E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas

narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida

real

Segundo Busatto

Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)

Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser

usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador

reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam

imagens)

U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do

castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim

Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que

se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90

com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da

44

dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus

elementos

DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc

Pianos - altura do movimento

Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic

Forra - intensidade empregado no movimento

Tempo - velocidade com que a movimento e executado

Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo

Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem

preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve

sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de

alunos

45

5 CONSIDERAyOES FINAlS

Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias

tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil

ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes

Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das

transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e

aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem

constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0

conhecimento

A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim

educar para a formayao de cidadaos

No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter

essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para

despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao

magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode

proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa

atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca

passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes

tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor

de seus direitos e deveres como cidadao

A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn

facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do

processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e

participativa

46

Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em

mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir

para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO

pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna

imposicao

o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a

contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a

utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par

leitura

Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da

Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente

com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico

A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que

oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir

para a constru~o de sua autonomia

o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada

pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do

professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no

ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura

Bruner afirma que

e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

48

REFERENCIAS

ARIES Philippe HistOriasocial da criana e da familia 2 ed Rio de Janeiro Zahar1981

BAKHTIN Mikhail M8rxismo e filosofia da linguagem 6 ed sao Paulo Hucitec1988

BRASIL Secretaria de educa91io fundamental Referencial Curricular Nacional paraEducailo Infantil Ministerio da Educa91io e do Desporto Brasilia MECSEF 1998

BRUNER Jerome S Uma Nova Teoria da Aprendizagem Rio de Janeiro Ed Bloch1976

BUSATTO Clea Contar e encantar Pequenos segredos da narrativa Petr6polisVozes 2004

CADERMARTORI Ligia 0 que e literatura infantil 6 ed sao Paulo brasiliense1994

CAGLIARI Luiz Carlos deg professor como pesquisador In SeminarioMultidisciplinar de AlfabetizatJo Anais Pontificia Universidade Cat61ica de SaoPaulo 1992

COELHO Betty Contar hist6rias uma arte sem idade10 ed Sao Paulo Atica 1999

COELHO Nelly Novaes N Literatura infanti Teoria analise Didatica16 edSaoPaulo Atica1997

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DALLA BONA Elisa Marisa Apostila com sugest~es de atividades para trabalhocom a literatura infantil Trabalho apresentado em curso na UFPR em 2001 no prelopara edi91io (acervo da autora)

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FERREIRO Emilia Os processos de leitura e escrita novas perspectivas PortoAlegre Artes Medicas 1987

FROEBEL Frederic A educaiio do homem Sao Paulo Hucitec 1913

GARCIA Regina Leite Revisitando a prfHlscola 4 ed Sao Paulo Cortez 2000

KLEIMAN Angela B Os significados do letramento Campinas Mercado deLetras 1995

KLEIN Ligia Regina SHAFASCHEK Rosicler Alfabetiza91io In Equipe doDEPGSEEDPR (Org) Curricula Msico para a eseola publica do Estado doParana 1 ed Curitiba Imprensa Oficial do Estado do Parana V 1990

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KRAMER Sonia Currlculo de educa91io infanfil e a formaao dos profissionais decreche e pre-ltlscola QuestOes te6ricas e polemicas In MECSEFCedi Par umapolitica de formacAodo~profissionais da educai~o infantil Brasilia 1995

LEMOS Claudia Thereza Guimaraes de Lingua e discurso na teolizaao sabreaquisiao da lingusgeml Sao Pauligt Brasiliense1978

MEIRELES Cecilia Problemas da literatura intanti 2 ed Sao Paulo Summus1979

ORLANDI EnL A produao da leitura e suas condicentes Leitura - Teoria e PraticaSao Paulo Cortez 1987

PIAGET Jean A formaao do simbolo na cliana Rio de Janeiro lahar 1976

ROJAS Juciara 0 ludico na construilo interdisciplinar da aprendizagem umapedagogia do afelo e da clialjvidade nd escola UFMS 1991 Disponlvel emhttpwwwanpedorgbrI25excedentes25f)ucimararojastiJ7r1f Acesso em 15maio2006

ROUSSEAU Jean Jacques 0 Emilio au da educacAoSao Paulo Martins Fontes1990

SISTO Fermino Fernandes BATISTA M A FERREIRA C E B PAVARINI M LC OLIVEIRA J C Iii OLIVEIRA R OLlVEIRA S M S S bull SANTOS AAvaliando a satisfaao escolar no ensino fundamental In BORUCHOVITCH EvelyeBlUNECK Jose Aloys~o (Org) A molivailo do aluno Petropolis Vozes 1996

TAHAN Malba Arte de contar histOtias5 ed Rio de Janeiro Conquista 1966

VOLPATO Enilze dEl Souza Nogueira Pesquisa bib7iogralica em cienciasbiomedicas J Pneumologia [online] MarlApr 2000 vo126 no2 p77-80Dispon Ivel emt1ttpllwwwscielobrlscielo phpscript=sci_ arttextamppid=S01 02middot35862000000200006amplng=enampnrm=isogt ISSN 0102-3586 Acesso em 13 maio2006

VYGOTSKY Lev Semenorich Pensamento e linguagem 3 ed Sao Paulo MartinsFontes 1991

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WORNICOV Ruth WAGNER Elisia RUSSOMANO Moema e WEBER Nadia C BClianra-Ieituramiddotlivro Sap Paulo Nobel 1986

lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998

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Conta de fadas e de natureza espiritualeticaexistencial sua origem e entre

as Cellas cuja aventura de seus her6is eram ligadas ao sabre natural e visavam arealizacyao interior do homem

Segundo Coelho (1997) sabe-se que 0 conhecimento infantil se processa

pelo contato direto da crianya com 0 objeto com que ela entra em rela9~o e que epercebido pela sua intuiVllo de maneira global a partir disso podemos entender a

des interesse geral das crianyas hoje par laitura pois em seu desenvolvimento no

processo de alfabetizacao e dos mecanismos da leitura a linguagem visual nao foi

incorporada no sentido de promover 0 encontro da crianca com 0 imaginario literario

o cerebro ainda e pobre de experiencias tendo urn repert6rio pequeno de

informaya8s nessa perspectiva a linguagem visual de desenhos imagens e

ilustrayOes associados a linguagem verbal e indispens8vel para 0 processo de

educa~o

Na pre-escola a educa~o deve partir do contato com 0 livro a linguagem e

a escrita ocorrem a partir destas relacentes cnde a crianva deve ser estimulada a

narrar SitU8900S vividas par ela e a identificar elementos de seu dia - a - dia como

placas nomes de marcas logotipo e no manuseio de livres revistas e gibis

Segundo Coelho (1999) e importante a utiliz89BO de recursos visuais

principal mente para criantas pequenas para que elas possam observar com mais

detalhes a hist6ria e com issa a organiza~o de seus pensamentos Isso facilitara no

futuro a compreensfio de textos mais elaborados Assim estartio S9 familiarizando

com noy6es de introdu98o en redo e desfecho Para esta estimula~o pode - S9 usar

recursos como flanel6grafo com desenhos como interfer~ncias do narrador e dos

Quvintes para cada situa~o deve-sa utilizar 0 recurso adequado dava-se alterna-Ios

dependendo de cada circunstimcia

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Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel

de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante

Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-

leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a

crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim

gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da

linguagem

Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e

sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a

comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80

livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem

atraves do ludico

Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos

devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au

dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias

o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar

as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a

que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a

compreens~o par parte da crianca

Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram

nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das

maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo

que a rodeia

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JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)

Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia

essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as

maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a

brincadeira a aprendizado se instala

Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem

basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias

as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para

este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele

que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da

prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade

adulta

A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande

destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca

neste genero litera rio

Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil

devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao

de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar

qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar

deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor

deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure

39

Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido

no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto

pedagogico

Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8

livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com

suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada

Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de

contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta

algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em

conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos

objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a

redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos

de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar

A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os

aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da

participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura

e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da

utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas

41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS

411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos

Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu

surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam

utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a

40

funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas

delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)

bull Boneca contador de hist6rias

As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia

jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-

linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de

pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de

serem proferidos rapidamente)

As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das

mais tfmidas

bull Cria~Ao de final de historia

A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando

pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona

iniciada pel a educadora

o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em

papel

bull Errando as hist6rias

Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas

par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais

ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos

pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam

preocupa~o maior com 0 significado)

Chuva e sol casamento de espanhol

Chuva e sol casamento de caracol

41

bull Fantoches

A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as

crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com

cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas

mas mas manuseando as personagens

bull Gravuras

Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai

apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada

bull Jogo de contar hist6rias

Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos

escralem ou ilustram a hist6ria

a Parlendas e gestos

b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com

as dedas batendo as pes ou as maos etc

c Quadrinhos

d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que

fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por

favor etc

bull Dobraduras

A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas

podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e

ouvindo a magica transformayao do papsl

As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam

a dobradura

Ex dobradura depois recitam

Pinto

o pinto pia

A pipa pinga

Pinga a pipa

a pinto pia

Pinto pia

Pipa pinga

Quanta mais

o pinto pia

Mais a pipa pinga

42

bull Tecnicas de narrativas

Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na

sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil

baseado na autora Susatto (2004)

43

o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter

em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente

aos personagens e aos seus estados e animas

Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam

nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es

segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das

condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto

Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do

abandono dos pais

E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas

narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida

real

Segundo Busatto

Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)

Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser

usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador

reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam

imagens)

U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do

castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim

Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que

se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90

com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da

44

dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus

elementos

DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc

Pianos - altura do movimento

Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic

Forra - intensidade empregado no movimento

Tempo - velocidade com que a movimento e executado

Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo

Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem

preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve

sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de

alunos

45

5 CONSIDERAyOES FINAlS

Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias

tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil

ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes

Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das

transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e

aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem

constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0

conhecimento

A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim

educar para a formayao de cidadaos

No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter

essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para

despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao

magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode

proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa

atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca

passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes

tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor

de seus direitos e deveres como cidadao

A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn

facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do

processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e

participativa

46

Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em

mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir

para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO

pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna

imposicao

o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a

contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a

utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par

leitura

Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da

Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente

com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico

A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que

oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir

para a constru~o de sua autonomia

o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada

pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do

professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no

ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura

Bruner afirma que

e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

48

REFERENCIAS

ARIES Philippe HistOriasocial da criana e da familia 2 ed Rio de Janeiro Zahar1981

BAKHTIN Mikhail M8rxismo e filosofia da linguagem 6 ed sao Paulo Hucitec1988

BRASIL Secretaria de educa91io fundamental Referencial Curricular Nacional paraEducailo Infantil Ministerio da Educa91io e do Desporto Brasilia MECSEF 1998

BRUNER Jerome S Uma Nova Teoria da Aprendizagem Rio de Janeiro Ed Bloch1976

BUSATTO Clea Contar e encantar Pequenos segredos da narrativa Petr6polisVozes 2004

CADERMARTORI Ligia 0 que e literatura infantil 6 ed sao Paulo brasiliense1994

CAGLIARI Luiz Carlos deg professor como pesquisador In SeminarioMultidisciplinar de AlfabetizatJo Anais Pontificia Universidade Cat61ica de SaoPaulo 1992

COELHO Betty Contar hist6rias uma arte sem idade10 ed Sao Paulo Atica 1999

COELHO Nelly Novaes N Literatura infanti Teoria analise Didatica16 edSaoPaulo Atica1997

CUNHA Maria Antonieta Antunes Literatura Infantil Teoria e Pratica16 ed saoPaulo Atica 1997

DALLA BONA Elisa Marisa Apostila com sugest~es de atividades para trabalhocom a literatura infantil Trabalho apresentado em curso na UFPR em 2001 no prelopara edi91io (acervo da autora)

FERREIRO Emilia amp TEBEROSKY Ana Psicogtmese da lingua escrita PortoAlegre Arte Medicas 1986

FERREIRO Emilia Os processos de leitura e escrita novas perspectivas PortoAlegre Artes Medicas 1987

FROEBEL Frederic A educaiio do homem Sao Paulo Hucitec 1913

GARCIA Regina Leite Revisitando a prfHlscola 4 ed Sao Paulo Cortez 2000

KLEIMAN Angela B Os significados do letramento Campinas Mercado deLetras 1995

KLEIN Ligia Regina SHAFASCHEK Rosicler Alfabetiza91io In Equipe doDEPGSEEDPR (Org) Curricula Msico para a eseola publica do Estado doParana 1 ed Curitiba Imprensa Oficial do Estado do Parana V 1990

49

KRAMER Sonia Currlculo de educa91io infanfil e a formaao dos profissionais decreche e pre-ltlscola QuestOes te6ricas e polemicas In MECSEFCedi Par umapolitica de formacAodo~profissionais da educai~o infantil Brasilia 1995

LEMOS Claudia Thereza Guimaraes de Lingua e discurso na teolizaao sabreaquisiao da lingusgeml Sao Pauligt Brasiliense1978

MEIRELES Cecilia Problemas da literatura intanti 2 ed Sao Paulo Summus1979

ORLANDI EnL A produao da leitura e suas condicentes Leitura - Teoria e PraticaSao Paulo Cortez 1987

PIAGET Jean A formaao do simbolo na cliana Rio de Janeiro lahar 1976

ROJAS Juciara 0 ludico na construilo interdisciplinar da aprendizagem umapedagogia do afelo e da clialjvidade nd escola UFMS 1991 Disponlvel emhttpwwwanpedorgbrI25excedentes25f)ucimararojastiJ7r1f Acesso em 15maio2006

ROUSSEAU Jean Jacques 0 Emilio au da educacAoSao Paulo Martins Fontes1990

SISTO Fermino Fernandes BATISTA M A FERREIRA C E B PAVARINI M LC OLIVEIRA J C Iii OLIVEIRA R OLlVEIRA S M S S bull SANTOS AAvaliando a satisfaao escolar no ensino fundamental In BORUCHOVITCH EvelyeBlUNECK Jose Aloys~o (Org) A molivailo do aluno Petropolis Vozes 1996

TAHAN Malba Arte de contar histOtias5 ed Rio de Janeiro Conquista 1966

VOLPATO Enilze dEl Souza Nogueira Pesquisa bib7iogralica em cienciasbiomedicas J Pneumologia [online] MarlApr 2000 vo126 no2 p77-80Dispon Ivel emt1ttpllwwwscielobrlscielo phpscript=sci_ arttextamppid=S01 02middot35862000000200006amplng=enampnrm=isogt ISSN 0102-3586 Acesso em 13 maio2006

VYGOTSKY Lev Semenorich Pensamento e linguagem 3 ed Sao Paulo MartinsFontes 1991

WINTER Eneia e SALLES Paulo Eduardo Marcondes de Metodologia da PesquisaCientifica 2 ed Sao Paulo CEDAS 1997

WORNICOV Ruth WAGNER Elisia RUSSOMANO Moema e WEBER Nadia C BClianra-Ieituramiddotlivro Sap Paulo Nobel 1986

lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998

37

Segundo Coelho (1997) quando pensamos em literatura infantil eimportante sabermos adequar as textos com a idade cronol6gica e 0 grau de nivel

de conhecimento da crianya para que 0 convivio com 0 livre seja coerante

Esse autor define algumas categorias para ajudar nestas orientaya8s 0 pre-

leitor que abrange a primeira infanda (dos 06 meses aos 3 anos) nesta idade a

crianya esta descobrindo 0 que a rodeia tudo passa palas suas maDs assim

gravuras de animais e objetos devem estar juntas aos seus brinquedos pr6ximos ascriancas e nessa fase que a crianya comeca relacionar 0 seu mundo 80 da

linguagem

Segunda infancia (a partir dos 23 anos) a crian~ come~ a perceber e

sentir tudo ao seu redor e descobrir a si me sma nesse contexto passando para a

comunica~o verbal e primordial a presenya do aduJto para a orienta~o quanta 80

livre nessa ligacao aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e 0 de linguagem

atraves do ludico

Os livros devem conter muitas imagens gravuras desenhos etc Os textos

devem ser breves e que sejam significativos para as criancas e podem ser lidos au

dramatizados pelo adulto e importante 0 ato da repetiltio das historias

o ato de ler nao pode se limitar aos livros tradicionais deve-sa proporcionar

as criantas diversos tipos de leituras Os gibis s~o considerados uma leitura inutil a

que n~o e verdade as gibis sao ricos em imagens e desenhos faciHtando assim a

compreens~o par parte da crianca

Segundo Coelho (1997) as crian~s pequenas de 2 a 3 anos encontram

nos livros de estampas albuns coloridos albuns de imagens au de figuras uma das

maneiras mais eficazes de reJagao entre conhecimento e a prazer del a com a mundo

que a rodeia

38

JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)

Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia

essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as

maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a

brincadeira a aprendizado se instala

Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem

basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias

as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para

este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele

que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da

prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade

adulta

A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande

destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca

neste genero litera rio

Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil

devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao

de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar

qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar

deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor

deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure

39

Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido

no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto

pedagogico

Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8

livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com

suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada

Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de

contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta

algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em

conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos

objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a

redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos

de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar

A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os

aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da

participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura

e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da

utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas

41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS

411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos

Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu

surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam

utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a

40

funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas

delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)

bull Boneca contador de hist6rias

As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia

jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-

linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de

pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de

serem proferidos rapidamente)

As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das

mais tfmidas

bull Cria~Ao de final de historia

A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando

pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona

iniciada pel a educadora

o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em

papel

bull Errando as hist6rias

Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas

par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais

ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos

pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam

preocupa~o maior com 0 significado)

Chuva e sol casamento de espanhol

Chuva e sol casamento de caracol

41

bull Fantoches

A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as

crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com

cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas

mas mas manuseando as personagens

bull Gravuras

Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai

apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada

bull Jogo de contar hist6rias

Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos

escralem ou ilustram a hist6ria

a Parlendas e gestos

b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com

as dedas batendo as pes ou as maos etc

c Quadrinhos

d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que

fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por

favor etc

bull Dobraduras

A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas

podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e

ouvindo a magica transformayao do papsl

As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam

a dobradura

Ex dobradura depois recitam

Pinto

o pinto pia

A pipa pinga

Pinga a pipa

a pinto pia

Pinto pia

Pipa pinga

Quanta mais

o pinto pia

Mais a pipa pinga

42

bull Tecnicas de narrativas

Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na

sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil

baseado na autora Susatto (2004)

43

o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter

em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente

aos personagens e aos seus estados e animas

Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam

nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es

segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das

condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto

Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do

abandono dos pais

E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas

narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida

real

Segundo Busatto

Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)

Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser

usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador

reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam

imagens)

U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do

castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim

Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que

se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90

com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da

44

dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus

elementos

DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc

Pianos - altura do movimento

Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic

Forra - intensidade empregado no movimento

Tempo - velocidade com que a movimento e executado

Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo

Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem

preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve

sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de

alunos

45

5 CONSIDERAyOES FINAlS

Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias

tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil

ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes

Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das

transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e

aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem

constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0

conhecimento

A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim

educar para a formayao de cidadaos

No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter

essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para

despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao

magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode

proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa

atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca

passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes

tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor

de seus direitos e deveres como cidadao

A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn

facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do

processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e

participativa

46

Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em

mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir

para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO

pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna

imposicao

o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a

contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a

utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par

leitura

Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da

Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente

com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico

A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que

oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir

para a constru~o de sua autonomia

o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada

pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do

professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no

ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura

Bruner afirma que

e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

48

REFERENCIAS

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BAKHTIN Mikhail M8rxismo e filosofia da linguagem 6 ed sao Paulo Hucitec1988

BRASIL Secretaria de educa91io fundamental Referencial Curricular Nacional paraEducailo Infantil Ministerio da Educa91io e do Desporto Brasilia MECSEF 1998

BRUNER Jerome S Uma Nova Teoria da Aprendizagem Rio de Janeiro Ed Bloch1976

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CAGLIARI Luiz Carlos deg professor como pesquisador In SeminarioMultidisciplinar de AlfabetizatJo Anais Pontificia Universidade Cat61ica de SaoPaulo 1992

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COELHO Nelly Novaes N Literatura infanti Teoria analise Didatica16 edSaoPaulo Atica1997

CUNHA Maria Antonieta Antunes Literatura Infantil Teoria e Pratica16 ed saoPaulo Atica 1997

DALLA BONA Elisa Marisa Apostila com sugest~es de atividades para trabalhocom a literatura infantil Trabalho apresentado em curso na UFPR em 2001 no prelopara edi91io (acervo da autora)

FERREIRO Emilia amp TEBEROSKY Ana Psicogtmese da lingua escrita PortoAlegre Arte Medicas 1986

FERREIRO Emilia Os processos de leitura e escrita novas perspectivas PortoAlegre Artes Medicas 1987

FROEBEL Frederic A educaiio do homem Sao Paulo Hucitec 1913

GARCIA Regina Leite Revisitando a prfHlscola 4 ed Sao Paulo Cortez 2000

KLEIMAN Angela B Os significados do letramento Campinas Mercado deLetras 1995

KLEIN Ligia Regina SHAFASCHEK Rosicler Alfabetiza91io In Equipe doDEPGSEEDPR (Org) Curricula Msico para a eseola publica do Estado doParana 1 ed Curitiba Imprensa Oficial do Estado do Parana V 1990

49

KRAMER Sonia Currlculo de educa91io infanfil e a formaao dos profissionais decreche e pre-ltlscola QuestOes te6ricas e polemicas In MECSEFCedi Par umapolitica de formacAodo~profissionais da educai~o infantil Brasilia 1995

LEMOS Claudia Thereza Guimaraes de Lingua e discurso na teolizaao sabreaquisiao da lingusgeml Sao Pauligt Brasiliense1978

MEIRELES Cecilia Problemas da literatura intanti 2 ed Sao Paulo Summus1979

ORLANDI EnL A produao da leitura e suas condicentes Leitura - Teoria e PraticaSao Paulo Cortez 1987

PIAGET Jean A formaao do simbolo na cliana Rio de Janeiro lahar 1976

ROJAS Juciara 0 ludico na construilo interdisciplinar da aprendizagem umapedagogia do afelo e da clialjvidade nd escola UFMS 1991 Disponlvel emhttpwwwanpedorgbrI25excedentes25f)ucimararojastiJ7r1f Acesso em 15maio2006

ROUSSEAU Jean Jacques 0 Emilio au da educacAoSao Paulo Martins Fontes1990

SISTO Fermino Fernandes BATISTA M A FERREIRA C E B PAVARINI M LC OLIVEIRA J C Iii OLIVEIRA R OLlVEIRA S M S S bull SANTOS AAvaliando a satisfaao escolar no ensino fundamental In BORUCHOVITCH EvelyeBlUNECK Jose Aloys~o (Org) A molivailo do aluno Petropolis Vozes 1996

TAHAN Malba Arte de contar histOtias5 ed Rio de Janeiro Conquista 1966

VOLPATO Enilze dEl Souza Nogueira Pesquisa bib7iogralica em cienciasbiomedicas J Pneumologia [online] MarlApr 2000 vo126 no2 p77-80Dispon Ivel emt1ttpllwwwscielobrlscielo phpscript=sci_ arttextamppid=S01 02middot35862000000200006amplng=enampnrm=isogt ISSN 0102-3586 Acesso em 13 maio2006

VYGOTSKY Lev Semenorich Pensamento e linguagem 3 ed Sao Paulo MartinsFontes 1991

WINTER Eneia e SALLES Paulo Eduardo Marcondes de Metodologia da PesquisaCientifica 2 ed Sao Paulo CEDAS 1997

WORNICOV Ruth WAGNER Elisia RUSSOMANO Moema e WEBER Nadia C BClianra-Ieituramiddotlivro Sap Paulo Nobel 1986

lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998

38

JtI 6 conceito incorporado pela did~tica modema que a linguagem visualdos desenhos imagens OUilustragOes associada ~ Unguagem verbal edas mais eficazes como processo educativQ nAo 56 no sentido depromover 0 encontro da crianracorn 0 imaginMo litercrio (que tanto aseduz) mas tam~m no seu desenvolvimcnto psicol6gico (1997 P 160)

Outra forma de leitura importante para as crianyas pequenas e a poesia

essa faz parte da vida dalas desde muito pequenas com as cantigas de ninar que as

maes cantam e nas brincadeiras com cantigas de roda Entre as versos e a

brincadeira a aprendizado se instala

Coelho (1997) evidencia que devido as reacOes das criancas serem

basicamente instintiv8S despertadas palas emocentes palos sentimentos as poesias

as fascina como e 0 casa das cantigas de roda e das cantigas de ninar etc Para

este autor 0 poema fascina as crian~s pela sua sonoridade e ritma e atraves dele

que S8 danfl a inicia~o poetica tal como faz a musica 0 som das palavras da

prazer 8 isto deve sar inserido na vida da crian~ muito cedo para chegar na idade

adulta

A produ~o poetica brasileira destinada as crian~as nao e de grande

destaqua nessa perspectiva Cecilia Meirellas e uma das autoras que sa destaca

neste genero litera rio

Tados as generos literarios trabalhados par professores de educayao infantil

devem ter em sua astruturacto a linguagem narrativa valorizada seja na contavao

de historias au na laitura de obras tradicionais au poamas pois nao se pode nagar

qua aquila que sa ascuta exerce um encantamento nas criancas a ate de narrar

deve divertir e ensinar ao mesmo tempo para ista 0 professor au a adulto locutor

deve obter- sa de tecnicas especificas de lailure

39

Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido

no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto

pedagogico

Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8

livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com

suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada

Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de

contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta

algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em

conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos

objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a

redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos

de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar

A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os

aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da

participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura

e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da

utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas

41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS

411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos

Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu

surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam

utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a

40

funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas

delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)

bull Boneca contador de hist6rias

As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia

jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-

linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de

pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de

serem proferidos rapidamente)

As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das

mais tfmidas

bull Cria~Ao de final de historia

A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando

pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona

iniciada pel a educadora

o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em

papel

bull Errando as hist6rias

Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas

par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais

ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos

pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam

preocupa~o maior com 0 significado)

Chuva e sol casamento de espanhol

Chuva e sol casamento de caracol

41

bull Fantoches

A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as

crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com

cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas

mas mas manuseando as personagens

bull Gravuras

Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai

apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada

bull Jogo de contar hist6rias

Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos

escralem ou ilustram a hist6ria

a Parlendas e gestos

b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com

as dedas batendo as pes ou as maos etc

c Quadrinhos

d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que

fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por

favor etc

bull Dobraduras

A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas

podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e

ouvindo a magica transformayao do papsl

As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam

a dobradura

Ex dobradura depois recitam

Pinto

o pinto pia

A pipa pinga

Pinga a pipa

a pinto pia

Pinto pia

Pipa pinga

Quanta mais

o pinto pia

Mais a pipa pinga

42

bull Tecnicas de narrativas

Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na

sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil

baseado na autora Susatto (2004)

43

o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter

em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente

aos personagens e aos seus estados e animas

Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam

nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es

segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das

condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto

Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do

abandono dos pais

E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas

narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida

real

Segundo Busatto

Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)

Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser

usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador

reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam

imagens)

U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do

castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim

Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que

se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90

com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da

44

dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus

elementos

DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc

Pianos - altura do movimento

Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic

Forra - intensidade empregado no movimento

Tempo - velocidade com que a movimento e executado

Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo

Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem

preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve

sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de

alunos

45

5 CONSIDERAyOES FINAlS

Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias

tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil

ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes

Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das

transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e

aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem

constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0

conhecimento

A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim

educar para a formayao de cidadaos

No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter

essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para

despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao

magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode

proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa

atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca

passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes

tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor

de seus direitos e deveres como cidadao

A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn

facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do

processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e

participativa

46

Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em

mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir

para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO

pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna

imposicao

o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a

contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a

utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par

leitura

Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da

Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente

com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico

A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que

oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir

para a constru~o de sua autonomia

o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada

pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do

professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no

ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura

Bruner afirma que

e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

48

REFERENCIAS

ARIES Philippe HistOriasocial da criana e da familia 2 ed Rio de Janeiro Zahar1981

BAKHTIN Mikhail M8rxismo e filosofia da linguagem 6 ed sao Paulo Hucitec1988

BRASIL Secretaria de educa91io fundamental Referencial Curricular Nacional paraEducailo Infantil Ministerio da Educa91io e do Desporto Brasilia MECSEF 1998

BRUNER Jerome S Uma Nova Teoria da Aprendizagem Rio de Janeiro Ed Bloch1976

BUSATTO Clea Contar e encantar Pequenos segredos da narrativa Petr6polisVozes 2004

CADERMARTORI Ligia 0 que e literatura infantil 6 ed sao Paulo brasiliense1994

CAGLIARI Luiz Carlos deg professor como pesquisador In SeminarioMultidisciplinar de AlfabetizatJo Anais Pontificia Universidade Cat61ica de SaoPaulo 1992

COELHO Betty Contar hist6rias uma arte sem idade10 ed Sao Paulo Atica 1999

COELHO Nelly Novaes N Literatura infanti Teoria analise Didatica16 edSaoPaulo Atica1997

CUNHA Maria Antonieta Antunes Literatura Infantil Teoria e Pratica16 ed saoPaulo Atica 1997

DALLA BONA Elisa Marisa Apostila com sugest~es de atividades para trabalhocom a literatura infantil Trabalho apresentado em curso na UFPR em 2001 no prelopara edi91io (acervo da autora)

FERREIRO Emilia amp TEBEROSKY Ana Psicogtmese da lingua escrita PortoAlegre Arte Medicas 1986

FERREIRO Emilia Os processos de leitura e escrita novas perspectivas PortoAlegre Artes Medicas 1987

FROEBEL Frederic A educaiio do homem Sao Paulo Hucitec 1913

GARCIA Regina Leite Revisitando a prfHlscola 4 ed Sao Paulo Cortez 2000

KLEIMAN Angela B Os significados do letramento Campinas Mercado deLetras 1995

KLEIN Ligia Regina SHAFASCHEK Rosicler Alfabetiza91io In Equipe doDEPGSEEDPR (Org) Curricula Msico para a eseola publica do Estado doParana 1 ed Curitiba Imprensa Oficial do Estado do Parana V 1990

49

KRAMER Sonia Currlculo de educa91io infanfil e a formaao dos profissionais decreche e pre-ltlscola QuestOes te6ricas e polemicas In MECSEFCedi Par umapolitica de formacAodo~profissionais da educai~o infantil Brasilia 1995

LEMOS Claudia Thereza Guimaraes de Lingua e discurso na teolizaao sabreaquisiao da lingusgeml Sao Pauligt Brasiliense1978

MEIRELES Cecilia Problemas da literatura intanti 2 ed Sao Paulo Summus1979

ORLANDI EnL A produao da leitura e suas condicentes Leitura - Teoria e PraticaSao Paulo Cortez 1987

PIAGET Jean A formaao do simbolo na cliana Rio de Janeiro lahar 1976

ROJAS Juciara 0 ludico na construilo interdisciplinar da aprendizagem umapedagogia do afelo e da clialjvidade nd escola UFMS 1991 Disponlvel emhttpwwwanpedorgbrI25excedentes25f)ucimararojastiJ7r1f Acesso em 15maio2006

ROUSSEAU Jean Jacques 0 Emilio au da educacAoSao Paulo Martins Fontes1990

SISTO Fermino Fernandes BATISTA M A FERREIRA C E B PAVARINI M LC OLIVEIRA J C Iii OLIVEIRA R OLlVEIRA S M S S bull SANTOS AAvaliando a satisfaao escolar no ensino fundamental In BORUCHOVITCH EvelyeBlUNECK Jose Aloys~o (Org) A molivailo do aluno Petropolis Vozes 1996

TAHAN Malba Arte de contar histOtias5 ed Rio de Janeiro Conquista 1966

VOLPATO Enilze dEl Souza Nogueira Pesquisa bib7iogralica em cienciasbiomedicas J Pneumologia [online] MarlApr 2000 vo126 no2 p77-80Dispon Ivel emt1ttpllwwwscielobrlscielo phpscript=sci_ arttextamppid=S01 02middot35862000000200006amplng=enampnrm=isogt ISSN 0102-3586 Acesso em 13 maio2006

VYGOTSKY Lev Semenorich Pensamento e linguagem 3 ed Sao Paulo MartinsFontes 1991

WINTER Eneia e SALLES Paulo Eduardo Marcondes de Metodologia da PesquisaCientifica 2 ed Sao Paulo CEDAS 1997

WORNICOV Ruth WAGNER Elisia RUSSOMANO Moema e WEBER Nadia C BClianra-Ieituramiddotlivro Sap Paulo Nobel 1986

lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998

39

Segundo Busatto (2004) narrar historias e um assunto bastante discutido

no momento tendo em vista a redesooberta da importancia da oralidade no contexto

pedagogico

Hoje em dia tao saturados de TV e computador do quase tudo pronto 8st8

livro convida a urn mergulho no mundo da imaginayao ande noves mundos com

suas hist6rias surgem guiados pelos contos da literatura ascrita e verbalizada

Mostram a importancia do conto para a educayao as varios tipos de

contos a estrutura pr6pria de cada narrativa e as funcentes dos contos Salienta

algumas tecnicas para a narrativa e alguns detalhes que devem ser levados em

conta 0 espayo a postura do narrador a diferen~ entre narr-ador e ator 0 usa dos

objetos Despertando assim 0 g05tO pela arte de contar historias e incentiva a

redescoberta dos nos 50S contos infantis e ao final tras alguns exemplos de contos

de literatura verbal urn born exerdcio para aprender a cantar

A fase escolar referente a eduGa9lt3O infantil e importante em todos os

aspectos mas no que diz respeito a literatura e fundamental pois depende da

participa91io do professor e dos pais para 0 despertar do gosto e do prazer na leitura

e na formayao de adultos leitores tudo isto pode e dave ser feito atraves da

utilizacao de tecnicas apropriadas de narrativas

41 SUGEST6ES DE ATIVIDADES LUDICAS

411 Sugestoes de tecnicas e atividades para crian~as de 2 a 4 anos

Apes refletir a respeito dos resultados da leitura que essa pesquisa permitiu

surgiu a necessidade de sugerir algumas atividades que as professores possam

utilizar como apoio em suas aulas dentre as muitas atividades ludicas que tem a

40

funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas

delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)

bull Boneca contador de hist6rias

As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia

jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-

linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de

pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de

serem proferidos rapidamente)

As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das

mais tfmidas

bull Cria~Ao de final de historia

A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando

pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona

iniciada pel a educadora

o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em

papel

bull Errando as hist6rias

Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas

par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais

ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos

pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam

preocupa~o maior com 0 significado)

Chuva e sol casamento de espanhol

Chuva e sol casamento de caracol

41

bull Fantoches

A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as

crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com

cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas

mas mas manuseando as personagens

bull Gravuras

Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai

apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada

bull Jogo de contar hist6rias

Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos

escralem ou ilustram a hist6ria

a Parlendas e gestos

b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com

as dedas batendo as pes ou as maos etc

c Quadrinhos

d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que

fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por

favor etc

bull Dobraduras

A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas

podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e

ouvindo a magica transformayao do papsl

As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam

a dobradura

Ex dobradura depois recitam

Pinto

o pinto pia

A pipa pinga

Pinga a pipa

a pinto pia

Pinto pia

Pipa pinga

Quanta mais

o pinto pia

Mais a pipa pinga

42

bull Tecnicas de narrativas

Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na

sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil

baseado na autora Susatto (2004)

43

o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter

em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente

aos personagens e aos seus estados e animas

Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam

nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es

segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das

condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto

Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do

abandono dos pais

E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas

narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida

real

Segundo Busatto

Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)

Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser

usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador

reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam

imagens)

U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do

castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim

Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que

se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90

com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da

44

dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus

elementos

DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc

Pianos - altura do movimento

Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic

Forra - intensidade empregado no movimento

Tempo - velocidade com que a movimento e executado

Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo

Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem

preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve

sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de

alunos

45

5 CONSIDERAyOES FINAlS

Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias

tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil

ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes

Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das

transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e

aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem

constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0

conhecimento

A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim

educar para a formayao de cidadaos

No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter

essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para

despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao

magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode

proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa

atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca

passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes

tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor

de seus direitos e deveres como cidadao

A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn

facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do

processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e

participativa

46

Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em

mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir

para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO

pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna

imposicao

o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a

contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a

utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par

leitura

Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da

Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente

com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico

A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que

oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir

para a constru~o de sua autonomia

o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada

pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do

professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no

ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura

Bruner afirma que

e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

48

REFERENCIAS

ARIES Philippe HistOriasocial da criana e da familia 2 ed Rio de Janeiro Zahar1981

BAKHTIN Mikhail M8rxismo e filosofia da linguagem 6 ed sao Paulo Hucitec1988

BRASIL Secretaria de educa91io fundamental Referencial Curricular Nacional paraEducailo Infantil Ministerio da Educa91io e do Desporto Brasilia MECSEF 1998

BRUNER Jerome S Uma Nova Teoria da Aprendizagem Rio de Janeiro Ed Bloch1976

BUSATTO Clea Contar e encantar Pequenos segredos da narrativa Petr6polisVozes 2004

CADERMARTORI Ligia 0 que e literatura infantil 6 ed sao Paulo brasiliense1994

CAGLIARI Luiz Carlos deg professor como pesquisador In SeminarioMultidisciplinar de AlfabetizatJo Anais Pontificia Universidade Cat61ica de SaoPaulo 1992

COELHO Betty Contar hist6rias uma arte sem idade10 ed Sao Paulo Atica 1999

COELHO Nelly Novaes N Literatura infanti Teoria analise Didatica16 edSaoPaulo Atica1997

CUNHA Maria Antonieta Antunes Literatura Infantil Teoria e Pratica16 ed saoPaulo Atica 1997

DALLA BONA Elisa Marisa Apostila com sugest~es de atividades para trabalhocom a literatura infantil Trabalho apresentado em curso na UFPR em 2001 no prelopara edi91io (acervo da autora)

FERREIRO Emilia amp TEBEROSKY Ana Psicogtmese da lingua escrita PortoAlegre Arte Medicas 1986

FERREIRO Emilia Os processos de leitura e escrita novas perspectivas PortoAlegre Artes Medicas 1987

FROEBEL Frederic A educaiio do homem Sao Paulo Hucitec 1913

GARCIA Regina Leite Revisitando a prfHlscola 4 ed Sao Paulo Cortez 2000

KLEIMAN Angela B Os significados do letramento Campinas Mercado deLetras 1995

KLEIN Ligia Regina SHAFASCHEK Rosicler Alfabetiza91io In Equipe doDEPGSEEDPR (Org) Curricula Msico para a eseola publica do Estado doParana 1 ed Curitiba Imprensa Oficial do Estado do Parana V 1990

49

KRAMER Sonia Currlculo de educa91io infanfil e a formaao dos profissionais decreche e pre-ltlscola QuestOes te6ricas e polemicas In MECSEFCedi Par umapolitica de formacAodo~profissionais da educai~o infantil Brasilia 1995

LEMOS Claudia Thereza Guimaraes de Lingua e discurso na teolizaao sabreaquisiao da lingusgeml Sao Pauligt Brasiliense1978

MEIRELES Cecilia Problemas da literatura intanti 2 ed Sao Paulo Summus1979

ORLANDI EnL A produao da leitura e suas condicentes Leitura - Teoria e PraticaSao Paulo Cortez 1987

PIAGET Jean A formaao do simbolo na cliana Rio de Janeiro lahar 1976

ROJAS Juciara 0 ludico na construilo interdisciplinar da aprendizagem umapedagogia do afelo e da clialjvidade nd escola UFMS 1991 Disponlvel emhttpwwwanpedorgbrI25excedentes25f)ucimararojastiJ7r1f Acesso em 15maio2006

ROUSSEAU Jean Jacques 0 Emilio au da educacAoSao Paulo Martins Fontes1990

SISTO Fermino Fernandes BATISTA M A FERREIRA C E B PAVARINI M LC OLIVEIRA J C Iii OLIVEIRA R OLlVEIRA S M S S bull SANTOS AAvaliando a satisfaao escolar no ensino fundamental In BORUCHOVITCH EvelyeBlUNECK Jose Aloys~o (Org) A molivailo do aluno Petropolis Vozes 1996

TAHAN Malba Arte de contar histOtias5 ed Rio de Janeiro Conquista 1966

VOLPATO Enilze dEl Souza Nogueira Pesquisa bib7iogralica em cienciasbiomedicas J Pneumologia [online] MarlApr 2000 vo126 no2 p77-80Dispon Ivel emt1ttpllwwwscielobrlscielo phpscript=sci_ arttextamppid=S01 02middot35862000000200006amplng=enampnrm=isogt ISSN 0102-3586 Acesso em 13 maio2006

VYGOTSKY Lev Semenorich Pensamento e linguagem 3 ed Sao Paulo MartinsFontes 1991

WINTER Eneia e SALLES Paulo Eduardo Marcondes de Metodologia da PesquisaCientifica 2 ed Sao Paulo CEDAS 1997

WORNICOV Ruth WAGNER Elisia RUSSOMANO Moema e WEBER Nadia C BClianra-Ieituramiddotlivro Sap Paulo Nobel 1986

lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998

40

funyao pedag6gica de desenvolvimento da crianca assim citou-se aqui algumas

delas baseadas na apostila elaborada par Dalla Bona (2001)

bull Boneca contador de hist6rias

As crianltasconfeccionam um boneco (com ajuda da professora) de meia

jarnal etc com 0 boneco no colo eontam historias recitam poemas e trava-

linguas(ditos posticos pertencentes a cultura oral que passuem uma sucessao de

pqlavras com dfgrafos ou encontros consonantais de dificil articulayao no casa de

serem proferidos rapidamente)

As crianyas adoram confeccionar a boneeD ista facilita a expressao das

mais tfmidas

bull Cria~Ao de final de historia

A educadora I~ um trecho de uma hist6ria com muita anfase faltando

pouco para terminar ala interrompe e as crianyas criam urn desfecho para a histona

iniciada pel a educadora

o registro da historia criada pode sar feito nurn livro DU nurn desenho em

papel

bull Errando as hist6rias

Inventar urn infcio ou urn final para urna hist6ria ja conhecida palas crianyas

par examplo urn lobo born e uma chapeuznho vermelho ma uma Cinderela mais

ma que a madrasta e tambsm trocar as palavras das parlendas (ditos posticos

pertencentes a cultura oral que apresentam rima ritmo sonoridade e nao revelam

preocupa~o maior com 0 significado)

Chuva e sol casamento de espanhol

Chuva e sol casamento de caracol

41

bull Fantoches

A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as

crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com

cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas

mas mas manuseando as personagens

bull Gravuras

Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai

apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada

bull Jogo de contar hist6rias

Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos

escralem ou ilustram a hist6ria

a Parlendas e gestos

b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com

as dedas batendo as pes ou as maos etc

c Quadrinhos

d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que

fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por

favor etc

bull Dobraduras

A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas

podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e

ouvindo a magica transformayao do papsl

As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam

a dobradura

Ex dobradura depois recitam

Pinto

o pinto pia

A pipa pinga

Pinga a pipa

a pinto pia

Pinto pia

Pipa pinga

Quanta mais

o pinto pia

Mais a pipa pinga

42

bull Tecnicas de narrativas

Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na

sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil

baseado na autora Susatto (2004)

43

o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter

em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente

aos personagens e aos seus estados e animas

Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam

nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es

segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das

condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto

Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do

abandono dos pais

E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas

narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida

real

Segundo Busatto

Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)

Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser

usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador

reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam

imagens)

U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do

castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim

Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que

se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90

com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da

44

dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus

elementos

DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc

Pianos - altura do movimento

Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic

Forra - intensidade empregado no movimento

Tempo - velocidade com que a movimento e executado

Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo

Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem

preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve

sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de

alunos

45

5 CONSIDERAyOES FINAlS

Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias

tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil

ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes

Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das

transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e

aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem

constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0

conhecimento

A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim

educar para a formayao de cidadaos

No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter

essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para

despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao

magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode

proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa

atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca

passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes

tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor

de seus direitos e deveres como cidadao

A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn

facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do

processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e

participativa

46

Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em

mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir

para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO

pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna

imposicao

o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a

contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a

utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par

leitura

Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da

Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente

com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico

A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que

oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir

para a constru~o de sua autonomia

o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada

pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do

professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no

ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura

Bruner afirma que

e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

48

REFERENCIAS

ARIES Philippe HistOriasocial da criana e da familia 2 ed Rio de Janeiro Zahar1981

BAKHTIN Mikhail M8rxismo e filosofia da linguagem 6 ed sao Paulo Hucitec1988

BRASIL Secretaria de educa91io fundamental Referencial Curricular Nacional paraEducailo Infantil Ministerio da Educa91io e do Desporto Brasilia MECSEF 1998

BRUNER Jerome S Uma Nova Teoria da Aprendizagem Rio de Janeiro Ed Bloch1976

BUSATTO Clea Contar e encantar Pequenos segredos da narrativa Petr6polisVozes 2004

CADERMARTORI Ligia 0 que e literatura infantil 6 ed sao Paulo brasiliense1994

CAGLIARI Luiz Carlos deg professor como pesquisador In SeminarioMultidisciplinar de AlfabetizatJo Anais Pontificia Universidade Cat61ica de SaoPaulo 1992

COELHO Betty Contar hist6rias uma arte sem idade10 ed Sao Paulo Atica 1999

COELHO Nelly Novaes N Literatura infanti Teoria analise Didatica16 edSaoPaulo Atica1997

CUNHA Maria Antonieta Antunes Literatura Infantil Teoria e Pratica16 ed saoPaulo Atica 1997

DALLA BONA Elisa Marisa Apostila com sugest~es de atividades para trabalhocom a literatura infantil Trabalho apresentado em curso na UFPR em 2001 no prelopara edi91io (acervo da autora)

FERREIRO Emilia amp TEBEROSKY Ana Psicogtmese da lingua escrita PortoAlegre Arte Medicas 1986

FERREIRO Emilia Os processos de leitura e escrita novas perspectivas PortoAlegre Artes Medicas 1987

FROEBEL Frederic A educaiio do homem Sao Paulo Hucitec 1913

GARCIA Regina Leite Revisitando a prfHlscola 4 ed Sao Paulo Cortez 2000

KLEIMAN Angela B Os significados do letramento Campinas Mercado deLetras 1995

KLEIN Ligia Regina SHAFASCHEK Rosicler Alfabetiza91io In Equipe doDEPGSEEDPR (Org) Curricula Msico para a eseola publica do Estado doParana 1 ed Curitiba Imprensa Oficial do Estado do Parana V 1990

49

KRAMER Sonia Currlculo de educa91io infanfil e a formaao dos profissionais decreche e pre-ltlscola QuestOes te6ricas e polemicas In MECSEFCedi Par umapolitica de formacAodo~profissionais da educai~o infantil Brasilia 1995

LEMOS Claudia Thereza Guimaraes de Lingua e discurso na teolizaao sabreaquisiao da lingusgeml Sao Pauligt Brasiliense1978

MEIRELES Cecilia Problemas da literatura intanti 2 ed Sao Paulo Summus1979

ORLANDI EnL A produao da leitura e suas condicentes Leitura - Teoria e PraticaSao Paulo Cortez 1987

PIAGET Jean A formaao do simbolo na cliana Rio de Janeiro lahar 1976

ROJAS Juciara 0 ludico na construilo interdisciplinar da aprendizagem umapedagogia do afelo e da clialjvidade nd escola UFMS 1991 Disponlvel emhttpwwwanpedorgbrI25excedentes25f)ucimararojastiJ7r1f Acesso em 15maio2006

ROUSSEAU Jean Jacques 0 Emilio au da educacAoSao Paulo Martins Fontes1990

SISTO Fermino Fernandes BATISTA M A FERREIRA C E B PAVARINI M LC OLIVEIRA J C Iii OLIVEIRA R OLlVEIRA S M S S bull SANTOS AAvaliando a satisfaao escolar no ensino fundamental In BORUCHOVITCH EvelyeBlUNECK Jose Aloys~o (Org) A molivailo do aluno Petropolis Vozes 1996

TAHAN Malba Arte de contar histOtias5 ed Rio de Janeiro Conquista 1966

VOLPATO Enilze dEl Souza Nogueira Pesquisa bib7iogralica em cienciasbiomedicas J Pneumologia [online] MarlApr 2000 vo126 no2 p77-80Dispon Ivel emt1ttpllwwwscielobrlscielo phpscript=sci_ arttextamppid=S01 02middot35862000000200006amplng=enampnrm=isogt ISSN 0102-3586 Acesso em 13 maio2006

VYGOTSKY Lev Semenorich Pensamento e linguagem 3 ed Sao Paulo MartinsFontes 1991

WINTER Eneia e SALLES Paulo Eduardo Marcondes de Metodologia da PesquisaCientifica 2 ed Sao Paulo CEDAS 1997

WORNICOV Ruth WAGNER Elisia RUSSOMANO Moema e WEBER Nadia C BClianra-Ieituramiddotlivro Sap Paulo Nobel 1986

lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998

41

bull Fantoches

A educadora Ie a hist6ria QU a lenda para as criancas 80 terminG as

crianyas montam fantoches dos personagens (com ajuda da professora) com

cartuchos de papal e reconstroem as hist6rias as criancas participarao com alas

mas mas manuseando as personagens

bull Gravuras

Reproduzern-se desenhos de livros e conforme 0 professor I~ vai

apresentando as gravuras respectivas ha situayao apresentada

bull Jogo de contar hist6rias

Uma crianlta canta uma hist6ria de sua pr6pria autoria e todos juntos

escralem ou ilustram a hist6ria

a Parlendas e gestos

b Recjtam parlendas e criam para express8-las batendo palma 56 com

as dedas batendo as pes ou as maos etc

c Quadrinhos

d Ordenar quadrinho calocar fala em balaes calocar situacOes que

fayam sentido para as crianyas par examplo Born dia amigunhos por

favor etc

bull Dobraduras

A professora cria urna hist6ria e vai executando dobraduras as criancas

podem participar tentando acompanhar as dobras ou simples mente vendo e

ouvindo a magica transformayao do papsl

As crian98s muito pequenas podem dobrar como dssejarem depois pintam

a dobradura

Ex dobradura depois recitam

Pinto

o pinto pia

A pipa pinga

Pinga a pipa

a pinto pia

Pinto pia

Pipa pinga

Quanta mais

o pinto pia

Mais a pipa pinga

42

bull Tecnicas de narrativas

Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na

sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil

baseado na autora Susatto (2004)

43

o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter

em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente

aos personagens e aos seus estados e animas

Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam

nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es

segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das

condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto

Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do

abandono dos pais

E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas

narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida

real

Segundo Busatto

Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)

Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser

usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador

reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam

imagens)

U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do

castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim

Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que

se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90

com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da

44

dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus

elementos

DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc

Pianos - altura do movimento

Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic

Forra - intensidade empregado no movimento

Tempo - velocidade com que a movimento e executado

Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo

Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem

preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve

sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de

alunos

45

5 CONSIDERAyOES FINAlS

Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias

tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil

ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes

Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das

transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e

aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem

constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0

conhecimento

A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim

educar para a formayao de cidadaos

No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter

essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para

despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao

magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode

proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa

atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca

passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes

tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor

de seus direitos e deveres como cidadao

A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn

facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do

processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e

participativa

46

Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em

mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir

para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO

pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna

imposicao

o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a

contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a

utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par

leitura

Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da

Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente

com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico

A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que

oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir

para a constru~o de sua autonomia

o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada

pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do

professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no

ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura

Bruner afirma que

e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

48

REFERENCIAS

ARIES Philippe HistOriasocial da criana e da familia 2 ed Rio de Janeiro Zahar1981

BAKHTIN Mikhail M8rxismo e filosofia da linguagem 6 ed sao Paulo Hucitec1988

BRASIL Secretaria de educa91io fundamental Referencial Curricular Nacional paraEducailo Infantil Ministerio da Educa91io e do Desporto Brasilia MECSEF 1998

BRUNER Jerome S Uma Nova Teoria da Aprendizagem Rio de Janeiro Ed Bloch1976

BUSATTO Clea Contar e encantar Pequenos segredos da narrativa Petr6polisVozes 2004

CADERMARTORI Ligia 0 que e literatura infantil 6 ed sao Paulo brasiliense1994

CAGLIARI Luiz Carlos deg professor como pesquisador In SeminarioMultidisciplinar de AlfabetizatJo Anais Pontificia Universidade Cat61ica de SaoPaulo 1992

COELHO Betty Contar hist6rias uma arte sem idade10 ed Sao Paulo Atica 1999

COELHO Nelly Novaes N Literatura infanti Teoria analise Didatica16 edSaoPaulo Atica1997

CUNHA Maria Antonieta Antunes Literatura Infantil Teoria e Pratica16 ed saoPaulo Atica 1997

DALLA BONA Elisa Marisa Apostila com sugest~es de atividades para trabalhocom a literatura infantil Trabalho apresentado em curso na UFPR em 2001 no prelopara edi91io (acervo da autora)

FERREIRO Emilia amp TEBEROSKY Ana Psicogtmese da lingua escrita PortoAlegre Arte Medicas 1986

FERREIRO Emilia Os processos de leitura e escrita novas perspectivas PortoAlegre Artes Medicas 1987

FROEBEL Frederic A educaiio do homem Sao Paulo Hucitec 1913

GARCIA Regina Leite Revisitando a prfHlscola 4 ed Sao Paulo Cortez 2000

KLEIMAN Angela B Os significados do letramento Campinas Mercado deLetras 1995

KLEIN Ligia Regina SHAFASCHEK Rosicler Alfabetiza91io In Equipe doDEPGSEEDPR (Org) Curricula Msico para a eseola publica do Estado doParana 1 ed Curitiba Imprensa Oficial do Estado do Parana V 1990

49

KRAMER Sonia Currlculo de educa91io infanfil e a formaao dos profissionais decreche e pre-ltlscola QuestOes te6ricas e polemicas In MECSEFCedi Par umapolitica de formacAodo~profissionais da educai~o infantil Brasilia 1995

LEMOS Claudia Thereza Guimaraes de Lingua e discurso na teolizaao sabreaquisiao da lingusgeml Sao Pauligt Brasiliense1978

MEIRELES Cecilia Problemas da literatura intanti 2 ed Sao Paulo Summus1979

ORLANDI EnL A produao da leitura e suas condicentes Leitura - Teoria e PraticaSao Paulo Cortez 1987

PIAGET Jean A formaao do simbolo na cliana Rio de Janeiro lahar 1976

ROJAS Juciara 0 ludico na construilo interdisciplinar da aprendizagem umapedagogia do afelo e da clialjvidade nd escola UFMS 1991 Disponlvel emhttpwwwanpedorgbrI25excedentes25f)ucimararojastiJ7r1f Acesso em 15maio2006

ROUSSEAU Jean Jacques 0 Emilio au da educacAoSao Paulo Martins Fontes1990

SISTO Fermino Fernandes BATISTA M A FERREIRA C E B PAVARINI M LC OLIVEIRA J C Iii OLIVEIRA R OLlVEIRA S M S S bull SANTOS AAvaliando a satisfaao escolar no ensino fundamental In BORUCHOVITCH EvelyeBlUNECK Jose Aloys~o (Org) A molivailo do aluno Petropolis Vozes 1996

TAHAN Malba Arte de contar histOtias5 ed Rio de Janeiro Conquista 1966

VOLPATO Enilze dEl Souza Nogueira Pesquisa bib7iogralica em cienciasbiomedicas J Pneumologia [online] MarlApr 2000 vo126 no2 p77-80Dispon Ivel emt1ttpllwwwscielobrlscielo phpscript=sci_ arttextamppid=S01 02middot35862000000200006amplng=enampnrm=isogt ISSN 0102-3586 Acesso em 13 maio2006

VYGOTSKY Lev Semenorich Pensamento e linguagem 3 ed Sao Paulo MartinsFontes 1991

WINTER Eneia e SALLES Paulo Eduardo Marcondes de Metodologia da PesquisaCientifica 2 ed Sao Paulo CEDAS 1997

WORNICOV Ruth WAGNER Elisia RUSSOMANO Moema e WEBER Nadia C BClianra-Ieituramiddotlivro Sap Paulo Nobel 1986

lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998

Ex dobradura depois recitam

Pinto

o pinto pia

A pipa pinga

Pinga a pipa

a pinto pia

Pinto pia

Pipa pinga

Quanta mais

o pinto pia

Mais a pipa pinga

42

bull Tecnicas de narrativas

Dentre as tecnicas de narrativa encontradas nesta pesquisa apresento na

sequencia algumas sugestoes foeando a trabalho do professor de eduea9ilo inantil

baseado na autora Susatto (2004)

43

o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter

em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente

aos personagens e aos seus estados e animas

Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam

nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es

segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das

condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto

Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do

abandono dos pais

E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas

narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida

real

Segundo Busatto

Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)

Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser

usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador

reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam

imagens)

U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do

castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim

Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que

se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90

com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da

44

dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus

elementos

DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc

Pianos - altura do movimento

Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic

Forra - intensidade empregado no movimento

Tempo - velocidade com que a movimento e executado

Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo

Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem

preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve

sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de

alunos

45

5 CONSIDERAyOES FINAlS

Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias

tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil

ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes

Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das

transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e

aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem

constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0

conhecimento

A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim

educar para a formayao de cidadaos

No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter

essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para

despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao

magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode

proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa

atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca

passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes

tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor

de seus direitos e deveres como cidadao

A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn

facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do

processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e

participativa

46

Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em

mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir

para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO

pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna

imposicao

o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a

contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a

utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par

leitura

Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da

Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente

com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico

A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que

oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir

para a constru~o de sua autonomia

o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada

pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do

professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no

ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura

Bruner afirma que

e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

48

REFERENCIAS

ARIES Philippe HistOriasocial da criana e da familia 2 ed Rio de Janeiro Zahar1981

BAKHTIN Mikhail M8rxismo e filosofia da linguagem 6 ed sao Paulo Hucitec1988

BRASIL Secretaria de educa91io fundamental Referencial Curricular Nacional paraEducailo Infantil Ministerio da Educa91io e do Desporto Brasilia MECSEF 1998

BRUNER Jerome S Uma Nova Teoria da Aprendizagem Rio de Janeiro Ed Bloch1976

BUSATTO Clea Contar e encantar Pequenos segredos da narrativa Petr6polisVozes 2004

CADERMARTORI Ligia 0 que e literatura infantil 6 ed sao Paulo brasiliense1994

CAGLIARI Luiz Carlos deg professor como pesquisador In SeminarioMultidisciplinar de AlfabetizatJo Anais Pontificia Universidade Cat61ica de SaoPaulo 1992

COELHO Betty Contar hist6rias uma arte sem idade10 ed Sao Paulo Atica 1999

COELHO Nelly Novaes N Literatura infanti Teoria analise Didatica16 edSaoPaulo Atica1997

CUNHA Maria Antonieta Antunes Literatura Infantil Teoria e Pratica16 ed saoPaulo Atica 1997

DALLA BONA Elisa Marisa Apostila com sugest~es de atividades para trabalhocom a literatura infantil Trabalho apresentado em curso na UFPR em 2001 no prelopara edi91io (acervo da autora)

FERREIRO Emilia amp TEBEROSKY Ana Psicogtmese da lingua escrita PortoAlegre Arte Medicas 1986

FERREIRO Emilia Os processos de leitura e escrita novas perspectivas PortoAlegre Artes Medicas 1987

FROEBEL Frederic A educaiio do homem Sao Paulo Hucitec 1913

GARCIA Regina Leite Revisitando a prfHlscola 4 ed Sao Paulo Cortez 2000

KLEIMAN Angela B Os significados do letramento Campinas Mercado deLetras 1995

KLEIN Ligia Regina SHAFASCHEK Rosicler Alfabetiza91io In Equipe doDEPGSEEDPR (Org) Curricula Msico para a eseola publica do Estado doParana 1 ed Curitiba Imprensa Oficial do Estado do Parana V 1990

49

KRAMER Sonia Currlculo de educa91io infanfil e a formaao dos profissionais decreche e pre-ltlscola QuestOes te6ricas e polemicas In MECSEFCedi Par umapolitica de formacAodo~profissionais da educai~o infantil Brasilia 1995

LEMOS Claudia Thereza Guimaraes de Lingua e discurso na teolizaao sabreaquisiao da lingusgeml Sao Pauligt Brasiliense1978

MEIRELES Cecilia Problemas da literatura intanti 2 ed Sao Paulo Summus1979

ORLANDI EnL A produao da leitura e suas condicentes Leitura - Teoria e PraticaSao Paulo Cortez 1987

PIAGET Jean A formaao do simbolo na cliana Rio de Janeiro lahar 1976

ROJAS Juciara 0 ludico na construilo interdisciplinar da aprendizagem umapedagogia do afelo e da clialjvidade nd escola UFMS 1991 Disponlvel emhttpwwwanpedorgbrI25excedentes25f)ucimararojastiJ7r1f Acesso em 15maio2006

ROUSSEAU Jean Jacques 0 Emilio au da educacAoSao Paulo Martins Fontes1990

SISTO Fermino Fernandes BATISTA M A FERREIRA C E B PAVARINI M LC OLIVEIRA J C Iii OLIVEIRA R OLlVEIRA S M S S bull SANTOS AAvaliando a satisfaao escolar no ensino fundamental In BORUCHOVITCH EvelyeBlUNECK Jose Aloys~o (Org) A molivailo do aluno Petropolis Vozes 1996

TAHAN Malba Arte de contar histOtias5 ed Rio de Janeiro Conquista 1966

VOLPATO Enilze dEl Souza Nogueira Pesquisa bib7iogralica em cienciasbiomedicas J Pneumologia [online] MarlApr 2000 vo126 no2 p77-80Dispon Ivel emt1ttpllwwwscielobrlscielo phpscript=sci_ arttextamppid=S01 02middot35862000000200006amplng=enampnrm=isogt ISSN 0102-3586 Acesso em 13 maio2006

VYGOTSKY Lev Semenorich Pensamento e linguagem 3 ed Sao Paulo MartinsFontes 1991

WINTER Eneia e SALLES Paulo Eduardo Marcondes de Metodologia da PesquisaCientifica 2 ed Sao Paulo CEDAS 1997

WORNICOV Ruth WAGNER Elisia RUSSOMANO Moema e WEBER Nadia C BClianra-Ieituramiddotlivro Sap Paulo Nobel 1986

lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998

43

o principal elemento na hara de trabalhar com as criantas as hist6rias e ter

em mao obras com boas tradugoes pais sao as imagens que nos colocam de frente

aos personagens e aos seus estados e animas

Imagem verbal sao as descric6es oferecidas pelo texto elas nao entregam

nada pronto para a crian~ ela tern que criar personagens cenarios situac6es

segundo seu referencial podendo tambem 0 texto sugarir para imagens das

condicentes psicol6gicas dos personagens ern determinado momento como no canto

Joao e Maria anda encontramos a traduyao clara do mado das criangas do

abandono dos pais

E importante que surjam no imaginario da crianca a visualiza~o das cenas

narradas com tanta precisao que elas possam ao ouvir materializar para a vida

real

Segundo Busatto

Sentir 0 vento deilando 0 cozinheiro com os cabelos do ajudante nas suasmaos 0 cheiro do assado se condensando no ar tudo islo ajuda acorporificar deg elereo e criar imagens visuais nitidas (2004 p 55)

Segundo Susatto (2004) imagens sonoras e mais urn recurso que deve ser

usado nas narrativas sera um elemento surpresa na performance do contador

reativa 0 imaginario e a apropriacao das onomatopeias (sons que carregam

imagens)

U[ ] e a princesa ouviu uns ploe ploc ploe nas escadarias de marmore do

castelo e em seguida uma voz que dizia EH princesa abra a porta pra mim

Imagens corporais sao os movimentos que surgem espontaneamente e que

se traduz numa imagem (nao e mimica) 0 narrador deve criar formas no espa90

com seus movimentos mas para ista deve ter conhecimento de seu eorpo e da

44

dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus

elementos

DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc

Pianos - altura do movimento

Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic

Forra - intensidade empregado no movimento

Tempo - velocidade com que a movimento e executado

Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo

Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem

preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve

sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de

alunos

45

5 CONSIDERAyOES FINAlS

Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias

tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil

ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes

Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das

transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e

aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem

constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0

conhecimento

A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim

educar para a formayao de cidadaos

No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter

essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para

despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao

magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode

proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa

atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca

passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes

tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor

de seus direitos e deveres como cidadao

A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn

facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do

processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e

participativa

46

Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em

mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir

para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO

pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna

imposicao

o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a

contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a

utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par

leitura

Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da

Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente

com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico

A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que

oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir

para a constru~o de sua autonomia

o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada

pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do

professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no

ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura

Bruner afirma que

e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

48

REFERENCIAS

ARIES Philippe HistOriasocial da criana e da familia 2 ed Rio de Janeiro Zahar1981

BAKHTIN Mikhail M8rxismo e filosofia da linguagem 6 ed sao Paulo Hucitec1988

BRASIL Secretaria de educa91io fundamental Referencial Curricular Nacional paraEducailo Infantil Ministerio da Educa91io e do Desporto Brasilia MECSEF 1998

BRUNER Jerome S Uma Nova Teoria da Aprendizagem Rio de Janeiro Ed Bloch1976

BUSATTO Clea Contar e encantar Pequenos segredos da narrativa Petr6polisVozes 2004

CADERMARTORI Ligia 0 que e literatura infantil 6 ed sao Paulo brasiliense1994

CAGLIARI Luiz Carlos deg professor como pesquisador In SeminarioMultidisciplinar de AlfabetizatJo Anais Pontificia Universidade Cat61ica de SaoPaulo 1992

COELHO Betty Contar hist6rias uma arte sem idade10 ed Sao Paulo Atica 1999

COELHO Nelly Novaes N Literatura infanti Teoria analise Didatica16 edSaoPaulo Atica1997

CUNHA Maria Antonieta Antunes Literatura Infantil Teoria e Pratica16 ed saoPaulo Atica 1997

DALLA BONA Elisa Marisa Apostila com sugest~es de atividades para trabalhocom a literatura infantil Trabalho apresentado em curso na UFPR em 2001 no prelopara edi91io (acervo da autora)

FERREIRO Emilia amp TEBEROSKY Ana Psicogtmese da lingua escrita PortoAlegre Arte Medicas 1986

FERREIRO Emilia Os processos de leitura e escrita novas perspectivas PortoAlegre Artes Medicas 1987

FROEBEL Frederic A educaiio do homem Sao Paulo Hucitec 1913

GARCIA Regina Leite Revisitando a prfHlscola 4 ed Sao Paulo Cortez 2000

KLEIMAN Angela B Os significados do letramento Campinas Mercado deLetras 1995

KLEIN Ligia Regina SHAFASCHEK Rosicler Alfabetiza91io In Equipe doDEPGSEEDPR (Org) Curricula Msico para a eseola publica do Estado doParana 1 ed Curitiba Imprensa Oficial do Estado do Parana V 1990

49

KRAMER Sonia Currlculo de educa91io infanfil e a formaao dos profissionais decreche e pre-ltlscola QuestOes te6ricas e polemicas In MECSEFCedi Par umapolitica de formacAodo~profissionais da educai~o infantil Brasilia 1995

LEMOS Claudia Thereza Guimaraes de Lingua e discurso na teolizaao sabreaquisiao da lingusgeml Sao Pauligt Brasiliense1978

MEIRELES Cecilia Problemas da literatura intanti 2 ed Sao Paulo Summus1979

ORLANDI EnL A produao da leitura e suas condicentes Leitura - Teoria e PraticaSao Paulo Cortez 1987

PIAGET Jean A formaao do simbolo na cliana Rio de Janeiro lahar 1976

ROJAS Juciara 0 ludico na construilo interdisciplinar da aprendizagem umapedagogia do afelo e da clialjvidade nd escola UFMS 1991 Disponlvel emhttpwwwanpedorgbrI25excedentes25f)ucimararojastiJ7r1f Acesso em 15maio2006

ROUSSEAU Jean Jacques 0 Emilio au da educacAoSao Paulo Martins Fontes1990

SISTO Fermino Fernandes BATISTA M A FERREIRA C E B PAVARINI M LC OLIVEIRA J C Iii OLIVEIRA R OLlVEIRA S M S S bull SANTOS AAvaliando a satisfaao escolar no ensino fundamental In BORUCHOVITCH EvelyeBlUNECK Jose Aloys~o (Org) A molivailo do aluno Petropolis Vozes 1996

TAHAN Malba Arte de contar histOtias5 ed Rio de Janeiro Conquista 1966

VOLPATO Enilze dEl Souza Nogueira Pesquisa bib7iogralica em cienciasbiomedicas J Pneumologia [online] MarlApr 2000 vo126 no2 p77-80Dispon Ivel emt1ttpllwwwscielobrlscielo phpscript=sci_ arttextamppid=S01 02middot35862000000200006amplng=enampnrm=isogt ISSN 0102-3586 Acesso em 13 maio2006

VYGOTSKY Lev Semenorich Pensamento e linguagem 3 ed Sao Paulo MartinsFontes 1991

WINTER Eneia e SALLES Paulo Eduardo Marcondes de Metodologia da PesquisaCientifica 2 ed Sao Paulo CEDAS 1997

WORNICOV Ruth WAGNER Elisia RUSSOMANO Moema e WEBER Nadia C BClianra-Ieituramiddotlivro Sap Paulo Nobel 1986

lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998

44

dinamica corporal que e composta par uma linguagam dos movimantos e saus

elementos

DireltBo - para enda vai frente dire ita esquerda etc

Pianos - altura do movimento

Dimensao - tamanho do movimento pequeno grande medic

Forra - intensidade empregado no movimento

Tempo - velocidade com que a movimento e executado

Utilizar musicas ajuda na narrativa principalmente para soltar seu corpo

Todas assas tecnicas devem sar harmoniasas e 0 narrador deve estar bem

preparado para utiliza-Ias tudo nas narrativas deve sar usado com moderacao deve

sar respeitado 0 tempo 0 lugar a escalha da hist6ria de acordo com 0 grupo de

alunos

45

5 CONSIDERAyOES FINAlS

Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias

tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil

ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes

Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das

transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e

aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem

constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0

conhecimento

A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim

educar para a formayao de cidadaos

No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter

essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para

despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao

magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode

proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa

atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca

passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes

tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor

de seus direitos e deveres como cidadao

A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn

facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do

processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e

participativa

46

Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em

mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir

para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO

pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna

imposicao

o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a

contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a

utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par

leitura

Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da

Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente

com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico

A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que

oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir

para a constru~o de sua autonomia

o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada

pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do

professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no

ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura

Bruner afirma que

e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

48

REFERENCIAS

ARIES Philippe HistOriasocial da criana e da familia 2 ed Rio de Janeiro Zahar1981

BAKHTIN Mikhail M8rxismo e filosofia da linguagem 6 ed sao Paulo Hucitec1988

BRASIL Secretaria de educa91io fundamental Referencial Curricular Nacional paraEducailo Infantil Ministerio da Educa91io e do Desporto Brasilia MECSEF 1998

BRUNER Jerome S Uma Nova Teoria da Aprendizagem Rio de Janeiro Ed Bloch1976

BUSATTO Clea Contar e encantar Pequenos segredos da narrativa Petr6polisVozes 2004

CADERMARTORI Ligia 0 que e literatura infantil 6 ed sao Paulo brasiliense1994

CAGLIARI Luiz Carlos deg professor como pesquisador In SeminarioMultidisciplinar de AlfabetizatJo Anais Pontificia Universidade Cat61ica de SaoPaulo 1992

COELHO Betty Contar hist6rias uma arte sem idade10 ed Sao Paulo Atica 1999

COELHO Nelly Novaes N Literatura infanti Teoria analise Didatica16 edSaoPaulo Atica1997

CUNHA Maria Antonieta Antunes Literatura Infantil Teoria e Pratica16 ed saoPaulo Atica 1997

DALLA BONA Elisa Marisa Apostila com sugest~es de atividades para trabalhocom a literatura infantil Trabalho apresentado em curso na UFPR em 2001 no prelopara edi91io (acervo da autora)

FERREIRO Emilia amp TEBEROSKY Ana Psicogtmese da lingua escrita PortoAlegre Arte Medicas 1986

FERREIRO Emilia Os processos de leitura e escrita novas perspectivas PortoAlegre Artes Medicas 1987

FROEBEL Frederic A educaiio do homem Sao Paulo Hucitec 1913

GARCIA Regina Leite Revisitando a prfHlscola 4 ed Sao Paulo Cortez 2000

KLEIMAN Angela B Os significados do letramento Campinas Mercado deLetras 1995

KLEIN Ligia Regina SHAFASCHEK Rosicler Alfabetiza91io In Equipe doDEPGSEEDPR (Org) Curricula Msico para a eseola publica do Estado doParana 1 ed Curitiba Imprensa Oficial do Estado do Parana V 1990

49

KRAMER Sonia Currlculo de educa91io infanfil e a formaao dos profissionais decreche e pre-ltlscola QuestOes te6ricas e polemicas In MECSEFCedi Par umapolitica de formacAodo~profissionais da educai~o infantil Brasilia 1995

LEMOS Claudia Thereza Guimaraes de Lingua e discurso na teolizaao sabreaquisiao da lingusgeml Sao Pauligt Brasiliense1978

MEIRELES Cecilia Problemas da literatura intanti 2 ed Sao Paulo Summus1979

ORLANDI EnL A produao da leitura e suas condicentes Leitura - Teoria e PraticaSao Paulo Cortez 1987

PIAGET Jean A formaao do simbolo na cliana Rio de Janeiro lahar 1976

ROJAS Juciara 0 ludico na construilo interdisciplinar da aprendizagem umapedagogia do afelo e da clialjvidade nd escola UFMS 1991 Disponlvel emhttpwwwanpedorgbrI25excedentes25f)ucimararojastiJ7r1f Acesso em 15maio2006

ROUSSEAU Jean Jacques 0 Emilio au da educacAoSao Paulo Martins Fontes1990

SISTO Fermino Fernandes BATISTA M A FERREIRA C E B PAVARINI M LC OLIVEIRA J C Iii OLIVEIRA R OLlVEIRA S M S S bull SANTOS AAvaliando a satisfaao escolar no ensino fundamental In BORUCHOVITCH EvelyeBlUNECK Jose Aloys~o (Org) A molivailo do aluno Petropolis Vozes 1996

TAHAN Malba Arte de contar histOtias5 ed Rio de Janeiro Conquista 1966

VOLPATO Enilze dEl Souza Nogueira Pesquisa bib7iogralica em cienciasbiomedicas J Pneumologia [online] MarlApr 2000 vo126 no2 p77-80Dispon Ivel emt1ttpllwwwscielobrlscielo phpscript=sci_ arttextamppid=S01 02middot35862000000200006amplng=enampnrm=isogt ISSN 0102-3586 Acesso em 13 maio2006

VYGOTSKY Lev Semenorich Pensamento e linguagem 3 ed Sao Paulo MartinsFontes 1991

WINTER Eneia e SALLES Paulo Eduardo Marcondes de Metodologia da PesquisaCientifica 2 ed Sao Paulo CEDAS 1997

WORNICOV Ruth WAGNER Elisia RUSSOMANO Moema e WEBER Nadia C BClianra-Ieituramiddotlivro Sap Paulo Nobel 1986

lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998

45

5 CONSIDERAyOES FINAlS

Nessa realidade eletr6nica que as Clianyas viIem e masmo com as familias

tendo deixado ao encargo da escola a educayao de seus filhos 0 publico infantil

ainda se identifica com fadas her6is e bichinhos falantes

Dessa mane ira e fundamental que as educadores S6 conscientizem das

transformac6es ocorridas na sociedade alterando assim as modos de ensinar e

aprender Urge estarem sempre atualizados au seja capacitados para elaborarem

constantemente junto com seus alunos novas hknicas e maneiras de construir 0

conhecimento

A ascola hoje nac pode mais apenas transmitir conhecimento deve sim

educar para a formayao de cidadaos

No Brasil ou pouco ou quase nada S8 Ie as professores delem reverter

essa situa~o se apropriando de tecnicas de narrativas e atividades ludicas para

despertar nas criamas 0 habita de ler e a prazer da descoberta deste mundo tao

magico e importante 0 professor pesquisador hoje e essencial ele pode

proporcionar a crianca 0 desenvolvirnento de sua irnagina~o criativa e afativa

atraves do estimulo a laitura Ou seja adquirindo 0 habito da leitura a crianca

passara a escrever melhor a dispor de urn repert6rio rna is amplo de informacentes

tendo com isso a possibilidade de participar da sociedade de forma critica sabedor

de seus direitos e deveres como cidadao

A literatura infantil dave fazer parte da vida da crianca pois ela e urn

facilitador da socializa~o e da constructo de conhecimento deve fazer parte do

processo de educa~o desde a educa~o infantil sando usada de rnaneira ludica e

participativa

46

Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em

mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir

para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO

pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna

imposicao

o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a

contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a

utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par

leitura

Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da

Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente

com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico

A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que

oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir

para a constru~o de sua autonomia

o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada

pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do

professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no

ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura

Bruner afirma que

e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

48

REFERENCIAS

ARIES Philippe HistOriasocial da criana e da familia 2 ed Rio de Janeiro Zahar1981

BAKHTIN Mikhail M8rxismo e filosofia da linguagem 6 ed sao Paulo Hucitec1988

BRASIL Secretaria de educa91io fundamental Referencial Curricular Nacional paraEducailo Infantil Ministerio da Educa91io e do Desporto Brasilia MECSEF 1998

BRUNER Jerome S Uma Nova Teoria da Aprendizagem Rio de Janeiro Ed Bloch1976

BUSATTO Clea Contar e encantar Pequenos segredos da narrativa Petr6polisVozes 2004

CADERMARTORI Ligia 0 que e literatura infantil 6 ed sao Paulo brasiliense1994

CAGLIARI Luiz Carlos deg professor como pesquisador In SeminarioMultidisciplinar de AlfabetizatJo Anais Pontificia Universidade Cat61ica de SaoPaulo 1992

COELHO Betty Contar hist6rias uma arte sem idade10 ed Sao Paulo Atica 1999

COELHO Nelly Novaes N Literatura infanti Teoria analise Didatica16 edSaoPaulo Atica1997

CUNHA Maria Antonieta Antunes Literatura Infantil Teoria e Pratica16 ed saoPaulo Atica 1997

DALLA BONA Elisa Marisa Apostila com sugest~es de atividades para trabalhocom a literatura infantil Trabalho apresentado em curso na UFPR em 2001 no prelopara edi91io (acervo da autora)

FERREIRO Emilia amp TEBEROSKY Ana Psicogtmese da lingua escrita PortoAlegre Arte Medicas 1986

FERREIRO Emilia Os processos de leitura e escrita novas perspectivas PortoAlegre Artes Medicas 1987

FROEBEL Frederic A educaiio do homem Sao Paulo Hucitec 1913

GARCIA Regina Leite Revisitando a prfHlscola 4 ed Sao Paulo Cortez 2000

KLEIMAN Angela B Os significados do letramento Campinas Mercado deLetras 1995

KLEIN Ligia Regina SHAFASCHEK Rosicler Alfabetiza91io In Equipe doDEPGSEEDPR (Org) Curricula Msico para a eseola publica do Estado doParana 1 ed Curitiba Imprensa Oficial do Estado do Parana V 1990

49

KRAMER Sonia Currlculo de educa91io infanfil e a formaao dos profissionais decreche e pre-ltlscola QuestOes te6ricas e polemicas In MECSEFCedi Par umapolitica de formacAodo~profissionais da educai~o infantil Brasilia 1995

LEMOS Claudia Thereza Guimaraes de Lingua e discurso na teolizaao sabreaquisiao da lingusgeml Sao Pauligt Brasiliense1978

MEIRELES Cecilia Problemas da literatura intanti 2 ed Sao Paulo Summus1979

ORLANDI EnL A produao da leitura e suas condicentes Leitura - Teoria e PraticaSao Paulo Cortez 1987

PIAGET Jean A formaao do simbolo na cliana Rio de Janeiro lahar 1976

ROJAS Juciara 0 ludico na construilo interdisciplinar da aprendizagem umapedagogia do afelo e da clialjvidade nd escola UFMS 1991 Disponlvel emhttpwwwanpedorgbrI25excedentes25f)ucimararojastiJ7r1f Acesso em 15maio2006

ROUSSEAU Jean Jacques 0 Emilio au da educacAoSao Paulo Martins Fontes1990

SISTO Fermino Fernandes BATISTA M A FERREIRA C E B PAVARINI M LC OLIVEIRA J C Iii OLIVEIRA R OLlVEIRA S M S S bull SANTOS AAvaliando a satisfaao escolar no ensino fundamental In BORUCHOVITCH EvelyeBlUNECK Jose Aloys~o (Org) A molivailo do aluno Petropolis Vozes 1996

TAHAN Malba Arte de contar histOtias5 ed Rio de Janeiro Conquista 1966

VOLPATO Enilze dEl Souza Nogueira Pesquisa bib7iogralica em cienciasbiomedicas J Pneumologia [online] MarlApr 2000 vo126 no2 p77-80Dispon Ivel emt1ttpllwwwscielobrlscielo phpscript=sci_ arttextamppid=S01 02middot35862000000200006amplng=enampnrm=isogt ISSN 0102-3586 Acesso em 13 maio2006

VYGOTSKY Lev Semenorich Pensamento e linguagem 3 ed Sao Paulo MartinsFontes 1991

WINTER Eneia e SALLES Paulo Eduardo Marcondes de Metodologia da PesquisaCientifica 2 ed Sao Paulo CEDAS 1997

WORNICOV Ruth WAGNER Elisia RUSSOMANO Moema e WEBER Nadia C BClianra-Ieituramiddotlivro Sap Paulo Nobel 1986

lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998

46

Desta forma a literatura nllo pode sar apenas urna atividade isolada em

mementos isolados deve sim fazer parte do dia-a-dia da crianya deve contribuir

para 0 seu auto conhecimento Trazendo a prazer e a alegria incentivando a g05tO

pela leitura sendo esse urn processo natural de seu desenvolvimento e nao urna

imposicao

o objetivo desta pesquisa foi alcanltado pois permitiu perceber que a

contaao de historias na eduC89lio infantil deve ser feita por professores com a

utiliza~o de tecnicas apropriadas e com ista despertar na crianlta 0 905tO par

leitura

Este estudo contribui tambem para a formaylio profissional do professor da

Educaao Infantil na medida em que sugere a reformulaao da pratica docente

com relaylio a maneira de trabalhar a leitura juntamente com 0 ludico

A crianca assim beneficia-sa dessa proposta atraves da brincadeira que

oportuniza momentos para 0 desenvolvimento da aprendizagem e assim contribuir

para a constru~o de sua autonomia

o cantata com a laitura dave ocorrer de maneira natural real vivenciada

pela crianlta nessa perspectiva e fundamental haver a utilizaylio por parte do

professor de tecnicas de leitura e atividades ludicas contribuindo assim no

ambiente de sala aula para 0 incentivo e 0 prazer da leitura

Bruner afirma que

e na brincadeira e no jooo que as criancas desenvolvem a criatividade aespontaneidade 0 descobrimento de regras de ums sociedade e que8traves da literatura s crianya tern 0 desvelamento do rnundo (1976 p98)

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

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REFERENCIAS

ARIES Philippe HistOriasocial da criana e da familia 2 ed Rio de Janeiro Zahar1981

BAKHTIN Mikhail M8rxismo e filosofia da linguagem 6 ed sao Paulo Hucitec1988

BRASIL Secretaria de educa91io fundamental Referencial Curricular Nacional paraEducailo Infantil Ministerio da Educa91io e do Desporto Brasilia MECSEF 1998

BRUNER Jerome S Uma Nova Teoria da Aprendizagem Rio de Janeiro Ed Bloch1976

BUSATTO Clea Contar e encantar Pequenos segredos da narrativa Petr6polisVozes 2004

CADERMARTORI Ligia 0 que e literatura infantil 6 ed sao Paulo brasiliense1994

CAGLIARI Luiz Carlos deg professor como pesquisador In SeminarioMultidisciplinar de AlfabetizatJo Anais Pontificia Universidade Cat61ica de SaoPaulo 1992

COELHO Betty Contar hist6rias uma arte sem idade10 ed Sao Paulo Atica 1999

COELHO Nelly Novaes N Literatura infanti Teoria analise Didatica16 edSaoPaulo Atica1997

CUNHA Maria Antonieta Antunes Literatura Infantil Teoria e Pratica16 ed saoPaulo Atica 1997

DALLA BONA Elisa Marisa Apostila com sugest~es de atividades para trabalhocom a literatura infantil Trabalho apresentado em curso na UFPR em 2001 no prelopara edi91io (acervo da autora)

FERREIRO Emilia amp TEBEROSKY Ana Psicogtmese da lingua escrita PortoAlegre Arte Medicas 1986

FERREIRO Emilia Os processos de leitura e escrita novas perspectivas PortoAlegre Artes Medicas 1987

FROEBEL Frederic A educaiio do homem Sao Paulo Hucitec 1913

GARCIA Regina Leite Revisitando a prfHlscola 4 ed Sao Paulo Cortez 2000

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KLEIN Ligia Regina SHAFASCHEK Rosicler Alfabetiza91io In Equipe doDEPGSEEDPR (Org) Curricula Msico para a eseola publica do Estado doParana 1 ed Curitiba Imprensa Oficial do Estado do Parana V 1990

49

KRAMER Sonia Currlculo de educa91io infanfil e a formaao dos profissionais decreche e pre-ltlscola QuestOes te6ricas e polemicas In MECSEFCedi Par umapolitica de formacAodo~profissionais da educai~o infantil Brasilia 1995

LEMOS Claudia Thereza Guimaraes de Lingua e discurso na teolizaao sabreaquisiao da lingusgeml Sao Pauligt Brasiliense1978

MEIRELES Cecilia Problemas da literatura intanti 2 ed Sao Paulo Summus1979

ORLANDI EnL A produao da leitura e suas condicentes Leitura - Teoria e PraticaSao Paulo Cortez 1987

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ROUSSEAU Jean Jacques 0 Emilio au da educacAoSao Paulo Martins Fontes1990

SISTO Fermino Fernandes BATISTA M A FERREIRA C E B PAVARINI M LC OLIVEIRA J C Iii OLIVEIRA R OLlVEIRA S M S S bull SANTOS AAvaliando a satisfaao escolar no ensino fundamental In BORUCHOVITCH EvelyeBlUNECK Jose Aloys~o (Org) A molivailo do aluno Petropolis Vozes 1996

TAHAN Malba Arte de contar histOtias5 ed Rio de Janeiro Conquista 1966

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VYGOTSKY Lev Semenorich Pensamento e linguagem 3 ed Sao Paulo MartinsFontes 1991

WINTER Eneia e SALLES Paulo Eduardo Marcondes de Metodologia da PesquisaCientifica 2 ed Sao Paulo CEDAS 1997

WORNICOV Ruth WAGNER Elisia RUSSOMANO Moema e WEBER Nadia C BClianra-Ieituramiddotlivro Sap Paulo Nobel 1986

lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998

47

Conclui-se que 0 Itjdico desenvolve a afetividade e 0 cognitiv~ da crianca

em seu desenvolvimento assim a literatura infantil trabalhada de forma Itjdica vern

ao encontro das novas perspectivas de educayao

Oesta maneira cabe ao professor a competente tareta de apropriar-se desta

nova proposta no sau cotidiano profissional criando oportunidades para que os

alunos possam ter acesso aos livros Favorecendo desse modo urna rela~o rnais

construtiva per parte da crianta 80 buscar as obras literarias para seu lazer au

informagao

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REFERENCIAS

ARIES Philippe HistOriasocial da criana e da familia 2 ed Rio de Janeiro Zahar1981

BAKHTIN Mikhail M8rxismo e filosofia da linguagem 6 ed sao Paulo Hucitec1988

BRASIL Secretaria de educa91io fundamental Referencial Curricular Nacional paraEducailo Infantil Ministerio da Educa91io e do Desporto Brasilia MECSEF 1998

BRUNER Jerome S Uma Nova Teoria da Aprendizagem Rio de Janeiro Ed Bloch1976

BUSATTO Clea Contar e encantar Pequenos segredos da narrativa Petr6polisVozes 2004

CADERMARTORI Ligia 0 que e literatura infantil 6 ed sao Paulo brasiliense1994

CAGLIARI Luiz Carlos deg professor como pesquisador In SeminarioMultidisciplinar de AlfabetizatJo Anais Pontificia Universidade Cat61ica de SaoPaulo 1992

COELHO Betty Contar hist6rias uma arte sem idade10 ed Sao Paulo Atica 1999

COELHO Nelly Novaes N Literatura infanti Teoria analise Didatica16 edSaoPaulo Atica1997

CUNHA Maria Antonieta Antunes Literatura Infantil Teoria e Pratica16 ed saoPaulo Atica 1997

DALLA BONA Elisa Marisa Apostila com sugest~es de atividades para trabalhocom a literatura infantil Trabalho apresentado em curso na UFPR em 2001 no prelopara edi91io (acervo da autora)

FERREIRO Emilia amp TEBEROSKY Ana Psicogtmese da lingua escrita PortoAlegre Arte Medicas 1986

FERREIRO Emilia Os processos de leitura e escrita novas perspectivas PortoAlegre Artes Medicas 1987

FROEBEL Frederic A educaiio do homem Sao Paulo Hucitec 1913

GARCIA Regina Leite Revisitando a prfHlscola 4 ed Sao Paulo Cortez 2000

KLEIMAN Angela B Os significados do letramento Campinas Mercado deLetras 1995

KLEIN Ligia Regina SHAFASCHEK Rosicler Alfabetiza91io In Equipe doDEPGSEEDPR (Org) Curricula Msico para a eseola publica do Estado doParana 1 ed Curitiba Imprensa Oficial do Estado do Parana V 1990

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KRAMER Sonia Currlculo de educa91io infanfil e a formaao dos profissionais decreche e pre-ltlscola QuestOes te6ricas e polemicas In MECSEFCedi Par umapolitica de formacAodo~profissionais da educai~o infantil Brasilia 1995

LEMOS Claudia Thereza Guimaraes de Lingua e discurso na teolizaao sabreaquisiao da lingusgeml Sao Pauligt Brasiliense1978

MEIRELES Cecilia Problemas da literatura intanti 2 ed Sao Paulo Summus1979

ORLANDI EnL A produao da leitura e suas condicentes Leitura - Teoria e PraticaSao Paulo Cortez 1987

PIAGET Jean A formaao do simbolo na cliana Rio de Janeiro lahar 1976

ROJAS Juciara 0 ludico na construilo interdisciplinar da aprendizagem umapedagogia do afelo e da clialjvidade nd escola UFMS 1991 Disponlvel emhttpwwwanpedorgbrI25excedentes25f)ucimararojastiJ7r1f Acesso em 15maio2006

ROUSSEAU Jean Jacques 0 Emilio au da educacAoSao Paulo Martins Fontes1990

SISTO Fermino Fernandes BATISTA M A FERREIRA C E B PAVARINI M LC OLIVEIRA J C Iii OLIVEIRA R OLlVEIRA S M S S bull SANTOS AAvaliando a satisfaao escolar no ensino fundamental In BORUCHOVITCH EvelyeBlUNECK Jose Aloys~o (Org) A molivailo do aluno Petropolis Vozes 1996

TAHAN Malba Arte de contar histOtias5 ed Rio de Janeiro Conquista 1966

VOLPATO Enilze dEl Souza Nogueira Pesquisa bib7iogralica em cienciasbiomedicas J Pneumologia [online] MarlApr 2000 vo126 no2 p77-80Dispon Ivel emt1ttpllwwwscielobrlscielo phpscript=sci_ arttextamppid=S01 02middot35862000000200006amplng=enampnrm=isogt ISSN 0102-3586 Acesso em 13 maio2006

VYGOTSKY Lev Semenorich Pensamento e linguagem 3 ed Sao Paulo MartinsFontes 1991

WINTER Eneia e SALLES Paulo Eduardo Marcondes de Metodologia da PesquisaCientifica 2 ed Sao Paulo CEDAS 1997

WORNICOV Ruth WAGNER Elisia RUSSOMANO Moema e WEBER Nadia C BClianra-Ieituramiddotlivro Sap Paulo Nobel 1986

lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998

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REFERENCIAS

ARIES Philippe HistOriasocial da criana e da familia 2 ed Rio de Janeiro Zahar1981

BAKHTIN Mikhail M8rxismo e filosofia da linguagem 6 ed sao Paulo Hucitec1988

BRASIL Secretaria de educa91io fundamental Referencial Curricular Nacional paraEducailo Infantil Ministerio da Educa91io e do Desporto Brasilia MECSEF 1998

BRUNER Jerome S Uma Nova Teoria da Aprendizagem Rio de Janeiro Ed Bloch1976

BUSATTO Clea Contar e encantar Pequenos segredos da narrativa Petr6polisVozes 2004

CADERMARTORI Ligia 0 que e literatura infantil 6 ed sao Paulo brasiliense1994

CAGLIARI Luiz Carlos deg professor como pesquisador In SeminarioMultidisciplinar de AlfabetizatJo Anais Pontificia Universidade Cat61ica de SaoPaulo 1992

COELHO Betty Contar hist6rias uma arte sem idade10 ed Sao Paulo Atica 1999

COELHO Nelly Novaes N Literatura infanti Teoria analise Didatica16 edSaoPaulo Atica1997

CUNHA Maria Antonieta Antunes Literatura Infantil Teoria e Pratica16 ed saoPaulo Atica 1997

DALLA BONA Elisa Marisa Apostila com sugest~es de atividades para trabalhocom a literatura infantil Trabalho apresentado em curso na UFPR em 2001 no prelopara edi91io (acervo da autora)

FERREIRO Emilia amp TEBEROSKY Ana Psicogtmese da lingua escrita PortoAlegre Arte Medicas 1986

FERREIRO Emilia Os processos de leitura e escrita novas perspectivas PortoAlegre Artes Medicas 1987

FROEBEL Frederic A educaiio do homem Sao Paulo Hucitec 1913

GARCIA Regina Leite Revisitando a prfHlscola 4 ed Sao Paulo Cortez 2000

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KLEIN Ligia Regina SHAFASCHEK Rosicler Alfabetiza91io In Equipe doDEPGSEEDPR (Org) Curricula Msico para a eseola publica do Estado doParana 1 ed Curitiba Imprensa Oficial do Estado do Parana V 1990

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KRAMER Sonia Currlculo de educa91io infanfil e a formaao dos profissionais decreche e pre-ltlscola QuestOes te6ricas e polemicas In MECSEFCedi Par umapolitica de formacAodo~profissionais da educai~o infantil Brasilia 1995

LEMOS Claudia Thereza Guimaraes de Lingua e discurso na teolizaao sabreaquisiao da lingusgeml Sao Pauligt Brasiliense1978

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PIAGET Jean A formaao do simbolo na cliana Rio de Janeiro lahar 1976

ROJAS Juciara 0 ludico na construilo interdisciplinar da aprendizagem umapedagogia do afelo e da clialjvidade nd escola UFMS 1991 Disponlvel emhttpwwwanpedorgbrI25excedentes25f)ucimararojastiJ7r1f Acesso em 15maio2006

ROUSSEAU Jean Jacques 0 Emilio au da educacAoSao Paulo Martins Fontes1990

SISTO Fermino Fernandes BATISTA M A FERREIRA C E B PAVARINI M LC OLIVEIRA J C Iii OLIVEIRA R OLlVEIRA S M S S bull SANTOS AAvaliando a satisfaao escolar no ensino fundamental In BORUCHOVITCH EvelyeBlUNECK Jose Aloys~o (Org) A molivailo do aluno Petropolis Vozes 1996

TAHAN Malba Arte de contar histOtias5 ed Rio de Janeiro Conquista 1966

VOLPATO Enilze dEl Souza Nogueira Pesquisa bib7iogralica em cienciasbiomedicas J Pneumologia [online] MarlApr 2000 vo126 no2 p77-80Dispon Ivel emt1ttpllwwwscielobrlscielo phpscript=sci_ arttextamppid=S01 02middot35862000000200006amplng=enampnrm=isogt ISSN 0102-3586 Acesso em 13 maio2006

VYGOTSKY Lev Semenorich Pensamento e linguagem 3 ed Sao Paulo MartinsFontes 1991

WINTER Eneia e SALLES Paulo Eduardo Marcondes de Metodologia da PesquisaCientifica 2 ed Sao Paulo CEDAS 1997

WORNICOV Ruth WAGNER Elisia RUSSOMANO Moema e WEBER Nadia C BClianra-Ieituramiddotlivro Sap Paulo Nobel 1986

lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998

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KRAMER Sonia Currlculo de educa91io infanfil e a formaao dos profissionais decreche e pre-ltlscola QuestOes te6ricas e polemicas In MECSEFCedi Par umapolitica de formacAodo~profissionais da educai~o infantil Brasilia 1995

LEMOS Claudia Thereza Guimaraes de Lingua e discurso na teolizaao sabreaquisiao da lingusgeml Sao Pauligt Brasiliense1978

MEIRELES Cecilia Problemas da literatura intanti 2 ed Sao Paulo Summus1979

ORLANDI EnL A produao da leitura e suas condicentes Leitura - Teoria e PraticaSao Paulo Cortez 1987

PIAGET Jean A formaao do simbolo na cliana Rio de Janeiro lahar 1976

ROJAS Juciara 0 ludico na construilo interdisciplinar da aprendizagem umapedagogia do afelo e da clialjvidade nd escola UFMS 1991 Disponlvel emhttpwwwanpedorgbrI25excedentes25f)ucimararojastiJ7r1f Acesso em 15maio2006

ROUSSEAU Jean Jacques 0 Emilio au da educacAoSao Paulo Martins Fontes1990

SISTO Fermino Fernandes BATISTA M A FERREIRA C E B PAVARINI M LC OLIVEIRA J C Iii OLIVEIRA R OLlVEIRA S M S S bull SANTOS AAvaliando a satisfaao escolar no ensino fundamental In BORUCHOVITCH EvelyeBlUNECK Jose Aloys~o (Org) A molivailo do aluno Petropolis Vozes 1996

TAHAN Malba Arte de contar histOtias5 ed Rio de Janeiro Conquista 1966

VOLPATO Enilze dEl Souza Nogueira Pesquisa bib7iogralica em cienciasbiomedicas J Pneumologia [online] MarlApr 2000 vo126 no2 p77-80Dispon Ivel emt1ttpllwwwscielobrlscielo phpscript=sci_ arttextamppid=S01 02middot35862000000200006amplng=enampnrm=isogt ISSN 0102-3586 Acesso em 13 maio2006

VYGOTSKY Lev Semenorich Pensamento e linguagem 3 ed Sao Paulo MartinsFontes 1991

WINTER Eneia e SALLES Paulo Eduardo Marcondes de Metodologia da PesquisaCientifica 2 ed Sao Paulo CEDAS 1997

WORNICOV Ruth WAGNER Elisia RUSSOMANO Moema e WEBER Nadia C BClianra-Ieituramiddotlivro Sap Paulo Nobel 1986

lILBERMAN Regina A literalura infantil na escola sao Paulo Globa1998