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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ PATRÍCIA CLEUZA ALMEIDA LIMA A FORMAÇÃODO PEDAGOGO PARA ATUAR NA PEDAGOGIA HOSPITALAR CURITIBA 2016

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

PATRÍCIA CLEUZA ALMEIDA LIMA

A FORMAÇÃODO PEDAGOGO PARA ATUAR NA PEDAGOGIA

HOSPITALAR

CURITIBA

2016

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

PATRÍCIA CLEUZA ALMEIDA LIMA

A FORMAÇÃODO PEDAGOGO PARA ATUAR NA PEDAGOGIA

HOSPITALAR

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao Curso de Pedagogia da Faculdade de Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para obtenção do grau de Pedagogo (a). Orientadora: ProfªMaria Iolanda Fontana

CURITIBA

2016

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer a Deus por ser minha essência, pelo

presente do dom da minha vida, por estar comigo em todos os momentos e

principalmente por conceder a vitória de chegar até aqui com muita saúde e garra.

À minha amada mãe Andréia Alexandra de Almeida que com seu jeito único

de ser sempre me apoiou, me incentivou e acreditou em mim, em todos os

momentos me ajudou e não me deixou desistir, fazendo acreditar que eu sempre

seria sempre capaz.

Ao meu Avô José (in memorian) querido que foi um pai pra mim e eu sinto

que ele esta comigo não fisicamente, mas em pensamento sempre. Acredito que de

onde ele esta, espero que tenha orgulho de mim. E também minha Avó Cleuza que

sempre foi uma segunda mãe e é uma das pessoas que mais torce e vibra com

minhas conquistas.

Ao meu namorado e companheiro Alessandro Macedo que em todos os

momentos desde o inicio da minha graduação sempre me incentivou, ajudou e teve

muita paciência nos momentos que mais precisei ficar ausente e sempre foi uma

referência de inteligência e determinação. E aos seus pais Altair e Raquel que

sempre me acolheram da melhor maneira e me dão todo o apoio necessário.

A minha orientadora Maria Iolanda Fontana que se empenhou em me ajudar,

coordenar, orientar com muita dedicação e sabedoria para o desenvolvimento do

presente trabalho.

A todos os meus Professores que contribuíram de forma significativa e

incentivadora para a construção dos meus conhecimentos, sempre instigando a

sede do saber para que cada dia me torne uma profissional melhor.

A todas as minhas colegas e amigas que construí ao longo desse trajeto

com parceiras na realização de trabalhos, trocas de experiências, histórias e

momentos que serão sempre lembrados com muito carinho.

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EPÍGRAFE

"Para o espirito cientifico qualquer conhecimento é uma

resposta a uma pergunta. Se não tem pergunta, não pode ter conhecimento cientifico. Nada se da tudo se constrói."

Gaston Bachelard

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RESUMO

O trabalho apresentado que elege por tema a formação do Pedagogo para atuar na Pedagogia Hospitalar caracteriza a Pedagogia no espaço não formal como um âmbito educacional que cada vez mais esta ganhando espaço e importância, que neste trabalho aborda a Pedagogia Hospitalar. Reflete-se a seguinte problematização: Como ocorre a formação do pedagogo para o atendimento as crianças e adolescentes hospitalizados? O objetivo geral é a investigação sobre compreender como acontece a formação das competências no curso de Pedagogia para atuação do pedagogo na Pedagogia Hospitalar. Para conseguir desenvolver o trabalho foram utilizados alguns procedimentos de pesquisa como: consulta a legislação pertinente ao tema, referenciais teóricos, pesquisa em sites de cursos de Pedagogia e entrevista semiestruturada com pedagogo que atua com a escolarização hospitalar na Secretaria Municipal de Educação de Curitiba. Assim, constata-se que a escolarização hospitalar só apresenta aspectos positivos para as crianças e adolescentes, pois além de proporcionar a continuidade no processo de ensino-aprendizagem, contribui na dimensão emocional para recuperação do hospitalizado. O trabalho do Pedagogo Hospitalar exige muito conhecimento, ética, cautela e acima de tudo confiança pelo motivo de ser um trabalho realizado fora de sala de aula e também pelas condições que muitas vezes o educando se encontra em virtude da doença ou tratamento pelo qual esta passando no momento. Portanto, a Pedagogia Hospitalar, bem como a escolarização Hospitalar são processos e procedimentos que visam à garantia da educação da criança e adolescente hospitalizados, assim como também a recuperação dos mesmos e reintegração no espaço escolar e social. Constatou-se com a pesquisa, que a formação para o pedagogo atuar no espaço não escolar está previsto nas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Pedagogia. Isso foi constatado com a pesquisa feita nos sites de oito cursos de Pedagogia da cidade de Curitiba e um curso da cidade de Campo Largo, que todos os cursos oferecem o estudo da Pedagogia não formal ou não escolar, sendo que a média da carga horária é de 80horas. Apenas duas instituições apresentam o estudo da Pedagogia hospitalar. Conforme a entrevista realizada, conclui-se que as competências para a atuação na escolarização hospitalar sãoas mesmas necessárias para atuar na docência escolar, mas existem ainda algumas específicas que são aprendidas na experiência ou formação continuada, tais como: ética, integridade, um planejamento versátil e flexível, que busque conhecimentos novos, comprometido com o seu papel, parceiro de relação com os demais funcionários do hospital, entre outras características. Pensar em toda essa complexidade nos faz perceber que cada vez mais é necessário terem profissionais qualificados e profissionalizados para atuar e, acima de tudo que tenham amor pelo o que fazem, partindo sempre do princípio que toda a criança e adolescente são indivíduos que têm direitos e deveres assegurados por lei e que merecem uma educação de qualidade e que respeite suas individualidades, limites e peculiaridades.

Palavras chave: Pedagogia Hospitalar. Escolarização Hospitalar.

Pedagogo.Formação do pedagogo. Curso de Pedagogia.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................6

1.1METODOLOGIA...................................................................................................8

2 PEDAGOGIA HOSPITALAR: TEORIA E LEGISLAÇÃO..................................11

2.1 PEDAGOGIA HOSPITALAR: CONHECIMENTO PARA PRÁTICA PEDAGÓGICA

INCLUSIVA.................................................................................................................14

3. A FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL PEADAGOGO PARA ATUAR NA

PEDAGOGIA HOSPITALAR.....................................................................................19

3.1AS DIRETRIZES CURRICULARES DO CURSO

DE PEDAGOGIA: COMPETÊNCIAS PARA ATUAR NA EDUCAÇÃO NÃO

ESCOLAR................................................................................................................28

4. A PEDAGOGIA HOSPITALAR NOS CURSOS DE PEDAGOGIA E AS

COMPETÊNCIAS PARA A PRÁTICA PEDAGÓGICA.............................................30

4.1A PEDAGOGIA HOSPITALAR NOS CURRÍCULOS DOS CURSOS DE

PEDAGOGIA DA CIDADE DE CURITIBA E REGIÃO METROPOLITANA...............30

4.2 ESCOLARIZAÇÃO HOSPITALAR DA SME: DADOS LEVANTADOS COM A

PEDAGOGA..................................................................................................................32

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................43

REFERÊNCIAS..........................................................................................................45

APÊNDICE A.............................................................................................................48

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1 INTRODUÇÃO

Este trabalho apresenta algumas questões referentes à formação do

profissional pedagogo que atende às crianças e adolescentes que por algum

motivo necessitam ficar afastadas do ambiente escolar devido alguma

enfermidade ou doença e precisam passar mais tempo no ambiente hospitalar

para um processo de tratamento de acordo com sua necessidade.

A hospitalização na maioria das vezes representa uma ameaça que

provoca na criança e no adolescente, além de uma pressão física e psicológica

de maneira muito intensa, a perda da vivência escolar.

O interesse pelo tema da formação do pedagogo para atuar na

Pedagogia Hospitalar surgiu a partir do desejo de saber quais os

conhecimentos, ou seja, quais as competências necessárias para o pedagogo

atuar dentro de um hospital e poder contribuir com o processo de

aprendizagem de crianças e adolescentes que, por motivo de falta de saúde,

não podem estar presentes fisicamente todos os dias na escola.

Acredita-se que todo professor/pedagogo não trabalha apenas com

questões específicas pedagógicas, a relação que ele estabelece com seu aluno

vai muito, além disso, no caso de um aluno hospitalizado, o mesmo precisa de

muito mais apoio e ajuda, precisa não se sentir excluído por ter uma

enfermidade ou algo que esteja lhe impedindo de frequentar a escola. Nesse

sentido, ressalta-se também que é direito do aluno o acesso à educação

independente de suas condições, pois o educar não se limita na sala de aula e

muito menos a ensinar a ler e escrever, mas também fazer com que o aluno

perceba sua importância para a sociedade, família e escola.

Observou-se que a Pedagogia hospitalar é um tema novo e por isso,

pouco estudado, sendo necessário conhecer a importância do papel do

pedagogo num ambiente não formal por meio de pesquisas, tentando ampliar

os conhecimentos sobre como acontece esse trabalho e quais as

competências são necessárias para desenvolvê-las e ganhar mais espaço

e valorização na sociedade.

A dimensão do trabalho do pedagogo hospitalar vai muito além de

saber qual a doença a criança hospitalizada tem, pois o pedagogo deve e vai

estar ali para ser o suporte de vivências educativas diferenciadas para essa

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criança, tendo um olhar mais atencioso e integral a aprendizagem e a sua

saúde. Uma vez que esse atendimento pedagógico acontece por meio

de processos de aprendizagem complexas com mediações socioeducativas

características próprias do trabalho, o pedagogo é o profissional que deve estar

preparado tecnicamente para colaborar com o desenvolvimento psíquico e

cognitivo das crianças e adolescentes hospitalizados.

Por isso, nesse trabalho ressalta-se a importância da atuação do

profissional pedagogo no ambiente hospitalar, para atender e ajudar na

recuperação da criança e adolescente, principalmente no âmbito pedagógico

para não comprometer o processo de ensino-aprendizagem, como também

contribuir nos aspectos físicos e emocionais. O pedagogo, também vai ser o

profissional responsável por ajudar a criança nesse período de adaptação ao

hospital, facilitando e até mesmo mediando à relação da criança com os

médicos e enfermeiros.

Com base no contexto e objetivos da Pedagogia hospitalar, define-

se como problema de pesquisa verificar quais são as competências

necessárias para pedagogo para atuar no atendimento às crianças e

adolescentes hospitalizados?

Para desenvolver o processo de pesquisa define-se

como OBJETIVO GERAL: Compreender como acontece a formação

dascompetências do pedagogo para atuação na Pedagogia Hospitalar.

OBJETVOS ESPECIFÍCOS:

Compreender a especificidade da Pedagogia Hospitalar

Verificar a legislação que determina a Pedagogia Hospitalar

Verificar no currículo dos cursos de Pedagogia da cidade de Curitiba a

preparação para a Pedagogia Hospitalar.

Identificar quais competências são necessárias para o pedagogo atuar

na pedagogia hospitalar;

Identificar as competências e habilidades utilizadas pelo pedagogo na

escolarização hospitalar.

Estes objetivos orientarão o desenvolvimento do trabalho e construção

dos capítulos.

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1.1 METODOLOGIA

A pesquisa pressupõe o estudo e compreensão a cerca de uma

problemática e requer do investigador uma posição sobre fenômeno, uma vez

que a intenção é a de construir conhecimentos mais profundos sobre uma

determinada realidade.

Conforme Ludke e André (1988, p.1).

para se realizar uma pesquisa é preciso promover o confronto entre os dados, as evidências, as informações coletadas sobre determinado assunto e o conhecimento teórico acumulado a respeito dele. Em geral isso se faz a partir do estudo de um problema que ao mesmo tempo desperta o interesse do pesquisador e limita sua atividade de pesquisa a determinada porção do saber, qual ele se compromete a construir naquele momento.

A metodologia deve ser pensada e realizada a partir de uma escolha

teórica e deve se adequar a natureza do problema que será investigado, pois a

metodologia é o conjunto de processos que são utilizados para o

desenvolvimento do trabalho de acordo com os questionamentos que o mesmo

levanta. A presente investigação pretende abordar os dados

qualitativamente com base em referenciais teóricos, em dados levantados

sobre algumas características dos currículosde algumas Universidades de

Curitiba e de entrevista com pedagogo que atua o atendimento pedagógico

hospitalar na Secretaria Municipal de Educação de Curitiba (SMEC).

Para conhecer mais a fundo sobre a formação das competências do

pedagogo para atuar dentro de um espaço não formal no caso, no ambiente

hospitalar faz-se necessário planejar o procedimentos de pesquisa. Neste

sentido, recorre-se a pesquisa documental, a partir da consulta a legislação

que fundamenta o curso de Pedagogia e a Pedagogia hospitalar com o

objetivo apontar os dados legais para a formação e atuação do pedagogo no

atendimento hospitalar. E que de acordo com Godoy (1995, p. 23) "três

aspectos devem merecer atenção especial por parte do investigador: a escolha

dos documentos, o acesso a eles e a sua análise". Esses três aspectos

levantados pela autora ficam em evidencia no desenvolvimento de um

trabalho acadêmico, pois é a união desses que permitem ao leitor

um entendimento claro do que o trabalho que dizer.

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O desenvolvimento da pesquisa de campo será realizada por meio

de entrevista com a coordenadora do atendimento hospitalar com o objetivo

de verificar quais as competências são consideradas importantes para o

desempenho da função e estabelecer a relação com

a sua formação no curso de Pedagogia.

De acordo com Ludke e André (1986, p.33) a entrevista representa um

dos instrumentos básicos para a coleta de dados, partindo dessa perspectiva

que aparece na maioria dos trabalhos como técnica para desenvolvimento do

mesmo. Essa técnica de entrevista tem uma importante função que esta

atrelada não somente a atividades científicas, mas também em outras

atividades humanas.

As autoras ainda destacam que

[...] na entrevista a relação que se cria é de interação, havendo uma atmosfera de influência recíproca entre quem pergunta e quem responde. Especialmente nas entrevistas não totalmente estruturadas, onde não há a imposição de uma ordem rígida de questões, o entrevistado discorre sobre o tema proposto com base nas informações que ele detém e que fundo são a verdadeira razão da entrevista. Na medida em que houver um clima de estímulo e de aceitação mútua, as informações fluirão de maneira notável e autêntica. Ludke, André (1986 p.33-34).

Assim a entrevista tem um papel importante e de destaque no que diz

respeito a abordagens referentes a pesquisas educacionais. O trabalho será

organizado em três capítulos. O primeiro tratará da Pedagogia Hospitalar, a

legislação que ampara legalmente todo o processo de escolarização

hospitalar, tais como: Estatuto da criança e adolescente (ECA,) Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional do Brasil (LDBN/1996) que garantem

a efetividade dos procedimentos continuidade da escolarização da criança e/ou

adolescente hospitalizado, Resolução 2/2001, que institui as Diretrizes

Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica e o documento do

MEC sobre Classes hospitalares.

O segundo capítulo tratará a formação do Pedagogo para atuar na

Pedagogia Hospitalar, as diretrizes do curso de Pedagogia para estruturar a

prática do Pedagogo. Apresentará também, um levantamento das diretrizes e

carga horária de algumas instituições de Curitiba e região metropolitana para

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uma verificação de como esta acontecendo a preparação dos profissionais

para atuação no ambiente hospitalar.

E o terceiro capítulo contará com uma pesquisa de campo realizada

com uma profissional que atua na Pedagogia hospitalar na SMEC, relatando

como acontece esse trabalho, a importância do mesmo, e a partir das vivências

ao longo da carreira como acredita que deve ser o perfil do Pedagogo para

atuar na Pedagogia Hospitalar.

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2 PEDAGOGIA HOSPITALAR: TEORIA E LEGISLAÇÃO

Segundo Paula (2011, p.45) a história da Pedagogia hospitalar

começa a delinear-se em Paris no ano de 1935, criada por Henri Sellier. A

classe hospitalar foi pensada após observarem a grande quantidade de

crianças e adolescentes hospitalizados por um período maior de tempo

como consequência da Segunda Guerra mundial. Com o objetivo de minimizar

os traumas deixados por esse acontecimento e também levando

em consideração que os envolvidos eram alunos, articulou-se essa ideia de

oportuniza-los mesmo que no hospital o direito de estar estudando mesmo que

fora da escola.

Já no Brasil, Paula (2011, p.45) esclarece que a Pedagogia

Hospitalar inicia sua história no ano de 1950, na cidade do Rio de Janeiro, no

entanto só foi reconhecida como uma modalidade dentro da Educação no ano

de 1994 pelo Ministério da Educação e Desporto (MEC), por meio da Política

da Educação Especial. No entanto, as escolas dentro dos hospitais ainda não

tem muito reconhecimento e evoluem de maneira gradual e

sua institucionalização vem acontecendo aos poucos.

Sendo assim observa-se que o contexto legal que ampara a Pedagogia

Hospitalar, nasce do movimento de educadores e profissionais da saúde que

lutam também pelos direitos humanos em paralelo com o direito à

educação daqueles que por algum motivo precisam ficar internados durante

sua escolarização. Pode-se começar citando a Resolução CONANDA nº 41 de

outubro de 1995, que aprova em sua íntegra o texto oriundo da

Sociedade Brasileira de Pediatria, relativo aos Direitos da Criança e

do Adolescente hospitalizados, no item 9, evidencia: o "direito de desfrutar

de alguma forma de recreação, programas de educação para a saúde,

acompanhamento do currículo escolar durante sua permanência

hospitalar". (BRASILIA, 1995, p163).

De acordo com a LDBN nº 9.394 de 20 de Dezembro de 1996,

estabelece que

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ás diretrizes e base da educação nacional e descreve sobre a educação como um todo, afirmando no artigo II que: A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.(BRASIL,1996).

No desdobramento da LDBN/96, é aprovada a Resolução CNE/CEB Nº

2, de11 de setembro de 2001 que instituiu as Diretrizes Nacionais para a

Educação Especial na Educação Básica, refere-se no artigo 13 às classes

hospitalares. Assim, expressa que os sistemas de ensino, mediante ação

integrada com os sistemas de saúde, devem organizar o atendimento

educacional especializado a alunos impossibilitados de frequentar as aulas em

razão de tratamento de saúde que implique internação hospitalar, atendimento

ambulatorial ou permanência prolongada em domicílio. (BRASIL, 2001, p.39-

40).

§ 1º As classes hospitalares e o atendimento em ambiente domiciliar devem dar continuidade ao processo de desenvolvimento e ao processo de aprendizagem de alunos matriculados em escolas da Educação Básica, contribuindo para seu retorno e reintegração ao grupo escolar, e desenvolver currículo flexibilizado com crianças, jovens e adultos não matriculados no sistema educacional local, facilitando seu posterior acesso à escola regular. (BRASIL, 2001).

A partir dessas leis fica em evidência a ampliação do atendimento

pedagógico que vem sendo ofertado em vários hospitais de estados

do Brasil, que segundo pesquisas divulgadas, contribuem para a continuidade

do processo de aprendizagem da criança e do adolescente hospitalizados.

que segundo

No estado do Paraná de acordo com a instrução nº 016/2012-

SEED/SUED estabelece procedimentos para a implantação e funcionamento

do Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar considerando a

Resolução Secretarial nº 2527/07, que institui o Serviço de Atendimento à

Rede de Escolarização Hospitalar, resolve

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1. Estabelecer, na forma dos itens abaixo enumerados, os procedimentos para implantação e funcionamento do Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar-SAREH. 2. DA NATUREZA O serviço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar foi instituído com a finalidade de prestar o atendimento educacional público aos alunos matriculados ou não na Educação Básica em seus diferentes níveis e modalidades de ensino que se encontram impossibilitados de frequentar as aulas por motivo de tratamento de saúde.

3. DA OFERTA Terão direito ao atendimento hospitalar os alunos impossibilitados de frequentar por estarem realizando tratamento de saúde, e que necessitam de continuidade em processo de escolarização e, a manutenção do vínculo com seu ambiente escolar.

O Programa SAREH será ofertado em entidades que firmarem Termo de Convênio com a SEED.

Percebe-se assim, a importância do atendimento hospitalar estar

respaldado em leis para que o pedagogo possa atuar de forma mais clara e

significativa no período em que a criança e o adolescente estão hospitalizados

e tem por direito o acompanhamento pedagógico para auxiliar e dar

continuidade no processo de aprendizagem. É válido destacar também que o

fato da Pedagogia Hospitalar estar ganhando força, apoio e crescimento são

um motivo para refletir sobre o avanço que esse passo representa para a

sociedade, permitindo ao ser humano enquanto individuo com direitos e

deveres, que também se preocupa com, cada vez, mais qualidade de vida e

bem estar social.

A Pedagogia Hospitalar é importante, precisa ainda aprimorar seus

conceitos, suas práticas para melhoria no atendimento, mas também é

merecido o reconhecimento de todo o seu trajeto até o momento, uma vez que

é por meio dela que muitas crianças e adolescentes sentem-se motivados a

continuar os estudos e até mesmo provocados a se ajudarem para terem

uma recuperação menos dolorosa e mais positiva no que diz a respeito a

superar os próprios limites para chegar à cura da doença.

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2.1 PEDAGOGIA HOSPITALAR: CONHECIMENTO PARA PRÁTICA

PEDAGÓGICA INCLUSIVA

Podemos iniciar refletindo sobre a dificuldade que é ou que se torna o

processo a partir do momento em que um indivíduo descobre uma doença ou a

necessidade de ficar um tempo determinado ou indeterminado em um hospital

e no caso uma criança, a situação se torna muito mais delicada e complexa,

uma vez que o hospital normalmente remete a ideia de dor, angustia e/ou

sofrimento. As crianças que estão nesse processo de tratamento estão mais

carentes do que nunca, o que exige uma atenção maior para as mesmas. É

preciso levar em consideração também as condições adversas que essa

criança passou e lembrar que agora ela enfrenta situações de modos

diferenciados de como enfrentava quando estava gozando de saúde, pois além

da à adaptação a um momento de limitação física, tem também a adaptação a

um novo ambiente que fará parte de seu dia-a-dia e distante da família.

Com o passar do tempo e o desenvolvimento da educação, do

pedagogo e seu papel diante da sociedade, percebe-se uma grande evolução

no que diz respeito à função deste profissional, que vem ganhando muito

espaço não só dentro da sala de aula, de instituições educacionais, como

também, fora da escola, como por exemplo, dentro de hospitais. Ainda pouco

se fala sobre a Pedagogia hospitalar, por isso ressalta-se a necessidade de

estudos e pesquisas para compreender a dimensão dessa modalidade nos

cursos de Pedagogia.

Dentro da Educação Especial a Pedagogia Hospitalar é uma

modalidade, que sugere ao educador uma ação metodológica diferenciada

dentro do ambiente hospitalar. O hospital por sua vez também necessita buscar

opções, recursos e métodos que proporcionem aos pacientes momentos do

processo educativo num espaço e tempo determinados.

Com base nas autoras Matos e Mugiatti( ano 2011 p19.) considera-se

que a pedagogia hospitalar acontece num processo que vai muito além dos

métodos utilizados em sala de aula, pois ela tem como objetivo oferecer ao

aluno a solidariedade por ele estar num momento delicado da vida, mas que

não deve afetar diretamente seu processo de aprendizado, auxiliando o mesmo

em sua recuperação física, mental e social, proporcionado assim um retorno

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mais seguro e confiante do aluno na escola e sociedade. O pedagogo

hospitalar tem que encontrar maneiras diversificadas e prazerosas de ensinar

para oferecer ao seu aluno, uma vez que ele a criança ou adolescente já estão

carentes em termos de saúde. Caracterizando assim um atendimento

diferenciado ao educando, mas levando sempre em consideração o diagnóstico

da doença do paciente.

Mattos (2011, p.19) percebe a área da saúde de maneira muito frágil

por si só, e ao relacionarmos com a educação dentro de um ambiente

hospitalar tornamos o processo de educação hospitalar mais delicado ainda,

sendo necessário repensar o modo de como atender o público necessitado.

Segundo a autora Matos (2011, p.24) faz se notório a atenção que é

dada com ênfase ao aspecto físico e material da enfermidade, quando se deve

pensar também no aspecto psicológico que esta envolvido nessa situação de

acordo com a doença ou quadro clínico em que o hospitalizado se encontra.

De acordo com Gonzales (2007) é necessário pensar também que a

partir do momento que a criança ou adolescente precisa ficar hospitalizado, ele

esta perdendo em partes o convívio do seu cotidiano, de suas companhias

como os amigos. Nesse novo espaço são os enfermeiros e médicos que vão

participar assiduamente do seu dia-a-dia, com isso, fica evidência a mediação

que o professor terá que fazer de modo a contribuir por

meio das atividades que forem desenvolvidas para ajudar no consentimento do

enfermo a ficar no hospital durante o período de tratamento. (GONZALES,

2007, p.347).

Portanto, o contexto da educação no hospital demanda

para a Pedagogia Hospitalar um grande desafio, pois exige do pedagogo um

trabalho muito solidário afim de contribuir na recuperação de alunos

que sofrem limitações de saúde e de escolarização. Assim, o pedagogo

hospitalar precisa sempre estar atento e pautado num planejamento específico

para poder atender aos seus alunos que por um determinado tempo ficarão

internados e não sejam prejudicados.

Ainda assim, para o Gonzales (2007, p.349) entende-se que

o profissional que atua no contexto hospitalar precisa estar preparado para

conviver com as crianças e suas diversas dificuldades em termos de

enfermidades, o que o leva a um processo mais lento e gradual, mas nem um

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pouco menos importante do que as crianças que estão na escola frequentando

de maneira regular.

Pode-se considerar a Pedagogia Hospitalar com base no que

autor Gonzales (2007, p.350) escreve como um processo alternativo que pode

ocorrer e que a acontece durante o processo educativo dos necessitados, uma

vez que os métodos tradicionais devem ser ultrapassados, tendo em vista

sempre forma de levar para o hospital um apoio. Esse atendimento

deve auxiliar para que aconteça da melhor maneira o processo de

recuperação, deixando claro que esse atendimento evidencia uma modalidade

educacional.

Logo é necessário pensar que o pedagogo hospitalar vai estar no

hospital para zelar e ajudar a atender não pelo bem estar físico da criança ou

adolescente, mas também, o mental e social, como um conjunto de condições

que são criadas coletivamente, permitindo assim à sociedade a produzir e

reproduzir-se de um modo saudável com condições claras e objetivas de vida,

que permitam o individuo se integrar novamente física e socialmente no seu

meio.

O autor (Gonzáles, 2007, p.350) acredita que de dentro desta

perspectiva é necessário compreender que o trabalho do pedagogo e da

equipe de profissionais envolvidos precisa acontecer de maneira simultânea,

articulada e integrado com as ações relacionadas à educação, buscando a

prevenção, cura e promoção a saúde, como também a continuação do

desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem. De acordo

com Gonzales

o que a Pedagogia Hospitalar pretende essencialmente, como ciência da educação, é fundamentar e propor os princípios normativos que orientam a ação educativa de ajudar a pessoa doente, para que saiba dirigir sua vida no sentido de uma finalidade construtiva e solidária, pondo em jogo todos dos recursos da própria personalidade para se desenvolver o mais possível e alcançar o aperfeiçoamento pessoal. (GONZÁLES, 2007, p. 351)

Assim, (Gonzáles, 2007, p. 352) ao escrever afirma que pedagogia

hospitalar apresenta como objetivo não deixar a criança perdida no meio do

desenvolvimento escolar durante seu processo de internação. O

pedagogo precisa proporcionar a sua criança e/ou adolescente vivências com

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aprendizagens significativas por meio de atividades lúdicas e pedagógicas

para contribuir com sua aprendizagem dentro do hospital.

Pode-se exaltar ao brincar com um dos meios mais prazerosos para

aprender algo, ainda mais quando se esta com algumas limitações, o brincar

faz com a criança esqueça um pouco sua doença, fazendo com que a criança

tenha liberdade para se expressar. Nesse sentido percebe-se a importância do

papel do pedagogo que é buscar atender as necessidades educativas da

criança hospitalizada.Com isso transforma o processo de retorno muito mais

tranquilo e real a escola, com chances mínimas de comprometer o ano letivo.

Outra metodologia apresentada por (Gonzales, 2007, p.353) que é

possível perceber que o que contribui de maneira significativa para ajudar na

recuperação da criança são os recursos tecnológicos que podem ser por meio

de softwares lúdicos-educativos ou também pela utilização das redes sociais

de forma orientada, utilizada com espaço de socialização e interação entre a

criança e o mundo exterior ao hospital. Esse acesso também permite que o

professor que está lá na escola relacione ideias com o professor/pedagogo

hospitalar, facilitando assim a troca de informações do processo de internação

e tratamento, bem como a escolarização.

Compreende-se que a Pedagogia Hospitalar em seu contexto tende a

ter uma posição cautelosa para contribuir para que o hospital consiga

concretizar também seus objetivos enquanto uma instituição de saúde.

Segundo as autoras Matos e Mugiatti (2001, p.27), pode e deve-se

ressaltar a importância do esforço que as instituições hospitalares oferecem ao

abrir esse novo e importante espaço para que nele aconteça uma ação

educativa na realidade diária vivida no espaço hospitalar. Lembrando que essa

contribuição deve acontecer de maneira especializada e de maneira sempre a

contribuir com o objetivo de proporcionar o melhor auxilio à criança

e/ou adolescente hospitalizado.

As autoras destacam também a necessidade de reconhecer

a importância da Pedagogia Hospitalar, buscando sua autonomia como uma

parte muito especial e importante da Pedagogia. fundamentada de

maneira cientifica no que diz respeito aos aspectos teórico-práticos.

Sendo assim, pode-se compreender nessa perspectiva que existem

algumas questões imprescindíveis que exigem certa intervenção.

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Tal intervenção que esta diretamente relacionada com a formação do

profissional que se propõe a realizar esse atendimento pedagógico que

acontece fora de um espaço formal da educação.

Com tudo, fica clara a relevância de terem profissionais para atuar com

as crianças e adolescentes dentro dos hospitais e que se deve respeitar os

limites de ambas as partes. Uma vez que a pedagogia hospitalar surge com a

intenção de contribuir para o processo de recuperação da criança e

do adolescente. É importante ressaltar também que a Pedagogia Hospitalar é

um trabalho que deve acontecer em equipe, tanto no que diz respeito a prática

quanto a teoria, ambas acontecendo de forma conjunta e eficaz dentro da

proposta de atuação no Hospital, prezando sempre pelo bem estar

do hospitalizado.

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3. A FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL PEADAGOGO PARA ATUAR NA

PEDAGOGIA HOSPITALAR

O termo Pedagogia Hospitalar de acordo com as autoras Matos

e Mugiatti (2001, p.85) surge a partir da verificação a necessidade de existir

uma técnica pedagógica voltada para hospitais, confirmando assim a existência

um conhecimento direcionado a criança/ adolescente dentro

do contexto hospitalar incorporado no processo de ensino-aprendizagem,

estabelecendo assim um conjunto de conhecimentos de apoio que acabou

chegando ao termo e objeto de estudo Pedagogia Hospitalar.

A Pedagogia Hospitalar é uma área que requer muita dedicação, ética

e competência para ser exercida. Assim, Matos e Mugiatti (2001, p.81)

propõem ao curso de Pedagogia um grande desafio para oferecerem dentro

das propostas curriculares baseadas em pesquisas e

estudos/práticas científicas que inquestionavelmente

são muiti/inter/transdisciplinares. Estas experiências são evidenciadas nas

vivências hospitalares, principalmente no contexto nacional, por parte

das inúmeras instituições de ensino, bem como nas realidades hospitalares.

Ainda para as autoras a inserção da Pedagogia Hospitalar por meio

de ações, consegue estabelecer uma importante relação da teoria com a

prática e vice-versa. De outro ponto de vista é possível perceber que os

estudos relacionados à Pedagogia Hospitalar são de extrema relevância, uma

vez que permitem a capacitação para que o profissional possa realizar

com eficiência o seu papel dentro de um hospital, e também cada vez mais ter

o reconhecimento de sua importante função nos espaços de saúde.

A ética é citada pelas autoras como característica fundamental do

profissional que tem como objetivo atuar na escolarização hospitalar, pois ao

considerarmos a Pedagogia Hospitalar em seu todo se percebe o quanto é

amplo o campo para estudos e pesquisas que vai definindo o perfil do

profissional, partindo sempre de uma perspectiva ampla versatilidade para

encontrar soluções práticas no âmbito hospitalar. Dessa maneira as autoras

afirmam que

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A responsabilidade assumida pelo pedagogo, nas suas nas suas relações com as crianças/adolescentes enfermos ou hospitalizados, exige também, experiência no plano da psicologia do desenvolvimento e da educação. No quadro de suas atividades, as crianças e adolescentes hospitalizados têm assim, ocasião de exteriorizar situações conflituosas, por meio de múltiplas atividades pedagógicas. Atividades estas representadas de maneira lúdica, recreativa, como o envolvimento em atividades com música e canções, dramatizações, desenhos e outras tantas possibilidades expressivas e evidenciadas em sua ação do momento em que se encontra e com um planejamento articulado e flexível, para que possa atender estes aspectos tão necessários no cotidiano da escolarização para crianças/adolescentes em contexto hospitalar. (MATOS; MUGIATTI, 2011, p. 82).

Levando em consideração a fala das autoras fica claro entender que

o professor além da atenção pedagógica que ele deve dedicar a

criança/adolescente, faz-se necessário ele também garantir o ensino escolar

em continuidade e principalmente em casos quando a doença é

de caráter crônico, pois normalmente nesses casos a criança e/ou adolescente

se retrai com muito mais facilidade, caso não receba nenhum tipo de estímulo.

Assim, sendo necessário o conhecimento sobre a psicologia do

desenvolvimento infantil e sobre o planejamento de atividades lúdicas nas

práticas pedagógicas.

É fato que todo indivíduo tem direito a educação, mas precisa-se

sempre lembrar que também é necessário ter suporte para isso e as mínimas

condições nos hospitais pediátricos ou qualquer outro hospital que tenham

crianças/adolescentes hospitalizados dentro da faixa etária de escolarização.

Assim, fica mais uma vez claro a importância de ter para a realização dessas

atividades profissionais educadores especializados e competentes que sejam

baseados num plano pedagógico.

De acordo com o documento do Ministério da Educação e

Cultura (MEC) e Secretária de Educação Especial (SEESP) esclarece que as

classes hospitalares que oferecem o atendimento educacional hospitalar e o

atendimento pedagógico domiciliar devem estar diretamente ligadas ao sistema

de educação aparecendo como uma unidade de trabalho pedagógico das

Secretárias Estaduais, do Distrito Federal e Municipais da Educação, bem

como as direções clínicas dos sistemas e serviços de saúde em que se

localizam. (BRASIL, 2002, p.7).

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Faz-se necessário evidenciar que compete as Secretárias de Educação

atender as solicitações para atendimento pedagógico e hospitalar e domiciliar,

isso inclui também a contratação e capacitação dos professores/pedagogos, a

organização e arrecadação dos recursos financeiros e materiais para os

atendimentos em questão assim como é estabelecido no pela SEESP 2002,

p.13.

Ainda, o documento do MEC e SEESP, as classes hospitalares devem

ser pensadas com o objetivo de facilitar e favorecer o desenvolvimento de

conhecimentos das crianças/adolescentes, assim refere à educação básica,

sempre levando em conta suas necessidades educacionais especiais e

individuais e o limite de suas capacidades também. (BRASIL, 2002, p.15).

Na continuidade da proposta estabelecida pelo MEC e SEESP, as

classes hospitalares necessitam ter uma estrutura própria e bem elaborada,

uma sala para a realização das atividades pedagógicas como instalações

próprias, completas, suficientes e adaptadas são recomendáveis assim como

também o espaço ao ar livre que seja adequado para a realização das

atividades físicas e lúdico-pedagógicas. (BRASIL, 2002, p.16).

Dessa maneira percebe-se que além de um espaço físico para o

atendimento das classes hospitalares, o atendimento em si pode acontecer e

desenvolver-se na enfermaria, no leito ou no quarto de isolamento, mas tudo

isso irá depender das condições em que a criança/adolescente se em contra

determinadas pela doença ou tratamento que ele esta passando em

determinado momento.

No que se refere especificamente ao atendimento pedagógico, a

SEESP determina que este pode ser solicitado pelo ambulatório, que tem a

opção também de organizar um espaço (sala) específico da classe hospitalar

ou para os momentos de atendimentos. Nessa organização de espaços é

necessário levar em consideração a necessidade de sempre estarem

disponíveis recursos audiovisuais, como por exemplo: computador com redes,

televisão, dvd’s, máquina fotográfica, entre outros recursos que complementam

a prática pedagógica no planejamento e desenvolvimento nas classes

hospitalares, oportunizando assim ao educando um contato mais efetivo e

próximo do que ele viveria em uma escola, garantindo seu acesso ao processo

de ensino aprendizagem dos hospitalizados. (BRASIL, 2002, p16).

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Como as condições de saúde das crianças

e adolescentes hospitalizados, é limitada, cabe ao pedagogo/professor

disponibilizar jogos e materiais de apoio para que o educando possa manusear

com facilidade, pranchas com presilhas e suporte para papel e lápis,

computadores com teclados adaptados, utilizar a internet por meio de

atividades dirigidas são os recursos mais utilizados. (BRASIL, 2002, p.17). Por

isso é necessário ao pedagogoo conhecimento sobre o uso de recursos e

materiais específicos para as diferentes necessidades das crianças

hospitalizadas, portanto, necessário na formação do pedagogo.

A orientação do atendimento pedagógico dentro dos hospitais deve

acontecer a partir do processo de desenvolvimento e construção do mesmo

que equivale a educação básica, que acontecem de forma paralela com os

atendimentos específicos à saúde. A oferta didático-pedagógica ou curricular

deve ser pensada sempre de maneira versátil e flexível, contribuindo assim

para a significativa promoção da saúde e o melhor retorno possível ou

continuidade dos estudos dos hospitalizados. (BRASIL, 2002, p.17).

Outro aspecto que é parte integrante de toda essa engrenagem do

procedimento pedagógico hospitalar é o processo de reintegração com a

escola, a continuidade dessa relação que passa pelo desenvolvimento,

acessibilidade e adaptação impostas pela condição da doença resultando no

afastamento da vivência escolar. (BRASIL, 2002, p.18).

Esses processos devem ofertar a organização previamente planejada

para manter a relação escola-hospital, isso acontecerá sempre que houver a

possibilidade de deslocamento, os momentos de contato com a escola que

acontecem por meio de visitas dos Professores e colegas que fazem parte do

grupo de vivência escolar e dos serviços escolares de apoio pedagógicos,

principalmente quando a criança/adolescente encontra-se impossibilitado de

locomover-se. (BRASIL, 2002, p.18).

Portanto, há a necessidade da organização por parte do

Pedagogo/Professor em elaborar espaços para esse acolhimento, acolhimento

e interlocução com os familiares durante todo o processo de afastamento,

assim como a sensibilização dos professores, colegas e todo o corpo de

funcionários da escola para o retorno do aluno, participando de período de

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reintegração de forma gradativa ao ambiente escolar e social. (BRASIL, 2002,

p.18).

Na integração com o sistema de saúde exigem muita paciência e

cuidado par enfrentar as dificuldades como a locomoção ou imobilização

parcial ou total, a organização dos horários dos remédios, os efeitos colaterais

do tratamento, as restrições com comida, os procedimentos invasivos e as

dores que muitas vezes aparecem de forma localizada ou generalizada, ou

muitas vezes a indisposição gerada pela doença, todas essas situações são

questões que acontecem corriqueiramente e que o Pedagogo deve estar

preparado para poder lidar. (BRASIL, 2002, p.19).

Para as condições impostas pelas doenças ou tratamento que exigem

o atendimento pedagógico hospitalar que sempre acabam limitando as

condições da criança ou adolescente, direcionam a competência de oferecer o

suporte permanente ao professor, assim como agrega-lo a equipe de saúde

que faz parte do acompanhamento terapêutico, cabe ao professor também

observar e ter acesso aos prontuários que descrevem as ações e serviços de

saúde no que diz respeito ao atendimento pedagógico, para obter informações

ou para observa-las a partir de seu olhar pedagógico. (BRASIL, 2002, p.19).

Portanto, entende-se que o pedagogo necessita planejar as atividades

curriculares de modo flexível e adaptado às limitações de saúde das crianças

enfermas, as quais terá acesso na relação com os profissionais da saúde que

atuam no hospital.

É valido ressaltar também que no documento estabelecido pelo MEC e

SEESP (BRASIL, 2002, p.19) é assegurado por lei ao professor que atua na

classe hospitalar ou escolarização hospitalar ter o direito ao adicional de

periculosidade e insalubridade, assim os profissionais da saúde recebem assim

como aparece na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) (título II, capitulo V,

seção XIII), e a LEI 6.514(22/12/1977).

Em relação à coordenação das classes hospitalares destaca-se

a definição e implementação de procedimentos de coordenação, avaliação e controle educacional devem ocorrer na perspectiva do aprimoramento da qualidade do processo pedagógico. Compete às Secretarias Estaduais e Municipais de Educação, e do Distrito Federal, o acompanhamento das classes hospitalares e do atendimento pedagógico domiciliar. O acompanhamento deve considerar o cumprimento da legislação educacional, a execução da

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proposta pedagógica, o processo de melhoria da qualidade dos serviços prestados, as ações previstas na proposta pedagógica, a qualidade dos espaços físicos, instalações, os equipamentos e a adequação às suas finalidades, a articulação da educação com a

família e a comunidade. (BRASIL, 2002, p19).

Sendo assim, no trabalho em equipe realizado pelo professor que irá

coordenar a projeto pedagógico na classe hospitalar precisa ter o

conhecimento prévio da dinâmica e o funcionamento profundo dessa

modalidade que a é a Pedagogia/Classe/Escolarização hospitalar, ter o

conhecimento sobre as técnicas pedagógicas e terapêuticas que fazem parte

da mesma, bem como a rotina que acontece pelas enfermarias, dos serviços

ambulatoriais e também das estruturas construídas pela assistência social

quando necessário.

Faz necessário também que o coordenador articule o trabalho com a

equipe de saúde do hospital em questão, juntamente com a Secretária de

Educação e certamente com a escola a qual o aluno frequentava antes de se

afastar por motivo de doença ou tratamento. Outra função do coordenador é

conduzir a orientação dos professores na realização das atividades a serem

realizadas com os educandos hospitalizados.

Ao pensar no trabalho pedagógico consequentemente pensamos no

perfil do profissional que irá atuar nesse espaço precisa ter, esse profissional

deve estar capacitado para trabalhar com as inúmeras e diferentes condições

impostas pelas diversidades humanas e culturais também dos alunos que

estão em um determinado tempo impedidos de frequentar a escola, esse

processo acontece pelas definições e implantações de estratégias pertinentes

e que sejam flexíveis e adaptáveis ao currículo.

Cabe ao professor propor procedimento didáticos-pedagógicos e

práticas versáteis de acordo com a necessidade do processo de ensino-

aprendizagem dos alunos hospitalizados, dando o suporte para contribuir com

o trabalho da escola no que envolve os educandos que estão

afastados do ensino educacional.

A função do professor hospitalar não se limita nas questões referentes

apenas a educação, mas também tem um papel fundamental para ajudar

na recuperação da saúde da criança e adolescente hospitalizado, dessa

maneira permite-se melhorar e aperfeiçoar o seu trabalho para que seja cada

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vez mais completo e profundo, desenvolvendo cada vez mais todos os

aspectos do desenvolvimento cognitivo e emocional do estudante

hospitalizado.

A formação que é esperada do Pedagogo Hospitalar,

preferencialmente uma formação pedagógica na Educação Especial ou ter

cursado o curso de Pedagogia ou licenciatura, é importante que tenha uma

noção em relação as doenças e sobre as condições em que o aluno/paciente

se encontra sejam elas do âmbito clínico ou afetivo. Compete ao professor

adaptar, adequar e organizar o ambiente e os materiais para as atividades a

serem desenvolvidas, organizar a rotina, registrar e avaliar o processo do

trabalho pedagógico desenvolvido.

Segundo as autoras Matos e Mugiatti (2001) pode-se destacar que a

inserção da Pedagogia no espaço hospitalar não pode de maneira alguma ser

dissociada de um Projeto Político bem estruturado e adequado às condições

dos que vão usufruir do mesmo. As autoras ainda afirmam que: "a relação

homem-realidade, homem-mundo, sempre implica em transformação.

Conforme se estabelecem estas relações, o homem pode ter ou não condições

objetivas para o pleno exercício da maneira humana de existir." (MATOS,

MUGIATTI, 2001, p. 83).

Para tanto Matos e Mugiatti (2001, p.84) acrescentam a importância

que é o compromisso assumido pelo Pedagogo e quanto é importante que o

mesmo mantenha a integridade e ética ao desenvolver seu trabalho e também

o educador estar sempre disposto a buscar inspirações que demonstrem esse

compromisso, pois esse compromisso não pode nunca ser passivo, sempre

deve existir a ação, logo a reflexão da realidade, esse profissional deve estar

em constante expansão dos conhecimentos relacionados ao homem e

suas interações.

A multi/inter/transdisciplinariedade é um conceito que para as autoras

aparece como uma tendência metodológica que ao longo da trajetória é

refletida pelas ações da Pedagogia Hospitalar, pois a partir de um novo

pensamento, novos objetivos que abranjam o homem como um ser em sua

totalidade, A Pedagogia Hospitalar afasta os pensamentos conservadores que

em outro momento acreditavam que o aspecto biológico era único.

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Observa- se então que não é apenas o aspecto biológico que define as

condições que são impostas pela doença, mas também a estrutura complexa

de todo o sistema como o psicológico e social que acontecem de

maneira íntima e contínua.

Assim, percebe-se mais ainda a necessidade do trabalho com

qualidade, trabalho esse que se desenvolve a partir de experiências vividas

paralelas em complementar a cooperação e interdependência, de modo a

contribuir com diversas situações de forma integrada a atingir os objetivos que

são propostos para oferecer ao aluno hospitalizado sua escolarização de

acordo com suas necessidades e respeitando as mesmas.

Matos e Mugiatti (2001, p.98) descrevem também um enfoque

instrutivo que é baseado na ação pedagógica, que leva em consideração a

convicção que o que doente que vai precisar ficar hospitalizado, não deve

interromper o seu processo de aprendizagem no seu percurso

de aprendizagem, proporcionado à criança, ou ao adolescente a preservação

de sua jornada escolar, sem correr o risco de ser retido, ou retroceder em

relação ao seu nível e ritmo de aprendizagem, prolongando ainda mais a

recuperação.

As autoras demonstram uma preocupação ao escrever sobre os

procedimentos que são responsáveis pela organização do ensino no contexto

hospitalar, pois são bem diversificados como, por exemplo: o

estabelecimento dos sistemas escolares na instituição hospitalar até a

própria constituição de hospitais-escola, onde fica em evidência o encaixe da

atividade docente programada anteriormente já , assim como para a realização

desse trabalho os órgãos públicos (Educação e Saúde) devem disponibilizar

os recursos necessários, sejam eles humanos ou materiais.

Já em relação as atividades desenvolvidas na escolarização hospitalar

e que devem acontecer de maneira peculiar, insistem as autoras Matos

e Mugiati (2001, p.101) que o suporte pedagógico ofertado aos hospitalizados,

pressupõe uma ação educativa que sejam flexíveis de acordo com as

manifestações de cada criança/adolescente, que se apresenta em diferentes

circunstâncias, nos enfoques didático, metodológicos, lúdicos e até

mesmo pessoais.

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Considera-se importante também o bom diálogo e

comunicação caracterizando assim um aspecto muito importante e que deve

estar presente no perfil do Profissional Pedagogo que atua ou deseja atuar na

escolarização hospitalar, esse diálogo não se faz necessário ser claro com o

paciente, mas também com todo o corpo clínico que esta envolvido

direta/indiretamente com o enfermo, exige-se um grande esforço para que

a flexibilidade e adaptação de estruturas sejam sempre lembradas também,

todos os profissionais necessitam ter uma linguagem comum, considerando o

aluno em sua totalidade.

Afirma Castro (In: FONTES, 2005, p. 135) sobre o papel do Professor

que

o papel da educação no hospital e, com ela, o do Professor, é proporcionar à criança o conhecimento e a compreensão daquele espaço, ressignificando não somente a ele, como a própria criança, sua doença e suas relações nessa nova situação de vida. A escuta pedagógica surge, assim, como uma metodologia educativa própria do que chamamos Pedagogia Hospitalar. Seu objetivo é acolher a ansiedade e as dúvidas da criança hospitalizada, criar situações coletivas de reflexão sobre elas, construindo novos conhecimentos que contribuam para uma nova compreensão de sua existência, possibilitando a melhoria de seu quadro clínico.

Percebe-se então o quão é admirável e expressiva a importância que o

a Pedagogo ocupa ao atuar de forma integra e concreta na escolarização

escolar.

Fonseca (1999, p. 640) destaca que:

[...] a função do professor de classes hospitalares não é apenas a de manter as crianças ocupadas, ele é capaz de incentivar o crescimento e desenvolvimento somatopsíquico, intelectivo e sócio interativo. Uma vez que a criança não tem seu crescimento e desenvolvimento interrompidos por estar hospitalizada, a presença do professor que conhece as necessidades curriculares desta criança torna-se um catalisador que, ao interagir com a criança, proporciona-lhe condições para a aprendizagem. Isto aproxima a criança dos padrões cotidianos da vida.

Portanto, é possível perceber que a possibilidade educativa que

acontece por meio de intervenções no processo de ensino aprendizagem

infantil, dentro do âmbito hospitalar, perante a escolarização hospitalizada.

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Fica em evidência que a história da escolarização hospitalizada ainda

esta em um processo de descobertas e construção, mas que hoje é parte

integrante da Pedagogia no espaço não formal e que faz toda a diferença no

processo de ensino aprendizagem de uma criança

e/ou adolescente hospitalizado. Todos os procedimentos que são realizados

devem sempre estar de acordo com as condições impostas pela doença ou

tratamento, respeitando as peculiaridades do hospitalizados e garantido o

acesso à educação que é assegurada por lei.

3.1 AS DIRETRIZES CURRICULARES DO CURSO DE PEDAGOGIA: COMPETÊNCIAS PARA ATUAR NA EDUCAÇÃO NÃO ESCOLAR

De acordo com as Diretrizes Curriculares do Curso de Pedagogia

(DCNS), na Resolução CNE/CP nº 1, de 15 de maio de 2006, resolve que o

pedagogo poderá atuar na educação básica na área de apoio escolar,

conforme indica o Art. 4º:

Art. 4º O curso de Licenciatura em Pedagogia destina-se à formação de professores para exercer funções de magistério na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio, na modalidade Normal, de Educação Profissional na área de serviços e apoio escolar e em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos. (BRASIL, 2006).

No mesmo artigo 4º, os incisos II e III indicam que o pedagogo

trabalhará em espaços-não escolares, sendo entendido como em hospitais,

realizando:

II - planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e avaliação de projetos e experiências educativas não escolares;

III - produção e difusão do conhecimento científico-tecnológico do campo educacional, em contextos escolares e não escolares.

No Art. 5º O egresso do curso de Pedagogia deverá estar apto

a: inciso IV - "trabalhar, em espaços escolares e não escolares, na promoção

da aprendizagem de sujeitos em diferentes fases do desenvolvimento humano,

em diversos níveis e modalidades do processo educativo" (BRASIL, 2006).

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Ainda no Art. 6º das DCNs está expresso que o currículo dos cursos de

Pedagogia devem promover entre outros estudos, a análise, planejamento,

implementação e avaliação de processos educativos e de experiências

educacionais, em ambientes escolares e não escolares, como também,

a atenção às questões atinentes à ética, à estética e à ludicidade, no contexto

do exercício profissional, em âmbitos escolares e não escolares, articulando o

saber acadêmico, a pesquisa, a extensão e a prática educativa.

Portanto, conclui-se que os conhecimentos do pedagogo para atuar no

ambiente hospitalar,como sendo uma organização não escolar, requer

competências referentes à docência, gestão e pesquisa, assim como é

necessário para ele atuar na escola. Neste sentido, necessita de

conhecimentostais como: o conhecimento ético, estético, lúdico, compreender

as diferentes fases do desenvolvimento humano, em diversos níveis e

modalidades do processo educativo, saber planejar, executar e avaliar

projetos e experiências educativas não escolares.

Entende-se que alguns conhecimentos indicados pelos autores, como

os relacionados as doenças e as condições físicas dos estudantes

hospitalizados, formas de interação com as famílias e profissionais da saúde

serão construídos na experiência profissional e aperfeiçoamento em cursos de

formação continuada.

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4 A PEDAGOGIA HOSPITALAR NOS CURSOS DE PEDAGOGIA E AS

COMPETÊNCIAS PARA A PRÁTICA PEDAGÓGICA

Neste capítulo apresenta-se a pesquisa empírica realizada nos sites

de Instituições de Educação Superior (IES) da cidade de Curitiba e

de Campo Largo, para verificar os currículos dos cursos de Pedagogia, a oferta

do estudo da pedagogia hospitalar. A pesquisa foi realizada no período do mês

de outubro e buscou-se nas

matrizes curriculares, a observação pelo nome Pedagogia Hospitalar com o

objetivo de conseguir refletir e analisar quais disciplinasque

as universidades ofertam nas suas matrizes curriculares que contribuem para

os conhecimentos da Pedagogia no espaço não formal,especificamente na

Pedagogia Hospitalar. A partir desse levantamento pretende-se conseguir

perceber como as universidades tem se posicionado para a contribuição da

formação do Pedagogo para atuar no espaço não formal, no caso a Pedagogia

Hospitalar. Também se apresenta a entrevista realizada com a

profissional responsável pelo atendimento hospitalar, nas escolas municipais

de Curitiba, com o objetivo de levantar informações sobre o

atendimento pedagógico e a relação com os conhecimentos e

competências aprendidas na graduação e na prática pedagógica.

4.1 A PEDAGOGIA HOSPITALAR NOS CURRÍCULOS DOS CURSOS DE

PEDAGOGIA DO MUNICÍPIO DE CURITIBA E REGIÃO METROPOLITANA

Em todas as matrizes das IES analisadas foram encontradas

uma disciplina que apresenta conhecimentos sobre a Pedagogia Hospitalar, em

algumas Instituições mais carga horária do que outras, porém todas com o

mesmo objetivo que é preparar os Pedagogos para atuar no ambiente

hospitalar, contribuindo para a formação e continuidade da escolarização

daquelas crianças e adolescentes que tiveram o processo de escolarização

interrompido por motivo de doença e que exigem um tratamento para a

recuperação longe da escola.

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Foi possível observar que na maioria das Instituições existe a

preocupação em formar profissionais completos, que sejam capazes de atuar

de maneira coerente, competente dentro e fora de sala de aula, ou seja, no

espaço formal e não formal.

A elaboração Do quadro foi pensada para que pudesse completar parte

da elaboração do trabalho e que fosse possível entender como acontece a

formação do Pedagogo para atuar no ambiente hospitalar.

A seguir temos a apresentação do quadro que refere-

seàs IES, disciplinas e carga horária relacionadas a Pedagogia Hospitalar:

QUADRO 1 - A FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL PEDAGOGO NA

REALIDADE DOS CURSOS DE PEDAGOGIA DO MUNICÍPIODE CURITIBA E

REGIÃO METROPOLITANA

Instituição Disciplina/Ementa Carga Horária

BAGOZZI Pedagogia Não Escolar Em Organizações Sociais E Da Saúde

80 Horas

CNEC-CAMPO LARGO Pedagogia Em Espaços Não Escolares 80 Horas

FAE Pedagogia Em Espaços Não Escolares 72 Horas

PUCPR Gestão Pedagógica Em Diferentes Contextos

80 Horas

UNIANDRADE Pedagogia Hospitalar, Social E Empresarial. Não Encontrada

UNINTER Estágio Supervisionado 100 Horas

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

O Trabalho Pedagógico Na Educação Não-Escolar

Não Encontrada

UNIVERSIDADE POSITIVO

Pedagogia Não Escolar 40 Horas

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

Pedagogia Social E Empresarial

Pesquisas E Práticas Em Organizações Não-Escolares

72 Horas

36 Horas

FONTE: LIMA, Patrícia C. Almeida, 2006.

Com base no quadro verifica-se que as nove Instituições que foram

analisadas apresentam em seu Projeto Pedagógico a preocupação e

orientação para trabalhar e desenvolver em seus acadêmicos, futuros

profissionais as habilidades, competências e conhecimentos que são

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necessários para a realização do trabalho em espaços não escolares. No

entanto, a denominação como Pedagogo Hospitalar aparece

na Uniandrade e Bagozzi, nas demais o nome das disciplinas refere-se à

Pedagogia em espaços não escolares.

Observa-se que a carga horária é diferente em cada instituição sendo

que a maioria possui 80 horas de estudo. Apenas a Universidade Tuiuti do

Paraná tem duas disciplinas que abordam o trabalho do pedagogo em

organizações não escolares, somando 108h.Não foi possível acessar a ementa

das disciplinas, pois a maioria dos sites não apresentam. Por isso não foi

possível verificar o conteúdo tratado nestas disciplinas e constatar se estes

atendem as necessidades de conhecimentos apontados pelos pesquisadores

do tema.

Tanto na Pedagogia formal quanto na não formal é essencial que o

Pedagogo tenha muita responsabilidade em sua atuação, uma vez que os

ensinamentos aplicados são muito relevantes para os educandos e interferem

de maneira direta no processo de ensino-aprendizagem. No caso das crianças

e adolescentes hospitalizados a responsabilidadeé ainda maior e mais séria,

pois além do processo de ensino-aprendizagem é necessário ter muita cautela

com as questões da saúde, as limitações que a mesma impõem sobre o

necessitado e a forma como irá interferir no desenvolvimento da criança e

adolescente.

4.1DADOS LEVANTADOS DO QUESTIONÁRIO COM A PEDAGOGA DE UM

HOSPITAL NA ÁREA DE ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO

Neste subcapítulo apresentam-se os dados da pesquisa empírica

realizada junto à pedagoga coordenadora da Escolarização Hospitalar, com o

objetivo de ilustrar descritivamente como acontecem os procedimentos dentro

dos Hospitais de Curitiba, como é o perfil dos profissionais que atuam nessa

área entre outras peculiaridades da Pedagogia Hospitalar.

Definiu-se como procedimento de pesquisa a entrevista que segundo

as autoras Ludke e André (1986, p.33) “[...] permite correções, esclarecimentos

e adaptações que a tornam sobremaneira eficaz na obtenção de informações

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desejadas”, complementando a ação de elaboração do trabalho acerca do

tema.

A partir da autorização junto a CANE da SME, realizou-se a entrevista

semiestruturada na data de 25 de outubro de 2016.

As questões versaram sobre atuação do pedagogo, sobre a formação

que é ofertada para o mesmo e um pouco do dia-a-dia do processo de

Escolarização Hospitalar.

A seguir faz-se a análise dos dados obtidos na pesquisa:

Sobre o perfil profissional

A pedagoga entrevistada possui 54 anos de idade, sendo 25 anos

atuando na educação e 15 na escolarização hospitalar. Ointeresse da

professora entrevistada em atuar na pedagogia hospitalar/escolarização

hospitalar surgiu a partir da vontade de juntar duas coisas que ela gosta muito

em uma só. Ela tem além da formação na área da Educação, a de

Instrumentador cirúrgica, trabalhou anos nessa área e gostava muito, inclusive

deu aula em cursos de Instrumentação, até que resolveu tentar o concurso

para a Prefeitura de Curitiba para Professor, fez passou e começou a lecionar.

Nisso surgiu à indicação de uma amiga para uma vaga no Hospital de Clínicas

(HC) de Curitiba, isso na época que o convênio da Prefeitura com o Hospital

era recente ainda. Interessou-se pela vaga por já ter vivências no espaço

hospitalar, fez a entrevista e foi chamada, desde então começou a atuar como

Pedagoga Hospitalar e nunca mais parou.

Sobre o papel da pedagogia hospitalar no contexto social

A entrevistada acredita que a Pedagogia Hospitalar apresenta o mesmo

papel social da escola, só que em um contexto diferenciado, isto é, com o

mesmo compromisso em um ambiente diferente.

Dentro do contexto moderno e educacional a Pedagogia aparece de

acordo com Matos e Mugiatti (2011, p. 69) como um âmbito das Ciências

Humanas, na qual a Pedagogia esta inserida, sendo que apresenta uma

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organização curricular e que a partir dela se desenvolve. As experiências

contraídas pela Pedagogia durante toda sua trajetória possibilitam um

apanhado teórico-prático de ensino e aprendizagem, permitindo assim

contribuir e auxiliar a Pedagogia Hospitalar, sugerindo assim a exigência de

aperfeiçoamentos nas práticas para que estas aconteçam de forma educativa,

comprometida e competente.

Assim as autoras destacam que

[...] a atenção pedagógica, mediante a comunicação e diálogo, é essencial para o ato educativo e se propõe a ajudar a criança (ou adolescente) hospitalizada para que, imerso na situação negativa que atravessa no momento, possa se desenvolver em suas dimensões possíveis de educação continuada, como uma proposta de enriquecimento pessoal. (MATOS, MUGIATTI, p.69)

Sendo assim a educação hospitalar cumpre um papel importante na

sociedade hoje que é a contribuição para a garantia da continuidade do

processo de ensino-aprendizagem da criança e adolescente que necessita ficar

hospitalizado.

Sobre a formação do pedagogo no curso de Pedagogia para atuar na

pedagogia hospitalar

A pedagoga entrevistada responde a pergunta sobre as disciplinas que

lhe deram suporte para atuar no trabalho pedagógico com as crianças

hospitalizadas e quais os conhecimentos foram importantes. A entrevistada

responde que na época em que se formou, em São Paulo, não se ouvia falar

do trabalho pedagógico com crianças hospitalizadas, então ela não teve

nenhuma disciplina que tratasse esse conteúdo, apenas a educação não formal

no que diz respeito à educação empresarial. Somente foi conhecer a

Pedagogia Hospitalar aqui no estado do Paraná.

A Pedagogia Hospitalar é área que ainda é pouco estudada, no entanto

aos pouco vem ganhando espaço e força.

Para Paula (2011, p.47) tem sido feitos esforços para a divulgação das

praticas educativas e recreativas com a finalidade de garantir e manter a

escolarização hospitalar. No Brasil são inúmeros os profissionais de

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Universidade de diferentes Estados que vem se propondo em contribuir para

essas práticas, assim como vários professores que atuam na escolarização

hospitalar buscam aprimorar seus conhecimentos, para completar a

preparação para exercer seu papel dentro do Hospital.

Isso deve-se pela exigência das Diretrizes Curriculares Nacionais do

curso de Pedagogia, que indicam competências para a formação do pedagogo

atuar em organizações não escolares. Pode-se observar e relacionar a tabela

que citamos anterior a entrevista, lá aparece uma boa quantidade de

Universidades no Estado do Paraná-região de Curitiba que tem a preocupação

de oferecer essa contribuição para a formação do Pedagogo Hospitalar. Então

aos poucos esta cada vez mais sendovalorizada a formação para atuação do

Pedagogo Hospitalar assim como suporte por parte das Instituições

Universitárias.

A pedagoga entrevistada responde que considera importante o curso de

pedagogia oferecer no currículo a pedagogia hospitalar:

Sim. É muito que hoje se tenha essa preocupação, pois existem muitos

profissionais que tem o interesse em atuar nessa área e que muitas vezes não

tem bases para isso, pois o trabalho de escolarização hospitalar é diferenciado

e exige que o Pedagogo/professor esteja preparado para isso, inclusive para

dar continuidade a garantia do processo de escolarização dos estudantes

internados. Lembrando que isso esta reconhecido pelo MEC, lá estão citadas

as classes hospitalares, é reconhecido sim, mas pouco é falado pouco é

estudado. Por isso a importância de falar e estudar mais sobre a escolarização

hospitalar destaca a entrevistada. Às vezes outros Municípios vêm conhecer o

trabalho que realizamos por que em suas regiões não existem. (Pedagoga,

2016).

Sobre os conhecimentos e competências necessárias para o trabalho na

escolarização hospitalar

A pedagoga foi questionada sobre os principais conhecimentos que um

pedagogo precisa ter para atuar na pedagogia hospitalar?

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O Pedagogo/professor que vai atuar na área precisa ter as noções básicas de

cuidado de higiene que devemos ter ao trabalharmos em um Hospital, não

necessariamente um curso, essas orientações ele adquiri dentro do hospital

mesmo quando vai realizar os atendimentos. E todos os conhecimentos que se

utilizam na escola serão utilizados no hospital também de uma maneira multi e

interdisciplinar, pois aprendizagem da criança hospitalizada é diferente da

criança de sala de aula. O pedagogo/professor precisa saber lidar com essa

diferença de aprendizagem, e os saberes precisam ser os mesmo que utilizam

na escola, mas podemos destacar a ética e o emocional desse profissional que

deve ser bem trabalhado para que ele possa desempenhar um bom trabalho

com a criança hospitalizada. (Pedagoga, 2016).

O pedagogo precisa ter antes de tudo, ter o perfil para atuar na

Pedagogia Hospitalar que é uma área importante, complexa e que faz parte da

Pedagogia. A formação do Pedagogo Hospitalar consiste na formação do

Pedagogo, os conhecimentos utilizados são os mesmos, o que irá diferenciar

será a prática e a organização do trabalho que no caso do Pedagogo

Hospitalar conta com uma série de critérios que serão apresentados no dia-a-

dia dos atendimentos. Precisa-se também conhecer a realidade do aluno, o

porquê dele estar ali, ou seja, qual sua doença ou tratamento que esta

passando no momento.

O perfil do Pedagogo deve ser composto de maneira completa no

sentido de planejamento, organização curricular assim como é descrita nas

DCNs do curso de Pedagogia já citada anteriormente no decorrer do trabalho.

Outro aspecto relevante é a participação do Pedagogo como parte integrante

da equipe multidisciplinar do Hospital

Para as autoras Matos e Mugitti (2011, p.22) o Pedagogo Hospitalar

deve ser um profissional criativo, aberto as mudanças e participar no hospital

da equipe de saúde. As autoras ainda afirmam que

ao educador, como partícipe da equipe de saúde, tem, portanto, a incumbência de retomar esse papel na sociedade, como agente de mudanças, mediante ações pedagógicas integradas, em contextos de educação informal, com vistas à formação de consciência crítica de todos os envolvidos, numa atuação incisiva, na reestruturação dos

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sistemas vigentes para uma nova ordem superior (MATOS; MUGIATTI, 2011. p.24).

Sobre a prática pedagógica

A professora foi questionada sobre quais são os saberes que utiliza no

trabalho pedagógico. Respondeu que são todos os saberes e conhecimentos

que são utilizados na escola. No atendimento domiciliar as orientações vêm da

escola, já na escolarização hospitalar utilizam-se as Diretrizes Curriculares

Municipais que orientam quanto aos conteúdos de ensino e de avaliação.

De acordo com a Pedagoga/professora entrevistada o trabalho

acontece de maneira conjunta com a equipe multidisciplinar do hospital que

inclui médicos, enfermeiros, psicólogos, assiste social, pois ele juntos vão

trabalhar a favor da recuperação dacriança e ou adolescente hospitalizado. A

entrada no quarto do hospitalizado é um momento muito importante, nesse

momento é quando o Professor vai verificar se a criança esta bem, ou esta com

febre, ou com algum efeito colateral por conta de uma medicação forte ou em

jejum e mais a consideração da equipe que estava com ela antes do Professor

chegar que ira informar os mesmo sobre as condições da criança naquele

momento. Então pode destacar a importância da correlação do Professor com

os demais funcionários do hospital precisam ter para atender essa criança. É

valido ressaltar que nos Hospitais que oferecem o atendimento da

escolarização hospitalar o Professor já é reconhecido como parte integrante do

Hospital no atendimento de seus pacientes. Lembrando que as atividades

acontecem de maneira lúdica e recreativa para facilitar o processo de

aprendizagem das crianças e adolescentes, bem como instiga-los ainda mais a

aprender. ( Pedagoga, 2016).

No que diz respeito ao trabalho pedagógico Matos e Mugiatti (2011,p.83)

descrevem sobre a quão grande é a responsabilidade que o Pedagogo carrega

a partir do momento que se inicia a escolarização hospitalar. Sendo assim as

autoras afirmam que é necessária a experiência no plano da psicologia do

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desenvolvimento e da educação, propor atividades de maneira lúdica,

recreativa, como o envolvimento em atividades com música e canções,

dramatizações, desenhos e outras tantas possibilidades expressivas e

evidenciadas em sua ação do momento em que se encontra um planejamento

articulado e flexível.(MATOS; MUGIATTI, p83).

Sobre a formação continuada

A Pedagoga conta que participou de um grupo de pesquisa na PUC,

mas o curso chegou ao fim depois que a responsável veio a falecer. Sobre a

formação continuada, a pedagoga afirma que:

Existe muita dificuldade em conseguir fazer formações continuadas,

pois existem poucas pessoas para falar do tema, uma vez que as próprias

professoras que atuam na escolarização hospitalar são as referencias e

também por ser um tema recente.

A organização dos cursos acontece da seguinte maneira: organizam-se

grupos e trabalham temas de interesses próprios, por meio de seminários que

permitem a troca de experiências de um hospital para o outro.

Essas formações contribuem por que levam aos estudos, que levam a

refletir sobre a prática que estão tendo o que gera uma nova ação. (Pedagoga,

2016).

Os saberes construídos na experiência ocorrerão de acordo com cada

aula e momento que o Pedagogo Hospitalar terá com a criança e adolescente

hospitalizado, assim como a estrutura emocional para trabalhar no espaço

hospitalar que é adquirida ao longo da jornada de trabalho no hospital, o

conhecimento sobre as doenças e o processo de recuperação de cada uma e

também o aprofundamento dos conhecimentos gerais para estar atuando como

um mediador de conhecimento. Nesse sentido Matos e Mugiatti(2011, p. 297)

destacam que:

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com o efeito, o processo educativo dentro dos hospitais, fundamentado na Ciência do Conhecimento e sedimentado pelas legislações especificas, tem colocado a prova sua importante e indispensável contribuição para a cura e o incentivo pela vida! Por outra instância, o reconhecimento da dialeticidade desse processo, é oportuno que acrescentamos, tem entusiasmado quem dele se aproxima ou participa, assim conferindo os melhores créditos e motivações às sinergias potencialmente disponíveis. (MATOS; MUGIATTI, 2011, p. 297)

Por isso a importância de valorizar a Pedagogia Hospitalar não só

enquanto Profissionais que estão dentro de um Hospital para dar continuidade

ao processo de escolarização de crianças e adolescentes hospitalizados, mas

também a valorização desses Pedagogos enquanto sua formação na

graduação de Pedagogia, que a Universidades continuem tendo esse olhar

formador e incentivador da Pedagogia no espaço não formal, proporcionado

cada vez mais vivencias dentro do curso e estudos sobre o tema também.

Sobre a especificidade da Escolarização Hospitalar e dificuldades

A pedagoga foi questionada sobre as principais diferenças entre a

escolarização hospitalar e a escolarização formal:

A principal diferença é a realidade, por que o aluno em uma condição

diferente, o espaço físico é outro e principalmente o tempo passa com uma

intensidade muito diferente no hospital ela é bem maior.

A impressão que se tem é que a criança hospitalizada sabe da duração

da vida, o risco que corre de ter a vida interrompida, que eles tem menos

tempo que os outras crianças para aprender por isso eles tem pressa em

aprender o que consequentemente resulta em uma aprendizagem mais rápida,

até mesmo por que o Professor atende uma criança por vez no hospital como

se fosse uma aula particular praticamente, enquanto na escola são inúmeras

crianças juntas para atender. (Pedagoga, 2016).

A pedagoga responde sobre as dificuldades que encontra para atuar na

escolarização hospitalar:

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Acredita-se que não existe dificuldade, o que é existe é não atender a

um perfil pessoal e psicológico necessário para atuar nesse contexto.

Dificuldades existem todos os dias em qualquer coisa que se proponha a fazer,

mas pode-se citar como dificuldade o saber lidar com a morte, com o luto, com

as famílias que às vezes necessitam do Pedagogo como um ouvido, um ombro

amigo, e é nessa hora que o Pedagogo precisa entender seu papel social e

diferencia-lo para que não seja colocado em função que não seja de sua

competência. (Pedagoga, 2016).

De acordo com Fontes (2001, p 123) a escuta pedagógica tem uma

característica própria dentro do Hospital que é diferenciada do serviço social ou

da psicologia que se utiliza no espaço, pois ela permite ao Pedagogo

Hospitalar a construção de conhecimentos sobre o espaço que esta inserido no

momento, a rotina, o que diz respeito a doença e demais informações médicas.

A escuta é porta para o diálogo, que se acredita ser a base da educação tanto

no espaço não formal quanto no formal.

No que se refere às dificuldades é preciso atentar-se para a definição

real da função do Pedagogo Hospitalar que não é mesma que os demais

profissionais que estão dentro do Hospital para atender ao aluno, assim como

aponta a autora Nunes (2011, p.273) que é preciso cuidar para não confundir a

prática do Pedagogo Hospitalar com a função do psicólogo, pois isso de certa

maneira fragiliza o papel do professor que ao mesmo tempo permite perceber o

domínio que se apresenta ao Pedagogo no que diz respeito a sua função.

A entrevista com a Pedagoga que coordena a Escolarização Hospitalar

proporcionou a compreensão de que o trabalho que é realizado pelo Pedagogo

Hospitalar tem um papel fundamental dentro do processo de escolarização das

crianças e adolescentes hospitalizados. Esse trabalho deve acontecer de

maneira competente e coerente com o momento em que o doente se encontra,

levando em consideração todos os aspectos da internação, aproveitando para

dar a oportunidade da Pedagogia no espaço não formal ganhar cada vez mais

espaço nessa dimensão tão preciosa que é Pedagogia Hospitalar que

oportuniza aos necessitados nada além do que o seu direito a educação.

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SINTESE DAS COMPETÊNCIAS NECESSÁRIAS A ATUAÇÃO DO

PEDAGOGO HOSPITALAR

Segundo Gonzáles (2007), Matos e Mugiatti (2001) e as Diretrizes Curriculares

Nacionais (2002) no que se referem às competências apontam:

O Pedagogo Hospitalar deve proporcionar a crianças durante os

momentos de aprendizagem, vivências por meio de atividades lúdicas e

pedagógicas;

Utilizar os recursos tecnológicos como softwares ou até mesmo redes

sociais de forma orientada que contribuem para a socialização e

interação com o mundo exterior ao hospital;

O Pedagogo Hospitalar deve organizar o seu planejamento levando em

consideração a multi/inter/transdisciplinas que acontece na realidade da

escolarização hospitalar;

A ética que é característica fundamental em qualquer profissional;

A flexibilidade e versatilidade na organização dos Planejamentos para

atender as necessidades do aluno no momento;

A relação de parceira e cooperação com toda a equipe hospitalar em

prol do hospitalizado;

A integridade do seu papel como Pedagogo Hospitalar;

E o interesse em sempre buscar conhecimentos novos e aproveitar ao

máximo tudo o que aprendeu na graduação, uma vez que os

conhecimentos utilizados na Pedagogia formal são os para a não formal,

mas sempre em busca de novos conhecimentos e práticas para

melhorar o trabalho de profissionais comprometidos com a educação.

Por fim, a relação das competências acima apresentadas demonstram

que é necessária a formação nos Cursos de Pedagogia no que diz respeito os

conteúdos da docência, da pesquisa e da gestão, como também na formação

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continuada, para aprendizagem das situações relativas aos problemas de

saúde e a relação com a prática pedagógica.

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5CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante o desenvolvimento de todo o trabalho ficou claro a importância

que Pedagogia Hospitalar representapara garantir o direito à educação de

crianças e adolescentes que por algum motivo de doença ou tratamento

necessitam ficar afastados da escola, assim como os outros espaços que

permitem também a atuação do Pedagogo.

A Pedagogia Hospitalar abrange um campo de trabalho muito

complexo, mas compensador, pois permite que o Pedagogo auxilie não apenas

no processo de ensino aprendizagem, mas também no emocional do

hospitalizado que na maioria das vezes encontra-se mais sensível e debilitado

naquele momento.

É importante lembrar que é um direito de toda criança e adolescente

que precisa ficar afastado do espaço escolar esse atendimento pedagógico

hospitalar e que esse processo é amparado legalmente para garantir a

escolarização dos indivíduos adoentados.

A escolarização hospitalar exige um trabalho cauteloso, com amor,

carinho, ética e profissionalismo das pessoas que decidem atuar nessa área,

pois as crianças e adolescentes estão inseguros, amedrontados e mais

sensíveis pelas circunstâncias em que se encontram o que sugere ao

Pedagogo uma posição diferenciada para atingir o objetivo de proporcionar a

esses a escolarização hospitalar de maneira progressiva e significativa.

Infere-se que a formação do Pedagogo Hospitalar esta acontecendo

nos cursos de Pedagogia em Curitiba e região metropolitana o que permite

compreender a valorização que esta apresentada para a Pedagogia no espaço

não formal, assim como uma formação na integra do Pedagogo para atuar em

diversos espaços.

O trabalho do Pedagogo Hospitalar também exige um planejamento

que é baseado em uma Matriz Curricular que permite e visa práticas

pedagógicas versáteis e flexíveis de acordo com condição que o hospitalizado

apresenta no momento, mas sempre prezando por práticas lúdicas para

colaborar na escolarização da criança e adolescente.

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A Pedagogia cada vez expande com isso, cada vez mais informações

novas surgem e no caso da Pedagogia Hospitalar que é um componente da

Pedagogia necessita dessa expansão também e isso ocorrerá se cada vez

mais forem estudando e aprofundando os conhecimentos sobre a mesma.

As bases legais que orientam a Pedagogia Hospitalar também

merecem destaque, pois a partir delas temos a garantia e o reconhecimento da

Pedagogia Hospitalar e das classes hospitalares como um âmbito reconhecido

por órgãos educacionais o que remete a nós uma garantia desse processo que

é direito assegurado por lei das crianças e adolescentes que precisam desse

atendimento.

A formação do Professor além de contar as disciplinas, estágios, visitas

técnicas que lhe são oferecidas durante a graduação, contam também com a

experiência vivida para aqueles que já atuam na área que singular a cada

atendimento realizado no dia-a-dia com cada hospitalizado.

A prática pedagógica conta muito e ganha ainda mais força quando o

trabalho é realizado de maneira mútua com todos os envolvidos na

recuperação da criança, ou seja, desde o médico, enfermeira e todos os

demais colaboradores do Hospital que acreditam no trabalho do Pedagogo,

assim como estabelecem a relação de parceira em prol da recuperação e claro

da continuidade do processo de escolarização dos doentes.

Sendo assim a formação do Profissional Pedagogo acontece nos

cursos de Pedagogia,nos dias de hojede maneira generalista, dando suporte

para que o mesmo possa atuar na docência, na gestão e na pesquisa, em

organizações escolares e não escolares. Na Escolarização Hospitalar, são

necessários os mesmos conhecimentos da docência, da gestão e da pesquisa

de maneira a contribuir na vida escolar e em todos os outros aspectos da vida

das crianças e adolescentes.

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REFERÊNCIAS

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CECCIM, Ricardo Burg. Classes Educacionais Hospitalares e a escuta pedagógica no ambiente hospitalar.Acesso em: 09 jun. 2016.

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FONSECA, E.S. da.Atendimento escolar no ambiente hospitalar. São Paulo: Memnon, 2003.

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APÊNDICE A

UNIVERSIDADE TUITUI DO PARANÁ

DISCIPLINA: SEMINÁRIO DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA

ALUNA: PATRÍCIA CLEUZA ALMEIDA LIMA

DATA: 26/10/2016

1. Qual a idade e formação?

2. Como surgiu o interesse em atuar na Pedagogia Hospitalar/

Escolarização Hospitalar?

3. Como você vê a Pedagogia Hospitalar no contexto social?

4. A sua graduação apresentou disciplinasque lhe deram suporte

para atuar no trabalho pedagógico com as crianças hospitalizadas?

5. Você considera importante o curso de Pedagogia oferecer no

currículo a Pedagogia Hospitalar?

6. Em sua opinião quais são os principais conhecimentos que um

Pedagogo precisa ter para atuar na Pedagogia Hospitalar?

7. Como desenvolve o trabalho pedagógico e quais saberes utiliza?

8. Você participa de formação continuada na área da Pedagogia

Hospitalar? Os cursos contribuem para melhorar seu trabalho?

9. Quais as principais diferenças entre a escolarização hospitalar e a

escolarização formal?

10. Quais as dificuldades para atuar na escolarização hospitalar?