limites da reduÇÃo de proteina dietÉtica com o uso de

22
1 LIMITES DA REDUÇÃO DE PROTEINA DIETÉTICA COM O USO DE AMINOÁCIDOS SUPLEMENTARES NA ALIMENTAÇÃO DE MONOGÁSTRICOS Connie Gallardo, Julio Cezar Dadalt, Gisele Dela Ricci, Janaina Cristina da Silva Maciel de Souza. Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Universidade de São Paulo (USP), Departamento de Nutrição e Produção Animal. RESUMO A eficiência no aproveitamento dos ingredientes proteicos pelos monogástricos depende da quantidade, da composição e da digestibilidade dos aminoácidos, de modo que as especificidades do aporte desses nutrientes sejam supridas. Durante muitos anos as dietas formuladas para monogástricos consideraram o conceito de proteína bruta (PB), resultando frequentemente em dietas com maior conteúdo de aminoácidos, aos níveis exigidos pelos animais. Assim, todo excedente de aminoácidos (AA) é catabolizado e utilizado na produção de energia, modo esse, inapropriado para suprir calorias, Por outra parte, o nitrogênio (N) produto desse catabolismo deve ser excretado pelos representando alto gasto energético para o corpo, além da sobrecarga hepática e renal, demandando maior ingestão de água para minimizar tais efeitos. A formulação de dietas baseada em níveis de PB, normalmente resulta em valores altos de alguns aminoácidos, sobretudo, com a adoção prática de margens de segurança para garantir a suplementação de alguns aminoácidos essências. É sabido que os monogástricos não têm exigências nutricionais para PB e sim para cada um dos aminoácidos essenciais que formam parte das proteínas e atendem quantidade de nitrogênio para a biossíntese dos aminoácidos não essenciais. Assim a presente revisão aborda aspectos relacionados com os limites da manipulação do teor protéico das dietas para monogástricos, bem como os limites da suplementação dos aminoácidos que se tornam limitantes nas dietas com baixos teores proteicos destinadas a aves e suínos. INTRODUÇÃO Nos últimos anos aconteceram grandes mudanças genéticas nas aves e suínos, aumentando, principalmente, o desempenho e a produção de proteína. Esses avanços genéticos demandam maiores conhecimentos dos aspectos nutricionais, buscando-se suprir as reais necessidades para mantença e produção. Além disso, atualmente os nutricionistas não se

Upload: trananh

Post on 07-Jan-2017

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: LIMITES DA REDUÇÃO DE PROTEINA DIETÉTICA COM O USO DE

1

LIMITES DA REDUÇÃO DE PROTEINA DIETÉTICA COM O USO DE

AMINOÁCIDOS SUPLEMENTARES NA ALIMENTAÇÃO DE MONOGÁSTRICOS

Connie Gallardo, Julio Cezar Dadalt, Gisele Dela Ricci, Janaina Cristina da Silva

Maciel de Souza.

Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Universidade de São Paulo

(USP), Departamento de Nutrição e Produção Animal.

RESUMO

A eficiência no aproveitamento dos ingredientes proteicos pelos monogástricos depende da

quantidade, da composição e da digestibilidade dos aminoácidos, de modo que as

especificidades do aporte desses nutrientes sejam supridas. Durante muitos anos as dietas

formuladas para monogástricos consideraram o conceito de proteína bruta (PB), resultando

frequentemente em dietas com maior conteúdo de aminoácidos, aos níveis exigidos pelos

animais. Assim, todo excedente de aminoácidos (AA) é catabolizado e utilizado na produção

de energia, modo esse, inapropriado para suprir calorias, Por outra parte, o nitrogênio (N)

produto desse catabolismo deve ser excretado pelos representando alto gasto energético para o

corpo, além da sobrecarga hepática e renal, demandando maior ingestão de água para

minimizar tais efeitos.

A formulação de dietas baseada em níveis de PB, normalmente resulta em valores altos de

alguns aminoácidos, sobretudo, com a adoção prática de margens de segurança para garantir a

suplementação de alguns aminoácidos essências. É sabido que os monogástricos não têm

exigências nutricionais para PB e sim para cada um dos aminoácidos essenciais que formam

parte das proteínas e atendem quantidade de nitrogênio para a biossíntese dos aminoácidos

não essenciais. Assim a presente revisão aborda aspectos relacionados com os limites da

manipulação do teor protéico das dietas para monogástricos, bem como os limites da

suplementação dos aminoácidos que se tornam limitantes nas dietas com baixos teores

proteicos destinadas a aves e suínos.

INTRODUÇÃO

Nos últimos anos aconteceram grandes mudanças genéticas nas aves e suínos,

aumentando, principalmente, o desempenho e a produção de proteína. Esses avanços

genéticos demandam maiores conhecimentos dos aspectos nutricionais, buscando-se suprir as

reais necessidades para mantença e produção. Além disso, atualmente os nutricionistas não se

Page 2: LIMITES DA REDUÇÃO DE PROTEINA DIETÉTICA COM O USO DE

2

preocupam somente em minimizar os custos, também consideram as questões ambientais e os

impactos que a ração possa causar na saúde do animal.

As rações para aves e suínos, geralmente são formuladas para cobrir as demandas

nutricionais, a exemplo dos aminoácidos totais e digestíveis, sem considerar que as dietas

formuladas podem ter excessos ou déficit de alguns desses, induzindo desbalanços

nutricionais e maior excreção de nitrogênio para o meio ambiente.

A redução do conteúdo protéico e a suplementação da ração com aminoácidos

industriais são os principais recursos para redução da excreção de nitrogênio (WAIBEL et al.,

2000) e otimização do custo com alimentação. Além disso, a carência dos aminoácidos pode

implicar na redução no desempenho animal ou potencializar o catabolismo de outros

aminoácidos, razão da maior excreção de nitrogênio (BERTECHINI, 2006).

No Brasil as rações destinadas às aves e suínos são, predominantemente, a base de

farelo soja e milho. Dessa combinação, visa-se atender as exigências dos aminoácidos,

entretanto, a ajuste das demandas de proteína, normalmente, implica em quantidades

excedentes de outros aminoácidos e também se aumenta a poluição ambiental (PARSONS &

BAKER, 1994). Ao aumento do teor de proteína dietética gera custo maior na produção que

se soma aos danos ao ambiente (DI CAMPOS et al., 2004) e a melhor estratégia seria

conhecer limites para a suplementação de aminoácidos.

PROTEINAS E AMINOÁCIDOS

Em sua composição química, a proteína é um conjunto de nutrientes importante para

as aves e suínos, como também é relevante na composição custo da formulação das rações e

influencia diretamente a conversão alimentar, qualidade de carcaça e ganho de peso dos

animais. A utilização do nitrogênio a partir de proteína microbiana não é tão eficiente em

monogástricos quanto em ruminantes, uma vez que nos monogástricos, a produção de

proteína com origem na microflora intestinal ocorre após o estômago e quase toda extensão

do intestino delgado. Nessas condições, se torna impossível a digestão química da dieta,

condição necessária para a absorção de aminoácidos e peptídeos no intestino delgado; uma

vez que a dieta é a fonte principal de nitrogênio dos monogástricos (BERGEN & WU, 2009).

O valor nutritivo da proteína de um alimento depende de sua composição em

aminoácidos, de sua digestibilidade e disponibilidade. Os ensaios experimentais para estimar

exigências de aminoácidos basearam-se, principalmente, nas avaliações de desempenho, com

níveis e respostas. Esse critério de avaliação apresenta limitações, exigindo avaliações com

duração maior de tempo e, normalmente, avalia-se um aminoácido por ensaio, por isso, a

Page 3: LIMITES DA REDUÇÃO DE PROTEINA DIETÉTICA COM O USO DE

3

determinação da digestibilidade dos aminoácidos digestíveis se torna mais efetivo e viável

(NRC, 1998, 2012, ROSTAGNO et al., 2007).

São vários e interdependentes os processos digestivos, desde a degradação da proteína

da dieta, ao longo do trânsito no trato gastro-intestinal, e a absorção dos seus produtos

hidrolisados, fornecendo, assim, os aminoácidos (AA) necessários ao processo anabólico

proteico (VAN et al., 2002). Na determinação da digestibilidade dos aminoácidos procura-se

avaliar a diferença entre a quantidade dos aminoácidos ingeridos e suas frações que não foram

digeridas e absorvidas ao término do intestino delgado. Tal procedimento permite estimar a

digestibilidade dos aminoácidos na porção terminal do íleo, cujo conteúdo ainda não sofreu

interferência da flora intestinal. Os valores são expressos em digestibilidade ileal verdadeira

dos aminoácidos, com a correção pelas perdas endógenas de aminoácidos, provenientes das

enzimas, mucinas e células intestinais de descamação (ROSTAGNO et al., 2007).

IMPORTÂNCIA E CLASSIFICAÇÃO DOS AMINOÁCIDOS

Os aminoácidos têm grande importância fisiológica, servindo como blocos de

construção para proteínas e substratos para a síntese de substâncias de baixo peso molecular.

Animais em crescimento (como suínos e aves) precisam de aminoácidos para construir o

tecido muscular (proteína corporal). Assim além da construção de blocos de proteínas, os

aminoácidos também são necessários para diversas funções corporais, como o

desenvolvimento de órgãos e ótimo funcionamento do sistema imunológico. Logo, o

conteúdo de proteína e aminoácidos deve ser considerado em formulações alimentares para

melhorar a eficiência de utilização dos nutrientes, crescimento, desenvolvimento, reprodução,

lactação e bem-estar dos animais (WU et al., 2014).

No total, 20 aminoácidos formam os blocos de construção para a proteína. Os AA

essenciais (AAE) não podem ser sintetizados pelos animais e deve ser fornecidos pela

alimentação, entre eles se encontram: arginina (Arg), lisina (Lis), histidina (His), leucina

(Leu), isoleucina (Iso), valina (Val), metionina (Met), treonina (Tre), triptófano (Trp) y

fenilalanina (Fen). Os semi essenciais são sintetizados a partir de aminoácidos essenciais

durante o metabolismo dos animais: tirosina (Tir) e cistina (Cis). Os outros AA podem ser

sintetizados pelo animal a partir da proteína dietética: alanina (Ala), ácido aspártico (Asp),

ácido glutâmico (Glu), glicina (Gli), serina (Ser) e prolina (Pro) (WALLACE & CHESSON,

2008).

Quando o fornecimento de certo aminoácido não supre as demandas metabólicas do

animal e o animal não tem capacidade de sintetizá-lo a partir de outro, esse se torna limitante.

Page 4: LIMITES DA REDUÇÃO DE PROTEINA DIETÉTICA COM O USO DE

4

Uma vez limitante nas demandas do metabolismo, o efeito refletirá no potencial de

crescimento ou produtivo do animal. Sua limitação deve ser suprida através da ração, todavia,

deve-se atentar se um aminoácido tornar-se limitante, quando ajustado a relação ideal entre

aqueles considerados essenciais. Em desbalanço, a quantidade dos aminoácidos não limitantes

e os considerados não essenciais não atenderão a demanda equilibrada do “pool” de

aminoácidos para cumprir as atividades de síntese e reposição celular do organismo. Em

dietas práticas, normalmente lisina é o primeiro aminoácido limitante, por isso, sua exigência

torna-se referência para os demais aminoácidos, estabelecendo-se a razão desses com a lisina

(KIDD et al., 2000, WU et al., 2014).

Um mesmo aminoácido pode ser considerado essencial e não essencial para um

determinado grupo de animais, dependendo de suas condições fisiológicas (WATFORD,

2011). Muitos estudos mostram que os AANE, particularmente a glutamina, glutamato,

arginina, glicina, cisteina e prolina regulam as funções fisiológicas através de vias de

sinalização celular, como em mamíferos a rapamicina, a proteína quinase ativada por AMP ou

por mitogenio, a Kinase relacionada com sinais extracelulares, a Jun Kinase e AANE

derivados de moléculas gasosas (óxido nítrico, monóxido de carbono e sulfureto de

hidrogênio). Segundo REZAEI et al. (2013) estes AA são considerados como

condicionalmente essenciais, por serem sintetizados pelos animais em quantidades

insuficientes em determinadas fases do desenvolvimento ou sob certas condições de

alimentação.

EXIGÊNCIAS DE PROTEINA E AMINOÁCIDOS EM MONOGÁSTRICOS

A exigência de um nutriente pode ser definida pela quantidade do mesmo a ser

fornecida na dieta para atender as necessidades do animal, que variam nas condições

ambientais adversas. Suas necessidades podem ser interpretadas como as quantidades de um

nutriente para atender um determinado nível de produção (SAKOMURA & ROSTAGNO,

2007).

Uma das preocupações na produção moderna de proteína animal é a excreção de

nitrogênio, devido ao aporte de proteína na dieta dos animais, principalmente aves e suínos,

acima da capacidade de síntese de proteína corporal (ROTZ, 2004). A eficiência de utilização

do nitrogênio depende do conjunto de aminoácidos e as alterações decorrentes da deficiência

de lisina resultam no catabolismo de outros aminoácidos (SALTER et al., 1990).

O fator mais importante que afeta a eficiência da utilização da proteína é o perfil de

aminoácidos essenciais digestíveis. As aves não apresentam uma alta exigência em proteína

Page 5: LIMITES DA REDUÇÃO DE PROTEINA DIETÉTICA COM O USO DE

5

bruta (PB), mas precisam de qualidade que assegure uma reserva de nitrogênio para a síntese

de aminoácidos não essenciais. Durante muitos anos as dietas eram baseadas no conceito de

proteína bruta o que resultou em dietas com níveis de AA acima do exigido pelos animais.

Em excesso, os aminoácidos sofrem desaminação e o nitrogênio é excretado na forma de uréia

pelos mamíferos e ácido úrico pelas aves. Este processo reflete em gasto energético para o

animal, portanto, o excesso de AA não contribui para melhorar o desempenho dos animais.

Com o surgimento da produção de AA industriais nos últimos anos, as dietas podem

ser formuladas com menor nível protéico e com níveis de AA mais próximos das

necessidades de aves e suínos. Isso faz com que a formulação das dietas seja mais precisa,

diminuindo-se o desequilíbrio entre os AA (KIDD et al., 2000).

Torna-se difícil, também, definir as exigências de AA para aves e suínos, pois são

influenciadas pela densidade calórica da dieta, condições ambientais, densidade populacional,

estado sanitário, sexo, idade, linhagem. O melhor conhecimento das demandas nutricionais

dos aminoácidos individuais permite a nutrição mais precisa, possibilitando substituir

parcialmente a necessidade da proteína por níveis mínimos de aminoácidos, reduzindo-se

custos e a emissão de poluentes no ambiente. As necessidades são maiores para maior

eficiência alimentar do que para o máximo crescimento e podem ser mais altas, quando se

busca o rendimento em cortes nobres (ZANELLA et al., 2004).

Sobre o desequilíbrio dietético dos aminoácidos, D’MELLO (2003) destacou que no

tecido (sítio de síntese) isso ocorre quando o aminoácido suplementar é absorvido mais

rapidamente que os demais ligados à proteína do ingrediente. Nesse caso, a concentração de

lisina plasmática livre aumenta 1 a 2 horas após a ingestão da dieta com o aminoácido puro,

enquanto, com os outros aminoácidos provenientes da proteína, o pico ocorre entre 2 e 6

horas da alimentação.

REDUÇÃO DO TEOR PROTÉICO NAS DIETAS DE MONOGÁSTRICOS

Durante muito tempo as formulações se baseavam na proteína bruta dos alimentos e os

erros nesse procedimento se deviam as quantidades de aminoácidos exigidos pelos animais.

Aminoácidos com níveis acima das exigências devem ser catabolisados o que implica na

maior atividade do fígado e dos rins, pois o nitrogênio precisa ser eliminado e isso representa

gasto energético (CHIARADIA, 2008). De acordo com FIGUEROA et al. (2000), para que a

excreção de nitrogênio sofra queda, é necessário que a quantidade de proteína da dieta seja

alterada, concomitantemente, haverá a suplementação de aminoácidos para que seja atendida

toda a exigências para a síntese protéica, fazendo com que haja melhor aproveitamento pelos

Page 6: LIMITES DA REDUÇÃO DE PROTEINA DIETÉTICA COM O USO DE

6

animais. Os mesmos autores afirmam que o declínio abrupto no nível de proteína numa dieta

de crescimento prejudica o desempenho do animal, uma vez que a quantidade de aminoácidos

não essenciais não seja fornecida.

A boa oferta de proteínas deve cobrir todas as necessidades do animal, por outro lado,

os nutricionistas buscam formular dietas com níveis de proteína bruta tão baixos quanto

possível, suplementando aminoácidos a fim de garantir o desempenho e a saúde ideal para o

animal. Esses aminoácidos livres permitem fornecer a quantidade exata de cada aminoácido, a

fim de cobrir as necessidades do animal em cada fase da vida. A proteína bruta pode ser

mantida em nível muito baixo, o que é ideal para o animal e benéfico para o meio ambiente

(WALLACE & CHESSON, 2008). Para WAIBEL et al. (2000, citado por RIZZO et al.,

2010) a redução do conteúdo protéico e a suplementação da ração com aminoácidos

industriais são os principais recursos para redução da excreção de nitrogênio e otimização do

custo com alimentação. O balanceamento correto de aminoácidos na dieta é importante, uma

vez que diminui o consumo voluntário de alimento pelos animais.

É possível assim, reduzir o nível de proteína bruta da ração de aves e de suínos,

diminuindo o consumo de fontes proteicas como o farelo de soja, por aminoácidos industriais,

sem prejudicar o desempenho animal. Em média, a suplementação de aminoácidos em

formulações para aves e suínos diminui a excreção de nitrogênio em 8,5% por unidade

percentual de proteína bruta reduzida na ração (Sindicato Nacional da Indústria de

Alimentação Animal - SINDIRAÇÕES, 2011). Na suinocultura, a excreção de nitrogênio

pode cair até 25%, quando os animais recebem rações contendo 15% de proteína bruta

suplementadas com aminoácidos, em comparação àqueles alimenta dos com 18% de PB, sem

a suplementação (ZANELLA et al., 2004).

GANDRA (2012), relata que os animais não são capazes de sintetizar alguns

aminoácidos para que sejam satisfeitas suas exigências, por isso a necessidade de fornecê-los

via dieta. A partir disso o conceito de aminoácidos limitantes e essênciais foram adotados e ao

formular uma nova dieta não resultariam em perdas e nem excessos de aminoácidos.

Já, dietas com porcentagens proteicas elevadas sobrecarregam a digestão, a absorção e

a eliminação do nitrogênio não aproveitável (BERTECHINI, 2006). Outra influência da

porcentagem de proteína bruta refere-se ao incremento calórico que representa toda perda de

energia durante os processos de digestão, absorção e metabolismo de nutrientes

(SAKOMURA E ROSTAGNO, 2007). A dieta com maior teor proteico representa maior

incremento calórico em relação às dietas com reduzida porcentagem de proteína bruta. A

Page 7: LIMITES DA REDUÇÃO DE PROTEINA DIETÉTICA COM O USO DE

7

elevação do incremento calórico reduz a energia líquida que poderia ser utilizada para

deposição de tecido muscular e, consequentemente, diminuiria a eficiência alimentar.

Tabela 1. Composição de aminoácidos nas proteínas do corpo de frangos e suínos

Frangos1 Suínos

2 Milho

3 Farelo soja

4

Aminoácidos

mg AA/g

proteína % lisina

mg AA/g

proteína % lisina AA/100 g AA/100 g

Alanina 66.30 108.00 65.70 109.00 0.71 1.95

Arginina 68.50 111.00 67.70 112.00 0.38 3.18

Asparagina 36.50 59.30 36.00 59.70 0.35 2.10

Aspartato 43.10 70.10 42.80 71.00 0.43 3.14

Cistina 15.00 24.40 13.20 21.90 0.20 0.70

Glutamina 50.50 82.10 51.20 84.90 1.02 3.80

Glutamato 82.90 135.00 84.60 140.00 0.64 4.17

Glicina 115.00 187.00 117.00 19.40 0.40 2.30

Histidina 21.10 34.30 20.80 34.50 0.23 1.13

Isoleucina 35.90 58.40 35.30 58.50 0.34 2.03

Leucina 69.20 113.00 68.30 113.00 1.13 3.44

Lisina 61.50 100.00 60.30 100.00 0.25 2.80

Metionina 18.90 30.70 18.70 31.00 0.21 0.60

Fenilalanina 34.80 56.60 34.30 56.90 0.46 2.21

Prolina 85.30 139.00 86.10 143.00 1.06 2.40

Hidoxi prolina 34.80 56.60 37.90 62.90 0.00 0.09

Serina 45.00 73.20 44.30 73.50 0.45 2.12

Treonina 36.30 59.00 35.10 58.20 0.31 1.76

Triptofano 11.60 18.90 11.10 18.40 0.07 0.62

Tirosina 26.60 43.30 27.20 45.10 0.43 1.66

Valina 41.80 68.00 42.20 70.00 0.44 2.09

Fonte: Wu 2014 (Adaptado de Wu et al., 2013)

Exceto para a glicina, os aminoácidos são todos L-isómeros. Os cálculos foram baseados nos

pesos moleculares dos aminoácidos intactos. 1frangos (10-dias de idade). O teor de proteína no corpo é de 14,3 g / 100 g de tecido úmido.

2Suínos (30-dias de idade). O teor de proteína no corpo é de 14,1 g / 100 g de tecido úmido.

3Ração 89,0% de matéria seca. Milho em grão contém 9,3% de PB (base na matéria natural)

4Ração 89,0% de matéria seca. O farelo de soja contém 43,6% de PB (base na matéria natural)

FORNECIMENTO DE AMINOÁCIDOS SUPLEMENTARES EM DIETAS COM

BAIXOS TEORES PROTÉICOS EM AVES

A proteína é o componente da ração que mais interfere no crescimento do animal,

tendo influência direta sobre o ganho de peso, a conversão alimentar e a composição da

carcaça, mas, elevado teor proteico na ração não é garantia de melhoria no desempenho das

aves. Na formulação da dieta busca-se combinar ingredientes para atender exigências da

proteína e dos aminoácidos. Dependendo da quantidade e composição dos ingredientes, a

formulação resultante pode conter valor de proteína ou de aminoácido(s) superior aos níveis

Page 8: LIMITES DA REDUÇÃO DE PROTEINA DIETÉTICA COM O USO DE

8

recomendado para as aves, alterando, assim, a relação desses aminoácidos na dieta. Isso pode

resultar no desequilíbrio de aminoácidos e prejudicar o desempenho dos animais. Logo, a

dieta suplementada de aminoácidos permite maior eficiência do seu aproveitamento na

produção de carne magra, reduzindo a ingestão de alimento e gasto energético para suprimir o

excesso de aminoácidos (ZANELLA et al., 2004).

O controle do consumo de ração não decorrente somente da quantidade de proteína

bruta, mas também de sua qualidade, isto é, do balanceamento entre os aminoácidos

(GONZALES (2002). O grau de deficiência ou desbalanceamento de aminoácidos na ração

resulta em reações variadas por parte das aves, fazendo com que o consumo de ração seja

alterado (ALBINO et al., 1999). Avaliando rações de diferentes níveis protéicos com

metionina e lisina, LISBOA & SILVA (1999) não observaram influência significativa da

proteína no consumo de ração. Por sua vez, DIAMBRA & MCCARTNEY (1995) observaram

que aves submetidas a rações deficientes em proteína tendem aumentar o consumo para

compensar tal deficiência.

Em dietas frangos de corte, a redução de 1% no conteúdo de proteína bruta na dieta,

com suplementação de aminoácidos reduziu a excreção de nitrogênio entre 10 a 27 %,

enquanto que em dietas de poedeiras, esta redução alcançou valores entre 18 a 35 % (ROTZ,

2004). Segundo BREGENDAHL et al. (2002) o uso de aminoácidos industriais para baixar os

níveis de proteína nas dietas de frangos de corte foi eficaz na excreção do nitrogênio, com

pequena redução na taxa e eficiência do crescimento, quando houve decréscimo de 3% da

proteína preconizada. KESHAVARZ & AUSTIC (2004) observaram que dietas com 13% de

proteína bruta, suplementada de metionina, lisina e triptofano, segundo o NRC (1994),

proporcionaram resultados semelhantes aos da dieta convencional com 16% de proteína bruta.

Porém, quando houve redução acentuada de proteína, as suplementações dos aminoácidos não

propiciaram as aves desempenho semelhantes aquelas submetidas a dietas com níveis

protéicos mais elevados (SUMMERS et al., 1991).

O ajuste dos níveis de proteína pode trazer ganhos produtivos e econômicos

importantes, obtidos com a melhoria do desempenho e da qualidade de carcaça de frangos. A

composição corporal dos frangos é afetada tanto pela quantidade, como pela qualidade da

proteína da ração, demonstrando que o aminoácido em menor proporção, comparado à

exigência, torna-se primeiro limitante e restringe o valor da proteína. A composição de

proteínas e aminoácidos da ração também pode influenciar a deposição de proteína da

carcaça, afetando principalmente o rendimento de carne de peito (KIDD et al., 1998).

Page 9: LIMITES DA REDUÇÃO DE PROTEINA DIETÉTICA COM O USO DE

9

Ao determinar o efeito dos níveis de proteína bruta na ração sobre o desempenho e

rendimento de carcaça de frangos de corte Ross, machos e fêmeas, nas fases inicial e

crescimento, COSTA et al. (2001) estimaram em 22,4 e 22,5% de PB para a fase inicial e

19,5 e 18,5% de PB para fase de crescimento, respectivamente, para machos e fêmeas. DARI

et al. (2005) observaram maior deposição de gordura abdominal nas aves alimentadas com

rações contendo 18,2% de PB, em relação às aves alimentadas com 20% de PB, em rações

formuladas com base em aminoácidos totais. VIOLA et al. (2008) concluíram que as aves

alimentadas com rações formuladas com base em aminoácidos totais tiveram menor ganho em

peso e rendimento de coxa e peito com o decréscimo da PB da ração, comparadas àquelas

alimentadas com rações formuladas com aminoácidos digestíveis. GOULART et al. (2009)

avaliaram o rendimento de frangos de corte sometidos a dietas com redução proteica

suplementadas com valina, isoleucina e glicina, além da metionina, lisina e a treonina. A

redução de 2 pontos percentuais da PB dietética, em relação com o tratamento controle, obtida

através da suplementação dos Aas L-Valina e L-Isoleucina, manteve o peso dos frangos, os

quais tiveram ganho de peso e conversão alimentar semelhantes ao grupo de frangos

alimentados com dieta de alto nível de PB. A suplementação da glicina não melhorou o

desempenho das aves, mostrando que na redução proteica estudada não houve problemas de

deficiência deste AA.

No caso das poedeiras, níveis altos de proteína na dieta influenciam positivamente o

peso dos ovos, pois as poedeiras não são capazes de reservar proteína eficientemente para a

sua mantença, sendo dependentes do consumo diário (RIZZO et al., 2010). Dietas com baixos

níveis de proteína podem afetar o desempenho das poedeiras, mas o desempenho pode ser

recuperado quando as dietas recebem aminoácidos suplementares (HARMS & RUSSELL,

1993). CALDERON & JENSEN (2006) não encontraram diferenças significativas para a

produção de ovos, assim como para o consumo de ração e para a qualidade dos ovos de

poedeiras alimentadas com diferentes níveis de proteína (12, 14, 16, 18%) e de lisina (0,85 e

1,0%) na ração, estudando níveis de proteína bruta. Segundo MURAMATSU et al. (1987), as

poedeiras alimentadas com níveis ótimos de proteína na ração apresentam maiores taxas de

síntese protéica da gema no fígado e do albúmen no oviduto, principais órgãos de síntese das

proteínas do ovo, em comparação a poedeiras alimentadas com nível subótimo.

A resposta das aves à redução da proteína da ração parece estar condicionada à

extensão em que este nutriente é reduzido na ração. A redução do conteúdo protéico e a

suplementação da ração com aminoácidos industriais são os principais recursos para redução

da excreção de nitrogênio (WAIBEL et al., 2000) e otimização do custo com alimentação.

Page 10: LIMITES DA REDUÇÃO DE PROTEINA DIETÉTICA COM O USO DE

10

Todavia, o retorno econômico da criação de poedeiras não está associado apenas ao menor

consumo de proteína, mas à manutenção da ingestão dos aminoácidos essenciais.

DIETAS COM BAIXO TEOR PROTÉICO EM SUÍNOS E FORNECIMENTO DE

AMINOÁCIDOS SUPLEMENTARES

As crescentes preocupações ambientais relacionadas às concentrações de nitrogênio de

dejetos de suínos tem gerado interesse no uso de AA sintéticos para diminuir o conteúdo de

proteína bruta nas dietas de suínos. KERR & EASTER (1995) estimaram que reduzir uma

unidade percentual de PB representa 8% a menos de nitrogênio excretado nas fezes. No

entanto, existem algumas inconsistências na literatura quanto à extensão da PB que pode ser

reduzida sem afetar o desempenho e características de carcaça. A maioria dos relatórios

sugerem redução de PB em mais de 3 a 4% leva a redução na taxa e eficiência de crescimento,

mesmo quando todas as necessidades de nutrientes conhecidos são atendidas (GOMEZ et al.,

2002). Além disso, rações com reduções excessivas de proteína bruta e com adição de

aminoácidos sintéticos pode levar a deposição de gordura (FIGUEROA et al., 2002).

Uma das principais razões para redução da proteína dietética é econômica, mas a

suplementação de alguns aminoácidos se faz necessária para que o balanço ideal entre esses

seja garantido, devendo ser adicionados na dieta de modo a minimizar a excreção de

nitrogênio na produção de suínos (TRINDADE et al., 2009).

Os suínos têm absorção mais rápida de aminoácidos suplementares, comparado a

absorção de aminoácidos contidos nas proteínas dos alimentos. Quando os suínos receberam

quantidade superior de aminoácidos suplementados, houve maior retenção de nitrogênio pelos

animais, isso ocorre por haver melhoria no equilíbrio nos sítios da síntese de proteína. A

quantidade de nitrogênio excretado via urina sofreu uma queda de 40%, quando houve

redução de 4,5% de PB na ração PARTRIDGE et al. (1985). LIU et al. (2001) relataram que

uma dieta de milho com 9,55% de PB enriquecido com aminoácidos como Lys, Thr, Trp,

Met, Ile e Val pode levar a um crescimento e composição da carcaça igualada a de leitoas

alimentadas com 15,17% PB sem adição de aminoácidos sintéticos. Estes autores também

relataram que a supressão da isoleucina ou da Valina reduz o desempenho do crescimento de

leitoas. SHELTON et al. (2001) avaliaram nove diferentes fontes de proteína para suínos em

crescimento e terminação, assim, dietas com 9,35% de PB, as quais suplementou-se

aminoácidos, diminuiu o desempenho durante o crescimento, mas não na fase de terminação.

Page 11: LIMITES DA REDUÇÃO DE PROTEINA DIETÉTICA COM O USO DE

11

A suplementação de aminoácidos permite redução no percentual de proteína bruta na

dieta. Em suínos, foi verificado que a redução de 1% de proteína bruta com suplementação de

aminoácidos reduziu entre 3 a 62% a excreção de nitrogênio (ROTZ, 2004). Embora CHIBA

(1994), afirmou que os suínos não são afetados devido à variações diminutas no balanço de

aminoácidos, portanto não influem nas características de carcaça dos suínos.

STAHLY et al. (1991) avaliando as implicações da redução de proteína em dietas para

suínos mantidos em ambiente com altas temperaturas concluíram que em animais alimentados

com teor de 19,8% de PB (alto), o ganho de peso foi inferior aos que foram submetidos a

dietas com 16% de PB (baixo) suplementadas com L-lisina-HCl. Entretanto, na fase de 29 a

112 kg, foi demostrado que aumento da densidade da dieta, a partir da suplementação de

aminoácidos prejudicou o desempenho de animais submetidos a temperaturas entre 21 e 32

ºC, no verão (MYER et al., 1998).

A necessidade de aminoácidos para os leitões é, por exemplo, diferente do crescimento

de suínos ou a porcas em lactação (HENRY et al., 1992). Segundo OLIVEIRA et al. (2007)

os aminoácidos essenciais precisam ser suplementados para impedir deficiências nutricionais,

sobretudo em suínos machos inteiros.

Diferentes níveis de lisina são recomendados para suínos em fase inicial de 15 a 30 kg.

Reunindo trabalhos compilando dados de dez empresas atuantes no Brasil, o valor médio de

lisina total encontrado foi de 1,15% (BENATI, 1996). A exigência de lisina total para machos

castrados de baixo e alto potencial genético de 0,80 e 1,10%, em dietas com nível de 14% de

proteína foi definida em dietas formuladas de acordo com o conceito de proteína ideal

(FRAGA, 2002).

A redução de 2 a 3% no teor de PB em dietas com adição de aminoácidos industriais

não diminuiu o desempenho de suínos em crescimento e terminação (LOPEZ et al., 1994;

TUITOEK et al., 1997; LIU et al., 1999). Contudo, a eficiência alimentar e o ganho de peso,

consecutivamente, são prejudicados quando a concentração de proteína é reduzida por mais de

três unidades percentuais (TUITOEK et al., 1997; LIU et al., 1999).

OLIVEIRA et al. (2002) e ZANGERONIMO (2006), avaliaram rações que foram

formuladas de acordo com o conceito de balanço de aminoácidos, e notaram que havia

proporção, em relação aos aminoácidos totais e os essenciais, e, mantendo tal proporção,

resultaria no melhor uso dos aminoácidos e queda no desperdício na síntese de proteína.

De acordo com TRINDADE et al. (2009), a diminuição da proteína dietética, cerca de

4,0%, não influenciou o desempenho dos suínos, desde que fossem adicionados os

Page 12: LIMITES DA REDUÇÃO DE PROTEINA DIETÉTICA COM O USO DE

12

aminoácidos limitantes, a redução do comprimento de caraça dos suínos foi influenciada com

a redução da proteína, bem como o ganho de gordura corporal dos suínos.

DI CAMPOS et al. (2004), constataram que ao reduzir o nível de proteína bruta da

ração de 18% para 14%, em animais machos castrados com cerca de 30 kg de peso vivo, não

houve mudança no desempenho dos suínos, quando as rações eram suplementadas com os

aminoácidos essências, o que também foi evidenciado em (FERREIRA et al., 2003) que por

sua vez não verificaram resultados negativos ao reduzir o nível de PB. Contudo, tais

resultados contrastam com o que foi relatado por FIGUEROA et al. (2000), que ao reduzir o

nível de PB da dieta acima de 4%, notaram que prejudicou a eficiência alimentar e o ganho de

peso dos suínos.

A lisina é considerada o primeiro AA limitante em rações a base de milho e farelo de

soja para suínos em crescimento, sendo responsável por respostas de desempenho e

composição de carcaça. Isto se deve à sua alta presença na proteína corporal e seu destino

metabólico preferencial para a deposição de tecido muscular. As exigências diárias de lisina

necessitam ser estabelecidas com base no ganho diário de proteína ou tecido muscular, uma

vez que existe certa dissociação entre o consumo de lisina e energia e seus efeitos sobre as

deposições de proteína e lipídios (KESSLER, 1998). Para SALDANA et al. (1994) a treonina

é o segundo ou terceiro aminoácido limitante em rações de suínos e pode tornar-se o primeiro

quando é feita a suplementação com lisina sintética.

Considerado um dos primeiros aminoácidos limitantes para aves e suínos em rações à

base de milho e farelo de soja, a metionina é um importante mediador em diversas funções

metabólicas, sobretudo como “primer” na síntese proteica. Rações com déficit de metionina

aumentam o catabolismo proteico colaborando para a deposição de gordura (SOLBERG et

al., 1971). Para BAKER (1991) na forma de S-adenosimetionina, a metionina se torna um

importante doador de radicais metil, primordial para a biossíntese de substâncias importantes

envolvidas no crescimento dos animais, como creatina, carnitina, poliaminas, epinefrina,

colina e melatonina.

O triptofano também é importante para a deposição proteica, uma vez que, rações

deficientes em triptofano diminuem a eficiência de utilização dos primeiros aminoácidos

limitantes, além de ser importante no sistema imunológico e ter nos seus metabólitos os

principais produtos envolvidos na regulação do consumo e do estresse (HENRY et al., 1992).

É precursor da serotonina, ácido nicotínico e melatonina. Estudos relatam que a serotonina é

um metabólito importante na regulação do apetite. Contudo, recentemente, foi percebido que

Page 13: LIMITES DA REDUÇÃO DE PROTEINA DIETÉTICA COM O USO DE

13

este aminoácido estimula a produção do hormônio grelina no plasma e sua expressão no

duodeno e estômago, ocasionando um aumento no consumo de ração (ZHANG et al., 2006).

Em processos inflamatórios a exigência de triptofano é maior, devido ao seu

desempenho intermediário no sistema imunológico. Entre as hipóteses que podem ser

consideradas uma delas é que o aumento do catabolismo do triptofano seja induzido pelas

citocinas, especialmente o interferón, e outra é que o fígado aumenta a demanda de triptofano

para gluconeogênese e síntese de proteínas na fase aguda (AJINOMOTO, 2003).

A valina é um aminoácido codificado pelo código genético, alifático, de cadeia

ramificada e semelhante à leucina e a isoleucina, tanto em estrutura como em função. Seu

papel é determinar a estrutura tridimensional das proteínas, representando cerca de 5% das

proteínas do organismo. As rações suplementadas com lisina, treonina, metionina, e triptofano

industriais, quatro primeiros aminoácidos limitantes, terá o nível de proteína bruta ajustada

pela exigência de valina, próximo aminoácido limitante, o qual deve ser fornecido na forma

de proteína integra do alimento ou pela valina industrial (AJINOMOTO, 2003).

Para FERREIRA et al. (2007) a fenilalanina, segundo as características químicas de

essencialidade e de direção no catabolismo, é classificado como aromático de caráter

hidrofóbico e com catabolismo tanto glicogênico como cetogênico. Precursor na síntese da

tirosina que transfere seu anel aromático para a síntese dos hormônios como a tiroxina,

adrenalina e noradrenalina, essenciais na adaptação do animal às mudanças ambientais.

A histidina é classificada como um aminoácido essencial, básico, de caráter hidrofílico

e com catabolismo exclusivamente glicogênico (LEHNINGER et al., 1995). Assim como a

fenilalanina, é constituinte de tecidos e estruturas protetoras, pele, plumas, matriz óssea,

ligamentos, bem como órgãos e músculos (NRC, 1994). Esse aminoácido é reconhecido como

precursor do hormônio histamina que tem como função principal o desencadeamento dos

sintomas alérgicos. Já foi muito estudada por seu papel na estimulação da resposta

inflamatória da pele e das membranas mucosas, tendo uma ação essencial na proteção e como

barreira durante uma infecção (LEHNINGER et al., 1995). Estimula a secreção digestiva de

gastrina, hormônio que ativa a produção de ácido clorídrico e pepsinogênio, indispensáveis

para a digestão da proteína da dieta e que é requerida para regular o uso de microminerais

como cobre, zinco, ferro, manganês e molibdênio (BERDANIER, 1998).

Considerado um aminoácido glucogênico, a arginina tem função importante em dietas

de leitões dos 3 aos 20 dias de idade (FULLER, 1994). Para WU, et al. (1995) este

aminoácido é o mais abundante carreador de nitrogênio no tecido muscular, sendo o regulador

do máximo crescimento em jovens mamíferos.

Page 14: LIMITES DA REDUÇÃO DE PROTEINA DIETÉTICA COM O USO DE

14

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os aminoácidos industriais possibilitam a redução do conteúdo proteico da dieta sem

comprometer o rendimento dos animais e permitem redução na excreção de nitrogênio para o

meio ambiente. Suprir as exigências nutricionais, através de dietas suplementadas com

aminoácidos, permite-se aos animais a caracterização do seu potencial genético, benefícios

econômicos e ambientais na produção.

AGRADECIMENTOS

Á Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e ao Programa de

Estudantes-Convênio de Pós-Graduação (PEC-PG).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALBINO, L.F.T.; SILVA, S.H.M.; VARGAS JUNIOR, J.G.; ROSTAGNO, H.S. Níveis de

metionina + cistina para frangos de corte de 1 a 21 e de 22 a 42 dias de idade. Revista

Brasileira de Zootecnia, v.28, p.519-525, 1999.

AJINOMOTO – Boletim Técnico 10. Exigências de treonina para suínos. Benefícios da

suplementação de L-treonina. 2003. Acessado em 05 de outubro de 2014. On line.

Disponível em: www.lisina.com.br.

BAKER, D.H. Partitioning of nutrients for growth and other metabolic functions. Poultry

Science, v.70, p. 1797-1805, 1991.

BERDANIER, C.D. Advanced nutrition micronutrients. Boca Raton: CRS Press, 1998.

34p.

BENATI, M. Níveis nutricionais utilizados nas dietas de suínos. In: SIMPÓSIO

INTERNACIONAL SOBRE EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS DE AVES E SUÍNOS, 1996,

Viçosa, MG. Anais...Viçosa, MG: Universidade Federal de Viçosa, 1996. p. 447-457.

BERGEN, W.G. & WU, G. Intestinal nitrogen recycling and utilization in health and disease.

Journal of Nutrition, v. 139, n. 5, p. 821-825, 2009.

Page 15: LIMITES DA REDUÇÃO DE PROTEINA DIETÉTICA COM O USO DE

15

BERTECHINI, A.G. Nutrição de Monogástricos, Lavras: Editora UFLA, 1 ed. 2006, 301p.

BREGENDAHL, K.; SELL, J. L.; ZIMMERMAN, D.R. Effect of low-protein diets on

growth performance and body composition of broiler chicks. Poultry Science, v 81:1156-

1167, 2002.

CALDERON, V.M.; JENSEN, L.S. The requirement sulfur amino acid by laying hens as

influenced by protein concentration. Poultry Science, v.69, n.6, p. 934 – 944, 2006

CHIARADIA, R.C. F. Níveis de Lisina e energia em rações formuladas com baixo teor de

proteína bruta para suínos em crescimento. 2008. 101 f. Dissertação (Mestrado)-

Universidade Federal de Lavras, Programa de Pós-Graduação em Zootecnia- UFL, Lavras –

MG, 2008.

CHIBA, L.I., KUHLERS, D.L., FROBISH, L.T., ET AL. 2002. Effect of dietary restrictions

on growth performance and carcass quality of pigs selected for lean growth efficiency.

Livestoc Prodution Science, v. 74, p. 93–102.

DI CAMPOS, M.S.; GIMENEZ, C.M.; DELSIN, H.R.; SAVASTANO JR., H. Redução da

proteína bruta da ração para suínos mantidos em termoneutralidade. In: III Jornada

Internacional de Proteínas e Colóides Alimentares - Faculdade de Zootecnia e Engenharia de

Alimentos FZEA/USP. Anais ..., Pirassunuanga/SP, 2004.

COSTA, F.G.P.; AMARANTE JR., V.S.; NASCIMENTO, P.A.B. Níveis de lisina para

frangos de corte nos períodos de 22 a 42 e de 43 a 49 dias de idade. Ciência Agrotécnica,

v.30, n.4, p.759-766, 2006.

DARI, R.L.; PENZ, A.M.; KESSLER, A.M. Use of digestible amino acids and the concept of

ideal protein in feed formulation for broilers. Journal of Applied Poultry Research, v.14,

n.2, p.195-203, 2005.

DIAMBRA, O H.; McCARTNEY, M.G. The effect of low protein finisher diets on broiler

males performance and abdominal fat. Poultry Science, v.64, p.2013-2015, 1995.

D’MELLO, J.P.F. Adverse effects of amino acid. In: D’MELLO, J.P.F. Amino acids in

animal nutrition. 2.ed. Edinburgh: CABI Publishing, p.187-202, 2003.

FERREIRA, R.A.; MIRANDA, R.; DONZELE, J.L.; SARAIVA, E.P.; SILVA, F.C.;

ORLANDO, U.A.D.; VAZ, R.G.M. Redução da proteína bruta e suplementação de

Page 16: LIMITES DA REDUÇÃO DE PROTEINA DIETÉTICA COM O USO DE

16

aminoácidos para suínos machos castrados dos 30 aos 60 kg mantidos em ambiente de alta

temperatura. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 36, n. 4, p. 818 – 824, 2007.

FERREIRA, R. A.; OLIVEIRA, R. F. M., DONZELE, J. L.; LOPES, D.C.,ORLANDO, U. A.

D.; RESENDE, W.O.; VAZ, R. G. M. V. redução da proteína bruta da ração para suínos

machos castrados dos 15 aos 30 kg mantidos em termoneutralidade. Revista Brasileira de

Zootecnia., v.32, n.6, p.1639-1646, 2003.

FIGUEROA, J.L.; LEWIS, A.J.; MILLER, P.S.; FISCHER, R.L.; GOMEZ, R.S.;

DIEDRICHSEN, R.M. Nitrogen metabolism and growth performance of gilts fed standard

corn-soybean meal diets or low-crude protein, amino acidsupplemented diets. Journal of

Animal Science, v. 80:2911-2919, 2002.

FRAGA, A.L. Exigência de lisina para suínos em fase inicial (15 a 30 kg), de dois grupos

genéticos, em rações formuladas de acordo com o conceito de proteína ideal. Maringá:

Universidade Estadual de Maringá, 2002. 46p. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) -

Universidade Estadual de Maringá, 2002.

FULLER, M.; WANG, T.C. Digestible ideal protein - a measure of dietary protein value. Pig

News Information, v.11, n.3, p.353-357, 1990.

FULLER, M. F. Amino acid requiriments for maintenance, body protein accretion and

reproduction in pigs. In: D´Mello, J. P .F. (ed) Amino acids in Farm Animal Nutrition.

Wallingford: CAB International, p. 155 – 184, 1994.

FIGUEROA, J.L.; LEWIS, A.J.; MILLER, P.S. Nitrogen balance and growth trials with pigs

fed low-crude protein, amino acid-supplemented diets. Nebraska Swine Report, 2000, 26-

28p.

FULLER, M.; WANG, T.C. Digestible ideal protein: a measure of dietary protein value.

Pig News and Information, Oxfordshire, v. 11, n. 3, p. 353-357, 1990.

GANDRA, E. R. S. Relação lisina digestível: energia metabolizável em dietas para suínos

dos 50 aos 100 kg de peso corporal. Tese (Doutorado em Zootecnia) Universidade Estadual

Paulista “Julio de Mesquita Filho” — Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia

Botucatu, 2012. Acessado em 05 de outubro de 2014. On line. Disponível em:

Page 17: LIMITES DA REDUÇÃO DE PROTEINA DIETÉTICA COM O USO DE

17

http://base.repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/105099/gandra_ers_dr_botfmvz.pdf?s

equence=1&isAllowed=y

GOMEZ, R.S.; LEWIS, A.J.; MILLER, P.S.; CHEN, H.Y. Growth performance, diet

apparent digestibility, and plasma metabolite concentrations of barrows fed corn-soybean

meal diets or low-protein, amino acid-supplemented diets at different feeding levels. J

Journal of Animal Science, v. 80:644-653, 2002.

GONZALES, E. Ingestão de alimentos: mecanismos regulatórios. In: MACARI, M.;

FURLAN, R.L.; GONZALES, E. (Ed.). Fisiologia aviária aplicada a frangos de corte. 2.ed.

Jaboticabal: Funep, 2002, 187-199p.

GOULART, C.C. Utilização de Aminoácidos Industriais e Relação Aminoácidos Essenciais:

Não Essenciais em Dietas para Frangos de Corte. Areia: Universidade Federal da Paraíba,

2010. 141f. Tese (Doutorado em Zootecnia) - Universidade Federal da Paraíba, 2010.

HARMS, R.H. & RUSSELL, G.B. Optimizing egg mass with amino acid supplementation of

a low-protein diet. Poultry Science, v.72, p.1892-1896, 1993.

HENRY, Y. Effects of dietary tryptophan deficiency in finishing pigs, according to age or

weight at slaughter or live weight gain. Livestock Production Science, v.41, p.63-76, 1995.

KESHAVARZ, K. & AUSTIC, R.E. The use of low-protein, low phosphorus, amino acid and

phytase supplemented diets on laying hen performance and nitrogen and phosphorus

excretion. Poultry Science, v.83, p.75-83, 2004.

KERR, B.J. & EASTER, R.A. Effect of feeding reduced protein, amino acidsupplemented

diets on nitrogen and energy balance in grower pigs. Journal of Animal Science, v. 73:3000-

3008, 1995.

KESSLER, A. M. Exigencias nutricionais para máximo rendimento de carne em suínos. In:

Simpósio sobre rendimento e qualidade da carne suína, 1998, Concórdia – SC, Anais

simpósio sobre rendimento e qualidade da carne suina. Concordia, 1998, 18-25p.

KIDD, M.T., KERR, B.J., HALPIN, K.M. Lysine levels in starter and grower-finisher diets

affect broiler performance and carcass traits. Journal of Applied Poultry Research, v.7, n.3,

p.351-58, 1998.

Page 18: LIMITES DA REDUÇÃO DE PROTEINA DIETÉTICA COM O USO DE

18

KIDD, M.T.; KERR, B.J.; ALLARD, J.P.; RAO, S.K.; HALLEY, J.T. Limiting Amino Acid

Responses in Commercial Broilers. Journal of Applied Poultry Research, v. 9, n. 2, p. 223-

233, 2000.

LEHNINGER, A. L.; NELSON, D. L.; COX, M. M. Princípios de bioquímica. Tradução de

W.R. Loodi, e A.A. Simões. São Paulo: Sarvier. 1995, 839 p.

LISBOA, J.S. & SILVA, D.J. Rendimento de carcaça de três grupos genéticos de frangos de

corte alimentados com rações contendo diferentes teores de proteína. Revista Brasileira de

Zootecnia, v.28, p.548-554, 1999.

LIU, H.J.; YI, G.F.; SPENCER, J. D.; FRANK, J.W.; ALLEE, G.L. Amino acid fortified all-

corn diets for late finishing gilts. Journal of Animal Science, v. 79, n. 2, p.63, 2001.

LOPEZ, J.; GOODBAND, R.D.; ALLEE, G.L. The effects of diets formulated on ideal

protein basis on growth performance, carcass characteristics, and thermal balance of finishing

gilts housed in a hot, diurnal environment. Journal of Animal Science, v.72, p.367-379,

1994.

MURAMATSU, T.; HIRAMOTO, K; TAKASI, I. Effect of protein starvation on protein

turnover in liver, oviduct and whole body of laying hens. Comparative Biochemistry and

Physiology, v.87, p.227-232, 1987.

NATIONAL RESEARCH COUNCIL – NRC. Nutrients requirements of poultry. 19 ed.

Washington, D.C., 1994.

NATIONAL RESEARCH COUNCIL – NRC. Nutrients requirements of swine. 10 ed.

Washington, D.C., 1998.

NATIONAL RESEARCH COUNCIL – NRC. Nutrients requirements of swine. 11 ed.

Washington, D.C., 2012.

OLIVEIRA, V.D.; FIALHO, E.T.; DE FREITAS L.J.A.; FONSECA DE FREITAS, R.T.;

SOUSA, R.V.; BERTECHINI, A.G. Desempenho e composição corporal de suínos

alimentados com rações com baixos teores de proteína bruta. Pesquisa Agropecuária

Brasileira, v. 41, n. 8, p. 1775-1780, 2007.

Page 19: LIMITES DA REDUÇÃO DE PROTEINA DIETÉTICA COM O USO DE

19

OLIVEIRA,V.; FIALHO.;LIMA, J. A. F.; FREITAS, R. T. F.; SOUSA, R. V.;

BETHERCHINI, A. G. Desempenho e composição corporal de suínos alimentados com

rações com baixos teores de proteína bruta. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v 41, n.12, p

1775-1780, 2006.

PARTRIDGE, I.G.; LOW, A.G.; KEAL, H.D. A note on the effect of feeding frequency on

nitrogen use in growing boars given diets with varying levels of free lysine. Animal

Production, v.40, n.2, p.375-377, 1985.

PARSONS, C.M.; BAKER, D.H. The concept and use of ideal protein in the feeding of non-

ruminants. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE PRODUÇÃO DE NÃO-RUMINANTES,

1994, Maringá. Anais... Maringá: Universidade Estadual de Maringá, 1994, 119-128p.

REZAEI, R.; WANG, W.; WU, Z.; DAI, Z.; WANG, J.; WU, G. Biochemical and

physiological bases for utilization of dietary amino acids by young Pigs. Journal of Animal

Science and Biotechnology, v. 4, n. 1, p. 7, 2013.

RIZZO, S.M.F.; EMYGDIO DE FARIA, D.; RIZZOLI, P.W., DOS SANTOS, A.M.;

SAKAMOTO, M.L.; BALTAZAR, H. R. Desempenho, qualidade dos ovos e balanço de

nitrogênio de poedeiras comerciais alimentadas com rações contendo diferentes níveis de

proteína bruta e lisina. Revista Brasileira de Zootecnia, v.39, n.6, p.1280-1285, 2010

ROSTAGNO, H.S.; BÜNZEN, S.; SAKOMURA, N.K.; ALBINO, L.F.T. Avanços

metodológicos na avaliação de alimentos e de exigências nutricionais para aves e suínos.

Revista Brasileira de Zootecnia, v.36, p. 295-304, 2007.

ROTZ, C.A. Management to reduce nitrogen losses in animal production. Journal of Animal

Science, v. 82, p. 119-137, 2004.

SAKOMURA, N.K. E ROSTAGNO, H.S. Métodos de pesquisa em nutrição de

monogástricos. Jaboticabal: Funep, 2007, 283p.

SALDANA, C.I.; KNABE, D.A.; OWEN, K.Q.; BURGOON, K.G.; GREGG, E.J. Digestible

threonine requirements of starter and finisher pigs. Journal of Animal Science, v.72, n.1,

p.144-150, 1994.

Page 20: LIMITES DA REDUÇÃO DE PROTEINA DIETÉTICA COM O USO DE

20

SALTER, D.N.; MONTGOMERY, A.I.; HUDSON, A. Lysine requirements and whole-body

protein turnover in growing pigs. British Journal Nutrition, v.63, n.3, p.503-13, 1990.

SINDICATO NACIONAL DA INDÚSTRIA DE ALIMENTAÇÃO ANIMAL –

SINDIRAÇÕES. Estratégias para reduzir a excreção e perda de nutrientes em aves e suínos.

Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil. 2011, 13 p. Acessado em 05 de outubro de 2014. On-

line. Disponível em: http://sindiracoes.org.br/wp-

content/uploads/2012/06/livro_nutricao_responsavel_sindiracoes2012.pdf.

STAHLY, T.S.; CROMWELL, G.L.; ROBE, G.R. Influence of thermal environment and

dietary protein regimen on the responses of pigs to ractopamine. Journal of Animal Science,

v.69 n. 1, p.121, 1991.

SHELTON, J.L.; HEMANN, M.D.; STRODE, R.M.; BRASHEAR, G.L.; ELLIS, M.;

MCKEITH, F.K.; BIDNER, T.D.; SOUTHERN, L.L. Effect of different protein sources on

growth and carcass traits in growing-finishing pigs. Journal of Animal Science, v. 79:2428-

2435, 2001.

SHRIVER, J.A.; CARTER, S.D.; SUTTON, A.L. Effects of adding fiber sources to reduced-

crude protein, amino acid supplemented diets on nitrogen excretion, growth performance, and

carcass traits of finishing pigs. Journal of Animal Science, v.81, n.2, p.492-502, 2003.

SUTTON, A.L.; KEPHARDT, K.B.; VERSTEGEN, M.W.A. et al. Potential for reduction of

odorous compounds in swine manure through diet modification. Journal of Animal Science,

v.77, n.2, p.430-439, 1999.

SOLBERG, J., BUTTERY, P.J.; BOORMAN, K.N. Effect of moderate methionine deficiency

on food, protein and energy utilization in the chick. British Poultry Science, v.12, p.297-304,

1971.

SUMMERS, J.D. Reducing nitrogen excretion of the laying hen by feeding lower crude

protein diets. Poultry Science, v.72, p.1473-1478, 1993.

TRINDADE NETO, M. A.; BERTO, D. A.; ALBUQUERQUE, R.; SCHAMMASS AP.E.;

Miguel, C. W. Níveis de proteína em dietas de suínos em fase de crescimento e terminação.

Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science, v. 46, n. 6, p. 474-483,

2009.

Page 21: LIMITES DA REDUÇÃO DE PROTEINA DIETÉTICA COM O USO DE

21

TUITOEK, K.; YOUNG, L.G.; KEER, B.J. et al. Digestible ideal amino acid patter for

growing-finishig pigs fed pratical DIETS. Journal of Animal Science, v.71, n.1, p.167, 1993.

VAN, T.A.T.; KIM, I. B.; JANSMAN, A.J.M.; VERSTEGEN, M.W.A.; HANCOCK, J.D.;

LEE, D.J.; GABERT, V.M.; ALBIN, D.M.; FAHEY, G.C.; GRIESHOP, C.M.; MAHAN, D.

2002. Regional and processor variation in the ileal digestible amino acid content of soybean

meals measured in growing swine. Journal of Animal Science, v. 80: 429-439, 2002.

VIOLA, T.H.; RIBEIRO, A.M.L.; BERETTA NETO, C. et al. Formulação com aminoácidos

totais ou digestíveis em rações com níveis decrescentes de proteína bruta para frangos de

corte de 21 a 42 dias de idade. Revista Brasileira de Zootecnia. v.37, n.2, p.303-310, 2008.

WAIBEL, P.E.; CARLSON, C.W.; BRANNON, J.A. Limiting amino acids after methionine

and lysine with growing turkeys fed low-protein diets. Poultry Science, v.79, p.1290-1298,

2000.

WALLACE, J.R. & CHESSON, A. Biotechnology in Animal Feeds and Animal Feeding.

John Wiley & Sons, 2008, 100-103p.

WATFORD, M.; KUTSCHENKO, M.; NOGUEIRA. Optimal dietary glutamine for growth

and development. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 40, p. 384-390, 2011.

WHITTEMORE, C. The science and practice of pig production. 1.ed. London: Longman

Group, 1993. 661p.

WU, G.; KNABE, D.A.; YAN, W. Glutamine and glucose metabolism in enterocytes of the

neonatal pig. American Journal of Physiology, v. 268:334–R342, 1995.

WU, G.; WU, Z.L.; DAI, Z.L.; YANG, Y.; WANG, W.W.; LIU, C.; WANG, B.; WANG,

J.J.; YIN, Y.L. Dietary requirements of “nutritionally nonessential amino acids” by animals

and humans. Amino Acids, v. 44:1107–1113, 2013.

WU, G. Dietary requirements of synthesizable amino acids by animals: a paradigm shift in

protein nutrition. Journal of Animal Science and Biotechnology, v. 5: 34, 2014.

WU, R.; BAZER, F.W.; DAI, Z.; LI, D.; JUNJUN, W.; WU, Z. Amino Acid Nutrition in

Animals: Protein Synthesis and Beyond. Annual Review of Animal Biosciences, v.2, p. 387-

417, 2014.

Page 22: LIMITES DA REDUÇÃO DE PROTEINA DIETÉTICA COM O USO DE

22

ZANELLA, I.; D’ÁVILA, A.; RABER, M. Proteína ideal: conceito e aplicação na nutrição de

aves e suínos. Zootec, Brasília, DF. 2004.

ZHANG, H.; YIN, J.; ZHOU, D.L.X.; LI, X. Tryptophan enhances ghrelin expression and

secretion associated with increased food intake and weight gain in weanling pigs. Domestic

Animal Endocrinology, v. 33, n. 1:47-61, 2006.

ZANGERONIMO, M. G.; FIALHO, E. Z., LIMA, J. A. F.; RODRIGUES, P. B,; MURGAS,

L. D. S. Redução do nível de proteína bruta da ração suplementada com aminoácidos

sintéticos para leitões na fase inicial. Revista brasileira de Zootecnia, Viçosa, v.35, n. 3, p.

849-856, maio-jun 2006.