levantamento de práticas de programação e controle operacional

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LEVANTAMENTO DE PRÁTICAS DE PROGRAMAÇÃO E CONTROLE OPERACIONAL EM OBRAS HABITACIONAIS QUE OTIMIZAM A PRODUTIVIDADE Meggie Oliveira de Araujo Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheira. Orientador: Jorge dos Santos Rio de Janeiro Agosto de 2015

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Page 1: levantamento de práticas de programação e controle operacional

LEVANTAMENTO DE PRÁTICAS DE PROGRAMAÇÃO E

CONTROLE OPERACIONAL EM OBRAS HABITACIONAIS

QUE OTIMIZAM A PRODUTIVIDADE

Meggie Oliveira de Araujo

Projeto de Graduação apresentado ao Curso de

Engenharia Civil da Escola Politécnica,

Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte

dos requisitos necessários à obtenção do título de

Engenheira.

Orientador: Jorge dos Santos

Rio de Janeiro

Agosto de 2015

Page 2: levantamento de práticas de programação e controle operacional

ii

Levantamento de práticas de programação e controle operacional em

obras habitacionais que otimizam a produtividade

Meggie Oliveira de Araujo

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO

DE ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE

FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS

NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRA CIVIL.

Examinado por:

________________________________________________

Prof. Jorge dos Santos, D.Sc.

________________________________________________

Profª. Ana Catarina Jorge Evangelista, D.Sc.

________________________________________________

Profª. Isabeth da Silva Mello, M.Sc.

________________________________________________

Prof. Wilson Wanderley da Silva, D.Sc.

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

AGOSTO de 2015

Page 3: levantamento de práticas de programação e controle operacional

iii

Araujo, Meggie Oliveira de

Levantamento de práticas de programação e controle

operacional em obras habitacionais que otimizam a

produtividade / Meggie Oliveira de Araujo – Rio de Janeiro: UFRJ/

Escola Politécnica, 2015.

xvi, 66 p.: il.; 29,7cm

Orientador: Jorge dos Santos

Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso de

Engenharia Civil, 2015.

Referências Bibliográficas: p. 54-56.

1. Controle e programação 2. Produtividade 3. Obras

habitacionais

I. Santos, Jorge II. Universidade Federal do Rio de Janeiro,

UFRJ III. Engenheira civil

Page 4: levantamento de práticas de programação e controle operacional

iv

“Nossos sonhos podem se tornar em realidade

se os desejarmos tanto a ponto de correr atrás deles ”.

Walt Disney

Page 5: levantamento de práticas de programação e controle operacional

v

AGRADECIMENTOS

À Deus, pelo dom da vida e a oportunidade de aprender.

Aos meus avós, Douglas, Maria e Abigail ,por todos esses anos de dedicação e

amor. Obrigada por me acolherem em sua casa como uma filha.

Aos meus pais, Márcia e Ademir, pelo apoio incansável em todos os

acontecimentos da minha vida. Obrigada por sempre acreditarem em mim.

Aos meus irmãos Rafael e Magnis, pelo companheirismo e diversão. A minha

vida é melhor graças a vocês.

Ao meu noivo Sérgio Leandro, por toda ajuda nos estudos e na vida, pela

paciência e pela nossa família.

Ao meu tio e padrinho Mirtoni, por ter me apresentado a primeira planta baixa

da minha vida, e pelo apoio nessa caminhada.

Aos meus grandes amigos e colegas Pedro, Camila, Liz, Isabela e Juliana, pelas

madrugadas de estudo, parceria nos trabalhos e amizade. Essa caminhada foi muito mais

gostosa com vocês do meu lado.

Ao meu orientador Jorge dos Santos, pelos ensinamentos, paciência e dedicação.

Este trabalho não teria o mesmo valor sem a sua ajuda.

Aos meus colegas de trabalho e da vida, pela ajuda e apoio durante a realização

desse projeto, e paciência pelas constantes ausências.

Page 6: levantamento de práticas de programação e controle operacional

vi

Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte

dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheira Civil.

Levantamento de práticas de programação e controle operacional em obras

habitacionais que otimizam a produtividade

Meggie Oliveira de Araujo

Agosto/2015

Orientador: Jorge dos Santos

Curso: Engenharia Civil

Em virtude dos grandes números de obras que não cumprem os prazos de entrega, o

planejamento e o controle operacional tem ganhado cada vez mais força na construção

civil. Principalmente nas construções com destino habitacional, onde os proprietários

entram com ações judiciais por conta dos inconvenientes sofridos devido à espera do

seu lar. E isso gera mais custos para empresas, além dos custos fixos que são os

necessários para que a obra progrida. Este trabalho visa apresentar algumas práticas de

controle e programação que auxiliam na melhora da produtividade e assim, evitam

atrasos e reduzem custos.

Palavras-chave: obras habitacionais, controle e programação, produtividade

Page 7: levantamento de práticas de programação e controle operacional

vii

Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfilment of the

requirements for degree of Civil Engineer.

Survey of programming practices and operational control in housing works that

optimize productivity

Meggie Oliveira de Araujo

August/2015

Advisor: Jorge dos Santos

Course: Civil Engineering

Due to the large numbers of works that do not meet the delivery deadlines, planning and

operational control has gained increasing strength in construction. Especially in

buildings with housing destination, where the owners come with lawsuits on behalf of

the disadvantages suffered due to waiting for your home. And it generates more costs

for companies, in addition to the fixed costs that are necessary for the work progress.

This paper aims to present some control and programming practices that help in the

improvement of productivity and thus avoid delays and reduce costs.

Keywords: housing works, control and scheduling, productivity

Page 8: levantamento de práticas de programação e controle operacional

viii

SUMÁRIO

ÍNDICE DE TABELAS ................................................................................................ xi

ÍNDICE DE FIGURAS ................................................................................................ xii

LISTA DE SIGLAS ...................................................................................................... xv

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 1

1.1 Apresentação do Tema ................................................................................... 1

1.2 Objetivo ........................................................................................................... 1

1.3 Justificativa da Escolha do Tema .................................................................. 1

1.4 Estrutura da Monografia ............................................................................... 2

2 OBRAS HABITACIONAIS - CONTEXTUALIZAÇÃO ................................... 3

2.1 Obras Habitacionais de Interesse Social ...................................................... 4

2.2 Outros Tipos de Obras Habitacionais .......................................................... 5

2.3 Características das Empresas que Atuam neste Segmento ........................ 6

3 PLANEJAMENTO, CONTROLE E REPLANEJAMENTO DE OBRAS

HABITACIONAIS ......................................................................................................... 8

3.1 Aspectos Gerais ............................................................................................... 8

3.2 Estruturas de planejamento utilizadas pelas construtoras ....................... 11

3.2.1 Planejamento Desenvolvido por Pessoal Próprio ......................................... 12

3.2.2 Planejamento Desenvolvido por Pessoal Terceirizado ................................. 14

3.2.3 Planejamento desenvolvido de forma mista .................................................. 15

Page 9: levantamento de práticas de programação e controle operacional

ix

3.3 Controle e Replanejamento ......................................................................... 15

3.4 Dificuldades, Facilidades e Consequências na Produtividade das Obras 17

4 PRODUTIVIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL ............................................. 19

4.1 Produtividade - Visão Geral ........................................................................ 19

4.2 Produtividade na Construção Civil ............................................................ 20

4.3 Produtividade em obras habitacionais ....................................................... 21

4.4 Fatores que influenciam a produtividade ................................................... 24

4.5 Medição de produtividade de mão de obra ................................................ 26

5 INDICADORES DE PRODUTIVIDADE .......................................................... 29

5.1 Aspectos Gerais ............................................................................................. 29

5.2 Medição e Monitoramento dos Indicadores ............................................... 31

5.3 Indicadores Médios da Construção Civil ................................................... 33

6 ESTUDO DE CASO ............................................................................................. 35

6.1 Características dos empreendimentos em estudo ...................................... 35

6.2 Características da Construtora Envolvida no Estudo .............................. 35

6.3 Materialização do Planejamento e Controle no Canteiro de Obras ........ 36

6.4 Indicadores de Produtividade...................................................................... 36

6.5 Estudo Comparativo .................................................................................... 38

6.6 Resultado e Considerações Finais ............................................................... 44

7 CONCLUSÕES ..................................................................................................... 52

Page 10: levantamento de práticas de programação e controle operacional

x

7.1 Considerações finais ..................................................................................... 52

7.2 Sugestão para trabalhos futuros ................................................................. 53

Bibliografia .................................................................................................................... 54

Anexos ............................................................................................................................ 57

Page 11: levantamento de práticas de programação e controle operacional

xi

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 – Indicadores de Produtividade de formas de escada – Fonte TCPO 13ª edição

................................................................................................................................. 34

Tabela 2 - Indicadores médio de produtividade na construção Habitacional – Fonte

TCPO 13ª Edição e tabela Badra ............................................................................. 34

Tabela 3 - Indicadores de referência de produtividade adotados pela empresa ............. 37

Tabela 4 – Índices de produtividade aferidos nas obras em estudo ............................... 38

Tabela 5- Comparativo de indicadores ........................................................................... 45

Page 12: levantamento de práticas de programação e controle operacional

xii

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Classificação das habitações (NBR12721:2005) ............................................ 6

Figura 2 – Classificação das habitações (NBR12721:2005) ............................................ 6

Figura 3 – Principais causas de atrasos (CARDOSO, 2010) ............................................ 9

Figura 4 - Fases do ciclo de vida de um projeto (QUALHARINI, 2015) ...................... 10

Figura 5 – Processos de Planejamento, segundo Guia PMBOK, 5ª edição ................... 11

Figura 6 - Ciclo PDCA .................................................................................................. 17

Figura 7– Ilustração de Processo – (Autor, 2015) .......................................................... 19

Figura 8 – Principais itens responsáveis pela dificuldade em investimento em máquinas

e equipamentos. Fonte: FGV - 2010 ....................................................................... 23

Figura 9 – Distribuição de escolaridade na construção civil no ano de 2003. Fonte:

FGV - 2010 .............................................................................................................. 24

Figura 10 - Distribuição de escolaridade na construção civil no ano de 2003. Fonte:

FGV - 2010 .............................................................................................................. 24

Figura 11 – Tabela de campo para medição de produtividade (Autor, 2015) ................ 33

Figura 12- Evolução da Obra X ...................................................................................... 39

Figura 13 - Evolução da produção da Obra X ................................................................ 40

Figura 14 – Evolução da Obra Y .................................................................................... 42

Figura 15– Evolução da produção da Obra Y ................................................................ 42

Figura 16 – Evolução da Obra Z .................................................................................... 43

Figura 17 - Evolução da Produção da Obra Z ................................................................ 44

Figura 18 – Comparativo de Indicadores ...................................................................... 45

Figura 19 – Comparativo de tempo planejado x executado ........................................... 47

Figura 20 - Comparativo de tempo planejado x executado ............................................ 48

Figura 21 - Comparativo de tempo planejado x executado ............................................ 48

Figura 22 – Construção em alvenaria estrutural ............................................................. 49

Page 13: levantamento de práticas de programação e controle operacional

xiii

Figura 23 – Içamento de lajes ......................................................................................... 49

Figura 24 – Obra X ......................................................................................................... 50

Figura 25 – Obra Y ......................................................................................................... 50

Figura 26 – Obra Z ......................................................................................................... 51

Page 14: levantamento de práticas de programação e controle operacional

xv

LISTA DE SIGLAS

CEF Caixa Econômica Federal;

TCPO Tabela de composição de Preços para Orçamentos;

PDCA Plan, Do, Check, Act; Planejar, Fazer, Checar, Atuar

PMBOK Project Management Body of Knowlodge, Guia do Conhecimento em

Gerenciamento de Projetos

SPDR Secretaria de planejamento e desenvolvimento regional

PBQP – H Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade Habitacional

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

PAC Programa de aceleração do crescimento

MCMV Minha casa minha vida

ANTAQ Agência nacional de transportes aquaviários

Page 15: levantamento de práticas de programação e controle operacional

1

1 INTRODUÇÃO

1.1 Apresentação do Tema

Em virtude do déficit habitacional e da necessidade de atender à demanda crescente

de habitações, as obras habitacionais tem ganhado força nos últimos tempos. Porém

devido aos atrasos de entrega e seu histórico de baixa produtividade são exemplos de

má gestão e falhas de planejamento. (ABIKO, 1995)

O planejamento falho, ou inexistente abre margens para erros, o que pode

comprometer a produção da obra, contribuindo para o crescimento dos atrasos e

aumento dos custos. Por esta razão, este trabalho mostra a importância de se estabelecer

sistemáticas de planejamento e controle operacional, assim como seus benefícios para a

produtividade.

1.2 Objetivo

Este trabalho tem por objetivo apresentar como a produtividade em obras

habitacionais pode ser otimizada devido às práticas de gerenciamento no planejamento e

controle das atividades, e disponibilizar bibliografia sobre o tema.

1.3 Justificativa da Escolha do Tema

O tema foi escolhido devido à sua importância para o setor da construção civil. Pois

com a evolução da tecnologia otimizando técnicas de planejamento e controle, além de

novos matérias e métodos construtivos, devemos explorá-la ao máximo para obter

melhor desempenho de produção, assim superando os indicadores atuais de

produtividade (TCPO, 13ª ed.), reduzindo custos e melhorando os prazos sem perder a

qualidade. Metodologia

Para se obter dados suficientemente confiáveis e com abordagem prática, este

trabalho adotou uma metodologia em 3 etapas:

a) Pesquisa bibliográfica em trabalhos acadêmicos, artigos científicos, e livros,

acerca dos temas de Obras Habitacionais, planejamento, Produtividade e seus

indicadores .

b) Elaboração da monografia com base no material supracitado

Page 16: levantamento de práticas de programação e controle operacional

2

c) Estudo de 3 empreendimentos para analisar e comparar o planejamento e

controle das obras e seus efeitos na produtividade.

1.4 Estrutura da Monografia

O Presente trabalho contempla sete capítulos que abordam desde a

contextualização de obras habitacionais aos indicadores de produtividade. Também será

apresentado um estudo de caso sobre a produtividade em obras habitacionais de baixo

padrão e os resultados gerados pela diferença de planejamento.

O primeiro capítulo apresenta uma introdução ao tema, evidencia sua importância,

e apresenta o trabalho: sua metodologia e estrutura.

O segundo capítulo apresenta o conceito de obras habitacionais, como são

executadas e suas características

O terceiro capítulo do planejamento, seus tipos e concepção. Aborda a importância

do controle e a quando há a necessidade de replanejamento.

O quarto capítulo apresenta a idéia de produtividade e sua importância na

construção civil.

O quinto capítulo fala dos indicadores de produtividade, como são estabelecidos,

medidos e monitorados. Também são apresentados os valores utilizados na construção

habitacional.

O sexto capítulo apresenta o estudo de caso sobre os diferentes tipos de

planejamento e os resultados na produtividade.

O sétimo capítulo apresenta as conclusões geradas ao final do trabalho.

Page 17: levantamento de práticas de programação e controle operacional

3

2 OBRAS HABITACIONAIS - CONTEXTUALIZAÇÃO

“O termo, edificação multifamiliar ou multiresidencial é utilizado como

referência aos edifícios de apartamentos e casas, cuja obra de edificação é

dimensionada e destinada à habitação de mais de uma família ou mais de

duas unidades residenciais conforme referido na Legislação Municipal

(glossário da Lei nº 1.574/67).

O projeto de lei complementar nº 31/2013 que institui o código de

obras e edificações da cidade do Rio de Janeiro, em seu artigo 6º classifica

as edificações considerando as suas funções:

I. Edificação residencial – Possui função residencial permanente que pode

se subdividir em 3 categorias:

a) Unifamiliar – Abriga uma unidade residencial;

b) Bifamiliar – Abriga duas unidades residenciais, superpostas ou

justapostas;

c) Multifamiliar – Abriga mais de duas unidades residenciais.”

(CASTRO, 2015)

Segundo MELHADO (1998) o processo de elaboração de projeto na construção de

edifícios multiresidenciais é composto por várias especialidades de projetos como

arquitetura, estruturas, sistemas prediais, entre outros. Tais projetos podem ser de baixo,

médio ou alto padrão. E tais características tem influência direta na produtividade.

Em obras de baixo padrão, podemos ver técnicas construtivas e materiais padronizados.

Pois assim consegue-se aumentar a velocidade de produção e reduzir o custo.

Em obras de médio padrão, há uma leve modificação entre as unidades familiares,

cabendo ao proprietário optar pelas opções que a construtora oferece. Estas podem ser

pisos diferentes, pintura modificada, e outros itens de acabamento. Essas modificações,

apesar de singelas, tem grande peso na velocidade de produção.

Em obras de alto padrão, há grande diferença entre as unidades. Estas modificações

atendem a um grau de exigência maior. Elas podem ser desde itens de acabamentos até

tipos de modificações estruturais. Essa mudança de padrão entre uma unidade e outra

consome muito tempo da equipe, gerando grande custo e impacto na produção.

Page 18: levantamento de práticas de programação e controle operacional

4

2.1 Obras Habitacionais de Interesse Social

O Déficit Habitacional é definido como a necessidade de construção de novas

habitações, considerando a carência e a substituição de habitações que estejam em

situação precária (FIESP, 2012). As obras habitacionais, destinadas a população de

baixa renda, tem como principal objetivo reduzir o déficit habitacional no Brasil.

A habitação popular ou de interesse social, é um termo que genericamente define

uma solução de moradia voltada para a população de baixa renda, que não deve ser

entendida meramente como um produto, e sim como um processo, com dimensão física,

mas também como resultado de um processo complexo de produção como

determinantes políticos, sociais, econômicos, jurídicos, ecológicos e tecnológicos

(ABIKO, 1995).

Habitação é um produto caro e de difícil acesso, considerado o padrão de renda da

maior parte da população. Como consequência, a existência de programas que permitam

a disponibilidade de financiamento habitacional, dentro de custos adequados, é um fator

crítico, tanto no processo de produção, como na aquisição de moradias (GREEN e

WATCHER, 2007).

No Brasil, as obras habitacionais de interesse popular são executadas com

processos rápidos e de baixo custo. Nos projetos, os locais escolhidos são bairros de

população de baixa renda e com área disponível para a construção de muitas unidades.

Segundo (RIBEIRO, 2014), a padronização pode ser implantada em um determinado

projeto em diversas etapas e de diversas formas. No que diz respeito aos sistemas

construtivos, a maneira mais simples e segura de se garantir um padrão é a utilização de

sistemas industrializados. Por esta razão, as construtoras estão se modernizando e

utilizando novos métodos construtivos, visando padronizar a produção, otimizar sua

produtividade e cumprir o prazo.

Atualmente, o método construtivo mais empregado nas obras habitacionais de

baixo padrão é a alvenaria estrutural. Por se tratar de uma técnica onde não há pilares e

vigas, pois as paredes tem função de estrutura e assim o consumo de concreto e aço é

menor, há a redução dos custos da obra e diminuição no tempo de construção.

(PARSEKIAN)

Em geral, no início do projeto, a construtora recebe um valor de até 5% do total

orçado para iniciar o empreendimento. Durante a execução, um fiscal do banco

financiador visita a obra e analisa o percentual executado, e então um valor

Page 19: levantamento de práticas de programação e controle operacional

5

correspondente àquele percentual é liberado para a empresa. As empresas possuem um

cronograma gerado pelo planejamento da empresa e aprovado pelo banco. Tal

cronograma deve ser respeitado para a liberação dos pagamentos mensais.

Os empreendimentos são em grande escala com no mínimo 99 unidades. As

empresas buscam aproveitar todo o terreno, construindo vários prédios com um grande

número de unidades em cada um. Para racionalizar a construção, os empreendimentos

possuem poucas mudanças de arquitetura. Em geral, uma construtora desenvolve o

mesmo modelo para várias construções. Utilizando e reutilizando formas e escoras

diversas vezes.

Por utilizarem um padrão de método construtivo, suas atividades ganham agilidade

de execução e melhoria na qualidade de entrega. As obras são destinadas, em grande

parte, ao programa minha casa minha vida do governo federal. E seu padrão varia

conforme a faixa salarial do cliente de destino. Conforme divulgado pelo Ministério do

Planejamento, as faixas são: até 3 salários mínimos, de 3 a 6 salários mínimos e de 6 a

10 salários mínimos. (PAC – MCMV, 2015)

2.2 Outros Tipos de Obras Habitacionais

As edificações vêm-se tornando cada vez mais complexas no que diz respeito à

necessidade dos clientes e em relação a novos materiais e tecnologias. Uma parte da

complexidade dos projetos modernos é relacionada ao produto e outra parte ao processo

de produção. As condições técnicas e econômicas que limitam o desenvolvimento de

empreendimentos são especificas para cada novo projeto, e a experiência prévia dos

projetistas muitas vezes não cobre aspectos particulares que o cliente vê como

imperativos (TZORTZOPOULOS, 1999).

Segundo a NBR 12721:2005, as unidades habitacionais podem ser classificadas por

um padrão atendendo às especificações das figuras 1 e 2:

Page 20: levantamento de práticas de programação e controle operacional

6

Figura 1 – Classificação das habitações (NBR12721:2005)

Figura 2 – Classificação das habitações (NBR12721:2005)

Devido a diversidade e complexidade dos projetos, as construtoras utilizam as

técnicas mais apropriadas para cada caso. Pode-se utilizar técnicas mais econômicas

para projetos mais simples, e outras mais rápidas para projetos com prazos mais curtos.

As técnicas também são escolhidas de acordo com o material a ser utilizado. No caso

das obras habitacionais, os acabamentos utilizados são escolhidos de acordo com o

padrão da habitação. (NBR12721:2005).

2.3 Características das Empresas que Atuam neste Segmento

A construção civil, assim como a maioria das indústrias, evoluiu bastante ao longo

do tempo e hoje existem muitas técnicas construtivas que utilizam tecnologia de ponta

aliadas a uma boa gestão de recursos. Porém, ainda nos dias de hoje é possível encontrar

Page 21: levantamento de práticas de programação e controle operacional

7

muitas obras utilizando processos construtivos defasados, de produção altamente

artesanal e improvisados. (SANTIAGO, 2008)

Com a competitividade de mercado, as empresas de construção civil estão

investindo em novas técnicas construtivas, de modo a se ganhar em qualidade,

produtividade, custos, prazos e até mesmo em sustentabilidade. As empresas que ainda

utilizam métodos artesanais na construção estão se modernizando e optando por

métodos construtivos industriais, como o uso de peças pré- moldadas, painéis drywall, e

outras técnicas construtivas a seco.

As construtoras que atuam no setor habitacional tem feito forte investimento em

técnicas construtivas de montagem, pois assim, diminuem o tempo da construção,

consequentemente, reduzindo os custos, e reduzindo os riscos de ações judiciais por não

cumprimento de prazos.

Segundo a Lei nº 4.591, considera-se incorporação imobiliária a atividade exercida

com o intuito de promover e realizar a construção, para alienação total ou parcial (antes

da conclusão das obras), de edificações ou conjunto de edificações compostas de

unidades autônomas, sob o regime de condomínio. Muitas empresas construtoras

também atuam na incorporação de suas edificações, mas também há empresas que

atuam em parceria com incorporadoras. Esse item depende da estrutura da empresa e da

necessidade de marketing para a venda das unidades.

Empresas construtoras com boa reputação no mercado, em geral, incorporam suas

obras. Pois para quem compra a unidade habitacional é importante acreditar que

recebera o produto final, e dentro do prazo estipulado. Empresas construtoras de

pequeno a médio porte, ou novas no mercado, realizam parcerias com outras empresas

para a realização da incorporação do seu empreendimento.

Page 22: levantamento de práticas de programação e controle operacional

8

3 PLANEJAMENTO, CONTROLE E REPLANEJAMENTO DE

OBRAS HABITACIONAIS

3.1 Aspectos Gerais

Planejamento, numa visão mais ampla, é conceituado como um processo de

avaliação e tomada de decisões inter-relacionadas antes que haja alguma ação, em uma

situação na qual se acredite que ao menos algo seja feito, um estado desejado no futuro

provavelmente não ocorrerá; e se a ação adequada for tomada, a probabilidade de um

resultado favorável, pode ser aumentada. (ACKOFF, 1981). Segundo (LAUFER, 1992),

planejamento é um conjunto de componentes: processos de tomada de decisão;

processos de integração; processos de hierarquização; processos de coleta de dados,

análise e desenvolvimento de alternativas, desenvolvimento de procedimentos;

apresentações em formato de planos; e implementação.

Segundo RESENDE (2013), Ao longo dos anos, vários profissionais em seus

estudos sobre os problemas dos atrasos na construção, têm dividido as causas dos

atrasos, reunindo-os de acordo com a sua origem. Os grupos comumente adotados pelos

investigadores são:

a) Atrasos relacionados com os donos de obras;

b) Atrasos relacionados com os empreiteiros;

c) Atrasos relacionados com o contrato;

d) Atrasos relacionados com o projeto;

e) Atrasos relacionados com a fiscalização;

f) Atrasos relacionados com as relações institucionais;

g) Atrasos relacionados com a mão de obra;

h) Atrasos relacionados com os equipamentos;

i) Atrasos relacionados com os materiais;

j) Atrasos relacionados com fatores externos.

Por essa razão, o Planejamento e Controle da Produção são instrumentos

importantes para a gestão da obra, podendo subsidiar políticas para redução de custos e

aumento da motivação no trabalho. Também visando corrigir e evitar os problemas

causadores dos atrasos.

Page 23: levantamento de práticas de programação e controle operacional

9

Na figura 3 (CARDOSO, 2010) indicam-se as principais causas de atrasos

identificados pelos estudos anteriores. Existem causas comuns a todos os estudos

realizados e que não se prendem a localização ou a época em que foram feitos. Estas

causas estão relacionadas com a natureza do próprio projeto, como o seu planejamento e

o seu controle, ou as alterações de ordens por parte do proprietário da obra.

Figura 3 – Principais causas de atrasos (CARDOSO, 2010)

O planejamento de empreendimentos é um processo contínuo e não linear que

ocorre ao longo do seu ciclo de vida (KERZNER, 2002), conforme a figura 4 ilustra:

Page 24: levantamento de práticas de programação e controle operacional

10

Figura 4 - Fases do ciclo de vida de um projeto (QUALHARINI, 2015)

Analogamente, pode-se dizer que uma obra habitacional é um projeto, e conforme a

figura 2, o planejamento acontece desde a fase inicial, onde sua importância é maior, até

a fase de encerramento.

O planejamento é a definição do momento em que cada atividade deve ser

concluída e o desenvolvimento de um plano de produção que mostre as entregas das

atividades, conforme necessidade e ordem de execução. Além disso, o mesmo é

responsável em demonstrar o tipo de atividade a ser executada, quando executar, os

sistemas construtivos e os recursos utilizados (CARDOSO; ERDMANN, 2001).

Para obras habitacionais é estudado o prazo da obra e as ações que devem ser

tomadas para que o mesmo seja cumprido e quanto isso irá custar. Neste estudo entram

os materiais que deverão ser comprados e quando devem ser comprados, de modo que

os mesmos estejam disponíveis quando estiver na sua fase de uso; A quantidade de

pessoas para a realização e as funções necessárias para desempenhar os serviços

programados; As máquinas que serão utilizadas e em que fase da obra as mesmas serão

necessárias. (PMBOK, quinta edição)

Assim, com as informações supracitadas em mãos, o planejamento inicial é

concebido. Após sua apresentação para a equipe responsável, o material orçado começa

a ser comprado e enviado para o local da obra, a mão de obra necessária é contratada e

os serviços começam a ser executados, e dessa forma começa a ser concebido o que foi

planejado.

Page 25: levantamento de práticas de programação e controle operacional

11

O guia PMBOK divide o planejamento em 24 processos, conforme ilustra a figura

5:

Figura 5 – Processos de Planejamento, segundo Guia PMBOK, 5ª edição

3.2 Estruturas de planejamento utilizadas pelas construtoras

Há uma grande variedade de construtoras que atuam no setor de obras

habitacionais, e as mesmas podem ser divididas em grupos distintos conforme suas

estruturas. Por conta disso, os estilos de gerenciamento podem variar conforme

complexidade da estrutura da empresa e dos projetos.

O planejamento pode ser concebido pela empresa construtora, por uma empresa

terceirizada, ou pode haver uma combinação destes.

Page 26: levantamento de práticas de programação e controle operacional

12

3.2.1 Planejamento Desenvolvido por Pessoal Próprio

Em virtude do grande número de obras com atraso, o planejamento vem ganhando

mais importância na construção civil. Por esta razão, as construtoras estão investindo

cada vez mais no setor de planejamento. Pois desta maneira há um melhor controle das

atividades exercidas, reduzindo possíveis falhas e atrasos, o que reduz os custos.

(ARAUJO e MEIRA, 2008)

O planejamento feito pela equipe da obra tem se mostrado como uma boa opção

para a obra. Com a equipe no local e em contato com as demais áreas, o planejamento

das atividades e controle das mesmas se torna mais eficaz devido à facilidade de

comunicação e melhor conhecimento do projeto.

O planejamento pode ser consolidado pelo pessoal próprio de uma empresa

construtora de duas formas: equipe de planejamento alocada a um empreendimento, e

equipe de planejamento alocada ao escritório central da construtora com abrangência a

várias obras.

A primeira, via de regra, é utilizada quando o empreendimento a ser construído é

de grande porte. Deste modo, a equipe de planejamento é alocada à obra em tempo

integral.

Já a segunda, via de regra, é utilizada quando o empreendimento a ser construído

é de pequeno e médio porte e a construtora executa várias obras simultaneamente, e

conta com uma equipe centralizada de planejamento que coordena o planejamento e

controle de diversas obras. Deste modo, as pessoas responsáveis pelo planejamento

visitam as obras em dias determinados e realizam as atividades compatíveis com a

realidade de cada obra.

Devido a grande quantidade de empreiteiras em canteiros. Segundo estudo

elaborado pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos

(Dieese) em 2007, uma obra chega a receber cerca de 20 empreiteiras e há dificuldades

para gerir todas elas em campo. Quando o planejamento é falho ou está em nível muito

macro, não enxergando esses aspectos mais detalhados, os empreiteiros começam a ter

problemas uns com os outros, com interferências de serviços ou retrabalhos. Para

reduzir esses problemas, as equipes devem ser definidas e os sistemas escolhidos. Após

a definição das empreiteiras que serão contratadas para cada um dos tipos de serviço, é

preciso elaborar o cronograma, apontando qual será o prazo de cada tarefa. Para maior

assertividade dos prazos, o ideal é ter uma equipe de planejamento inserida no canteiro

Page 27: levantamento de práticas de programação e controle operacional

13

de obras, pois a mesma conhece a realidade da obra e pode acompanhar de perto a

evolução dos serviços planejados. Quando a obra é muito complexa, o ideal é que este

acompanhamento seja feito diariamente, e assim é necessária a alocação de uma equipe

de planejamento exclusiva para a obra. Caso o nível de complexidade seja menor, é

possível ter uma boa gestão com equipes de planejamento que realizam visitas pontuais

à obra.

A construtora é responsável por orientar a empreiteira no canteiro em questões

como aumento da produtividade e metodologia de execução de serviços. A terceirização

é uma opção para reduzir custos ou gerenciar serviços. Mas a responsabilidade é sempre

da construtora. A gestão das empreiteiras também inclui a verificação contínua de falhas

executivas. As equipes de planejamento e qualidade, quando verificam erros de

execução, devem identificar em que etapa se deu a falha e se o problema é oriundo de

má execução ou de material de má qualidade. Para tal orientação e checagem é

necessário visitar o canteiro de obras, porém essas atividades não precisam ser diárias, e

por essa razão, uma equipe que realiza visitas pontuais atende ao bom cumprimento

dessas tarefas.

Segundo CHOMA (2015),estes são os passos do planejamento:

Projeto: É necessário ter todos os projetos de obra em mãos, além de informações

de obras anteriores, para estipular no cronograma uma média de produtividade e tempo

de execução de cada serviço.

Validação: Depois de elaborar o cronograma, é preciso verificar com os

responsáveis pela execução dos serviços se é possível chegar à média de produtividade

estipulada. Conversando com o responsável pelo serviço, a construtora verificará se a

meta é viável.

Andamento da obra: Fechados os cronogramas, a equipe de planejamento,

possivelmente aliada à equipe de qualidade e ao engenheiro de obra, deve verificar se

tudo que foi previsto no planejamento está sendo corretamente executado. É

responsabilidade da construtora verificar se os níveis de produtividade estão sendo

atingidos, prevenindo-se de possíveis atrasos ou falhas construtivas - além de resolver

os gargalos no canteiro.

Medição: A verificação contínua apoia-se em medições. É preciso verificar se a

velocidade do trabalho nas frentes está dentro do patamar planejado. Em caso negativo,

Page 28: levantamento de práticas de programação e controle operacional

14

fica demonstrado desde o começo que ocorrerá atrasos. Portanto, o ideal é fazer

estimativas com base em obras anteriores e validá-las depois, na própria obra.

Equipe estruturada: No canteiro, é preciso ter uma equipe designada para fazer as

medições e o acompanhamento da produtividade, a verificação das frentes e a liberação

das empreiteiras. Essa equipe deve estar ligada ao setor de planejamento e controle de

custos.

Conclusão de serviços: É importante que ao final de cada serviço a equipe

responsável pelas verificações não deixe passar nenhuma falha ou defeito construtivo.

Caso isso ocorra, e a falha apareça durante a execução de um serviço posterior , é muito

provável que seja necessário realizar retrabalho e haja algum conflito com a próxima

etapa construtiva, que sofrerá com o erro não verificado.

As etapas de projeto, validação, andamento da obra e medição, podem ser feitas por

uma equipe que realiza visitas pontuais. Já as etapas de estruturação de equipe e

conclusão dos serviços é necessário que se tenha pessoas alocadas à obra para o

acompanhamento dos serviços e recolhimento de informações que serão repassadas para

a equipe central.

3.2.2 Planejamento Desenvolvido por Pessoal Terceirizado

A terceirização é identificada como o processo através do qual as empresas

transferem para terceiros suas atividades. Terceirização na construção civil é a

transferência de atividades ligadas à produção para pessoas físicas, ou jurídicas; essas

são contratadas para a execução de partes, etapas ou sistemas perfeitamente definidos

do empreendimento, que são realizados com total autonomia e cujos riscos e garantias

são de responsabilidade do contratado. (SERRA, 2001).

A indústria da construção civil aderiu naturalmente ao movimento de terceirização

principalmente em função de algumas particularidades inerentes ao processo

construtivo, tais como: produto único (edifício); enorme variabilidade de atividades;

grande número de fornecedores (material e serviço) envolvidos em todo o processo;

mão-de-obra flutuante; baixa qualificação da mão-de-obra com a frequente carência de

profissionais qualificados; e separação entre os agentes da cadeia produtiva, dentre

outros. (PEREIRA 2003).

Page 29: levantamento de práticas de programação e controle operacional

15

Na busca por uma mão de obra especializada e com experiência, ocorre a

contratação de pessoal terceirizado para a realização do planejamento.

3.2.3 Planejamento desenvolvido de forma mista

Há vários níveis de serviço de planejamento que podem ser ofertados. A empresa

contratante pode optar por um planejamento inicial composto de um cronograma e um

orçamento, e designar uma equipe de mão de obra própria para realizar o

acompanhamento. Desta forma, tem-se o planejamento desenvolvido de forma mista.

Há vários níveis de serviço ofertados. A opção pelos mesmos, se faz conforme a

necessidade da obra. Há a opção de comprar serviços iniciais de planejamento como

cronogramas e orçamentos. Neste caso, a obra fica responsável por acompanhar os

custos e os prazos, e também há a opção da compra de um serviço onde a obra e o

terceirizado acompanham a produção em conjunto. Também é possível ver obras em

que as atividades operacionais ficam por conta do terceirizado, e as atividades

gerenciais ficam por conta do pessoal próprio. (NASRALLAH, 2012)

3.3 Controle e Replanejamento

“Planejamento e controle são atividades essenciais em qualquer ramo de

atividade industrial. No contexto da construção civil, a execução de

qualquer empreendimento exige uma combinação de recursos (materiais,

mão-de-obra, equipamentos e capital), os quais estão sujeitos a limites e

restrições. A alocação de recursos no devido tempo e o fornecimento de

dados e fatos para o controle somente são possíveis através de um eficiente

sistema de planejamento e programação. O controle, através do

acompanhamento e da avaliação, é a função que vai balizar a ação

gerencial. Controlar é identificar e quantificar os desvios relativos às

previsões originais e adotar ações corretivas para se obter os resultados

desejados. O controle gerencial nada mais é que a comparação sistemática

entre o previsto e o realizado, tendo como objetivo fornecer subsídios para

as análises físicas, econômicas e financeiras e estabelecer os critérios

lógicos para a tomada de decisões.” (ARAUJO e MEIRA, 2008)

Page 30: levantamento de práticas de programação e controle operacional

16

O controle tem como atividades acompanhar o andamento das atividades e

compará-las com o planejado, tanto na parte temporal, quanto a financeira. Quando o

realizado for diferente do planejado deve ser estudado o porquê de tal diferença e

apresentar soluções para a correção de prazo e custo. O controle acompanha tanto a

duração da atividade, assim como sua execução. O que permite realizar um estudo de

produtividade e de qualidade.

Quando as atividades não ocorrem como o planejado é necessário replanejar. Ou

seja, iniciar outro planejamento, mas desta vez, com a obra em andamento. É preciso

levar em conta os serviços já executados e seu histórico de execução para assim

dimensionar a mão de obra e o tempo necessário para a realização dos serviços restantes

de acordo com a realidade da obra.

Um fator muito importante para o planejamento é o custo da obra. Para que não

se tenha prejuízos é importante ter controle das compras, contratações e aquisições. O

uso de uma planilha é muito comum e eficiente em tal atividade.

Segundo (ROCHA, 2007), o PDCA, ilustrado na figura 6, é um método que visa

controlar e assim conseguir resultados eficazes e confiáveis nas atividades de uma

empresa, podendo ser usado de forma contínua para o gerenciamento das atividades de

uma organização. O mesmo é uma sequencia de procedimentos lógicos, baseados em

fatos e dados.

Segundo ISHIKAWA (1989, 1993), o ciclo PDCA (Plan, Do, Check, Action) é

composto das seguintes etapas:

Planejar (Plan): Estabelecer metas e o método para alcançá-las

Realizar (Do): Executar as tarefas previstas na fase de planejamento

Checar (Check): Verificar se os resultados estão de acordo com o planejado

Agir (Act): Atuar baseado nos resultados obtidos, levando em consideração o

planejado, de modo que o mesmo seja cumprido.

Page 31: levantamento de práticas de programação e controle operacional

17

Figura 6 - Ciclo PDCA

3.4 Dificuldades, Facilidades e Consequências na Produtividade das

Obras

O planejamento e controle da produção cumpre um papel fundamental para que seja

alcançado êxito na coordenação entre as várias entidades participantes de um

empreendimento (LAUFER; TUCKER 1987; SINK; TUTTLE, 1993). Mesmo diante

dessa importância, observa-se que o planejamento vem sendo desenvolvido de maneira

deficiente na maioria das empresas de construção. As principais razões para tal fato são

as seguintes:

a) O planejamento da produção normalmente não é encarado como processo

gerencial, mas como o resultado da aplicação de uma ou mais técnicas de

preparação de planos, que, em geral, utilizam informações pouco consistentes ou

baseadas somente na experiência e intuição de gerentes de produção (LAUFER;

TUCKER, 1987);

b) O planejamento e controle da produção (PCP) em outras indústrias são focados,

em geral, em unidades de produção, diferentemente do que ocorre na indústria

de construção, na qual está dirigido principalmente ao controle do

empreendimento, que busca apenas acompanhar o desempenho global e o

cumprimento de contratos (BALLARD; HOWELL, 1997);

c) A incerteza inerente ao processo de construção é frequentemente negligenciada,

não sendo realizadas ações no sentido de reduzi-la ou de eliminar seus efeitos

nocivos (COHENCA et al., 1989);

d) Com frequência, existem falhas na implementação de sistemas computacionais

para planejamento, por vezes adquiridos e inseridos em um ambiente

organizacional, sem antes haver a identificação das necessidades de informações

de seus usuários (LAUFER; TUCKER, 1987). Em geral, sem essa identificação,

os sistemas produzem um grande número de dados irrelevantes ou

desnecessários (LAUFER; TUCKER, 1987), que, normalmente, indicam,

Page 32: levantamento de práticas de programação e controle operacional

18

apenas, desvios das metas planejadas com as executadas e não as causas que

provocaram tal desvio (SANVIDO; PAULSON, 1992);

e) Existem dificuldades de mudar as práticas profissionais dos funcionários

envolvidos com o planejamento, principalmente devido à formação obtida por

eles em cursos de graduação (LAUFER; TUCKER, 1987; OGLESBY et al.,

1989). Em geral, esses cursos focalizam, apenas, técnicas de preparação de

planos, negligenciando as demais etapas do processo, como a coleta de

informações e a difusão dos planos, (LAUFER; TUCKER, 1987).

Há também outros tipos de dificuldades encontradas no planejamento. Quando se

faz uso de terceiros, a falta de conhecimento da empresa contratada com a empresa

contratante pode causar dificuldade na comunicação e assim, prejudicar o fluxo de

informações necessárias para um bom planejamento. A empresa terceirizada precisa

estar a par das políticas da empresa, do tipo de material usado, das técnicas construtivas,

do orçamento inicial e da mão de obra para a execução de um planejamento eficaz. E o

alto valor do serviço.

Dentre os impactos resultantes de um planejamento, interligado a um controle

gerencial, nas empresas de construção civil, destacam-se:

a) Maior previsibilidade da obra ou do empreendimento;

b) Emissão de relatórios evidenciando a posição da obra ou do empreendimento;

c) Maior chance de cumprimento de prazos;

d) Controle mais eficaz sobre mão-de-obra, materiais e atividades;

e) Geração de dados para a administração da compra de materiais e contratação de

mão-de-obra;

f) Maior possibilidade de avaliar os métodos construtivos utilizados;

g) Suporte para a tomada de decisões financeiras;

h) Maior competitividade.

Muitas vezes o planejamento não tem a atenção devida na obra, já que muitos

engenheiros visam apenas a produção, não dando atenção para a programação de

tarefas, uma falha grave de gestão, que pode comprometer a produtividade. Em contra

partida, o planejamento tem a facilidade de enxergar a obra como um todo e assim

sinalizar seus pontos fortes e fracos de modo que se aproveite melhor os recursos.

(FILHO, 2005)

Page 33: levantamento de práticas de programação e controle operacional

19

4 PRODUTIVIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL

4.1 Produtividade - Visão Geral

Produtividade é a relação entre o que foi produzido e os fatores utilizados para tal

produção. Os fatores podem ser pessoas, máquinas, materiais e etc. Quanto maior for

essa relação, maior é a produtividade. (KELLOGG, 1981).

Figura 7– Ilustração de Processo – (Autor, 2015)

Considerando que um processo é a transformação de entradas em saídas, conforme

ilustrado na figura 7, produtividade é a eficiência nesta transformação. A produtividade

é apresentada na forma de consumo de recursos por unidade de produção ou consumo

do recurso.

De acordo com (ANDRADE, SOUSA, et al., 2001) a produtividade da mão-de-

obra pode ser definida como sendo a eficiência em transformar o esforço humano

(homens-hora, Hh) em quantidade de serviço (QS). O conceito de produtividade

associada a um dado sistema produtivo é o índice que compara a produção do sistema

com os insumos que foram consumidos para essa produção em um certo período. Esse

número, designado como índice de produtividade, é expresso pela Equação 1:

𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑎 𝑚ã𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑏𝑟𝑎 =𝐻𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑇𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑎𝑑𝑎𝑠

𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑆𝑒𝑟𝑣𝑖ç𝑜 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑜 (1)

A produtividade também pode ser aferida para outros itens, como equipamentos.

Neste caso, o índice compara o esforço da máquina com a produção alcançada, por

exemplo, comparar a quantidade de içamentos que um guindaste realiza com um litro de

combustível.. Este índice está expresso na equação 2:

𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑜 𝑒𝑞𝑢𝑖𝑝𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 =𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜

𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑆𝑒𝑟𝑣𝑖ç𝑜 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑜 (2)

Page 34: levantamento de práticas de programação e controle operacional

20

Os materiais utilizados na construção tem produtividade variável. Seu consumo

depende de vários fatores, dentre eles, sua qualidade. Por exemplo, um litro de tinta com

boa viscosidade, rende mais que uma tinta menos espessa. Ou seja, com a tinta mais

viscosa, consegue-se pintar um valor x de m² utilizando uma unidade de litros de tinta,

com a tinta menos espessa, é necessário realizar várias demãos para ter o mesmo

resultado. Este índice pode ser expresso como no exemplo da equação 3:

𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑜 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙 =𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑎

𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑆𝑒𝑟𝑣𝑖ç𝑜 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑜 (3)

4.2 Produtividade na Construção Civil

Segundo (PEREIRA, 2003), a baixa produtividade é uma questão real no ramo da

construção civil, porém, não é tratada com a atenção devida, principalmente se

comparado a outros setores como o industrial, mais evoluído nesse quesito. Segundo

(DANTAS, 2011), pode-se afirmar que apesar dos significativos avanços tecnológicos

na concepção de novos materiais e sistemas construtivos, a construção civil apresenta,

ainda hoje, caráter artesanal, na medida em que pouco utiliza as técnicas que fizeram o

progresso de outros setores industriais e permitiram significativos aumentos de

produtividade. Observa-se grande resistência ao uso de novas tecnologias. Não só pela

falta de conhecimento da mesma, mas pelo impacto financeiro que seu uso pode gerar.

Nota-se uma elevação de preços de mão de obra em técnicas onde a mesma precisa ser

especializada, e o material não é encontrado com facilidade.

De acordo com o relatório do Fórum Econômico Mundial (2008) apud Rizzo

(2008), a lentidão do aumento da produtividade da mão de obra é uma das debilidades

da economia brasileira, com ênfase negativa para a da indústria da construção civil.

Thomas e Zavrski (1999) propuseram uma forma de modelar a produtividade na

execução de serviços da Construção Civil, afirmando que, quando um projeto não

apresenta elevada complexidade e há uma boa administração, a produtividade diária

também é relativamente constante e padrão. Esta proposição se concretiza nas obras

habitacionais.

Page 35: levantamento de práticas de programação e controle operacional

21

No caso das obras habitacionais de baixo padrão, as unidades construídas seguem

um padrão, não havendo diferenças entre as mesmas. O que contribui para o melhor

controle dos custos. Também devido a padronização de serviços, tem-se uma repetição

de atividades, o que reduz a fase de aprendizado de tal atividade e faz com que se tenha

uma maior velocidade de produção, e assim ganhos na produtividade.

Quando se fala de obras habitacionais de médio e de alto padrão, onde as unidades

podem receber acabamentos, ou até estruturas diferentes, tem – se um

comprometimento da produtividade, tendo em vista que é necessário um tratamento

diferente para cada unidade. É preciso identificar as unidades conforme projetos, para

que as mesmas recebam o tratamento adequado. Também é necessário se programar

para diferentes ordens de etapas, devido ao acabamento empregado.

4.3 Produtividade em obras habitacionais

A industrialização é um desafio para a construção brasileira, o êxito dos programas

de habitação está vinculado ao aumento de produtividade do setor através da

incorporação de novas tecnologias (Precon – 2015)

O estudo da produtividade e sua aplicação nos canteiros de obra pode ser dividido

em duas etapas. Em primeiro lugar, há de se mensurar tal produtividade, para que,

posteriormente, essa informação possa ser analisada e desdobrada em ações e melhorias

dos processos produtivos e gerenciais das obras. (FERNANDES, 2014)

Nas obras habitacionais a produtividade considerada é a de acordo com os padrões

da empresa que realiza a construção. Cada empresa possui um método construtivo,

técnicas e padrões e por essa razão, o ideal é que se pratique índices de acordo com a

realidade de produção de tal empresa. Pode se utilizar os indicadores do TCPO como

base, mas também é importante que se tenha uma base de dados, com índices de obras

anteriores para comparação.

Pode-se apresentar os diferentes indicadores de produtividade conforme

complexidade de execução do serviço.

Pode-se citar como exemplo a execução de coberturas com telhado conforme

TCPO (13ª ed.- 2010)

A produtividade ser 0,5 nas seguintes condições:

a) Não há necessidade de estruturas de apoio em madeira

Page 36: levantamento de práticas de programação e controle operacional

22

b) Há uma ou duas águas de grandes dimensões

c) Telhas leves e de grandes dimensões

Para o mesmo serviço, a produtividade pode ser 1,5 nas seguintes condições:

a) Presença de tesouras e outras estruturas de madeira

b) Telhado recortado com águas pequenas

c) Telhas pequenas

E caso haja interseção das condições descritas acima, utiliza-se o valor médio de

0,7.

A produtividade total dos fatores (PTF) é definida na relação entre produtividade do

trabalho e produtividade do capital. A PTF é um indicador importante porque expressa e

torna comparáveis diversas combinações de capital e trabalho, de forma a identificar a

mais eficiente.(CBIC, 2010)

Os dados de produtividade abaixo foram extraídos do relatório de produtividade na

construção civil gerado pela CBIC, e explicitam o crescimento da produtividade na

construção civil e os fatores contribuintes.

1. A PTF cresceu 3,1% ao ano no período 2006-2009, o que coincidiu com a

expansão do setor da Construção.

2. De 2003 a 2009, a produtividade da mão de obra cresceu 5,8% ao ano. O

investimento realizado pelas empresas em máquinas e equipamentos e terrenos

contribuiu para aumentar a produtividade do trabalho e diminuir a do capital nos

seis anos com um todo. A produtividade do trabalho se reduz para 4,4% ao ano

em 2006-2009, em razão do aumento das contratações, da formalização e dos

salários.

3. A produtividade do capital (valor adicionado/unidade de capital) foi negativa,

com queda de 3,5% ao ano no período 2003-2009. O investimento realizado

pelas empresas em máquinas, equipamentos e terrenos contribuiu para aumentar

a produtividade do trabalho e diminuir a do capital. Entre 2006-2009, a

produtividade do capital torna-se positiva e registra incremento de 1,6% ao ano.

4. De 2003 a 2009, o valor adicionado das empresas de edificações cresceu a taxa

de 19,2% ao ano e, portanto, superior ao crescimento do emprego (12,8% ao

ano) e ao estoque de capital por trabalhador (7,6% ao ano). Como resultado, a

produtividade total dos fatores se elevou ao ritmo de 1,9% ao ano.

Page 37: levantamento de práticas de programação e controle operacional

23

5. As empresas de edificações de maior porte foram as que mais contribuíram para

o crescimento da produtividade total dos fatores da Construção Civil brasileira,

com crescimento médio da PTF de 5,0% ao ano entre 2006 e 2009.

A figura 8 aponta a participação dos itens que causaram dificuldades no

investimento em máquinas, equipamentos e processos produtivos.

Figura 8 – Principais itens responsáveis pela dificuldade em investimento em máquinas

e equipamentos. Fonte: FGV - 2010

As figuras 9 e 10 apresentam a distribuição da escolaridade da mão de obra nos anos de

2003 e de 2009. A redistribuição corrobora que elevação da produtividade da mão de

obra está ligada ao conhecimento teórico.

28% 29% 34% 48%

60% 67%

Falta de ofertados

bens/serviçosdesejados no

mercado

Incidênciatributária na

adoção deprocessos

industrializados

Acesso às linhasde crédito parainvestimentosem máquinas eequipamentos

juros altos nocrédito (custo

de capital)

O custo denovos

equipamentos eprocessos

Falta detrabalhadoresespecializadospara contratar

Dificuldades no investimento em máquinas, equipamentos e processos

produtivos

Page 38: levantamento de práticas de programação e controle operacional

24

Figura 9 – Distribuição de escolaridade na construção civil no ano de 2003. Fonte:

FGV - 2010

Figura 10 - Distribuição de escolaridade na construção civil no ano de 2003. Fonte:

FGV - 2010

4.4 Fatores que influenciam a produtividade

O Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat (PBQP - H) é um

sistema que tem seus requisitos baseados na Norma ISO 9001, destacando a importância

à obtenção de resultados de desempenho e eficácia do processo, sendo necessária a

medição de processos e produtos (ABNT, 2000). Para melhorar a produtividade é

2%

20%

52%

14%

6%

4% 2%

Analfabeto fundamental completo

fundamental incompleto médio completo

médio incompleto superior completo ou pós

superior incompleto

1%

21%

39%

25%

6%

4% 1%

Analfabeto fundamental completo

fundamental incompleto médio completo

médio incompleto superior completo ou pós

superior incompleto

Page 39: levantamento de práticas de programação e controle operacional

25

necessário investir em recursos que melhorem a qualidade. Para tal, é preciso

treinamento da mão de obra para qualifica-la; também é importante investir em novas

tecnologias para a utilização de métodos construtivos otimizados.

Para conhecer a realidade de produção da obra é necessário acompanhar a execução

dos serviços dia a dia. Assim se dá o estudo de produtividade. Para que o mesmo ocorra

há uma série de facilidades e dificuldades que serão encontradas.

Dentre as dificuldades pode-se citar: acurácia das informações, que é a mais grave

tendo em vista que informações imprecisas impactarão diretamente no número que

define a produtividade da obra, mascarando a realidade. Para a coleta de informações é

importante que quem a faça seja alguém com conhecimento técnico e compromisso com

o resultado de tal trabalho.

A produtividade sofre influência de diversos fatores, conforme o serviço que está

sendo executado. Por exemplo, para a cravação de uma estaca pré-moldada os principais

fatores que tem participação direta na produtividade , segundo TCPO , são:

a) Dureza do terreno

b) Eficiência do equipamento de cravação

c) Facilidade de movimentação do equipamento

d) Clima - chuvas

e) Condições do equipamento

(AZAVEDO, 2013) O aumento da produtividade é conseqüência da utilização

otimizada e integrada dos diversos fatores que contribuem na formação, movimentação

e comercialização de um produto. Pode-se destacar os seguintes fatores que afetam a

produtividade:

a) Capacitação e treinamento da mão-de-obra;

b) Metodologia de trabalho utilizada;

c) Layout do canteiro de obras;

d) Práticas gerenciais de controle;

e) Processos de produção;

f) Utilização de insumos;

g) Estrutura organizacional da empresa.

Page 40: levantamento de práticas de programação e controle operacional

26

4.5 Medição de produtividade de mão de obra

A medição de produtividade de mão de obra se dá através de levantamentos das

atividades realizadas em campo. A medição pode ocorrer em diversos intervalos de

tempo, dependendo da atividade que está sendo estudada e da disponibilidade de

recursos para tal medição.

Os itens medidos são a quantidade de serviço realizado e o tempo utilizado para a

realização de tal serviço. Por exemplo, mede-se a cada dia, a quantidade (em m²) de

pintura realizada em um apartamento. Todos os dias são realizadas medidas até que o

serviço de pintura naquele apartamento esteja concluído. Assim, mede-se a metragem

de serviço pintado em cada dia, e tem-se a produtividade de cada dia daquele pintor

(Considerando que o mesmo pintor irá realizar sozinho a pintura de tal apartamento).

Depois, com a metragem total do apartamento e quantidade de dias que foram

necessários para a execução do serviço, temos a produtividade geral do pintor. E assim,

pode-se comparar este último valor com os valores de produtividade diária e fazer uma

análise mais detalhada sobre o serviço, identificando possíveis causas de disparidades

elevadas de produtividade.

A produtividade para um serviço pode variar, dependendo da equipe que a realiza.

Segundo TCPO (13ªed. - 2010) quando se tem um serviço que pode ser executado por

um oficial e/ou por um servente, os índices de produtividade diferem. Como exemplo,

pode-se citar o serviço de assentamento de piso cerâmico com argamassa pré-fabricada.

A produtividade esperada do ladrilheiro é de 0,44 h/m², e a do servente é de 0,22h/m².

Define-se mão de obra direta (MOD) como sendo aquela empregada na execução

dos serviços propriamente ditos, isto é, aquela relativa aos operários que trabalham

diretamente para a realização do produto em elaboração. (MATTOS, A., DELARUE, R.

2011)

Para calcular o índice de produtividade da MOD é preciso estabelecer 2

parâmetros:

HH Planejadas (HP) = horas orçadas para o trabalho previsto

HH Reais (HR) = horas gastos no trabalho executado

Deste modo, definem-se relações numéricas entre os parâmetros a fim de mostrar o

desempenho das equipes de MOD, este índice pode ser expresso conforme a equação 4:

Page 41: levantamento de práticas de programação e controle operacional

27

Índice de Produtividade da MOD (IP):

𝐼𝑃 =𝐻𝐴

𝐻𝑅 (4)

O Índice de Produtividade da MOD (IP) representa quanto das horas gastas estão

sendo efetivamente agregadas, ou seja, a correlação entre as horas despendidas e as

horas alocadas originalmente para o serviço que realmente foi realizado.

A análise do IP é explicitada abaixo:

Se HA > HR ↔ IP > 1 — A equipe encarregada do serviço apresenta um

desempenho melhor do que o esperado, pois, para a quantidade de serviço executada,

foram gastas menos horas (HR) do que se estimava (HA). A produtividade real supera a

orçada. As causas dessa melhoria devem ser detectadas e exploradas ao máximo na

obra;

Se HA < HR ↔ IP < 1 — A equipe alcançou desempenho insatisfatório, pois, para

a quantidade de serviço executada, foram gastas mais horas (HR) do que se estimava

(HA). A produtividade real está aquém da orçada. O foco do problema deve ser

identificado e medidas corretivas, tomadas;

Se HA = HR ↔ IP = 1 — a equipe alcançou o desempenho de produtividade

esperado.

O índice de produtividade pode ser calculado para a equipe responsável pelo

serviço, ou para cada componente da equipe, a fim de se conhecer os funcionários mais

produtivos, e estudar a causa de tal produtividade. O mesmo motivo se aplica à

avaliação de mão de obra com produtividade abaixo do esperado.

Quando se tem IP <1, é necessário avaliar as causas da baixa produtividade.

As principais causas de desvio entre as produtividades estimadas e aquelas efetivamente

comprovadas em campo são:

a) As produtividades adotadas foram baseadas em obras similares, mas as mesmas

condições de trabalho não foram observadas na prática;

b) Escassez de mão de obra e absenteísmo;

c) Baixa disponibilidade de operários qualificados;

d) Supervisão de encarregados e mestres;

Page 42: levantamento de práticas de programação e controle operacional

28

e) Condições climáticas adversas;

f) Retrabalho;

g) Interferências externas;

h) Aceleração dos serviços;

i) Impacto cumulativo de alterações de projeto;

j) Treinamento;

k) Motivação.

Page 43: levantamento de práticas de programação e controle operacional

29

5 INDICADORES DE PRODUTIVIDADE

5.1 Aspectos Gerais

Indicadores são parâmetros qualificados e/ou quantificados que servem para

detalhar em que medida os objetivos de um programa foram alcançados, dentro de um

prazo delimitado de tempo e numa localidade específica. Como o próprio nome sugere,

são uma espécie de “marca” ou sinalizador”, que busca expressar algum aspecto da

execução de um programa de forma que possamos observá-lo, mensurá-lo e avaliá-lo.

(SPDS, 2011) Os indicadores não são definidos de qualquer maneira, mas, sim, são

montados conforme uma composição lógica bem definida, não comportando mais de

uma interpretação (PALADINI, 2005).

Os indicadores são instrumentos de gestão essenciais nas atividades de

monitoramento e avaliação das organizações, assim como seus projetos, programas e

políticas, pois permitem acompanhar o alcance das metas, identificar avanços,

melhorias de qualidade, correção de problemas, necessidades de mudança etc.

Pode-se dizer que os indicadores possuem, minimamente, duas funções básicas: a

primeira é descrever por meio da geração de informações o estado real dos

acontecimentos e o seu comportamento; e a segunda é de caráter valorativo que

consiste em analisar as informações presentes com base nas anteriores de forma a

realizar proposições valorativas.

Segundo Costa (2015), os indicadores tem os seguintes objetivos:

a) Mensurar os resultados e gerir o desempenho;

b) Embasar a análise crítica dos resultados obtidos e do processo de tomada

decisão;

c) Contribuir para a melhoria contínua dos processos organizacionais;

d) Facilitar o planejamento e o controle do desempenho;

e) Viabilizar a análise comparativa do desempenho da organização.

Para o estabelecimento de medidores é importante se atentar à alguns elementos. Os

mesmos foram listados conforme Costa (2015) citou.

a) Ter em mente a Cadeia de Valor da ANTAQ;

Page 44: levantamento de práticas de programação e controle operacional

30

b) Os indicadores devem contribuir de forma explícita para o cumprimento dos

objetivos estratégicos (Mapa estratégico);

c) Devem estar intimamente relacionados às principais conclusões do processo de

elaboração do Planejamento (pontos fracos, pontos fortes, oportunidades e

ameaças);

d) Devem medir performance e não atividade;

e) Devem custar o mínimo possível e ter o máximo de justificativa possível;

f) Devem ser simples e de preferência exigir pouca ou nenhuma explicação;

g) Devem permitir fixação de metas e autonomia na obtenção das mesmas;

h) A interpretação dos dados deve subsidiar o processo decisório.

Os indicadores são uma ferramenta fundamental no planejamento e controle das

operações, Peter Drucker, disse: “Se você não pode medir, você não pode gerenciar”.

Para garantir a qualidade dos indicadores não é necessário monitorar e controlar tudo e

todos ao mesmo tempo e na mesma hora. A postura correta é medir apenas o que é

importante e significativo.

Pode-se começar com poucos indicadores, medindo apenas os processos básicos, e

ir aumentando gradativamente. As medidas devem ser úteis para orientar a gestão no

dia-a-dia. A medição tem que ser orientada para a melhoria do desempenho e a melhoria

do desempenho, tem que ser orientada pela medição. Se com a medição consegue-se

extrair informações de gestão, ele terá qualidade.

“O crescente aumento da competitividade no subsetor edificações tem estimulado

as empresas a investigar a origem das deficiências do processo produtivo e a determinar

indicadores de desempenho.” (SANTOS, 1994).

Os indicadores de produtividade na construção civil, tanto no Brasil quanto no

exterior, tem sido apresentados por composições individuais para cada serviço, sendo

que, para cada um deles, indica-se a demanda média por materiais e por mão de obra

para se executar uma unidade do produto. Por exemplo, para a pintura de 1m² de parede

externa em 3 demãos utiliza-se 0,10 h de ajudante de pintor; 0,35h de pintor e 0,40 Kg

de Tinta em pó. (TCPO, 13ª ed. - 2010)

Page 45: levantamento de práticas de programação e controle operacional

31

Porém, em virtude da diversidade de tipologia de produtos, de técnicas utilizáveis e

das diferentes formas de organização e gestão de serviços que vem sendo adotadas pelas

empresas de construção surgiu a necessidade de adotar valores de produtividade

variável. Tais valores estão compreendidos em uma faixa, com um valor mínimo, médio

e máximo. E foram estabelecidos conforme complexidade do serviço e da execução do

mesmo.

5.2 Medição e Monitoramento dos Indicadores

Segundo Spinelli (2012), para a obtenção, medição e monitoramento dos

indicadores é necessário seguir os seguintes passos:

a) Seleção dos serviços: O primeiro passo é escolher quais serviços terão sua

produtividade acompanhada. A prioridade deve ser dada aos itens de maior

impacto no orçamento

b) Definição do tipo de medição: A medição da produtividade pode ser feita sob o

aspecto financeiro ou físico. No primeiro, o foco é medir quanto dinheiro se

gasta com mão de obra para executar um metro quadrado de alvenaria, por

exemplo. Já a medição física levanta quantos homens-hora são necessários para

o mesmo serviço.

c) Padronização de dados: As variáveis medidas no canteiro devem ser

padronizadas segundo critérios de cada construtora.

i. Homem: Quando se fala em homem-hora por metro quadrado é

importante definir se a variável "homem" se refere apenas aos oficiais

ou à equipe inteira, inclusive os auxiliares.

ii. Hora: Há duas formas de medir a hora trabalhada. A primeira é pela

hora útil do trabalhador, ou seja, o tempo que ele passou efetivamente

engajado nas atividades, descontados períodos de ociosidade. Outro

método é medir a hora disponível, ou seja, o tempo total em que ele

esteve disponível no canteiro, inclusive os períodos de ociosidade.

iii. Quantidade de serviço: Também é necessário padronizar a forma e

quantificar os serviços executados. Na alvenaria, por exemplo, deve-se

definir se serão descontados os vãos ou não.

Page 46: levantamento de práticas de programação e controle operacional

32

iv. Levantamento dos índices: Os indicadores de produtividade devem ser

acompanhados periodicamente, em todas as obras. É possível fazer a

avaliação da produtividade junto com as medições realizadas para

pagamento dos empreiteiros.

v. Análise: Os indicadores de produtividade de cada obra são analisados

em comparação aos dados armazenados e às estimativas para aquela

obra. Nesta fase, verifica-se onde estão as perdas ou, ainda, ganhos de

produtividade. É possível comparar dados entre diferentes obras ou

confrontar os dados de uma obra específica com o índice médio da

empresa.

d) Correções: Se os indicadores estiverem abaixo do aceitável, a empresa deve

cobrar melhorias na produção, atacando os pontos problemáticos indicados na

medição.

e) Boas práticas: Se os indicadores ficarem acima do normal, é preciso avaliar de

perto para saber se houve erro no cálculo ou se há procedimentos mais eficientes

que podem ser replicados em outros canteiros.

f) Atualização: Os indicadores da primeira medição não ficam cristalizados no

banco de dados da empresa. A cada novo acompanhamento, os índices atuais são

novamente processados e podem interferir no padrão de referência.

Os indicadores são medidos através de visitas de campo com o auxílio de uma

tabela. Na mesma estão contidos campos para as informações que comporão o estudo

para a obtenção de um valor. Os campos mais importantes são: nome do funcionário

avaliado, dia da semana, horário de início e horário de término, clima, produção, tipo de

serviço e responsável pela medição. Na figura 11, temos um exemplo de tabela de

campo:

Page 47: levantamento de práticas de programação e controle operacional

33

Figura 11 – Tabela de campo para medição de produtividade (Autor, 2015)

Após a coleta de dados no campo, as informações obtidas são compiladas em uma

planilha para obtenção de um valor médio.

5.3 Indicadores Médios da Construção Civil

Como exemplo, pode-se citar a utilização de formas de escada pré fabricadas

descrita no TCPO, 13ª ed. A faixa de produtividade varia de 1,91 Hh/m² a 2,77 Hh/m², e

o valor médio é de 2,06 HH/m². Os fatores que contribuem para atingir o valor mínimo

são:

a) A fôrma da escada é feita depois do pavimento estar executado

b) Serviço em condições favoráveis: Ciclos curtos, pouco ou nenhum retrabalho,

fatores climáticos favoráveis, baixa rotatividade dos operários.

Os fatores que contribuem para o valor máximo são:

a) A fôrma da escada é feita juntamente com a forma do pavimento

b) Serviço em condições desfavoráveis: Ciclos longos, ocorrência de retrabalho,

fatores climáticos desfavoráveis, alta rotatividade dos operários.

Para formas fabricadas na obra, o índice de produtividade varia conforme o número

de utilizações da forma. Ou seja, quanto maior for o reaproveitamento, melhor a

produtividade.

O - SOL

X - CHUVA FORTE

I - CHUVA FRACA

Responsável:

CLIMA

Data Início Término Início Término

OBRA: ACOMPANHAMENTO

DO TEMPO

Funcionário

Serviço :

Page 48: levantamento de práticas de programação e controle operacional

34

A tabela 1 contempla os valores variáveis que são influenciados pelos fatores

citados no exemplo acima, de acordo com o número de utilizações.

Tabela 1 – Indicadores de Produtividade de formas de escada – Fonte TCPO 13ª edição

Números de utilizações

Produtividade mínima

Produtividade média

Produtividade máxima

1 3,41 Hh/m² 3,56 Hh/m² 4,27 Hh/m²

3 2,41 Hh/m² 2,56 Hh/m² 3,27 Hh/m²

5 2,21 Hh/m² 2,36 Hh/m² 3,07 Hh/m²

8 2,10 Hh/m² 2,25 Hh/m² 2,96 Hh/m²

12 2,40 Hh/m² 2,19 Hh/m² 2,90 Hh/m²

18 1,99 Hh/m² 2,14 Hh/m² 2,85 Hh/m²

Com o auxílio do TCPO e da tabela Badra foram apontados os índices médios de

produtividade de alguns serviços presentes na construção habitacional. A tabela 2

contempla tais valores:

Tabela 2 - Indicadores médio de produtividade na construção Habitacional – Fonte

TCPO 13ª Edição e tabela Badra

Serviço TCPO - 2010 Tabela Badra

Alvenaria 12,60 m²/dia 10,00 m²/dia

Janelas 6,00 Unid/dia 3,50 Unid/dia

Cerâmica - piso 22,50 m²/dia 17,50 m²/dia

Portas 2,40 Unid/dia 3,00 Unid/dia

Forro PVC 12,00 m²/dia 17,00 m²/dia

Bacia 3,00 Unid/dia 1,33 Unid/dia

Lavatório 6,00 Unid/dia 1,21 Unid/dia

Tanque 3,00 Unid/dia 1,33 Unid/dia

Limpeza 12,80 m²/dia 11,43 m²/dia

Pintura 30,00 m²/dia 40,00 m²/dia

Outra maneira de se medir a produtividade é utilizando o valor gasto para a

realização de uma atividade, já que se houver a necessidade de retrabalho, o custo é

maior, logo, a atividade terá maior duração, e a quantidade de serviço que necessita ser

realizado é constante.

Page 49: levantamento de práticas de programação e controle operacional

35

6 ESTUDO DE CASO

6.1 Características dos empreendimentos em estudo

Os empreendimentos habitacionais da empresa em estudo são empreendimentos

simples e funcionais, direcionados para a população de renda baixa. Possuem grande

número de unidades construídas por bloco e grande número de blocos por condomínio.

Muitas vezes, em um mesmo terreno são construídos mais de um condomínio.

Os empreendimentos atendem aos beneficiários do programa minha casa minha

vida e por essa razão precisam atender a um número elevado de pessoas, tendo em vista

que seu principal objetivo é reduzir o déficit habitacional.

Os empreendimentos são localizados em áreas onde há uma concentração elevadas

de pessoas e local disponível para uma construção de médio à grande porte.

Em geral, os locais de construção são terrenos onde há fábricas desativadas que

serão demolidas para a liberação da área para a construção, o que contribui para a

renovação do bairro que receberá o empreendimento.

6.2 Características da Construtora Envolvida no Estudo

A empresa em estudo realiza construções habitacionais e também realiza a

incorporação das mesmas. Por construir para o programa minha casa minha vida, tem

compromisso com o banco financiador em que não pode terceirizar alguns serviços.

Estes são: Alvenaria, lajes e esquadrias. Os demais serviços são terceirizados, porém

acompanhados pelo pessoal da empresa.

Por questões econômicas, a mesma não possui equipamentos pesados, como

guindastes e tratores. Seus equipamentos são apenas os necessários para a realização

dos serviços que precisa realizar. As empreiteiras são responsáveis pelos equipamentos

utilizados em cada serviço, e a empresa, pelos materiais.

Por construir para projetos do governo, a empresa precisou se certificar no PBQP-H

e na ISO 9001. Independente das exigências governamentais, a empresa é certificada na

ISO 14001 e na OHSAS 18001.

A empresa possui equipes fixas nas obras e equipes que se deslocam entre algumas

obras, dependendo do setor. Os cargos que são parte das equipes fixas são: Engenheiro

de obras, Mestre de obras, Encarregados, Pedreiros, Serventes, Eletricistas, Bombeiros

hidráulicos, Estagiários, Técnico de segurança, Almoxarife e Administrador. Na equipe

Page 50: levantamento de práticas de programação e controle operacional

36

móvel estão alocados os responsáveis pelo planejamento, os responsáveis pela

qualidade, os responsáveis pelo controle de custos e os responsáveis pela

sustentabilidade.

6.3 Materialização do Planejamento e Controle no Canteiro de Obras

A empresa em estudo possui uma equipe de planejamento. A mesma é composta de

coordenadores, analistas e estagiários. Os coordenadores são responsáveis pela análise

macro das informações de todas as obras da região para a qual são designados. Os

analistas são os responsáveis pela análise micro das obras sob sua responsabilidade. Os

estagiários são responsáveis pela coleta de informações no campo e sua transformação

em dados para análise.

Toda a equipe se dedica a análise das atividades e práticas que colaboram para a

melhoria da produção. No início do mês é a realizada a previsão de serviços que serão

executados conforme disponibilidade de mão de obra, materiais e equipamentos. Então,

semanalmente a equipe de planejamento realiza reuniões para acompanhar a produção e

analisar se a mesma está de acordo com o previsto inicialmente. E caso não esteja, são

estudadas e sugeridas soluções e desenhado um plano de ação para que a meta seja

cumprida.

O acompanhamento da produção é feito através de uma planilha onde consta cada

serviço necessário para a realização da obra desde o início ao fim. Cada serviço tem um

peso na produção conforme seu valor previsto no orçamento inicial.

No último dia útil de cada semana, o estagiário preenche a planilha de

acompanhamento de produção com as informações coletadas durante a semana, e a

divulga. Deste modo passa a ser de conhecimento de todos o andamento dos serviços.

Assim, cada pessoa passa a conhecer sua meta de produção para a semana vigente.

E cabe a engenharia prover recursos para que a meta seja atingida.

6.4 Indicadores de Produtividade

A empresa em estudo possui indicadores de produtividade para os principais

serviços executados. O trabalhador que supera o índice de produtividade para o serviço

que está executando, recebe um prêmio em dinheiro no final do mês.

Page 51: levantamento de práticas de programação e controle operacional

37

Os indicadores são referentes aos serviços listados no quadro abaixo, assim como

seus valores:

Tabela 3 - Indicadores de referência de produtividade adotados pela empresa

Serviço Indicador de produtividade da empresa

Alvenaria 15,5 m²/dia

Assentamento de janelas 6,0 unid/dia

Gesso 30,0 m²/dia

Assentamento de azulejo 12,0 m²/dia

Assentamento de cerâmica - piso 16,0 m²/dia

Portas 5,0 unid/dia

Forro PVC 13,0 m²/dia

Louças ( bacia sanitária, lavatório, pia cozinha e tanque) 2 aptos/dia

Limpeza grossa 25,0 m²/dia

Pintura 30,0 m²/dia

A área dos apartamentos em estudo é de 53,20 m².

Os indicadores de produtividade foram estabelecidos da seguinte forma: Estudos de

produtividade de cada serviço são realizados em todas as obras. As obras que cumprem

o cronograma estabelecido para tal serviço, tem seu índice de produtividade adotado

como indicador de produtividade. E assim é feita uma média com os indicadores

adotados, chegando-se a um único valor que passa a ser o indicador oficial de

produtividade para o serviço apontado.

Para as obras em estudo, também foi feito um estudo de produtividade. Nas três

obras pode se notar valores de produtividade com discrepância muito pequena, pois

como as obras iniciaram em momentos diferentes, assim que a equipe responsável para

um serviço terminava sua tarefa, acontecia a realocação da mão de obra na obra vizinha.

E por essa razão, pode se adotar o mesmo valor para as três obras, já que a mão de obra

foi a mesma.. Os valores obtidos estão apresentados na tabela 4:

Page 52: levantamento de práticas de programação e controle operacional

38

Tabela 4 – Índices de produtividade aferidos nas obras em estudo

Serviço Indicador de

produtividade da obra

Alvenaria 14,4 m²/dia

Assentamento de janelas 10,0 unid/dia

Gesso 40,2 m²/dia

Assentamento de azulejo 18,5 m²/dia

Assentamento de cerâmica - piso 20,6 m²/dia

Portas 3,0 unid/dia

Forro PVC 10,0 m²/dia

Louças (bacia sanitária, lavatório, pia da cozinha e tanque) 1,5 aptos/dia

Limpeza 20,0 m²/dia

Pintura 24,0 m²/dia

6.5 Estudo Comparativo

Neste estudo foram analisados 3 canteiros de obras. Todos estão situados no mesmo

terreno, mas possuem gestões independentes.

A Obra X está com o prazo de entrega vencido e pagando multa por atraso. E por

essa razão acredita que o planejamento e o controle de produção não sejam mais

necessários. A política do engenheiro é a de produção. Ele conta com um grande

número de pessoas para finalizar o empreendimento. Porém, não se atrela para

especializações. Ele lista os serviços restantes para a conclusão e aloca uma parte da

mão de obra para que os mesmos sejam finalizados. A mão de obra restante é

encarregada de realizar a revisão dos serviços que já foram concluídos para que as

unidades possam ser entregues para os seus proprietários. Esse trabalho de revisão é

necessário por conta da falta de mão de obra especializada.

Page 53: levantamento de práticas de programação e controle operacional

39

Com os prazos estourados, os serviços estão sendo realizados sem o controle de

qualidade adequado. A Obra X foi apontada como a pior da empresa nos últimos 10

anos. Segundo a programação inicial, a obra possui atraso de 19 meses. Tal diferença

pode ser visualizada nas figuras 12 e 13, conforme percentuais planejados e realizados.

Figura 12- Evolução da Obra X

Page 54: levantamento de práticas de programação e controle operacional

40

Figura 13 - Evolução da produção da Obra X

Mês

% Mês %Acum % Mês %Acum

jun/12 2,57% 2,57% 2,59% 2,59%

jul/12 3,87% 6,44% 3,60% 6,19%

ago/12 3,03% 9,47% 2,07% 8,26%

set/12 3,23% 12,70% 2,45% 10,71%

out/12 4,03% 16,73% 2,41% 13,12%

nov/12 5,70% 22,43% 2,90% 16,02%

dez/12 6,10% 28,53% 2,70% 18,72%

jan/13 7,31% 35,84% 4,85% 23,57%

fev/13 8,87% 44,71% 1,50% 25,07%

mar/13 9,35% 54,06% 1,26% 26,33%

abr/13 9,10% 63,16% 2,39% 28,72%

mai/13 8,93% 72,09% 2,90% 31,62%

jun/13 7,43% 79,52% 3,75% 35,37%

jul/13 6,77% 86,29% 3,33% 38,70%

ago/13 5,44% 91,73% 5,06% 43,76%

set/13 3,58% 95,31% 5,21% 48,97%

out/13 2,25% 97,56% 6,68% 55,65%

nov/13 1,50% 99,06% 3,67% 59,32%

dez/13 0,77% 99,83% 3,75% 63,07%

jan/14 0,17% 100,00% 2,30% 65,37%

fev/14 2,93% 68,30%

mar/14 1,23% 69,53%

abr/14 2,19% 71,72%

mai/14 1,83% 73,55%

jun/14 3,47% 77,02%

jul/14 1,72% 78,74%

ago/14 2,96% 81,70%

set/14 2,66% 84,36%

out/14 3,47% 87,83%

nov/14 2,60% 90,43%

dez/14 1,79% 92,22%

jan/15 1,09% 93,31%

fev/15 1,02% 94,33%

mar/15 1,55% 95,88%

abr/15 1,16% 97,04%

mai/15 0,81% 97,85%

jun/15 1,17% 99,02%

jul/15 0,81% 99,83%

ago/15 0,17% 100,00%

Planejado Realizado

Page 55: levantamento de práticas de programação e controle operacional

41

A Obra Y está próxima da finalização do cronograma, e por essa razão desenvolveu

um plano de ação para que sua conclusão ocorra em setembro (mês de conclusão

previsto no cronograma de entrega para o cliente), caso isso não ocorra, a empresa

pagará multas diárias pelo atraso. O Engenheiro responsável por esta Obra a assumiu

próximo do prazo de entrega. E para conseguir cumprir os prazos, desenvolveu um

plano de ação.

Assim, foi feita uma listagem dos serviços restantes e a data em que cada atividade

deveria estar concluída. Com isso gerou-se uma lista com a necessidade de mão de obra

(utilizando os indicadores de produtividade da obra), de materiais e dos equipamentos.

Foi desenvolvida, pela equipe de planejamento, uma planilha onde está a programação

de pedidos de materiais e equipamentos conforme fase do cronograma, de modo que

não haja paradas ou atrasos nos serviços por falta de insumos. Há um plano de

execução diário para cada serviço e o mesmo é acompanhado veemente pelo mestre de

obra, seus encarregados e o engenheiro.

Para o controle das atividades, foi feita uma lista para cada apartamento com suas

pendências, e conforme plano de ação, é verificado o andamento de cada atividade.

Desta forma, é calculada a produtividade de cada serviço, e assim perceber se há a

necessidade de aumentar a mão de obra, permanecer com a mesma, ou até reduzi-la para

o cumprimento dos prazos. A mão de obra presente na Obra Y possui qualificação

técnica específica para a realização de cada serviço, o que contribui para o bom

andamento das atividades, além da qualidade do produto final.

Nas figuras 14 e 15, pode-se ver os percentuais da obra e seu crescimento desde a

nova gestão com apoio do planejamento.

Page 56: levantamento de práticas de programação e controle operacional

42

Figura 14 – Evolução da Obra Y

Figura 15– Evolução da produção da Obra Y

Mês

% Mês %Acum % Mês %Acum

mar/13 9,58% 9,58% 12,64% 12,64%

abr/13 6,84% 16,42% 2,75% 15,39%

mai/13 7,09% 23,50% 4,12% 19,51%

jun/13 7,42% 30,92% 3,14% 22,65%

jul/13 8,01% 38,93% 6,28% 28,93%

ago/13 8,92% 47,85% 4,75% 33,68%

set/13 8,82% 56,67% 3,60% 37,28%

out/13 9,20% 65,87% 6,49% 43,77%

nov/13 9,32% 75,18% 6,20% 49,97%

dez/13 8,90% 84,08% 3,87% 53,84%

jan/14 6,91% 90,99% 2,35% 56,19%

fev/14 4,35% 95,34% 0,56% 56,75%

mar/14 3,09% 98,43% 0,00% 56,75%

abr/14 0,87% 99,30% 4,71% 61,46%

mai/14 0,70% 100,00% 1,19% 62,65%

jun/14 0,82% 63,47%

jul/14 3,82% 67,29%

ago/14 1,76% 69,05%

set/14 0,75% 69,80%

out/14 1,19% 72,99%

nov/14 0,81% 73,80%

dez/14 0,87% 74,67%

jan/15 1,11% 75,78%

fev/15 2,25% 78,03%

mar/15 3,62% 81,65%

abr/15 4,09% 85,74%

mai/15 3,80% 89,54%

jun/15 2,28% 91,82%

jul/15 1,68% 93,50%

ago/15

Planejado Realizado

Page 57: levantamento de práticas de programação e controle operacional

43

A obra Z está adiantada no cronograma, pois a mesma recebeu a atenção do

planejamento antes do início das atividades, além do acompanhamento das mesmas

desde o início.

Vale ressaltar que esta obra foi a última a iniciar, e por essa razão pode aprender

com os erros e acertos das obras vizinhas, o que contribuiu para o seu bom desempenho

de produção.

Esta obra realiza a previsão de serviços conforme cronograma inicial. A previsão

é separada em etapas e divida nas semanas que compõem o mês de vigência. Todas as

sextas, uma reunião de planejamento acontece. Nestas reuniões estão presentes os

encarregados, o mestre, o engenheiro de campo, o engenheiro de planejamento e os

estagiários. Além da previsão de atividades que deverão ser executadas na próxima

semana, a reunião também aborda os serviços realizados na semana de vigência. Caso a

produção não esteja de acordo com o esperado, as razões pela baixa produção são

discutidas e depois são apresentadas soluções. Desta forma é traçado um plano de ação

para que a meta seja alcançada até o final do mês.

Nas figuras 16 e 17 pode-se contemplar o andamento da produção:

Figura 16 – Evolução da Obra Z

Page 58: levantamento de práticas de programação e controle operacional

44

Figura 17 - Evolução da Produção da Obra Z

6.6 Resultado e Considerações Finais

Para o estudo de caso foi feito um levantamento de produtividade diário por 10

meses das principais atividades realizadas durante a obra nos 3 empreendimentos.

O gráfico da figura 18 ilustra a comparação dos indicadores listados na tabela 5:

Mês

% Mês %Acum % Mês %Acum

jul/14 6,81% 6,81% 5,88% 5,88%

ago/14 4,96% 11,77% 6,18% 12,06%

set/14 7,69% 19,46% 6,00% 18,06%

out/14 5,41% 24,87% 5,11% 23,17%

nov/14 3,46% 28,33% 4,05% 27,22%

dez/14 1,28% 29,61% 3,46% 30,68%

jan/15 1,36% 30,97% 3,06% 33,74%

fev/15 2,91% 33,88% 3,05% 36,79%

mar/15 5,85% 39,73% 6,84% 43,63%

abr/15 6,86% 46,59% 6,23% 49,86%

mai/15 8,28% 54,87% 7,82% 57,68%

jun/15 11,57% 66,44% 9,30% 66,98%

jul/15 7,78% 74,22% 6,34% 73,32%

ago/15 6,76% 80,98%

set/15 6,43% 87,41%

out/15 4,63% 92,04%

nov/15 4,58% 96,62%

dez/15 2,51% 99,13%

jan/16 0,87% 100,00%

Planejado Realizado

Page 59: levantamento de práticas de programação e controle operacional

45

Tabela 5- Comparativo de indicadores

Serviço Indicador de produtividade das obras

Indicador de produtividade da empresa

TCPO

Alvenaria 14,4 m²/dia 15,5 m²/dia 12,6 m²/dia

Assentamento de janelas 10,0 unid/dia 6,0 unid/dia 6,0 unid/dia

Gesso 40,2 m²/dia 30,0 m²/dia 18,0 m²/dia

Assentamento de azulejo 18,5 m²/dia 12,0 m²/dia 25,7 m²/dia

Assentamento de cerâmica - piso 20,6 m²/dia 16,0 m²/dia 22,5 m²/dia

Portas 3,0 unid/dia 5,0 unid/dia 2,4 unid/dia

Forro PVC 10,0 m²/dia 13,0 m²/dia 12,0 m²/dia

Louças (bacia sanitária, lavatório, pia cozinha e tanque) 1,5 aptos/dia 2,0 aptos/dia 3,5 aptos/dia

Limpeza 20,0 m²/dia 25,0 m²/dia 12,8 m²/dia

Pintura 24,0 m²/dia 30,0 m²/dia 30,0 m²/dia

Figura 18 – Comparativo de Indicadores

Analisando os indicadores da figura 18, observa-se que nos serviços de

assentamento de janelas e gesso, a produtividade da obra foi maior que a produtividade

esperada pela empresa e prevista no TCPO. Este fato se deve à mão de obra

especializada responsável pela realização dos serviços. Além de condições favoráveis

de trabalho como: clima agradável e disponibilidade de material e equipamentos em

boas condições.

Page 60: levantamento de práticas de programação e controle operacional

46

A alvenaria, o assentamento de portas e a limpeza tiveram índices de produtividade

maiores que os esperados pelo TCPO, no entanto são menores do que os esperados pela

empresa. Essa discrepância pode ter ocorrido por duas razões:

1. Os indicadores da empresa não foram atualizados com os dados das últimas

produções

2. A empresa usa indicadores altos para que a meta seja difícil de ser

alcançada

Para os serviços de assentamento de cerâmica no piso e nas paredes (azulejos) foi

observada uma produtividade menor do que a apresentada no TCPO, porém maior do

que a da empresa. Isso sugere que os indicadores podem estar desatualizados.

Nos serviços de Forro PVC, colocação de louças (considerando que cada

apartamento recebe uma bacia sanitária, um lavatório, uma pia de cozinha e um tanque)

e pintura, os índices de produtividade aferidos foram menores do que os esperados pela

empresa e pelo TCPO. A razão da baixa produtividade ocorreu devido aos seguintes

fatores:

1. Falta de materiais na obra. Os pedidos de forro, tinta e louças foram feitos

parcialmente, ou seja, não foi comprada a quantidade total necessária. E por

essa razão, algumas vezes o serviço precisou ser interrompido gerando

redução na produtividade.

2. Falta de mão de obra especializada. Para atender os prazos, a mão de obra

utilizada foi a disponível na obra. Ou seja, sem o treinamento adequado.

Desta maneira, quem realizava a tarefa demorou mais tempo do que o

necessário para a conclusão da atividade por não possuir prática na função.

3. Mão de obra reduzida. A mão de obra especializada presente no local

estava aquém da necessidade da obra. E com ajuda de pessoas inexperientes

na função, precisava fazer pausas para passar instruções, o que reduzia seu

tempo de produção. Além disso, existia a dificuldade de contratar pessoas

com a especialização para tal atividade, sobrecarregando a mão de obra

especializada presente.

4. Falta de fiscalização. Devido à escassez de mão de obra, havia pouca

fiscalização, dando abertura para conversas paralelas e até paralização do

Page 61: levantamento de práticas de programação e controle operacional

47

serviço. Esse ócio influencia diretamente no tempo de realização da

atividade, prejudicando a produtividade.

De acordo com os números obtidos e condições de gerenciamento das 3 obras,

pode-se afirmar que as práticas de controle e programação possuem grande importância

para o bom andamento da obra. Com a programação de atividades é possível ver de

forma antecipada possíveis situações problemáticas e resolvê-las antes que as mesmas

causem impactos na produção. Além disso, é possível se preparar para iniciar as

atividades previstas no cronograma. Com o controle das atividades é possível analisar o

andamento da produção e corrigir falhas que estão em andamento na etapa em estudo,

de modo que a próxima não seja prejudicada.

Nas figuras 19, 20 e 21 é possível ver a evolução de cada obra conforme o período

de produção. Como a obra Z está em andamento, foi necessário dividir a as obras 3 em

períodos. Cada terço representa uma porcentagem de evolução da produção.

O primeiro terço representa evolução de produção de até 30 % concluídos.

O segundo terço representa evolução de produção no intervalo entre 30% e até 90%

O terceiro terço representa evolução de produção para a fase final da obra, ou seja

com conclusão acima de 90%.

Figura 19 – Comparativo de tempo planejado x executado

Page 62: levantamento de práticas de programação e controle operacional

48

Figura 20 - Comparativo de tempo planejado x executado

Figura 21 - Comparativo de tempo planejado x executado

A partir de cada fase da obra, percebe-se que o início não é o causador dos atrasos.

Isso é consequência do método construtivo: alvenaria estrutural e lajes pré-fabricadas.

Com esta técnica é possível ganhar em prazos, pois não há a necessidade de espera da

cura do concreto para vigas e pilares, já que este método construtivo não as utiliza. No

caso das lajes, as mesmas são fabricadas antecipadamente, de modo que quando um

pavimento de alvenaria está concluído, as lajes já estão curadas e prontas para serem

içadas. As figuras 22 e 23 ilustram parte desse processo construtivo.

Page 63: levantamento de práticas de programação e controle operacional

49

Figura 22 – Construção em alvenaria estrutural

Figura 23 – Içamento de lajes

Page 64: levantamento de práticas de programação e controle operacional

50

Figura 24 – Obra X

Figura 25 – Obra Y

Page 65: levantamento de práticas de programação e controle operacional

51

Figura 26 – Obra Z

Page 66: levantamento de práticas de programação e controle operacional

52

7 CONCLUSÕES

7.1 Considerações finais

Nas obras habitacionais, o comprador espera que sua nova habitação seja entregue

no prazo prometido. Quando isso não acontece, é gerada a insatisfação do cliente. O que

muitas vezes acarreta em mais custos para a empresa construtora, já que além de arcar

com os custos de manutenção do canteiro, ainda poderá arcar com despesas referentes à

multas por atraso e processos judiciais.

As práticas de programação e controle das atividades executadas na obra

contribuem para o bom andamento da produção, otimizando a produtividade, reduzindo

prazos e por fim os custos. Isto pode ser observado no estudo de caso, observando a

produção mensal de cada obra e a gestão empregada.

A adoção de indicadores de produtividade e o monitoramento deles beneficia a

produção e enriquece o planejamento. Pois contribui para a concepção de obras futuras

com valores de produção reais. E tal prática faz com que a empresa se adeque à

realidade e assim melhore seus prazos, e consequentemente sua reputação no mercado.

Com o auxílio o estudo de caso ficou explícita a importância de técnicas

construtivas para a produtividade. No 1º terço da obra, quando se é usada a construção

com alvenaria estrutural e o uso de lajes pré-fabricadas, notou-se o bom andamento da

obra, conforme o planejado, para duas das três obras. No 2º terço das obras, quando se

utiliza as técnicas construtivas mais comuns para serviços de acabamentos de gesso nas

paredes, revestimento cerâmico, colocação de portas e janelas e instalação de peças de

louças (bacia sanitária, lavatório, tanque e pia de cozinha), a produção tem a velocidade

reduzida. Esse atraso ocorreu nas obras X e Y, que não possuíam controle adequado. Na

obra Z, há um planejamento mensal distribuído semanalmente para as atividades, e por

isso é possível acompanhar melhor o andamento das atividades. O 3º terço está em fase

inicial para a obra Y e ainda não foi iniciado na obra Z, e por essa razão pode ser

utilizado para comparação.

Vale ressaltar que a obra Z possui um planejamento desde antes do início das suas

atividades, e por essa razão, soube programar a entrada das empreiteiras (que ocorre no

2º terço), e assim não tem sofrido com a queda de produtividade que segundo históricos,

ocorre nesta fase. Isso demonstra a importância do planejamento para a produtividade.

Page 67: levantamento de práticas de programação e controle operacional

53

Para controle operacional foram utilizadas planilhas de campo para

acompanhamento das atividades. O que permite identificar falhas na produção, tornando

possível a ação corretiva adequada.

O uso de um cronograma detalhado, permitiu prever a quantidade de cada serviço

que seria realizado, o que fornece a informação necessária para dimensionar as equipes.

Com o uso de um histograma, foi possível ver a quantidade de recursos necessários em

cada fase da obra. Com os serviços detalhados, com as datas previstas e quantidade de

recursos necessários, foi possível a criação de uma planilha de compras que especifica

todos os materiais que serão utilizados para a realização de uma atividade, a quantidade

necessária e quando o pedido deve ser feito. Pois dessa forma, reduz-se o risco de falta

de material na obra.

Após a entrada de um novo gestor, a obra Y passou a utilizar as práticas de

acompanhamentos de produção com os controles de campo e medição de produtividade.

Elaborou um novo cronograma com base nos dados recolhidos e nas atividades restantes

para a conclusão. E assim, se antecipou na compra dos materiais, busca por empreiteiras

que atendessem suas necessidades de produção no tempo previsto e locação de

equipamentos. O reflexo das ações aparece no crescimento da produção mensal, e

cumprimento do novo planejamento.

Desta forma conclui-se que o uso de acompanhamentos de serviços, estudos de

produtividade, adoção de indicadores, uso e acompanhamento de um cronograma

detalhado, a utilização de um histograma de pessoas e de uma planilha de compras são

exemplos de técnicas de controle operacional e de programação que contribuem para a

melhoria da produtividade em obras habitacionais.

7.2 Sugestão para trabalhos futuros

Para trabalhos futuros deve-se buscar outras bases de comparação além do TCPO.

No atual momento, não estavam disponíveis outras fontes para o estudo.

Devido à importância da qualidade no serviço final, sugere-se um estudo voltado

para a influência da qualidade na produtividade.

Page 68: levantamento de práticas de programação e controle operacional

54

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Page 71: levantamento de práticas de programação e controle operacional

57

Anexos

1 – Características de acabamentos segundo a NBR 12721:2005)

Serviço, Local \ Acabamento

Alto Normal Baixo

Banheiros Forro de madeira Forro de placas de gesso Forros de placas de gesso

Banheiro de empregada Forro de madeira Forro de placas de gesso Forros de placas de gesso

Hall de entrada e hall de

pavimentosForro de madeira Forro de placas de gesso

Chapisco, emboço desempenado

e gesso em pó

Revestimentos externos de:

Fachda principalChapisco, emboço, granito e

cerâmica

Chapisco, emboço e pastilha

esmaltada 2,54 cm x 2,54 cm

Chapico, reboco e tinta à base de

PVA

Fachada secundária Cerâmica esmaltadaChapisco, reboco e pintura

texturizada

Chapico, reboco e tinta à base de

PVA

Cobertura:

Telhado com madeiramento

Chapa ondulada de fibrocimento

de 6mm com estrutura de

madeira

Chapa ondulada de fibrocimento

de 6mm com estrutura de

madeira

Chapa ondulada de fibrocimento

de 6mm com estrutura de

madeira

Pintura de tetos em:

Salas, quartos, quarto de

empregada, circulaçãoTinta acrílica sobre massa corrida Tinta acrílica sobre massa corrida PVA sem massa

Banheiros, cozinha e área de

serviçoEsmalte sobre massa

Tinta à base de PVA sobre massa

corridaPVA sem massa

Escadas Pintura texturizadaTinta à base de PVA sobre massa

corridaPVA sem massa

Portaria e hall de pavimentos Tinta acrílicaTinta à base de PVA sobre massa

corridaPVA sem massa

Pilotis Tinta acrílica Tinta à base de PVA PVA sem massa

Pintura de paredes em:

Salas, quartos, quarto de

empregada, circulaçãoTinta acrílica

Tinta à base de PVA sobre massa

corridaPVA sem massa

Escadas Pintura texturizada Pintura texturizada Barra de pintura texturizada

Portaria e hall de pavimentos Tinta acrílicaTinta à base de PVA sobre massa

corridaPVA sem massa

Padrão

Page 72: levantamento de práticas de programação e controle operacional

58

Serviço, Local \ AcabamentoAlto Normal Baixo

Portas:

Madeira maciça almofadada

encerada

Madeira compensada lisa com 3,5

cm de espessura, folheada

encerada

Madeira compensada lisa com 3,5

cm de espessura, com pintura a

óleo sobre massa

Ferragens latão cromado Ferragens ferro cromado Ferragens ferro cromado

Madeira maciça almofadada

encerada

Madeira compensada lisa com 3,5

cm de espessura, folheada

encerada

Madeira compensada lisa com 3,5

cm de espessura, com pintura a

óleo sobre massa

Ferragens latão cromado Ferragens ferro cromado Ferragens ferro cromado

Alumínio anodizado bronzeAlumínio anodizado cor natural

padronizadoEsquadria de ferro chapa dobrada

vidro liso/fantasia 4mm vidro liso/fantasia 4mm vidro liso 3 mm/fantasia 4mm

Peitoris Granito Mármore brancoRevestimento com argamassa de

cimento

Impermeabilização de:

Pisos de banheiros, cozinhas,

lajes e áreas de serviço

Argamassa, cimento e areia, e

pintura com tinta de base

betuminosa

Argamassa, cimento e areia, e

pintura com tinta de base

betuminosa

Argamassa, cimento e areia, e

pintura com tinta de base

betuminosa

Lajes de cobertura, cobertura da

casa de máquinasManta asfáltica pré-fabricada Manta asfáltica pré-fabricada Manta asfáltica pré-fabricada

Caixas d'água Argamassa rígida Argamassa rígida Argamassa rígida

Acessórios sanitários de :

Bacia, bidê e cuba em louça de cor

- modelo especial

Bacia, bidê e cuba em louça de cor

- modelo simples

Bacia sanitária com caixa de

descarga não acoplada

Válvula de descarga, modelo luxo Válvula de descarga

Metais de luxo (água quente e

fria)

Metais cromados simples (água

quente e fria)Metais niquelados (água fria)

Bancada de granito com cuba em

louça de cor

Lavatório de louça de cor com

coluna

Lavatório de louça branca com

coluna

Acessórios de embutir ou

justapor de luxo

Acessórios de embutir ou

justapor simples

Acessórios de embutir de louça

branca

Cozinha:Bancada de granito/cuba

inox/metais cromados

Bancada de mármore branco

medida padronizada/cuba

simples inox/metais cromados

simples (água fria)

Bancada de pedra ardósia com

cuba simples inox/ metais

niquelados

Áreas de serviço: tanque de louça/metais cromados

tanque revestido com azulejos

com esfregador de mármore e

metais cromados simples

tanque revestido com azulejos

com esfregador de mármore e

metais cromados simples

Padrão

Externas e internas sociais

Externas e internas de serviço

Janelas e basculantes

Banheiros:

Page 73: levantamento de práticas de programação e controle operacional

59

Serviço, Local \ AcabamentoAlto Normal Baixo

Metais cromados simples (água

fria)Bacia sanitária branca

Bacia sanitária branca com caixa

de descarga acoplada ou não

Bacia sanitária branca e válvula de

botão cromadoPapeleira/saboneteira Acessórios de louça branca

Acessórios de embutir em louça

branca

Pisos e rodapés de:

Salas, quartos e circulaçãoFrisos de madeira(tábua corrida)

raspados e calafetadosCarpete 6 mm Carpete ou forração de 4 mm

Banheiros Granito Ladrilho de mármore brancoCerâmica esmaltada 7,5 cm x 15

cm

Cozinha e área Granito Cerâmica esmaltada 20 cm x 20 cmCerâmica esmaltada 7,5 cm x 15

cm

WC empregada Cerâmica esmaltada 30 cm x 30 cm Cerâmica esmaltada 20 cm x 20 cmCerâmica esmaltada 7,5 cm x 15

cm

Quarto de empregada ou

depósitoCerâmica esmaltada 30 cm x 30 cm Cerâmica esmaltada 20 cm x 20 cm

Cerâmica esmaltada 7,5 cm x 15

cm

Pilotis Lajota de pedra São Tomé Ladrilho de pedra ardósiaCerâmica esmaltada 7,5 cm x 15

cm

Escadas Granito Ladrilho de pedra ardósiaCerâmica esmaltada 7,5 cm x 15

cm

Hall de entrada (portaria) Granito Ladrilho de pedra ardósiaCerâmica esmaltada 7,5 cm x 15

cm

Hall de pavimentos Granito Ladrilho de pedra ardósiaCerâmica esmaltada 7,5 cm x 15

cm

Revestimento interno de paredes

de:

Salas, quartos e circulação Chapisco, emboço e reboco Chapisco e massa únicaChapisco, emboço desempenado

e gesso em pó

Cozinha, área e banheirosChapisco, emboço e laminado

melamínicoAzulejo decorado 15 cm x 20 cm Azulejo branco 15 cm x 15 cm

Hall de entrada e hall de

pavimentos

Chapisco, emboço e papel de

paredeChapisco e massa única

Chapisco, emboço desempenado

e gesso em pó

Banheiro de empregada Azulejo branco 15 cm x 15 cm Azulejo branco 15 cm x 15 cm Azulejo branco 15 cm x 15 cm

Revestimento interno no teto de:

Salas quartos, circulação, cozinha

e áreaChapisco, emboço e reboco Chapisco e massa única

Chapisco, emboço desempenado

e gesso em pó

Padrão

Banheiro de empregada

Page 74: levantamento de práticas de programação e controle operacional

60

2 - Planilha de campo para acompanhamento dos serviços

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Bancada

Pia Banheiro

Tanque

Caixa Acoplada

Vaso Sanitário

Metais

Bancada

Pia Banheiro

Tanque

Caixa Acoplada

Vaso Sanitário

Metais

Bancada

Pia Banheiro

Tanque

Caixa Acoplada

Vaso Sanitário

Metais

Bancada

Pia Banheiro

Tanque

Caixa Acoplada

Vaso Sanitário

Metais

Bancada

Pia Banheiro

Tanque

Caixa Acoplada

Vaso Sanitário

Metais

BLOCO 01

Pav

to1

º P

avto

Pav

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º P

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Pav

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Page 75: levantamento de práticas de programação e controle operacional

61

3 - Planilha de campo para acompanhamento de serviços externos

Serv

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Page 76: levantamento de práticas de programação e controle operacional

62

4 - Planilha de campo para acompanhamento da produtividade

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Page 77: levantamento de práticas de programação e controle operacional

63

5 - Planilha para compilação dos resultados de produtividade

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Page 78: levantamento de práticas de programação e controle operacional

64

6 - Cronograma dos blocos

Nome da tarefa Duração Início Término

Blocos 21,5 dias Seg 10/08/15 Qua 09/09/15 Bloco 2 21,5 dias Seg 10/08/15 Qua 09/09/15 Pintura - Aptos 12,5 dias Seg 10/08/15 Qua 26/08/15 Pintura - Aptos 1º pavto 2,5 dias Seg 10/08/15 Qua 12/08/15 Pintura - Aptos 2º pavto 2,5 dias Qua 12/08/15 Sex 14/08/15 Pintura - Aptos 3º pavto 2,5 dias Seg 17/08/15 Qua 19/08/15 Pintura - Aptos 4º pavto 2,5 dias Qua 19/08/15 Sex 21/08/15 Pintura - Aptos 5º pavto 2,5 dias Seg 24/08/15 Qua 26/08/15 Grelha do Shaft 10,2 dias Qua 12/08/15 Qua 26/08/15 Grelha do Shaft - 1º pavto 0,2 dias Qua 12/08/15 Qua 12/08/15 Grelha do Shaft - 2º pavto 0,2 dias Seg 17/08/15 Seg 17/08/15 Grelha do Shaft - 3º pavto 0,2 dias Qua 19/08/15 Qua 19/08/15 Grelha do Shaft - 4º pavto 0,2 dias Seg 24/08/15 Seg 24/08/15 Grelha do Shaft - 5º pavto 0,2 dias Qua 26/08/15 Qua 26/08/15 Metais - Louças 11 dias Qui 13/08/15 Sex 28/08/15 Metais - Louças - 1º pavto 1 dia Qui 13/08/15 Sex 14/08/15 Metais - Louças - 2º pavto 1 dia Ter 18/08/15 Ter 18/08/15 Metais - Louças - 3º pavto 1 dia Qui 20/08/15 Sex 21/08/15 Metais - Louças - 4º pavto 1 dia Ter 25/08/15 Ter 25/08/15 Metais - Louças - 5º pavto 1 dia Qui 27/08/15 Sex 28/08/15 Acabamentos Elétrica/Telefonia 11 dias Qui 13/08/15 Sex 28/08/15 Acabamentos Elétrica/Telefonia - 1º 1 dia Qui 13/08/15 Sex 14/08/15 Acabamentos Elétrica/Telefonia - 2º 1 dia Ter 18/08/15 Ter 18/08/15 Acabamentos Elétrica/Telefonia - 3º 1 dia Qui 20/08/15 Sex 21/08/15 Acabamentos Elétrica/Telefonia - 4º 1 dia Ter 25/08/15 Ter 25/08/15 Acabamentos Elétrica/Telefonia - 5º 1 dia Qui 27/08/15 Sex 28/08/15 Pintura - Hall 5 dias Qua 26/08/15 Qua 02/09/15 Pintura - Hall - 5º pavto 1 dia Qua 26/08/15 Qui 27/08/15 Pintura - Hall - 4º pavto 1 dia Qui 27/08/15 Sex 28/08/15 Pintura - Hall - 3º pavto 1 dia Sex 28/08/15 Seg 31/08/15 Pintura - Hall - 2º pavto 1 dia Seg 31/08/15 Ter 01/09/15 Pintura - Hall - 1º pavto 1 dia Ter 01/09/15 Qua 02/09/15 Maçanetas 11 dias Sex 14/08/15 Seg 31/08/15 Maçanetas - 1º pavto 1 dia Sex 14/08/15 Seg 17/08/15 Maçanetas - 2º pavto 1 dia Qua 19/08/15 Qua 19/08/15 Maçanetas - 3º pavto 1 dia Sex 21/08/15 Seg 24/08/15 Maçanetas - 4º pavto 1 dia Qua 26/08/15 Qua 26/08/15 Maçanetas - 5º pavto 1 dia Sex 28/08/15 Seg 31/08/15 Limpeza - Aptos 11 dias Seg 17/08/15 Ter 01/09/15 Limpeza - Aptos - 1º pavto 1 dia Seg 17/08/15 Ter 18/08/15 Limpeza - Aptos - 2º pavto 1 dia Qui 20/08/15 Qui 20/08/15 Limpeza - Aptos - 3º pavto 1 dia Seg 24/08/15 Ter 25/08/15 Limpeza - Aptos - 4º pavto 1 dia Qui 27/08/15 Qui 27/08/15 Limpeza - Aptos - 5º pavto 1 dia Seg 31/08/15 Ter 01/09/15 Iluminação de emergência e luminárias 1 dia Qua 02/09/15 Qui 03/09/15 Pintura do Corrimão 1 dia Qua 02/09/15 Qui 03/09/15 Limpeza - Hall 3 dias Qui 03/09/15 Qua 09/09/15 Placas de Identificação - Aptos 1 dia Qua 02/09/15 Qui 03/09/15

Page 79: levantamento de práticas de programação e controle operacional

65

7 - Histograma com histórico e previsão de pessoas para as principais atividades

Page 80: levantamento de práticas de programação e controle operacional

66

8 - Planilha de Compras

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