letra v.pdf

46

Upload: uilson-oliveira

Post on 02-Jun-2018

227 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 8/10/2019 LETRA V.pdf

    1/46

  • 8/10/2019 LETRA V.pdf

    2/46

    TraduoDegmar Ribas Jnior

    CB4D

    Rio de Janeiro

    Digitalizado Por Mazinho Rodrigues

    Editado Por Pastor Digital

  • 8/10/2019 LETRA V.pdf

    3/46

    UZ1EL VALE

    ACA VejaAnimais: Gado 1.8.VCUO Veja Caos.VAIDADE A palavra hebraica mais signifi-cativa para vaidade hebel, um termo quecaracteriza a vida do homem como um va-por ou suspiro (J 7.16; SI 39.5,11; 62.9;78.33; 94.11; 144.4). A vaidade da vida dohomem debaixo do sol descrita repetida-

    mente por esse termo em Eclesiastes (1.2,14;2.1,11,15,17; etc.). As vrias verses tradu-zem o termo hebel como dolos (Dt 32,21; 2Rs 17.15; Jr 8.19; 10.8; Jn 2.8), inutilidade(Jr 2.5; 10.8,15; 51.18) e tolice (Zc 10.2)para mostrar quo falsos so os deuses pa-gos e suas supostas declaraes.Outra palavra hebraica para vaidade shaw',que na verdade designa o que no temfundamento, isto , um boato sem base (x23.1) ou coisas vs (SI 41.6). Esta palavradescreve tragicamente a vida do homemcomo vazia (J 7.3; 15.31). Em muitas pas-sagens, nas verses ASV e RSV em ingls,os termos falso ou falsidade so a tradu-o preferida para shaw. Dessa forma, essetermo descreve o que os falsos profetas vmou falam (Ez 13.6,8,9,23; 21.29; 22.28). Elatambm explica o discurso do homem comofalsidade (SI 12.2) e o mundo do homemcomo vaidade (SI 119,37).

    A palavra hebraica tohu, que significa 'va-zio (Gn 1.2) descreve graficamente a con-fuso e o vazio das naes (Is 40,17), dos

    juizes (40.23), dos idlatras (44.9) e os cami-nhos pecaminosos do homem (59,4).

    A palavra hebraica riq designa vaidade noSalmo 4.2 e em Habacuque 2.13.O NT caracteriza os dolos como vaidades(At 14.15). A palavra grega mataiotesdescre-

    ve a futilidade do mundo sob a maldio (Rm8.20), a vida sem propsito daqueles que noso cristos (Ef 4.17, na verso do Novo Tes-tamento do Sculo XX, em ingls), e as toli-ces dos falsos mestres (2 Pe 2.18).

    W. B.W. B.W. B.W. B.

    VAIZATA Um dos filhos de Ham assassi-nado pelos judeus na represlia geral resul-tante da frustrada tentativa de Ham de li-quidar o povo judeu no reino da Prsia (Et9.9). E mencionada como Vaisata em algu-mas verses.

    VALE Palavra normalmente usada paradesignar o leito de um rio e a rea que o cir-cunda. No entanto, como a traduo de vri-as palavras hebraicas e gregas, indica o opos-to de uma colina ou montanha. E um termoque se refere a reas isoladas, cercadas pormontanhas, amplas plancies, estreitos des-filadeiros e terrenos planos e contrafortes de

    1984

  • 8/10/2019 LETRA V.pdf

    4/46

    VALE VALE

    O vale de Cedrom, emprimeiro plano, separa

    Jerusalm do monte dasOliveiras. No centro est ojardim do Gefcsmani e aigreja de Todas as Naes,

    MPS

    montanhas. A Terra Santa descrita comoterra de montes e de vales (Dt 11.11). Por-tanto no de admirar que a palavra vale

    seja a traduo de inmeras palavras de ln-guas originais que s vezes tm seu signifi-cado sobreposto,1. A palavra hebraica biqa, vem da raiz he-braica bq\rachar, quebrar. Usada como umantnimo de har, montanha (Dt 8.7; Is41.18; SI 104,8) ela aplica-se na maioria dasvezes a reas bastante extensas e pequenaselevaes que se abrem ou que se dividem emcadeias paralelas ou circundantes, da o nomevale-plancie ou vale amplo em algumasverses (Gn 11.2; Ez 3.22,23; 8.4; 37.1,2). Foiusada fireqentemente ao lado de nomes pr-

    prios, como por exemplo vale de Jerc (Dt34.3), o amplo vale do Jordo na regio deJerico; o Lbano (Js 11.17), o vale que temdez por dezesseis quilmetros, chamado Eiqa,entre o Lbano e a cordilheira do Anti-Lba-no; Megido (2 Cr 35.22; Zc 12.12), o grandevale ou plancie de Armagedom.2. A palavra hebraica gay,vale, era s ve-zes chamada de udi, em rabe. Ela refere-sea uma rea restrita e frtil entre montanhasque muitas vezes estendia-se para fora ou aoredor de uma cidade, como por exemplo, um

    dos vales opostos a Bete-Peor (Dt 3.29; 4.46;34,6; cf. 2 Rs 2.16) que levava ao vale do Jor-do, na vizinhana de Ai (Js 8.11), o vale{emeq) de El (1 Sm 17.2) que separava osfilisteus dos israelitas como um preldio parao incidente de Davi e Golas (1 Sm 17.3), e afrtil plancie ao redor de Samaria (Is 28.1,4;Mq 1.6). Ela foi includa com as montanhas,colinas e rios (ravinas) na descrio da ter-

    ra (Ez 6.3; 35.8; 36.4). Como esse termo foiusado para o nome do Vale de Hinom, noslados sul e oeste de Jerusalm (Js 15.8; 18.16;

    Ne 11.30; Jr 7.31; 19.2; etc.), ele tornou-se umponto de referncia para a porta do muro dacidade - a Porta do Vale (2 Cr 26.9; Ne2.13,15; 3.13), e ser o termo para a futurafenda do Monte das Oliveiras (Zc 14.4). Estapalavra ocorre no Salmo 23.4 e traduzidacomo a expresso vale da sombra da morte,3. A palavra hebraica nahal, riacho, rio,crrego ou udi pode referir-se a um vale,torrente ou udi que permanecem secosexceto durante a estao das chuvas ou de-pois de um temporal (1 Rs 17.7, ribeiro; 2Rs 3.16,17). Tambm pode referir-se especi-

    ficamente torrente de guas impetuosas doQuisom em seu canal (Juizes 4.7,13; 5.21; SI83.9,10), ou correnteza das montanhas (Dt9,21; etc.), traduzida como ribeiro ou ri-beiro" em algumas verses. Com a conotaode leito de no de um udi, refere-se ao lugaronde Davi apanhou as pedras para sua funda(1 Sm 17.40), onde os servos de Isaque cava-ram para encontrar gua (Gn 26.19), e a umaravina onde eram realizados os cultos idla-tras junto com o sacrifcio de crianas (Is57.5,6). Pode ser um vale com uma corrente

    de gua, onde os ancios de uma cidade podi-am matar uma bezerra ou novilha para afir-mar sua inocncia em relao ao homem as-sassinado (Dt 21.4), e a um lugar de nascen-tes (SI 104.10), corvos (Pv 30.17; 1 Rs 17.4-6),e frutas (Ct 6.11). Ao lado de nomes prprios,foi traduzida como vale; vale de Escol (Nm32.9; Dt 1.24), vale de Gerar (Gn 26.17), valede Sitim (J1 3.18), vale de Soreque (Jz 16.4),

    1985

  • 8/10/2019 LETRA V.pdf

    5/46

    VALE VALENTE

    vale de Zerede (Nm 21.12); tambm foi tra-duzida como ribeiro: ribeiro de Amom (Dt2.24), ribeiro de Jaboque (Dt 2.37), o ribeirodo Egito (q.v,Js 15.4); ribeiro de Besor (1 Sm30.21), ribeiro de Querite (1 Es 17.3) e ribei-ro de Cedrom (2 Sm 15.23).

    4.

    A palavra hebraica emeq, vale, da raizdo verbo amoq, ser profundo, geralmentesignifica um vale ou plancie, o oposto de umamontanha, e pode referir-se por exemplo aovale do Jordo (Js 13.27). A palavra valesespecificava as partes baixas da Palestinaocupadas principalmente pelos amalequitase cananeus (Nm 14.25; cf 13.29), - onde osmidianitas acamparam-se na base do Mor,ameaando os israelitas (Jz 7.1,8,12), ondelavravam, semeavam e colhiam os gros (1Sm 6.13; J 39.10; SI 65.13), onde os reba-nhos pastavam (1 Cr 27.29), onde cresciam

    os lrios (Ct 2.1) - e a regio onde, de acordocom os srios, o Deus de Israel no habitava,(1 Rs 20.28). Tambm usada com nomesprprios. Por exemplo, vale de Acor (Js7.24,26; 15.7; Is 65.10; Os 2.15), vale de

    Aijalom (Js 10.12), vale de Beraca (2 Cr20.26), vale de El ou vale do Carvalho (1 Sm17.2,19), vale de Jezreel (Js 17.16; Jz 6.33;

    O chamado vale dos Danarinos nas

    proximidades de Sil (veja os detalhesem Jz 21), HFV

    Os 1.5), vale do Rei (Gn 14.17; 2 Sm 18.18),vale dos Refains(2 Sm 5.18; 23.13; 1 Cr 11.15;14.9; Is 17.5) e vale de Sidim (Gn 14.3,8,10).5. A palavra hebraica shepela, terra baixa,plancie, vale era freqentemente usadacomo um termo tcnico aplicado s elevaesocidentais ou contrafortes da regio monta-nhosa da Judeia. Seus limites exatos forambem definidos por diferentes gegrafos (por

    exemplo, George Adam Smith, Geography, p.201ss.). Ela distingue-se da regio montanho-sa, do sul, e da Arab (Dt 1.7; Js 9.1; 10.40;11.2,16; 12.8; Jz 1.9). Talvez seja um nomeprprio (como na NEB), a regio de Estaol,Zor, Asn e outras cidades (Js 15.33).6. A palavra gregapharagxsignifica vale cer-cado por rochedos; uma ravina. a tradu-o dega;yna citao de Isaas 40.3-5 (Lc 3.5).

    7. A palavra hebraica 'aphiq (canal, rio, ri-acho), embora nunca tenha sido traduzidacomo vale, usada para ravina (Ez 6.3;35.8; 36.4,6) ou para leitos secos de rios ouudis do Neguebe (SI 126.4). Algumas ver-ses traduzem este termo como torrentes

    ou correntes.Veja os vrios vales relacionados sob seusnomes prprios; Palestina.

    Bibliografia, Denis Baly, The Geographof tfte Bible, Nova York. Harper, 1957.George Adam smith, Historical Geographof the Holy Land,Nova York. Doran, 1918.

    H. E. Fi.

    VALE DA DECISO VejaDeciso, Vale da.

    VALE DE SIDIM Uma rea ao redor daextremidade sul do Mar Morto. Projetando-

    se da margem oriental, ela uma pennsulaem forma de lngua chamada Lisan. A ex-tremidade ocidental dessa pennsula apro-xima-se cerca de seis quilmetros da mar-em oeste, do outro lado da cidadela de pe-ras de Massada. Acredita-se que essa ln-gua estava antigamente em contato com amargem ocidental, e que a rea ao sul eraformada por um terreno seco onde ficavaSodoma(.o.), enquanto na plancie ficavamas cidades de Gomorra, Adm, Zeboim eZoar. Evidncias geolgicas mostram ter

    havido uma grande elevao de terra causa-da por um cataclismo, provavelmente napoca de Abrao. Acredita-se que duranteesse cataclismo, a rea ao sul de Lisan foiinundada, cobrindo as cidades da plancie.Esse vale foi mencionado em Gnesis comoum campo de batalha de quatro reis contracinco (Gn 14.3,8,10), e onde as profundascovas de lodo (provavelmente de betume ouasfalto) mostraram-se comprovadamentedesastrosas. VejaMar Morto.

    H. A.Han.

    VALE DO REI O vale do Rei equiparadoao vale de Sav (q.o.) perto de Salm (Jeru-salm) no relato de Abrao e Melquisede-que (Gn 14.17). A nica outra meno feitaencontra-se em 2 Samuel 18.18 que fala deum monumento que Absalo erigiu em ho-menagem a si mesmo no vale do Rei. Josefont. vii. 10.3) menciona que este monumen-to ficava cerca de 350 metros de Jerusalm.O monumento de Absalo (no a tumbahelenstica a sudeste da cidade) no estmais ali e, portanto, uma identificao po-

    sitiva improvvel. No entanto, as reasmais provveis so; (1) noroeste da cidadevelha em direo ao composto russo; ou (2)a juno dos vales de Cearom e Hinom (emvirtude das propriedades da realeza naque-le local).

    VALENTE Frase que ocorre mais de 150

    1986

  • 8/10/2019 LETRA V.pdf

    6/46

    VALENTE VARA

    vezes na verso KJV em ingls, traduzindorincipalmente a palavra hebraica ish) gi-bor. O termo gibbor origina-se da raiz he-braica gbr (em acdio, gapru) que significaser superior, forte, poderoso, prevalecer so-bre. Dessa forma, Vish) gibbor quer dizer

    homem poderoso.Normalmente, essa frase no tem a conota-o de algum poder sobrenatural na vida deuma pessoa, embora certos homens podero-sos sem dvida receberam a ajuda de Deusem suas conquistas. Ela simplesmente refe-re-se a um homem que, como Davi (1 Sm 17.8)mantm-se orgulhoso, valente, um guerreirocorajoso (particularmente junto com hayil, ouvalor) e ocasionalmente, um tirano (Gn 6.4).Os mais notveis foram os valentes de Davi(2 Sm 23.8-39; 1 Cr 11.10-47) que o apoia-ram fortemente no seu reino, com todo o Is-

    rael, para o fazerem rei, conforme a palavrado Senhor, no tocante a Israel (1 Cr 11.10).Parece que esses homens eram originalmen-te um grupo de 30, e juntaram-se ao carism-tico Davi que, por sua vez, os indicou paracomandar suas tropas. Essa suposio ba-seada no fato de serem mencionados como ostrinta, embora a lista de 2 Samuel tenha 32nomes, e as crnicas acrescentem mais 16homens ao grupo. Seria igualmente plaus-vel acreditar que alguns deles tenham sidomortos em batalhas ou devido a outras cau-sas, e que outros os tenham substitudo, au-mentando assim o nmero dos 30 originais,embora o grupo continuasse a manter o nomede elite de Os trinta.Os poderosos de Davi foram divididos emdois grupos pelas listas que trazem seus no-mes: (1) os trs campees mais renomados:Jasobeo (Adino?), Eleazar e Sarna (2 Sm23.8-12; 1 Cr 11.10-14); e (2) os trinta lide-rados por Abisai e Benaia (2 Sm 23.18-39; 1Cr 11.20-47). Ismaas e Amasai tambm fo-ram lderes dos trinta (1 Cr 12.4,18) em umaou outra ocasio. Joabe pode ter estado en-

    tre eles antes de se tomar comandante emchefe. Em 2 Samuel 23.39, o total informado 37. Os ltimos sete nomes eram aparente-mente daqueles oficiais estrangeiros (porexemplo, Urias, o heteu) das unidades mer-cenrias dos exrcitos de Davi. Os nomes dostrs poderosos de Davi que colocaram a vidaem risco por sua causa (2 Sm 23.13-17; 1 Cr11.15-19) uo foram mencionados. Defini-loscomo Jasobeo, Eleazar e Sarna seria puraconjectura, embora tal comparao seja in-teiramente possvel. Veja Exrcito; Guerra.Como Quis (1 Sm 9.1), Boaz (Rt2.1), o ances-tral de Davi, tinha sido um homem valentee poderoso [rico]. Talvez ambos fossem guer-reiros corajosos, mas provavelmente em seucontexto as frases queiram descrev-los comoabastados proprietrios de terras.

    Bibliografia. Roland de Vaux, Ancient Is-rael,Nova York. McGraw-HilI, 1961, pp.

    219ss. B. Mazar, The Military Elite of KingDavid, VT, XIII (1963), 310-320.

    R. L. R.

    VALOR VejaHonra.

    VANGLORIAR Paulo pede aos cristos

    para no fazerem nada apenas pela meraglria (em grego kenodoxia, glria vazia,orgulho, jaetneia) que possam alcanar,nem por inveja ou cime (G1 5.26), mas aagirem com humildade, considerando os ou-tros como melhores ou superiores a si mes-mos (Fp 2.3).

    VANIAS Um dos filhos de Bani que se ca-sou com uma mulher estrangeira (Ed 10.36).

    VARA Traduo de cinco palavras hebrai-cas e gregas.

    1.

    A palavra hebraica hoter, vara, propria-mente significa "rebento", broto" ou ramofino. As duas ocorrncias dessa palavra no

    AT esto em sentido figurado, a primeira in-dica o resultado da negligncia e a segunda opropsito de Deus na graa. O orgulho apre-senta-se como um rebento na boca do tolo (Pv14.3). Embora a casa de Davi viesse futura-mente a decair, ela no permanecera pros-trada, pois uma vara (rebento) iria surgir,isto , o Cristo (Is 11.1a), A designao de re-bento reflete a humilde natureza da vida deCristo. A grandeza de seu futuro reino est

    sugerida na palavra renovo (neser,Is 11.15).2. A palavra hebraica maqqel, vara, bas-to significa a poro menor de um galho(Jr 1.11, vara de amendoeira; Gnesis 30.37,varas verdes de lamo), ou uma poro maislonga (Jr 48.17, um cajado). A poro menor aquela usada por Jac em Paa-Ar deacordo com o costume local de acreditar nainfluncia pr-natal. Nesse caso, a vara foidescascada de uma certa maneira e coloca-da de forma particular frente dos rebanhos(Gn 30.37,38,41) a fim de influenciar as ca-

    ractersticas dos animais por eles gerados(30.39,41). Ela tambm servia como o caja-do usado por Jac para caminhar (Gn 32.10).3. A palavra hebraica matteh, bordo,vara a palavra mais freqentementeutilizada, e serve para designar o bordodo peregrino e do pastor (Ex 4.2), do solda-do (1 Sm 14.27,43, sendo que esse ltimo visto nas ilustraes de soldados egpciosda antiguidade), a vara do opressor (Is 9.4),o smbolo do lder ou governante (Jr 48.17).Os dois usos mais importantes esto nocontexto da luta com o Fara, e na disputa

    contra Aro como sumo sacerdote. Na mode Moiss, sua vara tornou-se o smbolo daautoridade pela qual Deus exigia a liber-tao de Israel, e tambm o smbolo dopoder de Deus contra o qual o Egito noera capaz de prevalecer (x 4.2; 7.9,12;8.16). VejaBordo.

    1987

  • 8/10/2019 LETRA V.pdf

    7/46

    VARA VELA

    No caso de Aro, o fato de somente sua varater produzido rebentos entre as demais, em-bora todas tivessem sido cortadas da mesmafonte de energia de produo de frutos, erauma prova dada pelo Senhor de que Aro erao sumo sacerdote, e que o sacerdcio estava

    limitado sua casa (Nm 17.2-9). Essa varafoi colocada perante o povo como uma adver-tncia aos rebeldes (v. 10). A vara simboliza-va a autoridade de Deus (Is 10.26); a iniqui-dade do homem (Ez 7.11); quando quebrada,representava a perda do poder (Ez 19.12); etambm representava um cetro(Ez 19.11,14).4. A palavra hebraica skebet, vara, cetro usada em conexo com o aoite das pesso-as (Ex 21.20; Pv 13.24); com a remoo dasemente de cominho (Is 28.27); como umaarma (2 Sm 23,21); e como o emblema docastigo nacional (Is 10.24; SI 89.32; 110.2).

    Ela a vara do pastor (SI 23.4), e usadapara contar ovelhas (Lv 27.32). Esse termosignifica uma vara mais curta do que umbordo, e geralmente tinha uma salincia emuma extremidade dotada de pregos ou pe-dras. Podia referir-se a uma maa (ou clava)com uma cabea de pedra. Tambm podiaser um cetro (Is 14.5), o smbolo da conquis-ta (Nm 24.17), e do poder de Cristo (SI 2.9).VejaArmadura.5. A palavra grega rhabdos,vara, bordo,cetro o smbolo do castigo (1 Co 4.21). Acana usada para medir semelhante a umbordo (Ap 11.1). Reunindo em si toda a for-a dos usos do AT como smbolo de poder esoberania, o poder de Cristo para governaro mundo simbolizado atravs de umainquebrvel vara de ferro, o cumprimento doSalmo 2.9 (Hb 1.8; Ap 2.27; 12.5; 19.15).

    H. G. S.

    VASILHA Veja Cntaro; Ocupaes: Olei-ro; VejaCermica,

    VASNI Filho primognito do profeta Samuel(1 Cr 6.28), Porm o texto em 1 Samuel 8.2lista esse primognito como Joel, e o segun-do Abias. A explicao usual que esta vari-ao aparece na referncia de 1 Crnicasonde o nome Joel (cf. 1 Cr 6.33) foi aciden-talmente omitido e uma palavra que signifi-ca e o segundo (Vasni) foi transformada emnome prprio.

    VASSOURA (FEITA COM RAMOS DEARVORE) Esta palavra ocorre apenas umavez nas Escrituras; Varr-la-ei com vassou-ra de perdio [ou de destruio] (Is 14.23).Isto se refere ao que estava reservado paraa Babilnia. O termo hebraico mafatej tra-duzido como vassoura, um parente pr-ximo do verbo teteti,que pode ser traduzidocomo varr-la-ei.

    VASTI Rainha do rei persa Assuero(Xerxes). Quando o rei lhe ordenou a compa-

    recer usando a coroa real em seu banquete,a fim de exibir sua beleza aos nobres, elarecusou-se (Et 1.9-12n). O irado monarca foiaconselhado a destron-la (126-19). Ela foisubstituda por Ester, uma judia jovem e lin-da (2.1-4,15-17). S conhecemos o nome de

    uma das mulheres de Xerxes atravs de ou-tras fontes, isto , a rainha Amestris (Her-doto vii.61; ix.108-112), com quem ele haviase casado antes de se tornar rei. Vasti deveter sido uma das outras esposas de Xerxes,desconhecida dos registros extrabblicos.

    Veja Ester.

    VAU1 Sexta letra do alfabeto hebraico. Cadaverso da sexta seo do poema acrstico doSalmo 119 inicia-se com esta letra (w, 41-48). Ela foi transliterada como w ou v e cor-responde ao valor numrico seis.

    VAU1 Os vaus nos tempos bblicos eram lu-gares de fcil passagem para atravessar osrios, necessariamente sem pontes. Em al-guns casos, pelo menos, os vaus eram luga-res no apenas para homens e animais atra-vessarem, mas tambm para carroas e car-ros serem conduzidos por estes. Dois delesestavam localizados na Transjordnia; eramo vau de Jaboque - Udi Zerqa (Gn 32.22), eos vaus de Arnom - Udi Mojib (Is 16.2). Asdemais referncias a vaus em quase todosos casos referem-se a lugares onde se podia

    cruzar o Jordo, Eles so mencionados emconexo com os espias de Josu (Js 2,7), avitria de Ede sobre os moabitas (Jz 3.28),o incidente de Juizes 12.5,6, e a luta de Davi(2 Sm 15.28; 17.16 - vaus do deserto"). Ne-nhuma destas passagens pode ser identifi-cada com certeza hoje, mas elas devem es-tar localizadas em algum lugar na extensomais baixa do Jordo, medida que este seaproxima e desgua no Mar Morto. O textoem 2 Samuel 19.18 deveria provavelmenteser traduzido do seguinte modo: E atraves-saram o vau, par fazerem passar...Os vaus da Babilnia (Jr 51.31,32) aparen-temente referem-se a atravessar pontos doEufrates e seus canais.

    H. E. Fi.

    VEADO VejaAnimais; Cervo 11.12.VEIO Filo ou sulco de prata de uma mina(J 28,1). A palavra hebraica mosaj fonte,lugar de sada foi traduzida como minaem vrias verses.VejaMaan-D.

    VELA Somente o substantivo encontradono AT (heb. nes), significando sinal em-blema, ou estandarte (Is 33.23; Ez 27.7).Como um substantivo grego no NT, o termoskeuos significa uma vela ou instrumen-tos (At 27.17). Portanto, h verses que tra-zem a expresso amainadas as velas en-

    1988

  • 8/10/2019 LETRA V.pdf

    8/46

    VELA VENTRE

    quanto outras trazem arriaram os apare-lhos. O verbo grego bsico pleo, navegar,com vrios prefixos como em Atos 27.4-7.

    Veja Navios.

    VELHO VejaAncio.

    VELHO HOMEM Veja Carnal; Carne; NovaCriatura.

    VENENO Essa palavra aparece vrias ve-zes com o sentido de veneno de cobra, e uma traduo das palavras hebraicas hemae rosh, e da grega is. No cntico de Moiss feita uma referncia peonha de serpen-tes e ao veneno de drages (Dt 32.24,33).

    A resposta de J a Elifaz fala, em sentidofigurado, sobre as setas venenosas (J 6.4),enquanto Zofar descreve o destino dos peca-dores dizendo que eles sorvero o veneno de

    spides (J 20.16), A m influncia dos in-quos comparada ao veneno de uma serpen-te no Salmo 58.4 e no Salmo 140.3, e a cita-o de Paulo em Romanos 3.13 refere-se aesse mesmo assunto.Crer que os escritores da Biblia Sagrada pen-savam que a lngua da serpente era acondutora de veneno, pura fantasia. Poroutro lado, Tiago afirma, em sentido figura-do, que a lngua humana est cheia de peo-nha mortal (Tg 3.8). VejaAnimais IV.7,30,37.

    VENTO ORIENTAL VejaVentos.

    VENTOS Os hebreus reconheciam quatromovimentos de ar horizontais que chamavamde vento. Os ventos sul e sudeste cruzando odeserto arbio eram quentes e secos (J 37.17;Lc 12.55). O vento norte era mais fresco sen-do favorvel para a vegetao (Ct 4.16). Osventos oeste, sudoeste e noroeste traziam aschuvas e acompanhavam uma tempestade (1Rs 18.43-45; SI 147.18; Ez 13.13). O vendoleste era quente, com rajadas e carregado deareia. Ele era prejudicial vegetao (Gn

    O vento nordeste prestes a descarregarsaraivas, da torre dos Ventos, Atenas, sculo

    I a.C. HFV

    Cabeas representando os quatro ventos em um

    mosaico de piso na antiga stia, Itlia, HFV

    41.6; Is 11.15; Ez 19.12; Jn 4.8).O vento era reconhecido como uma criaode Deus (SI 135.7; Am 4.13), e era usadocomo um instrumento para executar seu pra-zer (x 14.21; SI 78.26; 148.8; 2 Rs 2.11) eseu juzo (SI 48.7; Jn 1.4). Os homens tam-bm usavam o vento em seu proveito. Eraimportante para o lavrador ao joeirar osgros (SI 1.4; 35.5; Is 17.13) e para o mari-nheiro ao navegar nos mares antigos (At27.40; 28.13; Tg 3.4).Pelo fato das palavras para vento nos idio-mas originais (heb. ruah, gr. pneuma) tam-bm significarem espritir e flego, os ter-mos so s vezes intercambiveis, como emEzequiel 37.5-9,14. O Senhor Jesus Cristoilustrou a operao do Esprito Santo na re-generao por meio da natureza invisvel dovento (Jo 3.8). Uma das manifestaes dadescida do Esprito Santo no dia de Pente-costes foi descrita como um som, como deum vento veemente e impetuoso (At 2.2).Veja Relmpago; Chuva; Esprito Santo;

    Tufo, Redemoinho. G. E. W.

    VENTRE As palavras traduzidas nas Escri-turas como ventre vm de vrias razes quesignificam suave, cncavo, redondo,descrevendo os aspectos fsicos da regioabdominal. O termo geralmente usadocomo uma referncia parte exterior do ven-

    1989

  • 8/10/2019 LETRA V.pdf

    9/46

    VENTRE VERDADE

    tre ou do estmago (Ct 5.14; SI 22.10; SI17.14) , e ao baixo abdome em geral.O termo tambm amplamente usado emum sentido figurado. Por causa de sua liga-o com o alimento, s vezes utilizado emum sentido carnal, de satisfao mundana

    (Fp 3.19). Por designar a anatomia interna, usado no pensamento hebraico como umafigura que se refere ao interior do ser, vidaintelectual e emocional (Jo 7.38; J 20.20).

    VERO Veja Agricultura; Palestina.

    VERDADE Do heb. 'ernuna, firmeza, esta-bilidade, verdade; 'emet, firmeza, verdade;gr. aletheia, verdade. Em 1912, o Dicion-rio Webster definiu verdade como: Confor-midade a fato ou realidade; exata concordn-cia com aquilo que , foi, ou ser. Emborapossivelmente satisfatria quando formula-da, tal definio mostra-se muita vaga nosdias de hoje, quando os lgicos positivistasnegam toda evidncia que no seja empiri-camente verificvel.Camell afirma que a verdade uma pro-priedade do julgamento que coincide com opensamento de Deus (An introduction toChristain Apologetics, p. 47). Enquanto oWebster erra ao reforar o factual, esta defi-nio erra ao reforar o metafsico. Entre-tanto, ao expandir sua definio para: cor-respondncia com o pensamento de Deus;

    teste: a consistncia sistemtica (p. 369), eexplicar a consistncia sistemtica, o Webs-ter oferece, possivelmente, a melhor defini-o de verdade disponvel atualmente. Atra-vs da expresso consistncia sistemtica,ele quer dizer que uma afirmao deve: pri-meiramente satisfazer sem dificuldade asleis da lgica, ou seja, ser horizontal menteconsistente - que o teste da verdade for-mal; em segundo lugar, estar de acordo comos fatos, ou seja, concordar vertical mentecom todos os fatos, que o teste da verdadematerial.

    Aspectos da VerdadeAspectos da VerdadeAspectos da VerdadeAspectos da VerdadeEm uma definio satisfatria de verdade,comoesta que foi apresentada acima, esto includostrs aspectos e elementos da verdade.1. Verdade ontolgica ou metafsica, Estaex-ressa o supremo relacionamento da verda-e e da natureza, bem como o relacionamen-to da verdade Teligiosa e moral em particularcom o prprio carter, vontade e pensamentode Deus. A verdade religiosa e moral o que

    Deus , e est de acordo com o seu carter. Averdade cientfica e social o que Deus dese-ja e est, tambm, em consistncia com seucarter. Deus a verdade em sua prpriapessoa (Dt 32.4; SI 31.5; Is 65.16), e este fato particularmente revelado em Jesus Cristo(Jo 1.14,17; 14.6). Sua Palavra revelada averdade (1 Rs 17.24; Jo 17.17); sua lei moral a verdade (SI 119.142,151).

    2. Verdade lgica.Dois extremos ocorrem: aAlguns aplicam a lgica e negam a revelao.Por exemplo, os (lgicos) positivistas enfatizama expresso lgica significativa que sejaempiricamente verificvel, e negam a verda-de metafsica e moral, dizendo que ilgica e

    sem sentido, pois no pode ser cientificamen-te examinada como os fenmenos materiais.O cristo responde que a verdade metafsica emoral chega ao homem atravs da revelao,e no pode ser conhecida de outra maneiraseno aprior,j que ela forma a base princi-al do conhecimento e da prpria existncia,ua prova apia-se sobre a evidncia razovelque suporta a revelao. Ele mostra que o l-gico positivista assume as proposies bsicasda moralidade e da tica, e as utiliza sem exi-gir provas, () Outros tentam aceitar a revela-o, embora negando lgica sua funo pr-

    ria. Os neo-ortodoxos falam da verdade deleus como no limitada pelo tempo e pelo es-pao. O homem no possui categonas nas quaispossa recepcionar essa verdade e, portanto, elaaparece nas formas de contradio, paradoxoe absurdo, no podendo, portanto, ser julgadapela lgica. O evanglico diz que o problemados neo-ortodoxos vem da aceitao de umafilosofia imperfeita de tempo e espaointroduzida na teologia por Soren Kierkegaard,e de uma abordagem modernista da BbliaSagrada. Deus racional e lgico e a Bblia

    prova no estar cheia de paradoxos e contra-dies quando aceita, pela f e da maneiracomo foi escrita. O Senhor forneceu evidnci-as verossmeis da verdade e da infalibilidadede sua Palavra. Esta concluso o testemu-nho dos crentes dos dois Testamentos (SI108.4;Jo 20.30,31; 1 Jo 1.1-3).3. Verdade factual,A verdade tem de condi-zer com os fatos da vida e da existncia. Istosignifica ter uma correspondncia preposici-onal com a realidade. A verdade no pode

    satisfazer-se com universal idades e generali-dades, por mais teis que possam ser, nemcom meras individualidades e particularida-des, mas tem de condizer verticalmente comos fatos enquanto os organiza corretamenteatravs do uso de universalidades.

    Atitudes para com a VerdadeAtitudes para com a VerdadeAtitudes para com a VerdadeAtitudes para com a VerdadeOuvindo e sendo a verdade.Pode-se ouvir averdade, acreditar que verdadeira, atensin-la e ainda assim recusar-se ou falharem agir de acordo com ela. Isto correspondea ouvir a verdade e no ser a verdade. A ver-

    dade conhecida, no sentido de acreditar eagir de acordo com ela, satisfaz, ento, a trstestes: consistncia lgica, consistnciafactual e consistncia prtica. Os dois pri-meiros foram discutidos acima nos itens ver-dade lgica e verdade factual. O terceiro mencionado pelo Senhor Jesus Cristo comoa base da salvao, isto , experimentar averdade ao agir ae acordo com ela (Jo 8.32).Isto acarreta um conhecimento do contedo

    1990

  • 8/10/2019 LETRA V.pdf

    10/46

    VERDADE VERGONHA

    Uma inscrio mencionando Csar Augustona verga de uma porta da gora de feso.

    HFV

    sobre o qual a ao apia-se.As Escrituras do aos trs seu lugar adequa-do. Elas esperam que a f seja baseada emevidncias razoveis, e que a ao siga o re-cebimento de uma revelao clara e autocon-sistente.Muitos telogos modernos das escolas neo-or-todoxa e liberal negam que a verdade seja ab-soluta. Paul Tillich, por exemplo, a v como,necessariamente, relativa, argumentando que,se fosse absoluta e imutvel, isso tomaria Deus- que o Supremo e o Absoluto - relativo. Talviso, de fato, nega a possibilidade da verdadeautntica, substituindo-a pela verdade

    kairoticou temporria - as coisas podem ser verdadei-ras hoje, mas erradas amanh. Aresposta cris-t destaca vrios fatos.1. Se a verdade depende de Deus, e Deus averdade em pessoa, ento a verdade absolutano limita, ao contrrio, revela Deus. Deus amor, mas o amor no rouba, no mente, etc.,e os mandamentos apenas expressam estasverdades que j existem no carter de Deus.Elas no esto limitando, mas revelando afir-maes que tm sua base na natureza de Deus.2. Pelo fato de Deus ser a verdade, Cristo averdade tanto em sua pessoa como em suarevelao (Jo 1.14,17; 14.61. Seu carter esuas palavras complementam-se, e seu en-sino revela tanto seu carter santo quanto odo Pai (Mt 5.43-48). Os telogos existencia-listas tentavam reforar a importncia de sera verdade, enquanto negavam que a verda-de tivesse um contedo proposicional, isto ,um contedo que est compreendido nas afir-maes reveladas nas Escrituras. Sua ten-tativa fracassa quando se percebe que Cris-to, usando uma linguagem de saa de aula,

    sustenta em Joo 8 que seu testemunho verdadeiro. Ele ensina somente o que ouviu(w. 26,40), viu (v. 38) e o que lhe foi ensina-do pelo Pai (v. 28). Ele pode confirmar o quediz, porque o Pai jamais o deixou s (v. 29).Em Joo 14, onde Cristo declara que Elemesmo a verdade (v. 6), Ele mais uma vezrefere-se ao contedo de seu ensino, mostran-do que Ele no somente a verdade em pes-soa, mas ue tambm ensina a verdade ro-

    posicional. Isto faz parte do contexto de Joo8, quando, como visto acima, Ele defende averdade de seus ensinos ao dizer: Econhecereis a verdade, e a verdade vos liber-tar (v. 32). Isto toma claro que Ele no estfalando de um conhecimento mstico dele

    mesmo que salvar o homem, mas de umconhecimento cujo contedo composto poraquilo que Ele ensina.

    Bibliografia. E. J. Carnell, AM Introduct-on to Christian Apologetics, Gr and Rapids.Eerdmans, 1950; A Philosophy of the Ckris-tian Religion, Grand Rapids. Eerdmans,1952, pp. 449ss. Charles Hodge, SystematicTheology,Grand Rapids. Eerdmans, 1952,G. Quell, G. Kittel e R. Bultmann, Aletheiaetc, TDNT, I, 232-251.

    R. A. K.

    VERDE VejaCores.

    VERGA Viga horizontal que forma o topoda esquadria de uma porta. Antes da Ps-coa, a verga de madeira (em hebraiconmshgop) e as ombreiras das portas eramcobertas com sangue (x 12.22,23). Em 1Reis 6,31 a palavra para verga (em hebrai-co 'ayil) pode significar as vigas que se pro-etam como pilares na entrada do Santo dos

    Santos (cf. Ez 41.3), ou pode ser referir padieira ornamentada, com um telhadopontiagudo que formava toda a entradapentagonal. A palavra hebraica kaphtor em

    Ams 9.1 e Sofonias 2.14 refere-se ao capitelde uma coluna e no verga da porta.

    VERGONHA Esta palavra traduz muitas ediferentes palavras hebraicas e gregas na B-blia Sagrada. O conceito bblico ae vergonha primeiramente o de uma conscincia interiorde culpa, fracasso ou inutilidade, e da frequen-te humilhao e reprovao ligada a ela.Subjetivamente, tem-se um sentimento devergonha por causa do pecado (Ed 9.6; Jr2.26; 31.19), por causa da derrota (2 Cr 32.21;Jr 9.19), porque o recato de uma pessoa violado (2 Sm 10.5; 13.11-13; 1 Co 11.6), onpor causa de um intenso desapontamento (Jr2.36; 14.3,4; 48.13; SI 119.31,116). Junto coma vergonha, h freqentemente um senti-mento de confuso (Jr 3.25; SI 44,15). A ver-gonha pode ser gerada a fim de levar umapessoa ao arrependimento (1 Co 6.5; 15,34;2 Ts 3.14). Embora muitos se sintam enver-gonhados de Cristo e de suas palavras (Mar-cos 8.38), o verdadeiro crente no ficar cons-trangido de confess-lo diante dos homens

    (Rm 1.16; 2 Tm 1.12) ou de defender compa-nheiros cristos perseguidos (2 Tm 1.8,16).Objetivamente, a vergonha a desgraa oua reprovao que os pecadores trazem sobresi mesmos (Pv 14.34). Isto especialmenteverdadeiro na rea dos pecados sexuais (Lv20.17) e das prticas idlatras dos cultos

    1991

  • 8/10/2019 LETRA V.pdf

    11/46

    VERS ES, ANTIGA E MEDIEVAL

    pagos de fertilidade (Ez 16,52,54,63). Anudez era particularmente vergonhosa, con-siderada at mesmo uma desgraa (Is 20.4;47.3; Ap 3.18; Jr 13.26). Deus envia a vergo-nha como um juzo sobre os pecadores (SI44.9,13-16) e sobre os inimigos do seu povo

    (SI 71,13,24; 132.18).A vergonha ligada cruz (Hb 12.2) consis-tia; na maldio de Deus sobre aquele queera considerado to criminoso, a ponto de serpendurado em uma rvore (G1 3.13 com Dt21.23; Fp 2.8); na condio desprezvel da-quele que era acusado de blasfmia (Is 50.6;Mt 26.65-67); na ignomnia da nudez daque-le que era crucificado como smbolo de seutotal abandono por parte de Deus (Is 53.3,4;SI 22.6-8,16,17; Mt 27.35,41-46); e na vergo-nha de morrer fora da cidade, como cumpri-mento da tipologia da oferta pelo pecado (Hb

    13.12,13; Lv 4.11,12).VejaCensura; Cristo, Humilhao de.J. R.

    VERME VejaAnimais IV.34.

    VERMELHO VejaCores.

    VERMELHO VejaCores.

    VERMES VejaDoena.

    VERSO AUTORIZADA EM INGLSEsta a verso The King James Version(KJV) de 1611 d.C. Veja Bblias, Verses emLngua Inglesa.

    VERSES DA BBLIA EM LNGUA IN-GLESA Veja Bblias, Verses em LnguaInglesa,

    VERSES DA BBLIA EM LNGUAPORTUGUESA Veja Bblias, Verses emLngua Portuguesa.

    VERSES, ANTIGA E MEDIEVAL

    IntroduoIntroduoIntroduoIntroduoO texto atual da Bblia revela as vrias al-teraes e modificaes resultantes das vi-cissitudes de muitos sculos de transmisso.Conseqentemente, suas primeiras tradu-es ajudam a reconstruir os textos maisantigos do AT e do NT ou a corrigir manus-critos hebraicos e gregos posteriores. Portan-to, elas tm considervel importncia parao estudioso da Bblia,

    Dois fatos importantes a respeito das versesantiga e medieval devem ser ressaltadosquando consideramos seu papel na transmis-so do texto bblico. Primeiro, seu propsito.Elas eram obras usadas para disseminar amensagem dos autgrafos (manuscritos) aosseguidores do judasmo e do cristianismo, e

    ara ajud-los a manter sua religio pura.lessa forma, os Targums come aram a ser

    usados antes da poca de Cristo. Depois daintroduo do cristianismo, a igreja empre-gou verses e comentrios para fazer proseli-tismo, e tambm para organizar e estabele-cer a nova religio. Segundo, as antigas tra-dues so importantes por causa de sua pro-

    ximidade com os autgrafos originais. Emgeral, quanto mais antigo for um manuscri-to, mais valioso ser em termos de critica ereconstruo textual. Muitas vezes, as anti-gas tradues levam o estudioso da Bblia aoprprio limiar dos autgrafos e prestam uminestimvel testemunho e colaborao au-tenticidade do texto bblico.Entretanto, deve-se admitir que existe umasrie enorme de dificuldades envolvidas nouso de qualquer traduo em particular, poiscada uma delas produto de um s indiv-duo ou de um grupo de indivduos que vive-

    ram em diferentes perodos, e em contextosculturais especficos. Dentro de cada tradu-o existe um texto subjacente, tanto hebrai-co como grego, com os problemas peculiaresde sua prpria tradio textual, alm da com-preenso e comunicao daquele texto pelotradutor. Portanto, deve-se tomar cuidadopara evitar tratar as tradues ingenuamen-te e us-las diretamente conforme suaapreciao textual, como foi costumeiro nopassado. Existem muitos problemas envol-vidos, provavelmente sem soluo, ao discer-nir o que pertence tradio original do tex-to e o que deve ser atribudo aos antigos tra-dutores, pois, a maioria deles, alm de ori-gem annima, deixou poucos, on talvez ne-nhum vestgio sobre seu aspecto cultural,pressuposies intelectuais, opinies religi-osas, preconceitos, aspiraes, educao ecapacidade de se expressar (veja a obra deErnst Wrthwein, The Text of the Old Tes-tament, pp. 33-34). Entretanto, tais obrascomo os Targuns, a Septuaginta e algumasdas primeiras verses do NT, merecem a con-siderao de um cuidadoso estudante das

    Escrituras.DefiniesDefiniesDefiniesDefinies

    Alm das observaes acima, devemos ter emmente algumas definies a fim de evitarqualquer confuso desnecessria em um as-sunto to complexo. Autgrafos so manus-critos originais dos autores das Escriturasinspiradas, enquanto traduo simples-mente a transposio, de uma lngua paraoutra, de qualquer composio ou texto. Sealgum item fosse traduzido de uma segundalngua para uma terceira, ou de volta para a

    lngua original, isso tambm teria sido umatraduo. A traduo literal um tipo espe-cfico ae traduo. Seu objetivo fornecer, oquanto possvel, o significado exato das pa-lavras da lngua original. Esse sistema detraduo palavra-por-pal avra mais rgidodo que uma simples traduo, e resulta natransmisso exata da ordem das palavras,

    1992

  • 8/10/2019 LETRA V.pdf

    12/46

    VERS ES, ANTIGA E MEDIEVAL VERS ES, ANTIGA E MEDIEVAL

    ao invs de idias, de uma lngua para ou-tra. Como resultado desse processo, muitasexpresses gregas e hebraicas foram tradu-zidas para o nosso idioma.Na transliterao, nma palavra transpos-ta de uma lngua para outra atravs da es-

    crita com letras ou caracteres que mais seaproximam de seu valor fontico. Em outraspalavras, a traduo procura uma equiva-lncia ideolgica e a transliterao uma equi-valncia fontica. O resultado lquido datransliterao a recombinao de muitaspalavras estrangeiras em outras lnguas.Palavras como aggelos (mensageiro, anjo),biblos (livro, Bblia), diakonos (ministro,dicono) e martys (testemunha, mrtir) soexemplos de certas palavras gregas que fo-ram traduzidas para nosso idioma.

    A verso uma traduo. Estritamente fa-

    lando, apenas a traduo da lngua originalde um texto literrio para outra lngua. Deacordo com esse aspecto tcnico, a verso KJVe a Verso Kheims-Douay, ambas em ingls,no seriam verdadeiras tradues, pois a pri-meira a quinta reviso da Verso Tyndale,e a ltima a traduo da verso da VulgataLatina. Entretanto, de forma geral, a versosignifica simplesmente qualquer traduo daBblia ou de parte dela. Os termos usados

    )ara descrever a traduo a partir de outrangua (geralmente do idioma original), que

    sistematicamente revista e analisada com oobjetivo de corrigir erros ou fazer outras alte-raes necessrias so reviso, verso revisa-da, e reviso crtica,A reviso crtica refere-se reviso de qualquer texto na sua lnguaoriginal ou na sua traduo.

    A parfrase uma traduo livre e que nosegue nenhum padro. E a reafirmao desentenas, passagens ou palavras de formaque, na tentativa de manter o sentido origi-nal, o significado seja expresso de forma maisclara ou inteligvel ao leitor. Como as par-

    frases permitem maior margem de ao aotradutor, elas correm o risco de perder suaexatido. Tais obras apareceram logo no in-cio da transmisso dos textos da Bblia Sa-grada em ingls. Uma traduo expandidaou ampliada do texto est muito prxima desua explicao ou anlise, portanto elas qua-se chegam a ser um comentrio, Elas tam-bm aparecem muito cedo na histria datransmisso dos textos da Bblia Sagrada.

    Alguns estudiosos erroneamente classifica-ram o Pentateuco Samaritano entre as ver-ses do AT. Entretanto, estritamente falan-

    do, ele um manuscrito hebraico revisadodos cinco livros da lei (veja Manuscritos daBblia; III.12. Pentateuco Samaritano).

    Os Targuns AramaicosOs Targuns AramaicosOs Targuns AramaicosOs Targuns AramaicosDurante seu Exlio na Babilnia, os judeuscomearam a abandonar sua lngua ances-tral, substituindo-a pelo aramaico, a lnguacomercial e diplomtica internacional de

    seus suseranos. Depois do Exlio, essa prti-ca surgiu entre os judeus da Palestina quan-do acompanhavam a leitura pblica das Es-crituras hebraicas na Sinagoga com umaparfrase oral, ou na interpretao do ver-nculo aramaico em benefcio do crescente

    nmero de judeus que estavam toniando-secada vez menos familiarizados com o hebrai-co. Existem provas de que os escrbas fazi-am parfrases orais em aramaico desde apoca de Esdras (Ne 8.1-8). As parfrases noeram tradues estritas, porm representa-vam um verdadeiro auxlio para a compre-enso das formas arcaicas da Tor. O tradu-tor ou intrprete envolvido nesse trabalhoera chamado de methurgeman, No fmal dosltimos sculos antes de Cristo, um proces-so gradual culminou com a existncia de tra-dues orais ou parfrases de quase todos

    os livros do AT. Durante os primeiros scu-los depois de Cristo, esses Targuns foramencerrados em livros e deles surgiu um tex-to oficial, pois o cnon hebraico com seu tex-to e interpretao j haviam sido identifica-dos na poca em qne os estudiosos rabnicosencontraram-se em Jamnia (aprox. 90 d.C.),e os judeus foram expulsos da Palestina noano 135 d.C.Durante o sculo II d.C. os primeiros Targunseram, aparentemente, escritos em aramaicopalestino embora existam provas de Targuns

    aramaicos desde a era pr-crist. Esses pri-meiros Targuns oficiais continham apenasa Lei e os Profetas, sendo que os Escritos fo-ram includos em Targuns posteriores e nooficiais. Um Targum pr-cristo de J, es-crito em aramaico palestino, foi encontradona Caverna XI, de Qumran enquanto a Ca-verna IV continha um Targum do Pentateu-co. Esses espcimes de manuscritos estavamentre os Targuns aramaicos no oficiais queforam substitudos pelos textos oficiais nosculo II d.C.Os Targuns oficiais palestinos da Tor e dos

    Profetas foram praticamente engolidos peloaramaico babilnio. Durante o sculo III, osTarguns da Tor e dos Haphtaroth (profe-tas), e os Targuns dos Escritos (Hagigrafos)foram, aparentemente, feitos em uma baseno oficial. Nenhum dos Targuns dosHagigrafos existentes, exceto os Rolos doMar Morto mencionados acima so anterio-res ao sculo V.Durante o sculo III d.C. surgiu na Babilniaum Targum aramaico sobre a Tor que podeter sido a reviso de uma tradio palestinaanterior. Ele atribudo, por tradio, aOnkelos (Ongelos), um nome que provavel-mente confundido com Aquila, que fez umaestrita traduo literal grega do AT hebraicopara substituir a LXX (vejaa discusso abai-xo), Outro Targum aramaico babilnico acom-panha os Profetas (anterior e posterior) e conhecido como Targum de Jonathan benUzziel. Esse Targum data do sculo IV, e

    1993

  • 8/10/2019 LETRA V.pdf

    13/46

    VERS ES, ANTIGA E MEDIEVAL VERS ES, ANTIGA E MEDIEVAL

    uma traduo mais livre e repleta de par-frases desse texto. Os dois Targuns mencio-nados acima eram lidos nas Sinagogas comoTor e Haphtaroth, respectivamente.Durante a metade do sculo VII surgiu ou-tro Targum do Pentateuco chamado ae Tar-

    gum Pseudo-Jonathan, Essa obra umamistura do Targum Onkeos com materiaisdo Midrash (q.v.). Um outro Targum surgiuem aprox. 700 d.C., e ficou conhecido comoTargum de Jerusalm, do qual atualmenterestaram somente alguns fragmentos.Os Targums so muito teis pela luz que lan-am sobre a interpretao judaica tradicio-nal de snas Escrituras. Entretanto, seu valorreside mais na contribuio para o estudo dahermenutica, do que para a crtica textual.

    O Talmude e o MidrashO Talmude e o MidrashO Talmude e o MidrashO Talmude e o Midrash

    Houve trs perodos na tradio escribal doAT. o dos Sopherim (aprox. 400 a.C.-lOO d.C.),o Talmdico (aprox. 200 d.C.-500d.C.) e oMasortico (aprox. 500 d.C.-1000 d.C.). Du-rante o primeiro desses perodos, os Sopherim("escribas) eram considerados guardies dasEscrituras hebraicas. Aparentemente, Esdrasfoi um deles e sua contribuio inclua osTarguns. Durante o perodo Talmdico, oTalmude cristalizou-se como corpo da lei he-braica civil e cannica baseada na Tor,O Talmude (instruo, ensino) representa asopinies e decises dos mestres judeus des-

    de aprox. 300 a.C. at 500 d.C., e consiste deduas divises bsicas: o Mishnahe o Gemara.O Mishnah (repetio, explicao, ensino)era a lei oral que existia ao final do sculo IId.C., colecionada pelo Rabino Judah, o Prn-cipe. Era considerado como a Segunda Leidos judeus, sendo que a Tor era a primeira,e estava escrita em hebraico. Inclua tradu-es, assim como explicaes, sobre a lei oral.O Gemara (completar, praticar, aprender)consistia de comentrios dos rabinos sobre oMishnah, feitos durante o perodo posteriora 200 d.C. Esses comentrios expandidosforam escritos em aramaico, e no em he-braico. Como os Targuns, os Gemara foramtransmitidos em duas tradues: o GemaraPalestino (aprox. 200 d.C.) e o GemaraBabilnico (aprox. 500 d.C.), uma traduomaior e mais oficial.O Midrash (estudo textual, interpretao ecomentrios, da raiz hebraica pesquisar,investigar) era, na verdade, uma exposiodoutrinria e homiltica das Escrituras he-braicas redigidas em hebraico e aramaico.Esses estudos e interpretaes textuais foram

    coletados entre 100 a.C. e 300 d.C. O Midrashcontm duas principais sees. Halak (pro-cedimentos) e Haggada (declarao, explica-o) que so comentrios sobre a Tor e so-bre todo o AT, respectivamente.Os Midrashim diferem dos Targuns no sen-tido de serem apenas comentrios, enquan-to os Targuns so parfrases. O Midrash con-

    tm algumas das primeiras homilias sobreo AT existentes nas sinagogas, e inclui al-guns itens como provrbios e parbolas. Suaatividade chegou ao fim depois da conclusodo Talmude babilnio, e foi substitudo pe-las disciplinas de histria, gramtica e teo-logia. VejaTalmude.

    A Septuaginta (LXX)A Septuaginta (LXX)A Septuaginta (LXX)A Septuaginta (LXX)Da mesma maneira que no Oriente Prximoos judeus do perodo ps-exico abandonaramo hebraico, que era sua lngua nativa, trocan-do-a pelo aramaico, eles abandonaram o ara-maico em favor do grego em centros helensti-cos como Alexandria, no Egito. Os judeus ha-viam recebido considerveis favores de Alexan-dre o Grande, como resultado da poltica queadotaram em relao ao guerreiro durante ostio de Tiro (em 332 a.C.). Nos novos centros

    que havia estabelecido durante suas extensasconquistas, ele freqiientemente inclua reaspara os habitantes judeus.Depois da morte sbita de Alexandre (323a.C.}, seu imprio foi dividido em vrias uni-dades dinsticas, os Ptolomeus no Egito, osSelucidas na sia Menor, os Antigonensesna Macednia e vrios outros reinos meno-res. Foi para o Egito Ptolemaico, que rece-beu esse nome por causa de Ptolemeu I Soter,filho de Lago, que emigrou um grande n-mero de judeus; eles estabeleceram-se prin-cipalmente na nova cidade de Alexandria.

    Ptolomen I era o governador do Egito (323-305 a.C.) antes de se tornar rei, e foi sucedi-do no trono em 285 a.C. por seu filho,Ptofomeu II Filadelfo que reinou at 246 a.C.e, seguindo a tradio dos Faras, casou-secom sua irm, Arsnoe H. Durante seu rei-nado, o Egito experimentou um grande re-nascimento cultural e educacional, e os ju-deus passaram a gozar de vrios privilgiosreligiosos e polticos. Uma das conquistasdesse reinado foi a traduo das Escriturashebraicas em benefcio dos judeus de lnguagrega que eram incapazes de entender o tex-to hebraico. A verso padro em grego, pro-duzida em Alexandria, conhecida comoSeptuaginta (LXX), que a palavra gregapara setenta. Essa traduo foi, sem dvi-da, realizada durante os sculos III e II a.C.,e considerada como pertencente poca dePtolomen II Filadelfo, de acordo com a as-sim chamada Carta de Aristeas a Philocarte(aprox. 130 a.C. a 100 a.C.).De acordo com a Carta a Aristeas,o bibliote-crio de Alexandria persuadiu Ptolomeu IIFiladelfo a traduzir a Tor para o grego para

    que fosse utilizada pelos judeus ae Alexan-dria. Essa carta relata que foram seleciona-dos trs tradutores de cada uma das 12 tri-bos e que eles terminaram essa traduo emapenas 72 dias. Apesar dos detalhes dessahistria serem provavelmente fictcios, pare-ce que, segundo a essncia dos fatos nela con-tidos, o Pentateuco foi traduzido para o grego

    1994199419941994

  • 8/10/2019 LETRA V.pdf

    14/46

    VERS ES, ANTIGA E MEDIEVAL VERS ES, ANTIGA E MEDIEVAL

    durante algum perodo da primeira metadedo sculo III a.C. O restante do AT foi tradu-zido no decorrer dos dois sculos seguintes,assim como alguns livros apcrifos e nocannicos (Siraque, Tobias etc.) Subseqen-temente, o nome LXX foi ampliado para co-

    brir todas essas tradues sendo que os livrosapcrifos ficaram intercalados entre os livroscannicos de acordo com seu carter geral oucom o assunto de que tratavam.Em termos de qualificao da traduo, a LXXno foi consistentemente elaborada, dando,nessa conjuntura, motivo a vrias observa-es. A LXX varia entre tradues restritas eliterais da Ibr at tradues livres dos Es-critos.Ela no foi projetada para ter as mesmas fi-nalidades funcionais do AT hebraico, pois seupropsito era ser lida publicamente nas Si-

    nagogas, ao contrrio dos propsitoseducativos daqueles que precisavam do tex-to hebraico.

    A LXX o produto de uma tentativa pionei-ra para a transmisso das Escrituras do ATe, nesse sentido, ela foi real mente excelen-te. Em termos de crtica textual, a LXX geralmente fiel ao texto original hebraico(veja Manuscritos da Bblia). Ela preencheua lacuna religiosa que existia entre os judeuse os cristos de lngua grega que passarama us-la juntamente com seu prprio textodo NT. A LXX tambm serviu de exemploaos missionrios que, posteriormente, iriamfazer tradues em vrias lnguas e diale-tos. Final mente, a LXX preenche a lacunada crtica textual atravs de sua substanci-al concordncia com os manuscritos do AT.Juntamente com o Pentateuco Samaritano,e alguns dos primeiros fragmentos dos Ro-los ao Mar Morto, a LXX proporciona a pri-meira ligao disponvel com os autgrafosdo AT (veja a obra de Norman L. Geisler eWilliam E, Nix, A General Introduction tothe Bible,pp. 308-309).

    Foi como resultado de uma crtica reao ju-daica que ocorreu um movimento contra a LXXentre esses povos durante os primeiros scu-los da Era Crist, e esse movimento provocouuma nova onda de tradues e verses do AT,

    Verses Gregas do AT na Era CristVerses Gregas do AT na Era CristVerses Gregas do AT na Era CristVerses Gregas do AT na Era CristAs duas razes para a rejeio dos judeus LXX durante os primeiros sculos do cristi-anismo foram sua adoo pelos cristos compropsitos apologticos e polmicos, e o apa-recimento, em aprox. 100 d.C., de uma tra-duo de um texto hebraico aceitvel, feita

    por um judeu que iria aparecer no TextoMasortico de Justino Mrtir, Dialogue withTrypho the Jew e sua First Apology (aeaprox.150 a.C.), que acompanhava o padro dosautores do NT ao citar a LXX ao invs dotexto hebraico, oferecendo assim uma basepara a acusao de Trifo de que o texto cris-to no continha a autoridade divina.

    O resultado dessas circunstncias, junta-mente com a rpida emergncia do cristia-nismo a partir de seus antecedentes judai-cos, foi o aparecimento de inmeras tradu-es que iriam ajudar a preservar o AT paraas futuras geraes. Das vrias tradues

    concorrentes produzidas sobre o AT, atual-mente trs so as mais conhecidas pelo nomede seu tradutor. Trs outras tradues gre-gas so de autores annimos. Infelizmente,todas essas obras foram preservadas apenasem um nmero limitado de fragmentos e emum nmero limitado de citaes dos patri-arcas da igreja. ,

    A Verso de Aquilafoi produzida por Aquila,um nativo do Ponto, em aprox. 130-150 d.C.Dizem que ele era parente do imperador

    Adriano, alm de funcionrio civil, que semudou de Sinope para Jerusalm. Enquan-

    to estava em Jerusalm, converteu-se ao cris-tianismo, mas foi incapaz de se livrar com-pletamente de suas idias e hbitos pr-cris-tos, portanto foi publicamente censuradopelos ancios da igreja. Ele ficou ofendido,esqueceu o cristianismo e retomou ao juda-smo. Como proslito, estudou com o famosoRabino Aqiba e produziu uma nova tradu-o do AT hebraico para o grego.Embora a maior parte de sua histria noseja digna de crdito, parece que Aquila foium proslito judeu na regio do Mar Negro.Durante a primeira metade do sculo II, elerealmente fez uma traduo grega do AT. Elefez uma traduo extremamente literal queesteve, erroneamente, associada ao TargumOnkelos, como mencionamos acima.

    Apesar de Aquila ter produzido uma tradu-o grega, ela era to literal e rgida que ospadres de pensamento e a estrutura dassentenas acompanhavam as regras hebrai-cas e no as gregas. Aquila exibia seu anta-gonismo em relao ao cristianismo tradu-zindo de modo diferente algumas das passa-gens messinicas da LXX. Como resultado,

    sua verso tornou-se a traduo oficial gre-a das Escrituras, que foi usada entre os ju-eus no cristos. Somente sobreviveramalguns fragmentos e citaes isoladas dessaverso.

    A Reviso de Teodsio foi produzida duran-te a segunda metade do sculo II por umnativo de Efeso que era talvez um proslito

    judeu ou um cristo ebionita. Embora asautoridades nesse assunto estejam divididassobre o texto que foi utilizado, Teodsio pa-rece ter feito uma reviso da verso de

    quila ou de alguma outra traduo primi-

    tiva grega (veja Geisler e Nix, p. 310, n. 22,para uma exposio das idias de vrios au-tores sobre esse assunto). A reviso deTeodsio muito mais livre do que a de

    quila e, em algumas ocasies, ele substi-tuiu o texto da LXX. Com essa reviso, o li-vro de Daniel logo veio a tomar o lugar dolivro anterior na LXX e tambm nos catlo-

    1995199519951995

  • 8/10/2019 LETRA V.pdf

    15/46

    VERS ES, ANTIGA E MEDIEVAL VERS ES, ANTIGA E MEDIEVAL

    gos cristos dos livros do AT. possvel quesua reviso de Esdras-Neemias tambm te-nha substitudo a da LXX. Uma das caracte-rsticas dessa reviso a frequncia com aqual as palavras hebraicas sofrem umatransliterao ao invs de uma traduo.

    A Reviso de Smaco apareceu no final dosculo II, e acompanha a de Teodsio quan-to poca e ao comprometimento teolgico.Smaco era um ebionita, ou talvez um pro-slito judeu, que tentou produzir uma ver-so idiomtica grega do AT que reflete umplo oposto verso de quila. O fato de es-tar preocupado com o sentido de sua tradu-o dos termos hebraicos, ao invs da pr-pria letra hebraica, no o impediu de mos-trar um elevado grau de preciso que iriaexercer influncia nos subsequentes tradu-tores da Bblia, inclusive Jernimo.

    A Hxapla de Orgenesnasceu da necessida-de de traduzir um texto grego satisfatrio doAT para o mundo cristo em uma poca emque as muitas divergncias entre os manus-critos existentes da LXX, as diserepnciasentre o texto hebraico e a LXX e as tentativasde reviso das tradues gregas do AT resul-taram em uma confuso generalizada. Almdas tradues acima mencionadas, Orgenesdescobriu trs tradues gregas annimasenquanto se preparava para produzir a pri-meira e realmente notvel tentativa de umaanlise textual, a Hxapla, durante o segun-do trimestre do sculo III. Foi ento que eledecidiu em favor da tentativa de unificar ostextos gregos e hebraicos atravs da correode adulteraes textuais, e sua Hxapla es-sencialmente mais uma reviso do que umaverso. Ela est organizada em seis colunasparalelas: a hebraica, a transliterao grega,a verso de quila, a reviso de Smaco, a re-viso pessoal de Orgenes da LXX e a revisode Teodsio, respectivamente. Orgenes acres-centou aos Salmos trs colunas adicionais, masapenas duas representam tradues diferen-

    tes. Outra obra de sua autoria a Tetrapla,uma verso resumida da Hxaplaonde as duasprimeiras colunas foram omitidas.Nenhuma dessas obras sobreviveu destrui-o do tempo, mas Eusbio de Cesaria ePanfilo publicaram a prpria traduo deOrgenes (a quinta coluna da Hxapla). Todaessa obra era extremamente volumosa paraser comercializada nos dias de Orgenes, masarte da quinta colnna sobreviveu no Codexarraviano (G) dos sculos IV e V.Uma grande poro da traduo siraca do s-culo VII tambm sobreviveu em vrios manus-

    critos (cf. Gleason L. Archer, Jr., A Survey oOld Testament Introduction,p. 39). Uma por-o suficiente da Hxaplade Orgenes tambmsobreviveu, de forma que suas perspicazes ob-servaes foram preservadas.Outras revises da LXX apareceram depoisdo incio do sculo IV. Logo no incio, Eusbioe Panfilo publicaram sua prpria edio da

    quinta coluna da Hxapla de Orgenes. Aofaz-lo, estavam levando adiante a VersoLXX que se tomaria a verso padro em mui-tos lugares. O bispo egpcio Hesychius (fale-cido em 311 d.C.) tentou fazer sua prpriareviso da LXX, porm ela sobreviveu ape-nas atravs das citaes feitas por escritoresegpcios como Cirilo ae Alexandria (444 d.C.).Lueano de Samosata de Antioquia (falecidoem 311 d.C.) fez outra reviso da LXX que foipreservada nas pores citadas nas obras deJoo Crisstomo (falecido em 407 d.C.) eTheodoret (falecido em aprox. 457 d.C.). Des-sa forma, na poca de Jernimo havia trsrevises bsicas da LXX disponveis igreja,a de Luciano no norte da Sria, sia Menor eGrcia, a de Hesychius no Egito ao longo dovale do Nilo e no Delta, e a edio da Hxapla,de Orgenes, para a rea de Jerusalm e

    Cesaria (cf. Henry Barclay Swete, An Intro-duction to the Old Testamente in Greek,p.85).

    Tradues do AntigoTradues do AntigoTradues do AntigoTradues do Antigoe do Novo Testamentoe do Novo Testamentoe do Novo Testamentoe do Novo Testamento

    1. As Verses Siracas oferecem as traduesmais antigas e importantes das Escriturashebraicas depois da LXX. O siraco, uma ln-gua semtica, era um dialeto semelhante,mas no idntico ao dialeto aramaico faladona Palestina durante a poca do Senhor Je-sus e seus discpulos. Como os judeus pales-

    tinos falavam a lngua aramaica, seria ra-zovel presumir que os judeus da vizinhaSria tambm o falassem. Na verdade, Josefoindica que, durante o sculo I d.C. os judeusestavam envolvidos em atividades de prose-litismo na rea situada a leste da antigaNnive, perto de Arbela.Esse movimento do judasmo, na metade dosculo I, abriu caminho para a propagaodo cristianismo na Sria, de onde se espa-lhou para a sia central e ndia, tendo che-gado at a China. Simultaneamente, com aelaborao do Targum judeu em aramaico,os missionrios cristos estavam traduzin-do a Bblia para um dialeto mais til nessamesma lngua, embora empregassem umavariao distinta do alfabeto aramaico. Odialeto que esses cristos usavam era o sir-aeo, que correspondia em aramaico ao Koinem grego e ao Vulgar em latim, isto , era alngua comum do povo. A traduo usadapela igreja siraca foi chamada de Peshitta,que significa simples. Embora esse nomedate do sculo IX e sua origem seja incerta,no h dvida de que o texto siraco do AT

    originou-se na metade do sculo II e inciodo sculo III, e ele parece ter sido a obra demuitos autores dessa rea ou de perto de$dessa.E provvel que a traduo do AT tenha sidofeita a partir da lngua hebraica, porm maistarde ela foi revista de acordo com a LXX. OPentateuco Siraco parecido com o Targumde Onkelos, que acompanha o manuscrito,

    1996

  • 8/10/2019 LETRA V.pdf

    16/46

    VERS ES, ANTIGA E MEDIEVAL VERS ES, ANTIGA E MEDIEVAL

    mas os livros subsequentes demonstramuma influncia pouco sistemtica e no mui-to profunda da LSX. Dessa forma, ela no muito confivel como uma testemunha in-dependente do texto do AT, Entretanto, elafornece uma ajuda valiosa ao estudo da Ca-non icidade, pois omite os livros apcrifos doCnon Alexandriano. Quando a f crist foideclarada a religio oficial do Imprio Ro-mano, no incio do sculo IV, os cdigos dasEscrituras (LXX) foram reproduzidos emgrande nmero (cf. Eusbio, EcclesiasticaHistory [Loeb], VIII, 2). Seria justo supor queum desenvolvimento semelhante tambmtenha ocorrido com a verso Peshitta.

    Acredita-se que a edio siraca padro doNT originou-se de uma reviso do sculo Vfeita por Rabbula, bispo de Edessa (411-435). Na verdade, ela corresponde reviso

    de antigas verses srias levadas a aproxi-marem-se dos manuscritos gregos ento emuso em Constantinopla (Bizncio). Essa re-viso, mais a reviso crist do AT siraco,veio a ser conhecida como Peshitta. Rabbuladeu ordens para colocarem uma cpia dessareviso em cada igreja de sua diocese, o queresultou em sua ampla circulao desde ametade at o final do sculo V.

    Ao fmal do primeiro trimestre do sculo V,aconteceu um cisma na igreja Sria que re-sultou na retirada de Nestrio para o orien-te. Quando Nestrio foi afastado de seu bis-pado de Constantinopla em 431, ele levouconsigo a Bblia Peshitta. Em 489 a EscolaNestoriana em dessa foi destruda e seusmembros fugiram para a Prsia onde estabe-leceram uma outra escola em Nisibis. Os doisramos da igreja conservaram seus prpriostextos bblicos que se tornaram respectiva-mente o oriental (Nestrio) e o ocidental(Jacobita). Os textos Nestrios sofreram pou-cas revises, baseadas em manuscritos he-braicos e gregos, em vista do isolamento daigreja do oriente. O texto Jacobita pertence

    corrente que tem o estilo do texto Bizantino.A verso Siro-Hexaplrica do AT era umatraduo para o siraco da quinta coluna daHxapla ae Orgenes. Esse trabalho foi rea-lizado sob o patrocnio de Paulo, bispo deTelia na Mesopotmia, em 616 d.C. Trata-se de uma obra excessivamente literal quetraduz o texto grego fazendo transgressesno idioma siraco e, como resultado, essa tra-duo nunca se enraizou profndamente nasigrejas srias. Cpias sobreviventes da mai-oria dos livros do AT podem ser encontradasna verso Siro-Hexaplrica, enquanto o ma-

    nuscrito mais antigo (apenas um sculo maisnovo que a traduo original) est atualmen-te na biblioteca Ambrosiana em Milo. Omanuscrito de Milo contm os livros poti-cos e profticos, e serve como uma primitivae extensa testemunha do texto Hexaplrieoda LXX assim como dos sinais diacrticos dotexto original da LXX do livro de Daniel que,

    nessa poca, havia substitudo quase com-pletamente a verso de Teodsio na igreja.O estilo desse texto basicamente bizantinocom uma sensvel influncia ocidental.

    A obra de Taciano, Diatessaron (gr. atravsdos quatro) ou harmonia dos Evangelhosest relacionada com a antiga verso Siraca.Essa obra foi elaborada em aprox. 170 d.C.quando Taciano retornou para a Assria de-pois de ter acompanhado Justino Mrtir atRoma. Embora essa obra tivesse uma am-pla circulao no Oriente Prximo, ela tor-nou-se conhecida principal mente atravs dereferncias indiretas. A harmonia do tiporecortada e colada de Taciano pode ter sidooriginalmente escrita em siraco, embora alngua grega seja a mais provvel, posteri-ormente traduzida para o siraco.Taciano pertencia a uma seita hertica cha-

    mada os Encratistas e parece ter sido esse ofator subjacente que, em 423, levou Rabbulae Theodoret, bispo de Cyrrhia, a abolir seuuso no incio do sculo V. O Diatessaron erato popular que Ephraem, um Patriarcasrio, escreveu um comentrio sobre essaobra. Entretanto, Theodoret mandou quetodas as cpias conhecidas (por volta do ano200) fossem destrudas por causa de sua po-tencial influncia corruptora. Em seu lugar,Theodoret apresentou outra traduo dosEvangelhos aos Quatro Evangelistas.Embora tanto o Diatessaron, como o comen-trio de Ephraem, tenham se perdido, umatraduo armnia e duas rabes do prprioDiatessaron conseguiram sobreviver (vejaBruce M. Metzger, The Text ofthe New Tes-tament, pp. 91-92; e tambm do mesmo au-tor Chapters in the History ofNeTestamentTextual Criticism,pp. 97-120 para uma an-lise atual desse assunto), No existe nenhummanuscrito do Diatessaron, mas um peque-no fragmento de um manuscrito grego do ano220 conseguiu chegar at os nossos dias.

    Trs outras verses siracas merecem um bre-ve comentrio, embora suas datas sejam bas-tante posteriores. Em 508, Zenaia (Philoxe-nus), bispo jacobita de Mabbug (Hierpolis),ordenou a seu eoadjutor que preparasse umaoutra traduo da Bblia, a Bblia SiracaPhiloxeniana. Tratava-se de uma reviso to-tal da Bblia destinada a suplantar a popularverso Peshitta, Ela inclua vrios livros doNT que haviam sido omitidos pela versoanterior (2 Pedro, 2 Joo, 3 Joo, Judas e

    Apocalipse). Essa reviso mostra ser do scu-lo VI, antes da igreja Sria aceitar todos os

    livros do cnon do NT.Cerca de um sculo depois da reviso de Phi-loxenus, foi recomeado o trabalho de revi-so. Em 616, Thomas Harkel (Heraclia),tambm bispo de Mabbug, reeditou a revi-so Philoxeniana com notas marginais so-bre vrios textos de inmeros manuscritosgregos. Essa Verso Harkleana, como cha-mada, especialmente importante pelo seu

    1997

  • 8/10/2019 LETRA V.pdf

    17/46

    VERS ES, ANTIGA E MEDIEVAL VERS ES, ANTIGA E MEDIEVAL

    testemunho do texto ocidental do livro deAtos. A poro do NT da reviso Harkleanafoi feita sob a coordenao de Paulo de Telia,como mencionamos acima.

    Ainda outra verso siraea conhecida comoa Siraea Palestina. Era, na verdade, umatraduo aramaica das leituras oraisilectionaries) dos Evangelhos que foram es-critas em um alfabeto de estilo siraeo. Noexistem livros completos do NT nessa ver-so, e parece que foram elaborados pelos cris-tos melquitas da Palestina no final do s-culo IV, A testemunha atual desse texto composta por trs leituras dos sculos XI eXII que seguem o padro das primeiras lei-turas gregas.2. As Verses Copias refletem a forma maisrecente dos escritos egpcios. Antes da eracrist, os escritos egpcios eram feitos em

    hierglifos, hierticos ou demticos. No in-cio da era crist, o alfabeto grego, acrescen-tado de mais sete caracteres, tornou-se aescrita padro. Esse sistema de escrever tor-nou-se conhecido como copta e a Bblia foitraduzida para seus vrios dialetos, sendoque pores dessa Bblia ainda existem emseis desses dialetos.Entre os dialetos que surgiram ao longo dorio Nilo, o sahidic (de Tebas) e o bohairic (deMnfis) so os mais importantes, enquantoo dialeto do Mdio Egito inclui vrios ou-tros dialetos menores; fayumic, achmimie esub-achmimic. S foram encontrados frag-mentos dos dialetos do Mdio Egito e ne-nhum dos livros do NT sobreviveu nesse di-aleto. Um papiro cdex do sculo IV, escritoem fayumic, contm Joo 6.11-15.11 e essetexto apresenta-se mais prximo do dialetosahidic do que do texto bohairic.No Egito Superior (sul), perto de Tebas, todoo NT foi virtualmente traduzido para o sahidicno incio do sculo IV. Pores do NT haviamsido traduzidas nesse dialeto desde o sculoIII, antes de qualquer outro dialeto egpcio.

    No Egito Inferior (norte), perto de Mnfis, ena regio do Delta, o dialeto bohairic tornou-se o vernculo bsico da igreja do Egito.Embora o ncleo dessa regio se inclinassea transformar o bohairic no principal diale-to egpcio, a persistncia do grego como a ln-gua da igreja de Alexandria parecia respon-der pelo aparecimento um tanto tardio dasverses bohairic da Bblia Sagrada. O nicomanuscrito anterior nessa lngua um pa-piro cdex de Bodmer do Evangelho de Joo.Resumindo, sobreviveram mais manuscritosem bohairic do que em qualquer outro diale-

    to, mas todos eles so relativamente poste-riores (datando dos sculos XII a XIV). NoNT, tanto os dialetos sahidic como bohairicrefletem o estilo do texto grego de Alexan-dria (vejaManuscritos da Bblia).3. A Verso Etopeda Bblia Sagrada come-ou a aparecer no sculo IV como resultadoda divulgao do cristianismo por todo o

    Egito e dentro da Etipia. O AT foi traduzi-do logo depois da consagrao de Frumneiocomo bispo de Aksum pelo Patriarca de Ale-xandria, Atansio. Parece qne o AT foi base-ado principalmente na LXX, com revisesbaseadas no texto hebraico. Durante a con-

    trovrsia do monofisismo nos sculos V e VI,os monges srios mudaram-se para a Etipia,e provavelmente ajudaram nessa traduoque terminou durante a emergncia doislamismo nos sculos VII e VIII. O texto doNT foi posteriormente influenciado pelasverses copta e rabe e pode ter se baseadona verso siraea e no nos manuscritos gre-gos. Esses manuscritos eram, sem dvida,textos dos sculos IV e V, e resultaram namais completa negao do texto etope emtermos de valor crtico. Entre os mais ae 100manuscritos sobreviventes, nenhum deles

    anterior ao sculo XIII, e mesmo assim socpias de fontes posteriores. O AT inclui oslivros no cannicos de 1 Enoque e Jubileu,e o texto do NT basicamente bizantino commisturas acrescentadas de outras origens.4. A Verso Gticafoi traduzida do grego porlfilas (311-81), segundo bispo ostrogodo,conhecido como O Apstolo dos Godos. Nose sabe exatamente quando o cristianismo

    enetrou nas tribos germnicas das regiesos rios Reno e Danbio, porm lfilas de-

    dicou-se traduo da Bblia para seu povoquando ele mudou-se do baixo Danbip paraa regio conhecida como Bulgria. Se lfilasconseguiu mesmo realizar o que geralmenteatribui-se a ele, isto , criar um alfabeto g-tico e transformar a linguagem falada emescrita, essa foi realmente uma empreitadade grande valor. De qualquer forma, sua tra-duo do AT foi uma obra fiel, baseada naverso de Luciano. Embora tenha sido ela-borada na metade do sculo IV, muito poucorestou do AT (s sobreviveram seis fragmen-tos do manuscrito). O manuscrito mais com-pleto o Cdex Argnteo, ou cdigo de pra-

    ta, escrito sobre pergaminho prpura comletras de prata e s vezes de ouro.Assim como o copta, o gtico uma lnguacuja escrita foi expressamente projetadapara se redigir as Escrituras. Alm disso, oNT era o monumento literrio mais antigoconhecido no dialeto germnico. Isso mui-to significativo porque ele o primeiro tra-balho literrio do grupo germnico, ao qualpertence a lngua inglesa, assim como a pri-meira verso da qual existem informaes arespeito da identidade de seu tradutor. Tam-bm a nica verso que apresenta uma

    considervel extenso na qual foram utili-zadas todas as evidncias conhecidas domanuscrito.5. A Verso Armnia da Bblia , na verda-de, uma traduo secundria. Ao executarseu trabalho de evangelizao, as igrejassrias lanavam os fundamentos para in-meras outras tradues secundrias.

    1998

  • 8/10/2019 LETRA V.pdf

    18/46

    VERS ES, ANTIGA E MEDIEVAL VERS ES, ANTIGA E MEDIEVAL

    Essas tradues secundrias receberam essenome porque no eram realmente traduzidasa partir das lnguas originais. Nem todos osestudiosos concordam que a Verso Armniaseja a traduo de uma outra traduo, e exis-tem duas tradies bsicas relativas origemdessa verso. Uma delas atribui a obra aMesrob (falecido em 436 d.C.) um soldado quese tomou missionrio e criou um novo alfa-beto para ajudar o Patriarca Sahak (Isaque oGrande, 390-439) na traduo da Bblia apartir do texto grego. A outra tradio afir-ma que o prprio Sahak traduziu a Bblia apartir do texto siraco. Embora as duas ver-ses tenham seus mritos, a ltima ocupa amelhor posio, pois se origina do sobrinho ediscpulo do prprio Mesrob.O AT baseia-se na verso Hexaplrica, en-quanto algumas pores exibem evidncias de

    uma reviso do siraco e originam-se de umatraduo do inicio do sculo V. Parece que asprimeiras tradues do NT sofreram revisessubseqentes entre os sculos V e VIII, e for-mam a base original do texto armnio atual.Nessa traduo est includa a Terceira Car-ta (apcrifa) de Pardo aos Corntios, que se-gue a tradio das igrejas Armnia e Sria. Omanuscrito mais antigo da traduo armniadata do sculo IX. Seu texto do NT cesareanoou bizantino, e no exerce um grande pesosobre a crtica textual.6. A Verso Georgiana definitivamenteuma traduo; portanto, trata-se de uma tra-duo secundria. Durante o sculo IV, aregio montanhosa que vai desde o Mar Ne-gro e o Mar Cspio na Gergia, at o norteda Armnia, recebeu a mensagem crist epor volta da metade do sculo V ela j tinhasua prpria traduo da Bblia Sagrada.

    Assim como a mensagem do cristianismopenetrou na Gergia, vinda da Armnia, omesmo aconteceu com sua traduo da B-blia Sagrada. Dessa forma, a despeito de suafonte armnia subjacente, a traduo

    georgiana era, na verdade, uma traduovinda da Armnia. Portanto, como a tradu-o armnia estava baseada na LXX ou naPeshitta siraca, ela era uma traduo se-cundria, e a Verso Georgiana seria, nomnimo, uma traduo terciria. Assim comoo copta, o gtico e o armnio, o alfabetogeorgiano foi expressamente desenvolvidocom o propsito de traduzir a Bblia parauma linguagem vernacular.7. A Verso Sogdanafoi o resultado da con-trovrsia nestoriana do sculo IV. Nestrio(falecido em 451) foi condenado pelo Conci-

    lio de Efeso (431) e confinado a um mostei-ro. Muitos daqueles que o sustentavam pas-saram para o lado de seus oponentes medi-ante acordos. Os nestorianos persas, entre-tanto, sofreram um cisma e tornaram-seuma igreja separada. Eles espalharam-sepela sia central e tambm pela sia ori-ental durante o perodo seguinte, e tradu-

    ziram as Escrituras para vrios idiomas medida que chegavam s diversas localida-des. Estas tradues so conhecidas comoas verses Sogdianas, porm esto basea-das nas Escrituras Siracas e no nas he-braicas ou nos Testamentos Gregos. Escas-sas reminiscncias destas obras datam dossculos IX e X, e de datas posteriores, e re-presentam as evidncias tercirias e as l-timas evidncias do texto. A devastadorainvestida de Tamerlane, conhecida como oaoite da sia, quase exterminou os nesto-rianos no final do sculo XIV.8. A Verso rabeda Bblia Sagrada surgiudepois do incio do islamismo, depois dahejirah(ou hgira), a fuga de Maom de Mecapara Yahrib (a atual Medina) em 622. Elafoi traduzida para o rabe a partir de tradu-es gregas, siracas, coptas e latinas, assim

    como das vrias combinaes dessas obras.Parece que as primeiras das numerosas tra-dues rabes foram feitas do siraco, queera provavelmente a lngua eclesistica daigreja na Arbia antes do aparecimento doislamismo e do sucesso que seu Alcoro al-canou ao transformar o rabe em uma ln-gua literria. Maom (570-632), o fundadordo islamismo, conhecia a histria do Evan-gelho apenas a partir de sua tradio oral, eessa tradio estava baseada em fontessiracas deixadas pelos missionrios.

    As primeiras referncias bblicas existentesem rabe so citaes feitas pelos escritoresdo sculo IX. A primeira e mais importantetraduo do AT era uma traduo do hebrai-co feita pelo literato Saadia Gaon (falecidoem 942). Por outro lado, o AT no foi pa-dronizado em suas tradues rabes. Em946, Isaak, filho de Velsquez, um cristoespanhol de Crdoba, fez a traduo rabedos Evangelhos com base em um manuscri-to latino que continha textos em latim anti-go e em discursos diatessarnieos (cf. B. M.Metzger, Versions, Ancient, IDB, IV, 758).

    Os manuscritos rabes variam dos sculosIX a XIII, e oferecem pouca (se alguma) aju-da crtica textual, pois neste caso o NT atraduo de uma outra traduo, e o AT bastante posterior.9. A Verso Eslava teve incio pouco depoisda metade do sculo IX quando o recm for-mado imprio Morvio na Europa central eoriental adotou o cristianismo. Os lideresdessa igreja usavam o latim em sua liturgia,porm os povos nativos no estavam famili-arizados com essa lngua. Rostilav, o unda-dor desse imprio, pediu que fossem envia-

    dos sacerdotes eslavos para conduzir aliturgia na lngua do povo. Nessa poca, ha-via uma nica lngua nativa nessa regio daEuropa oriental, isto , o eslavo. Desse modo,em resposta solicitao de Rostilav, o im-perador bizantino Miguel III enviou doismonges de Bizncio para a Morvia. Essesmonges eram os irmos Metdio e Cirilo,

    1999

  • 8/10/2019 LETRA V.pdf

    19/46

    VERS ES, ANTIGA E MEDIEVAL VERS ES, ANTIGA E MEDIEVAL

    nativos de Tessalnica. Eles elaboraram umnovo alfabeto para sua traduo, que se tor-nou conhecido como alfabeto Cirlico. Estecontinha 36 letras e ainda usado nas ln-guas da Rssia, Ucrnia, Servo-Crocia eBulgria. O alfabeto Glagoltico, que foi subs-

    titudo pelo Cirlico no sculo X, tambm atribudo a esses irmos, os Apstolos dosEslavos. Seu AT costumava ser considera-do uma traduo da Septuaginta (LXX),embora evidncias mais recentes indiquemque era traduzido do latim. O NT segue oestilo bizantino do texto grego, com muitostextos dos estilos ocidentais e Cesareano. Amaior parte dos manuscritos eslavos existen-tes so palestras, e a primeira traduo tam-bm pode ter tido a forma de uma palestra.10. As Verses Variadasdevem ser mencio-nadas apenas de passagem, pois cumprem

    uma funo pouco til em termos de anlisetextual. Averso Nubiana foi encontrada ape-nas sob a forma de fragmentos e ainda nofoi analisada, Uma traduo anglo-saxnicada Vulgata latina abre as portas para as ver-ses inglesas {veja Bblia, Verses Inglesas).So conhecidas duas Verses Persas antigasdos Evangelhos, mas na verdade trata-se detradues de uma verso do sculo XIV base-ada no siraco e em uma verso posterior ba-seada no grego. Um fragmento de um manus-crito do sculo VIII preserva pores de

    Mateus em Franco, uma lngua da Europaocidental e central. Na verdade, uma edi-o bilnge com o texto em Franco na pgi-na, tendo ao seu lado o texto latino.11. As Verses La tinasdo AT e do NT so oresultado de uma grande traduo das Es-crituras feita pela igreja ocidental durantea Idade Mdia (400-1400 d.C.). A Vulgatalatina de Jernimo estava destinada a rei-nar sem qualquer alterao durante mil anosantes da inveno dos tipos mveis porJohann Gutenberg, na metade do sculo XV.Entretanto, antes de Jernimo ser capaz de

    realizar sua obra monumental, apareceramvrias tradues em Latim Arcaico. Pareceque as Escrituras do AT foram traduzidaspara o latim primeiramente no norte da fri-ca durante o ltimo trimestre do sculo IId.C. A seo do AT foi traduzida da LXX, eessa antiga traduo latina foi frequente-mente citada no norte da frica no perodoanterior ao da Hxaplade Orgenes. Ela podeter sido a traduo citada por patriarcas daigreja como Tertuliano (aprox. 160-220 d.C.)e Cipriano (aprox. 200-258 d.C.) e provavel-mente foram os livros apcrifos no revisa-dos dessa traduo que Jernimo relutante-mente acrescentou sua verso do AT, a

    Vulgata. Entretanto, na poca de Jernimo,o remanescente do AT traduzido no sculo IIhavia cado em desuso.Durante o sculo III, vrias verses em La-tim Arcaico circularam na Europa, inclusiveverses de diversas qualidades estavam pre-

    sentes na Espanha, Itlia e Glia. Aparente-mente, foi esta grande discrepncia entre astradues latinas que levou Jernimo a sequeixar que havia quase tantas verses comomanuscritos; no entanto, nada resta dessasverses exceto citaes do AT em Latim Ar-

    caico. Mas como elas representam traduesde outras tradues, no existe nelas um gran-de valor para a crtica textual.O caso do NT um assunto totalmente dife-rente. Sobreviveram cerca de 27 manuscri-tos dos Evangelhos, sendo sete de Atos, seisdas epstolas de Paulo, alm de fragmentosdas Epstolas Catlicas e de Apocalipse.Embora no exista um cdex de todo o NT,evidncias dos manuscritos dos sculos IV aXIII indicam que a verso em Latim Arcaicocontinuou a ser copiada muito depois de tersido substituda pela Vulgata de Jernimo.

    Provas textuais indicam que textos africa-nos e europeus do NT em Latim Arcaico apa-receram antes do inicio do sculo III. A ver-so italiana que foi usada principalmente por

    Agostinho (354-430) parece ter aparecidocerca de dois sculos mais tarde. Nos scu-los III e IV surgiu uma multiplicidade detextos em Latim Arcaico que provocou umasituao intolervel no final do sculo IV.Como resultado, em 382 Dmaso, bispo deRoma (366-84), encarregou Jernimo ae fa-zer uma reviso dessa verso.

    A Bblia Vulgata em latim, elaborada porSophronius Eusebius Hieronymus (emaprox. 340-420), mais conhecido como SoJernimo, exerceu uma profunda e difundi-da influncia na Europa ocidental. Ela nas-ceu da insuportvel situao existente no fi-nal do sculo TV, quando a linguagem doLatim Arcaico havia sofrido mutilaes fei-tas pela multiplicidade de mos que haviamagitado o caldeiro da traduo. Ao invs deser a lngua literria e culta daquela poca,o Latim Arcaico havia se tornaao uma ln-gua nativa e muitas vezes um dialeto desco-

    nhecido do povo em geral. Alm disso, o ATera simplesmente uma traduo da LXX eno do hebraico; os dois Testamentos sofre-ram vrias adulteraes nas mos dos escri-bas, e demandavam uma reviso.Em 383, Jernimo enviou a Dmaso a pri-meira parte de sua nova incumbncia, umaligeira reviso dos Evangelhos. No h d-vida de que nesse empreendimento ele usouo texto latino europeu

  • 8/10/2019 LETRA V.pdf

    20/46

    VERS ES, ANTIGA E MEDIEVAL VESTE, VESTU RIO, VESTIMENTA

    mano, que se tornou conhecida como oSaltrio Glico, e a traduo dos Salmos que atualmente empregada na Vulgata do AT.Ela foi traduzida da quinta coluna daHxapla de Orgenes, isto , da prpria revi-so de Orgenes da LXX.

    Assim que seu Saltrio foi concludo,Jernimo empenhou-se em uma reviso daLXX. Como este no era seu objetivo origi-nal, ele dedicou suas energias ao aperfeio-amento de seus conhecimentos do hebraicoenquanto permanecia em Belm. Emboraseus amigos elogiassem sua diligncia, aque-les que lhe eram menos favorveis comea-ram a suspeitar que estivesse inclinando-seao judasmo, e mostraram-se irados pelo fatode ter lanado dvidas sobre a divina ins-pirao da LXX (cf. Philip Schaff, Historofthe Christian Churck, 5a ed. rev., III, 974.

    n.3). Depois de terminar sua traduo doSaltrio hebraico, Jernimo empenhou-se emseu objetivo de traduzir o AT hebraico ape-sar da oposio e da doena. Finalmente, em405, sua traduo latina do AT hebraico foiconcluda. Embora ela no tenha sido pron-tamente recebida, ele continuou sua obra dereviso depois de terminar a traduo do AT.

    A natureza radical de algumas modificaesintroduzidas por Jernimo, assim como asensvel diferena do texto que usou na suatraduo, afastaram aqueles que amavam averso do Latim Arcaico, e que eram inca-pazes de entender as razes crticas dessasalteraes. At Agostinho (e a grande maio-ria dos influentes lderes da igreja) ops-sea essa traduo, por no estar baseada naLXX. Entretanto, logo depois da morte deJernimo, seu AT conquistou uma vitriacompleta no campo das tradues da Bblia.Durante os sculos subsequentes, o valorintrnseco de sua traduo veio a ser ampla-mente reconhecido e, finalmente, ela foi acei-ta por toda cristandade ocidental como o tex-to padro da Bblia. Na metade do sculo

    XVI, o Concilio de Trento (1545-1563) con-cedeu-lhe oficialmente essa posio dentroda Igreja Catlica Romana.Talvez fosse inevitvel que, no curso de suatransmisso, os escribas introduzissem mo-dificaes na traduo original de Jernimo.

    As vezes, isso podia ocorrer por descuido, mass vezes de forma intencional. Como resul-tado, houve vrias tentativas medievais dese fazer uma reviso da Vulgata. Depois dosculo VI, o carter geral desse texto haviase tornado bastante defeituoso e foi realiza-do um trabalho de redao por estudiososcomo Alcuno de York, Theodulf, Lanfranc eoutros. Mais tarde, no sculo XIII, foramcoletados numerosos *Correctoria em Parise demais centros de ensino. Estas tentati-vas resultaram em mais contaminaes aoinvs de purificaes. Com a introduo dostipos mveis, surgiram vrias edies im-pressas do texto.

    Bibliografia. Gleason L. Archer Jr., ASurvey of Ol Testament Introduetion,Chi-cago. Moody Press, 1964. F. F. Bruce, TheBooks and the Parchments, ed. rev. Wes-twood, N. J.: Revell, 1963. Eusebius, Ecele-siastical History, Loeb ed. Vol. I, trad. por

    Kirsopp Lake, 1926; vol. II trad. por J. E. L.Oulton, 1932, Londres. Heinemann, ElmerFlack, et al., The Text, Canon and PrincipaVersions ofthe Bible, Grand Rapids. Baker,1956. A. von Gall, Der hebrische Pentateucder Samaritaner, Geissen, 1914-18. NormanL. Geisler e William E. Nix, A General Intro-duction to the Bible, Chicago. Moody Press,1968. J. Harold Greenlee, Introduetion to theNew Testament Textual Criticism, GrandRapids. Eerdmans, 1964. Sidney Jelicoe,The Septuagint and Modem Stuy, Oxford.Clarendon, 1968; Septuagint Studies in the

    Current Century, JBL, LXXXVIII (1969),191-199. Paul E. Kahle, The Cairo Geniza,2a ed., Oxford; Blackwell, 1959, FredericKenyon, Our Bible and the AncienManuscripts, rev. por A. W. Adams, Nova

    York. Harper, 1958. Geddes MacGregor, ALiterary History of the Bible, from theMiddleAges to the Present Day,Nashville. Abingdon,1968. Bruce M. Metzger, Chapters in theHistory ofNeui Testament Textual Criticism,Grand Rapids. Eerdmans, 1963. The Text othe New Testament,Nova York. Oxford Univ.Press, 1964; Versions, Ancient, IDB, IV,749-760. Philip Schaff, History of the Chris-tian Church, 7 vols. 5a ed. rev,, Nova York.Scribners, 1910. Henry B. Swete, An Intro-duction to the Old Testament in Greek, 2aed.,Cambridge. Univ. Press, 1902, Bruce K.Waltke, Prolegomena to the SamaritanPentateuck, unpublished doctoral thesis,Harvard Univ,, 1965. Ernst Wrthwein, TheText of the Old Testament,trad. por Peter R.

    Ackroyd, Oxford. Blackwood, 1957.

    W. E. N.VESPO VejaAnimais: Vespa III.55.

    VESPA ou VESPES VejaAnimais III.55.VESTE, VESTURIO, VESTIMENTA

    Vestimenta uma antiga palavra para rou-pa ou traje, como vesturio e veste.Vestimenta (2 Rs 10.22) uma antiga pa-lavra grega para vestiduras (cf. 2 Rs22.14) . Nesse caso, Vestimenta ou mantossagrados foram conservados para os adora-dores de Baal. Entretanto, a palavra hebrai-ca Tbush simplesmente uma palavra co-mum para roupas, como nos Salmos 22.18;102.26. A palavra grega himatismos, cita-da no Salmo 22.18, tem o mesmo sentidogeral (Mt 27.35; Jo 19.23,24), A palavragrega himation refere-se simplesmente aqualquer tipo de roupa (Ap 19.13,16), en-quanto peribolaion refere-se a uma veste oumanto (Hb 1.12). VejaVesturio.

  • 8/10/2019 LETRA V.pdf

    21/46

    VESTIMENTA VESTU RIO

    Vestimenta hitita do perodo ps-mpro(depois de 1200 ,C.) como pode ser visto

    em uin baixo-relevo de Marash. LM

    VESTIMENTA VejaVesturio.

    VESTURIO Os tipos, estilos, e costumesda vestimenta da poca bblica tm sido pre-servados por uma ampla extenso de indi-cadores no registro bblico, e por achadosarqueolgicos de esculturas e pinturas detumbas na Babilnia e no Egito que descre-vem Palestinos e Srios. De importncia es-

    pecial so a pintura da tumba de Beni Hasanda era patriarcal, o marfim de Megido dapoca de juizes, o Obelisco Negro de Salma-neser III e os relevos baixos de Senaqueriberetratando o cerco de Laquis no perodo doreinado. Em uma extenso menor, asvestimentas dos judeus ortodoxos e dos sim-ples habitantes da Palestina atual ajudama explicar os adornos antigos.Materiais das vestimentas. Os materiais dotraje dependem da condio financeira de seudono, da civilizao, da cultura, e da locali-zao geogrfica. O primeiro registro de ma-teriais nas Escrituras d-se em um episdioque envolveu Ado e Eva: Coseram folhasde figueira, e fizeram para si aventais (Gn3.7) . Peles de animais tambm eramusadasno incio (Gn 3.21), e peles de carneiro e decabra eram largamente utilizadas (Hb11.37). O casaco de pele de carneiro tinhamangas e era vestido sobre a tnica. O man-

    to de Elias pode ter sido de pele de carneiroou de outro animal (1 Rs 19.19). Estasvestimentas rsticas eram usadas por pro-fetas (Zc 13.4; Mt 7.15). O pelo da cabra te-cido tambm era conhecido nos primrdios(Ex 26.7), e o saco (g.v.),a antiga vestimenta

    usada em sinal de luto era feito deste mate-rial (cf. 2 Sm 3.31; Ap 6.12). A roupa de JooBatista era feita de pelos de camelo (Mt 3.4),e era tecida de forma rstica.Os materiais favoritos em toda a Palestinaeram a l e o linho (Lv 13.47,48,52,59). To-sadores de carneiros eram empregados porJud nos tempos antigos (Gn 38.12), e a lera um dosprincipais produtos exigidos comotributo (2 Rs 3.4), O prncipe de Megido es-creveu ao Fara dizendo que devido s hos-tilidades, seus homens no eram capazes deextrair a l (EA # 244, ANET, p. 485).

    O linho (do heb. bad; gr, linon, sindon) erafeito da fibra do linho (1 Cr 4.21; Pv 31.13;Mc 14.51; 15.46); interessante notar queanjos apareceram vestidos de linho (Dn 10.5;12.6; Ap 15.6). O melhor linho (heb. shesh,bus; gr. byssos) era manufaturado principal-mente no Egito (Gn 41.42; Ez 27.7). Heraotomencionou quatro qualidades, uma delas erato refinada que cada linha continha 360 fi-bras. As vestimentas sacerdotais eram feitasdeste tipo de linho (Ex 28.6 etc). Veja Linho.

    A cor comum das vestimentas dos hebreusera o branco natural dos variados materiaisou alvejados pelos pisoeiros (veja Ocupaes:Lavandeiro). Tal cor era adequada no ape-nas para ocasies festivas, mas tambmcomo um smbolo de pureza (Ec 9.8; Ap 3.4,5),

    j que uma mancha ou marca era facilmen-te detectada (Is 63.3; Ap 3.4). Na poca ro-mana, o pisoeiro (ou pisoador) servia tam-bm como lavador de roupas.Embora no se saiba quando o fingimentofoi introduzido, a linha escarlate era usadaantigamente (Gn 38.28), e a cor prpura tam-bm (At 16.14; Ap 18.12). A cor prpura era

    usada pelos oficiais persas (Et 8.15), pelosreis midianitas (Jz 8.26), e pelos trios abas-tados (Ez 27.7). Mantos tingidos eram im-ortados de outros pases, particularmentea Fencia, e s eram usados pelas pessoasabastadas devido ao seu alto custo.Ouro e prata eram usados para decorao.Figuras tambm eram acrescentadas, comopor exemplo, os querubins nas cortinas doTabemculo (x 36,8,35). Tais mantos de-corados eram usados pelos membros da rea-leza (SI 45.13; At 12,21) e pelos ricos (Jz 5.30;SI 45.14; Ez 16.13).