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TraduçãoDegmar Ribas Júnior

CB4D

Rio de Janeiro

Digitalizado por

Editado por

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T

TA   1.  Um dos filhos de Efraim e ancestralepônimo dos taanitas, um dos clãs da tribode Efraim (Nm 26.35). 2.

 

Um dos antepassados de Josué, o filho deNum (1 Cr 7.25). 

TAANAQUE Uma cidade cananita nos mon-tes, ao sul do vale de Jezreel, situada em TellTa‘annak. Sua posição elevada sobre uma dasentradas para o vaie ocasionou seu primeiro

aparecimento nos registros históricos. Os co-mandantes de Tutmósis III sugeriram suapassagem como uma abordagem alternativapara atacar Megido, oito quilômetros a noro-este (ANET, p. 235), Mais tarde, ela aparececomo uma das cidades conquistadas por Tut-mósis (N"42, ANET, p. 243) e na lista deguer-reiros em carros recebendo rações no Egito. 

Muros maciços do período do Início da Idadedo Bronze em Taanaque, JR 

Doze tábuas cuneiformes no idioma acádioforam encontradas por Sellin em 1903-04 emTell Ta‘annak. Duas delas são cartas de umcerto Amenotep instruindo o governante deTaanaque a enviar homens e suprimentos,primeiro para Gaza, e então para Megido, Seutexto e sua linguagem sugerem fortementeuma data iniciai no reinado de Amenotep II.Uma carta de Amama testifica que os homensde uma cidade, que alguns estudiosos lêemcomo Taanaque, haviam roubado e saqueadoum rei vizinho (EA 248.14). O rei de Taanaque foi derrotado por Josué(Js 12.21). Embora ela ficasse na herança deIssacar, seu território foi transferido paraManassés (Js 17.11; 1 Cr 7.29), que falhouem conquistar a cidade até algum tempo de-pois (Jz 1.27; cf. 5.19), Os ievitas coatitas fi-xaram residência na própria cidade (Js 21.25),o que pode explicar porque ela tornou-se umcentro importante no quinto distrito adminis-trativo de Salomão (1 Rs 4.12). Sisaque do 

Egito citou Taanaque (N® 14) como uma dascidades conquistadas por ele em sua passa-gem pelo vale de Jezreel, em aprox. 926 a.C. 

 A. F. R.O professor Ernest Sellin de Viena conduziutrês campanhas arqueológicas neste local(1902-04), encontrando várias ruínascananitas e israelitas. Mas este trabalho foifeito antes dos dias da arqueologia científi-ca. Começando em 1963, uma série de trêscampanhas (também 1966,1968) foi empre-

endida por uma equipe conjunta de Coneér-dia-ASOR, dirigida por Paul W, Lapp.  As escavações mostram que a ocupação co-meçou em Taanaque com uma cidade bemplanejada e grandemente fortificada na Ida-de do Bronze Inicial. Foi uma cidade ativa epróspera de 2700 até, talvez, 2400 a.C. Taa-naque tornou-se próspera novamente duran-te o período hieso dos séculos XVII a XVI a.C.Ela possuía típicas fortificações hícsas incli-nadas, e uma grande casa de um homem no-bre (o Edifício Oeste) medindo 23 por 20 me-

tros com muros de 1,3 metros de espessura. A ocupação continuou provavelmente até aépoca de Tutmósis III, quando a cidade pare-ce ter sido destruída (em aprox. 1479 a.C.).Os cananeus, porém, reconstruíram-na semdemora, e é a este período que pertencem astábuas cuneiformes. Uma tábua adicional foidescoberta em 1968. O local parece ter tido pouca importânciadurante a era Amama (meados do século XIV)até o século XII a.C. Algumas descobertasmuito interessantes foram feitas em conexãocom uma construção do século X, a qual Lappchama de “Estrutura Sectária” ou “Altar'". Aqui Sellin havia desenterrado uma platafor-ma de terracota com aprox. 90 cm ae alturacontendo figuras de animais, uma cobra e umaárvore da vida em relevo ornamental. Ele achamou de altar de incenso. Mas um altarsemelhante encontrado em 1968 (BASOR #195, fig. 29) não mostra qualquer evidênciade fogo ou incenso; portanto Lapp acredita queestes altares tennam sido utilizados paralibações. A sua expedição também descobriu108 estatuetas antropomórfieas de barro,

muitas do tipo Astarte, tanto do século XVcomo do século XII a.C.  A cidade foi evidentemente destruída umavez mais pelo exército de Sisaque em suacampanha de 926 a.C. Depois disso, ela foiparcialmente povoada durante a monarquiaisraelita e os períodos persas, A sua históriade ocupação por todo o AT é   um paralelomuito próximo à ocupação de Megido. 

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TAANAQIIE  TABEBN OJLO

Bibliografia.Bibliografia.Bibliografia.Bibliografia.   Albert E. Glock, “A NewTa‘annek Tablet”, BASOR #204 (1971), pp. 1730. Carl Graesser, Jr., “Taanach”, BW, pp. 556-563. Paul W. Lapp, “The 1963 Excavation atTa‘annek”, BASOR #173 (1964), pp. 4-44; “The1966 Excavations.BASOR#185 (1967), pp.

2-39; “The 1968 Excavations...”,BASOR#195(1969), pp. 2-49; “Taanach by the Waters of Megiddo”, BA, XXX (1967), 1-27, 

J. R.

TAANATE-SILÓ Uma cidade ou região si-tuada na fronteira nordeste de Eframi, en-tre Micmetate e Janoa (Js 16.6). A sua iden-tificação mais antiga é encontrada no Tal-mude (Zebahím 1186), que interpreta a fra-se como “lamentação de Siló”, e a consideracomo uma faixa do território efraimita quese estendia até Benjamim e incluía Siló. Poroutro lado, tanto Eusébio como Jerônimo aconsideravam uma cidade chamada Tena,dezesseis quilômetros a leste de Neápolis(Nabulus) na estrada para o Jordão. Plíniotambém menciona uma cidade chamadaTena em Samaria. Desse modo, o local temsido identificado como a moderna KhirbetTa‘nah el-Foqa, onze quilômetros a sudestede Siquém. Ela está situada sobre uma mon-tanha que poderia ter servido como uma for-taleza guardando a cidade de Siquém, Estenome pode significar “aproximação a Siló”. 

TAAS O terceiro filho de Reumá, a concubi-na de Naor, irmão de Abraão (Gn 22.24). 

TAATE 1. Um levita, o filho de Assir, que é mencio-nado entre os descendentes de Coate (1 Cr6.24,37). 2 e 3. Dois dos descendentes de Efraim. Se apassagem em 1 Crônicas 7.20ss. for enten-dida como uma genealogia de Josué, entãoTaate é filho de Berede e avô de uma pessoaque tem o mesmo nome, Se esta passagem

for tratada como uma lista dos filhos deEfraim, então a segunda menção de Taate éaparentemente uma repetição. De modo ge-ral, a primeira parece preferível. 4. Um dos acampamentos durante a pere-grinação de Israel no deserto (Nm 33.26ss.),cuja localização é atualmente desconhecida. 

TAJBAOTE O líder de uma família de servi-dores do Templo que retornaram do exíliocom Zorobabel (Ed 2.43; Ne 7.46). 

TABATE Um lugar na rota da perseguição

de Gideão aos mídianitas depois de sua vi-toriosa estratégia em Jezreel (Jz 7,22). Elatem sido identificada com Ras Abu Tabat emGileade, oito quilômetros a leste do Jordão,e 16 quilômetros a norte de Sucote. 

TABEALO nome aramaico Tabeal pode sertraduzido como “Deus é bom”. As versões que 

trazem o termo Tabeal (Is 7.6) refletem a ano-tação masorética, mudando o significado para“não é bom”, uma tradução limitada ao pri-meiro dos dois que possuíram este nome. 1.  O “filho de Tabeal" fez parte do contexto daguerra siro-efraimita contra Judá. Os aliados,

Peca de Israel e Rezim da Síria, haviam seunido a outros para formar uma frente comumcontra a grande ameaça daqueles dias, a As-síria, Para fortalecer sua posição, eles dese- jaram acrescentar Judá à aliança, mas Acaz,rei de Judá, recusou. Ele já havia determina-do salvar a si mesmo e sua nação fazendo umacordo com os assírios. A fim de forçar Judá aentrar na aliança, Israel e Síria foram à guer-ra contra Acaz, planejando, quando tivessemconquistado o país, colocar o “filho de Tabeal”sobre o trono como uma marionete voluntá-

ria. O plano fracassou e o filho de Tabeal de-sapareceu da história (Is 7.1-6). Não há uma identificação precisa deste ho-mem. Alguns têm suposto que ele seja Zicri,um efraimita que matou o filho de Acaz nabatalha (2 Cr 28.7), embora não pareça ha-ver qualquer razão para tal conjectura. Pelofato de uma carta assíria (de aprox. 730 a.C.)de Calá mencionar um pequeno distrito deTabel (Tabilaya)   no norte aa Transjordâniaou no sul da Síria, tem sido sugerido que elepode ter sido o fdlio de Uzias e de uma prin-cesa de Tabel, e assim teria uma certa legiti-midade para ser rei (W. F. Albright, BASOR #140 [1955], pp. 34ss.). Porém, Tabel teriasido o nome de uma província na administra-ção assíria da Transjordânia conquistada, enão a de um estado político independente. Éprovável que ela tenna tomado este nome dafamília de Tabeal que, anteriormente, haviagovernado a região sob a autoridade do reiUzias de Judá (B. Oded, “Assyrian Rule inTransjordan”, JNES, XXIX [1970], 180). 2.  Um oficial persa na Palestina que tentouparar a reedífieação do Templo. Com outros,

ele escreveu uma carta ao rei Artaxerxes acu-sando os judeus de rebelião, o que levou a umaordem real de suspender o trabalho (Ed 4.7). 

P.C.J.

TABERA Um local desconhecido no itinerá-rio dos israelitas logo após terem deixado omonte Sinai em sua viagem para Cades. Comoum juízo contra o povo, por terem murmura-do a respeito de seus infortúnios, é dito que ofogo do Senhor desceu entre eles e consumiualgumas partes distantes do arraial. O lugarfoi consequentemente chamado de Taberá

(“queima”) porque o fogo do Senhor ardeuentre eles (Nm ll.lss.). Taberá é menciona-da em uma associação com Massá e Quibrote-Hataavá no segundo discurso de Moisés comolugares em que os israelitas provocaram a irado Senhor (Dt 9.22), No entanto, ele é omiti-do do itinerário em Números 33. 

TABERNÁCULO O Tabemáculo (heb. ohe 

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TABERN CULO TABERN CULO

Modelo de Shick do Tabemáculo, MPS

e míshkan era o lugar onde o Senhor habita-va e se encontrava com seu povo depois doêxodo do Egito, Ele posteriormente se tomou 0 

protótipo dos templos judeus subseqüentes, A fonte de informação mais completa sobre oTabemáculo é Êxodo 25-28, onde estão pres-critas, nos mínimos detalhes, instruções paraa construção do santuário e sua mobília. Otexto em Exodo 35-40 descreve a execuçãoda tarefa de construir a estrutura. Uma vezque o Tabemáculo era o modelo para os tem-plos subseqüentes, as especificações dadas em 1  Reis 6; 2 Crônicas 3^1 são uma ajuda para

que se entenda sua função e certos detalhes,bem como Ezequiel 41—43. Fora das Escritu-ras, a principal fonte de informação é Josefo,que em sua descrição dos edifícios sagradosdos judeus iAnt.  iii. 6.2-7,7) repete, essenci-almente, as afirmações do AT, 

EstruturaEstruturaEstruturaEstrutura 

O plano térreo do Tabemáculo mosaico podeser entendido com razoável certeza. As prin-cipais características eram as seguintes: O átrio. O átrio era um espaço fechado de 100por 50 côvados em tomo ao Tabemáculo, queficava na metade oeste do pátio. Os ladpsmaiores estavam diante do norte e do sul (Ex27.9-19; 38.9-20), Este espaço ficava fechadopor uma cerca cuja estrutura consistia de pi-lares de madeira de acácia com cinco côvadosde altura (Êx 27.18). A parte inferior era pre-sa por bases ou placas de bronze, evidente-mente deitadas sobre o solo. Estas bases ti-nham um furo para receber o encaixe que fi- 

cava na extremidade inferior de cada coluna. As colunas eram estabilizadas por cordas epinos, e possuíam ganchos revestidos com pra-ta, e braçadeiras de prata, chamadas de ver-gas, faixas ou molduras, em volta do istmo.Sobre esta cerca eram penduradas cortinasde “linho fino torcido”, costuradas extremi-dade com extremidade de modo a formaruma tela contínua desde a porta de entrada,contornando todos os cantos e chegando no-vamente até à porta. A cortina para a portaficava no meio da extremidade oriental. Seutamanho era de cinco côvados de altura e 20

côvados de comprimento. Entrava-se no átriolevantando esta cortina pela parte de baixo.Na metade leste do átrio ficava um altar,chamado altar de “bronze” (ou cobre), porcausa do material de revestimento, ou dealtar das ofertas queimadas, por causa dotipo principal de sacrifício que nele se ofere-cia (Ex 27.1-8; 38.1-6). Veja   Altar. Entre oaltar e a porta do Tabemáculo ficava a piade bronze (Êx 30.17-21; 38.8; 40.30-32).Quando no arraial, o Tabemáculo era cer-cado por duas séries de tendas. Os levitas

compunham a primeira, e as 12 tribos a se-gunda, três tribos acampando em cada lado(Nm 2.1-3.39). O Tabemáculo.  O Tabemáculo era compos-to por duas partes, o Tabemáculo em si (heb.mishkan,  referindo-se à armação de madei-ra e às cortinas de linho) e a tenda (heb. ’ohel,que algumas versòes.chamam de “tenda so-bre o Tabemáculo”, Êxodo 26.7). O Tabemáculo propriamente dito era feito 

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de placas ou tábuas de madeira de acácia,com dez côvados de comprimento e umcôvado e meio.de largura, revestido com fo-lhas de ouro (Êx 26.16), Cada parede lateralconsistia de 20 tábuas, e cada tábua possuíadois encaixes em sua parte inferior para se

ajustar à base. Oito placas formavam a par-te de trás; seis eram idênticas em tamanhoàquelas dos lados, e duas tinham um côvadoe meio de largura.  A fim de manter estas tábuas no lugar, trêsséries de travessas (ou barras), feitas deacácia revestida com ouro, passavam atra-vés de argolas posicionadas do lado de foradas tábuas (Ex 26.26-29; 36.31-34). Uma outra opinião da construção do edifíciodo Tabemáculo, defendida por A. R. S. Ken-nedy, vê a armação de madeira como consis-

tindo de painéis de armação ou estruturasabertas, e não tábuas sólidas. Uma vez queas árvores de acácia usadas para a madeiranão crescem em abundância na península doSinai, não seria possível obter nenhuma tá-bua com 27 polegadas (um côvado e meio) delargura. Mas painéis abertos poderíam serfacilmente feitos. Eles permitiríam que ascortinas de linho com seus querubins borda-dos fossem vistas ao serem drapejadas sobrea estrutura. Um exemplo de construção de um painel comoeste pode ser encontrado na parte mais inte-rior de quatro santuários funerários concên-tricos de madeira enfeitada sobre os sarcófa-gos do Faraó Tutancamom (de aprox. 1390a.C.). Ele era feito de um conjunto de painéisde madeira desmontáveis, com pinos móveis 

Íiara mantê-los juntos. Um véu ou dossel deinho decorado com minúsculas rosáceas de

ouro cobria o segundo santuário. Algumasversões (Ex 26.15-25, “armações” ou “tábuas”)adotaram esta explicação, que é aceita por D.W. Gooding e E. LairdLairdLairdLaird Harris (“Archaeology

and the Wilderness Tabernacle”, Bulletin o the Near East Arckaeological Society,  VII[1964], 3-4).E bastante provável que a estrutura fossemantida com cordas, sendo que uma extre-midade era presa aos botões de cobre usa-dos em ligação com o pano da tenda, e a ou-tra extremidade era presa aos pinos queeram fixados no chão. O telhado consistia de uma cobertura inter-na de lonas de pêlos de cabra. O material eratecido em 11 pedaços, cada um com 30 côvadosde comprimento e quatro côvados de largura(Êx 26.7-13; 36.14-18). A tenda estendia-se 

or um côvado sobre os lados, permitindo umaobra extra na parte dianteira e sobrepondo 

a parte de trás (Êx 26.9,12). De acordo comÊxodo 26.14 e 36.19, coberturas adicionaispara a tenda foram feitas de peles de carnei-ro tingidas de vermelho e de peles de doninhaon dugongo {veja  Animais V.4). O telhado eraerguiao por postes, sendo que um deles era aextensão da ombreira central da porta. 

 A entrada para o Tabemáculo era parecidacom a do átrio. Era fechada por uma tela queera apoiada por cinco colunas cobertas comouro (Êx 26.36,37; 36.37,38). O interior do Tabemáculo era decorado comcortinas. Uma dignidade em especial era

conferida a estas dez cortinas de linho finotorcido, sobre as cortinas da porta, por suabordadura de “querubins... de obra esmera-da” (Êx 26.1; 36.8) ao invés do simples ren-dilhado das cortinas da porta. O Tabernáculo em si era dividido em doiscompartimentos, o Lugar Santo e o Santo dosSantos. Se as proporções destas áreas eramanálogas no Tabemáculo e no Templo, en-tão o Santo dos Santos era quadrado, e oSanto Lugar era duas vezes mais longo quesua largura. 

Estes dois compartimentos eram separadosor um véu (heb.  paroket).  O véu era feitoos mesmos materiais da tela da entrada,exceto por ser bordado com querubins. Ge-ralmente acredita-se que havia dois com suasasas estendidas tocando um no outro (Êx26.31-33; 36.35,36).  A mobília. A mobília era colocada tanto den-tro do átrio como do Tabernáculo. As peçaseram as seguintes; 1.

 

O altar aas ofertas queimadas encontra-va-se na metade leste do átrio (Êx 27.1-8; 38.1-  7). Ele era uma estrutura oca de ma-deira de acácia, quadrado em sua base, decinco côvados de cada lado, e três côvados dealtura. Era revestido de cobre ou bronze.Cada um dos cantos superiores possuía umaextensão triangular no formato de um chi-fre. A meio caminho do altar havia uma sa-liência (“rebordo” ou “cercadura”). Abaixodela, havia uma grelha de bronze em formade rede ao redor dos quatro lados, que per-mitia que o sangue do sacrifício fosse derra-mado e aspergido ou salpicado contra a basedo altar através da rede (Êx 29,12,16). Por

meio de uma argola em cada um dos quatrocantos da grelha, o altar poderia ser trans-portado utilizando-se varais. Aparentemente, o altar não possuía umaparte de rima, porque esta não é   menciona-da, ao passo que a tampa do altar de ouro éespecificamente mencionada. Consequente-mente, alguns têm sugerido que a estruturaoca era preenchida com terra. A outra alter-nativa é presumir que o sacrifício era quei-mado no solo, dentro do altar, que funciona-va como uma espécie de incinerador. Os utensílios usados no serviço do altar eramfeitos de bronze ou cobre e incluíam recipi-entes e pás para remover as cinzas, baciaspara o sangue do sacrifício, garfos e brasei-ros nos quais o fogo era carregado quando oarraial estava de mudança. Nunca era per-mitido que o fogo neste altar se apagasse. 2.

 

Entre o altar e a porta do Tabemáculo eracolocada uma bacia (ou pia) de cobre ou bron-ze (Êx 30.17-21; 38.8; 40.30-32). Era uma 

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grande bacia sobre um “suporte” ou “base”de cobre. A bacia era feita dos espelhos debronze das mulheres que ministravam (Êx38.8; veja   Espelho). Ela continha água paraas abluções dos sacerdotes. As Escrituras nãonos contam nada sobre seu tamanho ou for-

ma, Na verdade, ela também é omitida dasinstruções de marcha descritas no texto he-braico de Números 4, mas é mencionada naLXX. A omissão provavelmente não tem ne-nhuma importância, já que todas as outraspartes do Tabernáculo possuem instruçõesdetalhadas para o transporte. 3.   A mesa da proposição ÍNm 4.7; 2 Cr 29.18)ficava no Lugar Santo (Êx 25.23-30; 37.10-16). Ela era colocada no norte ou à direitade quem entrava, e ficava em frente ao cas-tiçal (Êx 40.22). A mesa era feita de madei-

ra de acácia coberta de ouro puro, e tinhadois côvados de comprimento, um côvado delargura, e um côvado e meio de altura. A parte superior da mesa descansava sobreuma armação, e em volta dela havia uma“coroa5' ou “moldura” de ouro, projetando-sesobre a parte de cima para impedir que osobjetos caíssem dela. Havia argolas em cadacanto para possibilitar seu transporte.Sobre a mesa eram colocados os pães feitosde flor de farinha (sem fermento) - 12 pãesou bolos assados, cada um contendo um quin-to de efa de farinha. Estes bolos eram reno-vados todo sábado para serem consumidosapenas pelos sacerdotes (somente no santu-ário). A tarefa da preparação dos pães foiatribuída aos levitas (1 Cr 9.32). Para cadapilha de bolos era adicionado incenso, muitoprovavelmente em travessas que eram colo-cadas ao lado dos pães, “por oferta memorial;oferta queimada é ao Senhor” (Lv 24.5-9).Veja  Pão da Proposição. Na ministração da mesa da proposição, eramusados três tipos de utensílios de ouro: pra-tos rasos, que provavelmente eram empre-

gados para carregar os pães para a mesa epara retornar dela, e possivelmente paraconter os pães enquanto estavam na mesa;colheres, ou talvez taças, provavelmentepara o incenso (Lv 24.7); e jarras e traves-sas, talvez para o vinho. 4.  O castiçal ou candelabro (heb. minora encontrava-se ao sul ou do lado esquerdo doLugar Santo, diretamente do lado oposto àmesa da proposição (Êx 40.24). Os detalhesda construçãovcom exceção de seu tamanho,são dados em Êxodo 25.31-40; 37.17-24. Umtalento inteiro de ouro puro foi usado naconstrução do castiçal e seus utensílios. Asdiferentes partes eram de “obra batida55, istoé, folhas marteladas. Ele consistia de umpedestal, uma haste e três tubos que se pro- jetavam de cada lado da haste. A haste e ostubos acabavam em bases dentro das quaissete lâmpadas eram colocadas. A decoraçãodo castiçal era bastanto elaborada. O casti-çal de sete tubos do Templo de Herodes foi 

aparentemente feito de forma a lembrar odo Tabernáculo, como mostrado no relevo no Arco de Tito em Roma, onde foi tomado comoum troféu de guerra depois de 70 d.C. A for-ma do castiçal de ouro visto por Zacarias emvisão era bem diferente (Zc 4.2). Um vaso no

topo fornecia azeite para as suas sete lâm-padas, cada uma das quais possuía sete bi-cos de pavio conforme o padrão das lâmpa-das de cerâmica com sete bordas encontra-das nas tumbas do segundo milênio a.C. emDotã e em outros lugares. Veja   Lâmpada. As lâmpadas eram abastecidas com azeitepuro batido (Êx 27.20). Elas eram acesas nahora do sacrifício da noite (Êx 30.8), e apa-gadas, preparadas e enchidas na hora dosacrifício matinal (Êx 30.7; 1 Sm 3.3).Espevitadeiras e apagadores eram os utensí-

lios pertencentes ao serviço do castiçal (Éx 25.38) 

. Estes também foram feitos do mesmoouro usado na construção do castiçal (Êx 25.38)

 

. As espevitadeiras ou pinças eram usa-das para ajustar o pavio e para segurá-lo en-quanto se soprava para acender a lâmpada.Os apagadores eram bandejas para conter asespevitadeiras e pedaços de pavio aparados,tais como os braseíços usados para carregaras brasas do altar (Êx 27,3; Lv 16.12). 5.  O altar do incenso ocupava o espaço cen-tral no Lugar Santo, próximo e em frenteao véu que levava ao Santo dos Santos (Êx 

30.1- 

6; 37.25-28; 40.5; Lv 16.18). No entan-to, era contado como pertencendo ao Santodos Santos (1 Rs 6.22; Hb 9.4), talvez porconta de sua grande santidade. Era umacaixa simples de madeira de acácia com doiscôvados de altura, um côvado de largura eum côvado de comprimento, com umapartesuperior semelhante à do altar das ofertasqueimadas (os cantos superiores tinhamcnifres que se projetavam). O altar inteiroera coberto de ouro. Possuía uma bordaduraem volta da parte superior, e argolas e va-

rais para que fosse transportado. Nenhumutensílio especial era usado em sua minis-traçâo. Nenhum sacrifício era oferecidonele, sendo reservado exclusivamente paraqueimar incenso a cada manhã e a cadaanoitecer. Veja  Incenso. 6.   A arca, às vezes chamada de arca da ali-ança, arca do eopcerto (Nm 10.33) ou arcado testemunho (Êx 25.22), era a única peçade mobília que se encontrava no Santo dosSantos. A arca era feita de madeira de acáciacom dois côvados e meio de comprimento, umcôvado e meio de largura e um côvado e meiode altura, e revestida de ouro puro por den-tro e por fora. Havia também uma borda deouro que se estendia sobre a parte superiorda arca para impedir que a tampa se moves-se. A arca possuía argolas de ouro em cadalado para que pudesse ser transportada. Veja  Arca da Aliança.  A arca tinha uma tampa chamada de propi-ciatório ou cobertura (Êx 25.20,22). Ela era 

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TABERN CULO TABERN CULO

idêntica em comprimento e largura à arca, eera de madeira de acácia coberta com ouro.Veja  Propiciatório. Nas extremidades da tampa estavam colo-cados dois querubins, provavelmente de ourobatido como era o castiçal. Estes querubins

(q.u.)   muito provavelmente tinham uma for-ma humana, com a exceção de suas asas,embora alguns estudiosos entendam Ezequi-el 1,5-14 como uma descrição geral de suaaparência. Eles são sempre retratados comoestando em pé (2 Cr 3.13), e com as facesvoltadas um para o outro, olhando para o pro-pieiatójio com as suas asas estendidas porcima (Êx 25.20; Dt 32.11). Era entre estes querubins que habitava aglória do Senhor (Êx 25.22; cf. Êx 40.34,35;Lv 16.2). Esta era uma manifestação visí-

vel da presença do Senhor entre seu povo.Pelo fato da arca ser o lugar da habitaçãodivina, nenhum homem comum podia com-parecer diante do propiciatório, e nem mes-mo o sumo sacerdote podia comparecer di-ante da arca por sua própria conta ou semo sangue do sacrifício. A penalidade porfazê-lo era a morte. Dentro da arca eram mantidas as duas tá-buas de pedra sobre as quais Moisés copiouos De2  Mandamentos (Ex 31.18; 34.29; Dt9.10,11; 10.1-5); uma cópia da lei escrita porMoisés, provavelmente contendo todo o Pen-tateuco - talvez aquele que foi reencontradonos dias de Josias (2 Rs 22.8); um vaso deouro cqm o maná miracul os amente preser-vado (Ex 16.33,34); e “a vara de Arâo, quetinha florescido” (Hb 9.4; cf. Nm 17.10). 

O Cuidado com o TabernáculoO Cuidado com o TabernáculoO Cuidado com o TabernáculoO Cuidado com o Tabernáculo 

 As instruções para o cuidado do Tabemáeu-lo são dadas em Números 3.25-4.33; 7.3-9;10.17,21. Quando o Tabernáculo tinha que ser ajusta-do para ser transportado, os levitas coatitas

eram encarregados da tarefa de desmontara estrutura. Eles deveriam cobrir a mobíliacom peles de texugo (Nm 4.6) ou doninha. A única peça de mobília nâo mencionada é abacia de bronze, talvez porque ela era carre- 

ada sem a cobertura.'endo terminado as preparações, os coatitas 

carregavam a mobília, enquanto os gersoni-tas tinham a atribuição da tapeçaria do Ta-bemáculo. Os meraritas eram encarregadosdo cuidado das travessas, colunas, bases,pinos e cordas do Tabernáculo. 

HistóriaHistóriaHistóriaHistória 

 A data para a introdução do Tabernáculovariará com a data que se aceita para o êxodo(veja   Êxodo, O). O Tabernáculo foi montadono Sinai no primeiro dia do primeiro mês dosegundo ano (Êx 40.2,17), isto é, 14 dias an-tes da celebração da Páscoa no primeiro ani-versário do Êxodo. Quando os israelitas re-começaram sua viagem, seis carros carrega- 

ram todas as coisas exceto a arca e os doisaltares (Nm 7). Antes de deixar o Sinai, oaltar da oferta queimada e os utensílios deouro e prata foram consagrados. O Taberná-culo havia permanecido levantado no Sinaipor 50 dias (Nm 10.11). 

Do Sinai até Canaã se passaram mais 39anos. Destes, quase 38 anos foram passadosem Cades. Os sacrifícios comuns não foramoferecidos durante este período (Am 5.25).Pouco está registrado a respeito destes anos,e poucas menções são feitas com relação aoTabernáculo, exceto que a arca da aliançaprecedeu a multidão de Israel quando mar-chou (Nm 10.33-36). Quando Israel finalmente entrou na terra deCanaã, uma das primeiras considerações foiencontrar um lugar de descanso para o Ta-

bemáculo. Este deveria ser um lugar que nãohouvesse sido habitado e que estivesse livreda contaminação das sepulturas humanas.Tal lugar foi encontrado em Gilgal (Js 4.19;5.10; 9.6; 10.6,43). Gilgal, porém, nunca foiconsiderado um local permanente. A ques-tão de um local permanente foi uma questãode ciúme intertribal, e foi enfim fixado pelaremoção do Tabernáculo para Siló (Js 18.1).Siló ficava no território de Efraim, e estavaconvenientemente localizada para o compa-recimento dos adultos do sexo masculino nastrês festividades anuais. Enquanto perma-neceu em Siló, o Tabernáculo parece ter gan-ho alguns acessórios mais permanentes,como por exemplo pilares (1 Sm 1.9), que olevaram a ser chamado de “templo” (1 Sm1.9; 3.3). Durante os primeiros anos de Samuel, rom-peu novamente a guerra com os filisteus. Emum conselho de guerra foi proposto que aarca da aliança fosse levada para a zona deguerra, em uma tentativa de assegurar avitória. Os dois filhos de Eli, Hofni e Finéias,carregaram a arca, e ela chegou ao arraial

com gritos que foram ouvidos no arraial doinimigo. Nâo era mais no Senhor que os is-raelitas estavam confiando para alcançar avitória, mas em uma arca material que setornara a esperança de Israel. O episódioterminou em um desastre. A arca foi captu-rada, os filhos de Eli foram mortos, e Israelfoi disperso (1 Sm 4.1-11). O Tabernáculo,porém, não parece ter sido tomado, e não seconhece ao certo a data da destruição de Siló(veja  Siló).  A arca logo foi restituída a Israel pelos fi-listeus, e permaneceu em Quiriate-Jearimpor vários anos. O Tabernáculo foi trans-ferido para Nobe (1 Sm 21.1ssJ, e ali per-maneceu até o massacre dos sumos sacer-dotes de Nobe por Saul (1 Sm 22.1ss.). Sub-seqüen tem ente, ele foi transferido paraGibeão (1 Cr 16.39; 21.29). Gibeão ficavaa 10 quilômetros de Jerusalém e a 11 qui-lômetros de Betei. Depois que Davi conquistou Jerusalém, ele 

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TABERN CULO TABERNACULO

preparou um lugar para a arca de Deus earmou uma tenda em Sião para imitar oTabernáeulo em Gibeão (2 Sm 6.17ss.; 1 Cr16.1), Ali deve ter havido um altar, visto queofertas queimadas e ofertas pacíficas sào re-gistradas. Enquanto isso, a arca foi trazidade Quiriate-Jearim. Ela permaneceu por três

meses na casa de Obede-Edom. A arca foientão carregada para dentro do Tabernáeu-lo davídico, de forma que havia agora doistabernáculos, um com o Tabernáeulo e o al-tar originais, e um outro com a arca origi-nal, Ambos, porém, foram suplantados peloTemplo de Salomão. De todos os materiaisno Tabernáeulo original, apenas a arca foiincorporada ao Templo. O Tabernáeulo foifinalmente levado para Jerusalém, e manti-do como uma relíquia no Templo (1 Rs 8.4). Ao todo, o Tabernáeulo teve uma história deaproximadamente 500 anos (1 Rs 6.1). 

ImportânciaImportânciaImportânciaImportância 

Falando com bastante franqueza, a exatanatureza da importância do Tabernáeulo éum assunto discutido. Anteriormente, al-guns haviam argumentado que cada deta-lhe, até mesmo os pinos usados para segu-rar a tenda da congregação, eram da máxi-ma importância. Em resposta a esta exces-siva tipologia, o pêndulo pendeu para a ou-tra direção. Tanto um extremo quanto ooutro parecem estar incorretos, pois o NTclaramente ensina que o Tabernáeulo falatipologicamente de Cristo (Hb 9.23,24). OTabernáeulo, então, é significativo sob osseguintes aspectos: 1.  Ele era um retrato da realidade celestial(Hb 9.23,24). 2.  O Tabernáeulo era a tipificação da Igreja,que é a “morada de Deus no Espírito” (Ex25.9; Ef 2.19-22). 3.  O Tabernáeulo era a tipificação de cadacrente individualmente, que é “o templo doEspírito Santo" (1 Co 6.19; 2 Co 6.16). 4.   A santidade de Deus foi vividamente re-

tratada no Tabernáeulo. Todo o serviço deve-ria ter mostrado ao israelita piedoso que oSenhor existe e está totalmente separado dapecaminosidade do homem, e que só era pos-sível aproximar-se dele depois das prepara-ções mais elaboradas, Além disso, ao sumosacerdote não era permitido entrar no Santodos Santos, que era o lugar onde Deus habi-tava entre seu povo, exceto uma vez ao ano, esomente portando o sangue sacrificial. 5.  O Tabernáeulo era, ao mesmo tempo, umademonstração da graça de Deus. Quando se

contempla a grandeza de Deus e a pecami-nosidade do homem, certamente é de surpre-ender que Deus tenha se dignado a habitarcom os homens. 6.   A principal importância do Tabernáeulopertence à teologia da encarnação (q.v .). NoNT, a idéia da presença divina culmina napessoa do Senhor Jesus Cristo: “O Verbo se 

fez carne, e habitou [lit., tabernaculou] en-tre nós" (Jo 1.14), e “foi do agrado do Paique toda a plenitude nele habitasse” (Cl1.19; cf. 2.9). O Tabernáeulo foi, então, uma ponte princi-pal entre o AT e a encarnação. A mobília doátrio simbolizava a aproximação do homem

a Deus. O homem precisa lidar com seu pro-blema relacionado ao pecado. No altar ha-via o perdão dos pecados através do sacrifí-cio (Hb 9.22), e na bacia com água, a purifi-cação da impureza cotidiana (Jo 13.2-10).Por outro lado, a mobília do Santo dos San-tos falava da aproximação de Deus ao ho-mem. Aqui a santidade, a graça e a sobera-nia de Deus foram demonstradas na provi-são de Deus. O Senhor Jesus Cristo, comonosso Sumo Sacerdote, tomou o sangue deseu próprio sacrifício e o aspergiu sobre a leique infringimos, para que pudéssemos ser

considerados perfeitos aos olhos de Deus (Hb9.11-15; 10.19).  A mobília do Lugar Santo retratava a obrade Cristo como Mediador entre Deus e o ho-mem. A mesa dos pães da proposição simbo-lizava Cristo como o pão da vida (João 6.29-38; 12.24-33). Pelo castiçal de ouro, Cristo émostrado como a luz do mundo (Jo 8.12), bemcomo a luz “que alumia a todo homem quevem ao mundo” (Jo 1.9), no sentido de queEle é a revelação final e definitiva de Deus(Hb 1.1,2). Finalmente, o altar do incenso

retratava Cristo como o nosso Intercessor (Jo 17.1-  26; Hb 7.25). E através dele que asnos-sas orações sobem à presença do Deus San-to (Hb 13.15). 

ProblemasProblemasProblemasProblemas 

Existem alguns problemas literários e his-tóricos em torno do Tabernáeulo. No entan-to, eles fazem parte de um problema muitomaior do AT, e, como tal, não seria possíveldesenvolver uma discussão completa aqui,quanto mais expressar sua solução. Entre-

tanto, podemos fazer algumas observaçõessobre as características mais proeminentes,1. Alguns têm alegado que as instruções da-das para a confecção do Tabernáeulo sâoimpraticáveis, e que esta seria a obra de umidealista. A atitude de aceitar ou rejeitar estaopinião dependerá grandemente de como seentende o propósito de Deus ao incluir talregistro nas Escrituras. Certamente, o prin-cipal propósito deve ter sido o nosso apren-dizado. Além disso, é sabido que durante omesmo período, no Egito, estavam em uso

santuários portáteis bastante semelhantesao Tabernáeulo no tocante às técnicas deconstrução. Um pavilhão portátil da rainhaHetepe-Heres (de aprox. 2600 a.C.), grandeo bastante para uma cadeira e uma camaadornadas, consistia de uma estrutura demadeira enfeitada com ganchos em todos oslados para que se pendurassem as cortinas. As vigas e as hastes eram encaixadas em 

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TABERN CULO TABOR, MONTE

bases para que a estrutura pudesse ser fa-cilmente levantada e desmontada. Um bai-xo-relevo de Ramsós II (de aprox. 1285 a.C.)mostra a tenda do rei divino colocada no cen-tro do acampamento militar egípcio (Harri-son, IOT, pp. 404ss.). Portanto, é certo queestruturas como o Tabemáculo não só podi-

am ser construídas, mas eram de fato cons-truídas (K. A. Kitchen, “Some Egyptian Ba-ckground to the Old Testament”, Tyndale House Bulletin). 2.  No texto hebraico, o altar do incenso e abacia de bronze aparecem em Êxodo 30 aoinvés do que poderia ser esperado, ou seja,Êxodo 25 e 27. Alguns pensam qne isto mos-tra que Êxodo 30 é um acréscimo posterioraos manuscritos P, que por sua vez já sãoposteriores. No entanto, isto não é garanti-do pelo contexto. Na verdade, há boas razõespara se aceitar a ordem como deliberada e

original (veja o tópico “Tabernáculo" na obrade A. H. Finn, “The Tabernacle Chapters”,JTS, XVI (1915), pp. 449-482, e Westminste Dictionary of the Bible). 3.  Existe uma ampla divergência entre aSeptuaginta (LXX) e o texto hebraico nosúltimos capítulos do Êxodo. Portanto, temsido argumentado por alguns que os últimoscapítulos ainda não haviam alcançado suaforma hebraica final, e que a Septuagintafoi traduzida a partir de uma outra tradiçãohebraica que nada sabia sobre o altar de in-

censo. Estas conclusões são infundadas (vejaa obra de D. W. Gooding, The Account ofthe Tabernacle, 1959). 4.  Finalmente, alguns afirmam que no   Pen-tateuco que temos existe um conflito e dis-crepância entre a primitiva “tenda da con-gregação” encontrada na fonte oriental, eo Tabernáculo ornado e não histórico dasfontes P posteriores. Aqui a conclusão é no-vamente injustificada (veja a obra de J.Orr, The Problem of the Old Testament,1906, pp. 165-73, e a obra de A. H. Finn,The Üftity ofthe Pentateueh, 1917, pp. 255-85). 

Bibliografia.  “Tabernacle, Ark andCherubim”, CornPBE, pp. 673-677. G.Henton Davies, “Tabernacle”, IDB, IV, 498-506, D. W. Gooding, “Tabernacle”, NBD, pp.1231-1234. R. K, Harrison, hitroduction to the Old Testament,  Grand Rapids, Eerd-mans, 1969, pp. 403-408. A. R. S. Kennedy,“Tabernacle”, HDB, IV, 653-668. K. A.Kitchen, “Some Egyptian Background to theOld Testament”, Tyndale House Bulletin,

Nos. 5, 6 (1960), pp. 7-13, W. Michaelis,“Skene   etc,”, TDNT, VII, 368-394. Marten H.Woudstra, “The Tabernacle in Biblical-The-ological Perspective”, NPOT, pp. 88-103, 

P. D. F.

TABERNÁCULOS, FESTA DOS Veja   Fes-tividades. 

TABITA Uma palavra aramaica que Lucas,o escritor de Atos, traduziu como “Dorcas"no texto grego (At 9.36). Ele o fez aparente-mente visando o benefício dos leitores. Onome significa “gazela”, um nome femininode tratamento carinhoso tanto entre os ju-deus como entre os gregos, e assim um nome

apropriado para a mulner a quem Pedro res-suscitou dos mortos, Este foi um milagre dig-no de nota, visto ter sido a primeira ressur-reição realizada por um apóstolo (cf.. Mt 10.8; At 20.9,10). A notícia deste milagre espa-lhou-se por toda Jope e, como resultado,muitos creram no Senhor Jesus (At 9.42).Nada se conhece sobre Tabita, exceto o queé expresso em Atos 9.36-42. Ela é chamadade “discípula” (mathetria,  a forma femininausada somente aqui no NT), isto é, uma cris-tã, uma verdadeira crente em Jesus Cristo.Sua bondade e presteza haviam tocado as

vidas de muitas pessoas à sua volta. Quan-do ela morreu, houve uma tristeza generali-zada e um sentimento de grande perda. Pe-dro, que havia curado Enéias em Lida, 16quilômetros a sudeste, foi chamado pelosamigos consternados da falecida Tabita. Nãose sabe exatamente porque eles levaram oapóstolo até Jope, se como um consolo ou embusca de um milagre. Mas Pedro respondeuao seu apelo. Eles o conduziram ao cenáculoonde o corpo jazia; depois de fazer sair osamigos, e ajoelhando-se para orar, ele se

voltou para o corpo e disse, ‘Tabita, levan-ta-te”. Êla abriu os olhos e se sentou. As viú-vas a quem Dorcas havia ajudado dando-lhestúnicas e vestidos, assim como os  outros cren-tes, se regozijaram. 

H. E. Fi.

TABOR, MONTE Um monte com a formade domo na Galiléia conhecido em árabecomo Jebel et-Tor. Isolado de outras monta-nhas, ele permanece como sentinela na par-te noroeste da planície de Jezreel, 19 quilô-metros ao norte do monte Gilboa. Está situ-

ado a aprox. 19 quilômetros a sudeste deNazaré, e a aprox. 19 quilômetros a sudoes-te do mar da Galiléia.  A sua maior elevação é   de 600 metros acimado nível do mar, e está a 445 metros acimada planície de Jezreel. Suas laterais são ín-gremes, e o acesso é geralmente feito por suaparte oeste. O cume é mais ou menos planoe elíptico, estendendo-se por cerca de 800metros de leste a oeste e 400 metros de nor-te a snl.  Alguns supõem que este seja o monte de

Deuteronômio 33.19, onde nm antigo santu-ário deveria estar localizado. Ele é mencio-nado pela primeira vez pelo nome na épocada divisão da terra entre as tribos de Israel(Js 19.12,22) como o local de encontro dosterritórios de Issacar, Naftali e Zebulom.Baraque reuniu aqui 10.000 homens deIssacar e Zebulom a fim de envolver Sísera 

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TABOR, MONTE TABUA

e os cananeus nas proximidades de Megido(Jz 4.6,12,14). Os irmãos de Gideão forammortos por Zeba e Salmuna no monte Tabor

(Jz 8.18,19). Na época dos profetas, este eraum santuário dedicado à idolatria (Os 5.1).Dominando duas estradas importantes, arota norte-sul de Jezreel até o mar da Gali-léia e a rota leste-oeste vindo do norte deMegido a partir do monte Carmelo e da baíade Aco (a moderna Haifa), Tabor era freqüen-temente uma cidade fortificada. Em 218 a.C., Antíoeo o Grande capturou uma cidade quehavia sido construída em seu cume, e fortifi-cou sua parte superior. Durante a rebelião judaica, Josefo também cercou o topo comum muro. O líder muçulmano Saladin forti-ficou a área no século XII d.C. Tabor é principalmente lembrado como o lo-cal tradicional da transfiguração do SenhorJesus Cristo. Helena, mãe do imperadorConstantino, construiu uma igreja ali em 326d.C., e subsequentemente santuários foramdedicados a Moisés e Elias. Como o local datransfiguração não é citado nos Evangelhos(Mt 17.1-8; Mc 9.2-8; Lc 9.28-36), este localtradicionalmente aceito pode ser questiona-do. As duas principais dificuldades são: adistância de Cesaréia de Filipe e a probabi-

lidade de que uma cidade ocupasse o topo doTabor nos tempos do NT. 

O convento frandscano no monte Tabor. IIS

Este cume está atualmente ocupado por umaigreja ortodoxa grega e um mosteiro francis-cano, além das ruínas das estruturas ante-

riormente mencionadas.  H. L. D.

TABRIMOMTABRIMOMTABRIMOMTABRIMOM Um governante sírio em Da-masco durante o último quarto do século Xa.C. Em 1 Reis 15.18, ele aparece como o fi-lho de Heziom e o pai de Ben-Hadade (I), orei da Síria. Uma aliança entre Tabrimom eRoboão e/ou Abias é mencionada na propos-ta inicial de Asa a Ben-Hadade (v. 19). Antiga mente, pensava-se que a esteia ara-maica Melkart (ANEP #499), de aprox, 850a.C., encontrada perto de Alepo, havia sido

erigida pelo Ben-Hadade mencionado acima,“o filho de Tabrimom, filho de Heziom”(ANET, p. 501; W. F. Albright, BASOR #87[1942], pp. 23-29). Um estudo adicional deFrank M. Cross indica que a esteia foi lidade forma errada, e que ela foi na realidadeerigida por um certo Ben-Hadade (III), quefoi coroado príncipe e co-regente com seu paiBen-Hadade (II), um contemporâneo do rei Acabe e inimigo de Salmaneser III (BASOR #205 [1972], 36-42). 

J.R.

TÁBUA TÁBUA TÁBUA TÁBUA  1,

 

Na parte baixa do vale do Tigre-Eufrates,onde o barro é abundante, as tábuas de bar-ro (ou argila) tornaram-se o material de es-crita (q.u.) mais comum (e talvez o mais an-tigo). Milhares de tábuas inscritas sobrevi-veram desde a Antiguidade, dando um pa-norama da vida cotidiana antiga, contendorecibos, obras literárias, documentos de ne-gócios, testamentos, processos judiciais, car-tas, listas de palavras etc. Algumas destastábuas cuneiformes, como as de Nuzu (q.v.

e Mari (q.v.),  têm uma relação direta com anarrativa patriarcal. Veja  Cuneiforme. 2.  Tradução correta de palavras hebraicase gregas traduzidas impropriamente como“mesa” em Isaías 30.8; Provérbios 3.3; Ha-bacuque 2.2; Lucas 1,63. Sabe-se que tábuasde madeira para escrita, com uma camadade cera que pode ri a ser facilmente inscrita,são conhecidas na Assíria antes da éuoca 

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T BUA TAFNES

 Vista do templo de Be , Palmira

de Isaías. Tábuas de calcário também fo-ram encontradas em Israel (por exemplo, ocalendário Gozei*, de aprox. 950 a.C.), e asduas “tábuas” (Ex 24,12; eí al.)   sobre asquais os Dez Mandamentos foram inscritoseram de pedra. „ 3.

 

 A tradução do termo heb. kumaz   (Ex35.22; Nm 31.50) é considerada por algunscomo imprecisa. Ele indica aquelas peças

de ouro na forma de contas que eram usa-das como pingentes em torno do pescoço ouem braceletes. 4.

 

 A tradução do termo heb. bet nephesh  (Is 3.20)  pode se referir a um pequeno frasco deperfume usado em torno ao pescoço . 

H.  F. V. 

TAÇA Um recipiente em forma de tigela oubacia. Em Cantares 7.2, compara-se o umbi-go ou a pélvis da amada a uma taça. A mes-ma palavra hebraica, 'aggan,  é utilizada emÊxodo 24.6 como “bacia” e em Isaías 22.24como “canecas” ou “taças”. 

TADEU Um dos Doze, mencionado apenasem Mateus 10.3 e Marcos 3.18. O nome“Judas, filho de Tiago” aparece nas listascorrespondentes em Lucas 6.16 e Atos 1.13.E possível que Mateus eMarcos tenham usa-do o outro nome por causa da provável con-fusão com Judas Iseariotes, o traidor. Em João 14.22, ele é descrito como “Judas{não o Iseariotes)" também mostrando, por-

tanto, a distinção. A questão que ele propôsem sua última passagem mostrou a falta deentendimento que tinha sobre a natureza damanifestação prometida pelo próprio SenhorJesus. Na prática, ele estava rogando que oSenhor Jesus aparecesse em público, de for-ma dramática. Para conhecer uma história dentre as solu-ções que foram tentadas veja E. Nestle,“Thaddaeus,” HDB, IV. 741-42. 

TADMOR Uma cidade oásis no deserto daSíria, aprox. 216 quilômetros a nordeste deDamasco, a meio caminho entre o vale doOrontes e o Eufrates. Nos tempos patriar-cais ela ficava em uma antiga rota de cara-vanas que ia de Harã até Damasco, e tam-

bém à região sudoeste. Ela também era umgrande centro de comércio que se movia tan-to no sentido norte-sul quanto no sentido les-te-oeste. Tadmor é mencionada pela primei-ra vez nos textos assírios da Capadócia (sé-culo XIX a.C.), novamente nas tábuas deMari (século XVIII a.C.), e então por Tiglate-Pileser I (em aprox. 1100 a.C.). Seguindo asguerras vitoriosas de Davi contra Hamate eZobá na Síria (2 Sm 8), Salomão incluiuTadmor em seu império (2  Cr 8.4).  A melhor era de Tadmor (renomeada comoPalmira pelos gregos) começou com a quedade Petra, capital aos nabateus, em 105 d.C.e atingiu seu ápice sob o governo de Odenato(falecido em 267 d.C.) e ae sua viúva, a rai-nha Zenóbia. Após o assassinato de seu ma-rido, ela assumiu o papel de líder. Seu sé-quito da corte incluía o filósofo grego Longi-no, e supõe-se que ela tenha sido fluente emno mínimo cinco idiomas. Zenóbia tentou li-bertar Tadmor da influência romana, masfoi derrotada em 273 d.C. por Aureliano. Eledestruiu completamente o local como umavingança pelo massacre de uma guarnição

romana postada ali, logo depois de uma ren-dição aos romanos. Entre as suas muitasruínas permanecem hoje o templo ao Sol,uma série de colunas romanas, um aquedu-to, e restos de um muro construído por Jus-tiniano. Várias tumbas romanas pontilhama área ao redor de Tadmor, e um oleodutoque vai do Iraque até Trípoli passa perto daantiga cidade. O termo Tamar, que algumas versões tra-zem em 1 Reis 9.18, era pronunciado pelosmassoretas judeus como Tadmor. Alguns es-tudiosos pensam que este local estava situ-ado na estrada de Hebrom até Elate, e foifortificado por Salomão para proteger a rotade comércio do sul da arábia via Elate atéJerusalém. Veja  Tamar 5. 

F.  E. Y. 

TAFATE A filha de Salomão que foi casadacom Ben-Abinadabe, o oficial encarregadodas receitas reais do distrito de Nafate-Dor(1 Rs 4.11). 

TAFNES 

1. 

Tafnes é encontrada em Jeremias 2.16;43.7,8,9; 44.1; 46.14; Ez 30.18, Trata-se deuma cidade egípcia situada no Delta, a les-te-sudeste de Tanis. Era a grega Dafnaí (He-ródoto II. 30), e hoje é conhecida como TellDefenneh, “monte dos eavadores de sepultu-ras”. O remanescente judeu fugiu para estacidade após o assassinato de Gedalias (Jr 43.7)  , Jeremias foi levado juntamente com 

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TAFNES TALMA1

estes refugiados, e em Tafnes o Senhor lhemandou que profetizasse uma invasão doEgito por Nabucodonosor. Ele também de-veria encaixar grandes pedras na argamas-sa do pavimento da entrada do palácio, e aliNabucodonosor estendería seu pavilhão real

sobre elas (43.8-10). Sir W. M. Flinders Petvie conduziu escava-ções em Tell Defenneh em 1883-84 e encon-trou uma fortaleza que é, provavelmente, oedifício mencionado em Jeremias 43.9. Onome da colina da fortaleza, Kasr el Yehudi(“o palácio da filha do judeu”), foi considera-do por Petrie como um resquício da habita-ção judaica (Egypt and Israel,  Londres.SPCK, 1923, pp. 84-90). Em Jeremias 44.1,2,Tafnes e várias outras cidades egípcias sãocitadas como residências de judeus desloca-dos, contra quem uma profecia é dirigida. Otexto em Ezequiel 30.18 se refere à cidadeem uma passagem que declara juízos sobreas principais cidades do Egito. 

C. 

E.D. 

2. 

Uma rainha do Egito que viveu durante aépoca de Davi e Salomão (1 Rs 11.19,20). Onome não aparece nos registros históricos doEgito. Seu marido é mencionado apenas pelotítulo (“Faraó, rei do Egito”), mas, de acordocom a cronologia, ele deve ter sido um rei da21a  Dinastia do Egito (BASOR #140 [1955],

p. 32), Quando Hadade, que tinha uma des-cendência real edomita, fugiu para o Egitosolicitando asilo político dos israelitas, oFaraó lhe deu a irmã de Tafnes como suaesposa. Esta teve um filho, Genubate, quefoi desmamado por Tafnes e criado na casareal entre os filhos do rei. 

TALENTO O talento era o maior peso usa-do pelos hebreus. Era utilizado paraquantificar ouro (1 Rs 9.14), prata (2 Rs 5.22)  , chumbo (Zc 5.7), ferro (1 Cr 29.7) ecobre (Ex 38.29). Não se sabe com certeza se

o talento era o mesmo em cada um destescasos, embora Êxodo 38.24-29 parecería su- erir isto. No AT, o peso de um talento erae 3.000 siclos (Éx 38.25,26) e, portanto, o

equivalente a aprox. 34 kg. A descoberta devários pesos rotulados na Babilônia revelouque havia um talento pesado de aproxima-damente 60 quilos e um talento leve de apro-ximadamente 30 quilos. Sabendo qual des-tes pesos estava sendo usado, o valor namoeda moderna pode ser calculado a partirdo valor contemporâneo do ouro ou da pra-

ta. Veja  Pesos, Medidas e Moedas.No NT, o talento como um peso era igual a125 librae,  ou libras romanas de 12 onçascada, o que equivale a aproximadamente 42quilos. Este seria um peso imenso para uma 

edra de saraiva (Ap 16,21; cf. a paráfrasea versão RSV em inglês, “pesada como o 

peso de cem”). Como unidade de moeda, seuvalor diferia consideravelmente de lugarpara lugar, mas era sempre comparativa- 

mente alto. O talento de prata de Egina va-lia aprox. 1.625 dólares americanos, en-quanto o talento da Síria valia apenasaprox, 250 dólares americanos (Amdt, p.811), Os “dez mil talentos” de Mateus 18.24obviamente representam uma dívida extre-

mamente alta, que nenhum homem jamaispodería pagar; uma ilustração da dívidarelacionada ao pecado que todo ser huma-no tem para com Deus.  A parábola dos talentos (Mt 25.14-30) falade um número variado de talentos que sáodados por um senhor aos seus servos, a cadaum de acordo com sua própria capacidadeou potencial pessoal (gr. dynamís).  O talen-to proporcionava a seu proprietário uma es-tabilidade financeira considerável. Com estaquantia, os servos deveríam negociar admi-nistrando e investindo durante a ausênciado senhor. Talentos representam dons espi-rituais e oportunidades que são dadas aocrente, levando em consideração as suashabilidades naturais, intelecto e formação.Os “talentos” são uma demonstração da con-fiança sagrada a ser empregada na obra denosso Senhor Jesus Cristo, e trazem umagrande recompensa àqueles que forem ser-vos fiéis. Veja  Parábolas de Jesus. 

J. R.

TALHA Veja  Pesos, Medidas e Moedas. 

TALHADEIRA Tradução do termo hebrai-co haris  em 2 Samuel 12.31 e 1 Crônicas 20.3.Era um instrumento cortante feito de ferro.Pode ter sido uma espécie de instrumentopara debulhar (cf. harus, Is 28.27; 41.15; Am 1.3)  ou um implemento agrícola como umaenxada ou picareta arrastada sobre a terrapara nivelá-la e quebrar os torrões antes deplantar e cobrir as sementes já plantadas.Uma palavra diferente (sadad)   usada em Jó39.10; Isaías 28.24; Oséias 10.11 expressa aruptura de torrões ou de terrenos incultos,

mas existem dúvidas se este equipamentocorresponde ou não ao moderno rastelo. 

TALITA CUMI Uma expressão avamaicaencontrada em Marcos 5.41 significando “jo-vem (ou menina), levanta-te”. Os manuscri-tos mais confiáveis deixam claro que kum (imperativo masculino) ao invés de kum (imperativo feminino) foi a leitura original;portanto, a versão NASB traz a expressão“Talita kum!” Estas palavras gentis ditas àfilha de Jairo fornecem uma boa evidênciade que o idioma normal do Senhor Jesus era

o avamaico. TALMAI1.  Um dos três filhos de Anaque que habita-vam em Hebrom. Sua gigantesca estaturaatemorizava os israelitas, mas pela fé Cale-be se levantou contra eles e expulsou os trêsirmãos (Nm 13.22; Js 15.14; Jz 1.10). Uma 

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TALMA1 TALMUDE

raça de elevada estatura e de pele clara cha-mada Tamau, retratada nos monumentosegípcios, foi considerada por alguns comoesta família. 2.

 

O rei de Gesur, um pequeno reino siro anordeste do mar da Galiléia. Ele foi o pai de

Maaca, a mulher de Davi e mãe de Absalão. Absalâo fugiu para a corte de Gesur depoisdo assassinato de Amnom (2 Sm 3.3; 13.37;1 Cr 3.2). 

TALMOM O ancestral epônimo de uma fa-mília levítica que estava associada ao ofíciodos porteiros do Templo, e que retornou comZorobabel a Jerusalém (1 Cr 9.17; Ed 2.42;Ne 7.45; 12.25), onde deu continuidade a esteministério nos tempos pós-exílicos (Ne11.19). 

TALMUDE O termo hebraico talmud   é de-rivado de lamad , “estudar”, “aprender”. Éaplicado à segunda maior realização literá-ria em hebraico e aramaico depois da Bíblia,e é uma interpretação da lei, bem como orepositório de um vasto cabedal de conselhossábios, cobrindo o período de Esdras (450a.C.) até aprox. 500 d.C. 

DesenvolvimentoDesenvolvimentoDesenvolvimentoDesenvolvimentodos Materiais Tradicdos Materiais Tradicdos Materiais Tradicdos Materiais Tradicionaisionaisionaisionais

 

 Antes que o período profético pós-exílico ter-minasse, houve a instituição e o desenvolvi-

mento de uma nova força entre o povo ju-deu. Esdras veio da Babilônia em 458 a.C.com o ideal de dirigir a ocupação judaica re-organizada em Israel com base nos princípi-os e instituições da Tora   (a Lei). Esdras mar-ca o início do movimento dos Soplvrim   (osescribas, q.v.,  a liderança religiosa), que po-pularizou o conhecimento e a apreciação dasEscrituras. As leituras públicas foram insti-tuídas, das quais Neemias 8 foi um exemploinicial. Este foi o início da transmissão oraldo Targumim   (“interpretações”, as transli-

terações e paráfrases das Escrituras), espe-cialmente do Pentateuco. O desenvolvimento do Targumim   e da LeiOral foi possível por causa do Midrash (q.v.),um extenso comentário sobre o texto bíblico,provavelmente iniciado por Esdras e seuscompanheiros. O Midrash cobre um amploescopo, não apenas incluindo assuntos legais,mas também assuntos de ética e teologia.Quando tratava de assuntos legais, o Mi-drash era conhecido como Midrash Halakah (do heb. halak,  “andar”, portanto, andar den-tro da lei); nas outras áreas ele era Midrash 

Haggadak   (a segunda palavra, ’agada,  sig-nificando “narração”).  Ao desenvolverem as tradições, as geraçõesde mestres não chegaram às suas decisõespor um impulso individual. Assim comoEsdras tinha um grupo em torno de si, emcada geração seguinte existiram corporaçõesque deliberaram e agiram em uníssono. Tais 

corporações sucessivas funcionaram duran-te os tempos dos Soph e rim.  Não há nenhummaterial sobrevivente destas seções e nào hánenhuma informação importante sobre qual-quer de seus membros, exceto fragmentos deasserções na escrita de uma época posteri-

or, especialmente o material de Pirke ’Abo (“Palavras dos Patriarcas”). Os Sopk‘rim estabeleceram a base para as coleções lite-rárias posteriores do judaísmo. Os Soph e Hm  continuaram até aprox. 180 a.C,e foram sucedidos pelos Hasidim   (“Piedosos”)da Idade Macabeana, e então, por sua vez,pelo grupo fariseu. Da época dos Hasidim  atéHillel (falecido em 10 a.C.) e Samai, houvecinco pares de líderes; assim, este período éconhecido como os Zugot   (“pares”). Estes pa-res de líderes executavam o trabalho da tra-dição, acrescentando novos conceitos de in-terpretação. Os mestres Zugot   desenvolveram um novométodo de instrução rivalizando com o Mi-drash. A Lei Oral era agora ensinada sem sereferir às Escrituras, embora fosse afirma-do que as Escrituras apoiavam o ensino dastradições, Com uma massa crescente de tra-dições, foi mais fácil lidar com os vários tó-picos, quando necessário, ao invés de seguira ordem supostamente entediante das Es-crituras. Através deste estudo tópico, o tra-balho do ensino e da memória foi feito atra-

vés de uma contínua repetição, e o nomeMishna (do heb. shana,  “repetir”) foi aplica-do ao novo método de ensino. Começando nofinal do século I a.C,, especialmente com asescolas de Hillel e Samai, e prosseguindo até200 d.C., os mestres que ensinavam por estenovo método foram chamados de Tanncum (do aramaico t e n’a,  e do hebraico shana , “en-sinar oralmente”). O estudo do Midrash, porém, nào foi deixa-do de lado pela aproximação do Mishna. Con-tinuou a ser usado na área haggadak,  bemcomo na área halakah  de ensino, lado a ladocom o método Mishna.  A partir de Hillel, e talvez até mesmo antesdeste, houve um processo de organização ecodificação na massa crescente de halakah,de acordo com o método do Mishna. Umaimportante coleção foi feita por Akiba (mar-tinzado em 135 d.C.), e continuada por seudiscípulo Meir. Os trabalhos de JudahHaNasi, e o desenvolvimento final da cole-ção Mishna por sua vez, foram colocados naforma escrita no hebraico pós-bíblico emaprox. 200 d.C. Este Mishna faz uso de mui-

tas das decisões halakah, de forma que ele éuma síntese do trabalho de estudiosos dosperíodos dos Soph‘rim, Hasidim, Zugot   eTannaim, O trabalho se tornou a base aa au-toridade sobre as tradições judaicas duran-te vários séculos seguintes, e foi uma dasprincipais peças da literatura para estudo epesquisa nas academias nas terras de Israele da Babilônia. 

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TALMUDE TAMAR

Judah HaNasi, porém, nâo incluiu toda acoleção Mishna e a coleção halakot   (pl, dehalakah)   de seus dias. Como os estudiososcontinuaram a acrescentar explicações e in-terpretações ao Mishna no período seguinte(aprox. 200-500 d.C.), eles usaram o materi-

al adicional, Tosefta   (aramaico tusefTa,  “adi-ções”) e Bara.ita  (aramaico barefa, ou halako individual), juntamente com as suas própri-as opiniões, Muitas fontes haggadah   bemcomo Midrash também foram usadas. Os es-tudiosos que continuaram com estes estudosnas academias eram chamados de  Amoraim (“intérpretes”). Seu trabalho foi necessáriopara que o Mishna pudesse ser adequada-mente explicado, para que muitos antigoshalakot   fossem reforçados, e para que mui-tos novos halakot   fossem formulados para osnovos problemas com que o judaísmo se de-arou em suas sempre mutantes situaçõesistóricas e culturais. Em aramaico, o tra-balho destes estudiosos é chamado de Ge-mara (aram. g e mara\  “término'’). A combi-nação do texto Mishna de HaNasi com o Ge-ra ara é designado como Tahnude. 

Duas Versões do TalmudeDuas Versões do TalmudeDuas Versões do TalmudeDuas Versões do Talmude 

Havia duas escolas ativas no período dos Amoraim   na terra de Israel, bem como nascidades da Babilônia. Estes dois grupos deestudiosos trabalharam com o Mishna de

Judali HaNasi para produzir duas versõesde Gemara; portanto, há duas versões doTalmude, Uma é o Y‘rushalmi,  ou “Jerusa-lemita’’, de Israel, e a outra é conhecida comoo Talmude Babilônico. Esta segunda é trêsvezes mais longa, pois os judeus babilôniospossuíam maior liberdade e menos persegui-ções do que sua contraparte em Israel paraproduzir um trabalho que refletisse todo oconhecimento secular e religioso do períodonos sucessivos halakah   e haggadah.  A Y‘rushalmi   no aramaico ocidental foi termi-nada pouco depois de 425 d.C., e a redação

fmal do Talmude Babilônico de maior auto-ridade no aramaico oriental foi finalmenteredigida por volta de 500 d.C. 

Ordens de DivisãoOrdens de DivisãoOrdens de DivisãoOrdens de Divisão 

O Mishna é dividido em seis ordens. Como oGemara é o comentário sobre o Mishna, o co-mentário também segue esta divisão. Cadaordem é posteriormente subdividida em tra-tados, formando um total de 63 tratados, 10a 11 tratados para cada ordem. Cada tratadoé ainda posteriormente dividido em capítu-los, Quando são feitas referências ao materi-al no Talmude, elas são designadas por tra-tados seguidos pelo capítulo e versículo oupelo número da página. As ordens são: (1)Zeraím,  ou “sementes”, as leis da agricultu-ra; (2) Mo‘ed, ou “festividades”, os regulamen-tos dos sábados; (3) Nashim,  ou “mulheres",leis que dizem respeito às mulheres, casamen-to e divórcio; (4) N’zikim, ou “prejuízos”, a lei 

civil e criminal; (5) Qodashim, ou “coisas san-tificadas”, leis que tratam do santuário e ri-tuais sacrificiais; e (6) Tohorot,  ou “pureza”,leis da pureza levítica. 

 Valor e Influência Valor e Influência Valor e Influência Valor e Influência 

 As duas versões do Talmude foram concluí-das em aprox. 450-500 d.C. Elas se torna-ram o guia da principal corrente do judaís-mo durante a Idade Média, especificamentena Europa, quando o estudo secular tornou-se virtualmente inexistente. Neste período,quando a atividade missionária judaica ces-sou, e a dedicação dos judeus se voltou aoseu próprio interior, eles tiveram umrepositório da literatura para satisfazer àssuas necessidades religiosas e intelectuais.Desta forma, eles tiveram um escape domundo ao seu redor com seu ódio e persegui-

ção brutais. O Talmude também teve suainfluência sobre o Renascimento, e atravésdo novo impulso da busca intelectual o Tal-mude ajudou a moldar estes novos valoresexercendo, em última instância, um impac-to sobre a era moderna. Finalmente, o Tal-mude fornece aos estudiosos cristãos o meiopara entender a prática do judaísmo, e tam-bém para ter acesso aos antigos conhecimen-tos judaicos na exegese e prática bíblicas. OMishna, em particular, fornece um grandeconhecimento sobre a crença e a prática ju-

daicas do século I d.C., como por exemplo, avida e a prática no Templo. 

Bibliografia.  Tradução do Talmude para oInglês. I. Epstein, ed., The Babylonian Tai- mud wíth índices,  18 vol., Londres. SoncinoPress, 1961. Tradução do Mishna para o In-glês. H. Danby, trad., The Mishnah,  Oxford.Univ. Press, 1950, J. Bowker, The Targums and Rahbinic Literature and Introduction to Jewish Interpretation of Scriptitre,  Nova York. Cambridge Univ. Press, 1961, I. Eps-tein, Judaism,  Baltimore. Penguin, 1959;

“The Rabbinic Tradition”, The Jewish Heritage, Washington, D.C.; Bnai Brit  AdultJewish Education, 1955, pp, 51-69. J.Kaplan, The Redaction of the Babylonian Talmud, Nova York, Bloch, 1933. S. M. Lehr-man, The World of the Midrash,  Cranbury,N.J.: A, S. Bames, 1961. G, F. Moore, Ju- daism in the First Centuríes ofthe Christían Era, Vol. I, Cambridge. Harvard Univ. Press,1927. H. L. Strack, Introduction to Talmu and Midrash,  Filadélfia. Jewish PublicationSociety, 1931. M. Waxman,  A Bistory o Jewish Literature, Vol. I, Nova York. Thomas Yoseloff, 1960. 

L, Go.

TAMA Veja  Tema ou Temá. 

TAMARTAMARTAMARTAMAR 

1.  Nora de Judá, filho de Jacó, e viúva deEr, filho de Judá. Quando o irmão de Er, 

1881

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TAMAR TANQUE,LAGOA

Um dos assim chamados tanques de Salomão,que data do século I d.C. 

Onã, recusou-se a ser o marido de Tamar e

morreu, Tamar retomou ao seu lar cana-nita com a promessa de Judá de que seriadada a seu terceiro filho, Selá, quando estetivesse idade suficiente para se casar. Estapromessa não foi cumprida. Quando a mu-lher de Judá morreu, Tamar seduziu Judáocultando sua identidade e fingindo seruma meretriz da religião pagã. Ela ficougrávida. Quando Judá decidiu mandarmatá-la, Tamar revelou que havia conce-bido do próprio Judá. Ela mostrou os pe-nhores que Judá lhe havia deixado. Judáfoi condenado pelo que havia feito a estamulher, e ela foi poupada. Um dos gêmeosnascidos de Tamar foi Perez (ou Farés), queatravés de Judá está na linhagem diretada genealogia de Davi, e consequentemen-te do Senhor Jesus Cristo (Gn 38; Mt 1.3-6; Lc 3.31-33). 2.  Uma filha formosa de Davi, que sofreuabuso sexual por parte de seu meio-irmão Amnom através de uma trama enganado-ra. Ele se sentiu profundamente apaixona-do por Tamar antes de tal violência; masdepois sentiu grande aversão por ela. O ir-

mão de Tamar, Absalão, então, a protegeurecebendo-a em sua casa (2 Sm 13.20) e porvingança assassinou Amnom depois de doisanos (2 Sm 13). 3.  Uma filha formosa de Absalão, que possi-velmente recebeu este nome em homenagemà sua amada irmã (2 Sm 14.27). 4.

 

Uma cidade de localização desconhecida,perto da fronteira de Judá e Edom, no extre-mo sul do mar Morto. Mencionada por Eze-quiel como um lugar da futura fronteira danação de Israel restaurada (Ez 47.19; 48.28), 5.  Um lugar no deserto de Judá fortificadopor Salomão (1 Rs 9.18, também chamadode Tadmor), talvez a mesma cidade menci-onada em 4, ou Hazazom-Tamar iq.v.).  Vá-rias versões trazem o nome Tadmor (cf. 2Cr 8.4), seguindo a sugestão dos massoretas judeus, 

N. B. B.

TAMARGUEIRA Veja  Plantas. 

TAMBOR ouououou TAMBORIL Veja  Música. 

TAMBORIL Veja  Música. 

TAMBORIM ouououou TAMBORIL Veja  Música. 

TAMUZ Veja  Falsos deuses. 

TANAAQUE Veja  Taanaque. TANQUE, LAGOA No AT, essas palavrascorrespondem à tradução de três palavrashebraicas: (1) ‘agam,  “tanque”, na verdadecharcos lamacentos ou piscinas estagnadasformadas pelo transbordamento de um rio,como por exemplo, o Nilo (Êx 7.19; 8.5; Is14.23; 19.10; 42.15); (2) b e reka,  “uma pisci-na” ou “um tanque” (2 Sm 2.13; 4.12), da raizbarak,  “dobrar o joelho” ou “ajoelhar”; tan-

que artificial onde, por exemplo, os camelosse ajoelhavam para beber; e (3) mikuieh,“uma reunião” ou “coleção de águas" (Gn1.10; Êx 7,19; Lv 11.36). A palavra corres-pondente do NT é kolumbethra,  que signifi-ca “piscina” ou “lugar para mergulhar’ (Jo5.2,4,7; 9.7,11). Os tanques (b‘rekoth)   eram grandes recep-táculos alimentados por riachos ou pela águada chuva. Eram geralmente escavados narocha natural ou fechados por muros de tijo-los, ou ambos. Nesse caso eles eram cuida-dosamente revestidos com cimento ou gessotratado com cal para conservar a água. Nocaso das cisternas, uma fenda na parede,provocada por um terremoto ou por outras 

Um tanque ou cisterna com degraus emQumran 

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TANQUE, LAGOA TARDIO

causas que levassem à perda de água, eraconsiderada uma grande calamidade (Jr 2.13)  . Outros tanques eram formados porreservatórios construídos em vales estreitos,e eram muito parecidos com o sistema usa-do pelos fazendeiros norte-americanos. Isso

era praticado especialmente pelos habitan-tes do vale do Neguebe, como os nabateus(q.v.),  onde era essencial conservar a águadas enchentes repentinas. Embora tfreka   fosse um tanque artificial, eleera diferente do bor,  ou cisterna, no sentidode ser uma grande construção, escavada atéuma profundidade considerável para o usode toda a população, enquanto bor   era naverdade um pequeno tanque doméstico as-sociado à casa das pessoas. Um bom exem-plo dos primeiros são os três assim chama-dos tanques de Salomão, nas proximidades

de Belém. Eles foram construídos em umacolina íngreme, um abaixo do outro, a fim deabsorver qualquer transbordamento deágua, e eram ligados por canos de drenagem.Essas grandes piscinas retangulares, aindautilizadas atualmente, e com uma capacida-de avaliada em aprox. 167 milhões de litros,faziam parte do sistema de Pôncio Pílatospara levar água a Jerusalém através de umsistema de aquedutos (q.v.).  As grandes cidades fortificadas tinhammuitas vezes um tanque subterrâneo, ou

um reservatório, para abastecer a cidadeprincipal. Eles eram alimentados atravésde um túnel que chegava a um rio locali-zado fora das muralhas, a fim de assegu-rar o abastecimento durante os períodosem que estivessem sitiadas. Chegava-seaté eles através de uma passagem inclina-da, ou degraus, que levavam a um túnel,como na Jerusalém jebusita e na cananéiaGezer, ou por uma escada em caracol esca-vada em um poço aberto, como em Gibeão,ou pela combinação de ambos, como emMegido e Hazor. 

Na época do NT, muitas vezes os tanqueseram enfeitados com belos pórticos ou alpen-dres, come por exemplo, o tanque de Betesda(Jo 5.2). Os tanques das Escrituras que apa-recem com seus respectivos nomes são o tan-que de Samaria (1 Rs 22.38), o tanque deHebrom (2 Sm 4.12), o tanque de Gibeão (2Sm 2.13), o açude ou viveiro de Selá (Ne 3.15)  , os viveiros ou piscinas de Hesbom(Ct 7.4)  e o tanque de Siloé (Jo 9,7). Veja  os no-mes específicos de tanques; Água. 

R. V. U.TANUMETE Pai de Seraías, que foi um doscomandantes militares em apoio a Gedalias,o governador de Judá nomeado por Nabuco-donosor. Em 2 Reis 25.23, Tanumete é umnetofatita (isto é, de Netofa, uma aldeia ameio caminho entre Belém e Teeoa). No en-tanto, a inserção das palavras “os filhos deEfai” depois de Tanumete em Jeremias 40.8 

faz com que o termo netofatita se refira nãoa Tanumete, mas a Efai. 

TAPUA  1.  Um dos filhos de Hebrom (1 Cr 2.43), umdescendente de Calebe. 2.  Uma cidade mencionada em Josué 15.34como estando na Sefelá, a oeste de Jerusa-lém. Seu local não foi identificado com cer-teza, mas situa-se no grupo de cidades queinclui Jarmute, Adulão, Soeó e Azeca, todassituadas nos contrafortes que separam a pla-nície marítima da região montanhosa daJudéia. 3.  Uma cidade na fronteira norte de Efraim,que pertencia a Efraim, mas seu territórioestava na área de Manasses (Js 16.8; 17.8).Seu. rei estava entre os muitos governanteseananeus mortos por Josué (Js 12.17). A sua

localização é próxima do ribeiro de Caná, quedeságua no Mediterrâneo. Ela tem sido iden-tificada com a grande Tell Sheikh Abu Zarad,aprox. 16 quilômetros a sul-sudoeste deSiquém e 8 quilômetros a noroeste de Siló.Ela talvez seja a Tifsa que foi saqueada porMenaém (2 Rs 15.16). Veja  En-Tapua. 

G.   A.T. 

TAQUEMONITA Há versões que trazem aexpressão filho de Taquemoni. O termotaquemonita é um epíteto gentílico ligado ao

primeiro herói mencionado por seu nome nalista dos 30 valentes de Davi (2 Sm 23.8). A  julgar por uma passagem paralela em 1 Crô-nicas 11.11, o termo taquemonita parece seruma variante de “haemonita” ou “(filho de)Hacmoni” (1 Cr 27.32). 

TARALA Uma das 14 cidades na terra deCanaã destinada à tribo de Benjamim (Js 18.27)  . Dentre outras cidades na lista, elaparece estar na região montanhosa, a noro-este de Jerusalém. Père Abel localiza a al-deia nos arredores de Khirbet Erha,  abaixodo monte er-Ram   a sudoeste, onde reserva-tórios e uma grande cisterna, assim comoevidências de ocupação dos tempos israeli-tas através do período romano foram desco-bertas (Géographie de la Palestine,  Paris.Gabalda, 1933-1938, II, 480). 

TARDIO Há duas interpretações desta pa-lavra no Antigo Testamento, e duas no Novo. 1.

 

 A palavra hebraica ’erek, derivada da pa-lavra que significa “demorar-se”, “prolongar",“continuar”. A frase “Tardio em irar-se” é

usada como uma referência à paciência ouao domínio próprio. Como um atributo divi-no, é, às vezes, usado em série com os adjeti-vos “benévolo”, “misericordioso” e “de gran-de compaixão” (veja  Ne 9.17; SI 103.8; 145.8;Jl 2.13; Jn 4.2; Na 1.3). Em relações huma-nas, uma pessoa “longânima” (ou “tardia emirar-se”) é aquela que possuí grande enten-dimento (Pv 14.29); é aquela que aplaca as 

1883

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TARDIO TARSO

contendas (Pv 15.18); é classificada comoalguém mellior do que o valente (Pv 16.32). 2.

 

 A palavra hebraica kabed,  que significa“peso’’ ou “pesado". Moisés era pesado de bocae pesado de língua (Êx 4.10). Ele tinha difi-culdade para falar. 

3. 

 A palavra grega argos,  “inativo”, “inútil”.Paulo menciona que os eretenses tinham afama de possuir “ventres preguiçosos” (Tt1.12; ou de serem “glutões preguiçosos"). 4.

 

 A palavra grega bradys,  “pesado", “tar-dio”, “preguiçoso . A expressão “tardos decoração” (Lc 24.25) é uma descrição do co-ração descrente, sem receptividade. “Tar-dio para falar” e “tardio para se irar" (Tg1.19) são partes de uma exortação relativaà vida daqueles que são tementes e obedi-entes ao Senhor. 

H. 

E.Fi 

TARÉLA Um membro da linhagem realbenjamita cujo pai, Mica, foi neto de Jônatas,o filho de Sanl (1 Cr 8.35; 9.41). 

TARGUM Veja   Talmude; Versões, Antiga eMedieval. 

TARPELITAS Um dos grupos oficiais ou ét-nicos associados com Reum, o comandanteou chanceler persa, e Sinsai, o escrivão, naredação de uma carta difamatória para Ar-

taxerxes I (465-425 a.C.) contra as ativida-des de reedificação dos exilados que haviamretomado (Ed 4.9). 

TARSIS Este termo tem um uso quádruplonas Escrituras. 1.  Um “filho” ou descendente(s) de Javã, netode Jafé e bisneto de Noé (Gn 10.4; 1 Cr 1.7),provavelmente também se referindo à terra(veja 4). 2.  Filho de Bilã, neto de Benjamim (1 Cr7.10). 3.  Um dos sete príncipes nobres de Assuero,governante da Pérsia (Et 1.14). 4.  Um lugar na região ocidental mediterrâ-nea que muitos consideram (Heródoto IV,152) como tendo sido identificado comTartesso, uma antiga cidade ou região situ-ada ao longo do rio Guadalquivir perto dacosta sudoeste da Espanha (q.v.),  a oeste deGibraltar. Pelo fato de várias das referên-cias do AT dizerem respeito a negociantes,comércio e navios (1 Rs 10.22; Jn 1.3), foisugerido que Társis era uma terra quemargeava o mar (também Is 60.9; 66.19). A 

terra era rica em metais como prata, ferro,estanho e chumbo (Jr 10.9; Ez 27.12). Era olugar para o qual Jonas pretendia fugir sa-indo de Jope, na costa mediterrânea da Pa-lestina, quando estava tentando fugir deDeus (Jn 1.3; 4.12).  A palavra Társis é um termo fenício deri-vado de uma palavra ac adi a na que signifi-ca “derreter ou estar fundido”; desse modo, 

a forma substantiva seria “uma indústriade fundição ou refinaria”. Com base nestesignificado da palavra, William F. Albrightsugeriu que o termo Társis podería referir-se a qualquer terra que contivesse mineraisnaturais, ou qualquer lugar onde as opera-

ções de mineração e fundição fossem execu-tadas (BASOR #83 [19411, pp. 21-22). Noentanto, uma terra na área mediterrâneaocidental possuindo bons depósitos de mi-nerais seria uma identificação muito boa.Parece evidente que a riqueza mineral daEspanha atraiu os fenícios, que ali encon-traram colônias já nos séculos X ou IX a.C.Rio Tinto, 136 quilômetros ao norte de Cadizna Espanha, é o distrito de mineração maisrico em torno do Mediterrâneo. Hoje, ummilhão de toneladas de minério de prata,ouro e cobre são anualmente extraídas des-te local. Um cemitério do século VIII a.C.,com objetos fenícios, foi escavado neste lo-cal (AJA, LXXI [1967], 183). Uma inscriçãofeníeia conhecida como a Esteia Nora, da-tando do século IX a.C., parece falai da cap-tura de Társis, um local de fundição na ilhada Sardenha, que também está situada noMediterrâneo ocidental. Evidentemente,então, Társis era o nome de pelo menos duascidades mineradoras fenícias. O termo “frota" ou “naus de Társis” parecese referir aos grandes navios usados no co-

mércio de Társis que transportavam metaisfundidos do porto d,e Salomão em Eziom-Geber, no golfo de Acaba, para terras dis-tantes (1 Rs 10.22; 22.48; 2 Cr 9.21). Atra-vés do trabalho de Nelson Glueck em Eziom-Geber (q.v .) foi descoberto um extenso arma-zém neste porto marítimo que Salomão uti-lizou como base para sua marinha de Társis.Os navios de Társis foram assim identifica-dos com o transporte de minerais, e vierama se tomar símbolos de riqueza e poder (Ez27.25). Eles também eram usados como ilus-trações de orgulhosas invenções humanasrecebendo juízo divino e destruição no pas-sado e no dia futuro do Senhor (SI 48.7; Is2.16; 23.1). Veja  Navios. 

Bibliografia.Bibliografia.Bibliografia.Bibliografia.  Frank M. Cross, “An Inter-pretation of the Nora Stone”, BASOR #208(1972), pp. 13-19. David Neiman, “Phoeni-cian Place Names”, JNES, XXIV (1965),113-115. J. M. Sola-Sole, “Semitic Elementsin Ancient Hispania”, CBQ, XXIX (1967),487-494. 

P. S. H.

TARSO A cidade de Tarso está situada nasproximidades do rio Cidno na Cilícia, cercade 16 quilômetros do Mediterrâneo, 26 me-tros acima no nível do mar. Normalmente aatmosfera opressiva de um lugar como esteseria destrutiva em sua maior parte da vi-gorosa vida municipal e comercial. Mas cer-ca de 3 quilômetros ao norte da cidade as 

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TARSO TATENA1

colinas começam a se erguer suavemente ese estendem em desfiladeiros ondulados atéencontrarem as montanhas Taurus. Cerca de16 quilômetros ao norte da cidade baixa,surgiu uma segunda Taurus. Sendo parcial-mente uma residência de verão, ela servia

uma considerável população como um lardurante o ano todo. O clima mais estimu-lante da cidade alta compensava o climadesconfortável da região mais baixa. Cercade 30 quilômetros ao norte da cidade altaencontravam-se os Portões da Cilícia, umafoz estreita através da qual passava a únicaboa rota de comércio entre a Síria e a ÁsiaMenor. A sua localização nesta rota trouxegrande riqueza para Tarso. Embora o Cidno fosse navegável para naviosleves que subiam atê a metade de Tarso nostempos romanos, a maioria dos navios anco-

rava no porto, que ficava 8 ou 9 quilômetrosao sul, da cidade. Naquele ponto havia o lagoRegma, alimentado pela nascente, cercadopor todos os lados, exceto pelo lado sul, peloporto da cidade e pelas instalações do cais.Grande habilidade e diligência devem tersido empreendidas para manter o canal doCidno e o porto. Em séculos posteriores, foinecessário um canal auxiliar para reduzir ainundação. O corte para o leste da cidade ( fei-to por Justiniano, 527-563 d.C.) com o pas-sar do tempo se tornou o leito principal do

rio e assim permanece até hoje. Com uma história continua de seis milêni-os, Tarso é uma das cidades mais antigas domundo. Ela foi provavelmente a capital deKizzuwatna, a antiga Cilícia, nos temposheteus. Salmaneser III capturou a cidade em832 a.C., e em 696 a.C. ela foi saqueada porSenaqueribe. Mercadores gregos estabelece-ram uma colônia ali no início do séc. VII a.C,para ficarem mais prõximos dos recursos deprata e ferro de alta qualidade das monta-nhas Taurus (JNES, XXX [1971], 99-109], Alexandre salvou a cidade da destruição pe-las mãos dos persas, que se retiraram. Tarsose tornou uma cidade autogovernada no pe-ríodo selêucida, mas Pompeu a anexou aRoma em 64 a.C. Antônio concedeu a Tarsoa condição de cidade livre em 41 a.C. e a isen-tou de impostos. Durante o século I d.C., Tarso foi a capital ea única cidade grande da Cilícia. Juntamen-te com sua riqueza comercial e agrícola, elase vangloriava de uma graude universidadee era colocava na mesma posição de Atenase Alexandria como um centro intelectual. A 

cidade tinha numerosos eruditos: Atencdoro,o Estóico, foi o companheiro de Cato, o Jo-vem; Atenodoro Cananeu foi tutor e conse-lheiro de Augusto; Nestor ensinou o sobri-nho de Augusto, Marcelo, e se reportava aTibério; e Antipater era o diretor da umaescola em Atenas. O apóstolo Paulo nasceu em Tarso, e era umcidadão romano. Parece evidente que muitos 

Um arco romano em Tarso. HFV

cidadãos de Tarso receberam a cidadania ro-mana das mãos de Pompeu, Júlio César, An-tônio e Augusto. Os antepassados de Paulopodem ter estado entre eles. As escavaçõesforam até agora incapazes de recriar a cida-de dos dias de Paulo, que j az debaixo da cida-de moderna e fazendas adjacentes. 

H. F. V. 

TARTÃ (Heb. tartan   do assírio turtanu   outartanu.)   Título de um general do exércitoassírio ('‘comandante-em-chefe", conformealgumas versões em Isaías 20.1), uma posi-

ção possuída por dois indivíduos menciona-dos na Bíblia. Um deles, servindo sob SargãoII, capturou Asdode (aprox. 711 a.C., Isaías20.1); o outro foi destacado por Senaqueribe(em 701 a.C.) com dois outros oficiais assíri-os de alta patente para exigir de Ezequias arendição de Jerusalém (2 Rs 18.17). 

TARTAQUE Veja  Falsos deuses. 

TARTARUGA Veja  Animais: Lagarto IV.18. 

TATENAI O governador persa do distritode Samaria que interrompeu a reedificação

do Templo sob a liderança de Zorobabel (Ed5.3,6) até que ele tivesse o assunto da per-missão de Ciro aos judeus investigada nosarquivos de Dario (Ed 6.6-13). Ele foi identi-ficado como o sátrapa sobre a Babilônia e aTrans-Eufratia, Ustanu (Hystanes), por 'exemplo, no volume ICC sobre Esdras (1913),até que Olmstead em 1944 apontou a iden-tificação correta. Em um documento datadode 5 de junho de 502 a.C., ele é citado espe-cificamente como ‘Ta-at-tan-nr, o  pahatu   ougovernador subordinado ao sátrapa sobreEbir-Nari. Desse modo ele agiu como o de-putado de Ustanu no oeste, visto que as duassatrapias eram muito grandes para que fos-sem administradas com êxito por um únicohomem. A frase completa corresponde exa-tamente à frase hebraica “governador destelado do rio”, qne é traduzida em algumas ver-sões como “governador daquém do rio" ou 

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TATENA1 TEATRO

“governador além do rio”. Ebir-Nari deveriaser traduzida como “do outro lado do rio”,isto é, Samaria vista do leste. 

Bibliografia.Bibliografia.Bibliografia.Bibliografia.   A. T. Olmstead, “Tattenai,Govemor of ‘Across the River’*, JNES, III(1944), 46.

  E.M.Y.TATIM-HODCHI A frase “terra de Tatim-Hodchi” que algumas versões trazem em 2Samuel 24.6 é uma transliteração do hebrai-co e supõe uma localidade ao norte, em al-guma parte entre Gileade e Dã, e que deveser incluída no censo davídico. Seguindo arevisão Luciana do texto grego do AT, pro-põe-se a tradução: “Até Cades, na terra dosheteus”. Porém, esta conjectura possui umadificuldade, uma vez que Cades é admitida-

mente muito longe, ao norte. Outros emen-dam este texto difícil, lendo “até a terra abai-xo de Hermom”. 

TATUAGEM Uma marca indelével sobre asuperfície do corpo causada pela inserção depigmentos sob a pele. A palavra “tatuagem”(heb. qa‘aqa‘,  “incisão”) só ocorre na versãoRSV em inglês (cf. NEB, NASB) em Levítico19.28 e está intimamente relacionada com aproibição de ferir a própria carne. “Ferir acarne” neste contexto é uma referência aoscostumes de chorar pela morte de alguém, e

a tatuagem não parece fazer parte de talprática. Certamente o ato de “retalhar” (Jr41.5; 47.5; 48.37), “ferir a carne” ou “dar gol-pes na carne” (Lv 19.28a; Lv 21.5; Dt 14.1),e a mutilação (Êx 21.6) devem ser diferenci-adas da tatuagem. A palavra acima para “in-cisão” só ocorre em outra passagem no he-braico mais recente.  A prática da tatuagem pode ser compreendi-da por uma passagem no Mishna: “Se umhomem escreveu [sobre sua pele] palavrascom instrumento pontiagudo [ele é culpável],Se ele escreveu, mas não marcou com instru-mento pontiagudo, ou marcou, mas não es-creveu, ele não é culpável, mas somente seescrever e marcar com tinta ou algo que dei-xe uma marca duradoura. R. Simeon b. Judahdiz em nome de R, Simeon: ele não é culpávela menos que escreva ali o nome [de um deus],pois está escrito, Não fareis marca nenhumasobre vós. Eu sou o Senhor" (Makkoth 3, 6).No antigo Oriente Próximo, a tatuagem e acolocação de marcas eram largamente pra-ticadas. Os escravos tinham marcas coloca-das sobre si para indicar suas posições e seus

donos (Código de Hamurabi, 226-227, ANET,p. 176; Breasted,  Ancient Records of Egypt,iii.414; iv.405). Do uso secular o costumemigrou para as pessoas nas religiões, que sãoocasionalmente mencionadas como receben-do estigmas sobre a cabeça, rosto ou braçospara indicar sua posição em relação ao seudeus. Assim, elas devem ser vistas como es- 

cravas ou propriedade do deus de cujo nomeou marca são portadoras (cf. Heródoto 11.113;Luciano, The Syrian Goddess,  59; III Mac2.29). Porém, a marcação e a imposição demarcas indeléveis, talvez, também servissemcomo penalidades por um crime (cf. Código

de Hamurabi #146, ANET, p. 172); seu usoem todas as passagens bíblicas é ritual. Em seu sentido literal esta prática é citadaem Levítico 19.286, onde existe a proibiçãoda impressão ou tatuagem de qualquer mar-ca sobre a pessoa; em Gênesis 4.15, onde oSenhor coloca uma marca em Caim; e em 1Reis 20.41, onde o profeta parece ter revela-do ao rei uma marca peculiar ao seu ofício.Em um sentido figurado, que pressupõe oçostume real, o costume é mencionado emÊxodo 13.9,16, onde a festa de Mazote e aredenção do primogênito devem ser umamarca na mão e um memorial ou faixas en-tre os olhos (cf. Dt 6.8; 11.18; 14.1). Ezequi-el, em uma visão, contempla uma marca deinviolabilidade colocada na testa daquelesque gemiam por causa das abominações deJudá (Ez 9.4; cf, Ap 7.3-8). Em Apocalipse13.16, a marca da besta é definida como seunome ou o número do seu nome. Em Isaías44.5, o profeta prevê a resposta voluntáriaao Senhor por parte daqueles que escreve-rão em suas mãos: “Eu sou do Senhor”. Opróprio Senhor garante aos desanimados que

Ele os gravou nas palmas das suas mãos (Is49.16). Paulo declara que ele mesmo carre-ga em seu corpo as marcas (gr. sttgmata)   doSenhor Jesus (G1 6.17). Veja  Marca (sinal). 

Bibliografia.Bibliografia.Bibliografia.Bibliografia.  Otto Betz, “Stigma”,  TDNT, VII, 657-664. 

E. R. D.

TAU A 19a  letra do alfabeto grego. Os gre-gos tomaram seu alfabeto emprestado dosfeníeios, presumivelmente em alguma épo-ca no século VIII a.C.; conseqüentemente, a

22a  ou a última letra do alfabeto hebraico,iate, é geralmente relacionada com a letragrega tau. Originalmente, a letra taw   semitaera representada por uma cruz reta ou oblí-qua (cf. Ez 9.4,6). Os gregos transmutaramum pouco a letra, preferindo a forma reta,mas apagando a projeção na linha verticalsobre a transversal - conseqüentemente aforma T. 

TAVERNA Veja   Praça de Ápio; Estalagem.

TEATRO 

1. Local onde produções dramáticas eramencenadas. Inicialmente as exibições dedramatizações aconteciam em nome do deusDionísio nos dias de seus festivais. As ruí-nas dos teatros antigos possuem dois tiposde estruturas, uma construída inicialmentepara o drama, e aquelas que foram constru-ídas para outros propósitos e usadas para 

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TEATRO TEBES

peças de teatro. Como regra geral, o teatroera o maior prédio que havia nas cidades.Portanto, era uma prática comum entre osgregos utilizar o teatro para assembléiaspúblicas e reuniões de interesse público(como em Atos 19.29,31). 

 As assembléias gregas eram conhecidaspor sua forma de demonstração. Uma notaem Éfeso menciona uma assembléia civilrealizada no teatro. Josefo iAnt.  xix.8.2)relata que os eventos de Atos 12.20-23aconteceram no recentemente escavadoteatro herodiano, em Cesaréia (q. v.  I. Eletambém relata que Herodes o Grande cons-truiu um teatro e um anfiteatro em Jeru-salém iAnt. xv.8.1). O teatro grego era constituído por três par-tes. A orchestra   era uma pista de dança re-donda para os atores e corais, com um altarno centro. A origem do drama é geralmenteencontrada nos ninos que celebram os feitosde Dionísio, acompanhados por flautas e dan-ças ao redor do altar. O theatron,  ou auditó-rio, era um local para os espectadores, es-tendendo-se ao redor da orquestra em doisterços ou mais. Os assentos eram feitos deplacas de pedra, exceto aqueles que tinhampedras naturais cortadas para se fazer a basepara assentos de madeira. Os assentos eramdispostos uns acima dos outros em fileirasconcêntricas, freqüentemente construídas de

forma a aproveitar a inclinação natural deum monte. O skene   (lit., “tenda”, “cabine"),ou palco, foi posteriormente adicionado àmargem do círculo, do lado oposto aos assen-tos, como uma sala de descanso para os ato-res e como um pano de fundo para a atua-ção. O skene   passou a ser um palco elevadodo lado do público que compartilhou a atua-ção com a orquestra. O último teatro helenístico deu ímpeto aoteatro romano; mas o antigo trazia o espíri-to romano em sua construção original. O te-atro romano, ao invés de ser construído naencosta de um monte, era reto como um pré-dio sem sustentação, apoiado por uma cons-trução arqueada. O auditório e a cena oupalco foram interligados entre si, transfor-mando tudo em uma só estrutura cobertacom telhas, contrastando com os teatros gre-gos que ficavam ao ar livre. O auditório for-mava somente um semicírculo, com espaçopara os assentos, no qual a orquestra estavaincluída; e assim, todas as atuações aconte-ciam na plataforma do palco. Apesar dos gre-gos reservarem somente alguns assentos

especiais para magistrados e dignidades, osromanos (pelo menos aqueles da época de Augusto) faziam uma classificação elabora-da dos assentos por sexo, idade, profissão enível social. Os romanos também construí-ram anfiteatros com arenas para campeona-tos atléticos e gladiadores. Os combates pro-fissionais são mencionados pela primeira vezem aprox. 30 a.C. Nâo se cobrava ingresso. 

Teatro de Dionísio* Atenas. HFV

O teatro de feso iq.v.   mencionado em Atos

19 estava localizado na inclinação oeste domonte Pion, de onde se avistava o porto como qual estava conectado por uma rua princi-pal. Ele foi construído por Lisímaco no iní-cio do século III a.C,, e estima-se ter agru-pado mais de 24.000 pessoas. A construçãoera de pedra. 2. A palavra grega também se referia ao pró-prio show, um “espetáculo”, e é utilizada deforma figurativa por Paulo, quando diz queos apóstolos eram feitos “espetáculo” aomundo, aos anjos e aos homens (1 Co 4.9). 

E. F.TEBA Um dos filhos de Naor, o irmão de Abraão, a quem Reumá, sua concubina, deuà luz (Gn 22.24). É sugerido por estudiososmodernos que Betá (2 Sm 8.8), que aparececomo Tibate na passagem paralela em 1 Crô-nicas 18.8, deve ser lido como Teba. Assim,o patrimônio de Teba seria identificado comuma cidade de Hadadezer, rei de Arâ-Zobá,situada na região do Anti-Líbano, e mencio-nada nas cartas Amarna e em fontes egípci-as. Veja  Tibate. 

TEBALIAS Um dos filhos de Hosa, ummerarita, que foi escolhido para servir comoporteiro do Templo na organização davídieados levitas (1 Cr 26.11). 

TEBAS Veja  Nô ou Nô-Amom. 

TEBES Cidade fortificada no território deManassés, na estrada de Siquém para Bete-Seã, mencionada em conexão com Abimele-que, filho de Gideão, que estava procurandose tornar rei de Israel (Jz 9.50-57). Tebes re-

cusou-se a se sujeitar a Abimeleque. A cida-de foi conquistada, com exceção de uma tor-re forte para onde muitos habitantes havi-am fugido em busca de refúgio, subindo aoseu telhado. Abimeleque, durante o períodode sítio, de forma descuidada se aproximoudemais da torre; uma mulher lançou a pe-dra da parte superior de um moinho, que o 

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TEBES TE SMO

Fonte batismal octogonal pertencente a uma igrejabizantina em Tecoa. HFV 

atingiu na cabeça, causando uma fratura decrânio, Para evitar o vexame de morrer pe-las mãos de uma mulher, Abimeleque per-suadiu seu pagem de armas a feri-lo à espa-da, Esta história parece ter sido bem conhe-cida, uma vez que Davi a relembrou cercade 200 anos mais tarde (2 Sm 11.21). Estelocal é agora representado por Tuba, que ficaa aprox. 16 quilômetros a noroeste de Si-quém, onde as estradas de Siquém e Dotàconvergem em uma única estrada para o valedo Jordão. 

R. L. D.TEBETE O décimo mês do calendário sa-grado hebraico, correspondendo geral mentea dezembro-janeiro do nosso calendário, eequivalente ao mês babilônio Tebitu  (Et 2.16)  . No período pré-exílico os meseseramdenominados de acordo com o calendáriocananeu (cf. Êx 13.4; 23.15; 34.18; Dt 16.1; 1Rs 6.1,37ss.; 8.2), porém os judeus passarama adotar cada vez mais os nomes aos mesesdo calendário babilônio. Veja Calendário. 

TECOA A versão KJV em inglês mencionaTecoa em 2 Samuel 14.2,4,9. Tecoa era umacidade em Judá (1 Cr 2.24; 4.5), localizadadez quilômetros ao sul de Belém e dezesseisquilômetros ao sul de Jerusalém, em umacolina na área do deserto de Tecoa (2 Cr 20.20)

 

. Foi o local de nascimento do profeta Amós (Am 1.1) e o lar da mulher sábia queJoabe enviou a Davi para que o coração des-te se inclinasse para Absalão(2 Sm 14.1-24).Ela é identificada com Khirbet Taqu‘a, cujas

ruínas cobrem quatro ou cinco acres. As es-cavações iniciadas em 1968 pelo WheatonCollege descobriram tumbas usadas na Ida-de do Ferro I e II, como também no períodoromano, indicando que a ocupação ao localcomeçou em 1200 a.C. O local acabou sendo ocupado por uma comu-nidade cristã. Um complexo da igreja bizan-tina e as ruínas de um mosteiro sem dúvidaalguma representam o Propheteum de Amós, 

uma igreja memorial dedicada ao profeta. Oobjeto mais interessante nas ruínas é umafonte batismal octogonal lavrada a partir deum único bloco de calcário de coloração rosa-avermelhada. A última ocupação do local ocor-reu, aparentemente, no século XII. 

 A altitude de Tecoa, superior a 900 metrosacima do nível do mar, levou ao seu desen-volvimento como uma estação para sinaiscom toque de trombeta (Jr 6.1), e foi fortifi-cada pelo rei Roboão para proteger Jerusa-lém (2 Cr 11.6). Os tecoítas ajudaram areedificar os muros de Jerusalém sob a lide-rança de Neemias (Ne 3.5,27). 

Bibliografia.Bibliografia.Bibliografia.Bibliografia.  Martin H. Heicksen, “Tekoa.Historical and Cultural Profile”, JETS, XIII(1970), 81-90. 

 A. C. S,

TECOÍTA Alguém que era residente oucujos antecedentes eram da aldeia de Tecoa(q.v .). Tecoíta é a forma gentílica de Tecoa, eé usada deste modo com relação à mulhersábia (2 Sm 14.4,9), ou de Ira, filho de Iques(2 Sm 23.26; 1 Cr 11.28; 27.9), e como umsubstantivo descrevendo aqueles que ajuda-ram na restauração do muro de Jerusalém(Ne 3.5,27). 

TEIA Veja  Animais: Aranha IV. 1; Bordador.

TEINA Um dos descendentes de Judá e paide Ir-Naás, ou o pai (fundador) da cidade deNaás (1 Cr 4.12). 

TEÍSMO Definido por Charles Hodge como“a doutrina de um Deus extraterreno, pes-soal, o criador, preservador e governador domundo” (Systematic Theology, 1,205). Englo-ba o estudo dos argumentos racionais e aasrazões para crenças na realidade de Deus,assim como as provas para sua existênciacomo um Deus Trino e Uno. Os argumentos teístas.  Na história do pen-

samento cristão, certas provas teístas utili-zadas para apoiar a crença na existência deDeus apareceram bastante cedo. Anselmo foiquem iniciou o argumento ontológico: queaquilo que existe na verdade é maior do queaquilo que existe simplesmente na mente.Por exemplo, temos uma idéia de um ser in-finitamente perfeito. Mas, uma vez que aexistência real é incluída no ser perfeito, seDeus, nâo existe de fato, então devemos con-siderar um ser ainda maior do que Deus.Tomás de Aquino é destacado por cinco ar-gumentos: (1) A ação requer um primeiro mo-vimentador, e isto é Deus. (2) O mundo comoum efeito requer uma causa suficiente, e estaé Deus. (3) O mundo, como contingente, de-manda uma causa de auto-existência, e estaé Deus. (4) No mundo existem graus de per-feição, que requerem algo que seja absoluta-mente perfeito, e este é Deus. (5) Resultados 

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TE SMO TE SMO

propositais demandam uma causa proposi-tal inteligente, e esta causa é Deus.  A Apologética moderna utiliza os argumen-tos ontológicos, cosmológicos, teleológicos emorais. De todos estes, o ontológieo é o maisfraco, porque a idéia de um ser perfeito não

é mais uma prova igual à idéia de um reinoperfeito, tal como Atlântida, que é a provade sua existência. Este argumento, tal qualé apontado, só parece convincente àquelesque consideram a existência de Deus como omais evidente de todos os fatos. Calvino fa-lou da “semente da religião", ou seja, que ohomem natural mente entende a existênciade Deus, acredita nele e só pode ter no ateís-mo um refúgio temporário. Esta é provavel-mente umahase mais sadia da prova, umavez que se baseia no fenômeno da crença naDivindade que observamos em toda a histó-ria da raça humana. O argumento eosmológico é aquele em quetodo efeito requer uma causa suficiente. Omundo é um efeito, portanto o mundo deveser o resultado de uma cansa externa sufici-ente e responsável por sua existência: estedeve ser Dens. Este argumento é legítimo emsua essência, no entanto é insuficiente, comogeralmente expressado, pois é limitado àsexplanações do mundo físico. Ele é muitomelhor quando expresso da seguinte forma:Tudo que existe requer uma causa suficien-

te. O mundo e os seres racionais chamadosde homens existem. Portanto, deve existiruma causa adequada para estes, ou seja, umDeus racional, pessoal. O argumento teleológico é aquele que diz quequalquer coisa que revele propósito e ordemexige um planejador. O mundo, incluindo ohomem, revela propósitos e ordens. Portan-to, deve existir um Deus inteligente, umacausa proposital. Esta causa é Deus. O argumento moral diz que aquele que pos-sui uma natureza moral, ou seja, a habilida-de para distinguir entre o bem e mal, requer,antes de qualquer coisa, uma causa moral.O homem possui uma natureza moral; por-tanto, o homem deve ser o produto de umacausa moral e pessoal - Deus. O valor dos argumentos teístas. As opiniõesvariam muito quanto aos valores dos argu-mentos teístas. Immanuel Kant, por exem-plo, atacou violentamente os argumentosontológicos e cosmológicos. Ele insistiu nofato de que o argumento eosmológico era, emsua essência, apenas uma extensão do onto-lógieo. No entanto, ele aceitou o argumento

teleológico e também favoreceu o argumen-to moral. Os cristãos ortodoxos nào defendem simples-mente estes argumentos individualmente, esim por uma causa suficienteraente boa parasupri-los e explicar um universo no qual ateologia se manifesta, e também para trazerexplicações sobre os homens, os quais reve-lam, em sna constituição, duas naturezas: a 

de propósito e a moral. Isto envolve uma com-binação de argumentos cosmológicos, teleo-lógicos e morais que formam o grande argu-mento para a existência de Dens. Este con- junto deve ser chamado de “argumento cos-mo-teleo-moral”. Alguns teólogos ortodoxos

se curvaram aos ataques de Kant, em maiorou menor grau, e, como resultado, conside-ram os argumentos como válidos ou não so-mente para um homem que já é   cristão.Outra razão para uma desvalorização des-tes argumentos é a ênfase exagerada qne aIgreja Católica Romana lhes atribui. Ela rei-vindica que eles são suficientes para provara existência de Deus, e que por meio deles épossível conhecer a Deus. A Igreja CatólicaRomana entende que a teologia natural queresulta destes conceitos é suficiente parasalvar o homem. No entanto, ela imediata-mente qualifica esta afirmação, dizendo queaqueles que são mental mente sadios paraconhecer a Deus desta forma são geralmen-te preguiçosos demais para fazê-lo, e os de-mais são excessivamente néscios ou insensí-veis; portanto, Deus se revela através da re-velação especial encontrada nas Escrituras.Os evangélicos mostram que o homem pode,para sua satisfação racional, provar queDeus existe; mas que esta convicção, sozi-nha, não pode salvá-lo. Mesmo que o homempossa formar uma teologia natural com os

argumentos, pelo fato de ser um pecador eestar caído ele deve obrigatoriamente ter umSalvador. O homem só poderá conhecer seuSalvador e o plano da salvação através darevelação. Com base nos argumentos, crer em um Deuspessoal não é apenas razoável, mas o SenhorDeus considera o homem como o responsá-vel por chegar a esta conclusão. O texto em Romanos 1.19,20 relata: “Por-quanto o que de Deus se pode conhecer ne-les se manifesta, porque Deus lho manifes-tou. Porque as suas coisas invisíveis, desdea criação do mundo, tanto seu eterno podercomo sua divindade, se entendem e clara-mente se vêem pelas coisas que estão cria-das, para que eles fiquem inescusáveis". A mente do homem é tão bem formada que,quando este olha o universo, é capaz de che-gar à conclusão de que este é o resultado daforça onipotente de um ser moral e pessoal,ou seja, Deus. Caso o homem não o enxergue,é considerado inescusável por parte de Deus.Prova do teísmo da natureza trina e una de Deus.  O teísmo apresenta argumentos para

a natureza trina e nna de Deus, e prova queesta é a visão de Deus expressa na BíbliaSagrada. Se Deus fosse unitário em nature-za e existisse na eternidade como um indiví-duo ou pessoa unitária, Ele só teria experi-mentado os três grandes relacionamentospessoais - o Eu-Isto, o Eu-Você e o Nós-Você- depois de ter criado o mundo e o homem.Como uma única pessoa, Deus teria adieio- 

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TE SMO TEL

nado a si mesmo o relacionamento Eu-Istoao criar o mundo, o Eu-Voeê ao criar o ho-mem, e o relacionamento social Nós-Você aocooperar com Adão e Eva na procriaçâo deseu primeiro filho.  Até Aristóteles, o filósofo pagão, foi capaz de

enxergar os problemas contidos nesta visão.Por isso ele posicionou seu “Movedor Imó-vel” como se estivesse em uma cápsula es-pacial, e fechou as janelas para que Ele nãoaprendesse sobre a existência e o desenvol-vimento do mundo. Tal crescimento em co-nhecimento teria destruído seu Deus por lhefazer adições. Ele viu que uma pessoa unitá-ria precisaria do mundo e do homem, no en-tanto deixaria de ser infinito quando estestrês relacionamentos fossem adicionadoscomo resultado da existência e do desenvol-vimento do universo e do homem.  A doutrina cristã de que Deus é trino e uno, 

Êor si só já preenche os requisitos para um

'eus infinito e auto-suficiente. O Filho éum objeto para Pai e, portanto, o relacio-namento Eu-Isto existiu para Deus desdea eternidade. O Filho e o Pai, assim comoo Espírito Santo, comunicam-se em um re-lacionamento Eu-Você; o Pai e o Filho seunem para ministrar ao Espírito, e assimtodos os três relacionamentos pessoaissempre existiram no Deus da Bíblia. O

mundo, portanto, não adiciona nada aDeus. O “Maometismo” (ou o Islamismo), oJudaísmo e todas as visões unitárias deDeus naufragam neste problema e termi-nam tendo a visão de um Deus finito.O Eu-Isto, ou relacionamento sujeito-objetona Divindade, é revelado em passagens dasEscrituras comoHebreus 1.13, “E a qual dosanjos disse jamais: Assenta-te à minna des-tra, até que ponha os teus inimigos porescabelo de teus pés?” (cf. SI 110.1; Hb 1.6- 8)  . O Eu-Você, ou o encontro pessoal, éreve-

lado quando na eternidade o Filho discutesobre sua morte sacrificial na cruz, o que émencionado no Salmo 40.5-8 (cf. Hb 10.5-13).

  -

Escavações no monte da Jericò do NovoTestamento. J\ L, Kelso 

provado quando Deus diz, em Gênesis 1,26,“Façamos o homem à nossa imagem, confor-me a nossa semelhança”, e novamente emGênesis 11.7: “Desçamos e confundamos alisua língua, para que não entenda um a lín-gua do outro”. Além disso, todas as provas

das Escrituras para a divindade de Cristo edo Espírito Santo defendem a doutrina daTrindade. Vejo Trindade; Cristo, divindadede; Deus; Espírito Santo. 

Bibliografia.  J. Oliver Buswell, Jr., Sys- tematic Theology, Grand Rapids. Eerdmans,1962, I, 72-126. John E. Carnell,  An Intro- duction to Christian Apologetics,  GrandRapids. Eerdmans, 1950. Stuart C. Hackett,The Resurrectíon ofTheism, Chicago. MoodyPress, 1956. Charles Hodge, Systematic Theology,  Grand Rapids. Eerdmans, 1952,

I, 191-240.  R. A. K.

TEL Uma palavra árabe significando “mon-tão de uma cidade destruída”, relacionadacom o termo babilônio tíl   e o siríaco telala,  ecorrespondendo ao persa tepe   e ao turcohuyuk. Na Bíblia Sagrada, o termo hebraico tel   éusado em relação ao “monte” de uma cidadedestruída (Dt 13.16; Js 8.28, a ruína de Ai;Js 11.13; Jr 30.18; Jr 49.2, “montão”). Estapalavra faz parte do nome de várias cidadesbíblicas: Tel-Assai no norte da Mesopotâmia,Tel-Abibe, Tel-Harsa e Tel-Melá (todas trêsna Babilônia). O típico monte no Oriente Próximo é ummonte que tem o topo plano e as laterais in-clinadas, como um cone truncado. Ele podeser composto pelas ruínas de uma ou maiscamadas de ocupação. Tell el-Husn (a Bete-Seã bíblica) possui 18 camadas sucessivas,totalizando 23 metros de espessura. O nívelmais antigo está naturalmente na parte debaixo e o mais recente no topo. Os tamanhos

dos montes variam não só em altura, mastambém em área: Tel el-Hesy (a Eglom bí-blica) cobre dois acres e meio e Tell el-Qedah(a Hazor bíblica), 40 acres. As característi-cas conhecidas de determinados montes têmajudado os arqueólogos a localizar muitas ci-dades bíblicas. Em 1890, enquanto escavava Tell el-Hesy nosul da Palestina, W. M. F. Petríe elaborouuma cronologia baseada na cerâmica. Eleobservou vários tipos de cerâmica caracte-rísticos nos vários níveis de ocupação do lo-

cal. A alguns deles poderíam se atribuir da-tas porque foram encontrados em associa-ção com objetos especificamente datados.Pareceu razoável que estes mesmos tipos decerâmica tivessem datas similares se encon-trados em outros montes. Assim Petrie ela-borou uma cronologia da cerâmica útil paradatar muitos achados na Palestina. Estesprincípios foram aplicados para elaborar cro- 

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m TEMA, TEMA

nologias de cerâmica para outras terras doOriente Próximo. 

Bibliografia.Bibliografia.Bibliografia.Bibliografia.  W. F. Albright, The Archaeolo- gy of Palestíne,  ed. rev., Londres. Penguin,1960, pp. 16-18. K M. Kenyon, Beginning in 

 Archaeology, Londres. Phoenix, 1953, pp. 98-107. G. E. Wright, “Cities Standing on TheirTells”, BA, II (1939), 11-12; Biblical Archaeo- logy, Filadélfia. Westminster, 1957, pp, 23-24. 

J. A.T. 

TELA Filho de Resefe e pai de Taã, umdescendente de Efraim e ancestral de Josué(1 Cr 7.25). 

TEL-ABIBE Uma cidade às margens do ca-nal de Qnebar (rio Quebar), que fluía para orio ao sul da Babilônia, Aqui Ezequiel viveucom seus companheiros exilados de Judá (Ez 3.15)  . O nome da maior cidade da modernaIsrael, Tel-Aviv, é derivada deste nome. 

TELAIM Uma cidade no Neguebe de Judáperto de Zife, onde Saul convocou e nume-rou o povo em sua preparação para a cam-panha contra os amalequitas (1 Sm 15.4). Alguns manuscritos cursivos gregos da LXXapoiam a idéia de que a frase “porque anti-gamente” em 1 Sm 27.8 (Texto Massorético)deva ser lida “desde Telém”. Telaim foi iden-tificada por alguns estudiosos com a Telémmencionada em Josué 15.24. 

TELARSA Veja  Tel-Harsa. 

TELASSAR Uma das cidades ao nort,e daMesopotâmia habitada pelo povo do Éden(heb. b‘nê Eden,  abreviatura de b e né-Beth- Eden;   cf. Amós 1.5; Ezequiel 27.23), mencio-nada na carta de Senaqueribe a Ezequiasfalando da conquista dos reis assírios ante-riores (Is 37.12; 2 Rs 19.12). Na área doacadiano Bit-Adini (Bete-Éden) ao longo domeio do Eufrates estava situada Til Ashúri,“colina de Asur”, mencionada nas inscriçõesde Tiglate-Pileser III. 

TELÉM 1.  Uma cidade da tribo de Judá no Neguebe,na direção da fronteira de Edom (Js 15.24). Alguns estudiosos a identificaram comTelaim {q.v.\ 1 Sm 15.4). 2.  Um dos porteiros que dispensou sua mu-lher estrangeira de acordo com a política ins-tituída por Esdras (Ed 10.24). 

TELHA, LADRILHO 

1. 

Em hebraico Tbena,  “tijolo” ou “cerâmi-ca” (Ez 4.1). Essa palavra também foi tra-duzida em outras passagens como “tijolo”(q.v.).  Ezequiel foi instruído a escrever onome de Jerusalém em um tijolo de barro esitiá-lo. O objetivo era enfatizar sua prega-ção de que Jerusalém seria capturada por 

causa dos pecados de Israel (4.4ss.). Mapase ilustrações feitos em tijolos de barro fo-ram encontrados na Mesopotâmia (veja ANEP, #260), dando suporte às evidênciasda influência babilônica nessa forma de co-municação do profeta. 

Cerâmicas, no sentido de tijolos esmaltados,também eram conhecidas no mundo do AT.Tijolos esmaltados foram usados para reves-tir a porta de Ishtar da Babilônia (ANEP, #760-762). Em Qantis, no Delta do Egito,Ramsés II mandou cobrir sua tenda com te-lhas esmaltadas de cor azul (W. C. Hayes,Glazed Tiles from a Palace of Rameses II a Kantir,  Nova York. Metropolitan Museum o Art, 1937).  Assim, elas podem ser comparadas à “pavi-mentação de pedra de safira” ou à “obra depedra de safira” que Moisés e os 70 anciãos

de Israel viram sob os pés de Deus (Êx 24.10). 2.  Em grego keramos,  “cerâmica” (materialcozido). Em Lucas 5.19, trata-se de telhasusadas para cobrir o telhado. Os telhados dostemplos greco-romanos eram cobertos de te-lhas. Lucas é bastante específico quanto aométodo pelo qual foi feita uma abertura notelhado pelos quatro amigos do paralítico,com a finalidade de baixá-lo à presença doSenhor Jesus. Geralmente, as telhas nãoeram usadas nos telhados planos da Pales-tina. Mas um judeu, influenciado pela cul-

tura helenista podia, entretanto, mandarcobrir o telhado normal feito de grossas ca-madas de argila sobre vigas de madeira. Poroutro lado, poderia haver um telhado leve-mente inclinado sobre o pátio da casa. Essearranjo seria suficiente para permitir aoshomens o acesso a um ponto acima do localonde o Senhor Jesus estava sentado abrigan-do-se do calor do sol. 

H.  G.S. 

TELHADO Veja  Casa. 

TEL-HARSA Uma cidade babilônica daqual certos judeus retornaram para Jerusa-lém depois do exílio, mas foram incapazesde estabelecer sua identidade israelita (Ed2.59; Ne 7.61). A localização exata da cidadeé atualmente desconhecida. 

TEL-MELA Uma cidade babilônica cuja lo-calização é atualmente desconhecida, da qualcertos judeus retornaram para Jerusalémdepois do exílio, mas foram incapazes de es-tabelecer sua identidade israelita (Ed 2.59;

Ne 7.61). TELL EL-AMARNA Veja  Amarna, Tell El. 

TEMA, TEMÁ O nono fdho de Ismael, quefoi subseqüentemente considerado um dos 12príncipes de Ismael, e cujo nome identificoua aldeia e o acampamento de seus descen-dentes (Gn 25.15; 1 Cr 1,30). A residência 

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TEMA, TEM TEMOR

O chamado templo de Vesta, perto do rioTibre cm Roma, HFV 

do clã deve ser identificada com a modernaTeima, um oásis de hospedarias para cara-vanas na região noroeste da Arábia, aprox,400 quilômetros a sudeste de Eziom-Geber(Jò 6.19). Esta cidade está situada na rotade caravanas entre a região de especiarias eincenso no sul da Arábia, e os países ao nor-te como Egito, Israel e Síria. Em um oráculo referente à Arábia, os habi-tantes da terra de Tema foram exortados asocorrer os dedanitas e quedaritas que logoiriam fugir de uma turba esmagadora (Is21.14), talvez uma referência à campanha

de Tiglate-Pileser III, que afirmou ter rece-bido tributo dos habitantes de Tema (ANET,pp, 283ss.). Em Jeremias 25.23, Tema é con-tada entre os povos que beberiam da taça devinho da ira das mãos do Senhor, o que, apa-rentemente, se refere às conquistas de Na-bucodonosor. Nabonido, o último rei da Babilônia, viveuem Tema durante uma década (ANET, P.P.P.P.306), construindo ali seu palácio, eembelezando e fortificando a cidade com afinalidade de rivalizar com a própria Babi-

lônia (ANET, pp. 313ss.).  E. R, D.

TEMA O ancestral epônimo de uma famíliade servidores do Templo que retomou daBabilônia com Zorobabel (Ed 2.53; Ne 7.55).O nome Tama (Ne 7.55) é uma variação deTemá. 

TEMÃ Um nome edomita que significa “àdireita, ao sul”. 1.  Um filho de Elifaz e neto de Esaú (Gn36.11) chamado, no v.15, de edomita '‘chefe”

ou “príncipe”. 2.  Uma importante cidade em Edom. Husão,um rei de Edom, era um temanita (Gn 36.34).Os temanitas eram famosos por sua sabedo-ria (Jr 49.7; Baruque 3.23), e Elifaz, o maissábio dos consoladores de Jó, era um temanita(Jó 2.11). Habacuque (3.3) vê o Senhor vindode Temã, lembrando os atos de Deus naquelaárea durante a jornada para a terra prometi- 

da. As advertências proféticas de juízo sobreTemã (Jr 49,20; Ez 25.13; Am 1.12; Ob 9) fo-ram cumpridas, pois sequer se conhece comprecisão sua localização. Glueck a identificacom Tawilan, cerca de oito quilômetros a les-te de Petra. Abel dá preferência a Shôbek, que

está a aprox. 40 quilômetros ao norte de Petra. Bibliografia.Bibliografia.Bibliografia.Bibliografia.  Nelson Glueck, “Explorationsin Eastern Palestine, 11", AASOR, XV (1935),82-83. F. M. Abel, Géographie de la Palestine,2 vols., Paris. Gabalda, 1933, 1938, I, 284;II, 479-480. 

TEMENI Um descendente de Judá cujo paifoi Asur e cuja mãe foi Naara (1 Cr 4.6). 

TEMOR Um termo usado tanto no AT comono NT de várias maneiras muito significati-vas. As Escrituras falam dos seguintes tiposde temor. 1.  Um temor santo (heb.  yir’a;   gr.  phobos que significa ter grande temor ou respeitopela majestade e santidade de Deus, umareverência piedosa (Gn 20.11; SI 34.11; At9.31; Rm 3.18). Davi fala deste temor comosendo limpo e pnro (SI 19.9); Jó e o salmistase referem ao temor como a base ou o iníciode toda a verdadeira sabedoria (Jó 28.28; Pv1.7; SI 111.10). Este temor é dado por Deuse permite que o homem respeite a autorida-de de Deus, obedeça aos seus mandamentos,

se desvie do mal (1 Sm 12.14,20-25; SI 2.11;Pv 8.13; 16.6) e busque constantemente asantidade (2 Co 7.1; Fp2.12). Os gentios con-vertidos ao judaísmo, que criam em Deus,eram chamados de tementes a Deus (At10.2,22; 13.26). Veja  Adoração. 2.  Um temor filial (Lv 19.3) baseado na re-verência correta dos filhos de Deus por seuPai celestial (SI 33.18; 34.6-11; Pv 14.26,27;2 Co 6.17-7.1). 3.  Um temor pelo pecado imperdoável que écansado pela obra da lei escrita no coração

(Rm 2.15) e o conhecimento da Palavra deDeus; por exemplo, o temor de Adão quandopecou (Gn 3.10; cf. Pv 28.1); o medo de Félixao ouvir Paulo pregar (At 24.25); o medo doshomens que rejeitam a pregação do evange-lho (Hb 10.27-31). 4.  Um medo, temor ou terror (heb. pahad)  dasantidade de Deus por parte dos ímpios navinda do Senhor (SI 14.5; Is 2.10,19; Ap 11.11; 18.10,15)

 

. Juntamente com isto, podemos con-siderar o medo que Deus coloca nos coraçõesdos ímpios em relação ao seu povo, para pro-teger os seus (Dt 11.25; 2 Cr 20.29,30). 5.

  Um temor do homem também é mencio-nado nas Escrituras. Este pode ser um res-peito correto por aqueles que têm autorida-de (Rm 13.7; 1 Pe 2.18), ou um terror semsentido (Nm 14.9; Is 8.12). 6.  Um temor por outros, bem como do perigono qual eles estão (1 Co 2.3; 2 Co 11.3; 12,20,21). 

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TEMPLO

7.  Um sentimento de terror em relaçáo àquiloque é desconhecido (Lc 21.26) ou misterioso(Jó 4.14-16). 8.  Um sentimento de covardia ou timidez (gr.deilia ), como nas frases “o espírito de temor”(2 Tm 1.7), e “não se turbe o vosso coração,

nem se atemorize” (Jo 14.27; cf. Mt 8.26; Mc4.40; Ap 21.8).  As vezes se presume erroneamente que otemor é a origem da religião; mas apenas omedo, no sentido do terror, não é a força po-sitiva que atrai os homens a Deus com umaatitude de reverência, adoração e respeito. 0  conceito kierkegaardiano de  Angst zum tode,  esta ansiedade que persegue o homempor toda vida até sua morte, cai sob a tercei-ra classificação acima, uma vez que expres-sa a ansiedade perturbadora que ataca o não-salvo. Este temor, e o sentimento de terror

por ter que comparecer diante de um Deussanto, é   eliminado (ou deveria ser) na vidados crentes (1 Jo 4.18;   cf. Em 8.1,33,84),embora o temor que consiste em reverênciae respeito pela autoridade permaneça. 

R. A. K.

TEMPERANÇA A palavra grega egkrateia significa moderação, contenção ou autocon-trole, especialmente contendo os própriosimpulsos com o objetivo de alcançar fins maiselevados (1 Co 7.9; cf. 7.5). O termo “tempe-rança” ocorre apenas no NT, apesar de queleitores dos provérbios de Salomão já teri-am se familiarizado com a idéia há algumtempo. Paulo, quando argumentava comFélix, enfatizava o autocontrole junto com justiça e juízo futuro (At 24.25). Em Tito, elea lista entre as características requeridas deum líder da igreja (1.7,8) e a ordena para oshomens de mais idade (2.2). Ela advém daobra do Espírito no crente (G1 5.22,23), deveser ativamente buscada pelos cristãos (2 Pe1.5ss), e é essencial no ministério cristão (1Co 9.25-27). O uso bíblico do termo sugere

autocrucifieação e uma submissão ao contro-le exercido pelo Espírito, que habita em cadacrente, mais do que uma autonegaçãoespartana. 

TEMPLO A principal palavra hebraica p ara“templo” éhekal, “palácio, edifício grande’’ (cf. 1  Rs 21.1; SI 45.8,15; Is 39.7). É uma palavraestrangeira incorporada do acádio ekallu, porsua vez importada do sumério E-GAL,  “casagrande”. Além de suas referências ao Temploem Jerusalém, a palavra é usada para o san-tuário de Siló (1 Sm 1.9; 3.3), para a moradade Deus nos céus (2 Sm 22.7; SI 11.4; 18.6; Is6.1), e para templos pagãos (J1 3.5). O termoheb. bayith,  “casa”, é também frequentemen-te usado para templo, tanto para o templo deuma divindade pagã (Jz 9.46; 2 Rs 10.21 etc.)como para o Templo de Deus em Jerusalém(1 Rs 6.2-10; 2 Cr 35.20 etc.). 

Em contraste com um “lugar alto” (ç.u.) ao

ar livre, um templo era considerado princi-palmente a “casa" ou local de morada deuma divindade, e apenas secundariamenteum local de adoração. Assim sendo, o san-tuário mais interno, onde a imagem do deus(ou a arca de aliança do Senhor) era coloca-

da, era geralmente uma pequena sala se-parada do povo. Em grego, há 2 termos que significam “tem-plo”. O mais genérico é hieron, o   local do sa-cerdote, que se aplicava a todo o complexodo Templo com todos os seus átrios e prédiosauxiliares. O mais específico é naos,  “santu-ário, templo”, o próprio prédio principal doTemplo. O uso bíblico desses termos é prin-cipalmente em referência ao santuário nacio-nal dos judeus em Jerusalém, localizado nomonte Moriá. 

Templos PagãosTemplos PagãosTemplos PagãosTemplos Pagãos O AT ocasionalmente menciona templos dapopulação não israelita de Canaã, assimcomo os templos da Babilônia (2 Cr 36,7; Ed 5.14)  e do Egito (Jr 43.12,13). Na Palestina,vários templos e santuários cananeus foramescavados, revelando a típica planta baixade um santuário pagão. Em geral eles con-sistiam de três cômodos principais: umaantecâmara ou terraço dando entrada aosantuário principal, cuja entrada era, às ve-zes, ladeada com colunas; o santuário, ge-

ralmeiite com postes para sustentar as vi-gas do telhado e bancos de pedra contra umaou mais paredes, e frequentemente com umaltar para as ofertas; e mais adentro, o san-to dos santos ou santuário, comumente emuma plataforma elevada cujo acesso se davaatravés de degraus, contendo um pedestalou nicho para a imagem de uma divindade.O templo de El-Berite (Jz 9.46) em Siquém(q.u.) foi escavado e parece ter sido um gran-de templo-fortaleza (heb. migdal)   com umpilar sagrado (heb. masseba ) no pátio. O tem- 

Recoiistruçao do templo de Vênus em Baalbek.Museu Nacional, Beirute 

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Modelo de Howland-Garber do Templo de Salomão. E. G. Howland

Interior do modelo de Howland-Garber. E. G. Howland 

1894 

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TEMPLO TEMPLO

Reconstrução de Shick do Templo de Salomão. MPS

plo de Dagom em Asdode (1 Sm 5.2-4) era

provavelmente similar ao templo de Dagom(1 Cr 10.10) e de Astarote (1 Sm 31.10) emBete-Seà; essa últimas estruturas eram pro-vavelmente os templos gêmeos encontradosno Nível V, datando do século XI a.C. 

Santuários Israelitas nas FronteirasSantuários Israelitas nas FronteirasSantuários Israelitas nas FronteirasSantuários Israelitas nas Fronteiras 

Em várias localidades israelitas do períododa monarquia dividida foram encontradasevidências da presença de templos. Amós de-nunciou a adoração em Berseba e Gigal, e acomparou com templos que Jeroboão I cons-truiu em Dã e Betei, nas fronteiras sul e nor-

te de seu reino (Am 5.5; 8.14). Os muros (quetinham de 6 a 20 metros de largura) que for-mavam um cercado para um lugar altoisraelita em Dã foram descobertos (IEJ, XXII[1972], 165), mas até o momento nenhumprédio de templo foi localizado. Escavações iniciadas em 1969 em Tell Ber-seba desenterraram um grande prédio comquatro ou cinco cômodos nos quais muitosobjetos de culto em estilo egípcio e assírio-babilônico foram encontrados. Em uma casaróxima foi encontrada uma jarra da Idade

o Ferro com a inscrição entalhada em heb.q-d-sh,  “santidade”. O arqueólogo encarre-gado, Yohanan Aharoni, acredita que nâotenha havido algum santuário israelita emBerseba que tenha sido corrompido pela in-fluência paga (“Excavations at Tell Beer-sheba”, BA, XXXV [1972], 123-127). Um reexame por parte de Aharoni do assimchamado “santuário solar” em Laquis indi- 

ca que provavelmente havia uma série de

templos judeus nessa importante fortalezada fronteira fdistéia. Baixos-relevos de Se-naqueribe da captura de Laquis mostramdois grandes incensários carregados comoparte dos despojos da cidade (VBW, II, 286arte inferior). Um culto semelhante emaquis pode ter sido mencionado porMiquéias; “ó moradora de Laquis; foste oprincípio do pecado para a filha de Sião, por-que em ti se acharam as transgressões deIsrael” (1.13, versão RA). Pequenas estátuasde cerâmica da deusa máe do tempo do reiJosias e mais de 150 altares de incenso doperíodo persa, um deles gravado com umadedicatória a Yah(weh), foram encontradosem tumbas e cavernas em Laquis. O “santu-ário solar” em si data do período helenísticoe, assim, é contemporâneo do templo deOnias em Leontópolis, no Baixo Egito (Jose-fo,Aní. xiii.3.1-3; Wars  vii. 10.3,4), e tem umanotável semelhança com o santuário israelitamais antigo em Arade (Y. Aharoni, “TrialExcavation in the ‘Solar Shrine’ at Lachish”,IEJ, XVIII [1968], 157-164). Na década de 1960, em Tell Arade, cerca de

30 quilômetros a leste de Berseba, Aharonidirigiu escavações da cidadela inicialmenteconstruída no período de Salomão. Uma for-taleza quadrada de aprox. 54 por 54 metrosuardava a principal rota de comércio queescia para Arabá e Edom. No canto noroes-te dessa fortaleza real do século X a.C. foiencontrado um templo como uma parte in-tegrante e proeminente dela. Ele foi cons- 

1895 

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TEMPLO

truído sobre um alto anterior, talvez o dosqueneus, que se mudaram para o Neguebede Arade na época dos juizes (Jz 1.16), e foireconstruído muitas vezes junto com a cida-dela antecedendo o movimento reformadordo rei Josias. Como o Tabernáculo e o Templo de Salo-mão, o santuário de Arade tinha uma en-trada no lado leste, com o santo dos santosvoltado para o oeste. No pátio ficava o altarde terra e pedras não lavradas (cf. Êx 20.25)para as ofertas queimadas. Ladeando a en-trada para o interior da sala principal (heb.kekal ), ficavam bases de pedra para os pi-lares, fazendo vir à mente a Jaquim bíblica(q.v.)   e Boaz. O hekal   era uma sala ampla(cerca de 3 por 10 metros) ao invés de umasala comprida, e o santuário interno (heb.d‘bir)   era um pequeno cômodo que se proje-

tava no centro do lado ocidental, precedidopor três degraus. Dentro do d e bir   havia umpilar circular bem acabado, e de caráterreligioso (heb. masseba). Tanto sua história arquitetônica quanto es-critos antigos (ôstraco) encontrados em Arade indicam que esse santuário era umtemplo genuinamente israelita. Vários escri-tos hebraicos antigos mencionam nomes defamílias sacerdotais, de modo que Aradedeve ter sido uma de várias fortalezas reaisfronteiriças com um altar e/ou santuáriopara dar autoridade divina e real à frontei-ra nacional (cf. Js 22.11,25; Is 19.19-21).Essas foram aparentemente construídas porreis apóstatas de Judá, como Salomão no fi-nal de seu reinado e Roboão depois da cam-panha devastadora de Si saque. Ezequiasremoveu os lugares altos e os altares (2 Rs 18.22)

 

, e Josias destruiu “os altos em que ossacerdotes incensavam, desde Geba até Ber-seba” (2 Rs 23.8) assim como as “casas” doslugares altos nas cidades de Samaria (v.19;cf. 1 Rs 12.31; 13.32). Veja Y. Aharoni, “Arad.Its Inseriptions and Temple”, BA XXXI (1968),

1-32; “The Israelite Sanctuary at Arad”, Ne Dírections in Biblical Archaeology, ed. por D.N. Freedman e J. C. Greenfield, Garden City.Doubleday, 1969, pp. 25-39. 

O Templo de SalomãoO Templo de SalomãoO Templo de SalomãoO Templo de Salomão 

No local sagrado na memória judaica onde Abraão mostrou-se disposto a sacrificarIsaque teve início em abril/maio de 967 a.C.a construção do Templo que estava destina-do a levar o nome do rei Salomão. O prédio foiterminado em out/nov de 960 a.C., após seteanos e meio de construção (1 Rs 6.1, 37ss.).  A origem .dessa casa de adoração é creditadaa Davi. E notado em 1 Crônicas 28 que oEspírito sugeriu a ele a necessidade de subs-tituir o Tabernáculo por um edifício perma-nente. Apesar de Davi ter sido impedido deconstruir essa casa por ser um guerreiro eter derramado sangue (v.3), ele comprou oterreno (2 Sm 24.18-24), armazenou muitos 

dos materiais a serem usados na sua cons-trução (1 Cr 22.2-16), e confiou a tarefa aseu filho Salomão (1 Cr 28.1-29.19).  A planta dessa edificação era similar à doTabernáculo; mas as dimensões eram emdobro, e a altura correspondia, ao triplo daaltura do santuário anterior. E bem prová-vel que Josefo (Ant.  viii.3.2.) dê as dimen-sões externas, 60 côvados de altura assimcomo de comprimento, e 20 côvados de lar-gura, com um segundo andar de planta bai-xa igual, embora o livro de Reis mencioneuma altura interna (30 côvados) de cadaandar (1 Rs 6.2). Provavelmente o côvadoreal de 20,9 polegadas tenha sido usado, deacordo com o paarão antigo (2 Cr 3.3).  As paredes de pedra eram forradas com ce-dro entalhado, que era recoberto com ouro(1 Rs 6.22); os tetos e até o piso também eram

cobertos com ouro. A divisória separando oSanto dos Santos do Lugar Santo aparente-mente também era de madeira de cedro co-berta com ouro (1 Rs 6.16,20). A entrada parao Santo dos Santos consistia em uma portadupla de madeira de oliveira com entalhes,e era folhada a ouro (1 Rs 6.31,32). Essa por-ta permanecia aberta, mas era coberta comum véu de um material semelhante ao doTabernáculo, evidentemente mantido no lo-cal com correntes de ouro em frente à divi-sória (6.21). Veja  Véu. 

No Santo dos Santos ou santuário interno(heb. d c bir ) foi posta a arca da aliança, cujatampa (ou topo) era chamada de propicia-tório. Ela permanecia entre dois querubinsque tinham dez côvados de altura, feitos demadeira de oliveira coberta com ouro. Acre-dita-se que eles pareciam-se com esfingesaladas com corpos de leão e rostos huma-nos. As asas dos querubins estavam aber-tas e se tocavam sobre a arca (1 Rs 6.23-28;2 Cr 3.10-13). Aqui Deus manifestava a suaresença de maneira especial na glóriahekinah. 

No lugar santo ou nave (heb. hêkal ) ficavamo altar de incenso, dez castiçais de ouro (comsete lâmpadas em cada castiçal) e dez me-sas para o pão da proposição. Cinco dos cas-tiçais e mesas ficavam em cada lado do San-to dos Santos. O lugar santo, sendo mais altoque as câmaras laterais, tinha janelas no altocomo um clerestório (1 Rs 6.4,5). Se o Templo se localizava em uma platafor-ma elevada (cf Ez 41.8), então um lance dedegraus levaria acima a partir do pátio in-terno para o terraço ou vestíbulo (heb. 'idam ).

O terraço era igual em comprimento à lar-gura do Templo e tinha dez côvados de lar-gura diante da frente do prédio (1 Rs 6.3). A sua altura é alvo de controvérsia porque amedida de 120 côvados em 2 Crônicas 3.4parece excessivamente grande. Nenhumatorre ou pilar, comum na entrada dos tem-plos egípcios, é mencionada em qualquerparte ao AT. Ladeando a entrada do terraço 

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havia um par de enormes pilares isolados embronze com grandes capitéis. Eles tinham osnomes de Jaquim U/.e.) e Boaz (1 Rs 7.15-22;2 Cr 3.15,17; Jr 52.21,23), talvez as palavras

iniciais de inscrições em hebraico entalha-das nos pilares. Tais colunas isoladas eramuma característica comum em templos doantigo Oriente Próximo. Havia dois pátios (2 Rs 23.12), um pátio in-terno que cercava a área sagrada, que erareservada para uso exclusivo dos sacerdotes(1 Rs 6.36; 2 Cr 4.9), e um pátio externo ou“pátio grande” (2 Cr 4.9), que era para usodo povo. O pátio interno era chamado de átrio“superior” ou “pátio de cima” (Jr 36.10), eaqui se encontravam a enorme bacia chama-

da de mar de fundição e o altar de sacrifícioem bronze, assim como itens menores deequipamento, incluindo dez pias. Acredita-se que o pátio interno teria pelo menos 100cóvados de largura e 200 côvados de compri-mento, enquanto o pátio externo ou “de bai-xo”, para o povo, teria ao menos 400 côvadosde comprimento e 200 côvados de largura.Essa magnífica edificação foi dedicada emuma cerimônia de uma semana de agrade-cimento solene e orações. Quando Salomãoorou consagrando o prédio diante do altar,desceu fogo do céu e consumiu os holocaus-

tos (2 Cr 6.13-7.1). Quando Jerusalém foidestruída pela Babilônia em 586 a.C., oTemplo de Salomão teve seus tesouros sa-queados e o prédio foi completamente quei-mado {2 Rs 25.9ss.; Jr 52.13ss). Contudo,saques periódicos haviam ocorrido anteri-ormente, como por exemplo, nos dias da in-vasão de Sisaque, em aprox, 925 a.C. (1 Rs14.25-28). 

O Templo de EzequielO Templo de EzequielO Templo de EzequielO Templo de Ezequiel O Templo que o profeta Ezequiel contemplouem visão (Ez 40.2-47.2) aparentemente per-tence à era escatológica que vem depois da

destruição de Gogue e suas hostes (Ez 38-39). Portanto, os intérpretes pré-milenialis-tas das Escrituras geralmente acreditam queesse será um templo literal, construído paraa adoração durante o reino milenar de Cris-to (veja  Ezequiel, Livro de). Em suas características essenciais, o Tem-lo de Ezequiel era baseado no Templo dealomão. Os portões, descritos em grandedetalhe (Ez 40.6-44), correspondem quaseexatamente aos portões da cidade construí-dos pelos arquitetos de Salomão, os quais os

arqueólogos escavaram em Megido, Hazor eGezer. Carl G. Howie reconstruiu a plantado Portão Leste (w,6-16) e notou a incrívelsemelhança entre este e o portão salomônicoem Megido, do nível IVB. Ambos têm o mes-mo número de pilares e câmaras adjacentes;ambos têm um duplo vestíbulo ou terraço, ede maneira geral as medidas são semelhan-tes (“The East Gate of EzekieTs TempleEnclosure and Solomonic Gateway oMegjddo”, BASOR #117 [1950], pp. 13-19).Conjeetura-se então que, quando jovem, Eze-uiel havia conhecido o próprio Templo de

alomão antes de ter siao levado cativo deJerusalém.  A principal característica do Templo de Eze-quiel é sua perfeita simetria geral. O recin-to todo, de 500 côvados quadrados (42.15-20) está voltado para o leste. Talvez a mai-or diferença em relação ao Templo de Salo-mão seja a ausência do grande “mar” ou pia(cf. 1 EÍs 7.23-26). Seu lugar parece ter sido 

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TEMPLO

tomado pelo rio de águas vivas que corriamdos limites do Templo para o leste, em dire-ção ao mar Morto, tornando as suas águasfrescas e trazendo vida a áreas des árticas(47.1-12). 

O Segundo TemploO Segundo TemploO Segundo TemploO Segundo Templo 

Josefo é a principal fonte de informações arespeito deste edifício. De fato, exceto porreferências ocasionais no Talmude e na ima-gem pouco definida dessa estrutura no con-texto do NT, não há outras informações a seurespeito. Os alicerces foram iniciados em 535a.C., o segundo ano após o retomo inicial dosexilados vindos da Babilônia (Ed 3.8-12),mas Zorobabel e Jesua, o sacerdote, encon-traram tanta oposição por parte dos adver-sários locais que os trabalhos foram parali-sados. A reconstrução do Templo foi retoma-

da em 520 a.C. sob a exortação dos profetas Ageu e Zacarias e por decreto do próprio reipersa (Ed 5-6). A reconstrução foi concluída(Ed 6.15) no terceiro dia do mês de Adar, nosexto ano de Dario I (mar., 516 a.C.), apesarda observação de Josefo de que a reconstru-ção levou sete anos. Esse segundo prédio não poderia ser compa-rado, em esplendor, com o de Salomão, masocupava o mesmo local e foi construído, deforma geral, utilizando a mesma planta.Deduz-se de Zacarias 6.9ss. que esse traba-lho foi apoiado de forma generosa por aque-les que haviam permanecido na Babilônia.Esse Templo, às vezes chamado de Templode Zorobabel de acordo com o Talmude, ca-recia de cinco itens que havia no Templo deSalomão. Estes eram a arca da aliança, ofogo sagrado para consumir a oferta quei-mada inicial e os sacrifícios, a glória Sheki-nah, o Espírito Santo, e o Urim e Tumim.De acordo com Josefo, não havia nada noSanto dos Santos, onde a arca da afiançahavia estado. Uma pedra foi colocada a lipara uso do sumo sacerdote, mas não havia

nenhum móvel. Nessa pedra o sangue daexpiação era aspergido no Dia da Expiação,ao invés de no propiciatório da arca, comono Templo anterior. É evidente que, por mais de uma vez, o Tem-plo sofreu estragos nos anos que seguiramsua reconstrução. Provavelmente os edifíci-os do Templo também foram danificadosdurante a supressão da rebelião de 351 a.C.por Artaxerxes III. O Templo também foi semdúvida danificado quando Ptolomeu I trou-xe uma severa destruição a Jerusalém em312 a.C. Durante a época de Antíoco IV (175-163 a.C.), esses edifícios receberam os seusmais sérios golpes. Pompeu também rompeuseus muros em 63 a.C., depois de um cercode três meses. Crasso pilhou o Templo em54 a.C,, e seus prédios também sofrerammuito quando Herodes atacou a cidade deJerusalém em 37 a.C., auxiliado pelo gene-ral romano Sósio da Síria. 

Consideráveis adições foram feitas ao com-plexo do Templo durante esses séculos, e elefoi renovado no tempo de Simeon ben-Jochanan, que também o fortificou e cons-truiu um imenso reservatório para a águanecessária nos serviços religiosos (aprox.223-187 a.C,). Depois que esse Templo foiprofanado por Antíoco IV, ele foi restauradopor Judas Macabeu (1 Mac 4.36); este even-to proporcionou a ocasião para a Festa Anu-al Judaica da Dedicação (cf. Jo 10.22). Em anos posteriores outras fortificações fo-ram adicionadas aos prédios do Templo porJônatas Macabeu, e também por João Hirca-no (134-103 a.C.), que foi o primeiro dos reis-sacerdotes asmonianos. O consenso geral é deque Hircano construiu a grande ponte quecruzava o vale Tiropeano na parte sudoestedo monte Moriá e ligava ao pátio dos gentios.

 Alexandre Janeu (101-75 a.C.) fez com quefosse construída a separação entre o pátio dossacerdotes e o pátio de Israel. 

O Templo de HerodesO Templo de HerodesO Templo de HerodesO Templo de Herodes 

Em Janeiro do ano 19 a.C. Herodes inicioua reconstrução do Templo, que subseqiien-temente ficou conhecido pelo seu nome. Seuinteresse por essa estrutura tem sido expli-cado de muitas formas, mas de nenhumaque parecesse ter sido religioso. Ele era portemperamento um construtor; esse era tam-bém um santuário nacional que deve tersofrido muito desde o exílio e assim traziapouca glória para aquela terra. As vezes temsido sugerido que esse foi o modo de Herodesapaziguar o povo judeu, mas a verdade éque ele começou o trabalho enfrentandouma forte oposição. De fato, sua propostade reconstrução do Templo deparou-se comtão forte oposição que, para conciliar os ju-deus, ele fez com que 1.000 sacerdotes fos-sem treinados como talhadores de pedra,carpinteiros e decoradores, certificando-sede que nenhuma mão profana tocaria o lo-

cal sagrado. O trabalho no santuário foicompletado em 18 meses, mas o resto doedifício estava ainda sendo reconstruído notempo de Jesus (cf. Jo 2.20) e não foi con-cluído até 64 d.C., e só permaneceu por mais6 anos em sua forma acabada.  A área em que o Templo foi construído nãoera grande o suficiente para acomodar aplanta que Herodes planejou executar. Ro-chas foram afastadas para se preencher umvale profundo, criando uma área de aproxi-madamente 35 acres dentro do complexo doTemplo. Apesar das dimensões exatas danova estrutura ainda serem alvo de discus-são, parece provável que ela era 351 jardasao norte, 309 jardas ao sul, 518 jardas a les-te e 536 jardas a oeste. Essa área acrescidafoi construída com duras rochas brancas degrande dimensão; esses blocos gigantescosde rocha calcária podem ser vistos hoje noMuro das Lamentações ou no atual muro oci- 

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dental, que era nina parte do muro de arri-mo ocidental de Herodes. Na parte mais elevada dessa área ficava osantuário em si, dividido como era nos diasde Salomão e construído nas mesmas di-mensões. Agora ele estava, porém, cobertocom placas de ouro, e em geral mais rica-mente decorado do que era possível no tem-po da reconstrução que se seguiu ao cati-veiro. O santuário, contendo o Santo dosSantos e o Lugar Santo, estava situado nametade norte do pátio dos gentios, e volta-do para o oeste ao invés de para o leste des-sa área. Doze degraus abaixo, no segundonível, estava o pátio dos sacerdotes. Essepátio continha a grande pia e o altar paraas ofertas queimadas. Três lances de de-graus abaixo ficava o pátio dos israelitas,que parece ter sido dividido de modo que a

parte leste era designada como pátio dasmulheres, enquanto a parte oeste era paraos homens. Em torno desse pátio ficavamas residências dos sacerdotes, vários escri-tórios do Templo e a sala do Sinédrio. Adja-cente à parede do pátio das mulheres haviatreze caixas. Nove delas eram para recebero que era legalmente devido pelos adorado-res; as outras quatro eram para ofertas es-tritamente voluntárias (Lc 21.1-4). O usoespecífico de cada uma era cuidadosamen-te demarcado. Quatorze degraus abaixo es-

tava o pátio dos gentios, que era aberto atodos, judeus ou gentios, exceto àqueles queviessem a estar cerimonial mente impuros. Ao redor do Templo propriamente dito ha-via um balaústre, a meia altura, entalhadoem mármore, com quatro portões no norte esul, um no leste, e nenhum no lado oeste.Em cada portão havia um aviso, gravado empedra, em latim e grego; “Que nenhum es-trangeiro ultrapasse a barreira entrando nopátio que cerca o Templo. Todo intruso quefor pego será responsável por sua própriamorte, que lhe será imposta como pena”. A 

porta do leste era conhecida como Formosa(At 3.2) ou Portão de Nicanor. Três dos qua-tro portões restantes, tanto no norte quantono sul, abriam-se diretamente para o pátiode Israel, enquanto que o quarto em cadalado dava para o pátio das mulheres. O pátio dos gentios era de especial interessepara Herodes; aqui ele realmente aplicou seugosto, dando-lhe toda sua atenção pessoal.Ele aumentou tanto esse pátio que ele se tor-nou o dobro do que havia sido. Ao redor detodo esse pátio navia uma magnífica colu-

nata de pilares de mármore branco, colunascoríntias, cada uma feita de um bloco único,com três colunas de profundidade em trêsdos lados e quatro no lado sul. O teto desseclaustro forrado com madeira se ligava poruma passagem à fortaleza de Antônia nocanto noroeste do complexo do Templo, quetambém estava ligado ao nível térreo do pá-tio dos gentios por duas escadarias. Todo o 

pátio dos gentios era pavimentado com már-more de muitas cores elegantes. Os pórticos em três lados tinham cerca de15 metros de largura. Dentro da parte maislarga ao sul, que era comumentê chamadade “pórtico real", encontrava-se o mercadodo Templo. Entre alguns desses pilares fica-vam tendas permanentes, enquanto outrosespaços na área eram ocupados apenas tem-porariamente. Aqueles que faziam câmbio dedinheiro e os negociantes de animais paraos sacrifícios poderiam ser encontrados nes-te local (Mc 11.15-18; Jo 2.14-16). O pórticodo leste era chamado de Pórtico de Salomão(Jo 10.23; At 3.11; 5.12). Aqui os professoresdiscursavam; qualquer ensinador podia sesentar com as costas para ura dos pilares einstruir as pessoas sentadas à sua frente emum círculo. O pórtico leste terminava em

uma torre conhecida como Torre do Pinácu-lo, na extremidade sudeste (cf. Mt 4.5),  As sólidas paredes que circundavam todo oTemplo eram abertas em quatro portões nooeste; dois deles levavam aos subúrbios dacidade, o terceiro à ponte Tiropeana, e o quar-to aos degraus que desciam para o vale emsi. Havia dois portões adicionais na paredesul, conhecidos pelo nome de Hulda. O Susãou Porta Dourada ficava na parede leste (Ez10.19; 11.1; 43.1), e Josefo menciona um ou-tro na parede norte (Ware vi.4.1). 

Parece qne a “ponte” (talvez uma escadariamonumental, incorporando o “Arco de Robin-son”) acima do vale Tiropeano era a entradamais usada para a área do Templo. Umadorador normal mente, entrando pelo oestee saindo pelo leste, cruzava a ponte que le-vava direto para o interior do palácio realao longo do lado sul do pátio externo do Tem-plo. A seguir, o pátio dos gentios era atra-vessado diagonalmente; e, depois de uma vi-rada quase total à esquerda, o adorador es-taria em frente à Porta Formosa, que levavaao pátio das mulheres. 

Quatorze funcionários constituíam o conse-lho permanente do Templo que regulava tudoaquilo que era concernente aos seus assun-tos e serviços. Seus membros também eramchamados de “anciãos dos sacerdotes” ou “osconselheiros”. O conselho era formado pelosumo sacerdote, um sacerdote subordinado,dois supervisores ou tesoureiros, sete encar-regados dos portões e três sub tesoureiros.  A seguir, na hierarquia, após os membrosdo conselho estavam os cabeças de cada tur-no dos sacerdotes. Muitos outros oficiais e

subordinados serviam como instrutores, exa-minadores de sacrifícios, artífices e assisten-tes dos sacerdotes.  A destruição desses prédios se deu pelasmãos dos romanos no ano de 70 d.C., lidera-dos por Tito. Os judeus usavam o Templocomo uma fortaleza e eles mesmos foram osresponsáveis pelo fogo nos recintos externos. A área do santuário foi queimada pelos ro- 

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manos, que também demoliram as suas pa-redes. O triunfante Arco de Tito em Romamostra em entalhes soldados romanos reti-rando o mobiliário do Templo. O imperador Adriano fez com que um tem-plo dedicado a Júpiter Capitolino fosse cons-truído no mesmo local do Templo judeu noano 136 d,C, No ano 691 d.C., os muçulma-nos construíram nessa mesma área a Cú-pula da Rocha, às vezes erroneamente cha-mada de Mesquita de Ornar; é essa estru-tura, construída pelo Califa Omar, que atu-almente ocupa o antigo local do Templo esantuário judeu. Veja   Arquitetura; Igreja; Jerusalém; Santuá-rio; Tabemáculo; Adoração. 

Bibliografia.  Georges A. Barrois, “Tem-ples", ÍDB, IV, 560-568. E. F. Campbell, Jr„

e G, E. Wright, “Tribal League Snrines in Amman and Shechem", BA, XXXII (1969),104-116. CornPBE, “Temple”, pp. 680-687. Alfred Edersheim, The Temple,  Nova York.Revell, 1874 (reimpresso por Eerdmans,1950). Paul L. Garber, “ReconstructingSolomon’s Temple”, BA, XIV (1951), 1-24.Siegfried H. Hom, “Temple", SDABD, pp.1069-1080. R. J. McKelvey, “Temple’ in theNew Testament" NBD, pp. 1247-1250. The New Temple, the Churcn in the New Testa- ment,  Londres. Oxford, 1969. Otto Michel,“Naos”,  TDNT, IV, 880-890. André Parrot,

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Shechem”, ZAW, LXXX (1968), 1-34. H. L. D. e J, R.

TEMPO Existem inúmeras palavras hebrai-cas e gregas na Bíblia que denotam os vári-os aspectos do tempo. Os termos mais im-portantes são os hebraicos  yom,  dia, tempo,e 'eth, tempo; e os gregos kairos, tempo, tem-po fixo ou ponto no tempo; e chronos,  tempo,tempo estendido. As palavras gregas mos-tram, definítivamente, uma certa distinçãoentre o tempo de uma forma pontual ou mo-mentos precisos no tempo (kaíroi),  e o tem-

po como um intervalo que tem uma duração(chronos ). Cristo usou essas duas palavras quando dis-se aos seus discípulos; “Não vos pertencesaber os tempos [chrouows] ou as estações[kairousY   (Atos 1.7), e parece que estava fa-zendo a distinção entre períodos de tempo,como a Era da Igreja e o Milênio, e ocasiões 

puntuais, como seu retorno e o dia do juízo.Deus e o tempo.  Na Bíblia, Deus é reveladocomo o Criador do tempo, e como alguém queage no tempo. Ele criou o mundo em seis diase descansou no sétimo. Mesmo antes da cri-ação o tempo aparece como se Ele e o Filhotivessem planejado nossa redenção e a re-gistrado em seu livro (SI 40.7), Depois dasegunda vinda de Cristo o tempo irá conti-nuar e os redimidos estarão vivendo e rei-nando eternamente com Deus, literalmen-te, “para todo o sempre” (Ap 11.15; 22.5). Ouso do termo “dia”, para cada um dos seispassos da criação, não vai contra a aplica-ção do tempo a Deus e suas ações, mesmosabendo que “um dia para o Senhor é comomil anos, e mil anos, como um dia” (2 Pe 3.8;SI 90.4). Deus pode estender nosso tempo eexaminar meticulosamente cada momento

(da mesma maneira como podemos escreverum livro sobre a experiência de um momen-to) ou comprimi-lo de tal forma que mil anospareça um dia (como podemos resumir ummilênio em uma sentença). Porém, isso nãonega a existência do tempo; serve apenaspara revelar sua importância. 

 A filosofia e o tempo. Aristóteles lutou com oproblema do tempo. Afim de expressar a pas-sagem do tempo, ele argumentava: “Devemosusar números”. Será que os números e o atode contar vêm antes on depois dos objetos

contáveis? Podemos ter aritmética sem coi-sas para contar, sem a criação? De outro modonâo poderiamos ter o próprio tempo, pois elemesmo deve ser “contado”. Aristóteles deci-diu, portanto, que a contagem, a matemáticae o tempo são números finitos que não exis-tiam antes da criação. Ele não percebeu queo ato de contar e a matemática também sãopossíveis, assim como a teórica possibilidadede contar, e que o tempo, portanto, pode seruma mera possibilidade do antes e depois eque sua sucessão é inteiramente separada dosnúmeros finitos da criação. 

Immanuel Kant complicou o quadro filosófi-co quando argumentou, de outro ângulo, con-tra a existência eterna do tempo. Deus é in-finito. Se o tempo e o espaço também sãoinfinitos - como devem ser se são eternos -então temos três infinitos. Mas isso seriaimpossível porque duas ou mais coisas nãopoaem ser todas infinitas. Logo, Deus deveser infinito, e o tempo e o espaço, finitos.Segue-se então que não existe tempo ou es-paço para Deus. O tempo e o espaço são ca-tegorias finitas, e tudo aquilo que conhece-

mos em termos de tempo e espaço represen-tam conhecimento finito. Como Deus é atem-poral e infinito, não estando limitado ao es-paço, e o homem conhece as coisas apenassegundo sua categoria de tempo e espaço, deacordo com Kant segue-se que Deus não po-derá nunca ser conhecido porque existe umaseparação completa entre seu reino de co-nhecimento e o nosso. 

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TEMPO TEMPO

 A teologia e o tempo.  Existem três opiniõesteológicas relacionadas ao tempo. (1) O tem-o não existe para Deus, no entanto Ele tra-alha e se revela no tempo. Agostinho e mui-tos teólogos reformados aceitam esse concei-to. Ele significa simplesmente que o temponão existe para Deus apenas com respeito àsua essência, pois conhecemos a Ele no tem-po e Ele tratou com os homens dentro do tem-po. Como não conhecemos os nossos melho-res amigos em sua essência, certamente nun-ca conheceremos a Deus em sua essência. Sópudemos conhecê-lo quando Ele se revelou,e isso só aconteceu em determinado tempo.Sendo assim, podemos dizer que não existetempo para Deus, embora outros possam di-zer que sim; no entanto, devemos concordarque isso realmente não faz diferença ao nos-so conceito de revelação, pois tudo que Ele

fez e revelou tem chegado até nós em termosde tempo e espaço. (2)  Para Deus não existe tempo em qual-quer sentido. Ele é atemporal e ilimitado(S. Kierkegaard, Karl Barth e outros teó-logos neo-ortodoxos, e também PaulTillich). Como Deus é atemporal e ilimita-do, e o homem só pode conhecer as coisasno tempo e em determinado espaço, Deusnão pode se comunicar diretamente com ohomem. A revelação deverá ser feita sob aforma de mitos, símbolos ou sagas e irá

exigir a “desmitologizaçâo” e a interpreta-ção (Rudolph Bultmann e Paul Tillich). Veja Mito ou Mitologia. (3)

 

O tempo existe para Deus. Essa opiniãofoi sustentada por J. O. Buswell, Jr., um te-ólogo reformado. Ele argumenta que a defi-nição dada por Aristóteles sobre o tempo estáerrada, pois foi baseada em um conceito malinterpretado sobre o ato de contar e a mate-mática. O tempo (cf. ato de contar) represen-ta a mera possibilidade de existir um antese um depois, “a mera possibilidade abstratade relacionamentos em seqüêneia” (J. O.

Buswell, Jr., Thomas and the Bible,  p. 68).Da mesma forma, o espaço é a mera possibi-lidade de um relacionamento entre objetos.Com essa definição, nem o tempo, nem o es-paço limitam a Deus. Eles só existem comorelacionamentos. Mas então, o que dizer sobre a acusação deKant de que eles ainda sâo infinitos e, por-tanto, limitam a Deus? Nem todos os infi-nitos são mutuamente excludentes. Pode-mos ter um número infinito de linhas infi-nitas. Além disso, a onisciência de Deus

supera qualquer aspecto limitante do tem-po, assina como sua onipresença supera odo espaço. Na definição de um Deus onipo-tente, onisciente e onipresente, a infinida-de do tempo e do espaço não teria sidoabrangida no sentido de existirem como re-lacionamentos que já fazem parte dEle,mesmo antes de serem manifestados em suacriação? Da mesma forma, falamos a res- 

peito de Deus como um ser eterno (SI102.24-27; Jr 10.10) que habita na eterni-dade (Is 57.15). O tempo e a eternidade nãose opõem, porque a eternidade (“de eterni-dade a eternidade”, Salmos 90.2) deve in-cluir o tempo. Conclusão.  O tempo se tornou um proble-ma muito sério para os teólogos de nossosdias. Aristóteles e Kant levantaram as difi-culdades filosóficas; Agostinho, Kierkega-ard e também outros teólogos neo-ortodo-xos levantaram as dificuldades teológicas.Está sendo necessária uma definição do atode contar, da matemática e do tempo queseja sufi ciente mente abrangente para seestender a um período anterior à eternida-de (anterior à criação), assim como à cria-ção e à eternidade que ainda estão por vir.Se o tempo e a matemática são relaciona-

mentos que sempre existiram em Deus, en-tão o problema está resolvido e a neo-orto-doxia está refutada. Por outro lado, se o tempo e o espaço exis-tem apenas como resultado da criação deDeus - uma vez que Deus certamente já co-nhecia estes relacionamentos antes mesmoda criação - alguém poderia dizer que omundo e o homem acrescentaram estes ele-mentos a Deus. Logo, Deus conheceu o tem-po e o espaço por causa da criação. AssimEle passou a ter algo que não tinha antes.

Ele precisava da criação para ser completa-mente Deus! Esse é um pensamento perigo-so por significar que experimentamos rela-cionamentos que Deus não tinha até o mo-mento em que passamos a existir. Nesse as-pecto, seríamos superiores, ou pelo menosiguais a Ele. A única resposta segura seráum novo exame do relacionamento bíblicoentre Deus e o tempo, e a elaboração de umadefinição qne seja adequada à revelação.Quando o tempo e o espaço são eliminadosdo reino da criação, e vistos como relaciona-mentos existentes em Deus antes da criação,

esses problemas ficam resolvidos.  Veja Aeon; Calendário; Eternidade; Existen-cialismo; Neo-ortodoxia; Teologia; Tempo,Divisões do. 

Bibliografia.  James Barr, Biblical Word for Time,  rev., Londres. SCM Press, 1969. J.Oliver Buswell, Jr., Being and Knowing,Grand Rapids. Zondervan, 1960, pp, 41-45;Systematic Theology,  Grand Rapids.Zondervan, 1963,1,45-48, 127; Thomas an the Bible   (mimeografado), St. Louis.Covenant Theological Seminary, s.d. OscarCullmann, Christ and Time,  Londres. SCMPress, 1951. Gerhard Delling, “Hemera”,TDNT, II, 943-953. Carl F. H. Henry, “Time”,BDT, pp. 523-525. E. Jenni, “Time ”, IDB, IV,642-649. John R. Wilch, Time and Event,Leiden. Brill, 1969 (um estudo exegético douso do termo‘eth  no AT), 

R. A. K.

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TEMPO DE SEMEAR TEMPO, DIVIS ES DO

TEMPO DE SEMEAR Veja  Agricultura. 

TEMPO, DIVISÕES DO A atitude de váriasculturas em relação ao tempo é extremamen-te variada. Por essa razão, os estudiosos ain-da não foram capazes de explicar plenamenteo emprego exato do sistema de tempos da lín-

gua hebraica clássica. Os hebreus não eramávidos perseguidores de causas impessoais, eo tempo, por ser um conceito abstrato, estavafora de seus interesses. Entretanto, eles real-mente mostraram um interesse, de certa for-ma rústico, pela medida do tempo. 1. Dia.  O dia era a unidade básica do tempopor ser a mais óbvia. Como todos os povos da Antiguidade, os israelitas observavam o mo-vimento do sol (e da sombra) como sinal dapassagem do dia. Eles contavam os dias, me-ses e anos e dividiam a noite em três vigílias

(Jz 7.19; SI 90.4; 119.148; Jr 51.12; Hc 2.1). Até onde sabemos, a divisão do dia não erafeita em horas exatas, e a designação usualera noite, manhã, meio-dia e madrugada. Em2 Reis 20.9 (cf. Is 38.8) é feita referência aochamado mostrador do sol de Acaz ou “reló-gio de sol de Acaz”. A cuidadosa leitura dostextos hebraicos revela que o mostrador dosol representava os passos (ma alot)  sobre os 

Í juais as sombras se moviam. Embora nãoosse um verdadeiro mostrador, ainda assim

o passar do dia podia ser grosseiramentemedido através do número de passos que asombra havia se movido.2. Hora.  Os babilônios dividiam seu dia em12  beru   (em grego hora,  em port. “hora1’).Esta medida correspondia a duas de nossashoras em duração, pois um certo astrólogobabilônio informa que por ocasião doequinócio os seis bere  ao dia e os seis da noi-te eram exatamente iguais (CAH, III, 239).Não existem provas no AT de que a hora ti-vesse sido bem estabelecida e que os bere haviam se tomado horas únicas, 12  para o

dia e 12 para a noite (Jo 11.9).  A divisão original do dia em 12 partes vem dosistema sexagésimo de numeração sumério-babilônico que, segundo alguns acreditam, seoriginou das 12  lunações óbvias da lua atra-vés de cada ciclo sazonal. Curiosamente, essesistema perdura até os nossos dias, não sópara medir o dia em horas, mas a hora emminutos e os minutos em segundos.'d.Semana.  A próxima divisão do tempo, asemana (shabua\  que significa sete dias) foiusada através de todo o mundo bíblico des-de tempos imemoriais. No entanto, ela nãotem nenhuma relação com os fenômenos as-trológicos. O registro bíblico ensina claramente que aorigem da semana se deve diretamente àsoberana decisão de Deus de criar todas ascoisas em seis dias e de cessar sua obra cria-tiva no sétimo, e em seu subseqüente man-damento ao homem de seguir este exemploao fazer suas próprias obras. 

Portanto a semana, como um divisor do tem-po, era estritamente um assunto religiososem qualquer outra base. No NT, o períodode sábado a sábado era chamado de sabbaton (Mt 28.1), uma palavra que deriva do hebrai-co shabbat,  que significa “repouso", e nãosheba‘ t   que significa “sete”. Os israelitas ti-nham outros períodos de tempo em seu ca-lendário religioso baseados em um ciclo desete, como os sete sábados do Dia da Expia-ção até a Festa de Pentecostes (Lv 23.15,16),e o conjunto de sete anos que media o tempodo ano do jubileu, quando as dívidas eramperdoadas e os escravos eram libertados (Lv25.8ss.). 4.  Mês.  A palavra hebraica comum para“mês” era kodesh,  que se referia à renova-ção da lua. Observando cuidadosamente oprimeiro sinal da renovação da lua, os israe-

litas celebravam o começo de cada mês como tocar de trombetas (Nm 10.10; 29.1). Por-tanto, o mês dos hebreus era totalmente lu-nar. Isso significa que havia uma fração demais de 29 dias em cada mês que formava12  meses mais alguns dias extras em cadaano solar. Como eram dedicados à agricul-tura, os israelitas reconheciam essa discre-pância e procuravam corrigi-la fazendo umaintercalacão, isto é, adicionando um mês ex-tra quando necessário. Atualmente, os ju-deus ainda fazem uma intercalação em seucalendário religioso com o segundo mês de Adar em intervalos regulares. Os egípciosforam os pioneiros dos meses não lunares,que nós herdamos através dos romanos. Os nomes dos meses do calendário hebraicoforam emprestados dos babilônios depois doexílio. Antes disto, os meses eram geralmen-te enumerados, embora durante a constru-ção do Templo de Salomão tenham sido usa-dos nomes aos meses fenícios (zive, etanim ebul, 1  Reis 6.1,38; 8.2) por causa dos arte-sãos fenícios encarregados de executar asobras. Nos tempos da Antiguidade, não hã

dúvida de que os hebreus tinham váriosmenológios (listas dos nomes dos meses) agrí-colas. Abibe, o primeiro mês do ano, era naprimavera e marcava o tempo da Páscoa.Depois os judeus adotaram o sistema babi-lônico, e o primeiro mês do ano passou a serno outono. A pequena inscrição encontradaem Gezer, em 1908, representa um menoló-gio agrícola local de 12 meses usado pelo povomais simples para marcar a passagem dasvárias estações de colheita. Veia  Calendário. 5.   Ano.  Assim como o nome hebraico para

mês se originou da Tenovação da lua, pare-ce que a palavra para ano derivou da mu-dança das estações (BDB, p. 1039). Ao con-trário dos egípcios, que tinham um ano so-lar baseado na observação da estrela Sirius,os hebreus, com sua simplicidade agrícola,observavam a mutação sazonal para man-ter corretamente seu ano lunar, fazendo asintercalações necessárias. 

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TEMPO, DIVIS ES DO TEMPO, DIVIS ES DO

Para períodos mais longos, a Bíblia não fazdivisões em décadas ou séculos, mas usa ter-mos comuns da cultura do Oriente Próximo.Por exemplo, o período usado para medir umlongo período de serviço ou servidão é 40 anos(Jz 3.11; 1 Sm 4.18; Inscrição de Mesa, linha8, ANET, p. 320). Daniel, em um contextoprofético, usa um conjunto de sete anos esetenta semanas para dividir o tempo emperíodos antes da consumação dos tempos(Dn 9.24-27). No Apocalipse, João fala sobreo reino final de mil anos de Cristo depois doúltimo conjunto de sete anos de Daniel (Ap 20.4)  . Esse período de mil anos tem umaantiga tradição literária (SI 90.4), emboranão existam provas de que os hebreus algu-ma vez se preocuparam com eras tão longasem sua prática diária.  A passagem de longos períodos de tempo era

muitas vezes medida em gerações (Dt 32.7;veja  Geração). Somar geração com geração eraa maneira hebraica (dor wador ) de expressaruma medida de eternidade de tempo. Tais medidas expressavam o conceito deeternidade no NT (gr. aionios)   e no AT (heb.‘olam).  O salmista compara mil gerações aum ‘olam   (SI 105.8). Sem dúvida, isso signi-fica “sempre”, pois está se referindo à fideli-dade de Deus. 

E. B. S.Outros termos e expressões. “Amanhecer” ou“aurora” significa o começo do dia, quandose iniciam todas as atividades (Js 6.15), li-teralmente “ao amanhecer” (Gn 19.15 etc.). A palavra hebraica shahar,  traduzida naversão KJV em inglês como “manhã”, pode-ría ser traduzida como “alva”, como em Ne-emias 4.21; Salmos 139.9; Isaías 58.8; Joel3.2 etc. “Entardecer, noite, anoitecer” são traduçõesda palavra hebraica 'ereb   e das gregas opse ou opsia   e hespera. Esses termos têm váriossignificados; (1) a tarde, quando as sombrasse estendem (Jr6.4) e as mulheres vão ao poço

(Gn 24.11); (2) o pôr-do-sol (Lv 22.6-7), quan-do começava o dia dos judeus; e (3) o crepús-culo, o período entre o pór-do-sol e a noite (Pv7.9; Gn 29.23). Esse último era evidentemen-te o significado original da expressão hebrai-ca “entre as duas tardes”, o momento de acen-der as lâmpadas do Tabemáculo (Êx 30.8) ematar o cordeiro da Páscoa (Ex 12.6). De acor-do com Deuteronômio 16.6, isso acontecia noentardecer, quando o sol se punha. Por outrolado, o fato do sacrifício da Páscoa ocorrer no14° dia do mês, antes do pór-do-sol que come-

çava o 15° dia, levou os rabinos a interpretarposteriormente essa expressão como entre odeclínio do sol e o pôr-do-sol. De acordo comessa exegese, o tempo era prolongado a fimde permitir que fossem celebradas as váriascerimônias, assim como o oferecimento docordeiro, desde a 9a até à 11a hora, aprox. dastrês às cinco horas da tarde (Josefo,  Ant,,xiv.4.3; Wars  vi, 9.3.). 

“Meio-dia” é uma forma alternativa de tar-de (Ne 8.3). Um termo hebraico, sohorayim,com sua forma dupla, significa “brilho du-plo” (1 Rs 18.29) e foi geralmente traduzidocomo “tarde" (veja abaixo). Saulo de Tarsose converteu ao meio-dia, a hora mais bri-lhante do dia, quando foi envolvido por umagrande luz do céu (At 26.13; ef. 22.6,11).“Meia-noite” (heb. hasi hallayla)   .significaliteralmente “a metade da noite” (Ex 12.29;Jz 16.3; Rt 3.8). Os povos da Antiguidadeconsideravam a meia-noite mais como ametade da noite (1 Rs 3.20) do que uma horaexata (24 horas). O Senhor feriu todos osprimogênitos do Egito por volta da “meia-noite” (Êx 11.4), e o salmista se levantava àmeia-noite para louvar a Deus (SI 119.62). A palavra grega mesonuktion   talvez fosse amais precisa ao se referir à vigília da meia-

noite (Mc 13.35). Em Trôade, Paulo conti-nuou a pregar até à meia-noite (At 20.7).“Momento” é a tradução de várias palavrashebraicas e gregas usadas para designar umintervalo de tempo muito pequeno. Esta pa-lavra não indica uma medida de tempo; sim-plesmente implica que ele está passandorapidamente. A palavra hebraica rega‘   sig-nifica “piscar de olhos” e é usada para des-crever a repentina chegada de Deus para o juízo (Êx 33.5), ou a brevidade do triunfo dosiníquos (Jó 21.13). Também foi usada comouma referência à tristeza dos justos (SI 30.5;Is 26.20) e ao incessante cuidado, momentoa momento, de Deus por seus filhos (Is 27.3).No NT, o termo grego é semelhante. O ter-mo stigme  corresponde a um instante no tem-po, à súbita visão dos reinos da terra queSatanás mostrou ao Senhor Jesus Cristo (Lc4.5), Em 2 Coríntios 4.17, Paulo diz que asnossas atuais aflições são “leves tribulações”,e as classifica como momentâneas (parauti- ka).  O Senhor retomará, e em um instanteseremos transformados (átomos,  “indivisí-veis”); este fato acontecerá em um momento

tão curto que não pode ser mensurado (1 Co15.51,52). VejaPiscar de Olhos. “Manhã” é a tradução da palavra hebraicaboqer  (que aparece mais de 200 vezes no AT),e das gregas  proios,  “cedo”, e orthros,  “auro-ra, de manhã bem cedo”. Sabemos que o Se-nhor Jesus levantava cedo, muito antes dodia raiar, para sair e orar sozinho (Mc 1.35).De manhã bem cedo o céu aparecia verme-lho em um dia de tempestade (Mt 16.3). Tan-to o Senhor Jesus como os apóstolos ensina-vam no Templo de manhã bem cedo (Lc

21.38; At 5.21). O Sinédrio não podia iniciaruma reunião formal antes do amanhecer (Mc15.1). O Senhor Jesus já havia ressuscitadoquando as mulheres vieram ao túmulo demanhã bem cedo, logo depois do nascer dosol (Mc 16.2), O Cristo ressuscitado apare-ceu na praia da Galiléia de manhã, tão cedoque os homens que pescavam à noite nãoconseguiram discernir as suas feições (Jo 

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TEMPO, DIVIS ES DO  

21.4) 

. Nossa idéia sobre o meio da manhã éindicada pela expressão “em aquecendo o soP(1 Sm 11.9; Ne 7.3). “Noite” (heb. layla, gr. nyx)   é o período en-tre o pôr-do-sol e o nascer do sol, especial-mente as horas de trevas. A alternância dodia e da noite foi divinamente ordenada (Gn1.5,14,16; Jr 33.20,25). Geralmente, o tem-po era contado através de tantos dias e tan-tas noites (Gn 7.4,12; Ex 24.18; 1 Sm 30.12;1 Rs 19.8; Jó 2,13; Jn 1.17). O início da noiteera chamado de “tarde”, e seu final de “ama-nhecer” (veja acima); “crepúsculo” (em he-braico neshep)   era o período de semi-escuri-dão que vinna depois do pôr-do-sol (1 Sm30.17; 2 Rs 7.5,7; Jó 3.9; 24.15) e antes daaurora (Jó 7.4, “até à alva”; Salmo 119,147,literalmente, “Eu me levanto para [te] en-contrar no crepúsculo antes da aurora”). A 

noite era dividida em vigílias (SI 63.6; 90.4;119.148; Lm 2.19; Lc 12.38; cf. Is 21.11,12). Aparentemente, os israelitas tinham trêsvigílias (“a vigília da noite”, “da meia noite”,Juizes 7.19, e a “vigília da manhã”, Ex 14.24;1 Sm 11.11), e o sistema greco-romano tinhaquatro vigílias (Josefo, Aní. xviii. 9.6; Mateus14.25; cf. os quatro grupos de soldados queguardavam Pedro, Atos 12.4) assim denomi-nadas: anoitecer, meia-noite, cantar do galoe manhã (Mc 13.35). Os oficiais do exércitoromano também dividiam a noite em horas(At 23.23).  Ao “meio dia” (heb. sohar ) não era apenasum momento, mas um período de tempo,como está indicado em Isaías 16.3, “no pinodo meio-dia”. Esse período era conhecidocomo “o calor do dia”, a hora do repouso domeio-dia (2 Sm 4.5; 1 Rs 20,16; cf. Gn 18.1; 1Sm 11.11), que provavelmente durava aprox,das 10  horas da manhã até às 2  horas datarde, e acontecia entre a “manhã” e a horado sacrifício da tarde (1 Rs 18.26-29). Eraum tempo de repouso para os rebanhos (Ct 1.7)  e a nora de uma das três orações do dia

(SI 55,17; At 10.9; Dn 6.10; cf. oração damanhã, Salmos 5.3; 88.13; oração da tarde, Atos 3.1; 10.30).  A palavra “estação” foi usada na Bíblia tan-to para as divisões climáticas do ano e osperíodos da colheita como para períodos maiscurtos e definidos de tempo, ao contrário das“eras”, que eram mais longas {veja   Tempo).Nesse último sentido, Deus governa as esta-ções através do sol e da lua (Gn 1.14-16; SI104.19) e falou com Jó a respeito da “esta-ção” ou do período zodíaco de uma constela-

ção (Jó 38.32).  As estações climáticas da Palestina são prin-cipalmente a estação das chuvas (novembro-abril) e a estação da seca (maio-outubro). As primeiras chuvas (J12.23; Tg 5.7; Jr 5.24)amolecem o solo esturricado pelo sol, e per-mitem a aragem da terra e a semeadura,enquanto as ultimas chuvas (fevereiro-mar-ço) amadurecem os grãos antes da colheita 

de cereais na primavera (Dt 11.14). Densprometeu que mandaria essas chuvas na es-tação própria (Lv 26.4; Ez 34.26). Portanto,as safras eram colhidas em estações regu-lares (Jó 5.26; SI 1.3; Os 2.9; Mt 21.41; At14.17; G1 6.9). E cada festa judaica era ce-lebrada a seu tempo (heb. mo‘ed;   por exem-plo, Números 9.2,3). Veja   Calendário; Fes-tividades. No NT, a frase “os tempos e as estações” (gr.hoi chronoi kai hoi kairoi)   tem um sentidoescatológico porque se refere a acontecimen-tos que devem ser cumpridos antes do se-gundo advento de Cristo e da restauraçãodo reino de Israel (1 Ts 5.1; At 1.7). Essaexpressão pode ter se originado em Daniel2.21. D. Edmond Hiebert acredita que apalavra “tempos” (chronoi ) está designan-do períodos cronológicos que podem se in-

terpor antes da volta de Cristo, enquanto apalavra “estações” (kairoi ) indica a nature-za crítica das ocorrências que distinguemesses “tempos”; portanto sua tradução se-ria “as eras e as crises” (The Thessalonian Epistles.  Chicago. Moody, 1971, pp. 208ss.).Veja  Tempos dos Gentios. Nas passagens proféticas da Bíblia Sagra-da, a palavra “tempo” parece ser equivalen-te a “ano”. Nas passagens do Apocalipse en-contramos a expressão “um tempo, e tem-pos, e metade de um tempo” (Ap 12,14; Dn7.25; 12.7). Ela significa o período escatoló-gico de 1+2+14 = 3lí anos durante os quais o Antícristo reinará sobre a terra, A prova deqne devemos entender esse período comosendo de três anos e meio é que ele foi igua-lado aos 42 meses de Apocalipse 11.2; 13.5,e aos 1260 dias (42 meses de 30 dias cada)de Apocalipse 11.3; 12.6. Em outras passa-gens, um “dia” pode ser designado para re-presentar um ano literal (Nm 14.34; Ez 4.6),e em Daniel 9.24-27 uma semana represen-ta nm período de sete anos. Para “crepúsculo” e 'Vigílias” veja o comen-

tário acima sobre “Noite”. Veja  Tempo; Calendário. Para períodos histó-ricos de tempo, veja  Cronologia do Antigo Tes-tamento; Cronologia do Novo Testamento. 

Bibliografia.Bibliografia.Bibliografia.Bibliografia.  Roger T. Beckwith, “The Day,Its Divisions and Its Limits in BiblicalThought”, EQ, XLIII (1971), 218-227. JackFinegan, Light from the Ancient Past, 2a ed.,Princeton, Prineeton Univ. Press, 1959, pp,552-598. 

J. R.

TEMPO DO FIM Veja  Escatologia. TEMPOS DOS GENTIOS Período da his-tória mencionado por Cristo em Lucas 21.24no qual os gentios terão a supremacia. Du-rante esse período, Deus irá tratar judeus egentios da mesma maneira, em tudo que dizrespeito à salvação, porque a parede da se- 

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  TENDA

paração foi abolida e existe apenas uma Igre- ja formada por aqueles que foram salvos pelagraça através da fé (Ef 2.13-15). Mas, du-rante esse período, os gentios serão os gran-des administradores do mundo. Os estudio-sos dizem, de várias maneiras, que esse pe-ríodo se estende desde a queda de Jerusa-lém em 586 a.C., ou desde sua última des-truição em 70 a.C., até a completa restaura-ção aa cidade sob o governo do Messias.Paulo diz: “até que a plenitude dos gentiostenha entrado”, mencionando que o tempoda supremacia dos gentios será completa-do “e todo Israel será salvo” (Rm 11.25,26).Zacarias descreve o arrependimento de Is-rael por ocasião do segundo advento de Cris-to (Zc 12.10,11), e Isaías pergunta: “Poder-se-ia fazer nascer uma terra em um só dia?Nascería uma nação de uma só vez?” (66.8).

Depois do retorno de Cristo, a nação rege-nerada e os santos ressuscitados que Cris-to trará consigo reinarão junto com Ele,como seu Salvador e Rei (Dn 7.22,27; Zc14.5; Mt 19.28; 1 Ts 3.13; Jd 14; Ap20.4-6). 

R. A. K.

TEMPOS, OBSERVADOR DOS Veja Magia. 

TEMPORAL Veja  Chuva. 

TENAZ Tradução da palavra heb. mal- qahayim,  um substantivo duplo que vem doverbo laqah,  “pegar” ou “apanhar”. Denota-va um instrumento usado no altar do Tem-plo para apanhar objetos como, por exem-plo, uma brasa viva (Is 6.6). 

TENDA 1  Um abrigo feito de varas ou ramos,utilizado para abrigar uma pessoa tempora-riamente (Jo 4.5). E geralmente utilizada porsoldados (2 Sm. 11.11; 1 Rs 20.12) e ceifei-ros (Lv 23.33ss.). Jó (27.18) utilizou umacabana de guarda como um símbolo de faltade permanência. Veja   Festividades: Festa

dos Tabernáculos. TENDA 2  A tenda (heb. ’ahel,  gr. skene)   eraa habitação característica entre os criado-res de gado das raças nômades, das quaisJabal era o pai (Gn 4.20). As tribos pasto-rais de Rúben, Gade e a meia-tribo de Ma-nassés, na sua maior parte, mantiveram oestilo de vida em tendas a leste do Jordão(Js 22.4-8). Jacó foi caracterizado como um“varão simples, habitando em tendas” (Gn 25.27)  , Os israelitas que se fixaram preser-varam lembranças de sua vida nômade an-

terior em frases como “ir à sua tenda” parase dizer “ir para sua casa” (Jz 20.8), e novocativo “às vossas tendas [ou seja, parasuas casas], ó Israel” (1 Rs 12.16). A agri-cultura era, às vezes, associada à vida emtendas, como no caso de Isaque (Gn 26.12,25). Após se estabelecerem em Canaã, os israe- 

litas retornariam às suas tendas na épocadas colheitas, acampando perto de suas la-vouras.  A tenda típica de nômades semitas era fei-ta costurando faixas ou cortinas (Jr 49.29)de tecido feito com o pêlo da cabra negralocai (Ct 1.5), como as que os beduínos ain-da usam na Palestina. Postes eram coloca-dos sob essa coberta a certos intervalos parasuspendê-la do chão. E ela era mantidasuspensa entre os postes por cordas de pê-los de cabra ou de linho (Is 54.2; Jr 10.20). As pontas soltas das cordas eram fixadascom pinos de madeira dura fincados no solocom grandes marretas de madeira (Jz 4.21;5.26). Algumas tendas eram circulares eapoiadas em um poste central. A tenda co-mum era alongada e sustentada por novepostes, que tinliam de 2 a 2,30 metros de

altura, dispostos em três fileiras de três. A tenda era dividida por uma cortina - a di-visão da frente aberta e de livre acesso atodos, a dos fundos fechada e reservada paramulheres e a privacidade da vida domésti-ca (Gn 18.9).  A parte das mulheres era chamada de harem (“proibida” a outros homens). Os patriarcaseram abastados o suficiente para poderemter tendas separadas para suas mulheres(Gn 24.67; 31.33). Nos tempos antigos eracostumeiro armar-se uma tenda especialpara os recém-casados (SI 19.5; J1 2.16; ef. 2Sm 16.22), da mesma maneira que ainda sefaz entre os árabes. A cobertura sob a qualos casais judeus se casam hoje é uma alego-ria ao antigo kuppa   (tenda da noiva). A ten-da (heb. qubba ) de Números 25.8 era prova-velmente uma tenda-santuário dos midiani-tas nômades (JBL, XC [1971], 200-206). O equipamento para a vida nômade era es-casso. O fogão ou forno consistia de umaspoucas pedras colocadas na entrada da ten-da ou simplesmente um buraco no chão. Osobjetos eram facilmente escondidos sob a

poeira do solo da tenda, mesmo que com oconhecimento dos membros da família, comono caso de Acã (Js 7.20-25). Tapetes de pa-lha rústica serviam como camas que poderi- 

Uma típica tenda beduína na Palestina 

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TENDA TENTAÇ O DE CRISTO

Tradicional monte da Tentação próximo a Jerícó, com seu mosteiro Ortodoxo Grego. HFV

am ser enroladas durante o dia. A mesa era

um pedaço de couro posto sobre o solo (SI23.5; Is 21.5). Sacos ae pele de cabra, potesde cerâmica, vasilhas, jarras de água, duaspedras de moer para uma moenda de grãos,lâmpadas simples de cerâmica ou tochas, euns outros poucos instrumentos toscos com-pletavam as posses dos habitantes de tendas. A melhor descrição da vida em tendas nostempos dos patriarcas encontra-se em Gê-nesis 18. O habitante de tendas geralmenteprocurava um grupo de árvores de carvalhopara desfrutar sua sombra, como em Manre,perto de Hebrom, e este seria um lugar es-pecialmente bom se houvesse uma fonte deágua nas proximidades (Is 13.20). Aqüila ePriscila, assim como o apóstolo Paulo, eramfabricantes de tendas (ueja Ocupações: Fa-bricante de Tendas). A facilidade e a rapidezcom que as tendas eram derrubadas, deixan-do seus ocupantes sem cobertura no solitá-rio deserto, é a imagem utilizada por Pauloda rápida dissolução do nosso corpo mortal,que é a preparação para vivermos em nossocorpo ressurrecto (2 Co 5.11). Veja  Tabernáculo. 

Bibliografia.  Wilhelm Michaelis, “Skene etc.”, TDNT, VII, 368-394. 

R. L. D.

TENTAÇÃO DE CRISTO Essa expressãoé freqüentemente usada para se referir uni-camente à tentação sofrida pelo nosso Senhorlogo após seu batismo (Mt 4.1-11; Mc 1.12,13; 

Lc 4.1-13), mas na verdade ela se estendeu

por toda sua vida. O Diabo apenas “ausen-tou-se dele por algum tempo” (Lc 4.13), e,assim sendo, Cristo disse na última ceia:“Vós sois os que tendes permanecido comigonas minhas tentações” (Lc 22.28).  A tentação que Cristo suportou logo após seubatismo é, contudo, de tal importância, quemerece uma atenção especial. A partir da suaexperiência fica claro que a tentação em sinão é pecado, já que Cristo foi levado à suatentação pelo Espírito Santo. “Então, foi con-duzido Jesus pelo Espirito [Santo] ao deser-to, para ser tentado pelo diabo” (Mt 4.1). Opecado não consiste no fato de ser tentado(cf. Adão e Eva, Gênesis 3.1ss.), mas em ce-der à tentação. Apesar de Deus poder noslevar a uma situação de teste (Mt 6.13; cf.Tg 1.2-12), Ele próprio não nos tenta. Nóssomos tentados pelo Diabo, por nossa natu-reza decaída e pelas nossas próprias concu-piscências (1 Pe 5.8; Tg 1.14,15). Foram levantadas algumas perguntas, Odiabo realmente elevou o Senhor Jesus Cris-to até o pináculo do Templo? E ele realmen-te levou o Senhor a uma alta montanha e

lhe mostrou os reinos desse mundo? Essasexperiências devem ser interpretadas de for-ma figurada, como exemplos imaginárioscomuns no Oriente, ou literalmente? Aparen-temente temos aqui uma combinação do fi-gurativo com o literal. O Diabo desafiou oSenhor Jesus Cristo a subir ao pináculo doTemplo e também a subir à montanha e olharpara uma parte do mundo, e Cristo o fez. Ele 

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TENTA O DE CRISTO TENTAÇAO DE CRISTO

rejeitou tanto a tentação de dar um saltofantástico quanto a de adorar ao Diabo atra-vés da citação da Palavra de Deus (Mt 4.4,7,10). Mesmo que a tentação seja tratadacomo visão ou alegoria, como por Calvino,ainda assim o adversário era o Diabo e a ten-tação era real. Mas não há razão para tratá-

la de uma outra forma que não seja a literal.Devemos de fato considerá-la assim como foiregistrada na Palavra de Deus. 

 A natureza da tentação tríplice de Cristo. A ordem das tentações específicas varia emMateus e Lucas, mas isso não é de real im-portância. A duração do jejum do SenhorJesus Cristo, literalmente 40 dias, apesar deenfatizada por infiéis antigamente, não émais considerada um problema. A questãomais importante reside na natureza das trêstentações. 

Se o Senhor Jesus Cristo tivesse transfor-mado pedras em pão, Ele teria usado seupoder miraculoso para escapar do sofrimen-to e suprir sua própria necessidade. AssimEie não teria mais agido como o homem per-feito enfrentando as provas e a tentaçãocomo o último Adão. Ele não teria sido al-guém que “como nós, em tudo foi tentado,mas sem pecado” (Hb 4.15). Seu podermiraculoso deveria ser utilizado para aju-dar a outros, e não a si mesmo (veja   Humi-lhação de Cristo; Kenosis).  A tentação de exibir sua divindade saltandodo Templo foi uma armadilha para abusarde Deus com uma confiança descabida, emcontraste com a primeira tentação, que foi ade desconfiar de sua habilidade de resistir àfome. Ela o teria levado a se afastar do ca-minho do dever. Nela o diabo citou a Escri-tura, mas apenas de forma fragmentada:“Aos seus anjos dará ordens a teu respeito”(Mt 4.6; cf. Lc 4,10). O tentador omitiu aspalavras “para te guardarem em todos osteus caminhos” (SI 91.11). Ai está a mentirado Diabo, pois ele é um mentiroso desde o

princípio (Jo 8.44; cf. Gn 3.4,5).  A tentação de se garantir domínio e poderimediatos curvando-se ao Diabo é o argu-mento do interesse próprio; faça o mal e obem virá — nesse caso, mais rápido. Cristofoi divinamente decretado o Rei de todos osconfins da terra (SI 2), e esta era uma tenta-ção para tomar um atalho para sua sobera-nia de direito. O  propósito das provas e tentações. Deus sem-pre testou todas as ordens de seres racionaisque Ele criou. Esse teste consiste em umaprova de confiança e obediência totais. Umteste em si não é causa de pecado. Apenas aação do testado pode transformar o teste emuma ocasião para pecar. Os anjos eram aprimeira ordem. Aqueles qne criam em Deuse o obedeciam foram confirmados em justiçae se tornaram os anjos santos; aqueles quedesobedeceram e se rebelaram junto comSatanás caíram. Adão e Eva se depararam 

com um teste de obediência; desobedecerame caíram. Cristo, para poder redimir os ho-mens, enfrentou testes e saiu vitorioso (Hb5,7-9). Assim como pela desobediência doprimeiro Adão todos caíram, também pelaobediência do último Adão a salvação foi ofe-recida a todos que crerem nele como Salva-

dor pessoal (Rm 5.19).  A natureza da santidade de Cristo-Ele nun- ca   pecou. Tem havido muitos debates teoló-gicos sobre a capacidade de Cristo de pe-car, posse  peccare,  e a respeito de três pos-sibilidades: (1) Cristo  podería ter pecado,mas não o fez; (2) Cristo tinha a capacidadede não pecar; (3) Cristo era incapaz   de pe-car. O ponto essencial e o coração do debatecentra-se no que constitui uma tentaçãoreal. Se Cristo não poderia ter pecado, en-tão Ele de fato alguma vez enfrentou uma

tentação genuína? Se, por outro lado, paratornar a tentação verdadeira, Ele poderiater pecado, isto não seria blasfêmia? ComoCristo poderia ter pecado se Ele é Deus?Mesmo que escolhamos a segunda alterna-tiva e digamos que Cristo tinha a capacida-de de não   pecar, será que não subentende-mos ainda assim que Ele era também ca-paz de pecar, e desse modo também impug-namos sua santidade inerente? O dilema pode ser resolvido se primeiro reco-nhecermos que, embora devido à naturezahumana nenhum homem tenha o poder denão pecar, a natureza humana de Cristo jun-to com sua divina pertence à pessoa divina eé governada por essa pessoa. È a pessoa divi-na de Cristo que odiava o pecado e não podiaaprová-lo em sua natureza divina, que poranos sofreu tentações em todos os pontos comonós sem sucumbir ao pecado (Hb 4.15). Emsua natureza humana, Cristo poderia ter pe-cado, mas devido à sua pessoa divina Ele nãopoderia fazê-lo. Assim sendo, não dizemosnem que Cristo era capaz de pecar, nem queEle tinha o poder de não  pecar, mas que Cris-

to não poderia pecar. Abraham Kuyper escre-veu: “Mas como Jesus não assumiu uma pes-soa humana, um ‘homo’, mas sim a naturezahumana, e como não havia nele um ego hu-mano (para realizar essa  possibilitas),  mas,pelo contrário, a natureza numana permane-ceu eternamente unida à segunda pessoa daTrindade, de modo que o controle dessa pes-soa divina faz com que seja absolutamenteimpossível que essa  possibilitas   se torne rea-lidade” (Loci  III, Cap., III, par. 6. p. 11, citadopor G.C. Berkouwer, The Person of Ckrist,Grand Rapids. Eedermans, 1955, p. 259).Berkouwer coloca a questão em termos maisexistenciais quando escreve; “A incapacidadede pecar é da sua pessoa, de seu total e invio-lável desejo de fazer a vontade do Pai, É aincapacidade de desistir de seu amor que Eleleva até o final, até sua realização e consu-mação” top. cit 262). Pode-se concluir que Cristo experimentou 

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TENTAÇAO DE CRISTO TENTAR, TENTAÇ O

Í irovas e tentações reais, equiparáveis àque-as que são requeridas de seres racionais,

mas que Ele foi vitorioso em todas as áreasde tentação. Foi o fato de Ele ser uma pes-soa divina que o fez incapaz de pecar, ape-sar do fato de que Ele assumiu uma nature-za humana, que podería de outra forma ter

pecado. Veja  Cristo, Pureza de,R. A. K.

TENTAÇÃO DE JESUS Veja   Cristo, Pai-xão de; Jesus Cristo. 

TENTAR, TENTAÇÃO Os termos heb. e gr.para “tentar7’ (heb. massa, gr. peira 20 , ekpei- razo ) e “tentação” (heb. nasa,  gr.  peirasmos podem, às vezes, ter o significado de “indu-zir ao pecado”, que tâo fortemente colore nos-sas palavras em português “tentar” e “ten-tação”, Mas seu principal e predominantesignificado é o de “testar o valor e o caráterde homens” e, às vezes, os de Deus. Nessesentido, os cristãos devem se examinar parase certificarem de que suas palavras e açõesevidenciam que eles são crentes genuínos (2Co 13.5; cf. 2 Pe 1.10). Semelhantemente, Deus testa, no AT, a ve-racidade da confiança que seu povo temnele, como no caso de Abraão (Gn 22.1), Is-rael (Êx 15.25; 16.4), a tribo de Levi (Dt33.8), Ezequias (2 Cr 32.31) e o salmista (SI26.2). O NT diz que Deus (ou Cristo) pro-

vou a fé de Filipe (Jo 6,6) e de Abraão (Hb 11.  17; cf. Gn 22.1). Na sua providência, Deus usa os eventos davida cotidiana para testar a professada fé eo caráter dos cristãos. O teste pode resultarem severos tormentos, tanto físicos quantoespirituais (Hb 11.37; 1 Pe 4.12). Deus usouseveros fenômenos naturais (Êx 20.18-20),as dificuldades das peregrinações pelo deser-to (D t 8.2), e a opressão das tribos cananéi-as para testar Israel (Jz 2,21,22). Aos cris-tãos não é prometida a ausência de provas,mas a força necessária para suportá-las (1Co 10.13; 2 Pe 2.9; cf. 1 Pe 4.1,12-16). O pró-prio Cristo, ao se tornar humano, passou portoda sorte de testes mentais e físicos (Hb2.18; 4.15). Crê-se que até mesmo coisas são testadas ouprovadas, como por exemplo uma espada (1Sm 17.38), uma reputação (1 Rs 10,1; 2 Cr9.1) e convicções (Dn 1.12,14). Tanto a palavra heb, quanto a gr., às vezes,têm o significado de tentar fazer algo. Em umapergunta retórica, Deus questiona: “...ou seum deus intentou ir tomar para si um povo...”

(Dt 4.34). Os homens tentam se comunicar(Jó 4.2) ou se juntar a outros (At 9.26). Os termos gregos e hebraicos traduzidos como“tentar” e “tentação” também aparecem nomau sentido de “induzir ao pecado”. O Diaboé acusado de ser o instigador de tais provas(Mt 4.3; 1  Ts 3.5,6). Até mesmo na vida doscristãos ele exerce grande pressão para o pe- 

cado (1 Co 7.5; 1 Ts 3.5; Ap 2.10). Sucumbiratais tentações pode demonstrar que a profis-são do cristão nào é sincera (Lc 8.13).  A tentação para pecar frequentemente seorigina de pensamentos malignos e da con-cupiscência (Tg 1.14); provocações às quaisum forte desejo por riquezas bem pode se juntar (1 Tm 6.9). Contudo, a tentação parapecar nunca vem de Deus (Tg 1.13). O cris-tão deve orar por libertação de todas essastentações (Mt 6.13; Lc 11.4).  A tentação, no mau sentido, também podetomar a forma de testar o outro na espe-rança de expor seus pontos fracos, e usá-loscontra a própria pessoa. Os inimigos deCristo frequentemente tentaram empregaressa tática contra Ele (cf. Mt 16.1; 19.3;22.35; Lc 20.23).  Algumas vezes a Bíblia fala de homens tes-

tando ou tentando a Deus. Por exemplo, Is-rael tentou a Deus no deserto (Êx 17.2,7; Nm14.22; SI 95.8,9; 1 Co 10.9), e os fariseus esaduceus tentaram a Jesus (Mt 16.1; Mc8.11; 10.2). Além disso, os cristãos professospodem tentar a Deus. Ananias e Safira o fi-zeram ao mentir (At 5.9). Cristãos judeus ofizeram, trazendo empecilhos aos crentesgentios (At 15.10). Paulo advertiu oscoríntios a respeito da incredulidade, da ido-latria, do modo de vida ímpio, da atitude detentar a Cristo e da murmuração (1 Co 10.7-10; cf, Nm 21.4-9), Quando confrontado pelas tentações, o cris-tão tira o encorajamento necessário do co-nhecimento de que ele não os enfrenta sozi-nho. Deus já removeu o crente do domíniode Satanás e o colocou em seu próprio reinoe família (Cl 1.12,13). As tentações que Sa-tanás traz estão sempre dentro dos limitespermitidos por Deus (Jó 1.8-12; 2.3-6). Alémdisso, o cristão tem o exemplo da vitória deCristo sobre o pecado (Hb 4.15) e a promes-sa da sua ajuda (Hb 2.18). Mesmo quando o cristão sucumbe à tenta- 

ção e ao pecado, ele ainda tem a promessae perdão disponível através da contínua,

eficaz e redentora graça de Cristo (Hb 4.14-16; 1 Jo 2.1). A recompensa dos cristãos por sua fiel resis-tência a todos os tipos de tentação é a coroade vida (Ap 2.10). Os exemplos mais conhecidos de tentaçãonas Escrituras são a indução de Adão e Evaao pecado no jardim do Eden por Satanás(Gn 3.1-7; 1 Tm 2.13,14) e a tentação de

Cristo no deserto (Mt 4.1-11; Mc 1.12,13;Lc 4.1-13). Comparando-se essas tentações, nota-se queEva (em comum acordo com Adão) sucum-biu à tentação por dar atenção excessiva aosdesejos físicos (por exemplo, a comida) e àsposses materiais dessa vida (o belo fruto queela desejava), e por se entregar a um orgu-lho precipitado (supunha-se que o fruto tra-ria sabedoria). Se por um lado Cristo, o se- 

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TENTAR, TENTAÇAO TEOFAN1A

gundo Adão (Rm 5.12-21; 1 Co 15.22) sentiutodo o peso do teste, por outro Ele superoucompletamente a tentação em cada uma des-sas áreas (por exemplo, a tentação de trans-formar pedras em pães; de desejar obter parasi os reinos do mundo; e, com um orgulhopresunçoso, se atirar do Templo). 

Por ter experimentado e triunfado sobre es-sas e outras tentações, o Senhor Jesus Cris-to é  capaz de se compadecer e ajudar seu povonas tentações que enfrenta. 

Bibliografia.  H. Seeseman, “Peíra   etc.”,TDNT, VI, 23-26. 

W. H. M.

TEOCRACIA Este termo, significando “ogoverno de Deus”, geralmente se refere aogoverno literal de Deus, ou a um estado go-vernado de uma forma agradável a Ele. A 

palavra não é de origem bíblica, mas a idéiade Deus sendo o governante do seu povo ébásica no pensamento do AT. Josefo pareceter sido o primeiro a utilizar o termo. Ele con-trastou a teocracia com outras formas de go-verno, como por exemplo, a oligarquia, a mo-narquia e a república (Contra Apion   11.16).Teoricamente, a teocracia seria um estado sobo qual Deus governa diretamente sem a medi-ação do homem ou de representantes, Israelnunca foi uma verdadeira teocracia, no senti-do literal do termo. Embora Israel tenha sem-

pre se considerado como estando sob o gover-no de Deus, este governo sempre foi mediadopor um juiz, um rei ou um sacerdote. No sentido político, uma teocracia só seria pos-sível durante os tempos de independência deIsrael. Quando Israel se tomava um estadoescravizado ou uma província de alguma po-tência estrangeira, como o Egito, a Assíria, aBabilônia, a Pérsia, a Grécia ou Roma, o go-verno de Deus só podería ser espiritual. O mais longo período de independência deIsrael foi o da conquista de Canaã, no tempode Josué, até a queda de Jerusalém (em

aprox. 586 a.C.). Durante estes anos, Israelteve duas formas de governo: o anfietione (ouanfictião) ou a liga tribal; e a monarquia.Durante o período anfictião, Deus levantougovernantes carismáticos (espirituais) cha-mados de ‘juizes” para livrar seu povo daopressão. No entanto, neste período, grandeparte do governo foi literalmente deixado acargo dos anciãos de cada tribo. No período da monarquia, o governo de Deusera desempenhado através do papel do rei.O ofício de rei em Israel era um ofício sagra-

do (cf. A. R. Johnson, Soera/ Kingship in  Ancient Israel,  Cardiff, 1955). O rei era oungido de Deus; ele era o representante deDeus. Embora a forma de governo de Israeltenha sido uma monarquia durante váriosséculos, ela também era teoricamente con-siderada uma teocracia. 

Tbdo o conceito do relacionamento básico

entre Israel e Deus, que é visto na aliança,está de fato relacionado à idéia da teocracia,Um dos principais elementos da aliança en-tre Deus e Israel é a soberania de Deus.Este fato tem sido explicado e enfatizado nosúltimos anos pela descoberta de algumassemelhanças entre a escravidão hitita, ou

tratados de suserania, e a aliança de Israelcom Deus (veja  Meredith Kline, Treaty ofthe Great King, Eerdmans, 1963). No NT, a idéia do governo de Deus é tiradada esfera política, e se torna um sinônimodo reino de Deus, que é constituído pelo go-verno de Deus entre os cristãos (e dentro decada cristão), mas que só poderá ser comple-tamente desfrutado no final, quando JesusCristo retornar para inaugurar o reinomilenial. Veja  Aliança; Rei; Reino de Deus. 

Bibliografia.  CornPBE, “Government, Authority, and Kingship”, p. 354-369. 

R. L. S.

TEOFANIA A palavra teofania combinaduas palavras gregas, theos,  “Deus”, e  phai- neín, “mostrar, manifestar”, significando, por-tanto, “manifestação de Deus”. A partir des-ta definição geral, no entanto, devem ser apli-cadas algumas limitações: (1) Deve haver umaindicação de que a passagem bíblica lida coma verdadeira manifestação de Deus, e não sim-plesmente com um antropomorfismo. (2) A 

necessidade da manifestação não aparece emforma humana, mas pode aparecer em umaforma simbólica, (3) Também pode aparecerem sonhos ou visões, assim como aos olhos,fisicamente. (4) A manifestação deve ser iden-tificada com Deus, seja por auto-afirmação oupor identificação do receptor da teofania, ouatravés da interpretação do evento por algumescritor bíblico. (5) A manifestação existe parafazer com que a vontade divina se tome co-nhecida pelo receptor. Uma teofania é, então,uma manifestação de Deus para o homem, 

Íiodendo ocorrer tanto sob uma forma simbó-ica como humana, e tem a finalidade de

transmitir o conhecimento da vontade deDeus para aquela pessoa.Com base nessas definições, uma teofaniapode ser manifestada sob uma forma huma-na ou sob uma forma simbólica. A formahumana é caracterizada por uma das duasdescrições a seguir: (1) É caracterizada pelouso do verbo “aparecer”, tendo o Senhor comosujeito. O verbo é a forma Niphal (passivo)de ra’a,  “ver”, e significa literalmente “ele sedeixa ser visto”. Tais aparições são, geral-mente, limitadas aos patriarcas em Gênesis12; 17; 18; 26; 28; 35, embora a expressãotambém seja usada como uma referência aSalomão (1 Rs 9.2; 2 Cr 7.12). (2) Umateofania sob forma humana também pode sercaracterizada pelos termos maVak Yahiveh,“O Anjo de Jeová”, ou mal’ak   ’elohim , “o Anjode Deus”. Em vários casos, o anjo nas Escri- 

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TEOFANIA TEOLOGIA

turas é um ser criado, mas, em algumas oca-siões, o anjo é teofânico. Quatro testes podem ser aplicados para de-terminar se um anjo é teofânico; (1) “Ele seidentifica explicitamente com o Senhor emvárias ocasiões. (2) Aqueles a quem Ele tor-

na sua presença conhecida o reconhecemcomo divino. (3) Os escritores bíblicos o cha-mam de Jeová” (H. C. Leupold, Exposition ofGenesis. p. 5001. (4) Ele também se faz dis-tinto de Jeová. Deste modo, o Anjo teofânicoaparece em passagens como Gênesis 16; 21;32 (cf. Os 12.4); Ex 3.1-6; 23.20-23 (ef. Is 63.8- 9)  ; Js 5.13-15; Jz 6,12-23; 13.2-23;Malaquias3.1 etc. Veja  Anjo do Senhor.  A forma simbólica da teofania deve ser en-tendida em termos de presença real, atra-vés de um símbolo usado para expressar talresença real. Em Gênesis 15 a forma sim-ólica, “um forno de fumaça e uma tocha defogo” (v.17), é, contudo, permeada por uma

resença reah Uma   forma simbóhca maispermanente é a nuvem da “glória”, chama-da de Shekinah nos tempos pós-AT. Esta éigualada à coluna de nuvem e à coluna defogo (Êx 13.21,22), à glória que apareceu nomonte Sinai (Ex 24.16), à nuvem que en-trou no Tabernáculo (Ex 40.34-38; Lv 16.2),e que também entrou no Templo de Salo-mão (1 Rs 8.11). 

O valor permanente da aparição teofãnica étríplice: (1) É escatológica. As revelações teo-fanicas contêm uma esperança que encontraseu cumprimento na bênção universal que seorigina na primeira vinda do Messias. (2) Éredentora. As aparições teofanicas não estãorelacionadas apenas com a redenção daque-les que a recebem (Gn 48.16), mas com a re-denção manifestada no período escatológico.(3) E cristológica. A teofania permanente do AT - a teofania dos Anjos e da Shekinah -encontra sua consumação em Jesus Cristo.Portanto, estas teofanias são aparições pré-encamadas do Senhor Jesus Cristo. 

H. E. H.

TEÓFILO O homem a quem os livros deLucas e Atos são endereçados (Lc 1.3; At 1.1).Houve muitas conjecturas a respeito da iden-tidade de Teófilo. Foi sugerido que a pala-vra Teófilo, que significa “amigo de Deus”,refere-se aos cristãos em geral, e não a umindivíduo específico. Dessa forma, os livrosde Lucas e Atos teriam sido escritos a todosos cristãos. Por outro lado, existem boas evi-

dências que mostram que Teófilo era umapessoa real. O nome era comum tanto entregregos como entre judeus nos tempos do NT. Além disso, Teófilo está endereçado como“excelentíssimo” (gr. kratiste ), um termo deimportância singular que dificilmente seriaaplicado a uma figura imaginária. A manei-ra como Lucas utiliza o termo “excelentíssi-mo” para designar governadores (At 23.26;24.2; 26.25), e o fato de que o termo é quase 

sempre aplicado a membros da classe dosequitadores, faz de Teófilo um provável ho-mem distinto, talvez um oficial romano. Se ele era uma pessoa real, então o que maisse sabe sobre Teófilo? Além de várias teori-as e suposições fantásticas, pode-se dizer

que Teófilo era um amigo de Lucas que ha-via recebido instruções sobre o caminno cris-tão (Lc 1.4). Não se pode determinar ao cer-to se ele era ou não um cristão quando Lucaslhe escreveu. 

N. R. L.

TEOLOGIA  

DefiniçãoDefiniçãoDefiniçãoDefinição 

O termo teologia se origina de duas palavrasgregas: theos,  “Deus”, e logos,  “palavra”, equando composto significa o estudo ou ciên-

cia de Deus. No entanto, este é um significa-do bastante restrito do termo, uma vez queé geralmente usado   para abranger não so-mente o estudo de Deus, de sua natureza,existência, planos e ações revelados, comotambém sua relação e maneira de lidar como mundo e com o homem. Na mesma linhade pensamento, J. O. Buswell a define deforma simples e clara como “o estudo quetrata diretamente de Deus e de sua relaçãocom o mundo e com o homem” (A Systematic Theology of tke Christian Religion, 1,13). O termo teologia pode ser usado tanto para

abranger um estudo dogmático de uma par-te das Escrituras, como do todo. Dessa for-ma, é correto falar da teologia do AT, comopor exemplo a obra de J. Barton Payne, The Theology of tke Older Testamen (Zondervan,1962); ou da teologia do NT, como por exem-plo a obra de C. C. Ryrie, Biblical Theolog ofthe New Testament  (Chicago. Moody Press,1959); ou ainda a teologia Joanina. Nesteartigo, o termo é considerado em seu senti-do mais amplo, ou seja, tem a finalidade de

cobrir todo o conteúdo do ensino das Escri-turas que o homem pode vir a conhecer emrelação a Deus, e também o relacionamentode Deus com tudo o que Ele criou. É difícil encontrar uma boa e abrangentedefinição para a teologia, pois praticamentetodas elas são, ou simples demais, ou ten-dem a dar mais importância a uma das fon-tes de uma teologia totalmente desenvolvi-da, excluindo outras. Uma observação rápi-da das sete possíveis fontes de teologia dis-cutidas abaixo, antes de algumas definiçõesespecíficas serem consideradas, pode trazeruma boa elucidação deste tópicç. Na Enciclopédia de Religião e Ética   (ediçãode 1924 em inglês), a teologia é definida daseguinte forma: “A teologia pode ser breve-mente definida como a ciência que fida, deacordo com o método científico, com os fatose fenômenos da religião, e culmina em umasíntese abrangente ou filosófica da religião,que procura expor, de modo sistemático, tudo 

1910

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TEOLOGIA TEOLOGIA

o que pode ser conhecido em relação à baseobjetiva da crença da religião” (XII, 293). Seas palavras “ciência” e “método científico”devem ser entendidas em sen sentido maisestrito, esta definição reforça uma aborda-gem fenomenológica, ou seja, uma aborda-gem que admite, como o conteúdo da teolo-gia, aomente aquilo que aparece sob algumaforma ou modo material. Uma vez que istoreforça a posição tomada pelos filósofos po-sitivistas e seus sucessores — os positivistaslógicos - deve-se essencialmente rejeitar osobrenatural, particularmente no que tangeà revelação. Um teólogo presbiteriano, Charles Hodge,expressa uma definição bastante diferenteao responder à questão: “O que é teologia?”“Se a ciência natural se preocupa com os fa-tos e as leis da natureza, a teologia se preo-

cupa com os fatos e os princípios da BíbliaSagrada. Se o objetivo da ciência natural foro arranjo e a sistematização dos fatos domundo externo, e a averiguação das leis pe-las quais eles são determinados, o objetivoda teologia é sistematizar os fatos da Bíbliae averiguar os princípios ou verdades geraisque aqueles fatos envolvem” (Systematic Theology,  I, 18). Nesta definição, toda a ên-fase é colocada sobre a Bíblia como a fontede conteúdo de teologia. Lewis Sperry Chafer oferece a seguinte de-

finição: “A Teologia Sistemática pode serdefinida como a coleta, o arranjo científico,a comparação, a exibição, e a defesa de to-dos os fatos de toda e qualquer fonte relacio-nada a Deus e às suas obras. Ela é dogmáti- ca,  pois segue uma forma de tese humana-mente desenvolvida, e apresenta e verificaa verdade como verdade” (Systematic Theo- logy,  1,6). Esta definição amplia a fonte paraincluir “todos os fatos de todas as fontes arespeito de Deus e de suas obras”. Se for con-sistentemente aplicada, ela incluirá materi-ais pertinentes que podem ser coletados de

cada fonte do desenvolvimento histórico en-fatizada na teologia descrita abaixo. Na prá-tica, no entanto, Hodge chegou mais pertoda definição de Chafer, e vice-versa, uma vezque Chafer delimitou sua teologia à teologiabíblica apresentada de forma sistemática,enquanto Hodge, embora tenha dedicadovárias seções à teologia bíblica, não hesitouem se aventurar pela história e pela filoso-fia, utilizando a psicologia em seu conceitode bom senso do homem.  Antes de ir mais adiante, é importante es-

clarecer um possível mal-entendido que po-derá surgir quanto aos termos da teologiabíblica e da teologia em geral. Uma teologiabíblica estrita seria aquela que é totalmen-te baseada em estudos indutivos das Escri-turas, ou seja, um estudo que coleta e orga-niza os fatos doutrinários na Bíblia Sagra-da. É possível que o volume oito da TeologiaSistemática de Chafer esteja mais perto de 

ser um exemplo sobrevivente perfeito. O ter-mo teologia bíblica refere-se à fonte dos ma-teriais. No entanto, uma vez que as doutri-nas deduzidas das Escrituras apresentamum desenvolvimento ordenado e revelamuma relação lógica umas com as outras, énecessário elaborar uma apresentação sis-temática. Isto nos leva à preparação daquilo que cha-mamos de teologia sistemática. Toda ciên-cia apresenta seus fatos de maneira ordena-da, e a teologia, como um tipo de ciência es-pecial, também deve ser assim. Por um lado,uma boa teologia não pode ser convincentese não for baseada em uma teologia bíblicaapresentada cuidadosamente e de forma bemensada, e, por outro, ela deve ser organiza-a e desenvolvida de uma forma progressi-va e lógica. Cada uma destas características

deve complementar a outra, e não excluí-la.Sob a mesma perspectiva das conclusões aci-ma, e em antecipação ao que se segue, a teo-logia sistemática pode ser definida aa seguin-te forma: Um estudo metódico de Deus, dequem Ele é, das provas de sua existência, esua relação com o mundo e com o homem,que reúne seu material indutivamente apartir da Bíblia Sagrada, dos fatos da ciên-cia, da psicologia, da história, de outras ci-ências e da filosofia, e examina, avalia e or-ganiza tudo sob a perspectiva da Bíblia Sa-

grada, como as leis da verdade de Deus re-veladas. Esta definição é ampla o bastante para per-mitir a inclusão de todas as contribuições daciência e da filosofia para a teologia, e aindaexpressa a revelação divina, como encontra-da na Bíblia, seu local de direito, e atribui àteologia bíblica sua função adequada. 

O Conteúdo da TeologiaO Conteúdo da TeologiaO Conteúdo da TeologiaO Conteúdo da Teologia 

Para que seja possível entender o que se exi-ge de uma boa teologia, deve-se determinaras fontes dos fatos sobre os quais ela é cons-

truída, junto com seu conteúdo correto. A história do crescimento da teologia e os mo-vimentos aos quais ela se sujeitou se encon-tram em ordem. Ao mesmo tempo, é impor-tante considerar cuidadosamente os motivosque governaram sua história. Ambos podemser combinados através de um estudo crono-lógico sobre as grandes ênfases evidentes nateologia em diferentes períodos, e uma des-crição dos motivos ou influências que estãopor trás de cada uma. Esta organização podeser classificada sob os sete títulos mencio-nados a seguir: (1) A Bíblia e a teologia bí-blica. (2) Tradição. (3) Os credos e teologiaconfessional. (4) Filosofia e teologias filosó-ficas. (5) Ciência e teologia liberal. (6) His-tória das religiões e religião comparativa. (7)Psicologia e a abordagem psicológica.Deve-se notar que cada tópico enfoca umafonte diferente, e acrescenta um conteúdoadicional para a teologia. Ao mesmo tempo, 

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deve ser reconhecido que estes tópicos nãose excluem, necessariamente, exceto poraqueles extremistas que escolhem fazer comque uma ou mais fontes excluam as outras. Várias delas são geral mente encontradascombinadas nos trabalhos teológicos ou nossistemas teológicos. Na construção de um sistema ortodoxo sa-dio, deve ser notado que até mesmo se al-gum ponto de partida, como, por exemplo,uma filosofia em particular, for destrutivopara algum ponto que é chave para todas asoutras (a saber, a Bíblia Sagrada como anorma que nos foi dada por Deus), ele aindapode ser importante mesmo que contribuade forma negativa para uma teologia maisdesenvolvida, Como estes erros são expos-tos através de uma análise profunda, e a res-posta revelada da Bíblia por si só já seja

amplamente e comprovada mente adequada,a valorização e o respeito pela revelação deDeus nas Escrituras aumentam, 1.   A Bíblia e a teologia bíblica.  As igrejas

cristãs mais antigas tinham como conteúdode sua teologia o AT, o discurso dos apósto-los, e um número gradualmente crescente delivros que seriam finalmente separados comoo cânon do NT. Elas aceitaram o AT como a divina e infalí-vel revelação do Senhor, e o guia e a normapara aquilo que era pregado e escrito. Esta

podería ser perfeitamente chamada de erada teologia bíblica. Considerando que todosos esforços para retornar ao ensino e à teolo-gia da igreja do NT enfatizam a necessidadeae basear a teologia na Bíblia Sagrada, es-tas atitudes são louváveis. Ao mesmo tem-po, no entanto, devemos enxergar que até osapóstolos tinham problemas filosóficos. Porexemplo, os ensinos em Colossenses, 1 Joãoe 2  João lidam com os erros do Gnosticismo,um sistema filosófico que era baseado nateoria das emanações, e que não pode sertotalmente compreendido de forma separa-

da do conhecimento desta. Isto nos leva areconhecer que qualquer teologia que pos-samos desenvolver com a finalidade de se-guir o exemplo bíblico, deve considerar asvisões filosóficas de seus dias, e seu relacio-namento com a teologia e a doutrina. 2.

  Tradição. Este tópico podería ser conside-rado sob o aspecto da Bíblia e da teologiabíblica, exceto pelo fato de que, assim comoa filosofia, oferece apenas uma contribuiçãonegativa à teologia. A Igreja Católica Roma-na coloca a igreja acima das Escrituras ao

invés de sujeitá-la a elas, como no Protes-tantismo. Os católicos afirmam que a IgrejaCatólica nos deu a Bíblia. Eles alegam queas Escrituras, no entanto, não contém todosos ensinos dos apóstolos, nem desenvolvemmuitas doutrinas que são apresentadas ape-nas de uma forma embrionária. Algumasdoutrinas foram transmitidas pela tradição,algumas foram desenvolvidas a partir de sua 

forma embrionária pelos patriarcas da Igre- ja^ outras ainda estão sendo trabalhadas. Alguns exemplos das doutrinas que são ba-seadas na tradição são: o purgatório, as ora-ções pelos mortos, a adoração a Maria, asindulgências, e o próprio Papado. Algunsexemplos de doutrinas que foram desenvol-vidas a partir de sua forma embrionária pelaIgreja Católica Romana são: a imaculadaconcepção de Maria, sua trasladação direta-mente ao céu, e a declaração de sua media-ção entre Deus e o homem. O Concilio deTrento declarou em 1546 que a Palavra deDeus contida na Bíblia e nas tradições pos-suem a mesma autoridade. 3.  Os credos e a teologia confessional, Embo-ra todos os fatos da revelação divina possamser encontrados em Escrituras do AT e doNT, em pouco tempo a Igreja Cristã desco-

briu que eram necessários muitos estudos ecuidadosas considerações para que os fun-damentos de fé não fossem destruídos pordeduções errôneas. Em primeiro lugar, sur-giram as questões relacionadas à Pessoa deCristo. Ele era realmente Deus no mesmosentido de Deus, o Pai, ou Ele era somente omais supremo dentre os seres criados? NoConcilio de Nicéia (325), onde Atanásio fi-cou inicialmente quase sozinho contra omundo, e particularmente contra Ari o, aIgreja decidiu que Jesus Cristo era “a essên-

cia de Deus”, e feito da mesma substânciado Pai. No Concilio de Calcedônia (451) foideterminado o relacionamento que existeentre as duas naturezas de Cristo. Cada na-tureza é real, mas as duas existem de talforma que mesmo estando juntas como sefossem indivisíveis e inseparáveis, contudo jamais se misturam nem se modificam. Noséculo II d.C., o Credo dos Apóstolos se de-senvolveu lentamente a partir daquilo quepode ter sido apenas uma confissão de fé noPai, no Filho e no Espírito Santo. Ele é atu-almente repetido pelas congregações cristãs,

em várias igrejas ortodoxas, todos os domin-gos. Porém, embora o movimento confessio-nal tenha começado com os grandes credosdos seis primeiros séculos - Credo de Nicéiaem 325, de Calcedônia em 451, e o Credo Atanasiano em aprox. 500 - na verdade elerecebeu seu maior impulso das confissõesque foram redigidas como resultado da Re-forma Protestante. As mais importantes detodas, que ainda estão em uso, são a de Augs-burgo (1530), a Genovesa (1549), a ConfissãoBelga (1561), o Catecismo Heidelberg (1563),

os 39 Artigos, a Confissão de Fé de Westmins-ter, e os Catecismos Maior e Menor (1648). A tendência de se estabelecer uma teologia queesteja fortemente baseada nos credos e con-fissões tem sido mais forte na Europa Conti-nental do que em países de língua inglesa.Como resultado, os teólogos luteranos e oscristãos reformados enfatizam o catecismo eos ensinos catequétieos muito mais do que 

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os presbiterianos. Os batistas e os metodistaspraticamente ignoram as confissões, excetoor aplicarem-nas como uma verificarão dasoutrmas aceitas pela cristandade. Mesmoassim, os liberais, e, em particular, os neo-ortodoxos na Europa, demonstram granderespeito pelos credos e confissões, especial-mente em suas pregações. Como resultado,parece haver freqüentes discrepâncias entreo que alguns europeus pregam e ensinam, eo que escrevem sobre os credos e confissões,e também entre 0  que expressam em suaspalestras. O valor dos credos e das confissões em escri-tos e ensinos da teologia é certamente muitoelevado. Eles expressam de forma sucinta eclara a fé e a doutrina cridas tanto pelos con-selhos de igrejas como por um grande núme-TO de estudiosos cristãos e teólogos, e acei-

tas pelas maiores denominações protestan-tes, As teologias escritas por teólogos de lín-gua inglesa e não confessionais tendem ademonstrar uma verdadeira deficiência, quese deve ao fato de não utilizarem os credosde forma completa. 4.

  Filosofia e teologias filosóficas.  Desdemuito cedo na história da Igreja Cristã, afilosofia tem sido de grande influência naformulação da teologia. Até mesmo as epís-tolas do NT, como já vimos anteriormente,são, em parte, o resultado de alguns ensi-nos filosóficos daqueles dias. A filosofia podeinfluenciar a teologia negativa mente, comofez o Gnosticismo ao evocar as respostasdadas em Efésios, Colossenses, e 1 e 2 João,ou pode influenciar positiva mente. Esta úl-tima situação ocorre quando é feita umasíntese entre a teologia e a filosofia. A pri-meira tentativa importante na síntese, masque não provou ser tão perigosa, foi feitapor Agostinho, em uma tentativa de ajus-tar o Platonismo ao Cristianismo. Uma sín-tese bem mais séria foi consumada quan-do, com o uso das cartas pseudo-dionisianas

(que mesmo questionadas há muito tempo,só tiveram as suas falsificações finalmentecomprovadas no período da Reforma),o Cris-tianismo e o Neo-platonismo foram mescla-dos, Até o presente, a Igreja Católica Ro-mana reflete os resultados destas questõesem seus ensinos sobre os níveis dos seres, esobre a teoria conclusiva, que é uma defici-ência relacionada à falta do ser que compõeo material (ou seja, o corpo do homem e ouniverso) e que torna este ser inerentemen-te iníquo. A visão romana sobre pecado, sal-

vação, celibato e purificação é afetada porestes erros filosóficos. Tomás de Aquino tentou elaborar uma ou-tra grande síntese. Nela, ele retém a influ-ência plotiniana em sua teoria dos níveis dosseres, mas adicionou o método de Aristótelese a filosofia para formar o que agora é co-nhecido como Tomismo. Isto se tornou a basefilosófica da teologia da Igreja Católica Ro- 

mana. Como uma filosofia, esta opinião rei-nou até pouco tempo quase que de forma su-prema nas instituições católico-romanas, erecebeu um forte apoio até mesmo de algu-mas universidades seculares. Hegel foi muito além do que qualquer outroantes dele na verdadeira imposição da filo-sofia sobre a teologia. Neste sistema, umafilosofia racionaíista se tornou a única fontede teologia. Ele estabeleceu a tríade ou adialética de três pontos: (1) tese, Deus é umSer; (2) antítese ou tese contraditória, Não- Ser\  (3) síntese, ou a contradição da contra-dição, Tornando-se.  Hegel então explicou acriação e o desenvolvimento do homem sobuma base similar. De acordo com Hegel e comos teólogos hegelianos, Deus, a criação, a que-da, Cristo e a salvação devem ser explicadoscom as tríades da dialética. 

Harnack aplicou as tríades à história da igre- ja primitiva, e à formulação do dogma. PaulTiÜich seguiu Hegel até mais de perto. Eleviu Deus como alguém desenvolvido a par-tir do Ser, o “Movedor Imóvel” de Aristóteles,até o Ser Criativo através de uma tríade doSer, Não-Ser e Poder de Ser. Nâo satisfeito,ao invés de parar neste ponto ele continuoua fim de transformar o Poder de Ser no Pai,e então colocou isto como a nova tese, comouma antítese ao Logos, de onde vem umasíntese, o Espírito. O Espírito representa

Deus como um Ser criativo e não ambíguo.Três sistemas filosóficos foram mencionados,dentre os quais os dois últimos têm uma in-fluência muito perigosa sobre a teologia. Oquarto provou ser, talvez, ainda mais impor-tante. Trata-se do sistema de ImmanuelKant. Ele ensinou que o homem não podeter um conhecimento real do Ding-an-zick,da coisa em si, e que, portanto, não pode exis-tir um verdadeiro conhecimento de Deus.Esta visão nos leva a duas principais rea-ções filosóficas que entraram na teologia sis-temática e podem ser observadas: (1) naque-

les que não viram saídas para conhecer aDeus e conhecer algo a respeito dele por re-velação e mudaram completamente da reve-lação à psicologia e os sentimentos; (2) na-queles que ficaram impressionados pelascausas dos problemas epistemológicos atu-ais colocados por Kant e que se empenha-ram para superá-las através da teoria da re-velação. Uma vez que os teólogos que muda-ram para a psicologia serão tratados pelaPsicologia, no tópico 7, trataremos somenteos outros aqui. 

Sõren Kierkegaard argumentou que os pro-blemas com os quais o homem se depara aoreceber a revelação de Deus surgem porqueele nâo possui categorias para receber a ver-dade que não está limitada pelo tempo epelo espaço. Assim como Kant, mas utili-zando outra terminologia, ele argumentouque a verdade, uma vez vindo ae Deus, éisenta de tempo e espaço e, portanto, não 

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pode ser captada pelo homem finito. O ho-mem, portanto, força a revelação divina ase adequar às suas próprias categorias detempo e espaço, resultando no aparecimen-to da mesma vestida em trajes de espaço,como se tivesse um local, e estendida no

tempo contínuo, como se levasse um tempodeterminado para ocorrer. Para explicar a apresentação da Bíblia nascategorias do tempo-espaço de seu conteúdoe dos ensinamentos a respeito do pecado ori-ginal, milagres, céu e inferno, Kierkegaardinventou conceitos como comunicação indi-reta (por Deus não poder revelar a Si mes-mo diretamente em discurso e palavras),mito, símbolo e saga. Ele acreditava que arevelação pode vir somente nestas formasliterais peculiares porque o homem não temum local em sua mente para receber a ver-dade que não está limitada ao tempo e aoespaço, A interpretação do mito, símbolo esaga foi chamada de desmitologização porRudoft Bultmann e Paul Tillich. Os “mitos”nas Escrituras devem ser reconhecidos eentão decifrados. Veja  Mito ou Mitologia.  A visão de Kierkegaard foi reestruturada eadotada por Karl Barth e pelos teólogos neo-ortodoxos. Para Barth, a revelação é algo queacontece à medida que a pessoa lê a Bíblia,ou ouve a Palavra de. Deus em uma procla-mação ou pregação. E um evento no qual a

Palavra de Deus supostamente falível, a Bí-blia, torna-se a verdadeira Palavra de Deus,ou de Cristo, em um momento no tempo. EmilBrunner concorda com Barth neste ponto, eTillich, embora mais à esquerda, difere so-mente no fato de ter o mesmo ponto de vista,porém dentro de seu próprio sistema ontoló-co hegeliano. 

lugar da filosofia na teologia sistemáti-ca é amplamente negativo, no sentido deque uma boa teologia considera a filosofiae suas idéias filosóficas por detrás das vi-sões errôneas da doutrina, principalmen-te com a finalidade de refutá-las. Esta dis-cute a filosofia mostrando quão boa e po-bre ela é como uma filosofia, e depois mos-tra como concorda ou discorda dos ensinosda Bíblia. Geralmente uma teoria basea-da na filosofia pode se mostrar instávelsem seu próprio campo antes de se mos-trar em conflito com os ensinamentos dasEscrituras. Se uma teologia sistemática serecusar a entrar nas listas de combate coma filosofia, assim como em seu próprio cam-po, ela provará ser inadequada para fazer

frente às filosofias mundanas de seus pró-prios dias e de outros tempos. As teologiassistemáticas escritas por homens comoCharles Hodge, Herman Bavinck, LouisBerkhof e J. O. Buswell, Jr., junto com ateologia bíblica de B. B. Warfield são notá-veis por suas habilidades neste campo detrabalho. Sua maneira de lidar com a filo-sofia popular nos dias em que foram escri- 

tas, faz com que sejam oportunas e de va-lor para sua própria época. 5.

 

Ciência e teologia liberal. Desde os tem-pos de Copérnico e Galileu, a Igreja tem sedebatido com a questão da teologia e da ci-ência negarem-se ou poderem ser reconcili-

adas. As leis e a física excluem os milagres? A questão nega a metafísica? O materialis-mo tem constantemente se levantado paradesafiar o teísmo. A teoria da evolução emarticular tem sido usada para desafiar asescrições de Gênesis sobre a revelação, e adescoberta de resquícios antropológicos, paracontestar os registros de Gênesis sobre a cri-ação do homem e a queda. Os métodos da ciência aparecem para negara possibilidade da teologia se basear em fa-tos que podem ser comprovados. O positivis-mo filosófico insiste em limitar o conhecimen-to ao fenômeno ou fatos conhecidos da exis-tência, e o positivismo lógico vai além e ques-tiona o próprio significado de afirmações arespeito de Deus, alegando que elas são ba-seadas em idéias que não podem ser com-provadas como um fenômeno físico atravésde testes de laboratório. Portanto, as duasfilosofias negam a realidade de Deus e a ve-racidade da teologia. Isto significa que devem ser extraídas consi-derações adequadas de descobertas científi-cas, e deve-se apresentar uma visão do espi-

ritual e transcendente que não confunda aesfera física com aquela que é mais elevada,a do universo imaterial e espiritual. Quan-do a Bíblia diz que Deus é Espírito, e queEle é onipresente, ela adverte os teólogos anão confundirem seus conceitos de Deus comos da dimensão espiritual e material. Argu-mentos contra o Deus cristão “aqui” ou “aco-lá” por Tillich e sua escola, e repetidos naobra Honest to God  do bispo Robinson, leva-ram o cristão a enxergar que Deus transcen-de o espaço e habita, ae acordo com as Escri-turas, em uma esfera completamente dife-rente da do homem. Alguns sugeriram que aesfera espiritual é tão diferente que pode atéinterpenetrar a física. Sob uma abordagem científica, embora sejauma questão de ser ou não ser verdadeira-mente científica, devem ser levados em con-ta os ataques da chamada Alta Crítica con-tra a Bíblia. A teoria do AT de Graf-Wellhau-sen, a teoria JEDP das fontes do Pentateucoe a teoria de Isaías-Deuteronômio, junta-mente com a Crítica da Forma dos Evange-lhos, levaram a um estudo intensivo do AT e

do NT e suas origens. Os métodos utilizadospelos críticos, embora uma vez aplicados atéàs peças de Shakespeare, são agora total-mente descartados nos estudos de outras li-teraturas. Estes também perderam o apoiocomo aplicado pela Bíblia. Foram produzi-das, e publicadas pelos evangélicos, defesasadequadas contra cada teoria crítica menci-onada acima. A Baixa Crítica, ou o estudo 

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dos textos e do conteúdo da Bíblia, recebeuum grande estímulo com a descoberta dosRolos do Mar Morto e dos papiros, e a auten-ticidade dos textos da Bíblia foi confirmadade uma forma maravilhosa.  A teologia sistemática não ignora a ciênciaou o método científico. Ela aceita os fatosprovados pela ciência, embora questione to-das as teorias que não estejam de acordo comas Escrituras. A teologia sistemática susten-ta que os métodos que utiliza ao reunir o con-teúdo de sua doutrina são aqueles que seadequam a ela, e que são apropriados paraseu campo, e assim são, neste sentido, ver-dadeiramente científicos. 6.  História das religiões e religião compara- tiva. Aqueles que usam estas fontes ensinamque a cristandade é resultado de uma longaevolução da religião, a partir de um estado

primitivo através do politeísmo e do mono-teísmo até à presente forma. Os críticos ale-gam que um estudo comparativo de religi-ões mostra que existe na cristandade umafalta de distinções e valores absolutos e ex-clusivos. Esta visão se desenvolveu da se-guinte maneira. O desenvolvimento históri-co da cristandade foi enfatizado por homenscomo Otto Pfeiderer, na Alemanha, e por al-guns que fazem parte da Escola Leiden deTeologia, na Holanda. Os compêndios de re-ligião comparativa elaborados por Cornelius

Petrus Tiele e P. D. Chantepie de la Saussa-ge, e a obra Godsdiensten Der Wereld  de G.van der Leeuw, adicionaram um rico mate-rial a respeito de todos os principais movi-mentos religiosos no mundo. Isto leva algunsa concluir que o cristianismo é o resultadode um longo processo de desenvolvimento dopuro paganismo à sna forma atual.  Alguns, como Ernst TVoeltsch, chegaram àconclusão de que a cristandade não possuiuma qualidade real distinta que possacolocá-la acima das outras religiões. Na te-ologia de Paul Tillich são encontradas mui-

tas passagens que ilustram a teoria histó-rico-religiosa da origem e natureza da cris-tandade. Em uma boa teologia sistemática, as referên-cias aos ensinos das religiões pagãs têm seuslugares quando usadas para ilustrar a lutado AT contra a idolatria, as diferenças entrea verdade revelada e as práticas pagãs que ohomem tem desenvolvido para substituir averdadeira adoração a Deus (Rm 1.23). 7,  Psicologia e a abordagem psicológica.Kant

disse que tudo que o homem podia conhecerera a aparência das coisas, ou o fenômeno.Tudo que a mente humana pode acessar estágravado nela, como uma carta no correio,através do formato exterior da mente (o es-paço), e do formato interior (o tempo). Umavez que o formato interior (tempo) está den-tro da mente, até o que é concebido comodentro da mente é suspeito, visto que ela estámarcada pelo tempo, Ainda assim, o homem 

não pode saber o nome, a coisa em si, querseja pelo raciocínio teórico (ou seja, o racio-cínio que é conhecido a partir da realidadeexterior), quer seja pelo puro raciocínio (ouseja, o eonhecimento concebido dentro damente). Kant prossegue, dizendo que Deus,que não é limitado pelo tempo e pelo espaço,certamente não pode ser conhecido. Ele caina categoria do “noumenon”. Como   entãopode o homem ter uma fé religiosa? Kantreplica dizendo que cada homem encontradentro de si um imperativo categórico, umDu solst, um Vós-deveis, que o leva à formu-lação da regra ou Imperativo Categório, “Ajacomo se o máximo de tua ação fosse se tor-nar, através da tua vontade, uma lei univer-sal ou natural”. Houve duas reações por par-te daqueles que aceitaram os argumentos deKant Alguns, como mencionado adma, de-

senvolveram soluções para o problema filo-sófico-epistemológico, o problema de conhe-cer a Deus se Ele está na categoria do“noumenon”. Kierkegaard e os neo-ortodoxosdefenderam esta abordagem. Outros se vol-taram, como Kant havia feito, ao própriohomem e tentaram resolver o problema atra-vés de uma psicologia da experiência religi-osa, O imperativo categórico de Kant é, naverdade, uma, reestruturação do vocabulá-rio da Regra Áurea (Mt 7.12), mas falta-lhea segunda, uma vez que ela só oferece con-

ceitos sem conteúdo, enquanto a lei de Cris-to é dada como consumação e sumário doconteúdo da segunda lista das leis de Deus(cf. Mt 5.21,27,43). Para preencher o vazio no conhecimento deDeus causado pela visão de Kant, Sehleier-macher levou adiante a teoria de que a cris-tandade e a religião são baseadas não somen-te em uma ordem Du solst, mas também emum sentimento inerente de dependência nohomem, que clama pelo evangelho. Esta é abase da consciência religiosa pela qual deve-mos começar. Ritsehl tomou o desafio de Kant

para estabelecer a religião sobre a experiên-cia subjetiva, mas escolheu outra origem. Oobjetivo do homem é o reino de Deus na ter-ra, mas isto deveria ser baseado nos julga-mentos dos valores, ou seja, os valores que ohomem obtém tomando suas próprias deci-sões a respeito de Deus. A visão de Schleier-macher naufragou pelo fato dele entender queo homem pode estabelecer uma religião pagãda mesma forma que a cristandade o faz emseu desejo de expressar os seus sentimentosde dependência de uma força superior; como

Ritsehl, que pensa que, se este julgamento devalores for verdadeiro, uma criança pode tam-bém ser salva por acreditar em Papai Noeltanto quanto em Jesus Cristo.  As tentativas para basear a teologia no quepode ser encontrado na psicologia da experi-ência religiosa falharam. Todavia, a psicolo-gia tem informações valiosas a oferecer naformulação de uma boa teologia. Os senti- 

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mentos do homem ao estranhar os seus se-melhantes e a Deus, a ansiedade persisten-te que o assombra até a morte, e seu senti-mento de culpa são todos testemunhas dopecado e da depvavação do coração humano.Eles revelam a categoria existencial para a

uai uma teologia sadia e biblicamente fun-amentada deve dar as respostas. 

 A Teologia Moderna  A teologia moderna deve ser distinguida dateologia evangélica e ortodoxa que se atém àinfalibilidade da Bíblia nos escritos originais. A teologia moderna é uma questão multidi-mensional. Talvez ela possa ser mais bem entendidaprimeiramente através da sinalização dealguns de seus denominadores comuns, eentão considerando suas variantes mais sig-

nificativas. Em todo caso, ela é marcada emmaior ou menor grau pela sua aceitação dasteorias radicais da Alta Critica dos dois últi-mos séculos. Os neo-ortodoxos não se preo-cupam com o seu desenvolvimento ou conse-quências da mesma forma que os liberais,porque eles ensinam que o homem recebe averdadeira Palavra de Deus quando a Bíbliafalível se torna a Palavra de Deus, de formasubjetiva, porém inefável, então chamada de“evento da revelação”. Eles geralmente sómostram as suas atitudes sob uma aceita-ção tácita das teorias críticas. Ambos são for-temente opostos ao sobrenaturalísmo e àcrença em milagres, e ensinam que as Escri-turas estão repletas de contradições, erros eparadoxos. Existem três correntes principais: os liberaisfora de moda, cujo exponente de maior pre-sença é Nels Ferré, os neo-ortodoxos, e umasíntese americana híbrida de liberalismo eneo-ortodoxia. A escola liberal é uma conti-nuação do antigo liberalismo alemão. Os neo-ortodoxos são os seguidores de Karl Barth,embora a maioria seja separada dele devido

a certos detalhes e particularidades. Tbdo neo-ortodoxo baseia sua teologia mais ou menosno existeneialismo de Kierkegaard (por exem-plo, Barth e Brunner em particular), e seudesenvolvimento em um existeneialismo re-cente, como o de Heidegger (por exemplo,Bnltmann e Tillieh). A escola americana dasíntese é centrada no Seminário Teológico daUnião, e teve por muitos anos como seus líde-res mais importantes Reínhold Niebuhr ePaul Tillieh. Este foi tão além do liberalismoou neo-ortodoxismo que se tornou o fundador

de uma nova escola de teologia, on seja, a te-ologia ontológica. Ele apresentou um sistemabaseado na síntese da visão que Hegel tinhade Deus, do mundo e do homem, e naevolvente pirâmide de Aristóteles da atuali-dade-potencialidade, iniciando com o ser po-tencial e seguindo através de dimensões dife-rentes - inorgânicas, orgânicas, psicológicas,espirituais - até o Novo Ser, e a atualização 

de todas as potencialidades essenciais, e en-tão retomando a Deus ou ao Poder de Ser paradesfrutar a “vida eterna”. Há um desafio e uma tarefa da teologia sis-temática de nossos dias: expor os fundamen-tos filosóficos das teologias modernas, mos-

trar os erros em suas filosofias e então apre-sentar as doutrinas bíblicas sobre o mesmoassunto, apontando o caminho no qual asdoutrinas reveladas das Escrituras respon-dem a erros filosóficos da teologia moderna,e, assim, escapar de suas consequências de-vastadoras. 

ConclusãoConclusãoConclusãoConclusão 

Pede-se uma apresentação da teologia queseja baseada em uma completa teologia bí-blica, e que tire proveito dos grandes credose confissões das igrejas ortodoxas e dos con-

seqüentes desenvolvimentos doutrinários.Para que seja efetiva nos tempos atuais, ateologia precisa considerar a filosofia queestá por trás de todas as variantes e visõesequivocadas. Assim, a filosofia se torna umafonte negativa da teologia. A tradição, damaneira que é usada na formulação eatóli-co-romana de seus dogmas, é classificada emuma categoria negativa, mas demanda aten-ção adequada a fim de que os erros de Bomasejam expostos. Os fatos provados da ciên-cia demandam um lugar, mas os que sãoapenas teorias devem ser examinados maiscuidadosa mente (por exemplo, a evolução). A história e os dados de religiões primitivase pagas devem ser considerados e explica-dos biblicamente. Finalmente, a psicologia apresenta o teólo-go com um dilema existencial do homem comseus sentimentos sobre aquilo qne lhe pare-ce “estranho”, seu “complexo de culpa , suaangst zum tode   (“medo da morte”), sua ine-rente “necessidade de religião”, e seu inato“imperativo categórico”. Os problemas psi-cológicos do homem propõem questões exis-

tenciais para as quais somente uma comple-ta teologia sistemática pode dar respostasteológicas completas. Veja   Existeneialismo; Teologia “Deus EstáMorto”; Liberalismo; Neo-Ortodoxia. 

Bibliografia.  L, Berkhof, Systematie Theo- logy,  Grand Rapids. Eerdmans, 1941. J. O.Buswell, Jr.,  A Systematic Theology of the Christian Religion,  Grand Rapids.Zondervan, 1962. Lewis Sperry Chafer. Sys-tematic Theology,  8  vols., Dallas. DallasSeminary Press, 1947-57, D. S. Clark,  A Syllabus of Systematic Theology,  Filadélfia.Presbyterian and Reformed, s.a. A. A. Hodge,Outlines of Theology,  Londres. Hodder eStoughton, 1878. Charles Hodge, Systema- tic Theology,  Nova York. Scribneris Sons,1872-1902. F. L. Patton,  A Summary o Christian Docírine,  Filadélfia. WestminsterPress, 1916. William G. T. Shedd, Dogmatio  

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TEOLOGIA TEOLOGIA "DEUS EST MORTO

Theology, Nova York. Seribners Sons, 1889.  A.

 

H. Strong, Systemaüc Theology,  rev.,Wes-twood, N. J.: Revell, 1963. 

TEOLOGIA “DEUS ESTÁ MORTO”TEOLOGIA “DEUS ESTÁ MORTO”TEOLOGIA “DEUS ESTÁ MORTO”TEOLOGIA “DEUS ESTÁ MORTO” Esteponto de vista foi apresentado nos anos 60

por uma nova escola de teologia chamadaMovimento de Teologia Radical. Ele surgiupelo despertamento das teologias de PaulTillieli e Rudolf B ultmann. O movimento eracomposto por teólogos que tinham pontos devista consideravelmente variados, mas es-tavam unidos pelo mesmo tema: “Deus estámorto1’. De maneira genérica, eles são conhe-cidos como   os teólogos “Deus está morto”.Eles apresentam grande variação quanto aosignificado desse slogan, e se mantêm uni-dos por outros fatores comuns, assim como

pelo seu princípio essncial. Diferentes Aspectos da TeologiaDiferentes Aspectos da TeologiaDiferentes Aspectos da TeologiaDiferentes Aspectos da Teologia

“Deus está Morto”“Deus está Morto”“Deus está Morto”“Deus está Morto” 

1.  Nunca houve um Deus  e agora a própriaidéia morreu. Esta era a opinião de um ateucomo Nietzsche, quando falava da “morte deDeus” e sua obra “Louco” clamava: “Nós nãoouvimos nada além do ruído dos coveiros queestão enterrando Deus? Náo sentimos ne-nhum cheiro além do da decomposição deDeus? Deuses também se decompõem. Deusestá morto” (The Madman). 

Esta visão atéia foi apresentada sob outraforma, posteriormente, por Feuerbach naobra Essence of Christianity   em 1841 ao fa-lar de religião, e da religião cristã em espe-cial, como uma mera projeção do espiritohumano. Albert Camus, em seu famoso livroThe Rebel,  definiu toda a história do ateís-mo como um movimento. 2.

 

Deus morreu de verdade. T. J. J, Altizer,professor associado de Bíblia e Religião naUniversidade Emory, em Atlanta, na Geór-gia, E. U, A., escreveu em Radical Theolog and the Death of God:   “Devemos perceberque a morte de Deus é um evento histórico,que Deus morreu no nosso cosmos, na nos-sa história, na nossa existenz   [existência]”(p. 11). Em um livro posterior, The Gospei of Chris- tian Atheism,  Altizer explicou com detalhessua teoria de como Deus morreu e morreuvárias vezes, para aparecer cada vez em umaoutra “epifania” ou aparição. A encarnaçãode Jesus Cristo e sua crucificação devem servistas como uma dialética da trindade hege-liana, segundo a qual o Deus da epifania do

 Antigo Testamento, um Deus imóvel, estáti-co (de acordo com sua tese), negou-se se tor-nar encarnado ou a fazer-se carne como Je-sus Cristo (como a antítese), e assim Jesusnegou-se se tomar espírito, ao passo queDeus Pai novamente negou-se a se tornarcarne. Deus Pai, agora carne, uniu-se a Je-sus, agora espírito, ua tese, para formar “agrande humanidade divina”, ou “a união fi- 

nal de Deus e do homem” (p. 107). Esta dialética da trindade é o processo damorte de Deus. E ainda a morte de Deusacontece muitas vezes como um processo con-tínuo para que “possamos dizer que Deusmorre, de certo modo, onde quer que Ele es-teja presente ou verdadeiro no mundo, por-que Deus se atualiza pela negação das suasexpressões originais ou assumidas" (p. 105). Altizer fala da sua posição que “é uma visãoatéia, mas com uma diferença" (Radical The- ology, p. x). 3.

 

O antigo conceito de Deus está morto, Oantigo conceito bíblico de um Deus pessoalestá fora de moda, e deve ser descartado, di-zem esses teólogos radicais. O homem mo-derno, com seu ponto de vista moderno, nãopode aceitar a visão de um Deus que esteja“logo ali”. Paul Tillich falou da necessidade,

talvez, de esquecer o nome de Deus por umageração (The Skaking ofthe Foundations, p.57) para que possamos estabelecer uma novavisão de Deus como “o Deus acima de Deus”{The Cowage to Be,  pp. 182, 186) que estápresente como o Poder de Ser em todas ascoisas, embora estando ausente. O bispoJohn  A. T. Robinson também fala algo domesmo estilo em sua obra Honest to God   (p.7). Deus não é uma pessoa ou um objeto, maso Poder de Ser em tudo o que existe. 4.

   A própria palavra “Deus" não tem um

sen-tido lógico.  O analista linguístico argumen-ta que a palavra “Deus" não corresponde anenhuma realidade que possa ser testada eprovada de uma maneira empírica, e, por-tanto, é inteiramente sem sentido. Paul vanBuren argumentou assim em seu livro The Secular Meaning of the Gospei. Podemos fa-lar de Jesus Cristo com sentido, porque Elefoi uma pessoa histórica e pelo menos exis-tem evidências empíricas da sua existência,mas não “desta entidade literalmente semsentido que se chama ‘Deus’" (p. 84). “Hoje

não podemos nem mesmo entender a frasede Nietzshe - ‘Deus está morto’ - porque seisso fosse verdade, como poderiamos saber?Não, o problema agora é que a palavra   ‘Deus’está morta” (p. 103). B.  Vários outros pontos de vista. Paraalguns,Deus é meramente um eclipse (cf. MartinBuber); para outros, o Deus que julgavamosser um solueionador de problemas é agora oDeus que lida com o homem não mais comouma criança, mas, sim, amadurecido (cf! a

idéia da “chegada do amadurecimento” dahumanidade, de Bonhoeffer). Novamente,para um homem como William Hamilton,Deus agora é silencioso, oculto, ausente, demodo que devemos falar da morte de Deus;mas esse período irá, sem dúvida, passar. 

Características UnificadorasCaracterísticas UnificadorasCaracterísticas UnificadorasCaracterísticas Unificadoras 

1.   Ativismo revolucionário. Os teólogos radi-cais vêem a ação revolucionária como neces-sária nos nossos dias. 

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TEOLOGIA “DEUS EST MORTO  

2.  Otimismo   uersws essimismo.  Omovimen-to é uma reação claramente americana aopessimismo e ao subjetivismo do existencia-lismo europeu. Sem dúvida, seu otimismo éparcialmente um resultado da prosperidadeeconômica que se vive tanto na Europa quan-to nos Estados Unidos hoje em dia. 3.   Ação social. A grande ênfase está na açãosocial em geral, em contraste com a renova-ção espiritual corporativa ou individual. Osaspectos social, econômico e político da vidaimpedem totalmente o moral e o espiritual. 4.  O refrão “Deus está morto”. Embora istopossa ser explicado de todas as diversasmaneiras mencionadas, ainda assim o refrãoindica, para muitos, que o Deus do AntigoTestamento deixou de existir. Deus pode serconhecido somente quando Ele se une à hu-

manidade universal, isto é, a Jesus como ahumanidade universal. 5.   A humanidade universal. De acordo comesses teólogos, Deus pôs de lado a humani-dade pecadora, mas Jesus Cristo se uniu aela, e pode ser tocado em cada mão humanae visto em cada rosto humano. 6.  O cristianismo secularizado. O homem setornou completamente secularizado.Bonhoeffer falou do “amadurecimento dohomem” ao longo do tempo, O homem é ago-ra auto-suficiente e não precisa de Deus.

Harvey Cox, na obra The Secular City,  des-taca a sociedade dos nossos dias como total-mente secularizada, e propõe um evangelhosecular para satisfazer as necessidades dohomem. Bonhoeffer falou de um “cristianis-mo sem religião* e de como se deveria falaraos homens em termos totalmente secula-res; Cox explicou isto para os nossos dias. Ocristão deve trabalhar juntamente com ohomem do mundo, em seus esforços políti-cos, econômicos e sociais. Ele não deve seaproximar dos seus companheiros para osajudar com princípios revelados ou regras,

mas deve vir, simplesmente, de homem parahomem, para desvendar, pouco a pouco, asrespostas que tiveram sucesso porque mos-traram que funcionam. 7.  Ética da situação. A  maioria dos teólogosradicais está claramente rebelada contra ospadrões éticos revelados e as leis morais apre-sentadas na Bíblia, Eles afirmam que todasas decisões éticas podem variar de acordo comas circunstâncias particulares nas quais umhomem se encontra quando ele aplica o prin-cípio do amor. Relações pré-conjugais, adul-

tério, mentira e roubo, tudo pode ser julgadocorreto sob determinadas circunstâncias (cf.Joseph Fletcher, Situation Ethics). 8.   A queda da Igreja. Segundo esta opinião,a Igreja deixou e continua deixando de al-cançar as massas, especialmente hoje. A suavisão de Deus está ultrapassada para ummundo científico moderno. A Igreja deve semesclar com o mundo e entrar em seus pro-blemas sociais, econômicos e políticos com 

um novo evangelho secular. O evangelho se-cular deve substituir o evangelho salvadorde almas. 

Contexto HistóricoContexto HistóricoContexto HistóricoContexto Histórico 

 A origem do movimento "Deus está morto”pode vir desde o humanismo antigo, por meiodo poeta William Blake até Nietzsche, e pormeio de Feuerbach até o presente. Ohumanismo cristão de Erasmo floresceu naconfiança do movimento de que o homem éperfeitamente capaz de passar sem Deus,porque ele pode encontrar a liberdade radi-cal e absoluta de todas as leis morais em umCristo que se tornou unido à humanidadepecadora. Nietzsche não suportava ter umDeus que pudesse ver o interior do seu cora-ção pecador, e, portanto, escreveu: “Ele ti-nha que morrer; Ele olhava com olhos que

viam tudo... a sua piedade não conhecia amoderação; Ele rastejava até os meus can-tos mais imundos... eu tinha que me vingarde uma testemunha assim... o Deus que viatudo e todos os homens tinha que morrer!”Com sua obra, Louco,  Nietzsche tentou ma-tar Deus de uma maneira literária. No fi-nal, foi o próprio Nietzsche que sucumbiumentalmente à pressão e morreu louco. Altizer se apóia fortemente em Nietzsche, emsua argumentação de que Deus morreu, eoutros do movimento também o citam.Depois que Karl Bar th não conseguiu encon-trar uma maneira de conseguir a revelaçãoproposicional de Deus com sua teoriakierkegaardiana da revelação (veja   Neo-or-todoxia), e Bultmann tentou esvaziar com-pletamente os ensinos das Escrituras comsua desmistíficação, os teólogos radicais sevoltaram para Nietzsche com sua afirmação“Deus esta morto” e deram à expressão osseus significados particulares. Bonhoefferlhes deu alguma inspiração com sua suges-tão de um “cristianismo sem religião” e umacompleta apresentação secular do evangelho,

mas como ele continuou a acreditar na exis-tência de Deus Pai e em um cristianismoconfessional até a ocasião de sua morte, avisão de que Deus está morto não lhe podeser atribuída. Os homens mais importantes no movimentoamericano são Thomas J. J. Altizer, WilliamHamilton, Paul van Buren e Harvey Cox, 

 Análise e AvaliaçãoOs teólogos da linha “Deus está morto”, comsua teologia radical e seu ativismo revolucio-nário, estão desafiando a verdadeira Igreja

evangélica a considerar a responsabilidade docristão em relação às necessidades secularesdo homem nas áreas da economia, da políti-ca, além das necessidades sociais do homem.Deus deu ao homem a tarefa de dominar egovernar o mundo (Gn 1.28) e esta tarefanunca foi revogada. Este é o inundo de Deus,e, portanto, é o mundo cristão, mesmo que 

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TEOLOGIA “DEUS EST MORTO TERAF1NS

Satanás tenha usurpado o lugar de Deus nocoração dos homens pecadores. Portanto, éobrigação do cristão fazer tudo o que possapara dominar o mundo economicamente, so-cialmente e politicamente. Este era o concei-to de Abraham Kuyper que foi trabalhado comdetalhes pela Free University. Kuyper foi umimportante colaborador na fundação desta en-tidade. A visão reformista é  a de que o cristãotem como seu dever a tarefa de aplicar às ne-cessidades do mundo os princípios reveladosda justiça, da democracia e da moralidadeencontrados na Bíblia. No entanto, esses teó-logos radicais pensam que podem mudar omundo e ao mesmo tempo negar os princípi-os divinamente revelados. O cristão evangélico descobre que a teologia“Deus está morto'’ é uma farsa pelas seguin-tes razões: 

1. 

O movimento é essencialmente uma rebe-lião contra a lei e os princípios morais dadospor Deus, O homem sempre desejou a liber-dade absoluta e radical, e esses homens es-tão dispostos a destruir Deus à sua própriamaneira, assim como Nietzsche tentou fãzerem sua época, para obter tal liberdade. 2.

 

Esses homens sustentam que nós vivemosem uma era científica e que o homem mo-derno precisa basear toda a sua vida no mé-todo científico. O homem descobre na ciên-cia as leis físicas através da experimenta-

ção. Se ele quebrar a lei física, então a lei odestruirá imediatamente. Existem também,no entanto, leis morais. Se ele as quebrar,elas por sua vez poderão destruí-lo; entre-tanto, elas não reagirão, necessariamente,imediatamente. Elas poderão puni-lo em suavelhice ou punir os seus netos. Isto faz comque o homem pense que tais leis não exis-tem, A diferença entre as leis físicas e as leismorais é que as primeiras podem ser desco-bertas pelo homem por meio do funcionalis-mo, ao passo que as últimas só podem serdescobertas por meio da revelação! A razão

pela qual o funcionalismo fracassa nesseponto, é que o homem, como pecador, nãopode pensar corretamente sobre assuntosmorais. A sua depravaçâo total o incapacitae até mesmo lhe causa preconceitos contra alei moral revelada. 3.

 

Todos os argumentos apresentados para amorte de Deus são baseados, finalmente, emuma recusa a se aceitar a Jesus Cristo damaneira como Ele mesmo se avaliou. Ele fa-lava de Deus como seu Pai, como sendo umapessoa, e como ouvindo e atendendo tanto às

suas orações como às daqueles que são os seusfilhos. Ele afirmava que era o Filho de Deus eindicava que Ele perdoava os pecados porqueera Deus. Portanto, qualquer tentativa deconsiderar Cristo somente parcialmente éuma negação de quem e do que Ele é. 4.

 

Os teólogos da linha “Deus está morto” nãosão cristãos de maneira nenhuma. São sim-plesmente humanistas. 

Bibliografia.  T. J. J, Altizer, The Gospel o Christian Atheism,  Filadélfia. Westminster,1966. Altizer e William Hamilton, Radica Theology and the Death of God, Nova York,Bobbs-Merrill, 1966. Harvey Cox, The Secu- lar City, Nova York. Macmillan, 8a ed., 1966.Joseph Fletcher, Situation Ethics, Filadélfia.Wetsminster, 1966. Kenneth Hamilton, Go is Dead,  Grand Rapids. Eerdmans, 1966. K.Hamilton, Revolt Against Heaven,  GrandRapids. Eerdmans, 1965. William Hamilton,The New Essence of Christianity, Nova York. Association Press, 1961. Gabriel Vahanian,The Death of God,  Nova York. GeorgeBraziller, 1957. Paul M. Van Buren, The Se- cular Meaning of the Gospel, Nova York. Ma-cmillan, 1963. 

R.A.K.

TEQUEL Veja  Mene, Mene, Tequel e Parsim.TERA 1  Um acampamento não identificadodos israelitas na área de Cades-Baméia du-rante os 38 anos de peregrinação (Nm 33.27ss.). 

TERA 1 1.

 

Pai de Abraão, Naor e Harã (Gn 11.26). A família de Tera se fixou em Harã na Meso-potâmia após imigrar de Ur. Mais tarde Abraão, com seu sobrinho Ló, seguiram mi-grando até Canaà. A partir dos textos emGênesis 11.31; 24; 31.53; Josué 24.2; Atos7,2,3 podemos entender que a experiênciareligiosa de Abraão foi a razão pela qual afamília se mudou da politeísta e idólatra Urpara Harã. Tera evidentemente se tomou umadorador de Jeová. O nome da antiga cidade de Til Turahi, loca-lizada nas cercanias de Harã, de acordo comas tábuas euneiformes mesopotâmieas, podeter sido dado em sua homenagem. 2.  Uma estação deserta (Nm 33.27,28; “Tàra”em algumas versões, é “Tera” em outras), 

TERAFINS O substantivo plural heb.Frapim   (uma palavra de derivação desconhe-cida) aparece sete vezes como “imagens”,uma vez como “ídolos”, outra como “idola-tria”, enquanto que em seis passagens ela ésimplesmente transliterada como “terafim”,na versão KJV em inglês. As imagens deterafms da antiga nação de Israel eram ído-los domiciliares (cf. Gn 31.19 com 31.30,32;Jz 18,17 com 18.24) cuja função primária noelemento apóstata da população de Israelparece ter sido a adivinhação (q.v.;   1 Sm15.23; 2 Rs 23.24; Ez 21.21; Zc 10.2). Obser-ve a conexão deles com o éfode em Juizes17.5; 18.14,17,18,20; Oséias 3.4. Eles prova-velmente tinham uma origem mesopotâmi-ca (Gn 31,19-21; Ez 21.21), e eram frequen-temente condenados pelos profetas (1 Sm15.23; 2 Rs 23.24; Zc 10.2). Veja Amuleto.Estudos acadêmicos recentes afirmam, com 

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TERAF1NS TERRA E PROPRIEDADE

base em certos textos de Nuzu (ANET, pp.219 se.), que Raquel roubou os terafms deLabão {Gn 31.17-50) para garantir o direitode posse de Jacó sobre as terras de Labão,quando Labão morresse. A lei de Nuzu, con-tudo, implica em que a legação, mais do que

a mera posse dos deuses do lar, determina-va os direitos de herança da família, E as-sim, talvez seja melhor assumir que Raquel,não totalmente separada de sua herançapoliteísta, levou as imagens com propósitosreligiosos e de adivinhação. Josefo (Ant.xviii.9.5) afirma que era costumeiro, até mes-mo em tempos bem mais posteriores, que oshabitantes da Mesopotâmia carregassem osseus deuses do lar consigo par onde quer queviajassem (cf. M. Greenberg em JBL, LXXXI[1962], 239-248). Harry A. Hoffher, Jr., mo-difica a opinião de que os terafms eram ob-

 jetos de adoração, mostrando, a partir de umtermo paralelo hitita, que estes eram instru-mentos considerados proféticos, e utilizadospara indagação em cultos (“Hittite Tarpi and Hebrew Teraphim ”, JNES, XXVII[1968], 61-68). E pouco provável que os terafms em 1 Sa-muel 19.11-17 fossem divindades domésti-cas, pois os arqueólogos não encontraramtais imagens com as dimensões de um ho-mem adulto (cf. W. F. Albright,  Arckaeolog and the Religion of Israel,  4a  ed., p.114; cf.

também Gênesis 31.34). Deste modo, temsido sugerido (Albright, op. cit,, p, 207, n. 63)que os terafms de Mical não passavam de“velhos trapos”. 

R. Y.

TERCIO O escriba de Paulo que redigiu acarta aos Romanos, e adicionou sua própriasaudação pessoal à igreja que estava emRoma (Rm 16.22). 

TEREBINTINA Resina extraída através daincisão feita no tronco da árvore do terebinto.

 A essência da terebintina é conhecida comoaguarrás. Veja  Plantas: Terebinto. 

TEREBINTO Veja  Plantas. 

TERES Um dos eunucos desleais do rei Assuero, incumbido de guardar a entradado palácio, que planejou o assassinato dorei. Mardoqueu expôs o plano, e os conspi-radores foram enforcados. Esse serviço me-ritório de Mardoqueu foi relevado por umtempo; entretanto, mais tarde se tornou acausa de sua singular exaltação (Et 2.21-

23; 6.2). TERRA Esta palavra tem vários significa-dos na Bíblia. 1.

 

O nome característico para o nosso plane-ta (Jó 1.7). 2.

 

 A matéria sólida do globo em contrastecom a água e o ar (Gn 1.10). 

3. 

O solo; o mesmo a que um fazendeiro sereferiría (2 Rs 5.17). 4.

 

Os habitantes do globo terrestre (Gn 11.1). 5.  O mundo que iaz no maligno; e assim “ascoisas... que são aa terra” são os pecados, e ooposto daquilo que é celestial e espiritual (Cl

3.2,5; cf. Fp 3.19).  As principais palavras heb. traduzidas comoterra são (a) ‘adama , que significa o solo ver-melho ou chão (cf. heb. ‘aaorn,  “vermelho”),do qual o corpo do homem foi feito, e do qualse originou o nome que foi dado ao primeirohomem, 'adam,  “homem” ou “Adão” (Gn 2.7;3.19); e (b) 'eres, que não é apenas traduzidocomo “terra”, mas como “território”, denotan-do assim um país (Gn 21.21). Uma vez queesta palavra significa a terra toda ou ape-nas parte dela, em algumas passagens cons-ta o termo “terra”, e em outras, “solo” (cf. Is 

10.23) 

. Veja  Agricultura. No Novo Testamento, a palavra grega co-mum é ge,  traduzida como “terra”, com seusvários significados, ou “terreno”, referindo-se especialmente à terra da Judeia (Mt27.45). Veja o texto em Lucas 23.44 como umrelatório paralelo. Nas versões em inglês, otermo “terra” ê usado na KJV e “terreno” na ASV. Uma outra palavra, oikoumene , deno-ta especialmente toda a terra habitada(Lucas 21,26) e, particularmente, o ImpérioRomano na época do Novo Testamento

(Lucas 2.1, “mundo”). Veja  Mundo; Criação, C. 

J.W. 

TERRA E PROPRIEDADE Os padrões deposse de terra, como refletidos na Bíblia,podem geralmente ser divididos em três pe-ríodos: a era patriarcal, a era da confedera-ção tribal, e a era posterior ao estabelecimen-to da monarquia em Israel. 

Era Patriarcal  A partir de dois exemplos nas narrativas pa-

triarcais, observamos que a terra era direta-mente comprada, e assim permanentementetomada do antigo dono. Abraão comprou ter-ra de um morador heteu local a fim de provi-denciar uma sepultura para Sara (Gn 23), eJacó comprou a porção de um campo dossiquemitas (Gn 33.19). O contrato fundamen-tal para tal venda era meramente verbal, fei-to diante de uma testemunha (Gn 23.17,18). Alguns paralelos têm sido traçados entre acompra de Abraão dos heteus e certos costu-mes de troca de terras observada no códigoheteu de leis (Manfred R. Lehman, “Abra-ham’s Purchase of Machpelah and HittiteLaw”, BASOR #129 [1953), pp. 15-17).  A opinião de que a alienação permanente deterra através da venda era uma característicacomum da vida cananéia na Palestina, apesarde apenas dois exemplos das narrativas patri-arcais, pode ser reforçada pela comparação comas fontes cananitas da vizinha Síria, Tábuasde Alalakh (ou Alalah) datando do século XVHI

1920 

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TERRA E PROPRIEDADE TERRA E PROPRIEDADE

a.C. documentam várias vendas ou comprasde terras por cidadãos, bem como por mem-bros da casa real (D. J. Wiseman, The Alalakh Tablets, Instituto Britânico de Arqueologia em Ancara, 1953, p. 103, et passim). Muitos docu-mentos de venda de Ugarit, embora originári-

os dos séculos XIV e XIII a.C., podem ser con-siderados para mostrar que a venda perma-nente de terra era comum.  A posse de propriedade por herança é melhorentendida pela comparação com os costumesmesopotâmios pertinentes. Apenas aquelesque possuíam a condição legal de filhos eramlegítimos para receber a propriedade da ter-ra. Esposas e filhas obtinham algum grau desegurança econômica, como refletido no Có-digo de Humurabi (par. 138-150, ANET, p.172), mas apenas os filhos homens eram con-siderados como herdeiros das propriedades.

 A condição legal de filiação era extremamen-te importante nesta questão. Os parágrafos170-171 do Código de Hamurabi regulam adistribuição da propriedade do pai falecidoentre os seus filhos sobreviventes. Cada filhode sua esposa deveria receber uma parte. Seo pai também tivesse gerado filhos homensde uma mulher escrava ou concubina, e se al-guma vez os tivesse legitimado através deuma declaração formal ae sua filiação, entãoos filhos da mulher escrava e os filhos da es-posa compartilhavam igualmente a herança,

exceto que o primogênito da esposa recebiauma parte preferencial. Se os filhos da mu-lher escrava jamais tivessem sido legitima-dos, eles não tinham a permissão de compar-tilhar a propriedade paterna. O aspecto legal é enfatizado na Bíblia com res-peito à sucessão de Abraão. Abraão teve umfilho de uma mulher escrava, Agar, a quemele nunca legitimou formalmente, embora pa-reça ter expressado uma disposição para fazê-lo (Gn 17.18). Aos filhos de Abraão comQuetura, da mesma forma, foi negada a filiaçãoe foram igualmente enviados para longe compresentes de propriedades móveis, enquantoque a terra foi deixada apenas para Isaque (Gn25.1-6). É enfatizado em Gênesis 22.12 queIsaque era o único reivindicador da herança, efoi chamado de filho único de Abraão (yahiã). A herança de propriedade era, às vezes, con-cedida por meio aa adoção. Documentos me-sopotâmicos mostram que este método detransmitir a propriedade era utilizado poraqueles que não tinham filhos próprios paracuidar deles na velhice; assim, procuravamgarantir por este meio um apoio para a épo-

ca de sua idade avançada. O adotado eraobrigado a atender às necessidades daqueleqne o adotava durante o período de sua vida(Ephraim A. Speiser, “New Kirkuk Docu-ments Relating to Family Law”, AASOR, X[19301, 36ss.).  Alguns poucos textos bíblicos ilustram estemeio de transmitir a propriedade. Abraãoparece sugerir que seu escravo herdaria sua 

propriedade através da adoção, a menos queum filho natural lhe nascesse (Gn 15.2-4).Jacó adotou dois netos, os dois primeiros fi-lhos de José, como seus próprios filhos (Gn48.5,6). Jacó reivindicou Efraim e Manassésde forma exclusiva; qualquer outro filho de

José deveria suceder Efraim e Manassés naherança. Esta situação explica por que osdois filhos de José são contados entre os fi-lhos de Jacó como cabeças das tribos. Um tratamento preferencial do filho primo-gênito na herança era normalmente vigen-te. Embora uma declaração clara de que umaporção dobrada pertencia ao primogênito nãotenha sido expressada até Deuteronômio21.15-17, as variações deste padrão notadasnas narrativas patriarcais mostram que ocostume era geralmente observado. A vendaqueEsaúfez de sua primogenitura para Jacó

(Gn25.29-34), e a subseqüente obtenção, porJacó, da bênção de Isaque através do enga-no (Gn 27), significou que Jacó havia se tor-nado o “primogênito” no que dizia respeito àherança e privilégios. Jacó, por sua vez, se-parou Rúben, seu primogênito, e lhe negoua preeminência (Gn 49.3,4). Ele colocou Joséneste lugar (1 Cr 5.1,2) e assim lhe deu umaherança especial de terra em preferência aseus irmãos (Gn 48.22). Os filhos de José,da mesma forma, tiveram a experiência domais novo substituir o mais velho, passando

a ter uma posição preferencial (Gn 48.13-20).O texto deixa claro que isto era contrário ánorma; José protestou diante da atitude deJacó, pois o mais velho deveria ter a posiçãomais proeminente. O tratamento preferencial de José pode seratribuído ao fato de que ele era o primeirofilho da esposa favorita de Jacó. Tal práticaé comparada com um documento redigido emuma placa de barro de Alalakh, na Síria, queregistra um contrato de casamento. A tábuadeclara que uma mulher chamada Naiduestá noiva de um certo nobre da eidade. CasoNaidu não gere um filho, uma segunda es-posa é especificada para o nobre. Se a se-gunda esposa gerar um filho e, depois disso,Naidu também gerar um filho, o filho deNaidu será superior. Assim, a posição da es-posa traria a preferência a seu filho, em de-trimento dos filhos do marido com outra es-posa, mesmo que tivessem nascido primeiro(Wiseman,  Alalakh Tablets,  No. 92, pp.54ss.). Evidências abundantes da Mesopotâ-mia e da Síria mostram que o tratamentopreferencial ao primogênito era usual, mas

que ocorriam exceções.  A Lei de Moisés A Lei de Moisés A Lei de Moisés A Lei de Moisés 

O sistema de posse de terra estabelecido porMoisés, e que persistiu ao longo do períododos juizes, tinha as suas próprias caracterís-ticas distintivas; no entanto, lembrava os cos-tumes da Mesopotâmia mais do que os deoutras regiões do Oriente Próximo. A terra 

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  TERRA E PROPRIEDADE

apropriada por Israel através de conquista eradistribuída proporcionalmente de acordo comdois princípios: deveria ser por sorte (conces-sões de terra foram feitas lançando sortes emNnzu), evidentemente para manter a impar-cialidade; e deveria ser de acordo com a forçanumérica da unidade da tribo on família (Nm26.53-56; Js 18.2-19.48). Dentro das unida-des da tribo e clã, distribuições individuais,ou “porções”, eram dadas para cada homemde idade e capacidade militar. Os regulamentos de herança foram criadospara evitar que a terra passasse para fora docontrole da tribo para a qual havia sido des-tinada. Na maioria dos casos, nenhum pro-blema surgiría, uma vez que normalmenteapenas os filhos participavam na divisão dapropriedade de terra. Porém, as filhas podi-am herdar terras no caso de não haver filhos

homens (Nm 27.1-11). No entanto, a fim deter este direito, tais filhas deveríam casar-sedentro de sua própria tribo (Nm 36.3-11). O costume do casamento levirato (Dt 25,5- 10)  também parece ser nsado para manter aterra entre os descendentes da tribo. Umaviúva evidentemente não herdava a propri-edade de seu falecido marido, mas seus fi-lhos eram contados como herdeiros. Se elanão tivesse filhos nem filhas, os irmãos deseu falecido marido herdariam a proprieda-de (Nm 27.9). No entanto, um costume obri-gava que um irmão do falecido marido a to-masse como sua esposa e que gerasse um fi-lho através dela; este filho herdaria a pro-priedade em nome de sen falecido marido (cf.Dt 25.7 com Rt 4.5,10). O direito de remissão também consideravaa posse da terra dentro da estrutura da pro-priedade tribal. Se nm homem empobrecidofosse forçado pelas circunstâncias a venderuma terra de lavoura, ele ou um parente ti-nham o direito de remi-la (Lv 25.24-34). Naverdade, somente o uso da terra era vendidoou arrendado pelo número de anos até o ju-

bileu, quando ela voltava a pertencer àque-le que a vendeu ou aos seus herdeiros (Lv25.10,13-16). Ao remir a terra, o remidorrestituía o que equivalia ao aluguel rateadode acordo com o número de anos restantesaté o próximo jubileu, O principal propósitodo costume era manter a terra dentro ao con-trole da tribo e da família. O Senhor dirigiuJeremias a seguir esta lei com relação aocampo de seu primo em Anatote. O profetacomprou a terra e tinha uma cópia selada eoutra aberta da escritura da compra assina-

da na presença de testemunhas (Jr 32.6-15).Paralelos mesopotâmicos ao costume sãobem estabelecidos (por exemplo, “The Lawsof Eshnunna”, No. 39, ANET, p. 163). As ca-sas em cidades muradas não-levíticas nãoeram consideradas como estando intima-mente ligadas à terra. Se um homem ven-desse tal casa e não a remisse dentro de umano inteiro, ela se tomaria perpetuamente 

do comprador (Lv 25.29-34).  A posse de toda a terra israelita pelo Senhorcomo o dono principal era a característicamais significativa aa posse da terra sob aadministração mosaica. Embora Deus tenha“dado” a terra aos israelitas (Js 1.2; 23.15;et   ai.), reteve o título definitivo e supremopara si (Lv 25.23). A posse contínua pelastribos estava condicionada ao fiel cumpri-mento das obrigações da aliança (Lv 26.27-35; Dt 4.25,26; 11.13-17,22-25; 30.16-18).Uma vez que Deus era o proprietário supre-mo, um israelita não deveria alienar sua ter-ra. Ele poderia vender o produto da terra, epodería vender o nso da terra por um núme-ro limitado de anos, mas não poderia vendera terra defmitivamente (Lv 25.23). Parale-los a este conceito de inalienabilidade da ter-ra são conhecidos da comunidade mesopotâ-

mica de Nuzu, onde vários documentos re-gistram adoções como uma espécie de artifí-cio legal para driblar a regra contrária àvenda (Speiser, AASOR, X, 14-17).  A relação do israelita com sua terra era a deum possuidor de feudo em relação ao seu rei. 0  Senhor era seu rei e o dono supremo desua terra. O israelita poderia usar a terra etirar dela seu sustento, poderia passá-la adi-ante para os seus herdeiros homens, mas nãopoderia se desfazer dela. Uma condição parapossuir terras era a disposição para o servi-ço militar de conquistar a terra, e a partirdaí defendê-la (Nm 32.5,6,16-33; Dt 3.18-20;Js 1.12-15). As listas dos censos de Números 1 

e 26 mostram qne somente os homens deidade e capacidade militar eram contados, eera entre estes que a terra era posteriormen-te repartida (Nm 26.52-56).  Algumas similaridades com estes conceitossão vistas na Mesopotâmia. Em Larsa, o ter-ritório pertencente à Coroa, e repartido en-tre os soldados, não poderia ser vendido, masera herdado por herdeiros homens, e vincu-lado ao desempenho militar ou a outros ser-

viços (F. Thureau-Dangin, “La correspondan-ce de Hammurapi avec Sarnas-Hasir", RA,XXI [1924], 3-4; cf. Código de Hamurabi, par.27-41, ANET, pp. 167ss.). Em Mari, cartasadministrativas discutem o censo das tropase a destinação da terra a estas pelo rei oupor seu vice-rei (Archives royules de Mari, I,Nos. 91, 7, 6; III, 21; IV, 4; et al.). 

 A   lei do jubileu de Israel também estava re-lacionada à posse suprema da terra peloSenhor, e a vassalagem do proprietário daterra em relação a ele (Lv 25.8-55). Um pro-

prietário de terras tinha permissão para ven-der o nso de sua terra até o próximo jubileu,um evento que deveria fazer voltar a situa-ção anterior em intervalos de 50 anos. O acor-do poderia ser visto como uma espécie deempréstimo ou cessão sem juros, visto que ocomprador (credor) tinha o uso e a custódiada propriedade, e a produção da proprieda-de substituía os pagamentos de juros e tam- 

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TERRA E PROPRIEDADE TERRA PROMETIDA

bém constituía uma amortização gradual doprincipal. Na época do jubileu, o credor eraevidentemente restituído, uma vez que aquantia paga pelo campo era sempre ajus-tada na época da venda de acordo com o nú-mero de anos restantes até o jubileu. O mes-

mo é sugerido pela maneira como o preço daremissão era calculado. Costumes compará-veis ao do jubileu na Mesopotâmia do segun-do milênio a.C. são conhecidos de Nuzu,Hana e Babilônia (Julius Lewy, Eretz Isra- el,  V, 21-31; J. J.J. J.J. J.J. J. Finkelstein, Journal o Cuneiform Studies,  XV, 91-104; Speiser, AASOR, X, 9, 12). De uma maneira geral, pode-se dizer que aposse de terra no Pentateuco reflete o ambi-ente amorreu não-urbanizado como refleti-do nas tábuas de Mari, Nuzu, Hana etc., dosegundo milênio a.C. - mas não da Babilô-

nia, que era uma grande cidade. As leis depropriedade mosaicas não refletem o passa-do aa monarquia ou do período pós-exílico. 

O Período dos Reis IsraelitasO Período dos Reis IsraelitasO Período dos Reis IsraelitasO Período dos Reis Israelitas 

O estabelecimento da monarquia trouxe im-portantes mudanças na vida sócio-econômi-ca de Israel, e um rompimento dos padrõesmosaicos da posse de terra. Samuel previuque o rei acabaria usurpando as prerrogati-vas de Deus ao tratar a terra como sendosua, dispondo dela conforme sua vontade, econcedendo-a como feudos aos seus vassalos(1 Sm 8.4-17). Bastava olhar para os esta-dos cananeus vizinhos para entender ascondições que se desenvolveríam (I. Mendel-sohn, “Samuefs Denunciation of Kingship inthe Light of the Akkadian Documents fromUgarit”, BASOR #143 [1956], pp. 17-22).Saul antecipou esta possibilidade, caso o 

g overno passasse para Davi (1 Sm 22.7,8).>avi, evidentemente, assumiu o controle das 

propriedades de Saul ao sucedê-lo (2 Sm12.8), e sentiu-se livre para dispor dela como

bem lhe aprouve. Ele restaurou a proprie-dade a Mefibosete, descendente de Saul,como um ato de graça, não de direito (2 Sm9.7-10), e posteriormente deu a mesma pro-priedade a Ziba, servo de Mefibosete (16.1-4). Ainda mais tarde, ele dividiu a proprie-dade entre os dois (19.24-30). Suas açõesdeixaram claro que a terra concedida destemodo dependia da lealdade que tivessempara com ele. Davi parece ter acumulado umgrande número de bens (1 Cr 27.25-31) atra-vés de confisco, conquista, compra ou de al-

gum outro modo. De acordo com os documentos de Alalakh,houve compra e venda de um grande núme-ro de aldeias pela Coroa. Salomão deu ao reiHirão de Tiro 20 “cidades” na terra da Galí-léia em troca de 120 talentos de ouro (1 Rs9.10-14). Quando Salomão se casou com umaprincesa egípcia, o Faraó lhe deu a cidadede Gezercomo um dote (1 Rs 9.16), que equi-valia ao dote de sete cidades que Agamenon, 

rei de Micenas, ofereceu a sua filha (Ilíada,9.149-152). O papel do rei de Israel como um senhor feu-dal concedendo terras aos seus subordina-dos fiéis pode ser inferido pelo desenvolvi-mento de forças equipadas com carros de

guerra em Israel, como uma imitação e com-petição com os povos vizinhos. Salomão ti-nha 1.400 carros (1 Rs 10.26), e é relatadoque Acabe enviou 2.000 carros para a bata-lha contra Salmaneser III em Qarqar(ANET, p. 279), Os nobres que manejavam emantinham os carros eram, sem dúvida,apoiados como eram nos estados cananeus,com concessões e privilégios especiais. O desenvolvimento de uma aristocracia daterra e a redução da classe de lavradores sãodocumentados pela ressoante denúncia dosprofetas. Isaías proclamou a desgraça para

aqueles que juntassem terra com terra e cam-po com campo (Is 5.8); para aqueles que con-sumissem as vinhas e roubassem os pobres,que esmagassem o povo, moendo a face dospobres (3.14,15). Miquéias denunciou aque-les que exploravam os pobres e se apropria-vam da porção da herança de um homem sim-plesmente por terem o poder econômico parafazê-lo (Mq 2.1,2), Elias condenou a ação de Acabe e Jezabel (1  Rs 21.17-24) quando cons-piraram para matar Nabote e confiscar suavinha, a qual ele havia se recusado a vender,

tentando aderir à antiga tradição dainalienabilidade de sua herança (21.1-15).  A legislação mosaica, de forma ideal, teriaestabelecido uma sociedade de livresagropecuaristas, possuidores de terra, quenão estariam sujeitos a ninguém, além doSenhor que lhes teria concedido a terra. A monarquia viu o abandono deste ideal e aassimilação dos costumes cananeus da pos-se da terra, que permitiam a alienação per-manente da propriedade e o crescimento deuma aristocracia da terra. O texto em Neemias 5 mostra que houve umbreve esforço na era pós-exílica para rever-ter a tendência e voltar às antigas tradições,mas o esforço foi evidentemente eficaz ape-nas por pouco tempo. A agricultura de ar-rendamento era desconhecida de Israel nostempos do AT. Mateus (21.33-41) faz a pri-meira referência ao aluguel de terras naparábola proferida pelo Senhor Jesus sobrea vinha e seus arrendatários maus. Veja   Agricultura; Festividades; Jubileu;Herança. 

Bibliografia,  “Property, Land, and ItsConveyance”, CornPBE, pp. 607-610. Rolandde Vaux,  Ancient Israel,  trad. por JohnMcHugh, Nova York. McGraw-Hill, 1961, pp.68-74, 164-177. 

S. H. B.

TERRA PROMETIDATERRA PROMETIDATERRA PROMETIDATERRA PROMETIDA Veja   Canaã; Josué,Livro de. 

1923

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TERRA SECA T RTULO

 Vista dos limites dos campos dos Pastores,Belém. HPV 

TERRA SECA Palavra hebraica, usada emIsaías 35.7, parecida com a palavra árabeque significa miragem. Ela retrata uma ter-ra tão queimada pelo calor do sol que se pro-duz o efeito ondulante de uma miragem.Isaías usou um admirável contraste, retira-do do fenômeno do deserto, para apresentarsua confiança no dia em que os ideais da jus-tiça e da paz, que são agora apenas esperan-ças vislumbradas, iriam chegar em uma eradourada e se tornariam realidades plena-mente satisfatórias. 

TERRAÇO O termo heb. m e 3 illa   apareceno plural em 2 Crônicas 9.11 e é traduzidoem algumas versões como “terraços”, e emoutras como “degraus”, o que está de acor-do com a leitura tradicional. A palavra énormal mente traduzida como “estrada” em20  de suas 28 ocorrências, mas a nuançaprecisa de seu uso em 2 Crônicas 9.11 é ilu-sória. O termo heb. da passagem paralelaem 1 Reis 10.12 é mís‘ad,  “escorar” ou “apoi-ar”, e é traduzido como “pilares” na versãoKJV em inglês, e como balaústres e corri-mãos em outras versões. Mas aqui ela apa-rece no singular. Duas coisas são eviden-tes: o objeto era feito de uma madeira cara,de ébano odorífero, e representava as idéi-as de apoio e elevação. Assim sendo, pareceque a melhor tradução deste termo é“balaústre” (Moffatt) ou “gradil” (Rudolph),pois estas palavras incluem as duas idéias(Anchor Bible, XIII, 53). 

TERREMOTO Uma vibração da terra cau-sada às vezes por uma racnadura em algu-

ma rocha em seu interior, ou por algum des-locamento sob a superfície. Existem dois ti-pos mais importantes, o vulcânico e o tectô-nico. A Bíblia menciona alguns. Por exem-plo: (I) quando a lei foi dada pelo Senhor nomonte Sinai (Êx 19.18; Hb 12,26); (2) quan-do a terra “tragou" Corá, Data, e Abirão (Nm16.31,32); (3) quando Jônatas atacou a guar-nição dos filisteus em Gibeá (1 Sm 14.15); 

(4) quando Elias estava no monte Horebe (1Rs 19.11); 15) quando Uzias era o rei de Judá(Am 1.1; Zc 14.5); (6) quando Jesus morreu(Mt 27,51) e ressuscitou dos mortos (Mt 28.2);(7) quando Paulo e. Silas foram presos emFilipos (At 16.26). As vezes, os terremotos

estão associados ao juízo divino (Ap 6.12; 8.5; 11.  13,19). Eles precederão a segundavindado Senhor (Mt 24,7). O maior terremoto detodos os tempos ainda está por vir (Ap 16.18). 

TERROR Vários termos hebraicos e seussinônimos gregos, como  pkobos,  sâo usadospara expressar o conceito de terror, medo,receio, consternação, ou susto. Os termosmais importantes do AT são híttit,  “terror”,que ocorre somente em Ezequie! e geral-mente se refere ao terror causado pelas

grandes nações e reis pagãos (Ez 26.17; 32.27) 

. O termo heb. ’ema  frequentementesignifica o terror ou o espanto que são ins-pirados pelos inimigos humanos (Js 2.9; Is33.18), ou por Deus: “...e não me espante oteu terror” (Jó 13.21; cf. Êx 15.16; 23.27; SI 88.15)  , ou se refere, de forma figurada, aídolos (lit., “terrores”, ou seja, coisas ater-radoras, Jeremias 50.38). O termo ballaha expressa figurati vam ente a idéia da morte,“sentem os pavores da sombra da morte:“(Jó 24.17; cí! 18.14), ou da destruição, comoquando a ruína de Tiro foi profetizada: “Fa-rei de ti um grande espanto" (isto é, umadesolação, Ez 26.21). O temor, no sentidode reverência ou respeito santo para comDeus, é expresso pelo termo  yir’a   (por exem-plo, Gênesis 20.11; Sí 2.11;5.7; Pv 1.7). No NT, o termo grego phobos  é traduzido trêsvezes como “terror: (1) em Romanos 13.3,“Porque os magistrados não são terror paraas boas obras”; (2) em 2 Cortntios 5.11, fa-lando do temor que o cristão tem em relaçãoao Senhor devido ao juízo vindouro; e (3) em1  Pedro 3.14, exortando os crentes a não te-

rem medo do terror ou da intimidação deseus perseguidores. Veja  Medo, H. E. Fr.

TÉRTULO Um orador (advogado constituí-do) contratado pelos membros do Sinédriopara acusar Paulo perante Félix (procura-dor da Judéia). Veja   Orador. O nome, queocorre no NT apenas em Atos 24.1,2, era co-mum, uma forma diminutiva grega do latimTertius.  Não se sabe se ele era judeu, gregoou romano. Os versículos 2 e 5, que contêmexpressões traduzidas em algumas versõescomo “nessa nação” e “os judeus", respecti-vamente, podem indicar que ele não era ju-deu; porém os versículos 3,4 e 6  (“nós”, emalgumas versões) são interpretados como seele fosse judeu (apesar de que este pronomenestes textos possa simplesmente indicaruma identificação profissional de Tértulocom os seus clientes). O final do versículo 6,“conforme a nossa lei, o quisemos  julgar”, é 

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TESSAL N1CA

possivelmente o mais forte dos argumentosdaqueles que defendem a opinião de que eleera judeu. Algumas versões em inglês, comoa ASV, a RSV e a NASB, trazem notas a esterespeito junto com o versículo 7 e parte do 8.Estas versões baseiam os seus comentáriosem manuscritos posteriores. 

TESOUREIRO Veja  Ocupações: Tesoureiro. 

TESOURO O termo “tesouro” é a traduçãode várias palavras hebraicas e gregas, dasquais osar  e thesauros  são as principais. Elese refere a um acúmulo valioso de dinheiroou outras formas de riqueza como pedras 

Preciosas, roupas ricas, ou metais preciosos.oderia ser o tesouro dos reis (Is 39.2), do 

Templo (1 Rs 14.25,26), ou de um homem rico

(Lc 12.21), A palavra pode ser usada de for-ma figurada, onde Israel é o tesouro de Deus(Êx 19.5; SI 135.4), ou ainda como uma refe-rência ao tesouro celestial, que é a salvação,a virtude de uma pessoa (Mt 6.19-21; Lc12.33), o evangelho (2 Co 4.7), ou a qualida-de do coração de alguém (Lc 6.45). Os termos gregos e   hebraicos mencionadosacima também podem significar o lugar ondeo tesouro é guardado. Os “tesouros” que osmagos abriram na presença do menino Je-sus e de Maria eram provavelmente alguns 

orta-jóias (Mt 2.11). Tanto o Templo de

alomão como o palácio real tinham locais especiais onde eram guardados os tesouros,os vasos sagrados, e todas as coisas que eramconsideradas valiosas (1 Cr 28.11-13; 2 Cr32.27,28). O tesouro do Templo de Herodes,onde o povo trazia suas ofertas em dinheiro,ficava no Pátio das Mulheres (Mc 12.41-44;Jo 8.20). Pitom e Uamessés eram “cidadesde tesouros”, ou cidades onde estgva arma-zenada a provisão para o Faraó (Ex 1.11).Veja  Depósitos; Ocupações: Tesoureiro. 

N. B. B.

TESOURO, CIDADE DE Veja   Cidade doTesouro; Cidade Armazém. 

TESSALÔNICA Cassandro deu este nome 

Um púlpito de pedra de uma igreja doséculo V em Tessalônica, Museu de

Istambul 

O templo de Saturno no Fórum romano era umdos antigos tesouros públicos romanos. HKV 

à cidade em homenagem a sua esposa, que

era meia irmã de Alexandre o Grande, quan-do agrupou as vilas da área em 315 a.C. Masexistia nas redondezas uma colonização bemmais antiga, chamada Terma (devido às fon-tes quentes adjacentes). As duas parecem tercontinuado a existir lado a lado (Plínio refe-re-se a elas como se coexistissem, Natura History,  iv. 17). Mas Tessalônica finalmenteabsorveu o centro mais antigo, Ela está localizada em uma posição estraté-gica na ponta do Golfo Termaico, aproxima-damente na metade do caminho entre o

Helesponto e o mar Adriático, e junto às ro-tas de negócios. Seu porto é excelente e, por-tanto, tem sido, durante séculos, o porto na-tural para os negócios da Macedônia. Noperíodo romano, ele sempre foi importante.Os romanos transforma ram-na primeira-mente na capital de uma das quatro partesda Macedônia e, quando as reorganizaramem uma única província, Tessalônica passoua ser sua capital. Pompeu fez dela sua basedurante a primeira guerra civil, mas, na se-gunda, ela apoiou Otaviano, e sua vitória aelevou à condição de cidade livre. Lucas conta em Atos 17.6 que seus gover-nantes (em número de cinco ou seis) foramchamados de  politarchoi   (“magistrados dacidade” ou “autoridades”), um termo quetambém é encontrado em várias inscrições. A cidade era basicamente grega, embora ti-vesse um elemento romano no século I, e umnúmero suficiente de judeus para ter umasinagoga, Uma igreja estabelecida em talcentro podería influenciar toda uma provín-cia. Paulo ministrou ali em sua segunda vi-agem missionária, e alcançou um sucesso

considerável. Uma “grande multidão” de pro-sélitos do judaísmo se tornou cristã durantea estada dos apóstolos neste local (At 17.4).Mais tarde, Paulo escreveu duas epístolasàquela igreja. Quase não há, em Tessalônica, ruínas visí-veis que datam do século I. Não é possívelfazer escavações, pois a cidade moderna co-bre a cidade antiga. Estima-se que a popu- 

1925 

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TESSAL NICA TESSALON1CENSES, PRIMEIRA EP STOLA AOS

 Avia Egnátia, principal estradada antiga Grécia,atravessa a moderna Tessalimka sobre o mesmo

leito da estrada dos tempos antigos. HFV 

lação atual, de aprox. 400.000 pessoas, sejao dobro da população que havia ali no tem-po do NT. 

L. M.

TESSALONICENSES, PRIMEIRA EPÍSTESSALONICENSES, PRIMEIRA EPÍSTESSALONICENSES, PRIMEIRA EPÍSTESSALONICENSES, PRIMEIRA EPÍS----TOLA AOSTOLA AOSTOLA AOSTOLA AOS 

DataDataDataData 

Esta epístola foi escrita em 50 d.C. ou apro-ximadamente nesta data. Com a possívelexceção de Gálatas, 1 Tessalonicenses foi acarta mais antiga de Paulo.

  Autenticidade Autenticidade Autenticidade Autenticidade

 

Sua autenticidade não é seriamente dispu-tada. É possível que tenha sido escrita porPaulo (em conjunto com Silvano e Timóteo,porém todos concordam com o fato de queeles poderíam ter tido uma pequena parti-cipação na composição da carta). O livroestá incluído no cânon das Sagradas Escri-turas cristãs aceitas por Marcion (aprox.140 d.C.), e no Fragmento Mnratoriano.Irineu, no final do século II, o   mencionou

pelo nome, e depois disto foi universal men-te aceito. Parece não haver razões para suacomposição a não ser que seja uma genuínacarta do apóstolo. 

Ocasião da EscritaOcasião da EscritaOcasião da EscritaOcasião da Escrita 

O relatório trazido por Timóteo e Silvano (At18.5; 1 Ts 3.6) ocasionou a escrita desta epís-tola. Atos 16 e 17 revelam que Paulo tinhasido forçado a deixar Filipos, Tessalônica(q.o.)   e Beréia devido à oposição dos judeusfanáticos, depois de um trabalho inicial pro-missor em cada uma destas cidades. 

Mais tarde, em Atenas, ele não teve muitosucesso. Existe um pensamento pouco aceitode que o apóstolo tenha ido a Corinto devidoà sua “fraqueza, temor, e grande tremor” (1Co 2.3). Aqui ele estava claramente em dúvi-da quanto à sua missão. Mas, logo depois,Paulo recebeu notícias de Silas e Timóteo di-zendo que seus convertidos de Tessalônica 

continuavam firmes. Esta epístola foi escritaem meio a um grande sentimento de alívio. A carta foi destinada a suprir as necessida-des dos convertidos de Paulo, conforme re-velado por seus mensageiros. Fica claro quePaulo estava sendo difamado por seus opo-

nentes, que procuravam minar seu trabalhotentando fazer com que os seus motivos ca-íssem em descrédito. Por esta razão, ele uti-lizou este espaço para lembrar os seus leito-res da maneira como os pregadores se com-portaram quando estabeleceram a igreja emTessalônica. Eles haviam trabalhado e se re-cusado a aceitar que os tessalonicenses lhesfornecessem seu sustento. Era importanteque não se permitisse algo que viesse a pre- judicar o proveito de sua pregação inicial.Panio também encorajou os tessalonicensesa encarar a oposição que estavam encontran-

do. Ele continuou a enfatizar a importânciade uma vida cristã, pois era importante quenão aceitassem o baixo padrão dos pagãos.O apóstolo então passou às questões relacio-nadas à segunda vinda do Senhor Jesus.Parece que alguns deixaram de trabalharpara conseguir seu sustento, à espera de umbreve retomo de Cristo. Paulo solicitou que trabalhassem. Outrosaparentemente pensaram que todos os cris-tãos permaneceríam vivos até a segunda vin-da do Senhor. Quando alguns morreram,

aqueles que permaneceram vivos chegarama pensar que estes perderíam sua parte nosacontecimentos do grande dia. Paulo lhesassegurou que aqueles que morreram emCristo ressuscitariam primeiro. O apóstoloos exortou à vigilância, e então passou àsexortações de caráter geral sobre diversosaspectos da vida cristã. 

EsboçoEsboçoEsboçoEsboço 

I.   A Igreja Missionária Exemplar, 1.1-10 II.

 

O Bom Missionário, 2.1-20 III.  O Amor e a Preocupação do Bom Missi-

onário, 3.1-13 IV.  Admoestações e Exortações aos Crentes,

4.1-12  V.   A Vinda de Cristo para os Crentes, 4.13-

18  VI.  Mais Admoestações Relacionadas à

 Vida Cristã, 5.1-22  VII.  Palavras de Encerramento, 5.23-28 

Bibliografia.  F. F, Bruce, 'The Epistles tothe Thessalonians,” NBC, pp.1052-1062. D.Edmond Hiebert, The Thessalonian Epistles,Chicago. Moody, 1971 (com uma bibliogra-fia completa). C. F. Hogg e W. E. Vine, The Epistles of Paul the Apostle to the Thessalo- nians,  reimpressão, Grand Rapids. Kregel,1959, George Milligan, St. Pauis Epistles to the Thessalonians,  reimpressão, Grand Ra-pids. Eerdmans, 1952. Leon Morris, The Epistles of Paul to the Thessalonians, TNTC,Grand Rapids. Eerdmans, 1957; The First  

1926 

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TESSALONICENSES, PRIMEIRA EP STOLA AOS

and Second Epistles to the Thessalonians,NIC, Grand Rapids. Eerdmans, 1959. AlfredPlummer, A Commentary on St. PauTs Firs Epistle to the Thessalonians,. ..SeconEpistleto the Thessalonians, Londres. Robert Scott,1918. Charles C. Ryrie, First and Secon Thessalonians, EBC, Chicago. Moody, 1959.

 

L. M.

TESSALONICENSES, SEGUNDA EPÍS-TOLA AOS Esta carta é uma continuaçãode 1 Tessalonicenses. Parece que alguns as-pectos dos ensinos da primeira carta não fo-ram totalmente compreendidos, por isso Pau-lo escreveu novamente. O intervalo não deveter sido longo, no máximo alguns meses, po-rém é mais provável que tenha sido de ape-nas algumas semanas. 

Ocasião Na maior parte da epístola, Paulo discutenovamente as questões que foram levanta-das na primeira epístola. A parte mais im-portante da epístola, depois de sua oraçãode abertura, fala sobre a segunda vinda deCristo. Alguns dos tessalonicenses haviamevidentemente chegado à conclusão de queo dia do Senhor já havia acontecido (ou tal-vez que estivesse prestes a acontecer). Pau-lo lhes mostra que este dia não podería che-gar até que “o homem do pecado* (ou “da ini-

qüidade ■) fosse revelado. Ele dá informaçõessobre o tipo de rebelião que este homem li-derará, e lembra seus convertidos de que istoainda não podería acontecer. O apóstolo prossegue agradecendo pelos seusconvertidos, e os encoraja a permanecer fir-mes. Ele os lembra da fidelidade a Deus, e acarta chega ao final com algumas exortaçõessobre a disciplina em temor e obediência aoSenhor. A parte mais importante desta se-ção lida com os desobedientes e com osdesordenados, aqueles que tinham começa-do a se abster do trabalho devido à supostaproximidade da volta do Senhor. 

 Autenticidade  A carta é amplamente aceita como genuína.Ela foi atestada há muito tempo. Folicarpo,Inácio e Justino parecem ter sabido disso.Ela faz parte do Cânon Marcionita e do Frag-mento Muratoriano. É mencionada pelonome por Irineu e por escritores posteriores. A própria carta registra que foi escrita porPaulo (2 Ts 3.17 trazendo sua assinatura).O seu estilo e sua linguagem são paulinos.

No entanto, alguns estudiosos levantaramalgumas questões: (1) Existe o problema dasemelhança e das diferenças com 1 Tessalo-nicenses. Sugere-se que um homem comoPaulo não teria repetido seus escritos, e queexistem diferenças, por exemplo, em termosde escatologia. A inferência é que alguémestivesse deliberadamente imitando o após-tolo. Mas as semelhanças podem ser inten- 

sificadas, e, de qualquer modo, a maioria dosestudiosos sente que estas semelhanças sãomais bem explicadas de uma forma natural,quando o mesmo homem escreve sobre osmesmos assuntos após um intervalo de al-gumas semanas. Quanto às diferenças, vejaa próxima seção. (2) Alguns acreditam que aescatologia seja diferente daquela que estácontida em 1 Tessalonicenses, uma vez quena segunda epístola a  parousia   acontece so-mente após os sinais, enquanto na primeiraepístola ela é repentina. Mas esta combina-ção de idéias é geralmente encontrada, e estanão é uma prova de divergência de autoria.(3) Alguns alegam que o tom das duas epís-tolas é diferente, mas este argumento nãoprova nada de extraordinário, ainda que sejaaceito. Não há uma razão real para se duvi-dar da autenticidade desta epístola. 

Esboço I.  O Conforto Durante as Tribulações, 1.1-

12 II.  O Dia do Senhor e o Homem do Pecado,

2.1-12 III.  Exortações e Instruções, 2.13-3.15 

IV. 

Bênção e Palavras de Encerramento,3.16-18 

Bibliografia. Veja   Tessalonicenses, Primei-ra Epístola aos. 

TESTA Este termo é usado frequentementeem seu sentido literal. Arão e os sacerdotesdepois dele usavam em suas testas uma lâ-mina de ouro (Êx 28.36,38). A condição datesta ajudava o sacerdote a determinar a le-pra (Lv 13.42,43; 2 Cr 26.20). Davi atingiu atesta de Golias com uma pedra (1 Sm 17.49).Embora fosse proibido cortar o corpo (Lv 19.28)  , marcas de propriedade eram coloca-das nas testas dos escravos ou devotos deuma divindade. Tal propriedade por partede Jeová é vista em Ezequiel 9.4,6, onde apalavra “marca” é a última letra do alfabeto 

 Antigos muros de Tessalíiníca 

1927 

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TESTA TESTEI R AS

heb. (que nos tempos antigos tinha a formade uma cruz). No NT, as testas dos justos(Ap 7.3; 9.4; 14.1; 22.4) e as dos seguidorespecadores de Satanás (Ap 13.16,17; 14.9;17.5; 20.4) estão marcadas. Em Ezequiel16.12, algumas versões mencionam a jóia

como uma argola usada no nariz, enquantooutras mencionam um ornamento na testa.De forma figurada, a testa é usada como umsímbolo de obstinação (Ez 3,7-9) e vergonha(Jr 3.3). 

E. C. J,

TESTAMENTO O substantivo gregodiatheke   é traduzido como “testamento” 13vezes no NT, apesar de que em algumas pas-sagens ele também é traduzido como “alian-ça”. O substantivo em si é a tradução que aSeptuaginta traz do termo hebraico b‘rit,  sig-

nificando a obrigação auto-imposta por Deusà reconciliação dos pecadores consigo mesmo(Gn 17.7; Dt 7.6-8; Sl 89.3,4). A Septuagintaevitou aqui o termo grego comum para alian-ça, syntneke  (“colocar junto” de forma mútua),como impróprio para a atividade soberana deDeus, e substituiu por diatheke   (um arranjo,lit., “levar a cabo”), cujo sentido principal é“uma disposição de propriedade por meio deum testamento”. O termo parece ter sido pro-videncialmente escolhido, porque a salvaçãohistoricamente vem de uma forma específica

de aliança, a saber, por nm legado. “Porque,onde há testamento, necessário é que inter-venha a morte do testador” (Hb 9.16); e só amorte de Cristo trouxe a redenção, tanto paranós como para as “transgressões que haviadebaixo do primeiro testamento” (Ho 9.15; cf.Hb 11.40; Jo 14,6; J. B. Payne, Theology o tke Older Testament, pp. 78-87). O testamento constitui, deste modo, o âmagoda revelação redentora de Deus, e a Escrituraconsiste do “Antigo Testamento” e do “Novotestamento”. Se por um lado pode haver so-mente um testamento (uma morte: “o sangue

do Novo Testamento”, Mateus 26.28, de acor-do com os melhores manuscritos), por outro arevelação ainda se organiza sob o testamentomais antigo, com seus símbolos antecipatóriosdo sacrifício de Cristo (2 Co 3.14; Jr 31.32), esob o testamento mais novo, que comemora ocumprimento da expiação (2 Cor 3.6; Jr 31.31). A estrutura testamentária de Deus contém osseguintes elementos; um testador, Deus o Fi-lho, o “Mediador” (Hb 9.15); herdeiros, “os cha-mados” (9,15); um método objetivo deefetuação,

ou seja, uma herança de graça (9.16); as condi-ções subjetivas pelas quais os herdeiros se qua-lificam para a herança, pelo comprometimentocom Cnsto (9.28); e uma herança de reconcilia-ção, a “salvação eterna” (9.15,28). Sua efetuação objetiva é   sempre marcadapor: monergismo, “um realizador”, Deusexercendo sua pura graça (Gn 15.17; Êx 19.4;Jr 31.2,3), sem o auxílio das obras do homem(Ef 2.8,9); a morte do testador (Êx 24.8; Hb 

9.18-22); a promessa, “E eu serei seu Deus,e eles serão o meu povo” (Gn 17.7 até Ap21.3); a eternidade (Sl 105,8-10; cf. Lv 2.13,“o sal [preservação eterna] do testamento”);e um sinal confirmatório, como o arco-írispara Noé (Gn 9.12,13), o êxodo para Moisés

(Êx 20.2), ou a ressurreição de Cristo paranós (Rm 1.4). A apropriação subjetiva do tes-tamento é da mesma forma marcada por ca-racterísticas imutáveis da resposta humana:fé (Gn 15.6; Dt 6.5; Hb 11.6) e obediência,tanto moral (Gn 17.1; Mt7.24; Ef 2.10) quan-to cerimonial (Gn 17.10-14; At 22.16; 1 Co 11.24)  ; pois a fé genuína deve ser demons-trada por meio de obras (Tg 2.14-26). Por outro lado, as revelações que Deus con-cedeu sobre seu testamento também exibemuma progressão histórica (testamentos, plu-ral, Romanos 9.4. Algumas versões trazemos termos concertos e alianças). Sob o testa-mento mais antigo, aparece o testamento doÉden (Gn 3.15), o de Noé (9.9), o de Abraão(15.18), o do Sinai (Êx 19.5,6), o Levítico (Nm25.12,13), e o de Davi (2 Sm 23.5). Cada umdeles antecipou a mesma morte redentora;mas as diferenças aparecem, particularmen-te, na resposta cerimonial de cada um. Atémesmo o nosso testamento mais recente exi-be desse modo dois estágios: o novo testa-mento em Cristo, no presente (Jr 31.33,34;Hb 8.6-13), e sna cerimônia, a Ceia, exibin-

do “a morte do Senhor, até que ele venha”  (1Co 11.26). As Escrituras também falam deum testamento futuro de paz entre todas asnações (Ez 34.25-31), quando a comunhão es-piritual com Cristo se tornará uma realida-de desfrutada “face a face” (Ez 37.27; 39.29). 

Bibliografia.  Meredith G. Klme, “DynasticCovenant”, WTJ, XXIII (1960), 1-15, JohnMurray, The Covenant of Grace,  Londres.Tyndale Press, 1954. 

J. B.P. 

TESTEIRAS Foi dito a Israel que a granderedenção realizada por Deus a seu favor uoEgito, e a palavra de Deus que lhes fora re-velada por Moisés, deveríam ser colocadasem seus corações e almas. Nunca deveríamser esquecidas, mas deveríam estar semprediante deles, como “festeiras”, isto é, umafaixa ou fita sobre a cabeça e entre os olhos(Êx 13.16; Dt 6.8; 11.18; a tradução JerusBtraz o termo “diadema”). Posteriormente,esta representação simbólica foi tomada li-teralmente pelos judeus. Faixas de pergami-nho ou de papiro eram inscritas com passa-gens das Escrituras, colocadas em uma pe-quena caixa de couro e amarradas com cor-reias à testa (Mt 23.5). Vejo Filaetérios. De-vido a esta observação literal e exterior, agrande necessidade e obrigação espiritualera negligenciada, e a Palavra de Deus per-deu seu lugar próprio no coração de Israel.Veja  Vestuário. 

1928 

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TESTEMUNHA TESTEMUNHO DO ESP RITO

TESTEMUNHA Aquele que dá seu teste-munho às ações e palavras de outro(s) e aeventos, até mesmo tornando-se um mártir. A uíaão bíblica. De acordo com a visão bíbli-ca, os escritores das Escrituras fizeram seusregistros sob a direção do Espírito Santo,para que seus escritos originais fossem infa-líveis tanto em palavras como em ações.Como testemunhas verdadeiras, eles regis-traram as próprias palavras de Deus. 

 A visão neo-ortodoxa.  Os modernistas, e osestudiosos neo-ortodoxos em particular, vêmos escritos da Bíblia como um mero teste-munho da experiência da revelação na vidados personagens e escritores bíblicos. Insis-tindo que Deus não possui tempo e espaço, eque a verdade com Ele é contemporânea -isto é, passado, presente e futuro são umagora eterno homogêneo - eles não podem

admitir a comunicação direta entre Deus e ohomem em nenhuma forma verbalizada.Eles, portanto, rejeitam toda revelação pre-posicional, isto é, a revelação da verdade naforma de afirmações ou proposiçõesverbalizadas. Quando esta opinião é adota-da, o testemunho do homem só pode ser auma experiência inefável, inexprimível esubjetiva. Isto faz com que se tome impossí-vel aceitar as palavras, “Assim disse o Se-nhor”, em qualquer sentido real ou literal.Diferentes tipos de testemunhas  

1. 

Coisas podem ser testemunhas, tais comoa presença de um monte de pedras (Gn 31.44-52}, uma pedra em particular que “ouviu”Deus falar (Js 24.27), um altar erigido nafronteira do Egito (Is 19.19,20), uma teste-munha literária tal como um cântico (Dt31.19-21; SI 78), ou a lei de Deus (Dt 31.26). 2.

 

Uma testemunha no Tabemáculo, que tes-tifica da presença de Deus (Nm 17.7,8; 2 Cr24.6). A palavra para testemunha Cedut)  é ge-ralmente traduzida ramo “testemunho”, e serefere (por exemplo, Ex 25.16; 31.18) às duastábuas de pedra do decálogo, o testemunho

escrito da aliança entre o Senhor e Israel. 3.  Pessoas são testemunhas. O testemunho deduas ou mais pessoas era exigido em procedi-mentos legais (Dt 19.15; Mt 18.16; 2 Co 13.1;1 Tm 5,19; Hb 10.28), e na transferência depropriedade (Jr 32.6-25,44; cf. Rt 4.9-11). 4.

 

Pessoas como testemunhas de Deus (Is43.10,12; 44.8; Lc 24.48; Jo 1.7; 5.31-35; At 1.8)

 

. As testemunhas mais importantesdo NTforam os apóstolos (Jo 15.27; At 1.21,22; 3.15;5.32; 1 Ts 2.10; 1  Pe 5.1; 1  Jo 1.2), e particu-

larmente Paulo (At 22.15; 26.16). Tbdos oscrentes também devem ser testemunhas doSenhor (At 1.8; 13.31; Mt 28.19,20). Veja   Co-missão, A Grande; Evangelista; Mártir. 5.

 

O Espírito Santo dá um testemunho inte-rior ao cristão de que ele é um filho de Deus(Rm 8.16; 1 Jo 3.24; 4.13; 5.10). Veja   Teste-munho do Espírito. O Espírito dá continua-mente testemunho de Cristo nesta era pre-sente (Jo 15.26; 1 Jo 5.6,8), Isto ocorre fre- 

qüentemente através da Palavra (Hb 10.15-17). Além disso, ele pode testemunhar pormeio dos dons espirituais (cf. At 4.31,33;20.23; Hb 2.4). Veja Bernard Ramm, The Witness of the Spirit,  Grand Rapids. Eerd-mans, 1960. Testemunho verdadeiro   e falso. Dar um fal-so testemunho era uma atitude condenadano AT (Êx 20.16; 23.1; Dt 5.20), e deveriaser punida com a mesma punição do crimeem relação ao qual o testemunho foi dado(Dt 19.16-19; cf. Pv 14.5). 

Bibliografia.Bibliografia.Bibliografia.Bibliografia.  R. Kenneth Strachan, The Inescapable Calling,  Grand Rapids. Eerd-mans, 1968. H. Strathmann, “Martys   etc”.,TDNT, IV, 474-514, 

R. A. K.

TESTEMUNHO DO ESPÍRITO O texto cha-ve para este assunto é   Romanos 8.15,16. Ésngerida a tradução a seguir: “Pelo fato de cla-marmos ‘Pai’ em um idioma familiar [lit., ‘Aba,Pai], o próprio Espírito dá testemunho com onosso espírito de que somos filhos de Deus”(sugerido na margem da obra de Nestle). E um fato observável que, em oração, umapessoa novamente nascida fala com Deus nãocomo a um Juiz, cujas penalidades são assanções da lei, mas como a seu Pai, em cujoamor misericordioso ela confia. Se um filhode Deus se encontra em pecado, seu pensa-

mento não é “Estou sujeito à penalidade”,mas “Ofendi a meu Pai!" O fato de que es-pontaneamente clamamos a Deus como aonosso Pai é a evidência do Espírito Santo deque somos filhos de Deus. O mesmo ensino é trazido em Gálatas 4.6,“E, porque sois filhos, Deus enviou aos nos-sos corações o Espírito de seu Filho, que cla-ma. Aba, Pai!” (trad. orig.). João apresenta o mesmo pensamento compalavras diferentes: “Quem crê no Filho deDeus em si mesmo tem o testemunho” (1 Jo

5.10a). A natureza deste testemunho é re-velada nos versículos anteriores: “O Espí-rito é o que testifica, porque o Espírito é averdade” (v.6). O simbolismo da água e do sangue não envol-ve testemunhos separados, porque os três sãoum (v,7). O Espírito não dá testemunho emum vácuo, nem meramente em nossa experi-ência subjetiva, mas em fatos históricos e sím-bolos espirituais exteriores (água e sangue).No entanto, é o testemunho interior do Espí-rito em nossos corações que torna significati-vas essas questões históricas exteriores.

Este testemunho do Espírito é a “unção” ci-tada em 1 João 2.20,21,27 (cf. Jo 16.13). Umapalavra de advertência é necessária na lei-tura dessas promessas. Não recebemos aonisciência, mas recebemos a   verdade. Porexemplo, 1  João 2.20,21 não diz “conheceistodas as coisas” (panta ), mas diz “todos(pantes)  tendes conhecimento... da verdade”. 

1929 

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  TEXUGO

O “entendimento” que nos foi dado (1 Jo 5.20)vem deste mesmo testemunho do Espirito.“Sabemos que o Filho de Deus é vindo e nostem dado entendimento [discernimento] paraconhecermos o verdadeiro” (conforme a ver-são NASB em inglês), 

O testemunho do Espírito é expresso nas Es-crituras. As palavras “E também o EspíritoSanto no-lo testifica..." (Hb 10.15) introdu-zem uma citação do AT, e a frase “diz o Espí-rito Santo...” é   usada de forma semelhante(Hb 3.7). O testemunho do Espírito na Pala-vra foi enfatizado pelos religiosos de West-minster em 1646: “Nossa... certeza da ver-dade infalível [da Bíblia]... é proveniente daobra interior do Espírito Santo que dá teste-munho pela Palavra e com a Palavra emnossos corações”. E mais, “O Supremo Juiz...não pode ser outro além do Espírito Santo

falando nas Escrituras” (Confession   I.V, X).O Espírito Santo não só dá testemunho noscorações dos filhos de Deus, mas a presençamanifesta do Espírito é um testemunho da suafé genuína. A citação de que pela fé os antigos“alcançaram testemunho”, literalmente signi-fica “eles foram atestados por meio do teste-munho" (Hb 11.2,39). O Espírito Santo na vidados filhos de Deus dá “fruto” (G1 5.22,23), econstitui um “selo”, ou evidência, ou atestadoda nossa regeneração (Ef 1.13; 4.30; 2 Co 1.22).Veja  Espínto Santo. 

Bibliografia.  Bemard Ramm, The Wítness ofthe Spirit, Grand Rapids, Eerdmans, 1959. 

J. O, B.

TETHA nona letra do alfabeto hebraico quepode ser considerada como um som explosi-vo palatal, de forma geral com um som de í,porém com uma articulação mais firme eproduzida pressionando a língua contra o céuda boca. Ela consta em várias versões comoo cabeçalho de um trecho do Salmo 119 (ver-sículos 65-72). 

TETO Veja  Arquitetura: Casas Particulares.TETRARCA É originalmente o governantede um quarto de uma região. O termo podeser usado neste sentido para Herodes Anti-pas, o tetrarca da Galiléia(Mt 14.1; Lc 3.1,19;9.7; At 13.1), e para Herodes Filipe, tetrarcada Ituréia e Traconites (Lc 3.1), ambos filhosde Herodes o Grande; cada um deles herdouum quarto do reino de seu pai (Josefo,  Ant.xvii.11.4; Wars   ii.6.3). O título passou a serlivremente empregado para qualquer gover-

nante de distritos pequenos. Por exemplo, odistrito de Lisânias, o tetrarca de Abilene (Lc3.1). No entanto, o título “Tetrarca” pode tam-bém ter sido aplicado a Antipas (tambémintitulado “rei” em Mateus 14.9; Marcos 6.14)em um sentido geral, pelo fato de seus paisterem recebido o mesmo título (Josefo, Warsi.12.5). Um terceiro irmão, Arquelau, para o 

qual foram designadas a Judéia, a Samaria ea Iduméia, recebeu o título superior de“Etnarca”. Veja  Herodes. 

TEUDAS O líder de uma insurreição malsucedida contra os romanos. Ele é citado jun-to com Judas, o galileu, outro revolucioná-rio, no discurso de Gamaliel registrado em Atos 5.36, no qual este pede que o Sinédriodeixe o movimento cristão em paz. Josefo (Ant . xx.5.1) também menciona umcerto Teudas, um charlatão que liderou umarevolta fingindo ser capaz de separar aJordânia, mas foi decapitado por Fado. Se oTeudas de Atos e o Teudas de Josefo são amesma pessoa, alguns poderão acusar Lucasde ser culpado por um anacronismo. Uma vezque a revolta liderada por Judas - a quemLucas posiciona em uma data posterior a

Teudas - aconteceu em 6  d.C., o discurso deGamaliel entre 30 e 37 d.C., e a procuradoriade Fado entre 44 e 46 d.C., parece que Lucasestaria fazendo com çjue Gamaliel dissessealgo que só aconteceria mais tarde; algunsainda poderíam dizer que ele estaria inver-tendo a ordem das duas revoltas, e antecipan-do o episódio de Teudas em aprox. 40 anos.Esta dificuldade foi percebida por Orígenes(185-254 d.C.). Blass sugeriu que um revi-sor teria cometido estes enganos mais tar-de. Holtzmann, em 1873, sugeriu que Lucasteria lido os escritos de Josefo de forma er-rônea. A solução mais simples oferecida namesma época de Orígenes é que existiramdois homens com o nome de Teudas; um maisantigo (Atos) e um mais recente (Josefo). Emum período de 40 anos, houve quatro homenschamados Simão, e em 10 anos existiramtrês Judas qne foram líderes de insurreições.É difícil enxergar como Lucas pode ter co-metido erros tão grosseiros em relação ao dis-curso de Gamaliel, tendo consigo um ex-alu,-no deste renomado rabi, o apóstolo Paulo. Etambém muito difícil acreaitar que o livro

de Atos tenha sido escrito depois da obra Antiquities   (93 d.C.) ou que Lucas tenha de-pendido de Josefo, não obstante as semelhan-ças superficiais (cf. Theodore Zahn, Introdue- tion to the NT,  III, 132ss.). Finalmente, oTeudas de Josefo foi decapitado, nm fato queanularia a razão da citação de Gamaliel, quemostrava que o Sinédrio não   deveria puniros líderes cristãos. 

Bibliografia.  W. M. Ramsay, Was Chris Bom at Bethlehem?   Nova York. Putnam’s,1898, pp. 252ss. Joseph W. Swain, “GamaliersSpeecn and Caligula’s Statue”, HTR, XXXVH(1944), 341-349. 

E. Y.

TEXTO DA BÍBLIA Veja   Manuscritos daBíblia; Versões, Antiga e Medieval. 

TEXUGO Veja  Dugongo V.4. 

1930

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TIAGO TIAGO

TIAGOTIAGOTIAGOTIAGO Pelo menos quatro homens mencio-nados no Novo Testamento têm este nome (gr.lakobos,  heb.  ya‘aqob,  Jacó, q.i O. Dois esta-vam entre os doze apóstolos, um era meio-irmão de Jesus, e outro era o pai de Judas,um dos Doze. Provavelmente Tiago, o líderda Igreja de Jerusalém, e Tiago, o autor daepístola, tenham sido a mesma pessoa, e umdos quatro homens mencionados acima.Tiago, o menor (Mc 15.40), pode ou não tersido um dos homens mencionados acima. 1.  Um dos filhos de Zebedeu (Mt 4.21; Mc1.19; Lc 5.10) e Salomé (cf. Mt 20.20; Mc15.40; 16.1), e o irmão mais velho de João, oapóstolo (Tiago é quase sempre mencionadoprimeiro, como por exemplo em Marcos 5.37),Veja   João, o apóstolo. Ele era um pescador, junto com seu irmão João; eles pescavam nomar da Galiléia e trabalhavam no barco de

seu pai, Zebedeu (Mt 4.18-22; Mc 1.16-20).Uma ve2  que Zebedeu havia contratado em-pregados (Mc 1.20), e João era conhecido dosumo sacerdote em Jerusalém, e pôde entrarna casa deste de forma inconteste na noiteda traição de Jesus (Jo 18.16), pode ser con-cluído que Zebedeu e seus filhos eram prós-peros e tinham uma posição social privilegi-ada. Tiago se tomou um dos “três discípulosmais próximos”, especialmente favorecidospor Cristo, aparentemente porque compre-enderam de modo mais completo a pessoa e

a obra de Jesus durante seu ministério (Mc5.37; 9.2; 14.33; cf 13.33; Pedro, Tiago e Joãotambém são mencionados primeiro entre osdoze, Marcos 3.16-19). O epíteto Boanerges(q.v.), significando “filhos do trovão” (Mc 3.17)

 

, evidente mente caracterizou Tiago eJoão como impetuosos e como pessoas quese ressentiam e se ofendiam com rapidez (Lc9.54,55). Eles ofenderam os outros discípu-los por quererem uma posição de chefia noreino de Jesus (Mc 10.35-41). Tiago foi o pri-meiro dos apóstolos a sofrer o martírio, e foiexecutado sob a ordem de Herodes Agripa I

em aproximadamente 44 d.C. (At 12.1,2).Tiago, de forma figurada, bebeu o cálice dosofrimento que ele e João declararam tem-pestuosamente que eram capazes de beber(Mc 10.38,39). 2.  Filho de Alfeu, um dos Doze (Mt 10.3; Mc3.18; Lc 6.15; At 1.13). Nada mais é conhecidoa seu respeito. Levi (Mateus) também era co-nhecido como filho de Alfeu (Mc 2.14), de for-ma que Tiago e Mateus podem ter sido irmãos. 3.

 

O autor aa Epístola de Tiago se identificasomente como “Tiago, servo de Deus e do

Senhor Jesus Crister (Tg 1.1). Ele não pode-ría ser filho de Zebedeu e irmão de João (Mt4.21; 10.2) porque tal Tiago havia sido mar-tirizado antes da epístola ter sido escrita (At12.2). Isto faz com que Tiago, que presidiasobre a Igreja de Jerusalém, seja sem dúvi-da o autor (At 15.13). O fato de ele ser chamado de “Tiago, irmãodo Senhor” (G1 1.19), torna indefensável o 

ponto de vista de que ele era o filho de Alfeu(Mt 10.3). O Salmo 69.8 deixa claro que amãe do Senhor Jesus teve outros filhos apóso nascimento virginal, e um destes se cha-mava Tiago (Mt 13.55; Mc 6.3). Os itens biográficos relativos a Tiago são ri-cos no Novo Testamento, embora não hajanenhum destes na epístola em si. Presume-se a partir de 1 Coríntios 9.5 que ele era umhomem casado. Ele não era um dos doze (Mt10.2-4). Não era crente no início (Jo 7.5), emais tarde provavelmente tenha sido inclu-ído, como um dos irmãos de Jesus, junto comaqueles que esperavam pelo Pentecostes noeenáculo (At 1.13,14). (Esta passagem fazuma distinção entre o Tiago que era irmãodo Senhor Jesus, e os dois apóstolos, Tiago eTiago filho de Alfeu.) O Salvador ressurrectoapareceu para ele pessoalmente após sua

primeira aparição para os doze (1 Co 15.5,7).Em sua capacidade como líder do conselhodos apóstolos e anciãos de Jerusalém, Tiagoanunciou seu julgamento (que demonstravaautoridade) quando a discussão havia ter-minado (At 15.13,19). Há uma coincidêncianão intencional no fato de que, quando adecisão de Tiago foi enviada por meio de umacarta do conselho, ele nsou a palavra gregatraduzida como “saudações” ou “saúde” aocumprimentar os destinatários (At 15.23).Esta forma de saudação só aparece em uma

epístola do Novo Testamento, a saber, na sau-dação contida em Tiago 1.1. Pedro, depois de ser milagrosamente liber-tado da prisão, instruiu os familiares de JoãoMarcos a reportarem o evento a Tiago (At 12.17)

 

. Paulo reconheceu “Tiago, Cefas eJoão” como as colunas da Igreja em Jerusa-lém (G1 2.9). Obviamente, Tiago era o líder,porque os representantes que vinham daque-la igreja para Antioquia diziam ter sido en-viados por Tiago (G12.12). Em Atos 21.18,19,Paulo relatou a Tiago as coisas que Deushavia feito em meio aos gentios durante sua

terceira viagem missionária.  A tradição descreve Tiago como sendo muitozeloso em relação à lei, combinando a inte- 

Túmulu tradicional de São Tiago (ao centro emprimeiro piano) no vale de Cedrom, Jerusalém 

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TIAGO TIAGO, EP STOLA DE

gridade do Antigo Testamento com a fé evan-gélica. E dito que ele se absteve das bebidasfortes e parou de cortar seu cabelo, como umnazíreu iq. v .). Como um homem de grandevirtude, ele era chamado de “Tiago o Justo”.Por ter passado tanto tempo em oração, ele

era descrito como tendo a pele dos joelhos“dura como a dos camelos”. Sua epístola re-vela que ele falava com ar de autoridadepatriarcal, porque as suas páginas são re-pletas de advertências rigorosas e severas;além disso, Tiago era fervoroso de espírito.Veja  Tiago, Epístola de.  A morte de Tiago é mencionada por Josefo(Ant . xx. 9.1), e é descrita por Hegesippus(Eusébio II.23), um cristão judeu que escre-veu na metade do segundo século. Algumtempo antes da destruição de Jerusalém em70 d.C., os fariseus o expulsaram do Tem-

plo, o apedrejaram e então o espancaram comuma clava por ter testemunhado de modo fiela favor de seu Salvador. Diz-se que ele mor-reu orando da seguinte maneira: “Pai, per-doa-lhes, pois não sabem o que fazem”. 4.

 

O pai de Judas (não o Iscariotes), que eraum dos Doze (Lc 6.16). 5.

 

Tiago, o Menor (Mc 15.40; menor em esta-tura ou em idade), é mencionado como filhode uma certa Maria (veja  Maria 3) e irmão deJosé (também Mt 27.56; Lc 24.10). Tiago, ir-mão de nosso Senhor, também tinha um ir-

mão chamado José (Mc 6.3; Mt 13.55), por-tanto este Tiago podería ser a mesma pessoamencionada no item 3 acima. Mas pareceríaestranho que Maria, mãe de Jesus, fosse iden-tificada apenas como a mãe de Tiago e de Joséno momento em que estava perto da cruz, es-pecialmente pelo fato de Cristo ter falado di-retamente com ela, e pedido ao discípulo ama-do que cuidasse dela (Jo 19.25-27). Algunsidentificaram Tiago, o menor, com o Tiago fi-lho de Alfeu, mencionado no item 2 acima; dequalquer forma, não há provas disso. 

S. M. C.

TIAGO, EPÍSTOLA DETIAGO, EPÍSTOLA DETIAGO, EPÍSTOLA DETIAGO, EPÍSTOLA DE Esta é a mais an-tiga das epístolas do Novo Testamento, e é aprimeira entre as Epístolas Gerais. Eusébiocolocou Tiago e Judas no quarto século, pos-sivelmente devido a seu conteúdo geral ou aseu público leitor. 

 Autor, O escritor desta epístola é geralmenteconsiderado como sendo Tiago, irmão de nos-so Senhor (veja  Tiago 3). Uma vez que Tiagoé Jacó no texto original, esta pode ser chama-da de Epístola de Jacó às doze tribos (1.1).

Tema.  O livro trata da fé demonstrada, pro-vada e aperfeiçoada pelas obras. Esta temsido chamada de epístola do viver santo, docristianismo prático, da ética cristã e da eris-tandade de uma forma geral. Estilo.  O estilo é elegante, vivido, abundan-te em aforismos, e antitético. Uma vez quemuitos pensamentos são agrupados em cur-tas expressões proverbiais, esta epístola é 

considerada como os Provérbios do Novo Tes-tamento. As imagens utilizadas por Tiagosão extraídas da natureza, ao contrário aePaulo, que as extrai das atividades huma-nas, Alguns dos termos usados descrevem deforma adequada o local onde o autor vivia

(1.6), com fontes de água salgada (3.12); umlugar onde havia oliveiras, videiras e figuei-ras (3.12); sol quente e seca (1.11); chuvatemporâ e serôdia (5.7); um local onde haviasinagogas (2.2). Há um uso duplo incomumdas palavras (cf, paciência, perfeito, 1,3,4),e um contraste de declarações positivas enegativas (cf. “perfeitos e completos, semfaltar em coisa alguma”, 1.4).Características. Tiago inicia e termina abrup-tamente, omitindo assim os dados autobiográ-ficos como Paulo faz; contém mais referênciasà natureza do que as epístolas de Paulo, e maisparalelos aos discursos de Cristo do que qual-quer outra parte do Novo Testamento. Há sur-preendentes semelhanças com o Sermão daMontanha, cf. Mateus 5.34-37; 6.19; 7.1 comTiago 5.12; 5.2; 4.11,12,0 estilo de Tiago é maissemelhante ao de Pedro do que ao ae Paulo.Para as semelhanças de 1 Pedro compare 1Pedro 1.7; 1.24; 1.23; 2.11; 5.5,6 com Tiago1.3,11,18; 4.1; 4.6-10. Tiago não contém nenhuma bênção apostóli-ca, talvez porque condene severamente os lei-tores nâo-cristâos (4.4; 5.1-6). Embora tenha

sido criticado pela falta do uso de termos doNovo Testamento como evangelho, redenção,encarnação, ressurreição, ascensão, ele fala doSenhor Jesus Cristo (1.1; 2,1), do novo nasci-mento (1,18), da fé (2.14-26), e da volta do Se-nhor (5.7-8). Sua epístola é claramenteendereçada aos judeus (1.1; 2.1,21), trazendoao leitor a lembrança do Evangelho de Mateus,que é considerado o evangelho ‘judeu”. Tiagoé, às vezes, chamado de “judeu”, mas revelauma notável ausência de elementos judaicosque foram suprimidos em Cristo: os sacrifíci-os, a circuncisão, o sacerdócio, os dias de fes-tas e a guarda do sáhado. Em contraste, elefala de mçstres e anciãos na igreja (3.1; 5,14).Esboço.  E difícil fazer um esboço devido auma aparente falta de ordem lógica. Toda-via, a estrutura é claramente evidente. 1.  Os Crentes e as Circunstâncias Exteri-

ores, 1.1-12 2.  Os Crentes e os Desejos Interiores, 1.13-

16 3.  Os Crentes e a Palavra de Deus, 1.17-

27 4.  Os Crentes e os Seus Vizinhos, 2.1-13 

5. 

 A Fé e as Obras do Crente, 2,14-26 6.   A Língua do Crente, 3.1-12 7.

 

 A Sabedoria que Vem do Céu, 3.13-18 8.  O Mundo, a Carne e o Diabo, 4.1-7 9.

 

Deu^ e Sua Lei, 4.8-17 10.  Os Últimos Dias, 5.1-9 11.

 

 A Paciência e a Oração em meio às Pro-vações, 5.10-20 

Tiago começa e termina sua epístola com 

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TIAGO, EP STOLA DE TIBER ADES

uma discussão sobre as provações, a paciên-cia e a oração da fé. Certas palavras ocor-rem com aproximadamente a mesma inten-sidade em relação às finalidades da epístola(cf. Escrituras, riqueza, adultério, língua). Oâmago da Epístola de Tiago é sua notáveldeclaração em 3.2, que diz que um homemperfeito é aquele que pode controlar sua lín-gua. Assim como um antigo médico de famí-lia diagnostica uma doença fazendo com queo paciente coloque a língua para fora, Tiagodiagnostica as enfermidades espirituais exa-minando a língua e as suas manifestações.Este é o tema mais proeminente da epístola.Ensinos proeminentes. Oração: pedindo sabe-doria (1.5-7), não respondidas (4.2,3), de fé(5.13-18). Palavra: gerados pela Palavra (1.18)  , recebendo a Palavra (1.21), obedecen-do a Palavra (1.25). Três testes de religião:

domínio próprio, amor, pureza (1.26,27). Asprovações trazem a perfeição no presente (1.1-4), a coroa na vida porvir (1.12). Como fazercom que o Diabo se afaste, e Deus se aproxi-me (4,7,8). Ema definição de pecado (4.17).  A acusação de que Tiago 2.24 contradiz Ro-manos 3.28 cai diante do fato de que Tiagorefere-se à justificação diante dos homens (2.18)  , enquanto Paulo refere-se à justifica-ção diante de Deus (Rm 4.2). Tiago censuraaquela fé que um homem pode dizer  que pos-sui, enquanto faltam, porém, as obras parademonstrar que ela é genuína (2.20). 

Bibliografia. F. J. A. Hort, The Epistle ofSt.James 1.1 -4.7, Londres. Macmillian, 1909.Richard J. Knowling, The Epistle ofSt. James,WC, 2‘   ed., Londres. Methuen, 1910. José B.Mayor, The Epistle of St. James, 3a ed., Lon-dres. Macmillan 1913. C. L. Mitton, TheEpistleof James,  Grand Rapids. Eerdmans, 1966.James H. Ropes, The Epistle of James,  ICC,Nova York. Scribners, 1916. Alexander Ross,The Epistles of James and John, NIC, Grand

Rapids. Eerdmans, 1954. M. H, Shepherd, Jr,“Tne Epistle of James and the Gospel of Matthew”, JBL, LXXV (1956), 40-51. R. V. G.Tasker, The  General Epistle of James, TNTC,Grand Rapids. Eerdmans, 1956. 

S. M. C.

TIARA  1.

 

Tradução de faixas ou cintas em volta dacintura (Is 3.20). A mesma palavra (qishshu- rim)   é traduzida como “enfeite” em Jeremias2,32. 2.

 

Em Isaías 3.18, este termo é traduzido

como toucas ou redezinhas. Provavelmentese tratasse de um ornamento de ouro ou pra-ta para os cabelos. Veja  Vestuário. 

TIATIRA A cidade de Tiatira estava locali-zada a 83 quilômetros a nordeste de Esmima,em uma estrada principal que ligava os valesdos rios Caicus e Hermus. Era uma grande 

cidade comercial que alcançou sua proeminên-cia em aprox. 100 d.C. Existem provas de queah existiu um grande número de corporaçõescomerciais, maior do que em qualquer outra

cidade da Ásia, Lídia, uma vendedora de púr-pura de Tiatira, provavelmente representa-va sua corporação em Filipos (At 16.14). A púrpura que ela vendia talvez fosse feita nes-sa região, que também produzia a conhecidatinta vermelha da Turquia, obtida da raiz deuma planta chamada garança. E possível queessa cidade tenha sido evangelizada a partirde Efeso. João se dirigiu à igreja que ali esta-va (Ap 2.18-29), censurando-a por sua dema-siada conformidade com as práticas e costu-mes pagãos daquela época. 

TIBATE Cidade de Hadadezer, do poderosorei arameu de Zobá, que foi conquistada porDavi e da qual ele retirou muito bronze (1Cr 18.8). A passagem paralela em 2 Samuel8.8  chama essa cidade de Betá, sem dúvidauma variação de Tibate (cf. LXX Metebac).Tibate foi identificada com a cidade deTubihi, mencionada nas cartas Tell el-Amar-na, e com a cidade egípcia d-b-h   (ANET,p.477), e devia estar localizada em algumlugar do vale entre as montanhas do Líbanoe do Anti-Líbano. Alguns estudiosos sugeremque o nome dessa cidade deveria ser Teba(q.ió, de acordo com Gênesis 22.24. 

TIBERÍADES A cidade de Tiberíades se en-contra na margem ocidental do mar da Gali-léia, cerca de 20  quilômetros ao sul do pontoonde o rio Jordão desemboca no mar. Sua lo-calização, a mais de 220  metros abaixo donível do mar, é capaz de proporcionar umagradável clima no inverno que, no entanto,toma-se bastante desagradável no verão. Na época do AT, a cidade de Racate estava

situada nesse local, e ela foi uma das cidadesmuradas destinadas à tribo de Naftali (Js19.35). No ano 20 d.C. (talvez 18 d.C.),Herodes Antipas (q.v.)   deu início à constru-ção de uma nova cidade à qual deu o nome doimperador reinante, Tibério (14-37 d.C.).Herodes fez de Tiberíades sua capital para aadministração de Galiléia e Peréia, e essenome também foi dado ao mar (da Galiléia, 

1933 

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TIBER ADES T1CVA

Tiberíades e o mar da Galiléia. ISS

Jo 6.1; 21.1). Apesar de sua importância, elaé mencionada apenas uma vez no NT (Jo6.23). Aparentemente, ela não recebeu a visi-ta do Senhor Jesus Cristo durante seu minis-tério, e isso talvez se deva ao fato de Herodester precisado remover muitos túmulos paraabnr espaço para a nova cidade. Portanto, os judeus mais rigorosos evitavam ir até lá.Depois da destruição de Jerusalém no ano70 d.C., Tiberíades se transformou em umcentro de ensino rabínico, onde o Mishna foiterminado em aprox. 200 d.C., e o Talmudede Jerusalém por volta do ano 400. Foi tam-bém o lugar onde se originou o sistema de

marcação das vogais e, mais tarde, a escritahebraica pontuada dos massoretas. Destru-ída durante as Cruzadas do século XII d.C.,a cidade foi reconstruída no século XVI. Des-truída por um terremoto em 1837, ela foinovamente reconstruída e, atualmente, é umcentro bastante próspero. Nela podem servistos túmulos de vários rabinos famosos,inclusive Maimonides, Yohanan Ben Zakkai,Eliezer o Grande, e Akiva. 

H. F. V.

TIBERÍADES, MAR DE Outro nome para

o mar da Galiléia (veja   Galiléia, Mar da),como foi explicado por João em seu Evange-lho (6.1; 21,1). Corresponde ao nome do im-perador romano Tibério, e se originou dacidade de Tiberíades, construída por Herodes Antipas para homenagear este imperador.Seu nome moderno é Bahr Tabariyeh. 

TIBÉRIO Tibério Cláudio Nero (42 a.C.- 37d.C.) foi o segundo imperador de Roma (14-37 d.C.). Filho de Tibério Cláudio Nero eLívia Drusila, foi adotado por César Augus-to quando esse último casou-se com sua mãe.Dessa forma, o jovem Tibério tornou-se en-teado de Augusto, que fez dele seu herdeirono ano 4 d.C. Tibério ocupou o trono imperi-al no ano 14 d.C, Ele só é mencionado espe-cifícamente nas Escrituras em Lucas 3.1,onde está registrado que João Batista ini-ciou seu ministério no décimo quinto ano doreinado de Tibério. Essa nota cronológica foi 

muito útil para estabelecer a cronologia davida e do ministério do Senhor Jesus. Tibérioera o César mencionado na narrativa doministério do Senhor, e foi durante seu rei-nado que Ele foi crucificado. Tibério nomeouPilatos procurador da Judéia em 26 d.C., e oexonerou dessa função em 36 d.C. Na avaliação do reinado de Tibério, feitapelo historiador Tácito, como “uma obraprima de malícia e alusões indiretas”, o im-perador foi totalmente condenado. Entre-tanto, tornou-se claro nos últimos anos queno papel de partidário dos senadores (emembro de um grupo que não mantinhaboas relações com o imperador), Tácito exa-gerou na ênfase dada aos erros de Tibérioe, atualmente, esse imperador é considera-do um governador consciente, muito pru-dente em seus gastos, e excelente na admi-

nistração civil e imperial.  H. F. V.

TTBNI Filho de Ginate e um dos três pre-tendentes ao trono de Israel depois do as-sassinato do rei de Elá (em aprox. 886  a.C.).Na guerra civil que se seguiu, Onri, coman-dante do exército, prontamente liquidouZinri e durante três anos prevaleceu gradu-almente sobre o inquestionável poder dasforças que estavam sob o comando de Tibni(1 Rs 16.21ss.). Aparentemente, Tibni e seuirmão Jorão (de acordo com a LXX) morre-ram depois da derrota. 

TIÇÃO1  Três palavras hebraicas são usadasem relação a essa expressão: (1) ’ud r   ou “varadobrada” usada para atiçar o fogo (Am 4.11;Zc 3.2), também “tição fúmegante” (Is 7.4);(2) lappid,  uma tocha tremulante semelhan-te a um clarão de luz (Jz 15.4,5); (3) ziqqim,“faíscas, flechas e mortandades” (Pv 26.18;Is 50.11). 

TIÇÃO2  Um graveto em brasa tirado dofogo. A palavra “tição” pode, especifica men-te, designar um graveto para agitar o fogo,um projétil de fogo, ou uma tocha feita deum graveto com material inflamável presona ponta. E usado simbolicamente com re-lação a uma nação quase consumida, porémmisericordios amente resgatada da destrui-ção, “um tição arrebatado da fogueira (oudo incêndio)” (Am 4.11; Zc 3.2). Os reis deIsrael e da Síria são tratados desdenhosa-mente como “dois pedaços de tições fume-gantes” (Is 7.4). Tições (ou faíscas, cf. Is50.11) estão entre os objetos arremessados

por um louco (Pv 26.18). Em um acesso deira, San são amarrou tições ou tochas nosrabos das raposas e as soltou nos camposdos fílísteus (Jz 15.3-6). 

TICVA  1. Filho de Harás (2 Cr 34.22) e pai de Salum,responsável pelo guarda-roupas (2 Rs 22.14). 

1934 

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  -

Salum era marido de Hulda, a profetisa quese destacou na época de Josias. Ticva é cha-mado de Tocate em 2 Crônicas 34.22. 2. Pai de Jazeías que se opôs ao édito de Es-dras em relação à expulsão das esposas es-trangeiras (Ed 10.15). 

TIC VATE Tradução do nome Tocate em vá-rias versões em 2 Crônicas 34.22. Como su-gere a ortografia marginal do Texto Masso-rêtico, e como indica a passagem paralelaem 2 Rs 22.14, esse nome deveria ser iguala Ticva. 

TIDAL Último dos quatro reis que, sob a li-derança de Querdorlaomer (q. v .) invadiu aPalestina, em aprox. 2000 a.C. (Gn 14.1,9).Veja   Abraão. Os estudiosos concordam, emgeral, que Tidal (em hebraico tid‘al)  represen-ta a forma cuneiforme de Tudhaliya, nomede quatro ou cinco reis hititas dos séculosXVIII a XIII a.C. Tudhaliya I reinou em aprox.1740 a.C., uma época não muito posterior àépoca de Abraão (que viveu no início do se-gundo milênio a.C.), Esse nome vem da épo-ca da Anatôlia pré-hitita, e talvez sejahatianoou proto-hitita ao invés de estritamente hitita.O título “rei das nações” (em hebraicogoyim não especifica qual país ele governava (po-rém algumas versões trazem a expressão “reide Goim”). Entretanto, existe um título se-melhante nas tábuas de Mari (q.v.)   no qual

a palavra gaiim   significa “grupo” ou “ban-do”, sugerindo que Tidal governava uma tri-bo nômade que ainda não havia se estabele-cido como reino. Eles eram os bárbarosUmman-Manda (em acádio, “povo Manda”)que inicialmente destruiram o impérioacadiano e que, posteriormente, foram no-minalmente citados no código hitita. Assimsendo, Tidal pode ter sido um primitivoTudhaliya, que governava um grupo indo-europeu, talvez no processo de migração donorte do Cáucaso, nos limites do norte da

Síria e do sudeste da Ásia Menor, tendo, fi-nal mente, se dirigido para a futura terranatal dos hititas na Anatôlia. 

Bibliografia,  K. A. Kitehen, “Tidal”,  NBD,p. 1276; Ancient Orient and Old Testament,Chicago. Inter-Varsity, 1966, p. 44. E. A.Speiser, Genesis, Anchor Bible, Garden City.Doubleday, 1964, pp. 107ss. 

J. R.

TTFSA  1. Cidade localizada na margem direita do

Eufrates, cerca de 64 quilômetros a oeste desua confluência com o rio Balikh, e que cons-titui a extremidade nordeste da fronteira doreino de Salomão (1 Rs 4.24). Mais tarde foichamada de Thapsaeus, e guardava um im-portante ponto de cruzamento desse rio, ondeCiro o Jovem, e Alexandre atravessaram orio Eufrates com seus exércitos. 

2. Cidade saqueada pelo rei israelitaMenaém (2 Rs 15.16). Como está claramen-te associada a Tirza, no território de Manas-sés, ela não deve ser identificada com a ci-dade que fica no Eufrates. Entretanto, asvariadas ortografias desse nome nas versõesgregas, e também a singularidade de suareferência, levaram algumas versões a ado-tar a ortografia Luciãnica, isto é, Taphoe,  eidentificar seu nome com Tapua, uma cida-de ao norte de Efraim, não muito distantede Siló (cf. Js 16.8; 17.7ss.). 

TIGELA Recipiente raso, de fundo cônca-vo, como uma bacia ou xícara. Veja   Prato. A palavra tigela é usada para traduzir umavariedade de palavras hebraicas. As tige-las eram feitas de barro, metal ou madeira.Veja  Cerâmica. 

Gideào extraiu água do velo dentro de umatigela ou taça (Jz 6.38). Tigelas como xíca-ras, com a forma de amêndoas, decoravam ocastiçal do Tabernáculo (Êx 37.17-20). Tige-las maiores de ouro e prata eram usadas nosserviços dos rituais do Templo (1  Cr 28.17).Os libertinos dissolutos de Israel bebiam vi-nho em tigelas preciosas (Am 6.6). A pala-vra “tigela” ou “taça" é usada em lugar de“salva” nas versões revisadas do livro de Apocalipse (por exemplo, Apocalipse 16.1ss.). 

TIGLATE-PILESER Três reis da Assíria

tinham o nome real de Tukultí-apil-Eshar- ra,  isto é, “Minha confiança está no Primo-gênito de Esharra” (nome de um famosotemplo da Mesopotâmia). A carreira deTiglate-Pileser I (aprox. 1114-1076 a.C.)coincidiu com o auge do poder assírio noséculo XII a.C. Ele conquistou a Babilônia,desenvolveu campanhas no norte em dire-ção à Armênia e Anatôlia e a oeste, em di-reção ã costa norte da Fenícia. Ao final deseu reinado, a Assíria pode ter entrado emum declínio gradual, em parte por causa do

ascendente poder dos arameus.  A Assíria atingiu seu nível mais crítico sob ogoverno do inepto Tiglate-Pileser II (aprox.966-935 a.C.), que se mostrou incapaz de evi-tar que outras nações do Crescente Fértiltentassem alcançar os seus objetivos,  A era de expansão de Israel - durante os rei-nados de Davi e Salomão - coincidiu, provi-dencialmente, com um período de impotên-cia na história da Assíria, que não eonseguiurecuperar o vale do Eufrates Superior até oano 875 a.C. Talvez o mais competente dos reis Assírios

tenha sido Tiglate-Pileser III (745-727 a.C.),o único dos três governantes cujo nome é men-cionado no AT. Em 2 Reis ele é chamado deTiglate-Pileser (em hebraico Tiglat-piVeser,15.29; 16.10; Tiglat-pHeser,  16.7), enquantoem Crônicas existe uma variante posterior dodialeto como Tilgath-pilneser (q. v.; heb.Tillegat-piln‘’eser, 1 Crônicas 5.6; 2 Crônicas 

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  - TI G LATE-P1LE SER

28.20; Tül e gat-pümser,  1 Crônicas 5.26). Elefoi mencionado como Pul (em hebraico Pul,  2Reis 15.19; 1 Crônicas 5.26; em acádio Pulu\e Poros  no Canon Ptolemaico) pelos babilônioscujo trono veio a ocupar no final de seu reina-do (cf. abaixo). O texto em 1 Crônicas 5.26aparentemente faz a distinção entre Pul eTilgate-Pilneser, mas como o verbo que acom-panha o pronome está no singular (“ele os le-vou”), somos obrigados a traduzir “o espíritode Pul rei da Assíria” como “o espírito deTilgate-Pileser rei da Assíria” (cf. traduçãosemelhante na versão RSV em inglês), de-monstrando assim que a suposta distinção émais superficial do que real.  A história do reinado de Tiglate-Pileser IIInão é perfeitamente conhecida por causa danatureza fragmentada das inscrições queforam encontradas nas ruínas; a maioria foi

encontrada em escavações feitas em Calá(q.v.),  a moderna Nimrud, por Austen HenryLayard há mais de um século, e por M. E. L.Mallowan em 1949-61. Esse era o local dopalácio, do qual foram recuperados baixo-relevos retratando o rei e suas campanhasmilitares. Entretanto, apesar do precárioestado de conservação das inscrições, o prin-cipal esboço de sua carreira foi registrado nalista epônima da Assíria. Na época da ascensão de Tiglate-Pileser IIIao trono da Assíria, em 745 a.C., uma signi-ficativa série de acontecimentos teve lugarno Reino do Norte de Israel. Jeroboão II, seurei mais poderoso, havia morrido e Israel ti-nha uma urgente necessidade de um outrorei tão forte quanto ele. Entretanto, não ha-via nenhum em perspectiva. Portanto, a na-ção entrou em um período de anarquia e delutas civis. Zacarias, filho de Jeroboão, foiassassinado pelo usurpador Sal um depois deter reinado apenas seis meses, e o próprioSalum reinou apenas durante um mês, poisfoi, por sua vez, assassinado por Menaémque, em seguida, se apossou do trono. Essa

era a situação de Israel quando Tiglate-Pileser ascendeu ao trono da Assíria, O monarca assírio cobiçava os territórios daSíria e da Palestina, não só pela sua riqueza(principalmente, madeira e minérios), mastambém pelo fato de constituírem um corre-dor através do qual os seus exércitos seriamcapazes de marchar até a Anatóha e o Egito.Depois de assumir o trono da Assíria, ele logodominou a Babilônia (embora só tenha efeti-vamente ocupado o trono da Babilônia em 729a.C.), protegendo dessa forma o flanco sudeste

de seu reino. Em seguida, voltou sua atençãopara o ocidente e invadiu a Síria em 743 a.C.,derrotando um aliado daquela nação, SarduriII, de Urartu (Ararate, q.v.),  pelo caminho.Depois da capitulação de Sarduri, Tiglate-Pileser combateu Arpade (no norte da Síria)e na Armênia, dirigindo-se depois para o sulda Síria para esmagar uma revolta instigadapor Azriya’u  (provavelmente, Azarias 

[Uzias], q.v.   de Ya’udu   (provavelmenteJudá, ANET, p. 2825; para uma recente dis-cussão sobre o problema de identificação, cf.H. Tadmor, “Azriyau of Yaudi”, Scripta Híe- rosolymitana,  VIII, 232-271; cf. 2 Crônicas26.6-15 para o relato bíblico da habilidademilitar ae Uzias}. Tiglate-Pileser destruiu aconfederação Síria em 738 a.C., se não an-tes (cf. Edwin R. Thiele, The Mysteriou Numbers of Hebrew Kings,  pp. 57-98).Menaém (em assírio Menihimmu),  que ha-via usurpado o trono de Israel, evitou a cap-tura do reino do norte entregando um enor-me tributo (ANET, p. 283a). Calcuía-se queMenaém tenha extorquido 50 siclos de pra-ta de cerca de 60.000 homens “poderosos ericos” para levantar os fundos necessáriospara apaziguar Tiglate-Pileser (2 Rs 15.19,20)

 

. Um monolito recém descoberto de

Tiglate-Pileser III indica que esse tributo foipago em 737 a.C. (BASOR, #206 11972), pp.40-42; veja  Menaém). Menaém foi sucedido por seu filho Pecaías,que mais tarde foi assassinado por Peca, queusurpou o trono (2 Rs 15.23-25). Seu nomefoi apresentado por Isaías como “Peca, filhode Remalias” (Is 7.1), e em consistentes edesdenhosas menções e referências subse-quentes foi simplesmente chamado de “filhode Remalias” (por exemplo, 7.4). Pecaías, assim como seu pai, também paga-ra tributos aos assírios. Peca, ao contrário, e juntamente com Rezim de Damasco, tomou-se o principal instigador de uma coalizão des-tinada a se opor a Tiglate-Pileser. Parece queprimeiramente (2 Rs 15.37) pediram ajudaa Jotão (que reinava em Judá junto com seupai enfermo Uzias, acometido de lepra peloSenhor por ter se apropriado de prerrogati-vas sacerdotais; cf. 2 Rs 15.1-5; 2 Cr 26.16-21), e também a seu co-regente Acaz com afinalidade de assegurar o sucesso de seu em-preendimento. Tendo sua decisão apoiadapelo profeta Isaías, Acaz, em 734 a.C., se re-

cusou a participar da aliança siro-efraimita.Peca e Rezim invadiram Judá e sitiaram Je-rusalém (2 Rs 16.5; 2 Cr 28.5-15) em umatentativa de forçar a questão e colocar notrono um sírio, o filho ae Tabeal (Is 7.6), nolugar de Acaz, caso esse último se negasse acapitular.  Acaz, naturalmente, ficou alarmado (Is 7.2)pelo ataque de seus vizinhos do norte. Isaíasprocurou acalmar seus temores insistindoque ele evitasse se envolver em alianças, econfiasse no Senhor, afirmando que toda

ocupação de Israel e Damasco logo chega-ria ao fim (7.4). Entretanto, dessa vez Acazse recusou a obedecer ao profeta (7.12) edecidiu tomar um novo curso de ação. Elesolicitou a ajuda de Tiglate-Pileser contraRezim e Peca oferecendo um imenso tribu-to (2  Rs 16.7,8; 2 Cr 28,16; 20,21). Isaíastentou dissuadir Acaz de fazer uma aliançaentre Judá e a Assíria, mas esforçou-se em 

1936

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Tt G LATE- P1LESER TI G L ATE-P1LESER

Tiglate-Pileser III em uma carruagem âeguerra. BM 

vão. Agora Tiglate-Pileser tinha a desculpa

necessária para colocar em prática um pla-no já formulado, e Acaz seria, de fato, o pa-trocinador da aventura. O resultado imediato da submissão de Acazfoi que em aprox. 733 a.C, Tiglate-Pileserdesceu a costa do Mediterrâneo e invadiu aFilístia, isolando dessa forma Israel e a Síriade qualquer ajuda que poderíam, eventual-mente, esperar obter do Egito. As cidades de Asquelom e Gaza foram rapidamentesubjugadas (ANET, p. 2836) e, em seguida,Tiglate-Pileser atacou Queen Samsí, na Arábia, obrigando sua população afugir parao interior (ANET, p. 284a). Seu próximo estratagema foi dirigir-se parao norte, para a própria nação de Israel, ondecapturou Ijom, Abel-Bete-Maaca, Janoa,Quedes, Hazor, Gileade, Galiléia, e toda aterra de Naftali, e levou os seus habitantescomo prisioneiros para a Assíria (2 Rs 15.29).Essa passagem serve como exemplo de umadas distintas políticas administrativas inau-guradas por ele na Assíria a fim de estabe-lecer um indiscutível controle sobre os esta-dos dependentes; ela consistia em deportar

para outras terras os segmentos mais proe-minentes e influentes da população nativa.Outros governantes nativos dos estados con-uistados foram, então, normalmente suce-idos por administradores assírios que, porsua vez, eram mantidos no poder através deum elaborado sistema de controle e equilíbrio,enquanto eram importados elementos estran-geiros para a repopulaçâo da terra como par- 

te de uma política destinada a evitar rebeli-ões e assegurar a ausência de resistência (E.Oded, “Observa tions on Methods of AssyrianRule in Transjordanía After the Campaign of Tiglate-Pileser III”, JNES, XXDÍ [19701,177-186; para sua conquista de Astartu, a Asta-rote bíblica em Basâ, veja ANEP #366).Depois da incursão de Tiglate-Pileser con-tra Israel, o usurpador Oséias conspirou con-tra Peca, “o matou, e reinou em seu lugar”(2 Rs 15.30). Em seus registros, Tiglate-Pileser atribui a si mesmo o crédito por tercolocado  AusVu   (Oséias) no trono depois daueda de Paqahu   (Peca), provavelmente in-icando que tal ascensão não teria ocorridosem sua aprovação (ANET, p. 284a), Portan-to, na visão de Tiglate-Pileser, Oséias nãoassava de um fantoche no trono de Israel,omente a morte de Peca, o tenaz inimigo

dos assírios, evitou a completa destruição deIsrael nessa época. Em 733 a.C., Tiglate-Pileser anexou partes do reino do norte cri-ando as províncias de Megido, Dor e Gileade(que aproximadamente correspondem emextensão ao quarto, quinto e sétimo distri-tos administrativos do reino de Salomão, doisséculos antes daquela época). Damasco, que se encontrava desprovida dealiados, tornou-se o próximo objetivo deTiglate-Pileser. Em 732 a.C., ele atacou edestruiu a cidade, matou Rezim (2 Rs 16.9),

e assim o antigo reino da Síria deixou deexistir, Como vassalo da Assíria, Acaz foientão chamado a Damasco para prestar sualealdade política a Tiglate-Pileser. Entretan-to, ele logo percebeu que também exigiamsua lealdade religiosa, pois ao retornar aJerusalém viu-se obrigado a oferecer sacri-fícios em uma réplica de altar assírio que elehavia visto em Damasco. Ele aparentemen-te deu ordens para que esse altar fosse ins-talado no lugar do altar do Senhor, no Tem-plo de Jerusalém, que foi removido para umaposição secundária (2 Rs 16.10-18). Nessa

época, Acaz havia se transformado em umcompleto apóstata, substituindo o único everdadeiro Deus de seus pais por deuses es-tranhos (cf. também 16.3,4; 2 Cr 28.1-4,22-25). Como Tiglate-Pileser refere-se a Acazem suas inscrições como Ya’uhazu   (ANET,p. 282a), parece que seu nome completo eraJeoacaz e que os eseribas hebreus abando-naram o prefixo divino para exprimir seuprotesto pela infeliz memória deste homem.Ele foi enterrado em uma sepultura comum,longe dos túmulos reais (2 Cr 28.27). 

 Assim, Israel e Judá tornaram-se tributári-os do Império Assírio que havia então atin-gido o ápice de seu poder e prestígio. Assimcomo seu grande homônimo de quatro sécu-los antes daquela época, Tiglate-Pileser IIIcontinuou a ser o senhor de tudo aquilo quehavia dominado até o dia de sua morte.Veja  Assíria. 

R. F Y 

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TIGRE TIJOLO

Rio Tigre em Bagdá. JR

TIGRE O rio Tigre deriva seu nome do ter-mo grego Tigris  e do persa antigo Tigra. Seunome árabe moderno é Dijlah, que vem donome sumeriano original para rio (Idigna),traduzido para o assírio e babilônico comoIdiqlut  e para o hebraico como hiddeqel. O Tigre tem duas nascentes: a ocidental, quevem das encostas ao sul das montanhasannênias Anti-Taurus, perto de Diarbekr, ea oriental (Bitlis Chai e Bohtan Chai), quevem do sul do lago de Van. Depois que essasduas correntes se juntam ao norte das coli-nas do Kurdistão, o rio corre rapidamente

na direção leste-sudeste para se juntar aoEufrates nos pântanos, aprox 65 quilômetrosao norte do Golfo Pérsico. Na Antiguidade,ele terminava nessa área. Na época das en- 

chentes, de março a maio, provocada pelodegelo da neve em suas origens, ou na de seusprincipais afluentes (os rios Zab Maior e Me-nor, Adhem e Diyala), esse rio cujo compri-mento atinge mais de 1.800 qnilômetros tor-na-se navegável até a moderna cidade de

Mosul. As antigas capitais assírias estãolocalizadas em seu curso superior, isto é,Nínive na margem esquerda oposta a Mosul,a cidade de Calá, situada 40 quilômetros rioabaixo perto da junção do Zab Maior, e Assurna margem direita oposta ao Zab Menor.Dessa forma, o Tigre é mais bem descritocomo um dos quatro rios que fluem do Édenpara o leste da Assíria (ou de Assur, Gênesis 2.14)  . Seu rio gêmeo (daí a palavraMesopo-tâmia, “a terra dos dois rios” ou “a terra en-tre-rios”) é o Eufrates no lado ocidental. 

Em sua vazante, quando chega ao nível dosolo, o Tigre é chamado de “grande rio" (Dn 10.4)  . Nessas margens foram construídasvá-rias capitais, entre elas a famosa Selêucia(helenística), Ctesifonte (Pártia), do outro ladodo rio, na margem oriental, e Bagdá (islâmicaou árabe, capital do moderno Iraque), 32 qui-lômetros rio acima, na junção do Diyala. 

D. 

J.W. 

TIJOLO Os primeiros tijolos de que se temregistro estavam na cidade e na torre deBabel (Gn 11.3). Ruínas de casas da Meso-potâmia revelam o emprego de barro amas-sado e de tijolos em suas fundações desde,

 

Fabricação de tijolos ao longo do Nilo, A argila úmida é colocada em um quadro de madeira, que então éretirado e usado para repetição do processo. HFV 

1938193819381938 

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TIJOLO TtL

38). As antigas nações da Babilônia, Egito e Assíria, e até da Palestina, consideravamque o tijolo era um material barato e conve-niente para as construções, especialmenteem lugares onde havia escassez de pedrasou onde era muito difícil usá-las. É muitodifícil traçar a correta extensão desse uso

porque, depois que as casas e paredes caem,os tijolos crus formam, gradualmente, ummonte de terra e se toma impossível distin-gui-los do solo circunvizinho. No Egito, os tijolos eram, invariavelmente,crus ou não queimados. Quando tijolos cosi-dos em forno são encontrados sabe-se quepertenciam ao período romano. Tijolos cruseram feitos com terra preta argilosa, ou bar-ro, que era cuidadosamente “deslizado” oumisturado e colocado em uma caixa sem fun-do, que depois era retirada para deixar o tijo-

lo queimar ao sol. As vezes, o tijolo se torna-va tão duro que era preciso o golpe de ummachado para quebrá-lo. Para aumentar suacoesão, lhe acrescentavam palha picada ourestolho (Éx 5.7-18). (Veja Ibid.,  pp. 91-92para confirmar a ação de coesão da palha eaté da água com a qual a palha estava enso-pada.) Quando havia escassez de alimentos,a palha era consumida pelos animais. Issocontribuía muito para a dificuldade dos olei-ros que precisavam coletar restolho ou tra-balhar com grande desvantagepn. Escavaçõesmodernas, feitas em Pitom (Êx 1,11), mos-tram que a maioria dos tijolos da cidade dearmazenamento eram feitos de barro e palhae, depois, cozidos ao sol (provavelmente estefosse o trabalho dos escravos hebreus). Emalgumas ocasiões, os juncos foram substituí-dos por palha, e havia ainda outros tijolos quenão continham nenhum material fibroso. Os tijolos egípcios mediam, geralmente, cer-ca de 40 x 20 x 15 centímetros. No caso dasparedes, eles eram colocados de comprido.Para os arcos, eram colocados de lado. Fre-quentemente, os lados eram gravados com

hieróglifos com o nome do Faraó ou de al-gum edifício que lhe pertencia. Os tijolos quesobreviveram, desde os primórdios do Egito,parece terem sido feitos sob algum monopó-lio governamental. Os governantes entrega-vam as tarefas insalubres e desagradáveisaos estrangeiros cativos da Ásia e, entre eles,estavam os israelitas. Na tumba do grão-vizír Rekh-mi-Re, na cidade de Tebas, existeum quadro muito conhecido onde podemosver alguns escravos de tez clara (possivel-mente escravos hebreus) sendo utilizadospara transportar água, cavar argila, místu-rã-la, pressioná-la em moldes, carregar eempilhar os tijolos para serem usados. Oquadro está completo com a presença de chi-cotes, aguilhões e do oficial supervisor. Na Palestina e na Síria, esses métodos eramusados muitas vezes. Quando havia escas-sez de pedras para os edifícios, as casas eramfeitas com tijolos cozidos ao sol. Depois que 

os tijolos eram colocados, revestiam as ca-sas por dentro e por fora com o mesmo mate-rial, e elas eram caiadas ou pintadas comterra cinza ou amarela. O revestimento ex-terno precisava ser renovado de ano em ano.Isaías 9,10 refere-se à superioridade da pe-dra lavrada sobre o tijolo. 

 A antiga Babilônia usava tijolos cozidos emfornos e, freqüentemente, estes tinham suaadesão aumentada pela adição de betumeaquecido (Gn 11.3). Em geral, esses tijolosmediam 30 x 30 x 9 centímetros e eram gra-vados com caracteres cuneiformes. Muitosmilhares deles traziam o nome de Nabuco-donosor, Era muito comum o uso de tijolosvitrificados de várias cores. Os assírios usa-vam mais generosamente tijolos cozidos aosol embora também empregassem tijolos co-zidos em fornos para revestir os pisos ou

pavimentar pátios ou palácios. Também fo-ram encontrados tijolos pintados, esmalta-dos e até dourados em Nínive e em outrascidades assírias. Veja  Arquitetura: Edfícios. 

W, T. D.

TIL Segundo as inflexões de Mateus 5.18 eLucas 16.17, a palavra grega heraia,  “peque-no chifre”, significa um pequeno traço, dese-nho ou gancho que serve como ornamento aalgumas letras do alfabeto hebraico, comoum traço fino. Nas fontes rabmteas ele é de- 

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T1L T1MNATE-SERA

signado como “espinho" qos, qosa ), “coroa”(keter)   e “ponto” (rfquda ). As característicaseculiares aue o diferenciam, isto é, daleth e resh, betn   de kaph,  não são consideradascomo tal (cf. SBK in loco cit .). O jota (letrahebraica  yodh)   e o til em Mateus 5.18 são

usados metaforicamente para declarar queo mais ínfimo detalhe da Torá tem um cará-ter imortal que aguarda seu cumprimento.Veja  Jota. 

TILGATETILGATETILGATETILGATE----PILNESERPILNESERPILNESERPILNESER Forma alternativade Tiglate-Pileser Uj.t'.) que aparece em 1Crônicas 5.6 e 2 Crônicas 28.20. A mudançadas letras g   e / foi sem dúvida feita de acor-do com o interesse da eufonia hebraica, umcaminho seguido pela Septuaginta e pela Vulgata, enquanto o n  de pilrNeser  represen-ta o acádio ina,  significando “in”, encontra-

do em uma ortografia desse nome: Tukulti- apil-ina-Esarra.  A forma Tilgate-Pilneserencontrada em 1  Crônicas 5.26 omite com-pletamente a letra aleph   (cf. Monolito Zen- jirli, linha 16), 

TÍLIA Veja  Plantas: Azinheira. 

TILOMTILOMTILOMTILOM Um descendente de Judá mencio-nado entre os filhos de Simeão (1 Cr 4.20). 

TIMÃOTIMÃOTIMÃOTIMÃO Um dos sete homens escolhidos pelaIgreja de Jerusalém, consagrado pelos após-tolos para a supervisão de uma distribuiçãomais justa das provisões diárias. A julgarpelo aspecto grego de seu nome, não ná dú-vida de que era um helenista, isto é, um ju-deu que falava grego. Timão possuía umaótima reputação junto aos demais coopera-dores, e é descrito como um homem cheio doEspírito Santo e de sabedoria (At 6.5). 

TTMEU Pai de um mendigo cego de Jerico(Mc 10.46). Nas passagens paralelas (Mt20.29-34; Lc 18.35-43) não se menciona seunome. Marcos identifica o mendigo simples-

mente como Bartimeu (ç.a.) cujo nome eletraduz para seus leitores como “filho deTimeu”. 

TIMNA TIMNA TIMNA TIMNA  1.

 

Filha de Seir, o horeu, e irmã de Lotâ (Gn36.22; 1  Cr 1.39). Ela se tomou concubinade Elifaz, filho de Esaú, e lhe deu um filhochamado Amaleque (Gn 36.12). 2.

 

Filho de Elifaz (1 Crônicas 1.36) e coman-dante de Edom (Gn 36.40; 1 Cr 1.51). A capi-tal de Qataban, no sul da Arábia, era cha-mada de Timna',  talvez uma reminiscência

de um nome tribal recebido desse persona-gem bíblico, O local onde havia algumas mi-nas de cobre em 2.000  a,C. também é cha-mado de Timna. Ele está situado 24 quiô-metros ao norte de Eziom-Geber, e é prová-vel que seu nome também se origine de umlíder e d omita. 

3. 

Cidade próxima a Bete-Semes na frontei-ra norte de Judá (Js 15.10), agora identifi-cada com Tell el-Batashi no vale de Soreque(Y. Aharoni, “The Northern Boundary of Judah”, PEQ, XC [1958], 27-31). Algumasformas desse nome são Timnate e Timnata.

Essa cidade foi designada à tribo de Dâ comosua residência (Js 19.43), mas é evidente quenão conseguiram conquistá-la (cf. Jz 1.34).Na época de Sansão, ela era ocupada pelosfilisteus (Jz 14.2). Foi ali que Sansão se ca-sou pela primeira vez, e propôs seu famosoenigma sobre o lefio e o mel (Jz 14.1ss.). Semdúvida, Timna foi incorporada a Judá depoisdas vitórias de Davi, Quando Acaz estavasendo pressionado por Samaria e Damasco,os filisteus aproveitaram a oportunidadepara recapturar Timna e várias cidades vi-zinhas (2 Cr 28.18). Ezequias pode ter con-

seguido recuperá-la, mas ela foi capturadapor Senaqueribe em 701 a.C. (ANET, p. 228). 4.  Cidade da região montanhosa de Judá (Js15.57), provavelmente Khirbet at-Tabbana,dezesseis quilômetros a oeste de Belém, casoessa última possa ser associada à Timna (ouTimnate) de Gênesis 38.12-14, que é menci-onada em conexão com Adulão e Enaim. Estaera provavelmente uma das cidades fortifi-cadas por Bacchides para pacificar a Judéia(1 Mac 9.50; veja  Tímnate-Sera) 5.

 

Ortografia discutível do nome de um che-

fe de Edom (Gn 36.40; 1 Cr 1.51, Timna 2).  A. 

F.R. 

TIMNATETIMNATETIMNATETIMNATE Veja  Timna. 

TIMNATETIMNATETIMNATETIMNATE----HERESHERESHERESHERES Veja  Timnate-Sera. 

TIMNATETIMNATETIMNATETIMNATE----SERASERASERASERA Cidade na região monta-nhosa de Efaim, provavelmente KhirbetTibna, que Josué recebeu por herança (Js19.50) e onde ele foi sepultado (Js 24.30).Tibna está situada na antiga estrada roma-na que vai de Cesaréia a Jerusalém, aprox.

20 quilômetros a nordeste de Lida (Lode) e20 quilômetros a sudoeste de Siló. Foi men-cionada como Timnate-Heres; o segundo ele-mento deste nome foi provavelmente escritoao contrário (Jz 2.9). Nos últimos dias da in-dependência judaica, antes que a Judéia pas-sasse a ser totalmente dominada por Roma,ela havia se tornado o centro administrati-vo de uma monarquia superior (Plínio, Na- tural History, v.70; Josefo, Wars   iii.3.5;  Ant.xiv.11.2), substituindo o antigo centro de Aramatha (1 Mac 11.34). Ela foi anterior-

mente identificada com a cidade de Thamna,fortificada por Bacchides, juntamente comvárias outras cidades da Judéia (1 Mac 9.50).Entretanto, Michael Avi-Yonah mostrou queesta era provavelmente a cidade de Timnamencionada no tópico 4 (q,v,\ Histórica! Ge- ography ofPalestine,  Jerusalém. Bialik Inst.,1962, pp. 36-37 [Hebraico]}. 

 A.  F.R. 

1940 

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T1MN1TA TIM TEO

TIMNITA Epíteto gentílico usado pelos fi-listeus para designar o sogro de Sansáo (Jz15.6), provavelmente derivado de Timna,local de sua residência (ou Timnata, Juizes14.1,2,5). Antigamente, era uma vila danitana fronteira norte de Judá, perto de Bete-Semes (Js 15.10; 19.43), e tem sido identifi-cada com Tell el-Batashi no Uádi es-Sarar, 

TIMÓTEO Pela fbrma carinhosa como Paulolhe escreve, parece que Timóteo era seu dis-cípulo favorito. Seu pai era grego, mas suamãe Eunice e sua avó Lóide eram judias (2Tm 1.5). Eles provavelmente se converteramdurante a primeira visita de Paulo a Derbee Listra (At 14.6-22). De uma forma geral,aceita-se que Timóteo nasceu em Listra (At16.1,2). Quando Paulo retomou a essa regiãodepois de alguns anos, durante sua segunda

viagem missionária, ele ficou tão impressio-nado com o jovem Timóteo que resolveu levá-lo consigo, provavelmente como um substi-tuto de João Marcos. Timóteo recebeu um excelente treinamentoespiritual de sua mãe e de sua avó, e dele“davam bom testemunho os irmãos que es-tavam em Listra £ em Icônio” (At 16.1,2; 2Tm 1.5; 3.14,15). E bastante estranho o fatodele nunca ter sido circuncidado, talvez por-que seu pai fosse grego. Mas o pai teve pou-ca influência na educação religiosa de seufilho, e pode até mesmo ter morrido muitocedo. Havia certas indicações proféticas deque esse jovem estava destinado a realizarum importante trabalho a favor da causa doSenhor Jesus Cristo (1 Tm 1.18; 4.14). Quan-do Paulo se juntou aos anciãos locais e im-pôs as mãos sobre Timóteo, este último re-cebeu um dom espiritual, provavelmentepara capacitá-lo para seu ministério comoevangelista (2 Tm 1.6; 4.5). Todavia, antesde sua consagração ele foi circuncidado peloapóstolo, pois iria trabalhar em regiões ondemoravam muitos judeus. Normalmente, Pau-

lo possuía uma forte convicção de que a cir-cuncisão era desnecessária para o cristão, ese opunha fervorosamente às exigências dosadeptos da religião judaica de que os genti-os deveríam ser circuncidados antes de suaadmissão como membros da igreja. Nestecaso, entretanto, Paulo fez com que Timóteose submetesse a esse rito para não causarqualquer preconceito desnecessário entre osinúmeros judeus a quem ele iria proclamaro evangelho. Paulo, Silvano e Timóteo viajaram em direçãonorte-noroeste através do elevado planalto da Ásia Menor, e desceram a Trôade, onde Pauloteve uma significativa visão de “um varão daMacedônia” que lhe rogava, dizendo; “Passa àMacedônia e ajuda-nos!” (At 16,9). Era umchamado para evangelizar a Europa. Lucas se juntou a eles, e assim se apressaram a atra-vessar o mar Egeu até Neápolis. Não existe qualquer menção a Timóteo em 

relação aos acontecimentos subseqüentes emFilipos e Tessalônica, mas é virtual mentecerto que ele estava nessa companhia. Emseguida, ele é encontrado em Beréia, ondePaulo o deixou para continuar seu trabalho(At 17,10-14). Mais tarde, Timóteo seguiuPaulo até Atenas e de lá foi enviado de voltaa Tessalônica para ajudar os irmãos. Tendocompletado sua missão, Timóteo juntou-sea Paulo em Corinto levando-lhe boas notíci-as (lTs 3.6,7). Como o nome de Timóteo aparece nas duassaudações das Epístolas aos Tessalonicen-ses, escritas em Corinto, e como ele pregoudurante muito tempo nessa cidade (2 Co1.19), fica bem claro que ele trabalhou juntocom Paulo durante algum tempo.  A próxima menção a Timóteo no livro de Atosestá relacionada com seu ministério junto a

Paulo, durante a longa permanência do após-tolo em Éfeso em sna terceira viagem missi-onária (At 19.22), Como não existe nenhumregistro sobre seu ministério durante esseintervalo em alguma outra passagem, é pro-vável que Timóteo tenha acompanhado Pan-lo de Corinto até Éfeso e, mais tarde, por na-vio, até Cesaréia na viagem para Jerusalém,como está registrado em Atos 18.18-23. De-pois de retornar a Éfeso, junto com Paulo,Timóteo foi enviado em uma missão especi-al através do mar Egeu, levando a primeira

Epístola de Paulo à Igreja de Corinto (1 Co4.17; 16.10,11), Evidentemente, ele realmen-te retornou a Éfeso conforme planejado (1Co 16.11) e em seguida foi enviado à Mace-dônia, junto com Erasto, para preparar  o ca-minho para um novo estágio da terceira via-gem de Paulo (At 19.22; 1 Co 16.5). Timóteo estava com Paulo na Macedôniaquando foi escrita a segunda Epístola aos Co-ríntios (1,1), e estava novamente ao lado doapóstolo em Corinto quando foi escrita a Epís-tola aos Romanos (16.21). Depois, juntamen-te com outros, Timóteo precedeu Paulo quan- 

Timóteo estava ministrando à igreja em Éfesoquando Paulo escreveu-lhe a primeira carta.

 Aqui está a rua principal da antiga Éfeso, quectrv.V'-.-':, a Agora grega à esquerda e o teatro è

direita. Foto Esat Balim 

1941 

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T1M0TE0 TIM TEO, PRIMEIRA EP STOLA A

do o apóstolo voltou através da Macedôniapara Jerusalém, aguardando-o em Trôade (At20.4,5). Nada sabemos sobre Timóteo entre aprisão de Paulo em Jerusalém e sua chegadaa Roma, mas ele estava com o apóstolo nessacidade quando as Epístolas aos Colossenses,

Filipenses e Filemon foram escritas (Cl 1.1;Fp 1.1; Fm 1). Paulo revelou sua intenção deenviar Timóteo a Filipos a fim de expressar apreocupação que sentia pelos crentes daque-la cidade (Fp 2.19-23). Durante o período em que esteve livre, de-pois de sua primeira prisão, Paulo deixouTimóteo em Efeso para atender às necessi-dades daquela igreja (1 Tm 1,3). A tradiçãoque diz que Timóteo foi o primeiro bispo deEfeso não deve ser verídica, pois sua perma-nência naquela cidade foi apenas temporá-ria. Como o apóstolo João logo depois pas-

sou a residir permanentemente nesta cida-de, Timóteo não poderia ter sido o ancião ouo bispo responsável. Durante sua última prisão em Roma, Pau-lo sentia uma carinhosa necessidade de verTimóteo e insistiu para que ele fosse até lá“antes do inverno”. Não sabemos onde Ti-móteo estava nessa ocasião, nem se ele che-gou antes do apóstolo ter sido martirizado(2 Tm 4.6-9).  As numerosas exortações e determinaçõesque Timóteo recebeu levaram muitos a crer

que ele era tímido (cf. também 1 Coríntios16.10,11) e que precisava do apoio de Paulo.Os tempos perigosos do reinado de Nero exi-giam uma exortação à constância, especial-mente porque Timóteo, apesar de ser jovem,não tinha uma saúde forte (1 Tm 4.12; 5.23).Por outro lado, nenhum dos colaboradoresde Paulo era mais ativo do que ele, e a ne-nhum deles o apóstolo agraciou com maisconfiança e amor (Fp 2.19-22).  A tradição diz que Timóteo, assim como Pau-lo, sofreu o martírio. 

 A.  M.R, 

TIMÓTEO, PRIMEIRA EPÍSTOLA A As Epístolas a Timóteo e Tito são classificadascomo Epístolas Pastorais. Os assuntosintrodutórios relacionados às três cartas fo-ram considerados em conjunto. Veja também Pastorais, Epístolas. 

 Autenticidade  A autenticidade das Epístolas a Timóteo eTito recebeu forte apoio das evidências ex-ternas. Os testemunhos foram dados pelaPeshita (Siríaeo) do século II d.C., pela Anti-ga Versão Latina (século II), pelo Fragmen-to Muratoriano (170 d.C.), por Teófilo de Antioquia (181 d.C.), por Irineu (178 d.C.),por Clemente de Roma (93-95 d.C.), por Cle-mente de Alexandria (194 d.C.), por Tertuli-ano (200  a.C.}, e por muitos outros. O fatode esses livros terem sido rejeitados pelosgnósticos hereges não prova nada, pois a 

política que estabeleceram era eliminar to-das as Escrituras que fossem contrárias àssuas próprias opiniões. Somente no início do século XIX, a opiniãouniversal da Igreja foi desafiada em relaçãoà autoria e à autenticidade paulina desses

livros. Schmidt e Schleiermacher iniciaramo ataque, seguidos por Eichhom, De Wette eF. C. Baur. Depois vieram H. J. Holtzmann,P. N. Harrison e M. Dibelius.  As objeções apresentadas foram: 1.  Que o vocabulário e o estilo são diferentesdas outras epístolas de Paulo e que, porexemplo, elas contêm 165 palavras clássicasgregas não encontradas em nenhuma outraobra de Paulo. Mas nenhum escritor exauretodo o seu vocabulário de uma vez, e este ésempre ampliado com o passar do tempo.Quando esteve em Roma, Paulo deve ter re-

cebido a visita de gregos de alta cultura, epode ter aumentado seu conhecimento sobreos autores clássicos.  Além disso, Paulo estava escrevendo a ami-gos íntimos com profundo conhecimento dogrego. Mudanças no vocabulário e no estilonão são de admirar; por exemplo, depois dosucesso de Karl Barth na Europa, o estilo ea terminologia de muitos teólogos mudaramdrasticamente. Por que negar ao apóstolo odireito de variar um pouco seu estilo? En-tretanto, o tom geral e o sentimento expres-

so nas Pastorais, assim como suas palavras,permaneceram marcadamente semelhantesaos das epístolas anteriores. 2.

 

Que as referências feitas às heresias nasPastorais provam que as cartas devem per-tencer à metade ou ao final do século II. Es-tes críticos alegam que passagens como 1Timóteo 1.4 e 6.20 estariam referindo-se aognosticismo (q.v .), mas sabemos que as pri-meiras manifestações dessa seita são ante-riores a essas datas. Alguns cristãos nomi-nais de origem judaica estavam tornando-semuito degenerados em relação à moral. Aomesmo tempo, tendências gnósticas estavamdesenvolvendo-se, e as admoestações de Pau-lo contra os falsos mestres estavam perfei-tamente de acordo com tal situação. 3.

 

Que a organização eclesiástica nas Pasto-rais é muito posterior à Era Apostólica. Narealidade, a organização da igreja era pri-mitiva, Os termos bispo e presbítero (ou an-cião) ainda eram intercambiáveis. Não ha-via bispos diocesanos antes do final do sécu-lo II. W. F. Albright (New Horizons in Biblica Research, Londres. Oxford, 1966, p. 49) mos-

trou que, de acordo com os Rolos do MarMorto (q.u.), a função de governar do anciãodo NT acompanha de perto a do m‘baqqe que presidia a comunidade Qumran. 4.

 

Que os dados das Pastorais não estão deacordo com a narrativa de Atos. Mas, File-mom (v.22) e Filipenses (2.24) mostram quePaulo tinha uma grande esperança de ser li-bertado de sua primeira prisão em Roma. 

1942 

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TIM TEO, PRIMEIRA EP STOLA A TIM TEO, SEGUNDA EP STOLA A

Clemente de Roma (95 d.C.), o FragmentoMuratoriano (171 d.C.), e Eusébio são unâni-mes em dizer que isso realmente aconteceu. Antigas tradições dizem que o apóstolo foi àEspanha, e as Pastorais indicam com segu-rança que Paulo viajou posteriormente parao oriente como pretendia (1 Tm 1.3; Tt 1.5).Ele esperava passar o inverno em Nicópolís(Tt 3.12), mas ao invés disto foi para Roma,provavelmente como prisioneiro.  As Pastorais transmitem exortações urgen-tes que Paulo, ao chegar ao final de sua vida,desejava enviar a seus amados auxiliaresque estivessem vivendo situações de perigo.Nenhum falsificador podería ter inventadoos íntimos toques pessoais que estão conti-dos nestas epístolas. 

Data 

 As Pastorais mostram fortes evidências deterem sido escritas durante o reinado deNero, com pequenos intervalos entre elas,provavelmente entre os anos 62 e 65 d.C. 

EsboçoEsboçoEsboçoEsboço 

I. 

Saudação, 1.1,2 II.  Ordens de Paulo a Timóteo, 1.3-20 

 A. 

Ensinar apenas a sã doutrina, 1.3-11

B. 

Observar Paulo como o padrão deDeus, 1.12-17 

C. 

Como ser vitorioso em uma guerra,

1. 18-20 III. 

Exortação à Ordem Adequada no Cul-to Público, 2.1-15  A.

 

Orações por todas as pessoas e pelosgovernantes, 2.1-8 

B. 

Conduta das mulheres, 2.9-15 IV.  Requisitos para os Oficiais da Igreja,

3.1-13  A.  Para os anciãos, 3.1-7 B.

 

Para os diáconos e diaconisas, 3.8-1  V.  Conduta Ministerial Adequadana Igre-

 ja, 3.14-6.19  A.  Porque a igreja é a coluna e o balu-

arte da verdade, 3.14-16 B.  Por causa das doutrinas inspiradas

pelo Diabo, 4.1-5 C.  Disciplinando-se para uma vida de te-

mor e obediência ao Senhor, 4.6-12 D.  Dedicar atenção ao ministério públi-

co e aos ensinos, 4.13-16 E.  Instruções aos homens e mulheres,

especialmente às viúvas, na igreja,5.1-16 

F. 

 A recompensa, a disciplina e a con-sagração dos anciãos, 5.17-25 

G. 

Instruções aos servos e escravos cris-tãos, 6.1,2 H.

 

 Advertências sobre o amor ao dinhei-ro, 6.3-19 

 VI. 

Exortação Final para que se Evite a“Falsa Ciência” (Gnosis), 6.20,21 

Bibliografia. J. H. Bernard, “The Pastoral  

Epistles ” (1899), Cambridge Greek Testa- ment,  Cambridge. Univ. Press, 1922 (reim-nresso). B. S. Easton, The Pastoral Epistles,Nova York. Scribneris, 1948. DonaldGuthrie, The Pastoral Epistles, TNTC, GrandRapids. Eerdmans, 1957. P. N. Harrison, The Problem of the Pastoral Epistles,  Oxford.Univ. Press, 1921. William Hendriksen, Ex- 

osition ofthe Pastoral Epistles, NTC, GrandRapids. Baker, 1957. D. Edmond Hiebert,First Timothy,  EBC, Chicago. Moody, 1957;Seeond Timothy, 1958; Titus and Phílemon,1957. H. A. Kent, Jr., The Pastoral Epistles,Chicago. Moody, 1958. H. P. Liddon,Explanatory Analysis of St. Pauis Firs Epístle to Timothy,  Londres. Longmans,Green, 1897. Walter Loek,  A Criticai an Exegetical Commentary on the Pastora Epistles,  ICC, Nova York. Scribneris, 1924;

reimpresso em 1936. E. K. Simpson, The Pastoral Epistles,  Grand Rapids, Eerdmans,1954. Theodor Zahn, Introduction to the Ne Testament, Vol.II, traduzido em 1909, GrandRapids. Kregel, 1953, reimpresso. 

 A. M. R.

TIMÓTEO, SEGUNDA EPÍSTOLA A TIMÓTEO, SEGUNDA EPÍSTOLA A TIMÓTEO, SEGUNDA EPÍSTOLA A TIMÓTEO, SEGUNDA EPÍSTOLA A Essa epístola foi escrita de Roma, onde Pau-lo estava preso. Ele sabia que seu fim esta-va próximo (2 Tm 4.6,7), e insistiu que seuamado Timóteo se apressasse para ficar aoseu lado. Nas perseguições de Nero, muitos

cristãos eram levados às pressas para so-frer os tipos de morte mais brutais que sepodia inventar. Ao escrever 1  Timóteo e acarta a Tito, Paulo deveria ter conhecimen-to do caráter de Nero e dos perigos a que oslíderes cristãos estariam expostos por par-te de tal soberano. Escritas sob tais circunstâncias, era natu-ral que as Pastorais tivessem um aspecto deurgência e de súplica, e que fossem bastanteobjetivas. Eram, portanto, pedidos premen-tes a Timóteo para ser um bom soldado de

Cristo. Naqueles tempos horríveis, ele deve-ria se esforçar ao máximo no bom combate.Não é necessário presumir, como muitos ofizeram, que todas essas exortações estavamimplicando uma definitiva fraqueza ou timi-dez de Timóteo, embora tudo leve a crer queele tivesse alguma tendência nesse sentido(veja  Timóteo). Fica bastante claro, a partir das Pastorais,que Paulo havia recentemente visitado aGrécia, Mileto, Trôade, Macedônia e tambémCorinto, de onde uma curta viagem o levoua Nicópolis, em Epiro, onde convocou Tito (Tt3.12). Paulo pode ter sido preso nessa cida-de no início da perseguição de Nero, no ano64 d.C. Ao chegar a Roma, Paulo foi abando-nado pelos falsos amigos e somente Lucaspermaneceu ao seu lado (2 Tm 4.11). Nashoras de perigo e da possibilidade de sermorto, o apóstolo sentia falta da companhiado fiel Timóteo (2 Tm 4.9). 

1943 

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TIM TEO, SEGUMDA EP STOLA A TI R AC A

Sabe-se que Paulo sofreu o martírio emRoma, provavelmente no ano 65 d.C. Timó-teo também foi preso, mas depois libertado(Hb 13.23). Naua mais se sabe a respeitodeste homem de Deus. 

EsboçoEsboçoEsboçoEsboço 

I. 

Saudações e Ação de Graças para Ti-móteo, 1.1-5 

H. Acusação de Paulo aos Desavergonha-dos, 1.6-18  A.  A vinda do Espírito Santo, 1.6,7 B.

 

O exemplo do sofrimento e do comprometimento de Paulo, 1.8-14 

C. 

 A firmeza de Onesíforo em meio àsdeserções, 1.15-18 

III. 

 A Exortação a ser Forte, 2.1-13  A. Como ensinador, 2.2 B.

 

Como soldado, 2.3,4 

C. 

Como um atleta, 2.5 D.

 

Como lavrador, 2.6,7 E. Por causa de Jesus Cristo, 2.8-13 

IV. 

Exortação a Resistir ao Falso Ensino,2.14-3.17  A.

 

Pelo correto manuseio da Palavra da Verdade, 2.14-18 

B. 

 Abstendo-se da contaminação doerro, 2.19-22 

C. 

Recusando as especulações fúteis,2.23 

D. 

Corrigindo os outros com bondade emansidão, 2.24-26 

E. 

Evitando os apóstatas dos últimosdias, 3.1-9 

F. 

Imitando o comportamento do após-tolo durante as perseguições, 3.10-13 

G. Permanecendo nas Escrituras inspi-radas, 3.14-17 

 V.  Exortação a Pregar a Palavra, 4.1-8  A.

 

Porque muitos não mais tolerarão asã doutrina, 4.1-4 

B. 

Porque Paulo está prestes a partir,4.5-8 

 VT. Instruções Pessoais a Timóteo e Con-clusão, 4.9-22 

Bibliografia. Veja   Timóteo, Primeira Epís-tola a, 

 A. M. R.

TINIR 1.  O verbo nominal hebraico ‘akas   é deriva-do do substantivo ‘ekes   ou “anel do tornoze-lo”, “pulseira” (Is 3.18) e representa o somproduzido pelo contato dos metais usados nostornozelos quando as mulheres caminhavam.

Isaías está censurando esse tipo de compor-tamento sugestivo praticado pelas mulheresdevassas de Jerusalém (Is 3.16). 2,  O particípio grego alalazon,  “estrondo”,“ressoar”, modifica os címbalos em 1 Corínti-os 13.1 (cf. SI 150.5), onde o dom de línguassem amor é comparado ao barulho do badalode um sino, ou do ressoar de um metal. 

TINTA A tinta já era usada no Egito em 2500a.C. Uma referência do AT diz que Baruqueescreveu as profecias de Jeremias “com tin-ta” (Jr 36.18). A palavra tinta ocorre no NTem 2 Coríntios 3.3; 2 João 12; 3 João 13 comoa tradução do termo grego melan  (preto), pro-

vavelmente se referindo ao negro-de-fumo oufuligem misturado com goma (três partes parauma) e água para fazê-la aderir e ter algumbrilho. A massa era moldada em hastes e pos-teriormente cortada quando necessário, eumedecida para o uso.  A neutralidade química do carbono mantinhaa tinta preta por séculos conforme demons-trado pelas ostracas da época dos profetas do AT, encontradas em Laquis e Samaria. Umatinta marrom-ferrugem de nozes-de-galha empó e sulfato de ferro foi usada em alguns ma-nuscritos, como no Códice Vatieanus e noCódice Bezae. Vários papiros egípcios usaramuma tinta vermelha feita de minerais pulve-rizados. Veja  Escrita. 

TINTEIRO DE CHIFRE Também chama-do de tinteiro de escrivão (ou de escrevente),ou ainda estojo de escrevedor. Por muitosséculos os escribas carregaram em seus cin-tos um longo tubo ou estojo no qual manti-nham as suas penas (juncos), com um peque-no copo ou frasco para tinta ligado à extre-midade superior. E chamado em heb. qeset.

e é traduzido como “tinteiro de chifre”. Estetermo ocorre em Ezequiel 9.2,3,11, e é tra-duzido como “estojo de escrevedor” em vári-as versões. Os escribas egípcios e sírios usa-vam uma paleta (egip., gsty),  um estreitoquadro de madeira retangular com um lon-go sulco para segurar penas de junco econcavidades circulares para as massas detinta vermelha e preta. Para as ilustraçõesdestas paletas veja ANEP, Nos. 232-234,460.Veja  Tinta; Escrita. 

TINTUREIROS Veja  Ocupações: Tingidor 

TIQUICO Um dos companheiros e represen-tantes mais mencionados por Paulo (At 20.4;Ef 6.21; Cl 4.7; 2 Tm 4.12; Tt 3.12). Ele era umasiático (efósio?) que provavelmente acompa-nhou Paulo quanao levou a coleta dos santos àIgreja que estava em Jerusalém (1 Co 16.1-4),Muitos elogios lhe foram feitos pelo apósto-lo; “irmão amado, e fiel ministro, e conservono Senhor” (Cl 4.7; cf. Ef 6.21). Juntamentecom Onésimo, ele foi enviado por Paulo (naprisão) à Igreja de Colossos (e, possivelmen-te, a uma igreja em Éfeso) para entregar as

cartas do apóstolo e informar aos crentessobre sua situação. De acordo com Tito 3.12, Tíquico seria umpossível substituto para Tito em Creta, poisPaulo desejava que Tito fosse juntar-se a eledurante sua permanência em Nicópolis. 

TIRACA Este termo se refere ao egípcio 

1944

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TIRACA T1RAN

 Antigo equipamento de escrita do Egito. Em uma extremidade doestojo da pena havia um tinteiro. BM 

Taharka, terceiro rei (etíope) da 25a  Dinas-tia do Egito. Foi mencionado primeiramen-te como “Tiraca, rei da Etiópia” ou “Tiraca,rei de Cuxe”, que liderou as forças egípciascontra Senaqueribe (2 Rs 19.9). Esse últi-mo afirmava que havia derrotado a cavala-ria e as bigas do Egito em Elteque, em 701a.C. (ANET, pp. 287ss,), enquanto Jerusa-lém estava sendo sitiada. Dados coletados

no monolito Apis indicam que Tiraca come-çou a reinar em 689 a.C. e continuou até664 a.C. Cinco grandes monolitos escava-dos em Kawa, no Sudão, serviram para es-clarecer um outro monólito quebrado rela-tivo a ele. Sabe-se agora com certeza que ele tinha 20anos de idade quando seu irmão, o FaraóShebitku (701-690 a.C.), o convocou para irde Núbia a Tebas para ajudá-lo, e não quetinha 20 anos quando se tornou rei (AlanGardiner, Egypt of the Pharaohs,  Oxford.Clarendon Press, 1961, pp. 342ss.). Dessa

forma, ele tinha idade suficiente para chefi-ar o exército do Egito como representante deseu irmão, o rei Shebitku, em 701 a.C, Anti-gos escritores orientais, e também modernos,freqiientemente se referem às pessoas pelostítulos conquistados posteriormente ao pe-ríodo que está sendo descrito (K. A. Kitchen,

 Ancient Orient and Old Testament, Chicago.Inter-Varsity, 1966, pp. 82-84). 

Em 670 a.C., Esar-Hadom, filho de Senaque-ribe, liderou um exército até o Egito. Ele sevangloriava de ter conquistado o Egito, feri-do seu rei Tiraca cinco vezes com suas fle-chas, e governado sobre todas as suas terras(ANET, p. 290). Quando Esar-Hadom mor-reu, Tiraca retornou ao Egito, Assurbanipalenfrentou seu exército em Kar-Baniti, noDelta, e o derrotou. Em seguida, Tiraca, quehavia permanecido em Mênfis, fugiu paraTebas. Depois do insucesso de sua conspira-ção com alguns governantes egípcios, parase revoltarem contra a Assíria, Tiraca reti-rou-se para a Etiópia. 

R. E, H.

TIRADORES DE ÁGUA Uma das classesmais inferiores de servos (Dt 29.11). Contu-do, tal serviço era preferido à morte pelos gi-beonitas, que, por medo, se submeteram aosisraelitas invasores (Js 9.21,23,27). Mulheres(Gn 24.11) e homens jovens (Rt 2.9) tiravam

água do poço como parte de suas tarefas coti-dianas; mas, como uma ocupação fixa, estetrabalho era desprezado. Até pouco tempo, oshomens faziam seu comércio ambulante deágua no Oriente Médio utilizando bolsas depele de cabra em suas costas. 

TIRANÁ Filho de Calebe com sua concubi-na Maaca (1 Cr 2.48). 

1945

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TIRANO TIRO

Uma rua romana da cidade-ilha de Tiro, HFV 

TIRANO Além de Atos 19.9, não há nenhu-ma outra menção desse homem, A frase “naescola Sgv, sehoíe] de um certo Tirano” é am-bígua. Será que ele ensinou no salão da si-nagoga? Ou será que era seu proprietário?Qualquer dessas hipóteses seria possível. O texto do grego Ocidental (Codex Bezae) de Atos acrescenta várias palavras ao final doversículo 9: “...de um (ou, um certo) Tirano,da quinta à décima hora” (Tyrannou tino apo horas e heos dekates). Se essa adição foraceita, Paulo teria usado esse saláo entre as

11 horas da manhã e as 4 da tarde, um perí-odo do dia em que as pessoas não estavamtrabalhando. Dessa forma, ele serviría aomesmo propósito da casa de Tito Justo emCorinto (cf. At 18.6,7 com 19.8,9). Isto conti-nuou durante dois anos de uma forma bemsucedida (19.10). 

TIRAS Um dos descendentes de Jafé, filhode Noé (Gn 10.2; 1  Cr 1.5). Seu epônimo pa-rece estar se referindo a um povo do marEgeu, na costa ocidental da Ásia Menor, quefoi plausivelmente identificado com o nomeTursha (Tw-rw-s3),  mencionado nas inscri-ções egípcias do século XIII a.C. Foi relacio-nado por Ramsés III como um dos Povos doMar que invadiu a Síria e a Palestina emsua jornada para atacar o Egito. Eles eramos tirsenios (mais tarde, tirrenos) de fontesregas (Homero; Heródoto 1.57.94), onde sãoescritos como piratas do mar Egeu. Isso estáde acordo com a observação do livro do Jubi-leu (9.13) de que a nação de Tiras abrangiaquatro grandes ilhas no meio do mar. Veja Nações. 

TIRATITAS Família de escribas origina-da dos queneus, e que residia em Jabez (1Cr 2.55). 

TTRIA Um dos filhos de Jealelel pertencen-te à família de Calebe em Judá (1 Cr 4.16). 

TIRO Antiga cidade-estado fenícia, no Me- 

diterrâneo, entre Acre e Sidom. Controlan-do a única planície de Tiro (com cerca de 24quilômetros de comprimento e três de lar-gura) da Antiguidade, essa cidade chegou ase tornar líder de todas as cidades da costafenícia, mas sem conseguir reuni-las em

uma única nação.  As origens de Tiro podem ser traçadas desdeos primeiros tempos, provavelmente no 3° mi-lênio a.C. Durante a Era Amaina (em aprox.1400-1360 a.C.), a cidade foi sitiada por Sidom,que desde então manteve sobre ela uma as-cendência. O templo de Aserá, em Tiro, eramuito conhecido dos povos da antiga Ugarite(ANET, p. 145). Quando os invasores vindosdo mar abandonaram Sidom quase totalmen-te em ruínas por volta de 1200 a.C., muitos deseus habitantes migraram para Tiro, contri-buindo ainda mais com a ascendência mencio-

nada acima. Portanto, podemos dizer que Tiroera a “filha de Sidom” (Is 23.12).  A história do período da independênciafenícia (aprox. 1200-870 a.C.) é, em grandeparte, a história da expansão de Tiro. Pare-ce que seu grande período de progresso foialcançado com Hirão I (q.tO logo depois de1000 a.C. As datas de seu reinado foram re-centemente estabelecidas por Frank M,Cross (BASOR, #208 [1972], p. 17), Pareceque ele deu início à colônia de Társis (q.v.na distante Espanha. Naquela época, Tiro

consistia de duas pequenas ilhas na costa daFenícia (não se sabe ao certo se havia umacidade de Tiro no continente). Hirão uniu asduas ilhas e, presumivelmente, dirigiu suaatenção às fortificações e também às baías.Existia uma baía de Sidom ao norte e umabaía egípcia no sul. Os hebreus e os habitantes de Tiro haviamestabelecido relações mútuas de amizade,Hirão forneceu carpinteiros, pedreiros emadeira para a construção do palácio de Davi(2 Sm 5.11,12; 1 Cr 14.1,2), e também ho-mens e materiais para a construção do Tem-plo (2 Cr 2; 1 Rs 5.1-12). Hirão e Salomãotambém participaram de empreendimentoscomerciais conjuntos (1  Rs 9.26-28). Porém,a linhagem de Hirão chegou ao fim no iníciodo século IX com a revolta de um sacerdotechamado Etbaal, que assumiu o trono e ca-sou sua filha Jezabel com Acabe de Israel (1Rs 16,31). Foi dessa maneira que a adora-ção a Baal foi introduzida em Israel.  A independência fenícia terminou com o rei-nado ae Assurnasirpal II (883-859 a.C.) da Assíria. Em 876, ele recebia tributos de Tiro,

assim como de outras cidades fenícias. Segun-do a tradição, mais tarde, nesse mesmo sécu-lo, Pigmalião (831-785 a.C.) fundou Cartago,no sétimo ano de seu reinado. Tiro atingiu oapogeu de sua prosperidade durante o século VIII, sob o domínio assírio, provavelmenteporque o poder assírio trouxe um elevadq ní-vel de paz e segurança ao comércio da Ásiaocidente!. Mas durante esse período, a histó- 

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TIRZA

ria de Tiro foi pontilhada por diversas rebeli-ões contra os dominadores estrangeiros.Com o declínio da Assíria, após a metade doséculo VII a.C., Tiro alcançou sua indepen-dência, e conseguiu conservá-la durante cer-ca de 40 anos. Ezequiel, que viveu duranteestas décadas de independência, fez umanotável descrição das conquistas de Tiro(Ezequiel 27). Mas ele também previu sua destruição (26,3-21). O primeiro estágio dessa destruiçãoaconteceu com Nabucodonosor da Babilônia,que sitiou a cidade do continente durante 13anos (585-572 a.C.), e no final ela foi total-mente destruída. Como não dispunha de umafrota, ele não podia tomar a cidade localiza-da nas ilhas, no entanto elas se renderamsob condições favoráveis. Porém, os dias deglória de Tiro haviam terminado. Seu comér-

cio havia sido arruinado pelo cerco babilôni-co, e também pelo fato de mercadores gre-gos terem conquistado o comércio fenício nonordeste do Mediterrâneo e, em certo senti-do, também em toda parte. Seu papel no co-mércio internacional foi posteriormenteusurpado em terra por mercadores sírios (ouarameus), e no mar pelos cartagineses. O segundo estágio do cumprimento da pro-fecia de Ezequiel aconteceu em 332 a.C.,quando Alexandre o Grande sitiou a cidadeque estava na ilha durante sete meses atéconquistá-la, depois de construir uma pas-sarela com as ruínas da capital continentale deixar a área tão exposta quanto a “penhadescalvada”. A maior parte da população foimorta ou vendida como escrava. Embora a cidade tenha sido reconstruída ese tornado bastante próspera por volta de315 a.C., seus colonizadores eram principal-mente carianos, e não fenícios. Portanto, ha-via pouca ligação étnica com a antiga cidadede Tiro. Durante o período romano, ela al-cançou um certo grau de prosperidade, poisa púrpura que produzia era muito procura-

da {veja   Púrpura). Uma colônia romana seestabeleceu na cidade que, posterior mente,se tornou amplamente helenizada. Ao final 

O grande circo romano, ou hipódromo, dacidade de Tiro no continente. HFV 

de sua terceira viagem missionária, Paulopermaneceu durante uma semana em Tiro(At 21,3,4). Tiro sofreu muitos ataques, foiparcialmente destruída nos séculos seguin-tes e quase completamente arrasada pelosmuçulmanos em 1291, tendo, a partir deentào, permanecido em ruínas durante sé-culos. A moderna cidade de Tiro tem umapopulação de cerca de 12.000  habitantes. Ogoverno do Líbano tem continuado a fazerescavações nas ruínas locais. Veja  Fenícia; Sidom; Líbano. 

H. 

F. V. 

TIRO DE ARCO Uma forma de indicar adistância (somente em Gênesis 21.16) entreo arqueiro e seu alvo, isto é, cerca de 45 me-tros. 

TIRSATA Transliteraçào da palavra hebrai-ca tirshatha,  título honorífico do governadorde uma província persa, dado a Zorobabet(Ed 2,63) e Neemias (Ne 7.65,70; 8.9; 10.1)como governadores de Judá. Sua origem é apalavra persa tarskta,  que significa “aqueleque é temido”, e equivale a “sua excelência”, 

TIRZA  1.

 

 A mais jovem das cinco filhas de Zelofeade,da tribo de Manasses (Nm 26.33; 27.1; 36.11;Js 17,3), 

2. 

Cidade real dos cananeus entre as 31 ci-dades que foram conquistadas por Josué (Js 12.24)  . Situada no território tribal ociden-tal de Manassés, ela substituiu Siquém comocapital do Reino do Norte (1 Rs 14.17) e setornou a residência real dos reis de Israeldesde Jeroboâo até Onrí. Depois que Onritransferiu a capital para Samaria, Tirza per-deu sua importância, apesar de sua beleza edos encantos de sua localização. Sua últimareferência está relacionada à época deMenaém, em aprox. 752 a.C. (2 Rs 15.14-16), A palavra Tirza, pode significar “encanto”.

Esse lugar deve ter sido notável por sua be-leza, pois Salomão comparou sua bela mu-lher Sulamita à beleza de Tirza (Ct 6.4). Em Tirza, reinaram Jeroboâo I, seu filhoNadabe, Baasa, Elá e Zinri (1 Rs 14.17,20;15.21,33; 16.6-9,15). Este foi o lugar ondeBaasa foi sepultado e Elá foi assassinadoenquanto “se embriagava” na casa de seuservo. E provável que ele também tenha sidosepultado nesse mesmo local. Lá tambémZinri foi sitiado por Onri e preferiu morrernas chamas de seu palácio a se entregar nas

mãos de seu desafeto.  Assim Tirza conservou sua liderança duran-te mais de 40 auos para, ao final, ser suplan-tada por Samaria.  Atualmente, sua localização é incerta, embo-ra evidências arqueológicas pareçam favore-cer a cidade de Tell el-Far‘ah ao norte, cercade onze quilômetros a nordeste de Nabulus eSiquém. Localizada no Uádi Far ah, fértil e 

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T1RZA TITO

Ruínas de uma casa da época de Onri emTell el Far’ ah, provável Tirza.HFV 

bem servido de águas, é   a única passagembastante ampla que leva desde o vale do Jor-dão (perto de Sucote) até o interior de Canaã.Este certamente foi o caminho que Abraão eJacó escolheram quando viajaram da Meso-potâmia até Siquém. Escavações feitas em Tell el-Far‘ah durantenove estações, entre 1946 e 1960, desenter-raram ruínas bem conservadas do Início daIdade do Bronze (Calcolítico) e da Idade doFerro. No nível israelita da época de Salo-

mão, Jeroboio I e Baasa (em aprox. 950-885a.C.}, as casas tinham um tamanho bastan-te uniforme, mostrando que não havia umagrande desigualdade social entre os seushabitantes. Esse nível (Estrato III) haviasido violentam ente destruído pelo fogo, ecorresponde à morte de Zinri no incêndio deseu palácio (1 Rs 16.18). Um estrato inter-mediário revelou as paredes de novos edifí-cios e também que havia sido iniciada umagrande estrutura que nunca se elevou aci-ma das fundações e do nível do solo. De Vaux

sugere que ali se encontrava um palácio queOnri nunca terminou, pois transferiu suacapital para Samaria e abandonou Tirza. Onível do século VIII a.C. tinha um grandeedifício de dois andares perto da porta dacidade, talvez a residência de Menaém, casoele tenha sido o governador de Tirza. Essacidade foi destruída ua época da invasão as-síria e seu último período revelou uma cida-de pobre, sem fortificações, fmalmente aban-donada por volta de 600 a.C. (R, de Vaux,“Tirza”, TAOTS, pp. 371-383), 

R. L. D. e J. R.

TISBITATISBITATISBITATISBITA Foi dito que o profeta Elias era umtisbita de Gileade (1  Rs 17.1; 21.17,28; 2 Rs1.3,8; 9.36). Em 1 Reis 17.1, várias versõesacompanham a Septuaginta, registrando “deTisbé, na região de Gileade” ao invés de os“moradores de Gileade” de outras versões. A localização de Tisbé em Gileade é desconhe-cida. Baseando-se em evidências encontra- 

das em antigos escritores judeus e cristãos,alguns estudiosos preferiram situá-la nomoderno local de Lisdib (também chamadoel-Istib), um pouco a leste e ao sul de Jabes-Gileade. Nesse local, as ruínas de uma igre- ja cristã e de um convento têm o nome de

Mar Ilyas. Nelson Glueck suspeita que te-nha havido um erro de escrituração e con-clui que realmente se trata de “Elias, o jabesita de Jabes-Gileade”. Veja  Elias, 

TISRITISRITISRITISRI Nome do sétimo mês do calendáriohebraico depois do exílio. Correspondia aorimeiro mês do ano civil, e nele eram cele-radas as festas da Expiação e dos Taberná-culos, sendo que o Dia da Expiação ocorriano décimo dia. Este mês coincide com partesde setembro e outubro do atual calendáriointernacional. Veja  Calendário. 

TITOTITOTITOTITO  Ajudante e amigo extremamente que-rido de Paulo, e provavelmente um de seusconvertidos (Tt 1.4). Embora tenha sidomuito ativo na obra de Cristo, ele não é men-cionado em Atos, mas está presente em 2Coríntios, Gálatas, 2 Timóteo e Tito. Eleacompanhou Paulo e Barnabé em sua visi-ta a Jerusalém para discutir com os após-tolos e os anciãos as obrigações do cristãoem relação à lei mosaica (At 15; G1 2.1-4).Paulo resistiu energicamente aos adeptosdo judaísmo cuja pretensão era que os gen-

tios convertidos fossem circuncidados e ob-servassem outros ritos judaicos. O caso deTito (um gentio) era um verdadeiro teste ePaulo conquistou uma completa vitória noConcilio. A Igreja não deveria sujeitar-se aregulamentos judaicos, e o evangelho deve-ria ser livremente pregado tanto a judeuscomo a gentios (At 15.13-19). Tito havia realizado um importante traba-lho em Corinto. Ele é mencionado 8  vezesem 2 Coríntios, e o apóstolo refere-se a elecomo “meu companheiro e cooperador” (2 Co 

8.23) 

. A situação em Corinto não era satis-fatória, pois havia não só uma certa discór-dia, como também uma grosseira imoralida-de. Enviado a esse centro como portador deuma carta de Paulo, Tito conquistou ummagnífico sucesso. Ele e os coríntios toma-ram-se muito unidos, e as boas notícias queenviou trouxeram grande conforto a Paulo,que estava preocupado e ansioso. Parece queTito esteve três vezes em Corinto, tendo su-pervisionado em duas delas a coleta para osirmãos pobres de Jerusalém (2 Co 8.6,10,11,22-24). Juntamente com outro irmão cristão,ele foi o portador da segunda Epístola aosCoríntios (2 Co 8.18). Tito desaparece do cenário até a elaboraçãoda epístola que traz seu nome. Depois de suaprimeira prisão, Paulo levou-o a Creta e,quando precisou partir dessa ilha, deixouTito para trás a fim de completar sua obra,organizar a igreja, e designar presbíteros em 

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T1T0 TOBE

cada cidade (Tt 1.5). Sua posição eclesiásti-ca em Creta era muito semelhante à de Ti-móteo em Éfeso. Veja   Tito, Epístola a. O fir-me e decidido Tito era a pessoa certa paratrabalhar entre os cretenses pagãos, Paulopediu que fosse encontrá-lo em Nicópolis e,provavelmente, foi a partir dali que ele via- jou para a vizinha Dalmácia (2 Tm 4,10). 

Bibliografia.Bibliografia.Bibliografia.Bibliografia. Veja   Timóteo, PrimeiraEspístola a. 

 A. A. A. A.  M.M.M.M.

TITO, EP STOLA A Uma das três Epísto-las Pastorais (q.iO de Paulo no NT. A cartaa Tito (veja  Tito) foi escrita antes de 2 Timó-teo e nela o apóstolo escreve sobre o traba-lho do qual Tito fora incumbido em Creta (Tt1.5). Ele deveria “estabelecer” ou “constituir”

presbíteros em cada cidade. Está claro quepara ele os termos presbítero ( presbyteros ) ebispo (episkopos ) eram intercambiáveis por-que, ao descrever as qualificações exigidasde um presbítero, ele diz: “Porque convémque o bispo seja irrepreensível como despen-seiro da casa de Deus,,.” etc, (Tt 1,5-9). Oapóstolo hayia anteriormente dito aos pres-bíteros de Éfeso: “Olhai, pois, por vós e portodo o rebanho sobre que o Espírito Santovos constituiu bispos, para apascentardes aigreja de Deus...” (At 20.28). Isso parece con-firmar a argumentação do Bispo Lightfoot,de que na igreja primitiva esses termos eramsinônimos. Tito era um obreiro em Creta damesma maneira que Timóteo o era em Éfeso.Nos dois casos a permanência de ambos eratemporária (cf. Tt 3.12). Eles eram represen-tantes do apóstolo Paulo, e estavam fazendoa obra que lhes havia sido designada. Seu trabalho exigia sabedoria, bondade e 

fortaleza, pois os cretenses eram então umpovo rude e licencioso, como seu próprio po-eta Epimenides declarou (Tt 1,12). Entre eles

existiam estranhas aberrações judaicas ediscussões estúpidas sobre a falsa ciência eas “genealogias” (Tt 3.9), que indicavam oinício do gnosticismo. 

ConteúdoConteúdoConteúdoConteúdo 

 A maior parte dessa epístola consiste de ins-truções pessoais a Tito. Entretanto, ela con-tém muitas observações que são relevantesa todos os cristãos, O evangelho é a verdadee traz a vida eterna. Paulo prescreve quali-ficações para os presbíteros da igreja: repu-tação irrepreensível, lares bem disciplinados,

moderação, autocontrole e hospitalidade, eos atos dos falsos mestres deveríam receberrigorosa censura (capítulo 1), Em seguida, Paulo ensina que Tito deve daro exemplo da sã doutrina e das boas obras,pois, sem este, o ensino torna-se inútil (capí-tulo 2). Os frutos da misericórdia de Deusdevem ser reproduzidos na boa conduta, pois,de outra forma, a profissão de fé do cristão 

tornar-se-á reprovável. Tito deveria evitardisputas inúteis com os hereges a respeitode assuntos sem sentido, e os hereges incor-rigíveis deveríam ser rejeitados pelos mem-bros da igreja (3.1-11). Podemos certamente acreditar que Tito re-petiu em Creta o sucesso que teve em Corínto{veja   Tito). Paulo insistiu para que fosse aoseu encontro em Nicópolis (Tt 3,12). 

EsboçoEsboçoEsboçoEsboço 

I.  Saudação, 1.1-4 II.  O Temor e a Obediência a Deus dos Lí-

deres da Igreja, 1.5-16  A. Qualificações dos presbíteros, 1.5-9 B. Necessidade de presbíteros virtuo-

sos para combater ensinadoresdesordenados, 1.10-16 

III.  O Temor e a Obediência a Deus na Fa-

mília Cristã, 2.1-15  A.  Adornando a sã doutrina nos lares,2.1-10 

B.  A graça como a base de toda a con-duta cristã, 2.11-15 

IV.  O Temor e a Obediência a Deus no Mun-do, 3.1-11  A. Submissão aos governantes e consi-

deração para com todos os homens,3.1-7 

B. Praticar boas obras e afastar-se dediscussões tolas, 3.8-11 

 V.  Conclusão, 3.12-15 

Bibliografia. Veja   Timóteo, Primeira Epís-tola a. 

A. M. R.

TIZITA Nome gentílieo acrescentado a Joá,um dos poderosos de Davi (1 Cr 11.45). 

TOÁTOÁTOÁTOÁ Bisavô do profeta Samuel (1 Cr 6.34).Esse nome aparece em outras passagenscomo Naate (1 Cr 6.26) e como Toú (1 Sm1.1), 

TOALHA TOALHA TOALHA TOALHA O pano de bnho (gr. lention,  umapalavra emprestada do latim linteum ) como qual o Senhor Jesus cingiu-se, quando ti-rou suas vestes externas e enxugou os pésdos discípulos depois de tê-los lavado na úl-tima ceia (Jo 13.4,5). 

TOBE Região situada a leste do rio Jordãoonde Jefté exilou-se depois da morte de seupai e de ter sido repudiado por seus irmãos (Jz11.3-5). Mais tarde, os anciãos foram procurá-lo e, tomados de desespero, insistiram para queassumisse o comando do exército. Hmium, o

rei de Amom, recrutou soldados dessa áreapara com eles lutar contra Davi (2 Sm 10.6).Isso pode sugerir que esse local estivesse situ-ado fora das fronteiras de Israel, provavelmen-te a nordeste do distrito de Gileade. Esse nome aparece nos registros egípcioscomo Tíi-by (#22 da lista de Tutmósis III) e 

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TOBE TOCAR

nas cartas Amama (#205) como Dubu. Suamelhor identificação é com et-Taiyibeh, maisde dezesseis quilômetros a leste de Edrei eRamote-GUeade, perto das cabeceiras do rioJarmuque. No AT, Tobe parece ser o distritode Tobias de 1 Mac 5.13 e 2 Mac 12.17, men-

cionado em conexão com a campanha deJudas Macabeu em Gileade. H. A. Han.

TOBE-ADON1AS Um dos levitas que Josafáenviou a todas as cidades de Judá em umamissão itinerante de instrução (2 Cr 17.8).Entretanto, esse nome pouco comum pareceser uma variação ocasionada pelos nomesprecedentes, Tobias e Adonias. 

TOBIAS 1.  Chefe de uma família que retornou do cati-

veiro da Babilônia, mas não pôde comprovarsua descendência (Ed2.60,62; Ne 7.62,64). Elepode ter algum parentesco com a família deTobias mencionada abaixo, mas nenhum re-lacionamento definido pode ser comprovado. 2.  Governador judeu-amonita que uniu suasforças com Sambalate (q.v.)   na tentativa deevitar que Neemias e os israelitas recons-truíssem o muro (Ne 2.10; 6.1-19). QuandoNeemias se ausentou de Jerusalém, Tobiasfoi agraciado com um quarto na área do Tem-plo, usado anteriormente como depósito, poistinha um parente entre os sacerdotes

(6.17,18; 13.6). Evidentemente, gozava deboas relações de amizade com os sacerdotese os nobres de Jerusalém. Ao retornar, Nee-mias lançou fora os pertences de Tobias,mandou limpar e purificar o quarto e, nova-mente voltou a usá-lo como depósito de va-sos, incenso e das ofertas de manjares (13.6-9). A maioria dos estudiosos da Bíblia Sa-grada acredita que ele era um ancestral dacasa de Tobias que no século III havia se tor-nado rival da casa de Onias quanto ao sumosacerdócio judeu na Palestina (2 Mac 3.11).

De acordo com W. F. Albright (The Archaeo- logy ofPalestine,  Baltimore. Penguin, 1960,pp. 149ss.), o mausoléu da família Tobiasrepresenta a ruína mais interessante do pe-ríodo selêucida, pois tem uma inscrição ondeo nome Tobias foi talhado em caracteresaramaicos profundos do século III a.C. (vejaa foro em VBW, IV, 237). Este era evidente-mente um descendente do inimigo de Nee-mias. Perto do túmulo em ‘Araq el-Emiv, 24quilômetros a oeste-sudoeste de Amâ naTransjordãnia, existe uma estrutura que osarqueólogos acreditam pertencer à épocaem que Hircanus, o último dos Tobias, es-tava tomando parte na revolta dosMacabeus. Acredita-se que os Tobias eramcoletores de impostos. Depois do saque daPalestina feito por Antíoco Epifânio daSíria, essa família desapareceu das páginasda história. 

Houve um outro homem chamado Tobias,

que era um dos exilados judeus, de quem oprofeta Zacarias recebeu uma oferta de ouroe prata para fazer uma coroa ornamentadapara Josué, o sumo sacerdote (Zc 6.10,14). 

 A. W. W.

TOCAR O principal verbo do AT traduzidocomo “tocar” é o hebraico naga‘, “tocar, alcan-çar, golpear”. A mulher disse à serpente queela não deveria nem sequer tocar no frutoproibido no jardim do Èden (Gn 3.3). A pala-vra é usada em relação a várias situações: aoafago ou à relação sexual (Gn 20.6; 26.11; Rt2.9; Pv 6.29); a entrar em contato com qual-quer coisa cerimonialmente impura, seja acarcaça de um animal imundo (Lv 5.2; 11.8),um cadáver humano (Nm 19.11,13; 31.19),fluxos do corpo (Lv 15), roupas sujas de san-gue (Lm 4.14,15), ou um leproso (Lv 22.4); e

ao castigo divino (Jó 19.21), ou ainda a al-gum ataque satânico (Jó 1.11; 2.5). Tambémpode significar ferir alguém (SI 105.15; Zc 2.8)ou reavivamento espiritual (1 Sm 10.26).  A palavra comumente usada no NT é o termogrego haptomai , “tocar, pegar, segurar”. ASep-tuaginta geralmente traduz nega' como esteverbo; consequentemente, ela possui a grandevariedade de significados mencionada acima.E usada para a relação sexual (1 Co 7.1), parao contato com as coisas impuras (2 Co 6.17; Cl2.21), e para o dano produzido pelo Diabo (1Jo 5.18). O Senhor Jesus Cristo, ressuscitado,ordenou que Maria Madalena não o detivesse(Jo 20.17), o que evideatemente significava queela não deveria segurá-lo. A íntima comunhãoespiritual que ela almejava com o Senhor teveque esperar até que Ele ascendesse ao céu, eenviasse o precioso Espírito Santo. Em outras passagens do NT, a palavra “to-car” é usada nos Evangelhos Sinóticos paraa obra de cura realizada pelo Senhor Je-sus Cristo, e para a atitude do povo embusca de sua ajuda. Aqui também o verbo

sugere segurar a pessoa, e não um leve to-que. Ao estender sua mão ao leproso, oSenhor Jesus deve ter segurado o homemsem pressa de soltá-lo (Mt 8.3), e assimtambém segurou a mão da sogra febril dePedro (Mt 8.15). Ele segurou, e não ape-nas tocou o esquife do filho da viúva (Lc 7.14)  , e abraçou as crianças pequenas aoabençoá-las (Lc 18.15), de forma que estestoques não foram atitudes distantes. Tudoisto sugere que o Senhor Jesus, transfigu-rado, veio abraçar seus três discípulos que

estavam tomados de temor, com a finali-dade de encorajá-los (Mt 17.7). Semelhan-temente, a mulher acometida do fluxo desangue, e outras pessoas enfermas, segu-raram firmemente suas vestes (Mc 5.27-31; Mt 14.36), ou agarraram o próprio Se-nhor Jesus (Mc 3.10; Lc 6.19), talvez de ummodo semelhante à mulher que veio ungirseus pés (Lc 7.39). 

J.  R 

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TOCATE TOGARMA

TOCATE Veja  Ticva. 

TOCO Palavra usada apenas em Daniel4.15,23,26 para descrevei figuradamente ocolapso mental de sete anos do rei. 

TOCHA Uma lua flamejante produzida por

alguma substância altamente inflamável,como madeira resinosa ou estopa fixada naextremidade de um bastão e embebida emsebo ou óleo, geralmente carregada na mão. A palavra hebraica lappid   ocorre em Gênesis15.17, onde a “tocha de fogo” passou entre aspartes cortadas do sacrifício da aliança; emÊxodo 20.18, onde ela é uniformemente tra-duzida como “relâmpagos”; em Juizes 7.16,20,onde as 'tochas” faziam parte da estratégiamilitar de Gideão; e em Juizes 15.4,5, ondefachos ou tições faziam parte do estratagemade Sansâo. O termo “tocha” é usado como uma

símile da chama entre os querubins (Ez 1.13),dos olhos do anjo (Dn 10.6), dos brilhos refle-tidos dos carros que corriam (Na 2.3ss.), dovapor de água cintilante expelido peloresfõlego do crocodilo (ou leviatã; Jó 41.19),do livramento de Sião (Is 62,1), e do podervitorioso das famílias de Judá (Zc 12.6). Em João 18.3, as tochas são mencionadas comlanternas fornecendo luz para Judas e as pes-soas que o acompanhavam durante a prisãodo Senhor Jesus. A leitura marginal da ver-são ASV em inglês do texto de Mateus

25.1,3,4,7 e 8  sugere “tochas”, mas ela é maiscorretamente traduzida como “lâmpadas”. Em Apocalipse 4.5, sete tochas de fogo ardem di-ante do trono divino, enquanto em Apocalipse8,10 a grande estrela que cai do céu é descritacomo “ardendo como tocha”. Veja  Lâmpada. 

E.R. D.

TODO-PODEROSO Expressão usada no Antigo Testamento (60 vezes na versão RC),das quais 31 estão no livro de Jó, como tra-dução do termo hebraico shaddai. Veja  Deus,Nomes e Títulos; El. 

TOFEL Mencionada uma vez (Dt 1.1), apa-rentemente situada no Arabá, sendo o limi-te norte - e Para o extremo snl - da frontei-ra geral (o termo heb. suph   pode significar“extremidade”, “fronteira”) da região opostaà qual Moisés dirigiu a palavra a todo o Is-rael que estava “dalém do Jordão". Ela tem sido identificada com et-Tafileh, umamoderna aldeia árabe cerca de 24 quilôme-tros a sudeste do mar Morto, na estrada deKerak até Petra. A consoante dental inicialdo árabe (í) é um som enfático e nãocorresponde à consoante dental simples doheb. (f). A identificação é, portanto, questio-nada em termos de uma base linguística, etambém sob uma base contextual. Parece que ela deve ser identificada maisadequadamente como um local em algumaparte na planície de Moabe, do lado oposto 

de Jericó. Ela pode ser uma escrita alterna-tiva do termo de área hebraico diblatkaim (cf. Nm 33.46ss.; Jr 48.22), e pode referir-sea um território em uma carta cuneiformeenviada ao rei assírio em Calá, falando deum mensageiro de Moabe como um “Dabili-ta” (Henri Cazelles, “Tophel", Essavs in Honour of Miller Burrows,  Leiden. Brill,1959, pp. 76-79), 

H. E. Fi.

TOFETE Uma área no vale de Hinom, aosul de Jerusalém, onde eram feitos sacrifíci-os de crianças para a suposta divindade cha-mada de Moloque (2  Rs 23.10; Jr 7.31). Osignificado e a etimologia do nome são in-certos. Alguns a identificam com a raiz quesignifica “saliva”, enquanto outros a expli-cam com base na raiz aramaica t-ph-t,  “quei-

mar”, significando, portanto, “um lugar dequeima e sepultamento de corpos mortos” (cf.Is 30.33). Este nome só ocorre no AT. Tofete não é a própria Hinom, mas era umaárea de sacrifícios situada no vale de Hinom.Os altos de Baal são mencionados em cone-xão com Tofete (Jr 19.5), e ali a divindadepagâ, Moloque (Jr 32.35}, era adorada pelosantigos cananens, e mais tarde pelos israe-litas idólatras. Acaz e Manassés foram es-pecialmente notados nesta seita trágica eassassina, pois fizeram com que os seus fi-lhos passassem pelo fogo (2 Rs 16.3; 21.6).Esta prática impiedosa foi uma abominaçãoem Israel e provocou a ira do Senhor. No distrito ae Tânita, em Cartago, foram en-contradas evidências de sacrifícios de crian-ças, que devem ter ocorrido por volta do sécu-lo XIÍ1 a.C. Um antigo santuário púnico esta-va cercado por milhares de umas contendoossos cremados de crianças pequenas, algu-mas de até 12  anos de idade, mas em suamaior parte de crianças abaixo de dois anos.Outros santuários ou distritos de sacrifíciofenícios foram descobertos na Sicília e na

Sardenha, e em vários lugares no norte da África, um deles com uma cova de cremaçãocheia de material queimado (Donald Harden,The Phoenicians, Londres. Thames & Hudson,1962, pp. 94-104; W. F. Albright, Yahweh an the tíods ofCanaan, Garden City. Doubleday,1968, pp. 237ss.). Veja   Sacrifício Humano,Jeremias predisse que o nome Tofete seriamudado para “vale da matança”, porquemuitas pessoas seriam mortas ali (Jr 7.32,33;19.6). Os bons reis de Judá, como Josias (2Rs 23.10), destruíram o lugar derrubando osaltares e altos para que não mais pudessemser usados para as práticas idólatras. Ades-truição foi tão completa, que não há nenhu-ma indicação clara do seu local exato. 

P. S. H.

TOGARMA Terceiro filho de Gomer, irmãode Asquenaz, o progenitor citiano (Gn 10.3;1 Cr 1.6; Ez 38.6). (Bete)-Togarma era uma 

1951

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TO G ARMA TONINHA

das nações longínquas que negociavam comTiro (Ez 27.14), fornecendo cavalos, mulas esoldados para Gogue (q, v.  ; Ez 38.6). Ela eraconhecida por Mursilis II, o rei hitita, comoTegarama, situada entre Carquemis e Harã.Era conhecida pelos assírios como Tilgari-

manu, de acordo com os registros de Sargãoe Senanqueribe, sendo que esse último a con-quistou em 695 a.C. Na Antiguidade clássi-ca, era conhecida como Gauraena (a moder-na Gurun), aproximadamente 110 quilôme-tros a oeste de Malátia. Os armênios traçamos seus ancestrais até Haik, filho de Torgom;dessa forma, eles podem ser descendentesdos antigos habitantes de Togarma. 

TOÍ Rei de Hamate (2 Sm 8.9,10; Toú, 1 Cr18.9,10), provavelmente um hitita {veja Heteus) que enviou seu filho Hadorão

(Hadadrâol?]; Jorão, 2 Samuel 8.10) compresentes de ouro, prata e bronze para con-gratular ou fcacitamente reconhecer a sobe-rania de Davi depois desse último ter derro-tado, de forma completa, Hadadezer, o reisírio de Zobá e inimigo perpétuo de Toí, 

TOLA  1.  Filho de Issacar (Gn 46.13; 1 Cr 7.1,2) eche-fe ancestral da família dos toíaítas (Nm 26.23). 2.

 

Juiz que pertencia à linhagem de Issacar.O nome de seu pai era Puá, filho de Dodô (Jz 

10.1) 

. Tola viveu e foi sepultado em Samir,na região montanhosa de Efraim. Depois daépoca de Gideão e Abimeleque, Tola ascen-deu à liderança e serviu como juiz durante23 anos. Não existe menção de alguma opres-são por parte de algum inimigo ou de liber-tação. Alguns estudiosos sugerem que o lo-cal desconhecido de Samir pode ter se locali-zado nas proximidades de Samaria, 

TOLADE Cidade da tribo de Simeão, noextremo sul em direção à fronteira de Edom,mencionada com Ezém, Ziclague, Horma eoutras cidades que os simeonitas herdaramdentro do território de Judá (1 Cr 4.29; emoutras passagens aparece como Eltolade,q.v. \ Js 15.30; 19.4). F. M. Abel a identificoucom Khirbet Erqa Saqra (Geograpkie de la Palestine, Paris. 1938, II, 314), 

TOLAÍTAS Uma família que descendeu deTola (q.o.), um dos filhos de Issacar (Nm 26.23)  . 

TOLERÂNCIA Este substantivo traduz otermo gr. anoche   em suas duas ocorrênciasno NT. A palavra significa literalmente “re-ter”, “parar” (especialmente no caso de hosti-lidades), e assim era frequentemente usadapara um armistício ou trégua. Em Romanos2.4, a demora de um Deus justo em infringira ira ou o castigo sobre o pecador é explicadapela verdade da sua bondade, paciência elonganimidade. Esta demora tem a finalida- 

de de dar oportunidade e levar o pecador aoarrependimento. Em Romanos 3.25, foi de-clarado que Deus suportou os pecados durantea(s) antiga(s) dispensaçâo(Ões) em sua tole-rância divina até que o sacrifício substitutivoperfeito fosse oferecido por seu Filho Jesus

Cristo. Este conceito da tolerância de Deustambém é encontrado em Neemias 9.30. O verbo relacionado, anechomai,  é traduzi-do como “suportar” em Efésios 4.2; Cl 3.13,onde é ordenado aos cristãos que suportemuns aos outros em amor, que tenham consi-deração uns pelos outros, porque o amor “co-bre multidão de pecados” (1 Pe 4.8). Outros verbos gr. eheb. traduzidos como “su-portar” têm o sentido de “parar”, “cessar”,“abster-se de”. Veja  Longanimidade. 

J. R.

TOLICE Veja  Loucura; Louco. TOME Um dos 12 apóstolos (Mt 10.3; Mc3.18; Lc 6.15; At 1.13), também chamado deDídimo, significando “gêmeo”, em João 11.16;20.24; 21.2. Era pessimista, mas estava real-mente preparado para morrer com Jesusquando o Senhor pretendeu ir à Judéia, mes-mo sabendo que enfrentaria a ameaça de a-pedrejamento (Jo 11.8,16). Mais tarde, Tométeve dúvidas sobre o significado das palavrasdo Senhor; ele fez sua indagação quando oSenhor Jesus disse que iria partir, e que os

discípulos sabiam para onde Ele iria (Jo 14.5).Tomé foi cético sobre a ressurreição do Se-nhor Jesus, quando os outros discípulos lheinformaram que Jesus havia estado com elesdurante sua ausência. Ele exigiu uma evi-dência tangível para que pudesse crer ne-les. Mas, quando o Senhor Jesus apareceunovamente a todos, e convidou Tomé a tocarsuas feridas, este exclamou em uma profun-da declaração de fé: “Senhor meu, e Deusmeu!” (Jo 20,24-28). Tomé estava em umbarco, pescando no mar da Galiléia com ou-

tros seis discípulos, quando o Senhor Jesusnovamente se revelou (Jo 21.1ss.).  A tradição conta que Tomé evangelizou aPártiae a índia. Uma comunidade cristã dos dias atu-ais, na índia, reivindica ter se originado dele. OEvangelho Apócrifo de Tomé é atribuído a esteservo de Deus, porém não se pode ter certezade que ele seja ae fato seu autor. 

N. B. B.

TONEL O termo tonel de vinho é, muitasvezes, sinônimo de lagar. Era uma cova re-

donda ou quadrada que tinha a finalidade deguardar o suco das uvas ou o azeite das oli-veiras (Nm 18.27; Mc 12.1). Onde não haviarochas junto à superfície, covas eram abertasna terra e forradas com pedras impermeabi-lizadas com piche ou gesso. Veja  Lagar, 

TONINHA Tradução da palavra hebraicatakash  (Ex 25.5; Nm 4.6; et ai, várias ver- 

1952 

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TONINHA TORRE DE S1LO

sões a traduzem como “texugo”). Vejo Ani-mais: Dugongo V.4. 

TOPÁZIO Veja Jóias. 

TOQUEM Uma das cidades simeonitas nosul de Judá (1 Cr 4.32), porém não identifica-

da. Na relação paralela de Josué 19.7, essenome foi omitido no Texto Massorétieo, masaparece na LXXB  . E possível que Toquém (1Cr 4.32) possa ser equiparada a Eter (Js 19.7),pois nessas relações ambas estão precedidase seguidas pelos nomes das mesmas cidades. 

TORA A palavra hebraica para “lei” talvezvenha da forma ca usa ti va do verbo.vam, “lan-çar", “atirar (flechas)”; de qualquer maneira,a forma verbal Hiph‘il hora   significa “apon-tar, guiar, instruir, ensinar”. Conseqüente-mente, a orientação que possui autoridade é

lei. O substantivo tom   consta 215 vezes no AT. O termo Torá é usado no singular 172vezes para se referir a toda a lei de Deus oude Moisés, e no plural 11 vezes com o mesmosignificado. É usada em Levítico 15 vezes, emNúmeros 7 vezes, e em outras passagens 26vezes para se referir a uma lei específica nocódigo. Em Provérbios, ela é usada seis vezespara se referir às leis ou regras dos pais (1.8; 3.1)  , ou aos traços de caráter, como, porexem-plo, a bondade (31.26). 

 Assim, devido ao seu extraordinário uso parase referir à lei do Senhor que foi dada a Isra-el através de Moisés, a Torá tornou-se o nomepara o Pentateuco, O termo Torá, às vezes,referia-se a todo o AT (em João 10.34 o Se-nhor Jesus referiu-se ao Salmo 82.6 como a“vossa lei”; cf. também João 12.34) e, às ve-zes, era até aplicado a toda a antiga litera-tura judaica, tanto escrita quanto oral. Noentanto, ainda é principalmente usado comouma referência ao Pentateuco.  A expressão “o livro da lei” indica claramen-te sua forma escrita. De acordo com o Tal-

mude, o Pentateuco hebraico foi dividido em154 seções para uma leitura sistemática daTorá em cultos de adoração semanais. Atra-vés deste sistema, ele seria lido totalmenteuma vez a cada três anos. Veja   Cânon dasEscrituras - AT; Lei. 

R. B. D.

TORRE A torre bíblica, erguida livrementeou colocada sobre um muro ou outro edifí-cio, servia para propósitos de vigilância (cf.Is 5.2; Mt 21.33) e/ou para defesa (cf. 2 Cr26.9, et al.).  O termo heb. migdal   é a pala-vra mais comum do AT para “torre”, e é deri-vada em última instância não da raiz heb.gdl,  “ser grande” (como os léxicos), mas, an-tes, pela metátese da raiz dgl,  “ver, olhar,cuidar” (é sempre assim no cananeu Amar-na; cf. também o acadiano madgalu madgaltu , “vigiar”, e a nota hebraica mispeh,ou “torre de vigia”, de sapa , “observar”), A  

palavra bahon,  traduzida como “torre” emJeremias 6.27, é melhor traduzida como“acrisolador”.  As torres de defesa desempenhavam um pa-pel impOTtante nas fortificações do antigoOriente Próximo desde os períodos mais an-tigos até o período do NT. Desde aprox. 7000a.C., Jericójá se vangloriava de uma grandetorre de pedra como parte de suas defesas,enquanto os muros da cidade, de períodosposteriores, possuíam torres em intervalosregulares para fortificá-los. Até mesmo o pe-queno castelo de Saul na colina em Gibeáaparentemente possuía uma torre em cadaum dos seus quatro cantos. No períodohelenístico inicial, as torres tornaram-secada vez mais populares e bem construídas,enquanto as três torres margeando o palá-cio de Herodes em Jerusalém, ao norte, fo-

ram descritas em termos brilhantes porJosefo (ÍTars v.4.3,4).  As ruínas de um edifício construído de for-ma imponente, encontradas no interior domuro da cidade de Balatah pode ser a torrede Siquém mencionada em Juizes 9.46-49(veja  Siquém). A “torre [gr.  pyrgos]  de Sifoé”(Lc 13.4) talvez deva ser comparada com asruínas de uma grande torre redonda coloca-da do lado oposto da aldeia de Silwan (veja Siloé, Torre ae). O termo “torre” é usado de forma figurada

no Salmo 61.3; Pv 18.10; Ct 4.4; 7.4; 8.10.Veja  Babel, Torre de; Porte, Fortificação, For-taleza; Porta; Muro. 

R. Y.

TORRE DE BABEL Veja   Babel, Torre de.

TORRE DE SILOÉ Veja  Siloé, Torre de. 

Torre na orla da encrad» rr, iiiixs ií Acrõpoí^ d«- P'’-rín-: 

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TORRE DE VIGIA TRABALHO

TORRE DE VIGIA Em heb. mispeh,  que sig-nifica “torre de vigia”. A estrutura de pedra,frequentemente construída em vinhedos ouao longo das fronteiras, que serviu como abase para que Isaías falasse sobre estar con-

tinuamente em pé sobre a torre de vigia (Is21.8; veja também 2 Cr 20.24). Veja   Guarda;Torre; Vigiar, Observar, Prestar Atenção. 

TOSQUIA Como o período da colheita, atosquia na primavera era um momento degrande festividade e alegria em Israel. Pa-rentes e amigos eram convidados, e váriosdias eram gastos não só com a tosquia, mascom banquetes e divertimentos (Gn 31.19;38.12ss.; 1  Sm 25.2-11,36; 2 Sm 13,23-28a).Quando uma ovelha está sendo tosquiada,geralmente as patas dianteiras são amarra-das pelo pastor para impedir qne ela pule,mas ela não emite nenhum som (Is 53.7; At8.32). Os primogênitos do rebanho tinhamque ser consagrados ao Senhor e, portanto,não eram tosquiados (Dt 15.19). 

TOSQUIAR Veja  Tosquia. 

TOÚ Um dos ancestrais de Samuel (1 Sm 1.1)

 

. Esse nome aparece em uma outrapassagem como Toá (1 Cr 6.34) e Naate (1Cr 6.26). Veja  Toí. 

TOUCA Veja   Vestuário: A roupa das mu-lheres. 

TOUPEIRA Veja  Animais: Ratazana IV.27. 

TOURO Veja  Animais 1.15. 

TRABALHADOR Adão, como guardador do jardim do Éden, foi, desde o princípio, umtrabalhador, lutando para preservar e au-mentar aquilo que foi confiado aos sens cui-dados. Deus fez do trabalho do homem, du-rante sua vida, uma mordomia das coisasvaliosas que fossem encontradas na terra,sendo os produtos físicos e espirituais a re-compensa, e a morte física e espiritual o re-sultado de seu mau uso (Gn 2.9-17). QuandoCaim e Abel ofereceram os produtos de seutrabalho como dádivas para Deus, eles fo-ram aceitos somente quando oferecidos pelafé (Gn 4.3-5; Hb 11.4).  As Escrituras revelam a supervisão divinade todo o trabalho humano (Tg 5.4). QuandoLabão arbitraríamente mudou o salário deJacó muitas vezes, Deus interviu para pro-

teger Jacó (Gn 31.29,42). Depois que a leimosaica foi entregue, os direitos dos traba-lhadores em Israel foram protegidos de mui-tas maneiras. Para um escravo, foi dada aoportunidade de ganhar a completa liberda-de ou ao menos um exercício de escolha (Èx21.2-6). A opressão a um trabalhador con-tratado era severamente proibida (Dt 24, 

14,15) 

, e os profetas clamavamcontinuamen-te contra ela.  A parábola da vinha, proferida pelo SenhorJesns (Mt 20.1,2), e sua declaração de que o

“trabalhador” é digno de seu salário (Lc 10.7),transformou o cumprimento do acordo sobresalários em um princípio. Paulo censurouaqueles que andavam “desordenadamente,não trabalhando, antes, fazendo coisas vãs”,e os exortou a trabalhar “com sossego”, e acomerem “seu próprio pão” (2 Ts 3.10-12).Veja  Trabalho; Ocupações. 

J. W. W.

TRABALHADOR ou OBREIRO Todas asdiversas palavras usadas para um trabalha-dor (ou obreiro) denotam o trabalho árduo comas mãos, uma ocupação ativa ao executar umatarefa ou produzir um produto (1 Cr 22.15; Jr10.3; 2 Cr 24.13). Este uso ativo e energéticotambém é aplicado aos qne “praticam a ini-quidade”, também chamados, em algumasversões, de “obreiros da iniqüidade” (SI 6.8;14.4; Lc 13.27), e ao homem de Deus que tra-balha com afinco, trabalhando na Palavrapara mostrar a si mesmo aprovado ao seuMestre (2 Tm 2.15). Veja  Ocupações. 

TRABALHO A tradução de uma variedade

de palavras gregas e hebraicas usadas paraindicar uma variedade ainda maior de fun-ções (físicas, mentais, espirituais). Todas são,porém, de alguma forma relacionadas à ati-vidade regular (tanto no sentido de manu-tenção como de produtividade) de se cum-prir o propósito da existência de algo. A ên-fase nâo está na atividade que é difícil, pe-sada ou necessária, mas naquela que é real,produtiva e valiosa. O conceito bíblico do trabalho do homem nomundo é predito na declaração da obra deDeus ao criar e sustentar o mundo e o ho-mem nele. A atividade criadora de Deus émencionada como “toda sua obra que tinhafeito [na criação]” (Gn 2.2,3). Enquanto des-cansava de seu trabalho de criação iniciaique estava então “terminado”, Deus é citadocomo ainda trabalhando criativamente nâosó na sustentação ativa de sua criação (Hb1.3), mas em sua responsabilidade providen-cial para a qualidade dinâmica da autopro-pagação com a qual Ele dotou sua criação(SI 19.1ss.; 104.24; Is 61.11). Depois de Deus ter criado o universo, foi ob-

servado que “não havia homem para lavrara terra” (Gn 2.5), e assim “plantou o SenhorDeus um jardim no Éden... e pós ali o ho-mem que tinha formado” (v.8) “para o la-vrar e o guardar” (v.15). É importante no-tar que este compromisso do homem com otrabalho assemeüia-se à sua criação; e esta,por sua vez, está diretamente relacionadacom a necessidade do trabalho. Não só ohomem é necessário para completar a cria-ção, mas o trabalho do homem também é 

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TORRE DE VIGIA TRABALHO

TORRE DE VIGIATORRE DE VIGIATORRE DE VIGIATORRE DE VIGIA Em heb. mispeh, que sig-nifica “torre de vigia”. A estrutura de pedra,frequentemente construída em vinhedos ouao longo das fronteiras, que serviu como abase para que Isaías falasse sobre estar con-

tinuamente em pé sobre a torre de vigia (Is21,8; veja também 2 Cr 20.24), Veja Guarda;Torre; Vigiar, Observar, Prestar Atenção. 

TOSQUIATOSQUIATOSQUIATOSQUIA Como o período da colheita, atosquia na primavera era um momento degrande festividade e alegria em Israel. Pa-rentes e amigos eram convidados, e váriosdias eram gastos não só com a tosquia, mascom banquetes e divertimentos (Gn 31,19;38.12ss.; 1 Sm 25.2-11,36; 2 Sm 13.23-28a).Quando uma ovelha está sendo tosquiada,geralmente as patas dianteiras são amarra-das pelo pastor para impedir que ela pule,mas ela não emite nenhum som (Is 53.7; At8.32). Os primogênitos do rebanho tinhamque ser consagrados ao Senhor e, portanto,não eram tosquiados (Dt 15.19). 

TOSQUIARTOSQUIARTOSQUIARTOSQUIAR Veja  Tosquia. 

TOUTOUTOUTOU Um dos ancestrais de Samuel (1(1(1(1 Sm 1.1)

 

. Esse nome aparece em uma outrapassagem como Toá (1 Cr 6.34) e Naate (1Cr 6.26).  Vejo Toí. 

TOUCATOUCATOUCATOUCA  Veja Vestuário: A roupa das mu-lheres. 

TOUPEIRATOUPEIRATOUPEIRATOUPEIRA Vejo Animais: Ratazana IV.27. 

TOUROTOUROTOUROTOURO Vejo Animais 1.15. 

TRABALHADORTRABALHADORTRABALHADORTRABALHADOR  Adão, como guardador do jardim do Éden, foi, desde o princípio, umtrabalhador, lutando para preservar e au-mentar aquilo que foi confiado aos seus cui-dados. Deus fez do trabalho do homem, du-rante sua vida, uma mordomia das coisas

valiosas que fossem encontradas na terra,sendo os produtos físicos e espirituais a re-compensa, e a morte física e espiritual o re-sultado de seu mau uso (Gn 2.9-17). QuandoCaim e Abel ofereceram os produtos de seutrabalho como dádivas para Deus, eles fo-ram aceitos somente quando oferecidos pelafé (Gn 4.3-5; Hb 11.4).  As Escrituras revelam a supervisão divinade todo o trabalho humano (Tg 5.4). QuandoLabão arbitrariam ente mudou o salário deJacó muitas vezes, Deus interviu para pro-

teger Jacó (Gn 31.29,42). Depois que a leimosaica foi entregue, os direitos dos traba-lhadores em Israel foram protegidos de mui-tas maneiras. Para um escravo, foi dada aoportunidade de ganhar a completa liberda-de ou ao menos um exercício de escolha (Éx21,2-6). A opressão a um trabalhador con-tratado era severamente proibida (Dt 24. 

14,15) 

, e os profetas clamavamcontinuamen-te contra ela.  A parábola da vinha, proferida pelo SenhorJesus (Mt 20.1,2), e sua declaração de que o

“trabalhador” é digno de seu salário (Lc 10.7),transformou o cumprimento do acordo sobresalários em um princípio, Paulo censurouaqueles que andavam “desordenadamente,não trabalhando, antes, fazendo coisas vãs”,e os exortou a trabalhar “com sossego", e acomerem “seu próprio pão” (2 Ts 3.10-12). Veja Trabalho; Ocupações. 

J. W. W.

TRABALHADOR ou OBREIROTRABALHADOR ou OBREIROTRABALHADOR ou OBREIROTRABALHADOR ou OBREIRO Todas asdiversas palavras usadas para um trabalha-dor (ou obreiro) denotam o trabalho árduo comas mãos, uma ocupação ativa ao executar umatarefa ou produzir um produto (1 Cr 22.15; Jr10.3; 2 Cr 24.13). Este uso ativo e energéticotambém é aplicado aos que “praticam a ini-qüidade", também chamados, em algumasversões, de “obreiros da iniquidade" (SI 6.8;14.4; Lc 13.27), e ao homem de Deus que tra-balha com afinco, trabalhando na Palavrapara mostrar a si mesmo aprovado ao seuMestre (2 Tm 2.15). Veja  Ocupações. 

TRABALHOTRABALHOTRABALHOTRABALHO  A tradução de uma variedade

de palavras gregas e hebraicas usadas paraindicar uma variedade ainda maior de fun-ções (físicas, mentais, espirituais). Todas são,porém, de alguma forma relacionadas à ati-vidade regular (tanto no sentido de manu-tenção como de produtividade) de se cum-prir o propósito da existência de algo. A ên-fase não está na atividade que é difícil, pe-sada ou necessária, mas naquela que é real,produtiva e valiosa. O conceito bíblico do trabalho do homem noinundo é predito na declaração da obra deDeus ao criar e sustentar o mundo e o ho-mem nele. A atividade criadora de Deus émencionada como ‘toda sua obra que tinhafeito [na criação]” (Gn 2.2,3). Enquanto des-cansava de seu trabalho de criação inicialque estava então “terminado”, Deus é citadocomo ainda trabalhando criativamente nãosó na sustentação ativa de sua criação (Hb1.3), mas em sua responsabilidade providen-cial para a qualidade dinâmica da autopro-pagação com a qual Ele dotou sua criação(SI 19.1ss.; 104.24; Is 61.11). Depois de Deus ter criado o universo, foi ob-

servado que “não havia homem para lavrara terra” (Gn 2.5), e assim “plantou o SenhorDeus um jardim no Éden... e pôs ali o ho-mem que tinha formado",(v.8) “para o la-vrar e o guardar” (v.15). E importante no-tar que este compromisso do homem com otrabalho assemelha-se à sua criação; e esta,por sua vez, está diretamente relacionadacom a necessidade do trabalho. Não só ohomem é necessário para completar a cria-ção, mas o trabalho do homem também é 

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TRABALHO TRADIÇÃO

necessário. Seu trabalho é tào reflexivo ederivado do trabalho de Deus quanto é seuser e, por esta razão, é tão importante e dig-no. Visto que o trabalho é um elemento in-tegral da constituição de Deus do homemcomo o administrador de sua criação, o tra-balho é o resultado da criação e nào do pe-

cado, O homem pecou quando procurou fugir dotrabalho humano, e obter a posição de Deus.O efeito do pecado sobre o trabalho não foicriá-lo (pois ele havia sido dado antes daqueda), mas frustrar seu desempenho e em-pobrecer as suas recompensas. O homemque deveria lavrar a terra e guardá-la (Gn 2.15)  é agora informado de que, “maldita éa terra" por causa dele; e com dor comeriadela (3.17) e “no suor do rosto” comeria seupão (v.19). A essência do trabalho, então,

torna-se sobrecarregada por acidentes tra-zidos pelo pecado.  A palavra “trabalho” é usada em todos estessentidos: heb. aseb   (Is 58.3) e ‘eseb   (Pv 5.10)são fardos penosos, e ‘amai   (Dt 26,7; 20 ve-zes em Eclesiastes etc.) é uma atividade pe-sada. O termo heb.  ygia'   (Jó 39.11; Ag 1.11)é o produto do trabmho, ou a propriedadeadquirida; ma‘aseh   (Ex 23.16) é o trabalhofeito. O termo heb. mela’ka   (Ne 4.22; queconsta mais de 120  vezes como “trabalho”) éa ocupação, negócio ou trabalho de uma pes-soa; ‘aboda  (Ex 1.14; 39.32; Lv 23.7; SI 

104.23) 

é o trabalho escravo ou a tarefa diá-ria de uma pessoa. O termo heb.  p ! ‘üla   (Pv10.16; Ez 29.20) é geralmente encontrado noplural como “realizações” ou “paga”. A LXXusa o termo gr. kopos  para traduzir ‘amai,  eo NT o usa para expressar as obras dos jus-tos ao realizarem a vontade de Deus (Jo 4,38;Hb 6.10). Este é um termo caracteristicamen-te palestino (1 Co 3.8; 15.58 etc.). Aquelesque trabalham excessivamente a ponto dechegarem à exaustão (kopiao } para carrega-rem o jugo da lei e atenderem às suas exi-

gências são convidados pelo Senhor Jesus avirem a Ele (Mt 11.28). O NT também usa otermo grego geral para trabalho ou negócio(ergon)   neste sentido especial do trabalho ouda obra de um homem (1 Co 3.13-15). Os hebreus sempre tinham o trabalho emelevada consideração (Pv 22.29) e, ao con-trário dos gregos e romanos, respeitavam otrabalho manual: “Quem a ajunta pelo tra-balho [lit. pelas mãos] terá aumento" (Pv13.11). No Talmude existem provérbios comoos que se seguem: “Aquele que não ensina aseu filho um oficio é como se o guiasse parao roubo”; e “O trabalho deve ser grandemen-te premiado, pois ele exalta o trabalhador, eo sustenta”. Os apóstolos trabalhavam comas próprias mãos (At 18.3), e ensinavam queos cristãos deveríam fazer o mesmo (1 Ts4.11; 2 Ts 3.10ss.). Veja   Trabalhador; Ocu-pações; Serviço; Salário. 

W. A.

TRAÇA Veja  Animais IV.33. 

TRACONITES Significando “áspero” ou“montanhoso”, este termo é um adjetivo gre-go aplicado ao território localizado 40 quilô-metros a sudeste de Damasco que é mencio-nado em Lucas 3.1 juntamente com alturéia,

formando a tetrarquia de Filipe, filho deHerodes o Grande e irmão de Herodes Anti-pas. Ela é às vezes citada como Tracom, oque simplesmente transforma o adjetivo emum substantivo. Na verdade, Strabo, o geó-grafo da Antiguidade, usa o substantivo noplural, falando de dois distritos (Strabo,xvi.2.20). A extensa massa de rocha vulcâ-nica, basalto negro, que cobre aproximada-mente 900 quilômetros quadrados, é a ca-racterística peculiar do distrito. E entendida como sendo uma porção do an-tigo território conhecido no AT como Basã(Dt 3.4), e que é agora chamado de Haurã.Josefo observa que este era um esconderijopara ladrões e criminosos. As ruínas da áreaindicam que na Antiguidade ela abrigavauma população considerada maior do queaquela que ela possui agora. Parece ter ha-vido alguma agricultura, pequenas planta-ções de cereais e vinhas, mas o pastoreio deovelhas e cabras era especialmente adequa-do para o terreno. O imperador Augusto deu Traconites aHerodes o Grande, que por sua vez a deixou

para seu filho Filipe em 4 a.C. Filipe gover-nou este território por aprox. 40 anos. De-pois de sua morte, em 34 d.C., ela foi absor-vida pela província romana da Síria (Josefo,

 Ant.  xviii.4.6). Em 37 d.C., o imperadorCalígula a transferiu para Herodes AgripaI, que a governou até 44 d.C. Os oficiais ro-manos mais uma vez a governaram apósHerodes Agripa, até que ela se tornou umaparte do reino de Herodes Agripa II em 53d.C., e assim permaneceu até 100 d.C., quan-do foi devolvida à província da Síria. Em 106d.C., o imperador Trajano fez de Traconitesuma parte da nova província da Arábia. 

H. L. D.

TRADIÇÃO A palavra grega  paradosis   ocor-re 13 vezes no NT e é usada no sentido de umensino que é transmitido de uma pessoa ougrupo para uma outra pessoa ou grupo. NoNT, o termo tem dois significados gerais. Éusado para se referir à interpretação oral do AT, particularmente da lei de Moisés, e aosensinos dos anciãos e rabis judeus. A tradi-ção era chamada de Halakah na literatura

 judaica, e foi mais tarde escrita e preservadano Mishna e no Talmude (q.v.). Estas tradi-ções eram ffeqüentemente consideradas comotendo a mesma autoridade das Escrituras do AT. O Senhor Jesus censurou severamente osfariseus por esta atitude em relação à tradi-ção; eles haviam abandonado os   mandamen-tos de Deus a fim de seguirem suas próprias 

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TRAD1ÇA0 TRANSFIGURAÇÃO DE CRISTO

tradições, a “tradição dos homens” (Mc 7.3ss.;Mt lS.lss.). A “tradição dos anciãos (ou dosantigos) cegava os homens para suas neces-sidades espirituais básicas. E fazia da obser-vância de muitas formas externas a qualifi-cação essencial para que alguém pudesse seraceito por Deus. Esta palavra também é en-contrada em Colossenses 2.8  em sentido umpouco mais amplo, que inclui todo o ensinomeramente humano. Em três ocasiões, Paulo usa a palavra paradenotar seus ensinos (1  Co 11.2; 2 Ts 2.15;3.6). As tradições eram ensinos de um após-tolo inspirado e que deveríam ser recebidose mantidos porque a autoridade do céu es-tava por trás deles. Na igreja primitiva, atradição oral de testemunhas oculares dosatos e ensinos de Jesus era considerada au-têntica e de grande importância (Hb 2.3,4).

Lucas fez uso de tal tradição, que foi “trans-mitida” (do gr.  paradidomi,  e o verbo cor-respondendo a  paradosis)   na escrita de seuEvangelho (Lc 1.2). 

N. R. L.

TRADUÇÕES DA BÍBLIA INGLESA Veja  Bíblias, Versões em Língua Inglesa. 

TRAIÇÃO As palavras gregas subjacentessignificam “entregar”. Isto é precisamente oque Judas fez ao trair a Cristo (Mt 26.14-16,47-50; Mc 14.10,11,43-46; Lc 22.3-6,47,48;

Jo 18.3-5), e representa a maioria das ocor-rências desta palavra nas traduções da Bí-blia Sagrada. A traição se mostra ainda maishedionda e pungente pela citação que o Se-nhor fez do Salmo 41.9; Aquele “que comiado meu pão, levantou contra mim seu calca-nhar”. As circunstâncias da traição de Judase os resultados terríveis para si mesmo,marcaram-no para sempre como um “diabo”(Jo 6.70) e o “filho da perdição” (Jo 17.12). A motivação de Judas para seu ato de trai-ção tem sido revelada como ambição, cobiçae inveja, A ambição frustrante o levou à trai-ção quando ele não encontrou em Cristo asvantagens terrenas que desejava. A cobiça ea inveja foram manifestas em sua reação àunção de Jesus e à subsequente censura querecebeu do Senhor quando, de forma hipó-crita, lamentou aquele “desperdício” (Jo 12.1-8). Frank Morison, em sua obra Who Aíove the Stone?   (pp. 30-39), mostra que Judas es-tava em uma posição muito favorável paracolocar em prática sua decisão de trair aCristo. Veja  Judas. 

W. B. W.

TRAMA  1.

 

Palavra usada para a grade de latão emvolta do altar das ofertas queimadas, que eraafixada através de quatro anéis de latão emcada um de seus cantos. Sua exata posição efinalidade ainda são incertas (Êx 27.4; 38.4).Veja  Altar. 

2.  Termo aplicado ao metal trançado que cir-cundava Jaquim e Boaz, os dois pilares dopátio do Templo, feitos por Hirão de Tiro edestruídos por Nabucoaonosor (1 Rs 7.13,18,20,41,42). 3.

 

Nome genérico dos tecidos de algodão, oudos diferentes tipos de tecidos de linho fei-tos no Egito (Is 19.9). Veja  Algodão. 

TRANÇA Veja  Cabelo. 

TRANSFIGURAÇÃO DE CRISTO A pa lavra transfiguração é derivada do termo emlatim usado para traduzir o grego metamor- 

hoo , “mudar, passando a ter outra forma”. A transfiguração de Cristo é mencionada emtodos os Evangelhos Sinóticos e também porPedro em sua segunda carta (Mt 17.1ss.; Mc9.2ss.; Lc 9.28ss.; 2 Pe 1.16-18). Quatro possíveis locais têm sido sugeridos:

monte das Oliveiras, monte Tabor, monteHermom e Jebel Jarmuk. Para alguns, omonte Hermom parece ser o mais provávelpor causa de sua grande altitude (3.046 me-tros) e sua proximidade com Cesaréia de Fi-lipe, que é mencionada imediatamente an-tes do episódio (Mt 16.13; Mc 8.27). Tanto omonte das Oliveiras como o monte Taborparecem ter sido povoados demais para umevento que requeresse tal privacidade etranqüilidade como a transfiguração. JebelJermaq (1.300 metros de altitude), a monta-

nha mais alta na Galiléia Superior, é suge-rida por W. Ewing (ISBE, V, 3006). Ele ar-gumenta que o Hermom fica fora da Palesti-na, e que portanto era improvável que o fatotivesse ocorrido ali. Além disso, visto que oSenhor Jesus Cristo subiu ao monte paraorar (Lc 9.28) e desceu no dia seguinte parase encontrar com uma multidão (Lc 9.37), oHermom parece ser excessivamente inaces-sível para ter sido o local do fato. Por outrolado, o Senhor pode ter subido o monte Her-mom até certo ponto, sem subir até o cume(“e os conduziu em particular a um alto mon-te”, Mateus 17.1). Cristo levou os seus três discípulos mais ín-timos - Pedro, Tiago e João - consigo nestaocasião. A transfiguração ocorreu enquantoEle estava orando (Lc 9.29). Os discípulos,que estavam sonolentos (Lc 9.32), desperta-ram e viram Cristo transformado. Seu rostoreluzia com um brilho semelhante ao brilhodo sol, da mesma forma que iria brilhar apóssua ascensão e glorificação, como reveladono livro de Apocalipse, e as suas vestes esta-vam brancas como a neve (cf. Ap 1,14-16). A 

glória que o Filho de Deus possuía por seupróprio direito retomou por um momentopara cobri-lo (cf. Jo 17.5). A voz celestial quedisse: “Este é o meu Filho amado, em quemme comprazo; escutai-o” (Mt 17.5) era a mes-ma que foi ouvida na ocasião do batismo deJesus (Mt 3.16,17). A voz identificou Jesusnâo só como o Messias, mas também como o 

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TR AN SFi GUR AÇ AO DE CRISTO TRASLADAR

Profeta de Deuteronômio 18.15-19, aqueleque estava verdadeiramente proclamandoque o Messias deveria sofrer a morte, e quea cruz era a vontade de Deus.  A transfiguração marca uma etapa impor-tante no ministério e revelação de Jesus Cris-to. Nela, os dois maiores representantes do AT, um da lei, isto é, Moisés, e um dos profe-tas, isto é, Elias, se juntaram a Cristo naconsumação do plano da morte expiatória,sepultamento e ressurreição de Cristo - seuêxodo (Lc 9.31, gr. êxodos).  Assim foi preditoque sua paixão seria o meio de redenção deseu povo, como foi tipificada pelo êxodo doEgito no AT. Moisés e Elias foram semelhan-tes no sentido de que cada um deles haviatido uma visão de Deus em uma montanha;Moisés no Sinai (Êx 24.15ss.), e Elias noHorebe (1 Rs 19.8ss.). Não se sabe o destino

final de seus corpos, pois não se conhece olocal de sepultamento de Moisés, e Elias foilevado vivo ao céu (Dt 34.6; 2 Rs 2.11). Am-bos foram mencionados nos versículos finaisdo AT (Ml 4,4-6). Alguns pensam que elesdevem aparecer novamente na terra no fimdos tempos (Ap 11).  A transfiguração é considerada pelo SenhorJesus Cristo como uma revelação da vindade seu reino (Mt 16.28; Mc 9.1; Lc 9.27). 

Bibliografia.  E. F. Harrison, “Transfigura-tion”, BDT, pp. 528ss. A. M. Ramsey, The 

Glory of God and the Transfiguration o Christ, Londres. Longmans, Green, 1949. R. A. K.

TRANSFORMAR A palavra grega usadaem Filipenses 3.21; 2 Coríntios 11.13-15; 1Coríntios 4.6 é metaschematizo.  Ela signifi-ca “mudar a aparência exterior daquilo queem si permanece o mesmo”, ou “assumir aaparência de outro”. O termo grego metamor- 

koo é   usado em Mateus 17.2; parcos 9.2;Romanos 12.2; 2 Coríntios 3.18. E usado nasúltimas duas passagens como uma referên-cia à mudança do caráter moral para me-lhor, através da renovação da natureza maisinterior, porém se referindo sempre a umatransformação que é visível. Em Filipenses 2.6-8, o termo grego morphe,“forma", é contrastado com scftema, “modo”,como aquilo que é “intrínseco e essencial emcontraste com aquilo que é acidental e exteri-or” (Lightfoot, Philippians,  p. 131). O uso demorphe   refere-se à expressão visível do cará-ter ou da essência das coisas (vv.6,7); schema refere-se à aparência transitória das coisas,

seu “modo" (v.8; 1 Co 7.31). Veja  Kenosis. Bibliografia.  J. Behm, “Morphe   etc.”,TDNT, IV, 742-759. 

TRANSGRESSÃO Uma transgressão (heb.ma‘al,  um ato de traição ou de má fé; ou

esha 1 , uma transgressão) é um pecado co- 

metido contra DeusjNm 31.16) ou contra ohomem (Gn 31.36; Êx 22.9; Nm 5.12,27). Além da expiaçâo necessária para o culpadoenvolvido, o sistema levítico requeria umreembolso ou restituição quando um homemtransgredia contra outros (Lv 5,15-6.7; 7.1-10). Esta oferta (heb/as/iam) tipificava o

pagamento feito por Cristo por nossos peca-dos (Is 53.10ss.). Veia   Sacrifícios. A contra-partida espiritual do ritual do AT é exem-plificada na restituição e reconciliaçãoexigida dos cristãos antes que as suas trans-gressões sejam perdoadas (Mt 6.14ss,; 18,15-17,21-35; Ef 4.32). Joabe alertou o rei Davi a não se tornar cau-sa de transgressão ou culpa para Israel (1Cr 21.3). Em outras ocasiões, tribos ou na-ções inteiras foram advertidas a não agi-rem de má fé e aumentarem a culpa (Js

22.16,20; 2 Cr 28.12ss.) de suas transgres-sões. Os líderes são especialmente respon-sáveis por suas transgressões ou infidelida-de (2 Cr 33.19; Ed 9.2,6ss.). Todas as trans-gressões trazem a ira do Senhor (2 Cr 24.18;Ez 14.13ss.). Os homens estão, por natureza, mortos emsuas transgressões (Ef 2.1). Somente Deuspode perdoá-los (Cl 2.13) e tomá-los justos emCristo ao não mais contabilizar suas trans-gressões contra eles (2 Co 5.19-21). Veja  Pecado. 

W. B.TRANSJORD NIA Veja   Amom; Basâ;Edom; Gileade; Haurâ; Jordão; Moabe; Pa-lestina. II.B.4. 

TRASLADAR As palavras gregas e hebrai-cas que aparecem como “trasladar” sugerema idéia de mudança de algo ou alguém deuma condição para outra. Geralmente amudança é muito clara, determinada e drás-tica. Foi dito que tanto Enoque como Eliasforam trasladados. Estes dois santos do ATescaparam da morte através do traslado.Enoque (Gn 5.24; Hb 11.5) eElias (2 Rs 2.11)foram subitamente transformados por Deusde um estado não glorificado para um esta-do glorificado.  Ao crerem, os pecadores, que não fazem nadamais do que colocar sua fé em Cristo comoaquele que se fez pecado por nós, são citadoscomo sendo “trasladados” do reino de Sata-nás para o reino do Salvador (Cl 1.13). Estamudança resulta no perdão de pecados e uamudança de cidadania da terra para o céu.

Tal traslado é de natureza espiritual. Há também um traslado físico e final doscrentes. Frequentemente se fala deste gran-de evento como o arrebatamento da Igreja.Quando Cristo voltar para a Igreja, que é seucorpo (Jo 14.1-3; 1 Ts 4.13-18), os membrosdeste corpo experimentarão uma mudançacompleta (1 Co 15.51-57). Paulo chama de“mistério” este traslado ou transformação 

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TREVAS

daqueles que estiverem “em Cristo” e vivosquando o Senhor voltar. Deste modo, o após-tolo indica que a verdade do traslado dossantos vivos, na volta do Senhor, não foi re-velado no AT. 

R. P. L.

TRATADO Veja  Aliança. TRAVE ou VIGA Uma palavra usada paratraduzir vários termos hebraicos e gregos quese referem a grandes vigas na construção depisos, tetos e telhados de edifícios (1 Rs 6.9;7.2,3; 2 Rs 6.2,5), A palavra também se refe-re a uma grande barra cujo arqueamentopoderia ocorrer de forma indistinta, poden-do ser chamada de “eixo do tecelão” (Jz 16.14;1 Sm 17.7; 1 Cr 11.23). Em 1 Reis 6.36; 7.12,faz-se referência a um tipo que era comumno Oriente Próximo durante o segundo mi-

lênio a.C., o uso de um vigamento de travesde madeira para fortalecer um muro sobreum alicerce de pedras com a finalidade demantê-lo firme caso ocorressem terremotos.O termo foi usado por Jesus em um sentidofigurado em contraste com um argueiro (q. o.)ou partícula (Mt 7.3). 

TRAVESSEIRO1  Esta palavra é a tradu-ção de algumas palavras hebraicas e gregas. 1.

 

Palavra hebraica m''ra’ashot  (de ro’sh, “ca-beça”), que literalmente significa o “lugar dacabeça”, como em Gênesis 28.11,18. Essetermo também ocorre em 1 Samuel 19.13,16;26.7,11,12,16; 1 Reis 19.6, referindo-se aolocal em torno daquele em que um homemdeita a cabeça para dormir. 2.  Da palavra hebraica k‘sathot   (do acádiokasu, “ligar"), ou laços mágicos de pulso (Ez 13.18,20) . 3.

 

Da palavra hebraica k e bir,  provavelmen-te uma colcha tecida ou xale feito com o pêlode uma cabra preta (1 Sm 19.13,16). Micaldobrou um xale e o enrolou para simular acabeça de um homem, mostrando um pouco

de seu pêlo negro. 4. 

Da palavra grega  proskephalaion,  o tra-vesseiro coberto de couro do marinheiro oudo remador sobre o qual o Senhor Jesus ador-meceu na popa do barco (Mc 4.38). 

TRAVESSEIRO2 Veja  Cama 

TREINAR, TREINO Uma palavra hebrai-ca, hanak,  que anteriormente se pensava tero significado de "encher a boca”. Ela veio aser usada para encher a mente, instruir oueducar (Gn 14.14; Pv 22.6). S, C. Reif recen-

temente argumentou a favor do significadobásico de “iniciar” para todas as passagensonde a palavra hebraica ocorre (também Dt20.5; 1 Rs 8.63; 2 Cr 7.5); em Provérbios 22.6,ele sugere que o sentido do texto é: “Inicieum menino no caminho certo” (VT, XXII[19721, 495-501). De acordo com W. F. 

 Albright, em Gênesis 14.14 a palavra podeter uma origem egípcia, com o sentido de“retentor” (BASOR, #94 [1944], p. 24, n. 87), 

P. C. J.

TREPADEIRA Qualquer planta com umcaule longo e fino que caminha ou se arrasta

pelo chão ou sobe se enroscando em um su-porte com a ajuda de gavinhas ou grampos. A trepadeira mais comum da Bíblia era avideira, embora outras trepadeiras como acabaça (2 Rs 4.39), pepino e melão (Nm 11.5)também sejam mencionados. O solo e o cli-ma da Palestina eram favoráveis às uvas, eelas eram cultivadas há muito tempo emCanaã (Gn 14.18). As videiras de Escol, naregião montanhosa de Judá, produziam ex-celentes frutas (Nm 13.23). Veja  Agricultura; Plantas. 

TRÊS VENDAS Veja  Praça de Ápio. 

TRÊS Veja  Número. 

TREVAS Nome expresso em 11 palavrashebraicas, sendo que a mais comum delas éhoshek, além de várias formas de ’opeT, e emgrego por skotm, skotos,  “trevas”, e zophos,“tristeza" ou “escuridão”. Trevas   físicos. Essa expressão é particular-mente mencionada em quatro ocasiões naBíblia. 1.

 

No momento da criação, quando “havia tre-

vas sobre a face do abismo'’ (Gn 1.2). Ela foidispersa quando Deus criou a luz e deu iní-cio ao processo da criação que está relatadoem Gênesis 1,1—2.6, e terminou na criaçãodo homem (2,7-25). 2.

 

 As trevas de três dias de duração que cons-tituíram o nono castigo sobre o Egito, “tre-vas que se apalpem” (Ex 10.21-23). 3.   As trevas no momento da crucificação (Mt27.45) e que continuaram por três horas, dahora sexta até a nona, enquanto Deus escon-dia, do mundo ímpio, a agonia de seu Filho

sobre a cruz. Essas trevas foram um dentrea série de milagres que aconteceram naque-la ocasião; terremoto (v.51), trevas (v.45j,rompimento do véu do Templo de alto a bai-xo (v.51) e ressurreição do corpo de algunssantos (w.52,53). 4.  Trevas no segundo advento de Cristo. Es-sas trevas foram previstas, além do próprioSenhor Jesus Cristo, por Isaías, Joel e João(Is 13.9,10; J1 2.31; 3.15; Mt 24.29; Ap 6.12).Elas serão diferentes da segunda e terceira,embora também acompanharão e significa-rão juízo. Enquanto as outras parecem tertido um caráter local, essas irão cobrir todaa terra, pois o sol, a lua e as estrelas estarãoescurecidos. Trevas espirituais. A palavra trevas tambémfoi usada em sentido figurado para designara ignorância e a cegueira espiritual (Ec 2.14;5,17; Is 9.2; 29.18; 42.7; Jo 1.5; 8.12; 1 Jo 2.11) 

1958

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TREVAS TRIBO

em contraste com a luz (Jo 1.5,9; Is 49.6), O dia da calamidade e do sofrimento é cha-mado de dia de trevas (Is 8.22; J1 2.2; 1 Jo 2.8)  . O desespero dos perdidos é como as tre-vas (Mt 4.16; 6.23). Como as trevas oferecem a necessária cober-tura para o mal, a expressão “as obras dastrevas" (Rm 13.12; Ef 5.11) às vezes é usada. A palavra trevas também é usada para ex-pressar a condição da morte longe aa luz doevangelho (Jó 10.21,22; 18.18; Cl 1;13; 1 Pe 2.9)  ; dos anjos caídos mantidos em cadeias(2 Pe 2.4; Jd 6); e a condição fmal dos perdi-dos (Mt 22.13; 25.30; Jd 13). 

R. A. K.

TRIÂNGULOS Uma das duas leituras mar-ginais sugeridas pelas versões ASV e RSVem inglês para a tradução do termo hebrai-

co shalísh   em 1  Samuel 18.6. Outras ver-sões traduzem os seus textos como “instru-mentos de música” e concordam em acres-centar a tradução alternativa de “instrumen-tos de três cordas”. O termo hebraico é, defi-nitivamente, ligado com shalosh,  “três”, masseu significado preciso é desconhecido. O quepode ser inferido, com certeza, é que o ins-trumento era tocado por mulheres em ocasi-ões de grande alegria para acompanhar can-ções alegres e danças. Tentou-se identificá-lo com um alaúde de três cordas (Kolari) ouum xilofone (trad. Americana). 

Veja. Música. 

TRIBO A unidade normal de organizaçãosocial entre os nômades e seminômadessemitas. O cajado simbolizava a autoridadedo líder. Portanto, as duas palavras hebrai-cas para bastão denotam, regularmente,uma tribo (matteh,  “cajado, bastão”; shebet,“cajado, cetro"). A palavra grega no NT é

hyle  (por exemplo, Lucas 2.36; Hb 7.13). O texto em Josué 7.14 mostra o esqueleto datribo israelita. Em ordem decrescente, era

composta pelo elâ (heb, mishpahah -, cf. Êxodo6,14; Juizes 9,1), a casa ou família (heb. bayií e o indivíduo (heb. geber).  Algumas vezes otermo hebraico 'elep   (milhar) também tem osignificado de “clã’’ (cf. Jz 6.15; 1 Sm 10.19;Mq §.2). O clã ou grupo de famílias (cf Rúbenem Êxodo 6.14) era um meio termo entre aunidade tribal maior e as unidades familia-res. O termo bet-’abot   (“casas de seus pais",Êxodo 6.14) no sentido de famílias patriar-cais era ambíguo, referindo-se desde os gru-pos de uma tribo (Nm 1.4) a um clã (Nm 3.24),uma unidade doméstica (Êx 12.3). Irmãos

casados, com poucos fühos, podiam, juntos,ser reconhecidos como formando uma “casade seus pais” (1 Cr 23.11). Embora grande,incluindo os servos e todos os residentes “nas-cidos em casa”, como em Gênesis 14.14, a casaexistia em tomo de um patriarca ou sheikcomo Abraão ou Jaeó, e o acompanhava emsuas peregrinações (Gn 12.1; 31.17,18). 

 A posse de convicções religiosas similares,ancestrais e objetivos econômicos e milita-res comuns contribuíam para a unidadetribal. Grupos de tribos podiam ser unidossob um pacto federativo, como os estados naantiga Grécia, em Delfos, e as 12 tribos deIsrael em Silú (Js 18.1; 21.2; 1 Sm 1.3). Nocaso de Israel, a aliança com Jeová foi inici-almente estabelecida na terra prometida emSiquém (Js 8.30-35), e ah foi renovada quan-do seu líder, Josué, se aproximava da morte(Js 24.1-28). Veja  Aliança. Na época do Êxodo, a estrutura tribal israeli-ta incluía um conselho de anciãos (Êx 3.16;34.31). Veja  Ancião. O líder de cada tribo erachamado de príncipe (Nm 34.18). Os “prínci-pes das tribos”, “os chefes de milhares”, aju-daram Moisés e Arão a contar o povo (Nm 1.4-16). No período compreendido em Juizes, a

descentrahzaçâo, e com ela a ausência da lei,se impuseram. Juizes individuais periodica-mente exerceram a autoridade centralizada(cf. Jz 3.15; 4.6; 13.2, 24,25). Samuel, o juiz-profeta, (1 Sm 3.20; 7.15) solidificou as tribosprecedendo o início do reino sob Saul (1 Sm9.27-10.1; 11.15). Davi e Salomão, entretan-to, como outros monarcas do Oriente Próxi-mo, deliberadamente minaram as basestribais a fim de fortalecer o nacionalismo.  A memória das divisões tribais se manteveviva na história posterior do AT (cf. 2 Cr 5.2;

Zc 9.1). Mesmo posteriormente, o NT identi-fica os indivíduos com suas tribos (cf. Lc 2.36; At 4.36; Fp 3.5; Hb 7.14), e se refere às 12tribos (Mt 19.28; Tg 1.1; At 26.7; Ap 7.1-4).Os registros da genealogia judaica foram, emgrande parte, destruídos no incêndio do Tem-plo em 70 d.C., de tal forma que os judeusmodernos não podem ter certeza sobre suatribo ancestral. Conceitualmente, a tribo está ligada a umantigo progenitor, de forma que no tempodo NT os judeus ainda se consideravam fi-lhos de Abraão, Isaque e Jacó (Jo 8.33; At

3.13). Paulo associa os crentes do NT aopatriarca Abraão, o “pai de todos os que cre-em" (Rm 4.11-16; Gl 3.6,7,16-29). Assim,todos os cristãos pertencem à mesma “fa-mília da fé", uma família espiritual (Gl 6.10;cf. Hb 3.6; 1 Pe 2.5). 0 

 AT geralmente menciona as 12 tribos deIsrael (por exemplo, Gn 35.22-26; Dt 27.12,13; 1 

Cr 2.1,2; Ez 48.1ss.). Às vezes, Levi (a tribosacerdotal e especial) é excluída, e os dois fi-lhos de José aparecem separadamente (Nm1.20-47). Quando os três são mencionados, a

contagem chega a 13 (Gn 46.8-24). O AT contém evidências do antigo padrãotribal de alguns povos nào israelitas, comopor exemplo, os edomitas em Gênesis 36.1-19; os seminômades midianitas em Núme-ros 25.15; 31.7-10; os ismaelitas em Gênesis25.12-18; e os árabes em Gênesis 25.1-3.Estes últimos ilustram a mudança de chefestribais para reis e governadores ao se assen- 

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TRIBO TRIBOS, TERRIT RIOS DAS

tarem e se voltarem para a agricultura e ocomércio (2 Cr 9.14; Ez 27.20-22). Este co-lapso da organização tribal também ocorreucom as tribos dos amorreus, quando entra-ram em contato com a civilização de Mari(q.i O no início do 2o milênio a.C. 

Veja   Família; Casa, Menbros da; Domésti-cos; Israel; Tribos, Territórios das. W. H. M.

TRIBOS, TERRITÓRIOS DAS Os territó-rios das tribos de Israel não representamáreas fixas com fronteiras permanentes. Aocontrário, elas estiveram sujeitas a frequen-tes mudanças desde a época da conquista deCanaã, sob o comando ae Josué, até o reina-do do rei Davi, 

 As Fronteiras Ideais de Israel 

 A fronteira norte da terra de Canaã para aqual as tribos de Israel migraram é delimi-tada pelo monte Hor (provavelmente um picoproeminente da serra libanesa, próximo àcosta do Mediterrâneo ao norte de Biblos), Afeca na fronteira dos amorreus, Lebo-Ha-mate, Zedade, Zifrom e Hazar-Enã. DeHazar-Enã, localizada a aproximadamente160 quilômetros a leste da costa Mediterrâ-nea, a fronteira ideal volta-se ao sul paraSepham e Ribla, locais até hoje não identifi-cados. É de aceitação geral, que a fronteiraao longo do deserto Sírio vira a leste próxi-

mo à latitude de Bete-Seâ, e prossegue a oes-te-noroeste até o mar da Galiléia em Aim. A fronteira oriental continua para o sul atra-vés do vale do Jordão e do mar de Sal (marMorto). No extremo sul do mar Morto, a fron-teira é  adjacente à fronteira de Edom, e vira-se a oeste para Hazar-Adar e Cades-Barnéia,e finalmente para o ribeiro do Egito. O Me-diterrâneo serve como a fronteira ocidental.Estas são, de forma geral, as marcas qne de-finem as fronteiras externas da terra de Is-rael (Nm 34.1-12; Gn 15,18-21; Js 15.1-5; Ez

47.13-21; 48. 28), Deve-se notar, entretanto,qne estas nunca foram as fronteiras reais. 

Fases da ColonizaçãoFases da ColonizaçãoFases da ColonizaçãoFases da Colonização 

Nos anos iniciais da colonização israelita, asfronteiras reais eram um tanto incertas ebastante flexíveis. O termo “terra de Israel”,que começou a ser utilizado durante a coloni-zação israelita em Canaã, referia-se, inicial-mente, apenas aos setores israelitas da ocu-pação, em contraste com os setores dos cana-neus, e de outros povos (cf. 1 Sm 13.19).Durante os estágios iniciais da colonização, o

território tribal não era constituído por pro-víncias com grandes territórios, mas por ci-dades ou grupos de cidades e suas terras ad- jacentes. Alguns desses domínios eram isola-dos de outros domínios da mesma tribo.  As primeiras tribos a possuírem seu territó-rio foram Gade, Rúben e Manassés naTransjordânia. Gade ocupou a terra de Ja- 

zer, a terra de Gileade e a terra de Dibom(Nm 21.32; 32.1,34-36; 33.45,46; Js 13.24-28). Rúben ocupou a terra de Hesbom e vá-rias cidades próximas (Nm 32.37,38; Js13.15-23; 1  Cr 5,8-10). Portanto, os territó-rios das duas tribos se sobrepunham. O clã

Maquir da tribo de Manassés ocupou partesde Gileade e Basâ no norte da Transjordâ-nia (Nm 32.33,39-42). Na Cisjordânia, apenas aquelas regiões semuma forte presença da colonização cananéiaforam inicialmente ocupadas e controladaspelos israelitas. Essas regiões se localiza-vam nas montanhas e no interior (Js 17.18;Jz 1.19). A colonização israelita, principal-mente nas montanhas, as manteve longedos centros administrativos egípcios emCanaã, Esse isolamento nas montanhasexplica, em parte, a ausência na Bíblia Sa-

grada de menções a nm certo número deuest&es externas que conhecemos a partire arquivos extrabíblicos como as cartas de Amarna (q.v.).  A coalizão Judá-Simeâo fixou-se nas monta-nhas e no deserto a oeste do mar Morto. A fronteira ao norte se estendia ao norte deBelém e Bete-Semes. A fronteira ocidentalia para o sul através da Sefelã, para o Ne-guebe e até, aproximadamente, a latitude damargem sul do mar Morto.  A tribo de Benjamim foi concedida a terra

que estava na região montanhosa ao nortede Jebus (Jerusalém). As tribos de José ocu-param a maioria das montanhas ao norte deBenjamim até o monte Gilboa. Manassés,como mencionado acima, também ocupavaáreas na Transjordânia. Na Cisjordânia, estatribo colonizou a seção norte do “monte deEfraim” e a região ao longo da costa de Sa-rom, de Aser até Dor, do sul do monte Car-melo até Micmetate, do lado oposto a Si-quém, cerca de 13 quilômetros ao norte daTel-Aviv (Js 17.2-10). A tribo de Efraim ocu-pou, primeiramente, as montanhas ao snl daregião que mais tarde foi chamada de Sa-maria, embora a colonização tenha se mes-clado com a de Manassés (Js 17.9,10). Aser,Naftali, Zebulom e Is sacar colonizaram aregião da Galiléia (veja o mapa).  À medida que algumas das tribos e clãs cres-ceram além de suas áreas originais, eles seexpandiram derrubando florestas e expul-sando os cananeus (Js 17.14-18). Outras tri-bos, como Dã, foram para novas regiões porfalharem em se apossar dos territórios quelhes foram designados (Jz 17,18). Clãs ou

partes deles mudaram de local, de maneiraque alguns tinham representantes em maisde uma tribo (ef. Tola, um homem de Issacarque vivia na montanha de Efraim, Jnízes10.1; Gn 46.13; Nm 26.23; ef. também os clãsdeAcã, Hezrom e Bela). Então, mesmo apósa reunião da liga tribal em Siló, seu novocentro religioso (Js 18.1; 21.1,2), para dis-tribuir terras entre as sete tribos restantes 

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TRIBOS, TERRIT RIOS DAS TR1BULAÇAO

(Js 18,1-10) lançando sortes, a geografia po-lítica foi extensivamente alterada. Duran-te as fases posteriores da colonização, no pe-ríodo dos juizes, as fronteiras designadaspermaneceram as mesmas. Entretanto, asguerras locais descritas no livro de Juizes

parecem indicar que essas fronteiras nãoeram seguras. 

 A Designaçã A Designaçã A Designaçã A Designação das Fronteiras Tribaiso das Fronteiras Tribaiso das Fronteiras Tribaiso das Fronteiras Tribais 

Os registros das fronteiras delineadas, pre-servadas para nós em Josué 13-22, variambastante nos detalhes, O registro contém doistipos de listas. Um tipo aponta os pontos dereferência das delimitações das fronteiras(por exemplo, Js 15.1-12; 16.1-3,5-8; 17.7-9).Este método de descrição de fronteiras — partindo da cidade para a montanha, para acidade, para o rio etc. - é bastante similar

àquele que é utilizado nos arquivos ugaríti-cos do acordo fronteiriço entre o rei hitita eNiqmadu, soberano da cidade-estado vassalade Ugarite (WBC, p. 223ss.). O segundo tipo é simplesmente uma lista decidades que serve como uma descrição daherança tribal (por exemplo, Josué 19.1-9,eí al.).  Isto, obviamente, torna mais difíciluma precisa reconstituição das fronteiras. Além disso, apenas a herança de sete tribosestá listada com a descrição de suas respec-tivas fronteiras. Como anteriormente men-cionado, os domínios das tribos ou clãs seentrelaçavam. Ocasionalmente, uma cidadepertencia a uma tribo, enquanto as terrasanteriormente pertencentes a essa cidade,no período cananeu, haviam se tornado depropriedade de outra tribo. O arranjo das fronteiras se adequava aosrequisitos da economia agro-pastoril da Pa-lestina, de tal forma que uma tribo não eradependente somente de um ou dois tipos delavoura. Quase sem exceção, a tribo possuíaalguns vales on planícies férteis onde se po-dia cultivar grãos, algum morro apropria-

do para pomares e vinhedos, e uma área res-tante para pastorear seus rebanhos e ma-nadas. Assim, seu bem estar não era com-prometido pelo fracasso de um tipo de pro-duto agrícola. 

 As Fronteiras do Reino de Davi As Fronteiras do Reino de Davi As Fronteiras do Reino de Davi As Fronteiras do Reino de Davi 

Os textos em Juizes 1  e Josué 13.1-6 descre-vem a terra que permaneceu nas mãos doscananeus, amorreus e filisteus. Esta área,fora os bolsões de colonização “estrangeira”que existiam dentro da ocupação israelita,era formada pela planície filistéia ao longoda costa do Mediterrâneo, se estendendo aosul do rio Yarkon, e a área ao norte de Alabe(Jz 1.31) junto a Misrefote-Maim (Js 11.8;13.6) na costa de Sidom, e se estendendo parao leste, em direção a Damasco. Os conflitos continuaram de maneira maisou menos constante até as guerras de Davi,quando ele subjugou os filisteus e expandiu 

grandemente o território de seu reino. Noreinado de Salomão, as fronteiras de Israelse expandiram ao norte para incluir Hama-te e Tadmor, chegando ao rio Eufrates. Aosul, elas alcançavam o mar Vermelho. A les-te, Israel englobava os sírios, amonitas, mo-

abitas e edomitas, chegando, assim, ao de-serto árabe (2 Sm 8.1-14; 1 Rs 4.24; 9.26).Tanto Davi como Salomão utilizaram a ins-tituição tribal fundamental como a base paraa administração dos seus territórios (1 Cr27; 1 Rs 4.7-19). 

Bibliografia.  Y. Aharoni, The Land of theBible,  Londres. Bums and Oates, 1966. KarlElliger, “Tribes, Territories of’, IDB, IV, 701-710. John Rea, “Joshua”, WBC, pp. 205-231.G. A. Smith, The Histórica! Geography of theHoly Land,  Londres. Hodder & Stougliton,1931. 

P. W. F.

TRIBULAÇÃO Esta palavra ocorre trêsvezes na versão KJV em inglês do AT, e é atradução de sar,  em Deuteronômio 4.30, edo cognato sara,  em Juizes 10.14 e 1 Samuel26.24, A forma plural deste último é tradu-zida como “tribulações” na KJV em 1 Samuel10.19. A noção básica nestes termos é a sen-sação desagradável de claustrofobia, queocorre quando se é confinado em um lugar

apertado. Os dois termos hebraicos deriva-dos da raiz s-r-r,  “estar apertado, estreito”,significam “estreito” ou “apertado”. Adicio-nalmente, a versão RSV em inglês usa o ter-mo “tribulação” (que a versão KJV traz como“dores do parto”) em Lamentações 3.5 comoa tradução do termo hebraico tHa’a,  “aborre-cimento, opressão”, embora o texto apresen-te algumas dificuldades.  A versão inglesa do NT usa o termo “tribula-çâo” como uma tradução do grego thlipsis,de thlibo,  que tem a mesma conotação geraldo heb. sar, sara; e frequentemente forneceesses termos na Septuaginta (LXX). O ter-mo grego thlipsis  ocorre cerca de 45 vezes noNT, e é traduzido na KJV como: “tribulação”(21 vezes), “aflição” (17 vezes), “problema"(3 vezes), “perseguição” (1 vez), “angústia”(1  vez), “estar aflito” (1  vez) e “sobrecarrega-do” (I vez). Apalayra é encontrada em asso-ciação COnrTwrseguição” (Mt 13.21; 2 Ts 1.4),“angústia” ou “aflição” (Rm 2.9), com “angús-tia, perseguição, fome, nudez, perigo e espa-da” (Rm 8.35); e com “aflições” junto com“necessidades, angústias, açoites, prisões, e

tumultos” (2 Co 6.4ss). Embora a “tribulação” ou a “aflição” no NTpossam ter causas naturais, como viuvez (Tg1.27), parto (Jo 16.21), fome (At 7.10) e tri-bulações na carne (1 Co 7.28, “angústia”),seu uso está predominantemente relaciona-do à tribulação que o cristão encontra nomundo por causa da Palavra de Deus (Mt13.21;  ef Mc 4.17; 1 Ts 1.6; Jo 17.14) e por 

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TRIBULAÇ O, GRANDE

amor ao nome do Senhor Jesus Cristo (Mt.24.9; Jo 15.21; 2  Co 12.10; Ap 1.9). A tribu-iaçâo é identificável com “levar a própriacruz” (cf. Mt 10.34-38; 16.24; G16.12) ou como antagonismo que se transfere ao cristãocomo resultado da tensão entre o evange-lho e o mundo. Esta não é a tribulação, emseu sentido geral, mas a tribulação especí-fica decorrente da identificação do crentecom Cristo (2  Tm 3.12). Ela vem como de-corrência lógica da natureza do evangelho,como disse nosso Senhor Jesus Cristo: “Nomundo tereis aflições” (Jo 16.33; cf. 1 Ts 3.4)  . Paulo alertou o fiel de que “pormuitastribulações” nos importa entrar no reino deDeus (At 14.22; cf. Lc 14.27-33; Hb 10.32ss).O apóstolo sentia que havia recebido umasentença de morte (2 Co 1.8), e lembrou aos

tessalonicenses que neste mundo sofremostribulações (1 Ts 3.3).  A inevitável tribulação do cristão é vista,entretanto, como sua identificação com o so-frimento de Cristo. Paulo considerava a tri-bulação como uma participação nos sofri-mentos de Cristo (2 Co 1.4ss.), como carre-gar no corpo, de forma perene, a morte denosso Senhor (2 Co 4.8ss.; cf. Rm 8.35), eum complemento de suas aflições pela Igreja(Cl 1.24). Esta tribulação deve ser pacientemente su-portada (Rm 12.12; Ap 1.9; Ef 3.13; cf. Hb12.7; 2 Ts 1.4), pois escapar dela é uma ati-tude que priva o cristão de seu verdadeirodesenvolvimento. A tribulação separa os ver-dadeiros seguidores dos falsos (Mt 13.21; 1Ts 1.6); ela recomenda ao mundo a verda-deira natureza da fé, através da provação (2Co 6.4; 8.2; Ap 2.10). Além disso, se o cristãocarrega em seu corpo a morte do Senhor Je-sus, ele paradoxalmente descobre que a vidade Jesus se mapifesta em sua carne mortal(2 Co 4.10ss.). A medida que o cristão com-partilha com abundância os sofrimentos de

Cristo, ele compartilha com abundância oconsolo que vem através de Cristo (2 Co 1.5).Enquanto descreve sua tribulação como uma“sentença de morte”, Paulo indica seu pro-pósito didático: que ele não deveria confiarem si mesmo, mas em Deus, que ressuscitaos mortos (2 Co 1.8,9).  A tribulação inevitável, que o crente devesuportar pacientementç, o identifica com aordem eterna de Deus. E assegurado ao cris-tão que a leve e momentânea tribulação desua época contará em seu favor em termos

de uma glória ainda muito maior (2 Co 4.17).Se ele é tratado pelo mundo como um im-postor, um desconhecido, moribundo, casti-gado, infeliz e sem posses, ele se descobre,paradoxalmente, honesto, bem conhecido,vivo, indestrutível, cheio de alegria, rico epossuidor de todas as coisas na ordem eter-na. Ele sabe que nada pode separá-lo do amorde Deus - nem mesmo a tribulação - e quenenhuma tribulação pode lhe fazer outra 

coisa que não seja aumentar sua jubilosaesperança (Rm 5.3; cf. Ap 2.9). Ele pode tertribulações no mundo, mas em Cristo ele tempaz e é encorajado a crer que participará dotriunfo do seu Senhor sobre o mundo (Jo16.33; cf. 16.21ss.).  A presente ambiguidade envolvida na tribu-lação do cristão será definitivamente resol-vida (Rm 2,9; 2 Ts 1.6; cf. Ap 2.22), Em lin-guagem apocalíptica, o Sermão do Montedescreve a tensão final entre o mundo e oreino de Deus como a causadora da grandetribulação (Mt 24.21), mas a chegada do Fi-lho do Homem libertará os eleitos finalmen-te e para sempre (Mt 24.29ss.; Mc 13.24ss.;cf. Ap 7.14). Veja   Tribulação, Grande; Afli-ção; Perseguição; Sofrimento. 

Bibliografia.  Heinrich Schlier, “Thlibo 

etc.”, TDNT, III, 139-148.  E. R. D.

TRIBULAÇÃO, GRANDETRIBULAÇÃO, GRANDETRIBULAÇÃO, GRANDETRIBULAÇÃO, GRANDE  A Tribulaçãoserá um período de sete anos que ocorreráentre o arrebatamento da Igreja e o, segundoadvento de Jesus Cristo na terra. E o perío-do conclusivo da profecia das 70 semanas deDaniel (Dn 9.24-27). Os sete anos são dividi-dos em dois períodos iguais, o segundo cha-mado de Grande Tribulação (Mt 24.21). O caráter do período é claramente reveladonas Escrituras. É um tempo de “ira” (Sf 1.15-

18; lTs 1.10; 5.9; Ap 6.16,17; 11.18; 14.10,19;15.1,7; 19.2); “indignação” (Is 26.20,21; 34.1-3); “tentação” (Ap 3.10); “angústia” (Jr 30.7;Sf 1,14,15; Dn 12,1); “destruição” (J1 1.15; 1Ts 5.3); “trevas” (J1 2.2; Am 5.18; Sf 1.14-18); “desolação” (Dn 9.27; Sf 1.14,15); “trans-torno” (Is 24.1-4,19-21); “punição” (Is 24.20,21) , Veja  Tribulação.  A tribulação tem dois propósitos principais:(1) Deus preparará um pequeno grupo defiéis sobreviventes na nação de Israel aquem o Messias virá, aos quais todas as pro-messas serão cumpridas. O evangelho doreino, a boa nova de que o Rei está chegan-do, será pregada universalmente (Mt 24.14)e multidões aceitarão, pela fé, a salvaçãooferecida. Deus fará novamente por Israelo que Ele fez através de João Batista emsua primeira vinda (Mt 3.1-10; Lc 3.3-14;cf. Ml 4.5,6). (2) Deus derramará o julga-mento sobre os homens e as nações que nãocreem (Ap 3.10; Jr 25.32,33; Is 24.1; 2 Ts2.12). Esses julgamentos virão de dnas ma-neiras: diretamente de Deus, e indiretamen-te através de homens e exércitos. 

 A septuagésima semana da profecia deDaniel começa oficial mente quando a últi-ma cabeça do quarto império mundial(Roma) faz uma aliança com Israel, garan-tindo-lhe seus direitos na Palestina e a reto-mada dos sacrifícios (Dn 9.27). Esta aliançaé quebrada após três anos e meio, e a Gran-de Tribulação sobrevêm à terra. 

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TRIBULAÇÃO, GRANDE TRIBUT RIO, TRIBUTO

Os eventos do período da Tribulação estãoexpostos em grandes detalhes nas Escritu-ras. As nações originárias do Império Roma-no serão novamente reunidas sob uma po-tência mundial (Dn 2 e 7; cf. Ap 17.12,16,171. A cabeça do império é conhecida como a pon-ta pequena (Dn 7.8}, a abominação da deso-lação (Mt 24.15), o homem do pecado (2 Ts2.3), o Anticristo (1 Jo 2.18) e a besta (Ap13.1-10). Este soberano político fará umaaliança com Israel (Dn 9.27). O rei do norte,também conhecido como Gogue (Ez 38) seoporá a ele (Dn 11.40), mas será destruídopelo Senhor ao invadir a Palestina (Ez 39).Tendo sido removido este forte poderio, o Anticristo será capaz de controlar o governomundial. Um grande sistema religioso -centrado na adoração a esta figura política- será promovido pelo falso profeta (Ap

13.11-18), e passará a ter um alcance mun-dial. Por ocasião da volta do Senhor JesusCristo, este sistema político-religioso serádestruído (Ap 19.20). Durante a Tribulação, Deus derramará seu juízo na terra através da abertura dos selos(Ap 6), do toque das trombetas (Ap 8-11), edo derramamento das taças (Ap 16). Atra-vés da pregação das 144.000 testemunhasseladas (Ap 7.1-8), o evangelho será procla-mado aos confins da terra, e multidões sevoltarão ao Senhor (Ap 7.9,10). 

 A Tribulação terminará por ocasião da se-gunda vinaa do Senhor Jesus Cristo à terra(Mt 24.22,29,30; Ap 19.11-16; cf. Zc 14.1-7).Veja   Anticristo; Cristo, Vinda de; Escatolo-gia; Arrebatamento. 

J, D.P. 

TRIBUNA, BASE ou PLATAFORMA A  plataforma de bronze na qual Salomão su-biu e ajoelhou-se (2 Cr 6.13). Como no heb. otermo kiyyor   geralmente significa uma tige-la de cozinha ou bacia, a plataforma era pro-

vavelmente Tedonda. 

TRIBUNAL Um lugar elevado; uma tribu-na ou palanque para oradores. Designava oassento ou cadeira oficial de um juiz nos tri-bunais gregos e romanos. A palavra gr. bema aparece 12 vezes no NT, e em muitas ver-sões é traduzida como ‘‘tribunal” em dez de-las (Mt 27.19; Jo 19.13; At 18.12,16,17;25.6,10,17; Rm 14.10; 2 Co 5.10). Geralmen-te a palavra designa o assento oficial (tribu-nal, banco judicial) de um juiz, que era, fre-qüentemente, o governador ou o procurador

romano (embora tenhamos exceções como: At 25.10,  “de César”; Rm 14.10, “de Deus”; 2 Co 5.10,

 

“de Cristo”). No entanto, Atos 12.21refere-se ao trono de Herodes Agripa emCesaréia, que era semelhante à plataformade um orador. Para o Tribunal de Cristo, veja Julgamento: Juízos de Deus 2, c. 

TRIBUNO Esta palavra consta em várias 

versões no texto que está em Atos 21.31 comoo oficial responsável por uma corte romana,geralmente constituída por cerca de 600 ho-mens. O termo grego chiliarchos   significa,literalmente, “comandante de mil”; ele tam-bém é encontrado em João 18.12 como umareferência ao capitão que prendeu e algemouo Senhor Jesus, É utilizado na alta hierar-quia militar, em um sentido geral, em Mar-cos 6.21; Apocalipse 6.15; 19.18. O termolatino tribunus,  “chefe de uma tribo”, origi-nou-se da designação de comandantes de al-guns pelotões fornecidos ao exército romanopor tribos aborígines. Vinte e quatro tribunos- número suficiente para comandar quatrolegiões - eram escolhidos por voto popular,e o restante por cônsules. Havia tambémtribunos responsáveis pela administração dalei e do governo. Por exemplo, havia dez

tribunos de Roma designados para este pro-pósito, e que tinham, inclusive, um poder deveto que costumavam exercer integralmen-te nas ocasiões em que os Césares mostra-vam-se fracos. Veja  Capitão. 

R. A. K.

TRIBUT RIO, TRIBUTO Um tributário(heb. mas1   era um povo ou nação sujeito aoutro a quem pagava tributos, impostos outaxas compulsórias como sinal da relação

entre eles (Dt 20.11; Jz 1.30,33,35; Lm 1,1).O tributo tinha dois objetivos: manter umanação subjugada, e enriquecer o conquista-dor e fornecer recursos necessários (Et 10.1;Rm 13.6,7). 

 As cidades da planície que foram entreguesa Abraão foram tributárias por 13 anos edepois se rebelaram (Gn 14.1-5). O rei Jeúde Israel foi tributário de Salmaneser III;Menaém, de Tiglate-Pileser (2 Rs 15.19); Is-rael, de Sargão; Manassés, rei de Judá, deEsar-Hadom. Os reis assírios se gabavamdos tributos que extorquiam de Israel e deoutros povos conquistados (ANET, pp. 275-301; ANEP # 305-356). Por causa de sua po-sição na linha de combate entre as grandespotências do Egito e da Babilônia, e sua pe-quenez, a nação de Israel estava sujeita a setornar tributária. Por outro lado, quando Israel tornava-se for-te, seus reis recebiam tributos de príncipese povos estrangeiros. Depois de Davi ter es-tabelecido guarnições em Damasco, e em ou-tros locais, os sírios tornaram-se vassalos elhe trouxeram “presentes” (ou “tributos”; 2

Samuel 8.6). Todos os reis, do Eufrates aoEgito, traziam “presentes” ou tributos a Sa-lomão (1 Rs 4.21; cf. 2 Cr 8.7,8). Josafá rece-beu tributo dos filisteus e dos árabes (2 Cr17.11), e Uzias dos amonitas (2 Cr 26.8).

 Além de prata, ouro e gado, o tributo podiaser pago na forma de trabalhos forçados oude um imposto (q.v .) em mão de obra. Veja.também  Imposto. 

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TRIBUT RIO, TRIBUTO TRILHAR

Quanto ao tributo em dinheiro pago a César(Mt 22.17,19), veja  Pesos, Medidas e Moedas. 

R. A. K.

TRIBUTO Taxas ou serviços impostos aopovo pelo governo. A palavra hebraica masfoi traduzida cinco vezes como “imposto” na

versão KJV em inglês (1 Rs 5.13 [duas ve-zes], 14; 9.15,21). Também foi freqüentemen-te traduzida como “tributo”, “tributável” e“trabalho forçado” em outras versões. Todasas referência citadas abaixo contêm a pala-vra mas.  Elas também são encontradas nasversões ASV e RSV em inglês. O tributo sobre os conscritos ou o trabalhoescravo é visto nas seguintes ocasiões: (1) Is-rael no Egito sob o Faraó (Ex 1.11; os “capa-tazes” eram literalmente “diretores dos ope-rários e das tarefas, ou grupos de escravos”);

(2) os povos cananeus conquistados (Dt 20.11;Js 16.10; 17.13; Jz 1.28,30,33,35); (3) o de-partamento de “trabalhos forçados” de Davi(2 Sm 20.24); (4) os israelitas conscritos deSalomão U Rs 5.13,14; cf. 11.28; 15.22) e o“imposto forçado de escravos” exigido dos po-vos conquistados (1 Rs 9.15,21; 2 Cr 8,8). Sa-muel advertiu que os futuros reis de Israelexigiríam serviços gratuitos por parte do povo(1 Sm 8.10-18). Muitas vezes esse tipo de trabalho é chama-do de “corvéia”, isto é, o período gratuito detrabalho exigido de um vassalo pelo senhorfeudal, que é diferente de uma escravidãopermanente. Nas cartas Amarnaíç.u.), e em 

Obelisco Negro de Salmaneser da Assíria, Odetalhe mostra Jeú de Israel prostrado diante

de Salmaneser trazendo seu tributo, BM 

outras tábuas de AlalaMi e Ugarite, existemreferências ao trabalho sob o regime decorvéia para o rei local. Um fragmento delouça escavado em 1960 ao sul de Jope re-presentava uma carta do século VII a.C. es-crita em hebraico ao governador de um dis-trito do reino de Josias, de Judá, por um cam-ponês nascido livre. Ele se queixava de que,embora tivesse cumprido a quota que lhehavia sido imposta no trabalho de sega dapropriedade real, o supervisor havia confis-cado suas vestes, provavelmente para puni-lo por causa de uma suspeita de ociosidade(BASOR #167 [1962], pp. 3L35). Paradoxal mente, o povo que iniciou sua vidanacional na condição de trabalhadores for-çados no Egito (Êx 1.11), e que também for-çou os seus inimigos derrotados a esse mes-mo estilo de vida (1 Rs 9.15,20,21), encerrou

sua vida como nação tendo sua principal ci-dade descrita como “tributária” (Lm 1.1). Veja Imposto; Tributário, Tributo; Publicano. 

W. B.

TREFENA Uma mulher que trabalhou comTrifosa em Roma, a quem Paulo enviou sau-dações (Rm 16.12). Trifena era, também, onome de uma rainha da Trácia que se tomouamiga da heroína Tecla no apócrifo Atos dePaulo e Tecla. Os dois nomes foram encontra-dos em epitáfios em um cemitério usado, prin-cipalmente, para serviçais da casa real (cf. Fp4.22). Como o nome Trifosa vem da mesmapalavra grega raiz (significando “luxuriante”),supõe-se que ambas fossem irmãs, talvez gê-meas, “pois era comum designar membros damesma família por derivações da mesma raiz”(Lightfoot, Philippiam, pg 175). 

TRIFOSA Veja Trifena. 

TRIGO Veja  Plantas. 

TRILHAR O processo de separar o grão co-mestível da casca e armazená-lo. Algumassafras deviam ser arrancadas pelas raízes etrilhadas onde estavam, mas geralmente oscereais eram cortados com uma foice e amar-rados em feixes que seriam levados para umaeira (q.v.).  Ali, uma safra pequena poderíaser batida com varas ou debulhada (Is28.275). Os feixes de uma colheita maior se-riam espalhados e um boi seria levado parafrente e para trás por cima delas (Dt 25.4).Outra opção era um par de animais puxaruma tábua por cima dos grãos. O lado debaixo da tábua se tornava rugosa por meiodo acoplamento de grossos pedaços de pedras

ou ferro (2 Sm 24.22). Instrumentos maiselaborados para trilhar tinham pedras ourodas com dentes de ferro suportando umaplataforma que podería ser dirigida pelo sencondutor (Is 28.27,28; 41.15). Veja Instru-mento de Trilhar. 

Durante a trilha, os feixes eram freqüen-

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TRILHAR TRINDADE

Cena de uma joeira de grãos nasproximidades de Siquém. JR 

temente virados por um tipo de garfo. Umabrisa refrescante ajudava a retirar a cas-ca leve ou a palha, especialmente quandoo material era lançado ao ar (cf. SI 1.4; Is  41.16)  . No último caso, o grão mais pesadocaía, já completamente separado. O ato delançar o grão ao ar, com este propósito, échamado de joeirar ou padejar (Rt 3.2).Veja  Agricultura. 

TRINCHEIRA Uma vala ou escavação es-treita. E usada para traduzir os seguintestermos: 1.0 heb. ma‘gal. Em 1 Samuel 17.20 e 26,5,7,

várias versões traduzem o termo como “trin-cheira* (ou acampamento). Algumas versõestrazem um comentário marginal que diz queo termo tem o sentido de “lugar de carrua-gens” (“em meio aos seus carros”, 1 Samuel26.5). Aversão AS V em inglês o traduz comoo “lugar dos carros" com uma leitura margi-nal de “barricada”, enquanto a versão RSVem inglês usa a palavra “acampamento”. A raiz do termo ‘-g-l   pode concebível mente serrelacionada com ‘agala,  “carro ou carroça”,e significa a formação de carros circundan-do o exército israelita como uma barricadade proteção. Mas a mesma raiz pode maisapropriadamente ser utilizada com o signi-ficado de “redondo” (cf. seu uso na Septua-ginta: gr. stroggylosin, “uma circunferência”),e geralmente se refere ao acampamento emsua forma circular. Além disso, a palavra“trincheira” cria uma impressão errada namente do leitor; conseqüentemente, a pala-vra “acampamento” ou “círculo do acampa-mento" é preferível. 2.  O heb. hei.  Na versão KJV em inglês, notexto em 2 Samuel 20.15, Joabe e seus ho-

mens, no cerco da cidade de Abel-Bete-Maacalevantaram contra a cidade “um montão daaltura do muro". Embora algumas versõesem inglês (ASV, RSV e NASB) traduzam otermo como “defesa”, é mais correto concebê-lo como um pequeno muro externo (JerusB)ou ante-fortificacão. 3.  O heb, t‘‘ala. Em 1 Reis 18,32,35,38, Eliasordenou que uma grande vala (ou rego) fos- 

se feita ao redor do altar, e ela logo depoisfoi cheia com a água dos 12 cântaros que fo-ram derramados sobre o sacrifício. 4.

 

O termo heb. gebim. Em 2 Reis 3.16, váriasversões traduzem este termo (que ocorre vá-rias vezes) como muitas covas. Uma tradu-

ção literal do oráculo divino é: “Fazei nestevale muitas covas". As covas serviam para acoleta antecipada de água para os exércitossedentos. No NT, a cidade de Jerusalém é representa-da como sendo cercada por trincheiras (ou“rampas de ataque") que foram levantadascontra ela por seus inimigos (Lc 19.43). Otermo gr. charax   é usado aqui em um senti-do militar de uma paliçada ou cerca de esta-cas que impede a entrada ou a saída da ci-dade sitiada. 

E. R. D.

TRINDADE A igreja primitiva, oposta aopoliteísmo, com o AT ensinando que há umsó Deus, foi logo forçada a questionar: Quemé Jesus Cristo? Era Ele apenas um homem?E Ele um anjo? Ou é Ele um Deus? E se Eleé um Deus, existem dois Deuses? Próximo ao início do século IV, um forte gru-po na Igreja, sob a liderança de Ario, afir-mava que Cristo era um anjo criado. Ataná-sio comandava a ortodoxia e garantiu a con-denação do Arianismo no Concilio de Nicéiaem 325 d.C. A decisão foi repetida e o Credode Nicéia recebeu sua forma final no Conci-lio de Constantinopla em 381 d.C. O debate no concilio centrou-se no signifi-cado do título Filho de Deus. Os arianos sus-tentaram que o Filho nem sempre tinhaexistido; o Filho ou Palavra é uma criatu-ra, uma obra, não o mesmo, em essência,com o Pai e, portanto, não era o verdadeiroDeus.  Atanásio, ao contrário, criou uma distinçãoentre a filiação moral, no sentido de que todocrente é um filho de Deus, e uma filiação

natural, como Isaque era filho de Abraão.Então, se Cristo fosse Filho apenas no senti-do moral, Ele não seria diferente de nós enão seria o único Filho de Deus.  A isso, os arianos respondiam que Cristo é oúnico Filho de Deus porque Ele veio a serunicamente através do Pai, encjuanto todosos outros são gerados pelo Pai através doFilho. Mas essa construção, alegava Ataná-sio, nos tornaria filhos de Cristo ao invés defilhos de Deus. Cristo, então, nos separariade Deus ao invés de nos unir a Ele. 

O debate se aprofundou em detalhes. Áriousou Provérbios 8.22, “O Senhor Deus mecriou antes de tudo, antes das suas obrasmais antigas" (RSV), para provar que Cristoera uma criatura. Atanásio referenciou overso à natureza humana de Cristo. Q concilio, por fim, rejeitou a afirmativa de Ario de que o Filho é como o Pai, assim comoo estanho se assemelha à prata, e adotou o 

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TRINDADE TRINDADE

Credo de Nicéia para o qual o Filho é ditoser um em essência com o Pai.  Alguns críticos ridicularizam a teologia e oconcilio por ter discutido tão violentamentea respeito da importância da letra “i”. O pon-to em debate era se Jesus Cristo era da “mes-

ma essência” (homoousios)   do Pai (e, portan-to, Deus por inteiro) ou de “essência simi-lar" (homoiousios)   ao Pai (e, portanto, al-guém menor do que Deus). A diferença quea letra “i” faz é bem maior do que a existen-te entre prata e estanho; é a diferença entreDeus e uma criatura.  A doutrina da Trindade também é acusadade ter introduzido na cristandade temas pa-gãos da filosofia grega. Nada podería estarmais longe da verdade. Em primeiro lugar,os argumentos de Atanásio não utilizam nema linguagem, tampouco os conceitos da filo-

sofia grega; eles são completamente bíblicos.Segundo, foi Ario e não Atanásio quem utili-zou argumentos pagãos ao permitir que hon-ras fossem prestadas a um ser que ele consi-derava inferior a Deus. E terceiro, o Credode Nicéia removeu elementos pagãos quehaviam aparecido em Orígenes e outros teó-logos anteriores.  A doutrina da eterna geração do Filho, porexemplo, indicada nas palavras do Credo deNicéia, “Unigênito de Seu Pai antes de to-dos os mundos”, evita o erro de que o Logos,

ao invés de ser um Filho eterno seja umacriação voluntária pela qual Deus se isolada contaminação da criação do mundo. Comoa ênfase na eterna   geração evita esse erro, aênfase na geração eterna mostra que o Pilhonão é um passo em uma série descendentede emanações, e que embora a filiação porgeração seja uma relação necessária, a cria-ção é um ato voluntáno. Para os cristãos ativos hoje, a questão daTrindade muitas vezes toma a forma da de-fesa da divindade de Cristo e a da personali-dade do Espírito Santo. Esta defesa érequerida em dois casos. A teologia liberaltende a um Cristo puramente humano e asTestemunhas de Jeová ressuscitam oarianismo ao fazer de Cristo um anjo criado.O material escriturai é o mesmo, indepen-dente de qual grupo seja considerado, embo-ra as Testemunhas de Jeová sejam mais pro-pensas a dar atenção às Escrituras do queos liberais. O primeiro versículo do Evangelho de Joãoé frequentemente citado pelas Testemunhasde Jeová, Elas inevitavelmente sustentam

que a tradução correta é: “No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era um deus”.  A resposta do cristão começacom o próprio versículo. Aqui encontramosuma expressão idiomática grega particular,o uso anarthous   do nome, isto é, o uso donome sem o artigo definido. Em grego, quan-do o narrador queria indicar ou designar umapessoa ou objeto, ele usava o artigo; mas 

quando queria reforçar uma qualidade ounatureza dos mesmos, ele excluía o artigo.Portanto, a tradução literal de João 1.1 se-ria: “E o Verbo era da mesma natureza ouqualidade de Deus” (cf. a mesma expressãoidiomática em Hebreus 1.2, onde algumas

versões trazem corretamente a expressão“seu Filho”, embora o texto grego traga sim-plesmente o termo “filho”).  A evidência adicional para provar que Joãonão podería ter ensinado que Cristo era umacriatura a quem foi concedido o títulohonorífico de “Deus" é claramente encontra-da nos versos imediatamente seguintes aJoão 1.1. Outras passagens declaram dire-ta mente a divindade de Cristo, como He-breus 1.5-8, “A qual dos anjos disse jamais:Tu és meu Filho?... Mas, do Filho, diz: 0Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos

séculos” (cf. Tt 2.13). Outro verso nesse sen-tido, cujas duas partes os liberais tentaramseparar, inserindo um ponto final entre elesé: “Cristo... o qual é sobre todos, Deus bendi-to etemamente” (Rm 9.5). Outras bem co-nhecidas afirmações da divindade de Cristoestão contidas na bênção apostólica (2 Co13.13 e 13.14 em algumas versões) e na fór-mula batismal (Mt 28.19). Referências adi-cionais selecionadas entre um grande núme-ro de referências disponíveis são: Mateus11.27; João 5.23; Atos 10.36; 20.28; Roma-

nos 10.9; Colossenses 2.9; 1 Tessalonicenses3.11; 1 Pedro 1.2. O fato de o termo Senhor ser a tradução,em grego, do termo Jeová utilizado no ATé, em si mesmo, uma evidência da divinda-de de Cristo e também nos convida a com-parar passagens do AT e do NT; por exem-plo, Isaías 40.3 com Mateus 3.3; Salmo24.7,10 com 1 Coríntios 2.8; Jeremias 23.5,6com 1 Coríntios 1.30; e Provérbios 16.4 comColossenses 1.16. Pode-se também supor que o AT autecipa adoutrina da Trindade ao utilizar um termono plural, Elohim,  em Gênesis 1.26, e maisclaramente quando se trata do Anjo do Se-nhor em Gênesis 16; 18; 19. No caso do Espírito Santo, não é tanto suadivindade que é questionada, mas sua per-sonalidade distinta. O Espírito Santo é umapessoa; este é um fato que pode ser plena-mente entendido. Embora o nome Espíritoseja do gênero neutro em grego, os prono-mes relativos ao Espírito são masculinos (aocontrário da tradução de Romanos 8.16 naversão KJV em inglês). Vários textos deixam

bastante claro qne Ele é uma pessoa distin-ta tanto do Pai como do Filho: Mateus 3.16;Lucas 4.18; João 15.26; 16.7; Atos 5.32; He-breus 9.14 etc.  Alguns, às vezes, rejeitam a doutrina daTrindade por pensar que ela não está expli-citamente declarada nas Escrituras (1 Jo 5.7não consta em alguns textos gregos). Masesta doutrina está claramente implícita no 

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TRINDADE TRIUNFO

testemunho dado pelas Escrituras quanto àverdadeira e completa divindade do Pai, doFilho e do Espírito Santo, mantendo uma dis-tinção de pessoas; em outras palavras, hátrês pessoas em um único Deus. Veja   Cristo, Divindade de; Deus; Espírito

Santo; Eu Sou; Jesus Cristo. Bibliografia.  Edward H. Biekersteth, Th Rock of Ages,  ed. rev., Nova York. The BibleScholar, s.d, Loraine Boettner, Studies i Theology,  Grand Rapids. Eerdmans, 1947,pp. 79-139. Richard N. Davies, Doctrine o the Trinity,  Cincinnati. Cranston & Stowe,1891. Leonard Hogsden, The Doctrine ofth Trinity,  Londres. Nisbet. George A. F.Knight, A Biblical Approach to the Doctrine of the Trinity,  Edinourgh. Oliver & Boyd,1953. A. H. Strong, Systematic Theology,

Filadélfia. Judson Press, 1956. Arthur W.Wainwright, The Trinity in the New Testament, Londres. S.P.C.K., 1962. 

G.  H. C.,S. G.,R. A. K. 

TRINTA, OS Veja  Valente. 

TRISTEZA Uma emoção comum à raça hu-mana que é mencionada na Bíblia Sagradapor meio de inúmeras palavras hebraicas egregas, cujo significado primário abrange vá-rios termos: trabalho, aflição, desespero, tri-bulação, melancolia, pesar e mal. Veja   Pe-

sar; Sofrimento. Embora geralmente desa-gradável, a tristeza pode variar em causa,intensidade e efeito. Em 2 Coríntios 7.10,fala-se de uma tristeza segundo Deus que 

 Arco triunfal de Tito, o imperador romanoque destruiu Jerusalém e o Templo. HFV 

resulta em arrependimento e salvação, aopasso que, em 1 Tessalonicenses 4.13-18, sefaz uma distinção entre a tristeza do cristãoe a daquele que não tem fé e vivência a mor-te de um ente querido. A tristeza do cristãoé suavizada pela esperança garantida do re-

torno do Senhor e da conseqüente ressurrei-ção. Para a expressão ou a demonstração datristeza, veja  Lamentar ou Luto. 

Bibliografia.  R. Bnltmann, “Lype   etc.”,TDNT, IV, 313-324. 

TRIUNFO A tradução de sete palavras gre-gas e hebraicas. No AT, o pensamento degritar ou exultar predomina sobre o pensa-mento do próprio triunfo ou vitória, repre-sentando a atitude do vitorioso. Os reis das antigas nações do Egito e da

 Assíria, e posteriormente Roma, celebra-vam suas vitórias com magníficas procis-sões nas quais mostravam seus prisionei-ros e os despojos, culminando em uma sole-ne cerimônia religiosa de ação de graças esacrifício a seus deuses. 

 A mais antiga canção de vitória da BíbliaSagrada é a de Moisés e Miriã, que lidera-ram os cânticos do povo de Israel após a des-truição do exército do Faraó (Ex 15.1-18),acompanhados pela música de um pequenotambor, celebrando o julgamento do perver-so rei por Deus. O hino de Débora e Baraque(Jz 5) e o de Miriã (Êx 15.20,21) são esplên-didos exemplos de hinos triunfais. Em Êxodo15.1,21, o termo gn’tt, “triunfou” ou “exaltou”,expressa a exaltação de Jeová sobre o Egito,sobre seu rei e os seus deuses. Em Juizes5.3, a exultaçâo pela vitória é expressa atra-vés de cânticos de adoração ao Senhor, comos versos seguintes detalhando o papel de-sempenhado pelas tribos etc. Seguindo a linha de anunciar a vitória atra-vés de brados, Davi ora para que o perver-so não consiga gritar (“triunfar”) sobre ele

em uma situação de vitória {‘alaz,  SI 25.2);o fato do inimigo não triunfar (ruaj   “gritar”,Salmo 41.11) sobre ele é um sinal do favordo Senhor. 

 A expressão comum antiga mente consistiaem colocar o pé sobre o pescoço do cativo (Js 10.24)  e, em muitos casos, proferir um gritode guerra como um sinal da completa sujei-ção do inimigo (cf. SI 110.1, “eseabelo”; Isaías60.14, “plantas dos teus pés”; 1 Coríntios15.25, “debaixo de seus pés”). Nos dias dossucessores de Alexandre, os triunfos eramsimbolizados pelo uso de mantos que trazi-am bordados com o símbolo da palmeira.João usa uma adaptação deste símbolo aofalar dos mártires que tinham “palmas nassuas mãos” (Ap 7.9). Os romanos, mais recentemente do que osegípcios, foram notáveis ao expressar a im-portância do triunfo, Eles tomavam um gran-de cuidado para honrar o vitorioso durante 

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TRIUNFO TROG LIO

a parada triunfal, de forma que pudesse serabertamente reconhecido como tal, ou seja,reconhecido como o vitorioso de fato. Da mes-ma maneira, Cristo é o líder homenageadona passeata da vitória, pois levou cativos osprincipados e potestades hostis do reino es-

piritual. Ele os desarmou e os expôs publi-camente, triunfando (do grego tkriambeuo sobre eles por meio da cruz (Cl 2.151.  Além da execução dos inimigos, os benseram tomados pelo vitorioso; os cativos tam-bém faziam parte deste desfile. Este aspec-to pode ser visto em Efésios 4.8, que falasobre Cristo conduzindo um exército de ca-tivos não para a escravatura ou a morte,mas para a liberdade e a vida nele. Falan-do do evangelho, sua divulgação pelos se-guidores de Cristo é um “triunfo” (2 Co 2.14-161, pois a vitória de Cristo traz a liberta-

ção para o pecador. Final mente, atestando sua Realeza e suasuprema vitória, aquele que nasceu na con-dição de Rei dos Judeus, o Senhor JesusCristo, fez sua entrada “triunfal” em Jeru-salém. Folhas de palmeiras foram usadaspara saudá-lo, enfatizando sua dignidadereal e sua vitória (Mt 21.1-9). Veja   EntradaTriunfal. Em uma vitoriosa conquista final,Ele lançará Satanás no inferno (Ap 20.10)e enxugará toda lágrima, tragando na vitó-ria a morte que, até então, estará ligada aos

homens. Bibliografia.  H. S. Versnel, Triumphus, An Inquiry into the Origin, Development, an Meaning of the Roman Triumph,  Leiden.Brill, 1970. 

H.  G.S. 

TRÔADE Este nome ocorre em quatro pas-sagens do NT (At 16.8,11; 20.5,6; 2 Co 2.12;2 Trn 4.13), todas ligadas à vida e às viagensde Paulo. Uma cidade portuária em Mísia

(q.v.)  fundada no século IV a.C. por Antígono;estava localizada cerca de 16 quilômetros aosul do antigo Helesponto (Dardanelos). Ele-vada è condição de colônia romana por Augusto, era um centro proeminente, tendoinclusive sido objeto de rumores de que Jú-lio César “pretendia mudar a sede do gover-no para Tróia ou Alexandria” (Suetônio, The Twelue Caesars,  “Julius Caesar”, p. 79). Ru-ínas de um muro de dez quilômetros de perí-metro, um teatro e um aqueduto ainda sãovisíveis. No NT, Trôade era um ponto cen-tral nas viagens de Paulo. Daqui ele seguiupara o oeste (Europa), depois de ter tentadoentrar nas províncias romanas da Ásia eBitínia (At 16. 6-8), e foi desta vez que, pelaprimeira vez, Lucas se juntou ao grupo mis-sionário (At 16.10, observe o termo “nós”). Após esta longa estadia em Éfeso (At 19),Paulo se dirigiu para o norte aguardando oretomo de Tito, de Corinto. Ele foi a Trôadee teve a oportunidade de evangelizar, porém 

Painel do arco de Tito mostrando ocandeeiro de sete braços e as trombetas deprata do Templo sendo exibidos no desfile

triunfal de Tito 

ali ficou somente por pouco tempo (2 Co2.12,13). Depois de uma visita à Grécia, eleretornou (At 20.2,3) e visitou a igreja duran-te sete dias (20.6). Foi nesta ocasiã.o queaconteceu o incidente envolvendo Eutico(q.v.;  20.9-12). Trôade estava situada cerca de 16 quilôme-tros a sudoeste de Hissarlik, as ruínas daantiga Tróia, que se tornaram famosas atra-vés aa Híada   de Homero. As escavações ini-

ciadas em 1870 por Heinrich Schliemanndescobriram pelo menos nove cidades ali. Asruínas da época de Homero estavam no quar-to nível de cima para baixo. 

W. M. D.

TRÓFIMOTRÓFIMOTRÓFIMOTRÓFIMO Um cristão efésio e companhei-ro de Paulo em sua viagem da Grécia aTrôade (At 20.1-6). Mais tarde, ele foi vistocom Paulo em Jerusalém (21.29) e os judeusacusaram Paulo de profanar o Templo aotrazer um gentio ao pátio de Israel, ato proi-bido pelas autoridades do Templo. Um aviso(escrito em grego e latim), agora preservadoem um museu em Istambul, diz: “Que ne-nhum estrangeiro ultrapasse o anteparo e aclausura que circundam o santuário. Quemfor apanhado fazendo isso será responsávelpor sua própria morte” (esta é a tradução queconsta na obra de A. Deissmann, Light from the Ancient Easí,  2a  ed.,1927, p. 80). O tu-multo resultante levou Paulo a ser tomadoem custódia pelos soldados romanos, e porfim ele foi levado a Roma para ser julgado.Paulo foi liberado de seu primeiro aprisio-

namento em Roma e deixou TVófimo doenteem Mileto (2 Tm 4.20), presumivelmentepouco antes de sua última viagem a Roma,onde deve ter sido executado. 

TROGÍLIOTROGÍLIOTROGÍLIOTROGÍLIO Um ponto de parada na viagemde Paulo de Trôade a Mileto (At 20.15). Fi-cava cerca de um quilômetro e meio do ladooposto a Samos. William M. Ramsay (St. 

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TR0G L10

Paul the Traveller and the Roman Citizen,pp. 293-94) sugere que o navio passava anoite neste local aguardando a calmaria. 

TROMBETAS, FESTA DAS Veja   Festivi-dades. 

TRONCO OU CEPO Esse termo tem vári-as interpretações. 1.

 

 A base de uma árvore (Is 40.24; Jó 14.8). 2.   A genealogia de uma família (Lv 25.47;Fp 3.5). 3.  Um instrumento de punição nas prisõescomparado aos grilhões (Jó 13.27), Veja Cepos. 

TRONO 1.  Este termo corresponde à palavra hebrai-ca kisse',  ou cadeira comum; quando aplica-

da ao assento público do rei, significa “tro-no”. Ele representa o símbolo da autoridade(Gn 41.40; Dt 17.18) e da perpétua supre-macia da linhagem de Davi sobre as demais(2 Sm 3.10; 7.13; 1 Rs 2.45; Is 9.7). A suacontinuidade na linhagem de Davi havia sido 

Í irofetizada sob a condição da obediência àseis de Deus (1 Rs 8.25; 9.4,5); portanto, ele

era chamado de trono do Senhor (1 Cr 29.23).O assento do governador também era desig-nado como trono (Ne 3,7). O trono de Jeová,

em seu Templo celestial (Is 6.1), é a fonte do julgamento para o povo (SI 9.4; 97.2 etc.),pois Ele é santo (Si 47.8), Jerusalém será seutrono (Jr 3.17), isto é, o lugar de onde o Se-

Trono de Tutancamom, LL

nhor governará a terra. 2.   A palavra aramaica korse’   significa “tro-no” (Dn 5.20; 7.9). 3.   A palavra grega bema,  isto é, a cadeiraportátil sobre a qual Herodes Agripa I sesentava no teatro de Cesaréia (At 12.21 ç foi

traduzida em algumas passagens como “tri-bunal” (q.v,). 4.   A  palavra grega thronos  é o lugar de ondeCristo governará a terra (Mt 19.28; 25,31).Ele representa o último lugar pelo qual segarante uma promessa ou juramento (Mt23.22). Cristo herda o trono de Davi (Lc1.32; At 2.30). Estar sentado à mão direitado trono de Deus significa uma completaaprovação (Hb 8.1; 12.2). Ele é o símbolo dodireito de Deus de julgar os homens e dereinar sobre o mundo (Ap 4.2ss.), e da futu-ra autoridade dos discípulos de Cristo (Mt19.28; Ap 20.4). O trono real de Salomão estava colocado emuma sala especial chamada pórtico ou salado julgamento (1 Rs 7.7, veja   Palácio). Feitode marfim e revestido de ouro, ele estavacolocado sobre uma plataforma com seis de-graus e era ladeado com figuras de leões (1Rs 10.18-20). Tinha amplos suportes para osbraços e um encosto onde estava esculpida acabeça de um touro, antigo símbolo de forçae poder. Várias representações de tronos, queforam vistas em antigos monumentos, mos-

tram características semelhantes. Uma pla-ca de marfim encontrada em Megido, data-da do século XIII a.C., mostra um rei ou prín-cipe sentado em ura trono, em cujos ladosestá a figura de um leão alado com cabeçahumana (ANEP #332). Sua decoração con-siste de variedades de ouro, marfim e lápis-lazúli, freqüentemente trabalhadas emintrincados padrões que mostram figurashumanas ou de animais em uma tentativade glorificar seu ocupante. O trono de madeira de Tutancamom, desco-berto intacto em seu túmulo, é revestido complacas de ouro. Suas pernas têm um forma-to felino, e na parte superior tem cabeças deíeào. Na parte interior, no encosto, apareceuma cena da família feita em baixo-relevo,mostrando o rei sentado usando uma coroacomposta por diferentes materiais, e a rai-nha à sua frente (ANEP, #415-417). Para arepresentação do rei Airão, de Biblos, senta-do em seu trono de esfinge com os pés des-cansando sobre um escabelo, veja ANEP

 #458. Também há ilustrações de Acabe eJosafá sentados em seus tronos, fora de Sa-

maria, planejando uma campanha militar (1Rs 22.10); um baixo-relevo ao palácio de Se-naqueribe, em Nínive, retrata esse último reisentado em um alto e decorado trono portá-til de frente para Laquis, recebendo os prisi-oneiros e o espólio da cidade de Judá (ANEP,

 #371). Um baixo relevo de Persépolis mos-tra o rei Dario 1 da Pérsia sentado em umelaborado trono entalhado com seus pés des- 

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TRONO TROPA

cansando sobre um escabelo (ANEP #463).Veja  Estrado/Escabelo. 

Bibliografia.  Otto Schmitz, “Thronos”,TDNT, III, 160-167. 

H. G. S.

TROPA Uma reunião de pessoas, uma com-panhia; portanto, o coletivo de soldados, umaforça armada, geralmente no plural. A se-guir estão alguns termos hebraicos traduzi-dos como ‘'tropa” em várias versões da Bí-blia Sagrada. 1.  O substantivõjgmi. Em Gênesis 30.11, al-gumas versões traduzem esta palavra comotropa ou turba, e acrescentam à margemuma observação dizendo que o nome Gadesignifica “uma tropa” ou “companhia”, indi-cando assim o jogo de palavras que envolveos dois termos, No entanto, outras versõestraduzem o termo como “afortunada!”, tra-zendo como observação as expressões “comsorte” e “a foi’tuna chegou”. Há ainda outrasversões que a traduzem como “boa fortuna”ou “que sorte”. Parece que a raiz semita g~ significava “fortuna” e que se associava aodeus fenieio da fortuna. Assim, em Isaías65.11, o termo gad   é traduzido como “Fortu-na”, indicando, portanto, a divindade pagãa quem os judeus apóstatas adoravam, o qualestá em justaposição com outra divindadedesse tipo, chamada de “Destino” (heb. m e ni ).

Embora algumas versões traduzam o termogad   como “tropa ou turba” nesta referência,elas fornecem o termo “Gade” como uma ob-servação. Veja  Gade 1; Falsos deuses. 2.  O substantivo g e dud,  “bando”, “tropa”. Em2  Samuel 22.30 (cf. SI 18.29) e Jó 19.12, otermo é uniformemente traduzido como “tro-pa”, como uma referência às tropas de umexército. Em 1 Crônicas 12.18, os termos“bando”, “tropas” e “exército” são utilizadosnas diversas versões da Bíblia Sagrada (cf,1 Cr 7.4; 2 Cr 25.9,10,13; 26.11). O termotambém pode se referir a um grupo de sa-queadores, como por exemplo o dos amale-quitas (1 Sm 30.8,15,23), ou àquele que eraliderado por Rezom (1 Rs 11.24), ou ainda aum grupo ou bando de ladrões (Os 6.9; 7.1).Em 2 Samuel 3.22, a versão KJV em inglêstraduz o termo como tropa; a versão AS V eminglês - embora anotando na margem o sig-nificado hebraico do termo como “tropa” -usa o epíteto “incursão”. O termo hebraico étraduzido como “exército” em Jó   29.25 emalgumas versões, mas como “tropas” na RSVem inglês. No jogo de palavras relacionado

ao nome Gade em Gênesis 49.19, algumasversões traduzem o termo hebraico como“tropa”, enquanto outras o traduzem como“assaltantes”, anotando na margem que setrata de “uma tropa de assalto” ou um “ban-do”, Em Miquéias 5.1, algumas versões uti-lizam a frase “O filha de tropas”; a versãoRSV em inglês, entretanto, a traduz de for- 

ma diferente com base em um texto conjec-tural, utilizando o termo “esquadrões”. 3.

 

O verbo gadad  tem o sentido de “agrupar-se em tropas” em Miquéias 5.1. Em Jeremi-as 5.7, o verbo é traduzido em algumas ver-sões como “ajuntaram-se em bandos", en-

quanto outras trazem a expressão “ajunta-ram-se em tropas”. 4.

 

O substantivo 'agudda”   , “bando” , é tra-duzido em algumas versões em 2 Samuel2.25 como “tropa”, enquanto outras trazemo substantivo “batalhão”. O mesmo termo étraduzido como “tropa” (ou “feixe”) na ver-são KJV em inglês em Amós 9.6, enquantooutras versões o traduzem como “abóboda”,indicando um agrupamento. 5.

 

O substantivo ’orah,  “caminho”, e pormetonímia, “viajante”, é traduzido como“tropas” na versão KJV em inglês, mas como

“caravanas” nas versões ASV e RSV em in-glês (Jó 6.19).  A versão RSV difere das versões KJV e ASVem inglês no uso adicional de “tropa” em cerca 

Baal do Trovão, de Ugarite, LM

1971

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TROPA TUFÃO, REDEMOINHO

de 15 passagens, ao traduzir vários termoshebraicos. Este procedimento é justificado,geralmente, como a maneira de se ressaltar oaspecto militar contido nas passagens. No NT, várias versões traduzem o termo gre-go stratesmata  em Mateus 22.7 e Apocalipse

9.16 como “exército”, enquanto outras versõesutilizam o termo “tropas” nestes dois casos.Veja  Exército. 

E, R. D.

TROUXA Também chamada de saquitel, erauma bolsa que podia ser fechada e usada es-pecialmente para itens de valor (por exem-plo, dinheiro, Gênesis 42.35; Pv 7.20), e des-tinada a ser colocada junto à pessoa para queseu conteúdo fosse resguardado. Seus con-ceitos essenciais são os de segurança e va-lor. Em Agen 1.6, as bolsas que têm furos

representam a vida sem Deus, desprovidade todo valor, até mesmo material. A supre-ma e íntima preciosidade daquele que ama(Ct 1.13) estão expressas na trouxa que con-tém um caro perfume, que está junto ao pei-to. Abigail diz a Davi que ele está atado “nofeixe dos que vivem com o Senhor” (1 Sm 25.29)

 

, literalmente, “com o Senhor teuDeus”. Deus viu valor em Davi e tomou-seseu íntimo associado, e a garantia de suasegurança (cf. o conceito de estar registradono “Livro da Vida”, SI 69.28; Ex 32.32,33;Dn 12.1). 

TROVÃO Tradução de duas palavras he-braicas, qoi   e ra‘am,  e de uma palavra gre-ga, bronte.  Era ouvido muitas vezes na Pa-lestina e nas áreas vizinhas durante a pri-mavera e o outono, porém sua ocorrência eratão rara no verto qne Samuel precisouinvocá-lo para transmitir a desaprovação deDeus a Israel (1 Sm 12.17,18). Os trovões aparecem várias vezes no ATcomo o acompanhamento literal de tem-pestades repletas de descargas elétricas,

e acrescenta um efeito violento à sétimapraga do Egito, quando a terra foi severa-mente golpeada pela saraiva que matouhomens e animais (Êx 9.22-34). Poucotempo depois, os trovões e os relâmpagosacompanharam a entrega das leis no Si-nai (Ex 19.16-18; 20.18). Essas ocorrênci-as eram, aparentemente, fenômenos na-turais controlados pelo Senhor (Jó 28.26; 38.25)  . Veja  Relâmpago; Raio Acompanha-do por Trovão, De forma figurada, o trovão era explicadocomo a “voz (qoi)   de Jeová”, especialmentenos livros poéticos (Jó 37.2-5; 40.9; SI 18.13;29.3-9). Dessa forma, ele simbolizava o po-der e a vingança divinos (1 Sm 2.10; 2 Sm22.14; Is 30.30,31). No NT, o Senhor Jesusdescreve Tiago e João como “filhos do tro-vão” (Mc 3,17) justamente por causa do tem-eram ento espontâneo e impetuoso destesois homens (Lc 9.54,55). 

TROW (CRER) Palavra areaica usada emLucas 17.9 (na versão KJV em inglês) signifi-cando “pensar”, “acreditar” ou “supor”; cf, otermo alemão trauen. No entanto, as palavrasgregas ou doko  (“eu não creio”) são claramen-te uma interpolação de um copista, pois elas

não ocorrem nos manuscritos gregos maisantigos, e consequentemente são corretamen-te omitidas pela versão ASV, e por outras. 

TRUNFO, TROMBETA Veja  Música. 

TSADE ou TSADÊ. Décima oitava letra doalfabeto hebraico. Veja   Alfabeto. Essa letrafoi usada na versão KJV em inglês como tí-tulo da 18" seção do Salmo 119 (vv.137-144),onde cada um dos versículos se inicia comela. Seu valor numérico é 90. 

TSADÊ Veja  Tsade. 

TUBAL O quinto filho de Jafé (Gn 10.2; 1Cr 1.5). Veja   Nações. O país negociou escra-vos e bronze com Tiro (Ez 27.13). Durantecerto tempo, Gogue governou Tubal (Ez 38.2.3)  e Meseque (39.1). Isaías (66.19) de-clarou que este país ouviria falar da graçado Senhor. É a Tabali das inscrições assírias.O país estava localizado na região da Capa-dócia, na Ásia Menor. Salmaneser III (859-824 a.C.) recebeu pre-sentes de 24 reis de Tubal. No século seguin-te, Uassurme uniu o país, mas foi destrona-do pelos assírios em 732 a.C. Sargâo se refe-re aos preciosos vasos de metal de Tubal.Uma rebelião contra Sargão liderada por Ambaris, envolvendo os Mushki (Meseque)e Ararate, foi derrotada. 

TUBALCA1M Filho de Lameque, um des-cendente de Caim por sua esposa Zilá (Gn4.22). O nome significa “Tubal, o ferreiro”, eele é chamado de “mestre de toda obra decobre e de ferro”, o primeiro homem a apren-der a fundir e usar metais. 

TUFÃO, REDEMOINHO Uma massa de argirando rapidamente em turbilhão em voltade um eixo mais ou menos vertical (Is 17.13),e tendo ao mesmo tempo um movimento pro-gressivo sobre a superfície da terra ou do mar(2 Rs 2.11). Porém, o violento tornado comsua nuvem em forma de funil não é comumna Palestina, A maioria das referências bí-blicas ao tufão não implica necessariamenteum movimento circular, mas designa váriostipos diferentes de vento e tempestade. O tu-fão retratava a força e o poder de Deus (Na 

1.3) 

e foi usado pelo Senhor como um meiode comunicação com Jó (Jó 38.1).  A maioria dos usos bíblicos é figurativa, enestes o tufão retrata a destruição (SI 58.9;Pv 1.27; 10.25; Os 13.3); a rapidez (Is 5.28;66.15; Jr 4.13); a ira de Deus (Jr 23.19); e apunição dos ímpios (Jr 30.23). 

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TUIA TUMULO

TUIA Veja  Plantas. 

TUMIM Veja  Urim e Tumim. 

TUMOR Veja  Doença. TÚMULO Local de sepulfcamento, maior e

mais complexo em planta e em estruturado que um simples jazigo cavado na terra.Os sepulcros geral mente estão associadosao locai de enterro de pessoas de posiçãoelevada ou que sejam abastadas, com a fi-nalidade de servir como monumento oumemorial para o falecido. Na Bíblia Sagra-da, inúmeras palavras hebraicas e gregasreferem-se a esses lugares; elas podem seencontrar sobrepostas, como sinônimos outer significados complementares. As expres-sões túmulo, sepulcro, jazigo, enterro, ce-

mitério e monumento em português apare-cem muitas vezes fazendo referência a ummesmo lugar. Na Palestina, eram usados túmulos feitos emgrutas naturais ou escavados em rochas, Abraão comprou a cova (ou caverna) deMacpela para enterrar Sara (Gn 23.9). Pelafalta de espaço nas cidades muradas, e pelapossibilidade de contaminação cerimonial,geralmente os túmulos eram agrupados emum cemitério fora dos muros da cidade. Mui-tas vezes eles são encontrados mais distan-tes, nas encostas das colinas de uma cidade

e em fortificações da época de sua primeirautilização. Às vezes, também estavam asso-ciados a um jardim (2 Rs 21.18,26; Jo 19.41).Os túmulos dos reis de Judá, em Jerusalém(2 Cr 21.20; 24.25; 28.27; 32.33; 35.24), ain-da não foram identificados com segurança,embora alguns, saqueados há muito tempoe tendo parte de suas pedras roubadas noperíodo romano, estejam localizados na coli-na a sudeste de Jerusalém, onde ficava a ci-dade de Davi. 

Durante o período 4o Império Egípcio, reis,rainhas e nobres eram sepultados em

túmulos escavados nos rochedos ao redor deTebas. Em primeiro plano está o túmulo deTutancamom, atrás do qual está o túmulo

da Ramsés VI 

 Antigos sarcófagos fonícios em Gebal. HFV

Os israelitas conheciam e respeitavam ostúmulos de outras épocas. O túmulo de Ra-

quel, perto de Belém, era conhecido pelo es-critor de Gênesis (Gn 35.20), e o mesmo ocor-ria nos dias de Saul (1 Sm 10.2). O túmulo deDavi era bem conhecido na época do NT (At2.29; Josefo,  Ant.  vii.15.3; xiii.8.4; xvi.7.1).No NT, lemos sobre os endemoninhadosque viviam em sepulcros (Mt 8,28; Mc 5.2-5; Lc 8.27). Sepulcros são mencionados naspregações do Senhor Jesus (Mt 23,27,29)como censura aos escribas e fariseus porserem “sepulcros caiados”, porque por foraeram realmente bonitos, mas por dentro es-tavam contaminados. O Senhor os acusou

de terem construído os túmulos dos profe-tas e enfeitado os monumentos dos justoscom hipocrisia. Existem mais informações a respeito do se-pulcro (ou túmulo) de Jesus do que sobrequalquer outro mencionado na Bíblia. Eleestava localizado em um jardim perto doGólgota (Jo 19.42) e havia sido escavado narocha (Mt 27.60; Mc 15.46; Lc 23.53), Nin-guém jamais havia sido sepultado ali (Lc23.53; Jo 19.41), pois fora construído por Joséde Arimatéia para seu próprio sepultamen-

to (Mt 27,60), Â entrada era fechada por umagrande rocha, que era rolada impedindo eom-pletamente o acesso (Mt 27.60; Mc 15.46; cf,Mc 16.3). Na ocasião da ressurreição do Se-nhor Jesus o túmulo ficou vazio (Mt 28.6; Mc16.6; Lc 24.3,6,12; Jo 20.1-8). Um grande número de pesquisas tem pro-curado estabelecer a localização exata des-se sepulcro, mas esse problema ainda per-manece sem conclusão. O chamado Jardimdo Sepulcro ao norte da atual cidade mura-da, uma localização defendida pelo generalCharles Gordon, não tem a seu favor nenhu-ma evidência histórica ou arqueológica. Olocal tradicional, dentro da antiga igreja doSanto Sepulcro, ainda permanece como a lo-calização mais plausível para o túmulo doSenhor Jesus.  Veja Funeral; Caixão; Sepultura; Lamentar, 

Bibliografia.Bibliografia.Bibliografia.Bibliografia.  L. E. Cox Evans. ~T'ee HeSepulehre'.  PEQ. C11968.112-136.Ka-Jrieer. 

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T MULO ULA1

Kenyon, Digging Up Jerieho, Londres. Benn,1957. Robert H. Smith, “The Tomb of Jesus”,BA, XXX (1967), 74-90. 

C.  E.D. 

TÚNICA Veja  Vestuário. 

TURBANTE Veja Vestuário; Mitra, 

TURNOS DOS SACERDOTES E LEVI- TAS As 24 divisões ou classes de sacerdotese 1 evitas que realizavam as tarefas diáriasno Templo de Jerusalém, cada um duranteuma semana. Cada divisão disposta por Davi(1 Cr 24) era denominada conforme um mem- 

bro proeminente da familia, e estava sujeitaa seu presidente. Zacarias, pai de João Ba-tista, pertencia à oitava divisão, a de Abias(Lc 1.5). Em 1962, enquanto escavavam uma sinagogaem Cesaréia, os arqueólogos descobriram frag-

mentos de uma inscrição em mármore que ori-ginalmente nomeou 24 turnos sacerdotais e acidade para onde se mudaram depois da des-truição do Templo de Jerusalém, em 70 d.C.Nazaré está relacionada como a cidade do 18“turno, sendo esta a primeira menção da cida-de fora do NT (IEJ, XII, 137ss.). 

TURQUESA Veja  Jóias.