jornal interessante - edição 24 - dezembro de 2011 - unaí-mg

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Gratuitos 10 mil exemplares 10 mil Especial O Noroeste ANO 2 - EDIÇÃO Nº 24 - DEZEMBRO DE 2011 NOROESTE MINEIRO Loteamentos irregulares PÁGINA 3 Moradores de bairros em Unaí pressionam seus representantes por legalização imediata dos terrenos 96 ofertas nesta edição PÁGINAS 10 E 11 Safra 2011/12 PÁGINA 13 Conab divulga levantamento sobre a estimativa da safra de 2011/12 Agropecuária Miniaturas do cotidiano mineiro PÁGINA 14 Artesão de Paracatu é reconhecido por confeccionar miniaturas Cultura e Sociedade Cobrança de imposto para construir imóveis em Buritis gera discussão Casas populares mais caras PÁGINA 8 A Assembléia Legislativa de Minas Gerais elabora documento que autoriza, por meio do governo estadual, o repasse de verba aos municípios para a implantação de propostas que visem a erradicação da pobreza e, consequentemente, da injustiça social PÁGINAS 4 E 5 PÁGINA 6 Certidão demonstra gastos de vereadores de Unaí com diárias Até o momento, o vereador que mais gastou com viagens foi Zé da Estrada (PPL), cuja quantia chega a mais de R$ 16 mil; somente os vereadores Ilton Campos (PSDB) e Tadeu Tobias (PMDB) ainda não utilizaram o recurso O Noroeste PÁGINA 9 Entrevista Exclusiva O relator da Subcomissão dos Agrotóxicos, deputado federal Padre João (PT) , fala sobre o aumento da utilização do produto e do número dos casos de câncer em Unaí Pobreza social e econômica será combatida em toda região Foto: Vista de Unaí a partir do bairro Novo Horizonte - Isaak Gonçalves

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Capa: O Noroeste: Pobreza social e econômica será combatida em toda região - A Assembléia Legislativa de Minas Gerais elabora documento que autoriza, por meio do governo estadual, o repasse de verba aos municípios para erradicação da pobreza e da injustiça social (Págs 04 e 05) O Noroeste: Certidão demonstra gastos de vereadores de Unaí com diárias (Pág 06); Loteamentos irregulares - Moradores de bairros em Unaí pressionam seus representantes por legalização imediata dos terrenos (Pág 03); Casas populares mais caras - Cobrança de imposto para construir imóveis em Buritis gera discussão (Pág 08) Entrevista: Padre João - O deputado federal (PT) e relator da Subcomissão dos Agrotóxicos fala sobre o aumento da utilização do produto e do número dos casos de câncer em Unaí (Pág 09) Agropecuária: Safra 2011/12 - Conab divulga levantamento sobre a estimativa da safra de 2011/12 (Pág 13) Cultura e Sociedade: Miniaturas do cotidiano mineiro - Artesão de Paracatu reconhecido (Pág 14)

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Page 1: Jornal Interessante - Edição 24 - Dezembro de 2011 - Unaí-MG

Gratuitos

10 milexemplares10 mil

EspecialO Noroeste

ANO 2 - EDIÇÃO Nº 24 - DEZEMBRO DE 2011NOROESTE MINEIRO

Loteamentos irregulares

PÁGINA 3

Moradores de bairros em Unaí pressionam seus representantes por

legalização imediata dos terrenos

96 ofertas nesta ediçãoPÁGINAS 10 E 11

Safra 2011/12

PÁGINA 13

Conab divulga levantamento sobre a estimativa da safra de 2011/12

Agropecuária

Miniaturas docotidiano mineiro

PÁGINA 14

Artesão de Paracatu é reconhecidopor confeccionar miniaturas

Cultura e Sociedade

Cobrança de imposto para construir imóveis em Buritis gera discussão

Casas populares mais caras

PÁGINA 8

A Assembléia Legislativa de Minas Gerais elabora documento que autoriza, por meio do governo estadual,o repasse de verba aos municípios para a implantação de propostas que visem a erradicação da pobreza e, consequentemente, da injustiça socialPÁGINAS 4 E 5

PÁGINA 6

Certidão demonstra gastos de vereadores de Unaí com diárias Até o momento, o vereador que mais gastou com viagens foi Zé da Estrada (PPL), cuja quantia chega a mais de R$ 16 mil; somente os vereadores Ilton Campos (PSDB) e Tadeu Tobias (PMDB) ainda não utilizaram o recurso

O Noroeste

PÁGINA 9

Entrevista ExclusivaO relator da Subcomissão dos

Agrotóxicos, deputado federal Padre João (PT), fala sobre o

aumento da utilização do produto e do número dos casos de câncer em Unaí

Pobreza social e econômica será combatida em toda região

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Editorial

A afirmação que dá título ao editorial foi composta por uma poeta carioca para uma letra de música, que foi interpretada pela banda Barão Vermelho, anos atrás. A música é linda, mas a afirmação é melhor. Sem dúvida somente quando sentimos o que o outro sente é que ti-ramos as conclusões parecidas, caso contrário, sempre viveremos de hipóteses.

Por isto, depois de dois anos de existência nas ruas e pelas consciências dos noroestinos, o INTERESSAN-TE abarca seu pequeno veleiro para mais uma viagem/travessia - agora pelo ano de 2012 – que acaba de iniciar para mais uma vez buscar informações que interesse, de fato, ao debate público.

Sendo assim, a reportagem desse mês, fala sobre as propostas do Documento Final que deverá ser implanta-das no Estado a partir deste ano. O documento objetiva erradicar a pobreza socioeconômica no Estado, focando município por município, por meio do Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG), elaborado nos dias 7,8 e 9 de novembro passado.

Trazemos uma entrevista com o relator da subcomis-são dos Agrotóxicos da Câmara dos Deputados, o depu-tado federal Padre João (PT/MG), que informou que o au-mento do número de casos de câncer em toda região do Noroeste poder ser atribuído ao aumento do uso de agro-tóxicos utilizados pelo agronegócio em suas plantações.

Estivemos no bairro Chácara Park Areia, na cidade de Unaí, onde, cerca de 114 famílias, convivem há mais de uma década, sem água e sem energia elétrica, onde também detectamos que, mesmo o loteamento estando sob embargo judicial, o proprietário do lotes ainda con-tinua vendendo terrenos, ato que é ilegal.

Conversamos também, por telefone, com o artesão Anísio Mascanheras da cidade da Paracatu, que nos contou como é fazer miniaturas de madeiras e explicou como é ser um artesão em tempos modernos, onde o reinado é destinado aos aparelhos eletrônicos.

Fomos até a casa da viúva de um ciclista que fale-ceu depois de sofrer um acidente na BR 251, próximo à Unaí. Em entrevista, a viúva disse que a suspeita de ter atropelado seu esposo, era uma senhora de 63 anos que estava alcoolizada.

Finalizamos a edição com algumas perguntas por fa-zer que deverão – como de costume – continuar na pró-xima edição. Então, desejamos a todos os leitores um bom começo de ano e que degustem a edição, pois foi feita sobre muita pesquisa. Até a próxima.

O título do editorial foi extraído da letra “O Poeta Está Vivo”, do grupo musical Barão Vermelho, cuja composição é de Roberto Frejat e Dulce Quental.

“Todo mundo é parecido quando

sente dor”

2 . Opinião . Dezembro de 2011

Na edição de nº 23, erramos na legenda da foto (página 15) quando dissemos que foi a Polícia Militar quem capturou os acu-sados pelo assassinato de um trabalhador rural em Bonfinópolis de Minas. A captura não se trata de serviço feito pela PM, e sim, pela Polícia Civil. Também erramos ao informar os nomes dos suspeitos Weder Vieira do Nascimento (quando publicamos “Helder Nascimento”), e Joaquim Monteiro dos Santos, vulgo “Joaquim Tanásio” (quando publicamos “Joaquim Tomázio”).

E R R A T A

ExpedienteExpediente

EdiTadO PEla agência g8 cOMUnicaÇÃO lTda | cnPJ: 09.467.920/0001-99

Endereço para corrêspondência: Rua Celina Lisboa Frederico, 64 - Sala 304 - Centro - CEP 38610-000 Unaí - Minas Gerais | Telefone: (38) 3676-3882 | E-mail: [email protected]

DIRETOR GERAL: danny diogo T. Santana, (38) 9981-7256, [email protected] | REDAÇÃO E REPORTAGEM: Marcos antonio Padilha, (38) 9826-6882, [email protected] | DEPARTAMENTO COMERCIAL: Priscila Marques, (38) 9940-5269, [email protected]

artigos publicidados e anúncios são de responsabilidade dos autores e, necessariamente, não expressam a opinião do inTERESSanTE.

TIRAGEM: 10.000 exemplares | Periodicidade: Mensal | Distribuição: gratuitaCirculação: Unaí, Paracatu, Buritis, arinos, Brasilândia, Bonfinópolis de Minas, Riachinho, cabeceira grande, natalândia, Urucuia e Uruana de Minas

por Pedro Silva Escritor e historiador português

>> Artigo

O “Meu” BrasilParece incrível aquilo que vou aqui

afirmar, mas “achei” o Brasil há poucos anos (cerca de catorze). Para todos aqueles que julgavam que o “achamento” do Brasil se tinha concretizado em 1500, será uma declaração assaz polémica. Mas, natural-mente, quando me refiro a Brasil, não estou a entrar em questiúnculas históricas, mas sim a falar do “meu” Brasil, de um espaço físico aonde jamais fui, mas que a Internet trouxe até mim por volta de 1997/98.

Nessa altura era ainda um muito jovem aspirante a escritor, mas foi então que nasceu o meu fascínio pelo país e povo que habita nesse meu país-irmão. Poderão indagar-se da razão, mas, para ser absoluta-mente sincero, nem eu consigo responder de forma directa e inequívoca - muitos apaixo-nam-se pelo Brasil pelo facto de ser um país solarengo (mas para quem, como eu, não aprecia sobremaneira o calor, e, para além disso, nunca foi ao Brasil, isso não seria uma razão válida); outros apaixonam-se pelas paisagens paradisíacas (apenas as conheço por televisão, livro ou ecrã de computador - e pode ter pesado um pouco nesta minha paixão, mas não creio que totalmente); ainda outros, finalmente, apreciam o modo aberto e franco do povo brasileiro (parece-me, de

facto, ser este o motivo; nós, portugueses, somos mais introvertidos, mais formais e lidar com os meus amigos e amigas brasi-leiros deu-me uma nova noção de relaciona-mentos pessoais).

Desde logo, a par com a labuta diária pela minha carreira literária em Portugal, decidi que o Brasil teria de ser encarada numa perspectiva igualitária ao do meu país, ou seja, sempre que tivesse uma obra pronta a publicar, daria similar possibi-lidade a editores brasileiros e portugue-ses de a publicar. É assim que, em 2001, após a publicação da minha primeira obra em Portugal, um ano antes, surge um livro meu editado no Brasil que, ainda hoje, se mantém como referência extremamente positiva do carinho que os brasileiros me proporcionaram.

Sinto, de alguma maneira, estar em dívida para com o povo-irmão, não apenas os muitos milhares que decidiram adquirir aquilo que eu tinha escrito, mas todos os que decidiram apostar nas minhas qualida-des de escritor e também todos os que me têm apoiado ainda antes de ver um título meu lançado para as prateleiras das livra-rias e que depois disso continuam a ser meus amigos.

Porque, aparte todas as vendas que se possam ou não fazer, no final de “espremida a laranja literária”, sobre apenas o “sumo da amizade”.

É isso que realmente nos conforta, que nos alegra, que nos dá alento e proporciona que continuemos nestas andanças culturais, em busca de deixar algo aos vindouros.

Não escrevo para mim; escrevo para todos. Obviamente que, se não me der prazer o que estou a escrever, então dificil-mente conseguirei fazê-lo. Um verdadeiro escritor (na acepção da palavra que me tem guiado nestes, ainda, parcos anos) pensa, em primeiro lugar, no leitor e só depois na sua própria pessoa. Porque, se pensar em escrever para si, não valerá a pena publicar.

Não pretendendo alongar-me muito mais nesta minha primeira colaboração neste simpático espaço cultural , não queria termi-nar sem agradecer aos fazedores do Jornal INtereSSaNte, endereçando-lhes os parabéns pelo facto de conseguirem levar a bom porto a sempre complicada nau literária.

e o “meu” Brasil, esse, continua sempre aqui no coração. tal como a vontade de um dia vir a conhecer fisicamente esse espaço geográfico que povoa a minha mente de uma maneira tão esplendorosa.

Pedro Silva nasceu em 1977, em Tomar, Portugal. Desde jovem seu primordial interesse foi à literatura, primeiro como lado do leitor e mais tarde como escritor. No ano 2.000 publica a sua primeira obra, desde então tem se dedicado a diversas vertentes literárias, nomeadamente contos e crônicas, mas, sobretudo ensaio histórico.

por Fernanda Zagowww.fezago.blogspot.com

>> Artigo

Retrospectiva 2011: o resultado da luta contínuaForam muitas conquistas, lutas e discus-

sões em 2011 para que as pessoas com deficiência tenham seus direitos respeita-dos. Para lembrarmos vou fazer uma retros-pectiva de como foi e o que aconteceu de mais importante para as pessoas com defici-ência nesse ano que passou.

as pessoas com deficiência física conquistaram o direito de trabalhar como motorista profissional. O Conselho Nacio-nal de transito (Contran) concede habili-tação C, D e e. as vendas de automóveis para pessoas com deficiência aumentaram em mais de 20% na média. estamos consu-mindo mais.

Uma técnica pioneira no país foi desen-volvida por cientistas da Fundação Osvaldo Cruz, em Salvador. Os médicos retiraram do osso do quadril de um paciente células-tronco mesenquimais, que têm grande capacidade de se transformar em diversos tipos de tecido, e injetaram diretamente no local onde a coluna foi atingida. Dois meses depois, o paciente operado já se equilibrava sobre as pernas e até pedalava nas sessões de fisioterapia. Os médicos não sabem

ainda se ele vai voltar a andar normalmente, mas já comemoram os resultados.

Foi divulgado os dados oficiais do IBGe quanto ao censo de 2010. Hoje somos 45 milhões de brasileiros com alguma defici-ência, o equivalente a 23,9% da popula-ção brasileira. Deixamos de ser minoria. Comemoramos também 30 anos do aIPD “ano Internacional da Pessoa com Defici-ência pela ONU”, que ocorreu em 1981.

Batemos muitos recordes nos jogos Parapanamericanos do México. Nas 13 modalidades disputadas, ganhamos medalhas em 12, sendo que 9 ficaram com ouro. No total foram 81 medalhas de ouro, 61 de prata e 55 de bronze. a delegação teve 222 integrantes.

Pela primeira vez temos um grupo de parlamentares comprometidos com nossa causa. É que uma Frente Parlamentar da Pessoa com Deficiência foi lançada. Foi lançado também o primeiro Plano para as pessoas com deficiência chamado de “Viver sem Limites” com vários benefícios a nós.

Uma proposta do MeC visa instituir uma política educacional inclusiva para

as os deficientes, mediante o desmonte do sistema de educação especial. Com isso, a educação inclusiva é implementada, sem fechar as instituições especializadas, deixando que os familiares escolham por um ou outro sistema.

entre as tecnologias desenvolvidas podemos destacar: o DrawBraille, telefone celular para deficientes visuais; o aplica-tivo para tablet que permite que deficien-tes visuais escrevam neles; o Google está desenvolvendo um sistema que permite busca por voz; o Youtube vai inserir legen-das automáticas por meio de uma tecnolo-gia de reconhecimento de fala; as emissoras de tV aberta que operam com sinal digital são obrigadas a disponibilizar duas horas semanais da programação com audiodescri-ção; mãos e olhos biônicos foram desenvol-vidos em diferentes países.

Parabéns a todos que contribuíram para estas realizações tão importantes.

Que 2012 seja tão bom ou melhor que o ano que passou. Que nossas causas sejam ouvidas e respeitadas para que possamos comemorar muito.

Fernanda Amaral Zago é cadeirante desde os 16 anos. Ela é bacharel em Sistema de Informação e cursa pós em MBA em Governança de Tecnologia da Informação. É 2ª secretária da APDU (Associação de Pessoas com Deficiência de Unaí) e conselheira do COMPED (Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência).

Page 3: Jornal Interessante - Edição 24 - Dezembro de 2011 - Unaí-MG

O NoroesteDezembro de 2011 . O noroeste . 3

Moradores sofrem com falta de água e energia elétrica em bairros de UnaíA prefeitura informa que se trata de loteamentos feitos em lugares irregulares; advogado entrevistado pelo INTERESSANTE afirma que legalização tem que ser “imediata”

Caminhão pipa da prefeitura municipal abastece reservatório de água no Park Areia

Mais uma Audiência Pública aconteceu na Câmara Muni-cipal de Unaí, no

dia (13) de dezembro passa-do, para discutir os proble-mas vividos pelos moradores dos loteamentos residenciais Chácaras Park Areia (onde falta energia elétrica e água encanada) e Chácaras Park Rio Preto (onde falta energia elétrica). Os dois loteamen-tos são considerados pelo po-der público como loteamen-tos ilegais.

Com frases pintadas em cartazes que diziam que os moradores estão “há 11 anos sendo enganados”, a popu-lação se fez presente no ple-nário da Câmara, local que ficou pequeno para recepcio-nar o público.

Mas nem todos acreditam na audiência, conforme ficou constatado pelas palavras da moradora do Park Areia, Dir-cilene Aparecida Martins à reportagem do INTERESSAN-TE, “essas audiências costu-mam não dar em nada, vamos ver se desta vez eles fazem alguma coisa por nós”.

Além dos moradores dos bairros também participaram o vice-prefeito Branquinho e os vereadores da Casa. Tanto o poder Judiciário, por meio da 4ª promotoria, que é a res-ponsável pelo caso, quanto o proprietário/empreendedor dos loteamentos, Cleanto Ad-junto, não compareceram à audiência.

A real situação Estima-se que, somando

a população dos dois lotea-mentos, o número de famílias existente chegue a quase 300. A situação se agrava ainda mais por existir um outro problema, a falta da escritura dos imóveis. Como as áreas onde estão às chácaras são consideradas ilegais, devido o proprietário estar sofrendo processo judicial por parte dos legítimos donos das terras onde estão os loteamentos, a população moradora não con-segue obter a escritura para então registrar suas moradias. Além de sofrerem o risco de a qualquer momento serem considerados como invasores – coisa que não são – confor-me esclarece o advogado Mar-co Aurélio, que foi procurador geral da prefeitura municipal, entre 2006 e 2010, e trabalhou no caso. “A desocupação des-sas áreas é impossível, pois quem conhece a realidade desses moradores, sabe que é uma questão de grande cunho social, tornando impossível exigir daquelas famílias que ali investiram suas economias nas construções de suas mo-radias, agora ter que aboná-las, sendo mais razoável a le-galização destas ocupações”, afirma o advogado.

Vendas proibidas Um dos moradores do

Park Areia, afirmou ao IN-TERESSANTE, ter comprado

um lote há cinco meses. Ou seja, isto indica que mesmo embargado por uma ação ci-vil pública emitida pela 4ª promotoria de Unaí, os pro-prietários dos loteamentos continuam vendendo terre-nos por parcelas mínimas de até R$ 250.

A presidente da associa-ção dos moradores do Park Areia, Hilda Alves Pires, afir-ma estar há anos na luta para conseguir melhorias para o bairro, e certifica que pessoas ainda continuam comprando terrenos. “O que eu sei é que está sendo vendido, e muito. E isto, me preocupa porque o Ministério Público (MP) já disse que não poderia mais ser vendido nenhum (lote), porque o loteamento estava embargado”, afirma a presi-dente que também disse já ter informado à prefeitura sobre a situação. SOLUÇÃO

A moradora do Park Areia, Maria Odete, para ali-mentar sua família e manter a casa arrumada, por diver-sas vezes andou cerca de um quilômetro para buscar água no córrego em um carrinho de mão. “Hoje não faço mais porque o caminhão leva a água. Mas antes eu fazia isto quase todo dia”, afirma.

Na Chácara Rio Preto, já com o reconhecimento da área como perímetro urba-no, a prefeitura conseguiu instalar água no local. Já no Park Areia, um reservatório

que fica logo na entrada do bairro, com capacidade para até 45 mil litros, é abaste-cido todos os dias, por um caminhão pipa enviado pela prefeitura.

“Finalmente, devem os poderes constituídos sobre a coordenação do executivo municipal prepararem docu-mentos para junto ao MP e órgãos ambientais, viabilizar

um projeto de regularização, que mesmo não sendo fácil, não é impossível de ser rea-lizado”, argumenta o advoga-do Marcos Aurélio sobre uma possível solução.

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4 . O noroeste . Dezembro de 2011

O documento final, constituído de 84 propostas, tem como objetivo combater à desigualdade socioeconômica que ainda existe em Minas Gerais; as propostas devem ser implantadas em todo o Estado, inclusive no Noroeste

Entre as propostas estão o estimulo à Economia Popular Solidária, por meio do Programa Estadual de Feiras, e a implantação de núcleos itinerantes da Defensoria Pública para atender comunidades rurais e tradicionais, em especial de trabalhadores rurais sem terra (foto: Projeto de Assentamento Eldorado dos Carajás em Unaí)

alMg elabora documento para erradicar pobreza no Estado

mentares, representantes de ONGs, usuários de po-líticas públicas de assis-tência social, educadores, agricultores familiares, entre outros) e 80 institui-ções públicas e da socie-

dade civil participaram do seminário.

Os encontros também resultaram na elaboração de um documento final, cujas metas foram fixadas e devem ser inclusas no

orçamento anual do Go-verno do Estado. Por isto, as “propostas-sínteses” expostas no documento fi-nal serão aproveitadas no Plano Plurianual e na lei do Orçamento do Governo

Estadual, já em 2012. O IN-TERESSANTE teve acesso ao documento final, que está dividido em seis temas e dois eixos: Desenvolvi-mento Econômico e Desen-volvimento Social.

Segundo dados do governo federal, o Brasil retirou nos últimos anos, 30

milhões de pessoas da cha-mada “linha da miséria” (onde a renda mensal de uma família é de R$ 70). Mas, segundo o governo ainda existem 16 milhões de pessoas vivendo no país em situação de extrema po-breza no país. Portanto, a erradicação da pobreza em todos os Estados brasilei-ros, até o final do mandato da presidenta Dilma Rous-seff deve ser meta de todos governantes estaduais.

Medida utópica? Tal-vez. Mas, a verdade é que algumas coisas já começam a se manifestar.

Em Minas Gerais, entre os dias 24, 25 e 26 de outu-bro, aconteceu na Assem-bléia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), a etapa final do Seminário Legis-lativo Pobreza e Desigual-dade. O Seminário – cujo objetivo foi a construção de mecanismos capazes de de-tectar e enfrentar a pobreza social e econômica existen-te no imenso Estado de Mi-nas Gerais – é resultado de doze encontros regionais.

Nos encontros todas as regiões do Estado puderam demonstrar suas carências socioeconômicas. Cerca 350 municípios e mais de quatro mil pessoas (mili-tantes sociais, conselhei-ros de políticas públicas, gestores, técnicos, parla-

Interpretação e aplicação do programa

Das 617 propostas apre-sentadas no Seminário Fi-nal, 445 foram coletadas durante os encontros re-gionais e 85 são demandas estaduais, as outras 172 foram propostas apresen-tadas por meio de consulta pública, feita pela internet. Entre as propostas, 84 fo-ram escolhidas, em consen-so, para constituir o docu-mento final. As propostas demandadas pela região do Noroeste foram apresenta-das no encontro regional que aconteceu em Paraca-tu, no dia 19 de setembro.

O documento tem como primeira proposta a verdadeira efetivação, da “implantação de núcleos itinerantes da Defensoria Pública” que tenham como atribuição atender comuni-dades rurais e tradicionais, em especial os assentamen-tos e acampamentos de trabalhadores rurais sem terra, e de núcleos espe-cializados destinados ao atendimento de grupos vul-neráveis. Depois discorre por variados recursos para extinguir a miséria do Es-tado, a começar pela iden-tificação e localização das famílias situadas abaixo da linha da pobreza, com base no trabalho desenvolvido pelo Centro de Referên-cia de Assistência Social (CRAS). De acordo com o documento, junto à iden-tificação das famílias em

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Dezembro de 2011 . O noroeste . 5

situação e miséria, deve-se haver a ampliação do va-lor dos benefícios do Pro-grama Bolsa Família (PBF) – de R$ 70 para R$ 100 – por meio de um programa de transferência de renda apoiado pelo governo es-tadual. Outra proposta, até então inédita, é criação de um mecanismo que possi-bilite a taxação de grandes fortunas, tanto de pessoas físicas quanto de grandes empresas e instituições fi-nanceiras, “para financiar ações de promoção e prote-ção social e de transferên-cia de renda para os extre-mamente pobres”.

O documento também presume a ampliação da rede de Escolas Família Agrícolas (EFAs); a criação de um Sistema Estadual de Cultura; erradicação em to-dos os municípios do anal-fabetismo e da exclusão di-gital até 2015, por meio da Educação de Jovens e Adul-tos (EJA); a valorização dos

profissionais de educação, tanto do Estado quanto dos municípios, por meio do cumprimento “imediato” da lei nº 11.738, de 2008, que institui o Piso Salarial Profissional Nacional.

O documento também pede a ampliação e a “des-centralização” das redes de atenção em média e alta complexidade em todo Es-tado, por meio do aumento dos números de leitos hos-pitalares, principalmente em UTIs; e da criação de um banco de leite huma-no; além de hemocentros e centros específicos de atendimentos à saúde da mulher.

Trabalho, renda e conhecimento/ciência

A proposta 48 efetiva que no mínimo 30% dos gêneros alimentícios es-colares sejam oriundos da agricultura familiar. E pede pela “desburocratização” ocorrida com o agricultor

familiar quando este aces-sa o Programa Nacional de Alimentação Escolar, espe-cialmente na hora de obter a Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de For-talecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), a DAP. Entre as propostas destaca o estimulo à Economia Po-pular Solidária, por meio do Programa Estadual de Feiras; a transformação da Subsecretaria de Agricul-tura Familiar em Secretaria de Estado; a ampliação da prestação de serviços de Assistência Técnica e Ex-tensão Rural (ATER) com financiamento exclusivo do Estado (desonerando os municípios do cofinanci-mento); e a continuação do Programa de Combate à Po-breza Rural (PCPR).

Um ponto que também chama atenção é proposta 70, que exige a “permissão de livre trânsito (liberação nas cabines) dos veículos de transportes de carga

dos pequenos produtores rurais nos pedágios ins-talados nas rodovias esta-duais”, visando diminuir os custos para o consumi-dor final. O documento também estabelece a ime-diata suspensão de todos os grandes projetos que estão sendo executados em Minas Gerais, como construções de barragens e mineradoras, “que não levam em consideração os direitos humanos e o meio ambiente”, até que sejam feitas vistorias e consulta popular. Como também valoriza a criação de programas de qualidade ambiental como é o caso dos Arranjos Produtivos Locais (APLs), existentes em vários assentamentos rurais, e o apoio dado para a implantação da coleta se-letiva nos municípios, por meio do “ICMS Solidário”.

Para mais informações acesse o site da ALMG: www.almg.gov.br.

Curta

Sem dúvida agora se comprova que Paracatu, entre os mu-nicípios do Noroeste de Minas, é o mais populoso. Os dados fo-ram confirmados por meio do último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), onde Paracatu apa-rece com um aumento populacional de 730 pessoas.

O município que em 2010 possuia 84.718 habitantes, encer-ra 2011 com uma população estimada em 85.448 pessoas.

Este aumento populacional está diretamente ligado à qua-lidade de vida dos paracatuenses, e à presença de grandes in-dústrias mineradora no município, como é o caso da Kinross e da Votorantim.

Unaí e João PinheiroUnaí também fechou o ano com aumento de sua popu-

lação. Se em 2010 o município possuía pouco mais de 77 mil habitantes, esse ano esse número saltou para 78.144. E João Pinheiro, município com forte presença de indústrias do setor sucroalcooleiras, possuía em 2010 uma população equivalente a 45.260 pessoas, este ano subiu para 45.559 habitantes.

Segundo IBGE cresce o número de habitantes em Paracatu

ProPoStA: Criação de um Sistema Estadual de Cultura; erradicação em todos os municípios do analfabetismo e da exclusão digital até 2015

ProPoStA: Ampliação da prestação de serviços de Assistência técnica e Extensão rural (AtEr) com financiamento exclusivo do Estado

ProPoStA: Criação de programas de qualidade ambiental como a implan-tação da coleta seletiva nos municípios, por meio do “ICMS Solidário”

ProPoStA: Aumento do nú-mero de leitos hospitalares, principalmente em UtIs; criação de um banco de leite humano, hemocentros e centros de saúde da mulher

AGrICULtUrA FAMILIArEDUCAÇÃo

MEIo AMBIENtE SAÚDE

Conheça algumas propostas de destaque

Mais uma vez o Ministério da Saúde (MS) coloca o Estado de Minas Gerais em situação de alerta em relação ao Índice de Rá-pido de Infestação por Aedes Aegypti (LIRA). Segundo o Lira, por meio de um levantamento realizado durante os meses de ou-tubro e novembro em 561 municípios de 16 Estados brasileiros, Minas Gerais, entre os Estados da região Sudeste, é considerada por ter em relação aos casos de dengue, “pior situação”.

Segundo o estudo, das 75 cidades mineiras pesquisadas, 34, ou seja, 45,3% foram postas em situação de alerta. Na re-gião do Noroeste, Paracatu aparece como exemplo de cidade cuja situação é preocupante. Junto a Paracatu está sua vizinha Unaí, que segundo o Lira, está praticamente na mesma situa-ção: possui em cada 100 casas pelo menos 3 residências com foco de dengue.

Situação em Minas GeraisA dengue é uma doença endêmica e que já foi erradicada

em quase todos os países desenvolvidos. Porém, o Brasil e pra-ticamente toda a América Latina ainda convive com esse mal, mal este, a qual a ciência já demonstrou que existe fim. Em 2011, segundo o MS, entre os meses de janeiro à novembro, Minas Ge-rais registrou 21 mortes de vítimas da dengue. Sendo que nesse mesmo período foram notificados 61.065 casos de dengue.

O tipo 4 da doença, o mais nocivo à saúde humana, segun-do o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, já foi disseminado no país. Porém os tipos 1 e 2 ainda são os maiores causadores de epidemias.

Índice de infestação do Aedes Aegypti em Unaí e Paracatu é preocupante

Page 6: Jornal Interessante - Edição 24 - Dezembro de 2011 - Unaí-MG

6 . O noroeste . Dezembro de 2011

APortaria 2.414 altera o anexo único da an-tiga Portaria nº1.335,

de 2000, que fixa os valores das diárias de vereadores e servidores da Câmara Mu-nicipal de Unaí. A alteração fixa que cada vereador, em Unaí, pode gastar com suas diárias em viagens para fora do município a quantia de R$ 100 com alimentação, R$ 50 com locomoção e mais R$ 240 com hospedagem. Com o servidor acontece o mes-mo, porém modifica o valor da hospedagem que cai para R$ 100.

No Brasil, dificilmente encontra-se uma Câmara Municipal que não destina verba a seus representan-tes para que eles viajem à serviço da Casa. Mas este aforismo social cria duas concepções sobre o dever de conceder auxílio financeiro aos vereadores em suas via-gens como representantes do poder legislativo.

Muitos vereadores de-fendem as diárias como necessárias para se fazer um trabalho atuante dentro de qualquer Câmara. Com a justificativa de que sem dinheiro não se trabalha, e esse dinheiro está com os parlamentares estaduais e federais, os vereadores de-fendem ser a necessidade do contato direto, pessoal, com seus colegas deputados.

Já outros, refutam essa idéia. Como o vereador já re-cebe salário (em Unaí um ve-reador recebe acima de R$ 4 mil líquidos), ganhar diárias para viajar pode representar um descaso e um abuso com o dinheiro público, até por-que, as viagens feitas pelos vereadores a outras cidades, como Belo Horizonte e Bra-sília, duas importantes capi-tais, poderiam ser evitadas já que atualmente existem veículos de comunicação modernos – como e-mail (in-ternet), telefones, etc – que

podem fazer os “contatos” feitos pelos vereadores.

Os fatosPor meio de requeri-

mento, os vereadores Ilton Campos (PSDB) e Tadeu Tobias (PMDB) solicitaram informações sobre as diárias concedidas aos vereadores de Unaí, no período de 2009, 2010, 2011 (até agosto). Os vereadores querem saber quantas diárias e qual é o seu valor total das despesas da Casa com seus vereadores.

O INTERESSANE teve acesso à certidão que com-prova os gastos com diárias dos atuais vereadores de Unaí.

O ranking Segundo apurações feitas

pelo INTERESSANTE sobre a certidão, identifica-se que entre os dez vereadores que compõem a Casa Legislativa de Unaí, o representante pú-blico que mais gastou com

diárias foi o vereador Zé da Estrada (PPL). De acordo com as apurações, Zé da Estrada gastou com viagens – possivelmente pelas estra-das brasileiras – a quantia de R$ 16.314 mil (foram 71,5 diárias) até o momento. Esse valor representa uma média mensal de R$ 509.

O segundo vereador que mais gastou com diárias foi Edimilton Andrade (PSD) com um total de 47,8 diá-rias, cujos gastos somam R$ 14.115 mil. O terceiro colocado é o vereador Eu-ler Braga (PSDB), que usou 48 diárias, representando a quantia R$ 13.744 mil. Con-fira a lista completa dos ve-readores e seus respectivos gastos abaixo.

Os únicos vereadores que não gastaram durante o seu mandato, até o momen-to, foram os mesmos verea-dores que solicitaram a certi-dão, Ilton Campos (PSDB) e Tadeu Tobias (PMDB).

certidão apresenta gastos com diárias de vereadores de UnaíEntre os vereadores que até o momento mais gastaram com diárias, está o representante público Zé da Estrada (PPL); ao todo, os gastos da Casa no período analisado somam mais de R$ 92 mil

1º Zé DA EStrADA (PPL) r$ 16.314,75

Gastos em 2009 r$ 4.630,00

Gastos em 2010 r$ 1.530,00

Gastos em 2011 (até agosto) r$ 4.940,00

Combustível e diárias de motorista r$ 5.214,75

2º EDIMILtoN ANDrADE (PSD) r$ 14.115,95

Gastos em 2009 r$ 3.600,00

Gastos em 2010 r$ 910,00

Gastos em 2011 (até agosto) r$ 4.391,20

Combustível e diárias de motorista r$ 5.214,75

3º EULEr BrAGA (PSDB) r$ 13.744,46

Gastos em 2009 r$ 4.150,00

Gastos em 2010 r$ 3.699,71

Gastos em 2011 (até agosto) r$ 680,00

Combustível e diárias de motorista r$ 5.214,75

4º HErMES MArtINS (PV) r$ 12.684,75

Gastos em 2009 r$ 3.490,00

Gastos em 2010 r$ 680,00

Gastos em 2011 (até agosto) r$ 3.300,00

Combustível e diárias de motorista r$ 5.214,75

5º oLíMPIo ANtUNES (PSB) r$ 9.914,75

Gastos em 2009 r$ 1.850,00

Gastos em 2010 r$ 610,00

Gastos em 2011 (até agosto) r$ 2.240,00

Combustível e diárias de motorista r$ 5.214,75

6º JoSé INáCIo (PMN) r$ 9.670,35

Gastos em 2009 r$ 1.650,00

Gastos em 2010 r$ 1.130,00

Gastos em 2011 (até agosto) r$ 1.675,60

Combustível e diárias de motorista r$ 5.214,75

7º tHIAGo MArtINS (Pr) r$ 8.264,75

Gastos em 2009 r$ 320,00

Gastos em 2010 r$ 170,00

Gastos em 2011 (até agosto) r$ 2.560,00

Combustível e diárias de motorista r$ 5.214,75

8º PAULo ArArA (DEM) r$ 7.754,75

Gastos em 2009 r$ 740,00

Gastos em 2010 -

Gastos em 2011 (até agosto) r$ 1.800,00

Combustível e diárias de motorista r$ 5.214,75

9º ILtoN CAMPoS (PSDB) -

10º tADEU toBIAS (PMDB) -Fonte: Câmara Municipal de Unaí

ou 71,5 diárias

Zé DA EStrADA (PPL)

Entre os vereadores que mais gastaram com diárias no período de 2009, 2010 e 2011 (até agosto), estão:

r$ 16.314ou 47,8 diárias

EDIMILtoN ANDrADE (PSD)

r$ 14.115ou 48,5 diárias

EULEr BrAGA (PSDB)

r$ 13.744ou 46,6 diárias

HErMES MArtINS (PV)

r$ 12.684

ranking de gastos com diárias da Câmara Municipal

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Page 7: Jornal Interessante - Edição 24 - Dezembro de 2011 - Unaí-MG

Dezembro de 2011 . O noroeste . 7

Para evitarem pos-síveis deslizes de conduta que possam

levar à improbabilidade administrativa e ferir ou-tros princípios da admi-nistração pública, o cha-mamento público para a doação do terreno onde será implantado o campus da Universidade Federal dos Vale do Jequitinho-nha e Mucuri (Ufvjm), em Unaí, foi realizado por meio de processo licitató-rio. Quem afirma esse ine-ditismo é a coordenadora da Auditoria Interna da Ufvjm, Rosana B. M. Go-mes em entrevista exclusi-va ao INTERESSANTE.

Para evitarem possíveis deslizes de conduta que possam levar à improba-bilidade administrativa e ferir outros princípios da administração pública, o Chamamento Público para a doação do terreno onde será implantado o campus da Universidade Federal dos Vale do Jequitinho-nha e Mucuri (Ufvjm), em Unaí, foi realizado por meio de processo licitató-rio. Quem afirma esse ine-ditismo é a coordenadora da Auditoria Interna da Ufvjm, Rosana B. M. Go-mes em entrevista exclusi-va ao INTERESSANTE.

Segundo Rosana, que foi escolhida para ser a presi-dente da Comissão Espe-cial de Licitação (especifi-camente criada para tratar da doação de terreno para a construção dos campus

da Ufvjm), o Chamamento aconteceu último dia 13 de dezembro, na Prefeitura Municipal de Unaí.“O Cha-mamento Público para re-cebimento de doação de ter-reno é uma situação inédita tanto para a UFVJM quanto para qualquer outra Univer-sidade ou Instituto Federal de Ensino Superior”.

Como o processo foi conduzido pela própria universidade, e não pela prefeitura local – como aconteceu com o campus da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) em Patos de Minas – Rosana explica que critérios de “aceitação” e de “pontuação” puderam ser criados pela própria co-missão especial afim de re-almente condizer às neces-sidades exigidas no edital. “Porém, como havia mais de uma proposta a ser ofer-tada, foi salutar que criásse-mos critérios de aceitação para que a UFVJM, dentro da sua autonomia Universi-tária, pudesse definir o tipo de imóvel que melhor lhe serviria. Também, fez-se necessário que instituísse-mos critérios de pontuação visando auferir a melhor proposta”, diz a presidente.

Doadores Conforme o INTERES-

SANTE apurou, apenas dois candidatos apresen-taram suas propostas na ocasião que ocorreu o Cha-mamento. Um, foi o senhor Jorge Vitor Rodrigues (que ofertou uma área de 133

doação de terreno para implantação do campus da Ufvjm em Unaí é feita por meio de chamamento PúblicoEm entrevista ao INTERESSANTE, a presidente da comissão de licitação Rosana Gomes afirma que se trata de um processo inédito para qualquer instituto público de Ensino Superior no Brasil

hectares) e outro, foi Arthur Alves Vieira (cuja área ofer-tada foi de 115 hectares). Além dos dois concorrentes também tiveram partici-pantes que se apresentaram via Correios. “Foram apre-sentadas no momento da abertura, duas propostas de doação”, diz Rosana ao tam-bém confirmar que “ainda poderemos receber propos-tas enviadas pelos Correios, desde que postadas dentro do prazo previsto, não sen-do possível apresentação de nenhuma outra fora dessa condição”.

Mas nem o senhor Ro-drigues, nem o senhor Viei-ra puderam saber quem fora o ganhador. Isto porque estava previsto na Nota de Esclarecimento 02 (inclu-sa no processo licitatório)

uma suspensão do edital pelo prazo de oito dias em virtude da possibilidade de novas propostas postadas em agências dos Correios.

Com o fim do prazo e analise dos critérios de aceitação, a Ufvjm publicou um Aviso de Remarcação de Sessão Pública. De acor-do com o documento, uma sessão será realizada no dia 16 de janeiro, em Diamanti-na (MG), no campus JK da universidade. Na ocasião, os classificados nas eta-pas anteriores do processo licitatório serão informa-dos sobre os cálculos das áreas ofertadas, deduzidas as áreas de preservação e, também, quanto ao atendi-mento ou não dos critérios de aceitação por parte da instituição de ensino.

Serão necessários 100 hectares para a construção do

campus. Conforme determina o edital, o espaço deverá

ser dividido da seguinte forma: 20 hectares deverão

ser destinados ao Campus, 5 à Moradia Estudantil e

75 à Fazenda. Sendo que, obrigatoriamente, o Campus

deverá estar próximo à Moradia Estudantil, já a Fazenda,

não. “Dentro do Campus ficarão os prédios de salas de

aulas, laboratórios, a administração e etc. Na moradia

estudantil, os prédios dos alojamentos, e na fazenda,

tudo o que se refere a uma fazenda-escola propriamente

dita”, detalha rosana.

Conheça as exigências da Ufvjm em relação as características do terreno (para doação) onde deverá ser implantado o campus de Unaí

Curtas

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) desmembrou o processo relativo ao assassinato de auditores do Ministério do Trabalho, que aconteceu em Unaí, no ano de 2004. Na ocasião, três fiscais e um motorista foram mortos em uma possível emboscada. O caso ganhou repercussão nacional é ficou conhecido como Chacina de Unaí.

No processo nove pessoas foram consideradas suspeitas de terem participado do crime, mas até o momento, somente cin-co, que teriam assassinado e planejado a execução, estão pre-sos e, mesmo assim, ainda não foram julgados. Os outros qua-tro acusados de serem os mandantes respondem em liberdade. Novidades

Mas agora com o desmembramento do processo, os acu-sados que já estão detidos poderão, a qualquer momento, ir à júri popular e serem julgados. O STF já tinha garantido o julga-mento a um dos acusados preso para evitar mais atrasos com as condenações, com o desmembramento, isso vale para todos os demais que estão detidos.

De acordo com o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait) em entrevista ao site www.juristas.com.br, além dos acusados detidos, o atual prefeito de Unaí, Anté-rio Mânica (PSDB), seu irmão Norberto Mânica e o empresário cerealista Hugo Alves Pimenta – também denunciado por sone-gação fiscal, pela operação “Baião de Dois”, conforme mostrou a edição passada do INTERESSANTE – respondem ao processo em liberdade. O nome de José Alberto Costa, segundo o Sinait, também consta no processo por ser “acusado de intermediar a negociação entre os mandantes e executores”. Costa também responde em liberdade.

STJ desmembra processo relativos à Chacina de Unaí para agilizar condenações de acusados detidos

Segundo informações do Sistema de Saneamento, Água e Esgoto (SAAE) de Unaí, publicadas em um site local, o nível da água do Rio Preto subiu 3 metros acima do normal, nos últimos dias, devido as fortes chuvas que caíram sobre a região. Mora-dores de bairros como Jacilândia e Cachoeira foram atingidos pelas enchentes. “O nível da água do Rio Preto se elevou rapi-damente e chegou a trasbordar no bairro Cachoeira e o campo Cachoeirão ficou totalmente submerso. No bairro Jacilândia, onde teve mais vítimas na última enchente, apenas um quintal de uma residência foi afetado pelas águas”, informou o site. Avenida alagada

Em Paracatu água da chuva também provocou estragos. a Avenida Olegário Maciel foi tomada pela água da chuva. De acordo com o site, a falta de energia elétrica foi outro problema enfrentado pela população que após o temporal deixou vários bairros sem energia. Casas também foram destelhadas.

O site também informa que esta não foi a primeira vez que a chuva causa transtorno a população. Segundo o site, dias antes do natal, dia 19, “a agua tomou conta das ruas centrais do mu-nicípio a qual acabou adentrando nos comércios e residências”.

Fortes chuvas causam danos em cidades do Noroeste

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8 . O noroeste . Dezembro de 2011

No mês de março de 2010, somente a Empre-sa Realize Construtora

Ltda. construiu em Buritis cerca de 50 casas populares em diversos bairros da cida-de como no Taboquinha e no Centro. As casas foram cons-truídas pela empresa para serem vendidas à população trabalhadora que está aderin-do ao programa federal Mi-nha Casa, Minha Vida.

O programa tem se difun-dido no país todo por ser um facilitador em prol da supe-ração do déficit habitacional do país. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Amos-tra por Domicílio (Pnad), uti-lizada pelo Ministério das Ci-dades, no Brasil, atualmente, mais de 5,5 milhões de mo-radias precisam ser construí-das para acabar com o déficit habitacional.

Um dos fatores que im-pedem o brasileiro de ter sua própria casa, segundo alguns analistas, é que no país a cobrança de impostos em muitos casos acaba sen-do desnecessária e até mes-mo imprópria. Em relação à construção civil, uma casa pode encarecer seu preço fi-nal abruptamente, conforme a quantidade de encargos que lhe é atribuída.

Aos fatosEm entrevista ao INTE-

RESSANTE o advogado da empresa Realize Construtora Ltda., Clênio Costa Pimentel disse que sua cliente reco-lheu (destinou) aos cofres da Prefeitura Municipal de Buri-tis, R$ 13 mil “indevidamen-te”. De acordo com Pimentel a cobrança do imposto (ISS) ou do Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza (ISS-QN) tem proporcionado ao poder municipal à cobran-ça de algo que não lhe é de direito, ou seja, quem cons-trói com recursos próprios

Para o advogado Clênio Pimentel de Buritis, existem casos onde a cobrança de de ISS é indevida, assim, o preço final das casas populares podem aumentar devido aos impostos que são atribuídos a estes imóveis depois de construídos

cobrança de iSS pode elevar preço de casas populares em BuritisA cobrança do imposto gera discussão; em municípios como Unaí nem sempre o imposto é cobrado, já em Buritis, em todos os aspectos se cobra o tributo

não deve ser tributado pelo ISSQN, somente as emprei-teiras que constroem os em-preendimentos já vendidos. “Desse modo, fica evidente que para existir a hipótese de incidência, é necessário existir a figura do tomador, aquele que recebe os serviços prestados”, explica o advoga-do, ao justificar que este não é o caso de sua cliente. “Não há prestação de serviços por parte das empresas cons-trutoras, ou pelo menos, no caso do nosso cliente. Via de regra, as construtoras incor-poradoras, constroem em ter-renos próprios, por sua conta e risco, não prestando servi-ços a quem quer que seja, se não a si mesma”, confirma Pimentel.

Realidades A cobrança do ISS é resul-

tado da prestação de um fazer (serviço) humano, contido no art. 156, da Constituição Federal. Foi regulamenta-do pela Lei Complementar 116/97 e, no caso de Buritis, pelas municipais que seguem as diretrizes da Lei Federal.

Mas mesmo havendo legalidade na cobrança do imposto em diversos casos, segundo Pimentel, no caso de sua cliente e possivelmente em outros casos, mas que ele não tem conhecimento, pode estar havendo a cobrança “in-devida” de ISS.

Em Unaí, por exemplo, existem casos que não são co-brados o ISS. Uma empresa local, a Habitat Empreendi-mentos Imobiliários Ltda., no último dia 27 de setembro, requereu junto à prefeitura local a isenção do ISS. De acordo com o parecer da pre-feitura, cujo INTERESSANTE teve acesso, a empresa obteve a isenção depois da prefei-tura alegar que pelo fato da requerente ter utilizado para a construção dos imóveis, unicamente a empresa, que a mesma só efetuará venda após a conclusão da obra, ou seja, após a emissão do habi-te-se, “entendo que o ISSQN não é devido”, constata a Pre-feitura Municipal de Unaí.

Cobranças De acordo com assessoria

de comunicação da Prefeitu-ra de Buritis, a cobrança do ISS no município acontece desde que foi aprovado o 1º código Tributário Municipal. Somente com o recolhimento do imposto o Executivo em 2010 arrecadou cerca de R$ 3,3 milhões. E até agosto de 2011, segundo a assessoria, já foram recolhidos pelo muni-cípio de ISS R$ 777.861 mil.

A assessoria explica que a cobrança é feita pela “pres-tação de serviços” e que isto só pode ser mudado caso mude-se a legislação em vi-gor, que esta baseada na Có-digo Tributário Municipal, por meio da Lei Complemen-tar 006 de 2003.

Para Pimentel a cobran-ça do imposto atrapalha o desenvolvimento social e econômico do município e muitos investidores tem en-contrado dificuldades para continuar investindo no setor habitacional. “Isso se deve a iniciativa do executivo mu-nicipal em tributar imóveis construídos (casas populares) por essas empresas”, afirma o advogado.

Curtas

Em audiência pública realizada no último dia 30, a população de Paracatu teve a oportunidade de participar da discussão sobre o Plano Municipal de Habitação de Interesse Social (Pmhis) que está sendo elaborado em conjunto com a Secretaria Municipal de Desen-volvimento e Ação Social do município.

De acordo com a geógrafa Ana Carolina Souza, uma das técni-cas da empresa que está prestando consultoria técnica ao plano, em entrevista à assessoria de comunicação da prefeitura, afirmou que o déficit habitacional em Paracatu chega a 3.426 mil domicílios. “In-cluso nesta conta domicílios improvisados, famílias conviventes (co-abitação), famílias que recebem até 3 salários mínimos e que com-prometem 30% ou mais da renda com aluguel”, detalha assessoria.

Em conseqüência da elaboração do plano, foi feito um estudo para identificar os principais problemas em relação às inadequações das moradias em Paracatu. Segundo o estudo, os principais proble-mas são: “abastecimento de água, rede de esgoto e coleta de lixo. Problemas estes mais focados em áreas rurais e periféricas dos bair-ros. Já a cobertura de energia elétrica e de pavimentação, ultrapassa 90% na área urbana”.

Para mais informações do plano, acesse o blog http://pmhispa-racatu.blogspot.com/ ou contate a Secretaria de Desenvolvimento e Ação Social pelo telefone 3672-2363.

Déficit habitacional em Paracatu ultrapassa 3 mil domicílios

Foi divulgado no site do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a nova lista contendo os nomes de empregadores que uti-lizam mão-de-obra escrava no país. Mais conhecida como “l.ista Suja”, a lista atual inclui mais 88 casos relacionados ao uso de tra-balho escravo. De acordo com o MTE, por meio de sua assessoria de comunicação, as novas inclusões representam um período até então inexistente. “Trata-se da maior inclusão de infratores desde o início do Cadastro. A partir desta atualização, a Lista Suja passa a conter 220 infratores, entre pessoas físicas e jurídicas”, afirma o ministério.

A lista pode ser conferida no site do MTE (http://www.mte.gov.br).

MTE divulga “Lista Suja” de empregadores

O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Paracatu (Sin-dspar) entrou em greve, no último dia 6, com o objetivo de “aumen-tar a receita e abaixar a folha, diminuindo os cargos de confiança e aproveitando os funcionários bons concursados que hoje ficam ociosos por causa de perseguições políticas”, conforme afirmou a um site local, o presidente do sindicato, Antônio Lúcio Tormim. Os servidores, segundo o site, se reuniram no portão da prefeitura, no dia 6, para pressionar o poder executivo a atender suas demandas.

O diretor do sindicato, Benedito Batista, também em entrevista a um site local, ressaltou que os servidores aderiram à greve após a contraproposta apresentada pelo executivo de corrigir o salário baseando-se apenas no índice inflacionário. Os funcionários reivin-dicam um aumento de 14%, já a prefeitura só ofereceu 6,5% e, caso haja receita elevada em maio, mais 4,5 % seriam capitalizados de forma parcelada.

De acordo com o site, o secretário de Governo, José Roberto Mendonça, disse que se dependesse – somente – da prefeitura o rea-juste aconteceria de imediato, mas ele justifica que a prefeitura está “no limite da lei de responsabilidade fiscal”.

Servidores municipais entram em greve por melhores salários em Paracatu

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Dezembro de 2011 . Entrevistas Especiais . 9

Entrevistas Especiais

Devido diversas comprovações científicas iden-tificarem indícios de que o uso de agrotóxicos es-tão associados ao surgimento de doenças renais, pulmonares, alérgicas e cânceres, foi criado pela Câmara dos Deputados Federais uma Subcomis-são sobre os Agrotóxicos, com o intuito de en-

tender particularidades como a de que o Brasil é o país que mais consome agrotóxico no Mundo, sem contar as inúmeras denúncias que tem che-gado ao Congresso Nacional sobre o aumento dos casos de contaminação do meio ambiente por agrotóxicos. Unaí, segundo a Subcomissão detec-

tou 1.260 casos de câncer por ano, para cada 100 mil habitantes.

Por e-mail, o relator da subcomissão, o Depu-tado Federal Padre João (PT), concedeu uma en-trevista ao INTERESSANTE, aonde revelou várias verdades sobre o tema.

Jornal INTERESSANTE – Primeiramente o senhor po-deria falar sobre a instalação da Subcomissão dos Agrotó-xicos na Câmara Federal?

Padre João – O Brasil atu-almente é o país que mais con-some agrotóxicos no Mundo, e tem chegado ao Congresso Nacional diversas denuncias sobre o aumento dos casos de contaminação por agrotó-xicos. São casos relacionados não só a trabalhadores rurais, mas do meio ambiente e da própria população, esta última por meio principalmente de alimentos hortigranjeiros, que ao serem vendidos nas feiras e supermercados, muitas vezes ainda apresentam resíduos de agrotóxicos. Isso vem sendo comprovado pelas pesquisas anuais feitas pela Anvisa em todo o país. Destacamos ain-da que há grandes indícios de que o uso dos agrotóxicos está associado ao surgimento de casos de câncer, doenças

renais, pulmonares e alergias, entre outras enfermidades.

J.I. – Quais foram as princi-pais observações (constatações) feitas pela subcomissão?

P.J. – Durante os trabalhos da Subcomissão foram reali-zadas mais de 11 Audiências Publicas e algumas visitas técnicas, onde pudemos ob-servar que há principalmente uma grande fragilidade tanto no sistema de fiscalização e monitoramento dos Agrotóxi-cos no Brasil, como no contro-le da comercialização e do uso dos agrotóxicos e suas conse-quências nas áreas rurais, no meio ambiente e na saúde da população, assim como ain-da são poucas as pesquisas sobre os agrotóxicos e seus impactos. Outras graves defi-ciências na cadeia produtiva dos agrotóxicos vão desde o registro do produto antes da produção, (cuja autorização de comercialização é dada pe-

los órgãos federais sem qual-quer prazo de validade e sem previsão de reavaliação) até à ausência de assistência técni-ca ao produtor.

J.I. – De acordo com in-formações da Agência Câma-ra, a subcomissão teria cons-tatado que não há segurança no controle da comercializa-ção dos agrotóxicos, por quê?

P.J. – Esse é um dos gran-des problemas encontrados no processo de controle na venda de agrotóxicos (grifo da re-dação). Por lei, para que haja qualquer compra de agrotóxi-cos é obrigatória a apresenta-ção do receituário agronômi-co, que funciona como uma “receita medica” no campo. Mas essas informações (recei-tuário) não chegam obrigato-riamente aos órgãos públicos, nem são sistematizados ou analisados pelas autoridades competentes, fica no máximo esquecido na loja vendedora

por dois anos. Afora isso, há irregularidades no próprio co-mércio, pois muitas empresas não exigem do comprador no ato da venda, a apresentação do seu receituário agronômico (grifo da redação). Pior ainda, houve registros da emissão de receituários “instantâneos”, que é o emitido pelo profis-sional da área, sem qualquer preocupação técnica, apenas mediante pagamento ou en-tão receituários “de gaveta”, que são emitidos no próprio comércio na hora da venda, sem que tenham conhecimen-to nem mesmo da área em que será aplicado.

J.I. – Unaí foi apontada pela subcomissão com um registro de 1.260 novos casos da doença por ano a cada 100 mil habitantes. Sendo que a incidência mundial média se-ria de 600 casos por 100 mil habitantes. Isto se confirma?

P.J. – Sim, esse é outro

problema alarmante que foi constatado. Já sabíamos do grave problema que vinha ocorrendo na cidade de Lucas do Rio verde, no Mato grosso, onde é grande o consumo de agrotóxicos por pulverização aérea; também em Unaí, veri-ficamos que há um aumento de consumo de agrotóxicos. Na região, inclusive em Ca-beceira Grande, parte deles (agrotóxicos) são pulveri-zados por aviões, enquanto que aqui (Unaí) também está havendo um aumento dos casos de câncer, chegando aos preocupantes índices já apresentados, assim como to-mamos conhecimento de que será construído nessa cidade um Hospital do Cancer e uma das razões é justamente o au-mento dos casos de câncer na região (grifo da redação).

J.I. – O que a subcomis-são detectou na região do Noroeste de Minas Gerais,

onde como foi dito, o agro-negócio se concentra?

P.J. – Identificamos tam-bém casos de trabalhadores rurais que depois de alguns anos manipulando e pulveri-zando agrotóxicos, acabaram tendo graves problemas re-nais. Lembramos que os EPIs, que são os equipamentos obri-gatórios para essas tarefas, infelizmente não são usados na maioria das regiões. Ou-tro grave problema detectado está associado à pulverização aérea que é muito freqüente na região. Foi comprovado que quando ocorre à pulveri-zação aérea, somente cerca de 30% do agrotóxico pulveriza-do atinge a plantação alvo. Os 70% restantes é levado pelo vento, evapora ou é disperso nas áreas vizinhas, num pro-cesso denominado “deriva técnica”, contaminando ani-mais, populações próximas e fontes de água. (Com edição do INTERESSANTE).

Padre João“[...] assim, tomamos conhecimento de que será construído nessa cidade (Unaí) um Hospital do Câncer e uma das razões é justamente o aumento dos casos de câncer na região”, entende o deputado sobre o aumento dos casos da doença

deputado Federal (PT) e relator da Subcomissão dos agrotóxicos criada pela câmara Federal

Destacamos ainda que há grandes indícios de que o uso dos agrotóxicos

está associado ao surgimento de casos de câncer, doenças renais,

pulmonares e alergias, entre outras enfermidades

[...] houve registros da emissão de receituários “instantâneos”, que é

o emitido pelo profissional da área, sem qualquer preocupação técnica,

apenas mediante pagamento ou então receituários “de gaveta”

Foi comprovado que quando ocorre à pulverização aérea, somente cerca

de 30% do agrotóxico pulverizado atinge a plantação alvo. Os 70%

restantes é levado pelo vento, evapora ou é disperso nas áreas vizinhas

Divulgação

Page 10: Jornal Interessante - Edição 24 - Dezembro de 2011 - Unaí-MG

CLASSIFICADOS96Í N D I C E

1. VEÍcUlOS 2. SERViÇOS 3. EMPREgO

1 VEÍcUlOS 1 VEÍcUlOS 1 VEÍcUlOS 1 VEÍcUlOS 1 VEÍcUlOS 1 VEÍcUlOS 1 VEÍcUlOS 1 VEÍcUlOS

CHEVROLET

CELTA 1.0 VHC 01/01 - Gas - Prata - Completo - R$ 14.800,00

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Page 11: Jornal Interessante - Edição 24 - Dezembro de 2011 - Unaí-MG

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Dezembro de 2011 . . 11

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AgropecuáriaDezembro de 2011 . agropecuária . 13

conab divulga estimativas para a safra de grãos 2011/12As pesquisas realizadas

para apuração do quarto Levantamento da safra

de grãos 2011/12, realizado por meio da Companhia Na-cional de Abastecimento (Co-nab), foram realizadas no pe-ríodo de 15 a 21 de dezembro de 2011. De acordo com a Co-nab, o objetivo foi “mensurar a área a ser cultivada na safra de verão para as culturas de algodão, amendoim Primeira Safra, arroz, feijão Primeira Safra, mamona, milho Pri-meira Safra e soja e avaliar o desempenho das culturas de inverno como aveia, centeio, cevada, trigo e triticale (espé-cie de cereal)”.

A pesquisa foi feita nas principais áreas produtoras do país, como a região Cen-tro-Sul, oeste da Bahia, sul do Maranhão, sul do Piauí, Rondônia e tocantins.

O levantamento com-provou que 50,66 milhões de hectares correspondem à estimativa da área cultivada com grãos (algodão, amen-doim, arroz, feijão, girassol, mamona, milho, soja, sorgo, aveia, canola, centeio, ce-vada, trigo e triticale), um acréscimo de 1,5% em rela-ção à área cultivada na safra passada.

De acordo com a Conab, o milho e a soja (Primeira Sa-fra) apresentam acréscimos em relação à área plantada, justificados pela demanda e pelo estímulo dos bons pre-ços do mercado. Já o arroz e feijão (Primeira Safra) apre-sentam “decréscimos” e as causas da redução são: a difi-culdade de comercialização, preços pouco atrativos, au-mento no custo de produção, os estoque dos produtos e os problemas climáticos. Nestes casos, segundo o Levanta-mento, produtores migraram

De acordo com o levantamento, a produção de feijão em Minas Gerais apresenta uma redução “significativa”, 6,9% menor que a safra passada. “A instabilidade dos preços, a baixa liquidez, os estoques do produto e osproblemas climáticos fizeram os produtores migrarem parte da lavoura para outros cultivos”, justifica a Conab

De acordo com a companhia, a estimativa do último levantamento prevê uma área plantada de cerca de 50 milhões de hectares; em Minas Gerais a produção de feijão pode ter queda de 6,9% em relação à safra passada

parte da lavoura para os cul-tivos de milho e soja.

Também foi detectado pelo levantamento que a es-timativa da produção será de 158,45 milhões de toneladas e, segundo a Conab, este valor é 2,8% inferior (4,51 milhões de toneladas a menos) à pro-dução obtida na safra passada.

“As maiores reduções são observadas na soja (3,57 milhões de toneladas), e no arroz (2,15 milhões de tone-ladas). Para o milho primeira safra a previsão indica cresci-mento de 5,6%, equivalente a 2 milhões de toneladas.

Ressalte-se que neste levantamento, realizado entre 15 a 21 de dezembro, as condições climáticas não foram favoráveis para as culturas “principalmente as

de milho e de soja”, afirma o levantamento.

Feijão

O levantamento detectou que a cultura do feijão vem enfrentando altos e baixos nos últimos anos, quanto à comercialização. De acordo com a Conab, a instabilidade dos preços é resultado da bai-xa liquidez e dos problemas climáticos.

A primeira safra do fei-jão deve corresponder a 1,27 milhões de hectares de área plantada, e isto representa 10,4% a menos do que a sa-fra passada. “Com exceção de São Paulo e o Distrito Federal, todos os demais Es-tados produtores apresenta-ram redução de área”, infor-ma a Conab.

Minas Gerais também aparece com uma queda “sig-nificativa” de 6,9%, embora ainda figure como o “segun-do maior produtor de feijão do Centro-Sul”.

A produtividade média do feijão primeira safra de-verá ficar em 1.078 kg/ha. As melhores médias obtidas são: São Paulo 1.757, Paraná 1.624, Santa Catarina 1.650 e Rio Grande do Sul e Minas Gerais 1.215 kg/ha.

A produção nacional de feijão primeira safra, deve alcançar 1,37 milhões de toneladas, 18,4% menor que a colhida na safra anterior, ou seja, 309 mil toneladas a menos. A segunda e ter-ceira safra deverá manter a produtividade igual à safra passada.

Milho O milho é uma das cultu-

ras que não irá decepcionar os produtores. De acordo com a Conab, a área planta-da na primeira safra totalizou um novo recorde, 8,63 mi-lhões de hectares cultivados, um acréscimo de 9,1% em re-lação à última safra (cerca de 718 mil hectares), isso devi-do ao bom preço do produto no mercado.

A previsão para o total da área cultivada com milho, so-mando as duas safras, deverá ficar próxima de 14,5 mi-lhões de hectares, com cres-cimento estimado de 5,2% em relação ao total semeado na safra anterior.

Em Minas Gerais, na re-gião Sudeste, a produção do milho foi beneficiada pelo

clima. No levantamento foi possível constatar “o predo-mínio do uso dos híbridos “BT” (transgênicos) na agri-cultura empresarial, diz a companhia.

A produtividade média prevista para a primeira safra é de 4.392 kg/ha, 3,2% menor que na safra 2010/11, quando alcançou 4.538 kg/ha. Já a se-gunda safra está estimada em 3.592 kg/ha.

A produção brasileira de milho esperada para a safra 2011/12 deverá alcançar 59,2 milhões toneladas, com va-riação de 2,9% em relação à safra passada, quando foram colhidas 57,5 milhões de to-neladas.

Soja Conforme o levantamen-

to, a soja terá uma estimativa de área cultiva de 24,63 mi-lhões de hectares. Isto cor-responde a um crescimento de 1,9% ou 453,7 mil hecta-res sobre a safra passada. Já a produção da cultura deve decrescer em 4,7%, atingin-do aproximadamente um volume de 71, 75 milhões de toneladas, ou seja, 3,57 mi-lhões de toneladas inferior a safra passada.

A redução na produtivi-dade desta cultura, segundo o levantamento, é devido às condições climáticas des-favoráveis, como chuvas escassas e temperaturas elevadas, que prejudicam o desenvolvimento da cultu-ra, diminuindo o porte das plantas.

Segundo a Conab, o le-vantamento ainda não reflete os problemas climáticos ocorridos em dezembro (seca no sul do País e chuvas em Minas Gerais) e, por isso, é provável revisões para baixo no próximo levantamento.

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Cultura e Sociedade

Os telespectadores da Rede Minas, rede de televisão do

governo estadual, já de-vem ter tido o privilégio de admirar os trabalhos feitos pelo artesão para-catuense, Anísio Tarcísio Mascarenhas, de 51 anos. É que a emissora sempre apresenta seus trabalhos em um quadro voltado à valorização da cultura mineira.

Nascido e criado em Paracatu, Anísio ganha destaque por manter em seus trabalhos uma ca-racterística bastante re-gional. Suas obras – que vão desde plaquetinhas com nome grifados até miniaturas, como por exemplo, o Engenho de Cana – representam o dia a dia dos moradores da região do Noroeste de Minas Gerais.

Em entrevista ao IN-TERESSANTE, Anísio falou de seu trabalho e disse que desde 1999 ela se considera um artesão profissional: “pois consi-go viver do artesanato”, afirma.

O trabalhoA preferência de Aní-

sio é a fabricação répli-cas em formato de mi-niaturas, tipo maquetes. Seja o que for, ele conse-gue construir uma répli-ca. Segundo ele afirma, isto é um dom, pois ele

As obras do artesão remetem aos costumes e ao cotidiano mineiro; a “Cozinha Mineira” (foto), fabricada com madeira, bambu e alumínio, têm 30 centímetros de largura por 20 de altura e é representa no mínimos detalhes pelo artista

12 . cultura e Sociedade . Dezembro de 2011

artesão de Paracatu é reconhecido mundialmente por fazer miniaturasAnísio Mascarenhas ganhou destaque entre os artesãos por representar em suas obras o comum cotidiano mineiro; com traços simples, mas coerentes, ele cria uma identidade própria e ainda consegue sobreviver de Arte

Anísio tarcísio Mascarenhas é artesão profissional desde 1999; pessoas de vários países já adquiriram suas obras

de fazer trabalhos por conta própria, também faz por encomendas. “A maioria dos trabalhos que faço é por encomen-das. As pessoas têm uma idéia, vem aqui e eu tento transportá-la para artesa-nato”, ensina. Hoje em dia existem peças do ar-tesão espalhadas por vá-rios países.

Todos os sábados o artesão expõe seus tra-balhos na Feira, que fica atrás da prefeitura muni-cipal de Paracatu. Suas peças também estão ex-postas na Casa de Cultu-ra da cidade e, claro, em sua oficina, na sua pró-pria residência. “Eu te-nho peças que vão desde R$ 5 até R$200”, detalha o artesão que considera essa variedade de preços necessária para atender a todos os tipos de con-sumidores. “Mas mesmo assim é difícil, as pessoas ainda não comparam o objeto industrial com o artesanal, daí fazem uma comparação que é des-proporcional”, lamenta Anísio em defesa do tra-balho artesanal.

Para quem quiser conhecer o trabalho do artesão pode entrar em contato pelo telefone (38) 3672 – 3114 ou en-tão pelo endereço: Rua Rodrigues Bijos, nº 700, bairro: Alto do Córrego, Paracatu.

nunca aprendeu com ninguém, nem mesmo como cortar a madeira. “Eu sempre fiz tudo so-zinho. Nunca tive aulas sobre esse tipo de artesa-nato. Por isto, acho que já nasce com a gente, como a sabedoria”, diz o artesão.

Mas além do dom, existe muito trabalho. “Eu trabalho em casa

mesmo, começo às 8 da manhã e vou até de tardi-nha”, explica Anísio.

Alguns pontos turís-ticos como a Igreja da Matriz de Paracatu, cur-raizinhos, entre outros, já foram representados pelas mãos do artesão. Como ele trabalha para sobreviver, e como disse sobreviver do artesanato, Anísio explica que além

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Dezembro de 2011 . Policial . 15

Policial Curtas

Na edição passada retratamos o assassinato do trabalha-dor rural de Bonfinópolis de Minas, Lucas Pereira Borges, que teve o corpo encontrado dias depois pela Polícia Civil, enterrado em cova numa fazenda da região. De acordo com a Polícia Civil, toda a investigação foi realizada em Bonfinópolis de Minas e ad-jacências, culminando na apuração da autoria e materialidade do delito graças ao desempenho dos policiais civis envolvidos.

Os acusados pela morte de Lucas são: Joaquim Monteiro dos Santos (vulgo Joaquim Tanázio) e Luiz Caros Ramos (vulgo Luiz Polvilho) – presos preventivamente pela Polícia Civil no iní-cio das investigações – e Weder Vieira do Nascimento (vulgo Ne-gão) – que permanece foragido. Após conseguir liberdade pro-visória, em razão de habeas corpus, Joaquim Tanázio, segundo a Civil, também foragiu.

A Civil explica que a perícia encontrou sangue humano na caminhonete que pertence a Joaquim Tanázio e comparou com material genético (DNA) recolhido das irmãs da vítima. Depois, a corpo, pode se concluir o inquérito com um novo exame de comparação genético de amostras da vítima com as amostras anteriores. A Polícia Civil também constatou que “a vítima foi exe-cutada num local e o corpo, colocado em “posição fetal”, foi de-positado em outro”. As investigações agora estão voltadas para a localização e prisão dos foragidos Joaquim Tanázio e Negão.

Polícia Civil esclarece assassinato ocorrido em Bonfinópolis de Minas

Motorista possivelmente alcoolizada mata ciclista em Unaí

Tanto o menino de 10 anos quanto a menina de 17, filhos da dona de

casa Marlene de Jesus Ro-drigues da Silva, crescerão sem ver o pai que faleceu em decorrência de um aci-dente ocorrido em dezem-bro passado na BR-251.

O pai, Geraldo Magela da Silva, de 51 anos, também conhecido por Branco, era ciclista, e há muitos anos, cultivava o hábito de peda-lar – sempre nos períodos da tarde – pelas rodovias que cortam o município de Unaí, além de trabalhar como mecânico de motos.

Mas um carro, dirigido pela suspeita L.Z., de 63 anos, que possivelmente es-tava alcoolizada, atropelou Branco quando ele regressa-va para sua casa, depois de mais um dia de exercícios.

De acordo com Marle-ne, o Boletim de Ocorrên-cia (BO) diz que o corpo de seu esposo foi arremessado em uma distância de quatro metros de onde sua bicicleta caiu. “O médico disse que ele estava com uma fratura no crânio, além de ter quebrado a bacia e a perna em dois lu-gares”, afirma desolada.

A viúva também disse que o BO confirma que – de-pois do teste do bafômetro – foi confirmado que a con-dutora tinha ingerido álcool em excesso. “Eu sei que ela também toma remédio con-trolado e daí juntou com o álcool que possivelmente foi o motivo ter a descon-trolado”, conta Marlene, que agora se diz preocupada porque não sabe como fazer para sustentar sua família, já que Branco era respon-sável pelo suprimento das

necessidades da casa. Ela agora esta lutando

para conseguir dar entra-da na Justiça e pedir uma indenização. Já a suspeita, segundo Marlene, pagou fiança e foi liberada ime-diatamente. “Acho que ela pagou R$ 15 ou R$ 35 mil como determinou a lei. Mas ela pode, é de família rica”, diz a dona de casa que agora terá que sustentar sozinha dois filhos. O caçula, segun-do a mãe, sempre pergunta pelo pai que era seu grande “companheiro”.

Ponto de vista técnico Segundo o presidente

da Associação Unaíense de

Ciclismo, Carlos Alberto Gonçalves Lara, Branco era um “pioneiro” no esporte. Conforme explica o presi-dente, Branco era experien-te e tinha noção da maneira correta de pedalar. Por isto, ele acredita que como Bran-co, outros ciclistas em Unaí, especificamente, correm o risco de também sofrer aci-dentes enquanto pedalam.

O presidente aponta di-versos problemas existentes em Unaí que, segundo ele, colaboram para a promis-cuidade em relação à aci-dentes envolvendo ciclis-tas. “Acidentes como este acontecem mais podem ser evitados, bastam os órgãos

públicos quererem”, e com-pleta “nossa cidade é bem apropriada para o ciclismo, é uma cidade de relevo pla-no, é só olhar o trânsito de Unaí para ver o tanto de bi-cicletas pelas ruas, mas, ao mesmo tempo, não temos nenhum metro se quer de ciclovias”. Sobre a BR-251, onde Branco foi atropela-do, Carlos é contundente: “Somos cercados por varias rodovias e não temos estru-tura nenhuma para a prática do ciclismo. Vemos que está sendo duplicada a rodovia 251 e, devido ao trânsito de bicicletas, era para ter um projeto para ciclovias, mas, não temos”.

Branco deixou mulher e dois filhos; o ciclista era “experiente” mas foi atropelado enquanto pedalava na Br 251 que passa por Unaí

O ciclista era conhecido em Unaí pelo apelido de Branco; mecânico de motos e ciclista experiente, ele faleceu depois de ser atropelado na BR-251; ele deixou mulher e um casal de filhos

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Este ano serão implantados oito núcleos do programa do Ministério do Esporte na área urbana de Unaí. Os núcleos são resultados da parceria entre o ministério e a Secretaria Munici-pal de Juventude, Esporte e Lazer (Sejel).

De acordo com a assessoria de comunicação da prefeitura, em sua página na internet, o programa Segundo Tempo existe no município desde 2009. Portanto, agora a atenção vai ser vol-tada para atender “prioritariamente os alunos da rede pública municipal de ensino”, conforme afirma a assessoria.

O secretário municipal de Esporte, Floriano Colato, falou à assessoria como vai funcionar o programa: “os jovens freqüen-tarão as atividades escolares em um determinado turno, e em outro turno terão acesso à prática de modalidades esportivas, o que contribui para o desenvolvimento cognitivo e físico deles”.

Inscrições Os interessados podem obter maiores informações pelo te-

lefone da Sejel: 3677 – 9610 (ramal 9029).

Programa Segundo Tempo em Unaí

A 14ª edição da Corrida Rústica da Lagoa, realizada em Pa-racatu, aconteceu no dia 20 de dezembro. A largada foi às 9h e, ao todo, 22 pessoas participaram da corrida, entre elas corre-dores vindo da cidade de Brasília e dos Estados de Pará e Goiás.

Veja a classificação da corrida: Categoria Elite: 1º) Joel Carlos de Menezes (Serra do Salitre, MG); 2º) Henrique Maciel Silva (Unaí, MG); 3º) Ivo Ferreira da Silva (Unaí, MG).Categoria Master: 1º) Sebastião Luís de Lima; 2º) Robervaldo M. Rodrigues; 3º) Sebastião da Silva Amaral.

Paracatu realiza a 14ª Corrida Rústica da Lagoa

Os fãs do MMA ou Vale Tudo como é mais conhecido, tiveram o

prazer de assistir as diver-sas lutas que compuseram a sexta edição do torneio de lutas Precol Combate, ocorrido em Unaí, no Ita-puã Iate Clube, no último dia 21 de janeiro.

O torneio, que já é conhecido por muitos unaienses, contou também com a presença de amantes do esporte de cidades vizi-nhas como Paracatu, Uru-ana de Minas, Buritis, Ari-nos, Brasília e entre outras.

De acordo com in-formações divulgadas na mídia local, o Precol Combate objetiva a incen-tivar, por meio da prática do MMA (luta que envol-ve diversas habilidades como caratê, jiu-jitsu, etc.), as pessoas a praticar algum tipo de atividade fí-sica como alternativa para a melhoria da qualidade de vida.

As lutas O atleta Hércules Sou-

za, da equipe Precol, foi o campeão da primeira luta da noite, e finalizou seu ad-versário Willian Guerreiro, aos 2 minutos e 7 segun-dos da primeira rodada, com um Armlock (chave de braço). A segunda luta foi decidida por Augusto Pastel que nocauteou Igor Pereira em um tempo ain-da menor: em 1 minuto e 25 segundos ainda do pri-meiro round.

Na terceira luta, Johna-tan Bad John foi finalizado pelo atleta Luciano César, aos 2 minutos e 52 segun-dos, também do primeiro round, que consagrou-se campeão após aplicar em John o famoso golpe cha-mado de “mata-leão”.

Entre os atletas, a luta-dora Cris Camargo, já co-nhecida pelos unaienses (devido seu bom desempe-nho nos campeonatos de MMA), foi declarada cam-

Sexta edição de campeonato de MMa é realizado em Unaí

Esporte16 . Esporte . Dezembro de 2011

Curtas

Foto: www.unainet.com.br

peã, pois sua adversária, a lutadora Tarcila, “lesionou nos treinamentos anteriores à luta” e não conseguiu par-ticipar da competição, dan-do assim, a vitória à Cris.

Mas a luta mais rápida da noite foi entre os atletas Luciano César e Emilson D’black que finalizou aos 42 segundos, depois de Lu-ciano nocautear D’black.

Milhares de espectadores compareceram ao Itapuã Iate Clube para assistir as lutas