jornal escrito n.17

20
Abril de 2007 Ano III - n.º 17 Preço: 0,6 Euros Director: Renato Albuquerque Director-Adjunto: Ana Santiago emprestas-me a tua florbela espanca? pág. 3 viagens de finalistas pp 6-14 dia das artes pp 4-5 dia-a-dia pp 15-19 Comercuzolhos 2007 pp 18-19 VIAGENS DE FINALISTAS VIAGENS DE FINALISTAS

Upload: renato-albuquerque

Post on 15-Mar-2016

225 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Jornal da Escola Secundária de Casquilhos - Barreiro - Portugal

TRANSCRIPT

Page 1: Jornal ESCrito n.17

Abril de 2007Ano III - n.º 17Preço: 0,6 Euros

Director: Renato Albuquerque Director-Adjunto: Ana Santiago

emprestas-me a tua florbela espanca? pág. 3viagens de finalistas pp 6-14dia das artes pp 4-5 dia-a-dia pp 15-19

Comercuzolhos 2007pp 18-19

VIAGENS DEFINALISTASVIAGENS DEFINALISTAS

Page 2: Jornal ESCrito n.17

Ano III, nº 17, Abril/20072

Ficha técnica ESCRITO Proprietário: Escola Secundária de Casquilhos – Barreiro Director: Renato Albuquerque (prof. G. 400) Subdirector: AnaSantiago (prof. G. 300) Redacção: Ana Arêde (12ºD); Ana Beatriz Santos (12ºD); André Carvalho (12º D); Cátia Duarte (12ºD); Joana Alves (12ºD); Sofia Pia (12ºD); VâniaAlves (12ºD) Colaboraram neste número: Ana Garrido (prof. G. 300); Ana Margarida Carrilho (12º A); Andreia Sousa (12ºE); Dora Pinto (prof. G. 500); GuilhermeOliveira (12ºE); Inês Silva (10ºF); Joana Encarnação (prof. G. 620); Joana Silvestre (12ºA); José Costa (11º D); Patrícia Mendes (Est.); Paulo Nunes (prof. G. 600); SofiaSilva (10ºF) Fotos: Carmen Oliveira (prof. G. 510); Dora Pinto; Finalistas 12º Ano; Joana Silvestre; Renato Albuquerque; Sofia Silva Maquetagem: ReAl. Impressão:Serviços de Reprografia da Escola Capa: ReAl sobre foto de finalista Correspondência: Jornal ESCRITO. Escola Secundária de Casquilhos. Quinta dos Casquilhos.2830-046 BARREIRO Telef.: 212148370 Fax:212140265 E mail: [email protected] Horário: Sala C6 - terças, das 14:45 às 16:15 Tiragem destaedição: 300 exemplares Publicação anotada na Entidade Reguladora para a Comunicação Social

Os textos não assinados são da responsabilidade da Direcção

Chamava-se José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos, nasceu a 2 de Agosto de 1929, em Aveiro, mas todos o conheciampor Zeca Afonso. Desafiava o regime fascista e incentivava os portugueses a utilizarem o livre pensamento como forma deluta contra a repressão.

Aos 3 anos vai para Angola ter com os pais e irmãosque lá estavam havia dois anos. Em 1937, volta paraAveiro onde permanece menos de um ano, partindo paraMoçambique. Regressa a Portugal, em 1938, desta vezpara casa do tio Filomeno, presidente da Câmara Mu-nicipal de Belmonte. Completa aqui a instrução primária.O tio, salazarista convicto, fá-lo envergar a farda daMocidade Portuguesa. Em 1940, Zeca Afonso vai paraCoimbra e começa a cantar por volta do quinto ano no LiceuD. João III.

Em 1958, José Afonso grava o seu primeiro discoBaladas de Coimbra. Gravatambém mais tarde Os Vampirosque se torna na época um dossímbolos de resistência

ao fascismo.Foi nestep e r í o d o(1958-1959)professor deFrancês e deHistória na

Escola Comercial e In-dustrial de Alcobaça.

Mais tarde, Zeca é colocadocomo professor em Setúbal, distrito

onde era intensa a luta contra o EstadoNovo, luta essa na qual Zeca seintegrou de imediato o que levouposteriormente à sua expulsão doensino. Para sobreviver, dáexplicações e grava o seu primeiroálbum, “Baladas e Canções”.

Entre 1967 e 1970, Zeca Afonsotorna-se um símbolo daresistência e da luta pelademocracia. Mantém

contactos com a LUAR (Liga Unitária de AcçãoRevolucionária) e o Partido Comunista Português, o quelhe custará várias detenções pela PIDE. Em 1971, editaCantigas do Maio, no qual surge a canção GrândolaVila Morena, um dos símbolos da Revolução dos Cravos.Em 1973 grava o álbum Venham mais cinco.

Os seus últimos espectáculos decorrem nos Coliseusde Lisboa e do Porto, em 1983, quando Zeca Afonso já seencontrava doente. Morreu no dia 23 de Fevereiro de 1987,no Hospital de Setúbal, às 3 horas da madrugada, vítima deesclerose lateral amiotrófica, diagnosticada em 1982. Jápassaram 20 anos.

Zeca Afonso foi uma figura importante na luta de umpaís contra o fascismo e a opressão, animando a resistênciacom a sua música e as suas palavras de guerra e paz. Depoisdo 25 Abril de 1974, a sua voz chega solidariamente a todosos lugares onde se lutava pelo desenvolvimento democrático,bem como pelos direitos sociaise cívicos.

Zeca era sobretudo solidário. Cantava, falava e respiravaa liberdade. É, por isso, para muitos da minha geração e dasfuturas, um amigo. Ouve a sua música, sente-a e traz outroamigo também!

Em Abril com o Zeca

JoanaSilvestre

Vejam bemQue não háSó gaivotasEm terraQuando um homemSe põeA pensar.

Vejam bem, do álbum Cantares do Andarilho, de Zeca Afonso (1968)

A Câmara Municipal do Barreiro está a promover umasérie de sessões sobre o 25 de Abril nas diversas instituiçõesde ensino. Dia 9 de Maio, pelas 10:30, estarão no Auditórioda nossa escola.

Arqu

ivo/

HO

Page 3: Jornal ESCrito n.17

Ano III, nº 17, Abril/2007 3

EditorialFinalistas de quê?

O contrato de leitura ou uma leitura diferente

Emprestas-me a tuaFlorbela Espanca?

Sou professora de Português do EnsinoSecundário e nas minhas aulas é, hoje, comumos alunos trocarem livros, pedirem-nosemprestados a colegas e professores, sugerirema leitura de um conto ou de um romance queos interessou ou discutirem comigo o livro quemelhor se adapta às suas características. Não sou caso raro.Em muitas aulas de Português do Ensino Secundário, nanossa e nas outras escolas, o mesmo fenómeno se passa.Muitos mais alunos do que há cinco ou seis anos atrás lêemos livros que escolheram e que não vão ser sujeitos a análisesexaustivas de estilo e categorias técnicas nas aulas. Lêemlivros.

Este interesse deriva, em primeiro lugar, da forma comoo programa de Português que entrou em vigor em 2001consagra a leitura recreativa, uma das modalidades de leituraque a Escola deverá promover. E, já que são as críticas oque mais abunda, será justo reconhecer o que está bem. Domeu ponto de vista, a ideia do Contrato de Leitura, tal comoo programa preconiza, está bem. Quase perfeita. Contribuimuito positivamente para estimular o gosto de ler bons livroscom tudo o que culturalmente isso significa.

Ao fim de duas décadas a empurrar em doses suaves aleitura das obras do programa e a ter de vencer resistênciasque, em grande parte, derivam do rótulo «obrigação»estampado no anúncio da obra, tenho agora, desde 2001,uma experiência complementar diferente: a de falar de livroscom a liberdade e o entusiasmo de quem dá a escolher, dequem ouve propostas. «Acha que vou gostar do Jogadorde Dostoievski?», «Posso ler um livro da Isabel Allende?»«Comecei a ler Os Bichos, mas vou mudar....» São frasescomo estas que os professores de Português ouvemactualmente e isto, digo-vos, é música para os meus ouvidos.

Como são avaliadas estas leituras? Podem sê-lo das maisvariadas formas. O programa apresenta alguns exemplos:apresentação oral dos textos lidos, elaboração de fichasde leitura e de fichas biobibliográficas, bases de dadosde personagens, propostas de temas para debates emaula, elaboração de ficheiros temáticos. Com base naminha experiência, naturalmente limitada, selecciono trêsformas de avaliação da leitura das obras, que apliquei econsidero mais eficazes: o diário de leitura (garante umaperspectiva pessoalizada, estimula a escrita...), a exposiçãooral (propicia o debate, estimula a expressão oral) e o testede item fechado (garante uma perspectiva pessoalizada,

estimula a memorização e a síntese). Quanto ao exame do12º ano, as obras lidas na leitura recreativa surgem comoconteúdo de exame, mas será sempre muito difícil procederà sua avaliação em exame se queremos (e eu quero) que aliberdade de escolha seja bastante alargada.

Sejamos realistas. É necessário ler livros por obrigação.Tenho tudo a favor da existência de textos obrigatórios noprograma, mas, sem dúvida, que a leitura recreativa traz,complementarmente, uma perspectiva da leitura e dos livrosque revigora qualquer um. Por mim, sou fã.

Muitos mais alunos do que há cinco ou seisanos atrás lêem os livros que escolheram

Ana Garrido

Durante 12 anos as escolas de vários níveisde ensino recebem, primeiro, crianças, depois,adolescentes a quem tentam ensinarconhecimentos atrás de conhecimentos de forma apreparar o seu futuro profissional e a sua integração nasociedade portuguesa.

Como os alunos médios ou ideais não existem, asescolas recebem alunos reais, de proveniências o maisdiversas possíveis: culturas, hábitos, países, ambientesfamiliares (ou a inexistência destes) vão moldando osnossos alunos, cada vez mais pressionados por umasociedade que lhes vende, na televisão, no cinema e napublicidade, a possibilidade do prazer e do sucesso rápidoe sem esforço. As notícias sucedem-se e parecemconfirmar o que se tem vindo a enraizar no espírito de umgrande número de jovens: pagar impostos é para os parvos,estudar é para os betinhos, os pais são para pagar ascontas, os esquemas é que estão a dar, os políticos nãocumprem, o Euromilhões há-de sair-nos ...

Há alguns anos atrás, quando vivíamos num país tristee cinzento, escolas e famílias premiavam os alunos que,graças ao seu esforço, tinham conseguido chegar ao fimdo ensino secundário. Esse esforço de vários anos erarecompensado com a hipótese de tomarem conhecimento,ao vivo, com uma cultura e uma língua que se tinhaestudado na escola. Daí que as viagens de finalistas eram,geralmente, organizadas pelos professores e tinham comodestino Paris ou Londres.

Aos poucos, as viagens de finalistas foram-se adaptandoa novas realidades: para ouvir a língua inglesa tal como elaé falada no dia-a-dia basta ver uma série televisiva numdos múltiplos canais existentes; as obras de arte conhecem--se na net (ter de andar quilómetros dentro de um museu éuma seca); conhecer a cultura de um país? Mas o BigMac não é igual em todo o lado?

Em que se transformaram, então, os momentos em queos jovens estão vários dias fora de casa e fora da escola?

pág. 15

RenatoAlbuquerque

Page 4: Jornal ESCrito n.17

Ano III, nº 17, Abril/20074

Mas, como vivemos num contexto cada vez mais glo-bal, universal e abrangente, esta festa das artes (comopretendemos que as artes fossem celebradas) só cumpririaos propósitos do seu projecto ganhando uma dimensão muitomais aglutinadora, não só dirigindo as suas actividades atodos os alunos da escola, como também catalizando alunosde outras escolas para a participação no evento. Foi destemodo que tivemos cerca de trezentos alunos representandoquatro escolas da cidade que nos visitaram e se envolveramactivamente nas oficinas e ateliês livres preparados pelosprofessores do DEPA, no que podemos considerar um dosresultados positivos da iniciativa.

Este foi, de facto, um dia de festa e grande animaçãona escola, tal como testemunham todos os intervenientes eparticipantes no projecto, professores e alunos. Graças àsexperiências de pintura e técnicas mistas orientadas pelaprof.ª Fernanda Martins, às pinturas de body art dirigidaspela prof.ª Helena Oliveira, às máscaras de gesso orientadaspelo prof. Ilídio Pina, à oficina de origami da prof.ª IsabelSeruca, ao improvisado laboratório de fotografia à laminuta criado pelo prof. Jorge Duarte, ao ateliê deanimação vídeo do prof. Miguel Brinca e ao ciclo de ci-

1 de Março: Dia das Artes

As artes saíram à rua… e em festa!No passado dia 1 de Março, tal como havíamos noticiado na última edição do ESCRITO, festejámos um Dia das Artes na

nossa escola. Sem carácter oficial, já que por entre tantos dias comemorativos ao longo do ano se desconhece um que sejadedicado às artes, decidimos nós – professores do Departamento de Expressões Plásticas e Artísticas (DEPA) – criá-lo atítulo interno para a nossa comunidade escolar.

Paulo Nunes*

dr. João Barbosa

O Dia das Artes teve o apoio de:

Máscaras em gesso

Page 5: Jornal ESCrito n.17

Ano III, nº 17, Abril/2007 5

nema Arte: Acção! organizado pelo prof. Paulo Nunes, asartes emprestaram neste dia um colorido e uma animaçãomuito especial à escola, criando um ambiente que foienriquecido e valorizado pela visita de centenas de alunosde outras escolas, como já referimos.

De resto, e se outros elementos fossem necessáriospara justificar plenamente a realização do Dia das Artes,devemos acrescentar a esta receptividade por parte dosalunos o reconhecimento do êxito de uma tal iniciativa porparte da Coordenadora da Área Educativa, Dr.ª Ana PaulaCovas, e do Director de Serviços de Acção Pedagógicado Ministério da Educação, Dr. João Barbosa, que noshonraram com a sua visita.

Para a história fica, então, uma experiência muitogratificante e enriquecedora para quem coordenou oprojecto, orientou as actividades e participou nasintervenções, professores e alunos que, apesar de todasas dificuldades e obstáculos que naturalmente surgem du-rante o percurso, pretendem dar continuidade ao projectoe afirmar (porque não?): Dia 1 de Março – Dia das Artesna Escola Secundária de Casquilhos.

* fotos: RA

Assemblage: técnica dadaísta que consiste na colagem de vários objectos jásem qualquer utilidade, num suporte, e que podem ser combinados com váriostipos de materiais e técnicas artísticas

Grand finale: actuação de duas bandas de rock– os Rape Us e os Bad Muffins – e animaçãocom artes circenses

Arte ao vivo: pintura

Body painting

Como aluna de artes penso que este foi um dia muito importante na históriada escola, único, na área das Artes, e didáctico, mas também foi um dia muitoanimado, constituindo uma forma divertida de aprender a conhecer um poucodos vários caminhos que a Arte nos oferece. Um evento que teve um grandefeedback por parte de toda a comunidade escolar que aderiu com curiosidadee interesse a todas as actividades.

Por fim, não podemos deixar de agradecer a todos os professores doDepartamento de Artes a realização deste dia que, certamente, os alunos,sobretudo os desta área, não vão esquecer.

Para o ano há mais! Andreia Sousa

Page 6: Jornal ESCrito n.17

Ano III, nº 17, Abril/20076

Entrevista

ESCRITO – Porque é que os jovens se comportam demaneira diferente quando se encontram em grupo?

Ana Varela – Os jovens quando estão em relaçãocom qualquer outra pessoa comportam-se de maneiradiferente. E um grupo não é só um grupo de pares, étambém o grupo da família. Eles percebem claramenteque na relação com o outro, o outro também é importante etêm um comportamento diferente. Mas está-se a referirespecificamente aos comportamentos que os jovens tendema apresentar quando estão com outros jovens da mesmaidade?

ESC – Sim, quando estão longe dos pais, nas viagens definalistas.

A.V. – Durante a adolescência os colegas são bastanteimportantes e é durante a adolescência que o adolescentepercebe quem ele é e se tenta autonomizar em relação à

família. E neste processo deautonomização, os outros que seencontram na mesma situaçãosão muito importantes; daí quehaja grupos que partilham

exactamente os mesmos gostos, que tenham os mesmos ideais,portanto, aí também há um local onde eles sentem que podemexibir alguns tipos de comportamento que não exibiriamnoutros locais onde se sentem mais desprotegidos. Tanto que

o grupo também funciona como um grupo de protecção.Sentem-se entre os seus pares.

ESC – Nas viagens de finalistas há sempre muitosproblemas porque os jovens se juntam, sentem que estãolonge dos pais, comportam-se de maneira diferente e

tendem a criar conflitos no local onde estão. Como é queisso se explica?

A.V. – Para já, para muitos dos jovens e,especificamente, para os adolescentes nas viagens definalistas do secundário, é a primeira vez que vão para longe

sem estarem junto dos seus pais, sem seremsupervisionados por um adulto durante muitotempo. Para além disso, vão em grupo e namaior partes das vezes, na maior partes dassociedades, existem rituais de passagem eas viagens de finalistas são nada mais queum ritual de passagem. É um momentodecisivo que marca o fim duma época e oinício de uma outra; portanto, é vividoemocionalmente como um momento muitoespecial onde há tendência para a exibiçãode comportamentos exagerados. Para alémdisso, sem a supervisão dos adultos e pelofenómeno de grupo, é uma altura propícia aexperimentar novas coisas e, portanto,surgem os comportamentos inerentes,nomeadamente, o exagerado consumo deálcool, as noitadas. Para além disso, tambémé uma forma de camuflarem alguns dosreceios que têm: estão muito longe dos pais,geralmente em países que lhes são estranhos

e também há alguma ansiedade nestas viagem. É naturalque possa surgir este tipo de comportamentos.

ESC – Quais são os riscosdesse comportamento dosjovens?

A.V. – Tal como acontecemuitas vezes na adolescência,há a exibição de compor-tamentos de risco; também édurante a adolescência que ocorre o maior número de mortespor acidentes de viação; a adolescência é uma aventuraonde existe uma maior probabilidade de haver

Viagens de finalistas são ritual de passagemPara perceber o que se passa nas viagens de finalistas tem de se saber mais sobre o comportamento dos jovens em grupo.

O que faz com que diferentes grupos de jovens vão, ano após ano, para locais onde apenas vivem para a noite? Como explicarque nas malas, em vez de roupas, levem litros e litros de bebidas alcoólicas? Porque é que os excessos, os roubos e adestruição de equipamentos estão associados a estes momentos em que estão todos juntos?

A psicóloga Ana Margarida Varela explica ao ESCRITO que as viagens de finalistas são mais um ritual de passagem e quetemos de testar os nossos limites pouco a pouco.

o grupo funcionacomo um grupo de

protecção

para muitos jovensé a primeira vez

que vão para longesem estarem junto

dos seus pais

Sofia Pia*

Page 7: Jornal ESCrito n.17

Ano III, nº 17, Abril/2007

Lloret de Mar

7

comportamentos que colocam a vida do adolescente em riscouma vez que nesta altura o adolescente também secaracteriza por não ter muitas vezes a noção da amplitudeque os seus comportamentos podem ter, ou seja, das suasconsequências. Portanto, muitas vezes ele pode ser colocadoem risco, não só pelo consumo excessivo de álcool, comoaconteceu nas viagens de finalistas, mas tambémpelas consequências que o consumo excessivode álcool pode ter noutro tipo de comportamentos– conduzir, ter relações sexuais desprotegidas,pode haver enormes riscos para um jovem nessetipo de situações.

ESC – É testar os limites?A.V. – É exactamente testar os limites numa situação

em que o adolescente sente que os pode testar e que épropício que haja esse teste de limites.

ESC – Qual acha que deve ser o papel dos pais, daescola e dos professores perante estes comportamentos?

A.V. – O papel dos pais, da escola e dos professores ésempre importante, seja qual for a altura. Esta é uma alturaem que há uma maior abertura ao exterior, o momento de“sair do ninho” e a família deve estar preparada para isso.

Quanto mais bem preparado tiver sido para estemomento, melhor. Se tiver oportunidade de irconvivendo com outros jovens e se a viagem definalistas não for o momento único em que eletenha a oportunidade de testar os seus limites,haverá a possibilidade de ele se ir habituando atestá-los em diferentes situações.

Quanto mais informação a família, assim como osprofessores, lhe for fornecendo mais bem preparado eleestará para tomar as decisões e saber quais são asconsequências dos seus actos.

* com Ana Arêde

Ana Margarida Varela tem 30 anos, é licenciada em Psicologia no I.S.P.A. (Instituto Superior de Psicologia Aplicada) e mestre emPsicologia da Saúde tendo elaborado a sua tese sobre o comportamento dos jovens em grupo. Actualmente,dá aulas no I.S.E.I.T.(Instituto Superior de Estudos Interculturais e Transdisciplinares), onde é coordenadora do ramo de Psicologia Clínica, e também naEscola Superior de Saúde Jean Piaget.

Palma, Ibiza, Salou … Parece claro que os finalistas andam à procura de sol e não há mais sol do que em Lloret, o destinopreferido de todas as viagens.

Esta Las Vegas espanhola fica a cerca de um dia dedistância de Portugal e a uma hora de Barcelona nacobiçada zona de praias, Costa Brava.

Porém, um dos principais motivos para a popularidadede Lloret não é a sua magnífica praia, sempre um poucofria nesta altura do ano, mas sim a sua avenida, ladeada pordiscotecas, bares e casinos que à noite se iluminam de néone olhos brilhantes de quem já encontrou a felicidadeengarrafada.

Durante o dia, a vila é relativamente calma e nada mápara dar um passeio, ir às compras e relaxar no salão dejogos; as lojinhas abundam e o salão de jogos tem bastantesdivertimentos. No entanto, e segundo a opinião geral, é ànoite que se revela todo o seu potencial, hordas de jovenssaem cambaleantes dos seus quartos de hotel em direcçãoao recinto de dança mais próximo para passar o resto danoite a curtir com total amnésia de quaisquer limites da antigavida. Sim, porque em Lloret constrói-se uma nova vida etodos, salvo alguns sobreviventes, se adaptam a este estilode vida nocturno, onde todas as loucuras são permitidassem arrependimentos. Aliás, as brochuras das agências deviagens só não têm sexo, drogas e álcool a bold porque ospais portugueses poderiam ter dificuldade em abrir oscordões à bolsa.

É testar os limitesnuma situação emque o adolescentesente que os pode

testar

Sex, Drugs, Rock & Lloret

E, já agora, aqui fica uma nota para os ditos pais: épreciso que se diga que nem todos sucumbem aos brilhosdesta El Dorado; por isso, antes de embarcarem nestaepopeia das viagens não é preciso pensar só nos mil eum perigos que espreitam no horizonte, basta que

conheçam e confiem nos exploradores em questão.Lloret é uma vila pequena, mas cheia de alegria e gente

amigável como o demonstram os sons balbuciantes e amemória enevoada da maioria da nossa juventude.

Ana Arêde

ReAl

Page 8: Jornal ESCrito n.17

Ano III, nº 17, Abril/20078

Para nós, finalistas do 12º ano, uma dasprimeiras preocupações logo no início do anoé a organização da Viagem de Finalistas quese realiza, quase sempre, na primeira semana das férias daPáscoa.

Geralmente, o contacto com as agências é-nos muitofacilitado porque, hoje em dia, elas próprias começam cedoa “bombardear” as escolas com os seus cartazes, panfletose promoções bastante aliciantes. Outras vezes, contactamdirectamente alguns alunos através de finalistas dos anosanteriores, com quem mantiveram contacto, estabelecendoassim um maior elo de confiança com quem vai comprar aviagem.

Depois deste processo, realizam-se normalmente umaou duas reuniões com a agência que mais nos agrada e quevai de encontro aos nossos planos, quer a nível de destinosquer a nível de preços, para se combinar as condições daviagem, a realização dos pagamentos e todos esses detalhesfundamentais. Em geral, os pais encontram-se presentesnestas reuniões para se certificarem de que tudo é planeadoe decidido da melhor forma.

O passo seguinte é eleger um chefe de grupo que assinao contrato e que ficará responsável pelo pagamento dasprestações nos devidos prazos e pelo grupo em questão, jádurante a viagem.

Depois, é só contar os dias e esperar que tudo corrapelo melhor!

Festival do Secundário

AnaMargaridaCarrilho

Como funcionam asagênciasO 4º Festival Secundário teve

lugar em Gouveia (perto da Serrada Estrela) nos dias 1, 2, 3 e 4 deAbril. Foi um encontroorganizado para os alunos doensino secundário que contou

com cerca de 3000 participantes.Teve como cartaz algumas actividades desportivas e

radicais como as pontes, escalada, rappel, kartcross, paintball,mergulho, slide, matraquilhos humanos, entre outras.

O espaço que envolvia o festival continha tudo para asua qualidade: higiene pessoal, uma piscina, campismo, caféscom esplanadas, refeitório, posto de socorros e tudo o queera necessário para o funcionamento do mesmo, incluindouma segurança elevada.

Mas também tinha uma tenda disco onde havia animaçãotodas as noites, concertos (entre outros, os Mind da Gap), apresença de DJ’s e, como não podia faltar numa animaçãonocturna de estudantes, o álcool e muita loucura pelo meio.

Apesar da variedade de diversões disponíveis e daintenção inicial de experimentar todas, os estudantespreferiam mesmo conviver com colegas vindos de todo opaís.

Foi uma experiência brutal porque nos proporcionouvivências irrepetíveis e nos deu a oportunidade de conhecere conviver com outros estudantes do país inteiro.

Inês Silva Sofia Silva

(Particular)448 euros inclui 7 noites em Barcelona com pequeno

almoço em Hotel 3*** e 2 professores; viagem em aviãoTAP (90 min) e transfer.

Sporjovem313 euros inclui 7 noites com pensão completa em Hotel

4 ****; visita a Port Aventura; cartão Colossos XL; viagemem autocarro (17 horas).

Mundo Jovem325 euros inclui 3 noites em Barcelona com meia pensão

em Hotel 2** e 4 noites em Lloret com pensão completaem hotel de 3***; visita a Port Aventura; viagem emautocarro (17 horas).

Nota da Redacção:Os valores apresentados foram recolhidos junto dos

finalistas de 2006/2007. Todas as empresas possuem sitesna Internet onde publicitam as suas ofertas.

Quanto custa

Doctor Sport50 euros inclui alojamento (campismo) em tenda própria;

participação nas actividades; seguro; T-shirt; animaçãonocturna. Só para maiores de 16 anos.

SS

Page 9: Jornal ESCrito n.17

Ano III, nº 17, Abril/2007

O 12ºD em Lloret del Mar

O 12ºB em Camp Nou, Barcelona

9

Este ano, os finalistas da nossa escola optaram portrês programas diferentes para a sua viagem de finalistas.

Lloret de Mar é, à primeira vista, a escolha prováveldos finalistas portugueses, facto comprovado pelos cercade 22 mil finalistas que estiveram neste lugar no períodoentre 23 de Março e 5 de Abril.

Na nossa escola, este destino não foi o único escolhido:a turma do 12º B optou por passar a sua viagem de finalistasapenas em Barcelona (de onde partiram, por um dia, paraPortAventura) e, ao contrário da “tendência”, foram de aviãoe fizeram-se acompanhar por dois professores da nossaescola. Esta viagem, em que participaram 11 pessoas, teve

Para onde foram os nossos finalistasa duração de 8 dias (partida a 28 de Março e chegada a4 de Abril).

O 12º D, juntamente com uma aluna e um aluno dasturmas A e E, respectivamente, optou por escolher doisdestinos, Barcelona e Lloret de Mar durante dez dias(23 de Março a 2 de Abril).Por último, visto que, este ano, houve “apenas” três

viagens de finalistas na nossa escola, outros onze finalistas,divididos pelas turmas A, B, C e F, optaram por ficar 10dias em Lloret de Mar. Chegaram ao destino de autocarro,tendo enfrentado, assim como a turma do 12º D, 17extenuantes horas de viagem (para cada lado).

O 12ºB em PortAventura

O 12ºD em Barcelona

O 12ºC em Lloret de Mar

Joana Alves

Page 10: Jornal ESCrito n.17

Ano III, nº 17, Abril/2007

A viagem a PortAventura que não pudemos fazer

10

Já muita gente tinha partido para a aventura que é a viagem de finalistas quando finalmente chegou a nossa vez; e já Lloretde Mar andava na boca de todos os finalistas quando o nosso grupo decidiu que aquele destino monótono e gasto não era, detodo, a nossa eleição para aqueles 8 dias.

Assim surgiu o programa de 10 dias abrangendo Barcelona e Lloret: íamos conseguir combinar todo o espólio cultural earquitectónico de Barcelona com a loucura total que sempre reinou, e continua a reinar, em Lloret e, por isso, viver umaexperiência, no meu ponto de vista, muito mais enriquecedora.

Ana BeatrizSantos

Lost

Foi esta ideia que fez aparecer a Mundo Jovemnos nossos planos, pois esta era a única agência quenos oferecia o programa que queríamos a um preçocomportável e que aceitava levar apenas 9 pessoasem condições iguais a um grupo, dito normal, definalistas. Além disso, apresentava uma imagemcredível, de agência gerida por boa gente com o únicoobjectivo de nos proporcionar a melhor viagem possível.

Tudo isto seria idílico… se não fosse uma completa farsamuito bem ensaiada. E o problema acentuou-se quando, jáem Barcelona, nos apercebemos do engodo.

Ao ficarmos mais de duas

horas e meia num lobby de hotel à espera de um autocarropara PortAventura, enquanto ouvíamos as desculpas esfar-rapadas, os Não posso fazer nada quanto a isso! e os

sons de telefone desligado na cara sem qualquerdemonstração de respeito para connosco, típicos daagência, recusámo-nos a partir para o parque temático(onde não iríamos usufruir do bilhete que pagámosporque já era muito tarde) e começámos a adivinhar adimensão do problema que iríamos viver. No entanto,

esperávamos enfrentá-lo já em Portugal.Expectativa gorada e, já em Lloret, vimo-nos

instalados numa verdadeira espelunca, apresentada comoum hotel acolhedor e familiar por responsáveis da MundoJovem, onde a imundice reinava de tal maneira que ninguémconseguiria lá dormir: a humidade escorria das paredes, ascolchas estavam manchadas de sémen, o lixo de todo o ho-tel era transportado no elevador comum, o pó dançava peloar… e muitas mais maravilhas nesta linha de higiene.

Prontamente, o Sr. José Gonçalves, responsável princi-pal da agência já citada, apressou-se a corrigir mais umafalha sua e alojou-nos num outro hotel, decente desta vez.

Mas não ficaria por aqui. O nosso contrato dizia que noúltimo dia iríamos sair de Lloret às 10 horas em direcção aBarcelona. Partiríamos depois para Portugal desde Barce-lona às 18 horas, nos 9 lugares que uma camioneta comdestino ao Barreiro teria para nós.

O que realmente aconteceu foi ligeiramente diferente:ainda em Lloret, dois monitores da Mundo tinham-nosinformado que não poderíamos viajar todos juntos e de queteríamos de vir 6 numa camioneta e 3 noutra. No entanto,segundo eles, ambas as camionetas iriam para o Barreiro.

O segundo hotel em Lloret de Mar

Finalistas retidos em Barcelona

Relato de uma viagem

Page 11: Jornal ESCrito n.17

Ano III, nº 17, Abril/2007 11

Às 15.30h chega finalmente uma camioneta (note-se ointervalo de horas entre o utópico contrato e a realidade).

Ao chegarmos a Barcelona eram já 16.30h.Têm de partir imediatamente, disseram-nos os

motoristas, temos 6 lugares para o Barreiro e 3 paraLisboa numa camioneta que passará por Salou e VilaReal de Stº António.

Ora, eis o grande e último erro: a nossa adorada agênciadecidiu quebrar mais um ponto contratual e não nos garantirtransporte de regresso ao nosso ponto de partida. Depoisde tantos enganos, falhas e desrespeitos tomámos a difícildecisão de permanecer em Barcelona caso o responsávelprincipal da agência não arranjasse transporte para todo ogrupo em direcção ao Barreiro mas, como cumprir contratosé uma coisa difícil, foi impossível para o Sr. José Gonçalvesaceder à nossa exigência completamente descabida (afinal

quem é o adolescente revoltado com a sociedade que quervoltar para casa?) e a opção foi mesmo deixar-nos sozinhos

Lloret de Mar: animação diurna

Comendo no chão da esquadra, em Barcelona

À porta, à espera: de dormir, dos pais, de voltar a Portugal...

na cidade, lavando as suas mãos da situação e de qualquerconsequência.

As horas seguintes foram agitadas: a polícia espanholafoi chamada por nós, assim como o cônsul e o vice-cônsulde Portugal em Barcelona, de forma a resolvermos a situaçãoe arranjarmos qualquer lugar para passarmos a noite. Depoisde algum tempo acampados numa esquadra das ramblas acomer sanduíches no chão e a prestar declarações aos policias(em castelhano, entenda-se!), passeámos pelo metro com

todas as nossas bagagens até chegarmos ao Albergue daJuventude, onde dormimos em quartos de 12 pessoas comapenas um lençol e uma almofada enfronhada por nós. Sortepara aqueles que tinham levado mantas de viagem... Por serperíodo de Páscoa, muitos hotéis e albergues estavamtotalmente preenchidos.

Entretanto, em Portugal, os pais tentavam encontrar umaforma de nos trazer de novo para casa no dia seguinte.

Eram 6 da manhã, hora espanhola, e nós já estávamostodos de pé, prontos para mais uma caminhada difícil, comtodas as nossas bagagens, pelas milhentas escadas do metrode Barcelona até Barcelona Nord, a estação de autocarros.

Mas aqui estou eu, em solo nacional e a escrever esteartigo, graças a uma camioneta que partiu de Barcelona paraMadrid na manhã de dia 1 de Abril e aos pais de duas colegasdo grupo que cederam os seus carros e o seu tempo paranos irem aí buscar.

A nossa viagem foi, portanto, esta enorme aventura quecomeçou em Barcelona no dia 26 de Março com o episódiodo Port Aventura e só terminará quando a justiça agir emPortugal.

As compras que já não pudemos fazer emBarcelona por causa da troca de horário

Page 12: Jornal ESCrito n.17

Ano III, nº 17, Abril/200712

“O jornal ESCRITO, da Escola Secundária de Casquilhos, no Barreiro, está a efectuar um número especial acerca dasviagens de finalistas.

Um grupo de finalistas da nossa escola participou numa viagem a Barcelona e a Lloret de Mar, organizada pela vossaempresa, entre os dias 23 e 31 de Março.

Esse grupo de finalistas, constituído, na sua maioria, por menores de idade, ficou retido 24 horas em Barcelona semtransporte de regresso para o Barreiro.

Gostaríamos da ter a posição da vossa empresa quanto a estes acontecimentos.”

Para esclarecer a situação atrás descrita, o nosso jornal enviou à empresa Mundo Jovem, no passado dia 17 de Abril,o seguinte mail:

No dia seguinte recebemos do sr. JoséAntónio Gonçalves, Director Geral da

Mundo Jovem a resposta que passamosa transcrever:

“Em seguimento ao mail enviado porV.Exas. o qual mereceu a nossa melhor

atenção, cumpre-nos informar o seguinte:1 – Não corresponde à verdade que a Mundo Jovem

não tenha garantido o transporte de regresso dos 9 alunosdo Barreiro. Pelo contrário, esse transporte foi garantido,e da seguinte forma: 6 dos alunos transportados peloautocarro 59 de Mundo Jovem; os outros 3transportados pelo autocarro 60, também da nossaagência.

2 – Já depois de estarem em Barcelona, e háhora prevista para regresso a Portugal, os 9 alunosrecusaram-se a embarcar, obrigando assim osautocarros a ficaram retidos por mais de 1h30nessa cidade, com outros alunos a bordo quenada tinham a ver com esta situação, e quelamentavelmente estavam a serprejudicados, pela atitudeincompreensível dos primeiros.

3 – Este grupo de 9 alunosrecusou-se a embarcar, pura esimplesmente, porque não queriamviajar em autocarros separados,justificação que nos surpreende pois já tinhamsido avisados, em tempo útil, de que na ida para Lloretde Mar iriam no mesmo autocarro, mas no regresso teriamde viajar em autocarros separados.

4 – Na altura em que foram avisados, a resposta dogrupo foi simplesmente “Depois vemos isso”, tendo sidoesta resposta interpretada pela Mundo Jovem, como umsimples aceitar da situação, e que se deixariam os detalhespara combinar localmente com os guias em Lloret de Mar.

5 – Consideramos a atitude destes alunos lamentável eirresponsável, pois não só se recusaram a embarcar,provocando os atrasos acima referidos, como ainda faltaramà verdade quando disseram aos próprios pais que a MundoJovem os iria transportar apenas até Vila Real de SantoAntónio, no Algarve.

6 – Isto é perfeitamente mentira e chega a ser ridículo,uma vez que nesse mesmo autocarro, que de facto passariapor Vila Real de Santo António, existiam outros grupos

também da zona do Barreiro, e que iam ser obviamentetransportados até lá.

7 – Mesmo assim, e desde o momento em que o problemafoi criado pelos alunos, a Mundo Jovem, tentou sempre re-solve-lo, falando com elementos do grupo via telefone, massem sucesso, uma vez que estes jovens estavam maispreocupados em insultar quem com eles tentava solucionar

a questão, do que em resolver as coisas.8 – Na sequência de mais essa deplorável

atitude de pura má educação por partedestes jovens, queremos também

salientar e lamentar o factodos mesmos serem, já de sipróprios, elementos

problemáticos, pois pudemosadiantar que por todo o lado

onde passaram, causaramproblemas.

Tendo chegado mesmo à faltade educação, na forma como se

dirigiram aos motoristas, guias e aoresponsável da Mundo Jovem,

conforme referimos no ponto anterior.9 – Posto isto, e depois de horas de

atraso dos autocarros em questão,provocados pela atitude destes 9 alunos;

depois de várias tentativas de solucionar oproblema com apresentação de alternativas de

viagem por parte da Mundo Jovem, esta declinaqualquer responsabilidade relativamente ao regresso

deste grupo desde Barcelona até Portugal. Porquese estes jovens não regressaram já conforme previsto econtratado, foi porque não quiseram, pois o transporte estavalá para eles.

10 - Em anexo enviamos uma declaração da empresade transportes Travelbus.”

Nesse anexo, datado de 13 de Abril, a gerência da TravelBus - Transportes e Turismo, declara “a quem interessarque no dia 31/03/2007 os motoristas, sr Florival Castanheirae sr Adelino Santos telefonaram-nos de Barcelona a informarque os Alunos da Escola Secundária Casquilhos insultaramos ditos Motoristas com palvrões e gestos obscenos e serecusaram a embarcar com destino a Barreiro/Lisboa.”

O ESCRITO continuará a acompanhar este caso que,segundo sabemos, poderá vir a terminar em tribunal.

Page 13: Jornal ESCrito n.17

Ano III, nº 17, Abril/2007

Pretendes ir à viagem de finalistas?

sim98%

não1%

não responde1%

sim não não responde

13

Para clarificar o papel e a posição oficial da escola quanto às viagens de finalistas, o ESCRITO

conversou no passado dia 23 de Abril com o Presidente do Conselho Executivo, o professor JorgePaulo Gonçalves.

Escola esclarece posiçãoViagens de Finalistas

E para o ano?Inquérito aos alunos do 11º Ano

ESCRITO - Qual o papel da escola na organização dasviagens de finalistas?

Jorge Paulo Gonçalves - Nenhum. As viagens definalistas são organizadas pelos estudantes e são realizadasdurante as férias escolares, sem qualquer responsabilidadeda escola. A autorização é dada pelos pais com quem aescola não estabelece qualquer contacto.

ESC - Porém as promoções das agências e as reuniõescom os encarregados de educação são feitas no espaço daescola em locais cedidos para o efeito.

JPG - É verdade, mas essa é uma prática comum, já quea escola permite a divulgação de diversos eventos. Essadivulgação não implica uma responsabilidade no queacontece depois. As viagens de finalistas são contratadas

26

9

64 4

2 2

15

20

0

5

10

15

20

25

30

Lloret demar

Londres Paris Ibiza Palma deMaiorca

Outro Barcelona Salou Andorra

directamente pelos alunos comas agências; os diferentesprogramas chegam por correio,endereçados à Comissão deFinalistas ou à Associação deEstudantes e, a partir daí, todosos contactos são efectuadospelos alunos e/ou pelosencarregados de educação.

ESC - E não caberá à escola a organização destas visitas?JPG - Não. As viagens de finalistas são uma espécie de

recompensa, dada pelos encarregados de educação, quepremeia o percurso escolar do aluno. Não se integram noâmbito do plano anual de actividades da escola.

Com todas as notícias sobre as viagens de finalistas quese estavam a realizar em Lloret e que chegaram este ano àComunicação Social (desacatos, roubos, consumo de álcoolem excesso, uma alegada violação), impunha-se saber deque modo é que as intenções dos finalistas do próximo anotinham sido afectadas. Fizemos, por isso, um inquérito aosalunos da nossa escola que frequentam actualmente o 11ºAno.

Os resultados expressos no primeiro gráfico sãoesmagadores: 98% dos inquiridos continuam a pretenderrealizar uma viagem de finalistas.

Quisemos também saber quais os destinos eleitos pelosalunos, de entre uma lista sugerida. Lloret de Mar não viu oseu prestígio afectado: é o destino preferido, seguido de duasdas mais cosmopolitas capitais europeias, Londres e Paris.

Os outros destinos conhecidos pela sua vida nocturna,Ibiza e Palma de Maiorca, ficaram em 4º e 5º lugares,respectivamente.

Uma análise à distribuição por sexo indica que Lloret éum destino preferido de forma quase igual por alunos ealunas (58 e 42%, respectivamente), enquanto as grandesmetrópoles são, esmagadoramente, o sonho das raparigas:80% das respostas que indicam Londres e 67% das queapontam Paris são do sexo feminino. Talvez porque, como

se afirmava nas T-shirts à venda em Londres,Good girls go to heaven, bad girls go to

London.

André Carvalho

FICHA TÉCNICA: Este inquérito destinou-se apenasaos alunos que frequentam o 11º Anoe realizou-se no dia 18 de Abril,sendo respondido em sala de aula.Foram recolhidas 89 respostas dasquais 42 do sexo masculino e 47 dosexo feminino (47,2 e 52,8%,respectivamente). O trabalho deinserção de dados e tratamentoestatístico foi feito pelo AndréCarvalho.

Arq

uivo

/RA

Page 14: Jornal ESCrito n.17

Ano III, nº 17, Abril/200714

Sou finalista da Escola Secundária Alfredoda Silva e, com os meus colegas, assinalámos otermo desta etapa dos nossos estudos com umaviagem a Lloret de Mar, na Catalunha, noNordeste de Espanha. Organizámos a nossaviagem através da agência Sporjovem, “à últimada hora”. Isto porque antes tínhamos estado aorganizar a nossa viagem com uma outra agência,mas as coisas não correram bem. Felizmente,

devido à boa vontade e disponibilidade da Sporjovem,conseguimos organizar a nossa viagem a tempo.

Lloret de Mar é um destino controverso. Háprincipalmente dois pontos de vista sobre este destino: oponto de vista dos finalistas e o ponto de vista dosencarregados de educação e professores. O ponto de vistados encarregados de educação é que Lloret é um lugarejosem interesse cultural, um antro de boémia e degradaçãoonde só há álcool, sexo, drogas e vómito. Dizem que Lloreté uma terra de excessos.

O ponto de vista dos finalistas é que, em primeiro lugar,é um destino muito em voga, muito popular entre os jovens,o que vai conduzir a uma grande concentração de estudantescom a mesma idade, nesta vila espanhola. Em segundo lugar,a maior parte dos finalistas não procuram, na sua viagem,

adquirir conhecimentos nemembarcar numa viagem cultural;procuram apenas divertimentoe convívio com os amigos. Paraviagens de cariz cultural jábastam as viagens com os pais.

E finalmente a última razão, e no entanto, não menosimportante que as restantes, é que Lloret é um destino barato,acessível à maior parte dos bolsos, tornando este lugar maisatractivo, enquanto que uma viagem para um destinoculturalmente mais rico, como Paris, Barcelona, Ma-drid ou Londres, pode ficar pelo dobro ou triplo dopreço.

Falo por mim quando digo que em termosde localidade, Lloret não vale nada. Édesinteressante, feia, um autêntico“pãozinho sem sal”, fazendo lembraro Barreiro. Mas pelo convívio comos meus amigos e pelo que me diverti,acredito que valeu a pena!

Em relação aos excessos tão comentadospelos pais, sou da opinião de que só cometeexcessos quem quer e que os pais têm de terconfiança no bom senso e responsabilidade dos filhos.

Do nosso grupo, toda a gente adorou a viagem. Sedependesse de nós, teríamos ficado lá mais uma semana!

Só tenho uma palavra para descreverLloret: Brutal! Não foi brutal pelo álcool, àvenda a cada 5 metros que andava, nem pelosabusos que podia ter cometido. Foi brutal pelaliberdade que tive e pela responsabilidade deter de me desenvencilhar sozinha dassituações. Vemo-nos sem adultos para

imporem limites e a maioria dos que lá estão ultrapassam--nos.

Quem lá esteve e curtiu Lloret a 100%, ou seja, no seuestado normal, observou de perto as figuras a que se sujeitama maioria dos jovens, por desafio de outros ou para searmarem. Lloret é para ser vivida a cada segundo, mascom responsabilidade q.b., não é necessário o que assisti.

Não se pode falar emviagem de finalistas a Lloret deMar sem falar doPortAventura! Dragon Khan(montanha russa de 8 looppings)e Huraka Condor (queda livre de 100 metros a 115 km/h)foram sem dúvida os melhores, só mesmo experimentandoé que se consegue explicar a adrenalina! Apesar das nossasolheiras gigantes graças à noitada até às tantas, dainexistência de pequeno-almoço e da ausência de jantardecente no fim de um dia extenuante, a experiência dePor tAven tu ra deixa o desejo de voltar.

De Lloret ficam as fotos loucas que nosajudam a recordar os momentos

igualmente loucos e ficao lema: o que

acontece emLloret fica em

L l o r e t !Fica também o

desejo de voltarum dia com as

mesmas pessoas etentar repetir a

experiência. Igual nunca seráporque é sem dúvida uma viagem

única, com momentos únicos quenão voltam a ser vividos. Lloret marca

uma etapa da nossa vida!

Inês Martins(E.S. Augusto

Cabrita)

Queremos mais Brutal!

Lloret de Mar é umdestino

controverso

o que acontece emLloret fica em

Lloret

MiguelAlmeida

(E.S. Alfredoda Silva)

Page 15: Jornal ESCrito n.17

Ano III, nº 17, Abril/2007 15

Segunda-feira, dia 2 de Abril, por volta das nove da manhã,estava eu, acabada de regressar da minha viagem definalistas, e mais quatro meninas do 12ºA, à entrada doIPATIMUP (Instituto de Patologia e Imunologia daUniversidade do Porto), ansiosas pelo que nos aguardavanaquela última semana de férias. O convitesurgiu da parte de um professor do Institutono âmbito do nosso projecto da disciplinade Área de Projecto e, com o apoio da nossaProfessora Hélia Silva, levámos estainiciativa avante.

Fomos super bem recebidas pelo DoutorLuís Cirnes, nosso orientador durante otempo que lá estivemos. Ele apresentou-nosàs várias equipas, que trabalham nainvestigação do cancro em diferentes áreascomo a tiróide, o estômago, a mama e o

Férias da Páscoa… num Laboratório!

No próximo dia 24 de Maio de 2007 irão realizar-se, noBar de alunos da nossa escola, um conjunto de actividadessubordinadas ao tema Encontros com a Estética.

Este projecto, concebido pela estagiária Patrícia Mendese pelo Prof. Paulo Nunes, dirige-se apenas aos alunos doCurso de Artes Visuais e resulta de uma parceria entre asdisciplinas de Filosofia e de História da Cultura e das Artesque aqui pretendem convergir numa série de objectivoscomuns e que pretendem, principalmente, promover diversospainéis de debate, exposição e leitura da obra de arte.

Painel 1 – “Arte à Primeira Vista” com a intervenção

ENCONTROS COM A ESTÉTICA

Doutor Luís Cirnes

JS

sangue e com as quais tivemos o privilégio de aprenderdiversas técnicas que só estudamos na teoria.

O contacto com a área de investigação e com o que éde facto a vida num laboratório desta dimensão e importânciafoi uma experiência completamente fascinante para todas

nós, quer a nível profissional, quer pessoal,visto que nos abriu os horizontes para estegénero de carreiras.

Já para não falar do facto de termosconhecido a cidade do Porto, que élindíssima!

Iniciativas como esta deveriam continuara ser um investimento, para que outrosalunos sintam orgulho, tal como nós, depertencer a uma escola que proporcionaexperiências tão enriquecedoras.

Ana Margarida Carrilho

Cada vez mais estes momentos parecem procurar umasó coisa: o convívio desinibido que é possibilitado pela músicacolectiva (finalmente, uma possibilidade de retirar os phonesdos ouvidos) e pelo álcool (muito álcool). Daí que as escolasse tenham demitido destas iniciativas, tendo esta funçãosido prontamente assegurada por agências que os finalistasescolhem em função do preço da viagem e das entradasem bares e discotecas, com festas próprias, muitas vezescom DJs portugueses, e consumo de bebidas alcoólicas quesão oferecidas com o pacote.

Vem tudo isto a propósito do nosso tema de capa: asviagens de finalistas que se realizaram este ano e as notíciasque circularam pela comunicação social.

Fomos à procura de respostas junto de uma psicóloga,centrando-nos na questão dos chamados comportamentosde grupo; fomos à procura desses comportamentos emsituações diversas: em Lloret e em Gouveia, por exemplo;falámos com alunos de outras escolas que nos deram as

de alunos do 12º E e do 11º E, orientados pelo Prof. PauloNunes.

Painel 2 – “Arte como Objecto e Objecto como Arte”com a intervenção de alunos do 10º D, orientados pelaestagiária Patrícia Mendes.

Painel 3 – “Fragmentos – Modos de Ver e de Pensar”com a apresentação de “objectos” de expressões artísticasdiversificadas, como motivo para estabelecer relaçõessignificantes entre as suas diferentes linguagens.

O projecto será divulgado em breve através de um cartaze de um programa de actividades.

Prof. Paulo Nunes

suas opiniões e contaram as suas experiências; relatámos oque aconteceu em Barcelona com um grupo de alunos danossa escola segundo a sua própria perspectiva e na ópticada agência de viagens; finalmente, procurámos junto doConselho Executivo e de outros órgãos de gestão (só oprimeiro repondeu em tempo útil) uma posição oficial sobreas viagens de finalistas para que não subsistam dúvidas juntodos encarregados de educação sobre qual é o papel da nossaescola.

Depois de editar este número em que ficamos ? Os alunossão finalistas de quê? Daquilo que aparece nas suas viagens:excesso de álcool e vandalismo?

Algo está a falhar nas escolas. Já não são apenas osconhecimentos que chegam com grande dificuldade a umnúmero significativo de alunos; a educação, no seu sentidomais lato, também está a falhar.

A esperança já não mora nas escolas? Ou ainda vamosa tempo de encontrar alternativas?

pág. 3 Editorial

Page 16: Jornal ESCrito n.17

Ano III, nº 17, Abril/200716

ESCOLA ALERTADesde o ano lectivo 2003/2004 que o projecto Escola

Alerta, da responsabilidade do Secretariado Nacional paraa Reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiência,pretende que os estudantes do ensino básico e secundárioreflictiam e sintam os problemas relacionados com adeficiência - quer sejam as barreiras arquitectónicas, adiscriminação social ou a comunicação, entre outros. Nanossa escola o projecto foi dinamizado pelo professor deHistória, António Ventura,tendo participado os alunosdo 9º A. A cerimónia distritalde entrega dos diversosprémios decorreu no passadodia 20 de Abril no AuditórioMunicipal do Barreiro tendoficado em 1º lugar os nossoscolegas da SecundáriaAugusto Cabrita.

RESÍDUOS DO LABORATÓRIO DEQUÍMICA

No passado dia 26 de Março diversas escolas, entre asquais a nossa, assinaram um protocolo com a empresaPROLIXO que prevê o tratamento dos resíduos químicosproduzidos durante os trabalhos realizados nos respectivoslaboratórios de Química. Até agora estes resíduos, altamentepoluentes, eram lançados na rede pública de esgotos. Comeste protocolo, a empresa compromete-se a recolher eenviar para a Alemanha (não haverá capacidade deprocessamento no nosso país) estes materiais. Emrepresentação da nossa escola esteve presente o Presidentedo Conselho Executivo, professor Jorge Paulo Gonçalves.

RA

Como noticiámos no número anterior, a Assembleia deEscola ficou sem quorum e os diversos membros da escoladeviam ter escolhido, no dia 11 de Abril, os seus novosrepresentantes. Infelizmente, não se apresentou nenhumalista às eleições pelo que os membros cessantes terão dese manter em funções até que seja possível substituí-los.

ASSEMBLEIA DE ESCOLA

Continuam em parte incerta os computadores portáteisque desapareceram da escola na noite de 12 para 13 deFevereiro, não havendo quaisquer novidades sobre esteassunto. Entretanto, encontra-se já a funcionar o sistemade alarme da Biblioteca.

COMPUTADORES

EXPOSIÇÃO MACROFOTOGRAFIAA partir de 23 de Abril estará patente no Bar de Alunos

a Exposição de Macrofotografia A Primavera. Amacrofotografia é uma técnicaque permite tirar fotografiasmuito próximo dos objectos,revelando grande quantidade depormenores. A exposiçãocontém trabalhos do 8º CEF.

O torneio de Basquete 3x3 realizou-se no final do 2ºPeríodo. As finais ditaram os seguintes vencedores:

As equipas classificadas em primeiro lugar foramdisputar, no dia 24 de Abril, a fase local do Projecto CompalAir 3x3 (fase seguinte) à Escola Augusto Cabrita,

acompanhadas pelas professoras Ana Torres e FernandaTibério. Das 3 equipas da nossa escola (infantis masculinose iniciados masculinos e femininos) deve salientar-se aequipa de infantis masculinos que chegou às meias-finais.

DESPORTO

Dia-a-dia

RA

Os atletas do 7ºA e a prof.ª Ana Torres

RA

CO

Page 17: Jornal ESCrito n.17

Ano III, nº 17, Abril/2007 17

Dia-a-dia

A nossa escola realizou no dia 24 de Abril, pelas 15 horas,um Colóquio de Jovens Filósofos. Esta iniciativa,organizada pelos professores e núcleo de estágio de Filosofia,é inédita no país e segue um movimento europeu importantede trabalho e reflexão filosófica para e com jovens e crianças.

Esta actividade veio demonstrar que o mais importantena Filosofia é praticá-la e teve como principal objectivo aleitura e redacção de um texto filosófico, bem como a suaapresentação em público (no auditório da escola) por alunosdo ensino secundário, de todas as áreas de estudo. Os textospropostos foram: Cartas A Um Jovem Filósofo, deAgostinho da Silva; Ética Para Um Jovem, de FernandoSavater; e O Deus Das Moscas, de William Golding.

Esta actividade foi acompanhada pelos professores dadisciplina, tanto na leitura da obra como na elaboração dotexto filosófico e durante o próprio debate.

Patrícia Mendes, Estagiária de Filosofia

COLÓQUIO JOVENS FILÓSOFOS

No dia 9 de Março a nossa escola participou na final do3º Campeonato Nacional de Jogos Matemáticos.

Este ano, o Campeonato realizou-se em Évora, cidadePatrimónio Mundial, no Palácio de D. Manuel, no interiordo Jardim Público. Nesta iniciativa ímpar no nosso país,participaram, aproximadamente, 200 escolas e mais de milalunos dos ensinos básico e secundário.

Relativamente à participação dos nossos alunos, apesarde terem dado o seu melhor, não foram apurados para afinal. Contudo, já prometeram que para o ano vão preparar--se melhor e tentar trazer um prémio. Durante o dia, osalunos e os professores Dora Pinto e Augusto Silva tiveramtambém oportunidade de participar num Peddy-Paper pelacidade, assim como visitar algumas exposições.

Para quem ficou com alguma curiosidade, fica desde jáo desafio para participar no próximo ano na selecção quese vai realizar na nossa escola. Quem sabe se não poderásser um dos próximos representantes da escola no 4ºCampeonato Nacional de Jogos Matemáticos?

Dora Pinto, professora de Matemática.

JOGOS MATEMÁTICOS

VISITAS DE ESTUDO

O último dia de aulas do 2º Período foi aproveitado pelos alunosdas turma A e B do 10º Ano para visitarem, com o professor MestreCoelho, a central hidroeléctrica de Castelo de Bode.

As turmas A e D do 11º Ano realizaram, respectivamente, nos dias21 e 22 de Março um Passeio Queirosiano, visitando em Lisboa asprincipais zonas retratadas nos romances de Eça de Queirós. Aprofessora Ana Santiago serviu de cicerone nestas visitas. Aproveitandoa oportunidade, a professora Isabel Lopes juntou os alunos do 11º C ao11º A e no dia 21 foram ainda ao Museu de História Natural.

No passado dia 28 de Março (já em plenas férias da Páscoa)realizou-se uma visita de estudo com os alunos do 11º G - CursoTecnológico de Edificações e Construção Civil, à Tektónica ’2007 –Feira dos Materiais de Construção Civil e Obras Públicas na FeiraInternacional de Lisboa - Parque das Nações.

A actividade foi promovida pelos professores das disciplinastécnicas Fernanda Martins, Jorge Duarte e Paulo Nunes, enquadrando--se nos objectivos dos programas das disciplinas de Desenho, Práticasde Construção e Tecnologias da Construção, respectivamente.

A visita à feira Tektónica, que constitui o maior evento deapresentação de materiais e tecnologias da construção civil no país,proporcionou aos alunos uma relação directa com materiais, práticase tecnologias aos mais diversos níveis da construção civil, permitindoigualmente estabelecer contactos com técnicos e representantes deempresas, facultando uma ambientação com o universo da construçãocivil.

Paulo Nunes, professor de Artes VisuaisR

A

Os representantes da escola:Vladimir Ulyanovskyy (7ºA), HorácioPires e Evandro Brandão (11ºB ), Paulo Ferreira (9ºA) e Inácio Silva

(9ºC).D

P

Page 18: Jornal ESCrito n.17

Ano III, nº 17, Abril/200718

COMERCUZOLHOSO Comercuzolhos (semana cultural dos Casquilhos)

está aí: dias 2, 3 e 4 de Maio a escola vai ser animada pormúltiplas iniciativas. O cartaz vencedor que se reproduz éda autoria de Toni Peres, do 12º E. O programa tem sidomantido em segredo mas o ESCRITO adianta a seguir algumasdas iniciativas previstas.

VISITAS DE ESTUDONo passado dia 6 de Fevereiro de 2007 realizou-se uma visita de

estudo com os alunos do 11º E à Fundação Calouste Gulbenkian emLisboa.

A actividade foi promovida pelo Prof. Paulo Nunes no âmbito dadisciplina de História da Cultura e das Artes e, para além de se enquadrarnos objectivos do programa da disciplina, também pretendeu participarnas comemorações do cinquentenário da criação da Fundação.

No Museu, os alunos visitaram as colecções de arte grega e romanae o espólio de arte cristã medieval. Para além dos jardins e das esculturasmodernas ali expostas, os alunos visitaram também a instalaçãoFundação de Pedro Cabrita Reis e a obra Book Cell do artista eslovacoMatej Krén que se encontra no Centro de Arte Moderna, trabalhosinscritos no programa das comemorações da Fundação.

Paulo Nunes, professor de Artes Visuais

Dia-a-dia

Na disciplina de Área de Projecto da nossa turma (12º A) foi-nospedido, no início do ano, para escolhermos um tema do nosso inte-resse, no qual conseguíssemos encontrar um problema e desenvolversoluções adequadas.

Assim nasceu o nosso projecto intitulado Olhaplasaúde (sim, vaidecorrer durante a semana do Comercuzolhos, daí o nome!) que visa,acima de tudo, alertar para a importância de uma alimentação adequada,um exercício físico regular e uma vida sexual protegida. Tudo istoporque, cada vez mais, surgem na nossa sociedade problemas dedistúrbios alimentares com consequências graves: a obesidade infantiltem aumentado bastante, tendo a situação tendência para se agravar.Além disso, o número de contaminações com Doenças SexualmenteTransmissíveis (DSTs) continua a ser demasiado elevado tendo emconta a quantidade de informação existente hoje em dia.

Mas para que isto se tornasse possível foram necessárias muitashoras de trabalho durante as aulas, tanto a fazer pesquisas como apreparar a divulgação do projecto. Envolveu ainda diversas saídaspara “chatear” imensas pessoas que amavelmente aceitaram colaborarconnosco e nos ajudaram, quer com apoios a nível de materiais, quer a

OLHAPLASAÚDEnível de disponibilidadepara estarem presentes enos ajudarem, não só naspalestras, como tambémnos rastreios que vamosorganizar.

C o n s e g u i m o sassim montar um circuitode exposições e diversasactividades práticas noslaboratórios do Bloco Enos dias 3 e 4 de Maio.Temos ainda um colóquioacerca da Nutrição eActividade Física e outro sobre as DSTs, para além de várias actividadesdesportivas organizadas (ver mais pormenores na página seguinte).

Portanto, aqui fica o convite para todos os alunos, professores efuncionários da nossa escola participarem nas actividades quedesenvolveremos!

Ana Margarida Carrilho

RETRATAMENTONos próximos dias 2 e 3 de Maio, na sala C1, o 8º CEF

vai “tirar-te” o retrato. Para recordares o Comercuzolhos.

Page 19: Jornal ESCrito n.17

Ano III, nº 17, Abril/2007

Logótipo: Toni Peres (12º E)

Efeitos graficos: André Reis (10º D)

19

Dia-a-dia

No próximo dia 3 de Maio, quinta-feira, pelas 10:00, irárealizar-se uma demonstração de Parkour feita por alunosda nossa escola no pátio. Esta iniciativa surge com o intuitode dar a conhecer à escola o que tem sido feito às segundase sextas, na hora de almoço, tempo dedicado a estaactividade, com alunos de diversas turmas.

O Parkour (ou PK) é uma actidade física em expansão,inicialmente inspirada no treino militar do exército francês,em que os participantes tentam ultrapassar obstáculos doquotidiano urbano.

Joana Encarnação, professora de Educação Física

No próximo dia 4 de Maio de 2007, realiza-se na nossaescola a segunda edição do festival Rock in Cascos, umfestival de música moderna aberto à participação de bandasde garagem em início de percurso artístico. Depois dosucesso alcançado na edição do ano transacto, o festivalregressa este ano com uma equipa renovada e com umfôlego acrescentado, integrando-se nas actividades daSemana da Escola – Comercuzolhos.

Da organização fazem parte os alunos Toni Peres (12ºE), Rebeca Pereira (11º E) e Jorge dos Santos (10º D) e oprofessor Paulo Nunes. O festival Rock in Cascos, quetem um formato de concurso e pretende apurar a melhorprestação ao vivo diante de um júri especializado, passapor uma fase de selecção prévia de bandas inscritas, a partirda avaliação de maquetas enviadas à organização.

Esperamos que este seja mais um dia de festa, grandeanimação e convívio, apelando à ampla participação de todaa comunidade escolar.

Paulo Nunes, professor de Artes Visuais

ROCK IN CASCOS ’2007

PARKOUR

Dias 3 e 4 de Maio, integrados no Olhaplasaúde,iniciativa da Área de Projecto do 12º A, irão realizar-seuma série de encontros desportivos entre professores ealunos. Dia 3, à tarde, é a vez do futsal, voleibol,b a s q u e t e b o l ,voleibol eandebol; dia 4, demanhã, será aoportunidade decompetir nosjogos tradicionaise de participarnuma gincana. Anão perder.

PROFESSORES x ALUNOS

PAINT BALLOrganizado pelo professor Carlos Feijão (EMR Católica)

e pela empresa Plano B vai realizar-se nos dias 2, 3 e 4 deMaio o 1º Torneio de Equipas de Paintball dos Casquilhos.Cada equipa terá de ser formada por 5 elementos e poderáinscrever-se na Biblioteca junto do referido professor.

Page 20: Jornal ESCrito n.17

Ano III, nº 17, Abril/2007

O nosso jornal é reproduzido em fotocopiadoras Nashuatec fornecidas pela empresa Beltrão Coelho

Viagem de finalistas WilliamO

20