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JORNAL DO CRQ - 11 Ano - 2019 1ª Edição 1 Ano - 2019 1ª Edição CRQ - XI CRQ - XI JORNAL DO CONSELHO REGIONAL DE QUÍMICA DA 11ª REGIÃO ANO 2019 - 1º EDIÇÃO Daremos à Química o valor que ela tem” Em entrevista exclusiva ao Jornal do CRQ-11, o presidente do CFQ, José de Ribamar Oliveira Filho, fala sobre seus 44 anos de experiência na Química e os planos para o mandato até 2021. Pág. 03 SIMONY AMARAL Uma empreendedora na Química Pág. 12 Implantada delegacia em Caxias Pág. 08 Vem aí o Prêmio CRQ-11 2019 Pág. 07

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JORNAL DO CRQ - 11 Ano - 2019 1ª Edição1

JORNAL DO CRQ - 11 Ano - 2019 1ª Edição1

CRQ - XICRQ - XIJORNAL DO CONSELHO REGIONAL DE QUÍMICA DA 11ª REGIÃO

ANO 2019 - 1º EDIÇÃO

“Daremos à Química o

valor que ela tem”

Em entrevista exclusiva ao Jornal do CRQ-11, o presidente do CFQ, José de Ribamar Oliveira Filho, fala sobre seus 44 anos de experiência na Química e os planos para o mandato até 2021. Pág. 03

SIMONY AMARALUma empreendedora na Química

Pág. 12

Implantada delegacia em Caxias

Pág. 08

Vem aí o Prêmio CRQ-11 2019

Pág. 07

JORNAL DO CRQ - 11 Ano - 2019 1ª Edição2

Olá! Iniciamos 2019 apresentando esta ferramenta de aproximação com os profissionais da área da química de todo o Maranhão: o Jornal do CRQ-11ª Região. Agora, além do nosso portal, registraremos em material impresso as principais atividades do Conselho, juntamente com oportunidades de mercado, artigos, entrevistas, dicas relacionadas à área e ainda, datas comemorativas de relevância para o seu exercício profissional.

Na coluna CRQ- 11 em ação, apresentamos algumas de nossas ações no primeiro bimestre deste ano. Em destaque, as fiscalizações realizadas em Grajaú, a implantação da delegacia em Caxias e o treinamento da equipe no Conselho Federal de Química (CFQ), em Brasília (DF) e em São Luís.

Vamos realizar um encontro em homenagem às datas e já podemos adiantar as primeiras informações repassadas pela comissão organizadora

deliberada em plenária.

Também nesta edição compartilhamos o calendário estimado das fiscalizações previstas para este ano, para que o profissional registrado saiba que o Conselho atua o ano inteiro na defesa pela empregabilidade do profissional responsável nos locais devidos e, consequentemente, na defesa da saúde coletiva e do meio ambiente. Acreditamos que com transparência, planejamento e ação continuaremos a fortalecer o CRQ-11 em benefício dos profissionais que atuam no Maranhão.E por fim não podemos deixar de agradecer a todos pelo comprometimento e dedicação em prol desta profissão tão fundamental para a vida, pois somente juntos é que poderemos fortalecer na sociedade o conceito de ser químico, ajudando a construir essa história de trabalho, integrado com a sociedade e levando o progresso para todas as pessoas que precisam dos nossos serviços. Parabéns a todos os químicos que atuam em conjunto conosco.

Boa leitura, e até a próxima edição!

José de Ribamar Cabral LopesPresidente CRQ-11ª Região

Editorial

Índice

Expediente

ENTREVISTA DO MÊS .......................Pág. 03Presidente CFR - José de Ribamar Oliveira Filho.

PRÊMIO CRQ-11....................................Pág. 07

DELEGACIA DE CAXIAS....................Pág. 08

FISCALIZAÇÃO.....................................Pág. 09Grajaú: região fértil para gesso e químico.

TREINAMENTO CFQ ..........................Pág. 11Modernização da Ouvidoria e informação ágil.

TREINAMENTO CRQ - 11....................Pág. 11

PESSOAS.................................................Pág. 12Simony Amaral - O empreendedorismo na área Química no MA.

FIQUE POR DENTRO...........................Pág. 15

CONSELHO REGIONAL DE QUÍMICA DA 11ª REGIÃO - RQ - 11Av. Jerônimo de Albuquerque, 3719, sala 01, Casa do Trabalhador- Calhau- CEP – 65074-220. São Luís (MA) (98) 3246-2651/ 5194Site: www.crq11.orgE-mail: [email protected]

DIRETORIAPresidente José de Ribamar Cabral Lopes

Vice-presidenteZélia da Costa Soares

1º Diretor TesoureiroJosé Amaro de Andrade

2º Diretor TesoureiroFrancisco Ferreira Costa

1º Diretor SecretárioJosé Walter Gonçalves Silva

2º Diretor SecretárioWiliam da Silva Cardoso

CONSELHEIROS

Titulares: Carlos Eduardo Lima de Oliveira, Rosário de Maria Silva Lavour, Glaucia Tinoco Correa, Paula Coelho Everton, Sebastião Carvalho Lima, José Amaro de Andrade, Josenira Mendonça Fernanades, Rossana Bezerra de Azevedo e João Elias Mouchrek Filho.Suplentes: Zélia Maria Gadelha Costa Araújo, Rosário de Maria Silva Lavor, Gilda Maira de Carvalho, Silene Aparecida Vendrasco, Joaquim César dos Santos, Lígia Maria Pereira da Costa, Joaquim César dos Santos e Rossana Bezerra de Azevedo.

DELEGACIAS

ImperatrizRodovia BR-010, 335, sala 10. Posto Alvorada II- Entroncamento. CEP- 65913-460 (99) 3523- 2471. E-mail: [email protected]

CaxiasAv. Central 1858, loja 04, Centro.

JORNAL DO CRQ - 11Jornalista responsávelLiliane Moreira (DRT/MA-1008)Gráfica- TP RogriguesDiagramação: Carlos Sergio Pereira

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O presidente do Con-selho Federal de Quí-mica (CFQ), José de Ri-bamar Oliveira Filho, é maranhense, formado em Química Industrial pela Universidade Fe-deral do Pará (UFPA) e em Licenciatura em Química pela Univer-sidade Federal do Ma-ranhão (UFMA).

Mestre em Química Analítica e Doutor em Ciências pela USP, ele

é respeitado na UFMA, onde é professor concursado desde 1977, não apenas por ter sido coordenador do curso e chefe de departamento, mas por ter interferi-do positivamente para a carreira dos profissionais da área, implantando mudanças estruturais no curso.

A mais emblemática das iniciativas dele foi a reforma curricular, ampliando as disciplinas exigidas pelo Conselho Federal de Química para que o licen-ciado em Química também pudesse atuar como quí-mico e não somente como professor do 1º e 2º grau. Até então, o Licenciado em Química não era conside-rado um profissional da Química. Para isso, ele teve

que travar várias batalhas na universidade durante dois anos. Mas conseguiu.

Depois, ele partiu para alterar a legislação no Conselho Federal que impedia o exercício do licen-ciado na área da Química. Ainda não havia o Con-selho Regional do Maranhão, que, aliás, foi ele quem implantou. Foi o primeiro presidente do CRQ - XI.

Em uma de suas passagens por sua terra natal, São Luís, o Jornal do CRQ 11 foi saber mais sobre esta trajetória na Química, bem como seus planos para o mandato de presidente até 2021. Mandato conquista-do por unanimidade. Todos os 21 Conselhos Regio-nais de Química votaram nele para Conselheiro Fe-deral e posteriormente para Presidente do Conselho Federal de Química, a mais alta representação dos químicos no Brasil.

Se nos anos 70, alguém ousasse fazer esta previsão de vida ao jovem tímido Ribamar, que so-fria com distúrbio da fluência da fala (gagueira), ele jamais acreditaria que um dia chegaria a represen-tar profissionais do país inteiro, tendo que falar em público e defender seus pontos de vista em reuniões conflitantes. Mas, ele tem uma explicação para isso. E que não vem da Química, mas da Física: “A gente é atraído pelas coisas que teme”. A seguir, vamos saber mais sobre esta atraente história.

Jornal do CRQ 11- o sr. saiu do Maranhão para pres-tar vestibular para Química no Pará, uma vez que ainda não existia o curso no seu Estado. A escolha pela Química já estava determinada desde sempre?

José de Ribamar- Desde sempre não, pois eu não gostava de estudar. Mas minha mãe, que tinha oito filhos, batia muito forte (risos), e eu estudava para passar de ano. Porém, na primeira aula de Química que tive, no Colégio São Luís, minha vida começou a tomar um novo rumo. No caminho para a escola, eu e uma turma de jovens havíamos ingerido álcool. Assim que entramos na sala de aula, o professor José Reis virou-se para nós e disse: “No meu primeiro dia de aula, vocês estão usando a química ruim: C2 H5OH”. Alguém perguntou o significado daquele ‘código’. E o professor respondeu: “A fórmula do ál-cool etílico de que vocês estão cheios”.

Eu achei aquilo interessante, parecia uma outra lin-guagem. Cheguei em casa contando para a minha mãe que tinha conhecido uma matéria curiosa. No mesmo dia, ela comprou a coleção de três volumes

de livros sobre Química Geral, do Victor Nehmi. Des-de aí, tomei gosto pelo estudo da Química, passan-do a ser um dos melhores alunos da turma. Quando acabei o segundo grau, queria continuar o estudo da Química, e, como não tinha o curso no Maranhão, fui para o Pará.

Então, sua mãe foi sua madrinha nos estudos?

Minha mãe é minha referência em perseverança, em força de vontade, em tudo. Ela só tinha o primário, mas lia e escrevia sobre qualquer assunto. O pai dela era português e incentivava muito a leitura, pedindo para que contasse a história para ele depois. Meu pai era fazendeiro e ela era professora leiga do pessoal que trabalhava na fazenda. Quando os filhos esta-vam prestando vestibular, ela escrevia vários temas para exercitarmos. Quando eu fui morar em Belém, já fazendo Química Industrial, escrevia cartas para ela, que respondia com duas cartas: uma em resposta à minha e outra apenas corrigindo o meu português. Ela dizia: “Meu filho, você será um doutor, não pode escrever errado”.

“Somos todos dependentes químicos”

ENTREVISTA DO MÊS

Presidente CFQ- José de Ribamar Oliveira Filho

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Ela já faleceu?

Sim, aos 86 anos.

Chegou a ver o filho doutor?

Eu estava fazendo o Doutorado quando ela faleceu.

O sr. planejou exercer função de liderança na sua área?

Nunca! Tudo foi acontecendo naturalmente. Na ju-ventude, eu era um pouco gago, e isso acentuava mi-nha timidez. Eu queria fazer Química e ficar concen-trado em um laboratório. Mas, com as necessidades da vida, qual foi o primeiro emprego que apareceu? O de professor. Eu tive que pegar, era para subsis-tência. Fui ensinar Química para pessoas de maior idade. E comecei a desemburrar no tempo de fala. A gagueira foi quase embora, mas de vez em quando dou uma gaguejada! (risos).

Nesta época, início da década de 80, não havia Con-selho Regional no Maranhão, aqui funcionava uma delegacia do Pará. E aí criaram uma associação dos profissionais dos Químicos e me convidaram para ser presidente. Um medo danado que eu estava, por-que eu era muito tímido. Mas, a gente é atraído por coisas que tememos. Entreguei para Deus e assumi.

Como professor, o sr. provoca a curiosidade dos alu-nos pela Química, como o seu professor Reis?

Eu sou apaixonado pelo ofício de professor, tanto que tenho 45 anos como professor, entre aulas para Ensino Médio e Superior, e já poderia estar aposenta-

do, mas não quero parar. Eu gosto que me chamem de professor. Nas minhas aulas procuro sempre ligar o assunto ministrado à aplicação prática, principal-mente, ligado ao cotidiano e também de questionar os alunos acerca de outras possíveis aplicações sobre determinado assunto.

Qual foi o passo seguinte depois de iniciar na docên-cia?

Fui eleito coordenador do curso de Química- Licen-ciatura na UFMA. Foi quando descobri que o licen-ciado em Química não podia exercer a profissão de químico, só podia ensinar no primeiro e no segun-do grau, pois a legislação do Conselho Federal de Química proibia. Entediam que o licenciado era da área da Educação, mas eu não compreendia como o técnico em Química, nível médio, podia exercer a profissão de químico, inclusive podendo ser res-ponsável técnico por atividades químicas, desde que não houvesse complexidade, e também por indústria de pequeno porte, enquanto o licenciado não podia, era limitado ao ensino, principalmente, do primeiro e segundo grau. Eu não entendia como o licenciado em Quimica, profissional de nível superior, que en-sinava as principais disciplinas para formar o profis-sional da Química, não podia exercer a profissão de químico. Por isso, dediquei-me e fiz um projeto para mudar essa realidade, com a qual discordava.

Como?

Fiz uma carta para a presidente do Conselho Federal de Química, à época, Dra. Hebe Martelli, indagando essa incongruência. Pedindo a ela que me explicas-se essa lógica. Ela me respondeu explicando a nossa legislação, e que o curso de Licenciatura em Quími-ca era muito fraco. O currículo de Licenciatura não cumpria o mínimo necessário exigido para exercer as atividades de um profissional da Química.

Então, pensei: se o problema é o currículo, vamos fazer uma reforma curricular! Elaborei um projeto atendendo a exigência mínima do Conselho Fede-ral e inserindo mais disciplinas de Química. Claro que eu tive de enfrentar uma briga danada na área da Educação. Passei dois anos lutando por este pro-cesso. Somente quando o reitor José Maria Cabral Marques assumiu a UFMA é que isso foi resolvido. Expliquei tudo para ele, e aí, sim, encontrei alguém que entendia o que eu estava dizendo, ou seja, que o conteúdo teria que vir primeiro; depois, a técnica para transmitir o conteúdo, sempre embasado na se-guinte indagação: o professor vai ensinar Educação ou Química? O que adianta entendermos de todas as técnicas pedagógicas se não soubermos o conteúdo daquilo que se vai transmitir?

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Quais os passos seguintes?

O projeto da reforma teve que tramitar por várias instâncias, mas foi aprovado pelo Conselho Univer-sitário. Em seguida, enviei para o Conselho Federal, pedindo que o licenciado fosse reconhecido como profissional da Química. Já era outro presidente, pro-fessor Jesus Haddad. Eu mostrei para ele que nosso currículo estava alterado e que atendia além da exi-gência da legislação do CFQ.

O projeto foi aprovado no Plenário do Conselho Fe-deral de Química e uma nova Resolução Normativa (RN), de número 89/86, foi editada, revogando a RN nº 60/81, que impedia o exercício profissional do Li-cenciado em Quimica de exercer as atividades dos químicos. Com isso, as atividades dos Licenciados em Quimica foram ampliadas.O restante de cursos de Licenciado em Química no Brasil seguiu este mesmo caminho. Estive presente na Reunião Plená-ria do CFQ a convite do Presidente Jesus Haddad, foi o meu primeiro contato com aquele órgão.

O sr. continuou no departamento?

Sim, como professor e coordenador do curso de Licenciatura. Fiquei nove anos e criei também o Bacharelado em Química. Depois, fui chefe do Departamento de Química, diretor do Departamento de Extensão e, posteriormente, fiz o Mestrado e Doutorado,

O sr. foi eleito, ano passado, por 21 conselhos do Brasil. Unanimidade. O que isso significa para sua carreira?

Que minha responsabilidade aumentou muito! Farei tudo o que estiver ao meu alcance para valorizar o químico e, principalmente, dar mais visibilidade à profissão do químico. Tenho que honrar a confian-ça depositada em minha pessoa, a responsabilidade é muito grande! Conto também com uma diretoria muito atuante e participativa que me ajuda muito na gestão do Conselho e com uma composição Plenária de alto nível. Acredito muito na força do conjunto!

Se o sr. tivesse de sintetizar em uma palavra a sua gestão que encerrará em 2021, qual seria?

Integração! Para que a gente possa unificar as ações. Para isso, já promovemos o primeiro seminário dos advogados dos conselhos, o dos contadores, o do pessoal de tecnologia e da área administrativa, e te-mos pretensão de fazer com o pessoal da fiscalização em breve. Isso está criando maior integração entre os Regionais e os Regionais com o Federal. Hoje, os funcionários de qualquer Conselho Regional se co-municam entre si, trocam experiências com qualquer outro Regional, esclarecendo dúvidas, compartilhan-do boas práticas de gestão, interagindo de várias

formas. Isso é integração! Para avançarmos com essa integração, contamos com um time de gestores, pro-movemos duas pratas da casa e contratamos outros noves recentemente, de áreas diversas, do mais alto nível de Brasília, muitos com experiências profissio-nais em outros conselhos, outros com grandes expe-

riências de mercado. Almejamos um Conselho Fede-ral modelo em excelência no Brasil e com visibilidade no exterior.

O que o sr. planeja para a fiscalização?

Essa é uma das nossas principais finalidades! Esta-mos em um processo de diagnóstico da fiscalização em todos os regionais e, a partir dos resultados, va-mos elaborar o planejamento e monitorar a sua exe-cução. Pretendemos, em curto espaço de tempo, rea-lizar um grande evento somente sobre fiscalização.

Podemos dizer que o fiscal é o “coração” dos conse-lhos?

Podemos até dizer que a fiscalização é o cérebro. A peça principal de um processo de fiscalização é o Relatório de Vistoria confeccionado pelo fiscal. Se ele não for bem elaborado, o parecer técnico será fraco e não convencerá nem a parte fiscalizada e, no caso de haver uma demanda judicial, nem a justiça. Daí, a preocupação máxima de montarmos uma estrutura robusta no setor de fiscalização dos Regionais, pois é através da fiscalização de empresas, que atuam ou que prestam serviços na área da Química, e da fiscalização dos profissionais da Química é que poderemos garantir que os produtos ou serviços oferecidos aos consumidores estejam em conformidades com os

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padrões de qualidade exigido pela legislação.

O que foi abordado nos primeiros seminários reali-zados?

No primeiro ano, fizemos Planejamento Estratégico para dez anos (2018 a 2028) e o Plano Plurianual (2019 a 2021), e contamos com a participação importante de quase todos os presidentes de Regionais. Para

que isso se tornasse realidade escutamos e discuti-mos por vários dias, com todos os conselhos regio-nais de Química do Brasil, junto com a nossa equipe de especialista, em duas ocasiões: a do Planejamento Estratégico, em Pirenópolis, estado de Goiás, e a do Plano Plurianual, no meu estado, Maranhão.

Quais as primeiras mudanças?

Do ponto de vista da Gestão de Pessoas, incrementa-mos os benefícios para os funcionários do Conselho Federal. Eles tinham somente três benefícios e após ampla e democrática discussão, passaram a ter 17 be-nefícios, com plano de saúde integral, incluindo cur-so de inteligência emocional para autoconhecimento e melhoria no relacionamento interpessoal. Em rela-ção aos nossos Regionais, reativamos, através de cri-térios técnicos e legais, o benefício do auxílio doação para ajuda aos Regionais, criamos normativas que visam a otimizar o fomento nos Regionais para de-senvolverem suas atividades fins, apoiamos na aqui-sição de veículos para fiscalização,compra e reformas de sedes, dentre outros. Temos expectativas de que

mudanças ainda estão por vir!

Como está o Maranhão?

O Maranhão está muito bem, e vai ficar melhor! A gente vai fortalecer a fiscalização e todos os setores, principalmente, a área de tecnologia. Vamos dar um salto qualitativo para o futuro!

Qual o retorno do CFQ ao investir recursos nos Re-gionais?

O objetivo final é a população, para que ela possa usufruir de produtos e serviços seguros. Isto só pos-sível com uma fiscalização muito bem planejada, Por outro lado, as indústrias e os profissionais pagam anuidades e taxas aos conselhos. Isso é a nossa fonte de renda, não entra um tostão do Governo Federal no Sistema.

Algum projeto inovador em vista?

Queremos investir na área digital. Ter acesso a tudo sobre determinado conselho: quantas empresas fisca-lizaram, contabilidade, tudo. Queremos permitir que os Regionais também tenham essa informação do Fe-deral. Nossa gestão é transparente! Para isso, além do time de especialistas, estamos contratando mais pessoas para ajudar na execução desses projetos. A inovação será em todo o sistema!

Voltamos aqui ao que o sr. defendeu na UFMA: con-teúdo primeiro, certo?

Exatamente. Estamos contratando os melhores. Para você ter ideia, dois gerentes do CFQ foram convida-dos para ministrarem cursos para outros 15 Conse-lhos Federais. Isso já demonstra o reconhecimento à qualidade do trabalho que estamos desenvolvendo

Quais outras mudanças previstas?

Estamos com um plano de divulgação e informação para ser executado até o final do nosso mandato, va-mos investir para o Dia do Químico - 18 de junho, e apoiar as Olimpíadas Internacionais de Química. Criamos uma Comissão de Eventos e Premiação para que as pessoas que já ganharam prêmios e as que se sobressaíram na área da Química sejam resga-tadas. Estamos criando critérios, O nosso objetivo é o CFQ ser referência. Outra mudança é que estamos integrando o CFQ com organismos e entidades, a exemplo da Associação Brasileira da Indústria Quí-mica (Abiquim). Estivemos também com a UNES-CO- ONU, estamos apoiando a ABQ (Associação Brasileira de Química) e a SBQ (Sociedade Brasilei-ra de Química) em suas frentes de atuação. Temos que dar à Química o valor que ela tem. Você sabia

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que o Brasil é a oitava potência do mundo em in-dústria química instalada? Temos que desmitificar a Química, não se pode falar em desenvolvimento sustentável sem a química verde. Quer ver só como as pessoas não sabem o valor da Química? Você é de-pendente química?

Eu? Não!!

Você é sim! (risos). Se você passar cinco minutos sem respirar, você morre. E oxigênio é o quê? É espécie química. Se você passar quatro dias sem beber água, você também morre. Água é espécie química, Aliás, mais da metade do peso do nosso corpo é água. Além de dezenas de outras espécies químicas que desem-penham funções vitais no nosso corpo. Na nossa ali-mentação utilizamos proteínas, carboidratos, lipídios e sais minerais, em forma de produtos naturais ou processados (industrializados), todos são formados de substâncias químicas. Nós somos um laboratório de química que trabalha em perfeita harmonia.

Todos somos dependentes químicos, então?

Apesar da OMS definir dependente químico como pessoas que utilizam constantemente substâncias químicas psicoativas, a rigor, como já disse aqui, to-dos somos dependentes químicos, senão não estaría-mos vivos. Tudo o que existe, visível e invisível, na

forma de matéria, é formado por substâncias quími-cas. Por isso, a Química é a ciência central presente em nossas vidas 24 horas por dia.

Há quem diga que a legislação que rege a profissão do químico, que é de 1942, deveria ser atualizada. O sr. concorda?

Nossa legislação é antiga, mas temos muitos privi-légios. Se mexermos na nossa lei, podem aparecer interesses que não serão bem-vindos aos nossos ob-jetivos, podendo, inclusive, retirar nossos direitos e conquistas de vários anos. Por exemplo, somos a úni-ca profissão do Brasil que tem duas leis federais que nos amparam: a CLT, 27 artigos de 325 ao 351, e a lei 2.800/56 que incorporou a CLT. Se um dia a CLT acabar, os 27 artigos que têm na CLT estarão em ou-tra lei, qual seja, a lei 2800/56. Há realmente falhas, mas tem muito mais privilégios, e essas falhas serão corrigidas cuidadosamente no momento apropriado.

Qual a mensagem que o sr. gostaria de deixar aos químicos em geral?

Que o CFQ está arrumando a casa de forma urgente para fortalecer os Regionais em tudo, além de divul-gar a importância do profissional da Química. Quero que as pessoas vejam a Química como inerente à pró-pria vida. A Química está em tudo!

DIA DO QUÍMICOPrêmio CRQ- 11 e homenagens

O Dia do Químico é comemorado no dia 18 de Junho e para 2019 o CRQ- 11 formou uma comissão organizadora, a fim de definir as atividades em homenagem aos profissionais do Maranhão. O objetivo é marcar a data de forma relevante. Entre as ações definidas está o Prêmio CRQ-11, com premiação no valor total de R$ 19mil. Segundo o coordenador da comissão, Rogério Telles, o Prêmio CRQ- 11 pretende disseminar o conhecimento científico na área da Química, assim como aproximar esse conhecimento da sociedade. “Queremos incentivar a produção científica e tecnológica de Química no Maranhão, por meio do reconhecimento de ações de estudantes e profissionais da área, através de trabalhos técnicos, científicos, tecnológicos ou pedagógicos que tiveram atuação de destaque no Estado”, informa ele. Serão contempladas as categorias Pesquisador Aspirante, Pesquisador Jovem, Dissertação (Mestrado) ou Tese (Doutorado) e Profissionais da área da Química. Os vencedores receberão o troféu oficial do concurso, certificado e premiação no valor e forma específicos, de acordo com o regulamento, que pode ser consultado no portal do CRQ-11 (www.crq11.org). Pesquisadores e profissionais que forem indicados como finalistas e não premiados receberão certificados de Menção Honrosa.

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O delegado Peron Figueiredo, responsável pela fiscalização da região sul do Estado, passa a coordenar as ações em Caxias também. Ele justificou a necessidade desta delegacia devido ao retorno do crescimento industrial no município, que hoje, por exemplo, conta com a fábrica Schincariol, de cerveja, refrigerante e água, adquirida há dois anos pela Heineken, uma das maiores fabricantes de cerveja do mundo. “Estamos atentos ao potencial industrial que Caxias teve há alguns anos e que está sendo reativado”, observa Peron Figueiredo. Ele exemplifica a área conhecida por Fran Castro, antiga fábrica de extração de óleo de babaçu, e que atualmente abriga fábricas de esmalte para unhas, velas e produtos de limpeza. “Em todas essas fábricas o profissional de Química pode e deve atuar”, explica o fiscal. O escritório da delegacia de Caxias funcionará à av. Central 1858, loja 04, Centro, das 9h às 15h.

EM AÇÃO

ATENDIMENTO AO PÚBLICOCRQ-11 instala delegacia em Caxias

Mais uma delegacia de fiscalização do CRQ-11 foi implantada no interior do Estado. Além de Imperatriz, Caxias, a 362 km de São Luís, passa a contar com a estrutura física do Conselho. A previsão é que no dia 6 de maio as atividades sejam iniciadas com o suporte de um profissional na área de Química e outro para assuntos administrativos.

Endereço da delegacia: av. Central 1858, loja 04, Centro

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FISCALIZAÇÃO Grajaú: região fértil para gesso e químico

Na fiscalização do CRQ-11, alguns disseram desconhecer a Lei nº. 2.800/56 e Decreto 85.877/81 do Conselho Federal de Química (CFQ),já outros argumentaram que

“não encontram profissional da Química no município”. Nestes casos, os fiscais atuam com uma das atividades do Conselho: a de orientar.

Fiscalização do CRQ- 11 em Grajaú: orientação, em primeiro lugar

Máquina alemã, adaptação criada em Grajaú, das pisadoras de asfalto, que extrai a gipsita sem utilização de explosivos. Fonte e Foto: SECAP- Governo do MA.

Devido ao solo rico em gipsita, minério de cálcio do qual é feito o gesso, Grajaú, a 564 km da capital, é a segunda maior produtora do país, per-dendo apenas para Araripe (PE). E para lá que a fis-calização do CRQ-11 foi no início do ano. São cerca de 15 fábricas de gesso e em média 60 fábricas de placa na cidade maranhense. O gesso é usado na fabricação de: cimento, ácido sulfúrico, giz, vidros, esmaltes, molde para fundição, desidratante,

aglutinante, corretivo de solo (fornecedor de cálcio e enxofre), placas, tijolos e rejunte de gesso utilizados na construção civil, além de outras aplicações, como na metalurgia. Em geral, os gesseiros começam seus estabe-lecimentos com porte pequeno, e, à proporção que vão crescendo e precisam contratar empregados, pre-cisam regularizar suas atividades, com profissionais da área da Química.

JORNAL DO CRQ - 11 Ano - 2019 1ª Edição10

O delegado do Conselho Regional de Química da 11ª Região, Peron Figueiredo, par-ticipou, dia 31 de janeiro, da comissão liderada pelo presidente da Câmara dos Vereadores de São Luís, Osmar Filho, para inspeção técnica nas lagoas de resíduos de bauxita do Consórcio

de Alumínio do Maranhão (Alumar). Além do CRQ, a comitiva reuniu 21 ver-eadores, professores do Instituto Federal do Maranhão (IFMA) e membros da Associação Maranhense dos Engenheiros Ambientais (AMEA).

Delegado do CRQ-MA, Peron Figueiredo, entre Dulcimar Soares e Helder Teixeira, da Alumar

PRODUÇÃO NO MA Aproximadamente, são produzidas 583 mil toneladas de gesso/ano, sendo:• 235 mil toneladas para construção civil (68,34%)• 200 mil toneladas para agricultura (17,44%)• 120 mil toneladas para fábricas de cimento (9,32%) • 28 mil toneladas (04,09%) para outros setores.

EMPREGOS• Empregos diretos gerados:

1.800.• Empregos indiretos: 5.000.• Faturamento anual: R$ 51,5

milhões.

A gipsita é um minério de cálcio cuja composição química corresponde à fórmula CaSO4 + 2H2O. Através da calcinação, a gipsita perde sua água de cristalização, podendo, então, ser transformada em gesso quando mantém água cristalizada (CaSO4 + 1/2 H2O), ou sulfato de cálcio (anidrita) quando perde totalmente a água cristalizada.

CURIOSIDADE

INSPEÇÃO TÉCNICA

CRQ - 11 participa de visita na Alumar

JORNAL DO CRQ - 11 Ano - 2019 1ª Edição11

Conselhos Regionais de todo o Brasil reunidos em Brasília para atualização de informações

TREINAMENTO CFQ Modernização da Ouvidoria e informação ágil

TREINAMENTO CRQ - 11 Compartilhando novas diretrizes

Profissionais do CRQ-11 reuniram-se de 27 a 29 de março em São Luís para receberem os conhecimentos apresentados aos participantes da reunião com o

Conselho Federal de Química, em Brasília, bem como definirem as novas ações de fiscalização e demais atividades.

De 11 a 14 de março, a equipe do CRQ- 11 participou em Brasília (DF) de intenso treinamento pelo Conselho Federal de Química sobre as mudanças. Entre elas, estão sendo realizadas melhorias nas plataformas de acesso à informação dos usuários em nosso sistema, modernização

da ouvidoria e disponibilização de documentos em prol da ampliação do atendimento à Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527 - LAI) . Participaram do treinamento o presidente José Cabral, a coordenadora Ana Lúcia Luz e o agente administrativo José Sá.

JORNAL DO CRQ - 11 Ano - 2019 1ª Edição12

Mãe de três crianças na faixa etária de um a dez anos, a química e engenheira sanitarista ambiental Simony Amaral também é bióloga e farmacêutica. Há oito anos ela abriu o mercado do empreendedorismo na área da Química em São Luís quando fundou a empresa Quali Água para oferecer soluções ambientais, com foco em abastecimento e tratamento de água e gerenciamento de resíduos. Este ano, Simony foi escolhida pelo Jornal do CRQ- 11 para representar todas as mulheres que aplicam seus conhecimentos em Química em benefício da saúde das pessoas e qualidade do meio ambiente, numa homenagem pelo Dia

Internacional da Mulher, 8 de março. Com clientes como o Porto do Itaqui, hospitais, shopping centers, condomínios, entre outros, sua empresa é a única no Estado que oferece 16 tipos de serviços, como análise de poços, desentupimentos em geral e limpeza de fossas. (veja em qualiaguaslz.com.br.). Mas antes de chegar a este patamar, ela iniciou suas atividades profissionais no CRQ-11.“O Conselho abriu meus horizontes, foi lá que eu iniciei o caminho que hoje rende grandes resultados para mim, pois atuando na área de fiscalização percebi que eu precisava aprender mais profundamente as leis e que pouca gente gostava desta área. Foi então que eu comecei a estudar mais e mais”, recorda. Quem a vê hoje, aos 35 anos de idade, coordenando uma empresa com 32 empregados, entre

químicos, engenheiros sanitaristas, engenheiros ambientais, técnicos, especialistas em Recursos Híbridos, geólogos, entre outros, não imagina quantas perguntas ela teve que fazer até conquistar o respeito no mercado. “Passei muitas humilhações, tenho marcas que não saem de mim, mas tenho orgulho delas também, pois me fizeram mais forte”, diz ela, sem vitimização, ao lembrar do tempo em que chegou de Pernambuco aos cinco de idade, num carro de boi, e do tempo em que teve que vender lanche na Ceasa até os 15 anos de idade para colaborar com o sustento da família.

PESSOAS

SIMONY AMARALO empreendedorismo na área Química no MA

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“Sempre digo que força de vontade é onde seu sapato aperta. Eu precisava ir atrás do estudo, atrás do que queria, porque não achei nada de graça, e mostro isso aos meus filhos; que as coisas não são fáceis, mas com estudo e perseverança a gente consegue”. “Fico indignada quando observo gente

chegando ao nosso mercado de qualquer jeito, propondo análise de cloro em água de poço, por exemplo, quando sabemos que cloro é adicionado, e, portanto, não tem por que analisarmos cloro na fonte. É o cliente sendo enganado, furtado, e isso eu não admito, pois denigre a imagem do profissional de Química”, diz ela.

Limpeza de caixa d´água

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Esta seriedade rendeu recentemente à Quali Água o atestado da Vigilância Sanitária Federal para limpar caixas d´água em qualquer lugar do Brasil. “A habilitação nacional me deixou muito emocionada, pois é um atestado de que trabalhamos corretamente, me fazendo lembrar de todo o caminho até aqui”. O desafio como mulher, segundo ela, é manter os pés no chão, não parar de estudar (está fazen-do MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas), cuidar do casamento e dos filhos, ser presente na vida dos pais e não descuidar de si. “No meu dia a dia sou uma leoa para trabalhar e sou obrigada a ouvir muita coisa, mas no meu dia de lazer não faço média para ninguém, é meu dia de Simony, só recebo em casa quem eu gosto, me produzo, saio para me divertir. Aprendi a me preservar e a buscar equilíbrio nas minhas relações”. Uma mulher bra-sileira que está onde escolheu estar.

Por essas e outras, ela continua em contato com o Conselho, buscando orientações sobre a atuação correta. “O CRQ é fundamental. Ele fez eu empregar três químicos, pois não posso atuar como química na

minha própria empresa. No momento em que ele cobra as empresas para empregar os químicos, as empresas se profissionalizam mais e o mercado cresce. Todos ganham”.

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