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Ano 2 . N° 11 . Maio 2011 ISSN 2179-6653 ENIO BERGOLI CONTINUA NO COMANDO DA SECRETARIA DE ESTADO DA AGRICULTURA, ABASTECIMENTO, AQUICULTURA E PESCA DO ESPÍRITO SANTO Em entrevista, o secretário fala dos avanços do agronegócio no Estado e dos desafios dessa nova gestão

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11ª Edição Abril - 11

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Ano 2 . N° 11 . Maio 2011

ISSN 2179-6653

Ano 2 Ano 2 . N° 11 N° 11 N° 11 . Maio 2011 Maio 2011 Maio 2011

ISSN 2179-6653ISSN 2179-6653

ENIO BERGOLI CONTINUA NO COMANDO DA SECRETARIA DE ESTADO DA AGRICULTURA, ABASTECIMENTO, AQUICULTURA E PESCA DO ESPÍRITO SANTO

Em entrevista, o secretário fala dos avanços do agronegócio no Estado e dos desafi os dessa nova gestão

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Uma publicação da Minas Leilões e Eventos Ltda.

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Já no final de Abril e início do mês de Maio, os levantamen-tos sobre a valorização no preço do leite se fizeram presente nas pautas do setor agropecuário. As festividades da Páscoa e as compras de ovos de chocolate contribuíram para que a mé-dia do preço pago aos produtores rurais, em todo país, pudesse subir 3,05%, se comparado a março deste ano, ficando em R$ 0,776/litro, segundo dados da pesquisa da Scot Consultoria.

Outro assunto, que permeou o cotidiano nos últimos dias e que merece a nossa atenção, foi às discussões sobre a mudança do Có-digo Florestal Brasileiro, que está em pauta a mais de 12 anos. As idas e vindas da votação do referido Código se deu por causa da po-lêmica que assunto provocou, sem contar nas difíceis negociações entre defesa e oposição. Para relembrar, na edição de número 4 da Revista Agrominas, uma entrevista com Valdir Colatto esclarece algumas questões sobre o Código Florestal. Até o fechamento desta edição, o Código Florestal ainda não tinha sido votado.

Após um breve comentário sobre os dois assuntos que nos chamaram à atenção, confira o conteúdo desta edição: uma en-trevista com o secretário de Agricultura do Espírito Santo, Enio Bergoli, falando a respeito da continuidade à frente da Secre-taria. Em Grandes Criatórios conheça a história da criação de Quarto de Milha, de Camillo Araújo, onde há uma preocupação com o melhoramento genético e com o treinamento desses ani-mais para competições a nível nacional.

Confira também, na seção Sustentabilidade, uma ideia sim-ples para despoluição da água, através da casca da banana e da fibra de coco desenvolvida por duas Mestres em Química. Em homenagem ao dia do Zootecnista, o perfil profissional desta edição fala da profissão. Assim, a Revista Agrominas deseja a todos os Zootecnistas os nossos Parabéns.

Boa leitura!

Editor-ChefeDenner Esteves FariasZootecnista - CRMV-MG 1010/Z

Jornalista Responsável / RedaçãoLidiane Dias - MG 15.898 (em formação)

Jornalistas ColaboradorasAlessandra Alves - MG 14.298 JP

Diagramação Finotrato Design

Contato PublicitárioThiago Lauar Scofield (33) 3271.9738 [email protected]

Colaboração- Alexandre Sylvio - Eng. Agrônomo- AgriPoint e MilkPoint - Emater/IMA/Idaf/Adab- Hyberville Neto - SCOT Consultoria- Humberto Luiz Wernersbach Filho - Zootecnista- Marcelo Barreto da Silva e Pesquisadores da Epamig / Embrapa- Marcelo Conde Cabral - Médico Veterinário- Prof. Ruibran dos Reis - Minas Tempo- Waldir Francese Filho - Eng. Agrônomo - Coocafé

DistribuiçãoVale do Rio Doce, Vale do Mucuri, Vale do Jequitinhonha, Vale do Aço, Extremo Sul Baiano e Norte Capixaba.

Tiragem5.000 exemplares

ImpressãoCGB Artes Gráficas

A Revista AgroMinas não possui matéria paga em seu conteúdo.

As ideias contidas nos artigos assinados não expres-sam, necessariamente, a opinião da revista e são de inteira responsabilidade de seus autores.

Administração/Redação - Revista AgroMinasRua Ribeiro Junqueira, 383 - Loja - Centro 35.010-230 | Governador Valadares-MG Tel.: (33)3271-9738 E-mail: [email protected]

Denner Esteves FariasEditor-Chefe

4 Giro no Campo

6 Entrevista

9 Entidade de Classe

12 Grandes Criatórios

15 Dia de Campo

18 Saúde Animal

20 Caderno Técnico

23 Forragicultura

26 Agrovisão

28 Sustentabilidade

30 Perfil Profissional

31 Meteorologia

32 Mercado

34 Cotações

35 Mão na Massa

36 Emater | IMA | Idaf | Adab

40 Aconteceu

42 Culinária

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Uma publicação da Minas Leilões e Eventos Ltda.

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A receita das exportações mineiras de couros e peleteria, no acumulado de janeiro a março de 2011, foi de US$ 31,2 milhões, informa o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). De acordo com análise da Superintendência de Política e Economia Agrícola (Spea) da Secretaria da Agricultu-ra, a cifra é 116,2% maior que a registrada no primeiro trimestre do ano passado e supera o recorde histórico de US$ 17,9 milhões alcançado nos três primeiros meses de 2001.

Segundo a assessora técnica Márcia Aparecida de Paiva Sil-va, o crescimento das vendas externas de couros e peleteria por Minas Gerais, no primeiro trimestre deste ano, supera o regis-trado pelas vendas brasileiras no período. A receita do país foi de US$ 725,5 milhões, valor 7,2% maior que o obtido nos três primeiros meses de 2010. Os principais destinos das vendas ex-ternas de couros e peletaria foram Itália, Hong Kong, Indonésia e China. (Fonte: ASCOM SEAPA)

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Exportações mineiras de couros e peleterias batem recorde

Vendas têm retração de 3%, em 2010

A valorização da moeda brasileira levou o setor de defensivos agrícolas a uma redução de 3% em seu resultado de negócios de 2010. A movimentação recuou para R$ 12,436 bilhões, ante R$ 12,878 bilhões verificados em 2009. Já em moeda americana, a indústria obteve crescimento de 9% - o montante saltou de US$ 6,626 bilhões para US$ 7,240 bilhões.

De acordo com os dados do Sindicato Na-cional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag), a única categoria de pro-dutos que registrou elevação de vendas em reais, em 2010, foi a de fungicidas, com alta de 5% impulsionada pela demanda de produ-tos para controle da ferrugem asiática ou fer-rugem da soja. Essa movimentação cresceu de R$ 3,482 bilhões, em 2009, para R$ 3,667 bilhões. Já as vendas de herbicidas tiveram redução de 10%, enquanto as de inseticidas e acaricidas caíram 3% e 9%, respectivamente.

Para o presidente do Sindag, Laercio Va-lentim Giampani, se mantido o atual cenário de mercado, com bons preços agrícolas, va-lorização das commodities e a perspectiva de aumento de área plantada em culturas como o algodão, o setor deverá crescer entre 5% e 10% ao final de 2011. (Fonte: Portal Dia de Campo)

Exportação de milho supera a de soja no primeiro trimestreAs exportações mineiras de mi-

lho no primeiro trimestre deste ano ultrapassaram, pela primeira vez, as vendas da soja para o mercado internacional. Os embarques de milho para o exterior alcançaram US$ 40,8 milhões, registrando crescimento de 1.104% em relação ao mesmo período do ano passado. A receita com as exportações de soja em grão foi de US$ 23,8 mi-lhões, com crescimento de 47,2% em comparação com o ano passa-do. Os números foram analisados pela Secretaria de Estado de Agri-cultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), com base nas informações do Ministério do Desenvolvimen-to, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). (Fonte: Agência Minas) Fo

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Etanol deixa de ser produto agrícola e se torna combustível

Ministro defende união dos países sulamericanos

Conforme a Medida Provisória assinada no dia 29 de abril pela presi-dente Dilma Rousseff, os biocombustíveis estão inclusos agora na Políti-ca Energética Nacional. Dessa forma, o etanol, deixa de ser um produto agrícola e passa a ser considerado efetivamente um combustível.

A mudança ocorrida através da Medida Provisória 532 coloca os bio-combustíveis: etanol, biodiesel e outras substâncias de origem vegetal, como sendo substitutos integrais dos combustíveis fósseis, podendo ser aplicados diretamente em motores à combustão interna e também serem usados em outros tipos de geração de energia. Através dessa medida a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, será a responsável por definir a regulação e fiscalização adequada para todo o processo de produção e comercialização interna e externa desse produto. (Fonte: Ciclo Vivo)

Paralelamente a 18ª edição da Feira Internacio-nal de Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow), em Ribeirão Preto (SP), aberta no dia 02 de maio, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abasteci-mento, Wagner Rossi, promoveu uma reunião ex-traordinária a campo do Conselho Agropecuário do Sul (CAS). Estiveram presentes os ministros da Agricultura da Argentina e do Uruguai; a mi-nistra do Desenvolvimento Rural e Terras da Bo-lívia; o vice-ministro da Agricultura do Paraguai; e o diretor do Ministério da Agricultura do Chile.

O ministro, que atualmente preside o CAS, destacou a importância de a reunião ser realizada durante uma das feiras agrícolas mais importan-tes do Brasil, o que permitiu à comitiva conhecer a tecnologia de ponta da agricultura brasileira. Outro ponto ressaltado por Wagner Rossi foi à possibilidade de estreitar ainda mais a união entre o bloco. “O Mercosul tem papel fundamental no futuro da produção agrícola mundial”, defendeu. (Fonte: MAPA)

Colheita de café pode ser de 43,5 milhões de sacas em 2011

A segunda estimativa de produção de café arábica e conilon, rea-lizada pela Conab para a safra 2011, indica que o Brasil deve colher 43,54 milhões de sacas de 60 quilos do produto beneficiado. Isto representa uma redução de 9,5% em comparação às 48,09 milhões de sacas da temporada anterior. O motivo da redução é a bienalida-de do produto, que está no ciclo de baixa produtividade. Também, a área total existente com café no País, estimada em 2.282,1 mil hectares, é 0,31% ou 6.138 hectares inferior à cultivada na safra passada, que somou 2.289,2 mil hectares. (Fonte: Canal Rural)

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Em 2007, Enio Bergoli foi nomeado para a Secretaria de Estado da Agricultu-ra, Abastecimento, Aquicultura e Pesca do Espírito Santo (SEAG-ES). Em Abril de 2008 assumiu a coordenação da Se-cretaria de Estado de Gerenciamento de Projetos (Segep). Em 2009 voltou à SEAG-ES e em 2011, Enio Bergoli con-tinua à frente da Secretaria. Engenheiro Agrônomo, formado em 1984 no Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Espírito Santo, é natural de Cruz Alta (RS) e chegou ao Espírito Santo em 1980.

Concluiu a pós-graduação em Ad-ministração Rural pela Universidade Federal de Viçosa em 1995. Servidor de carreira do Instituto Capixaba de Pesqui-sa, Assistência Técnica e Extensão Ru-ral (Incaper) desde 1986, foi presidente do Incaper de 2003 a 2008. Já assumiu diversos cargos e funções desde o início da sua vida profissional. Autor e editor dos livros “Manual técnico para a cultu-ra do café no Estado do Espírito Santo”, “Análise comparativa da competitivida-de econômica do eucalipto em relação às explorações tradicionais de café e pecuária no Estado do Espírito Santo” e “Parceria agrícola no Espírito Santo”. Enio Bergoli traz um panorama das me-tas para esse novo mandato.

REVISTA AGROMINAS - Quan-do o senhor assumiu a SEAG-ES pela primeira vez, as mudanças na gestão foram para um perfil totalmente téc-nico, focado na agricultura familiar. Alguns desafios abordados na época foram: o avanço na certificação de ca-fés, o aproveitamento do potencial da aquicultura, a consolidação e amplia-ção dos polos de fruticulturas e outros. Quais as mudanças da primeira gestão para a nova? O foco e os desafios con-tinuam sendo os mesmos?

ENIO BERGOLI - Nos últimos anos

obtivemos grandes avanços nas políticas públicas, voltadas ao agronegócio, que representam à agricultura e seus negó-cios associados. Desenvolvemos pro-gramas inovadores em diversas áreas, como o Caminhos do Campo, na área de infraestrutura e o Pronaf Capixaba, que atende especificamente a agricultu-ra familiar, sendo o primeiro no país a investir em infraestrutura rural coletiva, com recursos do caixa do Estado. Outros setores como a fruticultura, cafeicultura e pecuária, também colheram grandes avanços no período, porém, os desafios ainda são muitos a serem superados.

Para essa nova gestão vamos evo-luir na manutenção das parcerias com as organizações e entidades ligadas aos produtores rurais: associações, coope-rativas e federações. Vamos dar conti-nuidade e ampliar os principais progra-mas desenvolvidos, mas também criar outros, mais robustos. Por determina-ção do nosso Governador Renato Ca-sagrande, investiremos fortemente na agricultura familiar, que é a que predo-mina no Estado, nas reservas de água, na recuperação da cobertura florestal e conservação ambiental, na consolida-ção e ampliação dos polos de fruticul-tura, na renovação da cafeicultura, na tecnificação da pecuária, dentre outros temas relevantes.

REVISTA AGROMINAS - Quais as metas da SEAG-ES definidas para driblar a seca com mais reservas de água em 2011?

ENIO BERGOLI - Já apresentamos ao ministério da integração nacional, os projetos de oito barragens a serem construídas em municípios que estão com Termos de Ajuste de Conduta, em relação ao uso conflituoso da água para consumo humano e uso agrícola. Nosso governo iniciou ainda, a contratação da elaboração de outros 20 projetos de bar-

ragens, que também serão direcionadas aos municípios que estão em situação mais crítica. Contudo, as obras deverão ser iniciadas a partir de 2012.

REVISTA AGROMINAS - A agri-cultura familiar, predominante no Es-tado, foi enfatizada pelo senhor como de-pendente do esforço público. Quais são as propostas para a agricultura familiar?

ENIO BERGOLI - A melhoria nos indicadores sociais é um dos focos priori-tários do Governo do Espírito Santo. Con-siderando que nossa estrutura fundiária é composta por cerca de 80% de agriculto-res familiares, todos os nossos programas precisam estar sintonizados com o tema. Nesse sentido, em junho desse ano, va-mos lançar um programa direcionado para a agricultura familiar, uma espécie de Pronaf Capixaba, que contemplará inves-timentos em infraestrutura, com recursos próprios do governo, crédito rural, capaci-tação, assistência técnica, regularização e crédito fundiário.

As organizações dos produtores ru-rais apresentam suas propostas nos con-selhos municipais de desenvolvimento rural e, após aprovação local, são enca-minhadas para análise técnica e apro-vação pelo conselho estadual de desen-volvimento rural sustentável. É a forma mais representativa e democrática para subsidiar a decisão dos investimentos.

Para este ano a previsão é de inves-timentos da ordem de cerca de R$ 8 mi-lhões e atendimento a quase 40 projetos, que envolvem aquisição de máquinas e equipamentos agrícolas, construções de galpões, agroindústrias, centros de co-mercialização, entre outros. Será dado um foco especial ainda aos assentamentos ru-rais do programa de crédito fundiário, que são áreas de maior vulnerabilidade social.

REVISTA AGROMINAS - As dis-cussões ambientais se fazem constante

Secretaria de Agricultura do Espírito Santo

O SECRETÁRIO ENIO BERGOLI CONTINUA À FRENTE DA SEAG-ES E FAZ UM PANORAMA DAS NOVAS METAS A SEREM ATINGIDAS

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atualmente. Em relação aos recursos naturais, como serão feitas as ações de preservação e recuperação desses recursos?

ENIO BERGOLI - Ninguém melhor que os próprios produtores rurais para sa-ber o quanto é importante à preservação dos recursos naturais, pois, são os respon-sáveis por retirar da terra o seu sustento e produzir alimentos para toda a população.

Está em fase de construção um amplo programa de recuperação ambiental, com foco na ampliação da cobertura florestal nativa do Espírito Santo, com participa-ção conjunta e efetiva das Secretarias de Estado da Agricultura e de Meio Am-biente. Por exemplo, até 2014, uma das metas ambientais consiste em revegetar, com espécies nativas, 29 mil hectares.

REVISTA AGROMINAS - No primeiro trimestre deste ano a uni-dade Noroeste da Ceasa-ES, em Cola-tina, fechou a movimentação de mer-cadorias em 4.141.262 quilos, número superior desde a inauguração em 2009. Qual a importância de órgãos como a Ceasa, o Incaper e o Idaf e quais projetos estão sendo formula-dos ou já executados para a amplia-ção dos mesmos no Estado?

ENIO BERGOLI - O Estado do Espírito Santo possui uma localização estratégica, pois, num raio de 1.000 km temos quatro capitais e o maior merca-do consumidor do Brasil. Nesse con-texto, a expansão e descentralização dos mercados atacadistas de hortifru-tigranjeiros é estratégica, não só para o abastecimento de nossa demanda in-terna, mas, para ganharmos competiti-vidade e eficiência na distribuição dos mercados vizinhos. Além da unidade central, em Cariacica, já estão em fun-cionamento duas regionais, a CEASA SUL, em Cachoeiro de Itapemirim e a CEASA NOROESTE, em Colati-na. Ainda em 2011 será inaugurada a terceira unidade regional, trata-se da CEASA NORTE, localizada no muni-cípio de São Mateus, contemplando as principais regiões do Estado e gerando oportunidades de negócios de forma equilibrada e harmônica.

O Idaf e o Incaper, junto com a CEA-SA, compõem o sistema público agrícola estadual e são instituições reconhecidas em suas áreas de atuação. Mas, devido ao crescimento do agronegócio do Esta-do, acima da média nacional, será neces-

sária a ampliação dos quadros. Por esta razão já foi realizado o concurso do Idaf em 2010 e os aprovados serão chamados a partir de julho deste ano. Está prevista também, no segundo semestre, a realização de concur-so para ampliação do quadro do Incaper. São sinais claros de que a política do Governo do Espíri-to Santo está traçada e alinhada com as demandas do setor rural, pois, as ampliações permitirão um melhor atendimento aos nos-sos produtores.

REVISTA AGROMINAS - O programa Caminhos do Campo facilita a produção agrí-cola, incentiva o turismo e reduz problemas ambientais. Quais são as metas para este ano?

ENIO BERGOLI - Até o momento, pelo Programa Caminhos do Campo, pavimentamos 700 km de estradas ru-rais em mais de 90 trechos, abrangendo 53 municípios. A pavimentação permite melhorar as condições do escoamen-to da produção, o desenvolvimento do agroturismo e ainda para o uso cotidia-no das pessoas que vivem no campo. Trata-se de um programa inovador do governo, que tem por finalidade a pavi-mentação das estradas rurais com baixo custo, respeitando o traçado original e, fundamentalmente, o meio ambiente. De 2011 a 2014, nossa meta é pavimen-tar mais de 300 km de novos trechos de forma que todos os municípios do inte-rior sejam beneficiados.

REVISTA AGROMINAS - No governo passado se investiu muito em telefonia rural fixa. Em que esse pro-grama melhorou a vida do produtor rural? O que se espera para 2011?

ENIO BERGOLI - O dinamismo dos mercados de produtos agropecu-ários exige que os produtores estejam atualizados diariamente para que pos-sam fazer bons negócios. Nesse sentido, a telefonia é fundamental, por ser uma forma ágil e barata de se buscar informa-ções. A melhoria na comunicação entre os produtores favorece o estabelecimen-to de parcerias e, consequentemente, a competitividade no mercado. Ativida-des como o agroturismo e outras não--agrícolas, desenvolvidas no meio rural, são importantes fontes complementares

de renda nas propriedades e o contato com os clientes, fator decisivo para o su-cesso, é facilitado pelo investimento na infraestrutura de telecomunicações.

No momento estamos concebendo um novo formato para o programa, em que estaremos levando sinal de internet para as comunidades rurais, o que propi-cia a comunicação por voz, dados e ima-gem. Ou seja, será um programa mais amplo do que telefonia fixa ou móvel. Ainda neste ano, pretendemos benefi-ciar 25 comunidades rurais.

REVISTA AGROMINAS - A eco-nomia do café está vinculada ao Estado desde os primórdios da agricultura. Como a SEAG pretende ampliar a disponibilidade de crédito rural para os cafeicultores? O que será feito para agregar valor a essa produção?

ENIO BERGOLI - O crédito é um dos principais instrumentos da política agrícola para o desenvolvimento regional. O capital empregado em investimento no setor rural promove a ampliação de divisas e é o prin-cipal responsável pelo crescimento econô-mico pujante que o setor apresenta. Atual-mente, temos uma parceria com os quatro Bancos (Banestes, Bandes, Banco do Bra-sil e Banco do Nordeste) e com o sistema cooperativo (Sicoob), que ofertam crédito rural aqui no Estado. Essas cinco institui-ções direcionam as aplicações, segundo o nosso planejamento, para as diversas cul-turas e criações.

No caso do café, o foco da aplicação dos recursos de investimentos é na me-lhoria da qualidade do produto. Ainda, para que o crédito se torne disponível

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aos agricultores de base familiar, trei-naremos, neste ano, os técnicos de co-operativas e associações na elaboração dos projetos. Assim, cada vez mais es-tamos ampliando o volume de crédito rural aplicado no Estado, que neste ano deverá atingir cerca de R$ 2 bilhões de reais. Também contribuímos com ações de pesquisa, assistência técnica e exten-são rural. O Espírito Santo já produziu grandes avanços na cafeicultura, como melhorar a qualidade do café Arábica e aumentar a produtividade do café Coni-lon. Em apenas 17 anos, a produção do Conilon aumentou 238%, com aumento de apenas 7,5% de área plantada.

Em maio lançamos mais uma edição da campanha de melhoria da qualidade e produtividade dos cafés do Espírito San-to, Arábica e Conilon. Essas campanhas visam dar maior visibilidade às tecno-logias já desenvolvidas para o café para que, ano a ano, mais produtores possam atingir alta produtividade com qualidade apreciada pelo mercado, garantindo me-lhor rentabilidade.

REVISTA AGROMINAS - Como andam e quais são as expectativas em relação às exportações do agronegócio capixaba? O que se pretende fazer para solucionar a falta de infraestrutura?

ENIO BERGOLI - O Espírito Santo tem apenas 0,5% da área geográfica do Brasil, mas responde por mais de 2% das exportações do agronegócio nacional. Como todo Brasil, já estamos em franca recuperação em relação aos efeitos da economia mundial, que ocorreu no final de 2008. Nos quatro primeiros meses deste ano, já exportamos em valor 35% a mais em relação ao mesmo período de 2010, o que nos leva a crer que chegare-mos ao final de 2011 com exportações totais ao redor de US$ 2 bilhões de dóla-res, um recorde histórico. Celulose, café, pimenta do reino, chocolate, carne bovi-na e açúcar são itens importantes de nos-sa pauta de exportações do agronegócio. Mas, a partir de 2011, ganha destaque a participação do frango na nossa pauta de exportações. Após a implantação de um abatedouro privado, passamos a figurar nesse mercado e a expectativa é que seja maior que a exportação de carnes e miu-dezas de bovinos.

Com relação à infraestrutura, este é um problema não só do Estado, mas de todo o país. Assim, o Governo do Espírito San-to está conduzindo diversas agendas com a União, com vistas a melhorar e ampliar

nossos portos, aeroportos e rodovias, dentre outros temas relevantes.

REVISTA AGROMINAS - No Simpósio Integração da Pecuária Bovina, que reu-niu o Espírito Santo, Minas Gerais e Bahia, um dos assun-tos abordados foi à demanda de alimentos que cresce a cada ano. Qual a preparação para esse cenário?

ENIO BERGOLI - Segun-do a Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), até o ano de 2020 o agronegócio brasileiro deverá crescer 40%, em função do aumento da demanda mundial por alimentos. De acordo com dados da FAO, que é o ór-gão da Organização das Nações Unidas para a agricultura e alimentação, até o ano de 2025 a produção mundial de carnes, incluindo aves, suínos e bovi-nos, precisará crescer pelo menos 42%, para atender a demanda projetada.

O estímulo aos investimentos em pro-dução agrícola passa pelo conhecimento e entendimento das tendências do merca-do mundial. Nesse sentido, temos traba-lhado ativamente junto aos produtores em todos os municípios capixabas, especial-mente por meio do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), para que estejam antena-dos às demandas do mercado e às exigên-cias que esses mercados apresentam.

REVISTA AGROMINAS - Em levantamentos do IDAF, para o Simpósio Integração, foi quantificada uma população bovina de 1.368.637 cabeças no extremo Norte e Norte do Espírito Santo. Quais são os incenti-vos para a pecuária?

ENIO BERGOLI - Desenvolvemos importantes programas para a evolução da pecuária capixaba. Na pecuária de leite, incentivamos a melhoria da quali-dade e produtividade do rebanho, com a distribuição de mais de 400 tanques de resfriamento de leite, 154 botijões de sêmen e aproximadamente 27 mil doses de sêmen, nos últimos dois anos. Além disso, construímos e inauguramos o la-boratório de análise da qualidade do lei-te, uma demanda antiga dos pecuaristas capixabas, que demandou investimento de mais de R$ 1,8 milhão de reais.

Na pecuária de corte, estamos cons-truindo matadouros regionais, com o intui-

to de regularizar a comercialização. Para a gestão destas unidades, estão sendo desen-volvidas parcerias com a iniciativa privada.

REVISTA AGROMINAS - Para encerrar, quais incentivos estão sendo fei-tos para as agroindústrias no Estado?

ENIO BERGOLI - Diversos pro-gramas de incentivo à implantação de empresas são desenvolvidos no Esta-do, incluindo, principalmente, benefí-cios fiscais como é o caso do Invest e o Compete. Na região Norte do Estado, que está inserida na Sudene, esses bene-fícios são ainda maiores. Paralelamente aos incentivos à implantação, realiza-mos o que consideramos de fundamen-tal importância, que é o fomento e apoio à organização dos produtores para que possam se tornar fornecedores das in-dústrias já instaladas.

O exemplo mais recente é o resgate do cultivo do coqueiro anão, no Norte capixaba. Dada a crescente demanda pela água de coco, duas importantes indústrias estão sendo parceiras em um programa de reestruturação da cadeia produtiva. Além de buscar atender à demanda já instalada, há o desafio de ampliarmos o fornecimen-to no curto prazo, em virtude da expansão das plantas envasadoras.

Diante dessa necessidade, o Governo do Espírito Santo, tem alavancado par-cerias com órgãos e entidades ligadas ao agronegócio, com vistas a estruturar e pro-fissionalizar a relação de fornecimento da produção ao longo do ano. Merece desta-que o fato de estarmos conduzindo todo o processo com base na estruturação de uma agricultura contratada, que reduz os riscos para quem investe na cultura e para as in-dústrias instaladas. Esse é um dos exem-plos, mas a metodologia tem sido adotada também com outras culturas, como a man-ga, o morango, o maracujá e o leite. também com outras culturas, como a man-

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Promover ações que tragam o desenvolvimento técnico, ad-ministrativo e social de seus associados, com agilidade e presteza, visando o crescimento dos funcionários e produtores rurais. Essa é a missão do Sin-dicato dos Produtores Rurais de Nanuque. A entidade dessa edição visa ser uma organiza-ção forte e comprometida com os interesses de seus associados, tendo como seus princípios bá-sicos a transparência e o respei-to em suas relações com os seus clientes e com a sociedade.

De acordo com a Carta Sindi-cal, o Sindicato dos Produtores Rurais de Nanuque foi criado no

dia 14 de junho de 1966. Treze presidentes já passaram pela en-tidade e o primeiro a cumprir a função foi Franz Schaper. Hoje a diretoria é formada por 14 pessoas: Tácio Ladeia Melhem (diretor presidente), José Ricar-do de Sá Nascimento (diretor vice-presidente), Silvana Mara Borges Simão (diretora secre-tária), André Carvalho de Sou-za (diretor tesoureiro), Marcos Carvalho de Oliveira, Edvaldo Siqueira Varejão, Soraia Hauei-sem Pimenta Ruas e Maria Franco Rodrigues (suplentes da diretoria), Edson Caetano Pe-reira, Arlino Franco Rodrigues e Arlício Fontes L. Borges Ma-

chado (membros do conselho fiscal), Ivo Pereira Garcia, An-dré Franco Rodrigues e Ulisses Rodrigues Filho (suplentes do conselho fiscal).

A sede não é própria, utili-zada em contrato de permuta. Quatro funcionários compõem a equipe do sindicato: as secre-tárias Marisa Marcelli Monte-zani, Ivone Rodrigues Cardo-so, Rosilane Reis dos Santos e Ivone Alves. A fonte de renda da entidade é através do repasse que a CNA faz aos sindicatos, leilões e doações dos associa-dos. Assim, a entidade pode proporcionar aos produtores rurais da cidade, palestras, lei-

Sindicato dos Produtores Rurais de Nanuque

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lões, seminários, cafés rurais, para suprir as demandas especificadas pelos próprios produtores e esclarecer dúvidas pertinen-tes ao setor.

A representação dos produtores ru-rais junto a Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (FAEMG), emissão de notas, cursos proporcio-nados pelo Serviço de Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), dentre outras, são as vantagens do sindicato. A parceria com o SENAR está levando ao produtor rural o conhecimento sobre as técnicas para melhorar a produção, consequentemente, qualificando os tra-balhadores rurais para trabalhos técni-cos como inseminação artificial, mane-jo do rebanho, ordenha, dentre outros.

A bolsa de empregos é outro be-nefício proporcionado ao trabalhador rural. Na falta de emprego, o traba-

lhador deixa o contato no sindicato, um currículo, e o sindicato ajuda-o a encontrar serviços junto aos associa-dos que estejam precisando de traba-lhadores.

Com duas destilarias na cidade e o aumento significativo nas planta-ções de eucalipto, as áreas destinadas à pecuária diminuíram. O presidente informa que a saída encontrada, para se explorar a pecuária, com tecnolo-gia a baixo custo, foi à implantação do programa Balde Cheio, desenvol-vido pela Embrapa, em parceira com a FAEMG e o sindicato. Uma unidade demonstrativa foi montada no Par-que de Exposições, para estimular e direcionar os produtores no pastejo rotacionado irrigado, para aumentar a produção de leite, através do manejo correto das pastagens.

Com a era digital, o sindicato sentiu a necessidade de implantação do site www.sindicatoruraldenanuque.com.br, para melhor atender aos seus produto-res, sem que estes precisem sair de casa. Na página, informações sobre o setor do agronegócio, cotações, notícias sobre o tempo e sobre a entidade.

Para que os projetos desenvolvidos pela entidade deem certo é necessário que os produtores se associem e façam parte do sindicato. Assim, a classe fica fortalecida. “No meu ponto de vista a maior dificuldade de todos os sindica-tos ainda é trazer o produtor rural para dentro dele. Ainda sinto a desunião da classe como nosso ponto vulnerável. Cada um procura resolver o seu pro-blema individual se esquecendo que a união faz a força”, aponta Melhem.

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Parte da diretoria do Sindicato dos Produtores Rurais de Nanuque

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PRESIDÊNCIAEm agosto de 2008, para liderar o

Sindicato dos Produtores Rurais de Na-nuque de 2008 a 2011, a entidade ga-nhou o atual presidente. Tácio Ladeia Melhem, 49 anos, preside o sindicato em seu primeiro mandato. Tudo come-çou depois de uma conversa informal com alguns produtores rurais e empre-sários do agronegócio, que se uniram para formar uma chapa. O objetivo desse grupo, segundo o presidente, era dar mais vida à entidade, fortalecendo a instituição, proporcionando uma maior representatividade do setor.

O primeiro ano do mandato foi voltado para a reforma do Parque de Exposições da cidade, através da reali-zação de leilões e doações dos associa-dos. Em menos de um ano, em junho de 2009, aconteceu a 19ª Expoagro de Nanuque, depois de oito anos sem acontecer. O evento teve resultados

satisfatórios, superando os objetivos esperados pelos organizadores, produ-tores e a comunidade. Nesse ano, a 21ª Expoagro será realizada entre os dias 08 e 12 de junho, reafirmando a cada ano a presença do sindicato junto aos produtores rurais.

Formado em Direito, Melhem exerce a profissão simultaneamente com a chefia do sindicato. Produtor rural, dentro da atividade leiteira, ad-ministra sua propriedade em Minas Gerais, com módulos de pastagens rotacionadas e irrigadas. Colaborador também, de uma empresa no extremo sul da Bahia, na produção de café Co-nilon, cacau e pecuária comercial vol-tada para cria de gado Nelore.

Depois de três anos à frente da ins-tituição, diz que não pretende concor-rer a uma nova eleição. “Sempre acre-ditei na renovação. Acho que nós da atual Diretoria já demos nossa parcela

de contribuição à entidade, agora é vez de outro grupo de produtores assu-mirem e colocarem em prática novas ideias e objetivos. Acho que é assim que a Entidade se fortalece”, explica.

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Presidente Tácio Melhem

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“Eu sempre montei a cavalo, competi desde pequeno e chegou um ponto que a gente queria um pou-co mais, queríamos criar. A gente queria emoção, a gente queria com-petir, a gente queria correr contra o tempo”. Foi assim que a paixão e a criação da raça Quarto de Milha co-meçou. A frase dita acima foi por Ca-millo Araújo Neto, 34 anos. Formado e pós-graduado em direito, o criador conta que cresceu em meio aos equi-nos e quando surgiu à oportunidade de começar a criar o Quarto de Milha, a chance não foi desperdiçada. Seu pai era criador de Mangalarga Mar-chador, mas a raça não despertava

interesse em Camillo e nos irmãos, pois não queriam montar em um ca-valo para andar de marcha. Assim, a criação de Mangalarga foi substituída pelo Quarto de Milha.

Há 15 anos a fazenda Mescalero Ranch, com 300 hectares, situada em Degredo, Linhares (ES), é uma pro-priedade de Camillo e dos irmãos. Camillo começou a criar Quarto de Milha há 12 anos aproximadamente. Composto por um plantel de 60 ani-mais, 40 fêmeas e 20 machos, com idades entre seis meses a 20 anos, a criação de Quarto de Milha se divide entre o Mescalero Ranch, onde se en-contra o criatório da raça, e o Centro

Hípico UNESC, que fica em Colati-na, onde são feitos os treinamentos e o melhoramento genético.

Os animais que ficam na fazen-da são levados para emprenhar em Colatina, na central de reprodução montada por Camillo. Inseminações e transferência de embriões são feitas na central, depois os animais voltam para Linhares. Em Colatina também é feita à coleta e o envio de semens para outras cidades e Estados. A pre-tensão agora é começar a congelar os semens coletados. Todos os animais do plantel são resultados de biotecno-logias aplicadas para o melhoramento genético da criação.

Mescalero Ranch e Centro Hípico na criação do Quarto de Milha

Apollo Chick Only o garanhão do plantel se destacando com produtos de alta qualidade genética

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Mescalero Ranch e Centro Hípico na criação do Quarto de Milha

Além dos semens produzidos pelos animais da fazenda, Camillo informa que compra sêmen para ter uma base diferente do material ge-nético produzido em sua proprieda-de. Assim ele pode reciclar a tropa e regenerar o sangue dentro da criação. Com animais melhorados, a criação é reconhecida. Camillo comercializa animais e semens do plantel até para outros Estados brasileiros. Hoje ele vende animais e semens para cria-dores de Alagoas, Bahia, Minas Ge-rais, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo e Sergipe. “Nosso leque de vendas de animais e de sêmen está bem amplo, graças a Deus”, aponta. Todo ano, antes de vender os animais, o criador diz que separa para ele um dos potros daquela geração para ser treinado. “Consequentemente acabo vendendo animais que outras pessoas vão montar, que vão botar para traba-lhar. É importante fazer campanha dos animais e isso valoriza o garanhão”.

Nas competições, o criador conta que seus cavalos já foram campeões em concursos do núcleo regional e da associação brasileira, em provas de ba-liza e tambor. “Todo ano que a gente participa nós trazemos bons resulta-dos”. No Centro Hípico também acon-

tece competições, duas vezes por ano e, de acordo com Camillo, o pessoal da cidade gosta e participa dos eventos.

Desde 2005 Camillo Neto é o vice-presidente da Associação Re-gional do Quarto de Milha (ARQM), com três mandatos consecutivos, en-cerrando este último em julho desse ano. “Não vou me afastar, porque eu gosto. Mas acho que tem que ter gen-te nova, com ideias novas para me-lhorar. Tudo tem que reciclar”.

MANEJO E ESTRUTURADiferente da rotina no Mescalero

Ranch que é basicamente um manejo diário de alimentação e cuidados com os cavalos, no Centro Hípico é bem puxado. As atividades começam por

volta das 5h30 da manhã com o treino dos cavalos. As 7h os cavalos rece-bem o trato, a limpeza das baias são feitas, depois vem outro trato na hora do almoço. Mais à tarde outra etapa de treinamentos é feita. Há 11 anos o trei-nador Edmilson Lopes Costa, 43 anos juntamente com o tratador e domador dos animais, Renato Carlos de Olivei-ra, 35 anos, fazem parte dessa rotina.

A alimentação dos animais é a mesma o ano inteiro: feno, ração seca e suplementos. Cada animal recebe um suplemento de acordo com a ati-vidade desempenhada. O garanhão recebe um tipo de suplemento, os ani-mais de prova outro. Em relação ao manejo sanitário, os animais são va-cinados, como de praxe, contra enfer-

Camillo e Apollo

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midades como gripe, tétano e raiva. Já a estação de monta é feita de julho a fevereiro. A partir dos três anos a fêmea está pronta para cruzar, devi-do à maturidade física para gerar um produto.

No Centro Hípico algumas baias são alugadas. Camillo informa que tem pessoas que tem um animal, mas não tem onde colocar e por isso faz o aluguel das baias com o treinamen-to. “A pessoa vem alugar o espaço para o cavalo aqui e o cavalo vai ser tratado e treinado. Paga por mês só o aluguel e a ração do animal. Ele pode vir, pode vir treinar, aprender um pouco com o Edmilson, que é o treinador, que ele vai ensinar para a pessoa também”, informa.

O tipo de pelagem mais comum na criação de Camillo é o Alazão, mas os castanhos também são pre-dominantes. O padrão racial é uma característica que designa o Quarto de Milha. Outras características são a versatilidade e a inteligência da raça, o que chama a atenção do criador. O animal serve tanto para o trabalho quanto para o esporte.

“Tenham cavalos. Cavalo é uma

coisa fantástica. Imagina uma crian-ça de 30 kg dominar um cavalo de 500 kg. Isso para autoconfiança, para segurança, é fantástico para qualquer criança. É um companheiro que você tem ali debaixo da sua sela e você pode confiar. Se for um animal bem treinado é para o seu filho montar, é para sua esposa montar, é para sua filha montar. Cavalos são gratifican-tes, é gostoso conviver com eles, são animais dóceis. Cavalo é paixão para mim desde pequeno. Competi e corri laço durante muito tempo. Hoje me dedico a ter animais para os meus fi-lhos montarem e, só de vê-los mon-tando, isso já me dá uma satisfação imensa”, incentiva.

AS OUTRAS PAIXÕESNatural de Colatina, Camillo é

casado com Bárbara Schetino de Araújo, 34 anos. Os dois filhos do casal, Camillo Schetino de Araújo, 9 anos e Cecília Schetino de Araújo, 5 anos, herdaram do pai a paixão pela raça. Camillinho, assim chamado por Camillo, já compete em concursos esportivos nacionais e ganhou em 4º lugar na categoria criança no Con-

gresso Brasileiro que aconteceu em Avaré (SP).

Com um sorriso no rosto, Camillo conta que seu filho, desde os quatro anos, monta sozinho. “Ele é um orgu-lho para mim. Começou competindo no pasto, depois no trote, no galopi-nho. Hoje já está fera no tambor e na baliza. Ele está bem animado”, orgulha-se. Cecília, aos cinco anos é curiosa com os animais. Segundo Camillo, ela gosta, pede para montar, mas ainda tem um pouco de medo. “Vai chegar à hora dela ainda. Ela está pedindo, eu já tenho uma egui-nha mancinha para ela. Vou começar a botar ela em cima, mas sem pressa, no tempo dela”.

Trabalhando como gerente admi-nistrativo durante a semana, Camillo enfatiza a importância da ajuda de Bárbara e seus filhos na participação, aos finais de semana, de Congressos e competições esportivas do Quarto de Milha. “O apoio deles é funda-mental”, destaca.

Camillo com a esposa, os filhos e Apollo

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DIA

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AMPO

A Fazenda dos Anjos, situada na estrada para Golconda, zona rural de Governador Valadares, é o resultado do exemplo típico dos valadarenses que vão para os Estados Unidos para conseguir realizar seus projetos no Brasil. Com um plantel de 200 cabeças de gado mestiço, Adair Soares dos Anjos, 45 anos, proprietário da fazenda, bus-ca melhorar o rebanho para o sustento da família dentro da atividade leiteira, comum na região.

Adair dos Anjos, formado em Processamento de Dados, abandonou a profissão para ir trabalhar nos Estados Unidos. Adquirida em 2005, a proprie-dade foi fruto desse tempo que passou no exterior, onde trabalha durante a semana e desfruta com a família nos finais de semana. Natural de Gover-nador Valadares, Adair é casado com Luciene de Castro Martins dos Anjos, com quem tem três fi-lhos: Cleverton, Weyne e Nayelle dos Anjos, de 19, 15 e 9 anos, respectivamente.

A propriedade tem uma área de 156 hectares,

divididos em 13 mangas. Quando adquiriu a fazen-da, lembra que só tinha o curral e uma casinha ve-lha. De lá para cá, a estrutura da fazenda vem sendo modificada e as plantações recuperadas. Mesmo se dedicando à produção de leite, na área alguns pés de mexerica, laranja, coco, uma pequena lagoa para psicultura, dentre outros, preenchem o espa-ço. Em um espaço diversificado, algumas galinhas, cabritos e cachorros ficam soltos na propriedade. Para Adair a fazenda é um lugar tranquilo em que ele pode fazer suas criações, se alimentar dos ani-mais que sabe a procedência e ter um espaço de descanso e lazer para a família e amigos.

Adair conta que quando comprou a fazenda, adquiriu também os gados mestiços e dois touros: um Guzerá e um Gir. Nesse tempo vinha fazen-do só o processo de monta. Apostando no meio sangue, ele justifica que escolheu não trabalhar com um gado puro devido à rusticidade do gado mestiço e a facilidade em se tratar do mesmo.

Fazenda dos Anjos NA BUSCA PELO MELHORAMENTO GENÉTICO DO REBANHO

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Curioso em relação às técnicas para se melhorar a produção, ele começou a investir, há um ano, no melho-ramento genético para melhorar seu rebanho e aumen-tar a produção. Aproveitou a oportunidade e juntamente com um vaqueiro que trabalha na propriedade, fizeram um curso de inseminação artificial. Na época ele com-prou um botijão de sêmen e começou a colocar em prá-tica o que aprendeu no curso.

Depois de calcular os gastos que tinha com o tanque comunitário de coleta de leite, Adair resolveu investir no tanque de resfriamento próprio. De acordo com o produ-tor, o tempo que os vaqueiros gastavam para ir e voltar, ao final de um mês, já eram 60 horas, tempo esse que daria para investir na melhoria da fazenda. Sem contar nos gastos com energia elétrica, que ele precisava pagar para o uso do tanque comunitário, superiores ao que ele tem agora com o próprio tanque. Hoje, ele tem na pro-priedade um tanque de resfriamento, que atende as suas necessidades e com menores gastos.

ESTRUTURAO produtor rural, um vaqueiro e um ajudante dão conta

de todo o trabalho na fazenda e da coleta manual do lei-te, em duas ordenhas por dia. Adair informa que está em processo de compra da ordenha mecânica para otimizar o trabalho. Com a braquiária como pastagem predominante, a alimentação do gado é feita a pasto, no pastejo rotaciona-do nas mangas e com ração. No período da seca a alimen-tação é complementada com cana e ureia.

Mesmo não tendo o número preciso, Adair diz que hoje ele consegue produzir a baixo custo, principalmente depois que começou a fazer o melhoramento do rebanho,

por que se fosse comprar uma fêmea na qualidade que es-tão buscando na propriedade, os custos seriam maiores.

O plantel da Fazenda dos Anjos apresenta uma mé-dia de oito anos de idade e entram em produção aos três anos aproximadamente. A estação de monta é feita o ano inteiro. Hoje, cada animal tem uma produção de sete li-tros de leite por dia. Mas tem vacas que se destacam na lactação com uma produção de 25 litros de leite. “Na época das águas nós chegamos a quase 200 litros/dia. Como as nossas vacas não são ‘top de linha’ nós estamos fazendo o melhoramento genético para melhorar o volu-me de leite na fazenda”, aponta Adair.

Há aproximadamente dois meses e meio, o produtor rural começou a fazer parte de um programa para agre-gar valor à produção de leite, melhorar e trocar o reba-nho: o projeto Crê$er Genética, vinculado a Cooperativa Agropecuária Vale do Rio Doce. O programa busca di-minuir o intervalo dos partos e dar resultado de produtos melhorados, aumentando assim, a produção de leite. Um dos incentivos é a compra de semens e do Protocolo da Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) mais em conta e com mais facilidade.

Com 29 vacas inseminadas pelo projeto, mesmo não apresentando resultados concretos, a expectativa é grande, pois muitas vacas antes estavam vazias e hoje estão cheias. Atualmente a inseminação continua sendo feita por ele, mas as condições de aquisição do material genético é que melhoraram. “Sai mais em conta com o projeto. O projeto ele vai alavancar a produção, forçando a fazer mais rápido. Eu preciso trocar meu plantel que já está ficando velho, então minha expectativa é grande de adquirir umas vacas de mais volume de leite”.

As vacas inseminadas pelo projeto Cre$er Genética e ao fundo Adair dos Anjos

28 de maio a partir das 18h no

Parque de Exposições de Governador Valadares

São mais de 80 lotes dos melhores criadores com qualidade genética comprovada e financiamento facilitado. Inscreva-se e arremate. O melhoramento para o seu rebanho tem endereço certo.

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SAÚD

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INTRODUÇÃONa pecuária brasileira de cor-

te e Leite, o maior problema re-produtivo é a falta ou o atraso de cio fértil pós-parto, o que pode ser comprovado pelo grande nú-mero de vacas vazias encontra-das nas fazendas, prolongando o intervalo entre partos acima de 18 meses, muito longe do ideal que é de 12 a 14 meses.

Quando uma vaca, durante o período pós-parto não é observa-da com cio até 60 dias pós-parto, diz-se que está em Anestro (au-sência ou atraso no cio). É uma condição em que se incluem va-cas cíclicas e não cíclicas.

Em rebanhos de leite e corte, o Anestro, interfere diretamen-te na Eficiência Reprodutiva do rebanho brasileiro, cuja baixa de fertilidade pela diminuição da taxa de prenhez e o número de dias que as vacas não estão em reprodução, fazem com que o criador tenha prejuízos, pois uma vaca deve estar prenhe pelo menos até 90 dias pós-parto. Uma vaca cíclica é aquela que entrou no cio.

ETIOLOGIADiversas desordens e causas

podem interferir na fertilidade de vacas de corte e leite como fato-res alimentares, fatores sazonais (estação do ano), fatores ambien-

tais e lactação, dentre outros, que podem deprimir ou bloquear sua atividade cíclica.

O Fator Nutricional é a prin-cipal causa do Anestro seguido de patologias dos ovários e úte-ro, como Endometrites (entre 5 e 10%) e menos frequentes, abaixo de 2%, o Feto Macerado e o Feto Mumificado, em que pela presen-ça de restos fetais como ossos, ocasionam a contaminação do útero e a presença de cistos folicu-lares, que em vacas de corte quase não são diagnosticados.

Estas patologias e desordens nutricionais da reprodução, pelo fornecimento de uma dieta ali-mentar não equilibrada, com deficiência de vitaminas e mine-rais, interferem diretamente na fisiologia dos hormônios.

O prolongamento de uma defi-ciência alimentar ou uma nutrição inadequada, principalmente duran-te o terço final da gestação, poderá levar a algum tipo de doença ou patologia, em que na esfera repro-dutiva ocasiona um baixo escore corporal, piorando as condições corporais durante o parto ou deter-minando uma condição patológica em que os ovários ficam pequenos e afuncionais, aumentando o perío-do de Anestro.

SINTOMAS E DIAGNÓSTICO O principal sintoma de uma

vaca em Anestro, é o não apa-recimento do cio, normalmente em uma vaca com baixo escore corporal (abaixo de 3), magra e subnutrida ou com presença de ovários pequenos, lisos e duros.

O método mais utilizado a campo é o exame ginecológico pela palpação retal, que deve ser realizada como rotina, obedecen-do um intervalo de 10 a 14 dias, em que se pode acompanhar se o corpo lúteo está ou não presente.

No diagnóstico de Ovários Inativos ou Afuncionais, não existe a presença de um corpo lúteo nos ovários, tanto no pri-meiro como no segundo exame, onde encontramos um nível mui-to baixo de progesterona, sendo, portanto este exame baseado na ausência de um corpo lúteo.

Podem acontecer casos em que o corpo lúteo esteja presen-te, sem que possa ser identifica-do por uma palpação retal, sendo importante, para que não exista um erro de diagnóstico, associar a condição corporal da vaca com os resultados obtidos durante os exames ginecológicos, pois em muitos casos, vacas que não es-tão prenhes e com boa condição corporal e que deveriam estar ciclando, não apresentam cios, apesar de apresentarem corpo lúteo em um dos ovários.

Qualquer dúvida que se tenha

Eficiência Reprodutiva = Eficiência Produtiva

Marcelo CabralMédico Veterinário

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Eficiência Reprodutiva = Eficiência Produtiva

num diagnóstico por palpação retal, podem-se utilizar outros recursos como o ultrassom, que permite tan-to o diagnóstico precoce da gestação quanto um exame mais detalhado do ovário e útero.

O corpo lúteo persistente é diag-nosticado pela presença do corpo lúteo nos dois exames, no mesmo ovário e na mesma posição, e tam-bém por um alto nível de progeste-rona no sangue ou no leite. O corpo lúteo persistente pode estar associa-do com algumas patologias uterinas durante a gestação.

PROFILAXIAO retorno de uma vaca à repro-

dução e o reinício de sua atividade cíclica, não só é determinada pela rapidez da involução uterina, como também, pela condição corporal que apresenta ao parir, ao manejo a que é submetida e pela presença de al-guma patologia reprodutiva, como problemas nos ovários ou no útero.

A melhor profilaxia para que uma vaca retorne a sua atividade cíclica ovariana dentro dos 90 dias após a parição, é submetê-la a um processo de alimentação correta que atenda todas as suas necessida-des nutricionais durante o período de gestação, em especial no peri-parto e no pós-parto, mantendo-a com um bom escore corporal.

A vaca com um bom equilíbrio no seu escore corporal, não estan-do muito magra ou muito gorda, permitirá se necessário for, a mo-bilização da gordura corporal nos primeiros meses pós-parto, para a produção suficiente de leite tanto para a amamentação, no caso do corte, quanto para o pico de lacta-ção, no caso do leite.

O escore corporal é uma ava-liação visual que obedece a uma escala que varia de acordo com a região e é feita pela observação da presença de gordura sobre as coste-las, região dorso lombar, ossos da anca e inserção da cauda. A escala normalmente varia de 0 a 5, depen-dendo da região. Uma vaca num escore corporal entre 3 e 4 dificil-mente terá problemas reprodutivos por má condição nutricional.

TRATAMENTONa pecuária moderna e compe-

titiva, o desenvolvimento de novas substâncias hormonais mais efi-cazes, se tornou uma necessidade tecnológica indispensável, assim como a criação de esquemas ou programas terapêuticos específicos, com a capacidade de simular com grande precisão os fenônemos en-docrinológicos naturais.

Com as novas tecnologias, ocor-re uma melhora na produtividade, pois cada bezerro que deixa de nas-cer ou que se perde, representa 40% de lucro a menos para o criador, no caso do corte e menor produção di-ária, no caso de leite.

O primeiro passo é a melhoria na detecção de cio, talvez o prin-cipal fator para realização de um programa de inseminação artificial, com observações mais minuciosas e detalhadas dos sinais fisiológi-cos e comportamentais do cio, tais como sua frequência e duração.

O conhecimento do ciclo estral e o uso de fármacos nos tratamen-tos hormonais para controle do cio e da ovulação, dentro de um núme-ro limitado de dias, os chamados protocolos reprodutivos, irão mini-mizar os problemas de detecção de

cio, possibilitando a otimização de programas de inseminação artificial e transferência de embriões.

VANTAGENS DA IATF (INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL COM TEMPO FIXO)

Em rebanhos, tanto de corte quanto leiteiros, na maioria das ve-zes a detecção do cio é mais difícil de ser realizada devido ao manejo intensivo a que elas são submetidas.

Como o Anestro é o período de completa inatividade sexual da vaca, onde não existe nenhum sinal de manifestação de cio, ele deve ser observado e tratado como um pro-blema fisiológico e não como um problema patológico, utilizando-se hormônios sintéticos e a implanta-ção de programas reprodutivos.

Diversos programas têm sido largamente utilizados com o uso de hormônios para otimização dos níveis produtivos e aumento da eficiência reprodutiva, como consequência um maior número de partos, gerando van-tagens financeiras para o criador.

Existem algumas razões básicas para sincronizar o cio e a ovulação com fármacos, tais como: facilida-de no uso da Inseminação Artificial sob condições extensivas; o manejo será facilitado e melhorado; redu-ção do tempo necessário e mão-de--obra para detecção do cio; a for-mação de lotes uniformes, mesma época de parição, desmame etc.; promove a diminuição do intervalo entre partos; diminuição da idade ao primeiro parto; diminuição do descarte por infertilidade; haverá um maior número de partos; todas as vacas podem ser inseminadas ao mesmo tempo, com hora marcada e sem necessidade de detecção de cio, dentre outros.

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20MAIO 2011

CADE

RNO

TÉCN

ICO

Sustentabilidade, segurança ali-mentar e proteção ao ambiente são as diretrizes para a produção agríco-la nos próximos anos. Destacam-se nesse sentido os alimentos portado-res de selos que garantem a não uti-lização de agrotóxicos no processo produtivo. Com isso, sistemas de cultivo mais sustentáveis e menos dependentes do uso de agrotóxicos têm sido desenvolvidos.

O sucesso na oferta dos novos produtos naturais, dependerá tam-bém da solução de outros problemas menos científicos como a capacidade de desenvolvimento de pesquisa por grupos interdisciplinares, da atração e envolvimento do setor produtivo e da capacidade de atender a legislação pertinente ao registro e comercializa-ção de produtos fitossanitários.

Métodos físicos, mecânicos e culturais podem ser utilizados no manejo de doença. Algumas técni-cas de controle físico são detalhadas

por Campanhola e Bettiol (2003), destacando-se: solarização para o controle de fitopatógenos habitan-tes do solo; uso de coletor solar para desinfestação de substratos para pro-dução de mudas; tratamento térmico e desinfestação de instrumentos de corte, visando diminuir a propaga-ção de doenças como, por exemplo, o raquitismo da soqueira e a escalda-dura das folhas em cana-de-açúcar; uso de luz UVC para controle de po-dridão de maçãs e outras frutas em pós-colheita; eliminação de determi-nados comprimentos de onda para o controle de fungos fitopatogênicos em casa de vegetação.

Bettiol et al. (2005) apresentam uma série de produtos alternativos para o controle de doenças de plantas que vem sendo utilizados no Brasil, incluindo: leite de vaca para o con-trole de oídio em diversas culturas; casca de camarão e de outros crus-táceos para o controle de podridão

de raízes; taninos para o controle da fusariose do abacaxizeiro; biofertili-zantes produzidos pela digestão ana-eróbia ou aeróbia de diversas ma-térias orgânicas; fosfitos, que têm a propriedade de estimular as defesas da planta (indução de resistência), além de apresentarem efeito fungi-cida, atuando diretamente sobre os patógenos, especialmente sobre Oo-micetos; extratos, outros resíduos de plantas e algas marinhas.

O uso de extratos de algas mari-nhas na agricultura é um campo que tem despertado o interesse da pes-quisa nos últimos anos. Um dos mo-tivos se deve ao fato de as algas ma-rinhas crescerem rápido, produzirem grande volume de biomassa e serem fontes de diversas substâncias com atividade biológica (TALAMINI et al., 2009). As espécies mais estuda-das são a macroalga-verde (Uva fas-ciataI), a alga-marrom (Laminaria digitata) e a alga Ascophyllum no-

Controle de doenças de plantas com

extratos de plantas?

Marcelo Barreto da SilvaEng° Agr°, D.Sc., Prof. UFES/CEUNES

[email protected]

Trazilbo José de Paula JúniorEng° Agr°, Ph.D., Pesq. Epamig Zona da Mata

[email protected]

Marcelo Augusto Boechat Morandi Eng° Agr°, D.Sc., Pesq. Embrapa Meio Ambiente

[email protected]

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dosum. Já existem produtos comer-ciais à base de extratos destas algas, como por exemplo, o Phyllum®, no Chile, e o Iodus 40®, na Europa.

MECANISMOS DE AÇÃO DE EXTRA-TOS VEGETAIS NO CONTROLE DE

FITOPATÓGENOS Diversos produtos naturais, en-

tre os quais os extratos vegetais, têm mostrado a capacidade de controlar fitopatógenos. O controle pode ser de-corrente da atividade antimicrobiana exercida diretamente contra o patóge-no, retardando seu crescimento, ini-bindo a esporulação ou a germinação de esporos. Outro mecanismo estuda-do é a ação indireta do produto sobre a planta hospedeira por meio da ativa-ção dos mecanismos de resistência da própria planta, o que é denominado de indução de resistência.

A ação antimicrobiana dos ex-tratos vegetais sobre fitopatógenos é identificada basicamente a partir de ensaio laboratorial. Com esses ensaios são identificadas as plantas, ou partes delas, cujos extratos pos-suem potencial de controle de doen-ças. Vários trabalhos têm sido feitos neste sentido para fungos dos gêne-ros Colletotrichum, Cladosporium, Fusarium, Oidium, Phytophthora, Rhizopus, Mucur, Penicillium etc.

As plantas apresentam um me-canismo relativamente complexo de defesa contra o ataque de mi-crorganismos invasores. Esses me-canismos são ativados por substân-cias denominadas de eliciadores, que podem ter diferentes origens. Dentre os fatores de ativação é possível destacar diferentes tipos de microrganismos, como fungos,

vírus e bactérias (PASCHOLATI; LEITE, 1995). A indução de resis-tência, como o próprio nome indica, não trata da criação de mecanismos de resistência e sim da ativação de mecanismos já existentes na plan-ta. Ela é caracterizada pela redução da intensidade de doença na plan-ta após exposição a determinados agentes ativadores.

EXEMPLOS BEM SUCEDIDOSExistem alguns extratos de plan-

tas comercializados para uso agrícola no Brasil. Um dos mais estudados no controle de doenças de plantas é o Ecolife-40®, que é o extrato de bio-massa cítrica, composto de bioflavo-nóides cítricos, fitoalexinas cítricas e ácido ascórbico que atua por indução de resistência e por ação direta con-tra os fitopatógenos. Obtiveram-se resultados satisfatórios contra bacte-rioses nas culturas de pimentão e

morango, Botrytis em uva, mal-de--Sigatoka na banana, entre outras. O produto está registrado como ferti-lizante junto ao Ministério da Agri-cultura e possui selo de certificação orgânica (IBD, Botucatu, SP).

Produtos obtidos a partir do óleo de nim têm tido boa aceitação no mercado por apresentar eficiên-cia semelhante aos inseticidas na-turais. Além disso, esses produtos apresentam baixa toxicidade aos mamíferos. Resultados de pesqui-sa têm demonstrado o potencial acaricida e inseticida de produtos a base de nim disponíveis no mer-cado brasileiro (VENZON et al., 2008). Já existem vários produ-tos no mercado como Azamax®, Dalneem emulsionável®, Organic Neem® e Neenseto®.

A manipueira (nome indígena para o extrato das raízes da man-dioca, Manihot esculenta), um sub-produto da fabricação da farinha

de mandioca, tem sido utilizada como ne-

maticida, inseticida, acaricida, fungicida

e bactericida, supe-rando nos ensaios ex-

perimentais, os pesticidas recomendados para cada

caso, em diferentes cul-turas (PONTE, 2002).

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A manipueira contém um com-posto denominado linamarina de cuja hidrólise provém a acetona--cianohidrina, da qual resultam o ácido cianídrico e os cianetos, além de aldeídos. Esses cianetos são responsáveis pela ação inse-ticida, acaricida e nematicida do composto, enquanto o enxofre presente em grande quantidade e outros compostos exercem ativi-dade antifúngica.

CONCLUSÃOCom algumas exceções, os

poucos produtos existentes no mercado não são registrados como fitossanitários em decorrência do custo necessário para atender a legislação pertinente. Por outro lado, há a necessidade de compro-vação da segurança dos produtos para o aplicador, para o consumi-dor e para o ambiente.

Para a indústria química, os ve-getais são fontes inesgotáveis de moléculas, muitas desconhecidas, que podem servir de modelo para síntese química, gerando produtos de baixo custo, eficazes, ambien-talmente seguros, padronizados, registrados, com controle de qua-lidade visando à reprodutibilida-de e constância de componentes químicos, e, principalmente, que atendam às necessidades dos pro-

dutores. A pesquisa com plantas medicinais como fonte de defen-sivos naturais é promissora, com possibilidade de descobertas no-vas e relevantes, porém, deve es-tar alicerçada em estudos interdis-ciplinares, para que se obtenham resultados conclusivos. Há ainda a necessidade de implantação de ensaios nas condições ecológi-cas de uso do produto, que ainda são em número reduzido quando comparado com a quantidade de ensaios in vitro publicados (MO-RAIS, 2009).

A busca de novos produtos na-turais com efeito fungicida cons-titui-se em um campo de investi-gação aberto, amplo e contínuo. A grande variedade de substâncias presentes na flora representa um enorme atrativo na área de contro-le de fitopatógenos e pragas, prin-cipalmente levando-se em consi-deração que apenas uma pequena parcela dessas plantas foi investi-gada com esse propósito.

REFERÊNCIAS

BETTIOL, W.; GHINI, R.; MO-RANDI, M. A. B. Alguns métodos al-ternativos para o controle de doenças de plantas disponíveis no Brasil. In: Venzon, M.; Paula Jr., T.J.; Pallini, A. (Org.). Controle alternativo de pragas e doenças. Viçosa: Epamig - CTZM, 2005, p. 163-184.

CAMPANHOLA, C.; BETTIOL, W. 2003. Situação e principais entra-ves ao uso de métodos alternativos aos agrotóxicos no controle de pragas e do-enças na agricultura. In: Campanhola, C.; Bettiol, W. Métodos alternativos de controle fitossanitário. Jaguariúna, Em-brapa Meio Ambiente, p. 265-279.

PONTE J.J. 2002. Cartilha da mani-pueira: uso do composto como insumo agrícola. 2ª Edição. Secretaria da Ciência e Tecnologia do Ceará, 52 p.

TALAMINI, V.; PAULERT, R., STADNIK, M.J. 2009. Bioestimulan-tes e protetores de plantas derivados de macroalgas marinhas. In: Bettiol, W.; Morandi, M.A.B. (Eds.) Biocontrole de doenças de plantas: uso e perspectivas. Jaguariúna: Embrapa Meio Ambiente. p. 129-137.

VENZON, M.; OLIVEIRA, H.G; SOTO, A., OLIVEIRA, R.M., FREI-TAS, R.C.P., LOPES, I.P.C. Potencial de produtos alternativos para o contro-le de pragas In: POLTRONIERI, L.S.; ISHIDA, A.K.N. Métodos alternativos de controle de insetos-praga, doenças e plantas daninhas. Belém: Embrapa Ama-zônia Oriental, 2008, p. 263-287.

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Humberto Luiz Wernersbach FilhoZootecnista MSc / Supervisor de Pesquisa

Fertilizantes Heringer S/A

Nem sempre menores custos são maiores ganhos. A formação de pastagens é o primeiro passo para sustenta-bilidade e também um desafio para os pecuaristas, pois é uma das operações mais delicadas em uma fazenda de pecuária, num entorno de várias áreas de pastagens degradadas. Nesse universo, observa-se que o produtor tenta fazer a operação com menor custo possível, o que, de fato, é um objetivo fundamental. Em muitos casos, pastagens mal formadas causam enormes prejuízos, pois tem sua durabilidade comprometida. Esse texto foi ela-borado com o objetivo de discutir as boas práticas de for-mação de pastagens, buscando o melhor custo benefício ao pecuarista.

O primeiro passo é fazer um diagnóstico da área, veri-ficando sua real necessidade de reforma. Após essa aná-lise, a escolha da espécie forrageira é fundamental, pois pastagem não adaptada ao sistema de produção é um dos principais caminhos para a degradação e prejuízos. Em termos práticos, para a escolha do capim, o pecuarista deverá “perguntar” para sua fazenda o que ele poderá plantar, e da mesma maneira a fazenda “perguntará” ao pecuarista o que ele estará disposto a dar de retorno. Com essa “conversa” o produtor irá implantar a forrageira que

mais se adaptará as condições locais de manejo. Contu-do alguns fatores quando observados poderão facilitar o pecuarista na tomada de decisão, sendo: 1) espécie local: a análise desse fator visa substituir, quando necessário, a espécie atual sem haver reinfestação da mesma na nova pastagem. Práticas, por exemplo, como uso de herbici-das e integração com agricultura auxiliam nesse proces-so; 2) topografia do terreno e susceptibilidade à erosão: espécies que formam touceiras quando mal manejadas podem apresentar espaços livres no solo, o que em áreas declivosas ou arenosas podem causar sérios danos erosi-vos; 3) drenagem do solo: em áreas mal drenadas utili-zar espécies que toleram o encharcamento, por exemplo Brachiara humidicola e 4) Nível de utilização: apesar de cada espécie ter sua exigência nutricional, o nível de uti-lização é um dos fatores que podem determinar a exigên-cia das plantas forrageiras. Em outras palavras quanto mais se utiliza uma planta forrageira maior a exigência em manejo e fertilidade do solo da mesma.

Entender que a pastagem funciona como qualquer outra cultura econômica é fundamental para o sucesso na sua implantação. Por isso, práticas agronômicas deve-rão ser respeitadas com rigor no processo de formação.

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RA Jogar semente ou plantar o pasto?

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Ao analisarmos somente o uso de calagem e adubação, in-sumos estes que normalmente são deixados de lado em função do custo. O investimento gira em torno de R$ 460,00/ha. Esse valor convertido em arrobas de boi gordo gira em torno de 5,11 @ (Boi Gordo a R$ 90,00/@) ou um ganho em peso vivo anual de 153 Kg). Diluindo-se esse valor em dois anos (77 Kg PV ao ano), corresponderia a um aumento de 0,6 cabeças (0,4 UA)/ha (0,6 cabeça ganhando em média 400 g/dia de ganho ao ano, ou seja: (0,6 x 400 x 365)/1000 = 87,60 Kg Peso Vivo). Em outras palavras, no nosso exemplo, um aumento de 0,6 cabeças

por hectare (0,4 UA/ha), em dois anos, custearia toda calagem e adubação. E a área formada sem as devidas correções, ao in-vés de aumentarmos a lotação, possivelmente, cairia devido à exaustão da fertilidade do solo.

Portanto, de fato, o pecuarista tem que estar atento à sua for-mação de pastagens. Escolher a espécie adequada, observar o preparo do solo e época de plantio, utilizar uma semente de qua-lidade e, sobretudo, fortalecer a fertilidade do solo são chaves para pastagens duradouras e produtivas. De fato, nem sempre menores custos são maiores ganhos.

Fonte: Zimmer et al. (1986)

MÉTODOS DE PLANTIOPERCENTAGEM DE SEMENTES NAS DIFERENTES

PROFUNDIDADES (CM)

0,5 a 1,5 1,6 a 2,5 2,6 a 3,5 3,6 a 4,5 4,6 a 5,5 5,6 a 6,5

TABELA 1 – DISTRIBUIÇÃO DAS SEMENTES DE BRACHIARIA DECUMBENS NO PERFIL DO SOLO EM DIFERENTES PROFUNDIDADES DE ENTERRIO EM

FUNÇÃO DE MÉTODOS DE PLANTIO, DIAS APÓS A SEMEADURA.

Lanço na superfície

Lanço na superfície + rolo

Lanço + grade

Lanço + grade + rolo

Plantadeira a 3 cm

Plantadeira a 3 cm + rolo

Plantadeira a 6 cm

Plantadeira a 6 cm + rolo

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2

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16

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Nota: * - considerando um solo de baixa fertilidade natural e desconsiderando a necessidade de se usar her-bicidas em ambos os casos. Os custos poderão variar em função da análise de solo e do sistema de produção** - Sementes de Brachiaria brizantha cv. Marandu com 50 % de valor cultural.

ITEM*

TOTAIS (R$/HA) 996,00

UD FORMAÇÃO

Quant. R$/Ud*** R$

TABELA 02 – CUSTOS PARA FORMAÇÃO DE PASTAGENS

Calagem

Aplicação do calcário

Gr. Pesada

Gr. Intermediária

Adubação de Plantio

Adubação de Cobertura

Aplicação de fer tilizantes

Sementes**

Plantio

Cobrimento sementes

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Vb.

Vb.

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Vb.

Kg

Vb.

Vb.

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1,0

1,0

330,0

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1,0

12,0

1,0

1,0

70,00

35,00

110,00

90,00

0,91

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35,00

18,00

25,00

25,00

160,00

35,00

110,00

90,00

300,00

-

35,00

216,00

25,00

25,00

Dentre essas práticas destacam-se a análise de solo, calagem (quando necessária), preparo de solo em função do tipo de terreno, adubação de plantio (baseada em fósforo e micronutrientes e em função de análise de solo) e o plantio. Um ponto importante é a época de plantio, pois a mesma deverá coincidir com uma boa disponi-bilidade de chuvas. Ainda em relação ao plantio, o mesmo poderá ser feito em linha com maqui-nário apropriado ou a lanço. Nesse último existe a necessidade de se cobrir a semente. Na tabela 01 está ilustrada a distribuição de sementes em função de diversos métodos de plantio.

Os solos brasileiros de maneira geral são de baixa fertilidade natural, por isso, a calagem e a adubação de plantio são fundamentais para um bom estabelecimento do pasto. O fósforo é o grande limitante, principalmente no plantio onde o mesmo é responsável pelo crescimento e desenvolvimento do sistema radicular, além do desenvolvimento de novos ramos (perfilhos). Ao imaginarmos que simples sementes deverão formar uma pastagem com um sistema radicu-lar bem distribuído no solo, com folhas verdes e vigorosas e que, sobretudo, deverá nutrir o rebanho em quantidade e qualidade, tem-se a certeza que a nutrição da pastagem é chave para seu sucesso.

Em termos de investimentos, na tabela 02 estão ilustrados os custos para formação de pastagens.

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Os cientistas alertam: os ní-veis de radiação ultravioleta que estão atingindo o Brasil são os maiores já verificados. Esta ra-diação causa sérios danos à nossa pele como queimaduras e, com o passar dos anos, câncer. Mas, o que é a radiação ultravioleta e porque a sua intensidade tem au-mentado nos últimos anos?

A radiação que chega até o nosso planeta tem origem no sol. Este imenso astro que sustenta a vida no planeta com sua energia, emite diversos tipos de radiação misturados que possuem níveis de energia variados. Quando ve-mos os raios solares, na realidade estamos vendo as misturas das

radiações. Um dos belos momen-tos da natureza onde podemos observar as diferentes radiações separadamente ocorre após as chuvas, com a formação do arco--íris. Estas radiações possuem cores e são as principais que atingem o nosso planeta, sendo que cada uma possui um grau de energia. As plantas, por exem-plo, para realizarem a fotossín-tese, utilizam as radiações de cor vermelha e azul que aparecem no arco-íris e que estão misturadas com as outras cores na luz do sol.

As radiações são chamadas de eletromagnéticas e não vêm em linha reta, mas em ondas de diversos tamanhos. As ondas

mais curtas apresentam maior energia e as mais longas, menor energia. As ondas ultravioletas, também chamadas de UV, pos-suem diversos tipos de radiação de ondas curtas que podem ser muito ou pouco danosas a nossa saúde, e são conhecidas pela po-pulação como UVa, UVb e UVc. As células de nossa pele são vi-vas e ativas formadas por prote-ínas, lipídeos, vitaminas e outros compostos. Estas células produ-zem novas células substituindo as células velhas, secreções e ou-tros elementos para a proteção da nossa pele e do nosso organismo.

O primeiro tecido do nosso organismo a ser atingido pelas

Alexandre Sylvio Vieira da Costa Engenheiro Agrônomo; DSc. Em Produção Vegetal;

Professor Titular/Solos e Meio Ambiente - Universidade Vale do Rio [email protected]

A RADIAÇÃO SOLAR ULTRAVIOLETA

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radiações ultravioleta é a pele. A alta energia desta radiação, principalmente a UVb e UVc, quando en-tra em contato com a pele, destrói os elementos que compõem as células matando a grande maioria. Este efeito pode ser observado quando vamos à praia e não usamos o protetor solar. Depois de alguns dias a ca-mada externa da pele, que já está morta, se desprende, dando lugar às novas células, renovando o tecido. O grande problema são as células da pele que recebem esta radiação e não morrem. Estas células podem so-frer mudanças nas suas características genéticas. A consequência deste processo são as alterações e mu-tações podendo gerar as células cancerígenas. Quanto maior a quantidade de radiação ultravioleta atingir a pele, maiores serão as chances de formação de células defeituosas e cancerígenas. Por conta destas altera-ções, os especialistas citam que o efeito do sol na pele é acumulativo, ou seja, se uma célula sofre alteração genética, ela irá se reproduzir com a alteração genéti-ca formando um tecido defeituoso. Mas porque o pro-blema tornou-se mais grave nos últimos anos? O pla-neta possui um grande filtro das radiações que vem do espaço: a atmosfera. Ela é composta por vários gases em várias camadas. A camada mais próxima da super-fície da terra, por exemplo, possui oxigênio, nitrogê-nio, CO2 e outros gases em menores quantidades. Nas camadas mais altas, outros gases predominam como o O3, também chamado de ozônio.

Há algumas décadas, ou há alguns séculos atrás, a quantidade de ozônio da nossa atmosfera era alta e tinha como uma de suas funções o bloqueio dos raios ultravioleta vindos do sol. Desta forma, pouca radia-ção ultravioleta atingia a superfície do nosso planeta. Mas, com o tempo, o homem foi criando tecnologias, fábricas, indústrias e poluição. Alguns compostos químicos lançados na atmosfera através das chami-nés das fábricas, veículos e outros agentes poluidores, começaram a reagir com o O3 alterando o equilíbrio químico e reduzindo a sua quantidade na atmosfera. Esta redução elimina o principal bloqueador de raios ultravioleta de nosso planeta permitindo a maior pas-sagem destas radiações danosas que vem diretamente

para nossa pele. Com a preocupação dos cientistas sobre a redução da camada de ozônio, diversos estu-dos foram iniciados e descobriu-se que até os gases liberados pelas geladeiras, os CFCs, reduziam a quan-tidade de O3 da atmosfera. Os pesquisadores também descobriram que com a simples redução da poluição, a camada de ozônio é capaz de se restabelecer.

Na atual situação de degradação da camada de ozônio do planeta, a recomendação de exposição ao sol apenas no início da manhã e no final da tarde é de grande importância já que as chances de incidência de câncer de pele aumentaram significativamente. Es-tes horários são os melhores porque o sol está baixo no horizonte. Neste momento, os raios solares para atingirem a superfície do planeta, precisam atravessar uma camada maior da atmosfera e consequentemente, uma maior camada de ozônio, bloqueando a maioria dos raios ultravioleta. Quando o sol está alto no hori-zonte à radiação estará atingindo a terra diretamente, passando por uma camada menor da atmosfera e de ozônio, o que permite uma passagem maior de raios ultravioleta. A situação se agravou de tal maneira que há poucos anos o nosso principal protetor de pele eram os protetores solares e hoje são os bloqueadores solares, mais escuros e mais densos.

O futuro do planeta está em nossas mãos e na nos-sa capacidade de opinar e reivindicar. Preservação do meio ambiente não é brincadeira de ecologistas do Greenpeace ou de outras ONGs para simplesmente aparecer na mídia, mas, uma necessidade de cons-cientizar a todos através de ações que a vida no plane-ta depende de nós mesmos.

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Dizem por ai que ideias simples é que mudam o mundo. A Mestre em Química Ambiental e Professo-ra Milena Rodrigues Boniolo que o diga. Acostumada desde cedo a pas-sar perto do Rio Tietê, em São Pau-lo, ela cresceu vendo a poluição do rio que corta a cidade. Não deu outra: ela concentrou suas pesquisas na des-contaminação dos metais pesados das águas e foi através da tese de Mes-trado que, em 2007, antes mesmo de concluir o Mestrado, ela ganhou o Prêmio Jovem Cientista do Conse-lho Nacional de Pesquisa (CNPq) da edição de 2006. Mas que estudo foi esse? A proposta foi limpar a água de metais pesados, utilizando a casca de banana como forma de despoluir.

Segundos os dados pesquisados por Milena, na cidade de São Paulo, cerca de quatro toneladas de cascas de banana são desperdiçadas. No país, das seis milhões de toneladas da fruta produzida, de 20 a 40% são desper-diçadas por ano. Para resolver esse problema de desperdício e de polui-ção nas águas, o projeto foi pensado e virou a tese de Milena, que já traba-lhava com a despoluição da água. “Eu queria uma solução que fosse barata, que fosse fácil de ser aceita como de-senvolvimento sustentável, para ter

chance de ser aplicada. Foi daí que eu resolvi largar a nanotecnologia um pouco e ir atrás de uma coisa mais bra-sileira”, aponta Milena. Esse foi o gan-cho para Milena buscar uma solução economicamente viável e sustentável.

O processo de fabricação caseiro do produto, mesmo sendo simples, rende resultados impressionantes para um método natural: em laboratório, cerca de 65% do Urânio presente na água foi eliminado. Em casa começa a primeira etapa do processo: as cascas ficam ex-postas ao sol em uma assadeira. Den-tro de quatro dias a casca da banana seca e após a secagem é passada por um processador de alimentos, ficando com uma aparência de café solúvel. O processo termina no laboratório, onde o pó dessas cascas passa por peneiras granulométricas que deixam as partí-culas exatamente do mesmo tamanho.

À proporção utilizada para fazer o teste era de 50 mg de pó para 100 ml de água. Entretanto, cada caso deve ser avaliado, dependendo do metal pesado e de quanto à água está contaminada. O pó da casca da banana e a água con-taminada são misturados de 30 minu-tos à uma hora. O pozinho fica todo no fundo quando a agitação é terminada e aí se mede a quantidade de remoção dos metais. É a lei da química onde

os opostos se atraem: as moléculas da banana possuem cargas elétricas ne-gativas e os metais pesados têm car-gas elétricas positivas. As moléculas da banana e a estrutura física com cavidades da casca da banana atraem os metais pesados, que se enroscam na banana, favorecendo a remoção.

FIBRA DE COCONa mesma linha de descontamina-

ção da água que a da casca da banana está a da fibra de coco. A Despolui-ção da água com a fibra de coco foi à tese de mestrado desenvolvida pela Mestre em Química, Raquel Almeida Monteiro, apresentada em 2009 para defesa da tese de conclusão do mes-trado. Iniciado o projeto em novembro de 2006, o estudo foi simulado em la-boratório e testado na despoluição do Urânio e Tório, que são metais radio-ativos e do Chumbo, Zinco e Níquel, que são metais pesados. Durante os estudos via-se que a fibra de coco tem alguns grupos funcionais que são atra-ídos pelos metais pesados e por mate-riais radioativos. Essa atração faz com que ela consiga despoluir um efluente.

Na época, Raquel informa que o Brasil estava em quarto lugar como maior produtor de coco, gerando três milhões de toneladas por ano. A ideia

A despoluição da água por cascas de banana e fibras de coco

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Fibras do coco após o processo

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de se utilizar o coco para essa finali-dade surgiu exatamente a partir da dificuldade de descarte do coco. A fibra de coco, utilizada somente para artesanato e para a substituição de al-gumas fibras como, por exemplo, para forrar o banco de carros, precisava de outra forma de ser reutilizada, no sen-tido de sustentabilidade e despoluição. Raquel e a orientadora, Dr. Mitiko Yamaura, pesquisaram e chegaram nessa possibilidade de utilizar o coco.

O processo é quase imperceptível aos olhos, mas a fabricação é simples e parecida com a da casca de banana: o coco verde é descascado. O Meso-carpo, que fica entre a casca e a par-te branca do coco, é separado para o uso. Essa parte é exposta ao sol para secar, no mínimo de 24 horas. Após a

secagem o material é batido no liquidificador. Diferen-te da casca de banana, ela não precisa ser peneirada porque a fibra de coco é adquirida só com a moa-

gem. Segundo Raquel, em uma solução de 10 ml de água, com uma concentração de três ml de Ní-quel e 0,05 g de coco, 47% do metal foi descontaminado. Nessa mesma concentração, para três ml de Chum-bo, conseguiu-se retirar 90% do metal pesado. “O método do coco é simples e é um complemento do tratamen-to convencional”, explica Raquel.

INCENTIVOSPara que pesquisas como a de Mi-

lena e de Raquel continuem, precisa--se de gente interessada para que elas prossigam. Patrocínios das empresas no setor de pesquisas são necessários para viabilizar a técnica em escala in-dustrial. Milena informa que algumas empresas até a procuraram, que que-riam investir, mas achavam que ela

tivesse o produto pronto e pudesse sair vendendo o experimento. “O que eu quero deixar bem claro para a em-presa, porque até hoje eu não consegui um parceiro legal para fazer isso, é que esse projeto funcionou dentro do labo-ratório. Um parceiro que eu procuro agora seria uma empresa que tenha esses metais pesados, e seus efluen-tes, para que a gente pudesse dar con-tinuidade ao estudo”, define Milena.

Raquel aponta outro fator: a falta de divulgação e de interesses dos alunos em continuar essas pesquisas. Quanto à previsão de estar no mercado, Ra-quel diz que não tem porque o trabalho estagnou. Foi feito em escala de ban-cada, no laboratório. O que falta para Raquel? “Alguém dar continuidade em escala industrial. Ir lá, na beira do rio, pegar um pouco da água, colocar o coco, vê o que remove, se não remo-ve, fazer esses testes já em um ponto de escala industrial. É um projeto in-teressante para as indústrias, mas fal-ta incentivo, parcerias e divulgação”.

Milena Boniolo e uma porção do experimento

Raquel e a orientadora Mitiko Yamaura

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Com esse texto de juramento, aprovado pela Associação Brasileira de Zootecnistas (ABZ), que se come-ça a homenagem ao zootecnista. No mês de maio, mais especificamente no dia 13, comemora-se o dia des-se profissional. Profissão que está essencialmente alinhada com as ati-vidades agropecuárias. Atuando na produção animal e na sustentabili-dade do meio, o zootecnista tem um perfil de promover o bem-estar dos animais e seus fins, seja na produção de carne, leite, derivados, na preser-vação de animais silvestres ou na criação de animais domésticos.

Esse profissional tem um perfil gerencial, podendo se envolver no planejamento de empreendimentos do setor do agronegócio. O zootec-nista atua no melhoramento genético,

na busca de melhor qualidade dos produtos de origem animal, através de um manejo sanitário e nutritivo. A sustentabilidade e a preservação am-biental é outra preocupação do zoo-tecnista, nas atividades voltadas para a fauna e animais silvestres.

Durante a formação do zootec-nista alguns dos assuntos tratados são: tecnologia e biosseguridade dos produtos de origem animal; melho-ramento genético animal; gestão em agronegócio; biotecnologias aplica-das em zootencia; ciências do solo e forragicultura; atividades agropecuá-rias com sustentabilidade ambiental; criação de animais de companhia, lazer e esportes, dentre outros.

A profissão foi regulamentada no dia 04 de dezembro de 1968, dois anos depois da criação da primeira

faculdade de zootecnia. A ABZ foi criada 20 anos depois da regulamen-tação da profissão de zootecnista, no dia 24 de setembro de 1988, na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP. O profissional responde ao Conselho Federal de Medicina Veterinária e precisa se registrar ao conselho regional para exercer a profissão. Em favor desse profissional, a ABZ objetiva pro-mover a união e o fortalecimento da profissão; atuar nos assuntos de inte-resse da classe, promover e estimu-lar que os órgãos públicos e privados tenham interesse por esses assuntos; promover a melhoria de condições de trabalho e a melhoria do ensino nas escolas de zootecnia.

Homenagem aos Zootecnistas

“Juro, no exercício da profissão de Zootecnista, atuar em favor do aprimo-ramento das espécies de animais, da conservação dos recursos naturais, da segurança alimentar, da sustentabilidade da produção animal, do bem--estar da humanidade e dos animais. Juro, realizar com ética e responsabi-lidade as funções profissionais para todos, sem restrições, me dedicando integralmente ao trabalho com competência e visão humanística. Perante Deus e os homens eu juro”.

Mais informações acesse o site da ABZ: http://www.abz.org.br/

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31MAIO 2011

por Prof. Ruibran dos Reis Coordenador do Minas tempo e prof. da PUC Minas

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ão

Historicamente o período seco em Minas Gerais vai de maio a setembro, quando as vazões dos rios entram em recessão. As chuvas são normalmente mais significativas nos meses de novembro, dezembro e janeiro, mas com a ocorrência de veranicos intensos nos últimos anos, pode-se observar que as chuvas de março são sempre bem vindas.

O período seco em Minas Gerais coincide com o período em que o Estado recebe os menores índices de radiação solar, portanto, o movimento de translação da Terra em torno do Sol é o principal fator na distribuição das chuvas no Estado. Durante o verão há uma grande evaporação na região Amazônica e nos baixos níveis da atmosfera a umidade se desloca para Minas Gerais. Quando uma frente fria fica estacionária, a umidade da região Amazônica é que organiza as fortes chuvas no Estado.

Durante o período seco há pouca evaporação no continente, as chuvas de final de tarde desaparecem e a ausência da nebulosidade faz com que as temperaturas caem durante a madru-gada. Nas regiões leste e nordeste de Minas Gerais, a circulação marítima ainda influencia no aumento da nebulosidade em boa parte do dia, porém, os sistemas organizam somente nuvens chamadas cúmulos de bom tempo.

Como o fenômeno La Niña não estará atuando durante o período seco, a previsão é de que as frentes frias deverão passar pelo litoral do Espírito Santo, aumentando a nebulosidade em alguns dias e haverá possibilidade também de ocorrência de chuvas isoladas de fraca intensidade.

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Começa o período seco

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32MAIO 2011

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foram abatidas 29,24 milhões de cabeças de bovinos em 2010.

As fêmeas compuseram 34,9% dos abates, valor inferior ao ob-servado em 2009 (36,3%), o que indica que o criador continua acreditando na atividade e retendo suas matrizes, mesmo com o cus-to de oportunidade imposto pelos altos preços das vacas no gancho.

A participação de fêmeas na

produção de carne é influenciada diretamente pelo preço do bezerro. Com os bezerros valorizados, as fê-meas são vistas como matrizes.

Com as cotações dos bezerros em baixa elas são vistas como produtoras de carne e como o montante que vai ajudar a fechar o caixa, uma vez que a produção (bezerros) não remunera de acor-do com o esperado.

A cotação do bezerro acompa-nha a do boi gordo em boa parte

do tempo. Com isto, os valores do boi gordo também têm influência sobre a opção de vender ou não as fêmeas para o abate.

Em 2005 e 2006, na fase de baixa do ciclo pecuário, as partici-pações de vacas nos abates foram altas, 43,8% nos dois anos.

A partir de 2007, com as valo-rizações do boi gordo, os abates de fêmeas se tornaram proporcio-nalmente menores, em relação aos machos. Figura 1.

Retenção de fêmeas continuou em 2010M

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por Hyberville Paulo D´Athayde NetoMédico Veterinário | Scot Consultoria

Figura 1. Participação de fêmeas nos abates totais e preço do bezerro, em reais por cabeça, deflacionados.

Em 2007 elas compuseram 40,1% do total. Em 2008 e 2009 as participações foram de 38,7% e 36,3%, respectivamente.

Em algum momento estas fê-meas que estão sendo retidas vão sobreofertar o mercado com be-

zerros, que tendem a frouxar o mercado de reposição.

Com isto, a tendência é que elas percam sua atratividade em relação à cria, o que as leva para o gancho.

Esta variação de oferta e de-manda gerada pelo abate de fê-

meas e oferta de bezerros e bois gordos é à base do ciclo pecuário.

Um fator que deve ser levado em consideração é a demanda, que tem aumentado paralelamente às oscilações de oferta.

Fonte: IBGE / Scot Consultoria www.scotconsultoria.com.br

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33MAIO 2011

O mercado de café, nos últimos dias dos meses de março e abril, tem sofrido oscilações significativas e extremas nas cota-ções que deixam os produtores confusos para a comercialização de seus cafés. O cafeicultor deve estar informado a respeito de como funciona o mercado e não ter como objetivo a produção de qualidade visando somente preço, mas como ferramenta para melhorar os processos de produção visando à diminuição de custos e melhoria da qualidade. A melhor comercialização será uma consequência final de um processo de produção efi-ciente e competitivo.

Todo produto derivativo, que são os comercializados na bolsa de valores como o petróleo, açúcar, soja, milho, algodão, carne bovina, dólar e o café, sofrem alterações momentâneas na bolsa pelo mercado. O café é considerado a commodity de maior volatilidade, ou seja, sofre oscilações extremas nos preços. As oscilações podem ser favoráveis ou não, onde o produtor deve saber gerenciar estes momentos. O mercado é influenciado não somente por fundamentos que são volume de estoque, consumo

e produção, mas também por fatores técnicos que são as varia-ções nas cotações dos derivativos que permitem que grupos de investimentos realizem lucros. Esta posição técnica em deter-minados momentos influenciam significativamente o mercado. Como aplicabilidade para o cafeicultor, o que devemos fazer é rever os processos e saber o custo de produção mesmo que pro-jetado, estar atento às oscilações, visando à produção de cafés de qualidade e operar no mercado. São ferramentas importan-tes que permitem ir ao mercado financeiro, cooperativa e poder realizar operações como CPR, mercado de opções e outras para garantir parte da receita da propriedade.

A VOLATILIDADE DA COTAÇÃO DE CAFÉ

ESTÁ MAIORWaldir Francese Filho

Eng. Agr. Gerente Comercial Coocafé

Cotação Abril/11Arábica | Duro tipo 6 | R$ 460,00

Cereja | Descascado Fino | R$ 500,00Conilon | Tipo 8 | R$ 210,00

Em abril de 2010, o mercado de leite no Brasil se encontrava em situação de definição e incerteza em relação aos meses seguin-tes, que foram infelizes para produtores e indústria. Passados doze meses, nos encontramos em um cenário de oferta e demanda com particularidades semelhantes e, ao mesmo tempo, algumas carac-terísticas distintas, que não permitem ainda uma análise clara do cenário futuro.

O preço ao produtor em março, considerando a média nacional do Cepea-Esalq/USP, valorizou quase 3% e chegou a R$ 0,7585/litro. Esse valor deflacionado pelo IGP-DI, o que permite a compa-ração entre períodos, é praticamente igual a março de 2010. O custo de produção de leite, entretanto, teve significativa valorização. Se-gundo o ICPLeite/Embrapa, a variação no acumulado em 12 meses foi de 14,4%, com as porções produção e compra de volumosos, sal mineral e concentrado, apresentando o maior crescimento.

Já o leite longa vida (UHT), que inclusive é o produto com maior correlação com os preços do leite ao produtor, está firme, apresentando

vendas crescentes, ficando entre R$ 1,60 a 1,85/litro, dependendo do Estado e fabricante. Mesmo assim, os agentes de mercado têm repor-tado dificuldade em emplacar maiores preços.

Se esse “entrave” nos preços de vendas, principalmente do longa vida, perdurar, estaremos observando um estreitamento da margem de lucro da indústria. Nesse cenário, um novo reajuste em abril en-contraria certa “resistência” nos próximos meses, podendo estagnar ou até ser revertido, como já ocorreu em momentos como esse. Se os estoques se formarem, os supermercados demorarão a atualizar os preços, dificultando ainda mais o escoamento de produto e forçando queda ao longo da cadeia.

Porém, esse é apenas um dos cenários. No cenário mais favo-rável, a indústria conseguirá emplacar maiores preços no atacado e varejo, com os queijos retornando aos patamares do fim do ano anterior e o mercado de longa vida permanecendo firme. Nesse caso, os preços ao produtor se mantém em trajetória ascendente por mais tempo, gerando um estímulo de oferta para o final do ano.

UHT vem puxando preços: até quando?

Marcelo Pereira de Carvalho - Diretor Executivo da AgriPoint Rodolfo Castro - Analista de Mercado de Lácteos da MilkPoint

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34MAIO 2011

COTA

ÇÕES

34MAIO 2011

BOI GORDO (R$/@)

Fonte: BeefPoint

DATA À VISTA A PRAZO

INDICADORES ESLAQ / BM&F BOVESPABOI GORDO

10/05

09/05

06/05

101,75

101,79

101,11

103,14

103,18

102,55Fonte: BeefPoint

VENCIMENTO AJUSTE (R$/@) VAR.(R$)

Maio 2011

Junho 2011

Julho 2011

100,04

100,60

102,35

(R$/L)COTAÇÕES DO LEITE CRUPREÇOS PAGOS AO PRODUTOR

(R$/L)PREÇOS DO LEITE

R$/LITRO RS SCPRSPMG GO BA

Jan/11 0,7211 0,6815 0,7676 0,7553 0,7397 0,6373 0,7514

Fev/11 0,7285 0,6954 0,7761 0,7513 0,7518 0,6312 0,7543

Mar/11 0,7604 0,7142 0,7963 0,7495 0,7749 0,6516 0,7599

Out/10 0,6060 0,68680,70650,75060,7164 0,7033 0,6745

Nov/10 0,6323 0,70750,73730,75810,7256 0,7284 0,6698

Dez/10 0,6513 0,73730,74690,75860,7235 0,7366 0,6538

Fonte: Cepea - Esalq/USP (Milk Point)

0,38

0,60

0,35

MERCADO FUTURO (BM&FBOVESPA) 29/04

34MAR | ABR 2011

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35MAIO 2011

Vaso de filtro de caféEM APENAS OITO PASSOS, A ARTE-EDUCADORA BETE MAGAGNIN ENSINA A FAZER UMA PEÇA LINDA E AMIGA DO MEIO AMBIENTE.

E VOCÊ AINDA PODE FATURAR COM O TRABALHO!

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Giulia Gazetta / Fonte: Planeta Sustentável

INGREDIENTES10 filtros de papel de café usadosTesoura1 escova de dentes velha4 caixas de leite vazias1 pedaço de cartolina para o molde Cola brancaFita crepe branca 1 pedaço de papelão duro RéguaCaneta 1 pincel chato nº. 815 Papel de revista ou jornal picado

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ustra

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PASSO A PASSO 1) No varal, pendure os filtros de café (ainda sujos) logo após usá-los. Já secos, abra-os pela costura e re-tire o excesso da borra com a escova. 2) Amasse as caixas de leite pela lateral maior até fi-carem planas. Recorte a parte de cima, de baixo e um dos lados de cada caixa. Abra-as. Coloque o molde (canto abaixo) sobre cada embalagem e recorte igual-mente, contornando o desenho. 3) Dobre duas caixas ao meio pelas laterais maiores. Cole pedaços de fita crepe horizontalmente – e bem próximas – unindo as embalagens de forma que alter-nem as caixas dobradas e planas.

4) Após fixar todas as laterais do vaso, abra-o com as mãos. 5) Coloque a base sobre o papelão. Marque as medidas com uma caneta e recorte. Com fita crepe, de baixo para cima, cole o papelão em todos os lados do vaso. 6) Com o pincel, passe cola no papel picado e fixe na peça. Cubra-a por inteiro. Faça isso quatro vezes. 7) Com as mãos, rasgue o filtro em pedaços desiguais e cole-os em todo o vaso até completar duas camadas.8) Para impermeabilizar, deixe a peça secar por 20 minutos. Depois, aplique cola em todos os lados. Quer decorar com flores naturais? 9) Coloque uma garrafa pet cortada dentro do vaso para receber água.

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36MAIO 2011

Assistência Técnica e Extensão Rural para os produtores realocados pela

UHE Baguari

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Cláudio Emílio Soares CostaExtensionista Agropecuário da Emater-MG

Com o objetivo de definir e implantar alternativas de produ-ção por meio de utilização dos procedimentos usuais da Assis-tência Técnica e Extensão Rural, a EMATER-MG vem desen-volvendo vários trabalhos com vistas a proporcionar soluções viáveis que possam assegurar aos produtores rurais realocados pela UHE Baguari, além da produção de subsistência, uma geração de excedentes para comercialização, gerando renda e melhor qualidade de vida.

Utilizando práticas metodológicas de extensão rural e efeti-vamente participativa, as famílias rurais são atendidas nas áreas agronômicas e sociais, em busca da emancipação e o desenvol-vimento sustentável das comunidades. Os trabalhos são volta-dos para projetos produtivos, a promoção da segurança alimen-tar e nutricional das famílias e educação ambiental.

A assistência técnica é assídua para um grupo de 43 agricultores familiares realocados da margem esquerda do Rio Doce para um assentamento denominado Fazenda Co-queria, localizada na região do distrito de Pedra Corrida, município de Periquito (MG). Este grupo vem cultivan-do lavouras de milho, feijão, mandioca, quiabo, abóbora, amendoim, batata doce, sendo que alguns deles também desenvolvem a pecuária leiteira.

Constituiu-se em cada gleba um pomar de frutas variadas

(banana, mamão, coco, maracujá, citrus, man-ga) e no período de inverno desenvolve-se o cultivo de horta, principalmente folhosas. A produção de hortifruti visa à subsistência, po-rém há um excedente que é disponibilizado no mercado local.

Trabalha-se o associativismo como mecanis-mo de unir os agricultores para juntos buscarem alternativas para fortalecimento produtivo do gru-po bem como solução de problemas comuns.

As qualificações vêm sendo realizadas atra-vés de diversos cursos que vão desde as noções básicas (higienização, administração, produção) até padronização e comercialização.

A assistência Técnica da EMATER-MG também se es-tende a um grupo de 53 produtores rurais (a partir de 10 ha), que foram atingidos pela implantação da UHE Baguari, sendo a bovinocultura a principal atividade desenvolvida.

Durante os atendimentos, foram diagnosticadas diversas ne-cessidades de esclarecimentos e ou expectativas dos produtores em adequar ou introduzir em suas respectivas propriedades rurais, determinadas atividades utilizando novas técnicas que visam a otimização do uso da área agrícola da região do Médio Rio Doce. Em respostas as demandas desse público houve a re-alização de um seminário abordando os seguintes temas: Inte-gração Lavoura/Pecuária/Silvicultura; Recuperação e Manejo Intensivo de Pastagens; Gerenciamento de Propriedades Lei-teiras; Piscicultura; Adequação de Propriedades à Legislação Ambiental com Possibilidades de Uso da Reserva Legal; Ca-pacidade do Uso do Solo Através da Observação da Paisagem. O evento foi realizado em novembro de 2010, contando com a participação de aproximadamente 150 pessoas (produtores ru-rais, lideranças empresariais, órgãos governamentais, entidades civis, estudantes, etc.) da região.

A assistência técnica vem sendo a ponte que possibilita que o conhecimento e inovações gerados nos centros de pes-quisa cheguem aos agricultores.

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Assistência técnica a grupos dos assentados

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37MAIO 2011

Nova medida adotada pelo Instituto Mineiro de Agro-pecuária (IMA) visa dar condições para que produtores optem por não exportar carne proveniente do abate de seus animais à União Europeia.

A partir de abril, produtores de Minas Gerais que op-tarem por não exportar carne ao bloco europeu, terão a opção de não inserir no campo 17 da Guia de Trânsito Animal (GTA), informações referentes ao ingresso de animais de áreas não habilitadas.

A medida é válida para propriedades pertencentes à lista TRACES - relação de propriedades aptas a exportar para a União Europeia.

A nova regra, implantada através de uma circular (DGER nº17, de 18/04/2011), partiu de uma demanda por parte dos produtores do Estado, através da Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (FAEMG).

Dos nove Estados que estão autorizados a exportar carne para o bloco europeu, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás implantaram a regra desde 2010 e, recen-temente, Minas Gerais tomou a iniciativa.

Os demais Estados exportadores, como, Distrito Fe-deral, Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo não adotam essa medida para exportação de carne.

O diretor-geral do IMA, Altino Rodrigues Neto, infor-ma que a implantação da nova medida é uma oportunida-de para que o produtor permita ou não, a exportação de carne proveniente do abate de seus animais. “A partir de agora, caso não seja objetivo exportar para a União Euro-peia, o produtor terá a opção de não vender ou negociar a arroba do boi, já que o custo para rastrear o rebanho é alto devido às exigências impostas por este mercado. Portan-to, quando não há sobre preço na arroba do boi rastreado é justo que o produtor não autorize que seus animais sejam exportados”, informa.

Os interessados neste novo serviço devem procurar os escritórios do IMA, bem como, as certificadoras presta-doras de serviço para obter o modelo de declaração a ser preenchido, conhecido como “Declaração do Produtor”.

Minas adota nova medida para exportação de carne

ao bloco europeu

IMA

Marcelo de Aquino Brito Lima Fiscal Estadual Agropecuário - IMA

Coordenadoria Regional de Gov. Valadares

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38MAIO 2011

A famosa torta capixaba, consumida em especial na Se-mana Santa, é um dos símbolos da cultura espírito-santense. Os principais ingredientes que a compõem são os frutos do mar, dentre eles o siri, camarão, os-tra e sururu, e o bacalhau. E, para deixá-la ainda melhor, um item não pode faltar: o palmi-to. Porém, é importante que o consumidor tenha cuidado na compra, para que possa prepa-rar uma bela torta, sem provo-car prejuízos ao meio ambiente.

Durante a Semana Santa técnicos do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf) fiscalizaram a comercialização do produto em todos os muni-cípios capixabas. Na ação foi verificada a procedência dos palmitos e se apenas as espé-

cies permitidas estavam sendo comercializadas. Com isso, bus-cou-se coibir o comércio de es-pécies nativas da mata atlântica.

No decorrer da operação não foram constatadas irregularida-des. Todos os palmitos eram de origem legal e possuíam auto-rização para a comercialização. De acordo com o engenheiro agrônomo do Idaf, Astor Wül-fing, tem ocorrido nos últimos anos uma redução considerável no número de produtos apreen-didos. Para ele, isso está acon-tecendo devido às ações de fis-calização e à sensibilização dos consumidores, que estão dando preferência às espécies ecologi-camente corretas.

ESPÉCIES Os palmitos autorizados para

a comercialização são o Pupu-nha, o Coqueiro e o Palmeira Real, desde que a carga possua nota fiscal e a autorização de ex-ploração florestal. Outras espé-cies, como o Indaiá e a Juçara, são nativos da Mata Atlântica e, quando são extraídos das flores-tas e comercializados de forma clandestina, são ilegais e pro-vocam prejuízos à natureza e à biodiversidade. A extração des-sas plantas em ambiente natural é crime e o infrator está sujeito a penalidades.

Essas espécies só podem ser vendidas se provenientes de plan-tios. Para o consumidor ter certe-za de que está adquirindo palmito de origem legal, basta solicitar ao vendedor a cópia da autorização de exploração florestal.

Ações do Idaf coíbem comercialização de palmitos de origem nativaID

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Analine Izoton e Jória Motta Scolforo Assessoria de Comunicação/Idaf

Fiscal do Idaf durante a fiscalização dos palmitos na Semana Santa

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39MAIO 2011

“Pra valer a vacinação tem que ter declaração”. Esse é o slogan da primeira etapa da campanha de vacinação contra febre aftosa 2011. Até o dia 31 de maio todos os pecuaristas devem vacinar seu rebanho e declarar a vaci-nação nos escritórios da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) estrategicamente localizados nos muni-cípios baianos. Na última etapa da campanha, em novem-bro do ano passado, o índice de imunização dos animais alcançou 97,93%, registrando um número recorde de vacinação do rebanho baiano estimado em cerca de 10,5 milhões de cabeças.

Com o apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) a Bahia vem, gradativamen-te, ampliando os índices de vacinação, ressaltando ainda o esforço dos pecuaristas pela defesa agropecuária. “Os números mostram um trabalho sério e em conjunto en-tre os diversos parceiros dos setores público e privado, no sentido de oferecer as ferramentas necessárias à sustenta-bilidade da pecuária na Bahia”, salienta o Secretário da Agricultura, Eduardo Salles.

A Bahia é detentora do maior rebanho bovino da re-gião Nordeste e tem apresentado, nos últimos anos, uma estabilidade sanitária referenciada nacionalmente, de-monstrando o fortalecimento da defesa agropecuária baia-na. Diante desse cenário, o Diretor Geral da Adab, Paulo Emílio Torres ressalta que “os resultados de excelência para a erradicação da aftosa atestam não apenas o com-prometimento dos pecuaristas, mas também a vontade do setor em inserir os requisitos de defesa sanitária animal no agronegócio, com o objetivo de unificar o comércio e a produção pecuária no Estado”, esclarece Torres, lem-

brando o percentual de 97,12% de vacinação alcançada na atual Zona de Proteção da Bahia, que compreende os mu-nicípios de Formosa do Rio Preto, Santa Rita de Cássia, Campo Alegre de Lourdes, Remanso, Casa Nova, Buriti-rama, Pilão Arcado e Mansidão.

Para o Diretor de Defesa Sanitária Animal, Rui Leal, o criador já entende as atividades de defesa como suporte e passaporte para o sucesso da agropecuária. “Por isso, a grande maioria deles assume suas responsabilidades, vacinando seus animais e declarando a vacinação, dentro dos prazos estabelecidos pela Adab”, lembra o diretor.

O presidente da Federação da Agricultura do Estado da Bahia (Faeb), João Martins, também apóia as ativida-des da Adab e ressalta que a Secretaria da Agricultura, através da Adab, vem cumprindo com o seu papel em su-porte ao Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNFA). “Os resultados refletem a quali-dade do agronegócio baiano, a parceria com as entidades ligadas ao setor e a competência das ações que a defesa sanitária na Bahia é capaz de realizar”.

Adab começa Campanha Contra Aftosa na Bahia em 2011AD

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Leonardo Barbosa / Diogo VasconcelosAscom Adab

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40MAIO 2011

ACON

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U No dia 25 de abril, em Na-nuque, em comemoração aos 20 anos da Bellman, os clientes e parceiros puderam conferir pa-lestras técnicas sobre o mercado da pecuária. O público assistiu palestras ministradas por Eliane Gil Gatto, supervisora de pro-dutos Bellman, que abordou a questão do “Impacto da suple-mentação a pasto no rendimen-to de carcaça e o confinamento expresso como estratégia de terminação” e por Miguel Ca-valcanti, engenheiro Agrônomo e coordenador do BeefPoint, palestrando sobre “Tendências e perspectivas do mercado do boi

e da carne”. Além de Nanuque, outras oito cidades brasileiras puderam conferir as palestras proporcionadas pela empresa, que aconteceram do dia 14 de abril ao dia 02 de maio.

Criada em março de 1991, a Bellman, empresa voltada para a nutrição animal, tem produtos de mais de 50 tipos de suple-mentos minerais, atuando em 17 Estados Brasileiros. Com uma fábrica localizada em Mirassol (SP), a produção ultrapassa as 35 toneladas por hora, ficando entre as cinco maiores empresas do setor no país.

O I Circuito de Bovinocultura do Pro-grama Minas Leite na Unidade Regional de Guanhães, aconteceu no dia 26 de abril, em São Geraldo da Piedade, pro-movido pela EMATER-MG. O municí-pio, inserido a mais de um ano no pro-grama, contou com a apresentação dos avanços positivos e concretos da Unida-de Demonstrativa do município.

O circuito faz parte de uma série de eventos previstos pelo Programa Minas Leite na Unidade Regional, se tornando um dos pilares das ações nos municípios que aderiram à bandeira por se tratar de uma oportunidade para o fortalecimento da cadeia produtiva leiteira. (Fonte: Es-loc/Emater - São Geraldo da Piedade)

Na Expozebu, ocorrida do dia 28 de abril ao dia 10 de maio em Ubera-ba (MG), aconteceu o julgamento das raças Brahman, Gir, Guzerá, Indubra-sil, Nelore, Sindi e Tabapuã. Os ani-mais participaram de campeonatos, que foram determinados por idade. Cada campeonato teve seu campeão ou sua campeã. Ao final dos julgamentos, fo-ram escolhidos os grandes campeões de cada raça. Os trabalhos de julgamentos terminaram no dia 10. Ao término, tam-bém foram entregues premiações para os melhores tratadores. Eles ainda parti-ciparam, na sequência, de uma dinâmi-ca sobre manejo. Os nomes dos animais campeões podem ser visualizados no site da ABCZ: www.abcz.com.br.

A ExpoZebu 2011 terminou com fa-turamento parcial de R$53.131.973,00. Esse montante refere-se apenas à mo-vimentação financeira dos 44 leilões da feira, sendo que os valores negociados nos shoppings de animais e pelas em-presas ainda não tinham sido finali-zados até o fechamento desta edição. (Fonte: ABCZ)

O Workshop Barreiras Não-Tarifárias no Comércio Internacional de Produtos Vegetais reuniu representantes de mais de dez instituições brasileiras. A realização da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em parceria com a Federação da Agricultura de Minas Gerais (FAEMG), Instituto Mi-neiro de Agropecuária (IMA) e Sociedade Brasileira de Defesa Agropecuária (SBDA), contou com a adesão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas-tecimento (MAPA), Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, LANAGRO-MG, CEASA-MG, SEBRAE-MG, UFLA, UFES, FEAD, UNB e INMETRO.

Cerca de 50 profissionais discutiram os acordos e normas aos quais o comércio internacional de vegetais está submetido e as im-plicações dessas medidas no agronegócio brasileiro. A palestra de abertura, proferida pelo Dr. Mário Vilela, da Comissão de Fruticul-tura da FAEMG, trouxe os pontos que afetam o setor privado. Vi-lela destacou a importância do estabelecimento de parcerias entre produtores, governo e academia para a manutenção do Brasil numa posição competitiva e de ampliação de mercado.

Outro ponto discutido foi o Mestrado Profissional em Barreiras Não--Tarifárias e Defesa Vegetal, iniciativa da UFV e do Projeto Inovação Tecnológica para Defesa Agropecuária. O curso recém-aprovado pela CAPES terá início em agosto, tendo como alunos 25 profissionais do MAPA e IMA. Mais informações sobre o curso podem ser obtidas em www.mpdefesa.ufv.br. (Fonte: Assessoria de Comunicação do Workshop)

Bellman comemora 20 anos com palestras técnicas

Circuito de Bovinocultura do Programa Minas Leite

Expozebu 2011

Belo Horizonte: workshop discute comércio internacional de vegetais

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Ângelo Pallini, coordena-dor do evento

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41MAIO 2011

Perspectivas para pesquisa de soja convencional no Brasil é o tema da palestra que o chefe geral da Embrapa Soja Alexandre Cat-telan ministrou no dia 10 de maio, durante o I Encontro Brasileiro do Mercado de Produtos e Sementes Livres de Transgênicos (Semear 2011), realizado nos dias 10 e 11 de maio, no Tivoli São Paulo Mo-farrej, em São Paulo.

Cattelan afirma que as se-mentes da Embrapa e seus par-ceiros possuem 24% do mercado de soja convencional do Brasil. Na safra 2009/2010, a área de soja convencional (não transgê-nica) representava cerca de 28%, o equivalente a 6,5 milhões de toneladas. Segundo ele, a Em-

brapa tem o mais forte programa de melhoramento de soja con-vencional do mundo. “A Em-brapa tem como compromisso continuar as pesquisas com soja convencional para garantir di-ferentes opções aos produtores brasileiros que poderão rotacio-nar soja convencional com soja transgênica, como forma de au-xiliar na sustentabilidade do sis-tema produtivo”, avalia. “O que percebemos é que a maioria das companhias privadas estão redu-zindo seus programas de melho-ramento com soja convencional, a exemplo do que ocorre nos Estados Unidos e Argentina”, avalia. “No entanto, a Embrapa considera estratégico a manuten-

ção das pesquisas com soja con-vencional (não transgênicos)”, declara.

O I Encontro Brasileiro do Mercado de Produtos e Sementes Livres de Transgênicos (Semear 2011) foi uma realização da As-sociação Brasileira dos Produto-res de Grãos Não Geneticamente Modificados (Abrange). (Fonte: Embrapa Soja)

Com o objetivo de fortalecer a ca-deia produtiva do coco no Norte do Espírito Santo, a Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aqui-cultura e Pesca (Seag) reuniu no mu-nicípio de São Mateus, no dia 09 de maio, representantes de uma empresa privada, técnicos do Instituto Capixa-ba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), agentes fi-nanciadores e produtores.

Participaram do evento o secre-tário da Agricultura, Enio Bergoli, o diretor-presidente do Incaper, Evair Vieira de Melo, o vice-prefeito do mu-nicípio, Mauro Peruchi, dentre outras autoridades. Durante a reunião foram apresentados os resultados dos grupos de debates, iniciados em um encontro anterior, que discutiram a criação de um modelo de contrato entre empresa e produtor; capacitação e assistência técnica; sistema e custo de produção; crédito rural por meio das instituições bancárias e a grade agroquímica.

O secretário Enio Bergoli destacou que a Seag está trabalhando para con-solidar a cadeia produtiva do coco no Estado que vai beneficiar diretamente os produtores rurais. “Com a amplia-ção das duas agroindústrias da região, está aberta uma oportunidade de co-mercialização nos meses em que não há demanda no turismo do litoral. A tendência é que tenhamos uma garan-tia de mercado o ano todo e uma me-nor irregularidade de preços, que afeta negativamente a renda dos fruticulto-res” afirmou.

Durante o evento, o secretário deu posse ao Comitê Gestor que vai fo-mentar a cultura do coqueiro anão para ser um instrumento de promoção do desenvolvimento regional e da sus-tentabilidade da produção agrícola do Estado do Espírito Santo. (Fonte: As-sessoria de Comunicação/Seag)

Embrapa participa de encontro sobre soja convencional

Polo de Coco ganha força no Norte do Estado

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Pernil na cachaçaCU

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Fonte: Portal Terra

Ingredientes2 cebolas médiasSal grosso2 cenouras 2 talos de salsão 4 tomates sem sementesPimenta-do-reino 1 pimentão verde ou vermelho4 dentes de alho 1 pernil pequeno sem osso3 folhas de louro 1 litro de cachaça

Modo de PreparoElimine parte da gordura do pernil, mas não elimine totalmente. Um pouco

de gordura é importante para o sabor final da receita. Coloque em um processa-dor a cebola, cenoura, salsão, alho, pimentão e tomates. Processe rapidamente para não fazer uma pasta, ou então, pique finamente estes ingredientes com uma faca. Coloque o pernil em uma assadeira e com uma faca fina faça alguns furos na carne. Tempere generosamente com sal grosso e pimenta-do-reino, cubra com os vegetais picados acrescente a folha de louro e regue com toda a cachaça. Cubra, coloque na geladeira e deixe marinando por 6 a 8 horas. Vire o pernil e marine por mais 6 horas. Embrulhe a assadeira com papel-alumínio e asse o pernil em forno médio/baixo por 4 horas. Retire o papel-alumínio, au-mente a temperatura do forno e asse por mais 2 horas, regando sempre com os sucos que se formam na assadeira. Retire o pernil e deixe esfriar. Se quiser pre-parar um molho, regue a assadeira com uma xícara de água, retire juntamente com os vegetais e passe por uma peneira grossa. Fatie a carne e faça sanduíches regando o pão com um pouco do molho.

Envie a sua receita para a Revista [email protected]

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A orientação do Médico Veterinário é fundamental para o correto uso dos medicamentos.

A Intervet/Schering-Plough Animal Health é uma empresa composta pelas sociedades Intervet do Brasil Veterinária Ltda. e Coopers Saúde Animal Indústria e Comércio Ltda.

O BRASIL SERÁ O MAIOR PRODUTOR DE LEITE DO MUNDO.