anais 11ª sica

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Anais da 11ª Semana de Integração das Ciências AgráriasOtimização dos Sistemas de Produção Agrícola e Florestal Frente aos Novos Desafios do Território da Transamazônica e XinguAltamira – Pará – Amazônia – Brasil Novembro de 2011Universidade Federal do Pará – Campus Altamira

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Anais da 11 Semana de Integralao das Cincias Agrrias - SICA

Universidade Federal do Par Campus Altamira

Anais da 11 Semana de Integralao das Cincias Agrrias - SICA

Anais da 11 Semana de Integrao das Cincias Agrrias

Otimizao dos Sistemas de Produo Agrcola e Florestal Frente aos Novos Desafios do Territrio da Transamaznica e Xingu

Altamira Par Amaznia Brasil Novembro de 2011

Universidade Federal do Par Campus Altamira

Anais da 11 Semana de Integralao das Cincias Agrrias - SICAExpediente: REPBLICA FEDERATIVA DO BRASIL Dilma Vana Rousseff Presidente MINISTRIO DA EDUCAO Fernando Haddad Ministro UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAR Carlos Edilson de Almeida Maneschy Reitor CAMPUS UNIVERSITRIO DE ALTAMIRA Rainrio Meireles da Silva Coordenador FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONMICA Miguel Alves Jnior Diretor FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL Sandra Andra Santos da Silva Diretora Edio Coordenao da 11 Semana de Integrao das Cincias Agrrias Projeto Grfico, Editorao Eletrnica e Diagramao Capa Eder Brito Diagramao Grfica Abaet (93) 3515-2994 Impresso Grfica Abaet (93) 3515-2994 Reviso dos Textos Comit Tcnico e Cintfico Foto da Capa Montagem Diagramao Ficha Catalogrfica Bibliotecria Ktia Cilene Souza CRB2 - 1033 Catalogao na Publicao Biblioteca da UFPA / Campus Altamira

_______________________________________________________________________S471 Semana de Integrao das Cincias Agrrias (11.:2011 :Altamira, PA) Anais da 11. Semana de Integrao das Cincias Agrrias / Universidade Federal do Par.Altamira: UFPA, 2011. 204 p.: il. ; 21cm. ISSN:1981-173X 11. Semana: Otimizao dos sistemas de produo agrcola e florestal frente aos novos desafios do territrio da Transamaznica e Xingu. 1.Cincias Agrrias - Congressos. 2.Recursos FlorestaisCongressos. 3. Produo Agrcola Congressos. I.Universidade Federal do Par. II. Ttulo. CDD 630

________________________________________________________________________________Endereo para correspondncia: Universidade Federal do Par Campus de Altamira Coordenao 11 Semana de Integrao das Cincias Agrrias 11 SICA Rua Coronel Jos Porfrio, 2515, So Sebastio, 68.372-040. Fone/fax: (93) 3515-1079/1592 E-mail: [email protected] Tiragem desta edio: 300 exemplares

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11 Semana de Integrao das Cincias Agrrias

Otimizao dos Sistemas de Produo Agrcola e Florestal Frente aos Novos Desafios do Territrio da Transamaznica e Xingu

14 a 18 de Novembro de 2011

Universidade Federal do Par UFPA/Campus Altamira Associao Comercial e Industrial de Altamira ACIAPA

COORDENAO

Elison Oliveira de Freitas(Discente 7 Semestre de Engenharia Agronmica)

Fabola Andressa Moreira Silva(Discente 7 Semestre de Engenharia Agronmica)

Fabricio Vitalino Neves Aguiar(Discente 5 Semestre de Engenharia Agronmica)

Gilferson Jhony da Silva Coelho(Discente 5 Semestre de Engenharia Agronmica)

Kzia Oliveira dos Santos(Discente 7 Semestre de Engenharia Agronmica)

Paulo Ricardo Rodrigues Piovesan(Discente 6 Semestre de Engenharia Florestal)

Thiago da Silva Oliveira(Discente 7 Semestre de Engenharia Agronmica)

Tiago de Faria Dias(Discente 5 Semestre de Engenharia Agronmica)

Victor Cabreira Lima(Discente 6 Semestre de Engenharia Florestal)

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COMIT TCNICO E CIENTFICO

Alessandra D. D. de Freiras - UFPA/FEF M.Sc. Botnica Tropical Engenheira Florestal Alisson Rodrigo S. Reis - UFPA/FEF M.Sc. Botnica Tropical Engenheiro Florestal Alfredo Kingo O. Homma - EMBRAPA Dr. Economia Aplicada M.Sc. Economia Aplicada Engenheiro Agrnomo Alzira Gabriela da S. Pause- UFPA/UFMS Dr. Cincia Animal M.Sc. Cincia Animal Zootecnista Anderson Borges Serra - UFPA/FEF M.Sc. Agricultura Familiar Licenc. Cincias Agrrias Andra Maria de Arajo Gabriel - UFGD Dr. Biologia Animal M.Sc.Medicina Veterinria Mdica Veterinria Andra Hentz de Mello - UFPA/Marab Dr. Agronomia M.Sc.Cincia do Solo Engenheira Agrcola Arystides Resende Silva - EMBRAPA Dr. Cincia doi Solo M.Sc. Cincia do Solo Engenheiro Florestal Carla Giovana Souza Rocha - UFPA/FEA M.Sc. Cincias Sociais Engenheira Agrnoma Cesar Augusto Tenrio de Lima - SFB M.Sc. Cincias Florestais Engenheiro Florestal Deivison Venicio de Souza - UFPA/FEF M.Sc. Cincias Florestais Engenheiro Florestal

Eleandro Jos Brun - UTFPR Dr. Silvicultura e Solos Florestais M.Sc. Engenharia Florestal Engenheiro Florestal Eliane Francisca Almeira - UEPA M.Sc. Botnica Tropical Engenheira Florestal Fbio Miranda Leo - UFPA/FEF M.Sc. Botnica Tropical Engenheiro Florestal Guilherme Coelho Britto - EMBRAPA M.Sc. Agricultura Familiar Licenc. Cincias Agrrias . Hermes Fonseca Medeiros - UFPA/FCB Dr. Ecologia M.Sc. Ecologia Bilogo Iracirema da Silva Sena - UFPA M.Sc. Fitossanidade Engenheira Agrnoma Jaime Barros dos Santos Jnior - UFPA/FEF M.Sc. Cincias do Solo Engenheiro Florestal Leandro Melo de Sousa - UFPA/FCB Dr. Zoologia M.Sc. Biol. de gua Doce e Pesca Interior Bilogo Liana Baptista Lima - UFPA/FEA Dr. Produo Vegetal M.Sc. Agronomia - Fitotecnia Engenheira Agrnoma Magali Gonalves Garcia - UFPA/FCB Dr. Gentica e Melhoramento M.Sc. Biotecnologia Biloga Marco Aurlio Leite Fontes - UFLA Dr. Ecologia M.Sc. Engenharia Florestal Engenheiro Florestal

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Anais da 11 Semana de Integralao das Cincias Agrrias - SICA Maria Lucimar de Lima Souza - IPAM M.Sc. Conservao Tropical e Desenvolvimento Psicloga Marlon Costa de Menezes - UFPA/FEF M.Sc. Manejo Florestal Engenheiro Florestal Maurcio Mller Parry - UFPA/FCB Dr. Cincia do Solo M.Sc. Agronomia Engenheiro Agrnomo Miguel Alves Jnior - UFPA/FEA Dr. Fitopatologia M.Sc.Fitopatologia Engenheiro Agrnomo Miquias Freitas Calvi - UFPA/FEF M.Sc. Agriculturas Amaznicas Licenc. Cincias Agrrias Raimunda Nonata Monteiro - UFOPA Dr. Desenvolvimento Sustentvel M.Sc. Desenvolvimento Sustentvel Comunicao Social Rgis Fernandes Vasconcelos - IFPA M.Sc.Cincias Marinhas Tropicais Engenheiro de Pesca Rivete Silva de Lima - UFPB Dr. Botnica (Anatomia da Madeira) M.Sc. Botnica Bilogo Sandra Andra Santos da Silva - UFPA/FEF Dr. Cincias Agrrias M.Sc. Agronomia Engenheira Agrnoma Simo Lindoso de Souza - UFPA/FEA Dr.Microbiologia Agrcola M.Sc. Agronomia Licenc. Cincias Agrcolas Soraya Abreu de Carvalho - UFPA/FEA Dr. Sistemas de Criao M.Sc. Sistema de Criao Zootecnista Ulisses Brigatto Albino - UFPA/FCB Dr. Agronomia M.Sc.Microbiologia Bilogo Walter Santos Evangelista Jnior - UFRPE Dr. Entomologia M.Sc.Entomologia Agrcola Engenheiro Agrnomo

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SICA Semana de Integrao das Cincias Agrrias

Idealizao: Discentes do Curso de Licenciatura Plena em Cincias Agrrias UFPA/Campus Altamira

Realizao: Discentes dos Cursos de Engenharia Agronmica e Engenharia Florestal UFPA/Campus Altamira

Patrocinadores: Banco da Amaznia S.A. Instituto de Pesquisa Ambiental da Amaznia IPAM Instituto Socioambiental da Amaznia ISA Norte Caminhes Prefeitura Municipal de Altamira PMA Secretaria Executiva de Agricultura do Estado do Par SAGRI Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Turismo/Secretaria Municipal de Agricultura Universidade Federal do Par Campus Altamira WWF Brasil

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Anais da 11 Semana de Integralao das Cincias Agrrias - SICA Apoiadores: Agncia de Defesa Agropecuria do Estado do Par ADEPARA Associao das Casas Familiares Rurais ARCAFAR Associao dos Pequenos Produtores Rurais de Altamira e Regio APRAR Centro Acadmico de Agronomia CEAGRO Centro Acadmico de Engenharia Florestal - CAEF Comisso Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira CEPLAC Comit de Desenvolvimento Sustentvel de Porto de Mz CDS Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria EMBRAPA Empresa de Assistncia Tcnica e Extenso do Estado do Par EMATER Fazenda Barretense Federao dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Par e Amap FETAGRI Federao dos Agricultores e Pecuaristas do Estado do Par FAEPA Finart Comunicao Visual Fundao de Amparo Pesquisa do Estado do Par FAPESPA Fundao Viver, Produzir e Preservar FVPP Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis - IBAMA Instituto de Desenvolvimento Florestal do Par IDEFLOR Instituto de Manejo e Certificao Florestal e Agrcola IMAFLORA Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amaznia IMAZON Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Par IFPA Instituto Floresta Tropical IFT Laboratrio Agroecolgico da Transamaznica LAET Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento MAPA Movimento de Mulheres Trabalhadoras do Campo e da Cidade MMTCC Museu Paraense Emlio Goeldi MPEG Prefeitura Municipal de Anap Prefeitura Municipal de Brasil Novo Prefeitura Municipal de Pacaj Prefeitura Municipal de Uruar Prefeitura Municipal Medicilndia Secretaria de Estado de Meio Ambiente SEMA Secretaria de Estado de Pesca e Aquicultura SEPAQ Servio de Apoio s Micro e Pequenas Empresas SEBRAE Servio Florestal Brasileiro SFB Servio Nacional de Aprendizagem Rural SENAR Sindicato da Pecuria de Corte do Estado do Par SINDICORTE Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Altamira, Pacaj e Medicilndia STTRs Universidade do Estado do Maranho UEMA Universidade do Estado do Par - UEPA Universidade Federal da Grande Dourados UFGD Universidade Federal da Paraba UFPB Universidade Federal de Lavras UFLA Universidade Federal do Oeste do Par UFOPA Universidade Federal Rural da Amaznia UFRA Universidade Federal Rural de Pernambuco UFRPE Universidade Tecnolgica Federal do Paran - UFTPR

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PREFCIOPedro Celestino FilhoPesquisador da Embrapa Amaznia Oriental Supervisor do Ncleo de Apoio Pesquisa e Transferncia de Tecnologia da Transamaznica

1- Aspectos gerais Anualmente, desde o ano de 2000 os discentes, inicialmente do curso de cincias agrrias e posteriormente da engenharia agronmica e ultimamente da florestal, da Universidade Federal do Par Campus de Altamira- PA, realizam neste municpio a Semana de Integrao das Cincias Agrrias SICA. Como um dos grandes avanos na organizao da SICA, os estudantes lanam durante o ano de 2007, uma revista indexada que registra os trabalhos encaminhados para o evento visando publicao, materializando a partir da, os Anais de cada semana realizada. Naquele ano histrico (Maro de 2007), foram publicados os Anais da 5 e 6 edies do evento, realizados nos anos de 2005 e 2006, respectivamente, em primorosa edio, contendo quarenta trabalhos na maioria de autores locais, discutindo assuntos relacionados a oito eixos temticos, englobando desde a sociedade agrria, meio ambiente, produo vegetal, produo animal, agricultura familiar, entre tantos outros importantes temas. Homma (2007) define muito bem a importncia da SICA e desta Revista, no prefcio dos Anais da 7 SICA, publicado em novembro do ano de 2007. 2- Temas explorados nas diferentes edies da SICA O tema explorado pela SICA na sua atual 11 edio Otimizao dos sistemas de produo agrcola e florestal frente aos novos desafios do Territrio da Transamaznica e Xingu traz de volta uma preocupao de desenvolvimento local. De fato, na 6 edio da SICA realizada no ano de 2006, pautaram-se as discusses sob o tema Alternativas para o fortalecimento de cadeias produtivas na Transamaznica. A partir da, as preocupaes da SICA se voltaram a questes mais abrangentes referentes a um espao tambm maior que o bioma Amaznico. No se pode criticar esta postura considerando a magnitude que este evento representa atualmente para a Amaznia, e, sem dvida, as repercusses nacional e at internacional que toma medida que passam os anos de sua realizao. No entanto, neste ano (2011), sabiamente, os organizadores voltaram suas preocupaes principais para o desenvolvimento local, frente construo de grandes obras de infraestrutura no Territrio e os olhares de curiosidade, expectativa e preocupaes de todo o mundo no que acontece atualmente nesta regio. Temos um patrimnio de recursos natural invejvel e que de alguma maneira o seu uso e manejo influencia as condies de clima, biossegurana e condies de vida de uma parte considervel da populao brasileira e tambm de outras partes do mundo. bom que se diga que o Brasil tem conscincia deste fato e tem como explorar estes recursos de maneira racional e sustentvel em diferentes aspectos, levando em conta um dos seus principais recursos que o homem e sua famlia estabelecidos na regio. E, aqui temos que deixar claro que a populao rural seja produtores, extrativistas ou pescadores ao longo de tantos anos tem demonstrado esta preocupao de maneira efetiva.

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Anais da 11 Semana de Integralao das Cincias Agrrias - SICA Cada vez temos reas maiores destinadas as Unidades de Conservao, a exemplo da RESEX Verde para Sempre, com uma extenso de mais de um milho de quilmetros quadrados, situada no municpio de Porto de Mz- PA. Cada vez mais temos a explorao de madeira das florestas devidamente amparada por uma legislao ambiental e de normas cada vez mais fortalecidas. necessrio, no entanto, entre outros pontos, avanar em sistemas de produo mais sustentveis para suprir a demanda por alimentos, fibras e agroenergia de uma populao crescente, cada vez mais urbana no s no Territrio da Cidadania da Transamaznica e Xingu, mas em todo o estado do Par e na Amaznia. Estima-se que cerca de oitocentos milhes de pessoas no mundo tem o seu direito humano alimentao adequada violado em situao de insegurana alimentar permanente. No se pode ento, partindo de um Territrio como o da Transamaznica e Xingu, contribuir com o agravamento desta situao mundial. Neste contexto, necessrio que se reconhea a importncia da agricultura familiar representada pela grande maioria dos estabelecimentos rurais deste Territrio, em qualquer estratgia de desenvolvimento rural.

3- Presena importante da agricultura familiar no Territrio da Transamaznica e Xingu No incio do processo de colonizao da regio de influncia da BR 230, rodovia Transamaznica, entre os municpios de Marab e Itaituba no estado do Par, com o apoio das instituies governamentais presentes na rea, houve na regio um rpido avano na incorporao de rea de vegetao primria para a explorao agropecuria. Segundo Castellanet et al. (1998), predominou nessa poca (1972 a 1978) a explorao de culturas anuais, especialmente o arroz tornando a regio a maior produtora desse cereal em todo o norte do Brasil. Segundo esses autores, a regio vivencia, ainda, duas grandes pocas posteriores de evoluo dos estabelecimentos agrcolas: de 1978 a 1998, com o incio e expanso das lavouras perenes, especialmente o cacau, a pimenta-do-reino e o caf; e a partir do incio da dcada de 90, inicia a poca da expanso da pecuria. Toda essa evoluo esteve relacionada a fatores ligados a polticas de crdito, fitossanidade das culturas e flutuao de preos de mercado. Estima-se que, atualmente, 40.000 mil famlias de agricultores ocupam a referida regio e que acima de 90% das unidades agrcolas so considerados estabelecimentos familiares. A regio contribui, ainda, na produo agrcola do estado com aproximadamente 72% do cacau, 80% do caf (CASTELLANET et al., 1998) e significativa parcela referente produo de gros e mandioca. Os agricultores familiares, em um nmero significativo, conseguiram estabelecer pequenos rebanhos, embora sem grandes perspectivas de auferir renda monetria com a pecuria de corte. A atividade pecuria nessa regio contabiliza um rebanho de um milho de cabea de gado bovino, dominada por mdio e grandes pecuaristas. 4- Consideraes gerais Deve-se considerar no Territrio da Transamaznica e Xingu, as atividades desenvolvidas pela agricultura empresarial, com uso de tecnologias mais avanadas na agricultura, a exemplo do plantio mecanizado de gros, e na pecuria a diviso de pastagens para aumento da capacidade de suporte de animais e inseminao artificial em bovinos, entre tantas outras. A pesquisa agropecuria tambm oferece tecnologias apropriadas e viveis para o Territrio, tanto para a agricultura familiar como a empresarial, citando aqui a explorao de baixo impacto de Universidade Federal do Par Campus Altamira

Anais da 11 Semana de Integralao das Cincias Agrrias - SICA madeiras nas florestas, preparo e manejo de reas sem fogo, plantio direto de gros, sistemas integradas, a exemplo de sistemas agroflorestais (SAFs) e sistema integrado de lavoura pecuria floresta (ILPF), e balde cheio para gado leiteiro. Cabe aos governos, nos diferentes nveis, programar e implementar polticas pblicas para o territrio no sentido de promover o desenvolvimento sustentvel desta regio e de toda Amaznia brasileira. O papel da SICA promover um debate acadmico e cientfico no sentido de socializar as informaes para contribuir no estabelecimento das estratgias deste desenvolvimento.

5- Bibliografia CASTELLANET, C.; SIMES, A.; CELESTINO FILHO, P. Diagnstico preliminar da agricultura familiar na Transamaznica: indicaes para pesquisa e desenvolvimento. Belm: EMBRAPACPATU,1998.48p. (EMBRAPA-CPATU. Documentos, 105). HOMMA, A. K. O. Qual o futuro para Transamaznica? In: SEMANA DE INTEGRAO DAS CINCIAS AGRRIAS 7.: 2007:Altamira,PA. Anais da 7... Altamira, PA, UFPA, 2007, p.8-17.

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SUMRIO

Histrico da Semana de Integrao das Cincias Agrrias................................................................... Agradecimentos.................................................................................................................................... Apresentao........................................................................................................................................

16 18 19

Otimizao de Sistemas de Produo com base Agroecolgica no Territrio da Transamaznica e Xingu, no Estado do Par- Brasil. CELESTINO FILHO, P.; LOPES, O. M. N.; AUGUSTO, S. G.; BRITO, G. C......................................................................................................................................... 20 EIXO TEMTICO Produo Vegetal............................................................................................ 29

Emergncia e Mortalidade do Amarelo em Diferentes Nveis de Sombreamento. MAIA, E. de M.; ALVES, A. dos S.; SOUZA, O. de P. S.; SANTOS, E. B. dos S.; REIS, A. R. S............................... 30 Avaliao do Poder Calorfico de Seis Clones de Eucalyptus urophylla Cultivados em Graja MA. ANDRADE, T. C. G. R.; NOGUEIRA, P.V.;BARROS, N. O. A. de.; SANTOS, F. C. dos.; 33 SILVA, J. O. V. e.................................................................................................................................. Produo de Biomassa de Seis Clones de Eucalyptus urophylla Cultivados em Graja MA. ANDRADE, T. C. G. R.; SARAIVA, O. do N.; NOGUEIRA, P. V.; BARROS, N. O. A. de.; 36 SANTOS, F. C. dos............................................................................................................................. Avaliao do Desenvolvimento de Mudas de Aaizeiro em dois Tipos de Substratos. LIMA, R. P.; LEITE, N. R.; SOUZA, S. L. dos......................................................................................................... 40 EIXO TEMTICO Produo Animal........................................................................................... 45

Descrio dos Manejos Empregados na Criao de Bovinos de Corte na Fazenda Ouro Branco, Altamira Par. SILVA, G. S.; SILVA, F. P. V. da.; LIMA, R. B. de.; FREITAS, E. O. de.; 46 OLIVEIRA, T. da S.............................................................................................................................. Diagnstico Apcola do Municpio de Santo Antnio do Tau, Par. LIMA, A. F. da C.; 50 MODESTO, R. C.; CARDOSO, A. dos S......................................................................................... EIXO TEMTICO Agroecologia................................................................................................... 54

Percepo Scio Ambiental: Um Estudo de Caso na Resex Maracan. MODESTO, R. C.; 55 CARDOSO, A. dos S.; ROCHA, V. M. da........................................................................................ Utilizao de Produtos Orgnicos: Uma Questo de Educao Ambiental. TREVISAN, A. H.; LESSA, I. C. da S................................................................................................................................. 59 EIXO TEMTICO Meio Ambiente e Gesto dos Recursos Naturais......................................... 63 Anlise Fitossociolgica de um Segmento Florestal no PDS Virola - Jatob, Anapu Par. 64 TRINDADE, N. G. P.; FIDELIS, J. F.; CAVALCANTE, T. V.; PESSOA, B. O.; LEO, F. M........

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Anais da 11 Semana de Integralao das Cincias Agrrias - SICA Caracterizao da Arborizao de Ruas do Bairro Centro, Municpio de Altamira Par. LIMA, R. 68 P.; SILVA, T. P.; TAVAREZ, G. F.; SANTOS, M. M. dos.............................................................. Caracterizao Dendrolgica de uma Vegetao Secundria Sucedida de Plantao de Cacau no Campo Experimental da EMBRAPA, KM 23 - Altamira-PA. SANTOS, A. P. F. dos.; PESSOA, B. 73 O.; SOUZA, A. S.; FREITAS, A. D. D.; CELESTINO FILHO, P.................................................... Educao Ambiental no Cotidiano Educacional: O Caso da Escola de Ensino Fundamental Domingos Acatauass Nunes - Belm /Par. BRITO, E. F.................................................................. 77 Avaliao do Impacto Ambiental na Retirada da Taboca para Confeco Artesanal de Espetos de Churrasco no Municpio de Santo Antnio do Tau, Par. CARDOSO, A. dos S.; MODESTO, R. 81 C........................................................................................................................................................... EIXO TEMTICO Recursos Florestais........................................................................................ 85

Uso Tradicional da Floresta em Comunidade da Reserva Extrativista Verde Para Sempre, Municpio de Porto de Mz, Par. PIOVESAN, P. R. R.; LIMA, V. C.; CAITANO, F. da S.; MENEZES, M. C. de; BARBOSA, C. W. S....................................................................................... 86 Relao Empresa Comunidade na Amaznia: Recomendaes para Acordos Legais e Justos para 90 o Manejo Florestal. ESPADA, A. L. V.; REIS, S.; LIMA, J.; LENTINI, M...................................... Avaliao do Desenvolvimento de Mudas de Hymenaea courbaril LEE & LANGENH. (Jatob) Transplantadas na Floresta Secundria. RGO, J. T. V. do; RAYOL, B. P....................................... 94 Anlise Dendrolgica em rea Antropizada de Transio no Municipio de Altamira-PA. GINO, J. C.; LUIZ, R. R.; CAITANO, F. da S.; NASCIMENTO, O. S. do; REIS, A. R. S.............................. 99 Anatomia Macroscpica de Madeiras Utilizadas para Artesanato no Municpio de Altamira PA. SOUZA, O. de P. S. de.; FIGUEIREDO JUNIOR, O. de; SOARES, A. de F.; MAIA, E. de M.; 102 REIS, A. R. S........................................................................................................................................ Anlise das Principais Caractersticas Dendrolgicas de Espcies Arbreas Encontradas em Capoeira de Dez Anos, Municpio de Altamira. CARVALHO, J. C. de; REIS, L. P.; REIS, J. da S. 106 F.; FREITAS, A. D. D. de.; CELESTINO FILHO, P.......................................................................... Recomendaes Tcnicas para a Criao de um Programa de Segurana e Sade do Trabalho no 110 Manejo Florestal. NOGUEIRA, M. M.; LENTINI, M. W.; ESPADA, A. L.V.................................. Anlise Dendrolgica de uma Floresta Manejada no Plano de Desenvolvimento Sustentvel (PDS) Virola Jatob no Municpio de Anap Par. AMORIM, D. M.; CARVALHO, J. C. de; REIS, L. 114 P.; REIS, A. R. S................................................................................................................................... Caracterizao Anatmica de Madeiras Comercializadas no Municpio de Altamira-PA, com Vista Indstria de Compensado. GRAA, D.da S.; DCIO, I. M. S.; SANCHES, P. A. P.; SILVA, R. 118 dos S.; REIS, A. R. S.......................................................................................................................... Anlise Dendrolgica em Floresta Secundria no Municpio de Altamira-PA. FIGUEIREDO 122 JUNIOR, O. de.; SOUZA, O. de P. S. de.; MAIA, E. de M.; ALVES, A. dos S.; LEO, F. M.......... Escarificao Qumica para Superao de Dormncia em Sementes de Tento (Ormosia paraensis Ducke) Fabaceae. PEREIRA FILHO, A. de F.; RAYOL, B. P........................................................... 126

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Anais da 11 Semana de Integralao das Cincias Agrrias - SICA Anlise Fitossociolgica do Estrato Superior de uma Floresta Explorada na Regio Oeste do Par. BUARQUE JUNIOR, D. L.; PIOVESAN, P. R. R.; CRUZ, J. M. G.; BEZERRA, M. C.; 129 SANTANA, E. O. de........................................................................................................................... A Influncia do Manejo Florestal na Remoo de Frutos de Babau (Attalea Speciosa Mart. Ex Spreng) por Mamferos na Floresta Nacional do Tapajs. PEREIRA FILHO, A. de F.; 133 NASCIMENTO, G. S. P.; AGUIAR, M. S.; DOURADO, R. de S.; CUNHA, R. F. S.................... Biometria de Frutos e Sementes de Dalbergia Spruceana Benth (Fabaceae). FREITAS, A. D. D. de.; SANTOS FILHO, B. G. dos; LEO, N. V. M.; REIS, A. R. de S.; LEAL, A. P. C.................... 138 Aspectos Tecnolgicos e Morfolgicos de Fruto, Sementes e Plntulas de Amarelo (Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F. Macbr. Fabaceae). REIS, A. R. S.; LEO, N. V. M.; FREITAS, A. D. D. de; MEURER, J. de S.......................................................................................................................... 142 Avaliao da Infraestrutura Exploratria e dos Danos da Explorao de Impacto Reduzido, no Projeto de Desenvolvimento Sustentvel Virola-Jatob, Municpio e Anapu-PA. SOUZA, A. S. de; 147 SANTOS, A. P. F. dos; SERAFIM, P. F............................................................................................ Mudanas no Perfil do Setor Florestal Madereiro no Brasil: Uma Analise Temporal de 1998 a 2009. ROSRIO, L. F.; RIVERO, S. L. M.......................................................................................... 151 Distribuio de Indivduos Adultos e Plntulas do Jatob em rea de Vrzea Alta e Vrzea Baixa na Ilha do Arapuj, no Rio Xingu. NASCIMENTO, O. S. do; MELO, E. O. CRUZ, J. M. G.; BARRETO, W. F................................................................................................................................. 155 Influncia da Manipulao de gua e Nutrientes sobre a Regenerao Natural de uma Floresta Secundria Localizada no Municpio de Ape, Par. BARRETO, W. F.; LEO, F. M.; 160 MIRANDA, I. de S.............................................................................................................................. EIXO TEMTICO Agricultura Familiar..................................................................................... 165

Criao de Galinha Caipira com Mandioca, Leguminosa Gliricdia e Milho: Evidncias de um Sistema Produtivo de Agricultura Familiar em Assentamento da Reforma Agrria, Castanhal-Pa. ROCHA, V. M.da; CARVALHO, E. R. da S.; SILVA, J. H. S. da; MARCUART, E. S.; MODESTO, R. C................................................................................................................................. 166 A Criao Bovina e a Mudana da Paisagem em Estabelecimentos Agrcolas no Muncipio de Brasil Novo (PA). SIMES, G. M.; LEITE, N. R.; SARAIVA, O. do N.; CARVALHO, S. A. de; 169 SOUZA, S. L. de.............................................................................................................................. EIXO TEMTICO Recursos Pesqueiros...................................................................................... 175

Construo e Caracterizao de uma Biblioteca Genmica Enriquecida em Microssatlites para Apap (Pellona Castelnaeana, Pristigasteridae). HERNNDEZ-RUZ, E. J.; XIMENES, A. M.; RODRIGUES, L. R. R.; MACHADO, V.; FARIAS, I. P.................................................................... 176 A Piscicultura no Municpio de Uruar PA. LIMA, M. A. S. de; LIMA, R. P.; SILVA, W. B........ EIXO TEMTICO Outros............................................................................................................. 178 183

Surto de Acobaltose em Bovinos: Relato de Caso no Municpio de Montes Altos-MA. LIMA, N. 184 A.; COSTA, E. P.; RAMOS, I. P.; SANTOS, M. F. dos....................................................................

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Anais da 11 Semana de Integralao das Cincias Agrrias - SICA Dados Preliminares Sobre Levantamento da Populao de Ectoparasitos e Hemoparasitos em Ces Capturados pelo Centro Zoonoses no Municipio de Imperatriz-MA. SANTOS, M. F. dos; 187 MIRANDA, C. V. B. de; LIMA, N. A.; SILVA, S. B. da.................................................................. Nematoides Gastrointestinais em Caprinos na Comunidade Cristo Vive, Ribamar Fiquene MA. 191 LIMA, N. A.; SANTOS, M. F. dos S.; SILVA, S. B......................................................................... Hemoparasito de Equnos em Propriedades Rurais da Regio Salto em Montes Altos-MA. 194 SANTOS, M. F. dos. S.; MIRANDA, C. V. B. de; LIMA,N. A.; SILVA, S. B.............................. Plantas Invasoras em Pastagens na Regio da Transamaznica. SOUZA, P. S. de; SILVA, F. A. 198 M.; SILVA, E. M. da; SANTOS, N. N. F. dos; DIAS, T. de F......................................................... Lista de Nome dos Autores.................................................................................................................... 203

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Anais da 11 Semana de Integralao das Cincias Agrrias - SICA HISTRICO DA SEMANA DE INTEGRAO DAS CINCIAS AGRRIAS

Diante do atual cenrio de desenvolvimento econmico da Amaznia, representada pela explorao dos recursos naturais, percebe-se a necessidade de potencializar as atividades existentes e buscar novas alternativas que visam atender o desenvolvimento sustentvel da regio. A riqueza de recursos naturais e a biodiversidade vm sendo historicamente um atrativo a explorao demasiada, ocasionando a crescente expanso da fronteira agrcola, onde estes indcios tm levado as instituies de pesquisa da regio a elaborarem programas que atendam o desenvolvimento e a sustentabilidade deste universo agrrio, levando em considerao a questo socioambiental e econmica. Neste sentido, constantemente surgem debates a cerca dos rumos e modelos de desenvolvimento a serem seguidos, e isso est associado aos avanos que o setor agropecurio tem no pas e em outros lugares do mundo. Foi com esse objetivo que a Universidade Federal do Par/Campus de Altamira criou os cursos de Licenciatura plena em Cincias Agrrias (1997), Engenharia Agronmica (2001) e Engenharia Florestal (2009). A Semana de Integrao das Cincias Agrrias foi criada em 2000 pelos alunos do curso de Cincias Agrrias que sentiram a necessidade de integrar a universidade, seus alunos, professores e a comunidade em geral (produtores rurais, sindicatos, associaes, cooperativas e instituies pblicas e privadas), envolvida no processo de discusso a cerca da dinmica de desenvolvimento regional. Esta integrao configura-se de extrema importncia para o processo de desenvolvimento da Amaznia, tendo em vista que possibilita a insero de todos os atores sociais (estudantes, professores, pesquisadores, extensionistas e agricultores) envolvidos nos debates relacionados s questes agrrias e ambientais, tornando-os assim agentes do prprio desenvolvimento. Com a criao do Curso de Engenharia Agronmica em 2001, a Universidade Federal do Par no ofereceu novas turmas de Licenciatura em Cincias Agrrias, sendo a ltima em 2000 concluda em 2003. Dessa forma, em 2004 os alunos do Curso de Engenharia Agronmica continuaram o evento, coordenando e organizando a 4 SICA, cujo tema abordava Tecnologia e Novas Frentes do Desenvolvimento Rural na Transamaznica. Neste ano, pela primeira vez, o evento conseguiu envolver produtores rurais nas palestras e minicursos. No ano de 2005, a quinta edio do evento discutiu assuntos relacionados Produo Agropecuria e Sustentabilidade na Amaznia. Este ano, a SICA contou com a participao de estudantes dos cursos de Engenharia Agronmica do Campus da UFPA de Marab, da UFRA/Belm e da UEMA/Imperatriz, do Curso de Zootecnia da UFTO/Palmas e alunos do PRONERA Nvel Tcnico Agropecurio. A sexta edio do evento trouxe a discusso sobre Alternativas para o Fortalecimento de Cadeias Produtivas na Transamaznica, com destaque para a verticalizao da produo agrcola. A 6 SICA ofertou 8 minicursos, palestras e programao cultural e esportiva. Neste ano foi criado e indexado junto ao IBICT/CNPq/MCT os Anais da Semana de Integrao das Cincias Agrrias, publicando os trabalhos apresentados durante o evento. Em 2007 a 7 SICA se props a debater o Desenvolvimento Agrcola Sustentvel, ressaltando Limites e Possibilidades no Cenrio Amaznico. Nesta edio, o evento contou com a participao dos alunos do Curso de Engenharia Agronmica da UFPA/Marab, e de Engenharia Agronmica e Medicina Veterinria da UFRA/Belm e UEMA/Imperatriz, dos alunos do PRONERA Nvel Tcnico Agropecurio, e outros centros de ensino como as Casa Familiares Rurais da regio, professores da UFAM/Manaus e UFRA/Belm e demais pesquisadores de instituies de pesquisa da regio Amaznica, reforando a grande integrao que se busca com o evento. A oitava edio da SICA foi realizada em 2008 com o tema Atividade Agropecuria na Amaznia: Contextualizao, Aes e Propostas para o Meio Rural. Nesta edio foi lanado a 3 Universidade Federal do Par Campus Altamira

Anais da 11 Semana de Integralao das Cincias Agrrias - SICA Edio dos Anais da Semana de Integrao das Cincias Agrrias, com 49 trabalhos tcnicocientficos publicados. Neste ano o evento contou com a participao de 600 pessoas e instituies como EMBRAPA, MPEG, CEPLAC, EMATER, SEMAGRI, SEGRI. Alm de alunos de graduao, nvel mdio e tcnico. No ano de 2009 foi criado o Curso de Engenharia Florestal na UFPA. Neste ano foram chamados discentes desse novo curso na instituio para participarem apoiando o evento, visando a integrao entre os cursos de Cincias Agrrias ofertados no campus de Altamira. Esta edio da SICA discutiu o tema Explorao dos Recursos Naturais e Sustentabilidade do Homem na Amaznia: Ameaas e Oportunidades. Neste ano foram ofertados 12 minicursos, e uma programao voltada para discusso de prticas sustentveis de explorao de recursos naturais. O evento contou com a participao de estudantes de graduao e ps-graduao das reas de Cincias agrrias e Cincias ambientais da UFPA, UFRA, UEMA, UEPA, UFPR, estudantes de nvel tcnico do IFPA/Altamira de aquicultura e meio ambiente, alunos do PRONERA de nvel tcnico Agropecurio, das Casas Familiares Rurais dos municpios da transamaznica e pesquisadores de diversas instituies de ensino e pesquisa da regio amaznica. Em 2010 a SICA realizou uma edio especial: 10 anos de evento! Durante a 10 SICA foi lanado um selo em parceria com os Correios de circulao nacional. Foram ofertados 15 minicursos, 5 sees tcnicas alm de palestras, mesas redondas, encontros abertos e apresentaes de trabalhos tcnico e cientficos, sendo premiados os melhores trabalhos em duas categorias: profissional e estudante, e publicados os 40 melhores do evento nos anais da 10 SICA em formato impresso. O evento contou com a participao de aproximadamente 2000 pessoas em suas atividades, incluindo estudantes de graduao e ps-graduao das reas de Cincias agrrias e ambientais da UFPA, UFRA, UFOPA, UEMA, UEPA, UFPR, estudantes de nvel tcnico do IFPA/Altamira de aquicultura e meio ambiente, alunos do PRONERA de nvel tcnico Agropecurio, das Casas Familiares Rurais de Altamira, Anap, Pacaj, Brasil Novo, Medicilndia, Uruar, Placas, Rurpolis e bidos, agricultores da Transamaznica e Xingu, e pesquisadores de diversas instituies de ensino e pesquisa relacionadas as questes agrrias e ambientais. Atualmente a SICA coordenada pelos discentes do curso de Engenharia Agronmica e Engenharia Florestal e configura-se em uma conjuntura de aproximao dos atuais e futuros profissionais das Cincias Agrrias com os principais sujeitos de execuo (agricultores), onde os temas debatidos so essenciais para explorao racional dos recursos naturais e garantia de sustentabilidade econmica e social do homem nesta regio.

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Anais da 11 Semana de Integralao das Cincias Agrrias - SICA AGRADECIMENTOS A Deus que nos inspirou na publicao de mais um exemplar deste peridico; A Universidade Federal do Par UFPA, Banco da Amaznia S.A., Instituto Socioambiental da Amaznia ISA, Instituto de Pesquisa Ambiental da Amaznia IPAM, Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Turismo SEMAT e Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento SEMAGRI de Altamira, Prefeitura Municipal de Altamira, Norte Caminhes, WWF - Brasil e secretaria de Agricultura do Estado do Par SAGRI por patrocinarem a 11 SICA e a edio deste trabalho. A STTR pelo termo de parceria firmado conosco, que possibilitou alguns de nossos patrocnios. A EMBRAPA pela articulao institucional para a realizao da 11 SICA. A todos os professores das Faculdades de Engenharia Agronmica e Engenharia Florestal pelas contribuies decisivas para a realizao de mais uma edio da SICA. Aos professores das Faculdades de Cincias Biolgicas, Educao, Geografia, Letras, Etnodesenvolvimento que de alguma forma contriburam para a realizao do evento. Aos Autores dos trabalhos aqui publicados pela confiana em nosso trabalho. A todos os professores membros do Comit Tcnico e Cientfico deste peridico pela colaborao e dedicao prestadas durante a avaliao dos trabalhos; Ao M.Sc. Pedro Celestino por ter aceitado prefaciar este peridico e pela sua contribuio para difuso da SICA; A todas as instituies, entidades e rgos que prestigiam e apoiam a realizao da SICA; A todos os discentes dos cursos de Engenharia Agronmica, Engenharia Florestal e demais cursos deste Campus que contribuem coma realizao deste evento atravs de sua participao; Aos alunos de Engenharia Agronmica, Engenharia Florestal, Medicina Veterinria, Zootecnia, Engenharia de Pesca, Engenharia Ambiental, Cincias Naturais desta e demais cursos, desta e de outras instituies, pela participao neste evento; Aos agricultores e alunos das casas familiares rurais dos municpios da regio da Transamaznica e Xingu pela participao na SICA; As famlias de agricultores de Altamira, Brasil Novo, Vitria do Xingu e Medicilndia que ao longo dos anos tem acolhido as turmas de Engenharia Agronmica durante seus Estgios de Campo, bem como a Associao dos moradores do PDS Virola Jatob, municpio de Anap e Empresas e Instituies da rea florestal que acolhem os alunos de Engenharia Florestal nos Estgios Supervisionados, sendo estes estgios que muitas vezes do origem a trabalhos publicados neste peridico; A todos os funcionrios do Campus de Altamira da UFPA pelo zelo que prestam ao espao fsico de nossa instituio; Aos nossos pais, mes, irmos/s, namorados/as e amigos/as por terem dividido o seu tempo conosco durante a organizao e realizao das SICAs e as atividades do curso; O nosso muito obrigado a todos que de alguma forma contriburam para o sucesso da SICA durante esses 11 anos de histria e que todos se sintam contemplados nesse trabalho.

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Anais da 11 Semana de Integralao das Cincias Agrrias - SICA APRESENTAO Os Cursos de Engenharia Agronmica e Engenharia Florestal da Universidade Federal do Par/Campus de Altamira realizam anualmente a Semana de Integrao das Cincias Agrrias SICA com o objetivo de integrar os profissionais da rea com estudantes de graduao, professores, pesquisadores e agricultores da regio da Transamaznica. O evento tem como foco de debate assuntos pertinente ao desenvolvimento sustentvel da regio. Neste ano a 11 edio do evento tem como tema principal a Otimizao dos Sistemas de Produo Agrcola e Florestal Frente aos Novos Desafios do Territrio da Transamaznica e Xingu, sendo debatidos assuntos relacionados a formas de produo sustentveis que possam contribuir para o crescimento econmico e social da regio como um todo, principalmente em um momento que vivemos a implementao de grandes projetos na regio, sejam eles de razo estrutural ou produtivos. A busca por melhorias dos arranjos produtivos na regio, principalmente de produtos que encabeam a economia como o cacau, a madeira e a pecuria, no uma preocupao atual. No entanto, h muitos anos se tem pensado em novos modelos que possam conciliar a produo com a sustentabilidade ambiental e social, abrangendo novos produtos. Este evento visa realizar um debate imparcial do ponto de vista poltico e ideolgico, e dessa forma contribuir para a formao de opinies e propor vias de desenvolvimento. Propomo-nos a ocupar um pequeno espao no meio da pesquisa cientfica e ao mesmo tempo organizar um simpsio de carter regional, com um raio de abrangncia nacional em uma instituio perifrica encravada no corao da Amaznia, sabendo que estamos nos organizando para discutir assuntos que transpes o universo acadmico, e temos a conscincia de que essa uma premissa que deve partir de uma ao coletiva, a partir de um grupo de pessoas que tenham a sensibilidade para compreender os entraves ao desenvolvimento social e ambiental. Dentre muitas conquistas importantes da SICA, destacam-se os Anais do evento, que so um marco para a regio, uma vez que contribuem efetivamente para o desenvolvimento cientfico na Amaznia. Aqui esto apresentados os melhores trabalhos inscritos no evento, frutos de pesquisas realizadas por acadmicos, tcnicos, professores, pesquisadores e instituies em prol do desenvolvimento regional de cunho cientfico, social, ambiental e poltico. A publicao destes Anais ocupa a funo de aproximao da comunidade acadmica com os demais segmentos da sociedade, uma vez que atravs destes trabalhos apresentados aqui realizada a divulgao de atividades desenvolvidas nas Universidades e centros de pesquisa. Esperamos que esta edio dos Anais da Semana de Integrao das Cincias Agrrias possa contribuir ao mximo para a apropriao de conhecimentos relacionados a produo agropecuria e florestal efetivamente sustentvel. Desejamos a todos uma excelente leitura.

Coordenao 11 SICA Universidade Federal do Par, Altamira, Novembro de 2011.

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Anais da 11 Semana de Integralao das Cincias Agrrias - SICA

Otimizao de Sistemas de Produo com Base Agroecolgica no Territrio da Transamaznica e Xingu, no Estado do Par- Brasil.Pedro Celestino Filho1 Otvio Manoel Nunes Lopes2 Sebastio Geraldo Augusto3 Guilherme Coelho Britto4 1. APRESENTAO A produo de culturas alimentares na Amaznia, por agricultores familiares, feita usando o sistema tradicional de corte da vegetao e queima para o preparo de rea. O uso do fogo uma prtica que aporta de imediato os nutrientes ao solo atravs das cinzas e promove uma diminuio da incidncia de plantas invasoras durante o primeiro ciclo das culturas. No entanto, essa prtica, alm dos problemas causados ao meio ambiente (S et al., 2007), tambm provoca perdas de partes de nutrientes por ocasio da queima da biomassa (HLSCHER et al., 1997). Constata-se ao longo dos anos que, no sistema de derruba e queima, a produo das culturas alimentares passa a declinar. Contribui tambm nesta queda da produtividade a perda de nutrientes devido a lixiviao ou a eroso, bem como a destruio da matria orgnica e micro fauna do solo ocorrida durante os anos de explorao predatria. A partir da, a rea abandonada e mantida em pousio, aps o qual o agricultor volta a derrubar a capoeira parcialmente regenerada, reiniciando o ciclo que vem sendo perpetuado e contribuindo, em determinado momento, em novo avano na floresta e na ampliao de reas alteradas. A regio de influncia da rodovia federal BR 230, e na parte que corta o Estado do Par, na Amaznia, e que em grande parte constitui o Territrio da Transamaznica e Xingu, considerada um dos principais plos agrcolas desse Estado. Destaca-se tambm, pela grande participao da agricultura familiar tanto em termos de rea ocupada e populao, em torno de 40 mil famlias de pequenos agricultores, quanto na produo principalmente na pecuria e cacau. Estima-se que mais de 90 % da produo agropecuria da regio sejam oriundas da agricultura familiar (ROCHA et al., 2001). No entanto, os rendimentos permanecem baixos por falta de apoio aos agricultores, tanto em tecnologias e assistncia tcnica, como em infraestrutura bsica como estradas, transporte e armazenamento. Como forma de garantir a estabilizao da agricultura familiar, em termos principalmente de espao, e a permanncia de uso da mesma rea do estabelecimento em longo prazo, reduzindo por consequncia o desmatamento, discutido pelas organizaes de agricultores e instituies desta regio, a transio da agricultura itinerante para uma agricultura permanente e com base agroecolgica. Tambm, j se registrou iniciativas visando produo das culturas anuais em reas menores melhorando a produtividade da mo de obra atravs da mecanizao e do uso de leguminosas (EMATER, 2003; LAET-MPST, 1994). Ainda na Transamaznica, um grupo de agricultores liderados pelo Movimento pela Sobrevivncia na Transamaznica (MPST), atualmente Fundao Viver Produzir e Preservar (FVPP), apresentou no incio da dcada de noventa uma proposta consubstanciada em um conjunto de experincias no sentido de buscar um modelo de desenvolvimento que, entre outras contribuies, viesse a diminuir o impacto negativo da atividade agropecuria sobre a floresta. Entre essas experincias consta o projeto Roa Sem Queimar, que busca basicamente um processo de explorao do solo sem uso de fogo (WILKE, 2004). Por fim, na mesma direo, criado no ano de 2003 um Programa de Desenvolvimento Socioambiental da Produo Familiar Rural para a AmazniaEmbrapa Amaznia Oriental. Tv. Comandante Castilho, 190 Centro, Altamira/PA, CEP: 68371-085. [email protected] Embrapa Amaznia Oriental, Tv. Dr. Enas Pinheiro, s/n Marco, Belm/PA, CEP: 66095-100. [email protected] 3 Universidade Federal do Par, Rua Coronel Jos Porfrio, 2515 So Sebastio, Altamira/PA, CEP: 68372-040. [email protected] 4 Embrapa Amaznia Oriental. Tv. Comandante Castilho, 190 Centro, Altamira/PA, CEP: 68371-085. [email protected] 2

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Anais da 11 Semana de Integralao das Cincias Agrrias - SICA (Proambiente), de iniciativa da sociedade civil organizada da regio que dava nfase ao carter multifuncional da produo econmica associada incluso social e conservao do meio ambiente (PROAMBIENTE, 2003). Baseado nessas consideraes foi concebido e coordenado pela Embrapa Amaznia Oriental, envolvendo um grande nmero de parceiros, um projeto em rede denominado Avaliao, reconhecimento e validao cientfica de iniciativas inovadoras de produo e de indicadores ambientais nos plos do Proambiente, em maio de 2004, no Macroprograma 01 da Embrapa, com um dos projetos componentes de nmero 05 que visava realizar intervenes de pesquisa participativa e implementao de tecnologias em diversificao de sistemas de produo familiar rural no plo da Transamaznica do Proambiente, considerando as experincias j em desenvolvimento e as de iniciativa dos agricultores, com nfase nos princpios e conceitos da agroecologia (CAPORAL; COSTABEBER, 2004). 2. SISTEMAS DE PRODUO COM BASE AGROECOLGICA NA TRANSAMAZNICA E XINGU. A busca de alternativas para evitar o uso do fogo na agricultura na Amaznia tem envolvido diferentes instituies nacionais e programas de cooperao internacional os mais diversos conforme relatado por S et al. (2007). Dentro dos sistemas de produo em desenvolvimento pela Embrapa Amaznia Oriental e pelos agricultores na regio da Transamaznica, referentes tanto a cultivos anuais como perenes, observa-se a preocupao de buscar sistemas economicamente viveis, porm sustentveis sob o ponto de vista ambiental, inclusive evitando o uso do fogo. Estas foram s preocupaes bsicas constantes no Projeto Componente n 05 citado anteriormente no item 01 acima descrito. 2.1. O CASO DAS CULTURAS ANUAIS Com referncia a culturas anuais, em estudos em base agroecolgica, desenvolvidos pela Embrapa Amaznia Oriental no Campo Experimental da Transamaznica, e pela FVPP sob a liderana de um agricultor experimentador em um projeto de roa sem queima, obteve-se produes de milho e feijo economicamente viveis ao longo dos ltimos anos, mas tem-se encontrado dificuldades de estabelecer o cultivo do arroz nesses sistemas. No mbito da Embrapa, os estudos desenvolvidos constam do plantio direto de gros em restos triturados da leguminosa guandu5 e plantio de gros em reas testemunhas6. Os resultados obtidos no perodo de 2003 a 2010 (Figuras 01 e 02) indicam que o plantio direto de milho, em restos triturados da leguminosa guandu com aplicao de adubos qumicos apresenta os melhores resultados com at 2.800 kg por hectare (47 sacas de 60 kg). Observa-se, no entanto, neste mesmo perodo que os resultados obtidos com o milho, em plantio direto em restos de leguminosas, sem aplicao de adubos (2.000 kg/ha), equivalem aos resultados obtidos com testemunha com aplicao de adubos. Com relao testemunha sem uso de adubo qumico, obteve-se a produo anual de milho em torno de 500 kg/ha, em todo o perodo estudado. Os resultados conseguidos em relao a produtividade do milho, nesse perodo, no tratamento com leguminosa sugere um efeito positivo do uso e manejo do guandu na rea cultivada com esse gro, sem uso de adubos qumicos. Vielhauer e S (2000) encontraram resultados semelhantes, com milho,

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rea preparada sem uso de fogo com triturao manual com terado, da cultura da leguminosa guandu mantida cobrindo a parcela durante um ano agrcola, com e sem uso de adubos qumicos.6

rea preparada sem uso de fogo, com incorporao de biomassa da capoeira, utilizando para isso um trator de roda e roadeira em parcelas com e sem uso de adubos qumicos.

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Anais da 11 Semana de Integralao das Cincias Agrrias - SICA com dois anos de cultivo, com corte e triturao da capoeira (mulch), no preparo da rea sem queima. Com relao ao arroz em plantio direto em restos de leguminosas, no mesmo perodo e nas mesmas condies, no se tem obtido dados de produo (Figura 01 e 02) que venham comprovar que a tecnologia possa ser usada no momento pelos agricultores.

Figura 01: Comparativo de desempenho de cultivos anuais em anos mpares: Plantio Direto x Testemunha.

Figura 02: Comparativo de desempenho de cultivos anuais em anos pares: Plantio Direto x Testemunha.

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Anais da 11 Semana de Integralao das Cincias Agrrias - SICA Com relao ao feijo, plantado em sucesso tanto nas parcelas com milho como de arroz, observa-se nesses mesmas figuras, uma bem abaixo da mdia regional que de 650 kg/ha, provavelmente pelo plantio tardio dessa cultura feito quase ao final das chuvas, sugerindo que falta ajustar a poca adequada de plantio. No entanto, j se mostrou nessa experincia que o feijo da variedade Jalo tem se mostrado tolerante ao ataque da mela, um problema limitante a essa cultura na regio quando plantado em solos sem cobertura, ao contrrio quando se faz o plantio direto nos restos triturados da leguminosa guandu. Lopes e Celestino Filho (2003) mostraram tambm essa tolerncia na variedade de feijo carioca nas mesmas condies. Relatam, ainda, que foram obtidas produes significativamente mais altas dessa ltima variedade de feijo, em solos cobertos e manejados com a leguminosa guandu, em relao testemunha constituda de parcelas com e sem adubo, em solos arado e gradeado, mas sem a presena da referida leguminosa. Ainda no mbito do Projeto Componente 05, tem-se estudado o efeito da biomassa da leguminosa mucuna preta (Stizolobium aterrimum) adubada com fosfato natural de rocha, com e sem aplicao de cloreto de potssio (Figura 03). O objetivo foi de avaliar o efeito dos nutrientes liberados pela decomposio da biomassa de plantas de mucuna, na produo de gros de arroz no sistema de roa sem queima, em plantio dessa cultura em sucesso aps um ano do plantio e do manejo da leguminosa. Foi tambm utilizada uma testemunha onde se utilizou a mucuna preta sem a aplicao dos adubos acima mencionados. A hiptese que o arroz muito sensvel a competio por plantas invasoras na rea de cultivo, reduzida com a cobertura de solo pelo uso e manejo da leguminosa e que necessita de fertilizao mnima da rea, feita atravs do aporte indireto de adubos aplicados um ano antes do seu plantio. Esta hiptese pode ser perfeitamente aceita dentro dos princpios e diretrizes da chamada transio agroecolgica (CORPORAL; COSTABEBER, 2004). Verifica-se que no tratamento onde foi utilizado 200 kg de P2O5 por hectare, obteve-se no primeiro ano de plantio do arroz (2008), aproximadamente 35 sacas de 60 kg por hectare (2.100 kg/ha) do gro, acima da mdia regional em rea queimada e no toco, que gira em torno de 28 sacas de 60 kg/ha (1.680 Kg/ha). Esta produtividade obtida com aplicao do adubo fosfatado indica o efeito positivo do uso do elemento crtico que foi o fsforo, o que se tinha verificado anteriormente com o resultado obtido com a anlise do solo das amostras coletadas na rea e analisadas no laboratrio de Solos da Embrapa Amaznia Oriental. J na testemunha, sem aplicao do fsforo e mesmo com aplicao do cloreto de potssio (Figura 03), obteve-se a produtividade de cinco sacas de arroz por hectare indicando a importncia da aplicao do fsforo no solo. Esta baixa produtividade de arroz obtida na testemunha mesmo onde se utilizou a mucuna, mostra que no houve efeito benfico da biomassa da leguminosa plantada e manejada durante apenas um ano antes do plantio do arroz, o que era de se esperar, pelo reduzido tempo de decomposio e mineralizao desta biomassa. No entanto, registrou-se uma diminuio de 70% de custo da mo de obra na operao de capina realizada no primeiro ano de plantio do arroz. A cobertura do solo e o manejo da leguminosa, bem como o plantio de arroz, continuaro a serem feitos na mesma rea, para se observar o comportamento do sistema nos

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Anais da 11 Semana de Integralao das Cincias Agrrias - SICA anos subsequentes. Os resultados obtidos com o cultivo de arroz no primeiro ano de ensaio, e na rea plantada e manejada com a mucuna preta e com adubao qumica, mostram coerncia com o que mencionado por outros autores (KATO; KATO, 1999), que trabalharam com esta cultura em rea coberta com mulch de capoeira e com uso de fertilizantes, no primeiro ano de cultivo.

Figura 03. Produo de arroz em sacos de 60 Kg, em resposta a diferentes doses de fosfato reativo, em oxissolo da Transamaznica, com e sem aplicao de cloreto de potssio. Altamira/PA, Outubro de 2008.

2.2. O CASO DAS CULTURAS PERENES

2.2.1. CULTURAS PERENES EM SISTEMAS AGROFLORESTAIS.

No Territrio da Transamaznica e Xingu, as experincias com sistemas agroflorestais por iniciativas dos prprios agricultores j vem sendo desenvolvidas h dcadas sem a devida ateno dos rgos competentes. Maia et al. (2003), realizaram um levantamento nesta regio envolvendo seis municpios e identificaram e caracterizaram atravs de dados biofsicos, 17 sistemas agroflorestais sendo cinco com cacau predominante, e outros diversos com os cultivos predominantes da pimenteirado-reino, do caf e de frutferas. No entanto, deve-se registrar que no perodo de 1977 a 1993 a Embrapa desenvolveu no municpio de Altamira um projeto denominado Sistema de Produo com plantas perenes em Consrcio onde foram testados consrcios duplos de espcies perenes, envolvendo como culturas sombreadoras a seringueira e a castanha-do-brasil e como culturas sombreadas o cacau, o guaran e a pimenteira-do-reino. Como comparao, foram testados os respectivos mono cultivos. Os resultados obtidos demonstraram a viabilidade dos plantios em consrcio, tanto em termos de produo como alternativa de renda com a diversificao dos plantios.

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Anais da 11 Semana de Integralao das Cincias Agrrias - SICA No mbito do Projeto Componente 05 e em rea do Campo Experimental da Embrapa Amaznia Oriental na Transamaznica, tem-se desenvolvido quatro sistemas agroflorestais, em parcelas de 0,2 hectares cada, com as seguintes combinaes: mogno africano (Kaya ivorensis) como planta sombreadora e Guaran, Cupuau e Cacau como plantas sombreadas. Observou-se aos quatro anos de idade do plantio que o mogno africano apresentou uma altura mdia total de 10m, sendo 7m de fuste e DAP (Dimetro a Altura do Peito) de 0,15 m. As plantas sombreadas entraram em produo entre trs (cacau e cupuau) e quatro anos de idade no caso do guaran. Registre-se, ainda que aos sete anos de idade (ano de 2006), 40% das plantas de mogno floraram, com uma produo em 2007 de 12 kg de sementes perfazendo o total de 42.000 sementes de mogno africano neste ano. Ainda neste perodo foi desenvolvido um programa de produo e distribuio de mudas para as agricultoras envolvidas no programa Proambiente, tendo sido produzidas 2.160 mudas de essncias florestais (Tabela 01) e distribudas aos agricultores do plo da Transamaznica para serem plantadas em diferentes reas para enriquecimento de capoeiras ou em plantios solteiros j existentes de culturas como o caf ou fruteiras, exemplo do cupuau, beneficiando agricultores de trs municpios da regio. Tabala 01: Mudas de essncias florestais distribudas aos agricultores do Plo Proambiente para plantio em reas de capoeiras visando o enriquecimento (Transamaznica) 2006/2007.Ano Municpio Anapu 2006 Sub Total Senador J. Porfrio Pacaj Grupos favorecidos 02 03 02 Quantidade (unidades) 200 205

210 615 Anapu 03 874 2007 Pacaj 04 680 Sub Total 1554 TOTAL 2169 Obs.: As essncias florestais distribudas foram: mogno africano, cumaru, andiroba e peroba na maioria, e algumas mudas de guaran e ara pera.

2.2.2. DIAGNSTICO TCNICO EM CACAUAIS ADULTOS PARA RECOMPOSIO DE SISTEMAS AGROFLORESTAIS Ainda dentro do Projeto Componente 5, visando a recuperao de cacauais decadentes via enriquecimento com espcies florestais de elevado valor econmico, foi realizado o diagnstico tcnico em oito cacauais de diferentes idades, objetivando verificar o estado atual desses plantios e, ao mesmo tempo, aperfeioar uma metodologia de diagnstico participativa entre pesquisadores, tcnicos e agricultores. O modelo de diagnstico aplicado est em fase de desenvolvimento e testes de campo e tem por objetivo desenvolver um roteiro prtico de diagnstico da situao de lavouras cacaueiras fazendo

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Anais da 11 Semana de Integralao das Cincias Agrrias - SICA uso de indicadores escolhidos, aplicados e interpretados por agricultores, tcnicos e pesquisadores, baseados em Silva Neto et al. (2001) e Altieri e Nicholls (2005). Dessa maneira, pretende-se sistematizar a forma de fazer o diagnstico, ou seja, que o procedimento de campo para a avaliao seja o mesmo, com as medies sendo feitas baseadas nos mesmos indicadores e em valores que descrevem a situao real e atual de cada indicador, independentemente das situaes de diversidades encontradas em diferentes propriedades na regio de estudo. Uma vez aplicados os indicadores, pode-se visualizar em um diagrama no formato de radar as condies da lavoura, inferindo quais atributos esto limitando a produtividade e a qualidade da produo, comparando-o com o formato ideal que indica uma situao limiar, alm de, ao longo do tempo, poder verificar quais desses atributos esto verdadeiramente promovendo melhorias. O modelo permite ainda fazer comparaes entre grupos de agricultores e entre sistemas de produo. Os indicadores utilizados foram estabelecidos inicialmente a partir de reunies com tcnicos e pesquisadores com larga experincia com a cacauicultura e posterior aplicao e aferio com a participao de agricultores em suas prprias lavouras. Esse procedimento permitiu introduzir novos indicadores e aperfeioar outros estabelecidos inicialmente. Os indicadores utilizados na ltima verso de teste, com sua respectiva numerao foram os seguintes: 1) compactao do solo; 2) profundidade do solo; 3) processo de eroso do solo; 4) cobertura do solo e espessura da liteira; 5) aparncia do cultivo (deficincia nutricional); 6) crescimento das plantas e formao de copas; 7) densidade de plantio; 8) sombreamento definitivo e/ou provisrio (diversidade de vegetao); 9) limpeza da rea; 10) rendimento atual (ltimo ano); 11) incidncia de vassoura de bruxa; 12) incidncia de podrido parda; 13) incidncia de insetos pragas e 14) uso ou no de defensivos agrcolas. Os resultados preliminares obtidos na lavoura de um dos agricultores visitados esto apresentados na Figura 04. Foram realizadas duas observaes correspondentes aos perodos de novembro de 2006 e agosto de 2008. Verifica-se que na escala de notas de 0 a 10, alguns indicadores receberam notas acima de 06 (indicadores 2, 3, 4, 5, 7, 9, 12 e 14) retratando uma situao de boas condies do plantio em ambos os perodos estudados. J nos indicadores 1, 6 e 10, se observa notas abaixo de 6 em qualquer dos perodos estudados, mostrando que foram observados problemas de manejo no cacaual naquelas oportunidades. Existem situaes, como no item 11 (incidncia de vassoura de bruxa), que indicou um incremento de ataque no perodo de agosto de 2008 em relao ao perodo de novembro de 2006 devido provavelmente as condies do clima local que favoreceram um maior aparecimento da doena ao final do perodo chuvoso. Estas observaes se tornam teis, pois permite o entendimento que a depender da poca das observaes alguns indicadores de uma mesma plantao se apresentam melhor que outros, estimulando o pensamento em direo a necessrias modificaes para melhorar o manejo nos indicadores que apresentaram os valores inferiores.

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Figura 04: Diagrama (tipo radar) representando o perfil da qualidade da lavoura para um sistema avaliado.

3. CONSIDERAES FINAIS

importante ressaltar que os resultados at aqui obtidos so parciais, considerando que em parte as pesquisas esto em andamento e necessitando de maior tempo de realizao para obteno de dados mais definitivos. Os benefcios na fertilidade do solo com o uso e manejo de leguminosa caracterizam bem esta situao. No entanto, tecnologias de cunho agroecolgico utilizadas para o preparo de reas em substituio ao uso frequente do fogo trazem vantagens tanto na diminuio da emisso de gases de efeito estufa para o meio ambiente quanto na melhoria e conservao dos solos a mdio e longo prazo. A intensificao e a diversificao dos sistemas de produo devem ser buscadas, considerando a necessidade dos agricultores familiares de produzir alimentos com qualidade para a famlia e venda em mercados mais localizados. Entre os cultivos componentes dos sistemas agroflorestais, o cacau deve ser considerado uma alternativa interessante como lavoura que promove a fixao do homem terra e se enquadra s peculiaridades agroecolgicas da regio do trpico mido. 4. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ALTIERI, M. A; NICHOLLS, C. I. Sistema agroeclogica rpido de evaluacion de calidad de suelo y salud de cultivos em El agroecosistema de caf. In: Manejo integrado de plagas y agroecologia. Costa Rica. 2002. N 64, p. 17 24. CAPORAL, F. R.; COSTABEBER, J. A. Agroecologia: alguns conceitos e princpios. Braslia, MDA/SAF/DATER JICA. 2004. 24 p. EMATER. 1993. Programa de produo de alimentos. Projeto de mecanizao Agrcola. Altamira, 15 p.

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HLSCHER, D.; MLLER, M.; DENICH, H.. Nutrient input-output budget of shifting culvitation in Easten Amaznia. Nutrient Cycl. Agroecosyst 47, 49-57. 1997. KATO, M. S. A.; KATO, O. R. Preparo de rea sem queima, uma alternativa para a agricultura de derruba e queima da Amaznia oriental: Aspectos agroecolgicos. In: Seminrio sobre manejo da vegetao secundria para a sustentabilidade da agricultura familiar da Amaznia Oriental, 1999, Belm - PA. Anais. Belm: Embrapa Amaznia Oriental/CNPQ, 2.000. 221p. (Embrapa Amaznia Oriental. Documentos, 69). 2.000. p. 35-37. LOPES O. M. N.; CELESTINO FILHO, P. Plantio direto de feijo Phaseolus sobre a palhada de guandu na agricultura familiar da Transamaznica. Belm: Embrapa Amaznia Oriental, 2003. 4p. (Embrapa Amaznia Oriental). Comunicado Tcnico, 81. LAET-MPST. Relatrio do 2 Seminrio de planificao estratgica do PAET. Doc. Interno. Altamira , 1994. MAIA, C.; CELESTINO FILHO, P.; SALGADO, I. Experincias de agricultores familiares em sistema agroflorestais na regio da Transamaznica, estado do Par. In: Coleta Amaznica iniciativas em pesquisa, formao, e apoio no desenvolvimento rural sustentvel na Amaznia./organizador: Aquiles Simes. Belm: Alves Ed. 2003. 210-229. PROAMBIENTE. Programa de Desenvolvimento Scioambiental da Produo Familiar Rural. Braslia: Proposta Definitiva. 2003. 32p. ROCHA, C.; CELESTINO FILHO, P.; FLOHIC, A.; REIS, S.; HOFFMANN, A.; LIMA, H. N. Pesquisa ao para revitalizao do cultivo de pimenta do reino na Transamaznica. IN: Agricultura familiar: Mtodos e Experincias de Pesquisa Desenvolvimento. Simes A. ; Silva L.M.S.; Martins, P.F.; Castelanet C.(Orgs). Belm: CAP/UFPA; NEAF; GRET. 2001. 278-293. S, T. D. A.; KATO, O. R.; CARVALHO, C. J. R.; FIGUEREDO, R. O. Queimar ou no queimar? De como produzir na Amaznia sem queimar. In: Revista USP, 72, 2006-2007. PP.90-97. SILVA NETO, P. J.; MATOS, P. G. G.; MARTINS, A. C. S.; Silva, A. P. Sistema de produo de cacau para a Amaznia brasileira. Belm, CEPLAC, 2001. 125p. VIELHAUER, K.; S, T. D. A. Efeito do enriquecimento de capoeiras com rvores de rpido crescimento para a produo agrcola no Nordeste Paraense. In: Seminrio sobre manejo da vegetao secundria para a sustentabilidade da agricultura familiar da Amaznia Oriental, 1999, Belm,-PA. Anais. Belm: Embrapa Amaznia Oriental/CNPQ, 2.000. 221p. (Embrapa Amaznia Oriental. Documentos, 69).2.000. p 27-34. WILKE, M. Projeto Roa sem Queimar. Uma nova viso de manejo agroflorestal. Braslia Coordenadoria de Agroextrativismo/ Secretaria de Coordenao da Amaznia/ MMA. 2004. 63 p.

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EIXO TEMTICO PRODUO VEGETAL

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EMERGNCIA E MORTALIDADE DO AMARELO EM DIFERENTES NVEIS DE SOMBREAMENTOElen de Matos Maia; Amanda dos Santos Alves; Onassis de Pablo S. de Souza; Elisana Batista dos Santos; Alisson Rodrigo Souza Reis Discentes do Curso de Engenharia Florestal da UFPA/ Campus Universitrio de Altamira, Av. Senador Jos Porfrio, 2515, So Sebastio, CEP: 68.372 040, Altamira, PA, e-mail: [email protected] [email protected]; [email protected] Mestra. Docente da Universidade Federal do Par- UFPA/ ALTAMIRA, orientadora, e-mail: [email protected] Doutorando em Cincias Agrrias pela Universidade Federal Rural da Amaznia, UFRA, Brasil. Docente da Universidade Federal do Par- UFPA/ ALTAMIRA, orientador, e-mail: [email protected]

RESUMO Apuleia leiocarpa (Vogel) J. F. Macbr., conhecida como amarelo, uma espcie florestal com importncia ecolgica e ornamental, pertencente famlia Fabaceae-caesalpinoideae que tem uma distribuio muito ampla no territrio brasileiro. O objetivo deste trabalho foi avaliar a emergncia e a mortalidade de plntulas do Amarelo em diferentes nveis de sombreamento. A dormncia foi quebrada com escarificao manual e as sementes foram semeadas em sacos plsticos de polietileno contendo substrato composto com 50% de Latossolo vermelho, 25% serragem e 25% palha de caf in natura. Foram adotados trs tratamentos 100% LUZ = a pleno sol, 50% LUZ = 50% sombreamento e 30% LUZ = 70% de sombreamento, alocadas em delineamento inteiramente casualizado com 04 repeties de 15 indivduos por tratamento. O tratamento a pleno sol (100% LUZ) apresentou maior porcentagem de emergncia (93,33%) e necessitou de menor tempo mdio (3,70 dias) para atingir a germinao mxima. PALAVRAS CHAVES: Apuleia leiocarpa, Dormncia, Luminosidade. ABSTRACT Apuleia leiocarpa (Vogel) J. F. Macbr., known as Amarelo, is a forest species with ornamental and ecological importance, belonging to the family Fabaceae-caesalpinoideae which has an extremely broad distribution in Brazil. The objective of this study was to evaluate the percentage of germination and seedling development of Amarelo at different levels of shading. The dormancy broken with manual scarification and the seeds were sown in polyethylene plastic bags containing substrate compost with 50% of Oxisol, 25% sawdust and 25% straw coffee. Three treatments were adopted, 100% LIGTH= in full sun, 50% LIGTH =50% shading and 30% LIGTH = 70% shading. We used a completely randomized design with 04 repetitions of 15 plastic bags per treatment. The full sun treatment (100% light) had a higher percentage of emergences (93.33%) and required lower average (3.70 days) to achieve maximum germination. KEY-WORDS: Apuleia leiocarpa, Dormancy, Brightness. INTRODUO Apuleia leiocarpa (Vogel) J. F. Macbr., conhecida como grpia ou amarelo, uma espcie florestal com importncia ecolgica e ornamental, pertencente famlia Fabaceae-caesalpinoideae, que tem uma distribuio muito ampla no territrio brasileiro. Entretanto, essa espcie torna-se cada vez mais escassa devido devastao das florestas na sua rea de ocorrncia natural e explorao de sua madeira de forma extrativista, sem haver reposio atravs de reflorestamento (NICOLOSO et al, 1998). uma planta de porte elevado, que segundo Lorenzi (2002) pode atingir cerca de 25-35m de altura, empregada em marcenaria, esquadrias, carrocerias, trabalhos em torno e para a construo civil, como vigas, ripas, caibros, tabuas e tacos.

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Anais da 11 Semana de Integralao das Cincias Agrrias - SICA Fatores como luz, gua, temperatura e condies edficas so alguns dos elementos do meio ambiente que influem no desenvolvimento da vegetao (FELFILI et al, 1999). O suprimento inadequado de um desses fatores pode reduzir o vigor da planta e limitar seu desenvolvimento. Desses fatores, a luz, especialmente considerando sua intensidade e qualidade, vital para o crescimento das plantas, por influir, entre outros processos, na taxa de fotossntese (FERREIRA et al. 1977). O presente trabalho teve por objetivo avaliar a emergncia e mortalidade de Apuleia leiocarpa (amarelo) em diferentes nveis de sombreamento.

MATERIAL E MTODOS As sementes de Apuleia leiocarpa (amarelo), foram coletadas no municpio de Tucuru a 300 km de Belm, no sul do estado do Par, tiveram sua dormncia quebrada com escarificao manual em lixa dgua n 150 por 5 segundos do lado oposto do hilo e, semeadas em substrato composto com 50% de Latossolo vermelho, 25% serragem e 25% palha de caf in natura e colocado em sacos plsticos de polietileno medindo 20x10 cm. Para determinar o ndice de emergncia e mortalidade em condies de luminosidade foram adotados trs tratamentos (100% LUZ, 50% LUZ e 30% LUZ) com nveis de sombreamento diferentes. Para o fator sombreamento foi utilizado telas de polipropileno (Sombrite): 100% LUZ: Testemunho, sem tratamento; 50% LUZ: Sombrite 50%; 30% LUZ: Sombrite 70%; Foi utilizado delineamento inteiramente casualizado com 04 repeties de 15 sacos plsticos por tratamento, denominadas de R1, R2, R3 e R4, totalizando nos trs tratamentos 180 sacos e 360 sementes semeadas. O Semeio foi efetuado em 23 abril de 2011 temperatura ambiente no perodo chuvoso amaznico. O registro da germinao foi efetuado pela contagem das sementes germinadas a cada dia por um perodo de 06 dias sendo que o ltimo dia de germinao foi o 6. A partir dos dados coletados foi calculada a porcentagem de germinao. O tempo mdio de germinao foi estimado segundo Edmond e Drapala (1958), pela equao:

Tm = G1 T1 + G2 T2 + ... + Gn Tn G1 + G2 + ... + Gn

Onde, Tm o tempo mdio necessrio para atingir a germinao mxima; G1, G2 e Gn so os nmeros de sementes germinadas nos tempos T1, T2 e Tn, respectivamente. Foi determinada a porcentagem de sementes no germinadas (NG), plntulas que morreram durante o perodo do experimento (33 dias).

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Anais da 11 Semana de Integralao das Cincias Agrrias - SICA RESULTADOS E DISCUSSO A emergncia das plntulas iniciou aos trs dias aps a semeadura e se prolongou por um perodo de 05 dias no tratamento a pleno sol (100% LUZ) e 06 dias nos tratamentos de 50% (50% LUZ) e 30% (30% LUZ) de luminosidade. Fato semelhante ocorreu no experimento de Souza et al (1994), onde a emergncia iniciou ao terceiro dia, no entanto se prolongou por 12 dias. A porcentagem de germinao total foi de 84,44%, sendo que T1, T2 e T3 obtiveram 93,33, 78,33 e 81,67% de germinao respectivamente (Tabela 01). O tratamento a pleno sol (T1) apresentou maior porcentagem de germinao e necessitou de menor tempo mdio (tm) para atingir a germinao mxima, em comparao com T2 e T3 (Tabela 01), isso pode ser explicado, pois de acordo com Nicoloso et al (1998) Apuleia leiocarpa uma espcie de carter pioneiro e as sementes das espcies pioneiras necessitam de maior incidncia de luz para germinar. Tabela 01 Porcentagem de emergncia, tempo mdio e mortalidade de plntulas Tratamento % de emergncia Tm (dias) % mortalidade 15 dias % mortalidade 30 dias T1 93,33 3,70 16,67 0 T2 78,33 3,79 11,67 1,67 T3 81,67 4,47 6,67 1,67

* Tm=Tempo mdio necessrio para atingir a emergncia mxima

Nos primeiros 15 dias aps a emergncia ocorreu mortalidade nos tratamentos 100% LUZ = 16,67%, 50% LUZ = 11,67% e 30% LUZ = 6,67%. Nos 15 dias seguintes a mortalidade no ocorreu no tratamento 100% LUZ e foi de apenas 1,67% em 50% LUZ e 30% LUZ como mostrado na Tabela 01. O maior ndice de mortalidade se deu nos primeiros 15 dias aps a emisso devido fragilidade das plntulas. Em 100% LUZ a maior porcentagem pode ter ocorrido, por que as plntulas estavam mais expostas agresso causada pela fora das gotas dgua no perodo chuvoso.

CONCLUSES O tratamento a pleno sol apresentou maior porcentagem de germinao e necessitou de menor tempo mdio para atingir a germinao mxima. O maior ndice de mortalidade ocorreu nos primeiros 15 dias, isso pode ter ocorrido fragilidade das plntulas nos primeiros dias aps a germinao. Apuleia leiocarpa obteve melhor germinao, e maior mortalidade a pleno sol.

LITERATURA CITADA FELFILI, J. M; HILGBERT, L. F; FRANCO, A. C; SOUSA-SILVA J. C; RESENDE, A. V; NOGUEIRA, M. V. P. Comportamento de plntulas de Sclerolobium paniculatum Vog. var.

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Anais da 11 Semana de Integralao das Cincias Agrrias - SICA rubiginosum (Tul.) Benth. sob diferentes nveis de sombreamento, em viveiro. Revista Brasil. Bot., So Paulo, v.22, n.2(suplemento), p.297-301, out. 1999 FERREIRA, M.G.M., CNDIDO, J.F., CANO, M.A.O; COND, A.R. Efeito do sombreamento na produo de mudas de quatro espcies florestais nativas. Revista rvore, v. 1, p. 121-134. 1977 LORENZI, H. rvores brasileiras: Manual de identificao e cultivo de plantas arbreas nativas do Brasil, Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, v.1. 368p, 2002 NICOLOSO, F. T; ZANCHETTI, F.; GARLET, A; FORGAA, M. A. F; Exigncias nutricionais da Grpia (Apuleia leiocarpa vog. macbride) em solo Podzlico Vermelho Amarelo. Cincia Rural, San

AVALIAO DO PODER CALORFICO DE SEIS CLONES DE Eucalyptus urophylla CULTIVADOS EM GRAJA MAThiago Cavalcante G. R. Andrade1; Paulo Vitor Nogueira2; Nara Otlia Assis de Barros3; Fabrcia Costa dos Santos4; Joab Oliveira Virgnio e Silva5.Prof. M.Sc. UFPA - Campus de Altamira - [email protected] 2 Engenheiro Agrnomo - [email protected] 3 Engenheira Agrnoma - [email protected] 4 Engenheira Agrnoma - [email protected] 5 Engenheiro Qumico M.Sc. em Agroenergia - [email protected]

RESUMO A demanda mundial por energia limpa e sustentvel tem aumentado significativamente nos ltimos anos. Uma das fontes utilizadas a floresta energtica, com destaque, no Brasil, para o gnero Eucalyptus spp., que atualmente possui diversos clones destinados produo de energia. No entanto, h a necessidade de apontar qual o clone mais eficiente para determinada regio. O objetivo deste estudo foi determinar dentre os seis clones de Eucalyptus urophylla analisados, aqueles com maior potencial para produo de energia para a regio Nordeste. Os resultados obtidos indicam que, para a regio de Graja no Maranho os clones 3 e 4 so superiores aos demais para a gerao de energia, podendo neste caso ser superior em 27 % ao clone 6. PALAVRAS-CHAVES: Carvo vegetal, Madeira, Combustveis ABSTRACT The worldwide demand for clean and sustainable energy has increased significantly in recent years. One of the sources used energetic the forest, with emphasis on Eucalyptus spp. Currently, there are several clones for biomass production for energy use. However, it is necessary to point out which one is more efficient to each region. The aim of this study was to determine among the six clones of Eucalyptus urophylla which analyzed the most suitable for biomass production and energy. The results indicate that, for the region of Graja MA clones 3 and 4 are superior for power generation, in this case be greater than 27 % in the clone 6. KEY-WORDS: Charcoal, Wood, Fuel INTRODUO A matriz energtica do mundo se baseia no consumo de combustveis fsseis, que, alm de no serem renovveis, tm sido considerados como uma das principais causas das mudanas climticas registradas nos ltimos anos. Isso tem levado muitos pases a considerarem a necessidade

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Anais da 11 Semana de Integralao das Cincias Agrrias - SICA de profundas mudanas, incluindo a intensificao do aproveitamento de outras fontes energticas, sobretudo as renovveis, incluindo-se a madeira (BRITO, 2007). No caso especfico do carvo vegetal, a densidade da madeira e seu poder calorfico so duas caractersticas importantes na seleo de clones para o plantio. O rendimento energtico do processo de combusto da madeira depende da umidade desta (OLIVEIRA, 1982) e sua constituio qumica, em que os teores de celulose, hemicelulose, lignina, extrativos e substncias minerais variam com a espcie ou gentipo utilizado no plantio. O eucalipto, por sua elevada produtividade em muitas regies brasileiras e possuir madeira de grande versatilidade, pode satisfazer parte da necessidade energtica do Pas (BARCELLOS et al., 2005) e tem sido utilizado em vrias situaes, como, por exemplo, em cermicas, processamento de gros, siderurgia e empresas de celulose e papel. A rea cultivada com eucalipto tem crescido de maneira significativa nos ltimos anos no Estado do Maranho, saltando de 60.745 ha, em 2005, para 137.360 ha em 2009 (ABRAF, 2010), com a madeira sendo destinada para a produo de carvo vegetal para siderurgia. Este estudo teve como objetivo avaliar o potencial de seis clones de Eucalyptus urophylla, para a produo de poder calorfico do tronco nas condies edafo climticas de Graja - MA.

MATERIAL E MTODOS Os dados foram coletados em experimento que visa comparar o crescimento e adaptao de clones de Eucalyptus urophylla na regio de Graja. O plantio foi realizado no espaamento de 4 m x 3 m, sendo os clones distribudos em delineamento inteiramente casualizado, com cinco repeties. Cada repetio foi representada por uma parcela constituda de cem rvores. Para este estudo, foram avaliados seis clones, cujas rvores tinham, aproximadamente, 41 meses de idade. Em cada parcela foi medido o CAP (circunferncia do tronco a altura do peito) de todas as rvores e calculada a mdia, a rvore mdia foi abatida para obter: altura total e comercial, peso das folhas, dos galhos, de discos do tronco obtidos na base, 25, 50, 75 e 100 % da altura comercial, da casca e do lenho, obtido pela diferena entre tronco e casca. Para determinao do peso de matria seca foram coletadas amostras dos componentes das rvores (casca e lenho) utilizando o procedimento descrito por Soares et al. (2007). Aps determinado o peso do material vegetal fresco, as amostras foram colocadas em sacos de papel e submetidas secagem em estufa de circulao forada de ar a 70 C at atingir peso constante. Nova pesagem das amostras foi realizada para determinar o peso de matria vegetal seca. Sub amostras de casca e de lenho foram encaminhadas ao Laboratrio de Energia da Madeira da UFV para determinao do poder calorfico. A partir desses dados pode-se, ento, calcular o poder calorfico por quilo de casca e lenho e estimar o poder calorfico do lenho por hectare de floresta plantada. Foi realizada anlise de varincia dos dados e as mdias de clones comparadas pelo teste de Tukey ao nvel de 5 % de significncia.

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RESULTADOS E DISCUSSO O PCS (poder calorfico superior) do lenho foi ligeiramente superior ao da casca, em todos os clones (Tabela 1). O clone trs foi o que apresentou os maiores valores de PCS, tanto para casca como para lenho, sendo significativamente diferente do clone um, no caso da casca, e dos clones cinco e seis, no caso do lenho respectivamente (Tabela 1). O clone cinco menos indicado para uso fonte de energia dentre os seis clones analisados, por apresentar o menor poder calorfico, 4.552,75 kcal kg-1. Os valores de PCS encontrados neste trabalho mostram a mesma magnitude dos valores para outras espcies florestais. Barros et al. (2010) citam como potenciais como fonte de energia, por seu poder calorfico (PC), a Azadirachta indica, com 4.088,5 kcal kg-1, a Acacia decurrens (idade de cinco anos), 4.550 kcal kg-1 e o E. grandis (dez anos de idade), com 4.790 kcal kg-1. Couto et al. (1984) encontraram uma mdia de 4.288 kcal kg-1 para lenho e 3.892 kcal kg-1 para casca em E. saligna, aos 8,5 anos, cultivado no estado de So Paulo. Dentre outras espcies florestais, Quirino et al. (2004) encontraram trs valores referentes ao PCS de E. urophylla, 4.595 kcal kg-1, 4.480 kcal kg-1 e 4.422 kcal kg-1. Couto et al. (1984) destacam, ainda, que o PCS maior para o fuste sem casca do que para a casca especificamente, fato tambm verificado neste trabalho (Tabela 3). Se o lenho dos clones deste trabalho fosse utilizado para gerao de energia o PCS (Mcal ha-1 = biomassa do lenho x PCS lenho) do clone trs = 270,8 e clone quatro = 268,98 seriam os mais elevados, dentre os estudados, sendo estes clones os mais recomendados para a produo de energia, por sua biomassa e PCS do lenho, resultando um ganho prximo de 27% em comparao com o clone seis, o menos recomendado para a produo de energia na regio de Graja (Tabela 1).

CONCLUSES Os clones estudados se diferenciam na gerao de poder calorfico da casca e do lenho, sendo os clones 3 e 4 os mais recomendados para plantio na regio na poca da avaliao.

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Anais da 11 Semana de Integralao das Cincias Agrrias - SICA LITERATURA CITADA ABRAF. Associao Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas. Anurio estatstico da ABRAF 2010: Ano base 2009. 140p. Braslia. 2010. BARCELLOS, D. C.; COUTO, L. C.; MLLER, M. D.; COUTO, L. O Estado da arte na qualidade da madeira de eucalipto para produo de energia: um enfoque nos tratamentos silviculturais. Biomassa & Energia (Viosa), v. 2, p. 141-158, 2005. BARROS, S. V. S.; NASCIMENTO, C. C.; AZEVEDO, C. P.; PIO, N. S.; Costa, S.S. Avaliao do potencial energtico das espcies florestais Acacia auriculiformis e Ormosia paraensis cultivadas no municpio de Iranduba/Amazonas. Madera y Bosques, 2010. BRITO, J. O. O. uso energtico da madeira. Sociedade Brasileira de Silvicultura. 2007. Disponvel em: . Acesso em: 24/01/2011. COUTO, H. T. Z.; BRITO, J. O.; TOMAZELLO FILHO, M. ; CORRADINI, L. ; FAZZIO, E. C. M. . Quantificao de resduos florestais para produo de energia em povoamentos de Eucalyptus saligna. Instituto de Pesquisa e Estudos Florestais - IPEF, Piracicaba, v. 26, p. 19-23, 1984. OLIVEIRA, B. Produo de carvo vegetal: Aspectos tcnicos. In: Produo e utilizao de carvo vegetal. CETEC, MG. P 61 73. 1982 QUIRINO, W. F.; VALE, A. T.; ANDRADE, A. P. A.; ABREU, V. L. S.; AZEVEDO, A. C. S. Poder Calorfico da Madeira e de Resduos Lignolcelulsicos. Biomassa & Energia, Viosa, v. 01, n. 02, p. 173-182, 2004. SOARES, C. P. B.; NETO, F. P.; SOUZA, A. L. Dendrometria e Inventrio Florestal. Viosa: Editora UFV, 2007. Pg. 93-95.

PRODUO DE BIOMASSA DE SEIS CLONES DE Eucalyptus urophylla CULTIVADOS EM GRAJA MAThiago Cavalcante G. R. Andrade1; Olivan do Nascimento Saraiva2; Paulo Vitor Nogueira3; Nara Otlia Assis de Barros4; Fabrcia Costa dos Santos5.Prof. M.Sc. UFPA - Campus de Altamira - [email protected] Engenheiro Agrnomo, Bolsista de Extenso/CNPq - [email protected] 3 Engenheiro Agrnomo - [email protected] 4 Engenheira Agrnoma - [email protected] 5 Engenheira Agrnoma - [email protected]

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RESUMO A demanda mundial por energia limpa e sustentvel tem aumentado significativamente nos ltimos anos. Uma das fontes utilizadas a floresta energtica, com destaque, no Brasil, para o gnero Eucalyptus spp., que atualmente possui diversos clones destinados produo de energia. No entanto, h a necessidade de apontar qual o clone mais eficiente para determinada regio. O objetivo deste estudo foi determinar dentre os seis clones de Eucalyptus urophylla analisados, aqueles com maior potencial para produo de biomassa para a regio Nordeste. Os resultados obtidos indicam que, para a regio de Graja no Maranho os clones 3 e 4 so superiores aos demais para a produo de biomassa. PALAVRAS-CHAVE: Floresta plantada, Bioenergia, Eucalyptus urophylla Universidade Federal do Par Campus Altamira

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ABSTRACT The worldwide demand for clean and sustainable energy has increased significantly in recent years. One of the sources used energetic the forest, with emphasis on Eucalyptus spp. Currently, there are several clones for biomass production for energy use. However, it is necessary to point out which one is more efficient to each region. The aim of this study was to determine among the six clones of Eucalyptus urophylla which analyzed the most suitable for biomass production and energy. The results indicate that, for the region of Graja MA clones 3 and 4 are superior in biomass production. KEY-WORDS: Planted forest, Bioenergy, Eucalyptus urophylla INTRODUO O Brasil, por suas condies climticas e edficas e disponibilidade de terras, um dos pases com maior potencial de produo de energia a partir da biomassa. O pas possui, aproximadamente, 520 milhes de hectares de florestas nativas e 4,5 milhes de hectares de florestas plantadas eucalipto (ABRAF, 2010; FAO, 2011). A rea cultivada com eucalipto tem crescido de maneira significativa nos ltimos anos no Estado do Maranho, saltando de 60.745 ha, em 2005, para 137.360 ha em 2009 (ABRAF, 2010), com a madeira sendo destinada para a produo de carvo vegetal para siderurgia, a exemplo do que acontece na G5 Agropecuria (Grupo Ferroeste). A G5 Agropecuria cultiva eucalipto nos municpios de Graja e Barra do Corda, para abastecimento de siderrgica situada em Aailndia, MA, e busca produzir carvo em quantidade e qualidade para atingir sua auto suficincia energtica. Alm das condies de solo e clima na regio, outro fator que pode afetar a produo e a alocao de biomassa e a qualidade da madeira para a produo de carvo a variabilidade gentica entre os clones de eucalipto utilizados (SCHUMACHER, 1998; LELES et al., 2001). Este estudo teve como objetivo avaliar o potencial de seis clones de Eucalyptus urophylla, para a produo de biomassa do tronco nas condies edafo climticas de Graja - MA.

MATERIAL E MTODOS Os dados foram coletados em experimento que visa comparar o crescimento e adaptao de clones de Eucalyptus urophylla na regio de Graja. O plantio foi realizado no espaamento de 4 m x 3 m, sendo os clones distribudos em delineamento inteiramente casualizado, com cinco repeties. Cada repetio foi representada por uma parcela constituda de cem rvores. Para este estudo, foram avaliados seis clones, cujas rvores tinham, aproximadamente, 41 meses de idade. Em cada parcela foi medido o CAP (circunferncia do tronco a altura do peito) de todas as rvores e calculada a mdia, a rvore mdia foi abatida para obter: altura total e comercial, peso das folhas, dos galhos, de discos do tronco obtidos na base, 25, 50, 75 e 100 % da altura comercial, da casca e do lenho, obtido pela diferena entre tronco e casca.

Universidade Federal do Par Campus Altamira

Anais da 11 Semana de Integralao das Cincias Agrrias - SICA Para determinao do peso de matria seca foram coletadas amostras dos componentes das rvores (folha, galho, casca e lenho) utilizando o procedimento descri