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O FUTEBOL PARA LER COM TODA A MAGIA DO DEZ “DESNORTEADOS” Nº34

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O FUTEBOL PARA LER COM TODA A MAGIA DO DEZ

“DESNORTEADOS”

Nº34

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“Um amigo meu diz que com todas as pedras que me atiram, podia-se

fazer um monumento”José Mourinho

[email protected]

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EXIBIÇÃO DE LUXONuno Almeida

Fotos: Getty Images

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EXIBIÇÃO DE LUXONuno Almeida

Fotos: Getty Images

Numa jornada em que se previam algumas dificuldades para o F.C. Porto, os portistas

com uma exibição de luxo, foram a Guimarães golear por quatro bolas a zero a jovem equipa vimaranense, que tem realizado um campeonato bem interessante.Vítor Pereira surpreendeu ao lançar Ismailov no onze inicial, para substituir o lesionado Defour. E o certo é que o Russo já dá várias sinais de entrosamento com os colegas e enquanto teve força assinou vários lances de classe, especialmente a descobrir espaços entre linhas.Este F.C. Porto começa a dar sinais que joga o que quer e que os adversários só jogam o que os dragões querem.

Primeira parte a um ritmo alucinante

Os bicampeões nacionais entraram no jogo dispostos a resolver a questão o mais rápido possível e após alguns livres e cantos no ataque portista, Mangala entrou de rompante e respondeu da melhor maneira a um canto apontado por João Moutinho. O francês, aproveitando a sua compleição física saltou muito, mas muito mais alto que os adversários e cabeceou com tanta força, que mais parecia um remate de cabeça.O segundo golo portista parecia uma cópia do primeiro, mais um canto bem apontado por Moutinho e desta vez foi Jackson a voar sobre os centrais e fazer o seu 16º golo no campeonato. Era o início de uma noite memorável para o internacional Colombiano.Durante os primeiros 45 minutos o Vitória parecia algo atordoado com o ritmo imposto pelo adversário, não conseguindo criar grandes jogadas de perigo, muito por mérito da pressão alta dos azuis e brancos, que mais uma vez acabaram a primeira parte

com uma posse de bola muito acima dos 60%.Na segunda parte a história manteve-se

Os vimaranenses na segunda parte tentaram dar um ar da sua graça, mas o F.C. Porto está num excelente momento de forma e tal rolo compressor foi para cima do Vitória, tentar chegar à goleada. Jackson Martinez, talvez em jeito de resposta à chegada de Liedson, brindou os adeptos presentes no Estádio Afonso Henriques, com mais dos golos para a conta pessoal, atingindo assim a meta dos 18 golos e garantindo ao F.C. Porto o ataque mais profícuo da Liga (ainda que em igualdade com o Benfica.O jogo marcou ainda a estreia do “levezinho” de azul e branco, que apesar da idade e da falta de ritmo, mostrou que ainda tem o toque de bola que o caracterizava e que pode vir a ser muito útil aos dragões.Com mais esta goleada, o F.C. Porto demonstra que está a atravessar, talvez o melhor momento da época e que com nove golos marcados e zero sofridos nos últimos dois jogos, não dará tréguas na luta pela manutenção do primeiro lugar na liga.Com uma percentagem de posse de bola a fazer inveja ao Barcelona, e com uma pressão a começar na área adversária, os portistas não correm muitos riscos na defesa, garantindo jornada após jornada, jogos tranquilos a Helton e por isso mesmo continuam a ser a equipa com a defesa menos batida.

Destaques individuais

O principal destaque da partida vai para Jackson Martinez que com os três golos apontados distancia-se dos seus perseguidores na luta pelo

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melhor marcador, onde já leva mais 5 golos que Cardoso. O Cha Cha Cha é sem dúvida uma das grandes, senão a maior, revelação deste campeonato, não só pelos golos que marca, mas pela forma com que joga de costas para a baliza. Mais uma prova do excelente departamento de prospecção dos portistas.Outro jogador a atravessar um momento de forma verdadeiramente notável, é Mangala. O jovem central que o F.C. Porto recrutou na época passada ao Standard de Liége, é um atleta de eleição, não perde um lance em velocidade, nem um lance de cabeça. A impulsão para o primeiro golo do jogo, o seu segundo na Liga, é assombrosa. Maicon não terá a vida fácil para voltar ao onze.Para João Moutinho, os elogios começam a escassear, tal é a forma como joga e faz jogar toda a equipa. Seja a defender, seja a atacar o internacional português, é o verdadeiro maestro desta equipa. Com um pulmão e uma classe, só ao alcance dos grandes jogadores, Moutinho começa a jogar demasiado para a qualidade da nossa Liga.

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Pedro PintoFotos: Getty Images

O ZERO DA QUESTÃO

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Pedro PintoFotos: Getty Images

O ZERO DA QUESTÃOA rubricar uma época notável na Liga Zon Sagres, competição em que permanece invicto, tendo já jogado em Alvalade e em Braga, o Benfica divide a liderança com o F.C. Porto e, neste momento, vê-se ultrapassado pelos azuis-e-brancos nos factores de desempate. Com igual número de vitórias e empates e com os mesmos golos marcados, a diferença entre as equipas reside agora, apenas e só, na solidez defensiva.

Esta parece ser uma época atípica para o Benfica. Não pela ausência de derrotas à 17ª jornada - algo que, há um ano, também se verificava - mas mais pelos resultados alcançados após um atribulado arranque. O planeamento da ala esquerda da defesa pareceu ter sido feito com pouca ponderação e Jorge Jesus iniciou a temporada com Melgarejo adaptado ao lugar e um improvável Luisinho a perfilar-se como segunda opção logo no primeiro ano de águia ao peito. Do lado direito, Maxi mantinha o estatuto de intocável mas a dúvida continuava lá: e se o uruguaio se lesionasse ou, a exemplo de outras campanhas, visse um cartão vermelho que o afastasse por alguns jogos? A resposta, sabe-se agora, haveria de passar por André Almeida mas, às primeiras jornadas, era difícil descortinar uma solução imediata que desse algumas garantias de elevado rendimento aos encarnados.A isto tudo, era necessário juntar o fantasma do castigo a Luisão, depois do tristemente polémico episódio de Düsseldorf, em que o central brasileiro ficou à mercê do relatório do árbitro Christian Fischer e dos conselhos de disciplina da Federação Portugusa de Futebol e da UEFA. A 14 de Setembro, confirmou-se que o Benfica perdia o seu capitão por seis jogos, no que à Liga diz respeito, deixando o sector defensivo órfão daquele que tem sido o seu maior esteio na última década.

Até esse dia, os encarnados tinham consentido dois golos em quatro jogos oficiais, ambos apontados pelo Sporting de Braga na sua visita à Luz (2-2). Assim que Luisão cedeu o lugar a Jardel, essa marca duplicou, com novo percalço em Coimbra, diante da Académica, pelo mesmo resultado. Esse jogo marcou, aliás, o início de uma série de três jogos sempre a sofrer golos, para a qual contribuíram também Paços de Ferreira e Beira-Mar. Luisão regressou à Liga a 24 de Novembro, em Olhão, numa altura em que a equipa até já levava três jogos consecutivos com as redes invioladas. Nessa noite, não só o brasileiro contribuiu para elevar essa marca para quatro (a melhor da época, até ao momento), como até marcou um dos golos da vitória por 2-0.Este não seria, contudo, o regresso definitivo do capitão. Uma lesão colocou-o, de novo, fora das escolhas de Jesus e, durante as quatro partidas seguintes, exactamente as mesmas em que esteve ausente, a equipa permitiu sempre que os adversários marcassem. Sporting, Marítimo e Estoril perderam diante das “águias” mas apontaram um golo cada e, na Luz, em noite de clássico, o F.C. Porto colocou por mais duas vezes a bola no fundo das redes de Artur Moraes.Em Moreira de Cónegos, diante do último classificado, Luisão fez o segundo regresso da época e, uma vez mais, o último reduto encarnado não permitiu grandes veleidades ao adversário, que não apontou qualquer golo. Daí para cá, só o Sp. Braga logrou marcar ao Benfica, facto que até pode ser encarado como natural, dado que o jogo foi disputado no reduto arsenalista, onde Jorge Jesus nunca tinha levado a turma da Luz à vitória.

Contas feitas, em todos os jogos da Liga em que Luisão foi utilizado - sete, no total -, o Benfica sofreu apenas três

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golos, registando uma média inferior a 0,5. Nos restantes dez encontros, essa marca sobe para nove golos, o que equivale a 0,9 por jogo. Desta forma, será legítimo fazer uma associação entre a ausência do capitão e a quantidade de golos sofridos esta temporada. É precisamente por eles que o F.C. Porto, que apenas consentiu oito, se encontra actualmente na liderança da prova, deixando os encarnados a quatro de distância. Curiosamente, esta relação de doze para oito é exactamente a mesma no que respeita aos jogos em que ambos os clubes sofreram golos. Os “dragões” passaram mais de metade da prova, até agora, sem que Helton tivesse de ir buscar a bola às suas redes, ao passo que o Benfica só em cinco ocasiões conseguiu “secar” os adversários. Perante isto, e levando em consideração as equipas apresentadas por Jorge Jesus nos últimos anos, a dúvida surge: será a tradicional “tracção dianteira” das “águias” capaz de compensar a sua menor capacidade para tapar os caminhos para a sua baliza? Ou será que a presença de Luisão ao lado de Garay vai efectivamente contribuir para tornar mais inacessíveis os domínios de Artur? Seja como for, o Benfica dispõe agora de 11 jogos antes da visita ao Estádio do Dragão para provar que consegue ser melhor que o rival nesta luta secundária que até pode vir a ser de vital importância no final da temporada. O primeiro teste é já no domingo, na Choupana, diante do Nacional da Madeira.

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OUTRA VEZ?

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Outra vez, Sporting? Com vontade de fazer as pazes e empurrar a equipa para uma série positiva,

os adeptos bem puxaram pela turma de Jesualdo Ferreira mas o Vitória de Guimarães foi o responsável pelo primeiro resultado negativa da nova era dos leões. Depois de três vitórias consecutivas, de três lufadas de ar fresco, aí estão os primeiros pontos perdidos, aí está o primeiro tropeço da era Jesualdo.Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. Costuma dizer-se assim em Portugal. De facto, se há algo que mudou nos jogadores do Sporting é a nova vontade, a nova confiança existente nos passos dados pelo relvado. Vontade de inovar teve Jesualdo Ferreira, que não teve qualquer receio em lançar Joãozinho para substituir Insúa, com Miguel Lopes do outro lado, ficando assim com as laterais completamente renovadas. Mais para a frente, Carrillo e Capel tentavam fazer o leão correr mais rápido, Adrien e Rinaudo eram os pulmões, Labyad continuava solto a apoiar Van Wolfswinkel, o predador do costume no ataque do Sporting.No outro lado do terreno, o Vitória aparecia recuado, a respeitar os leões, um pouco expectante. E era dessa forma que começava o encontro: morno. O ritmo era baixo mas quem tentava tomar mais iniciativa era o Sporting, de forças renovadas, de espírito cheio, a querer assumir a partida. Capel insistia, os verde-e-brancos tinham mais bola, o Vitória tentava ocupar todos os espaços e fechar o caminho da baliza de Douglas, abdicando do ataque por vezes, até.Ainda assim, nota de destaque para a grande oportunidade de golo da primeira parte, quando Carrillo dançou e depois rematou de forma muito potente, apenas para esbarrar em cheio na trave. O Sporting tentava acelerar o ritmo de jogo mas o Vitória estancava as tentativas de desequilíbrio, acabando mesmo por empurrar o encontro empatado

para o intervalo. Ainda assim, era um jogo mais condizente com o “antigo” Sporting, a tentar ser mandão, a mostrar mais apetência ofensiva, mesmo que não concretizasse o domínio em várias grandes oportunidades.Chegava a segunda parte e com ela já vinha Pedro Mendes, a substituir o lesionado Boulahrouz. Tirando essa troca, tudo continuava igual. Até a toada. O Sporting tentava acelerar o jogo através de Capel e companhia, mas foi Xandão a fazer funcionar o marcador. O problema é que o fez funcionar ao contrário daquilo que os adeptos leoninos estavam à espera. Apareceu um cruzamento tenso vindo do lado esquerdo, Baldé não aproveitou mas o central brasileiro esteve infeliz no desvio e pôs o Vitória a vencer por 1-0 aos 53 minutos. Os fantasmas rapidamente voltavam à mente de todos os adeptos mas também eram exorcizados em apenas dois minutos.Wolfswinkel fez de Madjer e usou o calcanhar de forma muito subtil para enganar Doulgas e fazer o empate logo aos 55 minutos. Miguel Lopes foi o responsável pelo cruzamento, o holandês finalizou com propriedade e os mais de 25 mil adeptos presentes em Alvalade rejubilavam pelo empate alcançado. O problema? Iria voltar tudo ao cenário da primeira parte.O Sporting pressionava, Jesualdo arriscava a tirar Labyad e lançar Viola, a tirar Adrien e a pôr Jeffren em jogo. Muitas vezes foi ao moinho mas em nenhuma das ocasiões conseguiu realmente trazer água de volta. As oportunidades não surgiam, a vontade não se traduzia em chances de real perigo para a baliza do Vitória. A estratégia de Jesualdo moía... mas não matava.Na verdade, as coisas até podiam ter terminado de forma desastrosa para o conjunto leonino. Fica a dúvida no ar sobre se Carlos Xistra devia ter assinalado ou não uma falta do estreante Joãozinho sobre Ricardo, falta essa que

Pedro PintoFotos: Getty Images

OUTRA VEZ?

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daria grande penalidade já em tempo de compensação. Ainda assim, é de lembrar que, mesmo que Xistra tivesse assinalado a grande penalidade, seria ingénuo pensar de forma segura no triunfo do Vitória. É que Sporting e Beira-Mar trocaram grandes penalidades falhadas no final do encontro da semana passada.Contas feitas, os leões escorregaram para o nono lugar, com 19 pontos em 16 jogos, a três do Rio Ave, que se senta no quinto lugar, o último de acesso à Europa. Entre os dois, está o Vitória, logo a um ponto do vila-condenses. Foi interrompida a série de vitória de Jesualdo, ficaram novamente expostos os problemas de criatividade e de finalização do Sporting. Mas a vontade, essa, parece estar de volta, de mãos dadas com a motivação, ainda que só as vitórias as alimentem.

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Texto: David PereiraFotos: Getty Images

DESNORTEADOS

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Portugal prometeu com o seu início de jogo, tendo duas ocasiões consecutivas para marcar nos primeiros 45 segundos, no entanto, praticamente

na resposta, o Equador marcou, por Valencia, num lance em que houve falta de atenção da defesa portuguesa (Eduardo incluído).A equipa das quinas reagiu, com um ritmo forte, e mesmo quando este foi arrefecendo, não deixou de ser a equipa mais perigosa e conseguiu empatar a meio da primeira parte, e a prometer mais para a segunda.E de facto, a formação orientada por Paulo Bento até conseguiu chegar à vantagem, por intermédio de Hélder Postiga, só que na resposta, João Pereira ao atrasar a bola para Eduardo, acabou por marcar na própria baliza, e assim foi restabelecida nova igualdade.Já com algumas substituições realizadas e consequente perca de organização e fluidez de jogo, a seleção lusa voltou a sofrer novo golo, desta vez apontado pelo ex-sportinguista Felipe Caicedo.Até final, foram sempre os equatorianos que estiveram mais próximos do 2-4, do que propriamente Portugal do 3-3.

Analisando os atletas em campo, começando pelos de Portugal…

Eduardo (Istambul BB) ficou mal na fotografia, com uma saída em salto no lance do 0-1, e na descoordenação com João Pereira no 2-2;João Pereira(Valência) esteve infeliz ao ter marcar… na própria baliza; Bruno Alves(Zenit) apesar dos três golos sofridos e de ainda estar em pré-época, não esteve mal; Neto (Zenit) entrou nervoso, naquela que foi a sua primeira internacionalização, foi-se recompondo aos poucos com o passar do tempo, mas não deixou de perder vários lances por não se conseguir antecipar aos seus oponentes; e Fábio Coentrão (Real Madrid) fez, de calcanhar, a assistência para o golo do empate, depois de se ter deixado antecipar por Valencia no 0-1;Miguel Veloso(Dínamo Kiev) esteve muito abaixo do seu nível; João Moutinho (FC Porto) esteve rotativo, como já é hábito, e terminou o encontro praticamente como lateral-direito; e Raul Meireles (Fenerbahçe) não deu grande dinâmica, sobretudo no segundo tempo;Nani (Manchester United) estava pouco inspirado até ao momento em que conseguiu construir o lance do 2-1; Cristiano Ronaldo (Real Madrid) apontou o 1-1 após um delicioso gesto técnico; e Hélder Postiga (Saragoça) apontou o segundo tento luso;

Varela (FC Porto) mostrou-se inconformado; Éder (Sp. Braga) teve poucas oportunidades para marcar; Custódio (Sp. Braga) foi assobiado pelos adeptos vimaranenses, devido ao seu passado clubisticas, mas esteve perto de marcar já ao cair do pano, tendo acertado na trave; Danny (Zenit) regressou à seleção após ausência superior a um ano, devido à lesão grave que o retirou do ativo; Ruben Amorim (Sp. Braga) refrescou o miolo; e Nélson Oliveira (Deportivo) foi mais um acréscimo para o ataque.

Quanto aos jogadores do Equador…

Máximo Banguera(Barcelona SC) deu nas vistas por usar um chapéu (mesmo sendo de noite), mas também por várias intervenções de elevado grau de dificuldade;Juan Paredes(Barcelona SC) é recatado no que concerne a subir pelo seu flanco, até porque é tecnicamente pouco evoluído, embora seja forte fisicamente, ainda assim, facilmente ultrapassável pelos atacantes portugueses; Gabriel Achilier(Emelec) é conhecido como “El Toro”, devido à forma impetuosa com que aborda os lances; Frickson Erazo (Barcelona SC), muito elegante, manteve-se seguro ao longo dos 90 minutos; e Oscar Bagüí (Emelec) chegou atraso à antecipação a Hélder Postiga, no 2-1;Castillo (Puebla) é um médio possante e agressivo; Christian Noboa (Dínamo Moscovo) é um médio empreendedor; Valencia (Manchester United) inaugurou o marcador com um belo cabeceamento e participou na jogada do 2-3, e apesar da sua qualidade, ressentiu-se do pouco pendor ofensivo do lateral do seu lado, Juan Paredes; e Jefferson Montero (Morelia) fez o cruzamento para o 0-1;Caicedo (Lokomotiv) foi a referência do ataque, poderoso fisicamente e forte no jogo aéreo, foi o alvo de todas as primeiras bolas, e apontou o 2-3; e Benítez (América) mostrou-se um avançado móvel e fez o amortecimento para o remate de Caicedo, no terceiro golo dos equatorianos;Pedro Quiñonez (Emelec) e Henry León (Independiente JT) posicionaram-se no miolo; Saritama (LDU Quito) e Renato Ibarra (Vitesse) colocaram-se nas alas, esquerda e direita respetivamente; e Eduardo Morantes (LDU Quito) reforçou o eixo defensivo.

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JOÃO QUERIDOMANHATexto: Bruno Miguel EspalhaFotos: Google Images

Sendo jornalista desportivo, como vê o estado actual da profissão em Portugal? Existem demasiados pseudojornalistas?

Não concordo. Genericamente, os jornalistas de hoje são muito melhores profissionais que os de há 20 ou 30 anos, têm formação profissional e trabalham com as melhores ferramentas. O que talvez não haja actualmente em quantidade, por causa da concorrência e da pressão empresarial, são bons editores, com maturidade e memória.

Creio que o pior da comunicação actual é a falta de memória e de perspectiva.

Falta jornalismo de investigação desportiva em Portugal?

Creio que é um falso problema. Não há jornalismo sem investigação. O que há é falta de meios das empresas para determinado tipo de investigação que diminui a rendibilidade dos jornalistas em número de páginas escritas. Entre uma página

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“Comigo, ou ‘sem-migo’, o Porto vai ser campeão!”

João Pinto, ex-jogador

JOÃO QUERIDOMANHA

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de banca por dia e uma página de reportagem por semana, ganha a primeira opção.

Também lhe dá vontade de tirar o som ao televisor quando ouve certas barbaridades proferidas por supostos “experts” durante a transmissão de jogos de futebol nas nossas televisões?

Podia dizer que sim para ser correcto, mas não é isso que faço. Como também faz parte do meu trabalho, aprendo muito com os meus colegas, nem que seja para perceber o que não devo fazer ou o que me pode distinguir deles.

Que opinião tem sobre os programas desportivos onde se digladiam pseudocomentadores afectos a cada um dos três grandes?

É fraca porque não vejo. Não consigo resistir a mais de um minuto, não tenho pachorra para a esquizofrenia, não frequento cafés nem tascas. Felizmente tenho uma vida muito ocupada com coisas positivas.

Acha que pessoas com cargos nas estruturas dos clubes não devem participar nesses programas?

É-me indiferente. Há um público para aquele tipo de programa (não se trata de informação, atenção), como há para as telenovelas ou para os programas de imitadores ou de concursos. Não perco tempo com nenhum deles.

Essa participação pode contribuir para exaltar ainda mais os ânimos entre os adeptos, pois as opiniões expressas podem de certo modo ficar vinculadas às posições defendidas pelos clubes nos quais as referidas pessoas são dirigentes/directores?

Creio que não. O que cria a exaltação é a falta de cultura desportiva e de actividade desportiva – o índice mais baixo da Europa.

Constato que é adepto das redes sociais e a sua presença online é quase constante. Que relevância têm para o seu trabalho? Já obteve alguma informação em primeira mão nas redes sociais?

Sempre fui entusiasta da internet (desde os tempos da Compuserve e da AOL) e criei o Record Online em 1996. Descobri as virtudes das Redes Sociais como plataforma para a comunicação profissional mercê de um Mestrado que fiz em 2008/09 e estou a desenvolver vários projectos nessa área, inclusive como consultor de um dos maiores grupos de comunicação do país. Como jornalista, vejo as redes sociais como meio de emissão de notícias em primeira mão (tenho um projecto engraçado chamado @JQMstats no Twitter) e como meio de confirmação e contacto com determinada comunidade. Sem ter a certeza de onde vem a informação, nunca a considerarei acabada até momento em que a fonte e o local onde se encontra estejam bem identificados. Todos os dias recebo muita informação sobre as áreas que mais me interessam a que não teria acesso se não estivesse no Twitter

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de banca por dia e uma página de reportagem por semana, ganha a primeira opção.

Também lhe dá vontade de tirar o som ao televisor quando ouve certas barbaridades proferidas por supostos “experts” durante a transmissão de jogos de futebol nas nossas televisões?

Podia dizer que sim para ser correcto, mas não é isso que faço. Como também faz parte do meu trabalho, aprendo muito com os meus colegas, nem que seja para perceber o que não devo fazer ou o que me pode distinguir deles.

Que opinião tem sobre os programas desportivos onde se digladiam pseudocomentadores afectos a cada um dos três grandes?

É fraca porque não vejo. Não consigo resistir a mais de um minuto, não tenho pachorra para a esquizofrenia, não frequento cafés nem tascas. Felizmente tenho uma vida muito ocupada com coisas positivas.

Acha que pessoas com cargos nas estruturas dos clubes não devem participar nesses programas?

É-me indiferente. Há um público para aquele tipo de programa (não se trata de informação, atenção), como há para as telenovelas ou para os programas de imitadores ou de concursos. Não perco tempo com nenhum deles.

Essa participação pode contribuir para exaltar ainda mais os ânimos entre os adeptos, pois as opiniões expressas podem de certo modo ficar vinculadas às posições defendidas pelos clubes nos quais as referidas pessoas são dirigentes/directores?

Creio que não. O que cria a exaltação é a falta de cultura desportiva e de actividade desportiva – o índice mais baixo da Europa.

Constato que é adepto das redes sociais e a sua presença online é quase constante. Que relevância têm para o seu trabalho? Já obteve alguma informação em primeira mão nas redes sociais?

Sempre fui entusiasta da internet (desde os tempos da Compuserve e da AOL) e criei o Record Online em 1996. Descobri as virtudes das Redes Sociais como plataforma para a comunicação profissional mercê de um Mestrado que fiz em 2008/09 e estou a desenvolver vários projectos nessa área, inclusive como consultor de um dos maiores grupos de comunicação do país. Como jornalista, vejo as redes sociais como meio de emissão de notícias em primeira mão (tenho um projecto engraçado chamado @JQMstats no Twitter) e como meio de confirmação e contacto com determinada comunidade. Sem ter a certeza de onde vem a informação, nunca a considerarei acabada até momento em que a fonte e o local onde se encontra estejam bem identificados. Todos os dias recebo muita informação sobre as áreas que mais me interessam a que não teria acesso se não estivesse no Twitter

(principalmente) e no FB (Facebook). Por exemplo, para a investigação da minha dissertação de Mestrado, o Twitter foi uma ferramenta essencial.

As estatísticas são uma parte importante do seu trabalho jornalístico? Pensa que elas são tão importantes no futebol como o são no basquetebol? É adepto do trabalho de Charles Reep?

As estatísticas de Futebol para mim funcionam como um anti-stressante do género colecção de selos. Gosto de manusear os números e percebê-los no contexto do meu trabalho. As estatísticas são uma fonte de inspiração e portanto também uma fonte de rendimento, até porque não tenho muita concorrência. Já o faço há 30 anos, mas foi nos anos 90 quando andei muitas vezes nos EUA que entendi onde me podia levar o seu desenvolvimento. Infelizmente não tenho vocação empresarial, porque houve uma altura (1991) em que cheguei a fundar uma empresa que podia ter sido um bom negócio – mas o negócio ter-me-ia tirado o gozo de mexer diariamente nos números. Do Reep conheço muito pouco, leio sobre as conclusões, mas nunca vi as análises.

Como a entrevista já vai longa, uma pergunta mais pessoal. Como surgiu o golfe na vida do João Querido Manha? Por vezes dá impressão que futebol e golfe têm importância igual para si.

Infelizmente, com dez anos de atraso. Em 1991 um amigo ofereceu-me um kit de tacos, mas não tinha tempo para treinar. Em 2000 comprei uma casa a três quilómetros do melhor campo de golfe do país e um dos melhores da Europa e foi tiro e queda, embora só tenha começado a evoluir depois de 2004, quando estabilizei a minha actividade profissional, para um nível de jogador aceitável para a minha idade. E hoje vou certamente com mais prazer jogar golfe do que ver um jogo de futebol…

Última pergunta, que é um três em um. Qual foi o futebolista que mais gosto teve em conhecer/entrevistar, o melhor jogo de futebol a que assistiu e o melhor golo que viu ser marcado.

Resumo assim: esta vida possibilitou-me entrevistar e conviver com os melhores futebolistas e treinadores do meu tempo (Pelé, Eusébio, Beckenbauer, Coluna, Torres, José Augusto, Simões, Maradona, Zico, Falcão, Platini, Boniek, Dalglish, Dassaev, Eriksson, Parreira, Menotti, Telé Santana, Humberto Coelho, Madjer, Oliveira, Gomes, Jordão, Diamantino, Valdo e tantos outros), mas só guardo três autógrafos: o de Pelé na página 2 da Enciclopédia Mundial de Futebol, o de Maradona no programa dos Troféus Gandula de 1982 e o de Eusébio numa credencial. Ter estado duas horas a sós a falar de futebol com Pelé ou Beckenbauer é algo que se guarda para toda a vida.O melhor jogo que vi ao vivo foi o Alemanha-França das meias-finais do Mundial de 1982 em Sevilha.O melhor golo que vi ao vivo foi talvez o de João Pinto no Portugal-Inglaterra do Europeu de 2000. Mas o melhor golo de sempre da (minha) história do futebol, o golo perfeito, é o de Carlos Alberto a passe de Pelé na final do Mundial de 1970.

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O Mercado de Transferências de Inverno que, para os países “normais” está aberto durante o mês de janeiro, já encerrou e é hora de fazer a contabilidade sobre entradas e saídas, procurando analisar quem ficou mais forte, mais fraco, abrindo ainda a janela para as grandes transferências deste defeso.O artigo que agora começa é pautado pela mode-ração uma vez que, à semelhança do período de transferências de verão, o de inverno tem calendá-rios diferentes para a Rússia, que fecha apenas a 27 de fevereiro, o que pode inverter o actual estado de coisas. Esta é uma situação nada “normal” por várias razões:1 – os países russos competem nas mesmas pro-vas europeias que os restantes países cujo período de transferências já fechou, constituindo uma clara violação da regra de concorrência leal, beneficiando os russos em detrimento dos outros;2 – para além da vantagem temporal (que não se percebe), os clubes russos têm ainda, em muitos casos, uma clara vantagem financeira com muitos clubes endinheirados, capazes de, num ápice, “rou-bar” alguns dos melhores intérpretes de alguns cam-peonatos, como foi o caso de Hulk e Witsel no final

do mercado de verão. Ao permitir que isto aconteça, os restantes clubes dos restantes países ficam, du-plamente, em desvantagem pois, para além de po-derem perder as suas figuras, ficam sem hipóteses de encontrar alternativas. É, por isso, urgente, que se regularize esta situação antes que os “prejudica-dos” deixem de ser um “Benfica” e/ou um “FC Por-to” para serem um Real Madrid, Barcelona, Chelsea, Manchester United com as consequências à escala planetária que isso teria e que levaria, decerto, a mudanças forçadas na lei.O mercado cá dentro, os três grandes A nível nacional há um clube que sai claramente por cima do mercado de Inverno e dois que saem clara-mente a perder. O clube vencedor é, como habitual-mente neste tipo de coisas, o FC Porto que, com a sua capacidade e a sua organização, não facilitou e, tal como na época passada em que Lucho e Janko foram decisivos para a conquista do bicampeonato, se reforçou com Izmaylov e Liedson que poderão ser decisivos para a conquista do tri. Num plantel muito curto quando comparado com o de Benfica e até com o de Sporting (o banco de suplentes do FC Porto aquando da deslocação ao Estádio da Luz

MERCADOFrancisco BaiãoFotos: Getty Images

INTERNACIONAL

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era pouco mais que um conjunto de gente desco-nhecida), o FC Porto tem tido o condão de puxar o máximo de cada um dos seus elementos e a entrada de Liedson (para concorrer com o sem concorren-te Jackson Martínez) e de Izmaylov (para um meio--campo muito depauperado de opções de qualida-de) são duas verdadeiras mais-valias, uma vez que conhecem na perfeição o campeonato português e estão ávidos de grandes conquistas. As saídas não se farão notar, uma vez que Iturbe não consta da lista de jogadores com utilização regular, e Miguel Lopes era apenas uma segunda opção para as la-terais, onde podem jogar Mangala e Maicon. A esta hora ainda se discute a saída de um Kléber que foi utilizado em meia dúzia de jogos e que não deixará saudades. Se o FC Porto foi o grande vencedor do mercado de transferências de inverno, o Benfica terá sido o grande derrotado ao deixar sair Nolito e Bruno César e ao contratar Rui Fonte e Diogo Rosado. As duas aquisições só se compreendem na ótica da equi-pa B pois Rui Fonte dificilmente passará de quarta ou quinta opção para a frente de ataque (atrás de Cardozo, Lima, Rodrigo e Kardec) e, não tendo saí-do ninguém do mesmo sector (ataque) só se pode pensar numa contratação a longo prazo o que, para a presente temporada não terá impactos positivos. A entrada de Diogo Rosado, um jogador que não se impôs no Feirense nem no Blackburn, também não trará qualquer tipo de benefício ao Benfica versão 2012/2013, servindo talvez para disfarçar as saídas do brasileiro e do espanhol do meio-campo. A gran-de vantagem de Jorge Jesus sobre Vítor Pereira era a multiplicidade de opções. O Benfica tinha mais de 20 jogadores capazes de fazer parte do onze (ou do catorze – com os três suplentes que podem en-trar por jogo) sem que a equipa perdesse qualidade. Jorge Jesus sabia disso e promoveu a rotatividade do plantel, facto que permite chegar a esta fase do campeonato com alguns jogadores ainda “folgados” em termos físicos. Acontece que as duas saídas tornam o plantel mais fraco e, se a elas, juntarmos as constantes lesões de Carlos Martins e Aimar, o meio-campo do Benfica perde opções para atacar as 4 competições de que Jorge Jesus tanto se orgu-lha e que tanto apregoa querer vencer. No final do último jogo, frente ao Vitória de Setúbal, Jorge Jesus já veio dizer que há jogadores cansa-dos. Com o fim da rotação em algumas posições (se não quiser o risco de sair já da Liga Europa) o can-saço vai-se acumular e Jorge Jesus corre o risco de voltar a perder a época no mês de março.Quanto ao Sporting, entre entradas e saídas ficou relativamente na mesma. Perdeu Insúa, um dos me-lhores laterais do campeonato e Elias que, não ten-do sido um grande jogador na sua passagem pelo

Sporting, tem condições para ser uma das figu-ras deste campeonato, assim tenha uma equipa (e um treinador) que aproveitem as suas qualidades. Quanto ao resto, a saída de um dos melhores joga-dores do campeonato (Izmaylov) não terá influên-cia no Sporting pois o russo simplesmente não jo-gava pelos leões, assim como Carriço que, apesar do bom final de época que protagonizou a jogar no meio-campo, nunca foi opção durante a presente temporada. As saídas de Pereirinha e Pranjic a te-rem influência só pode ser positiva, pois nenhum dos dois mostrou qualidades suficientes para jogar num plantel que, supostamente, luta por títulos. A também saída de Gelson faz o Sporting perder um lutador mas que perdia tantas bolas quantas as que ganhava, pelo que é mais uma boa notícia para os lados de Alvalade.A equipa reforçou-se com Miguel Lopes (envolvido no negócio de Izmaylov) que poderá ser um bom jogador para a lateral direita (Cédric tem mostra-do ainda alguma imaturidade) mas, pelo contrário, dura será a tarefa de Joãozinho para render Insúa. O Sporting continua sem ponta-de-lança que com-pita com Wolfswinkel e os golos continuam a ser a grande dificuldade de um Sporting que, apesar de tudo, tem todas as condições de se apurar para a Liga Europa e até de lutar pelo terceiro lugar, assim consiga uma série de bons resultados.

Estas são algumas das principais transferências deste mer-cado de inverno:David Beckham LA Galaxy, EUA Paris SG, Fra Mario Balotelli Manchester City, Ing AC Milan, Ita Didier Drogba Shanghai Shenhua, Chn Galatasaray, Tur Wesley Sneijder Inter Milão, Ita Galatasaray, Tur Nicolas Anelka Shanghai Shenhua, Chn Juventus, Ita Alexandre Pato AC Milan, Ita Corinthians, Bra Demba Ba Newcastle, Ing Chelsea, Ing Nacho Monreal Málaga, Esp Arsenal, Ing Giuseppe Rossi Villarreal, Esp Fiorentina, Ita Lucio Juventus, Ita São Paulo, Bra Chamakh Arsenal, Ing West Ham, Ing (x) Taison Metalist Kharkiv, Ucr Shakhtar Donetsk, Ucr Joe Cole Liverpool, Ing West Ham, Ing Ricardo Quaresma Besiktas, Tur Al Ahli, EAU Diego Lopez Sevilha, Esp Real Madrid, Esp Loic Remy Marselha, Fra QPR, Ing Nuri Sahin Real Madrid, Esp Borussia Dortmund, Ale (x) Fernando Gago Valência, Esp Valez Sarsfield, Arg (x) Michel Bastos Lyon, Fra Schalke 04, Ale (x) Philippe Coutinho Inter Milão, Ita Liverpool, Ing Wilfried Zaha Crystal Palace, Ing Manchester United, Ing Christopher Samba Anzhi, Rus Queens Park Rangers, Ing Mohamed Sissoko Paris SG, Fra Fiorentina, Ita (x) Sougou CFR Cluj, Rom Marselha, Fra Nenê Paris SG, Fra Al Gharafa, Qat Lugano Paris SG, Fra Málaga, Esp Emanuelson AC Milan, Ita Fulham, Ing (x) Lucas Piazon Chelsea, Ing Málaga, Esp (x) Sílvio Atlético Madrid, Esp Deportivo, Esp (x) Nélson Bétis, Esp Palermo, Ita Salvador Agra Bétis, Esp Siena, Ita (x)

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“Un’Oppinione Rossonera”: Balotelli e a estreia de sonho

San Siro, minuto 93 do Milan – Udinese, com o resultado em 1-1. Pénalti (muito!) discutível mar-cado a favor da equipa “rossonera”. Momento de tensão nas bancadas por dois motivos: pela hipótese de apanhar o grande rival Inter na ta-bela classificativa em caso de vitória, ultrapas-sando-o na diferença de golos, e pela figura que assume a responsabilidade de marcar o casti-go máximo: Balotelli, contratação de Inverno do Milan. A figura mais polémica do futebol italiano dos últimos anos, “troublemaker” de profissão, é o retrato fiel do homem mais calmo do mun-do enquanto espera pelo apito do árbitro. Pode tornar-se a figura da jornada, pois já marcou o primeiro golo da sua nova equipa - onde chega com o rótulo de adepto indefectível e de poten-cial foco de instabilidade. Para o bem e para o mal, este lance vai marcar, definitivamente, esta (re)entrada de Mario na Serie A. O árbitro api-ta, Balotelli arranca para a bola naquele passo tão seu. Faz a “paradinha”, o guarda-redes cai

para um lado, a bola vai para o outro e Mario é o herói dos “rossoneri”. O jovem italiano sorri enquanto é rodeado pelos companheiros, numa rara demonstração de boa disposição – afinal, estamos a falar de um jogador que disse, uma vez, que marcar golos faz parte do trabalho dele e que não precisa de sorrir quando marca um golo. Pouco depois, o árbitro apita para o final do jogo em Milão. Poucos acreditariam que a sua estreia poderia ser tão perfeita, com dois golos, um deles aos 93 minutos, que dão a vitó-ria ao clube. Mario Balotelli já está no coração de todos.

No final do jogo, Mario confidenciou que es-perava uma estreia assim e dedicou o primei-ro golo ao seu empresário e o segundo à sua família. Disse que foi bom ter ultrapassado os “nerazzurri”, numa alfinetada ao seu estilo à sua antiga equipa, e comentou que agora o Milan vai em busca do terceiro lugar. Do jogo, pou-co mais fica que não estes dois golos do jovem italiano. O Milan marcou primeiro, aos 25 minu-tos, após jogada de El-Shaarawy pela esquerda,

SERIE ATiago SoaresFotos: AP

INTERNACIONAL

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com o cruzamento do “Faraó” a ressaltar num adversário e ir direitinha para o pé esquerdo de Balotelli, que não teve dificuldades em bater Pa-delli. A Udinese empatou já no segundo tempo, com Pinzi a aproveitar uma desconcentração da equipa “rossonera” e a contar com um precio-so ressalto em Zapata, o único defesa do Milan que acompanhou o contra-ataque venenoso da equipa de Udine. O jogo, que a bem dizer mere-cia ter terminado empatado, pôs frente-a-frente duas equipas determinadas a dar o melhor de si próprias, proporcionando um belo espectáculo a quem o viu. Ambas as equipas tiveram boas hipóteses para marcar, não se podendo falar de um ascendente quer da equipa da casa quer da visitante Udinese, que deu bem conta de si. Es-crevi ali em cima que o pénalti que decidiu o jogo é discutível, aqui comento mesmo que não existe... E, no final do jogo e em declarações à imprensa, Allegri, treinador do Milan, concor-dou comigo. Ou talvez tenha sido eu a concor-dar com ele. O facto é que este resultado faz o Milan subir ao quarto lugar da classificação, a apenas três pontos da Lazio de Roma, que se atrasou definitivamente na luta pelo título. Mas já lá vamos.

Numa última nota milanista, destaque para o empréstimo de Emanuelson ao Fulham mesmo no fecho do mercado de transferências.

Juventus e a vitória contra o “burro voador”

A deslocação ao terreno do Chievo, clube simboli-zado por um “burro voador”, é tradicionalmente di-fícil para todas as equipas da Serie A e a equipa lí-der do “Calcio” sabia disso melhor do que ninguém. A passar por uma fase de altos e baixos, a equipa “bianconera” tinha por obrigação vencer este jogo e apostava num início de jogo forte para marcar cedo e poder controlar o jogo a seu bel-prazer. E foi mes-mo isso que aconteceu, pois aos 10 minutos Ma-tri, com um espectacular remate de pé esquerdo, de primeira, fez o primeiro golo dos visitantes após passe de Vidal. A Juventus entrou, a partir daí, no seu jogo de controlo e posse de bola, impedindo o Chievo de chegar com perigo e mantendo sempre a sua defesa em sentido, com oportunidades a irem surgindo sempre na baliza da equipa da casa. As-sim, foi sem surpresas que, aos 40 minutos, surgiu o 2-0, num contra-ataque que devia ser mostrado a todas as equipas do Mundo, com Matri e Giovinco a fabricarem o golo de Liechsteiner. Só no início da

segunda parte é que o Chievo conseguiu dar um da sua graça e chegou mesmo ao golo, com Thereau a bater Buffon num remate bem colocado. O Chie-vo começou a estar mais atrevido, subiu as linhas e obrigou a Juventus a jogar pelo seguro, com um predomínio das funções defensivas em vez de ata-car à procura de um 3-1 que lhe fosse mais con-veniente. E, como sabemos, a Juventus consegue sempre contemporizar o jogo a seu gosto, sendo que até ao final segurou bem os ímpetos da equipa da casa para conseguir uma vitória suada.

Após a contratação de Anelka, a Juventus termi-nou o mercado de transferências sem mais notas de destaque.

Inter: três é o número da semana

O Inter teve mais uma semana negativa (e ainda bem..) ao perder por 3-1 em Siena, que já não conta com o internacional português Neto nas suas fileiras (vendido ao Zenit de São Petersburgo). A equipa vi-sitante começou muito bem o jogo, com a posse de bola a pertencer-lhe e com um futebol muito positi-vo a criar algumas hipóteses para abrir o marcador, mas que foram sido desperdiçadas de uma forma ou de outra. Num contra-ataque completamente contra a corrente do jogo, o Siena chegou à vantagem, com Emeghara a empurrar para o fundo das redes após cruzamento de Matteo Rubin. Mas, apenas dois mi-nutos depois, Cassano regressou aos golos (já não marcava desde Outubro) com um centro-remate que passou por toda a gente e se foi aninhar no fundo das redes do Siena. No entanto, e apenas alguns minutos passados, o Chievo voltou à vantagem no desafio, com um golo absolutamente espectacular de Sestu, com um remate soberbo ao ângulo da ba-liza defendida por Handanovic. O Inter pressionou e teve oportunidades para empatar a partida, mas Chivu deitou tudo a perder ao cometer um pénalti, já na segunda parte, que foi exemplarmente conver-tido em golo por Rosina. A jogar com apenas dez jogadores, os “nerazzurri” não conseguiram marcar mais golos e o jogo terminou com 3-1 para a equipa da casa, no que foi a primeira vitória de sempre do Siena sobre o Inter em casa.

Entretanto, para dar a volta a este momento negro, o treinador Stramaccioni tem três reforços à sua dis-posição: Ezequiel Schelotto (argentino, ex-Atalan-ta), Mateo Kovacic (croata, ex-Dínamo de Zagreb) e Zdravko Kuzmanovic (sérvio, ex-Estugarda).

Nápoles, Lázio, Fiorentina e Roma

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O Nápoles mantém-se na perseguição à Juventus graças à vitória por 2-0 sobre o Catania, com golos de Hamski e de Paolo Cannavaro. Excelente vitória dos “partenopei”, que contam agora com o inter-nacional português Rolando e se mantêm a apenas três pontos da “Vecchia Signora”, dando mostras de não querer desistir da luta pelo título italiano. A Lazio, por sua vez, parece não ter argumentos para acompanhar o Nápoles e perdeu, no último suspiro, com o Génova por 3-2. Borriello e Bertolacci (este com um remate belíssimo de fora da área) coloca-ram o Génova em vantagem, tendo a Lazio (desfal-cada de Hernanes) empatado através de Floccari e Mauri; mas a noite era mesmo genovesa e Rigoni fez o 3-2, poucos segundos depois de Marchetti ter feito uma defesa incrível. A Fiorentina, por seu lado, voltou às vitórias com um 2-0 em casa contra o Par-ma, com golos de Toni e Jovetic. Destaque ainda para o despedimento de Zeman da Roma após a derrota, em casa, por 2-4 com o Cagliari, e para o incrível erro de Goicoetchea (guarda-redes romano, que ainda há uns tempos aqui elogiei...) que deu o 1-2 à equipa visitante. Veja e chore a rir.

A Figura da semana - Paolo Cannavaro: voltou da suspensão a que tinha sido vetado pela Federação,

manteve os adversários a zero e ainda marcou um golo. Excepcional.

O Flop da semana – Zeman: despedido após uma campanha francamente má com a Roma. Alguém ainda fica surpreendido?

Classificação:

1 Juventus (52 pontos)2 Nápoles (49 pontos)3 Lázio (43 pontos)4 Milan (40 pontos)5 Inter (40 pontos)

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“Cresci num bairro privado... Privado de água, luz e gás.”

Diego Maradona

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LEANDRO PAREDES

É usual que, de tempos em tempos, surja na Argentina um daqueles novos talentos emergentes mundiais. Aparecem nas capas dos jornais e são anunciados como novos Messias por antigas glórias consagradas.O último caso foi Leandro Paredes, médio ofensivo do Boca Juniors.Com apenas 18 anos de idade, enverga o número 32 e assume-se cada vez mais como um dos ídolos da mítica Bombonera.Com apenas 3 anos de idade, começou a jogar no La Justina, um pequeno e mediano clube da sua região natal: San Justo.Chega ao Boca com 9 anos de idade. Em 2006, participa num torneio em Espanha e é eleito o melhor jogador. De destacar que Bojan Krkic e Wesley Sneijder também tiveram este prémio em idades mais jovens.Com idade juvenil (16 anos), encanta Cláudio Borghi e sobe à equipa sénior do Boca, ganhando experiência no meio dos atletas de renome do histórico clube argentino.Estreou-se pouco tempo depois numa partida contra o Argentinos Juniors.Em 2011 e com a chegada do técnico Júlio César Falcioni, Paredes regressa às equipas de formação e encrava o seu processo de crescimento.O “novo Riquelme”, assim é conhecido, regressa com Carlos Bianchi, o Sr. Libertadores. O reputado técnico assinou pelo Boca em 2012 e optou por chamá-lo imediatamente ao convívio dos grandes.Esta temporada está a assumir-se como titular e já chama o interesse de muitos clubes europeus, entre eles ACMilan e Juventus.Com um remate forte e extremamente colocado, bem que podia participar num filme de Quentin Tarantino, onde tiros de qualidade são sempre bem-vindos…

Texto: Bruno Sol PintoFotos: google.com

ÁREA SCOUT

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“Parecia um miúdo de 5 anos com uma pistola nas mãos”

Jesus Gil y Gil, referindo-se ao árbitro Andujar Oliver

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EDITORIALCoordenação: Carlos Maciel e Francisco Baião

Editor Chefe: Francisco Baião

Direcção de arte e maquetização:Carlos Maciel

Redação: Tiago Soares, Bruno Miguel Espalha, Pedro Martins, Bruno Sol Pinto, Pedro Pinto, João Silva, Francisco Gomes da Sil-va, Carlos Maciel, Nuno Pereira, Eduardo Pereira, Francisco Baião, José Lopes, Pedro Vinagreiro, Nuno Almeida

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