jornal dez #16

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O FUTEBOL PARA LER COM TODA A MAGIA DO DEZ “CZARES DO MERCADO” Nº16

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Page 1: Jornal Dez #16

O FUTEBOL PARA LER COM TODA A MAGIA DO DEZ

“CZARES DO MERCADO”

Nº16

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[email protected]

“Saem pretos de toda a parte como se fosse uma máquina de churros”

Jesus Gil y Gil

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BENFICA

Texto: Eduardo PereiraFotos: Getty Images

DEPOIS DA TEMPESTADE VEIO CARDOZO

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05/09/12

Texto: Eduardo PereiraFotos: Getty Images

DEPOIS DA TEMPESTADE VEIO CARDOZO Os três golos com que o Benfica bateu o Nacional, no passado domingo, foram a perfeita

expressão de uma falsa sensação de tranquilidade encarnada. A recepção aos madeirenses, a contar para a terceira jornada da Liga Zon Sagres, até tinha tudo para ser apenas mais um jogo do calendário. O favoritismo estava do lado dos benfiquistas, depois da goleada (5-0) em Setúbal, tanto mais que a equipa insular somava apenas e só um ponto no campeonato.

No entanto, a pouco menos de 48 horas do jogo, o universo benfiquista foi abalado pelas transferências de duas peças fundamentais. A venda de Javi García ao Manchester City e o empréstimo-surpresa de Nolito ao Atlético de Madrid colocaram Luís Filipe Vieira e Jorge Jesus na ‘linha-de-fogo’ das críticas dos adeptos e fizeram disparar os níveis de ansiedade para o encontro com o Nacional.Nolito, como é sabido, até acabou por permanecer na Luz, mas nem isso fez baixar a expectativa de ver como reagiria a equipa sem o trinco de referência das últimas três temporadas. Jesus entregou essa posição a Witsel (que, sabe-se agora, faria o seu último jogo de águia ao peito), utilizando Carlos Martins na posição de distribuidor de jogo. E, se a primeira oportunidade de golo até pertenceu ao Benfica - forte remate ao poste de Salvio -, a verdade é que foi o Nacional a dominar toda a primeira parte, tendo disposto de uma mão-cheia de ocasiões para inaugurar o marcador. Artur destacava-se pelas defesas que iam segurando o empate e evitando que o coro de assobios na Luz fosse ainda mais forte.

Sobre o intervalo, Carlos Martins ‘ajudou’ Jesus a fazer a mexida que se ia adivinhando. Lesionado, o internacional português deu o seu lugar a Matic, que veio libertar Witsel para se adiantar para terrenos que lhe são mais conhecidos - e favoráveis. E, como por magia, a segunda parte pareceu pertencer a um jogo

totalmente diferente. Mais autoritário, o Benfica instalou-se no meio-campo do Nacional e começou a dar expressão a essa superioridade aos 51 minutos, com Cardozo a corresponder de cabeça a um cruzamento de Maxi, na direita. O lateral uruguaio ganhou um duelo com Vladan, junto à linha de fundo, e ainda teve espaço para oferecer a Tacuara o primeiro golo da noite.

Aproveitando o ferro quente, os homens da Luz demoraram apenas cinco minutos a dilatar a vantagem. Salvio, endiabrado, liberta-se de um cerco de três defesas alvinegros e coloca a bola à medida da cabeça de Rodrigo, que empurrou para o 2-0. E, a partir daqui, percebeu-se que o Nacional dificilmente continuaria a discutir o resultado. Querendo manter os insulares sob pressão, Jesus lançou ainda Nolito e Aimar, que emprestaram energia à dianteira benfiquista na última meia-hora. Neste período, o Benfica foi gerindo a vantagem, apesar de o Nacional quase ter reduzido, aos 84 minutos, com Artur a responder bem a uma tentativa de chapéu. O golo apareceria pouco depois mas na outra baliza. Sempre a passo, e já dentro da área madeirense, Aimar encontrou Cardozo solto de marcação e, com toda a calma, o paraguaio ajeitou e rematou para o 3-0 final.

O Benfica regressou, assim, à liderança da Liga, em igualdade pontual com o F.C. Porto, e mostrou que, no seu plantel, há vida para além de Javi. E, já agora, que Cardozo ficou na Luz e continua a valer preciosos pontos. Na próxima jornada, marcada para 23 de Setembro, após os compromissos das selecções nacionais, o Benfica defronta a Académica, em Coimbra, cidade onde deixou dois pontos na época passada (0-0).

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“Joga-se melhor com 11... E se é com 12, melhor ainda”

Di Stefano

[email protected]

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FC PORTO

Texto: Mística PortistaFotos: Getty Images

O AGENTE SECRETO

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O FC Porto desceu ao Algarve e somou mais três pontos na sua caminhada para tentar revalidar o título. O triunfo portista foi carimbado com a preciosa ajuda do agente secreto James Rodríguez. Ele marcou e deu a marcar no triunfo por 2x3.

Vítor Pereira tinha o agente secreto no banco

Com cerca de 10 mil espectadores nas bancadas do estádio Algarve, os azuis e brancos, com Moutinho e Hulk no onze titular e Defour no lugar de Fernando, tentaram colocar, desde cedo, o Olhanense em sentido. Aos três minutos, Lucho obrigou Ricardo a uma defesa apertada.

Os bicampeões dominavam o jogo, pressionavam os algarvios no último reduto, mas o Olhanense – sobretudo a espreitar o contra-ataque – chegou com sucesso à baliza de Helton, aos 13 minutos.

Rui Duarte meteu velocidade pela direita, tirou o cruzamento para a área onde apareceu Abdi. O jogador do Olhanense chutou forte e não deu hipóteses a Helton. Estava feito o 1x0.

Lentos e com muitas perdas de bola, os homens de Vítor Pereira não estavam a conseguir chegar à baliza de Ricardo. Inquieto, Vítor Pereira percebia do banco que o FC Porto estava a sentir o golo e o Olhanense, por seu lado, a crescer na partida.

Vai dai, Vítor Pereira arriscou... sem perder mais tempo. Aos 30’, o treinador portista trocou Atsu (esteve longe das exibições prometedoras do início de época) por James, o agente secreto da partida.Com a entrada do colombiano cheirava cada vez mais a golo e ele acabou mesmo por chegar, na sequência de uma bola parada.

FC Porto sofreu nos últimos minutos, depois de ter a partida resolvida

Na segunda parte, o FC Porto, com outra atitude em campo, colocou-se

em vantagem. James fez sociedade com Jackson e a dupla de colombianos colocou os dragões na frente.

El Bandido fez um passe a rasgar a defesa do Olhanense e Jackson Martínez fintou Ricardo, colocou-se com a baliza deserta e fez o segundo golo do FC Porto.

Com o avançar dos minutos, os jogadores do Olhanense começaram a quebrar fisicamente. Alheio a problemas dos outros, o FC Porto carregou ainda mais e conseguiu o terceiro golo, aos 73’.

Hulk disparou um míssil. O Incrível simulou que ia rematar de primeira e depois fuzilou Ricardo na esquerda. Nada a fazer pelo guarda-redes português e o FC Porto estava cada vez mais na frente.

O jogo parecia decidido mas Targino, do Olhanense, tratou de colocar a incerteza no resultado com um golo aos 86’.

Castro, num regresso a Olhão, perdeu a bola, Rui Duarte agradeceu e abriu para Targino. O antigo jogador do Vitória de Guimarães ganhou a Maicon em velocidade e bateu Helton.

O FC Porto sofreu nos últimos minutos, mas conseguiu segurar os três pontos.

Texto: Mística PortistaFotos: Getty Images

O AGENTE SECRETO

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Hulk já se foi e não volta, pelo menos não nos próximos tempos a não ser que seja para nos assustar com os seus misseis indefensáveis.

Ainda não ficou de todo claro, e talvez nunca fique, como se processou um negócio que há cinco dias, por 50 milhões, foi rejeitado pelo jogador ou pelo clube, vá-se lá saber, e que no limite dos limites do fecho das inscrições na UEFA se realizou por 60 milhões. Um valor que fica bem para o pódio de compras e vendas mas que para nós nos diz pouco. 40 milhões é o que chega ao FC Porto, é com 40 milhões que

vamos ter de começar a pensar.Ainda não sei se desse valor terão de sair comissões, velhas promessas ao jogador e ao agente, e a percentagem fundo de solidariedade. 85% de Hulk a 60 milhões equivale a 51 milhões, pelo que deduzo que esses 11 milhões que desapareceram sejam para pagar esses pontos pendentes. Se os russos pagaram ao fundo 9 milhões ou não, isso é com eles.

O negócio realizado in extremis é um grande negócio financeiro, um mau negócio desportivo e, sobretudo,

DECIFRAR O NEGÓCIO DE HULK

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um negócio necessário face a situação financeira do clube. Nenhum adepto gosta de ver sair os seus jogadores de referência, seja porque valores sejam, mas nós já estamos habituados a isto. Os valores hoje em dia são mais elevados porque os custos dos próprios jogadores e a sua massa salarial também. Mas a lenga-lenga é a mesma de sempre. Vender para sobreviver.

Pensem nos adeptos do AC Milan que viram Berlusconi negar que venderia Ibrahimovic e Thiago Silva e que depois acabou por aceitar a oferta mareante do PSG. Desportivamente foi um erro, financeiramente uma necessidade. O AC Milan também está com a corda na garganta, Berlusconi não encontra investidores e do dinheiro embolsado quase nada foi gasto no mercado para procurar alternativas. Não há margem de manobra.O nosso caso é parecido ao dos italianos, com a diferença que nós estamos habituados a isto e eles não.A venda de Falcao no ano passado, também em cima da hora, seguiu o mesmo percurso. Orquestrou-se uma renovação para manter vivo o fantasma da cláusula (continua sem sair um jogador do FCP pela cláusula até hoje) e a vontade do jogador sair, mas na base estava a necessidade urgente da SAD em fazer dinheiro com os seus melhores activos. Hulk, que aparentemente não queria ir a lado nenhum, entre outras coisas porque lhe dá mais jeito estar no Porto, ao lado de Danilo e Alex Sandro, para chamar a atenção de Mano Menezes do que ir para a Rússia, lá teve de aceitar a evidência. Se não saísse, especialmente depois de Moutinho ter ficado a minutos de ir para Londres, não haveria dinheiro para lhe pagar o salário. O dele e de outros. Tal como sucedeu no ano passado.

Desportivamente está claro que o FC Porto fica mais débil.

Perde o homem que decidia os jogos na Liga em campos pequenos, fechados e com a defesa de dez do outro lado. Perde o homem-golo, perde o líder espiritual em campo, perde a referência para os adeptos e o efeito surpresa que só um jogador como Hulk pode dar. Não vou entrar em comparações com as vendas dos rivais porque não pode ser assim que um clube pense, mas não creio que deixemos de ser favoritos a renovar o título.Na Champions League, onde tivemos um grupo acessível, perdemos a superioridade que muitos analistas - e que eu próprio - dava face a Dynamo Kiev e Dynamo Zagreb. Creio que continuamos a ser superiores aos croatas mas com os ucranianos as coisas nivelam-se bastante mais. E as distâncias com o PSG aumentam. Que é possível passar? Claro que

é, para isso está cá o treinador (que não desperta muita confiança) e o resto do plantel. E porque com Hulk, no ano passado, também não se seguiu em frente num grupo igualmente equilibrado.

A nível futuro seria muito difícil valorizar mais ainda Hulk.É um jogador de 26 anos, já titular com a selecção do Brasil, medalha de prata olímpico e jogador conhecido e reconhecido em toda a Europa. Ao contrário de Falcao, que acredito que se vá valorizar ainda mais, especialmente porque os golos pagam-se mais caros, creio que seria impossível fazer uma venda melhor do que aquela que foi feita. São (aparentemente) 40 milhões por um jogador que custou 19 e que servirá para pagar salários, cumprir com o pagamento dos empréstimos obrigacionistas que chegam agora e tentar respirar. Sobretudo, tentar respirar.

Agora falta pensar o futuro.Temo que em Janeiro, quando o mercado reabra, o FC Porto sinta a necessidade de pegar em parte desse dinheiro e ir ao mercado. Dependerá dos resultados da Champions, do eventual apuramento para os Oitavos (e do sorteio que se segue) e de como for a prova interna. Se a SAD já sabia que teria de vender Hulk este ano, sim ou sim, para manter as contas, também deveria ter consciência de que o plantel que fica deveria ser suficiente. É extremamente jovem, gerido por um técnico que não é propriamente competente, mas não pode depender de chegadas inesperadas e caras para tapar as previsões de agora. Da mesma forma que foi preciso ir buscar Janko primeiro e Jackson depois, porque não se encontrou alternativa a Falcao, espero que se tenha no clube a consciência de que não há outro Hulk no mercado e que é com o que temos que o navio tem de chegar a bom porto. Se não o ciclo de saldo negativo nunca se inverterá.mais poderoso que o FC Porto. Portanto esse passo não é uma utopia.

Sem Hulk, sem Falcao, sem Alvaro e companhia será sempre mais difícil dar esse salto. O clube optou por salvar o pescoço da situação financeira em que ele próprio se meteu. Parece-me muito bem, antes de comprar um carro há que ter de comer. Mas saciada a fome é preciso começar a pensar quando vamos poder comprar o carro e dar o salto que nos merecemos. Talvez então seja mais fácil dizer adeus quando um grande como Hulk se tenha de ir.

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PORTUGAL

Texto: Francisco BaiãoFotos: Getty Images

OS GRUPOS DAS EQUIPAS PORTUGUESAS

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Texto: Francisco BaiãoFotos: Getty Images

OS GRUPOS DAS EQUIPAS PORTUGUESAS

Os passados dias 30 e 31 de agosto foram de nervosismo para os adeptos dos clubes portugueses (FC

Porto, Benfica, Sporting Braga, Sporting, Marítimo e Académica) que, esta temporada, garantiram presença nas fases de grupos das duas competições europeias de clubes com os três primeiros a estarem presentes, logo na quinta-feira dia 30, no sorteio da Liga dos Campeões e, os três últimos, no dia seguinte, no da Liga Europa.À partida, três desses clubes já tinham presença garantida neste sorteio por via da boa classificação portuguesa no ranking da UEFA e dos resultados alcançados por FC Porto (campeão), Benfica (vice-campeão) e Académica de Coimbra (vencedor da Taça de Portugal) na temporada passada e um outro, o Sporting de Braga, sabia que estaria ou numa ou noutra competição assim fosse ou não capaz de ultrapassar o seu adversário no play-off da Liga dos Campeões.Com o triunfo do Sporting de Braga sobre os italianos da Udinese, do Marítimo sobre os georgianos do Dila Gori e do Sporting sobre os dinamarqueses do Horsens, os bracarenses conseguiram aceder à liga milionária enquanto madeirenses e sportinguistas conseguiram garantir o seu lugar na Liga Europa, perfazendo o record de seis clubes lusos numa fase tão adiantada nas competições europeias, com metade em cada uma das provas.Para este sorteio, duas das equipas (FC Porto e Sporting) eram cabeças-de-série afastando, à partida, as equipas mais poderosas (ou, mais correctamente, as que têm melhor ranking) de cada uma das duas competições, duas outras equipas (Benfica e Sporting de Braga) partiam no Pote 2 na Liga dos Campeões e, as restantes (Marítimo e Académica) no Pote 4 da Liga Europa.

Liga dos Campeões

Grupo A – FC PortoAo FC Porto, que foi colocado no Grupo A, caiu em sorte o Dínamo de Kiev (que estava no Pote 2), o PSG (que estava no Pote 3) e o Dínamo Zagreb (do Pote 4). Se no pote 2 o FC Porto nem se pode queixar da sorte (o Dínamo de Kiev era provavelmente a

equipa menos forte deste pote), o mesmo não se pode dizer do pote 3 onde o PSG (a par da Juventus) seria o menos desejável. O Dínamo Zagreb também está longe de ser a equipa mais forte do pote 4 mas é uma equipa que começa a estar habituada a estas andanças.O Dínamo de Kiev é (ainda) o maior clube ucraniano mas, neste novo século, surgiu o Shakhtar Donetsk (também estava presente no pote 2) que, desde 2001/2002, venceu 7 campeonatos, aproximando-se dos 13 do clube da capital. Na equipa de Kiev, destaca-se a existência de 5 brasileiros e de alguns outros estrangeiros bem conhecidos do futebol português (casos do defesa nigeriano Taiwo, associado, nas duas últimas temporadas ao Benfica e de Miguel Veloso que, esta temporada, trocou o Génova pelo Dínamo de Kiev) e do futebol europeu como o croata Niko Kranjcar (proveniente do Tottenham). Na frente da ataque o destaque vai para o goleador nigeriano Ideye Brown e para a presença no clube do ucraniano Artem Milesvkyi. Depois de sobreviver a duas pré-eliminatórias (Feyenoord na 3ª pré-eliminatória e Borussia M’gladbach no play-off) o Dínamo de Kiev estará longe de ser uma equipa fácil sobretudo se considerarmos que, a visita do clube português à Ucrânia ocorrerá em novembro onde as baixas temperaturas poderão ser um problema adicional.O Paris Saint-Germain (PSG) é o clube que mais gastou em transferências nesta temporada o que, só por si, pode atemorizar qualquer equipa adversária e, se a quantia de dinheiro investido corresponder à qualidade dos reforços, então os problemas a enfrentar serão, certamente, em número elevado. Se, na defesa, três brasileiros chamam à atenção (Alex ex-Chelsea, Thiago Silva ex-AC Milan e Maxwell ex-Barcelona), no meio-campo são os nomes de Nenê, Thiago Motta e, sobretudo, Javier Pastore (enquanto Lucas não entra nas contas) que dão encanto a uma equipa que, para esta temporada, se reforçou com Lavezzi e Ibrahimovic para a frente de ataque. Muita estrela a brilhar no Dragão já no próximo 3 de outubro é o que se espera e uma luta a dois pelo apuramento o que se deseja para as cores portuguesas.

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Por fim, o Dínamo Zagreb, grande dominador do futebol croata, que, tal como o de Kiev, tem um português, ex-Sporting, no plantel (o defesa Tonel) mas a quem lhe faltam os grandes nomes e, se o grupo decorrer com normalidade, é o grande favorito a ficar de fora das competições europeias uma vez que a qualidade de Jerko Leko (com experiência no campeonato ucraniano, francês e turco) não deverá ser suficiente para altos voos. Ainda assim, poderá ser esta equipa a decidir a ordem dos restantes três clubes, assim consiga roubar pontos a algum deles. É na Croácia que o FC Porto começa a sua caminhada e, outro resultado que não uma vitória, poderá fazer soar o alarme no Dragão e ter repercussões imprevisíveis para o resto da competição.

Grupo G – SL Benfica

Ao Benfica, que foi colocado no Grupo G, caiu em sorte o Barcelona (que estava no Pote 1), o Spartak Moscovo (que estava no Pote 3) e o Celtic (do Pote 4). No caso do Benfica as más notícias vieram logo no início do sorteio quando, à equipa da Luz, saiu a “fava” de entrar no grupo do todo poderoso Barcelona, sério candidato a vencer qualquer grupo onde entrasse e a chegar a uma fase adiantada da prova. As estrelas da companhia são tantas que enumera-las tornar-se-ia enfadonho pelo que nos resta falar nos três principais astros (Xavi, Iniesta e Messi) para perceber que o Benfica não pode esperar facilidades nos dois confrontos com os catalães mesmo sabendo que, na visita a Camp Nou, a 5 de dezembro, a equipa da casa poderá colocar muitos elementos da “cantera”, caso a equipa já esteja, como é de esperar, apurada para a próxima fase da competição.O adversário do pote 3 (Spartak Moscovo) poderá não ser considerado o mais fraco dos disponíveis nesse ponto mas, se tivermos em conta que o adversário do Benfica foi o penúltimo a ser sorteado (a outra opção seria a Juventus), cedo se percebe que a sorte protegeu o clube português nesse momento. O Spartak é, provavelmente, a equipa de leste mais fraca presente nesta competição o que, aliado a uma visita do Benfica à Rússia ainda no mês de outubro, pode ser decisivo para que o clube português consiga garantir, pelo menos, o segundo posto do grupo. Os nomes mais conhecidos são os do espanhol Jurado (emprestado pelo Schalke04) e o do sueco Kim Kallstrom (proveniente do Lyon) mas, provavelmente, serão insuficientes para garantir uma boa campanha europeia e, talvez, tenham de lutar com o Celtic, pelo terceiro lugar do grupo.

O Celtic, por sua vez, faz do conjunto a sua força e do seu público um verdadeiro 12º jogador, mas a pouca qualidade individual dos seus jogadores deverá impedir a equipa de lutar pelos três pontos em qualquer um dos jogos realizados como visitante. Com o Benfica a deslocar-se, logo na primeira jornada, à Escócia (a 19 de Setembro), uma vitória do clube português poderá colocar, desde logo, a equipa portuguesa em excelente posição para se afirmar como candidato à próxima fase.

Grupo H – Sporting de Braga

Ao Sporting de Braga, que foi colocado no Grupo H, caiu em sorte o Manchester United (que estava no Pote 1), o Galatasaray (que estava no Pote 3) e o Cluj (do Pote 4). O Sporting de Braga iniciará esta participação na Liga dos Campeões com um jogo absolutamente decisivo pois, a 19 de Setembro, recebe os romenos do Cluj, pelo que qualquer resultado que não seja uma vitória poderá deitar a perder qualquer pretensão de seguir em frente na competição. Mas do outro lado, os “guerreiros do Minho” terão uma equipa repleta de portugueses (9 jogadores lusos e mais uma mão cheia de jogadores que passaram por Portugal) o que poderá dificultar a tarefa à formação lusa.O Galatasaray será o segundo adversário a enfrentar e, se à qualidade e experiência da sua linha defensiva (Cris ex-Lyon, Ujfalusi e Eboué) juntarmos outros nomes de jogadores experientes como Felipe Melo e Altintop (para o meio-campo) e Elmander e Bulut (para o ataque) e ainda um público infernal, a tarefa bracarense não será nada fácil mas se o Sporting de Braga quer seguir em frente na competição, seria aconselhável fazer, pelo menos, 4 pontos frente aos turcos.Por fim, o cabeça-de-série, o Manchester United que tão más recordações deve ter dos clubes portugueses (no ano passado, por exemplo, foi afastado num grupo onde estava o Benfica), mas que, ainda assim, será o principal candidato a seguir em frente. Se a qualidade do plantel já era reconhecida com alguns dos melhores jogadores do Mundo, a chegada dos reforços Kagawa mas, sobretudo, de van Persie fazem qualquer jogo ser imprevisível até ao último momento. E as más notícias não ficam por aqui pois, pelo facto de apenas defrontarem os vice-campeões ingleses a 23 de outubro, faz com que Wayne Rooney, actualmente lesionado, esteja, à partida, apto para esse confronto, sendo mais uma valente dor de cabeça para os comandados por José Peseiro.

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“O futebol é um jogo imprevisível porque sempre começa 0-0“

Vujadin Boskov

[email protected]

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LIGA ESPANHOLA

Texto: José Alberto LopesFotos: Getty Images

CR7 ESTÁ TRISTE

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Texto: José Alberto LopesFotos: Getty Images

CR7 ESTÁ TRISTE Alega motivos profissionais que curiosamente coincidem com o fecho do mercado de transferências.

Muitas foram as causas apontadas para tal desconforto do madeirense, e se me permitem gostaría de as colocar em formato “Quem quer ser milionário”:

(A) Permanência de Kaká.(B) Saída de Granero ou Lass.(C) “Baixo” salário.(D) Comentários do Presidente Florentino ao penteado do português.

Sinceramente tenho dúvidas, e por isso decidi optar pela ajuda 50-50, sobraram: (C)“Baixo” salário. (D) Comentários do Presidente Florentino ao penteado do português.

Agora sim fiquei totalmente confuso, e preferi usar a ajuda telefónica, pessoa de contacto, Cristiano Ronaldo. Após conversa de um minuto, o madeirense explicou-me que o problema era mesmo o baixo salário, alegando que num ano ganhava menos que um vencedor do euromilhões num dia. Bem visto!

Deixando a brincadeira de lado, gostaria de vos explicar esta novela entre Real Madrid e CR7. Em Maio deste ano, Cristiano Ronaldo mostrou interesse em aumentar os seus 15 Milhões de euros/ano, e pediu ao seu presidente Florentino Perez uma renovação vitalícia.

O actual contrato do CR7 foi assinado segundo a Lei Espanhola 35/2006, de 28 de Novembro, que se tratava de um incentivo do governo espanhol em atrair capital humano qualificado de outros países através de incentivos fiscais. Como coincidiu com a chegada de Beckham ao Real Madrid, e por tratar-se de um trabalhador extrangeiro, decidiu-se batizar a lei com o seu nome. Fundamentalmente a lei Beckham, beneficiava os trabalhadores extrangeiros em termos fiscais, obrigando a descontar apenas 24% do seu salário bruto. Apartir de 2009, com a nova lei imposta pelo governo espanhol, essas vantagens fiscais terminaram e os jogadores passaram a descontar aproximadamente 52% do seu salário bruto.

Como todos sabem os agentes de futebol

negoceiam o contrato dos seus jogadores, em salário neto, o que significa que com esta subida, quem sofre são os clubes. O grande problema é que muitos clubes da primeira e segunda divisão espanhola, não foram capazes de acompanhar esta subida e foram obrigados a renogociar contratos, muitos deles obrigando os jogadores a pagar essa subida. Daí se ouvir falar bastante de greves no campeonato espanhol.

Centrando este problema na renovação de Cristiano, verificamos que se trata de números astronómicos e diria mesmo disparatados. Segundo se sabe Ronaldo ganha atualmente 15 Milhões de Euros por ano, o que com esta subida de impostos, o Real Madrid teria que subir o ordenado a pelo menos 22,5 Milhões de Euros por ano. Se renovar por 5 anos, o clube madrileno teria que desembolsar 113 Milhões de Euros apenas e só para o seu ordenado, exceptuando, prémios de jogo e objectivos anuais.

Acredito que haja clubes dispostos a pagar este valor, e talvez por isso a razão da sua tristeza. Segundo se sabe, o Real Madrid pediu tempo ao português, para estudar uma forma de dar a volta a numeros tão elevados. Caso os madrilenos não cheguem a uma conclusão nem a um acordo, Ronaldo terá que cumprir o seu contrato até 2015 com o salário actual.

Como se sabe, Cristiano é o 10º jogador mais bem pago do mundo, no que se refere a salários, estando longe dos 20 Milhões de euros que cobra Eto’o no campeonato russo. Se o português ambiciona chegar a tais valores, temo que seja obrigado a deixar o clube espanhol, para isso existem duas saídas, ou o jogador e o clube chegam a um acordo para uma transferência, ou alguém terá que pagar uma clausula de 1000 milhões de euros, numeros praticamente impossiveis de alcançar. Tanto uma saída como outra serão certamente improváveis, sendo assim Ronaldo seguirá triste porque num ano, ganha menos que um vencedor do Euromilhões.

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[email protected]

“A SIDA é como um cartão vermelho mostrado por Deus”

Rabat Madjer, ex-jogador do FC Porto

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ESPANHA,A MATRIOSKA DO

FUTEBOL

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REPORTAGEM

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Não importa a idade. Não importa o clube. Não importa a competição. Os jogadores espanhóis transformaram-se numa armada invencível por direito próprio. Uma aposta nacional transformou um país conhecido por fracassar nos grandes momentos na maior potência futebolística em todas as faixas etárias. A recompensa de um modelo pensado para triunfar no amanhã.

Aposta no orgulho nacional

“Sou espanhol, a que queres que te ganhe?”

Uma frase que se tornou numa espécie de santo e senha dos desportistas espanhóis na última década. Uma frase que tem tanto de sobranceria como de verdade. Vinte anos depois dos Jogos Olimpicos de Barcelona, o desporto espanhol vive a sua era de ouro. E não é casualidade. Num país que saiu tremido de uma “transicion” dificil de explicar, o desporto tornou-se, com o turismo, na sua principal arma de afirmação internacional. O sucesso olimpico abriu as portas a uma nova filosofia de estudo, preparação e desenvolvimento do desporto desde a mais tenra idade. O futebol foi, como é natural, um dos principais balões de ensaio. Hoje recolhe os louros dessa filosofia.

Espanha sempre foi, a par de Inglaterra, a selecção que mais desilusões acumulou nos grandes torneios internacionais. Um país com dois dos maiores clubes do Mundo. Um país de quase 50 milhões de habitantes, com uma liga de topo europeu, a ausência de um título desde 1964, num torneio que, como os ingleses, foi organizado em casa, soava a pouco. Mas os directivos do futebol espanhol sabiam que o futuro seria diferente.

Nos últimos 24 anos Espanha, em todas as selecções, igualou os títulos conquistados pelo Brasil no mesmo período de tempo e transformou-se na quarta selecção com mais títulos em toda a história. Um Mundial de seniores, dois Europeus de seniores, um Mundial de sub20 (em 1999 com Casillas e Xavi como protagonistas), dois Europeus de sub 21, sete de sub 19 e seis de sub 17. Números que contam uma história. Uma história de pirâmides, construidas a partir da base até chegar ao culminar, o dominio absoluto da selecção senior no panorama do futebol mundial dos últimos anos.

Várias selecções, um idealA aposta espanhola na formação não é uma novidade.

Mas foi, de certa forma, a única aposta que não foi abandonada, independentemente dos resultados alcançados. Ao contrário dos casos de Itália, Portugal e França, os grandes nomes europeus da formação durante os anos 90, os espanhóis aguentaram a sua filosofia durante distintas gerações e incentivaram os clubes a não desistir de apostar em producto caseiro. A mentalidade espanhola, adepta do made in Spain, contribuiu para esta atitude mas foi sobretudo a aposta financeira a partir de finais dos anos 90, quando a bonança financeira se começou realmente a sentir, que fez a diferença.

Cada aldeia espanhola, para não falar das grandes urbes, dispõe hoje em dia de instalações de qualidade para a prática desportiva. Os polidesportivos, os pequenos campos de futebol tornaram-se tão centrais na vida das localidades como as igrejas ou os bancos. A produção de jovens talentos encontra-se sobretudo nesses campos.

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REPORTAGEM

Andrés Iniesta, recém-coroado melhor jogador europeu do ano, começou a jogar no modesto Fuentalbilla, uma aldeia da provincia de Albacete, antes de ser descoberto pelo Barcelona. Como ele, a esmagadora maioria dos campeões do Mundo de Espanha começou em clubes obscuros que se tornaram na base ideológica desta filosofia de preparação. A ideia de uma matrioska, a boneca russa que se divide em examplares mais pequenos, assenta como uma luva na filosofia desenvolvida em consonância entre clubes e federação com um forte apoio financeiro e politico das entidades politicas.

O sucesso do modelo espanhol beneficiou

de todas as infra-estruturas criadas e da popularidade crescente da liga a nível europeu. Mas, sobretudo, foi resultado da idealização de um modelo de jogo que só chegou à selecção principal em 2004, com Luis Aragonés, mas que já tinha sido desenvolvido a nivel do futebol de formação na década anterior. A ideia de jogadores baixos, sem capacidade fisica para disputar um jogo sem ter a bola no pé, inspirou-se no Dream Team de Cruyff que a principio dos anos 90 era a referência futebolística mundial.

A pouco e pouco o jogo de posse, o uso de médio interiores no apoio do jogo ofensivo e o uso em todas as categorias de um esquema

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4-3-3 tornou-se santo e senha. Foi esse o modelo utilizado em 1999, quando Espanha venceu na Nigéria o Mundial de sub-20 mas também o que utilizou a equipa de sub 21 na Roménia, quando Espanha venceu o Europeu no ano anterior. E seriam esses os jogadores que, a pouco, se tornariam na espinha dorsal da selecção de Luis Aragonés, a mesma que uma década depois se tornaria praticamente invencivel nos palcos internacionais.

Futuro garantido O prémio Maurice Buorlaz, entregue anualmente para premiar os países que mais apostam no futebol de formação, mede perfeitamente o sucesso da politica espanhola. Em doze edições, desde 2000, os espanhóis venceram o troféu por oito vezes, assumindo-se como referência mundial do futebol de base.

A fortíssima aposta dos clubes espanhóis nos jogadores de formação, com o Barcelona como exemplo mais paradigmático, reflecte apenas a confiança num modelo que está para durar. Nem mesmo a decepcionante participação nos Jogos Olímpicos de Londres, precisamente o torneio que, caso tivesse sido ganho, simbolicamente encerraria um ciclo que arrancou com o ouro de Barcelona 92,

quando tudo começou, questiona em Espanha o modelo a seguir.

A crise económica deixou as suas marcas no investimento financeiro mas o mérito do projecto espanhol está em ter a base criada desde há vários anos. A emigração precoce de muitos talentos será um mal menor mas as selecções de formação espanholas continuarão a ser naturais favoritas nas competições internacionais. E, inevitavelmente, acabarão por influenciar na longevidade do sucesso da selecção principal.

A era de domínio do futebol gaulês terminou, precisamente, quando o modelo de formação de Clairefontaine mudou, procurando padrões de jogadores mais físicos e menos técnicos. A partir desse momento o modelo do jogador francês que chegou à equipa principal distanciou-se bastante do mesmo que dominou o futebol mundial no virar de século. No caso espanhol o cenário promete ser de continuidade. A matrioshka espanhola continuará a desdobrar-se em pequenas partes de si mesma, mantendo-se igual a si mesma. De olhos no amanhã.

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A jornada deste fim-de-semana em Inglater-ra reservou-nos poucas surpresas, mas algu-mas novidades – sendo que a principal foi mesmo a primeira vitória (e os primeiros go-los..) do Arsenal. Os Gunners foram vencer o Liverpool por 2-0, ajudando no que pode qualificar-se com um dos piores inícios de campeonato da equipa da cidade dos Bea-tles. O Arsenal dominou o encontro contra uma equipa apática, com pouca ligação en-tre o meio-campo e o ataque e apenas com alguns fogachos de inspiração de Suarez e Jonjo Shelvey. Os golos foram marcados por Podolsky e Cazorla.

O City venceu, desta vez com menos drama, o QPR. A equipa dos citizens marcou logo aos 16 minutos por intermédio de Touré, mas permitiu o empate, já na segunda parte, da equipa de Bosingwa (titular) por intermédio

de Zamora. Um golo que premiava o esforço da equipa do QPR, que nunca havia baixado os braços. Mas Dzeko, dois minutos depois, marcou o 2-1 com um cabeceamento ao pri-meiro poste e Tevez, já aos 91, marcou o golo que selou a vitória do City.

O United decidiu ter o jogo emocionante da jornada, substituindo o seu rival da mesma cidade em finais electrizantes de jogo. Em Southampton, Lambert fez o 1-0 aos 16 mi-nutos e van Persie fez o 1-1 aos 23, resulta-do com que terminou a primeira parte. Mas os adeptos que se deslocaram ao estádio do Southampton mal podiam adivinhar o que aí vinha. Aos 56, Schneiderlin fez o 2-1 e, aos 69 minutos, van Persie ameaçou tornar-se o “vilão da tarde” ao falhar um penalti por ten-tar colocar a bola à Panenka.. mas para a direita do guarda-redes, que se atirou para o

INGLATERRA - PREMIER LEAGUETiago SoaresFotos: AP

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lado certo e sacudiu a bola com uma palma-da. O jogo encaminhava-se para o final quan-do surgiu a redenção de van Persei - tornou--se o herói da jornada, com um golo aos 87 e outro (um cabeceamento fantástico!) aos 91 minutos, selando o seu primeiro hat-trick pelo United e carimbando uma vitória por 3-2.

O Tottenham reservou-nos mais um empate para este fim-de-semana, desta vez com o Norwich City. A equipa de Villas-Boas come-çou novamente a vencer mas, mais uma vez e num filme já visto, deixou-se empatar no final do jogo. Dembelé marcou aos 64 minu-tos o seu primeiro golo pela sua nova equipa (havia entrado ao intervalo), mas os Canários marcaram aos 85 minutos o golo do empate, por Snodgrass. Começa a notar-se um pa-drão no Tottenham, em que os golos sofridos

são quase sempre da mesma forma: jogada ensaiada dos adversários, vários ressaltos, bola pelo ar e remate vitorioso do adversário. Mais uma vez, começo periclitante de uma equipa de AVB e primeiros assobios...

Recorde-se que o Chelsea não jogou este fim-de-semana, depois da humilhação na Su-pertaça Europeia, por já ter antecipado este jogo e já o ter realizado há duas semanas (vi-tória por 4-2 com o Reading).

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O Milan, com 10 italianos no 11 inicial (!), venceu o Bolonha por 3-1 e deu um sinal de que, afinal, pode vir a ter uma

palavra a dizer nesta liga italiana. Desta vez, jogando com um ponta-de-lança (na primeira jornada a equipa começou o jogo sem avan-çado fixo), o Milan teve em Pazzini, reforço vindo do rival Inter, a figura central do encon-tro. Com um golo de penalti a castigar falta duvidosa sob si próprio, um golo a aprovei-tar uma falha do guarda-redes adversário e um desvio subtil dentro da área a um remate de um companheiro, dificilmente Pazzini po-deria desejar uma estreia melhor a titular do emblema rossonero. Diga-se que o Bolonha ainda empatou, também de penalti, mas Pa-zzini estava mesmo endiabrado e resolveu o jogo para os milaneses.

A Juventus parece só saber ganhar e foi, des-

ta vez, derrotar a Udinese por 4-1 no Friulli. Brkic foi expulso logo aos 12 minutos num lance que deu origem ao penalti com que a Vecchia Signora chegou ao primeiro golo, de Arturo Vidal. Ainda antes de chegar ao inter-valo foi Vucinic a marcar o 2-0 da Juventus (remate rasteiro e colocado de fora da área) e a segunda parte foi um show individual de Giovinco que, com dois golos (uma recarga a uma defesa incompleta e um remate cruzado dentro da área), fez o jogo chegar aos 4-0. O melhor que a equipa da casa conseguiu foi reduzir para 4-1 por Lazarri, num lance con-fuso a 12 minutos do fim do jogo. Mais um balde de água fria para os adeptos da equipa de Udine após a derrota nos penaltis com o Braga e mais uma dor de cabeça para o trei-nador Guidolin.

O Inter-Roma fica marcado por uma perso-

ITÁLIA - SERIE ATiago SoaresFotos: AP

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nagem em especial: Francesco Totti. O tre-quartista italiano desmonstrou que “velhos são os trapos”e fez duas assistências para golo, a segunda verdadeiramente magistral, na vitória da Roma em San Siro (3-1). Floren-zi fez o primeiro golo ao responder de cabeça a um cruzamento bem medido de Totti, mas Cassano (o interista desde pequenino...) fez o 1-1 com bastante sorte no ressalto mesmo no final da primeira parte. Na segunda par-te, Totti criou o golo de Osvaldo – um toque de classe de um jogador que já na semana passada tinha feito um dos golos da jorna-da. Marquinho (que havia entrado na primeira parte para o lugar do lesiondo De Rossi) sen-tenciou o resultado aos 80 minutos com um golo de um ângulo bastante reduzido.

Noutros jogos, a Lazio venceu o Palermo por

3-0 (golos de Candreva e dois de Klose) e o Nápoles derrotou a Fiorentina (Hamsik e Dze-maili marcaram para o conjunto napolitano; Jovetic para os florentinos). Destaque ainda para a segunda vitória seguida da Sampdo-ria, desta vez contra o Siena, por 2-1.

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E, em França, finalmente o campeão venceu: o Montpellier foi a Sochaux vencer a equipa local por 3-1, dando finalmente uma alegria aos seus

adeptos na presente temporada. Belhanda marcou o primeiro golo aos 16 minutos, de penalti, e Herre-ra aumentou para 2-0 aos 58 após um desvio infe-liz de um defesa adversário que lhe colocou a bola de frente para a baliza deserta. Privat ainda reduziu para o Sochaux com um excelente cabeceamento na área, mas Herrera descobriu Cabella aos 78 mi-nutos com um passe magistral e este colocou a bola no fundo das redes, fazendo o 3-1 final.

O Marselha mantém-se no topo da liga francesa após uma vitória por 3-1 contra o Rennes. Num jogo decidido nos 10 minutos finais, Morel fez o primeiro ainda na primeira parte, mas Féret empatou para o Rennes aos 57 minutos, num autêntico fuzilamento a Mandanda. Lançados para vencer o jogo, o Mar-selha ainda apanhou alguns sustos, mas acabou por conseguir chegar ao 2-1 aos 84 minutos (por Gignac, um golaço de fora da área) e, aos 94, Danzé marcou na própria baliza o que viria a ser o resultado final: 3-1 para a equipa com o slogan “Droit au But”.O Lyon venceu o seu compromisso em casa com o Valenciennes por 3-2, mas esteve longe de ter uma

tarde tranquila. Gil fez o 1-0 para os visitantes (num lance em que Vercoutre, substituto de Lloris, que foi para o Tottenham, parece um pouco mal batido), mas Michel Bastos (num lance em que o guarda--redes podia ter feito melhor), Gomis (de penalti) e Granier (num remate colocadíssimo de fora da área) deram a volta ao resultado para uns mais anima-dores 3-1. No entanto, Pujol (num toque oportuno) ainda reduziu para o Valenciennes aos 76 minutos, que elevou a emoção do jogo até ao final.

O PSG fez, finalmente, o que lhe competia e venceu um jogo. Foi em Lille que o PSG conseguiu capita-lizar, finalmente, o talento e génio de Ibrahimovic e venceu um jogo que, longe de ser fácil, pode ser o bálsamo e catalisador para novas vitórias da equipa parisiense. Aos 57 segundos (!) Zlatan já tinha dei-xado a sua marca, num começo de sonho do Dream Team parisiense. Mas, aos 12 minutos, Chedjou, ca-pitão do Lille, antecipou-se ao mesmo Zlatan e ca-beceou com sucesso para as redes do PSG, fazen-do a igualdade que o Zlatan (sempre ele...) desfez poucos minutos depois, após um passe fantástico de Pastore e tocando com classe para o 2-1. Até ao fim, ainda foi o PSG que teve melhores oportunida-des, mas o resultado não se alterou.

FRANÇA - LIGUE 1Tiago SoaresFotos: AP

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“Pisa-o, pisa-o! Ao inimigo nem água“

Bilardo, ex-treinador

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E, à segunda jornada, o Dortmund cedeu o primeiro empate na liga alemã. O Nuremberga foi o autor da proeza e ainda esteve em vantagem, com um golo de Pekhart aos 32 minutos. O possante avançado do Nuremberga marcou o golo de cabeça, após um canto da direita, numa elevação poderosa sobre a defesa dos campeões alemães. Mas o Dortmund não baixou os braços e empatou ainda na primeira parte, numa jogada em que só à terceira é que a bola entrou na baliza do adversário, sendo que o re-mate vitorioso foi de Kuba Blaszczykowski. O resto do jogo foi disputado a bom ritmo, com o Nurem-berga sempre a apostar nas arrancadas de Robert Mak (excelente extremo direito) e com o Dortmund a ter um dos seus remates salvo em cima da linha de baliza. No fim, resultado justo, visto nenhuma das equipas merecer perder.

No jogo grande desta jornada, o Bayern recebeu o Estugarda e venceu por 6-1. O Estugarda marcou primeiro, num belo remate de Harnik depois de al-gumas jogadas perigosas; mas, a partir daí, o rolo compressor bávaro veio ao de cima e começou a goleada: o Bayern empatou num golo de Muller, em recarga a um remate do próprio; e, na jogada se-guinte, o Bayern faz o segundo golo por Kroos após uma perda de bola infantil do meio-campo do Es-tugarda na reposição de bola ao meio-campo. Luiz

Gustavo fez um golaço para selar o 3-1 ainda an-tes do final da primeira parte, num remate de lon-ge completamente indefensável e, aos 51, já estava 6-1 (Mandzukic, Muller e Schwaisteiger marcaram três golos em seis minutos).O Eintrach de Frankfurt, que subiu este ano à Bun-desliga, está empatado em primeiro lugar com o Bayern após ter vencido o Hoffenheim por 4-0 em casa deste último. Após um início francamente me-lhor da equipa da casa, Compper desviou a bola para a sua própria baliza e Schwegler marcou um golo extraordinário a mais de 30 metros, num rema-te do meio da rua. De seguida, o Hoffenheim teve dois jogadores expulsos e tudo se tornou mais fácil para o recém-primodivisionário, que aproveitou para marcar mais dois golos (Meier, de penalti, e Lanig).

Nos outros jogos, destaque para a vitória do Wer-der Bremen em casa frente ao Hamburgo, por 2-0. O clube de Bremen desperdiçou um penalti ainda na primeira parte mas, num segundo penalti já na segunda parte, Hunt redimiu-se de ter falhado o pri-meiro e fez o 1-0, sendo que o 2-0 foi marcado por Petersen já a meio da segunda parte. O Munchen-gladbach, grande surpresa do ano passado, não foi além de um empate sem golos numa deslocação a Dusseldorf.

ALEMANHA - BUNDESLIGATiago SoaresFotos: AP

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ERIC DIER

A magia do futebol está na arte do golo e da capacidade de o criar, mas uma boa defesa é essencial para o sucesso de qualquer equipa assim como o comprova Eric Jeremy Edgar Dier.Este jovem de 18 anos apesar de viver em Portugal, optou pela nacionalidade inglesa, mas joga desde 2003 na Academia de Alcochete nas camadas jovens do Sporting de Lisboa. Começou com 9 anos nas camadas jovens depois de dar nas vistas em alguns treinos e foi evoluindo nesta excelente escola de futebol Portuguesa. Continuou até aos 17, mas pra ganhar maior rotação e experiência acabou por ser emprestado ao Everton na passada época de 2011/2012, retornando esta época para jogar no Sporting de Lisboa B na segunda liga Portuguesa. Esta boa evolução despertou o interesse da Federação Portuguesa de Futebol, mas optou por representar a seleção Inglesa de sub 18 e mais recentemente no Euro 2012 sub 19 onde se destacou com a sua seleção ao atingir as meias-finais da competição.

É um defesa central ríspido, possante e de enorme potencial, gosta de sair a jogar, demonstrando enorme tranquilidade e segurança na transição da defesa ataque, com passes muito assertivos como é próprio da filosofia da Academia de Alcochete, jogar a tocar e apoiar. Muito forte fisicamente, com bom sentido posicional, demonstra possuir maturidade evolutiva sem grandezas nem extravagâncias e com enorme simplicidade de processos como se pede a um bom defesa, que transmita confiança aos colegas.

Saber defender e usar as “armas” adequadas para o fazer bem, também é uma verdadeira arte dependente das capacidades e sabedoria de cada jogador. Eric sabe-o fazer bem, Eric Dier um miúdo maravilha do hoje para o amanha.

Texto: Pedro MartinsFotos: google.com

MIÚDO MARAVILHA

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“Árbitro, piso pescoço”

Hristo Stoichkov

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EDITORIALCoordenação: Carlos Maciel e Ricardo Sacramento

Editor Chefe: João Sacramento

Direcção de arte e maquetização:Carlos Maciel

Redação: Tiago Soares, João Sacramento, Tiago Jordão, Pedro Martins, Bruno Gonçalves, Ricardo Sacramento, Nelson Souso, Carlos Maciel, Nuno Pereira, Francisco Baião, José Lopes, Pedro Vinagreiro

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