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O FUTEBOL PARA LER COM TODA A MAGIA DO DEZ “CAMPEÕES NO SOFÁ” O FC Porto sagrou-se bi-campeão nacional, o Benfica empatou em Vila do Conde e os Dragões só tiveram que sair de casa para festejar o 26º título. Nº2

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O FUTEBOL PARA LER COM TODA A MAGIA DO DEZ

“CAMPEÕES NO SOFÁ”O FC Porto sagrou-se bi-campeão nacional, o Benfica empatou em Vila do Conde e os Dragões só tiveram que sair de casa para festejar o 26º título.

Nº2

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“A FESTA DOS BI-CAMPEÕES”

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“A FESTA DOS BI-CAMPEÕES”

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“É uma espécie de terrorista”“É um verdadeiro assassino“

Jorge Valdano e Michel Platini sobre Lionel Messi

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Foi um sucesso. Em apenas uma semana, o nos-so primeiro número passou os dois mil downlo-ads. Um bom número para celebrar o árduo es-forço de uma equipa que suou a camisola para entregar-vos uma nova visão sobre o futebol. Contamos com o vosso apoio para continuar a crescer e vocês são fundamentais para isso. Em breve abriremos uma secção para as vossas opi-niões, historias e crónicas. O Dez somos nós e são vocês. Antes de sermos um jornal, queremos ser uma comunidade.Estamos abertos ás vossas criticas e para isso tem a nossa pagina de facebook e twitter, bem como o nosso email á vossa disposição. Estejam á vontade para fazê-lo, iremos lê-los atentamen-te. Espero que gostem desta segunda edição.

“OBRIGADO”

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Carlos Maciel

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01/05/12FC PORTO

UM RISCO DESNECESSÁRIO

O Porto deslocou-se à Madeira para jogar um dos jogos mais importantes da temporada. A surpresa começou muito antes do jogo

ter sequer início. Esperava-se que Alvaro Pereira, que não jogou contra o Beira-Mar por castigo, vol-tasse à convocatória e à titularidade. O que é cer-to é que parece haver mesmo um problema com treinador, sendo que o uruguaio não fez parte dos convocados para um dos jogos mais decisivos da época. Mesmo assim, esta ausência acabou por não assumir grandes proporções pois como já ti-nha mencionado a semana passada, Alex Sandro dava mais que garantias de conseguir fazer bem a posição. As deslocações à Madeira são quase sempre difíceis, seja para defrontar o Marítimo ou o Nacional. Ainda para mais, este Marítimo ocupava a quinta posição à entrada para esta jornada (lugar esse que não iria mudar, fosse qual fosse o des-fecho deste jogo), praticando um futebol de alta qualidade, apesar dos recentes maus resultados.

Uma vitória neste jogo garantia muito provavel-mente o título, e foi com este pensamento que os jogadores do FCPorto entraram em campo. A raça de campeão, de ter que assumir e ter de ganhar. Não foi novidade a maneira como os comandados de Vitor Pereira entraram em campo. Tinham vindo a realizar boas exibições, e foi com esse espírito que desde cedo começaram a mandar no jogo. Tal como no jogo da Luz na semana passada, o Maríti-mo voltou a entrar mal. Ou melhor, quero acreditar que Pedro Martins, tinha dado ordens para a equi-pa defender num bloco baixo para depois aprovei-tar um dos seus famosos contra-ataques, onde o principal impulsionador seria Sami, que jogava do lado de Sapunaru. O certo é que essa estratégia correu mal aos «maritimistas», pois desde cedo o Porto impôs a sua presença no meio-campo dos madeirenses. Fernando jogava à frente da linha do meio-campo, Moutinho ocupava várias zonas do terreno, e Lucho tentava sempre construir jogo,

Texto: Bruno PintoFotos: Maisfutebol.com

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com toda a sua classe. O que é cer-to é que com ou sem Alvaro Pereira, a estratégia não se alterou. A ordem era atacar pela esquerda, até porque Alex Sandro consegue dar a mesma profundidade na ala que o uruguaio. Danilo Dias não conseguia acompa-nhar o lateral brasileiro nas suas in-vestidas e o Porto ganhava assim a ala esquerda onde aparecia Varela em bom plano, no início do jogo, a dar muito trabalho a Briguel. Foi sem surpresa que os azuis e brancos se adiantaram no marcador, aos 16 mi-nutos, através de uma grande penali-dade convertida por Hulk.

A partir daí, e inexplicavelmente, o jogo mudou do dia para a noite. E ao contrário do que foi indicado pelos comentadores do jogo, não foi (quan-to a mim) por mérito de uma altera-ção táctica de Pedro Martins. Quem acompanhou o Porto ao longo da época, conhece bem a mensagem transmitida por Vitor Pereira. Uma vez que a equipa se encontre a ganhar, a ordem é para baixar as linhas e tentar ataques rápidos. Foi precisamente isso que acon-teceu. A partir dos 20 minutos, a equipa do FCPor-to já não era a mesma. A ala esquerda deixou de funcionar como havia funcionado, os médios recu-aram todos, o Marítimo construir o jogo como bem entendia. O certo é que na primeira parte o Maríti-mo acabou por não criar situações de perigo.

O início da segunda parte parecia trazer mais do mesmo. O Porto deixava o Marítimo assumir o jogo, mas os insolares teimavam em não conseguir criar boas situações para marcar. Ao minuto 63’ Pedro Martins decide tirar Danilo Dias e meter Benachour. A partir daí, o Marítimo começou não só a jogar melhor, como a ser mais perigoso e a criar boas situações para marcar. É de facto incompreensível que uma equipa que tenha como objectivo ganhar o campeonato, se exponha tanto como o Porto se expôs na segunda parte. Parecem não ter apren-dido com o jogo de Paços. Uma vantagem de 1-0 vale pouco ou nada, qualquer bola de sorte por parte do adversário dá golo e o jogo fica empatado.

Com a capacidade que a equipa demonstrou nos primeiros 20 minutos, quem viu o jogo não conse-gue perceber esta apatia geral. O que é certo é que aos 81 minutos, o Marítimo passou a arriscar mais – o treinador da equipa madeirense era o mais am-bicioso dos dois técnicos – ao tirar um central (Ro-berge) para meter um avançado (Pouga), e com isso acabou por abrir mais espaços na defensiva, que culminaram em duas situações de contra-ataque. A primeira, onde Hulk desenhou uma jogada deli-ciosa e ofereceu de bandeja o golo a Lucho que de baliza aberta atirou por cima. A segunda, resultou numa grande penalidade que matou o jogo, dando o 2-0 à equipa da invicta.

Desta vez faço apenas menção aos jogadores que se destacaram. Helton, Maicon, Otamendi, Lucho e Hulk foram os jogadores que melhor jogaram e que se devem sentir orgulhosos por mais uma vitória. Quanto ao resto, dá que pensar. Moutinho e James não se têm exibido a grande nível. Mas sobretu-do, uma equipa que jogue como o FCPorto jogou a partir dos tais 20 minutos, corre riscos que não devia correr. Riscos desnecessários, com uma es-tratégia nem sempre vai dar frutos....

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01/05/12SPORTING

“PRÓXIMA PARAGEM: DRAGÃO”

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O Sporting con-tinua na luta para garantir

o acesso á Liga dos Campeões e a Acadé-mica, depois de uma boa primeira volta, continua a sentir a fal-ta de Sissoko e Eder.O jogo começou com a ausência de Izmailov, por alegados motivos físicos e foi substituí-do no onze titular por Carillo. A equipa de Sá Pinto entrou num ritmo forte, pressio-nando e imprimin-do profundidade pe-las alas,sempre com João Pereira a ajudar em tarefas ofensivas. Foi por esse lado que o Sporting criou mais perigo com as incur-sões de Carillo e Ma-tias Fernandez.A Académica, bem or-ganizada defensiva-mente com duas linhas de quatro aproveitava para sair rápido pelo contra-ataque com Diogo Valente. Criava algum perigo, espe-cialmente pelas subi-das de João Pereira.Os leões acabaram por chegar ao golo á meia hora de jogo, uma mudança de flan-co, da direita para a esquerda, deu espaço a Capel que centrou para um grande cabe-çeamento de Carillo. Os estudantes nunca baixaram os braços e Nivaldo, sem desis-

tir, cruzou para área e Polga, querendo cor-tar acabou por marcar na própria baliza

A segunda parte, mos-trou uma Académica que entrou melhor, Marinho teve a opor-tunidade de adiantar a equipa no marcador, mas foi infeliz. Sá Pin-to decide então me-xer na equipa. Tira um apagado Elias por An-dré Martins e ganhou o jogo por aí. Procu-rou também refrescar o corredor direito com a saída de João Perei-ra por Pereirinha. Os estudantes defendiam o empate com “unhas e dentes” para tentar fugir á despromoção, mas com o passar dos minutos, o Sporting ia empurrando os ho-mens de Pedro Ema-nuel para a área de Peiser.

Carillo decide então, num remate fortíssi-mo, resolver o jogo. Mas as intenções ba-teram na barra, até que Wolfswinkel rema-ta de cabeça para alí-vio dos adeptos leoni-nos. Com esta vitória, o Sporting continua a depender de si, para chegar ao 3º lugar. O jogo do Dragão será decisivo.

“PRÓXIMA PARAGEM: DRAGÃO”Texto: Pedro Martins

Fotos: Maisfutebol

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01/05/12BENFICA

BENFICA PERDE O CAMPEONATOUm Benfica desmotivado, desconcentrado e com vários erros posicionais foi o que se apresentou no Estádio dos Arcos em Vila do Conde. Tudo isto se torna demasiado grave quando o único resultado que servia os seus interesses era a vitória, mostrando mais uma vez esta época a incapacidade de ganhar em momentos decisivos. A direcção, a equipa técnica e os jogadores deveriam pôr os olhos na desilusão dos seus adeptos, em especial nas imagens de tristeza de alguns miúdos a chorarem após o final do jogo.

Primeiros 20 minutos de jogo com um Rio Ave a controlar o embate ganhando segun-das bolas no meio campo, com Bruno China/Tarantini muito bem na recuperação e passe (e no “roubo” de espaços a Witsel e Aimar) com Vitor Gomes a tirar Matic da sua posi-ção e a explorar bem a velocidade de Atsu nas costas de Maxi. Sem um ponta de lan-ça fixo Yazalde descaía ora nas faixas ora no

centro deixando á toa a defensiva benfiquis-ta. Com naturalidade os homens de Vila do Conde chegam ao golo num lance de com-pleta desconcentração numa equipa obriga-da a vencer. Nos últimos 15/20 minutos da primeira parte o Benfica melhorou aspectos posicionais e de concentração com Witsel a proteger a bola e a construir jogadas de ata-que consistentes e com Nolito a agitar o fu-tebol ofensivo encarnado. O esforço acabou por ser recompensado e o espanhol acabaria por dar o empate num ressalto dentro da área após um livre, já o golo da reviravolta surge pouco tempo depois por Cardozo a marcar uma grande penalidade por ele conquistada.

A segunda parte começa com alterações tác-ticas de Jesus, faz entrar Saviola por Matic passando Witsel para a posição 6, numa ten-tativa de dar o K.O ao adversário. Inicialmen-te com duas boas subidas de Capdevila pelo flanco esquerdo finalizadas por “El Conejo”

Texto: Bruno GonçalvesFotos: Maisfutebol

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deu indícios que tal pudesse acontecer mas foi pura ilusão. Jorge Jesus abordou mal e se queria Saviola em jogo deveria ter apostado na saída de Bruno Cesar (passou completamente ao lado do jogo) deixando Matic (ou entrava Javi para o seu lugar) com Witsel a jogar a interior direito. O Rio Ave começou a criar perigo devido á falta de jogadores com carac-terísticas defensivas no meio campo ad-versário e chega ao golo num bom lance individual de Kelvin (pese embora a de-ficiente marcação/cobertura de Capdevi-la e Garay) que descobre completamente sozinho Yazalde na área (onde paravam Luisão e Maxi!?) que cabeceou á vontade para a baliza de Artur. O treinador benfi-quista apostado em vencer tem mais uma alteração infeliz com a saída de Aimar por Javi, mudando mais uma vez o seu meio campo. Com o tempo a passar e o Benfi-ca a não conseguir alterar o marcador ora por mérito de Huanderson ora por falta de futebol de qualidade Gaitan é chama-do ao jogo para o lugar de Bruno Cesar (substituição muito tardia) dando mais objectividade e qualidade ao último terço encarnado, mas inconsequente em ter-mos de resultado final. Carlos Brito por seu lado fez substituições com intenção de refrescar a equipa (entradas de Bra-ga e Mendes), a ultima (João Tomas) para dar maior capacidade aérea em lances defensivos de bola parada e também com forma de perder algum tempo e quebrar ritmo ao adversário.

O empate prevaleceu até final significan-do a perda do campeonato pelo Benfica (com exibições individuais muito sofrí-veis: a dupla Luisão, Garay; Matic, Bruno Cesar e até mesmo Aimar) com claras cul-pas para a sua equipa técnica. Até final os comandados de Carlos Brito têm 2 jogos para garantir a permanência no escalão máximo do futebol português, enquanto que aos de Jorge Jesus resta-lhes o mí-nimo exigível, isto é, apuramento directo para a “Champions” da próxima época.

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“UM FANTASMA HOMÓNIMO”

SC BRAGA

Texto: Nuno PereiraFotos: Maisfutebol

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“UM FANTASMA HOMÓNIMO”O que se passa com o Sporting

de Braga? – questionam os adeptos pelas ruas, praças,

avenidas e cafés da capital minhota em conversas fervorosas sobre a actualidade da sua equipa. Que agoiro se terá abatido sobre uma equipa antes implacável e agora titubeante?O jogo da passada sexta-feira trouxe ao de cima uma equipa agastada por um sonho desfeito em mil pedaços. Tal como sucedeu, por exemplo, com o Benfica, o Braga viu a ilusão virar desilusão no espaço de três semanas e vê-se agora a contas com a possibilidade de deitar tudo a perder de forma inglória. Seria uma injustiça, diga-se de passagem, que os ‘arsenalistas’ perdessem o terceiro lugar para o Sporting, mas este Braga, abalado por sucessivos desaires, parece envolto por uma camisa-de-força que o puxa cada vez mais para baixo.

Na realidade, os ‘guerreiros’ até nem andam a jogar mal. Talvez até nem estejam a fazer pior do que aquilo que fizeram durante as treze jornadas consecutivas em que protagonizaram uma ‘remontada’ soberba e que os conduziu do quinto ao primeiro posto de uma forma tão espontânea que conseguiu surpreender os seus e os demais adeptos. Não deixa, por isso, de criar espanto, que a súbita estabilidade tenha dado lugar à repentina instabilidade. Durante todo o campeonato, o Braga manteve sempre um certo nível de regularidade e pode dizer-se, pela certeza dos números, que esta é a sua pior série de resultados na Liga. Esta crise surgiu mesmo quando os minhotos se preparavam para lançar-se sobre a sua grande quimera: o título nacional. Acontece

que o Braga não esteve à altura. E não esteve à altura, sejamos honestos, porque o seu plantel não tem qualidade para isso.

O Braga deu muito de si, praticou um futebol formidável, foi um exemplo de organização desportiva e financeira e deu luta aos mais abastados, como já o faz há uns oito anos desta parte. Mas o seu orçamento não lhe permite chegar mais do que perto do céu. A verdade nua e crua é que se os mesmos jogadores que compõem o plantel ‘arsenalista’ vestissem as cores de Porto, Benfica ou mesmo Sporting, nunca conseguiriam estar à altura das longas tradições destas equipas. Porque a pressão para estes faz parte das suas géneses, mas para o Braga é esta uma nova forma de estar no futebol, pois o seu ADN encontra-se ainda numa mutação profunda.

Foi esta uma época de aprendizagem e preparação para o Sporting de Braga, de onde tem de retirar que não adianta esconder os seus propósitos nem encetar tentativas de ser campeão pela calada. O Braga deve assumir-se, com distinção e clareza, como candidato ao título na próxima época e desde já garantir um lugar na pré-eliminatória da Liga dos Campeões de modo a não alienar a preparação da equipa para o assalto à peça maior que lhe falta no espólio na época que se avizinha.Com o primeiro lugar entregue ao F.C. Porto e o segundo quase perdido para o Benfica, resta aos minhotos exorcizar o fantasma verde-e-branco, homónimo dos seus pares, e garantir o terceiro posto, um mal menor para uma época que prometia muito mais.

Texto: Nuno PereiraFotos: Maisfutebol

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01/05/12REAL MADRID

“AS FERAS DO BERNABÉU”Texto: Carlos MacielFotos: Zimbio/RMA

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Depois da eliminação frente ao Bayern, o Real Madrid tinha a conquista da Liga para “lamber

as feridas”. Deu um passo importante e ficou a 3 pontos de coroar a deusa Cibeles de branco. Em frente tinham a equipa de Michel, que regressava á casa que o formou.

Jogo madrugador, ao melhor estilo inglês, o Bernabéu é um palco, um teatro. No relvado, o Real Madrid in-terpreta uma obra de verticalidade e vertigem atacando a baliza contrária. Uma peça vistosa que vai animando o Passeio da Castelhana em Madrid.

A estratégia de Michel passava por roubar a bola ao Real Madrid, um pouco insensato para quem faz do contra-golpe o seu jogo. O certo é que o Sevilla conseguiu a posse nos primeiros minutos e até chegou ao golo, que foi anulado pela equipa de arbitragem. Mas o Real Madrid acordou e começou a “bombardear” a defesa andaluza através dos 3 do costume: Cristiano, Benzema e Ozil. Desta vez ajudados por Marcelo.

Foi por esse flanco que o Real Madrid mais criou problemas. Combinações de Marcelo com Cristiano e Benze-ma a criar espaços para Ozil. O golo acabou por chegar assim. Benzema cria espaços na área e Cristiano re-corta perfeitamente Coke e atira para o lado mais distante de Javi Varas. As feras do Bernabéu outra vez a re-solverem.

A táctica do Sevilha foi-se tornando ineficaz muito pela falta de agressivi-

dade. O Real Madrid atacou sempre pelas alas e Michel insistia num meio campo sem ideias. Apesar disso, o Sevilha foi criando oportunidades e só se pode queixar da sorte e da fal-ta da pontaria de Negredo e Navas. O jogo era do Real Madrid e a van-tagem não se tornou maior, porque Di Maria ainda está sem velocidade e explosão. O perigo, mais uma vez, criava-se pelo lado esquerdo e pelo meio.Um dos problemas do Real Madrid esta época voltou a demonstrar-se. Quando marca cedo, a equipa tem tendência a recuar e fractura-se. Xabi Alonso tem muitas dificuldades em travar as transições das equipas adversárias. Todo o perigo do Sevi-lha gerou-se nessas situações.

Pouco demorou para o Real senten-ciar a partida. Dois golos de Benze-ma nos primeiros minutos do segun-do tempo acabaram com as dúvidas. O primeiro, depois de um desenten-dimento entre Coke e Varas. O se-gundo, num remate de cabeça depois de um centro de Ramos pela direita. Com o jogo resolvido, os treinadores fizeram as substituições: Mourinho tirou a Granero e Xabi Alonso por Khedira e Albiol; Michel tirou Negre-do e Reyes, os mais perigosos, por Luis Alberto e Baba. Pura burocracia e rotação nas substituições.

Mourinho recuperou a equipa depois do golpe emocional com as armas do costume. Velocidade e capacida-de ofensiva. Evitou complicações e ganhou a Liga, que pode ser senten-ciada já amanhã em Bilbao.

[email protected]

“AS FERAS DO BERNABÉU”Texto: Carlos MacielFotos: Zimbio/RMA

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“O ADEUS DE PEP PARA AREJAR”

BARCELONA

Texto: Ricardo SacramentoFotos: Zimbio/FCB

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“O ADEUS DE PEP PARA AREJAR” Semana negra em “Can Barça”. Perdem a liga frente ao Real Madrid,

falham a final da Champions e para acabar perdem Pep Guardiola. O melhor treina-dor da história do Barcelona decidiu tirar um ano sabático para se voltar a “preencher”. O Barcelona esgotou-o físi-ca e mentalmente e isso foi notório na conferência de imprensa que deu na Sexta--Feira.

Num golpe de génio, Zubi-zarreta (director-desportivo) mais que Rosell (presidente), anunciaram os planos para o futuro. Passavam pela conti-nuidade do modelo e filosofia de jogo, assim que promove-ram o adjunto Tito Vilanova, ao cargo deixado vazio por Guardiola. (Se ainda não leu o artigo sobre as ideias de Tito, passe pelo nosso site e leia o artigo a ele dedicado). Vilanova foi treinador das ca-madas jovens do Barça, aju-dou a formar esta geração de futebolistas como Messi, Pi-qué, Cesc etc. É um homem da casa e durante estes qua-tro anos teve, de certeza, um “mestrado” ao mais alto nível com Pep. Assim que será de esperar que o Barça continue a melhorar.

Em Vallecas, a figura da noite foi Pedro. Voltou a aparecer depois de uma época apaga-da. Um Barça alegre, rápido e intenso apresentou-se em campo com muitas das ca-racterísticas que lhe faltaram esta época. Foi a melhor ho-menagem que podiam ter fei-

to ao treinador.Pep escalonou a equipa com vários jogadores menos utili-zados. Pinto, Montoya, Pedro, Thiago… todos estiveram ao seu melhor nível. Pedro este-ve eléctrico e rápido, fazendo lembrar o predador de 2009. Keita no seu melhor nível, Messi num estado frenético: assistindo e marcando, para não deixar fugir Cristiano na luta pelo Pichichi. Igualou o português com 43 golos na liga.

Puyol esteve num nível ma-gistral, como se a nomeação do novo treinador lhe au-mentasse a responsabilida-de e recarregasse as baterias para uma nova temporada. Esteve bem ao cortar com os festejos ridículos de Dani Alves (que estará de saída) e o jovem Thiago depois do 5º golo. Pediu desculpa aos adeptos do Rayo Vallecano, que foram complementadas por Pep Guardiola na sala de imprensa.

A decisão de Guardiola, pare-ce que deixou a equipa mais leve, as indecisões do treina-dor talvez tenham tido algu-ma influência na equipa ao longo da temporada. Ontem estiveram todos comprome-tidos, sacrificando-se pelo colectivo e com muita capa-cidade para trabalhar. Mais velocidade e profundidade entre linhas, coisa que faltou durante a temporada. Estou curioso para ver o trabalho de Tito.

Texto: Ricardo SacramentoFotos: Zimbio/FCB

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Em Agosto de 1973 aterrava em Barcelona, no meio de muita euforia, um holandês esguio que já tinha ganho 3 Taças dos

Campeões Europeus. Era a esperança dos adeptos culés que já não ganhavam a Liga há 14 anos. O seu nome era Johan Cruyff e quase 40 anos depois o seu legado continua vivo na cidade condal.

Aquela temporada de 73-74 tornou-se mítica, o Barcelona iria ser campeão depois de vencer por 5-0 no Santiago Bernabéu, daquele golo fantástico ao Atlético de Madrid e Johan o sua 3ª bola de ouro. Esteve no clube mais 3 anos mas só venceria uma Taça do Rei. Regressaria mais tarde.

Um motim dos jogadores contra o presidente Jose Luiz Nuñez culminava duas décadas de

fracasso. Uma Liga nos anos 70 e outra nos anos 80 acentuava a crise que se vivia em Barcelona, Nuñez precisava de um salvador e Cruyff chegava em 1988 ao banco do Camp Nou para dirigir a equipa catalã. Cruyff pediu o poder para si e Nuñez, fragilizado entregou-o. Talvez se o clube não estivesse naquela situação delicada, Cruyff nunca treinaria o Barcelona, como o próprio o admite. “O futuro nas suas mãos” titulava o Mundo Deportivo na altura e o holandês revolucionou o balneário. Apenas 9 jogadores da época anterior continuariam. Os demais seriam substituídos por “canteranos” como Amor ou Milla. Surpreendentemente ou talvez não, o treinador holandês apostou por jogadores bascos como Salinas, Bakero e Beguiristain. O núcleo duro era formado por Zubizarreta,

APOGEU E QUEDA DO IMPÉRIO CRUYFF

REPORTAGEM

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01/05/12REPORTAGEM

[email protected]

Lineker e Alexanco, complementado pelo talento de Soler e Eusébio. A equipa estava formada, se funcionaria ou não, era outra questão.Não havia tempo a perder. Desde o primeiro amigável, Cruyff apostou pelo 3-4-3. Milla, 22 anos, exercia de numero 4. Á frente dos defesas: dois médios interiores, extremos bem abertos junto ás linhas e um número 9 bastante móvel que em nada se parecia á posição de ponta de lança da altura.A época começa com a Supertaca frente ao Real Madrid, perde o troféu mas ganha em jogo. Voltariam a enfrentar-se á 7ª jornada e uma nova derrota desperta as primeiras duvidas.

“Os jogadores ficavam surpreendidos” conta Zubizarreta “Como era possível cobrir 50 metros de largura só com 3 homens e deixar

tanto espaço entre o guarda redes e os defesas?” ainda para mais “Zubi” não tinha um bom jogo de pés. No ataque a mesma coisa, Cruyff mandava Lineker e Salinas, pontas de lança de renome, descaírem para as alas. Com os treinos as engrenagens iam ficando cada vez mais oleadas: passe, controlo e posse. Sempre com a bola como protagonista.

Em Março, já com o apuramento da Taça das Taças garantido, jogava-se o futuro da liga frente ao Real Madrid e Nuñez, o seu futuro como presidente. Cruyff faz estrear a um paraguaio acabado de chegar: Romerito. Apesar das ocasiões, arranca um empate a zero. Nuñez também assegura o seu lugar.O Barcelona viajaria a Sofia para jogar contra o CSKA de Stoichkov. Vencem a eliminatória e um mês depois ganhariam o primeiro título da era Cruyff: uma Taça das Taças em Berna. O

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campeonato vai para Madrid.

No defeso, enfrenta-se a um Nuñez pouco gastador, isto permite-lhe “trocar” Lineker e Romerito por duas peças chave: Koeman, para liderar o centro da defesa de três e Michael Laudrup, um enorme talento que estava deprimido em Turim, para dar profundidade e capacidade de um contra um no jogo de passe.

A época seguinte, o Barcelona volta a falhar frente ao Real Madrid e só uma vitoria na Taça do Rei salva o lugar de Cruyff. Era preciso uma 3ª revolução.

Milla inconformado com o seu salário enfrenta o treinador e acaba por sair a custo zero para o Real. A contratação do bota de ouro Stoichkov confirma-se, por fim.O Barça da altura não sabia o que era ganhar uma Liga sem a dominar de principio até ao fim. A época começa com boas sensações, Stoichkov marca no derby de Barcelona e abre o caminho a muitas vitorias. Contudo, Koeman lesiona-se com gravidade e perderia grande parte da temporada. Nos clássicos as coisas não melhoram e perdem a Supertaça. Em Fevereiro, o tabaco e o stress “passam factura” a Cruyff e este tem de ser submetido a uma operação ao coração.

Estas baixas não se fizeram sentir na equipa, que ia jogando bem e construindo o caminho para o título. Cruyff voltaria no jogo contra a Juventus, para a Taça dos Campeões Europeus, implementando a moda do chupa-chupa (substituto dos cigarros). Conseguiriam mais uma final europeia, mas perderiam mais uma vez. A liga serviu de consolação. Júlio Alberto despedia-se do futebol dizendo “Desfrutem desta equipa, que temos campeões para muito tempo”

Sempre na linha da frente, passava uma imagem de guru iluminado e extravagante. Com paciência e acreditando nele, conseguiria transformar os jovens da cantera em futuras estrelas. Em 1990, estreia Guardiola, substituto natural de Milla e que se tornaria no seu discípulo duas décadas mais tarde. Seria um jogador fundamental no sistema de Cruyff, apesar dos altos e baixos na relação entre os dois.

Um inicio irregular na Liga, coloca algumas duvidas na conquista da recém criada Liga dos Campeões, alguns jogos épicos e golos impossíveis garantiram a final de Wembley que venceriam no prolongamento frente á Sampdoria com um grande livre de Koeman. O jogo ficaria marcado a ferro e fogo como o apogeu da história culé. Juntaria a Liga, que o Real Madrid perde em Tenerife num minuto de loucura.

O Barça de Cruyff seria tetra-campeão e em Atenas tinha a oportunidade de se coroar rei da Europa em 93/94. Foi a época do 5-0 ao Real Madrid. Mas a relação com os jogadores tinha piorado, Zubizarreta soube no caminho que

REPORTAGEM

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não continuava na equipa, Michael Laudrup, Salinas e Goiko estavam também de saída.Koeman, Romário e Stoichkov defrontariam o Milan de Capello, que não podia contar com os Baresi e Costacurta, titulares da defesa. Desailly e Savicevic chegaram para liquidar um Barcelona em fim de ciclo por 4-0.

Cruyff subestimou o Milan. Deu por garantida a vitoria e já estava a planificar a próxima temporada. Tinha pedido a chave do cofre a Nuñez para contratar Rui Costa, Bergkamp ou Giggs, mas obteve um não como resposta, carimbado por “essas contratações até a porteira do meu prédio as fazia”. Conseguiu Gica Hagi e subiu a alguns miúdos da cantera, mas dificilmente iriam sustentar um Barcelona sedento de vitórias. Acabou também por subir ao genro e ao filho, que se revelaram um desastre.

Essa temporada de 94/95 acabou por ser um desastre, o maior erro do holandês foi ter dado a titularidade a Romário, que tinha chegado com um mês de atraso, depois de vencer o Mundial de 94. Foi a única época em que não ganhou nada.

Nuñez cansou-se no final de Maio de 96. Antes, tinha-se encontrado com Bobby Robson, treinador do FC Porto e acordou um contrato para as seguintes épocas. Gaspart, vice-presidente, foi quem mediou a rescisão com Cruyff, mas não o soube despedir. Quem estava no balneário diz que houve uma discussão terrível, “voaram” cadeiras, insultos e ameaças. Johan estava furioso pela traição e saiu do clube antes que o campeonato terminara.

Os adeptos furiosos mostraram todo o seu desagrado no dia seguinte, por vezes discordavam dele, mas não aceitavam que se terminasse desta forma uma das etapas mais gloriosas do clube.Cruyff mudou para sempre a mentalidade do Camp Nou. As conversas que diziam “Este ano é que vai ser” ou “vamos sofrer” acabaram, disparou a auto-estima culé e criou as fundações de uma filosofia que será reavivada e até exagerada por Pep Guardiola.Como disse Valdano, depois da demissão “Saiu Cruyff, um obstáculo menos para o progresso dos mediocres”.

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CONTINUA O OMBRO-A-OMBRO!Milan e Juventus cumpriram a sua obrigação no fim-de-semana e passaram incólumes nas suas visitas a Siena e Novara, respetivamen-te, quando faltam apenas três jornadas para o fim. Com os dois jogos a ser disputados à mesma hora, o Milan bateu o Siena num jogo que terminou 1-4, mas que aos 82 mi-nutos estava com o marcador em 1-2 para os rossoneri (dois golos de Ibra, um de Cas-sano e um de Nocerino). Mais uma exibição sem chama da equipa de Allegri, que durante a semana deu a entender não estar seguro do seu futuro na frente da formação milanis-ta – o treinador parece algo desgastado pela época em que pode, efetivamente, não ven-cer nada. Com três pontos de atraso e com desvantagem no confronto direto, a equipa milanesa mais não pode fazer que ganhar os seus jogos e aguardar por uma escorregade-la do seu grande rival.

A Juventus, por sua vez, aplicou chapa qua-tro à praticamente despromovida equipa do Novara (dois golos Vucinic, um de Boriello e outro de Vidal). O rolo compressor bianconeri

continua a fazer vítimas, parecendo imbatí-vel à medida que o campeonato vai avançan-do para o seu término. Com um futebol mais atraente que o do seu rival e continuando sem derrotas, a Juve parece de volta a uma for-ma que parecia há muito perdida. O grande mérito vai, sem dúvida, para a combinação de juventude e experiência que o técnico An-tónio Conte consegue rentabilizar de forma notável. Faltam apenas três jogos num dos finais mais emocionantes dos últimos anos no Calcio...

Nos outros jogos, realce para a vitória do Inter sobre o Cesena (2-1, com um golo de Guarin a ser decisivo) e para a vitória da Udinese sobre a Lázio (2-0), que coloca quatro equi-pas com 55 pontos: Inter, Lazio, Udinese e Nápoles estão todas a lutar pela Champions. Destaque ainda para a derrota do Génova de Miguel Veloso em Bolonha, denotando que as cenas lamentáveis da passada semana mais não fizeram que enervar os jogadores, não ajudando em nada para tentar chegar a me-lhores resultados.

INTERNACIONAL

Textos: Tiago SoaresFotos: Getty Images

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“Dizem que fui para a cama com sete miss mundo. Mentira.

Foram só três”George Best, ex-jogador

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O extremamente aguardado derby de Man-chester resultou numa vitória do Manchester City por 1-0, resultado que deixa o campe-onato inglês com dois líderes a duas jorna-das do fim. Num jogo disputado a um ritmo elevado, o City conseguiu ser mais forte que o United, coroando uma bela partida com um golo de Kompany. Temos liga até ao fim em Inglaterra, dando razão aos adeptos des-te campeonato que é, certamente, dos mais emotivos do Velho Continente. O United tem agora jogos com o Swansea (casa) e com o Sunderland (fora), sendo que o City (que tem vantagem na diferença de golos) tem uma complicadíssima visita ao terreno do New-castle e recebe, na última jornada, o QPR. Emoção ao rubro!

O Newcastle passou de grande vencedor da jornada passada a uma goleada estrondosa (4-0) sofrida fora de casa com o Wigan. Com uma primeira meia-hora pouco menos que miserável (perdia por 3-0 por essa altura), a

equipa dos magpies perdeu a hipótese de se aproximar do Arsenal (empatou com o Stocke City a uma bola), tendo o manager dos gun-ners Arsene Wenger perdido as estribeiras quando confrontado com alguns insultos aos jogadores da sua equipa, declarando mesmo que “insultar é o desporto mais fácil”.

O Chelsea, após o meritório apuramento para a final da Champions, venceu por 6-1 o QPR com um hattrick de... Fernando Torres. O es-panhol, de quem os comentadores ingleses dizem ter pago a sua transferência com o golo a meio da semana em Nou Camp, pa-rece querer regressar à boa forma, abrindo o apetite aos adeptos para uma próxima época que pode bem ser a da sua redenção. Des-taque ainda para os três fabulosos golos de Luiz Suarez na vitória do Liverpool no terre-no do Norwich (se ainda não viu, abra o seu browser e procure-os – valem a pena), dando uma lufada de ar fresco ao treinador Kenny Dalglish.

PREMIER LEAGUE AO RUBRO!!

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01/05/12FIGURA DA SEMANA

O ADEUS DE RAÚL

Em Gelsenkirchen ninguém ficou indiferen-te. Era Raul quem se despedia e a europa do futebol parou para dizer adeus a uma lenda.

Raul foi daqueles avançados mortíferos, se alguma coisa corria mal aí estava ele para mudar o rumo dos acontecimentos.

Foi mais que um goleador, foi um perigo e uma ameaça para os defesas adversários. Teve várias etapas. Começou com a “Quinta del Buitre” onde a sua irreverência e energia se destacaram numa equipa cheia de estrelas. Triunfou com o Real Madrid ainda sem galácti-cos e posteriormente capitaneou essa equipa de Figo e Zidane rumo á nona Liga dos Cam-peões. Pode-se dizer que acabou sem glória a sua etapa nos merengues, ofuscado pelo

Pep Team rumou para a Alemanha onde foi glorificado pelas bancadas do Schalke Arena.Em todas estas fases repetiu-se o cenários. Golos, muitos golos, quase sempre deci-sivos. Foi a alma e o motor das equipa que representou. Marcou de todas as formas. Remates poderosos, boa pontaria, bom no jogo aéreo e excelente no jogo associativo.

Todos o temiam, mais tarde ou mais cedo ele acabaria por aparecer para marcar e decidir. Com uma influência fora do normal, diz agora adeus ao principal palco do futebol para talvez começar uma nova etapa no país dos Shei-khs. E de certeza que no Qatar será recordado tal como foi no Real Madrid e no Schalke 04.

Texto: Bruno GonçalvesFotos: Getty Images

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01/05/12OPINIÃO

Depois do F.C.Porto se sagrar campeão nacional e arrecadar o 26º campeona-to do seu historial, muitos tem sido os

ecos gerados em torno da potencial credibili-dade e competência que Vítor Pereira poderá oferecer ao conjunto azul e branco durante a próxima temporada. Não é normal, assistir-mos a situações, onde uma equipa ganha o titulo nacional e consequentemente, todo o mérito do seu treinador é colocado em cau-sa, num ano em que o campeonato nacional foi considerado como um dos mais competi-tivos de sempre.

Pois bem, ontem depois de ouvir diversas opiniões de diversos analistas desportivos, adeptos, simpatizantes e inclusive, depois de constatar a criação de diversos grupos no facebook a pedir a demissão do técnico natural de Espinho, fiquei completamente estupefacto, como é possível questionar o trabalho de uma equipa técnica que acaba de conseguir atingir o objetivo prioritário es-

tabelecido pelo seu presidente, no princípio da temporada – conquista do campeonato nacional. O futebol é um desporto comple-xo, no qual o modelo de jogo de cada equipa depende de um conjunto de fatores inerentes a identidade do clube em questão. Ora bem, como todos nos sabemos o Futebol Clube do Porto, é um grande de Portugal, cuja sua di-mensão exige que a equipa apresente uma atitude ofensiva e dominadora, assim como um futebol atraente em todos os desafios que dispute durante a temporada, tal e qual como fez na época transata ao comando de Vilas Boas.

Contudo, é importante sermos rigorosos e coerentes na análise ao trabalho de Vitor Pe-reira durante esta época. Nem sempre o fute-bol espetáculo é sinónimo de sucesso, pois se assim fosse o Barcelona seria uma equi-pa imbatível onde o fator supressa deixaria de existir. Pois bem, Vitor aparenta ser um profissional extremamente competente, um

TREINADOR SEM MÉRITO?Texto: João Sacramento / Fotos: Getty Images

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verdadeiro amante do desporto rei, cuja sua devoção e dedicação ao serviço do conjun-to azul e branco pode ser classificado como excelente independentemente do resultado final obtido. Ninguém pode acusar o técni-co de falta de empenho ou devoção tendo em conta todas as situações e circunstâncias que assombraram e afetaram o balneário do Olival durante a corrente temporada. Penso que podemos afirmar que a equipa técnica li-derada por Vitor Pereira, não teve uma tarefa nada fácil para uma primeira experiência ao mais alto nível. O técnico portista teve como principal obstáculo, o declínio motivacional natural que afetou o seu plantel fruto de um desgaste natural. O futebol é feito de ciclos, onde tal como Guardiola afirmou, as relações duradouras são suspeitáveis a um desgaste natural, que pode ser influenciado por diver-sos fatores.

Pois bem, no caso do F.C.Porto, esse des-gaste deveu-se ao fato da equipa ter ganho todas as competições em que esteve envol-vida (excepto taça da liga), durante a época

transata. Ora bem, Vitor Pereira viu-se paten-teado por um balneário repleto de campeões, sem objetivos competitivos a nível pessoal, coletivo e motivacional (pois todos foram al-cançados na época anterior), mas com gi-gantescos objetivos financeiros. Depois do brilharete alcançado, grande parte do nú-cleo duro do F.C.Porto não conseguiu resis-tir emocionalmente á tentação milionária dos tubarões Europeus, ao inverso do seu presi-dente que foi resistindo dentro das circuns-tâncias possíveis. Calculo que não tenha sido fácil para o treinador manter um núcleo ful-cral constituído por Fernando, Álvaro Pereira Moutinho, Belluschi, Freddy Guarin e Hulk (principalmente os três primeiros) motivados e concentrados a 100% nos objetivos do clu-be, e na assimilação do modelo de jogo do seu treinador, sabendo estes que a possibili-dade de serem protagonistas no mercado de transferências e consequentemente verem as suas contas bancárias ser duplicadas, tal e qual como acontecera com o seu ex-colega Radamel Falcão. Não podemos ser hipócri-tas e pensar que os jogadores não estão em

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constante contacto uns com os outros. Os jogadores influenciam-se mutuamente atra-vés de partilha de ideias e sugestões. O di-nheiro é um ciclo vicioso, onde o ser humano nunca esta saciado com o que tem. Todos querem mais e mais e os jogadores não são exceções.

Tendo em conta esta situação, é importan-te relembrar que durante a pré temporada, o treinador azul e branco viu-se obrigado a preparar uma equipa órfã do seu polvo Fer-nando, cuja sua permanência no plantel foi uma incógnita ate ao fecho do mercado, e alicerçada em Falcão que viu a sua trans-ferência para o Atlético de Madrid ser con-sumada na fase final do fecho do mercado, numa fase em que o técnico já não contava perder o colombiano (usou-o em Guimarães) que consequentemente obrigou-o a deposi-tar uma responsabilidade demasiado prema-tura e pesada nos ombros da jovem promes-sa – Kleber – uma pérola contratada no inicio da época para ser lapidada lentamente num processo semelhante ao usado com James Rodriguez e Iturbe (este ultimo ainda em pro-cesso de lapidação) mas que viria a não dar resultado, o que obrigou a adpatacao de Hulk na posição 9 e posteriormente a contratação do gigante Janko no mercado de inverno.

Vítor Pereira é um treinador conhecedor e competente na maioria das vertentes do seu trabalho. Um verdadeiro estudioso, que des-de dos seus tempos de universidade já se embebia em conteúdo tático e princípios de jogo, que podem ser comprovados pela sua tese sobre o futebol do Barcelona - o Bar-ça de Cruyff classificada com 19 pelo magno Professor Vitor Frade (a quem eu desde ja gostaria de felicitar e louvar todo o seu con-tributo no futebol mundial). Contudo, apesar da sua enorme vocação e do seu conheci-mento técnico/tático, Vitor apresentou algu-mas debilidades de alguém que mostrou não ter o necessário sentido de liderança e de comunicação exigido para um líder ao co-mando de um dragão tão exigente, cujo or-çamento anual ultrapassou os 100 milhões e

consequentemente foi classificado como o mais elevado de todos os tempos em Portu-gal. Todas as suas conferências de imprensa apresentaram-se demasiado sofríveis, refle-xo de alguém que presenteou alguma difi-culdade para se exteriorizar e consequente-mente liderar e motivar um conjunto de 24/26 homens que aproveitaram o lado dócil do seu líder para excederem os limites disciplinares e as regras do código de conduta interna do balneário do Olival – caso de Cristian Rodri-guez e a suposta agressão a Moutinho e mais recentemente o caso de Álvaro Pereira. Con-tudo, Pinto da Costa apercebendo-se da fra-gilidade de liderança do jovem técnico, o lí-der portista decidiu resgatar Lucho Gonzalez, um líder nato, um conhecedor dos cantos da casa no Olival, um líder capaz de colmatar a lacuna identificada e consequentemente co-locar ordem na casa.

O mesmo se aplica a contratação de Paulinho Santos para técnico assistente. Uma aquisi-ção que teve como objetivo fulcral transmi-tir aos jogadores portistas, toda a mística e paixão que é exigida aqueles que compõem alma portista. Um verdadeiro xeque-mate por parte do líder portista que refletem o porquê de 56 títulos conquistados na modalidade de futebol, em 30 anos de glória a frente do comando portista. Com uma estrutura azul e branca tão forte e em jeito de conclusão, pen-so que Vitor Pereira tem as condições neces-sárias para continuar a frente do F.C.Porto.

De certeza que o técnico portista irá refle-tir sobre as debilidades sentidas durante a corrente temporada e irá consequentemente evita-las na próxima época. Vitor ja interiori-zou que o Futebol não é um desporto teóri-co, simplesmente dependente de dimensões técnico/taticas. O futebol requer elevados níveis pedagógicos/psicológicos, pois num plantel um treinador tem de lidar com 24-26 seres humanos, todos eles com uma maneira de pensar e agir diferente uns dos outros.

OPINIÃO

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“Não sabia que para ser jockey antes era preciso ser-se cavalo!”

Arrigo Sacchi, treinador.

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01/05/12HISTÓRICO

“UM SIMPLES OLHAR”Texto: Ricardo Sacramento

Fotos: Maisfutebol

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“UM SIMPLES OLHAR”Texto: Ricardo Sacramento

Fotos: Maisfutebol

Pierluigi Collina, o carismático árbitro italiano careca que colocava os jogadores na

ordem com um simples abrir de olhos, foi considerado o melhor árbitro de sempre pela Federação Internacional de História e Estatística do Futebol.Collina conseguiu aquilo que mais nenhum árbitro alcançou, para os italianos, é um símbolo nacional e tão reconhecido e respeitado quanto os principais jogadores do país, para o mundo representa toda a credibilidade e respeito dos adeptos pela arbitragem.

Numa breve análise aos melhores momentos da sua carreira em 1998 é eleito para integrar o quadro do Mundial de França e logo no ano seguinte foi o árbitro escolhido pela UEFA para arbitrar a final da Liga dos Campeões em Camp Nou onde coordenou o embate entre Manchester United e Bayern Munich. Em 2000 foi a vez de marcar presença no Europeu na Holanda e Bélgica e por fim em 2002 atinge o momento auge da sua carreira ao ser o escolhido para arbitrar a final do Campeonato do Mundo disputado no Japão e Coreia do Sul. No estádio Yokohama, perante 69,029 pessoas Brasil e Alemanha defrontam-se sobre o olhar atento do italiano. Ronaldo ao minuto 67 e 79 fuzila os Alemães e o Brasil Sagra-se mais uma vez Campeão do Mundo.

A 19 Maio 2004 apita a final da taça UEFA entre Valencia e Marselha onde chega assinalar um penalti a favor dos Espanhóis, os quais saem vencedores por 2 a 0. Uns meses depois ainda conta com a sua presença em mais um Europeu desta vez o nosso tão Português Euro 2004.Colllina enchia o campo, os jogadores tinham um respeito enorme por ele e as

suas decisões eram maioritariamente acertadas. Foi capa do best seller jogo de futebol Pro evolution 3 e 4 onde figura no último ao lado de Totti e Henry

Hoje em dia, além de consultor financeiro, Pierluigi Collina é o responsável pela arbitragem da UEFA, representado assim aquilo pelo qual trabalhou durante toda a sua vida.O Italiano sofre de alopécia, uma doença que causa a queda de todos os pelos do corpo, daí o motivo do seu aspeto o qual se tornou a sua imagem de marca.

Collina é totalmente a favor da polémica introdução das novas tecnologias do futebol e referiu que muitos comentadores, no final do jogo criticam severamente os árbitros:- “ Imaginem um motorista que conduz um autocarro velho, e ao longo dos anos, começa a conduzir um novo, com certeza que o seu desempenho profissional será bastante melhor. A mesma coisa com um médico que operava com equipamentos desgastados e desatualizados, hoje utiliza novos aparelhos. O futebol está cada vez mais moderno e o árbitro de futebol não pode parar no tempo” concluiu.

Em Janeiro de 2010, participou num jogo especial de apoio às vítimas do terramoto no Haiti no nosso conhecido estádio da Luz, onde arbitrou o jogo entre os amigos de Zidane e Ronaldo e as estrelas do Benfica.Fica para a história do futebol um árbitro exemplar e arrecadou o prémio de melhor árbitro do mundo em 1998, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003 e foi distinguido pela Hull University pelo seu contributo ao desporto Mundial.

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IKER MUNIAIN

Bilbao, País Basco, onde o futebol se vive intensamente e orgulhosamente por a sua equipa ser unicamente composta

por Bascos…Iker Muniain Goñi é a sua mais recente pérola… jovem de apenas 19 anos, mas já internacional Espanhol e Campeão Europeu de sub-21 em 2011, assume já um papel determinante e muito influente no ataque do Atlethic de Bilbao. Detém desde 2009 o record do jogador mais jovem a marcar um golo pela equipa principal, o do jogador mais jovem a actuar pelo Bilbao na liga espanhola e o jogador mais jovem a marcar um golo na liga Espanhola.

Avançado, junta à sua raça basca, uma enorme agilidade e rapidez de movimentos com um recorte técnico de nível superior. Sente-se como peixe na água quando actua solto no ataque, entrelinhas, ou atrás de outro avançado e bastante eficaz quando descaído para as linhas. Sempre perigoso, com passes bem medidos, desequilíbrios através de movimentos fluídos com fintas inesperadas e repentinas ou mesmo a facturar, contando esta época já com 9 golos.Tem sido peça fundamental no sucesso da sua equipa na Liga Europa, que atingiu a final recentemente, contribuindo com 5 golos. Enfrenta, olhos nos olhos, alguns dos melhores jogadores da actualidade, realizando actuações de grande brilho e qualidade, que deliciam qualquer adepto de bom futebol e em particular, os adeptos de San Mamés, o que tem despertado o interesse de alguns dos colossos do futebol mundial que para o levar, terão que pagar a sua cláusula de rescisão que está avaliada em 38 milhões de euros.É sem dúvida um talentoso jovem jogador com um futuro muito promissor, Muniain, um miúdo maravilha do hoje para o amanhã.

Texto: Pedro MartinsFotos: vebidoo.de

MIÚDO MARAVILHA

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“A expressão natural de Bobby Robson é a de um homem

temendo que deixou o gás aberto”David Lacey sobre Bobby Robson

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01/05/12APOSTAS

Dia e hora: 02/05/2012 - 19h45Competição: Premier LeagueEvento: Chelsea x NewcastlePrognóstico: Vitória do ChelseaOdds: 1.53 (Bwin)

Um Chelsea que garantiu a final da Liga dos Cam-peões com um golo de Torres e depois de vencer por 6-1 com um hat-trick de El Niño, recebe a sen-sação da Liga Inglesa: o Newcastle.Apesar de maiores ou menores dificuldades, acre-ditamos que a equipa de Di Matteo vença este en-contro, para garantir um lugar na Champions Lea-gue da próxima época. 1.53 é uma boa odd.

Dia e hora: 02/05/2012 - 21h00Competição: Liga EspanholaEvento: Bilbao x Real MadridPrognóstico: Marcam as duas equipasOdds: 1.5 (William Hill)

Dia e hora: 02/05/2012 - 19h45Competição: Premier LeagueEvento: Chelsea x NewcastlePrognóstico: Golo de Fernando TorresOdds: 2.22 (Bet365)

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“Quero acabar cada jogo a suar e a sangrar”

Paolo Di Canio

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01/05/12EDITORIALCoordenação: Carlos Maciel e Ricardo Sacramento

Editor Chefe: João Sacramento

Direcção de arte e maquetização:Carlos Maciel

Redação: Tiago Soares, João Sacramento, Bruno Pinto, Pedro Martins, Bruno Gonçalves, Ricardo Sacramento, Carlos Maciel, Nelson Sousa

Publicidade: Ricardo Sacramento

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Lena Gercke é uma modelo e apresentadora de televisão alemã. Nesta foto, para a GQ alemã, aparece ao lado do seu namorado Sami Khedira, jogador do Real Madrid.

KHEDIRA E LENA GERCKE

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