jornal da oab americana - março/abril de 2013

12
Março/Abril de 2013 ano 08 Edição 90 48ª Subseção da OAB - Americana www.oabamericana.org.br Distribuição Gratuita Gestão 2013/2015 Presidente Antonio Marques dos Santos Filho Vice-Presidente Ana Cristina Zulian Secretário-Geral Rafael de Castro Garcia Secretária Adjunta Amanda Moreira Joaquim Tesoureiro Luiz Gustavo Fornazieiro Buzzo Tomou posse no último dia 14 de março, em solenidade realizada no Palácio das Convenções do Anhembi, o advogado e ex-presidente da Subseção, Ricardo Galante Andreetta. Pág. 06 Comissão de Comunicação Thais Cristina Rossi Baldin - presidente Milena Sylvia Arbix Helena Amorin Saraiva Katrus Tober Santarosa Ezequiel Berggren E-mail: [email protected] FECHAMENTO AUTORIZADO. Pode ser aberto pela ECT. COnSElhO SECCiOnAl EliAnA SArAiVA é A ADVOGADA EnTrEViSTADA DO MêS. PáG.06 Em 19 de março de 2013, iniciou-se em nossa Comarca o peticionamento digital obrigatório, instaurado pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, para os processos cíveis, de família e sucessões. Elaborou-se um ‘passo a passo’ para a utilização do novo sistema. Pág.04 PETiCiOnAMEnTO DiGiTAl Foto: Photl

Upload: moretti-fonseca-marketing-editorial

Post on 31-Mar-2016

224 views

Category:

Documents


4 download

DESCRIPTION

Jornal da 45ª Subseção da OAB-SP

TRANSCRIPT

Page 1: Jornal da OAB Americana - março/abril de 2013

Março/Abril de 2013 ■ ano 08 ■ Edição 90 48ª Subseção da OAB - Americana ■ www.oabamericana.org.brDistribuição Gratuita

Gestão 2013/2015PresidenteAntonio Marques dos Santos Filho

Vice-PresidenteAna Cristina Zulian

Secretário-GeralRafael de Castro Garcia

Secretária AdjuntaAmanda MoreiraJoaquim

TesoureiroLuiz Gustavo Fornazieiro Buzzo

Tomou posse no último dia 14 de março, em solenidade realizada no Palácio das Convenções do Anhembi, o advogado e ex-presidente da Subseção, Ricardo Galante Andreetta.Pág. 06

Comissão de ComunicaçãoThais Cristina Rossi Baldin - presidente Milena Sylvia ArbixHelena Amorin SaraivaKatrus Tober SantarosaEzequiel Berggren

E-mail: [email protected]

FECHAMENTO AUTORIZADO. Pode ser aberto pela ECT.

COnSElhO SECCiOnAl

EliAnA SArAiVA é A ADVOGADA EnTrEViSTADA DO MêS. PáG.06

Em 19 de março de 2013, iniciou-se em nossa Comarca o peticionamento digital obrigatório, instaurado pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, para os processos cíveis, de família e sucessões. Elaborou-se um ‘passo a passo’ para a utilização do novo sistema. Pág.04

PETiCiOnAMEnTO DiGiTAl

Foto: Photl

Page 2: Jornal da OAB Americana - março/abril de 2013

02 OAB Americana - Março de 2013

O novo presidente do Conselho Federal da OAB, Marcos Vinícius Furtado Coêlho, já no início de sua gestão, manifestou-se no sentido de que quer ver implementado um novo marco regulatório no ensino jurí-dico do país. A observação da realidade nos fala do acerto da medida, sem dúvida alguma. Há estabelecimentos que dizem ensinar Direito que são, em verdade, locais onde se praticam estelionatos em massa. Não preparam para nada. São verdadeiros caça-níqueis que se aproveitam da sim-plicidade dos meios habituais do ensino jurídico para ludibriar a boa-fé de muitos desavisados. O diploma que entregam ao final não serve para nada ou serve para muito pouco. É preciso - como ouvi - congelar a

abertura de novas faculdades no Brasil. URGENTEMENTE! A sociedade parece estar convicta desta realidade. Tanto assim que o pró-prio Ministério da Educação encampou a ideia. Mas o plano para ter sucesso precisa dar à OAB o poder do veto para novas escolas. Sem que isso ocorra o projeto malogrará. A pedra de toque do assunto, segun-do meu pensar, é dar à OAB o poder de veto para abertura de novas escolas. Congelamento e veto são medidas que se impõem e que a médio prazo restabe-lecerão o prestígio das boas faculdades e acabarão com as que forem considera-das inaptas. A OAB, mais do que direito de vetar, tem a obrigação de vetar escolas ruins.

Palavra do Presidente

Ensino jurídico

exPedienteEsse informativo é órgão oficial da da 48º Subseção de Americana, que não se responsabiliza por matérias, opiniões e conceitos em artigos assinados. OAB Americana - Rua Cristovão Colombo, 155 - Parque Residencial Nardini - Fone: (19) 3461.5181 - www.oabamericana.org.br

Presidente: Antonio Marques dos Santos Filho ([email protected]); Presidente da Comissão de Comunicação: Thais Cristina Rossi Baldin - email: [email protected] ; Realização: Moretti Fonseca - Texto e Edição de Arte: Marcelo Moretti ([email protected]) - Jornalista responsável: Isabela Fonseca - MTb: 48545 ([email protected]), www.MOrETTiFOnSECA.COM.Br - PARA ANUNCIAR: (19) 3407-7342 - DiSTriBUiÇÃO GrATUiTA - Distribuição a todos os advogados inscritos, alunos de Direito das universidades locais, Fórum, Delegacias, Prefeituras, Câmara Municipal, Cartórios, Justiça do Trabalho, Ministério Público, Juizado Especial Cível, Juizado Especial Criminal, Juizado Especial Federal, repartições Públicas, Empresas e Locais de Grande Circulação. Abrangência: Americana, Nova Odessa e Santa Bárbara. impressão: Gráfica Mundo - www.graficamundo.com.br - (19) 3026.8000.

assistência judiciária

SEGUNDA 1Carlos Roberto de CamposCarmen Silvia Ardito PaixãoCarolina M. Ferreira Pessoa

TERÇA 2Caroline SimoneCaubi Luiz PereiraCelio Benedicto Rodrigues

QUARTA 3Celio Jose RodriguesCelma Ap. Rodrigues da S. OrtegaCelso Scanhola

QUINTA 4Claudia Akiko FerreiraClaudia Raquel Biagio AssisClaudinei Cabral

SEXTA 5Cláudio TortamanoCleide Coletti MilanezCloris R. Marcello Vital

SEGUNDA 8Conceição Ap. FagionatoCristiane Caetano de O. AzevedoCristiane F. Silva de Souza

TERÇA 9Cristiane Lourenço CamaniniCristiano de Oliveira DomingosCristina Caetano Sarmento Eid

QUARTA 10 Cybele Ap. H. D. da SilvaDaiane Santos de Falco FavaroDaniel Gonçalves do Prado

QUINTA 11Daniel Sanflorian SalvadorDaniela Ap. BaraldiDaniela Pinheiro

SEXTA 12Daniella Brambilla FrizoDanielle Cristina Miranda do PradoDanillo Binotto

SEGUNDA 15Demetrius Afonso TuchiDeuber Claiton AraújoDiego Mario Felipe

TERÇA 16Diomar Boni RibeiroDirce Gutieres SanchesDina Maria Patrício

QUARTA 17Douglas Ant. Dell AgneseEder de Almeida de SousaEdevaldo de Souza Machado

QUINTA 18Edmilson Francisco PolidoEduardo BrianezEliana Fola Flores

SEXTA 19Eliana Rossini CarvalhoEliane Derenci SanchesEliete Brambila Machado

SEGUNDA 22Elisangela Vieira S. HorschutzEliton SgardioliEmerson Adagoberto Pinheiro

TERÇA 23Enrico Gutierres LourençoErica Alessandra IcassattiErica Bodemeier

QUARTA 24Estefano Lee DamascenoEunice FerreiraEva Maria dos Santos Carlomagno

QUINTA 25Evelise Cristine FrizzarimEzequiel BerggrenFabio Aparecido Boni

SEXTA 26Fátima Sueli ColetoFayna PossariFelix Sgobin

SEGUNDA 29Fernanda Batagin DanielFernanda BortolettoFernanda Lima da Silva de Oliveira

TERÇA 30Fernanda Mazzarino costaFernando Brasiliano SalernoFlavia dias Pilato Tonini

Escala de Plantão ABril

uMa MulHer À Frente de seu teMPo

Pioneira, Myrthes Gomes de Campos foi a primeira mulher a exercer a advocacia no Brasil. Não bastasse, constituiu-se na primei-ra do gênero a fazer parte do Instituto dos Advogados Brasileiros IAB, - entidade má-xima do conhecimento jurídico na prática da

advocacia no país à época, órgão instala-do por ato oficial em 7 de agosto de 1843. Por outro lado, o IAB veio a ser o res-ponsável pela criação da Ordem dos Advogados do Brasil. Assim, Myrthes rompeu com os precon-ceitos de uma sociedade eminentemente machista e patriarcal, em julho de 1906.Nascida em 1875 na cidade de Macaé, no Rio de Janeiro, ingressou na carreira pública e em 1910, quando ocupou o car-go de delegada do Ministério da Justiça e Negócios. Estudou no Liceu de Humanidades de Campos e desde menina se interessou pelo estudo das leis, apesar da total falta de apoio da própria família. Contra toda a

ideologia da época, que reservava às mulheres espaço apenas para as lides domesticas, foi para a capi-tal do Rio de Janeiro e bacharelou-se no ano de 1898 na Faculdade Livre de Ciências Jurídicas e Sociais, atual Faculdade Nacional de Direito. Através desta figura exemplar, homenageamos todas as colegas advogadas.

ANA MARIA PELAIS BENOTI Presidente da Comissão de Mulher AdvogadaFoto: Reprodução.

Pedimos aos advogados e advogadas inscritos na 48a Subseção (Americana) que procurem a funcionária IVONE na Casa do Advogado com o objetivo de atualizar telefones, e-mails e endereços. Há muitas comunicações que precisam ser feitas no interesse de todos. Sem dados atualizados não nos é possível fazê-las a contento.

aviso

Page 3: Jornal da OAB Americana - março/abril de 2013

OAB Americana - Março de 2013 03

coMissão da MulHer advogada

A Subseção de Americana possui atualmente mais de 50% de seus quadros representado por mulheres. Este dado revela o quanto é expressiva a pre-sença da mulher no âmbito da advocacia local. Neste contexto, a Comissão da Mulher Advogada possui importância destacada, uma vez que tem a relevante função de integrar as mulheres nas mais diveresas atividades que são desenvolvidas pela direção local da Ordem, mo-tivando-as para que participem ativamente das ações empreendidas, tanto nos momentos de congraçamento, quanto naqueles em que estejam envolvidos os interesses maiores da advocacia. Impende destacar, outrossim, que a Comissão tem ainda por objetivo basilar, orientar a mulher advogada quanto aos seus direitos e prerrogati-vas, para que jamais esmoreçam frente ao pre-conceito ou em face de atos que possam ensejar eventual desvalorização profissional ou mesmo humana, o que infelizmente ocorre em nosso meio, ainda que de forma velada. A aproximação, - e o que é ainda mais rele-vante, - a integração ao orgão de classe, propor-cionará, a todas nós, uma saudável convivência capaz de estimular e materializar o surgimento de novas e gratas amizades e, especialmente, de li-deranças até então não conhecidas. Com fulcro nestas propostas, nossa Comissão promoveu no dia 08 de março passado, - Dia Internacional da Mulher, - palestra comemorativa,

cujo tema foi O Tráfico de Mulheres, ministrada pela colega advogada Juliana Felicidade Armede, que brilhantemente dissertou sobre a problemáti-ca. Esta feliz iniciativa se traduziu num momento de congraçamento entre a classe, oportunidade em que foi servido café-da-manhã, seguido de sorteio de brindes às colegas presentes. Por outro lado, são vários os projetos que a Comissão pretende colocar em prática durante esta nova gestão, todos com a finalidade de va-lorizar a mulher advogada, de modo a mitigar as dificuldades por elas enfrentadas no transcorrer da carreira. Buscando facilitar o contato, esclarecemos que a Comissão é composta pelos seguintes mem-bros:

ANA MARIA PELAIS BENOTIALINE GAGLIARDO MESTRINERVERGINIA CHINELATOKELLY CRISTINA FÁVERO MIRANDOLALUCIANA ZANINIMAYNE HORTENSEPAULA BAZANELLI MARQUES

Assim, ficamos na expecatativa confiante de contar com a colaboração dos colegas nessa em-preitada, ao mesmo tempo em que nos coloca-mos à disposição de todos para críticas e suges-tões, sempre com o intento de aprimorar nossas ações.

Page 4: Jornal da OAB Americana - março/abril de 2013

04 OAB Americana - Março de 2013

Passo a Passo de PeticionaMento digital no tj-sP

Em 19 de março de 2013, iniciou-se em nossa Comarca o peticionamento digital obrigatório, instaurado pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, para os processos cíveis, de família e sucessões. Elaborou-se um ‘passo a passo’ para a utilização do novo sistema. (Diego M. Felipe, presidente da Comissão de Informática)

- Primeiramente devemos acessar o site do ESAJ, que é https://esaj.tjsp.jus.br/.- Nesta página clicamos no canto superior direito no botão “Identificar-se”, assim abrirá a tela acima.- Neste instante podemos inserir o token ou a leitora de cartão juntamente com a car-teira profissional já devidamente habilitados com a assinatura digital.- Depois é só clicar em “Entrar” no item destacado e inserir sua senha.- Lembre-se de inserir corretamente a senha pois o sistema inibe seguidos erros che-gando a bloquear a assinatura após o terceiro erro, então cuidado.

- Após a identificação veremos este menu à esquerda, note que seu nome aparecerá no canto superior direito, no item destacado 1.- Dentro do Menu procure por “Peticionamento Digital” e em seguida em “Petição Inicial de 1º Grau” se for distribuir uma nova ação, conforme o item destacado 2.- Caso deseje protocolizar uma intermediária clique no item “Petição Intermediária de 1º Grau”, conforme o item destacado 3º, neste exemplo distribuiremos uma Inicial.

- Após realizar o passo anterior chegaremos à esta tela. No nosso exemplo será ajui-zado um divórcio.- Os itens são auto explicativos e cada marcação com o asterisco (*) demonstra que aquela informação é obrigatória.- No item 1 selecionamos o foro, no 2 a competência, no 3 a classe, no 4 o assunto principal, no 5, opcionalmente, podemos inserir um outro assunto que complemente o entendimento da ação, no item 6 é inserido o valor da demanda e por fim podemos selecionar se o assunto tratado é de segredo de justiça ou não.- Quando se clica na lupa para selecionar qualquer item abrirá um grande número de opções, mas para auxilia-lo foi introduzida uma ferramenta de busca, nela é só digital o assunto que aparecerá as opções.- Agora há duas opções, caso esteja tudo certo é só clicar em “Avançar”, conforme o item 8, mas caso precise parar você pode clicar em “Salvar e continuar depois”, destacado no item 7.

- Ao avançar chegaremos a tela de Cadastro, nesta tela deveremos preencher todos os itens conforme solicitado e clicar em “Confirmar”.- Cada parte deverá ser inserida individualmente, seja ela Requerente, Requerida e Advogado, sempre clicando em “Confirmar”.- O advogado peticionante não precisa se inserir, devendo este campo ser preenchido com os dados dos outros advogados constantes na procuração.

- Depois de todas as partes e advogados inseridos chegaremos à esta tela, onde caso haja algum equívoco, ainda será possível editar e/ou excluir a parte, nos dois botões acima do “Adicionar”.- Revise bem esta parte, mas conforme já expomos anteriormente, caso precise parar ainda há a opção “Salvar e continuar depois”, mas se estiver tudo correto é só clicar em “Avançar”.

- Agora iremos efetivamente juntar a inicial e documentos necessários a ação.- Primeiramente clique no item 1 e selecione o tipo do documento a ser juntado, como a Petição Inicial. Agora abrirá uma caixa de diálogo onde você conseguirá procurar o documento desejado.- Lembre-se que cada documento poderá ter no máximo 300kb (kilobytes) e deverão estar no formato PDF. Caso necessite dividir a inicial ou os documentos é só desmem-bra-los ficando dentro do limite estabelecido e identificando como Parte 1, 2, 3, etc.- Para juntar outros documentos o procedimento e requisitos são exatamente os mes-mo, só repetir os passos até anexar todas as peças que instruem sua Inicial.- Os documentos juntados devem estar todos legíveis, assim, caso ainda tenha algu-ma dúvida acerca do documento juntado é só clicar em “Visualizar”.- Com tudo revisado, é só selecionar a opção em que você declara que todos os do-cumentos estão legíveis e clicar em “Assinar e enviar”. Neste instante aparecerá uma nova caixa de diálogo que solicitará sua senha do certificado digital.- Lembre-se, todo o procedimento deve ser realizado com seu dispositivo de certifica-ção digital conectado e não o retire em nenhum instante.

- Após cumprir todos os passos você chegará à esta tela, onde estão todos os dados de sua nova ação.- Você também receberá um email com o protocolo, no endereço registrado pelo sistema.- Caso necessite distribuir uma nova ação ou petição é só clicar no botão correspon-dente, mas se você já tiver finalizado é só clicar em sair, no canto superior direito, e certificar que nenhuma outra página que esteja utilizando o certificado digital.- Depois de finalizado você poderá efetuar o procedimento de desconexão do seu dispositivo de certificação digital para retira-lo em de seu computador.Por este mês ficamos por aqui, ainda há outros procedimentos a serem comentados mas este passo a passo já serviu para elucidar e demonstrar que o peticionamento digital veio para facilitar a advocacia e demais esferas do poder judiciário.

PARAANUNCIAR

LIGUE (19)3407.7342

NOJORNAL

DAOAB AMERICANA

Page 5: Jornal da OAB Americana - março/abril de 2013

OAB Americana - Março de 2013 05

artigo

Juliana Felicidade ArmedeSecretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo - Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas.

Fui convidada pelo Jornal da OAB de Americana, logo após o encontro ocorrido no último dia 08 de março, na Sede da OAB – oportunidade onde conversamos sobre o trá-fico de pessoas e os trabalhos da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo – para escrever um ar-tigo sobre o tema abordado em nosso encon-tro. Atuo há um ano e meio como Coordenadora dos Programas Estaduais de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Combate ao Trabalho Escravo. São frentes de trabalho da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo. Antes, e estou, neste momento, afastada dessas ati-vidade, exercia a advocacia e o magistério. Sim, somos colegas e me orgulho muito dis-so! Durante este pequeno período, suficiente para aprender muitas coisas, identifiquei e ouvi muitas ideias e muitas pessoas falando sobre o que seria o tráfico de pessoas, sobre o que deve ser feito para enfrenta-lo e sobre a história dessa forma de exploração humana, que insiste em existir ainda no século XXI. Entre as inúmeras ações, principalmente, no que tange as previstas no recente lança-mento do II Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, existe um pedaço de vontade de enfrentar o problema criado pela união de ideias e trabalhos de pessoas desta região de Americana. No ano de 2011, a Secretaria da Justiça, em parceria com representantes deste município e de outros municípios da região, por meio dos parceiros que atuam no Comitê Regional de Campinas, promoveu uma audiência pú-blica para ouvir o que seria importante cons-tar como ação para o II Plano Nacional. É por acreditar no trabalho daqueles que mesmo sem saber exatamente o que fazer para solucionar o problema, arriscaram par-ticipar de debates e não deixaram as dúvi-das acomodá-los em algum lugar comum e distante da oportunidade de agir como um

cidadão. E esse foi o tema do encontro de 08 de maio de 2013. A sugestão apresentada no encontro é a de que possam todas e todos os colegas com-preenderem de que forma podem promover as chamadas políticas de base: educação, saúde, moradia, proteção da infância e juven-tude, transporte, trabalho, assistente social, acesso a justiça, garantia da probidade ad-ministrativa, segurança pública e cidadania. Os advogados são atores sociais que de-têm em suas mãos a possibilidade de não só atuarem em ações judiciais, contenciosas e, muitas vezes, pouco eficazes. Na medida em que são atores sociais de transformação e devem ter olhos para a compreensão sobre o funcionamento das políticas públicas de base em seus municípios, de modo a intervir, ques-tionando e promovendo soluções para direi-tos que, uma vez não respeitados, garantem que uma pessoas caminhe em direção a uma condição de exploração humana e, com isso, engrosse as filas de potenciais vítimas do trá-fico de pessoas. Na medida em que falhamos nas políticas de base, insisto em dizer, e procurei mostrar isso em nosso encontro, falhamos no enfren-tamento ao tráfico de pessoas. Quando uma pessoa não vislumbra em sua vida oportunidades de crescimento, quando não tem acesso a caminhos que a levem para um lugar melhor, quando houve, durante mui-to tempo, negativas de acesso as políticas sociais básicas têm a fórmula para produção da vítima do tráfico de pessoas. Indaguei os presentes, em tom de brinca-deira, se numa oportunidade de trabalho, pre-feririam ir para um Estado do Brasil ou gosta-riam de ir, seja como for, para Paris. Todas riram. Acho que a resposta é clara quando nossa visão de um lugar desenvolvido, belo e com oportunidades, ao menos dentro daqui-lo que entendemos como oportunidade, nos move para atitudes que mudam nossa vida. Para o bem ou para o mal. Na medida em que toda pessoa é cidadã, detentor de direitos e deveres, com acesso a informação e conhecedora crítica das opor-tunidades que a vida lhe apresenta, teremos menos gente explorada e menos gente explo-radora. É por esse motivo, bem como pelo motivo de que acredito ser a mulher dona de sua história, responsável pela formação cidadã dos seus filhos, sobrinhos, vizinhos, maridos, amigos, companheiros de trabalho, enfim, protagonista da severa missão de educar para o mundo, que lembrei, logo no título des-te artigo que tudo isso depende, também, de todas nós! Forte e Afetuoso abraço para vocês, mu-lheres advogadas!

Tráfico de Pessoas e a Garantia de Direitos no Século XXi: Tudo isso depende, também, de todas nós!

Page 6: Jornal da OAB Americana - março/abril de 2013

06 OAB Americana - Março de 2013

entrevista eliana saraiva

Onde nasceu?Nasci no Estado de São Paulo, num distrito chamado Tapinas , na comarca de Itápolis. Daí no cadastro do Processo Eletrônico Judicial travava tudo porque na Carteira da OAB consta Tapinas, e no Cadastro junto a Receita Federal consta a Comarca de Itápolis. Até descobrir isto foi um stress... ô vilinha danada. Confessa a idade?Sim. Completo 62 anos em outubro/2013 e aproveito para in-serir um comentário de uma querida amiga : “ a verdade é que ninguém quer envelhecer “. Penso que é isto mesmo, e o melhor que podemos fazer é enfrentar este fato inexorável com coragem e bom senso.

Onde se formou e em que ano?No ano de 1.980, quando nasceu minha primeira filha.

Por que escolheu cursar Direito?Na verdade foi o possível dentro das circunstâncias da minha vida naquela época.

Se lembra do momento mais marcante da carreira?Uma coisa boa é minha filha Helena trabalhar na comissão res-ponsável por este jornal, que voltou à circulação por iniciativa minha na gestão do Dr. Eraldo dos Santos . lembra-se de algum fato engraçado no exercício profissio-nal?Não foi engraçado, mas emocionante. Meu primeiro caso foi um divórcio e faltava-me a experiência necessária para distancia-mento do sofrimento da minha cliente. Chorei com ela. Quando finalmente ganhamos a ação, ela me enviou flores.

Tem algum sonho não realizado?Muitos e variados. Porém , a vida não foi madastra comigo. Deu-me muito mais do que mereço.

O livro não-jurídico que mais gostou de ler?Adoro ler. O livro do momento está contido na Bíblia . É o livro dos Provérbios. Ler, parar, pensar e praticar.

O que faz nas horas vagas? Tem algum hoby?Posso dizer que sou aquela mulher da dupla jornada. Levanto-me às 05:00 três vezes por semana e vou para a academia, por-que a vida já me avisou que não terei segunda chance. Também curso inglês para fugir do alemão terrível. Pretendo viajar um pouco, mais adiante.

O que tira você do sério?Mentiras. Falta de coerência e de enfrentamento perante os fatos da vida. Gosto muito da frase que um jornalista registrou : “ Errar todos vamos, por conta da nossa natureza humana, porém o que faz a diferença é a atitude que se toma ao se descobrir o erro “

O que mais gosta em Americana?Gosto muito de Americana. Viajar é bom, mas voltar não tem preço. Desculpem-me o bairrismo, mas gosto da Avenida Brasil.

O que mudaria em Americana?Eu mudaria por primeiro aquilo que é problema geral neste nosso país , o atendimento na área de saúde. Não se pode brincar com a vida. Ela é sagrada.

Em que se considera muito ruim?Percebo-me um tantinho antipática, ou tímida talvez.

O que não pode faltar em sua geladeira?Gosto de tudo. Este é o problema, mas não saberia viver num mundo sem frutas.

Um cantor?É de época, cada vez que surge um bom ele é o da vez...

Uma cantora?Idem, porque são tantas as que nos emocionam...

A música preferida?Perhaps..

Um lugar do mundo que deseja conhecer?Conhecer melhor o Brasil. Nossas belezas. Nosso povo. Nossa gente.

Um lugar do mundo onde voltaria?Estados Unidos da América do Norte. Sempre.

Um filme inesquecível?Os três últimos assistidos :Lincoln, Amor e O Lado Bom da Vida.

O que gostaria de dizer aos futuros advogados?Jamais tirar da mente que quando uma pessoa entrega uma causa na sua mão, para você é um processo, mas para seu cliente é algo que o atormenta, que ele se sente lesado, injustiça-do e que espera o seu melhor empenho. E aproveitar para lem-brar do que disse noutro dia numa reunião, o atual presidente da 48ª aqui em Americana, Dr. Antonio Marques dos Santos Filho : o advogado precisa agir com bondade.

Se não fosse advogado qual outra profissão escolheria?Gostaria de ser em primeiro lugar : advogada, em segundo lugar : advogada , em terceiro lugar : advogada. Não me vejo exercendo outra profissão.

Um povo que admira?Meu conhecimento de política e história não é assim tão grande para responder a esta pergunta. Gosto da Itália porque entre outras coisas, 80% do acervo das obras de artes produzidas pela humanidade estão lá. Gostaria de agradecer a alguém por algum motivo?Agradeço a Deus que me dá o dom da fé e me faz caminhar, iluminando o meu caminho.

Quem gostaria de ver entrevistado na próxima edição?A advogada ANA CRISTINA ZULIAN. Ela está trabalhando na diretoria da OAB local, já há várias gestões. Isto para mim denota competência e dedicação.

conselHo secional da ordeM dos advogados do Brasil, seÇão são Paulo

Assim como cada uma das mais de duzentas Subseções atualmente criadas e instaladas em nosso Estado, o Conselho Secional é um órgão da Ordem dos Advogados do Brasil, conforme previsão contida no artigo 45, inciso II, da Lei 8.906/94 (EAOAB). Na atual gestão (2013/2015) o Conselho é composto por 161 (cento e sessenta e um) Conselheiros, entre efetivos e suplentes. O Presidente do Instituto dos Advogados é, por Lei, membro honorário com direito a voz, em suas sessões. O Presidente do Conselho Federal, os Conselheiros Federais integrantes da respectiva delegação, o Presidente da CAASP, bem como os Presidentes de Subseções, também possuem direito a voz. A competência do Conselho está contida no artigo 58 do Estatuto da Advocacia e da OAB. Em nosso Estado, o Conselho se reúne em sessões or-dinárias realizadas uma a cada mês. Dentre inúmeras ma-térias relevantes e de interesse da classe dos advogados, já debatidas neste início de gestão, destaco a aprovação da proposta de alteração do Regimento Interno da OAB/SP, apresentada através de exemplar parecer elaborado pelo Conselheiro Fernando Castelo Branco, a qual elimi-nou a exigência temporal de 05 (cinco) anos de inscrição nos quadros da Entidade, para integrar as suas respectivas Comissões. Esta alteração permitirá ao jovem advogado atuar, de forma mais ativa, nos trabalhos que serão realiza-dos ao longo deste próximo triênio. O presidente eleito Marcos da Costa, seus diretores, bem como todos os Conselheiros Estaduais e Federais foram empossados no último dia 14 de março, em soleni-dade realizada no Palácio das Convenções do Anhembi, em São Paulo, evento este marcado pela união da classe. Lideranças de todo o Estado prestigiaram a posse, cujo evento contou com a presença, dentre outras autoridades, do Governador do Estado Geraldo Alckmin, do Presidente do Conselho Federal da OAB Marcus Vinicius Furtado Coelho, do ex-presidente da OAB/SP e atual Conselheiro Federal da OAB Luiz Flávio Borges D`Urso. O Presidente Marcos da Costa enfatizou, em seu emo-cionado discurso, que estará sempre empenhado para enfrentar os desafios que a advocacia tiver pela frente, mencionando, dentre outros temas, o processo eletrônico. Estamos honrados por representar nossa estimada 48ª Subseção da OAB/SP – Americana e integrar tão seleto colegiado de lideranças da advocacia deste Estado, no Conselho da OAB/SP. Ao longo desta jornada e ao lado dos valorosos Conselheiros, estaremos desenvolvendo um trabalho in-cessante na busca voltada à valorização da advocacia, na defesa intransigente de nossas prerrogativas profissio-nais, zelando, ainda, pelo cumprimento dos deveres éticos. Externo o meu mais profundo agradecimento a todos que depositaram, mais uma vez, um voto de confiança em mi-nha pessoa, para que eu possa continuar a desenvolver, agora na esfera do Conselho, trabalhos em prol da estima-da classe dos advogados.

Ricardo Galante AndreettaConselheiro Secional da OAB/SP.

A entrevistada desse mês é advogada há 32 anos, casada com o também advogado Dr. Valdivino de Souza Saraiva e mãe de duas filhas, Helena e Raquel. Conheça um pouco desta simpática colega.

Page 7: Jornal da OAB Americana - março/abril de 2013

OAB Americana - Março de 2013 07

PrêMio “MulHeres destaques do ano”

A Câmara Municipal de Americana realizou no dia 8 de março, solenidade de entrega do prêmio de “Mulheres Destaques do Ano” a dezenove ho-menageadas que se destacaram no exercício de suas atividades em Americana. A homenagem foi motivada por um projeto de decreto legislativo de autoria do vereador Thiago Brochi (PSDB). A advogada inscrita na Subseção, Yara Prudente Corrêa Romano foi uma das homena-geadas. Participaram da solenidade o presidente da Câmara Municipal de Americana, vereador Paulo Chocolate (PSC), a deputada federal Aline Corrêa (PP), o deputado estadual Cauê

Macris (PSDB) e os vereadores Adelino Leal (PT), Antonio Carlos Sacilotto (PSDB), Capitão Crivelari (PSD), Celso Zoppi (PT), Eduardo da Farmácia (PSDB), Joãozinho do Quiosque (PSB), Leonora do Postinho (PPS), Luiz da Rodaben (PP), Luiz Renato (PC do B), Marco Antonio Alves Jorge, Kim (PDT), Moacir Romero (PT), Oswaldo Nogueira (DEM), Dr. Otto Kinsui (PMDB), Pedro Peol (PV), Reinaldo Bigotex (PC do B), Thiago Brochi, Tonhão do Veteranos (PMDB) e Dr. Ulisses Silveira (PV), além de convidados e familiares das homena-geadas.

Advogada Yara Prudente Corrêa romano recebe homenagem

Foto: Beatriz Chiarelli (As. de Imprensa da Câmara de Americana.

Page 8: Jornal da OAB Americana - março/abril de 2013

08 OAB Americana - Março de 2013

STF julga parcialmente inconstitucional emen-da dos precatóriosO Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), por maioria, julgou parcialmente procedentes as Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) 4357 e 4425 para declarar a inconstitucionalida-de de parte da Emenda Constitucional 62/2009, que instituiu o novo regime especial de paga-mento de precatórios. Com a decisão, foram de-clarados inconstitucionais dispositivos do artigo 100 da Constituição Federal, que institui regras gerais para precatórios, e integralmente incons-titucional o artigo 97 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), que cria o regime especial de pagamento. O regime especial instituído pela EC 62 consis-te na adoção de sistema de parcelamento de 15 anos da dívida, combinado o regime que destina parcelas variáveis entre 1% a 2% da receita de estados e municípios para uma conta especial voltada para o pagamento de precatórios. Desses recursos, 50% são destinados ao pagamento por ordem cronológica, e os valores restantes a um sistema que combina pagamentos por ordem crescente de valor, por meio de leilões ou em acordos diretos com credores. Na sessão desta quinta-feira (14), a maioria dos ministros acompanhou o relator, ministro Ayres Britto (aposentado), e considerou o artigo 97 do ADCT inconstitucional por afrontar cláusulas pé-treas, como a de garantia de acesso à Justiça, a independência entre os Poderes e a proteção à coisa julgada. O redator do acórdão, ministro Luiz Fux, anunciou que deverá trazer o caso nova-

STF julga parcialmente inconstitucional emenda dos precatóriosmente ao Plenário para a modulação dos efeitos, atendendo a pedido de procuradores estaduais e municipais preocupados com os efeitos da deci-são sobre parcelamentos em curso e pagamentos já realizados sob a sistemática da emenda.

Artigo 100

Na sessão de quarta-feira (13), o Plenário já havia decidido pela inconstitucionalidade de dispositi-vos do artigo 100 da Constituição Federal, com a redação dada pela emenda, considerando par-cialmente procedentes as ADIs em pontos que tratam da restrição à preferência de pagamento a credores com mais de 60 anos, da fixação da taxa de correção monetária e das regras de compen-sação de créditos.

Ministro luiz Fux

O ministro Luiz Fux reiterou os fundamentos de seu voto-vista concluído na sessão de ontem (13), posicionando-se no mesmo sentido do relator, pela inconstitucionalidade das regras da EC 62. De acordo com o ministro Fux, a forma de paga-mento prevista no parágrafo 15 do artigo 100 da Constituição Federal e detalhada pelo artigo 97 do ADCT é inconstitucional. Ele considerou, entre os motivos, o desrespeito à duração razoável do processo, uma vez que o credor quer um resul-tado palpável para a realização do seu direito de receber a quitação da dívida. Na opinião do ministro Fux, “não se pode dizer que a EC 62 representou um verdadeiro avanço enquanto existir a possibilidade de pagamento de precatório com valor inferior ao efetivamente devido em prazo que pode chegar a 80 anos”. O ministro destacou ainda que esse regime não é uma fórmula mágica, viola o núcleo essencial do estado de direito. “É preciso que a criatividade dos nossos legisladores seja colocada em prática conforme a Constituição, de modo a erigir um re-gime regulatório de precatórios que resolva essa crônica problemática institucional brasileira sem, contudo, despejar nos ombros do cidadão o ônus de um descaso que nunca foi seu”, afirmou.

Ministro Teori Zavascki

O ministro Teori Zavascki manteve a conclu-são de seu voto, pela improcedência das ADIs, também já proferido ontem (13). “Continuo enten-dendo que a disciplina relativa ao pagamento de precatório está dentro do poder constituinte deri-vado, e continuo achando que é um exagero su-por que a disciplina dessa matéria possa atentar contra a forma federativa de Estado; voto direito, secreto, universal e periódico; separação de po-deres; ou que tenda a abolir direitos e garantias individuais”, salientou. O ponto central do debate, conforme ele, é a conveniência ou não da fórmula encontrada pela EC 62 para solucionar a questão. Para o ministro Teori Zavascki, o Supremo tem que estabelecer como parâmetro não o que entender como ideal

sP

para o pagamento de precatório, mas deverá ser feita uma escolha entre o sistema anterior e o sis-tema proposto pela emenda. “Não podemos fugir de uma verdade: que o modelo anterior era mais perverso ainda. Os estados inadimplentes estão inadimplentes há 15, 20 anos ou mais”, disse.

Ministr rosa weber

A ministra Rosa Weber acompanhou integralmen-te o voto do relator no sentido da procedência das duas ADIs e julgou inconstitucional o sistema es-pecial preconizado pela EC 62. “Subscrevo, na ín-tegra, os fundamentos do voto do relator, ministro Ayres Britto, quando conclui que os dois modelos especiais para pagamento de precatórios afron-tam a ideia central do Estado democrático direito, violam as garantias do livre e eficaz acesso ao Poder Judiciário, do devido processo legal e da duração razoável do processo e afrontam a au-toridades das decisões judiciais, ao prolongar, compulsoriamente, o cumprimento de sentenças judiciais com trânsito em julgado”, afirmou ela. “Não se trata de escolher entre um e outro regime perverso”, observou ela. “Ambos são perversos. Teremos que achar outras soluções”.

Ministro Dias Toffoli

Para o ministro Dias Toffoli, o artigo 97 do ADCT, segundo a redação dada pela EC 62, não ofende a coisa julgada, pois não interfere no valor da condenação. O ministro citou ainda o decidi-do na ADI 1098, segundo o qual todo o processo de precatório tem caráter administrativo. Para o ministro, a EC 62 não ofende cláusula pétrea, o Poder Judiciário nem a coisa julgada. “O que a emenda tentou fazer foi dar racionalidade ao sis-tema, instituindo também uma série de responsa-bilizações ao Estado”, afirmou o ministro, votando pelo indeferimento do pedido feito nas ADIs.

Ministra Cármen lúcia

Acompanhando o relator pela procedência das ADIs em relação ao parágrafo 15 do artigo 100 e em relação ao artigo 97 do ADCT, a mi-nistra Cármen Lúcia entendeu que há, sim, ofen-sa à Constituição Federal no texto da Emenda Constitucional. Segundo ela, o valor da conde-nação é definido judicialmente, e há ofensa à Constituição Federal se um regime não oferece solução para o credor. “Não é por reconhecer que o sistema anterior era pior que eu poderia dar o meu aval”, afirmou. “Não seria honesto comigo, nem com o cidadão”. A ministra chamou atenção para o disposto no parágrafo 15 do artigo 100, que prevê a possibi-lidade de lei complementar federal estabelecer regime especial de pagamento, ao que se ante-cipou o artigo 97 do ADCT, fixando um na forma especifica. “O que é preciso que seja lido, e o que os procuradores dos estados certamente veri-ficaram, é que há outros caminhos postos, que não só esse regime. Até mesmo aquele apontado

no parágrafo 16 do artigo 100, que permite que a União possa financiar diretamente os Estados para perfazer os precatórios” afirmou.

Ministro Gilmar Mendes

O ministro Gilmar Mendes, que na sessão no dia 6 de março já havia votado pela improcedên-cia das ADIs, acrescentou, na sessão de hoje, que considera a legislação atual um avanço, pois o modelo de cálculo de correção monetária de precatórios em vigor anteriormente praticamente impossibilitava o pagamento das dívidas dos es-tados. De acordo com o ministro, a EC 62 é uma fórmula de transição com o objetivo de superar um estado de fato inequivocamente inconstitucio-nal. “Mas não é inconstitucional desde a Emenda 62, na verdade estamos a falar de débitos que se acumularam ao longo do tempo”, sustentou. O ministro afirmou que, segundo dados do Colégio Nacional de Procuradores-Gerais, o novo modelo institucional, que determina a vinculação de receitas e prazo máximo para quitação, criou um quadro diferente e permitiu que diversos esta-dos paguem suas dívidas judiciais, além de pos-sibilitar a outros que aumentassem significativa-mente o valor dos créditos. Ele citou, entre outros, o caso de São Paulo, cujo passivo de precatórios caiu de R$ 19 bilhões, em 2009, para R$ 15 bi-lhões em dezembro de 2012. De acordo com o ministro, caso haja retorno à regra original da Constituição de 1988, pois a vigência da Emenda 30 sobre o mesmo assunto também está suspensa, restará ao Tribunal ape-nas a opção de declarar intervenção nos estados para garantir a coisa julgada e o direito adquirido. “A medida vem cumprindo essa função. Qual é o sentido de declarar sua inconstitucionalidade e retornar ao texto original? Para dizer que o caos é o melhor que a ordem?”, questionou.

Ministro Marco Aurélio

Em relação ao artigo 97 do ADCT, o ministro Marco Aurélio julgou parcialmente procedentes as ADIs. Para ele, o regime especial trazido pela nova redação do artigo está limitado aos débitos vencidos, caso contrário, o sistema se perpetu-aria. “Não pode esse regime especial de paga-mento ultrapassar esse período de 15 anos, sob pena de perpetuarmos a situação que o motivou”, avaliou o ministro, ressaltando que o artigo 97 de-veria viger por período certo. De acordo com ele, se o sistema é transitório, “ele não pode transitar no tempo de forma indeterminada”, uma vez que a EC 62 visou afastar o impasse da não satisfação de valores à época. “Se não houver a liquidação dos débitos em 15 anos é porque realmente não há vontade política de se observar o que quer a Constituição Federal, que a todos indistintamente submete”, salientou. Ele acrescentou que o titular de precatório que fizer, a qualquer tempo, sessenta anos de idade, terá preferência. Quanto ao índice da caderneta de poupança

Page 9: Jornal da OAB Americana - março/abril de 2013

Tratamento Ronco/ApneiaTratamento

Ronco/ApneiaMedicina Medicina Legal

e Perícias Médicas

Americana,SP Fone: (19) 3462-2727www.clinicatruite.com.br

Dr. Nestor TruiteCRM 22646

MÉDICO ESPECIALISTA

Dra. Cleusa TruiteCRO 18378

APARELHO INTRA-ORALCPAP

POLISSONOGRAFIA

Clínica Truite

OAB Americana - Março de 2013 09

STF julga parcialmente inconstitucional emenda dos precatóriospara atualização dos créditos, o ministro afastou tal incidência. “O que se tem na caderneta é um todo que confunde a reposição do poder aquisiti-vo com os juros, a junção”, disse. O ministro lem-brou que, na análise do artigo 100, ele votou afas-tando não só a reposição do poder aquisitivo pelo índice utilizado quanto à caderneta de poupança, como também afastando os juros da caderneta.

Ao analisar os dispositivos questionados nas ADIs, o ministro concluiu pela supressão de al-gumas expressões. “Onde tivermos que podar o artigo 97 para tornar realmente suprema a Constituição Federal, devemos podar”, disse.

Ministro ricardo lewandowski

O voto do ministro Ricardo Lewandowski acom-panhou o do ministro Marco Aurélio em alguns pontos, no sentido de afastar expressões conti-das no artigo 97 do ADCT. Ele declarou incons-titucionais partes dos dispositivos que tratam da atualização dos créditos com base no índice da caderneta de poupança (inciso II do parágrafo 1º e parágrafo 16 do artigo 97 do ADCT), mas admi-tiu os juros de mora com base nesse índice. No parágrafo 2º do mesmo dispositivo, o minis-tro retira a expressão “e a vencer”, por entender que a moratória não pode ultrapassar os 15 anos e, no artigo 17, dá interpretação conforme para observar o preceito apenas quanto aos precató-rios vencidos à época da promulgação da norma. O artigo 14 também recebeu do ministro inter-pretação conforme para limitar o regime especial ao prazo de 15 anos. Finalmente, em relação ao artigo 18, seu voto estende a preferência aos cre-dores com mais de 60 anos a qualquer tempo, e não apenas na data da promulgação da emenda. Quanto aos demais dispositivos, que consi-derou constitucionais, o ministro observou que a emenda constitucional foi resultado de amplo debate no Congresso Nacional, com a participa-ção de todas as lideranças partidárias, a fim de encontrar solução para a crise vivida à época pelas fazendas públicas estaduais e municipais. “Quem viveu esse período, seja no Judiciário, na administração ou como credor da fazenda públi-ca, viveu essa experiência lamentável”, destacou.

Ministro Celso de Mello

O ministro Celso de Mello acompanhou inte-gralmente o voto do relator no sentido da incons-titucionalidade do novo regime de pagamento de precatórios. Endossou, nesse sentido, observa-ção do relator segundo a qual “o desrespeito à autoridades da coisa julgada – no caso, débitos de estados, do Distrito Federal e municípios já constituídos por decisão judicial – ofende valo-res tutelados com cláusulas pétreas inscritas na Constituição Federal (CF) de 1988, tais como a independência dos poderes, o respeito aos direi-tos humanos e, também, à própria coisa julgada. O ministro Celso de Mello observou que des-

respeitar a coisa julgada é o mesmo que des-respeitar uma norma legal. Ele disse que, ao aprovar o terceiro adiamento do pagamento dos precatórios previsto pela EC 62 – após norma inscrita na CF de 88 e a posterior edição da EC 30/2000 –, o Congresso Nacional exor-bitou dos limites de mudança da Constituição estabelecidos por ela própria, por ofender princípios pétreos que não são suscetíveis de mudança legislativa. Segundo ele, no Estado democrático de direito, o Estado não apenas dita normas jurídicas, mas também se sujeita a elas, respondendo por danos que venha a causar.

Ministro-presidente

O presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, também acompanhou o relator e de-clarou parcialmente procedentes as ADIs 4357 e 4425 para julgar inconstitucional o parágra-fo 15 do artigo 100 e o artigo 97 do ADCT. O ministro considerou inconstitucional o regime especial de pagamento uma vez que, a seu ver, a modalidade de moratória instituída pela Emenda Constitucional 62 não tem limite tem-poral definido. Como o devedor deve depositar para pagamento dos credores uma porcenta-gem do valor da sua receita, e não do estoque de precatórios, a moratória durará enquanto a dívida for maior que o volume de recursos dis-poníveis. “Por essa razão eu considero correta a afir-mação do ministro Ayres Britto de que algumas unidades federadas podem levar dezenas de anos para pagar os precatórios”, afirmou. “Por isso, a meu ver, impor ao credor que espere pelo pagamento tempo superior à expectativa de vida média do brasileiro retira por completo a confiança na jurisdição e a sua efetividade”. Ele observou que mesmo a modalidade que impõe o parcelamento em 15 anos estipu-la prazo excessivamente elevado, e também destacou que o sistema de acordos e leilões de precatórios configura-se muito danoso para os credores, uma vez que alguns deles, dado a falta de perspectiva de pagamento, estariam a receber apenas 25% do valor integral de seu crédito.

resultado

Dessa forma, o Tribunal julgou parcialmente procedentes as ações nos termos do voto do relator, ministro Ayres Britto, acompanhado pe-los ministros Luiz Fux, Rosa Weber, Cármen Lúcia, Celso de Mello e o presidente, Joaquim Barbosa. Os ministros Marco Aurélio e Ricardo Lewandowski votaram pela procedência das ADIs, em menor extensão. Votaram pela total improcedência os ministros Gilmar Mendes, Teori Zavascki e Dias Toffoli.

Fonte: Supremo Tribunal Federal

Page 10: Jornal da OAB Americana - março/abril de 2013

10 OAB Americana - Março de 2013

stj

A ministra Eliana Calmon, vice-presidente em exercício do Superior Tribunal de Justiça (STJ), defendeu a ampliação dos mecanismos de transparência no Poder Judiciário e a cons-trução de uma relação madura entre a magis-tratura e a imprensa. Eliana Calmon proferiu palestra na manhã desta terça-feira (26) du-rante o Encontro Nacional de Comunicação do Poder Judiciário, que se realiza em Brasília. Para a ministra – que também é diretora-geral da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados Ministro Sálvio de Figueiredo (Enfam) –, há dificuldade no relacionamento entre a mídia e a Justiça. “O Poder Judiciário foi o último a se abrir para a modernidade, para a era digital, em que pre-valecem os meios de comunicação”, afirmou. A magistrada entende que, até a promul-gação da Constituição Federal de 1988, a magistratura era mais reservada, até porque a Justiça ainda não tinha o papel de fiscali-zadora das políticas públicas do país, de ga-rantidora dos direitos humanos e de protetora do cidadão frente aos poderes econômico e político. “Prevalecia a ideia de que os assuntos do Judiciário deveriam ficar intramuros para preservar a imagem, a unidade e a respeita-bilidade da magistratura”, disse. Entretanto, segundo Eliana Calmon, essa postura é in-compatível com as prerrogativas de agen-te político adquiridas pelo Judiciário após a Constituição de 1988 e aprofundadas com a Emenda Constitucional 45, de 2004. “Essa cultura hermética não resiste à ne-

cessidade de transparência que nos é im-posta pela sociedade atual, por essa vida veloz que é fruto da atuação dos meios de comunicação”, afirmou. Eliana Calmon avaliou que o Judiciário ainda está dotado de infraestrutura inade-quada para atuar efetivamente como agen-te político, e que essa realidade se reflete nas dificuldades da Justiça em se comuni-car. Para a magistrada, é essencial que o Judiciário construa uma relação mais efeti-va com os meios de comunicação. Segundo ela, “a transparência é a pala-vra de ordem do século XXI. A privacida-de, que foi a tônica até o século passado, agora pode até atrapalhar. Nada se deve esconder, e quem vai levar não só as boas coisas que fazemos, mas também as ma-zelas, são os veículos de massa”.

Valorizar o assessor

Ao postular a construção de “uma rela-ção madura” entre a Justiça e os órgãos de comunicação, a ministra defendeu o fortalecimento do papel do assessor de imprensa. “Tem magistrado que ainda pensa que a função do assessor é fazer propaganda. Isso é uma visão antiga. O assessor é quem leva a voz da imprensa, e consequentemente do povo, para o ma-gistrado. E também que leva para as ruas a voz da Justiça”, definiu. Eliana Calmon acredita que os magis-trados devem aprimorar sua capacidade de comunicação, especialmente ao dar entrevistas, quando muitos acabam sen-do excessivamente prolixos e perdem a oportunidade de esclarecer a sociedade. Entretanto, alertou contra aqueles mais vaidosos: “O juiz não é notícia. A notícia são os fatos trabalhados pelo juiz.” Ao enfatizar que passou da hora de a magistratura perder o medo dos jorna-listas, construindo uma relação madura e efetiva com a mídia, citou a expressão cunhada pelo ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Britto: “Nós temos que acabar com essa cul-tura do biombo, de fuxicos, de bastido-res. Muitos magistrados reclamam que a imprensa só veicula notícias ruins sobre o Judiciário. Mas isso acontece porque o Judiciário ainda é muito fechado. No dia em que esse poder for totalmente transpa-rente, a prosa vai mudar, porque os jorna-listas terão acesso às diferentes informa-ções, não só às ruins.” O Encontro Nacional de Comunicação do Poder Judiciário é realização do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e se realiza nas dependências da Enfam e do Conselho da Justiça Federal, em Brasília.

Para Eliana Calmon, transparência é a palavra de ordem do século XXi

0KM de todas as marcas

0KM de todas as marcas

0KM de todas as marcas

0KM de todas as marcas

Visite nossa Nova Loja

Visite nossa Nova Loja

Visite nossa Nova Loja

Visite nossa Nova Loja

Samuel Veículos I Av. Saudade 500 - Jd. Santana - Americana/SP • Fone: (19)3408-2020

Samuel Veiculos II (NOVA LOJA ) Av. Paulista 1175 - N.S. de Fátima (Prox. ao Mc Donalds) - Americana/SP • Fone: (19)3408-1212

ACESSE WWW.SAMUELVEICULOS.COM.BR

E CONFIRA TODO O ESTOQUE

ACESSE WWW.SAMUELVEICULOS.COM.BR

E CONFIRA TODO O ESTOQUE

Cafeteria com Expresso, lanches, salgados e refrigerantes. Espaço Kids para a crianças se divertirem.

Page 11: Jornal da OAB Americana - março/abril de 2013

OAB Americana - Março de 2013 11

ceriMônia

EnTrEGA DE CArTEirAS Foi realizado no dia 1 de março na Casa do Advogado, cerimônia de entrega de carteiras. Os novos colegas foram recepcionados na Subseção pelo presidente, Antonio Marques dos Santos Filho e pelos diretores Ana Cristina Zulian(vice-presidente) e Rafael de Castro Garcia (secretário-geral). Parabéns aos advogados: Maria Regina do Nascimento Moretti, Paulo Murillo de Almeida, Silmara Santana Rosa Rossi, Waldir Francisco Custodio da Silva Junior

Informe fAm4ª SemAnA de engenhArIA AmbIentAl

  O  evento  terá  abertura  às  19h15  com  a  pales-tra  “Nova  Política  de  Resíduos  Sólidos”,  que  será ministrada  por  Valdemir  Aparecido  Rafagnani, Engenheiro  Agrônomo,  Presidente  da  Associação dos  Engenheiros  e  Arquitetos  de  Sumaré  e Supertintendente  do  Consórcio  Intermunicipal  de Manejo e Resíduos Sólidos da Região Metropolitana de Campinas.  Na  terça-feira  serão  abordados  os  Aspectos Socioeconômicos e Ambientais do Setor Energético: situação  presente  e  perspectivas  para  o  futuro, pelo Engenheiro Mecânico, Mestre em Matemática Aplicada  e  Doutor  em  Planejamento  de  Sistemas Energéticos,  Professor  do  Instituto  de  Economia  e do Programa de Pos-Graduação em Planejamento de Sistemas Energéticos da Unicamp, Marcelo Pereira da Cunha.  Encerrando  o  evento,  na  quarta-feira  a FAM  re-cebe Maria José Brito Zakia, Engenheira Florestal, Doutora pela USP e Consultora e Coordenadora do Programa  Cooperativo  de  Silvicultura  de  Nativas (PCSN)  –  IPEF,  para  falar  sobre  o  Novo  Código Florestal Brasileiro.  A  Semana  de  Engenharia  Ambiental  conta  com o  patrocínio  de  Castelinho  Buffet,  EcoSuporte, Penaseg,  Xucru's  Bar  Americana,  RC  Serviços Elétricos, Qualinove,  Silva  Porto, Kologi,  Probata, Biosfera  e  com  o  apoio  de Consórcio  PCJ,  Foz  do Brasil,  Impacto  Comunicação  Visual,  SOS  Mata Atlântica, Tetra Pak, Governo do Estado, Secretaria do Meio Ambiente e Lubrasil.  As inscrições estarão disponíveis no site da FAM – www.fam.br, a partir do dia 25 de março.

Page 12: Jornal da OAB Americana - março/abril de 2013