jornal da diocese de guaxupÉ ano xxix - 282 maio...

12
A SERVIÇO DAS COMUNIDADES A SERVIÇO DAS COMUNIDADES NIDADE S DAS COM SERVIÇ O A Impresso Especial 9912259129/2005-DR/MG CORREIOS MITRA FECHAMENTO AUTORIZADO PODE SER ABERTO PELA ECT JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ ANO XXIX - 282 MAIO DE 2013 A CAMINHO DO CENTENÁRIO Novo espaço no COMUNHÃO para recordar as grandes memórias do caminho diocesano, enquanto se prepara a grande festa jubilar! Neste mês, 50 anos após o falecimento do 4º bispo de Guaxupé, dom frei Inácio João Dal Monte, é contada a história do homem que, além de ganhar a simpatia do povo, ficou conhecido como pastor santo. Página 10. CONCÍLIO VATICANO II Duas páginas trazem aspectos relevantes das mudanças conciliares. Em OPINIÃO, uma leitura do Decreto Unitatis Redintegratio, Página 3. Recepção e entraves ao grande concílio são temas conversados em ENTREVISTA, página 08. Com o tema central “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia”, durante os dias 10 a 19 de abril, ocorreu em Aparecida (SP) a Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O evento efervesceu a missão da Igreja, apreciada pelos bispos em diversos temas, considerados de urgência na evangelização no Brasil, como comunicação, questões agrárias, povos indígenas, política, ecumenismo e diálogo interreligioso, energia nuclear, moradia, juventude. Confira esses e outros temas discutidos durante a assembleia. Páginas 05 a 07. IGREJA EM AÇÃO Foto: CNBB Foto: Arquivo – Diocese

Upload: dangdiep

Post on 25-Jan-2019

222 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ ANO XXIX - 282 MAIO …guaxupe.org.br/wp-content/uploads/2013/11/Jornal_comunhao_maio2013... · palavras fundamentais na evangelização, propuseram

1DIOCESE DE GUAXUPÉDIOCESE DE GUAXUPÉ

A SERVIÇO DAS COMUNIDADESA SERVIÇO DAS COMUNIDADESNIDADESDAS COMSERVIÇOA

ImpressoEspecial

9912259129/2005-DR/MG

CORREIOS

MITRA

FECH

AM

ENTO

AU

TORI

ZAD

O P

OD

E SE

R A

BERT

O P

ELA

EC

T

JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ ANO XXIX - 282 MAIO DE 2013

A CAMINHO DO

CENTENÁRIONovo espaço no COMUNHÃO para recordar as grandes memórias do caminho diocesano, enquanto se prepara a grande festa jubilar! Neste mês, 50 anos após o falecimento do 4º bispo de Guaxupé, dom frei Inácio João Dal Monte, é contada a história do homem que, além de ganhar a simpatia do povo, ficou conhecido como pastor santo. Página 10.

CONCÍLIO VATICANO IIDuas páginas trazem aspectos relevantes das mudanças conciliares. Em OPINIÃO, uma leitura do Decreto Unitatis Redintegratio, Página 3.

Recepção e entraves ao grande

concílio são temas conversados em

ENTREVISTA, página 08.

Com o tema central “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia”, durante os dias 10 a 19 de abril, ocorreu em Aparecida (SP) a Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O evento efervesceu a missão da Igreja, apreciada pelos bispos em diversos temas, considerados de urgência na evangelização no Brasil, como comunicação, questões agrárias, povos indígenas, política, ecumenismo e diálogo interreligioso, energia nuclear, moradia, juventude. Confira esses e outros temas discutidos durante a assembleia. Páginas 05 a 07.

I G R E JA E M AÇ ÃOFoto: CNBB

Foto: Arquivo – Diocese

Page 2: JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ ANO XXIX - 282 MAIO …guaxupe.org.br/wp-content/uploads/2013/11/Jornal_comunhao_maio2013... · palavras fundamentais na evangelização, propuseram

2 JORNAL COMUNHÃOJORNAL COMUNHÃO

editorial

voz do pastorDom José Lanza Neto

Diretor geralDOM JOSÉ LANZA NETO

Editor e Jornalista Responsável PE. GILVAIR MESSIAS DA SILVA - MTB: MG 17.550 JP

RevisãoMYRTHES BRANDÃO

Projeto gráfico e editoração BANANA, CANELA E DESIGN - www.bananacanelaedesign.com.br - (35) 3713-6160Tiragem3.950 EXEMPLARES

ImpressãoGRÁFICA SÃO SEBASTIÃO

IlustraçãoMARCELO A. VENTURA

Conselho editorialPADRE JOSÉ AUGUSTO DA SILVA, PADRE HENRIQUE

NEVESTON DA SILVA, IR. MÁRCIO DINIZ, MARIA INÊS

MOREIRA E NEUZA MARIA DE OLIVEIRA FIGUEIREDO.

RedaçãoPraça Santa Rita, 02 - Centro

CEP. 37860-000, Nova Resende - MG

Telefone(35) 3562.1347

E-mail [email protected]

Os Artigos assinados não representam necessariamente a opinião do Jornal.

Uma Publicação da Diocese de Guaxupé

www.guaxupe.org.br

expediente

A confi ança em Deus faz grandes coisas! Uma pessoa de fé sabe quem é o autor do mundo e da vida. Não obstante os desvios da rota, os vendavais não esperados, os in-fortúnios dos dias, ela sabe que seus pés não caminham por si mesmos, mas têm a direção do infi nito, de onde um dia partiram e regressarão.

Confi ança tem como fonte animadora a oração. E como fruto salutar, a determinação para evangelizar. Com os olhos em Deus, a pessoa de confi ança vê o mundo.

A Igreja, ao celebrar o jubileu de ouro da abertura do Concílio Vaticano II, procura os olhos de João XXIII, de Paulo VI, dos bispos e padres conciliares para hoje ainda ver o mundo com os mesmos olhos de Deus que o viram há cinco décadas. Olhos confi antes... que, com discernimento e determinação,

palavras fundamentais na evangelização, propuseram uma Igreja de diálogo com o mundo.

Na história quase centenária da Diocese de Guaxupé, não faltaram olhos de confi an-ça. Olhos que ainda deixam seus refl exos no meio do povo. Falecido também há 50 anos, dom Inácio João Dal Monte tornou-se fi gura de santidade neste itinerário. O CO-MUNHÃO, com apreço, traz algumas recor-dações do tão conhecido “homem santo.”

Mês de maio, em tantos aspectos rele-vantes de sua confi guração temática, des-taca a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos e o Dia Mundial das Comunicações Sociais. Sobre a primeira, muito oportuno é conhecer o decreto a respeito do ecume-nismo, Unitatis Redintegratio. Quanto ao se-gundo, o papa Bento XVI também escreveu

“A confi ança no poder da ação de Deus deve ser sempre superior a toda e qualquer segurança que possamos colocar na utilização

dos recursos humanos. Mesmo no ambiente digital, onde é fácil que se ergam vozes de tons demasiado acesos e confl ituosos, e

onde, por vezes, há o risco de que o sensacionalismo prevaleça, somos chamados a um cuidadoso discernimento. A propósito,

recordemo-nos de que Elias reconheceu a voz de Deus não no vento impetuoso e forte, nem no tremor de terra ou no fogo, mas no

‘murmúrio de uma brisa suave’ (1Rs 19,11-12). Devemos confi ar no fato de que os anseios fundamentais que a pessoa humana tem

para amar e ser amada, de encontrar um signifi cado e verdade que o próprio Deus colocou no coração do ser humano, permanecem

também nos homens e mulheres do nosso tempo.”Papa Bento XVI, mensagem para o 47º Dia Mundial das Comunicações Sociais - Redes sociais: portais de verdade e de fé; novos espaços de evangelização.

Estamos no Ano da Fé. Precisamos buscar constantemente a fé que precisa ser construída a cada tempo. É verdade que se trata de um dom divino, isto é, ela só pode vir de Deus e ser acolhida pelo ser humano. Nunca se falou tanto de Deus e da fé, como em nossos dias. Será que é por que está existindo muita fé ou por que ela está em crise? A fé que cai no coração entra pelos ouvidos. Isso signifi -ca que alguém a divulga e a testemunha.

Houve muitas pessoas que deram provas e testemunho de fé no Antigo e no Novo Testamento. Hoje queremos de-

bruçar sobre aquela que foi escolhida e agraciada por Deus – Maria, que é para nós modelo de fé.

Não podemos supor, como o fazemos muitas vezes, que pessoas tiveram fé por-que eram simples demais e sem capaci-dade de entender o que estava aconte-cendo. Não podemos também supor que apenas pessoas entendidas em teologia e algo mais é que alcançam a fé. Não, ela não é conquista, não tem preço e, mui-to menos, privilégios. A fé é tão somente graça e dádiva; supõe abertura e acolhi-da. Maria é esse ser humano extraordi-

nário que soube ouvir e acolher da parte do Senhor sua manifestação carinhosa e soube colocar em sua vida todo o pen-samento de Deus, seu desígnio de amor manifestado em Jesus. Maria só pode ser modelo de fé por causa de sua abertura e acolhida. “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua vontade.” Maria deixou-se invadir plenamente pela graça de Deus. Não colocou nenhum obstáculo e nenhuma condição.

Ter fé, acolher a fé, é saber esperar no Senhor sem nenhuma condição. Apren-damos de Maria, pois ela esvaziou-se de

MARIA, O MODELO DE FÉMARIA, O MODELO DE FÉ

si mesma. A pessoa que está cheia de si não tem lugar para a fé e, muito menos, para Deus. A pessoa basta por si só. Tal-vez aqui esteja toda a difi culdade em re-lação à fé. Estamos “cheios” e não temos mais espaço. A abertura supõe vazio, simplicidade, capacidade em receber e acolher com gratidão.

A exemplo de Maria, a Igreja faz a ex-periência de ser portadora da fé para o mundo. Só a fé bem vivida e experimen-tada poderá contagiar as pessoas. Que nossa fé seja mais autêntica e força reno-vadora!

mensagem específi ca para o dia, que vale a pena ser conferida, na qual aborda os desa-fi os das novas redes sociais sobre o anúncio da verdade e a importância que atribui à evangelização, quando inserida em planos de diálogo, debate e encontro fraterno.

Em Assembleia Geral, durante os dias 10 e 19 de abril, os bispos brasileiros, confi an-tes Naquele que os chamou para a missão, discutiram questões urgentes da evangeli-zação e caminhos para torná-la verdadeira realidade. Não faltaram vozes proféticas nesses dias... Ação do Espírito Santo em olhos confi antes!

Estas são algumas razões para a leitura desta edição!

Page 3: JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ ANO XXIX - 282 MAIO …guaxupe.org.br/wp-content/uploads/2013/11/Jornal_comunhao_maio2013... · palavras fundamentais na evangelização, propuseram

3DIOCESE DE GUAXUPÉDIOCESE DE GUAXUPÉ

opinião

A unidade cristã é, antes de tudo, uma atitude de fé e encontra seu fundamento nas palavras do próprio Cristo: “Que todos sejam um” (Jo 17, 21). Manifesta-se como um imperativo categórico da consciência cristã e na compreensão de que Ecumenis-mo não se resume na resolução de proble-mas doutrinais isolados, mas na formação de uma cosmovisão e de um comporta-mento ético baseados numa forma de vida que exprima comunhão.

O CONCÍLIO E A UNIDADE DOS CRISTÃOS

O diálogo ecumênico tem estado, por-tanto, no centro de várias discussões e iniciativas das confi ssões religiosas cristãs nos últimos tempos. O Concílio Vaticano II trouxe mudanças signifi cativas na postu-ra da Igreja Católica em suas relações com as demais igrejas e comunidades cristãs. O Sagrado Sínodo, convocado por João XXIII há cinquenta anos, aborda, no decreto Uni-tatis Redintegratio, aspectos relevantes para

o Ecumenismo e classifi ca, já em seu pro-êmio, a unidade dos cristãos como um de seus objetivos principais.

O decreto conciliar é portador de uma enorme riqueza teológico-pastoral e em seus três capítulos elucida não apenas as-pectos teóricos, mas a profunda refl exão que busca facilitar a prática cotidiana dos valores ecumênicos. Trata-se de uma ini-ciativa benfazeja do Sagrado Magistério, que transcendente a postura condenatória advinda da contrarreforma e reconhece a autenticidade da vida cristã nos irmãos de outras comunidades.

OS PRINCÍPIOS DO UNITATIS REDINTE-GRATIO

O primeiro capítulo se dedica aos prin-cípios católicos de ecumenismo e aborda a teologia em que subjaz a unidade e a unicidade da Igreja de Jesus, desejada por seu fundador e buscada desde os tempos da Igreja primitiva. Já em seus primórdios

UNITATIS REDINTEGRATIO:UNITATIS REDINTEGRATIO: NOVOS PARADIGMAS PARA O DIÁLOGO ECUMÊNICONOVOS PARADIGMAS PARA O DIÁLOGO ECUMÊNICO

Por Duarte Vieira Júnior, seminarista e estudante de Teologia na Faculdade Católica de Pouso Alegre (FACAPA)

apostólicos, ela enfrentava os desafi os das cisões. Ao referir-se à relação das outras Igrejas e Comunidades Cristãs com a Igreja Católica, é fato relevante e inédito o reco-nhecimento de que nelas também se pode operar o mistério da salvação cristã e exorta os fi éis católicos a trabalharem em prol do ecumenismo.

O decreto segue abordando a prática do Ecumenismo. Reforça-se, sobretudo, o ecu-menismo espiritual que se expressa pela conversão interior, condição sine qua non para o diálogo genuíno; na oração comum, fruto desta conversão e na cooperação en-tre todos os cristãos em trabalhos sociais e obras caritativas, nos quais a face do Cristo servo será elo de união e testemunho.

Às Igrejas e Comunidades Eclesiais se-paradas da Sé Apostólica Romana é dedi-cada a terceira parte do decreto que busca compreender as diferenças histórico-cultu-rais que marcaram as duas grandes cisões que atingiram “a túnica inconsútil de Cristo”. A análise percorre as diferenças marcantes entre o cisma do oriente e a chamada refor-

ma, ocorrida no ocidente, bem como seus desdobramentos, no que tange a aspectos teológicos, eclesiológicos e litúrgico-sacra-mentais.

“Que não se ponham obstáculo no ca-minho da Providência” (UR 24), uma elo-quente expressão presente na conclusão geral do decreto que demonstra a vontade legítima da Igreja Católica em promover a unidade dos cristãos, entendendo o Sagra-do Magistério como vontade e fruto da gra-ça de Deus e da ação do Paráclito. O Unitatis Redintegratio estabeleceu novos paradig-mas, dos quais brotaram inúmeros outros documentos papais, conferenciais e obras teológicas. Acima de tudo, ele abre espaço para uma nova consciência nas relações en-tre os católicos e demais cristãos, que se faz notar nas inúmeras iniciativas ecumênicas que foram desencadeadas. Embora haja ainda muito caminho a percorrer, grandes passos já foram dados e o reconhecimento mútuo e a primazia do caráter cristocêntrico de nossa fé comum são faróis que iluminam esta longa jornada a caminho da unidade.

Foto: www.vaticanocatolico.com

Foto: www.ecclesia.com.br

Foto: apuchinhosbasenoticias.blogspot.com.br

Foto: http://interiorortodoxo.webnode.com.br/

Paulo VI e o Patriarca de Constantinopla Atenágoras, durante viagem do papa à Terra Santa em 1964

Papa Bento XVI e Patriarca Bartolomeu I de Constantinopla Encontro Ecumênico de Assis, 27 de outubro de 1986

Papa João Paulo II e Patriarca Ignacios Zakka

Page 4: JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ ANO XXIX - 282 MAIO …guaxupe.org.br/wp-content/uploads/2013/11/Jornal_comunhao_maio2013... · palavras fundamentais na evangelização, propuseram

4 JORNAL COMUNHÃOJORNAL COMUNHÃO

notíciasSETOR GUAXUPÉ REÚNESETOR GUAXUPÉ REÚNEPASTORAL DA CRIANÇAPASTORAL DA CRIANÇA

CLERO SE REÚNE PARA FORMAÇÃO PERMANENTECLERO SE REÚNE PARA FORMAÇÃO PERMANENTE

PASTORAL DA CRIANÇA EM POÇOSPASTORAL DA CRIANÇA EM POÇOSREALIZA CAMPANHA PROL VACINAÇÃOREALIZA CAMPANHA PROL VACINAÇÃO

No dia 21 de abril, aconteceu na Pa-róquia Sagrada Família e Santos Reis de Guaxupé, o primeiro dia de espiritualida-de da Pastoral da Criança do Setor Gua-xupé. Foi um momento de oração e cres-cimento. Ocorreram duas palestras. A primeira, “espiritualidade da Pastoral da Criança”, foi ministrada pelo seminarista Luciano Campos Cabral, que se encontra em Ano Pastoral na cidade de Muzambi-nho. Padre Gentil Lopes de Campos Jú-nior, pároco da Paróquia Santa Bárbara de Guaranésia, expôs “a missão da Pasto-ral da Criança”.

Na celebração dos 50 anos da abertu-ra do Concílio Vaticano II, o clero da Dio-cese de Guaxupé esteve reunido dos dias 08 a 11 de abril, na Casa de Encontros Dom Luiz, em Brodowski (SP), em mais uma Formação Permanente, promovi-da pela Pastoral Presbiteral. O encontro aconteceu num clima de fraternidade entre os participantes, e de grande in-teresse pelo tema estudado: “O Concílio Vaticano II.”

Na primeira noite, os padres José

O Ramo Nossa Senhora Aparecida de Poços de Cadas da Pastoral da Criança realizou no dia 20 de abril uma Celebra-ção da Vida especial, Higiene e Vacina-ção em dia. A Técnica de Enfermagem do Hospital Referência da Criança (Santa Casa), Petiana Kétury Ribeiro Alexandre esteve presente e ministrou palestra in-formativa sobre a Importância da higiene pessoal e informou sobre a Campanha da Vacinação contra a gripe.

As crianças participaram da palestra e ainda se divertiram com as imagens dos

Foto: Rafael Lima

Foto: Pedro Netto

Fotos: Pe. Gilvair Messias

Aproximadamente 50 líderes se reuniram pela 1ª vez no setor

Famílias são motivadas à regularização das vacinas de seus fi lhos

O Jesuíta, padre Paulo César Barros, assessorou o encontro, cuja temática foi Vaticano II

Por Rafael Júnior de Lima

Por Pe. César Acorinte

Por Pedro Netto

“Eu vim para que tenham vidae a tenham em abundância.” (Jo 10,10)

Durante o encontro, várias dinâmicas foram realizadas. As atividades encerra-ram-se com a bênção do Santíssimo Sa-cramento. Padre Júlio César, assessor da Pastoral da Criança no Setor Guaxupé, agradeceu a presença de todos e disse pa-lavras de incentivo à missão da pastoral.

Ocorrida no Domingo do Bom Pastor, o evento contou com a participação de mais de 50 líderes da pastoral que pro-curam perseverar no trabalho com a for-taleza, a sabedoria e a caridade do Cristo Bom Pastor, fonte originária de vida para todos.

slides apresentados. Após, os líderes fi ze-ram uma verifi cação em todas as carteiri-nhas de vacinação das crianças assistidas pela pastoral. Cada carteirinha com a va-cinação em dia recebia o direito a um kit de higiene pessoal. A doação só foi possí-vel com a ajuda da Fundação Curimbaba, através da parceira Daniela Wolf.

Com esta mobilização, todas as famí-lias das 139 crianças do Ramo Nossa Se-nhora Aparecida procuraram o Posto de Saúde para regularizar as vacinas dos fi -lhos, 20 dias antes da Celebração da Vida.

Luiz e Luiz Lemos fi zeram memória do Vaticano II, contando um pouco do que viveram naquela época. Muitos foram os medos, as expectativas e alegrias pela chegada deste novo tempo da Igreja. O depoimento dos presbíteros propiciou aos participantes, sobretudo aos mais jo-vens, conhecerem a história da diocese, colaborando também com o assessor na apresentação do tema.

O assessor do encontro foi o Jesuíta padre Paulo César Barros, doutor em Teo-

logia e professor de eclesiologia da FAJE (Faculdade Jesuíta de Filosofi a e Teolo-gia) em Belo Horizonte.

O tema apresentado levou os partici-pantes a beberem da grande fonte que é o Concílio, o que ele trouxe de novo para a Igreja e o que ainda não se conse-guiu colocar em prática. De forma muito objetiva, foram expostos os principais documentos conciliares, o que motivou a redescoberta dos princípios eclesiais negligenciados no decorrer dos tempos:

a Igreja não se confunde com o Reino de Deus, mas é sinal efi caz de sua presença; a Igreja entendida como Povo de Deus; a colegialidade episcopal; o ecumenismo; o exercício de discernimento que a Igreja faz, em vista de sua missão e o diálogo com o mundo; a liturgia e outros desdo-bramentos do Concílio.

Foram dias não só de estudos, mas de agradável convivência fraterna entre os presbíteros da diocese.

Page 5: JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ ANO XXIX - 282 MAIO …guaxupe.org.br/wp-content/uploads/2013/11/Jornal_comunhao_maio2013... · palavras fundamentais na evangelização, propuseram

5DIOCESE DE GUAXUPÉDIOCESE DE GUAXUPÉ

MISSÃO DA IGREJAMISSÃO DA IGREJAPERPASSA 51PERPASSA 51a ASSEMBLEIA ASSEMBLEIA DOS BISPOSDOS BISPOS

Com o tema central “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia”, durante os dias 10 a 19 de abril, ocorreu em Aparecida (SP) a Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), com presença de 361 bispos e arcebispos e 43 bispos eméritos. As celebrações aconteceram no Santuário e as sessões da assembleia no Centro de Eventos Padre Vítor Coelho de Almeida.

Já na missa de abertura do evento, o cardeal arcebispo de Aparecida e presidente da CNBB, dom Ray-mundo Damasceno Assis, introduziu o sentido da assembleia de 2013: “Passaremos juntos os próximos dez dias em oração, partilha fraterna de experiências pastorais, estudo e refl exão. Os momentos de oração e celebração, queremos vivê-los em profunda comunhão com os romeiros. O estudo e a refl exão se esten-derão sobre diversos temas de interesse eclesial, mas se concentrarão principalmente em torno do tema central: a renovação de nossas paróquias.”

Fotos: CNBB

Da redação com informações da CNBB

Page 6: JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ ANO XXIX - 282 MAIO …guaxupe.org.br/wp-content/uploads/2013/11/Jornal_comunhao_maio2013... · palavras fundamentais na evangelização, propuseram

6 JORNAL COMUNHÃOJORNAL COMUNHÃO

notícias

DIRETÓRIO DE COMUNICAÇÃO

Durante a tarde de quinta-feira, 11 de abril, os bispos realizaram, em grupos, um estudo sobre o texto do Diretório de Comu-nicação para a Igreja no Brasil. Antes, acom-panharam uma exposição do conteúdo do documento, coordenada pela Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação. O presidente da comissão, dom Dimas Lara Barbosa, enfatizou que, se aprovado, a Igreja no Brasil será a segunda no mundo a ter um diretório como este, importante para a articulação das diferentes iniciativas existentes neste campo. Com dez capítu-los, o diretório trata das mudanças e práti-cas culturais com o avanço da tecnologia e também dos desafi os da ação pastoral da Igreja no campo da comunicação.

QUESTÕES AGRÁRIAS

Durante a assembleia, foi apresentado o Documento “A Igreja e a questão agrá-ria no Século XXI.” Em sua participação na coletiva de imprensa da sexta-feira, 12 de abril, o bispo de Balsas (MA) e presidente da Comissão Pastoral da Terra (CPT), dom Enemesio Angelo Lazzaris disse que o do-cumento “quer fazer entender de maneira crítica as velhas e novas razões do sofri-mento e da violência que marcam e ensan-guentam a nossa terra, hoje talvez mais que ontem.” E reforçou dizendo que “de

maneira clara, o documento faz entender que a sempre prometida Reforma Agrária não foi prioridade de nenhum dos gover-nos democráticos, menos ainda do gover-no atual.”

No fi nal da coletiva, o presidente da CPT afi rmou que o episcopado apela para que os poderes executivo, legislativo e ju-diciário permitam que os camponeses te-nham vez e voz. “Declaramos apoio aos pe-quenos que buscam oportunidade de vida na terra, na fl oresta e nas águas. Apoiamos as organizações camponesas e suas lutas pela terra e por políticas públicas que lhes garantam acesso ao serviço de saúde. Es-tamos juntos na resistência contra toda forma de violência que atinge a vida dos trabalhadores e suas famílias. Nos coloca-remos contra a grilagem e esforçaremos sempre mais para combater o trabalho es-cravo.”

POVOS INDÍGENAS

A luta para assegurar os direitos dos povos indígenas foi o tema ao qual se dedi-cou a Santa Missa da terça-feira, 16 de abril. A Celebração Eucarística foi presidida pelo bispo de Roraima, dom Roque Paloschi, que destacou em sua homilia três palavras em homenagem aos povos indígenas: gra-tidão, compromisso e memória.

Dom Roque enfatizou que ao longo

dos últimos 40 anos, o Conselho Indige-nista Missionário (CIMI) lutou pelos direitos dos povos indígenas e suas causas. O bispo também agradeceu ao bispo da Prelazia do Xingu (PA), Dom Erwin Kräutler pelas constantes lutas em favor dos indígenas no Brasil.

Afi rmou também que esta luta alimen-ta a esperança de um mundo mais justo e destacou a exploração de muitos gru-pos políticos e econômicos que atacam e violam os direitos indígenas. Dom Roque explicou que Jesus multiplica os pães e chamou a atenção para onde está o pão da justiça e paz para os povos indígenas. “Nós iniciamos em uma Igreja samaritana, defendendo o futuro do planeta. O Papa Francisco nos convoca para irmos às perife-rias do mundo e o que os povos indígenas esperam da nossa Igreja é a mesma fi rmeza de muitos mártires dessa causa.”

POLÍTICA

Ainda na terça-feira, sobre política e eleições, durante coletiva de imprensa, o arcebispo de São Salvador da Bahia e Pri-maz do Brasil, dom Murilo Ramos Krieger, apresentou a refl exão que os participan-tes da assembleia fi zeram. O tema, fora do ano eleitoral, vem proposto pela Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e a Edu-cação.

Um dos principais aspectos desta refl e-xão é o incentivo da participação do leigo no processo político. “Se faz restrição da participação do padre por causa da posi-ção que ele ocupa na comunidade. Pode se perguntar: ‘Por que a Igreja não apresenta o seu candidato?’ Nós não queremos isso. Queremos é, com uma responsabilidade maior, mostrar que o leigo, se tiver voca-ção, deve exercê-la com fi delidade, e não para defender interesses da Igreja, mas da comunidade. Claro, guiado por sua orien-tação de fé, como a questão da vida, por exemplo”, afi rmou dom Murilo. De acordo com o arcebispo, cresce a responsabilida-de da Igreja para formar tais lideranças, não para constituir uma bancada católica, mas para favorecer a construção do bem comum.

REDE DE COMUNIDADES

Durante coletiva sobre o tema central da assembleia, dom Cláudio Hummes, cardeal arcebispo emérito de São Paulo, disse que as refl exões estão em unidade com o momento da Igreja no país. Para o cardeal, o objetivo é “renovar as paróquias para que elas se tornem, verdadeiramente, missionárias e se abram para a missão e a evangelização. A proposta que está sendo estudada é, justamente, sair para as perife-rias e ali tornar presente a Igreja. Não ape-

Celebrações ocorreram no Santuário Nacional

Page 7: JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ ANO XXIX - 282 MAIO …guaxupe.org.br/wp-content/uploads/2013/11/Jornal_comunhao_maio2013... · palavras fundamentais na evangelização, propuseram

7DIOCESE DE GUAXUPÉDIOCESE DE GUAXUPÉ

notícias

nas com a celebração de missas, mas uma presença permanente através de peque-nas comunidades.”

Por outro lado, o arcebispo chamou a atenção para o fato de que não basta, apenas, constituir novas comunidades. É necessária a presença de animadores e pessoas comprometidas para coordena-rem esses grupos que estão nascendo. “À medida que as pessoas acolhem a mensa-gem da Igreja, vão formando, assim, as no-vas comunidades. O papa Francisco vem destacando a importância da proximidade com os fi éis, num sentido de voltar para a casa com o cheiro das ovelhas.” Em se tra-tando da missão da Igreja no Brasil, o car-deal tomou, como exemplo, as atividades de evangelização na Amazônia que apre-sentam desafi os, como a distância, o isola-mento das comunidades e falta de padres e missionários. Porém, “a Igreja da Ama-zônia nos dá muitas alegrias. Lá os padres precisam suar a camisa. São missionários que voltam felizes para casa, depois de um dia de muito trabalho.”

As refl exões da assembleia convergi-ram, de acordo com o cardeal, na perspec-tiva de que a prioridade de evangelização “são as regiões mais pobres e de paróquias que têm suas periferias.” Neste contexto, “a Igreja precisa ir ao encontro dos pobres e ser pobre em qualquer lugar e dar o exem-plo”, apontou o cardeal.

ECUMENISMO E DIÁLOGO INTERRELI-

GIOSO

O bispo de Barra do Piraí – Volta Re-donda (RJ) e Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e Diálogo Interreligio-so, dom Francesco Biasin, ao participar de coletiva, explicou aos jornalistas que o ecu-menismo é o movimento de diálogo e in-tercâmbio entre as Igrejas Cristãs. Ele lem-brou que o ecumenismo nasceu no mundo protestante, em 1910, com o propósito de proclamar Jesus Cristo e promover a união no testemunho de Jesus como o Senhor. “O ecumenismo tem como centro a pessoa, a mensagem, o testemunho e, sobretudo, o testemunho da paixão, morte e ressurrei-ção do Senhor”, disse dom Francesco.

No fi nal do 7º dia da Assembleia, rea-lizou-se o tradicional Culto Ecumênico da CNBB que contou com as presenças da Igreja Evangélica de Confi ssão Luterana, Igreja Presbiteriana Unida, Igreja Episcopal Luterana do Brasil e da Comunidade Pen-tecostal Carisma. O culto foi presidido pelo Primaz do Brasil da Igreja Anglicana, dom Maurício Andrade que fez uma refl exão a partir das leituras bíblicas.

QUESTÃO NUCLEAR

Numa das sessões da terça-feira, os bis-pos, após ouvirem e discutirem uma comu-nicação sobre a Questão Nuclear no Brasil e no Mundo, decidiram, pelo voto, abrir e aprofundar, dentro da Igreja, a discussão sobre o tema da defesa da vida e estimular a ampliação desse debate em toda a socie-dade, numa perspectiva de transparência e informação dos cidadãos.

DIGNIDADE DOS AFRODESCENDENTES

O compromisso com a promoção e a dignidade dos afrodescendentes foi colo-cado sob o altar, na Santa Missa da quarta--feira, 17 de abril. A Celebração Eucarística foi presidida pelo bispo de São Mateus (ES), dom Zanoni Demettino de Castro. No início, o bispo da Diocese de Guarapuava (PR), dom Antônio Wagner da Silva leu uma mensagem fazendo memória aos 125 anos da Lei Áurea, fi m de uma luta e início de ou-tra, em busca dos direitos da negritude. De acordo com dom Antônio Wagner, atual-mente existem mais de 30 bispos afrodes-cendentes entre o episcopado brasileiro.

Em sua homilia, dom Zanoni Demet-tino destacou as batalhas do povo negro na história, o sofrimento durante o perío-do da escravidão e as suas lutas atuais. “No primeiro momento do dia, nós, reunidos no Santuário da mãe negra, Nossa Senho-ra Aparecida, oferecemos no altar do Pai as alegrias e dores do povo negro. Somos descendentes daquele povo que foi arran-cado de suas terras, um povo que constitui as nossas raízes e, ao Senhor, confi amos o seu cuidado”, afi rmou. Ressaltou que “As consequências dos 300 anos de escravidão ainda não foram reparadas. Ainda em nos-

sos dias, convivemos com a discriminação no trabalho, na escola, nas relações cotidia-nas.”

POVOS QUILOMBOLAS

Na quarta-feira, 17 de abril, foi aprova-do pelo plenário da assembleia o texto de estudos sobre os povos quilombolas. Esse material, que será publicado na série verde de estudos da CNBB, afi rma a compreen-são de que evangelizar signifi ca também apoiar as reivindicações por políticas de enfrentamento ao racismo e à discrimi-nação. De acordo com dom Pedro Cunha Cruz, bispo auxiliar do Rio de Janeiro (RJ), este tema trata da própria historicidade da Igreja no Brasil e das comunidades quilom-bolas.

De acordo com o bispo, o desejo do episcopado é dar força à voz das comuni-dades quilombolas, especialmente no re-conhecimento de sua identidade cultural e étnica, na demarcação de suas terras e pre-servação de sua cultura. Também destacou a importância da presença da Igreja junto a essas comunidades. “A Igreja coloca a mão onde ninguém quer tocar. Ela vai às perife-rias. Nós consideramos que a questão da terra e da moradia são direitos universais e invioláveis. Não podemos fazer com que essas comunidades sejam também desti-natárias de nossa missão evangelizadora? Portanto, consideramos os valores desta e de qualquer cultura. Não são grupos folcló-ricos. São pessoas que têm seus valores e que devem ser preservados. E nós evange-lizamos a partir desses valores positivos.”

JMJ

A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) também foi tema para coletiva de impren-sa. Dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro (RJ), apresentou aos jornalistas as últimas informações de organização da Jornada Mundial da Juventude. “O Rio de Janeiro já tem vocação em sediar grandes eventos e a JMJ é um serviço prestado à so-ciedade e à juventude do mundo”, afi rmou.

O Arcebispo ressaltou também que esta será a primeira visita internacional do Papa Francisco para falar com os jovens, 26

anos após a primeira JMJ da América Lati-na, que aconteceu na Argentina.

Dom Orani citou ainda que a JMJ terá eventos culturais como exposições, apre-sentações, cinema entre outros. “A JMJ é feita para os jovens e pelos jovens e, desta forma, a Igreja está olhando e investindo em pessoas para o futuro da humanidade. Este é o grande diferencial da jornada.”

CÓDIGO DE DIREITO CANÔNICO

Durante a assembleia, a CNBB fez a ce-lebração dos 30 anos da promulgação do novo Código de Direito Canônico (CDC). De acordo com o assessor canônico da CNBB, Fr. Evaldo Xavier Gomes, o Código é considerado o último documento do Con-cílio Vaticano II.

Fr. Evaldo enumerou também que o Concílio trouxe grandes mudanças para a vida da Igreja. “O novo CDC veio ao en-contro da realidade das comunidades pós--conciliares. O direito penal da Igreja fi cou mais enxuto.” O consultor lembra, porém, que é preciso que as comunidades conhe-çam melhor este documento. “Ele é um re-conhecimento de nossa cidadania na Igre-ja de Jesus Cristo.” As Edições CNBB fi zeram, na ocasião, o livro “Código de Direito Canô-nico comentado” que pode ser adquirido através do site www.edicoescnbb.com.br

ENCERRAMENTO

A Celebração Eucarística de encerra-mento da assembleia foi presidida por dom Raymundo Damasceno Assis. Em sua homilia, o cardeal agradeceu os frutos do trabalho da Assembleia Geral e destacou o tema central ‘Comunidade de comunida-des: uma nova Paróquia’. “O tema central foi estudado com profundidade e recebeu muitas e excelentes emendas. Esperamos que esse Documento possa ajudar na renovação de nossas paróquias. O texto revisto pela Comissão será publicado na coleção verde da CNBB, para que em todos os regionais, dioceses, paróquias e comu-nidades, possa ser ainda estudado e enri-quecido com novas sugestões, até o mês de outubro, para posterior aprovação na próxima Assembleia.”

Refl exões variadas provocaram decisões colegiais para o bem da Igreja

Símbolos da JMJ são acolhidos pelos bispos

Page 8: JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ ANO XXIX - 282 MAIO …guaxupe.org.br/wp-content/uploads/2013/11/Jornal_comunhao_maio2013... · palavras fundamentais na evangelização, propuseram

8 JORNAL COMUNHÃOJORNAL COMUNHÃO

entrevista

O QUE DISTINGUE O VATICANO II

DOS OUTROS CONCÍLIOS?

Pe. Paulo César: Todos os outros concílios, a começar pelo Concílio de Niceia em 325, passando pelo Concí-lio de Constantinopla, Trento e Vati-cano I, se posicionaram contra algu-ma coisa, uma heresia, um grupo de cismáticos, uma mentalidade (como exemplos, as heresias cristológicas do começo da Igreja, a grande opo-sição aos reformadores protestantes do século XVI no Concílio de Trento). O Vaticano II, colocado pelo papa João XXIII, teve uma postura diversa. Não foi um concílio para se opor às pessoas, ideias e inovações, mas um concílio para abrir a Igreja, aggiorna-re a Igreja, como dizia aquele papa. Ou seja, era preciso uma atualização da Igreja em pleno século XX. A hu-manidade vinha sofrendo grandes choques, o processo de seculariza-ção que se iniciara em 1789 com a Revolução Francesa, as duas guer-ras mundiais, a Revolução Russa de 1917. Entre outros fatores, o papa percebeu que a humanidade estava sofrida e necessitava não tanto de

ser repreendida, de ser criticada, de ser combatida, mas de ser acolhida em sua dor. O Concílio Vaticano II foi, portanto, a grande abertura para colocar a Igreja em diálogo com o mundo, com uma postura mais mi-sericordiosa, de redenção e salvação do que de repreensão.

QUAIS SÃO, EM LINHAS GERAIS, OS

ENTRAVES NA RECEPÇÃO DO VATI-

CANO II?

Pe. Paulo César: O grande entrave é a gente não conhecer o Vaticano II. Padres, bispos, leigos, todos nós que compomos a Igreja, precisamos conhecer esse patrimônio que já

tem 50 anos. A grande dificul-

dade que eu vejo, que tor-na a recep-ção difícil, é que não basta co-nhecer os documen-tos, mas c o n h e c e r

o es-

Quando João XXIII propunha abrir a Igreja para o Concílio Vaticano II, muitas intuições chegavam ao seu coração. O mundo e suas mudanças, a Igreja e sua estrutura, a evangelização, o diálogo com os povos, culturas, religiões e Comunidades Eclesiais Cristãs. A teologia aspirava pela revelação genuína da fé. Muitos fiéis rogavam as origens da Igreja, o modo de vida das primeiras comunidades. Um tempo que pedia mu-danças para um povo que ansiava ouvir a Palavra e proclamá-la em sua língua, com as condições necessárias para evangelizar. Padre Paulo César Barros, jesuíta, doutor em teologia e professor na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE), afirma que a recepção do Concílio Vaticano II é o maior desafio de hoje, 50 anos após sua abertura. Nesta conversa, ele diz o que já se fez e o que ainda falta para se realizarem as promulgações conciliares.

pírito e as motivações que levaram João XXIII a convocar o Concílio, que levaram Paulo VI a continuá-lo. Por exemplo, a intuição ecumênica, que começou com João XXIII e Paulo VI seguiu avante. João Paulo II escreveu uma encíclica sobre ecumenismo, Ut unum sint. Enfim, essas grandes pos-turas urgem que sejam resgatadas. Já em 1959, pouco depois de Angelo Roncalli ser eleito papa, ele anunciou o Concílio e manifestou esse propó-sito. Voltar 50 e 60 anos atrás e re-colher essas grandes intuições, para mim, é a grande dificuldade que de-vemos enfrentar. Estudar, promover encontros, trabalhar com leigos nas paróquias são várias metodologias que se apresentam como meios para alcançar esse objetivo.

DEPOIS DE 50 ANOS, A QUAIS PON-

TOS FUNDAMENTAIS ATINGIMOS?

Pe. Paulo César: Atingimos pontos bons em questão de ecumenismo. Na encíclica Ut unum sint, em seu se-gundo capítulo, João Paulo II faz um levantamento de tudo aquilo que foi alcançado neste campo. Temos que continuar este caminho. Outro aspecto importante que eu conside-ro, é a reforma litúrgica. As nossas

comunidades buscam celebrar o mistério de Cristo em sua

própria língua, as expressões culturais são assumidas pela liturgia, é o avanço a que chegamos. Outro ponto é como a Sagrada Escritura está mais presente na vida do povo, em nossas mãos, também fruto do Vaticano II, que tem um documen-to sobre a revelação de Deus. A Dei Verbum trata justamente da revelação que se dá pela Escritura, pela Tradição e pela vida da Igreja. São esses os pontos que considero principais sobre os ga-nhos, a partir dos quais nós devemos nos apoiar para seguir em frente.

SE FÔSSEMOS, NESTE

MOMENTO HISTÓRICO-

-ECLESIAL, DESTACAR

reportagem especialreportagem especial

VATICANO II, UM CONCÍLIO A SER FEITOVATICANO II, UM CONCÍLIO A SER FEITOPor Pe. Gilvair Messias

ALGUNS ASPECTOS DO VATICANO

II, QUAIS O SENHOR DESTACARIA

COMO MAIS URGENTES?

Pe. Paulo César: Como estamos no início de um novo pontificado, se procurássemos entender melhor o tema da colegialidade episcopal, já seria um grande ganho para todos nós. Ou seja, pensar em uma nova forma de relação entre o bispo de Roma e os bispos que estão espalha-dos pelo mundo todo. Aliás, o papa João Paulo II, em sua encíclica sobre o ecumenismo (n. 95), já pedia esta reflexão: como o ministério do bis-po de Roma pode ser exercido numa configuração de uma Igreja mais co-munitária e colegial. Eu acredito que este é o ponto. Se começarmos por aí – trabalhar colegialidade episcopal, ler de novo o capítulo 3 da consti-tuição sobre a Igreja, Lumen Gentium - daríamos um pontapé inicial muito importante.

NESTE MÊS DE MAIO, REALIZA-SE A

SEMANA DE ORAÇÃO PELA UNIDA-

DE DOS CRISTÃOS. O QUE AVANÇOU

A PARTIR DO VATICANO II, NAS RE-

LAÇÕES ECUMÊNICAS E TAMBÉM IN-

TERRELIGIOSAS?

Pe. Paulo César: O grande avanço que vejo é com a encíclica de João Paulo II, citada anteriormente, Ut unum sint. Foi um grande ganho esse documento, que recorre a tudo aqui-lo que o Vaticano II propiciou e que lança a Igreja para continuar o cami-nho ecumênico. Em termos de ecu-menismo, acredito que essa encíclica precisa ser retomada hoje, relida e levada em grande consideração. Em termos de diálogo interreligioso, es-tamos ainda em passos iniciais. Tive-mos avanços, sobretudo com os en-contros que João Paulo II promoveu, em Assis, por exemplo, ao reunir-se com membros de outras religiões não-cristãs. Avanço é, portanto, essa postura de diálogo. Hoje, quando fa-lamos de questões ecológicas, gran-de parte dessas preocupações passa pelas religiões. Então, associar eco-logia às religiões será um grande in-vestimento que vamos fazer em ter-mos de diálogo interreligioso.

Page 9: JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ ANO XXIX - 282 MAIO …guaxupe.org.br/wp-content/uploads/2013/11/Jornal_comunhao_maio2013... · palavras fundamentais na evangelização, propuseram

9DIOCESE DE GUAXUPÉDIOCESE DE GUAXUPÉ

JUVENTUDE E COMUNICAÇÃOJUVENTUDE E COMUNICAÇÃOPor Ir. Márcio Diniz, SC, Religioso pertencente à Congregação dos Irmãos do Sagrado Coração – Paraguaçu/MG, na função de assessor do Setor Diocesano da Juventude

juventudes

Verifi ca-se, na atualidade, que os Meios de Comunicação Social têm vigo-rado por meio da produção das informa-ções de massa, especialmente a televisão e a internet. O evento midiático causa aspectos relevantes e também limitantes na vida pessoal e social do ser humano. Neste sentido, cabe-nos destacar o im-pacto destas ferramentas na vida social dos jovens. Em preparação ao 47º Dia Mundial das Comunicações Sociais (12 de maio, Ascensão do Senhor), em sua mensagem para a ocasião, o Papa Emé-rito, Bento XVI, destacou que “esses es-paços, quando bem e equilibradamente valorizados, contribuem para favorecer formas de diálogo e debate que, se re-alizadas com respeito e cuidado pela privacidade, com responsabilidade e empenho pela verdade, podem reforçar os laços de unidade entre as pessoas e promover efi cazmente a harmonia da fa-mília humana”.

MÍDIA E VALORES

Sabemos que alguns veículos de co-municação, contrários aos valores do Evangelho, buscam seus próprios inte-resses, baseados no capital e na audiên-cia, como apresenta Bento XVI: “o signifi -

cado e a efi cácia das diferentes formas de expressão parecem determinados mais pela sua popularidade do que pela sua importância intrínseca e validade.” Essa ação, na perspectiva juvenil, passa algu-mas vezes despercebida e o jovem chega a ser reprodutor dessas ideologias, o que é contrário ao Projeto de Jesus que co-municou a “Boa Nova” a todas as nações.

A constituição da República Federati-va do Brasil, no capítulo V (comunicação social), artigo 221, afi rma: “A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princí-pios: I – preferência a fi nalidades educa-tivas, artísticas, culturais e informativas; II- promoção da cultura nacional e regio-nal e estimulo à produção independente que objetiva sua divulgação; III – regio-nalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais esta-belecidos em lei e IV – respeito aos valo-res éticos e socais da pessoa e da família.”

Infelizmente, no contexto geral, não verifi camos essa preocupação no tocante a programas educativos, artísticas, cultu-rais e informativas para os jovens, como destaca a mensagem papal: “os meios de comunicação social precisam do com-promisso de todos aqueles que estão

cientes do valor do diálogo, do debate fundamentado, da argumentação lógica; precisam de pessoas que procurem cul-tivar formas de discurso e expressão que façam apelo às aspirações mais nobres de quem está envolvido no processo de comunicação.”

NOVOS ESPAÇOS DE EVANGELIZAÇÃO

Mesmo com todos os limites, não podemos criar uma “visão apocalípti-ca” frente aos Meios de Comunicação, até porque o tema proposto para o Dia Mundial das Comunicações deste ano é “Redes Sociais: portais de verdade e de fé; novos espaços de evangelização.” É, portanto, urgente percebermos os sinais de vida efetivados por muitos jovens através da comunicação, sobretudo atu-almente pelas novas linguagens: Redes Sociais, Flash mobs, Mobilização So-cial por meio da internet, dentre outras ações. Não podemos tratá-la como rival à fé. Bento XVI assegura que “o ambiente digital não é um mundo paralelo ou pu-ramente virtual, mas faz parte da realida-de cotidiana de muitas pessoas, especial-mente dos mais jovens”. A juventude tem feito debates eclesiais e sociais por meio de fóruns, roda de conversas, construção

de vídeos. Vem assumindo, para além de instrumento de evangelização, um fator de desenvolvimento humano e cultural.

Além das ações das TICs (Tecnologias da Informação), surgem as mídias alter-nativas (Brasil de fato, Adital, Viração: Educomunicação, Centro de Mídia Inde-pendente – CMI, Revista OCAS, dentre outras) como campo vasto de interven-ção juvenil. São veículos construídos com e para o jovem, onde é colocada a realidade comunitária e social, alicerçada nos direitos humanos, fazendo-o sujeito de direitos e comunicador de suas vidas.

O desafi o do momento é democrati-zar ainda mais essas mídias e meios de comunicação alternativos, politizando a sociedade e fornecendo ao jovem co-nhecimento, para que ele efetive em sua prática “outra comunicação possível.”

SUGESTÃO DE ATIVIDADE: Assistir em grupo o fi lme “Rádio fa-

vela: uma onda no ar” (disponível no youtube - http://www.youtube.com/watch?v=NeNI_WCT-0Y) e propor uma “roda de conversa” sobre as mídias alter-nativas. Como gesto concreto criar um veículo dessa natureza.

Page 10: JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ ANO XXIX - 282 MAIO …guaxupe.org.br/wp-content/uploads/2013/11/Jornal_comunhao_maio2013... · palavras fundamentais na evangelização, propuseram

1010 JORNAL COMUNHÃOJORNAL COMUNHÃO

a caminho do centenário

PRIMEIROS ANOS E VOCAÇÃO

João Dal Monte nasceu em Ribeirão Preto (SP), em 28 de agosto de 1897. Seus pais foram Luiz Dal Monte e Ângela Gu-gliemini. Quando faleceu o pai, Luiz, com a idade de 3 anos voltou com a mãe para a Itália (Mussolente). Com a morte da mãe, Ângela, foi recebido e educado em casa de tios. Em 3 de setembro de 1908, obe-decendo à voz do Senhor, entrou no semi-nário de Rovigo. No dia 15 de setembro de 1912, recebeu o hábito capuchinho, em Bassano, segundo narra o próprio Dom Frei Inácio: “Bondade de Deus em nossa existência. [...] Como é longínquo esse dia! Vamos para os 50 anos... Com 15 anos e 18 dias de existência na paz, na tranqui-lidade, no sossego do convento do novi-ciado de Bassano da Província Monástica dos Padres Capuchinhos de Veneza; [...] vestíamos numa santa e profunda ale-gria as sagradas lãs do ‘Poverello de As-sis’, trocávamos o nome: no Batismo o de João com o de outro batismo ‘Inácio’. Oh! As doces saudades que nos restam vivas em nossa memória do ano de noviciado!” conforme está escrito no Livro do Tombo da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, de Serrania (MG). Desde então, passou a ser chamado Frei Inácio de Ribeirão Preto, nome que adotou até ser nomeado bis-

50 ANOS DO FALECIMENTO DE DOM INÁCIO,50 ANOS DO FALECIMENTO DE DOM INÁCIO,44oo BISPO DA DIOCESE DE GUAXUPÉ BISPO DA DIOCESE DE GUAXUPÉ

Por Clayton Bueno Mendonça, seminarista e estudante de Teologia na Faculdade Católica de Pouso Alegre (FACAPA)

“Nossos olhos, logo nas primeiras linhas, depararam com as palavras... ‘o santo padre, o papa, dignou-se nomear Vossa Exma. bispo residencial de Guaxupé’. Uma comoção profunda nos invadiu... Marejaram lágrimas em nossos olhos... [...] ajoelhado na presença de Jesus Eucarístico respondíamos: ‘faça-se em mim segundo Tua Palavra’.”

po. Em 21 de setembro de 1913, emitiu os votos temporários.

Frei Inácio estava na Itália quando estourou a Primeira Guerra Mundial e foi obrigado a servir ao exército italiano, embora fosse brasileiro. Assim ele narra: “Por quatro anos a fi o, fi camos na antecâ-mara do inferno e por dois anos contínuos, no meio dos sofrimentos das

trincheiras, na luta entre a contínua morte, que a todo passo nos es-preitava ou nos campos de concentração” (Livro do Tombo).

Retornando ao convento, emitiu sua profi ssão perpétua no dia 8 de dezembro de 1921, em Veneza. Em 1922, inscreveu--se na faculdade jurídica do seminário pa-triarcal de Veneza, obtendo a láurea em 30 de julho de 1925, magna cum laude.

SACERDÓCIO E EPISCOPADO

No dia 5 de abril de 1924, foi ordenado sacerdote pelo Cardeal Patriarca Pedro La Fontaine, em Veneza. Nesse tempo, pre-parava-se um novo grupo de missionários para o Paraná. Frei Inácio insistiu para ser enviado, mas seu pedido não foi aceito. Isso aconteceu quando um dos missioná-rios adoeceu e, então, ele o substituiu. Foi enviado ao Brasil, juntamente com outros seis franciscanos capuchinhos. Partiram de Veneza em 13 de setembro de 1925 e, em Gênova, embarcaram no navio Duca d’Aosta, no dia 17 do mesmo mês. Che-garam em Santos (SP) em 3 de outubro e desembarcaram em Jaguariaíva (PR), em 7 de outubro do mesmo ano. Após 20 anos de ausência, o jovem sacerdote voltava à terra querida, com o coração a arder-lhe de zelo pelas almas, autêntico capuchi-nho e fi lho de São Francisco.

Exerceu o ministério presbiteral em Curitiba (PR) e em Campo Magro (PR). De 1932 a 1937, foi superior do Convento de Botiatuba (PR). De 1937 a 1938, vigário de Jaguariaíva (PR) e de 1939 a 1949, de Santo Antônio da Platina (PR). Tornou-se custódio provincial dos capuchinhos do Paraná e de Santa Catarina, durante doze anos, até 1949. Foi sempre um religioso humilde, obediente. Soube cativar a esti-ma de todos desde a chegada ao Paraná, dentro e fora do convento.

Quando comemorava seu jubileu sa-cerdotal, foi nomeado bispo pelo Papa Pio XII, em 15 de março de 1949, como bis-

po titular de Agbia e bispo coadjutor da Diocese de Joinville (SC). Assim nos narra Dom Frei Inácio: “A voz de Pio XII, de sau-dosa memória, nos fez trocar de hábito e nos colocou como bispo coadjutor de Joinville” (cf. Livro do Tombo). Foi orde-nado bispo no dia 26 de maio do mesmo ano, em Santo Antônio da Platina (PR), onde era vigário. Adotou como lema epis-copal Exiit qui seminat seminare (Saiu o Se-meador a semear), à luz de Mateus 13,3ss.

BISPO DE GUAXUPÉ

Depois de três anos de proveitoso apostolado auxiliando Dom Pio de Frei-tas, em Joinville (SC), foi nomeado bispo diocesano da Diocese de Guaxupé, no dia 21 de maio de 1952. Também narra: “Fi-nalmente a mesma voz nos colocou nesta Diocese a apascentar estes bons fi lhos e a cuidar da porção mais escolhida, sacerdo-tes e seminaristas” (Livro do Tombo). No domingo, 7 de setembro do mesmo ano, tomou posse durante uma cerimônia re-alizada no Palácio Episcopal, perante inú-meras pessoas.

Nas décadas de 50 e 60, foi construído o prédio para o Seminário São José (atual prédio da Unifeg) e, para isso, Dom Frei Inácio incansavelmente percorreu toda a Diocese em busca de auxílios. Em 1960, concluiu-se a construção da atual catedral de Nossa Senhora das Dores (iniciada em 15 de setembro de 1943, por Dom Hugo Bressane de Araújo) e solenemente de-dicada pelo núncio apostólico no Brasil, Dom Armando Lombardi, no dia 19 de março. Dom Frei Inácio muito contribuiu para o término da obra.

No dia 23 de setembro de 1962, Dom Frei Inácio esteve presente à instalação canônica da Província Eclesiástica de Pou-so Alegre (MG), à qual Guaxupé passaria a pertencer. De 11 de outubro a 8 de de-zembro de 1962, participou da Primeira Sessão do Concílio Vaticano II, em Roma.

ENFERMIDADE E MORTE

Em janeiro de 1963, foi acometido por trombose arterial. Não obstante todos os cuidados médicos, houve necessidade de amputar-lhe uma perna, em Poços de Cal-das. Cercado de padres, Dom Frei Inácio faleceu numa quarta-feira, 29 de maio de 1963, às 13h05min, vítima de trombose cerebral, na Santa Casa de Guaxupé. Esta-va com 65 anos.

O sepultamento, ofi ciado pelo me-tropolita da Arquidiocese, Dom José D’Angelo Neto, assistido por outros qua-tro bispos, desenrolou-se dentro da Ca-

tedral por entre o pranto inconsolável do povo que fi cou sem seu bom pastor. A razão de tanta devoção das pessoas para com Dom Frei Inácio era o que justamente declarou no discurso fúnebre, Dom Gerar-do Reis, natural de Alpinópolis (MG) e bis-po de Leopoldina: “Ele, que a todos cha-mava de ‘santo ‘ e ‘santa’, deixara em todos aquela inconfundível marca de santidade que o fazia querido e estimado de todos”. Foi sepultado no lado direito da cripta da Catedral, no dia 31 de maio, na presença de diversos sacerdotes e fi éis.

Foi verdadeiro apóstolo que, com seu testemunho, soube cativar a simpatia de todos para levá-los a Jesus Cristo. Homem de oração, de penitência e de caridade. Pastor zeloso, fez inúmeras e proveitosas visitas pastorais, escreveu diversas cartas pastorais. O púlpito e o confessionário foram os lugares preferidos do seu pas-toreio. Em toda parte onde trabalhou, era sempre afável: como pastor, amava o povo e foi querido pelo povo. Um homem san-to! Sua fi gura patriarcal e simples, cheia de bondade e candura, sempre suave, fi -cará no coração de todos. Dom Frei Inácio foi sempre o bispo que nossa diocese de Guaxupé se habituou a conhecer e a amar. Marcou profundamente a história de nos-sa diocese, durante seu pastoreio de dez anos e oito meses, seja pelos seus gestos simples, seja pelos importantes trabalhos apostólicos desenvolvidos com total dedi-cação à Santa Igreja. Saiu o semeador, que semeou a Paz e o Bem...cação à Santa Igreja. Saiu o semeador, quesemeou a Paz e o Bem...

Dom Inácio durante a instalação canônica da Província Eclesiástica de Pouso Alegre, à qual Guaxupé passaria a pertencer, 23 de setembro de 1962

Tela da artista Léa Cury Delorenzo NardiUm santo diante do Santíssimo

Fotos: Arq. Pouso Alegre

Page 11: JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ ANO XXIX - 282 MAIO …guaxupe.org.br/wp-content/uploads/2013/11/Jornal_comunhao_maio2013... · palavras fundamentais na evangelização, propuseram

1111DIOCESE DE GUAXUPÉDIOCESE DE GUAXUPÉ

comunicação

AGENDA PASTORAL DE AGENDA PASTORAL DE MAIOMAIO

COMEMORAÇÕES DE MAIOCOMEMORAÇÕES DE MAIO

NOMEAÇÃONOMEAÇÃO

beatifi caçãobeatifi cação

2

4

8

9

12

13

Diocese: Reunião do Setor Famílias em GuaxupéDiocese: Reunião da Coord. Diocesana dos Grupos de Refl exão em GuaxupéReunião Diocesana do Serviço de Animação Litúrgica em GuaxupéReunião do Conselho Diocesano do ECC em Guaxupé Setor Passos: Reunião dos PresbíterosDiocese: Reunião do Conselho de Presbíteros em GuaxupéAscensão do Senhor - Dia Mundial das Comunicações SociaisSetores Alfenas e Areado: Reunião dos Presbíteros

3

4

10

14

15

20

21

22

24

NATALÍCIO

Pe. Ireneu Viana

Pe. Geraldo Henrique Benjamin

Pe. Benedito Clímaco Passos

Pe. José Benedito dos Santos

Pe. Thomaz Patrick O’Brien – OMI

Pe. José Hamilton de Castro

Pe. Hiansen Vieira Franco

Pe. Antonio Carlos Maia

Pe. Graziano Cirina

Pe. Homero Hélio de Oliveira

ORDENAÇÃO

Frei Adilson Gonçalves

Pe. Francisco Albertin Ferreira

Pe. José Hamilton de Castro

Pe. César Acorinte

Pe. Francisco Carlos Pereira

Pe. Eduardo Pádua Carvalho

Pe. Antonio Donizete de Oliveira

26

01

04

07

09

10

16

No dia 06 de abril, foi nomeado pároco da Paróquia São Francisco de Paula, o padre Juliar Nava, membro da Ordem dos Ministros dos Enfermos (Camilianos), sucedendo a

Todo o Sul de Minas se une para celebrar no próximo dia 04 de maio, às 15h, a beatifi -cação de Nhá Chica. A Celebração Eucarísti-ca será na cidade de Baependi, Diocese da Campanha, presidida por Sua Eminência, o Cardeal Ângelo Amato, Prefeito da Congre-gação das Causas dos Santos e Delegado de Sua Santidade, o Papa Francisco.

História

Ainda pequena, Francisca de Paula de Je-sus, que nasceu no Distrito de Santo Antônio do Rio das Mortes em São João Del Rei (MG), chegou a Baependi. Estava acompanhada por sua mãe, uma ex-escrava e por seu irmão, Teotônio. Com eles, poucos pertences e uma imagem de Nossa Senhora da Conceição.

Este ano é um ano muito festivo para a Igreja, pois comemoraremos os 170 anos da Infância e Adolescência Missionária em todo o mundo.

Uma obra que conseguiu e consegue levar Deus aos mais necessitados, através das crianças, já que possui o lema: “Crianças ajudam crianças”. Através da reza de uma Ave-Maria por dia e da doação de uma moeda por mês,

Pe. Francisco Clóvis Nery

Pe. Geraldo Henrique Benjamin

Pe. Carlos Virgílio Saggio

Pe. Vítor Aparecido Francisco

Pe. José Carlos de Carvalho

Pe. Marcos Luis Silva Rezende

Pe. Donizete Miranda Mendes

Pe. José Ricardo Esteves Pereira

Pe. Thomaz Patrick O’Brien – OMI

20

21

22

25

30

31

Setor Guaxupé: Reunião dos Presbíteros na paróquia Mãe Rainha, em GuaranésiaSetores Cássia e Paraíso: Reunião dos Presbíteros na Paróquia Nossa Sra. da AbadiaReunião do Conselho Diocesano do ECC no Setor PassosDiocese: Encontro Dioc. de Coord. Paroquiais da Catequese em GuaxupéCaminhada da Juventude da Mãe Rainha em Poços de CaldasDiocese: Reunião do Conselho de Formação Presbiteral em Guaxupé

22

23

25

26

29

““SULMINEIRA DE CORAÇÃO” SERÁ BEATIFICADA EM MAIOSULMINEIRA DE CORAÇÃO” SERÁ BEATIFICADA EM MAIO

Infância e AdolescênciaInfância e AdolescênciaMissionária – 170 anosMissionária – 170 anos

Dannyla Souza Melo – Representante da Infância e Adolescência Missionária da Paróquia São Paulo Apóstolo

Arquidiocese de Pouso Alegre - www.arquidiocese_pa.org.br

padre Elias José Zago. Sucedeu, na Paróquia Nossa Senhora dos Milagres, a padre Tadeu Ávila, o padre Gilson Aparecido Prates, também Camiliano.

Fotos: http://www.arquidiocese-pa.org.br/

esta obra conscientiza a criança a sentir-se mem-bro da comunidade.

Em nossa Paróquia de São Paulo Apóstolo de Poços de Caldas, a data será comemorada junta-mente com a I Jornada Nacional da Infância, no dia 25 de maio, às 19h, com a Santa Missa. Convidamos a todos para este momento especial!

Nhá Chica soube administrar muito bem e fazer prosperar a herança espiritual que recebera da mãe. Rejeitou com liberdade às propostas de casamento que lhe apare-ceram. Foi toda do Senhor. Atendia aos que a procuravam, sem discriminar ninguém e, para todos tinha uma palavra de conforto, um conselho ou uma promessa de oração. Ainda muito jovem, dava conselhos, fazia orações e dava sugestões para aqueles que lidavam com negócios. Muitos não tomavam decisões sem primeiro consultá-la e, para tantas pessoas, ela era considerada uma “san-ta”, todavia em resposta para quem quis sa-ber quem ela realmente era, respondia com tranquilidade: “… É porque eu rezo com fé.”

Sua fama de santidade foi se espalhando

de tal modo que pessoas de muito longe co-meçaram a visitar Baependi para conhecê-la, conversar com ela, falar-lhe de suas dores e necessidades e, sobretudo, para pedir-lhe orações. A Venerável morreu no dia 14 de junho de 1895, com 87 anos de idade, mas foi sepultada somente no dia 18, no interior da Capela por ela construída. As pessoas que ali estiveram, sentiram exalar-se de seu cor-po um misterioso perfume de rosas duran-te os quatro dias de seu velório. Seus restos mortais, venerados pelos fi éis, encontram-se hoje, no mesmo lugar, no interior do Santuá-rio Nossa Senhora da Conceição, em Baepen-di, protegidos por uma urna de acrílico, colo-cada no interior de uma outra, de granito.

Page 12: JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ ANO XXIX - 282 MAIO …guaxupe.org.br/wp-content/uploads/2013/11/Jornal_comunhao_maio2013... · palavras fundamentais na evangelização, propuseram

12 JORNAL COMUNHÃO111111111111111111111222222222222222222222222211111111111111111112222222222222222222222 JJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOORRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAALLLLLLLLLLLLLLLLLLLL CCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOOOJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOORRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAALLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLL CCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMUUUUUUUUUUUUUUUUUNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOOO

JUVENTUDE APOSTÓLICADE SCHOENSTATTDE SCHOENSTATT

Por Denise Maimoni, Carol Moraes e Otávio Henrique

QUEM SOMOS

A Juventude Feminina (JUFEM) e a Juventude Masculina (JUMAS) fazem parte do Ramo da Liga da Juventude Apostólica de Schoenstatt, do Movimento Apostólico de Schoenstatt – Mãe Rainha.

NOSSO OBJETIVO

Assim como nosso movimento, as duas juventudes também são internacionais. Es-tamos em vários países do mundo e temos uma mesma aspiração: ser o rosto Jovem de Schoenstatt.

JUVENTUDE FEMININA

Em todo mundo, a menina que participa da JUFEM aspira a ser pequena Maria. Po-rém, toda região tem um ideal específi co, como a do Brasil que quer ser: Lírio do Pai, Ta-bor para o Mundo. Com este ideal, queremos trabalhar três pilares: Filialidade (para com Deus), Pureza e Missão. Também queremos resgatar a dignidade feminina tão perdida e distorcida no mundo de hoje, sempre tendo Maria como modelo. Em nossa diocese, encontra-se a JUFEM em Poços de Caldas e em São Sebastião do Paraíso.

FORMAÇÃO

Em nossa estrutura e formação, os dois grupos funcionam separadamente, tendo seus coordenadores e assessores próprios, além de material e mística diferenciados. Nosso pai e fundador, Pe. José Kentenich, em sua pedagogia, aconselhou que assim decorresse para que a formação pessoal, como mulher ou homem, fosse mais proveito-sa. Todavia, realizamos alguns encontros e atividades em conjunto, fortalecendo nosso caráter de Juventude como um todo.

ATUAÇÃO

Como nosso nome já diz – Juventude Apostólica, somos uma juventude que pro-cura sempre viver o apostolado, estar atuando com jovens na paróquia, ou no Setor Diocesano da Juventude (SDJ) ou em projetos sociais e, principalmente, em missões. Fazemos encontros no Santuário da Mãe e Rainha, como, por exemplo, a Caminhada Jovem, para a qual convidamos todos os jovens da cidade e região. Nas paróquias, vá-rios de nós trabalham em pastorais como acólitos, leitores, animadores e músicos. Este ano, promovemos as reuniões da Campanha da Fraternidade, temos o Projeto Juven-tude Solidária (PJS), para o qual convidamos todos os jovens da cidade para saírem em arrecadação de alimentos, roupas e brinquedos para famílias carentes. Estamos pre-sente no SDJ, ajudando nos trabalhos juvenis de nossa diocese e, fi nalmente, na Missão Jovem Tabor, quando fi camos uma semana em alguma cidade do interior do Brasil, dormindo em escolas ou barracões paroquiais para levar a Palavra de Deus de casa em casa. E a Missão Cristo Tabor , missão nacional própria dos meninos, que se realiza todo começo de ano.

Atualmente, nosso grupo está bem ocupado e animado para os preparativos da JMJ. Motivamos 60 peregrinos, sendo 40 meninas e 20 meninos, para a conclusão de nosso transporte. Tal empolgação se justifi ca também nos encontros internacionais que ocorrerão alguns dias antes da Jornada, sendo o “Cor unum in Patre” das meninas que acontecerá em Atibaia, São Paulo. E dos meninos, será o “IGNIS” que acontecerá no Rio de Janeiro. Desfrutaremos assim da diversidade da Igreja e de nosso movimento.

JUVENTUDE MASCULINA

A Juventude Masculina Internacional atualmente vive uma corrente de vida muito forte, denominada Geração Missionária, sendo um preparo para o Centenário da Aliança do dia 18 de Outubro de 2014 (100 anos de fundação do movimento). Em 2009, o JUMAS Brasil descobriu seu ideal em um encontro nacional, reunindo cerca de 250 meninos de diversas cidades e regionais, formulando a expressão “Vinculados por Maria, Fogo do Cristo Tabor”, tendo como meta a conquista do Homem Novo, sempre amando nossa grande Mãe e Rainha. Busca viver e espalhar o fogo desse Cristo Tabor, o Cristo Transfi gurado. Os meninos contam com grupos em Poços de Caldas e São Sebastião do Paraíso.