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FECHAMENTO AUTORIZADO PODE SER ABERTO PELA ECT Se eu falasse as línguas dos homens e as dos anjos, mas não tivesse amor, eu seria como um bronze que soa ou um címbalo que retine 1Cor 13, 1 JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ | ANO XXXII - 347 | OUTUBRO DE 2018

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Se eu falasse as línguas dos homens e as dos anjos, mas não tivesse amor, eu seria como um

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JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ | ANO XXXII - 347 | OUTUBRO DE 2018

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A teologia moral cristã nunca é simplesmente ética da lei, mas supera também o âmbito de uma ética das virtudes: ela é ética dialógica, porque o agir moral do

homem desenvolve-se a partir do encontro com Deus, portanto nunca é apenas um agir próprio, autárquico e autónomo, mera prestação humana, mas resposta ao dom

do amor e, assim, como que um estar inseridos na dinâmica do amor do próprio Deus o único que liberta verdadeiramente o homem e o eleva à sua verdadeira estatura

[Cardeal Joseph Ratzinger, Congresso Catequético Internacional, 2002]

Ao se compreender a Criação como iniciativa divina e dom ofertado gra-tuitamente à humanidade, torna-se

tarefa dos cristãos considerar o bem co-mum como critério para o estabelecimen-to de suas estruturas culturais, políticas e econômicas.

Quaisquer caminhos estabelecidos para as nações devem, antes de considerar o direito individual, priorizar o bem comum a fim de oferecer condições satisfatórias para toda a população, assim evitando-se o risco de privilegiar uma pequena cama-da social em detrimento de uma população imensa com seus direitos básicos limitados.

“O bem comum não consiste na simples soma dos bens particulares de cada sujeito do corpo social. Sendo de todos e de cada um, é e permanece comum, porque indivi-sível e porque somente juntos é possível alcançá-lo, aumentá-lo e conservá-lo, tam-bém em vista do futuro” (Doutrina Social da Igreja, n.º 164).

A sociedade é formada por todos os in-divíduos nela inseridos, independentemen-

te de sua condição financeira, orientação sexual, ideologia ou modo de vida. Desse modo, é fundamental oferecer o direito à participação integral de cada sujeito, não somente nos deveres civis e legais, mas também nos bens produzidos pela comu-nidade humana, sejam de ordem material, moral ou cultural.

Com o objetivo de promover a integra-ção plena de todos no tecido social, a Igre-ja destaca a via da conscientização dos di-reitos básicos de cada pessoa, assim como a promoção da dignidade humana com ini-ciativas transformadoras e igualitárias. Daí se compreende o investimento sistemático de recursos provindos das comunidades em campanhas e ações direcionadas por temas e realidades diversos.

“É impossível promover a dignidade da pessoa sem que se cuide da família, dos grupos, das associações, das realidades ter-ritoriais locais, em outras palavras, daquelas expressões agregativas de tipo econômico, social, cultural, desportivo, recreativo, pro-fissional, político, às quais as pessoas dão

editorial

voz do pastor

expediente

A identidade e a missão da Igreja não podem escapar do projeto do Pai, manifestado de forma visível no seu

Filho Jesus, o Verbo encarnado. A Igreja foi instituída, querida e desejada pelo Senhor, assim como escolheu seus discípulos e fez dos 12 apóstolos as colunas de sua Igreja.

Sem perder sua identidade naquilo que a constitui, a própria identidade do seu Senhor, que veio para servir e não para ser servido, mergulha nas realidades do mundo e das pessoas, gerando vida e liberdade, trazendo salvação e garantindo o penhor da vida eterna. Sem isso, a comu-nidade Igreja vira uma ong (organização não governamental) ou o algo parecido, fugindo por completo do espírito impresso pelo Senhor no seio dos que acreditam e esperam.

Diante de conflitos, dificuldades e, es-pecialmente, com as marcas de uma mu-dança de época, cobranças de toda ordem e falta de perspectivas, muitos, como os discípulos de Jesus, desejam ir embora também. Verificando a história, a Igreja já

passou por momentos delicados, comple-xos, mas é o Espírito do Senhor que con-duz, ilumina, abrindo novos caminhos.

Identidade e missão, duas caracterís-ticas fundamentais que balizam o ser e a ação, dando clareza, coragem e força na presença transformadora da Igreja, capaz de motivar a conversão dos corações e santificar o mundo.

Em cada tempo, a Igreja é desafiada de algum modo, especialmente nos dias de hoje, quando parece que não podemos construir coisa alguma porque nada tem base, fundamento, tudo é superficial, pas-sageiro, o que vale hoje não serve para o amanhã.

Constantemente, a Igreja precisa fazer a releitura de cada momento sem perder de vista o anúncio primeiro que é Cristo e seu reino, que o mundo, hoje, também questiona, quanto mais no que diz respeito aos valores e aos princípios, que estão se tornando algo raro em nossos dias. O ca-minho da Igreja precisa ser preciso, claro, sem perder sua essência, sua vitalidade e

Diretor geralDOM JOSÉ LANZA NETO EditorPE. SÉRGIO BERNARDES | MTB - MG 14.808

Equipe de produçãoLUIZ FERNANDO GOMESJANE MARTINS

RevisãoJANE MARTINS

Jornalista responsável ALEXANDRE A. OLIVEIRA | MTB: MG 14.265

Projeto gráfico e editoração BANANA, CANELA bananacanela.com.br | 35 3713.6160

ImpressãoGRÁFICA SÃO SEBASTIÃO

Tiragem3.950 EXEMPLARES

RedaçãoRua Francisco Ribeiro do Vale, 242 Centro - CEP: 37.800-000 | Guaxupé (MG)

Telefone35 3551.1013

[email protected]

Os Artigos assinados não representam necessariamente a opinião do Jornal.

Uma Publicação da Diocese de Guaxupé

www.guaxupe.org.br

IDENTIDADE E MISSÃO

Dom José Lanza Neto,Bispo da Diocese de Guaxupé

sua força. Essa é a grande missão que leva as pessoas a perceberem o novo, o dife-rente. É preciso mudar para permanecer. Menos, muitas vezes, é mais.

Em nossas comunidades somos presença viva de Cristo, trazemos, pelo nosso Batismo, toda vitalidade da fé, da esperança e do amor capazes de gerar doação, perdão e compro-metimento na transformação do mundo e da realidade pelo nosso testemunho.

Será que nós nos sentimos Igreja hoje? E quando falamos de comunidade, o que passa pela nossa cabeça? Será que já per-demos o senso de pertença ou não conse-guimos perceber mais nossa identidade e missão? Cuidemos do tesouro que nos veio da parte de Deus-Pai. Amemos a Igreja, assim como ela é, não deixemos que nin-guém nos roube a experiência de fé e vida recebida de nossa mãe-Igreja. A Igreja é nossa casa comum, aberta a todos os que queiram fazer a experiência de fé e teste-munhar Cristo.

Maria nos recorda a Nova Eva, a nova humanidade, a Igreja de Cristo.

vida espontaneamente e que lhes tornam possível um efetivo crescimento social” (Doutrina Social da Igreja, n.º 185).

Assim, a Igreja estabelece como princí-pio de sua contribuição para a vida social a solidariedade que expõe a relevância de se acompanhar com uma visão ética as si-tuações humanas geradoras de injustiça e degradação do ser humano.

A Igreja defende como valores intrínse-cos à humanidade a Verdade, a Justiça e a Liberdade. Assim, toda a ação social das comunidades cristãs se estabelece com a meta de preservar esses pilares sociais que garantem critérios universais válidos para que não se estabeleça uma barbárie.

Conservar a prática de uma ética uni-versal que responda aos anseios mais pro-fundos da vida e das atividades humanas “constitui a via segura e necessária para al-cançar um aperfeiçoamento pessoal e uma convivência social mais humana; eles cons-tituem a referência imprescindível para os responsáveis pela coisa pública” (Doutrina Social da Igreja, n.º 197).

2 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ

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“O amor de Cristo nos impulsio-na” (2Cor 5,14). Animado pelo amor de Cristo, acolhi de Dom

José Lanza Neto a missão de ser Coorde-nador Diocesano de Pastoral. Nossa cente-nária Diocese de Guaxupé vem realizando um lindo caminho no sentido de discernir e responder aos desígnios do Senhor, muito especialmente nos últimos tempos, os de-safios de ser uma Igreja em Saída, para ser sempre a Igreja de Cristo. É nesse caminho que quero continuar inserido.

Particularmente, sempre me chamaram a atenção os dizeres do Documento de Aparecida, fruto da 5ª Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Ca-ribe, em 2007: “Conhecer a Jesus é o me-lhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-lo conhe-cido com nossa palavra e obras é nossa alegria” (DAp,29).

Acolher e anunciar a Alegria do Evan-gelho é nossa missão; nisso encontramos o sentido verdadeiro da vida, o sentido pri-meiro e fundamental de toda a ação pas-toral, especialmente em chave missionária. A missão anima, fortalece e impulsiona a pastoral; anima, fortalece e impulsiona a vida de cada um de nós. A missão recor-da constantemente à Igreja que ela vive de Cristo e para Cristo. “Jesus Cristo é a fonte

de tudo o que a Igreja é, de tudo o que ela crê. Em sua missão evangelizadora, ela não comunica a si mesma, mas o Evangelho, a palavra e a presença transformadora de Je-sus Cristo na realidade em que se encon-tra” (CNBB, Doc. 102, 4).

Pastoral, especialmente em chave mis-sionária, tem a ver com gente e isso exi-ge proximidade. Uma diocese precisa de elaborações de projetos e planejamentos pastorais, mas isso nunca poderá dispen-sar, se deseja ser eficaz, o contato alegre, amoroso e misericordioso com as pessoas, como rezamos na oração para a nossa 5ª Assembleia de Pastoral: “Visitai cada cora-ção, cada lar, cada comunidade: conhecei a causa de suas lágrimas e o motivo de suas alegrias, as lutas em favor do vosso Reino, a simplicidade de suas obras e a grandeza de sua fé”.

O contato e a proximidade entre as pessoas, da Igreja com as pessoas e suas realidades constroem pontes e promovem a cultura do encontro. Igreja em Saída, como deseja o Papa Francisco, significa bispo, padres, diáconos, religiosos e reli-giosas, leigos e leigas em saída. Igreja em saída não é uma simples ideia, algo bonito de se dizer, mas atitude de todos nós que formamos e somos a Igreja do Senhor. Pela graça batismo-crismal temos, como Igreja em saída, que anunciar com a palavra e a

vida a “Alegria do Evangelho”, a beleza de ser cristão; beleza essa que preserva nossa casa comum, que salva o mundo.

Exorto a todos a estarmos, pela força do Espírito Santo, em estado permanente de conversão, que nos leve a uma verdadeira descentralização, ou seja, não de um lugar para outro somente, mas, antes, uma des-centralização de nós mesmos que nos leve a curar a doença do “sempre foi assim”, para despertar a sensibilidade, a solidarie-dade, o amor em ato, a perseverança e a sadia criatividade, o que nos faz estar em estado permanente de missão.

O ser, pensar e agir da Igreja, de nós que somos a Igreja, é o ser, pensar e agir de Cristo. Por isso, tenhamos em nós os mesmos sentimentos que havia nele (Cf. Fl 2,5). Isso nos torna santos e os santos mo-vem e abalam o mundo.

Estamos para celebrar a nossa 5ª As-sembleia Diocesana de Pastoral, momento em que nos colocamos na escuta do que o Espírito diz a nossa Igreja Diocesana. Abra-mos, então, o coração e a mente para que o Senhor faça em nós segundo a sua Pala-vra. Rogamos a intercessão da Virgem Ma-ria para que, unidos pela força da oração, sejamos gente da esperança, a serviço do Evangelho, promovendo a vida e a dignida-de para todos.

opinião

biografiaNascido em 6 de dezembro de 1975,

em Campestre, padre Alexandre é filho de Maria de Lourdes Oliveira

Gonçalves e João Antônio Gonçalves. Sua formação filosófica foi realizada no Semi-nário São José, em Guaxupé, e a formação teológica na Faculdade Católica de Pouso Alegre, residindo na Casa de Formação Nossa Senhora das Dores.

Ainda diácono, foi enviado para o traba-lho na formação presbiteral no Seminário São José, em 2003. Sua ordenação pres-biteral aconteceu no dia 3 de janeiro de 2004, tendo como lema “Eis que venho fa-zer, com prazer, a vossa vontade, Senhor” (Sl 40 (39), 8 – 9).

No período de 2003 a 2012 foi forma-dor no Seminário Diocesano São José, atu-ando, também, como vigário e administra-dor paroquial na Catedral Nossa Senhora das Dores, em Guaxupé, entre os anos de 2003 a 2007. Por vários anos se dedicou ao Serviço de Animação Vocacional acom-panhando os jovens que ingressariam no seminário. No ano de 2013, foi enviado à Paróquia São José, em Machado, onde está atualmente.

NOVOS PASSOS DE UMA IGREJA EM SAÍDA E EM CONVERSÃO A CRISTO

Por Alexandre José Gonçalves, coordenador diocesano de pastoral

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 3

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notícias

Imagem/Texto: PV/SAV

Texto: Assessoria de Comunicação/Imagem: Lázara Assunção

Texto | Foto: Pastoral Vocacional da Diocese da Campanha

Texto/Imagem: Assessoria de Comunicação

SAV promove 2° Encontro Vocacional em Guaxupé

Setor Juventude reúne mais de 100 jovens de diferentes expressões

Pastoral Vocacional promove Encontro Provincial em Campanha

Bispos e padres discutem Formação Presbiteral em Guaxupé

Aconteceu, entre os dias 24 e 26 de agosto, o 2° Encontro Vocacional promovido pelo Serviço de Anima-

ção Vocacional da Diocese de Guaxupé. O encontro foi realizado no Seminário Dioce-sano São José com a participação de 36 jovens, que buscam discernir a vocação sa-cerdotal. O tema central foi Santidade, ten-do como texto base a exortação apostóli-ca Gaudete et Exsultate do papa Francisco.

Os participantes, durante todo o fim de semana, foram convidados a refletir sobre

“Conhecer cada um e saber o que a Igreja pensa sobre a juventu-de”. Essa foi a avaliação feita

pela jovem Maisa Cristina da Silva, de Gua-xupé, sobre o Encontro de Coordenadores de Grupos de Jovens, organizado anual-mente pelo Setor Juventude. Neste ano, o encontro aconteceu no dia 26 de agosto na Cúria Diocesana em Guaxupé.

O encontro trouxe como tema “O Batis-mo e o chamado à Santidade”, concretizan-do “uma experiência de alegria, partilha e o desejo de caminhar juntos, como Igreja”, como disse o assessor do Setor Juventude,

No dia 1º de setembro, a Pastoral Vo-cacional das três dioceses que com-põem a Província Eclesiástica de

Pouso Alegre (Pouso Alegre, Campanha e Guaxupé) promoveu um encontro provin-cial de suas equipes diocesanas, realizado no Seminário Diocesano Nossa Senhora das Dores, em Campanha (MG).

Como resultado da reunião, algumas propostas de ação foram firmadas pelos três assessores e os membros das equipes diocesanas, como: Criação do Dia Provin-

No dia 5 de setembro, estiveram reu-nidos, no Seminário São José, em Guaxupé, bispos e padres envolvi-

dos com a Formação Presbiteral e o Ser-viço de Animação Vocacional das (arqui)dioceses da Campanha, de Guaxupé e de Pouso Alegre.

O objetivo do encontro foi promover o alinhamento na formação presbiteral, jun-tamente com o planejamento das ações conjuntas que já acontecem entre as três dioceses.

a vivência da santidade, renúncias, desa-fios e alegrias.

Além das palestras, houve momentos de oração, adoração eucarística, leitura orante da Sagrada Escritura, lazer e a Missa presidida pelo bispo diocesano, dom José Lanza que, durante a homilia, exortou os vocacionados a serem simples e a busca-rem a Deus nas pequenas coisas, “pois não foi por acaso que Ele nos chamou e confia a cada um de nós um tesouro que carrega-mos em vasos de barro”.

padre Vinícius Pereira Silva, em seu perfil numa rede social.

O objetivo do encontro é reunir diver-sas expressões juvenis de toda a diocese: Pastoral da Juventude, Ministério Jovem, Equipes de Nossa Senhora, Juventude de Schoenstatt, Treinamento de Liderança Cristã etc. “Este encontro é um ponto de celebração de toda a nossa caminhada, além de ser um momento de encontrar ou-tras lideranças e reestabelecer nossas for-ças para lutar por nossa juventude”, relatou Beatriz Ribeiro, de Passos.

cial de Oração pelas Vocações; Adesão ao Projeto “Cada Comunidade Uma Nova Vo-cação” (CNBB): ação evangelizadora que visa a promoção da cultura vocacional em todos os segmentos da Igreja ; Programa-ção do Encontro Provincial de 2019: acon-tecerá no dia 14 de setembro em Pouso Alegre, com o tema: “A pessoa do anima-dor vocacional e o papel da equipe voca-cional”; Escolha de uma Equipe Provincial da Pastoral Vocacional.

4 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ

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crianças

Luiz Fernando Gomes| Imagem: PASCOM

Paróquia de Botelhos realiza 2º Concurso de Ipês em atenção a Laudato Si’

Em consonância com a encíclica Lauda-to Si’, a Paróquia São José de Botelhos realizou, em setembro, a segunda

edição do Concurso Fotográfico de Ipês. Neste ano, 15 participantes concorreram a duas mudas de ipê e a um quadro persona-lizado de sua fotografia. O resultado com o ganhador saiu após a contagem dos votos realizados por uma rede social e uma urna na Igreja Matriz.

A ideia de elaborar uma campanha que despertasse o interesse e o cuidado das pessoas pela natureza surgiu mediante o apelo do papa Francisco: “Lanço um con-vite urgente a renovar o diálogo sobre a

maneira como estamos a construir o futuro do planeta. (…). Todos podemos colaborar, como instrumentos de Deus, no cuidado da criação, cada um a partir da sua cultura, experiência, iniciativas e capacidades” (LS 14).

“Com o evento, a comunidade é convi-dada a olhar para a natureza local, aguçan-do o interesse pelo cultivo e o zelo com a ‘beleza da criação’, como insiste o papa em suas orientações. A resposta à proposta é sempre muito positiva, tendo em vista os milhares de votos e a torcida que se orga-niza”, comentou o padre Luciano Campos Cabral, administrador paroquial.

“Em verdade vos digo, se não vos converterdes e não vos tornar-des como crianças, não entra-

reis no Reino dos Céus. Quem se faz pe-queno como esta criança, esse é o maior no Reino dos Céus. E quem acolher em meu nome uma criança como esta, estará acolhendo a mim mesmo” (Mt 18, 2 – 5). Convidamos algumas crianças de nossa diocese para responder perguntas sobre o papel de Jesus em suas vidas. As respostas são encantadoras e, ao mesmo tempo, pro-fundas e cheias de carinho.

Marcos Vinícius de Melo Silva, 9 anos – Poços de Caldas

Quem é Jesus para você?

Ele é o Salvador das pessoas, aquele que não mente. O filho do Deus Vivo e Glorioso. Jesus foi aquele que se tornou homem, pegando para si todas as nossas enfermidades, angústias e dores. Ele foi paciente, bondoso, humilde, gene-roso e obediente até seus últimos minutos de vida, crucificado. Foi Ele quem morreu na Cruz para nos livrar dos pecados. E, antes de morrer, realizou muitos milagres, salvou uma prostituta da morte, sentou-se na mesa com os pecadores, contou lindas histórias em forma de parábolas. Jesus foi exemplo de amor.

Como você demonstra que ama Jesus? Crendo que Ele existe. Amando meus

Da Redação

irmãos como a mim mesmo. Servindo a Igreja. Sendo cristão em minhas atitudes. Lendo a Bíblia. Assumindo as responsabili-dades. Praticando o perdão todos os dias. Ajudando a todos e, principalmente, aque-les mais necessitados. Enxergando Jesus em cada coisa e pessoa, para, assim, doar o devido amor e carinho para com eles.

Guilherme Marques, 9 anos – Paraguaçu

Quem é Jesus para você?

Jesus é o meu amigo de todas as horas. Con-

verso com Ele todos os dias e Ele me prote-ge de todo o mal.

Como você demonstra que ama Jesus? Rezando todos os dias, não desobede-

cendo meu pai e minha mãe, não brigando e indo à missa todos os domingos.

Gabriel Marques, 9 anos – Paraguaçu Quem é Jesus para você?

Jesus é o meu me-lhor amigo. Com ele posso conversar e agra-

decer pela minha vida e por tudo o que ele faz por mim. Pedir conselhos.Como você demonstra que ama Jesus?

Não falando palavrão, sendo amigo de todos e ajudando as pessoas que precisam.

Herison Eduardo Melo, 7 anos – São Sebastião do ParaísoQuem é Jesus para você?

Jesus traz a paz, a alegria, o amor, a saúde,

o amor pela minha família e pelos meus pais.Como você demonstra que ama Jesus?

Ajudando o próximo, ajudando os doen-tes. Servindo a Ele como coroinha.

Tayla Caroline de Pau-la, 10 anos – São Se-bastião do ParaísoQuem é Jesus para você?

Jesus é nosso Pai e protetor das crianças e

de todo mundo.

Como você demonstra que ama Jesus? Rezando e agradecendo por tudo o que

eu tenho, pela minha família.

Gabriel Rodrigues de Melo, 8 anos – São Se-bastião do ParaísoQuem é Jesus para você?

Alguém que deu a vida por nós,

que não deixa nada de ruim aconte-cer com a gente. Traz a paz, a alegria. Ele cuida de nós e faz tudo por nós.

Como você demonstra que ama Jesus? Sendo um bom filho que respeita os

pais e alguém que não faz nada de mal para ninguém, que também ajuda o próxi-mo.

Emanuel Silva Ribeiro, 11 anos – Guaxupé Quem é Jesus para você?

Jesus para mim é amor. É o meu começo e é o meu fim. É paz e

harmonia, é a luz na minha escuridão, é a estrada que me guia, é paz no meu cora-ção, que me guia, me guarda e me protege.

Como você demonstra que ama Jesus?

Eu demonstro que amo a Deus rezando, indo à igreja, orando, fazendo as missões da Igreja, servindo a Deus no altar, cantan-do, louvando e ajudando o próximo.

Emanuele Silva Ribei-ro, 11 anos – GuaxupéQuem é Jesus para você?

É a luz que me guia, é a minha esperança, é a minha vida. É aquele que me protege de todo

o mal, é o meu tudo.Como você demonstra que ama Jesus?

Eu ajudo o próximo, respeito meus pais e todas as pessoas. Vou à missa e sirvo ao altar, sendo uma boa pessoa, louvando e agradecendo Ele.

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 5

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em pautaCRISTÃOS E A TECNOLOGIA: SOMOS MAIS QUE UM PERFIL

O mundo mudou. Esta afirmação não tem nada a ver com saudosismo ou falas repetidas das pessoas

que viveram em uma época diferente à nossa. A sociedade sempre está em constante transformação, modificando seu modo de pensar, se relacionar e de viver. O advento da tecnologia e das mí-dias sociais contribuíram largamente para o desenvolvimento de um estilo de vida nunca antes pensado, apenas desenhado como um futurismo inatingível. Contudo, o improvável provou-se real e já estamos submersos em sua lógica específica.

Os benefícios das novas tecnologias de comunicação não são poucos. Eles trouxeram comodidade e praticidade para a vida de muitas pessoas, nas mais diversas situações. Desde informar até unir pessoas, as redes sociais colaboram com a formação de uma nova estrutura social, mais aberta e democrática. As te-las estão à disposição. En-tretanto, todo cuidado é pouco quando o assun-to é não permitir que a vida seja engolida pelos algoritmos da realidade virtual.

Interagir com as pessoas que vivem a grandes distâncias de nós, comparti-lhar a maneira pessoal de enxergar os fatos, partilhar momentos únicos da vida, publicar em tempo real a localização de onde se está, criar legiões de fãs a par-tir do anonimato, são situações comuns para qualquer adolescente que já nasceu neste ambiente globalizado e tecnológi-co. Eles são capazes de conviver com isso sem nenhuma dificuldade, notando ape-nas elementos positivos.

Porém, olhando por outra perspecti-va, nada é tão claro e puro assim. A vida concreta, além das telas, parece não es-tar em cores nítidas e vivas. As distâncias que se encurtaram também foram capa-zes de criar novos afastamentos. As opi-niões compartilhadas se alastraram a tal ponto do pensador Humberto Eco dizer que a “internet deu voz aos idiotas”, porque as palavras antes permiti-das apenas aos especia-listas agora perambulam na boca de pseudodou-tores, donos de uma ver-dade frágil e míope. A vida compartilhada con-verteu-se num poço de ilusões, parecido com o poço no qual Narciso se afogou.

As localizações e os check-in (confir-mação de localização) não apenas infor-mam onde as pessoas estão, mas talvez, onde seus corpos estão, já que suas men-tes e intenções estão nas redes sociais. A falsa glória da popularidade nas redes

não contribui para o crescimento pesso-al dos subfamosos, criando situações de frustações e fuga do mundo real, nem sempre fabuloso ou próspero como nas telas.

No entanto, nenhum extremo é saudá-vel. Os meios tecnológicos possuem inú-meras capacidades e podem contribuir para o desenvolvimento de um modo de vida vigoroso e sadio. Ao mesmo tempo, se não submetida a uma reflexão sistemá-tica, a realidade virtual pode levar seus interlocutores a situações de ilusões, ge-rando um mal-estar indesejado. A síntese dessa duplicidade de valores deve ser buscada, ainda mais nos ambientes cris-tãos, nos quais o valor da vida humana e sua promoção são importantes.

Daí surge a emergência de se colocar em pauta este assunto comumente trata-do nas análises sociais contemporâneas, mas sob uma ótica cristã. Muitos de nós, cristãos católicos, também estamos entre-laçados nesse novo modo de viver. Contu-do, nosso papel deve ser semelhante ao de Jesus de Nazaré: usar de todos os meios para unir e espalhar o amor pelo mundo, comprometidos com o Reino de Deus.

A comunicação sempre fez parte da Boa Notícia de Jesus. Sua forma de dizer às pessoas sua mensagem foi profun-damente interativa e expansiva: estava em situações e lugares diversos. Desde seu nascimento, com a comunicação da Encarnação através de uma estrela que guiava os magos do oriente (cf. Mt 2, 2); o anúncio de João Batista que preparava o caminho para sua chegada (cf. Mt 3, 11); sua primeira manifestação pública em Caná da Galileia (cf. Jo 2, 11); sua

caminhada em direção a Je-rusalém (cf. Jo

2, 12) e suas pa-rábolas (cf. Lc 13, 18-30), são fatos que mostram como, desde o início, o evento de Jesus de Nazaré exigiu comunicação e relação, sem contar os inúmeros diálogos realizados por ele (cf. Mt 8, 2-3; Jo 3).

Além da vida em diálogo, o anúncio e a interação de Jesus, a escolha dos 12 apóstolos (cf. Lc 6, 12-16), bem como a dos 72 discípulos (cf. Lc 10, 1) e sua mis-são em comum de anunciar a todas as pessoas e a todas as nações (cf. Mt 28, 19), comprovam a natureza abrangente e

a comunicabilidade da mensagem e da salvação que ele trouxe (cf. Jo 3, 16-18).

Todos esses elementos favorecem a necessidade dos meios tecnológicos de comunicação. Tudo o que é capaz de aproximar as pessoas, unindo-as a um ideal comum, tendo em vista a dignidade humana, é evangélico e favorece a pro-clamação de Jesus Cristo.

A leiga Maria de Lourdes Freire, que há pouco tempo começou a fazer uso das redes, afirma como elas podem ser usadas a favor da Igreja e do Evangelho: “Através de mensagens com passagens da Bí- blia, de um simples ‘bom dia’

ou ‘boa noite’, vídeos de alguns padres

ou histórias mo-tivadoras, as pessoas ficam mais próximas de Deus. Com

isso, Jesus se faz presente em

nossa vida, nas vá-rias horas do dia, por

meio dessas mensagens. Mas isso nunca deve gerar em nós um comodismo para não assumirmos nossa posição e missão dentro da Igreja”.

Entretanto, a capacidade de gerar no-vas situações de evangelização pode ser ofuscada pelo ódio desenfreado. As fake news (notícias falsas) unidas à dissemi-nação de comentários maldosos e nada produtivos existem aos montes. Tudo é

tão escrachado que poderíamos dizer que, da mesma forma que o bem usa de todos os meios para levar adiante uma Boa Nova, as pesso-as guiadas pelas más intenções

trabalham na mesma direção e com a mesma força. “Às vezes, estou

navegando e acabo encontrando alguns vídeos superpositivos que motivam a gen-te, ou algumas frases que nos levantam, nos ajudando a ir pra frente. Mas, tam-

bém, já presenciei muitas brigas, como, por exem-plo, discussões políticas e religiosas. Muitas pessoas são maldosas a ponto de usar em seus argumentos um vocabulário bem sujo. Além disso, são muitas as notícias falsas, quando já vejo que não é um canal de notícias confiável, nem

costumo abrir ou compartilhar”, partilhou Bruna Gonçalves.

Recentemente, um artigo publica-do por Moisés Sbardelotto, jornalista e doutor em ciências da comunicação, e também reproduzido pelo site da CNBB, relata como essa relação desagradável

Os benefícios das novas tecnologias de comunicação não são poucos. Eles trouxeram comodidade e praticidade para a vida de muitas pessoas, nas mais diversas situações.

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Luiz Fernando Gomes, seminarista – Teologia

acontece até mesmo entre católicos extre-mistas: “A pessoa que está do outro lado da tela já não é um ‘irmão ou irmã na fé’, mas apenas al-guém sobre o qual se descarrega toda raiva e o rancor pessoais (...). Nada nem ninguém es-tão acima desse ‘Tribu-nal da Santa Inquisição Digital’”.

O lado obscuro da i n t e r n e t pode estar

ligado ao próprio fator de

seu desenvolvimento. Após a Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945), na chamada terceira revolução tecno-lógica, em meio à Guerra Fria, emergiu um esforço desenfreado pelo desenvol-vimento da comunicação nos países em conflito, visando a proteção de suas na-ções. Superado este estágio conflituoso, a internet, como uma rede de interação de computadores, saiu do âmbito das grandes empresas de defesa e caminhou para as pessoas comuns e suas realida-des mais triviais, a ponto de, a partir dos anos 1990, tendo um verdadeiro boom nos anos 2000, os computadores e ce-lulares já serem objetos comuns, mesmo que caros.

Isso não quer dizer, de modo algum, que as tecnologias da comunicação são más em sua gênese, mas que trazem con-sigo essa finalidade de informar, mesmo que coisas ruins. De qualquer modo, su-perada essa complicação paradoxal do bom uso e do mau uso da internet, comum a toda realidade humana, o desenvolvi-mento chegou e tornou a vida mais fácil.

Hoje é impossível pensar qualquer realidade, mesmo que as mais básicas, sem alguma espécie de tecnologia ou te-las. “Desde que eu me lembro, já existem celulares e notebooks. Não sei como as pessoas viviam sem poder ver as notí-cias, os desenhos e as novelas. Eu sem-pre assisto televisão, ligo para meus pais e mando Whatsapp (aplicativo para envio de mensagens) paras as pessoas”, disse Pedro Henrique Gomes, de 9 anos, que tem contato com a internet desde muito jovem.

Aos poucos, até mesmo quem não ti-nha acesso às redes viu-se cercada por elas, como comenta Bruna Gonçalves, de 19 anos: “Eu comecei a usar o celular e o computador muito rápido, que dá para perceber só quando paro para pensar. Agora, eu vejo como essas tecnologias ajudam muito. Hoje mesmo eu precisei pegar um über (sistema de solicitação de carro de aluguel) e pedi pelo aplicativo no meu celular. Logo em seguida, me comu-

niquei com minha mãe por mensagens”. De todos os modos, a tecnologia

está aí, com suas qualidades e seus de-feitos. Os usuários são pessoas comuns, cristãos ou não. Tudo está tão bem ab-sorvido pelo consciente coletivo que qualquer novidade já não gera mais es-

panto, mas admiração e atualização. A real busca que todos devemos fa-zer neste momento não é abandonar as telas em vista de uma volta aos moldes do passado e seu valores, mas estabelecer um diálogo sincero com todos os seus recursos.

As escolhas que po-demos fazer, em última instância, é olhar com atenção a proposta cristã do amor (cf. Jo 13, 34) e reconhecer nela o modo

correto de agir: será que vale a pena gastar tantas horas em uma rede social em detrimento de uma vida real ao lado de amigos e familiares? Nossa forma de nos posicionar nestes veículos de comu-nicação revelam respeito, promovem a verdade e a dignidade da pessoa huma-na? Será que estamos favorecendo o di-álogo saudável ou nos escondendo atrás de telas e teclados para exibir um lado obscuro e agressivo de nós mesmos? Se a verdade é o que todos desejam, por que as falsas notícias e as mentiras que criamos sobre nós mesmos?

Enfim, o cristianismo é o amor em constante propagação. Com essa cer-teza, nosso verdadeiro ser cristão deve também respeitar essa lógica. Não pos-so esquecer-me que não sou apenas um perfil, e que quando nele estou lá também se encontram meus valores e ideais. Ne-nhuma rede ou canal virtual pode roubar aquilo que temos como maior riqueza: o calor humano e o amor que dele nasce.

Tudo é tão escrachado que poderíamos dizer que, da mesma forma que o bem usa de todos os meios para levar adiante uma Boa Nova, as pessoas guiadas pelas más intenções trabalham na mesma direção e com a mesma força.

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 7

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família

papa

JORNADA MUNDIAL DAS FAMÍLIAS: O EVANGELHO DA FAMÍLIA É ALEGRIA PARA O MUNDO

O MUNDO INTEIRO COMO UMA SÓ FAMÍLIA

Entre os dias 15 e 26 de agosto desse ano, tive a oportunidade de acompa-nhar, como diretor espiritual, um grupo

de peregrinos de diversas cidades do Brasil à 9ª Jornada Mundial das Famílias com o papa Francisco em Dublin, na Irlanda. Estávamos num total de 141 pessoas, dos quais vinte e nove pertencem à Paróquia Sagrada Família e Santo Antônio, em Machado. A maioria dos peregrinos é proveniente do Movimento Neo--Catecumenal.

Uma experiência rica e profunda, pois, ao encontrar com pessoas de outras regiões de nosso país, foi um momento oportuno de en-trelaçar novos laços de amizade e, sobretudo, o cultivo da espiritualidade. Antes, porém, da participação do grupo todo em Dublin, tive-mos a oportunidade de estar primeiramente em Roma, na Itália. Estar na sede de nossa Igreja foi como ver a beleza da Igreja Católica Apostólica Romana manifestada, não só na-quilo que é externo, mas também nos esplên-didos templos e monumentos.

No nosso último dia em Roma (22/8), participamos da Audiência Geral com o papa Francisco na Sala Paulo VI. Algo que me cha-mou atenção foi a grande emoção que tomou conta do povo quando papa Francisco entrou naquela auditório. O papa com seu jeito sim-ples e humilde ao se aproximar das pessoas; todos que ali estavam sentiam o desejo de tocar nele. É o pastor que tem o cheiro das ovelhas, assim como ele mesmo tem nos en-sinado.

Papa Francisco deu continuidade às ca-tequeses sobre os Mandamentos da Lei de

É na família que cada um de nós deu os primeiros passos na vida. Lá aprende-mos a conviver em harmonia, a contro-

lar os nossos instintos egoístas, a conciliar as diversidades e, sobretudo, a discernir e pro-curar os valores que dão sentido autêntico e plenitude à vida. Se falamos do mundo inteiro como duma só família, é porque justamente reconhecemos os laços da nossa humanida-de comum e intuímos a chamada à unidade e à solidariedade, especialmente em relação aos irmãos e irmãs mais vulneráveis. Toda-via, muitas vezes, sentimo-nos impotentes face aos males persistentes do ódio racial e étnico, a conflitos e violências inextrincáveis, ao desprezo pela dignidade humana e os di-reitos humanos fundamentais e ao desnível

Por padre Rovilson Ângelo da Silva, administrador paroquial em Cabo Verde

Discurso do Papa às Autoridades - Encontro Mundial das Famílias, 2018

Deus. A reflexão tratada nesse dia foi sobre o segundo mandamento: “Não pronunciarás em vão o nome do Senhor, teu Deus” (Ex 20, 7). “Quem quer que seja pode invocar o santo nome do Senhor, que é Amor fiel e misericor-dioso, em qualquer situação que se encontre. Deus nunca dirá não a um coração que o in-voca sinceramente”, destacou o papa.

Terminados os dias em Roma, nosso grupo partiu em direção à capital da Irlanda, Dublin. Na cidade, nosso primeiro encontro com o papa Francisco foi no sábado (25/8), no Festival das Famílias. O bonito de se ver nesse dia foi a força da Igreja Católica Apos-tólica Romana, pois, mesmo diante de bom-bardeios de anticatólicos, se percebia a força

de nossa Igreja. Fiéis espalhados por toda a capital da Irlanda com o mesmo objetivo: estar diante do Sumo Pontífice em defesa da família.

A Irlanda não foi escolhida aleatoriamente para sediar aquele belíssimo encontro. Como sabemos, a preocupação da Igreja com a fa-mília é enorme. E a Irlanda vive um momento de mudanças, com toda a polêmica sobre a união civil homossexual e a questão da apro-vação do aborto, recentemente. Tudo isso mostrou claramente a providência de Deus com esse país.

No discurso na Festa das Famílias, o papa Francisco mostrou a relação profunda do mis-tério da Igreja com a sacralidade da família:

“A Igreja é a família dos filhos de Deus; uma família, onde se regozija com aqueles que estão na alegria e se chora com aqueles que estão na tribulação ou se sentem desanima-dos com a vida. Uma família onde se cuida de cada um, porque Deus nosso Pai nos fez, a todos, seus filhos no Batismo”.

No encerramento do encontro (26/8), participamos da Missa de Encerramento no Phoenix Park. Lá, tivemos a oportunidade de encontrar diversos brasileiros e ver a força de nossa Igreja, pois nem a chuva pôde atrapa-lhar o desejo do povo de Deus de estar reuni-do. Na homilia, o papa lembrou a importância da família no cultivo da fé: “Cada dia novo na vida de nossas famílias e cada nova geração trazem consigo a promessa de um novo Pen-tecostes, um Pentecostes doméstico, uma nova efusão do Espírito, o Paráclito, que Je-sus nos envia como nosso Advogado, nosso Consolador e Aquele que verdadeiramente nos dá coragem. Quanta necessidade tem o mundo deste encorajamento que é dom e promessa de Deus”.

Para finalizar a 9º Jornada Mundial das Famílias, no final da Missa de encerramento, como de costume, foi anunciada a sede da 10º Jornada Mundial das Famílias que será a cidade de Roma, em 2021. O anúncio foi feito pelo prefeito do órgão vaticano para os Lei-gos, a Família e a Vida, cardeal Kevin Farrell. A cidade italiana receberá o evento no ano do quinto aniversário da exortação apostóli-ca Amoris Laetitia, do papa Francisco, sobre o amor na família.

crescente entre ricos e pobres. Quanta neces-sidade temos de recuperar, em cada área da vida política e social, o sentido de ser uma ver-dadeira família de povos! E de nunca perder a esperança e a coragem de perseverar no imperativo moral de sermos obreiros de paz, reconciliadores e guardiões uns dos outros.

O Evangelho lembra-nos que a paz ver-dadeira, em última análise, é dom de Deus; brota de corações sanados e reconciliados e estende-se até abraçar o mundo inteiro. Mas requer também, da nossa parte, uma conver-são constante, fonte dos recursos espirituais que são necessários para construir uma so-ciedade verdadeiramente solidária, justa e ao serviço do bem comum. Sem este funda-mento espiritual, o ideal duma família global

de nações corre o risco de não passar dum «lugar-comum» vazio. Poderemos afirmar que o objetivo de gerar prosperidade econômica levará, por si mesmo, a uma ordem social mais justa e equitativa? Não poderia, pelo contrário, acontecer que o aumento duma «cultura do descarte», materialista, nos tenha realmente tornado cada vez mais indiferentes aos pobres e aos membros mais indefesos da família humana, incluindo os nascituros priva-dos do próprio direito à vida? O desafio, que talvez mais provoque as nossas consciências nestes tempos, é esta maciça crise migratória que não tende a desaparecer e cuja solução exige sabedoria, perspectivas amplas e uma preocupação humanitária que ultrapasse em muito decisões políticas de curto prazo.

8 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ

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patrimônio

fé e devoçãoA ORAÇÃO DO TERÇO: MEIO PARA ENCONTRAR A PAZ

CONTEMPLAR CRISTO COM MARIAA contemplação de Cristo tem em Maria o

seu modelo insuperável. O rosto do Fi-lho pertence-lhe sob um título especial.

Foi no seu ventre que Se plasmou, recebendo d’Ela também uma semelhança humana que evoca uma intimidade espiritual certamente ainda maior. À contemplação do rosto de Cristo, ninguém se dedicou com a mesma assiduidade de Maria. Os olhos do seu coração concentram--se de algum modo sobre Ele já na Anunciação, quando O concebe por obra do Espírito Santo; nos meses seguintes, começa a sentir sua pre-sença e a pressagiar os contornos. Quando fi-nalmente O dá à luz em Belém, também os seus olhos de carne podem fixar-se com ternura no rosto do Filho, que envolveu em panos e recos-tou numa manjedoura (cf. Lc 2, 7).

A Ave Maria é uma das primeiras orações que aprendemos e ainda pequenos costumamos recitá-la

antes mesmo de compreender seu valor e seu sentido bíblico. Essa linda oração repetida inúmeras vezes no rosário nos leva à contemplação dos mistérios de Cristo e favorece o desenvolvimento de um clima de intimidade com Maria e com seu Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo.

No mistério da Anunciação do Anjo Gabriel, por exemplo, enquanto recita-mos as Ave-Marias podemos imaginar a cena e captar as impressões de Nossa Senhora. Sentimo-nos inundados pelas disposições de Maria e podemos, in-clusive, imaginar como viver motivados por esses sentimentos, como enfrentar dificuldades e as coisas da vida com a disposição de Nossa Senhora. Assim, a repetição permite fazer as associações adequadas para meditarmos cada um dos mistérios de Cristo com frutos de muita paz.

O padre João Mohana nos ensina em seu livro Descubra o Valor do Terço: “Bendita és tu” é a saudação (ev)angé-lica para a privilegiada da humanidade; “cheia de graça”, o mistério da comuni-cação de Deus conosco; “bendito o fruto do teu ventre” é Jesus, essa palavra que volta a cada passo, fazendo tudo conver-gir para o Jesus histórico, que outro não é senão o Cristo da Fé; “Santa Maria, mãe de Deus”, o mistério inefável da materni-dade divina; “roga por nós, pecadores” é a nossa realidade concreta; pecadores, mas, ao mesmo tempo, filhos, íntimos de

Por Gabriela Itagiba Aguiar Vieira, médica, mora em Alfenas

São João Paulo II, carta apostólica Rosarium Virginis Mariae, 2002

Desde então o seu olhar, cheio sempre de reverente estupor, não se separará mais d’Ele. Algumas vezes será um olhar interrogativo, como no episódio da perda no templo: «Filho, porque nos fizeste isto?» (Lc 2, 48); em todo o caso será um olhar penetrante, capaz de ler no íntimo de Jesus, a ponto de perceber os seus sentimentos escondidos e adivinhar suas deci-sões, como em Caná (cf. Jo 2, 5); outras vezes, será um olhar doloroso, sobretudo aos pés da cruz, onde haverá ainda, de certa forma, o olhar da parturiente, pois Maria não se limitará a com-partilhar a paixão e a morte do Unigênito, mas acolherá o novo filho a Ela entregue na pessoa do discípulo predileto (cf. Jo 19, 26-27); na ma-nhã da Páscoa, será um olhar radioso pela ale-gria da ressurreição e, enfim, um olhar ardoroso

Deus, herdeiros. Sim, Deus, nosso Pai, está conosco no terço. “Venha a nós o vosso reino”, destino deste mundo, já ini-ciado no ventre da mãe de Cristo.

A oração assídua e fervorosa do terço nos ajuda a manter bem vivos em nossas consciências os valores evangélicos para que possamos vivê-los e testemunhá-los. Não se trata de trazer à memória as pá-ginas do Evangelho que contemplamos a cada mistério mas se trata de deixar Deus falar com a promoção e o estímu-lo para a leitura orante da Palavra de Deus. Após a escuta da Palavra e para a contemplação de cada mistério, é natu-ral que o espírito se eleve para o Pai. É assim mesmo: Maria volta nossa atenção para Jesus, e Nosso Senhor nos leva ao Pai com a oração ensinada por Ele pró-prio: o Pai Nosso!

A repetição das orações no rosário não são nem de longe uma prática can-sativa e sem sentido se for vivida como aquela manifestação de amor insisten-te que não se cansa de voltar à pessoa amada; a oração se renova pelo senti-mento que a envolve.

Não podemos nos esquecer do uso adequado do Terço! Além de ser um meio de contar e registrar as orações, o ter-ço tem um simbolismo todo especial que deve favorecer a contemplação e uma vida que esteja voltada para Jesus. Aliás, é Jesus Crucificado que inicia e encerra o percurso da oração do rosário.

Nosso principal objetivo com a ora-ção do Rosário é assimilar os Mistérios de Cristo e daí desfrutarmos da intimi-

pela efusão do Espírito no dia de Pentecostes (cf. Act 1,14).

Maria vive com os olhos fixos em Cristo e guarda cada palavra sua: « Conservava todas estas coi-sas, ponderando-as no seu cora-ção » (Lc 2, 19; cf. 2, 51). As recorda-ções de Jesus, estampadas na sua alma, acompanharam-na em cada circunstância, levando-a a percor-rer novamente, com o pensamen-to, os vários momentos da sua vida junto com o Filho. Foram es-tas recordações que constituíram, de certo modo, o “rosário” que Ela mesma recitou constantemente nos dias da sua vida terrena.

dade com Deus que alimenta nossa fé e enche nossa vida de paz. Além disso, não podemos nos esquecer do pedido de Nossa Senhora de Fátima em sua apari-ção há 100 anos: “Rezem o Terço como meio para alcançar a paz!”. E quem não deseja paz? Pois se temos a receita, va-mos lá! Rezemos por nossos filhos e com nossos filhos essa oração tão simples e rica porque nossos olhares voltados para Cristo nos ajudarão a nos olharmos ainda melhor enquanto família.

Segundo o Santo Padre o papa João Paulo II, em sua carta apostólica Rosa-rium Virginis Mariae, sobre o rosário, “Família que reza unida, permanece uni-da”. A oração do terço pode reproduzir

em nossos lares aquele clima de harmo-nia da casa de Nazaré, pode nos ofere-cer força e esperança para a missão de educar nossos filhos que crescem sob especial proteção! E por falar em prote-ção, o terço confere especial assistência espiritual aos enfermos, idosos ou aos que se aproximam de alguma forma da morte quando repetem dezenas de ve-zes: “Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte”. 

Conhecendo os fundamentos bíbli-cos, as riquezas espirituais e os frutos de paz e unidade, nos sintamos motivados para a oração do Rosário!

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 9

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missão

mês missionário

MISSÃO E COOPERAÇÃO MISSIONÁRIA

A busca de uma reflexão coerente a respeito da Ação Missionária tem habitado as realidades comunitá-

rias de nossas Igrejas particulares e, por conseguinte, de nossas paróquias. Fa-la-se muito sobre a Missão, mas pouco se compreende realmente a respeito da ação missionária da Igreja de Jesus Cris-to e, principalmente, vive-se pouco, tes-temunha-se pouco, ou seja, as palavras estão sendo proclamadas, mas de forma vazia, pois ainda nos falta substancial-mente entender qual o cerne, a nature-za da Igreja, que, segundo o decreto Ad Gentes, é a Missão (AG 2).

Somos sempre convidados a nos doar em prol do Reino de Deus. O papa Fran-cisco, na exortação apostólica A Alegria do Evangelho (EG), afirma: “(...) na doa-ção, a vida se fortalece; De fato, os que mais desfrutam da vida são os que dei-xam a segurança da margem e se apaixo-nam pela missão de comunicar vida aos demais” (EG 10). Temos que cultivar essa paixão pela missão, paixão esta que nos leva a manifestar na vida das outras pes-soas o Reino de Deus.

Precisamos ressaltar que os horizon-tes que despontam na realidade eclesial devem sempre produzir inserções, em to-dos os âmbitos da sociedade, pois para aquele que crê realmente em Jesus, no Evangelho e na missão, não existem bar-reiras irredutíveis quando o assunto é ir ao encontro de todas as pessoas, seja aquele que está ao meu lado ou aquele que se encontra à margem nas nossas co-munidades e na sociedade. Entendemos que a Igreja deve se tornar um sinal pro-fético nesses novos horizontes pessoais, comunitários e sociais que vemos crescer

O mês de outubro quer nos animar na realização das atividades missioná-rias no Brasil e no mundo. Neste ano

em que as Pontifícias Obras Missionárias (POM) celebram 40 anos de missão, quere-mos lembrar a vida de tantos missionários que construíram essa história.

Com o tema “Enviados para testemu-nhar o Evangelho da paz”, o objetivo do mês missionário é sensibilizar, despertar voca-ções missionárias e realizar a Coleta no Dia Mundial das Missões, no penúltimo domingo de outubro (nos dias 20 e 21).

O papa Francisco, desde o início de seu pontificado, tem nos convidado a agir sem

a cada dia e, para que isso ocorra, é pre-ciso que cada batizado, cada discípulo missionário do Senhor manifeste sua paixão pelo mundo, pelas pessoas e seja capaz de realizar gestos ousados e con-cretos de acolhida, de solidariedade, de partilha e, principalmente, de encontro.

Enquanto elemento estruturante, não se pode ver a atividade da Igreja de uma forma unilateral, mas devemos aprender a aplicar a chave de leitura missionária em todas as atividades da Igreja (EG 15). Desta forma, consideremos os três âmbi-tos para contribuir para nossa reflexão a respeito das atividades missionárias rea-lizadas pela Igreja.

a) A PASTORAL, que possui como interlocutores os cristãos atuantes e as comunidades já constituídas. Esta primeira atividade trata da animação pastoral nas comunidades, que dese-

ja inflamar os corações daqueles que, regularmente, frequentam as comuni-dades, se alimentando da Palavra do Senhor e da Eucaristia. Essa atividade tem como objetivo formar a comuni-dade eclesial como sujeito vivo da ação missionária, para ser realmente fermento no mundo, evangelizando--se a si mesmo (Evangelli Nuntiandi 15). Recordemos que a Salvação não ocorre pela simples distribuição dos Sacramentos, mas pela resposta de cada batizado chamado a ser discípu-lo missionário vivendo intensamente a vida fraterna.

b) A NOVA EVANGELIZAÇÃO pos-sui como interlocutores os cristãos afastados da vida comunitária, como também os que não creem em Jesus. Esta tarefa reflete uma maturidade na fé (Redemptoris Missio 49) que as co-

munidades adquirem a partir de sua caminhada. Trata-se exclusivamente de “passar de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral deci-didamente missionária” (Documento de Aparecida 370); de uma pastoral de socialização a uma pastoral de iniciação cristã; de uma pastoral de acolhida daqueles que estão na Igre-ja a uma pastoral do ir ao encontro de quantos não conhecem, recusam ou são indiferentes à mensagem evan-gélica (EG 116;46;82;171). A tomada de consciência da missionariedade deve proporcionar aos cristãos um processo intenso de saída.

c) A MISSÃO AD GENTES, tem como interlocutores os que não conhecem Jesus Cristo. Esta tarefa diz respeito à cooperação missionária. Trata-se da participação de cada Igreja local na missão universal e da fundamental solidariedade de cada comunidade com os outros povos e com as outras Igrejas espalhadas pelo mundo afora. A universalidade é a alma da missão e do seguimento discipular, pois a Igreja foi constituída como “sacra-mento universal de salvação” (Lumen Gentium 48; Ad Gentes (AG), 1), isto é, “sinal e instrumento da união íntima com Deus e da unidade de todo gê-nero humano” (AG 1).

Sejamos corajosos, conheçamos mais as facetas da Ação Missionária. “Fiéis ao modelo do Mestre, é vital que hoje a Igreja saia para anunciar o Evangelho a todos, em todos os lugares, em todas as ocasiões, sem demora, sem repugnância e sem medo” (EG 23).

medo e sem rigidez, com coragem e igual-mente dóceis ao Espírito, para além das estruturas que nos asfixiam. Uma Igreja não burocrática, mas uma Igreja em saída, próxima das pessoas. Neste espírito, e em comunhão com a Campanha da Fraternida-de de 2018, queremos viver juntos o grande projeto de Deus de construir a civilização do amor.

As Pontifícias Obras Missionárias (POM) têm a responsabilidade de organizar a Campanha Missionária, na qual colaboram a CNBB por meio da Comissão para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial, a Comissão para a Amazônia e outros organis-

mos que compõem o Conselho Missionário Nacional (Comina). Além disso, os materiais estão disponíveis no site www.pom.org.br para baixar e multiplicar livremente.

Oração do Mês Missionário 2018Deus Pai, Filho e Espírito Santo, nós Vos

louvamos e bendizemos pela Vossa comu-nhão, princípio e fonte da missão. Ajudai--nos, à luz do Evangelho da paz, testemu-nhar com esperança, um mundo de justiça e diálogo, de honestidade e verdade, sem ódio e sem violência. Ajudai-nos a sermos todos irmãos e irmãs, seguindo Jesus Cristo rumo ao Reino definitivo. Amém.

ENVIADOS PARA TESTEMUNHAR O EVANGELHO DA PAZ

Por José Eduardo da Silva, estagiário pastoral

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ministérios

documentos

“EIS QUE VENHO COM PRAZERFAZER VOSSA VONTADE SENHOR” (SL 39,9)

No exercício de seu múnus pastoral, o bispo elege cooperadores de seu ministério episcopal afim de servir

o Povo de Deus em sua diocese. Neste ano de 2018, a Diocese de Guaxupé con-tou com 5 jovens que já haviam comple-tado sua formação filosófica e teológica e se dedicaram em diversas comunida-des no período conhecido como estágio pastoral. Recebendo a aprovação do bis-po e do Conselho de Presbíteros, esses 5 jovens receberão no dia 3 de novembro a ordenação diaconal pela imposição das mãos do bispo diocesano. Nesta edição, eles partilham sobre sua vida e sobre o que almejam vivenciar como diáconos da Igreja.

Eu me chamo Hudson Ivan Teixeira, nasci no dia 10 de dezembro de 1991, em Alfenas. Meus pais são Lázaro Alves Teixeira e Rosa Maria Mário Teixeira. Sou o caçula de três irmãos. Durante grande parte de minha vida, fomos de outra de-nominação religiosa, mas aos meus 12 anos de idade comecei a participar da Igreja Católica na Paróquia Nossa Senho-

Em grau inferior da hierarquia estão os diáconos, aos quais foram impostas as mãos «não em ordem ao sacer-

dócio mas ao ministério». Pois que, forta-lecidos com a graça sacramental, servem o Povo de Deus em união com o Bispo e o seu presbitério, no ministério da Litur-gia, da palavra e da caridade. É próprio do diácono, segundo for cometido pela competente autoridade, administrar sole-nemente o Batismo, guardar e distribuir a Eucaristia, assistir e abençoar o Matrimô-nio em nome da Igreja, levar o viático aos

moribundos, ler aos fiéis a Sagrada Escri-tura, instruir e exortar o povo, presidir ao culto e à oração dos fiéis, administrar os sacramentais, dirigir os ritos do funeral e da sepultura. Consagrados aos ofícios da caridade e da administração, lembrem-se os diáconos da recomendação de São Po-licarpo: «misericordiosos, diligentes, cami-nhando na verdade do Senhor, que se fez servo de todos».

Como porém, estes ofícios, muito ne-cessários para a vida da Igreja na disciplina atual da Igreja latina, dificilmente podem

ser exercidos em muitas regiões, o diaco-nado poderá ser, para o futuro, restaurado como grau próprio e permanente da Hie-rarquia. Às diversas Conferências episco-pais territoriais competentes cabe decidir, com a aprovação do Sumo Pontífice, se e onde é oportuno instituir tais diáconos para a cura das almas. Com o consentimento do Romano Pontífice, poderá este diaconado ser conferido a homens de idade madura, mesmo casados, e a jovens idóneos; em relação a estes últimos, porém, permanece em vigor a lei do celibato.

DIACONADO: O SERVIÇO DA CARIDADE

Da Redação

Lumen Gentium, Concílio Vaticano II

ra Aparecida. Fui batizado aos 13 anos no dia 21 de novembro de 2004. Algo que sempre me chamava a atenção na fé católica era a Eucaristia. O ministério diaconal, do qual estou prestes a abraçar por misericórdia de Deus, me faz voltar àquele primeiro amor que tanto me amou e envolveu quando descobri a Eucaristia. Vejo este ministério como um chamado à configuração da vida com o Cristo Servo.

Sou José Eduardo Aparecido Silva, nasci em São Sebastião do Paraíso, em 15 de julho de 1989. Sou filho de José Maria da Silva (in memorian) e Maria José Soa-res de Araújo Silva. Minha comunidade de origem é a Paróquia Senhor Bom Jesus, em Guardinha, distrito de São Sebastião do Paraíso. Além de ser um passo im-portante na caminhada vocacional, onde procuro responder ao chamado de Deus constantemente, o ministério diaconal é um momento oportuno para que eu cres-ça na consciência do serviço e na vida litúrgica. Que esse ministério seja aben-çoado e fecundo, um sinal sacramental de Cristo-Servo na Palavra e na Caridade!

Meu nome é Luciano do Nascimento Rodrigues. Sou o oitavo filho de Ana Ma-ria do Nascimento e Paulo Batista Rodri-gues (in memorian), nasci em Cássia no dia 9 de maio de 1990 e fui batizado na Paróquia Santa Rita de Cássia. A apro-vação para o diaconado, muito mais do que um sentimento de realização, foi a certeza de receber a visita de Deus em minha vida e vocação. Desejo que esse sentimento permaneça no exercício do ministério para contribuir de maneira po-sitiva na vida da Igreja e do povo de Deus, anunciando e testemunhando o Evange-lho.

Sou Matheus Júnior Pereira. Filho de Jerson dos Reis Pereira e Sônia Regina

Gonzaga Pereira. Nasci em Passos no dia 17 de julho de 1988. Faço parte da Paró-quia Nossa Senhora da Penha. Ser diáco-no é servir a Jesus nos sofredores.

Eu me chamo Reginaldo Vieira Santos e nasci em Alfenas no dia 14 de abril de 1976. Conduzido por meus pais, Antô-nio Ribeiro dos Santos e Lucy Vieira dos Santos, recebi a graça do Sacramento do Batismo e demais sacramentos da Inicia-ção Cristã na Paróquia São José e Nossa Senhora das Dores, em Alfenas. Nessa paróquia fui coroinha, proclamador da Palavra, participei do Coral Santa Cecília e também fiz parte do grupo de oração. Atualmente, realizo meu estágio pastoral na cidade de Campestre junto ao povo de Deus, que a cada dia me ajuda a ser uma pessoa melhor. Conviver com os pa-dres Francisco Albertin, Vinícius Pereira e monsenhor José dos Reis é motivo de honra e alegria que muito me inspiram e motivam a procurar viver, juntamente com meus quatro irmãos candidatos ao diaconado, as palavras do salmista esco-lhidas para nosso lema.

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 11

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comunicaçõesaniversários outubro

agenda pastoral

Natalício9 Padre Aloísio Miguel Alves11 Padre Gilmar Antônio Pimenta15 Padre Ademir da Silva Ribeiro10 Monsenhor Mário Pio de Faria

6 Reunião do Conselho Diocesano de Pastoral - Guaxupé10 Reunião da Pastoral Presbiteral - Guaxupé12 Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Padroeira do Brasil15 – 17 Encontro Provincial de Pastoral – Bispos e coordenadores de pastorais – Pouso Alegre18 Reunião do Conselho de Formação Presbiteral em Guaxupé20 Reunião dos Conselhos de Pastoral dos Setores (CPS) Reunião Ampliada do COMIRE em Belo Horizonte 21 Dia Nacional da Juventude – Setores Pastorais Festa da Aliança de Amor - Comemoração do 18º aniversário do Santuário da Mãe Rainha - Poços de Caldas

16 Padre Edno Tadeu de Oliveira22 Padre César Acorinte 22 Padre José Neres Lara 22 Padre Glauco Siqueira dos Santos26 Padre Arnoldo Lourenço Barbosa

24 Encontro com os Presbíteros até 5 anos de ministério27 Reunião da Coordenação Diocesana dos MECE’s - Guaxupé Reunião da Equipe Diocesana de Comunicação - Guaxupé Reunião da Coordenação Diocesana dos Grupos de Reflexão - Guaxupé Reunião da Coordenação Diocesana do ECC - Guaxupé Encontro Coordenadores Paroquiais de Catequese - Setores Guaxupé, Passos, São Sebastião do Paraíso, Cássia e Areado 28 Encontro Coordenadores Paroquiais de Catequese - Setores Poços de Caldas e Alfenas31 Aniversário de Ordenação Presbiteral de Dom José Lanza (1980)

30 Padre Ronaldo Aparecido Passos

Ordenação 14 Padre João Batista de Melo17 Padre Márcio Alves Pereira

18 Padre Gilvair Messias da Silva25 Padre José Luiz Gonzaga do Prado 29 Padre Donizete Antônio Garcia31 Padre Robervam Martins de Oliveira31 Dom José Lanza Neto (presbiteral)

atos da cúria

memória

• No dia 12 de setembro, foi nomeado o Pe. Claiton Ramos como Administrador Paro-quial na Paróquia de São Pedro Apóstolo, em São Pedro da União.

• No dia 13 de setembro, foi nomeado o Pe. Rovilson Ângelo da Silva como Admi-nistrador Paroquial na Paróquia de Nossa Senhora Assunção, em Cabo Verde.

Lei fundamental e suprema do país, a Constituição da República Federativa do Brasil, foi promulgada em 5 de ou-

tubro de 1988. Isto é, a Assembleia Cons-tituinte, formado por deputados e senado-res eleitos, escreveu e aprovou uma nova Constituição, que também pode ser chama-da de Carta constitucional.

A Constituição de 1988 pode ser consi-derada o auge de todo o processo de rede-mocratização brasileiro. Ela é a sétima ver-são na história da República. A promulgação da Constituição de 1988 marcou o início da consolidação da democracia, após os anos da ditadura militar. Os brasileiros entraram nos anos 1990 sob comando do primeiro presidente eleito diretamente pelo povo desde 1961.

Mas a revisão constitucional de 1988 não foi o único período de transformações na Constituição. Entre 1995 e 2003, o texto da Carta sofreu mais de 30 emendas. As al-terações, grande parte propostas pelo Exe-

HÁ 30 ANOS ERA PROMULGADA A ATUAL CONSTITUIÇÃO DO PAÍS

cutivo, incluíram mudanças estruturais na economia, como a mineração e a telefonia, permitindo as privatizações da Telebrás e da Cia. Vale do Rio Doce, por exemplo.

Avanços importantes da Constituição de 1988

• SUS como sistema único de saúde no país.

• Voto facultativo para cidadãos entre 16 e 17 anos.

• Maior autonomia para os municípios.• Garantia de demarcação de terras indí-

genas.• Lei de proteção ao meio ambiente.• Garantia de aposentadoria para tra-

balhadores rurais sem precisarem ter contribuído com o INSS.

• Fim da censura a emissoras de rádio e TV, filmes, peças de teatro, jornais e revistas, etc.

• Redução do mandato presidencial de cinco para quatro anos.

12 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ