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FECHAMENTO AUTORIZADO PODE SER ABERTO PELA ECT A Serviço das Comunidades Impresso Especial 9912259129/2005-DR/MG CORREIOS MITRA JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ | ANO XXXII - 325 | DEZEMBRO DE 2016 “Na plenitude do tempo, quando tudo estava pronto segundo o seu plano de salvação, mandou o seu Filho, nascido da Virgem Maria, para nos revelar, de modo definitivo, o seu amor. Quem O vê, vê o Pai. Com a sua palavra, os seus gestos e toda a sua pessoa, Jesus de Nazaré revela a misericórdia de Deus”. Papa Francisco, Misericordiae Vultus

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A Serviço das Comunidades

ImpressoEspecial

9912259129/2005-DR/MG

CORREIOSMITRA

JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ | ANO XXXII - 325 | DEZEMBRO DE 2016

“Na plenitude do tempo, quando tudo estava pronto segundo o seu plano de salvação, mandou o seu Filho, nascido da Virgem Maria, para nos revelar, de modo definitivo, o seu amor. Quem O vê, vê o Pai. Com a sua palavra, os seus gestos e toda a sua pessoa, Jesus de Nazaré revela a misericórdia de Deus”.

Papa Francisco, Misericordiae Vultus

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Dom José Lanza Neto

2 Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades

Editorial

A Voz do Pastor

Jornalista responsável ALEXANDRE ANTONIO DE OLIVEIRA - MTB: MG 14.265 JPProjeto grá�co e editoração BANANA, CANELA E DESIGN - bananacanelaedesign.com.br (35) 3713-6160ImpressãoGRÁFICA SÃO SEBASTIÃOTiragem3.950 EXEMPLARES

ExpedienteDiretor geralDOM JOSÉ LANZA NETO EditorSÉRGIO BERNARDES - MTB - MG14.808Equipe de produçãoDOUGLAS RIBEIRO, JANE MARTINS e JULIANNE RIBEIRORevisãoJANE MARTINS

RedaçãoRua Francisco Ribeiro do Vale, 242 – Centro CEP: 37.800-000 – Guaxupé (MG)Telefone(35) 3551.1013E-mail [email protected] Artigos assinados não representam necessariamente a opinião do Jornal.Uma Publicação da Diocese de Guaxupéwww.guaxupe.org.br

Celebrar o Centenário está sendo um grande momento em nossa Diocese de Guaxupé. Nem imaginávamos que seria tão fecunda a renovação de algumas es-truturas e que pudéssemos colher abun-dantes frutos provindos dos esforços de tanta gente empenhada. Eles e nós nos confiamos à ação do Espírito Santo e, as-sim, se tornou possível, mesmo em meio a tantos desafios e conflitos, realizarmos o que parecia improvável e incerto.

É difícil fazermos uma avaliação bem próxima do que ainda está acontecendo, mas percebemos esforços, avanços, cresci-mentos, mudanças de mentalidade, uma nova compreensão do novo caminhar da Igreja em todo o mundo. Quem de fato foi se abriu aos novos apelos e orientações, perscrutou o Espírito, avançou e se apro-ximou ainda mais da realidade que nos cerca.

Nossa Igreja Diocesana, sempre em sintonia com as propostas das diretrizes da ação evangelizadora no Brasil e mais os documentos eclesiais, procura evangelizar e ser uma presença marcante em nossa re-gião sul mineira. Neste ano do Centenário tivemos a graça de acolher nosso Metro-polita, o arcebispo de Pouso Alegre, que trouxe novo vigor. Nesses dois últimos anos já marcamos e delineamos nossa ação evangelizadora, encontros de coor-denadores de pastoral, liturgia e o serviço de animação vocacional. Temos algumas iniciativas em comum projetando a uni-dade e a comunhão em nossos trabalhos. São forças que se unem às nossas e, nes-te movimento, são fortes os avanços e a compreensão do que precisamos realizar.

O Ano Santo da Misericórdia foi o co-roamento de toda ação de nossas Igrejas. Quantas experiências foram bem-sucedi-

das no que diz respeito ao entendimento, ao respeito e, acima de tudo, ao perdão, sem o qual ninguém, nenhuma comuni-dade, pode se purificar e se converter. O que renova vem de dentro, no silêncio, fruto de muita reflexão, oração e discerni-mento.

Neste Centenário, nossa Igreja Dioce-sana é agraciada e abençoada: quantas lideranças foram despertadas, novos cate-quistas, ministros, agentes de pastoral. O povo sempre responde de maneira positi-va: cinco novos diáconos, seis ordenações sacerdotais e, de nossos encontros voca-cionais, mais doze jovens se dispuseram a fazer a caminhada em nosso seminário. O povo de Deus está sempre pronto, res-ponde bem na medida em que é corres-pondido por parte de nós, padres e lide-ranças, exemplo visto e experienciado nas Semanas Missionárias.

O Centenário está sendo um tempo de inquietações, questionamentos e bus-ca de novos caminhos. O centenário está nos levando a olhar para o horizonte, a detectar o momento presente e a nos desinstalar de nossas velhas convicções e certezas. Em sua reflexão em nossa As-sembleia de Pastoral em Belo Horizonte, em novembro, o assessor, padre Antônio Tatagiba, dizia que para bem evangelizar-mos precisamos levar em conta que: “O tempo é superior ao espaço”; “a unidade prevalece sobre o conflito”; “a realidade é mais importante do que a ideia”; “o todo é superior à parte”.

Ainda temos bem presente nossa pa-droeira, Nossa Senhora das Dores, que, em sua visita pelas paróquias e comunidades, distribuiu bênçãos e graças e fecundou ainda mais nossos trabalhos e iniciativas. Mãe das Dores, rogai por nós!

Eis que a esperança se renova mais uma vez em nossos corações e nossas comunidades. A festa da Vin-da do Menino-Deus tem a força de reacender bons sentimentos em nós. Não importa o que vivemos, ou até sofremos, durante o ano. Celebrar a encarnação do Deus-Amor é per-mitir-se criar utopias, concretizando parcelas desta beleza irrenunciável que é a graça de se estar vivo e parti-cipar deste sonho de Deus.

Um ano duplamente marcado para nossa Igreja Particular, o Cente-nário e o Ano Santo da Misericórdia. Comprovadamente, nossas comuni-dades puderam celebrar essas duas

alegrias. Em nossas páginas, pude-mos retratar fiéis impulsionados pela alegria de reconhecer um Deus que age na história de seu povo, “Deus fez história conosco” e, também, ao nos aprofundar nas obras de miseri-córdia, nos atentamos como tantas pessoas se solidarizam e tornam suas vidas em templos vivos da ação do Espírito Santo, tornando real a face mais plena do cristão: o amor frater-no.

Nesta edição, trazemos alguns depoimentos sobre o ano de 2016 e suas consequências para o ano se-guinte, não somente na dimensão eclesial, mas nos âmbitos sociais que

“Eis o meu servo, dou-lhe o meu apoio. É o meu escolhido, alegria do meu coração. Pus nele o meu espírito, ele vai levar o direito às nações. Não grita, não levanta a voz, lá fora ninguém escuta o que ele fala. Não quebra o caniço já machucado, não apaga

o pavio já fraco de chama. Fielmente promoverá o que é de direito, sem amolecer e sem oprimir, até implantar o direito no país e as ilhas distantes aguardarem sua lei”.

[Isaías 42, 1-4]

interferem profundamente na nos-sa experiência de fé. É preciso estar atento aos sinais dos tempos para ca-librarmos nossa experiência evange-lizadora e tornar o Cristo conhecido por todos os povos.

Refletiremos sobre um aspecto fundamental da fé cristã: a Encarna-ção. O evento histórico no qual Deus rompe a transcendência e permite que o seu Filho faça morada entre nós. A vinda de Deus a nós pela fe-cundação da Virgem de Nazaré é refletida nos âmbitos teológico, li-túrgico e poético, nos favorecendo debruçar sobre este mistério tão caro à tradição cristã.

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3DEZEMBRO/2016

Opinião

Por que Deus se fez homem?

No credo niceno-constantinopolita-no, professamos a nossa fé no mistério da encarnação: “E por nós, homens, e para nossa salvação, desceu dos céus e se encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem”. Esse artigo do credo, além de afirmar o ingresso do Filho eterno de Deus na história da humanidade mediante a assunção de uma realidade humana, também teve outras funções no cristia-nismo primitivo.

Num primeiro momento, a Igreja se serviu desse artigo para defender o parto virginal e sobrenatural de Jesus. A preocupação era demonstrar, con-tra os pagãos, o caráter sobrenatural do nascimento de Cristo e, contra os judeus, o cumprimento da profecia de Isaías 7 (“Eis que uma virgem concebe-rá...”). Num segundo momento, a Igreja se valeu do artigo para defender, con-tra os docetistas, que a carne de Cristo é verdadeira carne humana e não mera aparência. Quando começaram a surgir no seio das comunidades cristãs as con-trovérsias relativas à natureza divina e humana de Cristo, o artigo foi usado pela Igreja para demonstrar que Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

Neste contexto de defesa da ortodo-

xia, foi também se impondo uma per-gunta crucial para a vida cristã: “Por que Deus se fez homem?” Cur Deus homo? Duas foram as principais respostas da-das a essa questão: uma que coloca em primeiro plano a salvação do ser humano, e outra que coloca em relevo a glória de Deus. A primeira resposta acentua a salvação: “Por nós, homens, e para a nossa salvação, desceu dos céus e se encarnou pelo Espírito Santo”. A segunda resposta vai buscar no pró-prio Deus o motivo principal da encar-nação do Verbo: Deus se fez gente para manifestar o seu amor. A vantagem dessa segunda resposta está no fato de pensar a encarnação de uma forma mais abrangente. Mesmo que Adão não tivesse pecado, o Filho de Deus te-ria se encarnado, já que ele é o alfa e o ômega, o princípio e o fim da criação, a obra suprema do amor de Deus (cf. Ap 22,13).

O grande promotor dessa segun-da resposta foi o beato Duns Escoto (1265-1308). Ele, na verdade, procurou mostrar o mistério da encarnação não na sua relação com o pecado, mas, sim, na sua relação com o amor de Deus. O fim primário da encarnação não seria a redenção do pecado, mas a recapitula-

ção de todas as coisas em Cristo. Todas as coisas foram feitas em vista de Jesus Cristo (cf. Cl 1,15ss). A encarnação do Fi-lho de Deus é, portanto, o cumprimen-to da criação, tornando possível a toda a criatura, em Cristo e por meio d’Ele, ser plenificada pela graça e dar louvor e glória a Deus na eternidade. Em ter-mos mais escotianos, o Verbo se fez carne, porque Deus quis ter, fora de si, alguém que o amasse de modo supre-mo e digno de si. Assim escreve Duns Escoto: “Em primeiro lugar, Deus ama a si mesmo; em segundo lugar, ama a si mesmo através de outros diversos de si (trata-se de um amor puro); em terceiro lugar, quer ser amado por outro que o possa amar de modo sublime (fala de amor de alguém fora dele)”.

Por mais que essa solução seja atraente, não deixa de ter seus incon-venientes. Se tomamos como ponto de partida a afirmação de São João – “Nisso está o amor: não fomos nós que amamos Deus, mas foi Ele que nos amou [...]. Nós amamos porque Ele nos amou por primeiro” (1Jo 4,10.19) – en-tão devemos dizer que o amor de Deus é, antes de tudo, amor de doação e não de busca. Deus não age para primeira-mente ser amado, mas para amar. De-

seja, sem dúvida, ser amado. Só que o amor que Deus quer encontrar no ser humano nada mais é do que resposta a esse primeiro amor e não sua causa. Isso significa dizer que Deus desejou a encarnação do seu Filho Unigênito não tanto para ter alguém fora de si que o amasse de modo supremo, mas para haver alguém para amar fora de si, al-guém que fosse capaz de acolher o seu amor. Esse é o fim último da encarna-ção. Graças à encarnação, Deus Pai tem alguém para amar fora da Trindade de forma suprema e infinita, já que Jesus é homem e Deus ao mesmo tempo, o único ser capaz de acolher o amor de Deus em toda a sua plenitude. Nele e por Ele, o ser humano é deificado. Esse é o grande mistério da encarnação!

Fontes Cantalamessa, R. La nostra fede. Il credo

meditato e vissuto. Milano: Ancora, 2016;

Potin, J.; Zuber, V. Dizionario del cris-tianesimo. Bologna: CED, 2016.

Por Padre Adriano São João, doutor em Teologia Dogmática e diretor do curso

de Teologia na Faculdade Católica de Pouso Alegre

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4 Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades

O Serviço de Animação Vocacional (SAV) realizou, no sábado (22/10), a Assembleia Diocesana das Equipes de Animação Vocacional, na Cúria Dioce-sana, em Guaxupé. O objetivo foi forta-lecer a comunhão entre as equipes vo-cacionais e formar os grupos nos níveis espiritual, teológico e pastoral.

O tema do encontro, “Vocações para uma Igreja em Missão”, propôs um ali-nhamento do trabalho específico do SAV à proposta de uma Igreja em saída e missionária. A opção pela temática

A Diocese de Guaxupé acolheu entre os dias 24 e 27 de outubro a 36ª Assem-bleia da OSIB (Organização dos Seminá-rios e Institutos Brasileiros) do Regional Leste II. O encontro aconteceu no Semi-nário São José em Guaxupé e teve como tema principal “Os objetivos e desafios da dimensão humano-afetiva no pro-cesso da formação presbiteral”. O asses-sor foi o padre José Carlos dos Santos, mestre em psicologia pela Universidade Gregoriana de Roma, do clero da Arqui-diocese de Mariana.

Como abertura do encontro, foi re-zada uma Missa na Catedral Diocesana, presidida pelo bispo dom José Lanza Neto e concelebrada por mais de trinta padres. Em sua fala, o bispo acolheu a

Com uma média de 400 jovens partici-pantes, os setores Poços de Caldas e Alfe-nas celebraram o Dia Nacional da Juven-tude, no dia 30 de outubro. No primeiro setor, a concentração aconteceu em Pal-meiral, já no outro, os jovens se reuniram em Alfenas.

Em 19 de maio de 1843, dom Carlos Augusto de Forbin fundou a Infância e Adolescência Missionária (IAM). Seu obje-tivo foi despertar as próprias crianças para que, com suas orações e donativos, aju-dassem outras crianças em todo o mundo.

A IAM é um dos organismos assistidos pela Coleta Missionária, ocorrida no dia 23 em todo o Brasil em prol das Pontifícias Obras Missionárias que gerenciam as mis-sões em todo o mundo.

Assim, a Pastoral dos Coroinhas da Paróquia São João Bosco, em Poços de Caldas, realizou um trabalho de conscien-tização missionária com os coroinhas. Du-rante o mês de setembro, promoveu vá-rios encontros sobre o papel das crianças na evangelização e, de modo especial, na evangelização de outras crianças.

procurou oferecer, aos participantes, diretrizes para que eles possam desen-volver as atividades nas diversas reali-dades.

Além da temática central desenvol-vida pelo padre Reginaldo Silva, cura da Catedral Diocesana Nossa Senhora das Dores, os participantes participaram de duas oficinas, Comunicação em Redes Sociais e Liturgia, ambas assessoradas pelos estagiários pastorais, Sérgio Ber-nardes e Dione Piza, respectivamente.

Por Assessoria de Comunicação

todos, manifestando sua alegria e grati-dão pela assembleia da OSIB ser realiza-da em Guaxupé no ano do centenário.

Durante todos os dias, o assessor abordou o tema de maneira didática, ressaltando a riqueza desta dimensão e lançando luzes para que ela possa ser trabalhada de maneira aberta e tranqui-la nas casas de formação. “O presbítero é chamado a refletir em si a perfeição hu-mana que resplende no Filho de Deus e transparece em suas atitudes para com os outros. O vocacionado deve entender que sua personalidade é ponte e não obstáculo para o encontro pessoal com Jesus Cristo”, comentou o assessor.

Por Douglas Ribeiro, seminarista - Teologia

Os eventos ofereceram uma progra-mação intensa com animação, adoração ao Santíssimo Sacramento, palestra, te-atro e missa. Os participantes puderem refletir sobre a realidade da juventude e qual o seu papel na Igreja e no mundo.

“Quando chegou ao final do encontro

Foi assim que nasceu a ideia do “cofri-nho missionário” para alimentar, nas crian-ças, o espírito de partilha e generosidade. A renda dos cofrinhos seria destinada a ajudar duas crianças carentes da própria paróquia e 20% seriam enviados para aju-dar as missões em todo o mundo.

Cada criança deveria, então, confeccio-nar o seu cofrinho com a ajuda dos pais e responsáveis, utilizando materiais reciclá-veis e com a maior criatividade possível. Só havia uma restrição: não poderia ser com-prado. E para conseguir a arrecadação, os coroinhas juntaram as doações dos fami-liares e a venda de produtos recicláveis e artesanais, tudo em favor da missão.

Por Guilherme Ribeiro, seminarista - Teologia

Notícias

SAV realiza evento de formação para agentes de toda a diocese

36ª Assembleia da OSIB acontece em Guaxupé

DNJ movimenta setores em dia festivo e orante

Paróquia em Poços valoriza a solidariedade entre os coroinhas

Foto: Assessoria de Comunicação

Foto: Guilherme Ribeiro

Fotos: Setor Juventude

Foto: Richard Oliveira, seminarista - Filosofia

Representantes dos setores pastorais marcaram presença no evento

Iniciativa motivou as crianças na criatividade e na solidariedade

Jovens se dedicam à oração e à reflexão em Palmeiral (à esquerda) e em Alfenas

Padres e seminaristas iniciam evento com missa na Catedral Diocesana

foi que eu me dei conta de quão rápida e agradável foi nossa tarde”. Esse foi o teste-munho da jovem Nayra, de Alfenas, em relação ao encontro.

Um dos organizadores revelou sua sa-tisfação em promover o encontro. “Foi um lindo momento de reflexão da Palavra do

Senhor, de adoração ao Santíssimo, de união e partilha entre os jovens. Além da espiritualidade, o encontro foi marcado por descontração e partilha, pois foi um momento em que muitos jovens pude-ram se conhecer e trocar experiências”.

Por Setor Juventude

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5DEZEMBRO/2016

Cerca de 140 arcebispos, bispos, co-ordenadores diocesanos de pastoral, representantes de presbíteros, leigos e leigas de Minas Gerais e do Espírito Santo estiveram reunidos, entre 8 e 10 de novembro, em Belo Horizonte (MG) para a Assembleia Pastoral do Regional Leste 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

Representando a Diocese de Guaxu-pé, estiveram o bispo dom José Lanza Neto, os padres Henrique Neveston e César Acorinte e o leigo Edon Fonseca Borges, representando os leigos.

Neste ano o tema é a exortação apostólica Amoris Laetitia – sobre o amor na família, do Papa Francisco. Du-rante a Assembleia, os bispos refletiram

Foi realizado nos dias 12 e 13 de no-vembro, o 3º Encontro Vocacional 2016 com a participação de 14 jovens. Partici-param deste encontro os vocacionados que podem ingressar no seminário no próximo ano. Das atividades do encon-tro, incluíram-se: orações, horário para jogos e esportes, palestra, momentos de convivência e a Santa Missa de en-cerramento. O bispo diocesano, dom José Lanza Neto, passou na manhã de sábado pelo seminário e falou com os vocacionados sobre a realidade atual da Igreja e a importância da transparência que o seminarista deve ter com a for-mação presbiteral. Destes quatorze jo-vens, doze foram considerados aptos ao

Coordenadores de pastoral, religiosos, re-ligiosas, leigos e leigas dos seis regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que fazem parte da Amazônia Legal participaram até o dia 16 de novembro, na cidade de Belém (PA), do 2º Encontro da Igreja Católica na Amazônia Legal. A reunião, que começou na segunda-feira (14), teve como proposta discutir a realida-de política, social, econômica, cultural e re-ligiosa da região, e a contribuição da Igre-ja Católica para a promoção e defesa da vida dos habitantes e da biodiversidade. A proposta foi fazer uma análise geral de como está sendo desenvolvido o trabalho missionário, atualmente, na região. Além disso, ouvir o depoimento dos bispos e, a partir daí, traçar novas perspectivas e esta-belecer novos desafios.

O trabalho missionário da Igreja Cató-lica na Amazônia existe há 400 anos, des-de a fundação da cidade de Belém. De lá para cá muito já foi feito e outros tantos desafios ainda precisam ser enfrentados.

Organizado pela Renovação Carismá-tica Católica da Diocese de Guaxupé, a edição 2016 do Cenáculo Diocesano foi realizada no domingo, 13 de novembro, e reuniu milhares de pessoas no Centro de Eventos de Juruaia. O encontro cele-brativo marca o encerramento das ativi-dades do ano do movimento eclesial.

A programação teve início bem cedo, às 7h30, com a oração do terço, conduzi-da por membros do Conselho Diocesano da RCC. O presidente do Conselho Esta-dual da RCC Minas Gerais, Cristiano Cos-ta, esteve no Cenáculo Diocesano. Ele,

à luz das orientações do Santo Padre e do Documento 100 da CNBB, de título Comunidade de Comunidades: uma nova paróquia.

Para a assessoria do tema central do encontro foi convidado o padre Anto-nio Tatagiba, vigário geral da diocese de Cachoeiro do Itapemirim (ES). Padre Tatagiba destacou pontos importantes da exortação do Papa que trata, prin-cipalmente, do amor na família: “a re-alidade é mais importante que a ideia. Temos a visão ideal do que deveria ser a família, mas existem muitos modelos e precisamos evitar que a ideia esteja separada da realidade. O caminho sino-dal é importante para analisar a situa-ção das famílias, alargar perspectivas e

ingresso no seminário em 2017. Renan, da cidade de Poços de Caldas, disse que a aprovação para o seminário represen-ta mais um passo dado em resposta ao chamado de Deus. Para Samuel, da ci-dade de Muzambinho, há uma grande expectativa para o ingresso no seminá-rio, confiando sempre na intercessão de Maria e seguindo o seu exemplo de vocacionada. Padre Eder Carlos, assessor do Serviço de Animação Vocacional, de-sejou, no término do encontro, aos se-minaristas e vocacionados perseverança na caminhada e confiança no Deus que chama ao seu serviço.

Por Gabriel Oliveira, seminarista - Propedêutico

“A igreja sempre esteve presente na história da Amazô-nia e sempre este-ve presente para acompanhamento do povo na histó-ria e para ajudar a iluminar o caminho nessa história”, afir-ma o cardeal Hum-mes.

Nos dias 17 e 18, a reunião prosse-

guiu com a participação das Igrejas-irmãs, um projeto previsto nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Bra-sil (DGAE) que atende à necessidade de “forte impulso para a cooperação entre as Igrejas Particulares”, uma vez que são mui-to grandes as carências em várias regiões do país, ao mesmo tempo em que existe uma sensibilidade crescente também para a cooperação missionária além- fronteiras.

Representou a Diocese de Guaxupé o padre Henrique Neveston, coordenador diocesano de pastoral. A Diocese se insere nesta dimensão evangelizadora por seu trabalho em conjunto com a Diocese de Bragança do Pará (PA).

Por CNBB

que concluirá seu mandato em dezem-bro deste ano, ministrou duas pregações.

O encontro ainda contou com a ado-ração ao Santíssimo Sacramento, condu-zida pelo padre Glauco Siqueira, e a Missa, presidida pelo coordenador diocesano de pastoral, padre Henrique Neveston. O padre, em sua homilia, elogiou a sabedo-ria do papa Francisco ao declarar o Ano Santo da Misericórdia. “Quando somos sinais da misericórdia de Deus, nós ama-mos e o amor paralisa o tempo. Quem não perdoa, não ama. Perdoar é devolver aos outros a dignidade da felicidade”.

Cenáculo reúne milhares de pessoas em Juruaia

Assembleia do Leste 2 discute desdobramentos pastorais para a família

Doze jovens são aprovados para o ingresso no seminário em 2017

Igreja da Amazônia avalia evangelização na região

Foto: Assessoria de Comunicação – Arquidiocese de Belo Horizonte

Foto: Gabriel Oliveira

Foto: Ministério de Comunicação - RCC

Assembleia também lembrou o desastre ambiental de Mariana, ocorrido há mais de um ano

Região Amazônica, devido à sua extensão, necessita de investimento na evangelização, aponta avaliação

Aprovados iniciam, no próximo ano, itinerário de formação com 9 anos de duração

Evento inicia ciclo de comemorações pelos 50 anos da RCC

Em 2017, a Renovação Carismática Católica irá comemorar 50 anos de exis-tência. Por isso, no Cenáculo Diocesano foi reservado um momento especial para marcar a data e animar todos os carismá-ticos nesse tempo de festa.

Em paralelo ao Cenáculo Diocesano, foi realizado o Cenáculo Kids, um espaço de evangelização para as crianças. Du-rante todo o dia, elas puderam, de uma forma lúdica e divertida, aprender sobre o amor de Deus.

Por Ministério de Comunicação - RCC

reavivar a consciência sobre a sua im-portância”.

Por Assessoria de ComunicaçãoArquidiocese de Belo Horizonte

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6 Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades

Retrospectiva

Na história da humanidade mais um ano chega ao seu fim. Os aconte-cimentos de 2016 revelam que neste pequeno recorte do tempo muitas coisas ficarão marcadas. A profunda crise política do país, as novas pro-postas para o rumo da educação e da saúde são apenas alguns traços de muitos que constituíram um lado crítico do ano. No entanto, a ênfase de uma Igreja misericordiosa aponta uma nova saída para a crise histórica e uma transformação do homem. A seguir, confira depoimentos de um grupo de analistas sobre vários assun-tos que permearam os últimos meses.

Economia

É necessário, além de óbvio, dizer que o ano 2016 será lembrado pelas fissuras econômicas e políticas na sociedade brasileira. A impossibili-dade em negociar uma saída da cri-se econômica ou do endividamento aprofundou-se a níveis obscuros, pois ninguém sabe o tamanho da crise, o quanto ela durará e quais são, realmente, os remédios “amar-gos” necessários para sua supera-ção.

Propõem-se, novamente, as re-formas da Previdência, privatizações e cortes de gastos, como panaceia resoluta do grande problema. Nesse momento, a retomada histórica con-vém, tendo em vista que na década de 90 o corte de gastos públicos, privatizações, reforma da previdên-cia em busca de uma estabilização monetária não trouxeram, necessa-riamente, um fôlego às políticas so-ciais e uma pacificação social. Muito pelo contrário, a década de 90 foi marcada por crises econômicas in-ternas e externas em um momento em que as dificuldades sociais, po-rém com estabilização financeira, pareciam ser crônicas.

No começo do século XXI, o au-mento do preço das comodities e a eleição de uma coalizão mais de esquerda em vários países do mun-do trouxeram ao projeto do Estado, como indutor da economia, novas perspectivas. Junto à sedução das políticas econômicas populistas e da necessidade de fazer andar as agendas econômicas, política e so-cial, através da democracia de coali-zões, a gastança desenfreada e o au-mento do sentimento de corrupção correram juntos com as políticas so-

2016: ano de reviravoltas, incertezas e reflexões para o futuro

ciais inclusivas que tiraram milhões da miséria e colocaram outros mi-lhares nas universidades públicas e privadas.

Nesse momento, coloca-se no-vamente a opção vivida à década de 90, quais sejam: privatizações, flexibilização de várias legislações com conteúdo social (previdenciá-ria e trabalhista), além do arrocho no gasto e no investimento público. Dessa forma, pergunta-se: não seria necessária uma terceira via? Sem as despreocupações sociais que a pri-meira provoca e, também, sem as despreocupações morais da segun-da alternativa. Se a política é a arte do possível, lembremos que, em vá-rios momentos históricos, a socie-dade tornou possível o impossível.

Por Diogo Paiva, Mestre em Sociolo-gia, doutorando em Mídias Sociais. É professor no Centro Universitário da

Fundação Educacional de Guaxupé (UNIFEG). Reside em Varginha- MG.

Política

O processo político de uma so-ciedade democrática e civilizada é permeado por ciclos e sucessões. E a alternância do poder conduz ao amadurecimento democrático e ao convívio justo e pacífico.

No decorrer do ano de 2016, vi-mos, de fato, uma aguda crise po-lítica; o esgarçamento na constru-ção de um projeto inclusivo e mais igualitário para o nosso país; a ra-dicalização no debate e a crescente e acirrada polarização partidária; e defesa gritante dos interesses par-ticulares em detrimento de ações e projetos para o bem comum.

A crise, em determinada área da vida humana, seja política, eco-nômica ou social, afeta as demais, inevitavelmente. Sempre ocorre a repercussão encadeada. Se há a fa-lência do projeto político de uma nação, e o mesmo apresenta defi-ciências, deformações, inversões, abusos, corrupção, não resta dúvi-da de que o processo civilizatório e democrático, o projeto do bem comum, de vida digna e liberdade para todos, sofrerá na carne todas as feridas abertas.

Assim, diante da análise da crise

política, cheios de esperança, pos-samos re-pensar (ver-julgar-agir) e sermos mais criativos e humanos nas ações políticas, sempre a partir de Jesus Cristo, em prol de um mun-do de justiça e paz, para o “tempo novo” que bate à nossa porta.

Por Rosinei Costa Papi Dei Agnoli, Advogada, Professora e Catequista

na paróquia São Domingos em Poços de Caldas-MG.

Educação

O ano de 2016 significou para a edu-cação nacional o agravamento de uma situação que já era bastante precária. Começamos o ano com a notícia de mais um resultado desastroso na ava-liação internacional de aprendizagem

aplicada a estudantes de 64 países pela OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico): o Brasil ficou entre os dez últimos, ao lado de outros países latino-americanos.

No entanto, o relatório da OCDE acusou uma melhora significativa da educação brasileira no longo prazo, en-tre os anos de 2003 e 2012, com a re-dução do número de estudantes com baixo rendimento.

As crises econômicas e política que abalaram o país em 2016 trouxeram con-sigo péssimas notícias para o contexto educacional: a proposta de reforma do ensino médio por medida provisória, sem a necessária discussão com a sociedade civil sobre as medidas apresentadas, entre as quais a nefasta possibilidade de segre-gação entre ensino técnico e formação propedêutica para o ensino superior, fa-zendo recordar o panorama do antigo “2º grau” tecnicista durante o regime militar; o projeto de emenda constitucional (“PEC do Teto”) que, segundo analistas, prevê re-dução progressiva de recursos para áreas como saúde e educação. Essas e outras bi-zarrices (“Escola sem partido”, fim do pro-grama “Ciência Sem Fronteiras” para a gra-duação, contenção de vagas para ProUni,

RETROSPECTIVA

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7DEZEMBRO/2016

Fies, Pronatec) traçam, diante da educação brasileira, um cenário desolador.

Por Giovanni Marques, Mestre em Teoria e História Literária, diretor acadêmico da Faculdade Católica de Pouso Alegre (FA-

CAPA) e professor universitário. Reside em Pouso Alegre-MG.

Saúde

O ano de 2016 foi especialmente di-fícil na área da saúde, principalmente pela tríplice epidemia de vírus trans-mitidos pelo mosquito Aedes aegypti, quais sejam: dengue, zika e chikun-gunya.

A dengue é preocupante pelo rápi-do crescimento que vem apresentan-do, com aproximadamente 1 milhão

e 400 mil novos casos em 2016, pela alta morbidade que apresenta e pelo fato que ainda não há vacina (está em fase de testes) para evitar a doença. Já a zika foi motivo de profunda preocu-pação, principalmente pela incidência de grande número de casos de micro-cefalia (mais de 1000 casos) e por não se conhecer completamente a fisiopa-togenia desta doença. A chikungunya, por sua vez, também teve aumento exponencial de novos casos e é uma doença que causa muito afastamento no trabalho pelo quadro de artralgia intensa e duradoura.

Outra doença viral que foi marcante neste ano foi a gripe pelo vírus H1N1, que foi atenuada pela vacinação dispo-nível na rede pública.

Para o controle mais eficiente des-tas doenças são necessárias ações de saúde pública e conscientização da população, que deve contribuir no combate ao mosquito. Por outro lado, observamos melhora progressiva de indicadores de saúde em nossa po-pulação, como diminuição da taxa de mortalidade infantil e aumento da ex-pectativa de vida.

Enfim, muita coisa precisa ser me-

RETROSPECTIVAlhorada na saúde pública do Brasil para que se tenha uma assistência médica de melhor qualidade e todo cidadão espera que os políticos e gestores des-ta área tenham esta responsabilidade e este comprometimento.

Por Cleiton Cardoso Ribeiro, médico oftalmologista. Reside em Alfenas-MG.

Sociedade

A família, célula matriz da socieda-de, encontra-se edificada sobre dois importantes alicerces: o amor e a lei. Compete aos pais proporcionar afe-to, proteção e segurança a seus filhos, além de noções claras sobre normas, regras e limites.

Sempre se vê, com muita facilidade, a dimensão do amor e da solidarieda-de no povo brasileiro. Brasileiro que é brasileiro vive transcendendo! Haja transcendência para viver com um sa-lário mínimo; para estudar em escola pública e, mesmo assim, passar no ves-tibular; para trabalhar e pagar tantos impostos; para comer bem com o au-mento do preço de todos os produtos nas prateleiras dos supermercados.

Mas, e a dimensão da lei? Nisso é que nosso povo não é muito bom. No Brasil, a lei é frouxa, unilateral e muito lenta. Isso para não citar as inúmeras situações em que ela parece ser cega, surda e muda. Nos ambientes em que a lei não é colocada com firmeza e preci-são abre-se espaço para que as pessoas confundam transcendência com trans-gressão. Elas acham que estão fazendo a primeira, mas na verdade praticam a segunda. Embora encontrem meios para sair de uma situação ruim, estes nem sempre são lícitos. Dessa forma, a ausência de firmeza ao colocar a lei dá asas ao famoso “jeitinho brasileiro” para resolver problemas e conflitos, resultando, assim, num sistema falido, em que cada um defende seus próprios interesses.

E é exatamente desse modo que o “jeitinho brasileiro” nos distancia do conceito (e da vivência) de sociedade, visto que, ao praticá-lo, defendemos nossos desejos e necessidades. Em úl-tima análise, o “jeitinho brasileiro” não só coloca em xeque nossa condição de cidadão, mas nos desumaniza e nos co-loca cada dia mais longe da noção de uma nação civilizada.

Por Leidilene Cristina Pereira, mestre em

Psicologia Clínica e professora na Facul-dade Católica de Pouso Alegre (FACAPA).

Reside em Pouso Alegre- MG.

Eclesiologia

Não se pode conceber uma MIS-SÃO que não gere encontro com a MI-SERICÓRDIA e uma experiência com a MISERICÓRDIA que não nos remeta à MISSÃO. Penso que esta tese sintetiza os variados discursos eclesiológicos de 2016, muito especialmente aqueles produzidos pelo Papa Francisco.

A diocese de Guaxupé, em plena campanha missionária, ao findar mais um ano de atividade pastoral, nas sen-das de Francisco, conclama todos os diocesanos a se engajarem nesta peleja ao longo de 2017 com ânimos redobra-dos. “Ai de mim se eu não evangelizar” (1 Cor 9,16)”. Não se trata de uma pos-sibilidade, de um desejo ou mesmo de uma estratégia pastoral. Trata-se, efeti-vamente, de uma decorrência ontológi-ca de sermos quem somos: cristãos. Por causa de nossa identidade cristã somos impelidos a proclamar, oportuna e ino-portunamente, o grande amor reve-lado por Deus Pai na pessoa de Nosso Salvador, o Senhor Jesus. Na força do Espírito, acarinhados pela misericórdia do Pai, nos dispomos a contar as mara-vilhas que o Senhor fez em nossa vida.

Que a força da fraqueza do presépio e a luz da criança dourada que renasce em nossas vidas sejam, para todos nós, o alimento substancioso para a cami-nhada do novo que se avizinha.

Por Padre José Augusto, pároco na paró-quia São Domingos em Poços de Caldas- MG e professor na Faculdade Católica de

Pouso Alegre (FACAPA). Por fim, é preciso afirmar que são

os passos de hoje que constituirão o rumo da história do amanhã. Como afirmou o papa Francisco: “É neces-sário voltar a sentir que precisamos uns dos outros, que temos uma res-ponsabilidade para com os outros e o mundo, que vale a pena sermos bons e honestos. Vivemos já muito tempo na degradação moral, descartando a ética, a bondade, a fé, a honestidade; chegou o momento de reconhecer que esta alegre superficialidade de pouco nos serviu” (Laudato Si’, n. 229).

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8 Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades

Nesta entrevista, o padre José Carlos dos Santos, da Ar-quidiocese de Mariana (MG), discute alguns pontos essen-ciais para se compreender a relação entre as dimensões psicológicas e espirituais que integram o ser humano. O presbítero cursou o bacharela-do e o mestrado em Psicologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma e atua como professor e assessor no Seminário de sua arquidioce-se.

Como compreender a inci-dência da dimensão psicoló-gica na experiência de fé?

Os antigos já diziam isso: é necessário que haja uma men-te sadia, mas que haja também um corpo sadio para que a pes-soa seja sadia, porque a pessoa humana é integrada, ela é um todo. Por vezes, as dificulda-des que as pessoas têm para viver a fé não estão radicadas em questões espirituais pro-priamente mas, muitas vezes, é uma incapacidade de viver uma proposta cristã em decorrência de dificuldades psicológicas. Um exemplo: uma pessoa en-tende que tem de viver o amor ao próximo, mas suponhamos que ela tenha uma fragilidade psicológica na integração da agressividade, então ela enten-de que tem de viver o amor ao próximo, ela se empenha em vivê-lo, mas essa dificuldade no equilíbrio da agressividade pode levá-la a agredir as pesso-as, o que ela sabe que não po-deria fazer. Em síntese, é funda-mental que a pessoa, para viver de maneira satisfatória o cristia-nismo, tenha um empenho tanto na sua maturação da fé, mas também na sua maturação humana e psicológi-ca. As duas coisas têm que ir juntas porque uma fortalece a outra.

Viver a fé numa realidade plural e fragmentada como a atual exigiria um posicionamento mais autêntico da fé?

É necessário que a pessoa tenha uma compreensão clara do cristia-nismo, essencialmente aberto à di-versidade. Quando a gente olha a evolução da compreensão do Povo de Deus com relação a uma propos-ta de vida, percebe-se que houve um momento muito nacionalista, Deus é o deus só do nosso povo, só da nossa nação. Até uma situação que se per-cebeu que Deus é o Deus de todos,

que veio para a salvação de todas as pessoas de todas as nações, não há mais uma divisão entre judeus e gre-gos. É necessário que nós tenhamos essa visão do cristianismo, isso numa compreensão teológica e eclesioló-gica. Num determinado momento, a gente usava a expressão “fora da Igreja não há salvação”. Hoje, enten-de-se que há muitas formas de per-tença à Igreja e que a salvação é uni-versal. Talvez, o maior desafio seja o psicológico, de nós nos prepararmos para a convivência com a diversidade de maneiras de estar no mundo, de valores, de compreensões da vida e da fé.

Lidar com as diferenças nem sem-pre é uma tarefa das mais fáceis...

Do ponto de vista da psicologia,

sempre que se fala em personalida-de, um atributo é a unicidade, irre-petibilidade, e, ao mesmo tempo, a gente tem a dificuldade em convi-ver com o diferente, a gente sempre busca nos amigos semelhanças com a gente. Nós temos que nos preparar para conviver num mundo em que a diversidade seja uma das característi-cas principais. Isso exige que a gente tenha uma segurança muito grande quanto à própria identidade. Se eu tenho segurança quanto à minha identidade, eu me sinto à vontade para conviver com quem é diferen-te de mim. E nessa convivência com quem é diferente de mim, eu estarei preparado para uma relação interpes-soal, para a alteridade, respeitando o outro e permitindo que o outro seja o outro e, ao mesmo tempo, eu não vou me confundir com a outra pes-

soa, não vou me perder nessa relação com o outro. Nem vou querer dominar o outro e nem vou me deixar dominar pela outra pessoa. O cristão tem de estar num mundo preparado para conviver com quem não é cristão, sem impor a sua fé. Ele pode propor, e ao mesmo tempo sem perder sua fé, pelo fato de estar convivendo num ambiente em que a maioria das pessoas não sejam cristãs. Eu penso que cada vez mais o mundo será o mundo da diver-sidade e isso exige de nós uma maturidade na nossa identida-de de pessoas cristãs.

Como a relação fé e psicolo-gia pode contribuir para o crescimento de homens e mu-lheres?

No existencial, as duas coi-sas estão juntas, a nossa luta existencial é espiritual e psi-cológica simultaneamente, ou seja, tem de ter um empenho nosso para vencer as nossas dificuldades e barreiras no pla-no espiritual e, ao mesmo tem-po, no plano psicológico. No concreto da vida, as coisas, na maioria das vezes, estão juntas. Na vivência do amor, a minha dificuldade de amar, os limites que eu tenho para amar, às ve-zes têm raízes situadas no cam-po da espiritualidade e outras que estão situadas no campo da psicologia. São imaturida-des espirituais e psicológicas que sustentam determinadas dificuldades para amar. Mui-tas vezes, a pessoa tem de ter uma ajuda técnica para vencer determinadas dificuldades. Eu

penso que aqui algumas coisas se separam. Em determinadas situações a pessoa vai necessitar da ajuda de um diretor espiritual e pode precisar também de um apoio de um especia-lista em psicologia para vencer outras dificuldades. É muito difícil saber se determinada atitude é resultante de uma falta de ascese, de empenho na espiritualidade ou se é resultado de uma fragilidade psicológica. Aqui, eu vejo o que está no cristianismo, que diz: Quem conhece a pessoa profun-damente é só Deus e, portanto, é Ele quem nos julga, e nós não podemos julgar outra pessoa. Isso está muito correto também quando a gente tem esse olhar abrangente da pessoa nas diferentes dimensões e categorias que configuram o nosso ser.

Por Diácono Sérgio Bernardes

“O cristão tem de estar num mundo preparado para conviver com quem não é cristão”

Entrevista

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9DEZEMBRO/2016

Liturgia

Deus se encarna para enobrecer a humanidade, assumindo sua natureza“Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher e sujeito à Lei, para resgatar os que estavam sob a Lei e nos tornar seus filhos adotivos (cf. Gl 4, 4-5)”.

Ao apro-x i m a r m o s do tempo do Natal vamos tam-bém nos p r e p a r a n -do para re-ceber esse M e n i n o --Deus, que se encarna como hu-mano para mostrar seu amor por nós e para que esse amor nos s a l v a s s e . Deus trans-c e n d e n t e t o r n o u - s e i m a n e n t e ; o soberano Senhor do universo fe-z-se servo. Um Deus que se ves-te de hu-mano para estar mais próximo de nós, se fez pobre com os pobres, não buscan-do nada de luxo, não tinha onde nascer, não teve apar-t a m e n t o s para morar. O Filho do Criador não tinha nem onde reclinar a cabeça.

Quando olhamos para o prólogo de João, constatamos a presença de Jesus desde o princípio: “No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. Tudo foi feito por meio dele e sem ele nada foi feito. O que foi feito nele era a vida e a vida era a luz dos homens; e a luz brilha nas trevas (...)” (cf. Jo 1, 1-5a). Assim, mostra-nos que o Salvador já estava desde a cria-ção próximo de nós, mas mesmo assim Deus se encarna, e passa pelas mesmas dores que a humanidade passou e pas-sa: chorou, gemeu, teve cansaço, fome, sede e fadigas, mas não deixou o peca-do fazer parte de sua vida.

“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (cf. Jo 1,14) Deus arma sua tenda e vem morar conosco. Passa pe-

las nossas cidades e vilarejos ensinan-do que o milagre da vida está no amar, caminhando sempre com Ele. Lutando contra o pecado que nos corrói. Sem ganância, sem servir a dois senhores, mas com a vontade de repartir os dois pães e cinco peixes que temos. Pois como já dizia certo escritor: “O Filho do Altíssimo, concebido pelo Espírito San-to no ventre de uma Virgem, nasceu pobre, numa família pobre, em uma cidade pobre. Não num berço de ouro, mas num berço de palha. Cresceu não num palácio, mas numa carpintaria. Vi-veu não no fausto e no luxo, mas não tinha onde reclinar a cabeça. Escalou não os degraus da glória humana, mas desceu às profundezas da humilhação, sendo cuspido pelos homens e prega-do numa rude cruz”.

Daí nos vem a pergunta: Como a en-carnação é importante para celebrar-mos o mistério de Cristo?

Não podemos desvincular o misté-rio transcendente de nossas celebra-ções com a espiritualidade e vivência humana fora da mesma. Como já foi falado, Jesus veio ao mundo fazendo realmente jus à palavra VERBO, sua en-carnação mostrou-nos que Deus não ficou parado nos Templos, mas foi ser Palavra com os seus filhos, foi mostrar que a vida é mais que só oração. Precisa de muito trabalho, de doação, compai-xão e misericórdia com o próximo.

Hoje estamos vendo claramente como que Jesus encarnado está fican-do de lado em nossa vida. Há muitas pessoas que vão à igreja, à missa, mas saem sem compromisso algum, lá fora

não levam consigo os ensinamen-tos do Filho, f a z e n d o assim des-vincular sua vida dentro da igreja com a vida fora dela, não veem nelas mes-mo o tem-plo de Deus, onde Jesus e o Espírito Santo fazem morada. E se não veem em si, imagi-ne se verão nos outros, no próximo, como o Sa-m a r i t a n o viu. Não po-demos es-quecer que os grandes sinais de Jesus acon-teceram no c a m i n h o : M e n i n o --Deus nasce a caminho do recen-seamento ; os leprosos se sentiram curados a c a m i n h o dos sacer-dotes; a viú-va de Naim tem seu fi-

lho de volta a caminho do “cemitério”; os dois discípulos se encontram com o Ressuscitado a caminho de Emaús e o grande missionário Paulo tem sua con-versão a caminho de Damasco.

Logo, Deus nos mostra que precisa-mos caminhar com os irmãos para que o milagre da vida, do amor e da con-versão aconteça em nosso mundo, só assim nos encontraremos com o Res-suscitado, e ressuscitaremos a fraterni-dade morta em nós. Não façamos uma dicotomia entre Mistério celebrado e encarnado e o Mistério da vida que nos chama a sermos irmãos.

Por padre Gledson Domingos, pároco da Paróquia São Benedito, em Passos, e representante do Serviço de Anima-

ção Litúrgica

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10 Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades

Cinco diáconos ordenados a serviço da Igreja do Senhor Na celebração da Ordenação, é

conferido aos diáconos o múnus da Igreja, que louva a Deus e interpela a Cristo. Fortalecidos com o dom do Es-pírito Santo, devem ajudar o bispo e seu presbitério no serviço da Palavra, do altar e da caridade mostrando-se servos de todos.

No dia 5 de novembro, às 09h30 na Catedral Diocesana de Nossa Senhora das Dores em Guaxupé, foram orde-nados diáconos cinco jovens que, de-pois de um longo processo formativo, responderam positivamente ao cha-mado do Senhor. São eles: Dione Piza, Michel Pires, Paulo Sobral, Sérgio Ber-nardes e Vinícius Pereira.

Em um clima festivo, com a pre-sença de familiares, amigos e conhe-cidos, escolheram como lema: “Sede misericordiosos como vosso Pai é Mi-sericordioso” (Lc 6, 36), em sintonia com o Ano Jubilar da Misericórdia.

Após as leituras da liturgia da Pala-vra, deu-se início ao rito de ordenação diaconal. O bispo expressou, durante a homilia, sua alegria e satisfação em poder ordenar esses cinco jovens que “estão se consagrando ao Senhor aco-lhendo a graça do Espírito Santo, e nessa graça respondendo ainda mais ao chamado do Senhor”. Acolhendo a todos os participantes da celebração explicou, a partir das próprias leituras escolhidas para a liturgia, a origem, o significado e o sentido de ser diáco-no. “O diácono é aquele que serve a

mesa da Eucaristia e a mesa da Pala-vra. E, a partir destas, vai em direção ao povo de Deus para ensinar e tes-temunhar”, afirmou Dom Lanza. E são estes testemunhos que colhemos dos primeiros momentos dos jovens diá-conos ao vivenciar o seu ministério, cada um a seu modo.

“O que sempre me cativou foi a certeza que “se com Cristo morremos, acreditamos que também viveremos com ele” (Rm 6,8). À luz desta verda-de, na manhã do dia 06 de novembro, quando presidi os primeiros batiza-dos de meu ministério, novamente a emoção se fez presente, pois sa-bia que aquelas criaturas amadas de Deus, mediante as palavras por mim proferidas, morreriam nas águas ba-tismais para renascer como filhos de Deus! Embora poucos percebessem, quando proferi: “Enzo, eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Es-pírito Santo” me comovi por crer fir-memente que a graça de Deus acon-tecia por meio de meus gestos. Sem dúvida, não há maior alegria que ser moldado pela graça e a ela servir” (Di-ácono Dione Piza).

“Sou grato a Deus pela graça sacra-mental recebida no diaconado. É uma experiência existencial inexplicável. Nossa fraqueza e limitação parecem desaparecer por alguns instantes, mas Deus, sabiamente, usa delas para

nos fortalecer. A ansiedade e alegria são duas palavras que definem bem o que senti na celebração da ordena-ção. Ansioso porque é uma verdadei-ra transformação e um sim definitivo a Deus que nos chama; alegria por-que encontramos familiares e amigos que sonharam tanto quanto eu a con-cretização dessa graça. À noite do dia da ordenação diaconal, tive a feliz ex-periência de assistir a minha primeira celebração do Matrimônio. Uma bên-ção de Deus sobre minha vida e mi-nistério. Deus sempre foi providente na minha história e continuarei a con-tar com sua bondade e misericórdia” (Diácono Michel Pires).

“A ordenação diaconal ficará mar-cada em minha vida como um mo-mento especial da graça de Deus. Nela foi possível sentir a realização do sonho de servir cada vez mais a Deus e ao povo, e que ambos confiam muito em nosso sim. Ainda é curto o tempo da experiência diaconal, mas posso afirmar com convicção que já é possível perceber como Deus se utili-za de nós como instrumentos e servi-dores de sua graça e de sua bênção.

Que Deus nos conserve a todos no seu santo serviço e nos ensine a ser-mos rostos da misericórdia, em meio a um mundo tão ferido” (Diácono Vi-nícius Pereira).

“Para mim a ordenação diaconal

não é simplesmente a realização de um sonho, pois o sonho realizado corre o risco de cair no esquecimento. Contudo, é um momento no qual dou uma resposta concreta ao chamado de Deus em servi-lo na pessoa dos mais pobres e necessitados. Sinto-me imensamente feliz e grato a Deus por tudo e desejo servir a Igreja e os ir-mãos com amor e dedicação” (Diáco-no Paulo Sobral).

“Tornar-se um ministro da Igreja é uma realidade surpreendente que nos envolve ainda mais na graça de Deus que se manifesta não aos mais aptos, mas definitivamente àqueles que se permitem contemplar humil-demente a realidade que se encarnou por amor a nós. Todo o ministério or-denado está ligado à figura do bispo e, nesses primeiros momentos de mis-são, tenho a alegria de percorrer os primeiros passos auxiliando a Dioce-se de Guaxupé nos trabalhos na área da comunicação e convivendo coti-dianamente com nosso Pastor. Des-sa forma, assumo meu ministério de modo similar aos diáconos da Igreja nascente, na qual a tarefa primordial do diaconado era colaborar direta-mente com o epíscopo não somente na liturgia, mas nas diversas ações do bispo.” (Diácono Sérgio Bernardes).

Por Douglas Ribeiro, seminarista da Teologia

Ordenações

No dia 25 de novembro, foi or-denado como presbítero o padre Leandro José de Melo. O novo presbítero é natural de Campes-tre e ingressou no Seminário Dio-cesano São José em Guaxupé, em 2007. Em 2015, ainda como se-minarista, foi nomeado formador do Seminário Diocesano São José para acompanhar os seminaristas do Propedêutico no ano de 2016.

Após ser ordenado para o ministé-rio diaconal, foi enviado à Paróquia São José, em Muzambinho, onde permanece atualmente como vigá-rio paroquial.

“A vocação sacerdotal é um dom precioso de Deus. Deus ama, cha-ma e capacita. Diante deste gran-de dom divino, o sacramento da Ordem, resta-me agradecer a Deus e louvá-lo pelo dom da vocação.

Tenho consciência de que sou vaso frágil e pequeno, mas confiante na graça de Deus que me acompa-nhou e acompanhará toda a minha jornada ministerial. Aspiro, com a força do ministério sacerdotal, transparecer no altar do mundo, a Beleza, a Justiça e a Verdade, de modo que, pelo meu testemunho, muitos se sintam atraídos a orien-tarem suas vidas para Deus”.

Fotos: Arquivos pessoal

Nos primeiros momentos de ministério diaconal, os recém-ordenados atuam em diferentes ações litúrgicas: Michel (da esquerda pra direita), Paulo, Vinícius, Dione e Sérgio

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11DEZEMBRO/2016

Um Centenário celebrado com a convicção missionáriaEstamos terminando nosso ano ju-

bilar imersos nas Graças de nosso Se-nhor Jesus Cristo, envoltos no amor incondicional do Pai e impulsionados em missão pela força do Espírito San-to. Nesse ano, realizamos tantas ações e festividades que marcaram nosso ano centenário e ficarão nos anais da história de nossa Diocese e na vida de todos os que viveram e estão vivendo sobre o selo deste jubileu que perpas-sa na misericórdia de Deus e nos cha-ma à missão.

A festa do Centenário marcou 2016 como momento de ação de graças por 100 anos de história e vidas de padres e leigos que construíram um grande Patrimônio Espiritual nesta região. Com certeza, toda a festa, a revista do Centenário e a transmissão ao vivo da Santa Missa Jubilar para todo o Terri-tório nacional e para o mundo através das redes sociais fizeram de nós não uma diocese que simplesmente apa-receu na mídia, mas uma diocese que tem gratidão a Deus por sua história, sobretudo por centenas de milhares de pessoas que viveram e que talvez não tiveram seu nome escrito nas pá-ginas da história contada nos livros, mas escritas no livro da gratidão eter-na e na celebração do Centenário de nossa Diocese.

Durante o ano Jubilar, impulsiona-dos pelo projeto das Santas Missões Populares por uma diocese em esta-do permanente de missão, foi realiza-da a Romaria Missionária, um dia de Formação com mais de 5 mil missio-nários e a acolhida da Imagem Pere-grina de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Momento forte onde nos-so Pastor dom José Lanza Neto rece-beu em Aparecida a Imagem junto do clero e a trouxe a Juruaia, local pre-parado com carinho para o encontro de formação dos missionários e dos grupos de reflexão. Nesse dia, os mis-sionários de toda a Diocese foram en-viados para as Semanas Missionárias.

Para não perdemos o foco da evangelização, vale ressaltar as luzes nacionais e regionais que nos impul-sionam e nos ajudam rumo à nossa próxima assembleia, que já teve ini-ciada sua gestação. Mesmo que já te-nhamos discutido, lido e refletido em comunidade, vale relembrar, primei-ramente, as urgências da ação evan-gelizadora apontadas pelos Bispos nas Diretrizes Gerais (2015-2019):

A Igreja em estado permanente de Missão: a Igreja é missionária por natureza. Ela existe para anunciar, por gestos e palavras, a pessoa e a mensa-gem de Jesus Cristo.

Igreja: casa de iniciação à vida Cristã: É preciso ajudar as pessoas

a conhecerem Jesus Cristo, a ama-rem-no e a optarem por segui-lo. E a Igreja é o lugar onde se inicia a vida Cristã, quando recebemos os sacra-mentos do Batismo, da confirmação e da Eucaristia e optamos pela adesão a Jesus Cristo.

Igreja lugar de animação bíbli-ca da vida e da Pastoral: o discípulo missionário é convidado a redescobrir o contato pessoal e comunitário com a palavra de Deus como lugar privile-giado de encontro com Jesus Cristo. A Igreja hoje tem consciência de que as novas gerações têm necessidade de ser introduzidas na Palavra de Deus, através do encontro e do testemunho autêntico do adulto, da influência positiva dos amigos e da comunida-de eclesial. E o grande desafio para os que aceitam Jesus como caminho é “escutar a voz de Cristo” em meio a

tantas outras vozes.

Igreja: Comunidade de Comu-nidades: Sem vida em comunidade, não há como efetivamente viver a proposta cristã. Comunidade implica convívio, vínculos profundos, afetivi-dade, interesses comuns, estabilida-de e solidariedade nos sonhos, nas alegrias e nas dores. As paróquias têm importante papel na vivência da fé. Para a maioria, a relação com a Igreja se dá através das paróquias. E a missão hoje exige que elas se tor-nem cada vez mais comunidades vi-vas e dinâmicas, capazes de propiciar a seus membros uma real experiência de “discípulos e missionários de Jesus Cristo, em comunhão” para se torna-rem mais próximas das pessoas.

Igreja a serviço da vida plena para todos: É missão dos discípulos o

O ano do Centenário

serviço à vida plena. Por isso, a Igreja no Brasil proclama com vigor que “as condições de vida de muitos abando-nados, excluídos e ignorados em sua miséria e dor, contradizem o projeto do Pai e desafiam os discípulos mis-sionários a um maior compromisso a favor da cultura da vida”.

O Regional Leste 2 apresenta al-gumas metas para o caminho pasto-ral de nossas comunidades, definidas em assembleia com todos os bispos, coordenadores de pastoral, represen-tantes dos presbíteros e dos leigos. A primeira delas é compreender a Igre-ja como comunidade de comunida-des, envolvida e comprometida com a missão, se colocando em saída com atenção às questões sociais, uma Igre-ja ministerial que valorize a Palavra e a Misericórdia. A segunda meta é es-tabelecer itinerários para a Iniciação à vida Cristã na Comunidade, prosse-guindo a reflexão e a formação sobre a Catequese a serviço da iniciação à vida cristã e ao cuidado com a anima-ção bíblica da vida e da pastoral. A terceira prioridade é o Cuidado com a Casa Comum, com uma aplicação da Laudato Si’, fomentando meditações e ações sobre as questões ecológicas do regional (mineradoras, recursos hí-dricos), concretizando uma cultura do cuidado à ecologia integral.

Depois de termos percorrido um

bonito caminho pastoral, de forma-ção de leigos e de um impulso mis-sionário com a primeira etapa das SMPs, caminhemos na segunda etapa das Missões com a conclusão das Se-manas Missionárias e a execução de nossos projetos pastorais paroquiais no ano de 2017, na certeza de que a missão é permanente e nossa próxi-ma assembleia nascerá da urgência de uma Igreja particular em estado permanente de missão. Não se trata de transformar tudo que existe em Santas Missões Populares, mas em fa-zer das missões populares a força vi-tal para uma nova pastoral, uma nova paróquia; uma Igreja particular que se deixa converter para uma Igreja em saída, na disposição do anúncio do Evangelho.

Que Deus seja louvado por esse ano que se finda, de tantas graças e realizações e por um ano que se inicia com tantos projetos e perspectivas, na sintonia do pulsar do coração de Nosso Senhor Jesus Cristo e na força do Espírito. Que Nossa Senhora da Conceição Aparecida, no Jubileu dos 300 anos, nos ajude a sermos fiéis a seu Filho nesta tarefa de discípulos missionários.

Por padre Henrique Neveston, coordenador diocesano de pastoral

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12 Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades

Comunicações

Agenda Pastoral de Novembro

Comemorações de Dezembro

Atos da Cúria

3 Reunião Geral de Pastoral - Guaxupé Aniversário Natalício de Dom José Geraldo Oliveira do Valle, CSS – Bispo Emérito6 Confraternização Anual dos Presbíteros da Diocese8 Imaculada Conceição de Nossa Senhora10 Reunião do Conselho Diocesano do ECC na Paróquia Santa Bárbara - Guaranésia

Natalício1 Monsenhor Enoque Donizetti de Oliveira1 Padre Vítor Aparecido Francisco3 Dom José Geraldo Oliveira do Valle6 Padre Alexandre José Gonçalves9 Padre Luis Januário dos Santos11 Padre Marcelo Nascimento dos Santos12 Padre Adirson Costa Morais15 Padre José Natal de Souza17 Padre Valdenísio Justino Goulart

21 Padre Francisco Albertin Ferreira21 Padre Gladstone Miguel da Fonseca25 Dom Messias dos Reis Silveira31 Padre Heraldo de Freitas Lamim 31 Dom José Lanza Neto31 Padre Maurício Marques da Silva

Ordenação5 Padre José Milton Reis6 Cônego Walter Maria Pulcinelli8 Padre Carlos Miranda8 Padre Mário Pio de Faria8 Padre Pedro Meloni Neto10 Padre José Pimenta dos Santos10 Padre Pedro Bauer 11 Padre Célio Laurindo da Silva12 Padre João Pedro de Faria

12 Padre Gilgar Paulino Freire14 Padre Gledson Antônio Domingos18 Padre José Ronaldo Rocha20 Padre Antonio Garcia20 Monsenhor Hilário Pardini22 Padre Luiz Gonzaga Lemos 22 Padre Vicente Pinto Ribeiro 26 Padre Ailton Goulart Rosa26 Padre Nelson Fernandes de Oliveira28 Padre Gentil Lopes de Campos Júnior

10 Espiritualidade e confraternização da equipe Diocesana de Catequese25 Natal do Senhor30 Festa da Sagrada Família, Jesus, Maria e José31 Aniversário Natalício do 9º Bispo Diocesano – Dom José Lanza Neto

Outubro de 2016 • Doc. nº 03/55- Livro nº 12 – Folha 287 – Per-

missão para conservar permanentemente o Santíssimo Sacramento em Sacrário devida-mente colocado na Capela Nossa Senhora de Fátima - Bairro dos Pinheiros – Paróquia São José Operário em Guaxupé - MG.

• Doc. nº 04/56- Livro nº 12 – Folha 287- Permissão para conservar permanen-temente o Santíssimo Sacramento em Sacrário devidamente colocado na Capela da Casa Paroquial da Paróquia São José Operário em Guaxupé - MG.

• Provisão nº 06/57- Livro nº 12 –Folha 27v.- Concedendo a Provisão de Vigário Paroquial ao Revmo. Pe. Jeremias Nicanor Alves, no dia 21 de outubro de 2016, da paróquia Nossa Senhora das Dores – Guaxupé – MG.

20 de novembro a 11 de dezembro

COLETA : 11 DE DEZEMBRO DE 2016 - TERCEIRO DOMINGO DO ADVENTOCOLETA : 11 DE DEZEMBRO DE 2016 - TERCEIRO DOMINGO DO ADVENTO

CAMPANHA PARA A EVANGELIZAÇÃO

CAMPANHA PARA A EVANGELIZAÇÃO

Extremos de DeusDuas realidades, expressão máxima de

tais verdades: a perfeição e a pobreza. A perfeição revela a plenitude do di-

vino. É seu distintivo maior. Deus é único, justamente porque é a perfeição total. Não podem existir duas ou mais perfei-ções. Nenhuma distinção é possível entre elas. Tal plenitude manifesta o extremo do todo. Deus é uno.

A pobreza revela a plenitude que exis-te em Deus, expressamente na sua plena capacidade de esvaziar-se ao ponto de ser trino. O Pai vive para o Filho e juntos, em igual natureza, estão para o amor: o Espíri-to Santo. O Filho manifesta o esvaziamen-to pleno do Pai para n’Ele (Filho) criar e sal-var. No interior de Deus, existem relações de uma Pessoa para outra, isto é o Amor.

Todas as Pessoas Divinas são plenas e pobres. Plenas porque são perfeitas e pobres porque são absolutamente para a outra. O amor é o movimento, fruto das relações divinas. Deus é trino.

Trabalham sempre juntas, numa auto-

-contemplação que expressa a liberdade e o completo significado desta.

A totalidade de uma pessoa divina está para a outra. Em Deus, a plenitude está na abertura total, e a pobreza, também ple-na, está no acolhimento da ação realizada pela outra pessoa. Por isso, o egoísmo é a mais forte negação da Trindade. É o fecha-mento total e dinâmico ao ponto de con-duzir ao ódio absoluto. O pior sofrimento possível no inferno. É justamente o auto--ódio. É a negação completa da plenitude e da pobreza. É a revolta máxima contra o Ser e a consciência de que não valeu o Ter.

Os extremos em Deus explicam a ne-cessária exigência da conversão que deve manifestar na busca da santidade. Buscar é pobreza.

Que a comunidade divina nos inspire a fim de que possamos trabalhar na cons-trução do reino histórico como tirocínio do definitivo. Todo amor humano terá uma repercussão no reino eterno.

Por Padre Antônio Carlos Maia, vigário geral