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JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ | ANO XXXII - 335 | OUTUBRO DE 2017 FECHAMENTO AUTORIZADO PODE SER ABERTO PELA ECT Sou caipira, Pirapora nossa Senhora de Aparecida Ilumina a mina escura e funda O trem da minha vida Renato Teixeira

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JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ | ANO XXXII - 335 | OUTUBRO DE 2017FECH

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“A tarefa a que os missionários se propunham não era transplantar os modos europeus de ser e de viver para o Novo Mundo. Era, ao contrário,

recriar aqui o humano, desenvolvendo suas melhores potencialidades, para implantar afinal, uma sociedade solidária, igualitária, orante e pia, nas

bases sonhadas pelos profetas. Essa utopia socialista e seráfica floresce nas Américas, recorrendo às tradições do cristianismo primitivo e às mais

generosas profecias messiânicas. Ela se funda, por igual, no pasmo dos missionários diante da inocência adâmica e do solidarismo edênico que se

capacitaram a ver nos índios, à medida que com eles conviviam” [Darcy Ribeiro, O Povo Brasileiro]

Neste mês, temos motivos para celebrar a brasilidade de nossa gente, pois aqui, nestas terras férteis

e acolhedoras, germina a esperança de um povo que percebe, na pequenina imagem de terracota encontrada no Rio Paraíba do Sul, há 300 anos, a ação de Deus que se coloca junto dos mais necessitados. A devoção mariana nascida no coração de cada brasileiro, ainda criança, tem os traços da nossa gente. A Virgem Aparecida presenteada a todo o povo brasileiro, como Rainha e Padroeira, abre seu manto para acolher os milhares de romeiros piedosos que recorrem aos seus rogos de mãe, levando-lhe uma imensidão de pedidos e agradecimentos que jorram do íntimo de seus corações.

Em outubro, também celebramos os 65 anos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que também assume seu papel de intercessora do povo brasileiro. Nos úl-timos tempos, vemos ressurgir a voz profé-tica de nossos bispos pelo bem de nosso povo. Através de sua presença, a CNBB demonstrou fidelidade à sua dupla origem: a entrega total de Cristo pela humanidade e o compromisso eclesial com a sociedade brasileira, que ainda enfrenta a força das oligarquias nacionais que se movimentam para a extinção dos direitos de nosso povo.

Exortados pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, os cristãos católicos são convidados a unir-se aos irmãos luteranos na Comemoração dos 500 anos da Reforma Luterana. Apesar de

parecer contraditória a celebração da se-paração eclesial, o que se objetiva é a va-lorização dos passos dados em direção da cooperação mútua e do diálogo entre as duas tradições. A busca pela unidade será definitivamente o testemunho que o mundo espera de nós, cristãos, membros do único Corpo, que possui como Cabeça, o Cristo.

A edição também é marcada pela home-nagem a dois grandes presbíteros de nos-sa diocese. Padre Pedro Meloni, falecido no dia 26 de agosto, sempre demonstrou a vitalidade e a força de um verdadeiro guer-reiro da fé. E tivemos, também, a alegria de celebrar o centenário de vida do monse-nhor Hilário Pardini, referência de caridade e amor ao próximo, ao longo de quase 75 anos de serviço à Igreja e ao Povo.

editorial

voz do pastor

expediente

É providencial este momento da cele-bração dos 300 anos do Jubileu do encontro da pequena imagem de Nos-

sa Senhora Aparecida no Rio Paraíba do Sul quando a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil celebra 65 anos de sua criação, em vista de uma evangelização eficaz, du-radoura, testemunhal e profética. Nasceu a partir de uma realidade dura em que vivia nosso querido povo brasileiro, o sofrimen-to era visível e as demandas eram de toda ordem, especialmente no campo religioso.

Por várias iniciativas, membros da Igre-ja, bispos, padres e leigos, trabalharam for-temente para estabelecer uma conferência capaz de reorganizar a vida da Igreja no Brasil como um todo em diversas dimen-sões: a catequese, a formação do clero, a liturgia e, em especial, a evangelização com sua organização pastoral. A criação da CNBB foi um grande achado que trouxe um bem enorme traduzido como graça de Deus e iluminação do Espírito Santo.

De lá para cá, a Igreja cresceu na ação evangelizadora. Sua voz muitas vezes foi

profética, denunciando todo tipo de maze-las, mas, ao mesmo tempo, procurou ser fiel ao Seu Senhor. São bem visíveis a co-munhão e a unidade entre os bispos e dos bispos com as Igrejas Particulares. Na ca-minhada da CNBB, foram sempre a Palavra de Deus e a força do Reino que delinearam suas decisões e, de maneira inconfundível, percebe-se a grande inspiração da Mãe de Deus e nossa.

É bom lembrar que muitos bispos foram corajosos, acreditaram na força de Deus e venceram grandes dificuldades, foram pioneiros na criação e nos primeiros anos de caminhada. As presidências são deter-minantes, mas algumas ganharam notorie-dade pela coragem e enfrentamentos. O mesmo aconteceu com alguns membros da CNBB. Trouxeram grandes reflexões, posicionamentos, enriquecendo o campo evangelizador da Igreja no Brasil. Celebrar é sempre motivo de alegria e gratidão a Deus pelos benefícios recebidos. Hoje, precisamos agradecer tanta gente que se dedica ao bem-estar da Igreja com suas as-

Diretor geralDOM JOSÉ LANZA NETO EditorPE. SÉRGIO BERNARDES | MTB - MG 14.808

Equipe de produçãoDOUGLAS RIBEIROJANE MARTINS

RevisãoJANE MARTINS

Jornalista responsável ALEXANDRE A. OLIVEIRA | MTB: MG 14.265

Projeto gráfico e editoração BANANA, CANELA bananacanela.com.br | 35 3713.6160

ImpressãoGRÁFICA SÃO SEBASTIÃO

Tiragem3.950 EXEMPLARES

RedaçãoRua Francisco Ribeiro do Vale, 242 Centro - CEP: 37.800-000 | Guaxupé (MG)

Telefone35 3551.1013

[email protected]

Os Artigos assinados não representam necessariamente a opinião do Jornal.

Uma Publicação da Diocese de Guaxupé

www.guaxupe.org.br

Dom José Lanza Neto,Bispo da Diocese de Guaxupé

sessorias. A CNBB é do povo brasileiro, de nossas comunidades; é de todas as pesso-as que, de uma forma ou de outra, colabo-ram para que o Reino de Deus seja sentido e vivenciado por todos.

Por vias seguras e nas pegadas ma-ternais fomos conduzidos até sua casa, o Santuário Nacional de Aparecida, lugar de acolhida, espiritualidade e caminho seguro que nos aponta para o Cristo Redentor dos homens. Estamos em festa, a celebração dos 300 anos de graças e bênçãos. Junto a Nossa Mãe Aparecida, a CNBB se sente amparada de múltiplas formas, em espe-cial, na companhia dos romeiros e devotos, o mesmo povo fiel merecedor de nossos cuidados como verdadeiros pastores que zelam pelas ovelhas. Hoje, podemos rezar juntos do nosso povo e como é bom sentir a presença, o olhar, o toque, o encontro e a certeza de que estamos buscando o mes-mo objetivo, nosso encontro com Jesus Cristo.

Mãe Aparecida, interceda por nós!

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O sexagésimo quinto aniversário da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), comemorado

neste mês de outubro, dá-nos o ensejo para nos determos sobre a história e a relevância desta entidade para a missão evangelizadora da Igreja em nosso país. Em breves acenos, procuraremos evidenciar estes aspectos.

A atuação conjunta dos bispos na de-finição de ações comuns remonta aos pri-mórdios da Igreja. Recordemos, por exem-plo, a reunião dos apóstolos em Jerusalém (cf. At 15). E, no desenrolar da história eclesiástica, os bispos mantiveram – com maior ou menor frequência – a realização de assembleias, sínodos, concílios regio-nais e gerais, com a finalidade de manter a comunhão e traçar metas comuns ante os desafios de cada época. No final do perí-odo medieval, contudo, verificou-se certo esfriamento dessas iniciativas colegiais. Mas diante dos desafios que se apresenta-ram após a Revolução Francesa, fez-se pa-tente a necessidade de maior aproximação entre os pastores da Igreja.

Até meados do século XIX ainda não existiam conferências institucionais de bis-pos como existem hoje. A primeira confe-rência episcopal a ser criada foi a dos bis-pos da Suíça, em 1863. Com a codificação do direito canônico, em 1917, foi ratificada a praxe, já em ato desde o Concílio Plená-rio Latino-Americano (1899), das reuniões episcopais, por províncias eclesiásticas, a cada três anos. Dois anos depois, a Santa Sé pediu que se formassem também, em cada país, assembleias de cardeais e arce-bispos, com reuniões anuais. Desse modo, foi crescendo a consciência da colegiali-dade e, na Europa, surgiram várias confe-rências episcopais. Existindo, portanto, de modo informal, já no período pré-conciliar, essas conferências foram oficializadas no Concílio Vaticano II (1962-1965).

No Brasil – à exceção do Sínodo da Bahia, em 1707, que produziu as Constitui-ções Primeiras, que normatizaram a vida eclesiástica no país até o final do século XIX – a primeira vez que o episcopado se reuniu para um posicionamento comum foi em 1890, após a separação entre Igreja e Estado. Pouco depois, por força do supra-dito Concílio Plenário, os bispos passaram a fazer reuniões trienais, por província ecle-siástica, das quais resultou a Pastoral Cole-tiva, com sucessivas edições. Nas primeiras décadas do século XX deu-se um aumento extraordinário no número de bispos. A cria-ção de novas dioceses revitalizou a Igreja e os desafios da vida nacional impulsionaram os bispos a buscarem soluções conjuntas para os problemas que se apresentavam. Tudo isso conduziu o episcopado nacional a uma maior percepção da relevância da co-legialidade. Em 1939, realizou-se o primeiro e único Concílio Plenário Brasileiro, cujo sig-

nificado, porém, não foi de grande alcance. No final dos anos 40, verificava-se, no

Brasil – em parte como fruto da Ação Cató-lica – um grande surto de renovação ecle-sial, evidenciando a necessidade de um exercício de comunhão e corresponsabili-dade episcopal sempre maior e de modo permanente, e não apenas episódico. Ur-gia a criação de estruturas adequadas para a coordenação das ações pastorais. Além disso, a conjuntura política do momen-to exigia que os bispos se posicionassem sempre mais coletivamente. Nesse contex-to se destacou a ação de dom Hélder Câ-mara, então bispo auxiliar do Rio de Janei-ro, com o propósito de unir os bispos numa conferência institucional.

Com o aval do núncio apostólico, dom Hélder fez uma consulta prévia aos bispos sobre a conveniência da criação de uma conferência episcopal. Obtido parecer fa-vorável, realizou-se, no Rio de Janeiro, a sessão oficial de fundação da CNBB. Era o

dia 14 de outubro de 1952. Para seu primei-ro presidente foi escolhido o cardeal dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Mota, à época arcebispo de São Paulo, e, para se-cretário-geral, dom Hélder Câmara. Inicial-mente, as assembleias gerais se realiza-vam a cada dois anos e constituíam – como ainda hoje – o ponto alto da entidade, visto que, através delas, os bispos se inteiravam melhor dos problemas nacionais e articula-vam as forças vivas da Igreja em vista das metas comuns. A responsabilidade colegial despontava no horizonte da Igreja do Brasil como verdadeira aurora que preanunciava o Concílio Vaticano II.

Quando os padres conciliares enfatiza-ram a colegialidade entre os bispos, o Bra-sil já tinha uma experiência amadurecida nesse sentido. Já em 1962, antes da aber-tura do Concílio, a CNBB viabilizara o Plano de Emergência, atendendo a um apelo do Papa aos bispos de cada país e, mais tar-de, ainda em Roma, na sua 7ª Assembleia

opiniãoCNBB, 65 ANOS DE EXERCÍCIO DA COLEGIALIDADE

Geral, em 1965, formulou o Plano de Pasto-ral de Conjunto. Era o começo do caminho hoje seguido pelas atuais Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora, que iluminam e dinamizam a vida da Igreja no Brasil.

A existência da CNBB não subestima o papel do bispo na sua diocese, na qual ele continua sendo autônomo. O escopo da conferência é fortalecer e fazer com que o ministério de cada bispo dê mais frutos ainda. Congregando os bispos do maior episcopado do mundo e promovendo a co-munhão entre eles, a CNBB os auxilia para responderem com mais eficácia aos de-safios contemporâneos, proporcionando--lhes, ao mesmo tempo, um espaço privile-giado de diálogo e fecundo intercâmbio de opiniões e experiências. Nisso se concreti-za a colegialidade episcopal e se promove aquela convergência de ações pastorais que enriquece o povo de Deus presente nas mais de 270 circunscrições eclesiásti-cas espalhadas pelo território brasileiro.

Por padre Hiansen Vieira Franco, doutor em História da Igreja e professor da Faculdade Católica de Pouso Alegre

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 3

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notícias

Encontro Diocesano da Pastoral da Juventude

‘Despertar Jovem’valoriza discernimento vocacional em Alfenas

Texto/Imagens: Jean Lucas Rosa

Texto/Imagens: Luciana E. Pereira – SAV – São Sebastião e São Cristóvão

Texto: Laís Jardim/Imagem: Wender Batista

No dia 27 de agosto, aconteceu o en-contro comemorativo pelos 30 anos de existência da Pastoral da Juventude na dio-cese de Guaxupé. O encontro contou com aproximadamente 110 jovens vindos das mais diversas cidades da diocese.

O dia começou com a oração do Ofício Divino da Juventude, conduzida pelo irmão Kiko, da congregação do Sagrado Coração de Jesus, que exerceu um grande trabalho com a juventude da diocese de Guaxupé e atualmente reside em território da diocese de Campanha.

Logo em seguida, houve um momento de resgate histórico da PJ diocesana, con-duzido por Chiquinho (Francisco de Paula Araujo), que reside em Paraguaçu e por muitos anos esteve à frente da PJ na dio-cese.

Após o almoço, o encontro foi assesso-

No dia 20 de agosto, o Serviço de Ani-mação Vocacional (SAV) de Alfenas pro-moveu o encontro Despertar Jovem 2017 com o objetivo de apresentar os diversos ministérios na Igreja aos jovens da cidade. Estiveram presentes 96 jovens no Salão Paroquial da Paróquia São Sebastião e São Cristóvão.

Os jovens participaram de atividades ao longo do dia, dinâmicas, oração e pales-tras. À tarde, aconteceu um descontraído programa de entrevistas, “Meu caminho foi”, com representantes de cada vocação. A ação foi desenvolvida por um catequista e contou com a presença de seminarista, freira, membros de comunidade de vida e um casal leigo.

O encontro foi encerrado com a cele-bração da Missa na Igreja Matriz São Se-

Série de eventos movimenta a juventude católica da cidade e da região

Pastoral da Juventude celebra 30 anos e demonstra vigor nas ações

A proposta do evento é esclarecer os participantes da diversidade de vocações

bastião e São Cristóvão, presidida pelo responsável diocesano do SAV, padre Éder Carlos de Oliveira. Na homilia, o presbítero promoveu a reflexão sobre as vocações e motivou os jovens a se integrarem à vida comunitária, usando o exemplo de Maria, ressaltando que, quando servimos a Deus e aos irmãos, Cristo cresce em nós.

A experiência de comunhão com jovens de toda a cidade foi o que marcou a jovem Júlia, que motivou e levou muitos amigos para o encontro. “Foi uma grande alegria ver a juventude unida num ambiente sau-dável, buscando esclarecer para quê esta-mos aqui, e participar do Despertar Jovem foi realmente receber esta luz, a luz do Es-pírito Santo no meu e no coração de todos”, concluiu.

rado por Edgar Mansur, da cidade de Be-tim, que exerceu diversos serviços em de-fesa da juventude no regional Leste 2 e em nível Nacional e, atualmente, é assessor especial da secretaria de estado de direitos humanos, participação social e cidadania. Edgar guiou sua reflexão apontando para a importância de se manter e valorizar a identidade da PJ.

No final do encontro, os setores se reuniram para conversar e avaliar a cami-nhada, inspirados pelas provocações feitas durante todo o dia. Vários apontamentos, sugestões e projetos foram propostos para os participantes. A partir da reorganização da PJ, espera-se resgatar a espiritualidade e onjeito de ser da pastoral, além de re-erguer os inúmeros grupos presentes na diocese.

A terceira edição do Aviva Jovem, teve como tema “Avivados para servir”. Nessa missão reuniu milhares de

jovens para experimentarem um encontro pessoal com Jesus Cristo.

O evento que durou oito dias teve início no domingo (3/9) com a Missa de abertura na Basílica Nossa Senhora da Saúde, pre-sidida pelo pároco, padre Francisco Carlos Pereira. Durante a semana, os jovens se encontraram para diversos momentos com oração, louvor, animação, gincanas e até mesmo uma saída ao encontro das pessoas que passeavam pelo centro na cidade, para anunciar o amor de Cristo. Na sexta-feira (8), natividade de Nossa Senhora, a noite foi dedicada à Mãe de Deus, e o evento aconteceu no Santuário Fonte de Vida Nova (Santuário da Mãe Rainha), sob a condução do ministério Mensageiros do Espírito mais

de 600 jovens foram embalados no colo da mãe. No sábado (9), um lual levou mais de 500 jovens a adorar Jesus no mirante do Cristo Redentor.

No domingo (10), último dia do evento, os jovens se reuniram logo cedo, iniciando às 10 horas, para um dia de pregações, tea-tro, momento mariano, adoração ao Santís-simo Sacramento e, no fim da tarde, a Santa Missa presidida pelo frei Marcelo Martins, pároco no Santuário Nossa Senhora de Fá-tima, padroeira do evento. Na homilia, o frei convocou os jovens a ser Igreja, lembrando a eles que a Igreja é mãe e que nela nós en-contramos a verdadeira “fonte de energia” para viver, a Eucaristia.

Para encerrar a semana, aconteceram os shows de cantores católicos, Brais Oss e, em seguida, Eliana Ribeiro, com participação de Maikel Marques.

3º Aviva Jovem anima juventude em Poços de Caldas

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4º Congresso Missionário Nacional realizado em Recife

Setor São Sebastião do Paraíso realiza encontro com Apostolado da Oração

Acordo Brasil-Santa Séreflete assuntos relevantes para dioceses

Texto/Imagens: Pontifícias Obras Missionárias

Texto/Imagens: Assessoria de Comunicação | Grazielli Bento

Texto/Imagens: Padre Gladstone Fonseca/Apostolado da Oração

Organizado pelas Pontifícias Obras Missionárias (POM), em parceria com a Co-missão Episcopal Pastoral para Animação Missionária da CNBB e a Arquidiocese de Olinda e Recife, o 4º Congresso Missionário Nacional foi realizado de 7 a 10 de setem-bro, em Recife (PE), e reuniu 700 pessoas de todo o Brasil.

Representaram a Diocese de Guaxupé, o seu bispo, dom José Lanza Neto, bispo referencial para a Ação Missionária no Regional Leste 2, padre Henrique Neves-ton, coordenador diocesano de pastoral e membro da Equipe Nacional das Santas Missões Populares, e José Eduardo da Sil-va, seminarista da Teologia.

Para o autor da letra do hino, dom Pedro

Bispos, padres, religiosos e leigos de todo o Brasil participaram, em Belo Hori-zonte, do Seminário Acordo Brasil-Santa Sé nos dias 29 e 30 de agosto. O encontro, or-ganizado pelo Regional Leste 2 (Minas Ge-rais e Espírito Santo) da Conferência Nacio-nal dos Bispos do Brasil, reuniu centenas de pessoas interessadas em refletir sobre as questões tratadas no acordo, firmado em 2008.

Participaram do evento o núncio apos-tólico no Brasil, dom Giovanni d’Aniello; o cardeal dom Raymundo Damasceno Assis, presidente da Comissão Episcopal para Implementação do Acordo Brasil Santa--Sé; dom Paulo Mendes Peixoto, arcebispo metropolitano de Uberaba e presidente do Regional Leste II da CNBB, e padre Roberto Marcelino, secretário executivo do Regio-nal Leste II da CNBB.

O núncio apostólico, dom Giovanni, também destacou a importância de tornar o acordo conhecido nas realidades políti-cas de cada região do Brasil e sugeriu que sejam feitos encontros com prefeitos e ve-

No dia 3 de setembro, a Paróquia São José em São Sebastião do Paraíso acolheu o encontro do Apostolado da Oração do Setor Pastoral São Sebastião do Paraíso. Cerca de 285 pessoas das sete paróquias que participaram do encontro tiveram, na oportunidade, momentos de oração, refle-xão, palestras e muita alegria.

Padre Gladstone Fonseca, coordena-dor de pastoral do setor, conduziu o en-contro e falou da importância desta for-ça viva na Igreja que é o Apostolado da Oração e convidou a todos para refletir na missão de testemunhar Jesus Cristo em sua vida.

Dom José Lanza Neto, bispo diocesa-no, também esteve presente e levou uma mensagem de gratidão e ânimo a todos os membros do Apostolado da Oração. As paróquias que estiveram representadas foram: Imaculada Conceição e São Carlos Borromeu de Jacuí, São Tomás de Aquino, São João Batista de Itamogi, e as paró-quias de São Sebastião do Paraíso – São Sebastião, Nossa Senhora de Sion, São Judas Tadeu, além da comunidade Nossa Senhora do Rosário e da anfitriã, Paróquia São José.

Iniciativa marca o processo de estruturação do movimento em nível diocesano Representantes da Diocese junto de dom Sérgio da Rocha (terceiro da esq. para a dir.), presidente da CNBB

Evento tratou de assuntos de relevância em diversas áreas instiucionais

readores para que seja debatido o tema. Dom Paulo, presidente do Regional Leste II da CNBB, ressaltou que a realização do Se-minário foi uma iniciativa definida durante a Assembleia do Regional Leste II da CNBB, sendo o tema de grande interesse e rele-vância para toda a Igreja.

A Diocese de Guaxupé enviou quatro representantes para o evento: Ana Maria Cardoso Moraes, ecônoma e contadora, Grazieli Machado Bento, analista contábil, ambas colaboradoras diocesanas, padre Henrique Neveston, coordenador diocesa-no de pastoral, e Dácio Lemos, advogado e membro do Conselho Econômico da dio-cese.

Para Ana Maria, o encontro foi muito va-loroso pela presença de palestrantes de rele-vância nacional. “É estimulante ver a preocu-pação de pessoas da sociedade dedicadas a defender os interesses da Igreja no meio jurídico e nas instâncias públicas, inclusive a defesa de valores fundamentais. Conteúdos valiosos nas apresentações e troca de expe-riências entre os participantes”.

Brito Guimarães, arcebispo de Palmas (TO), “todo congresso anima, fortalece, cons-cientiza”, mas também alerta para os desa-fios da missão, pois, segundo ele, não se pode pensar que um congresso irá resolver tudo. “A missão se alimenta de uma série de outras convicções do nosso interior. E se tudo é missão, a animação missionária pre-cisa de congressos, mas a vivência missio-nária precisa de espiritualidade, de apoio, de convencer-se diariamente da missão. O desejo é que este Congresso traga mais lideranças, que as pessoas cresçam nas suas convicções”, espera dom Pedro.

Leia a mensagem escrita pelos partici-pantes do congresso na editoria Missão

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 5

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em pautaCNBB: 65 ANOS DE PROFETISMO E EVANGELIZAÇÃO NO BRASIL

Da Redação

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) foi fundada em 14 de outubro de 1952, no Rio de Janeiro,

e transferida para Brasília (DF), em 1977. A CNBB é um organismo permanente que reúne os Bispos católicos do Brasil que, conforme o Código de Direito Canônico,

Personagem funda-mental na fundação da CNBB e Secretário Geral por dois mandatos ( 1952-1964)

“Os homens se mo-vem e Deus os conduz: eis o resumo das minhas impressões ao recordar o surgimento da CNBB e sua caminhada.

Hoje, é fácil ver como o Espírito de Deus, por meio de movimentos como o Movimento Bíblico, o Movimen-to Litúrgico e, sobretudo, a Ação Católica (Geral e depois Especializada), preparou o Concílio Vaticano II, completado, para os latino-americanos, pela Assembleia Latino--americana de Bispos, em Medellín.

Natureza e FinsA Conferência Nacional dos Bispos do

Brasil (CNBB) é a instituição permanente que congrega os Bispos da Igreja católica no País, na qual, a exemplo dos Apóstolos, conjuntamente e nos limites do direito, eles exercem algumas funções pastorais em favor de seus fiéis e procuram dinami-zar a própria missão evangelizadora, para melhor promover a vida eclesial, respon-der mais eficazmente aos desafios con-temporâneos, por formas de apostolado adequadas às circunstâncias, e realizar evangelicamente seu serviço de amor, na edificação de uma sociedade justa, frater-na e solidária, a caminho do Reino defini-tivo.

MissãoRespeitada a competência e a respon-

sabilidade inalienáveis de cada membro, em relação à Igreja universal e à sua Igreja particular, cabe à CNBB, como expressão peculiar do afeto colegial:

• fomentar uma sólida comunhão entre os Bispos que a compõem, na riqueza de seu número e diversidade, e pro-mover sempre a maior participação deles na Conferência;

Secretário Geral por dois mandatos (1968-1971) e Presidente, também por dois mandatos (1971-1978). Em 1976, foi nome-ado Cardeal pelo papa Paulo VI.

“Olhando para a Améri-ca Latina, onde Medellín e Puebla exercem papel im-portante, poderíamos, glo-balmente falando (as nuanças são muitas!), distinguir dois grandes modelos de Igreja: um, que se caracteriza pela preocupação e busca da salvação eterna do indivíduo, sem compromisso com a transformação de uma sociedade injusta, mas orientado, isto sim, para a vivência da honestidade cristã individual dentro do próprio ambiente de vida. A sua prática de fé é mais devocio-nista, mais sacramentalista, marcadamen-te jurisdicista, e faz dos mandamentos de Deus e da Igreja uma leitura fortemente individualista; outro, mais caracterizado pela busca de uma sociedade nova, dentro

Secretário Geral por dois mandatos (1979-1986) e Presidente, tam-bém por dois mandatos (1987-1995)

“A CNBB entra na histó-ria como um grande exem-plo da presença de Deus. Porque nós, os bispos, so-mos tão diferentes uns dos outros. Vocês sabem disso. Mas houve uma convivên-cia. Há uma convivência, que pode sofrer desgastes, mas nas horas mais duras esti-vemos juntos. Posso dizer a vocês que visi-tei uma grande parte dos bispos do Brasil naqueles anos, desde os bispos das áreas indígenas, mais sofridas, até aqueles que estavam passando por doenças. Essas vi-sitas fizeram a gente se conhecer melhor do que numa assembleia. Na assembleia, a pessoa pega o microfone e diz o que acha naquela hora, mas as conversas em clima

Dom Hélder Câmara

A CNBB

Dom Aloísio Loscheider – Cardeal Loscheider

Dom Luciano Mendes

“exercem conjuntamente certas funções pastorais em favor dos fiéis do seu território, a fim de promover o maior bem que a Igreja proporciona aos homens, principalmente em formas e modalidades de apostolado devidamente adaptadas às circunstâncias de tempo e lugar, de

acordo com o direito” (cân. 447).Pertencem à CNBB, pelo próprio direito,

todos os bispos diocesanos do Brasil e os que são a eles equiparados pelo direito, os bispos coadjutores, os bispos auxiliares e os outros bispos titulares que exercem no mesmo território algum encargo especial,

confiado pela Sé Apostólica ou pela Confe-rência dos Bispos. (cf. cân. 450).

Nesta edição, destacam-se três persona-gens expoentes da história da organização e seus pensamentos sobre a conferência dos bispos e também sobre a evangelização na América Latina e no Brasil.

Hoje, é fácil verificar como aludidos movimentos prepararam o surgimento das Conferências de Bispos, em plano nacional como a CNBB, ou continental como o CELAM (Conselho do Epis-copado Latino-americano). O Espírito de Deus queria conduzir-nos à vivência da Colegialidade Episcopal e da co-responsabilidade de todo o Povo de Deus.

O Espírito de Deus, mantendo unida em torno de Cristo e de Pedro a Madre Igreja, santa e pecadora, queria conduzir-nos à vivência correta da Igreja local, em união com a Igreja de Cristo no mundo inteiro, em íntima sintonia com o Santo Padre, e a ser-viço dos homens, nossos irmãos”.

• concretizar e aprofundar o afeto co-legial, facilitando o relacionamento de seus membros, o conhecimento e a confiança recíprocos, o intercâmbio de opiniões e experiências, a supera-ção das divergências, a aceitação e a integração das diferenças, contribuin-do assim eficazmente para a unidade eclesial;

• estudar assuntos de interesse comum, estimulando a ação concorde e a so-lidariedade entre os Pastores e entre suas Igrejas.

Relacionamento eclesialA CNBB, no âmbito de suas finalidades

e competência:• manifesta solicitude para com a Igreja

e sua missão universal, por meio de comunhão e colaboração com a Sé Apostólica e pela atividade missioná-ria, principalmente ad gentes;

• favorece e articula as relações entre as Igrejas particulares do Brasil e a Santa Sé;

• relaciona-se com as outras Conferên-cias Episcopais, particularmente as da América, e com o Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM).

de um assumir comunitário participativo, marcado por uma vivência sociocrítico--profético-transformadora dentro do próprio contexto histórico de vida em que se encontra. (...)

A Igreja no Brasil possui suas Diretrizes de Ação Pas-toral. São elas que orientam o fazer da Igreja diante des-te mundo pecaminoso que

aí está. Importa que todos assumam essas Diretrizes, de modo especial a evangélica opção preferencial e solidária pelos po-bres. Se houver uma efetiva pastoral de conjunto em todas as dioceses e paróquias do nosso país, é certo que a vitória será da justiça e do amor fraterno. O compromisso com a justiça, que significa concretamente compromisso com os pobres, está ainda longe de ser assumido por todos. É bom que cada um pense na responsabilidade diante do enorme problema que aí está de-safiando a todos”.

de amizade são diferentes. (...)

Assim, há, realmente, um nível de relacionamen-tos entre pessoas que a história não conta, e que é mais importante, e é isso que faz a CNBB. É a liga-ção existencial, é o perdão quando a gente diz uma coisa errada, quando a gen-te, às vezes - eu me lembro - saía de uma assembleia,

procurava o bispo e dizia: ‘O senhor me desculpe pelo que falei’. Às vezes a gente ia se confessar com ele naqueles dias de confissão comum: ‘O senhor me desculpe’.

Isso é uma coisa muita bonita e que talvez não exista em outros lugares. Pelo que eu conheço dos bispos dos Estados Unidos, Canadá, França, Espanha, Itália, convidado que fui naquelas épocas, como outros também, não era tão forte o tipo de relacionamento das pessoas”.

6 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ

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personagem

bíblia

MONSENHOR HILÁRIO PARDINI

“PARTIU APRESSADAMENTE” (LC 1,39):UMA ABORDAGEM BÍBLICA SOBRE A MISSÃO DE MARIA

Por padre Dirlei da Rosa, doutor em Bíblia e professor da Faculdade Católica de Pouso Alegre

Os versículos que antecedem Lc 1,39 narram a anunciação do Anjo Gabriel à virgem Maria. O enviado

de Deus, ao revelar a missão de Maria no projeto de salvação, também revela quem é Maria aos olhos de Deus. De fato, o anjo não cumprimenta a jovem com o nome que ela era conhecida entre os seus, mas como é vista por Deus. O anjo Gabriel chama Ma-ria de “Cheia de graça”.

O enviado de Deus ainda afirma so-bre Maria: “O Senhor está contigo” (v.28) e “encontraste graça junto a Deus” (v.30). Ela é alguém que possui graças especiais e exclusivas que revelam alguém à altura da missão de ser mãe do Salvador.

No final da anunciação e do diálogo entre Gabriel e Maria, as últimas palavras encerram a adesão plena da virgem de Na-zaré e o enviado de Deus. Em suas palavras, Maria assume e aceita seu encargo de ser mãe do Messias como “serva do Senhor” e completa afirmando que tudo aconteça con-forme a Palavra do anjo (isto é, de Deus).

Maria assume sua missão não como al-guém revestida de poder e privilégios, mas como serva: está pronta para cumprir ple-namente não sua vontade, mas a vontade de Deus. A sua realidade humana (simpli-cidade, pobreza, humildade...) não muda, mas tudo ela coloca a serviço da Palavra (Vontade) de Deus.

No decorrer do diálogo entre Maria e o anjo Gabriel há outra revelação e anúncio: Isabel também será mãe. O próprio anjo in-

Pela sua antiguidade e popularidade o poeMonsenhor Hilário Pardini é, definitivamente, uma testemunha

importantíssima dos 100 anos de história da Diocese de Guaxupé. O padre completou, no dia 6 de setembro, 100 anos de vida, destes 75 dedicados ao sacerdócio.

Nascido numa família católica em Guara-nésia, recebeu dos pais a instrução católica e cultivou desde a infância o interesse em dedicar-se ao ministério presbiteral. Sua formação ocorreu em Belo Horizonte, fina-lizando os estudos de Filosofia e Teologia em 1942, quando se mudou para Poços de Caldas para auxiliar na evangelização da ci-dade.

Após quatro anos, tornou-se diretor do

forma que a parenta de Maria é idosa e já está no sexto mês de gravidez (cf. Lc 1,36).

O v.19 inicia com alguns verbos que mar-cam uma nova realidade para Maria. Diz São Lucas que Maria “levantou-se”. Ela estava, até o momento, ouvindo e, como discípula, encontrava-se assentada apreendendo tudo da boca do anjo Gabriel. Após a partida do anjo, Maria inicia sua ação. O anúncio do anjo não foi acolhido como privilégio pesso-al, mas como serviço que ela assume com palavras e depois com atos.

Maria, tão logo foi possível (Lucas fala:

“naqueles dias”), se colocou a caminho para se encontrar com Isabel. Maria tinha recebido uma grande visita (anjo Gabriel), agora ela é quem vai visitar alguém. O enviado de Deus foi servo e porta-voz da Palavra de Deus; agora é Maria quem se coloca como serva da Palavra de Deus.

Lucas ainda diz que Maria se colocou a caminho “apressadamente” para ir se encontrar com Isabel. Este termo também pode ser interpretado como: “agir com dili-gência, zelo”. O evangelista quer ressaltar que a visita de Maria possui um caráter es-

pecial: de zelo e ajuda para com sua pa-renta que estava necessitando de cuidados especiais. Assim, Maria não viaja apres-sadamente por mera curiosidade, pois a idosa Isabel estava grávida depois de uma vida sem poder ter tido um filho.

Maria parte em missão como serva da Palavra e da vontade de Deus, tudo isto após conhecer a sua vocação dentro do projeto de Deus. De fato, o sentido primei-ro de toda missão é sair e ir ao encontro, pois é nesta realidade que Deus vai se re-velando e as pessoas se conhecendo. Ma-ria teve sua missão revelada no encontro com o anjo; agora é a serva de Deus, se coloca a serviço do próximo.

Todo o texto narrativo da anunciação e depois do encontro com Isabel encontra-se estruturado em torno da figura de Maria como principal protagonista de toda ação. Ela toma iniciativa após conhecer sua mis-são, se coloca a caminho e se disponibiliza para o serviço ao próximo.

Maria parte da periferia do território de Israel (da cidade de Nazaré) para servir Isabel nas “montanhas da cidade de Judá”. Não é a Cidade Santa de Israel (Jerusalém), mas um lugar desconhecido e sem expres-são, mas onde encontrava-se alguém que necessitava de ajuda.

Na anunciação, é o anjo que vai a cida-de de Nazaré e entra onde está Maria, ago-ra é a Mãe do Salvador que entra na casa de Isabel e ela mesma traz a mais bela no-tícia de Deus para a humanidade.

Seminário de Guaxupé, função que ocupou por mais de 4 anos. Após esse período, o pa-dre dedicou-se diretamente na construção do novo prédio do seminário, onde funciona atualmente o Centro Universitário da Funda-ção Educacional Guaxupé – UNIFEG.

Após a conclusão das obras, mudou-se para Paraguaçu, assumindo sua primeira paróquia, onde atuou por seis anos. Depois desse período, retornou à Guaxupé para assumir a função de cura da Catedral e sua permanência na sede episcopal foi de 13 anos.

A transferência para São Sebastião do Paraíso ocorreu em 1980 para substituir monsenhor Mancini, que havia falecido. En-tre suas tarefas na cidade, o monsenhor tra-

balhou como diretor da Rádio Difusora, que seria substituída pela Rádio da Família. Em seu programa diário, Lira Evangélica, evan-gelizava os ouvintes da cidade e da região que ligavam o rádio para aprender com seus ensinamentos.

No dia 3 de setembro, na Igreja São Sebastião, em São Sebastião do Paraíso, aconteceu a Missa Jubilar pelo centenário de vida do monsenhor Hilário Pardini. Presi-dida pelo bispo diocesano dom José Lanza, a celebração contou com a participação do bispo emérito de Guaxupé, dom José Geral-do Oliveira do Valle, CSS, e de 23 padres da região e um grande número de fiéis.

Por Assessoria de Comunicação

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 7

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patrimônio

liturgia

DEUS NOS TEMPOS DE HOJE

FLORES A MARIA

Por Irmão André Luiz Oliveira, CSsR, missionário redentorista, associado da Academia Marial

O que pensar dos tempos de hoje?

Há pessoas que se afli-gem muitíssimo com os tempos de hoje. Afligem-se com a violência e o ódio que rebentam no mundo inteiro. Basta abrir um jornal, ou-vir um rádio, assistir a programas de televisão. É impressionante a massa de informes de guerras, de sequestros, de assaltos, de rou-bos, de mortes. Há pessoas que se afligem ouvindo palavrões, que hoje são ditos com a maior natu-ralidade, presenciando modas e modos que provam como anda baixa a moral. Afligem-se ouvindo flagrantes de gastos loucos com a fabricação de armas e com o des-perdício da sociedade de consu-mo. (...)

Não faltam, então, pessoas

Ao iniciarmos o mês do rosário (outu-bro), pode passar por nossas men-tes uma pergunta: Por que rezar o

rosário? É partindo desta interrogação que quero iniciar meu artigo elencando pontos importantes dessa devoção tão antiga da Igreja. Em sua etimologia, a palavra ro-sário, de origem latina, significa coroa de rosas: rosarium; é um buquê de rosas espi-rituais que ofertamos a Maria.

O rosário ou terço – como é popular-mente conhecido – é uma das mais antigas piedades mariana, ele surge para suprir a necessidade do povo, que em tempos idos, não tinha acesso às Sagradas Escritu-ras; surge para equivaler à leitura dos 150 salmos bíblicos, rezados nos mosteiros e conventos, naquele tempo rezava-se 150 Pai-Nossos ou Ave-Marias, era um saltério popular composto por 150 louvores.

Outro fator muito importante para di-fusão do rosário foi todo o apostolado de propagação realizado por São Domingos de Gusmão, através da Ordem dos Pre-gadores (Dominicanos). Conta-se que, em 1214, ele teria tido uma visão na qual Nos-sa Senhora lhe revelava a oração do terço. Outro ocorrido que contribuiu para a propa-gação do rosário foi o pedido realizado por Nossa Senhora, em 1917, na sua aparição

em Fátima/Portugal, quando ela disse aos videntes: “Rezem o terço todos os dias”. Contemplar os mistérios da vida de Cristo é assimilar as verdades eternas. Para ressal-tar a importância do rosário, São João Pau-lo II, em 2002, escreveu a Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae – O Rosário da

sinceras que se afligem em viver em dias tão agitados, tão violentos, tão desumanos e ficam, não raro, sus-pirando por não terem vivido ou no tempo do romantismo, ou no tempo da Renascença ou, de modo especial, nos primeiros tempos de cristianismo. Os que temos a felicidade de crer em Deus, Criador e Pai, os que sabemos que não existe acaso, mas a amorável Previdência Divina, nem podemos va-cilar, temos que preferir de verdade, de todo coração, viver no tempo e no lugar que Deus escolheu para nós. Temos que abraçar o tempo e o lugar em que Deus nos permite viver e tra-balhar.

Vamos meditar juntos em como descobrir todo o outro lado da realida-de, altamente positivo e encorajador. Vamos meditar juntos, durante várias meditações, na parte que nos cabe,

Virgem Maria – na qual o pontífice nos ad-verte: “O rosário situa-se na melhor e mais garantida tradição da contemplação cris-tã”. O terço é uma catequese dos mistérios cristológicos da fé católica. Contemplando os mistérios do rosário é possível meditar toda a vida de Jesus Cristo, de Seu nas-

cimento até Sua morte e ressurreição. O rosário é composto por Mistérios, não enig-mas, da vida de Cristo, de fatos marcantes de espiritualidade; como os mistérios gozo-sos, que narram o nascimento e a infância de Jesus; os dolorosos, que descrevem o sofrimento padecido por Ele em Sua entre-ga em favor dos homens; os gloriosos, nar-rando o mais extraordinário evento da vida do Divino Mestre: a ressurreição.

Em 2002, o Papa João Paulo II acres-centou os mistérios luminosos, que des-crevem a vida pública de Jesus. O rosário é uma escola de fé, com disciplinas fun-damentais para o cristianismo, com pe-dagogia própria. Ele sustenta os fracos, fortalece os tíbios, cura os feridos e salva os pecadores. Mais do que uma oração a Maria ele é um ato cristológico à Trindade, um compêndio do Evangelho, é um tesou-ro espiritual a descobrir. Quereis agradar a Jesus, dediqueis flores a Maria, oferecei à nossa boa Mãe, rosários de fé, rosários de esperança, rosários de caridade; para que Maria os apresente ao seu divino Filho e assim, no jardim da virtude humana, o Criador volte a passear (Gn 3:8) por entre as flores espirituais colhidas pelo rosário. Amor a Jesus e flores a Maria!

tentando ser, juntamente com nossa comunidade de vida e de trabalho, “sal da terra e luz do mundo”.

Em momentos de pessimismo, podemos imaginar que o mundo foi abandonado por Deus e está perdido. Podemos imaginar que está tudo cain-do de podre. Se há mesmo podridão, temos que perguntar a nós mesmos se estamos cumprindo nossa missão de sal. Em momentos de pessimismo, podemos ter a impressão de que há trevas por todos os lados, de que a escuridão avança e uma noite grande e triste cai sobre a humanidade.

Antes de assombrar-nos, sem sa-ber como dar um passo, com o risco de rolar no abismo, ou de dar perigoso esbarrão, temos que perguntar a nós mesmos se estamos cumprindo nossa missão de luz.

Por Dom Hélder Câmara

O “Dom da Paz”, como era conhecido, está em processo de beatificação

8 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ

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catequese

in memoriam

A IDADE DA RAZÃO COMOOPORTUNIDADE DE INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ

O SAUDOSO CRAQUE NO FUTEBOL: PADRE PEDRO MELONI NETO

Foi o Papa São Pio X quem, no início do século passado, em meio a uma série de providências para devolver

à Eucaristia, mais precisamente ao Mistério Pascal de Cristo nela celebrado, o lugar central da vida cristã, favoreceu a comunhão diária aos adultos e permitiu às crianças, alcançada a idade da razão, o acesso ao sacramento eucarístico, ápice e coroamento do processo de Iniciação à Vida Cristã. A este respeito, o Código de Direito Canônico (cân. 97, § 2) estabelece que esta chamada idade da razão ocorre aos 7 anos, quando a criança já é capaz de saber por si mesma o que faz.

Fato é que, de lá pra cá, a catequese no Brasil tem feito um caminho de redesco-berta da importância e do papel fundamen-tal da catequese com adultos. Basta lem-brarmos de toda a reflexão feita em torno da 2ª Semana Brasileira de Catequese, em 2001, que teve como tema “Com adultos, catequese adulta”.

No entanto, neste mesmo processo, de-sencadeado pelo Concílio Vaticano II (1962-1965), tem-se feito também um caminho de redescoberta da inspiração catecumenal, o que nos leva hoje a considerar a catequese como um processo de iniciação à Vida Cris-tã, em consonância com o recém-lançado documento 107 da CNBB, em maio deste ano.

Sem desprezar a catequese com crian-ças, com adolescentes, com jovens, com adultos e até mesmo com pessoas idosas,

Em Jacutinga (MG), nasceu Pedro Meloni Neto no dia 17 de abril de 1929. Pedro foi o primeiro dos treze filhos do casal

Leonor Caridade e Atílio Meloni. Em 1939, devido às dificuldades da época, a família mudou-se para Passos.

Terminado o primário e manifestando vo-cação religiosa, em 1942 foi para o Seminário Coração Eucarístico em Belo Horizonte (MG), pois, em plena Segunda Guerra Mundial, o Seminário de Guaxupé manteve-se fechado. Realizou todos os seus estudos na capital mi-neira fazendo grandes amizades, crescendo intelectualmente e realizando uma de suas grandes paixões: o jogo de futebol.

Recebeu a ordenação Sacerdotal no dia 8 de dezembro de 1955 na Catedral Nossa

Por Leandro Gomes, seminarista – Teologia – Diocese da Campanha

Texto/Imagem: Douglas Ribeiro Lima, seminarista – Teologia

o foco atual é que, com quem quer que seja, a catequese tem que formar discípu-los missionários, ou seja, cristãos de ver-dade, nascidos da experiência pessoal e comunitária do encontro com Jesus Cristo.

Destarte, pode-se falar de catequese com crianças desde que esta não seja uma pré-escola da fé, uma catequese infanti-lizada, mas seja já uma experiência mis-tagógica, uma introdução ao mistério de Deus em Jesus Cristo, capaz de sustentar o discipulado ao longo de toda a vida. Isto é possível? Sem dúvida. Quantos de nós não adentramos nas fileiras dos discípulos de Jesus em tenra idade? No entanto, não dei-xa de ser um arriscado desafio. Não pode-mos, com uma catequese escolar, enfado-nha, cansar as crianças de modo a, muito cedo, nas encruzilhadas da adolescência,

não suportarem mais ouvir falar de Jesus, de seu Evangelho, da Igreja e do Reino.

Nossa catequese infanto-juvenil precisa passar por um processo de conversão pas-toral, precedido necessariamente da con-versão pessoal de nossos pastores e cate-quistas, a fim de chegar a ser o que deve ser: uma oportunidade de iniciação à Vida Cristã, a porta que os introduz para sempre no seguimento de Jesus Cristo, numa co-munidade eclesial concreta e humanamen-te palpável.

Para tanto, valem as dicas que o já cita-do documento 107 dá para uma catequese verdadeiramente de inspiração catecu-menal, com as necessárias adaptações às idades:

• fidelidade à doutrina dos Apóstolos;• centralidade da Palavra de Deus;

• inserção na comunidade;• integração catequese e liturgia;• interação catequista-iniciando, ou seja,

acompanhamento personalizado;• vida de oração pessoal e comunitária;• estímulo ao compromisso com a justiça

e o serviço à caridade;• visão global da pastoral (cf. n. 167);• cuidado com a linguagem (cf. n. 187) e • unidade teológico-pastoral entre os sa-

cramentos do batismo-crisma-eucaris-tia (cf. n. 143), compreendendo-os como um único processo iniciático para uma vida pautada nos valores do Evangelho.

É preciso, portanto, que elaboremos – urgentemente – um planejamento cate-quético que privilegie uma fé madura, ade-quada a todas as idades e que faça de cada um dos iniciandos o verdadeiro sujeito da sua caminhada de iniciação à Vida Cristã. Isso implica produzir uma hermenêutica da nossa prática catequética atual que nos leve a percebê-la em continuidade com a tradição catequética que nos precede, para que ninguém pense que a Igreja está pro-pondo uma ruptura ou uma inovação sem fundamento, mas que reconheça que ela está se abrindo ao Espírito que renova to-das as coisas e que agora quer mostrar que o processo de transmissão da fé deve ser sempre vivo e dinâmico. É chegada a hora de avançarmos para águas mais profundas. Mãos à obra!

Senhora das Dores em Guaxupé, que ainda estava em construção. Escolheu como lema sacerdotal: “Seduziste-me Senhor, e eu me deixei seduzir” (cf. Jr 20, 7). Lecionou latim por quatro anos no Seminário Diocesano São José. No período em que ministrou as aulas, auxiliava nas paróquias das cidades de São Pedro da União, Bom Jesus da Penha e na co-munidade de Biguatinga. Após este período, foi transferido para Machado, onde foi coadju-tor do padre Marco Aurélio, e depois foi para Poços de Caldas trabalhar na Basílica Nossa Senhora da Saúde, auxiliando monsenhor Tra-jano.

Foi no período em que trabalhou em Po-ços de Caldas que se revelou um grande cra-que de futebol, defendendo as cores da Cal-

dense. O sucesso foi tão grande que mereceu reportagem na revista ‘O Cruzeiro’, e em mui-tas outras. Após este período foi para Cássia substituir monsenhor Sílvio Puntel. Depois, as-sumiu a paróquia São Sebastião, em Areado, substituindo monsenhor José Faria de Castro. Logo em seguida, foi pároco de Serrania por três anos desenvolvendo um árduo trabalho.

No dia 11 de março de 1967, com 38 anos, foi nomeado pároco da paróquia Nossa Se-nhora do Carmo em Paraguaçu onde per-maneceu até o seu falecimento no dia 26 de agosto de 2017. Famoso pelo seu jeito sério e bravo, na pequena cidade de Paraguaçu é amado pelo povo, onde também cultivou três paixões: o futebol, a pesca e o gosto em con-tar piadas.

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 9

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Mensagem do 4º Congresso Missionário Nacional às comunidades eclesiais do Brasil

missãoVOCÊS SERÃO MINHASTESTEMUNHAS ATÉ OS CONFINS DA TERRA (CF. AT 1,8)

Reunidos no 4º Congresso Missionário Nacional, de 7 a 10 de setembro de 2017, no Colégio Damas, em Recife

(PE), nós, os 700 missionários e missioná-rias, vindos de todas as regiões do Brasil, fomos fortemente desafiados a testemu-nhar “A alegria do Evangelho para uma Igreja em saída”

Contemplar a realidade com o olhar de discípulo missionário

O exemplo dos mártires e profetas, como Dom Helder Câmara, ajudou-nos a olhar para o Brasil, mergulhado numa pro-funda crise que fere, no coração e na alma, a nós e a tantos irmãos e irmãs empobreci-dos, excluídos e descartados.

Como se estivesse anestesiada, a po-pulação brasileira assiste ao fortalecimento de políticas neoliberais que retiram direitos e agravam a situação dos trabalhadores/as, dos povos indígenas, quilombolas, ri-beirinhos, pescadores e dos que vivem em outras periferias geográficas e existenciais. As reformas trabalhista, previdenciária, po-lítica e da educação, bem como a retomada das privatizações, mostram que o governo e o Congresso Nacional viraram as costas ao povo. A corrupção e a falta de ética, que atingem tanto a classe política quanto empresarial e outros setores da sociedade, têm levado o desencanto e a desesperança aos brasileiros e brasileiras.

Causam-nos indignação a devastação da Amazônia, a degradação da natureza e a violência que ceifa a vida de lideranças, como o assassinato do casal Terezinha Rios Pedrosa e Aloísio da Silva Lara, ocorrido no Mato Grosso em setembro, e o massacre de indígenas, em agosto deste ano, no Vale do Javari, Amazonas, divulgado enquanto acontecia o Congresso. O decreto do go-verno que extingue a Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca) é um duro gol-pe nos direitos dos povos indígenas e no bioma amazônico.

Essa realidade, longe de nos desanimar, cobra-nos uma ação missionária vigorosa, transformadora, libertadora. Revigorados pelo espírito da Conferência de Medellín que, há 50 anos, deu à Igreja Latino-a-mericana o rosto de uma Igreja em saída, pobre, missionária e pascal, somos motiva-dos a vencer a tentação da indiferença, do comodismo, do desencanto, do desânimo e do clericalismo presentes em muitas de nossas comunidades. Somos guiados pela fé e pela esperança cristãs, capazes de re-acender, no coração de todos, a chama do amor pela vida, pela justiça e pela paz.

Discernir os caminhos da missão que gera alegria

Por Participantes do Congresso Missionário

A palavra de Deus é luz, sabedoria e força que nos tornam discípulos missio-nários e missionárias ousados e criativos, mais capazes de colaborar com a transfor-mação de estruturas caducas e a constru-ção de uma nova sociedade, que seja sinal do Reino de Deus em nosso meio. Os docu-mentos da Igreja são também fonte salutar que nos ajudam a compreender melhor a natureza missionária da Igreja. Nesse parti-cular, destacamos as palavras e gestos do Papa Francisco, base do conteúdo deste Congresso. É surpreendente como ele se coloca à nossa frente, a passos largos e rá-pidos. Ele é, verdadeiramente, um profeta missionário que nos anima na caminhada.

A missão constitui verdadeiro kairòs, tempo propício de salvação na história. Somos provocados a sair de nós mesmos, deixar nossa terra, tirar as sandálias para “pisar” o solo sagrado do outro, como hós-pedes, aqui e além-fronteiras. A proximi-dade e a reciprocidade levam ao encontro com o outro que faz contemplar o horizonte escatológico do Reino de Deus.

Na missão, animam-nos o testemunho e o profetismo de tantas mulheres e homens que encontraram sua alegria no Evangelho e a partilharam com os prediletos de Deus

na radicalidade da doação de sua vida. Os profetas e mártires são exemplo de cora-gem e de fidelidade a Cristo e ao Evangelho até o extremo de entregar a própria vida: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos” (Jo 15, 13). Sustentados pela Palavra de Deus e pela Eucaristia, os missionários e missionárias têm, hoje e sempre, a responsabilidade de não deixar morrer a profecia, lembrando que “o sangue dos mártires é semente de novos cristãos”.

Na missão, Aquele que chama e envia, bem como a mensagem enviada e seu des-tinatário, são maiores que o enviado, isto é, o missionário. Sem este, no entanto, não há quem seja enviado e a mensagem do amor de Deus não chega a seus destinatários. O missionário, porém, só cumpre autentica-mente a missão se caminhar junto com ou-tros missionários, vencendo a tentação do monopólio da Boa Nova, reconhecendo a riqueza da unidade na diversidade e ultra-passando os estreitos limites da Igreja par-ticular para lançar-se ao mundo. No cum-primento da missão, os evangelizadores se lembrem de que sua alegria não está nos prodígios que possam realizar, no sucesso que venham a alcançar, mas em saber que

seus nomes estarão inscritos na “memória afetiva de Deus” por terem sido fiéis men-sageiros do Evangelho (cf. Lc 10,17-20).

Comprometer-se com Jesus Cristo e o Reino de Deus para uma Igreja em saída

O 4º Congresso Missionário Nacional foi o encontro de irmãs e irmãos que partilha-ram sua fé, suas lutas, suas angústias, seus sonhos, suas esperanças. Durante todo o tempo, sentimos agir em nós o Espírito Santo, protagonista da missão, reforçando nossa convicção de que ser missionário é uma graça e uma responsabilidade. Por isso, renovamos nosso compromisso com a Infância e Adolescência Missionária e com a Juventude Missionária, em união com as demais expressões juvenis, a fim de que crianças, adolescentes e jovens sejam pro-tagonistas da missão onde quer que este-jam.

Reafirmamos a vocação dos cristãos lei-gos e leigas como sujeitos na missão. Con-firmamos o testemunho das consagradas e consagrados, dos seminaristas, dos minis-tros ordenados – diáconos, padres e bis-pos – que cada vez mais assumem a mis-são como resposta ao chamado de Deus. Impulsionados pela Santíssima Trindade, viveremos esta nossa vocação na sinodali-dade e na comunhão, comprometidos com a Igreja em saída que promove o encontro e anuncia a alegria do Evangelho a todos. Assumimos a tarefa de apostar, cada vez mais, nos espaços que nos ajudam a ser uma Igreja sinodal, fortalecendo os orga-nismos e conselhos missionários em todas as instâncias.

Para a vivência da missionariedade é imprescindível a atitude da escuta. Contri-bui para isso a formação missionária con-tínua que alimenta nossa espiritualidade, cria a cultura da missão e contribui para que todos os batizados assumam sua vo-cação missionária. Assim, onde estivermos iremos ecoar o refrão que ficou gravado em nossos corações: “Tudo com missão, nada sem missão”.

Deixemos arder em nosso peito o apelo do Papa Francisco: “Saiamos, saiamos para oferecer a todos a vida de Jesus Cristo! (…) Mais do que o temor de falhar, espero que nos mova o medo de nos encerrarmos nas estruturas que nos dão uma falsa proteção, nas normas que nos transformam em juízes implacáveis, nos hábitos em que nos sen-timos tranquilos, enquanto lá fora há uma multidão faminta e Jesus repete-nos sem cessar: ‘Dai-lhes vós mesmos de comer’ (Mc 6, 37)” (EG, 49).

Maria, Mãe Aparecida, comunicadora da alegria do Evangelho, caminhe conosco!

A alegria do Evangelho para uma Igreja em saída

Juntos na missão permanente

Campanha Missionária 2017Dia Mundial das Missões - Coleta Nacional - 21 e 22 de outubroPontifícias Obras Missionárias (POM) - Comissão Episcopal para a Amazônia (CNBB)

A alegria do Evangelho para uma Igreja em saída

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A alegria do Evangelho para uma Igreja em saída para uma Igreja em saída

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atualidade

para aprofundar

UT UNUM SINT: DO CONFLITO À COMUNHÃO

DO CONFLITO À COMUNHÃO

Por padre Sérgio Bernardes – assessor de comunicação

Texto/imagem: Divulgação

O documento descreve a trajetó-ria do diálogo católico-luterano internacional que em 2017 com-

pletará 500 anos, traça os avanços alcançados, identifica os pontos em que o diálogo deve se aprofundar e, sobretudo, faz, pela primeira vez, uma leitura conjunta do evento da Refor-ma, ainda que com ênfases específi-cas – católicas e luteranas – e coloca parâmetros para uma comemoração conjunta da Reforma no ano de 2017. Esclarece que não se tratará de come-

Um pouco de históriaHá 500 anos, exatamente no dia 31 de

outubro de 1517, Martinho Lutero envia-va uma correspondência ao arcebispo de Mainz (Mogúncia – Alemanha), com um conteúdo que modificaria a história da Igre-ja até os nossos dias. Na carta, em anexo, o monge agostiniano expunha as suas 95 teses intituladas “Disputa sobre a Eficácia e o Poder das Indulgências”, que afirmavam as indulgências como prejuízo para a espi-ritualidade cristã.

Logo, as teses se espalharam por toda a Alemanha, desembocando numa investi-gação eclesiástica sobre o caráter heréti-co e ofensivo das teses apresentadas por Lutero (bula Exsurge Domine). O caminho posterior foi marcado por uma série de ten-tativas frustradas de conservação da uni-dade, com possibilidades de defesa para Lutero, que resultaram infrutíferas, e tam-bém com uma efervescente série de atos públicos que acirraram ainda mais a tensão entre os dois lados. Assim, em 3 de janeiro de 1521, Martinho Lutero foi declarado fora da comunhão eclesial pela bula Decet Ro-manum Pontificem.

Século 20: olhos voltados para a unidadeAbrir caminhos de encontro, diálogo e

cooperação intereclesial, de modo a pro-mover a restauração histórica da unidade cristã, com uma atitude dialogal que propi-cie conteúdo, método e finalidade comuns é algo que ainda parece desafiar as comu-nidades cristãs em todo o mundo. Entretan-to, inúmeras iniciativas, a partir de meados do século 20, foram promovidas para apro-ximar os irmãos separados por motivações históricas e perspectivas teológicas.

É necessário citar iniciativas não ofi-

ciais, mas extremamente relevantes para a reflexão e direcionamento da busca ecu-mênica: os esforços teológicos de nomes como Congar, Rahner e Danielou que irão influenciar no Vaticano II; o fortalecimento da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos (1937); a criação de organismos ecumênicos, como o Centro Istina (Paris), o movimento Una Sancta (Alemanha) e o cen-tro Pro Unione (Roma); o diálogo estável entre anglicanos e católicos (1921-1925); a

ação social – os cristãos se solidarizam nos esforços pela promoção humana, principal-mente entre as duas guerras mundiais. Es-sas iniciativas irão motivar o primeiro pro-nunciamento oficial do magistério católico, De motione ecumenica (1949), indicando abertura ao ecumenismo, “inspirado pelo Espírito Santo”.

Indiscutivelmente, no Concílio Vaticano II, a Igreja Católica oferece um testemunho favorável à vivência e à fraternidade ecle-

sial, destacando a peculiaridade de cada uma das experiências cristãs. O decreto Unitatis Redintegratio estabelece diferen-ciações, a partir de elementos comuns com a tradição católica, entre as Igrejas Orien-tais (doutrina da Trindade, veneração à Ma-ria e dos santos, sacramentos, episcopado, sucessão apostólica, sacerdócio e Eucaris-tia) e as nascidas com a Reforma Luterana (a fé em Cristo, as Escrituras, os sacramen-tos, principalmente o batismo e, por fim a vida com Cristo, que gera a caridade).

Novo olhar

A partir do evento conciliar, a caminha-da ecumênica passa a estabelecer uma pauta real para a valorização da unidade, embasando-se em alguns pilares funda-mentais: a atitude cordial entre cristãos, eliminando palavras, juízos e ações que não favoreçam à fraternidade; o diálogo teológico, que estabeleça uma hierarquia de verdades, distinguindo o conteúdo da forma das verdades de fé; a cooperação pastoral em iniciativas concretas; e a espi-ritualidade voltada à unidade.

Dessa forma, a celebração conjunta dos 500 anos da Reforma Luterana, proposta pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos e Federação Lu-terna Mundial, acontece num cenário mais favorável à compreensão, num tempo mais aberto ao diálogo, e num clima mais cor-dial. Celebrar a Reforma não é de modo algum festejar a divisão eclesial, mas ale-grar-se nos atos firmes e estáveis que as comunidades cristãs, católicas e protestan-tes, realizaram nesse último século. Viver este período histórico é motivo de espe-rança para a Igreja de Cristo que caminha rumo à unidade.

morar a divisão da Igreja, mas o teste-munho comum à salvação em Cristo.

Na apresentação do documento, o cardeal Kurt Koch, presidente do Pon-tifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, e o reverendo Martin Junge, secretário-geral da Fe-deração Luterana Mundial, destacam os frutos gerados pelo diálogo teoló-gico bilateral entre as instituições em busca da unidade eclesial.

“Do Conflito à Comunhão oferece a católicos e luteranos um enfoque

conjunto para a comemoração dos 500 anos da Reforma, em 2017. É a primeira tentativa histórica no âmbito internacional de descrever a história da Reforma conjuntamente, de ana-lisar os argumentos teológicos que estavam em jogo, de traçar os desen-volvimentos ecumênicos entre nossas comunhões, de identificar a conver-gência alcançada e as diferenças ain-da persistentes”, afirma o documento produzido conjuntamente.

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 11

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comunicações

jubileu 300 anos de Bênçãos

aniversários outubro

agenda pastoral

atos da cúria

Natalício09 Padre Aloísio Miguel Alves11 Padre Gilmar Antônio Pimenta15 Padre Ademir da Silva Ribeiro10 Monsenhor Mário Pio de Faria16 Padre Edno Tadeu de Oliveira22 Padre César Acorinte

1 Kairos RCC em Petúnia7 Reunião do Conselho Diocesano de Pastoral – Guaxupé Assembleia Diocesana do Cursilho – Guaxupé11 Reunião da Pastoral Presbiteral – Guaxupé12 Tricentenário de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Padroeira do Brasil14 Reunião do Conselho Diocesano do ECC - São José da Barra20 - 22 Cursilho Masculino - Poços de Caldas21 Reunião dos Conselhos de Pastoral dos Setores (CPSs)22 Festa da Aliança de Amor no Santuário da Mãe Rainha - Poços de Caldas Reunião preparatória do Cursilho25 Encontro com os Presbíteros com até 5 anos de ministério

22 Padre José Neres Lara 22 Padre Glauco Siqueira dos Santos26 Padre Arnoldo Lourenço Barbosa30 Padre Ronaldo Aparecido Passos

27 - 29 Cursilho Feminino - Poços de Caldas28 Encontro Diocesano para Animadores da CF 2017 – Guaxupé Reunião da Coordenação Diocesana de CEBs – Guaxupé Reunião da Coordenação Diocesana dos MECEs – Guaxupé Reunião da Equipe Diocesana de Comunicação – Guaxupé Encontro Coordenadores Paroquiais de Catequese – Setores Guaxupé, Passos, São Sebastião do Paraíso, Cássia e Areado29 Dia Nacional da Juventude – DNJ Encontro Coordenadores Paroquiais de Catequese – Setores Poços de Caldas e Alfenas30 Aniversário de Ordenação Presbiteral de Dom José Lanza (1980)

Ordenação 17 Padre Márcio Alves Pereira 18 Padre Gilvair Messias da Silva25 Padre José Luiz Gonzaga do Prado 29 Padre Donizete Antônio Garcia31 Padre Robervam Martins de Oliveira 31 Dom José Lanza Neto (presbiteral)

• Provisão nº 9/44, livro nº 12, fls. 33v. Nomeamos o Revmo. Padre Gledson Antonio Domingos, pá-roco da Paróquia São José em Passos, 19 de agosto de 2017.

• Provisão nº 9/45, livro nº 12, fls. 34, Nomeamos o Revmo. Padre Manoel Rodrigues de Souza, Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora de Sion em São Sebastião do Paraíso,1/9/2017.

ORAÇÃO JUBILAR: 300 ANOS DE BÊNÇÃOSSenhora Aparecida, Mãe Padroeira, em vossa singela imagem, há 300 anos aparecestes nas redes dos três benditos pescadores no Rio Paraíba do Sul.Como sinal vindo do céu, em vossa cor, vós nos dizeis que para o Pai não existem escravos, apenas filhos muito amados. Diante de vós, embaixadora de Deus, rompem-se as correntes da escravidão! Assim, daquelas redes, passastes para o coração e a vida de milhões de outros filhos e filhas vossos.Para todos tendes sido bênção:peixes em abundância, famílias recuperadas, saúde alcançada, corações reconciliados, vida cristã reassumida.Nós vos agradecemos tanto carinho, tanto cuidado! Hoje, em vosso Santuário e em vossa visita peregrina, nós vos acolhemos como mãe, e de vossas mãos recebemos o fruto de vossa missão entre nós: o vosso Filho Jesus, nosso Salvador. /Recordai-nos o poder, a força das mãos postas em prece! Ensinai-nos a viver vosso jubileu com gratidão e fidelidade! Fazei de nós vossos filhos e filhas, irmãos e irmãs de nosso Irmão Primogênito, Jesus Cristo,Amém!

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