jornal comunhão agosto 2012 - diocese de guaxupé

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A SERVIÇO DAS COMUNIDADES A SERVIÇO DAS COMUNIDADES NIDADES DAS COM SERVIÇO A Impresso Especial 9912259129/2005-DR/MG CORREIOS MITRA FECHAMENTO AUTORIZADO PODE SER ABERTO PELA ECT JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ ANO XXVIII - 273 AGOSTO DE 2012 FORMAÇÃO CRISTÃ EM COMUNIDADE Tempo de ver, Tempo de crer e amar, há 10 anos. Páginas 04 e 07 FÉ E EDUCAÇÃO Opinião “Nossa sociedade necessita de pessoas que passem pela escola e saiam dela fortalecidas, preparadas para fazer a diferença no mundo, tornando-se cidadãos críticos, participativos e, acima de tudo, capazes de praticar os valores cristãos. Portanto, espera- se que as escolas reflitam suas práticas pedagógicas, fortaleçam seus projetos (interdisciplinares ou não) e promovam, à luz do Evangelho, uma educação que seja verdadeiramente inclusiva e libertadora.” Leia mais, página 03. Ponto de Vista Teológico Sobre o Concílio e a Educação Cristã: “Os padres pontificam que as pessoas, independentemente de etnia, cor, sexo, nacionalidade e cultura, têm garantido, a si, o direito ao acesso universal à educação. (...) Lembram o ofício peculiar dos pais, da família, em cumprir seu papel de primeiros educadores, promovendo aquele alicerce genuíno dos valores cristãos, num contínuo consórcio com as ciências e a cultura. Para tanto, as famílias deverão receber o apoio da sociedade civil e da própria Igreja.” Página 10.

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Jornal comunhao agosto 2012 - Diocese de Guaxupé

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Page 1: Jornal comunhão agosto 2012 - Diocese de Guaxupé

1DIOCESE DE GUAXUPÉDIOCESE DE GUAXUPÉ

A SERVIÇO DAS COMUNIDADESA SERVIÇO DAS COMUNIDADESNIDADESDAS COMSERVIÇOA

ImpressoEspecial

9912259129/2005-DR/MG

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JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ ANO XXVIII - 273 AGOSTO DE 2012

FORMAÇÃO CRISTÃ EM COMUNIDADETempo de ver, Tempo de crer e amar, há 10 anos.

Páginas 04 e 07

FÉ E EDUCAÇÃO

Opinião

“Nossa sociedade necessita de pessoas que passem pela escola e saiam dela fortalecidas, preparadas para fazer a diferença no mundo, tornando-se cidadãos críticos, participativos e, acima de tudo, capazes de praticar os valores cristãos. Portanto, espera-se que as escolas refl itam suas práticas pedagógicas, fortaleçam seus projetos (interdisciplinares ou não) e promovam, à luz do Evangelho, uma educação que seja verdadeiramente inclusiva e libertadora.” Leia mais, página 03.

Ponto de Vista Teológico

Sobre o Concílio e a Educação Cristã: “Os padres pontifi cam que as pessoas, independentemente de etnia, cor, sexo, nacionalidade e cultura, têm garantido, a si, o direito ao acesso universal à educação. (...) Lembram o ofício peculiar dos pais, da família, em cumprir seu papel de primeiros educadores, promovendo aquele alicerce genuíno dos valores cristãos, num contínuo consórcio com as ciências e a cultura. Para tanto, as famílias deverão receber o apoio da sociedade civil e da própria Igreja.” Página 10.

Page 2: Jornal comunhão agosto 2012 - Diocese de Guaxupé

2 JORNAL COMUNHÃOJORNAL COMUNHÃO

editorial

voz do pastorDom José Lanza Neto

Diretor geralDOM JOSÉ LANZA NETO

Editor PE. GILVAIR MESSIAS DA SILVA

Jornalista responsável ALEXANDRE ANTÔNIO DE OLIVEIRA - MTB: MG14.256JP

RevisãoMYRTHES BRANDÃO

Projeto gráfico e editoração AGÊNCIA TOM - www.agenciatom.com - (35) 3064-2380Tiragem3.950 EXEMPLARES

ImpressãoGRÁFICA SÃO SEBASTIÃO

IlustraçãoMARCELO A. VENTURA

Conselho editorialPADRE JOSÉ AUGUSTO DA SILVA, PADRE FRANCISCO

CARLOS PEREIRA, IR. MÁRCIO DINIZ, MARIA INÊS

MOREIRA E NEUZA MARIA DE OLIVEIRA FUGUEIREDO.

RedaçãoPraça Santa Rita, 02 - Centro

CEP. 37860-000, Nova Resende - MG

Telefone(35) 3562.1347

E-mail [email protected]

Os Artigos assinados não representam necessariamente a opinião do Jornal.

Uma Publicação da Diocese de Guaxupé

www.guaxupe.org.br

expediente

A cultura pode ser produto dos va-lores e da fé. Sabe-se que ela é resulta-do das transformações humanas, por isso, está sempre em andamento. O que pensa o ser humano quando modifi ca a cultura? Um pouco mais no âmbito da pessoa, pergunta-se: o que leva alguém a decidir por isso ou aquilo? Toda vez que um passo é dado, não obstante suas consequências, um conjunto de valores faz a decisão. As pessoas não lutam por ideias, conceitos e estratégias. Lutam e se matam por crenças. As ideias moram no reino das emoções e quando viajam para o mundo das palavras e gestos, chegam com bagagens cheias de afetos.

Pensar a educação é pensar a fé, os va-lores que tocam o ser humano. Não há co-nhecimento sem crenças, assim como não

há educação sem valores. Sem valores, a educação não ensina. Conhecimento e crenças homicidas são um perigo para a humanidade. A história já assistiu a esse fi lme. Educação sem valores não existe, é um fracasso. Aqui, as referências de va-lores são cristãs. O cristão sempre saberá que a pedagogia mais perfeita é a vida bem vivida de Jesus Cristo de Nazaré.

Educar é um dos gestos de solida-riedade cristã de mais intensidade que um ser humano pode viver. Dar as mãos, caminhar juntos, conduzir para a vida – para viver, mostrar o mundo, ensinar o amor, corrigir o rancor, aliviar as perdas, suscitar a busca... Assim o Cristo fez, com muita ternura e paciência, com palavras em parábolas, com ensinamentos da vida, também com braveza e autoridade

de quem quer abrir o mundo e derrubar os muros para a liberdade. Com planos imediatos não se educa, não se faz edu-cação, sobretudo a cristã. A decisão e o caminho cristãos precisarão sempre do tempo teológico da ressurreição - três dias. Deus precisa de tempo para fechar as chagas e ressuscitar. O humano preci-sa de tempo para viver. Talvez falte à vida sentir seu corpo e o valor que lhe subjaz.

COMUNHÃO de agosto fala de edu-cação, de formação cristã, de missão, de vidas consagradas ao Reino. A Igreja de Jesus Cristo estende-se muito além das fronteiras institucionais. Há um grande mutirão, embora nem sempre visível, de árduo trabalho e sonhos leves em busca dos sinais e das realidades do Reino que o Senhor anunciou!

“A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca.

E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria.”

Paulo Freire

Sempre foi uma marca, a presença dos consagrados (as) no interior da Igre-ja. De certa forma, em alguns momentos eclesiais, aconteceram verdadeiros para-digmas: novas mentalidades, novos va-lores, novas posturas e estruturas. Dons e carismas são distribuídos, ao longo da história, pelo Espírito do Senhor. Ilumi-nados (as), grandes homens e mulheres deram suas vidas em busca de melhores dias, isto é, promovendo a vida de crian-ças indefesas e, até mesmo, de povos e nações, proclamando o anúncio do Evan-gelho e implantando o reino de Deus.

Neste mês, mais uma vez, as comu-nidades cristãs rezam pelas vocações sacerdotais, religiosas, missionárias e

leigas. Vamos pedir ao Senhor da Messe que mande bastantes operários bons e santos. Contamos com muitas vocações, em nossa diocese, graças ao esforço do SAV- das orações e trabalhos de nossas comunidades. Somos recompensados pela ação de incansáveis colaboradores – nossos padres.

Nesses últimos anos, temos a grata satisfação de celebrar momentos e datas signifi cativas, marcando a fundação, a presença no Brasil e em nossa diocese de Guaxupé. São os religiosos (as) pioneiros (as) num trabalho gigantesco e desafi a-dor em hospitais, colégios, creches, asi-los, orfanatos, numa identifi cação com os pobres e os últimos da sociedade. Di-

ríamos que, numa versão diferente, hoje, especialmente, as comunidades se iden-tifi cam com os novos rostos como nos diz o Documento de Aparecida. Servir a Cristo como consagrado, muitas vezes, é estar na contramão na vida desenfreada pelas facilidades propostas pelo mundo e pressupõe o espírito comunitário, a es-piritualidade e a solidariedade. O mundo hoje carece de testemunho e de verda-deiras conversões que traduziríamos como acolhida e solidariedade – compai-xão e misericórdia.

Vejamos o que nos diz o Documento de Aparecida no nº 216 “A vida consagra-da é um dom do Pai, por meio do Espírito, à sua igreja, e constitui elemento decisi-

vo para sua missão. Expressa-se na vida monástica, contemplativa e ativa, nos institutos seculares, naqueles que se in-serem nas sociedades de vida apostólica e outras novas formas.

É um caminho de especial segmen-to de Cristo, para dedicar-se a Ele com o coração indiviso e colocar-se, como Ele, a serviço de Deus e da humanidade, assu-mindo a forma de vida que Cristo esco-lheu para vir a este mundo: Vida virginal, pobre e obediente.”

Saúdo a todos aqueles de vida con-sagrada, pedindo a Maria Santíssima, medianeira de todas as graças, bênção e proteção.

OS CONSAGRADOS E CONSAGRADAS, OS CONSAGRADOS E CONSAGRADAS, DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS DE JESUS, TESTEMUNHA DO PAIDISCÍPULOS MISSIONÁRIOS DE JESUS, TESTEMUNHA DO PAI

Page 3: Jornal comunhão agosto 2012 - Diocese de Guaxupé

3DIOCESE DE GUAXUPÉDIOCESE DE GUAXUPÉ

opinião

Lousa. Giz. Carteira. Caderno. Li-vro. Caneta. Lápis. Alunos. O olhar da professora, acompanhado por um sorriso nos lábios e uma história para contar... Quem não consegue extrair um cenário como esse das entranhas da alma? Recuperar memórias que foram primordiais para a formação da qual hoje usufrui? Fábulas narra-das que visam a transmitir valores? Relembrar conhecimentos e ensina-mentos cristãos que foram adquiri-dos a partir das experiências vividas no âmbito escolar? É a essa esfera que o texto, a seguir, nos remete.

UM OLHAR SOBRE A REALIDADE=

DESAFIOS

Hoje, além dos recursos tradicio-nais, as escolas dispõem de novas tec-nologias – datashow, notbook, sala de recursos, laboratório, internet, entre outros – que facilitam a ação educativa e promovem a aprendiza-gem. Mas, tudo isso não faz sentido se estiver focado apenas em conhe-cimentos específicos. É impossível compreender a prática educacional divorciada dos valores cristãos.

Cada vez mais, a mídia encontra--se imbuída de uma série de contra--valores à qual a sociedade se expõe e, nossos alunos, como membros dela, são receptivos a tudo. Não ra-ros são os casos divulgados pelos meios de comunicação social de vio-lências nas escolas, culminando mui-tas vezes em vítimas. Somado a isso, temos a prática do bullying, desde as formas mais simples até as mais com-plexas, ferindo o interior da crian-ça ou jovem. Então, compreender a Educação requer um olhar minucioso para a realidade circundante.

Nosso mundo está marcado por relações humanas estremecidas e clama por justiça, ética, respeito mú-tuo, diálogo, solidariedade, amor. Esses valores devem nortear os ca-minhos do Projeto Político-Pedagó-gico da escola, conforme preveem os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), lançados em 1998, pelo Mi-nistério da Educação. No documento sobre os Temas Transversais, encon-tram-se justificativas para tal prática:

O conceito de dignidade do ser

humano é demasiadamente

abstrato, mas com experiências

concretas, notadamente aque-

las vivenciadas pelos alunos,

a ideia de dignidade poderá,

pouco a pouco, tornar-se sig-

nificativa para eles. Portanto,

trata-se de construir contextos

pedagógicos em que se possam

vivenciar experiências de res-

peitar e ser respeitado, de re-

alizar ações justas, de dialogar

efetivamente com os colegas e

professores, de ser solidários

e receber solidariedade, de ter

acesso a conhecimentos que

alimentem sua compreensão e

analisar criticamente situações

concretas dentro e fora da es-

cola.¹

Outro desafio apresentado à es-cola emana do avanço da Ciência: temas polêmicos como fertilização artificial, clonagem, alimentos trans-gênicos, células-tronco, engenharia genética, etc emergem, por exemplo, nas aulas das disciplinas de Biologia, Química, Língua Portuguesa, entre outras. Diante disso, o que fazer? Que atitude tomar? Como proceder, considerando que o desenvolvimen-to da Ciência é favorável à humani-dade?

A PEDAGOGIA DO MESTRE DOS MES-

TRES E O PAPEL DO EDUCADOR=

LUZES

Jesus, o educador por excelência, deu-nos a receita inúmeras vezes – quando se opunha ao velho sistema e propunha a prática libertadora. Ao encontrar-se com os excluídos de seu tempo, promovia-lhes libertação e vida. Aos enfermos, recuperava--lhes a saúde física e espiritual, de-volvendo-lhes a graça da inclusão.

Entre tantos exemplos, reporto--me ao texto do evangelista Lucas (cf. Lc 6, 6-11), no momernto em que Je-sus encontra, na sinagoga, o homem da mão seca e diz-lhe: “ ‘Levanta-te e fica de pé no meio de todos.’ Ele se levantou e ficou de pé.” (Lc 6, 8b).

Ao relembrar esse gesto, perce-be-se o verdadeiro papel ao qual o educador é chamado – promover a “restauração”: colocar os alunos “em pé”. O primeiro passo consiste no conhecimento crítico da realidade em que desenvolve seu trabalho e ousadia para diagnosticar quais são os valores que aí se fazem presen-tes. Essa prática docente requer um

DESAFIOS E LUZES PARA UMA EDUCAÇÃO CRISTÃ NA ESCOLADESAFIOS E LUZES PARA UMA EDUCAÇÃO CRISTÃ NA ESCOLA

olhar misericordioso, assim como o do próprio Cristo, particularmen-te àqueles que revelam carência de valores, oriundos das mais diversas classes sociais. Sabe-se que é pa-pel primordial da família zelar para que a criança cresça num ambiente agradável, onde a prática dos valores cristãos seja a meta principal. Porém, cabe à escola cuidar para que seu espaço também seja favorável ao de-senvolvimento dessa prática.

Quando o professor encara seu trabalho muito mais do que uma pro-fissão, mas como vocação, ele conse-gue vencer os desafios e recuperar a autoestima de seus alunos, resgatar--lhes a capacidade de sonhar, de en-cantar-se, como sabiamente afirma a escritora mineira, Adélia Prado: “O sonho encheu a noite / extravasou pro meu dia / encheu minha vida / e é dele que eu vou viver / porque o sonho não morre.” Isso [promover a autoestima] é condição principal para que habilidades e competên-cias cognitivas sejam desenvolvidas e, consequentemente, crie um espa-ço para que se pratiquem boas atitu-des.

Como revela a etimologia da palavra, “educar” [do latim educare] signifi ca, li-teralmente, “conduzir para fora”, prepa-rar para o mundo. Quando o educando assume a posição de “fi car no meio”, ele já está posicionado para a caminhada, ele se torna sujeito de sua história – protagonista – adquire autonomia para gerenciar sua vida, torna-se apto. Por isso, diante dos questionamentos rela-cionados aos avanços da Ciência, cabe ao educador aproveitar este momento profícuo para provocar uma refl exão. Isso exige uma postura que não fi ra a ética cristã, nem gere “brigas” entre Ci-ência e Fé.

Nossa sociedade necessita de pesso-as que passem pela escola e saiam dela fortalecidas, preparadas para fazer a diferença no mundo, tornando-se cida-dãos críticos, participativos e, acima de tudo, capazes de praticar os valores cris-tãos. Portanto, espera-se que as escolas refl itam suas práticas pedagógicas, for-taleçam seus projetos (interdisciplinares ou não) e promovam, à luz do Evange-lho, uma educação que seja verdadeira-mente inclusiva e libertadora.

¹Brasil. Secretaria de Educação Fundamental.Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e

quarto ciclos: apresentação dos temas transver-sais / Secretaria de Educação Fundamental. –

Brasília: MEC/SEF, 1998. p. 95.

Por Juliana Aparecida Santanaprofessora na Rede Pública de Ensino em Divisa Nova-MG

“Quando o educando assume a posição “Quando o educando assume a posição de ‘fi car no meio’, ele já está posicionado de ‘fi car no meio’, ele já está posicionado para a caminhada, ele se torna sujeito para a caminhada, ele se torna sujeito de sua história – protagonista – adquire de sua história – protagonista – adquire

autonomia para gerenciar sua vida, torna-autonomia para gerenciar sua vida, torna-se apto.”se apto.”

Page 4: Jornal comunhão agosto 2012 - Diocese de Guaxupé

4 JORNAL COMUNHÃOJORNAL COMUNHÃO

notícias

DIOCESE CELEBRA DEZ ANOS DE FORMAÇÃODIOCESE CELEBRA DEZ ANOS DE FORMAÇÃOCRISTÃ SISTEMÁTICA PARA LEIGOSCRISTÃ SISTEMÁTICA PARA LEIGOS

SETOR POÇOS DESTACA CURSO DE SETOR POÇOS DESTACA CURSO DE INICIAÇÃO TEOLÓGICA PARA LEIGOS INICIAÇÃO TEOLÓGICA PARA LEIGOS

ENJOCCARC OCORRE EM CARMO ENJOCCARC OCORRE EM CARMO DO RIO CLARODO RIO CLARO

No dia 30 de junho, um encontro com aproximadamente duzentas lideranças que dinamizam a formação cristã de lei-gos na diocese marcou a comemoração de dez anos de formação sistemática na-quela porção do Povo de Deus. Lucimara Trevisan que foi assessora de pastoral e responsável pela implantação do mode-lo de formação, orientada pelo bispo da época, dom José Geraldo Oliveira do Vale, hoje emérito, motivou o encontro.

A formação, como acontece nos mol-des de Guaxupé, trata-se de inovação, principalmente no que tange à metodo-logia e à didática aplicadas. Não há pro-fessores, mas sim, uma equipe formadora que irá preparar os encontros e não, aulas. A duração depende do andamento do grupo, normalmente, em torno de dois a três anos, para estudar e aprofundar cada assunto. Os temas propostos, além dos textos, dão opções de fi lmes, músicas, trabalhos em grupos... Todos ensinam e aprendem, por isso, dá-se também o nome de formação de leigos em comuni-dade. Tal modelo e proposta surgiram da constatação de que cresce o número dos que buscam uma explicação de fé para a vida. Anseiam por uma formação que

Por Diác. Gladstone Miguel da Fonseca

Por Dora Sousa ScassiottiPor Junio César de Oliveira

Foto: Secretariado Pastoral

Foto: Junio César Foto: Dora Sousa Scassiotti

Com presença de Lucimara Trevisan, padre Francisco Carlos Pereira e dom José Lanza Neto, padres e leigos festeja-ram o desempenho do trabalho de formação

Encontro ocorre em sintonia com a Campanha da Fraternidade 2013 e a Jornada Mundial da Juventude

Devido intensa procura do curso, nova turma é aberta

ajude a conhecer sua personalidade, sua afetividade, enfi m, buscam “sentido” para a vida e a fé. Na tentativa de resposta à pergunta: o que queremos com a forma-ção de leigos?, elaboraram-se os seguin-tes objetivos:

- Ajudar os cristãos batizados a perce-

berem-se carentes de formação; o cristão deve dar “as razões de sua fé”;

- Capacitar os cristãos leigos no segui-mento de Jesus Cristo, para o bom exercí-cio da vivência cristã;

- Criar e fomentar grupos de formação, para que cuidem, permanentemente, do

amadurecimento da fé cristã da comuni-dade paroquial;

- Criar laços entre as pessoas, tendo em vista o fortalecimento da vida comunitária e visando a uma prática pastoral compa-tível com os desafi os do mundo de hoje.

Uma equipe, tendo à frente Lucimara, Pe. José Augusto da Silva, Pe. José Luiz Gonzaga do Prado e outros tantos colabo-radores, produziu uma série com cinco vo-lumes, os módulos. Estes módulos trazem o nome “Tempo de Ver... Tempo de Crer... e... Amar.” Durante o encontro, Lucimara ressaltou a urgência de incentivar e ofere-cer formação para os leigos e leigas, bem como a importância de granjear para este meio e proposta, a juventude.

Dom José Lanza Neto, bispo diocesa-no, evidenciou sua satisfação pelo grande número de fi éis leigos que ali se encontra-va e enalteceu a importância do trabalho dos mesmos neste processo de formação. Deixou claro que a formação não é ape-nas para fi car na cabeça, no intelecto, mas, sobretudo, para a vivência cristã em comunidade. O bispo ainda afi rmou que a Igreja, principalmente na sociedade atual, não pode fi car sem formação cristã.

Aconteceu, entre os dias 20, 21 e 22 de Julho, a 18ª edição do ENJOCCARC (En-contro de Jovens Cristãos de Carmo do Rio Claro), pautado na busca de um encontro mais íntimo com o Ressuscitado, dando um rosto jovem à Igreja, com participação direta de aproximadamente 300 jovens.

Foi um momento de renovar as for-ças e preparar a juventude para a missão

desafi adora de ser semente do Reino na sociedade. Em sintonia com a Campa-nha da Fraternidade 2013 e a Jornada Mundial da Juventude, foi proposto um caminho de amadurecimento pessoal e comunitário. Ao fi nal do encontro, cele-brou-se a Eucaristia na Paróquia Nossa Senhora do Carmo, com participação de toda a Comunidade.

Desde 2011, o Setor Poços de Caldas mantém, em clima animador, o Curso de Iniciação Teológica para Leigos, na Paró-quia de São Domingos, Casa das Irmãs Dominicanas. Hoje conta com 53 alunos, em seu segundo ano consecutivo. Como é de conhecimento, o curso (o segundo realizado na Diocese) acontece todas as segundas feiras, à noite. Compõe-se de

4 módulos e é ministrado por padres e leigos da diocese, com durabilidade de 4 anos.

Devido à intensa procura, este ano iniciou-se uma nova turma. Assim, refor-ça-se a importância de manter a fé viva em Jesus Cristo e na Igreja, como tam-bém a perseverança destes alunos no decorrer do curso de formação.

Page 5: Jornal comunhão agosto 2012 - Diocese de Guaxupé

5DIOCESE DE GUAXUPÉDIOCESE DE GUAXUPÉ

notícias

CEBs PROMOVEM 29CEBs PROMOVEM 290

ENCONTRO DIOCESANOENCONTRO DIOCESANO

SEMINARISTAS PARTICIPAM DESEMINARISTAS PARTICIPAM DEFORMAÇÃO MISSIONÁRIA EM BRASÍLIAFORMAÇÃO MISSIONÁRIA EM BRASÍLIA

CLERO TEM RETIRO PREGADO POR DOM GERALDO MAJELLACLERO TEM RETIRO PREGADO POR DOM GERALDO MAJELLA

Aconteceu em Passos, no salão paroquial de São Benedito, o 29º Encontro Diocesano das Comunida-des Eclesiais de Base da Diocese de Guaxupé. Cerca de 130 participan-tes de diversas paróquias puderam reabastecer-se no grande encontro fraterno e recarregar suas baterias com a espiritualidade e experiência de vida de Dom Tomás Baldoino (89), bispo emérito de Goiás, assessor do Encontro.

“Para uma Igreja em estado per-manente de missão” foi a temática do Curso de Teologia e Espirituali-dade Missionária para Seminaris-tas e Presbíteros, promovido em Brasília, numa parceria entre o Centro Cultural Missionário (CCM) e as Pontifícias Obras Missionárias (POM), com a presença de três se-minaristas da Diocese de Guaxupé.

Entre os dias 01 e 07 de julho, os participantes estiveram em con-tato com temas relevantes para a dimensão missionária da Igreja, os contextos atuais e seus desafios à ação missionária, o diálogo ecumê-nico e interreligioso e a necessida-de de se repensar a Igreja e sua es-sência missionária.

O conteúdo do curso foi mi-

Por Pe. José Luiz Gonzaga do Prado

Por Sérgio Bernardes

Por Pe. Gilvair Messias da SilvaFoto: Pe. Gilvair Messias

Foto: Arquivo - CEBs

Foto: Sérgio Bernardes

Na tarde-noite de sexta-feira, dia 13, as comunidades de Passos aco-lheram os companheiros dos outros Setores e os representantes de cada Setor se apresentaram na celebração de abertura.

Dom Tomás partiu dos relatos fundantes dos Atos dos Apóstolos que completou com sua experiência de vida. A convivência e as reflexões se estenderam até dia 15, quando se encerrou o encontro.

“Vamos entrar em clima de de-serto. Não tenhamos medo de Deus e, sobretudo, de seu silêncio.” Assim motivado, aos 78 anos, sendo padre há 55 e 34 como bispo, dom Geral-do Majella Agnelo, cardeal arcebispo emérito de São Salvador, na Bahia, iniciou no dia 16 de julho o retiro espiritual para o clero da diocese, o qual se estendeu até o dia 19. Rea-lizada anualmente, a atividade ocor-reu no Seminário Santo Antônio do Alto da Serra, casa de retiros em São Pedro (SP), da Ordem dos Capuchi-nhos, na Diocese de Piracicaba (SP).

O pregador meditou inicialmente sobre a alegria de ser padre, quando interrogava: “Qual o grau de minha alegria e de minha paz? Qual meu verdadeiro amor? O que me alegra em meu trabalho pastoral?” Disse que a finalidade de um retiro é o re-encontro com Deus, com a própria pessoa, com a vocação, sobretudo volta às fontes, reencontro dos mo-tivos para se alegrar e ser feliz. Para

o cardeal, “tendência hoje é não re-fletir, terceirizar a reflexão. O mundo de hoje quer ler coisas práticas.” Por isso, salientou que urge perguntar quem é Deus para então ouvi-Lo, como Moisés que assim O descobre na sarça ardente – “Eu sou Aquele que é” (Ex 3, 13).

Dom Geraldo Majella destacou, em suas reflexões, o sentido do sacer-dócio com ênfase em textos bíblicos, em cartas papais e nos documentos do Concílio Vaticano II. Referindo-se à frase de Bento XVI, “Deus é a única riqueza que as pessoas querem en-contrar no sacerdote”, proferiu, em vários momentos, sobre o significa-do, sentido e peso da fé na vida dos presbíteros.

Além das pregações, momentos de celebração eucarística, rito peni-tencial e vigília ao Santíssimo Sacra-mento fizeram parte do retiro, o qual reanimou o clero para a missão apos-tólica diocesana e paroquial.

nistrado por alguns assessores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), como o padre Elias Wolff, assessor da Comissão Epis-copal para o Ecumenismo e Diálo-go Interreligioso. A abordagem da temática utilizou como referencial os documentos do Concílio Vatica-no II e da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, realizada em Aparecida, em 2007.

O curso contou com a partici-pação de seminaristas e padres de todas as regiões do país, bem como de estrangeiros que desenvolvem suas atividades pastorais e missio-nárias no Brasil, como Portugal e Haiti.

Meditações fi zeram pensar a fé e o papel do presbítero como presença do Cristo no meio do povo

Cerca de 130 participantes de diversas paróquias puderam reabastecer-se com a espiritualidade e experiência de vida de Dom Tomás Baldoino

“Para uma Igreja em estado permanente de missão” foi a temática do curso

Page 6: Jornal comunhão agosto 2012 - Diocese de Guaxupé

6 JORNAL COMUNHÃOJORNAL COMUNHÃO

notícias

DIOCESE É REPRESENTADA EM CONGRESSO MISSIONÁRIO NACIONALDIOCESE É REPRESENTADA EM CONGRESSO MISSIONÁRIO NACIONAL

IDENTIDADE E MISSÃO DA PASCOM É TEMA DE ENCONTRO NACIONALIDENTIDADE E MISSÃO DA PASCOM É TEMA DE ENCONTRO NACIONAL

Nos dias 12 a 15 de julho, a Igreja reali-zou o 3º Congresso Missionário Nacional, se-diado na cidade de Palmas (TO). Reuniram--se mais de 600 pessoas, delegados dos 17 Regionais da CNBB, membros dos diversos organismos e institutos missionários, bem como de grupos de animação missionária (Infância, Adolescência e Juventude Missio-nária), grupos das santas missões populares, leigos, ministros ordenados e religiosos con-sagrados. Destes, foram 25 bispos, 12 diáco-nos, 319 leigos, 152 presbíteros, 98 religiosas e 31 seminaristas. A Diocese de Guaxupé foi representada por dom José Lanza (respon-sável pela Dimensão Missionária do Regio-nal Leste II), Jeremias Nicanor (seminarista representante do Conselho Missionário do Seminário – COMISE – do Seminário Santo Antônio de Pouso Alegre), Silas de Oliveira (representante da Província junto à Forma-ção Missionária para Seminaristas – FOR-MISE – do Regional Leste II) e José Eduardo (seminarista representante do Conselho Missionário Diocesano – COMIDI – da dio-cese).

Baseado na perícope sugestiva do en-contro entre Felipe e o etíope (cf. At 8, 26- 40), o 3º Congresso foi organizado no “Dia do Caminho” (At 8, 26-28); “Dia do Encontro” (At 8,29-31); “Dia da Partilha” (At 8,32-35); “Dia do Compromisso” (At 8, 36-40).

No segundo dia, o “Dia do Encontro”, iniciaram-se as conferências. Irmão Israel José Nery, fsc, desenvolveu a temática “o se-cular e plural no qual nos cabe ser Discípulos

Dos dias 19 a 22 de julho, mais de 600 pessoas de todo o país participaram do Encontro Nacional da Pastoral da Comu-nicação (PASCOM) no Santuário Nacional, Aparecida (SP), para aprendizado e troca de experiência. Representaram a Diocese de Guaxupé o padre Rodrigo Costa Papi, o diácono Gladstone Miguel da Fonseca e o seminarista Sérgio Bernardes Pedroso.

A solenidade de abertura contou com a presença de dom Dimas Lara Barbosa, pre-sidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação; dom José Moreira de Melo, bispo de Itapeva (SP) e referencial para a co-municação no Regional Sul 1; os dois assesso-res da Comissão, Ir. Élide Fogolari e Padre Cló-vis Andrade; e os missionários redentoristas, padres César Moreira e Evaldo César, repre-sentando o Santuário Nacional e a Rede Apa-recida de Comunicação, respectivamente.

“Nós devemos crescer enquanto comu-nicadores cristãos” – destacou dom Dimas. “Devemos estar a serviço da Boa Nova e quebrar as barreiras, como a difi culdade de transmitir a fé às novas gerações, de modo que a nova linguagem seja fecundante do amor do Evangelho.”

Por meio de videoconferência, falou aos

Missionários”. O segundo conferencista, Pe. Dr.Paulo Suess, desenvolveu o tema: “Disci-pulado missionário do Brasil para o mundo, à luz do Vaticano II e do Magistério Latino--americano”. O conferencista, Pe. Estêvão Raschetti, missionário xaveriano, indicou apontamentos sobre a missão ad gentes e sua relevância para a Igreja no Brasil. Re-tomando o Documento de Aparecida (DA 549), ele afi rma: “Para nos converter, temos que ser de novo evangelizados no encon-tro com os povos, com os outros, com os pobres, além de toda fronteira, como dis-cípulos missionários comprometidos com a transformação do Brasil para um mundo melhor.”

A partir dessas problemáticas apresen-tadas, aconteceram mutirões de refl exão com exposições temáticas e debates em grupos, quando se acolheram ideias, expe-

riências missionárias, questionamentos e propostas. Formaram-se quatro mutirões, sendo: Infância, Adolescência e Juventude Missionária (IAJM); Leigos e Leigas; Ministros Ordenados; Vida Religiosa Consagrada. Os mutirões se dividiram em sub-grupos para melhor participação dos integrantes, tendo seus secretários apresentado conclusões para debate e síntese.

O mutirão da Infância, Adolescência e Juventude Missionária (IAJM) informou que não é um movimento nem um grupo para-lelo na Igreja local, mas Obra Pontifícia. Por-tanto, sua missão fundamental é cooperar para que o futuro que há na Igreja se abra essencialmente para a missão ad gentes. Lembrou ainda que se deve levar em consi-deração o contexto secularizado no qual os referidos missionários estão inseridos, um mundo que exige um testemunho proféti-

co, comunidades fraternas, comprometidas, criativas e ousadas.

O mutirão do laicato ressaltou a maior inserção dos leigos no aspecto missionário, na formação teológica disponível e uma maior igualdade entre a ação dos leigos e dos ministros ordenados. Por outro lado, la-mentou a falta de compreensão da missão do Conselho Indigenista Missionário e a au-sência de pastorais de fronteira. Pediu maior conhecimento dos documentos da Igreja.

O mutirão dos religiosos expressou aos congressistas seu jeito peculiar de fazer mis-são: “Comungar é tornar-se um perigo, vie-mos para incomodar, com fé e união, nossos passos um dia vão chegar.” Com este refrão, reafi rmaram sua vocação missionária de ser presença profética e samaritana em meio ao povo, chamados a estar entre os pobres e marginalizados.

Os delegados presentes ao “Mutirão dos Ministros Ordenados” expuseram suas con-clusões em torno de alguns pontos. Quan-to aos empecilhos para a missão, muitos presbíteros não foram preparados para ela e atualmente não conseguem despojar-se para melhor servir. Quanto às urgências, é necessária a conversão dos presbíteros para o verdadeiro seguimento; investir na forma-ção e aproximação das comunidades; des-centralizar os poderes; ter uma vivência de pobreza e reconhecer que são discípulos e, por isso, devem estar em constante apren-dizagem. Há muito para ser renovado nas estruturas da Igreja.

Por Jeremias Nicanor e Silas Oliveira

Da redação com informações da CNBB

participantes do evento, no dia 20, direta-mente de Roma, o presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais da Santa Sé, cardeal Cláudio Maria Celli. Ele iniciou sua mensagem, considerando a con-corrência que há entre o anúncio da Verda-de e o testemunho cristão.

Uma mesa redonda foi coordenada por Frei Edgar Alves, momento de reflexão do tema central do evento: “PASCOM: identidade e missão”. A professora Rosana Borges, da Uni-versidade Estadual de Londrina, apresentou uma exposição sobre os sentidos da comuni-cação. Em seguida, foi a vez do padre Manoel Filho, da Arquidiocese de Salvador, que apre-sentou uma reflexão sobre os fundamentos teológicos e da espiritualidade da PASCOM.

A terceira parte dos trabalhos foi a expo-sição “Como se organizar a Pastoral da Co-municação”, feita pela assessora da Comis-são Episcopal Pastoral para a Comunicação da CNBB, Ir. Élide Fogolari. Ela relatou que existe, para muitas pessoas, uma dicotomia entre pastoral e comunicação. “É importan-te ter claro que quem está na Igreja, está fa-zendo missão e, portanto, faz comunicação”, explicou a religiosa.

Durante a tarde daquele dia, os partici-

pantes dirigiram-se ao subsolo do Centro de Eventos Padre Vítor Coelho de Almeida, onde participaram de seminários teóricos sobre diversos temas. À noite, nos estúdios da TV Aparecida, assistiram a show com o grupo Cantores de Deus.

As atividades do sábado, 21, começaram com realização de leitura orante da Bíblia na ótica da comunicação. Esta etapa foi condu-zida pela assessora da Comissão Episcopal

Pastoral para a Animação Bíblico Catequéti-ca da CNBB, Maria Cecília Rover. Em seguida, iniciou-se a mesa redonda PASCOM e a pes-soa digital: possibilidades e contradições.

No domingo, 22, os agentes participa-ram de celebração eucarística no Santuário Nacional e foram enviados às suas dioceses e paróquias como discípulos missionários da comunicação.

Encontro ocorre pela terceira vez em Aparecida (SP)

Foto: CNBB

Foto: Silas Oliveira

Bispo e seminaristas da diocese participam de Congresso Missionário

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7DIOCESE DE GUAXUPÉDIOCESE DE GUAXUPÉ

entrevista

notícias

COMUNHÃO: O que é ser cristão?LUCIMARA: Parece fácil responder, mas não é simples. Ser cristão é acreditar em Jesus Cristo, mas não um acreditar só de palavras, mas um acreditar e entrar numa dinâmica de conversão, de confi guração da vida da gente na vida de Jesus Cristo, passar por um processo de mudança interior e de engajamento na comunidade, no mundo.

COMUNHÃO: Qual a missão do cristão leigo hoje, sobretudo na sociedade pós--moderna?LUCIMARA: Ser cristão hoje é, sobretudo, ajudar a construir o reino de Deus no mun-do, não só no espaço eclesial, é viver a vo-cação cristã, é fazer aquilo que Jesus pediu para nós - ser sinal e instrumento do reino de Deus no meio do mundo.

COMUNHÃO: A formação cristã está com-pletando dez anos na diocese. O que ela é e qual seu objetivo?LUCIMARA: A formação cristã iniciou-se a pedido de uma assembleia diocesana de pastoral, acontecida há vários anos, na diocese. Houve toda uma preparação, vá-rios padres se envolveram em equipe. A formação visa a dar uma fundamentação para esse ser cristão. Ela alimenta sua fé e ajuda a ir confi gurando melhor a nossa vida na vida de Jesus Cristo, no seguimento Dele, na comunidade. A formação me ajuda a descobrir melhor quem é esse Jesus Cris-to em quem eu creio, porque eu creio, em quem creio quando digo que creio, como creio em Jesus hoje na comunidade, como celebrar essa minha fé em Jesus na comuni-dade cristã e o que fazer para ser seguidor de Jesus no contexto atual. Eu diria que a formação é fundamental para sobrevivên-cia da fé cristã, necessária para fazer o cris-

Por Diác. Gladstone Miguel da Fonseca

DEZ ANOS DE FORMAÇÃO CRISTÃ EM COMUNIDADEDEZ ANOS DE FORMAÇÃO CRISTÃ EM COMUNIDADELucimara Trevisan é formada em fi losofi a e teologia. Por vários anos, trabalhou na Diocese de Guaxupé. Muito conhecida entre as lideranças e clero. Exerce

papel relevante em todo o processo de teologia e formação para leigos. Por ocasião do encontro que aconteceu em Guaxupé, na cúria diocesana, no dia 30

de junho, em que se comemorou os dez anos de formação sistemática para leigos, com a presença de aproximadamente duzentas lideranças que dinamizam

a formação cristã de leigos em comunidade, coube a Lucimara Trevisan, que foi assessora de pastoral responsável pela implantação do modelo de formação,

orientada pelo bispo da época, Dom José Geraldo Oliveira do Vale, hoje emérito, a motivação e assessoria do mesmo. Hoje, ela é coordenadora do Centro

Loyola de formação para leigos, em Belo Horizonte.

tão fi car cada vez mais maduro, adulto, na vida cristã em comunidade e no mundo.

COMUNHÃO: Por que o leigo precisa de formação? Em que a catequese se difere da formação cristã? O leigo já não passa por várias catequeses? LUCIMARA: A catequese é educação da fé, mas é mais básica. Ela também ajuda a pessoa a situar-se no que ela acredita. A ca-tequese faz um alicerce. A formação apro-funda, cria o edifício do cristão e o ajuda a tornar-se, de fato, mais adulto e mais com-prometido com a fé e com o seguimento de Jesus. Trata-se de um passo adiante para o encontro de sentido na vida, neste mundo tão conturbado. A formação é fundamental para os leigos cristãos que, sem formação, sofrerão mais impacto da sociedade pós moderna.

COMUNHÃO: Como foi o processo da im-plementação da formação cristã em comu-nidade?

LUCIMARA: Havia uma coordenação de pastoral e constituiu-se uma equipe da qual fazia parte padre José Augusto, padre Pi-menta, padre Luiz lemos e várias outras pes-soas. Essa equipe buscou um processo de formação. Primeiro, pensou-se em formar equipes para trabalharem nas paróquias. Para isso, houve treinamento que durou mais ou menos uns oito meses, até iniciar o processo mesmo. A ideia desta formação é que ela aconteça na paróquia. Não é um curso de teologia mais elaborado, mas um passo anterior. Constitui-se de pequenos núcleos de formação dentro da paróquia. Essa ideia é brilhante. Formação não se faz de uma hora para outra. É um processo pra-zeroso, mas é um processo de modifi cação da vida, de encontrar signifi cado pra vida e isso leva tempo. Poderá durar uns dois, três anos e espalhou-se pela diocese. Iniciou-se com mais de quarenta paróquias, outras se agregaram depois. Hoje, eu diria que, em Minas Gerais, não há experiência tão signi-fi cativa como esta.

COMUNHÃO: O que poderia ser feito para chamar o jovem para participar desta for-mação?LUCIMARA: Uma coisa muito bacana nes-ta formação é que ela é feita por convites pessoais. Acredito muito neste tipo de con-vite . Teríamos que olhar para a juventude de nossas comunidades e convidar, insistir para que alguns desses jovens se aprofun-dassem mais na fé, porque serão líderes comunitários. Enamorar-se de algumas pessoas e investir, ainda que por um tempo não deem conta, que deem uma parada e depois voltem, mas não deixar de convidar e de investir na formação dos jovens.

COMUNHÃO: Deixe uma mensagem para aqueles que participam deste processo de formação e também para aqueles que pas-sarão por ele.LUCIMARA: Pensando no futuro, se não investirmos na formação de nossa comuni-dade cristã, a Igreja sofrerá sérias consequ-ências. Precisamos de leigos mais capacita-dos, com mais formação para os trabalhos pastorais, mas também para o diálogo com a sociedade. Primeiro, agradecer às pessoas que se dispõem a trabalhar na formação. Isso é puro fruto da graça de Deus. Se-gundo, não nos contentarmos em ser um cristão que, pelo simples fato de ir à missa, acredita que está garantido e tudo pronto... Que a gente se inquiete, coloque-se na di-nâmica de cristão que é de ir à busca, de aprofundar a fé. Seja esta formação na pa-róquia ou através de outras ofertas que a diocese oferece para leigos. Isso fortalecerá a fé e ajudará o leigo a dialogar melhor com a cultura, com a sociedade. Vamos virar guetos se não investirmos na formação de leigos para dialogar com a sociedade.

MECES DO SETOR GUAXUPÉ SE REÚNEMMECES DO SETOR GUAXUPÉ SE REÚNEMAproximadamente 400 Ministros Ex-

traordinários da Comunhão Eucarística (MECEs) do Setor Pastoral Guaxupé estive-ram reunidos, dia 22 de julho, no auditório do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Muzambinho. Atividade anual, ela objetiva reunir os respectivos agentes para momentos de refl exão, par-tilha, oração e entrosamento.

Os temas abordados foram escolhidos pela coordenação diocesana de MECEs, sendo, portanto, os mesmos em todos os setores. Padre Tadeu dos Reis Ávila discor-

Por Pe.Gilvair Messiasreu sobre “O Cristo que acolhe no MECE que serve.” Sobre “O rosto do Cristo nos crucifi cados de hoje”, palestrou o padre Gilvair Messias da Silva. Padre Alexandre José Gonçalves expôs o assunto “O ca-minho se faz caminhando com o irmão.” Após o almoço, padre Reginaldo da Sil-va conduziu momento de adoração ao Santíssimo Sacramento. Padre Ronaldo Aparecido Passos presidiu a Eucaristia, en-cerrando as atividades do dia. Jovens da paróquia de Juruaia foram responsáveis pelas músicas e animação do encontro.

Temática teve por objetivo aproximar o papel do MECE da pessoa e missão de Jesus

Foto: Pe. Gilvair Messias

Padre Gentil Lopes Júnior, coordena-dor dos MECEs do Setor Guaxupé, relatou a alegria do grupo ao participar anual-mente do encontro. Segundo ele, o clima

é festivo e muito bem preparado, tanto pela equipe organizadora, reunindo-se com frequência meses antes do evento, quanto pelos palestrantes.

Foto: Secretariado Pastoral

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8 JORNAL COMUNHÃOJORNAL COMUNHÃO

atualidade

EM AGOSTO, DIOCESE GANHA NOVOS PADRESEM AGOSTO, DIOCESE GANHA NOVOS PADRESPor Pe. Gilvair Messias

GLADSTONE MIGUEL DA FONSECA

Nascido no dia 21 de dezembro de 1969, em Passos, é o caçula dos 4 fi lhos de Álvaro e Conceição. Batizado em São João Batista do Glória, onde também fez sua pri-meira eucaristia, aprendeu de seus pais a ser cristão, “gente de oração e, sobretudo, de vida justa, fraterna e voltada para Deus, sem com isso deixar para trás os irmãos mais necessitados”, diz Gladstone.

Em 1978, a família transfere-se para Passos, passando a participar na Paróquia Nossa Senhora das Graças. “Eu já pensava em ser padre, mas não foi ainda naquele tempo que me entreguei à proposta de vida do ministério ordenado.” Mais tarde, Gladstone muda-se para Uberlândia, a fi m de cursar Comunicação Social, com habi-litação em Jornalismo e licenciatura em Língua Portuguesa e Literatura. Depois, especializa-se em Linguística e Literatura. Porém, não se afasta da Igreja. Exerce, nes-se período, os ministérios extraordinários da Comunhão Eucarística, da Palavra e do Batismo.

Aos 36 anos, com vida profi ssional es-tabilizada, sente de modo mais forte o cha-mado de Deus, a ponto de não mais deixar de responder a ele. Resolve, assim, dar seu sim aos sinais que o Senhor lhe concedia. O diácono diz que “não foi uma decisão fá-cil. Era muita loucura mudar a rota naquela altura da vida. Mas fui vencido, falou mais alto o clamor que em meu interior brada-va por uma resposta.” Em 2007, entra para o Seminário Diocesano Santo Antônio, em

Pouso Alegre, da Diocese de Guaxupé, para cursar Teologia e preparar-se melhor para o ministério presbiteral.

Interrogado sobre o momento no qual se sentiu chamado à consagração de sua vida através do ministério ordenado, Gladstone relata que o Senhor sempre o acompanhou e, por isso, sempre o cha-mou. “Coloquei para minha vida a certeza de que tudo o que vivi, seja na Igreja, na família, nos estudos e trabalhos foi como uma grande preparação para o ministério ordenado. Não se joga fora uma história escrita, acrescentam-se capítulos na trama que já está tecida no coração de Deus.”

Nos dias que antecedem sua ordena-ção, Gladstone reconhece que a prepa-ração não termina com o sacramento a ser conferido. “Para a vivência ministerial, temos que continuar a nos preparar diaria-mente, na oração e na vida. Acredito que ser cristão, ordenado ou não, é um exer-cício constante, pois todos os dias somos convidados a colocarmo-nos no segui-mento de Jesus Cristo, de sua Palavra, Vida e Caminho, que é o da cruz, da fé provada, da profecia e do amor incondicional. Só in-teiramente humanos, podemos estar mais próximos da essência de Deus. E é sentin-do-me assim – humano, Filho de Deus, que espero nesse momento e até o fi m de mi-nha vida preparar-me, todos os dias, para ser, em Cristo, ordenado para uma vida de doação ao serviço de Deus, na Igreja, pelo Povo e, deste modo, mais do que perseve-rante, eu seja fi el ao caminho respondido.”

RIVA RODRIGUES DE PAULA

“Digo às pessoas que falei na brin-cadeira: ‘quero ser padre’ e Deus re-solveu levar-me a sério e colocou no meu coração o seu chamado. Assim, tomei a decisão de segui-Lo.” Riva descreve dessa maneira sua vocação, surpreendido pela graça de Deus que chama a quem Ele quer. Nasceu no dia 16 de abril de 1978, na cidade de Are-ado, de uma família de 11 filhos, sen-do nove homens e duas mulheres. Até o início da juventude, acompanhou seus pais e alguns de seus irmãos na Congregação Cristã no Brasil.

Conta que sua caminhada voca-cional começou em 1995, quando, numa conversa com seu melhor ami-go, revelou que iria estudar para ser padre. “Aquela conversa entre tantas, ficou no silêncio do meu coração.” Como ainda não tinha sido batizado, fez a preparação para receber os sa-cramentos do batismo e da crisma. As dificuldades vieram: “Muitas foram as resistências por parte da minha fa-mília, pois não aceitavam a decisão tomada por mim, mas sempre manti-ve o propósito de seguir o desejo do meu coração e superar qualquer obs-táculo que houvesse.”

Riva participou de encontros vo-cacionais para ajudar seu processo de discernimento, tanto em sua cidade, com as Irmãs de Nossa Senhora da Consolação, quanto em Guaxupé, no

Seminário Diocesano São José. No dia 2 de fevereiro de 1998, entrou para o seminário para cursar o Ensino Médio. Após, ingressou no curso de Filosofia e também de Letras pelo UNIFEG. Em 2004, voltou para casa de seus pais e iniciou um tempo de reflexão e ama-durecimento quanto à decisão toma-da. Em 2007, retornou ao seminário, para cursar teologia em Pouso Alegre. Juntamente com Gladstone, foi orde-nado diácono no dia 05 de fevereiro deste ano, na catedral diocesana.

Interrogado sobre o sentimento que o possui às vésperas de sua orde-nação, o diácono apresenta com sere-nidade e gratidão a alegria de ter, com perseverança, feito a caminhada até o sacerdócio. “Minhas orações têm sido de ação de graças por tudo que Deus realiza e há de realizar em minha vida. Gratidão por Ele ter me conduzido até aqui e, principalmente, por me fazer participar do sacerdócio ministerial do seu Filho, Jesus Cristo. Gratidão à minha família que, mesmo não en-tendendo e aceitando minha decisão, sempre rezou por mim. Gratidão a to-das as pessoas que Deus colocou em meu caminho para serem sinal da sua presença na caminhada vocacional. A expectativa é a de sempre procurar colocar em prática meu lema: ‘Con-forma tua vida ao mistério da cruz do Senhor’. Obrigado a todos!”

Os diáconos Gladstone Miguel da Fonseca e Riva Rodrigues de Paula serão ordenados presbíteros da Igreja neste mês de agosto. O primeiro, no

dia 10 de agosto, na Paróquia Senhor Bom Jesus dos Passos. Já o segundo, no dia 24 de agosto, na Paróquia São Sebastião, em Areado. A Diocese

alegra-se, como mãe, ao dar à luz novos fi lhos para sua família, comunidades paroquiais e presbitério.

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9DIOCESE DE GUAXUPÉDIOCESE DE GUAXUPÉ

bíblia

PADRE HERALDO SUCEDE A PADRE ANTÔNIO CARLOS EM MISSÃOPADRE HERALDO SUCEDE A PADRE ANTÔNIO CARLOS EM MISSÃO

O ENSINAMENTO EM PARÁBOLAS: RESPOSTA OU PERGUNTA?O ENSINAMENTO EM PARÁBOLAS: RESPOSTA OU PERGUNTA?

Por Pe. Gilvair Messias

Por Pe. José Luiz Gonzaga do Prado - Professor de Teologia Bíblica no Centro de Estudos Superiores da Arquidiocese de Ribeirão Preto - Reside em Nova Resende

O FATO

As parábolas de Jesus que os Evange-lhos registram sempre foram vistas como um método pedagógico simples e natural para incutir algum ensinamento. Isso não é exclusivo de Jesus nem dos Evangelhos. A sabedoria oriental também se serve das mais interessantes comparações ou pa-rábolas, visando exatamente a incutir seu ensinamento.

POR QUE PARÁBOLAS?

O Evangelho de Marcos, sendo o pri-meiro, o mais primitivo, está mais próxi-mo do Jesus histórico que os outros. Ele diz que Jesus falava em parábolas para a multidão, à beira do mar, enquanto em casa, na comunidade ou em particular, ex-plicava tudo para os discípulos. Falava em parábolas para os de fora, para que os que enxergassem, enxergassem cada vez me-lhor e os que nada vissem, cada vez menos

entendessem (Mc 4,11-12).

QUAL A PEDAGOGIA DE JESUS?

A pedagogia de Jesus, seu jeito de ensi-nar, não era simplesmente o de usar com-parações. As parábolas ou comparações de Jesus não querem explicar tudo, deixar o ouvinte sem dúvidas, sem perguntas; ao contrário, querem deixá-lo cheio de per-guntas, com “a pulga atrás da orelha”, desa-fi ado a encontrar respostas e levantar mais perguntas. Jesus confi a na inteligência dos ouvintes, mesmo quando explica aos discí-pulos o sentido das parábolas.

UM EXEMPLO

Em um plenário dos Grupos de Refl e-xão, comentando a parábola do semeador, Pedro Rodrigues levantou esta questão: “Mas esse povo desperdiçava muita se-mente! Na parábola, de quatro partes, só se aproveitou uma.” É assim que deve ser

a divulgação da Palavra de Deus, sem pre-ocupação de alcançar proveito total? Sem garantia de aproveitamento total, não se deve lançar a semente? Como agir?

OUTRO: FERMENTO X CIMENTO

Noutra reunião geral (ou plenário) dos Grupos de Refl exão, Antônio Etelvino dis-se: “Lá no meu bairro, nem vinte por cento do povo participa das nossas reuniões!”. Perguntei às mulheres: “Quando vão fazer um bolo ou um pão, em um quilo de fari-nha vocês colocam duzentos gramas de fermento?”

Fermento é uma pitadinha só. Mas tem força para mexer com toda a massa. Fer-mento é coisa viva, massa é coisa morta. Massa é coisa grande, fermento é peque-na. Massa aparece, fermento não aparece, mas, sem ele, a massa vira nada.

Fermento torna tudo macio, coloca a massa em crescimento. O cimento endure-

ce, estabiliza, mata. O cimento organiza, faz instituições estáveis, prédios e construções, tudo sob controle. O fermento é desorga-nizado, indisciplinado, incontrolável. Age movido pelo Espírito, que sopra para onde quer.

OUTRA SEMENTE

O Evangelho de Marcos (4,26-29) tem outra parábola da semente, uma parábo-la curta, com ares de ter saído assim dos lábios de Jesus. É a semente que brota, nasce, cresce e produz sozinha, sem que o lavrador faça qualquer esforço. A parábola não traz qualquer explicação, deixa apenas um mundo de perguntas. Basta plantar? Esperar apenas que, espontaneamente, a planta produza seus frutos? A intervenção do lavrador será apenas a colheita, quando os frutos estão maduros, na hora de “meter a foice”? Que força é essa que a Palavra de Deus tem por si mesma?

Fazia calor... O povo se protegia do sol com sombrinhas, exposto ao tempo, em multidão. Centenas de pessoas e uma mis-sa campal. O calor humano parecia ser mais intenso. Alegria era a marca do momento, no entusiasmo dos olhares, no movimen-to das mãos, em sucessivo palmear. De um lado, dom Luís Ferrando, bispo de Bragan-ça do Pará e vários padres de sua diocese, em clima de acolhida e gratidão. De outro, dom José Lanza Neto, bispo de Guaxupé e os padres Francisco Albertin e Antônio Carlos Melo, acompanhados pela generosi-dade missionária de quem quer trabalhar. Dioceses irmãs, povo irmão, gente cristã. O clima era esse no dia 1º de agosto de 2010, quando a diocese sul mineira assumia mis-são na diocese paraense, propriamente na Pró-paróquia São José do Nagibão, em Pa-ragominas.

Dois anos de trabalho ardoroso, de co-lheitas e frutos. Os padres Francisco e Antô-nio Carlos promoveram, com todas as forças e recursos possíveis, a animação do Reino de Deus nas diversas comunidades que compõem a paróquia que lhes fora confi a-da. Evangelizaram por palavras e gestos, pela formação catequético-litúrgica, pelas visitas às casas, pela promoção humana, às vezes, no chão duro, em outras, na leveza dos rios.

As dioceses irmãs fi rmaram, entre si, um prazo de dois anos para cada dupla de pa-dres atuar na paróquia de Paragominas. No mês de julho último, padre Antônio Carlos retornou do trabalho. Será sucedido, neste mês de agosto, por padre Heraldo de Freitas

atualidade

Lamin. Padre Francisco continua sua missão.

O OLHAR DE QUEM VOLTA

“É uma vontade que eu tinha desde o tempo do seminário – fazer uma experi-ência missionária.” Com alegria nos olhos e prazer de quem não deixou de fazer o que acreditava seu coração é que padre Antônio Carlos Melo relata seu sonho de ser missio-nário. “Quando o padre Francisco Albertin convidou-me para realizar essa experiência missionária na diocese irmã de Bragança do Pará, eu vi que era a oportunidade de reali-zar esse desejo.”

Padre Antônio Carlos conta como foi marcante o período de missão. O amor foi à primeira vista. Sentiu-se cativado pelo povo já no primeiro encontro, quando em feverei-ro de 2010, visitou o bairro onde trabalharia. Depois, a alegria tornou-se ainda maior. A comunidade, em sua simplicidade, não me-diu esforços para acolhê-los bem. O bispo e padres da Diocese de Bragança fi zeram-lhes sentir-se em casa. E os trabalhos fl uíram nas comunidades rurais, na cidade, com organi-zação pastoral e administrativa. “Foi uma ex-periência muito marcante, muito enriquece-dora, tanto para minha vida pessoal quanto para meu ministério. Ajudou-me muito. Sin-to-me mais fortalecido e confi ante na força e na graça de Deus que nos chama, envia e acompanha.”

Ao voltar, padre Antônio Carlos diz estar alegre no meio de sua família e presbitério. “Sinto-me feliz, como os discípulos que vol-tavam alegres, depois do envio em missão. Feliz por haver colaborado um pouquinho

com a diocese irmã. Trago muita esperança e vontade de continuar trabalhando a servi-ço do Reino.”

Quem retorna da missão traz as marcas, as cores, os temperos, a fé e os sonhos do caminho percorrido. As palavras de padre Antônio Carlos revelam segurança e cora-gem. “Volto com a certeza de que Deus está no meio de seu povo, em todos os tempos e lugares, nas piores situações... Nós, padres, precisamos ser mais pastores, ir atrás das ovelhas que estão fora do redil.” E, próprio de quem volta, apresenta-se de coração grato: “minha gratidão ao povo da Paróquia São José em Paragominas, ao padre Francis-co, aos padres da Diocese de Bragança, ao bispo dom Luís e a nosso bispo, dom José Lanza, o qual me deu a oportunidade para fazer essa experiência. Por tudo, Deus seja louvado!”

O OLHAR DE QUEM VAI

Com 22 anos de ministério ordenado, padre Heraldo de Freitas Lamin sonha com a missão, sentindo-se chamado por Deus a fazer a vontade Dele. “O Senhor me chamou e continua me chamando para a missão”, diz.

No início deste ano, durante dois meses, padre Heraldo esteve na diocese irmã de Bragança do Pará para conhecer a realida-de de Paragominas. Interessado e cativado pela missão, decidiu também partir pela causa da Igreja, como ele mesmo diz: “viver a serviço da Igreja de Jesus Cristo.” A partir deste mês, agosto, seu ministério será exer-cido nas terras paraenses. “Será um serviço missionário àquele povo tão carente de mi-nistros ordenados. Vou com expectativa de oferecer e receber algo, pela convivência que terei, para louvor, honra e glória a Deus Pai, Filho e Espírito Santo.”

Pe. HeraldoPe. Antônio Carlos

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1010 JORNAL COMUNHÃOJORNAL COMUNHÃO

ponto de vista teológico

Se é verdade incontestável que o Concílio refletiu, em exaustão, a re-alidade interna da Igreja, não é me-nos verdade que também voltou seu olhar sobre as realidades humanas, sociais e históricas. Neste sentido, é importante ressaltar o posiciona-mento dos padres conciliares a res-peito da Educação Cristã, esboçado na Declaração Gravissimus educatio-nis. O documento procura eviden-ciar a responsabilidade da Igreja na importante tarefa de educar e pro-porcionar uma educação integral e abrangente para todos.

Os padres pontificam que as pes-soas, independentemente de etnia, cor, sexo, nacionalidade e cultura, têm garantido, a si, o direito ao aces-so universal à educação. Entendem e exortam que seja estimulada uma educação capaz de formar a pes-soa humana na sua totalidade, em todas suas dimensões existenciais. Lembram o ofício peculiar dos pais, da família, em cumprir seu papel de primeiros educadores, promovendo aquele alicerce genuíno dos valo-res cristãos, num contínuo consór-cio com as ciências e a cultura. Para tanto, as famílias deverão receber o apoio da sociedade civil e da própria Igreja.

“A família é, portanto, a primeira escola das virtudes sociais de que as sociedades têm necessidade. Mas é, sobretudo na família cristã, ornada da graça e do dever do sacramento do Matrimônio, que devem ser ensi-nados os filhos desde os primeiros anos, segundo a fé recebida no Ba-tismo a conhecer e a adorar a Deus e amar o próximo; é aí que eles encon-tram a primeira experiência quer da sã sociedade humana quer da Igreja; é pela família, enfim, que eles são pouco a pouco introduzidos no con-

O CONCÍLIO E A EDUCAÇÃO CRISTÃO CONCÍLIO E A EDUCAÇÃO CRISTÃPor Pe. José Augusto da Silva - Pároco da Matriz São José (Machado) e Professor na FACAPA (Pouso Alegre)

sórcio civil dos homens e no Povo de Deus”(GE 3).

No que diz respeito à contribui-ção da Igreja no processo da educa-ção cristã, os padres, profeticamente, afirmaram: “a Igreja é obrigada a dar, como mãe, a estes seus filhos aquela educação, mercê da qual toda a sua vida seja imbuída do espírito de Cris-to; ao mesmo tempo, porém, colabo-ra com todos os povos na promoção da perfeição integral da pessoa hu-mana, no bem da sociedade terrestre e na edificação dum mundo configu-rado mais humanamente” (GE 3).

A Declaração continua vociferar so-bre as responsabilidades das escolas ca-tólicas e do seu afetuoso acolhimento aos alunos e professores não católicos, propondo que também eles recebam, a seu tempo e a seu modo, o efetivo anún-cio da Boa Nova de Jesus Cristo, num cli-ma de diálogo e escuta.

Esse documento conciliar, não obstante sua singeleza e, até certo ponto, sua obviedade para nossos dias, foi um marco da tomada de posição da Igreja Universal em face da Educação como um todo. O docu-mento chancela, indiretamente, as linhas mestras da Declaração Univer-sal dos Direitos Humanos, promulga-da pela ONU em dezembro de 1948.

Oxalá, mirados na sensibilidade dos padres conciliares, sejamos ca-pazes, no tempo presente, de envi-dar relevantes esforços para que a Educação receba a atenção que lhe é necessária. Só com um processo edu-cacional qualificado, amplo e acul-turado, teremos cristãos mais cons-cientes e promotores da boa nova de Jesus Cristo, num profícuo diálogo com as ciências e a cultura. Educação e Boa Nova se fundem na busca da liberdade que, segundo o IV Evange-lho, nos libertará (cf. Jo 8,32).

“A família é, portanto, a primeira escola “A família é, portanto, a primeira escola das virtudes sociais de que as sociedades das virtudes sociais de que as sociedades

têm necessidade. Mas é, sobretudo têm necessidade. Mas é, sobretudo na família cristã, ornada da graça e do na família cristã, ornada da graça e do

dever do sacramento do Matrimônio, que dever do sacramento do Matrimônio, que devem ser ensinados os fi lhos desde os devem ser ensinados os fi lhos desde os primeiros anos, segundo a fé recebida no primeiros anos, segundo a fé recebida no Batismo a conhecer e a adorar a Deus e Batismo a conhecer e a adorar a Deus e

amar o próximo”amar o próximo”

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1111DIOCESE DE GUAXUPÉDIOCESE DE GUAXUPÉ

comunicação

AGENDA PASTORAL DE AGOSTOAGENDA PASTORAL DE AGOSTO

COMEMORAÇÕES DE AGOSTOCOMEMORAÇÕES DE AGOSTO

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Diocese: Reunião do Conselho Diocesano de Pastoral em Guaxupé21º Um dia com Maria no Santuário, em PoçosDiocese: Reunião da Pastoral PresbiteralDiocese: Reunião da Coord. Diocesana dos Grupos de Refl exão em GuaxupéReunião da Coord. Diocesana da Catequese em Guaxupé Reunião da Equipe de Comunicação em Guaxupé Semana Nacional da FamíliaEncontro Vocacional no Seminário São José, em GuaxupéSetores: Reunião dos Conselhos de Pastoral dos Setores (CPSs)Diocese: Reunião do Conselho Diocesano do ECC em GuaxupéReunião Diocesana do Serviço de Animação Litúrgica em Guaxupé

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NATALÍCIO

Pe. André Aparecido da SilvaPe. Edson Alves de Oliveira Pe. João Pedro de Faria Pe. Júlio César Martins Mons. Benedito José da Silva Pe. Antônio Donizeti de OliveiraPe. Marcos Luiz Silva RezendePe. Sebastião Marcos FerreiraPe. Carlos Virgílio Saggio Pe. João Benedito VellaniPe. João Batista da Silva Pe. Alfredo Máximo da Silva

Reunião da Coord. Diocesana da PJ em GuaxupéEncontro com os agentes paroquiais da PASCOM nos SetoresDia do Catequista - Concentração Setorial de Catequistas Diocese: Encontro Diocesano de Coord. de Grupos de Jovens em Gua-xupé Diocese: Encontro com os Presbíteros até 05 anos de Ministério em Guaxupé

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ORDENAÇÃO

Pe. Ireneu VianaDom Messias dos Reis Silveira (presbiteral)Pe. Adirson Costa MoraisPe. José Ronaldo Neto

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VOZ DO LEITORVOZ DO LEITOROlá, pessoal da Pascom,

Escrevo este e-mail para agradecer e parabenizá-los pela qualidade do Jornal Comunhão que tem sido veiculado em toda a Diocese de Guaxupé e pelo site.

Sou nascido na diocese, na cidade de Passos, e hoje moro em São João Del Rei, para estudar Psicologia.

É com grande alegria que posso aces-sar o site, ler as notícias e atualizar-me so-

bre as novidades e os passos dados por esta diocese tão querida!

Parabéns pelo trabalho! Textos bem escritos, boa cobertura jornalística e, aci-ma de tudo, um trabalho voltado para a

construção do Reino de Deus.Muito obrigado;

Rodolfo Leite

Curso de extensãOPa l av r a e L i t u r g i a : f o n t e s d a m i s s ã o

A importância da Palavra e da Liturgia na vida da Igreja, especialmente diante da dimensão missionária, orientando para uma prática pastoral fundamentada no ensino da Igreja, a partir das realidades vividas.

Destina-se a lideranças paroquiais, leigas e leigos cristãos, religiosos e demais interessados

Data de início e previsão de término: 27/08/12 a 12/11/2012

Às segundas-feiras, das 19h às 22h.Local: Colégio Sagrado Coração de Jesus. Praça Fausto Monteiro, 160 - Centro - Alfenas (próximo à Prefeitura).

Quando?

Para quem?1. Realidade paroquial e o Documento de Aparecida.

2. A Liturgia: Constituição Sacrossanctum Concilium e Pastoral Litúrgica.

3. A Palavra: Constituição Dei Verbum, Exortação Apostólica Verbum Domini e projeto de Animação Bíblica da Pastoral

4. Discípulos Missionários: ouvir, celebrar e viver a Palavra.

Conteúdo?www.facapa.edu.brTelefone: (35) 3421-1820E-mail: [email protected]

Inscrições e informações?

Investimento: R$ 200,00em quatro parcelas de R$ 50,00

Quanto?

Promoção: Faculdade Católica de Pouso Alegre e Setor Pastoral Alfenas, Diocese de Guaxupé

Page 12: Jornal comunhão agosto 2012 - Diocese de Guaxupé

1212 JORNAL COMUNHÃOJORNAL COMUNHÃO

educação e vida

O QUE HOJE É EDUCARO QUE HOJE É EDUCAR

“Educa a criança no caminho em que deve

andar, e até quando envelhecer, não se

desviará dele.” (Pr 22,6)

“Porque o Senhor repreende aquele a

quem ama, assim como o pai ao fi lho que

quer bem.” (Pr 3,12)

A criança é presença de vida que traz consigo sinais pessoais e particulares que devem ser desenvolvidos durante os pri-meiros anos de vida e mantidos de forma educativa até a idade adulta.

A família continua sendo o centro e o lu-gar da educação e transmissão dos valores, dos princípios éticos e da fé. A comunidade e a escola devem ser a continuidade deste processo formativo.

Durante o período de formação da criança, ela desenvolve o sentido de inde-pendência, de autossufi ciência, a capacida-de de receber e de doar, cultiva amizades, contempla, escuta, assimila e interioriza in-formações, sentimentos e emoções. É um período de extremo cuidado na maneira de orientar-se, corrigir e direcionar a criança para o bem comum, o convívio em grupos, o sentido e a importância das relações, pois ela está criando sua própria identidade.

Em outras épocas, o educar fi cava a car-go exclusivo dos pais que, se necessário,

corrigiam, cobravam, ensinavam a traba-lhar, respeitar o espaço e a individualidade do outro. Hoje, como já citei em outros tex-tos, a diversidade da formação das famílias faz com que muitos elementos fi quem com esta responsabilidade (pais, avós, padrastos etc.) e a criança sente-se confusa e sem re-

ferencial de conduta, porque há diferentes maneiras de educar e diferentes expecta-tivas dos membros responsáveis por esta educação.

Além desses fatores, o Estado passou a interferir no processo de formação, conso-lidando leis que determinam os direitos da

Por Neusa Maria Figueiredo - Psicóloga com atendimento em Cabo Verde, Botelhos, Guaxupé e Nova Resende

criança e do adolescente que, nem sempre trazem, com a mesma clareza, os deveres dos mesmos.

A evolução tecnológica também interfe-re nesse processo educacional, pois aproxi-ma a criança do mundo virtual, afastando-a cada vez mais do mundo real que, desgas-tante e, às vezes, doloroso, auxilia na aquisi-ção do equilíbrio emocional – cada vez mais fantasias e menos atitudes.

A orientação religiosa também tem sido deixada de lado na escola e na comunidade, com a justifi cativa, cada vez mais frequente, de que não se deve doutrinar ou, então, de que “política e religião cada um tem a sua”, quando, na verdade, muitas vezes é a falta desses princípios no adulto que o impe-de de repassar conhecimento e valores às crianças, pois só se dá aquilo que se tem.

Educar, hoje, é ter consciência de que, apesar da transformação social e tecnoló-gica, o indivíduo é um manancial de senti-mentos e emoções que encontra equilíbrio quando bem orientado e dirigido em suas ações. Só assim, ele se torna capaz de discer-nir entre certo e errado e fazer uso do livre arbítrio, tomando decisões como um cida-dão cônscio e responsável. Por fi m, há de se ressaltar que, educar hoje - e sempre - é responsabilidade primária dos pais e não, do Estado ou de terceiros.

sugestão de filme

O roteiro do fi lme Escritores da Liberdade expõe, de forma alarmante, temas dentro da estrutura educacional e social, em que as “políticas” de democratização ao acesso à educação ocorrem de maneira a suscitar desigualdades e injustiças. A situação fi ca clara quando o sistema separa os discentes inteligentes daqueles considerados como problemáticos, sem analisar o verdadeiro potencial do aluno. “A solução” para os problemas em questão é uma professora novata. A mesma tem papel claro e conciso em relação à aprendizagem. Em sua visão, o ensino-aprendizagem propõe mostrar que a realidade do aluno, as suas experiências familiares e sociais são levadas em consideração no processo do ensino-aprendizagem; seu potencial, de alguma forma, tem valor; sua capacidade de criação é imprescindível para sua transformação.

ESCRITORES DA LIBERDADE, 2007ESCRITORES DA LIBERDADE, 2007

pais e filhosCOMO TRATAR NOSSOS FILHOS? COMO TRATAR NOSSOS FILHOS?

Por Maria do Carmo Noronha - Reside em Guaxupé

Continuando a nossa refl exão sobre a família, podemos dizer que os pais, ao proporcionarem a educação aos fi lhos, também se educam. É verdade, o proces-so de ensinar é também um aprendizado, um aperfeiçoamento de quem ensina.

Assim como preciso estar muito bem preparado para assumir um casamento e ainda mais para receber os fi lhos, também é certo que ninguém tem, de antemão, o preparo necessário.

O casal vai se amando mais à medida que se doa aos fi lhos. Uma criança conce-

bida no amor vai ser um adulto que dará certo, por mais problemas que apareçam no caminho.

Podemos concluir que o amor onde nasce, ele não acaba. Só não há amor onde ele ainda não nasceu. Amar é tam-bém colocar limites e corrigir sempre, com fi rmeza. Devemos ensinar e confi ar no que ensinamos, dando sempre liberda-de aos fi lhos para aprenderem até mesmo com os próprios erros, gradativamente, à medida que se iniciam na visão de mundo e de si mesmos.

Muitos casais alegam fraca condição e dizem até que a chegada dos fi lhos traria muita mudança. Outros concluem que é melhor não ter fi lhos que só poderiam atrapalhar.

Mas os casais normais reconhecem, no Sacramento do Matrimônio, uma opção de viver no amor e, no amor, formar uma família. Para eles, os fi lhos são muito bem vindos e pretendem dar-lhes o melhor possível.

Os casais maduros na fé sabem que o melhor que se pode oferecer aos fi lhos é o

amor. Amando, conseguimos dar carinho, elogiar, estimular, ser amigos, bem como dar os corretivos na hora e na medida certas. Amando, saberemos dar a liberda-de sem abuso e até, muitas vezes, quem sabe, evoluir, aprendendo coisas novas com os fi lhos.

Então, concluímos: não é tão difícil ser um bom pai, uma boa mãe, fazer uma família muito feliz que saiba agradecer a cada dia ao Senhor, pelo caminho que Ele nos ensinou.