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Boletim j Manual de Procedimentos Veja nos Próximos Fascículos a Cadastramento de empresas e segurados no INSS a Representante comercial autônomo a Trabalhadores contratados para prestar serviço no exterior Legislação Trabalhista e Previdenciária Fascículo N o 35/2014 / a Previdência Social Situação previdenciária do trabalhador aposentado que continua ou volta a exercer atividade 01 / a Trabalhismo Dano moral 05 / a IOB Setorial Energia elétrica Atividades e operações perigosas com energia elétrica 10 / a IOB Comenta O abandono de emprego e a data da baixa na Carteira de Trabalho e Previdência Social 13 / a IOB Perguntas e Respostas Aposentado em atividade - Situação previdenciária Auxílio-doença 14 Benefícios previdenciários 14 Contribuição previdenciária 14 FGTS - Saque 14 Acesse a versão eletrônica deste fascículo em www.iob.com.br/boletimiobeletronico

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Page 1: IOB - Legislação Trabalhista - nº 35/2014 - 5ª Sem Agosto · segurados no INSS a Representante comercial autônomo a Trabalhadores contratados para prestar serviço no exterior

Boletimj

Manual de Procedimentos

Veja nos Próximos Fascículos

a Cadastramento de empresas e segurados no INSS

a Representante comercial autônomo

a Trabalhadores contratados para prestar serviço no exterior

Legislação Trabalhista e Previdenciária

Fascículo No 35/2014

/a Previdência SocialSituação previdenciária do trabalhador aposentado que continua ou volta a exercer atividade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01

/a TrabalhismoDano moral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 05

/a IOB Setorial

Energia elétricaAtividades e operações perigosas com energia elétrica . . . . . . . . . . . 10

/a IOB ComentaO abandono de emprego e a data da baixa na Carteira de Trabalho e Previdência Social . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

/a IOB Perguntas e Respostas

Aposentado em atividade - Situação previdenciáriaAuxílio-doença . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14Benefícios previdenciários . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14Contribuição previdenciária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14FGTS - Saque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

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© 2014 by IOB FOLHAMATIC EBS > SAGE

Capa:Marketing IOB FOLHAMATIC EBS > SAGE

Editoração Eletrônica e Revisão: Editorial IOB FOLHAMATIC EBS > SAGE

Telefone: (11) 2188-7900 (São Paulo)0800-724-7900 (Outras Localidades)

Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio ou processo, sem prévia autorização do autor (Lei no 9.610, de 19.02.1998, DOU de 20.02.1998).

Impresso no BrasilPrinted in Brazil Bo

letim

IOB

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Legislação trabalhista e previdenciária : situação previdenciária do trabalhador.... -- 10. ed. -- São Paulo : IOB Folhamatic EBS - SAGE, 2014. -- (Coleção manual de procedimentos)

ISBN 978-85-379-2231-6

1. Previdência social - Leis e legislação - Brasil 2. Trabalho - Leis e legislação - I. Série.

CDU-34:368.4(81)(094)14-08304 -34:331(81)(094)

Índices para catálogo sistemático:

1. Brasil : Leis : Previdência social : Direito previdenciário 34:368.4(81)(094) 2. Leis trabalhistas : Brasil 34:331(81)(094)

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Manual de ProcedimentosLegislação Trabalhista e Previdenciária

Boletimj

35-01Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Ago/2014 - Fascículo 35 CT

O segurado da Previdência Social

que, apesar de aposentado, continuar ou voltar a exercer

atividade abrangida pelo Regime Geral de Previdência Social (RGPS) ficará

sujeito ao desconto/recolhimento da contribuição previdenciária

correspondente à atividade exercida

a Previdência Social

Situação previdenciária do trabalhador aposentado que continua ou volta a exercer atividade SUMÁRIO 1. Introdução 2. Situação previdenciária do trabalhador aposentado 3. Trabalhador aposentado - Afastamento da atividade

por motivo de doença ou acidente do trabalho 4. Benefícios devidos ao trabalhador aposentado 5. Pecúlio 6. Estabilidade do segurado aposentado

1. Introdução

1.1 Aposentadoria por idade ou por tempo de contribuição

A concessão da aposentadoria por idade ou por tempo de con-tribuição não impede a continui-dade do exercício da atividade remunerada. Assim, o trabalha-dor pode requerer qualquer um dos mencionados benefícios sem que se afaste do seu emprego, caso esteja empregado, ou do exercício da sua atividade habitual, se contribuinte individual.

1.2 Aposentadoria especial

A concessão da aposentadoria especial não impede que o trabalhador volte ao exercício de ati-vidade, entretanto, restringe a sua atuação ao proibir a continuidade ou a volta ao exercício da atividade que gerou a concessão da aposentadoria especial, ou seja, o trabalhador em gozo dessa espécie de aposentadoria não pode trabalhar exposto a agentes nocivos prejudiciais à saúde ou à integridade física.

O segurado que retornar ao exercício de ativi-dade ou operação que o sujeite aos riscos e agentes

nocivos, ou nele permanecer, na mesma ou em outra empresa, qualquer que seja a forma de prestação do serviço ou categoria de segurado, será imediata-mente notificado da cessação do pagamento de sua aposentadoria especial, no prazo de 60 dias contado da data de emissão da notificação, salvo comprova-ção, nesse prazo, de que o exercício dessa atividade ou operação foi encerrado.

1.3 Aposentadoria por invalidez

A aposentadoria por invalidez é benefício conce-dido ao segurado que for considerado incapaz para o trabalho e insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência e ser-

-lhe-á paga enquanto permanecer nessa condição. Portanto, a sua concessão

está condicionada ao afastamento do trabalhador da atividade que exerce.

Caso o aposentado por invalidez retorne voluntaria-

mente ao exercício de qualquer atividade, o benefício da aposen-

tadoria automaticamente cessará a partir da data do retorno.

2. SItuAção prEvIdEncIárIA do trABAlhAdor ApoSEntAdo

2.1 Filiação

Filiação é o vínculo que se estabelece entre pes-soas que contribuem para a Previdência Social e esta, do qual decorrem direitos e obrigações.

A filiação à Previdência Social decorre automatica-mente do exercício de atividade remunerada para os segurados obrigatórios, observado o disposto na nota seguinte, e da inscrição formalizada com o pagamento da primeira contribuição para o segurado facultativo.

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35-02 CT Manual de Procedimentos - Ago/2014 - Fascículo 35 - Boletim IOB

Legislação Trabalhista e Previdenciária

Manual de Procedimentos

Nota

A filiação do trabalhador rural contratado por produtor rural pessoa físi-ca por prazo de até 2 meses dentro do período de 1 ano, para o exercício de atividades de natureza temporária, decorre automaticamente de sua inclu-são na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações a Previdência Social (GFIP), mediante identificação específica.

Assim, o aposentado pelo RGPS que continuar ou voltar a exercer qualquer atividade abrangida por esse regime é segurado obrigatório em relação a essa atividade.

2.2 contribuição previdenciária - desconto

Caso se trate de vínculo empregatício, o desconto é efetuado observando as alíquotas variáveis de acordo com o valor da remuneração.

Se o trabalhador se enquadrar na condição de con- tribuinte individual (empresário, autônomo que prestar serviço à empresa), o desconto da contribuição corres-ponderá à aplicação da alíquota de 11% sobre o valor pago, devido ou creditado pela prestação dos serviços.

Tratando-se de contribuinte individual que exerça a sua atividade por conta própria ou que preste ser-viços a pessoa física, a contribuição previdenciária corresponde à aplicação da alíquota de 20% sobre o valor da remuneração auferida no mês. A mesma con-tribuição previdenciária correspondente à aplicação da alíquota de 20% será devida quando a prestação dos serviços se der para entidade beneficente de assistência social em gozo de isenção da contribui-ção previdenciária (cota patronal).

Em todos os casos será observado, para efeito de desconto e recolhimento da contribuição previdenciá-ria, o limite máximo do salário-de-contribuição.

3. trABAlhAdor ApoSEntAdo - AFAStAmEnto dA AtIvIdAdE por motIvo dE doEnçA ou AcIdEntE do trABAlho

A legislação previdenciária salvo no caso de direito adquirido, não permite o recebimento conjunto, entre outros, dos benefícios de auxílio-doença e apo-sentadoria de qualquer espécie.

Assim sendo, caso ocorra o afastamento do empre-gado aposentado em virtude de doença ou acidente do trabalho, a empresa ficará obrigada a pagar os salários correspondentes aos primeiros 15 dias de afastamento e, após essa data, o contrato ficará suspenso ou interrompido, conforme o caso, até que o trabalhador obtenha alta médica e possa retornar à atividade.

Após o 16º dia de afastamento da atividade, o empregado afastado receberá da Previdência Social tão somente o valor correspondente à mensalidade

da sua aposentadoria em virtude da vedação legal do recebimento conjunto dos dois benefícios.

4. BEnEFícIoS dEvIdoS Ao trABAlhAdor ApoSEntAdo

O trabalhador em gozo de aposentadoria por tempo de contribuição, especial ou por idade, que voltar ou continuar a exercer atividade abrangida pelo RGPS somente terá direito ao benefício do salário-família e à reabilitação profissional quando for empregado ou trabalhador avulso, e, em se tratando de segurada, ao salário-maternidade.

5. pEcúlIo

O segurado aposentado pelo RGPS que conti-nuasse ou voltasse a exercer atividade abrangida por esse regime tinha direito, quando se afastasse do exercício da atividade, a receber, a título de pecúlio, em pagamento único, o valor correspondente à soma das importâncias relativas às suas contribuições vertidas após a concessão da aposentadoria, remuneradas de acordo com o Índice de Remuneração Básica dos Depó- sitos de Poupança com data de aniversário no dia 1º.

Com o advento da Lei nº 8.870/1994, o benefício do pecúlio foi extinto. Contudo, foi garantido ao segurado aposentado que vinha contribuindo até 15.04.1994, inclusive (data anterior à vigência da Lei nº 8.870/1994), o direito de receber o pecúlio no valor correspondente às contribuições vertidas após a aposentadoria até 15.04.1994, devidamente corrigidas na forma anterior-mente descrita, por ocasião do afastamento da atividade.

Assim, atualmente, somente terá direito a receber o benefício do pecúlio o segurado aposentado em data anterior a 15.04.1994 e que retornou à atividade naquela ocasião, contribuindo consequentemente para o INSS, e, nessa situação, o valor do benefício observará as contribuições recolhidas até 15.04.1994, ou seja, até a competência março/1994, na condição de aposentado.

6. EStABIlIdAdE do SEgurAdo ApoSEntAdo

Na ocorrência de acidente do trabalho que envolva empregado já aposentado, é comum o empregador ter dúvidas quanto à possibilidade legal de proceder à rescisão contratual quando do seu retorno ao trabalho findo o prazo do afastamento motivado pelo acidente.

A garantia ou não de estabilidade acidentária ao empregado já aposentado que vem a sofrer acidente do trabalho é matéria controvertida tanto na doutrina como na jurisprudência trabalhistas, inexistindo até o presente momento uma corrente de entendimento majoritária.

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35-03Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Ago/2014 - Fascículo 35 CT

Legislação Trabalhista e Previdenciária

Manual de Procedimentos

Antes de expormos o nosso entendimento acerca do tema, é necessário tecer algumas considerações relativas à legislação que rege a matéria. Assim, temos:

a) o art. 118 da Lei nº 8.213/1991 e o art. 346 do Regulamento da Previdência Social (RPS), apro-vado pelo Decreto nº 3.048/1999, estabelecem que o segurado da Previdência Social que sofrer acidente do trabalho terá garantida, pelo prazo mínimo de 12 meses, a manutenção do seu con-trato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independente-mente de percepção de auxílio-acidente;

Analisando isoladamente as determinações dos mencionados arts. 118 e 346, constata-se que, para fazer jus à estabilidade acidentária, é necessário que o empregado atenda a 2 requisitos concomitantemente:

- que o acidente acarrete o afastamento do traba-lhador das suas atividades por mais de 15 dias;

- que o segurado receba o benefício do auxílio--doença acidentário, posto que apenas após a cessação do referido benefício é que começa a fluir o período de estabilidade;

b) o art. 124 da citada Lei e o art. 167 do RPS dispõem, entre outros, que não é permitido o recebimento conjunto dos benefícios de aposentadoria e de auxílio-doença, inclusive quando decorrente de acidente do trabalho.

O Tribunal Superior do Trabalho (TST), por meio da Súmula nº 378, II, esclarece que são pressupostos para a concessão da estabilidade o afastamento superior a 15 dias e a consequente percepção do auxílio-doença acidentário, salvo se constatada, após a despedida, doença profissional que guarde relação de causali-dade com a execução do contrato de emprego.

Com base na análise do anteriormente exposto, especialmente o disposto no art. 118 da mencionada Lei nº 8.213/1991, parte da doutrina e da jurispru-dência defende o entendimento de que, se o empre-gado já aposentado vier a sofrer acidente do trabalho, mesmo que este ocasione um afastamento superior a 15 dias, ele não terá direito à estabilidade provisória respectiva, uma vez que não houve concessão do be-nefício de auxílio-doença acidentário. Portanto, nesta situação, o empregado não atendeu aos 2 requisitos exigidos por lei, ou seja, o afastamento por mais de 15 dias e o recebimento do benefício, conforme se verifica nas decisões a seguir transcritas.

Agravo de instrumento em recurso de revista - Estabilidade provisória - Trabalhador aposentado - Não percepção do auxílio-doença acidentário - Aplicação da Súmula nº 378 do

TST - O Regional deixou consignado que o reclamante, por ser aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social, nos termos do artigo 18, § 2º, da Lei nº 8.213/91, não perce-beu auxílio-doença acidentário no período do afastamento do trabalho. Assim, não preenchendo os requisitos do artigo 118 da lei acima mencionada, não faz jus à estabilidade pro-visória. Nesse contexto, estando a decisão em consonância com a Súmula nº 378 do TST, o conhecimento do recurso de revista esbarra no óbice da Súmula nº 333 do TST e do artigo 896, § 4º, da CLT. Agravo de instrumento conhecido e não provido. (TST - AIRR 1882/2005-065-01-40 - 8ª Turma - Relª Dora Maria da Costa - J. 03.12.2008)

Garantia de emprego - Art. 118 da Lei nº 8.213/1991 - Empregado já aposentado que sofre acidente de trabalho - A tese esposada pelo TRT, no sentido de que a percep-ção do auxílio doença acidentário é condição sine qua non para a garantia provisória do emprego, encontra-se em consonância com o item nº 230 da Orientação Jurispru-dencial da SBDI1 do TST. Por outro lado, o recorrente não impugna a tese do TRT no sentido de que o empregado aposentado não tem direito ao auxílio doença acidentário e, por conseguinte, à estabilidade. Recurso de revista não conhecido. (TST - RR 623786 - 5ª Turma - Rel. Min. Rider Nogueira de Brito - DJU 07.02.2003)

Recurso de revista - Estabilidade provisória - Art. 118 da lei nº 8.213/91 - Empregado aposentado - Auxílio-doença acidentário - Esta corte já firmou jurisprudência no sentido de que o afastamento do trabalho por prazo superior a quinze dias e a conseqüente percepção do auxílio-doença acidentário constituem pressupostos para o direito à estabilidade prevista no art. 118 da Lei nº 8.213/1991, assegurada por período de doze meses, após a cessação do auxílio-doença (Orientação Jurisprudencial nº 230 da SBDI-1). Recurso de Revista de que se conhece e a que se dá provimento. (TST - RR 61.383/02.4 - 5a Turma - Rel. Min. João Batista Brito Pereira - DJU 03.12.2004)

Não obstante as considerações anteriormente expostas, entendemos, salvo melhor juízo, que o empre-gado já aposentado que sofre acidente do trabalho que determine o seu afastamento das atividades na empresa por mais de 15 dias tem direito à estabilidade acidentária de 12 meses a contar da data da alta médica, uma vez que atendeu aos requisitos necessários à concessão do auxílio-doença acidentário, isto é, ser segurado da Previdência Social e encontrar-se incapacitado para o trabalho por mais de 15 dias em decorrência do acidente sofrido. Se o benefício em questão não lhe foi concedido, tal fato se deu em virtude de a legislação previdenciária vedar a concessão simultânea dos dois benefícios (apo-sentadoria e auxílio-doença acidentário). Portanto, a não concessão do benefício do auxílio-doença acidentário não dependeu da vontade ou da ação do empregado, não podendo este sofrer um prejuízo motivado por uma proibição legal.

Posicionamento no mesmo sentindo foi adotado em decisão da 1ª Turma do Tribunal Superior do Tra-balho (TST), conforme notícia colhida no site desse Tribunal em 13.10.2004, adiante reproduzida.

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35-04 CT Manual de Procedimentos - Ago/2014 - Fascículo 35 - Boletim IOB

Legislação Trabalhista e Previdenciária

Manual de Procedimentos

“Notícias do Tribunal Superior do Trabalho13/10/2004

TST assegura estabilidade provisória a aposentado acidentadoO trabalhador que mesmo após ter se aposentado pelo INSS permanece em atividade na empresa e sofre acidente de trabalho tem direito à estabilidade provisória de doze meses prevista na legislação previdenciária (art. 118, Lei 8.213/91). Essa possibilidade, defendida pelo mi-nistro João Oreste Dalazen (relator), foi admitida pela Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho ao afastar (não conhecer) um recurso de revista interposto por uma empresa catarinense. A decisão do TST resultou de uma interpretação da lei mais favorável ao trabalhador.Em princípio, esclarece o ministro Dalazen, a estabilidade provisória para o acidentado pressupõe o preenchimento de dois requisitos para sua concessão: o afastamento do empregado do trabalho por mais de quinze dias e a percepção do auxílio-doença acidentário, pago pelo INSS. A essa previsão legal corresponde também o entendimento expresso na Orientação Jurisprudencial (OJ) 230 da Sub-seção de Dissídios Individuais-1 do TST.O obstáculo ao aposentado que permanece em serviço e sofre acidente é imposto pelo regulamento geral da Previdência Social que proíbe a percepção acumulada de auxílio doença e do provimento da aposentadoria. Uma interpretação meramente literal da norma levaria à inviabilidade da estabilidade provisória.O entendimento do ministro Dalazen sobre o tema, contudo, foi diverso. ‘Na atual conjuntura sócio-econômica, em que se torna impera-tivo o reingresso do aposentado no mercado de trabalho a fim de complementar os parcos ganhos advindos da aposentadoria, não me parece justo apená-lo com a perda da estabilidade no emprego em virtude do óbice ao recebimento cumulado de dois benefícios pela Previdência Social’.A afirmação do relator serviu como fundamento à confirmação de decisão tomada anteriormente pelo Tribunal Regional do Trabalho de Santa Catarina. Ao confirmar sentença da Vara do Trabalho de Brusque, o órgão de segunda instância reconheceu o direito à estabilidade aciden-tária a um mecânico aposentado pelo INSS que continuou a trabalhar na Companhia Industrial [...], uma empresa de fiação e tecelagem.Segundo os autos, em dezembro de 1996, o mecânico sofreu um acidente ao tentar consertar um tear, que lhe causou a perda da vista esquerda. O fato provocou seu afastamento do trabalho até março do ano seguinte. Voltou às atividades, mas em julho de 1997 foi de-mitido sem justa causa.A empresa alegou, no TST, que o direito à estabilidade provisória, convertido pelo TRT em indenização correspondente aos salários dos 12 meses em que o mecânico deveria ter sido mantido no emprego, violou o art. 118 da Lei nº 8213/91 e afrontou a OJ 230 do TST. A impossibilidade de concessão do benefício foi rebatida pelo relator do recurso no TST. ‘No caso dos autos, o empregado sofreu acidente de trabalho, e, ainda, segundo informa o Tribunal Regional e a própria empresa ratifica no recurso de revista, foi afastado do trabalho por prazo superior a quinze dias’.‘E a circunstância de o empregado não poder auferir concomitantemente auxílio-doença acidentário não lhe retira o direito à estabilidade se o afastamento do serviço dá-se por período superior a quinze dias e há nexo causal entre o acidente e o trabalho prestado ao empre-gador’, acrescentou o ministro Dalazen ao assegurar a percepção do benefício ao acidentado catarinense.”(RR 590638/99.0)

Reproduzimos a seguir algumas decisões acerca do tema.

...- Acidente do trabalho - Empregado aposentado estabi-lidade provisória - Indenização - O Tribunal Regional regis-trou o afastamento do reclamante do serviço por período superior a quinze dias, o nexo causal entre o acidente e o trabalho prestado à reclamada e a vedação ao recebimento do auxílio-acidente, uma vez que o reclamante já se encon-trava aposentado pelo INSS. Esta Corte Superior firmou jurisprudência no entendimento de que, em se tratando de empregado aposentado, que receba benefício previdenciá-rio incompatível com a concessão do auxílio-doença aci-dentário, tem direito à estabilidade provisória, se presentes os demais requisitos do art. 118 da Lei nº 8.213/1991 Pre-cedentes. Nesse quadro, a Corte de origem, ao reconhecer o direito à estabilidade provisória, decidiu em consonância com a jurisprudência desta Corte, incidindo os óbices do art. 896, § 4º, da CLT e da Súmula nº 333 do TST... (TST - AIRR 995-32.2011.5.03.0062 - Relª Minª Maria das Graças Silvany Dourado Laranjeira - DJe 30.05.2013 - pág. 1261)

Estabilidade provisória - Acidente de trabalho - Empregado aposentado - Garantia no emprego - O art. 118 da Lei 8.213/91, que prevê o direito à garantia no emprego de 12 meses para o empregado que sofreu acidente de trabalho ou foi acometido de moléstia profissional, tem a finalidade de garantir a manutenção alimentar do trabalhador até a sua plena recuperação ou readaptação ao trabalho. No caso, a inacumulatividade da aposentadoria com o auxílio--doença acidente não impede o direito do empregado à estabilidade, porquanto estão presentes os pressupostos de fato não obstados pela Súmula nº 378, item II, do TST , na medida em que a reclamante ficou afastada por mais de 15 dias a contar do acidente do trabalho incontroverso.

(TRT-06ª R. - RO 0001074-62.2010.5.06.0191 - 1ª Turma - Rel. Des. Sergio Torres Teixeira - DJe 19.12.2013 - pág. 59)

Estabilidade provisória - Art. 118 da Lei nº 8.213/1991 - Empregado aposentado - Acidente de trabalho - Os princí-pios do Direito do Trabalho e a interpretação finalística ou teleológica da norma, permitem concluir que a exigência de percepção do auxílio-doença acidentário para a con-cessão da estabilidade, em se tratando de empregado aposentado, ao qual é vedada por lei a percepção de auxílio doença acidentário, não constitui óbice ao direito à estabilidade provisória acidentária, quando presentes os demais requisitos. A vedação de acumulação de benefí-cios previdenciários não pode implicar tratamento desigual ao empregado acidentado, pois isso implicaria ilegítima discriminação. Nego provimento. (TRT-23ª Região - RO 0001014-79.2012.5.23.0051 - 1ª Turma - Rel. Des. Osmair Couto - DJe 15.08.2013 - pág. 63)

Estabilidade - Acidente de trabalho - Artigo 118 da Lei nº 8.213/91 - Empregado aposentado - Auxílio-doença aci-dentário - 1. Em princípio, para o empregado beneficiar-se da estabilidade provisória do art. 118 da Lei nº 8.213/91 é necessário o atendimento a dois requisitos: o afastamento do empregado do trabalho por prazo superior a 15 dias e o recebimento de auxílio- doença acidentário (Orientação Jurisprudencial nº 230 da SBDI1 do TST). 2. Se, todavia, o empregado acidentado acha-se aposentado, resulta invia-bilizada pela própria lei a percepção também de auxílio--doença, em virtude de óbice imposto pelo regulamento geral da Previdência Social à percepção cumulada de auxílio-doença e aposentadoria. Em casos que tais, cada vez mais comuns na atual conjuntura sócioeconômica, em que desafortunadamente se torna imperativo o reingresso do aposentado no mercado de trabalho a fim de suplemen-tar os parcos ganhos advindos da aposentadoria, a cir-

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35-05Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Ago/2014 - Fascículo 35 CT

Legislação Trabalhista e Previdenciária

Manual de Procedimentos

cunstância de o empregado não poder auferir concomitan-temente auxílio-doença acidentário não lhe retira o direito à estabilidade se o afastamento do serviço dá-se por período superior a 15 dias e há nexo causal com o labor prestado ao empregador. 3. Inexistência de afronta ao art. 118 da Lei nº 8.213/91. Recurso de revista não conhecido. (Acórdão da 1ª Turma do TST - RR 590638/1999 - DJ 28.10.2004)

Estabilidade acidente de trabalho - Empregado aposen-tado - O fato de o reclamante encontrar-se aposentado na época em que sofreu acidente de trabalho, o que obstou o recebimento do auxílio-doença acidentário, por vedação legal de acumulação de benefícios previdenciá-rios, não impede que usufrua os direitos reparatórios da estabilidade de que foi privado, uma vez demonstrado que esteve afastado do emprego por prazo superior a 15 dias, nos termos do que dispõe o art. 118 da Lei nº 8.213/91 e Orientação Jurisprudencial nº 230 da SDI. Recurso de revista não conhecido. (TST - RR 31014 – 4ª Turma - Rel. Min. Milton de Moura França - DJU 28.05.2004)

Estabilidade - Acidente do trabalho - Empregado apo-sentado espontaneamente - Não recebimento do auxílio--doença acidentário por vedação da lei nº 8.213/91 (art. 124, I) - Pertinência - O empregado aposentado que sofrer acidente do trabalho, embora não receba auxílio-doença acidentário, em razão de proibição legal (Lei n. 8.213/91, art. 124, I) de acumulação de benefício, faz jus à estabili-dade provisória do art. 118, da Lei n. 8.213/91, desde que comprovado o afastamento superior a quinze (15) dias pelo INSS, como na hipótese dos autos. É irrelevante o fato de não ter o reclamante recebido o benefício auxílio-doença acidentário, pois sofreu acidente de trabalho e houve o conseqüente afastamento por prazo superior a 15 (quinze) dias, não podendo o reclamante ser prejudicado por não ter recebido o auxílio-doença, o que se deu por restrição

legislativa, de já receber do INSS a aposentadoria. No caso do jubilado, apenas esse benefício cede passo à renda mensal da jubilação, ante a vedada cumulação, não podendo o empregado acidentado ficar, apenas tão somente em razão disso, desamparado da garantia legal, sob pena de tratamento desigual para a mesma situação jurídica. Recurso não provido. (TRT-15ª Região - RO 1685-2005-097-15-00-2 - (47421/06) - 10a C. - Rel. Juiz José Antonio Pancotti - DOESP 06.10.2006)

Apesar do posicionamento ora adotado, aler-tamos que o assunto é polêmico, comportando, inclusive, posicionamento contrário, razão pela qual recomendamos que o empregador se acautele diante da ocorrência concreta da situação ora retratada, sendo aconselhável, por medida preventiva, consultar o Ministério do Trabalho e Emprego, bem como o sin-dicato da respectiva categoria profissional e lembrar que caberá à Justiça do Trabalho a decisão final da controvérsia caso seja proposta ação nesse sentido.

(Lei nº 8.213/1991, art. 11, § 3º, art. 18, § 2º, art. 42, caput, art. 46, art. 57, § 8º, art. 65, art. 90 e art. 124, inciso I; Lei nº 8.212/1991, arts. 20 e 21; Regulamento da Previdência Social - RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/1999, art. 9º, § 1º, art. 20, parágrafo único, art. 43, caput, art. 48, art. 52, inciso I, “b”, art. 69, parágrafo único, art. 81, art. 136, § 1º, art. 167, inciso I, arts. 168 e 173, com as alterações introduzidas pelo Decreto nº 6.722/2008 e pelo Decreto nº 8.123/2013; Instrução Normativa INSS nº 45/2010, art. 421, inciso I, e art. 509; Instrução Norma-tiva RFB nº 971/2009, arts. 12, 51, 65)

N

a Trabalhismo

Dano moral

1. Introdução

A Constituição Federal/1988, art. 1º, III, tem como um de seus fundamentos o respeito à dignidade da pessoa humana e, ao dispor sobre os direitos e deve-res individuais e coletivos, entre outros, estabelece em seu art. 5º, V e X, respectivamente, que:

a) é assegurado o direito de resposta, proporcio-nal ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;

b) são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.

Quando são mencionados os termos “intimidade”, “vida privada” e “honra”, estes se referem à vida particular da pessoa, àquelas informações ou àque-

les acontecimentos que somente lhe dizem respeito e que somente a ela é dado o direito de tornar de conhecimento público ou não.

Se tal fato ocorrer por conta de terceiros e a pes-soa entender que foi ofendida em sua privacidade, surge a oportunidade da reparação do prejuízo moral sofrido.

2. rElAçõES trABAlhIStAS

Nas relações entre empregador e empregado existe o interesse da satisfação dos objetivos almejados, subordinado ao respeito às normas de procedimento, ditadas por leis, convenções, acordos coletivos de trabalho, regulamentos internos e usos e costumes da comunidade em geral e da comunidade constituída pelo empregador, seus prepostos e demais empregados.

A obediência aos preceitos mencionados ante-riormente resulta no respeito mútuo, no respeito aos

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35-06 CT Manual de Procedimentos - Ago/2014 - Fascículo 35 - Boletim IOB

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valores individuais (materiais e subjetivos), como, por exemplo, a cordialidade, a educação, o pleno reconhe-cimento das virtudes e limitações dos indivíduos que compõem o grupo, tudo resultando em uma harmonia.

Quando alguém se sente ofendido em seus valo-res subjetivos, de ordem moral, ocorre um dano moral.

A moral referida diz respeito à dignidade, à boa fama, à reputação do indivíduo no meio social, à sua privacidade, enfim, à sua vida particular, cujos conceitos são muito subjetivos no íntimo de cada ser humano, como, por exemplo, o indivíduo ser motivo de chacotas de seus colegas de serviço pelo fato de ser portador de defeito físico.

2.1 posturas preventivas

O dano moral é um fato concreto e exige do empre-gador e de seus prepostos uma postura cautelosa em relação aos subordinados, pois “pequenos deslizes” na forma de utilização da autoridade poderão representar grandes despesas para a empresa em face de even-tuais dispêndios a título de indenização por dano moral.

Os motivos que, às vezes, poderiam parecer incabíveis podem resultar em despesas judiciárias, em perda de tempo e em outros aborrecimentos decorrentes de ações propostas por empregados e ex-empregados, mesmo que desprovidas de funda-mentos verdadeiros ou comprovados.

Para evitar os problemas decorrentes de even-tuais danos morais, o empregador poderá adotar procedimentos preventivos em relação àqueles que representam a empresa nas relações de trabalho (gerentes, chefes, supervisores etc.), como, por exemplo, nas seguintes ocasiões:

a) acidente do trabalho (procurando não se omi-tir e evitar, assim, que do acidente resultem sequelas para o empregado, como, por exem-plo, defeito físico deformante);

b) demissão por justa causa (por se tratar de imputação de falta grave praticada pelo em-pregado, o empregador deve agir com caute-la e segurança na sua apuração, sob o risco de causar ofensa a honradez e honestidade do empregado, ensejando a oportunidade de este pleitear a indenização por dano moral);

c) informações de ex-empregados (quando as informações dadas a terceiros ou publicadas, relativas a ex-empregados, não se ativerem a fatos verdadeiros ou forem baseadas em fa-tos que possam agredir a intimidade destes, poderá ocorrer a oportunidade da pretensão à reparação do dano moral que tal fato causar).

2.2 revista pessoal de empregados

Existem atividades empresariais em que a revista é procedimento que se justifica até em função do obje-tivo social do empreendimento, como, por exemplo, a manipulação de tóxicos ou psicotrópicos ou o comér-cio de drogas valiosas, visadas pelo comércio ilegal.

Nessas situações, as decisões dos tribunais trabalhistas estão divididas, não havendo um enten-dimento predominante.

Entretanto, a Lei nº 9.799/1999 acrescentou o art. 373-A à CLT para estabelecer, entre outras providên-cias, que é vedado ao empregador ou preposto proce-der a revistas íntimas nas empregadas ou funcionárias.

Assim, entendemos que, quando for fiscalizada, a empresa que proceder a revistas íntimas nas suas empregadas estará sujeita à multa administrativa prevista na Portaria MTb nº 290/1997, Anexo II, cujo valor poderá variar de 75,6569 a 756,5694 Unidades Fiscais de Referência (Ufir), além de poder ser conde-nada em eventual reclamação trabalhista.

Nota

Nos termos da Lei nº 10.522/2002, art. 29, § 3º, está extinta a Ufir, insti-tuída pela Lei nº 8.383, art. 1º, de 30.12.1991.

No que concerne às implicações da extinção da Ufir na legislação tra-balhista, informamos que não há, até o presente momento, qualquer manifes-tação oficial por parte do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Assim, tendo em vista que as multas por infração à legislação traba-lhista estão representadas em quantidade de Ufir, conforme cada tipo de infração, nos termos da supracitada Portaria MTb nº 290/1997, aguarda-se que o MTE se manifeste sobre os critérios que passarão a ser adotados para fins de aplicação das multas trabalhistas após a extinção daquele indexador, ocasião em que retornaremos ao assunto.

Não obstante os supracitados comentários, vale lembrar que por meio da Lei nº 10.192/2001, art. 6º, parágrafo único, ficou estabelecido que a re-conversão para Real dos valores expressos em Ufir, extinta em 27.10.2000, será efetuada com base no valor dessa unidade fixado para o exercício de 2000, ou seja, R$ 1,0641 (Portaria MF nº 488/1999).

Havendo qualquer manifestação oficial por parte dos órgãos compe-tentes, voltaremos a informar sobre o assunto.

A despeito do anteriormente exposto, em pesquisa efetuada no site do MTE encontramos a tabela de multas administrativa em reais, parcialmente transcrita a seguir.

Multas variáveis em reais

Trabalho da mulher

CLT, arts. 372/400

CLT, art. 401

80,51 805,09Valor máximo na reinci-dência, artifício, simula-

ção ou fraude

3. JurISprudêncIA

Nos tribunais, era questionado o problema da competência para julgar os litígios relativos a dano moral, quando resultantes de relações de trabalho. O entendimento predominante era de que cabia à Justiça do Trabalho apreciar tais litígios.

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35-07Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Ago/2014 - Fascículo 35 CT

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Manual de Procedimentos

A Emenda Constitucional nº 45 pôs fim à contro-vérsia ao dar nova redação ao art. 114 da Constituição Federal\1988, estabelecendo:

Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:

[...]

VI - as ações de indenização por dano moral ou patrimo-nial, decorrentes da relação de trabalho;

[...]

Posteriormente, o Tribunal Superior do Trabalho (TST), por meio da Súmula nº 392, determinou:

DANO MORAL E MATERIAL. RELAÇÃO DE TRABALHO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. (nova reda-ção) - Res. 193/2013, DEJT divulgado em 13, 16 e 17.12.2013

Nos termos do art. 114, inc. VI, da Constituição da Repú-blica, a Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ações de indenização por dano moral e material, decorrentes da relação de trabalho, inclusive as oriundas de acidente de trabalho e doenças a ele equiparadas.

Outro aspecto importante abordado nos tri-bunais refere-se à caracterização do dano moral. Reproduzimos nos subitens 3.2 e 3.3 seguintes alguns acórdãos mais recentes sobre a questão.

3.1 competência da Justiça do trabalho

Recurso de revista - Competência da Justiça do Trabalho - Dano moral - Inclusão do reclamante em lista suja pela tomadora de serviços - É competente esta Justiça Especia-lizada para julgar ação por meio da qual se pleiteia dano moral em razão de inclusão do nome do trabalhador em lista suja, ainda que a ação seja dirigida em face da antiga tomadora dos serviços, a quem se imputa a responsabili-dade pelo dano. Aplicação do art. 114, VI, da CF, acres-centado pela EC 45/2004. Recurso de revista conhecido e provido. (TST - RR 0145000-62.2010.5.23.0051 - Rel. Min. Mauricio Godinho Delgado - DJe 30.06.2014 - pág. 1476)

Agravo de instrumento em recurso de revista - Competência da Justiça do Trabalho - Dano moral - Reclamação traba-lhista ajuizada por esposa e filhos do empregado morto em acidente de trabalho - Nos termos do art. 114, VI, da Cons-tituição Federal, da Súmula nº 392 do TST e de reiterada jurisprudência desta Corte, a Justiça do Trabalho afigura-se competente para o julgamento de demanda envolvendo o pagamento de danos morais decorrentes da relação labo-ral, ainda que a reclamação trabalhista seja ajuizada por herdeiros do empregado, postulando indenização em nome próprio. Precedentes. Pensão mensal vitalícia. Partindo de um mesmo fato jurídico - Morte do empregado decorrente de acidente do trabalho - É possível haver consequências de natureza civil (responsabilidade civil do empregador, quando comprovados os seus requisitos) e de natureza previdenciária, sem que haja qualquer incompatibilidade ou exclusão entre elas. Logo, os benefícios previdenciários não excluem ou podem ser compensados com a indenização por dano material, tendo em vista a natureza jurídica abso-lutamente distinta e a cargo de pessoas jurídicas diversas. Agravo de instrumento desprovido. (TST - AIRR 0232100-

12.2005.5.02.0020 - Rel. Min. Luiz Philippe Vieira de Mello Filho - DJe 30.06.2014 - pág. 3332)

Recurso de revista - Competência da Justiça do Trabalho - Acidente de trabalho - Óbito do empregado - Pedido de indenização por dano moral/material formulado pelos sucessores - Em face do advento da Emenda Constitu-cional nº 45/2004, que introduziu o inciso VI ao art. 114 da Carta Magna, bem como da decisão proferida nos Conflitos de Competência nº 7.204 e nº 7.545, o Supremo Tribunal Federal fixou o entendimento de que compete à Justiça do Trabalho julgar pedido de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho, nos termos da redação originária do art. 114 c/c o inciso I do art. 109, ambos da Constituição Federal. Com-petência que remanesce ainda que a ação seja ajuizada ou assumida pelos sucessores do trabalhador falecido, pois a causa remota do pedido de indenização continua sendo o acidente sofrido pelo trabalhador. Incidência da Súmula nº 333 do TST. Recurso de revista de que não se conhece. (TST - RR 0045600-17.2007.5.20.0002 - Rel. Min. Walmir Oliveira da Costa - DJe 30.06.2014 - pág. 397)

I - Agravo de instrumento competência da justiça do traba-lho - Dano moral nos termos do artigo 114, VI, da Consti-tuição da República, a Justiça do Trabalho é competente para julgar para processar e julgar ações de indenização por dano moral e material decorrentes da relação de trabalho, inclusive as oriundas de acidente de trabalho e doenças a ele equiparadas. Súmula 392 do TST... (TST - AIRR 0000314-29.2011.5.02.0373 - Rel. Min. João Pedro Silvestrin - DJe 06.06.2014 - pág. 2476)

3.2 caracterização de dano moralRecurso ordinário - Dano moral - Revista íntima - Caracte-rização - Indenização devida - 1- Para que se reconheça o direito à indenização decorrente de dano moral, se faz necessário que a lesão seja efetiva aos direitos de per-sonalidade do empregado, eis que sendo de cunho não--patrimonial atinge direitos da personalidade, tais com a honra, a imagem, a intimidade e a dignidade, alçados ao patamar de direitos fundamentais nos artigos 1º, inciso III e 5º, incisos V e X, da Constituição Federal, razão pela qual a revista íntima imposta ao autor enseja a condenação da ré, com fundamento na Súmula nº 16 deste E. Regional. 2- Recurso ordinário da ré ao qual se nega provimento. (TRT--01ª Região - RO 0001314-65.2012.5.01.0241 - 9ª Turma - Rel. Jose da Fonseca Martins Junior - DOERJ 24.07.2014)

Dano moral - Cabimento - Para caracterização do dano moral, necessário que demonstre o empregado o ato do empregador e o dano suportado, bem assim o nexo causal entre o evento danoso, qual seja, a situação constrange-dora e vexatória alegada, e o ato culposo. (TRT-01ª R. - RO 0001639-47.2012.5.01.0077 - 4ª Turma - Relª Monica Batista Vieira Puglia - DOERJ 24.07.2014)

Acórdão em recurso ordinário dano moral - Caracterização - A indenização por dano moral sofrido pelo trabalhador, no âmbito do contrato de trabalho, pressupõe um ato ilícito, consubstanciado em erro de conduta ou abuso de direito, praticado pela empregadora ou por seu preposto, um pre-juízo suportado pelo ofendido, com a subversão dos seus valores subjetivos da honra, dignidade, intimidade ou ima-gem, um nexo de causalidade entre a conduta injurídica da ofensora e o dano experimentado pela vítima. (TRT-01ª Região - RO 0000512-60.2012.5.01.0017 - 3ª Turma - Rel. Angelo Galvao Zamorano - DOERJ 18.07.2014)

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35-08 CT Manual de Procedimentos - Ago/2014 - Fascículo 35 - Boletim IOB

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Doença profissional - Responsabilidade civil subjetiva - Indenização por danos morais e materiais - Para a carac-terização da responsabilidade civil subjetiva, apta a ensejar a indenização por danos morais e materiais a cargo do empregador, faz-se necessária a presença dos elementos dano, culpa e nexo de causalidade, nos termos dos artigos 186 e 927, todos do Código Civil, requisitos satisfeitos no caso ora analisado. O autor, com as doenças profissionais diagnosticadas, sofreu redução na capacidade laborativa, com nexo de causalidade em relação às atividades reali-zadas para a reclamada, restando a obrigação patronal de indenizar o empregado pelas lesões suportadas. (TRT-02ª Região - Proc. 0214700-11.2005.5.02.0464 - (20140554658) - Relª Wilma Gomes da Silva Hernandes - DJe 08.07.2014)

Doença ocupacional - Concausa - Danos materiais e morais - Dever de indenizar - Situação em que a patologia da reclamante foi agravada em decorrência das ativida-des laborativas. Caracterização de concausa. Aplicação da Lei nº 8.213/91, art. 21, inciso I. Indenizações por danos materiais e morais devidas. Negado provimento ao apelo da reclamada. (TRT-04ª Região - RO 0000889-79.2013.5.04.0771 - 3ª Turma - Relª Desª Maria Madalena Telesca - DJe 24.07.2014)

Acidente de trabalho - Indenização por danos morais, mate-riais e estéticos - Para a caracterização do acidente de traba-lho indenizável, faz-se necessária a comprovação do dano, o nexo causal e a culpa do empregador. No caso, restaram evidenciados danos morais, materiais e estéticos decorrentes do acidente de trabalho, bem como a culpa da reclamada. Considerando as peculiaridades do caso concreto, entendo mais adequado fixar o valor da indenização por danos morais e da indenização por danos estéticos em R$ 10.000,00 cada, o que mostra-se compatível com as indenizações deferidas por este Tribunal Regional do Trabalho em situações análo-gas. Recurso ordinário da reclamada parcialmente provido. (TRT-04ª Região - RO 0001380-15.2012.5.04.0030 - 11ª Turma - Relª Desª Flávia Lorena Pacheco - DJe 11.07.2014)

Doenças ocupacionais - Indenização por danos materiais e morais - Estampados o nexo de concausalidade entre as moléstias do reclamante e o trabalho prestado à reclamada, bem como a ilicitude do ato omissivo da empregadora con-substanciado na inobservância das mais elementares regras de saúde e segurança do trabalho, impõe-se a a manuten-ção da sentença recorrida enquanto conclui pela caracte-rização da responsabilidade civil da reclamada. Apelo da reclamada parcialmente provido, apenas, para reduzir a indenização por danos materiais fixada na sentença. (TRT--04ª Região - RO 0001400-73.2012.5.04.0234 - 9ª Turma - Relª Desª Ana Rosa Pereira Zago Sagrilo - DJe 04.07.2014)

...Recurso ordinário da reclamante - Dano moral - Assédio moral - Cobrança de produtividade - Para haver a carac-terização do dever de indenização por danos morais, faz--se necessária a verificação de abuso de direito por parte do empregador, abuso este que se exterioriza mediante atitudes tendentes a macular a imagem do trabalhador, humilhá-lo ou submetê-lo a condutas discriminatórias por meio do uso exagerado do poder de comando que lhe é conferido. Prova dos autos que confirma o abuso de direito e a exposição vexatória da demandante. Situação, pois, que extrapola o razoável, ofendendo diretamente os direitos de personalidade da autora, assegurados nos arts. 1º, III, 3º, IV, e 5º, X, da Constituição da República , na Convenção nº 111 da Organização Internacional do Trabalho, no art. 11 e seguintes do atual Código Civil e na Lei 9.029/95 . Apelo da parte autora provido para acrescer à condenação o valor de R$ 5.000,00 a título de indenização por danos morais.

(TRT-04ª Região - RO 0000824-92.2012.5.04.0521 - 2ª Turma - Rel. Des. Alexandre Corrêa da Cruz - DJe 22.05.2014)

Responsabilidade subjetiva - Acidente de trabalho fatal - Indenização - Danos morais e materiais - Constatado o acidente que redundou na morte do empregado, nos atos de que se omitiu o empregador, inclusive, no dever geral de cautela que detinha, configurado o ato ilícito com o dano, nexo de causalidade e culpa, redundam na carac-terização da responsabilidade civil e o conseqüente dever de indenizar, nos prejuízos materiais e nos danos de ordem moral. (TRT-05ª Região - RO 0001646-15.2011.5.05.0222 - 4ª Turma - Relª Desª Lourdes Linhares - DJe 30.06.2014)

Agravo de instrumento - Recurso de revista - Descabimento - 1- Revista (ainda que moderada) de bolsas e sacolas - Dano moral - Configuração - 1.1 - Não se olvida que o poder empregatício engloba o poder fiscalizatório (ou poder de controle), entendido este como o conjunto de prerrogativas dirigidas a propiciar o acompanhamento contínuo da pres-tação de trabalho e a própria vigilância efetivada ao longo do espaço empresarial interno. Medidas como o controle de portaria, as revistas, o circuito interno de televisão, o controle de horário e frequência e outras providências correlatas são manifestações do poder de controle. Por outro lado, tal poder empresarial não é dotado de caráter absoluto, na medida em que há em nosso ordenamento jurídico uma série de princípios limitadores da atuação do controle empregatício. Nesse sentido, é inquestionável que a Carta Magna de 1988 rejeitou condutas fiscalizatórias que agridam a liberdade e dignidade básicas da pessoa física do trabalhador, que se chocam, frontalmente, com os princípios constitucionais tendentes a assegurar um Estado Democrático de Direito e outras regras impositivas inseridas na Constituição, tais como a da “inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à proprie-dade” (art. 5º, caput), a de que “ninguém será submetido (...) a tratamento desumano e degradante” (art. 5º, III) e a regra geral que declara “invioláveis a intimidade, a vida pri-vada, a honra e a imagem da pessoa, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação” (art. 5º, X). Todas essas regras criam uma fronteira inegável ao exercício das funções fiscalizatórias no contexto empregatício, colocando na franca ilegalidade medidas que venham cercear a liberdade e dignidade do trabalhador. Há, mesmo na lei, proibição de revistas íntimas a trabalhadoras - Regra que, evidentemente, no que for equânime, também se estende aos empregados, por força do art. 5º, caput e I, CF/88 (art. 373-A, VII, CLT). Nesse contexto, e sob uma interpretação sistemática dos preceitos legais e constitucio-nais aplicáveis à hipótese, entende-se que a revista diária em bolsas e sacolas, por se tratar de exposição contínua do empregado a situação constrangedora no ambiente de tra-balho, que limita sua liberdade e agride sua imagem, carac-terizaria, por si só, a extrapolação daqueles limites impostos ao poder fiscalizatório empresarial, mormente quando o empregador possui outras formas de, no caso concreto, proteger seu patrimônio contra possíveis violações. Nesse sentido, as empresas, como a reclamada, têm plenas con-dições de utilizar outros instrumentos eficazes de controle de seus produtos, como câmeras de filmagens e etiquetas magnéticas. Tais procedimentos inibem e evitam a violação do patrimônio da empresa e, ao mesmo tempo, preservam a honra e a imagem do trabalhador (Ministro Mauricio Godi-nho Delgado). 1.2. A jurisprudência da Eg. 3ª Turma evoluiu para compreender que a revista dita moderada em bolsas e sacolas de trabalhadores, no início ou ao final da jornada de trabalho, mesmo que sem contato físico ou manipulação de pertences, provoca dano moral e autoriza a condenação

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35-09Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Ago/2014 - Fascículo 35 CT

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à indenização correspondente. Ressalva de ponto de vista do Relator. 2- Dano moral - Indenização - Valor - Critérios para arbitramento - A indenização por dano moral guarda conteúdo de interesse público. O valor fixado deve observar a extensão do dano sofrido, o grau de comprometimento dos envolvidos no evento, os perfis financeiros do autor do ilícito e da vítima, além de aspectos secundários pertinentes a cada caso. Incumbe ao juiz fixá-lo com prudência, bom senso e razoabilidade. Agravo de instrumento conhecido e desprovido. (TST - AIRR 0027500-30.2013.5.13.0024 - Rel. Min. Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira - DJe 30.06.2014 - pág. 1392)

3.3 Inexistência de dano moralDanos morais - Assédio moral - O dano moral, à luz da Cons-tituição Federal de 1988, diz respeito à violação do direito à dignidade humana. Assim, para a devida caracterização, é necessária a violação aos direitos da personalidade, con-sistente no direito à intimidade, à vida privada e à imagem, art. 5º, V e X, da CF, o que, na maioria dos casos, revela-se pela dor, aflição, angústia, constrangimento, sofrimento ou humilhação infligida, atingindo valores morais e psíquicos pelo desequilíbrio do bem estar. Não havendo prova de que a empregada tenha sido assediada moralmente pelo empre-gador, não há que se cogitar na respectiva indenização. (TRT--03ª Região - RO 02452/2012-109-03-00.7 - Rel. Juiz Conv. Frederico Leopoldo Pereira - DJe 28.07.2014 - pág. 130)

Responsabilidade civil subjetiva - Indenização por danos morais e materiais - Doença profissional - Para a caracte-rização da responsabilidade civil subjetiva, apta a ensejar a indenização por danos morais e materiais a cargo do empregador, faz-se necessária a presença dos elementos dano, culpa e nexo de causalidade, nos termos dos artigos 186 e 927, todos do Código Civil, requisitos não satisfeitos no caso ora analisado. O autor, apesar de estar incapaci-tado para o trabalho, não é portador de doença profissional; Portanto, ausente o nexo causal e a culpa da ré. (TRT-02ª Região - Proc. 0002653-34.2011.5.02.0090 - (20140554615) - Relª Wilma Gomes da Silva Hernandes - DJe 08.07.2014)

Danos morais - Caracterização - A indenização por danos morais exige prova cabal dos fatos caracterizadores do dano. Inexistindo provas que demonstrem de modo inequívoco a ocorrência de ato lesivo, a indenização não merece prosperar. (TRT-01ª Região - RO 0001157-81.2011.5.01.0062 - 2ª Turma - Rel. Fernando Antonio Zorzenon da Silva - DOERJ 25.07.2014)

Dano moral - Não caracterização - À configuração do dever reparatório por danos morais é mister a existência de ato ilícito do empregador, do qual decorra lesão à personalidade do empregado. Ainda que independa, seu reconhecimento, de prova concreta do dano, por se tratar de lesão imaterial, é inarredável que seja comprovada a conduta antijurídica do ofensor, de cuja gravidade decorra ofensa à esfera subjetiva do ofendido. (TRT-04ª Região - RO 0000377-96.2013.5.04.0383 - 4ª Turma - Rel. Des. George Achutti - DJe 21.07.2014)

Indenização por danos morais - Descumprimento de obrigações contratuais - A caracterização do dano moral necessita da comprovação de conduta que, mais do que meros dissabores e aborrecimentos, seja apta a causar lesão efetiva aos direitos da personalidade, impondo ao lesado um sofrimento maior do que aquele que hodierna-mente experimenta na vida em sociedade. O inadimple-mento de verbas rescisórias não é suficiente para, por si

só, determinar o pagamento de indenização por danos morais. (TRT-04ª Região - RO 0000599-76.2010.5.04.0801 - 11ª Turma - Rel. Des. Herbert Paulo Beck - DJe 16.05.2014)

Dano moral - Não caracterização - Impossível o deferimento do pedido de indenização por dano moral, quando ausente ato ilícito por parte do empregador (ação ou omissão) que enseja o alegado dano sofrido pelo empregado. (TRT-05ª Região - RO 0001164-97.2012.5.05.0039 - 5ª Turma - Rel. Des. Paulino Couto - DJe 18.06.2014)

Danos morais - Inobservância da legislação trabalhista - Não caracterização - A fruição das férias após o período concessivo e a ausência de intervalo intrajornada e de descanso semanal remunerado, ainda que configurem descumprimento da legislação trabalhista, não ensejam, por si sós, o direito à reparação por danos morais. (TRT-15ª Região - RO 000177-94.2013.5.15.0056 - (47600/14) - 10ª C. - Rel. Fabio Grasselli - DOE 26.06.2014 - pág. 1868)

Responsabilidade civil - Indenização por danos morais - Revista de bolsas e pertences pessoais da empregada (poder diretivo e direito de propriedade do empregador x dignidade da pessoa humana da empregada) - A indeniza-ção por danos morais pressupõe a existência de uma lesão a bem juridicamente tutelado que não pode ser exprimido em valores econômicos, porque se refere aos aspectos mais íntimos da personalidade humana, como a honra, a imagem (art. 5º, X, da CF/88 , e artigos 186 , 187 e 927 do Código Civil). A fiscalização realizada pelo empregador no exercício de seu poder diretivo, desde que não seja abusiva, constitui ato praticado no exercício regular de um direito reconhecido, qual seja, o da propriedade. Assim, a inspeção de bolsas, sacolas e outros pertences, desde que realizada de maneira generalizada, de forma discreta, de forma individual e em local reservado, não se afigura ilícita, pois não se constitui em ofensa à intimidade, a vida privada, a honra ou a imagem dos empregados. Destarte, neste caso especificamente, de acordo com o contexto fático/probatório, entendo que não ficou demonstrada, por parte da reclamante, a ocorrência de práticas abusivas por parte da empregadora que cau-sasse constrangimento ou que lhe violasse a intimidade. Recurso Ordinário da reclamada conhecido e provido, no aspecto, para se excluir da condenação o pagamento de indenização por danos morais... (TRT-15ª Região - RO 001764-60.2012.5.15.0130 - (47903/14) - 6ª C. - Rel. Fabio Allegretti Cooper - DOE 26.06.2014 - pág. 1634)

3.4 revista íntima e caracterização de dano moralAgravo de instrumento - Dano moral revista íntima - Contato corporal - Apalpação quantum arbitrado Este Eg. Tribunal Superior coleciona julgados no sentido de que a revista íntima em que haja contato corporal caracteriza conduta abusiva do empregador. Uma vez evidenciada nos autos a ocorrência de apalpação do corpo do Reclamante, o ato é de natureza discriminatória, pois o expõe a situação vexatória, sendo suficiente para ensejar o pagamento de compensação por dano moral. O valor arbitrado não se apresenta excessivo ou contrário ao princípio da razoabi-lidade. Agravo de Instrumento a que se nega provimento. (TST - AIRR 0110100-14.2013.5.13.0023 - Rel. Min. João Pedro Silvestrin - DJe 30.06.2014 - pág. 3829)

Recurso ordinário - Dano moral - Revista íntima - Caracte-rização - Indenização devida - 1- Para que se reconheça o direito à indenização decorrente de dano moral, se faz necessário que a lesão seja efetiva aos direitos de per-sonalidade do empregado, eis que sendo de cunho não--patrimonial atinge direitos da personalidade, tais com a

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35-10 CT Manual de Procedimentos - Ago/2014 - Fascículo 35 - Boletim IOB

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honra, a imagem, a intimidade e a dignidade, alçados ao patamar de direitos fundamentais nos artigos 1º, inciso III e 5º, incisos V e X, da Constituição Federal , razão pela qual a revista íntima imposta ao autor enseja a condenação da ré, com fundamento na Súmula nº 16 deste E. Regional. 2- Recurso ordinário da ré ao qual se nega provimento. (TRT-01ª Região - RO 0001314-65.2012.5.01.0241 - 9ª T. - Rel. Jose da Fonseca Martins Junior - DOERJ 24.07.2014)

Direito do trabalho - Indenização por dano moral - Proteção do patrimônio do empregador - limites do poder diretivo e exercício do poder de polícia por ente privado - Revista íntima - Apesar da possibilidade do empregador ter o direito de preservar seu patrimônio, a revista íntima com visualização de bolsas e mochilas é meio abusivo do exer-cício do poder diretivo e caracteriza poder de polícia por um ente privado. É nas bolsas e mochilas que se guardam remédios de doenças que ensejam preconceito, bilhetes particulares, cartas, fotos familiares, tudo que traduz a escolha de manter uma vida reservada do conhecimento de terceiros, preservar a vida íntima e a honra do cida-dão. Diante do caso, a reclamante merece indenização. Dado provimento parcial ao recurso. (TRT-02ª Região - RO 00014538220125020372 - (20140198452) - 13ª Turma - Rel. Juiz Roberto Barros - DOE/SP 19.03.2014)

Revista íntima - Indenização por dano moral - É abusiva a revista consistente no contato visual com conteúdo de bol-sas dos empregados ou no contato físico com o trabalhador. Tais condutas agridem a intimidade e honra do empregado, ensejando o pagamento de indenização por dano moral. (TRT-04ª Região - RO 0000327-32.2012.5.04.0019 - 2ª Turma - Relª Desª Tânia Regina Silva Reckziegel - DJe 11.07.2014)

3.5 revista íntima e não caracterização de dano moralDanos morais não comprovados - Pedido indevido - Não basta ao reclamante alegar que sofria desrespeito por causa de revistas íntimas na saída do trabalho. Deve fazer prova de que tal medida de segurança importava ofensa à sua personalidade. Sem nada demonstrar o pedido é impro-cedente. (TRT-02ª Região - RO 01089001420095020315 - (20140202743) - 3ª Turma - Relª Juíza Ana Maria Contrucci - DOE/SP 18.03.2014)

Dano moral - Revista intima - Poder fiscalizador - Limites e caracterização - Não há dano de natureza moral no procedimento da revista patronal com discrição a todos os trabalhadores, indiscriminadamente, não extrapolando os

limites do poder diretivo. Recurso ordinário do autor que se nega provimento. (TRT-02ª Região - Proc. 0154600-13.2009.5.02.0315 - (20120726992) - Relª Regina Maria Vasconcelos Dubugras - DJe 02.07.2012)

Indenização por danos morais - Revista íntima - De acordo com a jurisprudência dominante, a revista do empregado no âmbito do local de trabalho é lícita, pois está inserida no poder diretivo do empregador, desde que impessoal e que não sujeite o trabalhador à vexação. Hipótese em que a prova dos autos permite concluir que o procedimento de revista colocado a efeito pela reclamada não enseja o paga-mento de indenização por danos morais, pois não ofende a honra e a dignidade dos trabalhadores. (TRT-04ª Região - RO 0000297-73.2012.5.04.0026 - 6ª Turma - Rel. Juiz Conv. Roberto Antonio Carvalho Zonta - DJe 22.04.2014)

3.6 Assédio sexual - requisitosAssédio sexual - Indenização por danos morais - O gerente da empresa passava “cantadas” na autora e em outras fun-cionárias, chamando as funcionárias mais bonitas de “gos-tosas” e convidando a funcionária para ir almoçar no motel. Indenização por danos morais devida, em razão de ato abu-sivo do preposto do empregador. Valor mantido. (TRT-02ª Região - Proc. 0000727-75.2012.5.02.0383 - (20130336712) - Rel. Juiz Sergio Pinto Martins - DJe 15.04.2013)

... Indenização por danos morais - Assédio sexual - Moda-lidade de assédio que se caracteriza pelo abuso de poder visando à obtenção de favores sexuais, o que resulta em ofensa à honra e à dignidade de quem é assediado. Com-provado que o sócio e administrador da empresa reclamada, por meio de mensagem eletrônica, sugeriu à trabalhadora que esta poderia auferir aumento salarial caso mantivesse com ele relações íntimas, impõe-se a indenização por danos morais. Recurso ordinário da reclamada desprovido. (TRT--04ª Região - RO 0001264-18.2012.5.04.0512 - 4ª Turma - Rel. Des. André Reverbel Fernandes - DJe 21.07.2014)

Dano moral - Assédio sexual - Evidenciado que a superiora hierárquica da reclamante a assediou sexualmente, no ambiente de trabalho, cumpre ao empregador indenizar pelo inequívoco dano moral decorrente de sua culpa, uma vez que é seu dever avaliar se as pessoas que elege para cargos de chefia reúnem as condições necessárias ao exercício da função. (TRT-04ª Região- RO 0001423-94.2012.5.04.0403 - 7ª Turma - Rel. Juiz Conv. Manuel Cid Jardon - DJe 23.05.2014)

N

a IOB SetorialEnERgIa EléTRICa

Atividades e operações perigosas com energia elétrica

1. Introdução

As atividades ou operações perigosas são aque-las que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a:

a) inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; b) roubos ou outras espécies de violência físi-

ca nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial.

São também consideradas perigosas as ativida-des de trabalhador em motocicleta.

Neste texto, analisamos tão somente as atividades e operações perigosas com energia elétrica.

Em geral, o empregado que trabalha em condi-ções de periculosidade faz jus ao adicional de 30%

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sobre o seu salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa.

A Súmula nº 191 do Tribunal Superior do Trabalho (TST) determina que o adicional de periculosidade incide apenas sobre o salário básico e não sobre este acrescido de outros adicionais. Em relação aos eletricitários, o cálculo do adicional de periculosidade deverá ser efetuado sobre a totalidade das parcelas de natureza salarial.

2. EnErgIA ElétrIcA - AtIvIdAdES E opErAçõES pErIgoSAS

No setor de energia elétrica, têm direito ao adicio-nal de periculosidade os trabalhadores:

a) que executam atividades ou operações em instalações ou equipamentos elétricos energi-zados em alta tensão;

b) que realizam atividades ou operações com tra-balho em proximidade, conforme estabelece a Norma Regulamentadora nº 10 (NR 10) (Segu-rança em instalações e serviços em eletricidade);

Nota

Trabalho em proximidade é aquele durante o qual o trabalhador pode entrar na zona controlada, ainda que seja com uma parte do seu corpo ou com extensões condutoras, representadas por materiais, ferramentas ou equipamentos que manipule.

c) que realizam atividades ou operações em ins-talações ou equipamentos elétricos energiza-dos em baixa tensão no sistema elétrico de consumo (SEC), no caso de descumprimento do item 10.2.8 e seus subitens (medidas de proteção coletiva) da NR10;

d) das empresas que operam em instalações ou equipamentos integrantes do Sistema Elétrico de Potência (SEP), bem como suas contratadas, em conformidade com as atividades e respecti-vas áreas de risco descritas no quadro I da Por-taria MTE nº 1.078/2014, reproduzido no item 6.

3. AdIcIonAl - SItuAçõES Em quE não SE AplIcA

Não é devido o pagamento do adicional nas seguintes situações:

a) nas atividades ou operações no sistema elétri-co de consumo em instalações ou equipamen-tos elétricos desenergizados e liberados para o trabalho, sem possibilidade de energização acidental, conforme estabelece a NR 10;

b) nas atividades ou operações em instalações ou equipamentos elétricos alimentados por extra-baixa tensão;

c) nas atividades ou operações elementares rea-lizadas em baixa tensão, tais como o uso de equipamentos elétricos energizados e os pro-cedimentos de ligar e desligar circuitos elétri-cos, desde que os materiais e equipamentos elétricos estejam em conformidade com as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos competentes e, na ausência ou omis-são destas, as normas internacionais cabíveis.

4. trABAlho IntErmItEntE - dIrEIto

O trabalho intermitente é equiparado à exposição permanente para fins de pagamento integral do adi-cional de periculosidade nos meses em que houver exposição, excluída a exposição eventual, assim considerado o caso fortuito ou que não faça parte da rotina.

5. SIStEmA ElétrIco dE potêncIA (SEp) - AtIvIdAdES

5.1 Atividades em redes de linhas aéreas ou subterrâneas de alta e baixa tensão

Para efeito do direito ao adicional de periculosidade, entende-se como atividades de construção, operação e manutenção de redes de linhas aéreas ou subterrâ- neas de alta e baixa tensão integrantes do SEP:

a) montagem, instalação, substituição, conserva-ção, reparos, ensaios e testes de: verificação, inspeção, levantamento, supervisão e fiscali-zação; fusíveis, condutores, para-raios, pos-tes, torres, chaves, muflas, isoladores, trans-formadores, capacitores, medidores, regula-dores de tensão, religadores, seccionalizado-res, carrier (onda portadora via linhas de trans-missão), cruzetas, relé e braço de iluminação pública, aparelho de medição gráfica, bases de concreto ou alvenaria de torres, postes e estrutura de sustentação de redes e linhas aé-reas e demais componentes das redes aéreas;

b) corte e poda de árvores;

c) ligações e cortes de consumidores;

d) manobras aéreas e subterrâneas de redes e linhas;

e) manobras em subestação;

f) testes de curto em linhas de transmissão;

g) manutenção de fontes de alimentação de sis-temas de comunicação;

h) leitura em consumidores de alta tensão;

i) aferição em equipamentos de medição;

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6. quAdro I dA portArIA mtE nº 1.078/2014

Reproduzimos a seguir o Quadro I da Portaria MTE nº 1.078/2014.

QUADRO IATIVIDADES ÁREAS DE RISCO

I - Atividades, constantes no item 4.1, de construção, operação e manutenção de redes de linhas aéreas ou subterrâneas de alta e baixa tensão integrantes do SEP, energizados ou desenergi-zados, mas com possibilidade de energização acidental ou por falha operacional.I.

a) Estruturas, condutores e equipamentos de linhas aéreas de transmis-são, subtransmissão e distribuição, incluindo plataformas e cestos aére-os usados para execução dos trabalhos; b) Pátio e salas de operação de subestações; c) Cabines de distribuição; d) Estruturas, condutores e equipamentos de redes de tração elétrica, incluindo escadas, platafor-mas e cestos aéreos usados para execução dos trabalhos; e) Valas, ban-cos de dutos, canaletas, condutores, recintos internos de caixas, poços de inspeção, câmaras, galerias, túneis, estruturas terminais e aéreas de superfície correspondentes; f) Áreas submersas em rios, lagos e mares.

II - Atividades, constantes no item 4.2, de construção, operação e manutenção nas usinas, unidades geradoras, subestações e cabinas de distribuição em operações, integrantes do SEP, ener-gizados ou desenergizados, mas com possibilidade de energi-zação acidental ou por falha operacional.

a) Pontos de medição e cabinas de distribuição, inclusive de consumi-dores; b) Salas de controles, casa de máquinas, barragens de usinas e unidades geradoras; c) Pátios e salas de operações de subestações, inclusive consumidoras.

III - Atividades de inspeção, testes, ensaios, calibração, medição e reparos em equipamentos e materiais elétricos, eletrônicos, eletromecânicos e de segurança individual e coletiva em siste-mas elétricos de potência de alta e baixa tensão.I.

a) Áreas das oficinas e laboratórios de testes e manutenção elétrica, eletrônica e eletromecânica onde são executados testes, ensaios, cali-bração e reparos de equipamentos energizados ou passíveis de ener-gização acidental; b) Sala de controle e casas de máquinas de usinas e unidades geradoras; c) Pátios e salas de operação de subestações, inclusive consumidoras; d) Salas de ensaios elétricos de alta tensão; e) Sala de controle dos centros de operações.

IV - Atividades de treinamento em equipamentos ou instalações integrantes do SEP, energizadas ou desenergizadas, mas com possibilidade de energização acidental ou por falha operacional.

a) Todas as áreas descritas nos itens anteriores.

j) medidas de resistências, lançamento e insta-lação de cabo contra-peso;

k) medidas de campo eletromagnético, rádio, in-terferência e correntes induzidas;

l) testes elétricos em instalações de terceiros em faixas de linhas de transmissão (oleodutos, gasodutos etc.);

m) pintura de estruturas e equipamentos;

n) verificação, inspeção, inclusive aérea, fiscali-zação, levantamento de dados e supervisão de serviços técnicos;

o) montagem, instalação, substituição, manuten-ção e reparos de: barramentos, transformado-res, disjuntores, chaves e seccionadoras, con-densadores, chaves a óleo, transformadores para instrumentos, cabos subterrâneos e su-baquáticos, painéis, circuitos elétricos, conta-tos, muflas e isoladores e demais componen-tes de redes subterrâneas;

p) construção civil, instalação, substituição e lim-peza de: valas, bancos de dutos, dutos, con-dutos, canaletas, galerias, túneis, caixas ou poços de inspeção, câmaras;

q) medição, verificação, ensaios, testes, inspe-ção, fiscalização, levantamento de dados e supervisões de serviços técnicos.

5.2 Atividades nas usinas, unidades geradoras, subestações e cabinas de distribuição em operações

Para efeito do direito ao adicional de periculosi-dade, entende-se como atividades de construção, operação e manutenção nas usinas, unidades gera-doras, subestações e cabinas de distribuição em operações, integrantes do SEP:

a) montagem, desmontagem, operação e con-servação de: medidores, relés, chaves, disjun-tores e religadoras, caixas de controle, cabos de força, cabos de controle, barramentos, ba-terias e carregadores, transformadores, siste-mas anti-incêndio e de resfriamento, bancos de capacitores, reatores, reguladores, equipa-mentos eletrônicos, eletromecânico e eletro-eletrônicos, painéis, para-raios, áreas de cir-culação, estruturas-suporte e demais instala-ções e equipamentos elétricos;

b) construção de: valas de dutos, canaletas, ba-ses de equipamentos, estruturas, condutos e demais instalações;

c) serviços de limpeza, pintura e sinalização de instalações e equipamentos elétricos;

d) ensaios, testes, medições, supervisão, fiscali-zações e levantamentos de circuitos e equipa-mentos elétricos, eletrônicos de telecomunica-ções e telecontrole.

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O abandono de emprego e a data da baixa na Carteira de Trabalho e Previdência Social

Uma questão que tem gerado discussão no âmbito da legislação trabalhista é definir qual a data de baixa a ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) do empregado, no caso de caracterização pela empresa do abandono de emprego por parte daquele.

Conforme a letra “i” do art. 482, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), constitui justa causa para resci- são do contrato de trabalho pelo empregador o ato de abandono de emprego praticado por seu empregado.

Para a caracterização do abandono, a ausência do empregado terá de ser injustificada, ou seja, não deve existir motivo que possa justificar o seu afasta-mento do serviço. A ausência do empregado em tais condições identifica o elemento material dessa justa causa. Além disso, existe outra característica, que é o elemento psicológico, isto é, a intenção, o ânimo do empregado de não mais voltar ao trabalho.

Apesar da essencialidade do elemento material (faltas injustificadas), a legislação trabalhista não esta-belece o tempo que o empregado deve permanecer afastado do serviço. Entretanto, a jurisprudência traba-lhista firmou o entendimento de que a ausência injusti-ficada por período superior a 30 dias gera a presunção de abandono de emprego, conforme se observa na Súmula nº 32 do Tribunal Superior do Trabalho (TST):

32. Abandono de emprego

Presume-se o abandono de emprego se o trabalhador não retornar ao serviço no prazo de 30 (trinta) dias após a ces-sação do benefício previdenciário nem justificar o motivo de não o fazer.

Não obstante o intervalo de 30 dias, há circuns-tâncias de fato que tornam evidente a intenção do empregado de não mais voltar ao emprego antes mesmo que se complete o referido prazo.

É o caso do empregado que, faltando ao serviço durante uma semana, procura colocação em outra empresa e, no horário em que normalmente deveria estar trabalhando para o primeiro empregador, está prestando serviços para um segundo.

Levando-se em consideração as informações anteriores, uma vez caracterizada a falta grave come-tida pelo empregado em decorrência do abandono do emprego (observada a notificação para que o empre-gado compareça ao trabalho ou diga por que não o faz), surge a questão relativa à data de baixa que a empresa deverá anotar na CTPS, no caso de rescisão contratual por justa causa decorrente de abandono de emprego, ou seja, anota-se a data da configuração da justa causa ou a data do último dia trabalhado.

Diante do exposto e considerando a ausência de decisões judiciais acerca do assunto, bem como a escassez de entendimentos doutrinários sobre a questão, entendemos que, ressalvada previsão diversa contida em documento coletivo de trabalho da respectiva categoria profissional, a data de saída será o último dia trabalhado.

Dessa forma, pouco importa se a caracterização inequívoca do abandono de emprego tenha ocorrido antes ou após os 30 dias de ausência injustificada do empregado, a data da baixa na CTPS para fins de rescisão contratual será o último dia trabalhado na empresa, ou seja, considera-se no caso a data de saída física do empregado.

Não obstante nosso entendimento ora descrito, levando-se em consideração a inexistência de dispo-sitivo legal disciplinando a questão, recomendamos, por medida preventiva, que o empregador consulte antecipadamente o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e a entidade sindical da respectiva categoria profissional sobre o assunto, lembrando-se de que a decisão final da controvérsia caberá ao Poder Judiciário, caso seja proposta ação nesse sentido.

N

Importante

As atividades constantes do item 4.1, mencionadas no Quadro I anteriormente reproduzido, se encontram relacionadas no subitem 5.1, letras de “a” a “q”, e as atividades constantes do item 4.2, mencionadas no mesmo Quadro, se encontram elencadas no subitem 5.2, letras de “a” a “d”.

(Portaria MTE nº 1.078/2014)

N

a IOB Comenta

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Legislação Trabalhista e Previdenciária

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aPOSEnTadO Em aTIvIdadE - SITuaçãO PREvIdEnCIáRIa

Auxílio-doença

1) O empregado aposentado também terá direito ao auxílio-doença, caso fique incapacitado para o tra-balho por mais de 15 dias?

A legislação previdenciária, salvo no caso de direito adquirido, não permite o recebimento conjunto, entre outros, dos benefícios de auxílio-doença e apo-sentadoria de qualquer espécie.

Assim sendo, caso ocorra o afastamento do empre-gado aposentado em virtude de doença ou acidente do trabalho, a empresa ficará obrigada a pagar os salá- rios correspondentes aos primeiros 15 dias de afasta- mento e, após essa data, o contrato ficará suspenso ou interrompido, conforme o caso, até que o trabalhador obtenha alta médica e possa retornar à atividade.

Após o 16º dia de afastamento da atividade, o empregado afastado receberá da Previdência Social tão somente o valor correspondente à mensalidade da sua aposentadoria em virtude da vedação legal do recebimento conjunto dos dois benefícios.

(Lei nº 8.213/1991, art. 60, c/c o art. 124, I)

Benefícios previdenciários

2) O aposentado que continuar trabalhando ou que voltar a trabalhar tem direito a quais benefícios previdenciários?

O segurado em gozo de aposentadoria por tempo de contribuição, especial ou por idade, que voltar ou continuar a exercer atividade abrangida pelo Regime Geral de Previdência Social somente terá direito ao salário-família e à reabilitação profissional quando for empregado ou trabalhador avulso, e, em se tratando de segurada, ao salário-maternidade.

(Lei nº 8.213/1991, arts. 18, § 2º, e 90; Regulamento da Previdência Social - RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/1999, art. 173)

Contribuição previdenciária

3) O aposentado que continuar trabalhando ou que voltar a trabalhar deverá contribuir para a Previ-dência Social?

O trabalhador aposentado que volta ou continua a exercer atividade que o enquadre como segurado

obrigatório do Regime Geral da Previdência Social (RGPS) está obrigado a efetuar sua contribuição pre-videnciária normalmente em relação a essa atividade.

Assim, o aposentado que voltar ou continuar a exercer atividade como empregado sofrerá o des-conto da contribuição previdenciária, observando as alíquotas variáveis de 8%, 9% e 11%, de acordo com o valor da remuneração.

No caso de voltar ou continuar a exercer atividade como contribuinte individual (empresário, autônomo, ou equiparado), que prestar serviço à empresa, o des-conto da contribuição previdenciária corresponderá à aplicação da alíquota de 11% sobre o valor pago, devido ou creditado pela prestação dos serviços.

Tratando-se de contribuinte individual que exerça a sua atividade por conta própria ou que preste ser-viços à pessoa física, a contribuição previdenciária corresponde à aplicação da alíquota de 20% sobre o valor da remuneração auferida no mês. A mesma con-tribuição previdenciária correspondente à aplicação da alíquota de 20% será devida quando a prestação dos serviços se der para entidade beneficente de assistência social em gozo de isenção da contribui-ção previdenciária (cota patronal).

Em todos os casos será observado, para efeito de desconto e recolhimento da contribuição previ-denciária, o limite máximo do salário-de-contribuição (atualmente R$ 4.390,24).

(Lei nº 8.213/1991, art. 11, § 3º; Lei nº 8.212/1991, arts. 20 e 21; Regulamento da Previdência Social - RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/1999, art. 9º, § 1º)

FGTS - Saque

4) O empregado aposentado que não teve o seu contrato de trabalho rescindido poderá sacar o saldo disponível na conta vinculada do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)?

O saque do saldo havido na conta vinculada do FGTS, de contrato de trabalho não rescindido por ocasião da concessão de aposentadoria, ocorrerá sempre que o trabalhador formalizar solicitação nesse sentido na Caixa Econômica Federal (Caixa).

(Circular Caixa nº 620/2013)

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