2 - segurados da previdência social

42
7/24/2019 2 - Segurados Da Previdência Social http://slidepdf.com/reader/full/2-segurados-da-previdencia-social 1/42 2 Objetivos de aprendizagem   Identifi ar as fontes constitucionais de nanciamento da seguridade social. Compreender a natureza jurídica da contribuição social.   Distinguir as espécies de contribuintes da previdência social. Seções de estudo Seção 1 Fontes de nanciamento da seguridade social Seção 2 Natureza jurídica da contribuição social Seção 3 Segurados do Regime Geral de Previdência Social UNIDADE 2 Segurados da previdência social ___________________ ARAGÃO, Sueli Duarte. Direito da Seguridade Social. Palhoça: UnisulVirtual, 2013.

Upload: gilberto-luiz-jannke

Post on 24-Feb-2018

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: 2 - Segurados Da Previdência Social

7/24/2019 2 - Segurados Da Previdência Social

http://slidepdf.com/reader/full/2-segurados-da-previdencia-social 1/42

2Objetivos de aprendizagem

  Identifi ar as fontes constitucionais definanciamento da seguridade social.

Compreender a natureza jurídica dacontribuição social.

  Distinguir as espécies de contribuintes daprevidência social.

Seções de estudo

Seção 1 Fontes de financiamento da seguridade social

Seção 2 Natureza jurídica da contribuição social

Seção 3 Segurados do Regime Geral de Previdência Social

UNIDADE 2

Segurados da previdência social

___________________ARAGÃO, Sueli Duarte. Direito da Seguridade Social. Palhoça: UnisulVirtual, 2013.

Page 2: 2 - Segurados Da Previdência Social

7/24/2019 2 - Segurados Da Previdência Social

http://slidepdf.com/reader/full/2-segurados-da-previdencia-social 2/42

52

Universidade do Sul de Santa Catarina

Para início de estudo

O assunto abordado nesta unidade é de vital importância para acompreensão das fontes de financiamento da seguridade sociale da natureza jurídica da relação obrigacional que se estabeleceentre quem deve contribuir e quem, legitimamente, arroga-se odireito de exigir a contribuição social, que é o Estado. Dentrodesse contexto, em seguida, abordaremos cada uma das espéciesde contribuintes – pessoas físicas – do RGPS.

Seção 1 – Fontes de financiamento da seguridade social

Esta primeira seção objetiva apenas identificar as fontesde financiamento da seguridade social definidas naConstituição Federal.

Antes de seguir adiante, vamos associar a seguridade social a umgrande guarda-chuva aberto sobre nós e com a função de nosproteger contra as intempéries da vida, aqui entendidas como osriscos e as necessidades sociais a que estamos todos submetidos:morte, velhice, doença, acidente, reclusão, entre outros.

Figura 2.1 A proteção social pela seguridade: saúde, assistência e previdênciaFonte: Fotosearch, (2010).

Agora, imagine que as pontas laterais do nosso guarda-chuvaprotetor sejam, de um lado, a previdência social, sistema

Page 3: 2 - Segurados Da Previdência Social

7/24/2019 2 - Segurados Da Previdência Social

http://slidepdf.com/reader/full/2-segurados-da-previdencia-social 3/42

53

Direito da Seguridade Social

Unidade 2

contributivo que depende de filiação, e de outro a assistênciasocial, sistema não contributivo destinado aos mais carentesda sociedade e que não são sujeitos de direito de nenhum

regime previdenciário. Considerando a saúde como garantiaconstitucional, não por acaso, ela será o cabo desse guarda-chuva,por seu caráter universal (atendimento a todos, indistintamente).

Essa alegoria, além de ilustrar bem o sistema de seguridade quenos protege, permite que visualizemos o destino das distintasfontes de custeio.

Fixemos, então, a imagem do nosso sistema de proteçãosocial projetada no guarda-chuva e partamos para uma breveespecificação das duas fontes constitucionais de financiamento daseguridade social definidas no art. 195: (i) a que tem origem nosrecursos do Estado, sendo por consequência de toda a sociedade;e (ii) a que provém das contribuições sociais.

No que tange à primeira fonte de custeio, temos, portanto, que:a seguridade social será financiada por toda a sociedade, deforma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursosprovenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito

Federal e dos Municípios. Isso significa que a contribuiçãoda União e dos demais entes federados para a seguridadesocial é proveniente dos recursos do orçamento fiscal, fixadosobrigatoriamente na lei orçamentária anual.

Consta no art. 16, parágrafo único, da Lei nº 8.212/1991 que:“A União é responsável pela cobertura de eventuais insuficiênciasfinanceiras da Seguridade Social, quando decorrentes dopagamento de benefícios de prestação continuada da Previdência

Social, na forma da Lei Orçamentária Anual”. Isso quer dizerque ao Estado cumprirá providenciar os recursos necessários paracobrir eventual déficit financeiro das contas da seguridade social.

Pode-se dizer, então, que os recursos provenientes dosorçamentos da União e demais entes, inclusive aqueles destinadosa cobrir eventuais déficits financeiros da Seguridade Social, têmorigem na própria sociedade, que paga tributos ao Estado a cadabem ou serviço adquirido.

Page 4: 2 - Segurados Da Previdência Social

7/24/2019 2 - Segurados Da Previdência Social

http://slidepdf.com/reader/full/2-segurados-da-previdencia-social 4/42

Page 5: 2 - Segurados Da Previdência Social

7/24/2019 2 - Segurados Da Previdência Social

http://slidepdf.com/reader/full/2-segurados-da-previdencia-social 5/42

55

Direito da Seguridade Social

Unidade 2

Resumindo: nenhum comando de lei poderá criar, majorar ouestender prestações – em pecúnia ou em serviços – no âmbito detoda a seguridade social, sem indicar primeiro qual a respectiva

origem de seu financiamento.Antes de passar para o estudo da natureza jurídica dacontribuição social, é importante destacar que as disposiçõesconstitucionais do art. 195 vêm detalhadas na Lei nº 8.212/1991,nominada Lei de Custeio da Seguridade Social, no Decretonº 3.048/1999, o Regulamento da Previdência Social, e emoutras normas de regência.

Seção 2 – A natureza jurídica da contribuição social

Para estudar a natureza jurídica da contribuição social é precisoprimeiro traçar, rapidamente, o contorno dos tributos definidosconstitucionalmente, em especial quanto à sua classificação, os

sujeitos ativo e passivo e o aspecto quantitativo que determina o valor da contribuição social a ser recolhida.

Na Constituição Federal, expressamente, os tributos são osimpostos, as taxas e as contribuições de melhoria (art. 145).Constam do mesmo texto constitucional, implicitamente, outrasespécies de tributos: o empréstimo compulsório e as contribuiçõessociais (arts. 148 e 149).

Acompanhemos, em especial, a disciplina do art. 149 daConstituição Federal, que diz o seguinte:

Art. 149. Compete exclusivamente à União instituircontribuições sociais, de intervenção no domínioeconômico e de interesses das categorias profissionaisou econômicas, como instrumento de sua atuação nasrespectivas áreas [...].

O fato de se considerar a contribuição social espécie de tributosubsume dividi-la em subespécies – interventiva, corporativa ede seguridade social –, valendo acrescentar a sua caracterização

Page 6: 2 - Segurados Da Previdência Social

7/24/2019 2 - Segurados Da Previdência Social

http://slidepdf.com/reader/full/2-segurados-da-previdencia-social 6/42

56

Universidade do Sul de Santa Catarina

como relação obrigacional, sujeita, portanto, ao regime jurídicotributário pátrio.

Em resumo: como espécie de tributo, a contribuição social deveobservar os mesmos aspectos e imperativos de lei afetos àquele(tributo) e que caracterizam a obrigação tributária.

Falando em obrigação tributária...

Ela é o vínculo jurídico em virtude do qual o Estadotem autoridade para exigir de um particular umaprestação pecuniária, nas condições previstas em lei.(DENARI, 2002).

Paulsen (2007) explica que a relação tributária é uma relaçãoobrigacional que tem como conteúdo uma prestação pecuniária.De um lado dessa obrigação está o devedor e de outro o credor.

Bem por isso, a relação que dá origem à obrigação tributáriaimpõe a existência de dois sujeitos distintos: um ativo e outro

passivo. Esse elemento pessoal – ativo e passivo – está assimdefinido no Código Tributário Nacional (CTN), nos dispositivosa seguir transcritos:

Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídicade direito público, titular da competência para exigir oseu cumprimento.

Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é apessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidadepecuniária.Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigaçãoprincipal diz-se:I – contribuinte, quando tenha relação pessoal e diretacom a situação que constitua o respectivo fato gerador;II – responsável, quando, sem revestir a condição decontribuinte, sua obrigação decorra de disposiçãoexpressa em lei.

Amaro (2005, p. 297, grifos do autor), a respeito, ensina:

“Sujeito passivo é o devedor da obrigação tributária, é a pessoa

Page 7: 2 - Segurados Da Previdência Social

7/24/2019 2 - Segurados Da Previdência Social

http://slidepdf.com/reader/full/2-segurados-da-previdencia-social 7/42

57

Direito da Seguridade Social

Unidade 2

que tem o dever de prestar ao credor  ou ao sujeito ativo, o objetoda obrigação”.

Dessa definição decorre que o contribuinte é a pessoa que temrelação direta com a materialidade do fato gerador, no nosso caso,da contribuição social para a seguridade social.

Nessa linha de raciocínio, Machado (2005, p. 133, grifos doautor) também explica:

A lei descreve um fato e atribui a este o efeito decriar uma relação entre alguém e o Estado. Ocorrido

o fato, que em Direito Tributário denomina-se fatogerador , ou fato imponível, nasce a relação tributáriaque compreende o dever  de alguém (sujeito passivo daobrigação tributária) e o direito do Estado (sujeito ativoda obrigação tributária).

Em suma, a obrigação tributária é a relação jurídica que seestabelece entre o Estado e o contribuinte, por meio da qualaquele tem o direito subjetivo de exigir deste o pagamento de umtributo. Fica ainda patente nessa compreensão que o contribuinte

é o sujeito passivo. É a ele que se atribui a responsabilidade depagar o tributo. Essa é, pois, uma relação de direito público emque se vinculam o Estado e o contribuinte. 

É importante ressaltar que, de acordo com o §1º do art. 113 doCTN: “A obrigação principal surge com a ocorrência do fatogerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidadepecuniária e extingue-se juntamente com o crédito deladecorrente”. É, portanto, com a caracterização do fato gerador

que se aperfeiçoa a obrigação tributária.

Mas, afinal, o que se entende por “fato gerador”?

Fato gerador é a expressão utilizada pelo ordenamento jurídicotributário para caracterizar a situação de fato ou situação jurídica que, uma vez determinada a sua ocorrência no mundo

fenomênico, igualmente determina a incidência do tributo.

Page 8: 2 - Segurados Da Previdência Social

7/24/2019 2 - Segurados Da Previdência Social

http://slidepdf.com/reader/full/2-segurados-da-previdencia-social 8/42

58

Universidade do Sul de Santa Catarina

Assim, conforme o art. 114 do CTN, in verbis : “Fato geradorprincipal é a situação definida em lei como necessária e suficienteà sua ocorrência”. É, em suma, “o fato gerador” que gera a

obrigação de pagar o tributo.Para a caracterização da obrigação tributária, segundo a doutrinatributarista, há que se considerar, em relação ao fato gerador,os aspectos material (a ocorrência de determinada situaçãodescrita na legislação como fato imponível e, portanto, passívelde ser tributado), pessoal (quem são os sujeitos ativo e passivoda obrigação dessa tributação), espacial (o lugar onde ocorreu ofato imponível), temporal (o momento em que essa obrigação seefetiva) e valorativo (a determinação do

quantum a ser exigido/

pago a título de tributo).

E o que essas concepções de matéria tributária têm aver com a contribuição social objeto do nosso estudo?

Tudo! Por quê?

Primeiro, porque a competência delegada ao Estado, conformemostra o artigo 149 da CRFB, faz nascer, uma vez ocorridoo fato gerador, o poder para exigir a contribuição social e, aomesmo tempo, determinar quem são os sujeitos ativo e passivo daobrigação tributária. Segundo, porque, por sua natureza jurídicade tributo, a contribuição social para a seguridade social, para serexigida, depende da ocorrência de um fato gerador, da existênciade sujeitos ativo e passivo, do aspecto quantitativo, ou seja, dadeterminação da importância em dinheiro a ser recolhida e

repassada a título de contribuição social.

Dito isso, podemos então detalhar um pouco mais os elementosque, por si sós, designam a contribuição social como umaobrigação de natureza jurídica de tributo. Na sequência, portanto,seguem esses elementos detalhadamente:

sujeito ativo, regra geral, é o Estado;

Page 9: 2 - Segurados Da Previdência Social

7/24/2019 2 - Segurados Da Previdência Social

http://slidepdf.com/reader/full/2-segurados-da-previdencia-social 9/42

59

Direito da Seguridade Social

Unidade 2

  sujeito passivo, que é o contribuinte, aquela pessoa,física ou jurídica, diretamente envolvida com a situaçãofática que a torna obrigada, perante o sujeito ativo, de

arcar com relação tributária; fato gerador, que ocorre:

a) no caso de pessoa física, pelo exercício de atividaderemunerada ou a opção por filiação ao RGPS atítulo facultativo;

b) no caso de pessoa jurídica, pelo pagamento de saláriose demais remunerações derivadas dos postos de

trabalho que disponibiliza e a geração de receita oufaturamento e lucro;

c) na realização de concursos e prognósticos (sorteios,loterias etc.);

d) na importação de bens e serviços do exterior; entreoutras situações da atividade econômica e empresarial;

  aspecto quantitativo é o valor ou o quantum a recolher,que depende da aplicação de parâmetros (alíquotas) aotipo de fato gerador ocorrido.

Há situações em que a lei poderá atribuir a obrigação tributária asujeito distinto da relação direta com o fato gerador. Nesses casos,entra em cena a figura do responsável tributário, ou seja, apessoa, física ou jurídica, que mesmo não estando na condição decontribuinte, tem obrigação de pagar o tributo decorrente de lei enão da materialidade do fato imponível. Esse é o sujeito passivo

indireto, aquele eleito como devedor da obrigação tributária.

Como assim? Alguém que não praticou o fatogerador da contribuição social é o responsável pelorecolhimento da contribuição social?

Sim!

Page 10: 2 - Segurados Da Previdência Social

7/24/2019 2 - Segurados Da Previdência Social

http://slidepdf.com/reader/full/2-segurados-da-previdencia-social 10/42

60

Universidade do Sul de Santa Catarina

Vamos explicar melhor. Imagine um trabalhador da iniciativaprivada. Mensalmente, em razão da remuneração recebida, eledeverá recolher para o RGPS o valor correspondente à alíquota

aplicada ao respectivo salário de contribuição.Acontece que, mesmo sendo uma obrigação do trabalhador emrazão de sua atividade laboral, a lei determina que o empregador(sujeito passivo indireto ou responsável tributário) retenha o valorda contribuição social devida pelo empregado e o repasse aoEstado (sujeito ativo), por meio do órgão da Receita Federal doBrasil. Aqui, fica bem nítida a figura do responsável tributário – oempregador –, em relação à obrigação de reter e repassar/recolhera contribuição social destinada à previdência social

É importante mencionar ainda que a contribuição social respeita,por sua natureza jurídica, os princípios afetos aos tributos em geral,que neste estudo serão apenas citados, entre outros: legalidade,isonomia, vedação de confisco, irretroatividade e anterioridade.

A anterioridade referida no parágrafo anterior é

a nonagesimal – ou anterioridade mitigada ounoventena –, segundo a qual, a contribuição socialprevidenciária só poderá ser exigida após decorridos90 dias da publicação da lei que a instituiu ou amodificou (CF, art. 195, § 6º).

Após essas importantes noções da relação obrigacional dacontribuição social para a seguridade, precisaremos verificarquem são os segurados do RGPS, quem tem, por impositivo de

lei, o dever de contribuir em razão da sua atividade laboral.Sigamos, então!

Page 11: 2 - Segurados Da Previdência Social

7/24/2019 2 - Segurados Da Previdência Social

http://slidepdf.com/reader/full/2-segurados-da-previdencia-social 11/42

61

Direito da Seguridade Social

Unidade 2

Seção 3 – Segurados do Regime Geral de PrevidênciaSocial

Aqui, nesta seção, a atenção se concentra nos contribuintesdo RGPS, isso porque não está no escopo desta disciplinaespecificar as contribuições vertidas para os demais regimesprevidenciários (regimes próprios e regime facultativocomplementar, fechado e aberto).

O RGPS está disciplinado no art. 201 da Constituição Federal,na redação dada pela EC nº 20/1998, a qual afirma o seguinte:“a previdência social será organizada sob a forma de regime

geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória”.

A interpretação que se dá ao citado dispositivo constitucional éque a previdência social tem caráter eminentemente contributivo.Isso significa que para alguém ser sujeito de direito de algumbenefício ou serviço de natureza previdenciária precisa ser filiadoe contribuir para o regime previdenciário.

As pessoas se filiam ao RGPS a título obrigatório quando

desempenham algum tipo de atividade remunerada.Não sendo este o caso, a filiação poderá ser facultativa.Nessas condições, são beneficiárias do referido regime comoseguradas, estendendo-se os direitos a determinadas prestaçõesprevidenciárias a seus dependentes.

Note bem: o segurado será sempre e somente apessoa física.

O segurado, portanto, é a pessoa física ligada ao RGPS por um vínculo contributivo e que a torna sujeito de obrigação, isto é, temo dever de contribuir para o regime.

Castro e Lazzari (2010, p. 125-126) apontam quem tem esse dever:

[...] todos os trabalhadores da iniciativa privada, ou seja,

os trabalhadores que possuem relação de emprego regidapela Consolidação das Leis do Trabalho (empregados

Page 12: 2 - Segurados Da Previdência Social

7/24/2019 2 - Segurados Da Previdência Social

http://slidepdf.com/reader/full/2-segurados-da-previdencia-social 12/42

62

Universidade do Sul de Santa Catarina

urbanos, mesmo os que estejam prestando serviço aentidades paraestatais, os aprendizes e os temporários),pela Lei n. 5.889/73 (empregados rurais) e pelaLei n. 5859/72 (empregados domésticos); os trabalhadores

autônomos, eventuais ou não; os empresários, titularesde firmas individuais ou sócios gestores e prestadoresde serviços; trabalhadores avulsos; pequenos produtoresrurais e pescadores artesanais trabalhando emregime de economia familiar; e outras categorias detrabalhadores, como garimpeiros, empregados deorganismos internacionais, sacerdotes, etc. [...].

Além dos segurados obrigatórios do RGPS, também podemfiliar-se a esse regime previdenciário aquelas pessoas que não

desempenham atividade remunerada, mas, por ato de livre vontade, desejam participar do regime.

Sobre a filiação facultativa ao RGPS, Ibrahim (2010, p. 225,grifo do autor) corrobora:

A regra básica do seguro social é a compulsoriedade de filiação e a conseqüente contribuição. Entretanto,obedecendo ao princípio da universalidade de

participação no RGPS, criou-se figura atípica, cujafiliação ao RGPS decorre exclusivamente de ato de vontade do interessado. [...] A atual configuração, naforma do segurado facultativo, é muito mais ampla, poispermite a filiação voluntária de qualquer pessoa excluídado sistema previdenciário, na maioria das vezes, em virtude da ausência de atividade remunerada.

Ibrahim (2010, p. 184) assevera que: “Os segurados obrigatóriossão aqueles filiados ao sistema de modo compulsório, a partir do

momento em que exerçam atividade remunerada. Já os seguradosfacultativos são os que, apesar de não exercerem atividaderemunerada, desejam integrar o sistema previdenciário”.

Mas, a propósito, o que se quer dizer aqui “com vínculode fi iação”?

Page 13: 2 - Segurados Da Previdência Social

7/24/2019 2 - Segurados Da Previdência Social

http://slidepdf.com/reader/full/2-segurados-da-previdencia-social 13/42

63

Direito da Seguridade Social

Unidade 2

É fácil definir ”filiação” a regime previdenciário, só que umaexplicação mínima traz consigo o conceito de “inscrição”.

Vamos, então, verificar esses conceitos.

Filiação e inscrição

Somente para recordar o que foi dito linhas atrás, os seguradosforam divididos em dois grupos: obrigatórios e facultativos.Os primeiros, pelo exercício de atividade remunerada, vinculam-se obrigatoriamente ao RGPS; os segundos, desde que

não exerçam qualquer tipo de atividade remunerada, podem,mediante contribuição, filiar-se ao mesmo regime.

Filiação ao RGPS é, pois, o vínculo jurídico estabelecidoentre o segurado e a autarquia previdenciária (INSS).

Esse vínculo se consuma, no caso de segurado obrigatório, deforma automática, pelo simples exercício de qualquer atividaderemunerada, independentemente de relação de emprego. No casode segurado facultativo, este vínculo jurídico só se perfectibilizacom o primeiro recolhimento e a concomitante inscrição, queocorre, por óbvio, mediante ato de sua vontade.

Na dicção do art. 18 do Decreto nº 3.048/1999: “Considera-seinscrição de segurado para os efeitos da previdência social oato pelo qual o segurado é cadastrado no Regime Geral de

Previdência Social, mediante comprovação dos dados pessoais ede outros elementos necessários e úteis a sua caracterização”.

Pode-se dizer que a inscrição é o ato que objetiva oumaterializa a filiação, sobretudo para efeitos de reconhecimentoda relação jurídica existente entre o segurado e a autarquiaprevidenciária (INSS).

Page 14: 2 - Segurados Da Previdência Social

7/24/2019 2 - Segurados Da Previdência Social

http://slidepdf.com/reader/full/2-segurados-da-previdencia-social 14/42

64

Universidade do Sul de Santa Catarina

Se Pedro trabalha, mediante relação de emprego, paraa empresa “Delta”, então estará automaticamentefiliado ao RGPS, desde o primeiro dia de trabalho.

A inscrição de Pedro será de responsabilidade doseu empregador, mediante o preenchimento dedocumentos que o admitem na empresa, geralmenteo próprio contrato de trabalho e guias de informaçõessociais e fiscais (GFIP).

Se Vitor, pintor de parede, desempenha atividadespara pessoas físicas, de forma autônoma e semcontrato de trabalho, a sua filiação é automática peloexercício de atividade remunerada, mas a inscrição sóse realizará mediante a apresentação de documentos

à autarquia previdenciária (INSS), o que geralmenteocorre com o recolhimento da primeira contribuição.

Neste ponto do nosso estudo será necessário fi ar osconceitos até aqui apresentados e aprofundá-los. Paratanto, pesquise na doutrina e na legislação sobre afiliação e a forma de inscrição dos segurados do RGPS

e tente responder: (i) qual a idade mínima para filiação?e (ii) se uma pessoa desenvolve mais de uma atividaderemunerada, como será a sua filiação ao regime?

Caracterização dos segurados

Doravante, desenvolveremos o estudo apoiados nos comandos da

Lei nº 8.212/1991, que dispõe sobre a organização da seguridadesocial e institui o respectivo plano de custeio.

O nosso ponto de partida será o Capítulo I, “Dos Contribuintes”,Seção I, “Dos Segurados”, da citada lei. Isso porque os seusprimeiros artigos se destinam a apresentar a organização,os princípios e objetivos constitucionais da seguridadesocial – saúde, assistência e previdência – idealizados pelolegislador constituinte de 1988.

Page 15: 2 - Segurados Da Previdência Social

7/24/2019 2 - Segurados Da Previdência Social

http://slidepdf.com/reader/full/2-segurados-da-previdencia-social 15/42

65

Direito da Seguridade Social

Unidade 2

Vamos, então, a partir da legislação de regência e da doutrinaespecializada, conhecer um pouco melhor quem são ossegurados do RGPS, mas já sabendo, de antemão, pelo trecho

anterior desta unidade, que se dividem em segurado obrigatórioe segurado facultativo.

Da doutrina de Castro e Lazzari (2010, p. 196) extraímos aseguinte lição:

O segurado obrigatório exerce atividade remunerada, sejacom vínculo empregatício, urbano, rural ou doméstico,seja sob regime jurídico público estatutário (desde quenão possua regime próprio de previdência social), sejatrabalhador autônomo ou a este equiparado, trabalhadoravulso, empresário ou segurado especial. [...]

A espécie de segurado obrigatório – pessoa física – doRGPS ainda comporta outra subdivisão ou subespécie:empregado, empregado doméstico, trabalhadoravulso, contribuinte individual e segurado especial.

Verifiquemos, pois, as principais características de cadasubespécie de segurado obrigatório do RGPS.

Empregado

O art. 12, inciso I, da Lei nº 8.212/1991 define como empregado:

aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural àempresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação emediante remuneração, inclusive como diretor empregado.

Para fazermos uma boa caracterização do segurado empregadoserá necessário recorrer à seara do direito trabalhista para de láextrair os elementos intrínsecos da relação de emprego, que são:pessoalidade, habitualidade, subordinação e remuneração.

Page 16: 2 - Segurados Da Previdência Social

7/24/2019 2 - Segurados Da Previdência Social

http://slidepdf.com/reader/full/2-segurados-da-previdencia-social 16/42

66

Universidade do Sul de Santa Catarina

Em poucas e simples palavras: o caráter pessoal contido nacondição de empregado é evidente, pois não posso firmarcontrato de trabalho com uma empresa e apresentar outra pessoa

em meu lugar. A habitualidade ou não eventualidade diz respeitoà contumácia e ao tempo que vou dedicar ao desempenho dasatividades, a depender do tipo de contrato de trabalho firmado:horário, diário etc. A subordinação alude à ideia de hierarquia,isto é, as atividades serão desenvolvidas sob o comando ousupervisão do empregador ou daquele a quem for delegada essatarefa. Já a remuneração, não se tratando evidentemente detrabalho gratuito, voluntário, refere-se à onerosidade que tem ocontrato de trabalho, o valor a ser recebido pelo empregado em

retribuição as tarefas por ele executadas.O legislador previdenciário consignou também que o serviçoprestado pode ser de natureza urbana ou rural, porque há a vedação constitucional de se discriminar o trabalhador urbanodo rurícola.

Ainda, quanto ao diretor empregado, este, mesmo exercendofunção de direção, não perde o vínculo de emprego nos termosaqui comentados: pessoalidade, não eventualidade, onerosidadee subordinação (ao empregador). Por essa razão, é tambémconsiderado segurado empregado.

A lei em comento também nos diz que é um tipo de segurado dasubespécie empregado:

aquele que, contratado por empresa de trabalhotemporário, definida em legislação específica, prestaserviço para atender a necessidade transitória de

substituição de pessoal regular e permanente ou aacréscimo extraordinário de serviços de outras empresas.

O trabalhador temporário aqui referido é aquele regido pelaLei nº 6.019, de 3 de janeiro de 1974, que dispõe sobre o trabalhotemporário. Nos termos do art. 2º da citada lei: “Trabalhotemporário é aquele prestado por pessoa física a uma empresa, paraatender à necessidade transitória de substituição de seu pessoalregular e permanente ou a acréscimo extraordinário de serviços”.

Page 17: 2 - Segurados Da Previdência Social

7/24/2019 2 - Segurados Da Previdência Social

http://slidepdf.com/reader/full/2-segurados-da-previdencia-social 17/42

67

Direito da Seguridade Social

Unidade 2

Vamos supor situações de trabalho temporário atítulo de necessidade extemporânea e de acréscimoextraordinário. No primeiro caso, os empregados de

determinado setor de produção de uma empresa têmde ser afastados do trabalho durante 15 dias porqueforam acometidos, todos, de doença contagiosa, umarubéola, por exemplo. Para não comprometer todo ociclo produtivo da empresa, o empregador contrataentão trabalhadores temporários. Na segunda hipótese,imaginemos a empresa fabricante de chocolate, queno mês anterior à Páscoa tem de contratar mão deobra temporária para dar conta da extraordináriademanda desse período. Os exemplos são inúmeros.

Outro tipo de segurado da subespécie empregado é:

o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado noBrasil, para trabalhar como empregado em sucursal ouagência de empresa nacional no exterior.

Com esse comando, o legislador quis proteger o trabalhador,brasileiro ou estrangeiro, contratado no Brasil e transferido paradesempenhar suas funções no exterior. Note que a empresacontratante deve ter capital social inteiramente nacional.

Ibrahim (2010, p. 198) considera que esse tipo de trabalhador:

[...] não pode ficar à margem do sistema previdenciárioe, por isso, a lei o inclui como segurado obrigatório, nacondição de empregado. Entretanto, é preciso observaros requisitos impostos pela lei: o segurado deve ser

contratado como empregado, ou seja, deve haver vínculo empregatício com o contratante, nos termosdo art. 3º da CLT.

É o caso do jornalista brasileiro ou estrangeirocontratado no Brasil para trabalhar comocorrespondente no exterior para rede de televisãogenuinamente brasileira.

Page 18: 2 - Segurados Da Previdência Social

7/24/2019 2 - Segurados Da Previdência Social

http://slidepdf.com/reader/full/2-segurados-da-previdencia-social 18/42

68

Universidade do Sul de Santa Catarina

E o que dizer daquele que presta serviço no Brasil a missãodiplomática estrangeira? Sim, também é segurado empregado

aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomáticaou a repartição consular de carreira estrangeira e a órgãosa elas subordinados, ou a membros dessas missões erepartições, excluídos o não-brasileiro sem residênciapermanente no Brasil e o brasileiro amparado pelalegislação previdenciária do país da respectiva missãodiplomática ou repartição consular.

Aqui, o legislador considera “segurado empregado” e, portanto,automaticamente filiada ao RGPS, a pessoa que presta

serviços, dentro das características de vínculo empregatício,como anteriormente mencionadas, “a missão diplomática oua repartição consular de carreira estrangeira e a órgãos a elasubordinados, ou a membros dessas missões e repartições”.

A exclusão do regime geral só ocorre no caso de o trabalhadorser estrangeiro e não ter domicílio no Brasil, ou, sendo brasileiro,pertencer ou ser filiado a algum regime previdenciário do país deorigem da entidade onde trabalha.

Imaginemos, para ilustrar, um mexicano que venhatrabalhar na representação consular do México, nacidade de São Paulo, por período de 90 dias. Como nãotem residência fi a no Brasil, está excluído do RGPS.Certamente, esse trabalhador também participa de umregime previdenciário do seu país de origem.

Há, ainda, a possibilidade de um brasileiro ser

contratado para trabalhar em uma missão diplomáticaem solo brasileiro e pertencer ao regime previdenciáriodo país representado. Nessa hipótese, fica ele, também,excluído do RGPS.

 Também pertence ao grupo dos segurados empregados:

o brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior,

em organismos oficiais brasileiros ou internacionaisdos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá

Page 19: 2 - Segurados Da Previdência Social

7/24/2019 2 - Segurados Da Previdência Social

http://slidepdf.com/reader/full/2-segurados-da-previdencia-social 19/42

69

Direito da Seguridade Social

Unidade 2

domiciliado e contratado, salvo se segurado na forma dalegislação vigente do país do domicílio.

Novamente, preciso é o ensinamento de Ibrahim (2010, p. 199) arespeito desse tipo de segurado obrigatório:

Desta vez a lei trata exclusivamente do brasileiro civil(deixando o militar de fora, já que possui regime própriode previdência), que trabalha para a União. Caso venhaexercer seu mister em qualquer organismo internacional,como, e.g., ONU, OEA etc. será segurado do RGPSna condição de empregado, exceto se protegido pelalegislação previdenciária do país onde reside.

O brasileiro civil domiciliado na Nicarágua e lácontratado pela União para trabalhar no escritório daOrganização dos Estados Americanos (OEA) instaladoem Manágua será considerado segurado empregadoe, portanto, vinculado ao RGPS, salvo se já estiveramparado por regime previdenciário daquele país.

Chamamos a sua atenção para a expressão “o brasileiro civilque trabalha para a União, no exterior ,” justamente para nãoconfundir com a espécie de segurado obrigatório contribuinteindividual, que terá abordagem ulterior.

Outro integrante desse grupo é:

o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado

no Brasil para trabalhar como empregado em empresadomiciliada no exterior, cuja maioria do capital votantepertença à empresa brasileira de capital nacional.

 Também é segurado empregado o trabalhador brasileiro ouestrangeiro com domicílio no Brasil e aqui contratado paradesenvolver suas atividades para empresa domiciliada no exterior,mas cuja maioria das ações com direito a voto pertencem aempresa brasileira de capital nacional. Nesse caso, o vínculoprevidenciário que se trava é com o RGPS.

Page 20: 2 - Segurados Da Previdência Social

7/24/2019 2 - Segurados Da Previdência Social

http://slidepdf.com/reader/full/2-segurados-da-previdencia-social 20/42

70

Universidade do Sul de Santa Catarina

O servidor público numa determinada situação também pertenceao grupo dos segurados empregados. Aqui estamos considerando:

o servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo com a União, Autarquias, inclusive emregime especial, e Fundações Públicas Federais. 

O presente dispositivo cuida dos cargos de livre nomeação elivre exoneração. É como dispõe a Constituição Federal, noart. 40, § 13: “Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo emcomissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração bemcomo de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se

o regime geral de previdência social.”

Explicando melhor: se a pessoa é um empresário efoi nomeada para assumir um cargo em comissão, delivre nomeação e exoneração, na Secretaria Estadualda Administração do Estado de Santa Catarina, asua vinculação se caracterizará como seguradoobrigatório da espécie empregado e suas contribuiçõesprevidenciárias, dentro dos contornos legais, serão

vertidas para o RGPS.

Mas atenção quanto ao regime previdenciário de origem doocupante do cargo em comissão! Utilizando o exemplo acima,se a pessoa já é um servidor público, ocupante de algum cargoefetivo na administração pública de qualquer das esferas, a sua vinculação será com o regime próprio de origem. É o caso de umauditor federal de carreira nomeado para a função de secretário

adjunto da Secretaria da Receita Federal do Brasil. A assunçãoa um cargo de livre nomeação em nada alteraria a vinculaçãodo auditor federal, que já está filiado ao regime próprio deprevidência social dos servidores públicos federais.

Nesse mesmo dispositivo estão enquadradas as pessoascontratadas para o exercício de cargo público de carátertemporário e o empregado público como trabalhadores vinculados ao RGPS.

Page 21: 2 - Segurados Da Previdência Social

7/24/2019 2 - Segurados Da Previdência Social

http://slidepdf.com/reader/full/2-segurados-da-previdencia-social 21/42

71

Direito da Seguridade Social

Unidade 2

Anotamos que o empregado público é regido pelaConsolidação das Leis do Trabalho (CLT) e, porconsequência, sua vinculação a regime previdenciário

será com o RGPS.

Cite-se o exemplo do Banco do Brasil S.A., empresa de economiamista, cujos empregados, mesmo admitidos mediante concursopúblico, são regidos pela CLT. A mesma regra também se aplicaa outras empresas públicas.

Segundo Ibrahim (2010, p. 202), os servidores públicos, ocupantes

de cargos efetivos, cujos entes públicos não têm um regimepróprio de previdência, como acontece na maioria dos municípiosbrasileiros, também são segurados da espécie “empregado” doRGPS . O autor anota ainda que: “Muito embora a própriaConstituição preveja regras algo distintas para esses servidores,tais normas somente poderão ser aplicadas com a criação do regimepróprio do Ente Federativo”. Nesses casos, as regras do RGPS têmaplicação subsidiária e devem ser aplicadas integralmente.

Ainda, por força do § 5º do art. 11 da Lei nº 8.212/1991,sujeitam-se às mesmas regras o ocupante de cargo de ministro deEstado, de secretário estadual, distrital ou municipal, sem vínculoefetivo com a União, estados, Distrito Federal e municípios, suasautarquias, ainda que em regime especial, e fundações.

Ainda temos outros dois integrantes do grupo dosegurado empregado para efeito de determinação do

vínculo com o RGPS.

Um deles é o:

empregado de organismo oficial internacional ouestrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quandocoberto por regime próprio de previdência social.

 Trata, essa regra, da proteção previdenciária da pessoa,brasileira ou estrangeira, que trabalha em repartição oficial

Page 22: 2 - Segurados Da Previdência Social

7/24/2019 2 - Segurados Da Previdência Social

http://slidepdf.com/reader/full/2-segurados-da-previdencia-social 22/42

72

Universidade do Sul de Santa Catarina

internacional ou estrangeira, mas com funcionamento emterritório brasileiro, e desde que não esteja filiada a regimepróprio de previdência social.

Goes (2009, p. 66) corrobora o entendimento:

Por exemplo: as organizações internacionais comoa Organização das Nações Unidas (ONU) ou aOrganização Internacional do Trabalho (OIT), quecontratam empregados para trabalhar em suas repartiçõesem funcionamento do Brasil. Nessa situação, essestrabalhadores são segurados obrigatórios do RGPS,na categoria de segurado empregado. Porém, se forem

amparados por regime próprio de previdência social,estarão excluídos do RGPS.

Vejamos outra situação.

Sendo certo que o Brasil é um Estado-membro da OEA,organismo internacional de atuação regionalizada, no âmbitodas Américas, com representação (escritório) em nosso território,as pessoas – brasileiras ou estrangeiras – que lá trabalham,

quando não filiadas a regime próprio de previdência social, sãoconsideradas “empregadas” e suas contribuições sociais vertidaspara o RGPS.

 Também é considerado segurado empregado o

exercente de mandato eletivo federal, estadual oumunicipal, desde que não vinculado a regime próprio deprevidência social.

Conforme expõe Kertzman (2009, p. 90): “Atualmente, osparlamentares que não estiverem abrangidos por regimepróprio são considerados empregados. Os servidores de cargoefetivo cobertos por regime próprio, quando eleitos, continuam vinculados ao respectivo regime”. E acrescenta:

Na hipótese de servidor público, vinculado aoregime próprio de previdência social, exercer,

concomitantemente, mandato eletivo no cargo de vereador, será obrigatoriamente filiado ao RGPS,

Page 23: 2 - Segurados Da Previdência Social

7/24/2019 2 - Segurados Da Previdência Social

http://slidepdf.com/reader/full/2-segurados-da-previdencia-social 23/42

73

Direito da Seguridade Social

Unidade 2

em razão do cargo eletivo. Neste caso, como exerceas duas atividades, será filiado aos dois regimes.(KERTZMAN, 2009, p. 90).

Portanto, todos os ocupantes de cargos eletivos, tanto doExecutivo quanto do Legislativo – senadores, deputados, vereadores, governadores, prefeitos etc. –, quando não vinculadosa regime previdenciário próprio, serão considerados empregados esuas contribuições sociais, vertidas para o RGPS.

Empregado doméstico

Conforme estabelecido no art. 12, inciso II, da Lei nº 8.212/1991,é segurado empregado doméstico aquele que presta serviço denatureza contínua a pessoa ou família, no âmbito residencialdesta, em atividades sem fins lucrativos.

Com base nesse enunciado, pode-se afirmar que o empregadodoméstico trabalha para pessoa ou família, ou entidade familiar,mediante remuneração, de forma continuada. As atividadessão desempenhadas no âmbito da residência do empregadordoméstico e não trazem a este qualquer tipo de acréscimopatrimonial (lucro).

Note que empregador doméstico será sempre umapessoa física.

Lopes Junior (2010, p. 77) resume bem as principais característicasdos empregados domésticos: “deverão trabalhar no âmbitoresidencial, não prestando serviço a empresa alguma, e seutrabalho não poderá ter finalidade lucrativa”.

Embora o exemplo mais clássico de trabalho doméstico sejaaquele realizado na residência da família, para cumprir astarefas do dia a dia, como arrumar, lavar, passar, cozinhar etc.,Goes (2009, p. 68) afirma que pode também ser estendido“às atividades externas, desde que direcionadas ao bem-estar

da família”, como é o caso do motorista particular. O autorexplica ainda que a expressão “âmbito residencial” utilizada pelo

Page 24: 2 - Segurados Da Previdência Social

7/24/2019 2 - Segurados Da Previdência Social

http://slidepdf.com/reader/full/2-segurados-da-previdencia-social 24/42

74

Universidade do Sul de Santa Catarina

legislador “também alcança o imóvel onde o patrão e sua famíliapassam temporada ou fins de semana (p. ex.: casa de campo)”.

Nessa ótica, poderá ser empregado doméstico o homem(caseiro) especialmente contratado para cuidar do sítio quea família utiliza nos finais de semana. Contudo, se emdeterminado momento o proprietário decide, com o auxílio doempregado doméstico, cultivar hortaliças para vender, estará aídescaracterizada a relação de trabalho doméstico.

Além dos exemplos citados, podem ser contratados

como empregados domésticos: a cozinheira, acopeira, a lavadeira, a faxineira, a governanta, a babá,o mordomo, a enfermeira do lar, o acompanhante depessoa idosa ou enferma, o jardineiro do lar, o vigia,entre outros.

Contribuinte individual

Primeiramente, vale mencionar que a nomenclatura “contribuinteindividual”, com a edição da Lei nº 9.876, de 26 de novembrode 1999, foi utilizada em substituição a empresário, trabalhadorautônomo e equiparado a autônomo.

Conforme estabelecido no art. 12, inciso V, da Lei nº 8.212/1991e mais especificamente, no art. 9º, V, do Decreto nº 3.048/1999,é segurado contribuinte individual:

a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividadeagropecuária, a qualquer título, em caráter permanenteou temporário, em área, contínua ou descontínua,superior a quatro módulos fiscais; ou, quando em áreaigual ou inferior a quatro módulos fiscais ou atividadepesqueira ou extrativista, com auxílio de empregadosou por intermédio de prepostos; ou ainda nas hipótesesdos §§ 8º e 23 deste artigo.

Page 25: 2 - Segurados Da Previdência Social

7/24/2019 2 - Segurados Da Previdência Social

http://slidepdf.com/reader/full/2-segurados-da-previdencia-social 25/42

75

Direito da Seguridade Social

Unidade 2

A compreensão de módulo fiscal é muito importantepara o correto enquadramento do produtor ruralpessoa física para fins previdenciários porque, a

depender da área explorada, será considerado oucontribuinte individual ou segurado especial, comoadiante estudaremos.

O que é módulo fiscal?

Módulo fiscal é uma unidade de medida expressa em hectares,

fi ada para cada município, considerando os seguintes fatores:  tipo de exploração predominante no município;

  renda obtida com a exploração predominante;

  outras explorações existentes no município que,embora não predominantes, sejam significativas emfunção da renda ou da área utilizada;

  conceito de propriedade familiar. (INCRA, 2008a).

O módulo fiscal serve de parâmetro para classificação do imóvel

rural quanto ao tamanho, na forma da Lei nº 8.629, de 25 defevereiro de 1993, na qual temos que:

pequena propriedade – é o imóvel rural deárea compreendida entre 1 (um) e 4 (quatro)módulos fiscais;

  média propriedade – é o imóvel rural deárea superior a 4 (quatro) e até 15 (quinze)módulos fiscais;

Serve também de parâmetro para definir os beneficiáriosdo Pronaf (pequenos agricultores de economia familiar,

proprietários, meeiros, posseiros, parceiros ou arrendatários deaté quatro módulos fiscais). (INCRA, 2008b).

São também considerados contribuintes individuais opescador que trabalha em regime de parceria, de meação ou dearrendamento, em embarcação com mais de 6 (seis) toneladas de

arqueação bruta, na exclusiva condição de parceiro outorgante,bem como o marisqueiro que, sem utilizar embarcação pesqueira,

Page 26: 2 - Segurados Da Previdência Social

7/24/2019 2 - Segurados Da Previdência Social

http://slidepdf.com/reader/full/2-segurados-da-previdencia-social 26/42

76

Universidade do Sul de Santa Catarina

exerce atividade de captura dos elementos animais ou vegetais,com o auxílio de empregado.

 Também pertence ao grupo dos contribuintes individuais do RPGS:

a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividadede extração mineral garimpo -, em caráter permanente outemporário, diretamente ou por intermédio de prepostos,com ou sem o auxílio de empregados, utilizados a qualquertítulo, ainda que de forma não contínua.

Regra geral, aquele que desenvolve a atividade de garimpo – ogarimpeiro – é automaticamente enquadrado como contribuinteindividual, não importando se há utilização de empregados ou não.Por óbvio, se o garimpeiro desenvolver suas atividades em umatípica relação de emprego, será considerado segurado empregado.

Outro integrante desse time (contribuinte individual) é:

o ministro de confissão religiosa e o membro de institutode vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa.

Entram no conceito de ministros de confissão religiosa:padres, bispos, pastores, rabinos e outros líderes religiosos.Como membros de instituto de vida consagrada, de congregaçãoou de ordem religiosa: freiras, freis, monges. (GOES, 2009).

Há outros integrantes do grupo dos contribuintes individuais.Vejamos detalhadamente alguns deles, buscando não confundi-loscom qualquer membro do grupo dos segurados empregados.O cuidado para não realizar tal confusão deve ser tomado, porexemplo, em relação ao tipo de contribuinte individual que é:

brasileiro civil que trabalha no exterior para organismooficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo,ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quandocoberto por regime próprio de previdência social.

Note que esse tipo de contribuinte difere do descrito no art. 12,inciso I, alínea “e” em comento (Lei nº 8.212/1991), eis que,naquele caso, o brasileiro civil trabalha para a União, no exterior,

Page 27: 2 - Segurados Da Previdência Social

7/24/2019 2 - Segurados Da Previdência Social

http://slidepdf.com/reader/full/2-segurados-da-previdencia-social 27/42

77

Direito da Seguridade Social

Unidade 2

em organismos oficiais brasileiros ou internacionais dos quais oBrasil é membro efetivo.

Lopes Junior (2010), para retratar essa situação, dá o exemplodo brasileiro civil contratado para trabalhar no escritório daOrganização das Nações Unidas (ONU), instalado no Chile,sem qualquer relação de emprego com o governo brasileiro. Essebrasileiro é contribuinte individual e suas contribuições sociaisserão vertidas para o RGPS.

 Já as categorias a seguir agrupadas, regra geral, aludem àatividade de direção empresarial, que qualifica quem a ela sededica, nestes casos e para efeito de vinculação ao RGPS, comocontribuintes individuais:

  o titular de firma individual urbana ou rural;

  o diretor não empregado e o membro de conselho deadministração na sociedade anônima;

todos os sócios, nas sociedades em nome coletivo ede capital e indústria;

o sócio-gerente e o sócio-cotista que recebamremuneração decorrente de seu trabalho e oadministrador não empregado na sociedade por cotas deresponsabilidade limitada, urbana ou rural;

o associado eleito para cargo de direção em cooperativa,associação ou entidade de qualquer natureza oufinalidade, bem como o síndico ou administrador eleitopara exercer atividade de direção condominial, desde querecebam remuneração.

Na lição de Ibrahim (2010, p. 219):

Não é segurado obrigatório todo e qualquer sócio, massomente aquele que exerça a direção ou, ao menos,receba remuneração pelo seu trabalho na sociedade.Um simples acionista ou cotista, que não tenha vínculoalgum com a administração da sociedade nem realize

qualquer atividade remunerada em favor desta, estáexcluído destes dispositivos.

Page 28: 2 - Segurados Da Previdência Social

7/24/2019 2 - Segurados Da Previdência Social

http://slidepdf.com/reader/full/2-segurados-da-previdencia-social 28/42

78

Universidade do Sul de Santa Catarina

[...]Com relação ao sócio-gerente da limitada, o titular dafirma individual, o diretor não empregado da sociedadeanônima, o sócio solidário e o sócio de indústria, não

há necessidade de remuneração para serem enquadradoscomo segurados contribuintes individuais. Isto ocorreem virtude da presunção desta, já que tais figuras são asresponsáveis pela administração da sociedade ou empresa.

É importante prender a atenção nas figuras do diretorempregado, que é segurado empregado, e do diretor nãoempregado, que é contribuinte individual. O primeiro exerce umafunção de direção na sociedade anônima, sem perder o vínculode emprego. O segundo, eleito pela assembleia de acionistas,não mantém as características inerentes à relação de emprego.(CASTRO; LAZZARI, 2010, p. 210).

Pelo art. 9º do Decreto nº 3.048/1999:

§ 2º Considera-se diretor empregado aqueleque, participando ou não do risco econômico doempreendimento, seja contratado ou promovido paracargo de direção das sociedades anônimas, mantendo as

características inerentes à relação de emprego.

§ 3º Considera-se diretor não empregado aqueleque, participando ou não do risco econômico doempreendimento, seja eleito, por assembléia geraldos acionistas, para cargo de direção das sociedadesanônimas, não mantendo as características inerentes àrelação de emprego.

Em se tratando de sociedade em nome coletivo, a atividade

de direção “compete exclusivamente aos sócios (Código Civil,art. 1.042), razão pela qual a legislação previdenciária consideratodos os sócios como contribuintes individuais”. Na sociedadede capital e indústria, tanto o sócio capitalista (que respondeintegralmente pelas obrigações da empresa) quanto o sócio deindústria (que contribui apenas com seus serviços) são tambémcontribuintes individuais. (GOES, 2009, p. 81).

O associado que exerce cargo de direção em cooperativa,

associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade serácontribuinte individual, desde que receba alguma remuneração.

Page 29: 2 - Segurados Da Previdência Social

7/24/2019 2 - Segurados Da Previdência Social

http://slidepdf.com/reader/full/2-segurados-da-previdencia-social 29/42

79

Direito da Seguridade Social

Unidade 2

O síndico ou administrador eleito para exercer atividade de direçãocondominial, do mesmo modo, será contribuinte individual se forremunerado para tal, ainda que a forma de remuneração seja, por

exemplo, abatimento ou isenção da taxa condominial. Também pertence ao grupo dos contribuintes individuaisdo RGPS:

quem presta serviço de natureza urbana ou rural, emcaráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relaçãode emprego.

O ponto distintivo, aqui, é a inconstância, a eventualidade daprestação do serviço que o trabalhador autônomo desenvolveem uma ou mais empresas. Assim, é contribuinte individual,por exemplo, o pintor, o encanador, o eletricista, chamado paraprestar um serviço eventual em uma empresa, por óbvio, semqualquer vínculo empregatício.

Outro integrante do grupo de contribuintes individuais é:

a pessoa física que exerce, por conta própria, atividadeeconômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não.

Esse dispositivo identifica o trabalho prestado pelo trabalhadorautônomo, que pode ser de natureza contínua, mas semsubordinação, pois ele trabalha por conta própria, assumindo osriscos de sua atividade econômica. A expressão “sem fins lucrativosou não”, vale dizer, alude tão só ao contratante do serviço, quepode ser uma empresa ou uma família. (GOES, 2009, p. 84).

 Trabalhadores autônomos são, regra geral, profissionais quedetêm algum conhecimento técnico especializado e trabalhamde forma independente. Alguns exemplos: dentista, médico,psicólogo, arquiteto, contador, advogado, jornalista, decorador,diarista, topógrafo, cabeleireiro etc.

 Também é contribuinte individual o aposentado nomeadomagistrado da justiça eleitoral, pois a representação classista na

 justiça do trabalho restou extinta com a aprovação da EmendaConstitucional nº 24, de 9 de dezembro de 1999.

Page 30: 2 - Segurados Da Previdência Social

7/24/2019 2 - Segurados Da Previdência Social

http://slidepdf.com/reader/full/2-segurados-da-previdencia-social 30/42

80

Universidade do Sul de Santa Catarina

 Temos ainda um tipo bem específico de contribuinte individualque é:

o cooperado de cooperativa de produção que, nestacondição, presta serviço à sociedade cooperativa medianteremuneração ajustada ao trabalho executado.

Nos termos do art. 1º, § 3º, da Lei nº 10.666, de 8 de maio de2003: “Considera-se cooperativa de produção aquela em que seusassociados contribuem com serviços laborativos ou profissionaispara a produção em comum de bens, quando a cooperativadetenha por qualquer forma os meios de produção”.

No exemplo de Kertzman (2009, p. 99): “As pessoas físicasprodutoras rurais de leite, que se reúnem para produzire vender seus produtos a grandes indústrias poderãoconstituir-se sob a forma de cooperativa de produção”.É o caso das cooperativas de leite e derivados.

Há também o Microempreendedor Individual (MEI), quecaracteriza o pequeno empresário individual.

De acordo com a disciplina do § 1º do art. 18-A daLei Complementar nº 123, MEI é o empresário individual quetenha auferido receita bruta, no ano-calendário anterior, deaté R$ 36.000,00 (trinta e seis mil reais), optante pelo SimplesNacional, e que não esteja impedido de optar pela sistemáticaprevista neste artigo. 

Portanto, não poderá ser enquadrado como contribuinteindividual para efeito de recolhimento de alíquota diferenciadade contribuição social o MEI que:

  possuir mais de um estabelecimento;

  participar de outra empresa como titular, sócioou administrador;

 

contratar mais de 1 (um) empregado;

Page 31: 2 - Segurados Da Previdência Social

7/24/2019 2 - Segurados Da Previdência Social

http://slidepdf.com/reader/full/2-segurados-da-previdencia-social 31/42

81

Direito da Seguridade Social

Unidade 2

  atuar no ramo de construção de imóveis, administraçãoe locação de imóveis, vigilância, limpeza, conservação,academia de dança ou esportiva, criação de programas

de computadores (softwares ), laboratório de análisesclínicas etc.

Agora, para complementar o estudo, sugerimosque você pesquise e identifique, na doutrina, outrascategorias de trabalhadores enquadrados comocontribuintes individuais para fins previdenciários.

Trabalhador avulso

Conforme estabelecido no art. 12, inciso VI, daLei nº 8.212/1991 e mais especificamente no art. 9º, VI, doDecreto nº 3.048/1999, é segurado trabalhador avulso:

aquele que, sindicalizado ou não, presta serviço de

natureza urbana ou rural, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, com a intermediação obrigatóriado órgão gestor de mão-de-obra, nos termos daLei nº 8.630, de 25 de fevereiro de 1993, ou do sindicatoda categoria.

Característica marcante dos trabalhadores avulsos éa eventualidade, pois são normalmente convocadospara trabalhar de acordo com a oferta de serviço, emuma ou mais empresas, sem criar vínculo de emprego,sendo-lhes garantidos todos os direitos trabalhistas.

Os trabalhadores portuários, não sem razão, são a classe maisrepresentativa dessa modalidade de segurado – o trabalhadoravulso. Mas existem outras categorias de trabalhadores avulsos.

O Decreto nº 3.048/1999, no dispositivo citado, enumera como

trabalhadores avulsos: a) o trabalhador que exerce atividadeportuária de capatazia, estiva, conferência e conserto de carga,

Page 32: 2 - Segurados Da Previdência Social

7/24/2019 2 - Segurados Da Previdência Social

http://slidepdf.com/reader/full/2-segurados-da-previdencia-social 32/42

82

Universidade do Sul de Santa Catarina

 vigilância de embarcação e bloco; b) o trabalhador de estiva demercadorias de qualquer natureza, inclusive carvão e minério;c) o trabalhador em alvarenga (embarcação para carga e descarga

de navios); d) o amarrador de embarcação; e) o ensacador de café,cacau, sal e similares; f) o trabalhador na indústria de extração desal; g) o carregador de bagagem em porto; h) o prático de barraem porto; i) o guindasteiro; e j) o classificador, o movimentador eo empacotador de mercadorias em portos.

Delgado (2004 apud ALENCAR, 2009, p. 198) ensinaque: “O obreiro chamado avulso corresponde à modalidadede trabalho eventual, que oferta sua força de trabalho, porcurtos períodos de tempo, a distintos tomadores, sem se fixarespecificamente a qualquer deles”.

O trabalhador avulso, segundo Martinez (1999 apud CASTRO;LAZZARI, 2010, p. 213), tem características tanto detrabalhador que está na condição de empregado quanto daqueleque labora autonomamente:

São suas principais características: a) liberdade

laboral – inexiste vínculo empregatício entre eles eo síndico ou com o armador (proprietário do veículotransportador); b) prestação de serviços para mais de umaempresa, bastante comum no caso portuário, e dada anatureza do meio de transportes; c) execução de serviçosnão eventuais às empresas tomadoras de mão-de-obra,sem subordinação a elas; d) trabalho para terceiroscom mediação de entidades representativas ou não; ee) exclusividade na execução de atividades portuárias.

O trabalhador avulso será sempre intermediado por sindicato dacategoria ou, sendo o trabalho executado em área portuária, porórgão gestor de mão de obra, conhecido pela sigla OGMO.

Pelo comando do art. 18 da Lei nº 8.630/1993, “Lei dos Portos”,em cada porto organizado deverá existir um órgão gestor de mãode obra, que ficará incumbido de, entre outras atividades:

administrar o fornecimento da mão de obra dotrabalhador portuário e do trabalhador portuário avulso;

manter, com exclusividade, o cadastro do trabalhadorportuário e o registro do trabalhador portuário avulso;

Page 33: 2 - Segurados Da Previdência Social

7/24/2019 2 - Segurados Da Previdência Social

http://slidepdf.com/reader/full/2-segurados-da-previdencia-social 33/42

83

Direito da Seguridade Social

Unidade 2

  selecionar e registrar o trabalhador portuário avulso; e

  arrecadar e repassar, aos respectivos beneficiários,

os valores devidos pelos operadores portuários,relativos à remuneração do trabalhador portuárioavulso e aos correspondentes encargos fiscais, sociaise previdenciários.

O Decreto nº 3.048/1999, no art. 9º, § 7º, traz asdefinições das atividades portuárias de capatazia,estiva, conferência e conserto de carga, vigilânciade embarcação e bloco. Amplie seu conhecimento:pesquise e confira o conteúdo dessas disposições.

Segurado especial

De início, cumpre mencionar que a Constituição Federal, desdea EC nº 20/1998, assegurou a proteção social previdenciáriaao produtor, ao parceiro, ao meeiro e ao arrendatário ruraise ao pescador artesanal, bem como aos respectivos cônjuges,que exerçam suas atividades em regime de economia familiar,desde que não tenham empregados permanentes, mediantecontribuição, definida por alíquota específica, sobre o resultadoda comercialização da produção. (art. 195, § 8º).

Em nível infraconstitucional, o art. 12, inciso VII, daLei nº 8.212/1991 e o art. 9º, VII, do Decreto nº 3.048/1999especificam quem é segurado especial:

a pessoa física residente no imóvel rural ou emaglomerado urbano ou rural próximo a ele que,individualmente ou em regime de economia familiar,ainda que com o auxílio eventual de terceiros a título demútua colaboração.

Pelas normas citadas e as significativas alterações trazidas pelaLei nº 11.718, de 20 de junho de 2008, é segurado especial:

Page 34: 2 - Segurados Da Previdência Social

7/24/2019 2 - Segurados Da Previdência Social

http://slidepdf.com/reader/full/2-segurados-da-previdencia-social 34/42

84

Universidade do Sul de Santa Catarina

(i) o pequeno produtor rural que explora atividadeagropecuária, não importando se é proprietário da terra,usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro, meeiro,outorgado, comodatário ou arrendatário. A área

explorada não pode ultrapassar a medida de quatromódulos fiscais fixados para o respectivo município.Se ultrapassar esta medida, o produtor rural seráenquadrado como contribuinte individual.

(ii) o seringueiro ou extrativista vegetal mediantecoleta e extração de modo sustentável, de recursosnaturais renováveis (nos termos do inciso XIIdo caput do art. 2º da Lei no 9.985, de 18 de julho de2000) e que faça dessas atividades o seu principal meiode vida. Neste caso, não há limitação quanto ao

tamanho da propriedade;

(iii) o pescador artesanal ou a este assemelhado(mariscador, caranguejeiro, eviscerador observador decardumes, pescador de tartarugas e catador de algas),que faça da pesca profissão habitual ou principal meiode vida, desde que não utilize embarcação ou tenha estaaté seis toneladas de arqueação bruta; e

(iv) o cônjuge ou companheiro, bem como o filho maiorde 16 (dezesseis) anos de idade ou a este equiparado, dosegurado – pequeno produtor rural, seringueiro ouextrativista vegetal, pescador artesanal ou assemelhado –,que, comprovadamente, trabalhem com o grupofamiliar respectivo.

Por regime de economia familiar entende-se aatividade em que o trabalho dos membros dafamília é indispensável à própria subsistência e

ao desenvolvimento socioeconômico do núcleofamiliar, desde que exercido em condições demútua dependência e colaboração, sem a utilizaçãode empregados permanentes. (art. 12, § 1º,Lei nº 8.212/1991).

Consta no art. 12, § 7º, da citada Lei nº 8.212/1991 a seguintedisciplina: “Para serem considerados segurados especiais, ocônjuge ou companheiro e os filhos maiores de 16 (dezesseis)

anos ou os a estes equiparados deverão ter participação ativa nasatividades rurais do grupo familiar”.

Lembre-se que a caracterização de

módulos fiscais já foi apresentada

nesta unidade.

Page 35: 2 - Segurados Da Previdência Social

7/24/2019 2 - Segurados Da Previdência Social

http://slidepdf.com/reader/full/2-segurados-da-previdencia-social 35/42

85

Direito da Seguridade Social

Unidade 2

O grupo familiar poderá utilizar-se de empregados contratadospor prazo determinado ou trabalhador que presta serviço denatureza urbana ou rural, em caráter eventual, sem relação de

emprego, em épocas de safra, à razão de no máximo 120 (centoe vinte) pessoas/dia no ano civil, em períodos corridos ouintercalados ou, ainda, por tempo equivalente em horas detrabalho. (art. 12, § 8º, Lei nº 8.212/1991).

Segurado facultativo

Embora já tenhamos passado rapidamente pelo conceito de

segurado facultativo, agora é a vez de estudar um pouco maissobre esta espécie de contribuinte do RGPS.

A filiação ao RGPS a título facultativo, como o próprionome diz, é um ato de vontade, já que a lei não obrigaquem não desenvolve qualquer tipo de atividademediante remuneração a participar do sistemaprevidenciário público.

De acordo com o art. 11 do Decreto nº 3.048/1999: “É seguradofacultativo o maior de dezesseis anos de idade que se filiar aoRegime Geral de Previdência Social, mediante contribuição,na forma do art. 199, desde que não esteja exercendo atividaderemunerada que o enquadre como segurado obrigatório daprevidência social.”

Desse enunciado, retira-se que, para se filiar ao RGPS por

 vontade própria, a pessoa não poderá exercer qualquer tipo deatividade remunerada, fato que a obrigaria a contribuir para osistema como segurado obrigatório.

Sendo assim, podem-se filiar facultativamente: (i) a dona decasa; (ii) o síndico de condomínio, quando não remunerado;(iii) o estudante; (iv) o brasileiro que acompanha cônjuge quepresta serviço no exterior; (v) aquele que deixou de ser seguradoobrigatório da previdência social; (vi) o membro de conselho

tutelar de que trata o art. 132 da Lei nº 8.069, de 13 de julhode 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), quando não

Page 36: 2 - Segurados Da Previdência Social

7/24/2019 2 - Segurados Da Previdência Social

http://slidepdf.com/reader/full/2-segurados-da-previdencia-social 36/42

86

Universidade do Sul de Santa Catarina

esteja vinculado a qualquer regime de previdência social;(vii) o bolsista e o estagiário que prestam serviços a empresade acordo com a legislação atual que disciplina o estágio de

estudantes, Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008; (viii)o bolsista que se dedique em tempo integral à pesquisa, cursode especialização, pós-graduação, mestrado ou doutorado,no Brasil ou no exterior, desde que não esteja vinculado aqualquer regime de previdência social; (ix) o presidiário que nãoexerce atividade remunerada nem esteja vinculado a qualquerregime de previdência social; (x) o brasileiro residente oudomiciliado no exterior, salvo se filiado a regime previdenciáriode país com o qual o Brasil mantenha acordo internacional;

entre outros (Decreto nº 3.048/1999, art. 11, § 1º).Note que a legislação previdenciária não permite que alguém jáfiliado a regime próprio de previdência social contribua para oRGPS na qualidade de segurado facultativo. Essa possibilidadesó será admitida na hipótese de afastamento não remunerado docargo ou função e desde que, nesta condição, não possa continuarcontribuindo para o respectivo regime próprio.

Achou complexa essa hipótese? Acompanhe o exemplo a seguirpara verificar que não é.

Imagine uma servidora pública filiada a regimepróprio que pede licença não remunerada paraacompanhar o cônjuge que foi estudar no exteriordurante dois anos. Como o regime previdenciáriode origem não permite que continue contribuindona condição de licenciada, neste caso, ela poderá

contribuir para o RGPS, enquanto durar o seuafastamento, como segurada facultativa.

Outra nota importante: a filiação do segurado facultativono RGPS só gera efeito a partir da inscrição e do primeirorecolhimento, significando que não se pode retroagir, tampoucoefetuar pagamento de contribuições relativas a competênciasanteriores à data da inscrição. Após a inscrição, o seguradofacultativo somente poderá recolher contribuições em atrasoquando não tiver ocorrido a perda da qualidade de segurado.

Page 37: 2 - Segurados Da Previdência Social

7/24/2019 2 - Segurados Da Previdência Social

http://slidepdf.com/reader/full/2-segurados-da-previdencia-social 37/42

87

Direito da Seguridade Social

Unidade 2

Disposições de lei específicas

Agora, é necessário tecer breves comentários sobre alguns

dispositivos da legislação previdenciária, cujo conhecimentocontribui para a compreensão do sistema como um todo.

Dispõe o art. 12, § 2º, da Lei nº 8.212/1991 que: “Todoaquele que exercer, concomitantemente, mais de uma atividaderemunerada sujeita ao Regime Geral de Previdência Social éobrigatoriamente filiado em relação a cada uma delas.”

É fácil identificar uma situação que explica esse comando legal.

Imaginemos uma pessoa que tenha distintosvínculos de empregos, por exemplo, um profissionalda informática que trabalhe em duas empresas.Nessa hipótese, o trabalhador será filiado aoRGPS em decorrência de cada um dos vínculos deemprego. A sua contribuição considerará a soma dasremunerações recebidas em cada uma das empresas,respeitados os limites fi ados pela lei, assunto que seráabordado quando estudarmos as contribuições sociaisdos segurados.

Também merece destaque a situação, muito recorrente,do segurado aposentado que retorna ao mercado detrabalho. O legislador previdenciário determinou que oaposentado que estiver exercendo ou voltar a exerceratividade que o qualifi ue como segurado obrigatóriodo RGPS ficará, em relação a essa nova atividade,sujeito ao recolhimento de contribuições sociais,nos termos da lei, para fins de custeio do sistema de

seguridade social. (Lei nº 8.212/1991, art. 12, § 4º).

Outra nota: Já vimos que o servidor público civil ocupantede cargo efetivo ou o militar das esferas da União, dosestados-membros, do Distrito Federal ou dos municípios,bem como suas respectivas autarquias e fundações, sãoexcluídos do RGPS, desde que amparados por regimepróprio de previdência social. Mas, caso esse mesmo servidorpúblico civil ocupante de cargo efetivo ou militar exerça,concomitantemente, uma ou mais atividades abrangidaspelo RGPS, tornar-se-á segurado obrigatório em relação

Page 38: 2 - Segurados Da Previdência Social

7/24/2019 2 - Segurados Da Previdência Social

http://slidepdf.com/reader/full/2-segurados-da-previdencia-social 38/42

88

Universidade do Sul de Santa Catarina

a essas atividades. Ainda, se for requisitado para outroórgão ou entidade cujo regime previdenciário não permitaa filiação nessa condição, permanecerá vinculado ao regime

de origem, obedecidas as regras que cada ente estabeleçaacerca de sua contribuição. (Lei nº 8.212/1991, art. 13).

Muito bem!

Chegamos ao final da unidade, mas, lembre-se, não ao fim doseu estudo. Prossigamos com as atividades e conferência, pormeio de sua síntese, de alguns assuntos abordados nesta unidade!

Síntese

Vamos, então, fazer um apanhado do conteúdo apresentado nesta

unidade com o intuito de fixar os conceitos abordados.O nosso estudo começou com a identificação das duas fontesde financiamento da seguridade social consignadas no textoconstitucional em vigor: a que tem origem nos recursos doEstado, sendo por consequência de toda a sociedade, e asprovenientes das contribuições sociais devidas por pessoas físicase jurídicas em razão das atividades que desenvolvem, o queresulta em uma obrigação de contribuir.

Falando em obrigação, observamos que a contribuição social é umaobrigação que tem conteúdo de tributo, basicamente porque delase extraem o fato gerador, o sujeito ativo – o Estado –, o sujeitopassivo – o contribuinte – e a prestação pecuniária – a importânciaem dinheiro a ser recolhida a título de contribuição social.

A previdência social, braço do sistema de seguridade brasileiro,é organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivoe de filiação obrigatória. Filiação obrigatória, sim, pois todo

aquele que desenvolve algum tipo de atividade remunerada

Page 39: 2 - Segurados Da Previdência Social

7/24/2019 2 - Segurados Da Previdência Social

http://slidepdf.com/reader/full/2-segurados-da-previdencia-social 39/42

89

Direito da Seguridade Social

Unidade 2

 vincula-se ao sistema. O caráter contributivo explica que paraalguém ser sujeito de direito de algum benefício ou serviçode natureza previdenciária precisa contribuir para o regime.

Do contrário, não se está falando em previdência, mas sim emassistência social.

As pessoas físicas se filiam ao RGPS a título obrigatório ea título facultativo e, como seguradas, passam a ter deveres,relativamente à obrigação de contribuir, e direitos, quandonecessitam de determinadas prestações previdenciárias, para siou para seus dependentes.

A categoria “segurado” do RGPS tem duas espécies: obrigatórioe facultativo. A espécie “obrigatório” ainda se subdivideem: empregado, empregado doméstico, trabalhador avulso,contribuinte individual e segurado especial, valendo lembraro seguinte:

O empregado, regra geral, é aquela pessoa “que prestaserviço de natureza urbana ou rural à empresa, emcaráter não eventual, sob sua subordinação e medianteremuneração, inclusive como diretor empregado”.

O empregado doméstico é aquele que trabalha para pessoaou família, ou entidade familiar, mediante remuneração,de forma continuada e no âmbito da residência.

  O trabalhador avulso é aquele, sindicalizado ou não, quepresta serviço de natureza urbana ou rural, a diversasempresas, sem vínculo empregatício, mas sempre coma intermediação do órgão gestor de mão de obra ou

sindicato da categoria. O contribuinte individual, por sua vez, caracteriza aquela

pessoa que trabalha sem relação de emprego, podendoprestar serviço de natureza eventual a uma ou maisempresas. O empresário também está nesta classificação.

Por definição legal, o segurado especial é a “pessoa físicaresidente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ourural próximo a ele que, individualmente ou em regime

de economia familiar, ainda que com o auxílio eventualde terceiros a título de mútua colaboração”.

Page 40: 2 - Segurados Da Previdência Social

7/24/2019 2 - Segurados Da Previdência Social

http://slidepdf.com/reader/full/2-segurados-da-previdencia-social 40/42

90

Universidade do Sul de Santa Catarina

Por último, verificamos que o segurado facultativo é a pessoa,maior de dezesseis anos de idade, que optou por, voluntariamente,filiar se e contribuir para o RGPS. Este tipo de segurado não

poderá exercer qualquer atividade remunerada que o enquadrecomo segurado obrigatório.

Feitas essas derradeiras anotações, aproveitamos paraconvidá-lo(a) para as atividades de autoavaliação desta unidade.

Atividades de autoavaliação

Novamente, lembramos que os exercícios de autoavaliação aqui propostosdevem ser resolvidos sem consulta ao gabarito, justamente para vocêassimilar mais facilmente o conteúdo apresentado na unidade.

1) Com base no estudo das espécies de segurados do RGPS, preencha asegunda coluna de acordo com a primeira.

1 - empregado

2 - empregado doméstico

3 - trabalhador avulso

4 - contribuinte individual

5 - segurado especial

6 - não é segurado do RGPS

7 - facultativo

( ) Dona de casa que não exerce qualquertipo de atividade remunerada.

( ) Quem presta serviço de naturezacontínua e sem fins lucrativos auma família.

( ) Pastor de fé religiosa.

( ) Ocupante de cargo eletivo (deputado),que é servidor público.

( ) Profissional especializado em pintura decasas que trabalha por conta própria.

( ) Magistrado que exerce,concomitantemente e com vínculoempregatício, atividade abrangida peloRGPS.

( ) Proprietário de pequeno imóvel rural eque trabalha em regime de economiafamiliar, sem auxílio de empregado.

( ) Aposentado que retorna ao mercado detrabalho, com contrato regido pela CLT.

( ) Trabalhador da área portuária.

( ) Diretor que não é empregado.

Page 41: 2 - Segurados Da Previdência Social

7/24/2019 2 - Segurados Da Previdência Social

http://slidepdf.com/reader/full/2-segurados-da-previdencia-social 41/42

91

Direito da Seguridade Social

Unidade 2

2) Analise as assertivas abaixo e, de acordo com o conteúdo destaunidade, assinale com V a(s) que são verdadeira(s) e com F a(s) falsa(s).Indique também o fundamento legal que dá suporte à sua resposta.

a) ( ) João, depois de certo tempo de aposentado, decidiu retornar aomercado de trabalho para complementar a renda familiar. Nessa condição,João não precisa continuar contribuindo para a previdência social.

Justificativa:

b) ( ) O meeiro que explore, em regime de economia familiar,atividade agropecuária, em área rural inferior a quatro módulosfiscais, é considerado segurado especial.

Justificativa:

c) ( ) O servidor civil ocupante de cargo efetivo ou o militar da União,dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios bem como o dasrespectivas autarquias e fundações são excluídos do Regime Geral de

Previdência Social consubstanciado na lei nº 8.212/1991.Justificativa:

Page 42: 2 - Segurados Da Previdência Social

7/24/2019 2 - Segurados Da Previdência Social

http://slidepdf.com/reader/full/2-segurados-da-previdencia-social 42/42

Universidade do Sul de Santa Catarina

3) Com base no estudo realizado é correta a tese de que a contribuiçãosocial para a seguridade social é uma espécie de tributo? Por quê?

Saiba mais

Para aprofundar os conteúdos estudados nesta unidade vocêpoderá consultar as seguintes referências:

CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista.Manual de direito previdenciário. 12. ed. Florianópolis:

Conceito Editorial, 2010. Parte II, cap. 2-5.

GOES, Hugo. Manual de direito previdenciário: teorias equestões. 3. ed. Rio de Janeiro: Ferreira, 2009. cap.3.

IBRAHIM, Fábio Zambitte. Curso de direito previdenciário.15. ed., rev., ampl. e atual. Niterói: Impetus, 2010. cap. 4.

LOPES JUNIOR, Nilson Martins. Direito previdenciário: