instituto federal de educaÇao, ciÊncias e tecnologia …

18
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇAO, CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DO PIAUÍ CAMPUS TERESINA CENTRAL DIRETORIA DE ENSINO DEPARTAMENTO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES, LETRAS E CIÊNCIAS - DFPLC COORDENAÇÃO DO CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA JOELMA DE CARVALHO SILVA MODELAGEM MATEMÁTICA: UMA ESTRATÉGIA SIGNIFICATIVA NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM PARA ALUNOS COM DISCALCULIA TERESINA, PI 2017

Upload: others

Post on 24-Oct-2021

3 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇAO, CIÊNCIAS E TECNOLOGIA …

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇAO, CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

DO PIAUÍ

CAMPUS TERESINA CENTRAL

DIRETORIA DE ENSINO

DEPARTAMENTO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES, LETRAS E

CIÊNCIAS - DFPLC

COORDENAÇÃO DO CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA

JOELMA DE CARVALHO SILVA

MODELAGEM MATEMÁTICA: UMA ESTRATÉGIA SIGNIFICATIVA NO

PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM PARA ALUNOS COM

DISCALCULIA

TERESINA, PI 2017

Page 2: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇAO, CIÊNCIAS E TECNOLOGIA …

FOLHA DE APROVAÇÃO

TÍTULO: “Discalculia: O que sabem os profissionais de ensino em Matemática?”

ALUNO(A): Joelma de Carvalho Silva

DATA: 15 de dezembro de 2017

O Trabalho de Conclusão de Curso defendido junto ao Departamento de Formação de

Professores, Letras e Ciências/PARFOR, aprovado pela banca examinadora:

a ssinatura no originalProfa. Me. Luzia Áurea Bezerra Albano Barbosa – OrientadoraInstituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí

a ssinatura no originalProf. Me. Domingos dos Santos Ponciano – Avaliador

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí

a ssinatura no originalProf. Me. Ricardo Feitosa de Carvalho – Avaliadora

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí

Teresina, 15 de dezembro de 2017.

Page 3: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇAO, CIÊNCIAS E TECNOLOGIA …

MODELAGEM MATEMÁTICA: UMA ESTRATÉGIA SIGNIFICATIVA NO

PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM PARA ALUNOS COM

DISCALCULIA 1

Joelma de Carvalho Silva 2

RESUMO

Muitos alunos que apresentam dificuldades na aprendizagem da Matemática,

recebem rótulos como preguiçosos, desleixados, desinteressados, dentre outros. Uma

justificativa para isso reside no fato dos professores de Matemática desconhecerem as causas

dessas dificuldades, muitas delas associadas à Discalculia, um distúrbio de aprendizagem da

Matemática. A pesquisa de abordagem qualitativa, foi realizada a partir de levantamento

bibliográfico e pesquisa de campo através de aplicação de questionário e teve como objetivos

investigar os conceitos e características da Discalculia, conhecer as concepções dos

professores de matemática sobre Discalculia, mostrar a importância de elevar a autoestima

dos alunos discalcúlicos e analisar a importância da Modelagem Matemática como estratégia

no processo de ensino-aprendizagem para ajudar os alunos a superarem as dificuldades de

aprendizagem em Matemática. Para tanto, contou-se com estudos de Campos (2015),

Ribeiro (2009), Carrera (2009), Vieira (2004), dentre outros. O estudo mostrou que a

Discalculia é algo novo para os professores de Matemática e que só por meio de um olhar

atento, é que os professores poderão ajudar seus alunos discalcúlicos, encaminhando-os a

um profissional especializado no tratamento dessa dificuldade de aprendizagem denominada

Discalculia. O questionário foi aplicado com os sujeitos da pesquisa, professores de

Matemática de escolas do município de Barras-PI, objetivando conhecer as representações

dos profissionais de ensino e o que eles sabem sobre Discalculia. Os resultados encontrados

1 Artigo apresentado como requisito para obtenção de grau de licenciado em ciências biológicas do

Instituto Federal do Piauí/Campus Teresina Central, sob a orientação da prof.ª Ma. Luzia Áurea

Bezerra Albano Barbosa, professora efetiva do Instituto Federal do Piauí, Campus Teresina Central.

Graduada em Licenciatura em Pedagogia (UFPI), Especialista em Ensino (UFPI). Mestra em Ensino

de Ciências e Matemática (ULBRA/Canoas/RS), Doutoranda em Educação (UFPI).

2 Aluna do Curso de Matemática Instituto Federal do Piauí, Campus Teresina Central. Licenciada

em Normal Superior (UESPI), Pós-Graduada em Psicopedagogia Clínica e Institucional, Docência

em Ensino Superior (UVA) e Língua Brasileira de Sinais – Libras (UESPI).

Page 4: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇAO, CIÊNCIAS E TECNOLOGIA …

foram que os profissionais desconhecem a Discalculia e não conseguem distinguir as

características de um aluno com Discalculia. Ao final, propõe-se a Modelagem Matemática

como estratégia para promover o processo de ensino-aprendizagem como estratégia para que

os alunos superem suas dificuldades, tendo um melhor aproveitamento nas aulas de

Matemática e elevando sua autoestima. Ademais, partindo de problemas do cotidiano dos

alunos e buscando solucioná-los, a aprendizagem torna-se mais significativa.

Palavras-chave: Aprendizagem da Matemática. Discalculia. Autoestima. Modelagem

Matemática.

ABSTRACT

Many students who are struggling to learn mathematics receive various labels, such

as lazy, sloppy, disinterested, and many others, because mathematics teachers are unaware

of the causes of these difficulties, many of them associated with Discalculia, which is a

learning disorder of mathematics. The research of a qualitative approach, from a

bibliographical survey and field research through questionnaire application, had as

objectives to investigate the concepts and characteristics of Discalculia, to know the

conceptions of mathematics teachers about Dyscalculia, to show the importance of raising

self-esteem of discalcultural students and propose Mathematical Modeling as a strategy in

the teaching-learning process to help students overcome difficulties in learning

Mathematics. For that, we counted on studies of Campos (2015), Ribeiro (2009), Carrera

(2009), Vieira (2004) and others. The study showed that Discalculia is something new for

math teachers and that it is only with a close eye that these teachers will be able to help their

discalculous students by referral them to a specialized professional to help them. The

questionnaire was applied with the subjects of the research, teachers of Mathematics of

schools of the municipality of Barras-Piauí, to know what the teaching professionals know

about the subject approached. The results were that the professionals are not aware of

Diiscalculia and can not distinguish the characteristics of a student with Discalculia. In the

end, it is proposed the Mathematical Modeling as a strategy to promote the process of

teaching learning as a strategy so that students overcome their difficulties, have a better use

in Mathematics classes and raise their self-esteem, because starting from problems of their

daily learning becomes more meaningful.

Keywords:Learning Mathematics. Dyscalculia. Self esteem. Mathematical Modeling.

1 A APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA E A DISCALCULIA

Segundo Carrera (2009), na aprendizagem da Matemática estão envolvidas distintas

competências cognitivas tais como: a utilização da informação numérica, a memória de

trabalho, a atenção e a concentração, destrezas espaços-temporais, destrezas perceptivo-

motoras, competências do raciocínio lógico e outras mais. À margem destes aspectos, a

dificuldade nesta área tem muito a ver com a forma como ela é abordada; com as estratégias

didáticas utilizadas para o seu ensino-aprendizagem e as situações emocionais que afetam

Page 5: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇAO, CIÊNCIAS E TECNOLOGIA …

seu desempenho. Um grande número de estudantes apresenta dificuldade na aprendizagem

da Matemática e uma porcentagem significativa considera os conteúdos dessa área de difícil

aprendizagem. De acordo com o Relatório De Olho nas Metas 2011 (Todos pela Educação,

2011) um percentual de 89% de estudantes chega ao final do Ensino Médio sem aprender o

mínimo desejado nessa disciplina. O Brasil ocupa a 57ª posição no ranking mundial de

aprendizagem de matemática em uma lista de 65 países contemplados pelo Programa

Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa).

Durante o estágio supervisionado, observou-se que muito dos professores de

Matemática, principalmente os dos 6º anos do Ensino Fundamental e 1º ano do Ensino

Médio, queixavam-se dos alunos que apresentavam dificuldades na resolução de problemas

envolvendo as quatro operações ou não escreviam corretamente símbolos Matemáticos.

Estudos comprovam que dificuldades na aprendizagem de Matemática estão relacionadas à

Discalculia. Buscou-se com este trabalhopesquisar sobre a Discalculia, seu conceito e

características, conhecer quais as concepções dos professores sujeitos da pesquisa sobre a

Discalculia, mostrar a importância de elevar a autoestima dos alunos discalcúlicose propor

a Modelagem Matemática como estratégia no processo de ensino-aprendizagem para ajudar

os alunos a superarem as dificuldades em aprender Matemática, quebrando o paradigma que

a disciplina é um “bicho papão”.

Considerado como uma dificuldade na aprendizagem de Matemática, a Discalculia

afeta as condições de desenvolvimento da capacidade cognitiva do aluno, impedindo que o

mesmo tenha melhor construção de ações que possam facilitar sua aprendizagem

(CAMPOS, 2015). Nesse sentido, o presente trabalho busca responder às seguintes questões:

o que é Discalculia? O que sabem os professores de Matemática sobre a Discalculia? Como

elevar a autoestima dos alunos com dificuldades na aprendizagem de Matemática? A

Modelagem Matemática ajuda os alunos com Discalculia a superarem suas dificuldades?

Na pesquisa de abordagem qualitativa, optou-se como ponto de partida a pesquisa

bibliográfica na busca de informações relevantes quanto ao conceito e características da

Discalculia, tais como: dificuldades enfrentadas para quem tem Discalculia, causas de

dificuldades Matemáticas em alunos com este distúrbio, a relação do professor de

Matemática com o aluno discalcúlico, condições que possibilitem levar o aluno discalcúlico

a construir formas de pensar e resolver os problemas matemáticos.

Page 6: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇAO, CIÊNCIAS E TECNOLOGIA …

Na pesquisa de campo, utilizou-se a aplicação de questionário para identificar o que

os professores de Matemática sabem sobre a Discalculia.Após análise dos dados, constatou-

se que os professores desconhecem a Discalculia, principalmente como distúrbio que

compromete a aprendizagem Matemática e que é necessário nos cursos de graduação, pós-

graduação e formação continuada, ter uma disciplina que dê ênfase a Discalculia, as causas,

as dificuldades e metodologias que possam ser usadas para que seus alunos discalcúlicos

criem, analisem, inventem e motivem-se para que a aprendizagem matemática faça sentido

e esses alunos deixem o medo de se colocar diante de situações que venham lhe constranger,

humilhar e debochar.

2 DISCULIA: UMA ANÁLISE DO TEMA

2.1 O QUE É DISCALCULIA

Para Correia (2007), uma dificuldade de aprendizagem específica se refere ao modo

como o indivíduo processa a informação levando em consideração suas capacidades e o

conjunto das suas realizações. As dificuldades de aprendizagem específicas estão

relacionadas à fala, a escrita, ao cálculo e/ou resolução de problemas matemáticos. Com

relação às dificuldades de aprendizagem referentes à Matemática, é de senso comum a

aceitação de que é difícil aprender Matemática porque esta é uma disciplina difícil e somente

“os gênios” conseguem aprender de forma significativa.

Muitas das dificuldades de aprendizagem em Matemática estão relacionadas à

Discalculia. Segundo Vieira (2004, p.111), “Discalculia significa, etimologicamente,

alteração da capacidade de cálculo e, em um sentido mais amplo, as alterações observáveis

no manejo dos números: cálculo mental, leitura dos números e escrita dos números”. Ela

acrescenta ainda que, na Discalculia pura, a única habilidade específica da matemática que

pode sofrer alteração é a perda da noção do conceito de número. Ao dizermos que a

Discalculia é um distúrbio de aprendizagem, estamos falando que ela é um conflito, uma

desordem, uma agitação que pode ser produzida por emoção e/ou disfunção.

Essa dificuldade não está relacionada com inteligência baixa, com experiência

educacional inadequada, dificuldades emocionais primárias ou carência sociocultural. Ela é

uma dificuldade intrínseca, sem relação com nenhum fator externo e apesar de atingir 6% da

população, o distúrbio ainda é pouco conhecido.

Page 7: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇAO, CIÊNCIAS E TECNOLOGIA …

Kosc (1974) foi o primeiro a se referir ao termo Discalculia, para ele, ela é uma

desordem estrutural nas habilidades matemáticas, tendo sua origem em desordens genéticas

ou congênitas naquelas partes do cérebro que são um substrato anatômico-fisiológico de

maturação das habilidades matemáticas.

Segundo Vieira (2004, p.111), “Discalculia significa, etimologicamente, alteração da

capacidade de cálculo e, em um sentido mais amplo, as alterações observáveis no manejo

dos números: cálculo mental, leitura dos números e escrita dos números”. Ela acrescenta

ainda que, na Discalculia pura, a única habilidade específica da matemática que pode sofrer

alteração é a perda da noção do conceito de número.

Quem tem Discalculia, apresenta dificuldades específicas em Matemática, como

tempo, medida, resolução de problemas, compreensão de símbolos, termos matemáticos,

dentre outros, ou seja, tem uma dificuldade significativa no desenvolvimento das habilidades

matemáticas que não é ocasionada por deficiência mental, deficiência visual ou auditiva nem

por má escolarização, mas, pela falta do mecanismo do cálculo e da resolução de problemas

ocasionada por distúrbio neurológico, que pode ser desencadeado por diversos fatores, como

hereditariedade, disfunções do Sistema Nervoso Central, ansiedade e outros.

Fonseca (1995) aponta algumas dificuldades de aprendizagem que estão comumente

associadas à Discalculia e que necessitam ser identificadas pelos educadores das séries

inicias. São dificuldades que a criança enfrenta ao relacionar termo a termo; associar

símbolos aditivos e visuais aos números; contar; aprender sistemas cardinais e ordinais;

visualizar grupos de objetos; compreender o princípio da conservação; realizar operações

aritméticas; perceber a significação dos sinais de adição (+) e subtração (-), de multiplicação

(x) e divisão (¸) e de igualdade (=); ordenar números espacialmente; lembrar operações

básicas, tabuadas; transportar números; seguir sequências; perceber princípios de medidas;

relacionar o valor de moedas, entre outros.

Os estudos sobre a Discalculia ainda são novos e tem um longo caminho a percorrer.

O que se sabe, é que a região cerebral usada para as habilidades matemáticas é o lobo parietal

nos dois hemisférios, junto com diversas áreas do cérebro, como o lobo occipital, memória

de trabalho visual, espacial e outros. Dessa forma, as causas devem ser diagnosticadas e

tratadas por meio de exames específicos e deve ser feito um acompanhamento com diversos

Page 8: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇAO, CIÊNCIAS E TECNOLOGIA …

profissionais, entre eles, o psicólogo, o psiquiatra, o pediatra, no caso de crianças e o

psicopedagogo. Caso não exista nenhum problema neurológico, deve ser entendido que a

Discalculia é de ordem psicológica.

Entender que a Discalculia é um distúrbio é importante para percebemos como um

diagnóstico errado pode interferir no desenvolvimento da criança ou adolescente por toda a

vida. Para tanto os professores de Matemática em sala de aula devem ficar atentos quando

ao comportamento do aluno e às dificuldades que este apresenta.

2.2 TIPOS DA DISCALCULIA

Estudos recentes demonstram que o Dr. Ladislav Kosc, teria descoberto a Discalculia

em 1974 e classificando-a em seis tipos, mostrando como este distúrbio afeta o aprendizado

matemático. Porém, é importante entender que uma pessoa discalcúlica pode sim reconhecer

símbolos matemáticos, mas não consegue resolver uma conta ou situação-problema e vice-

versa. O Quadro 1 apresenta os tipos de Discalculia e seus respectivas características

Quadro 1: Tipos e características de Discalculia

Tipos Características

Gráfica Dificuldade na leitura dos símbolos matemáticos.

Ideognóstica Dificuldade de fazer operações mentais e na compreensão de

conceitos matemáticos.

Operacional Dificuldade de fazer cálculos e na execução de operações.

Practognóstica Dificuldade para enumerar, comparar e manipular objetos reais ou em

imagens, matematicamente.

Verbal Dificuldade para nomear as quantidades matemáticas, os números, os

termos, os símbolos e as relações. Fonte: Kosc (1974)

De acordo com Campos (2015), a Discalculia pode ser dividida em três classes:

Natural: a criança ainda não foi exposta a todo o processo de contagem, logo não

adquire conhecimentos suficientes para compreender o raciocínio matemático;

Secundária: sua dificuldade na aprendizagem matemática está associada a outras

comorbidades, como, por exemplo, a dislexia;

Verdadeira: não apresenta evolução favorável no raciocínio lógico-matemático,

mesmo diante de diversas intervenções pedagógicas. Ela é diagnosticada tanto de forma

clínica e psicopedagógica.

Page 9: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇAO, CIÊNCIAS E TECNOLOGIA …

Segundo Vitor Haase (2011) em entrevista à revista Carta Fundamental, os fatores

que interferem na aprendizagem da Matemática são três: primeiro, o senso numérico,

acuidade que um indivíduo tem de estimar o tamanho dos conjuntos sem precisar contar;

segundo, as habilidades fonológicas, pessoas com dislexia também têm dificuldades com a

Matemática, justamente por não conseguir lidar bem com estruturas sonoras das palavras; e

terceiro fator é a memória de trabalho que é extremamente importante para o cálculo mental.

Por isso, é preciso ser cauteloso ao afirmar que uma pessoa tem Discalculia, pois ao

fazermos essa afirmação, estaremos rotulando o aluno para o resto da vida. Dessa forma, é

importante uma consulta com uma equipe multidisciplinar para fazer um diagnóstico, pois

um aluno discalcúlico pode ter sucesso em sua vida acadêmica e profissional,

independentemente de suas limitações ou dificuldades, destacando-se em outras áreas.

2.3 DIFICULDADES ENFRENTADAS PARA QUEM TEM DISCALCULIA

Alunos com Discalculia conseguem entender alguns conceitos matemáticos, mas têm

grandes dificuldades de trabalhar com números, fórmulas e enunciados. Ela pode reconhecer

e compreender símbolos matemáticos, mas não consegue resolver um problema.

Segundo Carrera (2009), as áreas de dificuldades que podem interferir no

desempenho em matemática, consequentemente alunos com Discalculia são:

Quadro 2 – Áreas de dificuldades na aprendizagem de Matemática

Áreas Dificuldades

Habilidades espaciais Dificuldade em mediar, estimar, resolver problemas e desenvolver

conceitos geométricos;

Perseverança Dificuldade de passar mentalmente de uma tarefa para outra.

Linguagem Dificuldade para compreender alguns termos matemáticos,

principalmente quando um problema matemático precisa ser lido.

Raciocínio abstrato Dificuldade de compreender conceitos abstratos e que usualmente

requerem material concreto ou situações reais para compreensão.

Memória Dificuldade de relembrar informações que lhes foram apresentadas.

Processamento perceptivo Dificuldade na leitura e escrita de quantidades, na realização de

operações e em alguns casos na resolução de problemas.

Problemas emocionais Estudantes com interferências emocionais têm mais dificuldades em

Matemática que outros, pois esta área de aprendizagem requer

persistência e concentração.

Fonte: Carrera (2009).

Segundo Silva (2010), a criança com Discalculia é incapaz de:Visualizar conjuntos

de objetos dentro de um conjunto maior; conservar a quantidade, o que a impende de

Page 10: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇAO, CIÊNCIAS E TECNOLOGIA …

compreender que um quilo de café é igual a quatro pacotes de 250 gramas; compreender os

sinais matemáticos de soma, subtração, divisão e multiplicação; sequenciar ou classificar

números; montar operações; entender os princípios de medida; estabelecer correspondência

de um a um; dificuldade de compreender os números cardinais e ordinais.

É importante lembrar que, independentemente da dificuldade apresentada, o

discalcúlico pode e deve frequentar normalmente a sala de aula, pois ela apresenta um

distúrbio e não uma doença, que com estratégias adequadas, poderá seguir sua vida sem

maiores complicações.

Dessa forma, o aprendizado nos discalculicos acontece de maneira lenta, logo a

compreensão acerca das habilidades matemáticas é dificultada, e um novo olhar e uma

alteração nas ações em sala de aula podem minimizar tais dificuldades.

2.4 A RELAÇÃO DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA COM O ALUNO

DISCALCÚLICO

A escola é o primeiro caminho para uma vida plena em sociedade, pois ela não detém

o conhecimento, mas prepara cidadãos para a vida, onde se deve respeitar as diferenças e

dificuldades que cada um encontra em sua jornada.

Nesse sentido, o professor precisa ser um mediador entre a teoria e a prática em sala

de aula, e ajudar os colegas a respeitar a individualidade dos alunos com Discalculia, pois

os discalcúlicos necessitam de apoio, afetividade e socialização e cabe ao professor

promover isto em sala de aula.

A Disculculia prejudica a socialização do aluno com todos à sua volta, ela não só

apresenta dificuldades em Matemática, mas também com outros fatores importantes para o

seu desenvolvimento pessoal como ficar retraído, desorganizado, agressivo, impulsivo,

deprimido, com baixa autoestima e, por motivo, o professor precisar perceber esse distúrbio

precocemente.

No entanto, o professor de Matemática não precisa dominar a Neurociência, mas

precisa entende-la para poder ajudar seus alunos e auxilia-los na relação afetiva e em sua

motivação. Por isso, ao chamar a atenção dos professores de Matemática para a Discalculia

e a importância que existe em um professor saber reconhecer esse distúrbio e como o mesmo

atrapalha os alunos, este perceberá que como ele está diretamente ligado ao aluno, sua

Page 11: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇAO, CIÊNCIAS E TECNOLOGIA …

participação é de grande valia para a formação educacional e sucesso escolar do seu aluno

discalcúlico.

Por tanto, o professor deve reconhecer as habilidades e as limitações que os alunos

discalcúlicos possuem, procurar ajudar a diagnosticar o mais breve possível as causas de

suas dificuldades em habilidades matemáticas e incluir no seu cotidiano, atividades que

estimulem a coordenação motora, socialização, percepção e principalmente afeto para que

ocorra a maturidade educacional e social.

Cabe ao professor planejar suas aulas e escolher diversos recursos que sirvam de

apoio para o trabalho que será desenvolvido em sala, pois os discalcúlicos possuem

inteligência normal, apenas aprendem de forma diferente e para que isso aconteça é preciso

buscar atividades que proporcione interação, participação e socialização, pois seu papel é de

fundamental importância no desenvolvimento do seu aluno.

2.5 O ALUNO DISCALCÚLICO E SUA AUTOESTIMA

Quando pesquisamos sobre autoestima, percebemos que ela significa a valorização

em sim mesmo. Os alunos que apresentam não só Discalculia, como algum tipo de distúrbio,

tem sua autoestima baixa e por muitas vezes destruída por serem rotulados por possuir

limitações que os impedem de progredir com seus estudos. Eles encontram muita dificuldade

em coisas que, para professores e colegas de sala, parecem óbvias, então sentem incapazes

e consequentemente ficam com sua autoestima baixa.

Os alunos que possuem uma boa autoestima participam, interagem, aprendem e

socializam-se muito melhor. Já quando o aluno, principalmente com Discalculia, se depara

com a dificuldade de realizar uma tarefa ou quando erra a realização de alguma atividade,

os colegas e alguns professores zombam desse aluno, como se errar fosse algo imperdoável.

Isso só piora a situação, pois muitos não participam da aula, justamente para evitar essa

“tortura”.

D’ Ambrósio (1996, p.115) relata que “lamentavelmente continuamos a insistir que

inteligência e racionalidades estão identificadas com Matemática”. Muitos pais, professores

e até mesmo crianças acreditam que para ser um “bom aluno” é necessário ter grandes

habilidades na disciplina de Matemática, pois as demais são “fáceis”. Com esse pensamento,

Page 12: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇAO, CIÊNCIAS E TECNOLOGIA …

os alunos discalcúlicos tendem a ter sua autoestima ainda mais baixa por se acharem

incapazes de desenvolver outras habilidades. Seja ela no âmbito escolar, pessoal, físico e

emocional.

É muito importante que os pais e professores conversem com essas crianças ou jovens

com Discalculia, a fim de abrir espaço para questionamentos para que os mesmos possam

expor seus sentimentos e frustações, diminuindo seus medo e insegurança tanto na vida

escolar como pessoal. Pois, quando julgados pelos pais, professores e colegas de sala, os

discalcúlicos se afastam, deixando de participar das aulas de Matemática.

Segundo Polaino Lorente (2004, p. 21), “a autoestima não é outra coisa que a

estimulação de si mesmo, o modo como a pessoa se ama”. Dessa forma, encorajar e acreditar

nos alunos com Discalculia fará com que os mesmos voltem a acreditar em si mesmos,

criando, assim, um vínculo afetivo e social entre professores e alunos. Vínculo este que

servirá de base para continuidade nos anos escolares e fortalecimento de sua autoestima, pois

eles precisam da compressão de todos que estão à sua volta, e o apoio será fundamental para

seu sucesso escolar e social.

3 MODELAGEM MATEMÁTICA: UMA ESTRATÉGIA SIGNIFICATIVA NO

PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM PARA ALUNOS COM

DISCALCULIA

Atualmente, os alunos não só devem resolver operações, mas que raciocine sobre o

problema proposto. Ao participar das aulas com a utilização de jogos e resolução de

situações-problemas estes possam ser sentirem motivados para buscar respostas por si

mesmos, cabendo ao professor usar estratégias adequadas para poder desenvolver a

curiosidade e dar a possibilidade de utilizar vários recursos para chegar às respostas.

Segundo Carrera (2009, pág. 179) “A essência da matemática é a compreensão.

Envolve esforço constante unido à informação acumulada para adquirir novos

conhecimentos”. Os alunos não aprendem com informação carente de sentido, pois ao

concentrassem nas relações ao invés da pura memorização, sua aprendizagem será mais

significativa, duradoura e prazerosa.

Page 13: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇAO, CIÊNCIAS E TECNOLOGIA …

Nesse sentido, entendendo a modelagem como uma das possiblidades de estratégia

de ensino nas aulas de Matemática e que é possível uma aprendizagem significativa de

alunos com Discalculia.

Segundo Biembengut (1996), Modelagem Matemática é o processo que envolve a

obtenção de um modelo, o modelador deve ter uma dose significativa de intuição e

criatividade para interpretar o contexto, saber discernir que conteúdo matemático melhor se

adaptar e também ter senso lúdico para jogar com as variáveis envolvidas. Quando se usa

questões claras e objetivas, inseri em suas aulas recursos como jogos para trabalhar diversos

conteúdos, o professor está propondo ao aluno o contato com a Modelagem Matemática,

saindo do modo tradicional das aulas de Matemática.

Já para Barbosa (2004), Modelagem “é um ambiente de aprendizagem no qual os

alunos são convidados a problematizar e investigar, por meio da Matemática, situações com

referência na realidade”. E quando esse aluno vivência a situação-problema o aprendizado

ocorre de forma mais dinâmica e significativa.

Segundo Giancaterino (2009), “o processo de ensino e aprendizagem deve ser

construído, tendo como ponto de partida o nível de desenvolvimento real do aluno e como

ponto de chegada os objetivos estabelecidos pela escola”. Nesse sentido, ao usar situações

do cotidiano do aluno com Discalculia, estaremos propondo alternativas para aumentar a

motivação para a aprendizagem e a capacidade de resolver problemas.

Portanto a Modelagem Matemática é uma grande aliada do professor, pois todos os

alunos, incluindo principalmente os discalcúlicos, são convidados a problematizar e

investigar por meio da matemática, situações com referência na realidade, tornando a

aprendizagem mais prazerosa e significativa.

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Quanto à pesquisa de campo, apresentamos o resultado do questionário aplicado com

dez professores de Matemática do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental das escolas da zona

urbana do município de Barras (PI), para avaliar o conhecimento que os mesmos têm sobre

Discalculia.

Page 14: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇAO, CIÊNCIAS E TECNOLOGIA …

O questionário constava de vinte e uma questões, dividido em duas partes: a primeira,

com cinco questões relativas à formação e atuação como professor de Matemática; e a

segunda, com dezesseis questões do tipo aberta sobre a Discalculia.

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES – DISCALCULIA: O QUE SABEM OS

PROFESSORES DE MATEMÁTICA?

Dos dez professores entrevistados, sete são do sexo masculino e três do sexo

feminino, cinco lecionam no 6º e 7º ano e cinco lecionam em turmas de 8º e 9º ano,

sendo que seis professores lecionam 40 horas/semanais em escolas do município e quatro

professores lecionam 20 horas/semanais em escola municipal e outras 20 horas/semanais em

escola estadual. Sobre a formação acadêmica, dois são formados em Licenciatura em Física,

dois em Licenciatura em Química e quatro na área de atuação que é Matemática. Quanto à

pós-graduação, seis professores não possuem, enquanto quatro são pós-graduados, um em

Química e três em Ensino de Matemática.

Ao partir para as perguntas específicas, o que mais impressionou é que os sete

participantes que responderam o questionário, informaram não saber o que é Discalculia, e

que na sua formação acadêmica de graduação, o tema não foi abordado e apenas três

professores, Professor A, C e E responderam que sabiam o que é Discalculia e viram o tema

na pós-graduação e a definiram como:

Dificuldade na aprendizagem dos números (PROFESSOR A).

É uma desordem neurológica que afeta a habilidade de uma pessoa de

compreender e manipular números (PROFESSOR C).

É a dificuldade de o aluno agir, pensar e raciocinar (PROFESSOR E).

O que chama à atenção a essas respostas é que sete dos entrevistados não sabem a

definição de Discalculia, e o que se percebe que é preciso abordar esse assunto nas

graduações e pós-graduações, pois muitos professores se deparam com alunos que são

discalcúlicos e estes por falta de conhecimento, taxam esses alunos como desinteressados ou

desatentos e não suspeitam de situações ou comportamentos de um aluno com esse distúrbio.

Vale lembrar que, quando se fala de distúrbio não estamos nos referindo que um

aluno com Discalculia vá surtar na sala de aula com comportamentos agressivos, por

exemplo, o professor deve perceber que através de pequenos gestos, como timidez em

Page 15: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇAO, CIÊNCIAS E TECNOLOGIA …

relação aos colegas por não saber responder uma situação-problema no quadro, ele deve ter

e demonstrar uma conduta de não deixar seu aluno discalcúlico não constrangido.

Na seguinte pergunta: “Na sua experiência profissional você encontrou situações

que o fizeram suspeitar de Discalculia? Oito professores responderam não e apenas dois

professores, Professor C e F responderam que sim onde afirmaram que:

Timidez, em relação para com os colegas e não saber e nem entender

conteúdos (PROFESSOR C).

Geralmente apresenta um pouco de vergonha quando solicitado para uma

pratica na sala ou não querer mostrar sua tarefa (PROFESSOR F).

Isso nos mostra que os demais professores entrevistados não estão atentos aos

comportamentos dos alunos discalcúlicos, isso faz com que a autoestima desses alunos fique

baixa, pois a partir do momento que ele não quer mostrar sua tarefa ao professor, percebemos

que ele tem medo de ser rotulado ou criticado e acaba se isolado na sala.

Quando indagados sobre “Diante dos comportamentos apresentados pelo aluno com

Discalculia, qual sua conduta? ” Novamente, oito professores não responderam à pergunta e

apenas dois professores, Professor C e F responderam.

De aproximação e um acompanhamento individualizado (PROFESSOR

C).

Tenho sempre a preocupação em mostrar o passo a passo de uma operação

matemática para o aluno individualmente (PROFESSOR F).

Dos dez entrevistados, oito professores responderam não as seguintes perguntas:

Aluno sem dificuldades escolares prévias apresenta queda súbita de desempenho ao ser

apresentado aos princípios matemáticos. Isto levanta suspeita de Discalculia?; O aluno

aparenta estar disperso durante a aula de Matemática. Por vezes parece frustrado e ansioso.

Queixa-se e afirma não gostar da matéria. Isto pode ser Discalculia?; O aluno aparenta

dificuldade em resolver situações-problemas ou aparenta dificuldades em diferenciar sinais

matemáticos ou conceitos matemáticos. Isto pode ser Discalculia?

Podemos perceber que dos dez professores entrevistados, oito ignoram as “pistas”

que os alunos com Discalculia demonstram e por falta de conhecimento ou medo de lidar

com esses alunos, acabam frustrando-os ainda mais, visto que não demostram interesse na

Page 16: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇAO, CIÊNCIAS E TECNOLOGIA …

aprendizagem desses alunos e acabam ensinando de forma abstrata que só dificulta seu

desenvolvimento e aumentando as chances de baixo autoestima.

Ao serem indagados se o aluno com Discalculia apresenta outras dificuldades, seis

professores responderam que sim citando: “dificuldade em aprender, “desinteresse na

matéria e raiva do professor”, “ dificuldade de ordenar uma operação matemática que por

sua vez, dificulta fazer o cálculo”, “dificuldade de compreensão do enunciado de problemas.

Ao saber das dificuldades enfrentadas por um aluno com Discalculia, o professor de

Matemática precisa saber também quem são os profissionais que devem acompanhar e

participar do processo de aprendizagem, pois ele sozinho não será capaz de ajudar seu aluno

e entender que a Discalculia não é causada por pouca inteligência, falta de atenção, má

qualidade de ensino ou problemas sociais.

Finalizando a aplicação do questionário, sobre quais metodologias usariam durante

suas aulas com alunos com Discalculia, obteve-se as seguintes respostas:

Atualmente uso materiais lúdicos e manipuláveis para o desenvolvimento

da disciplina e usaria essa mesma metodologia com meu aluno

(PROFESSOR C).

Sabendo da dificuldade que se trata, usaria atividades específicas para

trabalhar com essa deficiência (PROFESSOR F).

Analisando as respostas dos entrevistados percebe-se que o tema Discalcúlia é pouco

ou não é discutido nos cursos acadêmicos de matemática e é de suma importância ter um

destaque, para que os professores de Matemática saibam identificar e usar metodologias para

que acompanhe suas aulas sem isolar seus alunos, deixando de rotulá-los como

desinteressados ou preguiçosos.

Dessa forma, uma metodologia que pode integrar alunos discalcúlicos com alunos

“normais” é a Modelagem Matemática onde o professor convida seus alunos a

problematizar, investigar e resolver problemas reais que afetam o dia a dia dos mesmos,

tornando a aprendizagem mais significativa.

Portanto, através da Modelagem Matemática, o aluno discalcúlico, principalmente,

percebe-se como sujeito ativo nesse processo de construção do conhecimento, propicia

Page 17: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇAO, CIÊNCIAS E TECNOLOGIA …

discussões diversas acerca de problemas sociais e proporciona uma motivação no cotidiano

escolar.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Percebeu-se com este trabalho que muitos professores de Matemática de Barras não

conhecem a Discalculia como um distúrbio e principalmente desconhecem as dificuldades

enfrentadas por alunos discalcúlicos pelo fato do tema não ser tratado com muita ênfase nos

cursos de graduação. Vimos que ela é um distúrbio que compromete muitas habilidades

matemáticas, mas que diagnosticada pelo olhar atento do professor e usando uma

metodologia que envolva toda a turma, como a Modelagem Matemática, já que ela trabalha

em dois pontos fundamentais: aliar o tema a ser escolhido com a realidade dos alunos e

aproveitar as experiências extraclasses dos alunos à experiência do professor na sala de aula

e principalmente que é preciso valorizar tudo o que o aluno discalcúlico fizer para que ele

ultrapasse barreiras e eleve sua autoestima.

Assim, ao saber diagnosticar um aluno com Discalculia e usar uma metodologia que

inclua todos os alunos no processo de ensino-aprendizagem, o professor estará contribuindo

significativamente no ensinar Matemática fazendo com que seus alunos sejam sujeitos ativos

no processo de construção do saber e faz com que o aluno com Discalculia compreenda

melhor os conceitos matemáticos, por exemplo, e o professor pensará duas vezes antes de

rotular seus alunos.

REFERÊNCIAS

BARBOSA, J.C. Modelagem Matemática: o que é? Por que? Como? Veritati, n.4, p.73-

80,2004. Disponível em: www.educadores.diaadia.pr.gov.br. Acesso em 12/112017.

BIEMBENGUT, M.S.; Hein, N. Modelagem Matemática no Ensino. São Paulo: Contexto,

2000.

CAMPOS, Ana Maria Antunes de. Discalculia: superando as dificuldades em aprender

Matemática/ Ana Maria Antunes de Campos. 2 ed. Rio de Janeiro. Wak Editora, 2015.

CARRERA, Gabriela. Dificuldades de Aprendizagem: Detecção e estratégias de ajuda.

Editora: Grupo Cultural, 2009.

CORREIA, L.M. Para uma definição portuguesa de dificuldades de aprendizagem

específicas. 2007. Disponível em:

Page 18: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇAO, CIÊNCIAS E TECNOLOGIA …

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-65382007000200002

Acesso em: 08.dez.2017.

DISCALCULIA: CONHECER PARA INCLUIR. Disponível em:

https://periodicos.ufsm.br/educacaoespecial/article/view/2386. Acesso 19/11/2017.

D’AMBROSIO, Ubiratan. Educação Matemática – Da teoria à prática.14 ed. Campinas,

SP: papiros, 2006.

ELES NÃO SABEM CALCULAR. Disponível em:

https://www.cartacapital.com.br/educacao//carta-fundamental-arquivo/eles-nao-sabem-

calcular. Acesso em 10/01/2017.

FONSECA, V. Introdução às dificuldades de aprendizagem. 2. ed. Porto Alegre: Artes

Médicas, 1995. 407 p.

GIANCATERINO, Roberto. A Matemática Sem Rituais. Rio de Janeiro: Wak Editora.

2009.

KOSC, L. Developmental dyscalculia. Journal of Learning Disabilities, v. 7, p. 164-177,

1974.

VIEIRA, E. Transtornos na aprendizagem da Matemática: número e discalculia.

Revista Ciências e Letras, n. 35, p. 109-119, 2004.

POLAINO LORENTE, A. Família y autoestima. Barcelona: Ariel, 2004. 361 p.

RIBEIRO, Flávia Dias. Jogos e Modelagem na Educação Matemática – Editora Saraiva,

2009.

Todos pela Educação. Relatório De Olho nas Metas 2011. Quarto relatório de

monitoramento das 5 Metas do Todos Pela Educação. Disponível em

https://www.todospelaeducacao.org.br/arquivos/biblioteca/de_olho_nas_metas_2011_tpe.p

df Acesso em 08.dez.2017.