inserÇÃo e trajetÓria profissional de egressos do curso de...
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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO- UNICID
PROGRAMA DE MESTRADO EM EDUCAÇÃO
ALAYDE RICARDO DA SILVA
INSERÇÃO E TRAJETÓRIA PROFISSIONAL
DE EGRESSOS DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM
ENFERMAGEM/CESMAC, NO MUNICÍPIO DE
PALMEIRA DOS ÍNDIOS/AL
SÃO PAULO/SP 2012
ALAYDE RICARDO DA SILVA
INSERÇÃO E TRAJETÓRIA PROFISSIONAL
DE EGRESSOS DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM
ENFERMAGEM/CESMAC, NO MUNICÍPIO DE
PALMEIRA DOS ÍNDIOS/AL
Dissertação apresentada ao Programa de
Mestrado em Educação da Universidade
Cidade de São Paulo, como requisito
exigido para obtenção do título de Mestre.
SÃO PAULO/SP 2012
FICHA CATALOGRÁFICA
Ficha elaborada pela Biblioteca Prof. Lúcio de Souza. UNICID
586i
Silva, Alayde Ricardo da
Inserção e trajetória profissional de egressos do
curso de graduação em enfermagem/CESMAC, no
município de Palmeira dos Índios/AL. / Alayde
Ricardo da Silva --- São Paulo, 2012.
120 p.
Bibliografia
Dissertação (Mestrado) - Universidade Cidade de
São Paulo. Orientadora Profª. Dra. Sandra Maria
Zákia Lian Sousa
1. Formação profissional. 2. Enfermagem. I.
Sousa, Sandra Maria Zákia Lian. II. Titulo.
CDD 610.73069
ALAYDE RICARDO DA SILVA
INSERÇÃO E TRAJETÓRIA PROFISSIONAL
DE EGRESSOS DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM
ENFERMAGEM/CESMAC, NO MUNICÍPIO DE
PALMEIRA DOS ÍNDIOS/AL
Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Educação da Universidade Cidade de São Paulo, como requisito exigido para obtenção do título de Mestre.
Área de Concentração Data da Defesa Resultado____________________________
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dra. Célia Haas ___________________________________________ Universidade Cidade de São Paulo Profª. Dra. Sandra Maria Zákia Lian Sousa ____________________________ Universidade Cidade de São Paulo Prof. Dra. Adriana Bauer _________________________________________ Universidade São Paulo
DEDICATÓRIA
Aos meus pais Evaldo e Geda pelo
apoio incondicional em todos os
momentos da minha vida, fontes de
sabedoria e exemplos de dedicação a
quem dedico todas as vitórias.
Aos meus irmãos Aprígio, Maysa,
Evandro e Paulo, que mesmo de longe
são fonte de estímulo para que eu trilhe
um caminho de exemplo.
A Luís, Vítor e Jane pela paciência,
cuidado e carinho.
Vocês são essenciais nessa trajetória!
.
AGRADECIMENTO
A Deus por me amparar nos momentos difíceis, dar-me força interior para
superar as dificuldades, mostrar-me os caminhos nas horas incertas e me suprir em
todas as minhas necessidades.
A minha orientadora, Profª Drª Sandra Maria Zákia, pela disponibilidade,
atenção e carinho com que me orientou nesta pesquisa, me sinto privilegiada por ter
sido sua orientanda.
Ao Profº Douglas Apratto pelo exemplo, dinamismo e oportunidade para a
realização do Mestrado.
Elbe Lins e Rudja Abreu, anjos da guarda que me orientam e guiam sempre!
Aos meus amigos por compreenderem minhas ausências neste período.
A amiga Sonia Helena por compartilhar comigo suas experiências, sensações
e momentos inesquecíveis durante a realização desta caminhada.
Aos docentes e discentes do curso de Enfermagem da Faculdade CESMAC
do Sertão pelo carinho, apoio e compreensão.
Aos egressos de Enfermagem de 2008 e 2009 pela atenção, disponibilidade,
e pelas palavras de carinho e incentivo.
Há muito mais a agradecer.... a todos aqueles que, embora não nomeados,
brindaram-me com seus inestimáveis apoio em todos momentos e por suas
presenças afetivas, o meu reconhecido e carinhoso, muito obrigada!!!
EPÍGRAFE
Tu te tornas eternamente responsável
por aquilo que cativas!
Antoine de Saint-Exupery
RESUMO
O mercado de trabalho exige, cada vez mais, atualização e qualificação profissional para a melhoria da qualidade da assistência. Esse fato tem impacto na inserção e trajetória profissional, indicando a importância e relevância do acompanhamento de egressos no mercado de trabalho. O objetivo desse trabalho foi apreender as percepções de egressos do curso de graduação em Enfermagem/CESMAC no município de Palmeira dos Índios, dos anos 2008 e 2009, em relação ao seu processo de formação, frente às condições de inserção e trajetória no mercado de trabalho e às demandas vivenciadas no cotidiano. O método de pesquisa utilizado foi o descritivo retrospectivo. Foram entrevistados 62 sujeitos, destes 79% atuam na área e enfermagem. Os resultados permitem compreender melhor a realidade do recém-formado e suas expectativas quanto ao mercado de trabalho. Os dados revelam que 56% estão empregados no setor público, sendo que 31% ingressaram no mercado de trabalho logo após a conclusão do Curso. Os egressos atuam principalmente na Estratégia de Saúde da Família (ESF) e Hospital. Referiram estar satisfeitos com a formação acadêmica e preparados para enfrentar o mercado de trabalho 66,2%. A pesquisa, estágio extracurricular e projetos de extensão foram considerados essenciais para complementação da graduação. São enfermeiros que valorizam a educação continuada, sendo que 81%, após a conclusão da graduação, buscaram o aprimoramento por meio de especializações. Enfrentam dificuldades no exercício da profissão, mas sentem-se realizados com sua opção profissional. Na visão dos egressos dos anos de 2008 e 2009, o curso de graduação possibilitou formação profissional satisfatória, entretanto, é necessária maior integração dos conteúdos teórico-práticos com a realidade do mercado de trabalho. Concluiu-se que o curso oferece boas condições aos egressos para competirem profissionalmente, porém deve atentar para as necessidades e tendências do mercado de trabalho. Espera-se com o estudo contribuir para a adoção de políticas institucionias no Curso de Enfermagem, baseadas no conhecimento da relação entre a formação acadêmica e a prática profissional bem como estimular a realização de futuras pesquisas sobre a temática e o Curso, enriquecendo a história tanto deste, quanto da Faculdade.
Palavras-chave: Enfermagem. Formação Profissional. Exercício Profissional.
ABSTRACT
The labor market demands, increasingly, update and qualification to improve
the quality of care. This has an impact on insertion and professional trajectory, indicating the importance and relevance of tracking graduates into the labor market. The aim of this study was to understand the perceptions of students who graduated from undergraduate nursing / Cesmac in Palmeira dos Indios, the years 2008 and 2009 in relation to its formation process, due to the conditions of entry and trajectory in the labor market and demands experienced in everyday life. The research method used was descriptive retrospective. We interviewed 62 subjects, 79% of those working in the area and nursing. The results allow a better understanding of the reality of the newly formed and their expectations of the labor market. The data reveal that 56% are employed in the public sector, and 31% entered the labor market after completing the course. Graduates work primarily in Family Health Strategy (FHS) and Hospital. Reported being satisfied with their academic and prepared to face the job market 66.2%. The research, internships and extracurricular extension projects were considered essential for completion of graduation. They are nurses who value continuing education, and 81% after completion of graduation, sought improvement through Specializations. Face difficulties in the profession, but feel fulfilled with your career choice. In view of the graduates of the years 2008 and 2009, the undergraduate training enabled satisfactory, however, a need for greater integration of theoretical and practical content with the reality of the labor market. It was concluded that the course offers good conditions for graduates to compete professionally, but must pay attention to the needs and trends of the labor market. It is hoped that the study contribute to the adoption of policies institucionias in Nursing course, based on knowledge of the relationship between the academic and professional practice as well as stimulate the realization of future research on the topic and Stroke, enriching the story this far, as the Faculty.
Keywords: Nursing. Vocational Training. Professional Practice.
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 01 Cursos de Graduação em Enfermagem no estado de Alagoas/AL,
2012..................................................................................................
28
Gráfico 02
Egressos e a faixa de remuneração após a graduação.
Alagoas/AL, 2012.............................................................................
61
Gráfico 03 Distribuição dos egressos e a forma de ingresso em instituições
empregadoras. Alagoas/AL, 2012....................................................
65
Gráfico 04 Distribuição de egressos e o tempo para obtenção do primeiro
emprego. Alagoas/AL, 2012.............................................................
66
Gráfico 05 Semestre de início das disciplinas que favorecem o contato com
a atuação profissional. Alagoas/AL, 2012.......................................
78
Gráfico 06
Distribuição de egressos que evidenciam interesse e
disponibilidade em participar de eventos na Faculdade.
Alagoas/AL, 2012............................................................................
82
Gráfico 07
Distribuição dos egressos relatando “se vale a pena ser
Enfermeiro”. Alagoas/AL, 2012.......................................................
86
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 –
Instituições de Ensino Superior com cursos de graduação em
enfermagem. Alagoas/AL, 2012
46
Tabela 02 - Faixa etária dos egressos. Alagoas/AL, 2012................................. 54
Tabela 03 - Estado civil e número de dependentes dos egressos.
Alagoas/AL, 2012...........................................................................
55
Tabela 04 - Distribuição dos pais dos egressos relacionada ao grau de
escolaridade. Alagoas/AL, 2012.....................................................
56
Tabela 05 - Egressos e o local de moradia durante e após a graduação.
Alagoas/AL, 2012............................................................................
57
Tabela 06 - Área de atuação dos egressos. Alagoas/AL, 2012......................... 58
Tabela 07 - Distribuição dos egressos em relação ao vínculo institucional.
Alagoas/AL, 2012............................................................................
59
Tabela 08 - Atividades desenvolvidas por egressos durante a graduação.
Alagoas/AL, 2012............................................................................
64
Tabela 09 - Egressos e o Trabalho durante a graduação. Alagoas/AL, 2012.. 64
Tabela 10 - Distribuição dos egressos em relação a mudança de emprego
após a graduação. Alagoas/AL, 2012.............................................
67
Tabela 11 - Distribuição dos egressos que exerceram atividades na
administração pública. Alagoas/AL, 2012.......................................
70
Tabela 12 - Atividades de exercidas na administração pública pelos
egressos. Alagoas/AL, 2012...........................................................
70
LISTA DE SIGLAS
ABEn Associação Brasileira de Enfermagem
CeFACS Centro de Formação e Aperfeiçoamento em Ciências da Saúde,
CEP Comitê de Ética e Pesquisa
CEPE Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão
CESMAC Centro de Universitário CESMAC
CNE Conselho Nacional de Ensino
COFEN Conselho Federal de Enfermagem
CONSED Conselho Estadual de Educação
COREN Conselho Regional de Enfermagem
DCN Diretrizes Curriculares Nacionais
EEAN Escola de Enfermagem Ana Nery
EERP Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto
EEUSP Escola de Educação da Universidade São Paulo
ENSP Escola Nacional de Saúde Pública
ESF Estratégia Saúde da Família
ETS Escola Técnica de Saúde
FACESTA Faculdade São Tomás de Aquino
FAL Faculdade de Alagoas
FAMERP Faculdade de Medicina São José do Rio Preto
FR Folha de Rosto
FASVIPA Faculdade São Vicente de Paula
FEJAL Fundação Educacional Jaime de Altavilla
FEUSP Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo
FITS Faculdades Integradas Tiradentes
FMN Faculdade Maurício de Nassau
FRM Faculdade Raimundo Marinho
GM Gabinete do Ministério
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IES Instituição de Ensino Superior
LDB Lei de Diretrizes e Bases
LDBEN Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
MEC Ministério da Educação e Cultura
OMS Organização Mundial da Saúde
OPAS Organização Pan Americana de Saúde
PI Palmeira dos Índios
PROFAE Projeto de Formação do Auxiliar de Enfermagem
SCNES Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde
SENADEN Seminário Nacional de Diretrizes de Enfermagem
SEUNE Sociedade de Ensino Universitário do Nordeste
SISNEP Sistema Nacional de Informações sobre Ética em Pesquisa
envolvendo Seres Humanos
SUS Sistema Único de Saúde
TCLE Termo de Consentimento Livre Esclarecido
UEMS Universidade Estadual do Mato Grosso
UERJ Universidade Estadual do Rio de Janeiro
UFAL Universidade Federal de Alagoas
UNCISAL Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas
UNEAL Universidade Estadual de Alagoas
UNICID Universidade Cidade de São Paulo
UNIMONTES Universidade de Monte Alegre
USP Universidade São Paulo
LISTA DE QUADROS
Quadro 01 - Estudos sobre egressos de Enfermagem de acordo com
instituição, autor e ano de publicação, no período de 2000 a
2011..........................................................................................
34
SUMÁRIO
RESUMO.............................................................................................................. 08
ABSTRACT.......................................................................................................... 09
INTRODUÇÃO.................................................................................................. 16
1.1 Questões e objetivos da pesquisa................................................................. 20
1.2 Justificativa..................................................................................................... 21
2 FORMAÇÃO NA ÁREA DA ENFERMAGEM.................................................. 25
2.1 Retrospectiva histórica de concepções dominantes de formação nos
Cursos de Graduação em Enfermagem..............................................................
25
2.2 Contribuições de pesquisas que tratam da inserção e trajetória profissional
de egressos de enfermagem ..............................................................................
32
2.3 Mercado de Trabalho..................................................................................... 42
3 PROCEDIMENTOS DE DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO........................ 48
3.1 O cenário do desenvolvimento do estudo...................................................... 48
3.2 Sujeitos da Pesquisa...................................................................................... 48
3.3 Procedimentos de coleta, organização e análise dos dados........................ 49
3.4 Organização do Conhecimento Produzido.................................................... 51
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS............................... 53
4.1 Dados de Identificação................................................................................... 53
4.2 Perfil Profissional atual.................................................................................. 57
4.3 Trajetórias Profissionais................................................................................. 63
4.4 Trajetórias Acadêmicas.................................................................................. 70
4.5 Informações Complementares....................................................................... 82
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................. 88
REFERÊNCIAS.................................................................................................. 91
APÊNDICE......................................................................................................... 100
Apendice A.......................................................................................................... 101
Apendice B.......................................................................................................... 105
ANEXO ............................................................................................................... 119
Anexo A............................................................................................................... 120
16
INTRODUÇÃO
A ciência de Enfermagem vem evoluindo ao longo dos anos e o perfil
esperado do enfermeiro apresenta mudanças significativas de acordo com cada
época. No início da profissão, a enfermagem executava os cuidados, mas seu
conhecimento científico era restrito, gerando limitações nas ações desenvolvidas
junto ao paciente/usuário. Missio (2007, p. 88) afirma que diante dessa realidade os
cursos de graduação visavam à formação de “profissionais para atuar em clínicas de
caráter curativo e hospitais”.
A exigência do saber técnico-científico foi crescendo no decorrer dos anos,
devido à evolução científica no setor hospitalar, principalmente nas décadas de 1940
e 1950, fazendo com que a formação precisasse se aprimorar em competência
técnica para formar profissionais de saúde preparados para atuar na realidade do
momento (MISSIO, 2007).
No final dos anos 1970 e nas décadas seguintes foram deflagradas no Brasil
inúmeras discussões acerca das necessidades sociais, das propostas feitas pela
Reforma Sanitária e da Lei Orgânica da Saúde Nº 8080/90, culminando com a
organização do Sistema Único de Saúde (SUS). Em paralelo a essas discussões, a
profissão de Enfermagem passou a ser regulamentada pela Lei Nº 7.498/1986 (DOU
26.06.86) e pelo Decreto 94.406/1987 (DOU 09.06.87) que a regulamenta e dispõe
sobre o exercício da Enfermagem e dá outras providências.
Mais recentemente, ao final da década de 1990, estudos têm buscado
compreender as diversas formas de inserção dos profissionais no mercado de
trabalho em saúde. A enfermagem, que representa em torno de 50% da força de
trabalho desse setor (ANGERAMI et al., 2000), foi objeto de investigação de
Meneleu Neto et al. (2002). Esses autores, estudando as características regionais do
emprego em enfermagem no Brasil entre 1995 e 2000, evidenciaram intenso
processo de substituição da ocupação do atendente por auxiliares e técnicos de
enfermagem, profissionais com nível médio de escolaridade, aliado a expansão
moderada dos empregos de enfermeiro.
Embora até 2002 os registros com referência no Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) sinalizem que o maior empregador dos enfermeiros
17
fosse a área hospitalar, Prudêncio e Santos Jr (2006) apontam que os egressos de
cursos de enfermagem, a partir dos anos 2000, têm conseguido como primeiro
espaço de mercado de trabalho a inserção em unidades de saúde que trabalham
com ênfase na saúde pública, especificamente na Estratégia de Saúde da Família
(ESF), o que requer diversificadas competências e modos continuados de exercitar
seus saberes.
Atualmente, o ensino de enfermagem tem sido compelido a mudar, de forma
a atender aos desafios de ampliação do campo de atuação do enfermeiro requeridos
pela Reforma Sanitária, Sistema Único de Saúde e as Diretrizes Curriculares
Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem, que definem as competências,
atitudes e habilidades requeridas para os profissionais. Tal necessidade surge do
consenso de que não há como transformar o paradigma sanitário e o sistema de
saúde sem atuar na formação dos profissionais (FEUERWERKER, 2002).
O enfermeiro recém-formado se depara com um mercado de trabalho que,
além de instituir o conhecimento teórico, cobra agilidade, coordenação, avaliação,
criatividade e decisões que requerem informação e bom senso (SANTOS, 1997).
As regiões sul e sudeste do Brasil, onde o número de enfermeiros recém-
formados é maior, exigem especializações e cursos de aprimoramento, se
caracterizando como um mercado de trabalho mais seletivo, ao contrário do centro-
oeste, norte e nordeste, onde há maior oferta de empregos pela escassez de
profissionais; os enfermeiros são admitidos muitas vezes apenas com a graduação
(LOPES, 2008).
Silva e Vieira (1993) relatam que a discussão sobre mercado de trabalho em
enfermagem remete a abordagem de vários aspectos, como: a política de empregos
e salários, o conhecimento das necessidades da população; as oportunidades de
trabalho nos diferentes setores da enfermagem; o conhecimento da forma de
inserção no mercado de trabalho; a rotatividade e evasões no trabalho; as
facilidades e dificuldades para o exercício profissional; o desempenho dos órgãos
formadores em enfermagem e o contexto institucional onde se inserem os
enfermeiros para exercer sua profissão.
Verifica-se uma grande mudança no mercado de trabalho dos enfermeiros a
partir da década de 1990, como resultado da efetiva implantação da
descentralização do sistema de saúde, a qual revela maior demanda por enfermeiros
18
e profissionais de saúde no âmbito dos municípios e coloca a saúde coletiva como
uma estratégia capaz de contribuir para a formação deste profissional para fazer
frente às diretrizes e princípios do Sistema Único de Saúde, onde se preconiza a
integralidade, universalidade e descentralização da assistência a saúde.
A implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) nos cursos de graduação constitui um avanço e um desafio para as Instituições de Ensino Superior. No ensino de Enfermagem a contribuição das DCNs tem sido principalmente no sentido de orientar e direcionar a formação de recursos humanos capacitados para atender às demandas dos serviços de saúde, cada vez mais complexos. Sua consolidação vem acontecendo articulada aos movimentos de mudanças políticas e pedagógicas que embasaram a Reforma Sanitária Brasileira e o Sistema Único de Saúde (CNS, 2001, p. 37).
A ideologia que permeia o sistema educacional no Brasil tem como paradigma
uma formação integral e o processo de ensino/aprendizagem tal como preconizado
pelo relatório da Comissão Internacional sobre a Educação para o século XXI,
conhecido como Relatório DELORS, o qual considera que se devem potencializar as
capacidades de aprender a aprender, aprender a fazer e aprender a ser e o
aprender a viver junto (DELORS, 1999).
A formação de enfermeiros bem preparados e articulados com as políticas de
atenção à saúde, capazes de aprender a aprender, segundo as dimensões técnico-
científicas, sócio-educativas e ético-políticas, tem sido um grande desafio para as
escolas formadoras e, em especial, paro o curso de enfermagem, cenário deste
estudo.
A implantação das Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de
Graduação em Enfermagem foi formulada de maneira a criar uma estratégia para
definir princípios, fundamentos, condições e procedimentos de formação de
enfermeiros e pautou a discussão acerca da caracterização do perfil do
formando/egresso, ou seja, suas competências, habilidades gerais e específicas,
senso de responsabilidade social e compromisso com a cidadania, além de promotor
da saúde integral do ser humano.
O Projeto Pedagógico dos cursos de Enfermagem deve estar sintonizado com
uma visão de mundo expressa no modelo de sociedade e de educação, garantindo a
formação global e crítica para os envolvidos no processo, como forma de capacitá-
los para o exercício da cidadania, bem como sujeitos de transformação da realidade,
com respostas para os problemas contemporâneos.
19
Diante do exposto, torna-se evidente o compromisso e a responsabilidade da
educação superior com a formação de profissionais competentes, críticos, reflexivos
e de cidadãos que possam atuar por meio de sua área de formação no processo de
transformação da sociedade.
Acompanhar os caminhos percorridos por egressos é uma possibilidade de
análise sobre a educação, em especial sobre a formação propiciada por uma dada
instituição, e permite conhecer questões relevantes, como as mudanças do mundo
do trabalho, a continuidade na formação e o desenvolvimento profissional.. Essas
informações possibilitam à instituição formadora adaptar os currículos e oferecer
cursos apropriados às necessidades da sociedade. Portanto, possibilita aos
profissionais estabelecer um elo entre a formação e a prática, ao avaliarem o
currículo que praticaram e o exercício da profissão (SAKAI, CORSONI JUNIOR,
2008).
O egresso enfrenta situações complexas no seu cotidiano, que o levam a
confrontar as competências desenvolvidas durante o curso com as requeridas no
exercício profissional. Pode, a partir daí, avaliar a adequação da estrutura
pedagógica do curso que foi vivenciado, bem como os aspectos intervenientes do
processo de formação acadêmica (MEIRA, 2007).
Os estudos de acompanhamento de egressos trazem pistas que podem
iluminar a compreensão de contribuições do processo de formação do Enfermeiro
tendo em vista as características e mudanças na natureza e no processo de
trabalho, novas formas de ocupação, reconhecimento da inserção e trajetórias dos
profissionais, entre outros fatores.
Os ex-alunos são agentes no processo de mudanças de suas escolas, bem como na determinação das necessidades no tocante à educação permanente. Desta forma, os egressos podem contribuir para uma melhor compreensão do módulo assistencial e mercado de trabalho em que atuam e as reformulações curriculares [....], (SAKAI, 2004, p.36).
De Luiz (2003) cita que acompanhar egressos oferece elementos não apenas
para avaliar a ação formadora, mas deve ser utilizado como um instrumento que
avalie a qualidade e o uso social do conhecimento adquirido. Os trabalhadores são
atores centrais da ação nos serviços de saúde, portanto, melhorar a qualidade da
educação oferecida é melhorar a qualidade do serviço prestado.
Os cursos de Graduação em Enfermagem vêm atravessando mudanças e (re)
avaliações em busca de um direcionamento que aponte para propostas pedagógicas
20
críticas, currículos integrados a realidade epidemiológica loco - regional e às
legislações nas áreas de educação e particularmente da saúde. Assim sendo, a
partir de estudos sobre egressos é possível conhecer as contribuições da escola na
formação dos profissionais, identificarem a situação profissional do egresso e
permitir ao mesmo avaliar a formação que recebeu, entre outras questões.
1.1 Questões e objetivos da pesquisa
Dois pontos merecem destaque em uma pesquisa de egressos: o primeiro diz
respeito ao mundo do trabalho, considerando que um dos focos da pesquisa é
avaliar a integração dos egressos nas ocupações que compõem o processo
produtivo; o segundo refere-se ao processo educativo, porque estudos sobre
egressos podem ser subsídios para estabelecer os objetivos dos cursos, das
matrizes curriculares, dos docentes e das escolas (CERQUEIRA, 2007).
Desse modo, a relevância e oportunidade do presente estudo, que se volta à
análise da inserção profissional e trajetória dos egressos do curso de Enfermagem
do CESMAC no mercado de trabalho, podem ser sintetizadas na possibilidade de
identificar a situação profissional dos ex-alunos e permitir ao egresso avaliar a
formação recebida e a contribuição da faculdade para essa formação, subsidiando
eventuais mudanças curriculares e de estratégias de ensino.
Com essa perspectiva, espera-se responder as seguintes questões:
Como vem acontecendo a inserção dos enfermeiros formados pelo CESMAC
no mercado de trabalho, após a conclusão do curso?
Que trajetórias profissionais têm percorrido os ex-alunos do CESMAC, após a
conclusão da graduação?
Qual a percepção dos egressos em relação à importância da formação
recebida no curso?
São objetivos do presente estudo:
21
Geral
Apreender percepções de egressos do curso de graduação em
Enfermagem/CESMAC no município de Palmeira dos Índios, dos anos 2008 e 2009,
em relação ao seu processo de formação, com base em suas condições de inserção
e trajetória no mercado de trabalho e demandas vivenciadas no exercício da
profissão.
Específicos
Caracterizar os egressos quanto aos aspectos sociodemográficos, de
formação e atuação profissional.
Identificar facilidades e dificuldades encontradas pelos egressos para a
inserção no mundo do trabalho.
Analisar percepções dos egressos acerca de contribuições de sua formação
para o exercício profissional.
1.2 Justificativa
A Declaração Mundial sobre a Educação Superior para o Século XXI, em seu
artigo 1º, estabelece que:
é função e missão dos sistemas de educação superior formar diplomados altamente qualificados e cidadãos responsáveis, capazes de atender as necessidades de todos os aspectos das atividades humanas, oferecendo-lhes qualificação que estão à altura dos tempos modernos, compreendida a capacitação profissional, em que se combinem os conhecimentos teóricos e práticos de alto nível mediante cursos e programas que estejam constantemente adaptados às necessidades presentes e futuras da sociedade (UNESCO, 1998, p. 32).
A Enfermagem é uma profissão que surge e se expande em um momento de
grandes transformações mundiais, exigindo um novo ator social que desenvolva e
aprimore a assistência, gerência e pesquisa em enfermagem por meio do
22
acompanhamento individual e coletivo, análises e notificações, uma vez que as
informações estão conectadas por meio da tecnologia de informação.
Os estudos históricos podem colaborar para a compreensão da trajetória
profissional, além da memória e da identidade da profissão da enfermagem, bem
como as representações e significados que têm sido socialmente atribuídos ao
enfermeiro e ao que ele faz.
Sousa e Oliveira (2008) relatam que experiências no âmbito internacional
também têm seguido nessa direção, especialmente nos Estados Unidos e Reino
Unido. Esses países realizaram pesquisas, como a British National Child Survey e a
National Longitudianl Survey of Youth, que resultaram em bancos de dados
nacionais, permitindo o acompanhamento das trajetórias educacional e profissional
de grupos de indivíduos por décadas.
Na América Latina, a Costa Rica acompanha a trajetória profissional dos
egressos de suas quatro universidades estatais como forma de subsidiar a
reformulação de políticas universitárias, e a Argentina acompanha seus formandos
do ensino superior, procurando captar como ocorre sua inserção no mercado de
trabalho e quais as demandas em relação aos futuros profissionais.
Os egressos representam o produto das universidades e sua desenvoltura no
mercado de trabalho é um dos parâmetros mais importantes da qualidade do ensino,
de acordo com Carrijo (2007). Desta forma, torna-se imprescindível levantar
informações e refletir sobre a realidade dos egressos, a fim de subsidiar o processo
de formação e contribuir para a elaboração de estratégias para a potencialização da
competência profissional com vistas à inserção no mercado de trabalho.
Pesquisa realizada por Lima (1994), intitulada “A formação do enfermeiro e a
prática profissional: qual a relação” relata o enfrentamento de diferentes situações
vivenciadas nos estágios da graduação e constata que o mercado de trabalho do
enfermeiro exige conhecimento diversificado para superar a falta de experiência e
enfrentar a competitividade. O autor registra que os enfermeiros vivenciam
momentos e experiências desafiadores desde a sua formação e principalmente no
campo profissional.
O campo de atuação para os enfermeiros apresentou grande diversificação e
crescimento na oferta desde meados do século XX e início do século XXI como
conseqüência do aumento de ofertas de empregos públicos, em virtude da
23
municipalização dos serviços de saúde decorrentes da Reforma Sanitária (Brasil,
2002). No entanto, o movimento observado em relação à oferta e à demanda vem se
elevando pelo crescimento de cursos de graduação em enfermagem, e consequente
aumento no número de egressos, conforme pesquisa realizada no estado de São
Paulo (CARRIJO, 2006).
Em Alagoas, em 2008, ano de ingresso da primeira turma de egressos desse
estudo, eram cadastradas oito (08) instituições de ensino que ofertavam cursos de
graduação em Enfermagem, sendo cinco (05) em Maceió, capital, e três (03) no
interior do estado, assim localizadas: uma universidade pública no município de
Arapiraca, duas instituições privadas, sendo uma no município de Palmeira dos
Índios, cenário desta pesquisa e uma no município de Pão de Açúcar.
Neste período a estimativa de enfermeiros aptos a ingressar no mercado de
trabalho anualmente no estado era, em média, oitocentos (800) profissionais,
assumindo-se que todos os ingressantes iriam concluir o curso. Entretanto, esta
realidade foi sendo modificada ao longo dos anos e no período de 2008 a 2012
surgiram mais três (03) cursos de graduação na capital oferecidos por instituições
privadas, aumentando em 37% o número de egressos lançados anualmente no
mercado de trabalho.
Atualmente, novos conhecimentos e informações chegam rapidamente e a
saturação do mercado de trabalho para pessoas qualificadas faz com que os
profissionais passem a viver sob tensão permanente, sem saber se o alto
investimento em um curso de graduação poderá oferecer a certeza de melhores
resultados, tanto na vida profissional como na realização pessoal.
Diante disso Sordi (2005, p.30) afirma que “produzir qualidade no campo
educacional implica pronunciar-se sobre que tipo de homem quer formar para
produzir um determinado tipo de sociedade na qual faça sentido viver”.
Assim, considera-se que os dados e elementos produzidos com a presente
pesquisa possibilitam conhecer o perfil dos egressos e apresentam subsídios para o
delineamento de propostas que visem introduzir melhorias no currículo do curso em
análise.
Essa pesquisa pauta-se no conhecer a inserção e trajetória profissional de
egressos do curso de graduação em Enfermagem/CESMAC no município de
24
Palmeira dos Índios, nos anos 2008 e 2009, no sentido de elucidar as contribuições
do curso e o significado em suas vidas.
25
2. FORMAÇAO NA ÁREA DE ENFERMAGEM
Este capítulo é organizado em três seções. Inicialmente são apresentadas, de
modo sucinto, concepções de formação que historicamente pautaram os cursos de
enfermagem, possibilitando situar à proposta de formação vigente no curso oferecido
pelo CESMAC. Seguem-se referências às pesquisas já produzidas no Brasil
relativas a egressos de cursos de enfermagem, seguidas de considerações sobre o
mercado de trabalho neste campo de atuação.
2.1 Retrospectivas históricas de concepções dominantes da formação nos
Cursos de Graduação em Enfermagem
A Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN), criada em 1923, é considerada
a primeira escola de Enfermagem do país. Porém, consta que antes dela, devido à
demanda por pessoal para prestar cuidados de enfermagem no Hospital Nacional de
Alienados, ocasionada pela nova configuração administrativa deste, foi criada a
Escola Alfredo Pinto, no ano de 1890 (EEAN, 2003; GALLEGUILLOS; OLIVEIRA,
2001).
Ainda houve a Escola da Cruz Vermelha no Rio de Janeiro, que iniciou sua
atuação em 1916, mas o curso para profissionais desenvolveu-se depois da criação
da Escola Anna Nery, sendo anteriormente de ensino apenas para voluntários a
socorristas, devido à 1ª Guerra Mundial (COREN/SP,2009).
Todas as Escolas estavam situadas no Rio de Janeiro que, na época, era a
capital da República. A primeira escola a ser inaugurada fora do Rio de Janeiro foi a
Escola de Enfermagem Carlos Chagas, no ano de 1933, em Minas Gerais
(COREN/SP, 2009).
Ao longo da história e em consonância com o modelo biomédico e
hospitalocêntrico a educação em enfermagem sempre apresentou como finalidade a
formação de profissionais para cuidar fisicamente dos doentes.
No entanto, as mudanças ocorridas no perfil epidemiológico da saúde da
população relacionadas à morbimortalidade trouxeram, ao longo dos anos, avanços
na ciência, na tecnologia e na relação de produção, que alteraram
consideravelmente os conceitos de saúde e de doença e, consequentemente,
26
modificaram a organização dos serviços de saúde, refletindo no mercado de trabalho
e na formação do enfermeiro (UNICOVSKY, 1998).
No período de 1900 a 1929, a formação do enfermeiro estava voltada para a
área de saúde pública, em virtude do aparecimento das grandes epidemias de
Tuberculose e Febre Amarela que acometiam os grandes centros no início do
século.
Já em São Paulo, a Escola de Enfermagem Luiza de Marillac (atualmente São
Camilo), data de 1939. Neste mesmo ano foi fundada a Escola Paulista de
Enfermagem, que iniciou a renovação do ensino de Enfermagem em São Paulo, e
onde se deu o início da Pós-Graduação em Enfermagem Obstétrica. Por fim,
destaca-se, entre as precursoras, a Escola de Enfermagem da Universidade de São
Paulo, fundada em 1944, diplomando a primeira turma de Enfermeiras em 1946
(COREN/SP, 2009).
No período de 1930 a 1950, com início da industrialização e urbanização
brasileira, surgiu à necessidade de proteger a população economicamente ativa, o
que exigiu assistência médica individual, com ênfase na prática hospitalar e,
portanto, exigindo, mais uma vez, mudança no perfil profissional esperado, agora
voltado para a necessidade de enfermeiros capacitados para atender esta demanda,
priorizando a assistência médica curativa.
O ensino na área de enfermagem se expandiu, atendendo ao aumento da
demanda dessa nova categoria profissional, aumento este impulsionado
principalmente pelo ritmo de urbanização existente e pelo processo de
modernização dos hospitais (SILVA, 1986).
A expansão do ensino da enfermagem nas décadas de 1930, 1940 e 1950
aconteceu a partir de uma realidade social definida, num contexto de acelerados
processos de urbanização e industrialização, dos quais as políticas educacionais de
saúde eram reflexos. Até 1956 no Brasil havia 33 escolas de enfermagem. Vale
destacar a participação da Igreja neste processo, pois segundo Carvalho (1972), até
1954 existiam 12 escolas de enfermagem e 11 escolas de auxiliares de enfermagem
mantida por instituições religiosas.
A década de 1960, marcada pela consolidação de uma sociedade de base
industrial, destaca-se por dois adventos importantes que se consideram
estimuladores para a criação de novas escolas, ligados à área curativa e ao
27
surgimento de grandes hospitais. Após a criação do Hospital das Clínicas da
Universidade de São Paulo, outros são instalados em várias capitais, também
denominados "Hospitais das Clínicas". Com isto amplia-se o mercado de trabalho
para enfermeiras principalmente nas regiões sul, sudeste e centro-oeste (BRASIL,
1985).
Nas décadas subsequentes foram criados outros cursos de graduação em
Enfermagem, sendo que “até meados de 1964 havia no Brasil apenas 39 [...]”, como
aponta Missio (2007, p.62). Essa expansão, de acordo com Santos e Almeida
(1997), não foi condizente com a necessidade brasileira, uma vez que era limitado o
número de profissionais enfermeiros formados e atuantes nos serviços de saúde.
Porém, os mesmos autores ressaltam um problema concomitante: a tímida procura
pelos cursos de graduação em enfermagem à época.
No final dos anos 1960, e início dos anos 1970 observa-se uma queda na
expansão do número de escolas de enfermagem. As atenções governamentais
voltam-se mais para o crescimento econômico e para o controle político-ideológico.
Saúde e educação passam a ser definidas como áreas secundárias no planejamento
estatal (FERNANDES, 1983).
A pesquisa de Vieira (2002) revelou a evolução da rede formadora de
graduação em enfermagem no Brasil, com o crescimento dos cursos ao longo das
décadas, permitindo a visualização da oferta de profissionais no mercado de
trabalho. Na década de 1970, existiam 63 cursos de graduação em enfermagem, em
2000, aumentou para 176 cursos. Desse total de cursos existentes, autorizados a
funcionar pelo MEC, 59,1% (104) são ofertados por instituições privadas e 40,9%
(72) são ofertados por instituições públicas. O aumento dos cursos de graduação no
Brasil
(...) deu-se, sobretudo, no setor privado. No caso específico da Enfermagem não foi diferente, houve uma expansão de 286,79% de cursos de graduação no país, concentradas principalmente na região Sudeste e Sul. Destaca-se que na região Centro-Oeste o crescimento também foi substancial, de cinco cursos em 1991, havia 29 em 2004, com maior representatividade da rede privada de ensino (MISSIO, p. 65, 2007).
Esse crescimento dos cursos de graduação em enfermagem no Brasil pode
ser também visualizado em Alagoas, onde em 2005 havia três (03) cursos de
graduação em Enfermagem, sendo dois (02) na capital Maceió e um (01) no interior
28
do estado - no município de Palmeira dos Índios. O Gráfico 01 apresenta a
distribuição dos cursos por municípios no estado em 2012.
Gráfico 01- Cursos de Graduação em Enfermagem no estado de Alagoas/AL,
2012.
08
73%
01
9%
01
9%01
9%
Maceio Arapiraca Palmeira dos Índios Pão de Açúcar
Fonte – ABEn/ Alagoas – 2012
O ensino de enfermagem assume importância nas políticas estatais que
estimulam a profissionalização com o objetivo de ensinar a trabalhar visando à
formação da mão de obra necessária. A expansão do número de escolas de
enfermagem aconteceu a partir de determinantes sociais, políticos e econômicos
acompanhando as políticas educacionais e de saúde.
O processo de implantação do Sistema Único de Saúde no Brasil trouxe o
desafio de redirecionar as práticas de enfermagem para o atendimento integral à
saúde coletiva e individual da população brasileira. Com a instauração da
enfermagem moderna no Brasil, o ensino tem sido voltado ao modelo biologicista e a
prática de enfermagem prioritariamente centrada no espaço hospitalar, sendo
condizente com o modelo assistencial preconizado de acordo as políticas públicas
em saúde.
Com a Reforma Sanitária, o enfermeiro amplia seu campo de ação podendo
assumir um papel de destaque, favorecendo a ampla participação da sociedade civil
na gestão deste processo, enquanto membro da equipe de saúde engajado no atual
29
momento político brasileiro (CASTRO, 1988). A formação tecnicista do enfermeiro
não favorece uma mudança de modelo. Almeida (1997) afirma que a relação entre o
exercício da enfermagem e as políticas de saúde tem sido muitas vezes, tênue ou
ausente do dia-a-dia do ensinar, pesquisar e do fazer enfermagem, tanto na teoria
quanto na prática.
Para atuar nesse cenário é preciso preparar profissionais para que seja
sensível a conscientização sobre os problemas da realidade e que incorporem, em
sua prática, uma perspectiva de trabalho conjunto que se valha de outros saberes
(CHIESA, 2000).
No campo do ensino devem-se formar profissionais não apenas aptos para o
trabalho técnico, mas estes devem estar habilitados a desempenhar atividades antes
não requeridas, como a atuação junto a grupos populacionais e institucionais.
Verifica-se uma grande mudança no mercado de trabalho dos enfermeiros nos anos
1990, como resultado da efetiva implantação da descentralização do sistema de
saúde, a qual revela maior demanda por enfermeiros e profissionais de saúde no
âmbito dos municípios (VIEIRA, 2001).
Este modelo de assistência a saúde e de mercado de trabalho exige dos
órgãos formadores ações que possam responder a esta demanda. Corroborando
com esta circunstância a Lei Nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (DOU 23.12.96)
que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional e norteia o ensino da
Enfermagem no Brasil coloca a saúde coletiva como uma estratégia capaz de
contribuir para a formação deste novo profissional para fazer frente às diretrizes e
princípios do Sistema Único de Saúde.
A mudança de paradigma na assistência em saúde ocasionou a necessidade
de formar profissionais com capacidade de trabalhar as ações de promoção da
saúde, ou seja, prevenção, diagnóstico precoce, recuperação e reabilitação. Além
disso, expressou-se a expectativa de que os profissionais atuassem como agentes
ativos na produção dos serviços, conscientes de seu papel em contribuir com o
sucesso do SUS (BRASIL, 2004).
Para Carvalho e Ceccim (2006, p. 163), esse movimento da enfermagem
[....] surge como novo paradigma curricular, preconizando uma formação como o cruzamento de competências técnico-científica com competência política; estreita relação entre processo de formação de trabalho e mudança nos marcos conceituais do trabalho em saúde pela compreensão conjuntural do País do contexto sanitário.
30
O contexto atual é de mercado de trabalho instável e flexível, com exigências
crescentes de produtividade e qualidade, ampliando os requisitos de qualificação
dos trabalhadores. Tornam-se cada vez mais generalizadas a implantação de
modelos de formação e de gestão da força de trabalho baseados em competências
profissionais.
Desse modo, o perfil requerido para o enfermeiro exige um aprendizado para
atuar individual e coletivamente na prevenção e cura, o qual deve contemplar, além
das competências específicas da profissão, um conjunto de habilidades gerais que
assegurem ao profissional o desenvolvimento do seu pensamento científico, crítico-
reflexivo de sua prática e das suas relações acadêmicas e sociais, amparadas pela
ética e humanização nos processos de trabalho.
No entanto, apesar do curso de graduação em enfermagem ter como objetivo
contribuir para a formação baseada na realidade profissional, aplicar os
conhecimentos adquiridos ao longo do curso à realidade encontrada no campo de
trabalho, muitas vezes, é um desafio ao profissional recém-formado (SANTOS
1997). As unidades de saúde por vezes não oferecem estrutura e suporte
necessários para o desenvolvimento das ações desses profissionais.
Assim, as transformações ocorridas no mundo do trabalho contemporâneo,
em especial na saúde e na enfermagem, situam-se num contexto globalizado e
precarizado de bens, serviços e conhecimentos. Dessa forma, buscam-se
estratégias de agir pedagógicos para superar a dicotomia entre a formação e a
atuação profissional do enfermeiro, respeitando as especificidades de talentos e
locais.
Diante dessa proposta de mudança de paradigma o curso de graduação em
enfermagem da Faculdade CESMAC do Sertão, autorizado por meio da Portaria nº
07/98, datada em 28 de Agosto de 1998 pelo CONSED, representa uma
contribuição da Fundação Educacional Jayme de Altavila (FEJAL) para viabilizar a
interiorização da educação superior, permitindo o acesso à graduação na área de
saúde em uma Instituição no interior do estado de Alagoas.
O Projeto Pedagógico do Curso é organizado em consonância com as
Diretrizes Curriculares Nacionais e com a Política da Saúde vigente no País.
Desenha como princípio básico a formação generalista do profissional, permitindo ao
aluno conhecer o homem e o meio ambiente por meio de atividades de campo, bem
31
como, a inserção desses alunos nos cenários de prática inserindo-se no meio
ambiente e conhecendo a realidade social, política e o perfil epidemiológico já a
partir do segundo ano do curso de forma precoce e contínua, buscando a
integralidade do cuidar, apontando para um profissional com atuação humanística
com visão ampla do trabalho em equipe.
A proposta de metodologia adotada pelo curso pretende que o estudante,
como sujeito do seu próprio desenvolvimento, desenvolva uma visão social e
humanista, orientada para promoção de saúde e prevenção dos agravos, e que
estejam preparados para as demandas do mercado de trabalho e aptos a continuar
aprendendo. Por meio da articulação teoria-prática, o aluno constrói seu
conhecimento de forma crítica, em busca de uma formação transformadora e
inovadora.
Em meados de 2003, em decorrência da legislação de ensino vigente
proporcionou discussões no colegiado do curso e este iniciou um intenso processo
de mudança curricular na tentativa de se fazer uma proposta mais adequada,
atendendo as exigências das Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de
Graduação em consonância com a Resolução CNE/ CES Nº 3, de 07 de novembro
de 2001.
Assim, foi apresentada e aprovada pelo Conselho de Pesquisa e Extensão
(CEPE) a proposta de mudança, que manteve a carga horária de 3.600 horas e
reorganizou as disciplinas de modo que o aluno, a partir do 4° período, iniciasse as
atividades práticas, inserindo-o precocemente nas comunidades e nas famílias,
possibilitando o conhecimento do contexto social e político, a compreensão da
evolução histórica das políticas de saúde, da vigilância e de suas interfaces, bem
como dos métodos epidemiológicos, da vigilância das doenças transmissíveis e não
transmissíveis e da epidemiologia na organização dos serviços.
Após esta aprovação, em 2004 foi implantada a nova matriz curricular, e
diante dessa nova realidade pedagógica surgiu o interesse em conhecer, sob a ótica
do egresso, os resultados destas mudanças curriculares. Os sujeitos deste estudo
são os egressos que concluíram a graduação em 2008 e 2009, egressos das
primeiras turmas formadas sob a Matriz Curricular 2004.
Sendo assim, as mudanças curriculares na graduação do Enfermeiro
tornaram-se necessárias para atingir os cenários de prática com propostas próximas
32
da realidade e no sentido de conscientizar o aluno de que a formação profissional é
um processo de construção permanente (DIAS; GUARIENTE; BELEI, 2004).
2.2 Contribuições de pesquisas que tratam da inserção e trajetória profissional
de egressos de enfermagem
Esta seção apresenta a importância de estudos que tratam sobre a inserção e
trajetória profissional para a memória da enfermagem e contribuem para a
consciência política e a formação dos futuros enfermeiros. A partir de um
mapeamento da literatura pertinente foi possível realizar uma análise sobre o que
está sendo publicado acerca da inserção e trajetória profissional de egressos dos
cursos de graduação em Enfermagem no Brasil.
A situação econômica, política e social do país e a acelerada dinâmica da
nossa realidade exigem constante reflexão acerca de diferentes aspectos
relacionados à prestação de serviços. A área da saúde, neste contexto, é
merecedora de uma atenção especial uma vez que a formação, o desempenho e a
gestão dos recursos humanos afetam profundamente a qualidade da assistência
prestada à população (NOGUEIRA, 2002).
Para Lima (1983) são relevantes os estudos que visam destacar a relação
entre a formação e a inserção de enfermeiros no mercado de trabalho. Esclarece
esta autora que muitas vezes há discrepância entre as situações orientadas no
ensino de enfermagem e em relação àquelas que serão vivenciadas no exercício da
profissão.
De Luiz (1997) enfoca que nas últimas décadas, em todo o mundo, ocorreram
muitas transformações na produção de bens e serviços, em decorrência de
inovações tecnológicas, de novos padrões de administração e de novas formas de
gestão da força de trabalho, provocando grandes mudanças nas principais
características do mercado de trabalho.
A reforma do Estado nas décadas de 1980 e 1990 produziu mudanças
significativas na estruturação do sistema de saúde no Brasil que, impulsionado pelo
movimento da reforma sanitária, implantou, em 1988, o Sistema Único de Saúde
(SUS) tendo como princípios doutrinários: a universalização, a equidade, a
33
descentralização, a integralidade da assistência e o controle social (CORDEIRO,
1991).
A descentralização proposta trouxe uma transformação do perfil qualitativo e
quantitativo da força de trabalho em saúde, em especial da enfermagem,
aumentando a possibilidade de emprego para as diferentes categorias profissionais
que compõem essa área. Verifica-se, portanto, um aumento efetivo de postos de
trabalho na década de 1990, fruto da ampliação da rede de atenção básica nos
distintos espaços geopolíticos brasileiros, levando primordialmente à
municipalização dos empregos no setor (TANAKA et al., 1991; MISHIMA et al.,
1999).
Deve-se considerar também que o
Programa de Saúde da Família, uma das intervenções de maior visibilidade e impacto no campo das políticas de saúde implementadas em nosso país, a partir da segunda metade da década de 90, contribuiu substancialmente para a ampliação do mercado de trabalho. Estima-se em algo próximo dos 170 mil o número de postos de trabalho envolvidos diretamente na condução do programa, sem contar o pessoal de apoio administrativo (GIRARDI E CARVALHO, 2003, p 157).
Mediante uma revisão sistemática da literatura com a finalidade de se fazer
um resgate histórico sobre inserção e/ou trajetória de egressos de cursos de
Enfermagem foram localizados vinte e nove (29) produções com esta temática em
teses, dissertações e artigos, no período de 2000 a 2011, no site da Biblioteca
Virtual da Saúde e nas bases de dados LILACS, SCIELO e MEDLINE.
A classificação dos estudos se deu por Instituição de ensino, autor e ano de
publicação, constatando-se que os mesmos se concentraram nos estados de São
Paulo, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Goiás, Mato
Grosso do Sul e Rio de Janeiro, mesmo existindo cursos de Enfermagem em âmbito
nacional.
Dos vinte e nove (29) trabalhos produzidos sobre a temática inserção e/ou
trajetória de egressos de Enfermagem, 21,4% foram realizados por pesquisadores
vinculados à Universidade de São Paulo (USP), a Escola Nacional de Saúde Pública
Sergio Arouca (ENSP) publicou 7,14% e as demais Instituições registraram um
percentual de 3,57% publicações cada uma (Quadro 01).
34
Quadro 01 – Estudos sobre egressos de Enfermagem de acordo com instituição, autor e ano de publicação, no período de 2000 a 2011.
Nº Título Instituição Autor Ano
01
Perfil dos egressos de gerenciamento de enfermagem dos programas da área de enfermagem da região sul
Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo/SP
Erdman, A.L. Andrade, S.R.
2011
02
Formando enfermeiros em Angola: uma análise e reforma
Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca/RJ
Mandriz, L.S.A 2011
03
Uma antiga profissão do futuro: percepções de enfermeiros sobre sua formação e inserção profissional
Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca/RJ
Carvalho, L.S 2011
04
Perfil de egressos da Pós-Graduação stricto sensu na área de Gerenciamento em Enfermagem da EEUSP (1)
Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo/SP
Felli, V.E.A; Kurcgant, P.;
2011
05
Conhecendo egressos do curso técnico de Enfermagem do PROFAE (2)
Centros de Formação da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo
Bógus, C. M.; Bersusa, A. A.S
2011
06
Formação de mestres em enfermagem na Universidade Federal de Santa Catarina: contribuições sob a ótica de egresso
Universidade Federal de Santa Catarina/SC
Ramos, F.R.S; Backes, D.S.
2010
07
Especialização em projetos assistenciais de enfermagem: contribuições na prática profissional dos egressos
Faculdade Enfermagem e Obstetrícia da Universidade Federal de Pelotas
Oliveira, N.A; Thofehrn, M.B.
2009
08
Inserção dos egressos da Escola de Enfermagem da USP(3) no mercado de trabalho:facilidades e dificuldades
Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo/SP
Puschel, V.A.A Mariana, P.
2009
09
A prática profissional dos enfermeiros obstetras egressos da especialização da Escola de Enfermagem Anna Nery: implicações para a qualidade da assistência
Escola de Enfermagem Anna Nery:
Vieira, B.D.G. 2009
10
O Egresso do Curso de Enfermagem da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul: Um estudo dos formandos no período de 1998 a 2006.
Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul/MS
Cabreira, L.M. 2009
11
Formação profissional e inserção no mercado de trabalho: percepções de egressos de um curso de graduação em Enfermagem de instituição privada
Universidade Estadual Paulista/SP
Raquel, C. 2009
12
Inserção dos egressos da Escola de Enfermagem da USP (3) no mercado de trabalho: facilidades e
Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo/SP
Sampaio, S.F. Kurcgant, P.
2009
35
dificuldades
13
O egresso da escola técnica de saúde da UNIMONTES (4 ) : conhecendo sua realidade no mundo do trabalho
Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais/MG
Cerqueira, M.B.R;
2009
14
Perspectivas do Egresso de Enfermagem frente ao Mercado de Trabalho
Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo/SP
Manarin, A.P. Bortoleto, C.B.
15
Programa de Estudo sobre a Trajetória Profissional de Graduados pela USP (3). Relatório Final - FEUSP (5)
Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo/SP
Sousa, S. M.L. Oliveira, R. P.
2008
16
A trajetória dos egressos do Programa de Aprimoramento Profissional: quem são e onde estão os enfermeiros, fisioterapeutas e psicólogos dos anos de 1997 a 2002.
Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo
Sancha, C.C.M
2008
17
Enfermagem: Perspectivas de Inserção de Egressos da Graduação no Mercado de Trabalho
Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo/SP
Ferreira, A. M Sá,F. A..
2007
18
Especialização em enfermagem modalidade residência em unidade de terapia intensiva: egressos no mercado de trabalho
Universidade Federal de São Paulo/SP
Santos, V.P.; Whutaker, I.Y.
2007
19
A empregabilidade de egressos de um curso de graduação em enfermagem
Universidade Federal de Goiania/GO
Carrijo, C.I.S. 2007
20
Estudo do perfil sócio-demográfico e de inserção no mercado de trabalho de egressos da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto-USP (3)
Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto
Nakao, J. R.S. Anselmi, M.L.
2005
21
O Egresso da Faculdade de Enfermagem da UERJ (6) :Percepções Sobre o Mundo do Trabalho
Universidade Estadual do Rio de Janeiro
Souza, N. V.D 2005
22
O enfermeiro recém graduado e o primeiro emprego. Percepções da formação na graduação e da atuação profissional
Universidade Federal do Paraná/PR
Dias, A.O.; Guariente, .H.D.M.;
2004
23
Inserção no mercado de trabalho dos egressos do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade de Santo Amaro
Universidade de Santo Amaro/SP
Sanna, M. C; Santos, C. E
2003
24
Inserção dos egressos do curso de graduação em enfermagem de uma universidade particular do Grande ABC no mercado de trabalho
Universidade do grande ABC – UNIABC/SP
Santos, C. E; Sanna, M. C.
2003
25
Egressos do Centro de Graduação em enfermagem da Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro: formação e trajetória profissional
Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto/SP
Cardoso, R.J Moriya, T. M
2003
36
26
Inserção dos egressos do curso de graduação em enfermagem da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto no mercado de trabalho: parâmetros para avaliação da qualidade do ensino
Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto/SP
Soler, Z. A.S.G; Perroca, M. G
2001
27
Reencontrando o auxiliar de enfermagem egresso da escola Técnica de Saúde UNIMONTES (4) no seu cotidiano de trabalho
Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais/MG
Cerqueira, M.B.R;
2001
28
Enfermeiras obstétricas egressas da Escola de Enfermagem da Universidade de Säo Paulo: caracterizaçäo e trajetória profissional.
Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo/SP
Merighi, M. A. B.
2000
29
A trajetória profissional dos egressos do curso de auxiliar de enfermagem de um Hospital Escola
Centro de Formaçäo e Aperfeiçoamento em Ciências da Saúde - Instituto do Coraçäo - F.E.J. ZERBINI/SP
Carvalho, A.B.B.
2000
(1) Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (2) Projeto de Formação de Auxiliares de Enfermagem (3) Universidade de São Paulo (4) Universidade Monte Alegre (5) Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (6) Universidade Estadual do Rio de Janeiro
Dentre os estudos que abordaram a inserção e trajetória de egressos de
enfermagem, sete (24%) se referiam aos egressos de pós-graduação, dezoito (62%)
aos egressos de graduação e quatro (14%) aos egressos do ensino
profissionalizante.
Diante desse quadro foi realizada uma análise dos estudos, os quais
encontraram que os Egressos da graduação em Enfermagem da Universidade
Agostinho Neto – Angola foram sujeitos no estudo realizado por Mandriz (2011), que
objetiva descrever as facilidades e dificuldades sentidas no desempenho de seu
trabalho, sugerindo, com base nesta análise, reformulações curriculares com a
finalidade de atualização de currículo implementado desde 2002.
Carvalho, em 2011, faz uma analogia da enfermagem como uma antiga
profissão do futuro a partir de percepções de egressos sobre a formação e inserção
profissional, analisa o currículo, quanto as suas contribuições na formação
profissional, considerando os modelos assistenciais de acordo com as políticas
públicas de saúde.
37
As contribuições sob a ótica dos egressos para o trabalho profissional na
formação de mestres em Enfermagem foi a temática estudada por Ramos et al. , em
2010 na Universidade Federal de Santa Catarina. A análise apresentou elementos
relacionados à avaliação do curso e suas contribuições para a mudança no trabalho.
A compreensão da prática profissional do enfermeiro foi o tema abordado por
Oliveira, 2009, na Faculdade de Enfermagem e Obstetrícia da Universidade Federal
de Pelotas/RS, e por Vieira, também em 2009, na Escola de Enfermagem Anna
Nery/RJ. A caracterização das ações profissionais e as implicações das mesmas
para a qualidade da assistência foram evidenciadas, vislumbrando o reconhecimento
dos pontos fortes e as dificuldades decorrentes das mudanças no contexto do
trabalho desses profissionais.
Manarim (2009) afirma que o enfermeiro recém-formado se depara com um
mercado de trabalho que exige, cada vez mais, atualização e qualificação
profissional para a melhoria da qualidade da assistência. Sendo assim, esse
trabalho aponta para o fato de que populações distintas podem apresentar diferentes
expectativas em relação ao mercado de trabalho e destaca a importância de cada
instituição conhecer seu egresso a fim de trabalhar essas perspectivas aliviando,
assim, a ansiedade em relação à inserção precoce no mercado de trabalho e
possibilitando alta taxa de empregabilidade aos seus egressos.
Estudar a formação profissional e inserção no mercado de trabalho por meio
da percepção de egressos de uma instituição privada foi o tema abordado por
Colenci, em 2009. A autora destaca elementos como as dificuldades e facilidades
enfrentadas pelos egressos em busca da inserção no mercado de trabalho. Faz uma
interlocução com a proposta educativa da Instituição e ressalta a necessidade de um
ensino voltado para o desenvolvimento de competências, englobando a atuação do
enfermeiro nas dimensões do processo de cuidar, de forma interligada e processual.
Inácio e Puschel (2009) afirmam que muito se requer do profissional que
almeja se inserir no mercado de trabalho. O estudo busca caracterizar os egressos
do Curso de Graduação em Enfermagem da Escola de Enfermagem da
Universidade de São Paulo (EEUSP), do período de 2000 a 2005, e verificar como
se deu a inserção destes no mercado de trabalho, identificando as facilidades e
dificuldades encontradas para tal inserção.
38
Os dados da pesquisa acima citada permitem considerar que as maiores
facilidades para a inserção no mercado de trabalho estavam relacionadas à
formação do estudante, às suas características pessoais, à rede social e às atuais
exigências do mercado de trabalho que, por ter grande oferta de trabalhadores, pode
selecionar os mais capacitados, com mais experiência e melhor formação. Concluem
que houve rápida inserção dos egressos no mercado de trabalho.
A caracterização dos enfrentamentos relacionados a facilidades e dificuldades
de inserção no mercado de trabalho foi à temática tratada, no ano de 2009, por
Colenci, Manarim, Inácio e Puschel. Os autores destacam a falta de um curso de
pós-graduação e experiência profissional como as maiores dificuldades e,
contrapondo esses resultados, as facilidades relatadas pelos sujeitos foram a
realização de cursos de especialização em nível de pós-graduação, conhecimento
técnico, ética e experiência profissional.
Os autores evidenciam que a seleção dos egressos para a inserção
profissional se apresenta com maior evidencia para aqueles que estão mais
capacitados e com melhor formação profissional, ou seja, os egressos que deram
continuidade aos estudos através de cursos especializações e ou cursos de
aprimoramentos.
Sancha, em 2008, com o estudo dos egressos do Programa de
Aprimoramento Profissional da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São
Paulo delineou, por meio da caracterização do perfil sócio-demográfico dos
egressos, a situação acadêmica e profissional. A autora conclui afirmando que os
resultados encontrados não deveriam servir para mostrar o panorama de atividades
realizadas pelos egressos, mas, sim, ser um meio para os gestores conhecerem que
os profissionais das áreas de conhecimento analisadas constituem a força de
trabalho que fará do Sistema Único de Saúde (SUS) um sistema de saúde cada vez
melhor.
O Estudo sobre a Trajetória Profissional dos Graduados realizado por Sousa
e Oliveira (2008) objetiva o desenvolvimento de estudos sobre o perfil dos formados
em Cursos de Graduação da Universidade de São Paulo, sua atividade profissional
atual e trajetória ocupacional, identificando sua apreciação sobre a formação
possibilitada pela e na universidade, buscando compreender possíveis variáveis
intervenientes em suas escolhas e trajetórias.
39
Neste sentido propõem uma reflexão sobre a dicotomia existente entre o
ensino e a pesquisa, apontando para que estudos produzidos com este foco possam
contribuir efetivamente nessas relações, recomendando mudanças nas estruturas
curriculares na formação, considerando o perfil social, epidemiológico loco/regional
bem como as habilidades e competências esperadas para o egresso, considerando
a inserção no mercado de trabalho.
Santos, em 2007, verificou a inserção dos egressos do Curso de
Especialização em Enfermagem na modalidade Residência em Unidade de Terapia
Intensiva e o significado do curso para a vida profissional.
Ferreira (2007) apresenta em seu estudo a identificação dos campos de
atuação profissional para os egressos do curso de graduação em enfermagem e
analisa as perspectivas de inserção no mercado de trabalho dos egressos, tendo em
vista as características da região do Caparaó - MG. Afirma no estudo, que o
mercado de trabalho da região, para os profissionais de saúde, encontra-se em
processo de expansão, considerando-se o processo de migração da população das
áreas rurais para os centros urbanos, e este cenário de competição - mercado de
trabalho constitui-se nos elementos que emergem dos sujeitos, tendo em vista as
suas expectativas e preparo profissional. Segue afirmando que a rede municipal de
saúde é fortemente fundamentada na atenção primária.
Cabreira e Missio, em 2006, aproveitam o momento em que o Curso de
Enfermagem da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) está
completando 15 anos de desenvolvimento e iniciando o processo de avaliação da
implantação de uma proposta de ensino diferenciada, e realizam um estudo junto
aos egressos, descortinando suas trajetórias do período de formação e de inserção
na vida profissional, no intuito de buscar subsídios para a melhoria da qualidade de
ensino no Curso.
Os autores buscam conhecer aspectos das trajetórias dos egressos do Curso
de Enfermagem da UEMS, formados no período de 1998 a 2006, e, com os
resultados do estudo, visualizam a necessidade de uma maior abordagem na
academia dos assuntos de gestão e ensino. Esperam fornecer subsídios para
adoção de políticas internas no curso de enfermagem e na Universidade, baseadas
no conhecimento da relação entre a formação do acadêmico e a sua prática
40
profissional, e tornar disponíveis informações para fomentar futuras pesquisas sobre
o curso.
Nakao (2005) afirma que a relevância do setor saúde justifica-se não apenas
pela natureza dos serviços prestados, qual seja o cuidado com as pessoas, mas
também pelo volume de empregos gerados no mercado de trabalho. Assim, o estudo
objetiva identificar o perfil sócio-demográfico dos egressos da Escola de
Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (EERP-USP), no
período de 1991 a 2003, e analisar a inserção e qualificação profissional dos
egressos no mercado de trabalho após a graduação. O autor apresenta os
resultados com discussão dos atributos relacionados às variáveis sócio-
demográficas dos egressos; ao emprego propriamente dito e a qualificação
profissional.
Santos (2003), no estudo sobre a Inserção dos egressos do curso de
graduação em Enfermagem de uma Universidade do ABC, investiga como os
graduandos de enfermagem da UniABC se inseriram no mercado de trabalho. Neste
estudo o autor identificou que a maioria dos egressos já havia realizado uma
especialização, participavam de cursos de aperfeiçoamento e que a inserção no
mercado de trabalho se deu rapidamente, tendo a maioria iniciado as atividades
profissionais através de concurso público e assumido função assistencial.
Investigar as condições de inserção no mercado de trabalho dos enfermeiros
formados no curso de graduação em Enfermagem da Faculdade de Medicina de
São José do Rio Preto (FAMERP) foi o propósito de Soler (2001), que apresentou
resultados os quais apontam que a maioria dos enfermeiros obteve logo o primeiro
emprego com boas condições para o exercício profissional no que diz respeito à
jornada, salário e atribuições e que esses egressos têm se concentrado tanto em
instituições privadas como públicas.
Conclui afirmando que os enfermeiros tiveram facilidades para ingressar no
mercado de trabalho, e também relata que o interesse deste estudo não se resumiu
em desnudar a forma de inserção no mercado de trabalho do enfermeiro formado na
FAMERP, mas, sim, a partir dos resultados, estabelecerem formas de intervenção e
estratégias, em conjunto com todos os docentes, de modo que a avaliação e o
projeto de formação do enfermeiro reciprocamente se influenciem e se enriqueçam.
41
No estudo Reencontrando o auxiliar de enfermagem egresso da escola
Técnica de Saúde UNIMONTES no seu cotidiano de trabalho, Vieira (2001),
apresenta como objetivo analisar a prática profissional dos egressos do curso
relacionando-a com a concepção pedagógica problematizadora adotada pela
referida escola. Conclui que, diante dos dados da pesquisa, pode-se falar que a
ETS/UNIMONTES vem contribuindo de forma positiva com a vida de seus alunos,
pois, além de capacitar trabalhadores inseridos no serviço possibilitam a inserção e
a permanência de profissionais no mercado de trabalho, significando ascensão
social e cidadania.
Merighi (2000) ressalta a preocupaçäo, enquanto docente de enfermagem
obstétrica, com a trajetória das ex-alunas do curso de Enfermagem Obstétrica da
Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EEUSP). Os resultados
apontam que a inserção no mercado de trabalho foi rápida e a maioria foi inserida a
partir de concursos públicos, os egressos têm em média um ou dois empregos no
setor público, e se estabeleceram na cidade de São Paulo onde concluíram a
graduação.
Carvalho (2000) apresenta no estudo com egressos do curso de auxiliares de
enfermagem do Centro de Formaçäo e Aperfeiçoamento em Ciências da Saúde -
Instituto do Coraçäo - F.E.J. ZERBINI (CeFACS) que compöem o quadro de pessoal
do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de Säo Paulo,
os objetivos de identificar a demanda, bem como caracterizar a trajetória destes
profissionais formados no período de 1988 a 1998.
Os resultados desse estudo delineiam a área de atuaçäo dos egressos que se
concentra nas unidades de internaçäo, nas unidades de terapia intensiva e na
unidade de emergência. E com relação a percepçäo dos egressos sobre a
contribuiçäo do curso para a sua trajetória profissional, apontam a prevalência na
aquisiçäo de conhecimentos técnicos científicos, seguida de segurança profissional,
realizaçäo pessoal, profissional e financeira.
Analisando as abordagens metodológicas desenvolvidas, identifica-se que a
maioria dos estudos apresenta caráter exploratório, com a coleta de dados por meio
de questionários e entrevistas. Nesta análise observa-se que Colenci (2007) propõe
uma abordagem com enfoque dialético e Merighi (2000), a partir de uma concepção
materialista histórica, utilizou como instrumento metodológico para coleta das
42
informações a história de vida para entender as mudanças ocorridas no cotidiano
das enfermeiras obstétricas egressas da escola de Enfermagem da Universidade de
São Paulo. Os demais estudos utilizaram a análise de documentos e entrevistas
como instrumentos essenciais para alcançar os objetivos propostos.
A partir da aproximação com os estudos foi possível verificar o predomínio de
uma metodologia de investigação respaldada em dados qualitativos, exceto o estudo
de Merighi, que se configurou como estudo de reflexão teórica e se desenvolveu
segundo uma perspectiva social e fenomenológica.
Da reflexão a respeito das temáticas abordadas três questões foram
evidenciadas, e que são fundamentais para o desenvolvimento dos estudos com
abordagens sobre a inserção e trajetória. São elas: como as alterações na área de
conhecimento e no mercado de trabalho podem influenciar revisões curriculares,
como as relações ensino e pesquisa vêm sendo estabelecidas e, por último, e não
menos relevante, em que medida a unidade se preocupa com o atendimento das
necessidades de formação continuada dos egressos.
Os Egressos contribuem com o processo de mudança das instituições de
ensino, com a determinação das necessidades de educação bem como para a
compreensão da realidade do mundo do trabalho, por fornecerem informações
pertinentes a essas áreas, que fundamentam a tomada de decisões.
2.3 Mercado de Trabalho
Num mundo em constante transformação, se inserir num espaço para
ascensão social e econômica é um desafio, principalmente porque se observa que
as mudanças ocorridas com o desenvolvimento científico e tecnológico e com a
globalização da economia têm afetado o mercado de trabalho. As inovações
tecnológicas e organizacionais, o acirramento da competição internacional e
nacional tem interferido na capacidade de absorção da oferta de novos
trabalhadores, assim como na qualidade da inserção ocupacional.
Analisando-se como este grande mercado se apresenta para os profissionais
da enfermagem, conforme os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) de 2010, a equipe possui uma importante participação neste cenário,
ocupando 41,9% (679.215 empregos) do total da força de trabalho em saúde no
43
país, sendo 17,1% enfermeiros, 23,8% técnicos de enfermagem e 59,1% auxiliares
de enfermagem. Embora ao longo dos anos tenha crescido a participação dos
enfermeiros na equipe, estes profissionais ainda representam um pequeno
percentual de participação na força de trabalho de enfermagem.
Segundo os dados do IBGE, verifica-se que 57,3% dos profissionais de
enfermagem são absorvidos mais nas instituições públicas de saúde, à exceção dos
técnicos de enfermagem, que têm o setor privado como uma opção de trabalho.
A saúde constitui um importante setor no mercado de trabalho do país. Como
os demais serviços de consumo coletivo encontram-se vinculados a um conjunto de
determinantes políticos e econômicos que permeiam o mercado de trabalho em
geral. Pode-se dizer que o dinamismo e as características dos seus empregos foram
influenciados pelo crescimento do sistema produtor de serviços e pela reforma do
setor, os quais provocaram mudanças significativas na estrutura ocupacional, no
perfil quantitativo e qualitativo da força de trabalho em saúde (STIEBLER, 2004).
Diante desse novo paradigma tecnológico e social é que se deve formar e
preparar o profissional. Assim, novas competências são exigidas para esse indivíduo
e novos desafios são colocados diariamente tanto para ele, como para a escola que
irá prepará-lo. Colom (2004) afirma que a mudança na sociedade está tão instalada,
que a única resposta possível é educar para a incerteza, porque as certezas são
cada vez menos certas.
O mundo do trabalho tem passado por mudanças significativas que afetam
também as organizações nas quais estão inseridos os profissionais. Essa dinâmica
abrange diretamente o trabalho, os vínculos de emprego, a carreira profissional e as
relações decorrentes das interações com o mundo do trabalho (SANCHA, 2008).
Stiebler (2004) relata que a municipalização da força de trabalho de
enfermagem mostra-se, assim, coerente com reforma do setor saúde em direção à
desfederalização ou municipalização do sistema, dos serviços, e dos recursos
humanos em saúde.
A distribuição do quantitativo de enfermeiros em Unidades de Saúde está
definida na Resolução do Conselho Federal de Enfermagem COFEN nº 293/20044,
que estabelece parâmetros para Dimensionamento do Quadro de Profissionais de
Enfermagem nas Instituições de Saúde, e orienta também quanto à adequação do
quantitativo de recursos humanos em enfermagem nas instituições.
44
A possibilidade de atuação em diversas áreas é regulamentada pela Lei N.
7.498, (DOU 25.06.1986), que dispõe sobre o Exercício da Enfermagem, podendo o
profissional Enfermeiro atuar em uma equipe multiprofissional nos setores públicos e
privados estando apto a trabalhar como profissional liberal na área de prestação de
serviços e no cuidado a saúde individual e coletivo.
O Enfermeiro pode desenvolver ações em
Projetos Nacionais de assistência à saúde da população, visando a assistência, promoção e prevenção, gerência e organização de serviços; Projetos sociais, de interesse da saúde e da prática da enfermagem; Ações de Vigilância à Saúde; Ensino e na pesquisa, podendo qualificar-se como especialista, mestre, doutor, livre-docente e titular nas áreas de enfermagem ou afins. (COFEN, 2011 p. 72).
Diante disso, torna-se importante salientar que os cursos de Graduação em
Enfermagem precisam convergir para a realidade do mercado de trabalho.
Inicialmente para atender aos preceitos legais da profissão e a Política de Saúde de
acordo com os modelos assistências e para possibilitar o acompanhamento da
assistência de acordo com o perfil epidemiológico loco/regional.
De acordo com o Censo IBGE 2010, o Brasil possui 190.732.694 habitantes,
indicando que em uma década a população cresceu 12,3%. Nesta mesma crescente
está a área da Enfermagem, que hoje contabiliza 1.480.653 profissionais. O
Conselho Regional de Enfermagem secção Alagoas (COREN/AL) tem cadastrado
2.306 Enfermeiros (PORTAL DA ENFERMAGEM, 2010).
Em março de 2005, a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS)
divulgou o estudo “Brasil: O perfil do sistema de serviços de saúde”, onde constatou
que, em 2001, o Brasil possuía 3,41 profissionais de enfermagem por 1000
habitantes, evidenciando que em nove anos houve um aumento no coeficiente de
127%, ou seja, 7,76/1000hab.
No Brasil, em setembro de 2008, o Conselho Federal de Enfermagem
(COFEN) registrou 155.444 enfermeiros cadastrados. Segundo pesquisa realizada
pelo COFEN, 77,2% dos ingressantes nos cursos de graduação em enfermagem
têm como motivação o trabalho para cuidar de pessoas enquanto 23,1% visam o
mercado de trabalho favorável para a inserção dos profissionais da área de
enfermagem. Na mesma pesquisa, observou-se que 47,5% aspiram conseguir um
emprego público, com vínculo estável e 29,2% almejam trabalhar nos Programa de
Saúde da Família, totalizando o percentual de 86,7% de graduandos interessados
na saúde coletiva (PIERANTONI; VARELLA; MATSUMOTO, 2006; COFEN, 2008).
45
Os avanços tecnológicos e científicos se colocam, nos dias de hoje, como um
desafio à formação profissional do Enfermeiro. Desta forma, cada vez mais, o
mercado de trabalho requer profissionais qualificados que buscam atualização
contínua para acompanhar o desenvolvimento da área da saúde (SANTOS 1997).
A região Sudeste continua sendo a mais populosa, totalizando mais de 80
milhões de cidadãos, e é também nesta região brasileira que se encontra o maior
contingente de profissionais da enfermagem - 758.519, ou seja, 52,3 % da força de
trabalho do território nacional.
É importante ressaltar que o fato da região ou estado apresentarem um baixo
coeficiente na relação número de profissionais por número de habitantes não suscita
que haja mercado de trabalho na localidade. Para isso é fundamental estudos
aprofundados que possam relacionar esses dados com outros indicadores, tais
como: programas de saúde, número de universidades, leitos, instituições
hospitalares públicas e privadas, dentre outros. Os números relativos aos
profissionais atestam sua filiação, porém não garantem que os mesmo estejam
inseridos no mercado de trabalho (LUZ, 2010).
No estudo realizado por Luz (2010) sobre a relação de enfermeiros por região
encontramos o Sudeste (1,71) como a região de maior concentração e o Norte (0,94)
como a região de menor concentração. Em se tratando de estados, encontramos Rio
Grande do Sul e Distrito Federal com uma concentração de 2,10, já Alagoas é o
estado que apresenta a menor concentração por habitante, 0,74.
Certamente, o considerável aumento da oferta de cursos de graduação em
enfermagem já está contribuindo e contribuirá mais ainda para uma nova
configuração no mercado de trabalho em saúde no estado de Alagoas e já vem
refletindo tanto nos postos de trabalho quanto nos critérios de seleção desse
profissional.
O mercado de trabalho para enfermeiros no Brasil, quantitativamente, mostra
ofertas de emprego elevadas até o momento, principalmente na área pública, tanto
por meio de concursos quanto por estratégias como o PSF e qualitativamente é
bastante heterogêneo de práticas (individual/coletiva, hospitalar/ambulatorial,
público/privado), presentes na organização desse mercado (BINOTTO, 2000).
O crescimento das Instituições de Ensino Superior (IES) no Brasil e
consequente ampliação do acesso vêm ocorrendo, com uma expansão
46
majoritariamente no ensino privado, que, em 1995 representava 71,1% e, em 2006,
89,33% de todas as matrículas do país (MEC, INEP, DEAES, 2006). O Quadro 02
apresenta resultados que traduzem que esta premissa é uma realidade encontrada
também em Alagoas, onde o crescimento de Instituições de Ensino Superior tem se
apresentado em sua maioria com instituições privadas em relação ao número de
instituições públicas.
Tabela 01 – Instituições de Ensino Superior com cursos de graduação em enfermagem. Alagoas/AL, 2012
Instituições de Ensino Superior Capital (N) Interior (N)
Pública Privada Pública Privada
Universidade Federal de Alagoas (UFAL)1
01 01
Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL)2
01
Centro Universitário CESMAC (CESMAC)3 01 01 Faculdade Raimundo Marinho (FRM)4 01 Sociedade de Ensino Universitário do Nordeste (SEUNE)5
01
Faculdades Integradas Tiradentes (FITS)6 01 Faculdade de Alagoas (FAL)7 01 Faculdade Mauricio de Nassau (FMN)8 01 Faculdade São Vicente de Pão de Açúcar (FASVIPA)9
01
TOTAL 02 06 01 02 (1) Universidade Federal de Alagoas (2) Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas (3) Centro de Estudos Superiores (4) Faculdade Raimundo Marinho (5) Sociedade de Ensino Universitário do Nordeste (6) Faculdades Integradas Tiradentes (7) Faculdade de Alagoas (8) Faculdade Mauricio de Nassau (9) Faculdade São Vicente de Pão de Açúcar
A expansão dos cursos de enfermagem no país não se deu de maneira
uniforme. Inicialmente na década de 1940, houve um aumento de 43,75% dos
cursos de enfermagem, em comparação com a década de 1990, esse aumento foi
de 340%. A região sudeste foi predominante, seguida da região sul. Essas
desigualdades regionais refletem o desenvolvimento industrial das regiões sudeste e
sul, que, por sua vez, favoreceram uma demanda por serviços qualificados.
Vale destacar, ainda, que a desigualdade na oferta de cursos se faz presente
não apenas entre as regiões, mas também há desequilíbrio na distribuição dos
47
cursos por categoria administrativa já que houve menor crescimento dos cursos da
rede pública do que os da rede privada (TEIXEIRA, 2006).
48
3 PROCEDIMENTOS DE DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO
Trata-se de um estudo do tipo descritivo retrospectivo, que procura conhecer
e caracterizar, de forma detalhada, o perfil dos egressos do curso de graduação em
enfermagem, segundo determinadas variáveis sócio-demográficas e de inserção e
trajetória no mercado de trabalho.
3.1 O cenário do desenvolvimento do estudo
Palmeira dos Índios, localizada no agreste alagoano, tem seu nome ligado
aos primeiros habitantes, os índios Cariri e Xucuru, que viveram em meio ao
abundante palmeiral que constituía a vegetação nativa do município.
A casa do famoso escritor Graciliano Ramos e o Museu Xucuru são as duas
maiores atrações culturais do município. Nascido em Quebrangulo/AL, o escritor
Graciliano Ramos, quando prefeito de Palmeira os Índios, marcou sua administração
com um verdadeiro interesse pela causa pública.
A educação superior no município tem sido ofertada através da Faculdade
CESMAC do Sertão, Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Universidade
Estadual de Alagoas (UNEAL) e Faculdade São Tomás de Aquino (FACESTA). São
cadastrados cinquenta e quatro (54) estabelecimentos de saúde, sendo que
quarenta e oito (48) estabelecimentos são do Sistema Único de Saúde.
3.2 Sujeitos da Pesquisa
Inicialmente foi realizado o levantamento da quantidade dos egressos entre
os anos de 2008 e 2009 junto a Secretaria Escolar do Curso. O número de
graduados nesses anos foi de 194 alunos. Foram excluídos do estudo os egressos
não localizados, os que não devolveram o instrumento de coleta de dados no
período estipulado, os formados nestes anos, mas que iniciaram em matrizes
curriculares anteriores e aqueles que não apresentaram disponibilidade para
participar do estudo. Esgotadas as possibilidades de localização e contato, foram
colaboradores do estudo 62 egressos.
49
3.3 Procedimentos de coleta, organização e análise dos dados
A fase de coleta de dados se iniciou com o contato e levantamento junto a
Secretaria Escolar da Faculdade CESMAC do Sertão, que forneceu a listagem
nominal dos egressos do curso de Enfermagem concluintes nos anos de 2008 e
2009. A aprovação da pesquisa se deu através do Comitê de Ética e Pesquisa
(CEP) da Universidade Cidade de São Paulo (UNICID), no mês de outubro de 2011
(15/09/2011, PP 13603780, FR 453006 - SISNEP) (ANEXO 1).
Após a identificação dos sujeitos, a segunda etapa foi localizar os egressos.
Para alcançar este objetivo foi realizada uma busca através do site do Sistema de
Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES), sistema este que está
interligado a todos os serviços de saúde em esfera nacional onde todos os
profissionais de saúde que estão desenvolvendo atividades nos serviços de saúde
públicos ou privados são cadastrados neste sistema de informação.
Buscaram-se também nos sites de relacionamentos sociais (Orkut e
Facebook) os possíveis egressos que poderiam não estar trabalhando na área de
saúde e também aqueles que por acaso não estivessem exercendo as funções na
área de enfermagem. Os egressos localizados foram “adicionados” ao site de
relacionamento pessoal da pesquisadora entre os meses de janeiro a abril de 2012,
para contato e obtenção do endereço de e-mail dos mesmos.
Após contato inicial, a coleta de dados se deu por meio de envio de
correspondência eletrônica (e-mail), com o convite para a participação na pesquisa,
bem como o Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE) (APENDICE A) e o
questionário (APENDICE B) para os egressos “adicionados” ao site de
relacionamentos sociais (Orkut e Facebook). E para os egressos localizados e
contatados no município de Palmeira dos Índios e municípios circunvizinhos foi
entregue o TCLE e o questionário pessoalmente nas Unidades Básicas de Saúde,
Unidades Hospitalares e demais instituições onde os profissionais exercem suas
atividades.
Posteriormente, através da técnica em cadeia ou bola-de-neve, em que os
primeiros entrevistados informam a localização dos outros, que por sua vez
informam de outros e assim sucessivamente (PATTON, 1990), foram identificados,
contatados e acrescidos ao estudo egressos concluintes no período de 2008 e 2009.
50
Ao final do período constatou-se que havia sido estabelecido contato com 65
egressos, o equivalente a 33% do total de sujeitos da pesquisa (194). Destes, 62
aderiram à pesquisa, o que equivale a 95% (ou seja, 32% do total geral); 02 (3%)
não estavam dentro do universo dos sujeitos da pesquisa, por serem ingressantes
em uma matriz curricular anterior à do presente estudo, mesmo tendo concluído a
graduação no período do recorte da pesquisa e 01 (1%) declarou recusa em
responder.
É importante salientar que o número de respostas obtidas no presente estudo
aproxima-se do que, usualmente, a bibliografia registra para levantamentos desse
tipo. Sendo considerado um patamar razoável para explicitar tendências e iluminar
questões que mereçam aprofundamento em estudos subsequentes, ou seja, 30%
(SOUSA e OLIVEIRA, 2008).
Pesquisas realizadas que utilizaram questionários como instrumentos de
coleta de dados obtiveram porcentagens de devolução variando entre 13% e 43,4%
a saber: Seraphim et al (1996), 13%; Saupe, Nascimento (1995), 43,4%; Costa et al
(S.D.) 26,1%; Secaf; Rodrigues (1998) 33,3%.
Dependendo da abordagem da pesquisa e do formato do questionário, como
lembram Cabrera, Weerts e Zulick (2003, p. 70), as taxas de retorno em pesquisas
com egressos podem variar de 25% a 60%. De acordo com os autores, em estudo
realizado por Smith e Bers (1987), no qual desenvolveram um trabalho examinando
o efeito de diferentes abordagens de pesquisa e sua influência na taxa de resposta
de alunos de uma universidade, eles afirmaram que obtiveram uma taxa de retorno
de 51%, elaborando uma abordagem que consistiu em enviar cartas personalizadas
pelo reitor da universidade com o reforço de dois cartões-postais.
A universidade de Connecticut, em 1999, enviou 2.816 questionários para os
alunos formandos solicitando informações sobre sua experiência acadêmica na
instituição e suas atividades de pós-graduação. Como resultado, os pesquisadores
receberam 1.180 questionários com uma taxa de retorno de 42%, e, segundo dados
do relatório das pesquisas com egressos da universidade, nos últimos anos, esta
taxa de resposta tem variado de 40 a 45%.
O maior número de retorno de questionários usualmente ocorre nos estudos
em que os instrumentos de coleta não são enviados pelos correios eletrônicos, mas
utilizaram outras formas, como, por exemplo, distribuição em um único serviço com a
51
devolução controlada pela chefia ou pela própria pesquisadora; distribuição durante
um evento com o recolhimento imediato.
O método de pesquisa utilizado foi o descritivo retrospectivo. Segundo Silva e
Menezes (2000, p.21), “a pesquisa descritiva visa descrever as características de
determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre
variáveis. Envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados: questionário
e observação sistemática assumem, em geral, a forma de levantamento”.
Vergara (2005, p.47) define a pesquisa descritiva como “a que expõe as
características de determinada população ou fenômeno, estabelece correlações
entre variáveis e define sua natureza”. Apresenta como objetivo medir relações entre
variáveis por associação e obter informações sobre determinada população.
Seguindo a mesma linha, Mattar (2001) ressalta a inter-relação com o
problema de pesquisa, ao afirmar que a utilização desse tipo de pesquisa deverá
ocorrer quando o propósito de estudo for descrever as características de grupos,
estimar a proporção de elementos que apresentem determinadas características ou
comportamentos, dentro de uma população específica, descobrir ou verificar a
existência de relação entre variáveis.
A pesquisa do presente estudo é descritiva, exploratória, retrospectiva, tendo
como objeto de estudo os egressos do curso de Graduação em Enfermagem da
Faculdade CESMAC do Sertão, concluintes nos anos 2008 e 2009. As dimensões
exploradas foram aspectos sócios demográficos, de formação e atuação profissional,
facilidades e dificuldades encontradas pelos egressos para a inserção no mundo do
trabalho, bem como, percepções dos egressos acerca de contribuições de sua
formação para o exercício profissional.
3.4 A Organização do Conhecimento Produzido
A versão definitiva do questionário foi elaborada após uma primeira aplicação,
realizada no mês de novembro de 2011, em um “estudo piloto”, para uma amostra
de 06 egressos do curso de enfermagem, os quais desenvolviam atividades como
enfermeiros em unidades de saúde. Após o estudo piloto, pequenos reparos foram
introduzidos na versão final do questionário.
52
O instrumento consta de cinquenta e três (53) questões, organizadas de
acordo com as variáveis estudadas e distribuídas em cinco grupos de categorias de
questões descritas a seguir:
I - Perfil Profissional atual: área de atuação, vínculo empregatício institucional,
remuneração, motivações e expectativas com relação ao futuro profissional, entre
outras informações.
II - Trajetória Profissional: primeiro emprego, desempenho e preparo
profissional, rumos e perspectivas dos egressos, atividades desenvolvidas.
Procuraram-se compreender a trajetória dos egressos após o término do curso, os
efeitos sobre sua vida pessoal, profissionais e planos para o futuro.
III – Trajetória Acadêmica: período de conclusão do curso, motivação,
realização de estágios curriculares e extracurriculares, pós-graduação, sugestões
para o aprimoramento da qualidade de ensino e da instituição.
IV – Informações Complementares: conhecimentos adquiridos e experiências
após a graduação, contatos com colegas, docentes e formas de atualização.
V – Dados de Identificação: caracterização dos egressos, escolaridade e
endereço dos egressos.
No seu processo de trabalho foram abordados vários pontos éticos, entre eles
a questão do respeito à privacidade e a intimidade dos sujeitos da pesquisa. Após
esclarecimentos sobre a pesquisa, os egressos que aceitaram participar do estudo
assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, sendo adotados os
preceitos da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 2006).
No tratamento dos dados, as questões foram analisadas com o auxílio do
Programa Epi Info (TM) 3.5.1, 2008, e as questões abertas foram organizadas por
categorias. Na fase da interpretação dos dados obtidos, percorremos a análise do
conteúdo com a discussão das categorias que foram sendo construídas, fazendo
uma interligação dos dados encontrados com o referencial teórico existente sobre os
assuntos, transformando-os em conteúdos significativos e válidos.
53
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Pesquisas de acompanhamento de egressos revestem-se de importância por
oferecerem dados que permitem a avaliação dos processos educativos e de toda a
estrutura escolar, constituindo-se formas de credenciamento da instituição de
ensino. Nesse sentido, Hoyos (1998, s/p) afirma que uma boa universidade é
credenciada não pelos “campi”, edifícios, laboratórios, bibliotecas, professores,
alunos – mas, sim, pelos alunos egressos. “Eles, os egressos, são a universidade
viva e atuante, que acredita ou influencia uma determinada sociedade. Para a
universidade eles são as antenas que mantêm contato com a sociedade que
servem”.
Os dados coletados permitiram analisar os fatores determinantes da
formação, inserção e trajetória profissional sob a ótica dos egressos e estão
representadas num contexto amplo que traduz as características dos ex-alunos dos
anos de 2008 e 2009.
4.1 Dados de Identificação
As informações sobre os aspectos socioeconômicos e demográficos dos
egressos possibilitam que suas manifestações em relação ao curso e sobre sua
inserção e trajetória profissional sejam apreciadas à luz de suas características
individuais e sociais.
Considerando a idade atual dos egressos, indicada na Tabela 01, nota-se que
há um grupo que ingressou na graduação logo após a conclusão do ensino médio e
outro que o fez com idade mais avançada. A maioria dos respondentes encontra-se
no primeiro grupo, ou seja, 58% estão na faixa etária entre 24 e 29 anos. No
entanto, 42% dos egressos concluíram o curso com idade acima de 26 anos, o que
indica o ingresso na universidade com idade superior a esperada, indicando a
interrupção dos estudos.
54
Tabela 02 – Faixa etária dos egressos. Alagoas/AL, 2012.
Faixa Etária (anos) N %
24 - 29 36 58
30 – 34 22 36
35 anos e mais 04 06
Total 62 100
Fonte: Dados coletados na pesquisa Elaboração da autora - 2012
Os resultados dos respondentes neste estudo quando relacionados com o
ano de conclusão no ensino médio e ano de ingresso no ensino superior indicam
que 69% ingressaram com até dois anos de interstício e 31% com um período de
três a catorze anos.
O número relativamente alto de concluintes na faixa etária acima de 30 anos
corrobora com resultados de outros estudos sobre egressos de enfermagem a que
se teve acesso (MANARIN, 2009; CARRIJO, 2006; COLENCI, 2009; MEIRA, 2008).
É possível supor que este fato esteja vinculado à necessidade desses egressos
trabalharem para custear os estudos, visto que alguns relataram já ter vínculo com a
área de saúde, como Técnicos ou Auxiliares de Enfermagem.
O curso de graduação em enfermagem da Faculdade CESMAC do Sertão
tem seu horário de funcionamento vespertino, o que é um facilitador para o
acolhimento de alunos trabalhadores, considerando que muitos dos ingressantes
mantêm vínculos empregatícios com o setor público, municipal ou estadual,
desenvolvendo suas atividades em horário “corrido” de trabalho, ou seja, cumprem
sua carga horária em seis horas, liberando-se no início da tarde.
A observância do estado civil entre os egressos que compuseram a amostra
(Tabela 2) se mostrou relevante por entender que essa questão tem sido objeto de
discussão como um dos limites que marcam a transição da juventude para a fase
adulta, juntamente com o fim da escolaridade obrigatória e o ingresso no mercado
de trabalho.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizou pesquisa em
2010 sobre indicadores sociais e constatou que os brasileiros estão se casando
menos e mais tarde, assim como tendo filhos mais tarde também (IBGE, 2010).
55
Tabela 03 – Estado civil e número de dependentes dos
egressos. Alagoas/AL, 2012.
Estado Civil N %
Casado
Solteiro
Outro
Total
39
20
03
62
63%
33%
4%
100,0%
Nº de Dependentes N %
01
02
03
Total
17
11
03
31
54,8%
35,5%
9,7%
100,0%
Fonte: Dados coletados na pesquisa Elaboração da autora – 2012
Ao se observar os dados apresentados na Tabela 02 verificam-se que a
distribuição percentual do estado civil dos informantes que compõem o estudo: 63%
de casados e 33% de solteiros, 4% não informaram o estado civil. Esses números,
em parte, parecem confirmar uma tendência já apontada por Galland, 1996, de que
estaríamos vivenciando um alongamento da juventude representada pela
postergação de algumas etapas que configuram a entrada do jovem na vida adulta
(SILVA, 2004).
Silva (2004) ainda se reporta a Galland e afirma que, tradicionalmente, quatro
limites devem ser considerados na transição da juventude à idade adulta: “O fim dos
estudos, o início da vida profissional, a saída da casa dos pais e, enfim, a formação
de uma nova família” (1996, p. 39). Tais limites estão situados sobre dois eixos
distintos em relação ao ciclo da vida, quais seja o eixo público, que diz respeito à
escola e ao trabalho, e o eixo privado, que se refere à família e ao matrimônio.
Quanto à escolaridade dos pais, os dados estão registrados na Tabela 03.
Destaca-se que as mães dos egressos possuem mais anos de escolarização do que
os pais, principalmente no que se refere ao ensino médio e superior completo, o que
diverge dos achados encontrados por Sousa e Oliveira (2008) que eram de 18,6% e
17,8% para os pais e 22,8% e 9,3% para as mães com ensino médio e ensino
superior completo respectivamente. Vale salientar que neste estudo um egresso
refere que a mãe realizou pós-graduação stricto sensu em nível de mestrado.
56
Tabela 04 - Distribuição dos pais dos egressos relacionada ao grau de
escolaridade. Alagoas/AL, 2012.
Escolaridade dos Pais
Pais Mães
Nº % Nº %
Sem escolaridade 05 9% 04 6%
Ensino Fundamental (1º grau) incompleto 12 19% 04 6%
Ensino Fundamental (1º grau) completo 07 11% 01 2%
Ensino Médio (2º grau) incompleto 09 14% 07 11%
Ensino Médio (2º grau) completo 13 21% 20 32%
Ensino Superior incompleto 01 2% 05 9%
Ensino Superior completo 15 24% 20 32%
Mestrado ou doutorado - - 01 2%
Total 62 100,00% 62 100,0%
Fonte: Dados coletados na pesquisa Elaboração da autora – 2012
No estudo de Cabreira (2009), mais de um terço (35%) dos pais dos egressos
possui ensino médio completo, e igual percentual (35%) é das mães que concluíram
curso superior, e neste nível de escolarização a média de pais formados é de 16,5%.
A escolarização das mães continua a ser de maior nível que a dos pais: enquanto
24% delas completaram o ensino médio, 18,5% dos pais não completaram o ensino
fundamental.
O nível de instrução dos pais influencia na educação filhos, interferindo
diretamente em escolhas como a profissão a ser seguida. O capital cultural passado
de pais para filhos e o investimento dispensado à educação destes os leva a buscar
profissões de menor ou maior prestígio.
Em relação à Enfermagem, Missio (2007, p. 14) comenta que
Isso se observa na carreira de Enfermagem, na qual a maioria dos candidatos à profissão é proveniente de classes sociais de pequeno capital econômico e cultural, e mesmo com inclinação inicial em cursar medicina, opta pela Enfermagem, profissão esta, ainda hoje, considerada de menor prestígio em relação à medicina.
Os achados indicam que não ocorreram acentuadas mudanças em relação ao
local de moradia durante e após a graduação; alguns retornaram para as cidades de
origem, outros migraram para cidades do interior do estado, bem como municípios
57
de estados circunvizinhos. Um egresso relatou residir em outro país para cursar
outra graduação na área de saúde (Tabela 04).
Tabela 05 - Egressos e o local de moradia durante e após a graduação. Alagoas/AL,
2012.
Local de moradia
Na graduação Após graduação
n % n %
Alagoas (interior) 25 40% 24 38,7%
Arapiraca 19 31% 23 37,1%
Palmeira dos Índios 16 26% 11 17,7%
Outro estado 02 3% 03 4,8%
Outro país - - 01 1,7%
Total 62 100,0% 62 100,0%
Fonte: Dados coletados na pesquisa Elaboração da autora – 2012
4.2 Perfil Profissional atual
Nesta categoria constam os aspectos que caracterizam a percepção do grupo
de egressos pesquisados, quanto ao seu processo de formação ou desenvolvimento
profissional.
A inserção no mercado de trabalho como enfermeiros é a situação da maioria
dos respondentes deste estudo, ou seja, 49 (79%) egressos desenvolvem atividades
na área da graduação e 13 (21%) exercem atividades fora da área de graduação
(Tabela 05). Resultados semelhantes aos encontrados neste estudo apontam para
uma ocupação de egressos como enfermeiros (COLENCI, 2009; CARRIJO, 2006;
MERIGHI, 2000).
58
Tabela 06 - Área de atuação dos egressos.
Alagoas/AL, 2012.
Área de atuação N %
Enfermagem 49 79%
Outra 7 11%
Não respondeu 6 10%
Total 62 100,0%
Fonte: Dados coletados na pesquisa Elaboração da autora – 2012 O trabalho está relacionado com o curso, onde 85,7% dos alunos que
trabalham, o fazem na área de enfermagem. Costa et al. (1982) mostraram que, dos
estudantes da Universidade do Rio de Janeiro (UNI-RIO) que trabalhavam, 80,3%
atuava na área de enfermagem.
A expansão das escolas de enfermagem e o aumento de vagas para o ensino
superior vêm permitindo que os profissionais da área de enfermagem, como
enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, possam ascender
profissionalmente.
A precarização dos contratos e formas de contratação são entraves para a
entrada e permanência do enfermeiro no mercado de trabalho, configurando-se,
ainda, uma preferência dos recém-formados por concursos públicos ou pela
absorção nos serviços de assistência ambulatorial e hospitalar privada, constituindo-
se o recém-graduado um perfil ideal para os empregadores.
Quando analisado o vínculo institucional, observa-se que o setor de maior
empregabilidade é o setor público, como evidenciam os dados da Tabela 06 sendo
relatada a Estratégia Saúde da Família (ESF) como a função de maior inserção
desempenhada pelos profissionais deste estudo.
Esta constatação pode ser explicada pelo fato de que para cada equipe da
ESF é necessário um enfermeiro para atuar, bem como, para os demais programas
que acompanham as ações desenvolvidas nos eixos prioritários da atenção a saúde,
de acordo com a Portaria nº 648/GM de 28 de março de 2006, que aprova a Política
Nacional de Atenção Básica, e estabelece a revisão de diretrizes e normas para a
organização da Atenção Básica para o Programa Saúde da Família (PSF) e o
Programa Agentes Comunitários de Saúde (PACS).
59
O estudo buscou conhecer o número de vínculos institucionais de acordo com
os tipos de instituições empregadoras, assim observamos que 60% dos vínculos são
públicos, ou seja, dependem diretamente da administração pública. Na Tabela a
seguir estão representados os resultados evidenciados com relação a situação de
trabalho após a graduação e o institucional.
Tabela 07 - Distribuição dos egressos em relação ao vínculo institucional.
Alagoas/AL, 2012.
Vínculo empregatício da atividade profissional exercida atualmente
N %
Empregado no setor público 35 56% Empregado no setor privado 18 29% Proprietário ou sócio proprietário 3 5% Profissional liberal 1 2% Autônomo 1 2% Não respondeu 4 6% Total 62 100,0% Fonte: Dados coletados na pesquisa Elaboração da autora – 2012
No estudo de Carrijo (2007), foi visto que em relação ao vínculo institucional
dos egressos empregados, 80% encontravam-se inseridos na área de saúde
pública, sendo 69% no PSF, o que corrobora os resultados encontrados neste
estudo.
Ainda no mesmo estudo, os vínculos empregatícios em instituições privadas,
com fins lucrativos, perfazem 31%. Essa alta empregabilidade no setor de saúde
privado pode ser compreendida quando são analisadas as ofertas de empregos na
região do local de estudo, onde o setor público já se apresenta com as vagas
preenchidas e há ausência de concursos públicos, induzindo, portanto a inserção em
setores privados como unidades hospitalares, assistenciais e instituições de ensino
de nível médio e nível superior.
O interesse em conhecer a composição dos vínculos dos egressos estudados
reporta ao pressuposto de que os enfermeiros cotidianamente enfrentam jornadas
extensas de trabalho quando assumem mais de um emprego.
Ribeiro (2001), em sua dissertação de mestrado, pesquisou o perfil do
enfermeiro da rede básica de saúde do município de João Pessoa-PB e encontrou
os seguintes dados: 52% das enfermeiras respondentes ingressaram na rede básica
60
de saúde através de concurso público, enquanto que 13% foram admitidas através e
seleção simplificada, 30% continuam com a modalidade de serviços prestados.
Este resultado é semelhante a outros estudos onde a maioria dos egressos
atuava na área de Saúde Pública, como Costa (2008) e Soler (2001). Mas discorda
de outros trabalhos, onde a maioria dos egressos se encontrava inserido na área
hospitalar, como Colenci (2009); Meira (2007) e Nakao (2005).
Provavelmente este resultado se justifica em decorrência das diferenças de
regiões onde o estudo foi realizado, pois o incremento da atenção básica se deu
inicialmente nas regiões norte e nordeste, em virtude da baixa condição
socioeconômica da população bem como das precárias condições de saneamento
básico, acesso a água e a alimentos de qualidade e em quantidade. Também se
pode indicar como fator favorável a essas diferenças ao período em que o estudo foi
realizado.
O mercado de trabalho está se modificando, por ser a saúde um setor
dinâmico e associado a uma rede de determinantes políticos e econômicos (VIEIRA;
OLIVEIRA, 1995). A municipalização é uma realidade que tornou os municípios os
maiores empregadores para os enfermeiros.
Nos estudos sobre empregabilidade dos enfermeiros aparece
consideravelmente a influência da municipalização dos serviços de saúde, onde a
mudança do modelo assistencial preconizado desde a 8ª Conferência Nacional de
Saúde, propondo a intensificação da atenção primaria à saúde, constituíram um
aumento na oferta de empregos nesta área para os profissionais de saúde e
principalmente para a equipe de enfermagem. Na região sudeste, os serviços
públicos municipais constituem o maior mercado de trabalho para todas as
categorias de enfermagem, ofertando 57% do total de postos de trabalho públicos
para esta categoria (VIEIRA, 2002).
A descentralização proposta ocasionou uma transformação do perfil
qualitativo e quantitativo da força de trabalho em saúde, em especial da
enfermagem, aumentando a possibilidade de emprego para as diferentes categorias
profissionais que compõe essa área. Verifica-se, portanto, um aumento efetivo de
postos de trabalho na década de 1990, fruto da ampliação da rede de atenção
básica nos distintos espaços geopolíticos brasileiros, levando primordialmente à
municipalização dos empregos no setor (TANAKA et al. 1991, MISHIMA et al. 1999).
61
Os argumentos que tratam sobre salários para a profissão de enfermagem
vêm sendo amplamente discutida pelas entidades de classe da categoria, por isso
foi solicitado aos egressos que indicassem a faixa salarial pertinente a sua realidade,
foram encontrados os seguintes resultados. Dos vinte (34%) egressos pesquisados
nesse estudo referiram que seus rendimentos são até três salários e trinta e nove
(66%) recebem entre quatro e dez salários mínimos, conforme dados registrados no
Gráfico 02.
Gráfico 02 - Egressos e a faixa de remuneração após a graduação.
Alagoas/AL – 2012
2034%
39 66%
Ate 3 salários mínimos Entre 4 e 10 salários mínimos
Fonte: Dados coletados na pesquisa Elaboração da autora – 2012 Essa constatação difere do patamar de remuneração registrada no estudo de
Sanna e Santos (2003) que informa que os enfermeiros, em sua maioria,
apresentam renda mensal igual ou superior a nove salários mínimos. É importante
ressaltar que essas pesquisas foram realizadas nas regiões sul e sudeste que se
diferencia das demais regiões do país pelo quantitativo e diversidade de empresas
que incluem desde a assistência ambulatorial, hospitalar e domiciliar, bem como o
poder aquisitivo regional que é diferenciado de acordo com a região pesquisada. .
O que se pode concluir com base nos estudos que trata da renda mensal de
enfermeiros é que há variações: Souza (2005), baseado no salário mínimo vigente
na época, verificou que 58% dos egressos têm renda mensal inferior a dez salários
mínimos, 25% recebem menos de sete salários mínimos e 7% possuíam renda
superior a vinte salários mínimos.
62
Cardoso (2002) apresenta resultados que indicam que 53% dos enfermeiros
por ele consultados possuíam remuneração mensal que ultrapassava nove salários
mínimos, 21% recebiam até nove salários mínimos. Santos (2003) assinalam dados
com egressos em estudo na região sudeste onde 35% dos respondentes recebiam
até cinco salários mínimos vigentes à época do estudo. Pelos recentes estudos, os
enfermeiros, em sua maioria, recebem uma renda mensal igual ou superior a nove
salários mínimos.
As questões salariais parecem não influenciar o apreço e procura pela
profissão, pois, 48 (77%) sujeitos da presente pesquisa, ao serem questionados
sobre se fariam o mesmo curso, responderam que sim e 14 (23%) referiram que não
fariam enfermagem novamente. Nos relatos que afirmaram fazer o curso novamente
foram destacadas as seguintes expressões.
Embora o mercado esteja lotado, me identifiquei muito e gosto
do que faço. E 08
Gosto de trabalhar como enfermeira e me realizo
profissionalmente. E 15
Sinto-me realizada e feliz no curso que escolhi. E 16
Porque estou satisfeita com a graduação escolhida. E 22
Boa identificação com o curso que ensina a arte de cuidar do
outro e o prazer em executar as ações em enfermagem. E 29
Me identifico com a enfermagem e dificuldade tem em todas as
áreas; é interessante vencer esses desafios. E 35
Gosto muito de atuar na área de enfermagem, de ajudar
pessoas. E 54
63
Convidados a avaliar sua atividade profissional, atribuindo-lhe notas entre um
e seis, sendo um, o pior desempenho e seis, o melhor, a maioria dos egressos
(62,9%) atribuiu notas entre cinco e seis para a importância social de seu trabalho.
Em termos de realização pessoal, a maior concentração de respostas ocorreu entre
as pontuações cinco (33,3%), três (25%) e quatro (20%). Sobre ganhos financeiros,
a avaliação dos egressos recaiu sobre a pontuação três (38,3%), seguida das
pontuações quatro (35%) e dois (16,7%). A realização profissional concentrou notas
nas pontuações quatro, cinco e seis, somando um total de 80%.
Em relação ao futuro profissional, as prioridades mencionadas com maior
freqüência por egressos foram: crescimento/aprimoramento profissional 79% e
crescimento intelectual. Como é de se esperar, o item progredir na carreira foi
assinalado por 37,1% dos egressos. Para alguns egressos, destacam-se
determinados percentuais em relação a certas alternativas, como por exemplo: o
item continuar estudando foi destacado por 30,6%, crescer intelectualmente foi
relacionado por 24,2%% dos respondentes; o item conseguir emprego foi assinalado
por apenas 16,1%; realizar Pós-Graduação foi a opção mencionada como prioridade
por 11,6%% dos egressos.
4.3 Trajetórias Profissionais
O processo de formação profissional compreende as relações imbricadas com
o aprendizado durante o curso de graduação e a busca do auto desenvolvimento no
exercício da profissão.
Exercer atividades durante a graduação foi uma realidade para alguns
sujeitos dessa pesquisa. Os egressos relataram que 36 (58,1%) não exerceram
nenhuma atividade profissional e 26 (41,9%) desenvolveram atividades profissionais
no decorrer do curso. Dentre as atividades relatadas foram evidenciadas, Técnico
e/ou Auxiliar de Enfermagem, Docente/Professor, Agente Administrativo e
Comerciário. Os egressos também se manifestaram sobre a oportunidade de
trabalhar durante a graduação. Nas Tabelas 07 e 08 são evidenciados esses
resultados.
64
Tabela 08 – Atividades desenvolvidas por egressos durante a
graduação. Alagoas/AL, 2012.
Atividades Desenvolvidas na Graduação N %
Técnico/Auxiliar de Enfermagem 10 38,3 %
Docente/Professor 06 23,5 %
Agente Administrativo 05 ‘19,1%
Comerciário 05 19,1%
Total 26 100,0%
Fonte: Dados coletados na pesquisa Elaboração da autora – 2012
Tabela 09 – Egressos e o Trabalho durante a graduação. Alagoas/AL, 2012.
Trabalhar durante a graduação foi prejudicial? N %
Não interferiu 15 46,9 %
Não, ambos se completaram 11 34,4 %
Sim, interferiu 06 ’18,8%
Total 32 100,0%
Fonte: Dados coletados na pesquisa Elaboração da autora – 2012
Trinta e dois egressos (53,3%) iniciaram atividades profissionais após a
conclusão do curso na área da graduação, vinte (33.3%) egressos que já exerciam
atividades na área durante a graduação e deram continuidade às mesmas,
assumindo novas responsabilidades na área. Apenas um egresso declarou ter
iniciado atividades profissionais fora da área da graduação, após a conclusão do
curso.
As formas de ingresso em instituições empregadoras estão representadas no
Gráfico 03 e cabe referenciar que conhecer as formas de inserção no mercado de
trabalho pode contribuir para a compreensão da vulnerabilidade dos empregos.
Neste contexto observamos que 16% dos egressos estudados submeteram-
se a concurso público como forma de admissão, o que caracteriza empregabilidade
com baixa vulnerabilidade na qual a administração pública assume direitos de
proteção ao trabalhador (OIT 2003).
65
Gráfico 03 – Distribuição dos egressos e a forma de ingresso em instituições
empregadoras. Alagoas/AL, 2012.
917%
917%
36%
1221%
917%
611%
12% 5
9%
Concurso Público Indicação de amigos
Convite de empregador Teste e entrevista
Indicação de pessoas influentes Consequencia de estágios anteriores
Iniciativa própria (autônomo) Outros
Fonte- Dados da pesquisa. Elaborado pela autora- 2012.
Quanto ao tempo transcorrido entre o término da graduação e o início das
atividades profissionais, constata-se que a maioria (53,2%) ingressou no mercado de
trabalho em um período de um a seis meses.
A inserção da maioria dos egressos em um curto espaço de tempo,
apresentada no Gráfico 04, se assemelha aos resultados da Sanna e Santos (2003),
os quais mostram que 55% dos egressos conseguiram seu primeiro emprego entre
um e três meses depois de formados, no estudo de Cardoso (2002), 69,2% dos
egressos iniciaram suas atividades profissionais no período entre um a três meses;
nos resultados de Soler et AL (2001), 75,4% dos egressos obtiveram seu primeiro
emprego até três meses após a formatura.
66
Gráfico 04 – Distribuição de egressos e o tempo para obtenção do primeiro
emprego. Alagoas/AL – 2012
23%
1625%
915%4
6%
1321%
610%
1118%
12%
Já atuva na área 1 a 3 meses
7 meses a 1 ano menos de 1 mês
4 a 6 meses mais de 1 ano
Não iniciou atividade profissional Não respondeu
Fonte: Dados coletados na pesquisa Elaboração da autora – 2012
No estudo de Cabreira (2006) a autora relata que a inserção do egresso no
mercado de trabalho foi imediata (79,5%) e se deu por meio de contrato de trabalho
(89%) na grande maioria dos casos. Mas, para os que encontraram dificuldade em
conseguir o primeiro emprego, a causa mais marcante é a falta de experiência
profissional, lembrada por 54,5% destes. Há fatores também como o mercado
saturado (18%); falta de interesse das instituições locais em analisar o currículo dos
recém-formados (9%); influência política (9%); e fatores pessoais dos egressos, que
contribuíram para a diminuição das possibilidades de concorrer a um emprego.
A satisfação em concluir uma graduação é uma realização pessoal grandiosa,
mas o primeiro emprego supera essa expectativa, os sujeitos respondentes deste
estudo relataram que 27 (45,0%) dos egressos não tiveram dificuldade para obter o
primeiro emprego, 23 (38,3%) encontraram dificuldade e 10 (16,7%) relatam não
estarem trabalhando na área.
67
As justificativas relatadas pelos egressos sobre as dificuldades encontradas
para a inserção no mercado de trabalho pela primeira vez estão descritas nas
seguintes falas.
Saturação de mercado. E 01
A área está muito sobrecarregada de enfermeiros. E 12
Falta de vagas em hospitais e PSF, os concursos e número de
vagas são mínimos e demoram a serem realizados. E 29
Falta de vagas e espera de concurso público. E 43
Sobre a mudança de emprego ao longo da trajetória profissional, as respostas
indicam uma tendência para a estabilidade profissional, ou seja, aproximadamente
73% dos egressos não mudaram de emprego, conforme dados registrados na tabela
a seguir.
Tabela 10 - Distribuição dos egressos em relação a mudança de
emprego após a graduação. Alagoas/AL, 2012.
Quantas vezes mudou de emprego após a conclusão do curso
N %
1 vez 11 19,0 %
2 vezes 02 3,4 %
3 vezes 01 1,7%
Deixou de trabalhar 02 3,4%
Não mudou de emprego 42 72,4%
Total 58 100,0%
Fonte: Dados coletados na pesquisa Elaboração da autora – 2012
Mudaram suas trajetórias dentro da carreira de Enfermagem 11,2% dos
egressos. Os egressos que mudaram suas ocupações profissionais na carreira o
fizeram por encontrar em outros setores da Enfermagem condições de trabalho mais
promissoras, nessa situação encontramos, 71,4% relataram melhores oportunidades
68
profissionais e 28,6% melhor remuneração, estes resultados assemelham-se ao
estudo de Sousa e Oliveira (2008).
O preparo profissional para enfrentar o mercado de trabalho após a
graduação foi avaliado, sendo solicitado que o egresso pontuasse um para o pior e
seis para o melhor desempenho. Quarenta e um (66,2%) dos egressos responderam
que o seu desempenho podia ser avaliado entre quatro e seis, e vinte e um (33,8%)
dos egressos avaliou como até três o seu desempenho para enfrentar o mercado de
trabalho.
Foi solicitado aos sujeitos que justificassem suas apreciações em relação a
essa expectativa, sendo as falas a seguir transcritas, ilustrativas das manifestações
feitas a partir dos egressos que se sentiram preparados para enfrentar o mercado de
trabalho.
Sinto-me preparado devido os conhecimentos adquiridos no
curso, complementando com a prática diária. E 01
Não tive muita dificuldade, apenas o que é novo que não foi
visto na faculdade é aquilo que só aprendemos na prática com
a vivência profissional. E 11
Considero excelente pelo meu empenho e dedicação contínua
na área. E 30
A experiência adquirida durante a graduação oportunizou o
aprimoramento e confiança. E 37
Não tive dificuldade, pois já trabalhava na área, procurei
incrementar para melhorar o atendimento. E 38
Durante a graduação tinha consciência da responsabilidade de
exercer a profissão, por isso me dediquei muito. E 40
Sempre gostei então fui me preparando ao longo do curso.
E 60
69
Os egressos atribuem à formação o preparo para enfrentar o mercado de
trabalho e estão estimulados na busca do aprimoramento profissional por meio da
educação continuada. O recém-formado não é um produto acabado, de modo que
deve ser orientado, desde o início do curso, a respeito da responsabilidade pelo
aperfeiçoamento pessoal e profissional, por meio de um processo de educação
continuada (BEZERRA, 2003).
O mercado de trabalho brasileiro tem demonstrado o acirramento da
competitividade e da exigência de profissionais mais capacitados e habilitados para
atuar de maneira flexível e criativa. Essa necessidade tem influenciado mudanças
nos currículos acadêmicos de instituições formadoras com vistas à formação de
profissionais capazes de adaptar-se às mudanças técnicas, aumentando suas
possibilidades frente à competitividade, à concorrência e aos efeitos do desemprego
no mercado de trabalho (SEGNINI, 2000).
Para os sujeitos respondentes que avaliaram entre um e dois (33,8%) seu
preparo para enfrentar o mercado de trabalho após a conclusão do curso e
declararam não sentirem-se preparados foram identificadas as seguintes
justificativas.
Até agora adquiri muitas experiências, mas estou estudando,
me especializando, penso no futuro realizar um curso de
mestrado e atuar mais para adquirir experiência profissional.
E 24
Saí totalmente despreparado da graduação. E 33
Concluí a graduação sem experiência para o mercado de
trabalho. E 34
Durante o curso foram poucas práticas, dificultando o
desempenho no mercado de trabalho. E 44
Foi solicitado que os egressos respondessem se durante a graduação foram
desenvolvidas atividades de liderança na administração pública, caso afirmativo qual
70
foi esta atividade. Dos sujeitos que responderam a questão os dados apresentam-se
nas Tabelas 11 e 12.
Tabela 11 – Distribuição dos egressos que exerceram atividades
na administração pública. Alagoas/AL, 2012.
Exerceu atividade de liderança? N %
Não 58 93,5 %
Sim 04 6,5 %
Total 62 100,0%
Fonte: Dados coletados na pesquisa Elaboração da autora – 2012
Tabela 12 – Atividades de exercidas na administração pública
pelos egressos. Alagoas/AL, 2012.
Atividade de liderança exercida N %
Coordenação de Atenção a Saúde 04 50%
Coordenação de Enfermagem 02 25 %
Vice prefeito 02 25 %
Total 62 100,0%
Fonte: Dados coletados na pesquisa Elaboração da autora – 2012
4.4 Trajetórias Acadêmicas
Esta categoria retrata as experiências vivenciadas pelos egressos durante a
graduação e podem ser consideradas essenciais para a inserção no mercado de
trabalho.
O período que os egressos participantes do estudo utilizaram para a
conclusão do curso foi de quatro anos e seis meses, período esperado para
integralização da matriz curricular, neste estudo foi encontrado que 35 (56,5%) forma
concluintes em 2008 e 27 (43,%%) dos egressos concluiu o curso em 2009.
Sobre a escolha do curso, perguntou-se o “que buscava quando escolheu o
curso de graduação de enfermagem” os egressos expressaram os anseios a partir
das falas
Realização profissional e independência financeira. E 03
71
Formação superior com atividades ao qual tinha afinidade. E 16
Oportunidade de me especializar no que sempre quis fazer,
cuidar de gente, e descobrir a arte de ensinar. E 32
Por incentivo da família eu fui fazer enfermagem, e também
minha irmã fazia o mesmo curso. E 35
Realização para cuidar de pessoas que necessitam de uma
assistência de qualidade. E 37
Realização profissional e pessoal. E 41
Realizar um sonho. E 47
Uma realização pessoal, sempre gostei de ajudar os outros
principalmente aqueles que necessitam de uma maior atenção.
E 59
As premissas dos novos tempos exigem um profissional que, além da
formação técnica e ética, tenha uma visão ampla da realidade social e política e
competência para explicar fenômenos frente à complexidade do ser humano.
O estágio curricular supervisionado deve ser uma atividade acadêmica
bastante rica para a formação profissional, momento em que o estudante entra em
contato direto com a realidade de saúde da população e do mundo do trabalho,
possibilitando o desenvolvimento pessoal e profissional, e a consolidação de
conhecimentos adquiridos no transcorrer do curso, através da relação teoria-prática.
Deve ser contemplado como um procedimento didático que dá oportunidade
de situar, observar e aplicar criteriosa e reflexivamente, princípios e referenciais
teórico-práticos assimilados durante o curso, sendo imprescindível o inter-
relacionamento multidisciplinar entre teoria e prática, sem perder de vista a realidade
na qual está inserido.
72
Contudo, o que se observa no contexto da educação em enfermagem é que,
apesar de definida nas Diretrizes Curriculares, essa concepção do estágio ainda não
se consolidou efetivamente na prática de seus profissionais. No processo de
formação, a participação em estágio extracurricular foi destacada como atividade
importante no processo formativo por 40% dos egressos.
Para os ex-alunos, esta atividade propicia experiência, promovendo
aprendizagem a partir da aproximação com a realidade concreta. Também, o estágio
é visto quase sempre de maneira positiva pelas instituições de saúde e pelos
docentes. Os estágios curriculares e extracurriculares são regulamentados pela Lei
Nº 11.788/2008 (DOU 25.09.2008), e possibilita ao futuro profissional a sua entrada
prematura no mercado de trabalho.
Os campos de práticas e estágios devem se mostrar ricos em situações
concretas, frente a situações onde o futuro enfermeiro possa desenvolver seu
compromisso ético-profissional, possibilitando o desenvolvimento da análise crítica
dos direitos e responsabilidades profissionais, tendo por base as políticas públicas
de saúde e a organização do trabalho em saúde/enfermagem.
O conhecimento adquirido na escola não pode ser compreendido como
acabado e os processos de aprendizagem devem ser contínuos no decorrer de sua
vida profissional. Sair da escola com essa compreensão é muito importante e
demonstra um aspecto positivo do processo de educação (MARTINS, 2006).
O mercado de trabalho espera cada vez mais um profissional com
qualificação para desenvolver as ações inerentes à profissão, por isso a qualificação
contínua contribui para o desenvolvimento pessoal e profissional, preparando-o para
agir, tomar decisões e usar a criatividade para solucionar os problemas. Estas são
as competências esperadas para o enfermeiro.
O estudo evidencia que 50 (81%) dos egressos, após a conclusão da
graduação, buscaram o aprimoramento por meio de especializações lato-sensu e,
destes, 38 (74%) realizaram uma especialização e os demais já cursaram mais de
uma.
As áreas de maior procura estão relacionadas à Urgência e Emergência,
Enfermagem do Trabalho, Enfermagem Obstétrica, Saúde Pública e Saúde da
Família. Esses achados evidenciam a necessidade que os egressos apresentam
73
para as áreas específicas e também para a inserção no mercado de trabalho através
da Estratégia Saúde da Família.
Quando se fala em qualidade, tem-se sempre enfatizado o processo de
educação continuada como necessário para o desenvolvimento pessoal e
profissional dos indivíduos. Alguns depoimentos ressaltam acreditar que, através da
realização de cursos de pós-graduação, aprimoramentos e atualização, eles podem
alcançar a almejada capacitação para a atuação como enfermeiros na área de
interesse como ilustram os depoimentos, quando perguntado sobre o ”por que
cursou especialização”.
Possibilita o crescimento profissional. E 05
Auxilia no aprimoramento profissional. E 06
Realizei a especialização para melhorar a qualificação
profissional. E 18
Continuidade da vida acadêmica e necessidade profissional.
E 32
Ampliar a possibilidade de emprego. E 48
O estudo de Carrijo (2007) refere que, em relação ao desenvolvimento
profissional após a conclusão do curso de graduação, 63% dos egressos realizaram
pelo menos um curso de especialização e 7% concluíram a pós graduação stricto
sensu em nível de mestrado. A referência a que os alunos acreditam que necessitam
de mais experiência prática para alcançar o preparo necessário para ingressar no
mercado de trabalho foi anteriormente relatada por estudo realizado com alunos
sobre a mesma temática em uma IES no interior do estado de Minas Gerais
(GONDIM, 2002). Os dados sugerem que sentimentos de medo e insegurança são
comuns no período de término da graduação e véspera da formatura.
O sentimento de medo surge na mente da mesma maneira que aparecem os
sonhos. Quando pensam sobre possibilidades, as pessoas imaginam coisas tanto
74
positivas quanto negativas. As preocupações evoluem de forma interminável e
recorrente. As pessoas podem ampliar seus desejos e encontram alternativas para
quase tudo, mas não para a redução da ansiedade e do medo (MOTA, 2010).
Os formandos que saem todos os semestres das faculdades estão com suas
cabeças cheias de sonhos, aspirando muitas oportunidades de trabalho no mercado.
Mas esse início de exercício profissional estará ligado diretamente ao seu
crescimento enquanto acadêmico, aos conhecimentos que adquiriu e às habilidades
que desenvolveu, e principalmente pela sua competência, o seu compromisso e
motivação para o trabalho (SCHAIE; WIILIS, 2003).
Quando solicitado ao egresso que comentasse “sobre a importância do curso
de graduação, realizado no CESMAC, para sua atuação profissional”, mesmo que
não atuasse na área de Enfermagem, foram expressos os seguintes relatos.
Minha atuação na enfermagem é baseada nos conhecimentos
adquiridos no decorrer do curso devido ao incentivo dos
professores e da instituição como um todo. E 01
O que sou atualmente, falando profissionalmente, muitas
coisas aprendi no curso, mas é fato notório que ninguém sai
pronto. O dia a dia, a prática, é que nos ensina de fato a
realidade. E 08
Foi de extrema importancia para minha vida profissional. E 09
Aprimoramento profissional, pois sou bombeiro e melhorou
meus conhecimentos. E 23
O curso é bastante completo com abordagem em todas as
áreas possíveis de atuação, os professores eram bastante
preparados na minha época de formação. Obtivemos muito
aprendizado nos estágios, porém, faltam muitas práticas em
saúde necessária para atuação. E 29
75
Um curso muito bom atingiu minhas expectativas, mesmo não
atuando procuro estar sempre me atualizando para quando
surgir alguma oportunidade. E 39
Foi muito bom, conheci pessoas, tive oportunidade de
conhecer as dificuldades da área de saúde, mas também
participar de muitas ações educativas na comunidade. E 52
Há, em alguns discursos, a identificação dessa necessidade contínua de
aprendizado, demonstrando amadurecimento em relação à formação. Porém, deve-
se levar em consideração que existe dificuldade, por parte das instituições
formadoras, em desenvolver a aprendizagem vinculada a ações reais da prática. O
ensino é pautado por “ações ideais”, marcado pelo descompasso entre o proposto e
o que será vivenciado na prática assistencial.
Há incompatibilidade entre formação e prática profissional pautada em
investimentos pedagógicos desvinculados da realidade do desenvolvimento do aluno
(DELL`ACQUA, 2004). Portanto, a função da instituição formadora é ensinar as
competências para o exercício da profissão. O ensino da ciência aplicada e a
formação do enfermeiro devem ser articulados objetivando a formação para reflexão-
ação de modo que o profissional seja preparado para os desafios que a prática exige
(THERRIEN, 2008).
Nesta pesquisa fatores foram evidenciados como essenciais para a formação
profissional e estão direcionados para a carga horária das disciplinas teóricas, os
estágios curriculares e os contatos com colegas e profissionais durante o curso.
Alguns fatores foram descritos como necessários, mas que não foram contemplados
durante o curso, como, realizações de estágios extracurriculares e incentivos à
iniciação científica e aos projetos de extensão.
A contribuição de alguns aspectos da vida acadêmica para a formação
profissional foi avaliada por egressos da Enfermagem numa escala entre um e seis.
A maioria dos sujeitos (96,7%) opinou sobre os questionamentos e as manifestações
em relação a estes aspectos foram assim apresentadas:
A formação teórica oferecida no curso foi avaliada como satisfatória pela
maioria que, atribuiu notas entre quatro (46,8%) e cinco (32,3%); a carga horária das
76
disciplinas teóricas recebeu a maior concentração de indicações entre quatro
(39,3%) e cinco (30,4%); a carga horária das disciplinas teórico-prática foi avaliada
entre três (38,7%), quatro (32,3%) pontos.
A realização de atividades de iniciação científica durante a graduação foi
avaliada como prática não satisfatória ou até inexistente, se considerarmos que
24,6% dos egressos disseram que a questão não se aplicava e 14 (23,0%) atribuiu
pontos entre três e quatro respectivamente.
Os contatos realizados com colegas e os contatos profissionais durante a
graduação também foram avaliados pelos egressos da Enfermagem, e foram
considerados satisfatórios, sendo a distribuição de indicações entre quatro e cinco
pontos.
Os laboratórios e a biblioteca foram avaliados, cujas ponderações apontaram
para a necessidade de renovação na estrutura física e equipamentos da faculdade,
foram citados pelos egressos como fatores que devem ser organizados. A
precariedade quanto às instalações e equipamentos foi também relatada, os quais
necessitam de reparações. Esses são critérios importantes para viabilizar o sucesso
de uma instituição, as expressões retratam os sentimentos dos egressos:
Estrutura física da instituição, práticas mais interativas,
laboratórios mais equipados. E 07
Infraestrutura adequada, estágios com maior carga horária.
E 30
Melhorar a estrutura física, salas de aula maiores, lanchonete,
auditório. E 32
Mais oportunidades de realizar as práticas, mas por falta de
unidades preparadas. E 53
Com relação à importância das disciplinas os egressos foram convidados a
avaliar o grau de importância numa escala de um a seis, para o pior e melhor
desempenho. As disciplinas do ciclo básico vinculadas às ciências biológicas para a
77
sua formação, os egressos relataram que são fundamentais; as disciplinas
relacionadas aos fundamentos da enfermagem e as das áreas temáticas foram
consideradas essenciais; já as disciplinas transversais voltadas para a orientação
profissional, estatística e metodologia foram consideradas não relevantes.
Ao opinar sobre as contribuições do curso de graduação para o atendimento
as exigências do mercado de trabalho os egressos teceram comentários sobre
“quais aspectos poderiam ser incrementados” e os relatos foram
Aumentar a carga horária das disciplinas teóricas e também os
estágios. E 02
Aumentar a carga horária dos estágios para oferecer mais
oportunidades de aprendizado. E 16
Qualificação da atuação de supervisão de estagio pensando
em ampliar e assegurar a atuação do estagiário, melhorar a
qualidade da estrutura física e material da instituição e
qualificação dos profissionais de todos os setores. E 30
Aumento na carga horária de estágios, melhorarem a estrutura
física dos laboratórios, capacitar os orientadores para ajudar no
TCC. E 37
Hospitais e unidades de saúde com melhores estruturas e
materiais. E 52
Aumentar a carga horária dos estágios e principalmente na
parte do gerenciamento de unidades e clinicas. E59
Em relação aos aspectos de ambiente intelectual; infraestrutura da instituição
e interação com outras Faculdades/Instituições, as respostas apresentaram uma
grande concentração, variando entre dois e três pontos. As manifestações indicam
78
uma tendência de julgamento que merece uma reflexão e ordenamento de ações
para com o ambiente intelectual e relações propiciadas pela universidade.
A formação do aluno é processual e irá se constituir ao longo dos anos da
vida como trabalhador. Assim, cabe ao aluno a responsabilidade de assumir-se
como sujeito da própria formação, diante da diferenciação e riqueza dos espaços de
conhecimento nos quais deverá participar.
Há evidências da passividade/receptividade dos alunos frente aos desafios da
tomada de decisão (DE DOMENICO, 1999). A inserção precoce nos cenários de
práticas favorece ao aluno o conhecimento e contato com a realidade das ações
desenvolvidas na atuação profissional, o Gráfico 05 apresenta as opiniões dos
alunos relacionadas a este aspecto.
Gráfico 05 – Semestre de início das disciplinas que favorecem o contato
com a atuação profissional. Alagoas/AL, 2012
1626%
3963%
58%
23%
1º Semestre 3º e 4º Semestre
5º e 6º Semestre 7º e 8º Semestre
Fonte: Dados coletados na pesquisa Elaboração da autora – 2012 Colenci (2009), afirma que a inserção no mercado de trabalho e o
cumprimento dos papéis que este exige devem acontecer de maneira mais natural
possível. Quando esse profissional se insere no mercado, ele deverá ter uma nova
formação, ou uma nova construção e estruturação de conhecimentos, a partir de
conceitos criados por sua experiência isolada, a formação proposta pela instituição e
79
as experiências vividas durante o curso, além da cultura e da filosofia da nova
instituição que esse profissional se insere.
A partir da compreensão do que buscava na graduação e o que poderia ser
incrementado foi solicitado aos sujeitos do estudo que opinassem sobre “o que faltou
na sua formação”. As sugestões foram assim descritas
Realizar mais procedimentos técnicos principalmente na área
de obstetrícia e saúde da mulher. E 02
Mais atuações nas aulas práticas. E 04
Conhecer mais especificamente as áreas de atuação do
enfermeiro. E 27
Atuação mais ampla no campo de estágio, juntamente com o
supervisor, e mais opções de literaturas disponíveis na
biblioteca do campus. E 29
Maior participação na vida acadêmica acho que perdi grandes
oportunidades. Mais dinamismo em sala de aula e ser mais
cobrado. E 32
Faltou maior incentivo para a área de gerenciamento de
recursos humanos e materiais. E 56
Os professores são muito bons, experientes, mas poderiam
explorar mais a disciplina com atividades prática. E 59
Trabalhar mais com técnicas de nível de maior complexidade.
E 61
Esses resultados corroboram com o estudo de Sousa e Oliveira (2008), em
que os egressos da Enfermagem consideram que o que faltou em sua formação
80
foram mais oportunidades de contato com o trabalho prático, maior incentivo à
pesquisa e maior conhecimento do mercado de trabalho.
Nesse sentido, durante a formação, o professor desponta como sendo
facilitador da aprendizagem de seus alunos. Seu papel não é ensinar, mas ajudar o
aluno a aprender; não é transmitir informações, mas criar condições para que o
aluno adquira informações (MARTINS, 2006).
Na busca de aprimorar o acompanhamento dos profissionais de enfermagem
foi solicitado aos egressos que a partir das experiências vivenciadas durante a
graduação indicassem sugestões para que a faculdade melhore a formação de seus
alunos. Os resultados são apresentados nas falas descritas a seguir.
Melhorar a infraestrutura e qualificação de alguns docentes.
E 03
Ter mais projetos de extensão e monitoria. E 15
Incentivar participação nos estágios extracurriculares. E 23
Mais oportunidades de estágios, para que o aluno se aproxime
mais da realidade. E 24
Melhor suporte e estimulo para a pesquisa. E 31
Instigar os alunos a produzir cientificamente, incentivar
participação em eventos. E 43
Os professores devem incentivar mais os alunos a estudar e ter
mais oportunidades de contato com as praticas nos hospitais.
E 55
Como sugestões para a melhoria do ensino, foram relatadas por egressos
participantes do estudo realizado por Carrijo, 2007, aspectos diversos, incluindo:
estrutura física da unidade como a modernização de laboratórios; maior ênfase no
81
processo de enfermagem; maior inserção de alunos em projetos de pesquisa e
extensão e oportunidades de educação continuada com profissionais experientes e
com apresentação de suas estratégias para inserção no mercado de trabalho.
Embora a busca por formação profissional abrangente seja imperativo, alguns
egressos não se sentem preparados para atuar em todas as áreas da enfermagem e
sentiram até mesmo um maior direcionamento para uma determinada área em
detrimento de outras, conforme ilustram os depoimentos:
O curso me preparou para enfrentar o mercado de trabalho de
maneira realista. E 03
Muito importante a teoria ótima, mas me senti um pouco
insegura na prática hospitalar. Mas o dia a dia me ensinou
muito. E 19
Bastante proveitoso para atuação, porém algumas matérias
deixaram a desejar. E 27
Não tive oportunidade de atuar em UTI e Centro Cirúrgico.
E 39
Realização e estágios em hospitais com clínicas mais
especializadas, mais oportunidades práticas. E 49
Os marcos estruturais e conceituais do ensino de enfermagem são
influenciados pelos planos oficiais em saúde, um maior direcionamento para a saúde
pública é, atualmente, consoante da proposta de um sistema de atenção integral a
saúde, estabelecido pela Reforma Sanitária e de acordo com os princípios do SUS
de universalidade, acessibilidade e integralidade (BRASIL, 2004). Tais princípios
priorizam o ensino voltado para a promoção e prevenção à saúde, em consonância
com o modelo assistencial em detrimento da assistência curativa.
82
Nesta categoria entende-se que instrumentalizar o futuro profissional de
acordo com as diversas realidades organizacionais vigentes nos variados tipos de
instituição de saúde é um desafio a ser enfrentado pelos órgãos formadores.
4.5 Informações Complementares
Neste item são relatadas as informações acerca das formas que os egressos
viabilizam para aproximação com a instituição onde realizaram a graduação, e
interesse em manter contato com docentes e ex-alunos.
Nos anos pesquisados, a maioria dos egressos informou que ocasionalmente
manteve contato com a Faculdade depois da graduação, quando o faz em geral é
para consultar professores e para a realização de Pós-Graduação. Mais de 95% do
total dos egressos que responderam à pesquisa dizem-se disponíveis para
frequentar eventos promovidos pelo curso de Graduação em Enfermagem o que é
representado no Gráfico 06.
Gráfico 06 – Distribuição de egressos que evidenciam interesse e
disponibilidade em participar de eventos na Faculdade. Alagoas/AL – 2012.
.
59 95%
3 5%
Sim Não
Fonte: Dados coletados na pesquisa Elaboração da autora – 2012
83
Dentre as formas de aproximação entre os egressos e a faculdade foram
referidos cursos, seminários, palestras, encontro anual com ex-alunos, professores e
encontros de turma.
Os egressos sugerem também encontros entre enfermeiros, egressos já
inseridos no mercado de trabalho e os graduandos, como estratégia para ampliar o
conhecimento de situações de tomada de decisões. As falas a seguir refletem esse
sentimento
Manter contato através de e-mail e realizar eventos com a
participação dos mesmos. E 05
Promover cursos e eventos de ex-alunos, manterem projetos
de pesquisas para os que desejam manter-se engajado na
ciência, auxiliarem aos ex-alunos em busca do mestrado. E 13
Cursos, inclusão de ex-alunos em eventos com alunos atuais e
apresentação de trabalhos realizados por ex-alunos. E 29
Realizar momentos com retrospectivas e prospectivas face ao
contexto socio-histórico da enfermagem envolvendo egressos e
graduandos. E 30
Um encontro com ex-alunos, com palestras, depoimentos dos
mesmos em relação à vida profissional. E 31
Em caso de dúvidas no exercício profissional, os egressos da Enfermagem
indicaram buscar esclarecimentos em fontes variadas. Destaca-se o uso de livros e
da Internet, que cresce ao longo dos anos, e também o recurso aos colegas e outros
profissionais. A Internet é utilizada por 95,2% dos egressos, sendo que a maioria
acessa a rede de casa ou do trabalho.
As principais razões para a realização pessoal e profissional constituem-se no
gostar de ser Enfermeiro, o amor à profissão, o sentimento de satisfação, de
reconhecimento, de gratificação ao ver os resultados do trabalho realizado. Desta
84
forma, os profissionais sentem-se cumpridores do seu papel na sociedade, para com
seus clientes.
Outras considerações, positivas feitas à profissão foram o amplo campo de
atuação que ela possibilita e a estabilidade financeira, além de menções feitas à
possibilidade de crescimento pessoal e profissional.
Os enfermeiros foram convidados a responder se, caso pudessem voltar ao
passado, se fariam novamente o curso, confirmando suas escolhas iniciais e
também sobre a validade da profissão. A maioria 48 (77,4%) respondeu que sim,
que faria novamente o curso e justificaram as respostas com as seguintes falas
Embora o mercado esteja lotado, me identifiquei muito e gosto
do que faço. E 08
Gosto de trabalhar como enfermeira e me realizo
profissionalmente. E 15
Boa identificação com o curso que ensina a arte de cuidar do
outro e o prazer em executar as ações em enfermagem. E 29
Foi muito bom o relacionamento com colegas, professores e
principalmente o aprendizado. E 52
Gosto de trabalhar na área de saúde, também por ter um
salário melhor. E 55
Responderam que não fariam novamente o curso 22,6% dos egressos, e os
principais motivos alegados foi a decepção frente à desvalorização profissional,
sendo mencionado as precárias condições de trabalho, indicando, principalmente,
questões relacionadas à remuneração, o que é evidenciado com as seguintes falas.
Não somos valorizados nem pelo conselho de classe, mas por
outro lado gosto do que faço. E12
85
Decepção frente à desvalorização do profissional enfermeiro
pelas entidades empregadoras. E 13
Pela quantidade de faculdades existentes ocorre muita
desvalorização profissional. E 17
Infelizmente, remuneração baixa, carga horária de trabalho
alta, poucas vagas de emprego e muitas atribuições a um único
profissional. E 25
Decepção frente à desvalorização profissional. E 26
Vejo que a enfermagem não é uma área valorizada. E 36
Mercado de trabalho totalmente encharcado. Muitos
profissionais desqualificados, por conta da abertura de muitas
faculdades que nem sempre dão total estrutura. E 45
Fiquei desestimulada. E 50
A multiplicação de cursos superiores de Enfermagem é uma tendência não só
no estado de Alagoas, mas também no país, no entanto, o crescimento quantitativo
nem sempre é acompanhado, na mesma velocidade, pelo qualitativo. Para Missio
(2007), o crescimento quantitativo do Ensino Superior possibilitou a graduação para
outro público, estudantes do gênero feminino, alunos que já trabalhavam e que
viram no curso superior uma oportunidade de ascensão profissional e indivíduos de
níveis sociais menos privilegiados que anteriormente não teriam chances de
ingresso no Ensino Superior.
A democratização do acesso ao ensino superior é algo a ser comemorado,
entretanto, há que se ter como parte desse processo o compromisso com a
qualidade do ensino ofertado, tendo em conta a diversidade dos estudantes.
O estudo de Elias e Navarro (2006) traz resultados semelhantes quanto ao
prazer/desprazer, satisfação/insatisfação, o melhor/pior do trabalho como
Enfermeiro, comentando um paradoxo: ao mesmo tempo em que os enfermeiros se
sentem realizados, principalmente pela marcante idealização de que o trabalho que
realiza propicia o bem-estar do próximo reflete, há a frustração pela falta de
86
reconhecimento, a forma de organização e as condições de trabalho, constituindo
fatores desestimulantes.
“vale a pena ser Enfermeiro” foi um questionamento feito aos sujeitos, sendo
descrito que mesmo diante das dificuldades já relatadas, as respostas foram
afirmativas. O Gráfico 07 apresenta os resultados que indicam que a maioria (87%)
dos respondentes acredita que vale a pena, sim, ser Enfermeiro.
Gráfico 07 – Distribuição dos egressos relatando “se vale a pena ser
Enfermeiro”. Alagoas/AL - 2012.
.
47 87%
7 13%
Sim Não
Fonte: Dados coletados na pesquisa Elaboração da autora – 2012 Quando perguntado “porque vale a pena ser Enfermeiro”, foram evidenciadas
afinidades com a profissão, remuneração, gostar de cuidar, como retratam as falas a
seguir transcritas.
Como profissional em parte, pela falta de reconhecimento como
ser humano, pessoa, é gratificante demais. E 05
Papel na sociedade, de contribuição e ajuda ao outro e a si
mesmo. E 06
87
Ajudar na recuperação da doença das pessoas é muito bom,
precisa melhorar a remuneração. E 21
O ato de cuidar é o que me encanta a cada dia, sou muito feliz
e realizada no que faço. E 28
E bom saber que você pode contribuir orientando a população
sobre os cuidados com as doenças e como se prevenir. E 60
Os achados neste estudo assemelham-se com os resultados da pesquisa
conduzida por Sousa e Oliveira (2008), na qual mais de 80,0% dos egressos
responderam que vale a pena ser enfermeiro. As justificativas estão, em geral,
relacionadas às situações gratificantes proporcionadas pelo exercício profissional e
as oportunidades de trabalho disponíveis para o enfermeiro.
88
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O interesse em apreender percepções de egressos do curso de graduação
em Enfermagem/CESMAC no município de Palmeira dos Índios, dos anos 2008 e
2009, em relação ao seu processo de formação, com base em suas condições de
inserção e trajetória no mercado de trabalho e demandas vivenciadas no exercício
da profissão levou à realização deste estudo.
Para tanto foram discutidos aspectos referentes à inserção e a trajetória
profissional, e de satisfação com a formação possibilitada pela graduação. Foi
possível constatar que a Faculdade representa ponto de referência do ensino em
enfermagem, trazendo para Palmeira dos índios/AL estudantes de cidades
circunvizinhas ao município e de outros estados.
Os resultados desta pesquisa revelaram o perfil dos egressos do curso de
enfermagem da Faculdade CESMAC do Sertão, sendo predominantemente de
adultos jovens, na faixa etária de vinte a trinta anos e casados.
Durante a graduação se preocuparam com o autodesenvolvimento e
participaram de projetos de pesquisa e de extensão, de atividades extracurriculares,
estágios voluntários e eventos diversos. O período de inserção no mercado de
trabalho foi de até três meses para 43% dos egressos, predominando o vínculo com
o setor público direcionado para o Programa de Saúde da Família. Os testes
seletivos, entrevistas e concurso público foram as principais formas de inserção
sendo o serviço prestado e contrato de trabalho os vínculos empregatícios que mais
prevaleceram.
A inserção no mercado de trabalho gerou insegurança em alguns egressos,
nesse sentido foi destacado o despreparo para atuar em áreas de alta complexidade
e unidades hospitalares, alegando que o curso privilegiou a formação direcionada
para a saúde coletiva especificamente na atenção primária, mas a maioria sentiu-se
preparado pela formação acadêmica recebida, referindo que os conhecimentos
adquiridos proporcionaram grande aplicabilidade no cotidiano do trabalho.
Foram apontados pelos egressos caminhos e sugestões para a melhoria do
curso. Dentre os aspectos mencionados, como sugestões, os egressos
mencionaram desde a melhoria da infra-estrutura, dinamização no trabalho de
alguns docentes, maior integração entre a teoria e a pratica e a necessidade de
89
aumentar o tempo destinado aos estágios curriculares, como também incentivos
para participação em atividades de pesquisa e projetos de extensão e registraram a
necessidade de encontros entre egressos, alunos e profissionais que retratem a
realidade do mercado de trabalho disponível para o novo Enfermeiro.
Os graduandos em enfermagem estão procurando se especializar após a
graduação, se qualificando para o mercado de trabalho que está cada vez mais
seletivo e, com isso, possibilitando a si mesmos maiores chances de sucesso no
competitivo e restrito mercado de trabalho de Enfermagem.
O estudo aponta que a grande maioria dos respondentes evidenciou um grau
de satisfação elevado com o curso e seus posicionamentos foram indicadores da
contribuição do mesmo em sua formação, com impactos positivos em sua vida
pessoal e profissional.
As questões apontadas pelos egressos remetem à reflexão e compreensão
acerca de que formar profissionais, é formar enfermeiros com competência técnica e
política, como sujeitos sociais dotados de conhecimento, de raciocínio, de percepção
e sensibilidade para as questões da vida e da sociedade, capacitando-os para
intervirem em contextos diversificados e em diferentes níveis de complexidade para
que possam atuar profissionalmente.
A formação de pessoas, de cidadãos que serão inseridos no mercado de
trabalho envolve um conjunto de elementos que possam contribuir para a promoção
de um aprendizado baseado em habilidades e competências técnicas e científicas,
bem como, viabilizar a oportunidade de estabelecer críticas em relação a essas
questões. E, por fim, envolve o mundo do trabalho onde esse profissional buscará
inserir-se.
Os comentários, análises e sugestões, embora de um grupo restrito, podem
servir como parâmetros para reflexão sobre a realidade do ensino. Assim, com este
estudo, procurou-se apresentar trajetórias dos egressos formados no Curso de
Enfermagem da Faculdade CESMAC do Sertão, envolvendo a família, escolarização
e a inserção no campo profissional.
Conhecer a trajetória do egresso do Curso de Enfermagem mostrou-se uma
tarefa desafiadora e necessária, uma vez que, disponibilizando esses dados
sistematizados, mesmo de forma sucinta, foram apresentadas as características dos
que se fizeram profissionais para atuar na área da Enfermagem, observando que os
90
resultados também apontam alguns caminhos que o Curso pode seguir no processo
de formação de novos profissionais baseadas no conhecimento da relação entre a
formação acadêmica e prática profissional, por meio do olhar do egresso.
Entendemos que novos possibilidades acerca desta temática poderão ser
explorados, a fim de identificar as realidades a partir das experiências
disponibilizadas pelos profissionais egressos do curso de graduação em
Enfermagem da Faculdade CESMAC do Sertão.
91
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100
APÊNDICES
101
APÊNDICE A
Comitê de Ética em Pesquisa
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido é um dos documentos mais
importantes a ser analisado pelo CEP, pois deve proporcionar o entendimento
completo do projeto e de suas implicações para os sujeitos da pesquisa.
Para tanto, deve ser redigido com linguagem simples e acessível para o
sujeito, evitando-se o uso excessivo de termos técnicos. Deve incluir os objetivos e
procedimentos que serão realizados, os desconfortos e riscos possíveis e os
benefícios esperados, a forma de acompanhamento e garantia de esclarecimentos,
a liberdade do sujeito em retirar seu consentimento em qualquer fase, a garantia de
sigilo. O telefone e endereço do pesquisador para contato em caso de necessidade
devem estar explicitados.
O documento deverá ser assinado pelo sujeito ou por seus representantes
legais (no caso de grupos vulneráveis como crianças ou indivíduos impossibilitados
de avaliar o risco) após declaração de compreensão de todo o Termo e em seguida
pelo pesquisador responsável.
No caso de impossibilidade de obter consentimento livre e esclarecido, tal fato
deve ser registrado, em documento justificando a ausência do TCLE.
102
Comitê de Ética em Pesquisa
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
O Sr(a) _____________________________________________________________
RG no ___________________, nascido em _______________,do sexo___________
, residente à _________________________________________________________
na cidade de _________________________, está sendo convidado a participar do
estudo Inserção e trajetória profissional de egressos do curso de
Enfermagem/CESMAC no município de Palmeira dos Índios, no período de 2008 a
2009, cujo objetivo é apreender percepções de egressos do curso de graduação em
Enfermagem/CESMAC em relação ao seu processo de formação, frente às
condições de inserção e trajetória no mercado de trabalho e às demandas
vivenciadas no cotidiano.
Para tanto, recebi de Sandra Maria Zákia Lian Sousa e Alayde Ricardo da
Silva, responsáveis por sua execução, as seguintes informações que me fizeram
entender sem dificuldades e sem dúvidas os seguintes aspectos:
1) Que eu participarei do estudo da seguinte maneira: respondendo a um
questionário com perguntas objetivas e subjetivas;
2) Que os possíveis riscos à minha saúde física e mental são o
constrangimento por ter que responder aos questionamentos feitos pelos
pesquisadores ou me interromper no momento do trabalho e quebra de sigilo dos
dados coletados.
3) Que o pesquisador adotará as seguintes medidas para minimizar os
riscos: as informações serão colhidas sem a presença de outras pessoas,
obedecendo aos critérios de confidencialidade. Também será feito agendamento de
horário para responder ao questionário, caso não tenha tempo no momento da
primeira visita. Para minimizar o constrangimento, não haverá julgamento do
voluntário em relação a nenhum aspecto da pesquisa.
103
4) Os benefícios esperados com o desenvolvimento desta pesquisa são: obter
subsídios para melhoria das práticas de ensino e assistenciais da enfermagem.por
meio do conhecimento da inserção e trajetória profissional de egressos do Curso.
Qualquer dúvida ou esclarecimento poderá ser dado pelo pesquisador
responsável, Sandra Maria Zákia Lian de Sousa, que pode ser encontrado na
Universidade Cidade de São Paulo, situada a rua Honório Maia, 145. Tatuapé – São
Paulo/SP. CEP- 03072-000 e a mestranda Alayde Ricardo da Silva, que pode ser
encontrada a Rua Pedro Américo, 1350. Pajuçara – Maceió/Al. CEP – 57025-890,
Fone (82)9968-9094.
O Sr (a). tem garantia de sigilo de todas as informações coletadas e pode
retirar seu consentimento a qualquer momento, sem nenhum prejuízo ou perda de
benefício.
Declaro ter sido informado e estar devidamente esclarecido sobre os objetivos
deste estudo, sobre as técnicas e procedimentos a que estarei sendo submetido e
sobre os riscos e desconfortos que poderão ocorrer. Recebi garantias de total sigilo
e de obter novos esclarecimentos sempre que desejar. Assim, concordo em
participar voluntariamente deste estudo e sei que posso retirar meu consentimento a
qualquer momento.
Data:__/_/__
_____________________________________________
Assinatura do sujeito da pesquisa ou representante legal
________________________________ Pesquisador responsável
104
Eu, _Sandra Maria Zákia Lian Sousa, responsável pela pesquisa Inserção e
trajetória profissional de egressos do curso de Enfermagem/CESMAC no município
de Palmeira dos Índios, no período de 2008 a 2009 cujo objetivo é apreender
percepções de egressos do curso de graduação em Enfermagem/CESMAC no
município de Palmeira dos Índios, no período de 2008 a 2009 declaro que obtive
espontaneamente o consentimento deste sujeito de pesquisa (ou de seu
representante legal) para realizar este estudo.
Data:__/__/___
__________________________________________
Assinatura do Pesquisador Responsável
105
APÊNDICE B
INSERÇÃO E TRAJETÓRIA PROFISSIONAL DE EGRESSOS DO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM/CESMAC, NO
MUNICÍPIO DE PALMEIRA DOS ÍNDIOS/AL
I - Perfil profissional atual
1. Atualmente você está:
( ) Sem trabalho ( ) Sem trabalho e procurando ( ) Trabalhando
( ) Trabalhando informalmente ( ) Licenciado ( ) Aposentado
( ) Outra situação: ___________________
2. Área de atuação:
( ) Enfermagem ( ) Outra. Qual?_____________
3. Caso não esteja atuando na área de Enfermagem, indique quais as razões:
( ) Melhores oportunidades em outra área ( ) Baixa remuneração na área
( ) Outra formação profissional em outra área ( ) Crise no setor / área ( ) Mudança de interesse ( ) Assumiu negócios da família ( ) Não encontrou emprego ( ) Não gostou da área ( ) Outras. Quais: _______________________
4. Vínculo institucional da principal atividade profissional exercida atualmente: (Não
registrar aqui curso de mestrado ou doutorado, ainda que com bolsa).
( ) Autônomo ( ) Empregado no setor privado
( ) Empregado no setor público ( ) Profissional liberal
( ) Proprietário ou sócio proprietário
5. Principal atividade profissional exercida no momento.
Qual atividade: __________________________________
Há quanto tempo: ________________________________
Em qual cargo/função: ____________________________
Instituição/empresa: _______________________________
106
Faixa de remuneração:
( ) Até 3 salários mínimos ( ) Entre 4 e 10 salários mínimos ( ) Entre 11 e 15 salários mínimos ( ) Entre 16 e 20 salários mínimos * R$ 545,00 6. Exerce outras atividades profissionais no momento? ( ) Não ( ) Sim
Em caso afirmativo, quantas? _____________
Qual sua segunda atividade profissional principal: __________________________
Há quanto tempo: _____________ Em qual cargo/função: _________________
Instituição/empresa: _________________________________________________
Faixa de remuneração:
( ) Até 3 salários mínimos* ( ) Entre 4 e 10 salários mínimos ( ) Entre 11 e 15 salários mínimos ( ) Entre 16 e 20 salários mínimos * R$ 545,00 7. Numa escala entre 1 e 6, sendo 1 o pior desempenho e 6 o melhor, como você
avalia:
O mercado de trabalho para o bacharel ou licenciado em Enfermagem:
1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( )
Sua atividade profissional atual em termos da sua importância social
1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( )
Sua atividade profissional atual em termos de realização pessoal
1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( )
Sua atividade profissional atual em termos de ganhos financeiros
1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( )
Sua atividade profissional atual em termos de realização profissional
1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( )
8. Quais são suas prioridades em relação ao futuro profissional?
( ) Crescimento/aprimoramento profissional ( ) Conseguir emprego
( ) Progredir na carreira ( ) Crescer intelectualmente
( ) Manter a família ( ) Manter padrão de vida
( ) Ganhar mais dinheiro ( ) Continuar estudando
107
( ) Ter emprego com remuneração satisfatória ( ) Reorientar a carreira
( ) Ingressar na pós-graduação ( ) Exercer atividade de pesquisa
( ) Exercer atividade ( ) Mudar para emprego melhor
( ) Sair do Brasil para estudar ou trabalha ( ) Desenvolver trabalho autônomo
( ) Expandir ou montar o próprio negócio
( ) Outras. Quais:__________________________________________________
II - Trajetória Profissional
9. Durante a graduação em Enfermagem, exerceu alguma atividade profissional?
( ) Não ( ) Sim. Qual: _____________________
10. Trabalhar durante a graduação prejudicou o acompanhamento do curso? ( ) Sim, ( ) Não interferiu ( ) Não, ambos se complementaram 11. Após a conclusão do curso você:
( ) Não iniciou atividade profissional.
( ) Deu continuidade à atividade profissional já exercida quando do início do
curso, na área da graduação.
( ) Deu continuidade à atividade profissional já exercida quando do início do
curso, na área da graduação e iniciou novas atividades na área.
( ) Deu continuidade à atividade profissional já exercida quando do início do
curso, fora da área da graduação.
( ) Deu continuidade à atividade profissional iniciada durante o curso, na área da
graduação.
( ) Deu continuidade à atividade profissional iniciada durante o curso, fora da
área da graduação.
( ) Iniciou atividade profissional após a conclusão do curso na área da
graduação.
( ) Iniciou atividade profissional após a conclusão do curso fora da área da
graduação.
108
12. Se a atividade profissional exercida logo após a conclusão do curso foi na área
em que se graduou: (Não registre aqui cursos de pós-graduação)
Qual foi a principal atividade exercida? ___________________________________
Cargo/função: _______________________________________________________
Tempo de permanência: _______________________________________________
Instituição/empresa: __________________________________________________
Qual o vínculo institucional mantido nesta atividade?
( ) Autônomo ( ) Empregado no setor privado
( ) Empregado no setor público ( ) Profissional liberal
( ) Proprietário ou sócio proprietário
13. Como conseguiu seu primeiro emprego na área:
( ) Concurso público ( ) Teste e entrevista
( ) Indicação de amigos ( ) Indicação de pessoas influentes
( ) Empresa da família ( ) Conseqüência de estágios anteriores
( ) Convite de empregador ( ) Iniciativa própria (autônomo)
( ) Indicação da Faculdade onde se graduou
( ) Outro. Qual? ___________________________
14. Após a graduação, quanto tempo esperou para obter seu primeiro emprego na
área�?
( ) Já atuava na área ( ) Menos de 1 mês
( ) 1 a 3 meses ( ) 4 a 6 meses
( ) 7 meses a 1 ano ( ) Mais de 1 ano
( ) Não foi iniciada atividade profissional na área
( ) Não procurou emprego
15. Teve dificuldade para obter seu primeiro emprego na área?
( ) Não teve dificuldade ( ) Nunca trabalhou na área
( ) Sim
Qual: _____________________________________
109
16. Quantas vezes mudou de emprego após a conclusão do curso?
( ) Não mudou de emprego ( ) 1 vez
( ) 2 vezes ( ) 3 vezes
( ) 4 ou mais vezes ( ) Deixou de trabalhar
17. Se você atua na Enfermagem e alterou sua trajetória ao longo da carreira,
assinale na coluna superior a área em que você atuava no início de carreira e na
coluna inferior sua área atual: [caso não tenha mudado de área, vá para a questão
19]
Início da carreira
( ) Magistério de nível médio
( ) Magistério de nível superior
( ) Enfermagem clínica na área hospitalar
( ) Enfermagem em saúde pública
( ) Administração de serviços de enfermagem hospitalar
( ) Administração de serviços de enfermagem em saúde pública
( ) Outra: _________________________________________________________
Atual
( ) Magistério de nível médio
( ) Magistério de nível superior
( ) Enfermagem clínica na área hospitalar
( ) Enfermagem em saúde pública
( ) Administração de serviços de enfermagem hospitalar
( ) Administração de serviços de enfermagem em saúde pública
( ) Outra: _________________________________________________________
18. Por quê mudou de área?
( ) Melhores oportunidades profissionais ( ) Melhor remuneração
( ) Aposentadoria ( ) Dificuldade de colocação no mercado de trabalho
( ) Cursou especialização ou pós-graduação em outra área de atuação
( ) Outros motivos. Quais: __________________________________________
110
19. Numa escala entre 1 e 6, sendo 1 o pior desempenho e 6 o melhor, avalie seu
preparo para enfrentar o mercado de trabalho após a conclusão do curso:
1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( )
Justifique sua avaliação:______________________________
20. Exerceu / exerce cargo de liderança na administração pública?
( ) Não ( ) Sim
Qual (is): _________________________
21. Atuou / atua na docência no Ensino Superior? ( ) Não ( ) Sim
III - Trajetória acadêmica
22. Graduação em Enfermagem no CESMAC:
ano de início __________ ano de término _______________
23. O que buscava quando escolheu o curso de graduação em Enfermagem?
___________________________________________________________________
_________________________________________________________________
24. Realizou estágio curricular durante a sua graduação em Enfermagem no
CESMAC ?
( ) Não
( ) Sim, estágio obrigatório
Onde?______________________________________________________________
( ) Sim, estágio voluntário (com ou sem remuneração)
Onde? _____________________________________________________________
25. Realizou / realiza outro curso de graduação? ( ) Não ( ) Sim
Curso: ______________________________________________________________
Instituição: __________________________________________________________
Local: ______________________________________________________________
Ano de início: _______________________
Concluiu o curso? ( ) Não, em realização ( ) Não
( ) Sim. Quando: ________
111
Por quê procurou outro curso de graduação?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
26. Realizou / realiza algum curso de pós-graduação (stricto sensu)?
( ) Não ( ) Sim
Registre informações sobre o curso de Mestrado realizado:
Curso: ____________________________________________________________
Instituição: _________________________
Local: __________________________ Ano de início: ______________________
Concluiu o curso? ( ) Não, em realização ( ) Não
( ) Sim. Quando: ____________________________
Recebeu bolsa de estudo? ( ) Não ( ) Sim.
De qual instituição: ___________________________________________________
27. Realizou / realiza algum curso de especialização (cursos com mais de 300 horas
de duração)?
( ) Não ( ) Sim. Quantos: ________________________
Registre informações sobre os cursos de especialização realizados:
Curso Instituição Local Ano de Início
Sobre a conclusão:
Sim, quando: Não Em andamento
Recebeu bolsa de estudo? ( ) Não ( ) Sim.
112
De qual instituição: ___________________________________________________
Por quê cursou especialização?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
28. Comente sobre a importância do curso de graduação, realizado no CESMAC,
para sua atuação profissional, mesmo que você não atue na área de
Enfermagem:
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
29. Numa escala entre 1 e 6, sendo 1 o pior e 6 o melhor, como você avalia a
contribuição de cada um dos fatores abaixo indicados para a sua formação
profissional, mesmo que você não atue na área de Enfermagem:
Formação teórica do curso
1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( )
Carga horária de disciplinas teóricas
1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( )
Carga horária de disciplinas teórico-práticas
1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( )
Realização de estágio curricular obrigatório
1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) não se aplica ( )
Realização de estágio voluntário (com ou sem remuneração)
1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) não se aplica ( )
Realização de iniciação científica/experiência em pesquisa
1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) não se aplica ( )
Biblioteca
1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( )
Laboratórios
1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) não se aplica ( )
Contatos realizados com colegas de curso
1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( )
113
Contatos profissionais que obteve durante o curso
1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( )
30. Utilizando a mesma escala (de 1 a 6) avalie o grau de importância de cada uma
das disciplinas da grade curricular do seu curso de Enfermagem para a sua
formação:
Disciplinas do Ciclo Básico, vinculadas às Ciências Biológicas (Anatomia, Citologia,
Bioquímica etc)
1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( )
Disciplinas do Ciclo Básico, vinculadas às Humanas (Sociologia, Psicologia,
Antropologia etc)
1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( )
Disciplinas de fundamentação (Introdução à Enfermagem, Semiologia Aplicada a
Enfermagem, Biossegurança, etc)
1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( )
Disciplinas das áreas temáticas (Obstetrícia / Saúde da Mulher; Pediatria / Saúde da
Criança; Enfermagem Médico-Cirúrgica / Saúde do Adulto; Psiquiatria / Saúde
Mental; Saúde Pública / Saúde Coletiva etc)
1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( )
Disciplinas de Orientação Profissional (Ética, Legislação, Administração,
Metodologia do Ensino etc)
1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( )
Bioestatística , Epidemiologia
1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( )
Metodologia de Pesquisa
1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) não se aplica ( )
114
Estágio Curricular Supervisionado
1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( )
31. Quais aspectos do curso de Enfermagem deveriam ser incrementados?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
32. As disciplinas que favorecem o contato direto com o campo de atuação
profissional (estágios, laboratórios etc), em sua opinião, devem ser oferecidas:
( ) A partir do 1º semestre ( ) A partir do 3º / 4º semestre
( ) A partir do 5º / 6º semestre ( ) A partir do 7º / 8º semestre
( ) Não sabe
33. Expresse seu grau de satisfação em relação aos seguintes itens, utilizando a
mesma escala:
Assistência estudantil recebida (moradia, alimentação etc.)
1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) não se aplica ( )
Relações de amizade com outros estudantes
1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( )
Contato com os professores
1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( )
Qualidade do ensino
1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( )
Ambiente intelectual
1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( )
Infra-estrutura da instituição
1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( )
Relação com outras Faculdades / Institutos
1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( )
Relação com outras instituições / organizações da sociedade
1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( )
115
34. O que faltou na sua formação?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
35. O que sugere para que a faculdade de Enfermagem melhore a formação de seus
alunos?
___________________________________________________________________
__________________________________________________________________
IV - Informações Complementares
36. Em caso de dúvidas no exercício profissional, como você costuma buscar
esclarecimentos?
( )Livros ( ) Periódicos
( ) Meios de Comunicação ( ) Internet
( ) Revistas e Boletins especializados ( ) Vídeos e documentários
( ) Colegas e outros profissionais ( ) Superiores hierárquicos
( ) Eventos da área ( ) Professores e ex-professores
( ) Conselhos regionais ( ) Sindicato
( ) Biblioteca da Faculdade em que se graduou
( ) Outros_____________________________________________
37. Após concluir a graduação, você estabeleceu contato como CESMAC?
( ) Não ( ) Sim Por quê?
( ) Consultar professores ( ) Consultar acervo bibliográfico
( ) Realizar pós-graduação ( ) Realizar pesquisa
( ) Participar de eventos ( ) Encontrar colegas
( ) Solicitar apoio/serviços de centro ou núcleo de estudos
( ) Outro(s) motivo (s):
__________________________________________________________________
38. Após a conclusão do curso, com que freqüência você participou das seguintes
atividades, na Universidade:
116
Atividades ligadas a entidades de especialistas (associações, sociedades)
( ) Nunca ( ) Ocasionalmente ( ) Freqüentemente
Eventos esportivos:
( ) Nunca ( ) Ocasionalmente ( ) Freqüentemente
Eventos intelectuais/culturais:
( ) Nunca ( ) Ocasionalmente ( ) Freqüentemente
Encontro de ex-alunos
( ) Nunca ( ) Ocasionalmente ( ) Freqüentemente
Doações à instituição. Especificar: __________________________
( ) Nunca ( ) Ocasionalmente ( ) Freqüentemente
Outro(s): _________________________________________________
39. Você tem interesse e disponibilidade para participar de eventos (seminários,
palestras, encontros, debates) promovidos pela Faculdade de Enfermagem?
( ) Sim ( ) Não
40. O que sugere para que a Faculdade de Enfermagem favoreça a aproximação
com e entre seus ex-alunos?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
41. Utiliza Internet? ( ) Não ( ) Sim
Local de uso de computador/internet:
( ) No trabalho ( ) Em casa
( ) Na Faculdade ( ) Outro(s): ______________________
42. Se você pudesse voltar ao passado, faria o mesmo curso? Por quê?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
43. Vale a pena ser um Enfermeiro(a)? Por quê?
___________________________________________________________________
______________________________________________________________
117
V - Dados de Identificação
Nome: ___________________________________________________________
Endereço: ________________________________________________________
Telefone: _________________________________________________________
Endereço eletrônico: _______________________________________________
44. Data de nascimento:____________________________________________
45. Local de nascimento: Cidade: ____________________________________
Estado: ___________________________ País: ___________________
46. Estado Civil atual:
( ) Solteiro ( ) Casado ( ) Viúvo
( ) Divorciado ( ) Outro: ____________________
47. Possui dependentes?
( ) Não ( ) Sim. Quantos: ______________________
48. Como você se define quanto à cor (segundo classificação do IBGE)?
( ) Branca ( ) Preta ( ) Parda
( ) Amarela ( ) Indígena
49. Escolaridade de seu pai:
( ) Sem escolaridade
( ) Ensino Fundamental (1º grau) incompleto
( ) Ensino Fundamental (1º grau) completo
( ) Ensino Médio (2º grau) incompleto
( ) Ensino Médio (2º grau) completo
( ) Ensino Superior incompleto
( ) Ensino Superior completo
( ) Mestrado ou doutorado
( ) Não sabe
118
50. Escolaridade de sua mãe:
( ) Sem escolaridade
( ) Ensino Fundamental (1º grau) incompleto
( ) Ensino Fundamental (1º grau) completo
( ) Ensino Médio (2º grau) incompleto
( ) Ensino Médio (2º grau) completo
( ) Ensino Superior incompleto
( ) Ensino Superior completo
( ) Mestrado ou doutorado
( ) Não sabe
51. Concluiu o ensino médio em: ( ) Escola particular ( ) Escola pública
52. Em que ano concluiu o ensino médio (2o grau)?_________________
53. Qual foi seu principal local de moradia durante a realização do curso no
CESMAC?
( ) Palmeira dos Índios ( ) Arapiraca ( ) Alagoas (Interior)
( ) Outro Estado (Qual?) ____________________
54. Qual o seu local de moradia atual
( ) Palmeira dos Índios ( ) Arapiraca ( ) Alagoas (Interior)
( ) Outro Estado (Qual?) ____________________
Caso você mantenha contato com algum colega de seu curso de graduação no
CESMAC, favor preencher:
Nome: ___________________________________________________
Telefone: _________________________________________________
E-mail: ____________________________________________________
119
ANEXO
120
ANEXO A
Andamento do projeto - CAAE - 0069.0.186.000-11
Título do Projeto de Pesquisa
Inserção e trajetória profissional de egressos do curso de graduação em
Enfermagem/CESMAC no município de Palmeira dos Índios, no período de 2008 a
2009.
Situação Data Inicial
no CEP Data Final no CEP
Data Inicial na
CONEP
Data Final na
CONEP
Aprovado no
CEP
11/08/2011
15:32:40
15/09/2011
17:45:27
Descrição Data Documento Nº do Doc Origem
2 - Recebimento
de Protocolo
pelo CEP
(Check-List)
11/08/2011
15:32:40 Folha de Rosto 0069.0.186.000-11 CEP
1 - Envio da
Folha de Rosto
pela Internet
10/08/2011
11:30:35 Folha de Rosto FR453006 Pesquisador
3 - Protocolo
Aprovado no
CEP
15/09/2011
17:45:27 Folha de Rosto PP 13603780 CEP
CEP Responsável - Sociedade Educacional Cidade de São Paulo - UNICID
Título do Projeto de Pesquisa
Inserção e trajetória profissional de egressos do curso de graduação em
Enfermagem/CESMAC no município de Palmeira dos Índios, no período de 2008 a 2009.
Número Folha de Rosto. Nome do CEP Responsável
453006 Sociedade Educacional Cidade de São Paulo -
UNICID