ingenieria ambiental y sanitaria en brasil
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ingenieria sanitaria y ambiental introduccionTRANSCRIPT
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Eng. ambient. - Esprito Santo do Pinhal , v. 2, n. 1, p. 005-034, jan/dez 2005
CONTEXTUALIZAO DOS CURSOS SUPERIORES DE MEIO AMBIENTE NO
BRASIL: ENGENHARIA AMBIENTAL, ENGENHARIA SANITRIA, ECOLOGIA,
TECNLOGOS E SEQNCIAIS
Fbio Augusto Gomes Vieira Reis1; Lucilia do Carmo Giordano2; Leandro Eugenio Silva
Cerri3; Gerson Arajo de Medeiros4
RESUMO
A criao de cursos superiores relacionados rea ambiental cresceu de forma surpreendente no Brasil na dcada passada e no incio do sculo 21, situao possivelmente estimulada pela poltica de aumento de instituies de ensino superior, cursos e vagas oferecidas propagada nos ltimos anos pelo Ministrio da Educao, como tambm pela crescente preocupao ambiental e o conseqente acrscimo na procura de profissionais qualificados nessa rea. Nesse contexto, surgiram os cursos de graduao em Engenharia Ambiental e em Gesto Ambiental, para formar profissionais com habilitaes semelhantes de outras profisses j estabelecidas, como as do engenheiro sanitarista e do eclogo, como tambm de outros profissionais tradicionais (engenheiros, gelogo, bilogo, gegrafo, qumico). Por esse motivo, existe atualmente uma discusso bastante acirrada nos rgos de classe, nas instituies de ensino e na sociedade em geral, sobre o campo de atuao dos profissionais que atuam na rea ambiental. No presente artigo apresentado um levantamento de dados sobre os cursos superiores de meio ambiente no Brasil, de graduao, de tecnologia e seqenciais, como tambm das normas e legislaes que regulamentam a atuao desses profissionais. O objetivo analisar as questes bsicas relacionadas com cada curso e para servir como subsdio para anlises e discusses posteriores. Palavras-chave: cursos superiores; meio ambiente.
CONTEXTUALIZATION OF THE SUPERIOR COURSE OF ENVIRONMENT IN BRAZIL:
ENVIRONMENTAL ENGINEERING, SANITARY ENGINEERING, ECOLOGY, TECHNICIANS
AND SEQUENCES
ABSTRACT
The creation of superior courses related to the environmental area has increased surprisingly in Brazil in the last decade and in the beginning of the 21st century, situation possibly stimulated by the policy of increase of the superior education, courses, and offered vacancies propagated by the Education Ministry in the last years as well as by the increasing environmental preoccupation and the consequent addition in the search for qualified professionals in this area. In this context, new undergraduation courses in Environmental Engineering and Environmental Management have emerged to form professionals with similar habilitation to other already established professions such as the sanitary engineer and the ecologist as well as the other traditional professionals (engineers, geologists, biologists, geographers, chemist). Because of that, there is, currently, a very offensive discussion in the organs of the class, at the education institutes, and in the general society about the area of actuation of the professionals that works in the environmental area. In the present article it is shown a data survey about superior courses (graduation, technology or sequences) of environment in Brazil as well as the norms and legislations that regulate the performance of these professionals. The aim is to analyze the basic questions related to each course, and to work as subsidy to further analyses and discussions. Key words: superior courses; environment. 1 Prof. Dr. do Curso de Engenharia Ambiental do Centro Regional Universitrio de Esprito Santo do Pinhal (UNIPINHAL) - e-mail:[email protected]. 2 Profa. Dra. do Curso de Engenharia Ambiental da Faculdade Municipal Professor Franco Montoro (FMPFM). 3 Prof. Dr. do Departamento de Geologia Aplicada da Universidade Estadual Paulista (Unesp) Prof. dos Cursos de Geologia e Engenharia Ambiental. 4 Prof. Dr. e Coordenador do Curso de Engenharia Ambiental do Centro Regional Universitrio de Esprito Santo do Pinhal (UNIPINHAL).
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1. INTRODUO
A questo ambiental tratada em cursos superiores no Brasil h alguns anos,
inicialmente em disciplinas isoladas dentro da grade curricular de cursos de graduao, como
engenharia civil, geologia, biologia, geografia, entre outros. Isso ocorreu de forma mais
acentuada na dcada de 70 e em especial na de 80, quando os problemas ambientais
adquiriram no pas importncia e divulgao crescentes, incentivados pelos acidentes
ambientais e suas conseqncias sociais e econmicas.
Tambm na dcada de 70 foi criado o primeiro curso de Ecologia, na Universidade
Estadual Paulista (Unesp), em 05 de maro de 1975, curso este que comeou a abordar o tema
meio ambiente de forma mais integrada e multidisciplinar, levando em considerao as vrias
reas que o integram. Cursos de Cincias Biolgicas com habilitao em Ecologia j existiam
na poca, contudo, o curso da Unesp foi o primeiro de Ecologia em sentido estrito e com o
enfoque descrito (BRASIL, 2004a).
Posteriormente, surgiram os cursos de Engenharia Sanitria. Dentre os que ainda
esto em funcionamento, o primeiro foi criado na Universidade Federal de Mato Grosso
(UFMT), em 30 de dezembro de 1977, segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Ansio Teixeira (INEP). Esses cursos de Engenharia Sanitria na
poca tratavam principalmente as questes ligadas ao saneamento bsico, sendo que na
dcada de 80 e principalmente na de 90 esses cursos comearam a realizar modificaes nas
grades curriculares, alguns incluindo o termo Ambiental em suas denominaes (BRASIL,
2004a).
J na dcada 90 houve uma exploso de cursos de graduao em meio ambiente no
Brasil, devido principalmente s legislaes federais e estaduais cada vez mais rgidas, a
crescente presso da sociedade por empreendimentos mais sustentveis e a necessidade das
grandes empresas de possurem Sistemas de Gesto Ambiental para conseguirem novos
mercados na Europa, EUA e Japo, surgindo dessa maneira duas novas habilitaes,
Engenharia Ambiental e Gesto Ambiental, alm das outras j estabelecidas.
Com a promulgao da Lei Federal n 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 ("Lei de
Crimes Ambientais"), que "dispe sobre as sanes penais e administrativas derivadas de
condutas e atividades lesivas ao meio ambiente", todas as pessoas fsicas e jurdicas, inclusive
os rgos licenciadores, podem ser acionados judicialmente por seus atos contra o meio
ambiente. Com isso houve uma mudana drstica de mentalidade, fazendo com que muitas
empresas e tcnicos mudassem seus modos de agir (BRASIL, 1998a).
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Nesse contexto, no final da dcada de 90 e no incio da presente, houve uma difuso
em todo o pas de cursos seqenciais, tecnolgicos e de graduao com as mais variadas
denominaes, tais como: gerenciamento ambiental; planejamento ambiental; controle
ambiental; segurana do trabalho e meio ambiente.
No mesmo perodo, surgiram tambm cursos de graduao em reas j consolidadas,
porm, com nfase e habilitaes em meio ambiente, como: Biologia Ambiental; Geografia e
Meio Ambiente; Engenharia Civil com nfase em Meio Ambiente; Engenharia Agrcola e
Ambiental; Engenharia de Produo com nfase em Gesto Ambiental; Engenharia
Metalrgica com nfase em Gesto Ambiental; Administrao com habilitao em Gesto
Ambiental, entre outros.
Devido a esta difuso de termologias e a sobreposio de atribuies profissionais,
atualmente existe uma discusso bastante acirrada, nas instituies de ensino superior, nas
entidades de classe, nos rgos licenciadores e no governo sobre em quais reas devem atuar
esses profissionais, em especial o Eclogo, o Engenheiro Ambiental e o Gestor Ambiental.
Havendo inclusive vrias pessoas e instituies que so contra a existncia desses
profissionais, alegando que as profisses j estabelecidas deveriam atuar na questo
ambiental, cada qual na sua rea de conhecimento.
Contudo, inegvel a constatao do crescimento acentuado dos problemas
ambientais, e como conseqncia a preocupao da comunidade em geral na resoluo ou
diminuio dos mesmos.
Nesse sentido, h a necessidade de profissionais com viso mais integrada e
multidisciplinar do meio ambiente, o que na maioria dos casos, os cursos tradicionais
(Engenharias, Biologia, Geografia, Geologia, Administrao) no conseguem fornecer,
mesmo havendo nfases em meio ambiente, pois, os processos e sistemas ambientais so
complexos e cada vez mais esto associados uns aos outros.
Na rea especfica de meio ambiente, os cursos superiores mais comuns so:
Engenharia Ambiental, Bacharelado em Gesto Ambiental, Ecologia, Tecnologia em Meio
Ambiente/Saneamento Ambiental/ou Gesto Ambiental e Curso Seqencial em Gesto
Ambiental ou em Meio Ambiente.
Nesse sentido, o presente trabalho apresenta levantamento realizado junto ao Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Ansio Teixeira (INEP) e s instituies de
ensino que oferecem cursos superiores de meio ambiente no Brasil, como tambm anlise das
respectivas atribuies profissionais que cada curso pode oferecer aos seus egressos junto aos
rgos de classe que regulamentam suas atividades.
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Contudo, essas informaes servem como ponto de partida, podendo auxiliar as
discusses perante as instituies de ensino, aos rgos de classe e de licenciamento
ambiental, como tambm junto ao Ministrio da Educao.
2. MATERIAL E MTODO
O presente trabalho foi elaborado por meio de levantamento de informaes junto ao
banco de dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Ansio Teixeira
(INEP), s instituies de ensino que oferecem cursos superiores de meio ambiente no Brasil
e aos rgos de classe responsveis pelo registro e disciplinamento das profisses
relacionadas s atividades de meio ambiente no Brasil.
Vale ressaltar que os dados apresentados esto atualizados at o dia 26 de janeiro de
2005, ou seja, mudanas posteriores podem ter ocorrido, devido ao oferecimento e
fechamento de cursos, como tambm o aparecimento de novas legislaes, normas e
pareceres sobre o assunto em questo.
Portanto, as informaes abordadas no texto devem ser usadas levando em conta o
perodo em que se deu o levantamento dos dados, sempre necessitando de novas atualizaes
conforme o uso que se faa das mesmas.
3. RESULTADOS E DISCUSSES
3.1. Curso de Graduao em Engenharia Ambiental
A rea de Engenharia Ambiental foi criada pelo MEC na Portaria n. 1.693, de 05 de
dezembro de 1994, considerando o parecer da Comisso de Especialistas no Ensino de
Engenharia de Secretaria da Educao Superior (SESu/MEC) (BRASIL, 1994).
A portaria estabelece no artigo 20 que a matria de Biologia, faz parte da Formao
Bsica do engenheiro ambiental, e no artigo 30 as matrias de Formao Profissional Geral,
que so as seguintes: Geologia; Climatologia; Hidrologia; Ecologia Geral e Aplicada;
Hidrulica; Cartografia; Recursos Naturais; Poluio Ambiental; Impactos Ambientais;
Sistemas de Tratamento de gua e de Resduos; Legislao e Direito Ambiental; Sade
Ambiental; Planejamento Ambiental; e Sistemas Hidrulicos e Sanitrios; sendo as ementas
das citadas matrias apresentadas no anexo da portaria.
A referida portaria mantm tambm, como diretriz a ser seguida para criao de cursos
de Engenharia Ambiental, os demais artigos da Resoluo CFE n. 48, de 07 de abril de 1976,
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do antigo Conselho Federal de Educao, que fixa os contedos e durao mnimos dos
cursos de graduao em Engenharia, alm de suas reas de habilitaes (BRASIL, 1976).
Mais recentemente o Parecer CES n. 1.362, de 12 de dezembro de 2001, instituiu as
Diretrizes Curriculares Nacional dos Cursos de Graduao em Engenharia, definindo os
princpios, fundamentos, condies e procedimentos da formao de engenheiros (BRASIL,
2001b).
Em relao aos rgos de classe o engenheiro ambiental est submetido a registro nos
sistemas Confea/CREA (Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia e seus
respectivos Conselhos Regionais) e CFQ/CRQ (Conselho Federal de Qumica e seus
respectivos Conselhos Regionais).
A Resoluo Confea n. 447, de 22 de setembro de 2000, dispe sobre o registro
profissional do engenheiro ambiental e disciplina suas atividades profissionais, conferindo no
artigo 20 competncia de desempenho das atividades 01 a 14 e 18 do artigo 10 da Resoluo
n. 218, de 29 de junho de 1973, referentes administrao, gesto e ordenamento ambientais
e ao monitoramento e mitigao de impactos ambientais, seus servios afins e correlatos
(CONFEA, 2000).
Ressalta-se ainda no pargrafo nico do artigo 20 que (CONFEA, 2000, s.p.): As competncias e as garantias atribudas por esta Resoluo aos Engenheiros Ambientais
so concedidos sem prejuzo dos direitos e prerrogativas conferidas aos engenheiros, aos
arquitetos, aos engenheiros agrnomos, aos gelogos ou engenheiros gelogos, aos
gegrafos e aos meteorologistas relativamente s suas atribuies na rea ambiental.
As atividades citadas da Resoluo Confea n. 218, 29 de junho de 1973 so as
seguintes (CONFEA, 1973, s.p.): Atividade 01 - Superviso, coordenao e orientao tcnica;
Atividade 02 - Estudo, planejamento, projeto e especificao;
Atividade 03 - Estudo de viabilidade tcnico-econmica;
Atividade 04 - Assistncia, assessoria e consultoria;
Atividade 05 - Direo de obra e servio tcnico;
Atividade 06 - Vistoria, percia, avaliao, arbitramento, laudo e parecer tcnico;
Atividade 07 - Desempenho de cargo e funo tcnica;
Atividade 08 - Ensino, pesquisa, anlise, experimentao, ensaio e divulgao tcnica;
extenso;
Atividade 09 - Elaborao de oramento;
Atividade 10 - Padronizao, mensurao e controle de qualidade;
Atividade 11 - Execuo de obra e servio tcnico;
Atividade 12 - Fiscalizao de obra e servio tcnico;
Atividade 13 - Produo tcnica e especializada;
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Atividade 14 - Conduo de trabalho tcnico;
Atividade 15 - Conduo de equipe de instalao, montagem, operao, reparo ou
manuteno;
Atividade 16 - Execuo de instalao, montagem e reparo;
Atividade 17 - Operao e manuteno de equipamento e instalao;
Atividade 18 - Execuo de desenho tcnico.
Portanto, segundo o Sistema Confea/CREA os engenheiros ambientais no podero
atuar nas atividades 15 (conduo de equipe de instalao, montagem, operao, reparo ou
manuteno), 16 (execuo de instalao, montagem e reparo) e 17 (operao e manuteno
de equipamento e instalao).
O artigo 40 da Resoluo Confea n. 447/2000, dispe tambm que os engenheiros
ambientais iro integrar o grupo ou categoria da Engenharia, modalidade Civil (CONFEA,
2000).
J a Resoluo Confea n. 473, de 26 de novembro de 2002, institui Tabela de Ttulos
Profissionais do Sistema Confea/Crea e d outras providncias, sendo que em seu anexo 1
estabelece o ttulo profissional e seus respectivos grupos e modalidades. Dentro do grupo
Engenharia, modalidade Civil, so definidos os seguintes ttulos profissionais de nvel
superior, o Engenheiro Sanitarista e Ambiental (cdigo 111-09-00) e o Tecnlogo em
Saneamento Ambiental (cdigo 112-06-00) (CONFEA, 2002; CONFEA, 2004).
Sobre o sistema CFQ/CRQ, os CRQ4 (Conselho Regional de Qumica 4a Regio
SP/MS) e o CRQ12 (Conselho Regional de Qumica 12a Regio GO/TO/DF), estabelecem
como ttulos profissionais de nvel superior que devem obrigatoriamente realizar registro nos
Conselhos Regionais de Qumica (CRQs): Engenheiro Ambiental, Tecnlogo Ambiental,
Tecnlogo de Controle Ambiental e Tecnlogo em Gesto Ambiental (CRQ4, 2004; CRQ12,
2004; CFQ, 2004a). Porm, segundo informaes obtidas nos sites das outras regionais do
mesmo conselho, os profissionais citados no esto listados como profissionais que devem
fazer registro no CRQ.
Contudo, em 17 de dezembro de 2004 foi promulgada Resoluo Normativa CFQ 198,
que define as modalidades profissionais na rea de qumica, estabelecendo no artigo 20 que
(CFQ, 2004b): So consideradas modalidades do campo profissional da Engenharia Qumica devendo
registrarem-se em CRQs, os engenheiros de Produo, de Armamentos, de Minas,
Metalrgica, de Petrleo, de Petroqumica, Txtil, de Plsticos, Sanitaristas, Ambientais, de
Alimentos, de Segurana do Trabalho, de Materiais, Engenheiros Industriais, modalidade
Qumica, de Papel e Celulose, de Biotecnologia, de Bioqumica, de Explosivos, e outros,
sempre que suas atividades se situarem na rea da Qumica ou que lhe sejam correlatas.
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Nesse contexto, foram criados os cursos de Engenharia Ambiental no Brasil, sendo um
dos cursos da rea ambiental que mais cresce atualmente em termos numricos no pas.
O primeiro curso de Engenharia Ambiental criado foi o da Universidade Luterana do
Brasil (ULBRA), campus de Canoas (RS), pela Resoluo Consun/ULBRA n. 45, de 31 de
outubro de 1991, subsidiada pelo Parecer n. 1.031, de 06 de dezembro de 1989, que somente
foi iniciado em 01 de maro de 1994. J o primeiro curso que entrou em funcionamento foi o
da Universidade de Federal de Tocantins (UFT), em 09 de maro de 1992, que foi criado pela
Resoluo CESu n 118, de 19 de dezembro de 1991 (BRASIL, 2004a; UFT, s.d.).
Segundo o Cadastro de Cursos Superiores do INEP e informaes obtidas em sites de
instituies de ensino, at o dia 26 de janeiro de 2005 existiam 67 cursos de Engenharia
Ambiental espalhados por todas as regies do pas, com o nmero mnimo de vagas
disponveis nos vestibulares de 5.075, sendo que esse valor pode ser maior, pois, algumas IES
no cadastraram no INEP o nmero de vagas oferecidas (BRASIL, 2004a).
A regio Sudeste a que apresenta o maior nmero de cursos, contando com 33 (49%)
cursos e de 2.445 (48%) vagas mnimas disponveis. J So Paulo o estado que apresenta os
maiores ndices, com 23 cursos (34%) e 2.020 vagas (40%) (BRASIL, 2004a).
Vale ressaltar tambm os valores do estado do Rio de Janeiro, que so relativamente
baixos em relao a outros com o mesmo desenvolvimento e organizao das questes
ambientais, com 3 cursos (5%) e 140 vagas (3%) (BRASIL, 2004a). Isso pode demonstrar
certa cautela por parte das IES do estado para verificar a real necessidade e a capacidade de
absoro desse profissional pelo mercado de trabalho.
A tabela 1 apresenta os dados da distribuio de cursos de graduao em Engenharia
Ambiental e suas respectivas vagas por regio e estados.
A durao mdia dos cursos de 10 semestres e a carga horria mnima varia entre
3.300 (curso da Universidade Federal do Paran Curitiba/PR) e 5.151 horas (curso das
Faculdades COC Ribeiro Preto/SP) (BRASIL, 2004a).
Dos 67 cursos de Engenharia Ambiental, 20 so ministrados em capitais estaduais e no
distrito federal e 47 em cidades do interior, sendo So Paulo e Curitiba as cidades com a
maior nmero de cursos, 3 no total (BRASIL, 2004a).
Em relao ao perodo de oferecimento, a grande maioria diurno (50 ou 63,3%),
destacando-se ainda que as IES pblicas federais e estaduais no oferecem curso de
Engenharia Ambiental noturno, diferentemente das privadas em sentido estrito que
disponibilizam mais cursos noturnos (16 ou 20,2%) (BRASIL, 2004a).
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Tabela 1: Distribuio de cursos de graduao em Engenharia Ambiental e nmero de vagas
por regio e estados.
Regio/Estado Nmero de Cursos Nmero Mnimo de Vagas Disponveis nos Vestibulares Regio Norte 5 230 Amazonas 1 80 Par 3 110 Tocantins 1 40 Regio Nordeste 8 960 Bahia 5 610 Pernambuco 2 250 Sergipe 1 100 Regio Centro-Oeste 4 390 Distrito Federal 1 200 Gois 2 150 Mato Grosso do Sul 1 40 Regio Sudeste 33 2.445 Esprito Santo 2 120 Minas Gerais 5 165 Rio de Janeiro 3 140 So Paulo 23 2.020 Regio Sul 17 1.050 Paran 6 405 Rio Grande do Sul 5 365 Santa Catarina 6 280 Total 67 5.075
Fontes: BRASIL (2004a).
Vale ressaltar que o valor total por perodo de oferecimento maior que o nmero
total de cursos, isso porque algumas instituies oferecem em uma mesma cidade vagas para
o perodo diurno e noturno e no presente levantamento, quando ocorreu essa situao, foi
considerado somente como 1 curso. Agora se uma mesma instituio oferece vagas em
diferentes cidades foi considerado como cursos distintos.
Em relao categoria administrativa ou formas de natureza jurdica, os cursos de
Engenharia Ambiental ficam assim distribudos: a grande maioria so oferecidos em
instituies privadas (45 instituies ou 67,1%), e 32,9% (22) em instituies pblicas,
divididas em federais (7 ou 10,5%), estaduais (8 ou 11,9%) e municipais (7 ou 10,5%)
(BRASIL, 2004a).
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Considerando a organizao acadmica, a maior parte dos cursos (41 ou 61,2%) e
vagas mnimas (2.515 ou 49,6%) so oferecidos por universidades. Relativamente as
Faculdades/Escolas/Institutos oferecem muitas vagas mnimas (1.590 ou 31,3%), em relao
ao nmero de cursos (15 ou 22,4%). J os Centro Universitrios perfazem 8 cursos (11,9%) e
590 vagas (11,6%) e as Faculdades Integradas 3 cursos (4,5%) e 380 vagas (7,5%) (BRASIL,
2004a).
Em janeiro de 2005, existiam 20 cursos de Engenharia Ambiental reconhecidos, 13
por Portarias do MEC, 5 por Decretos Estaduais e 2 por Portarias de Comisses Estaduais de
Ensino, demonstrando que a maioria dos cursos so recentes, ou seja, menos de 30% dos
cursos eram reconhecidos ao at o perodo da pesquisa. O primeiro curso reconhecido foi o da
Universidade Federal de Tocantins, por Decreto Estadual n. 632 de 15 de julho de 1998.
Para demonstrar a evoluo da Engenharia Ambiental nas IES, levando em conta o
incio de funcionamento dos cursos no perodo de 1992 a 2005 tem-se os seguintes dados: 1
curso em 1992; 1 em 1994; 3 em 1996; 1 em 1997; 4 em 1998; 3 em 1999; 11 em 2000; 11
em 2001; 9 em 2002; 13 em 2003; 5 em 2004; 5 em 2005; ou seja a grande maioria dos cursos
foram iniciados aps o ano 2000 (BRASIL, 2004a). Essa situao deve estar fortemente
associada publicao da Resoluo Confea n. 447, de 22 de setembro de 2000, que instituiu
o registro profissional do engenheiro ambiental e disciplinou suas atividades profissionais.
3.2. Cursos de Graduao em Engenharia Sanitria e Engenharia Sanitria e Ambiental
Os cursos de graduao em Engenharia Sanitria tiveram origem no final da dcada de
1970, como sugestes da Poltica Nacional de Meio Ambiente (PNMA) e do Plano Nacional
de Saneamento (Planasa), que recomendavam a formao de profissionais nos setores de
saneamento e meio ambiente, devido ao processo de urbanizao e desenvolvimento no pas e
para superar o atraso nesses setores. Nesse contexto, orientaram a implantao de plos
regionais de Engenharia Sanitria, por meio de cursos de graduao nas cinco regies
consideradas estratgicas (UFMT, 2000-2002; UFSC, 1998).
Os primeiros cursos foram criados no ano de 1977 e iniciaram seu funcionamento em
1978, sendo os pioneiros da: Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT); Universidade
Federal do Par (UFPA); Pontifcia Universidade Catlica de Campinas (PUC-Campinas);
Universidade Federal da Bahia (UFBA); e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
(BRASIL, 2004a).
Na dcada de 1990, vrios cursos comearam a fazer reforma curricular, mudando
inclusive a denominao para Engenharia Sanitria e Ambiental, como o caso dos cursos da:
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UFBA; UFSC; UFMT; Universidade Catlica Dom Bosco (UCDB); e do Centro de Estudos
Superiores de Macei (CESMAC). Vale ressaltar que os cursos da UFMT e do CESMAC
esto cadastrados no INEP como de Engenharia Sanitria, mas o termo ambiental j aparece
nos sites das instituies, porm, no presente levantamento foi considerada a terminologia
usada no INEP (BRASIL, 2004a; UFSC, 1998; UFMT, 2000-2002; UFBA, 2004; UCDB,
s.d.; CESMAC, 2003-2005).
Por este motivo e pela grade curricular bastante parecida, existe uma relao muito
estreita entre a Engenharia Sanitria e a Engenharia Ambiental. Contudo, atualmente alm da
mudana de denominao, alguns cursos de Engenharia Sanitria esto em processo de
extino (cursos do Centro Universitrio do Instituto Mau de Tecnologia e da Pontifcia
Universidade Catlica da Campinas), o que pode levar a se supor que estas duas reas da
engenharia venham se fundir em um futuro prximo.
A Resoluo CFE n. 2, de 16 de fevereiro de 1977, do antigo Conselho Federal de
Educao dispe sobre a habilitao em Engenharia Sanitria, definindo no artigo 10 que a
Engenharia Sanitria uma habilitao especfica, que tem sua origem na rea Civil do curso
de Engenharia (BRASIL, 1977, s.p.).
A resoluo estabelece no artigo 20 que a matria de Biologia, faz parte da Formao
Bsica do engenheiro sanitarista; no artigo 50 as matrias de Formao Profissional Geral, que
so as seguintes: Hidrologia Aplicada, Hidrulica e Saneamento Bsico; e no artigo 70 que as
matrias de Formao Profissional Especfica devero incluir: Qualidade da gua, do Ar e do
Solo; Tratamento de guas de Abastecimento e guas Residurias; Recursos Hdricos;
Saneamento Ambiental e Ecologia Aplicada; sendo as ementas das citadas matrias
apresentadas no artigo 80 (BRASIL, 1977).
A referida resoluo mantm tambm, como diretriz a ser seguida para criao de
cursos de Engenharia Ambiental, os demais artigos da Resoluo CFE n. 48, de 07 de abril de
1976, do antigo Conselho Federal de Educao, que fixa os contedos e durao mnimos dos
cursos de graduao em Engenharia, alm de suas rea de habilitaes (BRASIL, 1976).
Contudo, como j foi citado anteriormente, recentemente o Parecer CES n. 1.362, de
12 de dezembro de 2001, instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de
Graduao em Engenharia, definindo os princpios, fundamentos, condies e procedimentos
da formao de engenheiros (BRASIL, 2001b).
Em relao aos rgos de classe os egressos da Engenheira Sanitria esto submetidos
ao sistema Confea/CREA, sendo a Resoluo Confea n. 310, de 23 de julho de 1986, que
dispe as atividades do engenheiro sanitarista (CONFEA, 1986a).
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O artigo 10 da referida resoluo estabelece que compete ao engenheiro sanitarista o
desempenho das atividades 01 a 18 do artigo 10 da Resoluo Confea n. 218, de 29 de junho
de 1973, anteriormente citado, referente a (CONFEA, 1986a): - sistemas de abastecimento de gua, incluindo captao, aduo, reservao, distribuio e
tratamento de gua;
- sistemas de distribuio de excretas e de guas residurias (esgoto) em solues
individuais ou sistemas de esgotos, incluindo tratamento;
- coleta, transporte e tratamento de resduos slidos (lixo);
- controle sanitrio do ambiente, incluindo o controle de poluio ambiental;
- controle de vetores biolgicos transmissores de doenas (artrpodes e roedores de
importncia para a sade pblica);
- instalaes prediais hidrossanitrias;
- saneamento de edificaes e locais pblicos, tais como piscinas, parques e reas de lazer,
recreao e esporte em geral;
- saneamento dos alimentos.
O artigo 30 da Resoluo Confea n. 310/1986, dispe tambm que os engenheiros
sanitaristas iro integrar o grupo ou categoria da Engenharia, modalidade Civil (CONFEA,
1986a).
Como j citado anteriormente, a Resoluo Confea n. 473, de 26 de novembro de
2002, estabelece que dentro do grupo Engenharia, modalidade Civil, so definidos os ttulos
profissionais de nvel superior do Engenheiro Sanitarista e Ambiental (cdigo 111-09-00)
(CONFEA, 2002; CONFEA, 2004).
Baseado nos dados do Cadastro de Cursos Superiores do INEP e informaes obtidas
em sites de instituies de ensino, at o dia 26 de janeiro de 2005, existiam 5 cursos de
Engenharia Sanitria e 5 de Engenharia Sanitria e Ambiental, nos estados de Alagoas, Bahia,
Mato Grosso, Minas Gerais, Par, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e So Paulo.
So oferecidas 150 vagas para os cursos de Engenharia Sanitria e 350 para os de
Engenharia Sanitria e Ambiental, sendo a durao mdia de 10 semestres e carga horria
mnima varia de 3.740 a 5.457 horas. Os nicos cursos noturnos so oferecidos pela PUC-
Campinas e Univates. (BRASIL, 2004a).
Somente 2 cursos de Engenharia Sanitria e Ambiental ainda no so reconhecidos, o
do Centro Universitrio do Leste de Minas Gerais (UnilesteMG) e do Centro Universitrio
Univates (Univates). O primeiro curso reconhecido foi da Universidade Federal da Bahia,
pela Portaria MEC n. 529, de 03 de setembro de 1981 (BRASIL, 2004a).
Considerando a organizao acadmica, tem-se a seguinte situao para o curso de
Engenharia Sanitria: 1 oferecido por Faculdades Integradas; 1 por Centro Universitrio; e 3
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por Universidades. J para o curso de Engenharia Sanitria e Ambiental, 2 por Centro
Universitrio e 3 por Universidades (BRASIL, 2004a).
Em relao a categoria administrativa, para a Engenharia Sanitria, 3 cursos so
oferecidos em instituies privadas em sentido estrito e 2 em pblicas federais. Para o curso
de Engenharia Sanitria e Ambiental, 3 por instituies privadas comunitria, confessional
e/ou filantrpica e 2 por pblicas federais (BRASIL, 2004a).
3.3 Cursos de Graduao em Ecologia e de Cincias Biolgicas com habilitao em
Ecologia
O curso de Ecologia o mais antigo que trata da questo ambiental de forma integrada
e multidisciplinar, sendo que o primeiro curso foi criado em 05 de maro de 1975 na
Universidade Estadual Paulista (Unesp campus de Rio Claro), como tambm o primeiro a
ser reconhecido pelo MEC, na Portaria 397, de 16 de junho de 1981 (BRASIL, 2004a).
Atualmente, pelo cadastro do INEP, at o dia 26 de janeiro de 2005, existiam 6 cursos
de graduao em Ecologia, 1 de Ecologia Social e outros 7 em Cincias Biolgicas com
habilitao em Ecologia (BRASIL, 2004a).
Contudo, o Eclogo ainda no uma profisso reconhecida pela legislao brasileira.
Para tentar mudar essa situao a Associao Brasileira de Ecologia (ABE), fundada em 30 de
novembro de 1991, com sede na cidade de Piracicaba (SP), enviou no ano de 2001 um Projeto
de Lei ao Congresso Nacional, o qual em 01 de abril 2003 foi apresentado ao Plenrio da
Cmara dos Deputados pelo Deputado Federal Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB/SP),
com a seguinte denominao PL-591/2003. Em 31 de dezembro de 2004 foi publicado no
Dirio da Cmara dos Deputados o parecer aprovado pela Comisso de Trabalho, de
Administrao e Servio Pblico (ABE, s.d.; CMARA DOS DEPUTADOS, s.d.).
Nesse contexto o PL-591/2003 dispe sobre a regulamentao do exerccio da
profisso de Eclogo, designando-o no artigo 10 como profissional de nvel superior, com
formao holstica e interdisciplinar, especfica do campo da Ecologia, dos ecossistemas
naturais, artificiais, de seus componentes e suas interrelaes (BRASIL, 2003a).
O artigo 20 estabelece que a profisso de Eclogo somente ser exercida por
(BRASIL, 2003a): I por profissionais diplomados em curso superior de Bacharelado em Ecologia ministrados
por estabelecimentos de ensino superiores, oficiais ou reconhecidos em todo o territrio
nacional;
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II pelos diplomados em curso similar ministrado por estabelecimentos equivalentes no
exterior aps a revalidao do diploma, de acordo com a legislao em vigor;
A fiscalizao da profisso ser exercida pelos Conselhos Federal e Regionais de
Biologia (CFBio/CRBio), conforme definido no artigo 30. J o artigo 50 estabelece as
atribuies profissionais (BRASIL, 2003a).
Como j foi citado anteriormente, no cadastro do INEP a terminologia Ecologia
aparece em 3 situaes para cursos de graduao: Curso de Ecologia, Curso de Ecologia
Social, e Curso de Cincias Biolgicas com habilitao Ecologia; sendo que so oferecidas
330, 50 e 440 vagas mnimas, respectivamente. Os cursos tem na maioria dos casos durao
de 8 semestres, com carga horria variando entre 2.560 e 4.800 (BRASIL, 2004a).
Os cursos so ministrados nos seguintes estados: Bahia, Mato Grosso, Minas Gerais,
Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina e So Paulo.
Portanto, a regio norte no possui curso de graduao nessa rea, o que muito interessante
de se notar porque o perfil profissional do Eclogo tem como um dos fortes direcionamentos
o Manejo de Ecossistemas Naturais e a regio norte possui caractersticas ambientais prprias
para o desenvolvimento de projetos nessa rea (BRASIL, 2004a).
Na questo do perodo, a maioria so diurnos, sendo noturnos, 2 de Ecologia
(Universidade para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itaja/UNIDAVI e Universidade
Catlica de Pelotas/UCPEL), o de Ecologia Social (FEUBH Faculdade de Ensino Unificado
de Belo Horizonte) e 3 de Cincias Biolgicas com habilitao em Ecologia (Centro
Universitrio de Vrzea Grande/UNIVAG, Faculdade So Jos Grande/FSJ e Universidade de
Santa Cruz do Sul/UNISC) (BRASIL, 2004a).
Levando em considerao a organizao acadmica, os cursos de Ecologia so
oferecidos em Universidades (5) e Centro Universitrio (1). J o de Ecologia Social
ministrado em uma Faculdade e os de Cincias Biolgicas com habilitao em Ecologia so
oferecidos em Universidades (3), Centro Universitrio (1) e Faculdade (1). (BRASIL, 2004a).
Com relao categoria administrativa tem-se a seguinte situao: dos de Ecologia, 3
so oferecidos em instituies pblicas e 4 em privadas; o de Ecologia Social em instituio
privada; e dos de Cincias Biolgicas com habilitao em Ecologia, 4 em instituies pblicas
e 3 em privadas (BRASIL, 2004a).
Portanto, os cursos de Ecologia de uma maneira geral so prioritariamente oferecidos
em Universidades e na maioria dos casos em IES privadas.
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3.4. Cursos de Graduao em Gesto Ambiental e Administrao com habilitao em
Gesto Ambiental
Considerando a graduao, os cursos ou habilitaes com a terminologia Gesto
Ambiental so os mais recentes na rea ambiental no pas, existindo at o perodo
compreendido pelo levantamento, 3 cursos de Gesto Ambiental; 29 de Administrao com
habilitao em Gesto Ambiental; e 1 de Cincias do Mar com habilitao em Gesto
Ambiental (BRASIL, 2004a).
Inicialmente esse termo era usado para cursos de ps-graduao, passando
gradativamente no ano de 1999 para as habilitaes de cursos de Administrao (Faculdade
PROMOVE de Minas Gerais/PROMOVE; Centro Universitrio de Belo Horizonte/UNIBH; e
Faculdade Spei de Curitiba/Facspei) e em 2002 para o bacharelado em Gesto Ambiental
propriamente dito, na Universidade de So Paulo (Esalq/USP) (BRASIL, 2004a).
Um dos problemas dos gestores ambientais no mercado a existncia de vrios cursos
de ps-graduao com essa denominao e que acabam dando aos egressos atribuies
profissionais parecidas, registrada inclusive em carteira pelos CREAs e CRQs por exemplo.
Alm disso, a questo do rgo de classe que representar o gestor ambiental ainda
no est definida. Os formados em Administrao com habilitao em Gesto Ambiental so
registrados nos Conselhos Federal e Regionais de Administrao (CFA/CRA), porm, os
egressos dos cursos de Gesto Ambiental ainda esto discutindo o rgo de classe que os
representar (CFA, 1999-2004).
A Resoluo CFA n. 283, de 21 de agosto de 2003, que aprova o regulamento de
registro profissional de pessoas fsicas, registro cadastral de pessoas jurdicas e d outras
providncias, estabelece o seguinte (CFA, 2003): Art. 1 Para o exerccio da profisso de Administrador devero os Bacharis em
Administrao, diplomados em cursos superiores de Administrao devidamente
reconhecidos, atendidas as exigncias legais, obter registro profissional no CRA com
jurisdio sobre o seu domiclio profissional, aos quais ser expedida a Carteira de
Identidade Profissional.
1 Os dispositivos desta Resoluo Normativa aplicam-se, tambm, aos Bacharis e
Tecnlogos diplomados em cursos superiores considerados conexos ao curso de
Administrao, devidamente reconhecidos, cujo registro profissional em CRA esteja
disciplinado por Resoluo Normativa do CFA.
2 Considera-se domiclio profissional aquele no qual ocorre o exerccio da profisso de
Administrador ou das atividades conexas Administrao.
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Portanto, a resoluo abre uma possibilidade para o Gestor Ambiental, no pargrafo 10
quando cita os bacharis e tecnlogos de campos conexos ao curso de Administrao, porm,
segundo CFA (1999-2004), esses campos conexos so os seguintes: 1. Administrao de Consrcio;
2. Administrao de Comrcio Exterior;
3. Administrao de Cooperativas;
4. Administrao Hospitalar;
5. Administrao de Condomnios;
6. Administrao de Imveis;
7. Administrao de Processamento de Dados/Informtica;
8. Administrao Rural;
9. Administrao Hoteleira;
10. "Factoring";
11. Turismo.
A distribuio dos cursos e habilitaes em Gesto Ambiental no Brasil apresentada
na tabela 2. Pode-se notar que os cursos de graduao em Gesto Ambiental ocorrem nos
estados de So Paulo e Rio Grande do Norte, totalizando 130 vagas disponveis nos
vestibulares. O de Cincias do Mar com habilitao em Gesto Ambiental tem 30 vagas. J os
de Administrao com habilitao em Gesto Ambiental so oferecidos em todas regies do
pas, com 29 cursos e 2.845 vagas mnimas, mesmo sendo uma habilitao recente, de 1999.
Do total de 32 cursos apenas 5 so reconhecidos pelo MEC (BRASIL, 2004a).
Nesse contexto, 9 cursos so oferecidos em capitais estaduais e 23 em cidades do
interior. Na grande maioria dos casos os cursos tem durao de 8 semestres, com carga 2.685
(USP/Esalq) e 4.750 (UFPR) (BRASIL, 2004a).
Diferentemente de todos os outros cursos de graduao na rea ambiental, os cursos e
habilitaes em Gesto Ambiental so basicamente noturnos (67,5%), sendo que a instituies
privadas em sentido estrito correspondem a 55,8% desse valor (BRASIL, 2004a). O valor
total por perodo diferente do nmero total de cursos devido aos motivos j expostos
anteriormente.
A grande maioria dos cursos tambm so oferecidos por instituies privadas, seja em
sentido estrito (81,4% ou 26 cursos) ou privada comunitria/confessional/filantrpica (6,2%
ou 2), sendo que a instituies pblicas representam somente 12,4% (3,1% ou 1 em federais;
6,2% ou 2 em estaduais; e 3,1% ou 1 em municipais) (BRASIL, 2004a).
Considerando a organizao acadmica, a maior parte dos cursos (75%) e vagas
mnimas (84,2%) so oferecidos por Faculdades, Escolas ou Institutos. As Universidades e
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Centros Universitrios oferecem muito poucos cursos e vagas (12,5% ou 4 cursos e 3,6% ou
110 vagas mnimas nas Universidades e 9,4% ou 3 cursos e 7,4% ou 230 vagas nos Centros
Universitrios), comparativamente aos outros cursos de graduao na rea ambiental
(BRASIL, 2004a).
Tabela 2: Distribuio de cursos de graduao em Gesto Ambiental (Bacharel),
Administrao e Cincias do Mar com habilitao em Gesto Ambiental e nmero de vagas
por regio e estados.
Nmero de Cursos Nmero Mnimo de Vagas Disponveis nos Vestibulares Regio/Estado Bacharel Habilitao Bacharel Habilitao
Regio Norte 0 4 0 600 Acre --- 1 --- 100 Amap --- 1 --- 100 Par --- 1 --- 200 Rondnia --- 1 --- 200 Regio Nordeste 1 2 40 400 Bahia --- 2 --- 400 Rio Grande do Norte 1 --- 40 --- Regio Centro-Oeste 0 2 0 100 Gois --- 2 --- 100 Regio Sudeste 0 12 90 1.000 Minas Gerais --- 5 --- 290 So Paulo 2 7 90 710 Regio Sul 0 9 0 875 Paran --- 6 --- 525 Rio Grande do Sul --- 2 --- 250 Santa Catarina --- 1 --- 100 Total 3 29 130 2.975
Fonte: BRASIL (2004a).
3.5. Outros Cursos Graduao Relacionados ao Meio Ambiente
Alm dos cursos de graduao j descritos, nos ltimos anos vrios cursos tradicionais
inseriram termos relacionados ao meio ambiente em suas denominaes, modificando o
currculo para fornecer habilitao ou nfase nessa rea.
Como exemplo pode-se citar os cursos: de Geografia e Meio Ambiente, bacharelado e
licenciatura plena da Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro (PUCRio Rio de
Janeiro), criado em 01 de maro de 1941; de Cincias Biolgicas, com habilitao Ambiental
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS Porto Alegre), criado em 01 de
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maro de 1942; e de Geografia, com nfase em Educao Ambiental da Universidade Vale do
Rio Verde (Unincor - Trs Coraes/MG), criado em 04 de maro de 1976 (BRASIL, 2004a).
As reas de Administrao, de Economia, de Cincias Biolgicas, de Qumica, de Geografia e
Geocincias, de Engenharia e Turismo esto nessa lista, sendo que segundo dados do INEP
existiam at janeiro de 2005, um total de 37 cursos nessa situao (BRASIL, 2004a).
3.6. Tecnlogo
A criao de cursos tecnolgicos no Brasil segue atualmente as seguintes legislaes
federais e pareceres e resolues do Ministrio da Educao (BRASIL, 1999b; BRASIL,
2001a; BRASIL, 2001c; BRASIL, 2002a; BRASIL, 2004a; BRASIL, 2004b; BRASIL,
2004c):
- Decreto Federal n 5.225, de 1 de outubro de 2004: altera dispositivos do Decreto no
3.860, de 9 de julho de 2001, que dispe sobre a organizao do ensino superior e a
avaliao de cursos e instituies, e d outras providncias.
- Decreto Federal no 5.154, de 23 de julho de 2004: regulamenta o 2 do art. 36 e os
arts. 39 a 41 da Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes
e bases da educao nacional, e d outras providncias.
- Portaria MEC no 64, de 12 de janeiro de 2001: define os procedimentos para o
reconhecimento de cursos/habilitaes de nvel tecnolgico da educao profissional.
- Portaria MEC no 1.647, de 25 de novembro de 1999: dispe sobre o credenciamento
de centros de educao tecnolgica e a autorizao de cursos de nvel tecnolgico da
educao profissional.
- Resoluo CNE/CP no 03, de 18 de dezembro de 2002: Institui as Diretrizes
Curriculares Nacionais Gerais para a organizao e o funcionamento dos cursos
superiores de tecnologia.
- Parecer CNE/CP no 29, de 12 de dezembro de 2002: dispe sobre as Diretrizes
Curriculares Nacionais Gerais para a Educao Profissional de Nvel Tecnolgico.
- Parecer CNE/CES no 436, de 02 de abril de 2001: trata de Cursos Superiores de
Tecnologia - Formao de Tecnlogos.
Segundo o artigo 4 da Resoluo CNE/CP no 03, os cursos superiores de tecnologia
so cursos de graduao, com caractersticas especiais, e obedecero s diretrizes contidas no
Parecer CNE/CES 436/2001 e conduziro obteno de diploma de tecnlogo (BRASIL,
2001a).
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O pargrafo 2 do artigo 4 da referida resoluo trata da carga horria mnima dos
cursos superiores de tecnologia que ser acrescida do tempo destinado a estgio profissional
supervisionado, quando requerido pela natureza da atividade profissional, bem como de
eventual tempo reservado para trabalho de concluso de curso (BRASIL, 2001a).
O Parecer CNE/CES n. 436/2001 (Conselho Nacional de Educao/Cmara de
Educao Superior) que dispe sobre Cursos Superiores de Tecnologia, define que a rea
Profissional de Meio Ambiente (BRASIL, 2001a): compreende aes de preservao dos recursos naturais, com controle e avaliao dos
fatores que causam impacto nos ciclos da matria e energia, diminuindo os efeitos causados
na natureza (solo, gua e ar). Compreende, igualmente, atividades de preveno da poluio
por meio da educao ambiental no escolar, da tecnologia ambiental e da gesto ambiental.
No mesmo parecer so estabelecidas 1.600 horas como carga horria mnima da rea
profissional de Meio Ambiente.
Em relao aos rgos de classe, a Resoluo Confea 218, 29 de junho de 1973
(Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) no seu artigo 23 estabelece as
competncias do Tcnico de Nvel Superior ou Tecnlogo como (CONFEA, 1973): I - o desempenho das atividades 09 a 18 do artigo 1 desta Resoluo, circunscritas ao
mbito das respectivas modalidades profissionais;
II - as relacionadas nos nmeros 06 a 08 do artigo 1 desta Resoluo, desde que
enquadradas no desempenho das atividades referidas no item I deste artigo.
As atividades citadas no artigo 23 so as seguintes (CONFEA, 1973): Atividade 06 - Vistoria, percia, avaliao, arbitramento, laudo e parecer tcnico;
Atividade 07 - Desempenho de cargo e funo tcnica;
Atividade 08 - Ensino, pesquisa, anlise, experimentao, ensaio e divulgao tcnica;
extenso;
Atividade 09 - Elaborao de oramento;
Atividade 10 - Padronizao, mensurao e controle de qualidade;
Atividade 11 - Execuo de obra e servio tcnico;
Atividade 12 - Fiscalizao de obra e servio tcnico;
Atividade 13 - Produo tcnica e especializada;
Atividade 14 - Conduo de trabalho tcnico;
Atividade 15 - Conduo de equipe de instalao, montagem, operao, reparo ou
manuteno;
Atividade 16 - Execuo de instalao, montagem e reparo;
Atividade 17 - Operao e manuteno de equipamento e instalao;
Atividade 18 - Execuo de desenho tcnico.
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J a Resoluo Confea n 313, de 26 de setembro de 1986, dispe sobre o exerccio
profissional dos Tecnlogos das reas submetidas regulamentao e fiscalizao institudas
pela Lei n 5.194, de 24 dezembro de 1966, e d outras providncias (CONFEA, 1986b).
O artigo 3 da Resoluo Confea no 313, trata sobre as atribuies dos Tecnlogos, em
suas diversas modalidades, para efeito do exerccio profissional, e da sua fiscalizao,
respeitados os limites de sua formao, consistem em (CONFEA, 1986b): 1) elaborao de oramento;
2) padronizao, mensurao e controle de qualidade;
3) conduo de trabalho tcnico;
4) conduo de equipe de instalao, montagem, operao, reparo ou manuteno;
5) execuo de instalao, montagem e reparo;
6) operao e manuteno de equipamento e instalao;
7) execuo de desenho tcnico.
Pargrafo nico - Compete, ainda, aos Tecnlogos em suas diversas modalidades, sob a
superviso e direo de Engenheiros, Arquitetos ou Engenheiros Agrnomos:
1) execuo de obra e servio tcnico;
2) fiscalizao de obra e servio tcnico;
3) produo tcnica especializad.
O artigo 4 desta resoluo estabelece ainda sobre as atribuies profissionais que
quando enquadradas, exclusivamente, no desempenho das atividades referidas no Art. 3 e
seu pargrafo nico, podero os Tecnlogos exercer as seguintes atividades (CONFEA,
1986b): 1) vistoria, percia, avaliao, arbitramento, laudo e parecer tcnico;
2) desempenho de cargo e funo tcnica;
3) ensino, pesquisa, anlise, experimentao, ensaio e divulgao tcnica, extenso.
Pargrafo nico - O Tecnlogo poder responsabilizar-se, tecnicamente, por pessoa jurdica,
desde que o objetivo social desta seja compatvel com suas atribuies.
O artigo 16 da Resoluo Confea no 313 que trata das reas de habilitao do
tecnlogo foi revogado pela Resoluo Confea no 473, de 26 de novembro de 2002, que
institui a Tabela de Ttulos Profissionais do Sistema Confea/Crea e d outras providncias,
sendo que em seu anexo 1 estabelece o Tecnlogo em Saneamento Ambiental, inserindo-o no
grupo Engenharia, modalidade civil (cdigo 112-06-00) (CONFEA, 1986b; CONFEA, 2002).
J em relao ao Conselho Federal de Qumica (CFQ) a Resoluo Normativa no 132, de 23
de abril de 1992, disciplina do registro nos Conselhos Regionais de Qumica (CRQs) dos
graduados em cursos de tecnologia sanitria ou equivalentes (CFQ, 1992).
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Como j foi citado anteriormente, o Conselho Federal de Qumica (CFQ) estabelece
ainda que os ttulos profissionais de nvel superior Tecnlogo Ambiental, Tecnlogo de
Controle Ambiental e Tecnlogo em Gesto Ambiental devem obrigatoriamente realizar
registro nos Conselhos Regionais de Qumica (CRQs) (CRQ4, 2004; CRQ12, 2004; CFQ,
2004a).
Atualmente, existem vrios cursos Superiores de Tecnologia na rea ambiental, com
diversas denominaes que so as seguintes: Tecnologia em Saneamento Ambiental;
Tecnologia em Gesto Ambiental; Tecnologia em Gerenciamento Ambiental; Tecnologia
Ambiental; Tecnologia do Meio Ambiente; Tecnologia em Gesto do Controle Ambiental;
Tecnologia de Controle Ambiental; Tecnologia de Planejamento Ambiental; Tecnologia em
Segurana, Sade de Meio Ambiente do Trabalho; Tecnologia em Qumica Ambiental; e
Tecnologia em Conservao e Planejamento Ambiental. A seguir so apresentadas
informaes mais detalhadas sobre os cursos citados (BRASIL, 2004a).
3.7. Curso Superior de Tecnologia em Saneamento Ambiental
Entre os cursos superiores de tecnologia na rea ambiental, os de Tecnologia em
Saneamento Ambiental so os mais antigos, criados em 1997 (Instituto e Centro de Ensino
Tecnolgico do Cear/CENTEC). No total so 10 cursos, nos estados de: Cear, Esprito
Santo, Rondnia, Santa Catarina, So Paulo e Sergipe; sendo que 6 so reconhecidos por
Portaria do MEC, Decreto Estadual ou Portaria de Comisso de Ensino (BRASIL, 2004a).
A durao varia de 4 a 8 semestres, com carga horria entre 1.600 a 2.670. So
oferecidas 711 vagas pelas IES, sendo 8 em perodo diurno e 6 em noturno (BRASIL, 2004a).
Em relao a categoria administrativa: 4 cursos so oferecidos por instituies
privadas em sentido estrito; 2 por privadas comunitria, confessional e/ou filantrpica; 2 por
pblicas estaduais; e 2 por pblicas federais. J considerando a organizao acadmica tem-se
a seguinte situao: 7 cursos por Centros, Institutos ou Faculdade Tecnolgicas; 2 por
Universidades; e 1 por Centros Universitrios (BRASIL, 2004a).
3.8. Cursos Superiores de Tecnologia em Gesto Ambiental e de Gerenciamento
Ambiental
Os Cursos Superiores de Tecnologia em Gesto Ambiental e em Gerenciamento
Ambiental apresentam terminologias diferentes, porm, sinnimas. No presente levantamento
os dados dos dois cursos foram apresentados separadamente, contudo a anlise deve ser
realizada em conjunto.
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So os cursos de tecnologia da rea ambiental que ocorrem atualmente em maior
quantidade, sendo oferecidos no total 62 cursos (47 de Gesto Ambiental e 15 de
Gerenciamento Ambiental) e 5.840 vagas em vrios estados brasileiros, destacando-se mais
uma vez o estado de So Paulo com 30 cursos e 3.130 vagas (veja tabela 3). Considerando a
localizao dos cursos, 42 so ministrados em cidades do interior e 20 em capitais estaduais
(BRASIL, 2004a).
Vale ressaltar, porm, que boa parte dos cursos esto sendo iniciados no ano de 2005,
principalmente pela Universidade Paulista (Unip) e de uma forma geral so recentes, no
havendo ainda uma certeza da continuidade dos mesmos. O curso mais antigo foi iniciado no
ano de 2000 (BRASIL, 2004a).
Tabela 3: Distribuio de Cursos Superiores de Tecnologia em Gesto Ambiental e
Gerenciamento Ambiental e nmero de vagas por regio e estados.
Nmero de Cursos Nmero Mnimo de Vagas Disponveis nos Vestibulares Regio/Estado Gesto Gerenciamento Gesto Gerenciamento
Regio Norte 3 5 200 480 Acre --- 1 --- 50 Amap --- 1 --- 100 Amazonas 1 1 100 80 Par 2 --- 100 --- Rondnia --- 1 --- 100 Roraima --- 1 --- 150 Regio Nordeste 2 0 175 0 Bahia 1 --- 140 --- Pernambuco 1 --- 35 --- Regio Centro-Oeste 4 1 480 120 Distrito Federal 2 --- 300 --- Gois 2 --- 180 --- Mato Grosso --- 1 --- 120 Regio Sudeste 37 4 3.420 520 Minas Gerais 3 --- 260 --- Rio de Janeiro 8 --- 550 --- So Paulo 26 4 2.610 520 Regio Sul 1 5 40 405 Paran --- 4 --- 370 Santa Catarina 1 1 40 35 Total 47 15 4.315 1.525
Fonte: BRASIL (2004a).
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A durao dos cursos varia de 4 a 8 semestres, sendo a primeira opo a mais comum.
A carga horria est entre 1.600 a 3.000 (BRASIL, 2004a).
Em relao ao perodo, os cursos so predominantemente oferecidos por instituies
privadas em sentido estrito no perodo noturno, no sendo oferecidos por IES pblicas
estaduais e municipais.
Em relao a organizao acadmica, as Universidades e as Faculdades, Escolas,
Institutos e Centros Tecnolgicos so as IES que apresentam mais cursos na rea em questo,
com 28 (45,2%) cada, sendo que em vagas a primeira oferece 40,2% (2.350) do total e a
segunda categoria 45,9% (2.680) (BRASIL, 2004a).
Para demonstrar a evoluo e como so recentes os cursos em questo, considerando o
incio de funcionamento dos cursos tem-se os seguintes dados: 1 curso de Gesto Ambiental
em 2000; 3 de Gesto e 1 de Gerenciamento em 2001; 2 de Gesto em 2002; 7 de Gesto e 1
de Gerenciamento em 2003; 8 de Gesto e 12 de Gerenciamento em 2004; e 25 de Gesto e 1
de Gerenciamento em 2005.
Portanto, a grande maioria dos cursos de Gesto Ambiental esto sendo iniciados no
ano 2005, e dos de Gerenciamento Ambiental em 2004. Esses valores reforam que esses
cursos so recentes e ainda no se sabe se haver continuidade dos mesmos (BRASIL,
2004a).
3.9. Cursos Superiores de Tecnologia Ambiental e de Tecnologia em Meio Ambiente
No presente levantamento os Cursos Superiores de Tecnologia Ambiental ou em Meio
Ambiente foram considerados como somente um curso com denominaes diferentes, isso
devido a similaridade do profissional formado pelos mesmos.
Conforme dados do Cadastro do INEP, at 26 de janeiro de 2005, existiam 24 desses
cursos no Brasil, com no mnimo 1.230 vagas sendo oferecidas. A regio sudeste e o estado
de So Paulo mais uma vez aparecem com o maior nmero de cursos (13 e 8) e vagas (830 e
330) (BRASIL, 2004a).
A durao varia entre 4 a 8 semestres, e a carga horria de 1.600 a 3.200. Do total de
24 cursos, 18 so oferecidos em cidades do interior e 6 em capitais estaduais, sendo que 9 so
reconhecidos por Portaria do MEC ou Decreto Estadual (BRASIL, 2004a).
Considerando o perodo de oferecimento e a categoria administrativa, a grande maioria
dos cursos so noturnos (77,8%), destacando o alto ndice oferecidos por IES pblicas nesse
perodo (18,5% do total de cursos oferecidos nos dois perodos). Alm disso, ressalta-se que a
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maioria dos cursos nessa rea so ministrados em instituies pblicas federais (40,8%),
diferente dos outros cursos j descritos anteriormente (BRASIL, 2004a).
Em relao a organizao acadmica as Universidades e as Faculdades, Escolas,
Institutos e Centros Tecnolgicos so as IES que apresentam mais cursos na rea em questo,
com 11 (45,8%) cada, sendo que em vagas a primeira oferece 57,5% (710) do total e a
segunda categoria 28,5% (350) (BRASIL, 2004a).
Considerando a evoluo dos cursos em questo e a data de incio de funcionamento,
tem-se a seguinte situao: 1 curso em 1998; 3 em 1999; 4 em 2000; 2 em 2001; 1 em 2002; 2
em 2003; 8 em 2004; e 3 em 2005, ou seja, a maioria dos cursos foram iniciados em 2004
(BRASIL, 2004a).
3.10. Cursos Superiores de Tecnologia em Outras reas de Meio Ambiente
No pas at janeiro de 2005, existiam vrias outras denominaes de cursos
tecnolgicos em instituies de ensino superior, que so as seguintes: Gesto de Controle
Ambiental; Controle Ambiental; Planejamento Ambiental; Segurana, Sade e Meio
Ambiente do Trabalho; Qumica Ambiental; Qumica Ambiental, modalidade Controle e
Aproveitamento de Resduos; e Conservao e Planejamento Ambiental (BRASIL, 2004a).
No total so 11 cursos nessa categoria, que oferecem no mnimo 773 vagas e esto
distribudos pelos estados de Gois, Minas Gerais, Par, Paran, Rio Grande do Norte e So
Paulo (BRASIL, 2004a).
So cursos com carga horria variando entre 1.600 e 3.000, e durao entre 4 a 8
semestres. A grande maioria est disponvel no perodo noturno (10). Os mais antigos
iniciaram no ano de 1999, sendo 5 ministrados em capitais estaduais e 6 no interior (BRASIL,
2004a).
3.11. Cursos Seqenciais
Os cursos seqenciais apresentam-se como uma nova modalidade de curso superior,
com a finalidade de formar egressos em novas reas do conhecimento ou campos especficos
que necessitam de profissionais qualificados, tendo, portanto, forte enfoque profissionalizante
e de curta durao.
Os cursos seqenciais foram criados pela Lei de Diretrizes e Bases da Educao (Lei
n. 9.394/1996), divididos em dois tipos: I) cursos superiores de formao especfica, com
destinao coletiva, conduzindo a diploma; II) cursos superiores de complementao de
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estudos, com destinao coletiva ou individual, conduzindo a certificado (BRASIL, 1996;
BRASIL, 1999a).
As legislaes e pareceres que disciplinam os cursos seqenciais so as seguintes
(BRASIL, 1998b; BRASIL, 1999a; BRASIL, 1999c; BRASIL, 2001d; BRASIL, 2002b;
BRASIL, 2003b; BRASIL, 2003c):
- Portaria Ministerial n 691, de 15 de abril de 2003: retifica o anexo da Portaria
MEC n 239, de 24 de fevereiro de 2003;
- Portaria Ministerial n 239, de 24 de fevereiro de 2003: dispe sobre a necessidade
de regularizar a expedio e registro dos diplomas dos alunos concluintes dos
cursos superiores de formao especfica, cursos seqenciais, para os quais foram
protocolados pedidos de reconhecimento, pelas respectivas instituies de ensino
superior, no Ministrio da Educao, no corrente exerccio de 2002;
- Portaria Ministerial n 2.905, de 17 de outubro de 2002: dispe sobre a
necessidade de regularizar a expedio e registro dos diplomas dos alunos
concluintes dos cursos superiores de formao especfica, cursos seqenciais, para
os quais foram protocolados pedidos de reconhecimento, pelas respectivas
instituies de ensino superior, no Ministrio da Educao, no corrente exerccio
de 2002;
- Portaria Ministerial n 514, de 22 de maro de 2001: dispe sobre a oferta e acesso
a cursos seqenciais de ensino superior;
- Portaria Ministerial n 612, de 12 de abril de 1999: dispe sobre a autorizao e o
reconhecimento de cursos seqenciais de ensino superior;
- Resoluo CES n 01, de 27 de janeiro de 1999: dispe sobre os cursos seqenciais
de educao superior, nos termos do art. 44 da Lei 9.394/96;
- Parecer n CES 968, de 17 de dezembro de 1998: trata sobre os Cursos
Seqenciais do Ensino Superior.
Em relao aos cursos na rea de meio ambiente, no Brasil, existiam 16 Cursos de
Seqenciais de Formao Especfica na rea ambiental com diversas denominaes, que so
as seguintes: Gesto Ambiental; Gesto Sanitria e Ambiental; Educao Ambiental; Qumica
Ambiental Aplicada Indstria; Gesto do Meio Ambiente; Planejamento e Gesto
Ambiental; e Controle e Auditoria da Qualidade na Empresa e do Meio Ambiente (BRASIL,
2004a).
So oferecidas no mnimo 1.615 vagas, nos seguintes estados: Bahia, Cear, Gois,
Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paran, Santa Catarina, So Paulo, sendo este ltimo o
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que apresenta o maior nmero de cursos (7) e vagas (870). Os cursos so em geral de 4
semestres, com carga horria variando entre 1.600 a 1.800 (BRASIL, 2004a).
O curso mais antigo foi iniciado em 1999, na Universidade Anhembi Morumbi (So
Paulo/SP), sendo que todos os demais iniciaram a partir 2002. Ao todo 5 cursos so
reconhecidos pelo MEC e todas as instituies oferecem vagas no perodo noturno, existindo
somente 3 no matutino (BRASIL, 2004a).
As instituies privadas em sentido estrito oferecem 8 cursos, as privadas
comunitrias, confessionais e/ou filantrpicas 6 e as pblicas estaduais 2. Em relao a
organizao acadmica, 9 cursos so em Universidades, 5 em Centros Universitrios e 1 em
Faculdades Integradas (BRASIL, 2004a).
3.12. Sntese da Situao dos Cursos Superiores de Meio Ambiente
As tabelas 4 apresentam um sntese dos dados obtidos no presente levantamento em
relao aos nmero de cursos e vagas mnimas disponveis nos vestibulares, tanto no Brasil
como no estado de So Paulo, isso porque esse estado concentra a maioria dos cursos
superiores na rea ambiental.
Tabela 4: Distribuio de Cursos Superiores relacionados ao Meio Ambiente no Brasil, at
26 de janeiro de 2005.
Regio/Estado Nmero de Cursos Nmero Mnimo de Vagas Disponveis nos Vestibulares
Engenharia Ambiental 67 5.075 Engenharia Sanitria e Ambiental 5 350 Engenharia Sanitria 5 150 Ecologia e Ecologia Social 7 380 Cincias Biolgicas com habilitao em Ecologia 7 440 Graduao em Gesto Ambiental 3 130 Administrao com habilitao em Gesto Ambiental 29 2.845 Cincias do Mar com habilitao em Gesto Ambiental 1 30 Outros Cursos de Graduao Relacionados com Meio Ambiente 37 --- Sub-Total dos Cursos de Graduao 161 9.400 Tecnologia em Saneamento Ambiental 10 711 Tecnologia em Gesto Ambiental 47 4.315 Tecnologia em Gerenciamento Ambiental 15 1.525 Tecnologia Ambiental ou em Meio Ambiente 24 1.230 Outros Cursos Tecnolgicos Relacionados com Meio Ambiente 11 773 Sub-Total dos Cursos de Tecnologia 107 8.554 Cursos Seqenciais de Formao Especfica em Meio Ambiente 16 1.615 Sub-Total dos Cursos Seqenciais de Formao Especfica 16 1.615 Total 284 19.569 Fonte: BRASIL (2004a).
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No Brasil, existiam at janeiro de 2005, 284 cursos superiores relacionados ao Meio
Ambiente, oferecendo no mnimo 19.569 vagas nos vestibulares, sendo que 92 (32,39%)
cursos e 7.074 (36,15%) vagas esto disponveis somente no estado de So Paulo.
4. CONSIDERAES FINAIS
A disseminao de cursos superiores na rea ambiental descrita no presente texto
ocorreu principalmente no final da dcada de 1990 e nos primeiros anos do sculo 21.
Contudo no existe ainda uma idia clara das atribuies profissionais de cada egresso nas
diversas denominaes de cursos oferecidos pelas instituies de ensino, existindo bacharis
como o Eclogo e o Gestor Ambiental que ainda no possuem rgo de classe que os
representem.
Alm disso, os cursos seqncias de formao especfica so uma modalidade de
ensino nova, que gera muita desconfiana perante aos rgos de classe, empresas e
estudantes.
Portanto, h certa irresponsabilidade das instituies de ensino superior e do
Ministrio da Educao na abertura desenfreada de cursos superiores na rea ambiental, sem
haver uma discusso mais profunda sobre a possibilidade do mercado profissional absorver os
profissionais formados e uma padronizao das terminologias dos mesmos.
Ressalta-se ainda que as questes ambientais so multidisciplinares e profisses
tradicionais tambm possuem atribuies j estabelecidas para exercer atividades nessa rea.
Sem dvida nenhuma haver espao para esses novos profissionais nos prximos anos,
principalmente na gesto e consultoria ambiental de empresas e empreendimentos e no
estabelecimento de novas tecnologias ambientais.
Porm, se continuar a disseminao de cursos vista nos ltimos anos, isso pode
ocasionar dentro de uma dcada uma super oferta de profissionais e gerar uma crise de
desempregados e de diminuio de salrios, e como conseqncia uma perda de qualidade dos
trabalhos oferecidos, fazendo com que o meio ambiente e as comunidades brasileiras saiam
perdendo.
Nesse sentido, deve haver urgentemente uma anlise profunda da comunidade
acadmica e profissional, envolvendo rgos de classe, instituies de ensino, o Ministrio da
Educao, profissionais, empresas e rgos pblicos da rea ambiental, para estabelecer
normas mais bem definidas para oferecimento de cursos nessa rea.
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