epidemiologia e defefsa sanitaria

133
EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio. PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 1 Equalis Prof.ª Maria do Carmo Pessôa Silva. Epidemiologia e Defesa Sanitária

Upload: danniel-cabral-leao-ferreira

Post on 12-Dec-2015

47 views

Category:

Documents


10 download

DESCRIPTION

fsdf

TRANSCRIPT

Page 1: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 1

Equalis

Prof.ª Maria do Carmo Pessôa Silva.

Epidemiologia e

Defesa Sanitária

Page 2: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 2

Epidemiologia EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO SOBRE O CONCEITO DE SAÚDE/DOENÇA ► 8 Teorias:

1-Teoria da Introdução dos Maus Espíritos, 2-Teoria do Castigo Divino, 3-Teoria dos Causantes Humanos, 4-Teoria Miasmática, 5-Teoria Microbiológica, 6-Teoria Multicausal, 7-Teoria Ecológica, 8-Teoria Social

1- INTRODUÇÃO DE MAUS ESPIRITOS

� As pinturas rupestres na caverna de Trois Frëre na França atribuídas ao “Homem de Cro Magnon” (20.000 anos atrás), sugerem que o medico da época era em tipo de feiticeiro encarregado de afugentar os maus espíritos. Sendo assim, havia uma interpretação sobrenatural, mágica.

� Atribui a doença à influência de maus espíritos no corpo. O medico/bruxo além de curar tinha a função de garantir boa caça, por meio de suas bruxarias. Desde esta época, havia integração entre a medicina e a economia, tal qual se póstula hoje em dia (epidemiólogos de vanguarda).

2- CASTIGO DIVINO

� Outra versão sobrenatural, porém mais elaborada surgiu sob influência das religiões, o conceito de divindade e assim a interpretação da doença surge como Castigo Divino pelos pecados do homem. Prevalecia o fervor religioso, particularmente o da Igreja Católica.

3- CAUSANTES HUMANOS

� A explicação das doenças passa a ser uma espécie de alucinação coletiva onde nem as doações à Igreja adiantavam para aplacar a ira Divina. Utilizou-se então, por meio da racionalização, um Bode Expiatório, isto é, procurava-se uma vítima entre aquelas pessoas da massa que provocavam sentimentos primitivos como:

� Inveja, antipatia, desconfiança, sadismo, medo. Nesta época, os judeus que se destacavam por ter o controle dos bancos, isto é, tinham certa “superioridade financeira” e até intelectual, eram perseguidos e mortos como sendo Bruxos.

Page 3: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 3

4- DOUTRINAS MIASMÁTICAS � É a primeira interpretação não sobrenatural. � A natureza passa a ser considerada como causa das enfermidades. E

somente a partir dessa, é que o ambiente e suas modificações são levadas em conta na explicação dos problemas de saúde;

� As causas telúricas, em geral ambientais eram as que explicavam o aparecimento de doenças. Nesta época (sec. XVII) prevaleceu a doutrina miasmática, onde as impurezas ou corrupções que surgiam do ambiente geravam Epidemias.

5- DOUTRINA MICROBIOLÓGICA

� O espírito crítico desenvolvido após a revolução Francesa e a Industrial (1830) parece ter influenciado na interpretação uni causal da doença. O desenvolvimento tecnológico acabou por favorecer o desenvolvimento do microscópio e das ciências física, química, biológicas e a patologia. Com isto a Medicina encontrava explicações mais positivistas/concretas.

� Inúmeras descobertas microbiológicas caracterizaram esta época: bactéria do Antraz por Pasteur, o bacilo da Tuberculose por Koch. Neste enfoque o parasita, a bactéria e posteriormente o vírus, passaram a ser a única causa das doenças.

� O famoso Ciclo de KOCH é o que mais caracteriza esta época: Isolamento, inoculação em animais sadios, e reprodução da doença são os elos únicos e necessários para fechar o círculo e explicar as doenças.

� Assim o método POSITIVISTA, decompõe o fenômeno, por meio de análise sem reconstruir o concreto por meio da síntese.

� Por este motivo tende a considerar o indivíduo (ênfase na clínica) e não o coletivo esquece completamente a interação do meio e dos fatores sociais.

� Neste período os trabalhos de epidemiologia são exclusivamente descritivos.

6- TEORIA MULTICASUAL

� Diante dos insucessos de algumas terapêuticas baseadas na teoria unicausal, que nem sempre permitia acabar com a doença, e de que a simples presença do agente nem sempre reproduzia a doença, lá pelos anos 30, surge a teoria da Multicausalidade.

� Esta foi consolidada nos anos 60 por MAC MAHON, que dizia que a doença é resultado de um, se não de múltiplos fatores causais e da inter-relação entre eles.

7- TEORIA ECOLÓGICA

� Pelo fato dos animais e vegetais estarem integrados em Ciclos Bioenergéticos, há uma forte relação de interdependência entre eles (ecossistemas).

� Esquematicamente estes fatores podem ser agrupados em três classes: � O Agente, � O Hospedeiro,

Page 4: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 4

� O Ambiente. É uma variante mais dinâmica do modelo multicausal!

� Qualquer modificação em qualquer dos elementos do ecossistema desencadeará uma série de adaptações dos demais componentes, podendo desencadear “doenças”.

� Sabe-se que entre os animais as relações de interdependências podem assumir diversas formas:

� Predação, � Parasitismo, � Comensalismo, � Mutualismo.

8- TEORIA SOCIAL

� Enfoca o processo saúde/doença como um problema coletivo e portanto social: O fato de considerar como fenômeno coletivo faz com que seja inevitável considerar o caráter social da doença.

� São as relações sociais que explicam as patologias. � Doença: é resultado de uma transformação das relações entre

hospedeiro, agente e ambiente, transformação devida aos processos sociais e intimamente vinculada aos modos de produção.

� Este enfoque permite explicar não só as patologias próprias dos diferentes grupos sociais ou camadas populacionais, mas também, reconhecer e incorporar o traço histórico dos fenômenos de saúde/doença. Para análise destes fenômenos é necessário o estudo sistemático de:

� Processos estruturais da sociedade que possibilitam a explicação da aparição de condições particulares de vida;

� Perfis de produção e de consumo dos diferentes grupos\ sócio-econômicos com as potencialidades de saúde e com o risco de adoecer e morrer;

� Integração dos fenômenos biológicos que conformam s padrões típicos de saúde/doença desses grupos de indivíduos.

� As estruturas de produção e comércio agropecuários estão determinados por fatores ecológicos, sócio/econômicos, culturais e geopolíticos.

� Assim, o surgimento de grandes centros de consumo, criação de indústrias frigoríficas, infraestrutura de vias públicas e de meios de transporte, estratégias e políticas locais, nacionais e internacionais tem

Page 5: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 5

determinado no setor agropecuário especializações das formas de produção/exploração.

Endemismo •Os dois conceitos de endemismo aceitos mais comumente provêm respectivamente da epidemiologia e da ecologia: ►Epidemiologia: O endemismo é caracterizado como a freqüência mais ou menos persistente e com pequenas variações da ocorrência de uma enfermidade. ►Ecologia: A participação de uma determinada espécie a um ecossistema definido. Esta presença endógena é explicada a partir de conceitos de antropia ou equilíbrio. Baixas relações antrópicas (geradoras de energia) tendem a manter os níveis populacionais das diversas espécies que compõem o ecossistema em forma mais ou menos constante, é dizer que estão pouco sujeitas a trocas importantes. Diz-se que as populações estão em equilíbrio relativo entre si. Nestas circunstâncias o equilíbrio entre as espécies, agente e hospedeiro tendem a criar um ecossistema endêmico. Risco Epidemiológico e Ecossistemas.

O conceito clássico de risco epidemiológico se refere à probabilidade de ocorrência de um evento baseado nas freqüências históricas, tanto do evento como dos componentes epidemiológicos que fazem o risco da ocorrência das enfermidades transmissíveis. Componentes epidemiológicos:

A taxa de contato efetivo: é a probabilidade de contato entre um indivíduo capaz de transmitir a infecção, infectante e o susceptível. Esta taxa é produto de:

1) Densidade da população e outras características de manejo que facilitem o contato entre os indivíduos e, 2) A proporção de infectantes e susceptíveis na população total. 3) As fontes de infecção, ou infectantes. 4) Os susceptíveis. 5) A população imune.

Sob o ponto de vista da ecologia se caracterizam de acordo com o tipo de equilíbrio que mantém o agente com seu meio, ecossistemas. Para o caso das doenças transmissíveis, se pode reconhecer os seguintes ecossistemas:

Page 6: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 6

► Ecossistema Endêmico Ou Endêmico primário, quando o agente faz parte natural do

ecossistema ► Ecossistema Epiendêmico, Ou endêmico secundário, quando independentemente da existência natural do agente ou não ao ecossistema, existe uma relação de dependência entre o ecossistema e o exterior quando o agente é introduzido. ► Ecossistema Paraendêmico, Quando a relação agente/hóspede se dá exclusivamente com a introdução mais ou menos ocasional do agente ao ecossistema. ► Ecossistema Indene.

Quando seja por razões naturais ou mediante intervenção do homem, o agente está excluído do ecossistema.

Fica claro que os ecossistemas não se encontram isolados entre si. É evidente que pelo menos dois deles dependem de influências externas para ser definidos como tais (End. Secundário e Paraendêmico) a origem de tal dependência deve estar em um terceiro.

Em resumo, a intervenção sobre um dos componentes epidemiológicos, sem considerar os outros, não é capaz de modificar a situação global de risco de ocorrência da enfermidade. Determinantes Epidemiológicos Formas Sociais e Econômicas de Produção Animal que determinam os ecossistemas de agentes transmissíveis: O que são formas de produção?

São categorias de análise epidemiológica que englobam as características dos componentes epidemiológicos e suas relações com ecossistemas determinados. Elas representam as formas concretas e específicas que assume a organização da produção primária animal em uma estrutura econômica e social definida. As formas de organização pecuária têm como determinante imediato sua inserção particular em um mercado de insumos e produtos e como conseqüência os ecossistemas.

� Economia pecuária extrativista. Criação extensiva de bovinos para produção de carne, propriedades grandes, rebanhos grandes, baixa densidade, importação escassa, intervenção humana em infraestrutura escassa, reinversão baixa, influência sócio-econômica lenta, que correspondem aos Ecossistemas Endêmicos Primários (agente permanente, populações animais estáveis, pouco ou nula morbidade).

Page 7: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 7

� Economia mista de transformação para carne.

� Recria ou engorda semi-intensiva de gado, intensa mobilização animal.

� Corresponde ao Ecossistema Endêmico Secundário ou Epiendêmico.

� Com aparição de inúmeros casos clínicos.

� Economia de transformação para leite Corresponde aos Ecossistemas Esporádicos ou Paraendêmicos.

� Economia Mercantil Simples. � Pode ser de exploração bovina complementar, � Exploração bovina de subsistência. � Corresponde aos Ecossistemas Esporádicos ou Paraendêmicos.

Page 8: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 8

EPIDEMIOLOGIA DESCRITIVA Medida de Frequência das doenças

► Porque medir a freqüência da ocorrência das doenças? • Para descrever, compreender e avaliar:

Os mecanismos que determinam a distribuição das doenças no tempo e no espaço.

O impacto das doenças nos animais. • Com o objetivo de:

Delinear estratégias sanitárias apropriadas para combater as doenças. Avaliar a eficiência de programas de controle e erradicação de doenças

animais. Medidas de Freqüência das Doenças Inicia com uma Investigação Epidemiológica visando:

� Determinar a origem e a causa do foco. � Adquirir informação sobre a ecologia da enfermidade. � Adquirir informação sobre os mecanismos de transmissão e persistência. � Definir a extensão da distribuição. � Planificação de estratégias de controle.

Taxa de Incidência • Em epidemiologia, uma taxa representa a variação de um fenômeno por unidade de tempo. • A taxa de incidência é a freqüência de casos novos de uma doença (ou de outro tipo de evento) ao longo de um determinado período de tempo. • É a probabilidade de tornar-se um caso por unidade de tempo. Incidência Acumulada (IA) • IA é o número de novos casos durante um período de tempo, dividido pelo número de animais inicialmente em risco.

� Depende do tempo de observação. � Descreve o risco (probabilidade) de um animal tornar-se um caso, ao

longo do período de observação. � Pode variar de 0 a 1. � Apenas se aplica a populações fechadas, ou com perdas insignificantes

de animais durante o período de observação. Taxa de Ataque • É a forma mais comum de expressão da IA no estudo das doenças infecciosas.

Page 9: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 9

� É calculada em focos de doenças de período de incubação curto e difusão rápida, ex: Febre Aftosa.

� É usada para descrever a proporção de animais que desenvolveram a doença.

� O período de observação costuma ser suficientemente curto para que a população seja fechada.

� Mais usada para demonstrar a velocidade com que a doença se espalha no rebanho.

Prevalência ou Prevalência Pontual. • A prevalência pontual de uma enfermidade é a freqüência de casos ou de focos existentes numa população em um determinado momento/instante.

N de casos no instante “t” população existente no instante “t

Pode aplicar o conceito a eventos como “infecção” ou “soropositividade”

e não apenas a “doença.” Não é possível estimar a prevalência de uma doença em um instante “t”

do tempo, uma vez que não é possível examinar\ simultaneamente todos os indivíduos, neste contexto entende-se por instante “t” um intervalo de tempo suficientemente curto para que a prevalência não se altere, isto depende obviamente da doença sob estudo e por isto utiliza-se muito no estudo de doenças endêmicas, de tipo crônico, como brucelose e tuberculose. Prevalência pontual

Representa a probabilidade de ser um “caso”. É uma proporção (varia de 0 a 1, porque o numerador é uma fração do

denominador). • Não tem dimensão temporal. Estatísticas de Mortalidade Incidência de Mortalidade Geral =

n. de mortes (qualquer.causa)

n. de unidades de animais-tempo em risco Incidência de Mortalidade por causa =

n. de mortes (determinada causa) n. de unidades de animais-tempo em risco

“Taxa” de letalidade(proporção) =

n. mortes (por determinada doença) n. animais com a doença

Page 10: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 10

“Taxa” de mortalidade proporcional = proporção de mortos(por determinada causa)

n. total de mortos

Tipos de estudos epidemiológicos

Objetivos para os estudos epidemiológicos:

• Investigação de doenças ou de fatores de risco que não podem ser estudados em laboratório (ex. problemas éticos, doenças raras).

• Avaliar se os resultados obtidos em laboratório ocorrem em condições reais.

• Investigação de possíveis fatores de risco. • Estimação de perdas econômicas. • Avaliação dos benefícios das intervenções sanitárias.

Definições:

• Risco: probabilidade de ocorrência de um evento num período de tempo determinado.

• Perigo: Qualquer agente patógeno capaz de causar danos. • Fatores de risco: fatores associados ao aumento da probabilidade de

ocorrência do evento (ex. doença). • Exposição: contato com o fator de risco antes da ocorrência do evento

(ex. doença) Tipos de estudos epidemiológicos Observacionais:

• Levantamento transversal por amostragem a) descritivo; b) analítico; c) demonstração de ausência de doença

• Estudo de Caso – Controle • Estudo de Coorte • Estudos de caso / séries

Com intervenção: • Ensaios clínicos c/ intervenção e outros estudos experimentais

Estudos de caso/séries

� Estudo de rebanhos ou animais afetados sem comparação com controles não afetados.

� Descrição detalhada da doença;

Page 11: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 11

� Hospedeiros afetados; � Distribuição espacial; � Distribuição temporal.

Levantamento transversal descritivo

� Estudo transversal de amostragem estatística de animais sem conhecimento prévio da condição sanitária de cada um e sem investigação de possíveis fatores de risco.

� Informação sobre prevalência. Levantamento transversal analítico

� Estudo transversal de amostragem estatística de animais sem conhecimento prévio da condição sanitária de cada um, mas com investigação de possíveis fatores de risco.

� Informação sobre prevalência da doença e sobre possíveis fatores de risco.

Demonstração de ausência de doença ou do agente infeccioso (transversal)

� Estudo transversal de amostragem estatística para comprovar a presença ou ausência de determinada doença ou de seu agente infeccioso – sistemas de vigilância ativa.

� Quando não são encontrados casos de doença (ou infecção) na amostra, fica comprovado (com grau de confiança predeterminado) que a população se encontra livre da doença.

� Utilizado para comprovar a existência de zonas livres de doenças animais (ex. febre aftosa, peste suína clássica, peste bovina – normas da OIE).

� Exigência no comércio internacional. Estudos de Caso-Controle (longitudinal)

� Comparar a freqüência de suposto fator de risco em animais doentes (casos) e não doentes (controles).

� Retrospectivo. � A seleção dos controles é crucial.

Estudos de coorte (longitudinal)

� Examinar a relação entre o suposto fator de risco e a ocorrência de doença, comparando a incidência no grupo exposto com a do grupo não exposto;

� Prospectivo ou retrospectivo. � Os coortes apenas diferem quanto à presença do suposto fator de risco. � Os ensaios clínicos randomizados são semelhantes aos estudos de

coorte, mas a “exposição” é controlada e feita por processo aleatório de decisão – ex. o grupo experimental recebe nova vacina e o grupo-controle recebe placebo

Page 12: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 12

Levantamentos transversais analíticos Vantagens:

• Baseados em amostra representativa da população. • Coleta apenas de material necessário. • Relativamente rápido. • Investigação de vários parâmetros simultaneamente

Desvantagens:

• Só pode estimar prevalência e não incidência. • Pouco útil para estabelecer causalidade. • Só pode avaliar situação atual dos fatores de risco e da doença. • Pode ser necessária amostragem muito grande. • Apenas útil para variáveis crônicas.

Estudos de Coorte Vantagens:

• Informação sobre seqüência temporal de eventos (necessária mas não suficiente para demonstrar causalidade).

• Estimativa de incidência. • Pode estudar mais do que 1 efeito do fator de risco.

Desvantagens:

• Caro e moroso. • Pouco apropriado para doenças de baixa incidência ou de longo período

de incubação. • Alterações de comportamento dos indivíduos sob estudo. • Saída de indivíduos do estudo. • Exposição ao fator de risco pode mudar ao longo do estudo.

Estudos de Caso-Controle Vantagens:

• Mais rápido e barato que estudos de coorte. • Útil para estudar doenças com longo período de incubação e para

doenças de baixa incidência. • Pode avaliar mais do que 1 fator de risco

Desvantagens:

• Não envolve uma seqüência temporal. • Não estima prevalência nem incidência. • Depende da qualidade dos registros e da memória. • Pode ser difícil encontrar controles. • Apenas pode estudar 1 efeito do fator de risco.

Page 13: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 13

Passos em estudos epidemiológicos Definir o(s) objetivo(s) da investigação:

� População; � Condição/doença; � Fatores de risco; � Precisão desejada; � Relação entre fator de risco e a doença.

Especificar os dados que serão coletados e como serão coletados:

� Tipo de estudo apropriado; � Procedimento para seleção das unidades amostrais; � No de observações necessárias; � Cálculos a serem realizados.

Passos em estudos epidemiológicos • Coletar, organizar e verificar os dados • Analisar os dados • Apresentar resultados e fazer recomendações Medidas de associação em estudos epidemiológicos. Exemplo: Risco de hidrocefalia fetal numa população bovina após infecção por leptospirose –medidas de associação Risco (probabilidade) de hidrocefalia fetal no.... • grupo total da população (Rpop): 15/535 = 0,028 ou 2,8% • grupo exposto (Rexp): 6/84 = 0,071 ou 7,1% • grupo não exposto (Rn-exp): 9/451 = 0,020 ou 2,0%

Page 14: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 14

Medidas de associação entre o fator de risco e a doença: risco relativo • Risco Relativo (RR): quantas vezes maior foi o risco dos animais expostos contraírem a doença em relação aos animais não expostos, ao longo do período de observação? • RR = Rexp/Rn-exp • Rexp = 6/84 = 0,07143 = 7% • Rñ.exp = 9/451 = 0,01996 = 2% • RR = 0,07143 / 0,01996 = 3,58 • O RR é uma razão entre duas taxas de incidência (a do grupo exposto dividida pela do grupo não exposto) Chance (“odds”) de aborto no.... • total da população (Opop): 15/520 = 0,029 ou 2,9% • grupo exposto (Oexp): 6/78 = 0,077 ou 7,7% • grupo não exposto (On-exp): 9/442 = 0,020 ou 2,0%

Chance (Odds) = Risco

1 - Risco

Medidas de associação entre o fator de risco e a doença: odds ratio • Odds Ratio (OR): quantas vezes maior foi a chance dos animais expostos contraírem a doença em relação aos animais não expostos? • OR = (6/78)/(9/442)= 3,78; • O OR é uma razão entre duas chances; • Usado em todo tipo de estudos, sobretudo do tipo Caso-Controle; • Não é uma medida direta de risco, porém é uma boa aproximação do RR quando a freqüência da doença é baixa (<10%), uma vez que neste caso o numerador representa uma pequena fração do denominador; Medidas do efeito do fator de risco no grupo exposto • Risco Atribuível (RA): é o aumento do risco (incidência) da doença devido à exposição a um fator de risco.

� RA = Rexp - Rn-exp;

Page 15: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 15

� RA = 0,071 – 0,020 = 0,051 ou 5,1%;

Medidas do efeito do fator de risco no grupo exposto • Fração Atribuível (FA) ou Fração Etiológica: é a fração da doença no grupo exposto que pode ser atribuída à exposição ao fator de risco, I.E. representa a fração de casos que poderiam ser evitados no grupo exposto se não houvesse exposição ao fator de risco.

� FA = RA/Rexp � FA = 0,051 / 0,071 = 0,72 ou 72%

Medidas do impacto do fator de risco na população. • Risco Relativo da População (RRP): Quanto maior é o risco da população contrair a doença devido à presença do fator de risco? • RRP = Rpop/Rn-exp • RRP = (15/535)/(9/451) = 0,028/0,020 = 1,40 • Odds Ratio da População (ORP):Quanto maior é a chance da população contrair a doença devido à presença do fator de risco? • ORP = Opop/On-exp • ORP = (15/520)/(9/442) = 0,029/0,020 = 1,42 Propriedades das provas de diagnóstico. Estudos de Prevalência

� Determinar a frequência e a distribuição de um agente infeccioso. � Frequentemente por medição de anticorpos específicos. � Problema: Falsos Positivos e Negativos.

Provas de Triagem (Tamiz)

� Conhecidas como “Screening” (triagem). � Usadas para distinguir animais aparentemente sadios de animais

infectados.

Page 16: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 16

� Geralmente requerem outra prova confirmatória. Propriedade das Provas

� Precisão (Acuidade); � Sensibilidade (Se); � Especificidade (Esp);

Proporção de animais corretamente identificados pela prova:

Sensibilidade (Se) Probabilidade de que uma prova identifique corretamente os animais infectados.

Especificidade (Esp) Probabilidade que uma prova identifique corretamente os animais NÃO infectados.

Page 17: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 17

Prevalência Aparente Proporção de animais positivos ao teste.

Prevalência Verdadeira Proporção de animais realmente infectados.

Page 18: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 18

Valor Preditivo Positivo (VPP) Proporção de animais ao teste e que são realmente infectados. Valor Preditivo Negativo (VPN) Proporção de animais negativos ao teste e que não são realmente infectados. Efeito da prevalência no valor preditivo

Page 19: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 19

Seleção de provas diagnósticas

Usar uma prova com alta Sensibilidade e alto VP- quando se quer: � Reduzir o número de Falsos Negativos. � Evitar a introdução de uma enfermidade.

Usar uma prova com alta Especificidade e alto VP+ quando se quer: � Confirmar um diagnóstico. � Evitar o sacrifício desnecessário de animais.

Provas em Série

• Os resultados de todas as provas devem ser Positivos. • Só se aplicará outra prova se o resultado prévio for Positivo. • Deseja-se aumentar a Especificidade (Esp) e o VP+

Tem que ser provas biologicamente diferentes ou seja: sejam provas distintas.

Provas em Paralelo

• Os resultados de todas as provas devem ser Negativos. • Só se aplicará outra prova se o resultado prévio for Negativo. • Deseja-se aumentar a Se e o VP

Usada para certificação de propriedades livres

Usada para animais em quarentena. Baterias de Provas

� Aplicar todas as provas possíveis. � Quanto maior o número de provas, maior é a possibilidade de um Falso

Positivo.

Page 20: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 20

Cálculo da Prevalência Verdadeira Ao obter os resultados de laboratório conhecemos a prevalência

aparente. É possível calcular a prevalência verdadeira se conhece a Se e a Esp da

prova:

Conclusões: Antes de interpretar um resultado é preciso conhecer :

� As características da prova. � A situação epidemiológica geral que irá se enfrentar. � Aceitar que não existem provas 100% confiáveis.

Page 21: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 21

Introdução a Análise de Risco em Saúde Animal

Etapas de uma Análise de Risco- AR.: O processo compreende de:

1. Identificação do perigo 2. Avaliação do risco 3. Gestão do risco 4. Informação sobre o risco

Definição de AR: • Avaliação da probabilidade de entrada, estabelecimento e disseminação de enfermidades e pragas e suas consequências biológicas e econômicas, assim como seu impacto na saúde pública. Características de uma AR:

• Consistente • Cientificamente fundamentada • Flexível • Transparente

Quando fazer uma AR para o comércio internacional?

1. Quando se pensa importar um produto/subproduto ou espécie que não tenha sido importada anteriormente. 2. Quando vai importar de um país ou região da qual não se tenha importado ainda. 3. Quando muda a situação sanitária de um país/região. 4. Surge uma nova informação científica a respeito de uma enfermidade. 5. É necessário que um país/zona demonstre que um produto de exportação não representa risco para o país/zona que irá importador o referido produto. 6. Durante o processo de regionalização. 7. Para promover a exportação de produtos.

Outros usos de AR além do comercio internacional:

1. Para se definir estratégias de vigilância epidemiológica. 2. Inocuidade alimentar: análise de risco de presença de agentes tóxicos ou infecciosos em produtos alimentícios. 3. Produtos biológicos: Vacinas, organismos geneticamente modificados, etc.

Quatro perguntas devem ser feitas:

• O que pode dar errado? – (identificação do perigo) • Qual a probabilidade que isto aconteça?

Page 22: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 22

– (avaliação do risco – estimativa da difusão, exposição, consequências e o risco). • Qual a dimensão das consequências? (magnitude do risco) • O que pode ser feito para minimizar/ mitigar o risco? (Manejo do risco)

Tipos de análise de risco:

• Quantitativo • Qualitativo

Estudos quantitativos: Vantagens:

• Mais detalhados. • Noção da probabilidade de ocorrência de um evento adverso. • Tomada de decisões melhor informada.

Desvantagens

• Demorados & Caros. • Requerem informação confiável. • Não é possível aplicá-los em todas as circunstâncias.

Estudos qualitativos: Vantagens:

• Mais rápidos. • Aplicáveis a um volume importante de situações.

Desvantagens:

• Menos detalhados. • Não estimam numericamente a probabilidade de um evento adverso. • Tomada de decisões menos precisa.

Perigo

� Fonte de um dano potencial; � Causa de evento adverso

Risco

� Probabilidade de ocorrência de um evento adverso e o tamanho de suas consequências.

Identificação de perigos

� Identificar os agentes patógenos associados ao produto. � Determinar a validade da aplicação das Medidas Sanitárias e

Fitossanitárias –MSF. � Determinar as enfermidades existentes no país exportador;

Page 23: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 23

� Estabelecer prioridades. Avaliação de risco:

Avaliação da difusão: Descreve as rotas possíveis para a introdução da enfermidade:

� Fatores biológicos; � Fatores relacionados com o país exportador; � Fatores relacionados com a mercadoria;

Avaliação da exposição: Descreve as rotas possíveis que conduzam a um foco:

� Volume e uso da mercadoria no país importador. � Densidade e distribuição da população animal no país de importação. � Imunidade dos susceptíveis no país importador. � Vetores no país importador. � Sazonalidade de ocorrência da doença.

Variabilidade e incerteza: • Variabilidade: Variação natural de um fator inerente aos processos biológicos

Ex: Peso de um animal, período de incubação.

Page 24: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 24

• Incerteza: Conhecimento impreciso do valor de uma variável.

Ex: Prevalência, Se, Esp Incerteza:

� Não existem valores exatos para cada parâmetro. � É necessário obter uma estimativa que incorpore a variabilidade e a

incerteza. � Uso de programas de simulação.

Resultados: • Não se obtém um só valor, mas sim uma faixa de probabilidades. • O resultado reflete a variabilidade e a incerteza.

Avaliação das consequências: Consequências diretas:

� Perdas de produção por infecção ou enfermidades dos animais. � Consequências para a saúde pública.

Consequências indiretas:

� Custo da vigilância e controle; � Custo de indenização; � Perdas comerciais potenciais; � Consequências para o meio ambiente;

Estimativa de risco Integração dos resultados de:

• Avaliação da difusão; • Avaliação da exposição; • Avaliação das consequências;

Gestão do risco

• Apreciação do risco: Determinação do nível adequado de proteção

• Avaliação das opções de medidas de mitigação; • Aplicação; • Reavaliação.

Page 25: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 25

Informação sobre o risco: Conclusões:

� A análise de risco é uma ferramenta para tomada de decisões. � Estabelece uma estrutura lógica, biologicamente coerente. � Aumenta a objetividade do processo. � Requer informação de boa qualidade.

Page 26: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 26

NOÇÕES DE BIOESTATISTICA Medidas de Tendência Central Media:

A media (ou valor médio) e designada por �(população) e por x(amostra) e pode ser�calculada a partir da distribuição de frequência�pela soma dos valores de todas as observações�(xi) dividida pelo numero de observações (n). χ = x1 +x2+x3+...+xi / n Medidas de Tendência Central MEDIANA: ou valor do meio e o valor da escala que divide a distribuição em duas partes iguais.

Metade das observações tem um valor menor ou igual a mediana e a outra metade tem um valor maior ou igual. Para calcular a mediana de um conjunto de observações, inicialmente deve-se colocar os valores das observações em ordem crescentes ou em ordem decrescente de acordo com o seu valor na escala de medida.

Se n for um numero impar então a mediana correspondera a observação do meio. Se o numero de observações for par, então a mediana será a media das duas observações centrais. Ex: mediana dos valores: 3, 8,2 ,4 ,7 ,8 ��coloca-se a serie em ordem : 2, 3, 4, 7, 8, 8 . A mediana e a media das duas observações centrais, 4 e 7, ou seja 5,5. MODA: é o valor que ocorre mais frequentemente em um conjunto de observações.

No exemplo a seguir: 3, 8,2 ,4 ,7 ,8 a moda e 8. MEDIDAS DE DISPERSÃO

Embora as medidas de tendência central sejam úteis para resumir uma distribuição de frequência, elas não indicam a dispersão dos valores e, diferentes distribuições podem ter as mesmas medidas de tendência central. Portanto, e necessário dar informações sobre a variabilidade, com a finalidade de fornecer uma ideia mais clara da forma da distribuição.

Representam o grau de dispersão, o quanto cada dado se desvia em relação a media. Variância : S2

Muitas vezes, a media não e suficiente para avaliar um conjunto de dados.

Page 27: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 27

Por exemplo, quando se fala em um grupo de aves (lote) com peso médio ao abate de 2,5 Kg. Esse dado, sozinho, não significa muito: pode ser que no grupo, muitas aves tenham 2 Kg, e outras tantas tenham 2,8 Kg.

É importante, então, conhecer outra medida, a de que diferença (dispersão) existe entre a media e os valores do conjunto.

A soma dos quadrados dos desvios dividida pelo numero de graus de liberdade e chamada de variância. S2 = SQ / (n – 1)

Desvio padrão: DP DESVIO PADRAO: (DP, ) e a raiz quadrada da variância (S2): DP√ Para calcular a variância, soma-se o quadrado da diferença de cada observação da media e divide-se pelo numero de observações menos um(graus de liberdade).

Assim: S2 = Σ(xi – χ)2 / (n-1) DP =√ Σ(xi – χ)2 / (n-1)

Distribuição normal

O desvio padrão e muito útil quando a distribuição e aproximadamente normal (Gaussiana), ou seja, simétrica com forma de sino também chamada de Cursa de Gauss.

Para a maioria das variáveis biológicas assume-se esta distribuição, dentre as quais: peso ao nascer, @ ao abate.

Variáveis aleatórias: variam ao acaso (peso ao nascer) Gráficos com 2

extremos um máximo e um mínimo e entre eles, uma distribuição gradativa (maioria dos valores ao redor da media) : Curva de Gauss: As medidas que originam a estes gráficos são variáveis com distribuição normal. Características:

A variável (peso ao nascer) pode assumir qualquer valor real . O Gráfico da distribuição normal e uma curva em forma de sino,

simétrico em torno da media ( ) (se lê “mi”). A área total da curva vale 1, significando que a probabilidade de ocorrer

qualquer valor real e 1.

Page 28: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 28

Pelo fato da curva ser simétrica em torno da media, os valores maiores do que a media e os valores menores do que a media ocorrem com igual probabilidade. Populações e amostras

Geralmente não é possível estudar uma população inteira. Portanto, é necessário utilizar uma amostra e relacioná-la com o grupo inteiro.

Idealmente, cada indivíduo na população de onde se obtém a amostra deve ter uma chance conhecida de ser incluído no estudo.

Na amostra aleatória simples cada indivíduo tem a mesma chance de fazer parte do estudo. Erro padrão.

Se repetidas amostras são obtidas da mesma população, as medidas de tendência central e dispersão, tais como media, mediana, e desvio padrão, apresentarão uma variação entre as amostras.

O grau de variação depende do grau de dispersão dos dados na população e do tamanho da amostra.

Uma das mais importantes regras da estatística e que, mesmo que uma distribuição não seja normalmente distribuída, a media das amostras terá uma distribuição normal, desde que o tamanho da amostra seja Nível de confiança e intervalo de confiança.

Uma vez obtida a amostra, esta pode ser usada para estimar as características da população estudada.

Como as estimativas variam de uma amostra para outra, é importante saber qual a probabilidade de que uma estimativa derivada de uma amostra represente o valor na população estudada.

Uma maneira é calcular o intervalo de confiança, que apresenta uma probabilidade previamente especificada de incluir o valor da estimativa na população.

A probabilidade específica é chamada de nível de confiança e os pontos limítrofes do intervalo de confiança são os limites de confiança. Para calcular os limites de confiança ao redor da estimativa da media populacional, são necessárias as seguintes medidas:

Variação, tais como o desvio padrão na população s A média estimada: χ O tamanho da amostra: n

E o nível de confiança: Assumindo-se que a população e normalmente distribuída com um desvio padrão s conhecido, então a formula para o calculo dos limites de um intervalo com 95% de confiança e a seguinte:

Limite inferior= χ – 1,96 s/ √n Limite superior = χ + 1,96 s/ √n Para um intervalo de confiança de 90% usa-se o valor de 1,67 no lugar

do 1,96 e para um intervalo de confiança de 99% usa-se 2,576 .

Page 29: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 29

ERROS DO TIPO I ou α e TIPO II ou β Em análise estatística nunca se dia que a hipótese do experimento e

VERDADEIRA ou FALSA; o que se faz e aceita-la ou rejeitá-la com base nos testes estatísticos. Existem dois tipos de erros em associação com esta decisão:

Rejeitar a Hipótese Nula quando ela e verdadeira (isto e chamado erro tipo I ou erro α) . Em testes de hipóteses, na Estatística, um erro de tipo I consiste em rejeitar uma hipótese nula que e verdadeira, por outras palavras, chegar a um resultado que tem significância estatística quando na verdade ele aconteceu por acidente.

Um teste com alta especificidade terá menores erros do tipo I. O símbolo para a probabilidade de um erro de tipo I e α (alpha) e é por vezes descrito como o tamanho do teste.

Aceitar a Hipótese Nula quando ela e falsa (isto e chamado erro tipo II ou β).

Na estatística em teste de hipóteses, um erro de tipo II consiste em falhar na rejeição (ou seja, na aceitação) de uma hipótese nula invalida (ou seja, aceitar, como inválida, uma hipótese que na verdade e valida).

O símbolo para a probabilidade de um erro de tipo II e β (beta). O poder de um teste estatístico e definido como 1 - β. Um teste com alta

sensibilidade terá menos erros do tipo II. No entanto, a medida que a probabilidade do erro de tipo II diminui,

aumenta a susceptibilidade da ocorrência do erro de tipo I.

Page 30: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 30

SISTEMA DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE ANIMAL.

SISTEMA DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE ANIMAL. A necessidade de regulamentar o comércio internacional

O foco da peste bovina em 1920 na Bélgica ressaltou a necessidade de criar um organismo internacional encarregado de regulamentar o comércio internacional de animais e seus produtos.

Em 1924 foi criada a Oficina Internacional de Epizootias (OIE) com sede em Paris:

� 28 países (1924); � Atualmente composta por 177 países membros.

Objetivos da Transparência

Garantir a transparência da situação zoosanitária no mundo. Cada país membro se compromete a declarar as enfermidades dos

animais que detecta em seu território. A OIE transmite a informação recebida a todos os demais países, para

que possam proteger-se. Esta informação, que também inclui as enfermidades transmissíveis ao ser humano, é difundida imediatamente ou adiada segundo sua gravidade. Os meios de difusão são o sítio Web da OIE, e por correio eletrônico, além das seguintes publicações periódicas:

• Informações sanitárias (semanal), • Boletim da OIE (bimensal), • Compêndio anual – Sanidade Animal Mundial.

Informação Científica

A OIE coleta e analisa toda a informação científica nova, relativa ao controle das enfermidades dos animais, e a transmite seguidamente aos países membros para que aperfeiçoem seus métodos de controle e de erradicação.

Assessorar e estimular a solidariedade para o controle das enfermidades animais.

A OIE assessora tecnicamente os países membros que desejarem, apoiando as operações de controle e erradicação das enfermidades dos animais, incluindo as zoonoses.

A OIE propõe seu assessoramento, em particular aos países mais pobres para ajudá-los a controlar as enfermidades dos seus rebanhos e que podem por em perigo a saúde pública e representam uma ameaça para os demais países membros. Promoção dos Serviços Veterinários:

• Melhorar o marco jurídico e dos recursos dos serviços veterinários. • Os serviços veterinários e os laboratórios dos países em

desenvolvimento e em transição têm necessidade urgente de apoio para

Page 31: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 31

dotar-se de infra-estrutura ,de recursos e de capacidade que permitam a seus países aproveitar melhor os benefícios do Acordo MSFS da OMC e proteger melhor a sanidade animal e saúde pública.

• A OIE considera os Serviços Veterinários como um Bem Público Internacional e sua conformidade com as normas internacionais (estrutura, organização, recursos, capacidade e papel dos para profissionais) como PRIORIDADE em matéria de inversão pública.

Segurança dos alimentos de origem animal e bem estar animal.

Os países membros decidiram melhorar a segurança sanitária dos alimentos de origem animal reforçando a sinergia da OIE e do Codex Alimentarius .

As atividades normativas da OIE neste âmbito se baseiam na prevenção dos perigos existentes antes do abate dos animais ou da primeira transformação de seus produtos (carne,leite, ovos, mel, etc...)sujeitos a gerar possíveis riscos aos consumidores.

Pela estreita relação entre a saúde animal e a proteção dos animais e pela OIE ser a única organização de referência internacional dedicada à saúde animal, ela tem sido requisitada pelos países membros, que seja também uma referência em proteção animal. Comércio e risco zero

� O risco zero “não existe”. � O comércio implica em risco. � A ausência (proibição) de comércio também implica em risco. Comércio

não regularizado: contrabando ANÁLISE DE RISCO ► no comércio de animais vivos e seus produtos.

Page 32: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 32

Como são geradas as informações? • De onde surgem os dados? • Quem organiza a informação?

Notificação Do produtor ao serviço veterinário oficial. Baseada em síndromes ou situações fora do normal,

• Vesículas; • Mortalidade súbita; • Abortos; • Sinais nervosos

Do país aos usuários do sistema, baseada na confirmação de laboratório. Vigilância Epidemiológica Coleta, análise e interpretação de dados relativos a:

• Presença de enfermidades; • Distribuição no espaço e no tempo

Tomada de decisões: Tendendo ao controle e erradicação da enfermidade. Definição

Diferenças: Vigilância

• Transformação de dados em informação; • Implica em uma ação; • Essencial para enfermidades sob programa sanitário.

Monitoramento

• Panorama geral sobre a ocorrência de enfermidades; • Não implica em uma ação; • Base para o desenvolvimento de um programa (planificação em saúde);

Vigilância Epidemiológica Ativa:

• Baseada em amostragens; • Implica em uma busca dirigida do problema.

Passiva: • Depende da notificação do problema; • Atenção e registro de casos.

Page 33: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 33

Razões para Vigilância Epidemiológica As prioridades de vigilância devem basear-se em:

• Impacto na saúde pública; • Impacto na produção; • Impacto no comércio internacional;

Enfermidades de Notificação Obrigatória

• Não são as mesmas em todos os países. • Requerem uma ordem legal (Resolução, Portaria, Decreto/Lei….)

Em geral: � Enfermidades exóticas; � Enfermidades sob programa oficial;

Importância no Comércio Internacional A vigilância epidemiológica proporciona:

O fundamento científico para a tomada de decisões (Acordo MSF). A base para reconhecer países livres de enfermidades.

Ferramentas para a Planificação A vigilância epidemiológica serve para:

� Detectar os principais problemas; � Planificar programas de controle e erradicação; � Tomada de decisões informada;

Quais enfermidades vigiar?

As de notificação obrigatória para a OIE: Antigamente: Lista A - 15 enfermidades consideradas de grande impacto Lista B - 93 Enfermidades de importância À partir de 1 de janeiro, 2005: Uma única lista da OIE:

• Notificação imediata de eventos epidemiologicamente significativos; • Notificação semestral de todas as enfermidades;

Enfermidades comuns a varias espécies: Brucelose (Brucella abortus) Brucelose (Brucella melitensis) Brucelose (Brucella suis) Carbunco bacteriano Cowdriosis Encefalite japonesa Enfermidade de Aujeszky Equinococose/hidatidose Estomatite vesicular Febre aftosa

Febre do Nilo Ocidental Febre do Valle do Rift Febre hemorrágica de Crimea-Congo Febre Q Língua azul Leptospirose Miíase por Chrysomya bezziana Miíase por Cochliomyia hominivorax Paratuberculose

Page 34: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 34

Peste bovina Raiva

Triquinelose Tularemia

Enfermidades dos bovinos:Anaplasmose bovina Babesiose bovina Campilobacteriose genital bovina Dermatose nodular contagiosa Diarreia viral bovina Encefalopatia espongiforme bovina Febre catarral maligna Leucose bovina enzoótica Pneumonia contagiosa bovina

Rinotraqueíte infecciosa bovina/ vulvovaginite pústular infecciosa Septicemia hemorrágica Teileriose Tricomonose Tripanossomose (transmitida por tse-tsé) Tuberculose bovina

Enfermidades dos ovinos e caprinos: Aborto enzoótico das ovelhas (clamidiose ovina) Agalaxia contagiosa Artrite/encefalite caprina Enfermidade de Nairobi Epididimite ovina (Brucella ovis) Maedi-visna

Peste de pequenos ruminantes Pleuropneumonia contagiosa caprina Prurido lombar Salmonelose (S. abortusovis) Varíola ovina e varíola caprina

Enfermidades dos equinos: Anemia infecciosa equina Artrite viral equina Durina Encefalomielite equina (do Leste) Encefalomielite equina (do Oeste) Encefalomielite equina venezuelana Gripe equina

Metrite contagiosa equina Mormo Peste equina Piroplasmose equina Rinopneumonia equina Surra (Trypanosoma evansi)

Enfermidades dos suínos: Cisticercose suína Encefalomielite por vírus Nipah Enfermidade vesicular suína Gastroenterite transmissível

Peste africana suína Peste suína clássica Síndrome digestiva e respiratória suína

Enfermidades das aves: Bronquite infecciosa aviária Bursite infecciosa (enfermidade de Gumboro) Clamidiose aviária Cólera aviária Enfermidade de Marek Enfermidade de Newcastle Hepatite viral do pato

Influenza aviária altamente patógena e influenza aviária levemente patógena nas aves (de acordo com o Capítulo 2.7.12 do Código Sanitário para os Animais Terrestres). Laringotraqueíte infecciosa aviária

Page 35: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 35

Micoplasmose aviária (M. gallisepticum) Micoplasmose aviária (M. synoviae)

Pulorose Rinotraqueíte del pavo Tifose aviária

Enfermidades dos lagomorfos: Enfermidade hemorrágica do coelho Mixomatose Enfermidades das abelhas: Acarapisose das abelhas melíferas Infestação das abelhas melíferas pelos ácaros Tropilaela sp Infestação por besouros das colméias (Aethina tumida) Loque americana das abelhas melíferas Loque européia das abelhas melíferas Varroose das abelhas melíferas Enfermidades dos peixes: Necrose hematopoiética epizoótica Necrose hematopoiética infecciosa Viremia primaveral da carpa Septicemia hemorrágica viral Necrose pancreática infecciosa Anemia infecciosa do salmão Síndrome ulcerativa epizoótica Renibacteriose (Renibacterium salmoninarum) Girodactilose (Gyrodactylus salaris) Iridovirose da dorada japonesa Enfermidades dos moluscos: Infecção por Bonamia ostreae Infecção por Bonamia exitiosa Infecção por Marteilia refringens Infecção por Mikrocytos mackini Infecção por Perkinsus marinus Infecção por Perkinsus olseni Infecção por Xenohaliotis californiensis Outras enfermidades Leishmaniose Varíola do camelo

Notificação Imediata: • A aparição pela primeira vez de uma enfermidade e/ou infecção da Lista

da OIE em um país, uma zona ou em um compartimento; • A reaparição de una enfermidade e/ou infecção da Lista

Page 36: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 36

• a OIE em um país, uma zona ou um compartimento depois de haver sido declarado que havia sido extinto o foco;

• A aparição pela primeira vez de qualquer cepa nova de um agente patógeno da Lista da OIE em um país, uma zona ou um compartimento;

• O aumento repentino e inesperado da distribuição, da incidência, da morbidade ou da mortalidade de uma enfermidade da Lista da OIE que prevalece em um país, uma zona ou um compartimento;

• Qualquer enfermidade emergente com um índice de morbilidade ou mortalidade importante, ou com possibilidade de ser uma zoonose;

• Qualquer troca observada na epidemiologia de uma enfermidade da Lista da OIE (incluindo troca de hospedeiro, de patogenicidade ou de cepa), especialmente se pode ter repercussão zoonótica;

Fluxograma do sistema de informação em saúde animal.

Page 37: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 37

DEFESA SANITÁRIA Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa – PNEFA Histórico: 1897: Descoberta do vírus da febre aftosa 1924: Criação da OIE 1929: Erradicação nos EUA 1936: Desenvolvimento da 1ª vacina 1951: Produção da 1ª vacina comercial e Criação do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa 1952: Erradicação no Canadá 1953: Erradicação no México 1959: Início dos embargos pelos EUA 1960: 1ª versão do Código Zoosanitário Internacional. 1897: Descoberta do vírus da febre aftosa 1924: Criação da OIE 1929: Erradicação nos EUA 1936: Desenvolvimento da 1ª vacina 1951: Produção da 1ª vacina comercial e Criação do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa 1952: Erradicação no Canadá 1953: Erradicação no México 1959: Início dos embargos pelos EUA 1960: 1ª versão do Código Zoosanitário Internacional. 1965: Início da luta organizada no RS 1970: Aprovadas normas para fabricação de vacinas e soros contra a febre aftosa 1979: Desenvolvimento da vacina oleosa 1981: Erradicação no Chile 1983: Obrigatoriedade da vacinação contra a febre aftosa para o trânsito de animais 1990: Obrigatoriedade da vacina oleosa 1992: Reformulação do Programa Nacional de Controle e Erradicação da FA 2001: Circuito leste declarado livre com vacinação 2000 e 2001: Reaparecem focos no RS, Uruguai , Argentina e Paraguai. 2004: Registrados 2 focos no Brasil (Amazonas e Pará) 2004: Rondônia livre com vacinação 2005: Acre livre com vacinação e reaparecem focos no Mato Grosso do Sul e Paraná 2007: Santa Catarina é considerada área livre sem vacinação

Page 38: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 38

2008: Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, Tocantins e o Distrito Federal e Mato Grosso do Sul voltam a ser considerados área livre com vacinação Etiologia:

� O vírus pertence à família Picornaviridae, gênero Aphthovirus . � Seu genoma é constituído por uma única molécula de RNA. � São conhecidos 7 sorotipos antigênicos e imunogenicamente diferentes:

O, A, C, SAT 1, SAT 2, SAT 3 e Ásia 1. � No Brasil foram identificados 03 tipos: A, O e C.

Resistência do Vírus:

� O vírus é bastante resistente no meio ambiente, sobrevivendo até um mês em material orgânico (fezes, sangue) em condições de alta umidade e baixa incidência de luz solar.

� Porém é bastante sensível em pH ácido (<6,0) e alcalino (>9,0), a desinfetantes químicos (Carbonato de cálcio 4%, formol 10% e hidróxido de sódio 2%) e a meios físicos como calor, radiação ultravioleta e ionização por raios gama.

� A febre aftosa é uma enfermidade viral, muito contagiosa, de evolução aguda, que afeta naturalmente os animais biungulados domésticos e selvagens: bovinos, bubalinos, ovinos, caprinos e suínos.

� Entre as espécies não biunguladas, foi demonstrada a susceptibilidade de elefantes e capivaras.

� Uma das enfermidades animais mais contagiosas, que causa importantes perdas econômicas (OIE, 2007).

� Baixa taxa de mortalidade em animais adultos, mas pode ter alta mortalidade nos jovens devido à miocardite (OIE, 2007).

� Caracteriza-se por febre e formação de vesículas na cavidade bucal e espaços interdigitais (Pituco, 2005).

Page 39: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 39

� A febre aftosa é endêmica em várias partes da Ásia e em grande parte da África e do Médio Oriente (OIE, 2007).

� Na América do Sul, a maioria dos países têm implementado zoneamento e são reconhecidos como livres de febre aftosa com ou sem vacinação e a doença permanece endêmica apenas um pequeno número de países (OIE, 2007).

Endereço da lista dos : Países livres de FA sem vacinação: (2010)

http://www.oie.int/esp/Status/FMD/es_fmd_free.htm#1 países livres de FA sem vacinação:

Uruguai Zonas livres de FA sem vacinação:

http://www.oie.int/esp/Status/FMD/es_fmd_free.htm#3 Zonas livres de FA sem vacinação:

http://www.oie.int/esp/Status/FMD/es_fmd_free.htm#4 Patogenia:

� A partir da porta de entrada, o vírus replica-se na mucosa e tecidos linfóides da região da faringe, tonsilas ou pulmões.

� Nas primeiras 72 horas há uma grande replicação do vírus e por isso nesta fase os animais são grandes disseminadores (o vírus está presente em todas as secreções e excreções).

� A viremia persiste por 3-5 dias, com disseminação e replicação do vírus em células epiteliais.

� As vesículas desenvolvem-se a medida que o vírus se replica dentro de um grupo de células epiteliais, causando sua ruptura e criando uma grande "bolha" cheia de fluido dentro do epitélio. Esse fluido vesicular contem quantidades abundantes de partículas virais que também persistem nas células vizinhas por 3-8 dias, diminuindo em número a medida que anticorpos são formados.

Transmissão:

� Contato direto com animais afetados e com excreções corporais. � O vírus da febre aftosa pode ser encontrado em altas concentrações em

fluidos das vesículas, saliva, fezes e leite. � No pico da infecção o vírus está presente no sangue e em tecidos de

animais afetados. � Vetores animados (humanos, etc.). � Vetores inanimados (veículos, artefatos). � Vírus aerotransportado, especialmente em zonas temperadas (até 60 km

sobre a terra e 300 km sobre o mar.) Sinais Clínicos e Lesões:

� Os sinais clínicos iniciam com diminuição na ingestão de alimentos, claudicação, anorexia, redução da produção de leite e salivação.

Page 40: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 40

� Vesículas ou ampolas: na língua, almofadas dentárias, gengivas, bochechas, parte dura e mole do palato, lábios, narinas, focinho (suínos), tetos, úbere, coroa do casco e espaços interdigitais.

� Lesões post-mortem nos pilares do rúmen, no miocárdio, particularmente nos animais jovens (coração tigrado).

Amostras: Epitélio:

• 1 g de tecido de uma vesícula intacta ou recentemente aberta. • Colocar as amostras epiteliais em um meio de transporte que mantenha um pH de 7,2-7,4 • Manter resfriado.

Líquido esofagofaríngeo:

• Coletado mediante uma sonda esofágica. • Congelar as amostras da sonda esofágica abaixo de - 40°C imediatamente depois de sua colheita.

Diagnóstico Sorológico:

� O diagnóstico sorológico algumas vezes é possível a partir de amostras pareadas, quando se busca a conversão de níveis de anticorpos, porém, não é o método ideal em se tratando de animais vacinados.

� ELISA 3ABC: (Enzyme-linked immunosorbent assay) Técnica laboratorial indireta de pesquisa de anticorpos contra o antígeno (3ABC) da Febre Aftosa, realizada em soro sanguíneo.

� EITB: (Enzyme immunosorbent transfer-bloting) Técnica laboratorial indireta de pesquisa de anticorpos contra os antígenos (3A, 3B, 2C, 3D, 3ABC) da Febre Aftosa, realizada em soro sanguíneo.

Diagnóstico – Isolamento viral:

� O diagnóstico laboratorial é orientado para o isolamento e identificação do vírus, a partir de amostras de epitélio das vesículas ou líquido existente nestas, em lesões de língua, patas ou úbere.

• Epitélio (patas e boca) • LEF (Líquido Esôfago Faringeano – Prova de PROBANG)

• Inoculação em células primárias de tiróide de bovinos e células primárias renais de suínos, bezerros e cordeiros; • Inoculação em células BHK-21 • Inoculação em camundongos.

Diagnósticos Diferenciais: ► Estomatite Vesicular

• É uma doença vesicular que acomete bovinos, caprinos, ovinos, suínos, eqüinos e animais silvestres;

• É causada por um vírus do gênero Vesiculovirus, da família Rhabdoviridae.

Page 41: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 41

• Os sinais clínicos são semelhantes aos observados na febre aftosa, porém a doença também afeta eqüinos;

• A transmissão ocorre por contato direto e por meio de picadas de insetos (?).

• O diagnóstico pode ser feito por meio de sorologia ou isolamento do agente.

• É uma doença erradicada da população suína mundial, causada por um Calicivirus da família Caliciviridae.

• Está restrita à alguns animais marinhos, portanto somente se os suínos entrarem em contato com estes ou com produtos contaminados de origem marinha é que poderão se infectar .

• O diagnóstico deve ser realizado através do isolamento do vírus em cultivo celular, microscopia eletrônica ou detecção de anticorpos.

► Doença Vesicular do Suíno

• É uma doença que acomete somente os suínos. • Causada por um Enterovírus da família Picornaviridae. • Facilidade de transmissão, resistência e semelhança com a febre aftosa,

é considerado um patógeno importante. • Transmitida principalmente por contato direto, podendo ser também por

meio das fezes, carne ou subprodutos contaminados. • O diagnóstico deve ser feito pelo isolamento do vírus em cultivo celular

ou sorologia. ► Diarréia Viral Bovina

• O vírus da diarréia viral bovina (BVD) do gênero Pestivirus da família Flaviridae de distribuição mundial.

• Em algumas situações a infecção pelo BVD produz sinais semelhantes aos da febre aftosa como onde salivação, úlceras e erosões na boca, língua e mucosa nasal podem ser observadas.

• O diagnóstico deve ser baseado nos dados epidemiológicos, observações clínicas e isolamento do agente.

► Rinotraqueíte Infecciosa Bovina

• A rinotraqueíte infecciosa bovina é uma doença viral causada pelo herpesvirus bovino tipo 1 (BHV-1);

• A IBR possui distribuição mundial e infecta bovinos e alguns ruminantes selvagens;

• A infecção é caracterizada por lesões nasais, descarga nasal muco-purulenta, febre, depressão, apatia e queda na produção O diagnóstico é feito através do isolamento do agente e sorologia;

► Febre Catarral Maligna

• A febre catarral maligna (FCM) é uma doença herpética de bovinos que apresenta-se com morbidade baixa mas com alta mortalidade;

Page 42: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 42

• O agente etiológico pertence a família Herpesviridae, subfamília Gammaherpesvirinae;

• O diagnóstico é feito pelos dados epidemiológicos, sinais clínicos e lesões observadas na necropsia;

• Lesões histológicas características em diversos órgãos incluindo o sistema nervoso, fígado e rim confirmam o diagnóstico

► Língua Azul

• A língua azul é causada por um Orbivírus da família Reoviridae, e possui 24 sorotipos, afeta ovinos, caprinos, bovinos e diversas espécies de ruminantes selvagens;

• É uma doença de ocorrência sazonal, ocorrendo nos meses de verão e outono e é transmitido por mosquitos do gênero Culicoides;

• Provas de imunodifusão, imunofluorescência ou ELISA também podem ser usadas

► Varíola Bovina

• Doença infecto-contagiosa, de etiologia viral caracterizada por lesões cutâneas em vacas lactentes, bezerros e no homem.

• Destaca-se sua importância como diferencial de doenças confundíveis com febre aftosa e por ser zoonose.

• Pode ser causada por duas espécies do gênero Orthopoxvirus, subfamília Chordopoxvirinae da família Poxviridae: o vírus da varíola bovina (cowpoxvirus) e vírus vaccinia.

• Seu genoma é composto de DNA de fita dupla. • No Brasil é causada pelo vírus vaccinia, sendo os primeiros casos

detectados na década de 90. Atualmente, a varíola bovina é endêmica. • Os roedores são apontados como possíveis reservatórios do vírus

vaccinia, pois já foi detectada a presença desse agente em roedores silvestres na floresta amazônica e paulista, na década de 60.

► Peste Bovina

• A peste bovina é causada por um Morbillivírus da família Paramyxoviridae;

• A morbidade pode chegar a 100% e a mortalidade a 50%; • É enzoótica nas regiões nordeste e equatorial da África; • A doença afeta principalmente bovinos, ovinos e caprinos podem ser

portadores. • O diagnóstico é feito pelo isolamento do vírus e por técnicas de

imunodifusão .

Page 43: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 43

Objetivos:

� Tem como objetivos a erradicação da febre aftosa em todo o Território Nacional e a sustentação dessa condição sanitária por meio da implantação e implementação de um sistema de vigilância apoiado na manutenção das estruturas do serviço veterinário oficial e na participação da comunidade.

� Seus objetivos encontram-se inseridos no Plano Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa (PHEFA), que busca a eliminação da doença em toda a América do Sul.

Estratégias Gerais:

� Manutenção e fortalecimento das estruturas dos serviços veterinários oficiais.

� Cadastramento do setor agropecuário. � Edição de atos para respaldar as medidas operacionais do PNEFA,

incluindo ações corretivas. � Estabelecimento de sistemas de supervisão e auditoria do serviço

veterinário oficial. � Modernização do sistema de informação epidemiológica. � Fortalecimento das estruturas de diagnóstico laboratorial, dos programas

de treinamento de recursos humanos. � Controle da movimentação de animais, seus produtos e subprodutos. � Manutenção de programas de educação sanitária e comunicação social. � Organização e consolidação da participação comunitária por meio da

implantação e manutenção de comissões estaduais e locais de saúde animal.

Page 44: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 44

� Manutenção da adequada oferta de vacina contra a febre aftosa, produzida sob controle do MAPA.

� Controle dos procedimentos de comercialização e aplicação da vacina contra a febre aftosa.

� Implantação e manutenção de sistema de emergência veterinária, com capacidade de notificação imediata e pronta reação frente a suspeitas e casos confirmados de doença vesicular.

Medidas Prioritárias nas Zonas Livres:

� Fortalecimento do sistema de prevenção, incluindo a implantação de análises técnicas e científicas contínuas para identificação das vulnerabilidades e para orientação das ações de vigilância e fiscalização.

� Medidas específicas para controle de ingresso de animais e produtos de risco.

� Implantação e manutenção de fundos financeiros, públicos ou privados. � Em zonas livres com vacinação, implantação de estratégias e de

cronograma de trabalho para a suspensão da obrigatoriedade da vacinação contra a febre aftosa.

Medidas Prioritárias nas Zonas Infectadas:

� Fortalecimento do sistema de vigilância em saúde animal, considerando a implantação/fortalecimento de serviços veterinários oficiais.

� Realização de análises e avaliações técnicas para caracterização epidemiológica e agroprodutiva das regiões envolvidas e para definição das estratégias de erradicação do agente viral.

� Intensificação da participação de outros setores públicos e privados. Notificação de Suspeitos:

� As doenças vesiculares infecciosas são de notificação compulsória. � Todo cidadão que conhecimento de casos suspeitos de doença

vesicular, ficam obrigados em prazo não superior a 24 horas do conhecimento da suspeita, a comunicar o fato ao serviço veterinário oficial.

� A notificação da suspeita poderá ser efetuada pessoalmente ou por qualquer meio de comunicação disponível, resguardado o direito de anonimato.

� http://www.agricultura.gov.br/images/MAPA/arquivos_portal/PLA NO_FA.pdf

� Todas as notificações de casos suspeitos de doença vesicular devem ser registradas pelo serviço veterinário oficial, que deverá atendê-las dentro do prazo de 12 (doze) horas.

� O serviço veterinário oficial nas unidades da Federação é responsável pela implantação de campanhas educativas de esclarecimento, informando e preparando a comunidade para imediata notificação de casos suspeitos de doença vesicular.

Page 45: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 45

Reconhecimento e Manutenção de Área Livre: � O reconhecimento e a manutenção de zonas livres de febre aftosa no

país, assim como o restabelecimento da condição sanitária após a reintrodução do agente viral, seguem as diretrizes preconizadas pela OIE.

� A manutenção da condição sanitária nas zonas livres de febre aftosa exige a implementação de atividades contínuas de vigilância epidemiológica.

Vacinação:

� Somente poderão ser comercializadas e utilizadas no país vacinas contra a febre aftosa registradas e controladas pelo MAPA.

� As estratégias de vacinação contra a febre aftosa são definidas pelo serviço veterinário oficial.

� As épocas e a duração das etapas de vacinação sistemática deverão ser definidas pelo MAPA com base em proposta técnica do serviço veterinário oficial nas Unidades da Federação.

� É proibida a vacinação de caprinos, ovinos e suínos e de outras espécies susceptíveis, salvo em situações especiais com aprovação do MAPA.

São reconhecidas as seguintes estratégias de vacinação sistemática e obrigatória de bovinos e bubalinos:

• Vacinação semestral de todos os animais, em etapas com duração de 30 dias.

• Vacinação semestral de animais com até 24 (vinte e quatro) meses de idade e anual para animais com mais de 24 meses de idade, com realização ou não de etapa de reforço para animais com até 12 (doze) meses de idade, em etapas com duração de 30 (trinta) dias.

Page 46: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 46

• Essa estratégia somente poderá ser adotada em Unidades da Federação onde o cadastro de propriedades rurais esteja consolidado e com realização de vacinação semestral por pelo menos dois anos consecutivos, observando-se índices globais de vacinação superiores a 80%.

� A vacinação contra a febre aftosa é de responsabilidade dos produtores

rurais, que deverão comprovar a aquisição da vacina em quantidade compatível com a exploração pecuária sob a responsabilidade dos mesmos e declarar sua aplicação dentro dos prazos estabelecidos.

� Em zonas livres de febre aftosa sem vacinação é proibida a aplicação, manutenção e comercialização de vacina contra a referida doença.

Controle e Fiscalização do Trânsito:

� Toda movimentação de animal susceptível à febre aftosa deve ser acompanhada da Guia de Trânsito Animal (GTA) e de outros documentos estabelecidos pelo serviço veterinário oficial, de acordo com as normas em vigor.

� É proibido o ingresso de animais vacinados contra a febre aftosa em zona livre sem vacinação.

Circuitos Pecuários: Critérios técnicos:

� No estudo de séries históricas sobre o trânsito de animais. � No conhecimento local de profissionais e produtores. � Na avaliação dos sistemas de produção predominantes em cada região.

Page 47: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 47

Zona de proteção:

Anteriormente denominada Zona Tampão, designa uma zona estabelecida para proteger o status sanitário dos animais de um país ou uma zona livre de uma enfermidade frente aos animais de um país ou uma zona com um status sanitário distinto, mediante à aplicação de medidas baseadas na epidemiologia da enfermidade considerada e destinadas a impedir a propagação do agente patógeno que a provoca, a um país ou uma zona livre. As medidas podem incluir, entre outras, a vacinação, o controle da movimentação de animais e a intensificação da vigilância. OIE, 2009

1. Zona de proteção do Estado do Tocantins, divisa com os estados do Maranhão e Piauí É representada por 7 municípios (Barra do Ouro, Campos Lindos, Goiatins, Lizarda, Mateiros, Recursolândia e São Félix do Tocantins) que abrangem uma área de 26.315 km2. 2. Zona de proteção do Estado da Bahia, divisa com os estados de Pernambuco e Piauí. Representa uma área de 56.366 km2, composta por 8 municípios (Buritirama, Campo Alegre de Lourdes, Casa Nova, Formosa do Rio Preto, Mansidão, Pilão Arcado, Remanso e Santa Rita de Cássia). 3. Zona de proteção de Rondônia - Situada na região norte de Rondônia, divisa com o Estado do Amazonas. É constituída por uma área de 1.987 km2, representando 5,8% do município de Porto Velho. 4. Zona de Alta Vigilância do Mato Grosso do Sul- A ZAV compreende uma faixa territorial de, aproximadamente, 15 km de largura que se estende pelos Municípios de Porto Murtinho, Caracol, Bela Vista, Antônio João, Ponta Porã, Aral Moreira, Coronel Sapucaia, Paranhos, Sete Quedas, Japorã, Mundo Novo, Corumbá e Ladário.

Page 48: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 48

Legislação: Instrução Normativa Nº 44, DE 02 DE OUTUBRO DE 2007 - Ementa:

Aprova as diretrizes gerais para a Erradicação e a Prevenção da Febre Aftosa, constante do Anexo I, e os Anexos II, III e IV, desta Instrução Normativa, a serem observados em todo o Território Nacional, com vistas à implementação do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA), conforme o estabelecido pelo Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária. Revoga as Portarias nº 82 de 28/06/1996, nº 185 de 01/12/1993, nº 11 de 03/11/1983 e a nº 40 de 14/07/2003 Revoga a Instrução Normativa nº 11 de 13/03/2001, nº 47 de 26/09/2001, nº 82 de 20/11/2003 e a nº 5 de 17/01/2003 Revoga a Portaria Ministerial nº 121 de 29/03/1993 Altera a Portaria nº 162 de 18/10/1994 Resumo Instrução Normativa Nº 44

Diretrizes gerais para a Erradicação e a Prevenção da Febre Aftosa: � atendimento às suspeitas de doença vesicular e aos focos de

febre aftosa. � reconhecimento e manutenção de zonas livres de febre aftosa. � vacinação contra a febre aftosa. � controle e fiscalização do trânsito de animais susceptíveis à febre

aftosa. � controle e fiscalização do trânsito de produtos e subprodutos

obtidos de animais susceptíveis à febre aftosa. � trânsito internacional de animais susceptíveis à febre aftosa e de

seus produtos e subprodutos. Portaria Nº 50, DE 19 DE MAIO DE 1997 - Ementa: Aprovar os critérios técnicos para a classificação dos níveis de risco por febre aftosa das Unidades da Federação

Alterada pela Portaria nº 4 de 21/01/2000 Resumo :Critérios técnicos a seguir indicados: a) Fase do Programa: prevenção, erradicação ou controle b) Área geográfica incluída no PNEFA c) Situação sanitária das áreas vizinhas d) Sistema de atenção veterinária e) Sistema de vigilância sanitária f) Ocorrência de casos clínicos de febre aftosa g) Nível de cobertura vacinal h) Ausência/presença de atividade viral i) Biossegurança para manipulação viral j) Proibição I Restrição do ingresso de animais

Page 49: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 49

k) Fiscalização do ingresso de animais e produtos I) Nível de participação comunitária Instrução Normativa Nº 63, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2008 -

Ementa: Aprova as Diretrizes para Execução do Sistema de Vigilância Veterinária nas Zonas de Alta Vigilância de Febre Aftosa (ZAVs) implantadas nas Regiões de Fronteira entre Mato Grosso do Sul e as Repúblicas do Paraguai e da Bolívia, na forma do Anexo à presente Instrução Normativa. Revoga as Instruções Normativas nº 19 de 14/04/2008 e a nº 6 de 19/02/2008 Resumo: As ZAVs referidas no artigo compreendem uma faixa territorial de, aproximadamente, 15 km de largura que se estende pelos Municípios de Porto Murtinho, Caracol, Bela Vista, Antônio João, Ponta Porã, Aral Moreira, Coronel Sapucaia, Paranhos, Sete Quedas, Japorã, Mundo Novo, Corumbá e Ladário, no Estado do Mato Grosso do Sul Ofício Circular DSA nº 125 de 07 DE AGOSTO DE 2008.

Ementa: Permanência de animais na zona de risco BR-3 para ingressar na zona livre. Resumo Todos os animais oriundos da zona de alto risco ou risco desconhecido devem permanecer 12 meses na zona de médio risco antes de ingressar na zona livre (risco baixo, mínimo ou desprezível).

Page 50: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 50

Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros e outras Encefalopatias. Histórico da Raiva:

A raiva é uma doença muito antiga e temida, descrita em documentos da Mesopotâmia que datam de 2.300 anos antes de Cristo (WILKINSON, 1988).

Trata-se de uma doença viral que acomete todos os mamíferos, inclusive o homem, sendo assim, uma zoonose de grande importância já que não possui cura, ou seja, é letal em 100% dos casos.

O período de incubação da raiva varia de acordo com a espécie infectada, o local da inoculação do vírus no animal susceptível, a quantidade de vírus inoculado e a imunidade prévia ao vírus, sendo que os sinais clínicos iniciam normalmente 15 dias após a infecção.

Há várias espécies de morcegos no mundo, cerca de 1000 classificadas de acordo com seu hábito alimentar como: frugívoras, insetívoras, carnívoras, ictiófagas, nectarívoras, polinívoras e hematófagas. Em torno de 140 espécies já foram encontradas no Brasil (Instituto Pasteur, 1998).

Os morcegos hematófagos são encontrados do Uruguai ao México e em algumas ilhas do Caribe, sendo que as três espécies de morcegos hematófagos conhecidas no mundo podem ser encontradas no Brasil: (Desmodus rotundus, Diphylla ecaudata e Diaemus youngi).

No Brasil, o Desmodus rotundus é o principal transmissor da raiva aos herbívoros por ser a espécie de morcego hematófago de maior número na natureza e por ter os herbívoros como a sua principal fonte de alimento. Em casos esporádicos, os herbívoros podem se infectar pela mordida de cães, gatos e outros animais que estejam infectados pela raiva (Instituto Pasteur, 1998). Etiologia da Raiva: O vírus da raiva pertence a:

Ordem Mononegaviralis, Família Rhabdoviridae,

Gênero Lyssavirus, com genoma de cadeia linear de RNA. O seu vírion possui uma nucleocápside helicoidal e envelope lipídico revestido exteriormente por espigões (glicoproteínas).

Epidemiologia da Raiva:

A raiva é uma doença de distribuição mundial, estando presente em todos os continentes, exceto na Oceania e Antártida. Atualmente está erradicada em algumas ilhas do Pacífico, Japão, Reino Unido e Havaí (Instituto Pasteur, 2007).

Page 51: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 51

Por muito tempo se pensou que os morcegos hematófagos eram os únicos responsáveis pelos casos de raiva dos herbívoros. No entanto, outros animais silvestres como o lobo guará, coiote, mangusto, quati, gambá, guaxinim e raposas já foram diagnosticados com casos da doença, podendo assim, também transmitir a raiva para os herbívoros (BARROS, 1989; OPAS, 2001).

O vírus pode resistir ao congelamento e ao descongelamento, pH entre 5-9 e a dessecação. Porém, é muito sensível a solventes orgânicos (detergentes, éter, clorofórmio, acetona, etanol 45- 70% e compostos iodados), pasteurização e radiação ultravioleta (Instituto Pasteur, 2007). Transmissão da Raiva:

A transmissão da raiva depende claramente da passagem do vírus de um individuo infectado a outro susceptível.

A transmissão predominante é por meio da saliva porém, a via respiratória é importante em certas áreas, principalmente em cavernas densamente povoadas por morcegos (KAPLAN, 1985). Patogenia da Raiva:

O vírus da raiva apresenta neurotropismo, sendo que a primeira replicação viral ocorre na musculatura estriada do local onde foi inoculado, seguindo para os nervos periféricos adjacentes e percorrendo por via axonial até os gânglios espinhais, de onde segue para a medula espinhal (via raiz dorsal do nervo) e por fim ao encéfalo.

No encéfalo o vírus se replica e na maior parte dos casos, se desloca por via eferente pelos nervos periféricos até as glândulas salivares (MURPHY et al, 1999), tornando a saliva principal fonte de excreção e infecção do vírus rábico na natureza.

Page 52: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 52

Sinais Clínicos da Raiva: Os sinais clínicos da raiva são irreversíveis e todos os animais

clinicamente infectados acabam morrendo. O período de incubação depende da quantidade de vírus inoculado, do

local da inoculação e da imunidade prévia oscilando, entre 2 a 8 semanas, apesar de serem conhecidos períodos mais curtos e mais longos (BEER, 1999).

A forma furiosa pode ocorrer em todas as espécies de mamíferos. Na fase inicial há apenas dor ou prurido no local da mordida, náuseas e

vômitos. Na fase excitativa que se segue, surgem espasmos musculares intensos

da faringe e laringe com dores, dificuldade na deglutição, hidrofobia e agressividade.

A morte segue-se na maioria dos casos, após quatro dias do início dos sinais clínicos. Coleta de Material: Raiva – cérebro, cerebelo, tálamo, medula espinhal – Gelo BSE /Scrapie – tronco encefálico -Formalina (formol a 10%) nunca congelar - bovinos a partir dos 24 meses de idade e ovinos a partir dos 12 meses de idade – vigilância obrigatória para as TSEs.

As amostras encaminhadas ao laboratório deverão ser acompanhadas do Formulário Único de Requisição de Exames para Síndrome Neurológica Encaminhamento de Material: Médicos Veterinários de Serviço Oficial – o Serviço Estadual de Defesa Sanitária Animal deve priorizar sempre a atuação desse profissional. Médicos Veterinários Autônomos ou da iniciativa privada – devem ter conhecimento de que, sempre que houver suspeita de raiva, deverão atuar rapidamente e comunicar à autoridade sanitária constituída na região. Outros profissionais ou proprietários – Considerando-se a grande extensão territorial do nosso país, o difícil acesso a muitas propriedades e, em alguns estados, a ausência de um veterinário oficial ou autônomo no município,

Page 53: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 53

algumas vezes as amostras são encaminhadas ao laboratório de diagnóstico para raiva pelo proprietário ou outros profissionais. Colheita de Material: O diagnóstico clínico não é seguro. Material deve ser enviado: 1. refrigerado se o tempo entre a colheita até a chegada ao laboratório for menor que 48 horas. 2. congelado se o tempo entre a colheita até a chegada ao laboratório for superior a 48 horas.

Para fazer exames histopatológicos, deve-se mandar o material em formalina (formol a 10%). Diagnóstico da Raiva:

O teste de triagem para o diagnóstico de raiva é o de Imunofluorescência Direta (IFD), que é recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e complementado pela Prova Biológica –PB.

Este teste consiste em se inocular a suspensão suspeita no cérebro de camundongos. Técnica que está sendo substituída pelo cultivo celular.

Dentro dos neurônios cerebrais, o vírus da raiva pode produzir os Corpúsculos de Negri, que nada mais são do que aglomerados de vírus visíveis ao microscópio óptico, corados com Hematoxilina e Eosina, que são utilizados para realizar o diagnóstico da doença. Controle e Profilaxia da Raiva:

Para se fazer a profilaxia e o controle eficaz da raiva em herbívoros, é necessário adotar um conjunto de medidas sanitárias (Instituto Pasteur, 1998):

1. controle populacional de morcegos hematófagos; 2. vacinação dos animais susceptíveis; 3. atendimento aos focos.

Controle Populacional de Morcegos Hematófagos:

Recomenda-se o uso de substâncias anticoagulantes, especificamente à base de Warfarina para realizar este controle (BRASIL, 2005).

O estudo sobre os métodos de combate ao Desmodus rotundus é importante para se obter o máximo de informações cientificas, indispensáveis para a elaboração de um programa realmente eficaz de controle da raiva nos herbívoros (ALMEIDA et al, 2002).

A pasta vampiricida pode ser usada ao redor da ferida provocada pelos morcegos na pele dos animais. Isso é importante devido o hábito do morcego voltar no mesmo animal para se alimentar durante vários dias. Este método é

Page 54: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 54

chamado de seletivo indireto e elimina exclusivamente os morcegos agressores (Instituto Pasteur, 1998) Método Seletivo Direto: Realizado pelo Serviço Oficial, consiste em passar a pasta vampiricida no dorso(costas) do Desmodus rotundus. Vacinação dos Animais Susceptíveis:

A vacinação dos bovídeos e eqüídeos constitui uma medida de grande importância na profilaxia da raiva em herbívoros. Deve-se utilizar vacina inativada na dose de 2 (dois) ml, por via subcutânea ou intramuscular (BRASIL, 2005).

Os animais primo vacinados, deverão receber uma dose de reforço após 30 dias da vacinação.

Já a revacinação deve ser realizada anualmente. Nos locais onde ocorreram casos de raiva, deve-se antecipar o reforço fazendo-o semestralmente. Abrigos Cadastrados:

Os abrigos de morcegos devem ser cadastrados pela Defesa Sanitária Animal, facilitando assim, as futuras inspeções na população de morcegos ali existentes para acompanhamento e evolução das espécies e dos exemplares existentes nestes abrigos.

Nesse cadastramento identificam-se as espécies que cohabitam o abrigo e o tamanho da colônia .

O monitoramento dos abrigos cadastrados deve ser feito a cada 2 meses em áreas epidêmicas e a cada 4 meses em áreas endêmicas (Instituto Pasteur, 1998). Atendimento aos Focos:

O atendimento aos focos deve ser feito pelo Serviço Oficial de Defesa Sanitária Animal (DSA) sem custo para o produtor. A notificação da suspeita pode ser feita à DSA pelo proprietário, por terceiros ou pela própria DSA.

Se a suspeita for confirmada por meio de diagnóstico laboratorial, o veterinário oficial tem 24 horas para se deslocar até a propriedade de origem do animal infectado para dar continuidade com a investigação epidemiológica, que se baseia em fazer uma nova visita a propriedade, investigar se já vem ocorrendo mortalidade, se há abrigos na propriedade, recomendar vacinação nos susceptíveis e o uso de pasta vampiricida ao redor dos ferimentos causados por morcegos nos animais

Vacinação Focal e peri focal, abrangendo todos os herbívoros existentes nas propriedades em um raio de até 12 km, respeitando-se a topografia local. Deverá ser intensificado nas áreas de foco, considerando-se o raio de 12 km, respeitando-se a topografia local e a biologia do Desmodus rotundus.

Page 55: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 55

Modelos de Atendimento aos Focos: Círculos concêntricos – mais eficiente quando os focos ocorrem de uma

forma dispersa, sem um sentido lógico. De bloqueio linear – utilizado quando os focos seguem uma direção

específica.

O Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros tem como objetivo baixar a prevalência da doença na população de herbívoros domésticos.

A estratégia de atuação do Programa é baseada na adoção da vacinação dos herbívoros domésticos, do controle de transmissores e de outros procedimentos de defesa sanitária animal que visam a proteção da saúde pública e o desenvolvimento de fundamentos de ações futuras para o controle dessa enfermidade. Legislação: Instrução Normativa Nº 5, DE 01 DE MARÇO DE 2002 Ementa: Aprova as Normas Técnicas para o controle da raiva dos herbívoros domésticos.

Revoga a portaria nº 126 de 18/03/1976 Altera a portaria n 516 de 09/12/1997

Aprova as normas para a vacinação dos herbívoros domésticos, o controle de morcegos hematófagos da espécie Desmodus rotundus, a vigilância epidemiológica e a educação sanitária (estratégia de atuação do programa). Instrução Normativa Nº 69, DE 13 DE DEZEMBRO DE 2002 .

Ementa: Determina o uso de um selo de garantia (holográfico) em todos os frascos de vacinas contra a raiva dos herbívoros das partidas aprovadas e liberadas para comercialização pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, de forma a assegurar sua conformidade com as normas de

Page 56: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 56

controle da produção e comercialização de vacinas contra a raiva dos herbívoros. Cumpre a IN 05/02, a vacina usada para herbívoros ser inativada e contida em dose padrão de 2ml, podendo ser aplicada por via subcutânea ou intramuscular. Portaria Nº 8, DE 31 DE JANEIRO DE 2003 Ementa: Institui o Comitê Científico Consultivo sobre Raiva – CCR Funções e composição do CCR: I - fornecer subsídios técnico-científicos ao DDA. II - emitir pareceres técnicos. III - elaborar propostas que visem melhorar o sistema de controle da raiva dos herbívoros no país. IV - propor normas sobre vigilância e profilaxia da raiva.

Profissionais especializados em diversas áreas da medicina veterinária e biologia, com destaque para medicina veterinária preventiva, epidemiologia, planejamento de programas e métodos de defesa sanitária animal, técnicas de diagnóstico da Raiva, biologia e comportamento de morcegos Portaria Nº 34, DE 28 DE MAIO DE 2004 – Ementa: Estabelece a composição do Comitê Científico Consultivo sobre Raiva dos Herbívoros - CCR.

Revoga a portaria nº 67, de 30/10/2003. Composto por 10 profissionais.

Portaria Nº 168, DE 27 DE SETEMBRO DE 2005 – Ementa: Aprova o Manual Técnico para o Controle da Raiva dos Herbívoros – Edição 2005 Manual Técnico 2005 – para uso dos agentes públicos nas ações do PNCRH em todo o Território Nacional – padronização das ações.

Page 57: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 57

Encefalopatia Espongiforme Bovina (BSE) Histórico da BSE:

A doença surgiu em meados dos anos 80 na Inglaterra e tem como característica o fato do agente patogênico ser uma forma especial de proteína, presente em vários tipos de células, incluindo músculo e linfócitos, tendo tropismo pelo SNC, chamada príon, que sofreu uma alteração em sua isoforma durante o processo de autoclavagem, utilizado na produção de farinha de carne e osso (FCO), destinado à alimentação de ruminantes (COSTA & BORGES, 2000).

A BSE foi descrita pela primeira vez na Grã-Bretanha, em novembro de 1986. A retrospectiva de análises de casos antigos indicou que um número pequeno de casos de BSE teria ocorrido antes do período de Abril - Maio de 1985 (WILLESMITH, 1998).

Em 1988, um decreto oficial sobre alimentação de ruminantes foi expedido proibindo que o gado (e também ovelhas e cervos) fosse alimentado com proteína derivada de animais.

Em novembro de 1989, o governo proibiu o uso de certos órgãos bovinos de entrar na cadeia alimentar (cérebro, cordão espinhal, timo, baço, amígdalas e intestinos).

Em 1990 Ministro da Agricultura aparece com sua filha na TV para comer hambúrguer e provar que não há perigo.

Em março de 1991, o governo notificou a incidência do primeiro caso de suspeita de transmissão vertical, em um animal nascido quatro meses depois do decreto de proibição.

A BSE foi transmitida a várias outras espécies. Por volta de 1992, estas incluíam gatos domésticos, pumas, guepardos, avestruz e antílopes. Estes animais contraíram a infecção originalmente da alimentação.

Em 1995 primeira morte (Stephen Churchill, com 19 anos) por nova variante da Doença de Creutzfeldt-Jakob (vCJD). Governo britânico nega relação com BSE . Em 1996 o governo britânico anuncia ligação entre BSE e vCJD. Etiologia da BSE:

A BSE é uma doença neurodegenerativa que afeta o sistema nervoso central (SNC) dos bovinos.

A PrPc é a glicoproteína normal da membrana plasmática da maioria das células, principalmente as do sistema nervoso e linfóide.

A PrPc é transformada na isoforma anormal PrPsc (prion scrapie) que se acumula no SNC e produz a doença. Epidemiologia:

A BSE foi primeiramente diagnosticada no Reino Unido, mas já existiram relatos da doença na Áustria, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Holanda, Irlanda, Israel, Itália, Japão, Luxemburgo, Polônia,

Page 58: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 58

Portugal, Eslováquia, Espanha e Suíça. Esses casos não se devem somente à importação de gado da Inglaterra, mas também à ocorrência em gado nativo (OIE, 2004).

A BSE é uma enfermidade infecciosa, mas aparentemente não contagiosa.

A enfermidade não se espalha por contato casual entre os animais. A infecção pelo PrPsc ocorre por ingestão do mesmo. A alimentação do

gado com proteína animal é portanto um dos maiores fatores de risco para a difusão da enfermidade.

Não existe uma predileção por raças, porém a presença de certos genótipos influi na progressão da doença e na idade em que surgem os primeiros sintomas (Croes et al., 2004)- Enfermidades Priônicas.

O pico de incidência ocorre no gado com quatro a cinco anos, sendo o período de incubação de dois a oito anos (OIE, 2004).

O PrPsc não foi encontrado em sêmen.Porém não é descartado como fonte comum (Wilesmith et al., 1992). Sinais Clínicos:

Os sinais clínicos mais comuns são resposta hipersensível a estímulos, perda de peso (em mais de 75% dos casos), agressão, e diminuição da produção de leite em cerca de 50% dos casos (Cockcroft, 2004). Hipersensibilidade ao som, à luz e ao toque na pele.

As alterações de postura e movimentação são evidentes e variam de acordo com a evolução das lesões no sistema nervoso central (Hipermetria).

O quadro se inicia com passadas hipermétricas, ligeiro cambaleio dos membros posteriores e finos tremores musculares (ORTOLANI, 1999).

O trote forçado pode revelar uma andadura elevada ao pisar. De outro modo, a pélvis pode ser rebaixada e a ataxia dos membros posteriores pode ser mais evidente.

A postura de descanso muitas vezes é exagerada, onde é evidenciado um espaçamento entre os membros de forma exagerada, com a cabeça pendendo.

A espinha torácica muitas vezes pode se encontrar arqueada, com o segmento lombo - sacral rebaixado (KIMBERLIN, 1993).

O prurido intenso comum em ovinos e caprinos infectados com Scrapie não ocorre no gado vitimado por BSE(OIE, 2004). Diagnóstico de BSE:

Não existem testes sorológicos para o diagnóstico da BSE. A partir da notificação, o material do encéfalo do animal com suspeita é

retirado de forma padronizada e passa por exame credenciado. Passam por exames para BSE também os bovinos que foram

importados de países de risco para a doença, assim como aqueles abatidos em emergência, os com sinais clínicos ou enfermidades crônicas neurológicas e em decúbito.

Page 59: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 59

Lesões de BSE: As lesões microscópicas da BSE são altamente específicas e

patognomônicas. Lesões degenerativas, simétricas e bilaterais, localizadas em certas

regiões da substância cinzenta do tronco encefálico. A presença de vacúolos na neurópila* da substância cinzenta e no

pericário** dos neurônios indica diagnóstico positivo para BSE * Neurópila é a região do sistema nervoso central onde ocorrem as sinapses entre as ramificações dos neurônios ** Pericário é o nome que se dá ao centro trófico do neurônio, ou seja, a parte do neurônio onde se encontra o núcleo e demais organelas Remessa de Material ao Laboratório:

Deve ser enviado para o diagnóstico da BSE o tronco encefálico completo, parte do cerebelo e parte dos hemisférios telencefálicos – logo após a morte ou sacrifício do animal, conforme os procedimentos para o Diagnóstico das Doenças do Sistema Nervoso Central de Bovinos do MAPA.

O material deve ser fixado em formalina (solução de formol 10%). Colocadas em fixador em quantidade pelo menos 10 vezes maior que o

volume a ser fixado. Sendo assim, será necessário no mínimo 6 litros de formalina para fixar o encéfalo de um bovino adulto.

Deve ser enviado em um vasilhame não deformável, se o tronco encefálico dobrar não será possível a realização do exame.

O tempo de fixação deve ser informado, o tempo mínimo varia de acordo com o tamanho da amostra, um encéfalo de camundongo necessita de 24 horas para ser fixado, já o de um bovino adulto em média uma semana.

O vasilhame deve ser completamente preenchido com o fixador para excluir o ar e amortecer os efeitos do movimento.

A embalagem deve ser hermeticamente fechada para evitar vazamentos e exposição de pessoas que manuseiam o pacote. Controle, Profilaxia e Tratamento:

Não há tratamento ou vacina para impedir a doença. Como prevenção não alimentar ruminantes com proteína de origem

animal, como cama de aviário e resíduos da exploração de suínos. Não importar ruminantes e seus produtos de países considerados de

risco. Impedir que carcaças fiquem no campo.

Sistema de Vigilância Brasileiro:

Bovinos que terão encéfalo examinado: Acima de 24 que tiveram resultado negativo para raiva em laboratório

oficial. Acima de 24 com sinais clínicos neurológicos.

Page 60: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 60

Importados de países com casos de BSE. Abate de emergência. Acima de 30 meses com doença crônica caquetizante. Acima de 30 meses em decúbito.

Plano Nacional de Prevenção da EEB – Manual de Procedimentos para Resposta à Ocorrência de EEB:

Controle e fiscalização de importações e de ingressos ao país de possíveis fontes de infecção (bovinos, farinhas de carne e ossos de ruminantes e outros materiais).

Fiscalização das plantas e processos de produção de rações para animais, visando evitar a reciclagem de material potencialmente infeccioso para a EEB e a possibilidade de contaminação cruzada.

Fiscalização dos processos de graxaria. Legislação de BSE: Portaria Nº 516, DE 09 DE DEZEMBRO DE 1997 Ementa: Declara o Brasil livre de encefalopatia espongiforme bovina, de acordo com o que estabelece o artigo 3.2.13.2 do Código Zoossanitário Internacional. Alterada pela IN nº 5 de 01/03/2002

Brasil – livre de EEB EEB e Scrapie - doenças de notificação obrigatória Análise de risco para evitar a introdução da doença no Brasil Incorporação da EEB na vigilância da Raiva dos Herbívoros. Proibição do uso de proteínas animais para alimentação dos ruminantes (exceção das proteínas lácteas).

Instrução Normativa Nº 6, DE 26 DE FEVEREIRO DE 1999 Ementa: Instituir o formulário de avaliação da situação sanitária, em anexo, para todos os países, onde tenha ocorrido Encefalopatias Espongiformes Transmissíveis e com os quais o Brasil mantém comércio de animais, suas partes, e produtos deles derivados. Revoga a portaria nº 290 de 16/07/1997

Os países que tem comércio de animais ou produtos derivados de animais com o Brasil,devem apresentar no máximo até 1° de junho de 1999, um formulário preenchido, com a sua situação epidemiológica, com respeito as Encefalopatias Espongiformes Transmissíveis, sendo que as importações de animais, suas partes e derivados, provenientes dos países onde hajam ocorrido estas doenças, estariam condicionadas, a partir de 30 de julho de 1999, à consistência das informações prestadas.

Instrução Normativa Nº 18, DE 15 DE FEVEREIRO DE 2002 Ementa: Aprova as Normas a serem adotadas, visando incrementar à vigilância epidemiológica para detecção de Encefalopatias Espongiformes Transmissíveis - EET - em ruminantes.

Page 61: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 61

Animais que devem ter amostra colhida para EET: Em frigoríficos de inspeção oficial em bovinos oriundos de acima de 30 meses de idade e de todos os bovinos e/ou ovinos e caprinos (acima de 12 meses), destinados ao abate de emergência. No campo ruminantes com sinais clínicos de distúrbios nervosos, em decúbito sem causa determinada ou com doenças depauperantes e que tiveram resultado negativos para Raiva – bovinos acima de 24 meses e ovinos/caprinos acima de 12 meses.

Instrução Normativa Nº 15, DE 15 DE FEVEREIRO DE 2002. Ementa: Aprovar as Normas de Credenciamento e Monitoramento de Laboratórios de Diagnóstico das Encefalopatias Espongiforme Transmissíveis em ruminantes – EET.

Credencia e monitora os laboratórios de diagnóstico da EET em ruminantes - limitado às necessidades do DDA no que se refere ao número e localização geográfica O anexo II foi substituído pelo Formulário Único de Requisição de Exames para Síndrome Neurológica – Manual Técnico da Raiva – Edição 2005 – Fax Circular nº 23, de 19/04/2006.

Instrução de Serviço Nº 1, DE 07 DE MARÇO DE 2002. Ementa: Procedimentos e normas necessários para operacionalização do sistema de vigilância epidemiológica para detecção de Encefalopatias Espongiformes Transmissíveis - EET - em ruminantes.

Harmoniza os procedimentos previstos pela IN 18/2002, a serem observados pela Inspeção Federal, junto às empresas participantes do sistema de vigilância ativa em animais abatidos, na coleta do tronco encefálico – desde a inspeção ante-mortem até o envio dos materiais coletados.

Portaria Nº 14, DE 15 DE MARÇO DE 2002. Ementa: Instituir o Comitê Científico Consultivo em Encefalopatias Espongiformes Transmissíveis – CEET, cujas atribuições incluirão: dar subsídios técnico-científicos ao Departamento de Defesa Animal -DDA; emitir pareceres técnicos; elaborar propostas que visem melhorar o sistema de prevenção e controle das encefalopatias no país e propor normas sobre vigilância e profilaxia das EETs.

O CEET será composto por profissionais especializados em diversas áreas da medicina veterinária, com destaque para medicina veterinária preventiva, epidemiologia, planejamento de programas e métodos de DSA e técnicas de diagnóstico das EET, devendo constar um profissional especializado do Laboratório de Referência para diagnóstico das EETs.

Page 62: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 62

Instrução de Serviço Nº 6, DE 22 DE ABRIL DE 2002 - Ementa: Rastreamento e identificação individual de todos os bovinos importados de países com situação sanitária diferente do Brasil quanto às Encefalopatias Espongiformes Transmissíveis.

Determinar o rastreamento e a identificação individual de todos os bovinos importados a partir de janeiro de 1995, de países com situação sanitária diferente do Brasil quanto às Encefalopatias Espongiformes Transmissíveis.

Portaria Nº 14, DE 15 DE MARÇO DE 2002. Ementa: Instituir o Comitê Científico Consultivo em Encefalopatias Espongiformes Transmissíveis – CEET, cujas atribuições incluirão: dar subsídios técnico-científicos ao Departamento de Defesa Animal -DDA; emitir pareceres técnicos; elaborar propostas que visem melhorar o sistema de prevenção e controle das encefalopatias no país e propor normas sobre vigilância e profilaxia das EETs.

O CEET será composto por profissionais especializados em diversas áreas da medicina veterinária, com destaque para medicina veterinária preventiva, epidemiologia, planejamento de programas e métodos de DSA e técnicas de diagnóstico das EET, devendo constar um profissional especializado do Laboratório de Referência para diagnóstico das EETs.

Instrução de Serviço Nº 6, DE 22 DE ABRIL DE 2002 - Ementa: Rastreamento e identificação individual de todos os bovinos importados de países com situação sanitária diferente do Brasil quanto às Encefalopatias Espongiformes Transmissíveis.

Determinar o rastreamento e a identificação individual de todos os bovinos importados a partir de janeiro de 1995, de países com situação sanitária diferente do Brasil quanto às Encefalopatias Espongiformes Transmissíveis.

Instrução Normativa Nº 58, DE 21 DE JULHO DE 2003 - Ementa: Proíbe a entrada, em território nacional, de ruminantes, embriões e produtos derivados dessas espécies procedentes do Canadá. Revoga a Instrução Normativa nº31 de 28/05/2003

Incluem-se nesta proibição carnes e miúdos; hemoderivados; farinha de sangue; farinha de carne; farinha de carne e ossos; farinha de ossos autoclavados; farinha de resíduos de açougue; farinha de vísceras de aves; farinha de penas e vísceras de aves; farinha de resíduos de abatedouros de aves, bem como qualquer matéria-prima que contenha vísceras de animais alimentados com proteína ou gordura de ruminantes. Excluem-se desta proibição: Sêmen; leite e produtos lácteos; colágeno obtido de peles e farinha de ossos calcinada

Page 63: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 63

Instrução de Serviço Nº 2, DE 12 DE AGOSTO DE 2003 Ementa: Dispõe sobre procedimentos e normas necessários para operacionalização do sistema de vigilância epidemiológica para detecção de Encefalopatias Espongiformes Transmissíveis – EET – em ruminantes.

Harmonização de procedimentos a ser observada pela Inspeção Federal junto aos estabelecimentos que abatem animais das espécies bovinas, ovinas e caprinas, na coleta do tronco encefálico

Instrução Normativa nº 59, de 30 de julho de 2003 Ementa: Dispõe que os bovinos ou bubalinos importados para as finalidades de reprodução, cria, recria ou engorda serão obrigatoriamente incluídos no Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina – SISBOV Instrução de Serviço Conjunta Nº 2, DE 15 DE AGOSTO DE 2003 Ementa: Determinar que todos os matadouros-frigoríficos, matadouros e matadouros de pequenos e médios animais, com serviço de inspeção federal - SIF, que abatam bovídeos e/ou ovinos/caprinos, participem da vigilância para as encefalopatias espongiformes transmissíveis - EET nos animais dessas espécies destinados ao abate de emergência

Competência do SSA das DFA nos estados envolvidos, promover treinamento teórico e prático para os Médicos Veterinários do SIF nos frigoríficos que participarão dessa vigilância, como também, recolher quinzenalmente os materiais devidamente identificados e acondicionados pelo serviço de inspeção federal nos frigoríficos e enviá-los aos laboratórios credenciados pelo DDA, para diagnóstico das EET

Instrução Normativa Nº 18, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2003. Ementa: Proibir o abate de bovino e bubalino importados de país onde houve ocorrência de caso autóctone da EEB ou de país considerado de risco para esta doença. Revoga a Instrução Normativa nº 8 de 13/02/2001 Revoga a Instrução de Serviço nº 1 de 07/01/2002

Proíbe o comércio e a transferência desses bovinos e bubalinos, para outro estabelecimento de criação, sem prévia autorização do serviço oficial . Em caso de morte desses animais, somente poderão ser enterrados ou destruídos após comunicação ao serviço oficial – colheita e encaminhamento das amostras Todo bovino cujo país de origem tenha registrado a ocorrência de caso autóctone da EEB, quando perder os atributos que justificam a sua destinação, deverá ser sacrificado e destruído com acompanhamento do serviço oficial cabendo indenização pelo governo federal

Page 64: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 64

Instrução Normativa Nº 1, DE 14 DE JANEIRO DE 2004 - Ementa: A importação de animais vivos e de material de multiplicação animal fica condicionada à prévia autorização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA. Vide Portaria Ministerial nº 43 de 17/06/2003 Revoga Portaria Ministerial nº 49 de 11/03/1987

Cães e gatos, com certificado contendo as garantias sanitárias requeridas pelo DDA, ficam dispensados da autorização prévia. Importação de animais de interesse econômico, para fins reprodutivos e de material genético animal, fica condicionada à prévia aprovação da Secretaria de Apoio Rural e Cooperativismo (SARC) do MAPA . Importação de animais da fauna silvestre fica condicionada à apresentação da licença do IBAMA. O DDA determinará os aeroportos, portos ou postos de fronteira por onde será permitido o ingresso de animais vivos e de material genético animal importado

Instrução Normativa Nº 18, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2003. Ementa: Proibir o abate de bovino e bubalino importados de país onde houve ocorrência de caso autóctone da EEB ou de país considerado de risco para esta doença. Revoga a Instrução Normativa nº 8 de 13/02/2001 Revoga a Instrução de Serviço nº 1 de 07/01/2002

Proíbe o comércio e a transferência desses bovinos e bubalinos, para outro estabelecimento de criação, sem prévia autorização do serviço oficial. Em caso de morte desses animais, somente poderão ser enterrados ou destruídos após comunicação ao serviço oficial – colheita e encaminhamento das amostras Todo bovino cujo país de origem tenha registrado a ocorrência de caso autóctone da EEB, quando perder os atributos que justificam a sua destinação, deverá ser sacrificado e destruído com acompanhamento do serviço oficial cabendo indenização pelo governo federal

Instrução Normativa Nº 1, DE 14 DE JANEIRO DE 2004 - Ementa: A importação de animais vivos e de material de multiplicação animal fica condicionada à prévia autorização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA. Vide Portaria Ministerial nº 43 de 17/06/2003 Revoga Portaria Ministerial nº 49 de 11/03/1987

Cães e gatos, com certificado contendo as garantias sanitárias requeridas pelo DDA, ficam dispensados da autorização prévia. Importação de animais de interesse econômico, para fins reprodutivos e de material genético animal, fica condicionada à prévia aprovação da Secretaria de Apoio Rural e Cooperativismo (SARC) do MAPA . Importação de animais da fauna silvestre fica condicionada à apresentação da licença do IBAMA. O DDA determinará os aeroportos, portos ou postos de fronteira por onde será permitido o ingresso de animais vivos e de material genético animal importado

Page 65: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 65

Instrução Normativa nº 25, de 06 de abril de 2004. Ementa: Estabelece a categorização de países em relação ao Risco Geográfico para a Encefalopatia Espongiforme Bovina – EEB, de acordo com o anexo desta Instrução Normativa. Histórico: Revoga a Instrução de Serviço nº 22, de 23/09/2002 Portaria Nº 69, DE 17 DE AGOSTO DE 2004 Ementa: Estabelece a composição do Comitê Científico Consultivo sobre Encefalopatias Espongiformes Transmissíveis - CEET. Revoga a Instrução de Serviço nº7 de 06/03/2004

7 profissionais: Universidade de Santa Maria – RS; Universidade Estadual de Londrina - PR ; Universidade Estadual Paulista em Jaboticabal – SP; Universidade de Brasília/DF a EMBRAPA de Campo Grande - MS o Centro Panamericano de Febre Aftosa no Rio de Janeiro - RJ e o Instituto Biológico de São Paulo - SP

Instrução Normativa Nº 34, DE 28 DE MAIO DE 2008 - Ementa: Aprova o Regulamento Técnico da Inspeção Higiênico-Sanitária e Tecnológica do Processamento de Resíduos de Animais e o Modelo de Documento de Transporte de Resíduos Animais. Revoga a instrução normativa nº 29 de 26/10/2004 Revoga a instrução normativa nº 15 de 29/10/2003

Este Regulamento define os procedimentos básicos para fabricação de farinhas e produtos gordurosos destinados à alimentação animal e a critério da Secretaria de Defesa Agropecuária, de outros produtos derivados, para os estabelecimentos que processam resíduos animais não comestíveis Aplica-se aos estabelecimentos que processam resíduos animais, englobando as etapas do processo de produção

Instrução Normativa Nº 49, DE 15 DE SETEMBRO DE 2008 Ementa: Estabelece as seguintes categorias de risco para a Encefalopatia Espongiforme Bovina - EEB: categoria I - países com risco insignificante para a EEB; categoria II - países com risco controlado para a EEB; categoria III - países com risco indeterminado ou não classificado para a EEB. Revoga a Instrução Normativa nº 7 de 17/03/2004

Classificação dos países quanto ao risco para EEB citado neste artigo seguirá a categorização da Organização Mundial de Saúde Animal - OIE da situação sanitária dos países membros a respeito da EEB. Classificação dos países quanto ao risco para EEB citado neste artigo seguirá a categorização da Organização Mundial de Saúde Animal - OIE da situação sanitária dos países membros a respeito da EEB.

Instrução Normativa 41, de 8 de outubro de 2009. Ementa: Aprova os procedimentos a serem adotados na fiscalização de alimentos de ruminantes em estabelecimentos de criação e na destinação dos ruminantes que tiveram acesso a alimentos compostos por subprodutos de origem animal proibidos na sua alimentação.

Page 66: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 66

SCRAPIE Histórico:

Em 1939, na Inglaterra, foi confirmada a transmissão do agente etiológico da scrapie, o príon (BRUN et al., 2004).

Nos anos 50 constatou-se que a scrapie possui uma diferente susceptibilidade entre as distintas raças de ovino.

Em 1965 se estabeleceu o conceito da barreira interespecífica na transmissão da scrapie (BRUN et al., 2004).

O termo scrapie vem da palavra inglesa scrape, que tem o significado de roçar ou de tirar algo raspando (LUPI, 2002). Etiologia:

Semelhante a etiologia da BSE. A PrPc é a glicoproteína normal da membrana plasmática da maioria das

células, principalmente as do sistema nervoso e linfóide. A PrPc é transformada na isoforma anormal PrPsc (prion scrapie) que se

acumula no SNC e produz a doença. Patogenia:

O PrPsc interage com o PrPc transformando-o em PrPsc. Ao ser inoculado ou ingerido, um PrPsc se replica no tecido linfóide (placas de Peyers, células dendríticas foliculares), onde permanece por longo tempo. Quando ganha acesso ao sistema nervoso e se replica, ocorre a conversão de PrPc em PrPsc, causando a doença (COSTA & BORGES, 2000).

Page 67: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 67

Epidemiologia: Distribuição mundial, exceção Austrália, Nova Zelândia. Numerosos estudos mostraram que algumas raças de ovinos e caprinos

são mais resistentes do que outras para o desenvolvimento do scrapie . A susceptibilidade da doença é dependente da seqüência de

aminoácidos do príon normal (PrP) (DOYLE, 2002). Susceptibilidade Genética:

Análise do DNA: Probabilidade de detectar que animais irão desenvolver casos clínicos

com maior rapidez, após contato com agente infeccioso. Padrões de resistência/susceptibilidade:

� Resistentes (RR) � Medianamente resistentes (QR) � Sensíveis (QQ)

QQ - Muito sensíveis a adquirir e desenvolver a doença QR - Pouco a médio risco de adquirir e desenvolver a doença RR - Mínimo risco de desenvolver a enfermidade Sinais Clínicos:

Scrapie é caracterizada pelo surgimento de prurido constante que leva o animal infectado a esfregar-se em cercas de contenção ou árvores, seguindo-se de queda da lã e o desenvolvimento de dermatite caracterizado por quadros subagudo e crônico de eczematização.

Os sinais clínicos são lentamente progressivos e, inicialmente, o animal pode andar separado do rebanho.

O dado mais típico da moléstia é a evolução, após período variável de seis meses a dois anos, para progressiva ataxia, paralisia motora, tremores, fasciculação e, finalmente morte. Podem observar-se ataxia e hipermetria, assim como ranger de dentes. Diagnóstico:

O diagnóstico é baseado nos sinais clínicos característicos da doença e por meio de exames histopatológicos do encéfalo do animal.

As lesões microscópicas no sistema nervoso central consistem em um vacuolização bilateral simétrica sem apresentação de inflamação da neurópila neuronal na massa cinzenta. Este é o sinal patognomônico das doenças da família do scrapie.

Outros exames imunohistoquímicos são utilizados para a identificação dos príons.

Page 68: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 68

Lesões: As lesões histológicas, localizadas principalmente no mesencéfalo,

ponte, medula oblonga e medula espinhal, caracterizam-se por vacuolização de neurônios e da neurópila.

Estudos experimentais demonstraram a possibilidade de transmissão da doença para outras ovelhas, sadias, e também para bodes e cabras (RIET-CORREA et al., 2002). Remessa de Material ao Laboratório:

Para o exame histopatológico enviar o tronco encefálico completo fixado em formalina (formol 10%).

Para a imunohistoquímica (diagnóstico com animal vivo) enviar tecido linfóide da terceira pálpebra fixada em formalina (formol 10%).

Deve ser enviado em um vasilhame não deformável.

O tempo de fixação deve ser informado, o tempo mínimo varia de acordo com o tamanho da amostra.

O vasilhame deve ser completamente preenchido com o fixador para excluir o ar e amortecer os efeitos do movimento.

A embalagem deve ser hermeticamente fechada para evitar vazamentos e exposição de pessoas que manuseiam o pacote;

Controle, Profilaxia e Tratamento;

Por ser uma doença que não possui tratamento e nem vacina para evitar o surgimento da doença, alguns métodos de controle devem ser considerados.

Com registros detalhados de casos da doença, se torna possível selecionar uma linha de fêmeas sadias para reduzir o número de cordeiros no rebanho com probabilidade elevada de serem infectados.

Outro método constitui no abate dos animais do rebanho contaminado, onde as carcaças deveram ser incineradas (WILLESMIT, 1998).

Manejo cuidadoso da placenta durante período de parição. (piquetes de parição). Legislação: Portaria N° 516, de 9 de dezembro de 1997. Ementa: Reconhece o Brasil como livre da EEB. E incorpora a encefalopatia espongiforme bovina, a paraplexia enzoótica dos ovinos (scrapie) e outras doenças com sintomatologia nervosa de caráter progressivo, no sistema de vigilância da raiva dos herbívoros domésticos.

Page 69: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 69

Instrução Normativa Nº 15, de 02 de abril de 2008 . Ementa: Aprova os Procedimentos para a Atuação em Caso de Suspeita ou Ocorrência de Paraplexia Enzoótica dos Ovinos (scrapie). Em caso de foco de Scrapie:

I -interdição do estabelecimento; II -aplicação do Questionário de Investigação Epidemiológica desta Instrução Normativa; III -notificação à Instância Central e Superior do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária competente pela Unidade Federativa de origem da ocorrência; IV - no caso dos animais positivos estarem vivos, estes devem ser submetidos ao processo de sacrifício sanitário:

Page 70: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 70

Programa Nacional de Sanidade dos Caprinos e Ovinos – PNSCO Objetivos:

Realizar vigilância epidemiológica e sanitária para as doenças de caprinos e ovinos no Brasil, por meio de ações definidas pelo DDA e executadas pelos Serviços Oficiais e médicos veterinários privados. Estratégias do PNSCO: Para prevenir, controlar ou erradicar doenças que possam comprometer o rebanho caprino e ovino nacional, o PNSCO promoverá as seguintes atividades:

I - educação sanitária; II - estudos epidemiológicos; III - fiscalização e controle do trânsito de caprinos e ovinos; IV - cadastramento, fiscalização e certificação sanitária de estabelecimentos; e V - intervenção imediata quando da suspeita ou ocorrência de doença de notificação obrigatória.

Vigilância Epidemiológica: São fontes de informação do sistema de vigilância epidemiológica para doenças dos caprinos e ovinos: I - o Serviço Veterinário Oficial (Federal, Estadual ou Municipal), por meio das atividades de: a) inspeção em matadouros; b) fiscalização de estabelecimentos; c) fiscalização de eventos pecuários; d) fiscalização do trânsito de animais; e e) monitoramentos soroepidemiológicos; e II - a comunidade, representada por: a) proprietários de animais e seus prepostos; b) médicos veterinários, transportadores de animais e demais prestadores de serviço agropecuário; c) profissionais que atuam em laboratórios de diagnóstico, instituições de ensino ou pesquisa agropecuária; e d) qualquer outro cidadão.

Page 71: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 71

Legislação: Portaria nº 47, de 20 de julho de 2004. Ementa: Cria o Comitê Nacional Técnico Consultivo do Programa Nacional de Sanidade dos Caprinos e Ovinos e estabelece sua composição. Instrução Normativa 87 de 10 de dezembro de 2004. Ementa: Aprova o Regulamento Técnico do Programa Nacional de Sanidade dos Caprinos e Ovinos Renova a Instrução nº53 de 12/07/2004

Fica proibida a entrada, em todo o Território Nacional, de caprinos e ovinos portadores de doenças, direta ou indiretamente transmissíveis, de parasitos externos ou internos, cuja disseminação possa constituir ameaça aos rebanhos nacionais É igualmente proibido o ingresso, em Território Nacional, de produtos de origem animal e quaisquer outros materiais que representem risco de introdução de doenças para os caprinos e ovinos

Instrução Normativa 20 de 15 de agosto de 2005. Ementa: Aprova os Procedimentos para Operacionalização do Cadastro Sanitário de Estabelecimentos de Criação de Caprinos e Ovinos.

As estratégias de atuação do PNSCO são baseadas na adoção de procedimentos de defesa sanitária animal compulsórios, complementados por medidas de adesão voluntária, devendo ser destacados:

I - o cadastro sanitário de estabelecimentos II - o controle de trânsito de animais III - a certificação voluntária de estabelecimentos

Page 72: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 72

Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal - PNCEBT

BRUCELOSE BOVINA

A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) classifica a brucelose como enfermidade transmissível, importante do ponto de vista sócio econômico e sanitário em nível nacional e com significante repercussão no comercio internacional de animais e de seus produtos (OIE, 2006).

Estudos realizados no final da década de 70, em 11 países da América, incluindo o Brasil, indicam prejuízos de 230 milhões de dólares anuais (ASTUDILLO, 2004). Etiologia:

O agente etiológico da brucelose e uma bactéria intracelular facultativa. As brucelas são cocobacilos ou Gram negativos não esporulados

desprovidos de cápsula e imóveis. Não são resistentes aos ácidos, mas podem resistir a descoloração por

álcoois ou álcalis fracos. Coram-se pelo Ziehl-Neelsen e Koster modificados (PAULIN e FERREIRA NETO, 2003).

Apresenta distribuição universal, sendo que alguns países da Europa e America do Norte erradicaram a doença e passaram a impor restrições ao comercio internacional de animais vivos e seus produtos (CAMPANA et al, 2002).

Não se multiplicam no ambiente. A capacidade de sobrevivência em condições naturais é grande quando

comparada com outras bactérias patogênicas não esporuladas. A brucelose bovina devido a B. abortus é a mais prevalente infecção por

Brucella sp. no Brasil, seguida por B. suis em suínos. Brucella melitensis (caprinos) e B. neotomae (roedor do deserto) nunca

foram isoladas no país (BRASIL, 2006). Estimativas mostram que a brucelose e responsável pela diminuição de

25% na produção de leite e de carne e pela redução de 15% na produção de bezerros. Mostram ainda que a cada cinco vacas infectadas, uma aborta ou torna-se permanentemente estéril (BRASIL, 2006).

Várias espécies domésticas ou silvestres são suscetíveis a infecção por B. abortus, porém são quase sempre consideradas como hospedeiros finais da infecção, pois não transmitem ao bovino novamente.

Page 73: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 73

Transmissão: A principal fonte de infecção, nos casos de transmissão bovino a bovino,

é representada pela vaca prenhe, que elimina grandes quantidades do agente por ocasião do aborto ou parto e durante todo o período puerperal, devido a contaminação de pastagens, água, alimentos e fômites (BRASIL, 2006).

O risco de infecção é ainda maior quando há eliminação de grandes quantidades de bactérias por fístulas supuradas (CAVALLERO et al, 2002).

Leite, sêmen e fezes também servem como via de eliminação, sendo que a eliminação pelas fezes se dá no caso de bezerros que ingerem o leite contaminado, por até dois meses do desmame, embora nessa idade não sejam ainda susceptíveis (ACHA e SZYFRES, 1986).

As portas de entrada mais importantes para a Brucella sp. são a via digestiva e a penetração pelas mucosas do trato genital ou nasal, conjuntiva ocular ou pela pele com presença de lesões, muitas vezes imperceptíveis.

Excreções contaminam fômites, pastagens, forragens, água, por meio dos quais os bovinos podem se infectar.

Nos bovinos, a via de entrada mais frequente do agente é a oral, em decorrência do hábito das vacas lamberem os bezerros recém-nascidos (infectados), os fetos abortados, as placentas e seus líquidos, as descargas vaginais, que contêm grande quantidade de brucelas. Patogenia:

O aparelho digestivo é a principal porta de entrada da Brucella abortus nos bovinos, uma vez que com a ingestão de água ou alimento contaminado com restos de abortamento, a bactéria irá se instalar e multiplicar nos gânglios regionais .

Caso não sejam destruídas nos gânglios, ganham a corrente sanguínea, penetram em macrófagos, se multiplicam e dirigem-se para órgãos ricos em células do sistema mononuclear fagocitário como baço, fígado e linfonodos supra-mamários (CARTER e CHENGAPPA, 1991; PAULIN e FERREIRA NETO, 2003).

Os órgãos mais suscetíveis, ou seja, aqueles de eleição para a infecção por Brucella sp. nos bovinos, são aqueles em que há maior disponibilidade de elementos necessários para seu metabolismo, dentre os quais destaca-se o eritritol presente no útero gravídico, tecidos mamários, osteoarticulares e órgãos do sistema reprodutivo masculino (PAULIN e FERREIRA NETO, 2003). Sinais Clínicos:

Nos bovinos e bubalinos a principal manifestação clínica é o aborto, ocorrendo normalmente em torno do sétimo mês de gestação.

O aborto quase sempre acontece na primeira gestação e em decorrência do desenvolvimento da imunidade celular, torna-se pouco frequente na segunda gestação sendo muito raro nas subsequentes.

Page 74: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 74

Nos machos um dos possíveis sinais é a orquite uni ou bilateral, o testículo pode apresentar um aspecto amolecido e cheio de pus (BRASIL, 2006).

Retenção de placenta, secreção vaginal, que pode ser purulenta ou não, frequentemente fétida, de coloração cinza ou vermelho-pardo e mastites também ocorrem (BRASIL, 2006). Diagnóstico: Testes de triagem:

� Teste do Anel em Leite (TAL) - utilizado para monitoramento da condição sanitária, na presença de anticorpos no leite eles reagirão com o antígeno corado fazendo com que se forme um anel azulado na camada de creme do leite (reação positiva).

� Teste do Antígeno Acidificado Tamponado (AAT) – prova qualitativa, a presença de grumos após a mistura do soro suspeito com a solução de antígeno indica reação positiva, e a ausência negativa.

Testes confirmatórios:

� Teste do 2-Mercaptoetanol (2-ME) – prova quantitativa seletiva, detecta somente a presença de IgG no soro suspeito, esta imunoglobulina indica o estado de infecção ativa;

� Teste de Fixação do Complemento (FC) - Caso o soro do animal apresente o anticorpo correspondente a infecção, o complemento será fixado ao complexo antígeno-anticorpo específico.

Page 75: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 75

Tratamento, Controle e Profilaxia: Não existe tratamento clínico! O objetivo das medidas de controle e erradicação da brucelose bovina é

interromper a transmissão da doença com ações especificas, por meio da vacinação em massa de fêmeas, diagnostico e sacrifício dos animais positivos (PAULIN e FERREIRA NETO, 2003; BRASIL, 2006)

A vacinação é uma das medidas sanitárias adotadas pelo PNCEBT, sendo obrigatória em fêmeas, entre três e oito meses de idade (exceto em Santa Catarina)

Tuberculose Bovina Etiologia:

A tuberculose bovina é uma doença infecto-contagiosa de caráter crônico, caracterizada pela formação de granulomas específicos, denominados tubérculos.

Causada pelo Mycobacterium bovis: bastonetes gram-positivos, curtos, imóveis, não ramificados, aeróbicos, álcool-ácido resistentes, são finas, não apresentam cápsula nem esporo (KANTOR, 1979; CORRÊA & CORRÊA, 1992)

A tuberculose bovina é uma importante zoonose. O bovino é o hospedeiro verdadeiro da tuberculose causada pelo M.

bovis, mas várias espécies domésticas e silvestres são susceptíveis a este microrganismo (HAAGSMA, 1995; RADOSTITS et al., 2002).

A grande ocorrência da tuberculose entre animais exóticos mantidos em cativeiro mostra a importância dessa doença quanto à saúde pública.

No Brasil há uma prevalência média de 1,3% de animais reagentes à tuberculina no período de 1989 a 1998, segundo dados de notificações oficiais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (BRASIL, 2006). Transmissão:

A transmissão ocorre principalmente por aerossóis gerados por animais infectados.

Os bovinos de leite em particular estão sob maior risco devido o manejo dos animais, que permitem o contato maior entre eles.

Os bezerros podem adquirir a infecção ao ingerir leite contaminado. Reservatórios silvestres de M. bovis são as principais vias de infecção

para bovinos de pasto em alguns países (BEER, 1988; CORRÊA & CORRÊA, 1992; RADOSTITS et al., 2002).

O bacilo pode ser eliminado pela respiração, leite,fezes, pelo corrimento nasal, urina, secreções vaginais e uterinas e pelo sêmen.

Page 76: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 76

A transmissão aos homens pode ser significativamente reduzida pela pasteurização do leite, mas apenas a completa erradicação da doença pode proteger o criador e sua família(RADOSTITS et al., 2002.) Patogenia:

Os ruminantes são infectados por M. bovis geralmente pela via respiratória e ocasionalmente pela ingestão dos bacilos (CARTER, 1988; CORRÊA & CORRÊA, 1992; SMITH, 1993; RADOSTITS et al., 2002.)

Após atingir o alvéolo pulmonar, o bacilo é fagocitado por macrófagos e seu desenvolvimento ou não no hospedeiro, depende da infectividade do microorganismo, da carga infectante e da resistência oferecida pelo organismo invadido .

Se não forem eliminados os bacilos, se multiplicam no interior dos macrófagos até destruí-los.

Esses bacilos que saem dos macrófagos rompidos são fagocitados por outros macrófagos alveolares ou por monócitos vindos da corrente circulatória.

Por volta de duas a três semanas após a inalação do agente infeccioso multiplicação do mesmo cessa, ocorrendo resposta imune celular e uma reação de hipersensibilidade tardia, com necrose de caseificação para conter o crescimento intracelular das micobactérias.

Esse processo envolve a mediação por linfócitos T, com migração de novas células de defesa ao local da infecção, que levarão à formação dos granulomas da tuberculose. Sinais Clínicos:

Somente na doença avançada os sinais clínicos são evidentes, e bovinos com lesões extensas podem apresentar-se em bom estado de saúde.

Alguns animais podem apresentar perda de peso, debilidade, anorexia, caquexia, sinais respiratórios, apetite seletivo e temperatura oscilante. A doença pode acarretar perdas de 10 a 25% na produção de leite e carne (SMITH, 1993; RADOSTITS et al., 2002).

Os sinais respiratórios são caracterizados por tosse crônica, suave e úmida, sendo facilmente estimulada pela compressão na região da faringe ou por exercícios. Alterações Macroscópicas:

A lesão macroscópica característica da tuberculose causada por M.bovis é o tubérculo, a lesão granulomatosa: um nódulo de consistência firme que apresenta coloração variando do branco ao cinza ou amarelo.

Ao seccionar um tubérculo, uma sensação arenosa e rangente indica a presença de material calcário.

Page 77: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 77

Diagnóstico: A tuberculinização, método alérgico, é a forma mais eficiente de

diagnosticar a enfermidade em animais vivos. O tipo de tuberculina mais freqüentemente utilizado é o Derivado

Protéico Purificado (PPD) produzido com M. bovis e a produzida com M. avium, ambas devendo ser aplicadas na dose de 0,1ml (RADOSTITS et aI., 2002). Prova intradérmica cervical simples (rotina em gado de leite):

0-1,9mm- negativo 2,0-3,9mm- suspeito >= 4,0mm – positivo

Prova intradérmica caudal (rotina em gado de corte) - qualitativo:

Negativo (sem reação) Reagente

Prova intradérmica cervical comparativa (teste confirmatório ou de rotina):

0-1,9mm- negativo 2,0-3,9mm- suspeito >= 4,0mm – positivo

Tratamento, Controle e Profilaxia:

O controle da tuberculose bovina baseia-se, principalmente, na realização periódica da prova da tuberculina e abate dos animais que reagirem positivamente.

Em áreas de produção de leite recomenda-se a tuberculinização anual (BRASIL, 2006).

Medidas gerais de higiene, como limpeza e desinfecção das instalações, cuidado na introdução de novos animais no rebanho (com testes negativos, provenientes de rebanhos livres, quarentenários e isolamento de animais suspeitos) também são importantes para evitar que a doença se instale na propriedade (ROXO, 1996).

PNCEBT

A brucelose, causada por Brucella abortus, e a tuberculose, causada por Mycobacterium bovis, estão disseminadas por todo o território nacional.

Sua prevalência e distribuição regional não estão bem caracterizadas. A brucelose atinge tanto o gado de corte quanto o gado de leite A tuberculose é um problema mais sério para os produtores de leite. Ambas as enfermidades afetam a população de bubalinos.

Page 78: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 78

Doenças que não fazem parte do PNCEBT

� A brucelose e a tuberculose dos suínos têm o controle feito de acordo com as normas de certificação de granjas de suínos.

� A brucelose ovina e caprina de importância epidemiológica, causada pela Brucella melitensis nunca foi diagnosticada no Brasil.

� A epididimite ovina causada por Brucella ovis não faz parte deste programa já que é doença de características distintas estando seu controle a cargo do Programa Nacional de Sanidade de Caprinos e Ovinos – PNSCO.

Objetivos do PNCEBT:

Baixar a prevalência e a incidência de casos de brucelose e de tuberculose.

Criar um número significativo de propriedades certificadas que ofereçam ao consumidor produtos de baixo risco sanitário. Estratégia do PNCEBT:

Certificação de propriedades livres e de propriedades monitoradas, de adesão voluntária - é um instrumento que os produtores e o setor agroindustrial podem utilizar para agregar valor aos seus produtos.

Vacinação obrigatória de bezerras entre 3-8 meses contra brucelose. Controle do trânsito de animais destinados à reprodução, objetivando

baixar a prevalência e incidência de novos casos de brucelose e tuberculose . Certificação de Propriedades Livres de Brucelose e Tuberculose:

A adesão é voluntária. O saneamento das propriedades que entram em processo de

certificação é feito testando todos os animais e sacrificando os positivos. Os testes em todo o rebanho são repetidos até obter três resultados sem

um único animal positivo, ao longo de um período mínimo de nove meses. As propriedades certificadas ficam obrigadas a repetir os testes

anualmente em todos os animais. Deve destacar-se a exigência de dois testes negativos para o ingresso

de animais na propriedade, se os animais não forem provenientes de outra propriedade livre.

Page 79: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 79

Certificação de Propriedades Monitoradas para Brucelose e Tuberculose:

Adesão voluntária. Criada devido a dificuldade da pecuária de corte se adequar as normas

de propriedade livre. Os testes de diagnóstico são realizados por amostragem. Se não forem detectados animais positivos, a propriedade recebe o

atestado de monitorada para brucelose e tuberculose. Se forem encontrados animais positivos, os animais não incluídos na

amostragem inicial são submetidos a teste de diagnóstico e todos os animais positivos são sacrificados ou destruídos.

Os testes são realizados apenas em fêmeas com mais de 24 meses e em machos reprodutores.

A periodicidade será anual para brucelose e a cada dois anos para tuberculose.

Só poderão ingressar na propriedade animais com dois testes negativos ou provenientes de propriedades de condição sanitária igual ou superior.

O certificado de propriedade monitorada para brucelose e tuberculose é atribuído exclusivamente a fazendas de gado de corte. Rebanhos Livres: Normas:

• Teste em todo o rebanho. • Animais positivos são sacrificados. • O rebanho recebe o certificado após 3 testes negativos em todos os

animais. • Último teste acompanhado pelo serviço oficial. • Renovação anual do certificado - novo teste em todo o rebanho. • Compra de animais de outro rebanho certificado ou mediante

apresentação de exame negativo. • Rebanho infectado em saneamento livre

Rebanhos Monitorados: Normas:

• Teste por amostragem no plantel de animais > de 24 meses; Primeiro teste com 99% de probabilidade de detecção de um animal +.

• Controle periódico do rebanho - novo teste por amostragem, c/ 95% de probabilidade de detecção.

• Quando é encontrado um positivo, por meio do teste, ou na inspeção, todos os animais > de 24 meses são testados, eliminando os positivos.

• Compra de fêmeas e machos reprodutores só de outro rebanho de condição sanitária igual ou superior, ou mediante apresentação de exame negativo.

Page 80: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 80

• Relatório de inspeção de todos os animais abatidos (no caso de detecção de lesão suspeita de tuberculose, material é enviado a laboratório de referência ou oficial credenciado).

Rebanhos Livres e Monitorados: Execução: Testes de tuberculose - realizados a campo pelo veterinário habilitado Testes de brucelose – (1) teste de triagem realizado pelo habilitado em instalações simples (condições mínimas exigidas); (2) teste confirmatório em laboratório credenciado - privado ou oficial; (3) teste de referência em laboratório oficial credenciado. Monitoramento/validação pelo serviço de defesa

• Último teste de rebanhos em saneamento para a condição de livre (teste que confere a certificação) será acompanhado pelo veterinário oficial.

• Testes aleatórios em rebanhos livres certificados ou monitorados e relatórios de inspeção.

Controle de Trânsito intraestadual de reprodutores e participação em eventos agropecuários: Objetivo:

Impedir a disseminação das doenças (não aumentar a incidência), principalmente por meio do comércio de animais de reprodução (machos e fêmeas) e criar pressão para adesão ao programa de certificação. Normas:

Exigência de teste ou procedência de propriedades certificadas. Prazo (a ser definido) para obrigatoriedade de adesão ao programa de

rebanhos certificados ou de rebanhos monitorados. Padronização do Diagnóstico – Brucelose Teste de rotina - acidificado tamponado (Rosa Bengala) - teste qualitativo Teste confirmatório - 2-mercaptoetanol (2 critérios de interpretação, um para vacinados outro para não vacinados) Teste de referência e para trânsito internacional - fixação do complemento ou outro(s) que o substitua(m) - boa sensibilidade, alta especificidade e facilidade de execução. Vacinação contra Brucelose:

É obrigatória a vacinação de todas as fêmeas bovina/bubalina, entre 3 e 8 meses de idade com amostra B19 .

Page 81: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 81

A vacinação de fêmeas com mais de 8 meses de idade e que não foram vacinadas, pode ser realizadas com a RB-51 e adultas não reagentes no exame de diagnóstico para brucelose em propriedades foco.

A vacinação de machos é proibida em qualquer situação. Controle do Trânsito de Reprodutoras e Normas Sanitárias para Participação em Exposições, Feiras, Leilões e outras Aglomerações de Animais:

Tem como objetivo impedir a disseminação das doenças (não aumentar a incidência), principalmente por meio do comércio de animais de reprodução (machos e fêmeas) e criar pressão para adesão ao programa de certificação.

Exigência de teste ou procedência de propriedades certificadas. Prazo (a ser definido) para obrigatoriedade de adesão ao programa de

rebanhos certificados ou de rebanhos monitorados. Habilitação e Capacitação do Médico Veterinário:

A compra de vacina só poderá ser efetuada por meio de receita emitida pelo médico veterinário cadastrado no serviço veterinário oficial de seu estado de atuação.

Para a execução de diagnóstico e participação no programa de certificação de propriedades livres ou monitoradas o MAPA habilita médicos veterinários que tenham sido aprovados em curso de treinamento em métodos de diagnóstico e controle de brucelose e da tuberculose, previamente reconhecido pelo MAPA.

Para o reconhecimento de cursos pelo MAPA é necessário: Aprovação da infra-estrutura e plano de curso. Nivelamento de instrutores por meio de seminário/workshop. Papel do Médico Veterinário Cadastrado - É o médico veterinário que atua no setor privado, cadastrado no serviço de defesa oficial estadual para executar :

Emissão de receituário para aquisição de vacinas contra a brucelose. Execução da vacinação contra a brucelose das bezerras de 3 a 8 meses

de idade. Responsabilidade técnica pela vacinação de bezerras contra a brucelose

realizada por vacinadores treinados e cadastrados. Emissão de atestados de vacinação contra brucelose.

Papel do Médico Veterinário Habilitado - O médico veterinário habilitado que atua no setor privado, aprovado em curso de Treinamento em Métodos de Diagnóstico e Controle da Brucelose e da Tuberculose, reconhecido pelo Departamento de Saúde Animal, está apto a executar:

� Testes de diagnóstico de rotina para brucelose e de rotina e confirmatórios para tuberculose em bovinos e bubalinos.

� o processo de saneamento das propriedades, visando à certificação de LIVRE ou MONITORADA para brucelose e tuberculose.

Page 82: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 82

� a marcação dos animais positivos aos testes de diagnóstico para brucelose e tuberculose com a letra “P”, de acordo com o Regulamento PNCEBT.

� providências para a correta eliminação dos animais positivos. � o Regulamento Técnico do PNCEBT e outras normas estabelecidas pelo

Departamento de Saúde Animal e pelo serviço de defesa sanitária animal do Estado.

Papel do Produtor - As medidas de caráter compulsório consistem na vacinação das bezerras de 3 a 8 meses de idade contra a brucelose.

A certificação de propriedades livres ou monitoradas para brucelose e tuberculose constitui medida de adesão voluntária.

Tanto as medidas compulsórias quanto voluntárias têm por fundamento a redução de risco da ocorrência de brucelose e tuberculose na propriedade, visando não somente a saúde dos animais, como também à saúde do produtor, de seus familiares, tratadores e trabalhadores da propriedade e consumidores, visto o caráter zoonótico. Participação do Serviço Oficial - A credibilidade das atividades propostas neste programa está diretamente associada às ações de monitoramento e fiscalização do serviço veterinário oficial.

O serviço oficial pode em qualquer momento, realizar diagnósticos por amostragem em propriedades certificadas e fazer um acompanhamento direto dos testes finais que conferem o certificado de propriedade livre.

Um ponto fundamental é a integração do serviço de inspeção de produtos de origem animal neste programa, em virtude do seu papel tanto na proteção ao consumidor como na vigilância epidemiológica. Educação Sanitária:

Todas as atividades propostas precisam ser claramente entendidas pelos pecuaristas e consumidores.

É muito importante que todas as medidas estabelecidas pelo PNCEBT sejam precedidas e acompanhadas por um trabalho de educação sanitária .

Deve-se salientar o papel importante que as autoridades regionais de saúde pública desempenham neste processo. Legislação: Instrução Normativa Nº 2, DE 10 DE JANEIRO DE 2001 Ementa: Institui o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Revoga a Portaria nº 23 de 20/01/1976

Institui o PNCEBT. Atribui ao Secretário de Defesa Agropecuária a incumbência de baixar o Regulamento Técnico do Programa e expedir as instruções necessárias à plena implementação das atividades de combate às supracitadas doenças no País.

Page 83: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 83

Instrução Normativa Nº 21, DE 16 DE MAIO DE 2001 - Ementa: Dispõe sobre a adoção do disposto no Capítulo XXI do Regulamento Técnico do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (atestado negativo para brucelose e tuberculose efetuado até 60 dias antes do início do evento e comprovação de vacina de brucelose), quando da emissão da Guia de Trânsito Animal (GTA) e revoga dispositivos da Portaria nº. 162, de 18 de outubro de 1994.

Deverá ser adotado quando da emissão da Guia de Trânsito Animal (GTA) para bovinos e bubalinos destinados à participação em exposições, feiras, leilões e outras aglomerações de animais

Instrução de Serviço Nº 21, DE 07 DE DEZEMBRO DE 2001 - Ementa: Comercialização e utilização de vacina contra a brucelose.

A vacinação de bovinos e bubalinos contra brucelose obedecerá as normas estabelecidas no Regulamento Técnico do PNCEBT, devendo ser efetuada sob responsabilidade de médico veterinário cadastrado A aquisição da vacina só será permitida mediante apresentação de receita própria O médico veterinário responsável pela vacinação deverá emitir atestado de vacinação, em modelo próprio, em três vias

Instrução de Serviço Nº 19, DE 28 DE JUNHO DE 2002 Ementa: Distribuição de antígenos e tuberculinas para diagnóstico de brucelose e de tuberculose

O controle da distribuição de antígenos de brucelose e de tuberculinas será efetuado exclusivamente pelo serviço de defesa oficial da Unidade Federativa. A aquisição desses insumos de diagnóstico será feita mediante requerimento preenchido por médico veterinário autorizado a executar diagnóstico de brucelose ou tuberculose animal, identificando seu nome e registro no Conselho de Medicina Veterinária da Unidade Federativa, assim como o número de doses a serem adquiridas, local e data de emissão (modelos de requerimento em anexo).

Portaria Nº 10, DE 07 DE MARÇO DE 2003 Ementa: Institui o Comitê Científico Consultivo sobre Brucelose (B.abortus) e Tuberculose animal (M. bovis) - CCBT.

O CCBT será composto por profissionais especializados nas diversas áreas relacionadas à saúde animal, com destaque para a medicina veterinária preventiva, epidemiologia e bioestatística, saúde pública, planejamento de programas e métodos de defesa sanitária animal, imunologia e técnicas de diagnóstico da brucelose e tuberculose animal.

Portaria Nº 73, DE 04 DE DEZEMBRO DE 2003 Ementa: Estabelecer a composição do Comitê Científico Consultivo sobre Brucelose (B. abortus) e Tuberculose animal (M. bovis) - CCBT no âmbito do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose

Page 84: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 84

Animal (PNCEBT), especificando a área de atuação de cada um dos membros constituintes.

8 participantes das seguintes instituições: Universidade Federal de Minas Gerais, Instituto Biológico, Universidade Estadual de Londrina, LARA/MG – MAPA, DDA/SDA/MAPA, Universidade de São Paulo e Universidade de Brasília

Instrução Normativa Nº 6, DE 08 DE JANEIRO DE 2004 - Ementa: Aprova o Regulamento Técnico do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal. Alterada pela Instrução Normativa nº 59 de 24/08/2004

Estabelece os objetivos (baixar a prevalência e a incidência da brucelose e da tuberculose;certificar um número elevado de estabelecimentos de criação), estratégias, ações necessárias para a execução, eficácia e credibilidade do programa

Portaria Nº 11, DE 26 DE JANEIRO DE 2004 Ementa: Excluir o Estado de Santa Catarina da obrigatoriedade de vacinação das fêmeas bovinas e bubalinas contra a brucelose.

O resultado do inquérito soro epidemiológico para brucelose bovina, realizado em 2002 pelas autoridades sanitárias do Estado de Santa Catarina, revelou prevalência muito baixa de propriedades e animais infectados por essa doença. O uso da vacina elaborada com amostra B19 possa interferir nos resultados dos testes de diagnóstico, recurso sistematicamente utilizado em áreas em processo de erradicação.

Instrução Normativa Nº 59, DE 24 DE AGOSTO DE 2004 - Ementa: Altera, de 31 de julho de 2004 para 31 de julho de 2005, o prazo previsto nos artigos. 18, §2º, 21, inciso I, 27, §2º, 28, 84, incisos I e II, e 87, incisos I-a e II-a, respectivamente nos capítulos V, VI, VII, VIII, XX e XXI, do Regulamento Técnico do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal, aprovado pela Instrução Normativa SDA nº 06, de 8 de janeiro de 2004 (Regulamento Técnico).

O teste cervical comparativo (TCC) é o teste confirmatório utilizado em animais reagentes aos testes de rotina. É também recomendado como teste de rotina para estabelecimentos de criação com ocorrência de reações inespecíficas, estabelecimentos certificados como livres e para estabelecimentos de criação de bubalinos, visando garantir boa especificidade diagnóstica.

Instrução Normativa Nº 30, DE 07 DE JUNHO DE 2006 - Ementa: Estabelecer as normas de habilitação de veterinários do setor privado, para execução de atividades previstas no Regulamento Técnico do PNCEBT, referentes à realização de testes diagnósticos de brucelose e tuberculose, encaminhamento de amostras e participação no processo de certificação de propriedades livres ou monitorados para brucelose e tuberculose bovídea.

Page 85: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 85

Revoga as Instruções Normativas nº10 de 15/01/2004 e a nº 55 de 04/08/2004

A solicitação de habilitação deverá ser feita pelo médico veterinário interessado, na Unidade Local do serviço de defesa sanitária animal. A habilitação terá validade dentro da Unidade Federativa de atuação do médico veterinário para a qual foi habilitado.

Instrução Normativa Nº 41, DE 24 DE NOVEMBRO DE 2006 Ementa: Aprova os "Critérios Específicos para o Credenciamento e Monitoramento de Laboratórios de Diagnóstico da Brucelose Bovina e Bubalina".

Tem como objetivo: Padronizar os procedimentos adotados por laboratórios de diagnóstico da brucelose bovina e bubalina; Credenciar laboratórios com sistema de garantia da qualidade implantado, em apoio às ações de defesa sanitária animal, instituídas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA.

Instrução Normativa Nº 1, DE 16 DE JANEIRO DE 2007 - Ementa: Estabelece os critérios para credenciamento, reconhecimento, extensão de escopo e monitoramento de laboratórios no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, de forma a integrarem a Rede Nacional de Laboratórios Agropecuários do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária, constantes do Anexo à presente Instrução Normativa. Vide Portarias nº 1131 de 19/11/2008 e 56 de 05/04/2007

Revoga Portarias nº 214 de 26/11/1998, 74 de 15/12/1981, 75 de 15/12/1981, 76 de 29/07/1997, 1 de 22/01/1997, 61 de 30/08/1989, 103 de 19/09/1995 e 14 de 06/02/1995 Revoga Instruções Normativas nº 39 de 27/05/2004, 58 de 24/08/2004, 43 de 20/08/2001, 33 de 17/01/2001, 32 de 19/07/2001 e a 51 de 27/06/2003. 65

Continuação da IN 1 de 16/01/2007 Instituir uma Comissão Técnica, composta por três membros titulares e três suplentes, entre os Fiscais Federais Agropecuários, indicados pelo Secretário de Defesa Agropecuária, para deliberar sobre a concessão, suspensão ou cancelamento do credenciamento ou reconhecimento de laboratórios Os critérios constantes deste anexo aplicam-se a qualquer laboratório,público ou privado, que realize análises ou ensaios para os controles oficiais ou programas do MAPA

Instrução Normativa Nº 33, DE 24 DE AGOSTO DE 2007 - Ementa: Estabelece as condições para a vacinação de fêmeas bovinas contra brucelose, utilizando vacina não indutora da formação de anticorpos aglutinantes, amostra RB51.

A vacinação de fêmeas bovinas utilizando a vacina contra brucelose não indutora da formação de anticorpos aglutinantes, amostra RB51, será recomendada nos seguintes casos:

Page 86: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 86

I - idade superior a 8 (oito) meses e que não foram vacinadas com a amostra B19 entre 3 e 8 meses de idade; II - adultas, não reagentes aos testes diagnósticos, em estabelecimentos de criação com focos de brucelose.

Page 87: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 87

Programa Nacional de Sanidade dos Suídeos – PNSS Doença de Aujeszky Etiologia:

A doença de Aujeszky e causada pelo herpesvirus suino 1 pertencente a família Herpesviridae, sub-familia Alphaherpesvirinae, gênero varicellavirus.

Contém envelope glicolipoproteico e seu material genético e o acido desoxirribonucleico (DNA) (SOBESTIANSKY et al, 1999). Epidemiologia:

A espécie suína e considerada como reservatório natural e portanto, responsável pela manutenção da doença.

Outras espécies de animais domésticos como equinos, bovinos, ovinos, caprinos, caninos, felinos e grande numero de espécies selvagens são consideradas hospedeiros finais e desta forma, exercem um papel secundário na disseminação da enfermidade (GUSTAFSON, 1978).

O vírus produz encefalite de curso agudo fatal, o que reduz a importância epidemiológica desses hospedeiros na manutenção e disseminação da enfermidade (KLUGE et al. 1999, SOBESTIANSKY et al. 1999). Transmissão:

A via de infecção mais frequente e a nasofaringeana por contato direto com animais doentes ou portadores. A via transplacentária também e importante e o vírus pode afetar o embrião ou feto em qualquer estágio de desenvolvimento.

Os leitões podem ser infectados pelo leite materno ou pela secreção das via respiratórias ( Correa & Correa ,1992).

O contagio indireto ocorre pela água, ração, restos de matadouros, caminhões de transportes ou qualquer outro material infectante como roupas, calcados, fômites, etc. (Busch, 1983). Patogenia:

A patogenia e variável, dependendo principalmente da idade do suíno, assim como da cepa do vírus, da inoculação e rota da infecção (Correa & Correa,1992).

Apos a inalação por aerossol, o vírus replica nas células das mucosas oronasais e, a seguir, nas amídalas e nos pulmões, podendo ocorrer uma fase de viremia.

Page 88: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 88

Apos a infecção primaria, o vírus migra para gânglios nervosos, via terminações nervosas periféricas, podendo estabelecer infecção latente ou invadir o Sistema Nervoso Central. Sinais Clínicos:

Em animais jovens, predominam sinais neurológicos com taxa de mortalidade próxima a 100%.

A enfermidade caracteriza-se por sinais de comprometimento neurológico e respiratório.

Em adultos ocorre febre, taxas variáveis de aborto, reabsorção fetal, dificuldade respiratória e eventualmente vômitos. Lesões:

As lesões mais comuns estão relacionadas ao sistema nervoso central, principalmente congestão das meninges.

A mucosa nasal, laringe e amídalas ficam congestas, e algumas vezes hemorrágicas (Lyra, 1983). Diagnóstico:

O diagnostico sorológico aumenta sua importância, quando os suínos adultos aparentemente sadios, possuem níveis elevados de anticorpos contra a doença.

Os órgãos de escolha para a realização do diagnostico virológico são as amídalas, cérebro, cerebelo e nervo trigêmeo. Os fragmentos devem ser resfriados e enviados ao laboratório em isopor com gelo (LYRA, 1983). Controle, Tratamento e Profilaxia:

O diagnostico sorológico aumenta de importância face as evidencias de que os suínos adultos aparentemente sadios possuem níveis elevados de anticorpos.

A prevenção pode ser feita pelo uso de vacinas na maioria dos países. No Brasil o uso e regulado por órgãos oficiais e só e permitido em situação de foco.

O método mais indicado e o sacrifício de todos os animais da granja, desinfecção rigorosa, estabelecimento de vazio sanitário e repovoamento com suínos sadios (LYRA, 1983).

Page 89: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 89

Peste Suína Clássica Histórico: 1830 - EUA - Primeira notificação da PSC. 1888 - Minas Gerais - Primeira citação da PSC no Brasil. 1946 - SP, PR - surtos graves da PSC. Programa Nacional de Controle da

PSC. 1982 - Paraná - Campanha de Combate a PSC e de erradicação da PSA.

Declaração de Vacinação contra a PSC. 1992 - Programa de Controle e Erradicação da PSC - Área I - Área II - Área III 1998 - Normas para o controle e erradicação da PSC - Vacinação e proibida no

Brasil. 2000 - Sorologia em 13 estados + Distrito Federal . Janeiro de 2001 - PR, SC,

RS, SP, MG, MT, MS, GO, TO, RJ, ES, BA, SE, DF - ZONA LIVRE DE PESTE SUÍNA CLÁSSICA

Região Norte e Nordeste - infectadas Etiologia:

A peste suína clássica (PSC) e causada por um pequeno vírus RNA envelopado (40-60nm), pertencente ao gênero Pestisvirus da família Flaviviridae.

Parcialmente resistente a um calor moderado (56oC) e sobrevive bem em ambientes frios e pode sobrevier a alguns processamentos de carne (curado e defumado).

E inativado a pH < 3,0 ou pH >11,0. Sensível ao éter, clorofórmio, β-propiolactona 0,4%, cresol, hidróxido de sódio (2%), formalina (1%). Epidemiologia:

A doença esta distribuída em grande parte da Ásia, America do Sul, America Central, partes da Europa e da África.

A densidade populacional dos suínos, bem como a presença de porcos silvestres em determinada área, são fatores importantes que influenciam a epidemiologia da PSC.

Suínos e javalis são reservatórios naturais do vírus. Transmissão:

Contato direto entre animais (secreções, excretas, sêmen, sangue). Propagação por pessoas, utensílios, veículos, roupas, instrumentos e

agulhas. Utilização de restos de alimentos, sem tratamento térmico adequado, na

alimentação dos animais. Infecção transplacentária. Fontes de vírus:

• Sangue e todos os tecidos, secreções e excreções de animais doentes e mortos.

Page 90: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 90

• Leitões infectados congenitamente têm viremia persistente e podem excretar vírus durante meses.

Patogenia:

A infecção ocorre pela via oro-nasal, sendo as tonsilas o primeiro sitio de replicação do vírus (DUNNE et al., 1959; MENGELING & PACKER, 1969; BERSANO et al., 1985; BIRONT et al., 1987).

As células-alvo para o vírus da PSC são as células endoteliais, células linfo-reticulares, os macrófagos e algumas células epiteliais específicas.

Em infecções pré-natais o vírus afeta a diferenciação dos órgãos, causando malformações.

Nas infecções pós-natais, as lesões estão relacionadas ao dano as células endoteliais e trombose, que ocasiona diatese hemorrágica. Sinais Clínicos:

� Forma aguda: Febre (41oC), anorexia, letargia. Hiperemia multifocal e lesões hemorrágicas na pele, conjuntivite. Cianose da pele, especialmente extremidades (orelhas, membros, focinho, cauda). Constipação intestinal, seguida de diarreia. Vomito. Ataxia, paresia e convulsão. Animais ficam amontoados.

Morte em 5 a 14 dias depois do inicio da doença. Mortalidade de animais jovens próxima a 100%.

� Forma crônica: Prostração, apetite irregular, febre, diarreia. Recuperação aparente, com í posterior e morte.

� Forma congênita: Tremor congênito e debilidade. Retardo no crescimento e morte. Leitões clinicamente normais, porem com viremia persistente e sem resposta imunitária.

Forma suave (fêmeas) Febre e inapetência. Morte e reabsorção fetal ou mumificação, natimortalidade. Nascimento de leitões congenitamente infectados.

Aborto (pouco frequente). Lesões:

� Forma aguda: Leucopenia e trombocitopenia, Petéquias e equimoses difundidas, principalmente na pele, gânglios linfáticos, laringe, bexiga, rins e válvula íleo-cecal. Gânglios linfáticos hemorrágicos. Encefalomielite com manguito perivascular.

� Forma crônica: Úlceras em forma de botão, próximas a válvula íleo-cecal e no intestino grosso. Depressão generalizada do tecido linfóide. Lesões hemorrágicas e inflamatórias podem estar ausentes.

� Forma congênita: Hipoplasia cerebelar, microencefalia, hipoplasia pulmonar, hidropsia e outras más-formações.

Page 91: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 91

Diagnóstico: Identificação do agente: Prova de imunofluorescência direta- IFD.

Isolamento viral em cultivo celular, com detecção do vírus por imunofluorescência ou imunoperoxidase.

Confirmação da identificação com anticorpos monoclonais. O isolamento do vírus em cultivo celular e o método mais amplamente

aceito para o diagnostico da PSC. O vírus pode ser isolado do sangue ou suspensões de baço, tonsilas, linfonodos, glândulas parótidas e rins.

Provas sorológicas: ELISA. Neutralização viral revelada por peroxidase ou por anticorpos fluorescentes.

Envio de Amostras para Diagnóstico: Amostras para identificação do agente: devem ser conservadas em refrigeração e enviadas o quanto antes ao laboratório:

• Amídalas; • Gânglios linfáticos (faríngeos e mesentéricos); • Baco; • Rins; • Íleo distal; • Sangue em EDTA (animais vivos)

Amostras para provas sorológicas: • Soro sanguíneo de animais infectados e de seus contatos. Animais

adultos e de jovens. Tratamento, Controle e Profilaxia:

Não ha tratamento possível. Os suídeos acometidos de PSC e seus contatos serão submetidos ao

sacrifício sanitário no próprio estabelecimento ou em outro local adequado. As carcaças devem ser enterradas na propriedade ou incineradas, sem

o aproveitamento da carne. Controle: Vigilância sorológica sistemática dos suínos destinados a

reprodução.

Page 92: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 92

Peste Suína Africana Etiologia:

O vírus da peste suína africana (VPSA) e um vírus DNA icosaedrico com invólucro que replica no citoplasma de células infectadas.

O VPSA pertence a família Asfarviridae, gênero Asfivirus. O vírus da PSA e muito estável nas excreções de suínos infectados, nas

carcaças de suínos, na carne suína fresca e alguns produtos a base de carne suína. Epidemiologia:

As espécies naturalmente sensíveis são os suínos domésticos. A principal via natural de infecção dos suínos e a oro nasal, por contacto

direto ou indireto com suínos infectados ou pela ingestão de alimentos contaminados pelo vírus.

A PSA pode também propagar-se por contacto indireto com materiais contaminados e por insetos picadores que transportem mecanicamente o vírus.

Também pode haver transmissão da doença por sêmen infectado. Sinais Clínicos:

Febre alta (> 40 °C) depressão, perda de apetite, respiração rápida, difícil, corrimentos nasais e oculares.

Os suínos ficam amontoados. Abortos. Alguns suínos podem ter vômitos e constipação ou diarreia

sanguinolenta. Áreas da pele congestionadas ou hemorrágicas, normalmente nas

extremidades e nas orelhas. As taxas de morbidade e de mortalidade podem atingir os 100 %. Congestão generalizada da carcaça. Fluido sanguinolento nas cavidades torácica e abdominal. Baco aumentado e escuro. Gânglios linfáticos hemorrágicos com a

aparência de coágulos, sobretudo os renais e os gastro hepáticos. Hemorragias petequiais nos rins, nas serosas abdominais, nas mucosas

gástricas, entéricas e no coração. Diagnóstico: Identificação do agente:

• O isolamento do vírus em cultivo celular e o método mais amplamente aceito para o diagnostico da PSA. O vírus pode ser isolado do sangue ou suspensões de baço, tonsilas, linfonodos, glândulas parótidas e rins

• Isolamento viral em cultivo celular, com detecção do vírus por imunofluorescência ou imunoperoxidase. Confirmação da identificação com anticorpos monoclonais.

Page 93: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 93

Provas sorológicas: • ELISA; • Neutralização viral revelada por peroxidase ou por anticorpos

fluorescentes. Envio de Amostras para Diagnósticos: Amostras para identificação do agente: devem ser conservadas em refrigeração e enviadas o quanto antes ao laboratório:

• Amídalas; • Gânglios linfáticos (faríngeos e mesentéricos); • Baco; • Rins; • Íleo distal; • Sangue em EDTA (animais vivos);

Amostras para provas sorológicas: • Amostras de soro de animais.

Tratamento, Controle e Profilaxia:

Não ha tratamento possível. Os leitões infectados devem ser sacrificados e enterrados ou incineradas

suas carcaças. Controle:

Vigilância no transito de animais (principalmente importados).

Erisipela Etiologia:

E causada pela bactéria Erysipelothrix rhusiopathiae, um bastonete Gram-positivo, anaeróbio facultativo, não móvel, não esporulado e que pode ser filamentoso (WOOD, 1999).

E destruída pelo calor em temperaturas de 60oC durante 15 minutos. Contudo, pode sobreviver em alimentos salgados, tendo sido isolado no bacon, 30 dias apos a salga do produto. Epidemiologia:

Pode afetar muitas espécies de mamíferos e aves, tanto domesticas como silvestres.

Esta bactéria também tem sido isolada de animais aquáticos (ACHA e SZYFRES, 1986).

Page 94: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 94

Nos animais domésticos, a espécie mais afetada e a suína, que desenvolve uma doença denominada Erisipela.

Em humanos, causa uma doença chamada Erisipelóide, que consiste em uma lesão eritematosa e edematosa da pele, localizada predominantemente nas mãos e dedos (ACHA e SZYFRES, 1986; RAZSI e SANCHEZ, 1994). Transmissão:

E estimado que 30 - 50% dos suínos sadios alojam o E. rhusiopathiae nas tonsilas e outros tecidos linfóides, e podem eliminar a bactéria nas fezes e secreções oro nasais, criando uma importante fonte de infecção.

As bactérias contaminam o solo, a água, a cama e os alimentos, que servem como fonte de infecção (SOBESTIANSKY et al., 1999).

A penetração do agente ocorre pela ingestão de alimentos ou água contaminados, bem como por ferimentos na pele. Sinais Clínicos e Lesões:

• Forma aguda : Ficam deitados e relutam em levantar. Os animais afetados deixam de se alimentar. Febre de ate 40 a 42,2oC. As matrizes gestantes podem abortar. Lesões avermelhadas na pele em forma de diamante, frequentemente

aparecem entre 2 a 3 dias. Animais que desenvolvem lesões severas na pele geralmente morrem. • Forma sub-aguda: Inclui muito dos mesmos sintomas acima descritos, mas com menos

severidade, as vezes ao ponto de passarem despercebidas. Sinais Clínicos e Lesões:

• Forma crônica: Pode aparecer em suínos que não tenham tido sinal prévio da doença. Suínos com Erisipelose crônica normalmente mostram sinais de artrite

devido a alterações degenerativas nas articulações. As válvulas do coração também podem ser afetadas Reprodutores afetados podem apresentar alterações no tecido

espermiogênico. Diagnósticos:

O diagnostico e confirmado com base em isolamento dos organismos a partir de tecidos de biopsias ou do sangue.

O diagnostico clinico de erisipela e fácil, quando ha lesões de pele consideradas patognomonicas (WABACHA et al., 1998).

Page 95: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 95

Podem ser utilizadas as técnicas de isolamento pelo meio de enriquecimento Triptose Fosfato (TP) (TAKAHASHI et al. 1999). Tratamento, Controle e Profilaxia:

A vacina e disponível contra a infecção em suínos, ovinos e perus. O organismo e sensível aos seguintes antibióticos:

• Ampicilina • Penicilina

E resistente a: • Aminoglicosídeos • Sulfonamidas

SALMONELOSE Etiologia:

A Salmonella e um gênero de bactéria, pertencente a família Enterobacteriaceae.

Em geral a Salmonella não causa manifestações clinicas em suínos, sendo poucos sorovares, como o Choleraesuis e o Typhimurium, os que constituem causa significativa de doença. Epidemiologia:

Os suínos foram indicados como fonte primaria de salmonelose humana. A Salmonela e uma das principais causas de doenças transmitidas por

alimentos (DTAs) e os animais de produção são considerados seu maior reservatório. Transmissão:

As fontes de infecção podem ser animais pertencentes ao próprio grupo, animais de outros grupos da mesma granja ou fatores externos como a ração, pessoal ou vetores, como roedores.

Durante o transporte, os caminhões contaminados e no abatedouro a contaminação cruzada, a partir de animais excretores, são pontos importantes de contaminação (GORTON et al.,2003). Sinais Clínicos:

A forma clinica da doença pode se manifestar como uma septicemia aguda ou como uma enterocolite aguda ou crônica.

Page 96: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 96

Suínos que sobrevivem a septicemia aguda podem desenvolver sinais clínicos devido as lesões, como pneumonia, hepatite, enterocolite e ocasionalmente, meningoencefalite (GALLAND, 2000).

Poderão permanecer como portadores e excretores intermitentes por meses (SCHWARTZ, 2000). Diagnóstico:

A prevalência de Salmonella pode ser medida por testes sorológicos e bacteriológicos.

Os testes bacteriológicos de fezes indicam apenas se a bactéria esta sendo excretada pelo suíno no momento da amostragem. Tratamento, Controle e Profilaxia:

As boas praticas de produção diminuem os riscos de contaminação cruzada durante o abate e processamento, mas o primeiro ponto critico de controle são os próprios suínos.

PNSS Atribuições:

Controlar e avaliar a execução da vigilância, profilaxia, controle e erradicação das principais doenças que afetam o plantel nacional de suídeos.

Realizar fiscalizações e supervisões técnicas nos estabelecimentos de produção e reprodução de suídeos e nos serviços oficiais de defesa sanitária animal dos estados.

Elaborar e propor a atualização da legislação. Propor e acompanhar estudos epidemiológicos com vistas a criação e

manutenção de zonas livres de enfermidades. Garantir a saúde dos suídeos em toda a cadeia produtiva e o controle

higiênico e sanitário dos planteis. Propor a realização de eventos de capacitação técnica.

Estratégias:

O Programa concentra seus esforços nas “doenças de lista” da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Todo cidadão que suspeite da ocorrência de uma dessas doenças no território nacional e obrigado a comunicar imediatamente o fato ao serviço veterinário oficial.

Atualmente, as principais atividades do PNSS estão voltadas para o reconhecimento, manutenção e ampliação de zonas livres de doenças e na certificação e monitoramento de granjas de reprodutores suídeos

Page 97: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 97

(GRSC). O Brasil conta hoje com uma área livre de PSC formada pelos Estados

do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, do Paraná, de São Paulo, de Minas Gerais, do Mato Grosso do Sul, do Mato Grosso, de Goiás, de Tocantins, do Rio de Janeiro, do Espírito Santo, da Bahia, de Sergipe, de Rondônia e do Distrito Federal. Doenças Sobre Controle:

� Doenças de notificação obrigatória: • Peste suína clássica; • Doença de Aujeszky; • Brucelose; • Tuberculose; • Sarna; • Leptospirose; • Febre aftosa; • Raiva; • Cisticercose; • Hidatidose

� Doenças exóticas:

• Peste suína africana (PSA); • Encefalite por vírus de Nipah; • Síndrome reprodutiva e respiratória suína (PRRS); • Doença vesicular dos suínos (DVS); • Gastroenterite transmissível (TGE); • Encefalite japonesa; • Triquinelose; • Encefalomielite por enterovirus (Doença de Teschen); • Coronavirus respiratório; • Diarreia epidêmica (causada por um coronavirus denominado PEDV,

do inglês, “porcine epidemic diarrhea virus”); • Encefalite hemaglutinante (causada por um coronavirus denominado

HEV, do inglês, “hemagglutinating encephalomyelitis virus”), GRSC:

Para certificação de uma granja e necessário que esta atenda as condições estabelecidas na legislação: biossegurança e a sanidade dos rebanhos.

São necessários dois exames negativos para as seguintes doenças: PSC, DA, Brucelose, Tuberculose, Leptospirose e Sarna, com intervalo de 2 a 3 meses.

O monitoramento para essas doenças deve ser feito semestralmente, com exceção da sarna em que os exames são realizados a cada 3 meses.

Page 98: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 98

As granjas já certificadas que não cumprirem integralmente as condições acima mencionadas perderão a condição de GRSC. Certificações Opcionais:

� Rinite Atrófica Progressiva (RAP). � Pneumonia Enzoótica/Pneumonia Micoplasmica (PM). � Pleuropneumonia Suína (PPS) � Disenteria Suína (DS)

As GRSC, em relação as doenças de certificação mencionadas acima, serão classificadas em quatro níveis:

Nível 1: livre das quatro doenças opcionais; Nível 2: livre de pelo menos duas doenças opcionais; Nível 3: livre de uma doença opcional; Nível 4: sem doença opcional certificada.

Situação Sanitária Brasileira:

A peste suína africana foi erradicada em todo território Nacional e a declaração de pais livre de PSA foi feita em 1984, por meio do Ato Administrativo da Secretaria de Defesa Sanitária Animal.

A região formada pelos Estados do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, do Paraná, de São Paulo, de Minas Gerais, do Mato Grosso do Sul, do Mato Grosso, de Goiás, de Tocantins, do Rio de Janeiro, do Espírito Santo, da Bahia, de Sergipe, de Rondônia e do Distrito Federal como zona livre de peste suína clássica (27/2/2009). Painel do Médico Veterinário: Privado:

Todo medico veterinário que tenha conhecimento de suspeita da ocorrência de PSC, D.A. ou qualquer doença exótica fica obrigado, de acordo com a legislação vigente, a comunicar o fato, imediatamente, a unidade do serviço veterinário oficial mais próxima. Habilitado:

A emissão da GTA fica condicionada a assistência veterinária aos rebanhos de onde se originam os\ animais, aos registros do estabelecimento de procedência e ao cumprimento das exigências de ordem sanitária.

Os profissionais habilitados ficam obrigados a atender as convocações da SFA ou do órgão executor e a prestar as informações obrigatórias ou solicitadas por estas, nos prazos estipulados.

Page 99: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 99

Papel do Produtor: � Cadastrar-se no órgão executor e mantê-lo informado de qualquer

alteração cadastral. � Criar e manter seus animais em condições adequadas de nutrição,

saúde, manejo e de profilaxia de doenças. � Comunicar imediatamente ao serviço oficial de defesa animal, qualquer

suspeita de enfermidades dos suídeos. � Facilitar todas as atividades relacionadas a Legislação Sanitária. � Não alimentar suídeos com restos que contenham proteínas de origem

animal salvo quando submetido a tratamento térmico que assegure a inativação do vírus da PSC.

Legislação PNSS: Instrução de Serviço Nº 2, DE 17 DE ABRIL DE 1984. Ementa: Medidas de controle da Doença de Aujeszky - D. A. em Suínos

A vacinação será autorizada pelo Ministério da Agricultura apos a notificação da doença pelos produtores, e confirmação do diagnostico clinico ou laboratorial pelo medico veterinário oficial.

Ato Administrativo da Secretaria Nacional de Defesa Agropecuária, de 5 de dezembro de 1984. Ementa: Declara a Republica Federativa do Brasil, pais livre de peste suína africana. Oficio Circular 9, de 12 de junho de 2002. Ementa: Orienta procedimentos a serem adotados em estabelecimentos de abate, frente a suspeita de peste suína clássica (PSC), pelo Serviço de Inspeção Federal – SIF. Instrução de Serviço Nº 2, DE 24 DE JANEIRO DE 2002 - Ementa: Disciplina as medidas para atuação em foco de Peste Suína Clássica nos Estados de AL, PE, PB, RN, CE, MA e PI. No caso de suspeita de ocorrência 1. Interditar a propriedade, com a proibição de entrada e saída de suínos e produtos de origem suína 2. Coletar material para diagnostico laboratorial e enviar ao LAPA/Recife, juntamente com o respectivo FORM-IN No caso de resultado laboratorial positivo 1. Realizar o sacrifício dos animais doentes 2. Efetuar a vacinação de todos os suínos da propriedade 3. Manter a propriedade interditada ate a erradicação do foco

Page 100: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 100

Instrução Normativa Nº 19, DE 19 DE FEVEREIRO DE 2002. Ementa: Aprova as Normas a serem cumpridas para a Certificação de Granjas de Reprodutores Suídeos. Revoga a instrução normativa nº12 de 23/06/1999 Toda granja de suídeos certificada devera ser livre de peste suína clássica, doença de Aujeszky, Brucelose, Tuberculose, Sarna e livre ou controlada para Leptospirose. Para manutenção da certificação, estes exames deverão ser repetidos, uma única vez, a cada 6 meses, com todos os resultados negativos Instrução de Serviço Nº 5, DE 19 DE MARÇO DE 2002. Ementa: Implanta o Certificado Padronizado para Granjas de Suídeos Certificadas - GRSC.

Implantar o "CERTIFICADO PADRONIZADO PARA GRANJAS DE SUIDEOS CERTIFICADAS - GRSC“ conforme as NORMAS PARA CERTIFICACAO DE GRANJAS DE REPRODUTORES SUIDEOS

Instrução Normativa Nº 31, DE 10 DE MAIO DE 2002. Ementa: Os suínos importados deverão vir acompanhados de Certificado Zoossanitário, atestando as garantias requeridas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil O país exportador deverá submeter o modelo de certificado a aprovação previa pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

� O Certificado Zoossanitário que acompanha os animais, por ocasião da importação, devera estar assinado por medico veterinário oficial

� O Certificado Zoossanitário devera estar visado pelo consulado brasileiro, exceto quando houver dispensa desta exigência, expressa em acordo bilateral, estabelecido mediante decreto presidencial.

Instrução de Serviço Nº 4, DE 28 DE JANEIRO DE 2003. Ementa: Definição dos formulários, fluxo de informações, testes laboratoriais e outros aspectos, a serem empregados para ingresso no Estado de Santa Catarina de ovinos, caprinos e suínos.

Os animais não podem ser vacinados contra a febre aftosa. Devem ser nascidos e criados em estabelecimento localizado em Unidade da Federação que constitui parte da zona livre de febre aftosa com vacinação. Deverão mantidos isolados nos 30 (trinta) dias anteriores ao embarque, em local oficialmente aprovado e sob supervisão veterinária oficial, não manifestando nenhum sinal clinico de doença transmissível

Instrução normativa nº 6, de 09 de março de 2004. Ementa: aprova as normas para a erradicação da Peste Suína Clássica (PSC) a serem observadas em todo o Território Nacional, na forma do anexo a presente Instrução Normativa. Vide portaria nº142 de 27/08/1998 Revoga a PTR ministerial nº 201 de 15/05/1998

Page 101: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 101

As atividades de erradicação da PSC serão mantidas na zona livre e ampliadas, com propósito final de erradicação da doença no Território Nacional. Os suídeos acometidos de PSC e seus contatos serão submetidos ao sacrifício sanitário no próprio estabelecimento ou em outro local adequado, a critério do serviço veterinário oficial, no prazo Maximo de vinte e quatro horas, contado a partir do recebimento da ordem de matança emitida pela autoridade competente

Instrução Normativa Nº 27, DE 20 DE ABRIL DE 2004. Ementa: Aprova o Plano de Contingência para Peste Suína Clássica, a ser observado em todo o Território Nacional, na forma do anexo a presente Instrução Normativa

Plano de Contingência: conjunto de procedimentos e decisões emergenciais a serem tomados no caso de ocorrência inesperada de um foco, com o objetivo de controlar e erradicar o agente da PSC o mais rápido possível, reduzindo ao máximo as perdas produtivas e econômicas decorrentes. No caso do uso emergencial de vacina contra PSC em zona livre ou em parte do território de uma zona livre, esta perdera a condição de livre. Somente poderão ser utilizadas vacinas contra a PSC registrada no MAPA, produzidas sob o controle do serviço veterinário oficial.

Instrução Normativa Nº 47, DE 18 DE JUNHO DE 2004. Ementa: Aprova o Regulamento Técnico de Programa Nacional de Sanidade Suídea - PNSS, na forma do anexo a esta Instrução Normativa

O presente Regulamento Técnico aplica-se ao controle sanitário a ser realizado nos estabelecimentos de criação de suídeos que desenvolvam atividades relacionadas com a produção, reprodução, comercialização, distribuição de suídeos e material de multiplicação de origem suídea, bem como impedir a introdução de doenças exóticas e controlar ou erradicar aquelas existentes no país.

Portaria 320, de 20 de dezembro de 2006. Ementa: Institui o Comitê Nacional Técnico Consultivo do Programa Nacional de Sanidade dos Suídeos. Portaria 57, de 30 de março de 2006. Ementa: Designa os membros do Comitê Nacional Técnico Consultivo do Programa Nacional de Sanidade dos Suídeos. Instrução Normativa 6, de 22 de fevereiro de 2010. Ementa: Declara os Estados que compõem a zona livre de peste suína clássica e aprova as normas para o ingresso de suídeos, de seus produtos e subprodutos e de material de risco biológico na zona livre de PSC.

Page 102: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 102

Programa Nacional de Sanidade Avícola – PNSA Newcastle

A primeira descrição da doença de Newcastle, no Brasil, data de 1953, quando Cunha e Silva realizaram o isolamento da amostra M33 do VDN, na cidade de Macapá, associando o surto da doença à importação de carcaças de frangos congelados, provenientes dos Estados Unidos (CUNHA & SILVA,1955).

A partir desta data, a doença foi observada em todo o território nacional, ocasionando graves perdas econômicas para os avicultores brasileiros (HASTENREITER, 1976; ITO et al., 1986).

O Brasil, como um dos maiores exportadores mundiais de carne de frango, necessita de um rigoroso controle da circulação do VDN no território nacional, que possibilita a aceitação do nosso produto avícola nos mercados internacionais . Etiologia:

O agente viral pertence à Família Paramyxoviridae, Gênero Avulavirus. São RNA vírus envelopados, fita simples, que possuem genoma não

segmentados de polaridade negativa. Segundo definição da OIE o agente da doença de Newcastle Velogênica

é classificado como sendo: “Qualquer estirpe aviária do paramixovirus tipo I, com Índice de Patogenicidade Intracerebral em pintos de 01 (um) dia (IPIC) superior a 0,7.” Resistência do Vírus:

O vírus possui um envelope formado de membrana celular modificado importante característica do Paramyxovirus aviário.

O vírus é inativado a temperatura ambiente com os seguintes compostos químicos: álcool etílico 70%, fenol 3%, tintura de iodo 1%, lisol 1%, soda cáustica 2%, acetona 50% e permanganato de potássio diluído 1:5000.

Em penugem de pintos conservados a 37°C o vírus permanece viável por até 87 dias, e na superfície de ovos por até 126 dias. Epidemiologia: Existem 5 patótipos com base nos sinais clínicos:

� Velogênico viscerotrópico – altamente patogênica, alta mortalidade, lesões frequentes intestinais e respiratórias hemorrágicas.

� Velogênico neurotrópico – alta mortalidade, apresenta sinais nervosos e respiratórios.

� Mesogênico – apresenta sinais respiratórios mais brandos, ocasionalmente sinais nervosos, baixa mortalidade.

Page 103: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 103

� Lentogênica ou vacinal – apresenta infecções respiratórias brandas ou subclínicas.

� Entérica assintomática – consiste de infecção entérica subclínica. O vírus da doença de Newcastle infecta diferentes espécies de aves

domésticas tais como galinhas e perus,aves silvestres e ornamentais, mas os sintomas e gravidade da doença podem variar entre espécies.

Além das aves, pode infectar répteis e mamíferos. Transmissão:

Dá-se por meio do contato com produtos contaminados, aerossóis de aves infectadas, fezes, ingestão direta ou indireta do vírus.

As aves que apresentam sinais respiratórios excretam o vírus por aerossóis que podem ser inalados por aves susceptíveis.

Pequenos roedores, artrópodes e insetos podem também transmitir mecanicamente o vírus, bem como fômites contaminados.

Subprodutos de aves infectadas, utilizados em ração têm sido um grandes difusor do vírus. Sinais Clínicos:

A doença pode cursar sem sinais clínicos nas infecções por cepas altamente virulentas produzindo alta mortalidade, repentinamente.

Nas viroses com patótipos altamente virulentos, o quadro se caracteriza por sintomas respiratórios onde se sobressaem respiração acelerada, prostração e morte.

Podem aparecer edema ocular e de cabeça, diarréia esverdeada, tremores musculares, torcicolo, paralisia das pernas e asas e opistótomo. Achados de Necropsia:

Podem causar predominantemente lesões hemorrágicas no trato gastrointestinal, particularmente no pro ventrículo e intestino delgado.

As lesões variam desde inflamações difteróides até necroses e úlceras. As hemorragias podem estar presentes em tecido subcutâneo,

músculos, laringe, membranas serosas, traquéia, pulmões, sacos aéreos, coração e ovários.

A infecção pode causar conjuntivite, sinusite e traqueíte infecciosa. Diagnóstico: Provas sorológicas:

� Inibição da Hemaglutinação (HI) e ELISA (provas de triagem) � Isolamento através do Índice de Patogenicidade � Intracerebral (IPIC) e Índice de Patogenicidade � Intravenoso (IPIV) prova conclusiva.

Page 104: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 104

� São utilizados ovos embrionados SPF (livres de patógenos específicos) com 9-11 dias de incubação, os quais serão inoculados na cavidade alantóide.

Tratamento, Controle e Profilaxia: Pode ser controlada por meio do sacrifício das aves infectadas. O monitoramento e a notificação nacional e internacional são

fundamentais para a eficácia das medidas adotadas. O uso de vacinas auxilia no controle. A adoção de medidas de biossegurança das granjas, prevenindo assim

o aparecimento também de outras doenças avícolas

Influenza Aviária Etiologia:

A influenza aviária é causada pelo vírus da família Orthomyxoviridae, incluindo quatro gêneros, sendo eles o vírus da influenza A, B, C e, recentemente proposto pelo Comitê Internacional de Viroses Taxonômicas, o Thogotovirus.

São vírus RNA, envelopados, com filamentos-negativos que podem ser distintos da base de diferentes antígenos em nucleocapsídeos (N) e proteínas de matriz (M) (PROENÇA-MÓDENA et al., 2007).

Os envelopes contêm projeções rígidas (spikes) de hemaglutinina (H) e neuroaminidase (N), que formam um halo ao redor das partículas em coloração negativa e observada por microscopia eletrônica (MARTINS, 2001).

O vírus não resiste no ambiente quando a temperatura é elevada, porém temperaturas mais baixas e matéria orgânica como fezes e secreções nasais e oculares podem dar uma maior proteção ao vírus.

Page 105: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 105

O agente é sensível a solventes orgânicos, detergente e desinfetantes como iodados, amônia quaternária, hipoclorito de sódio, formol, Ph ácido e temperaturas elevadas inativam o vírus. Epidemiologia:

O vírus da Influenza Aviária pode infectar enorme diversidade de espécies das classes de aves e mamíferos.

São tidas como reservatórios naturais as aves aquáticas, aves habitantes das praias e gaivotas (Suarez, 2000).

A patogenicidade do vírus da Influenza Aviaria é bastante variável entre os subtipos e dentro do mesmo subtipo.

Os subtipos H5 e H7 estão relacionados a surtos de alta patogenicidade em galinhas, perus e patos.

O contato das aves domésticas com as aves silvestres é determinante para a ocorrência de surtos de influenza na avicultura comercial ou produção doméstica de aves, visto que são aves resistentes ao vírus da influenza aviária (BRENTANO et al., 2006).

Muitos surtos de Influenza Aviária iniciaram com infecção por vírus de baixa patogenicidade e por passagens sucessivas em aves tornam-se de alta patogenicidade (Back,A. 2002). Etiologia da Influenza Aviária:

Page 106: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 106

Transmissão: A principal via de transmissão do vírus é a horizontal por meio de

secreções respiratórias e digestivas. A disseminação é por contato direto, aerossóis, equipamentos, cama,

água, alimento e aves mortas. A exposição direta a aves infectadas ou suas fezes (ou à terra

contaminada com fezes) pode resultar na infecção humana (ANVS, MS e OIE, 2007).

A água é um meio preocupante, pois é possível o isolamento do agente em lagos freqüentados por aves migratórias.

O período crítico de difusão do vírus é na primeira semana após o início dos sinais clínicos.

Em lotes este período pode se estender a 14 dias após a infecção através das secreções respiratórias e fezes. Sinais Clínicos:

Os sinais respiratórios são os mais comuns. Um dos fatores mais importantes é o grau de patogenicidade do vírus envolvido e o local de ação no organismo da ave.

Os vírus de baixa patogenicidade podem infectar aves sem manifestar sinais clínicos ou, produzir espirros, tosse, seios nasais inflamados, depressão e diarréia.

Em aves em produção contaminadas com o vírus de baixa patogenicidade podem ser observadas diminuição da postura, aumento de ovo deformados, de casca fina e sem pigmentação.

Para cepas de alta patogenicidade, os sintomas da doença são: depressão, redução de apetite, interrupção de postura, ovos deformados e sem casca, inchaço e coloração azulada da barbela e cristas, tosse, espirros e diarréias (CASTRO, 2007). Achados de Necropsia:

Vários graus de congestão, hemorragias, transudatos e lesões necróticas têm sido descritos

Nas infecções virais de alta patogenicidade as lesões são mais extensas e severas

Exsudato fibroso pode ser encontrado nos sacos aéreos, oviduto e saco pericárdio, ou no peritônio Diagnóstico: Material para diagnóstico:

� Aves mortas: pulmão, traquéia, intestino, cérebro, fígado, sangue; � Aves vivas: soro sanguíneo, swabs de traquéia e cloaca.

Page 107: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 107

Para a confirmação do diagnóstico de influenza é necessário realizar o isolamento do vírus assim como a caracterização do subtipo do vírus e a determinação do seu grau de patogenicidade.

O isolamento é realizado em ovos embrionados com 9 a 11 dias de idade. É feita a prova de hemaglutinação para determinar a característica hemaglutinante do vírus e a imunodifusão em Agar-gel (IDGA).

O isolamento e a identificação viral devem seguir as normas previstas pela O.I.E., por centros internacionais de referência para influenza e no Brasil pelo PNSA.

Testes moleculares como RT-PCR (Transcrição Reversa e Reação de Polimerase em Cadeia) e RT-PCR em tempo real (“Realtime RT-PCR) vêm sendo utilizados no diagnóstico de influenza aviária (BRENTANO et al, 2005).

O laboratório de referência para a identificação de AIV no Brasil é o LARA (Laboratório de Referência Animal) em Campinas, São Paulo (MARTINS, 2001). Tratamento, Controle e Profilaxia:

O uso de vacina é PROIBIDO no Brasil. O MAPA elaborou um plano de contingência, em conjunto com outros

setores dos governos federal, estadual e municipal e com a participação efetiva da iniciativa privada.

Nesse plano estão previstos treinamento de veterinários dos serviços oficiais, procedimentos emergenciais a serem adotados nos locais com focos registrados e recomendações para todos os tipos de produção avícola.

A colocação de tela de proteção em todas as instalações que possuam aves, para evitar o contato com aves migratórias, entre outras importantes ações para minimizar ou impedir o contato com aves silvestres (LOURENÇO, 2006).

Salmonelose As salmoneloses aviárias compreendem um grande grupo de doenças

causadas por bactérias do gênero Salmonella pertencentes à família Enterobacteriaceae.

A salmonelose é uma infecção causada por sorovares específicos e inespecíficos do gênero Salmonella que determinam enterite e septicemia esporádica em plantéis avícolas (JONES & HUNT, 1985.)

As ocorrências de toxinfecções alimentares em seres humanos, principalmente devido a Salmonella enteritidis, fizeram as salmoneloses aviárias serem reconhecidas como o maior problema da indústria avícola mundial (Humphrey,1994; Poppe, 2000).

Page 108: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 108

Etiologia: De maneira geral podemos descrever os microrganismos do gênero

Salmonella como: • Bacilos curtos ou longos; • Gram negativos; • Não esporulados; • Móveis ou imóveis; • Produzem colônias arredondadas e lisas; • Aeróbios e anaeróbios facultativos; • Crescem em temperatura de 5 a 45°C; • Crescem em pH 4 a 9; • São sensíveis a calor; • São sensíveis a maioria dos desinfetantes como formol, ácido

peracético, glutaraldeído, amônia quaternária. Epidemiologia:

Ao agruparmos os diferentes sorotipos quanto a sua interação com aves domésticas, teremos a seguinte situação:

a) Salmonelas que acometem somente as aves domésticas: Ex. Salmonella pullorum e Salmonella gallinarum.

b) Salmonelas que não produzem a doença clínica nas galinhas, mas podem causar toxinfecção alimentar no homem: Ex. Salmonella Agona, Salmonella Infantis, Salmonella Heildeberg.

c) Salmonelas que podem ocasionar enfermidades em aves, no homem e em outros animais: Ex. Salmonella enteritidis e Salmonella typhimurium.

Pulorose Etiologia:

O termo pulorose é utilizado para designar as infecções causadas pela Salmonella pullorum (sp) e pode ser descrita como uma doença aguda que acomete principalmente aves jovens provocando alta mortalidade.

Nos anos 30, a pulorose também foi encontrada em perus que entraram em contato com galinhas infectadas causando grandes perdas econômicas.

A Salmonella Pullorum é um bacilo imóvel - não possui flagelos. Cresce melhor em pH entre 7,0 e 7,2 Sobrevive cerca de 11 semanas em camas novas e 3 semanas em

camas antigas. O agente etiológico é a Salmonella pullorum, descrito por Ruttger, em

1890, como “Septicemia Fatal dos Pintinhos” sendo posteriormente, denominada de diarréia branca e, atualmente pulorose. As aves adultas disseminam a bactéria para a progênie pela via vertical ou transovariana.

Page 109: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 109

Epidemiologia e Transmissão: Vários mamíferos incluindo o homem podem infectar-se natural ou

experimentalmente, assim como também o chimpanzé; coelho; cobaia; chinchila; suíno; bovino; raposa; cães; gatos e roedores (PINHEIRO, 1994; NASCIMENTO, 1996).

A sua distribuição é mundial. A forma de transmissão mais importante é a vertical ou transovariana

pela casca do ovo, e contaminação extra genital, de menor expressão epidemiológica.

A transmissão ocorre ainda, pelas fezes, canibalismo de aves infectadas, por procedimentos com a debicagem, ou por ingestão de ovos contaminados.(PINHEIRO, 1994; NASCIMENTO, 1996 ). Sinais Clínicos e Mobimortalidade:

Clinicamente os pintinhos e frangas, oriundos de ovos infectados, logo após o nascimento, apresentam sonolência, fraqueza, anorexia e podem morrer repentinamente.

A dificuldade respiratória, tosses freqüentes ocorrem em função das extensas lesões pulmonares. Ao redor da cloaca, observa-se acúmulo de fezes com coloração esbranquiçada, às vezes marrom esverdeada (SILVA,1994; NASCIMENTO, 1994 ).

A morbilidade e mortalidade são altamente variáveis, tanto em galinhas como em perus e dependem da idade do lote, susceptibilidade da linhagem, nutrição, manejo e características da exposição. Diagnóstico e Controle:

O diagnóstico definitivo requer o isolamento bacteriano e identificação bioquímica da Salmonella pullorum.

Como monitoramento a campo, pode-se utilizar as técnicas de aglutinação rápida em placa (SAR) ou hemaglutinação, com sangue total, ou provas de soroaglutinação (no laboratório, aglutinação lenta em tubos ou microaglutinação).

Tratamento não é recomendado, sob qualquer circunstância, para reprodutoras, devendo-se identificar os lotes positivos e determinar a sua imediata eliminação, conforme legislação sanitária vigente. Tifo Aviário Etiologia e Epidemiologia:

O Tifo Aviário (TA) é uma doença septicêmica das aves domésticas, o curso da doença dependente da virulência da amostra de Salmonella gallinarum.

Page 110: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 110

A doença ocorre em aves adultas, próximo ao pico de postura e raramente em aves jovens e pintainhos. A sua ocorrência é mundial, mas encontra-se erradicada ou sob estrito controle na maioria dos países com avicultura comercial desenvolvidas. (SILVA, 1994; CERUTTI, 1996 ). Transmissão:

As aves portadoras e reagentes são os mais importantes agentes disseminadores e perpetuadores da infecção, sendo comum o contágio por contato entre aves infectadas e susceptíveis, por coabitação.

A transmissão via ovo é possível, e há relatos de que, 50% das aves reagentes poderiam pôr ovos infectados, sendo que, apenas 32 % de seus swabs seriam positivos (NASCIMENTO, 1994; FERREIRA, 1994; CERUTTI, 1996).

Outros meios de transmissão são por meio de ratos, tratadores, pessoal que fabrica a ração, compradores de aves e visitantes, pelo contato com fômites e disseminação entre granjas,caminhões, cestos, caixotes e sacos de ração podem estar contaminados(CERUTTI, 1996). Sinais Clínicos e Morbimortalidade:

Os pintainhos nascidos de ovos infectados podem nascer moribundos e mesmo mortos após a eclosão dos ovos; outros se mostram sonolentos, fracos, têm inapetência, pouco crescimento e desenvolvimento, e cloaca com matéria fecal aderida e de coloração esbranquiçada.

Em aves adultas, há uma queda repentina de consumo, aves tristes e apáticas, cristas pálidas e encolhidas, com diarréia amarelo – esverdeada.

A morbidade e mortalidade são variáveis, podendo a mortalidade atingir até 50% do lote ou mais. Diagnóstico e Controle:

Sorologia e procedimentos sanitários para esta doença, não diferem do proposto para a pulorose, SAR (teste de aglutinação rápida em placa com sangue total).

As aves reagentes devem ser necropsiadas e seus órgãos cultivados, visando o isolamento do agente. (Instrução Normativa N.0 22/95 - MAA ANEXO II).

O destino das aves mortas é medida fundamental, seguindo-se da eliminação das aves portadoras por meio de incineração.

Page 111: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 111

Salmonelas Paratificas Etiologia:

As infecções causadas por Salmonella enteritidis (SE) e Salmonella typhimurium, são denominadas de infecções paratifóides. São doenças agudas ou crônicas das aves de mamíferos incluindo o homem (GELLI, 1995).

As Salmonella typhimurium e Salmonella enteritidis, são bacilos Gram negativos, anaeróbios facultativos, sorológicamente relacionados, não esporogênicas, não encapsuladas,móveis com flagelos peritríquios. Epidemiologia:

Afeta principalmente as aves jovens com até duas semanas de idade, tornando-se em geral, portadoras intestinais assintomáticas, por longo período. Não foi constatado seletividade na sua patogenicidade por linhagens ou raças específicas (SILVA, 1994).

Os gansos e patos jovens são bastante susceptíveis, e os surtos tornam-se freqüentemente epizoóticos.

Os roedores são óbvios portadores de Salmonella typhimurium e Salmonella enteritidis, além de insetos, ácaros, lagartos que também são veículos de transmissão entre os galpões perpetuando a infecção. Transmissão:

As infecções paratifóides das aves são resultantes da simples contaminação oral e pela penetração da bactéria através da casca do ovo.

A superfície externa da casca do ovo pode contaminar-se durante a postura e a penetração da bactéria através da casca, é favorecida pela umidade, temperatura, tempo de exposição e qualidade da casca (PADRONC, 1990; WILLIANS & DILLARD , 1968;WILLIANS et al 1968 )

A Salmonella typhimurium é capaz de penetrar por todas as estruturas externas da casca em seis minutos após a postura em temperatura de 37.20C, e quando ocorre o seu resfriamento natural há facilitação física à sua penetração. Sinais Clínicos e Mortalidade:

Nos surtos agudos as mortes iniciam-se no incubatório nos primeiros dias de idade.

A doença em aves com mais de quatro semanas, raramente causa mortalidade, resultando em altos índices percentuais de aves portadoras/excretoras assintomáticas.

Entre o sexto e décimo dia a mortalidade pode atingir 80% e por vezes, na ausência de sinais clínicos, é alto o número de ovos bicados e não bicados contendo embriões mortos.

Page 112: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 112

Diagnóstico e Controle:

O diagnóstico definitivo deve ser feito por meio do isolamento e identificação do agente.

O controle e a prevenção da salmonelose pode ser realizado de diferentes maneiras e etapas (SILVA, 1994; FERREIRA, 1994; CERUTTI, 1996).

Micoplasmose

Os Mycoplasmas são os menores organismos de vida livre, não possuem membrana celular rígida, sensível à penicilina (VERONESI, 1982).

Eles são agentes causadores de doenças em várias espécies animais, inclusive nas aves, onde causam várias infecções, como a doença respiratória crônica da galinha ou sinovite infecciosa da galinha e perus.

As patologias das aves causadas pelo Mycoplasma são responsáveis por consideráveis perdas econômicas em todo o mundo. Em geral, é calculado que causa uma diminuição na produção de 10 a 20%. (BEER, 1999 ). Etiologia: Há 19 distintos tipos antigênicos de micoplasmas de origem aviária. Somente três são patogênicas, a saber:

1. M. gallisepticum (MG)- esta espécie de micoplasma é caracterizada por ter propriedades hemoaglutinantes sobre o eritrócitos de galinha.

2. M. synoviae (MS)- causa a sinovite infecciosa em galinhas e perus (RESENDE et al, 1968).

3. M. meleagridis (MM)- Associada com a aerossaculite de perus jovens. Epidemiologia:

Micoplasmas são hospedeiro-específicos, ou em alguns casos infectam diferentes espécies com estreito relacionamento filogenético, como galinhas, perus e algumas outras espécies de aves domésticas.

Os reservatórios naturais do M. gallisepticum e M. synoviae são as membranas mucosas do trato respiratório superior e genital (com menor freqüência) das galinhas e perus.

Os habitats naturais do M. meleagridis são as membranas mucosas do trato genital (cloaca e ovidutos) e respiratório dos perus. Transmissão:

O M. gallisepticum é transmitido por contato direto com animais infectados e através do ovo.

Page 113: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 113

O contágio de um animal a outro é verificado pelas secreções ou excreções contaminadas, em forma de aerossol ou pelas galinhas de postura através do ovo (BEER, 1999).

A infecção pode ser transmitida pelo homem, por outras aves, camundongos, gatos, cães e outras espécies de animais, assim como por veículos inanimados (BEER, 1999).

O M. synoviae é transmitido através do ovo por contato direto e por insetos hematófagos. Os animais doentes devem ser considerados eliminadores da bactéria durante muito tempo (BEER, 1999). Patogenia:

A bactéria presente no ovo infecta o embrião, se desenvolve no pintainho, causando a doença somente no frango, na 10ª semana de vida.

A infecção pode permanecer latente durante muito tempo, até que fatores adjuvantes ou estressantes venham a agir. (CORRÊA, 1975).

O epitélio das vias aéreas é mais susceptível à infecção, porém na doença aguda, a infecção é observada em muitos tecidos. Sinais Clínicos:

A doença manifesta-se por espirros, corrimento nasal (secreções costumam ser serosas, a seguir fibrinosas e por último, purulentas), acompanhado de estertores respiratórios, tosse e inapetência.

São observados diminuição da postura e fluxo nasal fétido e caseoso nas cavidades nasais e nos sacos aéreos (freqüentemente em animais jovens).

Como consequência de uma semi-asfixia respiratória ocorre o emagrecimento da ave. Diagnóstico:

Os materiais usualmente coletados incluem swabs de orofaringe, escarro, lavados traqueobrônquicos, líquido sinovial e swabs uretrais (VERONESI, 1982; EICHWALD et al).

Teste sorológico de referência é o da Fixação de Complemento, utilizando-se como antígeno uma suspensão de mycoplasma (VERONESI, 1982).

Na identificação indireta dos agentes causais existe importância prática os seguintes métodos de aglutinação: soroaglutinação lenta; soroaglutinação rápida, hemoaglutinação rápida em sangue fresco (EICHWALD et al). Tratamento, Controle e Profilaxia:

O tratamento foi eficaz a diversos antibióticos, que podem ser administrados por via oral ou por via parenteral, o mais adequado é a tilosina.

Podem ser administrados preparos de cloranfenicol e oxitetraciclina.

Page 114: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 114

Já no caso de patologias decorrentes da ação do M. synoviae, é eleito a clortetraciclina. A tilosina, cloranfenicol e estreptomicina apresentaram-se menos ativos.

Melhorando o manejo e alimentação e protegendo os animais dos agentes nocivos, pode ser prevenida, eficazmente, a apresentação clínica da doença.

PNSA Objetivo e Estratégia:

Disponibilizar produtos avícolas no mercado interno e externo com qualidade e sanitariamente controlados.

A estratégia se baseia na vigilância epidemiológica e sanitária das principais doenças aviárias destacando-se as doenças de notificação a OIE, em todos as unidades da Federação.

A profilaxia, o controle e a erradicação dessas doenças consistem na aplicação das medidas de defesa sanitária animal .

Atenção à toda comunicação de suspeitas de doenças em aves, com a apresentação de um ou mais dos seguintes sinais: depressão severa, inapetência, edema facial com crista e barbela inchada e com coloração arroxeada, dificuldade respiratória com descarga nasal, queda severa na postura de ovos, mortalidade elevada e diminuição do consumo de água e ração. 1) Atendimento as Notificações:

Atenção às notificações de suspeita de influenza aviária, doença de Newcastle e demais doenças de controle oficial.

O veterinário do serviço oficial deverá efetuar visita ao local da suspeita de foco no menor intervalo de tempo possível; a partir da comunicação da suspeita, esse prazo não excederá 12 horas.

O proprietário deverá, também, se comprometer a proibir seus funcionários de visitar qualquer outro estabelecimento de criação de aves. O mesmo comportamento deverá ser orientado para os membros da família que moram na propriedade.

2) Atuação em Focos – IA e NC:

Assistência pelos grupos de atenção a focos das doenças de controle oficial.

A partir da confirmação do diagnóstico pelo LANAGRO a DSA deverá implementar as ações de emergência sanitária, nas zonas de proteção e de vigilância, ao redor da propriedade de ocorrência do foco.

A zona de proteção deve equivaler a 3 Km, ao redor do foco e a zona de vigilância, a 7 Km a partir da zona de proteção, perfazendo um total de 10 Km,

Page 115: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 115

podendo ser ampliadas ou reduzidas, conforme determine a condição geográfica/epidemiológica da região. 3) Saneamento:

Padronização das medidas de biossegurança e de desinfecção. Realização de sacrifício sanitário em caso de ocorrência de doenças de

controle oficial. Fiscalização das ações de vazio sanitário. Sacrifício imediato no local de todas as aves (e suínos, no caso de IA)

existentes no estabelecimento infectado. Destruição de todas as aves que tenham morrido no foco, ou que

tenham sido sacrificadas. Assim como da carne de todas as aves provenientes da granja, os ovos

e os subprodutos. Produzidos durante o período provável de incubação da doença. Limpeza e desinfecção das áreas de alojamento e acesso das aves na

propriedade, com a utilização de desinfetantes indicados pela DSA.

3.1) Área de Saneamento: 4) Trânsito:

Controle e fiscalização de trânsito de animais susceptíveis. Autorização Internacional de importação. Autorização para exportação (monitoramento PNSA e atendimento das

exigências dos países compradores). Guia de Trânsito Animal (GTA) . Controle do trânsito de pessoas e de veículos dentro dos

estabelecimentos avícolas. 5) Inquérito:

Realização de inquérito epidemiológico local. Reformulação amostral da população de aves, com base no cadastro da

avicultura.

Page 116: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 116

6) Vigilância: 7) Estabelecimentos Avícolas:

Fiscalização e registro de estabelecimentos avícolas. Cadastro georreferenciado das propriedades de criação avícola

industrial e de aves de subsistência, realizado em cooperação com as Secretarias Estaduais de Agricultura.

Localização dos sítios de aves migratória. Localização dos sítios de avicultura de subsistência próximos à

avicultura industrial e de aves migratórias. 8) Monitoramento:

Monitoramento sanitário nos plantéis de reprodução para certificação dos núcleos e granjas avícolas como livres de salmonelas (S. Gallinarim, S. Pullorum, S Enteritidis e S. Typhimurium) e micoplasmas (M. gallisepticum, M synoviae e M. melleagridis), em todos as unidades da Federação

• Salmonella pullorum (LIVRE) • Salmonella gallinarum (LIVRE) • Salmonella enteritidis (LIVRE OU CONTROLADO) • Salmonella typhimurium (LIVRE OU CONTROLADO) • Mycoplasma gallisepticum (LIVRE) • Mycoplasma synoviae (LIVRE OU SOB VIGILÂNCIA E

ACOMPANHAMENTO) • Mycoplasma melleagridis (LIVRE) • Mycoplasma iowa (LIVRE)

Page 117: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 117

Pirâmide de Produção: 9) Vigilância em Aves Migratórias:

� Coleta de amostras e tentativas de isolamento viral em aves migratórias aquáticas;

� Resultado final indica a ausência de IA nesta população.

10) Outras Medidas: Legislação: Portaria Nº 193, DE 19 DE SETEMBRO DE 1994. Ementa: Institui o Programa Nacional de Sanidade Avícola no âmbito da SDA e cria o Comitê Consultivo do Programa de Sanidade Avícola.

Os avanços obtidos pelo setor privado na área tecnológica, posicionando o Brasil em segundo lugar no mercado internacional de carne de aves; A estrutura dos serviços veterinários públicos e privados de apoio ao setor nas áreas de campo, laboratório e inspeção; A atual situação sanitária da avicultura que viabiliza a implantação de estratégias de combate e/ou erradicação das principais doenças das aves; A possibilidade e conveniência de estabelecer programas de co-gestão das instituições públicas e privadas

Portaria Nº 182, DE 08 DE NOVEMBRO DE 1994 - Ementa: Aprova as Normas de Credenciamento e Monitoramento de Laboratórios de Diagnóstico da Doença de Newcastle.

O laboratório deve possuir instalações e equipamentos adequados para a realização do Diagnóstico da Doença de Newcastle e responsável técnico e substituto deste. Para efeito de credenciamento e monitoramento, o laboratório será vistoriado

Page 118: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 118

Portaria Nº 126, DE 03 DE NOVEMBRO DE 1995 - Ementa: Aprovar as “Normas de Credenciamento e Monitoramento de Laboratórios de Diagnóstico das Salmoneloses Aviárias (S. Enteritidis, S. Gallinarum, S. Pullorume S. Typhimurium).” Revoga a Portaria nº 207 de 20/12/1994 Só poderão ser utilizados antígenos (Ag) e o soro controle positivo (SCP) registrados no Departamento de Defesa Animal. Instrução Normativa Nº 44, DE 23 DE AGOSTO DE 2001. Ementa: Aprova as Normas Técnicas para o Controle e a Certificação de Núcleos e Estabelecimentos Avícolas para a Micoplasmose Aviária (Mycoplasma gallisepticum, synoviae e melleagridis) Vide Instrução Normativa nº 17 07/04/2006 Revoga a Instrução Normativa nº 13 de 29/06/1999 Retificada 06/05/2002

Linhas puras, bisavós e avós devem ser livres para MG, MS, MM Matrizes (galinhas) devem ser livres para MG e sob vigilância para MS. Matrizes (perus) devem ser livres para MG, MS, MM

Instrução Normativa Nº 32, DE 13 DE MAIO DE 2002. Ementa: Aprova as Normas Técnicas de Vigilância para doença de Newcastle e Influenza Aviária, e de controle e erradicação para a doença de Newcastle.

A presente norma define as medidas de vigilância para Doença de Newcastle e influenza aviária e de controle e erradicação a serem aplicadas à Doença de Newcastle: 1.Na vigilância realizada no ponto de ingresso, visando o controle sanitário das aves e do material genético de aves importado. 2.Nos estabelecimentos avícolas de controles permanentes e de controles eventuais. 3.Nas propriedades que mantenham aves para comercialização ou de criação, nos criadouros avícolas de subsistência e demais locais de alojamento de aves em cativeiro.

Instrução Normativa SDA 78, de 03 de novembro de 2003. Ementa: Aprova as Normas Técnicas para Controle e Certificação de Núcleos e Estabelecimentos Avícolas, como livres de Salmonella gallinarum e de Salmonella pullorum e livres ou controlados para Salmonella enteritidis e Salmonella typhimurium. Instrução Normativa Nº 17, DE 07 DE ABRIL DE 2006 - Ementa: Aprovar, no âmbito do Programa Nacional de Sanidade Avícola, o Plano Nacional de Prevenção da Influenza Aviária e de Controle e Prevenção da Doença de Newcastle. Vide Instrução Normativa nº44 de 23/08/2001 Vide Instrução Normativa Conjunta nº2 21/02/2003 Vide Instrução Normativa nº78 de 03/11/2003

Page 119: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 119

Vide Portaria nº210 de 10/11/1998 Adesão das UF's às normas previstas no plano tem caráter voluntário. Os critérios descritos nesta Instrução Normativa servirão para avaliação dos sistemas locais de atenção veterinária e, conseqüentemente, para classificação das UF's por status sanitário em relação à Influenza Aviária e Doença de Newcastle. Instrução Normativa Nº 56, DE 04 DE DEZEMBRO DE 2007 - Ementa: Estabelece os Procedimentos para Registro, Fiscalização e Controle de Estabelecimentos Avícolas de Reprodução e Comerciais. Vide Instrução Normativa nº61 de 05/12/2008 Revoga a Instrução Normativa nº4 de 30/12/1998 Para fins de registro e fiscalização, os estabelecimentos avícolas de reprodução serão classificados segundo sua finalidade, de acordo com as espécies de produção - galinhas, marrecos, patos e perus. Para fins de registro e fiscalização, os ESTABELECIMENTOS AVÍCOLAS COMERCIAIS serão classificados quanto à finalidade em três categorias

Page 120: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 120

Programa Nacional de Sanidade Apícola – PNSAp. Cria Pútrida Americana

Doenças em crias geralmente causam maiores prejuízos do que em abelhas adultas. As principais doenças que afetam crias de abelhas são:

� Cria Pútrida Européia (bactéria Melissococus pluton) � Cria Pútrida Americana (bactéria Paenibacillus larvae) � Cria Ensacada (“Sac Brood Virus”-SBV, pólem do Barbatimão ou

Stryphnodendron sp.) � Cria Giz (fungo Ascosphaera apis.)

Para que o apicultor possa

reconhecer os sinais das doenças é importante estar familiarizado com as características das diferentes fases do desenvolvimento das crias e com a aparência de um favo com crias saudáveis.

Uma das principais observações a serem feitas pelo apicultor durante as revisões é verificar como as crias estão distribuídas nos favos.

Quando se observa que as áreas de crias apresentam poucas falhas , é uma indicação de que a rainha está com um bom padrão de postura e que as larvas estão se desenvolvendo normalmente.

Por outro lado, quadros com áreas de crias falhadas indicam que algum problema pode estar ocorrendo, como por exemplo:

• A rainha pode estar velha e, conseqüentemente, sua postura está irregular;

• Pode estar ocorrendo produção de zangões diplóides, devido a cruzamentos consangüíneos. Nesse caso, as operárias costumam comer as crias, ficando a área de crias falhada;

• Ocorrência de doenças. Nesse caso, as operárias passam a retirar as crias doentes, o que se chama "comportamento higiênico", e a área de crias apresenta-se com falhas.

� Agente causador: bactéria Paenibacillus larvae. As larvas são

infectadas quando comem alimento contaminado. � Ocorrência e danos: no Brasil, foi detectada em colméias onde a

contaminação ocorreu porque os apicultores alimentaram as abelhas com mel e pólen importados, contaminados com a bactéria. Essa

FONTE: EMBRAPA. Favos com crias saudáveis

Page 121: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 121

doença pode provocar sérios prejuízos, pois seu controle é bastante difícil, já que a bactéria é resistente a antibióticos e pode permanecer no ambiente por muito tempo.

Sinais Clínicos:

� Favos falhados com opérculos perfurados, escurecidos e afundados; � Morte na fase de pré-pupa ou pupa; � Larvas com mudança de cor, passando do branco para amarelo até

marrom escuro; � Cheiro pútrido; � As larvas mortas apresentam consistência viscosa, principalmente

quando apresentam coloração marrom escura. Para verificar isto, deve-se fazer o teste do palito que consiste em inserir um palito rugoso no alvéolo, esmagar a cria e puxar devagar, observando-se, então, a formação de um filamento viscoso;

� Quando a morte ocorre na fase de pupa, observa-se geralmente a língua da pupa estendida de um lado para o outro do alvéolo;

� Presença de escamas (restos da cria já seca e muito escura) coladas nas paredes do alvéolo e de difícil remoção;

Sinais de Cria Pútrida Americana: favos falhados (a) e opérculos perfurados (b).

Sinais de Cria Pútrida Americana: consistência viscosa da cria - teste do palito (a) e restos de crias mortas e ressecadas colados nas paredes do alvéolo (b).

Page 122: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 122

Controle: Não utilizar antibióticos para tratamento preventivo ou curativo, pois

pode levar à resistência da bactéria e contaminar os produtos da colméia, além de ser um gasto adicional para o apicultor.

O tratamento preventivo pode ainda esconder os sintomas da doença; Quando o apicultor suspeitar da ocorrência da CPA em seu apiário deve

tomar as seguintes medidas: Marcar as colônias com sinais de CPA; Enviar amostras dos favos com sintomas para análise em laboratórios

especializados no diagnóstico de doenças de abelhas; Limpar equipamentos de manejo (luvas, formão, fumigador etc.) e não

utilizá-los nas colônias sadias; Após comprovação da doença por meio do resultado da análise

laboratorial, é necessário destruir as colônias afetadas. Para isso, pode-se optar pela queima da colméia completa ou, se o

apicultor quiser preservar as caixas, deve matar as abelhas adultas e depois queimá-las juntamente com os favos. Para o reaproveitamento das caixas, as mesmas devem ser esterilizadas.

A esterilização das caixas pode ser feita de duas maneiras: mergulhando as peças em parafina a 160ºC durante 10 minutos ou em solução de Hipoclorito de Sódio a 0,5% durante 20 minutos.

Para evitar a disseminação dessa grave doença no Brasil os apicultores devem estar bastante atentos para nunca utilizarem mel ou pólen importados para alimentação de suas abelhas no período de entressafra.

Nosemose

� Agente causador: protozoário Nosema apis � Ocorrência e danos: No Brasil, ocorreu com certa freqüência até a

década de 80 e, nos últimos anos, não tem sido detectada.

O protozoário afeta principalmente o ventrículo (estômago da abelha) causando problemas na digestão dos alimentos e pode provocar disenteria.

A doença diminui a longevidade das abelhas, causando um decréscimo na população e, conseqüentemente, na produtividade das colméias. Sinais Clínicos:

Abelhas com tremores e com dificuldade de locomoção. O intestino apresenta-se branco leitoso, rompendo-se com facilidade; Operárias campeiras mortas na frente do alvado. Em alguns casos, encontram-se fezes no alvado e nos favos.

Page 123: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 123

Varroase

Trata-se de um ectoparasita, ácaro (Varroa destructor) de coloração marrom, que infesta tanto crias como abelhas adultas .

Reproduz-se nas crias, geralmente em crias de zangões. Nos adultos, ficam aderidos principalmente na região torácica, próximo

ao ponto de inserção das asas. Alimentam-se sugando a hemolinfa, podendo causar redução do peso e

da longevidade das abelhas e deformações nas asas e pernas. Esse ácaro, foi detectado no Brasil desde 1978, atualmente pode ser

encontrado em praticamente todo país. Felizmente, tem se mantido em níveis populacionais baixos,

devido a maior resistência das abelhas africanizadas, não causando prejuízos significativos à produção. Dessa forma, não se recomenda o uso de produtos químicos para seu controle. As colônias que apresentarem infestações freqüentes do ácaro devem ter suas rainhas substituídas por outras provenientes de

Ácaro Varroa destructor: vista dorsal (a), ventral (b), fêmea adulta e formas imaturas em pupa de operária (c).

PNSAp.

O Programa Nacional de Sanidade Apícola (PNSAp) visa o

fortalecimento da cadeia produtiva apícola nacional, por meio de ações de vigilância e defesa sanitária animal.

As ações previstas no PNSAp são coordenadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), como Instância Central e Superior do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária, e executadas, em cada Unidade da Federação (UF), pelos órgãos de Defesa Sanitária Animal (Instâncias Intermediárias).

FONTE: EMBRAPA

Page 124: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 124

Estratégia: Para prevenir, controlar ou erradicar doenças das abelhas, o PNSAp

visa promover as seguintes atividades: I - educação sanitária; II - estudos epidemiológicos; III - fiscalização e controle do trânsito de abelhas e produtos apícolas; IV - cadastramento, fiscalização e certificação sanitária de estabelecimentos; e V - intervenção imediata quando da suspeita ou ocorrência de doença de notificação obrigatória.

Vigilância Epidemiológica:

São fontes de informação do sistema de vigilância epidemiológica para doenças das abelhas: I - o Serviço Veterinário Oficial (Federal, Estadual ou Municipal), por meio das atividades de: a) fiscalização de estabelecimentos; b) fiscalização do trânsito de abelhas e produtos apícolas; e e) monitoramentos epidemiológicos; e II - a comunidade, representada por: a) apicultores; b) prestadores de serviço agropecuário; c) profissionais que atuam em laboratórios de diagnóstico veterinário, instituições de ensino ou pesquisa agropecuária; d) qualquer outro cidadão. Transporte das Abelhas:

Todo o trânsito de abelhas, independente do destino e da finalidade, está condicionado à emissão da Guia de Trânsito Animal (GTA) e à apresentação dos demais documentos sanitários e fiscais, observadas as legislações vigentes.

A critério do Serviço Veterinário Oficial, a emissão da GTA para o trânsito de abelhas poderá ser temporariamente suspensa em determinada região, tendo em vista a gravidade da situação epidemiológica e enquanto houver riscos para disseminação de doenças. Papel dos Apicultores: 1. Observar o disposto nas normas sanitárias, em especial às exigências para o trânsito de abelhas; 2. Manter atualizado o cadastro do apiário junto ao Serviço Veterinário Oficial; 3. Comunicar imediatamente ao Serviço Veterinário Oficial qualquer alteração significativa da condição sanitária do apiário;

Page 125: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 125

4. Utilizar somente insumos agropecuários registrados no MAPA, respeitando as indicações de uso; e 5. Manter o registro do trânsito de colméias e rainhas, da ocorrência de doenças, dos medicamentos, produtos veterinários e demais insumos agropecuários utilizados no apiário.

A participação dos apicultores, por meio da compreensão e cumprimento das normas sanitárias e do correto manejo do apiário, é fundamental para a efetivação dos propósitos do PNSAp. Papel dos Médicos Veterinários do Setor Privado:

Os Médicos Veterinários do setor privado poderão prestar serviços no âmbito do PNSAp, observado o disposto nas normas sanitárias, em particular no que se refere aos procedimentos necessários à certificação de estabelecimentos para doenças objeto do PNSAp. Legislação: PORTARIA 9, DE 18 DE FEVEREIRO DE 2003. Ementa: Institui o Comitê Científico Consultivo em Sanidade Apícola - CCCSA, que terá por finalidade oferecer subsídios técnico-científicos ao Departamento de Defesa Animal - DDA, para elaboração de normas e procedimentos relacionados à sanidade do plantel apícola brasileiro e à importação de abelhas e produtos apícolas. PORTARIA 28, DE 17 DE ABRIL DE 2003. Ementa: Estabelece a composição do Comitê Científico Consultivo em Sanidade Apícola - CCCSA, instituído pela Portaria nº 09, de 18 de fevereiro de 2003. INTRUÇÃO NORMATIVA 16, DE 8 DE MAIO DE 2008. Ementa: Institui o Programa Nacional de Sanidade Apícola, no âmbito do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. PORTARIA 248, DE 30 DE DEZEMBRO DE 1998. Ementa: Estabelece metodologia analítica para a detecção de Paenibacillus larvae subsp. larvae em mel. OFICIO CIRCULAR DSA DE 108 DE 4 DE JULHO DO 2008. Ementa:Estabelece exigências sanitárias adicionais para a importação de produtos apícolas

Page 126: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 126

Programa Nacional de Sanidade de Equídeos – PNSE Anemia Infecciosa Equina Etiologia: A anemia infecciosa equina (AIE) é causada por um RNA vírus do Gênero Lentivirus, da Família Retrovirus, (CHARMAN et al., 1976).

Genoma: consiste de um dímero / 2 fitas, RNA fita simples. É bastante resistente, sobrevivendo por 30 a 60 minutos quando exposto

à luz solar e é inativado quando submetido a 56°C por 60 minutos. AIE Retrovírus: São os vírus que pertencem à família Retroviridae, cujos componentes têm uma forma de multiplicação característica no interior das células hospedeiras.

Seu código genético é constituído pelo ácido nucléico RNA, mas, diferentemente de outros vírus com RNA, quando os retrovírus se multiplicam no interior das células o fazem como genomas de DNA. FONTE:http://cienciasecia.vilabol.uol.com.br/

Page 127: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 127

� Resistência do vírus: Resistente a 56° C por 60 minutos. � Sensível ao éter. � Morfologia: Partículas virais que tem considerável pleomorfismo. � Diâmetro entre 50 e 200 nm e envelope de 7 a 9 nm de espessura. � Mutação antigênica logo após infecção:

Formação de novas variantes antigenicamente diferentes entre si, impossibilitando qualquer tratamento ou vacinação.

� INCUBAÇÃO

Multiplicação intracelular. • Multiplica-se em células retículo-endoteliais. • Aproximadamente 5 dias após a infecção, o vírus é encontrado na

circulação. • Anticorpos SN, FC e precipitantes - 2 a 3 semanas após a infecção.

Período de incubação variável: 3 a 70 dias, em média é de 15 a 20 dias. Epidemiologia:

No Brasil, o problema ainda continua atingindo proporções preocupantes no Pantanal do Mato Grosso e na Ilha de Marajó devido, obviamente, às características geoclimáticas dessas regiões (THOMASSIAN 2005).

A doença acomete somente membros da família dos equídeos, o animal infectado é o único reservatório da doença.

Todas as raças e idades são suscetíveis porém, animais subnutridos, parasitados e debilitados têm maior predisposição.

Estima-se que no Pantanal a prevalência chega a 40% (SANTOS E CORREIA, 2007). Transmissão:

Os vetores naturais envolvidos são os dípteros hematófagos como a mosca dos estábulos (Stomoxys calcitrans), a mosca do cavalo (Tabanus sp) e borrachudos (Simulinium vittatum).

Já foram também comprovadas as transmissões congênitas (placentária), pelo leite (aleitamento), pelo sêmen (acasalamento) e pelo soro-imune.

As mucosas nasal e oral, intactas ou feridas, podem ser portas de entrada do vírus

O uso sem assepsia de material cirúrgico, por pessoas não-habilitadas, também aumenta a probabilidade da disseminação da doença.

No Pantanal foram encontradas 21 espécies de tabanídeos que atacam os eqüinos.

Não podemos esquecer que as variações climáticas que influenciam as populações dos vetores, também influenciam no surgimento de doenças nos animais (BARROS 2001).

Fonte: S.J. Upton

Page 128: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 128

Patogenia:

Após a infecção, o vírus da AIE multiplica-se nos macrófagos por todo o corpo, principalmente no fígado, baço, linfonodos, pulmões e rins.

A replicação viral ocorre nos macrófagos teciduais maduros elaborando proteínas virais que estimulam respostas imunológicas humorais e mediadas por células.

Durante a fase aguda, a anemia é intensa principalmente pela destruição dos eritrócitos circulantes (anemia hemolítica). Sinais Clínicos:

A sintomatologia do primeiro contato do animal com o vírus é caracterizada pelo aparecimento de uma febre intermitente.

Presença de minúsculas petéquias hemorrágicas nas mucosas da base da língua e da conjuntiva, por serem tão características da AIE constituem seguro elemento de diagnóstico, porém de difícil identificação.

Éguas prenhes podem abortar (CARVALHO Jr., 1998; RADOSTITS, 2000).

Muitos animais recuperam-se temporariamente na fase aguda aparentando estarem normais por 2 a 3 semanas ocorrendo recidiva com sinais similares podendo ocorrer o óbito.

Durante a fase aguda, a anemia é intensa principalmente pela destruição dos eritrócitos circulantes (anemia hemolítica).

Os sobreviventes persistem como animais portadores. Diagnóstico:

O material a ser enviado para exame é o soro sangüíneo, no volume de 2 ml, colocado em tubo esterilizado e sem anti-coagulante.

O diagnóstico laboratorial é feito pelo teste de imunodifusão em gel de ágar – o teste de Coggins (IDAG), é o ensaio mais fácil, sensível e específico para detecção de anticorpos séricos dirigidos contra o vírus da AIE.

Leitura do teste será após 48 horas. Tratamento, Controle e Profilaxia:

Não há tratamento específico. O controle da AIE é baseado na identificação e erradicação ou

quarentena por toda a vida dos animais infectados. O animal positivo deve ser isolado, impedindo-se sua movimentação e,

posteriormente, sacrificado.

Page 129: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 129

Mormo Histórico:

É considerada uma das mais antigas doenças dos eqüídeos, descrita por Aristóteles e Hipócrates no séculos III e IV a.C (BLANCOU, 1994).

No Brasil o mormo foi descrito pela primeira vez em 1811, introduzido provavelmente por animais infectados importados da Europa (PIMENTEL, 1938).

Ao longo do século XIX várias ocorrências de mormo foram identificadas, principalmente nas cidades do Rio de Janeiro, Campos, São Paulo e Salvador .

Sua presença quase sempre estava relacionada com unidades militares e companhias de bondes, movidos a tração animal.

Depois a partir de 1999 foram identificados vários surtos no Nordeste do Brasil, especialmente em animais de tração e de trabalho nas regiões de canaviais. Etiologia: O agente epidemiológico é a Burkholderia mallei. O agente do mormo é um bacilo gram-negativo, anteriormente classificado nos gêneros Pseudomonas e Actinobacillus . Epidemiologia:

Atualmente, o mormo apresenta ocorrência esporádica mesmo em áreas endêmicas.

Os eqüinos, muares e asininos são as espécies normalmente afetadas. O mormo acomete muito raramente pequenos ruminantes, podendo

ocorrer a contaminação do homem,tratando-se de uma zoonose. A epidemiologia do mormo relaciona-se entre outros fatores diretamente

ao manejo, incriminando os estábulos coletivos como potenciais focos de disseminação da infecção. Transmissão:

A principal via de infecção é a digestiva, podendo ocorrer também pelas vias respiratórias, genital e cutânea (HIPOLITO & FREITAS, 1963; RADOSTITS et al., 2002.)

A disseminação do microorganismo no ambiente ocorre pelos alimentos (forragens e melaço), água e fômites, principalmente cochos e bebedouros.

A forma cutânea da infecção decorre do contato direto com ferimentos ou por utensílios usados na monta dos animais.

As vias aéreas superiores e secreções orais e nasais, representam a mais importante via de excreção da B. mallei (RADOSTITS et al., 2002).

Page 130: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 130

Patogenia: O agente penetra a mucosa e em seguida, atinge a corrente sangüínea,

fazendo septicemia (forma aguda) e posteriormente, bacteremia (forma crônica).

O microorganismo localiza-se no pulmões, mas a pele e a mucosa nasal, também são sítios comuns de localização primárias no ponto de entrada (faringe), expandindo-se para o sistema linfático onde produzem lesões nodulares.

Lesões metastáticas são formadas nos pulmões e em outros órgãos, como baço, fígado e pele. Sinais Clínicos e Lesões:

É caracterizada por três formas de manifestação clinica: a cutânea, linfática e a respiratória, porém estas não são distintas, podendo o mesmo animal apresentar todas simultaneamente (JUBB et al., 1993)

Os sinais clínicos mais freqüentes são: febre, tosse e corrimento nasal. No septo nasal podem ocorrer lesões primárias de origem hematógena

ou secundária a um foco pulmonar. A sintomatologia apresentada na fase final da doença inclui

broncopneumonia com progressão para a morte por anóxia (PRITCHARD et al., 1995; SHARRER, 1995; HIRSH & ZEE, 2003). Diagnóstico:

O diagnóstico do mormo consiste na associação dos aspectos clínicos, histopatológicos, isolamento bacteriano, reação imunoalérgica (maleinização), testes sorológicos como a fixação do complemento e ELISA (MOTA et al., 2000).

Oficialmente, para fins de diagnostico e de controle da enfermidade, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento recomenda somente a realização dos testes de Fixação do Complemento (FC) e maleinização (MAPA, 2003). Fixação de Complemento:

Para efeito de diagnóstico sorológico do mormo a prova utilizada é a de Fixação de Complemento (FC).

Que somente poderá ser realizada em laboratório oficial ou credenciado. A coleta de material para exame e envio de amostra para qualquer fim

será realizada por médico veterinário oficial ou cadastrado. O resultado Positivo deverá ser encaminhado imediatamente ao SSA da

DFA da UF onde se encontra o animal reagente.

Page 131: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 131

Teste de Maleína: O teste da maleína será realizado por médico veterinário do serviço

veterinário oficial. Consiste em aplicação de PPD maleína na dose de 0,1 ml por via

intradérmica, na pálpebra inferior de um dos olhos do animal e a leitura deverá ser feita 48 horas após a aplicação.

Animais que apresentarem, após a aplicação da maleína, reação inflamatória edematosa palpebral, com secreção purulenta ou não, serão considerados positivos Tratamento, Controle e Profilaxia:

Atualmente, não há nenhuma vacina animal ou humana eficaz contra a infecção da B. mallei.

Recomenda-se como medidas de profilaxia e controle, a interdição de propriedades com casos comprovados da doença, para saneamento e sacrifício imediato dos animais positivos aos testes feitos por profissional do serviço de Defesa Sanitária Oficial. PNSE Objetivos:

Elaborar e propor atualização da legislação relativa às normas e procedimentos técnicos.

Propor e acompanhar estudos epidemiológicos. Realizar vigilância epidemiológica e sanitária das principais doenças dos

eqüídeos, tais como o Mormo e a Anemia Infecciosa Eqüina, visando a profilaxia, o controle e a erradicação destas doenças.

Divulgar as ações do PNSE e das doenças cujo controle e erradicação estão normatizados pelo MAPA. Propriedade Controlada para AIE

A propriedade será considerada controlada para A.I.E. quando não apresentar animal reagente positivo em 2 (dois) exames consecutivos de diagnóstico para A.I.E., realizados com intervalo de 30 (trinta) a 60 (sessenta) dias.

Para manutenção da situação de propriedade controlada todo o seu efetivo eqüídeo deverá ser submetido ao exame, no mínimo, uma vez a cada 6 (seis) meses e apresentar resultado negativo.

O acompanhamento sanitário da propriedade controlada é de responsabilidade da assistência veterinária privada, sob fiscalização do serviço veterinário oficial da respectiva UF

Page 132: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 132

Resultado Positivo para AIE: Quando positivo, o resultado do exame para diagnóstico laboratorial

deverá ser encaminhado, imediatamente, ao SSA da DFA da UF onde se encontra o animal reagente.

É facultado ao proprietário do animal requerer exame de contraprova. A contraprova deverá ser solicitada ao SSA da DFA no prazo máximo de

8 (oito) dias contados a partir do recebimento da notificação do resultado. Medidas Adotadas em Focos de AIE: I - interdição da propriedade lavrando termo de interdição, notificando o proprietário da proibição de trânsito dos eqüídeos da propriedade e da movimentação de objetos passíveis de veiculação do vírus da A.I.E. II - deverá ser realizada investigação epidemiológica de todos os animais que reagiram ao teste de diagnóstico de A.I.E., incluindo histórico do trânsito. III - marcação permanente dos eqüídeos portadores da A.I.E., por meio da aplicação de ferro candente na paleta do lado esquerdo com um “A”, contido em um círculo de 8 (oito) centímetros de diâmetro, seguido da sigla da UF. IV - sacrifício ou isolamento dos eqüídeos portadores. V - realização de exame laboratorial, para o diagnóstico da A.I.E., de todos os eqüídeos existentes na propriedade . Trânsito de Equídeos:

Somente será permitido o trânsito interestadual de eqüídeos quando acompanhados de documento oficial de trânsito e do resultado negativo no exame laboratorial para diagnóstico de A.I.E.

Os eqüídeos destinados ao abate ficam dispensados da prova de diagnóstico para A.I.E. e o veículo transportador deverá ser lacrado na origem.

Fica dispensado do exame de A.I.E. o eqüídeo com idade inferior a 6 (seis) meses, desde que esteja acompanhado da mãe e esta apresente resultado laboratorial negativo. Validade de Exames de AIE:

A validade do resultado negativo para o exame laboratorial da A.I.E. será de 180 (cento e oitenta) dias para propriedade controlada e de 60 (sessenta) dias para os demais casos, a contar da data da colheita da amostra .

A validade do resultado negativo do exame para A.I.E. de eqüídeo originário de propriedade controlada sofrerá redução de 180 (cento e oitenta) dias para 60 (sessenta) dias, a contar da data da colheita da amostra, quando transitarem por propriedade não controlada ou nela permanecerem . Erradicação do Foco de Mormo:

A propriedade que apresente um ou mais animais com diagnóstico de mormo positivo conclusivo será considerada foco da doença e imediatamente interditada e submetida a Regime de Saneamento .

Page 133: Epidemiologia e Defefsa Sanitaria

EQUALIS – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a distribuição parcial ou total, por qualquer meio.

PROTEGIDO PELA LEI DO DIREITO AUTORAL 133

Animais positivos serão sacrificados imediatamente, não cabendo indenização.

A interdição da propriedade somente será suspensa pelo após o sacrifício dos animais positivos e a realização de dois exames de FC sucessivos de todo plantel, com intervalos de 45 a 90 dias, com resultados negativos. Legislação: Instrução de Serviço n° 17, de 16 de novembro de 2001. Ementa: Determina a adoção de medidas sanitárias em razão da ocorrência de influenza eqüina. Instrução Normativa Nº 24, DE 05 DE ABRIL DE 2004 . Ementa: Aprova as Normas para o Controle e a Erradicação do Mormo.

Os serviços de defesa sanitária animal dos estados baixarão normas para o controle do trânsito de eqüídeos em seus respectivos territórios

Instrução Normativa Nº 45, DE 15 DE JUNHO DE 2004 . Ementa: Aprova as Normas para a Prevenção e o Controle da Anemia Infecciosa Eqüina - A.I.E. Revoga a Instrução Normativa nº16 de 18/02/2004

Em cada UF deverá ser constituída, por ato do Delegado Federal de Agricultura, uma Comissão Estadual de Prevenção e Controle da Anemia Infecciosa Eqüina (CECAIE), que terá as seguintes atribuições: I - propor as medidas sanitárias para a prevenção e o controle da A.I.E. na respectiva UF II - avaliar os trabalhos desenvolvidos na respectiva UF

Instrução Normativa 17, de 8 de maio de 2008. Ementa: Institui o Programa Nacional de Sanidade dos Equídeos, no âmbito do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.