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junho 2009 Informativo Tributário 1 _ Noticiário....................................1 2 – Legislação Federal.......................5 3 – Trabalhista e Previdenciária .............5 4 – Legislação dos Estados ...............5 5 – Notícias da CVM................................ 8 6 – Notícias do Bacen .............................. 8 7 – Diversos......................................8 8 – Notícias do STF .........................10 9 – Notícias do STJ ..........................12 10 – Notícias do TST .........................15 Aviso Este material foi preparado por profissionais das firmas-membro da Deloitte Touche Tohmatsu. Pretende ser unicamente um guia geral e sua aplicação a situações específicas dependerá das circunstâncias particulares presentes. Assim, recomendamos que os leitores procurem assessoria profissional adequada com relação a qualquer problema particular que enfrentem. Estas informações não devem ser utilizadas como um substituto a tal assessoria. Em que pese termos envidado todos os esforços para garantir que as informações aqui contidas sejam precisas, a Deloitte Touche Tohmatsu não se responsabiliza por quaisquer erros ou omissões que este documento possa conter, quer tenham sido causados por negligência ou outro motivo, ou quaisquer perdas, independentemente de sua causa, sofridas por uma pessoa que faça uso deste documento. 1 – Noticiário A Lei nº 11.941/09 deixa mais difícil a penhora de dividendos Com a revogação pela Lei nº 11.941/09, de um artigo da Lei n° 8.212/91, que tratava da organização da Seguridade Social e que proibia a distribuição de bonificações ou dividendos aos acionistas por empresas em débito com o INSS, poderá tornar mais difícil o atendimento pelo judiciário dos pedidos de penhora de dividendos relacionadas a dívidas com o INSS, por ela não estar expressamente prevista em lei, ao menos no que se refere às dívidas previdenciárias. Com a revogação do dispositivo da citada norma, a Lei nº 4.357 de 1964 volta a ser a única a tratar do assunto, pois, ela vedava apenas a distribuição de bonificações. Segundo entende alguns juristas, com a revogação do dispositivo da Lei nº 8.212/91, o fisco fica em tese, sem respaldo legal para promover a penhora de dividendos de empresas que possuam débitos com o INSS. Antes com a existência da lei que trazia a vedação expressa para a distribuição de dividendos por companhias com débitos previdenciários gerou uma jurisprudência, ainda que não unânime. Com a mudança, explica jurista, o objetivo é igualar os procedimentos de cobrança entre débitos previdenciários e demais tributos federais, motivada pela criação da Super-Receita, tal mudança segue a linha de outras alterações introduzidas pela Lei nº 11.941/09. Atualmente, os contribuintes alegam justamente a ausência de uma proibição à distribuição de dividendos na Lei nº 4.357/64, quando contestam na Justiça os pedidos de bloqueios de valores a serem distribuídos. Segundo eles, dividendos não se equiparam à bonificações. "Bonificação é um extra, uma gratificação", afirma jurista. E dividendos são de distribuição obrigatória, prevista em lei Por outro lado, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) na busca pelos bloqueio de dividendos prestes a serem distribuídos pelas empresas abertas, argumenta que o artigo 32 da Lei nº 4.357/64, proíbe que empresas com débitos não garantidos com o fisco distribuam quaisquer bonificações a seus acionistas. A estratégia adotada pela União de pedir ao Judiciário o bloqueio de dividendos anunciados pelas companhias abertas é praticada há pelo menos dois anos e já rendeu aos cofres públicos um valor que supera R$ 2 bilhões em penhoras ao menos temporariamente, a distribuição de dividendos ou juros sobre capital próprio aos investidores, conforme dados do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). Na ocasião em que entrou em vigor a Lei nº 4.357/64, foi vetada a palavra "dividendos": a Presidência da República entendeu que impedir a distribuição de dividendos era uma restrição ao direito das empresas de organizar sua atividade econômica livremente. Dessa forma, restou no texto da lei apenas o termo "bonificações". Tal veto passou a ser um dos argumentos usados pelos advogados para evitar a penhora de dividendos das empresas. Na interpretação dos contribuintes, bonificações e dividendos são coisas diferentes, sendo o último uma obrigação da empresa. Nesta edição:

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junho 2009

Informativo Tributário

1 _ Noticiário....................................12 – Legislação Federal.......................53 – Trabalhista e Previdenciária .............54 – Legislação dos Estados ...............55 – Notícias da CVM................................86 – Notícias do Bacen..............................87 – Diversos......................................88 – Notícias do STF .........................109 – Notícias do STJ..........................1210 – Notícias do TST .........................15

Aviso

Este material foi preparado por profissionais dasfirmas-membro da Deloitte Touche Tohmatsu.Pretende ser unicamente um guia geral e suaaplicação a situações específicas dependerá dascircunstâncias particulares presentes. Assim,recomendamos que os leitores procuremassessoria profissional adequada com relação aqualquer problema particular que enfrentem.Estas informações não devem ser utilizadas comoum substituto a tal assessoria. Em que pesetermos envidado todos os esforços para garantirque as informações aqui contidas sejam precisas,a Deloitte Touche Tohmatsu não se responsabilizapor quaisquer erros ou omissões que estedocumento possa conter, quer tenham sidocausados por negligência ou outro motivo, ouquaisquer perdas, independentemente de suacausa, sofridas por uma pessoa que faça usodeste documento.

1 – Noticiário

A Lei nº 11.941/09 deixa mais difícil a penhora de dividendos

Com a revogação pela Lei nº 11.941/09, de um artigo da Lei n° 8.212/91, que tratava daorganização da Seguridade Social e que proibia a distribuição de bonificações ou dividendosaos acionistas por empresas em débito com o INSS, poderá tornar mais difícil o atendimentopelo judiciário dos pedidos de penhora de dividendos relacionadas a dívidas com o INSS, porela não estar expressamente prevista em lei, ao menos no que se refere às dívidasprevidenciárias.

Com a revogação do dispositivo da citada norma, a Lei nº 4.357 de 1964 volta a ser a únicaa tratar do assunto, pois, ela vedava apenas a distribuição de bonificações.

Segundo entende alguns juristas, com a revogação do dispositivo da Lei nº 8.212/91, o fiscofica em tese, sem respaldo legal para promover a penhora de dividendos de empresas quepossuam débitos com o INSS. Antes com a existência da lei que trazia a vedação expressapara a distribuição de dividendos por companhias com débitos previdenciários gerou umajurisprudência, ainda que não unânime. Com a mudança, explica jurista, o objetivo é igualaros procedimentos de cobrança entre débitos previdenciários e demais tributos federais,motivada pela criação da Super-Receita, tal mudança segue a linha de outras alteraçõesintroduzidas pela Lei nº 11.941/09.

Atualmente, os contribuintes alegam justamente a ausência de uma proibição à distribuiçãode dividendos na Lei nº 4.357/64, quando contestam na Justiça os pedidos de bloqueios devalores a serem distribuídos. Segundo eles, dividendos não se equiparam à bonificações."Bonificação é um extra, uma gratificação", afirma jurista. E dividendos são de distribuiçãoobrigatória, prevista em lei

Por outro lado, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) na busca pelos bloqueio dedividendos prestes a serem distribuídos pelas empresas abertas, argumenta que o artigo 32da Lei nº 4.357/64, proíbe que empresas com débitos não garantidos com o fisco distribuamquaisquer bonificações a seus acionistas.

A estratégia adotada pela União de pedir ao Judiciário o bloqueio de dividendos anunciadospelas companhias abertas é praticada há pelo menos dois anos e já rendeu aos cofrespúblicos um valor que supera R$ 2 bilhões em penhoras ao menos temporariamente, adistribuição de dividendos ou juros sobre capital próprio aos investidores, conforme dados doInstituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT).

Na ocasião em que entrou em vigor a Lei nº 4.357/64, foi vetada a palavra "dividendos": aPresidência da República entendeu que impedir a distribuição de dividendos era uma restriçãoao direito das empresas de organizar sua atividade econômica livremente. Dessa forma,restou no texto da lei apenas o termo "bonificações". Tal veto passou a ser um dosargumentos usados pelos advogados para evitar a penhora de dividendos das empresas. Nainterpretação dos contribuintes, bonificações e dividendos são coisas diferentes, sendo oúltimo uma obrigação da empresa.

Nesta edição:

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Informativo Tributário

A lei nº 11.941/09 livra Sócios de execuções do INSS

A Lei nº 11.941, fruto da conversão da Medida Provisória nº 449, revogou o artigo 13 da Lei nº 8.620, de 1993 que estabeleciaque os titulares de firmas individuais e os sócios das empresas limitadas respondiam solidariamente, com seus bens pessoais,pelos débitos junto à Seguridade Social.

Para as sociedades anônimas, a lei previa a responsabilidade solidária e subsidiária de acionistas, administradores, gerentes ediretores da empresa.

Este era um problema que os sócios de empresas limitada enfrentam desde 1993, quando seus bens pessoais podiam serbloqueados para o pagamento de débitos da empresa com a Seguridade Social, levando a centenas de processos ao judiciário.

Segundo advogados inúmeros sócios de empresas foram pegos de surpresa pelo bloqueio de bens, mesmo aqueles que nãofaziam parte da sociedade na época em que ocorreu o evento, ou seja, o não pagamento do débito. Além dessas situações,ocorreram aquelas em que o débito foi constituído em um período posterior à saída do sócio, sofrendo a penhora de bensquando já não fazia mais parte da empresa.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) já vinha atenuando os rigores da lei, por outro lado, o governo também corria o risco deuma decisão desfavorável em uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF).

Neste sentido, afirma o advogado que a Confederação Nacional dos Transportes (CNT) propôs uma Adin, que não foi levado adiante, tendo em vista a revogação da obrigação o STF considerou que a ação perdeu o objeto.

Conforme o advogado, uma das argumentações dos contribuintes em relação à lei era a de que ela não poderia invadir acompetência do artigo 135 do Código Tributário Nacional (CTN), que prevaleceria sobre a legislação ordinária, no caso, a Lei nº8.620. Segundo o CTN, a responsabilidade pessoal só pode ocorrer quando comprovado o excesso de poderes, infração à leicontrato social ou estatutos do administrador ou sócio, por exemplo.

Já no dispositivo legal revogado, mencionado acima, a solidariedade era automática, ou seja, bastava ser sócio, no caso dasempresas limitadas.

Na opinião de profissionais da área a medida não vale para os processos já em curso, mas apenas para o futuro.

As pessoas que enfrentam esse problema e já estão na Justiça, afirma o advogado, poderão pedir nos processos que o nomedos sócios ou administradores sejam excluídos das cobranças, pois, inúmeros clientes tiveram seus nomes incluídos em certidõesde dívida ativa (CDAs) ou foram incluídos em processos quando houve um redirecionamento das cobranças para pessoas físicas.

Na prática, diz advogado que sócios e administradores continuarão a sofrer com o redirecionamento de pedidos de execução. Oque muda é que, agora, a argumentação fica em torno do artigo 135 do CTN, deixando de ser automático, comoanteriormente.

Empresa obtém liminar para antecipar inscrição no NovoParcelamento instituído pela Lei nº 11.941/09

Uma empresa do Estado de Santa Catarina inscrita em dívida ativa por um débito aproximado de R$ 17 milhões conseguiuantecipar na justiça sua inscrição no novo parcelamento instituído pela Lei nº 11.941, de maio de 2009, resultado da MedidaProvisória nº 449, mas que ainda está pendente de regulamentação pela Receita Federal e Procuradoria-Geral da Fazenda(PGFN), que deve sair até o fim deste mês.

A companhia que obteve o benefício conseguiu uma liminar para depositar em juízo os valores da primeira parcela, ao alegarque pretende aderir ao programa e pagar a dívida em 180 vezes.

Ainda que já tenham existido outros programas de parcelamento de dívidas tributárias, essa é primeira vez que os contribuintesrecorrem à Justiça para pedir antecipadamente a entrada no programa, antes mesmo que este seja completamenteregulamentada.

No caso dessa empresa, houve a necessidade de ser efetuado o depósito judicial que será revertido para o parcelamento parasuspender a dívida e possibilitar a renovação da certidão positiva de débitos com efeito de negativa.

O documento é exigido na negociação com bancos para a obtenção de financiamentos, Segundo o advogado da empresa como

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todas as previsões sobre o parcelamento já foram descritas na lei, não haveria motivos para negar-se a concessão dos efeitosantecipadamente. O juiz da 2ª Vara Federal de Florianópolis, entendeu que a falta de regulamentação não poderia impedir aconcessão do parcelamento, uma vez que a lei traz todos os requisitos necessários em seu texto.

Outras empresas, como uma instituição financeira de São Paulo, e um Hospital no Paraná, também obtiveram liminares. No casoinstituição, ao aderir o programa, sua dívida tributária de R$ 17 milhões, reduziu esse valor para R$ 10 milhões, ao pedir aantecipação dos efeitos do parcelamento, porque pagará a dívida à vista e terá direito a diversos benefícios concedidos pelalegislação. Já o hospital através da liminar consegui impedir que sua sede fosse leiloada para o pagamento de um débito de R$1, 2 milhão. Neste caso a juiza suspendeu a execução por 90 dias, ao considerar que a norma sairá em no máximo 60 dias.

Cerco contra paraísos fiscais

Alteração na lei que estabelece regras para operações feitas em paraísos fiscais restringirá possíbilidades de empresas brasileirasrealizarem planejamentos fiscais sem arcarem com maior carga tributária.

Assim, o texto da Lei nº 11.941, resultado da conversão da Medida provisória nº 449, estabelece que, para ser caracterizadacomo operação em regime fiscal privilegiado, basta que ela seja enquadrada em um dos quatro itens presentes no artigo 24-Ada Lei nº 9.430 e não cumulativamente, conforme entendem alguns tributaristas. Com o esclarecimento trazido pela referida lei,as operações comerciais de empresas brasileiras que enquadrarem em apenas um desses itens serão tributadas pelas regras depreços de transferência, mesmo que a empresa estrangeira não seja coligada ou relacionada.

Com a alteração, o resultado na prática será uma tributação mais elevada, pois os valores utilizados para fins de cálculo doImposto de Renda (IR) serão sempre os de mercado, ainda que os valores, seja na importação ou exportação, tenham sidomenores.

Segundo a Receita Federal, sobre regimes fiscais privilegiados estabelecidos na lei, inclui empresas ou operações que não sejamtributadas ou tenham alíquota máxima inferior a 20%, que não tenham substância econômica, que apliquem uma alíquotainferior a 20% sobre rendimentos auferidos no exterior e que não permitam o acesso às suas composições societárias ou àsoperações econômicas realizadas.

Na opinião de tributarista, a intenção da alteração na lei foi de deixar claro que as operações que tenham quaisquer uma dessascaracterísticas serão enquadradas na tributação pelas regras de preços de transferência.

Dessa forma, comenta o tributarista, fica difícil para os contribuintes argumentarem que seria necessário acumular todas aspossibilidades citadas na norma para a operação praticada ser considerada como "privilegiada".

Na opinião profissionais da área professores, juristas e advogados a mudança está correta, tendo em vista que corrige oentendimento de que existiria a necessidade de cumulatividade dos itens, o que dificilmente seria preenchido. Em termos depolítica fiscal, afirmam, a medida é adequada.

Para advogados, era praticamente impossível reunir todos os itens da lei para caracterizar o regime privilegiado, dessa forma,não faria sentido ser esse o entendimento do fisco, mesmo que as empresas pudessem argumentar o contrário.

Regime de incidência não cumulativa - Desconto de créditossobre insumos utilizados na prestação de serviços de transporte - Cofins/PIS-Pasep

A Solução de Divergência Cosit nº 15/2007, estabelece que não serão considerados insumos utilizados na prestação do serviço,para fins de aproveitamento de crédito da Cofins e da contribuição para o PIS-Pasep, os gastos efetuados com telecomunicaçõespara rastreamento via satélite, com seguros de qualquer espécie, sobre os veículos, ou para proteção da carga, obrigatórios ounão, e com pedágios para a conservação de rodovias, quando pagos pela empresa terceirizada prestadora do serviço, ou ainda,quando a pessoa jurídica utilizar o benefício de que trata o art. 2º (vale-pedágio) da Lei nº 10.209/2001.

Por outro lado, os gastos efetuados com serviços de cargas e descargas e, ainda, com pedágios para a conservação de rodovias,desde que paga pela pessoa jurídica, e não pela empresa terceirizada prestadora do serviço, e a pessoa jurídica não utilizar obenefício de que trata o art. 2º (vale-pedágio) da Lei nº 10.209/2001, são considerados insumos utilizados na prestação doserviço, para fins de direito ao crédito da Cofins e da contribuição para o PIS-Pasep, e desde que atendidos os requisitos legais enormativos atinentes à espécie

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Resolução que dispõe sobre o agendamento da opção pelosimpes nacional é aprovada

A Resolução CGSN nº 60 aprovada pelo Comitê Gestor do Simples Nacional cria a figura do agendamento da opção peloSimples Nacional.

Todos os anos no mês de janeiro é feita a opção pelas as empresas já em atividade. Segundo o dispositivo, a empresa poderáagendar seu pedido no período entre o mês de novembro e dezembro do ano anterior. Em 2009, o agendamento poderá serefetuado entre 03/11/2009 e 30/12/2009, no Portal do Simples Nacional.

Na hipotese de não haver impedimento à opção, será aceito o agendamento, não havendo necessidade de confirmação daempresa, que no mês de janeiro de 2010 já estará na condição de optante.

O agendamento será rejeitado caso haja pendência e o aplicativo informará os motivos, sejam de ordem cadastrais ou comrelação a débito. Resolvendo as pendências, o contribuinte poderá repetir o agendamento até 30/12/2009. Caso aindapersistirem as pendências, poderá fazer a opção normal, entre 04/01/2010 e 29/01/2010.

Na atual regra geral, não há modificação que prevê que a própria empresa deve pedir exclusão na hipótese de enquadrar emalgum motivo impeditivo à permanência no regime.

Além destas modificações, outras modificações foram trazidas pela mesma resolução, os quais destacam-se:

- Cálculo do crédito de ICMS, impedimentos à sua utilização e preenchimento dos documentos fiscais a ele relativos;

-Regras para dispensa da emissão do documento fiscal por parte do empreendedor individual com receita bruta anual de até R$ 36.000,00, bem como os procedimentos quando esse limite for extrapolado;

- Cálculo dos valores de retenção do ISS, quando cabível;

- Prazo para desenquadramento e para cancelamento da opção por parte do MEI optante pelo Sistema de Recolhimento emValores Fixos Mensais dos Tributos abrangidos pelo Simples Nacional (SIMEI).

RECOMENDAÇÃO CGSN Nº 3 – EMISSÃO DE CND E FISCALIZAÇÃO

Também foi aprovado pelo Comitê Gestor a Recomendação nº 3, que orienta a Receita Federal do Brasil, Estados e Municípiosquanto à emissão de CND e aos procedimentos de fiscalização das empresas optantes. Em síntese:

a) Valores constantes da declaração anual (DASN) e não quitados podem ser motivo impeditivo à emissão de CND;

b) Valores informados no PGDAS e não quitados não são motivo impeditivo à emissão de CND;

c) Os entes federativos podem efetuar lançamento fiscal dos valores não declarados, mesmo antes do prazo de entrega dadeclaração anual.

Inscritos na dívida ativa podem pedir exclusão do cadastropela internet

As pessoas ou empresas poderão solicitar eletronicamente a exclusão do seu nome do cadastro de inscrição na Dívida Ativa daUnião que estejam incluídas na lista da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) disponível na internet.

Segundo informação do do procurador-geral da Fazenda Nacional, o prazo para apresentação do requerimento será de cincodias e a exclusão dependerá de uma análise da PGFN.

A lista das pessoas físicas ou jurídicas que tenham débitos com a Fazenda Nacional está no site da PGFN que será atualizadomensalmente.

Na consulta não será possível saber o valor da dívida por contribuinte, somente conhecer o nome da empresa ou da pessoafísica. Para tanto, é preciso saber o CPF ou o CNPJ da pessoa ou empresa ou a razão social.

A fazenda Nacional calcula que cerca de 2 milhões de contribuintes estão inscritos na dívida ativa, totalizando R$ 651 bilhões.

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2 – Legislação Federal

IPI

SuspensãoA Instrução Normativa RFB nº 948 (DOU de 16/06/09), disciplina a suspensão do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)de que tratam o art. 5º da Lei nº 9.826, de 23/08/99, e o art. 29 da Lei nº 10.637, de 30/12/02.

Pis/Cofins

Regime Tributário de TransiçãoA Instrução Normativa RFB nº 949 (DOU de 17/06/09), regulamenta o Regime Tributário de Transição (RTT), institui o ControleFiscal Contábil de Transição (FCONT) e dá outras providências.

3 – Trabalhista e Previdenciária

INSS – horário de funcionamentoA Resolução Presidente INSS nº 65 (DOU de 26/05/09), dispõe sobre os horários de funcionamento e de atendimento dasunidades do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, sobre a jornada de trabalho dos servidores integrantes do seu Quadro dePessoal, e dá outras providências.

Procuradoria – abrangência - INSSA Portaria Presidente INSS nº 486 (DOU de 26/05/09), fixa a competência territorial das unidades da Procuradoria FederalEspecializada junto ao Instituto Nacional do Seguro Social - PFE/INSS e a área de abrangência das suas Procuradorias Regionais.

Conselho de Recursos -INSSO Decreto nº 6.857 (DOU de 26/05/09), altera o art. 303 do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto nº3.048, de 06/05/99, referente ao Conselho de Recursos da Previdência Social.

FGTS – Parcelamento de débitosA Circular CEF nº 475 (DOU de 04/06/09), disciplina as condições para o parcelamento de débito de contribuição devida aoFundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS inscrito ou não em Dívida Ativa, ajuizada ou não, de acordo com as disposiçõesda Lei nº 11.345/2006, de 14 de setembro de 2006, alterada pela Lei nº 11.941/2009, de 28 de maio de 2009.

Trabalho InfantilA Instrução Normativa SIT nº 77 (DOU de 05/06/09) Dispõe sobre a atuação da inspeção do trabalho no combate ao trabalhoinfantil e proteção ao trabalhador adolescente.

Fator Acidentário de PrevençãoA Resolução CNPS nº 1.308 (DOU de 05/06/09), dispõe sobre a nova metodologia para o cálculo do Fator Acidentário dePrevenção - FAP, em substituição à Resolução MPS/CNPS nº 1.269/2006.

Empréstimos pessoais - INSSA Instrução Normativa Presidente INSS nº 39 (DOU de 19/06/09), altera a Instrução Normativa nº 28/INSS/PRES, de16/05/08, que estabelece critérios e procedimentos operacionais para a consignação de descontos para pagamento deempréstimos pessoal e cartão de crédito, contraídos pelos beneficiários da Previdência Social.

4 – Legislação nos Estados

ICMS- BAHIA

Apuração do saldo devedorA Instrução Normativa nº 27 (DOE de 03/06/09), dispõe sobre a apuração do saldo devedor mensal do ICMS a recolherpassivel de incentivo pelo DESENVOLVE.

ICMS- DISTRITO FEDERAL

RICMS/DFO Decreto nº 30.448 (DODF de 09/06/09), altera o Decreto nº 18.955, de 22/12/97 - RICMS/DF.

RICMS/DFO Decreto nº 30.433 (DODF de 02/06/09), altera o RICMS/DF.

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Condição de substituto tributárioO Decreto nº 30.461 (DODF de 12/06/09), atribui condição de substituto tributário aos contribuintes beneficiados pelo regimede Financiamento Especial para o Desenvolvimento - FIDE/DF.

ICMS- MINAS GERAIS

Regulamento do ICMS O Decreto nº 45.114 (DOE de 10/06/09), altera o Regulamento do ICMS (RICMS), aprovado pelo Decreto nº 43080, de13/12/02, e o Decreto nº 44.509, de 03/05/07.

Altera a Instrução Normativa SRE nº 01, de 23/04/08A Instrução Normativa SRE nº 03 (DOE de 11/06/09), altera a Instrução Normativa SRE nº 01, de 23/04/08, que institui oDAMEF, do VAF-A e da GI/ICMS e o Manual de Orientação e Instrucoes de Preenchimento do Formulário VAF-B

Alteração de PortariaA Portaria SRE nº 74 (DOE de 10/06/09), altera a Portaria SRE nº 65, de 10/10/08.

Montante global máximo de crédito acumulado de ICMSA Resolução nº 4.111 (DOE de 04/06/09), divulga o montante global máximo de crédito acumulado de ICMS passível detransferência ou utilização relativamente ao mês de junho de 2009.

ICMS - PARANÁ

Alterações no Regulamento do ICMSO Decreto nº 4.858 (DOE de 03/06/09), introduz alterações no Regulamento do ICMS, aprovado pelo Decreto nº 1980/2007.

Alterações no Regulamento do ICMSO Decreto nº 4.886 (DOE de 10/06/09), introduz alterações no Regulamento do ICMS, aprovado pelo Decreto nº 1980, de21/12/07.

Prorrogação dos prazos para pagamento dos créditos tributáriosO Decreto nº 4.908 (DOE de 15/06/09), prorrogados até o dia 17/06/09, sem a exigência de multa e juros, os prazos parapagamento dos créditos tributários, cujo vencimento ororreu no periodo de 13 a 15/06/09.

Inscrição junto ao Cadastro de Contribuintes do ICMSA Lei nº 16.127 (DOE de 03/06/09), dispõe que será cassada a eficácia da inscrição junto ao Cadastro de Contribuintes do ICMS.

ICMS - PERNAMBUCO

Modificações na Consolidação da Legislação Tributária do Estado O Decreto nº 33.474 (DOE de 04/06/09), introduz modificações na Consolidação da Legislação Tributária do Estado - Dec. nº14876/91, e alterações, e no Dec. nº 24281/2002.

Modificações no Decreto nº 18.592O Decreto nº 33.475 (DOE de 04/06/09), introduz modificações no Decreto nº 18.592, de 14/07/95, e alteracoes, que dispõesobre o uso de Equipamento Emissor de Cupom Fiscal - ECF por contribuintes do ICMS.

Alterações na Consolidação da Legislação Tributária do EstadoO Decreto nº 33.499 (DOE de 05/06/09), introduz alterações na Consolidação da Legislação Tributária do Estado, relativamenteao diferimento do recolhimento do ICMS.

A Lei nº 13.790 (DOE de 10/06/09), dispõe sobre a sistemática de apuração e recolhimento do ICMS para estabelecimentoatacadista de material de construção.

Concessão de isenção de tributos estaduais a fatos geradores relaciona as competições A Lei nº 13.802 (DOE de 17/06/09), dispõe sobre a concessão de isenção de tributos estaduais referência a fatos geradoresrelaciona as competições da Copa das Confederação da FIFA de 2013 e da Copa do Mundo da FIFA de 2014.

Credenciamento de contribuiçãoA Portaria SF nº 89 (DOE de 11/06/09), dispõe sobre o credenciamento de contribuição, para efeito do recolhimento doimposto antecipado, em momento posterior ao da passagem da mercadoria pela primeira unidade fiscal deste Estado.

ICMS – RIO DE JANEIRO

Faturas e endereçosA Lei nº 5.476 (DOE de 16/06/09), obriga os fornecedores de serviços a disponibilizarem nas faturas seus endereços completos.

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Dados para o cálculo do ICMSA Portaria ST nº 574 (DOE de 08/06/09), fornece dados para o cálculo do ICMS nas operações interestaduais com cafe cru, noperíodo de 08 a 14/06/09.

Dados para o cálculo do ICMSA Portaria ST nº 575 (DOE de 15/06/09), fornece dados para o cálculo do ICMS nas operações interestaduais com cafe cru, noperíodo de 15 a 21/06/09.

Preços de mercadoriasA Portaria ST n° 576 (DOE de 15/06/09), divulga os preços das mercadorias de que trata o Livro IV, do RICMS/2000, paravigorar a partir de 16/06/09.

ICMS – RIO GRANDE DO SUL

Crédito presumidoO Decreto nº 46.377 (DOE de 05/06/09), dispõe sobre crédito presumido para leite, queijos e derivados; e biodiesel, na formaque menciona.

Diferimento parcial do ICMSO Decreto nº 46.378 (DOE de 05/06/09), dispõe sobre diferimento parcial do ICMS; bem como a escrituração da Nota Fiscal emenciona este beneficio para central de negocios.

MVAO Decreto nº 46.379 (DOE de 05/06/09), modifica a MVA para diversos produtos substituição tributária; inclui o RJ nasubstuição tributária de autopeças; dispõe sobre crédito presumido fornecimento alimentação.

Isenção ICMSO Decreto nº 46.387 (DOE de 08/06/09), concede isenção ICMS na importação do exterior de inseticidas, biolarvicida,pulverizadores manual ou motor mochila, e rolo de tela com inseticida.

Regularização fiscalO Decreto nº 46.394 (DOE de 12/06/09), dispõe sobre regularização fiscal nas operações interestaduais de faturamento diretoao consumidor de veículos automotores novos.

Operações com partes e peças substituidas em virtude de garantiaA Instrução Normativa DRP nº 50 (DOE de 15/06/09), dispõe sobre procedimentos nas operações com partes e peçassubstituidas em virtude de garantia, promovidas por empresa nacional da industria aeronáutica.

ICMS – SANTA CATARINA

Alterações 2008 a 2011 no RICMS/2001O Decreto nº 2.373 (DOE de 12/06/09), introduz Alterações 2008 a 2011 no RICMS/2001, dispondo sobre saidas promovidaspelo próprio fabricante, decorrentes de negocios celebrados durante a realizacao dos eventos.

Alterações 2.012 a 2.024 no RICMS/01O Decreto nº 2386 (DOE de 15/06/09), introduz as Alterações 2.012 a 2.024 no RICMS/01, sispondo sobre transferênciacrédito; apuração consolidada; beneficios fiscais diversos e troca em garantia, na forma que menciona.

ICMS - SÃO PAULO

Substituição tributária do ICMSO Decreto nº 54.402 (DOE de 01/06/09 - Retificado no DOE de 03/06/09), altera o RICMS/2000, dando nova redação adispositivos que prevêem substituição tributária do ICMS, na forma que menciona.

Alteração do RICMS/2000O Decreto nº 54.403 (DOE de 01/06/09), altera o RICMS/2000, dispõe sobre procedimentos ligados as partes, peças ecomponentes aeronáuticos, na forma que menciona

Alterações no art. 29 (DDTT) do RICMS/SPO Decreto nº 54.422 (DOE de 06/06/09 - Retificado no DOE de 10/06/09), introduz alterações no art. 29 (DDTT) do RICMS/SP,referentes as operações com bens destinados ao ativo imobilizado.

Alteração de caput de artigo do RICMS/SPO Decreto nº 54.447 (DOE de 17/06/09), altera o "caput" do inciso XI do art. 350 do RICMS/SP, referente a borracha natural ematerias-primas provenientes de sua extração.

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Produtos referentes a base de cálculo da substituição tributáriaO Decreto nº 54.448 (DOE de 17/06/09), altera os produtos referentes a base de cálculo da substituição tributária, conformedos arts. 313-G, 313-K e 313-S, todos do RICMS/SP.

Alteração da Portaria CAT nº 16, de 23/01/09A Portaria CAT nº 101 (DOE de 03/06/09), altera a Portaria CAT nº 16, de 23/01/09, que estabelece a base de calculo na saidade produtos sujeitos a substituicao tributária na hipótese que especifica.

Altera a Portaria CAT nº 109, de 29/08/08A Portaria CAT nº 102 (DOE de 03/06/09), altera a Portaria CAT nº 109, de 29/08/08, que estabelece a base de cálculo nasaída de materiais de construção e congeneres, a que se refere o art. 313-Z do RICMS.

Altera a Portaria que estabelece a base de cálculoA Portaria CAT nº 104 (DOE de 05/06/09), altera a Portaria CAT nº 95, de 22/05/09, que estabelece a base de cálculo na saídade produtos eletrônicos, eletroeletrõnicos e eletrodomésticos.

Altera a Portaria que isenta do ICMSA Portaria CAT nº 105 (DOE de 23/06/09), altera a Portaria CAT nº 37/2007, que isenta do ICMS na saída de veiculo automotornovo especialmente adaptado para ser dirigido por motorista portador de deficiencia fisica.

5 – Notícias da Comissão de Valores Mobiliários

Pronunciamentos ContábeisA Deliberação nº 577 (DOU de 09/06/09), aprova o pronunciamento técnico CPC 20 do Comitê de PronunciamentosContábeis, que trata de custos de empréstimos.

A Deliberação nº 576 (DOU de 09/06/09), aprova o pronunciamento técnico CPC 17 do Comitê de PronunciamentosContábeis, que trata de contratos de construção.

A Deliberação nº 575 (DOU de 09/06/09), aprova o pronunciamento técnico CPC 16 do Comitê de PronunciamentosContábeis, que trata de estoques.

6 – Notícias do Banco Central

UPCO Comunicado BACEN nº 18.545 (DOU de 05/06/09), divulga o valor da Unidade Padrão de Capital (UPC).

Prazo adicional para pagamento – operações de custeioA Resolução CMN nº 3.736 (DOU de 18/06/09), dispõe sobre a concessão de prazo adicional para pagamento de prestaçõesde operações de custeio e investimento contratadas em regiões atingidas por enchentes ou por seca e institui Linha Emergencialde Crédito para financiamento de atividades rurais atingidas por enchentes ou por seca.

Crédito Rural - alteraçõesA Resolução CMN nº 3.735 (DOU de 18/06/09), dispõe sobre ajustes nas condições básicas do crédito rural referentes àdocumentação comprobatória da regularidade ambiental.

Santa Catarina – medida emergencialA Resolução CMN nº 3.734 (DOU de 18/06/09), estabelece medida emergencial para agricultores atingidos pelo excesso dechuvas em Santa Catarina em 2008.

Santa Catarina - prorrogaçãoA Resolução CMN nº 3.733 (DOU de 18/06/09), autoriza a prorrogação e a renegociação de parcelas de custeio e investimentopara produtores rurais atingidos pelo excesso de chuvas em Santa Catarina em 2008.

7 – Diversos

Financiamentos – encargos financeirosA Portaria MF nº 223 (DOU de 25/05/09 Obs.: Rep. DOU de 27/05/09), autoriza o pagamento de equalização de encargosfinanceiros sobre os saldos médios diários dos financiamentos concedidos com valor de até 40% das prestações com vencimento em2008 de programas de investimento agropecuários coordenados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).

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Multa mensal – imóveis de propriedade da UniãoA Portaria MPO nº 115 (DOU de 26/05/09), atualiza o valor da multa mensal prevista no art. 6º, inciso II do Decreto-Lei nº2.398, de 21/12/87, que dispõe sobre foros, laudêmios e taxas de ocupação relativas a imóveis de propriedade da União, e dáoutras providências.

Acordo de cooperação técnicaO Decreto nº 6.859 (DOU de 26.05.2009), promulga o Acordo de Cooperação Técnica entre o Governo da RepúblicaFederativa do Brasil e o Governo da República de Botsuana, assinado em Brasília, em 26/07/05.

Incentivo à propostas culturaisA Portaria MINC nº 30 (DOU de 27.05.2009), dispõe sobre a apresentação de propostas culturais com vistas à autorização paracaptação de recursos mediante o mecanismo de incentivo fiscal da Lei nº 8.313 de 23/12/91 e dá outras providências.

Responsabilidade de gestão fiscalA Lei Complementar nº 131 (DOU de 28.05.2009), acrescenta dispositivos à Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000,que estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências, a fim dedeterminar a disponibilização, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira daUnião, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Parcelmaneto ordinárioA Lei nº 11.941 (DOU de 28/05/09), altera a legislação tributária federal relativa ao parcelamento ordinário de débitostributários; concede remissão nos casos em que especifica; institui regime tributário de transição, alterando o Decreto nº 70.235,de 6/03/72, as Leis nºs 8.212, de 24/07/91, 8.213, de 24/07/91, 8.218, de 29/08/91, 9.249, de 26/12/95, 9.430, de 27/12/96,9.469, de 10/07/97, 9.532, de 10 /12/97, 10.426, de 24/04/02, 10.480, de 02/07/02, 10.522, de 19/07/02, 10.887, de18/06/04, e 6.404, de 15/12/76, o Decreto-Lei nº 1.598, de 26/12/77, e as Leis nºs 8.981, de 20/01/95, 10.925, de 23/07/04,10.637, de 30/12/02, 10.833, de 29/12/03, 11.116, de 18/05/, 11.732, de 30/06/, 10.260, de 12/07/01, 9.873, de 23/11/99,11.171, de 2/09/05, 11.345, de 14/09/06; prorroga a vigência da Lei nº 8.989, de 24/02/; revoga dispositivos das Leis nºs 8.383,de 30/12/91, e 8.620, de 5/01/93, do Decreto-Lei nº 73, de 21/11/66, das Leis nºs 10.190, de 14/02/01, 9.718, de 27/11/98, e6.938, de 31/08/81, 9.964, de 10/04/00, e, a partir da instalação do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, os Decretosnºs 83.304, de 28/03/79, e 89.892, de 2/07/84, e o art. 112 da Lei nº 11.196, de 21/11/05; e dá outras providências.

Lei de Execução Penal - alteraçãoA Lei nº 11.942 (DOU de 29/05/09), dá nova redação aos arts. 14, 83 e 89 da Lei nº 7.210, de 11/07/84 - Lei de ExecuçãoPenal, para assegurar às mães presas e aos recém-nascidos condições mínimas de assistência.

E-CAC – Receita FederalA Instrução Normativa RFB nº 944 (DOU de 01/06/09), dispõe sobre outorga de poderes para fins de utilização, mediantecertificado digital, dos serviços disponíveis no Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte (e-CAC) da Secretaria da ReceitaFederal do Brasil (RFB).

Acordo de Comércio – Mercosul e República da IndiaO Decreto nº 6.864 (DOU de 01/06/09), promulga o Acordo de Comércio Preferencial entre o Mercosul e a República da Índia,celebrado em Nova Delhi, em 25/01/04, e respectivos Anexos, assinados em 19/03/05, em Nova Delhi.

Plano de Igualdade RacialO Decreto nº 6.872 (DOU de 05.06.2009), aprova o Plano Nacional de Promoção da Igualdade Racial - Planapir, e institui o seuComitê de Articulação e Monitoramento.

Mercosul – Decisões, Resolução do Grupo e diretrizesO Decreto nº 6.870 (DOU de 05/06/09), dispõe sobre a vigência de Decisões do Conselho do Mercado Comum, Resolução doGrupo Mercado Comum e de Diretrizes da Comissão de Comércio do Mercosul.

Legislação Tributária - alteraçõesA Lei nº 11.945 (DOU de 05/06/09), altera a legislação tributária federal e dá outras providências.

CFC - eleiçãoA Resolução CFC nº 1.173 (DOU de 03/06/09 Obs.: Ret. DOU de 08/06/09), altera o art. 7º da Resolução CFC nº 1.094/07, quedispõe sobre a eleição dos membros do Plenário do Conselho Federal de Contabilidade e dá outras providências.

Programa Dinheiro Direto na EscolaA Lei nº 11.947 (DOU de 17/06/09), dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar e do Programa Dinheiro Direto naEscola aos alunos da educação básica; altera as Leis nºs 10.880, de 9/06/04, 11.273, de 6/02/06, 11.507, de 20/07/07; revogadispositivos da Medida Provisória nº 2.178-36, de 24/08/01, e a Lei nº 8.913, de 12/07/94; e dá outras providências.

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Exportações - ÍndiaO Decreto nº 6.881 (DOU de 19/06/09), dispõe sobre a autorização de operações de exportação de bens de uso na áreanuclear e serviços relacionados para a República da Índia.

Casos Excepcionais de Urgência - MercosulO Decreto nº 6.880 (DOU de 19/06/09), dispõe sobre a execução da Decisão CMC nº 23/04 "Procedimento para AtenderCasos Excepcionais de Urgência - Artigo 24 do Protocolo de Olivos para a Solução de Controvérsias no Mercosul", aprovadapelo Conselho do Mercado Comum, em 07/07/04.

Ata de Retificação - MercosulO Decreto nº 6.879 (DOU de 19/06/09), dispõe sobre a execução da Ata de Retificação, de 30/03/09, do Segundo ProtocoloAdicional ao Apêndice II do Acordo de Complementação Econômica nº 55, entre os Governos da República Argentina, daRepública Federativa do Brasil, da República do Paraguai e da República Oriental do Uruguai, Estados Partes do Mercosul, e osEstados Unidos Mexicanos.

8 – Notícias do STF

Repercussão geral Na primeira quinzena de junho, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a repercussão geral de cinco recursosextraordinários. Dois deles versam sobre temas criminais, já nos outros três, o pano de fundo da discussão é o direito tributário.Na área criminal, o tema reconhecido como de relevância jurídica foi a possibilidade de aplicar benefício concedido pela nova Leide Tóxicos - Lei nº 11.343, de 2006 - a condenados durante a vigência da norma anterior. Já o segundo na área penal discute alegalidade de julgamento realizado por órgãos de tribunais compostos por maioria de juízes convocados, inclusive o relator. Naárea tributária, há um recurso que trata da incidência de ICMS na importação de equipamento médico por sociedade civil não-contribuinte do imposto, após a Emenda Constitucional nº 33 de 2001, que alterou a forma de tributação. Também foiconsiderada de repercussão a discussão sobre a aplicação de lei, que aumentou a alíquota do imposto de renda e publicada diasantes do fim do ano, a fatos ocorridos no mesmo exercício. O tema envolve imposto de renda incidente sobre exportaçõesincentivadas a partir do exercício financeiro de 1990, tendo como ano base 1989. Por último, um recurso que discute a correçãomonetária das demonstrações financeiras, em julho e agosto de 1994.

Presidente do STF suspende decisões do TJ do Rio de Janeiro que limitavam cobrança de ICMS O ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu decisões do Tribunal de Justiça do Rio deJaneiro (TJ-RJ) que favoreciam estabelecimentos comerciais contrários à cobrança da alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulaçãode Mercadorias e Prestação de Serviços) acima de 18%, no que se refere ao fornecimento de energia elétrica e serviços detelecomunicações. A decisão foi tomada na Suspensão de Segurança (SS) 3753.

Gilmar Mendes atendeu pedido do estado do Rio de Janeiro, segundo o qual, a suspensão da cobrança, determinada pelo TJ-RJ,resultaria em grave lesão à ordem e à economia públicas e na possibilidade de ocorrer o efeito multiplicador. Além disso, oestado alega a perda anual relativa às áreas de energia e comunicação em torno de R$ 1,5 bilhão, o que acarretaria prejuízos naprestação dos serviços públicos.Já as empresas, alegam que os serviços prestados são considerados essenciais e não supérfluos, portanto, a cobrança dopercentual de 25% violaria o principio da seletividade, presente no artigo 155, parágrafo 2º, inciso III, da Constituição Federal,devendo ser limitada a cobrança do ICMS em18% sobre o fornecimento de energia elétrica e serviços de telecomunicações.

Decisão

Em sua decisão, o ministro Gilmar Mendes destaca que ficou demonstrada a existência de grave lesão à ordem pública tendoem vista que a redução da alíquota de 25% para 18% pode afetar a prestação de serviços públicos essenciais, considerando arelevância da arrecadação desse tributo para o orçamento estadual.

O ministro também considerou em sua decisão a possibilidade do efeito multiplicador com o risco da proliferação de demandasidênticas e o risco de lesão à economia levando em conta os valores que deixariam de ser arrecadados.Com essas considerações, concedeu a segurança para suspender os efeitos das decisões dadas pelo TJ-RJ.

Estabelecimentos comerciais e sindicatos recorreram da decisão do presidente ao Plenário da Corte, por meio de recurso deagravo regimental, ainda sem previsão para julgamento.

Alíquota 0,38% da CPMF nos três primeiros meses do ano de 2004 é constitucional OSupremo Tribunal Federal (STF) considerou devida a cobrança da alíquota de 0,38% da Contribuição Provisória sobreMovimentação Financeira (CPMF) referente aos 90 dias posteriores à publicação da Emenda Constitucional nº 42/03, quecorresponde ao período de 1º de janeiro de 2004 a 31 de março de 2004. A decisão se deu por maioria dos votos.

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O Plenário da Corte deu provimento ao Recurso Extraordinário (RE) 566032 interposto pela União contra a empresa CortumeKrumenauer S/A. O recurso contestava decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (PR, SC e RS) que reconheceu serindevida a alíquota de 0,38% quanto à CPMF após 90 dias da Emenda 42/03.

O Supremo já havia reconhecido, anteriormente, a repercussão geral desse RE por entender que a matéria apresenta relevânciaeconômica, política, social e jurídica.Decisão questionada

Conforme o ato do TRF-4, contestado no recurso, o princípio da anterioridade nonagesimal previsto no artigo 195, parágrafo 6ºda Constituição Federal constitui garantia individual e, por isso, cláusula pétrea. Daí a importância de este princípio serobservado.

Para aquela Corte, a emenda constitucional não apenas prorrogou a vigência da CPMF, mas também modificou o tributomajorando em 31 de dezembro de 2003 a alíquota prevista para o exercício de 2004, de 0,08% para 0,38% “em clara afrontaao princípio da anterioridade nonagesimal e à exigência de previsibilidade”.

Tese da empresa

Para a Cortume Krumenauer S/A, a Emenda Constitucional não apenas prorrogou a CPMF, mas também majorou a alíquota de0,08% para 0,38%, portanto a exigência do tributo a partir de janeiro de 2004 teria contrariado o princípio da anterioridadenonagesimal.

Assim, a empresa entendeu que tinha direito à compensação da diferença percentual em relação a alíquota devida de 0,08%.Isso porque, a partir da Lei 10.637, é possível a compensação com tributos de qualquer espécie, desde que administrados pelaSecretaria de Receita Federal, mediante a apresentação de declaração pelo contribuinte observado o artigo 170-A, do CódigoTributário Nacional (CTN).

Tese da União

Contra essa decisão, a União interpôs o RE alegando violação ao artigo 195, parágrafo 6º, da Constituição, sustentando inexistirmajoração de alíquota que atraísse a incidência do prazo nonagesimal. Para os advogados da União, no caso, teria havidoapenas a prorrogação da contribuição, mantendo seu percentual de 0,38%.

Voto do relator

Para o exame da questão, o relator, ministro Gilmar Mendes, apresentou breve histórico sobre a CPMF e sua alteração. Emseguida, ele constatou que não houve majoração da alíquota porque os contribuintes, durante o exercício financeiro de 2002-2003, pagaram a contribuição de 0,38% e não de 0,08%.“Como visto, a Emenda Constitucional nº 42 manteve a alíquota de 0,38% para 2004 sem, portanto, instituir ou modificar aalíquota diferente da que o contribuinte vinha pagando”, disse o ministro. Ele explicou que poderia existir uma expectativa dediminuição da alíquota para 0,08%, porém o dispositivo que previa esse percentual para 2004 foi revogado antes deefetivamente ser exigível, ou seja, antes do início do exercício financeiro de 2004. Mendes lembrou que o Supremo afasta,reiteradamente, a tese do chamado direito adquirido a regime jurídico, “hipótese que se aproxima a este caso”.

O relator também afirmou não ter constatado violação à segurança jurídica, “princípio sustentador do artigo 195, parágrafo 6º,da Constituição, na medida em que o contribuinte há muito já experimentava a incidência da alíquota de 0,38%, pois nãosofreu ruptura com a manutenção da alíquota de 0,38% durante o ano 2004”.

Dessa forma, o ministro Gilmar Mendes afirmou que se a prorrogação da contribuição não faz incidir o prazo nonagesimalquando se poderia alegar expectativa de término do tributo maior, conforme jurisprudência pacífica da Corte (ADI 2666 e AI392574), “razão não se deve reconhecer a incidência de tal prazo quando havia essa expectativa de alíquota menor”.

Ao final, avaliou que “do mesmo modo que a redução ou extinção do desconto não é considerada aumento do tributo parafins do que dispõe o princípio da anterioridade, a revogação do artigo que previa a alíquota de 0,08% para CPMF no exercíciode 2004 não implica aumento do percentual que já vinha sendo pago e cujo valor permaneceu o mesmo, ou seja, 0,38%”.Gilmar Mendes deu provimento ao recurso e foi seguido pelos ministros Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Eros Grau,Joaquim Barbosa, Cezar Peluso e Ellen Gracie.

Divergência

Três ministros votaram pelo desprovimento do recurso. O ministro Carlos Ayres Britto abriu a divergência e foi seguido pelos ministrosMarco Aurélio e Celso de Mello. Ayres Britto entendeu não ser possível que “no apagar das luzes do ano anterior”, haja umaalteração da alíquota programada para ser paga a partir do 1º dia do ano seguinte, aumentando-se de 0,08% para 0,38%.

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Ele entendeu que não importa se todos já pagavam 0,38% no dia anterior, “o certo é que no dia seguinte, já se sabia que aalíquota diminuiria para 0.08% porque havia regra jurídica determinando essa redução”. Segundo o ministro, a CPMF foiprorrogada, mas a alíquota foi majorada “e isso causou surpresa aos contribuintes e feriu, portanto o princípio da não-surpresa,o princípio da anterioridade nonagesimal”.

9 – Notícias do STJ

Ligação telefônica internacional gera ICMS A Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) não atendeu ao recurso de uma operadora de telefonia móvel e mantevea decisão de segunda instância que concluiu que o uso da estrutura material da concessionária do serviço de telecomunicaçãodisponível a terceiro como atividade negocial para realizar a ligação telefônica caracteriza o fato gerador de imposto sobrecirculação de mercadorias e prestação de serviços (ICMS).

A empresa recorreu ao STJ após a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) que entendeu que, no serviço detelecomunicações internacional, quando a chamada origina-se no Brasil, usa-se a estrutura material da Empresa Brasileira deTelecomunicações (Embratel) e também da concessionária local. Para o TJ, a ligação telefônica internacional necessariamente seinicia com o uso da estrutura material da concessionária local eleita pelo usuário para a consecução do seu objetivo.

O Tribunal de origem ressaltou, ainda, que, como o ordenamento positivo atribui responsabilidade de recolher o tributo àconcessionária que apresenta a fatura ao usuário dos serviços, a concessionária local qualifica-se como sujeito passivo dessaobrigação tributária.

Em sua defesa, a empresa de telefonia móvel argumentou que o tribunal de origem não teria se pronunciado sobre a aplicaçãoda isenção prevista na Lei Complementar 87/96, nem sobre a não incidência do ICMS nas ligações telefônicas internacionais emrazão do princípio da territorialidade. Alegou também que ela não tem autorização para prestar serviço de telecomunicaçãointernacional, não podendo ser tratada como contribuinte de ICMS incidente sobre ligações internacionais, situação em que naverdade se encontra a Embratel.

Ao analisar o caso, a relatora, ministra Eliana Calmon, destacou que a empresa não atacou todos os fundamentos do acórdãorecorrido, deixando sem impugnação razões suficientes para sustentar, por si sós, o julgamento feito pelo Tribunal de origem.

Incide ISSQN sobre empresa prestadora de serviços temporários que mantém empregados próprios O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) incide sobre a taxa de agenciamento e as importâncias voltadas para opagamento dos salários e encargos sociais dos trabalhadores contratados pelas prestadoras de serviços de mão-de-obratemporária. Com esse entendimento, a Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) acolheu o recurso interposto pelomunicípio de Londrina contra decisão do Tribunal de Justiça paranaense (TJPR) que manteve o ressarcimento dos valoresrecolhidos do ISSQN em favor de um sindicato de empresas agenciadoras de mão-de-obra temporária.

No caso, o Sindicato das Empresas Contábeis Assessoramento Perícias Informações e Pesquisas de Londrina (SESCOM) entroucom mandado de segurança contra a Prefeitura Municipal em abril de 2004. No pedido, solicitou a exclusão da base de cálculodo ISSQN que é exigido das empresas filiadas em decorrência da prestação do serviço de intermediação ou agenciamento demão-de-obra, quaisquer importâncias distintas da taxa de administração.

Em primeiro grau o pedido foi acolhido. O juízo determinou que o ISSQN devido pelas empresas de fornecimento de trabalhotemporário filiadas ao sindicato tivesse por base de cálculo somente a comissão ou taxa de administração cobrada do tomador,excluindo as verbas referentes a salários e encargos sociais e previdenciários. O Município recorreu, mas o TJPR manteve asentença favorável ao Sindicato para reconhecer o direito à compensação dos valores recolhidos.

Inconformada a defesa recorreu ao STJ sustentando que o ISSQN não pode incidir somente sobre a taxa de agenciamento umavez que “as tomadoras de serviços a contratam para uma gama de serviços, e não simplesmente para terceirizar mão-de-obra.Neste caso,“o valor total da fatura representa o valor total do serviço prestado, independente da nomenclatura utilizada, demodo a mostrar-se como valor hábil a configurar a base de cálculo do imposto”. Em seu voto, o relator, ministro Luiz Fux, considerou que o TJPR interpretou equivocadamente a Lei 6.019/74 quando atribuiu àempresa agenciadora de mão-de-obra temporária a condição de intermediadora de mão de obra.

Para o relator, nos termos da Lei, as empresas filiadas ao SESCOM exercem variadas prestações de serviços, todas tendentes aopagamento de salários, previdência social e demais encargos trabalhistas, sendo devida a incidência de ISS sobre a prestação deserviços, e não apenas sobre a taxa de agenciamento.

ICMS sobre geração de energia cabe ao município onde se localiza o equipamento gerador O ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) recolhido sobre circulação de energia elétrica cabe ao municípioonde se localiza o gerador. Para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), o fato gerador do imposto ocorre com a saída da

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mercadoria do local onde está situado o equipamento utilizado para produzi-la. Com a decisão, o município paulista de Ubaranapassará a receber, de forma exclusiva, os recursos relativos à geração de eletricidade pela Usina Hidrelétrica de Promissão.

Ubarana pretendia ter reconhecido o direito aos créditos repassados pela Fazenda paulista em razão da produção da UsinaHidrelétrica de Promissão. Os valores de participação no ICMS relativa à produção de energia elétrica eram repassados àPromissão, onde está localizada a unidade administrativa da usina. A Justiça local entendia ser a venda da energia produzidafator mais relevante para apuração do imposto e agregação de valor à mercadoria do que o local de sua produção.

Segundo o ministro Castro Meira, a Constituição estabelece a territorialidade como critério para apuração do valor adicionadofiscal (VAF) relativo ao ICMS, e a regulamentação do tema não sofreu alterações significativas entre o início da ação – 1994 – eo julgamento do recurso. Por isso, explicou o relator, a questão principal seria definir o local de ocorrência da saída damercadoria: se na sede administrativa da usina ou no equipamento gerador de eletricidade.

O ministro afirmou que a legislação entendia já em 1957 que a “unidade geradora de energia elétrica” compreende o “motorprimário, o gerador e todo o respectivo equipamento auxiliar”. A mesma linha seria seguida pela doutrina, pelo convênio queestabeleceu as hipóteses de incidência de ICMS em 1988 e pela lei que tratou do tema em 1996.

O Convênio 66/88 afirma que incide o imposto na saída da mercadoria do estabelecimento gerador “para qualquer outroestabelecimento, de idêntica titularidade ou não, localizado na mesma área ou em área contínua ou diversa, destinado aconsumo ou utilização em processo de tratamento ou de industrialização, ainda que as atividades sejam integradas”. Já a LeiComplementar 87/96 anota que o local da operação ou da prestação é o estabelecimento onde se encontre no momento daocorrência do fato gerador, sendo um destes a saída de mercadoria de estabelecimento de contribuinte mesmo que para outroestabelecimento do mesmo titular.

O relator ressaltou ainda que o caso não se confunde com as questões envolvendo os pleitos de municípios que tiveram áreasalagadas para a construção das usinas.

Crédito tributário. Suspensão. Exigibilidade. Trata-se de REsp em que a questão cinge-se em saber se o recurso administrativo de terceiro contra o indeferimento do pedidoadministrativo de restituição, ao qual está vinculado o pedido administrativo de compensação da impetrante ora recorrida, épassível de suspender a exigibilidade do crédito tributário devido por ela nos termos do art. 151, III, do CTN. A Turma negouprovimento ao recurso, reiterando o entendimento de que ocorre a suspensão da exigibilidade do crédito tributário sempre queexistente algum tipo de impugnação do contribuinte à cobrança do tributo. O Min. Relator, contudo, ressalvou seuentendimento de que o simples pedido administrativo de compensação, ainda mais quando vinculado a pedido de restituiçãoindeferido em 1º grau administrativo, não é apto a suspender a exigibilidade do crédito tributário nos termos do dispositivo legalacima mencionado, se não demonstrada a certeza e liquidez dos valores oferecidos à compensação. Precedentes citados: EREsp850.332-SP, DJe 12/8/2008; REsp 914.318-RJ, DJe 18/12/2008, e AgRg no REsp 957.357-PR, DJe 13/10/2008. REsp 1.101.004-SP, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 9/6/2009.

Precatórios podem ser usados para quitar débitos fiscais A Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, por unanimidade, que devem ser aceitos precatórios adquiridospela empresa Fabiantex Comércio de Roupas e Aviamentos Ltda. para a quitação de débitos com o fisco do estado de Goiás. Adecisão unânime seguiu o entendimento do ministro relator Teori Zavascki.

A empresa adquiriu precatórios de terceiro para quitar débitos prévios, porém o estado de Goiás afirmou não ser legalmentepossível realizar tal quitação. A empresa impetrou, então, mandado de segurança no Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO).Alegou-se que a Emenda Constitucional nº 30, de 2000, que alterou o artigo 78 dos Atos das Disposições ConstitucionaisTransitórias (ADCT), autoriza o uso dos precatórios para pagar obrigações com o fisco. Além disso, apesar de a Lei estadual n.15.316, de 2005, ter revogado a Lei n. 13.646, de 2000, que regulava a compensação e seção de créditos de precatórios, odireito de compensação ainda seria garantido pelo artigo 180 da Lei estadual n. 11.651, de 1991 (Código Tributário Estadual).

O TJGO, entretanto, não aceitou o pedido, pois entendeu que não havia prova suficiente para demonstrar a liquidez e a certezado direito da empresa. Também entendeu ser necessária a realização de perícia contábil para determinar o valor exato doprecatório e do compensável. Por fim, afirmou que não havia prova da regularidade da cessão dos créditos.

A empresa recorreu ao STJ, garantindo que a regularidade da cessão dos precatórios teria ficado comprovada no processo e queas escrituras públicas de cessão de crédito comprovariam a validade destes. Voltou ainda a afirmar que o artigo 180 da Lei n.11.651/1991 prevê a possibilidade de compensação.

Em seu voto, o ministro Teori Zavascki considerou que a Emenda Constitucional 30 deu ao credor mais meios de garantir opagamento de precatórios, com a permissão de decomposição em parcelas, pagamento de tributos etc. No caso, os precatóriosatenderiam todas as exigências previstas no artigo 78 da ADCT, portanto poderiam ser compensados. O ministro tambémafirmou que a documentação apresentada seria suficiente para garantir a validade dos créditos, que comprovavam a higidez doscréditos já cedidos.

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O ministro afirmou ainda que a posição do estado de Goiás seria irregular. “O precatório não foi pago no prazo do artigo 100da Constituição Federal e a Fazenda Pública de Goiás não se dispõe a pagá-lo parceladamente, segundo o regime imposto peloartigo 78 da ADCT. Esta posição é absolutamente incompatível com a Constituição”, completou. Segundo o magistrado, ajurisprudência do STJ entende que, caso o legislador estadual seja omisso, o pagamento deve ser feito em dez parcelas. Por fim,o ministro considerou que não cabe ao fisco estadual fiscalizar a correção da compensação e que o valor adequado dos créditosdevem ser informados aos órgãos competentes no momento oportuno. Como esse entendimento, concedeu o pedido.

STJ reduz valor de IR e CSLL de clínica O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu de forma favorável às clínicas médicas que tentam equiparar suas atividades aosserviços hospitalares. Com o entendimento, as clínicas garantiram o direito de pagar alíquotas reduzidas do Imposto de Renda eda Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) de 8% e 12%, respectivamente, e não mais um percentual total de 32%pelos dois tributos.

Este mês, em um recurso proposto pela Fazenda Nacional contra uma decisão do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região -que determinou redução na tributação da clínica Uroclin Serviços Médicos - , a 1ª seção do STJ entendeu que devem serconsiderados como serviços hospitalares todos aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltadosdiretamente à promoção da saúde. Há pelo menos sete anos, as clínicas reivindicam esse direito na Justiça. A recente decisão doSTJ altera entendimento da própria corte, que desde 2006 julgava de forma contrária à tese das empresas.

A Lei nº 11.727, de 2008, estabelece que terão direito à redução apenas as clínicas organizadas na forma de sociedadeempresária, o que tem sido interpretado normalmente pelo fisco como clínicas em que outros funcionários, além dos sócios,exercem a atividade fim. Esse entendimento exclui grande parte das clínicas particulares, nas quais todos os médicos são sócios.O julgamento da corte refere-se a períodos anteriores à publicação da lei. Até então, a única definição era dada pelo artigo 15da Lei nº 9.249, de 1995, que garantia o benefício aos serviços hospitalares, sem especificá-los, o que provocou uma série denormas da Receita Federal na tentativa de esclarecer a lei. Em 2004, a Instrução Normativa nº 480 determinou que faziam jus àredução do imposto os locais que tivessem pelo menos cinco leitos e, no ano seguinte, a Instrução Normativa nº 539 definiuque apenas as clínicas organizadas na forma de sociedade empresária teriam esse direito.

Ao analisar o tema, em 2006, a 1ª seção do STJ decidiu que só teriam direito à redução tributária os estabelecimentos médicosque proporcionassem a internação dos pacientes para tratamentos de saúde. Agora, a mesma seção alterou a posição nojulgamento do recurso da Fazenda Nacional contra a Uroclin. A ministra Eliana Calmon considerou que não havia por parte dofisco um critério seguro para definir a sua própria orientação, o que gerou as inúmeras instruções normativas. Os ministrosmantiveram o acórdão do TRF que considerou que a prestação de serviços de litotripsia - procedimento para fragmentação decálculo renal -, atividade da Uroclin, enquadra-se no conceito de serviço hospitalar, o que garante a base de cálculo reduzida. Deacordo com o ministro Castro Meira, relator do processo, deve-se entender como serviços hospitalares aqueles que se vinculamàs atividades desenvolvidas pelos hospitais, mas não necessariamente, são prestados no interior deles. "Não deve existirdiferença na tributação entre os mesmos serviços feitos por um hospital e por clínicas", diz o advogado Régis Luis JacquesBohrer, Bohrer Mendonça e advogados Associados, banca que defende a clínica.

O julgamento deve influenciar outros processos semelhantes no STJ. Atualmente, tramita na corte uma ação coletiva movidapela Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante, que representa mais de 50 clínicas, a ser julgado pela 2ª Turma.A associação obteve uma liminar na 22ª Vara Federal de Brasília, mantida pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região, quegarante o benefício fiscal. De acordo com o advogado Ulisses Jung, que representa a associação, a ação discute não somente odireito à redução fiscal no período anterior à Lei de 2008, como após a sua publicação. Procurada pelo Valor, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) informou, em nota, que acredita que a 2ªTurma deve seguir o precedente da 1ª Seção, queestendeu o benefício fiscal aqueles que prestam serviços hospitalares de forma ampla.

AR sem assinatura de recebimento é insuficiente para comprovar notificação O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou a extinção de uma execução hipotecária em curso na Justiça do Distrito Federalem razão de não ter sido comprovada, por meio de aviso de recebimento (AR), a entrega da segunda notificação. O Tribunal desegunda instância havia considerado suficiente para satisfazer o requisito da dupla notificação a mera remessa do aviso decobrança ao endereço dos mutuários.

A decisão é da Terceira Turma e baseou-se em voto do ministro Sidnei Beneti, relator. No recurso especial, os mutuáriosalegaram que a execução hipotecária contra eles movida pelo Unibanco não deveria prosseguir. Isso porque, junto à petiçãoinicial da ação, deveriam constar dois avisos de cobrança, o que não ocorreu. Em relação a uma das notificações apresentadaspelo banco não haveria comprovação de recebimento.

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) considerou presumível que os avisos de cobrança da dívida tivessemsido remetidos ao destinatário, uma vez que eles teriam sido endereçados ao imóvel hipotecado. Esse é um dos pressupostos deadmissibilidade da ação de execução de acordo com a Lei n. 5741/71.

Ao reformar o entendimento emitido no segundo grau, o ministro Beneti destacou que o sistema de intimação via postal

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realizado com AR visa justamente a produzir um documento que sirva de prova da entrega da notificação. Por isso, quandoentregue, o carteiro exige a assinatura e o número do documento da pessoa que recebe.

No caso analisado, o AR voltou aos autos sem assinatura de qualquer recebedor ou mesmo o carimbo da unidade dos correiossituada na localidade de destino. Por isso, o ministro relator concluiu que o AR não serve como prova da entrega da notificação,nem mesmo por presunção, como havia feito o TJDFT.

STJ mantém decisão que tributa demanda contratada de energia O Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmou seu entendimento favorável à incidência de ICMS sobre a demanda contratada deenergia, um dos itens da conta de grandes empresas que garante seu fornecimento em horários de pico de consumo ecorresponde a cerca de 12% da receita das distribuidoras de energia. A primeira seção do tribunal confirmou ontem oentendimento que já havia dado durante o julgamento do "leading case" sobre o tema, da empresa Monteguti contra o Estadode Santa Catarina, ao analisar um recurso da companhia que pedia esclarecimentos sobre a decisão. A causa é relevante paratodas as grandes indústrias que operam com contratos de demanda contratada de energia.

Até 2007, a incidência do ICMS era pacificada em favor das empresas, ou seja, pela isenção do tributo sobre a demandacontratada. No entanto, a primeira sessão alterou essa posição ao seguir o entendimento do ministro relator do leading case,Teori Zavascki, pelo qual ao menos parte do valor faturado com o contrato de energia contratada poderia ser tributado - a parteefetivamente consumida pela empresa - e a resta ficaria isenta.

Ontem, a corte manteve a decisão ao negar o recurso movido pela empresa. De acordo com o advogado Igor Mauler Santiago,do escritório Sacha Calmon - Misabel Derzi Advogados, que defende a Monteguti, a demanda contratada não pode serconsiderada como energia consumida, pois trata-se de uma taxa para remunerar a infraestrutura do sistema de energia.Segundo Igor, o maior impacto se dá nas empresas que não compensam créditos de ICMS gerados na compra de energiacontratada, como no caso das exportadoras. "É possível que as milhares de ações sobre o tema cheguem ao Supremo TribunalFederal (STF), pois no caso se discute o fato gerador do ICMS, que é uma matéria constitucional", diz Santiago.

Atualmente, a jurisprudência na primeira instância e segunda instâncias da Justiça dos Estados é favorável às empresas, ou seja,contrária à incidência dio tributo. Segundo o advogado Luiz Gustavo Bichara, do escritório Bichara, Barata, Costa & RochaAdvogados, que atua em centenas de ações sobre o tema, o ICMS não poderia incidir nem sobre a parte consumida da energiacontratada, pois, segundo ele, isso representaria uma dupla tributação, já que a energia consumida que faz parte da demandacontratada já está incluída na conta mensal de energia que chega às empresas e que já é tributada. "Na conta não vemdiscriminada a parte de energia consumida referente à demanda contratada", diz.

10 – Notícias do TST

Primeira Turma isenta Zero Hora de pagar horas extras a editor

Seguindo a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, a Primeira Turma da Corte deferiu recurso da Zero Hora EditoraJornalística S/A e isentou-a do pagamento de horas extras a jornalista, que, pelo exercício da função de editor, excedeu a cargahorária de cinco horas prevista em lei. O entendimento da Turma é o de que, embora o artigo 303 da CLT determine ser decinco horas a jornada normal de jornalista, o artigo 306 estipula que esta jornada não se aplica, entre outras, à função exercidapor ele.

As horas extras, bem como adicional noturno, foram deferidas pela Justiça do Trabalho da 12ª Região (SC). Para o Regional, ofato de a função de editor ser enquadrada como de confiança (Decreto-Lei nº 972/1969), não pode afastar o limite da jornadalaboral estabelecido no art. 303 da CLT. O TRT/SC constatou, ainda, a existência de documento referente à promoção a editor,comprovava que as cláusulas de seu contrato de trabalho permaneceram inalteradas.

Contratado em setembro de 1995 como repórter, a partir de março de 1996 o jornalista passou a editor. Nessa função, suajornada era variada, com início pela manhã em alguns dias e, em outros, à tarde, porém, a duração média da jornada era detreze horas por dia, de segunda-feira a domingo, com uma folga semanal. Em setembro de 2002, pediu demissão e, no anoseguinte, ingressou com ação trabalhista, pleiteando todas as horas extras excedentes da quinta diária e das trinta semanais e asdecorrentes do intervalo intrajornada concedido a menor, acrescidos dos adicionais previstos nos instrumentos normativos dacategoria, com reflexos nas demais verbas, bem como adicional noturno e FGTS sobre todas as verbas postuladas.

A 1ª Vara do Trabalho de Blumenau julgou procedentes alguns pedidos do jornalista e condenou a Zero Hora a pagar-lhe horasextras e feriados, com adicional noturno e reflexos. A condenação foi mantida no julgamento de recurso ordinário da empresa.

Para o ministro Lélio Bentes, relator do recurso de revista no TST, embora estivesse expresso na decisão do Regional que ojornalista estava sujeito ao cumprimento de horário, o exercício da função de editor de jornal configura cargo de confiança,sendo compatível seu enquadramento na exceção prevista nos artigos 305 e 306 da CLT, relativa às funções típicas de confiançacomo a de redator-chefe, entre outras. ( RR-1138/2003-002-12-00.4)

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LER: bancário obrigado a fazer hora extra receberá R$ 100 mil A exigência de que um empregado prestasse habitualmente serviço em horário extraordinário, aliada à não-observância denormas de medicina e segurança do trabalho, resultou em condenação a uma indenização de R$ 100 mil. Esse é o valor que oBanco ABN AMRO Real S.A. terá que pagar a um gerente operacional de agência em Recife (PE), afastado do trabalho porsofrer lesão por esforço repetitivo – LER. Em agravo de instrumento ao Tribunal Superior do Trabalho, o banco pretendia obter aredução da indenização, mas a Sétima Turma rejeitou o apelo patronal e negou provimento ao agravo.

O gerente trabalhou para o banco por mais de 25 anos. Segundo afirmou, em dias normais sua jornada de trabalho era das7h30 às 20h, com intervalo de até 30 minutos para almoço. Nos dias de maior movimento - entre os dias 25 de um mês ao dia10 do mês seguinte -, a jornada em média ia até as 21h, com o mesmo intervalo. Ele não era submetido a controle de ponto,mas apresentou testemunha que confirmou a informação e disse não haver flexibilidade na jornada do gerente geral de serviços(antigo gerente operacional). Ao contrário, a testemunha da empresa não soube elucidar nada a respeito.

A partir de setembro de 1994, o bancário passou a receber o benefício previdenciário, após vários laudos periciais, inclusive doINSS, que atestaram a doença. Ele ajuizou, então, ação em que pedia indenização por danos morais pela doença profissional,entre outros pedidos, como horas extras. A 17ª Vara do Trabalho de Recife (PE) estipulou a indenização em R$ 100 mil.

Trabalhador e empresa recorreram da sentença. Enquanto o trabalhador buscou a majoração da indenização para R$ 500 mil,conforme pedido inicial, o banco queria a redução para um valor entre 10 e 20 salários mínimos, sob a alegação de que o juízode primeira instância “fugiu aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, fixando montante que representaenriquecimento sem causa do autor”.

O Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (PE) manteve a sentença. Considerando que a incapacidade para o trabalho temreflexos de ordem psicológica, o Regional entendeu que o valor era razoável. O Regional concluiu que o banco “deixou deobservar as normas sobre medicina e segurança do trabalho e de propiciar ao trabalhador condições adequadas”, chegando aexigir a prestação rotineira de horas extras.

Com o recurso de revista barrado pelo TRT, a empresa interpôs agravo de instrumento ao TST. Para o ministro Ives GandraMartins Filho, relator do apelo, o Regional demonstrou a culpa do empregador, e não havia, no acórdão regional, a violação àsdisposições legais e constitucionais alegadas pelo banco. (AIRR –2427/2006-017-06-40.0)

Cooperativas de crédito: contribuição é dirigida a sindicato de bancários A Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho decidiu que deve ser destinada ao sindicato dos bancários a contribuiçãosindical paga pelo empregado de cooperativa de crédito. Foi a primeira vez que o tema foi discutido sob este enfoque nesteórgão colegiado do TST, e o entendimento unânime foi o de que a destinação é consequência lógica do enquadramento dessesempregados como bancários, somada ao fato de não haver, no caso em questão, sindicato específico que represente taistrabalhadores. O recurso, que teve como relator o ministro Renato de Lacerda Paiva, envolve o Sindicato dos Bancários deBlumenau (SC) e a Cooperativa de Crédito do Vale do Itajaí (Viacredi).

O sindicato recorreu ao TST contra decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (SC) que, após negar a equiparaçãoda cooperativa à instituição financeira bancária, negou sua pretensão de ser o destinatário dos recolhimentos. No recurso aoTST, a defesa da entidade sindical informa que a Viacredi creditou as contribuições em seu favor até o ano de 2001, mas ascorrespondentes aos anos de 2002 e 2003 foram feitas em favor de uma “conta especial empregado e salário”, em função de acooperativa não se considerar uma instituição bancária. O sindicato afirma que não houve alteração na legislação que justifiquea falta de recolhimento em seu favor a partir de 2002.

Em seu voto, o ministro Renato Paiva afirmou que a decisão regional discrepa da previsão contida na legislação que regula aquestão (Lei nº 4.595/64), que dispõe sobre a política e as instituições monetárias, bancárias e creditícias e criou o ConselhoMonetário Nacional. A lei considera instituições financeiras as pessoas jurídicas públicas ou privadas que tenham como atividadeprincipal ou acessória a coleta, intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacionalou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros. Em função disso, a jurisprudência do TST prevê que a jornadade trabalho dos empregados em cooperativa de crédito é de seis horas diárias, assim como a dos bancários, como prevê a CLT(artigo 224).

“Assim, com apoio na legislação, é de se concluir que a cooperativa reclamada deve ser equiparada a estabelecimento bancário,à luz da Súmula 55 desta Corte, cujo entendimento é o de que as empresas de crédito, financiamento ou investimento, tambémdenominadas financeiras, equiparam-se aos estabelecimentos bancários para os efeitos do artigo 224 da Consolidação das Leisdo Trabalho”, afirmou o ministro relator. O ministro Vantuil Abdala, presidente da Segunda Turma, não participou dessejulgamento. A ministra Kátia Arruda compôs o quorum nesta sessão. O recurso do sindicato foi conhecido e provido e a Turmaconsiderou a contribuição sindical devida ao Sindicato dos Bancários de Blumenau por unanimidade de votos. ( RR 1.939/2006-051-12-40.7)

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Cobrador que teve descontado dinheiro levado em assaltos será indenizado A Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho manteve a decisão regional que condenou a Rodoviária MetropolitanaLtda., de Pernambuco, a pagar indenização por danos morais e a devolver os descontos feitos nos salários de um cobradorque sofreu dois assaltos em serviço. Alegando que “não concorreu para a ocorrência dos assaltos, pois a segurança éproblema de responsabilidade pública”, a empresa descontou dos salários do empregado a quantia levada pelosassaltantes. Após seu desligamento da empresa, o cobrador ajuizou ação trabalhista e requereu, entre outros itens, adevolução dos descontos e indenização em razão dos momentos que passou sob a mira de ladrões armados de revólverescalibre 38.

A sentença da Vara do Trabalho de São Lourenço da Mata (PE) determinou a devolução dos descontos efetuados nosassaltos - R$ 50,00 e R$ 90,00, levados por ladrões nos dias 28 de dezembro de 1998 e 1º de maio de 1999 – e condenoua empresa a pagar indenização de R$ 3.500,00, com acréscimo de juros de mora e correção monetária. O Tribunal Regionaldo Trabalho da 6ª Região (PE) manteve a sentença por considerar que o desconto das importâncias levadas pelos ladrõestransformou o cobrador no vilão da estória, não tendo o empregador nenhum respeito ao “pobre empregado que escapouda mira dos ladrões quando cuidava do patrimônio de uma empresa indigna de prestar serviço à sociedade”.

O TRT/PE considerou “criminosa” a conduta da empresa e confirmou o direito à indenização por danos morais sob oentendimento de que restou induvidoso que, ao efetuar o desconto nos salários do cobrador da quantia subtraída nosassaltos, o empregador somente poderia ter em mente que o empregado havia faltado com a verdade ao relatar oinfortúnio ocorrido, supondo, talvez que ele tivesse subtraído ilicitamente o numerário. O Regional concluiu que a empresanão se deu ao trabalho de apurar os fatos, inclusive na órbita penal, preferindo o caminho mais fácil e injusto, ao deduzirquantia significativa do salário do cobrador de ônibus (que era de R 354,00 mensais).

No agravo ao TST, a defesa da Metropolitana sustentou que não houve nenhum prejuízo moral ao trabalhador,acrescentando que tal prejuízo deve ser provado por quem o alega, o que não teria ocorrido. Insistiu na tese de que aindenização deveria ser tarifada na média de um salário por ano de serviço e, por esse motivo, requereu a reforma dadecisão regional que manteve a condenação em “valor altíssimo”, a seu ver. Ao negar provimento ao agravo, o ministrorelator Luiz Philippe Vieira de Mello Filho afirmou que, para se chegar à conclusão diversa a qual chegou o TRT/PE, serianecessário o revolvimento de fatos e provas, o que neste grau recursal é vedado, tendo plena aplicação do contido naSúmula 126 do TST. ( AIRR 5534/2002-906-06-00.1) (Virginia Pardal)

Piloto não tem direito a adicional de periculosidade O piloto que permanece no interior da aeronave ou nas suas imediações no momento do abastecimento não tem direito aoadicional de periculosidade. O entendimento é dos ministros da Quinta Turma do Tribunal Superior do Trabalho ao daremprovimento a recurso de revista da Construtora Andrade Gutierrez S.A. para excluir da condenação o pagamento doadicional de periculosidade a ex-piloto da empresa.

O relator do processo, ministro Emmanoel Pereira, destacou que, para a caracterização da periculosidade, é necessário ocontato habitual, ainda que momentâneo, com inflamáveis ou explosivos, em condições de risco acentuado, nos termos doartigo 193 da CLT. Segundo o ministro, na medida em que não tinha vinculação com a área em que se realizava a operaçãode abastecimento, a atividade do piloto não poderia ser considerada perigosa.

O profissional foi contratado pela construtora para trabalhar numa empresa do mesmo grupo econômico na função depiloto – onde permaneceu por mais de seis anos até ser demitido sem justa causa. Na 20ª Vara do Trabalho de BeloHorizonte (MG), o empregado pediu o pagamento de adicional de periculosidade, entre outras diferenças salariais. Apesarde laudos periciais contraditórios sobre a efetiva exposição do piloto aos riscos alegados, a empresa foi condenada aopagamento do adicional.

No Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (MG), a Construtora afirmou que o empregado não executava operaçõesperigosas, como demonstrou um dos laudos, mas a condenação foi mantida nesse ponto. Para o TRT/MG, o relevante naapuração da periculosidade é do risco iminente, ou seja, a hipótese de que o dano pode acontecer a qualquer momento.Portanto, existindo a condição de risco, mesmo que intermitente, persiste o direito ao adicional.

Em novo recurso, desta vez ao TST, a empresa conseguiu reformar a decisão. No voto, o ministro Emmanuel Pereiraesclareceu que a jurisprudência do Tribunal não garante o recebimento de adicional por causa da mera supervisão deabastecimento de aeronave. O relator explicou ainda que o pagamento de periculosidade nos postos de reabastecimento deaeronaves é devido aos trabalhadores que executam atividades de abastecimento ou operem na área de risco – conforme anorma regulamentadora nº 16 do Ministério do Trabalho e Emprego. ( RR – 717377/2000.9)

Sexta Turma aponta limites para ação declaratória de nulidade de citação A ação anulatória é especificamente voltada para atos judiciais que não dependam de sentença, ou em que esta formeramente homologatória e, aí, podem ser rescindidos, como os atos jurídicos em geral, como prevê o Código de ProcessoCivil (CPC, art.486). Se a parte pretende, com a declaração de nulidade do ato processual, desconstituir uma sentença

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transitada em julgado, sua intenção extrapola o âmbito da ação anulatória para ingressar no campo da ação rescisória,principalmente porque a coisa jurídica se estabiliza, de maneira definitiva, após o decurso do biênio de que trata o Códigode Processo Civil (CPC, artigo 495). O entendimento foi aplicado por unanimidade de votos pela Sexta Turma do TribunalSuperior do Trabalho em recurso relatado pelo ministro Aloysio Corrêa da Veiga.

Segundo o relator, ao se admitir a utilização da ação declaratória de nulidade, por vício de citação, depois do trânsito emjulgado da sentença que, partindo do fundamento do ato processual praticado, declara a revelia, o Poder Judiciário estariaa permitir que, após perder o prazo para propor ação rescisória, a parte tivesse a possibilidade de provocar, por outra via, adesconstituição da sentença transitada em julgado. O ministro fez uma ressalva para a hipótese prevista no artigo 741,inciso I, do CPC, que trata dos embargos à execução e é uma regra que independe da data do trânsito em julgado dasentença por ser o momento apropriado para se questionar a nulidade da citação.

“Esse é o meu entendimento e reconheço que com ele controvertem a doutrina e a jurisprudência de que a nulidade decitação é absoluta e não permite nunca o trânsito em julgado de uma sentença. Quem primeiro admitiu essa possibilidade,quer por ação rescisória, quer por ação anulatória, foi o ministro Moreira Alves, do Supremo Tribunal Federal, em acórdãodatado de 1982, a quem peço a mais humilde vênia para discordar por entender que a ação anulatória estáespecificamente voltada para os casos que não dependam de sentença. Uma vez havendo a sentença, há uma estabilidadeda relação jurídica, o que faz do quadrado redondo”, afirmou Corrêa da Veiga ao explicar sua decisão.

Ao acompanhar o relator, o ministro Horácio Senna Pires verificou que os autos tratam de uma condenação à revelia emque a parte perdeu a oportunidade de recorrer na fase de conhecimento da ação trabalhista, perdendo também o prazo deingresso de ação rescisória para desconstituir o julgado. “A parte tenta, pelas vias ordinárias, anular o processo e isso nãose pode admitir. É uma tentativa de abrir mais uma via de desconstituição da coisa julgada, absolutamente fora dos casosprevistos em lei. À parte só caberia a regra do artigo 741 do CPC, ou seja, comprovar, no prazo dos embargos à execução,a inexistência da citação”, afirmou Senna Pires. O ministro Maurício Godinho Delgado ressaltou que “um dos problemas doprocesso judicial brasileiro é que ele abre vários caminhos para a mesma coisa, o que acarreta delonga processual e falta deceleridade”.

O Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (PR) negou provimento ao recurso do espólio de Moysés Isper, proprietário dafazenda Dois Irmãos, em Santa Mariana (PR), que se encontra penhorada. A viúva alega que seu marido faleceu em 19 dejulho de 2000 sem nunca ter sido notificado, intimado e citado a respeito da existência da ação trabalhista ajuizada por umtrabalhador rural que trabalhou em sua fazenda e que teria, segundo a viúva, omitido o correto endereço do ex-empregado, induzindo os serventuários da Justiça do Trabalho a praticar atos nulos e cercear sua defesa. O TRT/PR julgouque “a ação anulatória constitui remédio jurídico cabível contra atos processuais praticados pelas partes (nunca por órgãooficial) envolvendo declaração de vontade, homologado ou não, devendo o motivo da anulabilidade estar prevista emalguma regra de direito material”.

No recurso ao TST, a defesa do espólio insistiu no cabimento da ação prevista no artigo 486 do CPC em face da ausênciade citação do réu em ação trabalhista. O ministro Aloysio Corrêa da Veiga admitiu que há controvérsia sobre o cabimentoda ação anulatória para arguir a nulidade de citação havendo sentença condenatória, com trânsito em julgado, ainda quecom fundamento na revelia. “Mesmo aqueles que entendem que a sentença que condena o réu revel, quando nula acitação, não transita em julgado, de modo a admitir, na excepcionalidade, a ação anulatória não diverge quando o réu revelcomparece em juízo, mesmo que para arguir a nulidade da citação. O comparecimento em juízo terminaria por desafiar aação rescisória se improcedente a pretensão de nulidade formulada naquela ação”, concluiu Corrêa da Veiga.

Embargos de declaração rejeitados interrompem prazo recursal A Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho determinou o julgamento do recurso ordinário da empresa Harnischfegerdo Brasil Comércio e Indústria Ltda. pelo Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (MG). Para o TRT, o recurso nãopoderia ser analisado, porque tinha sido proposto fora do prazo legal, na medida em que a 27ª Vara do Trabalho de BeloHorizonte não conheceu de embargos de declaração da empresa, e, com isso, o prazo para a parte recorrer não forainterrompido.

Ao contrário do entendimento do TRT/MG e seguindo o voto da relatora, ministra Rosa Maria Weber, os ministros daTerceira Turma, por unanimidade, defenderam o exame do recurso. A relatora esclareceu que o juízo de admissibilidade deum recurso não se confunde com o de mérito. Portanto, se os embargos da empresa foram apresentados dentro dascondições legais (ou seja, foram admitidos), não importa o fato de eles terem sido rejeitados (isso é questão de mérito).

Ainda segundo a ministra, a decisão do Regional realmente desrespeitou o artigo 538 do CPC, como alegou a empresa.

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Essa norma estabelece que ‘os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de outros recursos, porqualquer das partes’, e o TRT, erroneamente, concluiu que essa regra não se aplicaria quando os embargos de declaraçãofossem rejeitados (não conhecidos), como se eles inexistissem no mundo jurídico.

Desse modo, a partir da decisão do TST, o Regional julgará o recurso ordinário da indústria contra a sentença de primeirograu que a condenou ao pagamento de horas extras e adicional de periculosidade a ex-empregado. ( RR – 412/2006-106-03-00.3)

Fechamento de filial não prejudica estabilidade A extinção de filial do empregador não é empecilho para a reintegração de portador de estabilidade em decorrência dedoença profissional. No caso de um funcionário da metalúrgica Whirlpool S.A., ele pode ser transferido para outroestabelecimento da empresa em outra localidade. A Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou recurso derevista da empregadora e manteve entendimento da Justiça do Trabalho de São Paulo. A ministra Rosa Maria Weber,relatora, ressalta que a atual jurisprudência do TST é no sentido de que “o fechamento de estabelecimento não prejudica aestabilidade decorrente de doença profissional”.

O empregado teve perda auditiva - denominada de surdez ocupacional, após trabalhar durante oito anos em setores comindices elevados de ruído, como técnico de planejamento, controle e produção. Sua última função foi a de coordenador dasáreas de pintura e fabricação da empresa. No início de seu contrato, a denominação da empresa era Brastemp S.A., depoispassou a ser Multibrás S.A. Eletrodomésticos e agora é Whirlpool S.A.

Ao ser dispensado, em 1995, ajuizou uma primeira ação trabalhista e conseguiu ser reintegrado, em função compatívelcom a moléstia, em novembro de 2002. Em março de 2002, foi novamente dispensado e ajuizou nova ação. A 3ª Vara doTrabalho de São Bernardo do Campo (SP) concluiu que o trabalhador não poderia ter sido demitido, e determinou suareintegração em alguma unidade da empresa em atividade, pois havia notícia de que outros funcionários haviam sidoreintegrados em unidades da Whirlpool em outras cidades.

A empresa recorreu ao Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (SP) alegando a extinção de estabelecimento, mas oRegional manteve a sentença. No recurso ao TST, um dos argumentos foi o de contrariedade à Súmula nº 173 do TST – queestabelece que, quando extinto o vínculo empregatício pelo encerramento das atividades da empresa, os salários são devi-dos apenas até a data da extinção. Porém, novamente a Whirlpool não obteve êxito, pois seu apelo não foi conhecido.

A ministra relatora entende que aquela súmula não se aplica ao caso, que trata de estabilidade provisória por motivo dedoença profissional, pois foi fechado somente o estabelecimento em que o trabalhador prestava serviços, mas havia outroem outra localidade – informação incontroversa, segundo o Regional. Neste caso, portanto, as atividades da empresa nãocessaram. A relatora concluiu serem hipóteses distintas a extinção da empresa e a extinção do estabelecimento. Aofundamentar seu entendimento, a ministra Rosa cita ainda precedentes da Seção Especializada de Dissídios Individuais 1(SDI-1), instância uniformizadora das decisões do TST. (RR –1730/2003-463-02-00.3)

Ex-diretora da Coelce garante equiparação com estrangeiro A Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho manteve o direito de uma ex-diretora jurídica da Coelce (CompanhiaEnergética do Ceará) de equiparação salarial a dirigente estrangeiro que exercia a mesma função. A empresa pertence aogrupo espanhol Endesa e a decisão confirma o julgamento do Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região (Ceará), queequiparou o salário da ex-diretora ao de gerente de auditoria.

A decisão se baseia no artigo 358 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que garante que nenhuma empresa no Paíspoderá pagar “a brasileiro que exerça função análoga (...) à que é exercida por estrangeiro a seu serviço, salário inferior aodeste”.

A questão é nova no TST, como lembrou o ministro Simpliciano Fernandes, relator do processo, durante o julgamento daSegunda Turma. De acordo com ele, é “um caso raro, resultado da globalização do emprego e das privatizações” deempresas públicas brasileiras. Em sua defesa, a Coelce alegou que a decisão do TRT/CE, confirmada pala Segunda Turma doTST, levou em conta para a equiparação do salário da ex-diretora apenas o fato de as duas funções, a dela e a doestrangeiro, serem subordinadas à presidência da empresa, o que as colocaria, de acordo com o Tribunal Regional, nomesmo nível hierárquico.

No entanto, o ministro Simpliciano Fernandes defende que o artigo 358 “é mais brando” na exigência de critérios paraconfigurar a similaridade de funções, por tratar de brasileiros e estrangeiros. Estaria de fora, por exemplo, a necessidade de

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comprovação de igualdade de trabalho e produção, como acontece em outras situações.

A Primeira Vara de Fortaleza (CE) garantiu à ex-diretora jurídica a equiparação salarial a gerentes e diretores estrangeiro daCoelce. O TRT/CE negou a comparação aos salários dos diretores, por serem funções diferentes, e manteve apenas ao dogerente de auditoria, pois estaria também subordinado diretamente à presidência da empresa. (RR 1006/2003-001-07-00.3)

Policiais conseguem reconhecimento de vínculo com empresa A Seção Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1) do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou embargos da EditoraGuanabara Koogan contra o reconhecimento de vínculo empregatício de dois policiais militares. A empresa haviaembargado decisão da Primeira Turma do TST, que reconheceu o vínculo ao entendimento de que a atividade de segurançaprivada desenvolvida pelos policiais na empresa estava amparada legalmente nos termos do artigo 3º da CLT.

Em 1999, os policiais reclamaram na Justiça que trabalhavam como segurança para a editora, por meio de uma empresaterceirizada, e foram demitidos sem o pagamento de verbas rescisórias após reclamarem o recebimento de gratificaçãonatalina. Entre outros itens, pediram o reconhecimento de vínculo de emprego com a editora. Tanto na primeira instânciaquanto no recurso ordinário ao Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (RJ) o vínculo foi negado. Para aquelesjulgadores, a relação jurídica de subordinação não poderia existir, porque policiais da ativa tinham horários determinadospela corporação que não poderiam ser desrespeitados. Entenderam, assim, que o trabalho na editora era eventual.

Ao contrário das instâncias anteriores, a Primeira Turma do TST não viu motivo para que o reconhecimento do vínculo fossenegado, pois se tratava de atividade lícita, amparada legalmente na CLT. A Turma deu provimento a recurso do grupo ereformou a sentença, julgando procedentes seus pedidos. A editora então interpôs os à SDI-1 SDI – o órgão uniformizadordas decisões da Justiça Trabalhista –, mas não obteve êxito. O relator, ministro Vantuil Abdala, explicou que, uma vezatendidos os requisitos celetistas, a Súmula nº 386 do TST legitima o reconhecimento de relação de emprego entre policialmilitar e empresa privada, independentemente das sanções disciplinares a que o policial esteja sujeito na corporação. ( E-ED-ED-RR-789851-2001.6)

Oitava Turma afasta insalubridade em carga e descarga de insumos A Oitava Turma do Tribunal Superior do Trabalho reformou decisão regional que concedia direito a adicional deinsalubridade a um ex-empregado da Denorpi Distribuidora de Insumos Agrícolas Ltda., do Paraná, que tinha a função decarregar e descarregar produtos comercializados pela empresa tais como insumos, sementes e adubos. O trabalhadorajuizou ação contra a empresa após a demissão, requerendo, entre outros direitos, o pagamento do adicional deinsalubridade sob alegação de que ficava exposto a elementos nocivos à sua saúde porque, muitas vezes, as embalagenscontinham rasgos ou furos.

Segundo a relatora do recurso, ministra Maria Cristina Peduzzi, o pedido foi rejeitado em primeiro grau, mas o TribunalRegional do Trabalho da 9ª Região (PR) reconheceu o direito, embora as conclusões da perícia tenham apontado que ocontato, se houvesse, seria eventual. “Verifica-se dos elementos contidos no acórdão regional que o contato do reclamantecom o agente nocivo à saúde era apenas eventual. Essa circunstância, consoante a jurisprudência desta Corte, afasta odireito à percepção do adicional de insalubridade”, afirmou Peduzzi em seu voto. A defesa da empresa afirmou que nãocomercializa produtos a granel, e que todas as embalagens são lacradas.

Embora a perícia não tenha constatado a ocorrência de contaminação em razão de embalagens furadas, encontrouevidências de que os empregados da Denorpi não utilizavam equipamentos de proteção individual (EPIs). O peritoencontrou EPIs novos, sem vestígios de uso no local. Os depoimentos tomados na Vara do Trabalho de Jacarezinho (PR)também não convenceram o juiz de que o adicional era devido. Uma das testemunhas indicadas pelo empregado relatouque as embalagens tinham furos e rasgos. Desconfiado de sua acuidade visual, o juiz pediu que a testemunha lhe dissesseque horas marcava o relógio da sala de audiência, mas não obteve resposta. O juiz concluiu que, se a testemunha nãotinha condições de enxergar um relógio a três metros de distância, não poderia enxergar rasgos ou furos em embalagensempilhadas em um galpão.

O TRT/PR concedeu o direito ao adicional de insalubridade em grau médio (20%) por considerar que os produtos eramarmazenados de forma inadequada na sede da empresa e, em caso de haver vazamentos de substâncias químicas, estaspoderiam causar problemas de saúde aos empregados que não usavam EPIs. O TRT/PR verificou ainda que a empresa nuncarealizou os programas exigidos pelo Ministério do Trabalho (Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais e Programa deControle Médico de Saúde Ocupacional), e que o fato de a exposição ao agente tóxico ser eventual não afasta o risco, jáque existe a possibilidade de haver acidentes a qualquer momento, o que coloca em latente perigo a saúde do trabalhador.( RR 470/2003-017-09-00.7)

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