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Maio 2009 Informativo Tributário 1 _ Noticiário....................................1 2 – Legislação Federal.......................5 3 – Trabalhista e Previdenciária .............5 4 – Legislação dos Estados ...............6 5 – Notícias da CVM................................ 9 6 – Notícias do Bacen .............................. 9 7 – Diversos......................................9 8 – Notícias do STF .........................11 9 – Notícias do STJ ..........................11 10 – Notícias do TST .........................15 Aviso Este material foi preparado por profissionais das firmas-membro da Deloitte Touche Tohmatsu. Pretende ser unicamente um guia geral e sua aplicação a situações específicas dependerá das circunstâncias particulares presentes. Assim, recomendamos que os leitores procurem assessoria profissional adequada com relação a qualquer problema particular que enfrentem. Estas informações não devem ser utilizadas como um substituto a tal assessoria. Em que pese termos envidado todos os esforços para garantir que as informações aqui contidas sejam precisas, a Deloitte Touche Tohmatsu não se responsabiliza por quaisquer erros ou omissões que este documento possa conter, quer tenham sido causados por negligência ou outro motivo, ou quaisquer perdas, independentemente de sua causa, sofridas por uma pessoa que faça uso deste documento. 1 – Noticiário Lei nº 11.941 de 27 de maio de 2009 converte a Medida Provisória 449/08 Entra em vigor a Lei nº 11.941 de 27 de maio de 2009, resultante da conversão da Medida Provisória nº 449/2008, que dispõe de diversos assuntos na legislação tributária, dos quais merecem destaques o pagamento de débitos fiscais a vista com redução de multa, juros e encargos e parcelamento de débitos tributários de qualquer natureza, inclusive de saldos remanescentes de parcelamentos anteriores, e dos quais tenham sido excluídos, que poderão ser parcelados em até 15 anos. Conforme dispõe a referida Lei, poderão ser objetos de parcelamentos as dívidas (inclusive de IPI, decorrentes do aproveitamento indevido de créditos oriundos de aquisições sujeitas à alíquota zero ou não-tributadas, vencidas até 30 de novembro de 2008), com exigibilidades suspensas ou não, inscritas ou não em dívida ativa, mesmo em fase de execução fiscal já ajuizada O parcelamento aplica-se aos créditos constituídos ou não, inscritos ou não em Dívida Ativa da União, mesmo em fase de execução fiscal já ajuizada, inclusive os que foram indevidamente aproveitados na apuração do IPI referidos no caput deste artigo. A novidade é que este novo parcelamento não depende de apresentação de garantia ou de arrolamento de bens, exceto quando já houver penhora em execução fiscal ajuizada e que no caso de débito inscrito em Dívida Ativa da União, o parcelamento abrangerá inclusive os encargos legais que forem devidos, sem prejuízo da dispensa dos honorários advocatícios, prevista no § 1º do art. 6º da Lei. A dívida objeto do parcelamento será consolidada na data do seu requerimento e será dividida pelo número de prestações que forem indicadas pelo sujeito passivo, nos termos dos §§ 2º e 5º deste artigo, não podendo cada prestação mensal ser inferior a: I – R$ 50,00 (cinquenta reais), no caso de pessoa física; e II – R$ 100,00 (cem reais), no caso de pessoa jurídica. O parcelamento abrangerá as dívidas vencidas até 30 de novembro de 2008, de pessoas físicas ou jurídicas, consolidadas pelo sujeito passivo, com exigibilidade suspensa ou não, inscritas ou não em dívida ativa, consideradas isoladamente, mesmo em fase de execução fiscal já ajuizada, ou que tenham sido objeto de parcelamento anterior, não integralmente quitado, ainda que cancelado por falta de pagamento, assim considerados: I – os débitos inscritos em Dívida Ativa da União, no âmbito da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional; II – os débitos relativos ao aproveitamento indevido de crédito de IPI referido no caput deste artigo; III – os débitos decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil; e IV – os demais débitos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. Veja abaixo as opções de parcelamentos e as regras de cada uma delas, salvo as hipóteses de reparcelamento de débitos objeto de parcelamento anteriores junto ao Refis, Paes Paex e art. 38 da Lei 8.212/91: Pagos à vista , com redução de 100% das multas de mora e de ofício, de 40% das isoladas, de 45% dos juros de mora e de 100% sobre o valor do encargo legal. Nesta edição:

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Maio 2009

Informativo Tributário

1 _ Noticiário....................................12 – Legislação Federal.......................53 – Trabalhista e Previdenciária .............54 – Legislação dos Estados ...............65 – Notícias da CVM................................96 – Notícias do Bacen..............................97 – Diversos......................................98 – Notícias do STF .........................119 – Notícias do STJ..........................1110 – Notícias do TST .........................15

Aviso

Este material foi preparado por profissionais dasfirmas-membro da Deloitte Touche Tohmatsu.Pretende ser unicamente um guia geral e suaaplicação a situações específicas dependerá dascircunstâncias particulares presentes. Assim,recomendamos que os leitores procuremassessoria profissional adequada com relação aqualquer problema particular que enfrentem.Estas informações não devem ser utilizadas comoum substituto a tal assessoria. Em que pesetermos envidado todos os esforços para garantirque as informações aqui contidas sejam precisas,a Deloitte Touche Tohmatsu não se responsabilizapor quaisquer erros ou omissões que estedocumento possa conter, quer tenham sidocausados por negligência ou outro motivo, ouquaisquer perdas, independentemente de suacausa, sofridas por uma pessoa que faça usodeste documento.

1 – Noticiário

Lei nº 11.941 de 27 de maio de 2009 converte a Medida Provisória 449/08

Entra em vigor a Lei nº 11.941 de 27 de maio de 2009, resultante da conversão da MedidaProvisória nº 449/2008, que dispõe de diversos assuntos na legislação tributária, dos quaismerecem destaques o pagamento de débitos fiscais a vista com redução de multa, juros eencargos e parcelamento de débitos tributários de qualquer natureza, inclusive de saldosremanescentes de parcelamentos anteriores, e dos quais tenham sido excluídos, que poderãoser parcelados em até 15 anos.

Conforme dispõe a referida Lei, poderão ser objetos de parcelamentos as dívidas (inclusive deIPI, decorrentes do aproveitamento indevido de créditos oriundos de aquisições sujeitas àalíquota zero ou não-tributadas, vencidas até 30 de novembro de 2008), com exigibilidadessuspensas ou não, inscritas ou não em dívida ativa, mesmo em fase de execução fiscal jáajuizada

O parcelamento aplica-se aos créditos constituídos ou não, inscritos ou não em Dívida Ativada União, mesmo em fase de execução fiscal já ajuizada, inclusive os que foramindevidamente aproveitados na apuração do IPI referidos no caput deste artigo.

A novidade é que este novo parcelamento não depende de apresentação de garantia ou dearrolamento de bens, exceto quando já houver penhora em execução fiscal ajuizada e queno caso de débito inscrito em Dívida Ativa da União, o parcelamento abrangerá inclusive osencargos legais que forem devidos, sem prejuízo da dispensa dos honorários advocatícios,prevista no § 1º do art. 6º da Lei.

A dívida objeto do parcelamento será consolidada na data do seu requerimento e serádividida pelo número de prestações que forem indicadas pelo sujeito passivo, nos termos dos§§ 2º e 5º deste artigo, não podendo cada prestação mensal ser inferior a: I – R$ 50,00(cinquenta reais), no caso de pessoa física; e II – R$ 100,00 (cem reais), no caso de pessoajurídica. O parcelamento abrangerá as dívidas vencidas até 30 de novembro de 2008, depessoas físicas ou jurídicas, consolidadas pelo sujeito passivo, com exigibilidade suspensa ounão, inscritas ou não em dívida ativa, consideradas isoladamente, mesmo em fase deexecução fiscal já ajuizada, ou que tenham sido objeto de parcelamento anterior, nãointegralmente quitado, ainda que cancelado por falta de pagamento, assim considerados: I –os débitos inscritos em Dívida Ativa da União, no âmbito da Procuradoria-Geral da FazendaNacional; II – os débitos relativos ao aproveitamento indevido de crédito de IPI referido nocaput deste artigo; III – os débitos decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneasa, b e c do parágrafo único do art. 11 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, dascontribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assimentendidas outras entidades e fundos, administrados pela Secretaria da Receita Federal doBrasil; e IV – os demais débitos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.Veja abaixo as opções de parcelamentos e as regras de cada uma delas, salvo as hipóteses dereparcelamento de débitos objeto de parcelamento anteriores junto ao Refis, Paes Paex e art.38 da Lei 8.212/91:

Pagos à vista, com redução de 100% das multas de mora e de ofício, de 40% das isoladas,de 45% dos juros de mora e de 100% sobre o valor do encargo legal.

Nesta edição:

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Informativo Tributário

Parcelados em até 30 prestações mensais, com redução de 90% das multas de mora e de ofício, de 35% das isoladas, de 40%dos juros de mora e de 100% sobre o valor do encargo legal.

Parcelados em até 60 prestações mensais, com redução de 80% das multas de mora e de ofício, de 30% das isoladas, de 35%dos juros de mora e de 100% sobre o valor do encargo legal.

Parcelados em até 120 prestações mensais, com redução de 70% das multas de mora e de ofício, de 25% das isoladas, de 30%dos juros de mora e de 100% sobre o valor do encargo legal; ou

Parcelados em até 180 prestações mensais, com redução de 60% das multas de mora e de ofício, de 20% das isoladas, de 25%dos juros de mora e de 100% sobre o valor do encargo legal.

O valor da redução das multas, inclusive as relativas ao reparcelamento do Refis, Paes, Paex e art 38 a Lei 8.212/91 não serácomputado na apuração da base de cálculo do Imposto de Renda, da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, daContribuição para o PIS/PASEP e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS a parcela equivalente àredução do valor das multas, juros e encargo legal em decorrência do disposto nos arts. 1º, 2º e 3º desta Lei.

Quanto a forma de correção monetária dos valores objeto do parcelamento, ainda, não está definida, pois o presidente daRepública vetou o artigo 5º do projeto de lei que estabelecia a TJLP como índice de correção, bem como o percentual de 60%sobre a Selic

Dispõe a lei que o atraso no pagamento de 3 (três) parcelas, consecutivas ou não, ou de uma parcela, mesmo que estejampagas todas as demais, implicará, após comunicação ao sujeito passivo, na imediata rescisão do parcelamento e, conforme ocaso, o prosseguimento da cobrança. Há uma tolerância de até 30 dias de atraso, não configurando este atraso inadimplênciapara os fins previstos de rescisão do parcelamento.

Quanto ao parcelamento de débitos de IPI, a regra é específica:

- Cada prestação não poderá ser inferior a R$ 2.000,00 (dois mil reais).

- A pessoa jurídica não está obrigada a consolidar todos os débitos existentes decorrentes do aproveitamento indevido decréditos de IPI no parcelamento, devendo indicar, por ocasião do requerimento, quais débitos deverão ser incluídos nele.

Saldo de Parcelamento do Refis – Paes –Paex e parcelamento da Lei 8.212Dispõe a lei que também poderão objeto de parcelamento os débitos que tenham sido objeto do Programa de RecuperaçãoFiscal – REFIS, de que trata a Lei nº 9.964, de 10 de abril de 2000, do Parcelamento Especial – PAES, de que trata a Lei nº10.684, de 30 de maio de 2003, do Parcelamento Excepcional – PAEX, de que trata a Medida Provisória nº 303, de 29 de junhode 2006, do parcelamento previsto no art. 38 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, e do parcelamento previsto no art. 10da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002. Neste caso: I – serão restabelecidos à data da solicitação do novo parcelamento osvalores correspondentes ao crédito originalmente confessado e seus respectivos acréscimos legais, de acordo com a legislaçãoaplicável em cada caso, consolidado à época do parcelamento anterior; II – computadas as parcelas pagas, atualizadas peloscritérios aplicados aos débitos, até a data da solicitação do novo parcelamento, o pagamento ou parcelamento do saldo quehouver poderá ser liquidado pelo contribuinte na forma e condições previstas neste artigo; e III – a opção pelo pagamento ouparcelamento de que trata este artigo importará desistência compulsória e definitiva do REFIS, do PAES, do PAEX e dosparcelamentos previstos no art. 38 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, e no art. 10 da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002.

Deverão ser consideradas as seguinte normas: I – será observado como parcela mínima do parcelamento o equivalente a 85%(oitenta e cinco por cento) do valor da última parcela devida no mês anterior ao da edição da Medida Provisória nº 449, de 3 dedezembro de 2008; II – no caso dos débitos do Programa de Recuperação Fiscal – REFIS, será observado como parcela mínimado parcelamento o equivalente a 85% (oitenta e cinco por cento) da média das 12 (doze) últimas parcelas devidas no Programaantes da edição da Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008; III – caso tenha havido a exclusão ou rescisão doPrograma de Recuperação Fiscal – REFIS em um período menor que 12 (doze) meses, será observado como parcela mínima doparcelamento o equivalente a 85% (oitenta e cinco por cento) da média das parcelas devidas no Programa antes da edição daMedida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008; IV – na hipótese em que os débitos do contribuinte tenham sido objetode reparcelamento na forma do Refis, do Paes ou do Paex, para a aplicação das regras previstas nesta Lei será levado em contao primeiro desses parcelamentos em que os débitos tenham sido incluídos.

Serão aplicadas as seguintes reduções: I – os débitos anteriormente incluídos no Refis terão redução de 40% (quarenta porcento) das multas de mora e de ofício, de 40% (quarenta por cento) das isoladas, de 25% (vinte e cinco por cento) dos juros demora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo legal; II – os débitos anteriormente incluídos no Paes terão reduçãode 70% (setenta por cento) das multas de mora e de ofício, de 40% (quarenta por cento) das isoladas, de 30% (trinta porcento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo legal; III – os débitos anteriormente incluídos noPaex terão redução de 80% (oitenta por cento) das multas de mora e de ofício, de 40% (quarenta por cento) das isoladas, de

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35% (trinta e cinco por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo legal; IV – os débitosanteriormente incluídos no parcelamento previsto no art. 38 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, e do parcelamentoprevisto no art. 10 da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, terão redução de 100% (cem por cento) das multas de mora e deofício, de 40% (quarenta por cento) das isoladas, de 40% (quarenta por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento)sobre o valor do encargo legal.

Compensação de multas e juros de moraA Lei 11.941/2009, possibilita a compensação de multas (de ofício ou mora) e de juros moratórios, referentes aos débitos acimamencionados, com a utilização de prejuízo fiscal e base de cálculo negativa da CSLL, mediante aplicação das alíquotas de 25% e9%, respectivamente.

Sociedades civis de prestação de serviços profissionaisComo é sabido as sociedades de profissão liberal, tais como advocacia, contabilidade, auditoria, medicina, engenharia etcpropuseram ações judiciais, alegando que estavam isenta do recolhimento da Cofins, nos termos da Lei Complementar n°70/91,mas cuja isenção fora revogada pela Lei n° 9.430/96. Como o STF já firmou jurisprudência a respeito a legalidade da revogaçãoda isenção, a Lei n° 11.941/09 decidiu possibilitar que o débito dessas sociedades para com a Cofins podem ser parcelados. Naforma que dispõe o §13 do seu art. 1°.

Responsabilidade solidária da pessoa físicaÉ importante alertar para a hipótese em que a pessoa física torna-se esponsável pelo não pagamento dos tributos pela pessoajurídica. Dispõe a lei em comento que neste caso a pessoa física que responsabilizada poderá efetuar, nos mesmos termos econdições previstos na lei, em relação à totalidade ou à parte determinada dos débitos, o pagamento ou o parcelamento, desdeque com anuência da pessoa jurídica, nos termos a serem definidos em regulamento. No caso de parcelamento a pessoa físicaque solicitá-lo ficará solidariamente responsável, juntamente com a pessoa jurídica, em relação à dívida parcelada.

Assim acontecendo ficará suspensa a exigibilidade de crédito tributário, aplicando-se o disposto no art. 125 combinado com oinciso IV do parágrafo único do art. 174, ambos da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional. Se odébito estiver sendo objeto de impugnação na esfera administrativa o julgamento ficará suspenso.

Na hipótese de rescisão do parcelamento a pessoa jurídica será intimada a pagar o saldo remanescente calculado na formapreconizada no § 14 do artigo 1°.

Remissão de dívidaA lei prevê ainda a remissão de débitos fiscais de até R$ 10 mil, vencidos há mais de cinco anos

Prazo para requerer o parcelamentoA Lei 11.941/2009, dispõe que os parcelamento nela previsto deverão ser requeridos até o último dia útil do 6º mêssubsequente ao da sua publicação (novembro). No entanto, a Receita Federal do Brasil e a Procuradoria-Geral da FazendaNacional deverão editar, no prazo máximo de 60 dias, contados da publicação da Lei 11.941/2009, os atos necessários àexecução dos parcelamentos, inclusive quanto à forma e ao prazo para confissão dos débitos a serem parcelados.

Embora com alguns vetos do Presidente da República, a Lei 11. 941/2009 não deixa de ser uma nova oportunidade oferecida aosdevedores do Fisco para refinanciar suas dívidas fiscais de forma que deve ser devidamente analisada por todos os devedores.

Assim, o contribuinte que tiver interesse no benefício trazido por esta lei, terá até o dia 30 de novembro para requere-lo. Talbenefício ainda aguarda a regulamentação por atos da Receita Federal do Brasil e da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional(PGFN).

Além das disposições relativas ao parcelamento a Lei n° 11.941/09 instituiu regime tributário de transição, alterou o Decreto nº70.235, de 6 de março de 1972, as Leis nºs 8.212, de 24 de julho de 1991, 8.213, de 24 de julho de 1991, 8.218, de 29 deagosto de 1991, 9.249, de 26 de dezembro de 1995, 9.430, de 27 de dezembro de 1996, 9.469, de 10 de julho de 1997,9.532, de 10 de dezembro de 1997, 10.426, de 24 de abril de 2002, 10.480, de 2 de julho de 2002, 10.522, de 19 de julho de2002, 10.887, de 18 de junho de 2004, e 6.404, de 15 de dezembro de 1976, o Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de1977, e as Leis nºs 8.981, de 20 de janeiro de 1995, 10.925, de 23 de julho de 2004, 10.637, de 30 de dezembro de 2002,10.833, de 29 de dezembro de 2003, 11.116, de 18 de maio de 2005, 11.732, de 30 de junho de 2008, 10.260, de 12 dejulho de 2001, 9.873, de 23 de novembro de 1999, 11.171, de 2 de setembro de 2005, 11.345, de 14 de setembro de 2006;prorrogou a vigência da Lei nº 8.989, de 24 de fevereiro de 1995; revogou dispositivos das Leis nºs 8.383, de 30 de dezembrode 1991, e 8.620, de 5 de janeiro de 1993, do Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro de 1966, das Leis nºs 10.190, de 14 defevereiro de 2001, 9.718, de 27 de novembro de 1998, e 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.964, de 10 de abril de 2000, e apartir da instalação do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, os Decretos nºs 83.304, de 28 de março de 1979, e89.892, de 2 de julho de 1984, e o art. 112 da Lei nº 11.196, de 21 de novembro de 2005.

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Receita Federal disponibiliza programa para DIPJ 2009 dasempresas tributadas com base no lucro presumido ou arbitrado.

O Diário Oficial de 01 de junho de 2009, publicou a Instrução Normativa n° 945, que aprova o programa gerador e asinstruções para preenchimento da versão 1.0 da Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ 2009versão 1.0), relativa ao ano-calendário de 2008, exercício de 2009, que será utilizado somente pelas pessoas jurídicas tributadascom base no lucro presumido, lucro arbitrado ou ambos e também aquelas pessoas jurídicas de que trata esta instrução quedurante o ano-calendário de 2009 foram extintas, cindidas totalmente, fusionadas ou incorporadas.

O programa DIPJ 2009 versão 1.0 é de reprodução livre e está disponível no sítio da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB).

As declarações geradas pelo programa DIPJ 2009 versão 1.0 deverão ser apresentadas pela Internet, com a utilização doprograma de transmissão Receitanet.

A transmissão da DIPJ 2009 será através da versão 1.0, a assinatura digital da declaração, mediante a utilização de certificadodigital válido, sendo:

I - obrigatória, para as pessoas jurídicas tributadas, em pelo menos um período de apuração durante o ano-calendário, combase no lucro arbitrado;

II - obrigatória, para a pessoa jurídica que, em relação ao mesmo período abrangido pela DIPJ 2009 versão 1.0, apresentou aDeclaração de Débitos e Créditos Tributários Federais Mensal (DCTF Mensal); e III - facultativa, para as demais pessoas jurídicas.

Prazo para apresentação.As declarações devem ser apresentadas até às 24 (vinte e quatro) horas (horário de Brasília) do dia 30 de junho de 2009.

As declarações relativas a eventos de extinção, cisão parcial, cisão total, fusão ou incorporação, referidas acima, deverão serapresentadas pelas pessoas jurídicas extintas, cindidas, fusionadas, incorporadas e incorporadoras, nos seguintes prazos:

I - até às 24 (vinte e quatro) horas (horário de Brasília) do dia 30 de junho de 2009, para os eventos ocorridos nos meses dejaneiro a maio de 2009; e

II - até o último dia útil do mês subseqüente ao do evento, para os eventos ocorridos nos meses de junho a dezembro de 2009.

Multas por entrega após o prazo.A apresentação da declaração após o prazo ou a sua apresentação com incorreções ou omissões sujeita o contribuinte àsseguintes multas:

I - de 2% (dois por cento) ao mês-calendário ou fração, incidente sobre o montante do Imposto de Renda da Pessoa Jurídicainformado na DIPJ 2009 versão 1.0, ainda que integralmente pago, no caso de falta de entrega desta declaração ou entregaapós o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3º;

II - de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas.Observado o disposto no § 3º, as multas serão reduzidas:

I - à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício;

II - a 75% (setenta e cinco por cento), se houver a apresentação da declaração no prazo fixado em intimação.

A multa mínima a ser aplicada será de R$ 500,00 (quinhentos reais).

Apuração do PIS e COFINS cumulativos a incidência seráapenas sobre vendas e serviços

Foi revogado pela Lei 11.941/2009 o § 1º do artigo 3º da Lei 9.718/98 que considerava como receita bruta, para determinaçãodas bases de cálculo do PIS e da COFINS no regime de incidência cumulativa, a totalidade das receitas auferidas pela pessoajurídica e não apenas o faturamento com a venda de mercadorias e serviços.

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Com isso, o PIS e a COFINS apurados no regime cumulativo passaram a incidir a partir de 28/5/2009, apenas sobre ofaturamento mensal, assim considerado a receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviço dequalquer natureza.

Lei 11.945/09 cria mais duas alíquotas do IRPFAtravés da Lei 11.945, de 27 de maio de, foi criada mais duas faixas de alíquota de Imposto de Renda para pessoa física: as de7,5% e de 22,5%, além das alíquotas de 15% e 27,5% que já existiam.

Também instituiu o drawback integrado - um regime especial aduaneiro, que prevê isenção de imposto na compra de insumosnacionais ou importados usados na produção de bens a serem exportados. Com isso, o setor do agronegócio é beneficiado quepoderá ter isenção de tributos na compra de insumos como milho e ração para tratamento dos animais.

Empresas poderão agendar opção pelo Simples NacionalSegundo o secretário executivo do comitê Gestor do Simples Nacional, as micro e pequenas empresas poderão agendar a opçãopelo Simples Nacional até dois meses antes da abertura do prazo, que ocorre sempre em janeiro de cada ano. O agendamentojá começará em novembro e dezembro de 2009. A previsão é que no mês de julho o Comitê delibere sobre esse assunto.

Com isso, as empresas terão mais três meses para entrar ingressar no Simples Nacional. Conforme o secretário executivo doComitê Gestor os empreendimentos que fizerem o agendamento e não tiverem pendências, a partir de 1º de janeiro estarãoautomaticamente no Sistema, sem ter que fazer o procedimento novamente.

Segundo esclarece o secretário, o período de opção não pode ser antecipado porque a lei fixou prazo em janeiros, em razãodisso, optou-se pelo agendamento. A intenção é proporcionar as empresas ou seus contadores mais tempo para resolverempossíveis pendências, com isso, a administração tributária fica menos sobre carregada.

Outra mudança é com relação à informação das adesões para as empresas que decidirem entrar no sistema a partir de 2010.Segundo o secretário do Comitê, haverá processamentos parciais semanais, todo sábado, para que as empresas que não tiverempendências ou mesmo que forem resolvendo suas pendências, saibam logo se o pedido foi aceito ou não.

Quanto as obrigações acessórias, a Resolução nº 10 que trata desse assunto, deverá ser totalmente alterada informa osecretário. O objetivo é reduzir a lista dessas obrigações que são exigidas pelas administrações tributárias para o funcionamentodas micro e pequenas empresas.

2 – Legislação Federal

PPIISS//CCooffiinnss

Altera o prazo para recolhimento de tributosA Lei nº 11.933 (DOU de 29/4/09), altera a Medida Provisória nº 2.158-35, de 24/8/01, as Leis nºs 10.637, de 30/12/02,10.833, de 29/12/03, 8.383, de 30/12/91, 11.196, de 21/11/05, 8.212, de 24/7/91, 10.666, de 8/5/03, e 11.907, de 2/2/09;revoga dispositivos das Leis nºs 11.033, de 21/12/04, 11.488, de 15/6/07, e 8.850, de 28/1/94, para alterar o prazo depagamento dos impostos e contribuições federais que especifica, reduzir a base de cálculo da contribuição do produtor rural navenda dos produtos que especifica e efetuar ajustes na tributação do cigarro; e dá outras providências.

Regime Aduaneiro Especial - alteração de legislaçãoO Decreto nº 6.843 (DOU de 8/5/09), altera o art. 3º do Decreto nº 5.652, de 29/12/05, que dispõe sobre o Regime AduaneiroEspecial da Contribuição para o PIS/PASEP-Importação e da COFINS-Importação, incidentes na importação de embalagens deque trata a alínea "b" do inciso II do caput do art. 51 da Lei nº 10.833, de 29/12/03, instituído pelos arts. 52 a 54 da Lei nº11.196, de 21/11/05.

Alíquota zero – papel – importaçãoO Decreto nº 6.842 (DOU de 8/5/09), regulamenta a concessão de alíquota zero, até 30/4/12 ou até que a produção nacionalatenda a oitenta por cento do consumo interno, da Contribuição para o PIS/PASEP, da Contribuição para o Financiamento daSeguridade Social - COFINS, da Contribuição para o PIS/PASEP-Importação e da COFINS-Importação incidentes sobre a receitabruta decorrente da venda no mercado interno e sobre a importação de papel.

3 – Trabalhista e Previdenciária

Transferência de informações - INSSA Portaria Conjunta RFB/Presidente INSS nº 2 (DOU de 28/4/09), define a forma de transferência recíproca de informaçõesrelacionadas com as contribuições sociais a que se referem os arts. 2º e 3º da Lei nº 11.457, de 16/3/07.

Informativo Tributário

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Trabalho de menor de dezoito anosA Portaria SIT nº 88 (DOU de 29/4/09), dispõe sobre a proibição do trabalho do menor de 18 anos nos locais e serviçosperigosos ou insalubres.

Regimento Interno CNA - PrevidênciaA Portaria SPC-MPS nº 2.862 (DOU de 29/4/09), aprova o Regimento Interno da Comissão Nacional de Atuária - CNA.

Regimento Interno – Comissáo de Ética - PrevidênciaA Portaria MPS nº 113 (DOU de 6/5/09), aprova o Regimento Interno da Comissão de Ética do Ministério da Previdência Social- MPS.

Criação do CAAT – Ministério do Trabalho e EmpregoA Portaria MTE nº 694 (DOU de 4/5/09), cria, no âmbito do Ministério do Trabalho e Emprego, o Comitê de Acompanhamentode Assuntos Trabalhistas - CAAT.

Fiscalização - aprendizagemA Instrução Normativa SIT nº 75 (DOU de 11/5/09), disciplina a fiscalização das condições de trabalho no âmbito dosprogramas de aprendizagem.

Trabalho de estrangeirosA Portaria MTE nº 802 (DOU de 15/5/09), estabelece o Cadastro Eletrônico de Entidades Requerentes de Autorização paraTrabalho de Estrangeiros - CERTE no Brasil.

4 – Legislação nos Estados

ICMS – CEARÁ

Alteração de dispositivo do ICMSO Decreto nº 29.757, (DOE de 25/5/09), altera dispositivo do Regulamento do ICMS.

Procedimento relativo ao recolhimento do ICMSA Instrução Normativa nº 18, (DOE de 12/5/09), estabelece procedimento relativo ao recolhimento do ICMS referente asoperações com água mineral envasada em embalagem de 20 litros.

Concessão de benefíciosA Lei nº 14.343, (DOE de 08/5/09), dispõe sobre a concessão de beneficios do fundo de desenvolvimento industrial do Ceara -FDI, na forma que indica.

ICMS – DISTRITO FEDERAL

Alteração de DecretoO Decreto nº 30.365, (DODF de 15/5/09), altera o Decreto nº 16.106, de 30/11/94, que regulamenta a Lei nº 657, de 25/1/94.

Alteração de DecretoO Decreto nº 30.366, (DODF de 15/5/09), altera o Decreto nº 18.955, de 22/12/97.

Alteração de DecretoO Decreto nº 30.367, (DODF de 15/5/09), altera o Decreto nº 18.955, de 22/12/97.

Alteração de DecretoO Decreto nº 30.373, (DODF de 18/5/09), altera o Decreto nº 18.955, de 22/12/97 - RICMS/DF.

Alteração de DecretoO Decreto nº 30.375, (DODF de 18./5/09), altera o Decreto nº 18.955, de 22/12/97 - RICMS/DF.

Prazo do recolhimento do ICMSA Instrução nº 05, (DODF de 6/5/09), autoriza o recolhimento do ICMS no prazo previsto no parágrafo 19 do art. 74 doDecreto n° 18.955, de 22/12/97.

Procedimentos necessarios à compensaçãoA Portaria nº 177, (DODF de 18/5/09), estabelece procedimentos necessarios à compensação a que se refere o parágrafo 2º doart. 321-E, do Decreto nº 18.955, de 22/12/97.

Informativo Tributário

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Variação do Índice Nacional de Preços ao ConsumidorA Portaria nº 179, (DODF de19/5/09), divulga a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC.

ICMS – MINAS GERAIS

Regulamento do ICMSO Decreto nº 45.106, (DOE de 23/5/09), altera o Regulamento do ICMS (RICMS), aprovado pelo Decreto nº 43.080, de13/12/02.

Alteração do Regulamento do ICMSO Decreto nº 45.110, (DOE de 29/5/09), altera o Regulamento do ICMS, aprovado pelo Decreto nº 43.080, de 13/12/02.

Montante global máximo de crédito acumulado de ICMSA Resolução nº 4.100, (DOE de 5/5/09), divulga o montante global máximo de crédito acumulado de ICMS passível detransferencia ou utilizacao relativamente ao mês de maio de 2009.

Revoga dispositivos da Resolução nº 4047/2008A Resolução nº 4.101, (DOE de 6/5/09), revoga dispositivos da Resolução nº 4047/2008, que disciplina os prazos,procedimentos e mercadorias relacionadas com os sistemas de controle de mercadorias em trânsito.

Postos de Fiscalização suspensosA Resolução nº 4.103, (DOE de 6/5/09), suspende o funcionamento dos Postos de Fiscalização que especifica.

ICMS- PARANÁ

Alterações no Regulamento ICMSO Decreto nº 4.745, (DOE de 15/5/09), introduz alterações no Regulamento ICMS, aprovado pelo Decreto nº 1.980, de21/12/07.

Alterações no Regulamento do ICMSO Decreto nº 4.744, (DOE de 15/5/09), introduz alterações no Regulamento do ICMS, aprovado pelo Decreto nº 1.980, de2007.

Alterações no Regulamento do ICMSO Decreto nº 4.808, (DOE de 20/5/09), introduz alterações no Regulamento do ICMS (Decreto nº 1980/2007), implementando os Convenios ICMS n's 145/2008 e 149/2008.

ICMS- PERNAMBUCO

As disposições do Convênio ICMS nº 09/2009 na legislação tributáriaO Decreto nº 33.403, (DOE de 23/5/09), incorpora a legislação tributária do Estado as disposições do Convenio ICMS nº09/2009, que estabelece normas relativas ao ECF e ao PAF-ECF.

Modificação no Decreto nº 21755/99O Decreto nº 33.404, (DOE de 23/5/09), introduz modificação no Decreto nº 21755/99, e alterações, que dispõe sobreoperações relativas a álcool etilico hidratado combustível, acucar e insumos destinados a respectiva fabricação.

Modificações no Decreto nº 28247/2005O Decreto nº 33.405, (DOE de 23/5/09), introduz modificações no Decreto nº 28247/2005, e alterações, que dispõe sobre oregime de substituição tributária do ICMS nas operações com produtos farmacêuticos.

Alteração do Anexo ÚnicoA Instrução Normativa SRE nº 08, (DOE de 20/5/09), altera o Anexo Único da Instrução Normativa SRE nº 01, de 28/01/09.

ICMS - RIO DE JANEIRO

Redução de base de cálculo do ICMSO Decreto nº 41.854, (DOE de 07/5/09), dispõe sobre a redução da base de cálculo do ICMS por parte de cooperativaagropecuaria, relativa as operações internas de produtos lacteos.

Tratamento tributário especialO Decreto nº 41.860, (DOE de 12/05/09), concede tratamento tributário especial para operações de importação de malte,cevada e lupulo.

Informativo Tributário

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Definições técnicas para alocação do percetual a ser distribuido aos MunicípiosO Decreto n° 41.870, (DOE de 18/5/09), altera o "caput" do art. 1º do Decreto nº 41844/2009, que estabelece definiçõestécnicas para alocação do percetual a ser distribuido aos Municípios, em função do ICMS ecológico.

Dados para o cálculo do ICMSA Portaria ST nº 569, (DOE de 15/5/09), fornece dados para o cálculo do ICMS nas operações interestaduais com café cru, noperíodo de 18 a 24/05/09.

Isenção de ICMSA Resolução SEFAZ nº 202, (DOE de 6/5/09 - Republicada no DOE de 7/5/09), incorpora a Legislação Tributária Estadual oConvênio ICMS nº 141/2007, que concede isenção de ICMS na prestação de serviço de comunicação no âmbito do PROGRAMAGESAC.

Revoga a Resolução SER nº 118/2004A Resolução SEFAZ nº 203, (DOE de 20/5/09), revoga a Resolução SER nº 118/2004, que incorpora a legislação tributáriaestadual o Convênio ICMS nº 69/2000.

Aproveitamento de créditos de ICMSA Resolução SEFAZ nº 204, (DOE de 25/5/09), disciplina o Decreto nº 41766/2009, o qual dispõe sobre o aproveitamento decréditos de ICMS em projetos e investimentos nas industrias lacteas do Estado do RJ.

Alteração da Resolução SEFAZ nº 6339/2004A Resolução SEFAZ nº 205, (DOE de 28/5/09), altera a Resolução SEFAZ nº 6339/2004, que estabelece normas para concessãode isenção do ICMS nas operações internas com medicamentos destinados ao tratamento do cancer.

ICMS – RIO GRANDE DO SUL

Redução base cálculo ICMSO Decreto nº 46.349, (DOE de 20/5/09), estende redução base cálculo ICMS para saídas ou importações produtos industriaaeronáutica destinadas a arrendatários de aeronaves; trata isenção implantes.

Isenção ICMSO Decreto nº 46.350, (DOE de 20/5/09), concede isenção ICMS saídas de partes e peças defeituosas produtos aeronáuticos,substituidas em virtude de garantia; e trata de Nota Fiscal de Produtor Rural.

Programa de Integração TributariaO Decreto nº 46.352, (DOE de 20/5/09), ajustes no Decreto 45.659, de 19/5/08, que regulamenta a Lei Estadual 12868, de18/12/07, que instituiu o Programa de Integração Tributaria - PIT.

Preço de referênciaA Instrução Normativa nº 48, (DOE de 1/6/09), fixa o preço de referência, pauta, para as saídas de vinho, a contar de 3/6/09,na forma que menciona.

ICMS – SANTA CATARINA

Concessão redução multa e jurosO Decreto nº 2.313, (DOE de 8/5/09), introduz a Altera 1980 no RICMS/2001, dispondo sobre concessão redução multa ejuros incidentes sobre crédito tributário, constituído ou nao, setor supermercadista.

Alterações 1981 a 1991 no RICMS/2001O Decreto nº 2.314, (DOE de 8/5/09), introduz as Alterações 1981 a 1991 no RICMS/2001, dispondo sobre isenções, cartacorreção; crédito presumido; e Nota Fiscal Eletrônica, dentre outras, na forma que menciona.

Alteração 1992 no RICMS/2001O Decreto nº 2.315, (DOE de 08/05/09), alteração 1992 no RICMS/2001, revogando o parágrafo 4º do art. 29, que tratava dautilização crédito ICMS, na aquisição de energia elétrica para empresas de telecomunicações.

ICMS - SÃO PAULO

Alteração do Decreto nº 53.812, de 12/12/08O Decreto nº 54.300, (DOE de 7/5/09), altera o Decreto nº 53.812, de 12/12/08, que fixa prazo especial para recolhimento doICMS devido, na condição de sujeito passivo por substituição.

Informativo Tributário

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Alterações no RICMS/SPO Decreto nº 54.314, (DOE de 09/5/09), introduz alterações no RICMS/SP.

Parágrafo 3º ao art. 36O Decreto nº 54.315, (DOE de 9/5/09), acrescenta o Parágrafo 3º ao art. 36 do Anexo I do RICMS/SP.

Alteração do Decreto nº 53.812O Decreto nº 54.351, (DOE de 20/5/09), altera o Decreto nº 53.812, de 12/12/08, que fixa prazo especial para recolhimentodo ICMS devido.

Sorteio de prêmiosA Resolução SF nº 37, (DOE de 29/5/09), dispõe sobre o sorteio de prêmios no âmbito do Programa de Estímulo a CidadaniaFiscal.

5 – Notícias da Comissão de Valores Mobiliários

Auditores Independentes – encaminhamento das informações periódicasA Deliberação CVM nº 574 (DOU de 30/4/09), prorroga o prazo para apresentação, pelos auditores independentes, dasinformações periódicas anuais previstas na Instrução CVM nº 308, de 14/5/99.

6 – Notícias do Banco Central

Registro no CadipA Carta-Circular nº 3.394 (DOU de 24/4/09), divulga instruções para o registro de decisões judiciais no Sistema de Registro deoperações de Crédito com o Setor Público (Cadip), de que trata a Circular nº 2.367, de 1993.

Moeda estrangeira – operações de compra e vendaA Carta-Circular nº 3.395 (DOU de 28/4/09), dispõe sobre as operações de compra e de venda de moeda estrangeira peloBanco Central do Brasil, no mercado interbancário, realizadas pelo Departamento de Operações das Reservas Internacionaisexclusivamente com instituições credenciadas para a finalidade "dealers", nas modalidades que menciona.

Recepção de documentos – nova críticaO Comunicado nº 18.453 (DOU de 15/5/09), comunica a implantação de nova crítica para recepção de demonstraçõesfinanceiras remetidas ao Banco Central, de que trata a Circular 3.402, de 2008.

7 – Diversos

Regularização fundiária – Amazônia LegalO Decreto nº 6.830 (DOU de 28/4/09), regulamenta a Medida Provisória nº 458, de 10/2/09, para dispor sobre a regularizaçãofundiária das áreas rurais situadas em terras da União arrecadadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária -INCRA, no âmbito da Amazônia Legal, definida pela Lei Complementar nº 124, de 3/1/07, e dá outras providências.

Áreas Urbanas – Amazônia LegalO Decreto nº 6.829 (DOU de 28/4/09 ), regulamenta a Medida Provisória nº 458, de 10/2/09, para dispor sobre a regularizaçãofundiária das áreas urbanas situadas em terras da União no âmbito da Amazônia Legal, definida pela Lei Complementar nº 124,de 3/1/07, e dá outras providências.

Registros PúblicosO Decreto nº 6.828 (DOU de 28/4/09), regulamenta o art. 29, incisos I, II e III, da Lei nº 6.015, de 31/12/73, que dispõe sobreos registros públicos, e dá outras providências.

Microempreendedor IndividualA Resolução CGSN nº 58 (DOU de 28/4/09), dispõe sobre o Microempreendedor Individual - MEI no âmbito do SimplesNacional.

Acordo de Complementação Econômica - MercosulO Decreto nº 6.831 (DOU de 30/4/09), dispõe sobre a execução do Quadragésimo Oitavo Protocolo Adicional ao Acordo deComplementação Econômica nº 35, assinado entre os Governos da República Argentina, da República Federativa do Brasil, daRepública do Paraguai e da República Oriental do Uruguai, Estados Partes do Mercosul, e o Governo da República do Chile, de7/7/08.

Informativo Tributário

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O Decreto Legislativo nº 170 (DOU de 15/5/09), aprova o texto do Primeiro Protocolo Adicional ao Acordo deComplementação Econômica assinado entre os Governos da República Argentina, da República Federativa do Brasil, daRepública do Paraguai e da República Oriental do Uruguai - Estados Partes do Mercosul e os Governos da República daColômbia, da República do Equador e da República Bolivariana da Venezuela - Países Membros da Comunidade Andina,celebrado em Montevidéu, em 18/10/04.

Micro e Pequenas Empresas – alterações legislativasA Resolução CGSN nº 56 (DOU de 24/03/09 Obs.: Ret. DOU de 30/4/09), altera as Resoluções CGSN nº 4, de 30/5/07, nº 50,de 22/12/08, e nº 51, de 22/12/08.

A Resolução CGSN nº 50 (DOU de 23/12/08 Obs.: Ret. DOU de 30/4/09), altera as Resoluções CGSN nº 4, de 30/05/07, nº 6,de 18/6/07, nº 11, de 23/7/07, nº 15, de 23/7/07, nº 30, de 7/2/08 e nº 38, de 1º/9/08.

Despacho Aduaneiro – Linha Azul – alteraçõesO Ato Declaratório Executivo Coana nº 18 (DOU de 4/5/09), altera o Ato Declaratório Executivo Coana nº 19, de 24/12/08,que dispõe sobre os pedidos de retificação de declaração de importação em quantidades iguais ou superiores a cem, ouprotocolados por empresas em processo de habilitação ou já habilitadas ao Despacho Aduaneiro Expresso (Linha Azul) e dáoutras providências.

Computador Portátil para Professores - alteraçãoA Portaria Interministerial MCT/MEE nº 317 (DOU de 7/5/09), altera o valor à vista das soluções de informática de que tratao § 2º do artigo 1º do Decreto nº 6.504, de 4/7/08, que instituiu o Projeto Computador Portátil para Professores, no âmbito doPrograma de Inclusão Digital.

Registro Cadastral – organizações contábeisA Resolução CFC nº 1.166 (DOU de 31/3/09 Obs.: Ret. DOU de 8/5/09), dispõe sobre o Registro Cadastral das OrganizaçõesContábeis.

Eleições - CRCsA Resolução CFC nº 1.168 (DOU de 11/5/09), dispõe sobre as eleições diretas para os conselhos regionais de contabilidade edá outras providências.

Contabilista – multa por ausência - eleiçõesA Resolução CFC nº 1.169 (DOU de 11/5/09), altera o art. 1º e o inciso III do §1º do art. 2º da Resolução CFC nº 975/03 quedispõe sobre a fixação do valor da multa por ausência não-justificada à eleição nos CRCs, dispõe sobre a justificativa e dá outrasprovidências.

Assistência à saúde – planos – alterações legislativaA Lei nº 11.935 (DOU de 12/5/09), altera o art. 35-C da Lei nº 9.656, de 3/6/98, que dispõe sobre os planos e seguros privadosde assistência à saúde.

Sistemas da PGFN – perfis de acessoA Portaria PGFN nº 807 (DOU de 14/5/09 Obs.: Rep. DOU de 15/5/09), regulamenta os perfis de acesso e descentraliza osprocedimentos de cadastramento e habilitação para utilização dos Sistemas Informatizados da Procuradoria-Geral da FazendaNacional.

Compensação ambientalO Decreto nº 6.848 (DOU de 15/5/09), altera e acrescenta dispositivos ao Decreto nº 4.340, de 22/8/02, para regulamentar acompensação ambiental.

Biodiesel - adiçãoA Resolução Presidente CNPE nº 2 (DOU de 18/5/09), estabelece em quatro por cento, em volume, o percentual mínimoobrigatório de adição de biodiesel ao óleo diesel comercializado ao consumidor final, de acordo com o disposto no art. 2º da Leinº 11.097, de 13/1/05.

RDA – Lei de InformáticaA Portaria MCT nº 343 (DOU de 22/5/09), aprova as instruções para a elaboração do Relatório Demonstrativo Anual - RDA -relativo ao cumprimento das obrigações previstas na Lei 8.248/91 - Lei de Informática - de que trata o art. 33 do Decreto nº5.906, de 2006.

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8 – Notícias do STF

STF extingue ações rescisórias em que a União reclamava revisão de contribuição do Finsocial Por maioria, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) extinguiu, nesta quarta-feira (13), sem julgamento de mérito, as AçõesRescisórias (ARs) nº 1519 e 1523 em que a Fazenda Nacional pedia a anulação de acórdão da Segunda Turma da SupremaCorte que, no julgamento de Embargos de Declaração no Recurso Extraordinário (RE) 168300, assegurou a quatro empresasprestadoras de serviços de Santa Catarina o direito de recolher a contribuição do Finsocial com alíquota de apenas 0,5% sobresua receita bruta.

Aquela decisão da Turma se fundamentou no disposto no artigo 28 da Lei nº 7.738/89, observada a legislação do Finsocialeditada anteriormente à Constituição Federal (CF) de 1988, até o início da vigência da Lei Complementar nº 70, de 1991. Nas ações rescisórias, a Fazenda Nacional pleiteava a majoração dessa alíquota, conforme previsto nos artigos 7º da Lei7.787/89; 1º da Lei 7.894/89 e 1º da Lei 8.147/90.Relatadas pelo ministro Ilmar Galvão (aposentado), as ações foram levadas a julgamento no Plenário em abril de 2003, ocasiãoem que o ministro Gilmar Mendes pediu vista. Em ambos os casos, o relator havia votado pela procedência dos pedidos daFazenda Nacional e cassação dos mandados de segurança concedidos a 25 empresas de diversos ramos de atuação, enquanto orevisor, ministro Maurício Corrêa (aposentado), se manifestara pela extinção dos processos. Colocadas novamente em pauta nodia 23 de outubro de 2008, o ministro Menezes Direito pediu vista.

Litisconsórcio necessário

Hoje, Menezes Direito apresentou seu voto-vista, endossando o voto de Maurício Corrêa. Em favor da extinção do processo semjulgamento de mérito, ele argumentou que a decisão da Segunda Turma no julgamento do RE 168300 foi genérica, não tendoindividualizado nem especificado a que tipo de empresa – se comercial, industrial ou prestadora de serviços – ela se aplicava.Segundo Menezes Direito, a discriminação da natureza das empresas somente se deu nos embargos de declaração, não na açãoprincipal.

“Aqui, a escolha (de algumas empresas prestadoras de serviços) foi feita pela Fazenda Nacional”, afirmou o ministro. “Não sepode deixar de reconhecer a legitimidade passiva das demais empresas. A coisa julgada contém uma definição genérica,deixando para o juízo executante a discriminação”.

Portanto, segundo ele, como aquele processo (RE 168300) envolveu um maior universo de empresas, todas elas deveriamfigurar nestes processos (ARs 1519 e 1523) como litisconsortes passivos necessários e não apenas as prestadoras de serviços(todas as empresas constantes do recurso extraordinário devem ser consideradas como rés das ações rescisórias).Contestado pelo ministro Marco Aurélio, no sentido de que tal decisão até obrigaria empresas não diretamente interessadas afigurar no pólo passivo da ação, Menezes Direito disse que a distinção deverá ser feita na execução da decisão. Ou seja, naquelemomento, deverá ser facultado à empresa provar a sua situação jurídica – se industrial, comercial ou prestadora de serviços.

Diante desse esclarecimento, também os ministros Cármen Lúcia, Carlos Ayres Britto e Ricardo Lewandowski acompanharam ovoto de Direito, dele divergindo apenas o ministro Marco Aurélio, fora o relator original, ministro Ilmar Galvão. Também aministra Ellen Gracie que, em 2002, quando foi iniciado o julgamento da AR 1519, se declarou impedida a julgar a ação, votoupela extinção da AR 1523. Em ambas as ações, a Procuradoria Geral da República se manifestou pelo acolhimento do pedido daFazenda Nacional.

9 – Notícias do STJ

Resgate de contribuições a planos de previdência sofre imposto de renda A Segunda Turma do STJ confirmou o entendimento de que incide imposto de renda nas operações de resgate de valoresaplicados a título de contribuição em planos de previdência complementar. A tese jurídica foi fixada no julgamento de umrecurso interposto por um casal de Alagoas que havia investido valores num plano de renda fixa do tipo PGBL do BradescoPrevidência e Seguros S.A.

No recurso endereçado ao STJ, o casal relatou que investiu cerca de R$ 150 mil no plano em junho de 2001. Insatisfeitos com arentabilidade da aplicação, decidiram fazer o resgate do montante quatro meses depois. Eles alegaram que, ao realizar aoperação financeira, foram surpreendidos com a incidência de imposto de renda sobre o valor resgatado.

A legislação sobre imposto de renda permite que o contribuinte pessoa física deduza da base de cálculo do tributo o valor dascontribuições recolhidas a entidades de previdência privada, como o Bradesco. Apesar disso, o casal não realizou o abatimento. Nas razões de recurso, os contribuintes argumentaram que a cobrança do imposto de renda se deu sobre uma quantia que jáintegrava seu patrimônio. Portanto, concluíram, não teria se concretizado o requisito essencial para nascimento da obrigaçãotributária (dever de pagar o tributo): o acréscimo patrimonial.

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As alegações dos contribuintes não foram, entretanto, acolhidas pela Segunda Turma do STJ. O relator do recurso no Tribunal,ministro Castro Meira, observou que o fato de os beneficiários do plano de previdência não terem realizado a deduçãopermitida em lei não impede a cobrança do imposto de renda.

Para o relator, a Lei nº 9.250/95 (que alterou a legislação sobre o IR de pessoas físicas) é válida, legítima e prevê, em seu artigo33, a incidência do imposto de renda na fonte e na declaração de ajuste anual sobre os valores relativos ao resgate dascontribuições realizadas a plano de previdência privada complementar.

Documentos constantes dos autos, como a peça publicitária sobre o PGBL veiculada no site do Bradesco na internet, mostraramque a instituição informou corretamente o casal sobre a possibilidade de dedução das contribuições ao plano e da tributaçãodos valores durante o resgate.

Em tributos sujeitos a lançamento por homologação, prazo prescricional é na data em que ela ocorre.Nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação, o termo inicial do prazo prescricional é a data em que ocorreu ahomologação de maneira expressa ou tácita, devendo tal regra ser aplicada a todos os recolhimentos efetuados no períodoanterior à vigência da Lei Complementar 118/2005. A observação foi feita pela Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça,ao acolher embargos de declaração de uma empresa de móveis do Rio Grande do Sul contra a Fazenda Nacional.

Após a Segunda Turma ter julgado o recurso da empresa, dando parcial provimento, a defesa recorreu, alegando, em síntese,que o pedido no recurso especial foi atendido pelo colegiado, não sendo possível falar em parcial provimento do julgado,devendo constar no resultado que o recurso especial foi totalmente provido.

Consta da decisão no recurso: “O STJ, intérprete e guardião da legislação federal, firmou posição no sentido de que a extinçãodo crédito tributário, em se tratando de tributos sujeitos ao lançamento por homologação, não ocorre com o pagamento, sendoindispensável a homologação expressa ou tácita, termo inicial do prazo prescricional de que trata o artigo 168, I, do CTN”.

Ainda segundo a decisão, declarada a inconstitucionalidade da parte final do artigo 4º da Lei Complementar 118/2005, quedeterminava a aplicação retroativa do artigo 3º da mencionada lei, permanece fixo o entendimento consolidado pelo STJ nosentido de que o termo inicial do prazo prescricional, nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação, é a data emque ocorrida essa de maneira expressa ou tácita. Para a Turma, tal regra deve ser aplicada a todos os recolhimentos efetuadosno período anterior à vigência da LC 118/2005. “Recurso especial provido em parte”, diz.

Ao julgar os embargos de declaração, a Segunda Turma reconheceu razão nas alegações da empresa. “De fato, o acórdãoembargado não atentou para o fato de que a tese do artigo 535 do Código de Processo Civil envolve pedido alternativo”,considerou a relatora do caso, ministra Eliana Calmon. “Logo, acolhida a insurgência quanto à prescrição, o provimento dorecurso especial foi total”, finalizou a ministra.

STJ vai uniformizar entendimento sobre contribuição previdenciária das férias A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) admitiu incidente de uniformização de jurisprudência relativo àcontribuição previdenciária sobre o terço constitucional de férias. A relatoria é do ministro Herman Benjamin.

O incidente de uniformização se soma a outros cinco já admitidos sobre o mesmo tema (Pet 7208, Pet 7190, Pet 7204, Pet7205 e Pet 7192) que serão analisados pela Primeira Seção. O novo caso admitido é originário de Pernambuco e foi suscitadopela União contra decisão da Primeira Turma Recursal dos Juizados Especiais de Pernambuco. A União sustenta que a decisãocontraria a jurisprudência dominante do STJ.

Para o ministro Herman Benjamin, ficou demonstrada a divergência jurisprudencial. Assim, ele determinou o envio de ofícios aospresidentes da Turma Nacional de Uniformização (TNU) e Turmas Recursais comunicando a admissão do incidente e solicitandoinformações. Eventuais interessados têm prazo de 30 dias para se manifestar sobre a instauração do pedido.

Juizado Especial não pode processar ação de empresa que não seja micro ou de pequeno porte Compete à Justiça Federal comum, não ao Juizado Especial Federal, julgar ação movida por empresa que não se enquadra nascategorias de microempresa ou de pequeno porte. O entendimento é aplicado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), ainda queo valor da causa seja de até 60 salários mínimos, teto estabelecido na lei que instituiu os juizados federais cíveis e criminais (Lein. 10.259/01).

A decisão foi do ministro Castro Meira, da Primeira Seção. Ele analisou um conflito de competência no qual se debateu a qualjuízo caberia o julgamento de uma ação indenizatória movida por uma empresa comercial da Bahia contra o DepartamentoNacional de Infra-estrutura de Transportes (DNIT). A empresa é pessoa jurídica não constituída sob a forma de microempresa ouempresa de pequeno porte, no entanto o valor da causa é inferior a 60 salários mínimos. (terceiro parágrafo já traz ainformação)

Inicialmente, a ação foi proposta no juízo federal, que rejeitou a competência em favor de uma das varas do Juízo Especial

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Federal de Salvador, ao argumento de que o valor da causa seria inferior a 60 salários mínimos. No entanto, o magistrado davara especial também rejeitou a competência. Alegou que a empresa não teria legitimidade para ajuizar a ação no juizadoespecial, por não ser constituída sob a forma de microempresa ou de pequeno porte.

O conflito chegou ao STJ e, como o parecer do Ministério Público foi no sentido do entendimento do relator, o ministro CastroMeira decidiu a questão individualmente . Ele afirmou que o teto previsto na lei dos juizados federais, de 60 salários mínimos, édeterminante para que a competência seja daquele juízo. No entanto, a ação não pode ter características no rol das exceçõesprevistas na Lei n. 10.256/01. O artigo 6º desta lei estabelece que podem ser autores de ações no juizado especial federal cívelas pessoas físicas e as microempresas e empresas de pequeno porte.

Constatado que a empresa que entrou com a ação contra o DNIT não se enquadra nessas categorias, ainda que a causa tenhavalor inferior a 60 salários mínimos, a competência não é do Juizado Especial, mas da Justiça Federal comum.

STJ julga dispensável juntada de comprovantes de pagamento da taxa de iluminação em ação de repetição doindébitoO Superior Tribunal de Justiça (STJ) julgou, conforme o rito dos recursos repetitivos, processo em que o município de Londrina(PR) questionava a desnecessidade da juntada de todos os comprovantes de pagamento referentes à taxa de iluminação públicaem ação de repetição do indébito. A Primeira Seção entendeu ser dispensável a juntada dos comprovantes de pagamento dotributo juntamente com a petição inicial da ação de repetição de indébito. O município paranaense recorreu ao STJ após adecisão do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) que concluiu ser desnecessária a apresentação de todos os comprovantes depagamento da taxa, entendendo estar presente documento hábil para comprovar o recolhimento indevido. Por essa razão, omunicípio sustentou violação de vários artigos do Código Processual Civil (CPC) que tratam sobre os requisitos da petição iniciale da prova documental. Por fim, alegou divergência jurisprudencial com julgados desta Corte. O STJ, por sua vez, destacou que,de acordo com a jurisprudência pacífica do Tribunal, em ação de repetição de indébito, os documentos indispensáveismencionados são aqueles hábeis a comprovar a legitimidade ativa para a causa. Segundo um dos precedentes citados pelorelator, ministro Humberto Martins, “mostra-se suficiente para autorizar o pleito repetitório a juntada de apenas umcomprovante de pagamento da taxa de iluminação pública, pois isso demonstra que era suportada pelo contribuinte umaexação que veio a ser declarada inconstitucional”.

Incide ICMS sobre importação de equipamento destinado a compor ativo Contribuinte do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) é qualquer pessoa física ou jurídica que, mesmosem habitualidade, importe mercadorias do exterior, ainda que destinadas ao consumo próprio ou ao ativo permanente doestabelecimento. Com esse entendimento, a Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) acolheu o recurso interpostopelo estado do Rio Grande do Sul contra a decisão do Tribunal de Justiça gaúcho (TJRS) que manteve a anulação do lançamentofiscal sobre a importação de um aparelho de tomografia computadorizada.

No caso, a empresa importou o equipamento médico em julho de 2003. Ao entrar com ação para anular o lançamento fiscal,alegou que não incide contribuição do tributo quando o importador é prestador de serviço médico. O pedido foi acolhido pelojuízo de primeiro grau.

O estado recorreu, mas o TJRS manteve a sentença sob o fundamento de que "não se sujeita ao ICMS a importação de bens,para uso próprio, por empresa prestadora de serviços médicos, não comerciante, inclusive a partir da Emenda Constitucional nº33, de 11 de dezembro de 2001".

Inconformada, a defesa do estado recorreu ao STJ sustentando que, a partir da Emenda Constitucional nº 33/01, basta aocorrência do fato gerador, que se dá com a aquisição da mercadoria importada, para a cobrança do imposto, sendo indiferenteo status de contribuinte de quem recolhe o tributo.

Em seu voto, o relator, ministro Luiz Fux ressaltou que, antes da EC 33/2001, o STJ adotava a tese da inexigibilidade do ICMSquando se tratasse de bem importado por pessoa física ou jurídica que não fosse contribuinte do tributo.

Após a EC, o Tribunal passou a considerar como contribuinte qualquer pessoa física ou jurídica que, mesmo sem habitualidade,importe mercadorias do exterior, ainda que destinadas ao consumo próprio ou ao ativo permanente do estabelecimento

Incide a Cofins sobre o faturamento das sociedades civisA Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) não acolheu o pedido dos escritórios para que fossem restituídos dosvalores pagos a título de Contribuição Social para Financiamento de Seguridade Social (Cofins), dos últimos cinco anos. Osministros consideraram que a incidência da Cofins sobre o faturamento das sociedades civis é constitucional.

No caso, em agosto de 2001, os escritórios impetraram um mandado de segurança contra o diretor da Secretaria da ReceitaFederal para que fossem isentados da cobrança da Cofins, por força da Lei Complementar 70/91, em razão de elas seencaixarem no conceito de sociedades civis uniprofissionais. Entretanto, por força da Lei n. 9.430/96, tal isenção veio a serrevogada. "Mas, tendo em vista a superioridade hierárquica da LC perante a lei, naturalmente a exceção trazida pelo artigo 6º,inciso II, da LC 70/91 deveria prevalecer", assinalaram os escritórios.

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O juízo de primeiro grau garantiu o direito dos escritórios de não recolher tal tributo, reconhecendo a quebra de hierarquianormativa quando da promulgação da Lei n. 9.430/96. Em apelação, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região reformou asentença. No STJ, a Segunda Turma deu provimento ao recurso dos escritórios destacando que o Tribunal já firmou oentendimento de que as sociedades civis prestadoras de serviços profissionais continuam isentas da Cofins.

Pouco antes do trânsito em julgado da decisão, os escritórios ajuizaram ação de repetição de indébito contra a Uniãoobjetivando a restituição dos valores pagos a título de Cofins. Entretanto, o juízo de primeiro grau indeferiu o pedido,fundamentando a sua decisão em precedentes do Supremo Tribunal Federal (STF) que proclamam a constitucionalidade daincidência da Cofins sobre o faturamento das sociedades civis.

Os escritórios, então, recorreram novamente ao STJ, desta vez com uma reclamação. Em seu voto, a relatora, ministra ElianaCalmon, destacou que a revogação, por lei ordinária, da isenção da Cofins concedida pela LC 70/91 às sociedades civis deprestação de serviços profissionais é constitucionalmente válida, porquanto a Lei n. 9.430/96 veiculou matériaconstitucionalmente reservada à legislação ordinária.

Assim, a ministra verificou que assegurar o cumprimento de decisão do STJ que se apresenta incompatível com entendimentodo STF seria um contrassenso, em desarmonia com os princípios constitucionais da duração razoável do processo e da forçanormativa da Constituição, caracterizando afronta à competência outorgada pela Constituição da República ao STF, incumbidode zelar pela interpretação das normas constitucionais

Contribuição social de 15% é devida por seguradoras, ainda que corretor não seja vinculado É legal a cobrança da contribuição previdenciária prevista na Lei Complementar 84/96 no valor de 15% sobre o total dascomissões pagas por seguradoras aos corretores, mesmo que tais profissionais não sejam vinculados à empresa. A conclusão éda Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ao negar provimento ao recurso especial da Aig Life Companhia deSeguros contra o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).

A empresa ajuizou ação contra o INSS em janeiro de 1998, pretendendo ver declarada a inexistência de relação jurídica que aobrigasse a recolher a contribuição instituída pela Lei Complementar 84/96, que seria inconstitucional, além de condenar o INSSa abster-se da cobrança do tributo.

Segundo a defesa da Aig Life, o corretor de seguros presta serviço ao segurado e não à seguradora, razão pela qual aremuneração que lhe é paga não é recebida a título de serviço prestado à empresa na qualidade de profissional autônomo, nãodevendo, portanto, incidir a contribuição previdenciária. Para a seguradora, apenas por questões de ordem prática, taiscomissões de corretagem são acrescidas ao valor do seguro e repassadas pela seguradora aos corretores.

Em primeira instância, o juiz da 26ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado do Rio de Janeiro reconheceu aconstitucionalidade da exação e julgou improcedente o pedido da empresa. “Ora, salta aos olhos a natureza do serviço prestadopelo corretor de seguros, no mundo dos fatos, tanto à seguradora quanto ao segurado: ele funciona como intermediário entreambos, prestando o serviço de 'captar e tratar' com os clientes segurados em nome da seguradora e, idem, para os segurados:'tratar com a seguradora em nome destes'”, asseverou.

Insatisfeita, a corretora apelou, mas o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) negou provimento, mantendo a sentença.Segundo a decisão, no contrato de seguro, o fato de o corretor – profissional autônomo – prestar serviço ao segurado nãoimplica reconhecer que não tenha prestado serviço à seguradora para o alcance econômico dela, estando justificada a comissãode corretagem sobre a qual deve incidir a contribuição social.

A empresa recorreu ao STJ, sustentando não haver lei que ampare a pretensão fiscal impugnada, tendo a decisão ofendidodispositivos do Código Tributário Nacional, da Lei n. 4.594, de 29 de dezembro de 1964, e do Decreto-lei n. 73, de 21 denovembro de 1966. Em sua defesa, o INSS afirmou que, sem os corretores de seguros, as seguradoras não conseguiriam captarclientes. “Portanto as seguradoras são beneficiárias dos serviços prestados pelo corretor, do mesmo modo que os segurados.”

A Primeira Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso da empresa, ratificando que a contribuição social de 15% édevida ainda que o corretor de seguros não seja vinculado à seguradora, por contribuir para o resultado econômico desta ereceber uma quantia a título de comissão.

O relator do caso, ministro Luiz Fux, adotou a jurisprudência, mas ressalvou seu entendimento de que a intermediação é para osegurado. Sob a ótica da realidade econômica, a assistência do corretor é destinada ao segurado, “razão pela qual equipará-loao prestador de serviço autônomo referido, no caso, implica criar tributo por analogia”, rompendo norma pétrea tributária da“tipicidade fechada”.

Segundo o entendimento pacificado, no entanto – destaca o relator –, não há como deixar de reconhecer que as seguradorasutilizam a intermediação do corretor para a obtenção de seus objetivos sociais, situação que não se desfigura em razão daproibição disposta nos artigos 17, alínea b, da Lei n. 4.594/64 e 125, alínea b, do Decreto-Lei n. 73/66.

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10 – Notícias do TST

Eletricista aposentado ganha horas gastas em percurso interno na Açominas Com o fundamento de que ato normativo não pode excluir horas in itinere já quantificada, a Quarta Turma do Tribunal Superiordo Trabalho restabeleceu a sentença do primeiro grau que condenou a empresa mineira Gerdau Açominas a pagar a umeletricista aposentado vinte minutos diários relativos ao trajeto que levava da portaria da usina ao seu local de trabalho. OTribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (MG) havia inocentado a empresa da condenação.

Já aposentado, o empregado entrou na justiça pleiteando o recebimento das referidas horas. Informou que durante os 21 anosque esteve na empresa – de 1986 a 2007 -, permanecia à sua disposição vários minutos antes e depois da jornada, que seestendia de 8h15 às 17h30, de segunda a sexta-feira. O trajeto era feito em transporte próprio da empresa, pois o local era dedifícil acesso e não contava com transporte público.

A despeito dos argumentos da empresa de que acordos coletivos realizados com o sindicato dos empregados descaracterizavamas horas gastas em transporte, o juiz destacou que aqueles instrumentos normativos não “podem prevalecer sobre a legislaçãoem vigor, quando desfavoráveis ao empregado”, nos termos do parágrafo 2º do artigo 58 da CLT. O TRT/MG, no entanto,aceitou recurso da Açominas e excluiu da sentença as horas in itinere com base nos termos dos acordos coletivos. O eletricistarecorreu ao TST, pediu a reforma da decisão e foi atendido. O relator do recurso na Quarta Turma, ministro Barros Levenhagen,deu-lhe razão ao entendimento de que não é possível se utilizar de instrumento coletivo para descaracterizar as referidas horascomo tempo à disposição do empregador, o que “vale dizer a supressão do pagamento das horas in itinere”.

Esclareceu o relator que a manutenção de cláusulas dessa natureza em acordos e convenções “implicaria conferir-lhes o statusde lei em sentido estrito, em condições de lhes atribuir inusitado derrogatório de preceito legal, como já se manifestou em outraocasião a Seção Especializada em Dissídios Coletivos do TST”. Seu voto restabeleceu a sentença do primeiro grau e foi apoiadounanimemente pelos ministros da Quarta Turma. (RR-259-2008-088-03-00.9)

Contratação temporária em regime especial passa para a Justiça Comum Devido a mudança de jurisprudência, a Oitava Turma do Tribunal Superior do Trabalho declarou a incompetência da Justiça doTrabalho para apreciar ação relativa a FGTS de uma servidora temporária do Estado do Espírito Santo. A Oitava Turma adotou novoentendimento após decisão do Pleno do TST de cancelar, em 23/04/2009, a Orientação Jurisprudencial nº 205 e seguir a premissa doSupremo Tribunal Federal de que cabe à Justiça Comum o processamento e o julgamento de conflitos entre servidores temporários ea Administração Pública, no caso de contratação temporária prevista em regime especial e em lei própria.

Com a nova orientação, a Oitava Turma reformou o acórdão do Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região (ES) e determinoua remessa do processo à Justiça Estadual. A ministra Dora Maria da Costa, relatora do recurso de revista, destacou que, aindaque “a pretensão se refira a direitos trabalhistas, e a causa de pedir indique relação de emprego decorrente de supostairregularidade na contratação temporária - prorrogação indevida do contrato de forma expressa ou tácita -, não se modifica anatureza jurídica de cunho estatutário ou jurídico-administrativo do vínculo estabelecido originalmente entre o trabalhador e opoder público”.

A mudança de entendimento ocorreu a partir do julgamento do Recurso Extraordinário nº 573.202/AM pelo Plenário do STF.Nessa decisão, conforme esclarece a ministra Dora, o STF estabeleceu que a causa instaurada por servidor temporáriocontratado pelo ente público por regime especial previsto em lei municipal ou estadual, de acordo com os artigos 114 e 37,inciso IX, da Constituição Federal, sempre será de competência da Justiça Comum. O inciso IX do artigo 37 permite acontratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público.

Foi essa a argumentação utilizada pelo Estado do Espírito Santo, que vinha desde o início questionando a competência daJustiça do Trabalho para analisar a questão, afirmando que a relação estabelecida era de contratação de natureza administrativa,decorrente de lei especial. A alegação é de que havia, no caso, relação de índole institucional, de cunho jurídico-administrativo,e não contratual, não sendo cabível, então, a apreciação pela Justiça Trabalhista.

O TRT/ES, quando apreciou o conflito, seguiu o antigo entendimento da OJ nº 205 da Seção Especializada em DissídiosIndividuais 1 (SDI-1) do TST, válida à época, segundo o qual a “lei que disciplina a contratação por tempo determinado paraatender a necessidade temporária de excepcional interesse público não é o bastante para deslocar a competência da Justiça doTrabalho” nos casos em que há desvirtuamento da contratação – a prestação de serviços para atendimento de necessidadepermanente, e não para acudir a situação transitória e emergencial. (RR-1850/2006-101-17.40.5)

TST: tentativa de conciliação prévia não é condição para ação Por unanimidade, a Seção Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1) do Tribunal Superior do Trabalho decidiu ontem (28) quea submissão de conflitos à Comissão de Conciliação Prévia não constitui pressuposto processual nem condição para agir – nãocabendo, portanto, a extinção do processo sem julgamento do mérito em caso de ausência de tentativa de conciliação. Adecisão uniformiza a jurisprudência das oito Turmas do TST e segue o entendimento adotado liminarmente pelo SupremoTribunal Federal em duas ações diretas de inconstitucionalidade julgadas no dia 13 de maio.

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O processo julgado ontem pelo TST tem como partes a Danisco Brasil Ltda. e uma ex-empregada. Em 2006, a ação foi julgadaextinta, sem julgamento do mérito, pela Quarta Turma do TST, que entendia que a submissão da demanda à comissão deconciliação prévia era pressuposto processual negativo para a proposição da ação trabalhista. A trabalhadora então interpôs osembargos à SDI-1 alegando divergência com decisões contrárias da Segunda Turma do TST - no sentido de que a passagem pelacomissão é facultativa e não condição ou pressuposto da ação.

Os embargos começaram a ser julgados em maio de 2007. Para o relator, ministro Vieira de Mello Filho, a exigência desubmissão da demanda à CCP como condição do exercício de direito da ação constitui “obstáculo ao direito-garantiaconstitucional previsto no artigo 5º, inciso XXXV, da Constituição Federal”. Em seu voto, o relator sustentou que o artigo 625-Dda CLT, com a redação dada pela Lei nº 9.958/2000 (que instituiu das CCPs) não tem “o caráter imperativo que se lhe queremprestar, nem é causa da extinção do processo sem resolução do mérito apenas porque a certidão da negociação frustradanão acompanha a petição da ação”.

O ministro Vieira de Mello observou que, no caso julgado, as partes recusaram, sucessivamente, duas propostas de conciliaçãoformuladas pelo juiz de primeiro grau, e até então não haviam demonstrado interesse algum na conciliação. “O que se tentacom a comissão de conciliação prévia é a solução extrajudicial dos conflitos, mediante a negociação”, explicou. “No momentoem que se estabelece a audiência e há recusa em negociar, a utilidade da remessa do processo novamente à comissão não teriasentido”.

Ressalvas

Ao trazer de volta o processo à sessão de ontem, o ministro Vantuil Abdala votou no mesmo sentido, uma vez que o STF já semanifestou sobre o tema, mas fez ressalvas de entendimento pessoal. Para Vantuil, a comprovação de tentativa frustrada deconciliação perante a CCP é pressuposto processual para o ingresso da reclamação na Justiça do Trabalho e não afronta oprincípio de livre acesso ao Judiciário porque não impede o ajuizamento da ação. "A CCP é um excelente instrumento decomposição rápida e eficaz dos conflitos, em observância aos princípios da economia e da celeridade processuais", afirmou."Espero que o STF ainda reveja essa posição." ( E-ED-RR 349/2004-241-02-00.4) (Carmem Feijó)

TST confirma validade de parcelamento de participação nos lucros da VW Na sessão especial que está sendo realizada hoje no Tribunal Superior do Trabalho desde as 9h, a Seção Especializada emDissídios Individuais (SDI-1) confirmou, por oito votos contra seis, a validade da negociação coletiva feita pelo Sindicato dosMetalúrgicos do ABC e a Volkswagen do Brasil, em 1998, que resultou no parcelamento em 12 meses de parte da participaçãonos lucros e resultados aos funcionários da montadora.

O entendimento da SDI-1 é o de que, embora a Lei nº 10.101/00 não autorize o pagamento parcelado em periodicidade inferiora um semestre civil ou mais de duas vezes no mesmo ano civil, a negociação entre as partes, conduzida por um sindicato forte erepresentativo, na esteira dos efeitos de uma crise financeira mundial – iniciada em 1997 nos países asiáticos e intensificada coma crise da economia da Rússia em agosto daquele ano – para preservar os empregos, deve ser prestigiada.

No julgamento desta tarde, validaram o acordo que resultou no parcelamento da participação nos lucros a ministra MariaCristina Peduzzi, os ministros Vantuil Abdala, Carlos Alberto Reis de Paula, Guilherme Caputo Bastos, João Oreste Dalazen, JoãoBatista Brito Pereira, Milton de Moura França e o juiz convocado Douglas Alencar Rodrigues.

A corrente contrária - formada pelos ministros Aloysio Corrêa da Veiga, Lelio Bentes Corrêa, Horácio Senna Pires, Rosa MariaWeber, Vieira de Mello Filho e Maria de Assis Calsing – ratificou a impossibilidade de parcelamento da participação nos lucros,acrescentando que questão a respeito dos contornos em que a negociação foi feita extrapola os autos. O ministro Vieira deMello afirmou que o ônus pela negociação foi transferido à União, que deixou de arrecadar tributos e contribuições sobre aparcela. O ministro Corrêa da Veiga estranhou que uma empresa distribua lucros em momento de crise. (E-RR 1903/2004-465-02-0.7 e E-ED-RR 1420/2003-463-02-0.9)

Camareira em navio estrangeiro é protegida por lei brasileira A Costa Cruzeiros Agência Marítima e Turismo Ltda. terá de pagar pelos serviços de uma camareira brasileira de acordo com alegislação trabalhista do Brasil. A Oitava Turma do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou (não conheceu) recurso de revista daempresa contra a condenação imposta pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (SP).

A camareira era uma estudante universitária brasileira que se candidatou a uma vaga de emprego no navio Costa Tropicale, dogrupo Costa Cruzeiros, com a intenção de ganhar algum dinheiro enquanto praticava outras línguas estrangeiras. Ela foiadmitida em 30 de novembro de 2003, para limpar e arrumar as cabines do navio, com salário de aproximadamente 1.685euros (fixo mais gorjetas), algo em torno de R$ 4.770,00.

Mas as condições de trabalho não agradaram à estudante. Ela recorreu à Justiça alegando que tinha jornada de trabalho abusivae desumana: das 7 às 24 horas, todos os dias da semana, com dois intervalos para descanso e refeição. Também disse quesofreu constrangimentos e humilhações pela chefia e foi demitida em 30 de janeiro de 2004, sem registro na carteira de

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trabalho e pagamentos de FGTS, horas extras, adicional noturno e descanso semanal remunerado.

A empresa se defendeu com o argumento de que a contratação ocorreu em território brasileiro, mas a prestação do serviço noPaís foi apenas parcial. Ainda sustentou que os membros da tripulação de navio estão sujeitos às normas do país ao qual onavio pertence - no caso, a Itália. Além do mais, a camareira teria sido admitida com base em contrato coletivo firmado entresindicatos italianos.

A juíza da Vara do Trabalho de Santos decidiu condenar a Costa Cruzeiros a pagar as diferenças salariais pedidas pelaempregada depois de considerar o depoimento de testemunhas e a legislação internacional e nacional sobre a prestação deserviços em navios. O mesmo entendimento teve o Tribunal paulista.

No recurso de revista ao TST, a empresa reforçou a tese de que a trabalhadora foi contratada pela CSCS International, com sedenas Antilhas Holandesas, para prestar serviço em navio de bandeira italiana. Por essas razões não se aplicaria a ela a leibrasileira, mas sim a italiana. Afirmou ainda que as embarcações são um prolongamento da bandeira que ostentam, e que osserviços foram prestados apenas em parte no Brasil. No mais, defendeu que o Direito Internacional consagrou a chamada lei dopavilhão ou da bandeira, que consiste na aplicação da legislação do país no qual está matriculada a embarcação.

Na avaliação da relatora, ministra Maria Cristina Peduzzi, essa regra não é absoluta. Segundo a ministra, o Código Bustamante,que regula a questão referente ao conflito de leis trabalhistas no espaço, estabelece que “também é territorial a legislação sobreacidentes do trabalho e proteção social do trabalhador” (artigo 198). Assim, enquanto o trabalho foi prestado em águasnacionais, a legislação aplicável é a brasileira.

Em relação aos serviços executados em águas internacionais, para a ministra, vale o princípio do centro de gravidade, chamadono direito norte-americano de “most significant relationship”. Ou seja, as regras do Direito Internacional privado podem deixarde ser aplicadas quando a causa tiver uma ligação muito mais forte com outro direito – no caso em discussão, o brasileiro. Arelatora também concluiu que o Acordo de Imigração Brasil-Itália de 1974, indicado pela Costa Cruzeiros para justificar a análisedo recurso de revista pelo TST, não seria compatível com a hipótese, porque trata de normas de previdência social.

Nessas condições, todos os ministros da Oitava Turma acompanharam o entendimento da relatora e decidiram não conhecer dorecurso de revista, ficando mantida a condenação imposta pelo TRT ao Costa Cruzeiros. ( RR – 127/2006-446-02-00.1)

Primeira Turma exclui condenação por “horas extras futuras”Pagar a um monitor horas extras ainda não trabalhadas. Essa condenação, imposta pela Justiça do Trabalho da 4ª Região (RS) àFundação de Atendimento Sócio-Educativo do Rio Grande do Sul (Fase) foi excluída pela Primeira Turma do Tribunal Superior doTrabalho ao julgar o recurso de revista da empregadora. Para o ministro Lelio Bentes Corrêa, “não cabe ao julgador acondenação ao pagamento de horas extras com fundamento em presunção, e relativa a período futuro e incerto, uma vez queas horas extras são verificadas a cada mês, e as condições de trabalho são suscetíveis de mudança”.

O trabalhador, admitido em 1998 e ainda em pleno contrato com a fundação à época do ajuizamento da reclamação,conseguiu na 15ª Vara do Trabalho de Porto Alegre (RS) o reconhecimento do direito a receber o pagamento de horas extras,não apenas passadas, mas também futuras, as denominadas “parcelas vincendas”. A empregadora recorreu da sentença, mas oTribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS) manteve o entendimento da Vara, rejeitando o apelo patronal.

O Regional considerou que, se a fundação não pagava as horas extras corretamente, então deveria ser condenada a pagá-las nofuturo, pois eram prestadas com regularidade. “A condenação em parcelas vincendas é impositiva, uma vez que cabe pressuporque a atividade permanecerá sendo desenvolvida mediante a mesma exigência de carga horária. Não tendo a fundação ocuidado de cumprir corretamente o que foi registrado, é correta a condenação, e deve ser mantido o comando para opagamento oportuno e integral do devido”.

Inconformada, a fundação apelou ao TST, alegando que não poderia ser condenada a pagar as horas extras ainda nãotrabalhadas. Ao analisar o recurso, o relator concluiu pela inviabilidade da decisão condicional, “vinculada à existência de fatofuturo e incerto, em que não se pode afirmar a existência de lesão ao direito da parte”. (RR –1178/2002-015-04-00.5)

Trabalhador é multado por insistir em recurso sem fundamento Um trabalhador portuário avulso foi multado pela Justiça do Trabalho por litigância de má-fé. Mesmo ciente da inexistência dedireito ao recebimento de férias em dobro e horas extraordinárias, o estivador utilizou-se de argumentos destituídos de amparolegal. Foi essa conclusão que levou o Tribunal Regional da 12ª Região (SC) a condená-lo a pagar multa em favor do ÓrgãoGestor de Mão-de-Obra do Trabalho Portuário Avulso do Porto de São Francisco do Sul - OGMO/SFS, no valor de R$ 4.410,00,em outubro de 2006. Ao julgar o apelo do trabalhador, a Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho manteve a decisão doTRT/SC e rejeitou (não conheceu) seu recurso de revista.

O argumento do estivador era de que teria os mesmos direitos dos trabalhadores com vínculo empregatício permanente. Poresse motivo, pretendia receber as férias em dobro previstas no artigo 137 da CLT para os casos em que o empregador impede o

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empregado de tirar férias. A 2ª Vara do Trabalho de Joinville (SC), no entanto, indeferiu o pedido, após avaliar convençõescoletivas de trabalho, ponderações de representantes sindicais e o depoimento de um procurador do Trabalho que mantevecontato direto com as partes interessadas, mediando situações semelhantes. Diante da situação concreta, concluiu ser inviável aaplicação pura e simples da CLT em relação ao gozo de férias naquele caso.

Segundo a Vara de Joinville, a maioria dos trabalhadores avulsos não tem interesse e resiste à fixação do período de férias, pelainexistência de garantia de serviço o ano todo. Os estivadores têm o receio de que, não havendo trabalho e, ao aplicar-se aregulamentação sobre férias na CLT, possam deixar de recebê-las da forma como são atualmente remuneradas: o pagamento éfeito pelo OGMO com o acréscimo legal, de acordo com a remuneração devida para cada “pegada” de trabalho, e elesusufruem de folgas quando bem entendem. O próprio autor nunca solicitou gozo de férias.

Para reformar a sentença, o trabalhador interpôs embargos de declaração, recurso ordinário - quando o TRT/SC negouprovimento a seu apelo - e novamente embargos declaratórios. Nessa fase, o Regional aplicou a multa, por considerar suainsistência infundada. O estivador recorreu, então, ao TST. Para o ministro Aloysio Corrêa da Veiga, relator, não caberia umadecisão de modo contrário à do TRT/SC, pois isso exigiria o reexame de todo o conjunto probatório – algo que não cabe eminstância superior.

Diante da delimitação apresentada pelo Regional - julgando inaplicável o artigo 137 da CLT e demonstrando não haver interessedos trabalhadores avulsos do porto de São Francisco do Sul pelo gozo de férias, com a “preferência pela manutenção dos usose costumes do local da prestação dos serviços, em que recebem os valores correspondentes às férias e usufruem de várias folgasao ano, de acordo com seus próprios interesses”, o relator considerou intactos os artigos constitucionais e legais que serviramde alegação para o recurso de revista do trabalhador quanto à dobra de férias.

Quanto à multa, o relator avaliou que os aspectos legais e constitucionais apontados como violados não admitiam oconhecimento do recurso de revista. Para o ministro Aloysio da Veiga – e para os demais integrantes da Sexta Turma, que oacompanharam -, apesar de tratarem do direito às férias dos trabalhadores avulsos, “não têm o condão de afastar a multa porlitigância de má-fé aplicada ao trabalhador, ante a conclusão obtida por meio de documentos de que o autor pretendeu obtervantagens indevidas, usando de argumentos destituídos de amparo fático e legal”. ( RR-605/2005-016-12-00.3)

Segunda Turma: desconto de diferença de caixa é lícito mas tem limiteO desconto feito no salário do empregado que exerce a função de caixa com o objetivo de repor ao banco eventuais diferençasde numerário em seu caixa ao final do expediente é lícito, mas deve observar o valor da gratificação paga ao bancário a títulode “quebra de caixa”. A decisão é da Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho em julgamento de recurso do bancoABN Amro Real S/A contra decisão regional que determinou a devolução dos descontos a uma bancária da Paraíba.

Segundo o relator do recurso, ministro Vantuil Abdala, normalmente os descontos no salário só são permitidos quando provada,pelo menos, a culpa do empregado. Mas nesse caso há uma circunstância especial, por dois motivos. “O primeiro deles é que setrata de caixa de banco que já recebe uma gratificação destinada especificamente a cobrir eventuais diferenças. O segundo éque, como caixa, tendo somente ele a posse do dinheiro, se falta algum numerário, a sua culpa é presumida”, explicou Abdala.O ministro relator acrescentou que, evidentemente, deve ser dado ao caixa fazer prova de que não teve culpa pela falta denumerário, quando, por exemplo, foi vítima de um assalto ou outra hipótese qualquer. “Entretanto, o desconto no salário só éválido até o limite do valor da gratificação de quebra de caixa”, assinalou.

O Tribunal Regional do Trabalho da 13ª Região (PB), acolhendo recurso da bancária, determinou que os descontos fossemdevolvidos porque não foi juntada aos autos prova de que havia convenção coletiva de trabalho autorizando a prática. O TRT/PBtambém fez uma distinção entre “gratificação de quebra de caixa” e “comissão de caixa”, acrescentando que a gratificaçãorecebida pela autora da ação (comissão de caixa) servia apenas para remunerar a grande responsabilidade inerente à função,não podendo ser comparada à rubrica de “quebra de caixa”, da qual, em tese, podem ser descontados os valores referentes àdiferença de numerário.

Por fim, o Regional afirmou ser necessária a demonstração de dolo ou culpa do empregado para a realização dos descontos,além de previsão expressa da prática no contrato de trabalho. No recurso ao TST, a defesa do banco sustentou que aresponsabilidade pelas diferenças de caixa é do empregado, uma vez que a “comissão de caixa”, assegurada pela convençãocoletiva dos bancários, tem por objetivo cobrir eventuais diferenças de dinheiro. O recurso do banco foi conhecido e providoneste tema e a obrigação de devolução dos descontos foi afastada por decisão unânime. ( RR 954/2006-008-13-40.0)

TST confirma natureza salarial de prêmio pago pela Fleischmann e Royal A Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho negou provimento a recurso da empresa de produtos alimentíciosFleischmann e Royal Ltda. e confirmou a decisão que declarou a natureza salarial da parcela “top premium”, pagahabitualmente em razão do alcance de metas de produtividade por seus empregados. No recurso ao TST, a defesa da empresasustentou que a parcela (de R$ 400,00) não deveria integrar o salário porque é paga eventualmente, apenas em ocasiões emque o empregado atinge metas determinadas.

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Mas, segundo o relator do recurso, ministro Renato de Lacerda Paiva, a bonificação paga ao empregado como prêmio pela suaprodutividade não lhe retira o caráter salarial, pois, para o Direito Trabalhista, é irrelevante a nomenclatura que é dada à parcela oua intenção do empregador. “O que importa para caracterizar a sua natureza salarial e a sua repercussão em outras verbas é o fatode ter sido instituída em razão do contrato de trabalho e a habitualidade do seu pagamento”, afirmou o relator em seu voto.

Renato Paiva acrescentou que, apesar do uso da expressão “prêmio” como forma de remuneração, em dinheiro ou não, com oobjetivo de recompensar o empregado pelo cumprimento de determinada meta instituída pelo empregador, a naturezaremuneratória desta parcela deve ser reconhecida, desde que não tenha caráter eventual. A partir da análise de fatos e provas, oTribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS) verificou que a concessão da parcela deu-se de forma não eventual,correspondendo à contraprestação imediata de serviço. O TRT/RS determinou a integração da parcela, pela média, em fériasmais 1/3, 13º salário, aviso prévio, repousos semanais, feriados e FGTS mais 40%. ( RR 95.013/2003-900-04-00.1)

Trabalhadoras domésticas têm direito a férias proporcionais Ao garantir aos empregados domésticos o direito ao gozo de férias anuais remuneradas, o legislador o deferiu em suaintegralidade. Com este entendimento, a Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou recurso da empregadoracontra trabalhadoras que exerceram funções de enfermeiras domiciliares por dois anos e sete meses.

Elas realizavam tarefas de medicação oral, higiene pessoal, auxílio à alimentação, arrumação de quarto e banheiro. Após seremdemitidas, exigiram direitos trabalhistas na 49ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro (RJ), como reconhecimento de relação deemprego, aviso prévio, 13º salários, feriados e outros, que foram concedidos pela primeira instância.

A empregadora entrou com recurso no Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (RJ), contestando o pagamento das fériasproporcionais. O Regional rejeitou o recurso, interpretando serem devidas as verbas referidas. “O artigo 1º do Decreto nº71.885/1973 estende, aos empregados domésticos, os preceitos inscritos no capítulo da CLT relativo às férias proporcionais,especialmente porque elas prestaram serviços por períodos superiores a um ano”, observa o acórdão. Na instância extraordinária, o TST reiterou precedentes que concedem o direito ao gozo de férias anuais remuneradas aosempregados domésticos, afastando assim o recurso da empregadora. O juiz convocado Douglas Alencar Rodrigues, relator, disseem seu voto que, “ainda que de forma proporcional, os domésticos fazem jus ao pagamento de férias, por força de expressaprevisão constitucional.”

Ele citou decisão da Seção Especializada de Dissídios Individuais (SDI-1) - órgão que decide recursos de embargos contradecisões das turmas do TST, uniformizando entendimentos do Tribunal. A ementa, escrita pelo ministro Luiz Philippe Vieira deMelo, diz que o parágrafo único do artigo 7º da Constituição Federal assegurou ao empregado doméstico o direito às fériasanuais, mas não houve previsão quanto ao direito às férias proporcionais. “Nesse contexto, remete-se o julgador à observânciade norma infraconstitucional, a Lei nº 5.859/1972, que, regulamentada pelo Decreto nº 71.885/1973, que deixou expresso emseu artigo 2º a regência da CLT no que tange ao capítulo das férias. Assim, é indiscutível a aplicação do disposto no art. 146 daCLT aos empregados domésticos, que prevê expressamente o direito às férias proporcionais.” ( RR-1959/2003-049-01-00.4)

Costume comercial pode ser provado por testemunha e servir de fonte de direito O costume comercial pode ser provado por testemunhos e não somente pelo assentamento nas juntas comerciais. Podetambém servir de fonte de direito comercial, de forma que as regras do Código Civil de 1916 não se sobrepõem,necessariamente, a tais costumes. A decisão é da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ao negar recurso em casode sobre-estadia no transporte de cargas ocorrido na vigência do Código Civil de 1916 e do Código Comercial de 1850.

O juiz negou a prova testemunhal que visava provar a existência do costume de a contratante indenizar a transportadoraterrestre pela sobre-estadia paga aos motoristas em atrasos na descarga nos portos. A ação de cobrança da transportadoraenvolvia outros débitos, no total de R$ 170 mil. Mas, após a negativa de prova desses costumes, a sentença fixou o valor devidoem R$ 3,8 mil referentes a apenas duas faturas de serviços prestados. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, ao analisar agravoretido, reconheceu a possibilidade de produção de prova testemunhal pretendida e anulou o processo desde a audiência deconciliação. Daí o recurso da contratante ao STJ.

Em voto classificado pelo ministro Massami Uyeda como verdadeira peça doutrinária e exemplo do trabalho institucional do STJ,a ministra Nancy Andrighi fez uma revisão histórica da legislação e da doutrina sobre costumes comerciais no Brasil desde oRegulamento 737, de 1850. Para a relatora, diferentemente do alegado no recurso, a tradição relativa aos costumes comerciaisé o de registro por assentamento dessas práticas no antigo Tribunal de Comércio ou nas atuais juntas comerciais, o quedispensaria outros meios de prova; porém a ausência de tal homologação não significa a inexistência do costume, nem impedea produção de provas diversas para comprová-lo.

“É evidente que nem todo costume comercial existente estará assentado antes que surja uma oportunidade para que sejainvocado em juízo, pois o uso necessariamente nasce na prática comercial e depois se populariza nas praças comerciais, atéchegar ao ponto de merecer registro pela Junta Comercial”, completou a relatora. “A posição defendida pela recorrente levariaà restrição da utilização do costume mercantil como fonte subsidiária do direito apenas àquelas hipóteses já extremamenteconhecidas na mercancia; porém, como estas situações, justamente por serem estratificadas, não geram conflitos entre oscomerciantes, cria-se um círculo vicioso que afasta totalmente a utilidade do uso mercantil para o debate jurídico.”

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A ministra acrescentou que, mesmo que o costume seja comprovado, ainda não se poderia concluir automaticamente haverresponsabilidade da recorrente. Nesse caso, o costume poderá ser usado como regra jurídica para apreciação da disputa, a partirda análise, em uma segunda etapa, de sua efetiva aplicabilidade aos fatos. A relatora citou exemplo em que o juiz pode concluirnão se tratar de efetivo costume comercial, mas mero hábito mercantil – de alcance reduzido, pois ainda que seja práticarotineira, é adotada pelos comerciantes por liberalidade e não por entenderem ser uma obrigação.

Para a ministra Nancy Andrighi, não é óbvia nem uniforme a compreensão sustentada no recurso de que, mesmo comprovado,o costume alegado seria contrário à lei e, por isso, não poderia regular a situação jurídica mercantil. Um autor citado no votoafirma que, se a disposição legal não for de ordem pública e obrigatoriamente aplicável, pode ser substituída por uso ao qual aspartes deem preferência. Nesse caso, o julgador deveria aplicá-lo, sobrepondo-o à lei não imperativa.

Além disso, como o recurso sustenta a isenção de responsabilidade da contratante com base na disposição genérica deresponsabilidade civil prevista no artigo 159 do CC/16, a relatora entende que não se trata apenas de discutir a eventualcontrariedade do costume à lei, mas também as nuances resultantes desse conflito, pois, em face da legislação vigente à datados fatos, tanto os costumes comerciais quanto o Código Civil de 1916 eram fontes subsidiárias de direito comercial e, no caso,a regra geral de responsabilidade citada pela recorrente “não regula, de forma próxima, qualquer relação negocial, mas apenasrepete princípio jurídico imemorial que remonta ao ‘neminem laedere’ romano”. Por isso, a análise dessa alegação não pode serautomática ou superficial, como pretendido no recurso.

A relatora concluiu ressalvando, ainda, que, sob o Código Civil de 2002, a questão poderia ser analisada de forma diversa. Aunificação do direito privado poderia levar a uma nova interpretação relativa às fontes secundárias do direito comercial, mas talanálise escaparia aos limites do recurso julgado.

Comissária em aeronave durante abastecimento não recebe periculosidadeO adicional de periculosidade não é devido a comissário de bordo que permanece no interior da aeronave durante oabastecimento de combustível do avião. Mais uma decisão nesse sentido foi definida pela Seção Especializada em DissídiosIndividuais I (SDI-1) do Tribunal Superior do Trabalho, desta vez em favor da Viação Aérea Rio-Grandense S.A. – Varig. Segundoo ministro Vantuil Abdala, relator dos embargos, o artigo 193 da CLT prevê dois fatores determinantes para o recebimento doadicional de periculosidade - o contato com inflamáveis e o risco acentuado -, e “nenhum desses requisitos se verificou”.

A SDI-I reformou acórdão da Terceira Turma, que rejeitara (negara provimento) recurso da empresa, julgando que era devido oadicional à comissária de bordo. Para a Terceira Turma, o laudo pericial confirmou a possibilidade, ainda que remota, de haverincêndio na aeronave devido a vazamento de combustível e, estando a empregada no interior da aeronave no momento doabastecimento, ela “se encontrava na área de risco de que trata o item I da NR nº 16” - Norma Regulamentadora do Ministériodo Trabalho sobre atividades perigosas.

Ao analisar a NR nº 16, que define como de risco toda a área de operação de abastecimento de aeronaves, o ministro Vantuilentendeu por trabalhadores que operam em áreas de risco “aqueles que, no exercício de suas atribuições, se encontram nesseespaço físico ou que nele transitam”. Para ele, essa não era a situação da comissária , que permanecia no interior do aviãodurante o abastecimento. O relator ressaltou ainda que “o próprio laudo pericial destacou a existência de ‘risco remoto’”.

Nesse mesmo sentido, há outra decisão da SDI-1, em processo julgado em 14/11/08. O relator, ministro Horácio Senna Pires,também considerou que “somente fazem jus ao adicional os trabalhadores que de fato operem na área de risco, assimentendido aqueles que estão diretamente nesse espaço” – o que não é o caso da comissária de bordo, que “não desembarcaaté o ponto do abastecimento”. No processo da relatoria do ministro Vantuil, a SDI-1 seguiu o voto do relator, com exceção daministra Rosa Maria Weber. ( E-ED-RR –67/2000-052-01-00.6)

Conversão de férias em abono precisa de autorização do trabalhador As férias convertidas em abono pecuniário, sem autorização do trabalhador, devem ser pagas em dobro. Com base nesseentendimento, a Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou (não conheceu) o recurso de revista da Box PrintFábrica de Embalagens e manteve condenação imposta pelo Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS).

O empregado recorreu à Justiça afirmando que prestou serviços à empresa na função de “corte e revisão”, de fevereiro de 1983a maio de 1997, quando foi demitido sem justa causa. Entre as irregularidades cometidas pela fábrica, durante a relação deemprego, estaria o pagamento em dinheiro de parte das férias a que teria direito, sem a sua expressa autorização.

Apesar de a Box Print ter sustentado que a falta do pedido de abono pecuniário pelo empregado seria uma exigênciaburocrática, punível apenas com infração administrativa, o juiz da Vara do Trabalho de Sapiranga (RS) condenou a empresa apagar em dobro o período das férias de 1992, 1993 e 1994, com o adicional de um terço (permitida a compensação dos valorespagos a título de abono e de adicional). O juiz concluiu que os afastamentos concedidos deveriam ser entendidos como meraslicenças remuneradas, uma vez que a redução do período de férias e a conversão de parte em dinheiro exigem prova dointeresse do autor - o que não ocorreu no caso. A decisão foi mantida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS).

No recurso de revista apresentado ao TST, a empresa reforçou a tese de que a conversão de dez dias de férias em abonopecuniário, sem a autorização expressa do empregado, não significava que as férias não tinham sido concedidas. Também

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argumentou que a condenação em dobro só se justificaria na hipótese de não-concessão das férias na época própria – situaçãodiferente da que estava sendo discutida.

No entanto, o relator do processo, ministro Vieira de Mello Filho, defendeu que o direito dos trabalhadores às férias éirrenunciável. O empregador tem a obrigação de conceder as férias e fiscalizar o seu cumprimento, e não pode criar obstáculos.Para o relator, a conversão de parte das férias do empregado em abono pecuniário, sem a sua autorização expressa (conformeverificado pela Vara do Trabalho e pelo Regional), é ilegal. Portanto, completou o ministro, a consequência para tal ilegalidade éo pagamento em dobro do período de férias (artigo 137 da CLT). O voto do relator foi acompanhado pelos demais ministros daPrimeira Turma do Tribunal. ( RR – 37913/2002-900-04-00.3).

Empresa é condenada por restringir utilização de banheiro e bebedouro Por adotar condutas constrangedoras, como restringir a ida dos funcionários ao sanitário a duas ou três vezes ao dia, e emalgumas ocasiões apenas com autorização do superior hierárquico, a empresa de Calçados Hispana Ltda. (sucessora da CalçadosAzaléia) foi condenada pela Justiça do Trabalho a pagar indenização por danos morais a um grupo de trabalhadores que moveuação por assédio moral.

A Sétima Turma do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou recurso de revista da empresa ao concluir pela incompatibilidade dasmedidas com os direitos da personalidade, protegidos pela Constituição (artigo 5º, inciso X). Para o ministro Ives Gandra MartinsFilho, relator do processo, no TST, a decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região (SE) foi acertada, uma vez que aConstituição considera invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, e assegura o direito aindenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.

A ação foi movida um grupo de funcionários residentes em Aracaju (SE). Eles trabalhavam na linha de produção de calçados einformaram que, durante o contrato de trabalho, vivenciaram situações de constrangimento. As idas ao sanitário eram limitadase, quando o superior hierárquico se encontrava presente, deveria consentir a saída.

As idas ao banheiro eram controladas pela substituição dos crachás: quando o funcionário ia ao banheiro, deixava o seupendurado em vassouras e colocava um especial, sinalizando que fazia uso do sanitário. Segundo o relato, aconteceu de haverchefes que cronometravam essas idas, e, se ultrapassassem os cinco minutos, iam buscar os funcionários. Havia somente umcrachá para cada setor, de modo que somente um empregado podia parar a produção para usar o banheiro. A situação chegoua tal ponto, que eles ingeriam pouco líquido para não ter que ir ao banheiro. Ao mesmo tempo, havia também controle desaída para beber água.

O trabalho dos empregados muitas vezes era cronometrado: um supervisor, com o cronômetro na mão, se posicionava na frentedo empregado cuja produção não fosse considerada satisfatória e contava seu tempo. Caso as metas não fossem atingidas, eleseram chamados em mesa redonda, onde eram repreendidos, segundo eles, na frente de todos, com palavrões, xingamentos eameaças de perda do emprego. Muitos funcionários, em razão das pressões e falta de ergonomia no ambiente de trabalho,desenvolveram doenças ocupacionais e problemas psicológicos.

Tais fatos foram anteriormente objeto de ação civil pública movida pelo Ministério Público do Trabalho, na qual a Hispana foicondenada por danos morais no valor de 240 mil reais, cabendo a cada funcionário o valor de 20 mil reais, mais 300 mil reais, aser revertido ao FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), por danos morais coletivos. A empresa foi condenada ainda a abster-sede adotar no ambiente de trabalho qualquer prática de constrangimento, coação e humilhação aos empregados.

Na ação movida pelo grupo de trabalhadores, a empresa foi novamente condenada. A condenação foi mantida pelo TRT/SE,que concluiu existir nos autos provas suficientes para evidenciar o assédio moral e o terror psicológico vivenciados pelosfuncionários, porque dependiam do emprego para o sustento de suas famílias.

Ao julgar recurso de revista da empresa, o ministro Ives Gandra destacou em seu voto que, independentemente dos motivosque justificariam o zelo pela produtividade, a empresa deveria observar critérios de razoabilidade, uma vez que “é responsáveldireta pela qualidade das relações e do ambiente de trabalho e adotar medidas compatíveis com os direitos da personalidadeconstitucionalmente protegidos”. ( RR-1186/2007-004-20-00.5) (Lourdes Côrtes)

Transportadora de valores indenizará empregado obrigado a ficar nuUma transportadora de valores de Minas Gerais foi condenada pela Sétima Turma do Tribunal Superior do Trabalho a indenizarum auxiliar de tesouraria que era obrigado a ficar nu todos os dias, perante um vigia. Para o ministro Pedro Paulo Manus, relatordo recurso de revista do trabalhador, “a nudez imposta aos empregados, como meio de inibir possíveis furtos, caracterizaconduta abusiva do empregador”.

Ao adotar este entendimento, a Sétima Turma restabeleceu sentença que mandou pagar R$ 8 mil de indenização por danosmorais, em agosto de 2005. A questão, segundo o relator, trata de “violação de direitos da personalidade” e, nesse caso, não énecessária a comprovação da existência de dano. Mais ainda, o ministro Manus considerou irrelevante que o empregado, ao sercontratado, já soubesse do procedimento a que seria submetido, pois a necessidade do emprego pressiona o trabalhador aaceitar “atos patronais que podem ser considerados abusivos”.

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O auxiliar de tesouraria trabalhou mais de quatro anos para a Transpev Transportadora de Valores e Segurança Ltda. (hojedenominada Transportadora Ourique Ltda.). Durante dois anos, ele foi obrigado a se submeter à revista íntima na entrada e nasaída do trabalho. A empresa argumentou que o objetivo era evitar possíveis furtos, pois o empregado manuseava grandequantidade de dinheiro.

Quando foi demitido, em agosto de 2004, o auxiliar de tesouraria resolveu procurar a Justiça do Trabalho, onde acabou porconseguir a indenização por danos morais, na 31ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte. A Vara considerou evidente a infração àdignidade e ao respeito próprio do empregado e, “consequentemente, à sua integridade psíquica e emocional”.

A empresa apelou para o Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (MG), que considerou “razoáveis” as medidas desegurança adotadas pela empresa em função de sua atividade econômica. Para a Sétima Turma do TST, no entanto, a atitude foiconsiderada um abuso de direito e violação dos direitos de intimidade, privacidade e dignidade, com evidente ofensa àConstituição Federal. (RR –870/2005-110-03-40.5)

IR sobre honorários advocatícios deve ser retido pela fonte pagadoraO Órgão Especial do Tribunal Superior do Trabalho acolheu recurso interposto pelo Departamento Estadual de Trânsito doEspírito Santo (Detran/ES) e autorizou a revisão dos cálculos de precatório para que seja descontado o imposto de rendaincidente sobre os honorários advocatícios. O Órgão Especial seguiu o voto do relator, ministro Vantuil Abdala.

O processo teve início na década de 90, na Vara do Trabalho de Vitória (ES), movido por um trabalhador contratado pelo Detran/EScomo braçal, mas que exercia função de motorista do caminhão utilizado para produzir e manter a sinalização das pistas. Aexecução da sentença, favorável ao trabalhador, foi determinada por meio de precatório. O Detran interpôs então o agravoregimental alegando a necessidade de retenção do imposto de renda na fonte em relação aos honorários advocatícios. “Oshonorários não têm natureza jurídica diversa das parcelas devidas aos credores trabalhistas”, sustentou a autarquia. “Constituemrendimentos e, portanto, sujeitam-se à incidência do imposto de renda e, consequentemente, à retenção na fonte de que trata oartigo 46 da Lei nº 8541/1992 (que dispõe sobre o imposto de renda) quando pagos em cumprimento a decisão judicial.”

Com a pretensão negada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região (ES), o Detran recorreu então ao TST. No julgamentopelo Órgão Especial do recurso ordinário em agravo regimental, o ministro Vantuil Abdala observou que o artigo 46 da Lei nº8.541/1992 determina que “o imposto de renda incidente sobre os rendimentos pagos em cumprimento de decisão judicial seráretido na fonte pela pessoa física ou jurídica obrigada ao pagamento, no momento em que, por qualquer forma, o rendimentose torne disponível para o beneficiário”. O parágrafo primeiro dispensa a soma dos rendimentos pagos no mês, para aplicaçãoda alíquota correspondente, nos casos de honorários advocatícios (inciso II). “Este inciso não excepcionou a regra geral dispostano caput do artigo, apenas dispensou a soma dos rendimentos do mês para a aplicação da alíquota”, explicou o relator. ( ROAG2354/1990-003-17-00.0)

Ferroban é responsabilizada por débitos trabalhistas de terceirizadoA empresa Ferrovias Bandeirantes S.A. – Ferroban foi responsabilizada pela Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho pelopagamento de débitos trabalhistas a um armador contratado por meio da empresa Gerência Recursos Humanos e ServiçosTemporários Ltda. A Sexta Turma julgou tratar-se de situação clara de responsabilidade subsidiária, por considerar ter ocorridoterceirização em torno da atividade estrutural da Ferroban. Com entendimento diverso, a Justiça do Trabalho de São Pauloconcluíra que a Ferroban não devia ser responsabilizada.

A Ferroban firmou contrato com a FC Construções Comércio e Serviços Técnicos Ltda. para a execução de obras e serviços pararecuperação, reforço e capacitação de obras de arte - pontilhões (pequenas pontes) - no trecho de Itirapina e Boa Vista Velha (SP),incluindo recuperação e substituição de estruturas metálicas. Segundo apurou a Vara do Trabalho de Limeira (SP), o trabalhador foicontratado pela Gerência Recursos Humanos para prestação de serviços à FC, “em relação jurídica distante da Ferroban”.

O empregado foi admitido para trabalhar como armador (profissional que prepara a confecção de armações e estruturas deconcreto e de corpos de prova, corta e dobra ferragens de lajes, monta e aplica armações de fundações, pilares e vigas e moldacorpos de prova) em 11/02/99, para prestação de serviço temporário, pelo prazo de 90 dias. Na inicial, ele alegou ter prestadoserviço até 12/05 – um dia depois de esgotado o prazo determinado – e, assim o contrato passaria a ser por prazoindeterminado. A empresa, porém, anotou em sua carteira a data de rescisão como sendo 11/05. O trabalhador, então, ajuizouação para obter retificação da carteira de trabalho, declaração de que o contrato já vigia por prazo indeterminado, horas extras,aviso prévio e multa de 40% sobre o FGTS, entre outros itens.

A Vara de Limeira considerou a Ferroban dona da obra, por contratar a FC para execução de obra específica e preçodeterminado, e excluiu-a do confronto. Quanto à Gerência e à FC, a Vara tratou-as como grupo econômico, pois a empresa deserviços temporários fornece mão-de-obra à FC, construtora. Condenou, então, as duas, solidariamente, ao pagamento de saldosalarial dobrado, aviso prévio e FGTS mais 40%. O trabalhador recorreu ao Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região(Campinas/SP), pedindo a responsabilização da Ferroban, mas o acórdão regional manteve o entendimento da sentença.

Para o ministro Maurício Godinho Delgado, relator do recurso de revista, a não-responsabilização da tomadora de serviços só seriapossível em casos de contratação “comprovadamente eventual e esporádica, em que se pactuasse obra específica ou prestaçãoenfocada”. A Sexta Turma reformou, então, o entendimento regional, pois considerou que o contrato entre a Ferroban e a FC nãofoi de empreitada, “pelo menos no que se refere à acepção dada na esfera trabalhista, já que os serviços contratados ligam-se diretamente à consecução dos objetivos primordiais da Ferroban (atividade-fim)”. ( RR-2258/1999-014-15-00.5)

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