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N o 10/2008 NESTA EDIÇÃO: Informativo Tributário Operações com moeda estrangeiras fica isenta do IOF. Foi publicado no Diário Oficial da União, o Decr eto nº 6.613 /08, que isenta as operações de entrada e saída de moeda estrangeira no mercado financeiro, do Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro (IOF). Segundo o referido Decr eto , estão isentas as operações de transferências de moeda estrangeira para o exterior, as remessas de juros, a compra de moeda estrangeira por instituições financeiras. Nas demais operações a taxa de IOF fica em 0,38%. A norma inclui também fundos de investimentos e carteiras de títulos e valores mobiliários, fundos ou programas e entidades de previdência privada. Imposto de renda e contribuições só incidem sobre lucro real A Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça decidiu por unanimidade que não incide imposto de renda sobre lucro inflacionário acumulado. No julgamento prevaleceu o entendimento de que a base de cálculo para o imposto federal é o lucro real resultado da atividade econômica. O chamado lucro inflacionário não representa acréscimo, não sendo portanto, objeto de tributação. 2 – LEGISLAÇÃO FEDERAL PIS/Cofins Importação e comercialização – biodiesel O Decreto nº 6.606 (DOU de 22/10/08) dá nova redação ao art. 3º do Decreto nº 5.297, de 6/12/04, que reduz as alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre a importação e a comercialização de biodiesel 3 – TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIA Orçamento – FGTS - 2008 A Instrução Normativa MC nº 46 (DOU de 8/10/08) dá nova redação aos Anexos I, II, III e IV, da Instrução Normativa nº 43, de 22/9/08, que dispõe sobre o Orçamento Operacional do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, para o exercício de 2008. 1 NOTICIÁRIO.............................1 2 – LEGISLAÇÃO FEDERAL.............1 3 – TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIA .........................1 4 – LEGISLAÇÃO DOS ESTADOS ....2 5 – NOTÍCIAS DA CVM ....................... 4 6 – NOTÍCIAS DO BACEN ................... 4 7 – DIVERSOS ................................5 8 – JURISPRUDÊNCIA......................6 9 – NOTÍCIAS DO STF ..................10 10 – NOTÍCIAS DO STJ ..................11 11 – NOTÍCIAS DO TST..................14 Aviso Este material foi preparado por profissionais das firmas-membro da Deloitte Touche Tohmatsu. Pretende ser unicamente um guia geral e sua aplicação a situações específicas dependerá das circunstâncias particulares presentes. Assim, recomendamos que os leitores procurem assessoria profissional adequada com relação a qualquer problema particular que enfrentem. Estas informações não devem ser utilizadas como um substituto a tal assessoria. Em que pese termos envidado todos os esforços para garantir que as informações aqui contidas sejam precisas, a Deloitte Touche Tohmatsu não se responsabiliza por quaisquer erros ou omissões que este documento possa conter, quer tenham sido causados por negligência ou outro motivo, ou quaisquer perdas, independentemente de sua causa, sofridas por uma pessoa que faça uso deste documento. 1 – NOTICIÁRIO 3 – TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIA 2 – LEGISLAÇÃO FEDERAL

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No 10/2008

NESTA EDIÇÃO:

InformativoTributário

Operações com moeda estrangeiras ficaisenta do IOF.Foi publicado no Diário Oficial da União, o Decreto nº 6.613/08, que isenta asoperações de entrada e saída de moeda estrangeira no mercado financeiro, doImposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro (IOF).

Segundo o referido Decreto, estão isentas as operações de transferências de moedaestrangeira para o exterior, as remessas de juros, a compra de moeda estrangeira porinstituições financeiras. Nas demais operações a taxa de IOF fica em 0,38%.

A norma inclui também fundos de investimentos e carteiras de títulos e valoresmobiliários, fundos ou programas e entidades de previdência privada.

Imposto de renda e contribuições sóincidem sobre lucro realA Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça decidiu por unanimidade que nãoincide imposto de renda sobre lucro inflacionário acumulado.

No julgamento prevaleceu o entendimento de que a base de cálculo para o impostofederal é o lucro real resultado da atividade econômica. O chamado lucroinflacionário não representa acréscimo, não sendo portanto, objeto de tributação.

2 – LEGISLAÇÃO FEDERAL

PPIISS//CCooffiinnss

Importação e comercialização – biodieselO Decreto nº 6.606 (DOU de 22/10/08) dá nova redação ao art. 3º do Decreto nº 5.297, de 6/12/04, que reduz as alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e daCofins incidentes sobre a importação e a comercialização de biodiesel

3 – TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIA

Orçamento – FGTS - 2008A Instrução Normativa MC nº 46 (DOU de 8/10/08) dá nova redação aos Anexos I, II, IIIe IV, da Instrução Normativa nº 43, de 22/9/08, que dispõe sobre o OrçamentoOperacional do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, para o exercício de 2008.

1 NOTICIÁRIO.............................12 – LEGISLAÇÃO FEDERAL.............13 – TRABALHISTA E

PREVIDENCIÁRIA .........................14 – LEGISLAÇÃO DOS ESTADOS....25 – NOTÍCIAS DA CVM .......................46 – NOTÍCIAS DO BACEN...................47 – DIVERSOS................................58 – JURISPRUDÊNCIA......................69 – NOTÍCIAS DO STF..................1010 – NOTÍCIAS DO STJ ..................1111 – NOTÍCIAS DO TST..................14

Aviso

Este material foi preparado por profissionais dasfirmas-membro da Deloitte Touche Tohmatsu.Pretende ser unicamente um guia geral e suaaplicação a situações específicas dependerá dascircunstâncias particulares presentes. Assim,recomendamos que os leitores procuremassessoria profissional adequada com relação aqualquer problema particular que enfrentem.Estas informações não devem ser utilizadas comoum substituto a tal assessoria. Em que pesetermos envidado todos os esforços para garantirque as informações aqui contidas sejam precisas,a Deloitte Touche Tohmatsu não se responsabilizapor quaisquer erros ou omissões que estedocumento possa conter, quer tenham sidocausados por negligência ou outro motivo, ouquaisquer perdas, independentemente de suacausa, sofridas por uma pessoa que faça usodeste documento.

1 – NOTICIÁRIO➥

3 – TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIA➥

2 – LEGISLAÇÃO FEDERAL➥

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2 - Informativo Tributário

Regimento Interno – Previdência SocialA Portaria MPS nº 323 (DOU de 9/10/08) aprova o Regimento Interno da Comissão de Ética Setorial do Ministério daPrevidência Social.

FGTS – cessão a terceiros de títulos CVSA Circular CEF nº 448 (DOU de 9/10/08) define condições e procedimentos operacionais para cessão a terceiros, semdeságio, de títulos CVS de titularidade do FGTS.

Retificação de informações - FGTSA Circular CEF nº 449 (DOU de 15/10/08) estabelece procedimentos referentes à retificação de informações etransferência de contas vinculadas, junto ao FGTS.

GFIP e SEFIP – alterações no manualA Instrução Normativa RFB nº 880 (DOU de 17/10/08) altera o Manual da Guia de Recolhimento do Fundo deGarantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP) e do Sistema Empresa de Recolhimento doFGTS e Informações à Previdência Social (SEFIP) para usuários do SEFIP 8, bem como aprova a versão 8.4 do SEFIP e dáoutras providências.

FGTS – devolução de valoresA Circular CEF nº 452 (DOU de 20/10/08), estabelece procedimentos pertinentes à retificação de informações comdevolução de valores recolhidos ao FGTS.

FGTS e Contribuições Sociais – recolhimentosA Circular CEF nº 450 (DOU de 20/10/08) estabelece procedimentos pertinentes aos recolhimentos Mensais eRescisórios ao FGTS e das Contribuições Sociais.

4 – LEGISLAÇÃO NOS ESTADOS

IICCMMSS –– BBAAHHIIAA

Alteração de decretoO Decreto nº 11.237 (DOE de 15/10/08), altera dispositivos do Decreto nº 4.316, de 19/06/95.

IICCMMSS-- DDIISSTTRRIITTOO FFEEDDEERRAALL

Denúncia do Protocolo ICMSO Decreto nº 29.642 (DODF de 24/10/08) dispõe sobre a denúncia do Protocolo ICMS nº 41, de 4/4/08.

Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza.A Lei nº 4.220 (DODF de 20/10/08) cria o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza.

Índice Nacional de PreçosA Portaria nº 431 (DODF de 24/10/08) divulga a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC.

IICCMMSS-- MMIINNAASS GGEERRAAIISS

Alteração do Regulamento do ICMSO Decreto nº 44.921 (DOE de 16/10/08) altera o Decreto nº 44.876, de 19/8./08, que altera o Regulamento do ICMS(RICMS), aprovado pelo Decreto nº 43.080, de 13/12/02.

Base de cálculo do ICMSA Portaria SRE nº 64 (DOE de 10/10/08) fixa pauta de valores para efeitos de determinação da base de cálculo doICMS nas operações interestaduais com leite não condicionado em embalagem própria para consumo.

Crédito acumulado de ICMS passivel de transferência ou utilizaçãoA Resolução nº 4.026 (DOE de 4/10/08) divulga o montante global máximo de crédito acumulado de ICMS passívelde transferência ou utilização relativamente ao mês de outubro de 2008.

4 – LEGISLAÇÃO DOS ESTADOS➥

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3 - Informativo Tributário

IICCMMSS-- PPAARRAANNÁÁ

Alterações no Regulamento do ICMSO Decreto nº 3.549 (DOE de 8/10/08) introduz alterações no Regulamento do ICMS, aprovado pelo Decreto nº 1980, de 21/12/07.

Anexo I do RICMSO Decreto nº 3.550 (DOE de 8/10/08) altera a alínea 'a" da nota 4 do item 95 do Anexo I do RICMS (Decreto nº 5141/2007).

IICCMMSS-- PPEERRNNAAMMBBUUCCOO

Alterações na Consolidação da Legislação Tributária do EstadoO Decreto nº 32.413 (DOE de 2/10/08) introduz alterações na Consolidação da Legislação Tributária do Estado,relativamente à isenção do ICMS incidente na prestação de serviço de comunicação.

Alterações na Consolidação da Legislação Tributária do EstadoO Decreto nº 32.467 (DOE de 14/10/08) introduz alterações na Consolidação da Legislação Tributária do Estado,relativamente ao diferimento do recolhimento do ICMS incidente na importação de veículos automotores.

Sistema cobrança do ICMSO Decreto nº 32.471 (DOE de 15/10/08) modifica o Decreto nº 27.987/2005, e alterações, que dispõe sobre osistema de cobrança do ICMS relativo a trigo em grão e farinha de trigo e suas misturas.

Alterações na Consolidação da Legislação Tributária do EstadoO Decreto nº 32.482 (DOU de 18/10/08) introduz alterações na Consolidação da Legislação Tributária do Estado,relativamente ao diferimento do recolhimento do ICMS.

Regime de substituição tributária do ICMSO Decreto nº 32.484 (DOE de 18/10/08) dispõe sobre o regime de substituição tributária do ICMS nas operaçõescom cerveja, chope, refrigerantes, xarope ou extrato concentrado.

Alteração de portariaA Portaria SF nº 176 (DOE de 16/10/08) altera a Portaria SF nº 09, de 17/1/00.

Alteração de portariaA Portaria SF nº 177 (DOE de 16/10/08) altera a Portaria nº 73, de 30.5.2008.

Efeitos da portaria ficam prorrogadosA Portaria SF nº 179 (DOE de 25/10/08) determinar que os efeitos das Portarias SF nº 148, de 29/8/08, e nº 160,de 5/9/08, e respectivas alterações, ficam prorrogados para 30/11/08.

IICCMMSS-- RRIIOO DDEE JJAANNEEIIRROO

Dados para o cálculo do ICMSA Portaria ST nº 518 (DOE de 10/10/08) fornece dados para o cálculo do ICMS nas operações interestaduais comcafe cru, no período de 13 a 19/8/08.

Dados para o cálculo do ICMSA Portaria ST nº 517 (DOE de 3/10/08) fornece dados para o cálculo do ICMS nas operações interestaduais com cafécru, no periodo de 6 a 12/10/08.

Preços das mercadoriasA Portaria ST nº 520 (DOE de 14/10/08) divulga os preços das mercadorias de que trata o Livro IV, do RICMS/2000,para vigorar a partir de 16/10/08.

Dados para o cálculo do ICMSA Portaria ST nº 521 (DOE de 20/10/08) fornece dados para o cálculo do ICMS nas operações interestaduais comcafé cru, no período de 20 a 26/10/08.

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4 - Informativo Tributário

Alteração da Resolução SEF nº 6307/2001A Resolução SEFAZ n° 163 (DOE de 14/10/08) altera a Resolução SEF nº 6307/2001, que estabelece obrigaçõesacessórias para controle de operações desoneradas do ICMS na forma do Decreto nº 23082/97.

IICCMMSS-- RRIIOO GGRRAANNDDEE DDOO SSUULL

Entrega mensal de arquivo digital à Receita FederalO Decreto nº 45.919 (DOE de 2/10/08) estabelece que o contribuinte usuário de processamento eletrônico de dadospoderá ser intimado a entregar mensalmente, à Receita Estadual, arquivo digital.

Fornecimentos a industrias fabricantes de ônibus e outros veículosA Instrução Normativa DRP nº 58 (DOE de 15/10/08) acrescenta o item 1.2 ao Capítulo IX do Título I, e oApêndice XXXI, referente a Fornecimentos a indústrias fabricantes de ônibus e outros veículos e de suas carrocerias aIN nº 45/98

IICCMMSS –– SSAANNTTAA CCAATTAARRIINNAA

Alterações em DecretoO Decreto nº 1.785 (DOE de 21/10/08) introduz alterações no Decreto nº 704/2007, que dispõe sobre o PRODEC e oFADESC.

Critérios para cancelamento de ofícioA Portaria SEF nº 154 (DOE de 16/10/08) define critérios para cancelamento de ofício da inscrição no CCICMS.

Procedimento administrativo de revisão e para formação de Câmara EspecialA Portaria SEF nº 160 (DOE de 16/10/08) delega competência para apreciação de proposição de procedimentoadministrativo de revisão e para formação de Câmara Especial.

IICCMMSS –– SSÃÃOO PPAAUULLOO

Projetos PROFFISA Portaria CAT nº 130 (DOE de 8/10/08) extingue projetos PROFFIS.

Quota da GEIAA Portaria CAT nº 131 (DOE de 15/10/08) atualiza o valor da quota da GEIA nos termos dos parágrafos 1º e 2º doart. 6º da Lei Complementar nº 652, de 27/12/90.

Acréscimo financeiroA Resolução SF nº 47 (DOE de 15/10/08) dispõe sobre o acréscimo financeiro incidente nos parcelamentos dedébitos fiscais de que trata o Decreto nº 44.971, de 19/6/00.

Apoio financeiro a projetos culturaisA Resolução SF nº 48 (DOE de 15/10/08) fixa o montante máximo (limite global) de recursos disponíveis noexercício de 2008 para apoio financeiro a projetos culturais no âmbito do PAC.

5– NOTÍCIAS DA CVM

Deliberação COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS - CVM nº 550 de 17.10.2008 D.O.U.: 20.10.2008 Obs.: Ret. DOU de 21.10 e 24.10.2008 Dispõe sobre a apresentação de informações sobre instrumentos financeiros derivativos em nota explicativa àsinformações trimestrais - ITR.

6 – NOTÍCIAS DO BANCO CENTRAL

Investimentos – coligadas e controladasA Resolução CMN nº 3.619 (DOU de 2/10/08) dispõe sobre critérios aplicáveis na avaliação de investimentos emcoligadas e controladas.

6 – NOTÍCIAS DO BACEN➥

5 – NOTÍCIAS DA CVM➥

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5 - Informativo Tributário

Registro contábil – ativos imobilizadosA Resolução CMN nº 3.617 (DOU de 2/10/08) dispõe sobre critérios para registro contábil de ativos imobilizados ediferidos por parte de instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central doBrasil.

Proagro - alteraçõesA Resolução CMN nº 3.614 (DOU de 2/10/08) altera as condições do Programa de Garantia da AtividadeAgropecuária (Proagro) - Safra 2008/2009.

Redesconto e empréstimoA Resolução CMN nº 3.622 (DOU de 10/10/08) dispõe sobre as operações de redesconto e de empréstimo de quetrata a Medida Provisória nº 442, de 6/10/08, e dá outras providências.

RedescontoA Circular nº 3.409 (DOU de 13/10/08 Obs.: Ed. Extra) dispõe sobre as operações de redesconto em moeda nacionalde que trata a Resolução nº 3.622, de 9/10/08.

7– DIVERSOS

Visto temporário a estrangeiroA Resolução Normativa do Conselho Nacional de Imigração nº 80 (DOU de 17/10/08) disciplina a concessão deautorização de trabalho para obtenção de visto temporário a estrangeiro com vínculo empregatício no Brasil.

Cinema – Recolhimento – Benefício fiscalA Instrução Normativa Ancine nº 76 (DOU de 1/10/08) estabelece normas e procedimentos sobre a operação dorecolhimento dos recursos derivados do benefício fiscal previsto pelo art. 3º-A da Lei nº 8.685, de 1993, parautilização em projetos audiovisuais, altera e inclui dispositivos da Instrução Normativa nº 22, de 2003 e dá outrasprovidências.

Atividades cinematográficas e videofonográfica - penalidadesO Decreto nº 6.590 (DOU de 2/10/08) dispõe sobre o procedimento administrativo para aplicação de penalidadespor infrações cometidas nas atividades cinematográfica e videofonográfica e em outras atividades a elas vinculadas, edá outras providências.

Ancine - alteraçõesA Instrução Normativa Ancine nº 79 (DOU de 16/10/08) regulamenta as condições de filmagem, gravação ecaptação de imagens em movimento, com ou sem som, para a produção de obra audiovisual estrangeira no territórionacional e dá outras providências.

A Instrução Normativa Ancine nº 78 (DOU de 16/10/08) altera artigos da Instrução Normativa Nº 22, de 30/12/03 erevoga a Instrução Normativa Nº 34, de 4/11/04.

ConsórciosA Lei nº 11.795 (DOU de 09/10/08), dispõe sobre o Sistema de Consórcio.

Uso científico de animaisA Lei nº 11.794 (DOU de 9/10/08) regulamenta o inciso VII do § 1º do art. 225 da Constituição Federal, estabelecendoprocedimentos para o uso científico de animais; revoga a Lei nº 6.638, de 8/5/79; e dá outras providências.

Liberação de importação - InmetroA Portaria Inmetro nº 354 (DOU de 10/10/08) dispõe sobre a Declaração de Liberação para Importação de Produtosa ser emitida pelo Inmetro.

Micro e Empresas de Pequeno PorteA Resolução CGSN nº 42 (DOU 15/10/08) altera a Resolução CGSN nº 10, de 28/06/07.

SAC – tempo máximo para atendimentoA Portaria MJ nº 2.014 (DOU de 16/10/08) estabelece o tempo máximo para o contato direto com o atendente e ohorário de funcionamento no Serviço de Atendimento ao Consumidor - SAC.

7 – DIVERSOS➥

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6 - Informativo Tributário

Ações – sociedade civilA Recomendação CNES nº 2 (DOU de 20/10/08) dispõe sobre o fortalecimento das ações e propostas emanadas dasociedade civil.

CPFA Instrução Normativa RFB nº 864 (DOU de 1/8/08 Obs.: Ret. DOU de 20/10/08) dispõe sobre o Cadastro de PessoasFísicas (CPF) e dá outras providências.

Projeto Cidadão ConectadoA Portaria MCT nº 769 (DOU de 22/10/08) credencia a solução de informática constituída de unidade deprocessamento digital de pequena capacidade, baseada em microprocessador, de programas de computador nelainstalados e de suporte e assistência técnica necessários ao seu funcionamento, para fins do Projeto CidadãoConectado - Computador para Todos.

A Portaria MCT nº 768 (DOU de 22/10/08) credencia a solução de informática constituída de unidade deprocessamento digital de pequena capacidade, baseada em microprocessador, de programas de computador nelainstalados e de suporte e assistência técnica necessários ao seu funcionamento, para fins do Projeto CidadãoConectado - Computador para Todos.

Banco do Brasil e Caixa – participação em instituições financeirasA Medida Provisória nº 443 (DOU de 22/10/08) autoriza o Banco do Brasil S.A. e a Caixa Econômica Federal aconstituírem subsidiárias e a adquirirem participação em instituições financeiras sediadas no Brasil, e dá outrasprovidências.

8 – JURISPRUD NCIA

Contribuição Previdenciária (Acórdão 206-00.725 - 2º. CC 6ª.C DOU de 27/10/08)Assunto: Obrigações Acessórias Data do fato gerador: 30/11/2005 Ementa: Previdenciário - Custeio - Auto de Infração - Não Inscrição de Segurado Empregado. A empresa é obrigada a inscrever, no Regime Geral de Previdência Social - RGPS, todos os segurados empregados aseu serviço. Ao verificar a existência de grupo econômico de fato, a auditoria fiscal deverá caracterizá-lo e atribuir aresponsabilidade pelas contribuições não recolhidas aos participantes. Recurso Voluntário Negado. Resultado: Por unanimidade de votos: I) rejeitaram-se as preliminares de nulidade suscitadas; e II) no mérito, negou-se provimento ao recurso.

Contribuição Previdenciária (Acórdão 206-00.726 - 2º. CC 6ª.C DOU de 27/10/08)Assunto: Obrigações Acessórias Data do fato gerador: 30/11/2005 Ementa: Previdenciário - Auto de Infração - Não Apresentaçao dos Livros Diário e Razão - GrupoEconômico de Fato - Solidariedade. Constitui infração a não exibição dos documentos relacionados às contribuições previdenciárias ou a exibição dedocumento ou livro que não atendam as formalidades exigidas, que contenham informação diversa da realidade ouque omita informação verdadeira. Ao verificar a existência de grupo econômico de fato, a auditoria fiscal deverá caracterizá-lo e atribuir aresponsabilidade pelas contribuições não recolhidas aos participantes. Recurso Voluntário Negado. Resultado: Por unanimidade de votos: I) rejeitaram-se as preliminares de nulidade suscitadas; e II) no mérito, negou-se provimento ao recurso.

Contribuição Previdenciária (Acórdão 206-00.727 - 2º. CC 6ª.C DOU de 27/10/08)Assunto: Obrigações Acessórias Data do fato gerador: 30/11/2005 Ementa: Previdenciário - Auto de Infração - Não Lançar em Títulos Próprios da Contabilidade - Grupo

8 – JURISPRUDÊNCIA➥

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7 - Informativo Tributário

Econômico de Fato - Solidariedade. O não lançamento, em títulos próprios da contabilidade, de forma discriminada, dos fatos geradores de todas ascontribuições constitui infração ao art. 32 da Lei 8.212/91. Ao verificar a existência de grupo econômico de fato, a auditoria fiscal deverá caracterizá-lo e atribuir aresponsabilidade pelas contribuições não recolhidas aos participantes. Recurso Voluntário Negado. Resultado: Por unanimidade de votos: I) rejeitaram-se as preliminares de nulidade suscitadas; e II) no mérito, negou-se provimento ao recurso.

Contribuição Previdenciária (Acórdão 206-00.728 - 2º. CC 6ª.C DOU de 27/10/08)Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 1/3/2003 a 31/12/2003, 1/1/2004 a 30/4/2004 Ementa: Contribuição Previdenciária - Glosa de Compensação Feita a Maior do Que o Autorizado -Expurgos Inflacionários. A compensação autorizada em sentença judicial não autorizou a aplicação dos índices de correção monetária dosPlanos Econômicos, os denominados expurgos inflacionários, nos períodos de 1990, 1991 e 1994. Recurso Voluntário Negado. Resultado: Por unanimidade de votos, negou-se provimento ao recurso.

PIS (Acórdão 202-19.161 - 2º. CC 2ª. C DOU de 22/20/08) Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep

Período de apuração: 1/3/1996 a 30/9/2000 Processo Administrativo Fiscal - Nulidade do Auto de Infração - Requisitos Essenciais - Cerceamento doDireito de Defesa - Não Ocorrência. Não é nulo o auto de infração originado de procedimento fiscal que não violou as disposições contidas no art. 142 doCTN, nem as do art. 10 do Decreto nº 70.235/72. Também não é nula a decisão que obedeceu rigorosamente ao rito do Decreto nº 70.235/72, que regula o ProcessoAdministrativo Fiscal. Normas Processuais - Opção Pela Via Judicial - Renúncia à Discussão Administrativa. Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquermodalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo.(Súmula nº 1, do 2º Conselho de Contribuintes). Multa de Ofício - Preclusão Temporal. Com a apresentação da impugnação instaura-se a fase litigiosa do processo administrativo, precluindo o direito de oautuado apresentar novas alegações em momento posterior, a não ser nos casos previstos no § 4º do art. 16 doDecreto nº 70.235/72. Argüição de Inconstitucionalidade. O Segundo Conselho de Contribuintes não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade delegislação tributária. (Súmula nº 2, do 2º Conselho de Contribuintes). Recurso negado. Resultado: Por unanimidade de votos, negou-se provimento ao recurso.

Restituição/Comp Pasep (Acórdão 202-19.162 - 2º. CC 2ª. C DOU de 22/20/08)Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 1/7/1993 a 31/12/1993Processo Administrativo Fiscal – Prazos - Perempção. Não se conhece do recurso apresentado fora do prazo consignado no caput do art. 33, c/c o art. 5º, ambos doDecreto nº 70.235/72. Recurso não conhecido. Resultado: Por unanimidade de votos, não se conheceu do recurso, por perempto.

Ressarcimento de IPI (Acórdão 202-19.166 - 2º. CC 2ª. C DOU de 22/20/08)Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 1/1/2000 a 31/3/2000Ressarcimento - Atualização Monetária - Taxa Selic - Não-Cabimento A taxa Selic é imprestável como instrumento de correção monetária, não se justificando a sua adoção, por analogia,

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8 - Informativo Tributário

em processos de ressarcimento de créditos incentivados, por implicar a concessão de um "plus" que não encontraprevisão legal. Recurso negado. Resultado: Pelo voto de qualidade, negou-se provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Maria Teresa MartínezLópez (Relatora), Gustavo Kelly Alencar, Antônio Lisboa Cardoso e Domingos de Sá Filho. Designado o ConselheiroAntonio Zomer para redigir o voto vencedor.

Cofins e PIS (Acórdão 202-19.169 - 2º. CC 2ª. C DOU de 22/20/08)Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 1/11/1999 a 31/12/1999 Denúncia Espontânea - Multa de Mora. A denúncia espontânea não beneficia o contribuinte que, após lançamento de qualquer espécie, já constituído, nãoefetua o pagamento do imposto devido no vencimento fixado pela lei. Precedente do STJ. Recurso negado. Resultado: Por unanimidade de votos, negou-se provimento ao recurso.

Restituição/Comp PIS (Acórdão 202-19.170 - 2º. CC 2ª. C DOU de 22/20/08)Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Exercício: 1992, 1993, 1994, 1995 Processo Administrativo Fiscal - Ônus da Prova. No direito processual, administrativo e judicial, o ônus da prova é de quem alega quanto aos fatos constitutivos deseu direito. Compensação – Créditos - Comprovação. É ônus do interessado comprovar o pagamento dos tributos cujo indébito se pleiteia. Taxa Selic – Capitalização - Impossibilidade. A taxa Selic é cumulativa mês a mês, não devendo ser capitalizada, por falta de previsão legal. Recurso negado. Resultado: Por unanimidade de votos, negou-se provimento ao recurso.

Restituição/Comp PIS (Acórdão 202-19.171 - 2º. CC 2ª. C DOU de 22/20/08)Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Exercício: 1989, 1990, 1991, 1992, 1993, 1994, 1995 Pedido de Compensação. Somente são passíveis de restituição/compensação os créditos comprovadamente existentes, devendo estes gozar deliquidez e certeza. Decisão Judicial - Vinculação. Deve-se cumprir a decisão judicial transitada em julgado, não cabendo rediscussão da matéria. Recurso negado. Resultado: Por unanimidade de votos, negou-se provimento ao recurso.

Ressarcimento de IPI (Acórdão 202-18.619 - 2º. CC 2ª. C DOU de 22/20/08)Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 1/7/2001 a 30/9/2001Ressarcimento - Produto Final Imune ou NT- Insumos Tributados. Estorno. Impossibilidade deAproveitamento dos Créditos. Nos termos do art. 11 da Lei nº 9.779/99, é facultada a manutenção e a utilização, inclusive mediante ressarcimento,dos créditos decorrentes do IPI pago por insumos entrados a partir de 1º de janeiro de 1999 no estabelecimentoindustrial ou equiparado, quando destinados à industrialização de produtos tributados pelo imposto, incluídos osisentos e os sujeitos à alíquota zero, bem como os imunes se a imunidade decorrer de exportação. Tal regra não seaplica aos produtos finais NT, tampouco aos imunes, em função do art. 155, § 3º, da Constituição Federal, que tratade imunidade objetiva, aplicável aos derivados de petróleo. Recurso negado. Resultado: Pelo voto de qualidade, negou-se provimento ao recurso.

Restituição/Comp PIS (Acórdão 202-18.622 - 2º. CC 2ª. C DOU de 22/20/08)Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 1/12/1988 a 31/10/1995

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Pedido de Restituição/ Compensação - Pagamentos a Maior - Decretos-Leis Nºs 2.445 e 2.449, de 1988, eMedida Provisória nº 1.212/1995 - Prazo Decadencial. O prazo para requerer a restituição/compensação dos pagamentos efetuados com base nos Decretos-Leis nºs 2.445 e2.449, de 1988, é de 5 (cinco) anos, iniciando-se no momento em que eles se tornaram indevidos, com efeitos ergaomnes, ou seja, na data da publicação da Resolução nº 49, do Senado Federal, em 10/10/1995. Decaído está, portanto, o pedido apresentado após o dia 10/10/2000. Os indébitos decorrentes dos pagamentos realizados sob a égide da Medida Provisória nº 1.212/1995 têm seu prazodecadencial iniciado em 16/8/1999, data da publicação da decisão do STF proferida na ADIn nº 1.417-0/DF. Recurso provido em parte. Resultado: Por maioria de votos, deu-se provimento parcial ao recurso para reconhecer o direito à restituição doindébito relativo ao mês de outubro de 1995, aplicando-se o critério da semestralidade da base de cálculo.

Restituição/Comp PIS (Acórdão 202-18.576 - 2º. CC 2ª. C DOU de 22/20/08)Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/04/2003 a 30/06/2003Cessão de Créditos de ICMS - Não Incidência de PIS. A contribuição para o PIS não incide sobre a cessão de créditos de ICMS, por se tratar, esta operação, de meramutação patrimonial, que não representa obtenção de receita. Recurso provido. Resultado: Por unanimidade de votos, deu-se provimento ao recurso. Fez sustentação oral o Dr. Dílson Gerent OAB/RS nº 22.484, advogado da recorrente.

IPI (Acórdão 202-18.636 - 2º. CC 2ª. C DOU de 22/20/08)Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Ano-calendário: 2005 IPI - Aquisição de Veículo por Deficiente Físico- Isenção- Requisitos. Para que o deficiente físico possa se beneficiar da isenção do IPI na aquisição de veículo automotor nos termos doart. 1º da Lei nº 8.989/1995, com a redação dada pelo art. 2º da Lei nº 10.690/2003, o único requisito exigido é queseja portador de deficiência física que impossibilite a condução de automóvel comum, devidamente demonstrada nolaudo médico. Estando atestada a dificuldade para o desempenho da função por laudo médico, garantido o direito àisenção. Recurso provido. Resultado: Por unanimidade de votos, deu-se provimento ao recurso.

PIS (Acórdão 202-18.641 - 2º. CC 2ª. C DOU de 22/20/08)Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 1/7/1991 a 28/2/1996 DECADÊNCIA. PRAZO. O prazo para a Fazenda Pública constituir o crédito tributário referente ao PIS, quando antecipado o pagamento,extingue-se em cinco anos, contados da ocorrência do fato gerador, conforme disposto no art. 150, § 4º, do CTN. Recurso provido. Resultado: Por maioria de votos, deu-se provimento ao recurso.

Restituição/Comp PIS (Acórdão 202-18.645 - 2º. CC 2ª. C DOU de 22/20/08)Normas Gerais de Direito Tributário - Pedido de Restituição/Compensação – Prazo - Prescricional. O direito à repetição do indébito subsiste até o decurso do prazo de cinco anos, contados da publicação da Resoluçãodo Senado Federal, nos casos de declaração de inconstitucionalidade, proferida pelo STF no controle difuso deconstitucionalidade. Recurso negado. Resultado: Por maioria de votos, negou-se provimento ao recurso para considerar extinto pela decadência o direito àrestituição do indébito. Vencidos os Conselheiros Ivan Allegretti (Relator) e Maria Teresa Martínez López, quevotaram pela tese dos 10 anos.

Restituição/Comp PIS (Acórdão 202-18.647 - 2º. CC 2ª. C DOU de 22/20/08)Normas Gerais de Direito Tributário - Pedido de Restituição/Compensação – Prazo - Prescricional. O direito à repetição do indébito subsiste até o decurso do prazo de cinco anos, contados da publicação da Resolução

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10 - Informativo Tributário

do Senado Federal, nos casos de declaração de inconstitucionalidade, proferida pelo STF no controle difuso deconstitucionalidade. Recurso negado. Resultado: Por maioria de votos, negou-se provimento ao recurso.

PIS (Acórdão 202-18.684 - 2º. CC 2ª. C DOU de 22/20/08)Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 1/11/1994 a 31/08/1995, 1/11/1995 a 29/2/1996, 1/8/1998 a 31/5/1999, 1/8/1999 a 31/3/2000,01/07/2000 a 30/9/2000 Processo Administrativo Fiscal - Lapso Manifesto - Re-Ratificação de Acórdão. Constatada a ocorrência de erro no acórdão embargado, devem ser acolhidos os embargos interpostos para a devidaretificação do julgado anterior. Deve ser acolhida a proposta de saneamento do Acórdão nº 202-14.058, para suprimirdo voto condutor a consideração sobre a semestralidade da base de cálculo do crédito tributário remanescente (8/98a 5/99 e 8/99, sem modificação da conclusão do acórdão, mantendo-se a ementa anterior: PIS - Prazo DecadencialNos tributos sujeitos ao regime do lançamento por homologação, havendo pagamentos, a decadência do direito deconstituir o crédito tributário se rege pelo artigo 150, § 4º, do CTN, de modo que o prazo para esse efeito será decinco anos a contar da ocorrência do fato gerador. Não havendo pagamentos, configura-se a situação em que aconstituição do crédito tributário deverá observar o disposto no artigo 173, inciso I, do CTN, com a decadência dodireito de constituir o crédito tributário pelo lançamento. (Precedentes do STJ - REsp nº 58.918-5/RJ, REsp nº199560/SP). Recurso provido nesta parte. PIS - Legislação de Regência A Resolução do Senado Federal nº 49, de 9/10/95, suspendeu a execução dos Decretos-Leis nº 2.445/88 e 2.449/88, emfunção da inconstitucionalidade reconhecida pelo STF, no julgamento do RE nº 148.754-2/RJ, afastando-osdefinitivamente do ordenamento jurídico pátrio. 2) A retirada dos referidos decretos-leis do mundo jurídico produziuefeitos ex tunc, e funcionou como se nunca houvessem existido, retornando-se, assim, a aplicabilidade da sistemáticaanterior, passando a ser aplicadas as determinações da LC nº 7/70, com as modificações deliberadas pela LC nº 17/73. Parágrafo Único do Art. 6º da Lei Complementar nº 7/70A norma do parágrafo único do art. 6º da LC nº 7/70 determina a incidência da contribuição sobre o faturamento dosexto mês anterior ao da ocorrência do fato gerador - faturamento do mês. 2) A base de cálculo da contribuiçãopermaneceu incólume e em pleno vigor até os efeitos da edição da MP nº 1.212/95, quando passou a ser consideradoo faturamento do mês (Precedentes do STJ e da CSRF/MF). Recurso ao qual se dá provimento parcial. “Embargos acolhidos. Resultado: Por unanimidade de votos, acolheu-se a proposta de saneamento do Acórdão nº 202-14.058, para suprimira consideração sobre a semestralidade da base de cálculo do PIS em relação aos períodos de apuração remanescentes(8/98 a 5/99 e 8/99) sem modificação no resultado do julgamento.

9 – NOTÍCIAS DO STF

Suspensa cobrança de tributos com base em quebra de sigilo bancário não autorizado pela Justiça O ministro Ricardo Lewandowski concedeu em parte pedido de liminar feito pelo advogado Beline José Salles Ramos,de Vitória (ES), por meio da Ação Cautelar (AC) 2183 proposta no Supremo Tribunal Federal (STF). A ação trata dolançamento de débito fiscal em virtude de quebra de sigilo bancário sem ordem judicial.

Tal fato motivou a instauração de ação penal contra Beline na 1ª Vara Federal Criminal da Subseção Judiciária deVitória por crime contra a ordem tributária. Na AC, o advogado pedia efeito suspensivo a Recurso Extraordinário nãoadmitido pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) em que estão em discussão um procedimento fiscal e oprocesso administrativo dele decorrente.

Decisão do relatorO relator afirmou que o caso em questão se enquadra em situações excepcionais que autorizam a atribuição deefeito suspensivo ao recurso denegado na origem. Portanto, Ricardo Lewandowski observou que a matéria é denatureza constitucional.

O ministro lembrou, ainda, ter determinado a suspensão dos procedimentos fiscais, objeto da ação cautelar, até ojulgamento do RE 261.278, no qual se discute a constitucionalidade da quebra de sigilo bancário pela autoridadeadministrativa sem prévia decisão judicial que a autorize. “Portanto, é de se considerar presente a plausibilidadejurídica do pedido liminarmente formulado, dado que a matéria de fundo do deslinde é objeto de discussão judicialnesta Suprema Corte”, disse.

9 – NOTÍCIAS DO STF➥

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11 - Informativo Tributário

Quanto ao perigo da demora, Lewandowski entendeu que o indeferimento da liminar poderá acarretar danoirreparável ou de difícil reparação, tornando ineficaz eventual decisão favorável do Supremo referente ao mérito daquestão constitucional. No entanto, de acordo com o relator, “o pedido, para que seja oficiado o Juízo da 1ª VaraFederal Criminal da Subseção Judiciária de Vitória/ES, determinando-se a suspensão da Ação Penal2006.50.01.000623-9, não é objeto do agravo de instrumento a que se pretende atribuir efeito suspensivo, razão pelaqual o indefiro”.

Assim, o ministro deferiu parcialmente o pedido liminar para dar efeito suspensivo ao Procedimento Fiscal 07.2.01.00-2002-00790-8 e ao Processo Administrativo dele decorrente (11.543.002616/2004-36), até o julgamento final da causa.

Empresa que contestava exclusão do Refis tem recurso arquivado pela 1ª TurmaA Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) arquivou Recurso Extraordinário (RE 560477) em que a empresaAcelik Indústria Mecânica Ltda. contestava sua exclusão do Programa de Recuperação Fiscal (Refis), sem notificaçãoprévia. Por meio deste programa o governo federal oferece às empresas a oportunidade de pagar seus débitos fiscaisem parcelas.

Conforme o RE, a empresa pediu o financiamento do débito fiscal, mas foi afastada do programa sem ser ouvida. Portal razão, impetrou mandado de segurança, que chegou ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

A autora alegava violação ao artigo 5º, inciso LV, da Constituição Federal, sustentando ter sido excluída do ProgramaRefis sem ter o direito de se manifestar, o que contraria a garantia constitucional da ampla defesa e do contraditório.Asseverava, ainda, insuficiente a simples certificação via portaria.

O relator, ministro Marco Aurélio, foi favorável ao recurso da empresa. Para ele, a empresa deveria ser novamenteincluída no Refis para que novo processo administrativo fosse desenvolvido “com a observância da garantia doexercício de defesa e do contraditório, efetivos e prévios ao ato de exclusão”. Esse entendimento foi seguido peloministro Menezes Direito.

No entanto, ambos ficaram vencidos porque os ministros Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia Antunes Rocha eCarlos Ayres Britto, que formaram a maioria, votaram pelo não conhecimento do recurso ao entenderem se trata dematéria infraconstitucional por versar questões relativas à Lei 9.964/00, que instituiu o Refis.Para o ministro Lewandowski que abriu a divergência, a empresa não é obrigada a aderir ao programa, afirmandoque ela procura o benefício por vontade própria, confessa o débito e concorda em parcelá-lo, mas deixa de pagar.

10 – NOTÍCIAS DO STJ

STJ mantém inalienabilidade de bem penhorado pela CaixaPor unanimidade, a Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça manteve o acórdão do Tribunal Regional Federalda 4ª Região que considerou ilegítima a penhora requerida pela Caixa Econômica Federal sobre bem gravado comcláusula de inalienabilidade. No caso em questão, a CEF afirma que o bem dado em penhora não se encontragravado, pois foi doado com expressa menção de que a restrição permanecia apenas em favor do doador, e não emfavor do donatário, ora devedor. Segundo os autos, Hermilo Gonçalves de Menezes é donatário de uma área de terradoada com cláusula de inalienabilidade e transmitida a seus herdeiros (dois filhos) com usufruto vitalício em seufavor. Como devedores, pai e filhos indicaram parte da propriedade à penhora em favor da Caixa Econômica Federal,mas posteriormente pediram o seu cancelamento em face da inalienabilidade. O Juízo de primeiro grau considerou apenhora legítima, mas a sentença foi reformada pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul ao decidir que cláusulade inalienabilidade sobre imóvel não se desfaz nem por decisão judicial (CC, artigo 1.676 e CPC, artigo 649) nem porato dispositivo como a doação ou indicação à penhora, porque subsiste como garantia de patrimônio da geraçãopara a qual instituída (CC, artigo 1.723). A CEF recorreu ao STJ sustentando que a decisão viola o artigo 1.723 doCódigo Civil de 1916. A Turma negou o recurso, reiterando que as únicas exceções aptas a afastar a inalienabilidadereferem-se às dívidas de impostos do próprio imóvel e aos casos de desapropriação por necessidade ou utilidadepública. Citando vários precedentes, o relator da matéria, ministro Fernando Gonçalves, ressaltou que, fora dessescasos, a jurisprudência admite a quebra da cláusula de inalienabilidade apenas e tão-somente no real interesse dosbeneficiários dela, ou seja, os herdeiros e donatários dos bens gravados. “No mais, há de prevalecer ainalienabilidade que, conforme a dicção legal, em caso algum poderá ser afastada.” Segundo o ministro, atransmissão por ato inter vivos não tem força bastante para basear a quebra do gravame, mostrando-se sem efeitojurídico. Para ale, a inalienabilidade somente se desfaz com a morte do donatário, não sendo certo, portanto,justificar um erro com outro.

10 – NOTÍCIAS DO STJ➥

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12 - Informativo Tributário

Créditos. IPI. Construção civil. A Turma reiterou que, na atividade de construção civil, não há incidência do IPI, uma vez que a edificação de imóveisrefoge ao conceito de industrialização nos termos do Dec. n. 4.544/2002, sendo o construtor o consumidor finaldessas mercadorias. Por essa razão, o recorrente não tem direito ao creditamento do imposto pago na aquisição dematérias-primas e insumos utilizados na edificação dos imóveis. Precedente citado: REsp 998.487-SC, DJ 6/6/2008.REsp 766.490-SC, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, julgado em 14/10/2008.

ICMS. tv a cabo. “Taxa”. Adesão.A transmissão de sinal pelas sociedades empresariais de TV a cabo, quando realizada de forma onerosa, éconsiderada serviço de comunicação (art. 2º da LC n. 87/1996), a submeter-se à tributação estadual. Porém, o ICMSnão incide sobre os serviços preparatórios e acessórios àquela transmissão, tais como a adesão, habilitação einstalação de equipamentos. Daí que, no caso, a “taxa” de adesão deve ser excluída da base de cálculo daqueleimposto. Precedentes citados: REsp 710.774-MG, DJ 6/3/2006, e REsp 418.594-PR, DJ 21/3/2005. AgRg no REsp1.064.596-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 14/10/2008.

IPI. Crédito presumido. exportação. cana-de-açúcar. Trata-se de mandado de segurança contra ato de delegado da Receita Federal, tendo por objetivo o benefício docrédito presumido do IPI como previsto no art. 42 da Lei n. 9.532/1997, no mercado externo e interno, sem aslimitações na base de cálculo impostas pelo Dec. n. 2.501/1998. Ressalta o Min. Relator que, em observância aoprincípio da legalidade, não há como compensar crédito presumido do IPI sobre os valores relativos à exportaçãoporque, nessa operação, não há incidência do IPI por expressa determinação constitucional (art. 153, § 3º, III, daCF/1988), o que por si só tem o condão de afastar esse benefício fiscal. Por outro lado, também não prevaleceria umainterpretação mais flexível uma vez que a CF/1988 exonera a incidência da exação na exportação e a citada leireporta-se à operação no mercado interno, uma vez que as normas isentivas no sentido lato, consoante o disposto noart. 111 do CTN, devem ser interpretadas literalmente. Com esses argumentos, a Turma negou provimento aorecurso. Precedente citado: REsp 879.536-AL, DJ 11/6/2007. REsp 849.957-PE, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em14/10/2008.

FGTS. Execução fiscal. Multa. Massa falida. A jurisprudência dos tribunais superiores consolidou-se no sentido de que é descabida a cobrança de multa moratóriada massa falida em execução fiscal, haja vista seu caráter administrativo. Contudo, no caso dos autos, a controvérsia éreferente à multa prevista no art. 22 da Lei n. 8.036/1990. Tal multa remonta à teoria geral da prestação pecuniárialegal ou convencional imposta pelo descumprimento da obrigação com fins cominatórios ou compensatórios. A multaem comento decorre de imperativo legal, as partes envolvidas naquela relação jurídica não podem afastar ou modificaro seu modo de incidência. A jurisprudência da Primeira Seção deste Superior Tribunal é firme no sentido de que arelação jurídica existente entre o FGTS e o empregador decorre da lei, e não da relação de trabalho. Ressaltou a Min.Relatora que o beneficiário da multa é o próprio fundo (sistema do FGTS), e não o trabalhador. Por essas razões ela nãopode ser excluída. Outrossim, a multa decorrente das infrações previstas no art. 23 da Lei nº 8.036/1990 é de naturezaadministrativa que se constitui em sanção e está adstrita a um processo administrativo; impõe-se, portanto, o seuafastamento do crédito habilitado na falência, tendo em vista a hipótese de exclusão prevista no art. 23, parágrafoúnico, III, do DL n. 7.661/1945. Com esse entendimento, a Seção negou provimento ao recurso. REsp 882.545-RS, Rel.Min. Denise Arruda, julgado em 8/10/2008.

Apropriação Indébita Previdênciária. Crédito Tributário. Cinge-se a questão em saber se, em relação ao delito de apropriação indébita previdenciária, previsto no art. 168-Ado CP, faz-se necessário o exaurimento da via administrativa em que se discute a exigibilidade do crédito tributário.Isso posto, a Turma negou provimento ao recurso ao entendimento de que, em relação ao delito de apropriaçãoindébita previdenciária, exige-se a constituição definitiva do crédito tributário para que se dê início à persecuçãocriminal. Precedentes citados: HC 96.348-BA, DJ 4/8/2008, e HC 82.397-RJ, DJ 19/5/2008. REsp 1.028.984-MT, Rel. Min.Felix Fischer, julgado em 2/10/2008

Competência interna. ICMS. Substituto Insurge-se, no REsp, contra a condenação de a recorrente, na qualidade de substituta tributária, devolver o quecobrou a mais da recorrida a título do ICMS apurado na comercialização de gasolina, além de pagar indenização porlucros cessantes. Daí que se cuida de obrigação relativa ao cumprimento de um contrato firmado entre sociedadesempresárias e não de repetição de indébito tributário. Assim, ao considerar-se que a competência das Seções nesteSuperior Tribunal é firmada em razão da res in judicio deducta, conclui-se que compete à Segunda Seção do STJprocessar e julgar o REsp (art. 9º, § 2º, II, do RISTJ). CC 87.898-MT, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 1/10/2008.

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13 - Informativo Tributário

Empresa de telefonia não responde por restituição de ICMSPor unanimidade, a Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça rejeitou recurso especial no qual a CompanhiaBrasileira de Distribuição pleiteava da Brasil Telecom a restituição do ICMS que entende ter recolhido a maior. ACompanhia alega que a alíquota devida é de 7% ou 12% e não os 25% cobrados pela empresa de telefonia. Citandoprecedentes da Primeira e da Segunda Turmas, a relatora do processo, ministra Denise Arruda, reiterou em seu votoque concessionária de serviço público de telefonia não possui legitimidade passiva para responder pela devolução devalores de ICMS, pois ela apenas recolhe o dinheiro referente ao tributo devido e o repassa para o ente federativo. Alegitimidade para responder pelas ações que tratem do ICMS devido na prestação do serviço de telefonia recai, pois,sobre os Estados ou o Distrito Federal e não sobre as concessionárias do serviço público. A decisão foi unânime.

Empresa consegue ajuizar ação de execução sob a justiça gratuitaO Superior Tribunal de Justiça (STJ) garantiu a uma empresa mato-grossense o direito de ajuizar ação de execução semo pagamento das custas judiciais. A empresa de engenharia cobra dívidas do Município de Rondonópolis (MT). Em razãode suas atividades estarem paralisadas, pediu a gratuidade por incapacidade de arcar com as custas da execução. AJustiça do Mato Grosso lhe havia negado o direito. Além de determinar o ajuizamento da ação sob a justiça gratuita, arelatora do caso, ministra Eliana Calmon, ordenou o prosseguimento do recurso especial que discute a controvérsia. Orecurso ainda estava pendente de admissão junto ao Tribunal de Justiça do Mato Grosso (TJMT), o que significa queainda não existia competência do STJ para analisar a medida cautelar. No entanto, a ministra entendeu que, se deixassede fazê-lo, poderia negar à empresa a possibilidade do exercício do direito de ação, um direito público subjetivo. Adecisão foi confirmada por unanimidade na Segunda Turma. Tão logo a empresa ingressou com a ação de execução, naqual havia o pedido de gratuidade judicial, o juízo de primeira instância deu prazo para pagamento das custas sob orisco da suspensão da distribuição do processo. A empresa apelou, mas o TJMT confirmou a decisão. Para osdesembargadores, tratando-se de pessoa jurídica, é necessário demonstrar o estado de necessidade, o que não teria sidofeito. Entenderam, ainda, que o fato de a empresa possuir advogados particulares fragilizaria a tese de hipossuficiência.Sob este aspecto, a ministra Eliana Calmon entendeu que a concessão da justiça gratuita não causa risco à partecontrária, porque o pagamento das custas pode ser exigido posteriormente ou mesmo debitado ao crédito que aempresa pretende receber do Município, caso seja vencedora na ação.

Juros moratórios não estão sujeitos à cobrança de imposto de rendaOs valores recebidos pelo contribuinte a título de juros de mora na vigência do Código Civil de 2002 têm naturezajurídica indenizatória. Por isso, a Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) considerou que sobre eles nãoincide imposto de renda. A decisão foi unânime e seguiu voto do relator do recurso especial, ministro HumbertoMartins. O recurso foi apresentado pela Fazenda Nacional. Em primeira instância, ela propôs ação judicial relativa àincidência de Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) sobre juros de mora referentes a verbas pagas em razão de açãoreclamatória trabalhista. O pedido foi negado e a Fazenda Nacional apelou. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região(TRF4) manteve a decisão. Entendeu que os juros moratórios são verba indenizatória que visa à compensação dasperdas sofridas pelo credor em razão do pagamento extemporâneo de seu crédito, e não estão sujeitos à incidênciade IR. A Fazenda Nacional recorreu novamente, desta vez ao STJ. Alegou que, em matéria tributária sobre isenção,não se poderia dar interpretação “larga” ao Código Tributário Nacional e à Lei n. 7.713/88, que trata do IR. Disse queo imposto de renda incidiria sobre os juros de mora, independentemente da natureza do valor principal. Ao julgar orecurso, o ministro relator lembrou que, em julgamento recente, em maio deste ano, a Segunda Turma resumiu oentendimento da questão ao reconhecimento da natureza jurídica dos juros moratórios. De acordo com a relatoradaquele recurso (Resp 1037452), ministra Eliana Calmon, a partir do novo Código Civil, ficou claro que os juros demora têm natureza indenizatória, característica que afasta a incidência do imposto de renda.

Súmula expande a proteção dada ao bem de família a pessoas solteiras, separadas e viúvasNova súmula, a de número 364, aprovada pela Corte Especial, amplia os casos em que se pode usar a proteção doBem de Família. Criado pela Lei Nº 8.009 de 1990, o Bem de Família é definido como o imóvel residencial do casal ouunidade familiar que se torna impenhorável para pagamento de dívida. O projeto 740, que deu origem à novasúmula, foi relatado pela ministra Eliana Calmon e estendeu a proteção contra a penhora para imóveis pertencentesa solteiros, viúvos ou descasados. Entre os precedentes da súmula 364 estão os Recursos Especiais (Resp) 139.012,450.989, 57.606 e 159.851. No Resp 139.012, o relator, ministro Ari Pargendler considerou que o imóvel de umapessoa ainda solteira no momento em que a ação de cobrança foi proposta e que veio a casar-se depois eraprotegido contra a penhora. O ministro considerou que no momento da penhora já haveria uma unidade familiar noimóvel, justamente o alvo da proteção do Bem de Família. Já em outro recurso, o 450989, o ministro aposentadoHumberto Gomes de Barros destaca que a Lei Nº 8.009 não visa apenas à proteção da entidade familiar, mas de umdireito inerente à pessoa humana: o direito à moradia. Nesse processo, uma pessoa residia sozinha no imóvel, nãotendo sido considerada protegida pela 8.009. No entendimento do ministro relator, entretanto, a proteção deve serestendida para esses casos. Segundo a súmula 364, “o conceito de impenhorabilidade de bem de família abrangetambém o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas” .

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14 - Informativo Tributário

Enunciado define competência para julgar cobrança de honorários de profissionais liberaisA Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) aprovou o Projeto 695, que criou a súmula 363. A nova súmula,relatada pelo ministro Ari Pargendler, vai resolver diversos conflitos de competência entre tribunais em julgamentosde cobrança de honorários de profissionais liberais. O novo enunciado define que a competência para processar ejulgar ação de cobrança de profissionais liberais contra clientes é da Justiça Estadual. Entre os vários precedenteslegais utilizados estão os CC 52.719-SP, 65.575-MG, 93.055-MG e 15.566-RJ. No conflito originário do Rio de Janeiro, orelator, o ministro aposentado Sálvio de Figueiredo, decidiu que o pagamento pela prestação de serviços por pessoasfísicas não se confunde com verbas trabalhistas definidas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Portanto, nãopoderiam ser julgadas pela Justiça trabalhista e sim pela Justiça comum. Já no Conflito 52719, tratou-se de açãotrabalhista originada de serviços jurídicos prestados à Caixa Econômica Federal por terceiros. A ministra DeniseArruda, relatora da ação, aponta que, apesar de a Emenda Constitucional (EC) 45 de 2004 tenha passado para ajustiça laboral a competência para julgar as ações de relações trabalhistas de entes públicos de direito e daadministração pública, isso não incluiria ações com natureza exclusivamente civil. É o seguinte o enunciado da súmula363: Compete à Justiça estadual processar e julgar a ação de cobrança ajuizada por profissional liberal contra cliente.

Recusa no pagamento de apólice por seguradora gera indenização por lucros cessantesSeguradora terá de indenizar empresa por lucros cessantes, em razão de não ter pago a quantia fixada na apólice. Aconclusão é da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), segundo a qual a indenização em lucros cessantesdeve levar em consideração o tempo razoável para prolongamento das atividades da empresa, assim como o efetivolucro líquido anteriormente recebido. A empresa ajuizou ação contra a seguradora, pedindo o pagamento deindenização securitária, lucros cessantes e perdas e danos em decorrência de um incêndio que causou a perda totalde sua sede empresarial. Segundo a defesa da empresa, a seguradora recusou-se a efetuar o pagamento do valorfixado na apólice contratada, não obstante a existência de cobertura específica contra incêndios e de laudo pericialque apontou a ocorrência de acidente elétrico (curto-circuito). Afirmou, ainda, que a inadimplência da seguradoraimpediu a retomada de suas atividades, o que lhe acarretou severos prejuízos. Em primeira instância, o pedido foijulgado parcialmente procedente condenando a seguradora ao pagamento de mais de R$ 1 milhão, relativo àcobertura máxima da apólice de seguro contratada, com juros moratórios a contar da citação. Além disso, fixouhonorários advocatícios sobre o valor da causa, bem como lucros cessantes e perdas e danos. A seguradora e aempresa apelaram da sentença. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) negou as apelações ao entendimentode impossibilidade de condenação em lucros cessantes e perdas e danos, já que não foram objetos da apólicecontratada. Inconformada, a empresa recorreu ao STJ reclamando, em síntese, a condenação da seguradora emlucros cessantes, uma vez que manteve interrompida sua atividade empresarial por força do inadimplementocontratual. Em sua decisão, o relator, ministro Luís Felipe Salomão, destacou que o atraso indevido no pagamento daindenização securitária consiste em ato ilícito, impondo reparação própria e de natureza extracontratual, ou seja,com amparo nas normas relativas à responsabilidade civil. O ministro ressaltou, ainda, ser desnecessária a contestaçãoespecífica quanto ao valor da indenização de lucros cessantes pela inicial do recurso, quando a seguradora ataca, deforma mais abrangente, a existência do vínculo obrigacional em que se funda. Para ele, sendo impossível quantificaro dano sofrido pela empresa, impõe-se sua apuração detalhada em liquidação de sentença, a ser realizada porartigos do Código de Processo Civil.

11 – NOTÍCIAS DO TST

Jornalista contratada como empresa obtém vínculo de emprego com a Globo Uma jornalista contratada como pessoa jurídica para prestar serviços à TV Globo conseguiu o reconhecimento dovínculo empregatício com a empresa. A Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou agravo deinstrumento da emissora, entendendo haver evidências de fraude à legislação trabalhista nos contratos de locação deserviços. O ministro Horácio Senna Pires, relator do agravo, concluiu que o esquema “se tratava de típica fraude aocontrato de trabalho, caracterizada pela imposição feita pela Globo para que a jornalista constituísse pessoa jurídicacom o objetivo de burlar a relação de emprego”. A Sexta Turma manteve decisão do Tribunal Regional do Trabalhoda 1ª Região (RJ), que condenou a TV Globo à anotação da carteira de trabalho da jornalista, no período de maio de1989 a março de 2001, com o salário de R$ 10.250,00. Ao avaliar prova pericial e depoimentos, o TRT constatou apresença dos elementos do artigo 3º da CLT – onerosidade, pessoalidade, habitualidade e subordinação -, quecaracterizam o vínculo de emprego entre as partes. Assim, segundo o Regional, prevalece o que efetivamenteocorreu na execução prática do contrato, pouco importando a forma como se deu essa pactuação, pois o queinteressa é a forma como se deu a prestação dos serviços, ou seja, o princípio da primazia da realidade do Direito doTrabalho. De maio de 1989 a março de 2001, a jornalista trabalhou como repórter e apresentadora de telejornais eprogramas da Globo, como Jornal Nacional, Jornal da Globo, Bom Dia Rio, Jornal Hoje, RJ TV e Fantástico. Noentanto, nunca teve sua carteira de trabalho assinada, pois, segundo informou, a emissora condicionou a prestaçãode serviços à formação de uma empresa pela qual a jornalista forneceria a sua própria mão-de-obra. Para isso, ela

11 – NOTÍCIAS DO TST➥

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então criou a C3 Produções Artísticas e Jornalísticas Ltda., que realizou sucessivos contratos denominados “locação deserviços e outras avenças”. Em julho de 2000, a repórter foi informada que seu contrato não seria renovado. Isso,segundo ela, após ter adquirido doença ocupacional: após exames detectarem um pólipo em sua faringe, ela foisubmetida a tratamento fonoaudiológico pago pela Globo. No entanto, após a dispensa, teve que arcar com ascustas desse tratamento e de cirurgia para a retirada do pólipo. Na ação trabalhista, além de vínculo de emprego, elapleiteou, entre outros itens, o ressarcimento das despesas e indenização por danos morais, indeferidos pela 51ª Varado Trabalho do Rio de Janeiro. A jornalista recorreu e o TRT da 1ª Região alterou a sentença quanto ao vínculo. Emum dos depoimentos utilizados pelo Regional para concluir pela existência da relação de emprego, um ex-diretor dejornalismo, a quem a autora foi subordinada, relatou que ela tinha que obedecer às determinações da empresa emrelação à maquiagem, tipo de cabelo e roupas usadas durante a apresentação. Afirmou também que suas matériaseram determinadas pela emissora, e que eventualmente ela podia sugerir uma pauta e a idéia ser ou não acatadapela direção. Disse, ainda, ser ele, diretor, quem determinava o horário em que a jornalista tinha que estardiariamente na empresa. Além disso, o TRT da 1ª Região verificou que, nos contratos de prestação de serviços, apesarde haver a previsão de inexistência de vínculo de emprego, algumas parcelas tipicamente trabalhistas forampactuadas, como o pagamento de “uma quantia adicional correspondente à remuneração que estivesse percebendo”nos meses de dezembro. O Regional entendeu que esse adicional era uma verdadeira gratificação natalina. “Nessecontexto, concluo que se tratava de típica fraude ao contrato de trabalho”, concluiu o relator do agravo no TST.(AIRR – 1313 /2001-007-04-00.0) (Lourdes Tavares)

Vendedor externo da AMBEV consegue reconhecimento de horas extras A Companhia de Bebidas das Américas – Ambev – foi condenada a pagar horas extras a vendedor, ante a evidênciade que ele possuía lista de clientes a serem visitados e comparecia à empresa diariamente, com hora marcada parachegar, e participava de reuniões no início e no fim do expediente. A Terceira Turma do Tribunal Superior doTrabalho rejeitou recurso da empresa contra a condenação, imposta pela Justiça do Trabalho da 1ª Região (RJ): orelator do processo, ministro Alberto Bresciani, observou estar claro, na decisão do TRT, que a empresa controlava efiscalizava a jornada do empregado. O vendedor foi contratado em maio de 2001 e recebia salário fixo e comissãovariável. Em setembro de 2003, pediu demissão e ajuizou a reclamação trabalhista na qual pedia o pagamento dehoras extras e seus reflexos nas demais verbas, entre outros itens. Informou que o acordo coletivo celebrado entre aAmbev e o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Cerveja e Bebidas em Geral e de Águas Minerais doMunicípio do Rio de Janeiro previa que as horas extras deveriam ser remuneradas com um percentual de 80% sobreo valor da hora normal. Para comprovar a jornada diária a que era submetido, valeu-se do testemunho de colegas detrabalho. A sentença, favorável ao empregado, foi mantida pelo TRT/RJ, em parte, e a empresa foi condenada aopagamento das horas extras. Ao recorrer ao TST, a AMBEV alegou que o vendedor não estava sujeito a controle dehorário porque exercia atividade externa, como prevê o artigo 62, inciso I, da CLT. Mas o relator destacou queatualmente os vendedores estão sujeitos a rotas previamente determinadas por meio de listas de visitas que acabaminformando ao empregador todos os procedimentos adotados junto a cada cliente: horário de chegada, saída, tempogasto no atendimento e outras informações. “Admitir que tais empregados não possuem controle de horário, maisainda quando existem reuniões tanto no início quanto no final do expediente, seria dar interpretação equivocada aopreceito da CLT em comento”, concluiu o ministro Bresciani. ( RR-399/2005-049-01-00.2) (Lourdes Côrtes)

Vendedor obtém reconhecimento de natureza salarial de veículo Um propagandista vendedor da Pharmácia Brasil Ltda., de Duque de Caxias (RJ) conseguiu na Justiça do Trabalho doRio de Janeiro o direito a acréscimo de 20% ao salário, pelo reconhecimento da natureza salarial da utilização deveículo da empresa. A Oitava Turma do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou o recurso de revista da empregadora,ficando mantida a condenação. A empresa alegava que o veículo era indispensável para a execução do trabalho dofuncionário, e não contraprestação por serviços prestados, e, por esse motivo, não poderia ser considerado salárioindireto. O Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (RJ), porém, em julgamento de recurso contra sentença da 6ªVara do Trabalho de Duque de Caxias, entendeu que, embora o veículo tenha sido fornecido ao autor para otrabalho, a empresa admitiu, também, que o vendedor permanecia na posse do automóvel após a jornada e emférias, conjugando “o útil ao agradável, sem nenhuma despesa”. O Regional destacou, ainda, explicação da empresade que o funcionário gozava de total liberdade de locomoção e horário. Para o TRT, essas afirmações foramsuficientes “para evidenciar que se trata, de fato, de salário-utilidade, fornecido gratuitamente e pelo trabalho”.NoTST, ao analisar o recurso de revista, a ministra relatora, Maria Cristina Peduzzi, explicou que a Súmula nº 367, item I,do TST não caracteriza como salário-utilidade o fornecimento de veículo quando este é indispensável à realização dotrabalho, ainda que o empregado tenha disponibilidade sobre ele nos fins de semana. No entanto, o acórdãoregional registrou apenas que o funcionário utilizava o veículo para o trabalho e também para atividadesparticulares. Segundo a ministra Peduzzi, não há, na decisão do TRT/RJ, “elementos que permitam concluir que oautomóvel fornecido era indispensável às atividades desempenhadas pelo vendedor”. Assim, não há como modificaro entendimento, pois isso implicaria novo exame fático-probatório, o que é impedido pela Súmula nº 126 do TST.Contratado em janeiro de 1988 pela Monsanto do Brasil Ltda. - posteriormente sucedida pela Pharmácia Brasil -, o

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propagandista vendedor foi dispensado em maio de 1997. Na ação trabalhista, pleiteou horas de sobreaviso, porqueutilizava pager e notebook ligado diretamente ao computador da empresa e por isso estaria à disposição daPharmácia durante 24 horas, e o salário in natura pela concessão pela empresa de veículo que utilizava não somenteno trabalho, mas também para fins particulares, tornando-se um salário indireto. ( RR – 69.397/2002-900-01-00.2)

TST rejeita inquérito para apurar falta grave ajuizado fora do prazo legal O fato de o empregado continuar recebendo salários durante afastamento para apuração de falta grave nãodescaracteriza a suspensão nem interfere no prazo de 30 dias para o ajuizamento de inquérito judicial, no caso detrabalhadores estáveis. Com este entendimento, a Seção Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1) do TribunalSuperior do Trabalho manteve decisão que extinguiu ação ajuizada pelo Banco do Brasil a fim de apurar faltassupostamente cometidas por um caixa executivo da agência de Severiano de Almeida, no Rio Grande do Sul. Opedido de instauração de inquérito judicial foi feito em outubro de 1997. Nele, o Banco do Brasil informava que oserviço de auditoria havia constatado “inúmeras irregularidades” supostamente praticadas pelo empregado, entreelas operações em desacordo com as normas do banco e a utilização de dinheiro liberado em contas fictícias,transferido ou apropriado em contas cuja movimentação era controlada pelo caixa. Considerando que o funcionário,como delegado sindical, era detentor de estabilidade provisória, o inquérito judicial era necessário para suademissão. Na primeira suspensão, aplicada em maio de 1997, o empregado continuou recebendo saláriosnormalmente. Na segunda, em setembro, os pagamentos foram suspensos. A Vara do Trabalho de Erechim (RS)pronunciou a decadência do direito de ação e extinguiu o processo com julgamento do mérito, por entender que oinquérito deveria ter sido ajuizado até 30 dias após a primeira suspensão, ainda que os salários continuassem a serpagos. Tal entendimento foi mantido por todas as instâncias seguintes, até o processo chegar à SDI-1 por meio deembargos em recurso de revista interpostos pelo banco. Nas razões de embargo, o BB alegou que, na primeiraocasião, o empregado foi apenas afastado para que fosse instaurado inquérito administrativo, e não suspenso. Nesteperíodo, continuou assinando a folha de presença e recebendo normalmente. Na interpretação do banco, asuspensão de fato ocorreu apenas no dia 22 de setembro, e só a partir daí correria o prazo para a instauração doinquérito judicial. “É justamente neste particular que reside a pedra de toque da questão em análise”, observou orelator dos embargos, ministro Lelio Bentes Corrêa. “O prazo de 30 dias visa resguardar interesses de ambas aspartes: do empregador, garantindo-lhe prazo razoável para a apuração, e do trabalhador, estabelecendo limite paraa situação constrangedora para a suspensão”. Para o relator, o constrangimento não ocorre apenas quando otrabalhador deixa de receber sua remuneração, mas pelo fato de estar impedido de exercer sua atividade, o querepercute em sua imagem profissional e social perante os colegas, a comunidade em que vive e sua família. No casoem questão, a SDI-1 considerou que o primeiro afastamento, ainda que com a manutenção do pagamento, teveexatamente a mesma natureza preventiva da suspensão prevista no artigo 853 da CLT. “É óbvio que, em se tratandode suspensão, as obrigações cessam de parte a parte, e o empregador estaria, portanto, desobrigado de pagar ossalários correspondentes”, explicou. “Mas, se o fez, por sua própria vontade, nem por isso a suspensão resultadescaracterizada, uma vez que o empregado ficou impedido de prestar serviços”, afirmou o relator. “Isso significaque, por meio de manobra perpetrada pelo banco, tentou-se frustrar a proteção encerrada no prazo de 30 diascitado no mesmo artigo da CLT, atitude que merece pronto rechaço do operador do Direito Trabalhista”, concluiu. (E-RR 634900/2001.1) (Carmem Feijó)

Ação anterior só interrompe prescrição se houver pedido idêntico Pedidos idênticos: questão essencial para que uma ação trabalhista arquivada interrompa a prescrição em relação auma ação posterior. Com esse entendimento, a Sétima Turma do Tribunal Superior do Trabalho manteve decisão daJustiça do Trabalho de Minas Gerais que julgou prescrita a ação de indenização por danos morais de um empregadoda Companhia de Saneamento Municipal – Cesama, de Juiz de Fora, acusado de furtar quatro sacos de cimento. Naprimeira ação, o trabalhador não fez o pedido de indenização por danos morais. Agora, perde na Justiça por terajuizado o pedido fora do prazo legal. O ajudante de serviços foi demitido em outubro de 2004. Foi, então, queajuizou a primeira ação e obteve, por meio de acordo celebrado com a Cesama, em junho de 2005, a reversão dademissão para dispensa sem justa causa. Recebeu, assim, verbas rescisórias, indenização por período da estabilidadeprovisória a que tinha direito, multa de 40% do FGTS e a liberação das guias para saque de seguro desemprego e doFGTS. Posteriormente, em abril de 2007 - mais de dois anos após a rescisão contratual -, o ex-empregado decidiupleitear diferenças de horas extras e indenização por danos morais, alegando a falsa acusação de improbidade e quea empresa teria agido de má-fé, por questões de perseguição política, causando-lhe humilhações e constrangimentos.No entanto, ao analisar a segunda ação, a 4ª Vara do Trabalho de Juiz de Fora concluiu ter ocorrido prescrição, pois a

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ação foi proposta após o prazo de dois anos e não havia identidade de pedidos com a ação anterior (se houvesse,interromperia a prescrição). O trabalhador recorreu, mas o Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (MG) negouprovimento ao recurso, julgando correta a sentença, e inexistente a interrupção da prescrição. O Regional confirmouque, na reclamatória anterior, o autor pleiteou apenas a anulação da dispensa por justa causa e a reintegração aoemprego. A indenização por danos morais e as diferenças de horas extras não foram objeto do pedido.Inconformado, o autor interpôs recurso ao TST. Na petição, afirma que a ação ajuizada anteriormente, “envolvendo amesma causa de pedir”, interrompeu a prescrição, “não havendo necessidade que haja identidade de pedidos” entrea ação anterior e a atual. O ministro Guilherme Caputo Bastos, relator do recurso de revista, considerou, no entanto,que “é pacífico o entendimento no TST de que a ação trabalhista arquivada interrompe a prescrição somente emrelação aos pedidos idênticos”, de acordo com a diretriz da Súmula nº 268, com nova redação. No recurso de revista,buscando ainda alegar não ter ocorrido a prescrição, o trabalhador argumentou que o pedido de indenização pordanos morais, decorrente de falsa acusação de improbidade, está sujeito ao prazo prescricional de dez anos previstono Código Civil, não se aplicando a prescrição bienal prevista no artigo 7º, inciso XXIX, da Constituição Federal,conforme foi o posicionamento do Tribunal Regional. Também esse argumento foi rejeitado pela Sétima Turma. Parao ministro Caputo Bastos, não há a violação legal apontada pelo autor no acórdão regional, porque o prazoprescricional para reclamar indenização decorrente de dano moral sofrido no curso da relação de emprego é obienal, previsto na Constituição. “O direito material em questão não é civil, mas sim trabalhista. Assim”, concluiu orelator, “a prescrição a ele agregada também o é”. (RR -418/2007-038-03-00.8)

Conluio entre patrão e empregados leva a anulação de ações trabalhistas A Seção Especializada em Dissídios Individuais (SDI-2) do Tribunal Superior do Trabalho manteve decisão queextinguiu três processos envolvendo uma mesma empresa, por considerar que houve conluio entre as partes, ou seja,a simulação de ações trabalhistas com o fim de obter vantagens ilícitas. O caso teve início quando o MinistérioPúblico do Trabalho ajuizou ações rescisórias no Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região (MS), questionando avalidade de sentenças da 1ª Vara do Trabalho de Campo Grande, que havia homologado acordos trabalhistas entre aempresa JV Comércio e Representações Ltda. e alguns de seus ex-empregados. O MPT defendeu a rescisão dassentenças, sustentando não ter havido, nestes casos, uma lide que justificasse a intervenção judicial, mas apenas umprocesso forjado, com o intuito de obter vantagens ilícitas para ambas as partes: a empresa, que se livraria depassivos trabalhistas, sob ameaça velada de desemprego, e os empregados, que teriam liberado o saldo do FGTS, oque resultaria em prejuízos a terceiros – incluindo a Caixa Econômica Federal, operadora do Fundo de Garantia, aPrevidência Social e o Fundo de Amparo ao Trabalhador. Acrescentou que o Judiciário foi utilizado como merohomologador da rescisão contratual. Nas três ações rescisórias, o TRT/MS decidiu extinguir o processo originário, semexame do mérito, e condenou a empresa ao pagamento de multa por litigância de má-fé, além de determinar anotificação do caso à OAB/MS, à CEF e ao FAT. A decisão fundamentou-se, principalmente, em depoimentos detestemunhas que confirmaram a tese de que a empresa realmente pretendia se livrar de passivos trabalhistas eestruturar uma nova empresa para readmitir os antigos empregados e, para isso, lançou mão do processo judiciárioforjado. Irresignada, a JV Comércio contestou a decisão, mediante recurso ordinário em ação rescisória no TST.Argumentou que, além de não ter sido demonstrada a existência do conluio, ela não obteve qualquer fim ilícito como acordo. Acrescentou que sua atitude não gerou prejuízo a nenhum dos trabalhadores e que, enfim, seria injusta aimputação de multa e indenização por litigância de má-fé pelo TRT. O relator do processo, ministro Renato deLacerda Paiva, considerou que, ao contrário do que sustentava a autora do recurso, todas as provas que basearam adecisão do TRT apontam para a configuração das hipóteses de transação inválida e de colusão, com o claro propósitode fraudar a lei. O ministro destacou que a própria empresa afirmou se encontrar em dificuldades financeiras e que,para reduzir despesas, demitiu vários empregados. “Entretanto, restou comprovado nos autos o fato de o reclamanteter ajuizado reclamação trabalhista, que resultou na homologação de acordo, não obstante ter continuado atrabalhar na empresa”. Além da readmissão dos empregados após a homologação dos acordos, o ministro ressaltouque os trabalhadores concordaram em fechar acordo por valores muito inferiores aos propostos nas açõestrabalhistas, sendo este um dos fatores que levaram o TRT a concluir pela existência de conluio. Em sua análise sobreos três processos, Renato de Lacerda Paiva assinalou que “o Judiciário foi desnecessariamente movimentado e, maisdo que isso, induzido em erro ao ter de conhecer de falso litígio, executando tarefa própria de sindicato, delegaciaregional do trabalho ou comissão de conciliação prévia, notadamente a homologação de rescisão contratual.” Apósconcluir que os fatos ostentam gravidade suficiente para caracterizar as hipóteses de invalidade de transação e deconluio entre as partes, “em nítido desvirtuamento do processo trabalhista”, o ministro negou provimento ao apeloe manteve a decisão do TRT quanto à extinção dos processos. Em relação aos demais pedidos da empresa, o relator

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manifestou-se por manter a condenação ao pagamento das custas processuais e excluir a multa de 5% do valor dacausa, por litigância de má-fé. Nesse aspecto, Renato Paiva fundamentou seu voto no posicionamento que vem sendoreiteradamente adotado pela SDI-2, no sentido de que o reconhecimento da nulidade do acordo homologado jáconstitui sanção suficiente, em casos de colusão entre as partes. ( ROAR 204/2005-000-24-00.2 / ROAR 206/2005-000-24-00.1 / ROAR 198/2005-000-24-00.3) (Ribamar Teixeira)

Sindicato patronal cobra contribuição de holding e ganha recurso no TST A Sétima Turma do Tribunal Superior do Trabalho restabeleceu sentença que condenou a SAT Participações S.A. aopagamento de aproximadamente R$ 30 mil em contribuições sindicais patronais ao Sindicato das Empresas deServiços Contábeis e Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas do Estado do Rio Grande doNorte – Sescon. Ré em ação de cobrança, a SAT, empresa de gestão de participações societárias, alegou, a fim de seisentar do pagamento, que suas atividades não se enquadram nas categorias econômicas representadas pelo Sescon.Segundo o ministro Guilherme Caputo Bastos, relator do recurso de revista do sindicato, a SAT enquadra-se, sim, nacategoria econômica representada pelo Sescon, “que possui legitimidade para cobrar o pagamento das contribuiçõessindicais postuladas”. Assim, concluiu o relator, o Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região (RN), ao decidir deforma diversa, afrontou o artigo 578 da CLT, que trata do recolhimento da contribuição. O Sescon ajuizou a açãoapós enviar cobranças e notificações extrajudiciais relativas às contribuições de 2004 a 2006, sem sucesso. Alegalidade da cobrança foi reconhecida pela 7ª Vara do Trabalho de Natal, mas posteriormente reformada peloTRT/RN, segundo o qual o sindicato não representava a categoria econômica da SAT. Ao examinar recurso de revistado Sescon, o ministro Caputo Bastos avaliou, com base nos artigos 570 e 581 da CLT, que o enquadramento sindicaldeve ser feito de acordo com a atividade preponderante da empresa. Ao analisar os registros do TRT da 21ª Região, orelator verificou, pelo estatuto social da empresa, que "constitui objeto da sociedade a participação direta ouindireta em outras sociedades" . “Portanto, a atividade da SAT restringe-se à participação em outras sociedades,caracterizando verdadeira holding, empresa cuja meta é melhorar a gestão e/ou organização dos negócios sociaisenvolvendo grupos empresariais, com independência jurídica, mas economicamente subordinados a uma direçãoúnica". Com esse entendimento, o ministro Caputo Bastos concluiu que caberia à SAT, e não ao Sescon, a tarefa decomprovar ser outro o seu enquadramento sindical. Registrou, ainda, não haver menção no acórdão regional aqualquer prova que vincule expressamente a empresa como integrante de categoria econômica diversa darepresentada pelo Sescon. (RR -1661/2006-007-21-00.6) (Lourdes Tavares)

Decisão de juiz arbitral é validada pela Justiça do TrabalhoA Sétima Turma do Tribunal Superior do Trabalho manteve decisão que reconhece como válida e eficaz, para todos osfins de direito, sentença proferida por juiz arbitral em ação trabalhista.

A questão refere-se a um processo movido por uma ex-empregada da empresa, demitida, junto com outrosfuncionários, em função do fechamento da filial na cidade. Em assembléia, as partes - empresa e trabalhadores -escolheram como árbitro a pessoa indicada pelos trabalhadores - "o presidente da categoria profissional", conformeregistra o Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (BA) - e submeteram à apreciação do juízo arbitral a questãodo fechamento da loja. A rescisão do contrato foi homologada pelo juiz arbitral, que fez constar na sentença que atrabalhadora deu "ampla e irrevogável quitação à presente arbitragem, bem como ao extinto contrato de trabalhopara nada mais reclamar contra a empresa, seja a que título for".

Apesar disso, ela entrou com ação trabalhista contra a empresa, visando obter o reconhecimento de direito adiferenças salariais. Sustentou que a decisão do juiz arbitral seria inválida. Essa alegação foi rejeitada, e o processoacabou extinto sem julgamento do mérito pelo Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (BA), sob o entendimentode que, tendo a sentença arbitral sido proferida nos termos da lei, "há de ser declarada válida e eficaz, produzindoefeito de coisa julgada entre as partes".

A trabalhadora contestou essa decisão mediante recurso de revista, cujo seguimento foi negado pelo TRT, o que alevou a apelar ao TST. Em agravo de instrumento, sustentou que, ao contrário do que afirmara o Tribunal Regional,foram satisfeitos os requisitos legais para a aceitação do recurso. Alegou que a Lei nº 9307/96, que instituiu autilização do juízo arbitral no Brasil, seria inconstitucional e defendeu a tese de invalidade do termo de arbitragemque homologou sua rescisão contratual, pois não foram juntadas cópias da ata de formação, de votação e depublicações em jornais e editais do comprovante de registro de cartório e do Ministério do Trabalho, além do que

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houve ressalva, no termo de quitação, pelo sindicato que a assistiu.

Para o relator da matéria, ministro Pedro Paulo Manus, o dispositivo constitucional que estabelece que nenhumalesão ou ameaça a direito pode ser excluída da apreciação do Poder Judiciário não é incompatível com ocompromisso arbitral e os efeitos de coisa julgada de que trata a Lei nº 9307/96. Em sua análise, ele afirma que aarbitragem se caracteriza como forma alternativa de prevenção ou solução de conflito à qual as partes aderem "porforça de suas próprias vontades" -, e a Constituição "não impõe o direito à ação como um dever, no sentido de quetodo e qualquer litígio deve ser submetido ao Poder Judiciário". E conclui pela rejeição das alegações sobre a afrontaà norma constitucional e a alegada inconstitucionalidade da Lei nº 9307/96, destacando que o TRT reconheceu nãohaver vício na sentença proferida pelo juiz arbitral no caso em questão.

Durante o julgamento, o voto do relator foi destacado por outro membro da Sétima Turma, o ministro GuilhermeCaputo Bastos, pelo ineditismo da matéria no TST. O presidente da Turma, ministro Ives Gandra Martins Filho,também considerou tratar-se de decisão importante, na medida em que prestigia o papel do juízo arbitral noprocesso trabalhista brasileiro. (AIRR-1475/2000-193-05-00.7)

Empresa perde prazo por encaminhamento incorreto de petição eletrônicaOs sistemas eletrônicos da Justiça do Trabalho facilitam a vida de advogados, partes, servidores e magistrados. É ocaso do Sistema Integrado de Protocolização e Fluxo de Documentos Eletrônicos, o e-Doc. No entanto, é dever dequem peticiona observar se o local ao qual se destina o recurso foi lançado corretamente no sistema. Por falta deatenção a esse aspecto, a empresa teve seu agravo de instrumento rejeitado pela Sétima Turma do Tribunal Superiordo Trabalho.

A empresa opôs recurso de revista contra decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (Campinas/SP) pormeio do e-Doc, mas dirigiu o recurso à Vara do Trabalho de Aparecida (SP), e não ao TRT. Apesar de a petição darevista ter sido enviada eletronicamente dentro do prazo de oito dias, a empresa encaminhou-a para juízo diverso docompetente para a apreciação do apelo. A Vara de Aparecida, ao perceber o engano do recorrente, repassou apetição para o TRT da 15ª Região, mas o documento somente foi recebido pelo Regional após o decurso do prazolegal.

O acórdão regional foi publicado em 22/2/08, uma sexta-feira. O início do prazo recursal se deu em 25/2/08, segunda-feira, e o término em 3/3/08, segunda-feira. Assim, ainda que a petição tenha sido encaminhada à Vara do Trabalhoem 3/3/08, o recurso somente foi recebido pelo Regional em 5/3/08, quando já ultrapassado o prazo legal para adevida apresentação.

Ao apreciar a questão, o vice-presidente do TRT, através de despacho, julgou o recurso intempestivo, ou seja, fora doprazo, e, por essa razão, bloqueou a subida do recurso para o TST. Segundo o TRT, a tempestividade do recurso derevista somente pode ser verificada pela data da regular apresentação na sede do Tribunal recorrido, nos termos doartigo 896, parágrafo 1º, da CLT.

A empresa interpôs agravo de instrumento ao TST, para destrancar o recurso de revista. Alegou, para isso, que orecurso foi protocolado dentro do prazo, sendo secundário o fato de ter sido dirigido à Vara do Trabalho.Entendimento diferente teve a Sétima Turma, que considerou ser o recurso, de fato, "manifestamente intempestivo"e negou provimento ao agravo.

Para o ministro Ives Gandra Martins Filho, relator do agravo de instrumento, "é ônus processual da parte recorrenteapresentar o apelo perante o juízo competente, sendo que, para a verificação da tempestividade, considera-se omomento do seu protocolo perante a autoridade competente para analisá-lo". O ministro cita, inclusive, o artigo 9º,parágrafo 1º, item II, da Instrução Normativa 30/07 do TST, segundo o qual compete ao remetente a correta"alimentação" do sistema e-Doc. (AIRR 468/2006-147-15-40.2)

Dano moral: valor da indenização limita-se ao que foi pedido pela parteEm caso de ações pleiteando indenização por danos morais, não cabe aos órgãos da Justiça do Trabalho alterar ovalor determinado no pedido inicial, se não houver questionamento neste sentido formulado pela parte interessada.

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Este é o teor de decisão da Quinta Turma do Tribunal Superior do Trabalho, em voto do ministro Emmanoel Pereira.

Trata-se de um recurso de revista em que uma empresa, do Rio de Janeiro, contesta decisão do Tribunal Regional doTrabalho da 1ª Região em processo trabalhista movido por um ex-empregado. Entre outros itens, ele alegou que suahonra foi denegrida com a divulgação, pela empresa, de que sua dispensa se dera porque ele deixava os passageirosentrarem sem acionar a roleta e ficava com o dinheiro das passagens. Por esse motivo, reclamou o pagamento deindenização por danos morais no valor de 400 salários mínimos. O pedido foi negado em primeira instância. Emrecurso ordinário, o cobrador obteve a reforma da sentença com o conseqüente reconhecimento do direito àindenização por danos morais. Em sua decisão, o TRT resolveu converter o valor em 360 "dias-multa", com base noCódigo Penal, correspondendo ao valor exato de R$ 217.440,00.

A empresa contestou a decisão do TRT, mediante recurso de revista ao TST. Em seu voto, o ministro Emmanoel Pereirarejeitou as alegações de que a condenação por danos morais seria injustificada, na medida em que ficou claro que oRegional decidiu com base em provas, cuja reanálise é impedida pela Súmula nº 126 do TST. No entanto, o relatorconsiderou que o TRT extrapolou de sua competência ao condenar a empresa em valor superior ao que foi pedido naação trabalhista. Ele ressaltou que não há, na petição inicial, denúncia de crime que pudesse levar o juiz a evocar oartigo 139 do Código Penal, cominado com o agravante de abuso de poder, como consta do acórdão questionadopelo empregador. "O julgador não poderia, dissociado do pedido, incursionar na norma de direito penal para alçar areparação a valor superior ao pretendido pelo empregado", destacou o ministro.

Para fundamentar seu voto nesse aspecto, Emmanoel Pereira mencionou a jurisprudência do TST, que repudia ojulgamento extra petita (decisão sobre matéria que não foi pedida) e ultra petita (decisão além do pedido), citandoprecedentes dos ministros Aloysio Corrêa da Veiga, Dora Maria da Costa, Maria de Assis Calsing e Maurício GodinhoDelgado. Com a decisão, a Quinta Turma, por unanimidade, determinou que a indenização se limite ao valor expressamenterequerido pelo autor da ação, no pedido inicial, correspondente a 400 salários mínimos.

Professores que exercerem cargos de direção pedagógica poderão ter aposentadoria especial O Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu ontem (29) o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI)3772, proposta contra o artigo 1º da Lei Federal 11.301/06, que estabeleceu aposentadoria especial para especialistasem educação que exerçam direção de unidade escolar, coordenação e assessoramento pedagógico. A decisãogarantiu o benefício da aposentadoria especial às atividades em discussão, desde que exercidas por professores.

A questão foi trazida a julgamento com a apresentação do voto-vista do ministro Eros Grau, que acompanhou adivergência inaugurada pelo ministro Ricardo Lewandowski. Eles, somados aos ministros Marco Aurélio, Celso deMello, Cezar Peluso e Menezes Direito formaram maioria e votaram no sentido de dar interpretação constitucionalque não retirasse o benefício da aposentadoria especial de outras categorias de profissionais da educação.

"Interpreto esse texto de modo a afirmar que o tempo de serviço prestado pelo professor no exercício de função dedireção de unidade escolar e de coordenação e assessoramento pedagógico não pode ser concebido como tempo deserviço fora da sala de aula", considerou o ministro Eros Grau em voto lido na sessão.

Sobre a matéria, o relator, ministro Carlos Ayres Britto, já tinha se pronunciado. Ele afirmou que, ao tratar dobenefício, a Constituição (parágrafo 5º do artigo 40 e parágrafo 8º do artigo 201) utiliza a palavra professor e não o"fraseado aberto" profissionais da educação.

Para ele, a Constituição Federal exige que o professor se dedique exclusivamente às funções de magistério para terdireito à aposentadoria especial. "Não quero esvaziar as salas de aula, quero que os professores se realizem na suaverdadeira vocação", disse.

No entanto, Ayres Britto ficou vencido junto com os ministros Joaquim Barbosa e Cármen Lúcia Antunes Rocha, quevotaram pela procedência total da ação. A ministra Ellen Gracie também foi voto vencido, porém ela entendeu sertotalmente improcedente o pedido da ADI

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Assim, a maioria dos ministros votou pela procedência parcial da ação, a fim de conferir interpretação conforme aConstituição Federal, garantindo o benefício da aposentadoria especial, desde que os cargos de diretores,coordenadores e assessores pedagógicos sejam exercidos por professores.

Súmula 726No exercício da Presidência do Supremo, o vice-presidente, ministro Cezar Peluso, observou que a decisão abriu umaressalva à Sumula 726 da Corte, segundo a qual "para efeito de aposentadoria especial de professores não secomputa o tempo de serviço prestado fora da sala de aula, salvo o de diretor".

Subordinação em cooperativa não caracteriza vínculo de emprego A Sétima Turma do Tribunal Superior do Trabalho deu provimento a recurso da Cooperativa e julgou improcedente areclamação trabalhista movida por um ex-cooperativado que pretendia o reconhecimento de vínculo de empregodiretamente com a sociedade. "O que não se admite, em matéria de cooperativismo, é que os elementos da relaçãode emprego existam em relação à tomadora de serviços, e não em relação à própria cooperativa", assinalou o relator,ministro Ives Gandra Martins Filho. A Justiça do Trabalho da 4ª Região (RS) reconheceu a existência de vínculo deemprego. Apesar de a cooperativa ter juntado seus atos constitutivos, a ficha de matrícula e o cadastro associativo dotrabalhador, a decisão baseou-se em depoimento de testemunha que, entre outros aspectos, afirmou que a estruturada cooperativa possuía líderes que visitavam os postos de trabalho, a fim de verificar o cumprimento do contrato detrabalho. Afirmou ainda que o valor do pró-labore era fixado em contrato, que a jornada era de 44h, que as faltaseram descontadas e que as horas extras eram remuneradas. Para o TRT/RS, tratava-se de evidências dos requisitoscaracterizadores da relação de emprego. Para o relator do recurso da cooperativa no TST, "o Regional parte deenfoque teórico já distorcido", ao não admitir, em tese, cooperativa fornecedora de mão-de-obra, o que não évedado legalmente. "Às cooperativas de trabalho aplica-se o disposto na Súmula nº 331 do TST quanto àintermediação de mão-de-obra", explicou. "O desvirtuamento da prestação de serviços, quando realizada paraatividade-fim, com pessoalidade e subordinação em relação à empresa tomadora dos serviços, leva aoreconhecimento do vínculo com a tomadora, não, porém, com a cooperativa." O ministro Ives Gandra Filho lembrouque, internamente, a cooperativa de trabalho pode contar com trabalhadores cooperados e trabalhadoresempregados. "O que distingue uns dos outros é apenas a participação societária, já que tanto uns como outros, naprestação de serviços, terão coordenadores internos de seu trabalho e deverão participar pessoalmente na prestaçãode serviços para merecer retribuição." No que diz respeito à subordinação, portanto, não haveria como deixar dereconhecer o comando da própria cooperativa na forma de engajamento dos trabalhadores cooperados na prestaçãode serviços a terceiros. "Toda atividade laboral humana está sujeita a um mínimo de coordenação, desempenhadapor pessoas que comandam outras, e o trabalho cooperado não escapa dessa realidade", concluiu. (RR 592/2005-008-04-40.6)

TST exclui multa do FGTS de contrato extinto com mútuo consentimento A Seção Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1) deu provimento a embargos da empresa e isentou-a dopagamento da multa de 20% sobre os depósitos do FGTS em processo no qual a extinção do contrato do trabalho sedeu por mútuo consentimento entre as partes. As decisões anteriores - da Justiça do Trabalho da 9ª Região (PR) e da Sexta Turma do TST - haviam aplicado, poranalogia, a regra que admite a multa nos casos de culpa recíproca ou força maior, prevista no artigo 18, parágrafo2º, da Lei nº 8.036/1990, que dispõe sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. O TRT/PR registrou, em seuacórdão, que o trabalhador não contestou a afirmação da empresa de que a extinção se deu com o consentimentode ambas as partes nem impugnou os documentos apresentados neste sentido. Na rescisão, o empregado recebeu R$15 mil a título de compensação de todas as parcelas devidas em decorrência do extinto contrato de trabalho e verbasrescisórias de R$ 6,8 mil. Para o Regional, "a dissolução contratual decorreu da vontade das duas partes contratantes,vale dizer, ambas deram causa à extinção, e não apenas o trabalhador". Ao interpor embargos à SDI-1, a empresaquestionou o fato de o TRT/PR (no recurso ordinário), e a Sexta Turma (no recurso de revista), mesmo reconhecendoexpressamente que o distrato se deu por mútuo consentimento, impôs-lhe a condenação. Coube ao Ministro Miltonde Moura França o voto vencedor, que deu razão à empresa. "A lei é expressa ao dispor os casos em que a multa de20% é devida", assinalou. O ministro lembrou o princípio do Direito segundo o qual não existe crime sem tipo nemaplicação de pena se não prevista em lei. "Este princípio, embora de natureza criminal, pode ser trazido comofundamento, devidamente mitigado, para a solução da lide, considerando-se que, em última análise, a decisão daTurma impôs à empresa uma penalidade sem qualquer arrimo legal", concluiu. (E-ED-RR-642.717/2000.5)

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