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Os Poderosos do Varejo Global A força dos emergentes e a reviravolta do setor

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Page 1: Os Poderosos Do Varejo Global 2010 - Deloitte

Os Poderosos do Varejo GlobalA força dos emergentes e a reviravolta do setor

Page 2: Os Poderosos Do Varejo Global 2010 - Deloitte

ÍndiceDestaques sobre as 250 maiores redes ........................................................................................4A lista dos 250 poderosos do varejo global ............................................................................. 10Os poderosos por região ................................................................................................................ 12Os poderosos por setor ................................................................................................................... 14Os novatos da lista ............................................................................................................................ 18O tema do ano: comércio online ................................................................................................. 19Movimentos de conjuntura ............................................................................................................ 20Grandes tendências para o varejo em 2010 ............................................................................ 21Estatégias para o varejo brasileiro ............................................................................................... 24

A Deloitte tem o prazer de apresentar a 13ª edição do relatório anual da pesquisa “Os Poderosos do Varejo Global”, desenvolvida em parceria com a STORES Magazine.

Esta publicação aponta quais são as 250 maiores redes varejistas do mundo, considerando o último período fiscal avaliado de cada empresa, até junho de 2009. O estudo também apresenta um panorama macroeconômico global e discute os principais desafios, tendências e estratégias que afetam o setor varejista.

A presente edição do estudo indica, entre outros movimentos, que os mercados emergentes da América Latina, da Região Ásia/Pacífico e da África/Oriente Médio vêm vivenciando um período de grandes oportunidades para o varejo, em parte, por conta do aumento do consumo interno e também pelo espaço que vêm ganhando nos mercados globais.

Um dos fatos que ratificam essa expansão é o de que a América Latina foi a região que apresentou maior crescimento de vendas em 2008. De cada 20 varejistas do ranking dos maiores do mundo, um é da América Latina. Além disso, a região já responde por 10,7% do faturamento do grupo respondente da pesquisa. De qualquer forma, o posicionamento dos EUA ainda é predominante no ranking, com um terço das empresas e representatividade de 41,2% em faturamento.

As empresas latino-americanas vêm melhorando suas posições no ranking referente ao período fiscal avaliado em relação aos anos anteriores. Entre os brasileiros, permaneceram na lista os dois varejistas que já vêm ganhando destaque nas últimas edições: o Grupo Pão de Açúcar, que saltou do 106º lugar para a 92ª colocação, e a Casas Bahia, que subiu do 147º lugar para a 131ª posição. Por outro lado, a Cencosud, do Chile, desbancou o Grupo Pão de Açúcar da primeira posição, deixando o varejista brasileiro em segundo lugar entre os maiores da América Latina. É importante ressalvar que este estudo foi finalizado antes do anúncio da fusão entre o Grupo Pão de Açúcar e a Casas Bahia.

Neste ano mais uma empresa brasileira passou a marcar presença entre os poderosos, a Lojas Americanas S.A, que ocupa a 200ª posição. Além disso, a empresa foi classificada na 11ª posição da lista das 50 empresas de crescimento mais rápido entre 2003 e 2008. A Casas Bahia, que já estava neste grupo na última edição do estudo, desponta na 39ª colocação.

“Os Poderosos do Varejo Global” não poderia deixar de abordar como as maiores empresas de varejo estão aproveitando as possibilidades do comércio eletrônico, um tema que vem ganhando cada vez mais relevância para o setor nos últimos anos. Dos 100 maiores varejistas, dois terços apostam nas vendas online e, de maneira geral, o e-commerce foi responsável por uma média de 6,6% do total das vendas dessas empresas. O segmento de bens duráveis e produtos de lazer e o de moda foram os que mais se destacaram na utilização do canal de vendas online.

Ciente da importância de se acompanhar os movimentos de um mercado tão dinâmico como o setor varejista, a Deloitte espera que as informações contidas neste relatório sirvam de ferramenta para reflexão e possam, efetivamente, auxiliar as organizações do varejo nacional a se integrarem, cada vez mais e de modo mais acelerado, à dinâmica da economia global.

A hora e a vez dos emergentes

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Os poderosos do varejo global 3

Metodologia do estudo e fontes de dados

* Nota: Considerando que as empresas avaliadas neste estudo utilizam períodos diferentes para o início e término do seu ano fiscal, as referências sobre 2008 (ou “ano fiscal 2008”) inseridas neste relatório dizem respeito ao último período fiscal encerrado até junho de 2009.

As empresas são incluídas na lista dos 250 poderosos do varejo global com base nos montantes registrados para suas vendas a varejo, que excluem comércio de automóveis, para o ano fiscal 2008*. Várias fontes de informação foram consultadas para este estudo. Os principais dados financeiros e de outras naturezas foram obtidos de balanços anuais e relatórios protocolados na Securities and Exchange Commission (SEC) e também encontrados em comunicados à imprensa. Na falta de informações publicadas pela própria empresa, foram usadas outras fontes de domínio público, inclusive estimativas em publicações especializadas, relatórios de analistas e vários bancos de dados comerciais.

Boa parte dos dados do setor alimentício instalado fora dos Estados Unidos foi fornecida pela Planet Retail, um dos principais fornecedores online de informações sobre o varejo, com uma base de dados de mais de 1,8 mil varejistas e 4 mil operações em mais de 130 países (para mais informações, acesse www.planetretail.net).

As vendas de cada grupo econômico refletem as vendas líquidas consolidadas da controladora do varejista, independentemente da controladora ter o foco primário no varejo ou não. Os dados para lucro e/ou prejuízo também refletem os resultados da controladora. Para varejistas pertencentes a um conglomerado maior, as vendas no varejo refletem apenas a parcela varejista das vendas líquidas consolidadas da empresa. As vendas de varejo não consideraram operações de serviços de alimentação e restaurantes, nem outras receitas advindas do atacado ou de transações comerciais entre empresas (exceto as feitas em lojas de varejo), quando foi possível desmembrar.

Faturamentos por bandeira de franquia, concessionárias ou autônomas associadas em cooperativas não foram considerados, nem as operações nas quais a empresa tenha participação minoritária. Por outro lado, receitas de royalties e franchising fees ou concessão foram levados em conta.

Com o intuito de fornecer uma base comum para classificar resultados de empresas não americanas, os valores de suas vendas e lucros/prejuízos do período fiscal analisado foram convertidos para dólares norte-americanos, portanto, as taxas de câmbio acabaram impactando os resultados. O site www.oanda.com é a fonte de referência para o câmbio, com a taxa média diária correspondendo ao ano fiscal usado para converter os resultados obtidos. A taxa composta de crescimento anual de 2003-2008 para vendas no varejo, contudo, foi calculada na moeda local da empresa.

Também é importante destacar que este relatório usa taxas de crescimento compostas, ponderadas pelas vendas, em lugar de médias aritméticas simples, como medida primária para a compreensão dos resultados financeiros do grupo. Portanto, os resultados de empresas maiores contribuem mais para o composto do que os resultados das empresas menores. Como os dados foram convertidos para dólares norte-americanos para fins de classificação e para facilitar a comparação entre os grupos, as taxas de crescimento compostas também foram ajustadas para corrigir o movimento de moeda no período. Os resultados compostos geralmente se comportam de modo semelhante às médias aritméticas e apresentam valores representativos melhores para fins de referência.

Deve-se notar que os dados financeiros usados por cada empresa, em um determinado ano fiscal, têm a precisão da data em que o relatório foi emitido originalmente. Uma empresa pode ter consolidado resultados de um ano fiscal anterior para demonstrar uma mudança nas suas operações ou o resultado de uma mudança nas praticas contábeis. Tais situações não se refletem nesses dados.

Como resultado dos fatores mencionados, as taxas de crescimento para empresas individuais podem não corresponder a outros resultados publicados.

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Destaques sobre os 250 maiores varejistas

As vendas e os lucros ao longo do ano fiscal 2008 dos 250 poderosos do varejo global refletem o impacto da diminuição da confiança dos consumidores no mundo causados pela crise financeira que afetou todas os continentes. Da lista das 250 maiores empresas, 61 apresentaram queda nas vendas em 2008, contra 44 em 2007. Como os gastos se tornaram muito mais dependentes da receita do que do crédito, os varejistas dos segmentos de vestuário e acessórios, eletrônicos e utensílios domésticos enfrentaram dificuldades. Entretanto, considerando a gravidade da retração econômica global, o crescimento composto de vendas no varejo de forma geral não foi tão lento como poderia ter sido. As vendas no varejo dos 250 poderosos, corrigidas monetariamente e ponderadas pelas vendas, subiram 6,3% em 2008, comparado a 7,6% em 2007.

O total das vendas dos 250 poderosos do varejo global ultrapassou US$ 3,8 trilhões no ano fiscal de 2008 em comparação com os US$ 3,6 trilhões alcançados pelas 250 maiores empresas varejistas de 2007. Parte do aumento reflete o crescimento nominal das vendas e parte dele deve-se à mudança na composição do próprio grupo das 250 maiores empresas varejistas. Além disso, o aumento no valor global de vendas em dólares norte-americanos refletiu o efeito de um dólar mais fraco com relação a muitas das principais moedas durante 2008.

Acompanhando os efeitos da queda nas receitas, o lucro líquido caiu de 3,7% no ano anterior para 2,4%, mostrando uma ruptura na tendência de melhoria contínua na lucratividade do varejo nos últimos anos.

Muitos varejistas efetivaram vendas fazendo uso de grandes promoções, o que prejudicou muito seus resultados. Das 184 empresas que divulgaram seus resultados, 30 apresentaram prejuízo líquido (mais do que o dobro das 14 empresas não rentáveis em 2007). Além disso, 123 empresas, (ou dois terços de todas as que apresentaram relatório), viram suas margens de lucro cair em 2008.

Walmart e Carrefour lideram o ranking e, apesar dos problemas na economia, metade do grupo dos maiores varejistas divulgou aumentos de vendas maiores do que na última edição do estudo.

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Os poderosos do varejo global 5

Participação no ranking por país/região

Nº de empresas

Média de vendas no varejo (US$ milhões)

Nº médio de países em que atuam

Vendas no varejo de operações no exterior (%)

Grupo dos 250 maiores* 250 15.275 6,9 22,9

África/Oriente Médio 6 4.864 7,5 8,2

Ásia/Pacífico 45 9.798 3,4 11,9

Japão 31 9.134 2,6 8,5

Europa* 96 16.872 11,7 36,2

França 13 31.532 21,8 41,0

Alemanha 19 23.988 14,6 42,6

Reino Unido 18 15.591 11,8 21,5

América Latina 10 6.327 1,8 13,1

América do Norte* 93 17.911 4,3 13,4

EUA* 84 18.736 4,6 13,3

Os resultados mostram os 250 maiores varejistas com sede central em cada região/país* A média no número de países em que as empresas atuam exclui Richemont (Suíça) e Dell (EUA), cuja cobertura quase global distorceria a médiaFonte: dados publicados pelas próprias empresas e pela Planet Retail

Concentração econômica das dez maiores varejistas

Classificação nos 250 maiores varejistas

Nome da empresa País de origemVendas no varejo (US$ milhões)

Crescimento das vendas no varejo (%)

1 Walmart EUA 401.224 7,1

2 Carrefour França 127.958 5,9

3 Metro Alemanha 99.004 5,3

4 Tesco Reino Unido 96.210 14,9

5 Schwarz Alemanha 79.924 12,6

6 Kroger EUA 76.000 8,2

7 Home Depot EUA 71.288 -7,8

8 Costco EUA 70.977 12,5

9 Aldi Alemanha 66.063 7,1

10 Target EUA 62.884 2,3

Grupo dos 10 maiores* 1.151.552 6,9

Grupo dos 250 maiores* 3.818.830 6,3

Participação das vendas dos dez maiores no total de vendas dos 250 30,2

* Vendas brutas, com taxas de crescimento compostas ajustadas de acordo com as taxas de câmbio

Grupo, país ou região

Os dez primeiros da listaAs vendas no varejo ficaram um pouco mais concentradas nas mãos dos dez maiores varejistas em 2008. Com vendas somadas atingindo o total de US$ 1,2 trilhão, os dez maiores varejistas acumularam 30,2% das vendas dos 250 maiores, um ligeiro aumento em relação aos 29,6% alcançados em 2007. Apesar dos problemas na economia, metade do grupo divulgou aumentos de vendas maiores em 2008 do que em 2007.

Embora a composição da lista das dez maiores empresas varejistas seja a mesma que em 2007, ocorreram algumas mudanças nas classificações. O Walmart ainda é o líder incontestável e o Carrefour continuou em segundo lugar, a mesma classificação registrada no ranking desde 2000. Embora a Tesco tenha crescido três vezes mais que a Metro (14,9% versus 5,3%), a alemã tomou o terceiro lugar da inglesa no ranking. O Schwarz Group continuou sua escalada para a liderança, tirando a Home Depot do quinto lugar da lista. As vendas da Home Depot continuaram a cair pelo segundo ano consecutivo, deixando a empresa em sétimo lugar da lista e a Target caiu duas posições na lista depois de um ano difícil (crescimento de apenas 2,3%), ocupando a 10º posição. Destaque também para a Costco que alcançou dois dígitos de crescimento, 12,5% permanecendo na 8ª colocação.

Tendência de desconcentração A quantidade de empresas norte-americanas na lista dos 250 maiores varejistas e sua participação total nas vendas desse grupo continuaram em queda em 2008. No ano de 2006, 93 empresas norte-americanas faziam parte dos 250 maiores varejistas do mundo; em 2007, esse número caiu para 87 e, em 2008, somente 84 fizeram parte deste seleto grupo.Parte desse declínio deveu-se à queda do dólar norte-americano em relação a muitas outras moedas, permitindo que mais varejistas não norte-americanos conseguissem uma maior “fatia do mercado”. Adicionalmente,

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Os 250 maiores varejistas por região/país de origem(%)

O destino das vendas dos 250 maiores varejistas(%)

Fonte: dados publicados pelas próprias empresas e pela Planet Retail Fonte: dados publicados pelas próprias empresas e pela Planet Retail

Japão Ásia/Pacífico (Outros) França Alemanha Reino Unido Europa (Outros países) América Latina EUA Canadá África/Oriente Médio

Japão Ásia/Pacífico (Outros) França Alemanha Reino Unido Europa (Outros países) América Latina EUA Canadá África/Oriente Médio

12,43,6

5,6

18,44

2,4

7,2

33,6

7,6

5,2

10,7

2,4

12,4

7,3

11,9

41,2

1,7

0,8

4,17,4

os varejistas dos Estados Unidos vivenciaram um crescimento significativamente mais fraco em relação a seus concorrentes em outros países, visto que a economia norte-americana deteriorou-se antes da do resto do mundo. Como consequência, o impacto foi a queda substancial da margem líquida de 3,6% para 2,4%.

Para as empresas representantes da América Latina no ranking, as vendas compostas do varejo cresceram 26,3% no último período analisado. As aquisições

da Cencosud e da Falabella no Chile, da Soriana no México e do Pão de Açúcar no Brasil, entre outras, contribuíram para que a taxa de crescimento desta Região fosse líder quando comparada com as outras do globo. Região mais lucrativa em 2007, com uma margem de lucro líquido de 5,3% em 2008, a América Latina apresentou uma lucratividade de apenas 1,4%. Este baixo resultado deve-se em grande parte ao varejista mexicano Controladora Comercial Mexicana, cuja margem de lucro líquido caiu de 5,1% para -16,1%. A empresa tornou-se inadimplente em outubro de 2008 (similar ao processo de concordata), depois que a crise de crédito global causou enormes prejuízos pelas grandes apostas nos derivativos especulativos.Para as empresas representantes da

América Latina no ranking, as vendas cresceram 26,3% no período analisado.

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Crescimento de vendas e lucratividade, por nível de globalização (%)

*Taxa composta de crescimento anual em vendas no varejoFonte: dados publicados pelas próprias empresas e pela Planet Retail

7,37,6

2,4

7,3

3

1,4

Empresas operando em um país

Empresas operando em dez ou mais países

2003-2008 CAGR* Crescimento de vendas no varejo

Lucro líquido

Em contrapartida, do outro lado do mundo, a Região Ásia/Pacífico registrou um crescimento de vendas no varejo acima da média (6,3%), atingindo 7,3% em 2008, apesar do pequeno crescimento do Japão de 1,4%. Mesmo a Região atingindo este crescimento em 2008, é apenas pouco mais da metade da taxa de crescimento alcançada no ano anterior (13,9%). Importante salientar que muitos dos varejistas chineses continuaram apresentando um crescimento de dois dígitos em 2008.

O Japão representou o segundo maior grupo de varejistas por país de origem (depois dos Estados Unidos). Após vários anos em queda, a participação do Japão na lista das 250 maiores empresas varejistas e as vendas se recuperaram em 2008. Das 24 empresas que fazem ou voltaram a fazer parte da lista dos 250 maiores em 2008, 9 estão baseadas no Japão. Mais uma vez, é preciso ressaltar que o ressurgimento do Japão no ranking tem muito mais a ver com a força do iene em relação ao dólar norte-americano e relativamente pouco com o crescimento efetivo das vendas dos varejistas japoneses.

Os seis varejistas da Região da África/Oriente Médio incluídos na lista dos 250 poderosos do varejo também continuaram vivenciando um crescimento em vendas bem acima da média em 2008.

Globalização continua avançandoAs operações no exterior, ou seja, em outros países que não o da sede da empresa, continuaram a contabilizar uma maior participação nas vendas, atingindo 22,9% do total de vendas dos 250 maiores varejistas em 2008, um aumento de 21,3% em relação a 2007. A média no número de países em que as empresas atuam também apresentou um leve aumento de 6,8 para 6,9, excluindo duas, a Richemont e a Dell, cuja cobertura é realmente global.

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Crescimento de vendas e lucratividade por região/país (%)

* Os resultados mostram a taxa de crescimento anual composta/acumulada de vendas no varejo das 250 maiores empresas, de acordo com o país ou região de suas sedes centrais Fonte: dados publicados pelas próprias empresas e pela Planet Retail

África/ Oriente Médio

Ásia/Pacífico

Japão Europa França Alemanha Reino Unido América Latina

América do Norte

EUA250 maiores

0,2

7,56,3

2,4

16,7

3,2

11,2

17,2

7,3

1,4

5,6 5,6

7,2

2,73,9

6,8

3,2

5,3

8,5 8,9

2,5

26,3

19,8

7,9

4,5

7,8

2,3

4,5

2,41,4

6,5

2,21,5

2002-2007 CAGR* Crescimento de vendas no varejo Lucro líquido

É importante mencionar que os varejistas com uma base operacional mais global apresentam um melhor desempenho do que os que não possuem operações internacionais. Na lista dos 250 maiores, 100 varejistas operam em um único país, enquanto 50 estão em dez ou mais países. Os varejistas que operam em mais de dez países alcançaram, em 2008, um crescimento de vendas de um ponto percentual mais rápido do que os que operam em um só país. Seu retorno sobre as vendas foi mais do que duas vezes o obtido pelos varejistas que operam exclusivamente em seu próprio país.

Os varejistas europeus permanecem sendo os mais ativos globalmente, operando, em média, em 11,7 países. As empresas francesas e alemãs, de longe, as maiores na média, geraram mais de 40% das vendas em operações no exterior. Os varejistas da América Latina são os que menos operam no exterior, fazendo negócios em apenas 1,8 país, em média. Sete dos dez principais varejistas dessa Região não têm operações internacionais.

A maioria dos varejistas da América do Norte não tem operações no exterior significativas. Mais da metade dos 93 varejistas norte-americanos da lista dos 250 maiores não se expandiu além de suas fronteiras em 2008. Apenas 13,4% do total das vendas no varejo da Região foram feitas no exterior, embora isso represente um aumento em relação aos 11,8% das vendas em 2007. Por outro lado, somente 20% dos varejistas europeus operaram em um único país.

Na Região Ásia/Pacífico – e Japão em especial –, as operações no exterior geraram uma fatia relativamente pequena do total das vendas. Em 2008, quase dois terços dos varejistas japoneses fizeram negócios somente no Japão. Os varejistas da África e do Oriente Médio se expandiram para bem longe de seus países, porém a grande maioria de suas vendas, 91,8%, ainda ocorreu em operações domésticas.

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A importância da diversificaçãoOs varejistas que foram mais ambiciosos globalmente e aqueles que operaram em diferentes formatos desfrutaram maiores taxas de crescimento e maior lucratividade. A diversificação pode ter um papel especialmente importante em um ambiente econômico difícil, como uma maneira de mitigar o risco inerente de se fazer negócios em um único local geográfico ou de uma única forma.

Para manter uma trajetória de crescimento agressiva, a maioria dos grandes varejistas do mundo desenvolveu múltiplos formatos de vendas. Em 2008, mais da metade dos 250 maiores varejistas operaram com algum nível de diversificação de formato, em comparação com 119 que operaram com um formato único. Entretanto, mesmo as empresas com uma cadeia diversificada de conceitos de lojas de varejo tenderam a ter um formato responsável pela maioria das suas vendas. Somente 34 dos 250 maiores não tiveram um formato dominante.

Diferentemente de 2007, em que os varejistas mais focados apresentaram maior crescimento de vendas e lucratividade, em 2008 ocorreu o oposto. As empresas com múltiplos formatos aumentaram as vendas muito mais rápido do que seus concorrentes com um único formato. É importante destacar que os varejistas que operaram em formatos mais diversificados são maiores e suas operações também são mais globais do que os varejistas que utilizaram basicamente um único formato.

Os supermercados voltaram à lista dos 250 maiores varejistas após vários anos perdendo espaço. Dos 24 recém-chegados à lista, 14 operam supermercados, incluindo 9 que têm esse formato dominante. Embora o formato de supermercado tenha sido substituído, de certa forma, pelos hipermercados, pelas lojas de desconto e pelas lojas de conveniência, ele continuou sendo o mais comum, operado por 103 dos 250 maiores varejistas.

Lojas de material para construção, reforma e decoração estão se destacando de maneira crescente no mercado global. Em 2008, 43 dos 250 maiores varejistas operaram uma rede de lojas desse tipo, em comparação a 32 em 2005. Drogarias e farmácias estão, pouco a pouco, perdendo espaço. Menos varejistas entre os 250 maiores estão operando nesse formato do que anteriormente, sendo que supermercados, hipermercados e varejistas que vendem produtos de massa estão, cada vez mais, fornecendo produtos farmacêuticos, demonstrando ser esta uma tendência do varejo nos próximos anos.

Formatos operados pelos 250 poderosos (%)

Supermercados

Hipermercados

Lojas de conveniência

Lojas de desconto

Vestuários/Calçados

Lojas de departamento

Construção, reforma e decoração

Aparelhos eletrônicos

Canais de vendas sem estabelecimento físico

Drogarias/FarmáciasAutosserviço para atacado/

Clubes de comprasLojas de departamento de desconto

Outras especialidades

0 70

34

39

43

48

49

51

67

84

98

14

103

30

26

Fonte: dados publicados pelas próprias empresas e pela Planet Retail

Os varejistas que foram mais ambiciosos globalmente e aqueles que operaram em diferentes formatos desfrutaram maiores taxas de crescimento e maior lucratividade.

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A lista dos 250 poderosos do varejo globalRanking Empresa (origem) Vendas

(US$ milhões)

62 Toys “R” Us (EUA) 13.724 63 Isetan (Japão) 13.723 64 LVMH (França) 13.660 65 DSG Internacional (Reino Unido) 13.501 66 Groupe Adeo (França) 13.242 e 67 Empire Company (Canadá) 13.035 68 S Group (Finlândia) 12.943 69 Conad Consorzio Nazionale Dettaglianti (Itália) 12.885 70 Otto Group (Alemanha) 12.812 71 Arcandor (Alemanha) 12.640 72 SPAR Österreichische Warenhandels (Áustria) 12.484 e

73 Alliance Boots (Reino Unido) 12.305 74 Kesko (Finlândia) 11.604 75 Dell (EUA) 11.529 76 Grupo Eroski (Espanha) 11.526 e

77 Uny (Japão) 11.511 e

78 Dansk (Dinamarca) 11.436 79 John Lewis Partnership (Reino Unido) 11.351 80 Cencosud (Chile) 11.226 81 Metro (Canadá) 10.644 82 Dollar General (EUA) 10.458 83 Co-operative Group (Reino Unido) 10.371 84 Office Depot (EUA) 10.353 e

85 Shinsegae (Coreia do Sul) 10.278 86 Home Retail (Reino Unido) 10.263 87 Daiei (Japão) 10.214 88 Reitangruppen (Noruega) 10.158 e

89 Fa. Anton Schlecker (Alemanha) 10.093 e

90 Bailian Group (China) 10.091 e

91 Gome Home Appliance (China) 10.091 e

92 Grupo Pão de Açúcar (Brasil) 10.047 93 BJ´s Wholesale Club (EUA) 9.802 94 Jerónimo Martins (Portugal) 9.738 95 J. Front Retailing (Japão) 9.571 96 Great Atlantic & Pacific Tea Company (EUA) 9.516 97 Lotte (Coreia do Sul) 9.140 e

98 Takashimaya Company (Japão) 9.126 99 C&A (Bélgica/Alemanha) 9.107100 Limited Brands (EUA) 9.043101 The Pantry (EUA) 8.996 102 Shoppers Drug Mart (Canadá) 8.896103 GameStop (EUA) 8.806104 Organizacion Soriana (México) 8.672105 Army & Air Force Exchange Service (EUA) 8.422106 Kesa Electricals (Reino Unido) 8.320107 X5 Retail Group (Rússia) 8.320108 Nordstrom (EUA) 8.272109 Giant Eagle (EUA) 8.150 e

110 Menard (EUA) 8.100111 Whole Foods (EUA) 7.954112 Canadian Tire (Canadá) 7.837113 Beisia (Japão) 7.777 e

114 Esselunga (Itália) 7.758 e

115 QuikTrip (EUA) 7.730 e

116 Edion (Japão) 7.709117 Yodobashi Camera (Japão) 7.692118 Hudson´s Bay (EUA) 7.591 e

119 Ets Franz Colruyt (Bélgica) 7.431120 Winn-Dixie Stores (EUA) 7.367121 FDB (Dinamarca) 7.328122 Oxylane Groupe/Decathlon (França) 7.307

Ranking Empresa (origem) Vendas (US$ milhões)

1 Walmart (EUA) 401.244 2 Carrefour (França) 127.958 3 Metro (Alemanha) 99.004 4 Tesco (Reino Unido) 96.210 5 Schwarz Unternehmens (Alemanha) 79.924 e

6 Kroger (EUA) 76.000 7 Home Depot (EUA) 71.288 8 Costco (EUA) 70.977 9 Aldi (Alemanha) 66.063 e

10 Target (EUA) 62.88411 Rewe-Zentral (Alemanha) 61.549 e

12 Walgreens (EUA) 59.03413 Groupe Auchan (França) 56.83114 Seven & I Holdings (Japão) 54.11315 CVS (EUA) 48.99016 Lowe´s (EUA) 48.230 17 AEON (Japão) 47.97518 Leclerc (França) 47.567 e 19 Edeka Zentrale (Alemanha) 47.389 e

20 Sears Holdings (EUA) 46.77021 Best Buy (EUA) 45.01522 ITM Développment (França) 44.530 e

23 Safeway (EUA) 43.222 e

24 Casino Guichard-Perrachon (França) 39.69725 Koninklijke Ahold (Países Baixos) 37.84626 Woolworths (Austrália) 36.00227 SuperValu (EUA) 34.66428 Wesfarmers (Austrália) 32.71629 J Sainsbury (Reino Unido) 32.55830 IKEA (Suécia) 31.79431 Rite Aid (EUA) 26.28932 WM Morrison Supermarkets (Reino Unido) 26.16633 Delhaize (Bélgica) 25.192 e

34 Système U, Centrale Nationale (França) 25.175 e

35 Macy’s (EUA) 24.89236 Publix Super Markets (EUA) 23.92937 Loblaw Companies (Canadá) 22.208 e

38 Mercadona (Espanha) 21.01639 PPR Group (França) 20.68140 Migros-Genossenchafts Bund (Suíça) 20.055 41 El Corte Inglés (Espanha) 20.04842 TJX Companies (EUA) 19.00043 Yamada Denki (Japão) 18.71844 Amazon.com (EUA) 18.62445 JCPenney (EUA) 18.48646 Coop Italia (Itália) 17.172 e

47 Kingfisher (Reino Unido) 16.80648 Kohl´s (EUA) 16.38949 Louis Delhaize (Bélgica) 16.185 e

50 Alimentation Couche-Tard (Canadá) 15.78151 Marks & Spencer (Reino Unido) 15.60252 Coop (Suíça) 15.573 e

53 AS Watson (Hong Kong) 15.21754 Inditex (Espanha) 15.04855 Gap (EUA) 14.52656 H.E. Butt Grocery (EUA) 14.460 e

57 Meijer (EUA) 14.321 e

58 Tengelmann (Alemanha) 14.29359 Staples (EUA) 14.154 e

60 H&M (Suécia) 13.82161 ICA AB (Suécia) 13.771

Page 11: Os Poderosos Do Varejo Global 2010 - Deloitte

Os poderosos do varejo global 11

Ranking Empresa (origem) Vendas (US$ milhões)

123 Liberty Media (EUA) 7.303124 Bed Bath and Beyond (EUA) 7.208125 Suning Appliance (China) 7.193126 Family Dollar Stores (EUA) 6.984127 Dillard´s (EUA) 6.831128 Dairy Farm International (Hong Kong) 6.733129 RaceTrac Petroleum (EUA) 6.680 e

130 Shoprite Holdings (África do Sul) 6.611 e

131 Casas Bahia (Brasil) 6.524 e

132 Globus Holding (Alemanha) 6.500 e

133 Ross Stores (EUA) 6.486134 S.A.C.I. Falabella (Chile) 6.410 e

135 dm-drogerie markt (Alemanha) 6.369 e

136 Apple Inc./Apple Stores (EUA) 6.315137 Katz Group (Canadá) 6.278 e

138 Hy-Vee (EUA) 6.200139 SHV Holdings N.V./Makro (Países Baixos) 6.159140 Sonae Distribuição SGPS (Portugal) 5.995141 Groupe Galeries Lafayette (França) 5.947 e

142 Defense Commissary Agency (EUA) 5.800143 Pick´n Pay (África do Sul) 5.789 e

144 Tokyu (Japão) 5.782145 Bic Camera (Japão) 5.776146 AutoZone (EUA) 5.769 e

147 Praktiker Bau- und Heimwerkermärkte (Alemanha) 5.748148 Euroset Group (Rússia) 5.726149 K´s Holdings (Japão) 5.684 e

150 Dirk Rossmann (Alemanha) 5.665151 Next (Reino Unido) 5.584152 Fast Retailing (Japão) 5.425153 OJSC “Magnit” (Rússia) 5.326154 KF Gruppen (Suécia) 5.288155 Blockbuster (EUA) 5.255156 Foot Locker (EUA) 5.237157 OfficeMax (EUA) 5.232 e

158 Celesio (Alemanha) 5.230159 Eldorado (Rússia) 5.223 e

160 PetSmart (EUA) 5.065161 Barnes & Noble (EUA) 5.059162 Save Mart Supermarkets (EUA) 5.050 e

163 Norma Lebensmittelfilialbetrieb (Alemanha) 5.007 e

164 Apoteket (Suécia) 4.878165 Sherwin-Williams (EUA) 4.835166 Massmart Holdings (África do Sul) 4.806 e

167 H2O Retailing Corporation (Japão) 4.770168 Controladora Comercial Mexicana (México) 4.746169 SPAR Group (África do Sul) 4.740170 Douglas Holding (Alemanha) 4.715171 Don Quijote Company (Japão) 4.701172 Coop Norge (Noruega) 4.698173 Casey´s General Stores (EUA) 4.688174 Big Lots (EUA) 4.645175 Dollar Tree Stores (EUA) 4.645176 Maxeda (Países Baixos) 4.644177 NorgesGruppen (Noruega) 4.644178 Wegmans Food (EUA) 4.620 e

179 Neiman Marcus (EUA) 4.601180 Deichmann Group (Alemanha) 4.591181 Kojima (Japão) 4.577 e

182 Luxottica Group (Itália) 4.575183 Dalian Dashang (China) 4.561 e

184 Albertsons (EUA) 4.500 e

185 Life Corporation (Japão) 4.498186 President Chain Store (Taiwan) 4.482187 China Resources Enterprise (Hong Kong) 4.441

Ranking Empresa (origem) Vendas (US$ milhões)

188 Bauhaus (Alemanha) 4.417 e

189 Groupe Vivarte (França) 4.349190 FEMSA Comercio (México) 4.276191 RadioShack (EUA) 4.225192 DCM Japan Holdings Company (Japão) 4.212193 East Japan Railway (Japão) 4.150194 Dick´s Sporting Goods (EUA) 4.130195 Sheetz (EUA) 4.107 e

196 Shimamura (Japão) 4.096197 Blokker Holding (Países Baixos) 4.088198 Poslovni sistem Mercator (Eslovênia) 3.950199 Migros Türk (Turquia) 3.942200 Lojas Americanas (Brasil) 3.886201 Heiwado (Japão) 3.851202 Distribución y Servicio D&S (Chile) 3.849203 Michaels Stores (EUA) 3.817204 Associated British Foods/Primark (Reino Unido) 3.814205 Gruppo PAM (Itália) 3.793 e

206 HORNBACH-Baumarkt (Alemanha) 3.755207 Jim Pattison (Canadá) 3.720 e

208 Roundy´s Supermarkets (EUA) 3.705 e

209 CP All (Tailândia) 3.698210 Matsumoto Kiyoshi (Japão) 3.687 e

211 Arcadia Group (Reino Unido) 3.678212 Marui (Japão) 3.666213 Ruddick (EUA) 3.665 214 Debenhams (Reino Unido) 3.661215 Izumiya Company (Japão) 3.643216 Kwik Trip (EUA) 3.640217 Stater Bros Holdings (EUA) 3.640 e

218 El Puerto de Liverpool (México) 3.637219 Advance Auto Parts (EUA) 3.633 e

220 Raley´s (EUA) 3.612 e

221 MAXIMA GRUPè (Lituânia) 3.607 e

222 Joshin Denki Company (Japão) 3.597223 Iceland Foods Group (Reino Unido) 3.583224 Finiper (Itália) 3.579 e

225 O’Reilly Automotive (EUA) 3.577226 The Game Group (Reino Unido) 3.571227 Axfood (Suécia) 3.543228 Burlington Coat Factory (EUA) 3.542229 Abercrombie & Fitch (EUA) 3.540230 RONA (Canadá) 3.533231 Dunnes Stores (Irlanda) 3.514 e

232 WinCo Foods (EUA) 3.506 e

233 Belk (EUA) 3.499234 Lagardère Services (França) 3.414 235 Wawa (EUA) 3.396 e 236 XXXLutz Group (Áustria) 3.384 e

237 Williams-Sonoma (EUA) 3.361238 The Maruetsu (Japão) 3.345 e 239 Signet Jewelers (EUA) 3.344240 The Golub Corp. Price Chopper Supermarkets (EUA) 3.300 e

241 BIM (Birlesik Magazalar) (Turquia) 3.296242 HMV Group (Reino Unido) 3.286243 Compagnie Financière Richement (Suíça) 3.282244 Valor Campany (Japão) 3.256 e

245 Systembolaget (Suécia) 3.254246 Borders Group (EUA) 3.242247 Izumi Company (Japão) 3.192 e

248 Nonggongshang Supermarket Group (China) 3.139 e 249 The Bon-Ton Stores (EUA) 3.130 250 Best Denki (Japão) 3.110

Esta lista se baseia nas vendas das empresas durante o último período fiscal encerrado até junho de 2008; e = estimativa

Page 12: Os Poderosos Do Varejo Global 2010 - Deloitte

12

Os poderosos por região

América do Norte

Classificação na América do Norte

Classificação nos 250 maiores varejistas

EmpresaVendas no varejo (US$ bilhões)

País de origem

1 1 Walmart 401.244 EUA2 6 Kroger 76.000 EUA3 7 Home Depot 71.288 EUA4 8 Costco 70.977 EUA5 10 Target 62.884 EUA6 12 Walgreens 59.034 EUA7 15 CVS Caremark 48.990 EUA8 16 Lowe’s 48.230 EUA9 20 Sears Holdings 46.770 EUA

10 21 Best Buy 45.015 EUA

Fonte: dados publicados pelas próprias empresas e pela Planet Retail

Europa

Classificação na Europa

Classificação nos 250 maiores varejistas

EmpresaVendas no varejo (US$ bilhões)

País de origem

1 2 Carrefour 127.958 França2 3 Metro 99.004 Alemanha3 4 Tesco 96.210 Reino Unido4 5 Schwarz 79.924 Alemanha5 9 Aldi 66.063 Alemanha6 11 Rewe 61.549 Alemanha7 13 Auchan 56.831 França8 18 E. Leclerc 47.567 França

9 19 Edeka Zentrale 47.389 Alemanha10 22 ITM (Intermarché ) 44.085 França

Ásia/Pacífico

Classificação na Ásia/Pacífico

Classificação nos 250 maiores varejistas

EmpresaVendas no varejo (US$ bilhões)

País de origem

1 14 Seven & I Holdings 54.113 Japão2 17 AEON 47.975 Japão3 26 Woolworths 36.002 Austrália4 28 Wesfarmers 32.716 Austrália5 43 Yamada Denki 18.718 Japão6 53 AS Watson 15.217 Hong Kong SAR7 63 Isetan Mitsukoshi 13.723 Japão

8 77 UNY 11.511 Japão9 85 Shinsegae 10.278 Coreia do Sul

10 87 Daiei 10.214 Japão

América do NorteEmbora 9 dos 10 varejistas norte-americanos sejam os mesmos que em 2007, a ordem foi alterada. A Best Buy ficou na 10ª posição, no lugar da Safeway, que tem piorado sua classificação desde 2000. A queda nas vendas da Home Depot levou a empresa a cair para o terceiro lugar, abaixo da Kroger. A Costco superou a Target, e a CVS, com a aquisição da Longs Drug Stores em outubro de 2008, pulou da 9ª para a 7ª posição, trocando de lugar com a Sears Holdings.

EuropaA lista dos dez maiores varejistas na Europa mudou muito pouco em 2008. Os nomes permaneceram os mesmos, mas a Metro superou a Tesco e ocupa o segundo lugar, logo abaixo do Carrefour.

Ásia/PacíficoA Região Ásia/Pacífico vivenciou a maior mudança nas posições de suas dez maiores empresas varejistas em 2008. Embora a Seven & I Holdings, a AEON e a Woolworths continuem ocupando os três primeiros lugares, as demais posições do ranking sofreram mudanças consideráveis. A aquisição do Grupo Coles pela Wesfarmers, em novembro de 2007, alavancou a empresa para o quarto lugar e excluiu a Coles da lista como uma entidade separada. A fusão das japonesas Isetan e Mitsukoshi deu origem à sétima maior empresa varejista da região, a Isetan Mitsukoshi Holdings. Considerando o impulso dado pelo iene forte, duas empresas japonesas, a UNY Co. e a Daiei, voltaram para a lista dos dez maiores varejistas da região em 2008, perfazendo um total de seis varejistas representando o Japão – o dobro em relação a 2007.

Page 13: Os Poderosos Do Varejo Global 2010 - Deloitte

Os poderosos do varejo global 13

América Latina

Classificação na América Latina

Classificação nos 250 maiores varejistas

EmpresaVendas no varejo (US$ bilhões)

País de origem

1 80 Cencosud 11.226 Chile2 92 Grupo Pão de Açúcar 10.047 Brasil3 104 Soriana 8.672 México4 131 Casas Bahia 6.524 Brasil5 134 Falabella 6.410 Chile6 168 Comercial Mexicana 4.746 México

7 190 FEMSA Comercio 4.276 México8 200 Lojas Americanas 3.886 Brasil

9 202 D&S 3.849 Chile10 218 El Puerto de Liverpool 3.637 México

África/Oriente Médio

Classificação na África/OM

Classificação nos 250 maiores varejistas

EmpresaVendas no varejo (US$ bilhões)

País de origem

1 130 Shoprite Holdings 6.611 África do Sul2 143 Pick ‘n Pay 5.789 África do Sul3 166 Massmart 4.806 África do Sul4 169 SPAR 4.740 África do Sul5 199 Migros 3.942 Turquia6 241 BIM 3.296 Turquia

Nota: Este estudo foi finalizado antes do anúncio da fusão entre o Grupo Pão de Açúcar e a Casas Bahia

América LatinaOs varejistas latino-americanos também continuam ganhando espaço na lista dos 250 maiores. Em 2008, a região foi representada por um total de dez empresas, sendo oito em 2007. As Lojas Americanas, do Brasil, e a Distribución y Servicio (D&S), do Chile, foram incluídas no ranking. A D&S, contudo, foi uma adição temporária, uma vez que a empresa foi comprada pelo Walmart em fevereiro de 2009. A Cencosud, do Chile, desbancou o Pão de Açúcar, do Brasil, da primeira posição, deixando o varejista brasileiro em segundo lugar na região. É importante ressalvar que este estudo foi finalizado antes do anúncio da fusão entre o Grupo Pão de Açúcar e a Casas Bahia.

África/Oriente MédioA Região África/Oriente Médio é representada por seis dos 250 maiores varejistas. A BİM, da Turquia, é uma novata na lista dos 250 maiores varejistas em decorrência de um aumento de 32% no número de lojas em 2008. É o segundo varejista turco entre os 250 maiores, com a Migros Türk. As outras quatro empresas da lista são sediadas na África do Sul. Combatendo um cenário de recessão prolongada, a Shoprite, da África do Sul, empresa líder do varejo na região, aumentou sua liderança em relação à segunda colocada, Pick n Pay. A Metcash Africa, integrante da lista dos 250 maiores varejistas dessa região em 2007, não conseguiu ser incluída em 2008.

Page 14: Os Poderosos Do Varejo Global 2010 - Deloitte

14

Para a análise deste estudo, são considerados quatro setores: bens de consumo não duráveis, bens duráveis e produtos de lazer, moda e diversificados. Uma empresa é designada para um setor específico se mais da metade das vendas derivar de uma categoria de produto de definição abrangente. Se nenhum dos três setores específicos cobrir ao menos 50% das vendas, a empresa é considerada diversificada.

Bens de consumo não duráveisProdutos alimentícios e outros bens de consumo não duráveis continuam predominando entre os poderosos. No total, os 134 varejistas de bens de consumo não duráveis representaram mais da metade dos 250 maiores e foram responsáveis por mais de dois terços das vendas do grupo (67,7%). Além de serem mais numerosos, esses varejistas também são os maiores, registrando uma média de vendas de US$ 19,3 bilhões em 2008. Entretanto, esse grupo é o setor menos dispersado geograficamente, concentrando suas operações em uma média de 4,5 países. Apesar disso, as operações no exterior geraram uma participação relativamente alta, de 21,7% no total das vendas dos varejistas de bens de consumo não duráveis.

Em épocas difíceis, mais consumidores deixam de se alimentar fora do lar. Consequentemente, o setor de bens de consumo não duráveis desfrutou de um crescimento de vendas em relação ao ano anterior de 8,6% acima dos outros grupos de produtos. Entretanto, a lucratividade sofreu com o resto do setor varejista na medida em que os consumidores procuraram por ofertas no período. A margem composta de lucro líquido do setor caiu de 3,0% em 2007 para 2,2% em 2008.

Os poderosos por setor

Crescimento de vendas e lucratividade por setor (%)

*Taxa composta de crescimento anual em vendas no varejoFonte: dados publicados pelas próprias empresas e pela Planet Retail

Moda Bens de consumo não duráveis

Bens duráveis e produtos de lazer

Diversificados250 maiores (todos os setores)

2003-2008 CAGR* Crescimento de vendas no varejo Lucro líquido

7,5

6,3

2,4

4,7

-0,6

4,1

8,6

2,2

8,3

3,12,7

7,5

1,8 2,1

7,6

Perfis por setor de produto

Nº de empresas Média de vendas no varejo (US$ milhões)

Nº médio de países em que atuam

Vendas no varejo de operações no exterior (%)

250 maiores* 250 15.275 6,9 22,9

Bens de consumo não duráveis 134 19.283 4,5 21,7

Bens duráveis e produtos de lazer* 56 10.300 9,1 24,8

Moda* 38 8.027 12,6 26,2

Diversificados 22 16.049 7,2 25,3

* A média no número de países em que as empresas atuam exclui Richemont (moda) e Dell (bens duráveis), cuja cobertura quase global distorceria a média

Fonte: dados publicados pelas próprias empresas e pela Planet Retail

Page 15: Os Poderosos Do Varejo Global 2010 - Deloitte

Os poderosos do varejo global 15

Os poderosos por setor

Grande parte da mudança na classificação dos dez maiores varejistas por setor de produto primário é resultante de alterações na classificação de alguns poucos varejistas. A reclassificação da Metro tirou a empresa da primeira posição entre os dez maiores varejistas de bens de consumo não duráveis, deixando o lugar para a Auchan, que foi incluída na lista daquele setor como a “número um”. Todas as dez maiores empresas varejistas de bens de consumo não duráveis registraram um sólido crescimento.

Bens duráveis e produtos de lazerO colapso do mercado imobiliário, em especial nos Estados Unidos, que vinha impulsionando a demanda de utilidades domésticas nos últimos anos, atingiu o setor de bens duráveis e produtos de lazer em 2008. Os 56 varejistas que compõem esse grupo viram o crescimento das vendas encolher em mais da metade, chegando a 3,1% em comparação com os 6,8% de 2007. A margem de lucro caiu de 4,0% para 2,7%. Seis dos dez varejistas do setor de eletrônicos apresentaram resultados negativos.

A expansão global tornou-se uma importante estratégia de crescimento para muitos varejistas do setor de bens duráveis e produtos de lazer. No período analisado por este estudo, as empresas desse setor operaram, em média, em 9,1 países. Como um grupo, elas geraram aproximadamente um quarto do total das vendas de operações no exterior.

A queda nas vendas atingiu cinco dos dez maiores varejistas de bens duráveis e produtos de lazer em 2008: Home Depot, Lowe’s, PPR, Kingfisher e Toys “R” Us. A DSG, em sétimo lugar em 2007, saiu da lista dos dez maiores devido a uma combinação de crescimento de vendas negativo e desvalorização da libra esterlina. O varejista do setor de eletrônicos Yamada Denki e a Amazon.com, ambos figurantes dessa lista de líderes do setor em 2007, subiram duas posições. A Staples retornou à nona posição entre os dez maiores.

Bens de consumo não duráveis

Classificação no setor

Classificação nos 250 maiores varejistas

EmpresaVendas no varejo (US$ milhões)

País de origem

1 1 Walmart 401.244 EUA

2 2 Carrefour 127.958 França

3 4 Tesco 96.210 Reino Unido

4 5 Schwarz 79.924 Alemanha

5 6 Kroger 76.000 EUA

6 8 Costco 70.977 EUA

7 9 Aldi 66.063 Alemanha

8 11 Rewe 61.549 Alemanha

9 12 Walgreens 59.034 EUA

10 13 Auchan 56.831 França

Fonte: dados publicados pelas próprias empresas e pela Planet Retail

Bens duráveis e produtos de lazer

Classificação no setor

Classificação nos 250 maiores varejistas

EmpresaVendas no varejo (US$ milhões)

País de origem

1 7 Home Depot 71.288 EUA

2 16 Lowe’s 48.230 EUA

3 21 Best Buy 45.015 EUA

4 30 IKEA 31.794 Suécia

5 39 PPR 20.681 França

6 43 Yamada Denki Co. 18.718 Japão

7 44 Amazon.com 18.624 EUA

8 47 Kingfisher 16.806 Reino Unido

9 59 Staples 14.154 EUA

10 62 Toys “R” Us 13.724 EUA

Page 16: Os Poderosos Do Varejo Global 2010 - Deloitte

16

Em média, os varejistas desse grupo operaram em 12,6 países em 2008, mais do que qualquer outro setor e com um aumento significativo em relação a 10,1 países em 2007. Elas aparecem, também, com a maior participação nas vendas de operações fora de seus países de origem.

Entre os varejistas de moda, a Macy’s manteve o primeiro lugar, apesar de uma queda de 5,4% nas vendas. A JCPenney desceu para a terceira posição e a inclusão da empresa criada pela fusão da Isetan Mitsukoshi Holdings excluiu a Limited Brands da lista dos dez maiores varejistas do setor de moda. Os varejistas de vestuário multinacionais, Inditex e H&M continuaram subindo no ranking, enquanto a Gap continuou caindo de posição.

ModaOs varejistas do setor de moda foram os que mais sofreram com a retração econômica. O crescimento composto de vendas no varejo desse grupo foi negativo (-0,6%). A margem caiu praticamente pela metade, de 7,3% para 4,1%. Entretanto, a margem de lucro, historicamente alta no setor de moda, permaneceu sendo a mais alta entre todos os grupos de produtos.

Com 38 empresas, o setor de moda representou 15,2% das 250 maiores empresas varejistas, mas apenas 8% das vendas. Embora continuem sendo empresas menores, com média de vendas de US$ 8 bilhões, elas aumentaram de tamanho ao longo dos anos, beneficiando-se da contínua expansão global.

Page 17: Os Poderosos Do Varejo Global 2010 - Deloitte

Os poderosos do varejo global 17

Moda

Classificação no setor

Classificação nos 250 maiores varejistas

EmpresaVendas no varejo (US$ milhões)

País de origem

1 35 Macy’s 24.892 EUA

2 42 TJX 19.000 EUA

3 45 J.C. Penney 18.486 EUA

4 48 Kohl’s 16.389 EUA

5 54 Inditex 15.048 Espanha

6 55 Gap 14.526 EUA

7 60 H&M 13.821 Suécia

8 63 Isetan Mitsukoshi Holdings

13.723 Japão

9 64 LVMH 13.660 França

10 71 Arcandor 12.640 Alemanha

Diversificados

Classificação no setor

Classificação nos 250 maiores varejistas

EmpresaVendas no varejo (US$ milhões)

País de origem

1 3 Metro 99.004 Alemanha

2 10 Target 62.884 EUA

3 20 Sears Holdings 46.770 EUA

4 41 El Corte Inglés 20.048 Espanha

5 58 Tengelmann 14.293 Alemanha

6 70 Otto Group 12.812 Alemanha

7 74 Kesko 11.604 Finlândia

8 95 J. Front Retailing 9.571 Japão

9 97 Lotte Shopping 9.140 Coreia do Sul

10 118 Hudson’s Bay Trading 7.591 EUA

DiversificadosO grupo do setor de diversificados, que vende uma ampla gama de produtos e frequentemente opera em diferentes formatos, foi representado por 22 empresas. As empresas varejistas alemãs Metro e Tengelmann foram reclassificadas nesta edição do estudo, saindo do setor de bens de consumo não duráveis e entrando para o setor de diversificados. A Metro vendeu sua rede de supermercados Extra para a Rewe, enquanto a Tengelmann diluiu sua participação na rede de supermercados A&P nos Estados Unidos. Nos dois casos, os bens de consumo não duráveis não representam mais a maior parte das vendas desses varejistas. A inclusão dessas duas empresas no grupo de diversificados ajudou a impulsionar a média de vendas no varejo desse setor, ultrapassando US$ 16 bilhões; porém, o crescimento das vendas foi insignificante, 1,8%, assim como foi a margem de lucro, de apenas 2,1%.

Com esta nova classificação, a Metro assumiu o primeiro lugar no grupo de diversificados. A Marks & Spencer, quarto lugar no ano anterior, não é mais considerada parte desse grupo. A empresa foi realocada em 2008 como um varejista do setor de bens de consumo não duráveis. A Tengelmann, outro varejista de bens de consumo não duráveis reclassificado, ocupa o quinto lugar. Incluída pela primeira vez entre os dez maiores varejistas do setor de diversificados está a norte-americana Hudson’s Bay Trading Company (HBTC), criada em julho de 2008 como a empresa controladora para os ativos de varejo da NRDC Equity Partners. A NRDC adquiriu a Hudson’s Bay Company, do Canadá, e fez sua consolidação com a Lord & Taylor e a Fortunoff.

Page 18: Os Poderosos Do Varejo Global 2010 - Deloitte

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Os novatos da lista

Dos 24 varejistas que ingressaram na lista dos 250 maiores em 2008, 9 são empresas japonesas. Entretanto, conforme observado antes, isso se deve basicamente à força do iene em relação ao dólar norte-americano durante o ano fiscal de 2008. Considerando que os varejistas do setor de alimentação cresceram mais rápido que os de outros setores no período analisado, talvez não seja

Os recém-chegados na lista dos 250 maiores

Classificação nos 250 maiores varejistas

Empresa País de origem Formato predominante

63 Isetan Mitsukoshi Holdings Japão Loja de departamento

96 The Great Atlantic & Pacific Tea Company EUA Supermercado

118 Hudson´s Bay Trading Company EUA Loja de departamento e desconto

121 FDB Dinamarca Supermercado

154 KF Gruppen Suécia Supermercado

171 Don Quijote Company Japão Loja de desconto

172 Coop Norge Noruega Supermercado

192 DCM Japan Holdings Company Japão Construção, reforma e decoração

200 Lojas Americanas Brasil Loja de departamento e desconto

202 Distribuición y Servicio D&S Chile Hipermercado, centro de compras

215 Izumiya Company Japão Hipermercado, centro de compras

216 Kwik Trip EUA Loja de conveniência

221 MAXIMA GRUPè Lituânia Supermercado

222 Joshin Denki Company Japão Aparelhos eletrônicos

223 Iceland Foods Group Reino Unido Supermercado

225 O’Reilly Automotive EUA Outras especialidades

226 The Game Group Reino Unido Outras especialidades

238 The Maruetsu Japão Supermercado

240 The Golub Corp./Price Chopper Supermarkets EUA Supermercado

241 BIM (Birlesik Magazalar) Turquia Loja de desconto

244 Valor Campany Japão Supermercado

247 Izumi Company Japão Hipermercado, centro de compras

248 Nonggongshang Supermarket Group China Hipermercado, centro de compras

250 Best Denki Company Japão Aparelhos eletrônicos

Fonte: dados publicados pelas próprias empresas e pela Planet Retail

tão surpreendente que 17 dos recém-chegados à lista operam supermercados e outros formatos de lojas de alimentos. Três dessas empresas – FDB (Coop Danmark), KF Gruppen e Coop Norge – são “novas” porque operaram independentemente como cooperativas nacionais. Por vários anos, elas estiveram subordinadas à Coop Norden, que agora se converteu definitivamente a uma empresa de compras.

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O tema do ano: comércio online

A utilização de múltiplos canais continua em forte crescimento à medida que mais empresas desenvolvem o varejo eletrônico (e-commerce). Neste ano, o estudo “Os Poderosos do Varejo Global” mostra até que ponto os 100 maiores varejistas apostaram nesse canal de vendas cada vez mais importante. A análise baseia-se somente nas empresas que têm informações disponíveis de vendas online para 2008, mais as empresas que não operaram um site para transações em 2008 e, portanto, não fizeram vendas online. Dos 100 maiores varejistas, 69 foram incluídos na análise, pois as vendas online não estavam disponíveis para outras 31 empresas.

É importante salientar que esses resultados devem ser interpretados com muita cautela devido à pequena amostra de dados em alguns setores, mas, em geral, o comércio eletrônico foi responsável por uma média de 6,6% do total das vendas desses varejistas em 2008. Por setor de produto, as vendas online representaram, em média, 24% das vendas de bens duráveis e produtos de lazer. Isso inclui, porém, a Amazon.com, a Dell, a Office Depot e a Staples, que juntas distorcem drasticamente os resultados. Excluindo essas quatro potências do varejo eletrônico, os números descem para 5,1% para as nove empresas restantes incluídas neste setor. Para o setor de moda (composto de apenas seis empresas), as vendas online representaram 5,2% das vendas. O setor de bens de consumo não duráveis representa o menos adepto ao e-commerce. Para as empresas desse grupo, uma média de apenas 0,9% das vendas foi gerada por varejo eletrônico.

Olhando os dados por região geográfica, a Europa lidera esse canal de venda, com uma média de vendas online de 4,1%. O e-commerce foi responsável por 2,5% das vendas para os varejistas norte-americanos, excluindo os quatro gigantes do varejo eletrônico citados acima. Com a inclusão dessas empresas, o número sobe para 12%. A Região Ásia/Pacífico ficou para trás, registrando uma média de vendas online de somente 0,8% do total das vendas. Entre as 100 maiores empresas do ranking, apenas três são latino-americanas – Cencosud, do Chile, Grupo Pão de Açúcar, do Brasil, e Organizacion Soriana, do México –, uma amostra que não é considerada significativa para efeito de análise por região.

O comécio online já é responsável por 6% do faturamento total dos varejistas brasileiros (similar ao resultado dos 250 maiores varejistas – 6,6%), ficando em terceiro lugar entre os canais de venda relacionados aos resultados das empresas. Em primeiro lugar estão as lojas físicas e, logo em seguida, as vendas diretas.Fonte: pesquisa “Comé rcio online: As relações das empresas com seus públicos na internet”

(Deloitte, 2009)

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Movimentos de conjuntura

O Brasil está com tudo. Sua economia se recuperou muito bem de uma recessão bastante modesta e há um consenso geral de que as perspectivas são bastante boas.

Acompanhando a recuperação econômica global, o setor varejista vem restabelecendo sua trajetória de crescimento, porém, a natureza e a distribuição geográfica desse crescimento serão relativamente diferentes do que vinha sendo observado até recentemente. Na década que se inicia, os países que utilizaram grandes empréstimos para financiar os gastos excessivos dos consumidores podem experimentar um menor crescimento do consumo, visto que as famílias se esforçam para sanar suas dívidas e acumular recursos para a aposentadoria futura e outras necessidades. A maior parte do crescimento econômico desses países será provavelmente movida por exportações, investimentos de negócios e gastos governamentais. Por outro lado, o crescimento de países como a China provavelmente passará a ser movido pelo consumo interno.

Por outro lado, na China, a demanda interna deve continuar a ser um importante fator de crescimento dado que as exportações ainda estão abaixo do nível atingido ao final de 2008. O governo chinês tende a promover o consumo privado, e a retirada gradual desse estímulo fiscal somente se efetivará a partir da consolidação dos níveis de emprego e renda que devem estimular diretamente as vendas no varejo. Os investimentos privados também devem aumentar em resposta ao dinamismo da demanda doméstica. Na Índia, as expectativas são de forte crescimento em 2010, impulsionado também pela demanda doméstica conjugada à estabilidade do sistema financeiro e à confiança dos investidores estrangeiros.

A próxima década apresentará um ambiente de negócios muito diferente. Não apenas o crescimento dos gastos dos consumidores mudará geograficamente, como também mudará a natureza desse consumo. Em lugares como os Estados Unidos e o Reino Unido, o crescimento do setor varejista não será apenas mais lento, mas se concentrará nas necessidades de um consumidor orientado pelo preço. E a recente mudança da participação no mercado em direção a formatos de lojas de descontos pode muito bem ser mantida durante a recuperação.

E o Brasil?O Brasil está com tudo. Sua economia se recuperou muito bem de uma recessão bastante modesta e há um consenso geral de que as perspectivas são bastante boas. Quase duas décadas de inflação baixa, déficits modestos e forte crescimento convenceram os investidores globais de que o Brasil é uma aposta relativamente segura. Uma combinação de política e economia estáveis gerou investimentos diretos sólidos do exterior. Além disso, a recente conquista para sediar a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016 aumentou a sensação de confiança na comunidade de negócios brasileira.

Outro aspecto positivo para o Brasil é de que as políticas sociais do governo, combinadas com o crescimento econômico, levaram à redução da desigualdade de renda. Assim, o número de pessoas que passaram da pobreza para a classe média é substancial, o que representa uma enorme oportunidade para o setor varejista.

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1) Mudança no comportamento do consumidorComo esperado, a instabilidade econômica global mudou o comportamento dos consumidores. Eles se tornaram mais conscientes sobre valores, mais atraídos por marcas próprias e menos propensos a adquirir itens que não sejam de primeira necessidade e a comer fora de casa. Ainda, a duração e a profundidade da recente retração aumentam a possibilidade de que essas mudanças no comportamento dos consumidores sejam mantidas mesmo depois da recuperação. Isso se aplicaria principalmente aos mercados em que os gastos dos consumidores foram excessivos e sustentados por dívidas durante a pré-recessão. Para citar os mais importantes, esses mercados incluem os Estados Unidos, o Reino Unido e a Espanha.

Se o padrão for mantido, haverá importantes implicações para os varejistas que operam em grandes mercados desenvolvidos. Primeiro, eles terão de oferecer aos consumidores uma proposta de valor favorável, o que será um desafio para os varejistas que não operarem nos formatos de lojas de desconto. Ou então terão que se diferenciar passando aos consumidores uma sensação de exclusividade e fugindo da comparação de preços. Nesse contexto, os varejistas mais espertos deverão priorizar a gestão da marca, a fim de transmitir sua proposta de valor. Eles se concentrarão, também, em melhorar a experiência do consumidor como um fator de diferenciação.

Deve-se considerar que as atuais condições de mercado desafiadoras nos EUA e no Reino Unido podem direcionar os grandes varejistas para novos mercados. Ou seja, a orientação de consumo por cadeia de valor nos países ricos podem acelerar o processo de globalização do varejo.

Grandes tendências para o varejo em 2010

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2) Segmentação do mercado de luxoExistem basicamente dois mercados de luxo. O primeiro compreende famílias com renda extremamente alta, que sofreu menos com a recessão econômica, afinal, mesmo se a riqueza de uma família for reduzida de US$ 100 milhões para US$ 50 milhões, ainda resta muito dinheiro para pagar uma bolsa cara. O segundo compreende o mercado de luxo movido pelo desejo de consumo. Ele compreende famílias com renda e riqueza suficientes para comprar itens de luxo, mas cujas compras de alto valor exercem um impacto considerável sobre a renda. Para esses consumidores, a recente desaceleração econômica causou uma grave queda na riqueza percebida e, portanto, nos gastos com produtos de luxo.

Para o setor varejista de luxo, esse ambiente será muito dificil. Apelar para o consumidor movido pela aspiração exigirá uma maior concentração na questão de valor agregado. Dessa forma, é possível que haja necessidade de uma maior segmentação do mercado por parte dos varejistas e fornecedores de artigos de luxo.

Além disso, os vendedores de artigos de luxo desviarão seu foco para mercados emergentes, como a China e o Brasil. Nesses mercados, os novos ricos são especialmente atraídos por marcas de luxo e podem ser mais facilmente fisgados, em comparação com famílias semelhantes em mercados desenvolvidos.

3) Globalização de varejistas emergentesQualquer discussão sobre o futuro do consumidor requer necessariamente uma análise criteriosa dos grandes mercados emergentes. Muitos varejistas desses mercados estão rapidamente se tornando concorrentes de grandes redes varejistas globais. Não apenas estão bem equipados para competir com os gigantes em seus mercados domésticos como estão se tornando competitivos fora de seus países. Diversos varejistas de mercados emergentes já foram bem sucedidos em mercados emergentes vizinhos, seja na Ásia Oriental, na África, no Oriente Médio ou na América do Sul.

A próxima etapa na evolução desses grupos será investir em mercados desenvolvidos e já existem varejistas em países emergentes que visualizam oportunidades de crescimento em países mais ricos. Essa tendência indica que a participação global do varejo está se tornando mais nivelado. Muitos mercados emergentes possuem, atualmente, uma classe média suficientemente grande para suportar as operações de varejistas grandes com foco no mercado interno. Além disso, esses varejistas têm um acesso relativamente fácil aos mercados doméstico e global. Eles obtêm capital de poupanças privadas (principalmente na Ásia), fundos de investimento em participações e outros fundos interessados em suportar empreendedores nacionais. Dessa forma, nasce um novo modelo concorrencial no varejo.

4) Globalização dos varejistas norte-americanosA globalização do setor varejista norte-americano esteve em curso há décadas e agora ganhou novo fôlego. Os varejistas norte-americanos enfrentam um ambiente econômico interno muito mais desafiador do que qualquer coisa que já tenham experimentado no passado recente. Considerando as experiências ruins de muitos varejistas globais e as fortes oportunidades que existiam internamente, muitas empresas de varejo se concentraram, nos últimos anos, no mercado doméstico dos Estados Unidos. No entanto, no curto e médio prazos, o mercado doméstico crescerá lentamente e o consumidor será provavelmente mais volúvel. Portanto, para atingir um crescimento sólido, os varejistas norte-americanos terão necessariamente de ganhar uma fatia do mercado em casa ou encontrar novas oportunidades em outros mercados.

Os candidatos mais prováveis para expansão global são varejistas especializados e não aqueles que vendem alimentos, produtos de massa ou lojas de departamento. Os varejistas especializados baseados nos Estados Unidos são bem desenvolvidos, muitas vezes nitidamente diferenciados, possuem recursos financeiros significativos e estão enfrentando uma saturação e um crescimento lento do mercado interno.

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5) Mídias sociais e varejoComo ocorre com a maioria das novas tecnologias, as redes sociais estão tendo um grande impacto sobre o setor varejista. O primeiro efeito disso é a necessidade de uma maior transparência. Os consumidores demandam mais acesso a informações sobre os varejistas, seus produtos e preços. Essencialmente, é uma grande mudança na relação entre varejistas e consumidores, pressionando os preços para baixo e reduzindo as margens. Em segundo lugar, as redes sociais exercem um efeito sobre a experiência de compra compartilhada. Os consumidores buscam, cada vez mais, dicas e recomendações sobre ofertas e novos produtos, bem como relatos de experiências ruins. Os consumidores estão efetuando compras virtuais com seus amigos, aguardando aprovação, validação e opinião instantâneas. A referência pessoal está voltando no mundo virtual.

As redes sociais não apenas afetam os consumidores, ela cria novos pontos de ligação e táticas de marketing para varejistas. O marketing personalizado, por exemplo, foi uma tentativa frustrada há cerca de dez anos e ficou com uma reputação ruim no início. Com as redes sociais, essa ferramenta é totalmente viável e será uma habilidade competitiva necessária.

Por último, a internet possibilita o acesso à informação em um nível que desloca o equilíbrio entre conhecimento e capacitação do vendedor para o comprador. Os compradores podem pesquisar informações sobre os produtos com o objetivos de ultrapassar a capacidade de muitos varejistas de treinar seus vendedores. Este fenômeno impulsionará os varejistas a buscarem e equiparem seus vendedores e associados com informações cada vez mais precisas sobre os produtos que vendem.

6) Racionalização do sortimentoA maioria dos varejistas oferece produtos demais. Este é um sintoma da falta de conexão entre as equipes de compras e a capacidade da empresa de entender os clientes, bem como uma falha em reconhecer o ciclo de vida dos produtos e das marcas com os quais trabalham. Os varejistas frequentemente se vangloriam da grande quantidade de unidades mantidas em estoque. Porém,

deixar de oferecer uma categoria ou uma gama de produtos pode ser tão importante quanto introduzir uma nova. No futuro, os varejistas inteligentes deverão se orgulhar de quantas unidades mantidas em estoque eliminaram e da natureza focada de sua oferta.

O fortalecimento da fidelização dos clientes dependerá, cada vez mais, da capacidade do varejista de demonstrar que entende as preferências e o estilo de vida do consumidor e consegue antecipar mudanças nesses atributos. Uma demonstração fundamental desse entendimento é eliminar o que o cliente não quer e se concentrar no que é importante para ele. Atingir esse objetivo não é simples: envolve não só o uso da tecnologia da informação para monitoramento do comportamento do consumidor, mas também o uso da comunicação nas redes para entendimento das preferências e hábitos dos consumidores.

7) Aumento da polarizaçãoA maior parte dos mercados varejistas desenvolvidos – e cada vez mais dos emergentes – pode ser desmembrada em três segmentos principais: o de desconto, o médio e o premium. O segmento de desconto envolve varejistas que operam no formato de grandes galpões e oferecem grandes volumes de produtos a preços competitivos. O segmento premium tem uma abordagem voltada a nichos de mercado mais específicos, com produtos de alto valor agregado e margens de lucro mais altas.

O segmento médio, portanto, é freqüentemente o segmento padrão, em que muitos varejistas tentam oferecer de tudo a todos. Nesse momento, ele é especialmente vulnerável em virtude da diminuição do consumo em diversos países e da pressão sobre as margens. As restrições econômicas sobre os consumidores continuarão a impulsionar a necessidade dos varejistas de optarem por uma estratégia que priorize grandes volumes e margens baixas ou uma abordagem voltada ao segmento premium. Aqueles que ficarem no meio sofrerão uma pressão crescente. A chave para a sobrevivência dos participantes do mercado de nível médio será a capacidade de fortalecer seus modelos e focar nas necessidades dos consumidores.

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Estratégias para o varejo brasileiroReflexões sobre os anseios do consumidor

Consumidor quer: disponibilidadeEstratégia varejista: mix de produto e eficiência na cadeia de suprimentos

Chegar a uma loja e não encontrar o produto que deseja (ruptura de gôndola) é uma frustração. O espaço da loja é limitado e o varejista pode definir três principais estratégias para evitar esta variável denominada ruptura.

A primeira é definir com eficiência o mix de produtos de modo a garantir a opção de produtos/serviços que atendam às reais necessidades do consumidor. Além disso, a maneira de exposição do produto dentro da loja deve permitir que eles sejam facilmente encontrados e visualizados tanto pelo cliente como pelo vendedor.

A segunda principal estratégia é uma gestão eficiente de estoques (negociação de compras e compartilhamento de demanda e outras informações com fornecedores) e uma operação e malha logística que suporta o atendimento excelente pela loja.

A terceira principal estratégia refere-se às operações dentro da loja, considerando reposição de produtos nas gôndolas e eficiência das operadoras de caixa. Outras ações, como gerenciamento eficaz das perdas, manutenção da base de cadastro, eficiência no recebimento de mercadorias, entre outras, são também importantíssimas para garantir a disponibilidade do produto. Oferecer a possibilidade de compra pela internet, inclusive dentro da loja, com entrega a domicílio ou na própria loja também pode ser uma poderosa estratégia, que se encaixa muito bem com o atual perfil dos consumidores. Com essas opções, o varejista amplia seu leque de produtos, vence a barreira do espaço dentro da loja e também pode possibilitar algumas ações para trazer o cliente até a loja física.

Consumidor quer: facilidade de acesso à compraEstratégia varejista: multicanal e multiformato

O varejista não pode perder de vista que o consumidor quer ter a opção de comprar de acordo com sua necessidade (perto de casa, perto do trabalho, no trajeto casa-trabalho, no shopping ou em qualquer lugar), tempo (com pressa na loja, com pressa sem ir à loja, com tranqüilidade) e desejo (tudo em um único lugar, serviços gerais e excelência no atendimento).

A necessidade, o tempo e o desejo do consumidor se alteram constantemente, e o varejista precisa, mais do que nunca, conhecer profundamente o perfil do público que deseja fidelizar.

Conseguir fazer com que o cliente tropece na sua marca e se encante com sua loja exige, na maior parte das vezes, que seus pontos-de-venda estejam presentes utilizando os mais diversos canais e formatos. Lojas especializadas (“conceitos”) e de luxo possuem exceções por suas próprias características. Em alguns casos, ter apenas um ponto-de-venda ou poucos e em determinada região pode fazer parte da estratégia da marca e do negócio.

Tão importante quanto oferecer opções de canais (loja física, e-commerce, mobile, entre outros) é a integração entre eles, ou seja, como levar o consumidor do site para a loja, da loja para o site, que é uma tarefa árdua, mas necessária ao varejista. Além disso, os preços, mix de produtos e promoções devem estar muito bem alinhados entre os canais e o consumidor deve ser claramente comunicado.

O varejista, ao montar sua estratégia de canais e formatos, deve, além de conhecer profundamente o perfil do seu cliente, estar preparado para que o consumidor consiga facilmente acessar a sua marca e atender o cliente considerando sua necessidade, tempo e desejo.

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Consumidor quer: serviço com excelênciaEstratégia varejista: modelo de atendimento e gestão do capital humano

Nem sempre o consumidor quer ter um vendedor que o acompanhe o tempo todo pela loja, mas, ao mesmo tempo, quando desejar uma explicação ou suporte, quer ser prontamente e muito bem atendido. É paradoxal, mas o varejista deve saber compreender qual o perfil do consumidor para que esta solução seja encontrada.

O consumidor atual é muito bem informado, conhece as características do produto/serviço que deseja comprar e, muitas vezes, dependendo da fidelidade da marca, até melhor que o próprio vendedor da loja.

Para responder a isso, o segredo está na definição do modelo de atendimento e na gestão do capital humano. Trabalhar o desenvolvimento da equipe significa conseguir equalizar com eficiência o mix de ferramentas existentes para a gestão do capital humano (treinamentos e desenvolvimento, programa de recompensas, remuneração e bônus, gestão de talentos, programa de aconselhamento, ambiente de trabalho, ações das lideranças, perspectiva de carreira, entre outros).

O processo de recrutamento e seleção deve ser muito bem estruturado e garantir, com a máxima eficiência, a contratação de pessoas que realmente possuam o perfil adequado e desejado para exercer determinada função. O perfil ideal é aquele que, além de ser adequado à atividade que irá exercer, está alinhado com o código de conduta, valores e missão da organização. O sucesso de um varejista está atrelado a transformar seus profissionais em fiéis defensores da marca.

Consumidor quer: valorEstratégia varejista: pricing

O consumidor, ao tomar a decisão de compra de um produto/serviço, automaticamente e sem perceber, realiza uma análise, em milésimos de segundos, e chega a um resultado individual de valor. A grande e inquietante questão é saber o que cada consumidor considera na sua análise.

Não é possível dizer com 100% de certeza o que se passa na cabeça de cada consumidor, embora alguns especialistas sobre o tema comentem que são experiências já vivenciadas somadas ao valor da imagem que possui da marca, preços de referência de produtos/serviços similares e o desejo/necessidade de adquirir o produto/serviço. É importante lembrar que o conceito de valor para o cliente é a equação do conjunto de benefícios versus custo percebido por ele mesmo.

Varejistas devem fazer uma análise criteriosa ao definir sua estratégia de pricing e, com base no pacote de benefícios que entrega ao cliente (serviços, atendimento, qualidade do produto, ambiente de loja etc.), deve buscar o preço que melhor irá satisfazer seu público-alvo e garantir o ponto ótimo de vendas.

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Consumidor quer: interatividade e relacionamentoEstratégia varejista: novas mídias, ambientação e “atividades interativas”

Os consumidores estão interagindo cada vez mais e com uma velocidade surpreendente por meio do Orkut, Facebook, Twitter, blogs, entre tantos outros canais à disposição na internet. Eles adoram compartilhar informações e experiências. Boas e más notícias sobre produtos, marcas e serviços são amplificadas por diversos meios e o impacto à reputação de uma empresa pode ter proporções ilimitadas.

No entanto, os consumidores não querem interagir apenas nas redes sociais, eles também querem ter a experiência no ponto-de-venda, daí a importância e a rapidez com que muitos varejistas estão revendo seus layouts de lojas, o visual merchandising, a criação de atividades interativas e o próprio uso da tecnologia com a finalidade de entreter o consumidor.

Os varejistas devem lembrar, ainda, que o grande segredo do sucesso da continuidade de seus negócios não está somente no foco no produto/serviço que vendem ou no cliente, e sim no desejo maior do cliente. Isso significa que as empresas varejistas precisam ir além, construir uma nova relação com seus consumidores, considerando seus hábitos, necessidades e anseios.

Consumidor quer: comodidadeEstratégia varejista: oferta de serviços

A agregação de serviços, hoje ainda uma opção, em breve será uma necessidade vital para a sobrevivência e o crescimento das empresas varejistas. Os altos índices de competitividade, a crescente falta de tempo do consumidor, os novos canais de venda e o interesse pela otimização dos investimentos feitos nos pontos-de-venda impulsionam os varejistas em direção à constante busca de alternativas para o aumento das receitas.

A tendência é que os serviços se tornem tão importantes dentro da estratégia de negócios das redes de varejo a ponto de justificar o desenvolvimento de operações fora das lojas de origem. Desenvolvendo serviços não necessariamente atrelados aos produtos que vendem nas lojas, como financiamentos, seguros e transporte, as redes varejistas ampliam sua atuação junto ao seu público, tornam-se mais atraentes e, com investimentos moderados, criam soluções mais completas e cômodas para o consumidor.

Consumidor quer: compromisso social e sustentávelEstratégia varejista: projetos sociais e “verdes”, comunicação/imagem

Pesquisas apontam que os consumidores consideram, cada vez mais, no momento da compra o compromisso ambiental e social das empresas. Tais conceitos, que podem ser aplicados tanto na fabricação de produtos orgânicos, na priorização de processos produtivos sustentáveis, e na ambientação do ponto-de-venda, contribuem para a geração de um valor intangível para a marca.

Projetos relacionados à sustentabilidade, reciclagem de produtos, utilização de materiais reciclados, utilização de sistemas de geração de energia renovável, oferta de produtos green e saudáveis, entre outros, além de projetos sociais são exemplos de como os varejistas podem aplicar tais conceitos.

Além de uma importante estratégia de imagem, as práticas de reciclagem e preservação do meio ambiente vêm ao encontro de uma busca natural das empresas neste momento por redução de custos.

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