ideias de negocios

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ALGUMAS IDEIAS DE NEGOCIOS Os mercados que oferecem boas oportunidades para quem quer aproveitar o crescimento econômico do país e abrir o próprio negócio. Os investimentos variam de R$ 18 mil a R$ 2,2 milhões. 1. Ideias de negócios na área de Tecnologia R$ 1.000.000,00 32. Pagamento Digital Equipamentos e Instalações - R$ 900.000 (cinco computadores, servidor, internet banda larga, linha telefônica, móveis de escritório, softwares, gerador, data center, terceirização de criação de módulos de sistemas). Capital de Giro – R$ 100.000 Faturamento Médio Mensal – R$ 50.000 Funcionários – 5 (o dono e 4 especialistas em software e hardware). Prazo de Retorno – 36 meses ARMINDO FREITAS MOTTA JR. – DONO DA WAPPA A empresa planeja crescer 100% neste ano como expansão do sistema de pagamento via celular. O mercado de pagamento de contas por celular ainda é pouco explorado e muito promissor. Ainda sem uma tecnologia dominante, quem apresenta soluções eficazes ganha espaço rapidamente. É o caso da WAPPA, de São Paulo, que faturou R$ 15 milhões em 2009 e planeja crescer 100% neste ano. Seu

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ALGUMAS IDEIAS DE NEGOCIOS

Os mercados que oferecem boas oportunidades para quem quer aproveitar o crescimento econômico do país e abrir o próprio negócio. Os investimentos variam de R$ 18 mil a R$ 2,2 milhões.

1. Ideias de negócios na área de Tecnologia

R$ 1.000.000,00

32. Pagamento Digital

Equipamentos e Instalações - R$ 900.000 (cinco computadores, servidor, internet banda larga, linha telefônica, móveis de escritório, softwares, gerador, data center, terceirização de criação de módulos de sistemas).

Capital de Giro – R$ 100.000

Faturamento Médio Mensal – R$ 50.000

Funcionários – 5 (o dono e 4 especialistas em software e hardware).

Prazo de Retorno – 36 meses

ARMINDO FREITAS MOTTA JR. – DONO DA WAPPA

A empresa planeja crescer 100% neste ano como expansão do sistema de pagamento via celular.

O mercado de pagamento de contas por celular ainda é pouco explorado e muito promissor. Ainda sem uma tecnologia dominante, quem apresenta soluções eficazes ganha espaço rapidamente. É o caso da WAPPA, de São Paulo, que faturou R$ 15 milhões em 2009 e planeja crescer 100% neste ano. Seu principal produto atende uma prosaica necessidade corporativa: o controle das corridas de táxis de empregos.

SAIBA MAISA WAPPA começou a desenvolver seus projetos em 2002. Em princípio, criou a tecnologia de olhos nos clientes de tíquetes-refeição. Não conseguiu explorar esse nicho. O empresário Armindo Freitas Motta Jr., 31 anos, afirma que o conceito era muito novo para implantar o sistema em um mercado tão grande e complexo. “Era preciso ter uma rede credenciada muito extensa. Além disso, as pessoas tinham certo apego à cultura do cheque físico”, lembra.

Um produto derivado para pagamento de táxis acabou por se revelar a grande oportunidade. “É um mercado que movimenta R$ 1 Bilhão por ano. Muitas empresas

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têm problemas para controlar boletos e vouchers”, diz Motta Jr. O sistema atribui um crédito por funcionário ou centro de custo e permite o pagamento via celular em 80 cidades de 24 estados. O gestor pode acompanhar em tempo real as transações.” A transparência chega a gerar 40% de economia para os clientes”, afirma o dono da WAPPA.

Para iniciar um empreendimento na área, Motta Jr. Afirma que o grande investimento deve ser feito no desenvolvimento do sistema e da estrutura de apoio, com servidores, data center e terminais. O serviço de programação pode ser terceirizado, mas a equipe de operação e manutenção tem de ser própria.

2. Ideias de negócios na área de Agronegócios

R$ 1.000.0001.Defensivos Verdes e Controle Biológico

Equipamentos e Instalações – R$ 700.000 (rotulagem, frascaria, liofilizadores, secadores, dosadores, equipamentos para medição e análise de princípios ativos e logística de distribuição)Capital de Giro – R$ 300.000Faturamento Médio Mensal – R$ 100.000Funcionários – 9 (o dono, 1 químico, 1 toxicologista, 1 engenheiro de produção e 5 técnicos químicos)Prazo de Retorno – 48 meses

DANILO PEDRAZZOLI, SÓCIO DA BUG:

A empresa paulista fatura R$ 6 milhões com o controle biológico de pragas feito por microinsetos e pequenos vermes.

A substituição dos agrotóxicos por inseticidas e fungicidas naturais se revela um dos nichos que mais crescem no agronegócio. Segundo estimativas da Assosciação Brasileira de Controle Biológico (Abcbio), a área de defensivos sustentáveis se desenvolve ao ritmo de 20% ao ano. “O segmento já representa cerca de 2% de um mercado que movimenta R$ 12 Bilhões no Brasil”, afirma Ari Gitz, presidente da entidade.Uma das primeiras empresas a apostar no novo conceito, a Bug, de Piracicaba, interior de São Paulo, hoje colhe os frutos plantados em 1999. A companhia fatura R$ 6 milhões e registrou um crescimento de 400% nos últimos três anos. Para 2010, a estima um salto de 40% nos negócios. Há dez anos, quando os sócios Danilo Pedrazzoli,

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34 anos, e Diogo Carvalho, 36 anos, começaram o empreendimento, a ideia de usar insetos desenvolvidos em laboratório para combater pragas poderia parecer mais uma utopia ecológica. Ainda estudantes de pós-graduação da escola superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo, os dois iniciaram as pesquisas que deram origem à Bug. Foram quatro anos de desenvolvimento e o registro de diversas patentes até conseguirem produtos viáveis para o uso em larga escala.

Nas instalações de Piracicaba e de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, a Bug produz mais de 3,8 bilhões de microvespas da espécie Trichogramma galloi por mês para proteção da cana-de-açucar. “Nosso maior desafio ainda é vencer a cultura do agrotóxico. Imagine tentar convencer um fazendeiro de que ele pode usar um minúsculo inseto para acabar com as pragas e que isso irá resultar em ganhos de saúde, qualidade e custos? diz Pedrazzoli.

O controle biológico veio salvar a lavoura de uma invasão inesperada: nas culturas de soja e algodão transgênicos, modificados geneticamente para serem resistentes às pragas, algumas espécies inofensivas acabaram por se tornar parasitas. Devido à falta de pesquisas não há defensivos químicos eficientes. “A Bug produz uma parasitoide que consegue proteger essas plantações”, diz o empresário.

No mercado de defensivos verdes, além do controle biológico, os produtos orgânicos também estão em alta. Antiparasitas naturais têm formulação baseada em extratos vegetais de baixa toxicidade. Um dos mais difundidos vem da Índia: fungicidas e inseticidas feitos com o óleo extraído da semente da planta nem (Azadirachta indica) revelam-se eficientes contra grande parte das pragas. A Bioneem, de Itinga, em Minas Gerais, pesquisa há mais de 15 anos as propriedades da indiana nem. Hoje domina todo o ciclo da produção de defensivos verdes, desde a plantação. Seus inseticidas e fungicidas têm certificação orgânica da francesa Ecocert. “Nosso faturamento gira em torno de R$ 1,8 milhão e em 2010 vamos crescer pelo menos 20%, afirma a sócia Sueli Rodriguez, 40 anos.

Quem pensa em entrar na área tem de estar preparado para cumprir as exigências dos órgãos reguladores, como o Ministério da Agricultura e a Anvisa. É preciso, por exemplo, contratar um químico responsável e um toxicologista. O investimento compensa pelo potencial de mercado: o número de empresas é pequeno – cerca de 40, segundos a Abcbio - e a demanda de orgânicos crescer a cada ano. Devido ao alto nível de especialização, uma boa maneira de entrar no segmento é firmar parcerias com centros de pesquisa e incubadoras de biotecnologia.

3. Ideias de negócios na área de Logística

R$ 90.00021. Transporte de Pequenos Volumes

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Equipamentos e Instalações – R$ 45.000 (armazém para carga seca, carrinhos, paleteira, empilhadeira, sistema de gestão, sem os veículos).Capital de Giro – R$ 45.000Faturamento Médio Mensal - R$ 90.000Funcionários – 7 (o dono, 2 ajudantes de armazém, 1 conferente, 1 administrativo, 1 operacional e 1 vendedor)Prazo de Retorno – 24 meses

EDSON FRANCISCO ROSA, DA HERSON TRANSPORTES:

Faturamento anual de R$ 2,5 milhões apenas com pequenos volumes.

Com 22 anos de atuação na área de transportes de pequenos volumes, o empresário Edson Francisco Rosa, 43 anos, dono da Herson Transportes, de São Paulo, afirma que a melhor maneira de divulgar a empresa nesse ramo é bater de porta em porta, pedir uma oportunidade e oferecer o serviço. Foi assim que ele arregimentou clientes gigantes como Unilever e Vigor, que o ajudaram a faturar R$ 2,5 milhões em 2009, 10% a mais que no ano anterior. Hoje, a Herson conta com uma frota de 35 veículos, entre carros, carretas e caminhões de pequeno a grande porte. “Mas quem quer começar no ramo do transporte e distribuição de cargas não deve se preocupar com o tamanho da frota, pelo menos no início”, recomenda Rosa. O ideal é alugar os veículos.

É possível principiar a operar com um caminhão de grande porte para coletar pelo menos 12 toneladas de produtos, além de dois menores para volumes menos ambiciosos e duas vans para distribuir as cargas pela cidade. Os serviços de caminhoneiros terceirizados custam entre R$ 300 e R$ 500 por dia e o aluguel de vans e kombis gira em torno de R$ 180, também por dia.

Antes de alugar a frota, porém, é preciso tirar a licença de transportadora na Agência Nacional de Transportes Terrestres e contratar um seguro obrigatório de carga RCTR C, que custa R$ 80 e pode demorar de três a cinco dias úteis para sair. De acordo com Rosa, é preciso cuidado especial com a segurança. Quem optar pelo transporte de produtos considerados de alto valor deve usar rastreador e sensores nos carros e caminhões. “Não existe uma regra básica para estipular o preço dos contratos”, diz Rosa. “Alguns calculam por viagem, outros estipulam valores mensais e há quem cobre por quilo ou baseado no valor da mercadoria.” Independentemente da modalidade escolhida, para vencer nesse mercado é preciso ter agilidade para executar os serviços de acordo com as exigências dos clientes. “É necessário ter flexibilidade para se adaptar às necessidades de cada um”. Afirma.

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4. Ideias de negócios na área da Educação

R$ 80.00014. Ensino Profissionalizante

Equipamentos e Instalações – R$ 60.000 (sede com duas salas para aulas, quadro, data show, cadeiras, computadores e móveis de escritório)Capital de Giro – R$ 20.000Faturamento Médio Mensal – R$ 25.000Funcionários – 3 (o dono e 2 administrativos)Prazo de Retorno – 24 meses

ÂNGELA CLARA CORREA, FUNDADORA DA UNIRE

A escola profissionalizante, que tem um faturamento anual de R$ 1,2 milhão, espera crescer 30% ao ano até 2015.

Apenas a Copa do Mundo de 2014 tem potencial de gerar 3,6 milhões de empregos no Brasil de acordo com pesquisa FGV Projetos encomendada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Os postos de trabalho rolarão principalmente por três campos: construção civil, turismo – que inclui hotelaria e gastronomia – e marketing. A Olimpíada de 2016 deve incrementar esses números em mais 900 mil novas ocupações a partir deste ano até o início dos jogos.

Emprego em alta é sempre boa noticia, mas a demanda será maior por trabalhadores especializados. Com números tão expressivos, o setor de dedução prevê uma corrida aos cursos profissionalizantes. Com 15 anos de experiência no segundo, a Unire Desenvolvimento Humano, de São Paulo, planeja lançar em março programas de treinamento específicos para a demanda trazida pelos eventos internacionais. São cursos de camareiras e garçons, nos quais, além do ensino das funções profissionais, os alunos receberão aulas de inglês para atendimento de estrangeiros. “É uma qualificação que fará diferença”, afirma Ângela Clara Correa, 49 anos, presidente do grupo. A escola, que fatura hoje R$ 1,2 milhão ao ano, planeja crescer 30% a cada 12 meses até 2016, impulsionada pelas competições.A Unire começou em 1993 como uma escola para babás. Aos poucos, passou a diversificar sua grade de ensino à demanda por cursos profissionalizantes. Hoje a instituição oferece 27 programas de formação, que abrangem de recreadores infantis a confeiteiros. Em média, 800 alunos passam por mês pelas salas das quatro unidades do grupo.

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Em 2010, a Unire pretende lançar seu sistema de franquias. “Há tempos somos procuradores para entrar nesse modelo. Agora é o momento”, diz Ângela. Para ela, quem deseja aproveitar a onda da Copa e da Olimpíada precisa investir em um método de ensino personalizado e desenvolver material didático apropriado. O quadro de professores pode ser terceirizado, mas apostilas e outros itens de aula devem ser de propriedade da marca. A divulgação da escola também é fator essencial para a progresso do negócio. “No nosso segmento, marketing não é custo, e sim investimento”, afirma a empresária.

5. Ideias de negócios na área de Beleza

R$ 30.0006.Cosméticos Orgânicos

Equipamentos e Instalações – R$ 20.000 (máquinas de envasamento, misturadora, equipamentos de análise microbiológica, embalagens. Não inclui aluguel e manutenção de estoque).Capital de Giro – R$ 10.000Faturamento Médio Mensal – R$ 10.000Funcionários – 4 (o dono e 3 empregados)Prazo de Retorno – 36 meses

MARCOS CARAM, DONO DA MAGIA DOS AROMAS

A certificação orgânica ajudou na distribuição dos cosméticos em 37 pontos do país.

Quem quer começar um negócio no setor de beleza conta com uma vantagem: o capital inicial exigido é relativamente baixo. No caso de cosméticos orgânicos, o maior investimento a ser feito é na certificação. Um selo de orgânico com reconhecimento internacional ajuda a abrir portas de mercados estrangeiros, redes de varejo e atrair consumidores como o apelo de qualidade controlada.

Pequena fabricante de Botucatu, interior paulista, a Magia dos Aromas, mesmo sem gastar em publicidade, consegue distribuir seus cosméticos certificados pelo Instituto Biodinâmico (IBD) em 37 pontos no país. As vendas são feitas direto com os representantes e por meio do site. “O selo do IBDcria um diferencial e é um grande apelo para os produtos. Lançamos nossa primeira linha em 2006 e mantemos um crescimento de 15% a cada 12 meses”, afirma Marcos Caram, 49 anos, dono da Magia dos Aromas. A empresa fabrica hidratantes, cremes, loções e sabonetes à base de

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óleos de plantas amazônicas. São 2 mil unidades por mês e um faturamento de R$ 110 mil ao ano. A receita é enxuta, porém segura: “Quem procura cosméticos certificados é fiel ao conceito e compra com regularidade”, diz Caram.

SAIBA MAISEm outra ponta do segmento, uma das marcas mais conhecidas do mercado brasileiro de cosméticos orgânicos, a Surya, fabrica 350 mil itens por mês com certificação da francesa Ecocert. A empresa exporta metade de sua produção. Os outros 50% são distribuídos em lojas especializadas e redes de varejo, como o Pão de Açúcar. Os 3 mil clientes da companhia geraram um faturamento de R$ 15 milhões em 2009. O início da marca foi ainda mais modesto que o da fábrica de Botucatu. “A Surya começou em 1995, com a venda de hena em pó importada da Índia. Eu batia de porta em porta para oferecer o produto”, afirma Clélia Cecília Angelon, 52 anos, fundadora da empresa. Para iniciar um negócio na área, as regras básicas são adequar-se às normas das certificadoras e montar uma rede de fornecedores com selo orgânico. “Um empreendimento de pequeno porte precisa de dez a 12 produtores para obter a matéria-prima necessária”, diz Caram, da Magia dos Aromas.

Mesmo se a produção for terceirizada, a rede de fornecedores tem de ser criada pela marca. Os agricultores podem ser encontrados com ajuda das próprias certificadoras. “Nós auxiliamos pequenos produtores locais a adotar os procedimentos do IBD para nos vender a matéria-prima”, afirma Caram.

US$ 1 BILÃO POR ANOA cifra corresponde ao crescimento médio do mercado mundial de cosméticos orgânicos e naturais estimada pela organização internacional Organic Monitor.

MAIS DE 10%É quanto o setor cresceu, em média, nós últimos 14 anos, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos.

6. Ideias de negócios na área de Esportes

R$ 50.00017. Agência de Marketing Esportivos

Equipamentos e Instalações – R$ 30.000 (central telefônica com ramais 2 notebooks 4 computadores, sala de reuniões e servidores)Capital de Giro – R$ 20.000

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Faturamento Médio Mensal – R$ 50.000Funcionários – 4 (o dono e 3 empregados)Prazo de Retorno – 18 meses

EDUARDO MORATO, FUNDADOR DA OFF FIELD:

“Abri a agência no quarto de empregada de minha casa há três anos. Hoje minha empresa fatura R$ 4 milhões.

Eduardo Morato, 36 anos, fundador da agência paulista especializada em futebol Off Field vibra com as perspectivas para 2010: “Neste ano vamos ter um salto de 180% em nosso faturamento de R$ 4 milhões registrado em 2009”. Morato montou a Off Field há pouco mais de três anos, de olho nos grandes campeonatos de futebol. Seu modelo de negócio baseia-se em encontrar formas interessantes de exposição para as empresas em times e eventos esportivos. “Existem poucas agências especializadas no esporte. Vi a oportunidade e mergulhei de cabeça. Já levamos a Suvinil para o Palmeiras e a Batavo para o Corinthians”, diz.

Morato conta que começou sozinho. Hoje tem 20 funcionários. “Abri a Off Field no quarto de empregada de minha casa “, diz. Na visão dele, quem pensa em iniciar um negócio na área pode dispensar os altos investimentos em infraestrutura. “Marketing é serviço. O segredo é o net working, ou seja, a rede de contatos. Não vendemos produtos e sim soluções”, afirma. “Por isso, pode-se abrir um escritório apenas com um computador e uma linha telefônica.”

Trajetória parecida percorreram os ex-pilotos de Stock Car e companheiros de equipe, Vicente Siciliano, 41 anos, e André Duek, 36 anos, que decidiram manter a parceria quando deixaram as pistas. Em 2004 fundaram, em São Paulo, a Siciliano Duek, agência especializada em marketing para esportes a motor. A empresa trabalha com promoção de campeonatos, eventos, gerenciamento de carreiras e até produção de programas de TV. Embora não se beneficie diretamente da Copa do Mundo, a Siciliano Duek aproveita a carona no crescimento da visibilidade esportiva do Brasil. “O país hoje sedia etapas das três principais categorias automobilísticas mundiais, a Fórmula 1, a Fórmula Indy, que faz sua estreia em 2010, e a FIA GT1, de carros turismo, da qual somo os representantes”, diz Duek. Neste ano, a empresa espera dobrar de tamanho e faturar R$ 5 milhões. A quem pretende investir na área, ele deixa uma dica: o empreendedor tem de conhecer muito o esporte no qual deseja apostar.

SHOW DOS BILHÕESEstudo da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (ABDIB) estima que os investimentos diretos para a Copa do Mundo de 2014 vão alcançar R$ 100 bilhões.

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NATUREZA MILIONÁRIASegundo a Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e de Turismo de Aventura (Abeta), o setor movimenta R$ 490 milhões por ano.

7. Ideias de negócios na área de Fitness

R$ 400.000 19. Academia para a Classe C

Equipamentos e Instalações - R$ R$ 300.000 (27 equipamentos para diferentes grupos musculares, 6 esteiras, 6 bicicletas, linha telefônica e computador com internet) Capital de Giro - R$ 100.000 Faturamento Médio Mensal - R$ 20.000 Funcionários - 15 (o dono, 6 professores formados, 3 recepcionistas, 2 serviços gerais e 3 estagiários) Prazo de Retorno: 48 meses

LUCRO NO SUBÚRBIO

Dono de seis academias no Rio de Janeiro, Mário Vilas Boas ganha mais na zona norte do que em Botafogo

A classe C chegou às academias. De acordo com Ricardo Abreu, diretor da Associação Brasileira de Academias, quem quiser apostar no setor de fitness em 2010 deve pensar em endereços de bairros populares, com boa infraestrutura e preços acessíveis.

Veterano na área, o empreendedor Mário Vilas Boas, 51 anos, desde 1984 acompanha a evolução desse mercado. Hoje está à frente de seis academias nos mais diferentes bairros do Rio de Janeiro, inclusive no subúrbio. Na zona sul, cobra mensalidades de R$ 116. Já na zona norte, apenas R$ 45. Basta analisar a realidade dos negócios de Vilas Boas para identificar o atual momento do setor. Enquanto a academia Upgrade, de Botafogo, cresceu 20% nos últimos cinco anos, a Tônus, de Rocha Miranda, na zona norte, fechou 2009 com crescimento em torno de 60%. O número de alunos em Rocha Miranda chegou a 800 e o faturamento anual a R$ 450 mil. Para 2010, a meta é crescer pelo menos 10%. “Existe uma demanda reprimida por academias nas classes mais baixas”, afirma Waldyr Soa¬res, presidente da Fitness Brasil e especialista no setor.

Embora a procura seja grande por endereços voltados à classe C, alcançar o sucesso nesse nicho de mercado exige cuidado. Na visão de Vilas Boas, é essencial fazer uma pesquisa minuciosa do bairro e tentar conhecer os hábitos dos consumidores. “Sem identificar as características do público-alvo, não dá para fazer o cálculo exato do valor das mensalidades e nem mesmo determinar o tipo de equipamento que será comprado”, afirma. “Ficar atento ao valor do aluguel e do IPTU também é importante

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para oferecer uma condição satisfatória aos clientes.” Paralelamente, é preciso investir forte em promoções, porque sem desconto não é possível negociar com esse público.

Vilas Boas, por exemplo, implementou diversos projetos de divulgação na academia Vista Alegre, localizada na Ilha do Governador, como a concessão de descontos para os alunos da terceira idade que frequentarem as aulas com o logotipo da rede estampado na camiseta e na toalha. “Fizemos, ainda, parceria com taxistas: um adesivo da empresa no carro em troca de anuidade grátis. Já estamos em quase 400 carros”, diz. Outra ferramenta de divulgação muito eficiente, segundo o empresário, é a realização de eventos como caminhadas, corridas e passeios ciclísticos. Oferecer horários promocionais, como o período do almoço, também ajuda a fisgar clientes.

8. Ideias de negócios na área de Turismo

R$ 50.000 43. AGÊNCIAS DE TURISMO RECEPTIVO

Equipamentos e Instalações - R$ 10.000 (2 computadores com sistema de gestão e operação de agências de viagem, site em inglês e português, internet e telefone) Capital de Giro - R$ 40.000 Faturamento Médio Mensal - R$ 50.000 Funcionários - 4 (o dono, 1 operador, 1 financeiro e 1 office-boy) Prazo de Retorno - 24 meses

DANILO FRANCO RONDINELLI, DONO DA TERRA MUNDI

Roteiros customizáveis para lugares remotos são o carro-chefe da agência, que faturou R$ 10 milhões em 2009

O número de estrangeiros que escolhe destinos brasileiros para passar férias não excede a 5 milhões, de acordo com um levantamento da Associação Brasileira de Agentes de Viagem (Abav). Mas a situação deve mudar. De acordo com Leonel Rossi Junior, diretor da entidade, a expectativa é de que essa quantidade dobre nos próximos cinco anos, com um programa mais efetivo de divulgação do potencial turístico do Brasil no exterior. Com o cenário positivo e a visibilidade que o país vem recebendo com a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, as agências de turismo receptivo ganham destaque.

SAIBA MAISFundada há 30 anos por Salvador Saldine, 58 anos, a Brazilian Summer, agência especializada em recepção de estrangeiros, cresceu 10% em 2009, alcançando um faturamento de cerca de R$ 2,5 milhões. Segundo Saldine, o trabalho é abrangente, exige mão de obra especializada e

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bom conhecimento do mercado.

As agências receptivas são responsáveis pelos turistas desde o desembarque até o check-in da volta. Por isso, têm de estar preparadas para organizar excursões, agendar hotéis, alugar carros e resolver problemas como roubos de passaportes. Para conseguir atrair um maior número de turistas, é preciso um excelente relacionamento com as operadoras de viagens do exterior. “O segredo é formar uma boa rede de confiabilidade”, afirma Saldine. Feiras e eventos internacionais do setor são ótimos locais para cultivar relacionamentos. Um site em diversos idiomas também ajuda na divulgação da empresa.

9. Ideias de negócios na área de Moda

R$ 98.000 24. SAPATOS CUSTOMIZADOS

Equipamentos e Instalações - R$ 48.000 (máquinas para pranchar, cortar, pespontar e uma mesa de corte instaladas em uma área mínima de 60 metros quadrados) Capital de Giro - R$ 50.000 Faturamento Médio Mensal - R$ 100.000 (200 pares/mês) Funcionários - 8 (o dono, 1 estilista, 2 controle de qualidade, 2 vendedores, 1 recepcionista e 1 serviços gerais) Prazo de Retorno - 24 meses

JULIANA ZAGO, DA WHO'S:

calçados de até R$ 620 garantiram um crescimento de 30% em 2009, o que representou faturamento de R$ 800 mil

Mulheres que amam sapatos não são difíceis de encontrar. Mas poucas transformam essa paixão em lucro, como Juliana Zago, 34 anos, uma das sócias da Who’s, grife especializada em calçados sob medida. Em 2002, com R$ 4 mil emprestados pelo pai, Juliana iniciou a fabricação de modelos desenhados por ela e vendidos em lojas de luxo de São Paulo. Quatro anos depois, a Who’s já produzia para 60 marcas de todo o Brasil. A venda para terceiros continuou alta, mas a demanda por produtos customizados chamou a atenção. “As pessoas entravam e perguntavam se podía¬mos fazer determinado modelo em um tamanho específico”, lembra. Passou, então, a fabricar sob medida, meio ponto e até a transformar sapatos das mães em sapatilhas para as filhas. Hoje, a terceirização representa 30% do faturamento, enquanto a marca própria e os customizados ficam com o restante da receita, que cresceu 30% em 2009, alcançando R$ 800 mil.

SAIBA MAISPara conquistar um espaço nesse universo marcado pela exclusividade, Juliana afirma que o principal é a criatividade. “Não adianta copiar o que já está sendo feito. Os consumidores exigem uma identidade e pagam por isso”, afirma. “O preço dos

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calçados customizados gira em torno de R$ 620, cerca de 50% a mais que os de linha.” Para divulgar a marca, ela participa das pequenas feiras do setor, com público mais seleto. “Esse não é o tipo de produto que chama a atenção do consumidor de massa, daí a necessidade de investir em ações mais dirigidas”, diz.

A empreendedora observa que é essencial investir em uma boa variedade de modelos por coleção. “A concepção da linha e os modelos pilotos devem ser desenvolvidos dentro da própria empresa, para garantir a identidade das peças”, afirma Juliana. “Já a produção pode ser terceirizada”. Uma das principais dificuldades de quem quer iniciar um negócio na área é encontrar mão de obra especializada para fabricação de calçados sob medida. Para driblar o problema, é importante conversar com fornecedores e profissionais do setor para descobrir onde estão os sapateiros talentosos. “Quando descubro algum, recruto para trabalhar em um dos ateliês”, diz.

10. Ideias de negócios na área de Biotecnologia

R$ 80.000 9. Produtos de Limpeza Biossustentáveis

Equipamentos e Instalações - R$ 30.000 (misturadora, tanque de 5 mil litros, tanque aquecido, envasadora, estoque inicial, software de gestão) Capital de Giro - R$ 50.000 Faturamento Médio Mensal - R$ 50.000 Funcionários - 15 (o dono, 1 financeiro, 1 vendas, 1 comercial, 1 encarregado de produção, 10 na produção) Prazo de Retorno - 24 meses

BECKY WELTZIEN, SÓCIA DA CASSIOPÉIA,

fabricante de produtos de limpeza biodegradáveis: “A meta é crescer 20% em 2010”

A preocupação com o futuro ambiental do planeta se transformou no centro das atenções de empresas e consumidores na última década. Em Jarinu, região da Grande São Paulo, a Cassiopéia, fabricante de produtos de limpeza biodegradáveis, antecipou o movimento e desde os anos 1980 trabalha de olho na preservação do meio ambiente. Becky Weltzien, 38 anos, assumiu a empresa fundada pelo pai na década de 90 e prevê que 2010 será muito bom para o setor. “Hoje a preocupação ambiental não é mais uma opção, é uma tendência”, diz. Depois de faturar R$ 2,2 milhões em 2009, com produtos de limpeza à base de aloe vera orgânica, óleos vegetais, corantes naturais e óleos essenciais, Becky espera um crescimento de 20% no próximo ano.

Apesar do desempenho atraente, Becky ainda hoje se considera uma desbravadora do

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mercado. A cada venda é preciso explicar por que os produtos são diferentes e não agridem o meio ambiente. Segundo ela, a melhor divulgação é o boca a boca. Para alavancar as vendas, as empresas precisam investir em uma boa campanha, com participação em feiras, ações no ponto de venda e na internet. A distribuição das linhas também exige cuidado especial. Embora tenha espaço nas grandes redes de supermercados, é mais vantajoso para quem quer começar no ramo trabalhar com empórios e pequenas lojas, pois a negociação de preços tende a ser mais fácil. Isso porque os produtos biodegradáveis são, em média, 30% mais caros em relação aos químicos convencionais.

O público consumidor desse tipo de produto está disposto a pagar mais — e a exigir também. Por isso é importante buscar certificações que assegurem o método de fabricação, como o selo do Instituto de Biodinâmica (IBD), impresso em toda a linha fabricada pela Cassiopéia. Outro cuidado é com a escolha de fornecedores. Para se ter uma ideia da dificuldade, a Cassiopéia tem plantação própria de aloe vera, uma das suas principais matérias-primas, ao redor da fábrica.

11. Ideias de negócios na área de Segurança

R$ 180.000 30. ALUGUEL DE CARROS BLINDADOS

Equipamentos e Instalações - R$ 150.000 (1 carro blindado, escritório com computador, acesso à internet, fax, mesa, cadeira e linha telefônica) Capital de Giro - R$ 30.000 Faturamento Médio Mensal - R$ 15.000 Funcionários - 2 (o dono, 1 motorista) Prazo de Retorno - 36 meses

ROBERTO NEVES LOUREIRO, DA AGÊNCIA DE LOCAÇÃO CLASSE A:

“Na esteira do aumento da demanda por carros blindados, espero crescer 40% em 2010

Há nove anos no mercado, a Classe A Turismo, do Rio de Janeiro, agência especializada em locação de carros blindados, atravessou 2009 longe da crise. Fechou o ano passado com um crescimento de 70% no faturamento, que somou R$ 400 mil. O cenário futuro é promissor. Com a escolha do Brasil como sede de grandes eventos esportivos internacionais, a procura por esse tipo de serviço só tende a aumentar. “Pretendo ampliar a frota e crescer pelo menos mais 40% em 2010”, diz Roberto Neves Loureiro, 41 anos, dono da empresa, que opera com um Ômega e um Ford Fusion blindados.

Segundo Loureiro, é possível começar no ramo com um único veículo. De preferência um Ômega blindado, na faixa dos R$ 140 mil, um carro espaçoso e muito procurado

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pelos clientes. A diária do aluguel de um Ômega sai por R$ 1.200 e a de um Ford Fusion, em torno de R$ 800. “Se o cliente pedir mais de uma locação ao mesmo tempo, o caminho é fazer parcerias com outras empresas. Um ajuda o outro”, afirma Loureiro. “Por isso, um bom relacionamento com os concorrentes é muito importante.” Ele observa, entretanto, que antes de investir na compra do veículo novo, é necessário fazer uma análise da cidade onde se pretende atuar e projetar a demanda para o primeiro ano de atividade. Isso porque a desvalorização de carros blindados é muito maior que a de veículos normais.

O mercado de blindados é bastante fechado. Um novato precisa ter paciência e tempo para conquistar a confiança das empresas e firmar parcerias, segundo Loureiro. Sem contar que abrir uma empresa no setor requer autorização do exército e certificado de blindagem.

12. Ideias de negócios em diversos Setores

R$ 20.000 45. ORGANIZAÇÃO DE FESTAS E EVENTOS

Equipamentos e Instalações - R$ 15.000 (aluguel do espaço, mobiliário, computador, notebook, linha telefônica, internet banda larga, celular, nextel, equipamento fotográfico e de filmagem) Capital de Giro - R$ 5.000 Faturamento Médio Mensal - R$ 15.000 Funcionários - 2 (o dono e 1 ajudante) Prazo de Retorno - 12 meses

O mercado de eventos e festas costuma oscilar com o ritmo econômico. As boas perspectivas de crescimento do PIB brasileiro e os investimentos bilionários para a Copa do Mundo e as Olimpíadas devem funcionar como combustível para novos negócios a partir de 2010. De acordo com dados da Associação Brasileira de Empresas de Eventos, pequenos e médios empreendimentos representam 90% do setor. É o caso da agência Cíntia Quinália, criada no fim de 2008, em São Paulo. Com os eventos internacionais e o cenário econômico favorável, a organizadora espera manter um crescimento médio de 10% ao ano. É uma estimativa conservadora. “O negócio vem prosperando mais rápido do que pensei. Estamos em janeiro e já temos contratos que equivalem a 21% do total de festas realizadas em 2009”, afirma Cíntia Quinália, 39 anos, sócia da consultoria junto com sua sobrinha Gabriela Quinália, 28 anos.

Elas trabalham sozinhas na consultoria e no planejamento de eventos e festas. Todo o trabalho extra é terceirizado. São dezenas de fornecedores, entre bufês, gráficas, locadoras de móveis e de equipamentos para reuniões e serviços diversos. É um grupo de empresas em que confiam e que foram formando desde o início dos negócios. A Cíntia Quinália realiza uma média de 12 eventos por mês, o que garantiu um faturamento de R$ 190 mil no ano passado. “Em 2010, queremos expandir nossa atuação nos eventos corporativos. É um filão que paga mais. Nossa maior fatia de mercado ainda é dos casamentos”, diz Cíntia.

A estrutura da agência sempre foi enxuta. Os únicos grandes investimentos iniciais ficaram por conta de máquinas de filmagem e fotografia. “Aconselho a quem pensa em entrar no ramo a

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ter seu próprio conjunto de equipamentos”, afirma Cíntia. “Quem decide alugar corre o risco de, em casos emergenciais, ter de cancelar um trabalho ou só conseguir câmeras inadequadas para cobrir uma celebração.” Cíntia considera importante também conhecer previamente os fornecedores e formar uma lista de parceiros confiáveis. “Se puder, teste os serviços antes para evitar surpresas mais tarde.”

Nos planos de médio prazo, as empresárias querem abrir escritórios em outras capitais. Os próximos anos, contudo, serão dedicados a consolidar a atuação em São Paulo. “A capital paulista é uma prova de fogo. Quem consegue se estabelecer na metrópole ganha know-how para trabalhar em qualquer lugar no país”, afirma Cíntia.

Ela lembra aos aspirantes que é preciso preparar o espírito para trabalhar quase todos os fins de semana. “Sextas, sábados e domingos são os dias mais movimentados. Já aconteceu de fazermos cinco eventos em seguida em um único sábado”, diz. Todo o planejamento tem de ser feito com muito cuidado e antecedência. Os orçamentos em geral são enxutos e devem ser trabalhados com criatividade. “É um diferencial conhecer produtos e serviços diferentes ou inusitados. Nem sempre o mais luxuoso funciona melhor.” Cíntia lembra a quem deseja investir nesse mercado para não economizar na hora de montar um site: “Um portal informativo, bonito e inovador faz toda a diferença.”

13. Ideias de negócios na área de Econegócios

R$ 130.000 11. LIMPEZA VERDE

Equipamentos e Instalações - R$ 60.000 (2 aspiradores, polidora de piso, lavadoras automáticas de piso, enceradeira, furgão, máquina de limpeza a seco de carpete, sanitizantes certificados, móveis de escritório) Capital de Giro - R$ 70.000 Faturamento Médio Mensal - R$ 70.000 Funcionários - 21 (o dono e 20 empregados para limpeza) Prazo de Retorno - 24 meses

JADIR PECIN, DONO DA PRESTO CLEAN

A empresa se especializou no atendimento a prédios sustentáveis certificados pela Leed e espera dobrar o faturamento neste ano

Uma cadeia de serviços e materiais verdes vem se desenvolvendo com a tendência de construção de edifícios sustentáveis. A principal certificação internacional do setor, a Leed (Leadership in Energy and Environmental Design), concedida no país pela Green Building Council Brasil, apresentou um crescimento de 325% no número de solicitações em apenas três anos. Cerca de 200 projetos almejam ganhar a aprovação da entidade, contra 47 em 2007 e, em 2010, a estimativa é de 300 requerimentos.

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SAIBA MAISA limpeza ecológica é um dos nichos que vem ganhando mais destaque. Além dos novos prédios certificados, a Copa do Mundo e as Olimpíadas, marcadas para ocorrer em território nacional em 2014 e em 2016, também impulsionarão o mercado. Os comitês técnicos da FIFA e do COI recomendam que tanto os estádios de futebol quanto as edificações usadas nos jogos tenham atestado Leed, que exige sanitização sustentável.

Para obter o selo, a limpeza dos locais deve seguir critérios de baixo impacto ambiental e economia de recursos. De olho nesse mercado, a Presto Clean, de São Paulo, especializou-se em processos adequados às normas da certificação. “Em 2010, esperamos dobrar nosso faturamento atual de R$ 900 mil com o aumento do número de prédios verdes”, afirma Jadir Pecin, 30 anos, dono da empresa.

A Presto Clean investiu em treinamento para atender a Leed. Em 2009, tornou-se membro do Green Building Council Brasil. “Começamos a operar em 1999 e nos especializamos em limpeza de móveis e carpetes com uso de produtos biodegradáveis e sem água. Mas em 2010 vamos focar apenas em prédios sustentáveis”, diz Pecin. Com 70 funcionários, a Presto Clean deve ampliar em pelo menos 50% o quadro de empregados para atender à demanda crescente.

Quem pretende entrar nesse segmento provavelmente vai precisar da ajuda de um consultor para se adequar às normas Leed. “O trabalho é feito praticamente sem uso de água e, por isso, os funcionários precisam de treinamento especial”, afirma Pecin.

14. Boas ideias de negócios na área de pets

R$ 1.100.000 27. PET SHOP E HOTEL

Equipamentos e Instalações - R$ 1.000.000 (espaço de 1.000 metros quadrados adaptado para hotel, área de recreação com piscina e bolas, consultório com mesa, balança e medicamentos, banheira, mesa de secagem, secador, tesoura e acessórios para o centro de estética) Capital de Giro - R$ 100.000 Faturamento Médio Mensal - R$ 30.000 Funcionários - 7 (o dono, 2 para hotelaria, 1 veterinário, 1 especializado em banho e tosa, 1 serviços gerais e 1 atendente) Prazo de Retorno - 36 meses

CRISTINA TEIXEIRA GONÇALVES, DA VILA DOS CÃES 27 canis lotados desde agosto para a temporada de festas de final de ano de 2009

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Dos consultórios de dentistas para o universo dos animais de estimação. Foi esse o trajeto da empreendedora Cristina Teixeira Gonçalves, 41 anos, que fundou a Vila dos Cães, hotel e spa para cães, em julho de 2005. Dona de um terreno de 1.300 metros quadrados em Alphaville, na Grande São Paulo, a empresária inicialmente pensou em montar uma escola de mergulho no local. Mas uma análise da região fez com que mudasse de ideia. “Percebi que não havia nas redondezas um hotel para animais compatível com o poder aquisitivo dos moradores”, diz Cristina.

SAIBA MAISEscolher bem o ponto (com pesquisas de mercado e uma análise da região) antes de montar uma empresa de serviços diferenciados para cães é fundamental. Cristina percorreu esse caminho e obteve sucesso. A expectativa era lotar os dez apartamentos-canis em seis meses. “A procura foi tanta que em menos de um ano tive que ampliar a estrutura com mais oito canis”, afirma. Ela acredita que, apesar do alto número de pet shops no Brasil, existe uma demanda reprimida por serviços de qualidade, com tratamento diferenciado para pets. Na Vila dos Cães, por exemplo, os animais não ficam em gaiolas em nenhum momento. “Depois de tomar banho, o bicho volta para casa”, diz. Hoje a empresa conta com área de recreação, hotel com 27 canis, banho e tosa, centro de estética, clínica veterinária e uma butique pet shop, com roupas e artigos mais sofisticados para os animais, além de entrega em domicílio. Oferecer todos esses serviços ajuda a movimentar o negócio e a fidelizar a clientela. “Quando um animal chega ao hotel com algum problema, o encaminhamos para o veterinário. O dono não precisa procurar outro endereço”, afirma. “A variedade de produtos na loja também chama a atenção. Difícil alguém sair sem levar alguma coisa.”

Para atrair um público disposto a pagar até R$ 74 por uma diária, Cristina se apoia em ações de marketing na internet e na propaganda boca a boca. Colocar serviços como ofurô e banho de sais, por exemplo, é uma boa estratégia para gerar divulgação. A Vila dos Cães fechou 2009 com um crescimento de 20%, ultrapassando o faturamento de R$ 1 milhão. Quem deseja seguir os passos da empresária paulista deve estar consciente de que é preciso formar a própria mão de obra, investir no treinamente contínuo dos funcionários e inovar na oferta de serviços. E ainda: se a pet shop agregar uma clínica veterinária, é preciso ter um alvará da vigilância sanitária e um veterinário responsável, registrado no Conselho de Medicina Veterinária.

15.Ideias de negócios nas áreas de alimentação e bebidas

R$ 50.000 2. PRODUTOS COM FRUTAS AMAZÔNICAS OU DO CERRADO

Equipamentos e Instalações - R$ 30.000 (3 freezers expositores, geladeira, balcão refrigerado, forno e logística de transporte) Capital de Giro - R$ 20.000 Faturamento Médio Mensal - R$ 15.000 Funcionários - 5 (o dono e 2 empregados por turno) Prazo de Retorno - 24 meses

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DO CERRADO PARA A METRÓPOLE

O empresário Jean Haddad trouxe para São Paulo e Rio de Janeiro os sorvetes da Frutos do Cerrado e já abriu sete lojas em apenas dois anos

Mamacadela, umbu, cajá manga, taperebá, gabiroba e mais 50 sabores inusitados enfrentam, há dois verões, a monotonia do cartel morango, limão e chocolate que impera entre os picolés de São Paulo e Rio de Janeiro. Mais comuns nos sorvetes de massa, as frutas exóticas brasileiras, muitas naturais da Amazônia e do cerrado, começam a conquistar consumidores dos grandes centros urbanos também na versão palito. Uma das empresas que estão trazendo ingredientes naturais do Centro-Oeste para as capitais paulista e fluminense é a rede Frutos do Cerrado, criada em Goiânia, em 1996. Representante da marca em São Paulo e Rio de Janeiro, o sul mato-grossense Jean Haddad, 35 anos, abriu a primeira sorveteria da Frutos do Cerrado na Vila Mariana, bairro da zona Sul da capital paulista, ao lado de outro empreendimento seu, o restaurante Sobaria, especializado em pratos típicos de Campo Grande. “Moro em São Paulo há 17 anos e sempre achei que havia espaço na cidade para a culinária regional do cerrado”, afirma.

A novidade conquistou o paladar dos paulistanos. Tanto que Haddad teve o retorno do investimento na primeira loja da marca em seis meses. Passaram-se dois anos e ele já tem sete unidades: três em São Paulo, três no Rio de Janeiro e uma em Santos. Na capital paulista, o faturamento líquido conjunto das três sorveterias está na faixa de R$ 150 mil ao ano.

SAIBA MAISHaddad conta que o maior obstáculo para viabilizar a expansão do negócio foi o transporte dos sorvetes, produzidos nas três fábricas da Frutos do Cerrado (na capital goiana, em Campo Grande e em Uberlândia, no Triângulo Mineiro). “Quando tinha apenas uma loja eu terceirizava a logística. Mas depois de abrir mais seis, tive de criar meu próprio serviço de carga refrigerada para abastecer a rede”, afirma. Para ele, o investimento se justifica devido aos planos de crescimento da marca. “Minha meta é chegar a 12 sorveterias em São Paulo e dez no Rio de Janeiro, além de pontos em cidades do interior. Em 2010 vamos inaugurar pelo menos quatro novos endereços.”

Os sabores exóticos têm tido aceitação acima da esperada entre paulistanos e cariocas devido principalmente à qualidade do produto, que leva de 70% a 90% de polpa de frutas. Mas Haddad lembra aos interessados em investir no segmento que o negócio sofre os efeitos da sazonalidade. “No melhor momento do verão, chegamos a vender 50 mil picolés em um mês em nossa rede paulistana. O inverno, porém, derruba o movimento”, afirma. Por isso, é importante separar parte da receita da alta temporada para reforçar o capital de giro na baixa.

Haddad orienta o empreendedor iniciante a estudar o modelo de loja que deseja abrir: se quer

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apenas uma sorveteria ou deseja anexar um café ou área para lanches. A opção mais completa pode multiplicar por quatro a exigência de capital para abrir a unidade — ou seja, o valor chega a R$ 200 mil, devido aos custos com instalações mais amplas, equipamentos de cozinha e funcionários extras. O maior investimento, no entanto, é compensado pelo reforço no faturamento trazido pelas opções gastronômicas, como lanches, cafés, bebidas, sobremesas e pratos rápidos. “Essa receita ajuda a amenizar a queda de movimento nos meses mais frios”, afirma Haddad.

SABORES EXÓTICOS O Brasil produz 43 milhões de toneladas anuais de frutas, muitas exclusivas de regiões como o cerrado e a Floresta Amazônica. Segundo o Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), nos últimos oito anos as exportações cresceram em média 19% ao ano

PRODUTOS ORGÂNICOS Dados do Ministério da Agricultura mostram que o número de agricultores com certificação orgânica dobrou em oito anos

16. Ideias de negócios para a terceira idade

R$ 100.000 41. CASA DE REPOUSO

Equipamentos e Instalações - R$ 70.000 (imóvel com, pelo menos, cinco quartos, reformas, equipamentos médicos, cadeira de rodas, andarilho, maca, itens de farmácia, móveis sob medida e 10 leitos) Capital de Giro - R$ 30.000 Faturamento Médio Mensal - R$ 45.000 Funcionários - 8 (o dono, 2 enfermeiras, 2 técnicos de enfermagem, 2 cozinheiras e 1 faxineira) Prazo de Retorno - 36 meses

CÁSSIO SALAMA, PROPRIETÁRIO DA CASA DA VILA MARIANA

Espaços em estilo residencial, com tratamento mais próximo das hospedagens, são uma tendência para o setor

Brasileiros acima de 60 anos representam hoje 10,5% da população, ou seja, 19 milhões de pessoas, segundo dados do IBGE. Essa proporção vai aumentar — e muito. Pelas projeções do IBGE, se em 2008 havia 26 pessoas com mais de 65 anos para cada 100 com até 14 anos, em cinco décadas a relação será de 172 idosos para cada 100 crianças.

O crescimento da população idosa abre oportunidades em várias frentes, entre elas, a oferta de serviços de casa de repouso. A rede Casa da Vila Mariana, de São Paulo, existe há mais de 30 anos. O grupo reúne cinco unidades, todas localizadas no bairro paulistano. “Uma das tendências atuais é a de um espaço estilo residencial. Inauguramos em 2009 uma afiliada

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apenas para atender as pessoas lúcidas. O local parece uma pousada, com suítes individuais”, afirma Cássio Salama, 49 anos, dono da empresa. As demais unidades da rede são voltadas para pacientes que necessitam de cuidados médicos.

Os hóspedes da casa-pousada têm demandas diferentes daqueles com problemas de saúde. São pessoas que procuram companhia e atenção. “As mulheres pedem ajuda das funcionárias para ficar mais bonitas e os homens gostam de serviços cuidadosos”, diz Salama. As hospedagens modernas ajudam a quebrar a imagem difundida pelos antigos asilos, onde pacientes e internos sem necessidade de cuidados médicos conviviam no mesmo local. Para Salama, o próprio idoso começa a mudar seu conceito em relação aos novos espaços. “Nas casas de hoje, há convivência e assistência integral, algo que a pessoa pode não ter muitas vezes em sua própria residência.”

As cinco unidades da Vila Mariana faturam cerca de R$ 4 milhões por ano. São 112 pacientes e hóspedes. A casa-pousada trabalha também com o sistema day use, no qual o idoso pode passar o dia no local e voltar para seu lar no fim do período. “É uma maneira de a pessoa se acostumar com o residencial e desmistificar as ideias erradas sobre o espaço. Temos também a estadia por temporada”, diz Salama.

O custo inicial de até R$ 100 mil para se investir em um residencial para dez hóspedes decorre das adaptações necessárias. Há normas da Anvisa, do Corpo de Bombeiros e de órgãos das prefeituras que determinam até mesmo o grau de inclinação das rampas de acesso e a largura dos corredores. Para o dono da Casa da Vila Mariana, as boas perspectivas desse mercado compensam os custos.