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Hospital Central de MaputoDepartamento de Pediatria
Serviço de Lactentes
APRESENTADOR:ADOLFO CHAMUNORGA FILIPE MOIANA
TUTORES:Dr Chris BuckDra. Beatriz Elias
JOURNAL CLUB
Ventilação não-invasiva com bCPAP de bolhas é viável e
melhorou a fisiologia respiratória em crianças malawianashospitalizadas com insuficiência respiratória aguda.
Sumário
• Título– Autores
– Palavras Chave
• Introdução
• Objectivo do estudo
• Metodologia do estudo
• Resultados– Limitações do estudo
• Discussão
• Conclusão
• Implicações para nós
Journal Club
• Título: ʺVentilação não-invasiva com CPAP de bolhas éviável e melhorou a fisiologiarespiratória em criançasmalawianas hospitalizadascom insuficiência respiratóriaaguda’’ .
• Autores: J.Walk, P. Dinga, etall.
• Palavras Chave: Respiratory failure;
Bubble continuous airway pressure (bCPAP); HIV; Pneumonia; Respiratory disorders
Introdução
• No mundo, a pneumonia mata, anualmente quase 1,5milhões de crianças menores de 5 anos de idade, e, é aprincipal causa de mortalidade infantil na África subsahariana.
• Em pacientes com pneumonia de apresentação tardia, adesnutrição e a infecção por HIV aumentam a probabilidadede insuficiência respiratória e morte .
• A insuficiência respiratória aguda também complica outrasinfecções comuns, como a malária, a sépses e agastroenterite.
Introdução (cont…)
• No Malawi, pais com alta prevalência de desnutrição e infecçãopelo HIV, a insuficiência respiratória é uma das principais causasde mortalidade pediátrica.
• A ventilação mecânica geralmente é indicado para insuficiênciarespiratória aguda grave, mas em países com poucos recursoscomo o Malawi, sua disponibilidade é limitada.
• A ventilação não-invasiva (bCPAP), utilizada rotineiramente nospaíses industrializados em prematuros, pode fornecer umasolução de tratamento para esses pacientes. O bCPAP é maisbarato e requer pouca experiência técnica em comparação com aventilação mecânica, mas em países com poucos recursos, hápouca experiência no seu uso.
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Objectivo do estudo
Avaliar a viabilidade e os resultados da ventilação assistidacom bCPAP em um país com recursos limitados e com altaprevalência de HIV.
Critérios de Inclusão
1- Pacientes com diminuição Saturação periférica de oxigênio(SpO2) <90%- hipoxémia, definidos pela OMS.
2- Todos os pacientes com insuficiência respiratória aguda, de 0a 14 anos, internados no hospital de estudo, que estavam sedeteriorando no tratamento padrão com antibióticos eoxigênio eram elegíveis para bCPAP.
3- Consentimento verbal, dado pelo cuidador para uso do bCPAP.
Métodos
• Tipo de estudo: prospectivo, observacional.
• Período do estudo: entre Julho e Setembro de 2012.
• Tamanho da amostra: 77 crianças
• População alvo: de 0 a 14 anos com insuficiência respiratória aguda
progressiva, internados na unidade pediátrica, no Malawi.
• Questões éticas: O estudo foi aprovado pelo Comitê Nacional de
Pesquisa em Ciências da Saúde do Malawi, protocolo nº. 941.
O consentimento informado individual não era necessário, pois era um estudo observacional durante os cuidados de rotina
Os cuidadores dos pacientes deram o consentimento verbal para bCPAP
Métodos (cont…)
• Contexto/Colaboradores:
A unidade pediátrica de alta dependência de seis camas comuma proporção de enfermeiro para paciente de 1: 6 ;
A enfermaria de emergência que tinha entre 40 e 70pacientes a qualquer momento com pessoal de uma ou duasenfermeiras;
Um técnico, um residente ou um clinico geral quetrabalhavam na enfermaria.
Métodos- Análise estatística
• Os registros de pacientes foram resumidos no Microsoft Excel eanalisados pelo Stata 13.1 para MAC.
• Foi feita analise estatística descritiva das características clínicas e socio-demográficas á todos os participantes.
• A regressão logística univariáda foi utilizada para quantificar as diferençasno Odds Ratio (OR) da falha do bCPAP entre co-variáveis de interesse e areferência em várias categorias separadamente.
– O tamanho da amostra (pequeno) excluiu análises de regressão logística multivariada.
• A saturação média de oxigênio e as taxas respiratórias antes e após otratamento com bCPAP foram comparadas através de testes t -student.
HIV
• O teste de HIV foi realizado em crianças depois que seuscuidadores deram consentimento verbal.
• Definições:
Ser infectado pelo HIV foi definido como uma criança comidade superior a 12 meses que era anticorpo contra HIV ouHIV PCR-positivo, ou uma criança com menos de 12 mesesque foi PCR-positivo.
HIV (cont…)
Definições (cont…):
Ser exposto ao HIV foi definido como uma criança menor de12 meses que era anticorpos positivos para o HIV (de umamãe infectada pelo HIV) se o PCR não estava disponível.
A falha de bCPAP foi definida como um paciente que morreurecebendo bCPAP ou intubação endotraqueal requerida comventilação manual.
Cuidados clinicos
• A ventilação mecânica pediátrica não estava disponível.
• Dados iniciais, incluindo SpO2 e frequência respiratória,foram registrados no início do bCPAP.
• Os dados de acompanhamento foram colectados uma vez pordia, enquanto o paciente estava em bCPAP e durante asprimeiras 48 horas após a cessação do bCPAP, de acordo comos cuidados de rotina.
bCPAP Nasal
• Por falta de recursos, foi utilizada umainstalação improvisada bCPAP.
• O fluxo foi gerado por um concentrador de oxigênio,um dispositivo que filtra o nitrogênio do aratmosférico para fornecer até 5-10 l / minuto de umaconcentração de oxigênio inspirado fraccionada (FiO2)de 90-95% em condições ideais.
• Uma garrafa de água foi usada para controlar apressão entregue ao sistema respiratório da criança.
• A pressão foi determinada pela profundidade do tubode controle de pressão abaixo da superfície da água,que funciona como um dispositivo de alívio depressão.
• As prongas ou um tubo nasofaríngeo, no caso decrianças mais velhas.
• Os concentradores de oxigênio não permitiram aregulação da FiO2 ou a humidificação do ar inspirado.
bCPAP Nasal (cont…)
• A pressão para bCPAP foi iniciada em 5-6 cm de água eaumentou, se necessário, dependendo de SpO2, taxarespiratória e esforço respiratório.
• Um tubo nasogástrico para alimentação e descompressãogástrica foi colocado em todos os pacientes.
Resultados• Foram submetidas ao bCPAP 77 crianças hospitalizados. Os pacientes
receberam tratamento em média por 3 dias, duas crianças de 11 e 14 anosreceberam CPAP através de um tubo nasofaríngeo e as restantes porpronga nasal.
• 49% das crianças submetidas ao CPAP, eram do sexo feminino, 43% dosexo masculino e 9% eram de sexo desconhecido.
• Cerca de 53% sobreviveram ao CPAP e 47% tiveram falência no seu uso,dos quais; 46% femininos e 64% masculinos sobreviveram ao CPAP e 54%femininos e 36% masculinos registaram falência no seu uso.
Resultados
• A idade médiana de receptores do bCPAP foi de 5 meses (1 semana a 14 anos).
• Os pacientes dos 0 a 2 meses tiveram 91% de sobrevivência ao bCPAP, em relaçãoas restantes faixas etárias.
• Os pacientes com idade entre 0-2 meses tiveram 93% menores probabilidades deinsuficiência de bCPAP do que os pacientes com mais de 60 meses de idade,intervalo de confiança 95%.
Resultados
• De 44 pacientes para quem o estado de HIV era conhecido, 22% eram afetadospelo HIV, e 86% de todos os pacientes reuniam aos critérios da OMS para"pneumonia muito grave", e 30% tinham co-morbidades associadas como a
meningite, convulsões, malária grave ou gastroenterite.• As crianças afetadas pelo HIV tiveram altas probabilidades de falha no bCPAP em
comparação com pacientes não infectados pelo HIV (IC 95%).
Resultados (cont…)
• 24% dos receptores de bCPAP também apresentaram sinaisde de insuficiência circulatória suficientemente graves paraexigir pelo menos uma expansão.
Resultados (cont…)
• Comparado com pacientes com pneumonia muito grave semcomplicações (sem co-morbidade adicional ou falência devários órgãos), crianças com pneumonia e uma co-morbidadeadicional (OR 3.52, IC 1.07-11.67) ou falência multiorgânica(OR 12.67, CI 2.77 -57.83) apresentaram maior probabilidadede falha no CPAP.
Resultados: gravidade de presentação
• As crianças que nãoforam infectadas peloHIV e que tiveramapenas uma falha deórgão único (comopneumonia nãocomplicada oudepressão respiratória)apresentaram alta taxade sucesso de bCPAPem 82% (14 de 17sobreviviram, 95%
CI 57-96%.
Resultados (fisiologia )
• Após o início do CPAP afrequência respiratória média foireduzida de 61 para 49 cpm nos22 pacientes para os quais haviadados disponíveis.
• A saturação média de oxigênioaumentou de 92,1% para 96,1%em 34 crianças com dadoscompletos (p=0.02)
Resultados: omplicações
• Complicações devido ao bCPAP foram registradas em 16,9% dos casos.
As hemorragias nasais foram a complicação mais freqüentementeregistrada, ocorrendo em 11,7% dos casos (9 de 77);
A secagem da mucosa das vias aéreas superiores, exigindo gotas nasais soro fisiológico frequentes e;
Em dois casos (2,6%), secreções secas causaram obstrução parcial das vias aéreas superiores, o que exigiu a sucção;
Três (3,9%) pacientes que receberam CPAP por meio de prongas nasais sofreram danos no septo nasal;
As duas crianças que receberam um tubo nasofaríngeo queixaram-se de desconforto, mas isso não foi suficientemente grave para exigir a descontinuação do tratamento.
Discussão
• Em locais com recursos, os benefícios da ventilação nãoinvasiva em neonatos prematuros e crianças mais velhas cominsuficiência respiratória foram amplamente descritos.
• O bCPAP, um dispositivo de baixo custo para cuidados comneonatos prematuros, foi estudado no Malawi (pais depoucos recursos) , mas pouco se sabe sobre sua eficácia emcrianças mais velhas com insuficiência respiratória aguda,especialmente em regiões endêmicas de HIV.
Discussão (cont…)
• O estudo mostrou que: a fisiologia respiratória melhorou após o início dobCPAP e seu uso mostrou-se mais efectivo em menores (0-2 meses) emrelação as crianças mais velhas. Da mesma forma, pode ser menos eficazem crianças com pneumonia complicada muito grave, em pacientesafectados pelo HIV , o que traz um risco de mortalidade acrescido.
• O estudo demonstra que o uso de CPAP é viável em um hospital africanocom recursos limitados e pacientes de alto risco, a descoberta de que eraaceitável para os cuidadores é semelhante a um estudo observacional debebês mais velhos na Índia, no qual os autores também concluíram quebCPAP é viável para ser usado por enfermeiros treinados.
• Em geral, o tratamento com bCPAP foi alcançável, nos hospital de recursosbaixos, porém houve alguns desafios notáveis.
Discussão (cont…)
• 1º as prongas nasais bCPAP necessitaram de ajuste freqüente para manterum septo nasal adequado em crianças devido ao deslocamento ou aoclusão mucosa das prongas.
– Isso aumentou a carga de trabalho de enfermagem e limitou onúmero de configurações de CPAP que poderiam ser gerenciadas emqualquer momento.
• 2º hemorragias nasais ocorreram em 11% dos pacientes, provavelmentedevido à incapacidade de humidificar o gás oxigênio do ar.
• 3º o dano do septo nasal devido à pressão das prongas ocorreu em trêspacientes que receberam CPAP por períodos prolongados
– Isso poderia ser corrigido por uma relação maior deenfermeiro/paciente, permitindo um ajuste contínuo e, melhorcolocação dos prongas nasais; este é um desafio em configuraçõesseveramente restritas aos recursos, como o Malawi.
Limitações do estudo
• Foi um estudo com a amostra colhida por conveniência, o que limita aanálise estatística, por exemplo: por ter uma amostra pequena osresultados obtidos não podem ser comparados com as recomendaçõesatuais da OMS para suplementação de oxigênio e antibióticos emlactentes mais velhos.
• Estudos projectados para usar o cuidado padrão com grupo controle e amortalidade como resultado primário é caro e potencialmente difícil deprojectar.
• Este estudo teve um tamanho de amostra pequeno, limitando seu poderpara detetar associações entre variáveis sócio-demográficas e clínicasbasais com falha de CPAP e para controle de factores de confusão.
• Outra limitação era que as crianças eram atendidas em uma enfermariaocupada, com escassez de pessoal e com recursos limitados sob ascondições rotineiras do programa.
Limitações que observamos
• Diminuição da testagem do HIV
• Diminuição da % de crianças com frequência respiratória e saturação de oxigénio medidos (tabela 3).
Conclusões
• Nos países de baixa renda e aqueles com alta prevalência deHIV, a insuficiência respiratória é uma causa comum de morteem crianças.
• No entanto, o papel da ventilação não-invasiva com a pressão contínua de bolhas (bCPAP) nestes pacientes, e nos locais de poucos recursos, não está bem estabelecido.
Conclusões
• Em conclusão, um dispositivo bCPAP de baixo custo pode ser usadoefectivamente em locais com poucos recursos e com alta prevalência deHIV pois, a fisiologia respiratória melhora após o seu uso, até mesmo emcrianças de alto risco com insuficiência respiratória aguda.
• O bCPAP foi bem aceito pelos cuidadores e pacientes e pode serimplementado de forma viável em um hospital terciário africano compacientes de alto risco e recursos limitados.
• Recomenda-se pesquisas adicionais, incluindo análises de custo-efetividade, para incluir não recém-nascidos e populações afetadas peloHIV para informar melhor as directrizes de tratamento, o desenvolvimentode políticas e a expansão potencial dessa tecnologia nos países emdesenvolvimento.
Outros estudo em África
• Houve uma reducção significante em mortalidade as 2semanas em crianças que receberam CPAP, mas só na faixaetária de 1-12 meses
• Concluiram que CPAP é segura e melhora frequênciarespiratória