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Gustavo Schettino Santos A Fidelização de postos revendedores no mercado de distribuição de combustíveis do Estado do Rio de Janeiro Dissertação de Mestrado Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre pelo Programa de Pós- graduação em Administração de Empresas do Departamento de Administração da PUC-Rio. Orientador: Prof. Paulo Cesar Motta Rio de Janeiro Agosto de 2005

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Gustavo Schettino Santos

A Fidelização de postos revendedores no mercado de distribuição de combustíveis

do Estado do Rio de Janeiro

Dissertação de Mestrado

Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Administração de Empresas do Departamento de Administração da PUC-Rio.

Orientador: Prof. Paulo Cesar Motta

Rio de Janeiro

Agosto de 2005

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Gustavo Schettino Santos

A Fidelização de postos revendedores no mercado de distribuição de combustíveis

do Estado do Rio de Janeiro

Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Administração de Empresas da PUC-Rio. Aprovada pela Comissão Examinadora abaixo assinada.

Prof. Paulo Cesar de Mendonça Motta Orientador

Departamento de Administração – PUC-Rio

Prof. Luis Fernando Hor-Meyll Álvares Departamento de Administração - PUC-Rio

Prof. Mônica Zaidan Gomes Rossi FACC - UFRJ

Prof. João Pontes Nogueira Vice-Decano de Pós-Graduação do CCS

Rio de Janeiro, 23 de agosto de 2005

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Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do trabalho sem autorização da universidade, do autor e do orientador.

Gustavo Schettino Santos Técnico em Química e Acabamento Têxtil pelo SENAI/CETIQT, Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil, graduado em Engenharia de Produção pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Após estagiar na Bayer S/A e na Sanofi~Synthelabó Ltda. por 02 anos, entrei na Repsol YPF Brasil S/A como Analistas de Compras e Contratações em 1999. Fui transferido para a Repsol YPF Distribuidora S/A onde trabalhei como Assessor Comercial por 4 anos atuando nos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. A partir de 2005 fui promovido para o cargo de Coordenador de Vendas Retalhistas. Tenho 31 anos de idade, sou natural de Nova Friburgo - RJ e possuo dupla cidadania (brasileira e italiana).

Ficha catalográfica

CDD: 658

Santos, Gustavo Schettino A fidelização de postos revendedores no mercado de

distribuição de combustíveis do Estado do Rio de Janeiro / Gustavo Schettino Santos ; orientador: Paulo César Motta. – Rio de Janeiro : PUC-Rio, Departamento de Administração, 2005. 72 ; 30 cm Dissertação (mestrado) – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Administração Inclui bibliografia 1. Administração - Teses. 2. Fidelização. 3. Posto revendedor. 4. Distribuidora.. 5. Atributos. 6. Modelo Delta. I. Motta, Paulo César. II. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Departamento de Administração. III. Título.

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Aos meus pais, à minha irmã e à Luzia, preciosidades de minha vida.

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Agradecimentos

Ao meu amigo orientador Paulo Cesar Motta, pela troca de idéias e pelas críticas durante a confecção deste trabalho.

Aos meus familiares que tanto me encorajaram a realizar este projeto de vida.

À amiga Joanna, pela constante ajuda a partir de sua grande experiência no ramo de distribuição de combustíveis.

Ao amigo Daniel, pela força e motivação.

A todos os amigos e amigas que me ajudaram direta ou indiretamente desde a idéia inicial até a conclusão da dissertação de mestrado.

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Resumo

Santos, Gustavo Schettino; Motta, Paulo Cesar (Orientador). A Fidelização de postos Revendedores no mercado de distribuição de combustíveis do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2005. 72p. Dissertação de Mestrado – Departamento de Administração, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

A perspectiva de entrada de novos concorrentes e a atual rede de postos

revendedores existentes no mercado estão intimamente ligadas à inserção do

segmento de combustíveis nos trilhos do mercado livre. Esta pesquisa estuda as

possibilidades de retenção de postos revendedores por parte das distribuidoras de

combustível. Tomando por base o modelo Delta (Hax & Wilde), investiga os

atributos que possam vir a ser valorizados pelos clientes nas três perspectivas

abordadas pelo modelo: economia do produto, economia do consumidor e

economia do sistema. O estudo adota uma pesquisa de campo para identificação e

avaliação dos atributos tanto por parte dos postos revendedores quanto das

distribuidoras. Os resultados mostram os tanto graus de preferência quanto às

discrepâncias entre eles no que diz respeito aos atributos avaliados por cada

entidade - revendedor e distribuidora. Os resultados podem auxiliar as

distribuidoras a melhorar seus posicionamentos estratégicos e a caminhar melhor

na trajetória do modelo Delta, rumo à retenção de revendedores.

Palavras-chave

Fidelização, posto revendedor, distribuidora, atributos, modelo Delta.

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Abstract

Santos, Gustavo Schettino; Motta, Paulo Cesar (Advisor). The fidelização of peddling ranks in the market of fuel distribution of the state of Rio de Janeiro Rio de Janeiro, 2005. 72p. MSc. Dissertation – Departamento de Administração, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

The perspective of entry of new competitors in the market and the actual

service stations network are closely linked to the insertion of the combustible

segment in the open market. This research studies the possibilities of service

stations’ retention by the combustibles distributors. Taking the Delta model (Hax

& Wilde) as base, investigates the attributes that can be valorized by the clients on

the three perspectives of this model: product economy, consumer economy and

system economy. The study uses a field research to identify and evaluate the

attributes from the service stations as much as the distributors part. The results

show the grades of preference and the discrepancies between them in concern of

the evaluated attributes for each instance – retail and distributor. The results can

also help the distributors to improve theirs strategical positioning and to walk

toward the retail loyalty using the way of Delta Model.

Keywords

Loyalty, service stations, distributors, attributes, Delta model.

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Sumário 1. O Problema 11 1.1. Introdução 11 1.2. Objetivo 13 1.3. Delimitação do Estudo 13 2. Literatura de Apoio

14

2.1. Estratégia, Inovação de Valor e a Economia do Conhecimento 14 2.2. O Modelo Delta

15

3. Método

22

4. Resultados 24 4.1. Proposições de Trabalho 24 4.2. O Triângulo do Modelo Delta a partir das Proposições de Trabalho

39

4.3. Análise Final dos Resultados sob a ótica da Revenda 39 4.4. Análise Final dos Resultados sob a ótica da Distribuidora 46 4.5. Entrevista sob a ótica da Revenda 53 4.6. Entrevista sob a ótica da Distribuidora

56

5. Conclusões Parciais

59

6. Conclusão Final

64

Referências Bibliográficas

65

Anexos 68

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Lista de tabelas Tabela 1 – Processos Adaptativos do Modelo Delta 17 Tabela 2 – Estrutura de Formação dos Preços dos Derivados de Petróleo

35

Tabela 3 – Conversões de Veículos para o Gás Natural Veicular (GNV)

37

Tabela 4 – Investimento necessário para o Gás Natural Veicular (GNV)

38

Tabela 5 – Ordenação da Revenda

40

Tabela 6 – Ordenação da Distribuidora

47

Tabela 7 – Primeira Conclusão (Desníveis)

59

Tabela 8 – Segunda Conclusão (Aceitações)

61

Tabela 9 – Terceira Conclusão (Rejeições)

62

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Lista de figuras Figura 1 – Triângulo do Modelo Delta 17

Figura 2 - Triângulo do Modelo Delta a partir das proposições de trabalho

39

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O Problema

1.1

Introdução

Em 1997, o mercado de derivados de petróleo e álcool no Brasil, através

da aprovação pelo Congresso Nacional da Lei 9.478, teve início ao período de

transição para a sua liberação total. Esta lei também cria a Agência Nacional do

Petróleo (ANP) e o Estado passa a atuar como regulador deste mercado. Em 1998,

os preços do petróleo no mercado internacional e à variação cambial são

vinculados aos preços dos derivados de petróleo para vendas pelas refinarias

brasileiras. Já no ano de 1999, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) estabelece

as regras para a abertura e funcionamento das distribuidoras e com a Portaria 116

é estabelecida as normas para a recuperação do respeito à marca das empresas. O

ano de 2002 marca o fim do período de transição para a liberação de mercados

bem como a liberdade para importação de gasolina e óleo diesel. Em 2003, o

mercado de venda de combustíveis a postos revendedores foi de 47,8 bilhões de

litros, 6,4% menor que em 2002, volume este explicado pelo aumento da

adulteração, do contrabando, da comercialização clandestina e de combustíveis

formulados ilegalmente (Combustíveis & Lojas de Conveniência 2004, Sindicom,

p. 41, 43 e 66).

No mercado de distribuição de combustíveis participam empresas que se

defrontam com problemas de descapitalização e desconfiança por parte dos postos

revendedores. Em muitos casos, essas empresas encontram, ainda, um ambiente

fortemente competitivo entre elas. No final de 2003, estavam registradas na

Agência Nacional do Petróleo (ANP) 243 distribuidoras sendo que 82 delas

obtiveram sua autorização por meio de liminar judicial (Combustíveis & Lojas de

Conveniência 2004, Sindicom, p. 70).

Em contra partida, proprietários de postos revendedores têm-se rendido às

condições adversas deste mercado e deixado o negócio. Uma estratégia alternativa

para aqueles que dispõem de recursos, é a aquisição de novos pontos de vendas,

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visando à formação de uma rede que tenha mais poder para enfrentar os

problemas. Seja qual for à estratégia, postos revendedores lutam pela

sobrevivência com baixo conhecimento gerencial tendo que negociar com

distribuidoras mais desenvolvidas nessa área. Dos 31.167 postos revendedores

registrados na Agência Nacional do Petróleo (ANP) em 2003, 19.145 operavam

com bandeiras de distribuidoras associadas ao Sindicato Nacional das Empresas

Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom), enquanto 12.022

correspondiam aos postos de empresas não-associadas a este sindicato e aos

postos revendedores conhecidos como bandeira branca (Combustíveis & Lojas de

Conveniência 2004, Sindicom, p. 70 e 71).

Por sua vez, estas distribuidoras de combustíveis, desejando dar assistência

aos seus clientes, postos revendedores, demandam deles uma reciprocidade

fundamental – sua fidelidade.

Esta fidelidade se cria e se desenvolve através de uma parceria. A parceria

demanda compromisso e confiança.

O aumento da competitividade pelo surgimento de novos distribuidores de

combustíveis demanda uma postura inovadora para a formação de parcerias.

Atualmente existe um número elevado de distribuidoras de combustíveis

comercializando produtos, independentemente da obtenção de uma rede de varejo

própria e que já são concorrentes em potencial. A abertura do mercado de

distribuição de combustíveis, o ingresso de novas entrantes e a concorrência do

comércio ilegal aumentaram consideravelmente a competitividade do negócio.

Às distribuidoras se apresenta o problema de inovar na conservação e na

atração dos melhores clientes de modo a aumentar a sua fidelização à empresa.

Aumentar a fidelidade exige detectar as principais carências dos

revendedores, nomeadamente às razões que os levaram a recusar um bem ou

serviço ou a preferir o de um rival.

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1.2

Objetivo

Este trabalho visa à identificação e avaliação de abordagens inovadoras de

fidelização e retenção de postos revendedores por parte das distribuidoras de

combustíveis.

Tanto por meio da busca na literatura pertinente quanto nas manifestações

dos atores desse mercado, este trabalho busca identificar fatores que transcendem

a marca e condições tradicionais desse comércio.

1.3

Delimitação do Estudo

A pesquisa será limitada à distribuição de combustíveis refinados, álcool

etílico hidratado carburante (AEHC) e gás natural veicular (GNV)

comercializados em postos revendedores localizados no estado do Rio de Janeiro

independentemente da imagem ostentada.

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Literatura de Apoio

2.1

Estratégia, Inovação de Valor e a Economia do Conhecimento

Na literatura de apoio encontra-se de início o muito citado trabalho de Kim

e Mauborgne (1997). Para eles a inovação de valor é a essência da estratégia na

economia do conhecimento. Ela deve ter o apoio das táticas apropriadas para

prolongar e maximizar o potencial da inovação para gerar lucros, distanciando-a

da competição. Depois que uma inovação de valor é criada, as extensões e o

aperfeiçoamento contínuo das linhas de negócio podem aumentar os lucros antes

do lançamento de outra inovação de valor. No entanto, esses negócios e

aperfeiçoamentos operacionais não são estratégias, são táticas. Benchmarking,

estratégia e vantagem competitivas têm sido constantemente citadas no mundo de

negócios nos últimos anos nos mostrando como se tem focalizado as ações

visando alcançar objetivos traçados a partir de uma estratégia propriamente dita.

Desta forma, a concorrência tem sido a maior preocupação corporativa devido ao

fato de estar intimamente relacionada à competição. E esta concorrência então se

torna o termômetro para as ações da empresa, fornecedora de soluções e

parâmetro oficial de comparação. A imitação reina onde a inovação não tem lugar.

A criatividade não se faz presente e o que se vê são melhorias incrementais a

partir de idéias dos concorrentes. Esta estratégia voltada para a competição faz

com que empresas aceitem o que os concorrentes estão fazendo e apenas

empenham-se para fazer melhor. Além disso, o tempo e o talento despendidos

para observar o que o concorrente faz impacta negativamente nas ações do

cotidiano. A empresa gira somente em torno do concorrente. A partir do momento

que se têm esta crise de identidade corporativa, onde a empresa depende de

soluções que não foram criadas internamente e sim de propostas formuladas por

seus concorrentes, sua visão referente ao mercado através de uma nova demanda

de clientes e novos mercados emergentes fica míope. A proposta é tornar a

concorrência irrelevante e a única forma de conseguir isto é inovando valor.

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Propõem, então, que se ofereça um valor novo e superior para o cliente criando

novos mercados gerando assim um crescimento com lucros e de forma sustentável

abolindo a maneira competitiva e imitativa de fazer negócios. O concorrente deve

sair do centro do pensamento corporativo e o cliente tomar este lugar. Desta forma

o que o cliente valoriza deverá servir de base para a inovação de valor

proporcionando aos gerentes realizar coisas novas, além de melhorias

incrementais.

2.2 O Modelo Delta

Outra proposta a se considerar é o modelo Delta de Hax e Wilde (2001).

Para eles o cliente deverá estar no centro das atenções, e a ordem é atraí-lo,

satisfazê-lo e retê-lo. O modelo Delta foi criado a partir da idéia que a retenção de

clientes atinge seu ápice quando o cliente se vê atrelado a um sistema de

relacionamentos. O modelo nasce a partir do entendimento dos autores que tanto o

modelo de Vantagem Competitiva de Michael Porter quanto o Resource-Based

View de uma firma são fundamentalmente incompletos. Michael Porter (1985)

demonstrou que as empresas bem sucedidas obedecem a padrões definidos de

comportamento que podem ser resumidos em três estratégias genéricas, fontes de

vantagem competitiva sobre os concorrentes. A liderança baseada no fator custo, a

diferenciação e o enfoque que combina as duas estratégias direcionando-as para

um alvo específico.

Em sua análise estrutural de indústrias, Michael Porter propõe, então, um

modelo de análise baseado na identificação de cinco forças. São elas a ameaça de

novos entrantes, a rivalidade entre os concorrentes, a existência de produtos

substitutos, o poder de negociação dos clientes e o poder de negociação dos

fornecedores. Desta forma existe a possibilidade de que se crie um diagnóstico da

situação corporativa e a elaboração de uma agenda estratégica que formulará e

implementará a estratégia adequada ao negócio. A posição competitiva é a

responsável pela sobrevivência em relação aos competidores e a base para

conseguir uma vantagem sustentável. Desta forma, um modelo de cadeia de valor

foi desenvolvido e classificado em nove categorias sendo cinco primárias e quatro

de suporte. Todas as tarefas realizadas pela organização estão relacionadas com

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este modelo com o intuito de assessoramento ao processo de busca por uma

posição competitiva. As atividades primárias estão relacionadas com o movimento

físico de matérias primas, produtos acabados, marketing, vendas e serviços. As

atividades de suporte fornecem a infra-estrutura gerencial do negócio inclusive

todos os processos e sistemas necessários para prover coordenação e

responsabilidade. Gerenciamento de recursos humanos, desenvolvimento de

tecnologia e compras são exemplos de atividades de suporte.

Já o Resource-Based View representa a maior derivada do modelo de

Porter. Para Porter a estrutura industrial é à base da criação de oportunidades para

um negócio rentável. O Resource-Based View prega que as forças centrais da

vantagem competitiva dependem do desenvolvimento de recursos e aptidões da

firma. Ela possui quatro componentes chaves que são: competências únicas

(aptidões e recursos são fontes de sua competência única), sustentabilidade

(recursos devem ser valiosos, escassos e difíceis de imitar ou substituir),

apropriabilidade (uma estratégia única e sustentável gera valor econômico e está

relacionada a quem irá se apropriar deste valor) e finalmente, o oportunismo e o

sincronismo (o custo de implementação de uma estratégia não deve ultrapassar o

valor gerado por ela).

O Modelo Delta aproxima estas duas estruturas e gera uma única e

poderosa ferramenta de estrutura integrada para estratégia. Basicamente o modelo

se constitui em quatro contribuições importantes.

O triângulo refere-se às opções estratégicas que estarão vinculadas a

lucratividade do negócio.

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Figura 1 – Triângulo do Modelo Delta

Os processos adaptativos se resumem em tarefas de execução à opção

estratégica.

Tabela 1 – Processos Adaptativos do Modelo Delta POSICIONAMENTO

ESTRATÉGICO

Melhor Produto Soluções para o

cliente

Lock-in do sistema

Eficácia operacional Custo do melhor

produto

Melhor valor para o

cliente

Melhor desempenho

do sistema

Foco no cliente Canais de

distribuição

almejados

Pacotes para o

cliente almejados

Arquitetura do

sistema almeja

Inovação Inovação do

produto

Inovação gerada pelo

cliente

Inovação do sistema

As medições agregadas estabelecem condições do desempenho da

companhia enquanto as medições granulares fornecem entendimento dos

condutores do negócio que nos permitam aprender, inovar, mudar através de

mecanismos de feedback.

O triângulo possui em cada um de seus vértices uma opção estratégica que

deverá ser a base para a adequação do modelo à realidade do negócio.

Competição baseada na economia do sistema: Lock-in do complementador, Lock-out do competidor, padrão proprietário

LOCK-IN DO SISTEMA

SOLUÇÕES PARA O CLIENTE Competição baseada na economia do cliente:

reduzir custos do cliente ou aumentar os lucros

MELHOR PRODUTO Competição baseada na economia do produto:

baixo custo ou posição diferenciada

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Primeiramente a opção estratégica “melhor produto” se refere à competição via

baixo custo ou diferenciação baseada na Economia do Produto. Economias de

escala, simplificação de produtos e processos e através da participação de

mercado aprender e obter experiências exemplifica a competição via baixo custo.

Já o aperfeiçoamento dos atributos do produto, tecnologia, imagem da marca,

características adicionais ou serviços especiais estão relacionados com a

diferenciação propriamente dita.

A opção estratégica “soluções para o cliente” gera uma oferta mais ampla

de bens e serviços ao cliente baseado na Economia do Consumidor. Um pacote de

bens e serviços almejados e customizados está intimamente ligado a esta opção. O

vínculo com o cliente é ampliado através do seu aprendizado. Desta forma o

investimento feito pelo cliente representa um custo de troca significativo e o

aprendizado sobre as necessidades do cliente aumenta a possibilidade em

satisfazê-lo. As parcerias e alianças com fornecedores, concorrentes e clientes

passam a ser imprescindíveis para o complemento da oferta ao cliente.

A opção estratégica “lock-in do sistema” considera todos os jogadores

significativos do sistema baseado na Economia do Sistema. Neste caso a empresa

se interessa pelos complementadores e os participantes normais do setor. Um

complementador é um fornecedor de bens e serviços que aumenta a oferta da

empresa e deixa os concorrentes de fora. Um padrão proprietário, neste caso, seria

criado.

As posições estratégicas devem ser entendidas de forma clara. Na posição

do “melhor produto” as empresas, por exemplo, eliminam características do

produto e reduzem as atividades da cadeia de valor, eliminando algumas e

terceirizando outras visando desempenhar as atividades restantes de forma

distinta. Na posição das “soluções para o cliente” há o deslocamento da visão

estratégica do produto para o cliente. As empresas oferecem soluções em termos

de custos e personalizadas a cada cliente. Concentram-se na experiência relativa

ao cliente e podem fornecer serviços a um custo menor ou qualidade maior do que

os próprios clientes. As empresas constantes na posição do “lock-in do sistema”

estabelecem os padrões em seu setor e se beneficiam dos investimentos que outros

setores fazem para complementar seu bem ou serviço.

Dando prosseguimento ao entendimento do modelo, é importante salientar

a grande importância do continuum da ligação desde a fidelidade original de um

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cliente a um produto ao “lock-in do sistema” com padrões proprietários. Quatro

estágios foram identificados no que tange à ligação que é elemento básico em

cada posição estratégica.

Primeiramente, a definição do projeto dominante é de suma importância

para o posicionamento de baixo custo, onde o preço leva a fidelidade, e ao

posicionamento diferenciado, onde os atributos que acompanham o produto

poderiam atrair e manter o cliente. O projeto dominante é genérico e padronizado.

O objetivo é captar o primeiro elemento de fidelidade dos clientes e ter a

vantagem de ser pioneiro.

Outro estágio está relacionado às ações que podem ser desenvolvidas com

o intuito de prender o cliente final. Altos custos para a troca de produtos com a

ampliação das suas características, ter canais de distribuição e forças de vendas

especializadas, imagem que apóia a marca, atendimento e até cobrança

personalizada. Desta forma pode-se tirar o caráter de commodity de um produto e

gerar um lock-in para negócios tradicionais. A terceira etapa refere-se à idéia de

prender o cliente (lock-in) e deixar os competidores de fora (lock-out). A partir do

momento que o cliente tem dificuldade de adotar outra alternativa apresentada

pela empresa consegue-se um lock-in e adicionado a isso se pode criar barreiras

dificultando as imitações ou a entrada de concorrentes no negócio, caracterizando

um lock-out. Canais de distribuição, marcas, fluxo contínuo de novos produtos e

até patentes fazem esta função.

Finalmente a quarta etapa foca no objetivo de chegar a um padrão

proprietário onde os custos de troca dos clientes precisam ser altos e a cópia do

produto por um concorrente precisa ser cara. Tem-se que ter em mente que nem

sempre é possível desenvolver um padrão em cada segmento de mercado. Além

disso, mesmo se desenvolvendo um padrão proprietário uma única empresa pode

não ser capaz de se apropriar dele e, ainda, nem todas as empresas possuem os

recursos necessários para alcançar um padrão proprietário.

O modelo Delta seleciona uma posição estratégica característica e integra

processos coletivos gerando um equilíbrio imprescindível entre eles. Os

processos, então, devem ser os focos quando as empresas desejam ligar a

estratégia à execução.

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A eficácia operacional se caracteriza pelo processo onde se consegue

melhor eficiência junto aos elementos da cadeia de suprimentos objetivando uma

posição estratégica de melhor produto.

A definição do cliente se caracteriza pelo processo que requer atividades

que atraem, satisfazem e retem o cliente objetivando uma posição estratégica de

soluções totais para o cliente.

A inovação se caracteriza pelo processo que está aliado à criação, ao fluxo

contínuo de novos bens e serviços objetivando uma posição estratégica de lock-in

do sistema.

Visando o alinhamento dos processos adaptativos à estratégia

classificamos estes processos às três posições estratégicas:

Quando o processo adaptativo eficácia operacional está associado à

redução dos custos dos produtos ele está apoiando a estratégia de melhor produto.

Quando ele está associado aos elos horizontais entre produtos do pacote, melhoria

da economia do consumidor mesmo que isso aumente os custos dos produtos ele

está apoiando a estratégia de solução para o cliente. Quando ele está associado ao

valor do sistema através da criação de padrões, os investimentos por parte dos

complementadores e sua integração para melhorar o desempenho geral, ele está

apoiando a estratégia de lock-in do sistema.

Já o processo adaptativo definição do cliente quando associado à obtenção

de distribuição de baixo custo, maximização da fatia do produto e obtenção de

distribuição de baixo custo ele está apoiando a estratégia de melhor produto.

Quando ele está associado a um pacote de soluções, foca em mercados verticais e

a produtos customizados bem como ter conhecimento e acesso ao cliente, ou seja,

a propriedade do canal está apoiando a estratégia de solução para o cliente.

Quando este processo está vinculado aos alvos principais que são os

complementadores, neutralizando os concorrentes está apoiando a estratégia de

Lock-in do Sistema.

O processo adaptativo inovação requer o fluxo contínuo de produtos

apoiando assim a estratégia de melhor produto e se bem sucedida pode até levar a

um projeto dominante. Quando este processo está associado ao desenvolvimento

de produtos junto com clientes importantes ele está apoiando a estratégia de

soluções para o cliente. Finalmente, o papel da inovação no lock-in do sistema é

primordial. Quando este processo está associado à inovação dos

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complementadores que sustentam o padrão ele está apoiando a estratégia de lock-

in do sistema. Para conseguir a propriedade de um padrão utiliza-se geralmente a

tecnologia onde um projeto da arquitetura gerará um padrão do sistema dinâmico,

difícil de copiar e sempre atual.

Medidas de sucesso também fazem parte do modelo. Medidas agregadas,

granulares e feedback são primordiais. As medidas agregadas são um subproduto

dos processos adaptativos e servem como normas para definir desempenho

estratégico a partir do conhecimento da economia do produto, economia do

consumidor e economia do sistema. As granulares são entendidas como

mecanismos de auto-reforço onde existe a constante ligação entre usuários finais,

fornecedores e complementadores.

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3

Método

O primeiro passo constitui-se de levantamento da literatura pertinente e

entrevistas (qualitativas) com profissionais de empresas de distribuição de

combustíveis e revendedores da cidade do Rio de Janeiro visando enumerar os

principais atributos que são inerentes a esse mercado com o objetivo de

diagnosticar as deficiências e qualidades da relação da revenda e distribuidoras de

combustíveis. Esta fase da pesquisa foi norteada pelos princípios enunciados na

literatura de apoio. Os resultados desta fase estão apresentados na primeira parte

dos resultados e consistem de 10 proposições relacionadas às estratégias de

fidelização.

No segundo passo, conduziu-se um processo de avaliação das proposições

resultantes do primeiro passo. Essas proposições foram avaliadas tanto por

proprietários de postos de combustíveis quanto por profissionais de empresas

distribuidoras através de um questionário (quantitativo), que solicitava a

ordenação das proposições. Numa primeira fase o questionário foi aplicado e

respondido por 50 (cinqüenta) revendedores de 50 (cinqüenta) postos

revendedores da cidade do Rio de Janeiro de diversas bandeiras, inclusive os

independentes (bandeira branca), localizados em bairros da zona sul, zona leste,

zona oeste e zona norte. Independentemente dos atuais contratos com as

distribuidoras e a imagem ostentada, os revendedores ordenaram criteriosamente

as suas preferências em relação ao vínculo contratual que possuem ou que

gostariam de possuir. Numa segunda fase, o mesmo questionário (quantitativo) foi

aplicado e respondido em contrapartida por 30 (trinta) profissionais de uma

distribuidora localizada na cidade do Rio de Janeiro. Desta forma foi possível

fazer uma ordenação das proposições que são mais importantes para a revenda em

relação à distribuidora e para a distribuidora em relação à revenda. Após a

consolidação dos 02 (dois) questionários, um revendedor foi entrevistado para

comentar os resultados da distribuidora e um executivo da distribuidora foi

entrevistado para comentar os resultados da revenda.

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Neste estudo foram utilizadas a pesquisa descritiva, que expõe

características de determinada população ou de determinado fenômeno, e um

pouco de pesquisa exploratória a partir do momento que se pressupõe uma

mudança de comportamento desta população. Elas possuem também um caráter

aplicativo devido ao fato de visar uma construção de estratégias para a

organização. Estes tipos de pesquisa se caracterizam quanto aos fins. A pesquisa

de campo também foi utilizada sendo uma investigação empírica realizada no

local onde ocorre o fenômeno e caracterizada quanto aos meios (Vergara, 2003).

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4 Resultados

4.1 Proposições de Trabalho

Proposição A:

Tecnologias inovadoras são inseridas no mercado visando despertar a

percepção do cliente para as vantagens de sua utilização. A identificação por

radiofreqüência (RFID em inglês – Radio Frequency Identification), surge na

década de 40 em plena II Guerra Mundial para identificar aeronaves. Na década

de 70 há um desenvolvimento e redução de tamanho dos chips viabilizando assim

a sua utilização como ferramenta de identificação de produtos com informações

sobre data de fabricação, preço e vários dados além do que o código de barras

pode proporcionar. Esta tecnologia se traduz nas atuais etiquetas inteligentes

(Revista Veja, Edição Especial n. 46, 2005, p. 78 e 79).

Desta forma, desde a introdução do código de barras, a distribuição é

submetida a uma grande inovação. Esta nova tecnologia agrega valor às empresas

através de redução de custos e otimização de sistemas e processos, ganhos de

operação e confiabilidade, informações sobre atributos percebidos pelos clientes e

dados estatísticos.

Baron e Lock (1995) identificaram no marketing as aplicações dos

métodos para conseguir os vastos volumes de informações obtidas pela coleta

automatizada.

Já Eastwood et al. (2003) encontraram evidências de que inovações com

características percebidas pelos consumidores têm significativo efeito na adoção.

Para aumentar a probabilidade de adoção de novas tecnologias os atores devem

definir estratégias eficientes de comunicação que enfatizem a conveniência e a

facilidade do uso.

De acordo com Hall (2004) a contribuição de uma inovação e novas

tecnologias, para o crescimento econômico e bem estar, será determinada pela

forma com que esta inovação é difundida através da população alvo.

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Uma empresa de energia americana viu nesta tecnologia uma aplicação

sob medida para sua divisão de postos revendedores e há alguns anos fornece aos

seus clientes o speedpass, basicamente um chip embutido num chaveiro para

automóveis, usando a tecnologia RFID para facilitar os meios de pagamento. Em

8.300 postos revendedores já se utiliza um chaveiro com RFID para pagamento.

A instalação de RFID, devido à orientação ao custo percebida na

padronização e as redes de computadores com acesso a Internet existentes não

deve acarretar os mesmos investimentos necessários à implantação dos

equipamentos e sistemas para o código de barras.

A Proposição A resume-se, então, ao atributo Sistema de pagamento: Um

sistema identifica o cliente no momento em que ele entra no posto revendedor e,

automaticamente, debita em sua conta ou emite um boleto bancário referente ao

valor da compra efetuada.

Desta forma a proposição Sistema de pagamento se enquadra na opção

estratégica Lock-in do sistema conforme o Modelo Delta.

Proposição B:

Nos postos revendedores a contabilidade é fundamental e deve ser

utilizada como ferramenta de diagnóstico de problemas que irão ajudar na

definição de estratégias visando uma economia de bens e serviços com o objetivo

final de otimização do lucro líquido.

Visando a correta tomada de decisão em qualquer negócio é necessária

uma gama de informações e subsídios. A contabilidade contribui para este

processo a partir da coleta de todos os dados econômicos e os registra na forma de

relatórios gerenciais. Sindicatos, bancos, governo, fornecedores de bens e

serviços, administradores são alguns beneficiários deste diagnóstico que a

contabilidade proporciona. A partir dos documentos que suportam os registros

contábeis faz-se a escrituração. Após esta fase verifica-se a exatidão dos

lançamentos contábeis a partir do Primeiro Balancete de Verificação. Ajustes no

final do período também são de suma importância seguindo do Segundo

Balancete de Verificação visando observar se não houve erros de lançamentos. O

encerramento das Contas de Resultados é confeccionado para apurar o resultado,

há a contabilização do lucro ou prejuízo seguido da contabilização da destinação

do lucro. Finalmente chega-se aos três relatórios de demonstrações financeiras

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estruturadas como a demonstração de resultados do exercício (DRE),

demonstração de lucros ou prejuízos acumulados (DLPA) e o balanço patrimonial

com as notas explicativas (Iudícibus, 2000).

A Proposição B resume-se, então, ao atributo Contabilidade: A

contabilidade do posto revendedor será de responsabilidade da Distribuidora.

Desta forma a proposição Contabilidade se enquadra na opção estratégica

Soluções para o Cliente conforme o Modelo Delta.

Proposição C:

A competência dos funcionários de uma empresa não é duradoura. Desta

forma as habilidades podem tornar-se obsoletas. Programas de treinamento em

empresas são desenvolvidos com intuito de evitar que estas questões não

aconteçam dentro do âmbito organizacional. Cursos de leitura básica, até cursos

avançados de liderança empresarial são classificados como treinamento. Na

verdade o que importa são as quatro categorias básicas de habilidades que são: a

de linguagem, a técnica, a interpessoal e por último a de solução de problemas.

Independentemente das quatro categorias descritas acima, o treinamento ético,

apesar de não ter evidências de que pode ser ensinado, também é agregado no

treinamento organizacional de algumas empresas e deve ser levado em conta nos

programas de desenvolvimento. É importante salientar que os métodos de

treinamento podem ser planejados e estruturados caracterizando um treinamento

formal ou não estruturado e não planejado caracterizando um treinamento

informal. Além disso, existem os treinamentos no trabalho, como por exemplo,

programas formais com mentores e o rodízio de tarefas. Já o treinamento fora do

trabalho se caracteriza na participação de colaboradores em atividades como

palestras e seminários (Robbins, 2002).

Conforme pesquisa da revista Postos de Combustíveis & Conveniência

(2004), para aproximadamente 78% dos postos revendedores é quase impossível

gerir o negócio sem treinamento de equipe e sem uma gestão profissionalizada.

Desse universo, 100% dos empresários paulistas destacaram que o treinamento é

fundamental, 75% dos empresários de Belo Horizonte e 60% dos empresários de

Porto Alegre. O dado mais interessante na pesquisa mostra que o foco dos

treinamentos recai sobre os frentistas. Outro aspecto importante é que a base do

treinamento dos frentistas e dos profissionais das lojas de conveniência está

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concentrada nas distribuidoras (em torno de 57%) e os sindicatos cobrem uma

gama de aproximadamente 28% dessa necessidade. Destaca-se ainda a questão do

treinamento próprio, onde os empresários apontam a construção de cursos

próprios ou por meio de entidade como o Sebrae. Nos cursos próprios, 64% dos

empresários pesquisados dizem realizar esse tipo de treinamento, relegando às

distribuidoras, treinamentos mensais, trimestrais e semestrais.

Um simples sorriso do frentista e a qualidade dos serviços são grandes

diferenciais na hora de garantir boa clientela. Para isso, o gasto com treinamento

de pessoal deve ser encarado como investimento e não como despesa (Posto de

Combustíveis & Conveniência, 2004).

A Proposição C resume-se, então, ao atributo Treinamento: A

Distribuidora disponibilizará treinamento aos colaboradores do posto revendedor,

inclusive o proprietário.

Desta forma a proposição Treinamento se enquadra na opção estratégica

Soluções para o Cliente conforme o Modelo Delta.

Proposição D:

Uma organização horizontal (horizontal organization) ou achatada (flat

organization) é a que minimiza o número de níveis hierárquicos de modo a estar

mais perto dos clientes em que os trabalhadores estão também mais próximos dos

níveis de decisão. É um conceito que propõe acabar com a pirâmide hierárquica

das organizações tradicionais. A sua vantagem principal é tornar os circuitos de

decisão mais curtos, logo mais rápidos. Este tipo de organização favorece a

criação de estruturas matriciais, mais leves e flexíveis, em que existe uma maior

descentralização das responsabilidades (Barnevik e Kanter, 1994).

De acordo com a revista Posto de Observação (2004), o cliente é

considerado o centro das atenções nas empresas. O investimento na satisfação do

cliente deve ser levado em conta para diferenciar uma empresa em relação à

concorrência. O relacionamento com o cliente através do contato personalizado é

uma das ações que visam sua fidelização. Desta forma, diferenciar-se em meio à

concorrência, especialmente na comercialização de commodities, é um privilégio

daqueles que investem na satisfação do cliente. O gerenciamento de

relacionamento com o cliente não é uma tecnologia, mas um conceito, uma

estratégia que utiliza, entre outros recursos, a informática, com o objetivo de

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fidelizar o cliente, por meio do contato personalizado. Na conta de especialistas,

os postos revendedores fazem uso de apenas 30% das soluções oferecidas pelos

softwares de gestão operacional. Seu uso permite aumentar a eficiência nas

vendas, melhorar o serviço de atendimento e a comunicação com o cliente e

reduzir custos e elevar as receitas.

Segundo Zahay e Griffin (2004) o aprendizado com os clientes acontece a

partir de diálogos relevantes também conhecidos como gerenciamento de

relacionamento com o cliente. O sistema de informações dos clientes em uma

empresa agrega estas informações e as utiliza durante o relacionamento comercial

com o cliente. Um estudo com 209 empresas de serviços entendeu que o

posicionamento estratégico de marketing genérico (baixo custo ou diferenciação)

e táticas de marketing de personalização e customização estão relacionados ao

sistema de informações dos clientes e ajudam na busca por um relacionamento de

longo prazo conhecendo cada vez mais seu cliente e suas necessidades em detalhe

e desenvolver programas de marketing individualizados para cada cliente.

A Proposição D resume-se, então, ao atributo Experiência de

relacionamento: Uma nova experiência de relacionamento será implementada ao

cliente através de ligações telefônicas periódicas de outras áreas da empresa (p.ex.

Jurídico, Suprimentos, Informática, entre outras) visando horizontalizar o contato

cliente-fornecedor.

Desta forma a proposição Experiência de relacionamento se enquadra na

opção estratégica Soluções para o Cliente conforme o Modelo Delta.

Proposição E:

Segundo o European Foundation for Quality Management (EFQM), os

esforços para a qualidade total (TQM em inglês – Total Quality Management) são

caracterizados pelos seguintes fatores: excelência nos processos, cultura de

melhoria continua, criação de um melhor relacionamento com os clientes e

fornecedores, envolvimento de todos os trabalhadores e clara orientação para o

mercado. Segundo Feigenbaum (1986), TQM é “um sistema eficaz para integrar

esforços de desenvolvimento, manutenção e melhoria da qualidade dos vários

grupos de uma organização, permitindo levar a produção e o serviço aos níveis

mais econômicos da operação e que atendam plenamente a satisfação do

consumidor”. Deming (1986) afirmou que a qualidade começa com a alta

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administração e é uma atividade estratégica e ainda que a qualidade e a

produtividade aumentam a medida que a variabilidade do processo

(imprevisibilidade do processo) diminui. Ele enfatiza a necessidade de métodos

estatísticos de controle, participação, educação e melhoria objetiva. Segundo

Crosby (1979) muitas organizações não sabem quanto gastam em qualidade, seja

para consertarem o que fazem errado ou para fazerem certo. Procurou destacar os

custos e benefícios da implementação de programas de qualidade através de seu

livro Quality is free (1979) no qual apresentou um programa de zero defeitos que

acreditava poder reduzir o custo total de qualidade.

A pesquisa de McCollough e Gremler (2004) acha suporte empírico que

uma garantia pode influenciar na avaliação de pós-venda até mesmo na falta de

uma falha no serviço e na garantia sendo solicitada. Na maioria das situações, as

empresas oferecem garantia como forma de melhorar a qualidade do serviço

prestado.

A Proposição E resume-se, então, ao atributo Compra do erro: A

Distribuidora comprará seu erro (p.ex. entrega de produto no dia errado) através

do aumento do prazo de pagamento do cliente em 01 dia.

Desta forma a proposição Compra do erro se enquadra na opção

estratégica Soluções para o Cliente conforme o Modelo Delta.

Proposição F:

A determinação do volume potencial de um ponto de vendas é uma das

mensurações mais importantes realizadas pelo profissional do mercado de

distribuição de combustíveis, seja para o planejamento, compra, venda, ou

construção de um posto revendedor. Em paralelo deve-se inserir a variável preço,

ou melhor, uma política de preço que deverá estar em linha com o volume a ser

comercializado no posto revendedor. Esta estimativa norteia os investimentos da

companhia em dois horizontes. A longo prazo está vinculado à elaboração de

propostas de investimentos (novos negócios, reformas, renovações contratuais,

entre outras) em que o volume baliza não só o montante financeiro a ser

despendido (financiamento, fundo perdido, antecipação de aluguel, taxa interna de

retorno, entre outras) mas também o layout e os aspectos retalhistas do ponto

(posições de abastecimento, funcionalidade, entre outras). A curto prazo está

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vinculado na orientação de ações táticas na rede em que a relação entre o volume

real e o potencial é referência para nível de exploração do potencial e recursos do

ponto.

Objetiva-se a melhoria contínua e maior acurácia na estimativa de volumes

do ponto de venda. A análise qualificada dos postos revendedores da área de

influência e a média de vendas entre eles servem para projetar o volume potencial

e as condições de preços compatíveis com este volume através do fluxo de

tráfego, abastecimento médio e taxa de captação de veículos do ponto de venda.

Segundo Gourville e Soman (2003), quem quiser construir

relacionamentos de longo prazo com os clientes precisa garantir que eles

efetivamente usem seus produtos. E vão além quando pregam que com a

intensificação da competição e o custo de aquisição de novos clientes aumenta, o

segredo da rentabilidade de longo prazo é ter a certeza que os clientes

efetivamente irão utilizar seus bens ou serviços. A necessidade de aumento da

vendas de curto prazo para cumprimento de certos objetivos vinculados a meios

de pagamento que mascaram o custo do produto (pagamentos anuais ao invés de

mensais, por exemplo) gera um acréscimo de vendas de curto prazo, mas a

retenção de clientes de longo prazo fica prejudicada.

Conforme entrevista realizada com Roger Blackwell na HSM Management

(2003), as estratégias mais eficazes de marca e de fidelização de clientes são

aquelas que colocam foco no valor do cliente de longo prazo. As estratégias de

marca devem atrair clientes de mercados mais rentáveis (ou por grande quantidade

de compra ou por pagar preços mais altos) e que repitam suas compras. Além

disso, é preciso colocar foco em outros atributos do ponto de venda.

Anderson e Narus (2003) entendem que conhecer o cliente de uma

empresa é primordial e para isso é necessário saber qual a fatia de cada negócio do

cliente a empresa está suprindo e ainda qual o custo total para servir cada cliente

(custos de prover serviços suplementares, programas e sistemas) e então, qual o

verdadeiro lucro gerado por este cliente. A idéia é saber o potencial de cada

cliente e o universo de negócios que cada cliente pode prover. Estes dados podem

ser conseguidos através da força de vendas que pergunta ao cliente ou através de

pesquisa de mercado. A empresa líder no fornecimento de aditivos para

lubrificantes e combustíveis consegue informações com os clientes e em troca

fornece relatórios de tamanho de mercado de produtos individuais que se fossem

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comprados de consultorias ou associações de indústrias custariam de US$40.000 a

US$50.000. Desta forma a empresa criou um sistema de perfil de clientes que

sempre está disponível na Intranet da empresa.

É importante ressaltar que, vinculado a este atributo, devemos levar em

consideração o que vem acontecendo nos Estados Unidos e no Brasil, onde as

vendas de combustíveis estão em queda, as margens da revenda cada vez menores

e os supermercados são um sério concorrente. Nos Estados Unidos, por exemplo,

o seguimento de conveniência, quase uma década à nossa frente, é mais rentável

que a venda de combustíveis (Posto de Observação, 2003). Em 1990 existiam

aproximadamente 20 mil lojas de conveniência nos Estados Unidos e em 2003

esse número saltou para 180 mil.

Desta forma, além do vínculo que se pode estabelecer entre a distribuidora

e o revendedor no que tange à compra de combustíveis, existe também o vínculo

contratual que pode ocorrer através de outros serviços.

A Proposição F resume-se, então, ao atributo Volume negociado: O

Revendedor cumprindo o volume mensal mínimo de combustível será

contemplado com uma quantia pré-estabelecida. Caso atinja o volume mensal

mínimo durante 6 meses, o valor será acrescido em 10% e assim sucessivamente

até o final do contrato.

Desta forma a proposição Volume negociado se enquadra na opção

estratégica Lock-in do Sistema conforme o Modelo Delta.

Proposição G:

A Resolução CONAMA no 273, publicada no Diário Oficial da União em

08.01.2001 passou a controlar os postos revendedores no país. Adulteração na

gasolina, reutilização indevida de óleos lubrificantes, má conservação de tanques

e vazamento de produtos, passaram a ser tratados como crimes ambientais. Além

disso, está previsto que qualquer projeto de construção, ampliação e reforma de

sistemas de armazenamento subterrâneo de combustíveis (SASC’s) usados por

veículos deverá seguir as regras definidas pela Associação Brasileira de Normas

Técnicas (ABNT) e submetidos aos órgãos municipais e estaduais com o intuito

de emissão das licenças conforme a Resolução:

I – Licença Prévia (LP): concedida na fase preliminar do planejamento do

empreendimento aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade

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ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem

atendidos nas próximas fases de sua implementação;

II – Licença de Instalação (LI): autoriza a instalação do empreendimento com as

especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo

medidas de controle ambientais e demais condicionantes da qual constituem

motivo determinante;

III – Licença de Operação (LO): autoriza a operação da atividade, após a

verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as

medidas de controle ambientais e condicionantes determinados para a operação.

De acordo com Posto de Combustível e Conveniência (2004) cada posto

revendedor será classificado de acordo com seu potencial de risco ambiental na

área do estabelecimento. Quanto maior a classificação, maior o nível de risco e

consequentemente maiores as exigências em termos de equipamentos de proteção

ambiental. De acordo com a NBR 13.786, os postos revendedores podem ser

enquadrados em quatro categorias distintas conforme a região onde estão

instalados e as condições geográficas locais bem como para a seleção dos sistemas

e equipamentos que compõem o conjunto de itens denominado sistema de

armazenamento subterrâneo de combustíveis.

“Os danos ambientais causados por postos de gasolina podem ser muito

maiores do que se imagina. Um levantamento feito pelo O Globo, com base em

informações da Feema e da Agência Nacional de Petróleo (ANP), revela que, dos

cerca de 2.600 postos do estado, 1.716 (66%) não têm licença ambiental para

funcionar, nem tentaram se adaptar às novas normas para o setor fixadas há quatro

anos” (O Globo, 2004, p.15).

De acordo com a revista Posto de Observação (2002) foi certificado pela

empresa alemã Deustche Gesellschaft zur Zertifizierung Von

Managementsystemen mbH (DQS) o primeiro posto revendedor com a

Certificação Internacional de Qualidade ISO 9001:2000, válida até 2005. Durante

uma pré-auditoria o proprietário do estabelecimento precisou adequar seu negócio

conforme uma lista rígida de itens e a cada seis meses é feita uma nova auditoria

para averiguar se tudo ainda permanece em conformidade com o que é exigido.

De acordo com Ribeiro e Gratão (2000) o vazamento de combustíveis nos

postos de distribuição devido à deficiente infra-estrutura, manutenção e desgaste

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nas instalações são responsável por um passivo ambiental orçado pelo

Departamento de Controle do Uso de Imóveis, órgão da Prefeitura de São Paulo

em 1999 de R$ 3 bilhões. Em seu trabalho, cita que 70% dos tanques instalados

nos postos paulistanos precisam ser substituídos nos mostrando a gravidade da

situação ambiental que se encontram. Desta forma a ISO 14.000 estabelece

diretrizes para a implementação de um sistema de gestão ambiental que se torna

imprescindível para a melhoria da relação com o meio ambiente. Em seu trabalho

entende que em paralelo deverá ser adotadas medidas de acompanhamento e

manutenção visando ajudar no processo ambiental por meio de revisões, análises e

avaliações periódicas dos procedimentos instaurados. As políticas ambientais das

companhias também são importantes para a definição do nível de detalhamento e

complexidade do sistema de gerenciamento ambiental, a amplitude da

documentação e os recursos necessários.

A Proposição G resume-se, então, ao atributo Qualidade: A Distribuidora

adequará o posto de serviços às normas necessárias à certificação ISO 9000 e ISO

14000, inclusive licenças de operação.

Desta forma a proposição Qualidade se enquadra na opção estratégica

Soluções para o Cliente conforme o Modelo Delta.

Proposição H :

Atualmente os postos revendedores informam à empresa distribuidora de

combustíveis a necessidade de aquisição de produtos. Da mesma forma o estoque

de produtos também fica a encargo do posto revendedor no que tange o

gerenciamento do estoque médio a ser mantido nos tanques. Todo o fluxo

operacional é coordenado pela equipe no ponto de venda. Ela deve providenciar

para que a área seja sinalizada, antes da descarga do caminhão, providencia a

análise do produto recebido e autoriza a descarga do produto. Durante a

estocagem de combustíveis líquidos, cabe ao funcionário designado fazer a leitura

através dos instrumentos de medição de estoque disponíveis. Além disso, devem

lançar diariamente no sistema (manual ou informatizado), os dados de venda e

compras a fim de viabilizar o controle de estoque.

Conforme a revista Postos de Combustíveis & Conveniência (2005) está

em franco desenvolvimento os postos de serviços automatizados, uma tendência

comandada principalmente por empresas de energia européias. Os postos

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totalmente automatizados, que em inglês estão conceituados como unmanned, não

possuem frentistas e nem revendedores.

Conforme a revista Posto de Observação (2004) câmeras de vídeo

conectadas a um computador possibilitam monitorar toda a movimentação dentro

do posto remotamente, acessando as imagens através do próprio servidor, por

intermédio de rede local, ou ainda, pela Internet, utilizando software próprio. A

tecnologia Wireless LAN (WLAN), conhecida como Wireless Fidelity (Wi-Fi)

estará chegando ainda esta década aos postos de combustíveis. Desta forma

bombas de combustível sem fios, postos como ilhas de conectividade para

automóveis equipados com WLAN, fornecedores de produtos e serviços para

postos e lojas de conveniência poderão fazer uso desta tecnologia, agilizando a

correta reposição e entrega, distribuidoras aumentando a produtividade de sua

força de vendas, por meio do acesso a consulta de dados e envio de e-mails,

postos poderão agregar serviços e atrair mais consumidores, aumentando também

suas receitas. Além disso as operadoras de telefonia fixa poderiam firmar parceria

com postos para a realização de promoções cruzadas, oferecendo a seus clientes

consumo gratuito de Internet. Finalmente, com o Wi-Fi, o posto pode se tornar um

ponto de serviço de uma seguradora, no qual ela fará a vistoria do veículo on-line

e em seguida a emissão da apólice, por exemplo.

A Proposição H resume-se, então, ao atributo Lacres eletrônicos,

controle de estoque e Internet: A Distribuidora instalará lacres eletrônicos nos

tanques bem como o controle de estoque eletrônico visando o pedido de compras

automático via internet.

Desta forma a proposição Lacres eletrônicos, controle de estoque e

Internet se enquadra na opção estratégica Lock-in do Sistema conforme o

Modelo Delta.

Proposição I :

A partir da década de 90 começa no Brasil a desregulamentação do setor

de distribuição de combustíveis quando em 1o de Janeiro de 2002 houve a abertura

total do mercado. A liberação dos preços modificou toda a estrutura de formação

de preços dos combustíveis com a criação da Contribuição de Intervenção do

Domínio Econômico (CIDE) em substituição da Parcela de Preço Específica

(PPE), liberação de fretes, preços e margens de toda a cadeia produtiva,

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eliminando assim distorções até então presentes. Com o resultado destas

mudanças cria-se um mercado competitivo onde os produtos nacionais e

importados ficaram equalizados forçando as distribuidoras a adotarem uma

política de preços consistente à luz desta nova realidade mercadológica (ANP,

2002). Os tributos e contribuições sociais incidentes sobre os combustíveis são o

Imposto sobre Importações (II), Imposto sobre Operações Relativas à Circulação

de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e

Intermunicipal e de Comunicação (ICMS), Contribuição para o Programa de

Integração Social do Trabalhador e de Formação do Patrimônio do Servidor

Público (PIS/PASEP), Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade

Social (COFINS), Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeira

(CPMF) e Contribuição de Intervenção de Domínio Econômico (CIDE).

Segundo Boamar (2005) a estrutura de formação dos preços dos derivados

de petróleo no Brasil é complexa e ainda exemplifica o custo resumido de

distribuição com vigência a partir de 1o de Janeiro de 2005 no Rio de Janeiro:

Tabela 2 – Estrutura de Formação dos Preços dos Derivados de Petróleo Item Valor (R$) Percentual (%)

Gasolina A 0,6512 28,26

Álcool Anidro 0,2280 09,89

CIDE/PIS/COFINS 0,4062 17,63

ICMS 0,7142 31,00 subtotal impostos

48,63%

Custo para Distribuidora 1,9996 86,78

Margens da Distribuidora e

do Posto Revendedor

0,3044 13,22 (Lucro Bruto)

Preço Médio Consumidor 2,3040 100,00

Fonte: (Boamar, 2005)

Os postos revendedores, que tinham sua estrutura de preços definida pelo

governo antes da desregulamentação, agora estão inseridos em um novo cenário.

Antes, os postos revendedores localizados em uma determinada área geográfica,

praticavam as mesmas condições comerciais através da política de tabelamento de

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preços do governo. Agora, com a livre concorrência, os postos revendedores e as

distribuidoras são obrigados a definir, com mais consistência, suas políticas de

preços. A partir deste diagnóstico, Bello et al. (2001) fizeram um estudo onde,

através dos posicionamentos estratégicos dos principais participantes do mercado,

o cruzamento das variáveis qualidade total (qualidade + diferenciação) e preço

geraram-se um mapa de valor desta indústria específica. Através deste mapa foi

traçada uma linha de valor equivalente facilitando assim o entendimento sobre o

posicionamento dos concorrentes em relação ao que seria o padrão desta indústria.

Esta análise do mapa de valor foi responsável por mostrar as propostas de valor

(relação de preços x benefício) de cada um dos principais concorrentes.

Finalizando, após a evolução do mercado, os resultados obtidos no mapeamento

da indústria indicaram um aumento da fatia de mercado dos concorrentes que se

posicionaram abaixo da linha equivalente de valor da indústria e uma perda de

fatia dos participantes que se posicionaram acima da linha de valor equivalente.

Desta forma, uma política de preços transparente em relação ao micro-

mercado definido em conjunto com o revendedor faz-se necessário após todas as

mudanças ocorridas no mercado revendedor varejista de combustível.

A Proposição I resume-se, então, ao atributo Política de preços: A

Distribuidora implementará uma política de preços transparente em relação ao

micro-mercado definido em conjunto com o revendedor.

Desta forma a proposição Política de Preços se enquadra na opção

estratégica Melhor Produto conforme o Modelo Delta.

Proposição J:

O desenvolvimento da infra-estrutura de distribuição de gás natural no

Brasil está intimamente ligado ao mercado de gás natural veicular (GNV). A

demanda por gás natural veicular está acelerada e já está consolidada uma

indústria que gravita em torno deste mercado. Empresas automobilísticas, com

projetos de carros bi-combustíveis (gasolina e GNV) e trí-combustíveis (gasolina,

GNV e álcool), empresas de auto peças, com grande variedade de kits de

instalação e fabricantes de compressores e prestadoras de serviços responsáveis

pela adequação do posto revendedor ao novo combustível são algumas empresas

que estão vinculadas a este novo mercado emergente. Além disso, o gás natural

veicular possui grande potencial para substituir a gasolina e o óleo diesel para

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veículos rodoviários diminuindo assim a necessidade por produtos refinados. A

tendência é a disseminação de postos revendedores no País permitindo uma maior

autonomia dos usuários e a sua consolidação até como combustível principal. “O

Brasil teve sua frota estimada, no ano de 2002, em 380 mil veículos, se posicionando,

então, no terceiro lugar neste ranking, ultrapassando, assim, o Paquistão com uma frota de

280 mil veículos. Desde março de 2003, o Brasil chegou ao segundo lugar, na frente da

Itália, com uma frota de 400 mil veículos. Desta maneira, o país se encontra entre os

maiores mercados de GNV do mundo, refletindo o grande impulso de conversões de

veículos registradas nos últimos 3 anos” (ANP, 2003, p. 2).

Tabela 3 – Conversões de Veículos para o Gás Natural Veicular (GNV) Veículos Convertidos País Postos de Abastecimento

Argentina 1043 Acima de 500 mil

Brasil

565

Itália 414

Paquistão 366

EUA 1250

Entre 100 mil e 500 mil

Índia 116

China 270

Venezuela 147

Egito 75

Ukraine 130

Russia 316

Taiwan 12

Canadá 222

Japão 224

Alemanha 337

Bolívia 30

Entre 10 mil e 100 mil

Nova Zelândia 100

Fonte: (ANP, 2003)

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Apesar do aumento do percentual do GNV na matriz energética brasileira

ser uma realidade, existem determinados fatores que influenciam e dificultam a

implantação deste produto em um posto revendedor. O compressor ainda

representa a maior parte do custo relativo ao investimento necessário, podendo o

custo deste aparelho alcançar 76% do valor total (ANP, 2003).

Tabela 4 – Investimento necessário para o Gás Natural Veicular (GNV)

ITEM INVESTIMENTO (MIL R$)

Compressor 420 a 480

Obras relativas ao GNV 130 a 180

Outras obras de adequação 0 a 70

Interligação com a concessionária 0 a 100

TOTAL 550 a 830

Fonte: (ANP, 2003)

Alguns outros benefícios estão associados ao gás natural veicular. O Rio

de Janeiro, onde o IPVA é reduzido em 75% (alíquota de 1%), manteve a

liderança com a maior frota a gás natural do País; 323,388 mil carros. Em seguida,

vem São Paulo, com 213,353 mil, cujo IPVA tem redução de 25% (alíquota de

3%) e Minas Gerais, com uma frota de 56,056 mil. Dos 953 postos existentes no

País, 313 estão no estado do Rio, 268 em São Paulo e 62 em Minas Gerais. A rede

de distribuição inclui 16 estados e 117 municípios. O gás natural veicular

responde atualmente por 3,5% do consumo de combustíveis sendo que a

economia do combustível, comparativamente à gasolina, gira em torno de 50%.

Entre outras vantagens, o gás é um combustível limpo, não pode ser adulterado e

o Brasil possui reservas comprovadas para pelo menos mais 20 anos de consumo

(IBP, 2005).

Em consonância à evolução de mercado, é importante que a distribuidora

esteja participando e auxiliando o revendedor no que tange à projetos de GNV

desde que provido da carta de viabilidade da concessionária.

A Proposição J resume-se, então, ao atributo GNV: A Distribuidora

auxiliará o revendedor no que tange à projetos de gás natural veicular (GNV)

desde que provido da carta de viabilidade da concessionária.

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Desta forma a proposição GNV se enquadra na opção estratégica Lock-in

do Sistema conforme o Modelo Delta.

4.2 O Triângulo do Modelo Delta a partir das proposições de trabalho Figura 2 - Triângulo do Modelo Delta a partir das proposições de trabalho

4.3 Resultados da Avaliação das Proposições sob a ótica da Revenda

As respostas do questionário foram ordenadas do grau 10 (maior índice de

preferência da revenda em relação à distribuidora) ao grau 01 (menor índice de

preferência da revenda em relação à distribuidora). Estes graus tornaram-se pesos

que multiplicados pela freqüência das respostas em relação às proposições

geraram uma ordenação a partir de uma interpolação realizada, onde a pontuação

mais alta traduz a maior preferência desta amostra aos atributos constantes no

questionário:

Proposições: Volume negociado, Sistema de pagamento, GNV e Lacres eletrônicos, controle de estoque e Internet

LOCK-IN DO SISTEMA

SOLUÇÕES PARA O CLIENTE Proposições: Compra do erro, Qualidade, Treinamento,

Experiência de relacionamento e Contabilidade

MELHOR PRODUTO Proposições: Política de preços

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Tabela 5 – Ordenação da Revenda

1º Lugar: Política de preços: A Distribuidora implementará uma política de

preços transparente em relação ao micro-mercado definido em conjunto com

o revendedor.

Uma política de preços bem alinhada com a evolução do mercado é a

proposição preferencial que uma distribuidora pode oferecer aos seus

revendedores conforme a pesquisa com os 50 (cinqüenta) revendedores na cidade

do Rio de Janeiro. O preço passa a ser a maior preocupação da revenda e nos faz

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rever toda a estratégia aplicada durante o tabelamento. O benefício de uma

política de preços adequada, clara, transparente, coerente com o micro mercado

onde o negócio está inserido se traduz em uma satisfação do revendedor,

extremamente preocupado com esta questão. Adicionado a isso temos a questão

fiscal, tributária, a adulteração de combustíveis, enfim, fatos que justificam a

escolha deste atributo visando à diminuição do impacto negativo de práticas

ilícitas que podem levar o revendedor a uma insolvência financeira irremediável.

2º Lugar: Volume negociado: O Revendedor cumprindo o volume mensal

mínimo de combustível será contemplado com uma quantia pré-estabelecida.

Caso atinja o volume mensal mínimo durante 6 meses, o valor será acrescido

em 10% e assim sucessivamente até o final do contrato.

A proposição acima foi a que gerou a surpresa. Durante a reserva de

mercado e até a atualidade, os revendedores foram acostumados a receber

quantias monetárias vinculadas a um volume contratado. Este pagamento pode se

concretizar no momento de uma assinatura de contrato ou até durante o mesmo, a

partir de um alcance de metas pré-estabelecidas. Desta forma o cliente aproveita

esta negociação para conseguir um montante financeiro, pois não interessa às

distribuidoras perder o ponto de venda e sua bandeira. Atualmente esta situação se

inverte, pois a quantidade de postos revendedores aumenta concomitante a

quantidade de postos revendedores sem vínculo contratual (bandeiras brancas) e o

poder de barganha se encontra muito reduzido. Obviamente a localização do

ponto de vendas é um fator preponderante que independe das oscilações

mercadológicas e estarão sempre valorizados. No entanto esta proposição está

relacionada à mudança drástica das formas de benefício que são fornecidas pelas

distribuidoras e uma revisão no que tange o valor do negócio em si.

Consequentemente o valor a ser trocado por um determinado volume de vendas

cai e outros atributos passam a ser mais valiosos. De qualquer forma este atributo

é extremamente valorizado pela revenda carioca.

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3º Lugar: Compra do erro: A Distribuidora comprará seu erro (p.ex. entrega

de produto no dia errado) através do aumento do prazo de pagamento do

cliente em 01 dia.

As três proposições anteriores estão vinculadas e tratam de benefícios

explícitos em favor do revendedor. Primeiramente foi verificado que nesta

questão o revendedor deixa transparecer em sua resposta a necessidade de tornar

um possível desgaste comercial, no que tange a erros cotidianos da distribuidora,

em uma forma automática de compensação financeira. O prejuízo que pode

ocorrer para o revendedor seria trocado por um benefício visando à manutenção

de um relacionamento profissional com a distribuidora. A diminuição de erros e,

consequentemente, do prejuízo ocorrido levam esta afirmação a ter um alto grau

de preferência pelo revendedor. O revendedor entende que o policiamento das

ações cotidianas da distribuidora pode melhorar, criar e inovar serviços agregados

à venda de commodities.

4º Lugar: Qualidade: A Distribuidora adequará o posto de serviços às

normas necessárias à certificação ISO 9000 e ISO 14000, inclusive licenças de

operação.

A proposição acima remete à assuntos ligados a qualidade, tanto de

processos quanto de meio ambiente. O posto revendedor passa a ser um

empreendimento que para se manter no mercado precisa estar em consonância aos

anseios da sociedade. Desta forma, até por uma questão de sobrevivência, o

revendedor precisa estar adequado às normas ambientais conforme a lei vigente

para conseguir licenças para a operação de seu estabelecimento. Sabendo disso o

revendedor coloca esta questão na sua prioridade e demonstra sua preocupação

com assuntos ligados à preservação do meio ambiente e seus processos internos.

Esta proposição também possui um fundo econômico, pois os processos de

certificação necessários bem como as licenças de operação seriam custeados pela

distribuidora e assim desonerando-o. Ao mesmo tempo, esta certificação

proporciona uma valorização da imagem do posto perante a sociedade e gerando

uma ferramenta de marketing.

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5º Lugar: Treinamento: A Distribuidora disponibilizará treinamento aos

funcionários do posto revendedor, inclusive o proprietário.

O treinamento, que está ligado diretamente à qualidade de atendimento ao

consumidor final mostra a preocupação do revendedor com a satisfação dos

consumidores no que tange os serviços oferecidos no ponto de venda. Impressiona

esta proposição aparecer somente no meio da ordenação visto que o treinamento é

peça fundamental para o aprimoramento dos recursos humanos. A economia que

um funcionário capacitado gera, reduzindo a margem de erro no atendimento e na

prestação de serviços, reflete diretamente nos resultados do posto revendedor.

Observa-se que nos postos revendedores ainda não existe uma cultura de

investimento no funcionário e no próprio revendedor com o intuito de

profissionalizá-los nas funções que eles exercem.

6º Lugar: Sistema de pagamento: Um sistema identifica o cliente no momento

em que ele entra no posto revendedor e, automaticamente, debita em sua

conta ou emite um boleto bancário referente ao valor da compra efetuada.

Os revendedores têm certo receio na modernização dos sistemas de

pagamento, pois, normalmente, a tecnologia gera um aumento de custos, como

cobrança de taxas de manutenção, equipamentos, enfim, processos que oneram à

venda. Os meios de pagamento tradicionais imperam neste mercado, pois o fluxo

monetário é muito grande e há uma preocupação de que a automatização das

formas de pagamento possa gerar uma desconfiança quanto à veracidade do

sistema. Conclui-se que as formas de pagamento atuais não são motivo de

preocupação por parte dos proprietários.

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7º Lugar: Experiência de relacionamento: Uma nova experiência de

relacionamento será implementada para o cliente através de ligações

telefônicas periódicas de outras áreas da empresa (P.ex. Jurídico,

Suprimentos, Informática, entre outras) visando horizontalizar o contato

cliente-fornecedor.

O relacionamento entre o distribuidor e o revendedor não necessita de um

segundo canal de comunicação. Para o revendedor é mais importante o contato

pessoal com o representante da distribuidora do que uma proposta de

relacionamento com o cliente onde a impessoalidade possa vir a conflitar com os

interesses do revendedor. Neste tipo de negócio a confiança no assessor comercial

que o atende pessoalmente é mais valorizada do que a corporação propriamente

dita. As outras áreas da empresa, que estariam fazendo este contato telefônico e

horizontalizando o relacionamento com o cliente final atuam, no entendimento do

revendedor, como áreas meio da empresa e não estariam agregando valor ao

serviço prestado pela área comercial da companhia. O revendedor prefere focar

suas transações em um único canal e não se sente seguro em dividir seus

problemas e soluções com outras áreas da empresa.

8º Lugar: GNV: A Distribuidora auxiliará o revendedor no que tange à

projetos de gás natural veicular (GNV) desde que provido da carta de

viabilidade da concessionária.

O resultado desta proposição impressiona. Atualmente, em tempos de

abertura de mercado, o produto GNV tem sido a salvação de alguns pontos de

venda saturados pela grande quantidade de postos revendedores em sua área de

influência e a concorrência desleal praticada no mercado de líquidos. No entanto,

houve uma rejeição deste atributo. Na verdade este resultado deve ser analisado de

uma forma mais criteriosa, pois a revenda de combustíveis deveria estar disposta a

agregar mais um produto em seu mix de venda e ficar satisfeita com a

participação da distribuidora neste processo. Isto não ocorre, pois a distribuidora,

apesar de possuir massa crítica para auxiliar os projetos e subsídio financeiro para

arcar com os custos de implantação, que são muito elevados, o revendedor está

preferindo projetar, construir e administrar esta adequação com seu próprio capital

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ou através de financiamento de terceiros. Desta forma a margem integrada, que é a

soma da margem da distribuidora mais a margem da revenda, ficará totalmente no

caixa do revendedor, pois o fornecimento será efetuado diretamente da

concessionária para o cliente final, sem a interferência proposta pela distribuidora

quando ela faz todo o investimento inicial. Por isso este atributo está associado ao

controle que a distribuidora almeja por ser a financiadora do investimento e não a

um benefício concedido ao parceiro comercial.

9º Lugar: Contabilidade: A contabilidade do posto revendedor será de

responsabilidade da Distribuidora.

A proposição acima, penúltima colocada em total de pontos, está

relacionada com a última. A contabilidade do posto revendedor propicia um

diagnóstico preciso do negócio quando apurada de forma idônea. A partir do

momento que a distribuidora é a responsável por esta função, as finanças do

revendedor passam a ser monitoradas constantemente fazendo com que o cliente

não possua argumentos de negociação por estar com suas contas transparentes

perante seu fornecedor e parceiro. O controle contábil exercido pela distribuidora

fará com que ela possa praticar uma política comercial compatível com a

realidade do negócio onde a revenda está inserida, restringindo ou ampliando os

lucros do cliente. O demonstrativo de resultados do exercício de um posto

revendedor passa a ser um artifício de análise e tomada de decisão da distribuidora

e gera uma quantidade de informações imensa e importante em relação ao negócio

do cliente final. Desta forma houve uma repulsa por parte do pesquisado no que

tange este atributo.

10º Lugar: Lacres eletrônicos, controle de estoque e Internet: A

Distribuidora instalará lacres eletrônicos nos tanques bem como o controle

de estoque eletrônico visando o pedido de compras automático via internet.

Esta proposição, que no somatório de pontos se revela como sendo o

atributo de maior rejeição por parte dos revendedores, não gera surpresa por estar

no final da ordenação. Os lacres eletrônicos vinculam de forma inexorável o

revendedor a uma determinada distribuidora ocasionando com isso uma falta de

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flexibilidade de compra de produtos derivados de outros fornecedores. Desta

forma há um monopólio por parte da distribuidora no que tange ao fornecimento

destas commodities junto ao posto revendedor. Assim, existe uma aversão do

cliente a esta forma de vínculo, pois, por mais que seu relacionamento com a

distribuidora seja sadio, esta forma de controle faz com que se crie uma algema

comercial entre fornecedor e o cliente. Existindo qualquer desavença comercial,

financeira, logística, técnica ou de qualidade, o cliente fica impossibilitado de

procurar alternativas que suprem estas divergências. Neste caso, apesar do lacre

eletrônico estar associado à instalação de um sistema de controle de estoque

eletrônico e a simplificação do processo de compra utilizando a Internet, o cliente

prefere o atual sistema burocrático a se submeter ao controle da distribuidora

mesmo com a automatização de todo o processo comercial-logístico.

4.4

Resultados da Avaliação das Proposições sob a ótica da Distribuidora

As respostas do questionário foram ordenadas do grau 10 (maior índice de

preferência da revenda em relação à distribuidora) ao grau 01 (menor índice de

preferência da revenda em relação à distribuidora). Estes graus tornaram-se pesos

que multiplicados pela freqüência das respostas em relação às proposições

geraram uma ordenação a partir de uma interpolação realizada, onde a pontuação

mais alta traduz a maior preferência desta amostra aos atributos constantes no

questionário:

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Tabela 6 – Ordenação da Distribuidora

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1º Lugar: Lacres eletrônicos, controle de estoque e Internet: A Distribuidora

instalará lacres eletrônicos nos tanques bem como o controle de estoque

eletrônico visando o pedido de compras automático via internet.

Atualmente a maior preocupação de uma distribuidora em relação ao

revendedor é a fidelização de sua carteira de clientes. Com o mercado aberto, a

grande quantidade de pequenas distribuidoras criadas, a nebulosa política fiscal

vigente e o problema da qualidade de produtos são questões que levam as

empresas a criar mecanismos que evitam a ação de outras distribuidoras em um

ponto de venda que já possui um vínculo contratual. Como os meios legais para

evitar estes tipos de problemas são lentos e pouco eficientes, a distribuidora busca

através da tecnologia uma forma de evitar que o revendedor compre produtos de

um concorrente, forçando uma fidelizacão do cliente e a garantia do cumprimento

do contrato que prevê a exclusividade da distribuidora na venda do combustível

para o revendedor. Apesar do alto custo de aquisição destes equipamentos

tecnológicos, a distribuidora prefere arcar com este ônus visando reter o

revendedor ao seu mix de produtos evitando assim a ação da concorrência e ao

mesmo tempo melhorar o gerenciamento de estoque vinculado ao pedido de

compras via Internet. Uma vez que, ao fechar um contrato com o revendedor e

investe no seu ponto de venda, conclui-se que a distribuidora precisa do retorno

deste investimento e para isso é importante que o contrato seja honrado até o fim.

Esta visão está em linha com o que ocorre na Europa onde distribuidoras de

combustíveis desenvolvem postos totalmente automatizados, que em inglês estão

conceituados como unmanned, onde não existem frentistas nem revendedores.

2º Lugar: Qualidade: A Distribuidora adequará o posto de serviços às

normas necessárias à certificação ISO 9000 e ISO 14000, inclusive licenças de

operação.

Na maioria dos contratos assinados entre a distribuidora e o revendedor,

equipamentos em comodato são entregues e instalados no ponto de vendas e que

são de propriedade da distribuidora. Desta forma há uma co-responsabilidade

entre ambos, pois o revendedor responde pela manutenção destes equipamentos

que serão utilizados com produtos da distribuidora, embora nem sempre isso

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aconteça. Para se certificar que o revendedor está agindo dentro das normas de

segurança, é imprescindível que uma padronização de procedimentos deva ser

adotada, evitando assim acidentes ambientais que comprometam a saúde das

pessoas, do meio ambiente e a imagem da distribuidora perante a sociedade.

Independentemente da grande importância da ISO 14000, que trata

especificamente da questão ambiental, a padronização de processos inerentes da

ISO 9000 é de extrema importância visto que o revendedor é responsável direto

pela operação e imagem da distribuidora perante seus consumidores. Além disso,

esta certificação é um poderoso instrumento de marketing e vai de encontro à

legislação vigente que obriga à adequação das normas de segurança.

3º Lugar: Volume negociado: O Revendedor cumprindo o volume mensal

mínimo de combustível será contemplado com uma quantia pré-estabelecida.

Caso atinja o volume mensal mínimo durante 6 meses, o valor será acrescido

em 10% e assim sucessivamente até o final do contrato.

No mercado brasileiro de distribuição de combustíveis, a negociação de

volumes de líquidos, gás natural veicular (GNV) e lubrificantes em relação a

algum benefício financeiro é usual no instante de uma renovação contratual. Desta

forma a distribuidora usa este artifício como uma forma do revendedor comprar

constantemente com ela e que, ao término do contrato, opte por renová-lo visando

manter o benefício através do bom trabalho desenvolvido durante àquele período.

A distribuidora entende que um volume deva ser compensado por uma quantia

pré-estabelecida com o intuito de reter o revendedor. Esta maneira de fidelização é

bem aceita e sendo realizada com regras claras a companhia consegue que este

contrato seja cumprido da mesma forma que a revenda ficará satisfeita. As

negociações são complexas, pois tratam de volumes, períodos, equipamentos,

obras civis, adequações de qualidade, imagem, margens e financiamentos, mas a

questão de bonificações é vista como boa para os negócios.

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4º Lugar: Treinamento: A Distribuidora disponibilizará treinamento aos

funcionários do posto revendedor, inclusive o proprietário.

O treinamento de frentistas e do próprio proprietário do posto revendedor é

visto, dentro da distribuidora, como um atributo importante para a qualidade do

atendimento. A retenção do consumidor pela marca da companhia agrega valor ao

negócio e é peça importante na fidelização do cliente final. Ao ser bem atendido

no ponto de venda, a tendência de aumento nas vendas de bens e serviços da

distribuidora é inevitável, aumentando assim a demanda pelos produtos da

distribuidora. O consumidor final deve ser entendido, estudado e abordado da

maneira correta e passa a ser um fator decisivo para o sucesso. A imagem de uma

distribuidora é o frentista que, no momento da venda propriamente dita deverá

estar oferecendo todos os bens e serviços disponíveis a fim de aumentar a venda

por metro quadrado e também do mix de produtos à sua disposição. O treinamento

deve focar estas peculiaridades e o frentista familiarizado com a cultura de

atendimento de uma distribuidora e em linha com sua estratégia faz com que a

venda seja natural e com lucros. A visão da distribuidora está em linha com a

padronização de atendimento e aparência dos frentistas e proprietários.

5º Lugar: GNV: A Distribuidora auxiliará o revendedor no que tange à

projetos de gás natural veicular (GNV) desde que provido da carta de

viabilidade da concessionária.

O aumento do mix de produtos comercializados em um ponto de venda

requer alguns pré-requisitos. A carta de viabilidade da concessionária de GNV é

imprescindível para que o posto revendedor possa integrar mais um combustível

em seu portfólio de produtos e assim se diferenciar dos demais. A distribuidora

entende que a parceria neste projeto é interessante visto que a triangulação de

contratos (concessionária-distribuidora-revenda) propicia o controle que é

necessário para a segurança do valor investido. Apesar de esta questão ter sido

abordada em quinto lugar na ordenação, entende-se que ela não está esquecida. A

distribuidora depende da concessionária de gás natural e somente pontos de venda

localizados em determinadas regiões com o produto disponível é que terão o

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benefício. A distribuidora estará negociando agregar este produto ao mix somente

depois desta premissa se realizar.

6º Lugar: Política de Preços: A Distribuidora implementará uma política de

preços transparente em relação ao micro-mercado definido em conjunto com

o revendedor.

Para a distribuidora a política de preços não está em primeiro plano. É

interessante ressaltar como esta questão não foi citada como um dos atributos

mais importantes em um mercado recém aberto e consequentemente novo, com

novas regras e altamente dinâmico. O custo do mix de produtos está em voga

neste momento e o preço se torna peça chave para agregar valor ao produto

comercializado. O preço em si não deve ser o diferencial, mas agregado a serviços

e sendo bem entendido pelo revendedor gera confiança e fidelidade quando obtido

de maneira transparente e clara. A agilidade da distribuidora no que tange à

confecção do preço final e como é repassado ao revendedor pode ser de grande

valia com percepção de segurança da distribuidora pelo revendedor. O preço é o

único elemento do mix de marketing que produz receitas, bem como os serviços, e

deve ser tratado de forma diferencial. A sintonia entre a distribuidora e a revenda

referente à disponibilização de um novo preço praticado deve ser fina.

7º Lugar: Compra do erro: A Distribuidora comprará seu erro (p.ex. entrega

de produto no dia errado) através do aumento do prazo de pagamento do

cliente em 01 dia.

A distribuidora não vincula um erro que pode ser cometido com um

benefício a ser disponibilizado. Entende-se que erros podem ser cometidos por

ambas as partes em um processo de compra/venda. A revenda também pode errar

bem como a distribuidora. Desta forma a distribuidora se sensibiliza com o erro,

mas não pretende “comprá-lo”. Esta política, por estar vinculada a uma área de

concessão de crédito, por exemplo, não foi bem aceita e existe a dificuldade de

implementá-la. Na verdade o erro para o revendedor pode ser o acerto da

distribuidora e desta forma gera-se confusão e insatisfação. A idéia é não errar ou

tentar minimizar o erro. Inúmeras variáveis são utilizadas (preço, prazo, limite de

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crédito, horário de entregas, entre outras) e o controle destas variáveis em

consonância com um provável erro/acerto dificulta a relação comercial.

8º Lugar: Sistema de pagamento: Um sistema identifica o cliente no momento

em que ele entra no posto revendedor e, automaticamente, debita em sua

conta ou emite um boleto bancário referente ao valor da compra efetuada.

Neste momento uma nova tecnologia de meios de pagamento não é vista

como segura pela distribuidora. O desconhecimento de novas tecnologias leva a

desconfiança principalmente quando se fala em processos de contas a receber.

Com certeza a distribuidora se importa com a ponta final, pois é lá que as receitas

são geradas. Mas a falha de um mecanismo de recebimento do consumidor final

impacta diretamente em seus números. Concessão de crédito e facilidades de

pagamentos pode onerar a operação e ainda podem propiciar falhas que são

irreversíveis quando se trata de capital de giro do negócio.

9º Lugar: Experiência de relacionamento: Uma nova experiência de

relacionamento será implementada para o cliente através de ligações

telefônicas periódicas de outras áreas da empresa (P.ex. Jurídico,

Suprimentos, Informática, entre outras) visando horizontalizar o contato

cliente-fornecedor.

A distribuidora não vê a revenda em contato com vários setores

corporativos. Está enraizada a visão de relacionamento com a área comercial (ou

afins) e evitando áreas meio do negócio para a troca de informações inerentes ao

negócio. O trânsito da área comercial na empresa deve ser suficiente para atender

todas as demandas da revenda e assim supri-la de serviços e produtos capazes de

satisfazer e fidelizar o ponto de vendas. A confusão que poderia existir em um

relacionamento sem confiança foi levada em consideração e entende-se que, desta

forma, a relação revenda-distribuidora deva ser feita através da área comercial e

seus prestadores de serviço internos como centrais de atendimento.

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10º Lugar: Contabilidade: A contabilidade do posto revendedor será de

responsabilidade da Distribuidora.

Apesar de ser um instrumento de controle, a distribuidora não entende que

ser responsável pela contabilidade do revendedor irá agregar valor ao seu negócio

de vendas. A contabilidade elaborada no campo pode ser efetuada através de

programas ou mecanismos que geram um diagnóstico plausível através dos

números da revenda. Estimativas, como uma demonstração de resultados do mês

elaborada pelo assessor comercial em sua visita mensal ao revendedor, suprem a

distribuidora de informações que já são suficientes para a tomada de decisões e

assim dar prosseguimento a qualquer tipo de análise, seja financeira ou

econômica. Finalizando, a forma como estas informações são conseguidas pode

ainda gerar um alto grau de integração entre distribuidora-revendedor através da

troca de números, discussões e percepções da realidade comercial.

4.5

Entrevista sob a ótica da Revenda

H) A admissibilidade do controle de recebimento e do controle de estoque num

cenário em que os postos revendedores não figuram como franqueados, na parte

da revenda, não se entende esse tipo de providência. O revendedor deve ser

responsável pelo controle do seu estoque. Ele deve saber que produto comprar e

em que quantidade comprar. A exposição do estoque, necessidade de compra ou

não, é do revendedor. Quanto ao lacre eletrônico, a revenda não se opõe desde que

seja feito de maneira correta e que não traga problemas para o revendedor, como

por exemplo, eventuais problemas nas chaves eletrônicas dos lacres, as baterias

dos chips dos lacres que acabam. Todos esses problemas podem ocorrer na hora

em que o caminhão está para descarregar produto no posto, e acabam sendo

motivo de aborrecimento. Mas tirando esses problemas com os lacres em si

(enquanto um produto eletrônico), os revendedores – honestos e sérios - não se

opõem à sua instalação, pois é uma maneira de a distribuidora garantir que apenas

o seu produto será comprado por aquele posto que é de sua bandeira, evitando

quebra de contratos e comercialização de outros combustíveis que não o seu. O

lacre em tanques foi instituído pela Assembléia do Estado do Rio de Janeiro no

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intuito de restringir o comércio dos produtos adulterados que, na prática, não teve

o seu objetivo atingido, haja vista a quantidade de produto adulterado no mercado.

G) As licenças de operação (L.O.) resultam de comprometimento ambiental (que,

por absurdo, só está sendo exigido nos grandes centros urbanos, quando a

degradação ambiental teria grande importância nos locais mais afastados – ou

seja, o posto do interior que está próximo a fontes de água, fontes naturais, a este

não é exigido o comprometimento ambiental, no caso de um vazamento, de uma

contaminação de solo este posto que esteja mais próximo da natureza, mas o posto

da grande cidade, onde provavelmente ao lado será construído um edifício, a este

é feito uma série de exigências ambientais). Nos postos em que tanques, linhas e

bombas pertencem à distribuidora deveria o ônus da licença ambiental ser

compartilhado com o revendedor. Isso não ocorre. O revendedor está arcando

sozinho com todos os ônus para obtenção da L.O. Nos postos sem bandeira

(bandeira branca), a L.O. aí sim teria o ônus para o revendedor.

F) Esse tipo de “premiação” é interessante tanto para a distribuidora, como para o

revendedor. E o volume mínimo mensal deve ser acordado entre eles, não adianta

somente a distribuidora querer estipular esse número. Cada posto é um posto. E

deve ser considerado seu tamanho, sua localização, mas principalmente um

determinado histórico de vendas. E lembrar que a política de preços é fundamental

para o atingimento de qualquer objetivo/meta de vendas. A margem do

revendedor deve ser negociada junto com a distribuidora.

C) É importante o constante treinamento dos funcionários para que eles

desempenhem melhor suas atividades, tanto no que se refere ao atendimento ao

cliente, de forma cordial, rápida, eficaz e eficiente, como no conhecimento dos

produtos comercializados no posto, como por exemplo, o pessoal de pista deve

conhecer os diferentes tipos de óleos lubrificantes (sintéticos e semi-sintéticos,

por exemplo) para indicar para os diferentes tipos de motores. Esse treinamento

oferecido pela distribuidora deve ser organizado para que no dia marcado para

treinamento o posto possa funcionar normalmente com sua equipe de pista. Já o

treinamento do proprietário como proposto no atributo avaliado deveria ter um

conteúdo em que o revendedor se sinta motivado para o treinamento, com novos

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temas, novidades, idéias criativas, principalmente para os revendedores mais

antigos no mercado, que já têm certa idade, que são mais estagnados. Caso

contrário, se não houver novidades, criatividade e idéias para muitos revendedores

que já possuem uma carga de experiência grande, um treinamento obrigatório

poderia ser visto como perda de tempo.

J) A revenda hoje anda tão desacreditada que “dias melhores virão”, que ela até

suspeita quando ouve dizer que “a distribuidora auxiliará...” em alguma coisa. Um

projeto de GNV para um posto de serviço é um alto investimento para o

revendedor, visto o custo inicial de um compressor e as contas de luz altíssimas

após sua instalação e funcionamento. Fica difícil saber aonde a distribuidora irá

auxiliar. Que tipo de auxílio? Uma participação na compra do compressor?

Participação na obra do posto? E a contrapartida para esse auxílio? Exigir uma

participação nas vendas de GNV? Sem saber que tipo de auxílio – e a

contrapartida - fica difícil opinar.

I) O que acontece hoje é que a distribuidora quer controlar a margem da revenda e

isso não deveria acontecer, porque a margem do revendedor só interessa a ele. O

preço que o revendedor está cobrando na bomba é um problema dele. A

distribuidora tem que dar preço para que ele possa trabalhar dentro da sua área de

influência, competindo com os outros postos. A distribuidora deve ter em mente

dois pontos: o posto deve estar com preço adequado e competitivo no micro-

mercado e deve ter uma margem para que possa se manter. Hoje a distribuidora

manipula o revendedor na margem dele. A política de preços é fundamental para

o atingimento de qualquer objetivo/meta de vendas. A margem do revendedor

deve ser negociada junto com a distribuidora.

E) Interessante a idéia de a distribuidora comprar seu erro. Só que quando a

entrega de produto é feita no dia errado, às vezes com 1 ou até 2 dias de atraso, o

prejuízo para o revendedor é muito mais que mera perda de vendas porque o posto

secou. Atraso de produto muitas vezes deixa um posto seco. E o que vai dizer ao

cliente que chega para abastecer: “Caro cliente, estamos momentaneamente sem

gasolina aditivada!” Acarreta não só perda de venda, mas principalmente perda de

cliente, porque ele ganha a oportunidade de ir conhecer o concorrente. Quanto a

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isso a distribuidora nada poderá fazer. O ideal mesmo é se esforçar para não errar,

e então não precisar comprar seu erro.

A) Esse sistema deve ser algo parecido com os cartões da distribuidora, tipo

cartão de crédito. Quando isso ocorre, quem mais sai lucrando é o consumidor

final porque passa a existir mais uma forma de pagamento. Para o revendedor,

existe a certeza da venda, porém tem a despesa administrativa com o cartão e o

recebimento daquela venda somente 30 dias depois, pois trata-se de uma venda a

prazo.

D) Relacionamento com a distribuidora é algo distante para a revenda. Cada vez

mais o revendedor é obrigado a se relacionar com gravações eletrônicas,

secretárias eletrônicas e raras são as vezes que se consegue falar com o Gerente da

Área ou com qualquer pessoa da companhia que não seja a telefonista. E isso não

é de uma determinada distribuidora e as reclamações são gerais e cada vez mais

crescentes. Considerando isto, quando o atributo cita sobre uma nova experiência

de relacionamento com o revendedor que ela seja feita neste sentido. Não há a

necessidade de várias áreas da distribuidora entrar em contato por meio de

ligações telefônicas periódicas. Bastaria a distribuidora atender o revendedor

quando este a solicitar, ouvir o que ele tem a dizer, seja para fazer pedido de

produto, seja para negociar preço ou prazo, ou até mesmo que o Gerente de Postos

ou o Regional telefonasse de vez em quando ou visitasse o posto na preocupação

de saber se o revendedor está satisfeito e se falta alguma coisa.

B) A contabilidade do posto é de responsabilidade do revendedor. O papel da

distribuidora não é este.

4.6 Entrevista sob a ótica da Distribuidora

I) Conforme a ordenação das proposições da revenda não impressiona o atributo

Política de Preços aparecer no topo da lista. Após a abertura de mercado onde o

tabelamento não é mais uma realidade, a adulteração de combustíveis é um fato e

a falta de fiscalização fiscal impacta diretamente tanto na revenda com na

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distribuição, o preço se torna imprescindível neste mercado. A única solução é

agregar serviços ao negócio até porque em outros países já temos exemplos que o

combustível de um posto revendedor se tornou um produto marginal enquanto

lojas de conveniência passaram a ser mais rentáveis e responsáveis pela

sobrevivência do negócio. Se o revendedor idôneo só olhar o preço ele não

sobreviverá a médio prazo a partir da concorrência desleal que há atualmente

neste mercado.

F) O revendedor está acostumado com esta modalidade de negociação. O volume

vinculado em um contrato por uma compensação financeira é praxe neste

mercado. Este tipo de negociação deve ser constantemente modificado visando

melhorar o diagnóstico das condições comerciais pactuadas. Por ser um horizonte

longo, mecanismos de planejamento devem ser elaborados para que a longo prazo

o contrato possa ser cumprido por ambas as partes.

E) É interessante verificar que nas três proposições o fator econômico se faz

presente e muito forte na revenda. Destaco que o mercado mudou e está em

adaptação, os atores são outros a partir de postos revendedores sem vínculo

contratual com distribuidoras (bandeiras brancas) e por este motivo as

distribuidoras, para sobreviverem, tiveram que se adaptar. Desta forma erros são

cometidos mais frequentemente e este atributo se faz presente na cabeça do

revendedor por estar presenciando algo antes impossível de se imaginar.

Atualmente aproximadamente 30% dos postos revendedores do país não possuem

vínculo contratual com nenhuma distribuidora compram produtos daquelas que

oferecem a melhor condição comercial.

G) O meio ambiente está em destaque. O revendedor se preocupa em manter seu

negócio em funcionamento, pois precisa de licenças para operar e a distribuidora

se preocupa com a sua imagem. Desta forma ambos mudaram o foco e estão em

linha com as leis ambientais vigentes. Visando a profissionalização do setor os

processos devem ser padronizados para melhorar os serviços diversos e a norma

ISO vem de encontro com esta necessidade.

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C) Apesar de estar na quinta colocação é interessante ressaltar esta mudança de

mentalidade da revenda. É importante esta mudança de conceitos visando agregar

valor ao atendimento, peça fundamental para a revenda carioca. Quem vende não

é a distribuidora nem o revendedor, mas o frentista. O treinamento é tudo.

A) Não conheço este sistema, mas entendo que um cartão de fidelidade tem um

papel parecido. Está muito incipiente esta questão no mercado brasileiro, mas a

tendência é que novas formas de pagamento, mais flexíveis, estarão disponíveis a

médio prazo. Creio que esta proposição ficou em sexto lugar, pois a revenda

desconhece está prática no mercado e não percebe segurança nesta forma de

pagamento.

D) O revendedor quer falar com seu assessor comercial. A qualidade desta

comunicação é que está frágil. Entendo que ele não quer falar com ninguém da

companhia. Ele quer focar seus esforços para resolver seus problemas em uma só

pessoa. Como o mercado mudou e menos assessores comerciais atendem mais

postos revendedores, a qualidade do relacionamento cai.

J) A revenda carioca, principalmente os revendedores capitalizados, prefere arcar

com os custos da implantação do gás natural veicular (GNV). Desta forma a

margem total é absorvida por eles. Por isso este atributo está no final da lista.

Outros sabem que na localidade onde atuam o produto ainda não chegou ou já está

saturado e desta forma não estão interessados.

B) O revendedor não terceirizará sua contabilidade à distribuidora. Em nenhum

negócio o cliente irá deixar o fornecedor conhecer, em detalhes, seus números. É

plausível a colocação desta proposição na pesquisa realizada.

H) Esta proposição realmente não causa surpresa. O lacre eletrônico algema o

cliente a uma determinada distribuidora. A parceria com a distribuidora através

dos contratos estabelecidos é frágil devido à morosidade da justiça e para o

revendedor isto não o impede de comprar de outra distribuidora, por exemplo. Já

o lacre eletrônico não deixa alternativa e o cliente tem que arcar com este ônus.

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Conclusões Parciais

Analisando a ordenação das proposições da revenda e da distribuidora,

elaborado após a apuração das respostas da amostra de 80 pessoas (50 pessoas da

revenda e 30 da distribuidora), chega-se a três conclusões principais:

A primeira conclusão diz respeito aos maiores desníveis que as

proposições I, E, J e H provocaram entre as duas amostras após pesquisa

realizada. Com o intuito de instituir uma parceria de sucesso, a distribuidora pode

negociar com a revenda a adoção de algum atributo que lhe é interessante em

troca de outro que é extremamente valorizado pela revenda. Desta forma existe a

possibilidade de se conseguir uma faixa de negociação que reflita em um

benefício para ambas as partes.

Tabela 7 – Primeira Conclusão (Desníveis)

A proposição I diz respeito à implementação de uma política de preços

transparente em relação ao micro-mercado definido em conjunto com o

revendedor. Para a revenda este atributo está em primeiro lugar em seu grau de

preferência, pois entende que atualmente o preço pode definir o sucesso ou o

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fracasso de seu negócio. Já a distribuidora ainda não entende que precisa dar mais

atenção a este atributo no que tange a sua formulação e transparência, agilidade de

implantação de novos preços, informação ao cliente final, enfim, buscar formas

para que a revenda tenha subsídios para trabalhar de acordo com o mercado que a

cerca. Nesta questão não se pode deixar de listar a grande quantidade de

problemas fiscais e de qualidade de combustíveis que estão intimamente ligados a

este atributo e que distorcem os valores do produto final.

A proposição E diz respeito à compra de seu erro através do aumento do

prazo de pagamento do cliente em 01 dia. A revenda vê neste atributo uma forma

de agregar, por exemplo, um prazo maior na compra de determinado produto. A

distribuidora, por outro lado, entende que ambos podem errar e que devem achar

meios de minimizar estes erros e aprender com eles.

A proposição J diz respeito ao auxilio que o revendedor tem no que tange a

projetos de gás natural veicular (GNV) desde que provido da carta de viabilidade

da concessionária. Quando uma terceira empresa é a responsável por viabilizar

determinado projeto e existe esta dependência, entende-se que o atributo não

possui grande aceitação.

A proposição H diz respeito à instalação dos lacres eletrônicos nos

tanques, bem como o controle de estoque eletrônico visando o pedido de compras

automático via Internet. Não causa surpresa que a revenda abomina esta prática,

embora esteja vinculada a um pacote de atributos tecnológicos, pois não quer que

seu tanque seja lacrado em tempos de abertura de mercado, até mesmo com

contrato vigente com alguma distribuidora, impossibilitando-o de negociar a

compra dos produtos com outras companhias a preços mais acessíveis. Já a

distribuidora coloca esta questão em primeiro lugar em seu grau de preferência e

entende ser ideal o lacre para que possa fidelizar a revenda à compra de seus

produtos.

A segunda conclusão mostra que as proposições F, G e C estão em linha

com o pensamento da distribuidora e da revenda. Estes atributos são primordiais

quando se vislumbra a fidelização da revenda e devem ser trabalhados em

conjunto visando uma estratégia de parceira e confiança.

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Tabela 8 – Segunda Conclusão (Aceitações)

A proposição F diz respeito ao fato de que cumprindo o volume mensal

mínimo de combustível o revendedor será contemplado com uma quantia pré-

estabelecida e caso atinja o volume mensal mínimo durante 6 meses, o valor será

acrescido em 10% e assim sucessivamente até o final do contrato. Devido ao fato

desta prática estar em vigor há tanto tempo, existe uma coerência deste atributo

com o mecanismo do mercado de distribuição de combustíveis. Esta prática, por

estar enraizada no processo de negociação revendedor-distribuidora, valida a

relação de troca que acontece durante a renovação do vínculo contratual existente

ou a criação de um novo.

A proposição G diz respeito à adequação do posto de serviços às normas

necessárias à certificação ISO 9000 e ISO 14000, inclusive licenças de operação.

Como as licenças de operação são imprescindíveis para o funcionamento do

negócio a partir da Resolução CONAMA no 273, publicada no Diário Oficial da

União em 08.01.2001, este atributo vem de encontro com a necessidade da

preservação ambiental vinculada como desenvolvimento sustentável. É importante

salientar que a distribuidora está mais preocupada com esta questão visto que este

atributo aparece em segundo lugar.

A proposição C diz respeito ao treinamento dos funcionários do posto

revendedor, inclusive do proprietário. Apesar de este atributo estar em linha entre

a distribuidora e da revenda, ele aparece somente no meio da ordenação. Isto se

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reflete na pouca importância que se dá ao treinamento de frentistas,

principalmente pela revenda. Consequentemente existe uma precária prestação de

serviços no ponto de venda tornando o posto revendedor um local carente de

treinamento e com necessidade de melhoria da qualidade de serviços.

A terceira conclusão diz respeito as maiores rejeições tanto da

distribuidora quanto da revenda como indica a pesquisa elaborada. As proposições

A, D e B foram listadas nas últimas posições em ambas as ordenações. Estes

atributos não serão fatores de fidelização e devem ser mais bem entendidos por

ambas as partes com o intuito agregar valor à parceria a ser instituída.

Tabela 9 – Terceira Conclusão (Rejeições)

A proposição A diz respeito a um sistema que identifica o cliente no

momento em que ele entra no posto revendedor e, automaticamente, debita em sua

conta ou emite um boleto bancário referente ao valor da compra efetuada. A

tecnologia aplicada neste atributo, apesar de já existente e estar em uso em 8.300

postos de serviço, em todos os estados dos EUA, para pagamento na bomba de

combustível com uso de um chaveiro com RFID, esta tecnologia ainda não é

aceita no mercado brasileiro, provavelmente pelo desconhecimento da maioria das

pessoas.

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A proposição D diz respeito a uma nova experiência de relacionamento

que poderia ser implementada para o cliente através de ligações telefônicas

periódicas de outras áreas da empresa visando horizontalizar o contato cliente-

fornecedor. Neste atributo entende-se que o comercial deve ser a área responsável

pela ligação entre a revenda e a distribuidora, sem interferências de áreas meio da

companhia.

Finalmente a proposição B, referente à contabilidade do posto revendedor

que será de responsabilidade da distribuidora, foi a de maior rejeição da pesquisa

indicando que tanto a distribuidora quanto a revenda não entendem que este

serviço deva ser elaborado por uma única empresa e sim que cada revendedor

deva contratar o seu próprio contador.

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Conclusão Final

Analisando os 02 (dois) resultados da pesquisa quantitativa (ordenação da

revenda e da distribuidora), as 02 (duas) entrevistas qualitativas e as 03 (três)

conclusões parciais, temos subsídios para recomendar uma situação onde à

fidelidade na relação comercial entre distribuidoras de combustíveis e postos

revendedores pode ser alcançada. Uma parceria com compromisso e confiança

pode ser desenvolvida a partir da utilização de alguns atributos, ou melhor,

proposições que foram desenvolvidas neste trabalho.

Aumentar a fidelidade exige detectar as principais carências dos

revendedores, nomeadamente às razões que os levaram a recusar um bem ou

serviço ou a preferir o de um rival.

Agregando os 02 (dois) atributos mais bem colocados na pesquisa

quantitativa, chega-se a uma situação onde revendedores e distribuidoras de

combustíveis estariam propensos a iniciar uma negociação comercial,

compartilhando suas ambições e preocupações. Combinando a proposição Política

de Preços (atributo mais bem colocado pela revenda) com a proposição Lacres

Eletrônicos, Controle de Estoque e Internet (atributo mais bem colocado pela

distribuidora) chega-se um ponto de partida para o início de uma relação

comercial onde ambos estariam satisfeitos com o objetivo de conseguir uma

negociação para estabelecimento de uma parceria duradoura e consequentemente,

a fidelização.

Somado a este cenário, deve-se utilizar a segunda conclusão parcial como

continuação do processo haja vista que os 03 (três) atributos listados estão em

linha com os anseios dos revendedores e das distribuidoras e devem ser utilizados

como instrumento de negociação para o ajuste fino da proposta final a ser

elaborada. Desta forma as proposições Qualidade, Volume Negociado e

Treinamento são de suma importância para agregar valor à situação inicial onde a

Política de Preços e a utilização de Lacres Eletrônicos, Controle de Estoque e

Internet devem prevalecer.

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Anexos

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ORDENAR DO 10 ATÉ 01

A Um sistema identifica o cliente no momento em que ele entra no posto revendedor e, automaticamente, debita em sua conta ou emite um boleto bancário referente ao valor da compra efetuada.

B A contabilidade do posto revendedor será de responsabilidade da Distribuidora.

C A Distribuidora disponibilizará treinamento aos colaboradores do posto revendedor, inclusive o proprietário.

D Uma nova experiência de relacionamento será implementada ao cliente através de ligações telefônicas periódicas de outras áreas da empresa (p. ex. Jurídico, Suprimentos, Infomática, entre outras) visando horizontalizar o contato cliente-fornecedor.

E A Distribuidora comprará seu erro (p.ex. entrega de produto no dia errado) através do aumento do prazo de pagamento do cliente em 01 dia.

F O Revendedor cumprindo o volume mensal mínimo de combustível será contemplado com uma quantia pré-estabelecida. Caso atinja o volume mensal mínimo durante 6 meses, o valor será acrescido em 10% e assim sucessivamente até o final do contrato.

G A Distribuidora adequará o posto de serviços às normas necessárias à certificação ISO 9000 e ISO 14000, inclusive licenças de operação.

H A Distribuidora instalará lacres eletrônicos nos tanques bem como o controle de estoque eletrônico visando o pedido de compras automático via internet.

I A Distribuidora implementará uma política de preços transparente em relação ao micro-mercado definido em conjunto com o revendedor

J A Distribuidora auxiliará o revendedor no que tange à projetos de gás natural veicular (GNV) desde que provido da carta de viabilidade da concessionária.

ATRIBUTOS

Car

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POSTO PERGUNTA A PERGUNTA B PERGUNTA C PERGUNTA D PERGUNTA E PERGUNTA F PERGUNTA G PERGUNTA H PERGUNTA I PERGUNTA JPosto 1 5 3 6 4 9 8 7 1 10 2Posto 2 5 1 6 4 10 9 7 2 8 3Posto 3 5 2 7 4 8 10 6 3 9 1Posto 4 4 3 7 5 10 8 6 1 9 2Posto 5 5 3 6 2 10 7 8 4 9 1Posto 6 5 4 6 3 8 9 7 1 10 2Posto 7 3 2 6 1 9 10 8 5 7 4Posto 8 5 1 6 4 7 10 9 2 8 3Posto 9 4 1 6 5 8 10 7 3 9 2

Posto 10 6 1 5 3 9 8 7 2 10 4Posto 11 7 2 4 5 10 8 6 3 9 1Posto 12 5 2 7 3 10 8 6 1 9 4Posto 13 6 3 4 1 8 7 10 2 9 5Posto 14 10 4 5 1 7 6 9 3 8 2Posto 15 5 4 7 1 9 6 10 2 8 3Posto 16 1 3 6 5 8 7 10 2 9 4Posto 17 6 4 5 3 9 10 7 1 8 2Posto 18 5 3 6 4 8 10 7 2 9 1Posto 19 6 4 9 1 5 10 7 3 8 2Posto 20 7 3 1 5 8 9 6 2 10 4Posto 21 2 1 4 6 8 7 5 3 9 10Posto 22 3 1 4 6 10 9 5 2 8 7Posto 23 5 1 6 4 10 8 7 3 9 2Posto 24 9 1 5 3 6 8 10 2 7 4Posto 25 3 2 4 5 7 10 6 1 8 9Posto 26 7 2 9 4 3 10 6 1 8 5Posto 27 1 2 3 6 9 10 5 4 8 7Posto 28 2 1 4 5 10 8 9 3 7 6Posto 29 6 3 1 5 9 8 7 2 10 4Posto 30 6 2 7 4 8 9 5 1 10 3Posto 31 5 1 6 3 8 9 7 2 10 4Posto 32 6 1 5 4 8 10 7 2 9 3Posto 33 5 2 7 6 9 4 10 3 8 1Posto 34 8 3 10 1 5 6 9 2 7 4Posto 35 10 3 1 8 7 6 9 2 5 4Posto 36 9 2 10 7 5 8 6 1 4 3Posto 37 10 2 3 8 6 7 4 1 9 5Posto 38 1 2 9 8 6 7 5 3 10 4Posto 39 1 4 2 6 8 9 7 3 10 5Posto 40 3 1 10 5 7 8 4 2 9 6Posto 41 5 2 7 3 9 10 6 1 8 4Posto 42 1 2 7 5 10 9 6 3 8 4Posto 43 3 2 10 6 9 7 5 1 8 4Posto 44 3 1 5 6 8 10 7 2 9 4Posto 45 3 2 4 6 9 8 10 1 7 5Posto 46 8 3 4 5 7 9 10 2 6 1Posto 47 5 4 1 7 10 8 6 3 9 2Posto 48 5 3 4 6 8 10 7 2 9 1Posto 49 6 2 3 5 9 8 7 1 10 4Posto 50 4 1 6 5 8 9 7 2 10 3

Resposta Frequência Total Resposta Frequência Total Resposta Frequência Total1 5 5 1 14 14 1 4 42 2 4 2 17 34 2 1 23 7 21 3 12 36 3 3 94 3 12 4 7 28 4 9 365 15 75 5 0 0 5 6 306 8 48 6 0 0 6 12 727 3 21 7 0 0 7 8 568 2 16 8 0 0 8 0 09 2 18 9 0 0 9 3 27

10 3 30 10 0 0 10 4 4050 250 50 112 50 276

Resposta Frequência Total Resposta Frequência Total Resposta Frequência Total1 6 6 1 0 0 1 0 02 1 2 2 0 0 2 0 03 7 21 3 1 3 3 0 04 9 36 4 0 0 4 1 45 13 65 5 3 15 5 0 06 9 54 6 3 18 6 4 247 2 14 7 6 42 7 7 498 3 24 8 15 120 8 14 1129 0 0 9 12 108 9 10 90

10 0 0 10 10 100 10 14 14050 222 50 406 50 419

Resposta Frequência Total Resposta Frequência Total Resposta Frequência Total1 0 0 1 14 14 1 0 02 0 0 2 20 40 2 0 03 0 0 3 13 39 3 0 04 2 8 4 2 8 4 1 45 6 30 5 1 5 5 1 56 11 66 6 0 0 6 1 67 17 119 7 0 0 7 5 358 2 16 8 0 0 8 14 1129 5 45 9 0 0 9 17 153

10 7 70 10 0 0 10 11 11050 354 50 106 50 425

Resultado - 125 (Resultado - 125) / 319 XResposta Frequência Total PERGUNTA H 0 0,00 0,5

1 7 7 PERGUNTA B 6 0,02 0,52 9 18 PERGUNTA J 74 0,23 0,53 7 21 PERGUNTA D 116 0,36 0,54 16 64 PERGUNTA A 144 0,45 0,55 5 25 PERGUNTA C 170 0,53 0,56 2 12 PERGUNTA G 248 0,78 0,57 2 14 PERGUNTA E 300 0,94 0,58 0 0 PERGUNTA F 313 0,98 0,59 1 9 PERGUNTA I 319 1,00 0,5

10 1 1050 180

425

222250276354

112180

406419

PERGUNTA H PERGUNTA I

RESULTADOS106

ORDENAÇÃO DA REVENDA

PERGUNTA A PERGUNTA B PERGUNTA C

PERGUNTA J

PERGUNTA D PERGUNTA E PERGUNTA F

PERGUNTA G

DBD
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POSTO PERGUNTA A PERGUNTA B PERGUNTA C PERGUNTA D PERGUNTA E PERGUNTA F PERGUNTA G PERGUNTA H PERGUNTA I PERGUNTA JPosto 1 8 10 1 4 9 5 7 3 2 6Posto 2 6 1 8 2 7 10 9 3 5 4Posto 3 2 1 6 4 7 8 9 10 3 5Posto 4 2 1 10 4 6 3 5 9 7 8Posto 5 8 7 9 3 2 4 5 10 1 7Posto 6 4 2 1 5 6 10 7 3 8 9Posto 7 1 2 3 4 6 10 9 5 8 7Posto 8 5 1 4 2 6 8 3 10 9 7Posto 9 2 4 9 8 6 10 7 1 5 3

Posto 10 5 1 10 3 4 8 7 6 9 2Posto 11 3 2 5 4 1 10 8 7 9 6Posto 12 4 1 9 6 2 3 7 10 5 8Posto 13 3 2 4 1 5 9 10 8 7 6Posto 14 3 2 5 4 8 10 9 1 7 6Posto 15 2 1 8 9 5 3 4 6 7 10Posto 16 9 1 6 2 8 10 5 7 3 4Posto 17 1 5 10 9 6 8 7 3 4 2Posto 18 3 2 8 1 7 5 4 9 10 6Posto 19 1 3 9 6 5 7 10 8 2 4Posto 20 2 1 6 5 4 3 8 9 10 7Posto 21 2 3 4 5 1 9 6 8 7 10Posto 22 10 1 7 4 2 5 8 9 6 3Posto 23 3 1 8 2 4 6 9 10 5 7Posto 24 8 4 5 1 3 2 7 10 6 9Posto 25 6 2 4 1 3 7 8 10 9 5Posto 26 3 1 10 5 6 4 9 8 2 7Posto 27 6 1 7 4 2 8 3 5 9 10Posto 28 7 3 5 2 1 6 9 10 8 4Posto 29 7 6 3 1 9 8 4 10 5 2Posto 30 4 1 5 6 3 8 9 10 2 7

Resposta Frequencia Total Resposta Frequencia Total Resposta Frequencia Total10 1 10 10 1 10 10 4 409 1 9 9 0 0 9 4 368 3 24 8 0 0 8 4 327 2 14 7 1 7 7 2 146 3 18 6 1 6 6 3 185 2 10 5 1 5 5 5 254 3 12 4 2 8 4 4 163 6 18 3 3 9 3 2 62 6 12 2 7 14 2 0 01 3 3 1 14 14 1 2 2

30 130 30 73 30 189

Resposta Frequencia Total Resposta Frequencia Total Resposta Frequencia Total10 0 0 10 0 0 10 7 709 2 18 9 2 18 9 2 188 1 8 8 2 16 8 7 567 0 0 7 3 21 7 2 146 3 18 6 7 42 6 2 125 4 20 5 3 15 5 3 154 8 32 4 3 12 4 2 83 2 6 3 3 9 3 4 122 5 10 2 4 8 2 1 21 5 5 1 3 3 1 0 0

30 117 30 144 30 207

Resposta Frequencia Total Resposta Frequencia Total Resposta Frequencia Total10 2 20 10 10 100 10 2 209 8 72 9 4 36 9 5 458 4 32 8 4 32 8 3 247 7 49 7 2 14 7 5 356 1 6 6 2 12 6 2 125 3 15 5 2 10 5 5 254 3 12 4 0 0 4 1 43 2 6 3 4 12 3 2 62 0 0 2 0 0 2 4 81 0 0 1 2 2 1 1 1

30 212 30 218 30 180

Resultado - 145 (Resultado - 125) / 218 XResposta Frequencia Total PERGUNTA B 0 0,00 0,5

10 3 30 PERGUNTA D 44 0,30 0,59 2 18 PERGUNTA A 57 0,39 0,58 2 16 PERGUNTA E 71 0,49 0,57 7 49 PERGUNTA I 107 0,74 0,56 5 30 PERGUNTA J 108 0,74 0,55 2 10 PERGUNTA C 116 0,80 0,54 4 16 PERGUNTA F 134 0,92 0,53 2 6 PERGUNTA G 139 0,96 0,52 3 6 PERGUNTA H 145 1,00 0,51 0 0

30 181

ORDENAÇÃO DA DISTRIBUIDORA

207212218

144180181189

RESULTADOS73

117130

PERGUNTA A: PERGUNTA B: PERGUNTA C:

PERGUNTA J:

PERGUNTA D: PERGUNTA E: PERGUNTA F:

PERGUNTA G: PERGUNTA H: PERGUNTA I:

DBD
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ORDENAÇÃO DA REVENDA Pontos Pontos ORDENAÇÃO DA DISTRIBUIDORA

I) A Distribuidora implementará uma política de preços transparente em relação ao micro-mercado definido em conjunto com o revendedor. 1,00 1,00 H) A Distribuidora instalará lacres eletrônicos nos tanques bem como o controle de estoque

eletrônico visando o pedido de compras automático via internet.

F) O Revendedor cumprindo o volume mensal mínimo de combustível será contemplado com uma quantia pré-estabelecida. Caso atinja o volume mensal mínimo durante 6 meses, o valor será acrescido em 10% e assim sucessivamente até o final do contrato.

0,98 0,96 G) A Distribuidora adequará o posto de serviços às normas necessárias à certificação ISO 9000 e ISO 14000, inclusive licenças de operação.

E) A Distribuidora comprará seu erro (p.ex. entrega de produto no dia errado) através do aumento do prazo de pagamento do cliente em 01 dia. 0,94 0,92

F) O Revendedor cumprindo o volume mensal mínimo de combustível será contemplado com uma quantia pré-estabelecida. Caso atinja o volume mensal mínimo durante 6 meses, o valor será acrescido em 10% e assim sucessivamente até o final do contrato.

G) A Distribuidora adequará o posto de serviços às normas necessárias à certificação ISO 9000 e ISO 14000, inclusive licenças de operação. 0,78 0,80 C) A Distribuidora disponibilizará treinamento aos funcionários do posto revendedor, inclusive o

proprietário.

C) A Distribuidora disponibilizará treinamento aos funcionários do posto revendedor, inclusive o proprietário. 0,53 0,74 J) A Distribuidora auxiliará o revendedor no que tange à projetos de GNV desde que provido da carta de viabilidade da concessionária.

A) Um sistema identifica o cliente no momento em que ele entra no posto revendedor e, automaticamente, debita em sua conta ou emite um boleto bancário referente ao valor da compra efetuada. 0,45 0,74 I) A Distribuidora implementará uma política de preços transparente em relação ao micro-

mercado definido em conjunto com o revendedor.

D) Uma nova experiência de relacionamento será implementada para o cliente através de ligações telefônicas periódicas de outras áreas da empresa (p. ex. Jurídico, Suprimentos, Infomática, entre outras) visando horizontalizar o contato cliente-fornecedor.

0,36 0,49 E) A Distribuidora comprará seu erro (p.ex. entrega de produto no dia errado) através do aumento do prazo de pagamento do cliente em 01 dia.

J) A Distribuidora auxiliará o revendedor no que tange à projetos de GNV desde que provido da carta de viabilidade da concessionária. 0,23 0,39

A) Um sistema identifica o cliente no momento em que ele entra no posto revendedor e, automaticamente, debita em sua conta ou emite um boleto bancário referente ao valor da compra efetuada.

B) A contabilidade do posto revendedor será de responsabilidade da Distribuidora. 0,02 0,30D) Uma nova experiência de relacionamento será implementada para o cliente através de ligações telefônicas periódicas de outras áreas da empresa (p. ex. Jurídico, Suprimentos, Infomática, entre outras) visando horizontalizar o contato cliente-fornecedor.

H) A Distribuidora instalará lacres eletrônicos nos tanques bem como o controle de estoque eletrônico visando o pedido de compras automático via internet. 0,00 0,00 B) A contabilidade do posto revendedor será de responsabilidade da Distribuidora.

DBD
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0212269/CA
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