gênese do pensamento e da linguagem l. s. vygotsky

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O presente material constitui apontamentos utilizados por mim em minhas aulas de Fundamentos da Teoria Histórico-Cultural.

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  • 1. GNESE DA LINGUAGEM NA TEORIA SCIO-CULTURAL DE L.S. VIGOTSKY Prof. Me. Ronny M. de Moraes

2. LEV SEMENOVICH VIGOTSKY (1896-1934) ALEXANDER R. LURIA (1902-1977) 3. SISTEMAS FUNCIONAIS DE A.R. LURIA

  • Unidade para regular o tono ou a viglia
  • Unidade para obter, processar earmazenar informaes
  • Unidade programar, regular e verificar a atividade mental

4.

  • (DE REGULAO TNICA, DE ALERTA E DOS ESTADOS MENTAIS)
  • Mantm o tnus cortical ( e o tnus corporal);
  • Experimentam as influncias superiores do crtex;
  • Trabalha em ntima relao com os sistemas superiores corticais;
  • Colabora com os sistemas superiores corticais em todas as
  • manifestaes da atividade consciente do ser humano programaes
  • de aes voluntrias, processos de decodificao e de codificao simblica.

1 UNIDADE FUNCIONAL 5. 1 UNIDADE FUNCIONAL

  • As estruturas do tronco cerebral que participam do controle do ciclo sono-viglia so o sistema reticular ascendente, representadas fundamentalmente pelos ncleos colinrgicos, noradrenrgicos, dopaminrgicos e serotoninrgicos. O crtex cerebral tambm participa, especialmente o crtex pr-frontal.

6.

  • (DE RECEPO, ANLISE E ARMAZENAMENTO DA INFORMAO)
  • Localiza-se nas divises posteriores dos hemisfrios;
  • Incorpora o lbulo occipital (viso), o lbulo parietal (ttilquinestsico) e o lbulo temporal (audio);
  • Organizao hierarquizada e subdividida em:
  • Zonas nucleares primrias( projetivas ) recebem aferncias dos analisadores especficos;
  • Zonas secundrias( projetivo-associativas ) responsveis pela codificao e sntese
  • Zonas tercirias( associativas ) responsveis pelo co-trabalho dos vrios analisadores de sistemas supra modais (simblicos) bsicas para as atividades gnsicas e cognitivas.

2 UNIDADE FUNCIONAL 7.

  • Representada pelos crtices temporal, parietal e occipital, existindo as reas primrias, secundrias e tercirias.

2 UNIDADE FUNCIONAL 8. 3 UNIDADE FUNCIONAL

  • (REGULAO E VERIFICAO DA ATIVIDADE)
  • Localizada nas regies anteriores do crtex, formando oslbulos frontais ;
  • Regula os movimentos voluntrios;
  • Responsvel pela programao, regulao e verificao da atividade;
  • Propicia ao ser humano a capacidade de reagir ativamente informao recebida e, simultaneamente, da capacidade de criar intenes, formar planos e estratgias e programar as suas aes,
  • inspecionando a sua realizao e, conseqentemente, regulando seu comportamento de forma a estar conforme os fins para que foi estruturado e organizado;
  • A ao (rea 4) e a coordenao (reas 6 e 8), so as unidades dialticas e funcionais da 3 Unidade Funcional;
  • Governa as funes de expresso sistemas motores eferentes.

9. 3 UNIDADE FUNCIONAL

  • representada pelos lobos frontais, que tornam possvel a intencionalidade, a planificao e a organizao da conduta em relao a percepo e ao conhecimento do mundo

10. Nome: Lev Semenovich VIGOTSKY Naturalidade: Orsha, Bielo-Rssia Nascimento: 17 novembro 1896 Curso superior: direito (1917) e literatura (estudou psicologia, pedagogia, filosofia e medicina) Morte: 1934 (38 anos) Publicaes: 200 trabalhos cientficos (neuropsicologia, psicologia, linguagem e educao) 11.

  • SCIO-INTERACIONISTA, 1980
  • INTERACIONISTA, 1980
  • CONSTRUTIVISTA, 1980
  • SCIO-CONSTRUTIVISTA, 1980
  • COGNITIVISTA
  • HISTRICO-CULTURAL, 1990
  • SCIO-HISTRICO, 1990

A ESCOLA DE VIGOTSKY 12. A palavra histria (psicologia histrica) para mim significa duas coisas:1) abordagem dialtica geral das coisas neste sentido qualquer coisa tem sua histria(...);2) histria no prprio sentido, isto , a histria do homem . Primeira histria materialismo dialtico, a segunda materialismo histrico. As funes superiores, diferentemente das inferiores, no seu desenvolvimento, so subordinadas s regularidades histricas (...). Toda a peculiaridade do psiquismo do homem est em que nele so unidas (sntese) uma e outra histria... (2000, p. 23) A HISTRIA 13. A palavra social em aplicao no nosso caso tem muitas significaes:1) mais geral todo cultural social; 2) sinal forma do organismo, como instrumento, meio social ; 3) todas as funes superiores constituram-se na filognese, no biologicamente, mas socialmente ;4) mais grosseira significao os mecanismos dela so uma cpia do social. (2000, p.26) O SOCIAL 14. ESQUECI A PALAVRA QUE PRETENDIA DIZER, E MEU PENSAMENTO, PRIVADO DE SUA SUBSTNCIA, VOLTA AO REINO DAS SOMBRAS. (SSIP MANDELSTAM) 15. OBJETO SUJEITO REALIDADEHISTRICO-CULTURAL MEDIAO SIGNOS 16.

  • Kornilov:Submeter todas as reas da psicologia aos princpios da dialtica marxista. Explicou o comportamento com base no mecanicismo e a conscincia com base no idealismo, centrou-se nas reaes comportamentais como elementos bsicos da sua teoria, desenvolvendo uma teoria ecltico-mecanicista, para a qual fatores biolgicos e sociais determinam por antecipao o desenvolvimento do comportamento e da personalidade.
  • Blonsky:Trabalhou com VIGOTSKY. Acreditava que as funes mentais complexas s poderiam ser entendidas atravs da anlise do desenvolvimento humano. As pesquisas de Blonsky estavam centradas em determinar a influncia do social no desenvolvimento das funes psicolgicas, o que contribuiu para que VIGOTSKY percebesse a necessidade de estudar o comportamento humano como fenmeno histrico e socialmente determinado.
  • Thurnwald e Lewy-Bruhlk:(Antroplogos e socilogos) trabalho sobre a historicidade dos processos mentais.
  • Luria :trabalhou com o autor, sua teoria bsica era que os processos psicolgicos superiores so mediados pela linguagem e estruturados em sistemas funcionais dinmicos e historicamente mutveis.
  • Leontiev:tambm trabalhou com VIGOTSKY, e ocupou-se com o estudo das relaes entre o desenvolvimento da psique e a cultura.

INFLUNCIAS TEORIA DE VIGOTSKY 17.

  • Hegel:Influncia VIGOTSKY indiretamente, atravs da influncia exercida sobre Marx e Engels. Segundo Hegel, o pensamento e a idia criam a realidade. A existncia do homem passa pelo pensamento. Noo de dialtica.
  • Marx:criador da dialtica-materialista, utiliza a noo de dialtica de Hegel, como movimento interno de produo da realidade, movimento que tem como motor a contradio. As mudanas histricas na sociedade e na vida material produzem modificaes na natureza humana (conscincia e comportamento). O pensamento um reflexo da vida material e se desenvolve paralelamente ao desenvolvimento das relaes sociais de trabalho. Atividade de produo como motor do processo histrico. A base da sociedade est no trabalho. de e pelo trabalho que o homem, ao transformar a natureza, se constitui homem, construindo a sociedade e fazendo a histria. So as imagens psquicas que constituem o contedo da conscincia.
  • Engels:Influenciado por Hegel, pelo principio dialtico, admite que o meio influencia o homem, mas este, por sua vez, age sobre o meio e cria atravs das mudanas introduzidas, novas condies naturais para sua existncias. Engels tambm estudou o uso de instrumentos por parte do homem como meios do homem transformar a natureza e transformar-se a si mesmo.

INFLUNCIAS TEORIA DE VIGOTSKY 18. TIPOS DE FPS SEGUNDO LEV VIGOTSKY FUNESPSICOLGICAS SUPERIORES INFERIORES AVANADAS RUDIMENTARES FAMLIA ESCOLA 19. FUNES PSICOLGICAS

  • INFERIORES
  • PSICOFISIOLGICAS
  • (naturais)
  • SENSAO
  • ATENO
  • INTEGRAO MODAL
  • PERCEPO
  • MEMRIA
  • AUDIO
  • VISO
  • SOMESTESIA
  • OLFATO
  • EMOO
  • LINGUAGEM ANIMAL (EMOTIVA).
  • INTEROCEPO
  • PROPRIOCEPO
  • EXTEROCEPO
  • SUPERIORES
  • NEUROPSICOLGICAS
  • (culturais)
  • CONSCINCIA
  • IMAGINAO (PERCEPO GLOBAL)
  • COGNIO
  • MEMRIA MEDIADA
  • ATENO VOLUNTRIA
  • ATIVIDADE MEDIADA (USO DE INSTRUMENTOS)
  • LINGUAGEM SOCIAL (RACIONAL)
  • PENSAMENTO
  • LEITURA
  • ESCRITA.

20. CARACTERSTICAS DAS FPS

  • Constitudas no contexto social
  • Voluntrias , ao regularem a ao atravs de um controle voluntrio
  • Intencionais , ou seja reguladas conscientemente, mesmo queautomatizadas(quando o desenvolvimento se deu num momento histrico muito afastado, a funo automatizou-se ou como VIGOTSKY afirma fossilizou-se confundindo o pesquisador com funesautomticascomo as funes elementares)
  • Mediatizadaspelo uso de instrumentos (signos).
  • Permitem superar o condicionamento do meioe possibilitam a reversibilidade de estmulos e respostas de maneira indefinida;
  • Implicam um processo de mediao , utilizando certas estratgias, ou por meio de determinados instrumentos psicolgicos que em lugar de pretender como objetivo modificar o meio fsico, como os utenslios eficientes - o machado, a enxada ou a roda -, tratam de modificar a ns mesmos, alterando diretamente nossa mente e nosso funcionamento psquico".

21.

  • " O uso de signos conduz os seres humanos a uma estrutura especfica de comportamento que se destaca do desenvolvimento biolgico e cria novas formas de processo psicolgicos enraizados na cultura" (VIGOTSKY, 1998 p.54).

22. CONCEITO DE LINGUAGEM

  • Pelo termo linguagem humana, entendemos um complexo sistema de cdigos que designam objetos, caractersticas, aes ou relaes; cdigos que possuem a funo de codificar e transmitir a informao, traduzi-la em determinados sistemas.(Luria, 1986, pg. 25)

23. Os fundamentos marxistas enfatizam que mudanas histricas na sociedade e na vida material, produzem mudanas na conscincia e no comportamento humano. MARXISMO E A GNESE DA CONSCINCIA 24. FUNES DA LINGUAGEM

  • Forma de acessar o mundo e o pensamento
  • Fator primordial para o desenvolvimento das funes psicolgicas superiores
  • Funo reguladora dos processos psquicos superiores
  • Instrumento de mediao (dirigida para dentro e para fora)
  • Forma de comunicao social
  • Funo de operao
  • Funo de planejamento
  • Forma de generalizao e abstrao

25.

  • O desenvolvimento da linguagem coloca-se como paradigma para explicar a formao de todas as demais operaes mentais que envolvem o uso de signos (ou seja mediadas). Assim como a linguagem todas as funes psicolgicas superiores aparecem duas vezes no curso do desenvolvimento da criana. Primeiro nas atividades coletivas (social - interpsquico) e logo nas atividades individuais (intrapsquica).

26. PREMISSAS

  • O crebro a base biolgica das funes psicolgicas;
  • A noo de que tais funes fundam-se condies objetivas da vida social (atravs da construo de instrumentos e signos), necessariamente histrico-culturais;
  • E a interpretao de que as funes psicolgicas superiores so mediadas simbolicamente.(OLIVEIRA, 1993)

27.

  • "...toda funo no desenvolvimento cultural da criana aparece em cena duas vezes, em dois planos; primeiro no plano social e depois no psicolgico, em princpio entre os homens comocategoria interpsquicae logo no interior da criana comocategoria intrapsquica ".

28. Na conscincia palavra precisamente aquiloque, absolutamente impossvel para um homem e possvel para dois. Ela a expresso mais direta da natureza histrica da conscincia humana. (Feuerbach) 29. A conscincia se reflete na palavra como o sol em gota de gua. A palavra est para a conscincia como o pequeno mundo est para o grande mundo, como a clula viva est para o organismo, como o tomo para o cosmo. Ela o pequeno mundo da conscincia. A palavra consciente o microcosmo da conscincia humana. (L.S.VIGOTSKY, Construo do pensamento e linguagem, pg. 486) 30. PENSAMENTO VERBALIZADO 31. FASES DA AQUISIO DALINGUAGEM

  • LINGUAGEM SOCIALtem por funo denominar e comunicar, a primeira linguagem que surge.
  • LINGUAGEM EGOCNTRICAconstitui uma linguagem para a pessoa mesma, e no uma linguagem social, com funes de comunicao e interao. Esse falar sozinho essencial porque ajuda a organizar melhor as idias e planejar melhor as aes.
  • LINGUAGEM INTERIOR- quando as palavras passam a ser pensadas, sem que necessariamente sejam faladas. um pensamento em palavras.

32. LINGUAGEM PENSAMENTO FUNES PSQUICAS SUPERIORES PENSAMENTO X LINGUAGEM Fase pr-verbal Vocalizao egocntrica Fase pr-intelectual Internalizao da Linguagem ORIGEM GENTICA PENSAMENTO VERBAL E FALA RACIONAL Fase intelectual BIOLGICO HISTRICO-CULTURAL DISCURSO INTERIOR 33.

  • O crebro a base biolgica das funes psicolgicas;
  • As funes psicolgicas fundamentam-se nas condies objetivas da vida social (atravs da construo de instrumentos e signos), necessariamente histrico-culturais;
  • As funes psicolgicas superiores so mediadas simbolicamente.(OLIVEIRA, 1993)

PREMISSAS 34. RESUMINDO...

  • O pensamento e a fala tem razes genticas diferentes;
  • No desenvolvimento da fala constata-se duas fases ou estgios: estgio pr-intelectual e no desenvolvimento do pensamento , um estgio pr-lingstico;
  • At certo ponto, fala e desenvolvimento seguem linhas diferentes;
  • Aps determinando tempo, as linhas se cruzam, o pensamento se torna verbal e a fala intelectual.

35. DESENVOLVIMENTO PSQUICO PRIMAZIA DO PRINCPIO SOCIAL 36. 37. VIGOTSKY, L. S.Aprendizagem e desenvolvimento intelectual na idade escolar. In: VIGOTSKY, L. S. et al. Psicologia e Pedagogia I: bases psicolgicas da aprendizagem e do desenvolvimento. 2. ed. Lisboa: Estampa, 1991. ____________ Manuscrito de 1929. Educao & Sociedade, So Paulo, n. 71, p.21-44, 2000. ____________ Pensamento e linguagem. 2. ed. So Paulo: Martins Fontes, 1999. VYGOTSKI. L. S.A Formao social da mente. So Paulo: Martins Fontes, 1991. ____________ Obras escogidas. Madrid: Visor; MEC, 1995. v.3, p.11-340. Historia del desarrollo de las funciones psquicas superiores. ____________ Obras escogidas. Madrid: Visor; MEC, 1993. v. 2, p.11-348. Pensamiento y lenguaje. ___________ La Imaginacion Y El Arte En La Infancia (Ensayo Psicologico). S. de C.V, Hipanicos-Ediciones Y Distribuciones, 1989. VYGOTSKY , Leontiev, Luria. Psicologia e Pedagogia. Lisboa, Estampa, 1977. _______________________ Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. SP, Icone, 1988.