gêneros textuais - resumo, resenha e fichamento

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FACULDADE EFICAZ Av. João Paulino Vieira Filho, 729, Novo Centro Maringá - PR, Cep: 87020-015 Tel. 44 | 3029-9094 GÊNEROS TEXTUAIS ACADÊMICOS: RESUMO, RESENHA E FICHAMENTO Prof a . Ms Aline Almeida Inhoti Maringá PR 2014

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Gêneros textuais

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Av. João Paulino Vieira Filho, 729, Novo Centro – Maringá - PR, Cep: 87020-015 Tel.

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GÊNEROS TEXTUAIS ACADÊMICOS:

RESUMO, RESENHA E FICHAMENTO

Profa. Ms Aline Almeida Inhoti

Maringá – PR

2014

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Neste material, você irá encontrar definições e exemplos de diferentes

gêneros textuais acadêmicos, a saber: o resumo, a resenha e o fichamento.

Esses gêneros são atividades didáticas muito solicitadas por professores da

graduação e da pós-graduação, independente da Instituição de Ensino. Porém,

é comum o desencontro entre o que foi solicitado pelo professor e o que foi

produzido pelo aluno, além das constantes dúvidas referentes às características

desses gêneros textuais.

Como é observável, a escolha temática deste material foi amplamente

discutida, uma vez que, em diferentes momentos, acadêmicos se deparam com

a escrita destes gêneros textuais. No entanto, o objetivo desta apostila não é

apresentar um roteiro fechado de “como fazer/escrever bem os gêneros

textuais”. Ao contrário, pretendemos disponibilizar a você, aluno, um material de

apoio que deve ser seguido, pensado e revisado mediante as suas

necessidades, em diferentes momentos. Acreditamos que este estudo

possibilitará a você uma maior compreensão das atividades solicitadas pelos

professores, além de ser uma alavanca teórica de reflexão, leitura e escrita.

A apostila está dividida da seguinte maneira:

- no primeiro momento você encontrará a definição de resumo acadêmico. Já

salientamos que o gênero resumo possui muitas subdivisões e, explicitado o

objetivo deste material, focaremos o resumo acadêmico;

- no segundo momento iremos tecer considerações sobre a resenha acadêmica.

Estas considerações serão, também, sintetizadas em tópicos, para a sua melhor

visualização e percepção das diferenças e semelhanças com outros gêneros

textuais;

- no terceiro momento focaremos o fichamento. Neste tópico abordaremos a

maneira de fichar um material, seja ele um livro, um capítulo de livro ou um

periódico;

- por último, teceremos considerações sobre a problemática do plágio.

Considerado um crime, o plágio pode ser mascarado em paráfrases mal

construídas e, muitas vezes, carregadas de cópias da obra de origem.

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Exposto o conteúdo deste material, desejo uma ótima leitura para você!

1. Resumo

O que é um resumo acadêmico?

Existe apenas o resumo acadêmico em nossa sociedade?

Como elaborar um resumo acadêmico?

O resumo é um gênero textual que circula em diferentes esferas textuais

da nossa sociedade. Temos o resumo de filme (a síntese fílmica ou sinopse), o

resumo de novelas e o resumo de livro, como exemplos. Mas, neste momento,

iremos focar o resumo acadêmico. Esse resumo se diferencia dos outros por

circular no meio acadêmico; por exigir um saber-fazer essencial no ensino, uma

vez que explicita a capacidade de interpretação e a análise dos textos de quem

escreve; por utilizar textos de origem de autores renomados, o que exige um

saber-fazer específico do discurso científico; por utilizar como regra norteadora

de escrita a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), e por fim, pelos

objetivos do professor e do aluno ao pedir/escrever um resumo, visto que

para o aluno, o resumo tem como função cumprir uma exigência do professor para a obtenção de nota, fonte de estudo, apreensão de conteúdos importantes. Já para o professor, o resumo é uma atividade que garante a leitura do texto pedido, além de ser um instrumento que possibilita verificar o que o aluno compreendeu do que foi lido (RIBEIRO, s/d).

Diante destas primeiras considerações, vamos definir o que é resumo

acadêmico. Segundo Medeiros (2006, p. 137), resumo é uma apresentação

sucinta e seletiva das principais ideias de um texto. Este é um ponto relevante

para se pensar na escrita de um resumo: selecionar as principais ideias de

um texto. Mas você pode estar se questionando: um texto não é escrito apenas

com ideias importantes? Para esclarecer esta dúvida a você, aluno, vamos usar

uma analogia ou uma comparação. Orlandi (1987) compara o texto a um tecido.

Assim como o tecido forma um todo contínuo, coerente e com todas as partes

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interligadas por um fio, o texto também é um todo contínuo, coerente e deve

possuir todos os seus parágrafos interligados no nível do conteúdo e no nível

das palavras, o que chamamos de coerência e coesão. Desta forma, cada

parágrafo de um texto é formado por ideias principais e ideias secundárias. As

ideias principais são responsáveis pelo conteúdo do texto, e as ideias

secundárias são responsáveis em completar este conteúdo. Veja bem, não

estou afirmando que apenas as ideias principais, por si só, já são um texto, mas

sim estou salientando que as ideias principais carregam a maior parte de

significação do texto. Por sua vez, a ideias secundárias exemplificam,

comprovam, discutem, analisam, demonstram as ideias principais.

Vou exemplificar. Leia o trecho de um resumo acadêmico, exposto abaixo

e, após a leitura, analise quais são as ideias principais e quais são as ideias

secundárias:

A Educação a Distância (EaD) é uma modalidade de ensino que vem

crescendo vertiginosamente em todo o mundo. Entretanto, é essencial que na

implantação e gestão de um curso a distância, fatores internos, externos,

estruturais, organizacionais e metodológicos sejam contemplados (MOREIRA,

SAFANELLI; CARDOSO; BATTISTI, 2010).

Como você pode observar, as ideias do texto foram organizadas da

seguinte maneira:

Ideia principal:

A Educação a Distância (EaD) é uma modalidade de ensino que vem

crescendo vertiginosamente em todo o mundo.

Ideias secundárias:

Entretanto, é essencial que na implantação e gestão de um curso a

distância, fatores internos, externos, estruturais, organizacionais e

metodológicos sejam contemplados.

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Curiosidade: Um exercício que fazemos, muitas vezes, quando estamos lendo

e estudando um texto é sublinhar, destacar com cor as informações mais

importantes. Esta estratégia nada mais é do que a tentativa de selecionar as

ideias principais de um texto.

Compreendido o que são as ideias principais e as ideias secundárias de

um texto, especificamente um texto a ser resumido, partimos para o conteúdo de

um resumo. Quais são as partes, no nível do conteúdo, que um resumo deve

conter? De acordo com Medeiros (2006, p. 142-143), de um lado o resumo deve

conter:

- o assunto do texto original;

- o objetivo do texto de origem;

- a articulação das ideias;

- as conclusões do autor do texto de origem.

Por outro lado, o resumo:

- não deve apresentar juízo de valor ou crítico (informações pessoais não

são permitidas em um resumo);

- deve ser completo em si mesmo e permitir a compreensão (ser um texto

autônomo), ou seja, dispensar a consulta ao texto original.

Para que isso ocorra na elaboração do resumo, o

estudante/cientista/acadêmico deve:

- redigir o resumo com uma linguagem objetiva;

- evitar a repetição de frases inteiras do texto original;

- respeitar a ordem que as ideias ou fatos são apresentados no texto

original.

A ABNT classifica dentro do grande rótulo “resumo acadêmico”

subgêneros, como: o resumo indicativo, informativo, informativo-indicativo,

crítico e o de recensão. Como o objetivo, aqui, não é detalhar cada classificação

exposta, fundamentaremos apenas o grande gênero resumo acadêmico.

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Respondemos, até o momento, duas perguntas feitas no início deste

tópico: “O que é um resumo acadêmico?” e “Existe apenas o resumo acadêmico

em nossa sociedade?”. No próximo item iremos responder a seguinte pergunta:

“Como elaborar um resumo acadêmico?”.

1.1 Técnicas de elaboração do resumo acadêmico

Há, em nosso meio, duas possibilidades de você, aluno, escrever um

resumo acadêmico. A primeira é quando um professor solicita a elaboração de

um resumo acadêmico como uma atividade didática. Há, desta maneira, um

texto original a ser resumido, de um autor renomado ou reconhecido pela

ciência. A segunda possibilidade é quando você se depara na escrita de um

artigo científico. Como sabe, o resumo acadêmico é um item que deve conter

em um artigo científico. Neste caso, você terá que elaborar um resumo do/no

seu próprio artigo.

Focaremos, aqui, o resumo como uma atividade didática solicitada pelo

professor. O resumo que deve ser escrito em um artigo científico terá atenção

especial em um momento futuro. Apenas para visualização:

Resumo Acadêmico

Atividade solicitada pelo professor Parte do artigo científico

Segundo Medeiros (2006, p. 145), o resumo deve conter:

Elementos bibliográficos do texto (ficha técnica):

Sobrenome do autor, nome.

Local de publicação do texto.

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Editora.

Ano.

Páginas.

Tipo de texto, o gênero a que se filia (literário, didático, acadêmico).

Resumo do conteúdo: assunto do texto, objetivo, métodos, critérios

utilizados, conclusões do autor da obra resumida.

É certo que para resumir um texto é necessário a compreensão do conteúdo

e da sua organização. Algumas perguntas básicas podem nortear a escrita do

resumo:

O que diz o texto de origem (tema/assunto)?

Como ele diz (Como está organizado o livro? Como o autor/a se

posiciona frente ao tema)?

Qual(is) é(são) as informação(ões) nova(s) do texto?

Quais são as justificativas do texto?

Qual a referência do texto?

Pensando nestas perguntas, você conseguirá iniciar a escrita do resumo

acadêmico.

De um modo geral, no resumo (MEDEIROS, 2006):

Deve-se ler atentamente o texto de origem, analisando as ideias

principais de cada parágrafo;

Identificar o gênero a que pertence o texto (se o texto original for uma

narrativa, ou um texto opinativo, ou uma receita, relato etc., informar

no resumo);

Identificar a organização do texto original;

Identificar os principais recursos utilizados pelo autor (exemplos,

estatísticas, comparações etc.);

Apagar os elementos redundantes e supérfluos (supressão de

adjetivos e advérbios, por exemplo);

O leitor do resumo deve construir frases que incluam várias ideias

expostas no texto, de forma sintética.

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No item Resumo Acadêmico atentamo-nos em responder alguns

questionamentos iniciais: “O que é um resumo acadêmico?”; “Existe apenas o

resumo acadêmico em nossa sociedade?”; “Como elaborar um resumo

acadêmico?”. Para elaborar as respostas de tais perguntas, fizemos uma

explanação teórica sobre o gênero em estudo, utilizamos exemplos de

construção/identificação de informações primárias e secundárias e, por fim,

esquematizamos pontos relevantes na elaboração do resumo acadêmico.

Ainda, salientamos também que o resumo acadêmico pode ser tanto uma

atividade solicitada pelo professor, como método de avaliação da capacidade do

aluno de ler, compreender e escrever sobre algum assunto teórico quanto item

integrante de um artigo científico. No momento focou-se o resumo como

atividade didática, isso porque, em materiais posteriores, haverá o foco apenas

no resumo contido no artigo científico, com suas especificidades que se diferem

do atual estudo.

No próximo tópico discutiremos sobre a resenha acadêmica crítica. Bons

estudos!

2. Resenha crítica

O que é resenha crítica?

Qual a diferença entre a resenha crítica e o resumo acadêmico?

Como elaborar a resenha crítica?

O gênero resenha é amplo. Encontramos a resenha em diferentes esferas

sociais: resenhas sobre filme, produto de beleza, séries de TV, dentre outros

temas. Neste tópico iremos estudar sobre a resenha crítica. A resenha crítica é

um gênero textual que está interligado a um gênero maior, a resenha

acadêmica. Há outros subgêneros ligados à resenha acadêmica, como a

resenha descritiva e a resenha temática. Focados no objetivo deste material,

daremos atenção à resenha crítica.

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Muito solicitada pelos professores como uma atividade didática, a resenha

crítica permite analisar a compreensão do aluno em relação à obra resenhada,

além de contemplar o posicionamento crítico do estudante em seu texto.

Medeiros (2006, p. 158) define a resenha como um resumo crítico, contendo

neste resumo comentários e opiniões, julgamentos de valor, comparações com

outras obras da mesma área e avaliação da relevância da obra com relação às

outras do mesmo gênero.

De forma simplificada, a resenha é um resumo descritivo, analítico e

crítico de um trabalho científico ou de uma obra literária. Porém, a resenha não

pode ser restringida como apenas um resumo, pois ela implica na interpretação

do texto e na avaliação (ou destaque) das suas qualidades e/ou seus pontos

fracos.

A diferença entre resenha e resumo é exatamente o posicionamento

crítico. Na resenha é essencial o resenhista se posicionar frente ao texto objeto,

afirmando a utilidade (ou não) do texto; a sua importância; a profundidade das

ideias; se os objetivos do texto foram atingidos; dentre outros pontos. Já no

resumo, como visto no tópico “Resumo acadêmico”, este posicionamento não

cabe no texto. O resumo é apenas uma seleção das ideias principais do texto

objeto, sendo o autor do resumo capaz de selecionar estes pontos principais

para articula-los em seu texto.

Esclarecida duas questões feitas no início deste tópico (“O que é resenha

crítica?” e “Qual a diferença entre resenha crítica e o resumo acadêmico?”),

passaremos agora a analisar a elaboração da resenha crítica.

Algumas questões são importantes e devem ser apreciadas durante a

elaboração de uma resenha, como a inclusão de informações sobre o autor e

suas outras obras, a definição do tema tratado por ele na obra resenhada, a

distinção do problema/pergunta/tese/hipótese apresentada por ele, a

identificação do seu posicionamento, aluno, diante deste problema e quais os

argumentos centrais e complementares utilizados para defender a sua posição.

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A resenha não é um texto muito longo, configurando-se como um texto

objetivo, com descrição da obra e com o posicionamento crítico do resenhista.

Veja bem: a opinião é definida como “posicionamento crítico”. É interessante

pensarmos na diferença entre a pura opinião e um posicionamento crítico. A

opinião, em si, muitas vezes não possui fundamento; expressões como “eu acho

que”, “eu acredito que” levam uma postura muito pessoal e pouco

fundamentada. Já o posicionamento crítico deve ser fundamentado, o “achismo”

não cabe aqui. Perguntas do tipo: “Qual a relevância da obra?”; “Por que o autor

se posiciona desta forma e não de outra?”; “Este posicionamento é válido”? são

pertinentes.

De um modo geral a resenha:

estruturalmente, descreve as propriedades da obra (descrição física da obra), relata as credenciais do autor, resume a obra, apresenta suas conclusões e metodologia empregada, bem como expõe um quadro de referências em que o autor se apoiou (narração) e, finalmente, apresenta uma avaliação da obra e diz quem a obra se destina (dissertação). (MEDEIROS, 2006, p. 158-159)

Para escrever uma resenha, é necessário alguns passos que serão

expostos abaixo (MEDEIROS, 2006, p. 160-162):

Delimitação da unidade de leitura:

Aqui verificamos a extensão da leitura, uma vez que a leitura é feita em

etapas, com intervalos entre uma etapa e outra. É imprescindível evitar

intervalos muito longos entre uma leitura e outra, uma vez que tal atitude

prejudica a compreensão global do texto.

Análise textual:

A análise textual compreende: o estudo do vocabulário; verificação das

doutrinas expostas; sondagem de fatos apresentados; autoridade dos autores

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citados; esquema das ideias expostas no texto. Busca-se, nesta fase, responder

as seguintes questões:

Quem é o autor do texto? Que métodos utilizou?

Análise temática:

Na análise temática apreendemos o conteúdo do texto objeto sem intervir

nele. Questões são respondidas nesta fase:

De que trata o texto?

Sob que perspectiva o autor tratou do assunto (tema)? Quais os limites

do texto?

Qual problema foi focalizado? Como foi o assunto

problematizado?

Como o autor soluciona o problema? Que posição

assume?

Como o autor demonstra seu

raciocínio? Quais são seus argumentos?

Há outros assuntos paralelos à ideia central?

Análise interpretativa:

Aqui, nesta fase, você deverá se posicionar a respeito das ideias do texto. As perguntas pertinentes a esta fase são:

Qual a

originalidade do texto?

Qual o alcance do

texto?

Qual a validade das

ideias?

Qual a relevância das ideias?

Que contribuições apresenta?

O autor

atingiu os objetivos

propostos?

O texto supera a pura retomada de

textos de outros

autores?

Há profundidade na exposição das ideias?

A tese foi demonstrada com eficácia?

A conclusão está apoiada

em fatos?

Síntese:

Feita estas fases, passamos para a síntese, ou seja, a elaboração de um

texto pessoal, que reflita resumidamente as ideias do texto original. Esta é a

última fase da resenha crítica.

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Baseados em Medeiros (2006), fizemos uma seleção de fases para a

elaboração da resenha, com vários questionamentos em cada etapa, para

orientar a elaboração da resenha crítica. Respondendo estes questionamentos,

certamente você, aluno, terá condições de escrever uma resenha crítica de

forma eficaz.

Para uma maior exemplificação, vejamos estes trechos de uma mesma

resenha (CAMPOS, 2010):

É sempre instigador pensarmos que, apesar de haver enorme quantidade de pesquisas sobre o tema do fracasso escolar, tão pouco tenha mudado nas últimas décadas. Álvaro Marchesi ajuda-nos a entender a razão desse fato.[...]

O posicionamento do autor está entrelaçado nas construções “é sempre

instigador”; “tão pouco tenha mudado nas últimas décadas”; “ajuda-nos a

entender”. Veja bem: aqui há o posicionamento crítico do resenhista (pois para a

opinião do resenhista podemos inferir que as pesquisas sobre o fracasso escolar

não ajudaram a mudar este problema nas última décadas. Há quem diga que

isso não é verdade), sem “achismos” ou colocações sem fundamento.

Outro exemplo:

O livro de Álvaro Marchesi é instigador em vários sentidos, a começar pelo título. Trata-se de uma obra que retoma os problemas de aprendizagem em suas múltiplas perspectivas, mostrando que é possível estabelecer políticas efetivas para enfrentar o problema do fracasso escolar [...]

Aqui, o parágrafo inicia com o nome do autor e constrói o posicionamento

crítico nas seguintes colocações: “é instigador em vários sentidos”; “políticas

efetivas”. Veja que a maior parte deste parágrafo é um resumo da obra

resenhada. O resenhista faz um apanhado geral do assunto do texto e, assim,

coloca o seu posicionamento crítico em diferentes partes.

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A seguir, elencamos algumas dicas para facilitar a compreensão e a

produção da resenha crítica1. Mas, lembramos que este material não é um guia

ou uma “receita”, em que todas as resenhas críticas caberão/deverão ser feitas

segundo este molde. Este material é apenas um apoio a você, aluno, para ser

revisado, estudado e pesquisado, quando necessário. Juntamente com a

orientação de cada professor, em suas disciplinas, este material poderá sim

auxilia-lo, segundo as exigências de cada docente.

1. Identifique a obra: coloque os dados bibliográficos essenciais do livro ou

artigo que você vai resenhar;

2. Apresente a obra: situe o leitor descrevendo em poucas linhas todo o

conteúdo do texto a ser resenhado;

3. Descreva a estrutura: fale sobre a divisão em capítulos, em seções,

sobre o foco narrativo ou até, de forma sutil, o número de páginas do

texto completo;

4. Descreva o conteúdo: Aqui sim, utilize de 3 a 5 parágrafos para resumir

claramente o texto resenhado;

5. Analise de forma crítica: Nessa parte, e apenas nessa parte, você vai

dar o seu posicionamento crítico. Argumente baseando-se em teorias de

outros autores, fazendo comparações ou até mesmo utilizando-se de

explicações que foram dadas em aula. É difícil encontrarmos resenhas

que utilizam mais de 3 parágrafos para isso, porém não há um limite

estabelecido. Dê asas ao seu senso crítico.

6. Recomende a obra: Você já leu, já resumiu e já deu seu posicionamento

crítico, agora é hora de analisar para quem o texto realmente é útil (se for

útil para alguém). Utilize elementos sociais ou pedagógicos, baseie-se na

idade, na escolaridade, na renda etc.

7. Identifique o autor: Cuidado! Aqui você fala quem é o autor da obra que

foi resenhada e não do autor da resenha (no caso, você). Fale

1 Informações disponíveis em: http://www.lendo.org/como-fazer-uma-resenha/. Acesso em 21 jan. 2014.

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brevemente da vida e de algumas outras obras do escritor ou

pesquisador.

Assine e identifique-se: Agora sim. No último parágrafo você escreve seu

nome e fala algo como “Acadêmico/a do Curso xxxxxx da Faculdade xxxxxx”.

No próximo tópico haverá a discussão sobre o gênero acadêmico

fichamento.

3. Fichamento

O que é o fichamento crítico?

Para que serve o fichamento crítico?

Como elaborar o fichamento crítico?

O terceiro, e último gênero textual, que iremos analisar neste material é o

fichamento. Independente do curso de graduação ou pós-graduação, o

fichamento é muito solicitado por professores, uma vez que possibilita ao aluno

uma reflexão sobre determinadas ideias de um texto, esclarecendo, desta forma,

o seu conteúdo (SILVA; BESSA, s/d). Iremos trabalhar o fichamento não como

uma seleção de fragmentos de um texto, mas sim como um gênero que permite

a você, aluno, organizar, assimilar e sistematizar o conhecimento de forma

objetiva.

Há três tipos de fichamento: o fichamento de citação; o fichamento de

assunto e o fichamento crítico. Focaremos neste momento o fichamento crítico,

pois ele possibilita a compreensão e paráfrase do texto objeto.

A base de qualquer fichamento é selecionar e registrar trechos e

informações do texto, seja ele qual for. Por isso o fichamento possibilita uma

compreensão mais acentuada do texto, pois o aluno primeiramente lê o texto,

seleciona as informações principais, registra e faz um comentário destas

informações.

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Vejamos este exemplo de fichamento2:

Educação da mulher: a perpetuação da injustiça (pp. 30 – 132). Segundo

capítulo.

TELES, Maria Amélia de Almeida. Breve história do feminismo no Brasil. São

Paulo: brasiliense, 1993.

O trabalho da autora baseia-se em análise de textos e na própria vivência nos movimentos feministas, como relato de uma prática. A autora divide seu texto em fases históricas compreendidas entre Brasil Colônia (1500 – 1822), até os anos de 1975 em que foi considerado o Ano Internacional da Mulher. A autora trabalha ainda assuntos como mulheres da periferia de São Paulo, a luta por creches, violência, participação em greves, saúde e sexualidade.

“uma das primeiras feministas do Brasil, Nísia Floresta Augusta, defendeu a abolição da escravatura, ao lado de propostas como educação e a emancipação da mulher e a instauração da República” (p.30) “na justiça brasileira, é comum os assassinos de mulheres serem absolvidos sob a defesa de honra” (p. 132) “a mulher buscou com todas as forças sua conquista no mundo totalmente masculino” (p.43)

As primeiras informações disponíveis no fichamento são as informações

bibliográficas do material: o título do capítulo do material (se houver); a seção

que está sendo fichada (segundo capítulo); e a ficha catalográfica (sobrenome,

nome do autor, título do livro, local, editora e ano).

Após, é feita uma paráfrase do trecho que será fichado. A paráfrase

consiste em dizer as mesmas informações já ditas no texto-fonte, mas com

outras palavras: as suas. A paráfrase3 é a sua interpretação do que foi lido, e a

escrita desta interpretação de forma clara e com o mesmo conteúdo. A paráfrase

vem sem aspas.

Logo depois destas informações, foram selecionados trechos importantes

da seção, o que permite o registro de citações. Estas citações são citações

2 Exemplo adaptado de: http://www.iuperj.br/index.php/pesquisa/tecnicas-de-estudo/fichamento. Acesso em 22 jan. 2014. 3 Para maiores informações sobre a paráfrase, veja o item 4. Plágio e Paráfrase.

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diretas, ou seja, transcrevem o trecho selecionado da mesma forma que se

encontra no material fichado. Para marcar o início e o término da citação é

necessário utilizar as aspas no início e no fim de cada trecho. Após fechar as

aspas, colocar o número da página em que esta citação se encontra entre

parênteses.

Mas, para que serve o fichamento?

Segundo Campos (2010), o fichamento:

compreende um modo de documentação do conhecimento adquirido, pois, durante as leituras, o aluno registra nas fichas as ideias principais do texto lido, podendo manuseá-las com facilidade e utilizá-las quando necessário (CAMPOS, 2010, s. p).

Quando fichamos um material, estamos exercendo a atividade de

seleção, registro, compreensão e paráfrase, ao mesmo tempo. Isso facilita a

escrita de trabalhos futuros, como artigos científicos, resenhas, resumos etc. O

fichamento é um exercício muito relevante, quando antecede a escrita de outros

gêneros textuais, além de demonstrar a capacidade do aluno de entendimento

da teoria estudada.

No próximo tópico iremos discutir sobre o plágio e a paráfrase. Este tema

propositalmente foi abordado como o último item por ser essencial em todos os

gêneros que antecederam este material. Optou-se por explicar e exemplificar

cada gênero para, depois, trabalharmos conceitos mais gerais, como plágio e

paráfrase.

4. Plágio e paráfrase

O que é plágio?

O que é paráfrase?

Na escrita do mundo acadêmico, nos deparamos com dois pontos

importantes: o plágio e a paráfrase. Muitas vezes alunos escrevem trabalhos

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sem ao menos saber se o que estão escrevendo é definido como informações

plagiadas ou não. Por isso é tão importante para você, aluno, saber claramente

o que é considerado plágio na nossa sociedade (e o que isto acarreta a quem o

utiliza) e o que é considerado paráfrase.

Vamos começar pelo plágio. A mais comum definição de plágio é: cópia.

Esta definição está certa, porém plágio não é somente quando uma pessoa

copia palavra por palavra de outro texto publicado. Plágio é quando o aluno

retira, seja de livros ou da internet, as ideias, conceitos ou frases de outro autor,

sem citá-lo como fonte de pesquisa.4

Existem listados três tipos de plágios em nossa sociedade. São eles:

Plágio integral: quando o aluno copia integralmente o texto de

outro autor, sem atribuir créditos (ou seja, sem cita-lo);

Plágio parcial: quando aluno monta o seu texto fazendo um

mosaico de parágrafos e frases copiadas de fontes diferentes, sem

citar o autor de cada parágrafo ou frase;

Plágio conceitual: é quando o aluno utiliza a ideia do autor,

escrevendo de outra forma (o que pode ser confundido com

paráfrase), sem citar o autor da ideia em seu texto.

Vejamos dois casos, disponíveis na Cartilha sobre Plágio Acadêmico5,

que exemplificam muito bem o que é e o que não é considerado plágio:

Se desde a época do ‘desencaixe’ e ao longo da era moderna, dos

‘projetos de vida’, o ‘problema da identidade’ era a questão de como construir

a própria identidade (...) – atualmente, o problema da identidade resulta

principalmente da dificuldade de se manter fiel a qualquer identidade por

muito tempo.

4 Informações disponíveis na Cartilha sobre Plágio, do Departamento de Comunicação Social,

vinculado ao Instituto de Arte e Comunicação Social (IACS) da UFF. Material disponível em: http://www.proppi.uff.br/portalagir/cartilha-sobre-pl%C3%A1gio-acad%C3%AAmico-vers%C3%A3o-digital-uff. Acesso em 22 jan. 2014. 5 Idem comentário anterior.

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A pós-modernidade representa o momento histórico preciso em que

todos os freios institucionais que se opunham à emancipação individual se

esboroam e desaparecem, dando lugar à manifestação dos desejos

subjetivos, da realização individual, do amor-próprio.

A substituição crescente dos ideais da cultura por ideais estritamente

consumistas, com fins de utilização dos indivíduos como mera força de

consumo e o atual aguçamento da descrença em projetos coletivos

unificadores – talvez ainda existentes nas chamadas “culturas de massas” –

promovem a constituição de um tipo de “pseudo-individuação” ancorada, ainda

mais estritamente, em mecanismos de idealização.

Como você pode observar, as informações estão bem colocadas e o texto

possui um nível de linguagem acadêmico, o que é satisfatório, pois estamos

inseridos em um ambiente de faculdade e universidade. Porém, em nenhum

momento fontes foram citadas, ou seja, as informações estão dispostas como se

fossem do autor do texto, e não de outros estudiosos que antes publicaram as

ideias. Isso é plágio, pois estas informações são de três autores, chamados

Zigmund Bauman, Maria de Fátima Severiano e Gilles Lipovetsky. Estes

pesquisadores não foram citados e, por isso, tiveram o conteúdo dos seus

trabalhos copiados.

Agora este outro caso:

Se desde a época do ‘desencaixe’ e ao longo da contemporaneidade,

dos ‘projetos de vida’, o ‘problema da identidade’ era o modo como construir a

própria identidade (...) – hoje, o problema da identidade resulta principalmente

da dificuldade de se manter fiel a qualquer identidade por muito tempo

(BAUMAN, 1999, p. 155)

A pós-modernidade significa a época histórica precisa em que todos os

freios institucionais que se opunham à emancipação individual se

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desmoronam e desaparecem, dando lugar à manifestação dos desejos

subjetivos, da realização individual, do amor-próprio (LIPOVETSKY, 2004, p.

23).

A substituição progressiva dos ideais da cultura por ideais totalmente

consumistas, com fins de utilização dos indivíduos como mera força de

consumo e o atual aguçamento da descrença em projetos coletivos

unificadores – talvez ainda existentes nas chamadas “culturas de massas” –

promovem a constituição de um tipo de “pseudoindividuação” baseada, ainda

mais estritamente, em mecanismos de idealização (SEVERIANO, 1999, p.

162-163).

No segundo caso o texto não é considerado plágio. Como observável, as

informações foram creditadas aos seus respectivos autores: Bauman, Lipovetsky

e Severiano. Este texto utilizou-se de paráfrases honestas, ou seja, o aluno leu

os textos destes pesquisadores, compreendeu as informações que ali estavam

e, depois, parafraseou de forma coerente, respeitando as informações sem

copia-las. Um texto é, além de um exercício de escrita, um exercício intelectual

de compreensão e interpretação de ideias.

Mas, se o aluno retirar apenas as ideias dos pesquisadores, entendê-las e

escreve-las de forma diferente, ainda é considerado plágio? A resposta para

esta pergunta é sim, ainda é considerado plágio. Para fazer um texto, é

necessário escrever com suas próprias palavras (parafrasear), explicar as

informações, citando os autores e, no decorrer do texto, apresentar as citações

diretas (texto literal do autor utilizado). Vejamos este exemplo:

Segundo Perelman e Olbrechts-Tyteca, para argumentar: 6

[...] é preciso ter apreço pela adesão do interlocutor, pelo seu consentimento, pela sua participação mental [...]. Quem não se incomoda com um contato assim com os outros será

6

Exemplo de citação direta disponível em: http://www.fev.edu.br/graduacao/arquivos/abnt_citacao_-

_www.unifev.edu.br.pdf. Acesso em 22 jan. 2014.

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julgado arrogante, pouco simpático, ao contrário daqueles que, seja qual for a importância de suas funções, não hesitam em assinalar por seus discursos ao público o valor que dão à sua apreciação (2000, p. 18).

Atenção! O plágio é considerado crime. Segundo Código Penal, o plágio é

um crime contra o Direito Autoral, previsto nos Artigos 7, 22, 24, 33, 101 a 110, e

184 a 186 (direitos do Autor formulados pela Lei 9.610/1998) e 299 (falsidade

ideológica). No Código Civil, Art. 524 “a lei assegura ao proprietário o direito de

usar, gozar e dispor de seus bens, e de reavê-los do poder de quem quer que,

injustamente, os possua”. Para aquele que violar os direitos autorais, a pena

pode ser de detenção (3 meses a 1 ano) ou multa (BRASIL, 2002).

Afinal, o que é paráfrase? Paráfrase, como já explicitado, é escrever com

as próprias palavras as ideias de um autor/a, fazendo referência a ele/ela.

Muitas vezes retiramos as aspas de alguma citação direta e achamos que por

isso estamos parafraseando. Esta ideia é equivocada. O maior exercício para

realizarmos uma paráfrase é escrever sem ter o material diante dos nossos

olhos, isso significa que entendemos e conseguimos falar sobre o conteúdo

daquele texto. Quando qualquer ideia ou frase não parte de nós mesmos, a

obrigação é citar a fonte de origem.

Vamos aos exemplos:

Texto original:

(NISKIER, A. Educação a distância: a tecnologia da esperança. 2. ed. São

Paulo: Loyola, 2000.)

A EAD tornou-se a modalidade fundamental de aprendizagem e ensino, no

mundo inteiro. Antes cercada de mistério, hoje é até mesmo reivindicada por

sindicatos poderosos, no Brasil, onde o seu prestígio cresce de forma bastante

visível. Parte-se de um conceito extremamente simples: alunos e professores

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separados por uma certa distância e, as vezes pelo tempo. A modalidade

modifica aquela velha ideia de que, para existir ensino, seria sempre

necessário contar com a figura do professor em sala e de um grupo de

estudantes.

Exemplo 1: Paráfrase mascarada (PLÁGIO)

De acordo com Niskier (2000, p. 49), a EAD é uma modalidade

essencial de aprendizagem e ensino, em todo lugar. Antes cheia de mistério,

atualmente é requerida por sindicatos poderosos, no Brasil, onde o seu

prestígio cresce. Tem-se um contexto simples: alunos e professores

separados por uma distância e, as vezes pelo tempo. A modalidade

transforma a velha ideia de que, para existir ensino, seria essencial a figura do

professor em sala e de um grupo de estudantes.

Exemplo 2: Paráfrase honesta

Segundo Niskier (2000, p. 49), atualmente a EAD vem crescendo

visivelmente. Modalidade de ensino e aprendizagem, a EAD quebra barreiras

educacionais antes impostas que ditavam que, para se ter um ambiente de

ensino-aprendizagem, era necessário um espaço físico, com a presença

simultânea do aluno e professor.

Seguem alguns questionamentos: por que o exemplo 1 é considerado

plágio? E por que o exemplo 2 é considerado uma paráfrase aceitável ou

honesta? A resposta é simples. No exemplo 1, o aluno apenas modificou

algumas palavras, utilizando sinônimos. A cópia do texto original é notável em

todo o parágrafo. Modificar conectivos, verbos e palavras, sem demonstrar o seu

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entendimento sobre o texto, configura-se como um plágio, situação inaceitável

em qualquer contexto acadêmico.

Já o exemplo 2 é considerado uma paráfrase honesta porque o aluno

compreende o assunto geral do texto e escreve com as suas palavras o que

entendeu. Há a citação indireta (a referência do autor no início do parágrafo –

segundo Niskier...), e o estudante respeitou as informações do texto original, não

deturpando a ideia.

Respondida as questões propostas (“O que é plágio?” e “O que é

paráfrase”?), exemplificamos os casos de plágio, paráfrase honesta e paráfrase

mascarada, finalizando assim o nosso material.

Esperamos que você, diante destas reflexões, consiga usufruir da

apostila, utilizando-a em diferentes momentos, sempre que necessitar. Desejo

um ótimo exercício de escrita, independente do gênero textual.

Referências:

BAUMAN, Z. Globalização e consequências humanas. Rio de Janeiro: Zahar,

1999. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988/ obra de autoria da Editora Saraiva. Colaboração: Antônio Luiz de Toledo Pinto, Márcia Cristina Vaz dos Santos Windt e Lívia Céspedes. 29 ed. atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2002 (Coleção Saraiva de legislação). CAMPOS, M. Gêneros acadêmicos: resenha, fichamento, memorial e projeto

de pesquisa. Mariana-MG: Fundação Presidente Antônio Carlos, 2010. LIPOVETSKY, G. Os tempos hipermodernos. São Paulo: Barcarolla, 2004. MOREIRAS, B. et al. Gestão acadêmica na educação à distância: desafios e práticas. In: X Coloquio Internacional sobre Gestión Universitaria em America del Sur. Mar del Plata, 2010. [citado em 17. Jan. 2014) [Internet]. Disponível em: http://www.inpeau.ufsc.br/wp/wp-content/BD_documentos/coloquio10/152.pdf. NISKIER, A. Educação a distância: a tecnologia da esperança. 2. ed. São Paulo: Loyola, 2000.

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RIBEIRO, A. L. Resumo acadêmico: uma tentativa de definição. Círculo

Fluminense de Estudos Filológicos e Linguísticos. s/d [Internet] [citado em 17 jan. 2014]. Disponível em: http://www.filologia.org.br/ixcnlf/12/15.htm.

SEVERIANO, M. de F. V. As subjetividades contemporâneas sob o signo do consumo – os ideais narcísicos na publicidade da tv: produção e consumo. 1999. 567 p. Tese. (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1999. SILVA, A. A.; BESSA, J. C. R. Produção de textos na Universidade: Uma proposta de trabalho com sequência didática com o gênero fichamento. s/d [Internet] [citado em 21 jan. 2014]. Disponível em: http://www.ufjf.br/revistagatilho/files/2011/10/agostinho.pdf.